Edição nº 104 junho 2015

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PECUÁRIA

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EXPOCAFÉ 2015 será palco de vários lançamentos

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Cerca de 8% dos bezerros que nascem no Brasil morrem até a desmama. Com a supervalorização dos bezerros é preciso ter estratégias sanitárias e de manejo para evitar tantas perdas.

ICMS mineiro: COCAPEC inicia entrega dos caminhões

CAFÉ

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A COCAPEC conseguiu reaver mais de R$ 8 milhões para os cooperados mineiros, referente ao tributo que incide sobre a comercialização de café cru das suas unidades no Estado de MG.

Etapa Sul de Minas finaliza Intercâmbio da RR Consultoria

CAFÉ

Vista aérea dos talhões de café na Dinâmica de Campo, em Três Pontas (MG). Foto: Link Comunicação.

Maior evento do agronegócio café no Brasil, a 18ª edição da EXPOCAFÉ contará com a presença de mais de 100 expositores e será palco de uma série de novidades em máquinas, implementos agrícolas, acessórios e outros produtos que chegam ao mercado com o objetivo de melhorar a produtividade de cultivo e, claro, a qualidade final deste produto que é marca do Brasil. A feira acontecerá de 1 a 3 de julho, em Três Pontas (MG), na Fazenda Experimental da EPAMIG e vai receber visitantes de diferentes partes do país.

Diarréias Neonatais comprometem bezerros

FOTO DE CAPA

HORTITEC

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e 1º a 3 de julho, em Três Pontas (MG), acontecerá a 18ª EXPOCAFÉ, maior feira do Agronegócio Café do País e pretende reunir todos os elos da cadeia produtiva do café do Brasil e do exterior. O evento será realizado na Fazenda Experimental da EPAMIG, abrigará mais de 100 expositores fixos, além do 6º Simpósio de Mecanização da Lavoura Cafeeira e muitas Dinâmicas de Campo. A Revista Attalea Agronegócios participará do evento. Nesta edição retratamos diversos artigos técnicos e matérias importantes sobre o cultivo do café, com destaque para as pesquisas do INCAPER, no Espírito Santo, sobre colheita mecânica em áreas inclinadas; e a entrevista da jornalista Marlene Simarelli com Ricardo Teixeira, professor do Centro Universitário da Fundação Octávio Bastos (UNIFEOB) e consultor nas áreas de nutrição e fisiologia vegetal da Tradecorp do Brasil. Abordamos, também, os excelentes resultados da 22ª HORTITEC, com sucesso absoluto de público e de negócios, superando todas as expectativas. Na pecuária leiteira, destaque para o artigo da Embrapa Gado de Leite sobre a Produção de Leite Orgânico Boa Leitura a todos!

FRUTIFERAS

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Cadeia Produtiva do Café se reunirá na 18ª EXPOCAFÉ

DESTAQUE: 18ª EXPOCAFÉ

EDITORIAL

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Régis Ricco Alves, consultor da RR Consultoria reuniu mais de 70 participantes, entre cafeicultores e especialistas em café, e percorreram mais de 1.000km no Sul de Minas Gerais.

Feira supera expectativas, público e negócios

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Por unanimidade, os mais de 450 expositores da HORTITEC confirmaram que a feira foi a melhor feira de negócios em 2015, mesmo que a situação econômica do País mostre o contrário.

Temperaturas altas diminui incidência do HLB em citros

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Estudo do Fundecitrus comprovou que em altas temperaturas a multiplicação da bactéria do Greening (HLB) na planta é menor, reduzindo também a transmissão pelo psilídeo.


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MÁQUINAS

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pós 36 anos do lançamento da primeira colhedora de café do mundo, que possibilitou a mecanização da cultura, a Jacto, seguindo seu pioneirismo, inova novamente e apresenta em 2015 um novo conceito de mecanização, a K 3500: uma máquina de múltiplo uso desenvolvida para trabalhar durante todo o ano realizando as operações de colheita, pulverização e poda. Aproximadamente 35% de todo café consumido no mundo é brasileiro. Esse fato se deve à grande competência do Brasil na produção, amparado por um pacote tecnológico que garante a sustentabilidade do nosso café arábica. Outro fator fundamental para a permanência do Brasil como líder mundial na produção e comercialização do grão é a mecanização, que a partir de agora conta com esta nova colhedora de café, a K 3500, que traz um novo conceito para mecanização das lavouras cafeeiras. Com seu projeto inovador e tecnologias embarcadas que permitem o uso do veículo em diversas operações dentro da cultura cafeeira, a Jacto consolida sua liderança em oferecer soluções para a cafeicultura. O equipamento trata-se de um veículo automotriz no qual é possível acoplar individualmente os sistemas de colheita, pulverização, poda e outros que poderão ser desenvolvidos. Ao se encerrar o ciclo de colheita, o produtor poderá trocar o sistema de colheita pelo sistema de pulverização, por exemplo. A K 3500 foi desenvolvida para trabalhar em plantios tradicionais e também nos plantios adensados com até 2,50 metros entre linhas, garantindo o trabalho do equipamento durante todo o ano, explica Valdir Martins, diretor comercial da Jacto. O módulo colheita conta com um novo sistema de derriça que foi desenvolvido para que equipamento tenha o máximo de desempenho e baixos índices de danos às plantas. Os mesmos são montados sobre um novo sistema de ajuste de abertura que além de facilitar a limpeza, possibilita a rápida adequação do equipamento aos diversos portes de plantas. Conta também com um sistema de ajuste simples que pode aumentar a capacidade de derriça em até 10%. Durante a colheita, o café é armazenado em dois reservatórios de 1.500 litros e podem ser descarregados sem a interrupção da atividade, ou seja, a máquina não pára de colher para descarregar, isto representa maior produtividade com redução de custos com a frota de tratores e carretas. Em fase final de desenvolvimento, estão os sistemas de pulverização e poda. Para o sistema de pulverização o equipamento permite que as aplicações sejam realizadas em duas linhas simultaneamente e com redução de até 50% FOTO: Divulgação JACTO

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Jacto lança K 3500: um novo conceito de mecanização para a cafeicultura brasileira

no volume de calda por hectare, impactando diretamente em aumento do rendimento operacional do equipamento e preservação do meio ambiente. A K 3500 contará também com um sistema de poda, que permite em uma única passada o corte das duas laterais e do topo da planta, com isso o trabalho fica muito mais rápido e preciso. OUTROS BENEFÍCIOS PODEM SER DESTACADOS: • Baixo centro de gravidade, que permite que o equipamento trabalhe em declividades de até 20%; • 02 Reservatórios de 1500 litros com sistema de descarga simultânea, que possibilita a descarga do café colhido e armazenado sem interrupção da operação de colheita oferecendo maior rendimento operacional, redução do tempo em manobras e economia de tratores e carretas; • Novo sistema de direção, menor raio de giro em menor tempo que permite maior agilidade e rapidez nas manobras garantindo maior rendimento operacional e segurança em relevos mais acentuados; • Cabine com ar condicionado, banco com suspensão pneumática, apoio de braço com joystick, display de câmeras e de operações facilidades que axiliam e proporcionam maior conforto para o operador. • Motor eletrônico, que possibilita um controle automático de rotação e demanda de torque proporcionando menor consumo de combustível e menores níveis de emissão de poluentes. • Sistema integrado de diagnostico operacional, que integra todos os módulos funcionais da máquina, dando ao operador maior facilidade no controle das funções ope-


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MÁQUINAS FOTOS: Divulgação JACTO

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contatos CARLOS TOMAZ (thomazvillena@gmail.com) Estudante - Ribeirão Preto (SP). “Sou estudante de curso Técnico em Agropecuária e gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”.

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WALLACE LEMOS FERREIRA (wallace2392@gmail.com) Gestor em Agronegócio - Franca (SP). “Sou proprietário rural, gostaria de fazer o meu cadastro e passar a receber a Revista Attalea Agronegócios”.

racionais, bem como o registro e consulta de importantes parâmetros para melhor otimização e gestão do trabalho. • Facilidade de transporte, pois o equipamento atende todos os limites legais de transporte em rodovias não necessitando de desmontagens. Todos esses benefícios geram ganhos de 33% de economia em relação ao modo de operação tradicional. O projeto inovador da K 3500 resultou em 6 pedidos de patentes. “Patentear as inovações e design do produto protegem um dos patrimônios mais valiosos de nossa organização,

que é o espírito inovador na busca de soluções que satisfaçam as necessidades de nossos clientes”, explica Sérgio Sartori Júnior, diretor do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Jacto. “A Jacto, em conjunto com seus clientes e entidades de pesquisas, visualizou para o futuro este novo modelo de mecanização para a cafeicultura, uma necessidade vital para sua sustentabilidade. Reforçamos com esse lançamento que a empresa mantém vivos seus valores de atuar com inovação e o estabelecimento de parcerias, fatores de sucesso para os segmentos de negócio na qual ela participa”, explica Fernando Gonçalves Neto, presidente da Jacto.

CLEITON NOGUEIRA (hidro_terra@hotmail.com) Empresário Agrícola - Pompeu (MG). “Tenho uma loja de irrigação e gostaria de receber a revista”. EVERTON MARTINS (everton.martins@hotmail.com) Engenheiro Agrônomo - São Tomaz de Aquino (MG). “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. HUGO AFONSO DOMINGUETTI (judominguetti_nutry@yahoo.com.br) Cafeicultor - Varginha (MG). “Quero assinar a Revista Attalea Agronegócios”. MARCELO LAURENTI (mlaurenti@agronomo.eng.br) Engenheiro Agrônomo - Batatais (SP). “Sou consultor na região de Altinópolis/SP e Batatais/SP e solicito alteração em meu endereço para continuar recebendo a Revista Attalea Agronegócios”. WANDERLEY HENRIQUE MENDONÇA Horticultor - Itaúna (MG). “Conheci a Revista Attalea Agronegócios na Hortitec e gostaria de assinar”. ANTONIO GILBERTO SILVEIRA Produtor Rural - Franca (SP). “Sou proprietário da Fazenda Santa Tereza e gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”.

QUER ASSINAR?

Para assinar a Revista Attalea Agronegócios, acesse o nosso site: www.revistadeagronegocios.com.br e preencha corretamente as informações na aba Fale Conosco ou envie email para revista@revistadeagronegocios.com.br


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POLÍTICA AGRÍCOLA

DILMA LANÇA NOVO PLANO CAIXA OFERTA R$ 10 BI EM MAPA CRIA GRUPO PARA AGRÍCOLA E PECUÁRIO CRÉDITO RURAL 2015/16 AVALIAR LEI AGRICOLA

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O Governo Federal e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estão destinando mais de R$ 180 bilhões em crédito para o campo (aumento de 20% nos volumes de recursos em relação à safra anterior), por meio do Plano Agrícola e Pecuário 2015/2016. O Plano garante um volume ainda maior de recursos que nos anos anteriores, com especial atenção ao custeio e à comercialização da safra e ao fortalecimento do médio produtor rural. São investimentos estratégicos para que o País possa continuar aumentando a sua produção e garantindo a oferta de alimentos de qualidade, com preço justo, para todos. Este volume define que, para cada R$ 1 investido na agropecuária gera R$ 3,03 de valor adicionado. INF.: www. planalto.gov.br

A Caixa pretende ofertar R$ 10 bilhões de recursos controlados (a juros menores do que os praticados no mercado) na próxima temporada (2015/16), que começa oficialmente em julho. No atual ciclo, já foram contratados 77% de um montante total de R$ 6 bilhões que a Caixa reservou para liberar no ciclo 2014/15 (de julho do ano passado a junho deste ano). O banco opera apenas há duas safras com crédito rural. Os R$ 10 bilhões previstos para 2015/16 farão parte do próximo Plano Safra, anunciado pela presidente Dilma Rousseff. A que taxas de juros o banco e todo o mercado irão operar na próxima safra agropecuária ainda é um mistério, mas já se cogita patamares em torno de 8,75% e 9% ao ano para as linhas de custeio e comercialização. INF.: www.caixa.gov.br

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) criou um grupo de trabalho para discutir a Lei Plurianual da Produção Agrícola Brasileira (LPAB). Em nota, a pasta informa que a legislação visa estabelecer um planejamento estratégico para o setor agropecuário e vai tratar de temas como política agrícola, financiamento e seguro da produção. Os integrantes têm seis meses para criar um projeto de lei. São integrantes do grupo a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, o secretário de Política Agrícola, André Nassar, o ex-ministro e economista Antonio Delfim Neto, os economistas e doutores Antônio Salazar Brandão, Cláudio Adilson Gonzales e Juliano Assunção, o engenheiro agrônomo e doutor Eliseu Alves e o doutor Elísio Contini. INF.: www.agricultura.gov.br

O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim apresentou, em Votuporanga (SP), o Plano Paulista de Prevenção da influenza Aviária, que contém ações preventivas em relação à doença, que já atingiu e dizimou mais de 46 milhões de aves nos Estados Unidos, prejudicando criadores e a população. A avicultura de corte e postura somadas é a terceira atividade em valor de negócios do agronegócio do Estado. São Paulo tem alojado 230 milhões de aves e a relevância da atividade fez com que a Secretaria de Agricultura em parceria com a Associação Paulista de Avicultura (APA) e a Associação Brasileira de Proteína Animal começasse a promover uma série de ações de prevenção contra a doença. INF.: www.agricultura.sp.gov.br

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) órgão vinculado à SEAPA - Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento fará, a partir de janeiro de 2016, a inspeção e fiscalização da produção de cachaça em Minas Gerais, assim como a de polpa de frutas. Para isso foi assinado, em 5 de junho, protocolo de intenções entre as duas instituições e o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.. Em Minas Gerais há cerca de 750 produtores de cachaça registrados no Ministério da Agricultura. Em contraponto, estima-se que o número de produtores informais possa chegar a 20 mil. “Possibilitar a inclusão desse contingente de produtores no mercado formal é o nosso grande desafio”. INF.: www.agricultura.mg.gov.br

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo por meio do Programa Paulista da Agricultura de Interesse Social (PPAIS) e no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) Estadual iniciou procedimentos para a inserção da Agricultura Orgânica através da construção do Marco Legal para o Setor de Produtos Orgânicos, por meio de sua Câmara Setorial de Agricultura Ecológica. A agricultura orgânica é uma das prioridades tanto do governador Geraldo Alckmin, quanto do secretário de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim. O secretário conhece a parte da Agricultura e também a do Meio Ambiente e está disposto a fazer essa agenda andar. INF.: www.agricultura. sp.gov.br

PLANO DE PREVENÇÃO GOVERNO DE MG ESTIMULA ORGÂNICOS SÃO ESTIMULADOS DA INFLUENZA AVIÁRIA PRODUÇÃO DE CACHAÇA PELO GOVERNO DE SP


CANA DE AÇÚCAR

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MÁQUINAS E VEÍCULOS

FMX E VM: OS MELHORES MF-6711R DYNA-4: TRATOR DAF XF105: PARA CAMINHÕES DA VOLVO DO ANO 2015 NA AGRISHOW TRANSPORTE PESADO 12

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Reconhecida por oferecer os mais robustos e eficientes caminhões vocacionais em todo o mundo, a Volvo mantém sua posição de liderança nos segmentos de construção, mineração, cana-de-açúcar e florestal com os caminhões FMX e modelos da linha VM. O FMX, nas versões de 13 e de 11 litros, consolida a oferta da Volvo para os segmentos da economia que demandam aplicações envolvendo transporte pesado em condições severas. São veículos com alta disponibilidade e baixo custo de manutenção. O FMX 8x4 é oferecido pela Volvo para operações em mineração e construção. Já o FMX 6x4 é bastante indicado nas aplicações de canade-açúcar, em todo o setor sucroalcooleiro, e ainda na área de construção, juntamente com a linha de caminhões VM 6x4. INF.: www.volvogroup.com

A Massey Ferguson foi eleita vencedora do prêmio Trator do Ano 2015, na categoria de 80 a 130 cv, com o modelo MF 6711R Dyna-4. A decisão, anunciada durante a Agrishow 2015, foi do público que reuniu ao todo 25 mil votos e do júri técnico da premiação. “Este prêmio é um reconhecimento do nosso trabalho, empenho e dedicação em oferecer sempre aos produtores rurais o que existe de melhor no mercado, com qualidade, tecnologia avançada, eficiência e rentabilidade operacional”, afirma Bernhard Kiep, Vice-Presidente de Marketing AGCO para a América do Sul. Lançado recentemente no Brasil, o modelo possui transmissão inédita e mais avançada da categoria. São 16x16 velocidades totalmente robotizadas, além de ser equipado com a maior e mais confortável cabine da categoria. INF.: www.massey.com.br

O DAF XF105 é o primeiro modelo da DAF Caminhões produzido no Brasil. Um caminhão para o transporte pesado, de longas distâncias, onde todos os detalhes são valorizados para garantir a melhor rentabilidade para o seu negócio. O resultado é a redução de todos os custos operacionais e de manutenção, combinados com a máxima robustez e desempenho na estrada. O modelo XF105 possui a mais confortável cabine do mercado, com dimensões internas generosas que promovem um ambiente agradável e máximo conforto para o motorista. Além disto possui: limitador de velocidade, controle de cruzeiro e ajuste do piloto automático; painel de instrumentos com ampla tela central; coluna de direção ajustável e alavanca do freio da carreta de fácil acesso. INF.: www.dafcaminhoes. com.br

A Ford Caminhões, líder de vendas do “Pronaf – Mais Alimentos”, anunciou a disponibilidade de mais um modelo de caminhão para este programa de investimento em agricultura familiar. Agora, a empresa habilitou o Cargo 1319, que já contava com a oferta do Cargo 816 da linha de leves da marca. Com mais de 3.000 unidades fornecidas para o programa desde a sua criação, a Ford Caminhões oferece condições para o agricultor familiar adquirir seu caminhão. Ele prevê a aquisição de equipamentos para projetos associados a todas as culturas e atividades agropecuárias. O limite de crédito é de R$ 150 mil por ano agrícola, limitado a R$ 300 mil no total, que podem ser pagos em até dez anos, com até três anos de carência e juros de 2% ao ano. . INF.: www.fordcaminhoes.com.br

A fabricante de tratores italiana Landini inaugurou este mês sua primeira fábrica no Brasil, em Contagem (MG). A produção da fábrica focará seus serviços em máquinas maiores, de 100 a 200 cavalos. A empresa quer se destacar com tratores grandes e potentes, diferente da maioria das outras empresas no Brasil que produz máquinas entre 50 e 100 cavalos. A Landini chega com um grande diferencial no Estado de Minas Gerais e que três fatores foram importantes: a importação de peças da Itália gera necessidade de proximidade com os grandes portos brasileiros; mercado consumidor de máquinas grandes (localizado no Centro-Oeste do país); e por Minas ser um Estado repleto de fornecedores italianos como a Fiat, por exemplo. INF.: www. landinibrasil.com.br

A Mercedes-Benz foi a grande vencedora do “Prêmio REI 2015 – Reconhecimento à Excelência e Inovação”, uma iniciativa da empresa de comunicação Automotive Business, especializada no setor automotivo. Das 13 categorias, a Mercedes-Benz venceu quatro.O Prêmio REI é resultado de votação entre os leitores das publicações da Automotive Business e também de participantes de seus fóruns promovidos este ano. Produzido em Juiz de Fora (MG), com acesso a 100% das condições do Finame, o Actros 2646 6x4 é a melhor e mais rentável opção para o transporte rodoviário de longas distâncias. É o único da categoria a oferecer cabina com piso totalmente plano, assegurando bemestar durante o trabalho e nas noites de descanso. INF.: www.mercedes-benz.com.br

FORD CARGO É INCLUÍDO LANDINI INAUGURA PRIMEIRA ACTROS MERCEDES-BENZ VENCE PRÊMIO REI 2015 NO “MAIS ALIMENTOS” FÁBRICA NO BRASIL


EMPRESAS

WIP BRASIL: consultoria e assessoria em agronegócio e importação/exportação

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FOTOS: Divulgação

WIP BRASIL, agora atendendo na Alta Mogiana, tem como proposta contribuir e auxiliar empresários e produtores rurais que almejam ingressar no mercado internacional de forma direta, além de expandir ou analisar as operações atuais. Formada pelos sócios Roger Necchi, Rodrigo Menezes e Roberson Necchi, a empresa é especializada em consultoria e assessoria, atuante no mercado Internacional (Importação/ Roberson Necchi, Rodrigo Menezes e Roger Necchi: Equipe WIP BRASIL. Exportação) e no Agronegócio.“Nosso foco é viabilizar aos clientes maior competitividade no merh) - Montagem de equipe para cada setor: Departacado, analisando e otimização os custos operacionais, bus- mento Comercial, Unidades de Beneficiamento; cando sempre melhores oportunidades de negócios e maior i) - Treinamento em manejo de terreiro, secador, tulha retorno do investimento”, afirma Rodrigo Menezes. e benefício. No tocante ao Agronegócio, a WIP BRASIL tem por especialidade: a) - Orientação na colheita, preparo e pós-colheita (tulhas, análise física e sensorial de amostras com elaboração de ligas (para cafés verdes); b) - Preparo de lotes de café desde a colheita - elaboração de lotes de cafés específicos para mercado interno e externo; c) - Identificação de diversos fatores que determinam a qualidade do café; d) - Acompanhamento e orientação ao produtor nos procedimentos da colheita e da pós-colheita; e) - Acompanhamento da safra e organizando para formação de lotes para uma comercialização mais pontual; f) - Laudos de Classificação - BSCA e COB; g) - Avaliação e aproveitamento das estruturas existentes em cada propriedade;

Já na Consultoria em Importação/Exportação, a WIP BRASIL oferece: a) - Habilitação da empresa para Exportar ou Importar (Radar); b) - Análise dos processos de importação e exportação – redução de custos; c) - Desenvolvimento de fornecedores internacionais - Importação; d) - Prospecção, Fomento e Comercialização Internacional para Exportação; e) - Assessoria com Despacho Aduaneiro, transporte internacional para Importação e Exportação; f) - Treinamentos; g) - Assessoria e acompanhamento em viagens de negócios internacionais; h) - Consultoria e Assessoria para coordenação e participação em feiras internacionais.

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LEITE

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Carlos Renato Tavares de Castro1, Maria de Fátima Ávila Pires1 e Luiz J. Aroeira2

eite orgânico é o produto da pecuária leiteira orgânica, que se baseia nas premissas de ser uma exploração economicamente viável, ecologicamente correta e socialmente justa. Nesse tipo de exploração, além de os animais serem criados de forma saudável, sem a utilização de antibióticos, hormônios, vermífugos, promotores de crescimento, estimulantes de apetite, uréia e demais aditivos não autorizados, é necessário que o pecuarista esteja compromissado com a preservação ambiental e proporcione adequadas condições de trabalho aos seus empregados, sempre visando a excelência do produto a ser obtido. O leite orgânico difere daquele obtido na pecuária convencional por não conter resíduos químicos de qualquer espécie, possuindo mesmo sabor e valor nutritivo, podendo ser consumido puro, sob a forma de lactoderivados ou incorporado a outros produtos alimentícios. Embora sua produção não seja direcionada a um público específico, seus consumidores são, em geral, bem informados, possuem consciência ecológica e buscam a qualidade dos alimentos. Esse tipo de leite possui valor agregado e, conseqüentemente, custo final mais elevado, restringindo seu consumo diário a uma parcela da população com maior poder aquisitivo. Existe uma tendência de mudança deste cenário a partir da disponibilização de tecnologias que irão contribuir para redução no custo de produção, aumento da oferta do produto no mercado e consequentemente redução do preço do leite orgânico nas prateleiras. O sistema orgânico de produção não é caracterizado somente pela troca de insumos químicos por insumos orgânicos, biológicos e ecológicos, visto o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) estabelecer uma

AUTORES

1 - Pesquisadores da EMBRAPA Gado de Leite (Juiz de Fora/MG). Emails: castro@cnpgl.embrapa.br e fatinha@cnpgl.embrapa.br 2 - Professor aposentado da EMBRAPA Gado de Leite (Juiz de Fora/MG). Email: ljmaroeira@yahoo.com.br

FOTOS: Divulgação

A produção de leite orgânico

série de procedimentos para que o leite de uma propriedade seja considerado orgânico. Tais procedimentos regulamentam a alimentação do rebanho, instalações e manejo, escolha de animais, sanidade e até o processamento e empacotamento do leite. Embora o MAPA determine as normas para a produção orgânica, há necessidade de certificação desses produtos por meio de empresas específicas, de reputação ilibada, que conferem um selo ao produto, atestando-o como sendo orgânico. A Instrução Normativa 007/1999, de 17/05/1999, dispõe detalhadamente sobre as normas de produção, tipificação, processamento, envase, distribuição, identificação e certificação da qualidade para os produtos orgânicos de origem vegetal e animal, na qual são detalhadas as etapas de conversão e transição das propriedades rurais que os produzem. Há diversas certificadoras no Brasil e seus endereços podem ser obtidos na Internet em sites relacionados à produção orgânica de alimentos. O selo de certificação de um alimento orgânico fornece ao consumidor muito mais do que a certeza de estar adquirindo um produto isento de contaminação química, garantindo, também, que esse é resultante de uma atividade agropecuária capaz de assegurar a manutenção e sustentabilidade do ambiente natural, proporcionando qualidade de vida para quem vive no campo e nas cidades. Assim, o selo que certifica um produto como sendo “orgânico” é o símbolo não apenas de produtos isolados, mas também de processos mais ecológicos para se produzir alimentos. A Embrapa Gado de Leite, embora não produza leite orgânico, vem desenvolvendo ações que enfocam dois temas prioritários nas pesquisas concernentes à sua produção: a alimentação e o controle sanitário do rebanho. Em um sistema de produção de leite orgânico, como em qualquer sistema pecuário, recomenda-se que a alimentação dos animais seja equilibrada e supra todas as suas necessidades. Entretanto, de acordo com as exigências das Certificadoras, 85% da matéria seca consumida pelo rebanho deve ser de origem orgânica e para tanto se recomenda que seja feito, na propriedade, o consórcio de gramíneas e leguminosas na pastagem, incentivando a diversificação de espécies vegetais. Sugere-se a implantação de sistemas agrofloretais


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(silvipastoris ou agrossilvipastoris), nos quais leguminosas arbóreas e/ou arbustivas, fixadoras de nitrogênio, sejam associadas a cultivos agrícolas ou pastagens. Recomenda-se que a área da propriedade destinada à pecuária seja mantida, alternadamente, com pastagem ou com cultivos e ainda que sejam cultivados bancos de proteínas, cercas vivas e outras alternativas para a produção de forragem. Os sistemas silvipastoris são imprescindíveis em um sistema orgânico de produção de leite, possibilitando a correta alimentação do rebanho, e viabilizando a aplicação dos princípios de respeito e conservação da natureza, em conformidade com a legislação vigente. As árvores propiciam sombra para o gado, contribuindo para o conforto animal, além de auxiliarem na conservação do solo, evitando erosões. Os sistemas silvipastoris multiestrato, que abrigam na mesma área árvores, arbustos, gramíneas e leguminosas rasteiras, proporcionam alternativas de alimentação para os animais durante o ano inteiro, com a vantagem adicional de a sombra das árvores possibilitar a produção de forragem de melhor qualidade durante a época seca do ano. São recomendadas pastagens mistas de gramíneas, leguminosas e outras plantas, buscando maximizar a biodiversidade e evitando-se as monoculturas de forrageiras. As pastagens devem ser manejadas, preferencialmente, de forma rotativa, com divisão de piquetes, visando manter o solo coberto e evitando o pisoteio excessivo, adotando-se, sempre que possível, o rodízio de animais que possuam exigências e hábitos alimentares diferenciados (bovinos, eqüinos, ovinos, caprinos e aves). As queimadas regulares, a superlotação dos pastos, o uso de agrotóxicos e a adubação mineral de alta concentração e solubilidade, como a uréia, sulfato de amônia, superfosfatos e cloreto de sódio, são proibidos. No entanto a legislação permite o uso eventual de sulfato de potássio e recomenda a prática da calagem, a aplicação de fertilizantes orgânicos, estercos, desde que oriundos de exploração orgânica, adubação verde, incorporação de restos culturais, cascas e cinzas. O controle sanitário do rebanho leiteiro orgânico deve se basear no uso de produtos homeopáticos, fitoterápicos e na acupuntura, sendo obrigatórias as vacinas previstas na legislação e recomendadas a administração daquelas que visam ao controle das doenças mais comuns em cada região. A adoção de estratégias de manejo do ambiente possibilita reduzir o nível de infestações por carrapatos, uma vez que 95% desses ácaros em uma propriedade se encontram nas pastagens, possibilitando controle mais eficiente com menor número de tratamentos. Dentre as medidas mais eficazes, destacam-se o rodízio de pastagens com descanso de pelo menos 30 dias por piquete e a concentração das medidas de tratamentos nos meses mais quentes do ano, período desfavorável ao desenvolvimento do carrapato. A escolha de animais mestiços para compor o rebanho também contribui para elevar a eficiência do controle, uma vez que os bovinos com maior grau de sangue indiano são mais resistentes a endo e ectoparasitas. Esta resistência é potencializada quando os animais são mantidos em perfeitas condições de saúde, com alimentação adequada e em ambiente higienizado.

FOTOS: Divulgação

LEITE

O mercado já dispõe de alguns produtos homeopáticos e também de fitoterápicos para o controle de carrapatos, destacando-se o extrato de eucalipto e a rotenona (substância derivada da raiz do timbó) como os mais promissores. Uma vacina produzida no Brasil está em fase de finalização de testes e a expectativa é de que em breve esteja disponível para os produtores. O controle biológico dos carrapatos por fungos e nematóides também está sendo pesquisado e será uma alternativa viável em um futuro próximo. O controle das mastites, independentemente do medicamento utilizado, deve ser sempre acompanhado das medidas preventivas usuais de forma a garantir a eficácia do tratamento. Há uma série de medidas curativas como homeopatia, terapia do barro e fitoterapia que podem ser usadas como tratamento alternativo aos antibióticos embora, em muitos casos, ainda careçam de comprovação científica. Algumas ervas medicinais como a camomila, tansagem, babosa (espécie não tóxica para os animais), dentre outras, são recomendadas para o tratamento da mastite, bem como o tratamento adjuvante com massagem do úbere utilizando pomadas de própolis, tansagem e/ou belladona. Para antes e após ordenha recomenda-se a solução de iodo glicerinado + linhaça. A homeopatia está se tornando a principal terapia nos sistemas orgânicos de produção de leite e pesquisas estão sendo realizadas no sentido de comprovar a eficiência dos tratamentos homeopáticos. Embora o leite orgânico constitua um promissor subnicho de mercado, com crescimento anual de 30%, ainda é um produto raro e de insignificante produção frente aos 25 bilhões* de litros de leite convencional produzidos no país em 2006. A despeito das iniciativas isoladas, a produção de leite orgânico no Brasil ainda é incipiente, fato que aliado ao pouco interesse das empresas receptoras em processá-lo explicam o baixo volume oferecido à população. Ainda é muito reduzido o número de propriedades que exploram a pecuária leiteira orgânica certificada, havendo produção nas regiões Sul (Sítio Pé da Serra, em Novo Hamburgo – RS), Sudeste (Sítio Jatobá, em Ouro Fino – MG; Sítio Caipirinha, em Botucatu – SP; Fazenda Vale das Palmeiras, em Teresópolis – RJ), Nordeste (Fazenda Acauã, em Nossa Senhora da Glória – SE; Fazenda Tamanduá, em Patos – PB; Fazenda Timbauba, em Cacimbinhas – AL), além de alguns poucos laticínios certificados (Laticínios Taigor, em Uberaba – MG; Laticínio Valle D´oro, em Registro – SP; Mocó Agropecuária Ltda, em Patos - PB)


LEITE

Vaca ‘Bandeira’ bate novo recorde mundial

Recorde de 77,566 kg em média foi registrado em torneio leiteiro na Expoagro, em Franca (SP) Carlos Arantes Corrêa

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Alexandre Ferreira (prefeito de Franca/SP) premia a criadora Maria Tereza Lemos Costa Calil pela brilhante conquista, também compartilhada pelo trabalho do zootecnista Glayk Humberto Vilela, do filho Júlio Calil e dos tratadores Diego Alemão e Isaias Araújo (Cascão).

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FOTOS; Fazenda Paraíso

a tarde do dia 28 de maio, no encerramento do 7º Torneio Leiteiro da Raça Gir Leiteiro, durante a 46ª EXPOAGRO - Exposição Agropecuária de Franca (SP), a pecuária leiteira nacional viveu um momento histórico. Realizada no Parque de Exposições “Fernando Costa” desde 1953, o evento entrou definitivamente para a história da pecuária leiteira mundial ao reconhecer o recorde mundial de produção de leite de uma vaca Gir Leiteiro, com produção média de 77,566 kg de leite por dia. A performance foi obtida pela vaca “Bandeira” (Jaguar TE do Gavião x Azaleia), de propriedade do condomínio formado pelos criadores Maria Tereza Lemos Costa Calil (Fazenda Paraíso, Franca/SP), Mila Carvalho Campos (Fazenda Recreio, São José de Ubá/RJ) e Eduardo da Costa. “Bandeira” passa a ser a vaca zebuína mais produtiva do Mundo. “Agradeço a toda a minha equipe de trabalho e também à ABCGIL - Associação Brasileira dos Criadores de Gado Gir Leiteiro, por tudo que eles desenvolvem em prol da raça. É um acontecimento que orgulha todo nosso País”, disse emocionada a criadora. A vaca vem registrando recorde sucessivamente. Em 2012, na cidade de Passos (MG), “Bandeira” ganhou o torneio leiteiro na categoria vaca Jovem. Mas foi no ano de 2013 que ela se revelou uma grande produtora de leite e conquistou dois recortes mundiais seguidos. O primeiro, na exposição de Goiânia (GO), com média de 56,567 quilos de leite e, em seguida, na 6ª Exposição Internacional do Gir Leiteiro – INTERLÁCTEA 2013, em Avaré (SP), com a espetacular produção de 63,200 kg de leite.

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A vaca Bandeira, recordista mundial de produção leiteira na raça Gir Leiteiro


LEITE

O impacto do bSTr na produção de leite 18

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Glayk Humberto Vilela Barbosa1 e Vânia Mirele Ferreira Carrijo2

s pesquisas com somatotropina iniciaram-se entre 1920-1930 quando foi observado que o extrato da hipófise afetava o desempenho animal e a produção de leite. Durante a década de 1940 cientistas britânicos conduziram vários estudos objetivando aumentar a produção em função da alta demanda de alimentos causada pela 2a Guerra Mundial, mas FIGURA 1: Representação do aumento da produção de leite e da persistência na lactação provocado pelo uso do BSTr. Fonte: CAMPOS et.al., (2010). a difícil obtenção do extrato devido à necessidade de retirada da hipófise em abatedouros limitava sua utilização (BAUMAN E CURRIE, 1980). 1980). A partir da década de 80, com a técnica do DNA recomA somatotropina afeta direta ou indiretamente a lactabinante foi possível a produção em larga escala (ETHERTON ção, crescimento e reprodução e como coordena e controla E BAUMAN, 1998), hoje os produtos disponíveis no mer- o metabolismo para dar suporte a um determinado estado cado são provenientes de moléculas sintéticas de somato- fisiológico pode ser definida como hormônio homeorrético tropina bovina, produzidas por essa técnica, e denominados (BAUMAN E CURRIE, 1980). Tem ação em vários tecidos somatotropina bovina recombinante ou bSTr. e órgãos, mas os eventos coordenados no tecido adiposo e A somatotropina é um hormônio proteico produzido fígado parecem ser os mais importantes durante o redirecioe secretado pela hipófise humana e animal, possui ação bio- namento dos nutrientes para a lactação (LUCY et al., 2001). lógica diversa, afetando o metabolismo de vários nutrientes. Para ser efetivo o hormônio proteico precisa ser adEm razão do seu efeito sobre crescimento, também é de- ministrado de forma injetável, uma vez que se ingerido será nominada hormônio de crescimento (BAUMAN E CURRIE, degradado pelas enzimas digestivas em peptídeos e aminoácidos, assim como qualquer outra proteína de origem AUTORES dietética, perdendo sua atividade hormonal. Diferente de 1 - Zootecnista, B.Sc. Mestrando em Produção Animal Sustentável pelo hormônios esteroides que possuem a capacidade de penetrar Instituto de Zootecnia. Jurado Efetivo de Raças Zebuínas e Assessor de na célula para ativar a resposta biológica, os hormônios proPecuária Leiteira. Email: glaykhumbertovilela@yahoo.com.br teicos precisam se ligar a um receptor na superfície celular 2 - Médica Veterinária, M.Sc. Produção Animal Sustentável pelo Instituto de Zootecnia. Docente do Centro Paula Souza. Atua na área de sanidade, (BAUMAN, 1992). escrituração zootécnica e biotecnologia da reprodução. Os produtos disponíveis contém 500mg de somatotropina (35,7mg por dia) de liberação lenta e devem ser administrados a cada 14 dias. Essa liberação lenta é necessária devido a rápida remoção do bSTr da corrente circulatória, e por não ser estocado no corpo. O mecanismo de remoção envolve os processos normais de quebra de proteínas em peptídeos e aminoácidos (BAUMAN, 1992). Inúmeras pesquisas em animais da raça Holandês, foram realizadas avaliando a resposta à utilização de bSTr desde sua aprovação em 1994. A recomendação dos laboratórios responsáveis pelo produto é a de que o bSTr deve ser utilizado a partir da 9a semana de lactação, após o pico de produção, em animais sadios e sob boas condições de manejo, principalmente nutricional. A partir desse momento observa-se melhor resposta econômica e maior produção de leite (BAUMAN E COLLIER, 2010). A utilização do bSTr produz duas modificações na curva de lactação aumento imediato na produção, evitando a redução acentuada da produção após o pico, como demonstra a Figura1.


LEITE O aumento em produção de leite comumente observado é 10 a 15% (3 a 5 litros por dia), embora resposta de até 40% já tenham sido relatadas (ETHERTON E BAUMAN, 1998). Essa grande variação pode ser atribuída a fatores como dose de hormônio utilizada, forma de administração, qualidade da dieta, estádio de lactação, ordem de lactação e manejo (MATTOS, 1990). No entanto segundo Peel e Bauman (1987) a qualidade do manejo é o fator de maior importância afetando a magnitude da resposta em produção de leite ao uso do bSTr. Essas modificações na curva aumentam a eficiência produtiva e o retorno econômico, além de reduzir o impacto ambiental devido a necessidade de menos alimento para a produção da mesma quantidade de leite (aproximadamente 12%). Consequentemente é possível reduzir as áreas destinadas à produção de alimentos e ainda reduzir a quantidade de fezes, urina e metano produzidos. Considera-se ainda que com o uso do bSTr seja possível reduzir a emissão de carbono (CAPPER et al., 2008). O uso do BSTr se mostra uma alternativa bastante interessante para a produção leiteira uma vez que ele aumenta a produção de leite e a persistência de lactação sem causar prejuízos nenhum ao animal, alem disso os resíduos desse hormônio que ficam no leite não causam nenhum problema a saúde humana. Mas para que se use este hormônio é necessário que se tenha um bom manejo alimentar dos animais para que as respostas ao uso do hormônio sejam boas. O aumento na produção de leite e eficiência na produção com o uso do bSTr são comprovados por cientistas de todo o mundo. Tendo em vista a boa perspectiva do mercado de leite

atual e a busca pelo aumento da lucratividade dos sistemas de produção de leite, o bSTr é opção para atingir essa meta. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAUMAN, D.E. Bovine somatotropin: review of na emerging animal technology.J Dairy Sci., v.75, p. 34333451, 1992. BAUMAN, D.E; CURRIE, B.W. Partitioning of nutrients during pregnancy and lactation: A review of mechanisms involving homeostasis and homeorhesis. J. Dairy. Sci., v. 65, p.1514-1529, 1980. CAMPOS, B.G; COELHO, S.G; QUINTÃO, A.M.L. et al. Emprego da somatotropina bovina (bSTr) de 500 mg em vacas mestiças Bos taurus x Bos indicus a intervalos de 12 a 14 dias. Hora Vet., v.179, p.13-18, 2010. CAPPER, J.L; CASTAÑEDA-GUITIÉRREZ; CANDY, R.A; BAUMAN, D.E. The environmental impacto f recombinant bovine somatotropin (rbstr) use in dairy production. PNAS, v. 105, p.9668-9673, 2008. ETHERTON, T.D; BAUMAN, D.E. Biology of somatotropin in growth and lactation of domestic animals. Physiological Reviews, v.78, p.745-761, 1998. LUCY, M.C; JIANG, H; KOBAYASHI, Y. Changes in the somatotrophic axis associated with the initiation of lactation. J. Dairy Sci., v.84, Supll. p.113-119, 2001. MATTOS, W. Somatotropina bovina e suas implicações nos processos de secreção do leite. In: SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA. Bovinocultura leiteira. Campinas: FEALQ. p.49-63. 1990. PEEL, C.J; BAUMAN, D.E. Somatotropin and lactation. J. Dairy Sci., v.70, n.2, p.474-486, 1987.

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PECUÁRIA DE CORTE

Com a alta da arroba, o bezerro é um produto muito valorizado em todo o Brasil

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erca de 8% dos bezerros que nascem no País morrem até a desmama; com o animal altamente valorizado é preciso ter estratégias sanitárias e de manejo para evitar tantas perdas, como a vacinação de matrizes antes do parto para combater diarreia neonatal, uma das principais causas. Com o bezerro altamente valorizado no Brasil é preciso reforçar os cuidados para evitar perdas com esses animais. Cerca de 8% do total de bezerros que nasce no Brasil morre até a desmama, o que representa um universo de aproximadamente 4,2 milhões de animais, segundo o Anualpec 2013. Com o animal cotado em média a R$ 1.423,44 (CepeaUSP em 18/5), estima-se que as perdas possam chegar a um prejuízo de R$ 54 bilhões. As principais causas de morte de bezerros são as Clostridioses (doenças causadas por bactérias do gênero Clostridium) e as diarreias neonatais, que acontecem nas primeiras semanas de vida do animal e têm normalmente caráter in-

FOTO: Biogenesis-Bagó

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Diarréias Neonatais comprometem toda a vida produtiva de bezerros

feccioso. Mesmo que não morram em decorrência da diarreia, os bezerros acometidos têm sua vida produtiva totalmente comprometida. “A diarreia neonatal é um dos maiores obstáculos na produção de bezerros, pois, mesmo sendo subavaliada, pode ser causador de uma alta morbidade e uma significativa mortalidade. As infecções iniciais podem causar lesões nos epitélios intestinais e comprometer a absorção de nutrientes ao longo da vida produtiva desses animais. Além disso, a diarreia neonatal gera um aumento significativo no custo de produção devido ao gasto com medicamentos, aumento da mão de obra, perda de desempenho dos animais e mortalidade”, explica o médico veterinário Guilherme Pizzo, coordenador de serviços técnicos da Biogénesis Bagó. “O avanço da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) nos últimos 10 anos propiciou uma intensificação e concentração de nascimentos de bezerros, o que faz aumentar a chance de ocorrências de diarreia neonatal. As estações de nascimento – que são na maior parte do Brasil de junho a outubro – estão cada vez mais desafiadoras pelo grande volume de animais que nascem em um menor período de tempo, bem como com a intensificação da atividade que busca maior produtividade por hectare, consequentemente, concentrando mais animais. Tudo isso exige estratégias para que o produtor não perca os investimentos realizados em tecnologia e consiga evoluir os índices zootécnicos”, ressalta o médico veterinário Lucas Souto, gerente de Serviços Técnicos da Biogénesis Bagó. Uma das saídas para evitar as diarreias em recém nascidos, além do manejo que inclui concentrar os nasci-


RESULTADOS NA PRÁTICA - “Antes de vacinarmos as vacas tínhamos um problema preocupante no rebanho, que era a diarreia, bastante grave por sinal, com perdas significativas”, conta Marco Aurélio Santana, gerente geral da Fazenda Bandeirantes, Cáceres (MT). Há três anos a fazenda começou a vacinar cerca de 500 animais. “No primeiro ano, a redução de diarreia neonatal foi de 80%. Hoje, já são 1.800 cabeças do rebanho vacinadas. Temos todo o controle do uso de medicamentos e pudemos perceber que tivemos redução na uso de antibióticos, perdas de bezerros, o que reflete na diminuição dos prejuízos. Com a vacina está sendo bem visível o resultado, foi praticamente imediata desde a primeira imunização. Estamos extremamente satisfeitos e está sendo muito positivo”, atesta o gerente da fazenda. Estratégia semelhante vem sendo adotada na Fazenda Porto Seguro, de Nova Granada (SP), propriedade referência na comercialização de embriões e touros de elite. “Como nossos produtos são muito valorizados, não podemos correr o risco de perder bezerros. Por isso, vacinamos as receptoras de embriões 30 e 60 dias antes do parto como profilaxia. Houve uma diminuição significativa da ocorrência de diarreia neonatal”, relata o médico veterinário Fabiano Fructuoso, gerente da Fazenda Porto Seguro. “Muitos ainda não se atentaram que se vacinar, economiza e evita de perder os animais. O prejuízo é muito menor fazendo a profilaxia como prevenção. Além disso, é muito importante ter uma equipe bem treinada e preparada para fazer cura do umbigo e cuidar do manejo como um todo”, reforça. É MAIS BARATO PREVENIR DO QUE TRATAR A DIARRÉIA NEONATAL - Uma pesquisa realizada na Universidade Federal de Uberlândia (MG) avaliou os custos com a prevenção e tratamento da diarreia neonatal no sistema de produção de bezerros de corte. Foi analisado um grupo de 200 matrizes da raça Nelore, dentre as quais 100 foram vacinadas 60 e 30 dias antes do parto, e outras 100 não. O grupo de matrizes vacinadas no

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mentos na hora certa, cura correta de umbigo e medicação, garantir que bezerros tenham pelo menos de dois a quatro litros de colostro nas primeiras seis horas de vida e manutenção do piquete maternidade limpo e seco, é a vacinação das matrizes antes do parto. “As vacas devem ser vacinadas durante a gestação 30 e 60 dias antes do parto. Trata-se de uma estratégia prática e eficaz que imuniza a mãe, a qual, por sua vez, passa através do colostro anticorpos para o bezerro, suficientes para protegêlo durante os primeiros três meses de vida. Este é o tempo necessário para que o sistema imunológico do mesmo esteja preparado para defender o organismo dos patógenos presentes no meio ambiente”, afirma Guilherme Pizzo. “De forma geral, nota-se uma redução de quase 65% na ocorrência de diarreias neonatais com o uso dessa estratégia. Mesmo que não elimine completamente a diarreia, a vacinação reduz o grau e a frequência dos episódios”, completa Lucas Souto.

peri-parto apresentou aproximadamente 65% de redução na ocorrência de diarreia neonatal e ausência de mortalidade. A queda na prevalência de diarreia neonatal nos bezerros pertencentes ao lote de vacas vacinadas gerou uma redução de 39.4% nos gastos com medicamentos, mão de obra para tratamento dos animais doentes e manutenção de vacas que perderam bezerros após o nascimento devido à diarreia neonatal, tornando economicamente viável a implantação da vacina contra essa enfermidade no sistema de produção de bezerros de corte. A Biogénesis Bagó é a maior provedora de vacinas contra febre aftosa do continente, tanto que três em cada 10 vacinas antiaftosa aplicadas na América são produzidas pela Biogénesis Bagó. A capacidade anual de produção da empresa é de 200 milhões de doses de vacinas contra febre aftosa, 30 milhões de doses de vacina antirrábica e 100 milhões de doses de vacinas combinadas. Informações: www. biogenesisbago.com


EVENTO

Com mais de 100 expositores, programação da feira conta ainda com dinâmicas de campo.

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aior evento do agronegócio café no Brasil, a 18ª edição da EXPOCAFÉ contará com a presença de mais de 100 expositores e será palco de uma série de novidades em máquinas, implementos agrícolas, acessórios e outros produtos que chegam ao mercado com o objetivo de melhorar a produtividade de cultivo e, claro, a qualidade final deste produto que é marca do Brasil. A feira acontecerá de 1 a 3 de julho, em Três Pontas (MG), e vai receber visitantes de diferentes partes do país, além de países da América Latina, América do Norte e Europa. Líder no mercado de equipamentos para manejo de áreas verdes, a Husqvarna apresentará o primeiro cortador de grama com tração nas quatro rodas do mercado, o HU725AWDH. O equipamento oferece ao operador o máximo de controle e facilidade no manuseio, principalmente em áreas inclinadas, em gramas densas ou em terrenos difíceis. “Estamos apostando fortemente no mercado de cortadores de gramas e por isso decidimos inovar e lançar o primeiro com tração nas quatro rodas, o que torna o equipamento altamente potente e seguro no manuseio. Essa é uma novidade que certamente terá uma grande aceitação no Brasil, pois ele pode ser utilizado nos mais diferentes terrenos com facilidade e segurança”, diz a gerente de Produtos da empresa, Graziela Lourensoni. No estande da Terra Café, a estrela será o modelo R60 FOTO: Link Comunicação

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EXPOCAFÉ 2015 será palco de vários lançamentos para cafeicultores

da LS Tractor, recém-premiado como trator do ano na categoria especiais durante a Agrishow, realizada no final de abril, em Ribeirão Preto (SP). A versão super estreita do modelo se adapta perfeitamente às necessidades da lavoura de café. “Este segmento de mercado estava esperando um trator que fosse dedicado às necessidades da produção de café e é isto que estamos levando para a Expocafé”, diz o diretor comercial e de marketing da LS Tractor, André Rorato. De acordo com o diretor-presidente da COCATREL - Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas, Francisco Miranda de Figueiredo Filho, as novidades apresentadas pelos expositores são o ponto alto da Expocafé, já que o evento reúne todos os elos da cadeia produtiva. “Esta é a melhor oportunidade que os produtores têm de conhecer o que há de mais novo em termos de tecnologia e maquinário disponíveis para melhoria da produção”, afirma. Entre as novidades deste ano, os expositores levarão cortadores de grama, medidores de umidade, sistema de pulverização eletrostático, misturadores, linhas de fertilizantes, adubadeiras, colheitadeiras e pás carregadeiras. É o caso da nova linha Série M de pás carregadeiras que a Marispan Implementos Agrícolas vai apresentar. O produto foi concebido levando em conta as tecnologias de ponta já utilizadas na Europa e Estados Unidos e tem como vantagens a agilidade de desacoplamento e de troca de implementos frontais, além de um design diferenciado e uma estrutura robusta, leve e compacta. Além do estande na feira, a Marispan vai participar de uma das dinâmicas de campo da


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FOTOS: Editora Attalea

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Expocafé, voltada para o setor de manejo. Com 40 anos de atuação no mercado agrícola, a Santa Clara Agrociência mostrará aos produtores sua linha de fertilizantes minerais líquidos com alta concentração de enxofre solúvel em água e produtos em suspensões concentradas com tecnologia de nanopartículas. As formulações são de uso inédito no mundo e a empresa tem as patentes de fabricação e comercialização. CIÊNCIA MÓVEL - No Ciência Móvel, ônibus itinerante transformado em um pequeno laboratório para demonstração de pesquisas, o pesquisador Vicente Carvalho irá repassar informações para controle de doenças recorrentes na cafeicultura: ferrugem, mancha-de-Phoma e cercosporiose. De acordo com o pesquisador, que há 30 anos estuda doenças do cafeeiro, no caso da incidência de ferrugem, o produtor deve-se fazer três perguntas antes de adquirir um produto para controle: “a carga da minha lavoura este ano é alta, ou seja, o pé está carregado de café? O sistema de cultivo é adensado? E qual a incidência de ferrugem?”, indaga. Vicente irá explicar como fazer o monitoramento do talhão e apresentar alternativas de prevenção e controle. “O cafeicultor já tem, por exemplo, acesso à cultivares de café resistentes à ferrugem, indicadas para cultivo consorciado com arbóreas”. De acordo com o presidente da EPAMIG, Rui Verneque, a Expocafé é uma vitrine da pesquisa em cafei-

cultura. “Além de conhecerem lançamento em máquinas e equipamentos, os cafeicultores podem visitar as lavouras do Campo Experimental e ter acesso à tecnologias desenvolvidas pela pesquisa agropecuária mineira ao longo de 40 anos”, ressalta. MINI-CURSOS - Novas cultivares para produção de cafés especiais e degustações comentadas de vinho e azeite serão temas dos minicursos realizados no estande da EPAMIG durante a 18ª Expocafé. O pesquisador da EPAMIG Marcelo Malta irá apresentar as principais características agronômicas de algumas cultivares de café lançadas pelas EPAMIG como “Catiguás MG1” e “MG2”, “Araponga” e “Paraíso 2”. Os participantes poderão ainda degustar cafés especiais de algumas dessas cultivares. DINÂMICAS DE CAMPO - Além da feira com exposição de produtos e serviços focados no agronegócio café, a Expocafé 2015 terá dinâmicas de campo coordenadas pela equipe técnica da EPAMIG - Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais que oferecem aos visitantes a oportunidade de acompanhar o funcionamento de máquinas e implementos. “Nas estações de campo é possível saber mais sobre as máquinas e conhecer novas cultivares de café, além de materiais genéticos que estão em fase experimental e são resultantes do Programa de Melhoramento Genético do Cafeeiro da EPAMIG”, explica o presidente da Empresa, Rui da


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Silva Verneque. A participação nas dinâmicas é gratuita e as inscrições podem ser feitas no estande da EPAMIG durante o evento. LOCAL: Campo Experimental da EPAMIG, na MG 167, em Três Pontas (MG) DATA: 1 de julho, das 13h às 17h DATA: 2 de julho, das 9h às 13h DATA: 3 de julho, das 9h às 13h PARTICIPAÇÃO: gratuita INSCRIÇÕES: no estande da EPAMIG 6º SIMPÓSIO DE MECANIZAÇÃO DA LAVOURA

CAFEEIRA - Antecedendo a Expocafé 2015, o Campo Experimental da EPAMIG recebe em sua tenda de eventos, no dia 30 de junho, o 6º Simpósio de Mecanização da Lavoura Cafeeira, que reúne pesquisadores, professores universitários, técnicos e cafeicultores de diversos estados brasileiros e representa oportunidade para intercâmbio de informações sobre tecnologia e produção mecanizada. LOCAL: tenda de eventos do Campo Experimental da EPAMIG, na MG 167, em Três Pontas (MG) DATA: 30.06.2015 HORÁRIO: 8h às 18h ENTRADA: Gratuita


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colheita mecânica dos cafés conilon e arábica já avança em diversas partes do país. No Espírito Santo, o INCAPER - Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural tem trabalhado, em parceria com diversas instituições, para o desenvolvimento de máquinas acessíveis aos pequenos e médios produtores para a colheita mecanizada do conilon em áreas planas. No entanto, novas pesquisas começam a ser desenvolvidas para a colheita mecânica em áreas inclinadas, tanto de café conilon quanto de arábica. Para o pesquisador do INCAPER, José Antônio Lani, o desenvolvimento de máquinas para a realização da colheita mecânica de lavouras em áreas com grande declive é um grande desafio. “No experimento que será instalado em uma propriedade rural no município de Brejetuba (ES), serão avaliadas as

FOTO: incaper

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INCAPER inicia pesquisas sobre colheita mecânica de café conilon e arábica em áreas inclinadas

ES recebe evento mundial sobre Cafés Especiais

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edição de 2015 do Let’s Talk Coffee, um encontro mundial promovido pela importadora de cafés especiais Sustainable Harvest, será realizada no Brasil. Entre os dias 10 e 14 de setembro, a cidade de Guarapari (ES), receberá interessados em conquistar parcerias de negócios, participar de degustações e aprender mais sobre o mercado nacional do grão. Esta é a primeira vez que o Let’s Talk Coffee acontece em solo verde-e-amarelo. Os painéis de debate devem focar na produção nacional de cafés especiais, discutindo nossos métodos, tecnologia e inovações. Após a recepção em 10 de setembro, os dois dias seguintes serão dedicados ao estudo do mercado. Em seguida, os participantes irão conhecer uma fazenda no Espírito Santo, que produz as espécies Arábica e Robusta. Os interessados em participar devem se inscrever no site oficial do evento. O valor é de US$ 750 para brasileiros, o que garante o passeio na fazenda e todas as atividades do programa. Hospedagem e alimentação não estão inclusos. Uma excelente notícia para os brasileiros interessados em saber mais sobre o mercado de cafés especiais! (FONTE: Mexido de Ideias/Marina Oliveira).

perdas de solo e água, a produtividade e os custos de colheita. O direcionamento da pesquisa terá como preocupação principal a não ocorrência de erosão do solo. O sistema de plantio atual, em curvas de nível, será comparado com um sistema sentido morro acima, em que os espaçamentos entre as plantas serão mais adensados e a vegetação nativa será controlada somente com roçadas, isto é, não será capinada e nem será aplicado herbicida”, detalhou Lani. O experimento que será instalado em Brejetuba terá como base a máquina recolhedora da lona, já testada para o conilon em áreas planas. Esse equipamento, em áreas de grande declive, trabalhará nos carreadores, recolhendo a lona com os galhos, folhas e grãos do café. O equipamento irá trilhar e transportar os grãos para o depósito que fica na parte superior da máquina, que despejará o produtopara uma carroça ou caminhão basculante, que, por sua vez, irá transportar os grãos para o descascador ou secador. “O colhedor de café, com o auxílio de uma foicinha de cabo curto ou facão, vai retirar os ramos com os grãos da parte de baixo daplanta, jogando-os sobre a lona. Também haverá a retirada dos grãos dos ramos que ficarão na planta, os quais também serão colocados sobre a lona. Em plantas em que os grãos estão muito altos, dificultando a colheita, e que seja necessária a recepa, ou seja, a poda drástica da planta para renovação do cafeeiro, o colhedor corta os galhos com os grãos, depositando-os sobre a lona, que ficará localizada nas entrelinhas das plantas”, disse Lani. Ele complementou dizendo que as lonas usadas na colheita mecânica poderão ser de sombrite 100%, de 2 ou 3 metros de largura e de 40 a 60 metros de comprimento.


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pós um ano da criação do Fundo de Crédito Presumido de ICMS, criado na AGE de 2014, a Cocapec consegue reaver mais de R$ 8 milhões para os cooperados mineiros, referente ao tributo que incide sobre a comercialização de café cru das suas unidades no Estado de Minas Gerais. O Crédito foi recuperado pela cooperativa através da aquisição de 50 caminhões da marca Iveco, e alguns cooperados já receberam os veículos. As entregas começaram no final de maio, todos emplacados e com seguro. O primeiro a receber as chaves foi Antônio Borges Campos Júnior, de Capetinga (MG). Segundo ele o veículo auxiliará bastante nos trabalhos da propriedade. “Vou utilizar Mamede de Oliveira Rodrigues, Ibiraci (MG), recebe as chaves do presidente Maurício Miarelli e da para transportar meus maquinários, coordenadora do núcleo da cidade Mara Rúbia Silva. principalmente as varredeiras. Tenho duas propriedades e o caminhão vai facilitar o deslocamento exemplo de honestidade e transparência, isso mostra que o de todo este material”. O cooperado disse ainda que é a pri- cooperado é realmente importante para a Cocapec”. meira vez que vê uma cooperativa repassar o tributo recuOutro associado de Claraval (MG), Rogério de Freitas perado para o associado. “Até agora não vi nenhuma outra Cintra ficou bastante satisfeito em recuperar o crédito, no cooperativa da nossa região que tenha devolvido o ICMS, e caso ele utilizará o veículo em várias atividades na fazenda. a Cocapec fez isso para nós, ela está do lado do produtor”. “Vou transportar o cafés, adubos e outras coisas na minha Esta avaliação também foi feita pelo associado de Ibiraci (MG) propriedade, o caminhão vai me ajudar bastante”. Mamede de Oliveira Rodrigues, “a cooperativa deu um bom Vale lembrar que por determinação do processo, os caminhões deverão ficar no nome da cooperativa por um ano. Após este período ele será transferido para o cooperado. FOTOS: Divulgação COCAPEC

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ICMS Mineiro: COCAPEC inicia entrega dos caminhões

O vice-presidente da Cocapec Carlos Sato teve a honra de entregar o 1º caminhão a Antônio Borges Campos Júnior, de Capetinga (MG).

O cooperado Rogério de Freitas Cintra é um dos primeiros a adquirir o caminhão em Claraval (MG).


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Resolução de ajustes nas normas do FUNCAFÉ foi publicada no Diário Oficial

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oi publicada no último dia 2 de junho de 2015 no Diário Oficial da União, a Resolução BACEN nº 4.414 dispõe sobre ajustes nas normas de financiamento com recursos do FUNCAFÉ - Fundo de Defesa da Economia Cafeeira a partir da Safra 2015/2016. Sobre os encargos financeiros, a nova redação traz alteração na alínea “c” do Manual de Crédito Rural 9-1, que passa a vigorar da seguinte maneira: “c) encargos financeiros, para as operações contratadas a partir de 1º/7/2015: I - taxa efetiva de juros de 8,75% a.a., observado o disposto no inciso II; II - taxa efetiva de juros de 10,5% a.a. (dez inteiros e cinco décimos por cento ao ano) para operações de que tratam o MCR 9-4 e MCR 9-6;” A remuneração da instituição financeira (spread) foi mantida em 4,5% a.a. Em relação à distribuição dos recursos do Funcafé, o Governo atendeu à orientação do Comitê Diretor de Planejamento Estratégico do Café (CDPE) do Conselho Delibera-

tivo da Política do Café (CDPC), conforme disposto abaixo: a) - operações de Custeio (MCR 9-2): até R$ 950 milhões de reais; b) - operações de Estocagem (MCR 9-3): até R$ 1 bilhão e 506 milhões de reais; c) - Financiamento para Aquisição de Café - FAC (MCR 9-4): até R$ 750 milhões de reais; d) - Financiamento de Contratos de Opções e de Mercados Futuros (MCR 9-5): até R$ 10 milhões de reais; e) - Financiamento para Recuperação de Cafezais Danificados (MCR 9-7): até R$ 20 milhões de reais; f) - Financiamento de Capital de Giro para Indústrias de Café Solúvel e de Torrefação de Café (MCR 9-6): I - indústrias de café solúvel: até R$ 200 milhões de reais; II - indústrias de torrefação de café: até R$ 300 milhões de reais; III - cooperativas de produção: até R$ 400 milhões de reais.” A resolução entrará em vigor no dia 1º de julho de 2015.

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CAFÉS ESPECIAIS

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onquistas importantes e bons momentos devem ser celebrados. Foi com esta idéia em mente que no último dia 26 de maio de 2015 comemorou-se a entrega dos primeiros Selos de Origem e Qualidade da Região da Alta Mogiana a serem impressos. A celebração ocorreu durante o evento de lançamento da nova edição do livro ‘Guia do Barista’, de Edgard Bressani, na Octavio Café em São Paulo (SP). Os lotes certificados foram da O’ Coffee Brazilian Estates, da produtora Alaíde Cristina Ulson Barbosa Quércia e da Labareda Agropecuária, do produtor Gabriel Afonso Mei Alves de Oliveira e Flávia Olivito Lancha Alves de Oliveira. Os produtores escolhidos são fundadores e ex-presidentes da AMSC - Alta Mogiana Specialty Coffees (AMSC). “Eles tiveram uma atuação muito importante para a conquista da Indicação de Procedência. Foi uma forma de homenagear e retribuir o que fizeram pela cafeicultura da Alta Mogiana”, afirma Gabriel Borges, Gestor da AMSC. O Selo de Origem e Qualidade da Região da Alta Mogiana está disponível a todos os cafeicultores da região, mediante o atendimento dos critérios para a sua solicitação – disponíveis no site da Associação (www.amsc.com.br). Ao identificar sua sacaria com o Selo, o produtor estará participando e contribuindo com o desenvolvimento da

FOTOS: Divulgação AMSC

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Entregues os primeiros Selos de Origem e Qualidade da Região da Alta Mogiana

cafeicultura da Região da Alta Mogiana, valorizando a sua origem e o seu café. QUALIDADE DO CAFÉ EM FOCO - Nos últimos dias 20 e 21 de maio, a AMSC - Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana, em parceria com a CATI Franca e o Escritório Regional de Franca do Sebrae-SP, realizou em Pedregulho (SP) (Sítio Sobradinho, do produtor Joaquim Ferreira Coelho) e Ribeirão Corrente (SP) (Sítio São João Salgadinho, do produtor João Carlos Vissoso), respectivamente, dias de campo para abordar com cafeicultores conceitos e técnicas de colheita e pós-colheita com foco na melhoria da qualidade do café. Como patrocinadores, marcaram presença a CHB Sistemas, Via Verde e Tracan. A dinâmica dos eventos contou com as palestras “Melhoria de Qualidade, Apresentação e Prática” (João Batista Vivarelli, da CATI de São João da Boa Vista/SP) e “A Qualidade do Café: classificação e degustação” (Julio Aparecido Ferreira, AMSC), seguida de uma demonstração de técnicas de secagem do café no terreiro. Entre os dois dias de campo realizados, participaram mais de 150 produtores interessados na agregação de valor ao seu produto.


André Luis da Cunha - Cafeicultor, diretor-presidente da

AMSC - Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana [ altamogiana@amsc.com.br ]

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Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana iniciou 2015 com a implantação de um projeto de comunicação estratégica para a marca território da Alta Mogiana, o chamado “branding”. O objetivo do trabalho é desenvolver uma estratégia para a marca e para a promoção da Alta Mogiana, com base em informações coletadas nas dimensões internas e externas à região. Internamente falamos naqueles localizados na Alta Mogiana e diretamente ligados à atividade cafeeira, como os produtores e suas entidades representativas. Externamente falamos nos agentes da cadeia a jusante, como torrefadores, cafeterias e consumidores. Não se deve esquecer as outras partes interessadas que pertencem a cadeia e são cruciais para seu bom desempenho, como exportadores, importadores, associações, mídia e influenciadores. As etapas da construção dessa estratégia têm sido bastante elucidativas e precursoras de um processo de autoconhecimento da região há muito demandado. Não que a região não se conheça, mas a auto-reflexão permite aprofundar e identificar características e valores – muitas vezes dormentes – cuja consolidação é fundamental para o crescimento regional. O posicionamento para o mercado deve ser autêntico e refletir a essência das pessoas e dos esforços na cafeicultura da Alta Mogiana, comunicando características intrínsecas que sejam originais e valorizadas pelo mercado. E neste momento se destacam os cafeicultores da Alta Mogiana que por gerações contribuíram para tornar a região o que ela é hoje - com seus atributos, fortalecendo não ape-

ARTIGO

A REGIÃO DA ALTA MOGIANA

nas a economia regional, mas também a do Estado. A vivência diária nas lavouras e pelo café e o orgulho que sentem pela atividade trouxeram o desenvolvimento ao longo dos anos e continuarão como alicerce para estruturação futura. A cafeicultura da Alta Mogiana é uma herança, uma raiz. E representa a continuidade e o sucesso das gerações futuras. Essa continuidade da atividade na região contribui para a sua tradição. Ao mesmo tempo em que representa o repasse de conhecimento e técnicas produtivas de pai para filho, não foi barreira - e nem deve vir a ser - para a incorporação de novas tecnologias e inovações no manejo. Essa autenticidade, a combinação de saberes anteriores com a alta tecnologia, revela a determinação do cafeicultor da região, superando os desafios ao longo da sua jornada na atividade. Ressalta-se também a orientação e o interesse dos produtores pelos processos produtivos do café. Há preocupação em ter uma boa gestão, maior eficiência e em ser social e ambientalmente correto. Há competência e desejo por atingir a excelência no processo produtivo que outrora conferiu reputação à região. Essa visão abrangente confere o caráter sustentável ao café aqui produzido. Em resumo, os cafeicultores da Região da Alta Mogiana têm orgulho na atividade que exercem e no produto que produzem; são autênticos na forma com que desenvolvem a cafeicultura, valorizando os conhecimentos herdados e em constante evolução nas técnicas aplicadas ao processo produtivo em busca da excelência; e levam a região a ser reconhecida como origem de cafés especiais.

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EVENTOS

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8ª edição da GIMA (Gincana intermunicipal pelo Meio Ambiente), realizado com sucesso pela Labareda Agropecuária, participaram quatro municípios: Cristais Paulista (SP), Patrocínio Paulista (SP), Pedregulho (SP) e São José da Bela Vista (SP), com um número total de 480 crianças do 5º ano do ensino fundamental. O tema foi “Luzes da Alta Mogiana”, em função da Unesco ter declarado 2015 o Ano Internacional da Luz. Assim, todas as provas, danças, obras de arte, grito de guerra, corrida de saco, etc, trabalharam o tema, focando a economia de energia. De acordo com Flávia Lancha, diretora da Labareda Agropecuária, um dos momentos mais importantes da gincana foi a participação dos quatro prefeitos participantes, em uma mesa-redonda, com os prefeitos mirins para trabalhar ações visando discutir estratégias para que todos os municípios participantes consigam a certificação Verde-Azul, da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

FOTOS: Divulgação LABAREDA AGROPECUÁRIA

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Labareda realiza 8ª GIMA - Gincana Intermunicipal pelo Meio Ambiente

Flávia Lancha e Gabriel Mei Alves de Oliveira com a equipe de patrocinadores: Oimasa, Dedeagro, Visafértil, Coopercitrus, Bayer CropScience, SicoobCocred, A.Alves, NaanDanJain, NewCros, Eclética e Usina Alta Mogiana.

Prefeitos dos quatro municípios participantes e os respectivos prefeitos mirins

Flávia com as animadoras da gincana: Raquel e Carmelita.

Gabriel Lancha, Luzia, Gabriel Oliveira e Saulo.

Equipe Laranja: representando o município de Pedregulho (SP)


FOTOS: Divulgação LABAREDA AGROPECUÁRIA

EVENTOS

Equipe Amarela: representando o município de Cristais Paulista (SP)

Equipe Verde: representando o município de Patrocínio Paulista (SP)

Com uma equipe de apoio de 150 pessoas, composta por voluntários da Labareda e também da comunidade, a gincana foi realizada em um campo da propriedade rural que recebeu infraestrutura de arquibancadas, banheiros, palco, tendas, DJ e barracas de alimentação. Para completar a ação, foram sorteadas 152 bicicletas, 300 bolas oficiais de futebol e vôlei, além de 40 skates como estímulo a um modelo de vida menos sedentário. “Essa é uma forma lúdica de trabalhar com as crianças, incentivando a preocupação com o meio ambiente, além de um bom exemplo de parceria entre a iniciativa privada e os governos municipais”, afirmou Flávia.

Equipe Vermelha: representando o município de São José da Bela Vista (SP)

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CAFÉ

Produzir mais café, apesar das adversidades do clima

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s prejuízos trazidos pela seca de 2014 aos cafeicultores foram muitos. O Estado de Minas Gerais, por exemplo, perdeu cerca de 30% da produção do grão, segundo dados da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG). Porém os cuidados com a nutrição do cafeeiro, aliada às tecnologias como a fertirrigação, técnica de aplicação de fertilizantes e outros componentes ligados à nutrição vegetal, utilizando a água de irrigação, prometem maior qualidade e produtividade inclusive em períodos de seca. “A média nacional de produtividade de café no Brasil está próxima de 20 a 22 sacas beneficiadas por hectare em áreas de sequeiro. Quando se tem a possibilidade de irrigar corretamente, com a seleção de nutrientes importantes e de qualidade, essa produtividade média brasileira pode ser alcançada até duas vezes e meia. Ou seja chegamos a médias de aproximadamente 55 sacas beneficiadas, uma diferença muito grande”, aponta Ricardo Teixeira, professor do Centro Universitário da Fundação Octávio Bastos (UNIFEOB) e consultor nas áreas de nutrição e fisiologia vegetal da Tradecorp do Brasil, a quem convidamos para falar sobre nutrição do café, uma de suas especialidades, e fertirrigação. Confira o resultado: Em 2015, há previsões de que os cafeicultores enfrentarão novamente o problema da falta de chuva. A irrigação é recomendada para que consiga garantir a produção de 2014 e um grão de qualidade? Em primeiro lugar, o produtor deve procurar saber se pode ou não irrigar o café. Tem algumas regiões onde não há água suficiente e não é possível irrigar. Nestes casos, o que se pode melhorar no café é fazer uma nutrição adequada, para que a planta tenha uma resistência maior para passar o período de seca. Nas áreas onde se tem potencial para irrigar, é preferível que o produtor monte a irrigação localizada, através do uso de tubo gotejador, onde a quantidade de água aplicada é muito menor do que outros sistemas. A vantagem

Ricardo Teixeira, especialista em nutrição vegetal da Tradecorp do Brasil.

AUTORA

1 - Jornalista. ARTCOM Assessoria de Comunicação. Campinas (SP). Tel. (19) 3237-2099. Email: marlene@artcomassessoria.com.br

FOTOS: Marlene Simarelli

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Marlene Simarelli

Café adulto irrigado

é que a irrigação localizada permite fazer a nutrição ao mesmo tempo em que irriga, já que as plantas conseguem retirar a água junto com nutrientes através das raízes. Esse tipo de irrigação reduz o consumo de energia? Sim, a irrigação localizada com o uso do gotejamento diminui a quantidade de energia quando comparada a outros sistemas de irrigação como a aspersão convencional ou o uso dos pivôs centrais. Existe também uma diminuição da quantidade de água por hectare para produzir a mesma quantidade de sacas. Se a disponibilidade de água não permitir irrigar, qual é o procedimento em relação à nutrição? A falta de água faz com que as plantas do café tenham uma alteração no seu metabolismo e chamamos isso de estresse. Então, existem algumas substâncias que através da nutrição - seja aplicada no solo ou através da aplicação via folha, diminuem os efeitos das condições de estresse, especialmente da seca. O grande problema é que, nos dois últimos anos, a seca veio acompanhada da alta temperatura por um período muito longo e baixa umidade relativa do ar. Então, são três fatores de estresse que ocorrem ao mesmo tempo e uma planta que tem uma condição de boa nutrição sofre menos do que as que são mal nutridas. Por isso, a indicação é: nutrir corretamente e ao mesmo tempo, na mesma operação, utilizar algumas substâncias que tenham um efeito no metabolismo do cafeeiro para diminuir o estresse especialmente da falta d’água, altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar. E quais seriam essas substâncias para diminuir as condições de estresse? São compostos como os ácidos húmicos e fúlvicos, oriundos da degradação da matéria orgânica, extratos de plantas e de algas marinhas, aminoácidos, poliaminas, entre outros, que podem ser aplicados via fertirrigação ou via foliar. O produtor também deve fazer algum tipo de nutrição orgânica ou cobertura de solo?


Existe uma diferença muito grande entre ter matéria orgânica no solo e produzir matéria orgânica para conservar o solo. No caso do café, uma das opções muito interessantes é fazer o cultivo entre as linhas de plantio com uma gramínea; no caso, a mais utilizada é a braquiária. Ela cobre o solo e fornece um volume grande de massa verde, que contribui muito para a manutenção da umidade do solo. Então, o produtor não tem que necessariamente aplicar matéria orgânica como esterco ou húmus, mas o primeiro ponto é cuidar do solo e gerar a própria matéria orgânica na lavoura de café. A recomendação é manter a linha de café limpa e fazer o manejo do mato nas entrelinhas, através de roçadas e também com o uso de herbicida porque, eu vou matar o mato, mas o mato vai continuar na lavoura de café. Isto vai proteger, estimular as raízes a atingirem o meio da linha e manter a umidade do solo. O produtor que pode e quer fertirrigar, como deve agir? Quais os cuidados com a implantação da fertirrigação? O primeiro ponto para que a fertirrigação tenha sucesso é o manejo da água. A fertirrigação nada mais é do que o uso da água como veículo para levar os nutrientes. Muitos produtores fazem aplicação de água em quantidades acima ou abaixo da necessidade e quando isso ocorre, o ambiente de absorção onde está a água com os nutrientes torna-se inadequado para as raízes. É necessário fazer, portanto, um bom manejo da água, que deve ser feito utilizando-se equipamentos como tensiômetros e estações meteorológicas, para ver quanto a planta e o solo perdem ao mesmo tempo, ou seja, verificar a evapotranspiração. Por meio destes dados e com a ajuda de um técnico competente, é possível determinar a quantidade de água a ser usada naquele período. Feito isso, o produtor deverá se atentar para a utilização de fertilizantes específicos para fertirrigação. Quais cuidados o cafeicultor deve tomar na hora de escolher o fertilizante para fertirrigação? É necessário que esses fertilizantes tenham algumas características e a primeira delas é a pureza. Também é preciso selecionar entre aqueles para sequeiro e fertirrigação. Alguns deles aplicados no café de sequeiro até podem ser utilizados para a fertirrigação, mas a maioria tem caracte-rísticas de pureza incompatíveis com esse tipo de produção. Além disso, o fertilizante deve ter alta solubilidade, isto é, a capacidade que tem de se misturar à água para facilitar a aplicação. Já que o veiculo é a água, ele tem que ser hidrossolúvel. Esse fertilizante também não pode causar acidez. Grande parte das áreas de café do Brasil estão em regiões do Cerrado, áreas extremamente ácidas. Então, é preciso tomar cuidado para que as fontes de fertilizantes causem o mínimo de acidificação possível. Como escolher o fertilizante? Todo fertilizante é sal. Mas alguns sais têm a capacidade de acidificar, outros são neutros e outros têm a capacidade de alcalinizar levemente. Então se deve fazer um equilíbrio entre essas fontes de fertilizantes para que eles se adaptem a aquela condição de solo e, na maioria dos solos, essa condição é de não acidificação. O produtor precisa fazer uma mescla das fontes. Ele não pode acidificar na maioria dos casos. No Brasil, somente em algumas regiões do Nordeste, onde naturalmente os solos são alcalinos, é necessário acidificar, mas não é o caso do café e, sim, de algumas frutas e hortaliças. Portanto, é preciso ter pureza, solubilidade, não acidificar e também ter um baixo índice salino, para não causar morte de raízes. A Tradecorp do Brasil comercializa produtos específicos para áreas fertirrigadas com as características de pure-

FOTO: Marlene Simarelli

CAFÉ

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za, alta solubilidade, baixa condutividade elétrica e não acidificante, como os Nutricomplex e Rutter, entre outros. Quando vai irrigar, é recomendado que se faça análise da água, além da análise de solo? Quando o produtor vai iniciar a irrigação é feito um planejamento para saber quais equipamentos vai necessitar e ao mesmo tempo é feita uma análise da água para saber se essa água tem nutrientes, em quais quantidades e se é de pH ácido ou alcalino, se tem impurezas, como resíduos de metal pesado, por exemplo, ou se tem muita matéria orgânica. Tudo isso vai influenciar no tipo de equipamento que o produtor vai usar e também no tipo de fertilizante que poderá ser utilizado para misturar nessa água. Então, o primeiro


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O manejo da fertirrigação é diferente do café de sequeiro? Por que? Sim, o produtor deve ter a informação de que o manejo de nutrição que ele fazia quando tinha o café de sequeiro, não pode ser o mesmo na área onde vai fazer fertirrigação. Primeiro porque os fertilizantes utilizados não serão os mesmos e, principalmente, porque, quando ele faz uma adubação em sequeiro, ele aplica o nutriente em uma área de solo muito maior do que quando faz a fertirrigação. Por isso, ele deve ter consciência de que está nutrindo a planta em uma faixa molhada, que chamamos de bulbo úmido ou de bulbo molhado. É preciso tomar uma série de cuidados para não ter problemas futuros, ou seja, depois de três a quatro anos, passar a ter salinização e acidificação do solo. Para isso, é necessário que o produtor tenha técnicos habilitados para recomendar o que fazer, para que não ocorra problemas em regiões como Patrocínio (MG) e alguns outros municípios do Triângulo Mineiro, onde houve uma acidificação muito severa e salinização do solo por conta do manejo errado. Porque isso ocorreu nessas regiões? Porque foram utilizadas fontes inadequadas de fertilizantes e principalmente quantidades erradas, acima da necessidade. E também porque o manejo de água não foi suficiente. A água é o veiculo do fertilizante e para se aplicar uma determinada quantidade de fertilizante, tem que se usar uma determinada quantidade de água. Se usar mais fertilizantes do que o necessário, saliniza o solo e isso, na prática, é a ocorrência de queima de raízes. Por essa razão, a área irrigada muitas vezes produz menos do que a área de sequeiro. A fertirrigação é a técnica adequada para a nutrição, desde que siga algumas regras básicas.

Café irrigado

FOTOS: Marlene Simarelli

CAFÉ

ponto para poder fazer esse planejamento é a analise da qualidade físico química da água. Ele vai observar o que tem de nutriente para as plantas naquela água e quanto menos nutriente a água contiver, melhor. Há regiões onde há água mineral, por exemplo, que não deve ser utilizada em fertirrigação, porque traz uma alta quantidade de nutrientes e, com o passar do tempo, saliniza o solo, porque se joga tanto nutriente através da água, que isso começa a causar intoxicação das plantas. Então, a análise da qualidade da água é primordial.

Qual é o investimento para quem quer implantar a fertirrigação? O investimento para implantar a irrigação e depois fazer a fertirrigação gira em torno de R$ 4 a 8 mil por hectare e o retorno normalmente ocorre entre duas e três safras. O Brasil tem quantos hectares de área plantada de café? Quanto dessa área é irrigada? Aproximadamente 2 milhões e 300 mil hectares é a área total do parque cafeeiro no Brasil, dividido em café arábica e café conilon, que são os dois segmentos principais. Cerca de 10% desse total é de área irrigada. E desses 10%, não há nenhum estudo que mostre quanto dessa área irrigada utiliza a fertirrigação, mas acredito que seja algo em torno de 12% a 15% dos 10% irrigados. nal?

E quanto gera de produção em relação ao total nacio-

O café irrigado (10% de área total) é responsável por cerca de 25% de toda a produção de café do país. Quanto café o país produz atualmente? A última safra, por conta da seca, foi um pouco acima de 43 milhões de sacas. Se a seca não tivesse ocorrido, a previsão era de 60 milhões de sacas. Para 2015, continua a expectativa de seca e o café é bianual. Como fica a produtividade do café: será de novo mais baixa? As pessoas tem a ideia de que o café é bianual e isso acontece não pelas características genéticas dele e, sim, pelos tratos culturais feitos. Uma característica interessante é que nessas áreas irrigadas e fertirrigadas, a bianualidade diminui consideravelmente. Normalmente, o Brasil produz safra alta em um ano, safra baixa noutro ano, e parte disso acontece porque as áreas não são irrigadas. Possivelmente teremos uma produção muito parecida com a safra 13/14. Acredito que a safra 14/15, será próxima de 45 milhões de sacas beneficiadas e possivelmente ainda tenha uma diminuição. Isto porque temos que levar em consideração que é o segundo ano seguido de seca. Como o café como é uma cultura perene, os danos de seca de um ano não interferem em um único ano, interferem em dois anos seguidos, portanto em duas safras.


TECNOLOGIA

Tecnologias de aplicação: não deixe a deriva pulverizar sua lavoura

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FONTE: Adaptado de G.Popolin, 2013

pulverização se destaca como um grande avanço tecnológico para a agricultura, sendo realizada em grande escala para a aplicação de produtos como herbicidas, inseticidas, fertilizantes e fungicidas. Entretanto, essas aplicações estão sujeitas a interferências que ocasionam o fenômeno conhecido como deriva, que é o desvio do produto aplicado na planta alvo, causando assim perdas na aplicação. Existem alguns fatores que favorecem a ocorrência da deriva, como: condições climáticas, o tamanho da gota, tipo de ponta, tipo de produto a ser aplicado e a velocidade de lançamento do mesmo. A união dos fatores citados anteriormente deve ser levada em consideração para que ocorra uma boa aplicação, sem perdas, seja por deriva ou evaporação. O clima tem influência direta na perda do produto por volatilização, principalmente devido à temperatura e pela incidência do vento. As condições ideais de pulverização são: temperatura em torno de 18ºC à 25ºC, umidade relativa do ar superior a 60% e velocidade do vento inferior a 10 Km/h. Em relação ao tamanho da gota a ser utilizada, devemos conhecer o que estamos aplicando e ter atenção com as condições do ambiente na hora da aplicação, uma vez que,

AUTORES

1 - Graduando em Agronomia pela UFLA. Email: giovanibelutti77@hotmail.com 2 - Graduando em Agronomia pela UFLA. 3 - Engenheira Agrônoma, Doutoranda em Fitotecnia pela UFLA. Email: dalysecastanheira@hotmail.com

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FONTE: Inquima - Tecnologia Aplicação , 2014

Giovani Belutti Voltolini1, Thales Lenzi Costa Nascimento2 e Dalyse Toledo Castanheira3

o tamanho da gota recomendado varia de acordo com esses dois fatores. Em uma aplicação de herbicidas pré-emergentes em condições favoráveis, o recomendado pela ANDEF (Associação Nacional de Defesa Vegetal) é o uso de gotas grossas a muito grossas, mas quando o clima for desfavorável a aplicação deve ser feita com gotas muito grossas à extremamente grossas. As pontas não são únicas, ou seja, cada tipo de ponta produz um tamanho de gota diferente, sendo que as pontas que geram gotas muito finas devem ser evitadas por serem altamente susceptíveis a ocorrência de deriva. Sobretudo, nas pontas que produzem gotas muito grossas, a possibilidade de ocorrência de deriva é muito baixa. As perdas geradas pela deriva são de grande importância, pois podem causar prejuízos, tais como o desperdício na aplicação, uma vez que, o vento provoca o desvio do produto para fora do alvo. E também pode provocar sintomas de fitotoxidez nas plantas não alvo atingidas pela deriva, como no caso de plantas expostas ao glyphosate, onde as folhas das mesmas podem apresentar clorose e posteriormente necrose. Os adjuvantes são outra forma de buscar uma maior eficiência na aplicação de defensivos agrícolas, pois os mesmos alteram a viscosidade da calda e assim as gotas geradas serão maiores, diminuindo o risco de ocorrer evaporação, uma vez que, quanto menos viscosa é a calda, maior é a evaporação. Devido aos grandes prejuízos ocasionados pela deriva, devem ser tomados cuidados visando evitá-la. A utilização de uma correta tecnologia de aplicação é um grande passo para viabilizar as aplicações, para que as perdas se situem dentro de um mínimo aceitável, não interferindo na eficiência do produto.


CAFÉ

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Paraná deve colher aproximadamente 1 milhão de sacas de café em 2015, segundo o DERAL - Departamento de Economia Rural, da SEAB - Secretaria Estadual de Agricultura e do Abastecimento. O número é quase o dobro do ano anterior. Ao todo, o estado tem 44,5 mil hectares de café em produção. Um dos principais fatores para a recuperação do grão no Paraná foi o clima. Isso anima produtores como Mauro Sato, que cultiva 26 mil pés de café em Apucarana, no norte do Estado. A expectativa do cafeicultor é colher 60 sacas por hectare. “O clima favoreceu, acredito que deve dar um grão de boa qualidade”, diz Mauro Sato. Se o clima ajudou na produção, há preocupação para a colheita por causa da previsão da passagem do fenômeno natural El Niño, que costuma trazer muita chuva para a região. De acordo com os produtores, isso pode atrapalhar a colheita, prevista para terminar em agosto. “Quando ele cai no chão e pega muita chuva, ele dá um tipo mais fraco. Então, preocupa. E o café está meio desigualado, não tem como adiantar a colheita”, explica o produtor de café Mauro Machado. O preço da saca também tem se tornado uma dor de cabeça para os produtores do grão. O valor médio da saca de 60 quilos está oscilando de R$ 390 a R$ 370. Preço abaixo do vendido no ano passado, quando a saca chegou a ser comercializada por R$ 433. FOTOS: DERAL

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Segundo DERAL, Paraná deve colher 1 milhão de sacas de café em 2015

“Com a entrada da safra brasileira, a sintonia do mercado mundial está voltada para o Brasil. Nós tivemos um recuo nos preços praticados no mercado interno, isto está desagradando os agricultores. Mas está iniciando a safra e pelo mercado mundial há um forte equilíbrio entre a produção, consumo e também os estoques. Então, esperamos que os preços reajam e que os produtores possam ter bons lucros”, explica o economista do DERAL, Paulo Franzine. Até o fechamento desta edição, de acordo a CONAB Companhia Nacional de Abastecimento, 30% da lavoura de café já foi colhida em todo o país. A produção nacional deve chegar a mais de 44 milhões de sacas do grão beneficiado.


CAFÉ

Redução no tamanho dos frutos nesta safra

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José Braz Matiello1, Iran B.Ferreira1, J.E. Pinto Paiva1 e Carlos H. S. Carvalho2

FOTOS: Procafé

rutos de café de menor tamanho estão presentes em maior quantidade na safra cafeeira atual, que agora está sendo colhida. Esta condição de frutos pequenos tem sido objeto de inúmeras reclamações, que temos recebido de cafeicultores, de diferentes regiões de Minas Gerais. Para verificar e dimensionar esse problema, foi efetuado um levantamento, no final de maio de 2015, através de amostragem em lavoura da cultivar Catuai vermelho 144, na Fazenda Experimental de Varginha (MG). A análise dos frutos coletados evidenciou a seguinte situação: a) - Nos frutos maduros (42%): 65% de frutos normais e 35% de frutos pequenos b) - Nos frutos verdes (58%): 26% de frutos normais; 74% de frutos pequenos; com 7% de frutos chochos. A avaliação dos dois diferentes tipos de frutos, normais e pequenos, mostrou que existia um diferencial médio de peso entre eles, da ordem de 39%, o qual, obviamente, vai se refletir no peso dos grãos beneficiados, com perdas previstas no café produzido. Aplicando-se este diferencial médio de peso sobre a percentagem total de frutos pequenos (maduros e verdes), chega-se a uma redução provável de produção, por esse efeito, de cerca de 21,8%. Uma vez demonstrado e quantificado, no exemplo da lavoura amostrada, o problema da ocor-

Foto 2

Foto 1 Foto 3

Foto 4 Pode-se ver, nas fotos 1 e 3, os frutos normais, os maduros (fotos 1 e 2) e os verdes (fotos 3 e 4). Nas 2 e 4, em comparação, aparecem os frutos pequenos, nos 2 estágios de maturação, os quais, na média pesaram 39% a menos.

AUTORES

1 - Engº Agrônomos Fundação Procafé. www.fundacaoprocafe.com.br 2 - Engº Agrônomo Embrapa Café. www.embrapa.br/cafe

rência anormal de frutos pequenos, vamos ver as prováveis causas do problema. Os fatores que podem influenciar o tamanho dos frutos de café estão ligados ao suprimento de água e de nutrientes às plantas. Neste ano houve uma condição de estresse hídrico, associado a altas temperaturas, no período de crescimento dos frutos, em dezembro de 2014 e janeiro de 2015. O déficit hídrico foi menor do que o do ano passado, tanto que não afetou, de forma grave, o chochamento dos frutos, tendo-se verificado, na amostragem, 7% de chochos, o que está apenas ligeiramente acima do nível normal, de 3-5%. Com relação ao tamanho dos frutos chamou a atenção o grande percentual de frutos pequenos. Nesse aspecto, verificou-se que o diferencial foi maior nos frutos da 2ª e 3ª floradas, que se apresentavam verdes em maio de 2015. Isto indica que o problema de déficit e temperaturas altas influenciou no suprimento de água e nutrientes aos cafeeiros, afetando menos a parcela de frutos da 1ª florada, os quais já se encontravam mais desenvolvidos na época do estresse. Por sua vez, os frutos da 2ª e 3ª floradas, que constituíam a parcela de verdes na época da coleta, além do maior efeito sofrido pelo estresse hídrico, acabaram sendo prejudicados, também, pelo carreamento e uso das reservas preferencialmente pelos frutos da 1ª florada.

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CAFÉ

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pós a realização da Etapa Alta Mogiana (na segunda quinzena de abril deste ano), Régis Ricco Alves, consultor da RR Consultoria, reuniu já em maio cerca de 70 participantes, entre consultores especialistas em café e também produtores das principais regiões cafeeiras do País e percorreram mais de 1.000 km no Sul de Minas Gerais. “Foram três dias de roteiro intensivo, focado em lavouras de tecnologia e que nos levam a pensar melhor sobre as recomendações e condutas à dispensar às nossas lavouras”, afirmou Régis Ricco. O itinerário do 6º Intercâmbio foi regular. Durante o dia, discussões técnicas aconteceram em todas as propriedades em que pararam, abordando manejos, tratamentos nutricionais, corretivos de solo e fitossanitários. Já à noite, os participantes focaram bastante nas palestras com consultores renomados e temas bastante atrativos. “Oportunidade única de estarmos mais próximos das novidades em mecanização, manejo e técnicas de aplicação, adubação e correção” explicou Ricco. No final da noite, um jantar para o papo informal, o que fazia com que o evento fechasse o dia em grande estilo. O 6º Intercâmbio foi acompanhado de perto pela empresa Agroconsult, representada pela Sra. Heloisa Melo, que fez questão de deslocar de Florianópolis (SC) para acompa-

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Etapa Sul de Minas finaliza 6º Intercâmbio do Café da RR Consultoria

Visita na Fazenda Represa de Furnas 1 - Agrolagazzi, em lavouras de poda sob conceito de “capação” com alta produtividade.

nhar o itinerário. “Após todo o percurso, Heloísa apresentou a proposta para avançarmos com o evento, podendo criar o Rally do Café, num grande projeto à ser discutido”, disse Ricco O evento conseguiu reunir várias regiões cafeeiras do Brasil: Sul de Minas, Alta Mogiana, Norte de Minas, Vale do Jequitinhonha, Cerrado Mineiro e Oeste da Bahia. Com a grata satisfação de receber um representante da Colômbia, vindo exclusivamente para o evento. No dia 12 de maio, no período da manhã, os participantes visitaram a Fazenda Represa de Furnas 1 (campo demonstrativo da Agrolagazzi), na região de Piumhi (MG), com lavouras de poda sob conceito de “capação” com alta produtividade. A apresentação de manejo e tratamento

Visita na Fazenda Boa Esperança, com lavoura com 2 anos, em primeira safra, com estimativa de 70 Sc/ha, no Campo Demonstrativo da FMC.


foi feita pelo consultor Régis Ricco, enquanto que a apresentação sobre o perfil da região de Piumhi foi feito pelo consultor Tárcio Figueiredo. Ainda de manhã, visitaram a Fazenda Boa Esperança (de Luis F. Mazzarolo), com lavoura com 2 anos, em primeira safra, com estimativa de 70 sc/ha, em dois Campos Demonstrativos: um da DuPont e outro da Cheminova (agora FMC). A apresentação foi feita pelos consultores: Antônio Carlos (DuPont), Lucas Figueiredo (FMC) e Régis Ricco (consultor da propriedade). À tarde, em Alfenas (MG), participaram de uma palestra no auditório do Class Hotel, do Dr. Marcos Pimenta, renomado consultor da região do Oeste da Bahia, discorrendo sobre a cafeicultura daquela região, além de atualizações sobre técnicas de corretivos, adubações e de aplicações foliares. “A platéia ficou muito atenta às boas práticas, principalmente com a ênfase dada pelo Marcos Pimenta nas correções de Cálcio e Magnésio, além da nutrição balanceada”, afirmou Ricco. No dia 13 de maio, já em Alfenas (MG), o grupo visitou a Fazenda Retiro Velho (de Raul Carvalho Guimarães), onde avaliaram uma lavoura de alta produtividade, que recebeu manejo de Poda Alta c/ Capação, além de Fertilização à base de Organomineral MultiFertil, sendo direcionado em apenas uma aplicação. As apresentações foram de Raul C. Guimarães, Tiago S. Oliveira (Consultores) e Marcos (Grupo CP). Logo após, visitaram a propriedade do Grupo Itapuã, com vistas a conhecer estruturas de processamento em via úmida. com equipamento da marca Penagos, que preco-niza o processamento

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Visita na Fazenda Retiro Velho, em lavoura de alta produtividade, que recebeu manejo de poda alta c/ capação, além de fertilização à base de organomineral MultiFertil, em apenas uma aplicação.

de descasque do café com o mínimo de água. “É sem dúvida, hoje, um grande diferencial para a propriedade que trabalha com cafés especiais, com certificações internacionais, e que busca minimizar os custos e riscos da água residuária do processo”, disse Ricco. A propriedade é assistida pelo consultor Milton Verdade Costa, que estava em viagem e não pode acompanhar. A apresentação foi feita por Eduardo Chaves, sócio-proprietário da Revenda Geagro/Penagos para o Sudeste Mineiro.


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No período da tarde, a visita foi na Fazenda Olho D’água (de Paulo Enídio Crabi), com vistas ao tratamento fitossanitário da BASF, além de grandes projetos de irrigação por gotejamento, montados pela revenda Gota Certa, representante da marca Rivulis Plastro. As apresentações foram feitas por José Roberto Mileu (consultor da propriedade) e por Alexandre Rodrigues e Renato Duarte (ambos RTVBASF). À noite, aconteceram duas palestras no Class Hotel. A primeira com José Eustáquio Soier (produtor e principal consultor em mecanização agrícola). O consultor mostrou a importância do uso correto de máquinas no cafeeiro, além de enfatizar a questão da “customização” para otimizar os resultados das operações. Logo a seguir, o consultor Jorge Iván Jaramillo Herrero proferiu palestra sobre a Cafeicultura da Colômbia. Jorge é consultor na região da Atiorca, trabalhou para a Associação dos Cafeteros e atualmente trabalha em uma cooperativa e reside em Medelin. Os participantes puderam conhecer melhor sobre a cafeicultura daquele país: suas dificuldades, adversidades, doenças e pragas do cafeeiro local, além de interagir com o consultor. No dia 14 de maio, os participantes visitaram a Fazenda do Leme (de Ismael Reguim e Filhos), em Varginha (MG). “Esta visita era bastante aguardada por todos. É um produtor referência no Sul de Minas, com trabalho de excelência em Poda e Revigoramento de Lavouras, além de um trabalho primoroso de Correção e Nutrição”, afirmou Ricco, consul-

FOTOS: RR Consultoria

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Em Varginha (MG), na Fazenda da Mata, os produtores puderam vislumbrar a cafeicultura de montanha, com todos os trabalhos feitos manualmente, inclusive colheita, mas numa condição de manejo, onde o produtor tem conseguido rentabilidade com irrigação e sistema de “Safra Zero”.

Na Fazenda do Leme, os participantes puderam comparar lavouras em sistema de “Safra Zero”, com médias de produtividade próxima dos 50 sc/ ha, onde foram mostradas em fase de enfolhamento e também em produção, além de outras que vão entrar para o sistema neste ano.

tor da propriedade e que fez a apresentação dos trabalhos, com foco principal na correção de Cálcio e Magnésio, com uso de Gesso Agrícola + Óxido de Magnésio IBAR, com resultados muito bons. Também apresentou os resultados do trabalho de Poda Alta conduzidas em “capação” com altas produções, o que levou à conclusão da grande maioria, como sendo lavouras de excelência e de referência para a cafeicultura brasileira. Os participantes puderam comparar, ainda, lavouras em sistema de “Safra Zero”, com médias de produtividade próxima dos 50 sc/ha, onde foram mostradas em fase de enfolhamento e também em produção, além de outras que vão entrar para o sistema neste ano! Logo após, o grupo visitou a Fazenda da Mata (de Aguinaldo Reghin e Filhos), finalizando o 6º Intercâmbio Sul de Minas. Nesta visita, os produtores puderam vislumbrar a cafeicultura de montanha, com todos os trabalhos feitos manualmente, inclusive colheita, mas numa condição de manejo, onde o produtor tem conseguido rentabilidade com irrigação e sistema de “Safra Zero”.


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presidente da COOXUPÉ - Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa, disse que o início da colheita da safra 2015/16 no sul de Minas mostra que a seca no ano passado e em janeiro deste ano está se refletindo na formação dos grãos. “O começo da colheita está mostrando que o café está muito miúdo. Se o grão se desenvolveu menor, a produção será menor”, alertou. Ele informou que o preço atual da saca de café - R$ 428 a saca comercializada na região - caiu bastante. “No começo do ano chegou a R$ 500 a saca. Pode ser que o valor suba, com uma produção menor”, declarou. Conforme dados da Secretaria de Agricultura e Pecuária do Estado (Seapa), a previsão da safra 2015/16 no Estado é de uma produção de 23,3 milhões de sacas de 60 kg ante 22,6 milhões da safra anterior. Por região, o sul e o centro-oeste de Minas deverão produzir 10,5 milhões de sacas, em 477 mil hectares, seguido da Zona da Mata, Rio Doce e central, com 7 milhões de sacas em uma área de 293 mil hectares; Triângulo Mineiro, Alto Paraíba e noroeste, com 5 milhões de sacas, em 170 mil hectares e norte de Minas, Jequitinhonha e Mucuri, com 768 mil sacas, em uma área colhida de 34 mil hectares. As principais cidades produtoras neste ano deverão ser Patrocínio, no Alto Paranaíba, com 850 mil sacas; Araguari, no Triângulo, com 450 mil sacas; Serra do Salitre, no Alto Paranaíba, com 400 mil sacas; Manhuaçu, na Zona da Mata, com 366 mil sacas e Nova Resende, no sul de Minas, com 330 mil sacas de café. PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL - No final de maio, a COOXUPÉ, em parceria com a BASF e a Fundação Espaço ECO, apresentou um estudo de sustentabilidade da cadeia produtiva do café. A pesquisa, desenvolvida pela multinacional alemã e aplicada pela fundação, contemplou diferentes regiões de atuação da cooperativa e três arranjos produtivos: não mecanizado, mecanizado e mecanizado irrigado. Para cada uma das regiões avaliadas foram coletados dados de produção das propriedades de acordo com suas dimensões: pequena (3 a 20 hectares), média (21 a 50 ha) e grande (mais de 50 ha). No quesito ambiental, o levantamento mostrou que 90% da contribuição nos impactos decorrem da fase agrícola, quando considerado todo o escopo do estudo. Isso porque existe uma relação direta entre o aumento de produtividade

FOTO: Estadão

Seca do ano passado pode afetar produção de café

Carlos Alberto Paulino da Costa, presidente da COOXUPÉ

das lavouras de café e a melhoria de desempenho em termos de sustentabilidade (conceito de produzir mais café por hectare com menos uso de recursos/insumos por saca). Ao comparar os três arranjos produtivos ficaram evidentes algumas diferenças, como um maior consumo de água na cultura irrigada. Na produção baseada no regime de chuvas são consumidos menos de 200 litros por saca, enquanto na irrigada são mais de 600 litros. Dessa forma, uma das recomendações do estudo, por exemplo, é a utilização da irrigação por gotejamento e a coleta de água de chuva, que podem contribuir para a melhoria de desempenho. Já no Complexo de Armazenagem e Indústria de Café Japy da Cooxupé, em Guaxupé (MG), ao se considerar o total de café preparado em 2013, as melhorias realizadas na indústria (desde 2011 as instalações estão equipadas para receber cafés a granel a serem empilhados em bags) trouxeram uma economia de energia equivalente ao consumo anual de 34.500 domicílios. Em termos de emissões evitadas de gás carbônico, essa redução foi equivalente a 1.850 caminhões de 14 t, indo e voltando de Guaxupé até o Porto de Santos (SP). “Temos ainda o que melhorar. A aplicação de fertilizantes na produção de café, por exemplo, pode ser mais racional. Hoje, em todo o segmento, é feito de forma padronizada em todos os tipos de terra”, disse Paulino da Costa. Ele ressaltou que o estudo pode ser utilizado nas negociações com clientes, mostrando que a produção do café tem trabalhado de forma sustentável.

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GUARANY LANÇA NOVO PROJETO M.A.I.S.: SEMINIS ATLABEL LANÇA LINHA DE NEBULIZADOR/ATOMIZADOR E O CULTIVO PROTEGIDO FERTILIZANTES ESPECIAIS 44

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A Guarany lançou na HORTITEC a nova geração de Nebulizador/Atomizador a Frio (NAF), um equipamento compacto, de fácil manuseio e transporte. Possui carenagem reforçada. O tanque translúcido possui um dreno com filtro, o que facilita a limpeza e o esvaziamento. O motor de 1.400w é mais potente e robusto, com refrigeração independente. O gatilho com corte instantâneo do líquido evita desperdício e contaminação do meio ambiente. Aplicações com excelente alcance e cobertura, com espectro de 15ml a 400ml, o que garante redução de custos, de água e de insumos. Com a dupla função (nebulizador ou atomizador), o equipamento é ideal para estufas, granjas, jardins, controle de pragas, dedetizações, hospitais, residenciais, etc. INF.: www.guaranyind.com.br

No último dia 17 de junho teve início a visita técnica ao Projeto M.A.I.S. (Modelo Agrícola de Inovação Sustentável) de hortaliças, localizado em Campinas (SP). Idealizado pela Seminis como um Learning Center e viabilizado por meio de parceria com a Casa Bugre São Paulo e outros parceiros do setor, o Projeto tem por objetivo a utilização de tecnologias em cultivo protegido. Com infraestrutura moderna, o local é integrado por quatro estufas (módulos de produção), com 1.380 metros quadrados cada uma, área coberta de 5.520 metros quadrados e outros 4.500 metros de área aberta.Nesse primeiro evento conduzido a proposta foi conhecer um pouco mais sobre o cultivo de tomates em ambiente protegido. O fruto foi escolhido por ser o mais vendido e consumido no País. INF.: www.seminis.com

A Atlabel, joint venture brasileira com participação da espanhola Atlántica, lançou durante a 22ª HORTITEC os fertilizantes especiais da linha RayKat, uma completa família de produtos especiais e aminoácidos, balanceada para cada uma das etapas de desenvolvimento da planta. A “RayKat Enraizador” atua diretamente no enraizamento, proporcionando um aumento da tolerância da planta a condições adversas de solo e clima. A “RayKat Crescimento” acelera a divisão celular e o crescimento vegetativo e a ativação de diversos processos metabólicos. “RayKat Engorde” estimula o crescimento de flores e o engorde de frutos e órgãos de reserva, além de proporcionar o incremento, a padronização e a melhoria das propriedades organolépticas. INF.: www.atlabel.com.br

Durante a 22ª HORTITEC, em Holambra (SP), a Microquimica, empresa brasileira que atua na produção e comercialização de fertilizantes, inoculantes e agroquímicos, reforçou os excelentes resultados da utilização do Vorax®, fertilizante com ação bioestimulante, indicado para utilização nas culturas de batata, tomate, folhosas, frutas tropicais e grãos. Formulado com ácido L-glutâmico, extrato de algas, glicina-betaína e nitrogênio, o Vorax® se destaca por conter uma formulação altamente concentrada em ingredientes que promovem ação bioestimulante. O produto também é responsável por promover maior crescimento vegetativo, assimilação de nitrogênio, recuperação de estresses e, por consequência, maior produtividade. INF.: www.microquimica.com.br

Chega ao mercado o tomate ‘Ravena’, um lançamento da Sementes Sakata e que representa uma grande evolução no mercado de tomate italiano, cujos diferenciais são identificados facilmente pelo consumidor. A padronização dos frutos, ótimo sabor e durabilidade desde tomate premium proporciona aos varejistas e atacadistas maior valor agregado na comercialização, além de um menor descarte na seleção para as gôndolas. Foi desenvolvido para atender demandas específicas dos produtores (SP e Sul), locais que apresentam dois dos principais problemas no cultivo do tomate: a pressão de Vira-Cabeça e a dificuldade de produção em condições chuvosas. Possui, ainda, o maior potencial produtivo do segmento para cultivo em campo aberto. INF.: www.sakata.com.br

A Embrapa Instrumentação, de São Carlos (SP), desenvolveu dois tipos de sensores para determinar a umidade do solo no campo e em jardins e, assim, evitar irrigação desnecessária, excesso e falta de água. São sensores que podem ser produzidos com diferentes especificações adaptados a diferentes necessidades,servem para qualquer tipo de cultura e podem ser adaptados a todas as regiões do país. O Sensor Diédrico detecta ampla faixa de tensão de água no solo, verificando o momento correto para executar a irrigação. Já o Sensor IG é um sensor adequado para monitorar a tensão de água no solo por procedimentos pneumáticos ou elétricos e pode ser facilmente integrado em instrumentos para o controle e manejo da irrigação. INF.: www.embrapa.br

VORAX® É O FERTILIZANTE SAKATA LANÇA ‘RAVENA’: IDEAL PARA HORTIFRUTI TOMATE ITALINO PREMIUM

SENSORES DE IRRIGAÇÃO SÃO DESTAQUES DA EMBRAPA


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ndiscutivelmente a melhor feira de negócios em que a nossa empresa participa em 2015”. Por unanimidade, esta foi a resposta dos mais de 450 expositores da 22ª edição da HORTITEC - Exposição Técnica de Horticultura, Cultivo Protegido e Culturas Intensivas, realizada de 17 a 19 de junho, no Pavilhão da Expoflora, em Holambra (SP). Com público superior a 25 mil pessoas, com corredores repletos de produtores rurais ávidos por novidades tecnológicas e orientação técnica sobre cultivo de hortaliças, frutíferas, flores e culturas florestais, o evento comprova a importância do setor hortifrutícola em todo o país. Grandes, médios, pequenos e agricultores familiares dos mais variados municípios do país visitaram a feira. No estande da Revista Attalea Agronegócios comprovamos a presença de produtores de tomate de Manaus (AM), engenheiros agrônomos de Feira de Santana (BA), produtores de melão de Mossoró (RN), produtores de cenoura de Araguari (MG) e produtores de café de Três Lagoas (MS).

FOTOS: Editora Attalea

Sucesso de público e de negócios comprovam a importância da HORTITEC

A Revista Attalea Agronegócios e a Prefeitura de Patrocínio Paulista (SP) formalizaram parceria para que um grupo de 25 agricultores pudessem visitar gratuitamente a feira, sob a supervisão de Galdino Santos de Almeida, Secretário de Agricultura e Abastecimento.

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SANSUY: PARA TRANSPORTE GANHOS DE ATÉ 15% COM YARALIVA: NOVA LINHA DE E ARMAZENAGEM DE ÁGUA SISTEMA AGCELENCE FERTILIZANTES DA YARA 46

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Indicado para transporte e armazenagem de água potável, o Viniliq Pipa, da Sansuy, é um reservatório flexível que pode ser instalado em qualquer veículo de carroceria aberta ou fechada, de acordo com a capacidade, que varia de 700, 1.000, 4.500 a 6.000 litros de água. É confeccionado com laminado reforçado de PVC, possui proteção contra ação de raios ultravioleta, degradação e é atóxico, não causando odor ou sabor à água transportada. Possui abertura superior para o enchimento e uma válvula lateral para o esvaziamento rápido. Indicado tanto para situações de escassez de chuvas, como combate a incêndios florestais e paisagismo. Também está disponível na versão estacionária, com capacidade a partir de 500 até 21 mil litros. INF.: www.sansuy.com.br

O Grupo Irmãos Andrade, que produz tomate em Sumaré (SP) e Monte Mor (SP), na região de Campinas (SP), dois municípios considerados centros de produção de tomate no País, tem motivo para comemorar no quesito produtividade. Desde que passaram a utilizar o Sistema AgCelence Tomate, da BASF, em 2007, tiveram um incremento de 15% na produção, quando comparado a produtos rotacionados ocasionalmente. Este mesmo incremento foi observado no cultivo de batata produzida nas cidades de Sacramento (MG), Uberaba (MG) e Monte Alto (SP). Nestas duas culturas, o Sistema AgCelence traz produtos com características diferenciadas, como a presença da molécula F500, eficaz no controle fúngico e no ganho de produtividade. INF.: www.basf.com.br

A Yara lançou na HORTITEC três produtos da linha YaraLiva, todos líquidos, que traz diversos benefícios ao agricultor, como melhor enraizamento e maior sanidade das plantas, proporcionando maior qualidade da colheita. Os produtos também estão livres de perdas por volatilização e de acidificação do solo, além de apresentar alta fluidez, uniformidade e homogeneidade. A nova linha é composta por fertilizantes nitrogenados, que fornecem nitrogênio associado a cálcio e boro já solubilizados em meio aquoso. Outro diferencial é que o produto será entregue ao agricultor e distribuidores por meio dos caminhõestanques, em quantidade mínima de 9 mil litros. Isto traz segurança ao cliente final, pois elimina as operações de risco no manuseio do produto. INF.: www.yarabrasil.com.br

A UPL, empresa global de produção, pesquisa e venda de agroquímicos, esteve presente na HORTITEC e apresentou seu portifólio estratégico para controle de pragas, doenças e ervas daninhas presentes nos principais cultivos de hortaliças. O grande destaque foi o Manzate®, um produto líder de mercado de protetores e indispensável para o manejo de fungos. Apresentou, ainda, inseticidas inovadores, como Azamax®, Imida Gold®, Game®, Perito®, BAC Control®, Bruttus®, Superus® e Upmyl®. Na linha de herbicidas, foram divulgados os produtos Tenace® e Glyphotal TR®. INF.: www.uplbrasil.com.br

Com a presença do presidente da JCB no Brasil, Richard Fox-Marrs e o presidente da Coopercitrus, José Vicente da Silva, foi assinado um contrato de parceria em que a Coopercitrus passa a ser a primeira concessionária agrícola da JCB autorizada no Brasil. A JCB é uma empresa multinacional, de origem inglesa, que já está a mais de 20 anos no mercado agrícola mundial, e há 3 anos iniciou um trabalho no segmento agrícola de forma mais efetiva aqui no Brasil. “O objetivo da JCB é estabelecer parcerias com empresas que se dediquem ao segmento agrícola, sendo que a Coopercitrus preenche esse quesito de cobertura e atuação plena dentro do Estado de São Paulo, onde o seu perfil em máquinas e implementos agrícolas caminha bem alinhado com as nossas estratégias e objetivos”, disse Michael Steenmeijer, gerente da JCB. INF.: www.coopercitrus.com.br

FMC APRESENTA PROTETOR MANZATE®: COOPERCITRUS: PRIMEIRA PORTIFÓLIO PARA CITROS SOLUÇÃO PARA O CULTIVO CONCESSIONÁRIA JCB

A FMC Agricultural Solutions marcou presença na 41ª Expocitrus, em Cordeirópolis (SP), após a aquisição da Cheminova, e apresentou seu novo portifólio integrado para manejo de pragas e doenças da citricultura com incremento de produtividade na cultura. Destaque para o Difluchem 240 SC®, um inseticida fisiológico, para controle do bicho furão; o inseticida e acaricida Kraft 36®, indicado para controle de ácaro da falsa ferrugem, ácaro branco e minadora das folhas; o Dimexion®, inseticida e acaricida recomendado para o controle de pragas sugadoras e mastigadoras, como pulgão preto do citrus, cochonilha verde, escama marrom, cochonilha parda, de placa e branca, mosca branca e mosca das frutas; o inseticida Nufos® para controle de cochonilha pardinha; o inseticida Malathion®, eficaz no controle de Psilideos, tripes, bicho furão, mosca das frutas e cigarrinha do pedúnculo e o inseticida Warrant®, indicado para controle de pulgão-preto-doscitros”. INF.: www.fmcagricola.com.br


Isto demonstra a importância da feira em um contexto nacional, onde em um único local com pouco menos de 20 mil metros quadrados, agricultores e revendedores de todos os cantos do país e de atividades agrícolas geradoras de emprego e renda encontram o que há de mais atual e inovador, a um baixo custo, tecnologias para os setores de sementes, bulbos, mudas, fertilizantes, irrigação, ferramentas, estufas, embalagens, vasos, telas, substrados, climatização e biotecnologia. Até o fechamento desta edição, a Organização da feira não tinha apresentado os números de fechamento de negócios, mas o que avaliamos nos três dias de evento é que foi um sucesso.

FOTOS: Editora Attalea

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Irrigação por gotejamento para HF reduz consumo de água em 30%

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Netafim, empresa pioneira e líder mundial em soluções de irrigação por gotejamento, participou da 22ª HORTITEC e apresentou os sistemas de irrigação por gotejamento para estufas e campo aberto que ajudam o produtor rural a economizar cerca de 30% de água. Segundo Rafael Faggioni, gerente de vendas da Netafim, diante do cenário de escassez de água, muitos produtores passaram a adotar essa tecnologia. “Além de economizar água com a irrigação localizada, nossa tecnologia moderniza todo o modelo de produção de hortifrúti (HF) por meio dos sistemas de automação e monitoramento”, destaca. Os sistemas de automação controlam de forma automática as irrigações diárias. Com eles, o produtor ou engenheiro agrônomo responsável, podem programar uma única vez e não precisam mais se preocupar. “Facilita muito o dia a dia no campo, é mais preciso, requer menos mão de obra e pode economizar insumos como fertilizantes por meio da automação da fertirrigação”, completa Faggioni. Junto com a automação é possível também monitorar o momento da fertirrigação. “O produtor prepara o estoque

de calda com fertilizantes e deixa o controlador programado de acordo com a necessidade da cultura e período da planta”, detalha. No caso das estufas, o gerente explica que todo processo fica automatizado. “Instalamos sensores de umidade e temperatura em toda estufa. A partir de uma determinada temperatura ou nível de umidade pré-programadas, por exemplo, o produtor pode resfriar ou umidificar o ambiente de forma totalmente automática por meio do acionamento do sistema de nebulização”, afirma. Atualmente,a Netafim está com uma área demonstrativa de folhosas na cidade de Biritiba Mirim (SP). “Se mais de 70% dos produtores adotassem a irrigação por gotejamento, poderíamos ter um retorno de água para o consumo humano de 20% a 40%”, analisa Faggioni. As culturas do HF tem ciclo muito rápido, gerando um fluxo de compras constante para as safras que estão para ser iniciadas ao longo do ano. “Isso nos garante certa constância de faturamento. Além disso, a crise hídrica também gerou mais consciência nos produtores que, preocupados com a produção e abastecimento de alimentos, passaram a adotar novas tecnologias como a nossa”, finaliza.

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onitorar os eventos meteorológicos ocorridos nas lavouras é fundamental para um melhor planejamento das atividades da propriedade agrícola, principalmente devido às mudanças no clima do planeta. No Brasil, a mesma rede de informações meteorológicas que serve de base para a agricultura, também atende outros setores como: construção civil, aeroportos, instituições de pesquisa, geologia, navegação e forças armadas. Isso torna as informações disponíveis pouco relevantes ao setor do agronegócio, que requer registros de dados sobre o clima mais próximos das regiões produtoras. Certamente, quanto mais representativa for as informações sobre o clima mais exatas serão as decisões dos agricultores, evitando prejuízos no campo. No entanto, o investimento em meteorologia no Brasil ainda é baixo. De acordo com o site De olho no Tempo, são apenas 616 estações meteorológicas automáticas públicas e 147 da rede privada registrando e monitorando os fenômenos meteorológicos no país – uma relação de 0,2 equipamentos por município. Poucas estações e a carência de informações exclusivas sobre o clima para o setor do agronegócio incentivou a empresa brasileira Olearys a lançar um projeto pioneiro e arrojado que se propõe a monitorar o clima de uma micro região agrícola. Trata-se da plataforma tecnológica Hemisphere One que, de forma exclusiva e gratuita, disponibilizará a agricultores em micro regiões específicas o monitoramento de fenômenos climáticos em tempo real. A partir de maio, essa tecnologia beneficiará cerca de 500 agricultores de Perdizes, região localizada no Triângulo Mineiro, uma das importantes do agronegócio nacional. Destaca-se a alta representatividade do monitoramento climático a ser realizado, já que 11 estações meteorológicas automáticas acopladas com 46 sensores eletrônicos estarão concentradas em um raio de 30 quilômetros. Os equipamentos irão registrar dados meteorológicos em intervalos de 15 minutos e a transmissão das variáveis climáticas realizada pela rede celular e poderá ser visualizada pela internet com atualização do banco de dados de quatro em quatro horas. Os eventos climáticos a serem monitorados são: temperatura e umidade relativa do ar, orvalho, precipitação pluviométrica, velocidade/direção do vento e radiação solar. O acesso a estas informações promoverá a adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis com maior respeito ao meio ambiente sem comprometer a produção das lavouras. O simples fato de monitorar o micro clima das lavouras permite ao agricultor racionalizar o uso de agrotóxicos nas lavouras; reduzir o consumo de água, energia elétrica e combustíveis nas irrigações e, ainda, melhorar a gestão das propriedades. Agricultores da região que já adotam os serviços da empresa atingiram resultados extremamente positivos com redução de 40% a 60% nos custos de produção e aumento de produtividade. “Em uma recente colheita feita no município de Unaí(MG), o produtor colheu 79 sacas de soja por hectare, o que significa um aumento de 25% na

FOTO: Olearys

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Monitoramento meteorológico exclusivo para agricultores do Triângulo Mineiro

produtividade em comparação com o talhão acompanhado pelo sistema convencional desta fazenda. Além do aumento na produtividade, obtivemos uma redução de 60% da água nas irrigações em relação aos utilizados nas áreas convencionais”, afirma Luiz Fernando Felix, coordenador da Olearys. A equipe da Olearys possui vivência de mais de 15 anos na implementação de projetos que envolve inovação, reforçando que além da empresa desenvolver tecnologias avançadas sabe também implementá-las, eliminando as barreiras que a evolução da informática representa no meio rural. Para ter acesso às informações, os produtores deverão entrar no site www.olearys.com.br e se cadastrar através de um formulário. Na sequência, receberão uma senha por email que garantirão acesso à plataforma Hemisphere One. Além dos eventos climáticos reais ocorridos na região, também poderão acompanhar a previsão do tempo com visão futura de 10 dias e a série histórica dos últimos 30 anos do balanço hídrico da região. Segundo Tiarê Bonamini, gerente de Soluções da Olearys, a idéia étestar a aceitação da comunidade agrícola de Perdizes e, posteriormente, ampliar o serviço para outras regiões do Brasil. Nosso plano estratégico é instalar 1.500 estações meteorológicas em todo território nacional nos próximos cinco anos”, diz Bonamini, completando que já está negociando novas propostas de outras regiões. “Queremos alcançar o status de ser a empresa privada detentora do banco de dados meteorológicos mais representativo do país com foco em micro regiões agrícolas”, completa ele. Com a rede de Perdizes, os agricultores terão acesso a 4,5 mil registros de variáveis ambientais diariamente, o que equivale a 135 mil registros mensais e a 1,6 milhões ao final de cada ano. Dessa maneira, a Olearys contribui de forma significativa com o setor do agronegócio brasileiro, proporcionando aos agricultores a experimentação de uma tecnologia avançada, quebrando o paradigma da forma de fazer agricultura.


FRUTICULTURA

Temperatura alta diminui multiplicação da bactéria do HLB nas plantas de citros

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m estudo do Fundecitrus sobre a influência das condições climáticas sobre o greening (huanglongbing/HLB) comprova que em altas temperaturas a multiplicação da bactéria do HLB na planta é menor e, consequentemente, a aquisição dela pelo psilídeo Diaphorina citri – inseto transmissor da doença para as plantas - também é reduzida. Foram feitas avaliações em laboratório e no campo. Os testes começaram em câmaras de crescimento instaladas no Fundecitrus. Nestes equipamentos é possível controlar com precisão as condições de umidade e temperatura. As plantas doentes foram expostas a diferentes temperaturas e nas mais altas a velocidade da multiplicação da bactéria nos brotos diminuiu. O estudo seguiu com experimentação no campo em duas regiões de climas contrastantes:

FOTO: Fundecitrus

Pesquisa do Fundecitrus comprova que evolução da doença é menor em regiões de clima quente

Comendador Gomes, no Triângulo Mineiro, onde as temperaturas no verão podem chegar aos 40°C e os invernos são amenos; e Analândia, na região Central do estado de São Paulo, com verões menos intensos e temperaturas mais frias no inverno. Para garantir a segurança do pomar, as árvores doentes permaneciam “engaioladas” em mini estufas para não servirem de foco de contaminação para as outras plantas. A cada dois meses, psilídeos eram colocados para se alimentar nos brotos e, em seguida, tanto insetos como plantas eram analisados no laboratório do Fundecitrus. A concentração da bactéria nos brotos das plantas de Comendador Gomes (MG) foi menos da metade da encontrada nas plantas de Analândia (SP). Além disso a porcentagem de brotos infectados foi 80% menor e a taxa de aqui-

sição da bactéria pelo psilídeo menor que um terço. Após serem feitas cerca de 2,5 mil avaliações por meio de PCR, constatou-se que quanto maior o número de horas com temperaturas acima de 30°C e menor a quantidade de chuvas, menor a concentração de bactéria. “Não se pode atribuir a uma única causa o aumento ou a diminuição da velocidade de crescimento do HLB nas diferentes regiões do parque citrícola. Mas é possível afirmar que o clima afeta a bactéria e o psilídeo. Nosso objetivo continua sendo identificar e entender melhor os fatores que influenciam na disseminação da doença e com isto poder ajudar o produtor a aprimorar as medidas de controle a serem tomadas no campo”, explica o pesquisador do Fundecitrus Silvio Lopes, responsável pelo estudo.

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O VAZIO SANITÁRIO DA SOJA Ricardo Alves Vieira - Engº Agrº graduado pela FAFRAM

- Ituverava (SP) e pós-graduado pela UFV - Universidade Federal de Viçosa (MG). [ ricardoalvesvieira@yahoo.com.br ]

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inegável a importância da cultura da soja em nosso país. Os dados da safra 2014/2015 surpreendem, são 31,5 milhões de hectares plantados com a cultura, 94,3 milhões de toneladas do grão, com aumento da produtividade em 4,8 %, e da área plantada em 4,4 %, um recorde, segundo dados da CONAB. Da produção ao consumidor final, há toda uma cadeia produtiva envolvida. Esta, que não começa no ato do plantio e nem termina na colheita, possui um complexo sistema que envolve vários setores da economia nacional. Setores como o de importação de matérias-primas (fertilizantes), pesquisa, logística, mão de obra, indústria esmagadora, armazenagem, são partes envolvidas, gerando emprego e receita ao país. Desta forma, torna-se impossível olhar para a produção de soja como uma atividade única, pois sua competitividade depende de diversas questões que influenciam seu sucesso. Assim, o produtor deve ter uma visão ampla sobre os aspectos que podem prejudicar seu negócio. Dentre esses aspectos, destaca-se a questão fitossanitária na qual está inserida a produção de soja no Brasil. Especificamente a ferrugem asiática ou ferrugem da soja (Phakospora sp), doença fúngica, detectada no Brasil em 2001, que afeta a cultura da soja e pode causar prejuízos de até 80%. No seu controle, o produtor utiliza-se de aplicações de fungicidas, além de um constante monitoramento da doença. Outra medida importante é o respeito ao período de vazio sanitário da soja, que consiste num intervalo, sem a

cultura da soja, de 90 dias para que o ciclo da doença seja interrompido. Esta medida está descrita pela Instrução Normativa MAPA nº 2, de 29 de janeiro de 2007 e, para o Estado de São Paulo, através da Resolução SAA nº 9, de 15 de março de 2007, alterada pela Resolução SAA nº 27, de 16 de maio de 2012. Em território paulista esse período é de 15 de junho a 15 de setembro. Com esse intervalo, sem a presença de plantas vivas de soja, diminuem-se as fontes de inoculo da doença (esporos vivos do fungo que podem transmitir a doença), considerando-se que o período de sobrevivência dos fungos não ultrapassa 55 dias, segundo dados da literatura científica. Com isso, a safra subsequente da soja não será prejudicada com uma alta infestação inicial da doença, tendo, consequentemente, uma diminuição nas aplicações de fungicidas e uma redução no custo de produção, além da contribuição para um maior equilíbrio ambiental. A implantação do vazio sanitário traduz-se numa importante ferramenta para o controle da ferrugem asiática na cultura da soja. As tecnologias inovadoras, a busca por melhores informações e a aplicação de técnicas específicas, são componentes que descrevem o agricultor moderno em sua missão de produzir alimentos ao mundo. Assim, torna-se imprescindível seguir as orientações e determinações das quais o cultivo da soja impõe, como o cumprimento do vazio sanitário, trabalhando a importância da soja como um todo, mantendo sua competitividade em todo país.


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O ESTATUTO DA TERRA, SEUS ASPECTOS CONSTITUCIONAIS E ADEQUAÇÃO AOS DIAS ATUAIS João Roberto Menezes Jacinto - Advogado Especialista em Direito do Agronegócio. [ betomjacinto@hotmail.com ]

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Constituição Federal, nossa Lei Maior, também é chamada de Constituição Cidadã justamente pelo fato de ter abrangido em seu texto os mais variados temas previstos no direito, visando atender o cidadão da melhor forma possível, com um viés social democrata, ou seja, buscando garantir direitos básicos aos homens como saúde, educação, meio ambiente limpo e equilibrado, direitos trabalhistas, previdenciários, assistenciais, e dentre tantos outros os correlatos ao campo. Esta abordagem se deu de maneira genérica, restando a necessidade de uma legislação específica que regulasse as questões rurícolas. Entretanto, antes mesmo do advento da Constituição de 1988, já existia essa legislação regulatória, o Estatuto da Terra, que talvez muitos produtores rurais não saibam, mas é a legislação que rege sua atuação. Sancionado em 1964, a lei n° 4.504 de 1964, foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988, ou seja, não apresentou conflitos com o texto constitucional, até pelo fato de possuírem uma visão parecida, apesar de terem sido elaborados em épocas distintas. Elaborado na vigência do Governo Militar, o Estatuto da Terra apresentava até então, basicamente duas metas: o fomento e desenvolvimento da agricultura e a reforma agrária. Entretanto, décadas depois, podemos constatar que a primeira meta recebeu grande atenção do governo, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento capitalista ou empresarial da agricultura, enquanto a segunda, apesar dos movimentos campesinos, não recebeu tanta atenção assim. Ainda que se trate de uma lei com amplo intuito ideológico, a verdade é que o Estatuto da Terra foi elaborado por uma equipe de altíssimo nível intelectual, sendo seus integrantes selecionados de forma extremamente criteriosa, membros de universidades e institutos de pesquisa das áreas jus-agraristas e afins. O Estatuto da Terra, apesar de seu aspecto atual, possui em seu texto questões da época de sua elaboração, como por exemplo, a diminuição do êxodo rural e do abandono de propriedades rurais, que aconteciam em função da falta de condições para torna-las produtivas. Assim, há que se ressaltar que, fatores históricos ocorridos nas décadas de 1950 e 60, fizeram com que ele tivesse,

além da garantia de direitos dos agricultores, uma visão social, tendo como lema a melhoria da vida no campo, oportunizando, de uma forma geral, melhores condições de moradia, produção, trabalho e remuneração mediante a produção agropecuária. Um dos aspectos extremamente importantes que tanto a Constituição Federal quanto o Estatuto tratam é a garantia da função social da propriedade, que a estará presente na propriedade bem explorada, que não traga prejuízos ao bem estar social e à saúde dos confrontantes, dos trabalhadores que nela labutam, seus proprietários, enfim, todos aqueles que dela dependem ou necessitam. Hoje constatamos que a visão da época se enquadra perfeitamente aos dias atuais, pois, ainda possuímos a necessidade de se estabelecer políticas públicas que possam fazer a atividade agrária voltar a ser algo rentável, melhorando as condições de vida no campo e consequentemente o aumento da produção. A conjuntura destes fatores é facilmente notada nos dias atuais, haja vista a safra recorde de grãos dos últimos anos. Vivemos um oásis de grandes produções, com uma gama de insumos, implementos, maquinários, técnicos especializados e produtores engajados com a causa. Contudo, é preciso que o governo volte a investir em infraestrutura, pois apesar da legislação prever a necessidade de políticas públicas voltadas à produção agrícola, e de todo o esforço para otimizá-la e diminuir seu custo, ainda enfrentamos, por exemplo, enorme dificuldade em escoá-la, a falta de armazéns e silos para estocagem adequada, trazendo aos produtores uma perda inestimável. O setor que mais cresce hoje em nosso país, que é o pilar central da economia nacional, não pode viver à mingua, na espera de subsídios que o governo oferece quando lhe convém. O agronegócio é pujante e o produtor rural merece mais atenção e políticas públicas que de fato resolvam as questões e dificuldades enfrentadas no dia-a-dia. Representamos percentual significativo da balança comercial brasileira, ainda mais em tempos de crise. Precisamos cobrar de nossos representantes que atuem para pôr em prática aquilo que o Estatuto da Terra dispõe, principalmente em seu capítulo III, que é a Assistência e Proteção à Economia Rural.

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