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FOTO DE CAPA Vista aérea de um cafezal na região da Alta Mogiana. Foto: AMSC
CONCURSO CUP OF EXCELLENCE BRAZIL NATURALS 2015
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Considerado o principal concurso de qualidade de café do Mundo, o Cup of Excellence nasceu no Brasil em 1999 e atualmente é realizado em mais de dez países. Para este ano, as amostras devem ser entregues até o dia 26 de outubro. A Fase Nacional será realizada entre os dias 30 de novembro e 04 de dezembro em Varginha (MG). Já a Fase Internacional acontecerá de 07 a 11 de dezembro, em Franca (SP). Os lotes devem ter no mínimo 12 sacas e no máximo 50 sacas. A análise das amostras será dividida entre as regiões produtoras.
PECUÁRIA
MILHO
Regulagem da plantadeira na qualidade do plantio
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No plantio mecanizado de milho, vários fatores podem interferir no estande final da cultura e na produtividade e nos lucros e o sistema de distribuição de sementes é um deles.
Criação de novilhas para a produção leiteira
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No processo produtivo na bovinocultura leiteira, as novilhas são muito esquecidas pelo produtor rural. Esta classe animal determina o futuro potencial de produção em uma propriedade.
Estaquia: método inovador de produção de mudas de café
CAFÉ
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FRUTICULTURA
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BSCA - Associação Brasileira de Cafés Especiais, a ACE Alliance for Coffee Excellence e a APEX-Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos estão preparando as últimas ações para a realização do Cup of Excellence Brazil Naturals 2015. Considerado o principal concurso de qualidade do mundo, o Cup of Excelence nasceu no Brasil em 1999 com o objetivo de selecionar os melhores grãos colhidos em cada safra, que possuam alta qualidade e sejam adequados ao mercado de cafés especiais, sendo que a comercialização é realizada através de leilão internacional pela internet. Para este ano, as amostras devem ser entregues até o dia 26 de outubro. A Fase Nacional será realizada entre os dias 30 de novembro e 04 de dezembro em Varginha (MG). Já a Fase Internacional acontecerá de 07 a 11 de dezembro, no Parque de Exposições “Fernando Costa”, em Franca (SP) No ano passado, dos dez primeiros colocados no Cup of Excellence Brazil Naturals 2014, sete produtores eram da região da Mantiqueira de Minas, ao lado de dois cafeicultores da região das Matas de Minas e um do Cerrado Mineiro. Ainda na cafeicultura, abordaremos temas interessantes nesta edição. A Cocapec apresenta os investimentos na ampliação da unidade de Ibiraci (MG). Já os pesquisadores do NECAF - Núcleo de Estudos em Cafeicultura da UFLA - Universidade Federal de Lavras (MG) apresentam o método inovador de produção de mudas de cafés, a estaquia. Para os produtores de cafés Conilon, a Embrapa Rondônia desenvolveu sistema de secagem de café sustentável e acessível. Destacamos, também, informações atualizadas sobre atual situação do CAR - Cadastro Ambiental Rural, mostrando que até 31 de julho apenas 58,64% da área total do Brasil foi cadastrada, o que representa 233,1 milhões de hectares. Lembrando que o prazo encerra em 5 de maio de 2016. O produtor rural também precisa ficar atento para o prazo final para a Declaração do ITR - Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural que é 30 de setembro. Na pecuária leiteira, publicamos artigo interessante que demonstra a importância da ampliação do período mais crítico da saúde das vacas leiteiras para 60 dias antes e 30 após o parto, em vez dos tradicionais 42 dias. Segundo a pesquisa, este período é essencial para a imunidade e o balanço energético do animal. Na fruticultura destaque para o novo modelo de plantio de abacaxi no Triângulo Mineiro: o mulching. Já na Horticultura, destaque para as novas variedades de batatas que o INCAPER introduziu no município de Santa Maria de Jetibá (ES) e para os resultados promissores do Sakata Win Day 2015, realizado em Bragança Paulista (SP). Apresentamos, ainda, os resultados da Fenasucro & Agrocana 2015, realizado em Sertãozinho no final de agosto. Abraços a todos. Boa leitura!!!
HORTALIÇAS
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BSCA prepara o Cup of Excellence Naturals 2015
DESTAQUE: CAFÉS ESPECIAIS
EDITORIAL
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A propagação por estaquia no café arábica consiste em colocar uma estaca do ramo ortotrópico (ladrão) para enraizar e, assim, obter uma nova planta. Confira todas as etapas do processo.
Novo modelo de plantio de abacaxi no Triângulo MG
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O cultivo de abacaxi utilizando o sistema de mulching está ganhando espaço no Triângulo Mineiro. A técnica consiste em cobrir com plástico os canteiros onde é cultivada a fruta.
Novas variedades de batata em Santa Maria Jetibá (ES)
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O INCAPER passou a incentivar o cultivo de batatas e introduziu no município de Santa Maria de Jetibá (ES) três novas variedades: a “BRS Clara”, a “BRS Ana” e a “BRS Camila”
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contatos
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ANTÔNIO WELLINGTON MARTINS Transportador - São Sebastião do Paraíso (MG). “Solicito alteração no meu endereço para continuar recebendo a Revista Attalea Agronegócios”. LIDIOMAR NEVES DE OLIVEIRA (lidiomaroliveira@grupomarcovel.com.br) Universitário no Curso de Agronegócios - Redenção (PA). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. SEAGRI BAHIA - BIBLIOTECA (agronews@seagri.ba.gov.br) Secretaria de Agricultura do Estado da Bahia - Salvador (BA). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. DÉBORA RISSATO CUNHA PRIOR (deborarcp@gmail.com) Agricultora Orgânica, Gado de Leite e Café Orgânico - Franca (SP). “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. GILVANI MARCOS DE OLIVEIRA (gilvanimarcos@outlook.com) Cafeicultor - Guardinha (MG). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. OSVANEI NUNES DA SILVA (osvanei@hotmail.com) Técnico Agrícola - Januária (MG). “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. GEÓRGIA VANIZE FIGUEIREDO COSTA (biblioflaviogutierrez.etmsl@gmail.com) Bibliotecária - Sete Lagoas (MG). “Sou responsável pela Biblioteca da Escola Técnica Municipal, com cursos correlatos, como o de Administração e Meio Ambiente. Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”.
SANDRO OLIVEIRA (as_deoliveira@hotmail.com) Gestor de Fertilizantes - São Paulo (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”.
RENATA ALMEIDA (renataalmeida74@gmail.com) Consultor Rural - Arroio dos Ratos (RS). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”.
ANDRÉ APARECIDO DIOGO (andrefernandesdiogo@gmail.com) Empresário - Itaporanga (SP). “Trabalho em uma revenda de agroquímicos e fertilizantes chamada Belagricola Produtos Agrícolas. Gostaria de fazer o meu cadastro e passar a receber a Revista Attalea Agronegócios”.
GILMARA VIEIRA MACHADO (gilmaramachado100@hotmail.com) Administradora Rural e Técnica em Agronegócios - Teresina (PI). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”.
ANDRÉ GILLES (aguaboagilles@hotmail.com) Agricultor - Corbélia (PR). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. IVONATTO FELIX DA COSTA (ivonattoflix@gmail.com) Almoxarife - São Luis (MA). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. LEANDRO HENRIQUE SIMÕES (simoeslh@bol.com.br) Universitário - Itajubá (MG). “Estou cursando graduação em Tecnologia de Agronegócio na instituição UNICESUMAR e gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. PAULO ROBERTO FERREIRA LIMA (prf.lima@ig.com.br) Produtor Rural - Santos (SP). “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. BRAZ RODRIGUES DEPOLI (brazdepoli@hotmail.com) Tecnólogo em Agronegócios - Mogi das Cruzes (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. ERIK FRANCISCO ANDRADE (erikfrancisco2007@uol.com.br) Técnico em Irrigação - Franca (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea”.
JULIO CEZAR DOS SANTOS JUNIOR (jkeyboardibs@yahoo.com.br) Funcionário Público - Sumidouro (RJ). Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. PAMELA FONSECA NEVES FERREIRA (pamela.f.n.ferreira@gmail.com) Estudante de Agronomia - Uberaba (MG). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. LAIS CRISTINA CORNÉLIO (laisagronomia2015@outlook.com) Agricultora - Três Pontas (MG). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. JOÃO LUIS GOMES GONÇALVES (mariaelisabethe@gmail.com) Agricultor - Soja e Milho - Londrina (PR). “Gostaria de assinar a Revista Attalea”. ADÉSIO SOARES DIAS (adesio@hotmail.com) Técnico em Agronegócio - Buritizeiro (MG). “Sou filho de produtores rurais e gostaria de receber a Revista Attalea”. LUIZ ALVES DA COSTA FILHO (luizfilho2007@hotmail.com) Técnico em Agronegócio - Santa Vitória (MG). “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”.
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Jacto lança K 3500: um novo conceito de mecanização para a cafeicultura brasileira
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pesquisa de produtividade agrícola da safra 2014/15 realizada pela UDOP, e que colheu dados com unidades responsáveis pela moagem de quase 15% de toda a cana-de-açúcar processada na última safra no Brasil, mostrou que do universo pesquisado, 61% das usinas não mexem na palha da cana-de-açúcar, deixando esse importante recurso adormecido nos canaviais. O dado comprova o grande potencial das usinas brasileiras no quesito geração de bioeletricidade, a energia
Oferta de bagaço e palha atinge 1 milhão de toneladas
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acionalmente, a matriz energética vincula-se majoritariamente à fonte hídrica fazendo com que, em períodos de escassez pluvial, a segurança energética seja comprometida. Nesse contexto, a energia termelétrica, em especial, a produzida por meio de biomassa de cana, mostra-se como uma alternativa sustentável ao abastecimento e segurança energética do País. Essa é a conclusão do estudo de Natália de Campos Trombeta, da ESALQ/USP, em sua dissertação de mestrado, desenvolvido no programa de pós-graduação em Economia Aplicada, sob orientação do professor José Vicente Caixeta Filho, em parceria com o CTC - Centro de Tecnologia Canavieira, ao longo de 2014. Em resumo, os indicadores agronômicos para uma usina média do Brasil apresentam moagem média de 3 milhões de toneladas de cana, 8% de impureza vegetal e 88% de colheita mecanizada. “Esses números proporcionam uma oferta de bagaço e palha ao sistema de, aproximadamente, 1 milhão de toneladas de biomassa”, informa. O tema objetivou identificar e quantificar o potencial de biomassas de cana-de-açúcar (bagaço e palha) para geração de energia e produção de etanol celulósico. Para o estudo, Natália realizou um mapeamento das unidades produtoras de cana-de-açúcar da região CentroSul, utilizando-se de um levantamento de dados para a safra 2013/2014 com 77 usinas para o desenvolvimento de indicadores agronômicos (quantificação da oferta de bagaço e palha de cana-de-açúcar), tecnológicos (potencial de cogeração do setor) e mercadológicos (preços de energia elétrica, participação nos diferentes ambientes de comercialização). A partir dessas informações foi proposto um modelo matemático de alocação ótima de oferta de biomassa das mesorregiões produtoras da região Centro-Sul, com a finalidade de promover a maximização do lucro do setor canavieiro. Os dados levantados, segundo a pesquisadora, proporcionaram a geração de resultados coerentes e norteados à melhor assertividade do planejamento estratégico da alocação de biomassa no setor para fins energéticos (eletricidade e etanol). Esses efeitos foram divulgados de forma média para o Brasil e mesorregiões localizadas na região Centro-Sul. (Fonte: Esalq/USP)
FOTO: Copercana
Mais de 60% das usinas ‘não mexem’ na palha da cana
que vem do processo da queima da palha e do bagaço da cana nas caldeiras das unidades agroindustriais, e que hoje é desprezada por muitas unidades devido à falta de um olhar estratégico para este potencial que não é utilizado. Para o presidente da UDOP, Celso Junqueira Franco, o setor ainda esbarra nas questões regulatórias, “em que o governo sistematicamente estabelece preços teto para os leilões de energia de biomassa, que não garantem retorno adequado aos investidores, sem contar com outros gargalos, como a conexão com o sistema de distribuição”, o que, segundo ele, faz com que o setor venda apenas 15% do excedente de energia do potencial disponível no bagaço e palha, o que representa 2,5% de toda energia elétrica consumida no País. “O setor é capaz de produzir cerca de 14% de toda energia consumida no país, sendo complementar ao sistema hídrico, pois a concentração da produção ocorre no período seco, reduzindo o consumo dos reservatórios, contribuindo para a segurança de todo sistema de abastecimento”, destaca o presidente da UDOP. Para Celso Junqueira talvez o pior entrave da maior participação da bioeletricidade na matriz energética brasileira seja exatamente a falta de uma definição clara do papel desta energia no contexto da matriz nacional. O presidente da UDOP destaca ainda que a bioeletricidade poderia ser, hoje, uma importante válvula de escape, no momento em que o setor vive a pior crise de sua história, mas que isto requer um olhar mais estratégico por parte do governo. A pesquisa de produtividade agrícola da UDOP é aberta para unidades associadas e não associadas à entidade e já está em sua terceira amostra, tendo se consolidado como importante ferramenta para que as usinas participantes possam analisar como andam suas produtividades médias e se suas práticas agrícolas estão de acordo com a maioria das unidades participantes. Os resultados são disponibilizados apenas para as unidades que participaram da pesquisa. A pesquisa, realizada anualmente, apresenta ainda resultados como a produtividade média dos canaviais na última safra, o plantio, a colheita, os tratos culturais de cana planta e soca e a incidência de pragas e doenças nos canaviais, dentre outros temas. Sobre a safra 2015/16, a pesquisa deverá ser preenchida nos meses de abril e maio do próximo ano, sendo gratuita e aberta a todas as usinas interessadas. (FONTE: UDOP)
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FOTO: Renato Lopes FOTO: Editora Attalea
Arnaldo Jardim, Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, assina convênio com a Coopercana.
Abertura do evento: Antônio Eduardo Tonielo (presidente da Copercana e Cocredi), Aldo Rebelo (ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação), Arnaldo Jardim (secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo), Márcio França (vice-Governador do Estado de São Paulo) e Juan Pablo (presidente da Reed Exhibitions).
3,5. “Era preciso pensar em um modelo que nos permitisse fazer multiplicação com segurança e com uma velocidade maior”, ressaltou Landell. Capazes de aumentar em até 20 vezes a produtividade, as novas mudas ganharam durante a Fenasucro linha de crédito especial do Fundo de Expansão do Agronegócio FOTO: Renato Lopes
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m clima de otimismo e com presença do Gabinete da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, a Fenasucro & Agrocana 2015 – 23ª Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética foi realizada em Sertãozinho entre os dias 25 e 28 de agosto, representando um momento de retomada de fôlego para o setor. Frente à atual crise econômica que atinge todo o Brasil, o evento serviu para apresentar sugestões e soluções para a retomada da cana. A Secretaria transferiu seu Gabinete para a Fenasucro para apoiar os produtores de cana equipamentos e apresentar soluções de aumento de produtividade, como as Mudas Pré-Brotadas (MPB), desenvolvidas pelo Centro de Cana do Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria. “O governador Geraldo Alckmin sempre destaca a importância de oferecermos meios para que o produtor gere renda com sua produção. É de extrema importância que as inovações dos nossos centros de pesquisas cheguem ao campo”, defendeu Arnaldo Jardim. As MPB do Instituto são forte aposta do Governo do Estado para alavancar a produção dos canaviais. Marcos Landell, diretor do Centro, explicou que o desenvolvimento das novas mudas surgiu com a diminuição da taxa de crescimento trazida pela introdução do plantio mecânico, passando de um hectare de mudas para 10 de lavoura para um para
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Fenasucro 2015: momento de retomada de fôlego
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Paulista (Feap), com mais vantagens ainda para o agricultor, com valor oferecido de R$ 200 mil e seis anos para pagar. A Secretaria levou não apenas tecnologia, mas também novo fôlego aos representantes do setor, que confessaram ter chegado à feira um pouco desanimados, mas saíram dela mais otimistas. O secretário Arnaldo Jardim convocou uma retomada econômica que passe por um novo projeto de nação. “Não podemos abstrair o nosso momento político, as questões têm sua importância. Mas para as pessoas que estão aqui hoje, o desafio é ir além”, pediu Arnaldo Jardim. Produtor de 58,3% de toda a cana brasileira, o Estado de São Paulo deve liderar uma alavancada capaz de reverter a crise e manter o agronegócio como grande esteio da balança comercial paulista e do Brasil.
empresários e fabricantes de equipamentos e insumos para o setor sucroenergético. Representou um momento de analisar a cadeia produtiva diante do panorama econômico e definir demandas capazes de transporem os obstáculos. Entre os corredores cheios e dentro dos estandes, o tema central foi realmente a crise atual, mas prevaleceu um clima de otimismo. “Ouvi dos produtores que eles têm vontade de fazer acontecer. Foi muito bom. Eu vim para cá com uma caixa de lenço achando que seria um clima pessimista, mas o pessoal está querendo saber e investir. A expectativa é boa sim”, opinou Maurício Moisés, representante da HPB Energia, expositora na feira. Para quem ainda está entrando no setor também foi uma experiência proveitosa, principalmente quando o assunto é segurança do trabalho. Entre os vários grupos de estudantes visitando a Fenasucro & Agrocana, Jailton Silva escutava atentamente as explicações nos estandes para, quando se formar Técnico em Segurança do Trabalho, garantir um cotidiano seguro para os empregados na cadeia produtiva da cana. FOTO: Renato Lopes
FOTO: Editora Attalea
ÂNIMO - Focada em Fornecedores Industriais, Processos Industriais, Transporte e Logística e Energia -, a programação da Fenasucro & Agrocana 2015 contou com 100 horas de cursos técnicos como congresso de automação, seminário agroindustrial e rodada internacional de negócios. Os visitantes tiveram a oportunidade de explorar toda a cadeia de produção: preparo do solo, plantio, tratos culturais, colheita, industrialização, mecanização, aproveitamento dos derivados transporte e logística do produto e subprodutos da cana-de-açúcar. O evento empregou cinco mil pessoas direta e indiretamente em uma reunião de produtores de cana, estudantes,
FOTO: Renato Lopes
Marcos Fava Neves, Engenheiro Agrônomo e membro do Conselho durante o Encontro de Produtores Canaoeste/Orplana, no Cred Club Copercana.
Antônio Eduardo Tonielo (presidente da Copercana e Cocredi), Adriana Dias (Diretora Comercial da Revista Attalea Agronegócios), João Carlos de Souza Meirelles (Secretário de Energia do Estado de São Paulo) e Antônio Eduardo Tonielo Filho (presidente da Fenasucro & Agrocana).
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Sindicato Rural Batatais realiza com sucesso a 3ª Reunião de Produtores de Cana de Batatais
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Dr. Alexandre de Sene Pinto (Bug)
Dr. Pedro Henrique Cerqueira Luz (USP)
o último dia 22 de agosto, na Casa do Criador do Parque de Exposições de Batatais (SP), aconteceu mais uma Reunião de Produtores de Cana da região. O evento acontece há três anos, graças à atuação dinâmica de Rodrigo Benedini (presidente do Sindicato Rural de Batatais), de Roberto Toffeti (presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural), Tercio Marques Tostes (vice-presidente do Conselho) e da Engª Agrª Amanda Hernandes Stefani (chefe da Casa da Agricultura de Batatais). A 3ª Reunião de Produtores de Cana contou com um público superior a 50 participantes, que conferiram as novidades do setor canavieiro no tocante à nutrição e manejo biológico de pragas.
Engª Agrª Amanda Hernandes Stefani (chefe da Casa da Agricultura de Batatais).
Drª Lívia Tiraboschi (Yara)
O Drº Pedro Henrique Cerqueira Luz, professor doutor da USP - Universidade de São Paulo, abordou o tema: “Nutrição no Canavial”, dando dicas importantíssimas como a necessidade de adubação em micronutrientes. A Drª Livia Tiraboschi, coordenadora comercial da Yara, explanou o “Programa Nutricional Longevita - Cana Produtiva para mais Cortes”. Já o Drº Alexandre de Sene Pinto, mestre em entomologia e diretor de pesquisa e desenvolvimento da empresa Bug Agentes Biológicos, abordou o tema “Controle Biológico - Inovação no Manejo de Pragas na Cana de Açúcar”. Patrocinaram o evento: Yara, Usina Batatais, Bayer CropScience, Coopercitrus, Coplana, Agroambiental Figueiredo, Safra Lider, Agroguina, John Deere e Ourofino.
Roberto Toffeti (presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural)
Rodrigo Benedini (presidente do Sindicato Rural de Batatais).
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Desafios das tecnologias Bt no Brasil 12
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té 2007 o cenário do cultivo de milho no Brasil era de crescentes perdas por ataques de lagartas, o que assustava cada vez mais os produtores. Os inseticidas para controle apresentavam baixa eficiência e, consequentemente, o número de aplicações visando a proteção dos cultivos era grande. Neste ano, o Brasil entrou na era dos Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) na cultura do milho. Esses materiais OGMs incluem tecnologias que provém tolerância a herbicidas e tecnologias que expressam genes da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt), provedoras de proteção contra o ataque de insetos. Devido ao seu impacto no controle de lagartas, a introdução de culturas com a tecnologia Bt, revolucionou a agricultura brasileira. A rápida adoção da tecnologia Bt reflete sua aceitação pelos produtores em função dos benefícios que ela traz à cadeia agrícola. Entretanto, a evolução de resistência de populações de insetos-praga às culturas Bt, que consiste na seleção dos indivíduos resistentes e no aumento da frequência destes indivíduos na população da praga, é uma das grandes preocupações existentes, uma vez que pode eliminar os benefícios econômicos e ambientais dessa tecnologia, limitando sua eficácia no controle de pragas. No Brasil, fatores como a alta adoção dessa tecnologia, que atingiu cerca de 85% da área total plantada de milho em apenas quatro anos, expressão contínua da proteína, alta pressão de pragas, múltiplas gerações por ano, mais de um ciclo da cultura por ano e presença das mesmas tecnologias em culturas diferentes, contribuem significativamente para o aumento do risco de resistência. As sucessivas liberações de tecnologias entre 2007 e 2011, trouxeram a falsa percepção de que novas tecnologias seriam facilmente disponibilizadas. O uso do monitoramento de lavouras foi praticamente esquecido, e o conceito de que tecnologias Bt deveriam ser autossustentáveis foi estabelecido. A implementação de áreas de refúgio como prática fundamental do Manejo da Resistência de Insetos (MRI) para tecnologias Bt foi divulgada desde sua introdução. Porém, devido à alta pressão de pragas, foco em produtividade da lavoura, e a alta eficácia inicial das tecnologias, o que se viu no campo foi a baixa adoção de áreas de refúgio. Somando-se a isso, nas poucas áreas de refúgio existentes, este não foi efetivo, uma vez que inúmeras aplicações com inseticidas eram feitas, comprometendo a produção de insetos suscetíveis e, consequentemente, a função do refúgio como ferramenta de MRI. A estratégia mais efetiva no combate à resistência é implantar diversas práticas do Manejo Integrado de Pragas (MIP) e MRI simultaneamente e antes do seu desenvolvimento. Recomenda-se a implantação de programas de MRI como componente de um programa mais amplo de MIP, cobrindo três componentes básicos: monitoramento do complexo de pragas no campo e mudanças na densidade populacional, foco em níveis de dano econômico, e integração de múltiplas estratégias de controle. O grande risco na América Latina levou à implementação de um esforço coletivo entre Ministério da Agricultura, associações de produtores e as indústrias provedoras de biotecnologia para o estabelecimento de recomendações míni-
mas associadas às práticas de MRI. O compromisso das indústrias com Gestão Responsável do Produto e durabilidade de suas tecnologias foi reforçado pelo estabelecimento do programa ETS - Excellence Through Stewardship (Excelência através da Gestão Responsável de Produto) focado em manejo de resistência de insetos. Paralelamente, foi implementado o Grupo Técnico de Manejo de Resistência (GTMR), coordenado pelo Ministério da Agricultura. Empresas provedoras de biotecnologia, bem como representantes do IRAC, EMBRAPA e de associações de agricultores e consultores participam deste grupo, com o claro objetivo de identificar práticas que possam aumentar a durabilidade dos eventos transgênicos. A CHEGADA DA TECNOLOGIA Leptra™ DE PROTEÇÃO CONTRA INSETOS - Buscando a sustentabilidade do agronegócio, a DuPont Pioneer lança nesta safra os híbridos marca Pioneer® com a tecnologia Leptra™ de proteção contra insetos. Os híbridos com a tecnologia Leptra™ apresentam excelente eficácia nas populações suscetíveis das pragas-alvo desta tecnologia, oportunizando ao agricultor mais flexibilidade e maior confiança em suas decisões de plantio. A associação das melhores ferramentas para o alcance das maiores produtividades está na genética dos produtos marca Pioneer® junto com a tecnologia Leptra™, o Manejo Integrado de Pragas (MIP), tratamento de sementes e a excelência do suporte técnico da equipe DuPont Pioneer. A tecnologia Leptra™, devido ao seu amplo espectro, é hoje a melhor opção para auxiliar no controle das principais lagartas que atacam a cultura do milho, como a lagarta-docartucho, lagarta-elasmo, lagarta-do-trigo, broca-da-canade-açúcar, lagarta-eridania, lagarta-da-espiga e lagarta-rosca. É uma excelente escolha para aqueles agricultores que desejam mais segurança e rentabilidade na sua lavoura. A utilização da tecnologia Leptra™ requer a adoção de boas práticas agrícolas para manter a suscetibilidade das pragas-alvo, prolongando a eficácia e durabilidade da tecnologia. Como boas práticas gerais recomenda-se o Manejo da Resistência de Insetos (MRI), que tem como foco principal o uso de refúgio estruturado efetivo e o uso de inseticidas químicos para o controle adicional de pragas quando necessário. Híbridos marca Pioneer® com tecnologia Leptra™ de proteção contra insetos - disponível também em versão tolerante ao herbicida glifosato. Agrisure® e Agrisure Viptera® são marcas registradas utilizadas sob licença da Syngenta Group Company. A tecnologia Agrisure® incorporada nessas sementes é comercializada sob licença da Syngenta Crop Protection AG. Tecnologia de proteção contra insetos Herculex® desenvolvida pela Dow AgroSciences e Pioneer Hi-Bred. ®Herculex e o logo HX são marcas registradas da Dow AgroSciences LLC. LibertyLink® e o logotipo são marcas registradas da Bayer. ® YieldGard é marca registrada utilizada sob licença da Monsanto Company. As marcas com ®, ™ ou SM são marcas e marcas de serviço da DuPont, Pioneer ou de seus respectivos titulares. © 2015 PHII
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Italo Ricardo Sant’ana Gregorin¹
o plantio mecanizado de milho, vários fatores podem interferir no estande final da cultura e, consequentemente, na produtividade e nos lucros. Para garantir o plantio do milho na janela correta, alguns fatores são levados em consideração, entre eles, a evolução na genética das sementes, o aumento na utilização de cultivares mais precoces e a modernização das plantadeiras. Atualmente encontram-se disponíveis no mercado diversos sistemas de distribuição de sementes, marcas e modelos. Quando regulados adequadamente e com a manutenção realizada periodicamente, a distribuição das sementes e o funcionamento do equipamento é mais eficazes. Vale ressaltar que a manutenção do equipamento é responsável pela precisão no plantio, aumento de rendimento e vida útil.
FOTOS: DuPont Pioneer
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A importância da regulagem da plantadeira na qualidade do plantio de milho
MANUTENÇÃO E REGULAGEM DA PLANTADEIRA - A revisão da plantadeira é indicada a cada entressafra para verificar se há peças desgastadas ou quebradas na safra anterior. É importante realizar uma inspeção geral nos elementos de corte e de deposição de adubo, engrenagens, correntes de transmissão, discos duplos de corte do carrinho da semente, limitadores de profundidade, compactadores, condutores de adubo e semente e, principalmente, nos seus componentes de distribuição. As regulagens e componentes devem ser inspecionados diariamente durante todo o plantio para que o equipamento tenha o desempenho desejado. A lubrificação do equipamento deve ser feita no início do plantio e durante todo o período de utilização, de acordo com as orientações do fabricante. NIVELAMENTO DA PLANTADEIRA A regulagem de nivelamento deve ser feita em uma área plana para que todo o equipamento esteja nivelado longitudinal e transversalmente. A regulagem incorreta pode ocasionar sementes superficiais ou muito profundas. A penetração dos discos de corte no solo deve ser solucionada ajustando sua posição (altura) e pressão nas molas.
AUTOR 1 - Coordenador de Agronomia da DuPont Pioneer. www.pioneersementes.com.br.
ESPAÇAMENTO DAS FILEIRAS - Se o número de linhas da plantadeira for ímpar, usar o centro do chassi como parâmetro. No caso de utilização de número par de fileiras, usar o centro do chassi como base e colocar as duas linhas à meia distância do centro. VERIFICAÇÃO DAS LINHAS - Verificar se todas as linhas trabalham alinhadas atingindo a profundidade desejada. É importante verificar as linhas que operam no rastro do trator e, se necessário, aumentar a pressão nas molas para uniformizar a profundidade com as demais.
A pressão dos pneus deve estar conforme o recomendado pelo fabricante. Pneus com baixa pressão tem circunferência menor e, com isto, giram mais vezes fazendo com que os dispositivos de sementes e adubos trabalhem mais e, como consequência, haverá superpopulação e excesso de adubo. As rodas compactadoras em “V”devem estar com a pressão ao lado da semente, evitando bolsões de ar e a compactação na superfície.
FOTOS: DuPont Pioneer
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TAXAS DE ADUBO E SEMENTE - Para a regulagem ideal é imprescindível saber o espaçamento pretendido assim como a quantidade de adubo e semente desejados, por hectare. Além disso, é importante seguir o manual do fabricante para a regulagem das engrenagens (motriz, movida e de redução) e realizar as medições nas condições de campo para ter o acerto real. É preciso verificar a limpeza dos tubos condutores de semente e adubo, uma vez que os tubos entupidos podem gerar falhas de plantio e adubação, algumas vezes notados apenas após o estabelecimento da cultura. Para a utilização correta dos discos e anéis, conferir a orientação na sacaria e fazer o teste para cada híbrido e lote. A utilização de tratamento de sementes de milho (inseticida, por exemplo) altera a superfície da semente, afetando o desempenho da semeadora pela dificuldade de movimentação nos sistemas distribuidores. Quando isto ocorre é necessário testar novamente o disco e anel. Após o teste da semente no disco, faz-se necessário a utilização de grafite para o funcionamento do equipamento e um plantio de qualidade. Recomenda-se o uso de 3 a 6 gramas de grafite por quilo de semente, dependendo do tipo (sementes chatas com menos e redondas com mais grafite).
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Lembrando que o excesso de grafite pode ser prejudicial à operação, causando desgaste no sistema de dedo (garras). FATORES EXTERNOS - A regulagem da plantadeira é um dos principais fatores que interferem no desempenho do plantio, porém, alguns fatores externos também podem afetar o desenvolvimento da operação, como: tamanho do trator, tipo de solo, umidade, velocidade de operação e experiência do operador. A regulagem da plantadeira aliada aos fatores externos é essencial para a obtenção de um bom rendimento e produtividade.
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Melhorando a performance de frangos de corte
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aumento de produtividade sempre será um grande desafio para a avicultura moderna. Isso se dá pelos constantes implementos de potencial de ganho que a genética nos impõe. Para que o produtor de frango de corte consiga expressar todo esse potencial fornecido pela genética e aproveitar ao máximo todos os nutrientes presentes no alimento, é importantíssimo que se tenha em mente que uma gama de controles é necessária. Em resumo, o trabalho do produtor é transformar pintinhos e ração em frangos de qualidade. O primeiro item importante no pacote de desenvolvimento é a nutrição. Hoje em dia, o conceito de bons resultados zootécnicos tem sido modificado para produção com baixos custos, devido aos constantes aumentos nos custos dos insumos básicos para produção de alimento (milho, soja, trigo, etc.). Por isso, encontrar o equilíbrio nutricional com um custo proporcional ao mercado em que esse produto se encontra é fundamental para a sobrevivência do negócio e, acima de tudo, para sua competitividade. Ponderando-se que a ração será equilibrada, porém de baixo custo, admite-se que o desempenho da ave estará muito mais embasado em dois outros alicerces da produção:
AUTOR 1 - Especialista em frangos de corte. Guapiaçu (SP). Site: www.cobbvantress.com
a sanidade e o manejo. Com esses dois quesitos bem controlados, podemos formar frangos com qualidade e, acima de tudo, com custo menor. Para um bom controle sanitário, dois itens são muito importantes: os programas de vacinação e os trabalhos de limpeza e desinfecção. Para a elaboração de um bom programa de vacinação, é importante que se tenha consciência dos desafios virais regionais e qual é a disponibilidade prática de cepas vacinais para a realidade de mercado da região. É importante que se tenha consciência que grande parte das vezes o nosso programa de vacinação não cobrirá todos os desafios virais impostos sobre a produção (cepas variantes, por exemplo). Nesse sentido, a limpeza e a desinfecção dos aviários passa a ser útil para que minimizemos ao máximo o grau de desafio sanitário aos quais as aves são expostas. Falar de limpeza e desinfecção, apesar de ser um tema básico, muitas vezes não é fácil em determinadas situações. Isso se dá porque, para termos um trabalho de limpeza efetivo, é necessário um insumo valioso dentro da indústria: o tempo. Grande parte das empresas, para diminuir seus custos de produção, querem otimizar ao máximo suas estruturas e para isso diminuem o tempo de alojamento entre lotes, produzindo um maior número de lotes e uma maior quantidade de aves em um determinado período de tempo.
Esse raciocínio não é incorreto, desde que certos limites sejam respeitados e que a palavra “otimizar” não se transforme em “explorar”. Quando o intervalo entre lotes é diminuído de maneira muito acentuada, o primeiro ponto a ser sacrificado é a qualidade das aves, seguido de queda de desempenho e aumento de custos. Aumento esse que muitas vezes não é compensado pela suposta otimização que se conseguiu com a diminuição do tempo de vazio sanitário. Em termos práticos, para que tenhamos um equilíbrio entre os processos de limpeza e desinfecção, um período de tempo médio satisfatório para a realização dos trabalhos de limpeza e desinfecção com qualidade seria de 14 dias. Esse período pode variar de acordo com o grau de tecnificação e a qualidade da mão de obra. Porém, é importante se ter em mente que quanto menor o tempo, mais assertivos devem ser os trabalhos que são rea-lizados nesse período. Mas para se produzir frangos de baixo custo e de boa qualidade, o ponto mais crítico que se percebe são, sem dúvida, os temas relacionados à ambiência e a estrutura dos aviários. Estruturas pobres e a falta de controle dos aspectos ambientais são pontos que afetam quase todas as empresas do mundo, em maior ou menor grau, e é onde se têm os melhores ganhos ou os piores prejuízos quando se fala em produção com baixos custos. Um bom ambiente se resume a uma granja onde a ave aproveite o máximo possível dos nutrientes disponíveis no alimento para o seu crescimento. Quanto maior o gasto que a ave tiver para modular a temperatura corpórea ou mobilizar o seu aparato imunitário, menor será a tradução de investimentos em alimento para peso vivo. Por conta desse raciocínio, empresas do mundo todo estão focadas em investimento em estruturas de criação que
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promovam um melhor controle ambiental e, consequentemente, melhorem a performance sem aumento de investimento em nutrição. Controles de temperatura, umidade, velocidade de vento, assim como quantidade e qualidade de água fornecida e consumo de alimento são aspectos muito importantes para que tenhamos também a capacidade de modular esses itens, no sentido de fornecer uma condição ótima para o desenvolvimento pleno da ave. Um entrave que se observa para a efetivação desse conceito, além da questão de investimento financeiro, é o conhecimento necessário para se trabalhar com estruturas mais elaboradas. Muitas companhias têm investido fortemente em estrutura, porém sem investir no conhecimento necessário para se extrair o máximo que os galpões podem oferecer. Conceitos de fisiologia acompanhados por temas ligados a dimensionamento, termodinâmica, isolamento e dinâmica de ar e fluidos são muito importantes, porém muito escassos em algumas empresas que começaram a investir em granjas com melhor nível de controle e tecnologia. O cuidado com a informação acaba sendo um ponto crucial, devido ao fato de muitas vezes a falta dela poder gerar uma má utilização de determinada tecnologia e, consequentemente, uma conclusão errônea do real potencial que essa tecnologia pode ter para a melhora dos resultados em cada realidade. Portanto, investir em nutrição é muito importante (com equilíbrio e custos controlados). Investir em sanidade é fundamental para que a qualidade e a segurança do nosso produto sejam asseguradas. Porém, a pedra fundamental para o sucesso ou não dos processos de produção avícola tem sido o investimento assertivo em tecnologias, estruturas e informações que consigam otimizar os investimentos já feitos e consolidar isso tudo em uma ave saudável e de baixo custo.
LEITE
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mpliação do período mais crítico da saúde das vacas leiteiras para 60 dias antes e 30 após o parto, em vez dos tradicionais 42 dias, é essencial para a imunidade e o balanço energético do animal. Já é sabido para o produtor que o período de transição da vaca leiteira, que compreende 21 dias antes e 21 após o parto, é um momento crítico e merece cuidados, já que nesse tempo o animal fica suscetível a infecções, entre ou-tros problemas de saúde. Ampliar esse período para 60 dias antes e 30 após o parto - o chamado 90 dias vitais da vaca - traz benefícios importantes para a saúde do animal e a sua performance de lactação. O tema foi abordado pela Elanco na 15º edição do Interleite Brasil, que aconteceu nos dias 4 e 5 de agosto, em Uberlândia (MG). Aumentando o tempo de cuidados, passa-se a prestar atenção também ao período de secagem da vaca. O momento é importante para que o animal possa se preparar para um novo ciclo de lactação. Nas duas ou três semanas que antecedem o parto, a produção de neutrófilos e linfócitos da vaca - principais células do sistema imune inato do animal - pode sofrer uma redução de 25 a 40%, o que pode ocasionar uma supressão do sistema imune, tornando a vaca mais suscetível a doenças pós-parto. Além da imunossupressão, a vaca apresenta uma queda energética depois de parir. As demandas essenciais de energia aumentam no início da lactação, período em o animal também perde o apetite, fazendo cair o consumo de ração. Resultado: a vaca acaba gastando sua reserva de gordura para compensar a energia necessária, além de ter seus níveis proteicos reduzidos. “Se não forem checadas, essas mudanças fisiológicas e metabólicas, combinadas a outras comuns nos 30 dias depois do parto, podem contribuir para impactos negativos na produtividade e ainda tornar a vida da vaca ameaçada. Os 90 dias vitais são importantes para que o produtor colha melhores frutos lá na frente, quando a vaca chega ao seu potencial máximo de lactação”, alerta Wagner Abreu, Consultor Técnico de Gado de Leite da Elanco. “Os 90 dias vitais reduzem as chances de infecções, o que potencialmente diminui o uso de antibióticos. Isso FOTO: Alta Genetics
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Vacas de leite precisam de cuidados especiais durante os 90 dias vitais
auxilia a manutenção da saúde das vacas, contribuindo para manter o suprimento de laticínios saudáveis e para reduzir os custos de produção. Os cuidados nessa fase são determinantes para a vaca alcançar com sucesso as fases de pico do ciclo de lactação, período no qual a contribuição para a rentabilidade da fazenda é maior”, complementa Jorge Ehrhardt, Gerente de Marketing de Gado de Leite da Elanco. PRINCIPAIS DOENÇAS DA VACA NESSE PERÍODO - As mudanças fisiológicas e metabólicas que as vacas leiteiras experimentam entre o período seco e 30 dias após o parto podem contribuir para um grupo altamente interligado de disfunções pós-parto. A imunossupressão no periparto pode acarretar diversas consequências negativas, diretas ou indiretas, deixando a vaca suscetível a doenças no pós-parto. Entre os problemas diretos estão mastite (inflamação da glândula mamária que afeta uma em cada seis vacas), retenção de placenta e metrite (inflamação da parede uterina). Essas doenças aumentam os gastos com tratamento, o descarte de leite e o risco de abate e mortalidade. Indiretamente, elas afetam a rentabilidade por meio da diminuição da produção futura, além de poderem impactar o sucesso das gestações seguintes. O balanço energético negativo comum nessa fase pode somar outros problemas, como deslocamento de abomaso (quarta câmara do estômago dos ruminantes, onde ocorre a digestão), cetose e disfunção ovariana. Dentre todos esses problemas, há ainda o aborrecimento e a frustração de se trabalhar com vacas doentes, o que gera estresse para produtores, veterinários e demais profissionais envolvidos em tomar decisões difíceis, como remoção do rebanho. CUIDADOS IMPORTANTES NOS 90 DIAS VITAIS - Uma vez que haja um entendimento claro dos riscos e desafios enfrentados durante os 90 dias vitais, é possível gerenciar o balanço energético e equilibrar a função imune da vaca, ajudando-a a alcançar seu máximo potencial de lactação. Para isso, os produtores devem trabalhar junto com veterinários e nutricionistas, a fim de desenvolverem um programa abrangente que envolve cuidados como:• Manejos de gerenciamento, para fornecer o máximo conforto à vaca, interações sociais negativas mínimas e gestão adequada da alimentação durante todo o período de reprodução. • Ajuste da dieta e inclusão de suplementos alimentares, para melhorar a saúde da vaca antes e depois do parto, ao aprimorar a eficiência alimentar e apoiar o sistema imune. • Controle e prevenção de mastite, gerenciando de forma eficaz o meio ambiente, equipamentos de ordenha e as pessoas que lidam com a produção de leite. • Programas de monitoramento, para detectar e prevenir riscos de doenças virais e bacterianas, facilitar a identificação precoce de diagnósticos e melhorar as estratégias de prevenção de doenças.
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Criação de novilhas para produção leiteira
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Glayk Humberto Vilela Barbosa1 Vânia Mirele Ferreira Carrijo2
processo produtivo na bovinocultura leiteira é composto por várias classes de animais, sendo todas interdependentes de tal forma que o fracasso em uma delas acarreta prejuízos significantes na produção leiteira de uma propriedade. Dentre a classe animal muito esquecida pelo produtor, e que determina o futuro potencial de produção em uma propriedade se encontram as novilhas, que necessitam de um correto manejo nutricional e profilático para manter o tamanho do rebanho em lactação. As novilhas têm o que há de melhor em genética na propriedade e portanto, a disponibilidade de novilhas excedentes para expansão do rebanho e a venda está ligada ao sucesso de criação. As novilhas representam cerca de 15 a 20% dos custos de produção da atividade leiteira, é necessário acompanhar criteriosamente o desenvolvimento destes animais do desmame até a primeira inseminação, atentando principalmente para o ganho de peso médio diário durante a fase de crescimento dos animais que está intimamente relacionado com o manejo nutricional adotado na propriedade. As novilhas devem ser agrupadas de acordo com sua idade e seu crescimento. Quanto mais novas maiores são os
AUTORES 1 - Zootecnista, B.Sc. Mestrando em Produção Animal Sustentável pelo Instituto de Zootecnia. Jurado Efetivo de Raças Zebuínas e Assessor de Pecuária Leiteira. Email: glaykhumbertovilela@yahoo.com.br 2 - Médica Veterinária, M.Sc. Produção Animal Sustentável pelo Instituto de Zootecnia. Docente do Centro Paula Souza. Atua na área de sanidade, escrituração zootécnica e biotecnologia da reprodução.
cuidados sanitários, além disso, cada grupo tem exigências nutricionais específicas. Mas isso depende das condições existentes em cada propriedade, instalações, da disponibilidade de piquetes para o manejo dos animais etc. Havendo condições, as novilhas devem ser distribuídas em: bezerras até o desmame, novilhas de transição, novilhas pré-púbere, novilhas em reprodução, novilhas prenhes e novilhas no pré-parto. O controle do crescimento se faz com pesagens mensais através da utilização de balanças e fitas métricas, indicando o correto desenvolvimento das novilhas. Em grandes rebanhos, este controle se faz por amostragem ao acaso de algumas novilhas. Como o peso vivo por si só não é a melhor medida isolada para se determinar o status nutricional dos animais, deve-se fazer a avaliação de escore de condição corporal, pois auxilia a caracterizar o desenvolvimento das novilhas. Para tanto, em grandes rebanhos basta fazer uma amostragem de ordem de 10 a 20% dos animais de cada categoria e proceder a avaliação da condição corporal. Um dos pontos mais importantes na criação das novilhas como mostrado é monitorar corretamente a taxa de crescimento dos animais, evitando o atraso na maturidade sexual e o primeiro parto, determinando se as novilhas estão sub ou super alimentadas e conseguindo desta forma um peso ideal no momento do parto. Na análise de índices zootécnicos por exemplo da raça Gir, a idade ao primeiro parto está em torno de 40 meses, apesar de mais tardia que as raças européias, fica evidente que neste item existe um reflexo direto no manejo após desmame e também da endogamia na raça Gir que afeta principalmente à reprodução. Em algumas propriedades com alimentação melhorada este índice cai para 31 meses. Além disso, não é demais lembrar que a vida útil de uma vaca Gir é significativamente superior à de vacas européias, sendo comum animais com 10 crias em atividade produtiva. De acordo com Verneque et al. (2008), a idade média ao primeiro parto é outra característica que apresentou
LEITE FOTO: Glayk H.V. Barbosa
tou redução ao longo do tempo. A tendência de redução na idade ao primeiro parto nos últimos 32 anos foi de aproximadamente, 4 dias por ano. No valor genético da mesma característica, a redução foi de 1,5 dia por ano. Houve uma redução na idade média ao primeiro parto de 37 dias por ano nos últimos anos e de 8,6 dias por ano no valor genético desta característica. O intervalo de partos e idade ao primeiro parto são variáveis de grande relevância para qualquer sistema de produção. Enfim longo intervalo de parto e alta idade ao primeiro parto implica em baixa eficiência reprodutiva do rebanho e redução na lucratividade dos sistemas de produção. Verifica-se, assim, que produção e reprodução podem ser trabalhadas ao mesmo tempo, visando aumentar a lucratividade dos sistemas de produção de leite. A atividade leiteira é uma forma de exploração pecuária complexa, que deve ser administrada com profissionalismo e entre tantas variáveis, a criação de novilhas é fator essencial para o equilíbrio da atividade, bem como dentro de cada rebanho pelo fato destas novilhas servirem futuramente na reposição das vacas adultas. Sendo assim, os fatores mencionados neste artigo devem ser observados com critério para que o criador diminua os custos de produção na criação de novilhas no seu rebanho. REFERÊNCIAS OLIVEIRA,A.A.de;AZEVEDO,H.C;MELO,C.B. de. Criação de bezerras em sistemas de produção de leite. Aracaju:EMBRAPA-CPATC,2005.8P.(EMBRAPA-CPATC.
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Circular Técnica,1). SANTOS,G.T.dos;CAVALIERI,F.L.B;MASSUDA,E.M. Alguns aspectos econômicos e de manejo na criação de novilhas leiteiras. Balde Branco, São Paulo,p.56-60,mai/2001. VERNEQUE,R.da S.et al. Melhoramento genético do Gir Leiteiro no Brasil. Informe Agropecuário, Belo Horizonte,v.29,n.243,p.34-p.44,2008.
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Cadastro Rural vai integrar dados da Receita e do Incra
Saiba quem deve declarar o ITR e como fazer a declaração
Incra e a Secretaria da Receita Federal do Brasil iniciaram a integração das bases de dados fundiária e tributária das propriedades e posses no país. A iniciativa é fundamental para implantação do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais. Ao apresentar a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural deste ano, que deve ser entregue até 30 de setembro, os proprietários e possuidores de áreas rurais serão comunicados do prazo e da obrigatoriedade de atualizar o cadastro de propriedade ou posse. Eles também devem vincular o código do imóvel do Incra com o correspondente na Receita Federal para integração cadastral. Cada titular de imóvel rural deve atualizar os dados de sua propriedade ou posse, por meio da Declaração para Cadastro Rural, disponível no site www.cadastrorural. gov.br. A declaração permite alterar os dados dos imóveis que constam no Sistema Nacional de Cadastro Rural do Incra. O usuário sem acesso à internet deve procurar a rede de atendimento da autarquia agrária: sedes das superintendências regionais nas capitais, unidades avançadas, unidades municipais de cadastramento e salas da cidadania, em diversos municípios. Caso o imóvel não esteja cadastrado no Sistema Nacional de Cadastro Rural, é necessário providenciar o cadastramento em uma unidade da rede Incra. Os dados atualizados e os códigos vinculados vão constituir a base do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais, que terá informações específicas produzidas e gerenciadas pelas instituições participantes.
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) é um tributo federal cobrado anualmente das propriedades rurais. Precisa ser pago pelo contribuinte que seja proprietário da terra, pelo titular do domínio útil ou pelo possuidor a qualquer título (inclusive o usufrutuário) de imóvel rural. Também é contribuinte do ITR a pessoa física ou jurídica que, entre 1º de janeiro do ano a que se referir a declaração do imposto e a data da sua efetiva apresentação, tenha perdido a posse do imóvel rural ou o direito de propriedade. COMO SE CALCULA - O imposto varia conforme o tamanho da propriedade e seu grau de utilização. Quanto maior a terra, maior o imposto a ser pago. Quanto mais utilizada (com atividades de agricultura ou pecuária), menor o imposto. São excluídas do cálculo do ITR terras com proteção ambiental e áreas cobertas por florestas. QUAL O DESTINO DO DINHEIRO ARRECADADO - Uma parte do dinheiro arrecadado fica com o governo federal e outra vai para as prefeituras dos municípios onde as áreas rurais estão localizadas. QUEM NÃO PAGA ITR - O imposto não precisa ser pago quando se trata de pequena gleba rural (imóveis com área igual ou inferior a 100 hectares, se localizado em município compreendido na Amazônia Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense; 50 hectares, se localizado em município compreendido no Polígono das Secas ou na Amazônia Oriental; 30 hectares, se localizado em qualquer outro município), desde que o proprietário não tenha outro imóvel rural ou urbano. Também estão isentos terrenos rurais de instituições sem fins lucrativos de educação e assistência social, quando utilizados na atividade-fim. QUANDO DECLARAR - A Receita Federal começou a receber em 17 de agosto a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) exercício 2015. O programa para declarar está disponível no site da Receita Federal até o dia 30 de setembro. DOCUMENTOS NECESSÁRIOS - A declaração do imposto de cada imóvel deve ser preenchida com dados do Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR (Diac) e do Documento de Informação e Apuração do ITR (Diat), de acordo com informação dirigida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) aos proprietários rurais. FORMAS DE PAGAMENTO - O pagamento do imposto pode ser parcelado em quatro vezes mensais, iguais e sucessivas, acima de R$ 50. O ITR com valor até R$ 100 deve ser recolhido em parcela única, e o mínimo a ser pago é R$ 10, independentemente de o valor calculado ser menor.
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233 milhões de hectares cadastrados no CAR mostram mobilização dos Estados
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Cadastro Ambiental Rural é uma importante ferramenta de gestão ambiental. O Serviço Florestal Brasileiro disponibiliza regularmente documentos com informações sobre o andamento desta política, com um panorama da situação nacional. O Boletim Informativo traz dados sobre o cadastramento em diferentes esferas: por região, estado e município. Nestas publicações é possível encontrar informações sobre área cadastrada, perfil de imóveis e outras. Até julho de 2015, já foram cadastrados, mais do que um milhão e meio de imóveis rurais, totalizando uma área de 233.146.571 hectares inseridos na base de dados do sistema. A região norte é a mais avançada, já tendo inscrito 77,6% de sua área estimada como passível de cadastro. Os novos números sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR) divulgados pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB), mostram que a área cadastrada representa cerca de 58,64% da área passível de cadastro, calculada com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e informações declaradas pelos estados. A região Norte, que apresenta os números mais altos, já atingiu 77,60% da área cadastrável. Ao divulgar o balanço, o diretor do SFB, Raimundo Deusdará Filho, avaliou como positivo o crescimento do último mês. “As regiões que estavam com menor adesão tiveram um incremento considerável. O Rio Grande do Sul, após a aprovação da regulamentação estadual, demonstra que irá retomar o ritmo dos ca-
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dastramentos. Assim como os estados do Nordeste que tiveram um acréscimo considerável no último mês”, avaliou. Para o secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, do Ministério do Meio Ambiente, Carlos Guedes de Guedes, há um trabalho grande a se fazer até 5 de maio de 2016, prazo final para que todos os proprietários de imóveis rurais e posseiros façam a inscrição no CAR e queiram estar em dia com a lei e acessar linhas de crédito rural. “A articulação dos estados com os movimentos sociais, com os agricultores familiares, com as organizações não governamentais será fundamental para atingirmos nossas metas em relação ao cadastramento. O CAR é uma janela de oportunidades para o proprietário”, destacou ele.
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Definidos os profissionais que formarão júris nacionais dos concursos Cup of Excellence
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pós a participação no processo de reciclagem referente à metodologia de avaliação “Cup of Excellence” e da análise do potencial de degustação e do perfil do degustador, foram selecionados 27 profissionais que formarão o júri nacional do 16º “Cup of Excellence – Pulped Naturals 2015” e do 5º “Cup of Excellence - Naturals 2015”, os dois principais certames dedicados à qualidade do café no Brasil. Esses profissionais, agora, serão distribuídos em dois grupos e informados sobre qual concurso participarão, por meio de comunicado da organização, que está a cargo da BSCA - Associação Brasileira de Cafés Especiais, da ACE Alliance for Coffee Excellence e da APEX-Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, com patrocínio do Sebrae. SOBRE O CUP OF EXCELLENCE - Considerado o principal concurso de qualidade do mundo, sendo realizado em 10 países (Brasil, Burundi, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua e Ruanda), o Cup of Excellence nasceu, em 1999, no Brasil, com o objetivo de selecionar os melhores grãos colhidos em cada safra, que possuam alta qualidade e sejam adequados ao mercado de cafés especiais, com o objetivo de comercializá-los através de leilão internacional pela internet. Os preços alcançados nesses pregões chegam a superar em mais de 2.000% os valores de referência na Bolsa de Nova York, principal plataforma mundial de comercialização do produto. Este concurso está aberto a todo produtor brasileiro de
café arábica, sendo uma das ações do Plano Internacional de Marketing para a Promoção dos Cafés Especiais Brasileiros proposto pela associação. O principal objetivo deste concurso é mostrar ao mercado internacional que o Brasil produz cafés especiais de altíssima qualidade, comparáveis aos melhores do mundo, e que tais cafés podem ser vendidos a preços recordes como ocorreu no ano passado com o lote vencedor sendo comercializado por mais de 1300 dólares/saca. A SELEÇÃO - Produtores de café do país inteiro submetem as amostras a uma criteriosa competição com três fases que acontece uma vez por ano. Depois de recebidos pela BSCA e transformadas em número por uma empresa de auditoria, as amostras de cafés participantes primeiro passam por uma pré-seleção para assegurar a satisfação dos padrões mínimos de qualidade. Os cafés são então provados sem identificação por um júri nacional para selecionar os melhores e, finalmente, depois de uma degustação de três dias, um júri internacional premia os melhores lotes com o prêmio “Cup of Excellence™”. Para este ano, as amostras devem ser entregues até o dia 26 de outubro. A Fase Nacional será realizada entre os dias 30 de novembro e 04 de dezembro em Varginha (MG). Já a Fase Internacional acontecerá de 07 a 11 de dezembro, em Franca (SP) No ano passado, dos dez primeiros colocados no Cup of Excellence Naturals 2014, sete produtores eram da região da Mantiqueira de Minas, ao lado de dois cafeicultores da região das Matas de Minas e um do Cerrado Mineiro.
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Região da Alta Mogiana presente na SIC Semana Internacional do Café
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Semana Internacional do Café reúne diversos profissionais da cadeia focados em desenvolver o mercado brasileiro e divulgar o potencial dos cafés nacionais para o Brasil e o mundo. As ações a serem desenvolvidas durante os dias 24 a 26 de setembro em Belo Horizonte (MG) terão como temas as áreas de Mercado & Consumo, Conhecimento & Inovação e Negócios & Empreendedorismo. A Região da Alta Mogiana, através da AMSC e com apoio de Sindicatos Rurais parceiros, estará presente na maior feira nacional do segmento de cafés especiais com estande próprio - em conjunto com o Sebrae Nacional - e apresentará seus melhores cafés durante uma rodada na sala de cupping no dia 25 de setembro, às 14h, na qual profissionais poderão degustar e conhecer os perfis de aroma e sabor presentes na Região. A AMSC também comparecerá ao Re:Verb, Simpósio de Cafés Especiais da World Coffee Events (WCE), da SCAA e da SCAE, com realização inédita no Brasil. O evento reúne os mais renomados palestrantes internacionais para debater temas de interesse ao segmento de cafés especiais: como construir a cultura do cafés especial para os consumidores;
criando um negócio de café: design e estratégia; e Brasil: comunidade de café especial. Os cafés especiais estão em plena ascensão no mercado e a Semana Internacional do Café é uma oportunidade tanto para a Região da Alta Mogiana se posicionar como origem produtora de cafés especiais, como para seus cafeicultores conhecerem e terem contato com o que há de informação e conhecimento disponível para o segmento.
Degustação apresenta Cafés Especiais da Região da Alta Mogiana no Festival Gastronômico Sabor de SP em Ribeirão Preto (SP)
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Festival Gastronômico Sabor de São Paulo, promovido pelo Governo do Estado por intermédio da Secretaria de Turismo em parceria com a Revista
Prazeres da Mesa, percorre as 15 macrorregiões turísticas do estado em busca do que é mais saboroso e mais característico da culinária regional. Valoriza o talento e o cultivo, resgata a cultura e a história, promove o turismo e estimula o desenvolvimento. É em função desse alinhamento de valores com a Indicação Geográfica do Café da Região da Alta Mogiana que a AMSC, gestora da IG, aceitou o convite da Secretaria de Turismo para oferecer a degustação dos seus cafés especiais em algumas etapas do Festival. A dobradinha tem sido um sucesso! A terceira onda de café vem exatamente a apreciar o há de excelência em termos de qualidade de bebida do grão, explorando as diferentes nuances de aroma e sabor e as características inerentes a origem do produto. E nada melhor do que saborear os melhores pratos com o melhor café do Estado de São Paulo.
André Luis da Cunha - Cafeicultor, diretor-presidente da AMSC - Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana [ altamogiana@amsc.com.br ]
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chegou o momento de inscrição das amostras para o Cup of Excellence, Brazil Naturals 2015. Nesta etapa é crucial a participação dos cafeicultores da Região da Alta Mogiana, com o envio do seu melhor exemplar de café da safra 2015/2016. É a oportunidade aberta para apresentarmos o nosso potencial e ter como meta a classificação dos cafés para a etapa internacional do evento, que acontecerá no início de dezembro, em Franca (SP). Os esforços da AMSC em proporcionar à Região da Alta Mogiana ser anfitriã do mais prestigiado concurso internacional de qualidade de café poderão apresentar resultados potencializados com o engajamento dos produtores, com a união da cadeia do café da Região para mostrar o que temos de melhor. Sediar o Cup of Excellence 2015 tem a força de proporcionar o desenvolvimento da cafeicultura regional ao promovê-la e divulgá-la às lideranças internacionais da cadeia do café, que, em muitos casos, terão o primeiro contato com nossas lavouras e nossos grãos. As experiências que levarão daqui serão replicadas mundo a fora, bem como a percepção sobre as características e qualidades das bebidas degustadas durante as provas do evento. Haverá a interação entre representantes de empresas multinacionais com os cafeicultores, enriquecidos pela troca de experiência que proporcionam. Serão de conversas
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REGIÃO DA ALTA MOGIANA: ANFITRIÃ DO CUP OF EXCELLENCE BRAZIL NATURALS 2015
que acontecerão na semana de 06 de dezembro que poderão nascer projetos de inovação e negócios para a Região, motivando os produtores a buscarem novas tecnologias e técnicas de manejo focadas na melhoria da qualidade dos cafés produzidos. É a oportunidade também para o cafeicultor melhor se inteirar quanto às exigências pelo consumidor do segmento de cafés especiais. Conhecer a demanda é fundamental para adequar a produção. O extremo dos resultados positivos é ter a Região da Alta Mogiana encabeçando a lista dos cafés naturais vencedores, trazendo prestigio, reconhecimento e muito orgulho à Região e, principalmente, ao cafeicultor. Uma situação que ainda não se viu acontecer. Na última edição, a quarta, a lista dos 23 vencedores continha apenas produtores de Minas Gerais. Reprise da situação da segunda edição. O Estado de São Paulo teve representantes nesta lista em apenas duas ocasiões com produtores de São Sebastião da Grama, sendo 1 na primeira edição e 2 na terceira edição. É dever dos cafeicultores da Região da Alta Mogiana reverter esse quadro e começar a despontar na lista de vencedores, não apenas do Cup of Excellence, mas também em outros eventos de excelência de café. Nosso objetivo é celebrar os nossos cafeicultores e nossos cafés como vencedores!
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á 12 anos a Cocapec iniciou suas atividades no município de Ibiraci (MG), que logo se tornou o núcleo com maior número de cooperados, com aproximadamente 450 associados nos dias atuais. Todo este contingente apresentou novas demandas e a Cocapec viu a necessidade de ampliar suas estruturas para melhor atender o seu cooperado Sendo assim, com investimento em torno de R$ 4 milhões, aprovados em Assembleia Geral Ordinária de 2015, a cooperativa deu inicio as obras que hoje estão a todo Neste terreno serão construídos a nova loja e armazém de insumos. vapor. Já estão em construção uma nova loja e armazém de in- cidade de armazenagem. Um terreno anexo de aproximadasumos que permitirão, respectivamente, conforto, agilidade mente 8.500 m² também foi adquirido e permitirá futuras no atendimento, mais variedade de produtos e maior capa- expansões. A previsão é que as obras sejam concluídas até no final deste ano. O núcleo possui hoje armazéns de café de aproximadamente 6.800m², já com o sistema de granelização integrado permitindo mais segurança e agilidade na expedição. Além disso, a unidade conta com usina de rebenefício para preparação de cafés especiais, além de todos os benefícios que a Cocapec oferece. Vale lembrar que Ibiraci é o último núcleo a receber melhorias estruturais das lojas de um programa de reformulação iniciado pela Cocapec em 2012. A execução de cada projeto seguiu alguns critérios, entre eles análise das necessidades de cada localidade, discussões com cooperados e aprovações em assembleias. O terreno de 8.500 m² também está sendo preparado para futura utilização.
Projeto de ampliação do núcleo.
FOTO: Divulgação Cocapec
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Cocapec investe na ampliação da unidade de Ibiraci (MG)
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Inscrições para o 14º Concurso de Qualidade de Café de São Paulo vão até outubro
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Câmara Setorial de Café da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo definiu as datas das etapas do 14º Concurso Estadual de Qualidade do Café de São Paulo – Prêmio “Aldir Alves Teixeira”. O empresário Eduardo Carvalhaes Junior é o seu novo presidente, substituindo Nathan Herszkowicz. “O Concurso contamina de forma positiva os produtores, que passam a produzir seu café prestando ainda mais atenção na qualidade. O governador Geraldo Alckmin sempre nos lembra da importância da cafeicultura para o Estado, por isso vamos incentivar cada vez mais a busca de qualidade no café paulista”, explicou o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim. Na disputa pelo melhor café do território paulista, os cafeicultores têm sua produção primeiro avaliada em uma das 14 fases regionais em todo o Estado. O vencedor de cada uma se inscreve no Concurso Estadual, que escolhe o representante da fase nacional (em 25 anos, o Estado de São Paulo venceu três vezes). Neste ano, o prazo para as inscrições dos Concursos Regionais vai até o dia 5 de outubro.
“O Concurso de São Paulo é o que tem mais concursos regionais no Brasil. Há uma participação intensa de cada região dessas”, comemora Eduardo. Para inscrições dos lotes e das amostras que concorrerão a data final é 22 de outubro. Nos dias 27 e 28 de outubro, na Associação Comercial de Santos, os jurados provam os lotes inscritos, com divulgação dos finalistas no dia 29 de outubro. O leilão dos grãos vencedores será feito entre os dias 30 de outubro e 6 de novembro, já a premiação dos melhores cafés do Estado de São Paulo será realizada no dia 20 de novembro, no Museu do Café em Santos. A cerimônia de lançamento da reunião dos vitoriosos, a 13ª Edição Especial dos Melhores Cafés de São Paulo, está marcada para 17 de dezembro, no Palácio dos Bandeirantes. A Câmara quer ainda intensificar a divulgação dos cafés de maior qualidade para o consumidor final acostumado apenas ao café tradicional – e que, por isso, muitas vezes estranha o sabor diferente de um para outro. “A população paulista precisa saber que este café existe em São Paulo e que ela pode consumir esse produto”, pediu Eduardo.
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Tiago Teruel Rezende1, Leonardo Luiz Oliveira2 e Ricardo Nascimento Lutfala Paulino3
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Estaquia: método inovador de produção de mudas
IMPORTÂNCIA DO CAFÉ NO BRASIL A agricultura no Brasil é notável e de muita relevância pelo fato de ser tão influente na economia brasileira, gerando cerca de um terço do PIB total do país. E, dentro da agricultura, tem-se o agronegócio café e observa-se que a relação da cultura do café com o Brasil é antiga e vem gerando frutos até os dias de hoje, sendo que,desde antigamente, após a abolição da escravatura, vem proporcionando rápido desenvolvimento do país. Atualmente, o Brasil se destaca no cenário internacional, pois é o maior produtor de café do mundo, produzindo cerca de 40 milhões de sacas por ano e é também o segundo maior consumidor. Dessa forma, é importante frisar que o café é a segunda bebida mais consumida no mundo, estando presentes em muitas casas, cafeterias, padarias, entre outros locais. FORMAÇÃO DE MUDAS POR SEMENTES O sucesso da lavoura cafeeira depende, entre outros fatores, da boa qualidade das mudas. Ainda que as mesmas apresentem bom aspecto exterior, podem apresentar problemas que só se manifestarão no futuro (doenças, “pião torto”, nematóides, etc.), comprometendo todo o investimento. Formar mudas por semente é o método mais conhecido e utilizado por viveiristas e produtores pela tradição e eficiência da prática. Com isso, hádois tipos de mudas, que é determinado pela época em que se realiza sua semeadura, sendo, mudas de meio ano, onde o semeio é realizado entre maio e junho, e mudas de ano, onde o semeio é realizado entre setembro e outubro e o plantio é realizado na época
AUTORES
1 - Eng. Agrônomo, Doutorando em fitotecnia pela Universidade Federal de Lavras - UFLA, membro do Núcleo de Estudos em Cafeicultura – NECAF, e do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia – GHPD. Email: tiagoter@gmail.com 2 - Graduando Agronomia – Universidade Federal de Lavras – UFLA, Coordenador Geral do Núcleo de Estudos em Cafeicultura – NECAF leonardooliveira@necafufla.com.br Email: leonardooliveira@necafufla.com.br 3 - Graduando Agronomia - Universidade Federal de Lavras – UFLA, membrocoordenador do Núcleo de Estudos em Cafeicultura – NECAF, e do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia – GHPD ricardo.lutfalap@gmail.com Email: ricardo.lutfalap@gmail.com
das chuvas do ano seguinte, lembrando que as sementes para formação dessas mudas podem ser adquiridas de produtores registrados na Secretaria Estadual da Agricultura, tendo um padrão de qualidade aceitável. Quanto ao substrato, que é uma mistura que será usada para encher os sacos, utiliza-se 700 L de terra de mata ou barranco, 300 L de esterco de curral curtido, 5 kg de superfosfato simples, 0,5 kg de cloreto de potássio. Dessa forma, aconselha-se que a semeadura seja realizada diretamente na sacola, duas sementes por sacola, a uma profundidade de 1 centímetro. Na condução das mudas no viveiro deve-se estar atento para a execução das seguintes práticas culturais: irrigação, escarificação, desbaste, controle de ervas daninhas, controle de pragas e doenças, adubação (caso as mudas não apresentem um bom desenvolvimento, deve-se fazer de 3 a 4 aplicações de adubação nitrogenada a partir do segundo par de folhas, através da água de irrigação). MELHORAMENTO DO CAFEEIRO Nota-se que a melhoramento de plantas é uma técnica bem tradicional, realizada desde muito tempo atrás. Observa-se que ao longo da história, o homem selecionava as melhores plantas, e a multiplicava, inconscientemente. Com isso, o melhoramento do cafeeiro vem sendo realizado e estudado há alguns anos. O Coffea arabica, a espécie mais cultivada no Brasil, é uma planta autógama, ou seja, uma planta capaz de se autofecundar, não dependendo de nenhum inseto para que haja a fecundação e isso proporciona que todos os descendentes de uma determinada cultivar sejam iguais, geneticamente, a planta mãe. Sabendo disso, o processo para se obter uma planta melhorada é demorado, quando comparado a outras culturas, sendo um dos motivos desse longo período, o café ser uma planta perene.
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Em programas de melhoramento convencional, geralmente cruza-se duas cultivares diferentes e coleta-se a semente e produz assim as mudas híbridas. Essas plantas híbridas, também chamadas de progênies F1, são levadas para o campo onde permanecerão pelo menos seis anos. Somente após o quarto ciclo reprodutivo realiza-se a seleção das melhores plantas, porque é o tempo necessário para que a planta esteja consolidada (adulta) e também para a avaliação da bienalidade da produção. Sementes das melhores plantas são coletadas para a formação das mudas de plantas chamadas de F2. E assim esse ciclo é repetido pelo menos por 8 vezes, até obter plantas na geração F6 ou F7, nesta fase as sementes obtidas são praticamente idênticas geneticamente com a planta mãe, e desta forma é obtido uma nova cultivar. O processo de melhoramento do cafeeiro é longo, necessitando de muito tempo de dedicação do melhorista e de recursos, como financeiro e de mão de obra qualificada.
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VIGOR HÍBRIDO NO CAFEEIRO Com a possível existência de vigor hibrido no cafeeiro e com o domínio de tecnologia para a propagação vegetativa tornou-se importante a obtenção de híbridos produtivos que sejam superiores às cultivares existentes. A única forma de se explorar economicamente híbridos de café arábica é por meio da sua multiplicação via propagação vegetativa, seja por enraizamento de estacas ou micro propagação vegetativa. A propagação via sementes neste caso é inviável, pois sendo uma espécie autógama, as sementes coletadas em uma planta híbrida, quando plantadas não terão a mesma constituição genética da planta mãe, e assim terá no campo uma lavoura totalmente desuniforme, com plantas altas, baixas, maturação precoce, média e tardia. A única forma de propagar um híbrido é por meio de propagação vegetativa. Por isso foi desenvolvida essa técnica na Universidade Federal de Lavras (UFLA), tendo como objetivo final possibilitar a propagação em escala comercial de plantas superiores. O MÉTODO DA ESTAQUIA A propagação por estaquia no café arábica consiste em colocar um segmento (estaca) do ramo ortotrópico (ramo ladrão) para enraizar, e assim obter uma nova planta. Essa tecnologia será descrita a seguir, em etapas que descreverão a forma de clonagem de uma planta de café arabica. 1ª Etapa - Coleta de ramos ortotrópicos na planta matriz - Os ramos ortotrópicos são escolhidos de acordo com seu aspecto, procura-se selecionar os ramos que estão sadios, sem doenças foliares e nem com sintomas de deficiência nutricional. Esses ramos são levados para a casa de vegetação onde permanecerão em um ambiente com umidade e temperatura controlado. 2ª Etapa - Obtenção das estacas a partir dos ramos ortotrópicos - Nesta etapa, os ramos ortotrópicos serão cortados em seus entrenós, ou seja, entre dois nós do ramo ortotrópico. Este corte é feito em forma de bisel, na base da estaca. Após o corte na base da estaca, a próxima etapa consiste no corte
parcial das folhas e dos ramos plagiotrópicos. 3ª Etapa - Aplicação do Ácido Indol-Butírico (AIB) - O AIB é um fitohormônio responsável pela ativação do processo de formação das raízes adventícias na estaca. Com o AIB misturado no talco, este é colocado em um recipiente pequeno, um copo de café de 50 mL, por exemplo, e coloca-se a base da estaca no copo contendo o AIB, até o mesmo ficar envolvido na estaca e, logo em seguida coloca-se a estaca no substrato de enraizamento, que é uma mistura de areia e vermiculita. 4ª Etapa - Manejo fitossanitário - O controle químico de doenças é feito de forma preventiva, visto que qualquer lesão causada por fungos ou bactérias, por menor que ela seja, causa um prejuízo para o processo de enraizamento. Desta forma recomenda-se fazer uma aplicação de fungicida no mesmo dia em que as estacas são colocadas para enraizar e repetir de 15 a 20 dias. Atualmente utiliza-se 1 g/L detiofanato-metílico (fungicida). O ambiente dentro da casa de vegetação deve ser controlado de forma que a temperatura e a umidade relativa do ar fiquem abaixo de 24° C e acima de 85%, respectivamente. As mudas ficam na casa de vegetação por 3 a 4 meses, e em seguida são levadas para o viveiro onde permanecerão por mais 3 meses para o processo de aclimatação. Desta forma, dentro de 6 a 7 meses é obtida a muda clonada, o mesmo tempo da formação da muda por semente. VANTAGENS NA FORMAÇÃO DE MUDAS POR ESTACA É importante ressaltar, que em uma técnica simples de melhoramento genético, a seleção de plantas matrizes superiores visando a propagação vegetativa, também chamada de propagação clonal, foi a base do aumento significativo de produtividade apresentada pelo café Conilon. Esta técnica tem como principal vantagem reduzir o tempo necessário para a obtenção de variedades superiores. Enquanto o melhoramento genético realizado através de propagação via semente consome até 30 anos para a obtenção de variedades mais produtivas e uniformes, a seleção de plantas matrizes superiores de café Conilon e sua propagação vegetativa
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via estaquia puderam ser efetivamente realizadas em apenas oito anos. Esta mesma técnica também foi utilizada para a renovação de parte da cafeicultura de Madagascar, Camarões e da Costa do Marfim e é responsável por uma revolução na propagação do eucalipto no Brasil. Até o início da década de 80, o eucalipto era preferencialmente propagado por sementes. Devido à seleção de plantas matrizes superiores e da otimização das técnicas de propagação vegetativa, cerca de 150 milhões de mudas de eucalipto são produzidas anualmente por estaquia. Este exemplo pode ser aproveitado para a cultura do café arábica que, embora seja uma espécie de autofecundação e facilmente propagada por sementes, também requer mais de 30 anos para o desenvolvimento de uma nova va-riedade. A propagação vegetativa de café arábica permite a multiplicação de híbridos altamente produtivos e de plantas matrizes que apresenta qualidades de alto valor agregado, como resistência ao bicho-mineiro e à ferrugem, tolerância à seca, bebida especial ou grãos sem cafeína. INVESTIMENTO NECESSÁRIO Para implantação desse sistema de produção de mudas (estaquia) é necessário um investimento inicial diferenciado, no momento atual, para que se obtenha um enraizamento superior a 90% das estacas é necessário que o processo aconteça dentro de uma casa de vegetação. Na casa de vegetação é necessário manter a umidade elevada e temperatura controlada e para que isso aconteça é necessário o uso de microaspersores e ventiladores ligados automaticamente para manter os requisitos necessários. Para a produção de mudas clonais, outro investimento necessário é com amão de obra especializada, onde os trabalhadores precisarão passar por um treinamento inicial por se tratar de um processo inovador e diferenciado. CUSTO x BENEFÍCIO É interessante notar, que apesar do custo da muda de Conilon formada através de estacas ser aproximadamente o dobro do custo da muda de semente (R$0,35 e R$0,15, respectivamente), este não foi um fator limitante para que o cafeicultor optasse por plantar as variedades clonais melhoradas. A alta produtividade das variedades clonais de café Conilon foi sem dúvida o fator decisivo para que o cafeicultor capixaba se dispusesse á pagar um pouco mais pelas mudas de estaca. Emcafé arábica,acredita-se que não vai ser diferente, mesmo que o custo de produção de uma muda por estaca seja de 30% a 40% mais caro, assim que as primeiras lavouras e os primeiros plantios em escala forem feitos o produtor vai opinar em mudar sua forma de produzir e sua visão no custo de produção das mudas e enxergar que o aumento na produtividade e uso de alta tecnologia em sua propriedade o levará a obter mais lucros com a atividade cafeeira. ATUALIDADE E INOVAÇÃO O processo de clonagem via enraizamento de estacas vem se tornando cada vez mais viável. Os trabalhos desenvolvidos nos últimos anos em plantas híbridas clonadas por
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enraizamento de estacas têm mostrado que o desenvolvimento e crescimento das plantas são normais, sem nenhum sinal de problemas no sistema radicular. No início do crescimento, mudas propagadas por estacas apresentam um maior crescimento e desenvolvimento inicial do que aquelas propagadas por sementes.
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esenvolvida pela Embrapa Rondônia, a Barcaça Seca Café, uma grande estrutura móvel que encobre o terreiro, apresenta praticidade de operação, garante a qualidade do grão durante todo o processo, além de operar a um custo viável aos produtores. Projetada para proporcionar uma secagem com qualidade do grão, o invento possui facilidade de manuseio por meio de cobertura móvel que pode ser adaptada a qualquer terreiro de cimento convencional, tradicional em propriedades que cultivam o café. Além dessa base, o mecanismo é composto por uma estrutura metálica e telhas de plástico transparentes ou lona de plástico. “Este terreiro é uma tecnologia viável para o produtor, pois diminui mão de obra, é um processo de secagem com qualidade e de baixo custo e ecologicamente sustentável, pois utiliza a luz do sol”, argumenta o pesquisador da Embrapa Rondônia responsável por esta tecnologia, Enrique Alves. Trata-se de uma alternativa ecologicamente sustentável quando comparada aos métodos mais utilizados pelos cafeicultores no Brasil, que são o terreiro suspenso, o de cimento, a estufa e o secador a lenha de fogo indireto. Essa tecnologia demonstrou ser eficiente e acessível para os cafeicultores que buscam aprimorar a qualidade do café.
FOTOS: EMBRAPA Rondônia
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Pesquisa desenvolve sistema de secagem de café sustentável e acessível
CUSTOS DE OPERAÇÃO - A estrutura tem custo de operação de R$ 13,00 por saca, em média, e proporciona uma secagem homogênea e sem fermentação, gerando um produto de boa qualidade de bebida. Para que seja possível uma comparação, o pesquisador calculou o custo médio também de outros métodos de secagem do café e o secador a lenha de fogo direto ou indireto apresentou um custo aproximado de R$ 17,00 por saca. Apesar de ser um sistema de alto rendimento, o secador mecânico, de lenha ou carvão, demanda maior investimento no momento da aquisição, necessita de combustível, lenha ou carvão, o que pode ser um problema em regiões em que essa matéria-prima não é abundante. Alves ressalta ainda que o café obtido nesse sistema é de baixa qualidade, quando não se respeita as recomendações técnicas de secagem, como a temperatura adequada, e se utiliza fornalha de fogo direto, o que lança fumaça na massa de grãos. A secagem terceirizada no operador do secador mecânico fica em média R$ 25,00 por saca, com a desvantagem de que nesse sistema há grande distância dos pontos de secagem até a propriedade rural, além do uso indiscriminado de altas temperaturas, que costumam ultrapassar os 200°C, bem acima da temperatura recomendada, entre 35°C e 40°C, gerando um café de baixíssima qualidade. Já o terreiro suspenso coberto propicia um ca-
fé de qualidade, porém, o processo é mais lento e apresenta um custo aproximadamente 30% superior ao da Barcaça Seca Café. Já os custos da operação da secagem no terreiro de cimento são compatíveis aos da Barcaça Seca Café, mas o contato dos grãos com a chuva, após iniciado o processo, pode facilitar a proliferação de fungos e a fermentação, o que deprecia a qualidade de bebida. As estufas com coberturas plásticas transparentes vêm se tornando cada dia mais popular por proporcionar uma secagem de qualidade, entretanto, o pesquisador alerta para um problema de saúde. “O trabalhador tende a sofrer efeitos do estresse de temperatura interna superior a 50°C. Isso torna o ambiente desagradável e insalubre nos momentos de manejo do café, principalmente nos horários de alta radiação solar. Já a Barcaça não oferece esse problema, pois a cobertura móvel facilita o momento da movimentação dos frutos e grãos durante o processo de secagem”, explica Alves. CUSTOS DE INSTALAÇÃO - A Barcaça Seca Café tem custo de instalação superior ao terreiro suspenso e ao de cimento tradicional, mas o pesquisador explica que as vantagens com a redução de mão de obra, a facilidade de operação e a garantia de qualidade num processo de secagem em temperatura adequada e viável mesmo ao pequeno produtor, oferecem uma razão custo/benefício vantajosa. O pesquisador usa como exemplo um pequeno produtor com área de seis hectares de café e produtividade media de 50 sacas por hectare. Ele teria uma produção de 500 sacas por safra e, considerando o custo de secagem médio de R$ 25,00 por saca de café beneficiado, resultaria no total de R$12.500,00 em serviço terceirizado em secadores mecânicos. O custo estimado de secagem por meio da Barcaça Seca Café é R$ 13,00 por saca beneficiada, o que proporciona uma economia de quase 50%. “O cenário fica ainda melhor se pensarmos que o próprio produtor pode realizar o processo de secagem incorporando esse valor à sua renda. A economia poderia amortizar o investimento na Barcaça Seca Café em poucos anos. Além disso, com a produção de café com qualidade, há grande possibilidade de valor agregado na hora da venda do grão”, afirma Enrique Alves. VANTAGENS ADICIONAIS - A diminuição da utilização de mão de obra no manuseio da Barcaça Seca Café é outra vantagem a ser considerada. Com a tecnologia, não é necessário fazer a amontoa do café nos períodos de chuva, ou mesmo durante a noite. O telhado móvel permite cobrir e descobrir o terreiro, já as roldanas, localizadas na base do mecanismo, oferecem leveza à grande estrutura e são necessárias apenas duas horas diárias de mão de obra durante os quatro primeiros dias e uma hora para os demais. Outro benefício para o produtor é a utilização de energia solar, proporcionando a secagem em temperatura próxima à ideal e sem gerar poluentes. O equipamento permite ainda a secagem de grãos, como arroz, feijão, entre outros.
FOTOS: EMBRAPA Rondônia
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Pensada para o pequeno e médio produtor, que poderiam escalonar sua colheita de acordo com o avanço do índice de maturação dos frutos nos diferentes talhões, a tecnologia também se adequa muito bem ao grande produtor que trabalha com cafés diferenciados, uma vez que a Barcaça proporcionaria uma segregação do café em pequenos lotes, separação que não seria possível com um secador mecânico convencional. (Fonte: Embrapa)
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J.B. Matiello1, Saulo Almeida1, Mauricio Bento da Silva1, Marcelo Jordão1 e L.F. Puccinelli2
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Plantio mais profundo do cafeeiro pode ser vantajoso o passado era comum o plantio profundo do cafeeiro, em covas, onde até mesmo se plantava as próprias sementes de café. Na época visava-se uma maior umidade para a germinação das sementes e, em seguida, proteção da muda jovem, do sol, e, principalmente, se objetivava a proteção contra a geada, o que era conseguido com um complemento de cobertura da cova, um tipo de gaiola, formada por pequenos paus. Isso dava trabalho, pois, especialmente em terrenos arenosos, havia escorrimento de terra pra dentro da cova, o que levava à necessidade de limpeza, para evitar problemas de afogamento. Atualmente o plantio de café é indicado, sistematicamente, ao nível do solo, ou seja, um plantio superficial. No entanto, Trilho feito passando o pneu largo do trator sobre o sulco de plantio, para compactar e aprofundar consultando vários trabalhos de pesquisa o local de colocação da muda – FVB, Bonito/BA mais recentes, de 1980 a 1997, contidos nos anais do CBPC, simples é passar a roda do trator sobre o sulco já preparado pode-se ver que os plantios mais profundos, na faixa de 10- (adubado e cheio). Os cuidados são de usar tratores com 20 cm, dão origem a um melhor pegamento das mudas, a um pneus mais largos, passar com maior velocidade e em solo maior crescimento das plantas e a produtividades superiores, úmido, nem seco nem muito molhado. Assim o pneu deixa especialmente nas 1ª s safras. um trilho afundado, bem largo, onde a muda vai ser planEntão, por que continuamos plantando café na superfí- tada, no centro. cie do solo. Talvez por que tenhamos receio do afogamento Ao compactar um pouco a terra do sulco, a passagem das mudas, ou, mais certo, por que o plantio em sulcos, pre- do pneu favorece, ainda, a fixação da muda, para evitar tomparado mecanicamente, não possui um sistema para deixar o bamento. Além disso, o trilho afundado facilita, em seguida, sulco mais profundo. a deposição da umidade junto às mudas, seja das chuvas, O tema de profundidade de plantio volta agora, com seja de molhações necessárias. Também, caso a passagem do o propósito de melhorar o desempenho dos cafeeiros nos pneu seja feita pouco antes do plantio, o próprio sinal, do períodos de déficit hídrico, como ocorreu em 2014. Existem meio do pneu, vai orientar o plantio bem alinhado. relatos de técnicos dando conta de que as lavouras plantadas mais profundas, com encanteiramento no pós plantio, sentiram bem menos a estiagem. Isto, até certo ponto, não é novidade, já que as pesquisas, feitas anteriormente, mostraram melhor comportamento dos cafeeiros quando plantados de 10-20 cm de profundidade, apresentando menor desfolha e menor estresse em períodos críticos. Alem disso, nos ensaios foram obtidos ganhos de produtividade, na faixa de 20-30% , para os plantios mais profundos. Resta, diante dessas evidencias, viabilizar uma maneira de plantar profundo com facilidade. No caso do plantio em sulco, o modo mais
AUTORES 1 - Engenheiros Agrônomos do MAPA e da Fundação Procafé. Site: www.fundacaoprocafe.com.br - Varginha (MG) 2 - Engenheiro Agrônomo consultor em cafeicultura, em Franca (SP).
Plantio na Fazenda V. Bela, com mudas plantadas a cerca de 15 cm de profundidade, no fundo do trilho do pneu do trator. Na outra foto, o técnico Vanderley da FVB, Bonito (BA).
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MAPA libera R$ 989,3 milhões do Funcafé
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Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) repassou R$ 989,3 milhões às instituições financeiras que operam com Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Segundo a Secretaria de Política Agrícola (SPA), os recursos são para financiamento de estocagem, aquisição de café, linhas de capital de giro de cooperativas de produção e de indústrias de solúvel e de torrefação e moagem. O valor foi distribuído entre os seguintes bancos: Bancoob, BNP Paribas Brasil, Bradesco, Bicbanco, Fibra, Itaú Unibanco, Original, RaboBank, Ribeirão Preto, Safra, Santander Brasil e Votorantim. Já o governo de Minas Gerais autorizou a liberação de R$ 143,5 milhões para os produtores e cooperativas de café do estado por meio do Funcafé. Serão R$ 40 milhões para estocagem e R$ 30 milhões para o Financiamento para Aquisição de Café (FAC). Outros R$ 73,5 milhões serão destinados para capital de giro, dos quais R$ 30 milhões para as indústrias de torrefação e R$ 43,5 milhões para as cooperativas.
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Dr. Aldir Alves Teixeira1 e Regina Teixeira2
sabido que alguns produtores fornecedores de cafés especiais para a torrefadora Illycaffè questionam “por quê” alguns cafés ofertados para a empresa são reprovados, já que estes cafés costumam ter pontuação alta na avaliação pela metodologia SCAA (Specialty Coffee Association of America). Este protocolo de análise foi criado pela SCAA para padronizar uma metodologia e foi adaptada daquela para avaliar o vinho. Atualmente é base de Certificação pelos EUA e visa avaliar essencialmente cafés especiais de alta qualidade. Foi baseada nos cafés de categoria lavados e hoje ainda se discute sua aplicação em cafés naturais. A Illycaffè utiliza uma metodologia de analise para café espresso que é diferente da metodologia SCAA. A fim de esclarecer a diferença na avaliação entre as metodologias, Dr. Aldir Teixeira, Regina Teixeira e sua equipe de degustadores Seniors Douglas Felix, Hobert Reis, Allan Monteiro e Kaique Lima degustaram vários cafés, reprovados e aprovados com aroma frutado pelos dois tipos de metodologias. As utilizadas foram: a adotada pela illycaffè (que inclui a prova de infuso e espresso) e a do protocolo SCAA. Na metodologia utilizada pela illy, o café é torrado na torra média, a mesma do produto final ao consumidor. O infuso (ou coado) é feito com 10 g de pó para 100 ml de água. Já o espresso é feito com 13 g de pó para 50 ml de água e extraído a uma pressão de 9 atm (o que torna a bebida bem mais concentrada). Na metodologia SCAA, a torra usada é mais clara e a infusão é mais diluída com 8,25 g de pó para 150 ml de água. Após as avaliações e comparações, Regina Teixeira comenta que a equipe chegou à conclusão já esperada e argumentada junto aos produtores e classificadores. Em geral, a maioria destes cafés considerados bons e frutados na metodologia SCAA e que são reprovados na metodologia do espresso, são de cafés naturais (frutos secos por inteiro) que sofreram fermentação agressiva. Os cafés aprovados em ambas as metodologias SCAA e espresso, também com característica de frutados, são de cafés arábicas descascados, despolpados e mesmo naturais geralmente de altitude e bem preparados. O limiar de percepção entre o sabor de uma fruta madura, que é muito bom, e de uma fruta passada, que é desagradável, é muito pouco percebido em cafés filtrados e na metodologia SCAA. Um café frutado que realmente é bom e um café frutado “passado” (fermentado) podem ter pontuação elevada, normalmente acima de 80 pontos, na metodologia SCAA. As características organolépticas com sabor de fruta doce e com mais acidez ficam muito próximas
AUTORES 1 - Doutor em Agronomia. Pesquisador da Experimental Agrícola do Brasil, empresa sócia da Illycaffè 2 - Bióloga. Pesquisadora da Experimental Agrícola do Brasil, empresa sócia da Illycaffè
na degustação da infusão com torra clara e mais diluída. Entretanto, se tornam completamente distintas na degustação do espresso com torra média, sendo que o café frutado bom continua muito bom, mas o café frutado “passado” fica muito ruim, com gosto de fermentado forte e às vezes até gosto de “stinker” (mau cheiro), que é intragável. Este sabor de “fruta passada” normalmente tem origem em cafés naturais mal preparados ou quando o fruto fermenta na própria árvore em condições climáticas desfavoráveis. Outra maneira de se induzir uma fermentação é quando os cafés cerejas maduros são colocados para secar no terreiro, sem um revolvimento constante, mesmo que em camadas muito finas. Dr. Aldir enfatiza que os frutos cerejas maduros deveriam ser exclusivamente para fazer os descascados (CD) e os frutos passas e secos colhidos da planta para o preparo de cafés naturais, que poderão dar excelentes cafés frutados sem fermentações agressivas. No preparo dos descascados, a recomendação é preservar a mucilagem para conferir mais doçura e corpo ao grão. É importante lembrar que qualquer café posto para secar nos terreiros precisa e deve ser revolvido o dia
CAFÉ Dr. Aldir acrescenta que induzir uma fermentação em cafés cerejas maduros, produzindo “microlotes” para mercados específicos, pode se tornar uma prática perigosa e uma verdadeira armadilha para o cafeicultor se produzir em grandes volumes. Este café fermentado e com seca irregular será difícil de vender. Já o bom café arábica frutado, na maioria das vezes, tem sua origem “Terroir” por um conjunto de características, como a variedade, a localização geográfica, o clima, o tipo de solo, a altitude, a insolação e o bom preparo. Regina Teixeira por fim compara o sabor do café com o das frutas e lança uma pergunta: quem gosta de um suco de laranja feito com uma laranja estragada? Ou ainda, comer um morango que já passou do ponto? Ninguém gosta de comer uma fruta e sentir aquele gosto de azedo desagradável na boca, apesar de ser doce. No café espresso a sensação é a mesma, quando feito com grãos fermentados. O sabor fica desagradável na boca e o retro-gosto pior ainda. Já um espresso feito com grãos perfeitos fica agradável na boca por um longo período, dando uma agradável sensação de prazer. Os especialistas Aldir e Regina Teixeira terminam suas considerações solicitando aos produtores que produzam a menor quantidade possível de cafés fermentados para poder atingir o maior número de compradores de cafés especiais. Eles comentam que “existe gosto para tudo”, o nosso é de um bom café espresso com excelentes características organolépticas, bem seco, sem defeitos, que seja naturalmente doce, com acidez equilibrada, encorpado, com aromas não apenas de frutas, mas também florais, achocolatados, caramelados, amendoados e livre de resíduos. Este é o verdadeiro café que o consumidor “antenado” quer tomar nos dias de hoje: bom e saudável. todo sem parar, propiciando mais ventilação e menos calor, para evitar fermentação indesejável e um mau aspecto de seca. Alertamos que nos terreiros de secagem a temperatura poderá chegar facilmente a 60°C e matar o embrião, o que é um desastre para a qualidade. No caso dos cafés descascados, a movimentação no terreiro também deverá ser constante, evitando uma secagem desigual e manchas internas de água que vão acelerar o desmerecimento e branqueamento dos grãos, com sérios prejuízos na qualidade. O sabor de madeira tem sua principal origem exatamente no excesso de água dentro do grão, que não foi retirada durante o processo de secagem. Isto acontece em secagens rápidas, com altas temperaturas e sem períodos de descanso. Outro motivo é de cafés que permaneceram com muita umidade (acima de 12%) no final do processo de secagem. O produtor tem que tomar cuidado no preparo do seu café e ter em mente que, fazendo da forma correta, seu produto final poderá alcançar todos os nichos de mercado e comercializar facilmente todo o café preparado. Desde compradores e torrefadores que fazem cafés destinados para filtro, como por exemplo, café tipo americano (com torra mais clara) ou cafés tradicionais de coador, até os mais exigentes, como as torrefadoras, que destinam seus blends para o café espresso a consumidores do mundo todo, oferecendo um verdadeiro elixir de prazer.
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Ação Comunitária da UPL Brasil inaugura Oimasa doa moto ao novo Centro de Allan Kardec Inovação e Tecnologia
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FOTO: Teia Editorial
FOTOS: Editora Attalea
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ma Ação Comunitária entre o Consórcio Nacional Massey Ferguson e a Oimasa - concessionária Massey Ferguson nos municípios de Orlândia (SP), Franca (SP), Ituverava (SP), Batatais (SP), Itumbiara (GO) e Bom Jesus (GO), contribuíram para a doação de uma motocicleta para o Hospital Psiquiátrico Allan Kardec, em Franca (SP). Segundo Wanderley Cintra Ferreira, diretor do Hospital, a motocicleta será comercializada e os lucros auferidos serão revertidos para o atendimento realizado pelo Hospital Allan Kardec aos portadores de transtornos mentais assistidos. Para Walter Bordignon, diretor da Oimasa, a Ação Comunitária só surtiu efeito graças a todos os organizadores e produtores rurais que acreditaram e apoiaram o projeto.
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UPL Brasil, empresa global de soluções agroquímicas, inaugurou seu Centro de Inovação e Tecnologia para Desenvolvimento de Formulações e Embalagens, na cidade de Ituverava (SP), no último dia 28 de agosto. Com investimento de 5 milhões de Reais, a nova unidade atenderá todo o mercado brasileiro e latino-americano e visa criar produtos inovadores para todas as linhas de fungicidas, herbicidas, inseticidas e nutrição da multinacional indiana. “Este projeto integra o plano estratégico de fortalecimento da nossa ação para o País e toda a América Latina”, afirmou o gerente Brazil P&D e Supply Chain da UPL, João Aleixo. Mestres e Doutores com alta experiência na área atuarão no novo núcleo. Dividido em duas unidades principais (desenvolvimento de formulações e desenvolvimento de embalagens), o centro conta com laboratórios para elaboração de soluções sólidas, líquidas e unidade analítica, além do núcleo exclusivo para embalagens. “Nosso objetivo é entregarmos soluções inovadoras em Proteção e Nutrição para o agronegócio de forma sustentável para melhorar o mundo ao nosso redor”, comentou o gerente. Além do Brasil, a UPL conta com cinco laboratórios na Índia, um na Europa e outro nos Estados Unidos. Há novos planos para ampliação do novo centro em 2016, com a aquisição de novos equipamentos; e em 2017, como a implantação de uma planta-piloto. “Nossa visão é estarmos entre as sete maiores empresas mundiais do setor agroquímico até 2017”, acrescentou Aleixo. Atualmente, o complexo de manufatura e tecnologia de Ituverava emprega cerca de 200 funcionários no período de safra. Já há projetos de parcerias com universidades e centros de ensino com vistas a incrementar o trabalho produzido na indústria, além de contribuir para o desenvolvimento da tecnologia e economia da região e a criação de novos empregos.
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VENDA FUTURA Wanderley Cintra Ferreira - Cafeicultor, ex-Presidente do Sindicato Rural de Franca (SP), ex-Presidente da COCAPEC e exPresidente da CREDICOCAPEC.
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o início dos anos 90, portanto há 25 anos, quando eu estava na presidência do Sindicato Rural de Franca e na Presidência da COCAPEC - Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas, frequentemente era procurado pelos associados e cooperados para dar minha opinião sobre venda futura. Pela autoridade do café que eu era naquela época, minha opinião pesava muito na hora de sua decisão. Sempre dizia: “cautela, cuidado, pois você está vendendo uma coisa que não existe e o futuro costuma ser muito ingrato com este tipo de negócio. É um jogo. Para alguém ganhar, alguém deve perder”. Lembro-me, em certa oportunidade, um grupo de cooperados recebendo de uma grande empresa uma proposta de venda futura de café e com fechamento em dólar. A princípio era uma proposta tentadora; mas, o risco era muito grande. Pediram a minha opinião,e eu fui contrário, principalmente com a proposta de participação da cooperativa. Sofri uma pressão muito grande, sendo até acusado de estar prejudicando os interesses dos cooperados e da própria cooperativa. O grupo, sem a participação da cooperativa, fez o contrato futuro, com fechamento em dólar e data marcada para entrega do café. Foi um desastre. Amargaram um prejuízo muito grande e perdendo grande parte de sua safra. Infelizmente, a cada ano a história se repete. Vejo amigos produtores de café trabalharem com muita dedicação para produzirem um produto de qualidade e, no final, amargarem prejuízos devido a venda futura.
Acredito, até hoje, que a venda futura é uma oportunidade muito importante de venda. Mas que seja o mínimo possível de sua safra e desde que o preço oferecido seja acima de seus custos de produção, garantindo pelo menos o pagamento dos insumos utilizados. Sonhar em auferir grandes lucros nesse tipo de mercado é pura ilusão e na maioria dos casos os prejuízos são muito grandes e irrecuperáveis. Cafeicultor sabe produzir. Jogar em bolsa de valores é para quem sabe. Não podemos esquecer, também, que as mudanças climáticas, a cada ano, vem comprometendo muito o nosso parque cafeeiro e precisamos estar muito atentos no momento de vender um produto que não existe e não sabemos se vamos colher, dentro de nossas previsões. “Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”.
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CAFÉ ORGÂNICO? Ricardo Alves Vieira - Engº Agrônomo graduado pela
FAFRAM - Ituverava (SP) e pós-graduado pela UFV - Universidade Federal de Viçosa (MG). Chefe da Inspetoria de Defesa Agropecuária de Pedregulho (SP) - CDA/SAA [ ricardoalvesvieira@yahoo.com.br ]
e para Albert Einstein no meio da dificuldade reside a oportunidade, o mercado de alimentos orgânicos tem demonstrado isso ao registrar crescimento em meio à crise econômica nacional. Anualmente a expansão se encontra na ordem de 25%. Produzido de forma equilibrada com o meio ambiente, o alimento orgânico possui características particulares, caindo no gosto do consumidor mais exigente. Na pujante produção cafeeira nacional, explorar esse nicho pode ser uma alternativa ao produtor rural. O atual momento da economia tem levado o produtor rural a buscar alternativas para uma maior rentabilidade do seu negócio. No caso da cafeicultura, diferenciais como a identificação geográfica (demonstrando ao consumidor a origem e a garantia da qualidade do produto), como no exemplo da bem sucedida AMSC (Alta Mogiana), e o comércio fair trade (comércio justo), bastante procurado para exportação, são exemplos de sucesso no objetivo de agregar valor à produção desses grãos. Clientes como McDonald’s e Walmart são atraídos por esse tipo de diferencial. Neste contexto, os cafés orgânicos se apresentam como uma alternativa nessa busca. Produzido com menos impacto ambiental e com sabores e aromas característicos, o café orgânico seduz e fideliza o apreciador de uma boa bebida. A valorização desse mercado é traduzida no exemplo de uma conhecida marca de café orgânico que, numa embalagem de 50g de café instantâneo, chega ao consumidor final a R$ 7,70 (cada unidade), apre-
sentando um excelente valor agregado. No planejamento para a adoção do método de produção orgânica de café, o produtor deve, antes de tudo, mudar seus conceitos. Este tipo de cultivo utiliza-se de leguminosas para a fixação de nitrogênio, adubação orgânica através do uso de compostagem, húmus de minhoca, manejo da vegetação, substituindo os métodos convencionais que se utilizam de adubações químicas e o uso de agrotóxicos no controle de pragas. Este processo deve ser acompanhado por uma certificadora credenciada que emite um selo, habilitando o produto para o comércio orgânico. Alinhado com esse segmento deve estar o governo e suas políticas públicas que devem estimular a produção, criando mecanismos de crédito e desburocratização do processo produtivo. Para tanto, o Jeca Tatu deve ficar somente no personagem da obra de Monteiro Lobato, pois é necessário espírito empreendedor, planejamento, orientação técnica, organização e proximidade às autoridades públicas, para que mesmo em meio às crises, as alternativas como a produção de cafés orgânicos se façam valer, explorando um mercado crescente e aumentando a rentabilidade do produtor rural.
CAFÉ
Cooxupé ‘aposenta’ sacarias e economiza R$ 18,5 milhões por ano
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pós quatro anos de investimentos da ordem de R$ 100 milhões em armazéns, silos, maquinário e aquisição de bags, a COOXUPÉ - Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (MG), maior cooperativa do setor do mundo, praticamente eliminou o uso de sacos de 60 quilos para carregar e armazenar o café. Agora, além de mecanizar todo o processo de recebimento, armazenagem e preparação dos grãos, a Cooxupé economiza R$ 18,5 milhões por ano, que antes eram desembolsados na aquisição ou recuperação de cerca de 5 milhões de sacas anualmente. A decisão foi tomada pela diretoria da entidade há quatro anos, com o estímulo e o aval de seus quase 12 mil cooperados. Como o setor cafeeiro é formado majoritariamente por pequenos produtores e a maioria deles com mais de 50 anos, eram recorrentes as queixas dos cooperados por terem de carregar pesados sacos de café na hora de levar a produção para as unidades da Cooxupé. Do lado da cooperativa, era cada vez mais difícil continuar fazendo, de forma manual, o transporte e o empilhamento das sacas recebidas. “Tínhamos dificuldade em contratar pessoas para fazer o trabalho. Havia muitos afastamentos de funcionários por questões de saúde e a legislação trabalhista ficou mais restritiva quanto à altura da pilha de sacos, exigindo medidas de segurança para os trabalhadores”, disse o presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa. Já no primeiro ano de mudanças, 50% dos associados deixaram de lado a sacaria. Agora, somente 3% ainda a utilizam. A Cooxupé aplicou os R$ 100 milhões na compra de mais de 151,4 mil big bags (capacidade de 1.200 kg cada), 50 silos, construção de três armazéns, maquinário para a separação dos grãos por cor, tamanho e densidade - um trabalho antes desempenhado manualmente por mulheres. Dos 50 silos, 30 têm capacidade para armazenar o volume de 30 mil sacas cada (1,8 mil toneladas) e 20, para 50 mil sacas (3 mil t de café). “Os associados tiveram de fazer pouco investimento”, explica o presidente da Cooxupé. Depois da mudança, a maioria dos produtores passou a levar seu café para a Cooxupé a granel (caminhões ou outros meios de transporte). Nem 10% deles, segundo Paulino da Costa, adota as big bags em sua propriedades. “A mudança aconteceu de forma espontânea. E cada um traz o produto do jeito que quiser”, diz o presidente. Na Cooxupé, o processo interno mudou bastante. Agora, os grãos são descarregados dos caminhões, ensacados nas big bags e levados para os armazéns com a ajuda de empilhadeiras mecânicas. Quando a venda para a coopera-
tiva é autorizada, o café é transferido por dutos para um silo. Posteriormente, será preparado para a comercialização, de acordo com as exigências do mercado de destino (interno ou externo). Grãos verdes, médios e graúdos são separados por máquinas e os maiores, destinados à exportação. A cooperativa conta com capacidade de armazenagem para 328 mil toneladas, 55,4% em big bags e 44,65% em silos. Em 2014, foram recebidas 300 mil t, das quais 276 mil foram comercializadas (o restante é estoque de cooperados). Deste volume, 80% seguiu para exportação. Além de resolver o problema da falta de pessoal e gerar economia com os sacos, a mudança trouxe também agilidade no processo de carregamento dos caminhões. Se antes este trabalho era feito por seis funcionários e demorava 48 minutos, agora fica a cargo de uma única pessoa (que controla o maquinário) e é realizado na metade do tempo. Ao longo de 2015, a cooperativa vem dando continuidade aos investimentos para receber e armazenar de forma mecanizada a produção dos cooperados. A meta para 2015 é elevar o volume total recebido para 312 mil t. (FONTE: Agência Estado)
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FOTOS: Editora Attalea
CATI comemora Dia do Agricultor em Jeriquara (SP)
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cidade de Jeriquara (SP) sediou no final de julho a solenidade comemorativa ao Dia do Agricultor, realizado pela Secretaria de Abastecimento e Agricultura através do Escritório de Desenvolvimento Regional – EDR de Franca e reuniu as principais lideranças ruralistas e políticas da região de Franca (SP). Compareceram ao evento, entre outras personalidades, Adolfo Benedeti Neto (representando o secretário Arnaldo Jardim); Welson Gasparini (Deputado Estadual); Sebastião Henrique Dal Piccolo (prefeito de Jeriquara); Edna Liporoni Dal Picolo (primeira dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade de Jeriquara); Pedro Cesar Barbosa Avelar (diretor técnico da CATI regional de Franca); Mauricio Miareli (presidente da Cocapec); Humberto Riccieri (presidente da Associação de Produtores Rurais de Jeriquara); Luís Marcelo Spadotto (diretor da Sevasa); Rogerio Marcos Volpini (gerente do Sebrae de Franca); os presidentes dos sindicatos rurais de Patrocínio Paulista (Irineu de Andrade Monteiro) e Franca (Galileu de Oliveira Macedo) e vários prefeitos da região. Foram homenageados os seguintes agricultores: ALTINÓPOLIS = Antonio Lázaro Salgueiro (Fazenda Retiro das Posses); BATATAIS = Tércio Tarcílio Tostes (Sítio São Pedro da Mata); CRISTAIS PAULISTA = Masumi Kondo (Fazenda Canindé); FRANCA = Marina de Lourdes Limonta Prior (Sítio das Codornas); ITIRAPUÃ = Honofre Bazon (Sítio Recanto do Senhor); JERIQUARA = Orestes Peroni (Sítio Nossa Senhora Aparecida); PATROCÍNIO PAULISTA = Dimas Figueiredo Andrade (Fazenda Santa Fé); PEDRE-
Pedro Avelar (Diretor do EDR-Franca), Carlos Satto (vice-presidente da Cocapec), Welson Gasparini (Deputado Estadual), Sebastião Dal Picolo (prefeito de Jeriquara) e Mauricio Miarelli (presidente da Cocapec).
GULHO = José de Alencar Coelho (Fazenda Pouso Alto); RESTINGA = Orlando Zanetti (Fazenda Boa Vista); RIBEIRÃO CORRENTE = Antonio Alves Visosso (Sítio Capão Comprido); RIFAINA = José Vitalino Rodrigues (Fazenda São Manoel); SANTO ANTÔNIO DA ALEGRIA = Carlos Eduardo Sicca Pasquali (Fazenda Falcão do Alto da Serra); e SÃO JOSÉ DA BELA VISTA = Samuel Squarize de Medeiros (Sítio Santo Antonio).
CAFÉ
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diretoria da COOPARAÍSO - Cooperativa Regional dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso (MG) anunciou uma parceria com a COOPERCITRUS - Cooperativa de Produtores Rurais de Bebedouro (SP). As duas cooperativas assinaram um acordo no início de agosto, onde a Coopercitrus se compromete a arrendar as instalações da Cooparaíso. A cooperativa paulista ainda informou que fará um estudo de viabilidade para uma eventual fusão com a cooperativa sulmineira. A Coopercitrus é a maior cooperativa do Estado de São Paulo, com mais de 50 anos de atuação e 22 mil associados. A cooperativa tem filiais em 43 municípios, incluindo cidades do Triângulo Mineiro. Ela trabalha principalmente com laranja, mas também atua em outras culturas, incluindo o café. Em 2014, o faturamento da Coopercitrus chegou a R$ 1,8 bilhão de reais. O anúncio acontece no momento em que a Cooparaíso vive uma série crise financeira. A diretoria acredita serem necessários R$ 40 milhões para manter a cooperativa em funcionamento. Para isto, foi criado um projeto de capitalização em que os cooperados emprestam uma saca de café por hectare. A intenção é captar 100 mil sacas de café. Em assembleia geral extraordinária realizada na manhã de 21 de agosto, os 144 cooperados que estiveram presentes aprovaram, por unanimidade, a homologação da parceria da Cooparaiso com a Coopercitrus, cooperativa paulista com atuação em vários setores produtivos. A reunião foi realizada na sede da Cooparaiso e foram seguidas todas as normas legais que compõem uma assembleia. O presidente, Luiz Sérgio Marques, expôs aos presentes a situação em que se encontra a organização e falou do que a negociação com a Coopercitrus, destacando a sinergia de negócio e de valores, consolidando-se como a melhor opção para a recuperação da cooperativa e sustentabilidade do produtor em suas atividades. Marques explicando também que, com o estabelecimento da parceria, os serviços aos cooperados será retomado de forma nova e revigorada pela Coopercitrus, enquanto as negociações e pagamento das dívidas vencidas serão de responsabilidade da própria cooperativa paraisense. Luiz Sérgio lembrou ainda dos créditos a receber da Cooparaiso, que incluem dívidas dos associados e fiscais, como o Funrural e referentes a ICMS, e relatou que, com o recebimento dos recursos vindos da parceria com a Coopercitrus, o pagamento das dívidas com os cooperados será prioridade. “Nosso objetivo é o cooperado e todo o nosso trabalho é em prol desses produtores que têm dinheiro a receber da Cooparaiso”, explicou Luiz Sérgio. Na sequência o presidente da Coopercitrus, José Vicente da Silva, apresentou a cooperativa paulista aos presentes, explicando o surgimento e o desenvolvimento das ações da organização que atua nos estados de São Paulo e Minas Gerais, especificamente no Triângulo Mineiro. “Somos hoje
FOTO: Divulgação Cooparaíso
Com dívida de R$ 40 milhões, Cooparaíso anuncia parceria com a Coopercitrus
uma das maiores cooperativas do Brasil e volume de vendas de insumos e máquinas agrícolas. Vamos ampliar nosso setor de café com a parceria com a Cooparaiso e oferecer as vantagens, benefícios e inovações tecnológicas que hoje temos em nossa cartela de serviços”, anunciou José Vicente. Os superintendentes Rogério Azevedo e Raul Dorti mostraram as áreas de atuação, diversificação das atividades e faturamento da Coopercitrus, apresentando as possibilidades de atendimento aos associados da Cooparaiso. Os dirigentes da Coopercitrus comprometeram-se a disponibilizar, o mais rápido possível, o acesso aos cooperados mineiros dos seus produtos e, em especial, suas linhas de crédito, como a compra de insumos, máquinas e implementos com troca por café, facilitando a negociação com os associados Cooparaiso. Outro ponto destacado é a operacionalização de seus registros, entre eles o CNPJ, para abrir os armazéns para o recebimento da safra atual, com a estrutura e modalidades de comercialização que já são comuns na Cooparaiso, mas que passa a ser executada e gerenciada pela Coopercitrus. Ainda durante a assembleia foi exposta a forma como será efetivada a parceria. Neste momento a Coopercitrus arrendará as lojas e armazéns da Cooparaiso, comprará todo o estoque existente e o fundo de comércio da revendedora Valtra em São Sebastião do Paraíso (MG) e Passos (MG), que hoje pertencem à cooperativa mineira. Ficou acertada ainda a destinação à Cooparaiso pela Coopercitrus de 30% do lucro obtido com a comercialização de insumos, máquinas e implementos no Sudoeste de Minas Gerais. Luiz Sérgio Marques destacou a importância do cooperado depositar seu café, movimentar os serviços e comprar insumos, máquinas e implementos da Coopercitrus, já que o percentual do lucro líquido a retornar para a Cooparaiso irá contribuir para que as dívidas sejam quitadas de forma mais rápida.
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5º Congresso ANDAV – Fórum & Exposição, realizado em São Paulo nos dias 17, 18 e 19 de agosto, no Transamerica Expo Center, em São Paulo (SP), recebeu nos três dias de evento mais de 4.455 profissionais, entre visitantes e congressistas. O público participante teve acesso a um extenso programa de conteúdo, além de conhecer as principais novidades das empresas voltadas à distribuição de insumos. O evento é realizado pela ANDAV (Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários) e organizado pela Clarion Events. De acordo com Henrique Mazotini, diretor executivo da ANDAV, mais uma vez o distribuidor de insumos de todo o Brasil foi protagonista dessa, que é uma das iniciativas mais representativas do agronegócio brasileiro. “Durante o evento recebemos distribuidores de todas as regiões brasileiras. Isso mostra que o agronegócio segue sua toada em ritmo forte, e a associação segue fazendo a sua lição de casa que é promover a capacitação de todos os seus agentes e buscar desenvolvimento contínuo”, afirma o executivo. O Congresso ANDAV se consolidou como o principal espaço para os profissionais que atuam na distribuição de insumos aprimorarem a gestão de suas empresas, conhecerem novas ferramentas, reverem processos, além de se aprofundarem em questões econômicas e políticas no Brasil que afetam diretamente o setor. Entre os três painéis econômicos realizados no primeiro dia, o destaque foi para o tema que abordou os aspectos financeiros e gerenciamento de crédito e risco. Participaram do painel Marcio Vieira Recalde, superintendente de agronegócio da Caixa Econômica Federal, que falou sobre a recente entrada da instituição no setor do agronegócio; Fabiana Alves, diretora do Rural Banking Rabobank Brasil, que abordou as alternativas de crédito oferecidas pela instituição à produção agrícola, além dos critérios para realizar a avaliação de risco do produtor; Wady Cury, diretor do grupo segurador BBMAPFRE e presidente da Comissão Técnica de Seguros Agrícolas. Na oportunidade, Cury falou sobre a im-
FOTOS: Clarion Events
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5º Congresso ANDAV reúne as mais avançadas soluções em distribuição de insumos agrícolas e veterinárias
portância do seguro agrícola no Brasil. Já no segundo dia de evento, um dos destaques foi o painel que falou sobre “governança corporativa”, tema que tem ganhado cada vez mais força no setor da distribuição de insumos agrícolas e veterinários. O palestrante foi Fernando Curado, professor e consultor da Saint Paul Institute of Finance e MSCI Governança e Estratégia. Outro painel abordou a inovação em gestão estratégica de pessoas e o desenvolvimento de culturas organizacionais com foco nos colaboradores. Quem falou sobre o tema foi Luiza Vincioni, sócia-diretora da Realizzare Estratégias Organizacionais e LMV Soluções Organizacionais. No terceiro dia, o Congresso ANDAV sediou um treinamento sobre toxicologia que reuniu representantes de 15 órgãos estaduais de defesa agropecuária de estados como RS, PR, SP, GO, MG, RJ, TO, PA, MA, ES, BA e PE. Além do congresso, o evento contou com uma área de exposição com mais de 60 empresas trazendo as mais novas tecnologias em produtos, sistemas e serviços voltados para o segmento. A edição de 2015 reuniu empresas nacionais fornecedoras de insumos como adubos, defensivos, fertilizantes, sementes, nutrição foliar, saúde animal, além de automação comercial e órgãos públicos. Para Marcello Cavallieri, gerente de comunicação de marketing da Syngenta, o foco da participação da empresa no evento foi o de reforçar o relacionamento com os clientes do setor de distribuição e mostrar o valor da parceria. Para o gerente de Acesso ao Mercado da BASF, Cesar Gomes Rodrigues, “a parceria com a ANDAV é algo que a BASF preza em ter. Já faz alguns anos que estamos juntos, pois acreditamos que a capacitação do sistema de distribuição do Brasil, que tornar esse sistema cada vez mais profissional, é a base para o sucesso da cadeia de negócios”, disse. Já Ivan Moreno, diretor de Acesso ao Mercado da Bayer, ressaltou que o principal objetivo da empresa nesta edição foi o lançamento da Rede AgroServices, iniciativa da empresa em prol do desenvolvimento do agronegócio e a valorização do produtor rural.
FRUTICULTURA
Produtores de abacaxi no Triângulo Mineiro apostam em novo modelo de plantio
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FOTOS: Divulgação EMATER-MG
cultivo de abacaxi utilizando o sistema mulching está ganhando espaço no Triângulo Mineiro. A técnica consiste em cobrir com plástico os canteiros onde é cultivada a fruta O mulching já é muito utilizado na cultura do morango e recentemente passou a ser adotado em algumas propriedades produtoras de abacaxi da região. Segundo o extensionista da EmaterMG no município de Canápolis (MG), Antônio Carlos Andrielli, o sistema mulching apresenta diversas vantagens em relação ao sistema convencional de plantio. Entre elas estão a redução de mão de obra, maior produtividade, redução do uso de herbicidas, maior retenção de umidade, controle da temperatura e diminuição de pragas e doenças. “Dessa forma, tem-se uma atividade biológica mais favorável, gerando um ambiente mais propício para o desenvolvimento da planta e aumentando a produtividade”, diz o extensionista. O processo de aplicação do plástico no solo é todo mecânico. Já os buracos onde são plantadas as mudas são feitos manualmente pelo produtor. O plantio das mudas também é manual. De acordo ainda com Andrielli, as vantagens verificadas com mulching tornam o sistema mais rentável que o convencional. “A ressalva fica por conta do custo inicial mais elevado, mas que é compensado, no final, pelo aumento da produtividade e diminuição do custo. A tendência é que em alguns
anos tenhamos uma adoção maior dessa técnica por parte dos produtores”, diz o técnico. Em média, segundo ele, o custo inicial para implantar o sistema mulching fica 20% mais caro do que o método convencional. Por outro lado, o extensionista da Emater-MG também diz que, com o sistema mulching, o fruto do abacaxi tem um ganho de peso de 400 gramas em média. Ele ainda afirma que, por essa técnica, há um aumento da produtividade por hectare de 33% em relação ao sistema convencional. Produtores dos municípios de Canápolis (MG) e Frutal (MG) têm adotado a técnica. Ao todo são 40 produtores. Trinta em Canápolis (MG) e dez em Frutal (MG). A área cultivada nesses dois municípios é de 250 hectares. Há quatro anos, o produtor Celismar Gouveia Moura decidiu investir no sistema mulching e também mantém uma lavoura no modelo convencional, ambas em Canápolis (MG). Segundo ele, a produtividade da lavoura no sistema mulching é maior. As duas lavouras têm 20 hectares. Porém, enquanto a lavoura convencional produz em um ano e meio cerca de 30 mil quilos por hectare, no sistema mulching a produção chega a 40 mil quilos por hec-tare, em um ano. “O sistema mulching é mais viável economicamente. Produz mais com mais rapidez. Nesse modelo, o fruto ganha mais peso, não se perdem mudas, não se gasta herbicidas e ganha em qualidade”, diz Moura. Para os próximos anos, o produtor planeja plantar apenas no sistema mulching, abandonando o modelo convencional. “Esse sistema veio para ficar. Muitos agricultores estão aderindo à ideia”, afirma Celismar Moura.
EVENTOS
Dow AgroSciences participou do Sakata Win Day 2015, em Bragança Paulista (SP), para apresentar Delegate®, seu mais novo inseticida com registro para tomate, batata, melão, maçã, citrus, pimentão, morango, pepino e crisântemo. Multipremiado e exclusivo, Delegate® tem altíssimo efeito de choque, amplo espectro de controle, residual prolongado e baixo período de carência. Sua molécula única, do grupo das Espinosinas, é ideal para a rotação de ativos e manejo de resistência, garantindo maior sustentabilidade, segurança e longevidade para toda a cadeia produtiva. O produto ganhou o Prêmio Agrow de Melhor Novo Produto para Proteção de Cultivos e possui o selo Green Chemistry Challenge, reconhecimento da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) para as tecnologias verdes mais inovadoras e sustentáveis do mundo. No estande da Dow AgroSciences os visitantes puderam conhecer o lançamento e as completas soluções em defensivos agrícolas para frutas, verduras e legumes, com produtos para múltiplas culturas que protegem, por todo o ciclo vegetativo, contra inúmeras doenças e pragas.
om o objetivo de apresentar ao mercado novas cultivares e tecnologias, além de tendências do segmento e técnicas de manejo atualizadas, com foco específico para hortaliças produzidas no inverno, a FMC Agricultural Solutions participou do Sakata Win Day 2015 como expositora do evento, com inovações tecnológicas para tomate, alface e cenoura, além de apresentar resultados de produtividade e controle de doenças com o seu último lançamento, o biofungicida Regalia Maxx®. Estiveram presentes distribuidores, profissionais e estudantes da área e todos puderam conhecer as novidades que a FMC levou em seu estande. “Tivemos campos demonstrativos tratados com biofungicida Regalia Maxx® e recomendações de manejo para incremento de produtividade no campo e principalmente para o controle preventivo de Oídio no tomate e Pinta Preta. O produto é um fungicida bioquímico mundialmente conhecido pela inovação trazida ao controle de doenças, pois seu modo de ação diferenciado conta com ausência de toxicidade (livre de resíduos) e efeito fitotonico que o tornam uma contribuição ao manejo integrado de doenças e ainda não apresenta incompatibilidade com o manejo convencional”, explicou o gerente de marketing H&F da FMC, Flávio Irokawa. Além do manejo no tomate, a FMC também disponibilizou soluções tecnológicas para alface e cenoura. “Atuamos e aplicamos no campo o fungicida foliar Rovral® que é eficiente para programas antiresistencia e com ação antiesporulante que reduz a reprodução do fungo, contribui para o controle de Podridão-de-esclerotinia (Sclerotinia sclerotiorum) no alface e para cenoura Queima-das-folhas (Alternaria dauci), e a nossa linha Fertís® para saúde e nutrição de plantas, que aumenta a produção e oferece maior resistência às tensões climáticas (Crop+)”, disse o gerente. www.fmcagricola.com.br.
Guarany apresentou Adubador, Pulverizador e Nebulizador A
Guarany, empresa líder em pulverização, participou mais uma vez do Sakata Win Day, apresentando como destaques três equipamentos. O Adubador (Aplicador Costal de Granulados) tem tanque que facilita o escoamento dos grânulos de forma controlada, sem a necessidade de se utilizar motor. Premiado pelo seu design, o equipamento substitui a aplicação a lanço (jogar o adubo com as mãos), sendo desnecessário o contato com o adubo químico, o que evita contaminação. Outro destaque da Guarany foi o Pulverizador Costal de Alavanca 12l Pro. Com tanque de alta resistência, o equipamento é ideal para uma jornada intensa de trabalho. Conta com um design ergonômico, atendendo os requisitos de segurança e prevenção da NR 31. Outro diferencial é o sistema de filtragem progressivo, com quatro filtros (gatilho, biela, tampa e bico) que evitam entupimento e garantem segurança, não expondo o aplicador a contaminações. Nebulizador / Atomizador a Frio – NAF é um equipamento compacto, de fácil manuseio e transporte e de alta qualidade e eficiência. Ideal para o controle de fungos na fase de pós-colheita e indicado também para a eliminação de pragas em estufas e jardins. A válvula reguladora de vazão da nova versão do NAF oferece amplo espectro de 15 ml a 400 ml, alcance de 8 a 11 metros e uma uma maior variedade de tamanho de gotas de 29 dmv µm.
FOTO: Divulgação FMC
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Dow AgroSciences apresentou FMC apresentou soluções no evento inseticida Delegate® para culturas de inverno A C
EVENTOS
Sakata Win Day 2015 inova mais uma vez e apresenta lançamentos da horticultura
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ntre os dias 4 e 7 de agosto aconteceu o Sakata Win Day, um dia de campo inédito, focado em folhosas, maçarias e brássicas, destinadas ao cultivo no período do inverno. O evento aconteceu na Estação Experimental da Sementes Sakata, em Bragança Paulista (SP). O público participante foi superior a 1.000 horticultores de todo o Brasil, além de distribuidores, profissionais e estudantes da área. “O Win Day 2015 foi mais uma inovação da Sakata. Com formato diferenciado, o evento procurou oferecer uma nova experiência ao visitante, que pode aprofundar suas discussões com toda a equipe técnica a campo. O objetivo foi apresentar ao mercado novas cultivares e tecnologias, além de tendências do segmento e técnicas de manejo atualizadas, com foco específico para hortaliças produzidas no inverno”, informou Paulo Koch, Diretor de Marketing da Sakata. O evento teve um novo formato, no qual todas as atividades foram realizadas a campo sem formação de grupos, incluindo a visita aos estandes dos expositores, proporcionando ao visitante liberdade total para percorrer as áreas demonstrativas, de acordo com seu interesse, e assim obter um atendimento mais personalizado. Os participantes puderam conhecer, a campo, a exposição de mais de 60 variedades, de 17 espécies hortícolas, a destacar: alface, brócolis, cenoura, chicória, couve-flor, couvechinesa, couve-manteiga, repolho, rúcula, abobrinha, agrião, espinafre, salsa, coentro, cebolinha, beterraba e rabanete. O evento contou ainda com a participação de 13 empresas expositoras: Alltech Crop Science, Carolina Soil do Brasil, Dow AgroSciences, DuPont, Electro Plastic, Forza Fertilizantes, FMC, Guarany, Ihara, Sumitomo Chemical, TMF Fertilizantes, Tropical Estufas e Yara Brasil. As empresas abrilhantaram o evento, apresentando produtos, novidades e lançamentos nas áreas de defensivos, equipamentos agrícolas, fertilizantes, substratos, cultivo protegido e sistemas de irrigação.
FOTOS: Divulgação Sakata
Evento foi realizado em Bragança Paulista (SP) e teve foco em hortaliças de inverno
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FOTO: Luciana Silvestre/Incaper
produção de batatas em Santa Maria de Jetibá tem recebido incentivo do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), com apoio da Prefeitura Municipal. Novas variedades têm sido introduzidas no município, como as batatas “BRS Clara”, “BRS Ana” e “BRS Camila”. O objetivo da introdução dessas novas variedades é buscar em cada uma delas características que as diferenciem das batatas já existentes no município. Entre as principais características estão a resistência a doenças, aptidão para cozimento e fritura, capacidade de produtividade, padrão de mercado e durabilidade no pós-colheita. De acordo com o extensionista do Incaper, Iosmar Luiz Mansk, mudas dessas variedades têm sido destinadas aos agricultores do muO produtor Lírio Ott, da comunidade Rio Cristal, em Santa Maria de Jetibá (ES), trabalha nicípio. “Atualmente, de cada 100 kg de batacultivando batatas há mais de 10 anos tas que são comercializadas pelo sistema Ceasa, apenas 2 kg são produzidos no Estado. Dessa forma, identifi- Atualmente, cerca de 120 agricultores produzem batatas camos que há um bom campo para expansão da cultura, que nesse município, em 80 hectares/ano. A produção anual é tem capacidade de gerar um grande volume de alimento, de 2.880 toneladas. Na comunidade de Rio Cristal, o agricultor Lírio Ott rico em carboidratos, vitaminas, minerais e proteínas em um curto espaço de tempo. É um bom negócio para o agricultor. cultiva batatas há mais de 10 anos. Ele já produziu diferenPor isso, decidimos incentivar essa cultura atuando como tes tipos e colhe 72 toneladas por ano. “Começamos com a facilitadores na aquisição, via Embrapa, de mudas de novas batata Monalisa. Depois veio a Ágata. Há cerca de um ano variedades”, explicou o extensionista. estamos testando a Clara e a Ana. Estamos gostando do reEntre as variedades que estão sendo introduzidas, des- sultado”, contou o produtor. O senhor Lírio possui uma tacam-se a BRS Clara, BRS Ana e a BRS Camila. A batata propriedade de 17,5 hectares, sendo dois hectares ocupados Ágata já é produzida no município de Santa Maria de Jetibá. com plantio de batata. A batata BRS Clara, introduzida em 2014 no município, é um dos destaques de sua produção. Com alta produtividade, ela possui dupla aptidão, para consumo cozida e também frita. Sua pele é mais amarela e sua polpa é mais branca. Possui um bom padrão de banca, ou seja, de comercialização. “A batata BRS Clara possui teor médio de matéria seca, por isso pode ser utilizada também para fritura. É muito boa para batata palha. Uma indústria do município de Castelo já demonstrou interesse na compra dessa batata diretamente do produtor. Estamos contribuindo na organização dessa comercialização”, falou Iosmar Mansk.
FOTO: Divulgação Embrapa
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Novas variedades de batatas são cultivadas em Santa Maria de Jetibá (ES)
Batata variedade “BRS Clara”
ORIENTAÇÕES TÉCNICAS - Entre as principais orientações técnicas para aumentar a produtividade da batata estão o plantio de mudas de qualidade. “É fundamental que sejam plantadas mudas sadias, caso contrário a cultura
perde sua capacidade produtiva. Por isso, fazemos esse intercâmbio com a Embrapa para aquisição de mudas. É preciso renovar a lavoura a cada geração de batatas”, afirmou Iosmar. Ele também disse que se o agricultor tomar os devidos cuidados para não propagar doenças, ele pode reproduzir as mudas em sua propriedade. Porém, a cada três plantios é preciso renovar a lavoura com mudas novas. Outra orientação para uma produção de qualidade é o controle de pragas e doenças que atacam as raízes e folhas. “Na parte aérea, é muito recorrente a doença chamada requeima (Phytophthora infestans), fungo que ataca as folhas. A variedade “BRS Clara”, inclusive, é resistente a essa doença. Também é preciso ter cuidado com a murcha bacteriana, que inviabiliza a produção. Uma das maneiras de evitar a incidência dessas doenças é a aquisição de mudas de procedência conhecida, de preferência certificadas, que possui a garantia de serem livres de uma série de doenças”, disse o extensionista. A escolha do local para plantio e a realização da análise de solo também são fundamentais para ter sucesso na produção. “É preciso evitar o plantio em áreas onde foi cultivado tomate, pois existem doenças que acometem as duas culturas”, disse o extensionista. Iosmar Mansk falou que todos esses cuidados são muito importantes para que se alcance um produto final com bom padrão de mercado e, consequentemente, resultado econômico, pois o consumidor é exigente. “No mercado, a batata de primeira chega a alcançar o dobro do preço da de segunda”, afirmou o extensionista. VARIEDADES INTRODUZIDAS - Há três variedades principais de batatas sendo introduzidas no município de Santa Maria de Jetibá. Conheça um pouco de cada uma delas:
FOTO: Divulgação Embrapa
“BRS Clara”: é uma nova cultivar de batata para comercialização na forma fresca, liberada em 2010. Foi desenvolvida pelo programa de melhoramento de batata da Embrapa, selecionada para aparência e rendimento de
Batata variedade “BRS Camila”
FOTO: Antônio Bortoletto
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Batata variedade “BRS Ana”
tubérculos, e resistência foliar à requeima, causada por Phytophthora infestans. Os tubérculos têm película amarela lisa, polpa creme, formato oval-alongado e olhos rasos. Seu potencial produtivo é alto, podendo ser utilizada tanto para cozimento, quanto para fritura. “BRS Ana”: O genótipo “BRS Ana” é uma nova cultivar de batata adequada para fritura à francesa, com potencial de processamento na forma de palitos pré-fritos congelados e de flocos, liberada em 2007. Foi desenvolvida pelo Programa de Melhoramento de Batata da Embrapa, com base na aparência e rendimento de tubérculos, peso específico e qualidade de fritura. Os tubérculos têm película vermelha, levemente áspera, polpa branca, formato oval e olhos rasos. O potencial produtivo é alto. “BRS Camila”: Uma das principais características da Camila é a resistência ao vírus Y, doença que causa degeneração das sementes e reduz a produtividade e a qualidade das lavouras. Com essa resistência, a cultivar garante maior número de multiplicações da semente, tornando-se mais barata e de melhor qualidade. Também apresenta moderada suscetibilidade à requeima e à pinta-preta - características que podem ser vistas como positivas, considerando-se que outras cultivares, em geral, são suscetíveis a essas doenças. A batata “Camila” apresenta boa aparência de tubérculos e elevado potencial produtivo. (Fonte: Incaper)
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