Revista de Agronegócios - Edição nº 110

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FOTO DE CAPA

INOVASHOW Ma Shou Tao 2016. Foto aérea, na Fazenda Boa Fé, em Conquista (MG), sede do Grupo Ma Shou Tao. Foto: Divulgação Inovashow

PECUÁRIA TECNOLOGIA

Ma Shou Tao reúne agropecuaristas em Conquista (MG)

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O Grupo Boa Fé - Ma Shou Tao realiza, de 16 a 17 de fevereiro, em Conquista (MG), o INOVASHOW 2016. Referência no Brasil Central, é um evento planejado para reunir todos os elos da cadeia produtiva agrícola e pecuária, em um só encontro, levando ao público participante inovação, tecnologia, resultados de pesquisa e conhecimento aplicados no dia a dia de uma fazenda. Trata-se de uma versão moderna e atualizada dos tradicionais eventos Ma Shou Tao Agrícola e Pecuária, realizados durante 23 anos .

Touro Nelore bate recorde nacional de marmoreio

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A linhagem Nelore selecionada pelo criador Adir do Carmo Leonel faz jus ao destaque alcançado em âmbito nacional. O touro Quanupur DA 2L alcançou o escore 5,02 de marmoreio.

Agricultura de Precisão e Informação de Precisão

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Artigo do empresário Mário Arias Martinez, diretor da CHB Sistemas, aborda o tema: a importância da tecnologia na agricultura e pecuária, principalmente nos dias atuais.

Sucessão soja/cana: atributos de um latossolo

SOLOS

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O artigo aborda o trabalho desenvolvido em Nuporanga (SP) no sentido de avaliar os atributos químicos e físicos de um solo Latossolo Vermelho após a retirada da soja e o plantio direto da cana de açúcar.

Fertilizantes organominerais na cafeicultura

CAFÉ

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Agricultura e a Pecuária, desde e chegada dos Europeus no Brasil, sempre desempenharam papel extremamente importante. Seja para a sobrevivência, nos primórdios da colonização, seja para a manutenção positiva da Balança Comercial. O Mundo depende da produção brasileira. Com o atual crescimento populacional da China e Índia, o Mundo necessita, com avidez, da nossa produção de soja, milho, café, laranja, algodão, açúcar, carnes (bovina, suína, aves) e várias outras cadeias produtivas importantes. Por outro lado, a grave situação econômica que passa o Brasil reflete diretamente na produção agrícola brasileira. Impostos mais caros, energia elétrica mais cara, combustíveis mais caros, mão de obra mais cara. Sem falar que tudo aquilo que o agricultor brasileiro necessita para “produzir” estará mais caro: insumos, máquinas, implementos. É neste contexto que podemos afirmar: o agricultor brasileiro é um forte. Mesmo envolvido num quadro de crise econômica e de pessimismo em todos os setores, o agricultor brasileiro sempre encontra uma saída. É o que observamos já neste janeiro de 2016. Expectativas positivas para a realização do Show Rural Coopavel, em Cascavel (PR) e para o Inovashow Ma Shou Tao, em Conquista (MG). Ambos os eventos abordam principalmente a produção de grãos. Na atividade leiteira, os pesquisadores Glayk Barbosa e Vânia Carrijo abordam a importância do Controle Leiteiro, que é uma prova zootécnica com a finalidade de aferir a produção leiteira de uma vaca num período de 24 (vinte e quatro) horas, possibilitando a identificação de indivíduos, famílias e linhagens de aptidão leiteira, dentro do rebanho e dentro das raças leiteiras. Para o cultivo da cana de açúcar, os pesquisadores Vinicius Bocalon, Livia Chicone e Sandro Brancalião avaliaram os atributos químicos e físicos de um Latossolo Vermelho, após a retirada da soja e imediata implantação na cana de açúcar sob sistema de plantio direto, no município de Nuporanga (SP). No cultivo de milho, destaque para o artigo de José Carlos Madaloz, Richard Paglia e Thiago Salvador, que abordam a ocorrência do acamamento da planta de milho, como consequência do excesso de chuva, do aumento na umidade relativa do ar, de temperaturas mais baixas, da diminuição da radiação solar e dos fortes ventos e chuvas de pedra com perdas significativas. Na cafeicultura, destaque para os resultados positivos para os concursos de qualidade de café para os cafeicultores da Alta Mogiana. Com relação à safra, os levantamentos oficiais de safra que a CONAB está realizando recebe o apoio da COCAPEC. Outro ponto interessante trata-se da “aposentadoria” das sacarias de juta do café. No Paraná, o cultivo do palmito pupunha é retratado de forma a comprovar a importância econômica da atividade para pequenos agricultores. Boa Leitura a todos!

ORGÂNICOS

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Persistência: esta é a palavra chave do Agronegócio Brasileiro

DESTAQUE: INOVASHOW 2016

EDITORIAL

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Fertilizantes organominerais são adubos orgânicos enriquecidos com nutrientes minerais. Nesse sentido, a associação de fertilizantes orgânicos e minerais é vantajosa. Confira o artigo.

Bokashi: fertilizante natural bom para o produtor e o solo

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Foi em meados de 1989 que o primeiro protótipo dos insumos Bokashi foi preparado em uma fazenda em Atibaia (SP), baseado em processos fermentativos usados na agricultura do Japão.


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contatos

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PEDRO AUGUSTO (pedroaugusto_01@hotmail.com) Engenheiro Agrônomo - Sete Lagoas (MG). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. FERNANDA DE PAULA FERNANDES (fernandapaula_fernandes@outlook.com) Engenheira Agrônoma - Campestre (MG). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. RAFAEL DE OLIVEIRA FERREIRA (rafaelferreira440@hotmail.com) Engenheiro Agrônomo - Campestre (MG). “Trabalho com cafeicultura e gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. SILVIA PADILHA (silvia.padilha@emater.mg.gov.br) Extensionista - Baependi (MG). “Meu filho Cássio Augusto Paixão Padilha é Engenheiro Agrônomo e gostaria de receber gratuitamente a Revista Attalea Agronegócios”. JOÃO BOSCO NORBERTO (jnorberto@hotmail.com) Cafeicultor - Pedregulho (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. ANDERSON WILSON O. DAS NEVES (magalimenticio@gmail.com) Ovinocultor - Rio de Janeiro (RJ). “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. CIRLENE RODRIGUES (andre_trb@hotmail.com) Agricultora - Franca (SP). “Solicito a gentileza de atualizar o meu endereço para continuar recebendo a Revista Attalea Agronegócios”.

FRANCIELLE DE ALMEIDA FEITOSA (fran_almeida123@hotmail.com) Agricultora - Pompéia (SP). “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. ROGÉRIO HENRIQUE ANDRADE (sperwow@hotmail.com) Estudante - Franca (SP). “Estou muito satisfeito com o conteúdo e a qualidade da criação e edição do trabalho da Revista Attalea Agronegócios. Solicito atualização do meu endereço”. RODRIGO DE PAULA NEVES (rodrigo.nevesagronegocio@gmail.com) Vendedor Externo de Tratores e Implementos - Franca (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. VANESSA FERNANDES DINIZ (vnessaluiza@gmail.com) Agricultora - Belo Horizonte (MG). “Sou criadora de galinhas caipiras e também horticultora e gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. ALEXANDRE CÉSAR RÉQUIA (alexandrecrequia@gmail.bom) Engenheiro Agrônomo - Batatais (SP). “Sou consultor na área de cafeicultura na Alta Paulista e gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. MARCELO FERNANDES (marcelo@dcagro.com.br) Engenheiro Agrônomo - Sorriso (MT). “Trabalho na área de revenda de insumos de grandes culturas e produtos para irrigação e pecuária. Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. WERLLESON NASCIMENTO (werlleson.nascimento@gmail.com) Estudante de Agronomia - Santarém (PA). “Gostaria muito de receber a Revista Attalea Agronegócios”.

JUSSARA DE SOUZA AIRES (juconselita@gmail.com) Empresário Rural - Prudente de Morais (MG). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. VANESSA LIMA (vanessalima1801@bol.com.br) Estudante - Franca (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. LUIZ CARLOS DO NASCIMENTO (luiz@aquaquimica.com.br) Empresário - Vargem Grande Paulista (SP). “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. LUCAS MATHEUS DIAS IGNÁCIO (lucasmatheus20164@hotmail.com) Estudante de Agronegócios - Ribeirão Preto (SP). “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. MATEUS LEVI FELIX DE LIMA (mateuslevilima@gmail.com) Estudante - Franca (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. EDUARDO OLIVEIRA MARTINS (eduardoliveiramartins@hotmail.com) Pequeno Produtor Rural - Franca (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”. ELENY DE FÁTIMA PEREIRA REIS (elenyfpr@hotmail.com) Técnica em Agropecuária - Monte Carmelo (MG). “Li um exemplar da Revista Attalea Agronegócios na Cooxupé, em Monte Carmelo e me interessei muito pelas pesquisas e artigos publicados. Gostaria de assinar. JOSUÉ CARLOS DE ALMEIDA (josuealmeida1982@outlook.com) Cafeicultor - Patrocínio (MG). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”.


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EVENTOS

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m evento que traz inovação até no nome. O Grupo Boa Fé - Ma Shou Tao, nos dias 16 e 17 de fevereiro, na sede da Fazenda Boa Fé, em Conquista (MG), promoverá a primeira edição do INOVASHOW. O Inovashow é um evento planejado para reunir todos os elos da cadeia produtiva agrícola e pecuária, em um só encontro, levando ao público participante inovação, tecnologia, resultados de pesquisa e conhecimento aplicados no dia a dia de uma fazenda. Embora novo neste formato, o evento já é referência no Brasil Central. O INOVASHOW é uma versão moderna e atualizada dos tradicionais eventos Ma Shou Tao Agrícola e Pecuária, que durante 23 anos sucessivos foram o ponto de encontro de importantes players do mercado, produtores, empresários rurais, consultores, profissionais liberais e estudantes ávidos por conhecimento, novas tecnologias e informações práticas para melhorar a gestão e o desempenho de uma fazenda. O evento se alternava, sendo um ano dedicado à agricultura e o outro à pecuária, reunindo na sede da Fazenda Boa Fé mais de 3.000 pessoas por edição, sendo a última edição realizada em 2012. “Depois de mais de duas décadas consecutivas de evento, estava ficando difícil apresentar inovações a cada ano. Passamos quatro anos sabáticos, que nos permitiram acumular inovação, pesquisar e gerar novos dados para apresentar em um evento mais completo, que reúne agricultura e pecuária em um encontro único”, justifica Jônadan Ma, diretor executivo do Grupo Ma Shou Tao, organizador do evento. INOVAÇÃO QUE GERA RESULTADO - Uma nova apresentação para um evento consolidado pelo alto nível do público participante, dos palestrantes e pelas condições especiais que os mais de 50 expositores se prontificam a negociar. Em um período em que as dificuldades econômicas são manchetes nos jornais, ter informação privilegiada, conhecer novas tecnologias, consolidar bons relacionamentos e inovar é a grande oportunidade para sair mais fortalecido desse momento crítico, pronto para expandir e contribuir para que o país volte a crescer. “A inovação é a grande ferra-

FOTOS: Divulgação INOVASHOW

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INOVASHOW Ma Shou Tao 2016 reúne agropecuaristas em Conquista (MG)

menta para superação de momentos difíceis e para a busca por resultados que proporcionem condições de manter o homem do campo nas atividades agrícolas e pecuárias” pontua Jônadan. VITRINE TECNOLÓGICA - A longevidade do evento está associada à capacidade de apresentar ao público conhecimento gerado por pesquisas, além de inovações aplicadas na prática. Dessa forma, os participantes visualizam conceitos aplicados no dia a dia da Fazenda Boa Fé, tanto na agricultura como na pecuária leiteira. Além das palestras com especialistas em cada setor, o evento terá as “clinicas tecnológicas”, nas quais os participantes poderão consultar especialistas em um atendimento personalizado, o que esclarece suas dúvidas e faz conhecer melhor as experiências conquistadas pelo Grupo. A expectativa é receber mais de 3.000 pessoas, de diversas regiões do Brasil e de outros países da America do Sul, Europa e Oriente Médio . De acordo com a organização, mais de 30 caravanas já estão confirmadas, incluindo os Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Goias, Bahia, Tocantins, entre outros. Para mais informações, inscrição e programação completa do evento, acesse: http://inovashow.agr.br/


PECUÁRIA

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LEITE

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Glayk Humberto Vilela Barbosa1 Vânia Mirele Ferreira Carrijo2

FOTOS: Glayk H.V.Barbosa

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Controle leiteiro - A melhor ferramenta de seleção genética controle leiteiro é uma prova zootécnica, que tem como finalidade aferir a produção leiteira de uma vaca num período de 24 (vinte e quatro) horas, visando à identificação de indivíduos, famílias e linhagens de aptidão leiteira, dentro do rebanho e dentro das raças leiteiras. Controle leiteiro consiste no registro da produção de leite das vacas, permitindo assim o acompanhamento da real situação produtiva e individual dos animais existentes na propriedade. Tem como objetivo, dentre outros, fazer a seleção de vacas e determinar a quantidade correta de concentrado para cada animal em função da sua produção. Assim obter-se-á um melhor resultado produtivo e econômico do rebanho. O controle leiteiro deve ser realizado com a maior freqüência possível, devido às mudanças ocorridas na produção de leite das vacas. Como a realização desta prática, diariamente, poderia atrapalhar a rotina da ordenha, bem como da propriedade, recomenda-se a realização semanalmente, quinzenalmente, mensalmente ou, quando muito, bimensal, visando não perder os objetivos do controle.

AUTORES

1 - Zootecnista, B.Sc. Mestrando em Produção Animal Sustentável pelo Instituto de Zootecnia. Jurado Efetivo de Raças Zebuínas e Assessor de Pecuária Leiteira. Email: glaykhumbertovilela@yahoo.com.br 2 - Médica Veterinária, M.Sc. Produção Animal Sustentável pelo Instituto de Zootecnia. Docente do Centro Paula Souza. Atua na área de sanidade, escrituração zootécnica e biotecnologia da reprodução.

A utilização do controle leiteiro é inquestionável, pois sabemos da grande importância desta excelente ferramenta que tem como principais finalidades: • Alimentar corretamente os animais com base na produção diária de leite; • Auxiliar na seleção do rebanho descartar animais de menor desempenho; • Avaliar corretamente as lactações de acordo com os dados obtidos; • Divulgar dados de produção do rebanho a outros criadores e realizar avaliações genéticas. Mas, infelizmente alguns produtores de leite ainda têm certa resistência ao controle leiteiro a maioria deles alega que sua utilização exige muita mão-de-obra e trabalho, em alguns casos também dizem que é perda de tempo, e sabemos que isso não é verdade. A utilização do controle leiteiro é de fundamental importância, pois não existe melhoramento ou seleção sem um bom controle leiteiro. Há diversos motivos para que um produtor adote o controle leiteiro como prática comum na rotina de sua fazenda. Suporte ao Gerenciamento do Rebanho, valorização comercial do animal e contribuição para o Melhoramento Genético. A conscientização a respeito do benefício do controle leiteiro é imprescindível para que cada vez mais vacas sejam avaliadas. Controle Leiteiro, a principal ferramenta


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LEITE FOTO: Glayk H.V.Barbosa

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de seleção e orientação ao manejo de animais em rebanhos leiteiros. Gradativamente, o conceito de controle leiteiro no Brasil começa a tomar forma de ferramenta de gestão. Mais do que o resultado do controle de produção individual de lactações, o controle leiteiro já está sendo utilizado em pequenas, médias e grandes propriedades produtoras de leite como índice que ajuda no controle de custos, no manejo reprodutivo e no ajuste da dieta e da nutrição animal. Nos últimos seis anos, o controle leiteiro cresceu em todo o território nacional, sobretudo na raça Holandesa. Na raça Girolando, apesar de cerca de 100 mil registros anuais, apenas 13% dos associados utilizam controle leiteiro oficial. Em 2015, foram registradas 7.946 lactações, de 406 rebanhos ativos no sistema de controle da associação. Na raça Holandesa, foram 62.327 vacas em controle de lactação, distribuídas por 906 rebanhos. Somente no Paraná, mais de 37 mil vacas com lactações controladas em 446 rebanhos. Em Minas Gerais, 10 mil vacas em 150 rebanhos. Os números do serviço de controle leiteiro feito no Brasil ainda são modestos se comparados com os dados de países da América do Norte, Europa e Oceania o que representa um vasto campo para crescimento e melhoramento do rebanho leiteiro nacional. Segundo o diretor executivo da Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais, o Zootecnista Cleocy Junior, defende a ampliação do controle leiteiro e sua utilização como ferramenta de trabalho e manejo de rebanhos - com índices de gordura, proteína, CCS, volume e outros. O controle leiteiro deve ser vendido para o criador como uma ferramenta de gestão. Ele deveria ser mais útil para o criador e não apenas um encerramento para falar o quanto a vaca produziu. O controle tem que agregar valor

ao criador imediatamente e não apenas para fins de pesquisa em melhoramento. Atualmente o controle leiteiro é uma ferramenta fundamental para gerenciar os rebanhos, seja no manejo, produção, gestão zootécnica, saúde dos animais, nutrição, seleção genética e qualidade do leite. Em um rebanho, nem todos os animais tem desempenho igual ao do animal médio, e isso faz com que a utilização de valores globais superestime animais de baixa produção e subestime aqueles com melhor desempenho. Entre os benefícios para a nutrição está a facilidade na divisão dos lotes no rebanho, formular dietas adequadas para cada lote, acompanhar a curva de lactação de cada vaca, facilitar a identificação de problemas individuais, verificarem a eficiência produtiva e reprodutiva, além da quantidade que o animal deverá receber de concentrado/ volumoso. O controle leiteiro é uma ferramenta de seleção no programa de melhoramento genético que tem como objetivo identificar animais geneticamente superiores e multiplicá-los, conseqüentemente deixando suas melhores filhas na propriedade. Diante do exposto, enfatiza-se que o controle leiteiro é o procedimento mais adequado para mensuração da produção de leite e é o instrumento que permite a avaliação do mérito genético de reprodutores (teste de progênie) e de matrizes em programas de melhoramento genético para fins de seleção e, consecutivamente, para obtenção de ganho genético para as características de produção. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FERREIRA, A. de MORAIS, SÁ, W. FERREIRA. Maneira prática de se fazer controle leiteiro e reprodutivo em uma fazenda. Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Leite CNPGL Coronel Pacheco. 20 p. 1985. LOPES, M, VIEIRA, P. de F. Criação de bezerros leiteiros. FUNEP: Jaboticabal. 69 p. 1998.


PECUÁRIA

Touro Nelore, do criador Adir do Carmo Leonel, bate recorde nacional com índice 5,02 de marmoreio

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FOTO: Berrante Comunicação

linhagem do Nelore, cuidadosamente selecionada pelo criador Adir Leonel e seu filho Paulo Leonel, faz jus ao destaque alcançado em âmbito nacional. Essa afirmação é, mais uma vez, comprovada com a ultrassonografia realizada nos reprodutores da propriedade ao identificar no touro QUANUPUR DA 2L escore de marmoreio de 5,02 – um novo recorde da raça encontrado no Brasil. O legado genético de Adir é representado não somente pelos touros, mas por um rebanho minuciosamente formado de matrizes altamente produtivas e adaptadas ao sistema de pastejo. “Animais criteriosamente lapidados para caracterização funcional da raça Nelore, em Recorde: Touro Quanupur DA 2L, escore de marmoreio de 5,02 que o couro, cupim, aprumos, cauda e toda a morfologia racial e de biotipo possuem uma fun- Adir”. ção zootécnica”, declara o gerente de produto corte da CRI De acordo com Paulo, a seleção visa altos índices de Genética, Daniel Carvalho, e reitera, “beleza zootécnica é produtividade e padrão racial, aliado à adaptabilidade – o diferente de beleza racial e este é o ponto chave da seleção Nelore capaz de sobreviver ao sistema de pasto sem for-

Mercado de reposição se manteve firme em 2015

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m 2015, o mercado de reposição teve forte alta. As categorias mais jovens tiveram as maiores valorizações no período. Na comparação do acumulado de 2015 com 2014, na média de todos os Estados pesquisados pela Scot Consultoria, o bezerro desmamado (6 arrobas), o garrote (9,5 arrobas) e o boi magro (12 arrobas) acumularam alta de 38,3%, 32,6% e 28,7%, respectivamente. A baixa oferta foi o principal fator para o movimento altista. Além disso, as valorizações no mercado do boi gordo colaboraram para esse cenário. Para 2016, a dificuldade de compra ainda deve continuar. As ofertas de garrote e de boi magro seguirão a lógica dos bezerros em 2015, ou seja, ainda restritas. Já as desmamas que chegarão ao mercado serão filhos de vacas e novilhas que emprenharam

FOTO: pecuaria.com.br

Baixa oferta das categorias mais jovens do rebanho deve continuar influenciando

em 2014, ano em que o abate de fêmeas foi recorde. Ou seja, o cenário é de oferta ainda controlada. (FONTE: Scot Consultoria)

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necimento de auxilio alimentar. “Preconizo habilidade materna, fertilidade, animais que resistem bem durante a seca – todos os animais que sentem mais no período de estiagem são descartados. Além disso, a parte racial tem que ser preservada, pois crio uma raça pura, então me empenho em manter os padrões dela”, aponta. Diante disso, Paulo afirma que o foco da seleção não foi o marmoreio, mas que o resultado de 5,02 alcançado por QUANUPUR representa uma consequência da exigência feita no rebanho, o reflexo de uma vida inteira de dedicação no melhoramento da raça. Carvalho, ao conferir os dados, completa, “o resultado com o marmoreio (MAR) apresenta uma evolução nítida que pode gerar um grande impacto na raça. No entanto, a qualidade da linhagem Adir não se restringe ao MAR, uma carac- Touro Jallad terística que nem inerente é à raça Nelore, mas também à área de olho-de-lombo (AOL) e espessura de gordura subcutânea (EGS)”. Para exprimir com propriedade o depoimento sobredito, Carvalho pauta-se na parceria existente entre a CRI e o criador, há três anos, enquanto primeira e única central a acreditar e trabalhar com a genética fechada 100% Adir. Fato que permitiu acompanhar com proximidade a seleção do Nelore desenvolvida pelo criatório. SELEÇÃO ADIR - Os índices de MAR, conferidos no rebanho Adir, correspondem aos oito melhores animais entre os 600.000 avaliados. Além disso, o novo recorde alcançado apresenta apenas o resultado de uma parcela do trabalho realizado por Paulo e o seu pai (Adir), uma vez que o diferencial do rebanho está fundamentado na seleção funcional, para produzir animais equilibrados que servirão para a pecuária moderna, nas mais diversas circunstâncias. Liliane Suguisawa, diretora do DGT Brasil, afirma que encontrou na linhagem Adir animais extremamente superiores para AOL, ratio (relação entre altura e largura do con-

trafilé), MAR e EGS – indivíduos equilibrados. “Encontrei, com a ultrassonografia, o touro do mais alto nível de MAR do Brasil, animal inédito do rebanho nelore. Mas, além do QUANUPUR, outros touros merecem destaque, como o Jallad, que obteve 4,25 com área de lombo espetacular, muito equilibrado”, aponta. Para conferir o potencial dos indivíduos, no viés voltado para o interior do animal, Liliane afirma medir o tamanho do AOL (também conhecido como contrafilé), que traduz o potencial genético, de proporcionar o rendimento de corte cárneo dentro da indústria frigorífica, assim, quanto maior o contrafilé, melhor a genética do animal em gerar rendimento de corte de carne e musculosidade. Além disso, é avaliado na ultrassonografia o formato do contrafilé, o ratio, que tem influência direta com cortes da carne, e o EGS – quanto maior essa espessura, mais precoce é o filho dele que vai para o abate, do mesmo modo que a filha entra na reprodução. “Na verdade eu faço o mapeamento da composição de carcaça do animal, por dentro”, contribui. Levando em consideração as mensurações conferidas, Liliane acrescenta, “o rebanho do Paulo tem o ratio muito alto, isso é uma coisa que a pecuária precisa melhorar bastante. Os touros avaliados são potenciais, enquanto melhoradores da carne. Animais com alto rendimento de carcaça”. Para alcançar tamanho desfecho na seleção, Paulo afirma valorizar, atualmente, os abates técnicos por touro que realizam. “Nós somos os únicos no Brasil que fazemos abate técnico por touro, dos filhos com DNA. Isso traduz a realidade do que o animal produz, por avaliar os filhos no ‘gancho’ do frigorífico. O nosso gado transmite um alto índice de padronização, de animais aptos para exportação, para Cota Hilton”, confirma. Em suma, ao discutir o potencial da linhagem Adir, as opiniões de Liliane e Carvalho são convergentes. “São animais que podemos utilizar com tranquilidade, pois eles agregam em tudo, em todas as questões importantes da pecuária”, assegura Liliane. “Estamos diante de um divisor de águas para a pecuária Nacional e mundial”, completa Carvalho. (Fonte: Berrante Comunicação)


PECUÁRIA

Minas Gerais registra aumento de 12% na venda de vacina antirrábica para imunização dos rebanhos

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IMA - Instituto Mineiro de Agropecuária registrou em 2015 a venda pelos estabelecimentos especializados de 14,4 milhões de doses de vacina antirrábica, volume 12% maior que o registrado em 2014, quando foram vendidas 12,7 milhões de doses. A vacina é utilizada para imunizar bovinos, equinos, caprinos e suínos, entre outros animais que compõem o plantel pecuário do estado, contra a raiva transmitida pelo ataque do morcego hematófago Desmodus rotundus. “Esse aumento demonstra que os criadores mineiros estão cada vez mais atentos para a importância de se vacinar os rebanhos, pois os animais atacados geralmente morrem, com prejuízo para os produtores”, argumenta o gerente de Defesa Animal do Instituto, Bruno Rocha Melo. Além do estímulo à vacinação, o IMA realiza ao longo do ano vistorias em abrigos onde podem haver colônias de morcegos como cavernas e ocos de árvores. Nesses locais é feito o controle populacional desses animais que, após a captura, recebem a aplicação de uma camada de pasta vampiricida. Após receberem a pasta os morcegos são soltos e, retornando às colônias, outros morcegos terão contato com a pasta, que leva esses animais à morte por hemorragia. O fiscal assistente agropecuário do IMA e coordenador do Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH) em Minas Gerais, Jomar Otávio Zatti Pereira, explica que esse método faz um controle populacional num

raio de até um quilômetro do abrigo dos animais. “Para cada morcego aplicado com a pasta, estima-se que de 10 a 20 venham a morrer”, informa. Em 2015 servidores do IMA em diversas regiões do estado fizeram a captura de 1.667 morcegos hematófagos em 639 abrigos vistoriados. Jomar Pereira ressalta que é importante que os produtores informem ao IMA sempre que ocorrer a morte de animal com suspeita de raiva. “Os profissionais do Instituto farão a coleta de material encefálico do animal morto para análise laboratorial e, se confirmada a doença, farão uma vistoria preventiva na propriedade”. No caso do ataque a humanos, a pessoa que teve contato com o morcego ou com animal doente com suspeita de raiva deve procurar um hospital ou posto de saúde para tomar as vacinas curativas contra a raiva. Jomar Pereira explica que as regiões de pecuária forte concentram uma população maior de morcegos hematófagos, mas que esses animais estão presentes em todo o território brasileiro. Eles se abrigam em ocos de árvores, porões, grutas, cisternas, cavernas e frestas de rochas, locais com pouca ou nenhuma iluminação. Dependendo da oferta de alimentos, podem ser formadas colônias com até 200 morcegos. Em 2015 foram registrados 111 casos de morte de bovinos em Minas em função da raiva, número considerado pequeno tendo em vista o rebanho atual estimado em 23,5 milhões de cabeças.

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Informação de Precisão FOTO: Engenharia Agrícola.net

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formações incompletas, suposições ou até mesmo ignoradas. As informações que nos permitam responder as questões acima são fundamentais para que possamos atuar na tomada de decisões de maneira objetiva e eficaz contribuindo com nosso objetivo principal que é a redução de custos e o aumento de produtividade. Como exemplo das decisões apoiadas por estas informações podemos citar: • Manutenção ou troca de equipamentos; • Áreas a reformar; • Execução de serviços com estrutura própria ou terceirizada; • Definição do Valor de venda e condições de vendas futuras a partir do custo de produção e produtividade; • Forma de adubação utilizando insumos convencionais ou de liberação lenta. Ao tomarmos estas e inúmeras outras decisões fundamentais para o sucesso de nosso negócio, embasados em informações corretas, estamos aumentando significativamente a possibilidade de acerto e, com isso, obtendo um amplo controle sobre nosso negócio. Na era da Agricultura de Precisão, surge um novo desafio: a Informação de Precisão. Como todas as tecnologias mencionadas, estas inovações surgem como uma tendência para, posteriormente, tornarem-se uma necessidade. Em alguns anos, a tomada de decisão utilizando a Informação de Precisão não será um diferencial de uns poucos, mas sim, uma condição obrigatória para a sobrevivência do negócio.

AUTOR

1 - Diretor Comercial CHB Sistemas, graduado na Universidade de Franca e pós graduado na Uni-Facef FOTO: agriciência.com

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tema tecnologia há tempos deixou de ser estranho para os pequenos e médios produtores rurais brasileiros. Nossos cafezais são irrigados por gotejamento há mais de 15 anos, quando não haviam sequer empresas nacionais produzindo esta tecnologia sendo então importada de Israel. Na última década, a mecanização das lavouras tem sido o foco principal dos produtores, principalmente em função da dificuldade na utilização de mão de obra e exigências trabalhistas, que inviabilizam os processos. A partir desta demanda, o avanço de equipamentos como colhedoras e varredeiras tem sido notável. No que diz respeito aos tratos culturais, também pudemos observar um grande avanço tecnológico. Um exemplo mais atual são os adubos de liberação lenta, que possibilitam a redução na quantidade de operações a serem realizadas, otimizando a manutenção e, na maioria dos casos, possibilitando uma redução de custos. Os modernos drones, que em uma primeira análise nos parecem aparelhos futuristas recém saídos de um filme de ficção cientifica, estão presentes em nossa lavoura nos auxiliando em diversas frentes. Agricultura de precisão. Esta é a busca constante nos dias atuais, diante das turbulências enfrentadas pelo agronegócio que convive com variáveis externas relevantes como mudanças climáticas, preços de commodities, variação cambial, entre outras. Este cenário nos leva a buscar incessantemente incrementos em nossos resultados tanto aumentando a produtividade como reduzindo os custos de produção. Os pontos citados até agora são conhecidos e, aparentemente, geram pouca margem para divergências de opiniões. Porém, um assunto ainda pouco explorado pelos produtores rurais de pequeno e médio porte e que tem se tornado relevante é a informação. Qual é o meu custo real de produção? Quanto é a minha produtividade por área? Por variedade? Qual é o meu custo por equipamento? Quanto custa minha hora máquina? Quanto custa esta operação? Estas são perguntas de extrema relevância e que muitas vezes são respondidas a partir de in-

FOTO: CHB Sistemas

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Atributos físicos e químicos de um latossolo vermelho na sucessão soja/cana de açúcar Vinícius Bocalon1, Lívia Cordaro Galdiano Chicone2 e Sandro Roberto Brancalião3

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ESUMO: O objetivo do presente trabalho foi avaliar os atributos químicos e físicos de um Latossolo Vermelho na sucessão soja/cana. Após a retirada da soja, a cana foi implantada na área sob sistema de plantio direto, no município de Nuporanga (SP). Para execução do experimento foram realizadas amostras de solo em três épocas diferentes (0, 90 e 120 dias após plantio) e três profundidades diferentes (0-10, 10-20 e 20-40 cm), com quatro repetições, sendo cada uma composta por vinte amostras simples. Os parâmetros avaliados foram: teor de matéria orgânica, capacidade de troca catiônica, saturação de bases, teores de argila, areia e silte. A análise estatística foi realizada no esquema de parcelas subdivididas. Resultando alterações na superfície do solo. Concluiu-se que o cultivo de cana de açúcar modifica os atributos químicos e físicos do solo ao longo do seu cultivo, apresentando maiores diferenças nas camadas mais superficiais do solo, melhorando a saturação de bases e microporosidade do solo e diminuindo a capacidade de troca catiônica e matéria orgânica INTRODUÇÃO - Dada a sua notável importância econômica, a cana de açúcar Saccharum spp hoje é cultivada em diversas regiões do País, estando, consequentemente em solos com propriedades físico-químicas distintas, muitas vezes distantes dos padrões ideais. A cultura apresenta características de rusticidade e adapta-se a diversos tipos de solos, inclusive aqueles com propriedades físico-químicas mais hostis. No entanto, o país não é só o maior produtor da cultura,

AUTORES

FOTOS: Vinicius Bocalon

1 - Aluno de Agronomia da Faculdade Dr. Francisco Maeda – FAFRAM/FE, 2 - Professora Doutora, na Faculdade Dr. Fancisco Maeda – FAFRAM/FE, 3 - Pesquisador Doutor do Instituto Agronômico de Campinas.

seguido por Índia e China, como também o maior produtor de açúcar e etanol de cana-de-açúcar. Responsável por mais de 50% do açúcar comercializado no mundo, o país deve ter aumento na sua produção este ano em 5,0% (CONAB, 2015). A área cultivada com cana-de-açúcar que deverá ser colhida e destinada à atividade sucroalcooleira na safra 2015/2016 é de 9.070,4 milhões hectares, distribuídas em todos estados produtores (CONAB, 2015). A colheita mecânica e presença da palha modificou o cenário do setor sucroenergético, com impactos nas etapas agrícola e industrial. Na etapa agrícola, observa-se que a manutenção da palha na superfície do solo resulta em aumento dos estoques de carbono do solo (GALDOS et al., 2009), melhoria da fertilidade do solo (OLIVEIRA et al., 2002), aumento da atividade biológica do solo (SOUZA et al., 2012), redução da infestação por plantas daninhas (MONQUERO et al., 2008), redução das perdas de solo por processos erosivos (SPAROVEK; SCHNUG, 2001), aumenta da infiltração e armazenamento de água no solo (SOUZA et al., 2005) e aumenta da produtividade da cultura (GAVA et al., 2001). Entretanto, em algumas condições climáticas têm-se observado que a manutenção de grandes quantidades de palha na superfície do solo pode acarretar algumas desvantagens. A estrutura química do solo é constituída pela matéria vegetal, animal e microbiana e a sua diversidade, que compõem a parte orgânica, somada a porção inorgânica, que contém os produtos de mineralização da decomposição de nutrientes e de rochas (PREEM et al., 2012). A fertilidade do solo está no conjunto dinâmico, integrado e harmônico, que se reflete no manejo adequado do solo (KATHOUNIAN, 2001). Alguns parâmetros são essenciais para avaliar as qualidades físico químicas do solo dentre eles podemos citar: o teor de matéria orgânica, textura, teores de macro e micronutrientes, temperatura do solo, teores de carbono e nitrogênio orgânico total, pH, densidade, compactação, atividades enzimáticas e respiração microbiana. No entanto


FOTOS: Vinicius Bocalon

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no trabalho, foram avaliados somente as porcentagem de argila, porcentagem de areia, teores de macronutrientes e micronutrientes, saturação por bases, capacidade de troca catiônica e soma de bases nas amostras de solos coletadas na reforma dos talhões na sucessão soja, cana de açúcar, com o objetivo de comparar estes parâmetros e avaliar as condições remanescentes do mesmo. Sendo assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar as condições físico-químicas de um solo na sucessão soja/cana-de-açúcar, na safra 2014/2015. 2 MATERIAL E MÉTODOS - O experimento foi realizado na propriedade Santa Juliana I e II, localizada no munícipio de Nuporanga (SP), cujas coordenadas geográficas são: latitude 20°42’29.09” S, longitude 47°42’49.95” W e altitude de 710 metros. A área possui 46,17 ha, sendo destes plantados 44 ha. O solo é totalmente homogêneo, não possuindo diferença para a sua classificação. Sendo assim o experimento foi realizado em um Latossolo Vermelho. A região possui uma média anual de 1616 (mm) milímetros de precipitação e temperaturas médias entre 14° graus a 31°graus Celsius. Dados obtidos através de uma média de 30 anos consecutivos (CLIMATEMPO, 2015). O trabalho foi realizado nos meses de fevereiro a setembro de 2015, na sucessão soja/cana-de-açúcar. A soja anteriormente cultivada na reforma do canavial, foi da variedade Potência, logo após a colheita foi feito o plantio do canavial com a variedade de cana de açúcar SP803280, onde todos os tratos culturais e realizações de adubações foram feitas de acordo com as necessidades da cultura. O experimento consistiu de três amostragens de solo, com as seguintes épocas: 0 dias após plantio: essa amostragem foi realizada na última semana da soja no campo; 100 dias após plantio: realizada com a cana no campo, apresentando aproximadamente 3 meses de idade e 180 dias após plantio: realizada com a cana no campo, apresentando aproximadamente 8 meses. Todas essas avaliações serviram com tratamento desse experimento. Para a realização das amostragens de solo, foi utilizado um trado manual, na qual a cada ponto foi coletado três profundidades diferentes, sendo de 0-10 cm, de 10-20 cm e

de 20-40 cm de profundidade para a avaliação de estrutura física e química do solo. Todos os pontos foram georrerefenciados através de um aplicativo usado em smartphone chamado AGRIPRECISION, sendo coletados 40 pontos distintos por toda área, onde a cada 10 amostras coletadas foi gerada uma amostra composta na qual foi para análise laboratorial, perfazendo um total de 4 amostras por avaliação (que foram consideradas como repetições para a análise estatística). Para avaliação do experimento foram observados nas análises os seguintes parâmetros: • Análise textural: porcentagem de areia, silte e argila. • Análise química: teores de Cálcio, Magnésio e Potássio, Saturação por Bases (V%), Capacidade de Troca Catiônica (CTC) e Teor de Matéria Orgânica (MO). Para análise estatística, o experimento foi composto por três parcelas (épocas de avaliação) e 3 sub-parcelas (profundidade das amostras) e 4 repetições. Foi utilizado o Programa ASSISTAT, num esquema de parcelas subdivididas. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO - Na Tabela 1 são apresentados dados em relação aos teores de matéria orgânica em diferentes épocas de avaliação e diferentes profundidades no sistema de rotação soja/cana-de-açúcar no município de Nuporanga (SP). De acordo com os resultados obtidos, nota-se diferença significativa tanto no fator de avaliação época, como na profundidade avaliada e na interação entre os dois fatores Tabela 1 - Teores de Matéria Orgânica, em g.kg-1, na interação épocas de avaliação (dias após plantio) e profundidades no sistema de rotação soja/cana-de-açúcar. Nuporanga, SP, 2015.

0 dias

PROFUNDIDADES 10-20cm 20-40cm 29,75 aA 27,75 aA 29,25 aA

100 dias

26,00 aA

24,25 bA

26,75 bA

25,67 b

180 dias

21,00 bB

22,75 bB

26,75 bA

23,50 c

24,92 B

25,42 B

27,75 A

ÉPOCAS

MÉDIA

0-10cm

MÉDIAS 28,92 a

FONTE: Dados da Pesquisa, 2013 *Médias seguidas de mesma letra maiúscula, na linha e minúscula, na coluna não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% e 1% de probabilidade, CV(%) coluna = 5,00 CV(%) linha = 6,27 DMS coluna = 2,69 DMS linha = 2,95


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FOTOS: Vinicius Bocalon

CANA DE AÇÚCAR

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para o teor de matéria orgânica, sendo que apresenta maior teor na profundidade de 20-40 cm e na primeira época de avaliação (0 dias após plantio). Em relação à profundidade isto ocorre provavelmente devido à incorporação da matéria orgânica para profundidades maiores com o passar do ciclo da cultura. Já para as épocas de avaliação, como esperado nota-se um maior teor para a primeira avaliação, devido ao resíduo vegetal deixado pela cultura da soja, por tratar-se de um sistema de plantio direto. Entre as características químicas afetadas pela matéria orgânica, destacam-se disponibilidade de nutrientes para as culturas, a capacidade de troca de cátions e a complexação de elementos tóxicos e micronutrientes, fundamentais em solos tropicais (BAYER; MIELNICZUK, 1999). A matéria orgânica é fonte fundamental de nutrientes para as plantas, disponibilizando principalmente ânions como nitrogênio, fósforo, enxofre e boro. Para os teores de CTC, observa-se diferença significativa apenas para o fator profundidade e na interação dos fatores avaliados, onde a CTC encontra-se semelhante nas camadas de 0-10 cm e 20-40 cm. Quando analisada a interação percebe-se a diferença apenas na primeira avaliação e na camada de 0-10 cm. Tal fato deve-se ao maior teor de matéria orgânica estar nessa camada, elevando assim a Capacidade de Troca Catiônica (CTC) no solo (Tabela 2). Em solos tropicais, a CTC da matéria orgânica pode representar grande percentual da CTC total do solo (70 a 90%). Desta forma é fundamental para a retenção de nutrientes e na diminuição da lixiviação dos mesmos. Tabela 2 - Teores de CTC (Capacidade de Troca Catiônica), em g.kg-1, na interação épocas de avaliação (dias após plantio) e profundidades no sistema de rotação soja/cana-de-açúcar. Nuporanga, SP, 2015. ÉPOCAS 0 dias

PROFUNDIDADES 10-20cm 20-40cm 93,50 aA 95,25 Aa 65,75 aB

0-10cm

MÉDIAS 84,83 a

100 dias

93,50 abA

80,50 aA

84,50 aA

86,17 a

180 dias

79,50 bA

74,00 aA

86,25 aA

79,92 a

73,42 B

88,08 A

MÉDIA

89,42 A

*Médias seguidas de mesma letra maiúscula, na linha e minúscula, na coluna não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% e 1% de probabilidade, CV(%) coluna = 10,73 CV(%) linha = 9,73 DMS coluna = 14,76 DMS linha = 14,69

Em regiões tropicais, a degradação da fração orgânica do solo em condições inadequadas de manejo é rápida e vem acompanhada de processo global de degradação de características químicas, física e biológica dos solos. Sendo assim nessas regiões, o manejo adequado para conservação do solo e produtividade das culturas deve ter como premissa a utilização de métodos de preparo com mínimo ou nenhum revolvimento (plantio direto) e sistemas de rotação/ sucessão de culturas que incluam plantas leguminosas e culturas com alta produção de resíduos vegetais (BAYER; MIELNICZUK, 1999). A saturação de bases (V%) não apresentou diferença estatística para as avaliações, tanto para épocas de avaliações como para profundidade da análise de solo (Tabela 3), com uma tendência a aumento na profundidade de 0-10 cm de profundidade. Tabela 3 - Valor de V% (Saturação de Bases), em g.kg-1, na interação épocas de avaliação (dias após plantio) e profundidades no sistema de rotação soja/cana-de-açúcar. Nuporanga, SP, 2015. ÉPOCAS

0-10cm

PROFUNDIDADES 10-20cm 20-40cm 61,75 65,75

MÉDIAS

0 dias

52,00

100 dias

56,75

49,25

54,50

53,50 a

180 dias

56,00

47,25

61,25

54,93 a

54,90 A

54,08 A

59,17 A

MÉDIA

59,83 a

*Médias seguidas de mesma letra maiúscula, na linha e minúscula, na coluna não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% e 1% de probabilidade, CV(%) coluna = 12,34 CV(%) linha = 16,14 DMS coluna = 7,88 DMS linha = 9,43

Corroborando com esses resultados, Correa et al. (2001), observaram que o manejo da correção e adubação do solo cultivado com cana-de-açúcar proporcionou aumentos de pH, fósforo, cálcio e magnésio e na saturação por bases (V%), enquanto houve redução nos teores de matéria orgânica, CTC, Al trocável e saturação por alumínio (m%). A adubação e a correção do solo ao longo dos 30 anos de cultivo da cana não degradou o solo, ao contrário, melhorou sua fertilidade. Na Tabela 4 são apresentados dados em aos teores de argila, areia e silte apenas para as diferente épocas de avaliação, pois na análise estatística não apresentou diferença entre as profundidades da amostra de solo e também para a interação entre os fatores avaliados no sistema de rotação soja/cana-de-açúcar no município de Nuporanga (SP). Tabela 4 - Teores de Argila, Areia e Silte, em g.kg-1, na interação épocas de avaliação (dias após plantio) e profundidades no sistema de rotação soja/cana-de-açúcar. Nuporanga, SP, 2015. ÉPOCAS

0-10cm

PROFUNDIDADES 10-20cm 20-40cm 61,75 65,75

MÉDIAS

0 dias

52,00

100 dias

56,75

49,25

54,50

53,50 a

180 dias

56,00

47,25

61,25

54,93 a

54,90 A

54,08 A

59,17 A

MÉDIA

59,83 a

*Médias seguidas de mesma letra maiúscula, na linha e minúscula, na coluna não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% e 1% de probabilidade.


CANA DE AÇÚCAR Observa-se na Tabela 4 que as maiores diferenças são encontradas em relação à argila e silte. Ng Cheong et al. (2005) verificaram as mudanças nos atributos químicos e físicos do solo ocasionadas pela canade-açúcar em locais cultivados há muitos anos e observaram que as principais mudanças ocorreram nos primeiros 15 cm do solo, onde algumas propriedades como infiltração da água, macroporosidade e pH foram melhoradas, outras como matéria orgânica. Assim este trabalho não corrobora com os resultados apresentados apenas para porcentagem de areia, que manteve seu teor ao longo do tempo de estudo, mostrando até uma tendência para diminuição do teor no solo. Morrison et al. (2005) também verificaram as alterações ocorridas em um Oxissol após 25 anos de cultivo com cana, onde as propriedades dos solos vêm sendo monitoradas anualmente desde o primeiro cultivo. As principais modificações são conseqüências do decréscimo da matéria orgânica e da CTC e também do aumento da compactação. CONCLUSÃO - De acordo com os dados obtidos e a metodologia utilizada nesse experimento conclui-se que o cultivo de cana de açúcar modifica os atributos químicos e físicos do solo ao longo do seu cultivo, apresentando maiores diferenças nas camadas mais superficiais do solo, melhorando a saturação de bases e microporosidade do solo e diminuindo a capacidade de troca catiônica e matéria orgânica. Porém esses fatores apresentam nas camadas mais profundas pouca alteração nos seus valores. O assunto monocultivo de cana e degradação do solo vem sendo estudado por pesquisadores em vários países, assim torna-se necessário e relevante a continuação desse trabalho, a fim de obter resultados por vários anos em um Latossolo Vermelho. REFERÊNCIAS BAYER, C; MIELNICZUK, J. Dinâmica e função da matéria orgânica. In: SANTOS, G. A.; CAMARGO, F. A. O. (Eds) Fundamentos da matéria orgânica do solo: ecossistemas tropicais e subtropicais. Porto Alegre: Gênesis, 1999. p. 9-26. CORREA, M. C. M.; CONSOLINI, F.; CENTURION, J. F. Propriedades químicas de um Latossolo Vermelho Distrófico sob cultivo contínuo de cana-de-açúcar (Saccharum spp.). Maringá, v.23, n. 5, p. 1159-1163, 2001. GALDOS, M.V.; CERRI, C.C.; CERRI, C.E.P. Soil carbon stocks under burned and unburned sugarcane in Brazil. Geoderma, v. 153, 347–352, 2009. GANDAH, M. Dynamics of spatial variability of millet growth and yields at three sites in Niger, west Africa and implications for precision agriculture research. Agricultural Systems, Oxon, v.63, n.2, p.123-140, 2000. GAVA, G.J.C.; TRIVELIN, P.C.O.; OLIVEIRA, M.W.; PENATTI, C.P. Crescimento e acúmulo de nitrogênio em cana-de-açúcar cultivada em solo coberto ou não com palhada. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 36, p. 1347-1354, 2001. MONQUERO, P. A.; AMARAL, R. L.; BINHA, D. P. Mapa de infestação de plantas daninhas em diferentes sistemas de colheita da cana-de-açúcar. Planta Daninha, v. 26, p. 47-55, 2008.

MORRISON, R. J.; GAWANDER, J. S.; RAM, A. N. Changes in the properties of a Fijian oxisol over 25 years of sugarcane cultivation. In: INTERN. SOC. OF SUGARCANE TECHNOL., 25., Proceedings... Guatemala, 2005. p. 139-146. NG CHEONG, L. R.; NG KEE KWONG, K. F.; AH KOON, P. D.; DU PREEZ, C. C. Soil quality changes caused by sugarcane cultivation in a sub-humid inceptisol of Mauritius. In: INTERN. SOC. OF SUGARCANE TECHNOL., 25., Proceedings... Guatemala, 2005. p. 50-53. OLIVEIRA, M.W.; BARBOSA, M.H.P.; MENDES, L.C.; DAMASCENO, C.M. Matéria seca e nutrientes na palhada de dez variedades de cana-de-açúcar. STAB-Açúcar, Álcool e Subprodutos, v. 21, p. 6-7, 2002. SOUZA, R.A.; TELLES, T.S.; MACHADO, W.; HUNGRIA, M.; TAVARES FILHO, J.; GUIMARÃES, M.F. Effects of sugarcane harvesting with burning on the chemical and microbiological properties of the soil Agriculture, Ecosystems and Environment, v. 155, p. 1– 6, 2012. SOUZA, Z. M.; PRADO, R. M.; PAIXÃO, A. C. S. P.; CESARIN, L. G. Sistemas de colheita e manejo da palhada de cana-de-açúcar. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.40, n.3, p.271-278, 2005. SPAROVEK, G.; SCHNUG, E. Soil tillage and precision agriculture: A theoretical case study for soil erosion control in Brazilian sugar cane production. Soil and Tillage Research, v. 61, p. 47–54. 2001.

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GRÃOS

E

m sua 27ª edição, o Show colheita mecânica direta e resisRural Coopavel 2016, que tente a crestamento bacteriano e este ano acontece entre tolerante a antracnose, ferrugem os dias 1 e 5 de fevereiro, e murchas de fusaruim e curtoem Cascavel (PR), traz ao público bacterium. É uma cultivar que se conhecimentos, tecnologias e adapta muito bem à agricultura oportunidades de negócios que familiar. contribuem com o aprendizado, BRS Estilo - A cultivar “BRS a melhoria e o fortalecimento da Estilo” é uma cultivar de feijoeiro economia do campo. comum do grupo comercial caA Embrapa acompanha o rioca e apresenta arquitetura de Show Rural desde sua primeira planta ereta, adaptada à colheita mecânica direta. Apresenta alto edição, há 26 anos, e esse espaço potencial produtivo e estabilié um excelente veículo de divuldade de produção. Seus grãos são gação e orientação das pesquisas e mais claros do que os da cultivar tecnologias que a Empresa desenPérola, mas com tamanho semevolve. lhante e com excelentes qualiNeste ano, o principal objedades comerciais. A “BRS Estilo” tivo da participação da Embrapa é moderadamente resistente a anno Coopavel 2016 é estreitar o tracnose e ferrugem. relacionamento com os seus públicos estratégicos e, em especial, BRSMG Madre Pérola - A junto aos profissionais da assistêncultivar de feijão “BRSMG Macia técnica e extensão rural, além drepérola” se destaca principaldos agricultores que buscam no mente pela qualidade dos grãos, campo o conhecimento e as tecque mantêm a coloração clara nologias que necessitam para o por maior período de tempo em desenvolvimento agropecuário. relação às demais cultivares de Cultivar de feijão do grupo preto, a “BRS Esteio”. Para isso a Empresa dispõe grãos tipo carioca existentes no de uma estrutura que abriga estandes de várias Unidades, mercado. Apresenta alto potencial produtivo e moderada conhecida na Coopavel como a Casa da Embrapa, além das resistência a antracnose e mancha angular. Vitrines Tecnológicas e da Unidade Didática Agroecológica BRSMG Realce - Cultivar do grupo comercial rajado, que também serão apresentadas no evento. apresenta alto potencial de produtivo e possui alto valor Dentre os Centros de Pesquisas que estarão na Coo- agregado para comercialização por sua excelente qualidade pavel, a Embrapa Arroz e Feijão estará presente na Vitrine culinária. De ciclo semiprecoce (75-85 dias), a variedade de Tecnologias apresentando seis variedades de feijão, com é tolerante a antracnose, crestamento bacteriano, ferrugem, grãos do tipo preto, carioca e especial, ou seja: o feijão “BRS mancha angular e as murchas de fusaruim e curtobacterium. Esplendor”, “BRS Estilo”, “BRSMG Madre Pérola”, “BRSMG BRS Embaixador (Dark Red Kidney) - Cultivar de Realce”, “BRS Embaixador” e o “BRS Esteio”, que serão apre- grãos diferenciados, bastante graúdos e com potencial para sentados durante a feira. exportação. De alto potencial produtivo ela possui resistência moderada a antracnose e murcha de fusarium. A CULTIVAR LANÇAMENTO - Cultivar de feijão do Assim, o visitante do Show Rural Coopavel 2016 terá grupo preto, a “BRS Esteio” apresenta alto potencial produ- a oportunidade de conhecer estas e outras novidades e intivo, com uma superioridade média de produção de 8,1%. formações tecnológicas, de produtos e serviços que possam De ciclo normal (de 85 a 90 dias, da emergência à maturação atender tanto aos produtores rurais, parceiros da extensão fisiológica) e arquitetura de planta ereta, a cultivar é adap- rural e multiplicadores da agricultura famíliar, quanto aos tada à colheita mecanizada direta. Testada e aprovada pela estudantes, pesquisadores, empreendedores e consultores indústria, apresenta caldo encorpado com grãos macios de dos negócios do campo. cor achocolatada. Os interessados em adquirir sementes de feijão apreConfira as demais variedades:sentadas pela Embrapa Arroz e Feijão na Vitrine de TecnoBRS Esplendor - É uma cultivar do grupo preto, apre- logias devem consultar o Escritório de Negócios da Embrapa senta arquitetura de plantas ereta, ciclo normal (de 85 a 90 Produtos e Mercado em Ponta Grossa (PR), pelo telefone dias, da emergência à maturação fisiológica). É adaptada à (42) 3228-1500. FOTO: Paulo Lanzeta

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Variedades de feijão são destaques da EMBRAPA no Show Rural Coopavel 2016


GRÃOS

Ocorrência de acamamento em plantas de milho essa safra, praticamente desde a germinação e emergência do milho verão, estamos com grande influência do El Niño em todos os estados do Sul (RS, SC e PR). As consequências desse fenômeno são: • Excessos de chuva; • Aumento na umidade relativa do ar; • Temperaturas mais baixas; • Diminuição da radiação solar; • Fortes ventos e chuvas de pedra com perdas significativas.

Em função do cenário climático estabelecido, temos observado mudanças significativas na fisiologia da planta de milho, principalmente em relação ao seu crescimento e desenvolvimento vegetativo. As adversidades climáticas possibilitaram a ocorrência de acamamento de planta em algumas regiões, fato que nas últimas duas safras não se verificou com a mesma frequência. O objetivo desse artigo é discutir sobre as principais causas de acamamento de plantas e sua relação com a redução do potencial produtivo. PRINCIPAIS CAUSAS DO ACAMAMENTO a) - Restrição do desenvolvimento radicular: • Plantio em solo com excesso de umidade; • Compactação de solo; • Excesso de umidade durante o período de estabelecimento do sistema radicular; • Pragas de solo; • Diferença de híbridos, data de plantio, população de plantas, profundidade de plantio e ciclo do híbrido;

AUTORES

1 - Coordenador de Agronomia da DuPont Pioneer

Tabela 1 - Tipos de raiz e sua formação. TIPOS DE RAIZ

FORMAÇÃO

Raízes Seminais

Durante a germinação e emergência

Raízes Nodais

Durante o crescimento vegetativo

Raízes Adventícias

Desenvolvem-se pouco antes e durante a floração

FOTOS: DuPont Pioneer

N

José Carlos Cazarotto Madaloz¹, Richard Paglia de Mello1 e Thiago Salvador1

b) - Condições climáticas extremas (tempestades, ventos fortes) logo após longo período de chuva; FATORES PREDISPONENTES DO ACAMAMENTO: A planta de milho possui três diferentes estágios de desenvolvimento radicular durante seu ciclo. (Tabela 1) O plantio realizado em solo com condições de alta umidade pode provocar o espelhamento e compactação das paredes laterais do sulco de plantio, levando a uma dificuldade de desenvolvimento radicular lateral, o que faz com que as raízes se desenvolvam apenas no sentido do comprimento da linha de plantio. Essa situação é agravada com a realização de semeaduras muito superficiais (< 2,5 cm profundidade), em que haverá a formação das raízes nodais acima da superfície ou logo abaixo dela. O plantio excessivamente superficial pode causar a emergência lenta e irregular devido a variação da umidade do solo, além de milho sem raízes (“síndrome do milho flexível”). Durante o período vegetativo da planta de milho, as raízes estão em constante crescimento e em busca de nutrientes e água que serão fornecidos à planta. Condições ambientais de excesso de chuva mantém elevada a umidade do solo po-

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FOTOS: DuPont Pioneer

GRÃOS

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Tabela 2 - Simulação da influência do acamamento sobre o desenvolvimento do caule, do número de espigas e da produtividade de grãos. Os valores são médias de três híbridos. Estágio de Ângulo de Altura da Espigas/ Produtividade % em relação ao controle Planta (sc/ha) Desenvolv. Inclinação Espiga Ano 1 Controle

90

57

1.04

208

100

V10

85

52

1.06

200

96

V13 - V14

61

40

1.05

190

91

V17 - R1

36

29

0.91

158

76

Ano 2 Controle

90

52

1.14

196

100

V11 - V12

73

41

1.15

189

97

V15

50

33

1.08

176

90

VT

22

18

1.00

167

86

*Adaptado de Carter e Hudelson (1988), Universidade de Wisconsin.

dendo levar a saturação. Durante a saturação do solo a porção gasosa (ar) do solo fica ocupada pela água e este excesso de água prejudica ou até “cessa” o desenvolvimento radicular. O excesso de chuvas pode favorecer a perda de nutrientes, principalmente do nitrogênio. Com o desenvolvimento da planta mais folhas são emitidas e, consequentemente, sua altura também aumenta (alongamento). Com novos períodos de precipitações elevadas e constantes, o solo torna-se mais maleável, favorecendo o acamamento das plantas. Várias são as pragas de solo que podem danificar as raízes do milho, entre elas podemos citar a larva alfinete, os corós, nematoides, e outras. É importante frisar que somente a ocorrência de uma praga não significa que haverá acamamento da planta, pois isto deverá estar associado a um evento que contribua para o dano mecânico, como por exemplo, temporais e ventos fortes. CONSEQUÊNCIAS DO ACAMAMENTO COM RELAÇÃO A PRODUTIVIDADE - Segundo estudo realizado no período de dois anos por Carter e Hudelson (1988), da Universidade de Wisconsin, a ocorrência do acamamento de plantas próximo à fase de pendoamento é mais prejudicial quando comparada ao acamamento ocorrido no início do desenvolvimento vegetativo. Conforme apresentado na Tabela 2, a produtividade de grãos teve uma redução de 3 a 4% quando o acamamento das plantas ocorreu entre V10-V12; 10% com acamamento ocorrendo entre V13-V15; e 15 a 25% quando acamadas após V17.

Apesar de não ter sido medido diretamente no estudo, existem vários fatores fisiológicos da planta que provavelmente contribuem para a diminuição de rendimento com o acamamento, como um gasto maior de energia da planta para se reerguer, por exemplo, que resulta no chamado “pescoço de ganso”; a absorção de nutrientes e água pela planta é reduzida; há uma diminuição na absorção de luz devido ao sombreamento que uma planta causa sobre a outra, sendo esta redução estimada em até 28% na absorção de luz (Iowa S. University); outros estudos também demonstram que pode ocorrer uma redução no número de espigas ou problemas de polinização. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Wind Lodging Effects on Corn Growth and Grain Yield, disponível em: <https://www.pioneer.com/home/ site/us/agronomy/library/wind-lodging-effects/>, acesso em 16/12/2015 Mid - to late - season lodging, disponível em: <http:// www.agronext.iastate.edu/corn/production/management/ mid/silking.html>, acesso em 16/12/2015 Carter, P.R. and K.D. Hudelson. 1988. Influence of simulated wind lodging on corn growth and grain yield. J. Prod. Agric. 1:295-299.


IRRIGAÇÃO

Aprovada redução de energia elétrica para culturas irrigantes e aquicultura

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FOTO: SITI Irrigação

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s produtores irrigantes vão pagar menos pela energia elétrica. Em dezembro de 2015, foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff o projeto de lei 13.203/2015 que retira a cobrança da bandeira tarifária vermelha das contas de energia elétrica das atividades rurais irrigantes e também dos produtores de peixe. Instituída no Brasil em janeiro deste ano, a bandeira vermelha aumentou em R$ 4,50 o custo da energia por cada 100 kWh (quilowatts-hora). “O desconto na tarifa de energia usada na irrigação para produção de alimentos foi um ato de responsabilidade e sensibilidade da presidente Dilma”, disse a Ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Os produtores de arroz do Rio Grande do Sul foram um dos mais beneficiados com a medida, já que por lá 100% das lavouras de arroz são irrigadas. Segundo a Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz), o fim da bandeira tarifária pode reduzir em 25% os custos de produção dos orizicultores. O mesmo aconteceu para os cafeicultores do Cerrado Mineiro, para os fruticultores do Nordeste e Norte de Minas

Gerais e os horticultores dos principais centros brasileiros. As áreas irrigadas no cerrado baiano também foram beneficiadas. A cobrança da bandeira vermelha tinha inviabilizado projetos de irrigação na região e, por consequência, a produção de grãos no oeste da Bahia, onde é necessário o uso de pivôs centrais.


CAFÉ

O Futuro do Benefício Seco - Parte II

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FOTO: Pinhalense

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a edição anterior, o artigo “O ção de pó em máquinas, equipamento de Futuro do Benefício Seco – transporte e silos, filtros de pó auto-limParte I” afirmou que está sendo pantes, silos de descarte, equipamentos criado um “novo mundo” em de transporte e enchimento de big-bags. benefício e rebenefício de café com mudanças em layout e design, manuseio e - Fluxo do produto e layout do logística, prestação de contas e controle maquinário: projetos completos que de peso e melhores condições de trabarespondem ao tipo de matéria-prima, lho, e explicou como as máquinas estão passos requeridos no processamento e produto final desejado pelo cliente. Os evoluindo para adaptar-se a estes novos projetos da Pinhalense incorporam as requisitos. O estado da arte em benefício e rebenefício é hoje composto não apenas mais recentes soluções tecnológicas que por máquinas mas também por equipasão resultado de sua longa experiência mentos de transporte que as interconecnos mais relevantes países produtores de tam, silos para armazenamento do café café, Arábica e Robusta, pergaminho e em vários estágios do processo e sistemas cereja, capacidades alta, média e microlotes. Projetos customizados que corresde remoção de casca e pó. pondem às necessidade de cada cliente e Mais importante, a eficiência e o sucesso de um benefício/rebenefício demercado. pendem do layout do equipamento, isto é, como o processo é organizado para - Desenhos: planta e cortes transresponder aos fluxos de produção neversais da instalação de máquinas, rescessários e produtos a serem beneficiapectivas fundações e localização de modos. A Pinhalense tem uma experiência tores para orientar engenheiros civis, excepcional em desenhos e layouts para elétricos e arquitetos em seus projetos. processamento de café adquirida com a preparação de mais de 20.000 projetos - Projeto civil e de arquitetura: A para mais de 60 países nos 5 continentes. P&A coopera com empresas de engeA lista e descrição abaixo, dos equinharia que podem aconselhar clientes e Elevador de Saco EMPS-05 pamentos e serviços fornecidos pela Pidesenvolver projetos de arquitetura, cinhalense, complementa a lista de máquinas apresentada no vil e elétrico completos para acomodar tanto os equipamenmês anterior. tos Pinhalense, de acordo com os desenhos do item anterior, como áreas e armazenamento necessárias para sacos, big- Elevadores: três linhas diferentes de elevadores de bags e silos, balança de caminhões, área de prova de café, caneca – ELSS, EAS e EVU – sendo os dois primeiros para escritório, vestiário, estacionamento, etc. Tais empresas benefício e rebenefício. O elevador de alta velocidade ELSS podem também gerenciar a implementação ou assessorar o é destinado a café pergaminho ou cereja seco e o elevador cliente nesta atividade. EAS, que não causa danos físicos, é destinado ao café verde e inclui equipamento auto-limpante exclusivo que permite - Montagem: a opção preferencial é a supervisão feitroca rápida entre tipos de café e minimiza o tempo ocioso. ta por um técnico da Pinhalense liderando e coordenando uma equipe de montagem local fornecida pelo agente ou - Transportadores: contratada pelo cliente. A Pinhalense também pode forne• Para café pergaminho, cereja e verde seco e casca – de cer a equipe completa de montagem se solicitado. correia (roletes inclinados e tubular) e rosca transportadora para diferentes aplicações e capacidades, para instalação a - Suporte local (manutenção e peças de reposição): nível do chão ou elevada, inclinada ou não, com aspiração rede de agentes comerciais que cobre os países produtores de pó opcional em pontos críticos. mais importantes do mundo. • Para sacos – móvel ou estacionário, a nível do chão ou elevado, inclinado ou não, incluindo empilhadores verticais. A ampla gama de máquinas e soluções disponíveis e a • Para big-bags – para uso com balança eletrônica. complexidade crescente do mercado (micro-lotes, cápsulas, cafés diferenciados, blends prontos para torras, etc.) fazem - Armazenamento (matéria-prima e produtos inter- com que o projeto de benefício e rebenefício seja uma ativimediário e final): múltiplas configurações de silos em dife- dade altamente complexa que é dominada por poucos e na rentes formatos, tamanhos e características, no nível do qual a Pinhalense se destaca. Não apenas os engenheiros e chão, elevado ou acima de maquinário e balanças, todos projetistas da Pinhalense entendem as opções de equipamencom opção de cobertura e aspiração de pó e sistemas de me- tos detalhadamente mas também sabem como juntá-las para canização inovadores. criar linhas de processamento eficientes e versáteis. Conte com a Pinhalense, P&A e sua rede de agentes para o seu - Aspiração e descarte de pó: sistemas de pressão posi- próximo projeto de benefício e rebenefício de café. (FONTE: tiva e negativa com aspiração em pontos críticos de gera- P&A Coffee Newsletter - Coffidential - nº 101)


REFLORESTAMENTO

Associação de Recuperação Florestal do Vale do Rio Grande faz doações de mudas para reflorestamento

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FOTO: Divulgação

Associação de Recuperanativas é essencial para assegução Florestal Vale do Rio rar a qualidade de vida desta geGrande é uma entidade ração e futuras gerações. sem fins lucrativos, funPreocupada com esta dada em 1992, que busca oferecer questão a Associação Vale do proativamente suporte para recurRio Grande quer ampliar o seu sos e preservação do meio ambiente banco de sementes de árvores através do reflorestamento das pronativas e produzir mudas para priedades rurais que recebem mudas serem repassadas anualmente ao doadas de eucalipto e as plantam. agricultor que necessitam fazer Os interessados devem seguir o reflorestamento, por isso conProdutores recebem mudas durante o 7º Simcafé, em 2015. seguintes procedimentos: tamos com vocês produtores que • A propriedade deve estar no estado de São Paulo; já possuem nativas em propriedades, para que doem as se• Realizar um cadastro junto à Associação Florestal; mentes dessas espécies para serem multiplicadas e formadas • Fazer mapeamento de toda a área a ser reflorestada e pela associação, para futuros repasses aos produtores. o roteiro de aceso ate a propriedade escolhida; Para quem estiver interessado em colaborar, basta en• Assinar contrato de plantio e efetuar o pagamento da tregar o material ao setor técnico da Cocapec. taxa única de R$ 100,00 referente ao projeto técnico. Após serem recolhidas, devem ser colocadas em sacos Vale lembrar que, as florestas são grandes redutos de plásticos e identificá-las com nome, data, local ou região da biodiversidade e tem papel fundamental na manutenção do propriedade que foram coletadas. Mais informações (16) equilíbrio ecológico do planeta, a preservação de espécies 3711-7419, com Camila Paiano.

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NUTRIÇÃO VEGETAL

Na nova diretoria, Bio Soja assume a Vice-Presidência da ABISOLO para biênio 2016/2017

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indústria de nutrição vegetal, que inclui os fertilizantes orgânicos, organominerais, foliares, condicionadores de solo e substratos para plantas, está concluindo o balanço de 2015, que aponta para um crescimento de 9% das vendas, o que resultaria num faturamento bruto total de R$ 4,8 bilhões. “Essa evolução é resultado do trabalho árduo das empresas do setor e também da busca pelo produtor rural brasileiro por novas tecnologias que garantam ganhos de produtividade”, afirmou Clorialdo Roberto Levrero ao tomar posse na presidência da ABISOLO – Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal para o biênio 2016/17. A solenidade de posse da nova diretoria da ABISOLO aconteceu no último dia 13 de janeiro, na sede da FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, em São Paulo (SP), e reuniu lideranças e dirigentes do agronegócio brasileiro. “O expressivo crescimento do nosso segmento também é explicado pelo intenso trabalho nas áreas de assistência técnica ofertado pelos nossos associados aos clientes”, acrescentou Francisco Gui-lherme Romanini, vice-presidente da entidade. Entre os convidados para a posse da nova diretoria da ABISOLO estava o secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, que destacou a importância do segmento de fertilizantes orgânicos para o agronegócio brasileiro. “Fiquei bastante impressionado, sobretudo, com a informação dada pelo presidente da Abisolo de que as empresas do segmento investem anualmente 6% do seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias CARGO Diretor Presidente Diretor Vice-Presidente Diretor Administrativo e Financeiro Diretor de Relações Institucionais e Comunicação Social Diretor Técnico de Fertilizantes Organominerais e Minerais Solo Diretor Técnico de Fertilizantes Foliares e Biofertilizantes Diretor Técnico de Fertilizantes Orgânicos, Condicionadores de Solo e Substratos para Plantas Diretor de Meio Ambiente 1º Suplente de Diretoria 2º Suplente de Diretoria 3º Suplente de Diretoria 1º Conselheiro Fiscal 2º Conselheiro Fiscal 3º Conselheiro Fiscal 1º Suplente de Conselho Fiscal

FOTO: Divulgação ABISOLO

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Setor de fertilizantes de nutrição vegetal estima crescimento de 9% nas vendas em 2015

aplicáveis ao campo. São poucos os segmentos que conseguem esse nível de investimento. É por iniciativas como essas que o segmento ganha cada vez mais importância para o avanço do agronegócio no país”, ressaltou o secretário. Durante a posse da nova diretoria da Abisolo foi proferida a palestra “Agronegócio Hoje e no Futuro – o marketing no agronegócio” pelo professor José Luiz Tejon, coordenador do Núcleo de Agronegócio da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-SP). Entre outros temas, Tejon salientou a importância em termos de sustentabilidade ambiental da atuação das empresas representadas pela ABISOLO, sugerindo que o segmento atue no caminho do conceito de “Saúde Vegetal” para valorizar a atividade. “Vocês da área de nuNOME EMPRESA trição vegetal precisam se conscientizar de Ítale Fertilizantes Clorialdo Roberto Levrero que o ramo onde atuam é o da saúde tanto BioSoja Fertilizantes Francisco Guilherme Romanini do homem, como das plantas e, consequenÁtria Fertilizantes Alexandre D´Agnelo temente, do ambiente”, destacou. Microquímica Ind. Anderson Nora Ribeiro Foi lembrado também durante o evenQuímica Timac Agro Brasil Alessandro Olinda Mesquita to, que o segmento é formado no Brasil por 692 empresas de pequeno a grande porte, Omex do Brasil Marcelo Marino dos Santos responde por aproximadamente 13 mil empregos diretos, que podem chegar a 47 mil, Agrolatino Gean Carlos Matias Silva considerando toda a cadeia e os empregos Biotecnologia indiretos. Stoller do Brasil Julio de Souza Recordou-se, ainda, que a ABISOLO Tagma Brasil Jussara Portella Teodoro foi fundada em 2003 e que atualmente é Visafertil Ulisses Girardi composta por cerca de 85 empresas fabricanMarina Medeiros Lopes Silva Multitécnica tes de fertilizantes orgânicos, organominAgrocete Antônio Ricardo Figueiredo erais, foliares, condicionadores de solo e Agrichem do Brasil Gilberto Pozzan substratos para plantas, e tem conquistado Haifa Química Gustavo Branco vitórias marcantes no lado empresarial. Nutriplant Ricardo Lessa Pansa


CAFÉ

Tecnologia da EPAMIG possibilita reutilização de água na produção de café Prática melhora condições do solo e devolve parte dos nutrientes utilizados pelas plantas

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café produzido na fazenda do senhor João Carlos Pieroni, em Itamoji, na região Sudoeste de Minas Gerais, tem um diferencial. Isso porque, em sua propriedade, o fruto é produzido com a ajuda de um sistema de reaproveitamento da água no processamento de café descascado. Após a remoção de parte dos resíduos, a água pode ser reutilizada em novos processos de lavagem e descascamento do café e na irrigação de lavouras, permitindo uma economia de água superior a 50%. “A água com nutrientes, somada à adubação orgânica, melhora a fertilidade do solo e aumenta a produtividade”, explica o produtor, que colhe anualmente quatro mil sacas de café beneficiadas. A alternativa sustentável para o reaproveitamento da água foi desenvolvida pelo pesquisador da EMBRAPA Café/ EPAMIG, Sammy Soares, em parceria com outros pesquisadores da EPAMIG, EMBRAPA Café e INCAPER - Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural. Chamado de Sistema de Limpeza de Águas Residuárias (SLAR), a alternativa viabiliza o aproveitamento da água do processamento do café no processo de adubação orgânica das lavouras e outras culturas. Assim, há menor risco de contaminação ambiental e redução dos custos do produtor com a adubação. A prática também melhora as condições do solo e devolve a ele parte dos nutrientes utilizados pelas plantas de café.

Para o cafeicultor Eric Abreu, o reuso da água no descascamento do café produzido na Fazenda Parreiral, em Três Pontas, representa uma economia de 50% do recurso. “Implantei há mais de três anos o sistema de baixo custo para filtragem, decantação e bombeamento da água reutilizada no processo de descascamento. Hoje, uso 60% de água reaproveitada e 40% de água limpa na produção do meu café, que vendo para o mercado interno e externo”, conta. PRATICIDADE - Por ser de baixo custo, o sistema pode ser construído pelo próprio cafeicultor, pois são utilizadas caixas e peneiras que possibilitam o reaproveitamento da água utilizada na lavagem dos grãos. “Essa água residuária pode ser reaproveitada na nutrição de variadas espécies agrícolas”, afirma o pesquisador. CAFEICULTURA NO ESTADO - Mais de 50% do café produzido no Brasil vem de Minas Gerais, segundo levantamento da Secretaria de Estado de Agricultura em dezembro de 2015. A produção nacional de café em 2015 foi de 43,2 milhões de sacas de 60 kg, com produtividade de 22,5 sacas por hectare, em uma área de produção de 1,9 milhão de hectares. Os dados têm como base o quarto levantamento de safra da CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento.

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CAFÉ

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tilizar dados para realizar uma gestão moderna da propriedade é fundamental para que o produtor tenha sucesso no seu negócio rural. Uma das ferramentas disponíveis para os cafeicultores é o levantamento (previsão) de sua safra, e que, se organizado em grupo, pode gerar o cenário de uma região. O órgão oficial responsável pelo trabalho de previsão de safra nacional é a CONAB que emite as estimativas após quatro acompanhamentos durante o ano (janeiro, maio, setembro e dezembro), com base nos dados de todas as regiões produtoras. Em relação Alta Mogiana, as entidades responsáveis, definidas pela CONAB, para o fornecimento das informações são a CATI/SP, Emater/ Os pontos verdes na imagem mostram os locais definidos pela metodologia para coletar as informações MG e a COCAPEC. Na cooperativa, na safra 2014/2015. a metodologia utilizada para a coleta dos dados foi desen- mente são processadas também pelo Gis/Cadastro. Desta volvida em conjunto com o Uni-FACEF (Centro Universi- forma chega-se a diversos dados sobre o tamanho da safra tário de Franca) e a empresa especializada Rural Sat, desde da Alta Mogiana. As informações então são divididas com 2001, e que sorteia pontos com base no trabalho de geopro- a CONAB, que por sua vez as analisa e reúne com as inforcessamento realizado pelo Gis/Cadastro da cooperativa, que mações de outras fontes e regiões e a partir disso define o possui imagens de altíssima qualidade e permite fazer o tra- volume da safra brasileira. balho com maior precisão. Vale ressaltar que a Cocapec anuOs números da previsão de cada produtor colaboram almente investe recursos para a manutenção das imagens. para organização de suas as estratégias comerciais e aquiA partir da definição aleatória dos pontos, os 15 agrô- sição de insumos principalmente para a fase de colheita. Já nomos vão a campo colher as informações que posterior- a cooperativa utiliza as informações para dimensionar a sua capacidade de armazenagem, logística e compras de produtos para os associados. Para o mercado é de extrema importância ter um órgão oficial que emite dados confiáveis sobre a safra brasileira, dada a representatividade da produção nacional em escala mundial devido ao volume de sua produção, e o impacto que ela tem no fornecimento da commoditie. A Cocapec, sendo provedora de informações regionais para o órgão oficial de previsão de safra como a CONAB, demonstra o trabalho sério e confiável que realiza nesta importante etapa da cafeicultura. E desta forma traz os subsídios necessários para todos os elos da cadeia e, com isso, colabora para desenvolver cada vez mais a o agronegócio café. Os levantamentos de safras nacionais podem ser acompanhados através do site www.cocapec. O 1º levantamento de safra nacional deste ano está previsto para ser publicado no dia com.br e também www.conab.gov.br. 20 de janeiro. FOTOS: Divulgação COCAPEC

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COCAPEC auxilia no levantamento oficial de safra da CONAB


CAFÉ

CONAB comercializou R$ 190 milhões por meio de leilões em 2015

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m total de R$ 190 milhões foram negociados pela Companhia nacional de Abastecimento (CONAB) em 2015 por meio de leilões de subvenção, compra e venda de produtos. Somente em relação ao Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (PEPRO), foram ofertadas 50 mil toneladas de trigo e 57,9 mil toneladas de borracha. Este é o segundo ano em que a borracha foi incluída neste tipo de subvenção. As operações de 2015 concluíram um valor previsto de prêmio no total de R$ 15,3 milhões para a comercialização e escoamento de 33,9 mil toneladas de borracha, com aumento de 46% na quantidade negociada em relação a 2014, quando foram apenas 5,8 mil t. O PEPRO é uma subvenção econômica (prêmio) concedida ao produtor rural e/ou sua cooperativa que se disponha a vender seu produto pela diferença entre o Preço Mínimo estabelecido pelo Governo Federal e o valor do Prêmio Equalizador arrematado em leilão, obedecida a legislação do ICMS vigente em cada estado.

Entre as operações sem subvenção destaca-se também a venda de arroz em casca, na qual a CONABofertou um total de 130 mil toneladas, das quais negociou 114,8 mil t no valor de R$ 84,6 milhões. A oferta de 54 mil t de feijão também apresentou boa procura, com 39,2 mil t negociadas no valor de R$ 21,8 milhões. Já a oferta de café (12,9 mil t) fechou o ano com 4,7 mil t vendidas no valor de R$ 27,8 milhões. Com relação às compras, o valor total foi R$ 20,9 milhões em aquisições de produtos para confecção de cestas de alimentos para o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Ainda por meio de leilões, a Companhia também negociou a troca de 22 mil toneladas de arroz em casca por 10,5 mil t do produto beneficiado. Estas operações de leilão são executadas pela CONAB, por meio de sua Superintendência de Operações (SUOPE), tendo como base as diretrizes e definições traçadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

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ARTIGO

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O MERCADO DE CAFÉS ESPECIAIS André Luis da Cunha - Cafeicultor, diretor-presidente da AMSC - Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana [ altamogiana@amsc.com.br ]

s números referentes ao segmento dos cafés especiais no Brasil são bastante escassos e/ ou pouco divulgados. Por isso, acabamos por recorrer às informações disponíveis do mercado norte americano para nos balizarmos em relação às tendências e oportunidades para os cafés especiais do Brasil. Seguem algumas informações relevantes que acredito valem a pena serem compartilhadas. A Specialty Coffee Association of America – SCAA (associação norte americana de cafés especiais) atualizou em seu site, em dezembro de 2015, alguns fatos interessantes sobre o mercado norte americano de cafés especiais (site: https://www.scaa.org): • Os cafés especiais representam 48% das xícaras de café consumidas; • O tamanho de mercado de café nos EUA é estimado em US$ 48 bilhões, sendo que o segmento de cafés especiais representa 55% do valor, mas apenas 48% do volume. Ou seja, o mercado de cafés especiais está estimado em US$ 26,4 bilhões. • 35% da população entre 18 e 24 anos e 36% entre 25 e 39 anos declararam consumir café especial diariamente; • Os EUA importaram em 2014, aproximadamente, 27,5 milhões de sacas de 60 kg, representando quase um quarto do consumo global de café. As origens desses cafés foram Brasil, Vietnã e Colômbia, com participação de, respectivamente, 25%, 18% e 13%. Sabe-se que a cadeia de valor dos cafés especiais é orientada pela demanda do consumidor. Um consumidor com características individualizadas, que precisa ter seus desejos de paladar e prioridades sociais atendidas; e que se diferenciam em alguns aspectos: sua paixão pela bebida transforma em ritual a degustação diária. Uma experiência que gosta de compartilhar com seu círculo social: familiares, colegas de

trabalho, amigos e outros amantes do grão. A demanda pelo café especial tem mantido sua trajetória de crescimento ao longo dos últimos anos, confirmado pela elevação no número de cafeterias aberta nos EUA para atender a este segmento: de 2.850 em 1993; 10.000 em 1998; 17.400 em 2003; 27.715 em 2008 para 29.300 em 2013. É importante ressaltar que os países emergentes também têm apresentado crescimento expressivo nesse segmento, conforme a elevação da renda disponível de suas populações. E os produtores estão cada vez mais informados sobre esse mercado e da necessidade em supri-lo. Entretanto, apesar desse conhecimento, de modo geral, os investimentos em qualidade e rastreabilidade são poucos e aquém do necessário, o que sustenta a necessidade de exportadores, importadores e torrefações de trabalharem cadeia abaixo, dificultando a transferência do valor agregado ao produtor. Produzir cafés especiais requer, em maior ou menor grau, investimentos financeiros, incorporação de conhecimento e tempo. O foco primordial é a qualidade do grão, mas trabalhar o acesso ao mercado que remunera de forma compensadora também é fundamental. É preciso estabelecer um bom relacionamento de parceria com os agentes da cadeia acima e ter consciência que os retornos não serão imediatos. Há um intervalo de tempo entre as adequações para a produção do café de qualidade e a efetiva captura do valor agregado. Mas para acessá-lo, é preciso começar o processo de mudança. Dito isso, termino com a constatação de que as indicações geográficas (e seus respectivos selos) e as certificações têm incentivado cafeicultores a se organizarem e verticalizarem com o objetivo de oferecer grãos de qualidade e a estrutura da rastreabilidade para captar uma maior percentual do valor agregado ao longo da cadeia de valor do café especial. Sucesso em 2016!


CAFÉ

Rafael Giolo conquista 2º lugar no 12º Concurso Nacional ABIC de Qualidade de Café, na categoria Microlote

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Região da Alta Mogiana se destacou novamente! Desta vez, no 12º Concurso Nacional ABIC de Qualidade do Café, ao conquistar o 2º lugar na categoria microlote com o café do Rafael Giolo de Pedregulho (SP). Na classificação geral dos 11 lotes finalistas, o café ficou como 4º colocado. Nesta edição do Concurso, duas inovações marcaram a forma como os cafés foram classificados. Além da avaliação sensorial (70% da nota) por um júri técnico, contaram também para a nota final a avaliação de consumidores (15%) e da sustentabilidade da propriedade (15%). A inclusão da opinião da população - formada por cinco grupos de consumidores residentes nos estados participantes do certame – vem tanto para homenagear esses apaixonados por café e permitir que contribuam para a seleção dos melhores lotes, como gerar para a ABIC um grande banco de dados que expressa a paladar e os hábitos de cada região. O café do produtor Rafael Giolo – associado da AMSC, da propriedade Fazenda Olhos D´Água, em Pedregulho (SP), obteve nota final de 8,56 em uma escala de 0 a 10, com pontuação de 8,52 do júri técnico, 1,09 do júri popular e 1,5 de sustentabilidade. Esse café irá a leilão na primeira quinzena de janeiro e será posteriormente industrializado, chegando aos supermercados e lojas gourmet em meados de abril, compondo a 12ª Edição Especial dos Melhores Cafés do Brasil. A Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana – AMSC se orgulha em ver seus associados

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conquistando prêmios de qualidade de café em concursos de grande expressão para o segmento de cafés especiais. Isso comprova que a Região da Alta Mogiana é reconhecida pelo seu potencial de qualidade e que o trabalho da Associação tem alcançado resultados importantíssimos para a cafeicultura da Região.


CAFÉ

Sérgio Renato de Souza Bertoloni e Guilherme Henrique Jacintho Mendonça

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FOTOS: Divulgação DEDEAGRO

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Bayer e Dedeagro promovem inovação com transferência de tecnologias às comunidades da Alta Mogiana om a proposta de colaborar com a profissionalização do campo, a Bayer CropScience, em parceria com a distribuidora Dedeagro, desenvolveu uma iniciativa que começaria a mudar a forma de relacionamento com os produtores rurais. A iniciativa tem a proposta de somar esforços para aumentar a produtividade e a qualidade do café produzido na região Alta Mogiana Paulista. Por meio de especialistas, chamados de Agentes Geradores de Demanda, contratados pela Dedeagro para prestar consultoria de gestão de propriedade e manejo de safra, atualmente são nove comunidades assistidas, com 16 campos demonstrativos instalados, que já apresentam bons resultados: uma média de oito sacas de café a mais por hectare, quando comparado ao tratamento padrão utilizado anteriormente pelos cafeicultores. A adoção do Muito Mais Café da Bayer – programa que tem como objetivo oferecer ao produtor soluções e orientações que envolvem todo o processo para o manejo da cultura– contribuiu para o sucesso em 90% dos campos colhidos. Segundo Bruno dos Santos, Gerente de Clientes Café da Bayer, o trabalho do Agente Gerador de Demanda é muito mais do que demonstrar o desempenho das soluções da empresa na lavoura, “eles prestam assistência técnica fun-

damental para o acesso destes produtores às tecnologias que atendam suas necessidades e também colaboram com o desenvolvimento e qualificação destas pessoas” afirma. “Este trabalho nos proporciona conhecer de perto as necessidades específicas das principais comunidades cafeeiras, além de levar soluções inovadoras e adequadas a estes produtores com o objetivo de auxiliá-los para que alcancem altos níveis de produtividade e qualidade em suas lavouras”, afirma Vianei Zanchett Carboni, Promotor de Vendas da Bayer CropScience. Atualmente a equipe da Dedeagro conta com 12 profissionais capacitados para prestar consultoria a produtores Alta Mogiana Paulista.“Com a tecnologia da Bayer, o empenho da assistência técnica e o programa Muito Mais Café, temos a certeza de que o resultado é sempre mais e melhores grãos na tulha”, disse João Dedemo, proprietário da Dedeagro.

Valdeci Antônio David (Cizinho), produtor no município de Franca (SP), confia no portifólio da Bayer.

Orlando Belotti, cafeicultor em Pedregulho (SP), acredita que o portifólio Bayer rende Muito Mais Café.


CAFÉ

Principal praga da atividade cafeeira, broca do café é tema de audiência pública na Câmara dos Deputados

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onsiderada a principal praga da atividade cafeeira, a broca do café ataca os frutos no período de maturação e tem sido motivo de preocupação constante para os cafeicultores brasileiros. A ausência de defensivos agrícolas, devidamente registrados e eficientes, dificulta o combate da praga e deixa as lavouras vulneráveis aos efeitos negativos de perda de produtividade e de qualidade. Para discutir os impactos causados pela praga no processo de produção até a exportação, a Câmara dos Deputados promoveu uma audiência pública na semana passada com os principais representantes do setor. A Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) esteve presente na reunião e apresentou alguns dados do seu recente estudo que identificou o aumento da incidência de café brocado em cafés torrados e moídos. “A ocorrência de café brocado aumentou desde que o Endosulfan, defensivo mais eficaz no controle da praga, foi banido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em julho de 2013. Isso deixou os produtores reféns dos ataques da broca”, disse

o assessor técnico da Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Fernando Rati. REGISTRO DE DEFENSIVOS – Um dos pleitos do setor para combater a broca do café ou diminuir os impactos causados nos grãos é o registro definitivo de defensivos agrícolas. Segundo Fernando Rati, a autorização de novos produtos vai estimular a competitividade e inovação e tornar os preços mais acessíveis. Também vai possibilitar a rotatividade de defensivos para evitar a resistência da praga aos princípios ativos. Além da CNA, Anvisa e ABIC, também estiveram presentes na audiência pública os representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), da Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé), da Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocaccer) e os deputados Silas Brasileiro e Evair de Melo. (Fonte: CNA)

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saco de juta, embalagem-símbolo das exportações de café (e do próprio comércio exterior) do Brasil por longa data, está sendo gradualmente aposentado. A mudança acompanha um cenário de crescente aumento de custos de produção e comercialização, combinado com a baixa do preço do grão no mercado internacional. Ao introduzir enormes sacos plásticos para substituir as tradicionais sacas de 60 quilos, que dominaram os embarques de café por mais de dois séculos, as empresas estão economizando milhões de dólares por ano. A estratégia tem sido tão bem-sucedida que deve remodelar a indústria cafeeira mundial. Até poucos anos atrás, o Brasil, maior produtor mundial de café, despachava quase todas as suas exportações em sacos de juta. O próximo ano verá o Brasil exportando mais de metade do seu café verde em grande sacos de polipropileno de 1 tonelada ou invólucros de polietileno de 21,6 toneladas para contêineres. A Dínamo, maior armazenadora de café no porto de Santos (SP), afirmou que os super sacos responderam por 30% das suas exportações em 2015 e estão crescendo 5% ao ano. A Cooxupé, maior cooperativa de café do Brasil, por sua vez, praticamente eliminou a juta. “É o futuro”, disse o operador Mauricio Di Cunto, da exportadora Comexim, que embarca metade do seu café a granel. “Ele nos permite ser mais agressivos na oferta de descontos sem o custo de juta.” O saco de juta de 60 quilos é uma unidade padrão de medição para a negociação de café desde que o Brasil iniciou a produção comercial, no século XVIII. Os grãos e o açúcar há muito tempo passaram a ser embarcados em grandes quantidades, mas o café foi um retardatário nesse processo. O crescimento na movimentação de granéis reflete uma queda na oferta de trabalho manual para embarcar os sacos de café. Salários mais altos e regulamentos mais rigorosos, que expõem indústrias a processos trabalhistas, estão acelerando o declínio. MENOS CUSTOS TRABALHISTAS - O cálculo é convincente: Um trabalhador com uma empilhadeira pode encher um contêiner com super sacos em 25 minutos. Para encher o mesmo contêiner com sacas de juta são necessários nove homens e quase uma hora. Carregar um contêiner plastificado é ainda mais rápido, com os grãos sendo apenas despejados para dentro e para fora. Custa de 22 a 40 centavos cada vez que um trabalhador coloca um saco de 60 quilo para encher um contêiner ou pesá-lo. O Brasil produz entre 50 milhões e 60 milhões de sacas de café por ano. Nas ruas de Santos, um porto que fez fama com o boom do café do Brasil, uma pequena equipe de carregadores se reúne de manhã na entrada da Dínamo. “Estávamos habituados a ter 59 carregadores”, diz o líder sindical e ex-carregador Carlos Roberto Lima. “Agora, temos nove.”

FOTO: APEX-Brasil

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Saca de café, símbolo das exportações brasileiras , começa a ser aposentada

A mudança para o tratamento de grandes quantidades de café está ocorrendo com os preços globais das matériasprimas caindo, com o crescimento mais lento da demanda em mercados emergentes como a China. O preço do café, a sexta principal commodity de exportação do Brasil, caiu mais de 60% em relação aos picos de 2011, para cerca de 1,18 dólar por libra-peso. PESQUISA - Encontrar formas para que os atributos sensoriais e de composição física e química dos cafés especiais sejam preservados por longo período é um desafio para instituições, pesquisadores e produtores do ramo. As embalagens em que os grãos são armazenados interferem no alcance desse objetivo. Uma pesquisa em desenvolvimento na Universidade Federal de Lavras (UFLA) promete trazer resultados revolucionários para o mercado, ao analisar as características de cafés especiais após um período de estocagem em embalagens específicas, produzidas em papel e plástico. O projeto foi formalizado no início de janeiro e tem a participação da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e das empresas Klabin S.A. e Videplast Indústria de Embalagens LTDA, além da colaboração da Bourbon Specialty Coffees e da Carmocoffees. Representantes de três dessas empresas e instituições estiveram na Universidade para assinar o convênio. De acordo com o professor do Departamento de Engenharia da UFLA (DEG), Flávio Meira Borém, coordenador da pesquisa, as embalagens mais utilizadas atualmente ainda não atendem às necessidades do mercado de cafés especiais. “Ou elas não são eficazes, ou apresentam alto custo”, diz. O material frequentemente utilizado são os sacos de juta que, segundo o pesquisador, levam a perdas de qualidade do café em curto período (menos de três meses), devido à variação do teor de água nos grãos e sua interação com o ar ambiente. O armazenamento inadequado leva à degradação de


CAFÉ compostos químicos e à geração de substâncias que conferem características indesejáveis ao paladar, afetando negativamente alguns atributos sensoriais da bebida, como a acidez, sabor, doçura e corpo, além de afetar também a cor. Novas embalagens, criadas pelas empresas Klabin S.A. e Videplast, serão utilizadas na pesquisa intitulada “Desenvolvimento de embalagens e métodos de armazenamento para cafés especiais”. De forma inédita, a investigação cobrirá todo o período de estocagem do café incluindo a etapa de exportação e armazenamento em um país consumidor. “Fui pessoalmente aos Estados Unidos coletar amostras do café exportado usando as diferentes embalagens em estudo”, relata o professor Borém. Ao final do período de pesquisa, será possível constatar se os diferentes materiais que constituem essas embalagens proporcionam resultados positivos para a manutenção dos atributos sensoriais dos cafés especiais. “Temos boas expectativas quanto aos resultados. Eles são promissores e demonstram grande potencial para uso das novas embalagens. Quando o mercado iniciar a substituição da juta, será revolucionário não só para o Brasil, mas para o mundo”. É possível que, posteriormente, os cafés commodity também passem a ser armazenados nas novas embalagens. As amostras utilizadas na pesquisa encontram-se armazenadas em Poços de Caldas (MG), na Bourbon Specialty Coffee, e as análises são feitas no Laboratório de Processamento de Produtos Agrícolas, na UFLA. Além de publicações científicas, os resultados do trabalho serão base para a tese de doutorado de Fabrício Andrade, no Programa de

Pós-Graduação em Engenharia Agrícola. Para o reitor da UFLA, professor José Roberto Soares Scolforo, a parceria estabelecida é a essência do que busca a Universidade: investimento no desenvolvimento de tecnologias e estudos que tragam resultados para o progresso do país, com retorno para a sociedade. “As universidades devem estar presentes em empreendimentos que movem o Brasil. Por isso, este momento, de celebração do convênio, é marcante para nós”. MOTIVAÇÃO - Durante a cerimônia de assinatura do convênio, a procuradora da BSCA, Vanúsia Maria Carneiro Nogueira, enfatizou que o projeto é um exemplo de parceria público-privada envolvendo também outras organizações – como a BSCA e a Apex-Brasil – e busca a inovação, a mudança. “São iniciativas que nos permitirão continuar como ponto de referência no mundo no que se refere à produção de café. Daremos, com certeza, passos mais largos em direção a outros projetos ousados”. O procurador da Videplast, Cláudio Márcio Francisco, também destacou a parceria entre universidade e mercado. “Nossas portas estão abertas para novas parcerias com a UFLA; estamos prontos para outros projetos, sempre em busca da inovação”. Representando a Klabin, o diretor da Divisão Sacos Industriais, Douglas Dalmasi, disse ter encontrado uma estrutura muito sólida na UFLA, reconhecendo que o trabalho conjunto poderá fortalecer a geração de tecnologia e inovação para o mercado. “Vimos que podemos desenvolver outros projetos em parceria, com bons resultados”.

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a região conhecida como Mogiana Paulista, que abrange 25 municípios, observou-se o crescimento das áreas cultivadas com café nos últimos 27 anos, contrariando a tendência observada na maior parte do estado, onde a cana-de-açúcar ganhou espaço competindo com outras culturas. É o que mostra o mapeamento elaborado pela Embrapa com base em imagens de satélite de 1988 e 2015. Mais de 50% da produção de café no Estado de São Paulo está concentrada nessa região, localizada próximo à divisa com o sul de Minas Gerais. De acordo com estudo da Embrapa, a área dedicada à cafeicultura nos 25 municípios estudados dobrou, passando de 57,9 mil para 111 mil hectares. A cana também teve forte crescimento nesses mesmos municípios, aumentando a área cultivada de 60,5 mil para 234,7 mil hectares. “Houve uma expansão conjunta das duas atividades, diferentemente do que ocorreu em outras regiões onde o cultivo da cana-deaçúcar cresceu sobre áreas de culturas agrícolas tradicionais, como o citros, com fortes impactos sociais e econômicos”, explica o pesquisador Carlos Cesar Ronquim, coordenador do estudo. Pedregulho, Franca e Cristais Paulistas são exemplos de municípios onde as áreas cultivadas tanto com cana quanto com café aumentaram expressivamente. Com uma área total estimada em mais de 215 mil hectares, São Paulo ainda é o segundo maior produtor de café arábica do País,

FOTO: Revista Attalea Agronegócios

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Café de qualidade superior resiste à expansão da cana de açúcar na Mogiana Paulista

atrás de Minas Gerais. Além de mapear o crescimento das duas atividades em toda a região da bacia Mogi-Pardo, entre 1988 e 2015, o projeto da Embrapa avaliou em especial a dinâmica de uso e cobertura da terra dos 25 municípios da Mogiana Paulista. Além do café e da cana, foram mapeados os cultivos de citros, reflorestamento com eucalipto, pastagem, culturas anuais e matas nativas. Os municípios estudados foram agrupados em: Alta Mogiana (Pedregulho, Franca, Cristais Paulista, Altinópolis, Ribeirão Corrente, Patrocínio Paulista, Itirapuã, Batatais, Jeriquara, Santo Antônio da Alegria, Cajurú, Restinga, São José da Bela Vista, Cássia Coqueiros) e Média Mogiana (Caconde, Espirito Santo do Pinhal, São Sebastião da Grama, Tapiratiba, Santo A. Jardim, São João da Boa Vista, Mococa e São José Rio Pardo, Itapira, Amparo, Socorro). MERCADO DE CAFÉS ESPECIAIS - O cultivo de cafés de qualidade superior, com maior retorno financeiro para o produtor, é a principal razão para o crescimento e a valorização da cafeicultura na região. O mapeamento mostra que os 25 municípios que se destacam na produção de café ocupam áreas montanhosas, com altitudes mais elevadas que favorecem a qualidade natural da bebida. “O café produzido é mais valorizado no mercado, possibilitando que o cafeicultor tenha uma margem de lucro maior e reúna condições para permanecer na atividade e até expandir as áreas cultivadas”, completa Ronquim. Além do valor diferenciado dos grãos de qualidade superior, outro fator contribui para o café não ceder lugar à cana: os morros. “A presença de um relevo mais declivoso, presente na região da Mogiana Paulista, dificulta as operações de colheita mecanizada da cana-de-açúcar e limita a sua expansão”, afirma Ronquim. De acordo com o pesquisador, as declividades acima de 12% tornam a colheita mecanizada da cana-de-açúcar pouco viável, devido a questões de ordem técnica. Como atualmente quase toda a cana de açúcar


CAFÉ no Estado de São Paulo é colhida mecanicamente, essas áreas deixam de ser atraentes para o setor sucroenergético. O Valor da Produção Agropecuária (VPA) do café em todo o Estado de São Paulo, em 2014, foi de 1,86 bilhão, de acordo com o cálculo do Instituto de Economia Agrícola (IEA) sobre este índice, que mede o desempenho econômico das principais atividades agrícolas. Somente na região da Mogiana Paulista, esse número chega a quase um bilhão de reais. O VPA do Estado de São Paulo é calculado pelo Instituto de Economia Agrícolavinculado à Secretaria estadual de Agricultura. Hoje, a produção de café com qualidade é tão importante que uma das microrregiões produtoras, a da Alta Mogiana de Franca, obteve o registro de Indicação de Procedência – classificação que atesta boa reputação e ainda confere maior valor de mercado ao café produzido. A cultura do café é altamente dependente de fatores relacionados ao clima. As condições de temperatura durante os estágios mais sensíveis da planta interferem na produtividade e na qualidade da cultura. Na Mogiana Paulista, características do relevo, com altitude que varia de 500 até 1.200 metros, influenciam o clima e favorecem a produção de grãos com qualidade superior. Além disso, a tradição, a forte presença de assistência técnica, a profissionalização dos agricultores e a adoção de tecnologias, como o adensamento da cultura, o uso de variedades mais resistentes e produtivas e a mecanização, são fatores que ajudam a explicar o sucesso da atividade. O café chegou à região no final do século XIX, como decorrência da expansão da cultura no interior paulista, conjugada com a instalação dos trilhos da extinta Companhia Mogiana de Estrada de Ferro. Nos anos 1990, a diminuição do preço pago ao produtor, a ocorrência de geadas e o agravamento de problemas fitossanitários foram fatores que desestimularam muitos produtores a investir na atividade e provocaram uma redução significativa da área plantada em todo o Estado. Foi a partir dos anos 2000 que a demanda do mercado consumidor externo e interno por cafés especiais deu novo impulso à cafeicultura. Hoje, a Região da Mogiana é a principal produtora de cafés de qualidade superior do Estado de São Paulo. O AVANÇO DA CANA - A expansão da cana de açúcar numa das principais regiões produtoras do País, o nordeste do Estado de São Paulo, é o foco do estudo conduzido pela Embrapa Monitoramento por Satélite (SP). O levantamento abrange 125 municípios que fazem parte das bacias dos rios Mogi-Guaçu e Pardo. As áreas de cana expandiram-se por todas as microrregiões, principalmente nos municípios detentores de usinas sucroenergéticas e cidades próximas. Atualmente, muitos municípios apresentam mais de 80% de sua área ocupada com canaviais. Um dos resultados já concluídos pela Embrapa, divulgado no ano passado, mostrou o impacto do avanço da cana sobre a citricultura – de 1988 a 2014, a área cultivada com cana de açúcar na região estudada dobrou, passando de 1,0 milhão para 2,2 milhões de hectares, enquanto as áreas dedicadas ao citros reduziram-se quase pela metade, de 488,6 mil para 281,2 mil hectares. Para o pesquisador Carlos Cesar Ronquim, a cana de açúcar deve seguir em evolução no Estado de São Paulo, podendo ocupar áreas de outras culturasagrícolas, já que a demanda do mercado interno e externo por produtos

como etanol e açúcar permanece em alta. “A velocidade e a dinâmica dessas mudanças estão ligadas a circunstâncias econômicas que afetam as culturas, pois todas dependem da rentabilidade para expandir ou retrair”, explica. A agroindústria sucroalcooleira é bastante competitiva, com vantagens no acesso ao capital financeiro e a inovações tecnológicas. Ronquim acredita que terão mais potencial para crescer na região atividades com produção eficiente, como de grãos irrigados, com três ou quatro safras ao ano, e setores da pecuária que consigam investir na implantação do sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). DIFÍCIL RETORNO - Na região da Mogiana Paulista, apesar da produção de café de qualidade superior ter resistido ao avanço da cana, ainda existem áreas que podem ser ocupadas pelos canaviais. Somente nos 25 municípios principais produtores de café, há 322,2 mil hectares de pastagens, ou 29,7% da área destes municípios de acordo com o mapeamento realizado pela Embrapa. “Caso ocorra uma melhora econômica do setor sucroenergético, a cana de açúcar pode avançar ainda mais na região, ocupando essas áreas de pastagem, e competir até mesmo com áreas de café, dependendo de como estiver a rentabilidade da cafeicultura”, completa o pesquisador. “Uma questão importante é que quando o agricultor arrenda suas terras para a cana ele perde o vínculo com a cultura que praticava, vende o maquinário e implementos agrícolas, e assim torna-se mais difícil retornar à atividade caso haja uma oportunidade no futuro”. (Fonte: Brasil Agro)

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Ademílson de Oliveira Alecrim1, Giovani Belutti Voltolini2 e Dalyse Toledo Castanheira3

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Benefícios na utilização de fertilizantes organominerais na cafeicultura

s fertilizantes organominerais são adubos orgânicos enriquecidos com nutrientes minerais. Nesse sentido, a associação de fertilizantes orgânicos e minerais é vantajosa, pois a parte orgânica do adubo pode reter certos nutrientes do fertilizante mineral contra a lavagem pelas águas das chuvas, principalmente em solos arenosos, e a fixação pelas argilas em solos argilosos, reduzindo significativamente as perdas. Em longo prazo, o produtor também reduz custos, uma vez que o adubo organomineral estimula a proliferação de microrganismos benéficos que atuarão na solubilização dos fertilizantes minerais e aumentarão a taxa de mineralização, sobretudo de nitrogênio, fósforo e potássio do fertilizante orgânico, liberando mais nutrientes para as plantas. IMPORTÂNCIA DA MATÉRIA ORGÂNICA PARA A FERTILIDADE DO SOLO - A fertilidade dos solos sempre foi questão de alta relevância na agricultura, havendo grande busca por parte dos agricultores pela fertilidade natural ou mesmo a garantia de uma boa fertilização do solo.

AUTORES

1 – Eng. Agrônomo, mestrando em Fitotecnia – UFLA, membro do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia – GHPD. Site: ademilsonagronomia@gmail.com 2 – Giovani Belutti Voltolini – Tec. Agropecuária, graduando em Agronomia – UFLA, membro do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia – GHPD. Site: giovanibelutti77@hotmail.com 3 – Dalyse Toledo Castanheira – Eng. Agrônoma, doutoranda em Fitotecnia – UFLA, membro do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia – GHPD. Site: dalysecastanheira@hotmail.com

Dentro deste contexto surge a matéria orgânica como excelente opção para a manutenção ou até mesmo o aumento da fertilidade do solo, logo a matéria orgânica no solo é fundamental para sustentação da lavoura agrícola, pois ela atua como uma fonte de energia e de nutrientes para os organismos que participam de seu ciclo biológico, mantendo o solo em estado de constante dinamismo, exercendo um importante papel na fertilidade e na produtividade dos mesmos. Dentre as propriedades da matéria orgânica dos solos que contribuem para a melhoria e manutenção da fertilidade do solo, se destaca a presença de cargas elétricas, que pode ser considerada a mais importante, pois influencia diretamente na capacidade de troca de cátions do solo (CTC), notadamente baixa em solos arenosos e muito intemperizados, atuando na retenção e disponibilização de nutrientes, retenção e complexação de poluentes, retenção de umidade, estruturação do solo, manutenção de biodiver-sidade, entre outras. Além disso, a matéria orgânica contribui para a diminuição da fixação do fósforo no solo. AÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA NOS ORGANOMINERAIS - Os fertilizantes organominerais são adubos orgânicos enriquecidos com nutrientes minerais, resultantes da mistura física ou combinação dos mesmos, onde a matéria orgânica presente neles pode ser oriunda de várias fontes, como turfa, dejetos suínos, bagaço de cana de açúcar, esterco de aves, farinha de ossos, palha de café, entre outros, submetidos ao processo de decomposição. Esses fertilizantes organominerais devem seguir a legislação brasileira para produção e comercialização, na qual os fertilizantes organominerais sólidos para aplicação, devem apresentar no mínimo 50% de matéria orgânica. Esse tipo de fertilizante contém nutrientes que são liberados mais lentamente do que os adubos exclusivamente minerais, onde os nutrientes de origem mineral são liberados para as raízes tão logo aplicados ao solo e os nutrientes da matéria orgânica ao contrário, são liberados lentamente para os microorganismos do solo, os quais realizam sua mineralização, disponibilizando nutrientes para a planta durante todo o ciclo. Sobretudo, há um melhor aproveitamento da adubação, pois se evitam perdas por lixiviação, além de reduzirem a toxidez a defensivos agrícolas e outras substâncias aplicadas nas culturas.


BENEFÍCIOS DA MATÉRIA ORGÂNICA PARA A FERTILIDADE DO SOLO - A matéria orgânica presente nos fertilizantes organominerais é importante para melhorar a fertilidade do solo e suas propriedades físicas, pois eleva a capacidade de retenção de água; promove a redução da compactação e o aumento da porosidade total do solo; forma agregados capazes de reduzir a erosão e aumentar a capacidade de absorção do solo; e aumenta a capacidade de troca catiônica, pela ação de substâncias húmicas que são componentes da matéria orgânica, sendo que, com aplicação do fertilizante organomineral elas aumentam no solo. Essas substâncias ainda possuem propriedades que facilitam o aumento da disponibilidade de nutrientes como o potássio, cálcio e magnésio e micronutrientes, como o ferro, manganês, cobre e zinco, além de diminuir a toxidez de metais, como o alumínio para as plantas. Esses fertilizantes ainda contribuem para a disponibilização do fósforo não lábil, ou seja, o fósforo fixado aos colóides do solo que não estão disponíveis para a absorção da planta, devido à ativação e ao aumento da microbiota do solo, se tornando uma excelente alternativa para culturas perenes como o cafeeiro que geralmente recebe apenas uma adubação fosfatada ao ano, oriunda de fertilizantes altamente solúveis como os fertilizantes minerais, sendo o fósforo destes produtos fixados rapidamente e a planta fica sem fornecimento deste o ano todo. De maneira geral, em função da matéria orgânica presente em sua composição, o fertilizante organomineral é facilmente absorvido pelas plantas por meio de raízes, ativando o metabolismo e melhorando a fotossíntese e outros processos fisiológicos. Tudo isso faz com que as plantas resistam melhor às pragas e doenças, além de apresentarem maior vigor na brotação e produtividade elevada. USO DE ORGANOMINERAIS NA CAFEICULTURA - Sabe-se que a resposta do cafeeiro as adubações é muito alta, entretanto as condições que o solo recebe os fertilizantes não são adequadas, pois na maioria das vezes possuem elevados índices de acidez, alta saturação por alumínio e baixíssimas quantidades de fósforo. Entretanto, a utilização de fertilizantes organominerais pode contribuir muito para uma maior eficiência no manejo nutricional do cafeeiro, visto que a matéria orgânica presente nestes insumos possui cargas, que de maneira análoga aos colóides do solo, também se ligam aos elementos do solo, aumentando assim o potencial produtivo do mesmo. A utilização dos organominerais no café contribui principalmente no processo de disponibilização de fósforo às plantas, de maneira que este elemento estará ligado a matéria orgânica, reduzindo de maneira representativa a fixação e indisponibilidade deste nos solos de cultivo. Outro fator que deve ser considerado é que com o aumento da matéria orgânica, a atividade de microrganismos é elevada, aumentando assim, a eficiência da mineralização e pronta disponibilização de nutrientes para as plantas.

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APLICAÇÃO - Aplica-se o fertilizante organomineral da mesma maneira empregada para os fertilizantes químicos, ou seja, na projeção da saia do cafeeiro, por se tratar do local no solo onde se encontram as maiores quantidades de radicelas, que são as raízes responsáveis pela absorção dos nutrientes pela planta. Uma particularidade da aplicação do organomineral na cafeicultura é que pode se reduzir a quantidade de aplicações dos insumos, fazendo tudo de uma só vez, isto pelo dinamismo presente entre os nutrientes no composto, fazendo com que não haja problemas com perdas de nutrientes por fixação ou lixiviação. CUSTO - A aplicação dos fertilizantes organominerais faz com que o produtor possa usar de 35% a 40% menos das fontes de nutrientes, o que representa uma redução significativa dos gastos do produtor. Além da economia imediata em media de 50% em relação ao uso dos fertilizantes minerais, o agricultor pode gastar ainda menos em longo prazo. Pela redução no parcelamento das adubações, os custos com mão de obra também são reduzidos, impactando de maneira positiva na viabilidade de utilização dos organominerais. Isso acontece porque o adubo organomineral devolve vida ao solo e incentiva a proliferação de microrganismos e reestrutura o solo, que vai absorvendo melhor os nutrientes aplicados. Com isso, após quatro anos de uso do adubo organomineral é possível aplicar até metade da quantidade que estava sendo utilizada inicialmente. NOVIDADES - A adubação foliar em cafeeiros é normalmente feita com produtos formulados disponíveis no mercado que possuem na sua composição, na maioria das vezes, apenas minerais. Atualmente, também é possível a fertilização foliar com produtos organominerais na forma líquida, que pode favorecer o crescimento da parte área das mudas de cafeeiros, sendo também uma possibilidade de correção para falhas da fertilização do solo. Outra opção para o cafeicultor é a utilização da palha de café como um dos componentes para fertilizantes organominerais. A palha de café é um importante resíduo do processo produtivo do café com grande disponibilidade e facilidade para os produtores.


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inas Gerais tem uma forte relação com o café, já que é responsável por mais da metade da produção nacional do grão. Dos 853 municípios mineiros, 500 produzem a commodity. Só que a forma de apreciar a bebida vem mudando. Se antigamente o café era feito no coador de pano, agora ganham cada vez mais destaque as máquinas de café em cápsula. E não é para menos, já que segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), a perspectiva é que o mercado para esse tipo de produto triplique até 2019 com a oferta de máquinas mais baratas, chegando a quase R$ 3 bilhões. Em 2015, as vendas do produto no país alcançaram R$ 1,4 bilhão, alta de 34,61% frente o ano anterior (R$ 1,04 bilhão). Apesar do crescimento em valores, o café em cápsula ainda é pouco presente nos lares brasileiros. Do total de café consumido no país em 2014, 0,6% foi de café em cápsula. O café em pó detém a maior fatia, representa 81% do volume consumido, segundo a mais recente pesquisa encomendada pela ABIC. Embora, o consumo desse tipo de produto ainda seja baixo, as boas perspectivas de crescimento estão estimulando investimentos no setor. O mais recente foi a fábrica da Nescafé Dolce Gusto, em Montes Claros, no Norte de Minas, inaugurada pelo grupo Nestlé em dezembro do ano passado, com investimento de R$ 220 milhões. Na mesma cidade, a Três Corações – joint venture entre a israelense Strauss e a brasileira São Miguel Holding – vai erguer uma unidade produtora de cápsulas, segundo o prefeito de Montes Claros, Ruy Adriano Borges Muniz. Ele diz que as obras da fábrica da Três Corações devem começar no primeiro trimestre deste ano. O investimento, que será feito em etapas, é da ordem de R$ 120 milhões. O segmento de bebidas em cápsula fez com que outra empresa se interessasse em instalar em Montes Claros. A RPC Group, que tem sede no Reino Unido, está finalizando a negociação de terreno na cidade, conforme o prefeito. A previsão é que as obras sejam iniciadas no primeiro trimestre deste ano, com o início das atividades da planta em 2017. O investimento, que será feito em fases, está na casa dos R$ 250 milhões. E os cafés em cápsulas vêm atraindo cada vez mais as marcas produtoras do produto. Em agosto do ano passado, a marca de café Pilão, no mercado desde 1978, ingressou nesse mercado com o lançamento de uma linha de bebidas. Atualmente, há mais de 70 empresas no Brasil atuando nesse

FOTO: O Tempo

Com três fábricas, Montes Claros vira polo de café em cápsula

segmento com seus próprios produtos. Em 2014, eram oito, segundo estudo elaborado pela Universidade Federal de Lavras (UFLA) em parceria com a Embrapa Café (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), divulgado nesta sexta. Conforme o levantamento, o aumento do consumo foi impulsionado pela entrada de pequenas marcas, que têm a vantagem de comercializar o produto mais barato e adaptável a máquinas de diferentes marcas. O café em cápsula começou a ser comercializado no país em dezembro de 2006 com a chegada Nespresso, da Nestlé. A Cambraia Cafés – sediada em Santo Antônio do Amparo, no Sul de Minas – atua no segmento de cápsula há pouco mais de um ano. O produtor Rodrigo Cambraia conta que ingressou no mercado ao verificar que a área é uma tendência, com boas perspectivas de crescimento e que deve atrair mais produtores nos próximos anos. “Um das vantagens desse produto é a praticidade”, ressalta. O empresário diz que atualmente há poucos concorrentes no mercado, mas que a tendência é que a disputa cresça com o aumento da oferta de prestação de serviço de encapsulamento. (FONTE: O Tempo/Juliana Gontijo)


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Sindicato Rural de Pedregulho (SP) destaca a importância dos produtores de cafés especiais

Categoria: “Café Natural” 1º lugar Maurivan Rodrigues ....... Fazenda Lagoa ............... Pedregulho/SP 2º lugar Luiz Alberto Spirlandelli .. Sítio Recanto das Águas.. Pedregulho/SP 3º lugar Aparecido Donizete Miguel .... Faz. Baguassu ......... Pedregulho/SP

Já em outubro do ano passado, no 13º Concurso de Qualidade de Café da Região da Alta Mogiana “Edição Dr. Márcio Lopes de Freitas”, organizado pela AMSC - Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana, entre os 30 melhores classificados, 13 cafeicultores de Pedregulho se destacaram, sendo 09 (nove) na categoria Natural, 01 (um) na categoria CD e 03 (três) na categoria Microlote. (Tabela 2). Tabela 2 - Finalistas do 13º Concurso de Qualidade de Café da Região da Alta Mogiana “Edição Dr. Márcio Lopes de Freitas”, realizado pela AMSC, em 2015. Categoria: “Café Natural - Microlote” 2º lugar Rafael Giolo (Faz. Olhos D´Água) ............................ Pedregulho/SP 3º lugar Hélvio Aparecido Jorge (Sitio Dona Tuca) ................ Pedregulho/SP Categoria: “Café Natural” 5º lugar Sra. Alaíde Quércia (O´Coffee) ................................ Pedregulho/SP

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istoricamente, o café esteve presente nos tradicionais balcões de padaria, ou, ainda, no coador de pano das donas de casa. Mas, nos últimos anos, a bebida conquistou novos horizontes. Com a inauguração de grandes redes de cafeterias gourmet na década de 1990, a moda é falar de blends, de sentir os aromas da bebida que há séculos conquista o paladar dos brasileiros e de todo o Mundo. Tamanha é a curiosidade despertada que diversas cidades, conhecidas pela presença de fazendas que mantêm a cultura cafeeira, começam a planejar opções turísticas para que os visitantes conheçam essa cultura tão importante, que marcou a transformação política, econômica e social do País. Um bom exemplo é Pedregulho (SP), município com 15.700 habitantes e distante 460 quilômetros da Capital Paulista, que se encontra a uma altitude média de 1.035 metros e clima é o tropical de altitude, caracterizado por invernos secos e verões brandos. Clima e altitude excelentes para o cultivo de café arábica de qualidade. Nas últimas décadas, o município se posicionou no seleto roteiro de cafés especiais e vem conquistando expressivas premiações nos mais importantes concursos de café do País. “A cidade de Pedregulho se firmou na cultura cafeeira brasileira. A excelência da qualidade do café produzido no município foi novamente ressaltada em 2015, em quatro concursos de qualidade do café, sendo dois regionais, um Estadual e um Nacional, que seleciona os melhores cafés do País”, afirma Ely Martim Vieira Brentini, presidente do Sindicato Rural de Pedregulho. No 12º Concurso de Qualidade de Café - “Seleção Senhor Café”, realizado pela COCAPEC - Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Franca (SP), realizado em setembro do ano passado, os três primeiros colocados na categoria “Café Natural” foram do município de Pedregulho. (Tabela 1). Tabela 1 - Finalistas do 12º Concurso de Qualidade de Café Seleção “Senhor Café”, realizado pela COCAPEC, em 2015.

No 14º Concurso Estadual de Qualidade de Café de São Paulo 2015, realizado em novembro último pela ACS - Associação Comercial de Santos (SP), o cafeicultor Rafael Giolo, também de Pedregulho, superou os demais 63 inscritos, todos finalistas dos certames regionais promovidos por associações, cooperativas e sindicatos rurais em todo Estado de São Paulo (Tabela 3). Tabela 3 - Resultado do 14º Concurso Estadual de Qualidade de Café de São Paulo, realizado pela ACS, em 2015. Classif.

Produtor

Preparo

1º lugar

Rafael Giolo (Faz. Olhos D´Água)

Microlote Pedregulho/SP

Cidade

O auge do reconhecimento em 2015 foi a conquista do cafeicultor Rafael Giolo no 12º Concurso Nacional ABIC de Qualidade do Café, realizado pela ABIC - Associação Brasileira da Indústria do Café (Tabela 4). Tabela 4 - Finalistas do 12º Concurso Nacional ABIC de Qualidade de Café, realizado pela ABIC, em 2015. Classif. Nota

Produtor

4º lugar 8,56 Rafael Giolo (Faz. Olhos D´Água)

Preparo

Cidade

Microlote Pedregulho/SP

“Todas essas premiações vem consagrar Pedregulho (SP), mostrando o potencial deste município na produção de cafés de alta qualidade, bem como reconhecer o esforço e a dedicação dos produtores do nosso município, confirmando que agregar valor ao grão está ligado intrinsecamente à sua qualidade. O resultado desses concursos também demonstra que Pedregulho está no caminho certo, na condução do preparo de suas lavouras, buscando respeitar o meio ambiente, a função social e ser sustentável, garantindo às gerações futuras a capacidade de suprir as necessidades de produção e qualidade de vida”, afirma Ely Brentini.


CAFÉ

U

ma parceria entre as equipes técnicas dos escritórios locais do INCAPER dos municípios de Apiacá (ES) e Mimoso do Sul (ES) reuniu mais de 50 pessoas, entre produtores rurais, agricultores familiares, técnicos, cooperativistas e autoridades locais na localidade de Santa Paz, em Mimoso do Sul (ES). Eles tiveram a oportunidade de conhecer mais sobre manejo e adubação, poda programada de ciclo e qualidade e comercialização do café conillon, para melhorar a rentabilidade das lavouras, em um dia intenso de palestras. De acordo com o extensionista do INCAPER, Guilherme Bessa Miranda, os escritórios se empenharam na realização do evento, uma vez que Santa Paz está a 5 km do escritório de Apiacá (ES) e a 45 km do de Mimoso do Sul (ES). O evento também teve o apoio da Associação de Produtores Rurais de Santa Paz e de colaboradores como Agropecuária Santana, Posto Eldorado, Eucafort e Viveiro Água Branca. As palestras foram ministradas pelo pesquisador Abraão Carlos Verdin Filho, pelo extensionista e degustador Tassio da Silva de Souza, ambos do INCAPER, e também pela engenheira agrônoma da Heringer, Criciely Gomes de Souza e pelo gerente operacional da Cafesul, Talles da Silva de Souza. Segundo o pesquisador Carlos Verdin, que falou sobre a poda programada de ciclo, há uma preocupação do INCAPER em sistematizar essa tecnologia, cada vez mais, na Região Sul do Estado. “Basicamente, 90% das propriedades no Norte do Estado já aderiram a essas tecnologias. Só a poda programada de ciclo corresponde a 35% da produtividade do cafeeiro conillon”, explicou.

FOTOS: Divulgação INCAPER

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Encontro reúne cafeicultores de Mimoso do Sul (ES) e Apiacá (ES) e aborda manejo, adubação e poda.

Segundo o extensionista Ivo Miranda Pereira Tebaldi, “eles procuraram o Incaper para conhecer melhor as tecnologias de produção sustentável do café conillon. E retornam em busca de mais informações”. Para a extensionista do INCAPER, Luciene Basílio, do escritório de Apiacá, “foi muito proveitoso, visto que os produtores puderam obter informações importantes para o manejo da lavoura de conillon, assim como novas técnicas de cultivo, visando sempre o manejo sustentável da lavoura”. O café conillon é a principal fonte de renda em 80% das propriedades rurais capixabas localizadas em terras quentes. É responsável por 35% do PIB Agrícola. O Espírito Santo é o maior produtor de café conillon do Brasil, responsável por 78% da produção nacional. É responsável por 20% da produção do café conillon do mundo. Em 2014, a produção de conillon foi de 9,95 milhões de sacas. Atualmente, existem 283 mil hectares plantados de conillon no Estado. São 40 mil propriedades rurais em 63 municípios, com 78 mil famílias produtoras. O café conillon gera 250 mil empregos diretos e indiretos. O Estado é referência brasileira e mundial no desenvolvimento da cafeicultura do conillon, com a produtividade média de 35 sacas por hectare, sendo que produtores tecnificados chegam a alcançar mais de 100 sacas/ha. A produtividade evoluiu muito nos últimos 25 anos, graças às tecnologias desenvolvidas pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER). (FONTE: Agnocafé)


CAFÉ

Embrapa Café tenta desenvolver plantas mais resistentes em Lavras (MG)

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FOTO: Embrapa Café

P

esquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Café, em Lavras (MG), estão estudando o DNA de alguns cafeeiros para produzir novas variedades da planta, que devem ser resistentes a algumas doenças e ter um ciclo de crescimento mais rápido. As variações climáticas que têm acontecido nos últimos anos afetam a produtividade nas lavouras, e por isso, os pesquisadores da Embrapa tentam desenvolver a planta. Segundo o coordenador da pesquisa, Alan Carvalho Andrade, eles utilizam técnicas genômicas para acelerar os programas de melhoramento genético para os cafeicultores. “Geralmente eles demoram muito tempo. E o produtor tem pressa, as mudanças climáticas já são uma realidade, e a gente espera com isso desenvolver materiais superiores para o produtor”, explica. Segundo o coordenador, as pesquisas começam na extração do DNA de mudas do café, e a partir daí, todo o genoma da folha é sequenciado. Com essa análise, é possível prever o comportamento das plantas no campo. “Se elas vão ser mais produtivas, mais tolerantes à seca, tolerantes à ferrugem e ainda ter um café de qualidade, e isso no mais curto espaço de tempo, acelerando as pesquisas”, completa Andrade.

O pesquisador explica ainda que eles tentam chegar a uma variedade específica que seja mais resistente e de rápido crescimento. “As pesquisas já estão bem avançadas, nós já estamos na fase de validação no campo e muito em breve essas novas variedades de plantas estarão disponíveis para o produtor”, finaliza. (FONTE: G1 Sul de Minas)


HORTICULTURA

H

oje, só no Paraná, são 650 agricultores familiares envolvidos no cultivo de pupunha, em 1.750 hectares. Muitos produtores estão substituindo o tradicional cultivo de banana pela pupunha e em alguns locais já foram implantadas agroindústrias. O pesquisador Álvaro Figueredo dos Santos, da Embrapa Florestas, explica: “Optamos pela pupunha porque sua produção é sustentável. É uma espécie que tem capacidade de perfilhar, ou seja, continuar produzindo palmito”. O sistema de produção “Pupunha para palmito na agricultura familiar” tem proporcionado resultados importantes às comunidades em que é adotado e acaba de receber o Certificado de Tecnologia Social da Fundação Banco do Brasil. O Brasil é um dos maiores produtores e consumidores de palmito no mundo. No entanto, sua produção ainda é baseada na exploração de espécies nativas, como a juçara, nativa da Mata Atlântica, e o açaí, nativo da Floresta Amazônica. A extração dessas espécies tem contribuído para sua extinção, em especial da juçara, que morre após a colheita do palmito. A pupunha, nativa da região amazônica (onde é cultivada para produção de frutos), tem se mostrado uma alternativa para cultivo de palmito com sustentabilidade econômica e ambiental nas regiões leste do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, estados onde um amplo projeto de pesquisa e desenvolvimento adaptou o cultivo dessa espécie para a agricultura familiar. Além de perfilhar, a pupunha tem a vantagem de ser precoce, pois começa a produzir palmito 18 meses após o plantio e continua produzindo por pelo menos mais 10 anos. A rusticidade, vigor e produtividade da planta também são itens apreciados pelos produtores rurais. “Outro diferencial”, complementa Álvaro, “é que o palmito não escurece rapidamente após o corte, o que constitui uma vantagem em relação às demais palmeiras e possibilita a venda in natura, com maior valor agregado”. É o caso de Geraldo Moraes Bertucci. Há dez anos ele investiu no plantio de pupunha e hoje possui uma agroindústria para beneficiamento do palmito. “Trabalhava como empregado até 2011, mas em 2004 comecei a planejar um ‘plano b’. Após levantamento de várias opções, cheguei à pupunha, porque eu podia continuar trabalhando e fazer o cultivo simultaneamente”. Bertucci explica que há um grande mercado para o produto no Brasil, além de um mercado externo enorme. Hoje, o produtor comercializa a pupunha in natura e em conserva, com uma produção de seis toneladas por mês. Em 32 hectares, ele cultiva 160 mil pés de pupunha. “Atualmente, estou com uma produção que gera boa rentabilidade com excelente qualidade”, finaliza. FOTO: Daniele Oto

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Palmito Pupunha aumenta renda do agricultor e ajuda a proteger a Mata Atlântica

A PUPUNHA NO PARANÁ - O extensionista da Emater (PR) Sebastião Bellettini acompanhou todo o processo

de introdução da pupunha no estado. “A pupunha tem potencial para expandir ainda mais. Muitos agricultores estão substituindo bananais em fase de declínio de produção pela pupunha. Além disso, também estão sendo aproveitadas com boa produtividade áreas de pastagens abandonadas e outras que não eram mais cultivadas dentro das propriedades”, explica. A comercialização para as indústrias é feita em haste ou por quilograma de produto produzido. A forma in natura geralmente é comercializada em supermercados, restaurantes e lanchonetes no litoral e em Curitiba. “O mercado de pupunha in natura tende a aumentar, já que é um produto natural sem qualquer aditivo químico ou conservante”, explica Bellettini. O extensionista explica que é um cultivo que utiliza pouca mão de obra e com isso uma família tem condições de cultivar aproximadamente três hectares ou 15 mil covas, ocupando uma pequena área de plantio com boa rentabilidade. Atualmente o preço por haste está em torno de R$ 3,00, o que significa uma renda aproximada de R$ 9 mil por hectare ao ano. Bellettini completa: “O palmito pupunha forma um grande tripé: é um produto social, por ocupar mão de obra familiar; econômico, por gerar boa renda na propriedade; e ambientalmente correto, por reduzir o corte do palmito-juçara”. O interesse por essa cultura tem aumentado a cada ano. Em 2004, na região litoral do Paraná, havia um milhão de mudas de pupunheira plantadas em pequenas propriedades rurais, representando cerca de 200 hectares. Em 2007, esse número aumentou para aproximadamente 2,2 milhões de mudas plantadas, o equivalente a uma área cultivada de 440 hectares, o que representa um aumento de mais de 100%. Hoje são 1.600 hectares. Pesquisas indicam que o cultivo da pupunha pode se expandir para diversas regiões brasilei-


ras, em especial regiões quentes e sem deficit hídrico. Um dos grandes ganhos da adoção dessa palmeira para o cultivo de palmito é o ambiental, destaca o extensionista Cirino Corrêa Jr., da Emater (PR), uma vez que não existem sistemas sustentáveis suficientemente testados e passíveis de utilização pelos agricultores familiares no aproveitamento de áreas abandonadas no ‘Domínio da Mata Atlântica’, que é onde estão os produtores. Ele explica que o modelo de subsistência, praticado pelos agricultores de baixa renda, não promove o desenvolvimento socioeconômico de seus usuários e essa prática favorece o êxodo rural e a exploração extrativista predatória dos recursos disponíveis nessa área: “Por suas características, a pupunha é uma excelente opção para a agricultura familiar, podendo ser cultivada isoladamente ou consorciada com outras culturas, o que a torna sustentável do ponto de vista socioeconômico”.

FOTO: Daniele Oto

HORTICULTURA

O PROJETO DE PESQUISA - A adaptação de uma cultura em outra região exige um amplo trabalho de pesquisa e desenvolvimento. Desde o ano 2000, diversas instituições têm trabalhado para que o sistema de produção da pupunha seja viável, com pesquisas nas mais diversas frentes: estudo de mercado, zoneamento, manejo, melhoramento genético e conservação de germoplasma, processamento. Essas ações foram desenvolvidas com produtores rurais, agroindustriais e com a assistência técnica rural. Álvaro Figueredo explica que os experimentos foram instalados preferencialmente em áreas de produtores, com a participação de extensionistas, o que ampliou o alcance dessas ações nas comunidades e possibilitou que os resultados obtidos fossem rapidamente incorporados aos sistemas produtivos. Além do sistema de produção, o projeto entendeu que nos últimos 50 anos o consumo de palmito no Brasil esteve sempre associado ao produto envasado, cujo processamento na maioria das vezes é inacessível ao produtor, que tem como única opção, atualmente, repassar sua produção para a indústria de enlatados a preços mínimos. Por sua vez, o alto preço do produto envasado reduz o consumo desse produto. Em busca de novas maneiras de comercialização e utilização do palmito, o projeto tem estudado formas de consumo, tais como o uso de filmes comestíveis para comercialização do palmito in natura; a produção de espaguete de palmito, em parceria com a Embrapa Agroindústria de Alimentos; a utilização dos resíduos atualmente descartados pela indústria como alimentos ricos em fibras, em parceria com a Universidade Estadual de Ponta Grossa. A IMPORTÂNCIA DO PALMITO - O Brasil, além de ser o maior produtor e consumidor de palmito, é também, hoje, o maior exportador mundial do produto, responsável por aproximadamente 95% de toda a produção do palmito consumido no mundo, sendo 90% de origem extrativista, proveniente do açaí (da Amazônia) e da juçara (da Mata Atlântica). O setor brasileiro de palmito tem um faturamento anual estimado em US$ 350 milhões, com a geração de 8 mil empregos diretos e 25 mil empregos indiretos. Segundo o analista Joel Penteado Jr., “estima-se que o mercado mundial gire em torno de US$ 500 milhões, com grande potencial de crescimento. No entanto, a falta de escala e o beneficiamento precário do produto refletem em baixa qualidade e alto custo do produto no mercado”. Isso faz com que os principais importadores estejam reduzindo as compras do Brasil, que perde mercado para a Costa Rica, cuja produção de palmito de pupunha

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é de origem cultivada. Essa lacuna cria uma oportunidade do cultivo de pupunha para promover o fortalecimento e o crescimento da economia de municípios que apresentem potencial para a produção em pequena propriedade. O analista conclui: “Investir neste novo mercado é importante para o desenvolvimento do agronegócio nacional. Novas agroindústrias estão surgindo. Investimentos para a padronização e valorização das marcas estão sendo feitos. E todo esse processo ajuda a desestimular o consumo clandestino e ilegal, que acontece há anos e resulta no desmatamento de áreas nativas da Mata Atlântica”. Os produtores do litoral paranaense já têm sentido esses benefícios. “A comercialização in natura chega a agregar mais de 100% do valor pago ao produtor pela indústria, que, por sua vez, paga cerca de R$ 2,00 por unidade, enquanto o palmito fornecido diretamente ao consumidor pode chegar a R$ 5,00 a unidade”, revela Penteado Jr. Todos os trabalhos de pesquisa e desenvolvimento que tratam da produção de palmito de pupunha no Sul do Brasil contam com a participação de parceiros que atuam em rede, cada um dentro de sua linha de trabalho: centros de pesquisa da Embrapa – Florestas, Agroindústria de Alimentos, Soja e Milho e Sorgo; Universidade Federal do Rio de Janeiro; Universidade Estadual de Maringá; Universidade Estadual de Ponta Grossa; Universidade Federal do Paraná; Faculdades Integradas Espírita; Pontifícia Universidade Católica do Paraná; Universidade Federal de Minas Gerais; Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural – Emater/PR; Instituto Agronômico do Paraná (Iapar); Fundação Municipal 25 de Julho (SC); Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina; Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios – Apta Vale do Ribeira; Coordenadoria de Assistência Técnica Integral de São Paulo (Cati);. Também participam empresas privadas: Voight Alimentos (Joinville/ SC); Indústria e Comércio de Conservas Alimentícias Vale do Ribeira (Registro/SP); e Viveiros Flora do Vale (Eldorado/SP); além da Associação dos Produtores de Pupunha do Vale do Ribeira (Apuvale) e Associação Brasileira das Indústrias do Palmito Pupunha.


AGRICULTURA ORGÂNICA

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oi em meados de 1989 que o primeiro protótipo dos insumos Bokashi foi preparado em uma fazenda na cidade de Atibaia, interior de São Paulo, baseado em processos fermentativos secularmente utilizados nas culturas agrícolas do Japão. Trabalho importante para a agricultura, a idealização do produto foi evoluindo, através dos anos, graças à dedicação e investimento em tecnologia da Korin Agropecuária e do Centro de Pesquisa Mokiti Okada – CPMO (localizados em Ipeúna/ SP), instituições brasileiras seguidoras da filosofia do pensador japonês Mokiti Okada (1882-1955). O método da Agricultura Natural, preconizada pelo filósofo, tem como funAvaliação do efeito da ativação do Bokashi sobre a indução de resistência de plantas. damento privilegiar a saúde humana e inserir o meio ambiente como parte dos processos produtivos. O CPMO trabalha dentro desta premissa, valorizando a importância de se compreender e aplicar os processos que acontecem nos ecossistemas nativos como um ponto de partida, para que a produção agrícola alcance a produtividade necessária, com qualidade diferenciada. A instituição acredita que o solo se especializa com as culturas, não se exaurindo em nutrientes, mesmo com sua repetição. Portanto a reposição de nutrientes não só é desnecessária, como também enfraquece suas funções. Os trabalhos das entidades expressam a preocupação na inclusão de consumidores e produtores rurais em cadeias de valor importantes para a sustentação do meio Observando a atividade microbiana na rizosfera. de vida rural, gerando prosperidade no campo, equilíbrio social nos centros urbanos e saúde e bem desenvolvida pelo CPMO. estar de ambos. O trabalho conjunto das instituições foi essencial para Fundada em 1994, a Korin é pioneira na produção de que a tecnologia fosse estudada e aprimorada e se tornasse frangos livres de antibióticos e alimentos isentos de substân- hoje uma linha completa de insumos naturais que colabocias que agridam o meio ambiente e a saúde humana. Em ram para a melhor eficiência produtiva no campo, de forma 2000, começou a comercializar os insumos Bokashi®, uma sustentável. expansão da tecnologia que já há alguns anos vinha sendo As instituições coirmãs contam com estruturas FOTOS: CPMO

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Com 26 anos de história, investimento em pesquisa é um dos diferenciais do Bokashi®, fertilizante natural bom para o produtor e para o solo.


FOTOS: CPMO

AGRICULTURA ORGÂNICA

de laboratórios para a pesquisa em agroecologia. O CPMO desenvolve pesquisas agrícolas relacionadas ao uso racional da matéria orgânica, à adequação das condições físicas, químicas e biológicas do solo, à biodisponibilização de nutrientes do solo, ao controle alternativo de pragas e à produção de sementes orgânicas, adaptadas a modelos agroecológicos. O BOKASHI® - O Bokashi® é um fertilizante natural que não agride o meio ambiente, sendo saudável tanto para quem o produz, quanto para o consumidor, que irá aplicá-lo. Resultado de anos de investimento em pesquisas e tecnologias sustentáveis para a agricultura, o produto tem como principal objetivo promover o equilíbrio biológico do solo e aumentar a capacidade de armazenamento de água pela terra, diminuindo assim os riscos de erosão e aumentando a disponibilização de nutrientes a partir da fermentação de matéria orgânica disponibilizada. “Todos os nossos desenvolvimentos e pesquisas são baseados na afirmativa de que o solo tem vida. Sendo assim, nós da Korin buscamos tecnologias que permitam ao solo demonstrar toda a sua força vital, e que promovam a felicidade e a prosperidade do produtor”, explica o coordenador de vendas de insumos da Korin, Seigi Hanashiro. Além do CPMO, a Korin mantém parcerias com a fundação ABC (Castro/PR) e fundação MS (Maracajú/MS), instituições responsáveis por realizar experiências que comprovem a eficácia do produto em plantações de soja. “O know-how que a Korin possui com a tecnologia de manejo biológico do solo, desenvolvendo um trabalho pioneiro de mais de 20 anos, é essencial para a concretização daquilo que nós entendemos como o caminho para o futuro da agricultura”, destaca Hanashiro. O trabalho constante da Korin e do CPMO com o Bokashi é desenvolver, cada vez mais, esta tecnologia, com o objetivo de

reduzir ou até mesmo findar a dependência do produtor em relação aos agroquímicos. Segundo Valdionei Giassi, encarregado de pesquisa do CPMO, “o uso de rizobactérias promotoras de crescimento de plantas, associada ao manejo, tem um grande potencial agrícola, podendo alcançar resultados econômicos que permitam a diminuição das adubações e defensivos”. “Estamos desenvolvendo algumas pesquisas com microrganismos que fixam o nitrogênio e que solubilizam fosfato, além de pesquisas para melhorias na estruturação do solo e com produtos que auxiliem o produtor no controle de pragas e doenças, possibilitando a redução de adubação mineral e defensivos”, completa

Hanashiro. A Korin atende, com o Bokashi, produtores dos Estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Pará. Nesse tempo de trabalho, inúmeros produtores e produções já foram beneficiados.

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HORTICULTURA

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ais nutritivas, de maior produtividade, colheita precoce e manejo mais fácil em comparação às convencionais. Essas são algumas características de seis cultivares de mandioca de mesa, conhecida também como macaxeira ou aipim, recém-lançadas pela Embrapa e adaptadas para a região do Cerrado brasileiro. O desenvolvimento do material contou com a participação de produtores rurais e técnicos extensionistas. As novas cultivares são resultantes do programa de melhoramento genético de mandioca de mesa da Embrapa Cerrados (DF). Após dez anos de pesquisa, a Empresa lançou três cultivares de coloração da polpa da raiz amarela (BRS 396, BRS 397 e BRS 399), uma cultivar com a coloração da polpa da raiz creme (BRS 398) e duas cultivares com a coloração da polpa da raiz rosada (BRS 400 e BRS 401). As rosadas são enriquecidas com licopeno, o mesmo nutriente presente no tomate e na melancia e que se mostrou eficaz na prevenção do câncer de próstata. Os novos materiais possuem características que atendem demandas tanto de agricultores quanto de consumidores. São precoces, ou seja, produzem a partir de oito meses, enquanto as cultivares precoces disponíveis no mercado geralmente começam a produzir dez a doze meses após o plantio. As novas variedades também possuem elevado potencial produtivo, arquitetura favorável aos tratos culturais, facilidade na colheita, resistência às principais pragas e doenças, baixo teor de ácido cianídrico (HCN) nas raízes, boa qualidade culinária, teor mais elevado de carotenoides além de características de importância agronômica e tecnológica.

PARTICIPAÇÃO DE PRODUTORES FAMILIARES - Um dos grandes diferenciais deste trabalho de pesquisa é que ele foi conduzido de forma participativa e envolveu diretamente os agricultores familiares da região, que testaram no campo os novos materiais. “Sabíamos que nosso trabalho teria que atender às exigências do mercado produtor e consumidor. Essas novas variedades passaram por testes preliminares dentro da Embrapa Cerrados, mas tínhamos o desafio de avaliar esses clones biofortificados com os produtores. Foi quando lançamos mão dessa pesquisa participativa. Ela não preconiza levar pacote tecnológico para o produtor, mas sim permitir um intercâmbio, uma troca de experiência constante entre o produtor, o pesquisador e o extensionista”, explica o pesquisador Josefino Fialho. Os primeiros clones de polpa amarela e rosada biofortificados, gerados na Embrapa Cerrados, começaram a ser avaliados de forma participativa em 2011, tendo sido analisados 13 amarelos e oito rosados. Um dos agricultores que participou do projeto de seleção participativa foi Paulo César Gonçalves, cuja propriedade está localizada no Município de Planaltina de Goiás (GO). “Essas variedades são fora de série, só cultivando mesmo para saber. Elas aceitam

FOTO: Embrapa

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Pesquisa desenvolve mandiocas biofortificadas nas cores creme, amarela e rosada

bem a irrigação, produzem muito mais rápido”, conta. Já especificamente as cultivares de polpa rosada representam uma nova opção para o mercado de mandioca de mesa. A coloração diferenciada está relacionada à presença de uma quantidade maior de carotenoides nas raízes, como o licopeno, que apresenta importantes propriedades antioxidantes. Sendo assim, são mais nutritivas do que as demais variedades de mandioca de polpa branca e creme. “As pessoas acham estranho num primeiro momento, mas acabam acreditando que é mesmo mandioca e se interessam ainda mais quando explicamos que ela é mais nutritiva do que as demais. Tenho certeza de que o mercado dessa variedade vai crescer muito”, conta o agricultor Raimundo Lúcio da Silva, que também participou do projeto. De acordo com o pesquisador Eduardo Alano,a ideia agora, depois do lançamento dos materiais, é fazer uma pressão de seleção muito mais forte nas gerações seguintes. “Os próximos materiais terão que ser melhores que os nossos, que, por sua vez, já são melhores que os materiais-testemunha usados”, explica. “Estamos utilizando o Distrito Federal e o Entorno como nosso padrão. É o melhor mercado do Brasil para trabalhar com mandioca de mesa. O DF tem o maior consumo per capita e é onde estão os produtores mais profissionalizados”, aponta o pesquisador. A partir daí, a equipe vai ampliar a área de testes, encaminhando os clones para que sejam avaliados em outras regiões do Brasil por parceiros estratégicos. A PESQUISA PARTICIPATIVA - Segundo o pesquisador Eduardo Alano, para que a pesquisa participativa funcione, ela precisa seguir alguns critérios: material genético para levar para os produtores, interesse dos produtores em testar esses materiais, mecanismo de extensão rural ágil e eficiente e, também, um financiador que acredite na ideia. “Ou seja, tínhamos todas as condições para que o trabalho fosse executado de forma eficiente”, ressalta. O estudioso conta como a pesquisa efetivamente


HORTICULTURA FOTO: Embrapa

ocorreu no campo. “Depois de um trabalho árduo de visita aos produtores de praticamente todos os núcleos rurais do DF e Entorno, foram selecionados alguns deles para participar do projeto. Tínhamos que selecionar bons produtores para alcançar o resultado que gostaríamos”, lembra o pesquisador. Para uma boa abrangência no DF, foram escolhidos agricultores de diferentes núcleos rurais e com distintos sistemas de produção, inclusive orgânico, para que os resultados fossem os melhores possíveis, explica Alano. Os produtores selecionados tinham a mandioca como carro-chefe da propriedade, ou seja, já se relacionavam com o mercado, vendendo o produto. Após essa fase inicial, foi feito, em conjunto com os produtores, o plantio das novas variedades. E, a cada dois meses, os pesquisadores visitavam os locais para acompanhar o desenvolvimento da cultura. “Estávamos sempre junto com os produtores, assim eles valorizam mais o trabalho. Não é plantar e só voltar para colher”, ressalta. Após a colheita, eram feitas as avaliações finais. Nessa oportunidade, pesquisadores e produtores se reuniam e os agricultores ranqueavam as variedades, de acordo com a ordem de preferência deles. Os trabalhos de pesquisa foram conduzidos pela Embrapa Cerrados e Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em parceria com os produtores rurais, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), Fundação Banco do Brasil e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). RESULTADOS - Para mandiocas amarelas, foram 23 unidades avaliadas em diferentes pontos do DF. O pesquisador salientou a eficiência do trabalho, pois apenas cinco unidades (20%) foram perdidas, sendo apenas uma por falta de cuidado por parte do produtor – as outras foram prejudicadas por motivos como excesso de chuva, falta de água e ataque da broca-da-raiz da mandioca. O destaque entre os agricultores foi a BRS 399, eleita o melhor material em oito das 23 unidades. Nove agricultores a escolheram como segundo melhor material. “É o nosso campeão de produtividade”, aponta. A cultivar IAC 876-70, conhecida como “Japonesinha”, é hoje a variedade mais plantada na região (detém 80% do mercado no DF) e participou da pesquisa como testemunha, obtendo posição intermediária no ranking. A tabela de probabilidade acumulada de classificação mostra que a BRS 399 ficou entre os quatro primeiros colocados em 86,96% das avaliações dos produtores, enquanto a IAC 576-70 ficou até o quarto lugar em 30,43% das vezes. As vantagens destacadas pelos produtores quanto ao melhor clone foram arquitetura, já que a ramificação alta facilita o plantio mecanizado e a cobertura do solo; disposição das raízes; cor da polpa mais amarela que o material encontrado no mercado decorrente de maior teor de carotenóides nas raízes (10,88 µg/gms contra 6,40 µg/gms); produtividade média de raízes de 40,98 toneladas/ha, superando a média nacional e do DF (16 t/ha), bem como a média obtida com o cultivo da japonesinha (30,30 t/ha); a maior e a menor produtividade entre os produtores (69,79 t/ha e 16,46 t/ha, respectivamente) foram superiores ao maior e ao menor

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rendimento obtidos com a japonesinha (62,55 t e 11,46 t/ha). Também destaque na classificação dos produtores, a BRS 397 tem arquitetura ainda melhor que a da BRS 399, retém as folhas mesmo no período seco, com produtividade média de 36,61 t/ha, produtividade máxima de 78 t/ha e teor de carotenoides nas raízes de 10,7 µg/gms. Já a BRS 396 tem a primeira ramificação um pouco mais baixa que a BRS 397, raízes mais curtas, com padrão mais comercial; produtividade média das raízes de 35,84 t/ha e pico de produtividade de 50 t/ha. “É um material com raízes padronizadas. Deve ganhar espaço na região do DF”, aposta Alano. E o material BRS 398, que se esperava ficar em último lugar na avaliação em razão de apresentar polpa das raízes creme, chamou a atenção dos produtores que comercializam a mandioca em caixa, em virtude do padrão comercial das raízes. Com relação às mandiocas rosadas, foram avaliados oito clones em 13 unidades. Somente cinco dessas unidades foram perdidas, sendo somente uma em razão da falta de cuidado por parte do produtor. Da mesma forma, foi feito o ranqueamento dos materiais, revelando dois com potencial: BRS 400, que ficou até a quarta posição em todas as propriedades, e BRS 401, que ficou até o terceiro lugar em todas as propriedades. “Esse tipo de situação é importante, pois nos dá mais confiança para recomendar esses materiais”, diz o pesquisador. Apesar de a arquitetura da variedade BRS 400 ter ramificação baixa e necessitar de um bom manejo de espaçamento para a cobertura de solo, a produtividade média de raízes é elevada (28,58 t/ha), sendo que o topo foi de 45,79 t/ha. O teor de carotenoides nas raízes foi de 35,37 µg/gms. Já a BRS 401 apresenta arquitetura melhor, próxima à dos materiais amarelos, com média de produtividade 29,10 t/ha e pico de 59,88 t/ha. Um pouco mais claro que a BRS 400, apresenta teor de carotenoides de 22,15 µg/gms. SERVIÇO - Produtores rurais interessados em obter mais informações devem procurar o Serviço de Atendimento ao Cidadão da Embrapa Cerrados. Os contatos são (61) 3388 9933 ou por meio do site www.embrapa.br/fale-conosco/sac Informações sobre o sistema de produção de mandioca podem ser encontradas na publicação Mandioca no Cerrado: orientação técnicas, disponível gratuitamente no site: www. embrapa.br/cerrados.


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