Edição 84 - Revista Agronegócios

Page 1

1

OUT/2013


2

OUT/2013


3

OUT/2013


MÁQUINAS

Concursos de Qualidade e registro no INPI

09 a 11

O mês de outubro foi de “festa” para os cafeicultores, empresários e entidades da região da Alta Mogiana, norte do Estado de São Paulo. Além dos concursos de Qualidade de Café organizados pela COCAPEC - Cooperativa dos Cafeicultores e Agropecuaristas de Franca (SP) e da AMSC - Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana, também sediada em Franca (SP), a região obteve o registro de Indicação Geográfica certificado pelo INPI. É a comprovação oficial da qualidade do café desta região.

Sami Máquinas apresenta novo modelo de trator

07

A linha de tratores Yanmar-Agritech 1175 Super Estreito, de 75cv, agora possui menor raio de giro e tomada de potência econômica. Tecnologias que chegam para suprir necessidades do mercado cafeeiro.

CAFÉ

Café de Pedregulho (SP) vence o Coffee of the Year

18

O cafeicultor Antonio Grisi Sandoval (Fazenda Santa Terezinha), assessorado pela equipe do Engº Agrº Eder de Carvalho Sandy conquistou o título de Melhor Café do Brasil de 2013.

Cafeicultores participam de dia de campo

CAFÉ

N

22

O Sítio Santa Izabel, em Franca (SP) recepcionou no final de setembro mais um dia de campo em cafeicultura organizado pela Casa das Sementes, Syngenta e Agronelli.

Potenciais concorrente do café brasileiro

CAFÉ

OUT/2013

o final do mês de setembro de 2013, os produtores de café da região da Alta Mogiana obtiveram o reconhecimento oficial do INPI com a emissão do Registro de Indicação Geográfica. Trata-se de um “documento oficial” daquilo que a história, comerciantes e consumidores de café de todo o mundo já sabiam. Naturalmente a região da Alta Mogiana produz um café de alta qualidade, com sabor e bebida reconhecida e procurada em todo o mundo. Parabenizamos o trabalho da AMSC - Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana, em nome dos diretores Gabriel Mei Alves de Oliviera e Milton Cerqueira Pucci, que desde 2007 vem trabalhando a documentação para a obtenção do registro junto ao INPI. Que se iniciem imediatamente os trabalhos de “união” de todo o setor do café na região, para que através do apoio institucional, associativista, técnico e profissional, a região da Alta Mogiana possa servir de exemplo para outras regiões, no tocante à construção de uma ação que beneficie diretamente todos os elos da cadeia produtiva do café, em especial os pequenos cafeicultores. Parabéns! Publicamos ainda nesta edição os resultados dos Concursos de Qualidade de Café organizados pela COCAPEC e também pela AMSC. Ao mesmo tempo, congratulamos o cafeicultor pedregulhense Antonio Grisi Sandoval pela conquista inédita: ser o primeiro café da Alta Mogiana escolhido como o Melhor Café do Brasil em 2013. Apresentamos, ainda, a continuação do artigo do pesquisador Renato Passos Brandão, do Grupo Bio Soja, sobre nutrição do cafeeiro. Continuamos, também, publicando artigo do Bureau de Inteligência Competitiva do Café, com a apresentação de Honduras, um dos potenciais concorrentes do café brasileiro. Na irrigação, destaque para a pesquisa da EMATER-MG sobre “Aspectos Práticos da Irrigação por Gotejamento em Café”, feita pelo engenheiro agrônomo, consultor e assessor técnico autônomo em cafeicultura convencional e irrigada, Clayton Grillo Pinto. Boa leitura a todos!

26

Artigo do Bureau de Inteligência Competitiva do Café que retrata Honduras, mais um país produtor de café (o 6º maior do mundo) e potencial concorrente do café brasileiro.

Nutrição do Cafeeiro (parte 15)

CAFÉ

4

Reconhecimento oficial para o café da Alta Mogiana

DESTAQUE: Alta Moigiana

EDITORIAL

28

Artigo do pesquisador Renato Passos Brandão, do Grupo Bio Soja, orienta o cafeicultor a otimizar os seus investimentos e aumentar a rentabilidade da atividade cafeeira.


LEITE

Novo complemento alimentar não causa prejuízo a bezerros durante aleitamento Polpa cítrica, glicerina, melaço e xarope de milho substitui o milho em suplementos

5

OUT/2013


MÁQUINAS

Jacto apresenta colhedora KTR 3500

C

om foco em inovação e na melhoria contínua de seus produtos e serviços, a Jacto apresenta seu mais novo lançamento para cafeicultura: a colhedora KTR 3500. O modelo vem completar as solução da Jacto em mecanização para cafeicultura e traz evoluções que atendem às necessidades do produtor, aliando melhor performance e otimização de recursos. A nova KTR 3500 foi desenvolvida com reservatório de café com capacidade efetiva de 1.800 litros. Com o novo reservatório, associado ao sistema de descarga ‘on the go’, a nova KTR 3500 não precisa parar a operação de colheita quando seu reservatório esta cheio. Dessa forma, é possível realizar a operação de descarga do café colhido simultaneamente à operação de colheita. “ Isso significa otimização dos recursos produtivos da fazenda cafeeira, com redução de custos em ativos imobilizados com trator ou carreta, ou seja, um único conjunto trator cafeeiro e carreta podem acompanhar até três colhedoras KTR 3500 sem interrupção na sua operação de colheita. Podemos dizer que é possível economizar , no mínimo, um conjunto trator/carreta por colhedora KTR 3500. Esta solução contribui para um maior rendimento operacional”, explica Walmi Gomes Martins, gerente de produto da Jacto. Entre outras novidades, a KTR 3500 apresenta cambão com ajuste hidráulico de altura, com altura máxima de colheita de 3,50 metros, comandos de operação acoplados ao

FOTO: Jacto

6

OUT/2013

Modelo vem completar soluções em mecanização para cafeicultura, oferecendo desempenho e otimização de recursos para o produtor.

trator, sistema de automação da direção, maior recurso de nivelamento, sistema de câmeras para melhor visualização das operações e pneus de baixa compactação.

Confira as principais novidades do modelo: Recurso de Nivelamento: As colhedoras KTR 3500 estão dotadas com maior recurso de nivelamento e menor centro de gravidade pela redução da altura máxima de colheita, possibilitando trabalhar em terrenos mais inclinados com maior segurança ao operador e precisão nestas condições; Comandos de operações acoplados ao trator cafeeiro: Os comandos de operações da nova KTR 3500 são acoplados ao trator cafeeiro e em conjunto com o sistema de automação da direção, o que possibilita que o tratorista realize a colheita com segurança e baixos índices de perdas de café ao solo. Redução de perdas de café derriçados: Um dos objetivos no desenvolvimento da nova KTR 3500 foi a redução de perdas de café derriçados. O modelo é dotado de um sistema recolhedor mais baixo, único no mercado. Cambão Hidráulico: a engenharia da Jacto desen-

volveu um novo cambão hidráulico com a finalidade de ajustar a altura da parte dianteira da máquina sem afetar o sistema de levante do trator cafeeiro. Em cada perna traseira foi colocado um sensor de altura mínima da colhedora em relação ao solo. Com isso, é possível ajustar a colhedora para que trabalhe o mais próximo possível do solo reduzindo em 50% as perdas de café e gerando maior benefício e lucro para o cafeicultor; Sistema de Câmeras: O sistema de câmeras que equipa a colhedora KTR 3500 possibilitam melhor visualização durante a operação colheita, garantindo maior segurança e precisão; Pneus de baixa compactação: Os pneus de baixa compactação também contribuem para a preservação das boas condições de infiltração de água e aeração do solo. Com isso, as áreas de trafego se mantem preservadas durante toda vida útil da lavoura.


MÁQUINAS

Novo modelo de trator Yanmar Agritech chega à Sami Máquinas para atender o mercado cafeeeiro

A

Concessionária Sami Máquinas, com sede em Franca (SP) e filial em São Sebastião do Paraiso (MG), comemora este mês 25 anos de atuação no setor agrícola e apresenta para o mercado cafeeiro da Alta Mogiana e Sudoeste Mineiro a nova versão do Trator Yanmar Agritech 1175 Super Estreito, de 75 cv, que agora conta com menor raio de giro e tomada de potência econômica. Esse novo modelo chega para atender uma expectativa do mercado e para poder oferecer ainda mais vantagens. Segundo Sami El Jurdi, proprietário da Sami Máquinas, este modelo vem para suprir uma demanda muito requisitada pelos produtores de café da região. “A Agritech conseguiu diminuir ainda mais o raio de giro dos tratores de 75 cv nesta nova versão Super Estreita. Com isso as manobras nos campos de café se tornaram muito mais fáceis e proporcionaram uma economia de tempo e combustível bastante grande aos operadores”, explicou. Sami também explica que a tomada de potência econômica é outro fator que gera bastante economia de combustível durante a utilização de implementos que necessitam de menor potência para realizarem suas funções, como pulverizadores, roçadeiras e adubadeiras. “Com a tomada de potência econômica conseguimos uma redução de até 30% no gasto de combustível quando acionamos um implemento que requer menos força para funcionar. É um diferencial enorme para o produtor”, completa Sami. A empresa, inclusive, preparou promoções especiais para este modelo durante este mês de aniversário. A Sami Máquinas Agrícolas é concessionário Yanmar desde 1988 e tornou-se uma referência na mecanização da cultura cafeeira da Alta Mogiana e do Sudoeste Mineiro. Atualmente a empresa atende 44 municípios (24 em SP e 20 em MG) com vendas de tratores, implementos, peças de reposição e assistência técnica.

FOTO: Yanmar-Agritech

A linha de tratores Yanmar Agritech 1175 Super Estreito, de 75cv, agora possui menor raio de giro e tomada de potência econômica; novas tecnologicas que chegam para suprir necessidades do mercado cafeeiro

7

OUT/2013


MÁQUINAS

A

Guilherme Moraes Almeida 1

tualmente, ao falarmos de normas de segurança do trabalho na agricultura, podemos dizer que os produtores rurais da região estão se adequando rapidamente às novas leis trabalhistas. A Norma Regulamentadora NR 12 define referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção visando garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores. Pensando na prevenção de futuras ações na Justiça do Trabalho contra nossos clientes, a Oimasa-Filial Franca (SP) - Concessionária Massey Ferguson que atende as cidades de Franca, Patrocínio Paulista, Itirapuã, Restinga, São José da Vista, Cristais Paulista, Ribeirão Corrente, Jeriquara, Pedregulho e Rifaina, no estado de São Paulo, além de Capetinga, Cássia, Ibiraci e Claraval no estado de Minas Gerais -, vem

FOTOS: Massey Ferguson

8

OUT/2013

Cabines dos tratores Massey Ferguson atendem à NR-12 e beneficia operadores

comercializando cabines para tratores cafeeiros, equipadas com ar condicionado e filtro de carvão ativado, proporcionando maior segurança ao operador em funções que exigem exposição direta a agentes físicos, químicos e/ou biológicos. O valor de venda da cabine oferece um custo/benefício que o produtor rural reconhecerá a longo prazo. Mas acredito que, com o aumento do número de pedidos, automaticamente consegue-se um menor preço de comercialização, devido ao volume negociado. Isto aconteceu recentemente em nossa revenda, onde na união de alguns produtores da região, conseguimos um ótimo preço com a compra coletiva.

AUTOR

1 - Encarregado do Depto. de Vendas da OIMASA Franca (SP). www.oimasa. com.br. Tel. (16) 3711-7900. Av. Wilson Sábio de Mello, 1430, D. Industrial


CAFÉ

9

OUT/2013


CAFÉ

11º Concurso de Qualidade de Café homenageou o Dr. Luiz Carlos Fazuolli

N

o último dia 21 de setembro, no Espaço Cedro, em Franca (SP) aconteceu a premiação da 11ªedição do Concurso de Qualidade do Café da Alta Mogiana edição “Dr. Luiz Carlos Fazuolli”. O evento é realizado pela AMSC (Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana conhecida internacionalmente como Alta Mogiana Specialty Coffees) com o apoio do Bradesco, Sebrae-SP, Faesp/Senar-SP, Oimasa, Sami Máquinas, Valoriza, Basf e Ventibrás. Participaram desta edição do concurso 185 cafeicultores da Alta Mogiana. A seleção aconteceu na primeira quinzena do mês de setembro e foi dividida em três categorias: natural, cereja descascada e microlotes. E, de todos os inscritos, foram selecionadas 30 amostras da categoria natural, 10 da cereja descascada e 7 da microlotes, sendo premia-

FOTOS: AMSC

10

OUT/2013

Cafeicultores de Santo Antônio da Alegria (SP) e de Cássia (MG) vencem Concurso da AMSC

Dr. Luiz Carlos Fazuolli recebe homenagem da AMSC, representado por seu presidente, Gabriel Mei Alves de Oliveira (à direita), e do diretor André Cunha (à esquerda). Ao centro, o pesquisador Celso Vegro.

O cafeicultor Carlos Eduardo Pasquali, presidente da APRONA - Associação dos Produtores de Cafés de Santo Antônio da Alegria (SP), recebe premiação das mãos de Milton Cerqueira Pucci, diretor da AMSC.

RESULTADO FINAL - 11º CONCURSO DE QUALIDADE DO CAFÉ DA ALTA MOGIANA EDIÇÃO “DR. LUIZ CARLOS FAZUOLI” CAFÉ NATURAL 1º) - Maria Leonor Guimarães Correa = Cássia (MG) 2º) - Mauricio Palma Resende = Altinópolis (SP) 3º) - Ana Maria Batista Martins = Pedregulho (SP) 4º) - Arnaldo Marangoni = Pedregulho (SP) 5º) - Enio Pasquali Junior = Santo Antonio da Alegria (SP) CEREJA DESCASCADO 1º) - Wagner Crivelenti Ferrero = Sto Antonio Alegria (SP) 2º) - José Luiz Sammarco Palma = Altinópolis (SP) 3º) - Francisco Antonio Rios Corral = Pedregulho (SP) 4º) - Andre Luis Aguila Ribeiro = Ibiraci (MG) 5º) - Manuela Carneo Vicentini = Itirapuã (SP) MICROLOTE 1º) - Carter Dutra da Silva = Santo Antonio da Alegria (SP) 2º) - Carlos Eduardo S. Pasquali = Sto Antonio Alegria (SP) 3º) - Antonio Grisi Sandoval = Pedregulho (SP)

dos 5 natural, 5 cereja descascada e 3 microlotes que serão enviados para a exportação. O evento acontece há 11 anos e essa é a quarta edição que o Sebrae-SP apóia a iniciativa. O objetivo é avaliar e premiar a qualidade do melhor café especial da região, os requisitos avaliados são: aroma, cor, paladar, entre outros. Os avaliadores são especialistas ligados as entidades e compradores de café. O evento visa evidenciar a qualidade dos pequenos produtores e conscientizá-los para o seu desenvolvimento como pequena empresa, atendendo aos requisitos do mercado e assim atingir maior nível de negociação em outros mercados.

O cafeicultor Wagner Crivelenti Ferrero, de Santo Antônio da Alegria (SP), vencedor na categoria Cereja Descascado, recebe a premiação das mãos de Evernon Reigada, Consultor de Agronegócios do Escritório do Sebrae de Franca (SP).


CAFÉ

INPI concede registro de Indicação Geográfica para o café produzido na Alta Mogiana

O

INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) concedeu, no mês de setembro, o registro de Indicação Geográfica para o café produzido na Alta Mogiana, uma das regiões brasileiras mais tradicionais na atividade de produção de café e conhecida internacionalmente pela alta qualidade dos seus grãos. O registro será gerenciado pela AMSC (Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana). Além de valorizar a região e movimentar a economia, a indicação de procedência é uma garantia para o consumidor, pois atesta a procedência regional e a qualidade de um produto, garantindo proteção e diferenciação no mercado. O certificado garante maior credibilidade do produto junto ao mercado e, ao mesmo tempo, potencializa o seu valor comercial. Isso porque, ao delimitar a área de produção e restringir o uso do produto aos produtores da região (normalmente reunidos em entidades representativas), a IG ajuda a manter os padrões de qualidade do produto e impede que outras pessoas utilizem o nome da região em produtos ou serviços indevidamente. A região da Alta Mogiana foi contemplada com o registro de Indicação de Procedência, que é uma modalidade de IG que se refere ao nome do local que se tornou conhecido por produzir, extrair ou fabricar determinado produto ou prestar deter-

11

OUT/2013

Publicação do INPI na Revista “Propriedade Industrial”, em que a entidade confirma o registro de Indicação Geográfica para o café da Alta Mogiana.

minado serviço. O registro conferido pelo INPI à região da Alta Mogiana foi publicado na edição nº 2228 da Revista da Propriedade Industrial (RPI), em 17 de setembro de 2013.


CAFÉ

12

OUT/2013

Irrigação por gotejamento em café é destaque em treinamento da Emater-MG Lavouras irrigadas tiveram médias de produtividade superior a 40% que as de sequeiro

A

pós a segunda fase do Treinamento em Tecnologias Sustentáveis para Extensionistas da EMATER-MG, encerrada no início de outubro na Universidade Federal de Lavras (UFLA), um dos destaques da programação foi a apresentação da palestra “Aspectos Práticos da Irrigação por Gotejamento em Café”, feita pelo engenheiro agrônomo, consultor e assessor técnico autônomo em cafeicultura convencional e irrigada, Clayton Grillo Pinto. O foco da apresentação contemplou os benefícios da irrigação para o cultivo do café, mesmo em regiões em que o volume de chuvas não é limitante para a cultura, como é o caso do sul de Minas Gerais. O palestrante enfatizou que, no caso da água para produção agrícola, o volume mínimo exigido pela cultura é fundamental, mas, igualmente importante é a distribuição das chuvas, Visão de lavouras da mesma variedade, plantadas na mesma época e bem manejadas, uma vez que há determinadas fases em que as porém, uma irrigada por gotejamento à direita e a outra conduzida no sistema convencioplantas necessitam de água naquele momento nal de sequeiro, em período de seca prolongada durante o mês de outubro de 2007. para completar a contento seu ciclo de produção. Assim, as lavouras irrigadas não sofrem com a falta de água Tonin, satisfeito com o resultado da irrigação, ampliou o nos veranicos, que são períodos sem chuva e geralmente sistema para os talhões até então não irrigados. “Instalamos com temperaturas altas durante a época das águas. o gotejamento em 2000, e as safras colhidas a partir de 2002 O consultor mostrou que no caso do café os benefícios foram influenciadas pela irrigação. Faço conta, e depois de da irrigação são certos, visto que o aumento da produtivi- oito colheitas seguidas não teve jeito. Investi e passei a irdade é significativo. Em comparação com lavouras condu- rigar o restante de minhas lavouras”, disse o cafeicultor emzidas no sistema de sequeiro, as irrigadas tiveram média de presário. produtividade 40% superior, com 60,34 sacas beneficiadas Clayton Pinto ressaltou a importância de se seguir topor hectare contra 43,10 no sequeiro, e o mais importante: dos os passos e montar um sistema de irrigação de alto paem oito safras consecutivas. Estas informações são de uma drão, automatizado e que permita a prática, não só da fertirpropriedade localizada no município de São Sebastião do rigação, como também da aplicação de defensivos agrícolas Paraíso, no sudoeste de Minas. por meio do sistema. Após a colheita de 2009 o cafeicultor Francisco José “Para usufruir de todos os benefícios do goteja-


mento, o cafeicultor deve procurar uma empresa idônea e utilizar materiais de primeira linha, pois, deve haver precisão na aplicação, de forma que dentro de cada setor de irrigação todas as plantas recebem a mesma quantidade de água, independentemente da topografia do terreno”, explicou o consultor. Quanto ao aspecto mais questionado, ou seja, se financeiramente compensa investir na irrigação, o cafeicultor Francisco Tonin deu mais detalhes. “O ano de 2011 foi de safra baixa na minha fazenda. Colhi 34,8 sacas por hectare e mesmo assim tive um retorno líquido de R$ 0,57 para cada um real investido. Já em 2012, o retorno líquido foi de R$ 1,16 por cada real aplicado na atividade, com as 64,4 sacas produzidas por hectare”. A título de informação, as lavouras em questão são mecanizadas, mas, com repasses manuais em operações como manejo de plantas invasoras, colheita e varrição. Durante a apresentação o consultor enfatizou que, com a irrigação por gotejamento, gasta-se menos água em relação a outros sistemas. O consumo a mais é de 20% quando se utiliza a tripa e chega a 40% com o pivô central LEPA, mais usado na cafeicultura. “A água bem manejada tem sua enorme importância, mas, além da irrigação e da fertirrigação, o cafeicultor deve estar sempre atento aos demais fatores relacionados ao manejo de suas lavouras, devendo para isto solicitar as orientações de profissionais habilitados”, disse. Por fim, Clayton diz que falar em novos investimen-

FOTO: Editora Attalea

CAFÉ

13

OUT/2013

tos em momentos de crise na cafeicultura parece estar na contramão da lógica, mas que se enganam os que pensam assim. Ele completa. “Talvez seja este um bom momento para investir, lembrando que algumas instituições financeiras oferecem linhas de crédito com juros baixos em relação à média praticada pelo mercado, com bom período de carência e longo prazo para pagar”, finalizou. (FONTE: Fábio Alvarenga - Polo de Excelência do Café)


TECNOLOGIA

14

OUT/2013

Agricultura de Precisão: uma ferramenta ao alcance de todos (parte 2)

Embrapa propõe o uso da tecnologia para aumentar a eficiência e manter a competitividade

N

José Paulo Molin 1 a edição anterior da Revista Attalea Agronegócios, publicamos a primeira parte deste artigo, que retrata a importância da Agricultura de Precisão (AP) na agricultura brasileira.

A APLICAÇÃO DE INSUMOS DE FORMA LOCALIZADA - Taxa Variável de Corretivos e Fertilizantes - A operação associada à aplicação de fertilizantes e corretivos tem variações significativas e dependentes do produto em si. Existe uma gama de produtos com diferença em seu estado físico. Os corretivos se restringem ao estado sólido e no caso dos fertilizantes, predominam os sólidos, embora existam sinais de expansão do uso de fertilizantes líquidos. A forma de aplicação desses produtos é bastante variada, justamente pelas diferenças físicas que o produto pode apresentar. Para a aplicação dos produtos sólidos existem diferentes opções de equipamentos à disposição do produtor (Tabela 1). As principais máquinas para aplicação de fertilizantes e corretivos sólidos são as aplicadoras a lanço, que podem ser de distribuição centrífuga ou pendular, de linhas individuais ou conjugadas com distribuidor de queda livre e as aplicadoras com distribuição pneumática, ainda pouco utilizadas. Quanto mais sofisticada e consequentemente, mais cara for a máquina, mais recursos de regulagens haverá no mecanismo distribuidor. Os distribuidores centrífugos de discos exigem algumas regulagens básicas no que concerne à vazão e largura de trabalho. No caso do mecanismo dis-

AUTOR

1 - Pesquisador da Esalq/USP. Boletim Técnico do MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. www.agricultura.gov.br

Tabela 1: Formas e sistemas de aplicação de produtos sólidos FORMAS DE APLICAÇÃO DE FERTILIZANTES E CORRETIVOS SÓLIDOS - A LANÇO • Superfície Total • Faixas - EM LINHAS • Normalmente em Sulco MECANISMOS DOSADORES (Definem a Vazão) - GRAVITACIONAIS • Abertura de seção variável com agitador mecânico - VOLUMÉTRICOS • Esteira, rotor, rosca MECANISMOS DISTRIBUIDORES (Definem a Largura de Aplicação e a Uniformidade) - QUEDA LIVRE (cocho) - TRANSPORTADOR MECÂNICO (rosca) - FORÇA CENTRÍFUGA (discos) - INÉRCIA (pêndulo) - PNEUMÁTICOS (aerotransporados)

tribuidor centrífugo de discos, há ajustes de comprimento, número e posição das aletas sobre os discos e local de queda do produto no disco. Esses ajustes alteram totalmente a deposição transversal do produto. É essencial que o manual da máquina seja sempre consultado quando se trata de escolher um produto para uma dada largura efetiva de aplicação ou vice-versa. Caso essa informação não esteja contemplada no manual deve ser feita uma verificação por meio de um teste, pois a largura de trabalho é determinada como função de uma regularidade mínima da dosagem desejada, obtida a partir de uma sobreposição com as passadas adjacentes. Nem sempre a informação contida nos manuais é exata e, de forma geral, um teste para verificação ou definição da largura de trabalho é sempre bem vindo. A aplicação de calcário é predominantemente feita em superfície total. Os equipamentos disponíveis para aplicação de produtos em pó, até pouco tempo, se resumiam a aqueles equipados com mecanismos distribuidores de queda livre (“cocho”), marginalmente o mecanismo de inércia (pêndulo), e em maior quantidade os centrífugos (discos). A largura efetiva, especialmente das máquinas a lanço, depende de sobreposição e sempre há incertezas associadas à decisão. Para se ter uma máquina capaz de fazer a aplicação de produtos em taxa variável é necessário que exista um controle externo do seu mecanismo dosador. No caso de mecanismo dosador volumétrico, ou seja, de máquinas com esteira dosadora, esse controle se dá por meio de um motor, normalmente de acionamento hidráulico, com comando de vazão do


TECNOLOGIA

15

OUT/2013


FOTOS: Embrapa

TECNOLOGIA

16

OUT/2013

Figura 1 - Exemplos de sistemas com motor hidráulico que aciona o dosador e regula a taxa de aplicação dos produtos pela máquina a partir de controle eletrônico e mapa de recomendação.

óleo por conta de uma válvula de controle eletrônico. Da mesma forma, se o mecanismo dosador for gravimétrico, de orifício e agitador, o controle externo dar-se-á por conta de um atuador linear com controle eletrônico que vai abrir e fechar o orifício, definindo então as vazões requeridas. Existe no mercado uma variedade de equipamentos dessa natureza e são normalmente denominados de controladores para aplicação em taxa variável. Muitos deles são caracterizados como genéricos, ou seja, podem ser instalados em praticamente qualquer máquina. Outros são associados a máquinas específicas e são montados na fábrica. Também servem para equipar as semeadoras-adubadoras, tanto para variar a dose de adubo como de sementes. Nesse caso deve ser destacado o fato de que na semeadura se utiliza adubos formulados em um reservatório único, o que é totalmente incompatível com os conceitos de aplicação em

Figura 2 - No mapa da esquerda a aplicação é em taxa variável governada por controlador eletrônico (plena) e no mapa da direita é a aplicação por zonas (desenhadas), para situações em que não se tem disponibilidade de automação do controle da aplicação; no gráfico são representadas as doses aplicadas ao longo da linha pontilhada que representa o percurso da máquina; no caso da aplicação por zonas, além de doses constantes ainda há o inconveniente de manobras dentro da lavoura e da necessidade de regulagens manuais, pouco confiáveis.

taxa variável, pois se geram mapas individuais para cada componente. Os controladores possuem uma CPU e podem apresentar, ou não, uma tela que mostra o percurso da máquina em campo e o que já foi aplicado. O programa que gerencia esses controladores requer a informação de coordenadas e de doses. Isso significa que o arquivo digital que contém o mapa de aplicação é basicamente um arquivo de três colunas – X (latitude), Y (longitude) e Z (dose). Cada equipamento tem a sua forma de inserção de arquivos (mapas), podendo ser por mídia compacta (PCMCIA, flash, pen drive, etc.) ou por comunicação via porta serial entre um computador externo e a CPU. Na CPU é armazenado o arquivo que pode ser de algum formato genérico ou proprietário (código). Esses equipamentos normalmente possuem seu próprio receptor de GPS, de baixo custo e sem recursos de correção diferencial, o que não compromete a qualidade da operação, mas não permite o uso de recurso de barra de luz, por exemplo. Muitos agricultores optam por fazer a aplicação dos insumos pelo que é chamado erroneamente de “zonas de manejo”. Esse método consiste na definição e demarcacação em campo de divisas para setores do talhão onde serão aplicadas doses diferenciadas entre elas, porém constantes dentro dos tais setores. O conceito de “zonas de manejo” ou mais apropriadamente, unidades de gerenciamento, subentende que todos os tratamentos sejam feitos uniformemente dentro de cada unidade. Portanto a aplicação de insumos por zonas definidas individualmente para cada insumo com base em teores obtidos a partir de amostragem em grade não pode ser confundida com unidades de gerenciamento e uma denominação mais apropriada seria unidades de aplicação ou “zonas de aplicação”. Além da aplicação de sólidos é importante enfocar a aplicação de produtos para controle de invasoras, pragas e doenças em dose variável, que começa a sair da teoria. Alguns equipamentos já são oferecidos no mercado e permitem a aplicação de doses variáveis de líquidos em geral. Para permitir variação na vazão é necessário


TECNOLOGIA um sistema de controle que gerencia o compromisso entre vazões variadas e pressão o mais constante possível. O tamanho das gotículas, bem como o ângulo do leque produzido nos bicos é função dessa pressão e fatores como a qualidade do molhamento e a deriva é função do tamanho das gotículas. Uma preocupação relacionada a essa tecnologia é a minimização do tempo entre a ordem para a mudança de dose e a chegada dessa nova dose no alvo. Nas pesquisas recentes os protótipos têm chegado a valores desse tempo de retardo da ordem de 0,1 a 0,2 segundos. Como as pulverizações em equipamentos autopropelidos estão sendo praticadas com velocidades de até 20 km/h ou mais, esse tempo tem que ser bastante baixo para que se consiga qualidade na aplicação variada. Porém, sem dúvida, as maiores limitações estão na obtenção dos mapas de recomendação de aplicação de defensivos líquidos. Os produtos cujas técnicas avançaram mais são alguns herbicidas e inseticidas. As opções disponíveis para se definir zonas e doses desses insumos para montar um mapa digital para o controle da aplicação são várias, porém carecem de praticidade para serem utilizadas em larga escala. Há bom potencial para a semeadura em taxa variável. Algumas culturas são relativamente sensíveis à população de sementes e em última análise, à população de plantas sadias. O milho é um desses casos, porém o melhoramento genético dos últimos tempos tem tentado tornar as variedades menos sensíveis a esse aspecto. Mesmo assim a solução de

17

OUT/2013

Figura 3 - Máquina típica para a aplicação de sólidos, especialmente de calcário e gesso, com mecanismo dosador de esteira e mecanismo distribuidor centrífugo a lanço, de dois discos.

variação da população de sementes tem sido explorada comercialmente. Outra operação que tem bom potencial de exploração é a descompactação mecânica do solo por escarificação ou subsolagem, a partir do diagnóstico da presença de regiões da lavoura mais compactadas que as outras. É uma possibilidade para o plantio direto e para a canade-açúcar, dentre outros sistemas de produção. (CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO).


CAFÉ

Conquista aconteceu durante o 8º Espaço Café Brasil, com grãos de todas as regiões do país

R

ealizado pela primeira vez em Minas Gerais, o Espaço Café Brasil, maior feira de café da América Latina, superou as expectativas, com mais de 12 mil visitantes em quatro dias de evento. Reunidos em uma dinâmica plataforma de negócios, no Expominas, produtores, expositores e consumidores transformaram Belo Horizonte na capital mundial do café, entre 9 e 12 de 2013. Um dos destaques da Semana Internacional do Café e do 8º Espaço Café Brasil, o Coffee of The Year 2013 teve em seu encerramento um surpreendente empate entre as fazendas Sertãozinho, de Botelhos (Sul de Minas), e Santa Terezinha, de Pedregulho (Mogiana Paulista), do cafeicultor Antonio Grisi Sandoval. A segunda edição da competição recebeu 164 amostras vindas de todas as regiões produtoras de café do País, incluindo algumas menos conhecidas, como Rondônia e Pernambuco. Destas, 72 foram selecionadas para compor a mesa da Rodada de Negócios Sebrae para serem apresentadas a compradores nacionais e internacionais, convidados pela entidade. As dez melhores, escolhidas por um júri de especialistas e Q-Graders, foram preparadas em método filtrado e ficaram durante o evento à disposição dos visitantes para a degustação às cegas (em garrafas decodificadas) gratuitamente. Um público animado e curioso provou as bebidas e escolheu as preferidas, somando cerca de 2.000 votos, com uma participação quatro vezes maior que a edição de 2012.

PEDREGULHO (SP) EM DESTAQUE - Além do Coffee of the Year 2013, o município de Pedregulho (SP) desta-

CLASSIFICAÇÃO FINAL DO “COFFEE OF THE YEAR 2013” 1º Lugar (Empate):• Antonio Grisi Sandoval Faz. Sta Terezinha (Alta Mogiana) Cód: THM • Fazenda Sertãozinho Ltda (Sul de Minas) Código: TAV 3° Lugar:• Renato Fucolatto, Sítio Alto Pombal, Vargem Alta (Espírito Santo) 4° Lugar:• Marcos Marchioro, Sítio Córrego Saudoso, Vargem Alta (Espírito Santo) 5° Lugar:• Francisco Sérgio Lange, Sítio N. Sra Aparecida, Divinolândia (Mogiana) 6° Lugar:• Clayton Barbossa Monteiro, Faz. Ninho da Águia, Alto do Capaó (Matas de Minas) 7° Lugar:• José Alexandre A. Lacerda, Forquilha do Rio, Espera Feliz (Matas MG) 8° Lugar:• Paulo Francisco Uhl, Sítio da Prata, Marechal Floriano (Espírito Santo) 9° Lugar:• Eduardo Pinheiro Campos, S. João Grande, Patos de Minas (Cerrado) 10° Lugar:• Manoel Protazio de Abreu, Forquilha do Rio, Espera Feliz (Matas MG)

cou-se ainda em vários outros prêmios. Na categoria de Preparo de Café, em que os competidores precisam usar técnica e habilidade para extrair o melhor café no método coado, Amanda Paixão, do Octavio Café, que ficou em 3º lugar. Também foi classificado em 6º Ubirajara Gomes, também do Octavio Café. Na categoria Baristas, outra grata surpresa para Pedregulho: Thiago Sabino, também da Octavio Café, ficou em 2º lugar. A participação dos cafeicultores de Pedregulho (SP) neste evento contou com o apoio direto da Prefeitura Municipal e do Sindicato Rural de Pedregulho.

FOTOS: AMSC

18

OUT/2013

Café de Pedregulho (SP) conquista prêmio de Melhor Café do Brasil 2013

À esquerda, o Engº Agrº Eder de Carvalho Sandy e o cafeicultor Antônio Grisi Sandoval. Acima, o prefeito de Pedregulho (SP), José Raimundo de Almeida Júnior; o presidente do Sindicato Rural de Pedregulho, Ely Vieira Brentini, e a comitiva de cafeicultores, baristas e profissionais do setor, que participaram do 8º Espaço Café Brasil, em Belo Horizonte (MG).


EVENTOS

19

OUT/2013


ARTIGO

20

OUT/2013

O

A porcentagem de Arábica e Robusta e a tolerância de toxinas no café Armando Matielli - Engenheiro Agrônomo, com MBA na FGV, cafe-

icultor e membro da ABCA, com estágio no Centro de Toxicologia da Bayer, em Wuppertall, Alemanha. [www.sincal.org.br]

P.V.A (preto, verde e ardido), é o resíduo de café que não tem mercado externo.Em sua totalidade, esse P.V.A é utilizado na torrefação nacional e consumido pelo povo brasileiro. No comércio, o preço do café torrado e moído está próximo do custo da matéria prima de um café verde normal, demonstrando que a maioria do café que bebemos não passa de resíduo de café, que deveria ser descartado ou transformado em biodiesel ou óleo para finalidades diversas. O P.V.A em questão provoca uma inadequação, descaracterizando o verdadeiro sabor e prejudicando a qualidade. Misturam, ainda, nele o Conilon / Robusta na faixa de 12.000.000 de sacas que são consumidas internamente, as quais, somadas ao P.V.A quase equivale ao nosso consumo interno, de um café de qualidade muito inferior. Com exceção de fazendas e algumas firmas que se preocupam em fornecer cafés gourmet e de qualidade, a grande maioria

dos cafés vendidos principalmente nos supermercados está longe da qualidade desejada, inibindo o aumento do consumo. Assim estamos reorganizando, a ABCA (Associação Brasileira de Café Arábica), visando à defesa do Arábica e Rotulagem. Nenhum país importa o P.V.A e estamos fornecendo ao povo brasileiro uma quantidade de cafés torrados e moídos sem o mínimo critério de “Tolerância de Resíduos de Toxinas”. Esse nível de contaminação provocado pela quantidade anormal de toxinas está ultrapassando níveis toleráveis, muito superiores ao de um país desenvolvido. No Brasil, não existe legislação alguma impondo níveis de Tolerância de Toxinas em café e estamos tomando cafés sem critérios técnicos, visando unicamente à guerra de preços e deixando a nossa população à mercê dos interesses econômicos, acima da Segurança Alimentar. O Brasil consome um dos piores cafés do mundo em qualidade e, ainda sem especificação na rotulagem. Temos a obrigação de estabelecer níveis de Tolerância de Toxinas. Conversei com diversas autoridades mostrando a necessidade da Rotulagem e o Marketing a favor do Arábica. Aproveitei a oportunidade e conversei com o Governador Antônio Anastasia e lhe entreguei um documento expondo o relatado nesse artigo. É preemente a Rotulagem do café no Brasil. O consumidor tem pleno direito de optar pelo produto que quer consumir. Não estamos lhe dando essa oportunidade de escolha do produto desejado, pois, os interesses econômicos estão acima da Segurança Alimentar. A exigência da Rotulagem e, as devidas composições em Porcentagens de Arábicas e Robustas e, citar o nível de Tolerância de Toxinas, como fazem os países sérios e responsáveis em relação a sua população será a tônica do trabalho da ABCA. BIBLIOGRAFIA Micotoxinas – Importância na Alimentação e na Saúde humana e animal. EMBRAPA – Berdal J.M.; Miller, JV – Disease in Humans With Micotoxins as Possible Causes


CAFÉ

Trabalho com leveduras realizado na UFLA busca melhoria na qualidade da bebida

Suzana Reis Evangelista apresentou seu trabalho no SIMBIO, realizado na UFLA

C

om o intuito de obter um café com boas características de bebida, a discente de doutorado da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Suzana Reis Evangelista, desenvolveu um trabalho de pesquisa para avaliar a utilização de microorganismos benéficos para a fermentação (leveduras), selecionados para melhorar a qualidade da bebida do café natural, obtido por via seca. Esse método consiste em processar o café recém colhido sem que ele seja descascado, ou seja, mantendo-se o fruto com todas as suas estruturas até que alcance a umidade ideal para ser guardado em coco e posteriormente ser beneficiado. A pesquisa teve a orientação da professora do Departamento de Biologia da UFLA, Rosane Freitas Schwan. Suzana Reis Evangelista, a autora do trabalho, revelou que o objetivo principal consiste em levar os resultados do experimento ao campo, o que beneficiaria o produtor. “A expectativa é que o trabalho possa trazer benefícios para a cafeicultura brasileira, que possa chegar até o produtor. Com melhor qualidade do café, o mercado responde com melhor preço”, disse. No trabalho foram utilizadas três leveduras retiradas dos próprios frutos de café, das espécies Saccharomyces cerevisiae, Candida parapsilosis e Pichia guilliermondii, que foram pulverizadas sobre frutos cerejas lavados e não lava-

dos, antes que se iniciasse o processo de fermentação, e daí em diante o café foi conduzido em terreiro tomando-se os cuidados para uma boa fermentação/secagem. Uma parte do café não recebeu os tratamentos, como testemunha, para efeito de comparação com as amostras que foram tratadas com as leveduras. Quando o café atingiu 11% de umidade, foram colhidas amostras e avaliadas a persistência das leveduras e a produção de ácidos orgânicos e compostos voláteis durante o processo de fermentação/secagem. Depois de beneficiado, torrado e moído, o café foi submetido à análise sensorial (teste de xícara) pela metodologia TDS (temporal dominance sensations), técnica que permite avaliar diferenças entre as amostras durante a fase de prova. Encerrando-se os testes observou-se que as leveduras persistiram até o final do processo e competiram com bactérias e fungos que prejudicam a bebida do café. Nas amostras tratadas não houve a produção de ácidos propiónicos e butíricos (maléficos), em concentrações capazes de afetar a qualidade da bebida. O café submetido aos tratamentos com leveduras apresentou sabor agradável e mais acentuado em relação ao café não tratado, indicando aumento na qualidade sensorial.

21

OUT/2013


CAFÉ

Evento foi realizado na propriedade do cafeicultor Antonio Carlos David

N

o último dia 26 de setembro, o Sitio Santa Izabel, propriedade do cafeicultor Antonio Carlos David recebeu um dia de campo organizado pela Casa das Sementes, pela Agronelli e pela Syngenta. Segundo os organizadores, o intuito do encontro foi demonstrar os efeitos da gessagem promovida pela Agronelli e do tratamento fitossanitário da Syngenta. “Foi um dia maravilhoso. Muitas cafeicultores participaram interessados em desenvolver um trabalho diferenciado em seu cafezal. Como a cada vez mais estou conseguindo melhores resultados, espero que alguém também tire proveito deste trabalho”, afirmou Toninho David. O Engº Agrº Luis Gustavo Andrade, supervisor da Syngenta na região explicou aos participantes o esquema de tratamento fitossanitário da empresa utilizado nos talhões experimentais e que vem dando grandes resultados na cafeicultura brasileira. Para o Engº Agrº Wagner R.B. Girol, supervisor de vendas da Agronelli, a maioria dos solos brasileiros apresenta baixos teores de cálcio associados ou não a toxidez do aluminio. “Esta situação ocorre não apenas na camada superficial do solo, mas principalmente abaixo dos 20cm de profundidade, o que dificulta o crescimento das raízes, comprometendo significativamente a produção e os resultados da lavoura”, explicou. O gesso agrícola, aplicado como condicionador de solo reduz a saturação do alumínio, aumenta a quantidade de cálcio e enxofre na camada abaixo de 20cm de profundidade, melhora o ambiente do solo e propicia o desenvolvimento radicular. Com melhor desenvolvimento, as raízes terão maior acesso à água e nutrientes, gerando maior produtividade às lavouras”, disse

FOTOS: Toninho David

22

OUT/2013

Casa das Sementes, Agronelli e Syngenta promovem dia de campo em Franca (SP)


EVENTOS

Engº Agrônomos da Região Franca (SP) realizam neste mês o 23º Encontro

T

udo pronto para mais um evento de comemoração ao Dia do Engenheiro Agrônomo na região de Franca (SP). A Comissão Organizadora 2013 realizará no próximo dia 19 de outubro, sábado, o 23º Encontro Anual de Engenheiros Agrônomos da Região de Franca (SP), Será um dia comemorativo, com churrasco, piscina, drinks, reencontros, muito bate-papo, e mais uma vez com a opção de recreação infantil. Tudo embalado pela dupla Augusto e Mateus. O evento será realizado durante todo o dia, no Condomínio Morada Arco Íris, chácara as margens da Rodovia Engº Ronan Rocha, em frente ao Villa Ventura, em Franca

(SP). O evento tem previsão de iniciar às 10 horas. Já ao meio-dia, um super-show: o violeiro Noel Andrade, nascido em Patrocínio Paulista (SP) e conhecidíssimo nos mais importantes programas e apresentações do gênero em todo o país, em especial São Paulo (SP) e Campinas (SP). Durante o evento também acontecerá a escolha do “Engenheiro Agrônomo do Ano 2013”. A Revista Attalea Agronegócios parabeniza aos membros da Comissão Organizadora 2013 pela organização do evento:- Roberto Maegawa (Cocapec), João Dedemo (Dedeagro), Maria do Carmo Francisconi (Gecal) e Alex Kobal (Biolimp).

23

OUT/2013


EMPRESAS

Empresa reconhece a importância da cultura cafeeira no Brasil e amplia investimentos na commodity, que representa mais de R$ 15 bilhões ao mercado brasileiro

P

resente no mercado mundial há mais de 50 anos, a Rotam CropSciences foi criada a partir de uma empresa farmacêutica. Desde então, ela cresce anualmente a uma taxa de dois dígitos e faturou mais de US$ 270 milhões em 2012. Com foco no registro de produtos no segmento do IPP (Inovação em Pós-Patente Própria), a Rotam vem crescendo e voltando grande parte de seus investimentos no mercado da Soja, Cana e Café. O mercado de IPP, por sua vez, também experimenta atualmente um crescimento exponencial. Enquanto o numero de moléculas novas cai em escalas cada vez maiores, o foco da empresa é buscar outras soluções na base de moléculas já comercializadas no mercado. Esse segmento requer acesso à alta tecnologia para conseguir identificar, avaliar, formular e registrar misturas inovadoras e diferenciadas. Com tecnologia e corpo técnico próprios, a Rotam CropSciences conduz a pesquisa e o desenvolvimento em torno de todos os aspectos de uma substância ativa existente, iniciando um novo processo de geração de conhecimento, FOTOS: divulgação RTAM

24

OUT/2013

Rotam do Brasil comemora 10 anos no mercado de Inovação em Pós-Patente Própria, com foco nas culturas de Soja, Cana e Café

uma vez que a patente da molécula do produto expira, lançando com sucesso formulações inovadoras e aperfeiçoadas para culturas específicas. A Rotam CropSciences investe anualmente em pesquisas o equivalente a 10% das vendas da empresa, no mesmo nível que lideres da industria farmacêutica e maior que a média da industria agroquimica. De acordo com o presidente da Rotam do Brasil, Antonio Carlos Damaceno, o escritório brasileiro foi criado há 10 anos como uma primeira etapa de globalização do grupo, com uma plataforma independente na área de registro próprio. Apresenta forte atuação em pesquisa e desenvolvimento e destaca se no relacionamento com o cliente e desenvolvimento trazendo soluções agronômicas. O portfólio inclui mais de 15 substâncias ativas e já representa liderança, como alternativa, alguns produtos à base de methomil, imidachloprid, e tebuconazol, sendo bem reconhecida pela qualidade dos produtos oferecidos. A Rotam do Brasil possui uma capacitada equipe de vendas, formada por Engenheiros Agrônomos que estão espalhados pelo território brasileiro, concentrando em regiões especificas como Mato Grosso, Centro Leste, Sul e Sudeste. A Rotam do Brasil está comemorando 10 anos e este tempo foi fundamental para estabelecer uma equipe de 85 pessoas, com matriz em Campinas, além de um portfólio de produtos com orientação estratégia e uma estrutura de pesquisa em funcionamento. De olho no mercado do café - O Brasil é o maior


EMPRESAS produtor e exportador de café do mundo, com área cultivada atualmente estimada em 2,31 milhões de hectares, sendo Minas Gerais o principal estado com 53,5% da área -, seguido pelo Espírito Santo com 21,5%, segundo dados divulgados este ano pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A entidade que ainda estima que a produção deverá alcançar 47,54 milhões de sacas beneficiadas em 2013 – uma redução de 6,5% em relação a 2012. “É uma cultura de enorme importância econômica e social, pois é o setor agropecuário que mais emprega hoje no Brasil e deverá responder por 6% do Valor Bruto da Produção Agrícola no país em 2013, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Só o café representa hoje mais de R$ 15 bilhões ao nosso País”, avalia Damaceno. Atenta a este importante mercado, a Rotam O presidente da Rotam do Brasil, Antonio Carlos Damaceno. está desenvolvendo novos produtos e formulações para o café. Atualmente, possui os inseticidas Bamako 700 técnica, comercial e de marketing, contando também com o WG (imidacloprid) e o Grimectin (abamectina), ambos re- apoio de um importante sistema de distribuição, de forma a comendados para o controle do bicho-mineiro. A Rotam disponibilizar seus produtos e serviços para um número cada está se estruturando com equipe própria capacitada nas áreas vez maior de produtores rurais.

25

OUT/2013


CAFÉ

Quarto artigo da equipe do Bureau de Inteligência Competitiva do Café

A

República das Honduras é um país situado na América Central e faz fronteira com a Nicarágua, Guatemala e El Salvador. Sua população é de, aproximadamente, 8 milhões de habitantes e seu Produto Interno Bruto (PIB) Total e Per Capita é de US$ 30,651 bilhões e US$ 4.082, respectivamente. O principal setor econômico é o de serviços (55,3%), seguido pela indústria (31,9%) e pela agricultura (12,8%), sendo este último responsável por empregar 30% da população. O país é hoje o sexto maior exportador de café no mundo, cuja produção é exclusivamente de Coffea arabica L. e caracteriza-se pela prevalência de pequenos produtores. Porém, Honduras enfrenta, devido à ferrugem do cafeeiro que afetou em torno de 25% da sua área plantada, um grande desafio na produção.

b) - Cerca de 50% da área total da produção de café ain-da é plantada com variedades suscetíveis a ferrugem; c) - Venda do café no mercado alternativo, com a exportação informal feita através de intermediários.

PONTOS FORTES = a) - Desenvolvimento de variedades de cafés resistentes à ferrugem do cafeeiro –IHCAFÉ 90 e LEMPIRA; b) - Apoio do Instituto do Café de Honduras (IHCAFÉ) às estratégias de curto, médio e longo prazo para combater a ferrugem; c) - Aumento na produção do café com valor agregado: especiais, orgânicos e certificados; d) - Crescimento do consumo interno, resultado da presença crescente de cafés em locais de fácil acesso (postos de gasolina, shoppings, supermercados, hospitais, entre outros); e) - Aumento nas áreas cultivadas de café; f) - Realização anual do concurso “Cup of Excellence” visando a possibilidade de entrada dos produtores no mercado de cafés especiais.

AÇÕES = 1) - Atuação do Instituto do Café de Honduras (IHCAFÉ) – entidade privada sem fins lucrativos que regula a cafeicultura nacional – em todos os setores da cadeia produtiva; 2) - Desenvolvimento e implementação de estratégias a curto, médio e longo prazo contra a ferrugem do cafeeiro, tais como treinamento do produtor, campanhas educativas, financiamento para renovação das lavouras com variedades resistentes à ferrugem e assistência técnica, através de recursos técnicos e financeiros oferecidos pelo IHCAFÉ; 3) - Realização de parceria com a Universidade Nacional de Honduras para estabelecer um programa acadêmico focado no controle de qualidade em café; 4) - Incentivo para os produtores produzirem cafés especiais através da realização anual do Concurso “Cup of Excellence”.

PONTOS FRACOS = a) - Doença (ferrugem do cafeeiro) a-fetando a produção do café;

CONSIDERAÇÕES = • A produção para a safra 2011/2012 foi estimada em 5,8 milhões de sacas e a de 2012/2013 em 4,6 milhões, 21% menor que a anterior. Já a produção para a safra 2013/2014 é prevista em 5,10 milhões de sacas de 60 Kg. Considerando a taxa de crescimento anual de 2005 a 2012 dos principais países produtores, Honduras apresentou o maior valor

ARTE: IncafeBR

26

OUT/2013

Honduras: um potencial concorrente do Café Brasileiro.

AUTOR

O Bureau de Inteligência Competitiva do Café é um programa desenvolvido no Centro de Inteligência de Mercados (CIM) da UFLA-Universidade Federal de Lavras (MG). Informações: www.incafebr.com. Telefone (35) 3829-1443.


valor (8,6%). • O consumo interno do ano safra 2011/2012 foi de 5% da produção e a estimativa para o ano safra 2012/2013 é que aumente para 6%. • As exportações foram de 5,5 milhões de sacas em 2011/2012, já as exportações de 2012/2013 tiveram uma redução de 20% quando comparadas com o ano anterior, totalizando 4,4 milhões de sacas. E a estimativa para 2013/2014 é de 5,06 milhões de sacas de 60 Kg.

FOTO: Café Copan

CAFÉ

CENÁRIO = Honduras enfrenta um grande desafio na sua produção, devido principalmente à ferrugem do cafeeiro, que se estima ter atingido 25% de toda a área plantada. Porém, espera-se que a safra 2013/2014 alcance 5,10 milhões de sacas de 60 Kg, valor 11% superior à safra atual (4,6 milhões de sacas). Esta recuperação é esperada em função dos esforços do IHCAFÉ para viabilizar estratégias de combate à ferrugem do cafeeiro.

27

OUT/2013

Assim, mesmo com esta queda na produção é possível observar que Honduras passa da sétima para a sexta posição em nível de exportação por volume. Contudo, quando se considera os preços mundiais do café arábica com a susceptibilidade a doenças, não se espera grandes aumentos na produção hondurenha.


CAFÉ

28

OUT/2013

Nutrição do Cafeeiro (parte 15) - Como melhorar a eficiência da adubação fosfatada no cafeeiro - parte II

N

Renato Passos Brandão 1

a edição anterior da Revista Attalea Agronegócios foram abordadas as práticas culturais que devem ser adotadas pelos cafeicultores visando a melhoria da eficiência agronômica das adubações fosfatadas. Uma das formas mais eficientes para melhorar a utilização dos fertilizantes fosfatados é a aplicação de fertilizantes organominerais fosfatados com altos teores de substâncias húmicas. As substâncias húmicas aumentam a eficiência das adubações fosfatadas através de três mecanismos: • Reduzem os locais de “fixação” do fósforo no solo recobrindo estes locais com radicais orgânicos. Ocorre a formação de complexos organofosforados e a substituição dos íons fosfatos por íons orgânicos nos sítios de adsorção; • Estimulam o maior desenvolvimento das raízes das plantas aumentando o volume explorado do solo e a absorção do fósforo; • Liberação de parte do fósforo fixado (P lábil). 1. Fixação do fósforo nos solos Conforme comentado na edição anterior, a fixação do fósforo é o processo responsável pela redução da disponibilidade do nutriente ao cafeeiro afetando negativamente a eficiência agronômica dos fertilizantes fosfatados. A fixação do fósforo nos solos é um processo lento e contínuo ao longo do tempo (Figura 1). Quanto maior o tempo de contato do fósforo nos solos, maior é a fixação deste nutriente e menor a sua disponibilidade às plantas. Nos solos ácidos, o íon fosfato reage com o ferro, alumínio e manganês formando compostos de baixa solubilidade em água. Em solos alcalinos, a reação do íon fosfato ocorre com o cálcio (Goedert & Sousa,1984; Novais & Smyth, 1999). 2. Fertilizantes fosfatados organominerais da Bio Soja O Grupo Bio Soja possui uma linha de fertilizantes fosfatados organominerais com altos teores de substâncias húmicas, dentre os quais, o Fertium® Phós.

Tabela 1: Garantias do Fertium® Phós. PARÂMETROS

GARANTIAS

Nitrogênio (N total)

3%

Fósforo (P2O5 sol. CNA+água)

15%

Carbono orgânico total (COT)

11%

Umidade máxima

20% 500mmolc/dm3

CTC Natureza física

farelado

Figura 1. Efeito do tempo na fixação do P no solo e na sua disponibilidade às plantas. Fonte: Sharpley, 2010.

2.2.1. Benefícios nas plantas • Aumenta o enraizamento das mudas do cafeeiro em viveiros (Figura 2) e das mudas transplantadas;

2.1. O que é Fertium® Phós? O Fertium® Phós é um fertilizante fosfatado organomineral com altos teores de fósforo solúvel em CNA+água e enriquecido com substâncias húmicas (Tabela 1). 2.2. Benefícios O Fertium® Phós confere uma série de benefícios às plantas e aos solos. Num primeiro momento, os benefícios do produto são mais evidentes nas plantas e posteriormente, ocorre melhoria no potencial produtivo dos solos.

AUTORES 1 - Engº agrônomo, Mestre em Solos e Nutrição de Plantas pela UFLA e Gestor Agronômico do Grupo Bio Soja.

Fertium® Phós

Superfosfato Simples

Figura 2. Efeito do Fertium® Phós em mudas do cafeeiro.


CAFÉ

29

OUT/2013


CAFÉ

30

• Maior resistência do cafeeiro aos estresses ambientais, tais como, veranicos, variações bruscas na temperatura do solo e do ar; • Maior desenvolvimento vegetativo do cafeeiro (Figura 3); • Maior produtividade do cafeeiro.

OUT/2013

Figura 5. Efeito das substâncias húmicas do Fertium® Phós na fixação do fósforo. Fonte: Vitti, 2010 (comunicação pessoal). Fertium® Phós

Superfosfato Simples

Figura 3. Efeito do Fertium® Phós em mudas do cafeeiro.

2.2.2. Benefícios nos solos • Aumenta a capacidade de retenção dos cátions (CTC) reduzindo as perdas dos nutrientes catiônicos por lixiviação (Figura 4). A CTC do Fertium® Phós é de 500 mmolc/kg, enquanto que a CTC da grande maioria dos solos cultivados com cafeeiro varia de 50 a 80 mmolc/kg; • Aumenta a disponibilidade do fósforo ao cafeeiro com a redução da fixação deste nutriente através da complexação dos óxidos de ferro e de alumínio e a liberação de parte do fósforo anteriormente adsorvido nos solos (P não lábil), Figura 5. • Neutralização das substâncias tóxicas nos solos, tais como, alumínio e metais pesados (cádmio, chumbo e níquel) pela formação de complexos orgânicos com alta estabilidade química; • Reduz a salinidade dos solos provocada pelo acúmulo de sódio proveniente de determinados. 2.3. Época e modo de aplicação a. Implantação das lavouras cafeeiras O Fertium® Phós deve ser aplicado no sulco de plantio ou na cova do cafeeiro.

Figura 4. Efeito das substâncias húmicas do Fertium® Phós na CTC dos solos e na lixiviação dos nutrientes catiônicos.

b. Lavouras em formação e produção Em lavouras em formação e produção, aplicar o Fertium® Phós na projeção da copa do cafeeiro no início da estação das chuvas ou irrigações e antes do florescimento, respectivamente. 2.4. Dose do Fertium® Phós a. Implantação das lavouras de café No plantio do cafeeiro, a dose do Fertium® Phós deve ser de 300 a 500 g/metro linear de sulco. Utilizar a maior dose em solos com baixo teor de fósforo e a menor dose nos demais solos. b. Lavouras em produção Em lavouras em produção, a dose do Fertium® Phós varia de acordo com os seguintes parâmetros: • Teor de fósforo no solo; • Expectativa de produtividade (sc. beneficiadas/ha); • Teor de fósforo nas folhas do cafeeiro na safra anterior. Em sistemas de cultivos fertirrigados com altas expectativas de produtividade (> 60 sc. beneficiadas/ha) e em solos com teor médio de fósforo, a dose do Fertium® Phós varia de 500 a 750 kg/ha. Em solos com baixo teor de fósforo, a dose do Fertium® Phós varia de 600 a 900 kg/ha para expectativas de produtividades mencionadas acima. É importante mencionar que os benefícios das adubações com Fertium® Phós serão sempre maiores, se houver um equilíbrio entre os nutrientes dos solos com destaque para o magnésio. Este nutriente é um carreador de fósforo às plantas e a utilização do Gran Boro Magnésio ou o Gran Mix Visão proporciona maior eficiência agronômica das adubações fosfatadas. Recentemente, a Bio Soja lançou o Fertium® Phós Boro Mag, fertilizante organomineral fornecedor de fósforo, magnésio e boro ao cafeeiro. 3. Substâncias húmicas líquidas Além do Fertium® Phós, a Bio Soja possui um fertilizante líquido fornecedor de substâncias húmicas ao cafeeiro, NHT® Humic.


CAFÉ 3.1. O que é NHT® Humic? O NHT® Humic é um fertilizante fluido organomineral Classe A com altos teores de substâncias húmicas (Tabela 2). Possui altos teores de carbono orgânico e extratos húmicos (ácidos fúlvicos e húmicos). A fonte das substâncias húmicas do NHT® Humic é a leonardita americana. Tabela 2: Garantias do NHT® Humic. PARÂMETROS

GARANTIAS

Nitrogênio (N total)

1% (12,8 g/L)

Potássio (K2O)

7% (89,6 g/L)

Carbono orgânico total (COT) 14% (179,2 g/L) 30% (384 g/L) Extratos Húmicos • Ácidos Fúlvicos (AF)

9% (115,2 g/L)

• Ácidos Húmicos (AH)

21% (268,8 g/L)

Índice Salino (IS) 1 Condutividade Elétrica (CE) 1 Densidade 1

11,5% 1,17 mS/cm 1.280 g/L

- Informações adicionais não constando no registro do produto no MAPA.

3.2. Época e modo de aplicação Em lavouras em formação e produção, aplicar o NHT® Humic em fertirrigação, drench ou em pulverizações no solo. 3.3. Dose do NHT® Humic a. Lavouras em formação Em lavouras em formação, a dose do NHT® Humic deve ser de 10 a 15 L/ha. Parcelar a dose em até 4 aplicações anuais iniciando 30 a 45 dias após o plantio. Utilizar a maior dose em solos com baixo teor de matéria orgânica e a menor dose nos demais solos. b. Lavouras em produção Em lavouras em formação, a dose do NHT® Humic deve ser de 15 a 30 L/ha. Parcelar a dose em até 3 aplicações anuais iniciando com as primeiras fertirrigações ou a partir do início da estação das chuvas com intervalo entre as aplicações. Utilizar a maior dose em solos com baixo teor de matéria orgânica e a menor dose nos demais solos. 4. Diagnóstico do teor de P nas folhas do cafeeiro arábica A faixa do fósforo nas folhas do cafeeiro em produção considerada como adequada é de 1,6 a 1,9 g/kg, determinada no terceiro ou quarto pares de folhas de ramos produtivos (Malavolta et al.,1997). 5. Considerações finais O manejo da adubação fosfatada em lavouras de cafeeiro é complexo e envolve uma série de práticas culturais. Maiores informações, consultar a edição nº 83 - setembro de 2013 da Revista Attalea Agronegócios. A forma mais eficiente para o fornecimento de fósforo ao cafeeiro é a sua aplicação no sulco ou na cova de plantio utilizando doses adequadas do nutriente. Entretanto, a maioria dos cafeicultores ainda realiza o plantio do cafeeiro com subdoses de fósforo prejudicando o potencial produtivo das suas lavouras. Basicamente, para melhorar a eficiência das adubações fosfatadas, o cafeicultor deve estimular o desenvolvimento

do sistema radicular e reduzir a fixação do fósforo nos solos. Dentro deste contexto, o Fertium® Phós e o Fertium® Phós Boro Mag conseguem atender as duas premissas acima. As substâncias húmicas contidas nestes fertilizantes fosfatados organominerais estimulam o desenvolvimento radicular e reduzem a fixação do fósforo nos solos aumentando a disponibilidade deste nutriente ao cafeeiro. Além deste fertilizante, o Grupo Bio Soja possui também o NHT® Humic, fertilizante líquido com altos teores de substâncias húmicas que deve ser utilizado no cafeeiro em formação e produção. 6. Literatura consultada GOEDERT, W.J.; SOUSA, D.M.G. Uso eficiente de fertilizantes fosfatados. In: ESPINOZA, W.; OLIVEIRA, A.J. de (Ed.). Anais do Simpósio sobre fertilizantes na agricultura brasileira. Brasília, DF, EMBRAPA. 1984. p.255-289. MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, S.A. Avaliação do estado nutricional das plantas: princípios e aplicações. 2 ed. Piracicaba: Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato, 1997. NOVAIS, R.F.; SMYTH, T.J. Fósforo em solo e planta em condições tropicais. Viçosa, MG: UFV/DPS, 1999. 399p. SHARPLEY, A. manejo de fósforo en sistemas de producción agrícola ambientalmente sustentables: desafios y oportunidades. IPNI International Plant Nutrition Institute. Acassuso, Argentina, p.1-9, 2010.

31

OUT/2013


32

OUT/2013


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.