Edição 57 - Revista de Agronegócios - Maio/2011

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EDITORIAL

Revista amplia participação em feiras

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om muita dedicação e esforço, a Revista Attalea Agronegócios completa, no próximo mês, cinco anos de estrada. Dentre os eventos comemorativos, a revista apresenta dois lançamentos. O primeiro - já nesta edição - com o novo layout da revista impressa. Mesmo alterando a apresentação, será mantida a linha da Revista Attalea Agronegócios na 18ª AGRISHOW, em Ride visual agradável e Estande beirão Preto (SP), que recebeu mais de 8 mil visitantes. excelente impressão Na avicultura, mostramos a POda Gráfica Cristal Já o segundo destaque de aniversário será o lançamento EDEIRA 051, nova linhagem produdo novo site da revista. Com novo for- tiva e econômica da EMBRAPA Suíno e Aves. mato, muito mais informações. Na pecuária leiteira, publicamos Nesta edição, destacamos que os bons preços na cafeicultura estão es- artigo importante sobre o manejo alitimulando a renovação de cafezais em mentar como alternativa para reduzir a acidose ruminal e a laminite nos todo o país. Iniciamos, nesta edição, a pu- animais. Recomendamos, ainda, a leiblicação de artigos sobre a importância tura do artigo sobre a importância da dos Óleos Lubrificantes na manuten- estrutura da vegetação em pastos de ção da vida útil das máquinas agrícolas. gramíneas tropicais. Finalizando, apresentamos os A renovação do PSI (Programa de Sustentação de Investimento) volta resultados da AGRISHOW 2011: a a estimular a comercialização de má- maior feira agropecuária do país. A Revista Attalea Agronegócios particiquinas e implementos agrícolas. Na ovinocultura, apresentamos pou durante todos os dias, com estande artigo importante sobre o mercado da próprio e recebeu mais de 8 mil visitas carne ovina no Brasil, com ênfase no de agricultores de todo o país. Boa Leitura a todos. abate clandestino.

e-mails RENATA DANIELLE S. HAMUY Pós-Graduanda em Agronegócios pela FAFRAM. Franca (SP). “Solicito cadastro para receber a revista mensalmente”. AMAURI DEMÉTRIO VIEIRA JUNIOR Assistência Técnica e Área de Vendas de Máquinas Agrícolas. São Miguel Arcanjo (SP). “Gostaria de recebe a revista”. DEUSIANI SOUZA SILVA Cafeicultora. Boa Esperança “Gostaria de assinar a revista”.

(MG).

MARCONIEDSON DIAS DA MOTA Assistente de Manutenção. Pontal (SP). “Gostaria de receber a revista”. PEDRO LANDI KRAUSS PEREIRA Engenheiro Agrônomo. São Sebastião do Paraíso (MG). “Solicito alteração do meu endereço”. LUIZ CARLOS OZELLO Produtor Rural - Sitio São Joaquim. Leme (SP). “Gostaria de receber gratuitamente esta ótima revista”. MAURICIO CAPUTO Agricultor. Marialva (PR). “Estive em Ribeirão Preto, na Agrishow e conheci a revista. Gostaria de recebê-la mensalmente”. PIETER KEIJSERS Cafeicultor. Ribeirão Preto (SP). “Tenho um sítio em São Sebastião do Paraíso (MG) e gostaria de receber a revista gratuitamente”.


Estratégia européia afeta indústrias brasileiras de máquinas

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bial e das altas taxas de juros do país, a indústria ainda conta com a chegada de países como Alemanha e Itália que começam a fazer companhia à China - acusada de praticar concorrência desleal com a indústria nacional - oferecem condições atraentes para que seus produtos sejam importados. “Todo esse pessoal que está parado lá fora está procurando mercados. Então, eles estão vindo muito agressivamente para cá, com descontos, linhas de financiamento de longo prazo. O pessoal quer transferir a ociosidade que eles estão tendo lá na Europa e nos Estados Unidos para países emergentes, e nosso país é um deles”, afirmou. Nos últimos dez anos, a China, de acordo com a ABIMAQ, aparecia entre os dez maiores fornecedores fora do Brasil. Hoje, é o segundo país em termos de valores . “Em termos de quantidade, já passou os Estados Unidos faz tempo. Quando eu paro de fabricar e começo a importar, para eu voltar a

fabricar, demora muito. É muito mais fácil eu trazer a coisa pronta do que fazer interna. Então, você criar uma indústria, demora, mas você destruir, é rápido”, disse o presidente da entidade, que prevê um déficit recorde de US$ 17 bilhões do setor neste ano. Quanto ao faturamento, os números se mantêm. A maior proporção, no entanto, não vem da produção nacional. “Em termos de faturamento, eu estou faturando, mas estou parando minhas máquinas, não estou produzindo mais. Esses números são claros. Nosso faturamento está somente 2% a 3% abaixo de 2008, antes da crise. Então, nós recuperamos a crise em termos de faturamento, em 2011, no primeiro trimestre. Só que em 2008, antes da crise, nós estávamos com uma capacidade instalada de 85%. Hoje, com o mesmo faturamento do ano passado, minha capacidade instalada tá 80%, quase igual ao período da crise.” A

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m busca de novos mercados, fabricantes europeus de máquinas e equipamentos, que tentam se recuperar da crise que atinge a região, estão intensificando a exportação de bens para o Brasil, atrapalhando a produção da indústria nacional e conduzindo o setor a um processo ainda mais avançado de desindustrialização, segundo avaliação do presidente da associação que representa as empresas nacionais, ABIMAQ, Luiz Aubert Neto. “Se pegar 2004, de 100 máquinas vendidas no Brasil, 60 eram fabricadas aqui. Hoje são só 40. Nós tínhamos um ‘market share’ em 2004 de 60%, hoje só temos 40%, com um agravante. Desses 40% que nós estamos fabricando ainda hoje, quase metade dos componentes é importada”, disse Aubert Neto, durante a 18ª AGRISHOW, maior feira agrícola do país, realizada no início de maio em Ribeirão Preto (SP). Além da desvalorização cam-

MÁQUINAS


OVINOCULTURA

André Sorio

Engenheiro Agrônomo, M.Sc. em Agronegócios, consultor em produção intensiva a pasto de ovinos e bovinos

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FOTO: Arfio Mazzei

A carne ovina e o abate clandestino: quais são as causas da informalidade

sanitárias e fiscais. Este artigo tem o objetivo de trazer informações a respeito das características do ambiente institucional que ajudam a manter em alta a informalidade e também procura demonstrar os custos e os benefícios que o sistema agroindustrial da carne ovina alcança com o abate clandestino

m todos os estados brasileiros, o sistema agroindustrial da carne ovina apresenta índices de informalidade suLegislação Sanitária para a perior ao do abate oficial. Esta Ovinocultura - Apesar de muita clandestinidade é estimulada gente pensar o contrário, existe por uma fiscalização insuficiuma vasta legislação, no âmbito ente e por diversos aspectos federal e nos Estados, que tratam do ambiente institucional. da questão sanitária na ovinoculUma cadeia produtiva abarca várias atividades a- Mesmo com toda legislação exigida, o abate clandestino de tura, da criação ao abate e comercialização. gropecuárias, não apenas a ovinos é um fato corriqueiro em todos os estados do país. O próprio Código de Deetapa de produção, mas também os elos de fornecimento de insu- lando, assim, os produtores de ovinos a fesa do Consumidor estabelece normos, de transformação industrial e de aumentar sua escala de produção, pois mas de proibição de comercialização comercialização. Já um sistema agro- a venda da carne seria facilitada pela de produtos nocivos à saúde humana. industrial é composto, além da cadeia entrada de um maior número de aba- Nada disso conta, porém, diante da produtiva, também pelos ambientes tedouros no mercado. Com uma distri- ação da informalidade, que, além de institucional e organizacional onde buição organizada, proporcionada pela atentar contra a ordem tributária, inestá inserido. indústria formal, os consumidores teri- fringe o artigo 268 do Código Penal, ao Em toda sociedade, há regras que am maior facilidade de incluir a carne cometer crime contra a saúde pública, por expor a saúde da população a restringem e regulam o comportamen- ovina em seus cardápios. to dos indivíduos. Estas regras podem O descumprimento das regras graves moléstias. Pelas Portarias nº 89/1996 e nº ser formais ou informais. Entende- pode variar conforme o setor. Em alse por regras formais aquelas que são guns casos, o mercado informal opera 304/1996, o Ministério da Agricultura, explicitadas por algum poder legítimo em paralelo com a formalidade. Os Pecuária e Abastecimento criou mee tornadas obrigatórias para manter a mercados informais não-criminosos didas de combate aos abates clandesordem e o desenvolvimento de uma têm algumas características em co- tinos de bovinos, bubalinos e suínos. sociedade. As leis nacionais e os es- mum, principalmente a evasão fiscal, Mas nenhuma menção foi feita sobre tatutos das organizações são exemplos mas também o descumprimento de carne ovina. O Decreto nº 5.741/2006, de regras formais. As regras informais leis trabalhistas, de licenças de funcio- que criou o Sistema Brasileiro de Insfazem parte da herança cultural e são namento, de inspeção sanitária, entre peção de Produtos de Origem Animal (SISBI), trata genericamente de todos um conjunto de valores transmiti- outras. dos socialmente. Tabus, costumes e Conforme Sorio e Rasi (2010), al- os produtos de origem animal produzitradições são exemplos de regras infor- guns exemplos de onde a ovinocultura dos no Brasil. O objetivo do SISBI é pamais. Ao conjunto de regras - formais interage com mercados informais não- dronizar e harmonizar os procedimentos de inspeção municipais e estaduais, e informais - denomina-se “ambiente criminosos são:Economia Não-Declarada - fri- de forma a garantir a inocuidade e a institucional”. A possibilidade de alterar as re- goríficos que comercializam parte da segurança alimentar. O Programa Nacional de Sanigras do jogo, formais ou informais, fa- carne sem a emissão de nota fiscal e/ vorecendo um determinado grupo de ou restaurantes que se utilizam de uma dade de Caprinos e Ovinos (PNSCO) agentes ou toda a sociedade, pode for- compra de carne legal para justificar os vem sendo discutido desde 2002, mas mar as condições para a criação de uma estoques adquiridos do abate clandes- não está em plena operação, apesar da publicação das Instruções Normativas organização. Mudar pontos de vista da tino. Economia Não-Gravada - abate nº 53/2004 e nº 87/2004 pelo Mapa. maioria da população ou dos indivíduos dotados do poder de criar regras tem de ovinos em propriedades rurais para Os objetivos principais do PNSCO são sido um dos objetivos das associações consumo próprio, para doação e para a notificação de doenças, a vigilância venda, sem comunicar aos órgãos ofi- sanitária e o estabelecimento de norde interesse privado. mas de trânsito de ovinos e caprinos. Por exemplo, uma repressão ciais. A obrigatoriedade de emissão das Economia Informal - abatedouefetiva ao abate clandestino poderia estimular os frigoríficos de bois a se ros e/ou produtores que comercializam Guias de Trânsito de Animais (GTA) dedicar ao abate de ovinos, estimu- produtos sem cumprir com as regras está prevista nessa legislação,


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apesar de os órgãos de defesa sanitária animal dos Estados não deixarem disponível ao público os dados de movimentação de ovinos via GTA. A Comissão de Ovinos e Caprinos da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) considera que a implementação do PNSCO deve ser a política prioritária do governo para o setor. Como consequência do PNSCO, deverá ser criado um Cadastro Sanitário de Estabelecimentos de Criação de Ovinos e Caprinos, regulamentado pela Instrução Normativa 20/2005. Esse cadastro servirá como base para a implantação de um sistema nacional de rastreabilidade para a carne ovina, outra medida que deverá ajudar a aumentar a competitividade da cadeia da ovinocultura. Existe, há mais de 20 anos, um Sistema Nacional de Tipificação de Carcaças Ovinas, regulamentado pela Portaria nº 307/1990, do MAPA. Ali estão descritas a classificação dos animais conforme a idade, a conformação da carcaça e o acabamento de gordura. Essa legislação deveria nortear a comercialização de ovinos para abate em todo o território nacional, porém, segundo Silva (2002), essa portaria é sistematicamente desobedecida pelos agentes da cadeia produtiva. Conforme sugere Sorio (2009), o pagamento diferenciado, tomando por base a classificação de carcaças, é um recurso eficiente para diminuir os conflitos na transação produtor-frigorífico. Essa ação deveria ser incentivada pelos frigoríficos, principalmente no interesse de diminuir o abate clandestino. Mas, no Brasil, nenhum frigorífico se utiliza da tipificação de carcaças como forma de remuneração do produtor. Possíveis Causas da Informalidade na Ovinocultura - A indústria frigorífica de abate de ovinos no Brasil costuma realizar transações comerciais essencialmente via mercado à vista, apresentando raras iniciativas de organizar o fornecimento por meio de contratos de longo prazo. Costa (2007) conseguiu identificar apenas 10 experiências com contratos em todo o Brasil, envolvendo, todas elas, poucos produtores. Enquanto a relação entre indústria e produtores continuar se baseando no mercado à vista, estará naturalmente sujeito a comportamentos oportunistas de ambas as partes. É a regra que o relacionamento dos produtores com os frigoríficos ocorra de maneira conflituosa.

FOTOS: EMBRAPA Pecuária Sudeste

OVINOCULTURA

O QUE EXIGE A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

Carcaças na plataforma de abate.

Retirada do pelo do animal.

Preparação da carcaça para os cortes.

Higienização da carcaça.

Conforme Sorio (2009), a dificuldade de negociar e de cumprir contratos entre os ovinocultores e os frigoríficos é um dos principais problemas que oneram o relacionamento entre estes elos da cadeia produtiva. A desconfiança entre os dois agentes se expressa no controle e na inspeção da matéria-prima negociada. Os criadores reclamam que os frigoríficos utilizam balança adulterada para diminuir o peso dos animais abatidos. Por sua vez, as indústrias se queixam de que, durante a transação, os produtores negociam cordeiros, mas, em seu lugar, enviam para o abate animais adultos de descarte, muitas vezes sem terminação adequada. No Brasil, a regra é que os rebanhos ovinos mantidos nas propriedades sejam de poucos animais. Por isso, seu transporte, em pequenos lotes, é antieconômico para as indústrias, fato que também contribui para que o abate seja

feito clandestinamente e que a venda do produto se restrinja às cidades mais próximas da propriedade rural. A carne ovina informal tem dois fluxos principais de comercialização. O primeiro, o próprio criador faz o abate na propriedade e distribui os animais, com a entrega sendo feita muitas vezes em domicílio. No segundo, o abate e o comércio são feitos por um intermediário, que adquire os animais no mercado à vista e realiza o abate em locais supostamente legalizados (principalmente abatedouros municipais) para posteriormente realizar a distribuição, em grande parte das vezes sem condições adequadas de refrigeração e higiene. A carne ovina é muito consumida nas propriedades rurais, motivo por que seus agentes aprendem as técnicas de abate, que também são usadas para vender os animais diretamente ao consumidor. Também é uma tradição


OVINOCULTURA

Custos e Benefícios da Informalidade à Cadeia Produtiva da Carne Ovina - Os principais custos (desvantagens) para a cadeia produtiva da carne ovina, decorrentes da prática da informalidade são: a) - Elevada ociosidade das plantas frigoríficas; b) - Baixa arrecadação de imposto, o que mantém a atividade com pouco poder de barganha; c) - Restrição de acesso ao grande varejo; d) - Perda do nicho da carne de qualidade para o produto importado; e) - Impossibilidade de padronizar a carne e de oferecer cortes mais práticos ao consumidor; f) - Baixo estímulo ao aumento de rebanho e/ ou à entrada de novos criadores na atividade. Naturalmente, não se pode deixar de mencionar que a informalidade também traz alguns benefícios à cadeia: a) - Possibilidade de escoamento da produção em locais distantes de abatedouros legalizados; b) - Menor custo de operação do frigorífico clandestino, por sonegação fiscal e por não cumprimento da legislação sanitária; c) - Possibilidade de venda de pequenos lotes de animais;

d) - Valor maior obtido pelo produtor quando ele mesmo realiza o abate; e) - Inexistência da burocracia para a emissão da GTA; f) - Menor preço da carne ao consumidor; g) - Satisfação do consumidor em adquirir um produto diretamente do produtor rural; Considerações Finais - O crescimento do rebanho de ovinos do Brasil, ao longo dos anos, não foi acompanhado de estímulo oficial. As recentes tentativas particulares de organizar e incentivar uma atividade que se mostra economicamente promissora esbarram, porém, em conflitos decorrentes da tentativa de mudança do ambiente institucional nessa cadeia produtiva. Na ovinocultura ainda vigora um arranjo institucional que privilegia o contato direto entre produtor e consumidor, em detrimento de implicações fiscais e sanitárias. Ademais, a negociação entre o produtor e as indústrias legalizadas é altamente conflituosa, pois ocorre em ambiente de desconfiança entre ambas as partes. Para reestruturar a cadeia produtiva da carne ovina, de forma a manter o abate e a transação comercial em bases legais é preciso, antes de tudo, proceder a uma fiscalização sanitária contínua e abrangente. Afinal, uma política sanitária séria e consistente é exigência da maioria dos mercados importadores e abriria, no futuro, a possibilidade de comércio internacional para a cadeia produtiva brasileira de carne ovina. (Fonte: Portal Farmpoint) A

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utilizar o ovino como presente ou na forma de doação à comunidade e às autoridades, em ocasiões especiais, como festas religiosas e datas comemorativas. Segundo Barreto Neto (2004), esta tradição estimula o aprendizado das técnicas de abate pelas populações rurais. A preferência, principalmente nas classes de baixa renda, por carne vermelha cortada e embalada na hora, na frente do consumidor, também confere certa vantagem ao mercado de carne informal. Na região Nordeste, a preferência é pela chamada carne quente, vendida nas tradicionais feiras de rua, comuns a todas as cidades da região, inclusive nas capitais, à vista das autoridades sanitárias, que nada fazem. Conforme Sorio e Rasi (2010), os principais motivos que estimulam o abate clandestino e a informalidade na cadeia da ovinocultura são: a) - É um canal de distribuição tradicional e identificado com o consumidor; b) - Apresenta comodidade da entrega direta ao consumidor e a restaurantes, com a frequência exigida pelo cliente; c) - Existe a tradição de presentear amigos e autoridades com carne ovina oriunda da própria fazenda, em datas comemorativas; d) - A carne ovina apresenta facilidade de abate e transporte por conta do pequeno porte; e) - O preço ao consumidor se apresenta mais baixo do que no varejo que comercializa carne inspecionada; f) - O custo do transporte do animal em pé até as indústrias legalizadas é alto, devido ao pequeno tamanho dos lotes abatidos; g) - Existe pouca fiscalização por parte dos órgãos de vigilância sanitária; h) - Não existe atuação coordenada entre os órgãos de inspeção e os de vigilância sanitária;


MÁQUINAS

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programa do BNDES de financiamento de compra de máquinas agrícolas foi prorrogado até o final do ano e renovou o otimismo de vendas do setor, que prevê em 2011 superar o recorde de faturamento registrado em 2008. A renovação do PSI (Programa de Sustentação de Investimento), que conta com juros mais baixos do que os do mercado, e os bons preços das commodities agrícolas permitirão que o setor eleve suas vendas em cerca de 15% na comparação com 2010, quando já tinham subido 25% ante 2009, principalmente por conta do programa do BNDES. “Poderemos ultrapassar este ano a marca de 8,4 bilhões de reais de vendas de 2008”, afirmou à Reuters José Carlos Pedreira de Freitas, diretor-adjunto da Câmara de Máquinas e Implementos Agrícolas da ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos). Em 2010, o setor de máquinas e implementos faturou 7,5 bilhões de reais, disse o diretor. “Estamos muito otimistas. Ao lado da manutenção do programa, tem uma perspectiva muito grande com os preços de commodities. Quem compra é o produtor rural, e se a perspectiva

FOTO: Divulgação Massey Ferguson

PSI é prorrogado e renova otimismo do setor de máquinas agrícolas

é boa para as commodities, é boa para o setor.” Os números da Câmara não consideram grandes máquinas agrícolas contabilizadas pela ANFAVEA (a associação das montadoras)-, que também se beneficiaram do PSI. Mais de 80% das vendas de máquinas e implementos contabilizados pela ABIMAQ foram feitas no ano passado com o apoio do programa, disse o diretor. O PSI, que seria encerrado no final de março, foi prorrogado até 31 de dezembro de 2011. A prorrogação, entretanto, foi feita com taxas mais altas, que na opinião do diretor da ABIMAQ

Governo inclui colhedoras de café no ‘Mais Alimento’

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Governo Federal está incluindo a compra de colheitadeira de café nas políticas públicas direcionadas à agricultura familiar, para que o setor contribua de forma efetiva no crescimento da economia brasileira. O anúncio foi feito pelo Ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, no início do mês de maio, durante solenidade realizada na Agrishow 2011, em Ribeirão Preto (SP). Dentro da nova categoria de produto do Programa Mais Alimentos incluem três colheitadeiras de café, sendo duas da CASE IH (modelos Coffee Express 100, no valor

aproximado de R$ 220 mil, e a Coffee Express 200, no valor aproximado de R$ 440 mil) e uma da MATÃO, que está na faixa de R$ 190 mil. Condições para compra de Colheitadeiras de Café a) - O Produtor Rural tem que ser Pronafiano. b) - Com limites de R$ 150 mil para compra individual e R$ 500,00 para compra coletiva; c) - 2 % de juros ao ano, d) - prazo de 10 anos, e) - com 3 anos de carência A

não devem afetar os negócios. A alta do juro era esperada pela Selic (taxa básica de juro) mais alta e também com uma inflação maior. Os juros cobrados para comercialização de bens de capital, nos quais se incluem as máquinas agrícolas, passam de 5,5% para 6,5% ao ano (micro, pequena e média empresa), e para 8,7%, para grande empresa. “O governo foi muito sensível e evitou a paralisação do programa. Isso é importante porque é nesse momento que o pessoal está tomando decisão de comprar máquina. O produtor não toma decisão a partir de julho, porque em julho ele já estará preparando o solo para plantar”, disse Freitas. Desde o ano passado o setor vem negociando com o governo a manutenção do PSI. O novo orçamento do programa, que agora inclui outros setores nos financiamentos, é de 75 bilhões de reais, segundo o BNDES. “Passam a contar com as condições especiais do BNDES PSI a aquisição de partes, componentes e serviços tecnológicos para bens de capital”, afirmou o banco em nota. O PSI também financiará bens de tecnologia da informação e comunicação desenvolvidos no Brasil com tecnologia nacional, de acordo com critérios estabelecidos pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). (Fonte: Reuters) A


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MÁQUINAS

Antônio Carlos Loureiro Lino

Centro de Engenharia e Automação IAC - Instituto Agronômico de Campinas

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setor de máquinas agrícolas é um dos que sofreu maior evolução nos últimos anos, com a incorporação de tecnologia antes restrita ao setor automotivo. Os modernos tratores, colhedoras e implementos agrícolas se tornaram máquinas sofisticadas e de alto desempenho, exigindo para o seu uso eficiente lubrificantes de alta qualidade que respondam bem à crescente severidade dos serviços a que estão sujeitos estes equipamentos. A lubrificação é um dos principais itens de manutenção de máquinas agrícolas e deve, portanto, ser entendida e praticada para conservá-las e manter o rendimento delas, aumentando a vida útil das mesmas. De modo geral, os componentes das máquinas agrícolas que necessitam lubrificação são: mancais de atrito, mancais de rolamento, eixos sem fim, eixos telescópicos, engrenagens, correntes, pistões, juntas universais e bombas, sendo essencial para vida do motor.

O que são Lubrificantes? - Quando as superfícies dos componentes de algum tipo de máquina se movem em contato uma com as outra, produzem a fricção ou atrito, e esta gera calor e causa desgaste. O lubrificante é uma substância colocada entre estes componentes em movimento para reduzir a fricção e proporcionar o deslizamento suave e fácil, um contra o outro, com o mínimo desgaste e mantendo a temperatura normal. Os lubrificantes tem por função: a)- Reduzir a fricção e o desgaste das peças; b)- Diminuir o calor gerado pela fricção das peças; c)- Auxiliar na refrigeração, no caso dos motores; d)Auxiliar a vedação ou perda de pressão dos motores; e)- Evitar a entrada de impurezas nos mancais; f)- Fazer a limpeza das peças; g)- Proteger contra a corrosão; h)- Transmitir força e movimento através de cilindros hidráulicos. Tipos de Lubrificantes - Há três

FOTO: Autovenice

Óleos Lubrificantes são essenciais para a vida útil das Máquinas Agrícolas

tipos de lubrificantes: os lubrificantes líquidos, que são os óleos lubrificantes, os lubrificantes pastosos que são as graxas e os lubrificantes sólidos. Os lubrificantes sólidos são utilizados em equipamentos que trabalham em altas temperaturas, sendo portanto de pouco interesse para as máquinas agrícolas. Em certos casos são misturados com lubrificantes líquidos e pastosos para melhorar sua resistência ao calor gerado pelo atrito entre superfícies. Como exemplo de lubrificantes sólidos podemos citar o talco, a grafite e o bissulfeto de molibdênio. Na agricultura, a grafite é utilizada na lubrificação no depósito de sementes das semeadoras, com a finalidade de diminuir os danos mecânicos nas sementes e as falhas de colocação das sementes no solo. Os lubrificantes líquidos, também conhecidos como óleos lubrificantes, são os mais usados em máquinas agrícolas. Estes lubrificantes podem ser de 3 tipos de origem ou bases diferentes: orgânica , mineral e sintética. Os óleos lubrificantes de origem orgânica são feitos a partir de gorduras animais e vegetais, e hoje não são mais utilizados como lubrificantes, mas, como é o caso do óleo de mamona, como aditivo para melhorar as qualidades de alguns tipos de óleo. Os óleos lubrificantes de base

mineral são extraídos do petróleo e são os óleos mais usados em tratores e máquinas agrícolas. Já os óleos lubrificantes de base sintética foram desenvolvidos em laboratório, a partir de substâncias químicas, especialmente desenhadas para conferirem características de viscosidade superiores às dos óleos minerais, porém com custos de fabricação bem mais elevados que os dos óleos minerais. Por isso tem se tornado comum a mistura dos dois tipos , que é chamado de óleos lubrificantes de base mista, que é utilizada para formular lubrificantes de elevada qualidade. Os lubrificantes pastosos são conhecidos como graxas ( palavra esta que se origina do latim “crassus” ou “grassus”, que significa gordura); são utilizados em locais onde os óleos (líquidos) não conseguem parar para fazer uma completa lubrificação. As graxas são feitas pela mistura de um óleo lubrificante (de base mineral ou sintética) e de uma substância encorpante, chamada de agente espessante, e tem como função reduzir o atrito, o desgaste, o aquecimento e proteger contra a corrosão. Características Importantes - Algumas características dos óleos lubrificantes são extremamente importantes para a escolha e uso adequado dos mesmos.


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A viscosidade é considerada a propriedade mais importante dos óleos lubrificantes, ela mede a dificuldade com que um líquido escoa ou escorre. Quanto mais viscoso for um lubrificante (mais grosso), mais difícil de escorrer, portanto será maior a sua capacidade de manter-se entre duas peças móveis fazendo uma melhor lubrificação das mesmas. Quanto menos viscoso for um óleo lubrificante, mais rapidamente ele quando bombeado chegará aos locais nos deve fazer a lubrificação, porém terá dificuldades de manter-se lá. Ao utilizarmos um óleo muito viscoso (muito “grosso”), nas manhãs frias, ele terá dificuldade de chegar às áreas que necessitam ser lubrificadas, provocando um desgaste maior do motor. Se utilizarmos um óleo pouco viscoso (muito “fino”), quando o motor aquecer ele escoará com muita facilidade, prejudicando também a lubrificação e aumentando o desgaste do motor. A escolha da viscosidade correta para as temperaturas de trabalho é importante, pois um óleo tem que proporcionar adequada lubrificação em todas as estações do ano. A viscosidade dos lubrificantes não é constante, pois varia com a temperatura. Quando se eleva a temperatura de um óleo lubrificante a sua viscosidade diminui, e quando a sua temperatura diminui ele fica mais viscoso. Esta variação da viscosidade em função da temperatura não ocorre em todos os óleos da mesma maneira. Alguns óleos ficam menos viscosos mais rapidamente que outros. O Índice de Viscosidade (IV) mede a variação da viscosidade com a temperatura; quanto mais alto este índice, menor será a influência da temperatura sobre a viscosidade. Isto indica que este óleo é menos viscoso (“grosso”) em manhãs frias e mais viscoso em dias quentes, quando comparado a um óleo com Índice de Viscosidade menor. Portanto um óleo com maior Índice de Viscosidade irá proteger melhor o motor contra o desgaste. Outra característica importante é a Densidade,

FOTO: Divulgação MWM

MÁQUINAS

O novo modelo da MWM International Motores: MaxxForce 4.1A Tier 3, com aplicação na área agrícola, lançado pela empresa na AGRISHOW 2011.

pois ela indica o peso de uma certa quantidade de óleo a uma certa temperatura; isto pode nos indicar se houve contaminação ou deterioração de um lubrificante. Por exemplo, se um óleo for contaminado por água, aumentará a densidade do óleo. O Ponto de Fuidez é a temperatura na qual o óleo pára de fluir ou escorrer, isto é congela, é muito importante para regiões sujeitas a invernos rigorosos, o que não é o caso da grande maioria do território nacional. O Poder Lubrificante se refere unicamente às propriedades redutoras do atrito interno dos óleos que trabalham em serviços severos, tais como em motores diesel de alta rotação e cargas elevadas. Para melhorar alguma qualidade já existente nos óleos lubrificantes, porém em grau insuficiente, ou conferindo-lhes outras que ele não possua, especialmente quando o lubrificante

é submetido a condições severas de trabalho, isto é, para aumentar a sua eficiência, são adicionados aos mesmos substâncias chamadas de aditivos. Os objetivos e finalidades dos aditivos e, conseqüentemente, seus mecanismos de ação são muito variados. Os principais tipos de aditivos são: • Antioxidantes: reduzem a oxidação do lubrificante em contato com ar. • Anticorrosivos: protegem as partes do ataque de contaminantes ácidos dos óleos lubrificantes. • Detergentes-dispersantes: mantêm as superfícies metálicas limpas e evitam a formação de borras nos óleos lubrificantes. • Agentes de Extrema Pressão (EP ou HD): formam uma camada protetora resistente que protege as peças do contato metal contra metal. • Melhoradores do Índice de Viscosidade (I.V.): diminuem a variação da viscosidade com a temperatura. • Abaixadores do Ponto de fluidez: evitam que o óleo se congele. • Antiespumantes: evitam a formação de espuma. • Antiferrugem: protegem da ferrugem as peças feitas de metais ferrosos. • Agentes Emulsificantes: tornam os óleos emulsionáveis (erradamente ditos “solúveis”) em água. A


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Junior Cesar Martinez

Doutor em Ciência Animal e Pastagens ESALQ / USP

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acidose ruminal sub-aguda é um problema, de certa forma, predominante nos rebanhos leiteiros. Em vacas alimentadas com ração total, aproximadamente 25% das vacas certamente tem pH ruminal abaixo de 5,5. Isso compromete a perfeita digestão da dieta, uma vez que o pH ruminal é grandemente uma função de balanço entre a produção de ácidos graxos voláteis provenientes da fermentação de carboidratos, sua neutralização pelas tampões salivares e dietéticos, e sua remoção pela absorção através da parede do rúmen, ou passagem pelo rúmen. A acidose é causada pelo consumo de alta quantidade de carboidratos ruminalmente disponíveis, baixa quantidade de fibra efetiva, ou ambos. Laminite, uma inflamação asséptica das camadas dérmicas dentro do casco e é a maior causa de manqueira de vacas leiteiras, relacionada a acidose ruminal. Porém, não podemos nos esquecer de que vacas leiteiras de alta produção terão inevitavelmente algum grau de acidose, dadas as características da dieta para esse tipo de animal, e o comportamento fisiológico e ingestivo da vaca. Assim, excelente manejo do cocho e investimento em conforto animal têm sido apontados como fatores de risco para acidose e laminite em rebanhos leiteiros. Então, escrevo este artigo para destacar os desafios que enfrentamos, bem como os nossos esforços para minimizar a acidose ruminal e a laminite de vacas leiteiras, ressaltar que a margem de erro em nossos programas de formulação de ração é pequena, bem como, para apontar os pontos de controle onde poderemos atuar.

Dieta de Transição - Na prática, nada mais é do que aumentar gradativamente a proporção de concentrado na ração total, durante as ultimas poucas semanas do pré-parto, o que é uma prática comum. O consumo de quan-

FOTO: ESALQ - USP

Manejo alimentar visando reduzir acidose ruminal e laminite em vacas leiteiras

tidade excessiva ou mínima de concentrado durante o período seco pode aumentar o risco de acidose. Quantidade excessiva pode levar a riscos de acidose, mas é pouco provável devido ao baixo consumo de alimento nesta fase; também porque os produtores costumam ser econômicos com relação a quantidade de concentrado para vacas secas. Por outro lado, quantidade mínima também pode levar a acidose, uma vez que a falta de absorção de ácidos graxos voláteis pelas papilas ruminais e a adaptação dos microrganismos ruminais à alta quantidade de energia que será ingerida apos o parto. Estresse Calórico - A pesquisa já demonstrou baixo pH ruminal de vacas leiteiras quando mantidas em ambiente quente e úmido (30ºC e 85% de umidade relativa) de que de vacas em ambiente mais fresco (18ºC e 50% de umidade relativa), quando alimentadas com alta forragem (35% de grãos, pH de 6,1 vc 6,4) ou dietas de alto grão (65% grão, pH 5,6 vs 6,1), possivelmente devido à diminuição da atividade ruminal e redução da ingestão de alimento. Vacas sob efeito de estresse calórico selecionam a ração total em busca de aumentar a ingestão de partículas pequenas e concentrado,

visando diminuir a ingestão de fibra e, com isso, a produção de calor proveniente do metabolismo. Por isso, existe uma recomendação para se aumentar a FDN fisicamente efetiva (aquela capaz de estimular a ruminação) e reduzir os carboidratos não fibrosos, visando reduzir os riscos de acidose. Assim, um manejo que otimize o conforto dos animais e minimizem o estresse calórico é um importante componente para a prevenção de laminite. Aditivos - Existem muitos aditivos disponíveis para uso em dietas de vacas leiteiras visando minimizar a acidose ou laminite. A suplementação com monensina sódica é um exemplo que tem demonstrado bom funcionamento para aumentar a eficiência da produção de leite. A cetose sub-clínica foi reduzida em vacas em transição tratadas com cápsulas de liberação controlada de monensina. Também pode ser usada para prevenir acidose lática, demonstrando ser um produto interessante para reduzir acidose e laminite, embora mais algumas pesquisas sejam requeridas. Aparentemente, a monensina mantém ou aumenta o pH de vacas leiteiras. Em confinamento de gado de corte, os animais caumentaram


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LEITE

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a frequência de alimentação e reduziram o tamanho médio da refeição. O pH ruminal diminui após as refeições, e esta diminuição vai progredindo a medida que aumenta o tamanho das refeições e diminui a quantidade de FDN dietético. A suplementação com bicarbonato de sódio atenua a queda do pH pós-alimentação, e pode atenuar a acidose. A recomendação de inclusão de 0.7 a 1,0% da ração total tem sido genericamente utilizada. Foi relatado que 20mg/vaca/dia de suplementação com biotina reduziu a laminite de vacas leiteiras, através da queratinização da epiderme do casco. A biotina não influencia a produção de ácidos graxos voláteis e a digestibilidade aparente no trato digestivo. Também, existem relatos na literatura de que laminite pode ser decorrente da carência de alguns elementos minerais, como zinco, manganês, cobre e cobalto, pois eles também atuam na queratinização, conforme o descrito para a biotina. E por fim, alguns estudos foram feitos com leveduras muito específicas, como Lactobacillus plantarum, Enterococcus faecium, Megasphaera elsdenii e Propionibac-

terium, e demonstraram eficácia na atenuação da acidose, mas os trabalhos ainda são muito escassos e os dados não conclusivos. Preparo da Dieta - Grande variação nas concentrações de MS, energia e FDN podem ser observadas entre silos. Diferentes silos feitos na mesma propriedade certamente terão composição diferente. Isso enfatiza a importância do controle meticuloso da utilização do alimento, para minimizar a variação dos lotes, e para a obtenção de amostras representativas do que está sendo fornecido aos animais. Logicamente, esse controle somente é interessante em fazendas que fazem controle do manejo nutricional de forma bastante disciplinada, pois de nada adianta realizar analise bromatologica do alimento e contratar um excelente nutricionista para formular a ração, se ao alimentar, esse procedimento é feito usando uma pá-carregadeira de grande capacidade, mas de mínima precisão. Outra questão a ser avaliada é da utilização de silos “bag”. Muitas vezes se tem variação na composição do alimento entre os silos, principalmente aqueles com históricos diferentes, como dia

de colheita, condições climáticas, talhões diferentes, variedade, tamanho de partícula (máquinas diferentes para cortar), dentre outros fatores. Fazendas que utilizam grande quantidade e diversidade de subprodutos agroindustriais também deverão estar atentas as variações na composição destes. Portanto, em sistemas bastante ajustados, essa diferença poderá ser transferida para o concentrado, para o perfeito balanceamento da dieta. Considerações finais - Podemos observar que dispomos de conhecimentos sobre manejo e nutrição de vacas leiteiras, bem como disponibilidade de produtos, capazes de atenuar consideravelmente os problemas de acidose ruminal e laminite. Manejo nutricional e investimento em conforto para os animais são requisitos chaves para minimização, ou mesmo eliminação do problema. A

EM TEMPO ADAPTADO DE: Notas de aula do Professor Dr. Randy D. Shaver, da University de Wisconsin Madison - EUA Publicado em: www.milkpoint.com.br


PECUÁRIA

Produção de animais confinados aponta crescimento de 31% em 2011

A

entrevistados. Segundo Bruno Andrade, responsável técnico pelo levantamento, a expectativa para uma maior produção de gado confinado é alta, entretanto, a totalidade de gado para cumprimento da meta de 2011 não está totalmente adquirida, apresentando somente, entre todos os entrevistados, a quantidade suficiente para se repetir os números de 2010. “Essa expectativa será confirmada ou não nas próximas pesquisas, quando teremos uma sinalização melhor sobre os preços do boi gordo no segundo semestre, bem como das matérias-primas utilizadas para compor a dieta do bovino”, completa Andrade. As condições das pastagens em parte do Brasil Central não estão em boas condições e um período de seca mais intensa poderá forçar uma entrada maior de animais nos confinamentos. O levantamento publicado pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária aponta expectativa de crescimento do volume de gado confinado na ordem de 29% no Mato

Grosso. O estado, além de reunir as fontes de matérias-primas para o confinamento, passou recentemente por graves problemas com pragas e seca em parte das áreas de pastagens, o que continua prejudicando a engorda de animais em sistema extensivo. É importante ressaltar que todos os anos, o primeiro levantamento sempre é ou otimista ou pessimista demais. Portanto, é preciso considerar que fatores de mercado e/ou ambientais que interferem na produção e podem fazer com que esta estimativa se altere no decorrer do ano”, frisa. “Temos que deixar claro que o crescimento de 31% esperado para 2011, é sobre uma expectativa que ainda não se confirmou e, por ser ainda cedo demais, poderemos ter reajuste nessa previsão, provavelmente para baixo, por conta dos custos básicos de produção, como o preço do boi magro e dos ingredientes que vão à formulação da ração para o gado confinado”, finaliza. A

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ASSOCON - Associação Nacional dos Confinadores projeta que haverá crescimento de 31% no volume de gado confinado pelo pecuarista brasileiro em 2011. Isso é o que apurou o primeiro levantamento sobre a produção de animais confinados realizado pela entidade em abril, que comparou os números finais de 2010 com a expectativa de produção de seus associados para 2011. De acordo com dados da pesquisa, que ouviu 61 pecuaristas associados, em 11 estados da federação (SP, GO, MT, MS, MA, PR, RJ, MG, PA, BA e RO), 65% dos entrevistados acreditam que a produção de gado confinado no Brasil será maior do que em 2010, 10% em diminuição e 25% em estabilidade na produção. Para esse ano, o que tem preocupado parte dos confinadores são os altos custos de produção, basicamente boi magro e insumos para nutrição. Em média, os custos com aquisição dos insumos para compor a dieta animal subiram 24% segundo os


PECUÁRIA

A importância da estrutura da vegetação em pastos de gramíneas tropicais Carlos Augusto de Miranda Gomide Domingos Sávio Campos Paciullo Carlos Renato Tavares de Castro

Figura 1 - Representação do crescimento de gramíneas cespitosas com baixo (sit. A) e alto (sit. B) alongamento do colmo e seu efeito sobre a colheita da forragem sob pastejo.

Pesquisadores da Embrapa Gado de Leite

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om o início das chuvas, após um longo período de seca, os pastos começam a rebrotar e voltam a constituir a principal fonte de alimento da exploração pecuária. Contudo, para a exploração racional e eficiente deste importante recurso forrageiro é importante estar atento a alguns cuidados. As gramíneas tropicais se caracterizam pela elevada capacidade de produção de forragem. Durante a época chuvosa do ano apresentam alta taxa de crescimento, sobretudo quando submetidas a adubações. Contudo, este ritmo acelerado de crescimento tem consequências importantes para a estrutura da vegetação. Sob o ponto de vista da produção, todos os componentes da planta contribuem para aumentar a massa de forragem do pasto. Todavia, dependendo do tempo de crescimento da planta, grande parte da forragem produzida acaba não sendo aproveitada pelos animais em pastejo e é perdida. Assim, este potencial de produção precisa estar associado a práticas de manejo que permitam o maior aproveitamento da forragem produzida.

Características Estruturais do Pasto e Eficiência de Pastejo - À medida que a gramínea cresce ocorre aumento de sua massa por meio do acúmulo de folhas e colmos (hastes). O acúmulo de folhas é benéfico para a forrageira e para o animal, pois constituem a porção mais nutritiva da planta e mais facilmente colhida pelos animais em pastejo. Já os colmos, principalmente aqueles mais grossos, possuem menor valor nutritivo (baixo teor de proteína e menor aproveitamento no trato digestivo do animal), além de prejudicarem a eficiência com que os animais conseguem “colher” as folhas disponíveis. Outra fração das plantas forrageiras que tende a se acumular quando se prolonga o período de rebrotação é composta por folhas mortas. Com o mais intenso crescimento que ocorre

no período chuvoso, a formação e morte de folhas também são aceleradas. Assim como o acúmulo de colmos, a presença de folhas mortas também prejudica a estrutura do pasto. Desta forma, se o período de crescimento do pasto for inadequado, muito longo, embora haja grande acúmulo de massa disponível a tendência é que essa se caracterize pela baixa relação folha/colmo e pelo excesso de folhas mortas. A preocupação com a estrutura do pasto deve ser tanto maior quanto maior for o prejuízo observado em decorrência do seu crescimento prolongado (Figura 1). Assim, as gramíneas cespitosas, que possuem crescimento ereto, como, por exemplo, o capimelefante, o capim-tanzânia e o capimmombaça, merecem atenção especial e por isso mesmo são consideradas de mais difícil manejo. Em gramíneas decumbentes, que possuem crescimento rasteiro, como algumas espécies dos gêneros Brachiaria e Cynodon (capim-estrela e tiftons), os colmos são mais finos e tenros e tendem a ser consumidos em maior proporção que nas espécies cespitosas, mas mesmo assim prejudicam o pastejo e contribuem para a sua baixa eficiência. Dessa forma, o acúmulo de col-

mos e a presença de folhas mortas devem ser considerados, em conjunto, como um indicador, para aquele que maneja as pastagens, de que o período de crescimento do pasto está além do recomendado. Consequências sobre a Rebrotação - Além de seu efeito prejudicial para a estrutura do relvado, comprometendo a eficiência de colheita da forragem, falhas no manejo da pastagem que levam a longos períodos de rebrotação e/ou deixam resíduos elevados geram acamamento da forragem pelo pisoteio animal, conseqüência indesejável que também compromete a recuperação do pasto para o período de pastejo seguinte. Tal comprometimento ocorre devido ao material residual (macega) apresentar baixo ritmo de crescimento e ainda prejudicar a rebrota e o desenvolvimento das touceiras que ficam encobertas, sombreadas pela palhada. Nestas condições roçadas frequentes são necessárias para recuperar a condição ideal do pasto, aumentando os custos com mão de obra e reduzindo a rentabilidade da atividade.

EM TEMPO EMBRAPA GADO DE LEITE Juiz de Fora (MG) - Tel (32) 3311-7400 www.cnpgl.embrapa.br


AVICULTURA

EMBRAPA apresenta linhagem produtiva e econômica para a avicultura

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FOTO: CNPSA

priedades. Os resultados encontrados foram satisfatórios, com um animal híbrido, com capacidade para produção de ovos pelas fêmeas e de carne pelos machos. Porém, Élsio recomenda que machos e fêmeas não sejam criados no mesmo espaço. Quando falo em criação comercial, recomendamos que o produtor compre só as fêmeas da Poedeira 051 e faça a cria e recria. Os machos 051 não

oferecem tantos resultados quanto os de outras linhas, pois é um animal descarnado. Com relação à nutrição, Élsio diz que, por se tratar de um exemplar de alta produtividade, a 051 exige cerca de 120 gramas de ração de postura por dia. Esse é um cuidado que deve ser levado em consideração, assim como as normas para o sistema de confinamento. A indicação para o sistema de produção orgânica é de cinco a seis aves por metro quadrado. Já para as crias de até 3 dias de vida, que devem ser obrigatoriamente vacinadas, é necessário o aquecimento do espaço, a ração específica para a fase de cria e um ambiente fechado, para evitar o ataque de outros animais à ninha-da. Devido ao maior cuidado exigido no trato com pintos recém nascidos, outra opção é adquirir fêmeas recriadas com 16 semanas de idade e já vacinadas. Com mais duas ou três semanas, o criador já inicia a sua produção de ovos A

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riadas em sistema de semiconfinamento, galinhas oferecem ovos e carne de qualidade com baixo custo para produtores que queiram se inserir no mercado Para aumentar a renda do pequeno avicultor, a linhagem Poedeira 051 é uma boa alternativa para espaços de criação de semiconfinamento, com poucos recursos tecnológicos e ração elaborada dentro da própria granja. Oferecendo produção bem superior às aves coloniais rústicas, a galinha 051 atinge de 280 a 300 ovos durante as suas 80 semanas de vida. Reponsável pela pesquisa na Embrapa Suínos e Aves, o pesquisador Élsio Figueiredo ainda destaca que ela apresenta todas as vantagens do frango comercial, em especial a qualidade da carne. A Poedeira 051 é fruto de um projeto de melhoramento genético, que selecionava aves de postura. O objetivo era encontrar uma composição ideal para a criação em pequenas pro-


TECNOLOGIA

A análise química de folhas e a diagnose

A

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diagnose consiste na avaliação do estado nutricional de uma planta tomando uma amostra, seja de um tecido vegetal, seja do solo, e compará-la com seu padrão preestabelecido. Este padrão consiste em uma planta ou solo que apresenta todos os nutrientes e proporções adequadas capazes de proporcionar condições favoráveis para a planta expressar seu máximo potencial genético para a produção. Para avaliar o estado nutricional da planta, existem algumas ferramentas de diagnose que apresentam características específicas, a qual pode ser feita no tecido vegetal ou no solo. No tecido vegetal, normalmente, utilizam-se as folhas, podendo ser a partir da diagnose visual ou da análise química que, por sua vez, pode ser interpretada, tomando um único nutriente através do método do nível crítico, da faixa de suficiência, ou alternativamente, tomando como base a relação dos nutrientes, feita pelo método denominado DRIS (Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação). Indiretamente, o solo, através da análise química, pode ser também utilizado para avaliar o estado nutricional da planta. Assim, existem várias ferramentas que podem ser utilizadas, preferencialmente de maneira integrada, para o conhecimento do sistema solo-planta, com subsídios suficientes para a interferência, se for o caso, na adoção de práticas de adubação mais eficientes. A diagnose visual permite avaliar os sintomas de deficiência ou excesso de nutrientes, e é possível fazer correções

Tabela 1. Teores adequados de nutrientes na matéria seca de folhas de algodoeiro, no período de florescimento. N

P

K

Ca

Mg

S

35-40

2.0-2.5

14-16

30-40

3-5

2-3

B

Cu

Fe

Mn

Zn

Mo

20-30

5-35

60-80

30-100

20-60

1-2

FONTE: Malavolta, 1992. Primeira Linha em g.kg-1. Segunda linha em mg.kg-1

no programa de adubação, com certas limitações. Entretanto, este método recebe críticas, uma vez que, no campo, a planta é passível de sofrer interferências de pragas e patógenos que podem mascarar a exatidão da detecção do nutriente-problema. Além disto, a diagnose visual não quantifica o nível de deficiência ou de excesso do nutriente em estudo. Cabe salientar que somente quando a planta apresenta uma desordem nutricional aguda, é que ocorre claramente a manifestação dos sintomas visuais de deficiência ou excesso característicos, passíveis de diferenciação; entretanto, neste ponto, parte significativa da produção (cerca de 40-50%) está comprometida. Portanto, o uso da diagnose visual não deve ser a regra e, sim, como um complemento da diagnose. A diagnose vegetal presta-se para identificar o estado nutricional da planta, através da análise química de um tecido vegetal que seja mais sensível em demonstrar as variações dos nutrientes e que seja o centro das atividades fisiológicas da planta, ou seja, na maioria das vezes, a folha. É necessário, ainda, que a planta esteja em uma época de máxima atividade fisiológica, como no florescimento ou início da frutificação. Em virtude desta última exigência da análise química das folhas no auge do desenvolvimento da planta, coloca-se a diagnose foliar com pouca ação na eventual correção da deficiência de nutrientes em plantas anuais no mesmo ciclo de produção da cultura. Entretanto, em culturas perenes como cafeeiro, a diagnose foliar apresenta potencial elevado no diagnóstico do estado nutricional da planta e possibilidade de correção no mesmo ano agrícola, com satisfatória eficiência. Portanto, a idéia de se usar conteúdo mineral como critério para se avaliar o estado nutricional de plantas perenes é bastante atraente, visto que a diagnose foliar tem como vantagem utilizar a própria planta como extrator. Para a amostragem correta da folha-diagnose propriamente dita, devem-se considerar a época de coleta, tipo de folha e o número suficiente, que garantirá validade do resultado da análise química foliar, sua interpretação e a correção das deficiências com as futuras adubações. É relevante salientar a importância dessa etapa de amostragem, visto que a maioria dos erros que podem ocorrer em um programa de adubação, advêm da amostragem malfeita e não por problemas analíticos de laboratório ou ainda do uso de tabelas de recomendação inadequadas. Para a diagnose foliar do algodoeiro devem ser amostradas folhas no período de florescimento (quinta folha da haste principal, 80 – 90 dias da emergência), e os resultados interpretados segundo os dados da Tabela 1.


TECNOLOGIA Tabela 2 - Interpretação dos níveis de retenção de frutos obtidos durante a fase reprodutiva. FATORES AFETADOS

Potencial de Produção Potencial de Crescimento Excessivo Necessidade de PIX Necessidade de Nutrientes

RETENÇÃO DE FRUTOS NA 1ª E 2ª POSIÇÕES Abaixo de 60%

Abaixo de 70%

abaixo da média mais alta mais alta mais baixa

acima da média mais baixa mais baixa mais alta

OBS. A retenção de frutos de 60 a 70% é considerada normal.

adequado de nutrientes, o nível crítico. Normalmente, os experimentos de adubação, que definem os níveis críticos ou faixas adequadas, como os apresentados anteriormente, devem seguir alguns procedimentos chamados padrões, como: 1) - Escolher uma área, com um grupo de solos representativos, que predomine na região, e que apresente um teor de nutrientes baixo, para que haja a resposta da planta. Os demais nutrientes não estudados devem ser fornecidos em quantidades ótimas para o máximo desenvolvimento das plantas. 2) - Utilizar técnicas de cultivo das plantas de acordo com as recomendações locais e amplamante empregadas pelos produtores e, ainda, usar fontes de fertilizantes normalmente disponíveis e com custo por unidade de nutriente satisfatório. 3) - Estabelecer as relações de resposta, ou seja: a) - Dose do nutriente aplicado x teor do nutriente no solo; b) - Teor do nutriente no solo x teor do nutriente na folha; c) - Teor do nutriente na folha x produção, conhecida como curva de calibração. 4) - Repetir experimentos em diferentes condições edafoclimáticas, a fim de que a informação seja válida para o maior número de propriedades rurais, e que sejam beneficiados mais produtores.

Além da avaliação do estado nutricional da planta, Landivar & Benedict (1997) recomendam uma avaliação sistêmica em todo ciclo de vida da planta, conhecido como mapeamento ou monitoramento, durante cada fase de desenvolvimento: a) Vegetativa primária, emergência da planta até o aparecimento do primeiro quadrado; b) Juvenil, do primeiro quadrado à primeira floração; c) Reprodutiva, primeira floração ao desbaste; d) Maturação, desbaste à maturação das maças e colheita. Nestas fases é levantado vários dados das plantas como tipo de estrutura reprodutiva presente (quadrado, maça ou fruto), nas duas primeiras posições de cada ramo reprodutivo, bem como medidas de altura, número de nós vegetativos. Tomando-se como exemplo a segunda fase de monitoramento, onde a planta está na fase de floração inicial, a qual quantifica a retenção de frutos medido na primeira e segunda posições de cada ramo e suas inferências no manejo da cultura. Estes dados obtidos são processados em um programa específico de microcomputador (PMAP). Segundo os autores, o desempenho do monitoramento da cultura durante os estágios chaves de desenvolvimento da planta deve ser entendido como ferramenta valiosa pelos produtores para identificarem problemas e estabelecerem prazos para iniciar ação corretiva. (Fonte: www.nutricaodeplantas.agr.br) A

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MEDEIROS & HAAG (1990) estudou a melhor época de coleta de folhas e pecíolos para a diagnose foliar do algodoeiro. A coleta das folhas seguiu-se com os seguintes estádios de desenvolvimento: 1ª coleta – época 1 : 44 dias – botão floral ; 2a coleta – época 2 : 59 dias – flor ; 3a coleta – época 3 : 74 dias – fruto imaturo. Observou-se que o pecíolo é a parte mais sensível às variações de concentração de nutrientes do que o limbo foliar. Verificase que nos cultivares de ciclo anual a concentração de fósforo no limbo e pecíolo decrescem linearmente com o tempo. A absorção de fósforo é contínua durante todo o ciclo de desenvolvimento da cultura, mas a maior parte do fósforo absorvido no período do crescimento vegetativo é translocado das folhas para os frutos. A época mais adequada para a coleta das folhas é de 44 dias após florescimento ou no botão floral. Nem sempre a constatação de deficiência nutricional através do levantamento visual de sintomas permite a possibilidade de correção da carência no próprio ano agrícola. Entre os critérios de interpretação normalmente usados, pode-se citar o baseado no nível crítico que exprime um único valor ou um intervalo de valores, ou seja, uma faixa com teor adequado. É comum, nas tabelas dos órgãos oficiais, o uso de faixas de teores adequados, visto que engloba maior número de condições edafoclimáticas ou cultivares distintas. Além disso, não existe um determinado ponto de ótima produção, mas sim uma determinada faixa, porque o aumento da produção obtido com doses crescentes de nutrientes é sempre associado a um erro estatítisco. Nos resultados de pesquisas locais, é comum expressar, como valor


CAFÉ

Nutriplant inova em lançamento de produto para finalização de colheita de café

Engº Agrº Fernando Jardini Supervisor de Vendas - MG

FOTOS: Fernando Jardini

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nfim chegou a hora da colheita, que devidos aos preços da saca de café vem cada vez mais animando os produtores e principalmente os que visam uma lavoura de alta produção, ótima qualidade, uniformidade na granação e maior peso dos frutos. Levando em conta esses aspectos, a

São Paulo sedia em julho a 2ª edição da CROP WORLD SOUTH AMERICA

A

2ª Edição da conferência Crop World South America 2011, Feira e Congresso Internacional de Negócios, Ciência e Tecnologia em Produção Agrícola acontece nos dias 4 e 5 de Julho de 2011, no Hotel Blue Tree Morumbi, em São Paulo (SP). Organizada há mais de 30 anos na Europa pelo BCPC – British Crop Production Council, a conferência Crop World 2010 foi um sucesso de público, com exposição em formato table-top, que proporcionou uma oportunidade única para aprendizado, troca de conhecimentos e networking para toda indústria envolvida no complexo mundo da produção agrícola, incluindo responsáveis por pesquisa, compras, produção de ingredientes sustentáveis, agroquímicos, cientistas, consultores, economistas e especialistas da indústria. Este ano, o evento está sendo organizado pela UBM Conferences, que conta com uma nova equipe dedicada para que a qualidade do conteúdo, logística e foco do evento atendam exatamente as necessidades do setor. Além dos apoios do ano passado da Andef, Sindag, Aenda e Crop Life, o evento conta com o apoio de entidades como Abifina, Anda, Euromo-

nitor, ARES, AgRural e revistas como a Agrimotor e a Attalea Agronegócios e o patrocínio de grandes empresas nacionais como Croda e internacionais como Harlan. O evento representa uma excelente oportunidade para realização de novos negócios com os principais players do setor de produção agrícola e atualização com as soluções para os principais desafios do setor, representando uma grande chance para parceiros que queiram patrocinar o evento e participantes! O evento contará com a visão internacional do mercado indiano sobre o setor de produção e proteção agrícola nacional e entre outros experts, Gerhard Bohne, Diretor de Operações de Negócios Brasil da Bayer CropScience discursará sobre relevância do crescimento da produção agrícola no mundo. Um dos diferenciais cruciais do evento é trazer a tona as expectativas dos principais órgãos regulatórios sobre investimentos e crescimento da agricultura no Brasil. Perspectivas para a regulação de defensivos e adequação da legislação às novas tecnologias na área de fertilizantes e defensivos discutida por órgãos como MAPA, IBAMA, ANVISA, com a mediação de Eduardo Daher da ANDEF. Além disso, instituições como

Bunge Brasil, Monsanto, Bayer CropScience, FAO/ONU, Embrapa Solos, Rede FertBrasil, PST Fertilizantes, Heringer, Honeywell Resins & Chemicals, , Akzo Nobel, ANTAQ, Macrologística, e outros estarão presentes para discutir sobre os maiores desafios atuais do setor. Entre outros desafios, o evento discutirá a relevância do crescimento da produção agrícola no mundo e impactos no curto prazo para as Culturas Brasileiras; alternativas para os desafios logísticos no setor; visão internacional sobre o Brasil; Mercado futuro; como aproveitar novas oportunidades do mercado internacional, tendências globais em formulações de defensivos; como os diversos players do setor estão se organizando para superar dificuldades e facilitar o acesso a financiamentos; tecnologias verdes. Com um conteúdo realizado com base em uma extensa pesquisa de mercado, a Crop World abordará temas extremamente importantes para os setores de defensivos, fertilizantes e para toda a cadeia de A produção agrícola.

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Nutriplant, empresa pioneira no segmento de micronutrientes, lança no mercado o fertilizante foliar Nutri-KStar, onde nos ensaios de campo e vendas realizadas, mostraram-se ótimos resultados, e um desempenho muito bom no final da granação, coloração dos frutos e ajudando a melhorar a maturação de cada um.

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Esse processo acontece através do contato direto ao grão, o produto Nutri-K-Star age translocando com uma maior rapidez os carboidratos da folha para o fruto, a denominada rela-

ção fonte-dreno, deste modo, acelerase a maturação e a uniformidade, ajudando-os no aumento de peso devido a presença do macronutriente potássio (K). A

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Resultados já Obtidos - As imagens ao lado e na próxima página representam um ensaio realizado na cidade de Chapadão de Ferro (MG), região de Patrocínio (MG), sendo esta a segunda avaliação ocorrida aproximadamente 55 dias após a primeira aplicação. Estes grãos foram retirados da mesma planta, mostrando a diferença de maturação e a classificação por estado de coloração. Seguindo os estados de maturação da esquerda para direita, verde, verde cana e cereja, sendo, o verde cana um estado de maturação intermediário do verde com o cereja. Como podemos observar, onde foi realizado o tratamento com NutriK-Star foi melhor, pois tem menos grãos verde do que onde foi realizado apenas com produtos a base de Etileno.

FOTO: Fernando Jardini

CAFÉ


CAFÉ

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café voltou a ser uma cultura atraente para os agricultores paulistas. Em meio à forte valorização dos preços do produto, os cafeicultores de São Paulo voltaram a apostar na atividade e vão destinar neste ano 13,7 mil hectares para a formação do parque cafeeiro. No ano passado, apenas 8,6 mil hectares foram utilizados pelos produtores de São Paulo para a formação de novos cafezais. Com isso, a área em formação no Estado terá um crescimento de 59% em 2011 em comparação com o ano passado. O motivo para a retomada do interesse dos paulistas na cafeicultura, na avaliação de Sérgio Carvalhaes, diretor do Escritório Carvalhaes, é mesmo o preço, que voltou a ser atrativo. Ele lembra, entretanto, que esse aumento da área em formação não representa áreas novas ou um avanço sobre outras culturas. De acordo com Carvalhaes, os novos investimentos estão ocorrendo em fazendas que já possuem uma estrutura para a cafeicultura, mas que reduziram a área cultivada nos últimos anos por conta dos baixos preços do café. “Aquele cafeicultor mais tradicional que diminuiu a área no passado resolveu agora fazer mudas na própria fazenda e plantar naquelas áreas que foram abandonadas”, afirma Carvalhaes. O consultor lembra, no entanto, que essa “aposta” dos produtores de São Paulo é interessante apenas para aqueles que já possuem a infraestrutura necessária para a atividade, e não para novos “entrantes”.

FOTO: Viveiro Monte Alegre

Bons preços favorecem a renovação de cafezais nas regiões produtoras de São Paulo

Segundo dados divulgados ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área em formação para novos cafezais em todo o país terá um crescimento de 6% neste ano e chegará a 224,3 mil hectares. Depois de São Paulo, o maior crescimento será no Paraná, que elevará a área em formação para 13,9 mil hectares em 2011, exatamente pelo mesmo motivo e com as mesmas características observadas em São Paulo. A produção brasileira deste ano está estimada em 43,5 milhões de sacas, volume pouco acima da estimativa média de 43,3 milhões feita em janeiro pela Conab. O ajuste decorreu das boas condições climáticas nos últimos

meses. O novo número, no entanto, é 9,5% inferior à produção do ano passado, mas é preciso levar em conta que 2011 é o período de baixa do ciclo bienal da cultura. Entre todos os períodos de baixa, o novo número é recorde, superando em 10,3% as 39,4 milhões de sacas colhidas em 2009. “A produção de café amadureceu. O que está acontecendo em São Paulo pode ser percentualmente significativo, mas em termos absolutos ainda é pouco perto do total. Creio que a produção no Brasil nos próximos anos aumentará mais pelos ganhos de produtividade do que por expansão de área”, disse Carlos Brando, diretor da P&A Marketing. (Fonte: Valor Econômico) A


Substituição do Brasil como fornecedor global de café: uma reflexão.

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Mara Luiza Gonçalves Freitas

tecer rapidamente. Aquela região do planeta possui condições edafoclimáticas muito similares às brasileiras, com o diferencial de realmente oferecer ao mundo o apelo Fair Trade. É importante acender a luz amarela, pois em razão dessas condições, a produção de cafés com características muito similares àquelas alcançadas na região do Cerrado Mineiro e o Oeste Baiano, não é algo impossível de acontecer. Se o mundo adquire o nosso café em razão do corpo, lá eles podem, com adoção das mesmas tecnologias e práticas agrícolas que aqui adotamos, produzirem exatamente o que o mercado internacional quer, a um custo de produção bem inferior ao nosso. Uma situação como essa pode acontecer em menos de cinco anos, se o mercado internacional entender que o nosso produto deixou de ser interessante e a nossa concorrência no mercado de industrializados passou a incomodar. Creio que é o momento do Brasil parar e decidir sobre qual caminho adotar para o seu negócio. Não podemos abraçar a máxima do “quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve”. Ou o Brasil investe pesado em verde ou investe pesado em torrado. Definitivamente, pelo tanto que já estudei sobre competitividade internacional de plataformas nacionais, não será possível fazer as duas coisas concomitantemente. Reitero: se não houver um investimento sério em planejamento para o negócio do café do Brasil, a cafeicultura brasileira terá que se curvar à história, ao abraçar, com grande pesar, o reencontro do café com suas origens. Mas este é um assunto para o Ministro da Agricultura e o Diretor do Departamento Nacional do Café, à luz da influência dos ácidos clorogênicos. (Fonte: www.administradores.com.br) A

27 MAI / 2011 www.revistadeagronegocios.com.br

o mundo, atualmente, são 72 os países produtores de café, incluindo-se aí o Brasil, até o momento, maior produtor mundial do grão. Mas a estatística aponta que tal perspectiva pode mudar. Os interessantes dados apresentados pela Revista Veja, através da matéria “Brasil começa a provar ao mundo o valor do seu café”, conduziram-me a confirmação de uma tese que venho defendendo a algum tempo e que explicitei no artigo “O Agronegócio Café em 2020: uma reflexão”, publicado em 20 de janeiro de 2010, no site Revista Cafeicultura. Após a leitura e análise dos dados da matéria, surgiu a pergunta: dependendo da posição que o Brasil assumir em relação ao perfil da sua plataforma agroindustrial do café, é possível substituí-lo como principal fornecedor de matéria-prima global nos próximos dez anos? Inicio o meu raciocínio com um caso que estudei durante o meu mestrado. Não citarei o nome dela aqui, mas trata-se de uma das maiores cooperativas de café do país. Ao discorrer sobre a indústria torrefadora dela que foi criada justamente com o objetivo de agregar valor pela industrialização aos grãos especialíssimos de seus cooperados e a exportação desses produtos com alto valor agregado, ela lidou com um problema sério: a pressão de seus compradores, que a fez recuar num projeto arrojado de industrialização e exportação de café industrializado, em detrimento da manutenção do seu já rentável negócio de comercialização internacional de café verde. Ou era uma coisa ou outra. Após a análise dos dados da Veja, que confirmam minha linha de pesquisa, é visível que a substituição do Brasil não é um problema para os grandes mercados consumidores, em particular em razão do crescimento do investimento direto estrangeiro na região do Leste Africano, através de aquisição de terras para a produção de alimentos. Isso pode acontecer face ao investimento denso na consolidação de uma plataforma exportadora de café industrializado. Se estivermos almejando uma fatia no mercado internacional de torrado na ordem de 30%, é preciso criar as condições no Brasil, para que os impactos na produção cafeeira brasileira não sejam sentidos e a indústria nacional de fato, possa absorver o ônus das modificações que os grandes compradores de café in natura do Brasil, irão nos submeter. Está na hora do Brasil realizar opções estratégicas para o seu negócio do café. - Sem trepidar, é possível afirmar que se o Brasil optar pela agregação de valor via o café torrado, terá de investir muito pesado, para arcar com a substituição do café brasileiro, pelo produzido no Leste Africano. As lavouras lá são incipientes, mas quem trabalha com café sabe que num espaço de três anos, este horizonte é facilmente modificável: basta investimento privado, tecnologia e gente para isso acon-

CAFÉ


CAFÉ

Analisador de Alimentos desenvolvido pela EMBRAPA detecta impurezas no pó de café

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28 www.revistadeagronegocios.com.br

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Embrapa Instrumentação e Café, de São Carlos (SP), desenvolveu um protótipo digitalizado, o “ALIC-C - Analisador de Alimentos e Café”, que é um passo seguro para coibir as diversas formas de fraude do café. Até mesmo com massas celulósicas como “palhadas” com as mesmas propriedades do café, ou seja, a borra do próprio café. O protótipo para laboratório (excluídos a planilha homem/hora; energia; infraestrutura de laboratório; instrumentação para testes; etc.), teve cinco anos de desenvolvimento e custo de R$ 12 mil. Não existe aparelho similar no mundo para análise do café, garante o físico e engenheiro elétrico Washington Luiz de Barros Melo, coordenador do projeto . Em 2010, ao tratar do projeto do “Alic-C”, a Embrapa advertia que “o percentual de adulteração no pó de café chega, às vezes, a 85%, quando a legislação vigente só considera café puro o produto com até 1% de impurezas de cascas e paus”. Nem a Borra do Mesmo Café Engana - O “Alic-C” analisa amostras do café já torrado (processado na indústria) via esteptroscopia (levantamento de dados físico-químicos) fototérmica: um facho de luz geradora de onda térmica atravessa a mostra do café em pó; o sensor acoplado em contato com a amostra capta o calor que é convertido em sinal elétrico; e, no final, é feita a leitura digital em computador. Na leitura são produzidos gráficos das impurezas (lixo, palha, serragens e até a borra de café), das estruturas químicas

comparadas (da original com a outra) dos sais minerais, proteínas, açucares, aminoácidos (mais de 20 no pó do café), etc. Washington Melo diz que uma micropartícula do café moído, ao ser molhado, libera todos os componentes da molécula e a massa celulósica passa a ser outra, exibindo “todas as contaminações (seus elementos naturais)”. Mesmo tendo todas as propriedades, os “contaminantes” serão detectados quando misturados ao pó não usado. “Vai (a borra) contaminar a estrutura celulósica original. Se aparecerem, na análise, elementos de moléculas quebradas, houve a fraude”, explicou. Atualmente, essas impurezas não aparecem nem em análises citológicas e telescópicas. No parâmetro gráfico, o café puro, finaliza no alto. O impuro em baixo. Aponta a Fraude em 20 Segundos - O “Alic-C” foi fruto de pesquisas, engenharia de detalhamento e de desenvolvimento da aplicação de recursos da Embrapa, da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (FAPESP) e apoio institucional da Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC) - amostras de café. O equipamento está com o pedido no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) desde 2003. Passada quase uma década, o registro esbarra na morosidade da autarquia. O equipamento, então, dará um ponto final nas desculpas para a falta de “fiscalização com maior intensidade” da qualidade do café. Explicou que uma pessoa, pelos métodos existentes, demora quatro horas nas análises. “Com o analisador (Alic-C), o tempo de leitura é de 20 segundos”, assegurou. O processo não é destrutivo e nem faz aplicação química. E foi além na exemplificação da importância do “Alic-C”: para a Abic, que teria 1.500 associados, o analisador “fiscalizaria todas marcas até duas vezes por ano”. O equipamento já tem um parceiro para a fabricação comercial: a Quimis Aparelhos Científicos Ltda, de Diadema (SP), com 450 itens em fabricação (estufas, purificadores de água, agitadores, balanças de precisão, etc.). O gerente de Marketing da Quimis, Cassiano Luís Oliveira Baccarin, prevê que o aparelho entrará na linha de produção comercial em 90 dias - a partir de agosto. Por instrumento de contrato de transferência da tecnologia para a produção e comercialização, a Quimis poderá explorar a patente do “Alic-C” por dez anos. A Embrapa receberá royalties. Agrega Valor e Qualidade à Commodity - Além de instrumentar contra a fraude, o analisador será aliado na armazenagem e comercialização do café, ainda em grão. “Quando armazenado por alguns meses e fora de padrões mais adequados, o café perde muitas propriedades”, explicou o pesquisador. Mas acentua que o “Alic-C” analisará também o envelhecimento do café. Aos fatores citados, que irão influenciar a cotação do grão na Bolsa e a opção de consumidores por determinadas marcas, poderá também servir como parâmetro nas lavouras. As análises poderão determinar correções minerais do solo, nas aplicações de agrotóxicos (até eliminação), secagem, armazenagem, etc. A


EDITORIAL

A IMPORTÂNCIA DA MATÉRIA ORGÂNICA cálcio, magnésio, manganês, ferro, cobre, zinco, amônio, fósforo etc, liberando-os posteriormente para as plantas. A vantagem desta retenção está na diminuição das perdas por lixiviação. Por exemplo, em solos pobres em matéria orgânica, o potássio, o nitrogênio e o boro aplicados via fertilizantes minerais, é facilmente deslocado para as camadas mais profundas do solo pela água das chuvas ou da irrigação, comprometendo o retorno econômico esperado com a aplicação do fertilizante, o qual poderia ser potencializado caso o teor de MOS estivesse em níveis adequados. Portanto, a manutenção dos teores de MOS, quer seja através da aplicação de adubos orgânicos, quer seja através de outras práticas de manejo, torna-se indiscutivelmente necessária à recuperação e/ou manutenção de potencial produtivo de qualquer sistema agrícola. A EMBRAFÓS, pensando em produzir fertilizantes com maior eficiência e economia, sempre associou a matéria orgânica aos seus produtos, sendo assim é uma das PIONERIA nesta prática. Agora temos novidade! Lançamento do produto ORGAMIX , rico em matéria orgânica vegetal, com nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre,

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micronutrientes e o diferencial: com MSP – Microrganismos Solubilizadores de Fósforo.

Engº Agrônomo João Benetti Diretor Comercial

29 MAI / 2011 www.revistadeagronegocios.com.br

Sabe-se que a MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO (MOS) tem efeito direto sobre as características físicas, químicas e biológicas do solo, sendo considerada uma peça fundamental para a manutenção da capacidade produtiva dos solos em qualquer ecossistema terrestre. Do ponto de vista físico, a MOS melhora a estrutura do solo, reduz a plasticidade e a coesão, aumenta a capacidade de retenção de água e a aeração, permitindo maior penetração e distribuição das raízes. A MOS atua diretamente sobre a fertilidade do solo por constituir a principal fonte de macro e micronutrientes essenciais às plantas, como também indiretamente, através da disponibilidade dos nutrientes, devido à elevação do pH, além de aumentar a capacidade de retenção dos nutrientes, evitando suas perdas. Biologicamente, a MOS aumenta a atividade da biota do solo (organismos presentes), sendo fonte de energia e de nutrientes para a mesma. Nas últimas décadas, a preocupação com a rápida degradação dos solos agrícolas no mundo, especialmente nas regiões tropicais e subtropicais, onde as elevadas temperaturas e umidade são mais propícias à decomposição da MOS, despertou grande interesse pela qualidade do solo e pela sustentabilidade da exploração agrícola. Um exemplo da importância da sua aplicação, mesmo na cafeicultura tradicional, reside no fato de que possui o poder de adsorver ou reter nutrientes, tais como potássio,


CONTABILIDADE RURAL

Trabalhador temporário poderá ter direito a seguro-desemprego

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FOTO: FAEMG - Senar-MG

Câmara Federal analisa o Projeto de Lei 271/11, do deputado Ricardo Izar (PV-SP), que inclui como beneficiários do seguro-desemprego trabalhadores rurais e urbanos com contrato temporário ou por prazo determinado Pela proposta, o número de parcelas do benefício a que o desempregado terá direito dependerá da quantidade de meses trabalhados. Receberá duas parcelas quem esteve empregado por 9 meses nos 12 anteriores ao fim do contrato. Terá direito a três parcelas quem tiver trabalhado por 12 meses nos 18 anteriores. Já quem trabalhou 15 meses nos 24 anteriores ao fim do contrato terá direito a receber quatro parcelas. O período trabalhado não precisa ser contínuo. Para o deputado Ricardo Izar, os trabalhadores com contratos por prazo determinado precisam ter direito ao benefício. “Grande parcela da população brasileira, constituída de trabalhadores rurais, é privada de direitos

Isenção de COFINS para aves e suínos

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sociais básicos, situação que se agrava seriamente por ocasião do desemprego”, argumenta. Tramitação - A proposta, que tramita em caráter conclusivo, será analisada pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Proposta idêntica (PL 7479/06) havia sido apresentada pelo pai de Izar (ex-deputado Ricardo Izar, morto em 2008). Essa proposta tramita apensada ao PL 3118/04, que aguarda votação na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público. A

Receita Federal regulamentou este mês a lei que suspende a cobrança de PIS e Cofins da cadeia produtiva de aves e suínos. O benefício está em vigor desde janeiro, mas somente em maio o Diário Oficial da União publicou a Instrução Normativa que detalha o novo regime tributário, do milho e soja usado na ração dos animais até a venda dos dois tipos de carne no supermercado. Pelo novo regime, as duas últimas etapas da cadeia produtiva - o frigorífico e o supermercado - podem obter devoluções de PIS e Cofins de forma presumida, sem a necessidade de apresentação das notas fiscais dos insumos. Para os frigoríficos, o crédito presumido é de 30% das aquisições. Para os supermercados, o benefício equivale a 12%. De acordo com o coordenadorgeral de Tributação da Receita, Fernando Mombelli, os créditos foram concedidos de forma presumida para evitar que os frigoríficos e os supermercados repassem aos preços os impostos cobrados sobre os insumos não agrícolas que não foram beneficiados pelo regime especial. “Além do milho e da soja, o produtor de ração usa outros insumos que pagam impostos. O frigorífico carregaria outros insumos do produtor de ração se os créditos não existissem”, diz. No caso dos supermercados, afirma Mombelli, o crédito presumido evita o repasse dos impostos cobrados pelas matérias-primas não agrícolas usadas pelos frigoríficos. Ele esclarece que o percentual do crédito, no entanto, é menor que nos frigoríficos porque a carne vendida no comércio tem maior valor A agregado.


SILVICULTURA

FOTO: AGROLINE

Doença no eucalipto é encontrada pela primeira vez na Baixada Cuiabana

31 MAI / 2011 www.revistadeagronegocios.com.br

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oi encontrada pela primeira vez, na Baixada Cuiabana, uma bactéria que ataca as mudas de Eucalipto da espécie Eucalyptus urograndis em um viveiro localizado na estrada velha do Distrito da Guia Os pesquisadores da EMPAER - Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural, Napoleão Silvino de Souza e Eliazel Vieira Rondon detectaram a doença Xanthomonas sp. que causa mancha angular nas folhas e pode determinar a morte da planta. A pesquisa agora é para recomendar o controle da doença e evitar a proliferação da bactéria. No Estado o plantio de eucalipto chega a aproximadamente 50 mil hectares. Originário da Austrália, o eucalipto é utilizado para reflorestamento de áreas degradadas, produção de carvão, energia e outros. A produção é de 35 metros cúbicos por hectare ao ano, considerada baixa em relação ao Estado de Minas Gerais, que produz até 60 metros por hectare/ ano. Napoleão relata que para combater a bactéria é necessário usar variedades resistentes. Ele explica que pesquisadores da EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária detectaram em 2010, a ocorrência de mancha foliar bacteriana em plantios comerciais de eucalipto com menos de um ano de idade, no município de Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá). Constatou-se nas folhas da parte baixa da copa algumas manchas úmidas, angulares e translúcidas, posteriormente necróticas, com deformação do limbo foliar. Segundo Napoleão, nos testes bioquímicos já realizados pelo Instituto Biológico de São Paulo permitiu confirmar que se trata de Xanthomonas axonopodis. A bactéria já foi registrada em outros oito Es-

tados, existindo indicações que essa doença esteja presente nas principais regiões com plantios de eucaliptos no Brasil. O pesquisador Eliazel comenta que é comum encontrar as seguintes doenças, gomose, cancro e pau-preto. A planta é vulnerável aos fungos que danificam o tronco do eucalipto. Conforme Eliazel, o híbrido urograndis é o mais plantado no Brasil. “Em alguns Estados estão cultivando mudas livres de doenças, produzidas em laboratórios de alta qualidade”, destaca Rondon. As mudas foram coletadas e encaminhadas para o laboratório da Empaer, em Várzea Grande. Segundo Silvino, será feito as análises nas mudas para verificar a incidência do ataque e em 15 dias, espera apresentar o método de controle da doença. “É importante alertar os viveiristas e produtores para minimizar os prejuízos causados pela bactéria”, ressalta Napoleão. (Fonte: Agroline) A


DESTAQUE

FOTOS: Divulgação FAZENDINHA

Empresário de Franca (SP) divulga criação de mini-animais em feiras e exposições pelo país

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mpresário do ramo da construção civil há quase uma década, mas com o coração inteiramente ligado à zona rural, Cláudio Marcial de Souza - o Claudinho como é conhecido por todos - conquistou um espaço restrito a poucos. Juntamente com seu sócio, Edson Luis Paterniani, organizam há mais de uma década a “Fazendinha” - espaço que encanta crianças e adultos e reúne diversas espécies de animais em minia-

tura nas principais feiras e exposições agropecuárias do país. “Tudo começou em Capetinga (MG), onde eu morava. Lá eu conheci um grande fazendeiro que criava pôneis. A partir daí, tive vontade de ter um pônei. Já era um sonho de criança. Mas quando meu filho nasceu, eu dei um pônei de presente para ele. Neste mesmo ano, fui convidado a participar da EXPOAGRO de Franca (SP). Além do pônei, consegui emprestado


33 O empresário Claudinho e Adriano Morais.

de-boi que Claudinho se destaca. É na criação, é na obtenção dos animais e na seleção genética que faz com que os animais adultos tenham tamanhos ainda menores. “Minha vida é muito corrida e cansativa, por causa da empresa e da Fazendinha. Mas você não imagina o quanto é animador o brilho nos olhos de uma criança ao ver, ao tocar, ao montar um pônei”, finaliza Claudinho. A

EM TEMPO

A FAZENDINHA Atividades Infantis - Tel. (16) 9123-6563 (Maristela) e 9253-6157 (Cristina) Venda de Animais - Tel. (16) 9123-6633 (Claudinho) Email: moraissouza@netsite.com.br - FRANCA (SP)

MAI / 2011 www.revistadeagronegocios.com.br

alguns mini-bois e participamos da primeira exposição”. Com profissionalismo e visão empreendedora, Claudinho cria espaços únicos que retratam o ambiente de uma fazenda em miniatura, realizando sonhos de filhos e pais. São pôneis, mini-pôneis (isto mesmo, mini!), mini-horses (o menor cavalo do mundo), minivacas, um mini-boi Nelore, mini-cabras, mini-porcos, mini-patos, mini-galinhas e uma mini-égua, que nasceu com 28cm. “É um sucesso! Temos hoje mais de 200 animais, mas para as exposições levamos cerca de 40 deles”, explica Claudinho. A Fazendinha conta ainda com animais adestrados e mansos, utilizados em apresentações artísticas, em fotografias e em pequenos passeios nos recintos de exposições. Um destes cavalos é irmão do ‘Faísca’, do Beto Carreiro. A Fazendinha oferece, ainda, a locação de pôneis e outros mini-animais para festas de aniversários. Com todas estas atrações, a Fazendinha é requisitada com frequência para eventos agropecuários, o que faz o empresário ficar atento à agenda para atender aos convites dos diversos municípios de São Paulo e Minas Gerais, com destaque para Barretos (SP), Jaguariúna (SP), Americana (SP) e na EXPOAGRO de Franca (SP), onde a Fazendinha realizou sua primeira participação. “Para 2011, não temos mais datas. Quem tiver interesse, solicito que entre em contato em janeiro de 2012”, diz. Mas não é somente na apresentação dos seus “mini-animais” em baias ou no desfile montado, em pequenas carroças de mini-pôneis ou no pequeno carro-

FOTOS: Divulgação FAZENDINHA

DESTAQUE


artigo

O forró do preço internacional do barril de petróleo até a valsa do etanol brasileiro Olivier Genevieve - presidente da ONG Sucre-Ethique e Professor na Es-

cola de Comércio INSEEC. Lyon - Paris. [ogenevieve@sucre-ethique.org / ogenevieve@acucar-etico.org]

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esde julho de 2008, na véspera de uma crise econômica muito perto do índice do terremoto de 1929, nunca o petróleo teve uma cotação tão alta. Quem paga a conta é o consumidor da Europa ou do Brasil, sobretudo numa montanha de impostos. A economia nunca teve tanta necessidade de energia do que hoje em dia e o “ogro filantrópico” de impostos como o poeta mexicano Octavio Paz chama o Estado Providência. Os Estados Unidos, escondidos por traz da França e da Inglaterra, atacaram a Líbia, ajudando o mercado - nervoso por natureza - a chegar a cotar o petroleo até 180 euros. De fato, a oferta da Líbia “somente” cobre 4 % do mercado no qual a Arábia Saudita já assegurou que poderia fornecer o suficiente, além de um Iraque que volta, pouco a pouco, a uma produção equivalente a antes da invasão dos Estados Unidos com os seus aliados (no qual a França por motivos de dívidas tomada pelo regime de Saddam Hussein não quiz juntar-se). O mercado comportase como o touro de Fálaris no qual dos gritos dos inocentes saiam a música dos petrodólares. O grande vilão do consumo de petróleo poderia ser a China por acumular nesde ano um crescimento de 10% ao ano. Mas com o Tsunami no Japão e a catástrofe nuclear, o segundo parceiro chines (após os Estados Unidos mas antes da União Européia) poderia não ser uma das saídas do “made in China”. Isso significa que este aumento do petróleo no mercado internacional é por parte artificial e ajuda a resolver problemas de uma globalizaçao doente de uma procura que não está no encontro da oferta.

O petróleo foi uma “variável” de ajuste das economias nacionais no caminho da globalização em 1974, no chamado choque petroleiro” com a possibilidade de crescimento dos impostos em cima do preço do litro de gasolina. Hoje serve, por isso também, porque nunca a economia foi tão “petróleo” (plásticos, fertilizantes...) . Nos anos 70, o Brasil consegue criar uma economia também a partir do etanol a fim de libertar-se de parte do petróleo. Pelos mesmos motivos, no mesmo período, a França escolheu a energia nuclear como fonte de energia. Mas com a catástrofe de Fukushima, no Japão, talvez o Brasil fez a boa escolha por ser mais “seguro” e “renovável” O motivo da subida do petróleo pode ser analisada por traz das fumaças das bombas da economia militarizada dos Estados Unidos, no qual a saída da crise de 1929 chegou definitivamente com a entradas deles na Segunda Guerra Mundial, que trouxe uma economia sem desemprego. Uma das primeiras coisas da subida das bombas de gasolina é a taxação. De fato, a grande maioria dos países desenvolvidos é desindustrializado com a delocalização e a oferta chinesa tem divivas abissais. Não tanto o Brasil, como a França ou a Ingla-terra por não falar dos Estados Unidos, tem uma dívida interna como externa, resultado de 60 anos de estado providência. O ogro tem fome… o petróleo o alimenta. O custo de um litro de gasolina custa de 3 a 4 vezes mais na França ou Inglaterra do que na Bolívia porque, “simplesmente”, o consumidor europeu tem mais recursos. A Bolívia como a França não produz petróleo, mas a Inglaterra sim e dos três é na Inglaterra que o preço da gasolina é o maior. Esta subida do petróleo tem uma impacto indireto, a corrida em cima do etanol ou seja das terras pelas multinacionais. Já

se planeja que em 2015 mais de 40 % da cana-de-açúcar serao controlados por capitais estrangeiros. A Dilma viajou em abril deste ano para a China a fim de, entre outros assuntos entre nações entrando em primeiro plano mundial, de reclamar dos investimentos chineses no Brasil (ao redor de 14,5 milhões de dolares apesar de um real altíssimo) sabendo que o Brasil não tem tanta facilidade. Estes investimentos são, basicamente, em cima de matéria-prima. A reclamação da Dilma é que a recíproca não é a mesma: A China continua fechada apesar de que o Brasil não esteja tão rico quanto outros países no qual a China tem uma política de protecionismo. É passível que a legislação endureça para os chineses em cima do acesso à terra e que os “vilões” países ricos estejam incluídos nesta onda “antiestrangeiros”. A abertura de mercado não sempre se faz de um modo pacífico. Em 1853, os navios norte americanos ameaçaram bombardiar a capital Edo, no Japão Medieval, o que provocou a modernização do país com o período “Meiji” (1869-1912) e a ataque de Pear Harbor a 7 de dezembro de 1941. Este ataque foi a « ocasião » para os Estados Unidos de sair da crise ocorrida 12 anos atrás e que o « new deal » não tinha trazido todas as soluções ao desemprego. As “vítimas” de hoje podem ser os “culpados” de amanhã e como o provérbio africano fala “quanto os elefantes dançam, a grama sofre”. A


EVENTOS

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Maurilio Biagi Filho, novo presidente da AGRISHOW, a partir deste ano.

35 MAI / 2011

Colheitadeira de café da JACTO, destaque do setor durante a 18ª AGRISHOW.

ração e práticas de colheita e plantio - durante quatro dias foram apresentadas 800 dinâmicas com máquinas e equipamentos e técnicas de cultivo. A 18ª AGRISHOW ocorreu num momento oportuno por causa dos bons resultados alcançados na safra 2010/11, com a colheita recorde de 157,4 milhões de toneladas de grãos, volume 5,5% maior do que no ciclo anterior. O valor da produção das 20 maiores lavouras do País deve chegar a R$ 193,2 bilhões, 7,3% mais que no ciclo anterior, o que contribuiu para aquecer os negócios para a compra e venda de máquinas, implementos, equipamentos para o beneficiamento de produtos agrícolas, além de tratores, produtos que reúnem a mais apurada tecnologia, muitas delas até então inéditas. O ex-presidente da AGRISHOW, Cesário Ramalho, ressaltou ainda a expressão que o evento adquiriu este ano, do ponto de vista político. Para ele, a presença de inúmeras autoridades reafirma a importância do evento, hoje considerado o centro do agronegócio brasileiro, a vitrine desse setor no País. “Além do governador de São Paulo, tivemos a presença de três ministros, o que revela a dimensão dessa Feira”, afirmou Ramalho referindo-se à presença dos ministros da Agricultura, Wagner Rossi; do Desenvolvimento Agrário, Afonso Bandeira Florence; e da Integração, Fernando Bezerra, além do governador de São Paulo. Estiveram

presentes ainda cinco ministros da Agricultura de países da América do Sul (Uruguai, Argentina, Paraguai, Chile e Bolívia. Geraldo Alckmin aproveitou sua visita à AGRISHOW para assinar o contrato de cessão da área da Fazenda Experimental, que pertence ao Estado, por mais 30 anos a partir de 2014. Segundo o governador, a assinatura do contrato traz segurança jurídica ao evento que tantos benefícios proporcionam ao produtor agrícola e ao País. Para o próximo biênio, a AGRISHOW vai ser comandada por um ribeirãopretano. Maurílio Biagi Filho, nascido em 1942, iniciou com prestígio sua carreira na Usina Santa Elisa, passou pela Refrescos Ipiranga Coca-Cola e atualmente acumula as funções de presidente do conselho da Usina Moema Açúcar e Álcool; diretor da Usina Uroeste; e presidente do Comitê de Agroenergia e de Biocombustíveis da Sociedade Rural Brasileira. De acordo com Cesário Ramalho, Maurílio Biaggi Filho é um autêntico empresário do agronegócio. “É uma personalidade do setor, com raízes na atividade, o que garante a continuidade do trabalho desenvolvido nos últimos anos.” Ramalho diz que deixa o cargo gratificado, com sentimento do dever cumprido. Na sua opinião, foram muitas as conquistas alcançadas durante o seu mandato. A principal foi a consolidação da Feira, explicou. A

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18ª AGRISHOW - Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, consolidou entre os dias 2 e 6 de maio a sua vocação irradiadora de negócios do setor do agronegócio e difusora de tecnologia. A estimativa preliminar para o valor dos negócios realizados, feita por representantes de apenas dois dos três bancos com estandes na Feira, é de R$ 1 bilhão, o que atende as expectativas dos expositores e organizadores. São essas instituições financeiras (Banco do Brasil, Bradesco e Santander) que atuam como intermediadores da quase totalidade dos negócios realizados durante o evento, na maioria das vezes financiados por agentes de fomento oficiais, O então presidente da AGRISHOW, Cesário Ramalho, disse que a feira refletiu a “musculatura” do agronegócio brasileiro. Realizada no Polo Regional de Desenvolvimento Tecnológico do Centro-Leste/Centro de Cana IAC, em Ribeirão Preto (SP), a AGRISHOW 2011 atraiu cerca de 146 mil visitantes, a maioria constituída por produtores rurais, técnicos qualificados e pesquisadores. Foi a maior e mais abrangente edição já realizada, com mais de 1 milhão de metros quadrados de área. A área de exposição estática ocupou 180 mil metros quadrados, onde se instalaram 765 expositores nacionais e internacionais, com representantes de 45 países. Os campos de demonstrações ocuparam 100 hectares, destinados a exibir equipamentos em plena ope-

FOTOS: Editora Attalea Agronegócios

AGRISHOW: negócios superam R$ 1 bilhão


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