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Agricultura Irrigada: estratégica na produção de alimentos
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Artigo do pesquisador Benjamim Salles Duarte mostra a importância da Agricultura Irrigada no estado de Minas Gerais, que abriga mais de 551 mil estabelecimentos rurais, ocupando uma área superior a 32 milhões de hectares. Mostra ainda a importância estratégica do Projeto de Adequação Socioeconômica e Ambiental das Propriedades Rurais, programa do governo de Minas Gerais, que buscar planejar a produção e oferta de alimentos e agroenergia.
ADUBO-VERDE LEITE
Fatores que afetam a composição do leite
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A composição do leite é afetada por diversos fatores, os quais incluem: idade, raça, estágio de lactação, genética, procedimento de amostragem do leite, doenças e nutrição.
Piraí Sementes lança novo portal na internet
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Procurando atender a crescente demanda por informações referentes à adubação verde e cobertura vegetal, a Piraí Sementes investiu em um novo site, agora com maior suporte, ferramentas e inovação.
Cafeicultura orgânica analisada comercialmente
CAFÉ
Na cafeicultura, destaque para a matéria da COOXUPÉ Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé (MG) sobre o transporte a granel de café. Se por um lado o cafeicultor pode ser muito beneficiado, reduzindo os seus custos e agilizando o estoque do produto nas cooperativas, por outro a grande preocupação fica por conta da redução dos empregos de carregadores e ‘chapas’ na cadeia produtiva. Já o pesquisador Celso Vegro, do IEA - Instituto de Economia Agrícola, da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, apresenta artigo importante sobre os aspectos comerciais da cafeicultura orgânica. Aos leitores que vem acompanhando a meses a publicação do Engenheiro Agrônomo Renato Passos Brandão (consultor agronômico do Grupo Bio Soja), mais um importante artigo. Nesta edição, a continuação das orientações sobre a Análise Foliar na cafeicultura. Boa leitura a todos!
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Segundo Celso Vegro, pesquisador do IEA (Instituto de Economia Agrícola), a cafeicultura orgânica aparentemente não deslancha, apesar dos incentivos de preços e melhor rentabilidade.
COOXUPÉ aposta no transporte a granel
CAFÉ
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governo de Minas Gerais iniciou planejamento para aproveitar racionalmente os recursos hídricos do estado em prol da agricultura, na produção de alimentos e agroenergia. É mais um passo importante para confirmar a importância da irrigação na agricultura. Nesta primeira edição de 2013, publicamos artigo importante na atividade leiteira. Marco Antônio Sundfeld da Gama, pesquisador da Embrapa Gado de Leite comenta os fatores que afetam a composição do leite. Já o Engenheiro Agrônomo José Annes Marinho, gerente de educação da ANDEF - Associação Nacional de Defesa Vegetal publica artigo sobre as mentiras da sustentabilidade no agronegócio. A grande novidade no setor está no lançamento do novo site da Piraí Sementes, com maior suporte, ferramentas e inovação em informações sobre adubação verde e cobertura vegetal.
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Sacas de 60 quilos carregadas nas costas, para a carga e descarga do café, estão com os dias contados no país. A nova onda do setor é a granelização total da cultura.
Nutrição do Cafeeiro (8º), a Análise Foliar
CAFÉ
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A importância da Irrigação NA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS
DESTAQUE: Irrigação
EDITORIAL
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Segundo artigo do Engº Agrônomo Renato Passos Brandão, consultor agronômico do Grupo Bio Soja, com todas as orientações necessárias para se fazer a Análise Foliar no cultivo do café.
LEITE
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LEITE
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Nutrição Animal: fatores que afetam a COMPOSIÇÃO DO LEITE
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Marco Antônio Sundfeld da Gama 1
FOTO: Embrapa Gado de Leite
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composição do leite é afetada por diversos fatores, os quais incluem idade, raça, estágio de lactação, genética, procedimento de amostragem do leite, doenças e nutrição. Neste artigo, abordaremos especificamente o fator nutrição. Os demais fatores foram abordados em outras publicações do Panorama do Leite. Como dito anteriormente, a composição do leite, especialmente o seu teor de gordura, pode ser amplamente e rapidamente alterada por meio de mudança na dieta fornecida aos animais. A possibilidade de alterar rapidamente a composição do leite é de grande importância em situações onde o produtor recebe valor diferenciado pelo leite em função de sua composição, como ocorre atualmente no Brasil em algumas regiões. Obviamente, a decisão por aumento ou redução do teor de determinado componente vai variar em função do sistema de pagamento adotado. Há, entretanto, uma tendência mundial de se valorizar leite com maior teor de sólidos, principalmente a proteína. O teor de proteína do leite é, entretanto, muito menos sensível a alterações na dieta, de forma que incrementos no seu teor são geralmente de pequena magnitude, e difíceis de serem obtidos. Este artigo apresentará os principais fatores nutricionais capazes de alterar o teor de gordura e de proteína do leite. Influência da nutrição sobre a secreção de gordura do leite - Trabalhos conduzidos nas últimas duas décadas têm proporcionado um grande avanço na compreensão de como certas dietas afetam a síntese da gordura do leite. Hoje, sabese que há certos tipos de dietas que causam grande e rápida redução no teor e na secreção de gordura do leite, uma situação que é denominada depressão da gordura do leite (DGL). Duas condições são necessárias para que ocorra a DGL: um 1 - Pesquisador da Embrapa Gado de Leite. Obs:- Publicado originalmente no Informativo PANORAMA DO LEITE (http://www.cileite.com.br/sites/default/files/2012_09_PanoramaLeite. pdf#page=10) editado pelo Centro de Inteligência do Leite, da Embrapa Gado de Leite.
baixo pH ruminal e a presença de fontes ricas em lipídios insaturados na dieta (Griinari et al., 1999). A primeira condição ocorre mais frequentemente quando as dietas apresentam: baixo teor de fibra (FDN), fibra de baixa efetividade física (ex.: forragens finamente picadas, especialmente as silagens ricas em grãos, como as de milho e sorgo), grãos de cereais contendo amido de alta taxa de degradação ruminal (ex.: silagem de grão de milho úmido, milho floculado, etc.). A segunda condição está geralmente relacionada com a inclusão, na dieta, de grãos de oleaginosas, como o caroço de algodão, soja, girassol, etc. O processamento destes grãos (moagem, extrusão, etc) poderá afetar a intensidade da DGL, já que permite mais exposição ruminal dos lipídeos contidos no seu interior. Portanto, no caso do uso de óleos vegetais puros, a DGL tende a ser ainda mais acentuada. Tabela 1: Efeito da relação concentrado:volumoso e da inclusão de tamponante na composição do leite de vacas em final de lactação. PARÂMETRO
UNIDADE
SEM TAMPONANTE 50:50 75:25
COM TAMPONANTE 50:50 75:25
SEM
Consumo de MS
kg/d
18,3b
19,9ab
19,3ab
20,6a
Produção de leite
kg/d
21,9
24,3
23,5
24,7
0,54 0,95
Teor de gordura
%
4,21a
2,91b
4,12a
4,09a
0,38
Teor de proteína
%
3,37ab
3,49a
3,34b
3,48a
0,03
a,b - Médias seguidas por letras diferentes na mesma linha diferem entre si (P<0.05)
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Dietas que induzem DGL são tipicamente fornecidas para vacas de alta produção, pois estas apresentam maior exigência de energia, de forma que há necessidade de maior inclusão de concentrados ricos em energia, como os grãos de cereais ricos em amido (ex.: milho, trigo, aveia) e grãos inteiros de leguminosas (ricos em lipídeos, mas também fonte importante de proteína e, no caso do caroço de algodão, fibra). A Tabela 1 mostra claramente o efeito de uma dieta com baixo teor de fibra (expresso pela relação concentrado/ volumoso) sobre o teor de gordura do leite. Os dados da Tabela 1 mostram também que a inclusão de tamponantes na dieta foi capaz de reverter a DGL provocada pela dieta com alta relação concentrado:volumoso (75:25). Possivelmente, isso de deveu a uma maior estabilidade do pH ruminal promovida pelo uso do tamponante. Os tamponantes comumente usados na dieta de ruminantes são o bicarbonato de sódio (ou potássio) e o óxido de magnésio, nas proporções de 0,8-1,0% e 0,2-0,4% da MS da dieta (relação de 2:1), respectivamente. Além dos tamponantes, o uso de dietas completas, especialmente quando fornecidas várias vezes ao dia (pequenas quantidades ao longo do dia), também representa uma importante medida de manejo nutricional capaz de minimizar ou mesmo evitar a DGL. Outra prática nutricional importante envolve a substituição de parte dos concentrados ricos em amido por subprodutos fibrosos, como a casca de soja, ou por alimentos ricos em pectina, como a polpa cítrica. Em ambos os casos, a dieta tenderá a apresentar maior teor de FDN total, sem reduzir muito a energia da dieta. Em geral, recomenda-se que a dieta de vacas em lactação tenha um mínimo de 25% de FDN total, sendo 19% (aprox. 75% do total) oriundo de forragens (assumindo que a forragem apresenta um tamanho de partícula capaz de estimular a ruminação). Para cada valor unitário de FDN de forragem abaixo de 19%, o FDN total da dieta deve aumentar em 2 unidades percentuais (Tabela 2), de forma a manter um FDN efetivo mínimo de 21%. Influência da nutrição sobre a secreção de proteína do leite - Alterações na dieta dos animais geralmente afetam mais a produção de proteína do leite (kg secretados/dia) do que o seu teor (%). O fornecimento de dietas com quantidade e qualidade adequadas de proteína é um importante fator para se obter elevada secreção de proteína do leite. Maximizar a produção de proteína microbiana, como dito anteriormente, é parte fundamental desta estratégia. Para que isso seja obtido, a dieta deve conter teor adequado de proteína degradável no rúmen (PDR) e energia suficiente para que Tabela 2: Recomendações de teores mínimos de fibra na dieta de vacas leiteiras MÍNIMO DE FDN DE FORRAGEM
MÍNIMO DE FDN TOTAL
FDN NA DIETA
19
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19+2=21
18
27
18+3=21
17
29
17+4=21
16
31
16+5=21
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33
15+6=21
FONTE: Adaptado do NRC (2001)
as bactérias do rúmen possam aproveitar o nitrogênio liberado no rúmen para síntese de suas próprias proteínas (proteína microbiana). De acordo com o NRC (2001), a quantidade de PDR para maximizar a secreção de proteína e de leite é de 10-12% da matéria seca da dieta, assumindo que o suprimento de energia seja adequado. Por exemplo, uma vaca que coma 20 kg de MS/dia necessitaria de 2 a 2,4 kg de PDR/dia. Em geral, dietas com 60 a 65% de PDR (como % da PB) parecem adequadas para maximizar a síntese de proteína do leite. Outro ponto importante é a disponibilidade da proteína nos alimentos. Alimentos superaquecidos como, por exemplo, silagens produzidas em condições inadequadas (ex.: alta umidade/baixa compactação) podem reduzir a disponibilidade da proteína. Isto ocorre devido à ligação da proteína com carboidratos, que é catalisada por calor/umidade elevados. A análise bromatológica do teor de nitrogênio ligado ao FDA (N-FDA ou PB-FDA) é um bom indicativo da intensidade desta reação. Dietas deficientes em proteína podem reduzir o teor de proteína do leite em 0,1 a 0,2 unidades percentuais, além de reduzir a produção de leite (Schingoethe, 1996). Por outro lado, o fornecimento de dietas ricas em carboidratos de rápida degradação ruminal (ex.: amido, pectina) geralmente aumenta o teor e a produção de proteína do leite. Este efeito pode ser claramente notado nos resultados apresentados na Tabela 1. Este efeito pode ser devido a uma maior síntese de proteína microbiana e/ou maior secreção de insulina, pois pesquisas mostraram que este hormônio é capaz de aumentar significativamente o teor de proteína do leite (Mackle et al., 1999). Entretanto, é importante ressaltar que o aumento da secreção de insulina pelo fornecimento de dietas ricas em carboidratos não-fibrosos é limitado pelos efeitos negativos destes sobre a saúde ruminal, podendo causar DGL (como visto anteriormente) e doenças, como a laminite. A adição de fontes de lipídios às dietas geralmente reduz o teor de proteína do leite em 0,1 a 0,2 unidades percentuais, embora possa aumentar sua secreção em função do aumento geralmente observado na produção de leite (Schingoethe, 1996). Portanto, apesar de a composição do leite poder ser alterada por diversos fatores, apenas alguns destes fatores são passíveis de serem manipulados em nível de fazenda, como é o caso da nutrição animal. Assim, uma melhor compreensão dos mecanismos envolvidos em tais alterações é de grande importância em tempos de pagamento do leite por qualidade. Alterações promovidas pela nutrição são de particular interesse, tendo em vista a rapidez das respostas e a magnitude das mudanças. Referências => Griinari, J.M.; Dwyer, D.A.; Mcguire, M.A.; Bauman, D.E.; Palmquist, D.L.; Nurmela, K.V.V. 1998. Transoctadecenoic acids and milk fat depression in lactating dairy cows. Journal of Dairy Science, v. 81, p.1251-1261. => Mackle, T.R.; Dwyer, D.A.; Ingvartsen, K.L.; Chouinard, P.Y.; Lynch, J.M.; Barbano, D.M.; Bauman, D.E. 1999. Effects of insulin and amino acids on milk protein concentration and yield from Dairy cows. J. Dairy Sci., v.82, p.1512-1524. => Schingoethe, D.J. 1996. Dietary influence A
Obrigado, CARLÃO Vivemos os chamados “tempos modernos”, onde a inversão de valores virou moda e banalizaram-se os sentimentos. Amor, gratidão, amizade, sinceridade, fidelidade, etc. Passaram a ser descartáveis, desprezados até. E as raras pessoas que os cultivam, de fato, ganharam o adjetivo de ‘caretas’. Pois é, trata-se aqui de um grande cara. Ou melhor, de dois grandes caras. Personalidades estas que, cultivam todos estes sentimentos, no grau superlativo, sem nenhum pudor, como nos ensinou um dia o Mestre Jesus. São dois parceiros que o destino uniu. O primeiro, como trabalhador contratado. E o segundo, como patrão. Trata-se do grande Carlos Soares do Amaral, o Carlão e seus empregadores, aqui denominados Benjamim Cury e seus descendentes. Carlão, jovem ainda, recém-casado com Neuza Jardim Amaral, mudou-se para a Fazenda Brejo Limpo, do saudoso Benjamim Cury. Isto nos idos de 1972 e lá permaneceu até hoje, quando já cansado e aposentado, resolveu parar após 40 anos de parceria, dedicação, amor ao trabalho, cumplicidade, dinamismo e competência. Foram longos anos de profícua parceria para ambos.
FOTOS: Fazenda Brejo Limpo
DESTAQUE
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Ali nasceram, cresceram e casaram-se seus oito filhos. O casal Carlão e Neuza contabiliza hoje 26 netos. Amigo de todas as horas, recebeu o dedicado parceiro o carinho e as oportunidades necessárias para que a parceria propiciasse a ambos esta relação prazerora e duradoura. Do outro lado, os parceiros empregadores, generosos e gratos por tantos anos de dedicação. Gratidão, o mais belo dos sentimentos, que faz com que os homens se diferenciem da maioria dos animais, nivelando as criaturas, encurtando as distâncias entre quem emprega e quem é empregado. Por tudo isto Carlão, nosso Muito Obrigado. Vá com Deus. Sentiremos tua falta. Mas vai sabendo que, se não moras mais na Fazenda Brejo Limpo, residirá para sempre em nossos corações. SEUS AMIGOS Hélio Cury, Neto, Júnior, Wilson (Nenê) e Fernando
TECNOLOGIA
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Orientar e abastecer o público com sementes e informações de qualidade sobre adubação verde e cobertura vegetal é o principal objetivo do site
crescimento de buscas do público por informações referentes à adubação verde e cobertura vegetal foi o principal fator que levou a Piraí Sementes a investir no novo site que está alocado no mesmo endereço eletrônico: www.pirai.com.br. Com o crescimento das visitações na busca por conteúdos específicos, o site anterior que obteve êxito necessitou ser trocado pelo atual que conta com mais suporte, ferramentas e inovação para o internauta. Além de outras novidades, as versões em inglês e espanhol em breve estarão disponíveis. Pautado em pesquisas que revelaram as deficiências encontradas atualmente pelo leitor que deseja obter informações mais aprofundadas sobre a prática de adubação verde e cobertura vegetal, outros destaques do site são os programas de relacionamento da empresa. Distintos, os três projetos visam estabelecer uma ligação direta entre empresas de agronegócio, consultores e consumidores. São eles: Piraí Recupera, que é voltado para quem precisa fazer uma recuperação específica para o solo, que já está degradado ou mesmo que precisa de cuidados especiais; o FOTO: imagem do site da Piraí Sementes
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Inovação: PIRAÍ SEMENTES lança NOVO PORTAL NA INTERNET
programa Canaviável, o qual visa atender o público da canade-açúcar e o mercado sucroalcooleiro, no sentido de propor informações e também estabelecer uma ligação mais direta entre as usinas e a Piraí Sementes, tendo como foco o uso dos produtos para a adubação verde nas rotações e reformas nos canaviais. E, por último, o Piraí Consultoris, que tem como objetivo fundamental auxiliar as empresas e engenheiros que trabalham com a consultoria agronômica, estabelecendo assim uma relação direta afim de que a Piraí Sementes possa dar um atendimento específico para esse público. “A mudança mais acentuada, além do site estar abastecido com mais subsídio e mais justificativas de consumo e prática da adubação verde, é reforçar o posicionamento da Piraí, que adotou desde 2011 o slogan e conceito ‘O resultado que garante o futuro’. Esse novo projeto pontua a Piraí Sementes como empresa que acredita no resultado e na garantia do futuro produtivo do solo através da prática da adubação verde”, afirmou Luís de Sousa, coordenador da Join Agro, empresa responsável pela comunicação e marketing da Piraí Sementes. E, ainda acrescenta “Um dos pontos para se destacar nesse novo projeto da Piraí é a parte dos produtos, que está totalmente renovada, e o cliente tem muito mais facilidade
para comprar, o site traz essa conotação de ser também um ponto de e-commerce muito mais forte”, finaliza Sousa. O site vem integrar as outras ferramentas de comunicação já existentes na empresa que são a Fan Page www. facebook.com.br/adubacaoverde e o perfil no twitter www. twitter.com/adubacaoverde. Segundo Luís de Sousa, essas mudanças que a Piraí Sementes trouxe aos seus clientes é o reflexo do momento que o agronegócio brasileiro está passando. “Nós temos prognósticos e números que comprovam que estamos en-
FOTOS: Divulgação Piraí Sementes
TECNOLOGIA
Programa Canaviável: Criado exclusivamente para atender o mercado da cana-de-açúcar.
Piraí Recupera: Canal exclusivo para atender produtores com solo degradado e baixa produtividade.
trando uma época da apoteose no que tange o agronegócio do país. Estamos com números atuais tanto de importação, mas, principalmente de exportação ultrapassando as metas. E, mais importante do que fazer um investimento na própria marca é o fato da empresa estabelecer uma relação com o seu público e levar para esse público o propósito e a missão dela, o motivo dela estar comercializando aquele determinado produto, a intenção real, e ainda estabelecer esse espírito de A parceria”, finalizou. (Camila Gusmão)
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Agricultura Irrigada terá papel estratégico NA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS E AGROENERGIA FOTO: Unesp - Hidráulica Ilha Solteira
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Benjamin Salles Duarte 1
inas Gerais abriga 551.617 estabelecimentos rurais em seu território, que ocupam 32,6 milhões de hectares dentro da porteira da fazenda, segundo o Censo Agropecuário do IBGE/2006. Esse total representa 55,4% da área estadual, que é da ordem de 58,8 milhões de hectares. Esse espaço geográfico faz divisas com São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Goiás e Mato Grosso do Sul, revelando também a centralidade de Minas e a troca de tecnologias, produtos e serviços no comércio por vias internas entre esses estados. Assim posto, é indispensável entender essa contextualização para avaliar minimamente a importância estratégica do Projeto de Adequação Socioeconômica e Ambiental das Propriedades Rurais, como programa do governo de Minas Gerais. O que se faz em Minas atravessa as suas fronteiras, inclusive as águas de seus grandes rios, como o São Francisco, o Grande e o Rio Doce. A questão de fundo deve ser muito clara para a sociedade, governos, lideranças, pesquisadores e consumidores, ou seja, a oferta de alimentos e agroenergia exige ser crescente no Brasil e no mundo por muitas razões que se associam, como o aumento progressivo da população, melhor
distribuição da renda nos países num horizonte mais elástico, maior longevidade humana em virtude dos avanços da medicina, programas sociais de vacinação em massa, ganhos na qualidade da água e no saneamento básico, entre outras vertentes socioeconômicas e ambientais. No entanto, não se podem negar as diferenças existentes entre os países da Terra, onde 825 milhões de pessoas passam fome. No Brasil, apesar dos avanços, 16 milhões de pessoas estão abaixo da linha da pobreza e certamente subnutridas. O Banco Mundial define como a extrema pobreza a condição daqueles que vivem com menos de US$ 1 por dia. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a população mundial, que era de 2,5 bilhões de habitantes em 1950, passou para os atuais 7 bilhões, ou mais 4,5 bilhões de habitantes em apenas 62 anos. Evoluiu 180%. O Brasil tinha 51,9 milhões de habitantes/consumidores em 1950 e 190,7 milhões em 2010, crescimento de 267,4%. Pode-se depreender, sem muito esforço dedutivo, o impacto direto desse contingente humano sobre a água, o solo, a fauna e a flora. Portanto, há de se aceitar, definitivamente, que a sustentabilidade como uma política de governos é um verdadeiro passaporte para o futuro e muito além de discussões acadêmicas. Campo e cidade estão num mesmo barco. É bom salientar também que Minas Gerais abrigava 7,7 milhões
CAFÉ
Por serviços à cafeicultores, COOPARAÍSO É ELEITA A COOPERATIVA DO ANO
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FOTO: Unesp - Hidráulica Ilha Solteira
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de habitantes em 1950 e 19,6 milhões em 2010, ou 154,5% a mais. Esse quadro populacional transitório remete à necessidade de vultuosos investimentos em logísticas operacionais nos caminhos da produção, armazenagem, comercialização e abastecimento. A Organização das Nações Unidas estima que a população brasileira atingirá 227,3 milhões de habitantes em 2050. A demanda por alimentos cresce anualmente e muito. Parcerias O projeto de adequação em Minas é fruto de amplas parcerias institucionais entre as secretarias de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Por quê? Porque a complexidade da agroeconomia nos cenários de campo requer conhecimentos e talentos humanos diversificados e abre espaços igualmente para a Universidade Federal de Minas Gerais, Embrapa, Epamig, Fundação João Pinheiro, IEF e IMA, cabendo à Emater-MG, por seus extensionistas de campo, o preenchimento das planilhas junto aos produtores rurais entrevistados e a análise dos respectivos dados, que resultam no planejamento das propriedades rurais nos focos socioeconômicos e ambientais, baseados nos Indicadores de Sustentabilidade em Agroecossistemas (ISA). Quais são os objetivos no médio e longo prazos do Projeto de Adequação Socioeconômica e Ambiental das Propriedades Rurais em Minas Gerais? São muitos. Entre eles estão: compartilhar os conhecimentos com os produtores e suas organizações e realizando de forma participativa a elaboração dos planos de adequação; qualificar produtores e extensionistas em sistema de avaliação do desempenho ambiental e socioeconômico de estabelecimentos agropecuários no estado; socializar as informações sobre a legislação ambiental referentes às atividades agrícolas e auxiliar na viabilização da regularização ambiental das propriedades. E mais, sensibilizar técnicos, produtores e entidades representativas do setor agropecuário, demonstrando a importância da implantação de sistemas agroflorestais nas áreas produtivas e na reabilitação das áreas de preservação permanente (APPs), bem como práticas sustentáveis de conservação e recuperação dos recursos naturais. A aplicação, em nível de campo, do ISA permitirá avaliar a propriedade rural em todos os seus aspectos e interações, bem como melhorar a qualidade da gestão, produção e meio ambiente pela ação do produtor como gestor do espaço rural dentro dos limites do seu estabelecimento. Esses indicadores socioeconômicos e ambientais, convergentes, revelam um índice final que varia de 0 a 1, sendo que 0,7 representa o limiar ou a linha de base de um bom desempenho agrossilvipastoril e ambiental. Abaixo de 0,7 significa que o estabelecimento rural precisa de ajustes e adequações à luz da realidade levantada, que devem ser discutidos e pactuados com os produtores rurais que adotarem esse programa de adequação dentro da porteira da fazenda. Perspectivas Esse projeto, sem dúvida alguma, está alinhado em nível nacional e mundial com os desafios visíveis pelos quais devem passar a agropecuária e o agronegócio, no qual a sustentabilidade deve sair
do conceito acadêmico e agregar-se aos processos produtivos nas culturas e criações, o que não deixa de ser uma espécie de marcha batida contra o tempo. De outro lado, não menos importante, há que ter o empreendedor rural, basicamente os familiares e médios, renda e estímulos governamentais, no que couber, para adotar as inovações tecnológicas. Faz-se relevante destacar que comparando a safra mineira de grãos de 2000 com a de 2012, a produção aumentou 86,1%. A área de plantio cresceu apenas 16% e a produtividade média aumentou 59,5%. A adoção de tecnologias explica esse desempenho no campo. A agricultura irrigada também terá um papel estratégico na produção de alimentos e agroenergia. E a redução das perdas agrícolas se torna indispensável como um programa de governo e empreendedores rurais. Essa lógica não exclui os grandes empresários do agronegócio e a tecnologia, aliada aos estímulos de mercado, é parte insubstituível da modernidade no campo e qualidade de vida para quem planta e cria. A arte de inovar é um desafio sem fronteiras. As planilhas desse projeto de adequação já estão sendo aplicadas, pela Emater-MG, nos projetos governamentais do CertificaMinasCafé, MinasLeite e nos assentamentos da barragem de Irapé (Cemig).Também as tecnologias recomendadas para o manejo integrado de bacias hidrográficas fazem parte desse esforço conjunto nos cenários rurais do estado. Ainda há muito caminho pela frente, pois o campo precisa de A muita inovação.
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Em 25 de fevereiro serão conhecidos os vencedores do 2º CONCURSO ‘CUP OF EXCELLENCE NATURAL’
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o último dia 18 de janeiro, o júri nacional do 2º Concurso de Qualidade ‘Cup of Excellence Natural Late Harvest’ elegeu os lotes que se classificaram para a fase internacional do certame. Foram selecionadas 43 amostras de produtores das regiões produtoras Cerrado, Sul e Matas de Minas Gerais e da Mogiana de São Paulo, que agora disputam o título de melhor café natural (colhido e seco com casca) do Brasil na safra 2012. O resultado da fase nacional — que pode ser conferido no site da BSCA: http://bsca.com.br/cup-of-excellence-late-harvest. php?id=12 — reflete, ainda, o investimento que os produtores, por intermédio do suporte recebido de instituições de pesquisa e extensão rural, vem fazendo nos cafezais, pois foram 15 as variedades classificadas — Acaiá, Bourbon Amarelo, Bourbon Vermelho, Canário, Catiguá, Catuaí Amarelo, Catuaí Vermelho, Catucaí Amarelo, Icatú, Icatú Amarelo, Mundo Novo, Obatã, Rubi, Topázio e Tupi —, além de blends compostos pela mescla delas. A partir do dia 21 de janeiro, os lotes classificados serão reavaliados por profissionais de prova e classificação de todo o mundo que compõem o júri internacional do concurso. Os cafés que receberem notas acima de 85 pontos (escala de 0 a 100 pontos) serão eleitos vencedores do certame e terão o direito de participar do concorrido leilão internacional de venda, via internet, no dia 14 de março de 2013.
Confira a seguir a lista dos cafés selecionados na 1ª Fase do Concurso Cup of Excellence Edição 2012: • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
Agrotora Reflorestamento e Pecuária (Agrotora - MG) Alessandra Ribeiro Pinto (Serra Verde - MG) Algênio Ferraz de Castro (Café Cambará - MG) Álvaro Antônio Pereira Coli (Sítio da Torre - MG) Amauri Dias de Castro (São José - MG) Amelia Ferracioli Delarisse (Faz. Chapadão Ferro - MG) Ana Luiza Resende Pimenta (Sítio Santa Cecília - MG) Andrey Reguim (Fazenda Cardoso - MG) Antônio Gabriel de C. Pereira (Sitio Brejinho - MG) Carlos Alberto de Castro Pereira (Mandembo - MG) Carlos Eduardo J. Fonseca (N. Sra Apda. - MG) Dheison Reguim Mariana (Posses II - MG) Ecoagrícola Café Ltda (Fazenda Ecoagrícola - MG) Edson Rosa Garcia (Sítio Santa Terezinha - MG) Eduardo de Paula Lage (Fazenda do Retiro - MG) Erika Cristina Pires Ruiz (Fazenda Lages - MG) Fernanda Silveira Maciel Raucci (Faz. Terra Preta - SP) Flavia Garcia M. J. S. Rodrigues (Faz. California - PR) Gabriel Carvalho Dias (Faz. Cachoeira da Grama - SP) Geraldo Alvarenga R. Filho (Faz. Santana B. Vista - MG)
CAFÉ • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
Gilberto Sequeira Moraes (Fazenda dos Campos - MG) Glaucio de Castro (Fazenda Macaubas de Cima - MG) Gloria Luiza Vilela Reis e Outro (Buraco Quente - MG) Guilherme Gotelip Junior (Serra - MG) Gustavo Morais de Sousa (Fazenda Taquaral - MG) Gustavo Vieira Ferreira (Fazenda Santa Maria - MG) Helenita Junqueira Pereira (Sítio Cruzeiro - MG) Helio Tutida (Santa Maria - MG) Henrique Dias Cambraia (Fazenda Samambaia - MG) Icatú Agropecuária Ltda (Fazenda Barreiro - MG) Isabela Lima Reis (Bela Vista - MG) Ismael Jose Andrade e Eduardo (Faz. São Silvestre - MG) Jarbas Cleto Lopes (Sitio Bela Vista - MG) Jesimar de Oliveira Sandi (Sítio São Joaquim - MG) João Newton Reis Teixeira (Fazenda Pinhal - MG) Joaquim R. Souza (Estancia Flor do Amanhecer - MG) José Aloisio de Carlos (Rancho Alegre - MG) Jose Apolinario de Souza (Chácara Ouro Verde - MG) José de Paula (Fazenda Macaubas - MG) José Flávio Ferraz Reis JR (Junqueira Reis - MG) Jose Raimundo N. Fragoas (Sitio Monte Verde - MG) Jose Roberto Pinho Boareto Capivara (Bela Vista - MG) José Wagner R. Junqueira (Serra das Tres Barras - MG) Juscelino Matias da Silveira (Sítio Monjolinho - MG) Lais Pires Junqueira (Café Santa Emiliana - MG) Lenin de Carvalho Carneiro (Pinheiro Grande - MG) Leonio Carlos Filho (Fazenda Cachoeira - MG) Lucas Lancha Mei A.Oliveira (Faz. Sta Terezinha - SP) Luis Eduardo Junqueira Ceglia (Gleba Flamengo - MG) Luiz Carlos Borges (Sítio Nossa Sra Aparecida - MG) Luiz Delfino de Paiva (Cachoeirinha - MG) Luiz Henrique Albinati (Nossa Sra Aparecida - MG) Luiz Roberto Moreira Ribeiro (Sítio Água Limpa - MG)
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Luiz Sérgio R. Junqueira (Rancho Pinheirinho - MG) Marcelo Prota Vasconcelos (Fazenda Roseira - MG) Marcio Bicciatto (Fazenda Elmar - MG) Márcio de Souza Franqueira (Sítio da Serra - MG) Marcos Aurelio Riccetto (Sítio São Sebastião - SP) Maria José Junqueira Ceglia (Granja São Francisco - MG) Mariana de Carvalho Junqueira (São Benedito - MG) Mário Henrique Junqueira de Moraes (Sítio Lagarta - MG) Mario Pornaro (Fazenda Esmeril Maringa - MG) Marta Marques Ferreira Chiarello (Fazenda Duas Irmãs - MG) Maurilio Braz Borges (Sítio Nossa Senhora Aparecida - MG) Monica Borges de Souza (Fazenda Vila Boa - MG) Murilo Neiva Junqueira (Sítio Santo Expedito - MG) Osvaldina Alves Dutra (Sitio Boa Vista - MG) Otaviano Ribeiro Ceglia (Granja São Francisco - MG) Paulo Antonio Motta dos Santos (Fazenda Esmeril/Jatoba - MG) Paulo Ernesto Ribeiro de Souza (Ribeiro Sítio - MG) Raimundo Dimas Santana - MG Ralph de Castro Junqueira (Kaquend - MG) Regina Lúcia Dias Villela (Córrego da Onça II - MG) Roberto Shiguemi Murata (Reunidas - MG) Rogério Tostes Ferraz (Santa Emiliana - MG) Roney Dias Villela (Nossa Senhora Aparecida - MG) Santa Quiteria Agropecuária (Santa Quiteria Agropecuaria - MG) Sebastião Márcio de Carvalho Junqueira (St Mariana - MG) Sebastião Raimundo Pereira (Sítio Limeira - MG) Silvestre Junqueira de Castro (Sítio Olaria - MG) Tarcisio Soares Pereira (Sítio Limeira - MG) Telmo Coli Pereira (Sítio Santa Cruz - MG) Thiago Reghim (Fazenda da Mata - MG) Vanderley Paulo Martins (Sitio do Rochedo - MG) Vinícius José Carneiro Pereira (Moinho - MG) Walter Cesar Dutra (Fazenda Jatobá - MG) A
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ARTIGO
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A
NAUFRÁGIO ORGÂNICO Celso Luis Rodrigues Vegro - Engenheiro Agrônomo, M.S. De-
senvolvimento Agrícola. Pesquisador Científico do IEA - Instituto de Economia Agrícola - SP. [ celvegro@iea.sp.gov.br ] // e Eduardo Heron . FONTE: Rede Social do Café
ntes que se renegue a estes analistas, alertamos que desde sempre prestigiamos o movimento orgânico, participando, ainda quando estudante de agronomia (no caso do primeiro autor), do grupo de agricultura alternativa e, depois disso, acompanhando os primórdios de organização da Associação de Agricultura Orgânica (AAO/SP). Sempre que possível adquiro produtos orgânicos e, até poucos dias atrás, havia café orgânico em casa para o consumo diário. Ademais, recentemente facilitei contatos para aquisição de café orgânico por parte de empresa de suprimentos para a indústria de cosméticos. Todavia, esse comprometimento pessoal não impede que se procure elucidar as aparentes “esquisitices” no mercado de café orgânico brasileiro. A partir de 2005, a OIC implantou nos certificados de origem campos para atribuições específicas do produto,
tornando-se possível apreciar a evolução das trocas internacionais dessa especialidade. Sendo a declaração obrigatória para os cafés orgânicos e voluntária para as demais certificações (exclusivamente para os países produtores membros da organização), as estatísticas consolidadas não são totalmente precisas, todavia é a melhor informação disponível. Considerando-se os negócios envolvendo o café orgânico, entre 2005-2012, constata-se que esse mercado quase que triplicou a quantidade transacionada (Figura 1). Enquanto em 2005 os embarques de cafés orgânicos contabilizaram pouco mais de 364 mil sacas, em 2012 (jan.out.) esse montante aproximou-se de 1 milhão de sacas. Considerando-se os doze meses desse último ano é provável que as exportações totais tripliquem frente a quantidade inicial. Entretanto, a participação no mercado do café orgânico brasileiro nesse mesmo período apenas dobrou saltando de pouco mais de 10 mil sacas para apenas 20,6 mil entre 2005 e 2012, respectivamente. Pelos dados relacionados pela OIC, na trajetória de concorrentes constata-se o caso de Honduras que, em 2005, exportava pouco mais de 12 mil sc e em 2012 (jan.-out.) contabilizava mais de 287,5 mil sacas! Querem mais surpresas: Papua Nova Guiné exportava, em 2005, cerca de 12,7 mil sacas, saltando para 29,9 mil em 2012, em ambos os períodos mais que o celebradíssimo país líder na produção, conFIGURA 1 – Quantidade Exportada, Cafés Orgânicos, Países Produtores Membros da Organização, 2005-2011 e jan./out. de 20121.
Fonte: Organização Internacional do Café (OIC), 2012.
CAFÉ TABELA 1 – Preço Médio Recebido pelos Cafeicultores, de Café Orgânico, Mercados Interno e Externo, Estado de Minas Gerais, 2007 a 2010. (em R$/sc)
ou seja, ágio de US$70,70 (Figura 2). Comparativamente, os elevados preços médios do café orgânico brasileiro exportado explicam, possivelmente, o modesto crescimento dos embarques. Embora o contexto internacional seja francamente demandante para essa es*Refere-se à média dos preços diários recebidos pela COOPFAM, convertidos pela cotação diária do pecialidade de bebida, os cafeicultores dólar (comercial). Os valores diários, bem como a cotação diária do dólar utilizadas na conversão brasileiros associados aos agentes de comnão foram cedidos pela cooperativa. Fonte: Adaptado a partir de TURCO, et al (2012)3. ercialização não são capazes de se posiciosumo e exportação! Sabe-se que o Peru é outro grande ex- nar competitivamente nesse mercado. portador de orgânico, porém não membro da OIC e por esse Não existem dados públicos sistematizados para o conmotivo não se dispõe de dados sobre suas vendas. sumo de cafés orgânicos no mercado brasileiro. Pesquisa Em 2012 (jan./out.) os negócios internacionais com café indica que a demanda doméstica por café (todos os tipos) orgânico somaram mais de US$230 milhões, praticamente, cresce sustentadamente há vários anos2. Tal fenômeno, aperepetindo o resultado apurado em 2011 quando se ultrapas- nas por hipótese, poderia espelhar a demanda pelos orgânisou os R$272 milhões. Comparações com outros anos podem cos. Porém parece não ser esse o caso, pois, normalmente, gerar distorções na medida em que muitos países exporta- nos mercados de matérias primas agrícolas, maior mercado dores declaram, nos respectivos certificados de origem, as interno fortalece a competitividade desse mesmo produto quantidades embarcadas sem, porém, apontar o preço pelo no mercado externo (em quantidade e preços), decorrente qual o produto foi comercializado. De qualquer modo, to- dos ganhos de escala e/ou introdução de inovações nos sistemando-se 2009 (ano do colapso macroeconômico global) os mas produtivos. Os preços médios praticados para os mercados interno valores apurados nesse mercado mais que triplicaram. Como nossas exportações não se expandiram no mesmo ritmo que e externo, exibem diferenciais bastantes expressivos, tendo os demais concorrentes nesse mercado, o resultado cambial alcançado os R$227,46/sc em 2009 (Tabela 1). Tal fenômeno obtido pelo Brasil com as o café orgânico transitaram entre apontaria para uma procura e preferência crescente pela exos US$7 a US$8 milhões nos dois últimos anos. portação dos lotes de grãos orgânicos, porém conforme os Dessas informações surgem questionamentos: o que dados apontam, não tem havido grandes saltos nas quanhaveria de errado/distorcido no agronegócio café orgânico. Quais razões poderiam explicar a diminuição da demanda relativa pelo grão brasileiro, ou melhor, que elementos subtrairiam competitividade dos sistemas de produção orgânico de café? A análise dos preços médios pagos pelos cafés orgânicos evidencia que aqueles praticados para com o produto brasileiro foram sistematicamente mais elevados que a média para os demais concorrentes. Em 2010, por exemplo, a média dos preços para os volumes globais (incluindo o Brasil) foi de US$234,54/sc, enquanto que o proveniente do país alcançou os US$305,24/sc, FIGURA 2 – Preços Médios por Saca, Cafés Orgânicos, Países Produtores Membros da Organização, 2005-2011 e jan./out. de 2012
Fonte: Organização Internacional do Café (OIC), 2012.
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CAFÉ TABELA 2 – Preço Médio Recebido pelos Cafeicultores, de Café Orgânico e Convencional, Estado de Minas Gerais, 2007 a 2010. (em R$/sc)
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FOTO: Divulgação
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ficação orgânica para acessar o mercado externo constitui, obviamente, uma barreira ao incremento desse mercado. Demais limitações como a produtividade menos pujante dessas lavouras frente suas congêneres convencionais, outra possível barreira. *Refere-se à média dos preços diários recebidos pela COOPFAM, convertidos pela cotação diária do dólar (comercial). Os valores diários, bem como a cotação diária do dólar utilizadas na conversão não foram cedidos Escala produtiva e elevada depela cooperativa. Fonte: Adaptado a partir de TURCO, et al (2012)3. pendência do trabalho manual, também, contribuem para esse tidades exportadas desse produto específico. Se a sinalização de preços ambiente de baixo crescimento para o segmento. internacionais não tem sido suficiente para alavancar as exportações, Impossível imaginar o desenvolvimento regional teriam os menores preços praticados para o abastecimento doméstico e local na agricultura que prescinda da agricultura orgânica, especialmente naquelas porções tido essa capacidade? Na produção orgânica as vantagens econômicas capturadas pelos do território em que a agricultura familiar é macafeicultores foram relevantes conforme relata TURCO et al (2012) (Ta- joritária, porém, A ausência de instituições (cobela 2). Os patamares de preços recebidos pelos cafeicultores orgânicos operativas) que coordenem essa cadeia também5. rivalizam com aqueles obtidos por outros cafeicultores especializados A realidade é que há um descolamento do café no produto gourmet (bebida mole, cereja descascado e lavados). Medi- orgânico brasileiro frente a dinâmica do mercado ante esses prêmios os orgânicos, ao menos nesse estudo de caso, obtêm internacional, passível de reversão desde que com rentabilidade satisfatória e acima de seus congêneres convencionais. a aplicação de nossa expertise em assuntos cafeeiros. Essa sinalização de preços favorável aos orgânicos deveria, ainda Missão impossível, felizmente é temática que potencialmente, incentivar essa modalidade de sistema produtivo. hollywoodiana. Como reflexo esperado desse fato haveria maior oferta do produto com queda nas suas cotações. Eventualmente, também se observaria maior 1 - Dados disponíveis em: www.ico.org disponibilidade para transações internacionais, que estariam registra2 - São amplamente conhecidos os dados de condas nos certificados de origem dos embarques brasileiros. Entretanto, sumo interno divulgados pela ABIC. não é isso que se constata no banco de dados da OIC. 3 - TURCO, Patricia H. N. et al. EFICIÊNCIA A cafeicultura orgânica, aparentemente, não deslancha, apesar ECONÔMICA NO SISTEMA DE CAFÉ ORGÂNIdos incentivos de preços e melhor rentabilidade constatada em estudos CO: estudo de caso dos cooperados da COOPexploratórios sobre a temática. Outras certificações4 com menos tempo FAM. Informações Econômicas, SP, v. 42, n. 3, de atividades que o orgânico operam na casa do milhão de sacas sob tais maio/jun. 2012. (http://www.iea.sp.gov.br/out/Lerrotulagens. Texto.php?codTexto=12399) As investigações necessitam prosseguir. Os custos com a certi4 - UTZ já contabiliza volume de sacas certificadas acima do milhão e a Rain Forest mais de 600mil. 5 - O modelo a COOPFAM ainda não foi reproduzido em outros cinturões cafeeiros do país. A
COOXUPÉ aposta no TRANSPORTE A GRANEL DO CAFÉ
S
CAFÉ
FOTO: Granfinale
acas de 60 quilos carregadas nas costas, para a carga e descarga do café, estão com os dias contados no País. A nova onda do setor, que deve produzir mais de 50 milhões de sacas do grão nesta safra, é a granelização total da cultura. O café vai diretamente do campo para o caminhão, e do caminhão para os silos ou para armazéns, mas agora ficam armazenados em grandes bags de 1,2 mil quilos cada. O cafeicultor Hugo Guimarães, dono de uma lavoura com 193 hectares, em Guaxupé (MG), faz parte desse grupo de produtores que está revolucionando a logística do grão. Na safra passada, Guimarães entregou Exemplo de Silo-Café Graneleiro, da empresa Granfinale (www.granfinale.com.br). à Cooxupé - a maior cooperativa cafeeira do mundo, - todo o seu café a granel, em vez de acondicioná-lo trabalhadores, tivemos um grande avanço tecnológico. Tenas tradicionais sacas de estopa. A cooperativa está apostan- mos hoje um sistema inédito totalmente automatizado”, diz. do nessa modalidade logística desde 2011 e também incentiO complexo Japy foi a primeira unidade construída vando os produtores a começar a granelização. para receber café a granel no País. Sua capacidade diária de Segundo Lúcio Dias, superintendente de operações e recebimento é de 35 mil sacas por dia e ainda pode expedir mercado interno da Cooxupé, no ano passado foram recebi- 25 mil sacas por dia. São três armazéns para as bags e 20 das mais de cinco milhões de sacas do grão, das quais cerca silos, totalizando 1,5 milhão de sacas. “Além da velocidade de 80% foram entregues a granel. O processo é inédito na de armazenagem, o acondicionamento em bag é melhor que cafeicultura, mas habitual em commodities como o milho e em saca”, diz Benedito Stampone, gerente de operações da a soja. “Queremos chegar a 100% de granelização até 2015”, cooperativa. “Descarregamos uma carga equivalente a 250 afirma Dias. sacas em oito minutos”, diz. “Antes, levava uma hora.” Para a granelização total do café, os produtores preAtualmente, a capacidade total de armazenagem da cisam fazer alguns investimentos, mas os ganhos compen- cooperativa alcança 5,2 milhões de sacas de café. Segundo o sam. Guimarães, por exemplo, investiu R$ 13 mil em máqui- presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa, o nas e na construção de um silo na fazenda. Com produção Japy tem mudado a logística do escoamento do grão no sul equivalente a 3,4 mil sacas na safra de 2012, o investimento de Minas Gerais. “Foi o maior investimento da cooperativa já se pagou. “Somente em sacaria, economizamos mais de R$ nos últimos anos”, diz Paulino da Costa. Mas a cooperativa 10 mil”, diz Guimarães. “A mudança veio para ficar, porque não deve parar por aí. O projeto prevê ainda a construção de facilita a vida do produtor.” outros 30 silos para o armazenamento do grão. Além disso, Mas a economia mais efetiva de Guimarães não foi em outubro do ano passado foi inaugurada a segunda etapa com embalagem e sim em mão de obra. Em safras passadas, do complexo Japy, uma unidade totalmente automatizada o cafeicultor contava com mais de cinco funcionários tem- de limpeza, para retirar impurezas como pedras, separar os porários após a colheita. Na última, foi necessário apenas grãos por tamanho e cor, e eliminar os grãos defeituosos, um para operar os novos equipamentos. “A mecanização com capacidade de processamento de 600 mil kg/dia. traz mais conforto e torna a mão de obra mais produtiva”, O complexo industrial foi idealizado em 2009, com o diz Guimarães. Agora, os grãos são transportados do silo, por projeto-piloto na unidade da cooperativa em Monte Santo uma tubulação, e são despejados diretamente no caminhão, de Minas. “Quando mais de 60% dos cooperados entregaque segue para a cooperativa. ram o café a granel, tivemos a certeza de que o projeto daria Além da substituição da mão de obra pela mecanização, certo”, diz Paulino da Costa. o novo o modelo requer profissionais mais qualificados para Neste ano, a cooperativa deve investir nas filiais. A de operar as máquinas. A aposta da Cooxupé na granelização de Monte Carmelo, a 460 quilômetros de Guaxupé, vai ganhar toda a cadeia fez com que o recebimento, armazenamento e um novo laboratório de análise e classificação, por R$ 1 midistribuição do grão ganhassem velocidade e eficiência. lhão. A Cooxupé conta com 16 unidades administrativas e A cooperativa, que tem 12 mil cafeicultores associados seis escritórios avançados que prestam assistência técnica e faturou R$ 3,1 bilhões em 2011, já investiu R$ 75 milhões aos produtores. Nos últimos anos, a cooperativa exportou no Complexo Industrial Japy, inaugurado no início de 2011. mais de dois milhões de sacas de café. “Estamos preparados Para Dias, o complexo vem promovendo mudanças signifi- para crescer ainda mais”, diz Paulino da Costa. cativas na cadeia cafeeira. “Além da melhor qualificação dos (FONTE: DARLENE SANTIAGO, Dinheiro Rural)
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CAFÉ
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O
Renato Passos Brandão 1 Cássio Rodrigues Gomes 2 Cássio de Souza Yamada 3
ciclo da vida continua. Novos tempos, novas esperanças e novos sonhos surgem na virada do ano. Algumas pessoas almejam coisas grandiosas e outras procuram apenas levar uma vida sem muitos solavancos. No último dia de dezembro de 2012, zeramos o nosso cronômetro e no primeiro minuto de 1º de janeiro de 2013 reiniciamos mais um ano. O Natal dos cristãos e o Reveillon de todos os povos do mundo são eventos que ajudam a recarregar as nossas “baterias” para mais um ano de muito trabalho e enormes desafios. Como será 2013 para a cafeicultura nacional e internacional? Será que a crise econômica iniciada em 2008 que assola alguns países da Europa e Estados Unidos chegará finalmente ao fim? Será que a China continuará com o seu ritmo acelerado de crescimento econômico e social e desta forma, ajudará também o Brasil a ter um impressionante crescimento no seu PIB de 1% ao ano? Será que o Brasil vai conseguir melhorar a educação e a saúde pública voltada para as camadas menos favorecidas da nossa sociedade? Será que finalmente teremos cidadãos brasileiros mais conscientes dos interesses coletivos, deixando um pouco de lado os interesses individuais? As incertezas no nosso horizonte são inúmeras mas há uma grande certeza: o único lugar aonde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário. Portanto, todos os profissionais envolvidos com a cafeicultura têm que trabalhar muito duro e sempre olhar para frente. Temos que lutar por aquilo que acreditamos e sonhamos. “O homem é do tamanho dos seus sonhos”. (Fernando Pessoa, poeta português) Na edição anterior, mostramos a evolução nas cotações da saca do café arábica no período de janeiro de 2010 a outubro de 2012 (base CEPEA-ESALQ). Percebe-se que neste período, o pico nas cotações ocorreu entre março e maio de 2011 e da partir deste momento, entrou em declínio com alguns repiques de alta em julho de 2012. Neste período, qual foi o aumento nos custos de
1 - Engº agrônomo, Mestre em Solos e Nutrição de Plantas e Gestor Agronômico do Grupo Bio Soja. 2 - Engº agrônomo, Cafeicultor e Consultor de Vendas da Campagro. 3 - Estudante de agronomia da Fafran, Ituverava, SP e estagiário do Deptº. Agronômico do Grupo Bio Soja
FOTO: Editora Attalea Agronegócios
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Nutrição do Cafeeiro (parte 8) - Interpretação DA ANÁLISE FOLIAR NO CAFEEIRO
produção na cafeicultura? A inflação acumulada (índice IGPM-FGV) entre janeiro de 2010 e dezembro de 2012 foi de aproximadamente 26,14%. Neste mesmo período, o preço do café aumentou 21%!!! Nesta edição da Revista Attalea Agronegócios, que é a primeira de 2013 será abordada a segunda parte da análise foliar: interpretação dos resultados da análise foliar no cafeeiro. Conforme comentado na edição anterior, a análise foliar é a forma mais eficiente para a avaliação do estado nutricional do cafeeiro. Nas últimas décadas, a humanidade realizou avanços impressionantes em todas as áreas do conhecimento. Entretanto, a maioria dos cafeicultores brasileiros ainda está subutilizando esta ferramenta, que é imprescindível numa cafeicultura voltada à sustentabilidade e lucratividade. 1. Interpretação da análise foliar A análise foliar é constituída por três etapas: amostragem das folhas, preparo e remessa das folhas ao laboratório e a interpretação dos resultados da análise foliar. As duas primeiras etapas foram amplamente discutidas na edição anterior e a partir deste momento, o foco deste artigo será a interpretação dos resultados da análise foliar. Os teores dos nutrientes da análise foliar do cafeeiro são interpretados comparando os resultados com padrões que são provenientes da experimentação agrícola. Antes da interpretação propriamente dita dos resultados da análise foliar é necessária uma série de informações para melhorar a avaliação do estado nutricional do cafe-
CAFÉ
A partir deste momento, vamos abordar as informações que devem ser levadas em consideração na interpretação da análise foliar do cafeeiro. As informações abaixo são verídicas e são de um cafeicultor da região de Franca, SP, cliente da Bio Soja. 1.1. Histórico do plantio O plantio do cafeeiro arábica com o cultivar Catuaí Amarelo e a linhagem 62 foi realizado entre 15 e 23 de dezembro de 2008. O espaçamento do cafeeiro é de 3,5 x 0,7 m com 4.080 plantas por hectare. A área total do talhão é de 7 ha e o sistema de cultivo é irrigado por gotejo com uma linha por rua. 1.2. Histórico da calagem, adubações de plantio e em pós-plantio A calagem foi realizada em área total com aplicação de 2 t/ha de calcário dolomítico com 15% MgO e PRNT igual a 85% elevando a saturação de bases a 70%. No sulco de plantio do cafeeiro foi aplicado 400 g de superfosfato simples granulado (72 g de P2O5) e 50 g do Yoorin Master 1 por metro linear. A primeira adubação de solo em pós-plantio do cafeeiro foi realizada com o sulfato de amônio na dose de 20 g por planta. As demais adubações foram realizadas com o 21-00-21 (nitrato de amônio) totalizando 150 g por planta e parcelada em 6 aplicações (25 g por planta por aplicação). As adubações de solo em pós-plantio tiveram início aos 20 dias após o transplante e as demais com intervalo de 20 a 25 dias. Foram realizadas 5 adubações foliares iniciando aos 30 dias após o transplante e as demais com intervalo de 20 dias. Os fertilizantes foliares e as respectivas doses por hectare por aplicação foram: Bioamino® Extra (200 mL), Fertilis® 38 (600 g), Fertilis® P30 (200 mL), Fertilis® Zinco Max (100 mL) e NHT® P-Boro-P (100 mL). A vazão da calda de pulverização foi de 80 L/ha. 1.3. Histórico das produtividades A produtividade do cafeeiro na primeira safra (2010/11) foi de 70 sc. beneficiadas/ha. A expectativa inicial de produtividade para a safra 2011/12 era de 50 a 60 sc. beneficiadas/ha. Em janeiro de 2012 foi realizada uma reavaliação e a expectativa de produtividade foi aumentada para 70 a 80 sc. beneficiadas/ha.
1.4. Histórico das floradas na safra 2011/12 A primeira e principal florada ocorreu em 22 de setembro de 2011 cerca de 12 dias após a indução floral via irrigação por gotejo e a segunda florada (secundário) ocorreu em 8 de outubro de 2011. 1.5. Histórico das doenças e pragas na safra 2011/12 Em agosto de 2011 foi observado foco de mancha aureolada sendo aplicado o Kasugamicina. Em outubro de 2011 foi aplicado o Boscalida na pós-florada para o controle de phoma e ascoquita. Em novembro de 2011 foi realizada uma avaliação da incidência de ferrugem onde foi constatada uma incidência de 5% nas folhas do cafeeiro. Foi realizada uma aplicação de fungicida e inseticida de solo para o controle do bicho mineiro e aplicação foliar do Epoxiconazol e Piraclostrobina, para o controle de ferrugem e cercospora. A segunda pulverização foliar foi realizada em fevereiro de 2012 juntamente com a Abamectina. Em 5 de fevereiro de 2012 foi realizada uma reavaliação da incidência de pragas e doenças e constatou-se que a ferrugem e o bicho mineiro estavam sob controle e a cercospora estava com média incidência. 2. Programação do manejo nutricional na safra 2011/12 Baseado na expectativa de produtividade (item 1.3) e na análise química de solo (Tabela 1), as doses dos nutrientes a serem aplicadas no cafeeiro na safra 2011/12 estão especificadas abaixo. • Nitrogênio (N) = 450 kg/ha • Fósforo (P2O5) = 90 kg/ha • Potássio (K2O) = 450 kg/ha 3.1. Adubação nitrogenada A dose de 450 kg/ha de nitrogênio foi programada para ser parcelada em 6 vezes. A primeira adubação nitrogenada com uréia (100 kg/ha) será realizada com a irrigação na indução do florescimento do cafeeiro (final de setembro) FOTO: Editora Attalea Agronegócios
eiro e se houver necessidade, realizar as adaptações nas adubações de solo e foliares. Informações necessárias para a correta interpretação da análise foliar do cafeeiro: • Cultivar e linhagens; • Idade do cafeeiro e espaçamento; • Sistema de cultivo: sequeiro ou irrigado; • Data da amostragem das folhas; • Regime pluviométrico e temperatura nos meses anteriores a amostragem foliar; • Análise química completa do solo (macro e micronutrientes); • Manejo na última safra e na atual: calagem, gessagem, adubações de solo e foliares, controle fitossanitário e podas; • Produtividades anteriores e expectativa de produtividade para safra atual.
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CAFÉ Tabela 1: Análise química do solo no talhão 07. PARÂMETROS
UNIDADE
pH em CaCl2
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RESULTADO
FAIXA ADEQUADA
-
4,4
Matéria orgânica
g/dm3
24
4,9 a 5,4 >25
P resina
mg/dm3
25
22 a 30
K resina
mmolc/dm3
1,9
2,5 a 5,0
Ca trocável
mmolc/dm3
13
25 a 45
Mg trocável
mmolc/dm3
4
8 a 20
Soma de bases (SB)
mmolc/dm3
18,9
35 a 70
H + Al
mmolc/dm3
61
30 a 40
Al trocável
mmolc/dm3
5
0
CTC
mmolc/dm3
79,9
70 a 100 50 a 60
Saturação de bases (V)
%
24
Saturação de alumínio (m)
%
20,9
0
S - sulfato
mg/dm3
18
10 a 20
Boro - água
mg/dm3
0,57
1,0 a 1,2
Cobre - DTPA
mg/dm3
4,5
3,5 a 5,0
Ferro - DTPA
mg/dm3
57
-
Manganês - DTPA
mg/dm3
14
4,5 a 6,0
Zinco - DTPA
mg/dm3
5,1
3,5 a 5,0
Saturação de cálcio
%
16,3
35 a 40
Saturação de magnésio
%
5,0
12 a 20
Saturação de potássio
%
2,4
4a5
Ca / Mg
-
3,2
2a4
Mg / K
-
2,1
3a6
Ca / K
-
6,8
8 a 16
estão muito baixos (Tabela 1). Entretanto, não foi programada nenhuma adubação com magnésio no solo partindo da premissa que o calcário dolomítico e o Yoorin Master forneceriam a quantidade de magnésio suficiente para atender as necessidades do cafeeiro. Para cada saca de café arábica exportada são necessárias 231 g de magnésio. 2.5. Adubação com enxofre Não foi programada nenhuma adubação com enxofre. O teor de enxofre no solo está na faixa adequada. Além disso, foi programada a aplicação do gesso agrícola (2 t/ha) para a redução da saturação de alumínio nas camadas superficiais (0 a 20 cm) e subsuperficiais (20 a 40 cm) do solo. 2.6. Adubação com boro De forma similar ao magnésio, não foi realizada nenhuma programação de adubação com o boro no solo. A aplicação do Yoorin Master fornecerá parte do boro e o restante do nutriente nas adubações foliares. 2.7. Adubação com cobre Este micronutriente será fornecido ao cafeeiro nas aplicações dos fungicidas cúpricos
1 - Amostragem do solo realizada em 20 de maio de 2011 (camada de 0 a 20cm).
e a última no final de fevereiro de 2012. O intervalo médio entre as adubações nitrogenadas será de 30 dias. Além disso, 70% da dose do nitrogênio será aplicada até o final de dezembro de 2011 e o restante até final de fevereiro de 2012. 2.1. Adubação fosfatada A dose de 90 kg/ha de fósforo foi programada para ser aplicada antes da florada do cafeeiro. 2.2. Adubação potássica A dose de 450 kg/ha de potássio será também parcelada em 6 vezes. A primeira adubação potássica será realizada após o pegamento da florada e a última no final de fevereiro de 2012. O intervalo entre as adubações potássicas será de 20 a 25 dias. Além disso, 70% da dose do potássio será aplicada até o final de dezembro de 2011 e o restante até final de fevereiro de 2012. 2.4. Adubação com magnésio O teor de magnésio e a saturação de magnésio no solo
2.8. Adubação com ferro e manganês Não há necessidade do fornecimento destes dois micronutrientes ao cafeeiro. O solo possui altos teores de ferro e manganês (Tabela 1). 2.9. Adubação com zinco O zinco seria fornecido ao cafeeiro nas adubações foliares com o Fertilis® 38 e com o Fertilis® Zinco Max. 4. Histórico do manejo nutricional na safra 2011/12 A calagem foi realizada em 20 de julho de 2011 aplicando-se 2 t/ha de calcário dolomítico com 12% de MgO, 35% de CaO e PRNT igual a 85%. A gessagem foi realizada em 25 de agosto de 2011 aplicando-se 2 t/ha de gesso agrícola. Na Tabela 2 têm-se as adubações de solo realizadas antes da primeira análise foliar do cafeeiro. O calcário e o gesso agrícola foram considerados como “fertilizantes” pois são fornecedores de cálcio, magnésio e enxofre ao cafeeiro. Na Tabela 3 estão especificadas as adubações foliares realizadas na safra 2011/12. A vazão das caldas de pulverizações foi de 500 L/ha.
Tabela 2: Adubações de solo realizadas antes da primeira análise foliar do cafeeiro. ADUBAÇÕES DE SOLO
DATA DA APLICAÇÃO
FERTILIZANTE
N
P205
K20
DOSE DOS NUTRIENTES (kg/ha) Ca Mg S B
Mn
Zn
Calagem
20.07.2011
Calcário dolomítico
-
-
-
500
144
-
-
-
-
Gessagem
25.08.2011
Gesso agrícola
-
-
-
-
-
300
-
-
-
1ª adubação
25.09.2011
Uréia
45
-
-
-
-
-
-
-
-
2ª adubação
15.10.2011
21-00-21 (nitrato)
108
-
108
-
-
-
-
-
-
3ª adubação
08.11.2011
Yoorin Master
4ª adubação
15.11.2011
21-00-21 (nitrato)
5ª adubação
17.11.2011
Cloreto de potássio
Total (1ª a 5ª adubação)
-
-
-
90
-
92
36
-
1,08
2,83
90
-
90
-
-
-
-
-
-
-
-
143
-
-
-
-
-
-
90
341
592
180
300
0,51
1,08
2,83
243
0,51
CAFÉ Tabela 3: Adubações foliares na cultura do cafeeiro na
safra 2011/2012 ÉPOCA DE APLICAÇÃO
20 de outubro de 2011
28 de novembro de 2011
21 de dezembro de 2011
29 de janeiro de 2012
PRODUTOS
NUTRIENTE
UNIDADE
TEOR FOLIAR DOS NUTRIENTES 1
FAIXA ADEQUADA 2
Fertilis® 38
3 kg
Nitrogênio (N)
g/kg
31,5
Bioamino® Extra
1L
Fósforo (P)
g/kg
1,6
1,6 a 1,9
Fertilis® CaB2
3L
Potássio (K)
g/kg
23,1
22 a 25
Cálcio (Ca)
g/kg
11,2
13 a 15
29 a 32
Fertilis Café
3L
Magnésio (Mg)
g/kg
2,5
4,0 a 4,5
Fertilis® Fosfito 00-30-20
1L
Enxofre (S)
g/kg
2,1
1,5 a 2,0
®
Fertilis® Zinco Max
500 mL
Boro (B)
mg/kg
31
50 a 60
Bioamino® Extra
500 mL
Cobre (Cu)
mg/kg
14
11 a 14
NHT® P-Boro-P
800 mL
Fertilis® 38
3 kg
Fertilis® Fosfito 00-30-20
1L
Fertlilis Magnésio
3L
Fertilis® Café
3L
Bioamino® Extra
1L
Fertilis® Café
3L
®
5 de março de 2012
DOSE POR HORA
Tabela 4: Resultados da primeira análise foliar do cafeeiro do ta-
lhão 07.
Bioamino® Extra
1L
Fertilis® Zinco Max
500 mL
Fertilis Magnésio
3L
®
4. Interpretação da análise foliar do cafeeiro – 1ª análise foliar A primeira amostragem das folhas do cafeeiro foi realizada em 12 de dezembro de 2011 e os resultados da análise foliar estão na Tabela 4. Nitrogênio (N) O teor foliar do nitrogênio está na faixa adequada
Ferro (Fe)
mg/kg
125
100 a 130
Manganês (Mn)
mg/kg
277
80 a 100
Zinco (Zn)
mg/kg
15
15 a 20
1 - O teor do nutriente em vermelho está abaixo da faixa adequada e o teor em azul está acima da faixa adequada. 2 - Malavolta (1997).
ao cafeeiro. Manter a programação inicial da adubação nitrogenada. Fósforo (P) O teor foliar do fósforo está muito próximo do limite inferior da faixa adequada. É importante mencionar que ocorreu um atraso na adubação fosfatada que estava programada para ser realizada antes do florescimento do cafeeiro. A adubação fosfatada ocorreu apenas 30 dias antes da amostragem foliar do cafeeiro (08.01.2011) utilizando uma fonte com liberação mais gradativa do fósforo (Yoorin Master). Potássio (K) O teor foliar do potássio está na faixa adequada ao cafe-
25
JAN 2013
CAFÉ Tabela 5: Adubações de solo realizadas depois da primeira análise foliar do cafeeiro. ADUBAÇÕES DE SOLO
26 JAN 2013
DATA DA APLICAÇÃO
FERTILIZANTE
6ª adubação
13.12.2011
21-00-21 (nitrato)
7ª adubação
17.12.2011
Gran Boro Mag
8ª adubação
18.01.2012
21-00-21 (nitrato)
9ª adubação
26.02.2012
21-00-21 (nitrato)
10ª adubação
26.03.2012
Total (6ª a
DOSE DOS NUTRIENTES (kg/ha) Ca Mg S B
N
P205
K20
96,6
-
96,6
-
-
-
-
-
-
-
-
-
58,5
-
3,9
-
-
73,5
-
73,5
-
-
-
-
-
-
84
-
84
-
-
-
-
-
-
Uréia
45
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
299,1
-
254,1
-
58,5
-
3,9
-
-
-
-
542,1
90
595,1
592
238,5
300
4,41
1,54
-
Mn
Zn
10ª adubação) Total geral (1ª a
2,83
10ª adubação)
eiro. Manter a programação inicial da adubação potássica. Cálcio (Ca) O teor foliar do cálcio está abaixo da faixa adequada ao cafeeiro. Provavelmente, o cálcio do gesso agrícola e do calcário dolomítico ainda não estão plenamente disponíveis ao cafeeiro. Magnésio (Mg) O teor foliar do magnésio está abaixo da faixa adequada ao cafeeiro corroborando o baixo teor deste nutriente no solo. O calcário dolomítico e o Yoorin Master foram insuficientes para atender as necessidades do cafeeiro mesmo com a aplicação de altas doses do magnésio. (Tabela 2) Boro (B) O teor foliar do boro está abaixo da faixa adequada ao cafeeiro corroborando o baixo teor deste nutriente no solo. A aplicação do Yoorin Master no solo e as adubações foliares foram insuficientes para atender as necessidades de boro do cafeeiro. Cobre (Cu) O teor foliar do cobre está na faixa adequada ao cafeeiro. Os fungicidas cúpricos estão suprindo adequadamente o cobre ao cafeeiro. Foi aplicado o fungicida cúprico a base de hidróxido de cobre na na dose de 2 kg/ha, 35 dias antes da análise foliar e reaplicado 50 dias após a primeira análise foliar. Tabela 6: Resultados da primeira e segunda análise foliar do
cafeeiro do talhão 07.
FAIXA TEOR FOLIAR 1ª ANÁLISE ADEQUADA
UNIDADE
TEOR FOLIAR 1ª ANÁLISE
Nitrogênio (N)
g/kg
31,5
29,7
29 a 32
Fósforo (P)
g/kg
1,6
0,97
1,6 a 1,9
Potássio (K)
g/kg
23,1
19,1
22 a 25
Cálcio (Ca)
g/kg
11,2
13,9
13 a 15
Magnésio (Mg)
g/kg
2,5
3,6
4,0 a 4,5
Enxofre (S)
g/kg
2,1
1,9
1,5 a 2,0
Boro (B)
mg/kg
31
71
50 a 60
Cobre (Cu)
mg/kg
14
16
11 a 14
Ferro (Fe)
mg/kg
125
118
100 a 130
Manganês (Mn)
mg/kg
277
241
80 a 100
Zinco (Zn)
mg/kg
15
21
15 a 20
NUTRIENTE
1 - O teor do nutriente em vermelho está abaixo da faixa adequada e o teor em azul está acima da faixa adequada. 2 - Baseada em Malavolta (1997).
Ferro (Fe) O teor foliar do ferro está na faixa adequada ao cafeeiro demonstrando que o nutriente do solo está disponível ao cafeeiro. Manganês (Mn) O teor foliar do manganês está no limite inferior da faixa adequada ao cafeeiro demonstrando que o nutriente do solo está disponível ao cafeeiro. Zinco (Zn) O teor foliar do zinco está na faixa adequada ao cafeeiro. Os fertilizantes foliares estão sendo suficientes para o fornecimento deste nutriente ao cafeeiro. 5. Interpretação da análise foliar do cafeeiro – 2ª análise foliar Em 17 de dezembro de 2011 foi realizada a aplicação de 195 kg/ha do Gran Boro Mag no solo fornecendo 58,5 kg/ha do magnésio e 3,9 kg/ha do boro, nutrientes que estavam com os seus teores nas folhas do cafeeiro abaixo da faixa adequada. A segunda amostragem foliar estava programada para ser realizada em 17 de janeiro de 2012. Entretanto, ocorreu um forte veranico no período de 8 a 27 de janeiro e a amostragem foliar foi realizada em 12 de fevereiro de 2012. Os resultados da segunda análise foliar do cafeeiro estão na tabela 6. Nitrogênio (N) De forma similar a 1ª amostragem foliar, o teor foliar do nitrogênio no cafeeiro está na faixa adequada. Entretanto, após a reavaliação da expectativa de produtividade (70 a 80 sc. beneficiadas/ha), a dose do nitrogênio foi aumentada para 542 kg/ha. Foi sugerida a realização da 7ª adubação nitrogenada no final de março de 2012 com 100 kg/ha de uréia via fertirrigação (45 kg/ha de N). Fósforo (P) O teor foliar do fósforo ficou abaixo da faixa adequada ao cafeeiro. A aplicação de 90 kg/ha de fósforo (Yoorin Master) não foi suficiente para manter o teor deste nutriente na faixa adequada ao cafeeiro. Potássio (K) Até o presente momento, foi aplicado 300 kg/ha de potássio e mesmo assim ocorreu diminuição no teor fo-
CAFÉ liar deste nutriente no cafeeiro. Provavelmente, está ocorrendo uma grande translocação do potássio para os grãos em desenvolvimento. É importante mencionar que a precipitação pluviométrica está na média histórica. Portanto, as perdas de potássio podem estar ocorrendo mas a sua magnitude pode ser considerada de média a baixa. Foi realizada uma adaptação na adubação com potássio aumentando-se a dose de potássio aumentandose a dose do nutriente para 595 kg/ha. (Tabela 5) Cálcio (Ca) De forma similar a 1ª amostragem foliar, o teor foliar do cálcio está na faixa adequada ao cafeeiro. Provavelmente, o gesso agrícola, o calcário dolomítico e/ou o cálcio do solo estão suprindo as necessidades deste nutriente ao cafeeiro. Magnésio (Mg) Com a aplicação do Gran Boro Mag no solo (Tabela 5) ocorreu um aumento significativo no teor foliar do magnésio nas folhas do cafeeiro. O teor de magnésio nas folhas está no limite superior da faixa adequada ao cafeeiro. Boro (B) Com a aplicação do Gran Boro Mag no solo (Tabela 5) ocorreu um aumento significativo no teor foliar do boro nas folhas do cafeeiro. O teor de boro nas folhas está ligeiramente acima da faixa adequada ao cafeeiro. Cobre (Cu) O teor foliar do cobre está na faixa adequada ao cafeeiro. Os fungicidas cúpricos estão suprindo adequadamente o cobre ao cafeeiro. Ferro (Fe) O teor foliar do ferro está na faixa adequada ao cafeeiro demonstrando que o nutriente do solo está disponível ao cafeeiro. Manganês (Mn) O teor foliar do manganês teve uma ligeira redução mas continua acima da faixa adequada ao cafeeiro demonstrando que o nutriente do solo está disponível ao cafeeiro. (Tabela 1) Zinco (Zn) O teor foliar do zinco está ligeiramente acima da faixa adequada ao cafeeiro. Os fertilizantes foliares fornecedores de zinco estão sendo suficientes para o fornecimento deste nutriente ao cafeeiro. A partir deste momento, reduzir a dose do zinco aplicado via foliar (adubações foliares de manutenção). Considerações finais Nesta primeira edição de 2013, finalizamos a segunda parte do artigo sobre análise foliar na cultura do cafeeiro abordando a interpretação dos re-
sultados da análise foliar. O cafeicultor tem que profissionalizar a sua atividade. Do ponto de vista nutricional, o cafeicultor não pode trabalhar no escuro. Podemos afirmar categoricamente que a análise foliar é a “luz” do cafeicultor mostrando claramente como está o estado nutricional da sua lavoura. Caso contrário, o cafeicultor pode acertar ou errar no manejo nutricional do café. A probabilidade de erros é muito grande comprometendo a produtividade e a lucratividade da sua atividade econômica. Neste momento, gostaria que você refletisse sobre a frase abaixo. “Feliz daquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”. Cora Coralina, poetisa de Goiás Um dia nunca é igual ao dia anterior; a todo o momento estamos ensinando e aprendendo. O aprendizado é uma via de mão dupla. Mesmo o colaborador mais simples de uma propriedade rural tem muito a nos ensinar. É este profissional que no seu dia-a-dia conhece profundamente os talhões de café e o comportamento do cafeeiro ao longo das estações do ano. Feliz 2013 e que possamos aproveitar da melhor forma possível, o que a vida tem de melhor a nos oferecer. A
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JAN 2013
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