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PECUÁRIA
Importância econômica na lavoura de café
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A cafeicultura está passando por um período crítico, onde os preços baixos do café tendem a desestimular o produtor no trato de suas lavouras. Nessa situação, é hora de racionalizar os gastos, visando a sobrevivência na atividade, sem depreciar os cafezais. Nessa racionalização, uma das práticas muito importante é a nutrição das plantas. E o instrumento para adubar com economia, sem perder na qualidade da prática, é a análise de solo. Por isso, quem já faz as análises deve continuar fazendo.
O mercado de silagem no Brasil
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Artigo do Prof. João Ricardo Alves Pereira que mostra que a silagem de milho é o principal volumoso empregado nos sistemas mais intensivos de produção de carne e, principalmente, de leite.
CAFÉ
Cresce a procura pelos cafés especiais da Alta Mogiana
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A Labareda Agropecuária foi palco neste mês de julho de três visitas de comitivas internacionais e ainda foi aprovada com 100% na auditoria da Certificação UTZ. Na foto, Flávia Oliveira Lancha.
Potenciais concorrente do café brasileiro
CAFÉ
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Artigo do Bureau de Inteligência Competitiva do Café que retrata a Índia, mais um país produtor de café (o 6º maior do mundo) e potencial concorrente do café brasileiro.
Nutrição do Cafeeiro (parte 13)
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ndependente das dificuldades atuais de mercado para o café arábica, com preços extremamente baixos, que não cobrem o custo de produção, a procura por cafés especiais por comitivas internacionais prova que o investimento do cafeicultor brasileiro em nichos diferenciados de café vale e muito! Somente no mês de julho, a Alta Mogiana recebeu três comitivas provenientes dos Estados Unidos, do Japão e da Itália, que visitaram várias fazendas da região, tendo como meta principal conhecer, degustar e fortalecer laços comerciais com produtores de cafés especiais. Congratulamos os diretores da Labareda Agropecuária, Flávia Oliveira Lancha e Gabriel Mei Alves de Oliveira, pelo trabalho desenvolvido e pelos investimentos realizados nos últimos anos na Fazenda Bom Jesus, em Cristais Paulista (SP). Somente colhe, quem planta! Ainda na cafeicultura, destaque principal para a importância da análise de solo. Artigo do Procafé mostra que somente com a análise o cafeicultor terá condições de adubar com economia, sem perder a qualidade. Publicamos ainda o segundo artigo do Bureau de Inteligência Competitiva do Café, que retrata a Índia como potencial concorrente da cafeicultura brasileira no cenário mundial. Os agricultores e pecuaristas de Ibiraci (MG) foram presentados com as novas instalações da Campagro. Já em Cássia (MG), a Oimasa realizou ‘Dia de Negócios’ em parceria com a COOPASSA, com a oferta de tratores e implementos a preços acessíveis. Na irrigação, destaque para a Bolsa Irriga, empresa sediada em Franca (SP) e que atua na Alta Mogiana e imediações com projetos de irrigação, tendo como base máquinas e implementos da Vermeer. Na pecuária leiteira, destaque para o artigo do Prof. João Ricardo Alves Pereira, que apresenta a importância do mercado de silagem no Brasil. Também apresentamos os resultados do 54º Torneio Leiteiro de Patrocínio Paulista (SP) e as comemorações do Dia do Agricultor na região da Alta Mogiana. Boa leitura a todos!
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Artigo do pesquisador Renato Passos Brandão, do Grupo Bio Soja, orienta o cafeicultor a otimizar os seus investimentos e aumentar a rentabilidade da atividade cafeeira.
Torneio Leiteiro de Patrocínio Paulista (SP)
LEITE
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Comitivas internacionais procuram cafés especiais
DESTAQUE: análise de solo
EDITORIAL
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O pecuarista Cássio do Couto Rosa conquistou o 54º Torneio Leiteiro de Patrocínio Paulista (SP). A vaca “Madura” faturou com média de 68.153 kg de leite e um total de 204.460 kg de leite.
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Pioneer inova e combina dois produtos testados e aprovados pelos produtores
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GRÃOS
O mercado de silagem de milho no Brasil 6
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O produtor precisa produzir mais forragem na mesma área disponível
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João Ricardo Alves Pereira1
os últimos anos não foram poucas as transformações da cadeia produtiva. A produção sempre aumentou. O notável crescimento da produção de grãos, principalmente da soja, tem sido a alavanca no processo de transformação do agronegócio brasileiro. A expansão das áreas cultivadas de soja “empurram” a pecuária para sistemas de produção mais intensivos e a transformação de insumos em leite e carne de forma economicamente eficiente ocupa rapidamente o lugar da pecuária de baixa produtividade, onde não se consegue produção em escala e padrões mínimos de qualidade para agregação de valor. A silagem de milho é o principal volumoso empregado nos sistemas mais intensivos de produção de carne e, principalmente, de leite. Dados apresentados pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) no 5º Fórum do Milho, durante a Expodireto Cotrijal 2013, revelam que
AUTOR
1 - Zootecnista, formado pela UNESP, mestre em Nutrição Animal e Pastagem pela ESALQ/USP e doutor em Zootecnia pela UNESP/Jaboticabal. Atualmente é professor-adjunto da UEPG, Campus de Castro (PR).
a área de lavoura destinada à produção de silagem é de cerca de 2,25 milhões de hectares, algo em torno de 15% da área total cultivada de milho no país. No estado de Santa Catarina, por exemplo, mais de 60% das lavouras de milho já são destinadas a ensilagem, implicando, entre outros fatores, para a menor oferta de milho grão no estado. A produção de leite é o principal indicador do mercado de silagem de milho no Brasil. Concentradas nas regiões sul e sudeste do país, é justamente nessas regiões de maior produção de leite que se encontram as maiores áreas de produção de silagem. No mapa atual com maior volume de produção de leite, destacam-se quatro grandes regiões produtoras de leite. Nota-se a concentração de bacias leiteiras na região oeste dos estados do Sul. Alguns fatores contribuem para essa concentração e o primeiro deles é o tamanho das propriedades. Sem grandes áreas, é preciso diversificar, pois o leite é uma fonte de renda mensal. Além disso, há a organização das famílias. O segundo fator é que os pecuaristas são agricultores natos. Essa cultura de produzir alimentos para o gado faz com que se tenha maior estabilidade e menores custos na produção. Como exemplos, no estado do Rio Grande do Sul o aumento na produção de leite foi de 66,5% em oito anos,
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PECUÁRIA Gráfico 1. Evolução da área plantada de milho no Brasil.
Gráfico 2. Evolução de vendas de tratores e colheitadeiras
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Fonte: Pioneer Sementes
que passou de 2,36 bilhões de litros em 2004 para 3,93 bilhões no ano passado. Há 30 anos, a bacia leiteira estava concentrada no sul do estado e na região metropolitana de Porto Alegre. Hoje, apenas 90 municípios não investem na atividade. Em Santa Catarina, segundo a CIDASC, o estado já é o quinto maior do Brasil, com participação de 7,9% no mercado nacional. Em 2012, a produção total de leite foi de mais 2,6 bilhões de litros. Cerca de 70% do leite produzido, 1,8 bilhão de litros por ano, são provenientes da região oeste, que há oito anos respondia apenas por 30% da produção estadual. Segundo a Leite Brasil, o Estado consolidou-se como o sexto do país em participação na industrialização dos laticínios (8,2%). De 2007 a 2011, enquanto o ritmo de avanço da industrialização do leite no Brasil foi de 5,5% ao ano, Santa Catarina registrou crescimento de 13% ao ano, no mesmo período. A escolha do híbrido ideal para produção de silagem pelos produtores, cada vez mais, recai sobre a melhor opção agronômica para o planejamento alimentar do rebanho. Fatores intrínsecos à planta como altura, digestibilidade da fibra, textura de grão, etc., tornam-se ainda mais secundários se não estiverem associados a maiores produtividades. Na prática, o produtor precisa produzir mais forragem (silagem de milho e outras culturas sucessivas) na mesma área disponível. Com isso a palavra chave na escolha do híbrido tem sido “precocidade”. Como se pode observar no Gráfico 1, a área plantada de milho safrinha (segunda safra) praticamente dobrou nos últimos 10 anos. Assim, cresce de maneira significativa a produção de silagem de milho proveniente desta segunda safra. Tradicionalmente, temos a segunda safra de milho após a cultura da soja, praticada no oeste paranaense e no centro-oeste do país; a segunda safra de milho em sucessão ao milho, muito comum entre os produtores de leite que precisam de maiores quantidades de silagem ou mesmo grão em pequenas áreas; e, mais recentemente, começamos a assistir a “safinha invertida”, que é o cultivo da soja em sucessão ao milho, prática crescente na região sul. A colheita mais rápida da lavoura de milho para silagem, além da precocidade do híbrido, tem como desafio a manutenção de condições mais adequadas ao cultivo, principalmente quanto ao controle de pragas e doenças. Nesse sentido, a adoção da biotecnologia por parte dos produtores de leite, principalmente dos pequenos, foi vertiginosa. Com menos recursos técnicos (equipamentos e informações) o culti-
Fonte: Pioneer Sementes
vo de híbridos mais tolerantes ao ataque de lagartas e resistentes a alguns herbicidas foi a ferramenta encontrada para amenizar os prejuízos na lavoura e melhorar a qualidade da silagem. O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de área plantada com transgênicos, atrás apenas dos Estados Unidos, embora a diferença entre os dois países venha diminuindo gradativamente ao longo dos anos. A agricultura brasileira em 2012, pelo quarto ano consecutivo, foi a que mais impulsionou o crescimento mundial da área plantada com variedades geneticamente modificadas, com ampliação de 21% em comparação com o ano anterior. Foram cultivados 36,6 milhões de hectares, um incremento de 6,3 milhões de hectares, segundo o Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB). A terceirização dos serviços tem sido a forma encontrada pelos produtores para se ter agilidade na colheita da silagem em virtude da menor janela de corte dos híbridos mais precoces. Do ponto de vista financeiro a vantagem para o produtor que contrata esses serviços é a redução nos investimentos para aquisição e custos com depreciação e manutenção dos implementos. Máquinas forrageiras de grande porte (auto-propelidas) têm maior eficiência operacional, possibilitando uma colheita mais rápida dentro do momento ideal para corte, menor tempo para enchimento e fechamento do silo e, eventualmente, maior disponibilidade de tratores para compactação, contribuindo para a qualidade da silagem produzida. Informações levantadas junto as principais marcas e prestadores de serviços revelaram que teremos cerca de 200 máquinas forrageiras auto-propelidas traba-lhando na safra de silagem 2013/14. A região sul concentra mais de 60% das empresas prestadoras de serviços de co-lheita, seguida pelo triângulo mineiro, com cerca de 25%. Contudo, o segmento onde ainda predomina a terceirização nos serviços de colheita de silagem de milho é o de forrageiras acopladas (ensiladeiras de uma ou duas linhas). Programas governamentais de financiamento vêm promovendo a renovação do parque de máquinas (Gráfico 2), principalmente por pequenos e médios produtores. Levantamentos feitos nos estados do Paraná e Santa Catarina mostraram que mais de 60% da silagem de milho é colhida por terceiros, como patrulhas agrícolas, prefeituras e mesmo outros produtores que prestam serviços. Somente nos últimos três anos, foram comercializadas no país mais de 20.000 forrageiras acopladas e exportadas mais de 5.000 unidades.
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Pioneer realiza palestra em Franca (SP)
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o final do mês de julho, na Churrascaria Minuano, em Franca (SP), foi realizada uma palestra organizada pelo Engº Agrº Daniel Martins Barcelos, representante da Pioneer na região da Alta Mogiana, cujo público alvo foram produtores de grãos, pecuaristas de corte e de leite, profissionais e empresário do setor. O evento contou com a participação de mais de 150 pessoas e teve como palestrante o Prof. João Ricardo Alves Pereira, doutor em zootecnia e professor universitário em Castro (PR). João Ricardo abordou o tema “Silagem de Milho no Planejamento Alimentar do Rebanho” e com explicações simples, diretas e muito técnicas, sensibilizou os participantes para a importância da silagem. Ao final da palestra, a Pioneer sorteou vários brindes entre os participantes.
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Daniel Martins Barcelos, consultor da Pioneer na Alta Mogiana; o palestrante Prof. João Ricardo Alves Pereira; e Ronaldo Freitas.
CAFÉ
Profissionais de empresas dos EUA, Itália e Japão estiveram na região
FOTOS: Labareda Agropecuária
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Cresce a procura do mercado internacional pelos cafés especiais da Alta Mogiana
Os diretores da Labareda Agropecuária, Flávia Oliveira e Gabriel Mei Alves, recepcionam a comitiva de italianos da Aziende Riunite Caffè (ARC), ao lado de Cássio Moreira e dos degustadores Júlio Moreira e Calixto Peliciari, da Mogiana Assessoria em Cafés Especiais.
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s cafés especiais produzidos na Alta Mogiana es- país. A mesma rotina, de apresentação e prova, foi repetida tão ganhando cada dia mais espaço no mercado em todas as visitas promovidas pela entidade. A mais recente internacional e atraindo o interesse de empre- foi de profissionais do Japão. Segundo o presidente da AMSC, Gabriel Afonso Mei sas do exterior, que querem conhecer de perto a produção dos grãos e levar o produto para seus consumi- Alves de Oliveira, essa ação tem como objetivo aproximar os produtores da região, empresas e torrefadoras internacionadores. Nas últimas semanas fazendas da região receberam im- is. “Queremos divulgar os cafés de qualidade produzidos na portantes visitas, entre elas de empresas dos Estados Unidos, Alta Mogiana. O mercado internacional tem muito interesse Itália e Japão. As visitas são parte de uma ação da AMSC nesse produto e é importante que eles conheçam de perto (Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mo- como são as nossas fazendas e a produção desses grãos”. giana), em parceria com torrefadores e empresas de correta“A AMSC tem como missão valorizar os cafés espegem, para promover o café da região no exterior. Em julho, a Labareda Agropecuária, empresa associada à AMSC, recebeu Daniele Talso, diretor financeiro da Aziende Riunite Caffè (ARC), da Itália, a segunda empresa de café mais antiga do mundo, e Carola Doria, diretora do grupo Espresso Cap, a segunda maior fabricante de cafés em cápsulas do mundo (depois da Nespresso). Os italianos conheceram a infraestrutura da empresa e provaram os cafés produzidos na Fazenda Bom Jesus, em Cristas Paulista, um dos melhores do Flávia Oliveira recepciona a comitiva de japoneses na Fazenda Bom Jesus.
ciais que são produzidos aqui. Com essa abertura do mercado, estamos inserindo o nosso produto em importantes localidades”, afirma Gabriel.
FOTO: Labareda Agropecuária
CAFÉ
CERTIFICAÇÃO - A notícia de maior destaque, porém, ficou por conta da visita do auditor Marcus Vinicius Contardi. O consultor visitou a Fazenda Bom Jesus para auditar a propriedade visando a certificação UTZ. “Foi um grande conquista. Recebemos a nota 100. Queremos parabenizar o empenho e a dedicação de todos os nossos colaboradores”, finaliza Flávia Oliveira. UTZ significa “bom” em língua maia. UTZ CERTIFIED é um programa de certificação mundial, que define as A empresária Flávia Oliveira Lancha, diretora da Labareda Agropecuária, no terreiro da Fazenda regras para a produção e abastecimento Bom Jesus. responsável de café, chá e cacau. A certificação UTZ – Cadeia de Responsabilidade Entre os principais benefícios para as organizações cerbaseia-se num sistema de rastreabilidade que assegura que tificadas UTZ – Cadeia de responsabilidade destacam-se: o café, chá ou cacau foram cultivados e colhidos de forma • Maior facilidade de entrada em mercados mais exiresponsável. gentes demonstrando aos consumidores finais e outras parA certificação UTZ engloba requisitos gerais de gestão, tes interessadas a sua preocupação com os impactes da sua de rastreabilidade, boas práticas agrícolas e aspetos ambien- atividade no ambiente e na sociedade; tais e sociais específicos. • Possibilidade de marcação do produto.
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IRRIGAÇÃO
Empresa aprova suporte técnico e os equipamentos da empresa
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mpresa sediada em Franca (SP), a Bolsa Irriga foi criada por três sócios focados em atender a fronteira agrícola da região nordeste de São Paulo e parte de Minas Gerais. Atuando num raio de 300 km, a companhia especializou-se em soluções de irrigação, incorporando a filosofia de sua parceira, a multinacional israelense Netafim. No caso da corporação do Oriente Médio, a inovação começou com a descoberta da irrigação por gotejamento, criada pelo engenheiro hidráulico Simcha Blass, em 1965. Sua representante paulista para a região de Franca é um pouco mais jovem, com 10 anos atuação, mas já trabalha com o mesmo tino empreendedor: os sócios Thiago Silva Santos, Geraldo Augusto Fernandes Neto e Allan de Menezes Lima, estão diretamente ligados à operação, o que explica o crescimento de 625% em faturamento na primeira década de vida da empresa. Parte do crescimento pode ser creditada à iniciativa de não apenas vender sistemas de irrigação, mas também participar diretamente da construção da infraestrutura dos projetos, abrindo valas e instalando as tubulações e conexões. “Percebemos que seria importante ampliar o escopo de serviços que oferecíamos, sendo que a Netafim passou a nos indicar como empresa também credenciada para a construção de infraestrutura”, explica Thiago Santos, um dos três empreendedores da Bolsa Irriga e porta-voz da companhia. Inicialmente, a empresa adotou as retroescavadeiras como equipamentos para a abertura de valas, recurso que foi substituído pela valetadeira V5750, da Vermeer, em 2006. Comprada usada e com oito anos de operação, a máquina ainda continua ativa. A iniciativa mostrou-se positiva, uma vez que a Bolsa Irriga saiu da média de execução de 300 metros de vala por dia – usando a retroescavadeira – para 2 km com a valetadeira. “Na época da compra, a Vermeer não tinha a estrutura própria que possui no Brasil e tivemos que correr para comprar peças e inovar ainda mais para aprender a operar a máquina”, revela Thiago. Segundo ele, o outro sócio da empresa, Geraldo Augusto Fernandes Neto, é quem assumiu a tarefa de entender e executar a manutenção da valetadeira. A experiência de substituir as restroescavadeiras mostrou que a produtividade permite que a Bolsa Irriga execute mais rapidamente suas obras, reduzindo o tempo dos projetos em até seis vezes, dependendo das condições de trabalho. Essa avaliação média é obtida não somente pelo emprego da V5750, mas também pelo uso de outra valetadeira da marca, a RTX550, comprada em 2010. Diferentemente do equipamento veterano, a segunda máquina foi comprada nova e com todo o suporte da Vermeer. “Tivemos uma entrega técnica, que foi importante para entender o funcionamento dos recursos, principalmente, o computador de bordo”, explica Thiago. De acordo com ele, o novo equipa-
FOTO: Divulgação Vermeer
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Bolsa Irriga usa valetadeira RTX-550 da Vermeer
mento reforçou ainda mais a opção pela marca, uma vez que os avanços tecnológicos entre as duas gerações de valetadeiras é significativo. “A RTX550 tem um mecanismo que evita a quebra do equipamento, paralisando automaticamente a máquina no caso de encontrar rocha ou outro tipo de interferência”, destaca. O sistema de alarmes também permite que o operador identifique os problemas rapidamente por meio do display do minicomputador e consulte o suporte técnico da Vermeer. Um episódio recente ilustra a agilidade do processo: o código indicado na tela mostrava que a interferência estava ligada ao funcionamento da buzina da RTX550. Com isso, o operador pode contatar a Vermeer e saber que o problema não impedia o uso do equipamento. O display de sistema integrado permite ainda que profissional tenha acesso às informações de diagnóstico, operação e desempenho da máquina, garantindo que os itens de manutenção preventiva sejam adequadamente acompanhados. Resultado: a valetadeira acaba de bater um recorde: três anos sem nenhuma quebra. “Isso realmente conta a favor na nossa decisão de adquirir uma segunda RTX550, que tem motor Cummins e uma potência de 65 HP”, adianta Thiago. Ele avalia que o mercado aquecido dos projetos de irrigação e o potencial de negócios na área de construção de rodovias (obras de drenagem) podem ser combinados a favor da Bolsa Irriga. Embora a companhia atualmente não use, a valetadeira pode receber implementos como instalador de cabos vibratório e roda de corte. Na avaliação da Bolsa Irriga, além da produtividade, outros aspectos favorecem a valetadeira em relação às retroescavadeiras. É o caso da uniformidade das valas, afetando menos o entorno da obra. Ao contrário das retroescavadeiras, as máquinas também não produzem o torrão, blocos inteiros retirados na escavação das valas. Com isso, o material retirado pode ser reutilizado de forma automática, pois
IRRIGAÇÃO está mais aerado e fica disposto nos dois lados da vala. Como pode se deslocar de forma ágil, a RTX550 igualmente pode ser deslocada sem uso de carreta de transporte, desde que o trecho a ser percorrido não ultrapasse 10 km. Segundo Thiago, tal característica favorece as obras em pequenas propriedades próximas. O limite de deslocamento foi estabelecido pela Bolsa Irriga. Com o modelo de parceria adotado, no qual a Bolsa Irriga e a Netafim responde pela elaboração dos projetos, inclusive determinando o mapa das valas, a empresa paulista deve avançar na execução de sistemas de irrigação. O range de instalação de tubulações usando as valetadeiras inclui tubos com diâmetro de 35 mm a 150 mm, de PVC ou de aço zincado. Esse último material é adotado em trechos da canalização nos quais o desnível é muito elevado. Em termos de universo de aplicação, Thiago destaca que as técnicas de irrigação por gotejamento são aplicadas em culturas como a da cana de açúcar, café e fruticultura em geral. A aspersão, por sua vez, está concentrada nas hortaliças e fruticultura . A irrigação de pastos também envolve a aspersão, projetos compostos de malha hidráulica, esta modalidade exige uma maior instalação de valas por hectare. Embora com menos densidade de valas, os projetos que adotam o gotejamento ainda são maioria nos contratos da Bolsa Irriga, refletindo o cenário brasileiro de irrigação. “Apostamos em mais projetos, principalmente, porque as usinas de produção de etanol e fornecedores de cana, tem investido na irrigação nos últimos três anos para manter a produtividade da cana de açúcar”, informa Thiago. Para ele, a rapidez na execução é fundamental. Projetos recentes como a abertura de 17 km de valas para uma fazenda de café da região de Patrocínio de Minas foi executado em sete dias,
permitem que a RTX550 possa ser deslocada rapidamente para outras frentes. “A retro levaria seis vezes mais tempo para fazer a mesma obra”, adianta o sócio da Bolsa Irriga. Quanto à V5750, seu destino está traçado: deve ser vendida para custear a compra de uma nova valetadeira. Mesmo porque os operadores já se acostumaram com os recursos da nova máquina. Sobre a Vermeer Brasil A Vermeer conta com mais de 60 anos de experiência no mercado e possui uma ampla presença ao redor do mundo. Está focada nas necessidades dos clientes, identificando e antecipando soluções para que a execução das obras seja mais produtiva e rentável. Atua nos mercados de infraestrutura subterrânea, construção, mineração, arboricultura, jardinagem, processamento de resíduos de madeira, reciclagem orgânica e agricultura, oferecendo os seguintes equipamentos: valetadeiras, mineradores de superfície, perfuratrizes direcionais horizontais, minicarregadeiras, instaladores de cabos, escavadores a vácuo, trituradores florestais, destocadores, compostadores orgânicos, segadoras condicionadoras, enfardadeiras, enleiradeiras, entre outros. A Vermeer LatinAmerica é um de seus escritórios regionais e está localizada na cidade de Valinhos (SP), com a intenção de desenvolver novos produtos e soluções projetados para adaptarem-se especificamente as necessidades dos clientes na América Latina. E, pela grande importância do Brasil no panorama mundial, há três anos a Vermeer assumiu a distribuição de seus produtos dentro do território brasileiro, sendo responsável direto pela venda de equipamentos e peças genuínas, assistência técnica especializada e treinamentos de operação e manutenção.
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REVENDAS
Empresa apresenta revenda mais moderna e com melhoria na logistica.
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om atuação no mercado agropecuário da Alta Mogiana, Triângulo Mineiro e Sudoeste Mineiro, a diretoria da Campagro apresentou no final do mês de julho as novas instalações da filial Campagro em Ibiraci (MG). A unidade está instalada em novo endereço (Rua Floriano Peixoto n° 1001), com mais modernidade e melhoria em sua logística para melhor atender os produtores de Ibiraci e região. “Somos uma empresa especializada na comercialização e distribuição de insumos e sementes com a mais alta qualidade para várias culturas, tais como cana-de-açúcar, milho, feijão, café, HF (hortifruti) e soja”, informa José de Alencar, diretor da unidade de Franca (SP) e Ibiraci (MG). A EMPRESA - Com sede no município de Orlândia (SP), a Campagro cresceu baseada no bom atendimento, na maior proximidade com o produtor rural e disponibilizando apenas produtos comprados diretamente dos fabricantes,
FOTO: Campagro
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Campagro inaugura novas instalações da revenda em Ibiraci (MG)
Fachada frontal da unidade Campagro de Ibiraci (MG), em área central, com facilidade de acesso aos agricultores e pecuaristas.
trabalhando assim com preço e qualidade. A empresa foi fundada em 1990 e atualmente, além da matriz, conta com filiais em Batatais, Morro Agudo, Franca e Guaíra em São Paulo, Passos, Uberaba, Sacramento, Piumhi, Bambuí e Ibiraci em Minas Gerais. O produtor rural é o foco principal da empresa. “A Campagro tem como meta ser uma referência em soluções para o agronegócio de nossos clientes, com excelência em serviços e produtos”, finaliza José de Alencar.
Oimasa realiza ‘Dia de Negócios’ em Cássia (MG)
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Concessionária OIMASA, representante Massey Ferguson, realizou no dia 18 de julho um “Dia de Negócios” em Cássia (MG). A idéia do evento, realizado em parceria com a COOPASSA - Cooperativa Agrícola de Cássia, surgiu a partir da iniciativa da equipe comercial da concessionárias junto ao Consórcio Nacional Massey Ferguson que verificaram na região a necessidade de um evento como este que oferecesse mais oportunidades aos produtores locais. Na oportunidade, a concessionária colocou à venda tratores com preços diferenciados, o que rendeu a comercialização de quatro tratores MF 4275/4, duas cotas de consórcios e implementos. “Tivemos muito êxito e boa receptividade dos produtores da região”, ressalta Edmar de Oliveira, gerente geral de vendas da OIMASA. Segundo ele, cerca de 80 visitantes compareceram ao evento durante todo o dia.
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Índia: um potencial concorrente do Café Brasileiro. Segundo artigo da equipe do Bureau de Inteligência Competitiva do Café
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ando continuidade aos artigos do Bureau de Inteligência Competitiva do Café, coordenado pelo Prof. Dr. Luiz Gonzaga de Castro Junior, retrataremos nesta edição mais um país potencial concorrente do café brasileiro: a Índia. Trata-se de um país de aproximadamente 1,250 bilhão de habitantes, banhado pelo Mar da Arábica e pelo Golfo de Bengala - localizado na parte nordeste do Oceano Índico, ao sul da Ásia. O clima da Índia varia de tropical chuvoso e monções ao sul a temperado ao norte. Possui o décimo maior PIB mundial e a terceira colocação em paridade de poder de compra, porém ainda figura como uma economia emergente. Os setores responsáveis pelo crescimento econômico do país são: o agrícola (17%), o industrial (18%) e o de serviços (65%). Vale destacar que o setor agrícola, mesmo ficando em terceiro lugar, é responsável por três em cada cinco empregos no país e por 50% do sustento e sobrevivência da população que depende diretamente deste. A Índia é hoje o sexto maior produtor de café, sendo que a maior parte da sua produção é de Robusta (aproximadamente 70%). O setor agrícola tem crescido por meio da agricultura de subsistência e da atividade extrativista (mineral e vegetal), destacando a cultura de arroz, algodão, chá e trigo. PONTOS FORTES = a) - Financiamentos para programas destinados a facilitar a produção e a exportação; b) - Replantios para substituir árvores velhas com baixa
produtividade e aumento nas áreas cultivadas de café; c) - Crescimento do consumo interno (6,5% ao ano) e do segmento de cafeterias; d) - Condições meteorológicas favoráveis para a produção; e) - O robusta indiano é considerado o melhor robusta lavado do mundo, com grande procura pelos compradores europeus; f) - Melhoria nas práticas agrícolas que impulsionaram a produção. PONTOS FRACOS = a) - Pragas e doenças que afetam a produção do café arábica; b) - Custos trabalhistas e dos insumos agrícolas altos; c) - Escassez de mão de obra qualificada; d) - Baixo uso de mecanização devido aos terrenos irregulares; e) - Grande consumo de chá (75g/per capita ano de café contra 730g/per capita de chá); f) - Preço do café é elevado em comparação com o chá (quatro vezes o preço do chá). AÇÕES = 1) - Produtores fazem replantios para substituir as plantações velhas (2 – 3% ao ano); 2) - Prática da reexportação (importa café verde para processar e exportar), gerando maior competitividade à indústria devido ao preço do café importado ser mais barato; 3) - Financiamentos para programas destinados a facilitar a produção e exportação, como: subsídios para aumentar a produção e melhorar a qualidade; seguros para as principais regiões produtoras contra chuvas; subsídios para melhorar o processamento (industrialização) do café; subsídios para aumentar as exportações de cafés indianos para mercados internacionais, como Estados Unidos, Canadá e Japão; apoio para replantio de café nas principais regiões produtoras; apoio para aquisição de máquinas; 4) - Uso de práticas de marketing, como a divulgação da qualidade do robusta, na promoção das exportações, visto que 60% da produção são exportados (80% grãos, 15% solúveis, 5% outros). CONSIDERAÇÕES = • A produção de café na Índia não sofreu variação do ano safra 2011/2012 para o 2012/2013, e a estimativa para 2013/2014 é que produção não se altere, permanecendo com o volume de aproximadamente 5,2 milhões de sacas. Devese ressaltar que, de 2000 até 2012, a produção arábica tem decrescido (-2,5% a.a.), sendo substituída pelo robusta que apresenta taxa de crescimento 3,0% a.a.; • As importações não sofreram variações do ano safra 2011/2012 para o 2012/2013 e a estimativa para 2013/2014 é que não ocorram variações significativas. Acredita-se que nos próximos cinco anos a Índia importe café para o consumo interno e não apenas para a prática da reexportação.
• As exportações não tiveram alterações significativas do ano safra 2011/2012 para o ano safra 2012/2013, porém tendem a diminuir no futuro devido ao aumento do consumo interno; • As plantações de café são concentradas em áreas de até 10 ha (70%), enquanto as fazendas maiores respondem por 30% da produção; • O país é grande exportador de café devido ao conjunto de incentivos à exportação, concedidos pelo governo. A cafeicultura indiana possui elevada dependência das exportações. A desvalorização da moeda local, a Rúpia, frente ao dólar, pode favorecer os ganhos com as exportações, pois faz com que estas se tornem mais competitivas. A Rúpia indiana está se desvalorizando. Essa tendência pode favorecer a produção indiana, mas pode gerar inflação e redução no crescimento do PIB - atualmente é um dos maiores no mundo (10% a.a.); que juntamente com uma infraestrutura insuficiente, uma burocracia pesada, altas taxas de juros e uma dívida social elevada, poderão dificultar investimentos do governo em programas destinados à agricultura, que consequentemente poderá afetar a produção de café do país. CENÁRIO = Ações por parte do governo, como os financiamentos para os programas que subsidiam a produção e exportação de café na Índia, vem trazendo resultados favoráveis para que o país permaneça como uma potência no setor cafeeiro. Considerando a produção, uma simulação simples pode ser obtida quando se compara a área plantada de café com a qual é colhida. A produtividade alcançada a partir da área plantada é de 14 sacas por hectare, que transferida à área plantada, gera uma produção de 5.800 milhões de sacas. Contudo, vale ressaltar que esse crescimento poderá ser li-
FOTO: Divulgação
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mitado pela necessidade de se produzir outros alimentos para suprir a grande demanda do mercado interno. A Índia tem expandido sua capacidade de produção de café solúvel (favorecida pela importação de cafés baratos do Vietnã e Indonésia), o que associado à localização geográfica privilegiada, quando comparada ao Brasil, em relação aos principais mercados emergentes (Rússia e China) e a Europa, pode prejudicar as exportações brasileiras. SOBRE O BUREAU = O Bureau de Inteligência Competitiva do Café é um programa desenvolvido no Centro de Inteligência de Mercados (CIM) da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Informações: www.incafebr.com. Telefone: (35) 3829-1443
EMPRESAS
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á 40 anos a Revista Exame elabora um ranking denominado de “Maiores e Melhores” e que reúne empresas brasileiras e multinacionais que atuam no Brasil. A editoria avalia o desempenho contábil das empresas através de questionários respondidos por elas, levando em conta os resultados do ano anterior. Neste cenário, neste ano, a COCAPEC - Cooperatica dos Cafeicultores e Agropecuaristas da Região de Franca (SP) foi destaque novamente aparecendo na lista em três oportunidades. No de “Melhores Empresas do Setor de Café”, a COCAPEC aparece em 4º lugar, sendo a 1ª entre as cooperativas. No de “400 Maiores do Agronegócio”, ocupa a 196ª colocação, subindo 28 posições frente ao ano anterior. Já no “1000 Maiores do Agronegócio” aparece na 886ª posição. De acordo com o Engº Agrº João Alves de Toledo Filho, diretor-presidente da COCAPEC, esta posição no ranking deixa os cooperados, colaboradores e todos aqueles que são responsáveis pela cooperativa muito orgulhosos e vaidosos. “Claro que a cooperativa não trabalha para ganhar prêmio, e sim em beneficio do cooperado, e para isso ela precisa ser eficiente, competente, e capaz. Quando um terceiro, no caso o ranking “Maiores e Melhores” da Revista Exame, que não tem nenhuma relação direta com a gente, estabelece que nós somos a melhor cooperativa de café do Brasil é muito gratifi-
FOTOS: Cocapec
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COCAPEC: 1ª cooperativa no prêmio ‘Maiores e Melhores’ da Revista Exame
João Alves de Toledo Filho, diretor presidente da COCAPEC
cante, pois não somos a maior, temos a consciência disso, e nunca foi o objetivo da cooperativa ser grande. Todo o nosso crescimento foi em função da demanda gerada pelos cooperados, e nós queremos atender as necessidades deles. O que nós queremos é crescer na capacidade de nossos armazéns, no aumento da capacidade de deposito, na capacidade de fornecimento de insumos. E todo este reconhecimento nos deixa muito satisfeito e somos considerados bons e eficientes, e vemos que estamos no caminho certo e vamos continuar da melhor maneira possível para atender o nosso cooperado. É o reconhecimento, é a consciência de um trabalho bem feito sem objetivo de ganhar prêmio e deve ser orgulho para todo mundo. O maior respaldo que podemos dar é o bom atendimento ao nosso cooperado, tornando-o competitivo e o respaldo na comercialização de insumos e de café, nas vendas futuras, nas trocas por produtos e nos financiamentos de insumos a prazo de colheita”, explica João Toledo.
EVENTOS
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Renato Passos Brandão 1 Cássio de Souza Yamada 2
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FOTO: www.inpi.net
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Nutrição do Cafeeiro (parte 13) - Como melhorar a eficiência da adubação nitrogenada no cafeeiro m 14 de julho deste ano, o economista Henrique Meirelles publicou no Editorial do Jornal Folha de São Paulo um artigo extremamente interessante sobre a recuperação econômica dos Estados Unidos e Mercado Comum Europeu após a crise de 2008. Segundo este economista, a recuperação econômica está baseada em investimentos no processo produtivo e no aumento da produtividade com diminuição nos custos privados e públicos. Este artigo tem uma estreita relação com o que está ocorrendo atualmente com a cafeicultura brasileira. Os cafeicultores, os profis- Figura 1. Ciclo do nitrogênio. sionais da área agronômica e os demais segmentos envolvidos com a cafeicultura tem que repensar o manejo nesta cultura e adotar tecnologias que possam aumentar a produtividade das lavouras cafeeiras com diminuição nos custos de produção por saca de café arábica. O conceito do uso eficiente de corretivos e fertilizantes na agricultura sustentável passa necessariamente por uma avaliação criteriosa dos retornos econômicos sobre os investimentos a serem realizados na aquisição destes insumos agrícolas. Em situações de dificuldades econômicas, como o atual, aonde a relação de troca entre os custos dos insumos agrícolas e o preço da saca do café arábica é desfavorável, a tendência natural dos cafeicultores é a redução nos investimentos notadamente com os corretivos e fertilizantes. Entretanto, em momentos de crise, a alternativa mais razoável aos cafeicultores é o aumento na produtividade das suas lavouras, reduzindo os custos fixos visando sempre a Produtividade Máxima Econômica (PME), (Lopes & Guilherme, 1992). Dessa forma, o cafeicultor estará aumentando o lucro por unidade de área cultivada e da propriedade. Nesta edição será abordado o manejo da adubação nitrogenada com o intuito de melhorar a sua eficiência na cultura do cafeeiro. 1. Importância do nitrogênio no cafeeiro O cafeeiro é uma das plantas mais exigentes em ni-
AUTORES
1 - Engº agrônomo, Mestre em Solos e Nutrição de Plantas pela UFLA e Gestor Agronômico do Grupo Bio Soja. 2 - Trainee do Departamento Agronômico do Grupo Bio Soja.
trogênio e é um dos nutrientes mais limitantes a produção da cultura. As recomendações de nitrogênio variam de 150 a 450 kg/ha de acordo com o desenvolvimento da lavoura e expectativa de produtividade (Raij et al., 1996; Ribeiro et al., 1999). Em muitas lavouras em produção irrigadas, a dose de nitrogênio ultrapassa 500 kg/ha. O nitrogênio é necessário para a produção de clorofila e está envolvido na fotossíntese. É componente dos aminoácidos, proteínas, vitaminas e demais compostos nitrogenados (Cantarella, 2007). O nitrogênio é um dos nutrientes mais exportados por uma saca de café. Para cada saca beneficiada de café arábica são exportada 2,952 kg de nitrogênio (Bragança et al.,2000). Portanto, lavouras com alta produtividade, por exemplo, 70 sc. beneficiadas/ha exportam cerca de 207 kg/ha de nitrogênio. O nitrato (N-NO3-) é a forma predominantemente absorvida pelo cafeeiro. As demais formas de nitrogênio adicionadas ao solo pelos fertilizantes nitrogenados (amoniacal e amídica) são rapidamente convertidas em nitrato e este processo é denominado de nitrificação (Cantarella, 2007). 2. Dinâmica do nitrogênio no sistema solo-planta O ciclo do nitrogênio no sistema solo-planta é bastante complexo (Figura 1). A maior parte do N do solo cerca de 95 a 98% está na forma orgânica constituindo a matéria orgânica do solo. A mineralização da matéria orgânica do solo libera N inorgânico, constituindo a principal fonte natural de nitrogênio às plantas em muitos sistemas agrícolas (Cantarella, 2007).
Tabela 1: Teores dos nutrientes e características dos principais fertilizantes nitrogenados utilizados na cafeicultura brasileira. FERTILIZANTES NITROGENADOS
TEORES DE NUTRIENTES (%) N N N amo- N amíS total nítrico niacal dico
Nitrato de amônio
33
16,5
Nitrato de cálcio
15
16,5
-
15
-
-
Sulfato de amônio 20-21
-
20-21
-
Uréia
-
-
45
45
-
Ca -
Eq. CaCO3 URC (1)
(2)
-590
59,4
+200 46,7 24 18 a 19 -1100 79,2 -840 75,2 -
(1) - Equivalente CaCO3: sinal (-): kg de carbonato de cálcio necessário para neutralizar a acidez provocada por 1 t do fertilizante nitrogenado. (2) - Umidade relativa do ar a partir do qual o fertilizante absorve umidade (%) Fonte: Adaptado de Malavolta (1987).
3. Fontes de nitrogênio Os fertilizantes nitrogenados mais utilizados na cultura do cafeeiro no Brasil estão especificados na Tabela 1. 3.1. Uréia [CO(NH2)2] É o fertilizante nitrogenado com maior teor do nutriente (45%) e atualmente, é o mais utilizado na cafeicultura brasileira. O nitrogênio está na forma amídica (N-NH3). Vantagens: • Menor custo por ponto de nitrogênio; • Pouco higroscópico. Desvantagens: • Grande probabilidade de perda de nitrogênio por volatilização; • Acidifica o solo. 3.2. Nitrato de amônio (NH4NO3) Possui de 33% de N sendo metade na forma nítrica (NNO3-) e a outra metade na forma amoniacal (N-NH4+). Vantagens: • Pequenas perdas de nitrogênio por volatilização; • Proporção equilibrada entre o nitrato e amônio; Desvantagens: • Fertilizante nitrogenado muito higroscópico (URC = 59,4%). Por este motivo, o nitrato de amônio é revestido com uma película para a redução da absorção da umidade do ar atmosférico; • Maior custo por ponto de nitrogênio; • Acidifica o solo. 3.3. Sulfato de amônio [(NH4)2SO4] Possui nitrogênio na forma amoniacal (N-NH4+) e enxofre na forma de sulfato (S-SO42-). Vantagens: • Fertilizante nitrogenado pouco higroscópico; • Fornece enxofre (S-sulfato) ao cafeeiro. Desvantagens: • Maior custo do ponto do nitrogênio; • Maior poder acidificante do solo. 3.4. Nitrato de cálcio [Ca(NO3)2] Possui 15% de N na forma nítrica (N-NO3-) e cálcio prontamente disponível ao cafeeiro. Vantagens: • Fornece cálcio ao cafeeiro; • Tem efeito corretivo. A aplicação de 1.000 kg de nitrato de cálcio equivale a aplicação de 200 kg de carbonato. Desvantagens: • Baixo teor de nitrogênio; • Alto custo do ponto do nitrogênio.
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4. Critérios para a recomendação de nitrogênio ao cafeeiro Até o presente momento, não há nenhum método de análise de solo confiável para a avaliação da disponibilidade do nitrogênio do solo às culturas. O acentuado dinamismo do nitrogênio nos solos dificulta o diagnóstico da disponibilidade do nutriente ao cafeeiro e demais culturas. O cafeicultor deve fazer uso das informações abaixo para a recomendação da adubação nitrogenada no cafeeiro, dentre os quais: • Teor de N nas folhas do cafeeiro; • Expectativa de produtividade (sacas beneficiadas/ha); • Histórico das adubações nitrogenadas; • Visual da lavoura. Conforme comentado no artigo anterior, a análise foliar deve ser utilizada no monitoramento do estado nutricional do cafeeiro e nos ajustes das adubações de solo e foliares. Uma situação muito comum é o baixo teor do nitrogênio no início de março (granação) em lavouras irrigadas com alta carga pendente. Neste caso, qual deve ser o procedimento do cafeicultor mesmo após a aplicação de doses elevadas de nitrogênio? A redistribuição do nitrogênio das folhas para os grãos do cafeeiro é um processo natural. Entretanto, para evitar que este processo cause desfolha e seca dos ponteiros, é necessário que o cafeeiro esteja com teores adequados do nitrogênio no início da maturação dos grãos do cafeeiro (Favarin et al., 2010). 5. Manejo da adubação nitrogenada no cafeeiro Qual o fertilizante nitrogenado mais adequado ao cafeeiro? Qual o fertilizante nitrogenado com a melhor relação custo:benefício no cafeeiro?
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5.1. Parcelamento e época de aplicação do nitrogênio O parcelamento da adubação nitrogenada é, sem dúvida, uma das práticas de manejo mais recomendada para aumentar a eficiência dos fertilizantes nitrogenados na cultura do cafeeiro (Lopes & Guilherme, 1992). Portanto, a adubação nitrogenada deve ser parcelada no período chuvoso para minimizar as perdas do nutriente por lixiviação (Vitti et al., 1984). O efeito do parcelamento do nitrogênio na produção do cafeeiro está especificado na Tabela 2. Observa-se que o parcelamento do nitrogênio proporcionou aumento na produtividade do cafeeiro. Tabela 2: Influência do parcelamento do N na colheita de café (cafeeiro com idade de 4 anos). APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO Sem N
PRODUÇÃO RELATIVA 100
Dose do N - 1 aplicação
115
Dose do N - 2 aplicações
150
Dose do N - 3 aplicações
200
perdas da amônia também é potencializada por fatores ambientais, tais como, temperatura, umidade e vento. Quanto maior a temperatura e a intensidade do vento, maiores são as perdas de amônia (Reynolds & Wolf, 1987; Cantarella, 2007). A volatilização da amônia também é influenciada pela umidade do solo conforme equação abaixo (Favarin et al., 2010). CO(NH2)2 + 2H2O (NH4)2CO3 + H2O OH- + HCO32NH3 + CO2 + H2O
2 NH4+ +
Em condições adequadas (solos úmidos e com alta temperatura), a hidrólise da uréia ocorre num intervalo de tempo relativamente curto: de um a três dias acentuando as perdas do N por volatilização (Cantarella, 2007). A aplicação da uréia na superfície do solo com resíduos vegetais tende a aumentar as perdas do nitrogênio por volatilização (Figura 2). As perdas do nitrogênio do sulfato de amônio foram bem menores situando-se na faixa de de 3 a 5%. A urease, enzima encontrada nos restos culturais aumenta as perdas de NH3 da uréia quando comparado com solos descobertos (Cantarella, 2007). FONTE: Cantarella (1983)
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Para responder as perguntas acima, teremos que relembrar os conceitos do item 3. O cafeicultor conhecendo as características dos fertilizantes nitrogenados tem condições de minimizar as desvantagens e potencializar as vantagens. A eficiência da adubação nitrogenada na maioria das lavouras cafeeiras é pequena situando-se na faixa de 50 a 60%. O cafeicultor tem que adotar práticas culturas que possam melhorar a eficiência das adubações nitrogenadas.
Fonte: Malavolta (1981).
Normalmente, em solos argilosos, a dose do nitrogênio é parcelada em três vezes. Em regiões com maior precipitação pluviométrica, realizar de quatro a cinco parcelamentos. Nos solos arenosos, onde a probabilidade de perdas do nitrogênio pela lixiviação é maior, é aconselhável aumentar o número de parcelamentos para cinco ou seis. Em lavouras fertirrigadas, a dose do nitrogênio pode ser parcelada em mais vezes. Em algumas lavouras de café fertirrigadas, o fornecimento dos nutrientes é realizado semanalmente ou quinzenalmente com a aplicação de pequenas doses, dentre os quais, o nitrogênio. A primeira adubação nitrogenada deve ser realizada antes do florescimento do cafeeiro e a última em fevereiro ou início de março. Cerca de 60 a 70% da dose do nitrogênio deve ser aplicada até dezembro e o restante até fevereiro ou início de março (Favarin et al., 2010). 5.2. Incorporação do fertilizante nitrogenado A uréia é o principal fertilizante nitrogenado utilizado para o fornecimento de nitrogênio ao cafeeiro no Brasil. A eficiência agronômica da uréia pode ser comprometida se ocorrer perdas significativas do nitrogênio por volatilização da amônia (Cantarella, 2007). A volatilização é a perda de nitrogênio do solo para a atmosfera na forma gasosa de amônia (NH3). No solo, a uréia é hidrolizada pela ação da urease, enzima extracelular produzida por bactérias, actinomicetos e fungos do solo ou pode ter origem nos resíduos vegetais (Reynolds & Wolf, 1987). A volatilização da amônia em lavouras de café é mais acentuada quando a uréia é aplicada em solos arenosos, com baixo poder tampão e com pH mais alto. A magnitude das
Figura 2 - Perdas de N por volatilização em cafeeiro em produção.
Para reduzir as perdas de nitrogênio por volatilização, a uréia deve ser incorporada no solo e caso não seja possível, utilizar outro fertilizante nitrogenado, por exemplo, nitrato de amônio, sulfato de amônio ou nitrato de cálcio. A profundidade da incorporação da uréia depende da textura, CTC e umidade do solo mas geralmente 5 a 10 cm de profundidade é suficiente para reduzir significativamente as perdas de N por volatilização (Favarin et al., 2010). A incorporação da uréia pode ser realizada mecanicamente e também por meio da água da chuva ou da irrigação. Em solos descobertos, uma lâmina de 10 a 20 mm de chuva ou irrigação é suficiente para a incorporação da uréia. Em solos com palhada na superfície, a lâmina de água deve ser maior (Cantarella, 2007). Portanto, no primeiro parcelamento do nitrogênio que ocorre antes do florescimento (agosto/setembro), época relativamente seca e com chuvas espaçadas, evitar a utilização da uréia ou formulados com este fertilizante nitrogenado. Nas demais épocas do ano, a uréia pode ser utilizada desde que ocorram chuvas com precipitações mínimas
de 20 mm após a aplicação deste fertilizante nitrogenado (Favarin et al., 2010). Em solos com pH acima de 7, qualquer fertilizante nitrogenado que contém N amoniacal e amídico está sujeito a perdas de amônia (NH3) por volatilização. Entretanto, esta condição é extremamente rara nos solos brasileiros. Por outro lado, pouca ou nenhuma perda de NH3 ocorre quando estes fertilizantes são aplicados em solos neutros ou ácidos (Cantarella, 2007).
FONTE: Quaggio (dados não publicados)
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5.3. Fontes do nitrogênio Em lavouras de café onde a produtividade do cafeeiro com o nitrato de amônio é superior a uréia, o efeito é devido as perdas de N da uréia por volatilização quando aplicada na superfície do solo (Tabela 3). Tabela 3: Produtividade do cafeeiro arábica com diferentes fontes de nitrogênio (média de 3 safras) em Martins Soares (MG). TRATAMENTOS
PRODUTIVIDADE (sc/ha)
Nitrato de amônio
49,0 a
Sulfato de amônio
47,7 a
Uréia
43,9 b
Testemunha
30,2 c
Fonte: Matiello et al. (2002).
As fontes nítricas podem ser inferiores as amoniacais sob condições favoráveis a lixiviação ou desnitrificação do nitrato, tais como, alta precipitação e solos encharcados, respectivamente. O nitrato de cálcio pode ser superior aos demais fertilizantes nitrogenados quando aplicado em fertirrigação no bulbo de irrigação muito ácido e com baixo teor de cálcio. O nitrato de cálcio, além do fornecimento de cálcio, mantém o pH do bulbo de irrigação na faixa adequada ao cafeeiro. As demais fontes nitrogenadas acidificam o bulbo de
Figura 3 - Sintomas de fitotoxicidade nas folhas do cafeeiro em lavouras fertirrigadas com fontes de nitrogênio com alto poder acidificante.
irrigação e reduzem a disponibilidade de cálcio e magnésio ao cafeeiro. Em solos com pH muito ácido ocorre morte das raízes do cafeeiro e queima das folhas (Figura 3). 5.4. Localização Aplicar os fertilizantes nitrogenados na projeção da copa do cafeeiro aonde está concentrada a maior parte do sistema radicular do cafeeiro. Desta forma, as perdas do nitrogênio são bem menores. 5.5. Calagem O pH do solo melhora o aproveitamento do nitrogênio pelo cafeeiro. Em solos ácidos, a calagem eleva do pH para a
CAFÉ faixa mais adequada ao maior desenvolvimento do sistema radicular do cafeeiro proporcionando maior eficiência na absorção deste nutriente.
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5.6. Gessagem A gessagem em solos com impedimento químico nas camadas subsuperficiais permite maior desenvolvimento do sistema radicular do cafeeiro em profundidade ocasionando maior absorção do nitrato que foi lixiviado para estas camadas. 5.7. Descompactação do solo A compactação do solo tende a reduzir a eficiência da adubação nitrogenada no cafeeiro. Os solos compactados tendem a ter acumulo de água tornando o ambiente anaeróbico ocasionando a desnitrificação do nitrato (N-NO3-) a formas gasosas (N2 ou N2O), Cantarella (2007). Além disso, ocorre diminuição no desenvolvimento do sistema radicular prejudicando a absorção do nitrogênio pelo cafeeiro (Vitti et al.,1984). O cafeicultor deve adotar práticas culturais que minimizem a compactação do solo e se houver necessidade, realizar a sua descompactação. 7. Considerações finais Atualmente, a uréia é o fertilizante nitrogenado mais utilizado na cafeicultura. Entretanto, em muitas situações, as perdas de N da uréia por volatilização atingem altas porcentagens comprometendo a eficiência agronômica deste fertilizante nitrogenado. As práticas culturais que minimizam a volatilização do N proveniente da uréia são:• Incorporação da uréia no solo; • Evitar a aplicação da uréia em solos com resíduos vegetais; • Realizar a aplicação da uréia em solos úmidos com o tempo nublado ou antes de uma chuva. Entretanto, na cafeicultura, é extremamente difícil a adoção das duas primeiras práticas culturais. A uréia e os formulados com este fertilizante nitrogenado podem ser substituídos pelo nitrato de amônio. Este fertilizante nitrogenado e os seus formulados podem ser aplicados na camada superficial com resíduos vegetais. As perdas do N por volatilização são insignificantes proporcionando maior produtividade do cafeeiro (Tabela 3). Se houver necessidade da aplicação do nitrogênio em lavouras irrigadas em fins de março ou início de abril, o cafeicultor pode utilizar a uréia via fertirrigação. Nas próximas duas edições da Revista Attalea Agronegócios serão abordadas o manejo a ser realizado pelo cafeicultor para melhorar a eficiência da adubação fosfatada. Neste momento, quero deixar uma frase para reflexão. “Quando se navega sem destino, nenhum vento é favorável”. Lucius Annaeus Seneca Filósofo e escritor romano (4 a.C a 65 d.C) A cafeicultura brasileira já passou por diversas crises e com certeza não estamos passando pela última. Se o cafeicultor quiser permanecer na atividade terá que melhorar cada vez mais o manejo das suas lavouras. Não adianta olhar para
Brasília e esperar algo que nunca virá. A competição internacional é muito saudável porque obriga a cada um de nós, a repensar os seus conceitos, aprimorar os seus conhecimentos técnicos e quebrar paradigmas. As manifestações públicas em todo o país mostram que o Brasil não está contente consigo mesmo. Infelizmente, o caminho para um país mais justo é árduo e há sacrifícios que uma parcela da sociedade não está disposta a fazer!!! 8. Literatura consultada BRAGANÇA, S.M.; COSTA, A.N.; LANI, J.A. Absorção de nutrientes pelo cafeeiro conilon (Coffea canephora Pierre ex Froenher) aos 3 e 6 anos de idade: macronutrientes. In: SIMPÓSIO DE PESQUISA DOS CAFÉS DO BRASIL, EMBRAPA/FUNCAFÉ, 1., 2000. Resumos expandidos... EMBRAPA/FUNCAFÉ, 2000. p. 1350-1351. CANTARELLA, H. Nitrogênio. In: NOVAIS, R.F.; V., V.H.A.; BARROS, N. F. de; FONTES, R.L.F.; CANTARUTTI, R.B. & NEVES, J.C.L. (Eds.) Fertilidade do Solo, 1ª edição, Viçosa, MG, Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. 2007. p.375-470. FAVARIN, J.C.; TEZOTTO, T.; NETO, A.P. & PEDROSA, A.W. Cafeeiro. In: PROCHNOW. L. I.; CASARIN, V. & STIPP, S.R. (Eds.) Boas práticas para uso eficiente de fertilizantes. Piracicaba, IPNI. 2010. p.411-467. LOPES, A.S. & GUIMARAES, L.R.G. Fertilizantes e corretivos agrícolas: sugestões de manejo para uso eficiente. In: DECHEN, A.R.; BOARETTO, A.E. & VERDADE, F. da C. (Eds.) XX Reunião Brasileira de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas. Campinas, Fundação Cargill, 1992. p. 39-69. MALAVOLTA, E. Manual de química agrícola – Adubos e adubação. São Paulo, Ceres, 1981. 596 p. MALAVOLTA, E. Manual de calagem e adubações das principais culturas. São Paulo. Editora Agronômica Ceres, São Paulo, Ceres, 1987. 496 p. RAIJ, B. van; CANTARELLA,H.; QUAGGIO, J.A. & FURLANI, A.M.C. (Eds.) Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. 2 ed. Campinas, Instituto Agronômico e Fundação IAC, 1996. 285p. (Boletim Técnico,100). RIBEIRO, A.C.; GUIMARÀES, P.T.G.; ALVAREZ, V.; V.H. (Ed.) Recomendação para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais. Viçosa: Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais, 1999. 359 p. 5ª aproximação. VITTI, G.C.; MALAVOLTA, E. & COUTINHO, E.L.M. Uso eficiente de fertilizantes nitrogenados e portadores de enxofre. In: ESPINOZA, W.; OLIVEIRA, A.J. de (Eds.) Anais do Simpósio sobre fertilizantes na agricultura brasileira. Brasília, DF, EMBRAPA. 1984. p.205-253.
Análise de solo é importante para economia na lavoura de café cafeicultura está passando por um período crítico, onde os preços baixos do café tendem a desestimular o produtor no trato de suas lavouras. Nessa situação, é hora de racionalizar os gastos, visando a sobrevivência na atividade, sem depreciar os cafezais, maior patrimônio do cafeicultor, essencial para que, em seguida, possa haver o melhor aproveitamento dos ciclos favoráveis do mercado. Nessa racionalização, uma das práticas muito importante é a nutrição das plantas, que afeta não só a produtividade da lavoura como a manutenção da sua estrutura vegetativa. E o instrumento para adubar com economia, sem perder na qualidade da prática, é a análise de solo. Por isso, quem já faz as análises deve continuar fazendo. Quem não faz normalmente deve passar a fazer. Afinal, uma análise
AUTORES
1 - Engenheiros Agrônomos e Pesquisadoes da Fundação Procafé. Varginha (MG). Email: www.fundacao-procafe.com.br
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FOTOS: Procafé
A
J.B. Matiello1, André L. Garcia1 e Ana Carolina R. S. Paiva1
CAFÉ
A amostra de solo deve ser retirada junto à saia do cafeeiro, na região onde se faz a adubação.
EVENTOS bidas no Laboratório da Fundação Procafé em 2012. PARÂMETROS ANALISADOS
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MÉDIA DE OCORRÊNCIA DE RESULTADOS NA AMOSTRAGEM (níveis em % de amostras) BAIXO
ADEQUADO
FOTOS: Procafé
Tabela 1: Resultados de análise química de solo em amostras rece-
ALTO
pH em água (< 5,5) (5,5-6,3) (> 6,3)
52
40
8
Fósforo (Melich) – ppm (< 10) (10-20) (> 20)
32
29
39
Saturação de Ca- % (< 40) (40-50) (> 50)
64
27
9
Saturação de Mg- % (<15) (15-18) (> 20)
84
11
5
Saturação de K- % (< 3) (3-5) (> 5,0)
24
59
17
Saturação de bases (V%) (< 50) (50-60) (> 70)
57
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de rotina do laboratório, a qual se realiza a fertilidade do solo de cada amostra, custa em torno de R$ 20,00 e uma análise completa, incluindo também os micronutrientes, matéria orgânica, fósforo remanescente e o enxofre, custa R$ 38,00. COMO OCORRE A ECONOMIA - Já que falamos em economia, vamos mostrar como ela pode ser feita. Para isso vamos nos basear na frequência média de resultados das análises feitas, no ano passado, no Laboratório da Fundação, obtida de uma amostra aleatória, de 200 análises, de um universo de cerca de 15 mil análises efetuadas no ano. Esses resultados estão resumidos no Tabela 1 . Pode-se verificar que, com base nos principais parâmetros para indicação da correção do solo e fornecimento de Ca e Mg e
Uma fatia de solo é retirada, devendo-se separar as raízes. E colocada em balde limpo, devendo-se retirar 20-30 amostras simples para formar uma amostra composta
A amostra de solo deve ser retirada junto à saia do cafeeiro, na região onde se faz a adubação.
na a adubação PK, existe uma frequência significativa de áreas de lavouras cujos solos estão fora do nível adequado, seja em níveis baixos ou muito altos. A economia é realizada de três maneiras. A primeira é aproveitando, nesses períodos de crise, a reserva de nutrientes do solo, formada pelas adubações e calagens sucessivas, dos anos anteriores, podendo-se retirar das aplicações, agora previstas, os corretivos e nutrientes já em níveis suficientes. A segunda é a promoção do equilíbrio nutricional, sabidamente responsável pela boa ação no crescimento e produtividade das lavouras. Nesse sentido, é importante notar que, especialmente o equilíbrio K/Mg tem sido muito crítico atualmente, cabendo, em muitos casos, a supressão da própria adubação potássica. A terceira é proporcionada pela melhoria da produtividade da lavoura, diante de uma nutrição adequada, corrigindo as faltas ou excessos. Com maior produção, os custos da saca produzida ficam reduzidos e daí vem a economia. A análise química do solo custa pouco e pode trazer economia na produção do café. Daí vai o nosso apelo, para que os técnicos/consultores que assistem e os próprios cafeicultores usem mais e melhor esse instrumento auxiliar. O laboratório da Fundação Procafé, assim como outros, está preparado para atender, com um bom trabalho, os interessados. Basta enviar as amostras. Está no período certo, quanto antes menor vai ser o prazo para os resultados.
EVENTOS
EDR-Franca comemora ‘Dia do Agricultor’ em parceria com a Prefeitura de Ribeirão Corrente (SP)
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ara celebrar o Dia do Agricultor, comemorado no dia 28 de julho, a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) – Regional Franca – promoveu uma grande festa no dia 26 no município de Ribeirão Corrente (SP). O evento contou com o apoio imprescindível do prefeito Ayrton Montanher, que disponibilizou o espaço de sua fazenda para recepcionar os convidados. Mais de 300 pessoas prestigiaram o evento que contou com o apoio da BASF, da Casa das Sementes, da Bolsa Irriga, da Cocapec/Agrale, da Colorado/John Deere, da Sami Máquinas/Yanmar-Agritech/Dragão Sol/Jacto, da Oimasa/ Massey Ferguson e da Arabica-LS Tractor. A partir da escolha dos Conselhos de Desenvolvimento Rural de cada um dos 13 municípios da Regional, foram homenageados 13 agricultores. Entre as autoridades, participaram presidentes de Conselhos de Desenvolvimento Rural, presidentes de Sindicatos Rurais, presidentes de Associações, presidentes de Cooperativas, vereadores de toda a regional, além dos prefeitos de Ribeirão Corrente (SP), Airton Montanher e sua esposa, a primeira-dama e vereadora Aninha Montanher; de Itirapuã (SP), Rui Gonçalves; de Restinga (SP), Paulo Augusto Ribeiro; de São José da Bela Vista (SP), Celinha Ferracioli; de Cristais Paulista (SP), Miguel Marques; de Pedregulho (SP), José Raimundo de Al-
FOTO: Cati-EDR Franca
Evento premiou agricultores de 13 municípios da Regional do EDR-Franca
O agricultor francano Daniel Garcia Garcia recebe homenagem das mãos de Carlos Arantes Corrêa, Secretário de Desenvolvimento, representando Alexandre Ferreira, o prefeito de Franca (SP).
meida Júnior; de Jeriquara (SP), Sebastião Henrique Dal Piccolo; de Rifaina (SP), Abrão Bisco Filho; e de Santo Antônio da Alegria (SP), Ricardo Sobrinho. Os demais municípios foram representados por secretários municipais.
Câmara de Franca (SP) homenageia agricultores
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ara celebrar o Dia do Agricultor no município de Franca (SP), com base no Decreto Federal nº 48.630 de 1970, foi aprovada em setembro de 2011 uma lei municipal de autoria do vereador Miguel Laércio Mathias - o Laercinho, o mais autêntico representante do setor agropecuário na Câmara Municipal. Em evento realizado no último dia 26 de julho, reuniram-se na Casa Legislativa de Franca produtores rurais e familiares, profissionais do setor e autoridades representativas do setor agropecuário para homenager os dois agricultores escolhidos pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural. Contando com a presença do vice-prefeito Fernando Baldochi; do Engº Agrº Pedro Cesar Avelar (diretor do EDR-Franca); Milton Baldochi (ex-deputado estadual e presidente do Conselho de Desenvolvimento Rural); Engº Agrº Edson Couto Rosa (Sindicato Rural); do Engº Agrº Roberto Maegawa (COCAPEC). Foram homenageados os agricultores Daniel Silva Garcia e Claudemar Fernandes, ambos escolhidos através do Conselho de Desenvolvimento Rural, pela história de comprometimento e dedicação à agropecuária.
FOTO: Câmara Municipal de Franca
Lei de autoria do Vereador Laercinho homenageia dois agricultores
O vereador Laercinho (centro) homenageou os agricultores Daniel Garcia Garcia (esquerda) e Claudemar Fernandes (direita).
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FERTILIZANTES
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Sociedade Bras. Ciência do Solo não recomenda o uso de fertilizantes minerais fluidos como corretivos de acidez Instrução Normativa nº 35/2006 do MAPA regulamenta o uso destes materiais
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Antônio Carlos Vargas Motta 1, Luis César Cassol 2 e Volnei Pauletti 3
ecentemente, o Núcleo Estadual Paraná da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo foi procurado para manifestar, através da sua Comissão Especia-lizada em Fertilidade do Solo, opinião sobre a oferta no mercado de Calcário Líquido, devido à informações divulgadas no campo de que o uso de um litro deste equivale à aplicação de 1.000 kg de calcário, que a reação do calcário em pó aplicado no solo é de apenas 1-2%, que a eficiência do calcário em pó é de apenas 30%, entre outras. Tais afirmações são descabidas, desrespeitosas com a ciência e, no mínimo, irresponsáveis. Este texto tem a função de “alertar e informar” aos usuários e recomendantes sobre alguns aspectos que envolvem a calagem no Estado do Paraná, que tem solos, em sua maioria naturalmente ácidos. A classe agronômica há muito tempo vem trabalhando para que o uso de adubos e corretivos da acidez se torne uma realidade na agricultura brasileira e paranaense. O aumento expressivo, em tempos recentes, de produção e produtividade certamente se deve ao uso adequado dos corretivos de acidez. Mas o uso sem controle e em quantidade acima ou abaixo do recomendado pode trazer decréscimo na produtividade, sendo necessário o acompanhamento periódico da fertilidade através da análise de solo. As funções do calcário são aumentar o pH e neutralizar
AUTORES
1 - Professor de Fertilidade do Solo da UFPR, em Curitiba (PR); 2 - Professor de Fertilidade do Solo da UTFPR, em Pato Branco (PR); 3 - Professor de Nutrição Mineral de Plantas da UFPR, em Curitiba (PR).
o alumínio e fornecer grande quantidade dos nutrientes Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg), pois seus principais componentes são o Carbonato de Cálcio (CaCO3) e o Carbonato de Magnésio (MgCO3). Em função disso, a forma como o calcário é aplicado no solo (líquido ou sólido) não importa, desde que respeitadas as proporcionalidades em relação à eficiência na correção da acidez e quantidade de nutrientes. Os calcários são normalmente vendidos na forma de pó, são pouco volúveis em água e sua velocidade de reação depende do tamanho das partículas que o compõe. Menor tamanho determina maior contato com a água e o solo, aumentando a velocidade de reação. Normalmente, em uma tonelada de calcário de boa qualidade, tem-se mais de 50% de partículas menores que 0,3mm, que reagem em menos de um mês no solo, quando bem misturado e com umidade adequada. Portanto, caso o calcário seja moído mais fino, poderá aumentar a velocidade de reação. Mas sua eficiência pouco mudará. Isto porque, além da granulometria (tamanho das partículas), a eficiência do calcário depende de outro fator, que é a pureza química. Para saber quanto do calcário reage após a aplicação no solo, foi criada uma unidade chamada de PRNT (Poder Relativo de Neutralização Total) que é calculado considerando a granulometria e a pureza química do material. A pureza química dos calcários geralmente é próxima a 90%. Um calcário de PRNT=100% indica que 100% do material do calcário reage em até 2 anos. Se o PRNT foi de 72%, por exemplo, significa que 80% do calcário irá reagir em até 2 anos (80% de 90% de calcário puro = 72% de PRNT). Portanto, mesmo que o material tenha 100% de reação devido ao tamanho das partículas, ainda assim teríamos um limite da pureza, que é de 90% (100% de 90% de calcário puro = 90% de PRNT). Os valores de PRNT indicam quanto do calcário reagirá em 2 anos, se toda as condições forem favoráveis a isso. O restante levará mais tempo que estes 2 anos, mas também irá reagir no solo, corrigindo a acidez e fornecendo Ca e Mg. Portanto, aplicações sucessivas de calcário de acordo com as recomendações técnicas, levam a uma eficiência de 100% após a segunda ou terceira aplicação nos anos subsequentes. Só para reforçar, caso um produtor de calcário (indústria) diminua ainda mais o tamanho das partículas de calcário, ele permitirá uma maior velocidade de reação, mas não aumentará a eficiência do corretivo. Ou seja, dizer que um “calcário muito mais fino” que o calcário existente no mercado é mais eficiente na correção da acidez do solo é um grande equívoco. Dizer que um calcário com partícula de 200 Angstron é mil vezes mais eficiente que um com partícula de 200.000 Angstron não está certo. Caso o calcário seja
FERTILIZANTES comercializado na forma líquida, certamente as partículas mais finas serão mais fáceis de manter em suspensão na água e, com isso, facilitar a aplicação do produto. Mas só isso. O PRNT mínimo para um calcário ser comercializado é de 45%, ou seja, de cada 1.000 kg de calcário aplicado no solo, cerca de 450 kg deve reagir em 2 anos. Logo, uma informação de que somente 10 ou 20 kg em cada tonelada dos calcários existentes no mercado reagem no solo, ou seja 1 a 2%, certamente não é coerente. Um “cuidado” importante que o agricultor deve ter é verificar se o produto é comercializado como adubo/fertilizante ou como corretivo de acidez. Quando utilizado em baixas doses, a legislação vigente não impede que o produto seja comercializado como fertilizante fornecedor de Ca e Mg. Isso, no entando, é bem diferente que recomendar um produto para substituir o calcário. Quando se aplica 3 a 15 litros de um produto contendo 20% de Ca e 20% de Mg (com densidade do produto de 1 kg L-1), por exemplo, se estará aplicando entre 0,6 a 3,0kg de Ca e entre 0,6 a 3,0kg de Mg. Valores bem menores se comparados à aplicação de uma tonelada de um calcário com 30% de CaO e 10% de MgO, quando se estará aplicando 210kg de Ca e 60kg de Mg. Portanto, a quantidade de Ca e Mg aplicada com até 15 litros do calcário líquido não atende sequer a “exigência da planta” para produzir uma tonelada de grãos de culturas importantes como a soja, milho e feijão. A aplicação na forma fluída pode ser vantajosa ao produtor nos “aspectos práticos” que envolvem a operação
de calagem entre as quais: não forma pó, homogeneidade de aplicação e menor uso de mão de obra. Também pode trazer algum benefício em caso de solo ácido e que não recebeu calagem, quando aplicado na linha, a semelhança dos resultados obtidos com a aplicação de calcário filler na linha, em campo bruto/nativo. Essas vantagens podem convencê-lo a usar o produto, no entanto traz riscos muito sérios à manutenção da produtividade das espécies cultivadas. O uso de baixas doses de um produto substituindo o calcário poderá esgotar o efeito residual das calagens feitas anteriormente e em 4 a 5 anos podemos encontrar no Paraná baixas produtividades devido à acidez no solo. Concluindo, não há argumentos que sustentem que o uso de 1 kg de um calcário muito fino na forma de pó ou misturado a um líquido poderia substituir 1 tonelada de calcário comercial a ser aplicado ao solo, com finalidade de aumentar o pH, diminuir o Alumínio tóxico ou fornecer Ca ou Mg. O desempenho da agricultura brasileira, ao tornar-se um dos maiores produtores mundiais de alimento, foi baseado em estudos que envolveram e envolvem técnicas diversas de manejo do solo. Sem dúvida, a calagem é uma das mais importantes. Divulgar a idéia de que é possível substituir esta técnica por outra sem comprovação científica e, pior, por um produto ou dose muito aquém da necessária para os objetivos principais do uso do calcário, é sem dúvida uma irresponsabilidade e um desserviço ao país.
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ARTIGO
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OS RISCOS DO SISTEMA COOPERATIVISTA Wanderley Cintra Ferreira - Cafeicultor, ex-Presidente do
Sindicato Rural de Franca (SP), ex-Presidente da COCAPEC e exPresidente da CREDICOCAPEC.
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istoricamente, a agricultura na região da Alta Mogiana sempre foi muito forte. A pecuária, com sua produção de carne e leite, mostrou sua pujança durante muitas décadas, onde foi uma das maiores bacias leiteiras do Estado de São Paulo. Graças, também, à grande produção de milho e de pastagens melhoradas, a partir de novas tecnologias e o grande apoio técnico da Casa da Agricultura de Franca (SP). A cafeicultura cresceu de maneira impressionante devido ao clima favorável para se produzir um dos me-lhores cafés do mundo. Ao lado de tudo isso, começou a união dos produtores rurais à procura de novas tecnologias, competitividade e a ocupar um grande espaço no agronegócio nacional e internacional. Começou, também, o crescimento das Cooperativas Agrícolas, com o comprometimento e envolvimento dos cooperados que contribuíram fortemente para a sua consolidação e representatividade do setor. Recentemente, com o surgimento da cana de açúcar - como um verdadeiro ‘tsunami’, avançando em todo o Estado de São Paulo -, a carne, o leite e os cereais perderam seu espaço. Isto provocou um esvaziamento das propriedades agrícolas e consequente êxodo rural, inchando cada vez mais a população da periferia das cidades.
Como consequência dessa nova realidade, vimos as grandes Cooperativas - que vinham crescendo e colocando em prática grandes projetos - entrarem num esvaziamento e enfraquecimento, deixando milhares de cooperados à mercê de empresas particulares e multinacionais, compradores da sua produção e fornecedores de insumos, praticando preços sem um parâmetro, antes verificado pela grande participação destas Cooperativas. Com tristeza, observamos ‘impassíveis’ nos últimos anos, grandes Cooperativas Agrícolas da região sucumbirem definitivamente, enterradas em dívidas descomunais e deixando inúmeros agricultores/cooperados - os verdadeiros donos - ‘a ver navios’, sem condições de restituir o capital social que foi investido. E, quando ainda dá-se a oportunidade de restituição deste capital social, chega-se ao cúmulo de estabelecer “um período de carência de 07 (sete) anos, podendo ainda ser parcelado”. Este exemplo que citei aconteceu comigo, co-operado da CAROL - Co-operativa dos Agricultores da Região de Orlândia (SP), em junho de 2011. Mas além da CAROL, outras grandes cooperativas em nossa região estão passando por sérias dificuldades, como a COONAI - Cooperativa Nacional Agroindustrial, de Ribeirão Preto (SP) em 2005 e a COLABA - Cooperativa de Laticínios e Agrícola de Batatais (SP). Diante disto, é importante que todos aqueles que são cooperados em uma cooperativa agrícola - assim como eu sou na COCAPEC - Cooperativa dos Cafeicultores e Agropecuaristas da Região de Franca (SP) -, estejam sempre presentes, participativos, acompanhando de perto todo projeto e planejamento dos atos cooperativos e de novos investimentos. Principalmente neste momento que a cafeicultura mundial já está atravessando um momento de preços baixos, grande produção, novos plantios e aumento da produtividade por área. Entendo, pois, que a presença dos cooperados, nos momentos de decisão é de fundamental importância para o seu fortalecimento e do Sistema Cooperativo evitando, assim, que a nossa região se transforme, também, num imenso canavial.
EVENTOS
FOTO: Revista Attalea Agronegócios
FOTO: Revista Attalea Agronegócios
Cássio do Couto Rosa vence 54º Torneio Leiteiro de Patrocínio Paulista (SP)
Cássio do Couto Rosa, Eduardo Garcia, Edmilson, Ricardo Figueiredo, Pedro de Pádua, Pedro Bérgamo e o filho.
54º Torneio Leiteiro de Patrocínio Paulista (SP) é considerado um dos mais antigos torneios leiteiros do país. A edição 2013 foi realizada em junho último, organizado pela equipe do diretor Galdino Santos de Almeida, do Departamento de Agricultura e Abastecimento da Prefeitura Municipal, com o apoio do Sindicato Rural de Patrocínio Paulista, Banco do Brasil, Sicoob-CrediCoonai, Agroserv, LA Saúde Animal, Usinox Ordenhadeiras, Oimasa Massey Ferguson e Alta Genetics. A grande campeã foi a vaca “Madura” (categoria Vaca Pura), com média de 68.153 kg e um total de 204.460 kg de leite, do produtor local Cássio do Couto Rosa. Eduardo Lopes de Freitas conquistou o 1º lugar na categoria Vaca Cruzada com o animal “Jurubeba”, com 149.025 kg. Na categoria Vaca Mestiça, Tarcísio de Andrade Lopes venceu com a vaca “Nilva”, com 138.610 kg.
Entre as novilhas, destaque para Tarcísio de Andrade Lopes, campeão na categoria Novilha Pura, com o animal “Andorinha”, com 130.655 kg. Juvenal Lopes de Freitas ficou em 1º lugar na categoria Novilha Mestiça, com 95.990 kg. Já na categoria Novilha Cruzada, Eduardo Lopes de Freitas faturou o 1º lugar com o animal “Belga”, com 143.845 kg de leite.
Irineu de Andrade Monteiro (presidente do Sindicato Rural) homenageia a familia de Dimas Alvarenga de Andrade. Ao fundo, o prefeito Marcos Antônio Ferreira.
FOTO: Revista Attalea Agronegócios
FOTO: Prefeitura de Patr. Paulista
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FOTO: Revista Attalea Agronegócios
A família de Cássio do Couto Rosa, tradicional na pecuária leiteira do município, com várias gerações. À direita, Galdino Santos de Almeida.
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