Edição 07 - Revista de Agronegócios - Janeiro/2007

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Além de um excelente estacionamento, a nova loja ampliará a produção de mudas de hortaliças em estufa.

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Buscando melhor atender o agricultor e pecuarista da região de Franca (SP), bem como ampliar sua participação no mercado de distribuição de fertilizantes, mudas e sementes de hortaliças, agrotóxicos, equipamentos e implementos agrícolas, a Casa das Sementes de Franca inaugurou, no último dia 20 de janeiro, sua segunda loja. Cerca de 250 pessoas prestigiaram o evento, que merece destaque pela organização e que contou com a parceria com o Viveiro Monte Alegre, Syngenta, Euroforte, Sipcam Agro, Piacezzi Botas & Chapéus, Calcário Itaú, Bayer, Seprotec Sementes Viveiro de Mudas LJC, Ihara, Bungee, entre outros. A nova unidade está situada à Av. Santos Dumont 232 e, além do excelente espaço interno, possui anexo um enorme estacionamento anexo. “Com esta nova loja teremos melhores condições de atender o nosso cliente da forma como eles merecem”, afirmou o proprietário Paulo Roberto de Figueiredo. A proposta é de se manter as duas lojas, divi-dindo os produtos e serviços e ampliando as parcerias com as empresas do setor.

FOTOS: Editora Attalea

Casa das Sementes inaugura nova loja em Franca

O economista Gil Carlos Barabach, da Revista Safras & Mercados, que apresentou uma palestra sobre a situação atual da cafeicultura.


20 MILHO 8 LEITE

Artigo: Estratégias para uma safrinha de sucesso A Revista Attalea Agronegócios, registrada no Registro de Marcas e Patentes do INPI, é uma publicação mensal, com distribuição gratuita, reportagens atualizadase foco regionalizado na Alta Mogiana paulista e no Sudoeste de Minas Gerais.

Artigo: Criando novilhas, do nascimento à desmama

TIRAGEM 3 mil exemplares

12 DESTAQUE Cachaça Elisa vence Concurso Nacional

16 CAFEICULTURA • Levantamento da Cocapec indica aumento da área cultivada • Aumenta o consumo de cafés especiais

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18 PECUÁRIA DE CORTE

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Matsuda promove evento que aborda consorciação de pastagens e pastejo rotacionado com ovinos.

CADASTRO ... Parabéns pela qualidade de impressão e das matérias. Everaldo Borges da Costa Emater-MG - São João Batista do Glória (MG) ...Sou médico veterinário e gostaria de receber a revista, pois fiquei muito satisfeito com as informações. Nilton José Gonçalves Médico Veterinário - Zacarias (SP) ...Fiquei muito interessado nos assuntos abordados. André Luiz Pedroso Borges Cafeicultor - São Sebastião do Paraíso (MG) ...Gostaria de receber a revista. Pedro Henrique Korndorfer Agricultor - Uberlândia (MG) ... Solicito cadastro para receber a revista. Juliano Pereira dos Santos Agricultor - Ituverava (SP)

23 AGRIC. ORGÂNICA Agricultores de Franca se unem para produzir hortaliças e frutas orgânicas

24 OVINOS • Artigo: Produção de carne de cordeiro (última parte) • Premix e Aspaco realizam palestras com Núcleo de Franca

26 EXPOSIÇÕES Avaré inicia temporada dos grandes eventos agropecuários ... Gostaria de receber a revista. Altamiro Parreira Filho Cafeicultor - Cássia (MG) ...Solicito cadastro para receber a revista. Sementes Sempre Vivas Ltda. São Sebastião do Paraíso (MG) ...Gostaria de receber a revista. Ana Paula Leal Barbosa Agricultora - Franca (SP) SUGESTÕES ... Gostaria de orientações mais detalhadas sobre a produção de ervas aromáticas e condimentares. Maria da Silva Neves Agricultora - Batatais (SP) D. Maria, agradecemos a sua sugestão e já prontificamos o contato com o IAC - Instituto Agronômico de Campinas, uma das melhores instituições científicas do Brasil. A partir da próxima edição, a Revista Attalea Agronegócios iniciará uma série de reportagens sobre ervas aromáticas.

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Foto da Capa: Alambique Santa Elisa, em Patrocínio Paulista (SP) Cartas ou e-mails para a revista, com críticas, sugestões e agradecimentos devem ser enviados com: endereço, município, número de RG e telefone, para Editora Attalea Agronegócios:- Rua Eduardo Garcia, 1921, Residencial Baldassari. CEP 14.401-260 - Franca (SP) ou através do email revistadeagronegocios@netsite.com.br


Do ponto de vista técnico, as empresas produtoras de leite buscam a melhoria dos seus resultados zootécnicos, maximizando com isso o ganho econômico das suas explorações. Dentro desta linha, sabe-se atualmente que a variação das características de tipo, dentro de uma determinada raça, tem enorme influência na produção leiteira, conversão alimentar, fertilidade, desempenho reprodutivo e sanitário do rebanho leiteiro. Cientes destas informações, a Holland Genetics (http://hg.nl) iniciou, a partir da década de 1990, um trabalho pioneiro para identificar o biotipo ideal de uma matriz leiteira e, a partir disto, permitir um incremento significativo na seleção genética dos bovinos leitei1

- Engenheiro Agrônomo e Gerente do Produto Leite da Lagoa da Serra, Sertãozinho (SP). Email: wtabchoury@lagoa.com.br

ros da raça Holandesa, nas variedades Preto e Branco e Vermelho e Branco. Para tanto, inúmeros estudos científicos foram realizados de maneira inédita, a partir do gigantesco banco de dados do NRS (http://www.nrs.nl), órgão responsável pelo controle zootécnico de 100% dos rebanhos da Holanda e da Bélgica, países que detêm o fantástico índice de possuírem cerca de 100% dos seus animais registrados e controlados. Foram traçadas três linhas básicas de pesquisa, descritas abaixo: 1) - Definição do Biotipo Funcional Ideal da Vaca Leiteira; 2) - Influência do Biotipo Funcional nas Características Produtivas; 3) - Influência do Biotipo Funcional nas Características Reprodutivas e Sanitárias. Na primeira delas, trabalhou-se com todas as características individuais

da classificação linear para tipo e também com os seus respectivos compostos, correlacionando cada uma delas com a Taxa de Descarte das matrizes encontrada nestes animais, parâmetro técnico que possui a maior importância econômica e que é capaz de sintetizar os resultados técnicos, funcionais e produtivos das vacas leiteiras. Para tanto, utilizou-se de informações provenientes de 560 mil animais classificados no NRS e nos quais já se dispunha das suas respectivas Taxas de Descarte. Primeiramente, é importante conhecer as escalas utilizadas nas ‘provas para tipo’ da Holanda, para poder interpretá-las e compará-las com valores de provas realizadas em outras partes do mundo como, por exemplo, nos Estados Unidos, Canadá e Alemanha. A figura a seguir mostra que a Holanda trabalha com uma média 100 e cada 4 pontos significam um desvio.

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Wiliam Tabchoury1

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Os cinco passos para a rentabilidade na produção leiteira 4º passo: Tipo Funcional


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Desta forma, de um modo geral, um valor 108 gerado na Holanda poderia ser comparado com + 2.00 PTAT (PTA Tipo) nos Estados Unidos ou + 10 de Conformação no Canadá ou 124 na Alemanha. Pode-se também ver na distribuição destes índices para tipo, que 95% dos touros estarão distribuídos em valores compreendidos entre 92 e 108. Portanto, um touro superior a 108 participa de um grupo seleto de animais composto pelos 2,5% dos animais superiores da raça. Estes critérios são aplicados na provas holandesas para todas as características do perfil linear e os seus respectivos compostos, ou seja, força leiteira, úbere, pernas e patas e classificação final para tipo. Eles também são utilizados nos parâmetros para durabilidade, sanidade de úbere, fertilidade e todas as demais características funcionais, tais como facilidade de parto, persistência, maturidade, temperamento, velocidade de ordenha, fertilidade materna, processo de parto, entre outros.

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score Força Leiteira

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score Úbere

% Descarte

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Figura 1. Comparações entre provas para tipo.

aqueles que apresentam estatura mediana, conforme pode ser observado no gráfico ao lado. Efeito da Estatura na Taxa de Descarte das Matrizes da Raça Holandesa (NRS)

Onde: NL = Holanda CAN = Canadá

USA = EUA DEU = Alemanha.

De um modo geral, os compostos para tipo têm uma correlação linear inversa com a Taxa de Descarte, conforme pode ser visto nos gráficos abaixo, fornecidos pelo NRS. Entretanto, quando se analisa individualmente cada característica do Perfil Linear, descobre-se que nem todas elas possuem correlação linear direta inversa com a funcionalidade. Isto quer dizer que, em boa parte delas, os valores extremados positivos são indesejáveis e prejudiciais. Portanto, descobriu-se com isso que, para muitos compostos, os melhores valores situavam-se próximos da média, ou seja, ambos os valores extremados (abaixo ou acima da média) geravam indivíduos inferiores do ponto de vista funcional. Uma das grandes descobertas nesta área surgiu do estudo realizado entre o efeito do tamanho e a desempenho econômico na vida útil destes animais. Durante muito tempo, convencionou-se erroneamente que, dentro de uma mesma raça, os maiores indivíduos eram os mais produtivos. Os resultados do NRS comprovaram que, dentro de uma mesma população de bovinos da raça holandesa, os animais mais eficientes são

O gráfico abaixo mostra que o animal de estatura mediana (142-144 cm) é o que apresenta a menor taxa de descarte. Os animais pequenos são descartados, na sua grande maioria, pela sua baixa capacidade produtiva. Já os animais grandes apresentam elevada taxa de descarte uma vez que não conseguem sobreviver por muito tempo dentro dos rebanhos leiteiros. Desta forma, os Estudos do NRS mostraram que a vaca leiteira funcional é aquela que apresenta uma estatura mediana, excelente conjunto de pernas e patas, aparelhos mamários bem aderidos ao corpo, com durabilidade positiva e portadores de ótimas características produtivas e funcionais mencionadas nas provas dos seus pais. Desta forma, criou-se o conceito da “VACA HARMÔNICA”, ou seja, aquela capaz de conciliar as características funcionais desejáveis de tipo. Um perfil ideal da Vaca Funcional pode ser visto no gráfico na próxima página. Ele mostra que, do ponto de vista funcional, as características para tipo podem ser classificadas em três grandes grupos, a saber: 1) Que apresenta correlação direta entre tipo e funcionalidade. Neste caso, quanto maior o valor da característica, melhor a funcionalidade deste animal. Enquadram-se nesta categoria os quatros compostos para tipo (força, úbere, pernas e patas e tipo final), os perfis lineares para

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score Pernas e Patas

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% Descarte

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Altura em cm

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PERFIL IDEAL DA VACA FUNCIONAL (NRS, 2005)

PERFIL INDESEJÁVEL DA VACA LEITEIRA (NRS, 2005)

Força Leiteira

Força Leiteira

Úbere

Úbere

Pernas e Patas

Pernas e Patas

Tipo Final

Tipo Final

Estatura

Estatura

Abertura de Peito

Abertura de Peito

Capacidade Corporal

Capacidade Corporal

Perfil Linear e Tipo

Ângulo Garupa Largura Garupa Característica Leiteira Pernas vista por trás Pernas traseiras lateral Diagonal de Casco

Característica Leiteira Pernas vista por trás Pernas traseiras lateral Diagonal de Casco

Locomoção

Locomoção

Inserção Úbere anterior

Inserção Úbere anterior

Altura Úbere Posterior

Altura Úbere Posterior

Profundidade de Úbere

Profundidade de Úbere

Ligamento suspensor médio

Ligamento suspensor médio

Colocação dos tetos anteriores

Colocação dos tetos anteriores

Colocação dos tetos posteriores

Colocação dos tetos posteriores

Comprimento dos Tetos

Comprimento dos Tetos

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3) Que apresenta valores ideais um pouco acima da média (106). Neste caso, deseja-se trabalhar com valores acima da média, situados de maneira intermediária entre esta e aqueles resultados extremados. Como principais características, destacam-se a profundidade de úbere e a inserção de úbere anterior. Isto quer dizer que o ideal é trabalhar com úberes bem aderidos ao corpo e inseridos fortemente ao ventre, mas não extremados nestas caracte-

Ângulo Garupa Largura Garupa

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Classificação Base Holandesa

rísticas, fato que permite aos animais apresentarem elevada capacidade produtiva de leite. Desta forma, pode-se concluir que nem todas as características para tipo precisam apresentar elevado desvio positivo para serem consideradas desejáveis. Uma série delas se situa em torno da média e existe ainda um outro grupo, cujo ideal é trabalhar com um desvio médio positivo, porém não extremado

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Classificação Base Holandesa

em relação ao parâmetro médio 100. Por fim, pode-se criar hipoteticamente o perfil do tipo indesejável das matrizes leiteiras, que pode ser visualizado no gráfico acima. Nele, observa-se que, ao contrário do que se pensava antes, existem muitas características cujos desvios positivos extremados são indesejáveis e prejudiciais. Podem-se citar dentro deste grupo as seguintes características para o perfil linear do tipo:

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Perfil Liner e Tipo

2) Que apresenta valores ideais em torno da média (100). Buscam-se, com isto, valores próximos da média, ou seja, oscilando entre 98 a 102, tais como: estatura, abertura de peito, capacidade corporal, ângulo de garupa, largura de garupa, característica leiteira, pernas traseiras vista lateral, diagonal de casco e comprimento de tetos.

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pernas vistas por trás, locomoção, altura de úbere posterior, ligamento suspensor médio, colocação de tetos anteriores e posteriores.


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a) - Estatura; b) - Capacidade Corporal; c) - Largura de Garupa; d) - Característica Leiteira; e) - Pernas traseiras vistas lateral; f) - Comprimento de tetos.

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Os gráficos abaixo mostram os resultados do estudo do NRS para algumas características do perfil linear cujos desvios extremados, acima ou abaixo da média, são indesejáveis. Estas importantes descobertas do NRS foram capazes de criar cientificamente o Conceito da Vaca funcional, norteando todo o sistema de seleção e melhoramento genético realizado pela Holland Genetics na Holanda. De posse destas informações, consegue se interpretar melhor as provas dos touros, buscando selecionar corretamente aquelas características para tipo que apresentam grande influência no desempenho técnico e econômico das matrizes leiteiras. A Holanda é sabidamente o País que possui a melhor seleção genética de bovinos leiteiros para produção de sólidos do mundo, especialmente gordura e proteína. Com o domínio informacional do NRS, pôde-se desenvolver também na Holanda o conceito da vaca funcional de lucrativa. O intenso uso deste conceito permitiu que se produzissem naquele País vacas tecnicamente mais eficientes e economicamente mais rentáveis. O melhoramento genético visando o incremento da rentabilidade deve atentar para a geração de vacas funcionais. Quando se fala em aumento da lucratividade na produção leiteira, deve-se utilizar, prioritariamente, no programa de melhoramento genético o conceito da vaca funcional, através do conhecimento e uso do modelo de biotipo harmônico, ou seja, aquele que é capaz de maximizar a produção de leite e de sólidos na vida útil das matrizes, permitindo potencializar o resultado econômico da exploração.

% Descarte

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score cap. corporal

%Descarte 60 50 40 30 20 10 0 1

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score pernas vista Lateral

% Descarte 46 44 42 40 38 36 34 32 1

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score Largura de Garupa

%Descarte 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 1

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score Tamanho de Tetos

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Criando novilhas: do nascimento à desmama

- Médica Veterinária, mestre em Qualidade e Produtividade Animal e Doutoranda em Qualidade e Produtividade Animal FZEA-USP, Promotora de rações Premix. Patrocínio Paulista (SP). Email: josiortolan@hotmail.com

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Pode-se notar o início do funcionamento ruminal quando um bezerro começa a ruminar aos 2 a 3 meses de idade. Assim, a disponibilidade e ingestão de alimentos sólidos desde cedo, permitem rápido desenvolvimento ruminal e desmama precoce (com 5 a 8 semanas de idade).

Um bezerro não deve ser desmamado até que seu rúmem seja funcional e capaz de garantir as necessidades nutricionais do bezerro. Produtos finais da fermentação ruminal (ácidos graxos voláteis) promovem o estímulo necessário para o desenvolvimento ruminal. O rúmem de bezerros que não tiveram acesso a alimentos sólidos permanecerá rudimentar, não-desenvolvido. Esta técnica de manejo é utilizada para produzir vitelo. Assim, o consumo de alimentos secos é essencial para o desenvolvimento do rúmem. Bactérias, protozoários e fungos que habitam normalmente o rúmem são fixados naturalmente quando o bezerro ingere alimento sólido. Centenas de espécies de microorganismos entram no rumem grudados a partículas de alimentos. Entretanto, a população microbiana do rúmem é dominada por apenas um grupo pequeno de espécies de microorganismos. Bactérias que se proliferam no rúmem

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Bezerros jovens e recém-nascidos alimentados primariamente com dietas líquidas não têm as mesmas funções digestivas que ruminantes, devido ao fato de apresentarem apenas um estômago funcional, o abomaso. Quando um bezerro é alimentado com leite ou sucedâneo, o fechamento da goteira esofágica faz com que o leite passe diretamente do esôfago para o abomaso. Porém, quando alimentos sólidos são ingeridos, a goteira esofágica vai gradualmente parando de funcionar, a população bacteriana vai se estabelecendo no rúmem e o iniciase o desenvolvimento da parede ruminal. Eventualmente, os bezerros se tornam capazes de utilizar alimento fibroso, devido à presença e crescimento de microorganismos no rúmem.

Desenvolvimento ruminal

FOTO: Editora Attalea

Josiane Hernandes Ortolan1


são aquelas capazes de fermentar carboidratos na ausência de oxigênio (bactérias anaeróbicas). Os produtos da fermentação bacteriana (principalmente acetato e butirato) são importantes promotores de crescimento e desenvolvimento ruminal. Assim, o desenvolvimento e crescimento do rúmem dependem mais da ingestão de grãos do que de forrageiras. O consumo precoce de concentrado altamente palatável (mistura de grãos) é importante para garantir o rápido desenvolvimento ruminal, além de uma transição menos drástica no momento da desmama.

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Quando o concentrado deve ser oferecido pela primeira vez?

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O concentrado deve ser oferecido logo cedo, em torno de 4 dias de vida e deve continuar a ser fornecido até os 4 meses de idade (6 a 8 semanas após desmama). O bezerro começa ingerindo pequenas quantidade de alimento sólido nas primeiras 2 semanas de vida. Porém, eles devem ser encorajados a comê-lo. Por exemplo: • O concentrado deve conter melaço ou qualquer outro alimento palatável; • O concentrado deve ser oferecido freqüentemente, porém sempre em pequenas quantidades para que se mantenha fresco; • A ingestão de leite deve ser limitada até no máximo a 10% do peso corporal ao nascimento por dia; • Água limpa e fresca deve estar sempre disponível a partir do momento que se inicia o fornecimento de concentrado. O consumo de matéria seca é estimulado pelo aumento do consumo de água; • Uma pequena medida (mão cheia) de concentrado deve ser colocado no comedouro do bezerro ou no fundo do balde imediatamente após que o bezerro terminar de beber leite; • Concentrado também pode ser fornecido com uma mamadeira para estimular o consumo. Feno e concentrado devem realmente ser fornecidos? Estudos indicam que o fornecimento de concentrado e feno de boa qualidade é necessário para desen-

Figura 1 - Estágios do Desenvolvimento do Rúmen volvimento ruminal normal e que alimentos fibrosos ou mais grosseiros desempenhavam um importante papel no aumento da capacidade ruminal e manutenção da estrutura das papilas ruminais. Porém, estudos recentes têm mostrado que não existe vantagem em fornecer feno quando o pectivamente). O leite deve ser forconcentrado é formulado para conter necido de maneira contínua para bea quantidade necessária de fibras (no zerros pequenos ou fracos. Este deve caso rações totais). Em contraste, ser então oferecido apenas 1 vez ao dia, carboidratos no concentrado são essen- na semana anterior à desmama. ciais devido ao fato de fornecerem A maioria dos bezerros deve ser ácido butírico e ácido acético funda- desmamado entre 5 e 8 semanas de idamentais para o desenvolvimento da de. Bezerros alimentados com concenparede ruminal. Se o concentrado não trado em grãos podem estar prontos contem pelo menos 25% de fibra deter- para a desmama algumas semanas antes gente neutro (FDN), feno deve ser que aqueles alimentados com um fornecido. Além disso, concentrado de- concentrado completo. ve conter em torno de 18% de PB, 75 a Desmamar antes de 4 semanas de 80% de NTD. idade pode representar maior risco e Existem dois tipos de concen- geralmente, leva a uma maior taxa de trados para o bezerro novo: concen- mortalidade. Em contraste, a desmama trado em grãos e concentrado com- tardia (com mais de 8 semanas de idade) pleto. Concentrado completo (ração pode aumentar o custo da criação do total) contém mais fibras do que os bezerro, devido: concentrados que só contem grãos, • A ração de bezerro desmamado mas, ambos podem ser formulados com (forrageira e concentrado) é geralingredientes usados para alimentar mente mais barata que leite ou sucedâanimais adultos (com exceção de uréia). neos de leite; Quando a ração total é fornecida, não • A taxa de crescimento se manhá necessidade de forrageiras até o tem limitada se o bezerro se alimenta momento da desmama. com dietas líquidas. O ganho em peso Geralmente, os concentrados em vivo aumenta consideravelmente após grãos são triturados ou amassados para a desmama, o que demonstra que o beobter textura de mais grosseira. Não se zerro está bem adaptado a uma dieta recomenda moer muito fino, já que de alimentos sólidos (concentrado e partículas finas de alimento não esti- forrageiras). mulam a ruminação. Como mencionado anteriormenA palatabilidade pode ser au- te, as necessidades nutricionais e o dementada pela inclusão de 5% de melaço senvolvimento ruminal do bezerro seno concentrado. Quando bezerros rão beneficiados quando com um concomem mais que 1,5 a 2 kg de con- centrado for fornecido com forrageira, centrado por dia e podem ser alimen- especialmente antes da desmama. Entados com uma mistura de concen- tretanto, uma silagem ou feno de boa trado mais barata. qualidade deve ser fornecido após a desmama. Desmama A composição da ração deve ser cuidadosamente monitorada, especialA desmama deve ocorrer quando mente quando a silagem de milho um bezerro apresenta bom crescimento estiver incluída na dieta. e está consumindo pelo menos 1% do Como ocorre aumento da ingesseu peso vivo em concentrado em grãos tão de matéria seca após a desmama, (500–600g a 700–800g de concentrado espera-se que haja também aumento de para raças pequenas e grandes, res- peso vivo ao longo do tempo.


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“O que você produz? Cachaça. O quê? Ah, então você é cachaceiro”. Este diálogo de zombeteiros está com os dias contados na região da Alta Mogiana. A arte de se produzir cachaça de alambique está se transformando em atividade profissional e mostrando que a região também é excepcional na produção de cachaça. E não é conversa de boteco. O reconhecimento agora é nacional e, em breve, internacional. É o que aconteceu no final do ano passado com a cachaça Elisa, do Alambique Santa Elisa de Patrocínio Paulista (SP). A cachaça Elisa envelhecida (chamada ‘ouro’) arrebatou o primeiro lugar nas três análises constantes no II Concurso Nacional de Avaliação da Qualidade de Cachaça Cachaça, promovido pelo Laboratório para o Desenvolvimento da Química da Aguardente, do Instituto de Química da USP-São Carlos, com participação da Unesp de São José do Rio Preto, onde o evento foi realizado. “Fiquei muito gratificado com a premiação, o que vem comprovar o trabalho de anos em nossa propriedade”, afirma Bruce Baner Johnson, 64, natural de Illinois, Estados Unidos e radicado no Brasil há alguns anos. Mas o sucesso não parou por aí. A versão ‘prata’ da cachaça Elisa ficou em primeiro lugar em uma e em segun-

FOTOS: Editora Attalea

Cachaça Elisa vence concurso nacional

Bruce Baner Johnson e as cachaças vencedoras do concurso em São Carlos.

do lugar nas outras duas análises do mesmo concurso. Com um sorriso estampado no rosto e um sotaque levemente carregado, Bruce nos explica que a organização do concurso foi fator preponderante para se definir a qualidade. “Tem muita irresponsabilidade no mercado de cachaça no Brasil. A expectativa é que este concurso continue, pois somente assim teremos a certeza de que a cachaça que produzimos está de acordo com a legislação e com o interesse do consumidor”, afirma o produtor. No concurso, as cachaças foram avaliadas pelo critério químico, pelo

A cachaça Elisa ‘ouro’ chega a ficar por dois anos envelhecendo nos tonéis de carvalho, em temperatura e umidade controlados através do uso de nebulização.

critério sensorial e na degustação. As análises químicas foram feitas pelo Laboratório para o Desenvolvimento da Química da Aguardente, onde se determinou as proporções dos elementos benéficos ou prejudiciais à saúde humana. Já as análises sensoriais e a degustação foram analisadas pelos degustadores-participantes do VI Brazilian Meeting on Chemistry of Food and Beverages – curso realizado pelo pesquisador italiano Luigi Odello, do Centro Studi Assaggiatori de Brescia, Itália, onde cerca de 300 pessoas participaram, entre alunos de pós-graduação e analistas sensoriais. Ao todo 50 amostras de cachaça de todo o país se inscreveram. “Os custos das análises impediu a participação no concurso de outros pequenos produtores de cachaça da região e de todo o Brasil”, garante Bruce. Para cada tipo de cachaça, o produtor tinha que arcar com R$ 400,00 para custear as análises químicas. Ao final do concurso, cada participante receberia os resultados da análise química de seu produto (carbamato de etila, cobre, chumbo, metanol e álcoois superiores), com a garantia de que essas informações eram sigilosas e não foram usadas pela concorrência. Portanto, os nomes dos vencedores foram revelados, mas apenas eles souberam por que – do ponto de vista químico – suas amostras foram premiadas. De acordo com Douglas Wagner Franco, professor e coordenador de Administração Geral da USP de São Carlos, “uma cachaça pode ser muito boa para o paladar e até agradável para a vista, mas é fundamental que não acoberte substâncias nocivas à saúde como o carbonato de etila, metais pesados ou alguns dos compostos sulfurados”. E a presença destes elementos foi preponderante para a exclusão de 14 marcas participantes. Participaram das análises sensoriais e da degustação apenas 36 marcas. Por outro lado, Franco afirma que alguns tabus vão caindo à medida que avançam as pesquisas de laboratório. “O cobre passou de elemento nocivo a bom e até indispensável em alguns casos.


FOTOS: Editora Attalea

também são um dos pontos importantes. “Adquirimos tonéis de carvalho descartados que vieram para o Brasil com malte escocês para se fabricar whisky nacional. Eles são reformados em uma tanoaria de Brodowski (SP) e envelhecemos a cachaça”, explica. Para a produção de cachaça branca, contudo, a Santa Elisa utiliza madeiras neutras, como o amendoim. Já para as cachaças amareladas, além do carvalho, Bruce utiliza também o jequitibá, que dá uma ligeira amarelada e retira completamente o cheiro de bagaço. “Trabalhando com seriedade e aplicando tecnologias parecidas com as adotadas na produção de whisky e conhaque, se faz uma bebida muito melhor ainda”, afirma. Muitos criticam o fato de se envelhecer a cachaça brasileira, afirmando que a verdadeira cachaça brasileira é a branca. Bruce contradiz estas afirmações. Segundo ele, todas as bebidas mais finas e mais caras do mundo são envelhecidas. “O whisky escocês e o conhaque francês quando saem da ‘bica’ são brancos. A tequila ouro custa o dobro da tequila branca. Por quê? Porque é envelhecida em carvalho. Todas estas bebidas têm semelhança de gosto; mas é por causa do envelhecimento no carvalho”, explica o produtor. Evaporação

Nos corotes de carvalho, a cachaça fica por alguns meses, apenas para padronização.

Outro grande desafio na produção de cachaça no Brasil é a evaporação. Por ser um país tropical,

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Está presente em remédios destinados a gestantes, em teores até mais altos do que na aguardente”, afirma o professor. É claro que a quantidade de cobre deve ser respeitada – e é para isto que servem as análises químicas –, mas segundo Franco, sem o cobre na bebida, o ferro que é tão útil no combate à anemia, não pode ser absorvido pelo organismo humano. Outro tabu interessante e que está caindo se refere à crença de que só o carvalho é a madeira própria para a fabricação de barris. Segundo Franco, o país tem madeiras excelentes para isso, como o amendoim, o jequitibá-rosa e o bálsamo. “A madeira dos barris adiciona componentes agradáveis ao olfato, mas também anti-oxidantes e saudáveis”, complementa Franco. No alambique Santa Elisa, a madeira dos tonéis de envelhecimento

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São 19 hectares cultivados com cana-de-açúcar na Santa Elisa, que produziu na última safra 90 mil litros de cachaça e tem uma capacidade de armazenamento de cerca de 300 mil litros.


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todas as despesas para se destacar no mercado. Isto é o que falta hoje no Brasil”, adverte Bruce.

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com temperaturas geralmente altas, a perda do produto no armazenamento é relativamente alta, girando em torno de 10% do total. Buscando amenizar esta perda, Bruce visitou a Escócia para estudar as técnicas de envelhecimento do whisky. “Lá, por ser muito frio e úmido, a perda por evaporação chega no máximo a 4%”, avisa o produtor. Buscando imitar as condições escocesas, Bruce controla a umidade e a temperatura do barracão de envelhecimento com o uso da nebulização interna. “Reconheço que a perda com evaporação ainda é maior que na Escócia, mas não chega a 6% aqui na Santa Elisa”, informa.

Internacionalização

Qualidade De acordo com o produtor, a região da Alta Mogiana apresenta todas as condições para a produção de cachaça de qualidade. “O clima de Patrocínio Paulista é típico de cerrado; de abril a outubro praticamente não chove, favorecendo o amadurecimento da cana-de-açúcar. Com isto, teremos cana muito rica em açúcares, o que contribui com a fermentação. Por outro lado, o calor não é exagerado, o que contribui para que não haja contaminação do fermento”, explica Bruce. Além do clima, o produtor aponta ainda a qualidade do solo e a variedade da cana (com média de 22 a 26% de açúcar entre ‘ponta’ e ‘pé’). “Mas acima

de tudo, o mais importante está na seriedade que o produtor emprega na produção de cachaça. E temos vários exemplos na região, além de mim, como a cachaça Barra Grande (de Itirapuã/SP), com seu alambique secular e da cachaça Formosa (de Ribeirão Corrente/SP), onde o proprietário, João Luiz de Souza Faleiros, conquistou no ano passado o prêmio do II Concurso Paulista de Cachaça de Alambique, em Araraquara (SP)”, indica Bruce. O grande problema na produção de cachaça de alambique no Brasil, segundo Bruce, está na comercialização. “O que falta para nós é um melhor esquema de comercialização. Precisamos de uma coisa parecida com que aconteceu com o whisky. Até 1870, ele era uma bebida local, escocesa. Era feito da mesma forma como é feita a nossa cachaça: em pequenos alambiques. E com pequena quantidade fica difícil conquistar mercado. O que aconteceu? Apareceram os chamados ‘blenders’ – as grandes empresas – que fizeram a coleta das pequenas produções locais e promoveram misturas. Com o volume, começaram a enfrentar o mercado internacional, empregando para isto a propaganda, as promoções e

Pensando na internacionalização da cachaça nacional, o primeiro passo deve ser tomado ainda este ano. Segundo Bruce, o professor Luigi Odello, do Centro de Estudos de Degustação de Bréscia, na Itália, a cachaça brasileira estará em exposição, com degustação, na Vinitaly – Salão Internacional de Vinho e Destilado de Verona. A Vinitaly é uma das mais importantes feiras do mundo no setor de vinhos e destilados e acontecerá de 29 de março a 02 de abril na cidade de Verona. São mais de 4 mil expositores de 32 países e mais de 84 mil metros quadrados de exposição. No ano passado, a feira abrigou cerca de 170 mil visitantes. Além da degustação da cachaça brasileira, o Sr. Odello pretende iniciar a identificação de um perfil de consumidor, assim como foi feito com o café expresso. “O Sr. Odello foi o profissional que viabilizou o café expresso no mundo – através da identificação de parâmetros de interesse do consumidor, como aspecto, cheiro e gosto. E ele pretende fazer exatamente o mesmo processo com a cachaça”, afirma Bruce.

O processo de filtragem é criterioso, sendo realizada umas seis vezes até ser engarrafada.


A nota do ex-ministro “A agropecuária brasileira se ressente de uma série de questões macroeconômicas que afetam sua condição competitiva. Entre elas, estão o alto custo do dinheiro, a tributação elevada, a infra-estrutura para escoa-

mento de safras bastante desatualizada e ausência de política de renda para o campo, além da evidente necessidade de criação de empregos nos outros setores da atividade econômica que teria como conseqüência um crescimento da demanda por alimentos. A recém anunciada abertura do mercado de resseguros era antiga necessidade para a implementação do seguro rural, na linha da política de renda para o campo. Abre boas perspectivas. O resto do pacote, embora, surpreendentemente, não tenha nenhuma medida específica em favor da agropecuária e do agronegócio, tem efeitos indiretos potencialmente favoráveis para o setor rural. É o caso do investimento em infra-estrutura, especialmente a anunciada melhoria do Porto de Santos, por onde sai a maior parte das exportações do agronegócio, sobretudo se tais melhorias de fato forem acopladas a implementação do Rodoanel e das rodovias e ferrovias que servem a região. A redução da TJLP e do spread do BNDES também apontam para uma

diminuição do custo do dinheiro, e espera-se que isto tenha um efeito residual para a melhoria da taxa de câmbio, no prazo mais longo. Também há uma redução de PIS/COFINS para diversos setores - de novo a agropecuária ficou de fora - o que pode ensejar uma melhora da renda dos trabalhadores urbanos. Tal medida, somada às anunciadas para a construção civil - habitação popular, saneamento ambiental, Fundo de Investimento em infra-estrutura, project finance para energia, logística e desenvolvimento urbano - são elementos importantes na geração de empregos e, por conseqüência, no crescimento da massa salarial. E estes são fatores determinantes da melhor renda dos consumidores, o que pode estabelecer uma demanda sustentável para produtos agrícolas. A redução do IPI sobre perfis de aço também pode ajudar na construção de fábricas de alimentos ou de insumos agrícolas. A própria reestruturação do sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência abre uma perspectiva mais animadora nos contratos agrícolas, caracterizados pela concentração, antes e depois da porteira, vis-à-vis a pulverização de milhares de produtores rurais. Em suma, não obstante ser lamentável o fato de não haver nenhuma medida diretamente relacionada com o maior setor da economia brasileira - o agronegócio - os efeitos indiretos do PAC para o setor são positivos.

Roberto Rodrigues

15 Janeiro 2007

FOTO: Agência Estado

O ex-ministro da Agricultura no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e atual coordenador do Centro de Agronegócio da FGV - Fundação Getúlio Vargas, Roberto Rodrigues, divulgou recentemente nota com comentários sobre o PAC - Programa de Aceleração do Crescimento, na qual lamenta a falta de medidas diretas para agronegócio, mas considera positivo para o setor os efeitos indiretos do pacote anunciado. “Em suma, não obstante ser lamentável o fato de não haver nenhuma medida diretamente relacionada com o maior setor da economia brasileira - o agronegócio - os efeitos indiretos do PAC para o setor são positivos”, informa a nota de Rodrigues. O ex-ministro cita entre as medidas indiretas que influenciarão a agropecuária os investimentos de infraestrutura no Porto de Santos, de rodovias e ferrovias, além da redução da TJLP, do spread do BNDES, que apontam para uma diminuição do custo do dinheiro, segundo Rodrigues. “Também há uma redução de PIS/ COFINS para diversos setores - de novo a agropecuária ficou de fora - o que pode ensejar uma melhora da renda dos trabalhadores urbanos.

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Roberto Rodrigues lamenta agronegócio fora do PAC


Levantamento da Cocapec indica aumento da área cultivada com café na região

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FOTO: Editora Attalea

A Cocapec Cooperativa dos Cafeicultores e Agropecuaristas da Região de Franca apresentou, no final do mês passado, os dados do levantamento de área cultivada com café na região de atuação da cooperativa. Os números apresentados mostram um crescimento da ordem de 1.030 hectares, o que representa um acréscimo de 2,11% com relação ao último levantamento, realizado em 2003/2004. De acordo com Victor Alexandre Ferreira, economista e encarregado pelo levantamento, mesmo com a invasão da cana-de-açúcar - mais acentuada nos municípios de Restinga (SP) e São José da Bela Vista (SP) - as áreas de café cresceram nos municípios mais tradicionais, como Franca (SP), Ribeirão Corrente (SP), Pedregulho (SP), Cristais Paulista (SP) e Ibiraci (MG). “Talvez não seja tão significativa com relação à área total, mas é um número que nos revela que os produtores de café estã confiantes

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na cultura”, afirma Ferreira. O levantamento foi realizado inteiramente no campo, com auxílio de imagens atuais de satélites e ao

Fonte: Cocapec

processamento efetivado com o apoio da ferramenta de geoprocessamento e sensoriamento remoto conhecida como GIS Sistemas de Informações Geográficas. Em apenas duas semanas, os engenheiros agrônomos da Cocapec percorreram todos os municípios de atuação da cooperativa. Além do aumento da área cultivada, o levantamento apresentou ainda uma mudança no parque cafeeiro. Nos últimos dois anos 3.891 hectares de café foram plantados, entre replantios e lavouras novas. O município que mais ampliou sua área foi Capetinga (MG): em torno de 260 hectares. No Estado de São Paulo, o destaque ficou por conta de Patrocínio Paulista (SP), com aumento de 4,8%, a segunda mais alta da região. A partir do próximo mês, a Cocapec inicia o primeiro levantamento da safra, do qual apresentaremos na edição de março. ( Fonte: Revista Cocapec, 2006 )


Aumenta consumo interno de cafés especiais preço em média de US$ 30 acima do café comum. “Nos momentos de crise do setor, o segmento de especiais não é tão prejudicado, pois o comprador acaba sustentando o produtor visando manter a qualidade da marca”, avalia Vieira.

FOTO: Editora Attalea

crescendo. A associação pretende aceitar novos associados, que ainda não possuem o grau de excelência necessário e prepará-los para que consigam a certificação. A AMSC, que registrou um crescimento de 15% em 2006, visa a expansão da marca no Brasil. “A demanda interna é tão crescente que já começa a disputar com o mercado externo”, revela Martins. A Alta Mogiana - que é a maior região produtora de cafés especiais no Brasil - terá maior destaque este ano com a inauguração da Cafeteria Octávio Café, que irá vender o café dos associados da AMSC. Além do aumento da demanda, o mercado de cafés especiais se mostra atrativo pela remuneração, com um

Para promover o mercado de cafés especiais, o setor realiza concursos de qualidade para selecionar os melhores cafés produzidos no Brasil que depois são leiloados aos grandes importadores. O leilão do dia 16 de janeiro teve uma média de US$ 686 a saca, enquanto que no ano passado a média foi de US$ 530. Cerca de 80% das fazendas que venceram os concursos anteriores continuaram negociando com os compradores. Para Vieira, o principal trabalho da BSCA é reposicionar a imagem do café brasileiro e gerar oportunidde aos produtores em negociar diretamente com esses compradores. “Queremos estabelecer um novo canal com um comprador que está disposto a pagar mais caro para ter um produto de qualidade”, diz. Para promover os cafés especiais, o setor conta hoje com R$ 11,5 milhões de financiamento da APEX - Agência de Promoção de Exportações e Investimentos que, em parceria com a ABIC Associação Brasileira das Indústrias de Café tem um projeto com duração de dois anos. Destaque No último dia 17 de janeiro, a barista Silvia Magalhães, da Octávio Cafés Especiais, de Pedregulho (SP), foi eleita a melhor profissional no preparo de cafés do país no 6º Campeonato Brasileiro de Baristas, realizado em São Paulo (SP). (Extraído e modificado do DCI - Diário Comércio e Indústria )

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Saca a US$ 686

17 Janeiro 2007

O mercado de cafés especiais deve crescer 10% neste ano e as exportações - que atualmente respondem por 70% desse mercado - serão reduzidas devido ao aumento da demanda interna. “O Brasil apresenta um crescimento acelerado nesse segmento, a certificação de cafés aumenta cerca de 30% ao ano e várias redes de cafeteria estão em expansão, o que nos leva a crer num crescimento de pelo menos 10% em 2007”, afirma Marcelo Weyland Barbosa Vieira, cafeicultor de Areado (MG) e recém-eleito presidente da BSCA - Associação Brasileira de Cafés Especiais. Para João Guilherme Martins, diretor de marketing da AMSC - Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana, em 2010 o país estará consumindo pelo menos a metade do café especial que produz. “O Brasil é a ‘menina-dos-olhos’ desse mercado. Estados Unidos e Europa não irão se expandir tanto”, acredita. Segundo o diretor executivo da BSCA, Alexandre Gonzaga, o hábito de sair de casa para tomar um café de alto padrão já está consolidado. “Hoje, o grande desafio do setor é fazer o consumidor buscar o café na prateleira”, avalia. Outro desafio é firmar o papel do produtor, impedindo que o café seja vendido sem o selo de garantia. “A tendência é que as indústrias queiram desvincular sua marca da região de origem”. O Brasil hoje detém cerca de 10% de participação desse mercado (que movimenta R$ 180 milhões por ano), exportando cerca de 1 milhão de sacas. “Podemos triplicar esse volume”, complementa Vieira. Em 2007, além de focar no mercado interno, o país deve expandir sua ação na Ásia e consolidar o mercado europeu e norte-americano . As exportações dos associados da BSCA aumentaram de 258 mil sacas em 2005 para 293 mil no ano passado e a tendência é continuar


Matsuda promove evento que aborda consorciação de pastagens e pastejo rotacionado com ovinos

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FOTOS: Editora Attalea

Aconteceu no último dia 6 de dezembro, na unidade fabril da Matsuda Sementes e Nutrição Animal, em São Sebastião do Paraíso (MG), o 2º Dia de Campo de Minas Gerais Gerais, reunindo pecuaristas, técnicos, representantes e empresários do setor, de regiões dos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Bahia, entre outras. O evento abordou temas como a utilização de inoculantes para silagem de canaDemonstração da suplementação de ovinos de-açúcar, consorciação de pastagens com a leguminosa híbrida Java e suplementação e sistema economia de até US$ 277.45/ha/ano em de pastejo rotacionado com ovinos, adubação do solo”. incluindo ainda visitas a campos expeEm sua demonstração de silo de rimentais, com demonstração de silos cana-de-açúcar inoculado com o de cana-de-açúcar inoculados e não- produto Silomax Lalsil Cana, o repreinoculados, e canteiros de capins sentante da Lallemand Animal Nutrihíbridos Áries e Atlas e leguminosa tion no Brasil, Artur Tavares, explicou híbrida Java. que os principais fatores para a ensiO agrônomo Paulo Bardauil, dire- lagem estão relacionados “aos aspectos tor geral do IZ – Instituto de Zootecnia de baixo custo do volumoso para ser iniciou apresentando as vantagens da utilizado durante todo o ano, à melhoconsorciação de pastagens com o capim ria do manejo do gado dentro da prohíbrido Atlas e a leguminosa híbrida priedade e por fim ao próprio manejo Java, forragens desenvolvidas genetica- do canavial que passa a ter uma produmente pela Matsuda. tividade muito maior”. Para o pesquisador, a leguminosa Tavares enfatizou que, “com a “ainda é pouco utilizada como forra- utilização do Silomax Lalsil Cana, um geiro pelos pecuaristas, apesar de ser inoculante bacteriano específico para um produto importante para a nutrição silagem de cana-de-açúcar, o produtor dosruminantes e, ao mesmo tempo, poderá promover a ensilagem de um promover a interação entre solo, meio material volumoso, hoje disponível em ambiente e a alimentação animal”. quase todas as propriedades no Brasil, O diretor geral do IZ explicou que conseguindo manter as características a leguminosa Java “é rica de proteína e necessárias com o corte no momento proporciona níveis ideais de nitrogênio de melhor qualidade nutricional da no solo. A utilização da Java, consor- cana e com um custo de matéria seca ciada com um bom capim, como o Áries muito menor do que o milho ou o ou Atlas, possibilita ao pecuarista uma sorgo”.

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Estande de rações e concentrados da Matsuda

Controle de qualidade das sementes

Além dos silos manuais apresentando cana-de-açúcar inoculada, o dia-de-campo da Matsuda incluiu ainda um módulo demonstrativo sobre ‘Suplementação e Sistema de Pastejo Rotacionado com Ovinos’, apresentado pelo agrônomo Guilherme Montans Gonçalves e pelo veterinário Diego Magri Bernardes, ambos técnicos da empresa. Para acompanhar o crescimento do setor de ovinocultura no País, a Matsuda Sementes e Nutrição Animal está orientando os produtores sobre a necessidade de tecnificar as pastagens utilizadas por esses animais. Para Guilherme Montans, durante a demonstração do sistema de pastejo rotacionado com ovinos, “até há pouco tempo utilizavam-se as mesmas pastagens do gado para alimentar os ovinos e caprinos, com comentários de que esses animais são mais exigentes em relação à palatabilidade”.

Estande da VittaMax, marca de raça da Matsuda para pet-shop.

Participantes visitam os estandes e recebem as orientações dos profissionais da Matsuda.


Capim Híbrido Áries ( Panicum maximum), com produção de 1820 t MS/ha/ano.

Capim MG-4 (Brachiaria brizantha cv MG-4 ), com produção de forragem de 10-12 t MS/ha/ano.

Capim MG-5 (Brachiaria brizantha cv MG-5 Vitória), com produção de forragem 10-18 t MS/ha/ano.

Capim Híbrido Atlas ( Panicum maximum ), com produção de forragem 20-22 t MS/ha/ano.

Capim Elefante Paraíso ( Pennisetum glaucum x P. purpureum ), com produzção de30-50 t MS/ha/ano.

Capim Mombaça ( Panicum maximum cv Mombaça), com produção de forragem 20-23 t MS/ha/ano.

Capim Setária (Setaria anceps), alta tolerância a solos encharcados, com produção de até 10 t MS/ha/ano.

Capim Pojuca (Paspalum atratum), ideal para o pastejo, com produção de forragem até 26 t MS/ha/ano.

Capim Tanzania I (Panicum maximum cv Tanzania I), com produção de forragem 20-26 t MS/ha/ano.

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O técnico explica que, por serem animais ruminantes altamente seletivos, com necessidade de consumo de forragem de boa qualidade, “necessitam de variedades adequadas para essa particularidade e, além da escolha do cultivar, é de grande importância o manejo correto da pastagem, variando de acordo com cada espécie”. A Matsuda possui cultivares próprios para essa categoria, segundo Montans, “os híbridos Áries e Atlas, são excelentes opções para alimentação de ovinos, possuem alta palatabilidade e ótima digestibilidade, tendo grande aceitação por esses animais”. Para o médico veterinário Diego Bernardes, que participou do módulo, “é fundamental, também, que o produtor complemente as necessidades nutricionais dos ovinos, utilizando-se de suplementos minerais especificamente formulados para essas espécies de animais. A nutrição é a base da boa produtividade e, por isso, devemos manter uma suplementação adequada, proporcionar uma boa produção de forragem e possuir um bom manejo sanitário, produzir carne com qualidade e eficiência exige certa técnica e não simplesmente ter os animais nos pastos”. (Fonte: Activa Press Comunicação Integrada)

Leguminosa Campo Grande , com 8-12% de proteína na matéria seca, para o pastejo e adubação verde.

Leguminosas Lab-Lab e FeijãoGuandu com 10-18% de proteína na matéria seca.

Leguminosa Java ( Macrotyloma aillare), com 18-23% de proteína na matéria seca e ciclo perene.

Leguminosa Calopogônio (Calopogonium mucunoides), com 16-20% de proteína na matéria seca.

Leguminosa Amendoim-Forrageiro ( Arachis pintoi ), com 15-22% de proteína na matéria seca.

Leguminosa Mucuna-Preta ( Mucuna pruriens), com 18-20% de proteína na matéria seca.


Bréscia Terra1

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A cultura do milho safrinha consolidou-se no Brasil nos últimos 15 anos com expressivo crescimento em área, produção e produtividade. Em algumas regiões, como oeste do Paraná e sudoeste de Goiás, muitos produtores têm alcançado produtividade acima de 6.500 kg/ha, resultado da utilização de tecnologia e profissionalização por parte dos produtores. Atualmente, a cultura do milho safrinha no Brasil ocupa uma área de aproximadamene 3 milhões de hectares e é responsável por cerca de 25% da produção nacional deste cereal. Basicamente, os plantios estão distribuídos nas regiões oeste, centro e norte do Paraná, sudoeste goiano, Mato Grosso, sul do Mato Grosso do Sul e parte de São Paulo. Devido à época de plantio, existem diferenças que devem ser observadas no cultivo da safrinha. Como a disponibilidade hídrica é menor e há uma redução na quantidade de horas de luz durante o desenvolvimento da cultura, é necessário que o produtor tome alguns cuidados desde o plantio, para reduzir os riscos que apresenta. O sucesso na colheita do milho safrinha é altamente dependente do bom planejamento e da adoção de tecnologias que podem minimizar esses riscos e aumentar a produtividade.

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Rotação de Culturas O planejamento de uma safrinha de sucesso começa com a escolha da 1

FOTO: Divulgação Pioneer

- Engenheira Agrônoma, M.Sc do Departamento de Marketing da Pioneer Sementes.

FOTO: Editora Attalea

Estratégias para uma safrinha de sucesso

área que será destinada ao plantio do milho. Os melhores resultados são obtidos nos plantios após a soja, principalmente as de ciclo precoce, porque permitem melhor época de plantio. Além da antecipação de plantio, a semeadura do milho após a colheita da soja torna-se vantajosa pelo aproveitamento do residual de fertilidade deixado pela cultura da soja como, também, por diminuir o potencial de inóculo de doenças de colmo e de grãos. Residual de Herbicidas Um ponto importante a ser lembrado pelos produtores, ainda no manejo da cultura da soja, é o período residual dos herbicidas que serão aplicados. Alguns herbicidas recomendados para a cultura da soja podem ter longos efeitos residuais e causar danos à cultura do milho safrinha, reduzindo assim a produtividade final. Recomenda-se que, antes da escolha do herbicida, sejam observadas as recomendações da bula, considerando-se não apenas a cultura da soja mas, também, as culturas subsequentes que serão plantadas na área.

Época de Plantio Um dos principais pontos que devem ser levados em consideração no cultivo do milho safrinha é a época de plantio. Como o ciclo do milho é definido pela soma térmica diária acúmulo de graus dia - diferenças de até 30 dias na data de plantio do milho verão têm pouca influência na data da colheita. Contudo, nos plantios realizados na safrinha, intervalos de apenas 7 dias podem significar diferenças de até 20 dias no ciclo final da cultura do milho, aumentando os riscos no decorrer do ciclo da cultura e tornando-se fator decisivo no sucesso do produtor. Desta forma, o sucesso da safrinha, primordialmente, depende de um bom planejamento desde o plantio da lavoura no verão, já que o tempo na safrinha é peça-chave para um bom resultado final. Este ano, em muitas regiões produtoras de safrinha, observa-se um aumento do plantio de cultivares de soja transgênicas. De acordo com o zoneamento destas variedades, a grande maioria só poderia ser plantada a partir da segunda quinzena de outubro, o que leva a um atraso no plantio do milho safrinha e, consequentemente, aumentam os riscos para esta cultura. A antecipação de plantio pode ser


radiação solar durante o ciclo da cultura e o déficit hídrico. A população de plantas deve ser definida, respeitando-se os limites máximo e mínimo recomendados pela empresa produtora de sementes e com base no manejo que se pretende adotar. Para solos de alta fertilidade, populações mais altas, mesmo na safrinha, proporcionarão maiores produtividades.

A escolha de hí-bridos de milho para a safrinha deve ser feita, levandose em conta as peculiaridades de cada região e as características especiais desse período de cultivo. Como os riscos são maiores durante o desenvolvimento da cultura, a safrinha exige híbridos de milho com elevada defensividade às principais doenças como, por exemplo, Cercospora, Phaeosphaeria, Turcicum e Complexo de Doenças do Colmo. Além da defensividade, é necessário que os híbridos escolhidos apresentem alta estabilidade, uma vez que deverão manter o desempenho em condições adversas, principalmente, de estresse hídrico, temperatura e luminosidade. E, como característica importante, é necessário que o híbrido plantado para a safrinha tenha alto potencial produtivo, proporcionando bons resultados na colheita ao produtor. Como, infelizmente, ainda não se conseguiu desenvolver um híbrido que supra todas as necessidades, o ideal é o plantio do Sistema de Combinação de

Híbridos, selecionando-se híbridos que possuam essas características separadamente e que proporcionem combinados, ótimos resultados na colheita. População de Plantas e Espaçamento Entrelinhas O plantio de milho safrinha em espaçamento reduzido tem as vantagens de proporcionar uma melhor distribuição espacial de plantas na lavoura, diminuindo o sombreamento das plantas na mesma linha e aumentando a interceptação da radiação solar pela cultura desde os primeiros estágios. Além disso, o fechamento mais rápido das entrelinhas proporcionado pela redução do espaçamento, reduz a evaporação de água no solo e tem o potencial de reduzir a infestação tardia de plantas daninhas, o que acarreta melhor aproveitamento da água do solo. Essas vantagens são especialmente importantes na safrinha, período em que dois dos fatores limitantes da produtividade são a diminuição da

Adubação Principalmente na safrinha, quando há menor disponibilidade de água para a cultura, é importante o manejo correto da adubação, dando-se a possibilidade à planta de desenvolver seu sistema radicular para que este possa atingir maiores profundidades no solo. Os princípios usados na recomendação de adubação para o milho safrinha devem ser os mesmos utilizados para o milho verão, baseando-se na produtividade esperada e em uma taxa de conversão média de 1 kg de nitrogênio para cada saca de 60gk a ser produzida. Deve se levar em conta que uma planta bem nutrida resiste melhor às adversidades climáticas e ao ataque de doenças e insetos. Ao utilizar-se de todas essas práticas de manejo, o produtor consegue minimizar o efeito das condições adversas da safrinha, aumentando a produtividade da cultura e terá como resultado maior retorno aos investimentos realizados.

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Escolha do Híbrido

21 Janeiro 2007

FOTO: Divulgação Pioneer

conseguida através do plantio de cultivares de soja precoce, somado ao Sistema Desseque e Plante (desenvolvido pela Du Pont) e também pelo plantio imediato após a colheita da soja, que pode ser realizado através de um adequado planejamento de utilização de máquinas, equipamentos e tecnologia na propriedade.


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Palmito Pupunha se destaca em Cajobi

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necessidade de novos plantios. E as sementes para novas mudas, que são cultivadas na fazenda, saem da própria plantação. “Selecionamos alguns pés que não apresentam espinhos e que têm maior número de perfílios e deixamos como matrizes para ter semente sempre que necessário”, diz Luiz Rosolen, sócio do empreendimento. E complementa: “Como a pupunha é de excelente qualidade, cada pé rende um vidro e meio do produto”. Essa cultura encontra na região um aliado importante:

a natureza. O clima quente e úmido é necessário para o desenvolvimento do palmito. Em caso de estiagem a irrigação é a solução. Do campo, a pupunha vai direto para a pequena indústria, instalada na própria fazenda. Ela funciona há seis anos, onde trabalham cerca de 26 pessoas. O processo é basicamente manual e, por mês, são industrializados 37 mil vidros, de 300 gramas, o que resulta em uma tonelada e meia de palmito limpo. O produto que antes era ven-

dido in natura, hoje sai da indústria direto para o atacado, com valor agregado. A atividade é acompanhada pelo Escritório Regional do SEBRAE de Barretos (SP), através do Programa SAI - Sistema Agroindustrial Integrado e da INAGRO Incubadora de Agronegócios de Jaborandi (SP). As entidades vem disponibilizando apoio em diversos aspectos ao longo dos seis anos da atividade, tais como: acesso a mercado, agregação de valor, treinamentos em gestão do negócio e capacitação dos empregados na higienização do processo de industrialização.

PRODUTORES DE LEITE PARTICIPAM DE TREINAMENTO Em Colômbia (SP), nos Assentamentos de Formiga e de Perdizes, encerrou-se em dezembro o treinamento dos produtores rurais do Projeto do Leite, organizado pelo SAI-Barretos. Desde abril, nos cinco grupos, foram realizadas 45 Oficinas Sebraetec. Através das oficinas, os produtores passaram a desenvolver técnicas de manejo das pastagens e do rebanho. Também adotaram o controle zootécnico dos animais, contribuindo desta maneira para aumentar a produtividade da propriedade leiteira.

DESAFIOS DA MINHOCULTURA EM 2007 O grupo de minhocultores da região de Franca (SP) completou um ano e seis meses de existência. Contando com o apoio do SAIFranca, através do agente Maycon Freitas, o grupo conseguiu além de organizar a produção de humus, fechar acordo comercial com uma empresa gaúcha, que passou a adquirir minhocas desidratadas para a fabricação de ração. Para este ano, as ações serão focalizadas na busca de novos mercados para comercialização de húmus e farinha de minhoca.

VITICULTORES VISITAM PROPRIEDADE MODELO Em dezembro passado, foi realizada uma visita técnica com membros do Grupo de Produtores de Uva Niágara da região de Franca (SP), organizada pela agente Claudine Campanhol, do SAIFranca. Eles visitaram a propriedade de Ana e Hermes Tolói, em Patrocínio Paulista (SP).O casal Tolói cultiva uva Niágara desde 2001 e obtém grande sucesso e satisfação com a viticultura. O Grupo de Produtores de Uva Niágara é formado por produtores rurais de Franca (SP), Ribeirão Corrente (SP), São José da Bela Vista (SP), Patrocínio Paulista (SP) e Itirapuã (SP), que estão iniciando a implantação de parreirais. Todos os membros do grupo receberam portaenxertos vindos do IAC/APTA Jundiaí (SP), de alta qualidade genética e isentos de vírus e realizaram o plantio ainda no mês de dezembro. A visita foi proveitosa e as informações serviram de aprendizado para os produtores construírem adequadamente as parreiras e obterem produtividade e sucesso na comercialização das uvas.

FRANCA REALIZA DIAGNÓSTICO EM AGRICULTURA ORGÂNICA Contando com uma parceria com o Instituto Maytenus, de Toledo (PR), o SAIFranca realizou, no mês de dezembro, um Diagnóstico Sebraetec em Agricultura Orgânica. Ao todo foram visitadas 17 propriedades dos municípios de Itirapuã (SP), Patrocínio Paulista (SP), Franca (SP), Cristais Paulista (SP) e Ribeirão Corrente (SP). A Engª Agrª Edna Ogata, da Orgânicos Consultores, de Piracicaba (SP) realizou a coleta de informações nas propriedades, com o intuito de retratar um panorama atual das propriedades do Grupo de Desenvolvimento da Agricultura Orgânica da Região de Franca (SP). O grupo é orientado pelo agente Carlos Arantes, do Programa SAI-Franca. O diagnóstico foi realizado em uma semana e os resultados serão divulgados aos produtores assim que os questionários estiverem sido tabulados. Estes dados servirão de base para a organização de um projeto único para o grupo.

FOTO: Editora Attalea

A pupunha, espécie de palmito, é uma cultura rara na região Norte do Estado de São Paulo, mas está ganhando espaço. Em Cajobi (SP), é possível encontrar o plantio e a industrialização desse palmito. A dez anos atrás a Fazenda São Sebastião do Turvo, de Sebastião Rosolen deu o primeiro passo. No início eram dois mil pés de pupunha e hoje já são 80 mil. “Por ser uma cultura adensada, aproveitamos melhor a área. Em um alqueire é possível ter cerca de 10 mil pés”, comenta Rosolen. Outra vantagem é que o pé produz todo ano. Onde é feita a extração, nasce novo broto sem haver a

CHINELATO VISITOU A REGIÃO DE FRANCA Aconteceu entre os dias 26 e 28 de dezembro de 2006 a visita do pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, Artur Chinelato de Camargo a região de Franca. A visita faz parte da programação do Projeto de Viabilidade da Pecuária Leiteira em Pequenas Áreas (Balde Cheio), coordenado pelo pesquisador e também pelos profissionais Méd. Vetº Marcelo de Figueiredo e Silva (SAI-Franca), Engº Agrº Pe-

dro Avelar (Cati) e Méd. Vetº Olavo Pelloso de Carvalho (Coonai). Foram visitadas as Unidades Demonstrativas dos municípios paulistas de Santo Antônio da Alegria, Itirapuã, Patrocínio Paulista, Restinga, Buritizal, Cristais Paulista e São José da Bela Vista, além de propriedades assistidas em Altinópolis e Cristais Paulista. A próxima visita de Chinelato será em maio.


São inúmeros os alimentos comercializados, que primam pela qualidade e apresentação.

atual situação dos agricultores do grupo. O resultado - que será apresentado neste mês de janeiro - servirá de base para a construção de um projeto único para o grupo, definindo as ações de curto, médio e longo prazo, bem como as metas a serem alcançadas”, explicou Engº Agrº Carlos Arantes Corrêa, agente de desenvolvimento do Programa SAI e responsável pelo grupo.

A participação nas feiras semanais só veio fortalecer o senso de cooperação e associativismo do grupo, que iniciou conversações para a criação de uma associação própria. De acordo com Corrêa, o grupo precisa de uma entidade própria, que represente os seus interesses e que auxilie a organizar as atividades orgânicas na região de Franca. “A criação da associação é importante, mas os agricultores precisam primeiramente aprender a produzir alimentos de forma orgânica. Visitamos as propriedades. Sabemos que ninguém do grupo utiliza agrotóxicos, adubos químicos ou conservantes. Mas precisam aprender técnicas de produção a campo e na industrialização”, adverte. Buscando suprir esta necessidade, o Sebrae está articulando parcerias com a Fafram - Faculdade de Agronomia Francisco Maeda, de Ituverava (SP) e com o IBD - Instituto Biodinâmico, de Botucatu (SP). “Estamos aguardando o reinicio das atividades nestas instituições para definirmos as datas e os temas das consultorias a serem aplicadas junto ao grupo”, completou Corrêa.

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Os agricultores festejam seis meses de feira no estacionamento da Farmácia Oficinal.

23 Janeiro 2007

Iniciada em agosto do ano passado, a Feira de Produtos Sem-Agrotóxicos de Franca e Região acontece todos os sábados no período da manhã, no estacionamento da Farmácia Oficinal (R. Voluntários da Franca, 1840, centro, Franca/SP). O projeto é uma conquista de um grupo de agricultores dos municípios de Itirapuã (SP), Patrocínio Paulista (SP), Franca (SP), Cristais Paulista (SP) e Ribeirão Corrente (SP), que receberam apoio do Programa SAI - Sistema Agroindustrial Integrado; uma parceria entre Sebrae-SP - Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e Secretaria da Agricultura de São Paulo. A feira foi uma alternativa encontrada pelo grupo para se abrir um primeiro canal de comercialização dos alimentos sem-agrotóxicos, sem adubos químicos e sem conservantes. Após seis meses de feiras semanais, o grupo de agricultores inicia o ano de 2007 na expectativa do início das oficinas de treinamento e das consultorias técnicas em agricultura orgânica, próxima etapa do projeto. “Em dezembro último, em parceria com o Instituto Maytenus, de Toledo (PR), o Sebrae contratou uma consultoria que realizou um diagnóstico da

FOTOS: Editora Attalea

Agricultores da região de Franca se unem para produzir hortaliças e frutas orgânicas


6ª PARTE extraído do jornal O OVELHEIRO (extraído OVELHEIRO, Informativo da ASPACO - Associação Paulista de Criadores de Ovinos)

FOTO: Editora Attalea

Produção de carne de cordeiro Dr. Édson Ramos de Siqueira1

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Carcaças e Carnes de Alta Qualidade

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Os aspectos mais importantes a serem considerados num sistema de produção de cordeiros são: velocidade de crescimento, eficiência de conversão alimentar, peso vivo ao abate e composição da carcaça. A determinação do peso ideal de abate deve levar em consideração a qualidade da carcaça, as questões econômicas e as preferências dos consumidores. Na França, por exemplo, preferese carcaças entre 15 e 18 kg, ao passo que na Espanha, o peso situa-se entre 8 e 11 kg. A quantidade de gordura é o principal fator determinante do peso ideal de abate, o qual pode variar de acordo com o genótipo, sexo e sistema de alimentação. O excesso de gordura como consequência de pesos de abate inadequados, além de afetar a qualidade do produto final, repercute na viabilidade econômica do sistema de produção, tendo em vista a transformação de parte dos nutrientes ingeridos em tecido indesejável sob o ponto de vista do consumidor moderno. O aumento do peso ao abate pode elevar o rendimento das carcaças, porém, rendimentos muito altos podem estar associados a excessivo grau de gordura. Distintos genótipos ou sexos, sacrificados a uma mesma idade cronológica, produzem carcaças diferentes, tanto em peso, como na composição tecidual. Há de se determinar, nos distintos casos, um peso de abate para o qual a proporção de músculos da carcaça seja máxima e a gordura suficiente para conceder à carne propriedades sensoriais que satisfaçam 1

- Prof. Titular do Departamento de Produção e Exploração Animal. FMVZ-UNESP. Botucatu (SP). Email ersiqueira@fca.unesp.br

a preferência do consumidor. Em pesquisa realizada na Unesp, em Botucatu (SP), sacrificaram-se 20 cordeiros inteiros da raça Hampshire Down confinados, divididos em quatro grupos, de acordo com o peso de abate, sendo: G1 = 28 kg; G2 = 32 kg; G3 = 36 kg; e G4 = 40 kg. Os tempos de confinamento foram: 63, 83, 102 e 122 dias, respectivamente, com consumo total da ração da ordem de: 54, 78, 104 e 134 kg por animal, por ordem. Os pesos de carcaça resfriada foram: 11,7; 13,1; 15,3; e 17,2 kg e os teores de gordura de: 11,7; 11,6; 14,8; e 19,7% respectivamente. Tomando-se os pesos de carcaça para cálculo de receita total auferida e subtraindo dessa o custo de produção, obtiveram-se as seguintes rendas líquidas por cordeiro: R$ 13,50; R$ 8,10; R$ 4,30; e R$ 2,10. Sob o ponto de vista econômico, o peso de abate de 38 kg foi o melhor. Qualitativamente, os pesos 28, 32 e 36 kg foram similares, ao passo que o abate com 40 kg resultou em carcaças com teores de gordura muito elevados. Ao analisar os mais distintos sistemas de alimentação de cordeiros, conclui-se que, em termos qualitativos, mais notadamente sob o ponto de vista organoléptico, uma faixa muito ampla de carnes é produzida. Diante disso, é fundamental que se conheçam perfeitamente os efeitos que determinada dieta poderá imprimir ao produto, sempre com o objetivo precípuo de atender da melhor forma possível as exigências do mercado

consumidor. Respeitando-se as peculiaridades de cada sistema de criação, urge adotar a classificação e tipificação das carcaças, buscando padronizar cada vez mais a carne da espécie em questão que deverá, dessa maneira, subir mais degraus no conceito da população. A simples classificação subjetiva das carcaças, sem levar em consideração os aspectos qualitativos da carne, não atinge plenamente os objetivos de um sistema que possa ser considerado moderno e completo. Os sistemas de terminação em pastagem e confinamento propiciam carnes bastante diferentes em termos sensoriais. Caracteres como sabor, aroma, suculência e maciez alteram-se de acordo com o alimento ingerido. O sabor-aroma é uma variável organoléptica fundamental, cabendo salientar que é a gordura o componente da carne que a determina. A variação do sabor-aroma está na dependência então das eventuais alterações na composição e proporções dos ácidos graxos do tecido adiposo, questão estreitamente relacionada à natureza da alimentação oferecida aos cordeiros. Diversos trabalhos de pesquisa demonstram que ovinos terminados em pastagem apresentam sabor-aroma menos desejável que animais confinados à base de grãos. As pesquisas evidenciaram também que as dietas com altos níveis de energia proporcionam melhor saboraroma que as pouco energéticas. Em suma, produzir carne de cordeiro com alta qualidade é sinônimo de utilização de animais com bom potencial de crescimento (fato não diretamente dependente da raça, mas do nível de melhoramento genético aplicado) alimentados e manejados corretamente e sacrificados com pesos adequados.


No mesmo dia da palestra dos profissionais da Premix, os criadores também contaram com as orientações do diretor técnico da Aspaco - Associação Paulista dos Criadores de Ovinos, o zootecnista Márcio Armando Gomes de Oliveira. Foi discutida a entrada do núcleo regional junto à Aspaco, as dificuldades e os caminhos para que a produção de ovinos se adeque às exigências de mercado. “Solicitamos também o ranquiamento da exposição de ovinos durante a Expoagro, em Franca (SP), o que contribuiria para o reconhecimento da região a nível nacional”, afirmou Garcia. Contudo, o diretor técnico da Aspaco afirmou que deveria aguardar a organização da próxima exposição para que o pedido fosse novamente avaliado.

25 Janeiro 2007

FOTOS: Editora Attalea

Criado há pouco mais de dois meses, o Núcleo de Criadores de Ovinos de Franca e Região iniciou no último dia 17 de janeiro uma sequência de palestras com o intuito de orientar os criadores associados sobre técnicas e alternativas para a criação de ovinos. A atividade conta com O zootecnista Daniel Gaia e a médica veterinária Josiane Ortolan, vários criadores na região, da Premix, durante a palestra sobre rações. mas vem sofrendo há anos com os ‘altos-e-baixos’, principalmente em decorrência da falta de uma estrutura para o abate. De acordo com Marcos Antônio Carrijo Filho, presidente do núcleo, as palestras são de suma importância para o núcleo. “Através delas, O coordenador do SAI-Barretos, Mateus Morales Saturi, o diretor passaremos a adotar soluções técnico da Aspaco, zootecnista Márcio Armando Gomes de para os problemas individuais Oliveira,e o zootecnista Sérgio Berteli Garcia, do núcleo. ou do grupo”, afirma. Na primeira palestra, a médica veterinária Josiane Hernandes dores sobre quais as rações indicadas Ortolan, promotora de rações da para cada fase de criação, bem como Premix, e o zootecnista Daniel Gaia, tiraram dúvidas sobre volumosos e gerente regional da Premix, discor- concentrados. Também foi oferecido ao grupo reram sobre os tipos e as formulações das rações para ovinos e caprinos uma parceria mais efetiva com a emoferecidos pela Premix Técnica em presa. Além de uma visita em cada proSuplementação, de Patrocínio Paulista priedade, a Premix também oferece apoio no planejamento da produção e (SP). Além disto, orientaram os cria- assistência técnica.

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Núcleo de Criadores de Ovinos de Franca e Região realiza palestra com Premix e Aspaco


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Os grandes criadores de gado de corte já preparam seus animais para a primeira grande exposição do setor no país. Trata-se da 42ª EMAPA - Exposição Municipal Agropecuária de Avaré. A Comissão Organizadora dá o exemplo e mantém o formato que privilegia os agropecuaristas. Este ano, a exemplo do que acontece já há alguns anos, a exposição será realizada em data diferente da festa popular e de grandes shows gratuitos, fase esta há pouco tempo denominada como Fest Country . Desta forma, a Emapa ficará mais restrita a interesses de agropecuaristas em geral à procura de bons negócios logo no início do ano. A EMAPA acontece de 26 de fevereiro a 11 de março, no Parque de Exposição “Dr. Fernando Cruz Pimentel”, sendo que a primeira etapa do evento está reservada para os julgamentos e leilões das raças Nelore e Nelore Mocho.

FOTO: Divulgação

42ª Emapa abre a temporada das grandes exposições na pecuária de corte

O 1º Turno dos julgamentos está marcado de 1º a 04 de março, com entrada dos animais nos dias 26 e 27 de fevereiro. Foram definidos como jurados da raça Nelore:- Irineu Gonçalves Filho, João Marcos Borges e Gilmar Siqueira de Miranda; e da raça Nelore Mocho, os analisadores serão Pedro Antonio de Oliveira Ribeiro Sobrinho, Murilo Miranda de Melo e João Augusto de Faria. O nome dos analistas das demais raças - Angus, Brahman, Canchim, Guzerá, Limousin, Santa Gertrudes e Simental - ainda não foram definidos. A comissão organizadora informa ainda que o julgamento do Nelore

acontecerá simultaneamente com o julgamento de ovinos. Devido ao grande número de animais inscritos no ano anterior, o Diretor do Núcleo de Criadores de Nelore de Avaré e Região resolveu limitar as argolas em 1.000 para o Nelore Padrão e 250 para o Nelore Mocho. As inscrições realizadas e pagas até o dia 10 de fevereiro terão o valor de R$ 150,00 e, após esta data, R$ 170,00. Além dos julgamentos dos animais, estão previstos ainda oito leilões durante a 42ª edição da EMAPA, sendo cinco durante o primeiro turno e três durante a segunda etapa. “Estamos ainda finalizando os últimos acertos, mas os leilões devem acontecer no dia 1º e no dia 10 de março, com transmissão ao vivo através dos Canais Rural e Terra Viva”, afirma Ademir Carlos Belinatto, presidente da exposição. Mais informações sobre a EMAPA, entrar em contato através do telefone (14) 3732-1608 falar com Marcia, ou através do site www.neloreavare.com.br.

Ranking Mineiro 2007

Encontro Ma-Shou-Tao começa dia 14

A AMCN - Associação Mineira dos Criadores de Nelore instituiu no final do ano passado as condições para se participar do Ranking Mineiro de Criadores/Expositores de Nelore. De acordo com Fábio Alves Costa, presidente da entidade, a primeira exigência é que o criador/expositor seja associado à AMCN. Além disto, é obrigatória a participação na Expoinel e na Exposição Estadual do Nelore. As premiações de Melhor Expositor, Melhor Criador e Animais serão conferidas aos que obtiverem maior número de pontos em cinco campeonatos realizados no Estado de Minas Gerais. Para efeito de pontuação, ficam valendo os índices constantes na Tabela de Índices de Número Médio de Animais por Expositor. Informações: www.neloremg.org.br

O Encontro MA-SHOU-TAO Agrícola 2007 será realizado entre os dias 14 e 15 de fevereiro, na Fazenda Boa Fé, em Conquista (MG). Com um público estimado em 3.500 participantes de todo o Brasil Central, este evento é a garantia de informações tecnológicas levadas a sério por quem entende realmente do que faz. São 15 anos de experiência, o que faz deste acontecimento o maior encontro técnico de campo do Brasil em difusão de tecnologia. O MA-SHOU-TAO Agrícola será dividido em dois eventos. No período da manhã acontece o 15º Encontro Técnico de Milho e Soja, que oferecerá ao participante a oportunidade de absorver conhecimento apresentado na prática. No período da tarde, acontece a 8ª Exposição de Tecnologia Agrícola, com grandes possibilidades de negócios.

Também está previsto a realização de palestras e de um almoço. A taxa de inscrição é de R$ 15,00, que serão revertidos para a Santa Casa de Misericórdia de Conquista (MG).


CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GERENCIAMENTO AMBIENTAL (CEGEA) dias 02/02/2007 a 07/06/2008. FEALQ. Esalq/USP. Piracicaba (SP). INF. (19) 3417-6604 / 34176601. www.fealq.org.br cdt@fealq.org.br

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MANEJO DO SOLO dias 02/02/2007 a 30/06/2008. FEALQ. Esalq/USP. Piracicaba (SP). INF. (19) 3417-6604 / 34176601. www.fealq.org.br cdt@fealq.org.br

APLICAÇÃO E USO DE PNEUS AGRÍCOLAS dia 06. IAC. Auditório da Copercana. Sertãozinho (SP). INF. www.iac.sp.gov.br

FEINCO - Feira Internacional de Caprinos e Ovinos dias 13 a 17. Agrocentro. Centro Exposições Imigrantes. São Paulo (SP). INF. (11) 5067-6767. www.feinco.com.br

ORGÂNICA 2007 - Feira Internacional de Negócios Orgânicos dias 26 a 27.FIEP. Centro de Convenções CIETEP. Curitiba (PR). INF. (41) 3023-6811. moacirmoura@terra.com.br

LEILÃO DE GADO dia 11. Sindicato Rural. Areado (MG) INF. (35) 3293-1680. Email: sindicatoareado@ip3.com.br

525º LEILÃO MISTO DE BOVINOS dia 27. Sindicato Rural. Passos(MG) INF. (35) 3521-8222. Email: sprp@passosnet.com.br

523º LEILÃO MISTO DE BOVINOS dia 13. Sindicato Rural. Passos(MG) INF. (35) 3521-8222. Email: sprp@passosnet.com.br

CURSO: PÓS-GRADUAÇÃO EM PECUÁRIA LEITEIRA dia 29. FESP/UEMG. (MG). INF. (31) 3264-0312 / (35) 3522-1899 ou 9981-4557 c/ Fernando. cardoso.vet@uol.com.br

44ª EXPOPASSOS dias 15 a 25. Assoc. Mineira dos Criadores de Nelore. Passos (MG). INF. (31) 3286-5347.

ENCONTRO MA-SHOU-TAO dias 14 a 15. Sementes Boa Fé. Fazenda Boa Fé. Conquista (MG). INF. (34) 3318-1500. www.mashoutao.com.br

LEILÃO MISTO dia 17. Sindicato Rural. Piumhi (MG) INF. (37) 3371-1355. Email: sindicatorural@netpiumhi.com.br

DIA-DE-CAMPO DE ARROZ IRRIGADO - TIPOS ESPECIAIS dia 15. IAC. Polo Regional Vale do Paraíba. Pindamonhangaba (SP). INF. www.iac.sp.gov.br

LEILÃO DE GADO GERAL dia 18. Sindicato Rural. Alfenas(MG) INF. (35) 3292-3101. Email: agronegocios@artefinal.com.br

42ª EMAPA - Exposição Agropecuária de Avaré dias 26 a 06/03.Prefeitura. Pq. Exp. Fernando Cruz Pimentel. Avaré (SP). INF. (14) 3733-1549 www.prefeituraavare.com.br

524º LEILÃO MISTO DE BOVINOS dia 20. Sindicato Rural. Passos(MG) INF. (35) 3521-8222. Email: sprp@passosnet.com.br

I CONCANA - Congresso Internacional de Tecnologia na Cadeia Produtiva da Cana dias 26 a 30.FAZU e Cana Campo. Centro de Eventos Romulo Kardec de Camargos. Uberaba (MG). INF. 0800-34-3033. www.fazu.br

CURSO:- GERENCIAMENTO DE EMPRESAS RURAIS dia 20. FESP/UEMG. Passos (MG). INF. (31) 3264-0312 / (35) 35221899 ou 9981-4557 c/ Fernando. www.rehagro.com.br cardoso.vet@uol.com.br

AVE-SUI REGIÕES - Feira da Indústria de Aves e Suínos dias 10 a 12. Gessuli Agribusiness. Expominas. Belo Horizonte (MG). INF. (11) 2118-3133. www.avesui.com.br TECNOHORT 2007 - Feira de Tecnologia em Horticultura dias 11 a 14. Secr. Agricultura. Parque Exposições. Teresópolis (RJ). INF. (16) 3623-8861. www.tecnohort.com.br 73ª EXPOZEBU - Exposição Internacional de Gado Zebu dias 29 a 10/05. ABCZ. Pq. Fernando Costa. Uberaba (MG). INF. www.abcz.com.br AGRISHOW Ribeirão Preto dias 30 a 05/05. Abimaq. Estação Experimental. Ribeirão Preto (SP). INF. (11) 5591-6300. www.agrishow.com.br

FOTO: Editora Attalea

FOTO: Editora Attalea

FEICANA e FEIBIO - Feira de Negócios do Setor de Energia dias 06 a 08. UDOP, UNICA, Inwent e Câmara Brasil Alemanha. Recinto Exposições Clibas de Almeida Prado. Araçatuba (SP). INF. (18) 3624-9655. www.feicana.com.br

1º WORKSHOP LEITE COMPETITIVO - Como competir com a Cana-de-Açúcar dias 08 a 09. Agripoint. Hotel Michelângelo. São José do Rio Preto (SP). INF. (19) 3432-2199. www.agripoint.com.br

AVE-EXPO 2007 - II Fórum Internacional de Avicultura dias 07 a 09. Estação Embratel Convention Center. Curitiba (PR). INF. (19) 3888-2088. www.aveexpo.com.br

Remanescentes Remanescentes.. Em Tambaú (SP), a antiga estação ferroviária abriga hoje a Secretaria de Serviços Municipais. Ainda vemos os trilhos e alguns vagões enferrujados.

Reforma Reforma.. Em Santa Rosa do Viterbo (SP), a antiga estação ferroviária e aguns metros de trilhos foram preservados. O que restou da construção está sendo reformada para se transformar em Casa da Cultura..

Envie-nos fotos antigas para a Seção Nos Trilhos do Tempo, sob o tema “Estradas de Ferro” da região da Alta Mogiana e Sudoeste Mineiro. Favor incluir nome completo, data da foto e cidade para:Email:- revistadeagronegocios@netsite.com.br

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TECNOLOGIA DE CARNES dias 01/02 a 08/12. ITAL.Centro de Tecnologia de Carnes. Campinas (SP). INF. (19) 3743-1884. www.ital.sp.gov.br/ctc

9ª SIMPÓSIO DA CULTURA DO FEIJÃO IRRIGADO dias 06 a 08. FEALQ. Esalq/USP. Piracicaba (SP). INF. (19) 34176604. www.esalq.usp.br

27 Janeiro 2007

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO PRODUÇÃO DE RUMINANTES fev/2007 a dez/2008. FEALQ. Esalq/USP. Piracicaba (SP). INF. (19) 3417-6604 / 3417-6601. www.fealq.org.br cdt@fealq.org.br

LEILÃO DE ELITE GADO LEITE dia 25 Sindicato Rural.Passos(MG) INF. (35) 3521-8222. Email: sprp@passosnet.com.br


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