Edição 40 - Revista de Agronegócios - Novembro/2009

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1 Revista Attalea庐 Agroneg贸cios - NOV 2009 -


QUANTO VALE UMA HISTÓRIA CONSTRUÍDA JUNTOS? Desde 2002, Opera® supera todas as expectativas, gerando mais segurança para plantar e confiança para colher.

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Há muitos anos você trabalha duro para produzir mais. E o melhor de tudo isso é perceber que você nunca esteve sozinho. Opera® ajudou a proteger e a explorar todo o potencial produtivo da sua lavoura. Só quem tem essa história real no passado merece a sua confiança.

Opera® e você. Safra após safra, uma história real de sucesso. Produto com restrição de uso no Estado do Paraná para os seguintes alvos e culturas: Mycosphaerella musicola na banana, Puccinia polysora no milho, Rhizoctonia solani e Colletotrichum truncatum na soja, Pyricularia grisea e Septoria tritici no trigo.


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Revista Attalea® Agronegócios - NOV 2009 -

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EDITORIAL

Quem é o seu concorrente?

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Chegamos à 40ª edição da Revista Attalea Agronegócios com a sensação de ‘dever cumprido’, mas com a certeza de que muito ainda podemos contribuir para com o setor de agronegócios. A você, que sempre esteve conosco, que contribuiu com artigos ou informações, que é parceiro comercial, nossos agradecimentos. Nesta edição, destacamos uma nova técnica no cultivo de café. Para aqueles que acham que já não existe mais nada a se ‘descobrir’ na cafeicultura, o agricultor Toninho David, de Franca (SP), mostra que, com o manejo da braquiária e a aplicação do Bokashi contribuem diretamente para a redução dos custos de produção e para o aumento da produção de café. Ele ensina a técnica detalhadamente e convida os interessados - e também aqueles que duvidam que ele reduziu a aplicação de fertilizantes químicos e agrotóxicos - a visitarem sua propriedade para conhecer os talhões de sua lavoura. Também na cafeicultura, publicamos dois artigos - dos agrônomos Mário Cunha (Cati/Itirapuã) e Dr. Favarin (Esalq/USP) - sobre a importância dos micronutrientes. Da Cooparaíso, por causa do clima úmido, vem o alerta aos cafeicultores sobre a possibilidade de maior incidência de Ferrugem e Broca. Acompanhamos neste mês de novembro, em Franca (SP) duas palestras em cafeicultura, realizadas na Churrascaria Minuano. A primeira, anunciou o início de parceria entre Agroplanta, de Batatais (SP) e a Campagro, de Orlândia (SP), com filiais em vários municípios de SP e MG. A segunda, da Dedeagro, apresentou orientações importantes da Du Pont e Multitécnica, sobre nutrição e controle fitossanitário na cafeicultura. Mas o tema que mais tem sido discutido em qualquer corredor de cafeteria ou armazém de classificação de café foi o resultado do 10º Concurso de Qualidade de Café do Brasil. Um ‘café baiano’ superou mineiros e paulistas e ganhou o concurso brasileiro de qualidade de café. Alguns virão dizer: “Ah! café de qualidade na Bahia?” Para quem duvida da idoneidade do concurso, ele foi promovido pela BSCA - Associação Brasileira de Cafés Especiais e pela ACE -

Alliance for Coffee Excellence e contou com o apoio da APEX-Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos e teve a auditoria da BCS ÖKo-GarantieBrasil. Qual a lição principal que devemos aprender com este concurso? Que o mundo é dinâmico, que evolui e quem fica parado é poste! Segundo os especialistas, a região da Alta Mogiana sempre possuiu clima extraordinário para a produção de café de qualidade. O sabor e o nome ‘café de Franca’ eram sempre premiados com valores maiores no exterior. O tempo passou, outras regiões produtoras se profissionalizaram - como os Cafés das Matas de Minas -, outras se especializaram - como o Café do Cerrado - e outras passaram a existir, como é o caso do Café da Bahia hia. Queremos dizer aqui que, existem sim regiões com clima, solo e altitude ideais para a produção de cafés de qualidade. Quando aqui cheguei, há 20 anos atrás, ouvi de muita gente que, “o café de Franca é tão bom que, para estragar sua qualidade, é preciso fazer muita coisa ruim”. Tudo bem, mas se não houverem ações objetivas para a reunião de produtores e para a difusão de tecnologias apropriadas para se obter qualidade de café, não adianta nada contar apenas com o clima ou então ficar relembrando a história. Já ouvi muito o ditado de que “quem vive de passado é historiador ou museu”. As ações devem ser mais efetivas do que simplesmente concursos de qualidade de café. As instituições de classe e as entidades públicas precisam se unir em busca de ações que contribuam diretamente para a difusão de informações junto aos cafeicultores. Prefeituras, Secretarias Estaduais de Agricultura, instituições de pesquisas, sindicatos de classe, associações e cooperativas: vamos unir! Na silvicultura, apresentamos três matérias importantes. Um artigo do ex-ministro Roberto Rodrigues, uma matéria sobre a importância da madeira tratada na construção sustentável e outra sobre a importância do Dr. Edmundo Navarro de Andrade. Boa leitura a todos!

A Revista Attalea Agronegócios, registrada no Registro de Marcas e Patentes do INPI, é uma publicação mensal da Editora Attalea Revista de Agronegócios Ltda., com distribuição gratuita a produtores rurais, empresários e profissionais do setor de agronegócios, atingindo 85 municípios das regiões da Alta Mogiana, Sul e Sudoeste de Minas Gerais. EDITORA ATTALEA REVISTA DE AGRONEGÓCIOS LTDA. CNPJ nº 07.816.669/0001-03 Inscr. Municipal 44.024-8 R. Profª Amália Pimentel, 2394, Tel. (16) 3403-4992 São José - Franca (SP) CEP: 14.403-440

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ARTIGO S I LN VE IG CÓ UC LI TO US R A

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“Floresta Plantada” Roberto Rodrigues

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O setor de florestas plantadas reivindica há tempos que seja reconhecido como atividade produtiva, e não ambiental Ao ensejo das ásperas conversas sobre a revisão do Código Florestal, entidades de classe de produtores rurais apresentaram ao Congresso Nacional um conjunto de idéias mudando conceitos e propondo a criação de um Código Ambiental, mais amplo, cuja premissa básica seria o desmatamento zero no bioma Amazônia. Outro ponto importante é que a unidade de conservação de biodiversidade passaria a ser a bacia hidrográfica e não mais a propriedade rural individualizada. Com isso, as exigências legais atingiriam a região toda e o próprio Estado, coobrigando governos estaduais quanto ao zoneamento econômico-ecológico. Propõe-se ainda a criação de um Fundo Financeiro - composto por recursos das 1

- Coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp e professor do Departamento de Economia Rural da Unesp - Jaboticabal, foi ministro da Agricultura (governo Lula).

multas aplicadas, mais contribuições da União e dos Estados e de recursos derivados de créditos de carbono - que financiaria os produtores a recomporem sua área florestal e/ou a desmatarem o que puderem fazer legalmente. Criar-se-ia a Reserva Ambiental, em lugar de Reserva Legal e Área de Preservação Permanente, que seria determinada por elementos técnicos que incluiriam topografia, textura e profundidade dos solos nas margens dos rios, e também o direito adquirido em exploração agrícola com pelo menos dez anos comprovados. É um conjunto grande de polêmicas modificações que incorporam um conceito interessante: premiar quem fizer bem feito, em vez de simplesmente punir e multar quem estiver errado. Toda essa discussão traz a lume uma série de outros temas, inclusive de caráter estrutural. O setor de florestas plantadas reivindica há tempos que seja reconhecido como atividade produtiva, e não ambiental: em vez de plantar café, milho ou tomate, o agricultor planta árvores como exploração econômica. Sendo assim, deveria estar na estrutura do

Ministério da Agricultura, argumentam os florestadores. É um tema para refletir. O setor apresenta hoje números impressionantes. Há no Brasil 6,5 milhões de hectares de florestas plantadas, dos quais 3,6 milhões são certificados. É um dado expressivo. Daquele total, 4,26 milhões de hectares são plantados com eucalipto e 1,87 milhão com pinus. Os demais estão com plantações de seringueiras, araucárias, acácias, tecas e outras espécies. Temos vantagens comparativas com nossos competidores: produzimos em 7 anos o que os países setentrionais levam mais de 50; nossa produtividade também é superior, o que nos permitiu exportar, em 2008, cerca de US$ 7 bilhões de produtos florestais de áreas plantadas. A maior parte desse resultado vem de celulose (US$ 5,8 bilhões) e o restante está distribuído entre painéis, madeira serrada, compensados e outros. Adicionalmente, a contribuição ambiental é de sete a dez toneladas de CO2 seqüestrados por hectare/ano. São gerados 2,2 milhões de empregos, dos quais 630 mil são diretos, arrecadando R$ 9 bilhões em tributos (números de 2008). É um setor relevante e organizado, e pode crescer muito mais. No mundo todo, os ministérios ligados à atividade rural se chamam Ministério de Agricultura, Floresta e Pesca. Aqui temos dois ministérios de Agricultura, mais um para a Pesca, e a floresta plantada está no Meio Ambiente. Talvez seja tempo de avaliar a proposta recorrente de criar, no âmbito do Ministério da Agricultura, uma Secretaria de Floresta e Pesca. É uma ideia para ser discutida com os candidatos a presidente, nas eleições de 2010. (FONTE: Folha de São Paulo)


Secretaria de Agricultura de SP lança Pró-Trator 2010 A Secretaria de Agricultura a declaração de aptidão para do Estado de São Paulo anunfinanciar seus tratores com os preços anteriores, já que em ciou que a partir deste mês de novembro esses valores serão novembro começa a vigorar o Pró-Trator 2010 atualizados. 2010, com novos O Pró-Trator foi uma inicivalores e com novidades. Para ativa para agregar renda para essa fase serão disponibilizados pequenos e médios agricultores R$ 100 milhões para financiae garantir o acesso ao FEAP, uma mento e R$ 26 milhões para das políticas públicas disponíveis. subsídio dos juros. Com esse Projeto, os produtores O Programa Pró-Trator financiam seus tratores a juros 0, está em vigor desde janeiro de nas empresas participantes do 2009, com subsídio total dos juPrograma: Agrale, Massey ros, pela Secretaria de Agricul- Antônio Honofre Chiarelo e o seu MF-275 adquirido Ferguson, Valtra, John Deere, tura e Abastecimento, por meio pelo Programa Pró-Trator 2009. New Holland e Yanmar. do FEAP – Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista. Até agora olericultura, entre outras. “Essa medida Para participar, os produtores tem foram liberados aproximadamente foi tomada para atender à demanda que ter uma renda bruta anual de até 1.200 tratores entre 50 e 120 cv. gerada e às diversas solicitações dos R$ 400 mil reais. O prazo de pagamento é de até cinco anos, incluindo os três de Segundo o engenheiro agrônomo produtores junto à Secretaria”. Alexandre Grassi, assessor de crédito Alexandre alerta que os produtores carência. Os interessados devem procurural da CATI, a novidade dessa nova que já aderiram ao Programa na rar a Casa da Agricultura do município etapa do Programa é a inclusão de tra- primeira fase, tem até o dia 29 de ou um dos 40 escritórios regionais da tores com potencia menor que 50 cv, outubro para procurar a Casa da CATI para iniciar os procedimentos para direcionados à fruticultura, cafeicultura, Agricultura e providenciar o projeto e adesão ao Programa.

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Na edição anterior, apresentamos a primeira parte de um artigo publico na Revista Balde Branco, Branco onde os pecuaristas recebem as principais orientações quanto à limpeza dos equipamentos da ordenha. Limpeza Drástica Funciona, mas Desgasta Peças do Equipamento - Uma vez atingido o ponto ideal de turbulência, o injetor irá permitir a circulação de água por todo o sistema. “O seu papel é estabelecer ciclos de injeção de ar ideais para determinar uma turbulência que faça uma boa limpeza”, fala Reid. Lembra ainda que a meta é ter uma slugge que se mova por todo o sistema durante cada ciclo de injeção de ar. Um detalhe importante refere-se à velocidade da slugge na linha. Este é determinado pela taxa de flutuação do ar, que em muitos casos é medido por litros/minutos ou pés cúbicos/minuto, que move-se pelo injetor de ar. É importante lembrar que a slugge na linha de leite se inicia na válvula de dispersão perto da unidade final e irá ocupar, primeiramente, 1,8 a 2,1 m da tubulação; depois irá encurtar a medida que a água vai ficando para traz com o movimento da slugge. Precisamos de no mínimo 20% da tubulação de leite preenchida com fluído quando o injetor de ar se abre, para que este seja capaz de criar uma slugge que percorra todo o sistema e esfregue a tubulação. Outra regra é que sempre deve existir algum volume de água no fundo do tanque. O sistema de limpeza nunca pode sugar o resto da água da pia. Quando isto acontece, uma grande quantidade de ar é admitida dentro da tubulação, expulsando toda a água para fora do sistema. Isso pode resultar, então, no rápido resfriamento do equipamento de ordenha, que diminui a temperatura das soluções sanitizantes, comprometendo a eficiência das soluções e da própria limpeza. As unidades de ordenha podem ser efetivamente limpas quando o fluído de limpeza passa por estas numa taxa de 3 a 5 litros de solução/minuto. Outro aspecto importante na limpeza dos equipamentos está na escolha do

FOTO: Editora Attalea

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Como fazer a limpeza de equipamentos de ordenha (continuação)

tipo de detergente químico e sua concentração. O detergente alcalino, ácido e cloro compõem as soluções sanitizantes. Assim, mistura-se o cloro com o detergente alcalino e água quente para remover principalmente a gordura e as proteínas. Para que isso ocorra com êxito, o pH desta solução deve ser no mínimo de 11,7, enquanto a solução ácida deve ter um pH de 3 ou menos. Há alguns testes que pode determinar se a limpeza está ou não sendo bem feita, principalmente quando se desconfia da qualidade da água utilizada para a limpeza. Para isto é preciso de um kit para analisar a concentração (partes por milhão) de cloro na água e outro teste para a concentração de iodo (em mistura de iodo como desinfetante). “Lembre-se que a concentração de pH é muito importante. Uma diferença de pH de 1 é 10 vezes a diferença nas concentrações das soluções”, alerta Reid. Então, se o produto tem pH de 13,5 na sua solução alcalina clorada ou pH = 1 na solução ácida, conclui-se que uma concentração excessiva de detergentes deve estar sendo usada neste caso. Além do custo desses produtos usados em excesso, deve-se considerar que altas concentrações encurtam a vida útil de insufladores e mangueiras. É preciso ter cuidado com tratamentos de limpeza drásticos. Nestes

casos são usados altas concentrações de detergentes alcalino clorado e por vezes outros compostos químicos adicionados para limpar sistemas que não vinham sido limpos adequadamente, Quando o equipamento é submetido à esse tipo de tratamento, quase sempre as borrachas dos insufladores, das mangueiras e das válvulas são deterioradas. “Com tais procedimentos poderá se fazer uma limpeza adequada, mas com certeza vai ser preciso trocar muitas peças de borracha”, alerta Reid. Por isso, se o equipamento está muito sujo o melhor é lavar com soluções em concentrações normais de detergente alcalino clorado e ácido por vários dias. Cabe citar também problemas no ciclo de enxágüe. Se a temperatura deste é muito baixa, ocorrerá pouca remoção dos resíduos do leite da tubulação, principalmente a gordura que tende a endurecer e permanecer na parede. Se a temperatura é muito alta tende a “cozinhar” a proteína dentro do sistema. A temperatura deste ciclo deve ser de 32 o C a 38 o C. Por outro lado é comum falhas de limpeza quando o detergente usado é em pó e sua diluição não for bem feita. O acúmulo de detergente se deposita no fundo do tanque alterando assim a concentração do detergente alcalino clorado nas soluções de enxágüe, resultando em uma limpeza pouco eficiente. ( FONTE: Revista Balde Branco, edição 426)


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Investir em tecnologia é a solução para aumentar a produtividade, reduzir o custo por saca de milho produzida, e com isso, garantir a rentabilidade da lavoura. É seguindo este pensamento que a Pioneer lançou a sua campanha para a safrinha 2010, oferecendo aos produtores um pacote completo, com lançamentos e novas tecnologias. São híbridos com a melhor genética, opções de tecnologia Bt com os genes YieldGard®, Herculex® I e o Tratamento Industrial de Sementes. O mercado brasileiro de milho safrinha mostrou um grande crescimento nestes últimos anos, passando de 2% em 1984 para 34% no ano de 2009. Apostando nisso a Pioneer tem investido seus esforços e a cada ano lançado híbridos de maior potencial produtivo para que os produtores possam colher mais e melhor. Desde 1995,

FOTO: Editora Attalea

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Pioneer®, a tecnologia a serviço da rentabilidade para a safrinha 2010

a empresa possui uma estação de pesquisa na cidade de Toledo (PR) focada na pesquisa e desenvolvimento de híbridos que se adaptam ao ambiente da safrinha, pois entende que somente altos rendimentos minimizam riscos que são comuns neste mercado.

Os híbridos Pioneer com as tecnologias YieldGard® e Herculex® I disponíveis aos produtores nesta safrinha, oferecem proteção às lavouras contra as principais pragas que atacam a cultura do milho. Contudo para se explorar ao máximo o uso destas tecnologias a Pioneer recomenda que o produtor as utilize como ferramenta dentro do MIP (Manejo Integrado de Pragas), ou seja, as lavouras devem ser monitoras para caso sejam necessárias aplicações complementares de inseticidas. Outro ponto determinante para o sucesso da lavoura é a adoção da área de refúgio, que consiste em 10% da lavoura plantada com híbridos convencionais e, também, as normas de coexistência, onde o produtor deve respeitar a distância mínima de 100 metros de sua lavoura e a lavoura de milho convencional vizinha.

Milho transgênico já responde por 40% das vendas As vendas de sementes geneticamente modificadas de milho para a safra de verão 2009/2010 correspondem a 40% do volume total comercializado até setembro deste ano. O dado foi divulgado pela ABRASEM Associação Brasileira de Sementes e Mudas. No segmento de alta tecnologia, que investe em híbridos mais produtivos, a expectativa é de que o uso de sementes transgênicas representa 65% da área plantada. O número divulgado mostra o rápido crescimento dos transgênicos na agricultura bra-

sileira. Na safra de verão 2008/2009, quando a tecnologia foi utilizada pela primeira vez em lavouras de milho do País, as sementes transgênicas representaram 5%. Na safra de inverno (safrinha) 2009 o índice de utilização chegou a 12%. Segundo José Américo Pierre Rodrigues, superintendente executivo da ABRASEM, a expansão acontece porque a semente transgênica permite reduzir o uso de defensivos e gera ganhos de 10% a 15% na produtividade. No cultivo convencional, o número de aplicações de inseticidas varia de

três a cinco vezes. Com o híbrido geneticamente modificado o produtor monitora as lavouras e, quando necessário, realiza uma aplicação, segundo especialistas. A CTNBio - Comissão Técnica Nacional de Biossegurança aprovou, até o momento, cinco sementes transgênicas Bt, resistentes a insetos considerados pragas nas lavouras de milho. Deste total, três já são utilizadas pelas companhias para a produção de 60 híbridos que são vendidos no mercado nacional.


EPAMIG e UFLA identificam “fungo-do-bem” para a cultura do café FOTO: Divulgação UFLA

O modelo de uma biofábrica e os primeiros resultados obtidos na pesquisa que identificou um tipo de fungo utilizável no controle de microorganismos prejudiciais ao café serão apresentados em Lisboa, Portugal, entre os dias 2 e 4 de dezembro, na Biomicroworld 2009, Conferência Internacional Sobre Microbiologia Ambiental, Industrial e Aplicada que, nesta edição, aborda aplicações microbiológicas em diversas áreas, como a agricultura, medicina, ciências de A pesquisadora Sara Chaufoun, da EPAMIG, alimentos e outras. biofábrica, instalada no campus da UFLA. O trabalho é de autoria da pesquisadora Sara Maria Chalfoun, da campo como agente bioprotetor, além EPAMIG - Empresa de Pesquisa de permitir o uso na produção industrial Agropecuária de Minas Gerais, em de enzimas, utilizadas em diferentes parceria com o professor Carlos José processos de proteção da qualidade do Pimenta, da UFLA - Universidade café. Federal de Lavras e Marcelo Cláudio “Foi a partir de inúmeros trabalhos Pereira, com apoio da FAPEMIG - realizados com o objetivo de identificar Fundação de Amparo à Pesquisa do e controlar fungos que prejudicam a Estado de Minas Gerais. qualidade do café que descobrimos que Fruto de mais de 20 anos de pesquisa, um deles não era prejudicial. Ao cona invenção teve patente depositada em trário, ele se destacava por estar sempre 2004 e está disponível como uma associado a bebidas de qualidade”, tecnologia em fase de transferência, à historia a pesquisadora Sara. Foi quando teve início a utilização espera de alguma empresa que adquira o direito de exploração, mediante do agente biológico de forma que, pagamento de royalties para as associado aos frutos e grãos de café, instituições criadoras. A tecnologia, atuasse como bioprotetor contra fungos segundo Sara Chalfoun, se refere a que possuem ação danosa sobre a métodos de preservação do Clados- qualidade e segurança do café. “Os porium cladosporioides, já apelidado de fungos podem influenciar a qualidade “fungo do bem”, para sua utilização no do café produzindo metabólicos

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atóxicos ao homem ou agindo sobre os grãos, influenciando seu sabor, cor e odor”, detalha a pesquisadora, acrescentando que a tecnologia permite otimizar o manejo das lavouras no sentido de preservar ou introduzir o agente protetor, permitindo que pelo menos um terço dos frutos presentes nos cafeeiros e que secam na planta antes da colheita não sejam comprometidos por estes fungos prejudiciais. Era o início de um trabalho com vistas ao desenvolvimento na de um produto que poderá atender a uma grande demanda de produtores que perdem qualidade no café, com problemas graves em diferentes regiões do país. “Ele pode ser uma ferramenta única, segura e capaz de substituir o uso de produtos químicos que têm um apelo extremamente negativo”, explica a pesquisadora. Para Chalfoun, a tendência é a redução cada vez maior do uso de fungicidas sintéticos, o que vem ao encontro de relevantes preocupações com a saúde e com o meio ambiente. “Como a biodiversidade é muito grande, isso prova de que podemos aproveitar estes microorganismos”, continua a pesquisadora, que considera a descoberta um marco para futuras aplicações de microorganismos como parte de processos e produtos que vão auxiliar na agroindústria e na agricultura em geral.

T E C N O L O G I A

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ARTIGO

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Mário C. Rezende Neto

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ARZOLLLA et al., (1962), em estudos com solução nutritiva, Analisando a situação atual verificaram que a absorção foliar da lucratividade/rentabilidade de zinco pelo cafeeiro foi oito porque passa a cultura do café, vezes mais intensa que a radicular. torna-se necessário e premente CHAVES (1989) verificou respostas positivas do cafeeiro um melhor conhecimento pelos técnicos e classe produtora dos quanto ao uso do sulfato de zinco (0,5%), em duas pulverizações custos/benefícios proporcionados individualmente pelos insuanuais nas aplicações foliares os mos usados na atividade. teores de Zn na folha apresentaram-se dentro de padrões consiO zinco é um dos nutrientes mais limitantes à produção de derados altos, e as aplicações no café no Brasil (GUIMARÃES et solo não contribuíram para elevar al .,1983; MALAVOLTA et os teores do elemento na folha a al .,1983). Pela importância valores considerados adequados. deste nutriente como microeleO uso de zinco no solo, como mento para a cultura do café, Solos argilosos (direita) e a calagem excessiva podem fonte simples ou associado a aduinfluenciar negativamente na absorção de zinco nas devemos dar atenção especial ao p l a n t a s bos NPK,em áreas com textura média ou argilosa, só dá resultados seu uso correto, bem como a quantificação, se possível, dos retornos fósforo no solo prejudicam a absorção a médio e longo prazo, pela pequena incorporação que vai se realizando com unitários proporcionados pelo seu uso. de zinco pelas raízes. São vários os fatores que influenciam Como se pode ver, em face das os tratos culturais no solo, não se podennegativamente a absorção de zinco pelo dificuldades que influenciam a absorção do dispensar, no curto prazo, as aplicacafeeiro via solo : do zinco pelo cafeeiro via solo, este tipo ções foliares (Cultura de Café no Brasil/ - Em solos argilosos, pela forte ação de prática apenas se justifica num Novo manual de Recomendações/ adsortiva exercida pelas argilas sobre o horizonte de fornecimento do nutriente Fundação PRÓCAFÉ-2002). O zinco é classificado como elecátion. para a planta em períodos mais longos, - Calagem excessiva com aumento isto é, como um banco de reserva do mento parcialmente móvel no cafeeiro do pH, principalmente em solos médios nutriente no solo à ser liberado durante (MALAVOLTA, 1980), daí a necesà argilosos; e os anos. Ao contrário do fornecimento sidade que o total do produto recomen- Adubação desequilibrada de adu- através do solo, o zinco fornecido via dado seja dividido em três ou quatro bos fosfatados, pois altos níveis de folha é uma prática recomendada e di- aplicações durante o ano, para que as fundida pela pesquisa, com seus folhas novas venham sempre à receber 1 Engenheiro Agrônomo da CATI/Itirapuã e resultados positivos já provados por a aplicação do nutriente. Especialista em Gestão do Agronegócio Recomendações - A via vários trabalhos e autores. Depto de Economia Rural – UFV. FOTO: Editora Attalea

C A F É

Análise do custo/benefício do uso de zinco (Zn) pela cafeicultura


QUADRO 1 – Efeito de doses de zinco (Zn) no cafeeiro (doses foliar é obrigatória em solos produtor flutuarem de crescentes/ano com sulfato de zinco ). (Cultura de Café no Brasil/Novo argilosos enquanto se espera o baixas à muito baixas, Manual de Recomendações/Fundação PROCAFÈ-2002, pg. 192 fig. 38) efeito de eventuais aplicações inclusive em alguns via solo (textura média ou areperíodos habitando o nosa). Pode-se usar sulfato de terreno do negativo, o zinco (21% Zn e 16 a 18% de conhecimento do cusS), em soluções a 0,5 a 1 %, ou to/benefício individual zinco líquido (21% de Zn) a dos insumos utilizados 0,1% ou quelato de zinco (7% na atividade é de suma de Zn) de 0,5 a 1% (Cultura de importância para uma Café no Brasil/Novo Manual de eficiente gestão de Recomendações/Fundação custos da atividade. PROCAFÈ-2002) . O acesso à estas O número de aplicações informações por técfoliares varia até quatro por nicos e produtores é ano, dependendo da necessidanos dias atuais facide, sendo, normalmente, efetuadas no período de outu- litada, visto que as pesquisas sobre a cultura já fornecem bro à março, havendo boa resposta, também, de informações sobre os resultados da grande maioria dos insumos aplicações no inverno. Duas aplicações são, normalmente, utilizados durante seu ciclo de produção, e acessível a todos os suficientes para solos com pequenas deficiências, interessados por meio de várias publicações. enquanto quatro são indicadas para deficiências severas. Tais informações se tornam uma poderosa ferramenta à O acompanhamento através de análises foliares proporcionar aos técnicos e produtores visualizarem os prováveis periódicas é indicado para evitar teores elevados, retornos unitários dos insumos utilizados durante o ciclo de prejudiciais à produção. produção da cultura, permitindo assim que em uma eventual Com relação aos níveis adequados de zinco nas folhas necessidade de corte de custos, não se direcione as iniciativas do cafeeiro, Eurípedes Malavolta em ABC da Análise àqueles insumos que proporcionariam os maiores retornos de Solos e Folhas (1992), coloca como nível baixo < 5 unitários relativos, evitando com isto prejudicar ainda mais a ppm, médio 5 – 10 ppm e adequado 11-20 ppm. lucratividade. 1 o uso adeComo podemos verificar no Quadro 1, quado de zinco proporciona ótimos resultados ao produtor, mas seu uso sem critérios técnicos pode acarretar teores elevados e conseqüências negativas na produção. Ao analisarmos os resultados apresentados pelo ensaio do Quadro 11, podemos verificar o extraordinário retorno que se verifica com o uso adequado de zinco via folha na cultura do café, onde ao se atingir os níveis adequados preconizados pelas pesquisas, se verifica um aumento de até 34 % (Testemunha base 100) na produção em relação á níveis foliares do elemento considerados baixos. Em pesquisa no comércio de insumos agrícolas de Franca (SP) (outubro/2009), verificou-se um custo médio total de R$ 12,20 / ha para se usar o Sulfato de Zn , e um custo médio total de R$ 17,80 / ha para se usar Quelato de Zn como insumos básicos para correção aos níveis foliares adequados de zinco no cafeeiro. Convém ressaltar que os referidos custos se referem apenas ao preço dos insumos, não contemplando os custos de aplicação do produto. Ao cruzarmos os dados dos custos dos insumos necessários á adequada correção dos níveis foliares, com as indicações dos resultados mostrados na Quadro 11, fica claro o excelente custo/benefício do uso do zinco via folha para atingir os níveis adequados do nutriente na planta, com retornos unitários em reais que provavelmente poderão chegar na casa das centenas; resultados estes que possivelmente serão ainda mais significativos se a situação for de deficiência em nível crítico ( < 5 ppm ). Em tempos de vacas magras na cafeicultura, onde observamos nos últimos anos as margens de lucro do

G R Ã O S

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FOTOS: Editora Attalea

E M P R E S A S

Palestra do Dr. Favarim marca início de parceria entre Agroplanta e Campagro

Fernando (Agroplanta), Ibrahim Moraes (Agroplanta), Dr. José Laércio Favarin (Esalq/USP), José Paulo Marini (Agroplanta), Rafael Isaac (Campagro) e Vamberto (Campagro)

Em pé, Manoel Lima, André Cunha, Antônio Jardim, Julio Micalli e Rafael Isaac (Campagro). Sentados, Alziro Zarur e Alexandre Engler

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Guilherme Pressoto, Netão e Mauricio Makoto Kondo. Dr. Favarin responde pergundas do público presente.

José de Alencar (Campagro), Gean Vilhena e Lucas Andrade (Campagro). Carlos Girardi, Shigueru Condo, Djalma Blésio e Márcio Figueiredo, eng. agrônomos da CATI.

Lucas Andrade (Campagro/Ibiraci-MG) e os cafeicultores Adolfo, Emerson, Rogério e Luciano.


ARTIGO

José Laércio Favarin

1

FOTOS: Divulgação - Agroplanta

Absorção foliar de micronutrientes Os solos tropicais são, em geral, ácidos, possuem alumínio (Al) em quantidades tóxicas aos vegetais e deficientes em macronutrientes, como o fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S), assim como em micronutrientes: boro (B), cobre (Cu), manganês (Mn), zinco (Zn), cobalto (Co), molibdênio (Mo) e níquel (Ni). Para fazer agricultura nesses solos precisa, inicialmente, fazer a aplicação de calcário, única maneira de eliminar a acidez e a toxidez de alumínio. Apesar da importância da calagem, um dos seus resultados consiste em diminuir, ainda mais, a disponibilidade daqueles nutrientes já deficientes - os micronutrientes. Em solos com altos teores de fósforo, cálcio e magnésio associado a altas doses de nitrogênio, como se faz em lavouras de café (300 a 450 kg ha-1 de N) pode também induzir a deficiência de alguns micronutrientes, como de boro, cobre, zinco e manganês (Malavolta et al., 1997). Assim, uma solução para esses nutrientes é o fornecimento via foliar. Devido à baixa mobilidade dos micronutrientes no floema, os mesmos devem ser aplicados de tempo em tempo, de maneira que todas as emissões foliares recebam os nutrientes pulverizados. Os vegetais para crescerem dependem de dois processos a divisão e a expansão celular. Esta última varia com a extensibilidade da parede celular, para a qual há necessidade de ácido indol acético, um hormônio de crescimento que para ser formado precisa do aminoácido triptofano, e este para ser produzido depende do estado nutricional da planta em relação ao zinco. As paredes celulares de trilhões de células que formam uma planta são lignificadas, processo que ocorre, entre 1

- Doutor em solos e produção vegetal. Depto. de Nutrição Vegetal - Esalq/usp Piracicaba-SP

outros, graças à disponibilidade de cobre no vegetal. Entre as células existe a lamela média, preenchida por pectatos e celulose, a semelhança de uma “argamassa” que só ocorre na presença de cálcio e boro, importante para o crescimento normal das plantas. A absorção foliar de alguns micronutrientes é prejudicada em tempera-

turas abaixo de 17 a 20 o C, pois é um processo ativo, que depende de energia (ATP), produzido pela respiração, a qual depende da temperatura. A absorção de P também varia com a respiração, diminuindo no outono/inverno, quando há diferenciação das gemas e formação de flor – processos dependentes de P. Do exposto, nas aplicações fitossanitárias e nutricionais (micronutrientes), adicionar uma fonte de P, para não afetar a o cafeeiro na pré-florada. Em razão da baixa eficiência da absorção de zinco presente no solo deve ser feita 3 a 4 aplicações por ano, conforme a necessidade do cafeeiro. O boro por sua vez pode ser aplicado no solo, assim como via foliar.

Agroplanta entre as maiores fabricantes de fertilizantes micronutrientes A Agroplanta Fertilizantes é atualmente uma das maiores empresas fabricantes de fertilizantes micronutrientes do Brasil. Com sede em Batatais (SP), a empresa está no mercado há 32 anos e possui atualmente três plantas industriais dedicadas à produção de mais de 250 fórmulas de fertilizantes, que incluem desde fertilizantes micronutrientes de solo, tratamento de sementes, fertilizantes foliares, Unidade II (NPK liberação gradativa) e enraizadores, aminoácidos, fosfitos Unidade III (micronutrientes de solo) da e a nova linha de NPK liberação Agroplanta Fertilizantes. agricultor: excelente relação custo begradativa. De acordo com José Paulo Marini, nefício; fornecimento contínuo de nuGerente Comercial da empresa, o trientes; redução no número de aplicafertilizante com a nova tecnologia de ções dos fertilizantes e redução de liberação gradativa irá complementar perdas por lixiviação e volatização. A nova unidade da empresa proo portfólio da empresa e marca também uma nova fase nos negócios. duz as seguintes linhas de produtos: Maxcote. Apresenta as seguintes vantagens ao Greencote e Maxcote

F E R T I L I Z A N T E S

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E V E N T O S

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FOTOS: Editora Attalea

Dedeagro apresenta lançamentos da Du Pont e da Multifertilizantes em palestra no Minuano

Nas duas extremidades direita e esquerda, representantes da Multifertilizantes e Du Pont, Alceu Ikeda (Du Pont). Ao centro, Saulo Almeida (Fundação PROCAFÉ), César (Dedeagro), João Dedemo (diretor Dedeagro) e Eduardo (Multifertilizantes).

Em palestra realizada no último dia 12 de novembro, a Dedeagro abordou dois assuntos extremamente importantes para a cafeicultura atual. No primeiro, o eng. agrº Saulo Almeida, (ex-IBC e atualmente na Fundação PROCAFÉ) apresentou informações sobre o melhoramento genético do café visando adequar as lavouras às mudanças climáticas. Segundo Saulo, não apenas o aquecimento soa como preocupante, mas também a própria indefinição do período chuvoso. “Neste ano já tivemos muita chuva no inverno, interrompendo o período de estresse hídrico essencial à cultura como indutor de florescimento. Isto resultou em uma ampliando no período de floração, prejudicando a produção, a colheita e a qualidade do café próxima safra”, diz. Já no segundo tema, como representantes exclusivos da Multitécnica e da Du Pont na região, a Dedeagro trouxe duas palestras: uma com Eduardo, representante da Multitécnica, e outra com Alceu Ikeda, representante da DuPont. Eles apresentaram as novidades do sistema Multisais - associação entre nutrição e controle fúngico na lavoura do café. Trata-se de uma parceria entre a nutrição equilibrada com alta solubilidade da Multitécnica e o fungicida cúprico Kocide WDG, da Du Pont.

De acordo com João Dedemo, diretor da Dedeagro, os participantes participaram ativamente. “Considero que foi muito proveitosa a palestra, pelo interesse dos agricultores e pelas perguntas feitas durante o evento. Este era o nosso intuito, orientar os cafeicultores sobre os benefícios do sistema Multisais”, explica João. Para Eduardo, além da nutrição equilibrada da lavoura, o cafeicultor da região da Alta Mogiana deve-se preocupar com dois fatores que muito tem se agravado nos ultimos meses. “Trata-se da Phoma e da Pseudomonas. O cafeicultor deve adotar medidas mais acertadas no controle destas doenças e o Kocide WDG é o mais indicado”, afirma o representante. Segundo os consultores, além da nutrição adequada e equilibrada para todas as fases da cultura do café, o Sistema Multisais traz o benefício de maior rapidez no preparo e aplicação da pulverização; evita erro de dosagem, reduzindo maiores custos e desequilíbrio nutricional nas plantas; melhor cobertura de área foliar; não entope bicos e filtros, portanto não há perda de tempo nas aplicações; melhor distribuição de gotas/cm² na folha; menor risco para o aplicador; pode ser associado a outros grupos de defensivos agrícolas; melhor pegamento da florada; e maior crescimento dos ramos.

O cafeicultor Rodrigo de Freitas e a equipe de agrônomos da CATI-Franca, Djalma Blésio, Pedro Avelar (diretor) e Márcio Figueiredo.

Muitos agricultores prestigiraram as palestras.


Cooparaiso alerta: Cafezal passa por risco de ataque da broca e da ferrugem Aumenta o risco de ataque da broca e da ferrugem nos cafezais da região da Cooparaiso. Isto é uma das conseqüências das alterações climáticas vêm acontecendo desde agosto, bem como a irregularidade da florada. O coordenado do departamento de Gestão do Agronegócio, Marcelo Almeida, disse que o produtor deve ficar atendo para a incidência da praga e da doença. “Como nós tivemos várias floradas, sendo que a primeira foi no mês de julho, o fruto já está um chumbão (o grão está em fase de endurecimento), e há ainda lavoura em estado de chumbo e chumbinho e outras, ainda acontecendo a florada. Esse primeiro fruto de julho já está apresentando a infestação de broca e o produtor deve ficar atento”, disse o engenheiro agrônomo Marcelo. Ele explicou que é preciso ficar atento, principalmente aos talhões em que não houve uma varreção bem feita na safra passada. “Então a recomendação é fazer um levantamento por talhão porque não são todas as lavouras que estão apresentando a incidência de broca. Havendo a necessidade de fazer o controle, já deve iniciá-lo, apesar de o produtor estar acostumado a fazê-lo em dezembro ou janeiro”, disse ele. Marcelo falou que a ferrugem também está presente nas lavouras, devido à quantidade de chuvas. “Como o período de estiagem foi bem menor, não houve a ‘quebra’ do ciclo da ferrugem, estando presente um ano para o outro, com o seu inoculo na planta”, explicou ele. O engenheiro agrônomo disse que o levantamento deve ser feito também por talhão e onde encontrar a doença, fazer uma aplicação foliar. Mesmo que ele já tenha feito o controle com o granulado no solo, o produto vai demorar de 30 a 40 dias para começar a fazer efeito. Porém a aplicação foliar já demonstra o seu efeito de imediato.

“O importante é que o produtor procure os técnicos da Cooparaiso para se orientar quanto à aplicação desses produtos e obtenha informações de como fazer o levantamento por talhão”, encerrou Marcelo Almeida AS FLORADAS - De julho para cá, já aconteceu, inclusive, a 5ª florada, como os técnicos do departamento de Gestão do Agronegócio da Cooperativa já haviam previsto. De acordo com o Ecofisiologista do IAC - Instituto Agronômico de Campinas, Joel Fahl, este é um fenômeno ligado diretamente às condições climáticas e de ocorrência influenciada pelas chuvas e temperaturas ocorridas no ano passado e intensificadas neste ano. Após visitar propriedades e verificar o problema, o cientista explicou o porquê do fenômeno. “A florada em toda a região de atuação da Cooparaiso está se apresentando de forma irregular e tardia”, constatou ele. Segundo ele, o Brasil apresenta um modelo climático bem definido, chamado de modal, que consiste em um período de chuvas, seguido por um período de seca e depois volta a chover. “A indução floral, ou seja, o que provoca o florecimento do cafezal, são três fatores em conjunto: o foto período (incidência de luz), a queda gradativa na intensidade de chuvas e queda gradativa de temperatura. Isso acontece próximo a fevereiro, até o final de junho”, explicou Joel. No ano passado, o cientista contou que isso não aconteceu de forma

tão definida. Houve picos de chuvas e interrupções com períodos de seca mais intensa e depois volta a chover, o que provoca vários ciclos indutivos de florada. “Esses modais diferenciados aconteceram ainda mais acentuados neste ainda, provocando essas floradas não uniformes, principalmente no período de fevereiro a junho e ainda temperaturas médias abaixo do normal, o que prolonga o ciclo de desenvolvimento do botão floral, o que promove vários ciclos abrindo floradas em diferentes épocas, em um período mais distante”, disse ele.

É a pior florada do café brasileiro em 26 anos diz Cooxupé Os produtores brasileiros de café estão enfrentando a pior florada de mais de duas décadas, uma vez que as precipitações, acima da média, ameaçam a qualidade dos grãos, disse a Cooxupé, a maior cooperativa de cafeicultores do país. Em Guaxupé (MG), caíram 262,8 milímetros de chuvas em outubro, o maior volume dos últimos 17 anos, segundo a Cooxupé. Em setembro, a região registrou 215,8 milímetros de chuvas, o maior volume desde o início da série histórica, em 1960. “A florada está uma confusão e isso deve se refletir na qualidade dos grãos”, disse hoje Joaquim Goulart de Andrade, diretor da cooperativa. “A florada está desigual porque não para de chover”. Os pés de café do Brasil, o maior produtor mundial da commodity, florescem em setembro e outubro. Os grãos não se desenvolvem adequadamente enquanto as flores não caírem dos cafeeiros, o que ocorre durante o período de clima mais seco, disse Andrade. A florada deste ano é a pior desde 1983, segundo ele.

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Observação, conhecimento e gerenciamento. Eis os três quesitos principais para qualquer empreendedor O cafeicultor Antônio David prova, mais uma vez, que a cafeicultura brasileira sempre será “inovadora”. Proprietário da Fazenda Santa Izabel - localizada na rodovia que liga Franca (SP) a Ribeirão Corrente (SP), na Alta Mogiana paulista -, Toninho David se destaca como um exímio observador. Soube muito bem aprender, com os anos de trabalho na cafeicultura, o que as plantas e o solo precisam para melhor produzir. Mas, infelizmente, não é o produtor quem determina o preço de comercialização do café. “Para piorar, nos últimos anos, o preço do café não cobre os custos de produção”, afirma Toninho. Buscando reduzir o custo de produção do seu cafezal, o produtor pesquisou técnicas e insumos de cultivo orgânico; analisou a importância da proteção do solo, da reciclagem de nutrientes; bem como as máquinas adequadas para o manejo regular da massa vegetal. Em plena “Crise Mundial” e “Crise na Cafeicultura”, Toninho David adotou o manejo da braquiária e a aplicação do Bokashi como técnica alternativa para reduzir seus custos de produção. Segundo ele, esta técnica promove a manutenção da umidade e aeração do solo, manutenção de matéria orgânica para reciclagem de nutrientes, bem como o controle recomendável de pragas e doenças. O cafeicultor adotou o plantio, nas entrelinhas de café, de duas linhas das

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Cafeicultor de Franca (SP) adota o manejo da braquiária e reduz custo de produção

O cafeicultor Toninho David e Paulo Figueiredo, diretor da Casa das Sementes, mostram a entrelinha do cafezal plantado com braquiária.

espécies Decumbens e Ruziziensis. “Planto a braquiária como qualquer outra cultura, com preparo de solo e adubação química. Cuido dela para ela me dar retorno. Não recomendo o plantio do braquiarão pois é muito agressivo e o manejo se torna mais complicado”, diz. Segundo o cafeicultor, a técnica não exige muito mais do que a cafeicultura já exige. “Preciso apenas promover uma roçada nas linhas de braquiária, sempre a uma altura de 5 a 10cm do solo. Com isto, a cada 40 dias, faremos nova roçada e teremos matéria orgânica suficiente para o trabalho dos microorganismos existentes no Bokashi”, diz. A braquiária contribui também para a manutenção da umidade e da aeração do solo. “É como se eu tivesse fazendo irrigação. A drenagem que o sistema radicular da braquiária promove é fantástico. Não precisa nem de subsolador. A própria raiz da braquiária auxiliar no processo de aeração do solo, sem falar nos insetos que sobrevivem nela e que contriNo espaçamento de 1,60m do cafezal, o plantio buem para o enriquecimenda braquiária é feito em duas linhas. to da vida no solo”, explica.

As vantagens não param por aí. “Com o manejo da braquiária, diminui a adubação nitrogenada do cafezal de 150 gramas para 60 gramas por metro linear e praticamente eliminei a aplicação de herbicidas, o que chega a representar uma economia de 40% do custo final. Quanto à produção de café, mantenho médias de produção de 55 a 60 sacas por hectare em talhões adultos. Só café irrigado atinge isto”, explica.

Toninho mostra a contribuição do Bokashi na reestruturação do solo.


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Aspecto da massa vegetal em decomposição, após o manejo da braquiária na entrelinha e ação do Bokashi

Para tocar a propriedade que possui 52 hectares plantados com café Catuaí99 e Mundo Novo, Toninho trabalha apenas com o pai e mais dois funcionários fixos. “A técnica de manejo da braquiária não exigiu mais mão-deobra. Praticamente toda a propriedade segue a técnica, com exceção de um pequeno talhão, que segue a maneira tradicional de condução do cafezal, com manejo aplicação de produtos químicos e que mantenho como prova do trabalho que estamos desenvolvendo”, afirma. Como comparativo, Toninho lembra a matéria publicada pela Revista Attalea Agronegócios Agronegócios, edição nº 35, de junho deste ano, quando em um trabalho de pesquisa o produtor mostrou os benefícios do Bokashi num talhão de Catuaí Vermelho-99, de um ano e meio. Segundo o produtor, este mesmo talhão experimental produziu 22 sacas por hectare, enquanto que a testemunha produziu apenas 9 sacas. Alguns cafeicultores ainda desconfiam da nova técnica. Plantar gramínea onde deveria eliminá-la? “Quero dizer que a braquiária tem um papel importantíssimo na lavoura

de café, na proteção do solo e manutenção da umidade. Mas é o Bokashi que faz a braquiária decompor, promovendo a disponibilização rapidamente de nutrientes para o cafeeiro. Ele acelera a decomposição, faz uma camada sobre o solo, não deixando a palhada e o solo secar. Sem o uso do Bokashi, não tem como manejar a braquiária no cafezal”, explica Toninho. A reciclagem e a correção nutricional são comprovadas através das análises de solo em áreas em que se trabalha com Bokashi há mais de dois anos. MANEJO - Para as lavouras mais adultas, que requerem colheitas mecanizadas, o cafeicultor deixa a braquiária sementear. “Mato ela, faço a colheita e, na primeira chuva, ela volta tudo de novo; eu não preciso replantar”, diz. “Planto a braquiária em duas linhas de 0,6 metros. O espaçamento que eu adotei em minha lavoura de café é de 3,60 metros entrelinhas. Assim, ela cresce e não atrapalha, não abafa a linha do cafezal. O manejo a cada 40 dias contribui para abafar o avanço da braquiária também na linha do café, além de eliminar o grande problema que

Roçadeira Ecológica

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As roçadeiras da linha KD ECO são equipamentos especialmente projetados para o manejo ecológico em lavouras cafeeiras e também na fruticultura. Dotada de estrutura leve, compacta e resistente, torna-se um equipamento ideal para trabalhos de roçadas laterais, fazendo simultaneamente o corte e o lançamento da matéria orgânica para debaixo das copas das plantas. Possui exclusivo sistema de roda dianteira regulável e com proteção, garantindo um perfeito equilíbrio do equipamento durante o trabalho e integridade para as plantas e frutos. É dotada de sistema “giro-livre” que, além da segurança proporcionada, ainda aumenta a vida útil de vários elementos mecânicos.

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são as ervas daninhas de folha-larga. No manejo tradicional, para combater invasoras de folha-larga, temos que usar herbicidas específicos, que acabam danificando o cafeeiro. Onde eu tenho a braquiária eu não tenho problema com invasoras. Nem mesmo a tiririca, que é uma praga séria em qualquer cultura, ela desaparece”, orienta Toninho. DIVULGAÇÃO - Regularmente, a Fazenda Santa Izabel recebe a visita de pesquisadores e cafeicultores da região e do Sul de Minas Gerais, interessados em conhecer a nova técnica. O interesse tem sido tanto que se observa o reflexo diretamente nas revendas de produtos agrícolas na cidade de Franca. “Somente a Casa das Sementes adquiriu, neste semestre, 320 sacas de sementes de braquiária e está sendo obrigada a adquirir mais, pois muita gente está comprando”, afirma. Nas empresas que comercializam roçadeiras

na cidade também observa-se a mudança de comportamento. Segundo o produtor, somente na primeira quinzena de novembro, vendeu-se mais de 12 roçadeiras ecológicas da Ver box nesta marca Kamaq (Ver matéria matéria). O BOKASHI - “Na época de colheita, nas áreas em que se tem produção até a quarta carga, eu faço a colheita mais cedo e não faço a varredura do café. O pouco que fica, em torno de 5 a 10%, o próprio Bokashi elimina o excesso e este vira adubo. Sem problemas sanitários, nem para broca”, explica Toninho.

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Além de reduzir o custo em até 40%, o manejo da braquiária e o uso do Bokashi contribuiu para eliminar a utilização de agrotóxicos. “Tomei a decisão por implantar em toda a minha propriedade por estar vendo o resultado. No talhão que eu iniciei os estudos, há três anos atrás, eu praticamente não observei mais doenças na lavoura de café. Não é só no visual, é no bolso. “No caso do Bokashi, os microorganismos atuam diretamente nas folhas, como são os casos da ferrugem e o bicho-mineiro, estando as folhas na planta ou no solo. Se compararmos talhões numa mesma propriedade em que há aplicação de Bokashi e onde não recebeu, a diferença é enorme quanto à incidência de doenças”, explica Para o cafeicultor, com a crise que a atividade está atravessando hoje, o produtor tem que procurar reduzir o máximo possível os seus custos de produção. “Eu observei, fiz testes e implantei esta técnica em minha propriedade. Além da redução dos custos em até 40%, minha produção está aumentando. Estou colhendo mais. Por incrível que pareça!”, diz. Faço análise constantemente para avaliar a situação da lavoura, para não tomarmos prejuízos. Mas a tendência é de cada vez melhorarmos mais.


Cafeicultor baiano surpreende e destrona mineiros e paulistas no 10º Concurso de Qualidade Cafés do Brasil O município de Piatã (BA) passa agora a ser reconhecido mundialmente como produtor de cafés especiais. O lote do produtor Cândido Vladimir Ladeia Rosa, da Fazenda Ouro Verde, na Chapada Diamantina, foi o campeão do 10º Concurso de Qualidade Cafés do Brasil – Prêmio Cup of Excellence, com nota de 91,08 pontos do Júri Internacional. Em 2º lugar, com a nota 90,83 pontos, ficou o lote de Paulo Sérgio Noronha Barleta, da Fazenda Sant’Ana, localizada na cidade mineira de Olímpio Noronha, na região Sul de Minas. Pela nota obtida, acima de 90 pontos, esses dois lotes receberam também o Prêmio Presidencial. Em 3º lugar, com 89,42 pontos, ficou o lote de Homero Teixeira de Macedo Junior, da Fazenda Recreio, localizada em São Sebastião da Grama, região da Mogiana paulista. A relação dos 26 lotes vencedores, selecionados entre os 56 finalistas que participaram da última etapa, foi divulgada pela BSCA - Associação Brasileira de Cafés Especiais, durante solenidade realizada no CEC – Centro de Excelência do Café do Sul de Minas, em Machado (MG), local-sede de todas as etapas desta edição. Como prêmio, esses 26 lotes serão comercializados no exclusivo leilão do Cup of Excellence, realizado

N° Nota

Proprietário

Cidade

UF

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 17 19 20 21 22 23 23 25 26

Cândido Vladimir Ladeia Rosa Paulo Sérgio Noronha Barleta Homero Teixeira de Macedo Júnior José Roberto Canato Antônio Rigno de Oliveira Fazenda Rainha Ltda. Manoel Gilmar Pereira Francisco Isidro Dias Pereira Luis Claudio F.Ferraz de Almeida Edemar Lúcio Matos Martins Fábio Soares dos Anjos Claudio Junqueira F. de Almeida Mariana de Carvalho Junqueira Fazenda Sertãozinho Ltda. Eulino José de Novais Daniel Carvalho de Castro Nazareth Dias Pereira Raquel Ribeiro Aguiar Carlos Sergio Sanglard Algenio Ferraz de Castro Helcio Carneiro P. Júnior Antônio Macedo Souza Jacques P. Carneiro Antônio G. de Castro Pereira José Acylino de Lima Neto Otaviano Ribeiro Ceglia

Piatã Olímpio Noronha São Sebastião da Grama Carmo de Minas Piatã São Sebastião da Grama Piatã Carmo de Minas Carmo de Minas Piatã Piatã Carmo de Minas Dom Viçoso Botelhos Piatã Carmo de Minas Carmo de Minas Sto. Antônio do Amparo Araponga Carmo de Minas Carmo de Minas Piatã Carmo de Minas Carmo de Minas Carmo de Minas Carmo de Minas

BA MG SP MG BA SP BA MG MG BA BA MG MG MG BA MG MG MG MG MG MG BA MG MG MG MG

91,08 90,83 89,42 89,15 88,88 87,90 87,77 87,63 87,38 87,13 86,65 85,92 85,90 85,75 85,71 85,58 85,52 85,52 85,33 85,02 84,96 84,90 84,56 84,56 84,06 84,02

pela internet e disputado por compradores de diversos países. O pregão está agendado para 19 de janeiro de 2010. Promovido pela BSCA e pela ACE Alliance for Coffee Excellence, este 10º Concurso teve como juiz principal Erwin Mierisch, diretor da ACE, e coordenação técnica do classificador

Sílvio Leite, da Agricafé. Nesta edição, o evento contou com a parceria da APEX-Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos e teve como coordenadora geral Vanusia Nogueira, diretora executiva da BSCA. A auditoria de todas as etapas foi feita pela BCS ÖKo-Garantie-Brasil.

Paraíso vence IV Concurso de Qualidade de Café de MG FOTO: Divulgação Cooparaíso

Uma tarde de grandes conum prêmio de R$ 1.920, sobre o valor de referência do café coquistas. Assim pode ser definido o mum no mercado. encerramento do VI Concurso de Qualidade Cafés de Minas Para ele, estar entre os semi Minas, finalistas já foi uma surpresa muito promovido pela Emater, que boa, ganhar em primeiro lugar foi aconteceu no início do mês na ainda mais surpreendente. “Eu UFLA - Universidade de Lavras, não esperava vencer. Acho que juntamente com o Festival Sul isso valoriza o trabalho que a gente Mineiro “Delícias do Café”. faz na roça. Os profissionais da A conquista para a Cooparaíso - Cooperativa dos Cafeicultores de Cooparaíso me deram grande São Sebastião do Paraíso veio atraapoio. Estou muito feliz!”, disse vés do primeiro lugar do coope- Carlos Roberto Medeiros, produtor associado Carlos Roberto enquanto da Cooparaiso, ao lado do Ednaldo Abrão e o rado Carlos Roberto Medeiros, que coordenador do concurso, Marcos Fabri Júnior. comemorava sua vitória. levou uma moto Yamaha zero Entre os 15 finalistas do quilômetro e ainda teve seu café arre- vidade é de 28 sacas por hectare. Ele concurso, cinco participaram através matado no leilão, por R$ 2.200 a saca. contou que caprichou neste ano na fase da Cooparaíso e receberam seus certiO vencedor, Carlos Roberto Me- de colheita, verificando maiores ficados no evento. Os cafés encadeiros é cooperado da Cooparaíso e detalhes na pós-colheita. O lote leiloado minhados aos concursos são possui dez hectares de lavoura de café de 15 sacas recebeu a pontuação 85.833 preparados pelos profissionais do no seu Sítio Lago, que fica em Monte na escala BSCA - Associação Brasileira departamento de Classificação da Santo de Minas (MG). Sua produti- de Cafés Especiais, sendo vendido com Cooperativa.

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Conversão das dívidas de estocagem Gilson Ximenes

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Foi publicada, no último dia 11 de novembro, no Diário Oficial da União, a Instrução Normativa nº 51 51, na qual o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, autoriza a liquidação das operações de crédito, concedidas com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), para financiamentos de Estocagem da safra 2008/2009, em sacas de 60 kg. O CNC - Conselho Nacional do Café e a Comissão Nacional do Café da CNA alertam para que os produtores interessados na troca de suas dívidas financeiras por produto procurem, imediatamente, os agentes financeiros e façam a solicitação 1 - Presidente do CNC - Conselho Nacional do Café

formal, até 30 dias antes do vencimento da operação, para manifestar sua intenção de amortizar ou liquidar a dívida mediante entrega de café. DETALHES OPERACIONAIS - Para se enquadrar na troca da dívida de Estocagem por saca de café, o produtor deve confirmar a entrega ou a manutenção, nos armazéns credenciados pela Conab, em até 15 dias antes do vencimento da dívida, de forma que viabilize os procedimentos da Companhia Nacional de Abastecimento antes de 5 (cinco) dias do vencimento da operação. As eventuais despesas com a remoção do produto para armazém credenciado pela Conab serão de sua inteira responsabilidade, não sendo passíveis de ressarcimento. O

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SILVA & DINIZ COMÉRCIO E REPRESENTAÇÃO DE CAFÉ LTDA. Av. Wilson Sábio de Mello, 1490, São Joaquim

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produtor que optar pela conversão, também deve ter ciência que a operação será conforme as condições e os preços fixados pelo Ministério da Agricultura ao produto, e que a liquidação será processada na data de vencimento da dívida ou no dia útil subseqüente. Uma vez vencida, a operação será considerada inadimplida. Fazemos o alerta, ainda, para que o produtor solicite a apuração do saldo devedor da operação para a data do vencimento e que entregue o produto em armazém credenciado pela Conab, bem como peça a preparação/confirmação da classificação e a avaliação da mercadoria, se for o caso, para fins de amortização/liquidação da dívida junto ao agente financeiro.

ABIC pressiona por importação de café cru A indústria nacional de café pressiona o governo a autorizar a importação do grão cru para processamento interno e exportação do produto final. A ABIC Associação Brasileira da Indústria de Café reiterou a solicitação ao Ministério da Agricultura, mas encontra forte resistência dos produtores e seus representantes políticos. A indústria afirma que os compradores exigem a mistura do café brasileiro com outros tipos de grão de origens diferentes. “Estamos perdendo muitos negócios porque não podemos trazer cafés de outras origens”, afirma o presidente da ABIC, Almir da Silva Filho. A França exige 10% de café etíope no “blend” e os Estados Unidos preferem 15% a 20% de café colombiano em suas xícaras. “E deixamos de vender os outros 80% ou 90% por isso”. Os produtores temem, no entanto, a abertura do mercado nacional a grandes volumes de cafés de baixa qualidade, sobretudo do Vietnã. “Não temos medo de nada, mas corremos riscos sanitários e até risco de ‘dumping’ de concorrentes que não respeitam leis trabalhistas ou sociais”, afirma o presidente da Frente Parlamentar do Café e presidente da COOPARAÍSO, deputado Carlos Melles (FONTE: Valor (DEM-MG). Econômico).


Altinópolis: primeiro mapa florestal de municípios do Estado de SP Passaremos a publicar, a partir desta edição, o Mapa Florestal dos Municípios do Estado de São Paulo Paulo, organizado em 2005 pelo Instituto Florestal do Estado de São Paulo. Mensalmente retrataremos um município, com o objetivo

de informar sobre qual o tipo de cobertura florestal cobre o município, com sua respectiva área. As áreas agropecuárias não são destacadas. Nesta primeira edição, apresentamos informações do município de Altinópolis (SP).

MAPA FLORESTAL DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DE SÃO PAULO Inventário Florestal

ALTINÓPOLIS

do Estado de São Paulo

Localização no Estado de São Paulo Unidades de Gerenciamento dos Recursos Hídricos mata

831,98

0,89

mata

capoeira

3.054,91

3,26

capoeira

cerrado

4.871,79

5,20

cerrado

cerradão

267,88

cerradão

vegetação de várzea

347,21

0,37

campo cerrado

vegetação não classificada

66,15

0,07

9.439,92

10,08

15.215,00

16,26

campo

TOTAL reflorestamento

0,29

vegetação de várzea mangue

* (em relação a área do município)

restinga

área do município: 93.600 ha

vegetação não identificada reflorestamento 1:240.000 0

5 km

O SIFESP - Sistema de Informações Florestais do Estado de São Paulo foi desenvolvido objetivando disponibilizar informações sobre a vegetação natural e o reflorestamento resultantes de levantamento efetuado pelo Instituto Florestal da Secretaria do Meio Ambiente, através de seu projeto Inventário Florestal do “Inventário Estado de São Paulo Paulo”. Para algumas regiões, além das informações sobre a vegetação, são apresentados levantamentos sobre o uso e ocupação da terra. Contém ainda, redes de drenagem, área urbana, rodovias, limites municipais, divisões por bacias hidrográficas e regiões administrativas, sendo todas as informações georreferenciadas. Inventário Florestal da O “Inventário Vegetação Natural do Estado de São Paulo Paulo” constitui uma seqüência das ações que o Instituto Florestal tem desenvolvido objetivando efetuar o mapeamento e a avaliação dos remanescentes da vegetação natural do Estado de São Paulo para fins de estudos e controle da dinâmica de suas alterações. Publicado em 2005, o atual trabalho é um produto digital sendo que as bases georreferenciadas estabelecidas permitem a associação de informações geográficas com banco de dados convencionais. Os resultados do levantamento dos remanescentes são apresentados, em tabelas e espacialmente, considerando-se as diferentes Regiões Administrativas e Unidades de Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Estado de São Paulo e Municipios. InImportante conquista do “Inventário Florestal da Vegetação Natural do Estado de São Paulo Paulo” foi a conversão das antigas legendas utilizadas na vegetação natural para o sistema de classificação fisionômico-ecológico e hierárquico utilizado pelo IBGE, de caráter mais universal.

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Flávio Carlos Geraldo (Preservação de Madeiras / Arch Química Ltda).

FOTO: Divulgação Teca Madeiras

Importância da madeira tratada para construção sustentável

Preservar o meio ambiente, mais do que nunca, é uma necessidade. No ritmo da preocupação do mundo com o equilíbrio ambiental, social e econômico, importantes ações semeiam os primeiros passos na jornada para adotar conceitos e atitudes sustentáveis na construção civil. A sociedade reconhece esse setor como uma peça fundamental para o processo de mudança de comportamento da humanidade com relação à responsabilidade social. Daí o advento das chamadas edificações verdes, que visam a diminuição dos impactos ambientais decorrentes da atividade. Essa nova demanda impulsiona a indústria da construção civil a procurar respostas mais rápidas, racionais e tecnologicamente confiáveis. Com isso, a industrialização do setor passa a ganhar bons frutos com os resultados das obras e vem abrindo um espaço maior para o uso racional das madeiras preservadas. Atualmente, o Brasil é reconhecido mundialmente pela riqueza da biodiversidade das florestas e, no entanto, boa parte da população não sabe dos benefícios que o uso da madeira tratada na construção civil pode trazer ao meio ambiente. São aspectos que vão da redução dos impactos ambientais até a exploração florestal centrada em poucos tipos de madeira como o pinus e eucalipto, que são madeiras cultivadas e que representam uma excelente alternativa. Afinal, são originários de recursos naturais renováveis de ciclo curto. Ao mesmo tempo em que o País é considerado um dos líderes mundiais nas boas práticas de florestas plantadas, existe uma contradição no que diz respeito ao uso da madeira como material construtivo. Além de ser empregada em menor escala, a madeira de reflorestamento preservada é pouco utilizada, o que torna os sistemas construtivos menos competitivos na questão técnica, econômica e ambiental. O aspecto cultural é um dos principais

fatores que contribuem para este cenário. Nós, brasileiros, colonizados pelos povos ibéricos, não temos a tradição e nem a cultura madeireira, mas sim o cultivo da alvenaria, que predomina totalmente no segmento construtivo. Devido à pouca utilização na construção civil, o setor industrial madeireiro é pouco conhecido pelos profissionais executores de obras, o que gera a aplicação inadequada do produto como matéria-prima para componentes de habitação. Além disso, os avanços tecnológicos dos processos industriais permitem que a deficiência que esse material de reflorestamento apresenta, que é a baixa durabilidade natural, seja solucionada por meio de tratamentos adequados de preservação, o que possibilita uma vida útil muito maior. Ao contrário do que muitos pensam, a madeira é uma solução incomparável em termos de consumo energético e um depósito eficiente de carbono seqüestrado da atmosfera. Também possui uma série de utilizações na construção civil, que vão de painéis e montantes a estruturas de cobertura, assoalhos, batentes, portas e janelas.

O ciclo de vida dos materiais - Essa crescente preocupação em associar tecnologia com a preservação do meio ambiente faz com que surjam técnicas inovadoras no segmento da construção civil. Dentre elas destaca-se a análise do ciclo de vida de materiais, um procedimento para avaliar os aspectos e os potenciais impactos ambientais associados a um determinado produto quando utilizado na construção. A partir desta avaliação, é possível determinar a escolha do material a ser empregado e manejar adequadamente os resíduos sólidos gerados no processo de produção. O objetivo desse levantamento é minimizar e implementar uma política que contribua para a redução dos passivos ambientais. O Conselho Canadense de Madeira desenvolveu um estudo que comparou o ciclo de vida em construções residenciais projetadas em madeira, aço e concreto, ao longo dos primeiros 20 anos de vida útil. O levantamento constatou diversas vantagens relacionadas ao material madeira quando comparado com materiais alternativos. Por exemplo, aço e concreto liberam 24% e 47%, respectivamente, mais poluição atmosférica. O aço e o concreto produzem 8% e 23% mais de resíduos sólidos. O aço e o concreto usam 11% e 81% mais de recursos naturais, demandam 26% e 57% mais energia, emitem 34% e 81% de gases de efeito estufa e poluem quatro vezes mais a água. Com isso, podemos concluir que dos materiais presentes dentro de um projeto de construção, a madeira é o único que a própria natureza repõe e possui o ciclo de vida sempre mais vantajoso. Basta saber como tirar o maior proveito de seus benefícios e como utilizá-la da maneira mais correta e ambientalmente aceitável.


O Eucaliptus e Edmundo Navarro de Andrade Celso Foelkel

1

O estado de São Paulo é a principal força econômica do Brasil. Isso ele consegue graças ao dinamismo de sua moderna indústria e competitivo agronegócio, ao seu networking de serviços, ao seu povo trabalhador, às universidades e instituições de pesquisa qualificadas, à sua infra-estrutura especial (portos, aeroportos e principalmente rede rodoviária), etc. Por essa razão, praticamente quase todas as grandes empresas brasileiras optam por terem escritórios centrais ou representações em São Paulo. Igualmente, São Paulo abriga algumas centenas de associações de classe, técnicas e patronais, sindicatos, empresas de consultoria, etc. Trata-se definitivamente do centro nervoso, educacional e intelectual do Brasil. Em sua área de 248,3 mil quilômetros quadrados, vive uma população estimada em 40 milhões de habitantes. Na região metropolitana de sua capital, a “grande São Paulo”, vivem e trabalham entre 16 a 18 milhões de pessoas. Pode-se dizer que São Paulo tem dimensões econômicas e populacionais de muitos países de nosso planeta. Sua indústria é pujante em praticamente todos os setores, bem como o é a de base florestal. Destacam-se nesse particular as produções de papel e celulose, mobiliário, painéis e chapas de madeira, produtos de madeira de maior valor agregado (esquadrias, pisos, forros, janelas, etc.), óleos essenciais, borracha, etc. Igualmente forte é o agronegócio, que hoje tem na cana-de-açúcar, laranja, café, soja, frutas, horticultura e pecuária alguns de seus mais expressivos números. As plantações florestais de Eucalyptus, Pinus e Hevea brasiliensis também se destacam. São Paulo possui hoje uma cobertura florestal total de 4,6 milhões de hectares, o que equivale a 18,5% de sua área territorial. Desse total, cerca de 1,2 milhões de hectares são de florestas plantadas - Eucalyptus (935.000 hectares), Pinus (298.000 ha) e seringueira (77.000 ha). Ou seja, a área total de florestas plantadas equivale a 4,8% da área do estado. Some-se a isso, a área preservada significativa de matas naturais do próprio setor de base florestal, que é sem dúvidas um dos maiores preservadores de áreas de florestas naturais do estado. São Paulo hoje é o segundo maior produtor de florestas plantadas do Brasil, só ficando atrás do estado de Minas Gerais, que possui 1,43 milhões de hectares. Cerca de 26 milhões de metros cúbicos de toras de madeira são colhidas anualmente dessas florestas plantadas para abastecer a indústria, muitas caldeiras de biomassa e também negócios menores que dependem de lenha (restaurantes, olarias, padarias, etc.). O maior consumidor é o setor de celulose e papel, que consome 65% desse total. Além do uso industrial, é significativo o consumo de madeira energética para gerar energia em caldeiras a biomassa. Estima-se que isso represente cerca de 11 milhões de metros cúbicos de lenha. Também merece ser ressaltada a produção de folhas de eucaliptos (13.200 toneladas) para produção de óleo essencial. Para esse uso, a espécie principal é Corymbia citriodora, que rende entre 10 a 18 quilogramas de óleo essencial por tonelada de folha destilada. Nesse extrato, o conteúdo de citronelal é de 65 a 88% (http://www.ipef.br/ publicacoes/scientia/nr56/cap11.pdf). 1

- Coordenador Técnico do site www.eucalyptus.com.br

O estado de São Paulo é ainda o maior produtor brasileiro de borracha natural a partir de florestas plantadas de seringueira (Hevea brasiliensis). Há enormes expectativas para um rápido crescimento dessa cultura florestal no norte do estado de São Paulo (http://www.ipef.br/identificacao/ hevea.brasiliensis.asp). A principal destinação das florestas de eucalipto em São Paulo é para produção de celulose e papel. São Paulo é o maior produtor de papel branco de impressão e escrita no Brasil (1,97 milhões de toneladas em 2008, ou seja, 69% da produção do país). Também produz diversos tipos de papéis especiais, de embalagem, cartões, papéis sanitários, etc. Com isso, sua participação na produção de todos os tipos de papel no Brasil é de 43%. Na celulose branqueada de fibra curta, seu “market share” é de 34%. São números definitivamente significativos. Pode-se perfeitamente afirmar que graças às florestas plantadas, o estado de São Paulo supre suas necessidades internas de madeira, manufatura produtos para exportar para outros estados e países, gera divisas e riquezas e uma enormidade de empregos. Enfim, os eucaliptos são fundamentais para a economia e bem-estar da população. Toda essa atividade florestal começou há pouco mais de um século, quando as primeiras plantações florestais foram testadas com sucesso pela Cia. Paulista de Estradas de Ferro no município de Jundiaí e logo depois, em 1909, no Horto Florestal de Rio Claro, hoje Floresta Estadual “Edmundo

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Navarro de Andrade”. A Cia. Paulista de Estradas de Ferro tinha um consumo enorme de madeira, tanto para alimentar como combustível as suas locomotivas, como para produzir dormentes e moirões de cerca. As estimativas eram de que cerca 600.000 m³/ano eram necessários como lenha e 1.000.000 de dormentes/ano. Além da Paulista, haviam outras empresas ferroviárias com grande consumo também no estado: Mogiana, Sorocabana, Noroeste, Bragantina, Central do Brasil e Santos-Jundiaí. Para atender toda essa demanda de madeira, cortavam-se cerca de 35.000 hectares de matas nativas ao ano. Por outro lado, as matas nativas estavam ficando cada vez mais distantes dos consumidores. Havia que se mudar o modelo e rápido. Com essa ameaça e exigência nasceu a silvicultura no Brasil, tendo o estado de São Paulo como seu berço. Assim motivado, Edmundo Navarro de Andrade abraçou a causa do reflorestamento em São Paulo. Primeiro, junto à Cia. Paulista e logo depois para o estado de São Paulo como um todo. Isso porque, em 1911, o Governo do Estado decidiu dinamizar o Serviço Florestal de São Paulo, um órgão ligado à Secretaria de Agricultura da época. Navarro de Andrade foi nomeado superintendente desse órgão. Isso permitiu a Edmundo trabalhar seu projeto de plantar eucaliptos tanto na Cia. Paulista, como junto aos agricultores paulistas. Edmundo Navarro de Andrade imprimiu forte ênfase econômica ao Serviço Florestal de São Paulo, desagradando inclusive alguns pesquisadores mais acadêmicos, como Alberto Loefgren, que tinha relevante papel nas pesquisas científicas do Horto Botânico de São Paulo. Isso não abalou Edmundo, que sempre foi muito determinado e tinha ainda força política para cumprir sua missão, na qual acreditava como poucos. Relata-se que Navarro de Andrade foi responsável pelo plantio de cerca de 24 milhões de árvores de eucaliptos no estado de São Paulo, o que lhe conferiu o rótulo de “o pai da eucaliptocultura no Brasil”. As plantações paulistas serviram de exemplo para outros estados brasileiros, como Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Entretanto, nessa época já se encontravam plantas de eucalipto por todo o

Brasil. As primeiras espécies bem sucedidas foram: E.saligna, E.grandis, E.botryoides, E.viminalis, E.tereticornis, E.robusta, E.urophylla (“E.alba” de Rio Claro ), E.paniculata, Corymbia citriodora, Corymbia maculata, E.camaldulensis, E.pilularis, E. propinqua, E.microcorys, E.triantha, E.punctata, dentre outras. Já naquela época se falava em hibridação. Recomendava-se também o plantio do híbrido “paulistana”, que era um híbrido natural de E.globulus e E.robusta. Em função desse pequeno histórico, pode-se concluir que a cultura dos eucaliptos foi introduzida exatamente para suprir a demanda por madeira que estava em falta no estado. Com o reflorestamento, a vegetação natural, já tão degradada pelos ciclos do café e da cana, podia ser preservada e conservada como um patrimônio natural. Associavam-se economia e ambiente, que somados à geração de empregos e riquezas para a população, apontava já naquela época o caminho para a sustentabilidade. Até o início da década de 1960, as imprecisas estimativas estatísticas oferecem números que não são muito definitivos para as áreas de florestas plantadas com eucaliptos no Brasil, das quais acreditava-se que 80% estavam no estado de São Paulo. Estima-se também que em São Paulo existiam entre 400 a 600 mil hectares de plantações de eucaliptos naquela época. A Cia. Paulista possuía 18 hortos com área global de 24.387 hectares e aproximadamente 42,6 milhões de árvores de eucaliptos (dados de 1957). Verifica-se então o sucesso do programa de fomento e motivação para que outros também plantassem eucaliptos no estado. De seus eucaliptais, o Serviço Florestal da Cia. Paulista forneceu, até dezembro de 1957, um total de aproximadamente 6,65 milhões de metros cúbicos de lenha. Também colocou no mercado quase 36 mil quilogramas de sementes selecionadas para alavancar as plantações com eucaliptos no Brasil. Em função da grande demanda de madeira para futuros projetos industriais, o governo brasileiro instituiu, a partir de 1966, um programa de incentivos fiscais ao reflorestamento para aumentar a área plantada e a oferta de madeira. Daquela época até o presente momento, o Brasil cresceu sua área plantada para cerca de 3,8 milhões

de hectares de florestas de eucaliptos. Esses milhões de árvores existentes hoje em todos os estados do país, oferecem suas fibras, folhas, madeiras e cascas para o povo da nação brasileira consumir em usos domésticos, energéticos e industriais. O principal e mais notável sucesso dos eucaliptos foi a produção de celulose e papel. Essa invenção brasileira começou com testes feitos no Forest Products Laboratory, em Madison, Wisconsin, USA, com material levado por Edmundo Navarro de Andrade em 1924 e terminados os estudos em 1925. Diversas empresas passaram a se valer dessas fibras a partir de 1930, tais como: Gordinho Braune, Cícero Prado, Melhoramentos, Suzano, Simão, etc. A Cia. Suzano de Papel e Celulose foi uma das empresas pioneiras no mundo a produzir celulose kraft branqueada, e logo a seguir, papel branco contendo 100% de fibras de eucalipto como material celulósico. Isso aconteceu em meados dos anos 1950’s e 1960’s Todos esses fatos históricos foramse alinhavando de forma magnífica, permitindo a construção de uma indústria de base florestal vitoriosa e sustentável, que tem sido um paradigma de sucesso e conquistas cada vez maiores para o Brasil. Esse caminho de sucessos começou com florestas plantadas para lenha e dormentes, evoluiu para produção de celulose e papel, chapas de fibras, painéis de madeira, etc. Hoje, resulta em se ter praticamente todos os produtos madeireiros do país contendo eucaliptos. Exatamente como sonhava e pregava o Dr. Edmundo Navarro de Andrade. Além das referências da literatura abaixo, praticamente todas as referências de literatura e euca-links disponibilizados nessa edição da Eucalyptus Newsletter estão relacionados ao estado de São Paulo e à história da eucaliptocultura em seus primeiros anos no Brasil. Uma edição que visa resgatar e perpetuar essa história maravilhosa, como uma forma de esclarecer a Sociedade sobre nossas conquistas e desenvolvimentos. E também sobre nossas aspirações de se buscar continuamente o desenvolvimento sustentável, meta que foi perseguida por Edmundo e equipe, mesmo sem saber o significado dessa terminologia.


Os ruralistas terão mais 18 meses para se adequar às regras de preservação dos pedaços de floresta de suas áreas. Isso porque, o presidente Lula, prorrogou no início do mês de novembro, o decreto de Reserva Legal, de 11 de dezembro deste ano para 11 de junho de 2011. A decisão de Lula foi tomada, após o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, informar que se o decreto entrasse em vigor, tendo como base a atual legislação ambiental, cerca de 3 milhões de pequenos e médios proprietários que desmataram legalmente suas áreas para construção de lavouras a décadas atrás estariam na ilegalidade. O presidente prorrogou o prazo e deu aos ruralistas um ano e meio de prazo para mudar o Código Florestal. Ao terminar o prazo, o proprietário autuado pela fiscalização sem a totalidade da reserva legal terá prazo de 120 dias para formalizar uma proposta de recuperação da área. Ao ficar livre da multa, terá até 2031 para recuperar a área de floresta. Segundo o código, a reserva legal na Amazônia representa 80% da propriedade. No cerrado da Amazônia Legal, 35%, e nas demais áreas do país, 20%.

FOTO: Editora Attalea

Lula prorroga para junho de 2011 o prazo para recuperar Reserva Legal

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, tentou evitar essa nova prorrogação do decreto, com propostas de programa com facilidades para o produtor registrar sua reserva legal. Porém Lula prorrogou, dando vitória as ruralistas, evitando possíveis criticas do setor produtivo na campanha eleitoral de 2010. O silêncio oficial após a reunião de segunda-feira não quis ofuscar o anúncio de redução do desmatamento e colocar em xeque a principal meta do país para a conferência da ONU sobre mudanças climáticas, que é de reduzir em 80% o desmatamento na Amazônia até 2020. ( Extraído e modificado da Folha de São Paulo )

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RECUPERAÇÃO DE MATAS CILIARES Autor: Sebastião V. Martins Editora: Aprenda Fácil Contato: www. agrolivros.com.br Tel: (51) 34023415 Este livro foi idealizado visando disponibilizar, os principais avanços em termos de técnicas e modelos para recuperação de matas ciliares. Aqui são apresentadas as espécies arbóreas mais indicadas para cada condição ecológica ciliar, as técnicas de plantio e manutenção e os principais modelos atualmente utilizados em projetos de recuperação destas áreas degradadas. Muitas técnicas de recuperação apresentados neste trabalho se aplicam também a outras situações de degradação ambiental, como pastagens degradadas, encostas, áreas desmatadas em geral etc.

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