Edição 53 - Revista de Agronegócios - Janeiro/2011

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EDITORIAL

Gesso na Cultura do Café

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s chuvas vieram generosas, neste início de ano, em grande parte das regiões da Alta Mogiana, Triângulo, Sul e Sudoeste Mineiro. Os horticultores preocupam-se, dado à dificuldade na produção de hortaliças, principalmente as de folhas. Na bovinocultura, excelente período para a recuperação das pastagens, das capineiras e na condução da lavoura de milho, principalmente o utilizado para a produção de silagem. Os cafeicultores agradecem, dado à estiagem que assolou todas as regiões de cultivo do café no Brasil. E aproveitam, já que janeiro é época de se realizar as correções e adubações de solo e folha no cafeeiro. Em artigo do pesquisador Alysson Vilela Fagundes, do PROCAFÉ aborda especificamente este assunto. Também em artigo do PROCAFÉ, apresentamos orientações sobre a utilização de gesso na formação e produção do cafeeiro. Na atividade leiteira, apresentamos artigo importante sobre a “Produtividade e o Custo da mão de obra na

E-MAILS JOSÉ RENATO PEIXOTO Técnico em Gestão de Empresa Rural. Franca(SP). “Desejo receber a revista mensalmente. Gosto dos assuntos que ela publica. Estudo na Escola Técnica Agrícola Profº Carmelino Corrêa Jr., no curso de “Cafeicultura”.

produção de leite”, dos pesquisadores João Cesar Resende, Alziro Carneiro e Lorildo Stock, do CILeite - Centro de Inteligência do Leite, da Embrapa Gado de Leite. Na fruticultura, publicamos artigo sobre a “Durabilidade pós-colheita de bananas”. E no cultivo da cana-deaçúcar, apresentamos pesquisa que combate a Broca-da-Cana. Destaque para a segunda geração de milho geneticamente modificado: o Yield Gard VT Pro, da Monsanto. Na região de Franca (SP), mostramos a implantação de Unidades de Referência em Sistemas Agroflorestais (SAF´s), da EMBRAPA Meio Ambiente. Um bom Ano Novo a todos os leitores e uma Boa Leitura!

TIAGO HENRIQUE DA SILVA Gestor Ambiental da EPAMIG. Três Pontas (MG). “Sou pós-graduando em Engª Sanitária e Ambiental e gostaria de receber a revista. Ela apresenta um editorial muito rico sobre o agronegócio brasileiro em todas as suas questões, inclusive a ambiental. Sucesso a todos.” VANESSA CASTRO FIGUEIREDO Engª Agrônoma. Três Pontas (MG). “Parabéns pela revista. Gostaria de recebê-la em meu endereço.” JOÃO ANTONIO GIANNINI RAMOS Agricultor e Projetista de Máquinas. Matão (SP). “Achei muito interessante as reportagens de algumas edições que pude ler. Gostaria de assiná-la.” RITA DE CÁSSIA GREGOL Núcleo de Comunicação APTA-SP. Campinas (SP). “Solicito alteração de endereço para o recebimento da Revista Attalea Agronegócios.” MAURO JOSÉ ARAGÃO Sítio - Agropecuária MIL. Fortaleza de Minas (MG). “Tenho um sítio de 8 hectares, crio galinhas e algumas novilhas Gir. Gostaria de receber a revista mensalmente.”

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radicional produtora de café de qualidade, com 240 hectares de lavoura no município de Pedregulho (SP), a Fazenda Limeira comprova mais uma vez a importância do gerenciamento na propriedade rural. De acordo com Fabrício Cangane Basso, administrador da fazenda, há um ano atrás foi adquirido um trator 5425N. “As operações realizadas com este trator no dia-a-dia serviram para conhecermos melhor sua performance. Analisamos todos os números, do consumo de combustível, ao desempenho, facilidade de manuseio, ergonomia, etc. Após o final da safra, concluímos que o trator John Deere apresentou maior economia de combustível e melhor rendimento de operação. Isto nos levou a optar pela compra de mais três tratores John Deere este ano”, explica Basso. De acordo com o Engº Agrônomo Nilson Coelho, representante da Colorado na região, a Fazenda Limeira utilizará os tratores John Deere também na prestação de serviços que a empresa realiza durante o ano. “Aos proprietários rurais interessados da região, a Fazenda Limeira realiza prestação de serviços de poda, decote, varrição e colheita mecanizada na lavoura de café”, orienta Nilson. Informações: www.coloradomaquinas.com.br. A

FOTOS: Editora Attalea

Trator John Deere comprova performance e Fazenda Limeira adquire mais três unidades

O Engº Agrônomo Nilson Coelho, representante Colorado John Deere na região, entrega as chaves dos tratores ao administrador da Fazenda Limeira, Fabricio Cangane Basso.


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om a demanda aquecida e taxas favoráveis para financiamentos, é hora de renovar equipamentos agrícolas e garantir o aumento da produtividade no campo. Condições facilitadas de crédito para produtores rurais, somadas às previsões bastante positivas para o cenário agrícola em 2011, sinalizam que é o momento dos produtores brasileiros investirem em mecanização. O mercado oferece inúmeras formas de financiamento para quem deseja ampliar ou aprimorar seu maquinário. Além do Finame PSI e do Finame Agrícola PSI, que está permitindo o financiamento de tratores, colheitadeiras e implementos novos com taxas reduzidas, diferentes modalidades, pensadas para todos os tipos de produtores e negócios, podem viabilizar o desejo de investir na lavoura.

Taxa até 2011 - Agilidade e flexibilidade. É assim que o gerente comercial AGCO Finance, Robson Junqueira Pereira define a operação para a obtenção de linhas de financiamento para a compra de tratores, colheitadeiras e implementos agrícolas Massey Ferguson. A competitividade se deve à taxa subsidiada de 5,5% ao ano, concentrada no PSI. “Um dos pontos fortes é a velocidade na aprovação do crédito, com retorno imediato”, assegura Pereira. É possível financiar até 90% a compra de colheitadeiras, tratores e implementos agrícolas Massey Ferguson, com prazos de oito, seis e cinco anos respectivamente. “Como o juro é fixo, dá para fazer a simulação da primeira à última parcela”, afirma. Outro ponto que pode impulsionar os negócios são os preços rentáveis das commodities. “Soja, milho e algodão trarão resultados muito lucrativos para a valorização do mercado”, enfatiza Robson. Ele ressalta que é hora de investir na renovação da frota e aproveitar as vantagens do momento em que o mercado está aquecido. Outra boa notícia, segundo o gerente comercial da AGCO Finance, é a aprovação do PSI até março de 2011, com a manutenção da taxa de 5,5% ao ano. A resolução é do Banco Central, com normativa do BNDES, assegurando o aporte de R$ 5 bilhões em recur-

FOTO: Nilson Konrad - Massey Ferguson

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Agricultores tem até o final de janeiro para aderirem ao Finame PSI e adquirirem máquinas agrícolas

sos. “Mas é importante ressaltar que os bancos aceitam propostas somente até o dia 31 de janeiro de 2011. Por isso, os agricultores devem agilizar os processos e darem entrada na rede bancária”, afirma. A hora é de investir na renovação da frota e garantir mais qualidade na produção rural, aproveitando as vantagens do momento em que o mercado está aquecido. “Até setembro de 2010, houve um crescimento de 41,46% nas vendas em relação ao ano anterior”, comemora Robson. Para ele, o nível de produtividade no setor agrícola propicia um aumento muito forte do plantio. “Isso se deve muito à profissionalização da mecanização”, observa. Qualidade e Preço Justo - No mercado há mais de 40 anos a Oimasa possui unidades nos municípios de Franca, Ituverava, Orlândia, Nuporanga e Batatais no estado de São Paulo, e Itumbiara e Bom Jesus no estado de Goiás. A revenda mais recente é a de Itumbiara (GO) aberta há apenas 3 anos. “ O sistema de financiamento do Agco Finance gera mais de 80% das nossas vendas de tratores e colheitadeiras das revendas do estado de Goiás; é a principal fonte de financiamento de nossos clientes, seguida pelos outros bancos”, afirma a diretora administrativa da Oimasa, Carolina Bordignon Fares Vieira. A cana-de-açúcar é uma realidade já estabilizada na região de São Paulo e está entrando com força total no estado de Goiás também. “O estado

de Goiás é mais versátil na aquisição de maquinários agrícolas pois possui como culturas principais a soja, o milho, frutas e a cana-de-açúcar, além de gado, tendo assim mais procura por grandes maquinários como é o caso do trator MF 7415. Já na região de Franca o grande destaque é o café, seguido pela soja e o milho, tendo como maquinário mais procurado entre os agricultores o MF 4275 cafeeiro. Nas outras regiões da Oimasa o destaque é o MF 4283/4 e 4292/4”, afirma Carolina. A marca Massey Ferguson é a maior aliada nas vendas da empresa pelo valor que a própria marca representa, significando qualidade, segurança, garantia de retorno sobre o investimento e de alto valor de revenda. No ano de 2010 a Oimasa retirou da fábrica cerca de 200 maquinários, sendo grande parte deles via Agco Finance.” Consórcio - Para quem tem um pouco mais de tempo para esperar pelo equipamento e prioriza baixo custo, uma das modalidades facilitadas de compra de equipamento agrícola é o Consórcio Nacional Massey Ferguson (CNMF). Em 2009, o sistema de consórcios em todo o país movimentou uma cifra em torno de R$ 14 bilhões de reais (1,2% do PIB), volume superior ao ano anterior. Nos últimos dez anos, a modalidade promoveu a entrega de mais de 10 milhões de produtos, conforme dados fornecidos pela ABAC (Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio). A


CAFEICULTURA

Cafeicultores podem adquirir clones de café arábica resistente à Bicho-Mineiro e Ferrugem

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m pouco tempo, os cafeicultores poderão utilizar mudas clonadas de café arábica com resistência ao bicho-mineiro-do-cafeeiro (Leucoptera coffeella) e à ferrugem (Hemileia coffeicolla), boa qualidade de bebida e alta produtividade. Para alcançar esses resultados, há 12 anos são selecionados, por meio de propagação vegetativa, plantas matrizes com característi- Folhas de cafeeiro atacadas pela Ferrugem. cas de grande interesse do bicho-mineiro”, relata o pesquisaagronômico e econômico. A previsão é começar, no final de dor Carlos Henrique Carvalho, da EM2011, a distribuição de mudas clona- BRAPA Café, de Brasília (DF), e coordas aos produtores de cooperativas denador do estudo. de Minas Gerais e de outras regiões No decorrer de 2010 e 2011, os produtoras. Nessa etapa serão avali- clones serão multiplicados para serem ados a adaptação e o comportamento repassados aos produtores no final de agronômico das plantas selecionadas. 2011. “É necessário um ano e meio “Será uma boa opção para a região do para desenvolver uma muda clonada”, Cerrado, que sofre com a ocorrência explica Carvalho. Futuramente, a multiplicação do material poderá ser feita em biofábricas de iniciativa privada ou de cooperativas com o repasse da tecnologia desenvolvida pela EMBRAPA. O pesquisador destaca que a técnica da clonagem permite que as novas plantas tenham as mesmas características das originais, enquanto na multiplicação por sementes isso não ocorre com tanta fidelidade, como é o caso das híbridas. O desenvolvimento de cultiBicho Mineiro em cafeeiro vares de café arábica envolve um longo

processo. Normalmente, demora cerca de 30 anos para uma nova cultivar chegar ao campo. Esse tempo pode ser reduzido para aproximadamente 10 anos com a seleção de plantas matrizes de grande importância agronômica e produção de mudas clonadas. Segundo Carvalho, a técnica de reprodução é considerada a mais adequada alternativa para a multiplicação de plantas híbridas (cruzadas geneticamente) em larga escala. Em caráter experimental, a propagação por embriogênese somática foi testada com sucesso para a multiplicação de híbridos em alguns países da América Central. Cultivares obtidas por esse processo apresentam comportamento semelhante ao das oriundas de sementes, não havendo limitação para usá-las. A FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais, por demanda levantada pelo Pólo de Excelência do Café (PEC/Café), é uma das instituições que apóiam financeiramente o projeto, além do PROCAFÉ - Fundação de Apoio à Tecnologia Cafeeira, do CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, por meio dos INCT - Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia e do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café. A

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LEITE

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Produtividade e custo da mão de obra na produção de leite João Cesar de Resende, Alziro V. Carneiro e Lorildo A. Stock 1

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ara localizar o Brasil no cenário mundial da pecuária leiteira quatro países são referências importantes: os Estados Unidos, maior produtor e consumidor de lácteos do mundo; a Alemanha, maior produtor da Europa e quinto maior do mundo; a Nova Zelândia, maior produtor da Oceania, maior exportador mundial de lácteos e uma referência tecnológica pela similaridade dos modelos de exploração; e a Argentina, segunda maior produção da América Latina, eventual concorrente brasileiro no mercado internacional. As estatísticas mostram que, comparado a estes países, a produção de leite no Brasil tem ainda uma estrutura bastante pulverizada em termos de unidades de produção. Embora esteja reduzindo a quantidade, as fazendas ainda são numerosas, porém, com baixa produção individual (Tabela 1). Dois fatores indicam potencial para o País ocupar espaços no mercado internacional como forte exportador de lácteos: a produtividade animal e o preço da terra. A baixa produção por vaca mostra que existe potencial para incremento da produção via ajustes simples no manejo do rebanho. Um bom exemplo é o aumento do nível de concentrados fornecido para as vacas, uma prática que não demanda investimento estrutural, mas que pode apresentar resposta imediata no volume de produção. O baixo preço relativo da terra é outro fator importante de competitividade. Os sistemas extensivos de produção, que apresentam os menores riscos e custos, devem prevalecer nos próximos anos, pois a terra não é ainda fator limitante de crescimento. No caso da mão de obra, no entanto, o baixo

1 - Pesquisadores do CILeite Centro de Inteligência do Leite - Embrapa Gado de Leite. Informativo Eletrônico Panorama do Leite, Ano 4 - Nº 48 - Novembro de 2010.

TABELA 1 - Indicadores médios da pecuária de leite em países selecionados. INDICADOR

ALEMANHA

nº fazendas (x 1.000) total de vacas (x 1.000) produção (B. de litros) vacas por fazenda litros/vaca/dia leite/fazenda/dia preço terra (US$1,00/ha)

ARGENTINA

BRASIL

EUA

N. ZELÂNDIA

100,0 4.230 29,2 42 18,9 800

11,8 1.841 9,5 156 14,2 2.208

1.252,0 21.500 27,2 17 3,6 57

69,1 9.315 81,3 135 23,8 3.225

11,4 4.013 16,4 351 11,2 3.937

15.300

8.990

3.590

7.340

20.730

Fonte: FAO (2009); IBGE (2008); IFCN (2009).

uso de capital moderno (em maquinári- exploração, é pouco superior a 5% em os e insumos) reduz a produtividade Minas Gerais e inferior a este número do trabalho humano e, conseqüente- em Goiás. Outra constatação, é que a mente, aumenta seu custo. Este pode ordenha mecânica, tecnologia presente ser um fator limitante ao crescimento em praticamente todas as fazendas coda produção na maioria das fazendas merciais de leite, está presente em apde leite brasileiras. Numa comparação enas 17% das fazendas mineiras e 24% internacional, embora perdendo em das goianas. produtividade, o Brasil ainda é comCom a tendência de elevação do petitivo neste indicador (Tabela 2) valor real dos salários e, conseqüentegraças ao baixo salário relativo prati- mente, do custo do trabalho, os gastos cado no País. Estudos conduzidos em com mão de obra contratada podem fazendas nos estados de Minas Gerais e limitar cada vez mais o desempenho e da Bahia apontaram a produtividade da sustentação econômica das fazendas de mão de obra contratada e a dos animais leite do Brasil.Dois caminhos apresencomo os fatores mais importantes para tam-se como possíveis estratégias para explicar o desempenho econômico da aumentar sua produtividade e reduzir exploração leiteira. o custo relativo: capacitação da mão de Levantamentos realizados 1.000 obra e a intensificação do uso de capital fazendas de Minas Gerais, maior e mais moderno, ou seja, mecanização e insutradicional estado produtor de leite mos. do Brasil e em outras 1.000 de Goiás, Neste cenário, pode crescer a estado relativamente emergente na importância da mão de obra familiar pecuária de leite, mostraram o seguinte na produção, a exemplo do que ocorpanorama (Tabela 3). reu na maioria das fazendas de leite da No tocante a mecanização a Europa e dos Estados Unidos, onde a utilização de máquinas nas fazendas família representa a principal, senão a é ainda muito baixa. O investimento única, força de trabalho no curral. A em maquinários, expresso em percentagem do capital total de TABELA 3 - Indicadores da Produção de Leite em Minas Gerais (MG) e em Goiás (GO). MG 1 GO 2 TABELA 2 - Produtividade e custo da mão de 57,0 88,0 obra (MO) em fazendas de leite dos principais área utilizada para leite (ha) 184 produção por fazenda (L/dia) 245 países produtores. (Elaboração dos autores) PAÍS

Alemanha Argentina Brasil EUA N.Zelândia China India Fonte: IFCN (2009).

PRODUTIV. (L/hom/dia)

841 811 486 890 2.079 134 27

SALÁRIO (US$/hora)

21,0 5,0 2,5 12,0 17,0 1,0 0,5

CUSTO MO (US$/Litro)

0,173 0,037 0,035 0,085 0,047 0,060 0,310

produção (L/vaca/dia) capital investido (R$ 1.000,00) capital em terra/total (%) capital em máquinas/total (%) preço da terra (R$ 1,00/ha) ordenha mecânica (%) total de vacas (cabeças) MO familiar/MO total (%) uso de inseminação artificial (%) Litros/MO total/dia

Fonte: 1 - Faemg (2006); 2 - Faeg (2009).

8,1 450 71 5,4 4.077 17 34 45 13 182

8,2 787 75 4,7 6.687 24 45 36 12 169


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GRÃOS

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Monsanto começou as vendas do milho YieldGard VT PRO no Brasil, a segunda geração de biotecnologia para a cultura, desenvolvida para o controle de pragas. Na primeira semana de negócios, foram faturados 5.600 sacos do híbrido DKB 390 PRO. O primeiro pedido foi registrado em 21 de setembro pelo distribuidor Hara Agro, de Faxinal (PR). O milho YieldGard VT PRO é um avanço em relação a controle de pragas, quando comparado às tecnologias lançadas anteriormente. Por ser a única tecnologia que possui duas proteínas de Bt (Bacillus thuringiensis) com modos de ação efetivos, o YieldGard VT PRO garante um controle superior das principais pragas da cultura do milho (lagarta-do-cartucho, lagarta-da-espiga e a broca-do-colmo), assegurando proteção do potencial produtivo e, consequentemente, aumento da produtividade. “O milho YieldGard VT PRO é um avanço tecnológico, além de ser mais uma ferramenta para o Manejo Integrado de Pragas e uma opção eficaz e prolongada de Manejo de Resistência de Insetos na cultura”, afirma Sandro Rissi, gerente de marketing de milho e sorgo da Monsanto do Brasil. Além disso, o YieldGard VT PRO é a única tecnologia que permite a redução da área de refúgio de 10% para 5% da área

no México, nas Filipinas, em Taiwan, nos Estados Unidos e no Canadá.

FOTO: Editora Attalea

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Yield-Gard VT PRO: segunda geração da biotecnologia para o milho no Brasil

plantada com milho convencional. O Bacillus thuringiensis (Bt) é uma bactéria encontrada naturalmente no solo e que, por sua ação inseticida contra lagartas, é utilizada na agricultura orgânica há décadas. Quando as lagartas se alimentam das folhas da planta de milho YieldGard VT PRO, acabam ingerindo a proteína que atua diretamente nas células epiteliais de seus tubos digestivos. A proteína, portanto, confere uma proteção à planta antes mesmo que os insetos consigam lhe causar danos. Com a produção de duas proteínas que se ligam a receptores diferentes no organismo do inseto, a tecnologia YieldGard VT PRO possui dois modos de ação para controle dessas pragas. Essa tecnologia já está disponível na Austrália, na Nova Zelândia, no Japão, na Coreia do Sul,

Vantagens Socioambientais e Econômicas - O milho YieldGard VT PRO oferece benefícios para os agricultores e também para a saúde humana e animal. Isso porque sua adoção, por sua resistência às pragas, reduz os níveis de micotoxinas no produto, quando comparado à versão convencional. Micotoxinas são substâncias cancerígenas produzidas por fungos que podem se desenvolver nos grãos após as plantas serem danificadas pelas pragas, afetando de forma significativa a qualidade do grão. “Por permitir menor aplicação de inseticidas, o milho YieldGard VT PRO pode auxiliar na preservação do meio ambiente e reduzir os gastos com o controle fitossanitário da cultura, o que, também, contribui para a diminuição de riscos de intoxicação de agricultores e trabalhadores rurais. A redução de custo da produção se reflete ainda no menor uso de maquinário, mão-de-obra e inseticidas”, observa Rissi, da Monsanto. O uso de um menor número de defensivos significa menor número de embalagens descartadas, menor consumo de água, de maquinário e, consequentemente, menor queima de combustível fóssil. A redução do uso de químicos nas lavouras de YieldGard VT PRO reduz os custos de produção, permite o aumento da rentabilidade, e, aliado ao uso de produtos menos tóxicos, possibilita a diminuição dos níveis de intoxicação dos trabalhadores na agricultura, favorecendo, principalmente, os pequenos produtores. O estudo seqüencial “Impacto Global das Lavouras Geneticamente Modificadas 1996-2008” (2010), de autoria dos economistas Graham Brookes e Peter Barfoot, da consultoria inglesa PG Economics, um dos primeiros levantamentos quantitativos sobre o impacto da biotecnologia de 1996 a 2008, apontou que o milho resistente a insetos-pragas (Bt) foi responsável pela redução de 29,9 milhões de quilos de defensivos agrícolas no campo. Além disso, foi responsável por aumentar a renda dos produtores em US$ 2,65 bilhões só em 2008. A


LEITE

Produção de leite no Brasil carece de planejamento e inovação tecnológica FOTO: Editora Attalea

dor e ordenhadeira mecânica. Sem dúvida, esses fatores melhoram a qualidade do leite e devem ser implementados na ocasião oportuna. Mas, em um primeiro momento, haverá comprometimento do fluxo de caixa e da lucratividade.

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Marco Aurélio Bergamaschi

produção leiteira no Brasil é uma atividade predominantemente extrativista. Ela está baseada na exploração dos fatores de produção, como terra, animais, forragens e mão de obra. Apesar das muitas alternativas tecnológicas validadas e disponíveis, poucas são incorporadas ao processo produtivo pela falta de conhecimento, de orientação ou por impossibilidade financeira. Para que haja a especialização da atividade, é necessária a incorporação de técnicas que possibilitem o aumento da produção e da produtividade, seja por meio de área, animal ou homem. O efeito esperado é o aumento na renda, apesar do maior custo operacional. Ainda que haja mais dispêndio, os investimentos feitos de forma planejada e coerente trarão impactos positivos ao faturamento e ao lucro. Os investimentos têm de ser feitos, basicamente, em fertilidade do solo, melhoramento de pastagens, genética animal e alimentação. O produtor deve ter à sua disposição tecnologia viável e acessível, além de ser bem orientado para desenvolver um planejamento adequado à sua situação. Por isso, o papel da pesquisa e da extensão rural é de fundamental importância. Um erro recorrente é o investimento em fatores que não refletirão, necessariamente, em aumento direto na produção de leite, como construções (sala de ordenha e de leite, depósito e áreas com cochos cobertos), máquinas agrícolas, resfria1 - Médico Veterinário, doutor e supervisor do Sistema de Leite da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP)

EFICIÊNCIA - O bom planejamento indica que os investimentos devem ser dimensionados de acordo com a produção. A ordenha mecanizada só se torna viável a partir de 250 litros de leite por dia. O ponto de equilíbrio na relação produção/homem é de 400 litros. Produzir com a máxima eficiência e o menor custo é o objetivo dos que se dedicam à pecuária leiteira. O produtor é tomador de preços, tanto na aquisição dos insumos quanto na venda do seu produto. O grande desafio, portanto, é produzir mais com o custo por litro mais baixo possível. É preciso lembrar que as margens são pequenas e que o real valorizado favorece a entrada de produtos importados. Cautela, estratégia e recursos humanos bem treinados são a chave do sucesso de toda atividade econômica, mas imprescindíveis quando se fala em produção de leite. A

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CAFEICULTURA

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pós pressão da indústria, o Ministério da Agricultura suspendeu, por seis meses, uma das formas de avaliação da produção de café. A análise sensorial criada pela instrução normativa nº 16, com início previsto inicialmente para fevereiro, estabelece condições para o governo avaliar a qualidade do café torrado e moído. A indústria do setor reclamou dos critérios "subjetivos" para a análise de sabor, aroma, acidez e adstringência do café e alegou ainda que faltam profissionais treinados para a função. O governo manteve a data para o início da fiscalização sobre impurezas e umidade - 17 de fevereiro -, também prevista na instrução. Os técnicos da Agricultura e os representantes do setor vão agora tentar adotar novos critérios para realizar a análise sensorial do produto. "Estimamos que, em seis meses, podemos adotar parâmetros para garantir ao consumidor um bom café", disse o secretário de Produção e Agroenergia do ministério, Manoel Vicente Fernandes Bertone. Segundo ele, neste ano, o governo espera treinar 340 degustadores para a análise sensorial. A turma inicial, com 20 técnicos, se formará neste mês na UFV (Universidade Federal de Viçosa-MG). A Instrução Normativa nº 16 interrompe um ciclo de 20 anos de autorregulação da indústria de café. O controle volta a ficar com o governo.

INDÚSTRIA - O diretor-executivo da ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café), Nathan Herszkowic, disse que a instituição vai trabalhar com o ministério na implantação das normas. "Vamos tentar o melhor café possível", disse. "Foi uma decisão acertada [a suspensão]", disse o deputado federal Carlos Melles (DEM-MG). Ele é presidente da Cooparaiso (Cooperativa de Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso), em Minas, Estado com a maior produção de café do país. A presidente da Café Utam, de Ribeirão Preto (SP) 12ª maior indústria do setor no país, segundo a ABIC -, Ana

FOTO: ABIC

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Governo adia regra para avaliar café. Indústria reclama de ‘critérios subjetivos’.

Carolina Soares de Carvalho, apoia as normas. Ela diz que a instrução normativa é "um grande avanço" só por definir regras e impor sanções. O cafeicultor Guilherme Salomão Vicentini, 30, acha que as normas vão eliminar do mercado os produtos de qualidade sensorial, acho importante porque fortalece o setor e incentiva o consumo do café", disse. O café que não se enquadrar nas normas terá a venda proibida. A regra estabelece limites de 5% de umidade e 1% de impurezas (casca, paus, restos de folha) e matérias estranhas (sementes ou farelo de milho). Isoladamente, o limite é 0,1%. (FONTE: Jornal Folha de S.Paulo) A

VOCÊ SABIA? por Hélio Casale # Que o ciclo do café no Brasil se implantou logo após a Independência (1822), com plantações tomando os morros fluminenses e se deslocando rumo ao Vale do Paraíba. Em 1850, São Paulo assumiu a liderança da produção, gerando extraordinária riqueza que durou até a grande crise econômica de 1929/1930. Atualmente a liderança na produção cabe ao estado de Minas Gerais. # Que mão de obra para tocar o café é problema antigo. No ciclo do café, com o aumento rápido das lavouras começou a faltar mão de obra. Nessa época todos os tratos culturais eram feitos à mão. Chegam os italianos fugindo de suas brigas internas, decorrentes da unificação da Itália. Entre 1884 a 1904 entraram no país mais de um milhão de imigrantes italianos. A imigração diminuiu no período entre 1904 – 1923 quando entraram apenas 282 mil. # Que em 1929 ocorreu uma revolução política no Brasil que levou Getulio Vargas ao poder. Começou então, de fato, a industrialização brasileira, fortalecendo a política dos interesses urbanos e das classes operárias. Fim da política chamada de “café com leite”, período no qual São Paulo e Minas Gerais dividiram o poder nacional.


ARTIGO

“CAFÉ: Tempo de Plantar... Tempo de Colher... Tempo de Gestão.” MÁRIO CUNHA REZENDE NETO, Engº Agrônomo da CATI - Itirapuã (SP) e Especialista em Gestão do Agronegócio pelo Depto. Economia Rural da UFV.

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economista, cientista social e escritor brasileiro Eduardo Gianetti da Fonseca, em seu célebre livro “O Valor do Amanhã” (Companhia das Letras, 2005), discorre sobre os fatores que influenciam o ser humano e os animais nas suas decisões no presente que terão repercussões e desdobramentos no futuro. Como citado no referido livro, estes fatores funcionam como catalisadores e, ao mesmo tempo, também dão um norte às tomadas de decisões no dia-a-dia pelo homem; são as forças que regem a orientação de futuro de uma sociedade. Os fatores são: Oportunidade, Nível de Impaciência e Perspectiva de Vida. A atividade da cafeicultura pode perfeitamente ser colocada à luz das teses por ele defendidas em seu livro, pois os retornos na atividade iniciam à partir do 2º/3º ano pós-plantio, com a amortização total dos investimentos à partir do 4º/5º ou 6º ano, dependendo das condições do mercado durante os períodos. Isto é, se caracterizando como uma atividade em que as decisões tomadas hoje, terão conseqüências num futuro relativamente distante e pouco previsível. Estamos saindo dos meses propícios ao plantio de café (Dez/Jan) e daqui alguns meses estaremos entrando em época de colheita. Os plantios nesta safra foram acompanhados de uma euforia que não se via em anos (talvez década ou mais), prova disso foram os preços praticados na aquisição das mudas, e a falta das mesmas para aqueles produtores que não planejaram com antecedência. Tal estado de espírito dos cafeicultores é ple-

namente justificado, pois após vários anos de baixa rentabilidade da cultura, observam-se atualmente preços da saca de café que remuneram o produtor e com perspectivas favoráveis no curto/médio prazo. Sem querer ser “estraga-prazer”, gostaria de lembrar aos amigos cafeicultores um velho ditado que diz: “a euforia é uma má conselheira” . Nestes tempos de adequada remuneração, o produtor tem que ter em mente que, mais importante que o aumento da área de plantio, é aproveitar o momento e focar mais do que nunca na gestão da propriedade. Pois, ao invés do que alguns imaginam, são estas circunstâncias as mais propícias a se voltar o olhar para os métodos e práticas adotadas na atividade, onde o produtor poderá - com tranqüilidade e foco - rever conceitos e tomar decisões com mais racionalidade sobre os fatores que impactam negativamente a rentabilidade da propriedade. Diferente de decisões tomadas em momentos de preços baixos e condições não tão favoráveis onde, invariavelmente, a razão dá lugar à emoção. Nas épocas vindouras de plantio de café, vale a pena o produtor revisitar no seu subconsciente os fatores que influenciam suas decisões no presente que terão repercussões no futuro. Para que estas decisões não sejam tomadas apenas na euforia do momento, pois não podemos nos esquecer que as perspectivas para a atividade, segundo especialistas de mercado, devem ser favoráveis no curto/médio prazo. E não podemos perder de vista que o café, como cultura perene, se caracteriza pelo médio/longo prazo, pois se fazer previsões de longo prazo na cafeicultura seria mero exercício de futurologia. A

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CAFEICULTURA

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Araxá (MG) sedia este ano o 7º Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil

O

s preparativos para a realização do 7º Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil já foram iniciadas. O evento, já tradicional no meio cafeeiro, ocorrerá em Araxá (MG), de 22 a 25 de agosto de 2011. Esta edição estará a cargo das instituições consorciadas mineiras – EPAMIG, UFLA e UFV. A EMBRAPA Café, coordenadora do Programa Pesquisa Café do Consórcio, é coorganizadora do evento. O tema é “Articulação em Redes de Pesquisa e Novas Fronteiras do Conhecimento”. “É a idéia de união de esforços para o avanço da cadeia do agronegócio café tendo em vista o aumento da competitividade da cafeicultura brasileira sem perder de vista a sustentabilidade, a preservação ambiental, o desenvolvimento dos agricultores familiares e o resgate da cidadania pelo exercício da intelectualidade. União de esforços é a linha mestra

da filosofia do Consórcio Pesquisa Café e vêm de encontro aos mais modernos conceitos de inovação e de desenvolvimentos de soluções tecnológicas”, adianta o presidente da comissão organizadora, Gladyston Carvalho, da EPAMIG. “É uma oportunidade de reunir a comunidade científica envolvida em trabalhos com café, de forma a propiciar um fórum muito especial para a reavaliação das linhas de pesquisa, identificação de problemas emergentes e a formação de equipes multidisciplinares de pesquisa. Além disso, ao reunir também os diversos setores do agronegócio café, torna-se excelente ambiente para a integração das indústrias e do setor privado da produção à pesquisa, quer seja pela identificação de demandas, quer seja pela formação de parcerias estratégicas”, destaca o gerente de pesquisas da EMBRAPA, Paulo César Afonso Jr. A

Montadoras vão ampliar em até 30% a área de exposição na Agrishow 2011

A

s grandes montadoras de tratores e máquinas agrícolas ligadas à ANFAVEA - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores confirmaram a participação na edição 2011 da 18ª AGRISHOW - Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, entre os dias 2 e 6 de maio, em Ribeirão Preto (SP). De acordo com José Danghesi, gerente da Reed Exhibitions Alcantara Machado, organizadora do evento, além de recuarem na proposta de participação a cada dois anos da feira, as companhias ampliaram entre 30% e 40% as áreas de exposição sobre 2010. “Além do volume excelente de vendas em 2010, as companhias reconheceram a organização e a estrutura da feira do ano passado, com um novo plano diretor e com investimentos para todos”, disse Danghesi. “Muitos fabricantes de tratores, inclusive, já quitaram os contratos”, completou o executivo. Com a ampliação de tratores e colheitadeiras, a área total de exposição deve sair dos 160 mil metros quadrados para mais de 170 mil metros quadrados entre 2010 e 2011. Danghesi explicou ainda que a Agrishow irá ampliar a regionalização dos setores de exposição, para facilitar o visitante. “Neste ano teremos mais setores regionalizados, como irrigação, armazenagem, aviação, automobilístico, máquinas para construção, pecuária, o que permitirá que o visitante ande menos para encontrar e pesquisar a solução procurada”, afirmou. Com uma área total de 360 mil metros quadrados, a Agrishow 2011 deve reunir cerca de 730 marcas de 45 países, com mais de 800 demonstrações de campo e um público superior a 140 mil visitantes. Entre as novidades da edição de 2011 da principal feira de agronegócios da América Latina estão uma exposição de cavalos da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Campolina e uma oficina modelo do setor de ferramentas destinada ao produtor rural. A


IRRIGAÇÃO

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CAFEICULTURA

Alysson Vilela Fagundes 1 Antônio Wander Rafael Garcia 2 José Braz Matiello 3

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gesso agrícola é indicado, normalmente, como fonte de cálcio, enxofre e corretivo, reduzindo o alumínio tóxico e carreando bases para camadas mais profundas do solo. Para essas finalidades, trabalhos de pesquisa realizados dão base para a recomendação de doses em condições de solo que oferecem respostas adequadas. Outra alternativa de uso do gesso nas lavouras cafeeiras tem sido levantada, nos últimos

FOTO: Editora Attalea

18 JAN / 2011

Altas doses de gesso (irrigação branca) na formação e produção do cafeeiro

Tabela 1. Níveis de fertilidade inicial do solo (nov/06) na área do ensaio de gesso, em 2 profundidades, determinados pela análise química, Boa Esperança (MG). Prof.

pH

0 - 20 5,0 20 - 40 4,9

P

K

2,6 0,6

50 33

Ca

Mg

0,84 0,32 0,42 0,19

Al

H+Al

T

0,3 0,3

5,0 5,0

6,3 5,7

V%

Zn

20,5 1,8 12,1 1,5

B

0,1 0,1

1 - Engenheiro Agrônomo Mestre em Fitotecnia - PROCAFÉ 2 - Antônio Wander Rafael Garcia 3 - Engenheiro agrônomo Mapa/Procafé

anos, por um grupo de técnicos, os quais vem difundido o uso de gesso, em doses muito elevadas, para atuar como um condicionador de solo, buscando melhoria na condição de suprimento de água para o cafeeiro, o que denominam de irrigação branca. Ocorre que este efeito, proposto como responsável por altas produtividades em lavouras comerciais, ainda não foi comprovado cientificamente. A prática, uma vez bem estudada e se comprovada, seria interessante para economia na irrigação, podendo viabilizar novas áreas cafeeiras em regiões hoje consideradas marginais. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito de varias doses elevadas de gesso, cobrindo o solo junto á linha de cafeeiros, no pós plantio, na Tabela 2. Resultados de análise de folhas, aos 36 meses de campo, em cafeeiros sob diferentes doses de gesso como irrigação branca, Boa Esperança (MG), maio 2010. Tratamentos (doses de gesso/m e t/ha)

Testemunha 1,5 kg/m (4,3 ton/ha) 3,0 kg/m (8,6 ton/ha) 4,5 kg/m (12,9 ton/ha) 6,0 kg/m (17,1 ton/ha) 7,5 kg/m (21,4 ton/ha) 9,0 kg/m (25,7 ton/ha) Média

Ca

Mg

S

1,64 b 1,90 b 1,86 b 2,22 a 3,27 a 2,65 a 2,81 a 2,3

0,31 a 0,27 b 0,23 b 0,25 b 0,28 b 0,23 b 0,30 b 0,30

0,17 b 0,19 b 0,19 b 0,20 b 0,22 a 0,23 a 0,26 a 0,20

(Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Skott-Knot a 5%)


fase de formação e produção do cafeeiro. Foi conduzido um ensaio na Fazenda Experimental da Fundação Procafé/Capebe em Boa Esperança (MG), no período 2007-10, sobre solo do tipo latossolo vermelho, textura argilosa, estrutura granular e baixa fertilidade (ver análise química inicial na Tabela 1), O experimento foi delineado em blocos ao acaso, com 7 tratamentos e 3 repetições, com parcela de 7 plantas, sendo as 5 centrais úteis. Os tratamentos constaram de doses de gesso, as quais foram aplicadas em cobertura, em uma faixa de um metro de largura (0,5 m de cada lado da linha de cafeeiros) em uma lavoura da cultivar Catuaí Amarelo IAC 62, com 6 meses de campo, com espaçamento de 3,5 x 0,7 m. Os tratos, as adubações e demais correções nutricionais foram aplicadas de forma semelhante para todo o ensaio, observando-se as recomendações usuais e os resultados das análises de solo e folhas, efetuadas para acompanhamento. Foram feitas correções iniciais, com 200 g de sulfato de magnésio,

FOTO: Editora Attalea

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semelhantes em todos os tratamentos, a fim de reduzir o efeito competitivo do cálcio no solo. Nos anos seguintes, as correções foram feitas com óxido de magnésio na dose de 1 tonelada por hectare. Os tratamentos ensaiados foram: 1) - Testemunha sem gesso 2) - 1,5 Kg de gesso / metro (= 4,3 t /ha)

3) - 3 Kg de gesso / metro (8,6 t /ha) 4) - 4,5 Kg de gesso / metro (12,9 t /ha) 5) - 6 Kg de gesso / metro (17,1 t / ha) 6) - 7,5 Kg de gesso / metro (21,4 t /ha) 7) - 9 Kg de gesso / metro (25,7 t /ha). As avaliações do ensaio constaram do acompanhamento por análises do solo e foliar e pela produção nas primeiras safras, em 2009 e 2010.


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FOTO: Divulgação JAY

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Resultados e Tabela 3. Resultados de análise de solo nas camadas de 0 a 20, de 20 a 40 e de 40 a 60 cm, aos 36 meses de campo Conclusões - Os re- em cafeeiros sob diferentes doses de gesso como irrigação branca, Boa Esperança (MG), maio 2010. sultados de análise Níveis de Nutrientes nas 3 Profundidades de Solo 0 - 20cm 20 - 40 cm 40 - 60cm de solo, de folhas e Tratamentos Ca Mg P K Ca Mg P K Ca Mg P K a produtividade dos 0,27 0,24 5,08 88,67 1,16 b 1,71 70,00 Testemunha 1,43 b 0,45 a 3,6 b 122,00 1,08 b cafeeiros no ensaio 0,28 0,17 2,88 a 0,37 b 5,6 b 115,33 1,45 b 2,27 88,67 1,17 b 6,69 63,33 1,5 kg/m estão colocados nas 0,18 0,12 2,38 a 0,27 b 4,9 b 73,53 1,55 b 4,40 66,67 1,18 b 1,63 46,67 3,0 kg/m Tabelas 2 a 4. 0,32 0,23 2,49 a 0,38 b 3,4 b 93,33 1,87 b 1,89 98,00 1,70 b 1,75 67,33 4,5 kg/m Com relação 0,21 0,12 2,52 a 0,28 b 2,9 b 98,67 1,41 b 2,71 68,00 1,48 b 2,63 52,00 6,0 kg/m 0,17 0,09 2,51 a 0,25 b 3,2 b 108,67 1,70 b 2,13 66,00 1,85 b 0,91 54,67 7,5 kg/m aos dados de análise 0,19 10,63 70,00 3,14 a 0,10 3,10 a 0,34 b 16,8 a 108,00 2,76 a 2,12 60,00 9,0 kg/m de folhas (Tabela 2), 0,33 0,23 0,15 2,47 5,82 102,76 1,83 4,16 77,71 1,67 2,49 59,14 Média os níveis de cálcio foram inferiores na (Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Skott-Knot a 5%), Ca, P e K em ppm testemunha e nos tratamentos com as menores doses de Tabela 4. Produtividade média, em sacas/ha, na safra de 2010, dos gesso (4,3 e 8,6 t /ha). Porém, mesmo nesses tratamentratamentos submetidos a diferentes doses elevadas de gesso, Boa Estos com menores níveis de Ca, os teores ficaram acima perança (MG) -2010. dos níveis considerados limiares para a cultura cafeeira. Tratamentos Produtividade Produtividade Média O magnésio diferiu estatisticamente somente da teste(doses de gesso/m e t/ha) 2009 2010 munha em relação aos demais tratamentos; mas mesmo 71,3 12,2 41,8 Testemunha a testemunha, embora superior em Mg, mostrou níveis 68,0 9,9 39,0 1,5 kg/m (4,3 ton/ha) na escala nutricional abaixo do limiar para a cultura. O 71,7 8,4 40,0 3,0 kg/m (8,6 ton/ha) 58,5 14,6 36,6 4,5 kg/m (12,9 ton/ha) enxofre apresentou níveis foliares superiores a partir de 61,2 7,5 34,3 6,0 kg/m (17,1 ton/ha) 17 t/ha. 70,9 14,8 42,9 7,5 kg/m (21,4 ton/ha) Nas análises de solo (Tabela 3), na profundidade de 66,7 15,0 40,8 9,0 kg/m (25,7 ton/ha) 0 a 20 cm, os níveis de cálcio foram inferiores somente 66,9 11,8 39,3 Média na testemunha e na profundidade de 20 a 40 e 40 a 60 (Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Skott-Knot a 5%) os níveis desse nutriente foram superiores somente na maior dose de gesso. O magnésio na camada de 0 a 20 foi superior somente na tes- dos cafeeiros, pode-se concluir, para as temunha, mas mesmo assim esses níveis ainda estão muito abaixo do considerado condições do ensaio, que a aplicação ideal para o cafeeiro, isso comprova os sérios desequilíbrios causados pelas altas de altas doses de gesso, ou a irrigação doses de gesso. O fósforo apresentou níveis crescentes com o aumento da dose de branca, não favoreceu o desenvolvigesso, o que pode ser explicado pelo provável resíduo (cerca de 0,5%) do elemento mento e produtividade do cafeeiro, ao que sobra na fabricação do adubo fosfatado(SFS). contrário, mostra desequilíbrios de nuCom relação à produtividade (Tabela 4), não foi observada diferença entre trientes no solo, com prováveis probtratamentos, não mostrando, portanto, efeito favorável das doses de gesso. lemas futuros. A Nessa primeira etapa do trabalho, na fase de formação e primeiras produções


CAFEICULTURA

Procafé orienta sobre adubação do cafezal

N

Alysson Vilela Fagundes 1

o período conhecido como ‘período das águas’, que vai de setembro a março, é época de realizar as correções e adubações de solo e folha no cafeeiro. Operações essas de grande importância para o bom desenvolvimento vegetativo e produtivo do cafeeiro. Nessa época é importante a utilização dos resultados das análises de solo retiradas em maio/junho e a retirada de amostras de folhas para corroborar com os resultados anteriores. É importante ressaltar que as análises de folha são uma importante ferramenta quando utilizadas da forma correta, mas podem se tornar confusas e até mesmo errôneas se utilizadas de maneira imprópria, apenas levando-se em conta os números absolutos através da consulta de tabelas dos órgãos de pesquisa e extensão. Com relação às análises de folha é muito importante observar além dos resultados absolutos, alguns requisitos como: mobilidade do nutriente (mó-

FOTO: Editora Attalea

1 - Engenheiro Agrônomo Mestre em Fitotecnia PROCAFÉ

Adubação para uma lavoura adulta, em produção:PARA CADA SACA DE CAFÉ SÃO NECESSÁRIOS POR HECTARE: • 6,2 kg de N • 0,6 kg de P2O5 • 5,9 kg de K2O • 0,3 kg de S PARA 30 SACAS DE CAFÉ SÃO NECESSÁRIOS POR HECTARE: • 186 kg de N • 18 kg de P2O5 • 177 kg de K2O • 9 kg de S

Ajuste pela Disponibilidade no Solo:FÓSFORO: • < 10 ppm = dose total • 10 a 20 ppm = meia dose • > 20 ppm = dispensar adubação POTÁSSIO: • < 60 ppm = dose total + 20 a 30% (formação do solo); • 60 a 120 ppm = 2/3 da dose • > 120 ppm = dispensar adubação (principalmente safra baixa)

vel, pouco móvel ou imóvel), crescimento da planta e época do ano. Com relação à mobilidade dos nutrientes, os nutrientes móveis como, por exemplo, o nitrogênio, tende a se concentrar nas extremidades. Por isso quando retiramos uma amostragem de folhas e o N apresenta níveis considerados ótimos, temos ainda que observar como está o crescimento da planta, pois plantas que crescem pouco tendem a concentrar mais o nitrogênio. É muito comum observarmos lavouras esqueletadas com níveis baixos de nitrogênio, porém com crescimentos muito bons (18 a 22 internódios de crescimento). Um nutriente como o potássio, que é muito requerido para o enchimento de grãos, não dá altos níveis na

Ajuste pelo Aproveitamento:APROVEITAMENTO: • N e K = 70% • P = 50% • Geral NPK = 30% Produtiv. (sc/ha)

20 30 40 50 60

N

Média P2O5

K 2O

120-160 180-240 250-310 310-390 380-470

15-20 18-40 25-50 30-60 40-80

120-130 170-220 240-270 300-330 360-440

Fonte: Adubação Racional da Lavoura Cafeeira - Matiello, Garcia e Almeida

Fazer as devidas correções de acordo com as análises de folha: Nutrientes

Escala Nutricional Deficientes Limiar Adequada (c/ sintomas)

N (%) < 2,5 P (%) < 0,05 K (%) < 1,2 Mg (%) < 0,2 Ca (%) < 0,5 S (%) < 0,05 Zn (ppm) < 7,0 B (ppm) < 30 Cu (ppm) < 4,0 Mn (ppm) < 30 Fe (ppm) < 50 Mo (ppm) -

3,0 0,12 1,8 0,35 1,0 0,15 10 40 10 50 70 0,1

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3,0 - 3,5 0,12-0,15 1,8-2,3 0,35-0,50 1,0-1,5 0,15-0,20 10-20 40-80 10-50 50-200 70-200 -

época da granação, pois o fruto é um dreno muito forte não deixando sobrar altos níveis desse nutriente para a folha. As adubações de solo devem ser realizadas nas doses recomendadas pelos órgãos de pesquisa e extensão, baseadas nas análises de solo e folhas e parceladas em três vezes ao longo do período das águas, sendo os parcelamentos feitos no início de novembro, final de dezembro e final de fevereiro. A observância de equilíbrio nutricional entre macro e micronutrientes é indispensável para a obtenção de colheitas econômicas máximas. A


CAFEICULTURA

Safra paulista de café deve ter queda de 26,5%

22 JAN / 2011

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TABELA 1 - Estimativa de Safra 2011/2012 primeira estimativa de safra de café 2011/12, UNIDADE VARIÁVEL no estado de São Paulo, sugere uma substancial hectare Área total de café diminuição na quantidade pronúmero Número total de covas duzida no estado, contabilizansc 60kg Produção obtida em 2010 sc 60kg Produção esperada em 2011 do-se apenas 3.423.895 sacas a hectare Área em formação s/ produção serem colhidas, ou seja, redução número Covas em formação s/ produção de 26,55% frente a safra anterior hectare Área em produção (Tabela 1). número Número de covas em produção A área total somou 175.781 hectare Intenção de plantio em 2011 (área) hectares, enquanto aquela em fornúmero Intenção de plantio em 2011 (covas) mação, portanto, sem produção hectare Substituição de área em 2011 alcançou os 8.634 hectares. número Substituição de pés em 2011 Considerando apenas a área em % a ser colhida em abril % produção, a produtividade das laa ser colhida em maio % a ser colhida em junho vouras paulistas deverá alcançar a % a ser colhida em julho média de 20,49 sc/ha. % a ser colhida em agosto Tais resultados refletem a já % a ser colhida em setembro esperada diminuição na produção % a ser colhida em outubro decorrente da bienalidade natural % a ser colhida em novembro da lavoura. FONTE: Conab, Cati e IEA A recente escalada das cotações do produto deverá contribuir estabilidade do parque cafeeiro é resulna reversão da longa tendência de tado da implantação de novos estandes redução de área cultivada no Estado, com maior número de plantas, pois em que a cafeicultura tem cedido áreas enquanto na área em formação a denpara outras atividades agropecuárias. sidade se aproxima das 3.500cv/ha, a Todavia, a quantidade de talhões er- média de estande da área em produção radicados não promoveu diminuição não alcança as 2.800cv/ha. expressiva no parque cafeeiro que À época do levantamento o esainda conta com uma população de toque ainda não comercializado depo490,646 milhões de covas. A relativa sitado nas próprias propriedades, co-

ESTIMATIVA 175.781 490.646.537 4.661.577 3.423.895 8.634 31.564.775 167.147 459.081.762 5.329 18.988.614 3.248 10.252.140 1,0 7,5 23,8 33,33 24,7 7,0 0,7 0,1

INTERVALO INFERIOR

SUPERIOR

168.574 469.058.089 4.456.468 3.283.515 7.771 28.313.603 160.127 437.964.001 4.423 15.931.447 2.553 8.652.806 0,6 6,7 22,6 31,7 23,4 6,4 0,6 0,0

182.988 512.234.985 4.866.686 3.564.274 9.498 34.815.947 174.167 480.199.523 6.234 22.045.781 3.943 11.851.474 1,4 8,3 25,1 34,8 26,1 7,5 0,9 0,2

CV 4,1 4,4 4,4 4,1 10,0 10,3 4,2 4,6 1,7 16,1 21,4 15,6 42,1 10,2 5,4 4,7 5,4 7,9 20,4 61,6

operativas e armazéns ainda carregava 1,7 milhões de sacas de café beneficiado. Tal quantidade de produto encontra-se na iminência de não conferir segurança ao abastecimento durante a entressafra e essa é uma das razões para a escalada dos preços, pois idêntica situação ocorre nos demais estados produtores da bebida. (FONTE: IEA e Equipe CaféPoint). A

Setor prevê redução na safra nacional

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mercado cafeeiro do país já admite a falta do produto -e o consequente aumento do seu preço- na safra 2011/ 2012, que começa em maio próximo. Os motivos são as previsões de quebra acentuada da produção e a bienalidade natural do café (que intercala ciclos produtivos altos - como em 2010 - e baixos). Só na região de Ribeirão Preto (SP), a quebra da safra deve chegar a 59,5%, segundo previsão do IEA (Instituto de Economia Agrícola), da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento. A região responde por um terço da produção paulista. Já a previsão da COOXUPÉ (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé/MG), considerada a maior do país, é de 35% de quebra.

“Vai faltar café para comercialização. A variação do preço ficará muito mais atrelada aos resultados da produção internacional do que à lei de oferta e procura no Brasil”, disse o presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa. A CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) estima uma queda mais modesta em todo o país -12,9%, de 48,09 milhões de sacas para 41,89 milhões-, que o mercado considerou tímida. Preços altos - Já o pesquisador do IEA Celso Vegro afirmou que “o regime de oferta e procura deve regular um novo piso para o consumo, que tratará de ajustar-se às limitações da oferta. “Será um período propício para manutenção dos preços eleva-

dos”, disse. Nos últimos 12 meses, o preço da saca de café arábica saltou de R$ 276,59 para R$ 418,03 -alta de 51,14%-, segundo indicador do CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz). Na Cooxupé, a quebra vai reduzir para cerca de 3,5 milhões de sacas a quantidade de café recolhido. Em 2010, a cooperativa registrou recorde histórico de 5,2 milhões de sacas. A COCAPEC (Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas da Alta Mogiana), em Franca (SP), também registrou recorde histórico em 2010 ao obter 1,15 milhão de sacas de café. Agora, a previsão é de volta aos patamares de safras anteriores, de 900 mil sacas. A


CAFEICULTURA

Com as chuvas, maioria dos cafezais do Brasil se recupera da estiagem de 2010.

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oa parte das regiões produtoras de café no Brasil deverá colher na safra 2011/12 um volume normal para um período de ciclo de baixa de produção do arábica, mas outras áreas como o norte de São Paulo sentirão os efeitos de uma estiagem que afetou os cafezais durante 2010, disseram integrantes de cooperativas à Reuters esta semana. O Brasil certamente terá uma safra menor que as 48,1 milhões de sacas de 60 kg do ano passado, uma vez que as árvores estão no ciclo bianual de baixa. Mas os agrônomos dizem que deve ser um ano típico, de uma maneira geral. Na safra 2009/10, também de baixa, a produção foi de 39,5 milhões de sacas, a maior para tal período na última década. “Parece normal. 2011 será bem menor que em 2010, mas nada extraordinário. Tem chovido bastante”, disse Mario Ferraz de Araújo, agrônomo da COOXUPÉ, de Guaxupé (MG), a maior cooperativa do mundo, em Minas Gerais, principal produtor brasileiro. Os preços futuros do arábica, do qual o Brasil é o maior produtor, dispararam no segundo semestre de 2010, em meio às expectativas de oferta ajustada neste ano, subindo para cerca de 2,30 dólares por libra-peso no início de janeiro. O presidente da COOXUPÉ, Carlos Alberto Paulino da Costa, disse que considerando a queda bianual e o clima mais seco, a cooperativa espera que a produção em sua região recue para cerca de 6 milhões de sacas em 2011, contra 9,3 milhões de sacas do ano passado. Com a Colômbia caminhando para a terceira queda consecutiva na produção e expectativa de que os problemas climáticos reduzam a safra de robusta do Vietnã, a dependência do produto brasileiro vai aumentar pelo menos até o próximo ano. A menor safra do Brasil já registrada em um ciclo de baixa na última década foi a de 2003/04, com dados oficiais que apontam 28,8 milhões de sacas. Ela foi afetada por uma combinação de excesso de chuvas, estiagem e uso inadequado de insumos químicos, logo após uma safra recorde de 48,48 milhões de sacas. SÃO PAULO - Cafezais do norte do Estado de São Paulo ou próximos da divisa com Minas Gerais não estão tão bons, entretanto, e duas cooperativas na região disseram que a safra pode ser menor que a do último ciclo de baixa há dois anos. De acordo com o Roberto Maegawa, engenheiro agrônomo da COCAPEC, de Franca (SP). “As flores não cresceram. Elas saíram, mas muitas

não formaram o fruto do café e logo murcharam”, disse. Maegawa contou que está trabalhando com uma estimativa de queda de 15 por cento na safra, em relação a anos de baixa. No ano passado, as regiões produtoras do norte de São Paulo receberam apenas 30 a 50 por cento do volume médio de chuvas em outubro e novembro. A safra de café de São Paulo, que é cultivado principalmente no norte do Estado, corresponde a cerca de 10 por cento da produção total do país. “As chuvas em nossa região não foram muito bem distribuídas. A florada foi excelente mas o número que se manteve foi terrível”, disse ele. Novas plantações sucumbiram muito facilmente à seca, porque as raízes das árvores não atingiram partes profundas para pegar mais umidade do solo. Marcelo de Moura Almeida, do departamento de comercialização da COOPARAÍSO, de São Sebastião do Paraíso (MG), disse que espera um declínio da produção. “Estamos começando a trabalhar em nossa primeira previsão agora e, pelos números iniciais que tenho visto, eu acredito que será menor”, ele disse, referindo-se à produção de café do norte de São Paulo, na área de abrangência da COOPARAÍSO. (FONTE: Agência Reuters) A

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FRUTICULTURA

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sequenciamento do genoma da bactéria Xylella fastidiosa por cientistas brasileiros, há 10 anos, representou um avanço significativo para a ciência e contribuiu para o desenvolvimento da bioinformática no País. Em 2010, a Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, desenvolveu um método para a identificação de potenciais alvos terapêuticos que servirão para desenhar fármacos contra a bactéria. O pesquisador Goran Neshich, líder do Laboratório de Biologia Computacional (LBC), conta que um pedido de patente foi depositado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI, em setembro do 2010. A invenção refere-se à identificação de regiões específicas em uma proteína, identificada no genoma da Xylella como crucial para a patogenicidade da bactéria, para que esta proteína possa ser inativada ou ter sua atividade reduzida, diminuindo ou evitando assim o desenvolvimento da infecção bacteriana. Ele explica que as principais fitopatogenias relacionadas à bactéria são a clorose variegada dos citrus (CVC ou amarelinho) e a doença de Pierce, que podem atacar os cultivares de citrus de uma forma geral e de videiras, respectivamente, além de outras doenças que afetam várias plantas de interesse econômico. Os prejuízos com a praga do amarelinho são estimados em US$ 100 milhões anuais nas plantações brasileiras, afetando um terço dos pomares de laranja. O LBC desenvolve uma plataforma computacional denominada BSS - Blue Star Sting, baseada em ferramentas livres, que tem o maior banco mundial de dados de descritores de estrutura de proteínas, sequência, função e estabilidade proteica. Os benefícios desta tecnologia são caraterizados em FOTO: ABECITRUS

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Pesquisa desenvolve método para identificar alvos que combatem o ‘Amarelinho’

integração dos dados e ferramentas de análise e visualização das estruturas proteicas para uso em ensino acadêmico, pesquisa básica e aplicações em um amplo espectro de áreas como desenho de drogas, sistemas biológicos, determinação de novos alvos para fármacos etc. O pedido depositado no INPI é de uma patente de invenção intitulada “Identificação de alvos terapêuticos para desenho computacional de drogas contra bactérias dotadas da proteína específica, fundamental para a patogenicidade de Xylella fastidiosa”. O LBC pretende apresentar novos

pedidos de patente em breve. Conforme a estagiária Izabela Pena Neshich, que desenvolve trabalhos no laboratório sob orientação do pesquisador José Gilberto Jardine, esses resultados indicam que, com o uso conjunto da bioinformática, da biologia computacional e da própria biologia, é possível prever fatores importantes e avançar na pesquisa agropecuária. O Sting recebeu apoio da FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo. A instituição investiu cerca de R$ 1 milhão em recursos, em 2002, para a instalação do laboratório em Campinas, anteriormente chamado de Núcleo de Bioinformática. Atualmente, a FAPESP financia a pesquisa “Aplicação de técnicas de reconhecimento de padrões usando os descritores estruturais de proteínas da base de dados do software Sting para discriminação do sítio catalítico de enzimas”, desenvolvida pelo LBC. A

Projeto chinês para a laranja assusta EUA e Brasil

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Flórida, Estado Norte Americano grande produtor de suco de laranja, está preocupada com a concorrência da China, que toca projeto para se tornar potência em frutas cítricas. E os citricultores brasileiros também devem começar a se preocupar. É que a meta chinesa é de cultivar 2 milhões de hectares de citros até o ano 2015 (área dez vezes maior que a da Flórida) e produzir 30 milhões de toneladas (mais que a oferta combinada de São Paulo e Flórida). A comissão de citros da Flórida encomendou uma investigação téc-

nica sobre o projeto chinês. Para o professor Zhifeng Gao, que lidera o projeto na Universidade da Flórida, o plano pode afetar o mercado mundial de citros e também o Brasil. Com produções concentradas nos Estados de São Paulo e da Flórida, respectivamente, Brasil e EUA lideram o mercado mundial há décadas. Há o temor de que os chineses façam com a laranja o que fizeram com a maçã - em cinco anos, saíram de quase zero para 75% das exportações mundiais do suco. A


FRUTICULTURA

Natally Ribeiro do Carmo 1 Raimunda Nascimento Sales 2 Maria Madalena Rinaldi 3

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banana é uma das frutas mais consumidas no mundo, sendo cultivada na grande maioria dos países tropicais. Tem uma enorme importância social, pois fornece energia, minerais e vitaminas a um custo baixo. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de banana, responsável por cerca de 9,5% da produção mundial. No País, ela é considerada a fruta tropical de maior importância, uma vez que mobiliza grande contingente de mão de obra, apresenta fluxo contínuo de produção a partir do primeiro ano, o que a torna atraente para os agricultores e movimenta um número apreciável de insumos. Além disso, ela é, juntamente com a laranja, a fruta mais consumida pelos brasileiros. Embora o País seja um grande produtor e consumidor do fruto, a bananicultura nacional apresenta sérios problemas nas fases de produção e póscolheita, que limitam a sua inserção no mercado internacional. As perdas de banana em países em desenvolvimento variam de 20% a 80% da produção. A alta perecibilidade do fruto e as dificuldades em seu armazenamento são os principais fatores responsáveis por essas perdas. No que se refere à qualidade, o grande problema consiste no manejo do produto a partir da colheita, transporte, embalagem, climatização (tratamento em que o fruto é submetido para amadurecer uniformemente) e manuseio. Na pós-colheita, a falta de cuidados é responsável pela desvalorização da fruta no mercado interno e pela perda de oportunidade de exportação. As perdas pós-colheita podem ter origens mecânicas, fisiológicas e microbiológicas. Os danos de origem mecânica devem ser considerados de maior importância para a conservação da qualidade dos frutos após sua colheita. Além de causarem ferimentos, 1 - Engenheira Agrícola da Universidade Estadual de Goiás 2 - Pesquisadora em Processamento de Alimentos da Agência Rural/GO. 3 - Embrapa Cerrados

FOTO: Editora Attalea

Durabilidade pós-colheita de bananas é estudada

amassamentos e cortes, eles influenciam nos outros tipos de danos – os fisiológicos e os microbiológicos. Por serem frutos climatéricos (amadurecem após a colheita), continuam sua atividade metabólica durante a fase de pós-colheita. No amadurecimento, muitas transformações químicas ocorrem e influenciam diretamente na qualidade. Nessa fase, também se observa uma diminuição dos compostos fenólicos, de menor peso molecular, o que acarreta redução da adstringência, além da liberação de compostos voláteis, fatores responsáveis pelo aroma e sabor, que são características fundamentais para a aceitação da fruta. Alguns fatores que melhoram a qualidade e a vida útil (vida de prateleira) desses produtos são: colheita no ponto ótimo de maturação, minimização de injúrias mecânicas, tratamento fitossanitário e condições adequadas de temperatura e umidade relativa durante a comercialização. Dessa forma, torna-se necessário prolongar o seu período de armazenamento na fase pré-climatérica, na qual, os frutos apresentam-se ainda verdes. O armazenamento refrigerado é o principal meio de conservação de frutos e vegetais e pode ser aliado a outras técnicas de conservação. As bananas são frutos sensíveis ao chilling (injúria pelo frio), desordem fisiológica observada após a exposição dos frutos a baixas temperaturas, resultando na redução de sua qualidade, promovendo, principalmente, escurecimento da

casca, baixa transformação do amido em açúcares mais simples, perda de sabor, aroma e brilho. Dessa forma, devem ser armazenadas sob temperaturas acima das mínimas de segurança, ou seja, que não promovam a desordem fisiológica. A temperatura mínima de armazenagem depende da sensibilidade da banana a danos pelo frio. Essa condição é afetada pelo cultivar, condições de cultivo e tempo de exposição a uma dada temperatura. A melhor indicação de danos pelo frio em banana verde é a presença de pintas marrons-avermelhadas na casca. Na banana madura, os danos são caracterizados por uma aparência cinza opaca esfumaçada, em vez da cor amarela brilhante da casca. A falta de informações sobre o comportamento dos cultivares brasileiros limita a aplicação de técnicas de conservação. Com o objetivo de auxiliar no fornecimento de informações sobre a vida útil e a qualidade pós-colheita de variedades de banana, estudou-se – em conjunto com pesquisadores da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Agenciarural de Goiás e comerciantes de banana do mercado do produtor de Anápolis, GO – o armazenamento das variedades de banana nanicão e prata SHIA 18 cultivadas na Estação Experimental da Agênciarural, situada em Anápolis, GO. Os frutos foram colhidos no estágio de coloração da casca (verde-maturo), selecionados, lavados, uniformizados quanto ao amadurecimento com o gás Etil 5 e mantidos a temperatura ambiente, em câmara fria na temperatura de 13ºC e 95% de umidade relativa. Análises físico-químicas foram realizadas à medida que os frutos atingiram a coloração da casca 50% verde e 50% amarela, amarela e extremidades ainda verdes, e casca completamente amarela com manchas marrons. A vida útil do produto foi determinada pelo número de dias para atingir a coloração da casca completamente amarela com manchas marrons. Este estudo permitiu concluir que bananas da variedade nanicão e prata podem ser mantidas sob condição ambiente por 4 dias, sendo o período de armazenamento, sob refrigeração, de 9 dias para as duas variedades. A

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ARTIGO 26 JAN / 2011

“A cana de açúcar, um produto político” Olivier Genevieve - presidente da ONG Sucre-Ethique e Professor na Escola de Comércio INSEEC. Lyon - Paris.

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urante o último encontro anual da Organização Internacional do Açúcar, que aconteceu em Londres em 30 de novembro e 1º de dezembro de 2010, o Professor Philippe Chalmin – membro do comitê científico da nossa ONG – palestrou sobre o futuro do açúcar. Professor de economia e historiador das matérias primas, explicou a mais de 350 profissionais de 60 países que de todas as matérias primas, com certeza, o açúcar sempre foi um « produto político ». A cana de açúcar construiu países, como destruiu. Quem se lembra que Haiti foi o primeiro exportador do mundo no final do século 18 e que a ilha de Java na Indonésia era um pólo de produção de primeira linha nos anos 20? Quem podia acreditar que no final do século 19 os especialistas pensavam que o açúcar da cana não tinha “futuro” frente ao açúcar de beterraba, mais perto do consumidor? Antes da revolução industrial e da invenção do motor à explosão, o açúcar teve um verdadeiro papel de matéria estratégica pelo mundo ocidental. Com a descoberta das Américas e o clima propício à cana, as potências européias fizeram uma verdadeira corrida às ilhas e terras para plantar um produto que podia produzir um bem de consumo e alto valor agregado. Até o pequeno Danimarco tinha a sua ilha de cana para agradar os consumidores e oferecer aos comerciantes um produto exótico procurado. Por ter perdido o Pernambuco, os holandeses trocaram em 1639 o novo Amsterdã, a futura Nova Yorque e o muro que ficara famoso para o Suriname. Com o tratado de Paris em 1763, os franceses fizeram a mesma coisa com o Canadá, recuperando-se o Guadalupe, terra aonde em nasceu no mesmo ano a Josephine de Beaurais, futura

esposa do Napoleão. Nem sempre o negócio com o açúcar foi positivo, mas revolucionou o mundo. Napoleão quis fazer a Inglaterra falir economicamente com o famoso Bloqueio Continental impedindo a importação do açúcar de cana e assim criando a indústria açucareira tirada da beterraba. Mais recentemente, o acordo de 2003 “Everyhtring But Arms” (EBA – Tudo fora as Armas) entre a Europa e os países pobres, permitiu desde outubro de 2009 o acesso do mercado europeu sem impostos de importação ou quotas. Até o Brasil pode exportar para o mercado europeu um quota de açúcar bruto para o velho continente sabendo que a federação favorece os estados do Nordeste para este mercado, com preços em geral maiores do que o mercado mundial (a não ser atualmente, onde o preço comunitário está abaixo o mercado mundial). Apesar desta abertura, o continente desde 1755 consegue produzir açúcar da beterraba. Hoje em dia, a beterraba está ligada ao trigo (a França exportou este ano mais de 41 milhões de toneladas) ligados entre eles com a necessária rotação agronômica das terras. Como o pão é a base da civilização européia, uma decisão política em acabar com a produção de açúcar fica impossível. Além disso, em mercados globalizadas precisa-se em áreas estáveis, no qual a Europa tem este papel. Os Estados Unidos importa açúcar com vantagens aduaneiras de vários países que podem assim ter o dólar como “currency” e assim ficar no trem da globalização. Entre estes países, o Paraguai, que em 1948 votou na criação do Estado de Israel em « troca » de compras de açúcar pelo Tio Sam. Na passagem do milênio, a cana de açúcar teve sua revolução mundial com o bicombustível que se “democratizou” a partir do Brasil e o famoso

programa “Pró-Álcool”. Em 2001, os Estados Unidos assinaram com os seus “vizinhos próximos” o acordo “CBI” Caribbean Basin Initiative” (uma Iniciativa para o Baixo Caribe) no qual a cana está no cardápio. De fato, as economias destes países tem como apelido “economia de sobremesa” (banana, café, cacau e … açúcar). Para resumir em cima da cana, este acordo permite a estes países poder exportar até 7% do consumo de etanol do mercado norte americano sem impostos de importação. Além disso, até 50% da matéria prima pode ser de origem estrangeira, a fim de ficar com a mesma origem. Isso significa que o Brasil poderá exportar bagaço para a Jamaica. Por este motivos a Crystal Sev como a Coimex investiram nestes países (El Salvador e Jamaica), como os norte-americano e chineses. Como o petróleo no século 20 criaram países como o Iraque, com os ingleses da Royal Dutch Shell ou a Arábia Saudita com a Standard Oil (as mesmas que provocaram a guerra entre a Bolívia e o Paraguai de 1932 a 1935) o etanol está numa nova corrida energética com a política brasileira na África. O ex-presidente Lula foi o primeiro dos presidentes do Brasil a visitar tantos países africanos, criando uma verdadeira política diplomática do etanol, especialmente com o Moçambique e a Angola, mas também em países como a Nigéria. O objetivo é ajudar na criação de novas fontes de uma matéria prima que poderá ser uma “commodity” mundial. Tomara que este novo trilho africano do etanol não esteja como os ‘altermondialistas’ afirmam contra a floresta nativa e a produção de alimentos, mas veículo de desenvolvimento e progresso como pedra de uma nova ordem progressista e espirituosa da liberdade dos povos, fraternidade social e igualdade de tratamento econômico entre os atores socioeconômicos. A


CANA-DE-AÇÚCAR

Pesquisa encontra alternativa para combater broca da cana-de-açúcar

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FOTOS: Divulgação

FOTOS: Divulgação

demanda por energias renováveis tem estimulado boa parte dos produtores rurais a remanejarem suas culturas de modo a otimizar resultados com a produção. Uma das conseqüências dessa nova ordem no campo é a migração para o setor sucroalcooleiro, aumentando consideravelmente as terras cultivadas com cana-de-açúcar. O oeste paulista, o triângulo mineiro e a região Centro Oeste tem registrado altos índices de substituição da pecuária pela cana. Ao mesmo tempo, essas novas fronteiras agrícolas acabam ampliando os limites Adultos de D. Saccharilis: macho (acima) e fêmea (abaixo) geográficos de determinadas espécies distância dentro da área de aplicação, a 80%. Ainda em laboratório, Greice pragas como a broca da cana (Diatraea efeito residual e atratividade a alguns Erler verificou que a isca não atrai o saccharilis), tida como uma das mais inimigos naturais. adulto a longas distâncias, ou seja, mais prejudiciais a esta cultura. Financiado pela Fundação de do que 50 cm, tornando necessário Com objetivo de descobrir um Amparo à Pesquisa do Estado de São aplicá-las em área total. novo método de controle para a broca Paulo (Fapesp), o estudo avaliou a Em campo, foi realizado experida cana, a engenheira agrônoma Greice mortalidade dos insetos 24 e 48 horas mento em área total e os resultados Erler desenvolveu uma isca tóxica com após a exposição às iscas. A seleção e mostraram que as iscas testadas a base intenção de controlar a população de a concentração do atrativo e do inseti- de melaço + cloridrato de cartape e adultos. Inserida no Programa de Pós- cida foi feita a partir dos resultados Bacillus thuringiensis + Hygrogem graduação em Entomologia, da Escola que apresentaram eficiência superior controlaram satisfatoriamente a broca Superior de Agricultura “Luiz da cana com um custo bem de Queiroz” (USP/ESALQ), menor dos controles utilizaGreice estudou substâncias dos a partir do parasitóide de que pudessem ser empregadas lagartas (Cotesia flavipes) ou em associação ao inseticida com o inseticida regulador de triflumurom. “Esse inseticida crescimento (triflumurom). regula o crescimento, sendo A autora do trabalho ainda utilizado atualmente no oeste verificou que o melaço tem paulista, região que registra pouco efeito na atratividade altos índices de infestação da do inimigo natural C. flavipes broca”, conta a pesquisadora. e não possui nenhuma atraSob orientação do protividade ao predador de ovos fessor Octávio Nakano, do Doru luteipes. Departamento de Entomo“A pesquisa fornece ao logia e Acarologia (DEA), a produtor outra forma de conagrônoma testou em labotrole para a broca da cana, ratório diversas iscas, inclupermitindo a sua integração indo seletividade, idade e aos já existentes, empregando concentração das mesmas, escomo base o melaço, producolha do inseticida e sua mezido pela própria usina”, conDanos causados pelas pragas no colmo da cana. A lhor dose, determinação da clui Greice.

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AGROFLORESTA

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m manhã muito chuvosa de janeiro, foi implantada a primeira Unidade de Referência em SAF - Sistema Agroflorestal que a EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, unidade Meio Ambiente, de Jaguariúna (SP), está implantando na região de Franca (SP). O projeto vem sendo discutido há mais de seis meses com instituições da região, como por exemplo a Prefeitura de Franca, COCAPEC, CETESB, COONAI, Escola Técnica Agrícola e Associações de Produtores. O projeto está sendo coordenado pelos pesquisadores da EMBRAPA Meio Ambiente, João Carlos Canuto e Ricardo Costa Rodrigues de Camargo. E conta ainda com a participação de vários bolsistas. De acordo com Ricardo Camargo, serão implantados 5 Unidades de Referência na região de Franca (SP). “Iniciamos com esta, representando a Associação dos Produtores Orgânicos de Franca e Região, aqui no Sítio São Carlos, de propriedade do Engº Agrº Fernando Taveira. Posteriormente, mais duas serão implantadas no Assentamento da Fazenda Boa Sorte, município de Restinga (SP); uma na Fundação do Café, representando a COCAPEC – Cooperativa dos Cafeicultores de Franca; e a outra na Escola Técnica Agrícola de Franca ‘Profº Carmelino Corrêa Jr.’”, afirma Camargo. A idéia é que utilize as UR como um Sistema Agroflorestal (SAF) Modelo Escola, isto é que sirva de aprendizado, material de troca de informações, tanto entre estas áreas, quanto outras regiões do Estado de São Paulo que já possuem SAF´s já implantados ou FOTOS: Editora Attalea

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Embrapa implanta cinco Unidades de Sistema Agroflorestal na região de Franca

em vias de implantação. Com isto, criase uma rede de intercâmbio entre estas Unidades de Referência. Foi criado um tamanho padrão para todas as áreas, com 2.500 metros quadrados. De acordo com o pesquisador, este tamanho pode, eventualmente, ser replicado. Mas este tamanho é o padrão para todas as áreas. O QUE É O SAF - Sistemas Agroflorestais (SAF) são formas de uso e manejo do solo que conciliam o cultivo de árvores e lavouras tradicionais, visando a produção sustentável de forma a estabelecer a permanência da agricultura familiar no campo. Nada mais é do que imitar o funcionamento da Floresta Tropical, porém escolhendo quais espécies vão iniciar o sistema e manejando as plantas para atender

nossas necessidades e oferecer o sustento da família. Dentre as plantas utilizadas em um SAF destacamos: a) - Carros-Chefes = plantas que irão ser comercializadas em maior quantidade; b) - Plantas de Biomassa = plantas que aceitam poda e servirão de adubadeiras (mamona, margaridão, hibisco, amora, adubosverdes); c) - Plantas de Biodiversidade = diversas espécies, nativas ou não; d) - Culturas Anuais = plantas utilizadas quando as demais ainda são pequenas ou para produção constante. OBJETIVOS - “Neste dia de hoje realizamos apenas a implantação. A partir de agora, vem todo um trabalho de monitoramento, de levantamento dos parâmetros (quais mudas pegaram, quais foram bem, os índices de produtividade, os índices de conservação de solo e de água). É bom que as pessoas entendam que, apesar de estar sendo implantada numa área particular, o objetivo do SAF é servir de UR para visitações, para troca de experiências, para troca de informações”, informa Camargo. PRIMEIRA UNIDADE - No Sítio São Carlos, por ser uma unidade de produção orgânica, foram utilizadas várias espécies de plantas, sendo alguns “carros-chefes”. Primeiro, o o CedroAustraliano, para fins madeireiros. O Café, que vai ser cultivado visando Café Orgânico. Algumas espécies frutíferas, como o Mamão Havaí e o Formosa; a Banana Maçã e a Nanica; e o Abacaxi. Tudo isto entremeados com árvores de espécies nativas pioneiras e secundárias, com destaque para a Pitanga e a A Goiaba.


SILVICULTURA

Produtores rurais do Alto Paranaíba (MG) apostam no Eucalipto tura. Os setores que mais consomem são o moveleiro, as siderúrgicas e a indústria de energia. Os produtores de mudas também estão otimistas. O proprietário investiu cerca de R$100 mil. Todo o dinheiro aplicado já foi recuperado. Das 150 mil mudas que estão no viveiro 70% estão vendidas. “Foi um grande investimento, mas já recuperamos o que investimos”, afirma o proprietário do viveiro, Paulo Fravet. A produção é de 600 mil mudas por ano. Cada uma custa, em média, R$0,23. Três meses depois do plantio da semente as mudas podem ser transferidas para o campo. Paulo diz que o produtor de eucalipto deve ficar atento a alguns detalhes na planta. As prefeituras dos municípios mineiros também incentivam o plantio de olho na integração lavoura pecuária. A idéia é recuperar áreas de pastagens degradadas. O administrador Edjelson Barreto avaliou as vantagens do investimento e ganhou 1.200 mudas do viveiro municipal de Araxá (MG) para começar a nova atividade. A (Fonte: Painel Florestal)

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FOTO: Editora Attalea

produção de eucalipto se tornou alternativa de investimento para muitos produtores rurais do Alto Paranaíba, em Minas Gerais, já que utilizam terras que não eram consideradas mais produtiva. Eles utilizam a madeira na fazenda e também comercializam. O pecuarista Paulo Nessralla está empolgado com a atividade extra. Ele tem 900 cabeças de gado de corte e leite. Mas a menina dos olhos, agora, são as florestas de eucalipto. Na fazenda em Araxá tem áreas de um a cinco anos de idade e o produtor está plantando mais. Ele descobriu que o eucalipto mudou a terra que era improdutiva. São 240 mil pés em 100 hectares. Foram investidos cerca de R$700 por hectare. A atividade deu tão certo que nem vai ser preciso esperar os sete anos para fazer o primeiro corte. Paulo está otimista quanto ao retorno. A cultura tem atraído muitos produtores. Ao todo, as florestas plantadas em Minas se estendem por um milhão e 500 mil hectares. E ainda tem espaço no mercado já que a demanda é maior que a produção, segundo a Associação Mineira de Silvicul-

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EQUINOS

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étano é uma doença infecciosa, não contagiosa, altamente fatal, causada pela toxina de uma bactéria chamada Clostridium tetani, que entra no organismo através de uma lesão prévia. É caracterizada por rigidez muscular (tetania), podendo levar à morte por parada respiratória ou convulsões. Acomete todos os animais de sangue quente, inclusive o homem. Pelo fato da doença, na maior parte dos casos, ser causada por contaminação de ferimentos (na pele e nas mucosas) por terra, é também chamada de “Doença Telúrica”, ou seja, originária da terra. São particularmente sensíveis à doença os animais da espécie equina, mais sensíveis até que o homem. Os bovinos são os menos sensíveis à doença. Ao penetrar através de um ferimento ou solução de continuidade da pele em um animal suscetível, o microorganismo permanece aguardando o momento em que ocorre a cicatrização, fechando o ferimento, criando então um ambiente de anaerobiose (falta de oxigenação) para se transformar em sua forma vegetativa. É nessa fase que tem início a secreção e liberação da potente toxina (veneno) pelo germe, sendo essa a responsável pelo desencadeamento dos sintomas da doença, a qual é denominada de Toxina Tetânica. Entre as toxinas mais potentes conhecidas, a tetânica só é superada pela Toxina Botulínica, secretada também por outro germe do mesmo grupo, o Clostridium botulinum. Pode ocorrer em animais de qualquer idade e sexo. Em animais recém-nascidos, a doença ocorre geralmente pela contaminação do umbigo pelo C. tetani. Em humanos, antigamente, era a doença conhecida como “Mal dos Sete Dias”. COMO RECONHECER - Os sinais clínicos ocorrem uma a três semanas após a infecção bacteriana. Em bovinos e ovinos os casos ocorrem após manejo como castração, descorna, tosa ou remoção da cauda, por falta de cuidados higiênicos. Os animais apresentam andar rígido com os

FOTOS: Divulgação

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Tétano em equinos

membros em forma de cavalete, tremores musculares, trismo mandibular (impossibilidade de abrir a boca), prolapso da terceira pálpebra, rigidez da cauda, orelhas eretas (orelhas entesouradas, animal em estado de alerta), hiperexcitabilidade, rigidez dos músculos da cara e dificuldade ou impossibilidade para defecar e urinar. Podem ocorrer convulsões, inicialmente quando há estímulo por qualquer barulho e, posteriormente, de forma espontânea. O diagnóstico de tétano é realizado, essencialmente, pelo exame clínico, pelos sintomas e pelos dados epidemiológicos (história recente de lesão acidental ou cirúrgica). COMO TRATAR - Ao iniciar a doença deve ser administrado soro

antitetânico na dose 100.000 UI por via intravenosa, repetindo quando necessário. Fornecer alimentação líquida e de fácil deglutição. Conservar o animal em abrigo isolado, escuro e sossegado. Fazer drenagem e limpeza dos ferimentos com água oxigenada, infiltração de Penicilina G em torno da ferida e administração intramuscular de Penicilina G Potássica na dose de 25.000 UI/kg de peso, duas vezes ao dia até a cura do animal. Fazer o uso de produtos relaxantes musculares. COMO EVITAR - Em bovinos, ovinos e caprinos somente os cuidados higiênicos após manejo de castração, descorna, tosquia, corte de cauda são suficientes para evitar a doença. Em equinos são necessários maiores cuidados, como: vacinação anual dos animais; uso de soro antitetânico antes de intervenções cirúrgicas ou depois de ferimentos que possam facilitar a infecção; evitar o contato das feridas profundas com terra ou qualquer sujeira, cuidados de assepsia do instrumento cirúrgico e da anti-sepsia das feridas, desinfetando-as, tão cedo quanto possível; eliminação de objetos pontiagudos que possam causar ferimentos acidentais. (Fonte: Vallée) A


FÁBRICA DA NEW-HOLLAND É CERTIFICADA A fábrica da New Holland, em Curitiba (PR), foi recomendada pela auditoria da SGS para a certificação da OHSAS 18001. O certificado é uma ferramenta que permite que a unidade controle sistematicamente os níveis de desempenho de segurança e saúde do trabalho estabelecidos e em conformidade com a legislação municipal, estadual e federal. As unidades produtivas da CNH Latin America (do Grupo Fiat) de Sorocaba (SP) e de Piracicaba (SP) já foram auditadas. Inf. www.newholland.com.

FRANCA PREPARA A 42ª EXPOAGRO A Associação dos Produtores Rurais do Bom Jardim (Franca/ SP), em parceria com a Prefeitura (através da Secretaria de Desenvolvimento) começaram os preparativos para a 42ª EXPOAGRO Exposição Agropecuária de Franca. Considerada a melhor exposição brasileira de Gado Gir Leiteiro de 2010, a Expoagro ampliará neste ano o número de exposições ranquiadas, com a participação da raça de equinos Mangalarga Marchador. Inf.: (16) 3724-7080. www.franca. sp.gov.br/expoagro.

PUBLIQUE CONQUISTA CRI GENÉTICA O Grupo Publique começa o ano comemorando a conquista de novo cliente. Trata-se da CRI Genética, empresa especializada em tecnologias avançadas para o melhoramento genético de bovinos de corte e de leite. Segundo o gerente de Planejamento da Publique, Francisco JB Oliveira, o trabalho tem como foco a comunicação integrada e inclui análise estratégica, consultoria em marketing, publicidade, planejamento de mídia, criação de filme institucional, eventos, entre outras ações. “No momento, estamos fazendo o planejamento e definindo as ações a serem realizadas ao longo do ano”, acrescenta o diretor da Publique, Carlos Alberto da Silva. Informações: www.publique.com / www.crigenetica.com.br

LEITE RETORNA À GARRAFA DE VIDRO NO RJ A Vitalatte Laticínios (Valença/RJ) está trazendo de volta uma lembrança das décadas de 1960 e 70: o leite fresco em garrafas de vidro. A parceria com a Verallia (antiga Saint-Gobain) reedita uma embalagem quase transformada em peça de museu após o advento da caixinha longa-vida. As novas garrafas - desenvolvidas dentro do conceito Ecova - são até 30% mais leves que as tradicionais, não são retornáveis, mas 100% recicláveis. O objetivo da Verallia é estender o projeto a todos os fabricantes de leite do país. Inf. www.vitalatte.com.br.

VALTRA APOSTA NO FORTALECIMENTO A empresa registrou crescimento de vendas de 78,5% em colheitadeiras e alcançou o segundo lugar no ranking de vendas de tratores no Brasil, com 13.149 máquinas. Com forte presença no mercado sucroalcooleiro, tradição em linhas pesadas e recentes investimentos na linha de tratores leves, a Valtra chega em 2011 com a expectativa de aumentar ainda mais sua participação. Inf.: www.valtra.com.br.

STIHL TRAZ NOVO PULVERIZADOR SG 20 Com uma ampla linha de produtos destinados aos mercados agropecuário, florestal, jardinagem e infraestrutura, a STIHL Ferramentas Motorizadas (São Leopoldo/RS) abasteceu os seus mais de 1.600 pontos de venda em todo o país com o novo pulverizador costal manual SG 20. Praticidade e eficácia estão entre os atributos do SG 20 que, pela sua leveza, conforto, produtividade e facilidade de uso trará mais autonomia a produtores de pequeno porte no controle de pragas. O pulverizador costal manual SG 20 é ideal para a aplicação de inseticidas líquidos na fruticultura, viticultura e horticultura e de defensivos líquidos em geral, herbicidas, fungicidas e inseticidas. Inf.: www.stihl.com.br

OUROFINO FATURA 27% NA IATF

BASF REESTRUTURA UNIDADE NO BRASIL

A técnica da Inseminação Artificial em Tempo Fixo, a IATF, cresceu significativamente no Brasil nos últimos anos. A estimativa é que tenham sido comercializados aproximadamente cinco milhões de protocolos de reprodução IATF em 2010, crescimento de cerca de 30% em relação a 2009. O faturamento na área ultrapassou a marca de R$ 70 milhões. Frente a este mercado, o Grupo Ourofino, maior empresa brasileira de saúde animal, obteve crescimento de faturamento de 45% em sua linha de hormônios em 2010 em relação ao ano anterior. Em questão de volume, o crescimento foi ainda maior. “Em 2009, a Ourofino vendeu protocolo para aproximadamente 850.000 vacas e no ano passado ultrapassamos a casa dos 1,3milhões de protocolos vendidos, portanto um aumento de 53%”, diz o diretor comercial, responsável pela linha de hormônios da Ourofino, José Ricardo Garla Maio. Informações: www.ourofino.com.br.

A BASF anunciou, no começo deste ano, a reestruturação da Unidade de Proteção de Cultivos no Brasil, que a partir de então conta com uma nova composição, que tem por objetivo estar cada vez mais próxima de dois grandes mercados: Cereais, composto por soja, milho, feijão, algodão, arroz, trigo; e Especialidades, voltado para hortifruti, citros, café e cana-de-açúcar. Por se tratarem de mercados essencialmente distintos, formados por um público altamente especializado e capacitado, foram criadas duas novas Diretorias: Vendas Cereais, que será comandada por Francisco Fienga e Negócios Especialidades, sob responsabilidade de José Munhoz Felippe. Com vendas de € 3.646 milhões em 2009, dos quais € 838 milhões são da América Latina, a Divisão de Proteção de Cultivos da BASF é uma das líderes em defensivos agrícolas e uma forte parceira da agroindústria ao fornecer fungicidas, inseticidas e herbicidas altamente estabelecidos e inovadores. Informações: www.agro.basf.com.br.

31

JAN / 2011


O MERCADO DO CAFÉ

32 JAN / 2011

INDICADORES DE DESEMPENHO DA CAFEICULTURA BRASILEIRA 2010

ITEM 1. Produção (milhões/saca) (1) 1.1. Área em produção (milhões/hectare) 1.2. Produtividade (sacas/hectare) 2. Exportação (verde, solúvel e torrado) (2) 2.1. Quantidade (milhões/saca) 2.2. Valor (mlhões/US$) 2.3. Preço Médio (US$/saca) 3. Consumo Interno (T, M e solúvel) 3.1 Consumo per capita (kg/hab.ano) 4. Estoques do Funcafé (milhões/sacas) 5. Orçamento aprovado Funcafé (milhões R$) 5.1. Financiamentos 5.2. Publicidade e Promoção do Cafés do Brasil 5.3. Pesquisa Cafeeira 6. Participação das exportações brasileiras em relação às exportações mundiais (em sc) (%) (4) 7. Participação do café nas exportações do agronegócio (em US$) (%) (5

2009

2007

2008

2005

2006

2004

2003

2002

2001

39,5 2,1 18,9

46,0 2,2 21,2

36,1 2,2 21,2

42,5 2,2 19,8

32,9 2,2 14,9

39,3 2,2 17,8

28,8 2,2 13,1

48,5 2,3 21,0

31,3 2,2 14,4

33,5 30,5 5,8 4,3 172,11 140,38 19,3 18,4 5,9 5,8 0,5 0,5 2.846 2.844 2.673 2.673 15,0 15,0 15,0 15,3

29,7 4,8 160,20 17,7 5,6 0,5 2.561 2.441 13,0 12,0

29,7 4,8 160,20 17,7 5,6 0,7 2.147 2.026 13,0 12,0

28,0 3,4 137,03 17,1 5,5 1,9 1.680 1.579 5,6 7,5

26,4 2,9 110,80 15,5 5,1 3,2 1.282 1.249 8,4 12,0

26,7 2,0 76,30 14,9 5,0 4,3 1.226 1.201 5,0 8,0

25,7 1,5 59,59 13,7 4,7 5,1 550 524 3,5 8,0

28,4 1,4 48,17 14,0 4,8 5,4 824 693 1,6 5,1

23,3 1,4 59,88 13,6 4,9 5,6 898 855 8,0 16,0

48,1 2,1 23,2

35,2

32,2

30,4

30,4

30,3

30,2

29,3

29,9

32,0

25,8

7,5

6,6

6,6

6,6

6,8

6,6

5,2

5,0

5,5

5,9

FONTE: DCAF, CONAB, ABIC, MDIC/SECEX, OIC, CEPEA/Esalq/BM&F. // (1) - 2010, com base no 2º Levantamento de Safra da CONAB (maio/10); // (2) - 2010, de janeiro a abril; // (3) - 2010, estimativa; // (4) 2010 - de janeiro a março.

Média Mensal dos Preços Recebidos pelos Produtores 1 ARÁBICA

MÊS

Tipo 6 BC-Duro (Base Cepea-Esalq)

ARÁBICA

Tipo C Int. 500 (Base Varginha-MG)

ARÁBICA

Tipo C Int. 500 (Base Vitória-ES)

CONILLON

Tipo 6-Pen.13 (Base Cepea-Esalq)

Evolução do Consumo Interno

CONILLON

Tipo 7 BC (Base Vitória-ES)

2009

2010

2009

2010

2009

2010

2009

2010

2009

2010

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

268,41 269,34 262,48 260,10 268,02 256,64 247,50 255,34 254,29 262,20 272,55 281,57

280,75 278,68 279,70 282,18 289,46 305,13 302,36 313,93 328,23 327,15 355,51 387,01

230,00 233,33 233,41 230,85 235,05 228,10 225,35 230,24 221,90 226,67 229,75 232,25

233,75 227,78 221,52 225,50 231,90 241,43 246,82 234,09 234,76 235,00 243,80 249,51

184,25 193,33 196,77 198,30 204,75 196,43 191,04 194,52 190,95 182,62 180,00 185,75

189,50 191,39 186,52 190,00 190,00 210,95 225,91 219,09 223,10 222,25 224,70 229,71

227,66 224,07 212,57 200,20 197,13 188,45 180,09 186,13 188,89 180,77 161,61 176,41

173,51 168,47 173,67 158,23 160,51 167,57 171,50 171,45 170,03 173,81 187,14 192,83

205,50 212,22 208,46 203,55 201,45 191,43 184,57 188,10 184,76 181,43 180,50 187,00

185,00 172,78 166,52 174,00 174,05 182,38 197,95 195,45 193,33 192,25 191,20 192,00

TOTAL

263,20

303,85

229,74

235,49

191,56

208,49

193,67

170,49

194,08

184,74

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq/BM&F e Boletim do Café - Centro do Comércio de Café do Rio de Janeiro

-

1

- Em R$/saca de 60kg, posto, com Funrural e sem ICMS

PRODUÇÃO MUNDIAL PAÍS Brasil Vietnã Colômbia Indonésia Etiópia Índia México Guatemala Peru Honduras C. Marfim Nicarágua El Salvador Outros TOTAL

2010 Prod

(%)

48.095 35,72 16.667 12,38 8.900 6,61 10.750 7,98 3.800 2,82 5.000 3,71 4.000 2,97 3.550 2,64 4.000 2,97 3.500 2,60 1.800 1,34 1.700 1,26 1.200 0,89 21.671 16,10 134.633

FONTE: MAPA / SPAE / CONAB e OIC.

2009 Prod

(%)

CONSUMO (milhões sc)

CONSUMO (kg/hab.ano)

torrado e inclusive solúvel moído

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

10,6 11,0 12,2 12,6 13,0 13,3 12,9 14,1 14,6 15,4 16,1 16,7 17,4

kg café verde

kg café torrado

4,16 4,30 4,51 4,67 4,76 4,88 4,83 4,65 5,01 5,14 5,34 5,53 5,64 5,81

3,33 3,44 3,61 3,73 3,81 3,91 3,86 3,72 4,01 4,11 4,27 4,42 4,51 4,65

11,0 11,5 12,2 12,7 13,2 13,6 14,0 13,7 14,9 15,5 16,3 17,1 17,7 18,4

FONTE: ABIC. Período = novembro a outubro, sacas de 60kg

EXPORTAÇÃO MUNDIAL

2008 Prod

A N O

(%)

39.470 32,37 45,992 35,91 18.000 14,76 18.500 14,44 9.000 7,38 8.664 6,76 10.700 8,77 9.350 7,30 4.500 3,69 4.350 3,40 4.827 3,96 4.371 3,41 4.200 3,44 4.651 3,63 3.500 2,87 3.785 2,95 3.750 3,08 3.872 3,02 3.870 3,17 3.450 2,69 1.850 1,52 2.353 1,84 1.418 1,16 1.615 1,26 1.115 0,91 1.547 1,21 15.751 12,92 15.588 12,17 122.855 128.587

2007 Prod

(%)

36.070 16.467 12.504 7.777 4.906 4.460 4.150 4.100 3.063 3.842 2.598 1.700 1.621 16.138 120.129

30,21 13,79 10,47 6,51 4,11 3,74 3,48 3,43 2,57 3,22 2,18 1,42 1,36 13,52

PAÍS

2010 Prod

(%)

2009 Prod

(%)

2008 (%)

Prod

(%)

30,44 16,49 11,35 5,88 2,92 3,46 2,51 3,87 3,82 3,34 1,62 1,66 1,47 11,18

28.398 17.936 11.557 2.945 3.073 2.718 1.950 3.800 2.843 3.382 1.833 1.510 1.396 13.232

29,41 18,57 11,97 3,05 3,18 2,81 2,02 3,93 2,94 3,50 1,90 1,56 1,45 13,70

Brasil Vietnã Colômbia Indonésia Etiópia Índia México Guatemala Peru Honduras C. Marfim Nicarágua El Salvador Outros

33.494 35,22 30.481 32,17 17.000 17,88 17.090 18,04 7.894 8,33 7.820 8,22 6.519 6,88 6.220 6,54 1.851 1,95 1.800 1,89 3.108 3,28 4.666 4,91 2.838 2,99 3.000 3,15 3.508 3,70 3.500 3,68 3.074 3,24 3.000 3,15 3.084 3,25 3.000 3,15 1.884 1,99 1.800 1,89 1.371 1,45 1.300 1,37 1.307 1,38 1.300 1,37 7.200 7,57 12.068 11,34

29.728 16.101 11.085 5.741 2.852 3.378 2.448 3.778 3.733 3.259 1.585 1.625 1.438 10.915

TOTAL

95.100

97.666

FONTE: MIDC / SECEX e OIC.

96.077

2007

Prod

96.573


O MERCADO DO LEITE

33

JAN / 2011

PREÇOS DO LEITE E DE DERIVADOS DE LEITE NO ATACADO 1 UF GO

MG

PR

RS

SP

PRODUTO Leite cru integral Leite pasteurizado Leite UHT Queijo prato Queijo mussarela Leite cru integral Leite pasteurizado Leite UHT Queijo prato Queijo mussarela Leite cru integral Leite pasteurizado Leite UHT Queijo prato Queijo mussarela Leite cru integral Leite pasteurizado Leite UHT Queijo prato Queijo mussarela Leite cru integral Leite pasteurizado Leite UHT Queijo prato Queijo mussarela

NOV

OUT

SET

AGO

JUL

0,77 1,17 1,59 10,83 10,43 0,81 1,24 1,53 11,85 11,04 0,77 1,26 1,60 11,77 10,55 0,00 1,18 1,43 10,91 10,56 0,79 1,30 1,65 13,06 11,28

0,77 1,15 1,66 10,38 10,58 0,81 1,23 1,57 11,85 10,86 0,75 1,22 1,54 11,12 10,05 0,00 1,15 1,37 11,00 10,80 0,80 1,31 1,64 13,27 11,33

0,71 1,18 1,55 9,72 10,09 0,74 1,20 1,48 11,59 10,64 0,74 1,20 1,50 10,07 9,42 0,57 1,13 1,37 11,00 11,00 0,76 1,30 1,65 12,49 10,99

0,68 1,19 1,45 9,68 9,46 0,73 1,23 1,46 11,12 10,10 0,74 1,24 1,47 9,24 8,70 0,49 1,16 1,33 11,00 11,00 0,75 1,24 1,57 12,08 10,26

0,69 1,20 1,54 9,39 9,28 0,76 1,24 1,49 10,52 10,00 0,77 1,27 1,48 9,57 9,16 0,52 1,14 1,35 10,50 10,50 0,74 1,28 1,55 12,60 10,10

ANO 2010 JUN MAI 0,71 1,21 1,59 9,38 9,29 0,75 1,28 1,58 10,96 10,28 0,77 1,31 1,52 9,28 9,12 0,00 1,20 1,40 10,59 10,52 0,75 1,28 1,59 12,29 10,45

0,82 1,19 1,58 9,17 9,19 0,83 1,28 1,70 11,17 10,30 0,83 1,31 1,68 9,32 9,80 0,00 1,35 1,43 10,70 10,69 0,85 1,30 1,64 12,05 10,29

ABR

MAR

FEV

JAN

ANO 2009 DEZ NOV

0,93 1,24 1,65 9,25 9,92 0,91 1,26 1,69 11,09 10,25 0,74 1,30 1,81 10,07 9,60 0,00 1,38 1,70 12,25 12,25 0,86 1,33 1,74 11,49 10,02

0,91 1,32 1,58 8,30 9,16 0,87 1,25 1,63 11,05 9,88 0,73 1,34 1,82 8,75 9,04 0,00 1,33 1,64 12,33 12,33 0,85 1,27 1,71 11,44 9,69

0,78 1,17 1,39 8,27 8,16 0,78 1,22 1,45 9,99 8,95 0,68 1,26 1,50 8,57 8,45 0,00 1,28 1,48 10,72 10,40 0,73 1,21 1,49 11,17 9,06

0,63 1,03 1,26 7,85 7,47 0,65 1,17 1,30 9,27 8,07 0,69 1,06 1,36 9,10 7,61 0,00 1,01 1,33 8,40 9,66 0,70 1,15 1,34 10,71 8,29

0,56 0,58 1,04 1,11 1,21 1,30 7,98 8,53 6,96 7,43 0,63 0,63 1,19 1,21 1,25 1,30 8,44 9,61 7,44 8,43 0,72 0,73 1,08 1,04 1,15 1,29 8,69 8,29 6,92 7,16 0,00 0,00 1,00 1,03 1,26 1,23 8,63 8,73 9,10 8,97 0,62 0,61 1,15 1,16 1,21 1,28 11,22 10,81 7,67 8,19

FONTE: CEPEA-Esalq/USP. - 1 - Os valores referem-se sempre ao preço de 1 quilo de cada produto ou de 1 litro

LITROS DE LEITE NECESSÁRIOS PARA COMPRAR INSUMOS E SERVIÇOS NA PECUÁRIA DE LEITE 1 Nov/10 Out/10 Set/10 Ago/10 Jul/10 Jun/10 Mai/10 Abr/10 Mar/10 Fev/10

INSUMO / SERVIÇOS

R$ 0,720 R$ 0,720 R$ 0,781 R$ 0,710 R$ 0,755 R$ 0,812a R$ 0,813 R$ 0,780 R$ 0,700 R$ 0,643

Vaca em Lactação (+ 12 litros) Diarista Ração para Vaca em Lactação (sc 50kg) Farelo de Algodão (sc 50kg) Sal Comum (sc 25kg) Neguvon Tintura de Iodo a 10% (litro) Remédio para Mastite (Mastilac) Vacina Aftosa (dose) Uréia Pecuária Sulfato de Amônia (sc 50kg) Detergente alcalino (limpeza ordenha) Óleo Diesel (litro)

3.169,0 42,0 55,0 53,0 16,0 50,0 38,0 7,9 1,9 52,0 52,0 35,0 2,7

3.028,0 2.915,0 3.079,0 40,0 39,0 42,0 53,0 55,0 58,0 52,0 53,0 53,0 16,0 16,0 17,0 51,0 48,0 73,0 37,0 37,0 40,0 8,0 8,0 7,9 1,8 1,8 1,8 52,0 50,0 50,0 51,0 47,0 49,0 37,0 36,0 37,0 2,7 2,7 2,8

2.819 2.795,6 38,0 35,5 51,0 49,2 49,0 44,7 16,0 14,7 62,0 55,4 34,0 31,5 8,3 7,8 1,7 1,6 48,0 45,9 48,0 43,6 35,0 31,6 2,6 2,4

2.937,0 2.950,0 3.044,0 2.960,0 35,0 35,0 39,0 44,0 49,0 51,0 61,0 68,0 46,0 49,0 54,0 62,0 15,0 15,0 17,0 18,0 55,0 58,0 67,0 74,0 32,0 33,0 37,0 41,0 8,1 8,2 9,4 10,2 1,6 1,6 1,8 1,9 45,0 48,0 54,0 60,0 44,0 49,0 54,0 56,0 32,0 35,0 41,0 44,0 2,4 2,5 2,8 3,0

FONTE: EMBRAPA / CNPGL - Alziro Vasconcelos Carneiro e Jacqueline Dias Alves. - a - Preço médio do leite tipo C, pago ao produtor.

LITROS DE LEITE NECESSÁRIOS PARA AQUISIÇÃO DE RAÇÃO e ICP LEITE/EMBRAPA INSUMOS 60 kg de Milho 60 kg de Farelo de Soja 60 kg de Mistura * ICP Leite/Embrapa **

Nov

Out

Set

Ago

Jul

39,10 61,62 45,85 148,49

36,75 60,76 43,95 145,93

35,06 57,53 41,80 144,24

30,06 57,01 38,14 142,73

25,74 47,62 32,31 142,08

ano 2010 Jun Mai 24,80 43,16 30,31 141,16

FONTE: EMBRAPA / CNPGL; CEPEA/Esalq; DERAL; Gazeta Mercantil - . - * - 70% milho e 30% farelo de soja; ** - Base Abril/2006 = 100.

23,21 39,94 28,23 140,48

Abr

Mar

Fev

Jan

2009 Dez

24,07 39,67 28,75 142,50

27,14 48,81 33,64 145,00

29,46 59,64 38,51 144,87

33,33 71,53 44,79 143,85

33,05 73,61 45,22 143,40


CANA-DE-AÇÚCAR MÊS

34 JAN / 2011

2007

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

0,3152 0,3028 0,3089 0,3217 0,2632 0,2299 0,2243 0,2268 0,2261 0,2174 0,2370 0,2418

FONTE: UDOP -

1

MENSAL 1 2008 2009

2010

0,3238 0,3394 0,3211 0,2978 0,2802 0,2749 0,2993 0,3084 0,3375 0,3676 0,3744 0,3886

0,4391 0,4726 0,4307 0,3888 0,3486 0,3253 0,3374 0,3489 0,3760 0,4005 0,4236 0,4445

0,2402 0,2529 0,2628 0,2538 0,2506 0,2385 0,2493 0,2498 0,2685 0,2920 0,3015 0,3116

- Em R$/kg ATR //

2

- 109,19 kg ATR //

BOI GORDO / SP MÊS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

2008

2009

vist praz vist praz 74,61 74,85 76,19 77,24 80,52 91,53 92,79 92,05 88,82 90,79 88,39 82,20

75,41 75,60 77,02 78,11 81,52 92,61 93,89 93,00 89,94 92,15 89,57 83,41

3

FONTE: Indicador Esalq/BM&F Bovespa -

1

38,29 37,90 37,63 35,13 31,65 29,34 28,05 27,36 26,91 26,42 26,38 26,46

2010

vist praz

- Em R$/arroba (15kg)

J F M A M J J A S O N D

2009

2008

2008

M Ê S

vist1

pes2

J F M A M J J A S O N D

493,19 504,14 517,13 551,69 623,64 712,18 751,18 740,16 726,05 716,86 702,55 659,71

186,40 186,20 187,01 187,22 187,11 187,44 187,03 185,83 185,61 185,55 185,28 186,17

140,98 142,39 146,94 139,81 133,05 130,14 131,50 125,09 124,87 126,46 120,51 116,14

116,56 115,17 111,87 111,39 124,70 119,79 117,10 116,21 115,22 116,94 124,43 132,71

119,75 118,12 114,73 114,24 127,88 122,86 120,10 119,22 118,22 119,99 127,67 136,16

2010

32,88 33,49 33,93 36,32 35,18 34,49 34,99 35,53 36,54 37,83 38,85 39,85

41,22 42,47 42,59 47,42 45,08 43,03 42,41 42,38 42,98 43,87 44,85 45,93

BEZERRO / São Paulo 1

2010 vist1 pes2

636,23 627,96 634,15 651,69 633,71 648,49 638,08 615,85 607,08 596,24 592,23 593,97

186,21 186,22 186,82 188,46 188,39 191,75 191,75 187,65 194,29 186,79 187,09 185,99

601,17 608,98 649,59 705,26 722,07 722,78 679,96 666,82 695,40 719,19 719,51 707,30

182,58 190,86 190,77 190,61 191,01 195,16 193,76 185,28 188,76 188,02 179,15 176,17

MÊS

2006

2007

2008

2009

2010

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

341,01 341,89 341,69 347,65 364,42 370,14 361,67 365,51 369,08 374,37 370,13 366,08

366,38 377,36 394,33 408,47 419,30 427,29 434,89 452,92 462,15 466,46 473,66 480,86

492,82 503,88 518,07 553,43 624,51 713,33 752,17 740,02 724,67 717,00 703,33 660,14

636,50 629,36 635,79 657,06 661,06 656,90 641,71 618,36 604,06 597,02 585,92 592,25

599,80 614,68 647,90 699,60 718,62 721,53 684,39 669,62 686,57 708,95 713,72 711,55

FONTE: CEPEA - 1 Em R$/cabeça, descontado prazo de pagamento pela NPR

MILHO 1

2010 141,27 141,72 148,62 160,56 155,96 156,80 164,49 183,80 215,34 222,48 269,55 284,48

2009 vist1 pes2

FONTE: CEPEA/Esalq. Para M. Grosso Sul - 1 - Em R$/cab - 2 - Em R$/kg

vist1 praz2 vist1 praz2 vist1 praz2 183,62 137,77 142,15 135,18 128,71 126,00 126,98 120,90 120,84 122,18 116,26 112,22

29,55 29,66 29,87 30,95 30,75 30,08 30,13 30,19 30,61 31,30 31,88 32,36

42,77 42,34 42,03 39,24 35,36 32,77 31,33 30,57 30,06 29,52 29,47 29,55

36,91 38,02 38,13 42,45 40,36 38,52 37,96 37,94 38,48 39,28 40,15 41,12

BEZERRO / Mato Grosso Sul 1

ALGODÃO EM PLUMA1 M Ê S

2010

29,44 29,98 30,38 32,52 31,49 30,88 31,33 31,81 32,71 33,87 34,78 35,67

26,46 26,55 26,74 27,71 27,53 26,93 26,97 27,02 27,41 28,02 28,54 28,97

ESTEIRA 3 2008 2009

2007

- 121,97 kg ATR

1

85,35 75,70 76,97 82,54 77,03 78,12 78,51 79,03 79,88 80,93 82,33 83,34 80,32 80,81 81,68 81,68 82,16 83,01 82,28 83,73 84,56 78,98 88,67 89,49 78,58 93,49 94,56 78,61 100,62 101,64 75,71 113,01 114,25 75,66 104,90 106,02

84,01 81,54 77,54 80,03 79,47 80,85 81,39 77,92 77,25 77,18 74,35 76,64

CAMPO 2 2008 2009

2007

144,95 145,42 152,50 164,74 160,04 160,91 168,75 188,62 220,98 228,29 276,64 291,97

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

2006

2007

17,55 16,52 14,62 14,44 15,25 16,47 16,69 16,86 17,94 21,09 22,93 24,96

25,02 22,02 20,20 19,20 18,93 19,58 18,97 22,13 26,95 27,36 31,72 33,80

2008 30,93 27,79 27,19 26,62 27,43 26,88 27,76 24,56 23,78 22,32 20,51 20,75

FONTE: Indicador Esalq/BM&F Bovespa -

FONTE: Indicador Esalq/BM&F Bovespa - 1 - Em centavos R$/libra peso

LARANJA POSTA INDÚSTRIA

MÊS

1

SOJA 1 2009 23,67 22,26 20,62 21,29 22,25 22,24 20,55 19,42 19,13 20,60 20,41 20,02

19,66 18,35 18,47 18,16 18,67 19,43 18,74 20,42 24,36 25,15 28,29 28,36

- Em R$/saca de 60kg

LARANJA PERA

1

2010

MÊS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

2006

2007

29,25 27,53 25,70 24,91 26,46 27,59 27,73 27,30 28,11 30,54 33,06 31,93

32,00 32,58 31,80 30,01 30,08 30,71 31,34 34,56 38,67 39,91 42,07 43,98

2008

2009

46,23 47,71 45,83 44,33 44,70 49,99 50,58 44,70 46,08 44,63 45,13 44,61

FONTE: Indicador Esalq/BM&F Bovespa -

1

49,21 47,56 45,35 47,95 50,39 49,89 47,83 48,20 46,07 44,67 46,07 42,87

2010 39,80 35,73 34,14 34,49 35,59 36,09 38,58 41,32 42,59 44,88 48,97 48,52

- Em R$/saca de 60kg

LIMA TAHITI 1

1

MÊS 2005 2006 2007 2008 2009 2010

MÊS 2005 2006 2007 2008 2009 2010

MÊS 2005 2006 2007 2008 2009 2010

7,08 JAN 6,83 FEV MAR 6,01 ABR 5,85 6,10 MAI 7,14 JUN 8,71 JUL AGO 8,44 7,94 SET OUT 7,86 NOV 9,70 DEZ 11,53

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

12,13 9,90 8,66 7,58 7,21 8,10 10,06 10,76 11,04 11,52 12,51 14,26

15,46 13,46 15,50 12,39 13,68 9,66 8,79 8,38 7,88 8,27 7,97 9,72 10,93 10,95 10,16 9,71 9,78 9,33 9,89 9,57 11,77 8,63 12,61 7,27

6,80 5,92 4,95 4,50 4,05 3,68 3,65 5,04 5,66 5,86 6,41 6,95

7,70 9,77 10,17 8,24 13,00 14,70 14,88 14,90 15,19 15,23 15,35 15,44

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq // 1 - Valores médios em R$/cx de 40,8kg, a prazo, entregue no portão, sem contrato.

9,13 9,78 12,64 11,66 9,36 8,79 8,97 9,13 9,73 11,04 12,51 13,85

15,68 19,53 19,08 13,72 10,68 9,38 10,12 11,47 12,51 12,60 12,76 13,48

15,08 17,10 19,02 16,60 13,82 11,28 10,98 11,06 10,48 11,48 13,45 14,10

15,38 10,00 10,89 16,95 9,82 17,22 17,03 11,13 19,17 14,65 10,46 16,50 12,04 9,13 14,49 11,39 7,66 15,13 11,38 6,48 14,90 11,01 6,47 14,94 10,64 7,04 16,83 10,83 7,58 19,17 10,24 8,48 19,93 9,70 8,94 19,30

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq // 1 - Valores médios em R$/cx de 40,8kg, mercado interno, na árvore.

4,76 2,71 2,37 2,15 3,81 8,36 17,64 21,95 16,86 11,87 9,98 6,41

3,09 2,18 2,28 2,82 5,52 6,50 11,38 28,87 35,76 44,60 26,58 5,78

2,92 2,34 3,87 10,70 16,49 18,85 17,97 14,82 19,03 20,99 14,92 10,16

4,74 5,15 7,84 5,24 4,77 5,97 9,61 20,10 38,95 51,78 46,64 16,26

6,19 5,03 4,94 4,22 4,79 4,89 6,62 26,52 31,47 22,28 21,53 9,83

7,02 8,82 9,53 11,12 14,25 18,96 21,49 22,63 31,75 25,42 30,74 25,15

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq // 1 - Valores médios em R$/cx de 27,0kg, mercado interno, colhido.


AGENDA DE EVENTOS FEVEREIRO 2011

cal: ESALQ, Piracicaba (SP). Tel: (19) 34176604. Email:- cdt@fealq.org.br. Site:-www. fealq.org.br.

SHOW RURAL COOPAVEL 2011 Dias: 07 a 11/02. COOPAVEL. Local: Show 8ª FEINCO - Feira Internacional de CapriRural Coopavel, Cascavel (PR). Tel: (45) nos e Ovinos 3225-6885. Email:- showrural@coopavel. Dias: 21 a 25/03. AGROCENTRO. Local: com.br. Site:-www.showrural.com.br. Centro de Exposição Imigrantes, São Paulo (SP). Tel: (11) 5067-6767. Email:- extensao@ CURSO TEÓRICO E PRÁTICO DE ÁCAROS faj.br. Site:-www.fundag.br. DE IMPORTÂNCIA QUARENTENÁRIA Dias: 07 a 11/02. INST. BIOLÓGICO. Local: 9º CONGRESSO DE PRODUÇÃO E COLaboratório de Acarologia do Centro ExMERCIALIZAÇÃO DE OVOS perimental Central, Campinas (SP). Tel: (19) Dias: 22 a 24/03. APA. Local: Hotel JP, Ri3251-0319. Email:- almatioli@biologico. beirão Preto (SP). Tel: (11) 3832-1422. sp.gov.br. Site:- www.showrural.com.br. Email:- congresso@apa.com.br. Site:-www. congressodeovos.com.br. CURSO DE ULTRASSONOGRAFIA E ASPIRAÇÃO FOLICULAR PARA FIV EM BOCURSO DE FLORICULTURA TROPICAL VINOS (Gengibre Ornamental, Bastão do ImperaDias: 08 a 12/02. CPT. Local: R. Padre Sedor, Costus, Helicônias e Alpinia) rafim, 50, Viçosa (MG). Tel: (31) 3899-8300. Dias: 28 a 30/03. INFOBIBOS e AJBIAC. Email:- cursospresenciais@cpt.com.br. Local: Ubatuba (SP). Tel: (19) 3014-0148. Email:- eabramides@terra.com.br. Site:EXPOINEL MINAS 2011 www.avisite.com.br. Dias: 12 a 20/02. ACNB. Local: Uberaba (MG). Tel: (31) 3286-5347. 3º SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE AVES E 34º CONGRESSO PAULISTA DE FITOPASUÍNOS TOLOGIA Dias: 29 a 31/03. UFV. Local: Universidade Dias: 15 a 17/02. ITAL, IAC e APF. Local: Federal de Viçosa, Viçosa (MG). Tel: (31) Av. Barão de Itapura, 1481, Campinas (SP). 3899-2277. Email:- dzo@ufv.br. Site:-www. Tel: (19) 3743-1758. Email:- eventos@ital. avisite.com.br. sp.gov.br.

ABRIL 2011

11º SIMPÓSIO DA CULTURA DE FEIJÃO Dias: 15 a 17/02. ESALQ/USP. Local: Anfite10º CURSO DE MANEJO EM CULTIVO atro do Pavilhão de Engenharia, Piracicaba PROTEGIDO (SP). Tel: (19) 3417-6604. Email:- cdt@fealq. Dias: 25 a 29/04. IAC, INFOBIBOS e CONorg.br. Site:-www.fealq.org.br. PLANT. Local: Instituto Agronômico, Campinas (SP). Tel: (19) 3014-0148. Email:CURSO DE TRANSFERÊNCIA DE EMeabramides@terra.com.br. Site:-www. BRIÕES EM EQUINOS conplant.com.br.. Dias: 19 a 20/02. Universidade do Cavalo. Local: Universidade do Cavalo, Sorocaba (SP). Tel: (15) 3292-6633. Email:- uc@universidadedocavalo.com.br. Site:-www.uni18ª AGRISHOW - Feira Internacional de versidadedocavalo.com.br. Tecnologia em Ação Dias: 02 a 06/05. REED EXHIBITIONS e ALCANTARA MACHADO. Local: Polo Regional de Desenvolvimento Tecnológico - Centro CURSO DE DIREITO AMBIENTAL Cana, Ribeirão Preto (SP). Tel: (11) 5067Dias: 1º/03. FUNDAG e FAJ. Local: FAJ Uni6767. Site:-www.agrishow.com.br. dade II (Rod. Gov. Adhemar de Barros, km 127), Jaguariúna (SP). Tel: (19) 3233-8035. 42ª EXPOAGRO - Exposição Agropecuária Email:- dd@agrocentro.com.br. Site:-www. de Franca (SP) feinco.com.br. Dias: 13 a 29/05. ASSOC. PROD. RURAIS DO BOM JARDIM. Local: Parque de ExPROJETOS DE LICENCIAMENTO AMBIENposições “Fernando Costa”, Franca (SP). Tel: TAL (16) 3724-7080. Email:- expoagro@franca. Dias: 11 a 15/03. INFOAGRO. Local: São sp.gov.br. Site:-www.franca.sp.gov.br/exPaulo (SP). Tel: (11) 5533-0330. Email:- inpoagro. foagrovendas@terra.com.br. Site:-www. infoagro.com.br.

MAIO 2011

MARÇO 2011

11º CURSO DE CAPACITAÇÃO PARA MÉDICOS VETERINÁRIOS Dias: 11/03 a 02/07. FUNEP. Local: Sala de Eventos FUNEP, Jaboticabal (SP). Tel: (16) 3209-1300. Email:- eventos@funep.fcav. unesp.br. Site:-www.funep.com.br.

SETEMBRO 2011

3ª EXPOVERDE - Feira de Flores, Frutas, Hortaliças, Plantas Nativas, Plantas Ornamentais, Plantas Medicinais, Agricultura Orgânica, Insumos, Máquinas e Implementos de Franca (SP) Dias: 22 a 25/09. ASSOC. PROD. RURAIS DO BOM JARDIM. Local: Parque de ExCURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MANEposições “Fernando Costa”, Franca (SP). Tel: JO DO SOLO (16) 3724-7080. Email:- expoverde@franca. Dias: 11/03/2011 a 28/02/2013. FEALQ. Losp.gov.br.

LIVROS CLONAGEM E DOENÇAS DO EUCALIPTO AUTOR Acelino C. Alfenas, Edival A.V. Zauza, Reginaldo G. Mafia e Teotônio F. Assis EDITORA UFV CONTATO site: www. agrolivros.com.br. Tel. (51) 3403-1155. Aborda a história da clonagem do eucalipto, seus avanços nas últimas décadas e sua aplicação a outras espécies arbóreas nativas e exóticas. Fornece ao leitor informações úteis sobre as técnicas de resgate de árvores-elite no campo e sua multiplicação em ampla escala, incluindo aspectos de instalação de viveiros, manejo da cultura desde a etapa de produção de brotos sadios para estaquia até as fases de enraizamento, aclimatação, crescimento e expedição de mudas para o campo; regras para proteção de clones e cultivares. Conceito de doenças e seus agentes etiológicos; os sintomas e os princípios fundamentais de controle de enfermidades florestais; as principais doenças em viveiro e campo.

LEITE DE QUALIDADE: Manejo Reprodutivo, Nutricional e Sanitário AUTOR Lea Chapaval e Paulo R.B. Piekarski EDITORA Aprenda Fácil CONTATO site: www. agrolivros.com.br. Tel. (51) 3403-1155 Teve como objetivo sintetizar um bom conteúdo para o público interessado e, quem sabe, despertar o interesse daqueles que ainda não estão familiarizados com a bovinocultura leiteira, além de tratar de assuntos relacionados ao manejo reprodutivo e manejo nutricional; porém a ênfase é dada ao manejo sanitário, principalmente ao manejo de ordenha e qualidade do leite, uma vez que este assunto é estreitamente relacionado com a saúde humana. É uma revisão atualizada para servir de consulta a todos nas suas dúvidas diárias.

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