Edição 24 - Revista de Agronegócios - Julho/2008

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Revista Attalea

Agronegócios , A Revista Attalea Agronegócios, registrada no Registro de Marcas e Patentes do INPI, é uma publicação mensal da Editora Attalea Revista de Agronegócios Ltda., com distribuição gratuita, reportagens atualizadas e foco regionalizado na Alta Mogiana, no Triângulo Mineiro, no Sul e no Sudoeste de Minas Gerais. TIRAGEM 5 mil exemplares EDITORA ATTALEA REVISTA DE AGRONEGÓCIOS LTDA. CNPJ nº 07.816.669/0001-03 Inscr. Municipal 44.024-8 Rua Professora Amália Pimentel, 2394, São José CEP: 14.403-440 - Franca (SP) Tel. (16) 3723-1830 revistadeagronegocios@netsite.com.br DIRETOR E EDITOR Eng. Agrº Carlos Arantes Corrêa cacoarantes@netsite.com.br

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DIRETORA COMERCIAL / PUBLICIDADE Adriana Dias - (16) 9967-2486 adrianadias@netsite.com.br JORNALISTA RESPONSÁVEL Rejane Alves - MtB 42.081 - SP ASSESSORIA JURÍDICA Raquel Aparecida Marques - OAB/SP 140.385 CTP E IMPRESSÃO Cristal Gráfica e Editora Rua Padre Anchieta, 1208, Centro Franca (SP) - Tel/Fax (16) 3711-0200 www.graficacristal.com.br CONTABILIDADE Escritório Contábil Labor Rua Campos Salles, 2385, Centro, Franca (SP) - Tel (16) 3722-3400 É PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL DE QUALQUER FORMA, INCLUINDO OS MEIOS ELETRÔNICOS, SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO EDITOR. Os artigos técnicos e as opiniões e conceitos emitidos em matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores, não traduzindo necessariamente a opinião da REVISTA ATTALEA AGRONEGÓCIOS.

Cartas / Assinaturas Editora Attalea Revista de Agronegócios Rua Profª Amália Pimentel, 2394 CEP 14.403-440, Franca (SP) revistadeagronegocios@netsite.com.br.

Armazéns: expectativa de trabalho dobrado em agosto O atraso na colheita da nova safra de café foi sentido em todas as regiões que a nossa equipe contactou. Tanto nas cooperativas, como em armazéns e cafeeiras, o volume de café recebido ficou aquém do esperado para o mesmo período. O motivo apontado foi a falta de chuvas no período da florada, no ano passado. A expectativa, agora, é de que os trabalhos de recebimento da nova safra sejam intensificados a partir de julho, com um volume maior em agosto e, provavelmente, em setembro. Nesta edição, abordaremos algumas matérias informativas sobre a nova safra de café, com destaque para a queda - ou manutenção - dos preços do café devido a comercialização imediata de alguns produtores. Também apresentamos um painel com os resultados da 11ª EXPOCAFÉ, evento realizado em Três Pontas (MG) com brilhantismo pela UFLA Universidade Federal de Lavras. Parabéns ao reitor Antônio Nazareno e a toda a comissão organizadora; em especial, a Dora Macedo. Destacamos o artigo da médica veterinária Josiane Ortolan, do qual aborda a utilização da polpa cítrica peletizada na alimentação de vacas em lactação. Publicamos, também, artigo da Embrapa Gado de Leite, que mostra a relação entre o número de novilhas no rebanho e o aumento da produção

de leite. Com o apoio do Escritório Alvorada, apresentamos orientações sobre a contratação rural sem carteira. Parabenizamos as diretorias da Agroplanta, pela inauguração de mais uma unidade industrial na cidade de Batatais (SP), e também da Casa do Agricultor, pela inauguração de mais uma filial na cidade de Franca (SP). Gostaríamos de parabenizar a toda a equipe da Editora Attalea, bem como a todos os patrocinadores, pela publicação desta nova edição da Revista Attalea Agronegócios. Trata-se da 24ª edição da revista. São dois anos de trabalho intenso, árduo, de conquista, de parcerias e de pesquisa minuciosa. Obrigado e boa leitura a todos.

Foto da Capa: Editora Attalea Armazém da Cocapec. Franca (SP)


A Agroplanta, maior empresa fabricante de fertilizantes de micronutrientes das Américas, não pára de investir e inovar. Depois de participar dos principais eventos agropecuários do Brasil como Agrishow, Expocafé, Hortitec e Bahia Farm Show, o Grupo, que está no mercado há 31 anos, inaugurou, no início de julho, sua mais nova unidade na cidade de Batatais (SP). Trata-se da Adhubras Fertilizantes Tecnologia, voltada para a tecnologia de liberação gradativa de Fertilizantes NPK. Os fertilizantes, com a nova tecnologia de liberação gradativa, apresentam as seguintes vantagens ao agricultor: excelente relação custo benefício; fornecimento contínuo de nutrientes; redução no número de aplicações dos fertilizantes e redução de perdas por lixiviação e volatização. Segundo a empresa, a nova unidade irá produzir

FOTO: Divulgação

Grupo Agroplanta Fertilizantes inaugura nova fábrica em Batatais (SP)

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as linhas de produtos Nutricote, Greencote e Maxcote. Outras tecnologias inovadoras que foram apresentadas pelo Grupo Agroplanta durante a inauguração foram a Microfix, desenvolvida para superar as dificuldades de distribuição dos micronutrientes nas lavouras,

e a Redust AK-8, um agente de controle de poeira à base de água e que pode ser aplicado por pulverização em diversos tipos de substratos. De acordo com Chistovam Garcia Prado Fernandes, diretor presidente do Grupo Agroplanta, com o lançamento

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das novas tecnologias, a empresa consolida sua posição de destaque no agronegócio. “Mais do que realçar a nossa marca, nós nos primamos pelo caráter ético, inovador e ambientalmente correto, que norteia o desenvolvimento sustentável da empresa”, ressalta o diretor presidente. Para a construção da nova fábrica, foram investidos aproximadamente R$ 20 milhões, sendo R$ 8 milhões na nova planta e mais R$ 12 milhões em matériaprima rotativa (uréia, MAP e cloreto de potássio). A nova unidade, que terá uma capacidade de produção de 250 mil toneladas, atenderá principalmente os clientes das regiões da Alta Mogiana, Triângulo Mineiro e Sul de Minas. Mais especificamente para os cultivos de cana-de-açúcar, café e citros, ou seja, as culturas predominantes dessas regiões. Com a criação da nova fábrica, a empresa deve empregar aproximadamente 40 funcionários. Com isso, o Grupo passaria a contar com 210 trabalhadores. Conforme José Luis Romagnoli, prefeito de Batatais, a nova empresa é de extrema importância não só para a região de Batatais, mas para todo o País. “Trata-se de uma fábrica com inovação tecnológica e que se preocupa com o meio ambiente. Pensando economicamente, a nova unidade irá movimentar a nossa economia e gerar novos empregos, além disso, levará o nome da nossa cidade para o mundo”, ressalta o prefeito. Segundo Guilherme Augusto Canella, PhD em Agronomia, com ênfase em Fisiologia e Nutrição de Plantas pela Esalq/USP, mais do que contar com uma tecnologia avançada, a nova fábri-

FOTOS: Editora Attalea

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Várias autoridades estiveram presentes na inauguração, como os deputados federais Marco Aurélio Ubiali e Duarte Nogueira, o deputado estadual Gilson de Souza, o secretário adjunto Antonio Julio e o prefeito de Batatais, José Luis Romagnoli.

ca irá produzir produtos ambientalmente corretos. “Trata-se de uma iniciativa inovadora na qual a Esalq, de Piracicaba, está fazendo toda a certificação agronômica de todos esses produtos”, explica Canella. Já para o Deputado Federal e exsecretário da Agricultura do Estado de São Paulo Duarte Nogueira, o mercado ganha muito com a nova indústria. “Primeiro sobre o aspecto em ganho de produção, já que ela vem no momento no qual a economia brasileira, em especial na parte de insumos, enfrente um aumento de preços. Com isso, a competitividade tende a aumentar, o que faz com que a sociedade ganhe e muito, pois a Agroplanta irá produzir um fertilizante inteligente e competitivo nacionalmente. Agora de uma maneira mais ampla, acredito que o Brasil inteiro ganha, pois as pessoas poderão comer mais e melhor, além de mais barato”, acredita o Deputado.

Mais de 150 pessoas estiveram presentes na cerimônia de inauguração da nova fábrica do Grupo Agroplanta. Entre os convidados presentes estavam diversas autoridades políticas como o Deputado Federal Duarte Nogueira, o Deputado Federal Dr. Ubiali e o Deputado Estadual Gilson de Sousa, membros do Sindicato Rural de Batatais, Fiesp e Cetesb; profissionais de várias usinas da região; parceiros e agricultores. Destaque também para uma comitiva com mais de 20 revendas dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Espírito Santo e Mato Grosso, assim como os representantes comerciais do Grupo. O governador José Serra foi representado pelo Sr. Antonio Júlio, secretário adjunto do Governo do Estado de São Paulo. Para comandar a festa de cerimônia da nova unidade, a empresa convidou o Quinteto de Cordas da Cia Minaz, de Ribeirão Preto (SP).

A nova unidade terá capacidade de produção de 250 mil toneladas e será voltada principalmente para a produção de fertilizantes especiais


A fazenda Ponto Alegre, no município de Cabo Verde (MG), sediou no último dia 27 de junho mais uma Celebração da Colheita de Café “Celebração Café”; projeto idealizado pela BASF que busca apresentar aos produtores o alto desempenho do programa AgCelence na cultura do café. No evento, que contou com a participação de cerca de 40 cafeicultores da região, os profissionais da BASF apresentaram os resultados obtidos nos tratamentos com os produtos Opera®, Cantus® e Counter® 150g. De acordo com o Engº Agrº Fábio Lozano Joannitti, responsável técnico de vendas na região, além dos princípios ativos eficientes dos produtos utilizados no experimento, a BASF destaca ainda os produtos da Família F-500, que apresentam a tecnologia AgCelence. AgCelence™ é a nova marca mundial da BASF para o conceito de efeitos fisiológicos positivos, que ocor-

FOTO: Divulgação BASF

Basf realiza “Celebração da Colheita” em Cabo Verde

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rem nas plantas após a aplicação de fungicidas da família F500, mais especificamente o Opera®. Além da cultura do café, o produto é indicado para as culturas de milho, soja, algodão, batata, citros e tomate. “Eles fornecem algo mais ao cafeeiro. Além da proteção contra as principais doenças, a ação destes produtos nas plantas proporciona diminuição da queda prematura das folhas, aumento da área foliar e, consequentemente, aumento de absorção de energia pela planta, o que se traduz em plantas mais saudáveis, com folhas mais verdes, aumentando a qualidade da lavoura e seu potencial produtivo. Isto resulta em grãos de melhor qualidade, alcançando melhor classificação e, assim, maior rentabilidade ao produtor”, explica Lozano.

“A característica principal do AgCelence™ é o de melhor aproveitamento do nitrogênio (promove maior enfolhamento das plantas) e redução do etileno (redução da maturação dos grãos), favorecendo a maturação uniforme e, consequentemente, o melhor enchimento de grãos e, assim, contribuindo diretamente com o aumento da produtividade de 10% a 15%”, explica Daniel Andrade Vieira, representante técnico da BASF. A maturação uniforme favorece diretamente a colheita, reduzindo a quantidade de café no chão.

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CONSULTORIA Maiores informações sobre o programa AgCelence podem ser obtidas na região através do telefone (35) 8421-1018.

Tel. (16) 3701-3342 Av. Wilson Sábio de Mello, 1945 Distrito Industrial - Franca (SP)

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Franca sediará em setembro 1ª EXPOVERDE A partir deste ano, em Franca (SP), o mês de setembro não será reconhecido apenas como o mês da primavera. Será também o mês da EXPOVERDE - Feira de Flores, Frutas, Hortaliças, Plantas Ornamentais, Medicinais, Nativas e Orgânicas de Franca. A realização é da Prefeitura Municipal de Franca (SP), através da Divisão de Atividades Produtivas, e da UNIATA-FRANCA - Cooperativa de Trabalho dos Profissionais do Setor Agropecuário e Afins da Região de Franca. O evento acontecerá entre os dias 12 e 14 de setembro, no recinto do Parque de Exposições “Fernando Costa”. “A EXPOVERDE surgiu do ideal do prefeito Sidnei Franco da Rocha, por meio da equipe técnica da prefeitura, de se ter na cidade de Franca um evento nos moldes das principais exposições do setor no país, como a HORTITEC, realizadas em Holambra (SP), por exemplo, onde os visitantes pudessem realizar negócios e ampliar seus conhecimentos em tecnologias, equipamentos e processos”, explica Heitor de Lima, diretor da Divisão Municipal de Atividades Produtivas da Prefeitura Municipal. De acordo com o Engº Agrº Carlos Arantes Corrêa, responsável técnico pela UNIATA-FRANCA neste projeto e diretor da Revista Attalea Agronegócios, a proposta de se organizar a EXPOVERDE vem atender uma demanda dos próprios empresários do setor, bem como dos produtores rurais da região. “Não se tem conhecimento na região de uma feira que englobe as FOTO: Divulgação

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atividades de horticultura, fruticultura, floricultura, agricultura orgânica, plantas medicinais e nativas. Mas a cadeia produtiva que envolve estas atividades é muito expressiva na região. São empresas e revendas de fertilizantes, substratos, sementes e mudas, plasticultura e irrigação e defensivos agrícolas”, afirma Carlos Arantes. A questão ambiental é outro setor que está sendo considerado de muita importância no evento. De acordo com a comissão organizadora, muitas empresas estão sendo criadas, principalmente viveiros de mudas e consultorias de projetos técnico-ambientais. E a EXPOVERDE pretende ser o palco para abrigar e mostrar estas empresas. O cultivo orgânico e o de plantas medicinais é outro setor que vem mostrando um potencial gigantesco na região de Franca. Parcerias entre as prefeituras e os sindicatos rurais de Patrocínio Paulista (SP) e de Franca (SP) formaram várias turmas de produtores nos últimos três anos. O Sebrae contribuiu ativamente para o aperfeiçoamento gerencial e técnico destas turmas,

que culminou com a formação da Associação de Agricultores Orgânicos da Região de Franca, que conta hoje com cerca de 30 produtores cadastrados, que já possuem dois pontos de vendas de alimentos orgânicos na cidade. A comissão organizadora destaca que o evento terá o caráter de uma feira de negócios. “Planejamos a disponibilização de cerca de 120 espaços comerciais para empresas interessadas em expor e comercializar seus produtos. São áreas cobertas ou não, distribuídas em vários setores do Parque de Exposições Fernando Costa. Vários espaços já foram negociados, que abrigarão empresas fabricantes de máquinas e implementos, outras institucionais, educacionais, de insumos e de alimentação. Também confirmamos a parceria com o Sebrae e com o Sistema Senar/ Faesp, que contribuirão com a realização de cursos e palestras sobre fruticultura, horticultura e agricultura orgânica”, explica Heitor de Lima. A Revista Attalea Agronegócios é uma das parceiras do evento e estará presente na 1ª EXPOVERDE com estande próprio. A publicidade do evento está por conta da Agência Idéia Fixa, de Franca (SP). As empresas interessadas em participar do evento, favor agendar uma visita através do email: revistadeagronegocios@netsite. com.br ou pelo telefone (16) 91264404, com Carlos Arantes. Se preferir, diretamente na secretaria do Parque de Exposições (16) 37247080, com Fátima.


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Florada do Café Fernando David

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Um dos momentos mais belos da cafeicultura constitui-se na florada. O perfume exalado pelas flores abertas, além de um belo espetáculo é também sinônimo de produtividade, se não fosse tantos os processos que ainda virão até a colheita propriamente dita. Dentre estes processos podemos destacar alguns para entender melhor esta fase tão esperada e complexa. Depois do plantio, a florada é sem dúvida, a fase mais importante do cafeeiro, ocorre geralmente, entre setembro e novembro, podendo repetir-se por três ou quatro vezes durante esse período. Nessa época, cada galho da planta se torna um bouquet branco com cheiro de jasmim. As flores desabrocham numa só manhã, agrupadas em um pequeno feixe. Da flor resulta o surgimento do chumbinho, pequeno que vai desenvolver-se ao longo de seis a oito meses, transformando-se no grão de café. Uma das mais importantes relações com o pegamento de florada é sem dúvida nenhuma a disponibilidade de água no momento em que a planta mais precisa, ou seja, no momento mais crítico para o cafeeiro que é em abrilmaio, na indução floral e na préflorada, em setembro-outubro, e também problemas relacionados com

FOTO: Fundação Pro-Café

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patógenos, que no total estes fungos representam até 70% das flores que caem. MELOTTO,1987, com o objetivo de estudar a mobilização de carboidratos pelo botão floral de café em expansão após a quebra de dormência, três fontes alternativas de assimilados foram analisadas: a fotossíntese atual nas folhas, os recursos de carboidratos préexistentes nas folhas e as reservas dos ramos. Dessas, a fotossíntese que ocorre nas folhas, mostrou ser a fonte mais importante no suprimento de carboidratos. Botões florais conectados a folhas cobertas cresceram menos e caí-

ram prematuramente, quando comparados aos botões conectados a ramos. Ainda relacionado com a disponibilidade de água, um déficit hídrico acentuado, pode ocasionar a presença de alta porcentagem de botões florais com má formação. Contribui ainda para a ocorrência de botões com má formação as temperaturas mínimas elevadas, atingindo em alguns locais até 22º C. Em uma mesma planta pode ser encontradas flores com abertura prematura com diferentes graus de anorma1 - Uniagro. A serviço da Casa do Agricultor lidades, e ainda há casos extremos onde - Franca (SP) todas as partes da estrutura floral permanecem verdes e atrofiadas, com exposição total dos estiletes, dando formação às flores conhecidas como “estrelinhas”. O baixo enfolhamento da planta provavelmente apresentará reflexos negativos, de diferentes intensidades, no pegamento e desenvolvimento dos frutos devido à baixa relação hídrica planta/botão-fruto. Em uma Tel: (16) 9999-7196 mesma planta pode ser observada a (35) 9978-5740 presença de botões florais normais, atendimento@arbara.com.br CEDRO AUSTRALIANO nos ramos com folhas sadias, Toona ciliata var. Australis Investimento rentável e de baixo custo enquanto os ramos desfolhados Projetos Ambientais e Comerciais, Viveiro de Mudas Nativas apresentam alta incidência de flores mal formadas. e Projetos de Compensação de CO2

Valorize sua propriedade plantando madeiras nobres


A amplitude dos efeitos das condições climáticas atípicas para o cafeeiro, uma vez que em uma mesma cultura observam-se três floradas de razoável intensidade excessivamente espaçadas (floradas de agosto, de setembro e de novembro). Tal fato poderá depreciar a qualidade de bebida e produtividade da próxima safra devido à falta de uniformidade na maturação dos frutos. Diante dessas ocorrências e de outras que não foram citadas, que podem afetar a produção, a tecnologia pode ajudar a diminuir a perda de produção com algumas medidas adotadas no manejo do cafezal. Além da irrigação artificial, garantindo fornecimento de água em momentos críticos, podemos citar a proteção de florada adotada em algumas lavouras. Há fungicidas no mercado que atuam na proteção de florada, evitando o aparecimento de doenças que afetam o pegamento, dentre estes se pode destacar a associação de dois princípios ativos, sendo o Tebuconazole e o Iprodione (Folicur e Rovral, marcas registradas pela Bayer Cropscience) que abrangem todos os patógenos causadores da queda das flores na pré e pós florada. Levantamentos mostram que em uma planta adulta, apenas uma flor por ramo, por pé, em um hectare, representa aproximadamente um saco de café beneficiado a mais. Em um ano de alta produção, o investimento nestes dois produtos é facilmente retornado com o alto índice de pegamento de florada, já que o custo chega a aproximadamente meio saco por hectare. A cada ano que passa mais complexas se tornam as culturas, exigindo um alto grau de profissionalismo para se manter na atividade, com mais lucratividade. A tecnologia é sem dúvida a alternativa mais viável para se atingir a excelência.

Casa do Agricultor inaugura filial em Franca (SP) Será inaugurada em julho a mais nova revenda autorizada Bayer no estado de São Paulo. Trata-se da Casa do Agricultor, que será instalada na Av. Santos Dumont, 586 (próximo da Cafeeira Francana e da Padaria Pão Delícia), em Franca (SP). A matriz da Casa do Agricultor está sediada em Ibiraci (MG) e a empresa está no mercado há três anos. A Casa do Agricultor de Franca contará com três profissionais de campo, sendo Fernando David para a região chamada de Casa Seca, (rodovia João Traficante) e Ribeirão Corrente (SP); Ivan Mendonça, para Cristais Paulista (SP),Restinga (SP) e São José da Bela Vista (SP); e Paulo Peroni, para a região de Pedregulho (SP). A filial de Franca será mais um distribuidor autorizado da Bayer Cropscience, comercializando defensivos para a cultura do café (por exemplo: Premier Plus, Baysiston, Temik, Sphere Max, Thiodan, Folicur, Rovral, dentre outros). Será também representante da Stolle Stoller - que é a marca líder de fertilizantes foliares para café e outras culturas; da Adubos Trevo - que produz fertilizantes sólidos; e a Monsanto do Brasil Brasil. Mais informações pelos telefones (16) 3722-0050 ou (16) 9101-9645, com Mauro.

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Feira atrai 35 mil pessoas ao Sul de Minas Conde e Bueno Especial de Varginha (MG) A maior feira nacional do agronegócio terminou criando maiores expectativas para 2009. “A Expocafé teve resultados fantásticos, superou todas as nossas expectativas e agora temos o foco para o próximo ano” diz confiante o presidente Nilson Salvador. Nesse ano, sob o tema, “Café com Responsabilidade Ambiental”, a feira aumentou em 35% sua área na Fazenda Experimental da EPAMIG em Três Pontas (MG). O público também passou de 30 para 35 mil pessoas e o volume de negócios dentro da feira passou de R$112 milhões no ano passado para cerca de R$200 milhões neste ano. Só durante a Rodada de Negócios da Cafeicultura promovida pelo SEBRAE, o volume chegou a R$70 milhões em negociações efetivas “Esse valor pode ser até triplicado. Foram feitos muitos contatos entre as empresas fornecedoras e as cooperativas, o que nos leva a crer que os números serão crescentes” disse o gerente do SEBRAE da microrregião Varginha, Juliano Cornélio. A Rodada é uma das alternativas que auxilia e beneficia o produtor rural. No Sul de Minas, participam em parceria com o SEBRAE, 20 cooperativas dentro do sistema COCAMIG – Cooperativa Central de Agricultores de Minas Gerais – totalizando cerca de 25 mil produtores rurais. As cooperativas associadas avaliam junto aos produtores quais os produtos de maior necessidade, é eleita uma central de compras em cada uma delas que elege um líder, que vai realizar

FOTOS: Editora Attalea

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posteriormente as negociações. O SEBRAE faz um levantamento dos fornecedores dos produtos e serviços indicados pelas cooperativas e durante a rodada são feitas as negociações. Por causa do grande volume da demanda, há uma redução dos preços que fica em torno de 10% para o produtor “a rodada é uma oportunidade para investirmos no campo, sempre há novidades e bom preço para suprir nossas necessidades” diz Reginaldo Dias, Produtor Rural de Boa Esperança (MG). As pesquisas minuciosas e a parceria entre fornecedores e produtores garantem o sucesso da empreitada “O produtor pode comprar melhor através das Rodadas, porque tem a segurança de saber que vai pagar menos e ter o produto que vai solucionar seus problemas” disse o presidente da COCAMIG, José Edgard Pinto Paiva. O SEBRAE também levou para a Expocafé, a Clínica Tecnológica da Cafeicultura. Durante o primeiro dia de

feira, foram abertas as portas do estande para que produtores e representantes de cooperativas pudessem esclarecer suas dúvidas com técnicos especializados em várias modalidades. Outra novidade foi o FairTrade. Representantes da ONG americana Transfer USA vieram ao Brasil exclusivamente para participar da Expocafé e orientar as cooperativas quanto à necessidade de certificar seus produtos. O Fairtrade, ou mercado justo em português, é um projeto que elimina o atravessador e, conseqüentemente, aumenta a renda do produtor rural e dá a ele uma série de vantagens através das cooperativas. Entre elas, a escola em comunidades rurais para auxiliar na manutenção do homem do campo na roça e não precisar buscar seu sustento nas cidades. Mas, para isso, o produtor rural precisa cumprir muitas obrigações também. “A renda do produtor passa a ser maior e ele pode investir em saúde e

O estande da Revista Attalea Agronegócios foi muito visitado, com ótimos negócios, sempre regado ao café Coonai.


FOTO: Editora Attalea

educação em seu próprio meio. Ele só precisa cumprir regras que vão favorecer a eles próprios” diz o gerente do SEBRAE. As exigências são, entre outras, manter as crianças na escola e bem longe do trabalho, manter um padrão na produção do café, incluindo plantio, colheita e armazenamento, além de não possuir funcionários, garantir que apenas membros da família desenvolvam o trabalho. Estandes A Expocafé apresentou ainda palestras esclarecedoras sobre meio ambiente, geração de renda e soluções de plantio. O Secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Gilman Viana Rodrigues abriu a feira com o tema “Ameaças e Oportunidades para o Agronegócio Brasileiro”. Gilson José Ximenes Abreu, presidente do Conselho Nacional do Café, também participou dando sua contribuição. “A Expocafé é um passo importante para a tecnificação e mecanização da cafeicultura. Ainda falta muito, mas

cheios e muitos negócios efetivados.

o Brasil está buscando alternativas para alavancar as vendas do setor e briga por justiça nos preços praticados abaixo da expectativa de mercado” diz Gilson Ximenes que ministrou a palestra sobre “Desafio da geração de renda na cafeicultura”. As dinâmicas de campo foram as atrações mais esperadas da feira. Os participantes tiveram novamente a oportunidade de ver os lançamentos de máquinas dos mais diversos segmentos em funcionamento e acompanhar seu desempenho no campo. “Es-tas

atividades mostram a potencialidade de cada máquina em funcionamento, assim o produtor/empresário pode avaliar se atinge ou não suas expectativas para não levar gato por lebre” diz Nilson Salvador. As novidades ficaram por conta de lançamento de maquinário agrícola, novas receitas a base de café pelo SENAC – Sistema Nacional de Aprendizagem Comercial, novas linhas de cosméticos também à base do fruto e a ampliação do parque de animais. “Para a Expocafé 2009 estamos avaliando a possibilidade de fazer um leilão de eqüinos e suínos, a evolução no segmento de animais da feira deste ano sinalizou para essa grande possibilidade” completa o presidente. Parceira da Expocafé, a TV Alterosa lançou o primeiro concurso Garota Expocafé, durante a semana que antecedeu a feira. Telespectadores da emissora e internautas puderam escolher a garota que mais se identificava com o café. A vencedora foi a varginhense Angélica Rocha de 22 anos.

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Rodada de Negócios do Sebrae-MG supera 70 milhões O SEBRAE, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas é uma entidade nacional que visa, desde 1972, o desenvolvimento sustentável das empresas de pequeno porte. Para isso, promove cursos de capacitação, facilita o acesso a serviços financeiros, estimula a cooperação entre as empresas, organiza feiras e rodadas de negócios e incentiva o desenvolvimento de atividades que contribuem para a geração de emprego e renda. Na microrregião de Varginha, o gerente Juliano Cornélio coordena atividades nos mais diversos segmentos e tem especial atenção para o agronegócio, base da economia regional. A participação na 11ª edição da Expocafé, feira referência na cafeicultura nacional garantiu a produtores e empresários maior conhecimento do potencial de seus investimentos e proporcionou negociações que favoreceram fornecedores e consumidores na Rodada de Negócios. Entrevistra de Conde e Bueno .

pagamento justo para quem vende. O SEBRAE apresentou o Encontro de Produtores Rurais no Comércio Justo; uma mesa redonda onde especialistas e produtores debateram sobre o tema.

FOTOS: Editora Attalea

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Revista Atallea: Qual foi a participação do SEBRAE na Expocafé deste ano? Juliano Cornélio: No primeiro dia tivemos a Clínica Tecnológica da Cafeicultura. Sob os temas: irrigação, pragas e doenças, manejo e novas culturas, técnicos especializados deram consultoria individualizada aos produtores rurais que estão em busca do acesso às novas tecnologias. Com o atendimento especial, o produtor pôde expor suas dúvidas e ter respostas e novas alternativas específicas para o seu caso. A iniciativa é importante porque norteia o produtor na hora de investir e principalmente quanto ao prejuízo que ele deixa de ter na lavoura com trabalhos otimizados. Atallea: O SEBRAE trouxe à feira também informações sobre Fair Trade? JC: O Comércio Justo (Fair Trade) é um movimento internacional. Surgiu em 1960 para a promoção de condições de mercado mais justas entre países consumidores e produtores de países em desenvolvimento. ONGs e associações

com vínculos religiosos que promoviam a compra de especiarias provenientes de produtores de países mais pobres como mecanismo de apoio financeiro, pela compra direta, sem a presença de atravessadores. Esse movimento global inclui atividades de conscientização tanto aos consumidores quanto aos próprios governos, para promover o acesso aos mercados dos produtores menos favorecidos.

Atallea : O Fair Trade já está presente no Brasil? JC: Já, aqui na região já temos muitos adeptos também. Mas ainda temos muito para crescer no país, por isso a ONG americana Transfer USA veio especialmente à Expocafé para orientar os produtores quanto aos procedimentos para a certificação do Fair Trade. O certificado garante a qualidade do produto para quem compra e

Francisco Miranda Figueiredo Filho, diretor-presidente da COCATREL, de Três Pontas (MG), é homenageado por Antônio Nazareno (reitor da UFLA) e Nilson Salvador (presidente da Expocafé) e

Atallea : E quanto à Rodada de Negócios? JC: Nos dois últimos dias de feira, o SEBRAE formalizou a Rodada de Negócios da Cafeicultura através do projeto central de negócios do sistema COCAMIG Cooperativa Central de Agricultores de Minas Gerais, sua parceira nesta iniciativa. O tema desta rodada foi: Fertilizantes e Defensivos. Para uma otimização dos trabalhos, o SEBRAE lançou o desafio às 16 cooperativas cadastradas que englobam em torno de 120 mil produtores rurais. Cada cooperativa detectou as necessidades de seus cooperados no quesito apresentado, assim, os fornecedores cadastrados puderam apresentar suas propostas atendendo às demandas dos produtores. Atallea: Os organizadores da Expocafé sempre apresentam uma expectativa grande com relação ao fechamento dos negócios da Rodada. Estas expectativas foram alcançadas? JC: A expectativa de negócios é norteada por dados e pesquisas feitas antes do início da feira, então temos uma noção prévia do quanto podemos negociar sem susto, porque são números bastante claros. Quase sempre as expectativas não só são alcançadas, como são superadas. Este ano, os fornecedores apostaram em vendas próximas a R$ 3 milhões. A COCAMIG e o SEBRAE tinham uma expectativa de R$ 70 milhões. Atingimos este valor durante a feira, o que significa que o número pode ser até triplicado devido à quantidade de contatos feitos entre fornecedores e consumidores. Para nós fica a sensação do dever cumprido e sempre preparando novas oportunidades para agregar valores ao empresário brasileiro. Mais informações no site www.sebraemmg.com.br www.sebraemmg.com.br.


Agritech lança trator que completa a linha cafeeira FOTO: Editora Attalea

A Agritech, empresa responsável pela fabricação dos tratores e microtratores Yanmar Agritech, participou da 11ª Expocafé, realizada entre 18 e 20 de junho, na Fazenda Epamig, em Três Pontas (MG). A empresa apresentou o trator compacto 1175, de 70 cavalos e 16 válvulas com super-redução, que completa a linha cafeeira, mas que atende outras culturas, como a de canade-açúcar e frutas em aplicações que necessitem de baixa velocidade. “Agora a linha de tratores para café está completa com o super-redução, que é uma máquina desenvolvida para culturas que exigem trabalhos com baixa velocidade, porém, sem perda de potência”, explica o gerente de marketing da Agritech, Pedro Lima. O projeto do 1175 - o primeiro trator da marca com 70 cavalos de potência e o primeiro a levar para o campo um motor 16 válvulas - foi inteiramente desenvolvido com tecnologia própria e

envolveu um investimento de cerca de R$ 9,5 milhões. Todas as máquinas da Agritech estão preparadas para se movimentar com o biodiesel B-5. Outra novidade do 1175 é o número de marchas do trator, que aumentou de 9 para 12 e com o super redutor passa a ter 24 opções de velocidades, ampliando a adequação às necessidades de serviços. O trator pode ser usado, portanto, em diferentes ambientes e para variados serviços. O novo produto também eleva

a capacidade de levante de implementos em até duas toneladas. “Nossa atuação concentra-se principalmente no café, fruticultura, horticultura e em grãos, mas sentimos a necessidade de oferecer um trator de maior potência aos nossos clientes que vêm crescendo nestes mercados, e por isso, investimos no desenvolvimento do 1175”, destaca Lima. A Agritech apresentou também na Expocafé o único trator cafeeiro super estreito modelo 1155 SE disponível no mercado, criado especialmente para atender às necessidades da cafeicultura. Nesse sentido, ele se diferencia dos tratores disponíveis no mercado, pois esses foram apenas adaptados para o café. A máquina da Yanmar Agritech possui 55 cavalos e a reduzida largura de bitola externa de 1180 mm, própria para culturas adensadas. “Desde o início de nossa produção de tratores no Brasil, focamos a cultura do café”, diz o gerente Nelson Watanabe.

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UFLA já começou a planejar a Expocafé 2009 A Universidade Federal de Lavras - UFLA foi fundada em 1908 e neste um século de existência, consolidou-se pelo seu pioneirismo na extensão, pela geração de conhecimentos científicos e tecnológicos, e, sobretudo, pela qualidade do ensino na formação de mais de 30.mil profissionais graduados, especialistas e pós-graduados em áreas estratégicas para o desenvolvimento do país, particularmente em ciências agrárias. Antônio Nazareno Guimarães Mendes, Reitor da Universidade por dois anos consecutivos conversou com a equipe da Revista Attalea. Entrevistra de Conde e Bueno .

de que se tem notícia no Brasil e influencia a diversificação. Para se ter uma idéia, hoje já apresenta soluções para o plantio de outras culturas, alternativas de automóveis e exibição de animais.

FOTOS: Editora Attalea

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Revista Atallea: A UFLA está prestes a completar seu primeiro centenário e atualmente é uma das referências nacionais em ciências agrárias. O que representa esse fato? Antônio Nazareno: Poucas instituições chegaram ao centenário, apenas a Universidade Federal da Bahia com 200 anos do curso de medicina e a ESALC - Escola Superior de Agricultura Luis de Queiroz. Agora a UFLA atinge esta marca e garante seu espaço como referência em Ciências Agrárias. Ela se tornou universidade em 1994, quando foram implantadas novas grades de ensino em outras áreas, além das ciências agrárias. Esse é o resultado de muita perseverança e competência dos colaboradores e alunos que fizeram da Universidade um pólo de ensino de qualidade. Podemos considerar também, que entre as características marcantes da Universidade está o estilo eclético. A consolidação do tripé Ensino, Pesquisa e Extensão garante a solidificação e o reconhecimento que a UFLA tem atualmente. Attalea: O que a UFLA está preparando para comemorar o centenário? AN: Temos uma programação preparada para o ano inteiro. São aproximadamente 80 eventos especiais relacionados aos cursos oferecidos pela Universidade.

RA: A 11ª Edição da Expocafé esteve entre as comemorações e é uma das maiores no cenário nacional do agronegócio. A feira tem uma representatividade dentro da instituição? AN: Sim, a Expocafé é a ‘Menina dos Olhos’ da UFLA. Ela começou muito tímida com o propósito apenas de fazer demonstrações de colheita e aplicar os ensinamentos dados em sala de aula. Era preciso incluir no organograma geral da Universidade para ter a garantia de que ela realmente aconteceria. Foi uma batalha e tanto. Attalea: E o que ela representa hoje? AN: Hoje é a referência nacional do agronegócio, a mostra mais completa

Nilson Salvador (presidente da Expocafé) e Antônio Nazareno (reitor da UFLA) homenageiam Luis Carlos Miranda, diretor presidente da UNICOOP, de Três Pontas (MG)

Attalea: Há quanto tempo o senhor acompanha as atividades da Expocafé? AN: Desde o início. Estive entre os idealizadores e acompanhei todo o progresso da feira. Nos primeiros anos, a Expocafé envolvia apenas professores e técnicos da Universidade. Atualmente, a feira possui um departamento próprio, uma atividade paralela dentro da UFLA com 12 colaboradores e muitos parceiros. Além disso, mobiliza alunos de vários cursos que utilizam a experiência como prática empreendedora. O primeiro evento teve o custo estimado entre 300 e 400 mil reais, hoje está com a estrutura quadruplicada e chega a custar mais que 2 milhões de reais. Um crescimento bastante significativo para 10 anos de feira.

RA: A que o senhor atribui tanto sucesso? AN: Primeiro à persistência de seus idealizadores e organizadores. Depois ao público que conseguimos atrair a cada ano maior. Por exemplo: A Rodada de Negócios do SEBRAE atrai os expositores que têm interesse em negociar com os produtores por valores mais acessíveis. Estes (produtores) e técnicos vêm à feira, atraídos pelas dinâmicas de campo e demonstrações tecnológicas. Muito visitantes vêm para conhecer as novidades e aprender um pouco a lidar com o café que é a grande riqueza da região. RA : Terminada a feira, missão cumprida? AN: Que nada! Terminada a feira deste ano, começamos a formular a do ano que vem (risos). Já tivemos uma venda de 90% dos estandes expositores deste ano. Dos 200 que participaram, 180 já confirmaram presença no ano que vem que terá como tema “Responsabilidade Social e Sustentabilidade”.


Colheita de café atinge 42% do volume produzido A colheita de café da safra brasileira 2008/ 09 está em 42% do total a ser produzido, até 01 de julho. O número faz parte do levantamento de SAFRAS & Mercado para a evolução da colheita da safra nova. A colheita mostra-se bem atrasada em relação a igual período do ano passado, quando 56% da safra 2007/08 estava colhida nesta época. Na semana anterior, a colheita era indicada em 35%. Tomando por base a estimativa de SAFRAS para a produção de café do Brasil em 2008/09, de 50,4 milhões de sacas de 60 quilos, é apontado que foram colhidas 20,93 milhões de sacas. O analista de SAFRAS & Mercado Mercado, Gil Barabach, ressalta que a colheita começa a ganhar corpo. “O que era pra acontecer em junho está acontecendo só agora. O clima seco favorece os trabalhos. Mas há problemas em algumas regiões, como a Zona da Mata de Minas, com problemas com a falta de mãode-obra”, caracteriza Barabach. A colheita está num ponto bom agora diante da maturação dos grãos, e a tendência é de aceleração dos trabalhos. “Até porque eles têm de ser acelerados para que os grãos maturados não sequem no pé”, comenta o analista.

Cocapec: junho passou em branco A colheita de café na região da Alta Mogiana sofreu um atraso considerável nesta safra. De acordo com Anselmo Magno de Paula, gerente de comercialização, do departamento de café da Cocapec Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Franca, a safra está bastante atrasada em virtude da demora das chuvas no ano anterior que, por conseqüência, atrasou também a florada e, finalmente, o ponto ideal de colheita. “Tradicionalmente, a cooperativa começa a receber um fluxo significativo de café no mês de junho. Isto não aconteceu e somente agora, no mês de julho, é que estamos acelerando os processos de recebimento”, afirma Anselmo. Mesmo com o atraso, o diretor confirma as estimativas de uma grande safra na região. “Na área de atuação da Cocapec, tudo indica que os números de estimativa da safra se confirmem. Deverá ser, realmente, o maior volume recebido de café da história da cooperativa”, conclui.

Tabela 1. Evolução da colheita de café no Brasil, safra 2008/2009 Estado

Produção

Minas Gerais a) Sul/Oeste b) Cerrado c) Zona Mata Espirito Santo a) - arábica b) - conillon São Paulo Paraná Bahia a) arábica b) conillon Rondônia Outros ARÁBICA CONILLON TOTAL

Colhido

% em 01/07

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% em 2007

25,60 14,20 5,00 6,40 11,40 2,60 8,80 4,90 2,40 2,60 1,90 0,70 1,80 3,40

6,60 2,84 1,20 2,56 8,25 0,85 7,40 1,35 1,13 1,15 0,60 0,55 1,45 2,00

26 20 24 40 72 33 84 28 47 44 32 79 81 58

43 40 42 48 82 40 90 40 55 44 30 80 80 69

38,10 12,30 50,40

10,73 10,20 20,93

28 83 42

43 87 56

FONTE: Safras & Mercados, junto a cooperativas e produtores. Extraído do site do Conselho Nacional do Café.

E

SILVA & DINIZ COMÉRCIO E REPRESENTAÇÃO DE CAFÉ LTDA. Av. Wilson Sábio de Mello, 1490, São Joaquim

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Cafeicultor antecipa venda e os preços caem Os baixos estoques, colheita atrasada e aumento da demanda normalmente contribuem para a valorização das commodities. Porém, isso não tem acontecido com o café em função da pressão da ponta compradora por preços mais baixos no mercado futuro. Além disso, por conta de uma desconfiança em relação ao mercado e, principalmente, dos altos custos de produção, os cafeicultores estão vendendo antecipadamente parte da safra para liquidar compromissos de compra de insumos. O valor negociado atualmente, que varia de R$ 270 a R$ 350 fica próximo do custo de produção projetado para a próxima safra e abaixo do potencial que alguns analistas avaliam que o preço do café possa chegar nos próximos semestres. Alguns contratos de venda já assinados têm como prazo março de 2010, que é hoje o maior vencimento da Bolsa de Nova York. De acordo com João Ferreira Júnior, gerente comercial da Expocaccer, empresa de exportação na região do cerrado, há produtores participando de todos os vencimentos. “Preocupados com o aumento dos custos de mão-de-obra e de insumos, os produtores pegam parte da produção e usam para liquidar compromissos que já estão assumindo”, explica. Na área de abrangência da empresa, que deve colher cerca de 3 milhões de sacas na safra 2008/2009, mais de 10% da próxima safra foi comercializada no longo prazo, cerca de 350 mil sacas. O preço da saca com recebimento previsto para o segundo semestre de 2009 é de R$ 310, em média, para o mercado interno, e R$ 320 para exportação. Para Sérgio Carvalhaes, sócio do Escritório Carvalhaes, consegue negociar nesse preço apenas uma pequena porcentagem FOTO: Editora Attalea

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de produtores que são altamente tecnificados. “A maioria dos produtores de Minas Gerais e da Mogiana - em São Paulo - está em regiões montanhosas onde o custo de produção é mais alto e não tem ganho de escala como tem o Cerrado”, avalia. Para Carvalhaes, levando-se em conta os preços divulgados em outras praças, próximos ou abaixo do custo de produção, dependendo da região e do produtor, a venda antecipada nos patamares que estão sendo praticados só teria explicação em um ambiente de superprodução e consumo em queda. “Pela bianualidade de nossa produção, a próxima safra será menor do que nossas necessidades de exportação e consumo, e isso se tudo correr bem. Portanto parece mais uma tentativa de “ancoragem” dos preços, passando ao mercado uma imagem de produção farta e sem problemas”, afirma. Na Cooxupé - Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé a venda antecipada também é uma prática adotada por muitos produtores. “O produtor já comercializou boa parte da sua colheita, em torno de 30% já foi vendido”, diz Mário Palhota, gerente de mercado da Cooxupé. Isso para os padrões da cooperativa que é a maior do mundo repre-

Cooxupé: colheita está em 14% A colheita da safra de café 2008/09 na média ponderada nas regiões de atuação da Cooxupé - Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (MG), envolvendo o sul e cerrado de Minas Gerais e parte de São Paulo está em 14%. É o que mostra levantamento da cooperativa, segundo o gerente de desenvolvimento técnico da Cooxupé, Joaquim Goulart. Na semana anterior, a Cooxupé indicava para sua área de atuação

colheita de 10,2%. Segundo Joaquim Goulart, a colheita evoluiu bem na última semana. As lavouras mecanizadas estão entrando mais firmemente no período de colheita. No cerrado mineiro, principalmente, com frutos mais maduros agora, os trabalhos vão evoluindo bem. Goulart observa que o clima tem sido favorável, apesar de dias nublados atrapalhando um Agência Safras pouco. (Agência Safras)

senta cerca de 1,5 milhão de sacas negociadas para o próximo ano. Para Gil Barabach, analista da Safras & Mercado Mercado, o cenário para o mercado de café nos próximos meses é positivo. “Não é o melhor momento para o produtor negociar tão antecipadamente, o melhor é sair de pressão da chegada de safra”, avalia. O analista destaca que o produtor que negocia agora está pensando só no ganho financeiro, não no econômico. “Ele está querendo cobrir o custo dele, mas pode perder o lucro econômico; ele troca o potencial para eliminar o risco”, diz Barabach. (DCI )

Secar café no asfalto rende prêmio em MG Produtores de café de Poços de Caldas (MG) começaram a cobrir seus terreiros com asfalto depois que descobriram que a secagem do grão é rápido e melhora a qualidade da bebida.“O produtor ganha com o tempo de secagem, porque a cor preta do asfalto retém mais calor”, explica Marcos Tadeu, que presta serviço à prefeitura da cidade. O asfalto, que é aplicado frio, custa R$ 5,00 por metro quadrado contra R$ 20 do concreto e seu uso pode reduzir o tempo necessário para secar os grãos de 15 dias para 10 a 12 dias. Há quatro anos a prefeitura local passou a ceder funcionários para que façam a cobertura de asfalto nos terreiros dos produtores. Nos últimos dois anos revestiram 20 mil metros quadrados na região. Diferente do asfalto comum, que pode manchar o produto e prejudicar o sabor, o tipo frio, segundo Tadeu, é espalhado ainda líquido, endurece em cerca de uma hora e não contamina os grãos. “O café que secou no asfalto ganhou o primeiro prêmio em uma compeGazeta tição de qualidade”. (Gazeta Mercantil Mercantil).


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GEOPROCESSAMENTO e GEOREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS URBANOS E RURAIS 19 Revista Attalea® Agronegócios

AGRONEGÓCIO e DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

- Jul 2008 -

EDUCAÇÃO AMBIENTAL e RESPONSABILIDADE SOCIAL AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA AGROENERGIA e SUSTENTABILIDADE

DURAÇÃO 12 MESES LETIVOS

AULAS QUINZENAIS

PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA e COMERCIALIZAÇÃO CERTIFICAÇÃO e RASTREABILIDADE DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

CORPO DOCENTE ESPECIALIZADO (IAC, ESALQ/USP, IEA, UNESP, FAFRAM/FE, FFLC/FE)

F U N D A Ç Ã O EDUCACIONAL


Ingredientes da agroindústria na alimentação animal. Produtos e subprodutos do Agronegócio. Polpa cítrica peletizada na alimentação de vacas em lactação Josiane Hernandes Ortolan 1

20 Revista Attalea® Agronegócios - Jul 2008 -

FOTOS: Abecitrus

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A polpa cítrica é um subproduto da fabricação de suco concentrado, pela industria de citrus, obtida após duas prensagens dos frutos, reduzindo assim a umidade a 6575%. Posteriormente o material é seco a 100-116 ºC, até que se atinja um teor de MS ao redor de 88-90% e então é peletizada. O resultado final é um subproduto constituído de cascas, sementes, bagaço e frutas descartadas. A polpa cítrica é rica em pectina, um carbohidrato de alto valor nutricional. Por ter uma alta capacidade de reter umidade, a polpa cítrica exige alguns cuidados na sua armazenagem. Locais secos e bem ventilados permitem armazenar o produto por períodos longos de até seis meses sem problema. Porém, por causa da alta capacidade de reter água, dificultando a secagem da polpa. Para facilitar a secagem, é adicionado antes da prensagem 0,3 a 0,6% de hidróxido ou óxido de cálcio, resultando num produto final rico em cálcio e pobre em fósforo, o que requer cuidados especiais na formulação das dietas. Apesar do Brasil ser o principal produtor mundial, até meados de 1993 o produto era quase desconhecido para a pecuária nacional. A principal razão residia no fato de que a polpa cítrica peletizada (PCP), desde o início da década de 70 era exportada quase que integralmente para a Europa (95-97% da produção), sendo empregada como ingrediente de ração para bovinos. Entretanto, em meados de 1993, o produto sofreu uma queda nas cotações internacionais em virtude de menor demanda, o que obrigou as indústrias esmagadoras a direcionarem parte da produção para o mercado interno. Segundo a Abecitrus, a safra nacional 2002-2003 de PCP foi de 1,15 milhões de toneladas, concentrada principal1- Médica Veterinária, meste em Qualidade e Produtividade Animal, doutoranda em Qualidade e Produtividade Animal pela FZEA - USP - josiortolan@hotmail.com.

mente no estado de São Paulo e estimase que 20 a 30% da produção é comercializada no país. A época de produção da PCP é extremamente favorável, pois sua safra inicia em maio e terminando em janeiro, coincidindo com a entressafra de grãos (milho e sorgo). Desta forma os produtores de leite ou corte contam com um importante suplemento energético exatamente nos meses em que o milho atinge cotação máxima. Dados de composição bromatológica atribuíram a PCP um valor energético ao redor de 85-90% ao do milho e menor teor em proteína bruta. É considerado um alimento concentrado energético, porém, apresenta características sob o aspecto de fermentação ruminal que a colocam como um produto intermediário entre volumosos e concentrados. Em dietas de vacas leiteiras de alta produção, alimentadas com alto teor de concentrados, pode haver deficiência de fibra ou excesso de carboidratos não fibrosos com efeitos deletérios na manutenção da motilidade ruminal e estímulo à ruminação. Dietas contendo silagem e

grãos de milho ou sorgo podem conter teores de amido entre 25 a 33%. Estes teores podem resultar em produção de leite com teores baixos de gordura. A substituição parcial dos cereais como milho e sorgo por polpa cítrica peletizada na dieta, eleva o teor de fibra, reduz o teor de amido e ainda mantém adequada disponibilidade de carboidratos degradáveis no rúmen. Esta prática pode gerar um efeito desejável em dietas de vacas em lactação. Isto ocorre basicamente pela redução na queda do pH ruminal devido à fermentação acética em substituição à fermentação láctica e pela capacidade de tamponamento ruminal da pectina. Portanto, a maior disponibilidade de ácido acético (precursor da gordura do leite) e melhor ambiente ruminal propicia condições para a elevação do teor de gordura do leite quando a polpa cítrica é introduzida na dieta em substituição parcial aos grãos de cereais ricos em amido. A inclusão da polpa cítrica na dieta requer a utilização de suplementos minerais distintos dos tradicionalmente usados, em função do alto teor de cálcio e baixo de fósforo deste subproduto. A não adequação dos teores de fósforo na dieta resultará em desempenho ruim tanto de vacas leiteiras como de animais em crescimento. Outro problema é a redução na absorção de zinco, devido ao alto teor de cálcio na dieta, sendo necessária a suplementação com doses mais altas de zinco. No desempenho de vacas leiteiras alimentadas com polpa cítrica, apresentamos resumidamente na Tabela 1 alguns trabalhos realizados no Brasil, avaliando a substituição parcial do milho (50%) por polpa cítrica peletizada na dieta de vacas leiteiras em confinamento com silagem de milho ou em pastagens tropicais.


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Considerações finais Fica clara a importância do amido na alimentação de vacas leiteiras. Independente do sistema de produção, grãos de cereais, em especial o milho, representam a principal fonte de energia em rações de vacas leiteiras, e o principal constituinte desses grãos é o amido. Com o aumento da produção média dos rebanhos leiteiros, aumenta também a exigência nutricional desses animais, aumentando também as quantidades carboidrato, que é a principal forma de aumentar a densidade energética das rações, a fim de atender à demanda produtiva de animais mais exigentes, por outro representa um risco

Tabela 1. Efeito da utilização de polpa cítrica na produção de leite (kg/animal/dia). 50% milho + 100% milho Autor 50% polpa 21,98 28,32b 19,16a 18,60 29,59b 18,75 13,93 17,27 20,46

21,28 28,81a 16,74b 18,75 30,67a 18,22 13,71 17,43 20,72

Santos et al. (2001) Andrade (2002) Nussio et al. (2002)* Carmo et al. (2003 a) Carmo et al. (2003 b) Martinez et al. (2003 a) Martinez et al. (2003 b) Scoton (2003) Moreira et. al. (2004)

*Leite corrigido para teor de gordura igual a 3,5%; Letras diferentes na mesma linha referem-se a médias que diferem significativamente entre si.

para a saúde das vacas (aumento da ocorrência de acidose ruminal). Contudo, a utilização da polpa cítrica como alimento alternativo como fonte de

energia se deve a redução no teor de amido das rações, aumentando os teores de fibra digestível, contribuindo para melhoria do ambiente ruminal.

Consolidação afeta preços e margens do leite O movimento de consolidação no setor de lácteos alterou o comportamento dos preços do leite no país e tem reflexos negativos nas já apertadas margens das indústrias. Nos Estados que registraram operações importantes de aquisições, como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo, os preços do leite pagos ao produtor ficaram mais firmes que em outras regiões brasileiras. Agora, por exemplo, quando as cotações já começam a arrefecer em bacias leiteiras como Goiás, os valores ainda estão estáveis ou até sobem nessas regiões onde aumentou a disputa por matériaprima. Outro efeito da consolidação iniciada no segundo semestre de 2007 - é uma oferta elevada de lácteos atualmente, o que deixa as indústrias estocadas. Segundo fontes do setor, algumas empresas que foram vendidas ampliaram a captação de leite para “fazer faturamento” e ficarem mais valorizadas na hora da negociação. Esse movimento das empresas para garantir matéria-prima beneficia os produtores de leite, observa Nogueira. Mas do lado das indústrias de lácteos, que têm as margens tradicionalmente pequenas, o novo quadro não agrada. Um empresário paulista diz que os preços ao produtor hoje estão “artificialmente” altos. Segundo ele, diante do cenário de oferta elevada de matériaprima no Brasil e mercado internacional menos aquecido que no ano passado, os FOTO: Editora Attalea

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preços pagos aos produtores não deveriam estar tão mais altos que em 2007. Segundo o IBGE, no primeiro trimestre deste ano, os laticínios sob inspeção sanitária federal, estadual ou municipal adquiriram 4,893 bilhões de litros de leite, aumento de 9,2% sobre o mesmo período de 2007. Os preços ao produtor mais aquecidos em São Paulo também são resultado do decreto do governo paulista, que elevou de 7% para 18% o ICMS do leite longa vida proveniente de outros Estados e zerou o ICMS do produto processado em São Paulo. Isso valorizou os preços do leite ao pecuarista do Estado. “Há empresas trabalhando com margens muito baixas ou negativas”, co-

mentou o empresário. Um executivo da indústria em Minas diz que a margem líquida das empresas do setor “em anos bons” alcança 5%. Hoje está na casa dos 2% a 3%. As margens também estão mais apertadas porque a alta dos preços do leite longa vida no varejo já faz o consumidor se retrair. Com isso, as indústrias perdem poder de barganha nas vendas às redes e ao atacado. Diante do quadro menos favorável para a indústria de lácteos - e quando a capacidade de fazer caixa de uma empresa como a Parmalat é colocada em xeque -, há quem acredite que a euforia das aquisições dará lugar a uma postura mais cautelosa por parte das empresas. De qualquer forma, dificilmente o ritmo de operações de 2007 e do primeiro semestre deste ano se repetiria. Uma das mais agressivas em aquisições nesse período foi a Perdigão, que comprou a Eleva, com unidades no Rio Grande do Sul e Goiás, e a Cotochés, em Minas Gerais. Já a Parmalat comprou a paulista Só Nata, a Ibituruna em Governador Valadares (MG), além do negócio Poços de Caldas, da Danone. Outra agressiva foi a gaúcha Bom Gosto, que desde 2007 já fez quatro aquisições. A empresa comprou em Minas a DaMatta e o Laticínios Santa Rita. No Rio Grande do Sul, adquiriu a Nutrilat e a Coorlac. Além disso, o Bertin comprou a Vigor em outubro passado, a Nilza ficou com a mineira Montelac (numa disputa com a Parmalat). (Valor Online)


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GIR LEITEIRO - FRANCA/SP

• Plantel Gir Selecionado para Leite; • Venda permanente de Tourinhos, Novilhas, Matrizes e Embriões; • Melhor Expositora na Expoagro de Franca 2008. MARIA TEREZA LEMOS (Tóla Lemos) Rodovia João Traficante, km 3,5 (Rod. Franca/Ibiraci) - Tel (16) 8155-4444 www.fazendaparaiso.com.br Email: mariatereza@fazendaparaiso.com.br

UNO DA SILVANIA (Obelisco x Mantilha Zon.) - Campeão Touro Sênior nas exposições de Araxá (MG), Uberaba (MG) e Franca (SP) - Reservado Grande Campeão em Franca (SP)

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77 anos de tradição, seleção e criação de Gir Leiteiro

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CAÇADORA DE BRASÍLIA (Benfeitor x Revista)

C.A. XÍCARA (C.A. Oscar x C.A. Quintanilha)

Campeã Vaca Adulta, Melhor Úbere Adulto e Reservada Grande Campeã em Franca (SP). Pesagem oficial:- 10.000 kg/leite em 305 dias

Reservada Campeã no 1º Torneio Leiteiro de GadoGir Leiteiro de Franca

RESULTADOS - EXPOAGRO 2008 FRANCA (SP) • BABILONIA TOL (Radar x Norma) Res. Campeã Bezerra

• FABEL NOBRE BALEIA (Nobre x Finesa de Brasília) 2º Lugar Vaca Adulta

• AMENDOA (Modelo x Manchete) Res. Campeã Novilha Menor

• ARIANA TE KUBERA (Everest x C.A. Guanabara) Campeã Vaca Sênior

• ARTEMIS (Everest x Nakhil) 2º Lugar Novilha Maior

• ÊXITO DO MORRO (Modelo x Athenas) 1º Lugar Junior Menor

• PERFEIÇÃO KUBERA (Barbaro x Ariana) Campeã Conjunto Família

• ALEMÃO (Everest x Dandara) 2º Lugar Junior Menor

• UJAMANTA CAL (Nobre x Querida) Campeã Fêmea Jovem

• ARIANA - ARTEMIS ALEMÃO - VIDRAÇA Campeões Progênie de Pai (Everest)

• SAFIRA (Amuleto x Alabama) Res. Campeã Vaca Jovem

• FAZENDA PARAÍSO Maria Tereza Lemos Costa Calil “ MELHOR EXPOSITOR EXPOAGRO 2008

AURORA (Meteoro x Quadrantal) Campeã Novilha Maior Atual Bezerra Campeã Paulista 1º lugar na Megaleite 2007


24 Revista Attalea® Agronegócios - Jul 2008 -

Mais novilhas no rebanho, mais produção Para manter a produção estável, a taxa de reposição considerada ideal é de 25% ao ano. Isso quer dizer que uma vaca permanecerá no rebanho por quatro lactações até ser substituída por uma novilha. No entanto, essa taxa poderá ser maior se houver interesse em se adotar uma pressão de seleção mais rigorosa para aumentar a produção. Manter ou elevar a produção depende do número de novilhas que são incorporadas ao rebanho, o que pode ser obtido de duas maneiras: comprando novilhas ou fazendo a recria das fêmeas. Adotar uma ou outra opção dependerá do nível de especialização da atividade leiteira. O pesquisador da Embrapa Gado de Leite, José Luiz Bellini, diz que o produtor de leite americano atingiu um alto nível de especialização e que a compra das novilhas se tornou mais viável. “Produzir leite e criar novilhas são atividades que demandam tratos e mão-de-obra específicas. Na América do Norte a especialização é tamanha que se tornou mais econômico para o produtor terceirizar a recria”. No Brasil, com raras exceções, a plena especialização ainda está longe de ser alcançada. Além de haver poucas propriedades especializadas no fornecimento de novilhas, o produtor brasileiro prefere realizar o trabalho por ter maior certeza da origem do animal. Há outras vantagens em realizar a recria: Para aqueles que adotam a inseminação artificial, pode-se obter animais melhores do que aqueles comprados na região. A diminuição dos riscos de se trazer doenças para o rebanho e o melhor aproveitamento de sobras de FOTO: Editora Attalea

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áreas, alimentos, instalações e mão-deobra também são aspectos positivos. Bellini diz que é importante dimensionar o número de fêmeas conforme a necessidade do rebanho para evitar prejuízos. A média nacional de descarte é de 20%. Isto significa que, num rebanho de 100 vacas, 20 novilhas são recriadas na propriedade ou compradas de terceiros. O tempo certo de se substituir um animal é uma decisão econômica. “Quando uma novilha for capaz de prover maior retorno que vaca, será a hora de introduzi-la ao rebanho”. O pesquisador realça que a vida útil de um animal dependerá de uma série de aspectos que vão das condições de manejo e criação até aspectos sobre raça. Chegada a hora de substituir a vaca, optar entre a compra ou a recria é uma decisão individual. “O produtor precisa saber quanto custa a recria em sua propriedade e comparar com os preços de mercado”. Para tornar viável uma boa taxa de reposição, é fundamental um alto índice de natalidade, além de pouca mortalidade de bezerras, e os esforços para isso começam antes de o bezerro nascer. A Embrapa recomenda que a vaca

gestante ganhe de 600 g a 800 g/ dia durante o último terço da lactação e que condições corporais extremas (muito gorda ou muito magra) precisam ser evitadas. As vacas devem ser secas e conduzidas ao pasto-maternidade entre 30 e 60 dias antes do parto. Além de “descansar” a glândula mamária, isto possibilitará a produção de colostro de melhor qualidade. Alguns cuidados são tomados com o bezerro logo após o nascimento, mas boa alimentação e higiene são essenciais. Nos três primeiros dias, a bezerra deve ingerir cerca de seis litros de colostro. Recomenda-se o aleitamento artificial, desde que as vacas “desçam o leite” sem presença das bezerras. O animal precisa receber cerca de quatro litros de dieta líquida/ dia (leite ou sucedâneos) no primeiro mês. No segundo, dois litros/dia são suficientes. Higienizar bem mamadeiras, bibeirões e baldes é uma providência que ajuda a evitar doenças. Taxa de mortalidade baixa depende também de boas instalações. Os bezerreiros de alvenaria ou de madeira, comuns no Brasil, são construções que necessitam de investimentos elevados e de difícil limpeza. A Embrapa recomenda o uso de abrigos individuais, feitos de madeira ou bambu. Eles podem ser mudados facilmente de posição e o local permanecerá sempre limpo e fresco. Embora alguns técnicos argumentem que as bezerras não devam receber água nas primeiras semanas de idade, de 30 minutos a uma hora após o aleitamento, elas precisam ter água limpa e fresca à Embrapa - CNPGado disposição. (Embrapa de Leite Leite)


Destinada a expandir e fortalecer sua marca no mercado lácteo, a Coonai - Cooperativa Nacional Agro-Industrial, com sede em Brodowski (SP), lançou em 1º de julho dois novos produtos: Leite Pasteurizado homogeneizado e Leite Pasteurizado Homogeneizado desnatado em garrafas plásticas de um litro. Para viabilizar a produção destes novos produtos a cooperativa investiu aproximadamente R$ 400 mil na compra de maquinário, embalagens e treinamento de pessoal. “O objetivo é agregar valor à marca e oferecer mais opções aos consumidores”, explica Marcelo Barbosa Avelar, vice-presidente da cooperativa. Os novos produtos serão vendidos em todos os pontos de venda que

já têm produtos Coonai, cerca de 60 cidades nos eixos da Rodovia Anhangüera e Cândido Portinari. Nos primeiros seis meses, a cooperativa vai operar com uma capacidade de 10 mil litros/dia, mas a partir do ano que vem vai dobrar a capacidade e otimizar a produção que é de 20 mil litros/dia. A Coonai está no mercado desde 1941 e tem tradição no setor lácteo. Atualmente conta com 1.432 cooperados, distribuídos em 57 municípios de São Paulo e Minas Gerais. A captação diária de leite da cooperativa fica em torno de 100 mil litros, que são destinados à fabricação de leite pasteurizado, leite pasteurizado tipo B, e leite cru refrigerado (vendido para outras empresas do setor). Em 2007, novos produtos foram lançados com a marca Coonai:

FOTO: Divulgação

Coonai lança leite pasteurizado em garrafas plásticas de um litro

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Bebida Láctea, em vários tipos de embalagens e sabores, e requeijão, integral e light.


Campagro realiza convenção em Franca Com o objetivo de fazer um balanço da safra anterior, alinhar as metas e ações para as próximas safras, a Campagro Comércio de Produtos Agropecuários realizou entre os dias 04 e 05 de julho, no Hotel Shelton Inn, em Franca (SP), mais uma convenção. De acordo com José de Alencar, diretor da Unidade de Franca, a convenção permite que todos os funcionários e colaboradores conheçam melhor a Campagro, seus valores, sua visão e sua missão. “Consi-

FOTO: Divulgação Campagro

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dero ainda que a convenção tenha outro papel muito importante, que é o de fazer com que a maioria dos funcionários, principalmente os internos das lojas, que durante todo o ano se falam por telefone, possam se conhecer melhor”, analisa Alencar. As palestras abrangeram vários

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assuntos, tendo a participação dos consultores Danny Claro, Tiago Fischer e Uriel Rota, da Stracta (Grupo Pensa). Esses consultores estão prestando serviços para a Campagro há anos, em diversas áreas, tais como CRM, Inteligência de Mercado, RH e Gestão Estratégica. O evento foi finalizado com um coquetel/jantar de confraternização no Rancho JP, tradicional restaurante de Patrocínio Paulista (SP). A festa foi musicada pela dupla Markus e Yago e contou ainda com um show de mágica A Campagro foi fundada em 1990. A matriz fica em Orlândia, com filiais em Batatais, Franca, Guairá e São José do Rio Pardo, no estado de São Paulo; e Uberaba, Sacramento, Passos, Piumhi e Bambuí, em Minas Gerais. Informações: www.campagro.com.

Antes de inaugurar a nova unidade Adhubras Fertilizantes Tecnologia, voltada para a tecnologia de liberação gradativa de Fertilizantes NPK e que terá capacidade de produção de 250 mil toneladas, o Grupo Agroplanta realizou, entre os dias 1 e 3 de julho, na cidade de Batatais (SP), a sua tradicional convenção de vendas com seus representantes. A maior empresa fabricante de fertilizantes de micronutrientes das Américas recebeu mais de 20 revendas dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Espírito Santo e Mato Grosso, assim como os representantes comerciais do Grupo. Pensando em melhorar ainda mais o desempenho desses profissionais, foram realizadas palestras motivacionais, treinamento de vendas e treinamento sobre os novos produtos que empresa irá produzir (Nutricote, Greencote e Maxcote). Mais do que investir e inovar

FOTO: Divulgação Agroplanta

Batatais sedia convenção da Agroplanta

em tecnologia, o Grupo Agroplanta pensa na qualidade dos seus funcionários e parceiros. Entre as palestras realizadas, destaque para a de Guilherme Augusto Canella, PhD em Agronomia, com

ênfase em Fisiologia e Nutrição de Plantas pela Esalq/USP, de Piracicaba; e a de Alex Ferreira, professor de Economia da FEARP/USP. Informações: www.agroplanta.com.br


CONTABILIDADE RURAL

Contratação rural sem carteira por até 2 meses vira lei Após mais de cinco meses de tramitação no Congresso Nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou no dia 20 de junho a lei que dispensa a assinatura da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) para contratos de até dois meses de trabalhadores rurais. Defendida pela Contag - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura e apoiada pela principal entidade patronal do meio rural - a CNA - Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, a nova lei não conta com a aprovação de diversas outras entidades que representam os trabalhadores rurais. Editada pelo governo federal entre as festividades de final de ano e publicada em edição extra do Diário Oficial no dia 29 de dezembro, a Medida Provisória (MP) 410/2007 chegou na surdina e acabou incorporando também as novas regras para a aposentadoria rural. A MP 410/2007 passou pela Câmara Federal, foi para o Senado e voltou para ser finalmente aprovada no Plenário da Câmara no mesmo dia em que foi votada a Contribuição Social para a Saúde (CSS). Desde que foi editada, a MP 410 já foi utilizada por empregadores que quiseram burlar a fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego no

Pará e no Tocantins. Diversas entidades como a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT) e o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait) se manifestaram contrárias à medida. Entre as melhorias efetuadas no Senado, Flávio Arns, relator da medida destaca a definição mais clara dos direitos do trabalhador rural, que poderá executar outras funções por um período de até 120 dias durante a entressafra, sem prejuízo para a aposentadoria. Até 2010, a simples comprovação de trabalho no campo será suficiente para efeito da Previdência rural. De 2010 a 2015, será exigido que o beneficiário contribua com um terço do que receberá quando se aposentar. De 2015 a 2020, o sistema público cobrará pelo menos a metade desse montante. Publicada no Diário Oficial da União como lei em 23 de junho, a contratação sem carteira assinada poderá ser feita apenas por pessoas físicas. Uma alteração na MP ainda na primeira fase de tramitação na Câmara também adicionou a obrigatoriedade de acordo ou convenção coletiva para a validação do contrato. Essa mudança na MP original é vista como o único consenso entre as entidades que representam os trabalhadores. Apesar de divergirem

Escritório de Contabilidade Rural

ALVORADA CADASTRO NO INCRA (C.C.I.R.), I.T.R., IMPOSTO DE RENDA, DEPARTAMENTO PESSOAL, CONTABILIDADE E OUTROS 33 ANOS PRESTANDO SERVIÇOS CONTÁBEIS AOS PROPRIETÁRIOS RURAIS Rua Gonçalves Dias, 2258, Vila Nicácio Franca (SP) - PABX (16) 3723-5022 Email: ruralalvorada@netsite.com.br

sobre a eficácia do contrato temporário, todos concordam que a existência de acordos coletivos são garantias de respeito aos direitos dos trabalhadores. Pela lei sancionada, o contrato temporário deve incluir o nome e a inscrição do trabalhador na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), além dos dados básicos do serviço. Dessa forma, o empregador terá a dispensa da assinatura no livro ou ficha de registro de empregados e na carteira de trabalho. Na prática, todos esses procedimentos ainda necessitam de regulamentação e padronização da Previdência, o que deve acontecer em até 40 dias. A secretária de Políticas Sociais da Contag explica que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deve expedir uma regulamentação normativa que vai dizer como cada procedimento deve ser formalizado. “Isso significa que os trabalhadores não podem utilizar dessa lei ainda porque os passos serão regulamentados e padronizados. E mais que isso: os contratos só valerão se houver acordo coletivo ou convenção”, diz. A Contag vê a aprovação uma vitória para os trabalhadores, principalmente por ser um “mecanismo alternativo” de formalização que poderá ser contabilizado para a aposentadoria rural. “Ainda estamos comemorando essa vitória. Para os trabalhadores em regime de curta duração, a principal mudança é que eles voltam para o Regime Geral da Previdência Social - que eles estavam fora desde 2006”, comemora Alessandra. A lei prevê ainda que a contratação de trabalhador rural que vier a superar dois meses com um mesmo empregador será convertida automaticamente em acordo de prazo indeterminado, como prevê a legislação atual da carteira assinada. Também está contemplada a equivalência entre os salários dos trabalhadores temporários e os dos permanentes, além dos direitos trabalhistas, inclusive o recolhimento das contratações Reporter Brasil previdenciárias. (Reporter Brasil)

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