Edição 06 - Revista de Agronegócios - Novembro/2006

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Dezembro 2006

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R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS


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48$/48(5 352'872 '$ 35(0,;

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Não vamos falar aqui das dificuldades. Nem as técnicas, nem a falta de apoio do governo federal. Mesmo porque a forte atuação do CNC - Conselho Nacional do Café nos últimos meses minimizaram um pouco a falta de visão dos governantes. Vamos falar do aumento no consumo mundial do produto. Maior produtor de café do mundo, o Brasil ocupa também a primeira colocação no consumo do produto. E disparado na frente. Só para se ter uma idéia, o Vietnã - segundo maior produtor mundial de café - consome apenas 6% do que produz, enquanto que o

mercado brasileiro absorve 45% da produção nacional. Especialistas apontam, ainda, um potencial de crescimento da ordem de 31% no consumo do brasileiro. Em um futuro próximo, praticamente toda a produção brasileira será inteiramente absorvida pelo mercado interno. Recentemente, a OIC - Organização Internacional do Café contratou uma empresa brasileira para elevar o consumo em países produtores com baixo percentual de consumo, como é o caso da Índia, Indonésia e México. Juntos, estes países têm população de 1,5 bilhão de pessoas e consomem hoje 5 mihões de sacas. A previsão é de que esse volume suba para 7 ou 9 milhões de sacas em cinco anos. Analisando todo este cenário, o que podemos dizer? Vai faltar café no mercado? Teremos preços melhores? Aguardemos 2007. Mas não podemos negar. A cafeicultura continuará sendo uma excelente opção para o produtor rural.

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Os últimos dias tem sido importantes para o mercado futuro do café. Adversidades climáticas, previsão de quebra para a próxima safra nacional, avidez por terras devido à ‘explosão’ dos biocombustíveis em todo o país e a projeção da ampliação no consumo mundial são fatores que podem provocar uma alteração drástica nos meios de produção no Brasil e no mundo. Retratamos nesta edição informações importantes à respeito da projeção de quebra da próxima safra de café no Brasil, principalmente em Minas Gerais. A safra recorde (mais uma vez) da cana-de-açúcar neste ano e a ampliação do programa de biocombustíveis do governo federal tem provocado rápidas alterações nos cenários agrícolas das principais regiões agrícolas do centrosul. Mas é o aumento do consumo per capita de café no mundo que tem sido observado como um dos principais fatores de incentivo à lavoura cafeeira.

FOTO: Editora Attalea

Vai faltar café nos próximos anos?


13 CAFÉ 6 BIODIESEL A próxima revolução no campo

7 LEITE Os 5 passos da rentabilidade leiteira: produção de leite e sólidos (gorduras)

10 LEITE Alimentos para bovinos de leite

11 PECUÁRIA DE CORTE R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

Sisbov entra em nova fase

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Cafeicultor de Fortaleza de Minas (MG) conquista o 12º Concurso Café de Qualidade Cooparaíso

18 UVA Início da colheita em Patrocínio Paulista (SP)

19 CITROS Nutrição e alternância de safras nos citros

24 SERINGUEIRA Efeito do porta-enxerto no crescimento e produção

26 OVINOS

10 CAFÉ Cooxupé estima quebra de 37% em 2007

CADASTRO ... Sou encarregado de planejamento e controles agrícolas da Usina Colorado. Tive oportunidade de conhecer o número 5 da Revista de Agronegócios e considero uma publicação importante para a região. José Pedrosa de Paula Usina Colorado Guaíra (SP) ...Trabalho com cafeicultura e horticultura e gostaria de receber a revista. Sálvio Antunes Pereira São Sebastião do Paraíso (MG) ...Gostaria de receber a revista.

Cacildo Bizinotto Agrosementes Sacramento Ltda. Sacramento (MG) ...A revista traz assuntos de meus interesses. Herbert de Paula Moreira Assistente Agropecuário - Rifaina (SP)

Produção de carne de cordeiro ...Gostaria de receber a revista. Carla Hespanhol de Sousa Horticultora - Carmo do Rio Claro (MG)

SUGESTÕES ... Gostaria de orientações mais detalhadas sobre a produção de frangos de corte. Januário Silva Mendes agricultor - Ribeirão Corrente (SP) Caro Sr. Januário, sua sugestão foi anotada e, em breve a Revista Attalea Agronegócios iniciará uma série de reportagens sobre avicultura, tanto na produção de frangos de corte, quanto na produção de ovos.

... Gostaria de aprender sobre as questões ambientais na área rural, em linguagem acessível e que possa orientar os produtores. Mário José de Almeida agricultor - Batatais (SP)

A Revista Attalea Agronegócios, registrada no Registro de Marcas e Patentes do INPI, é uma publicação mensal, com distribuição gratuita, reportagens atualizadase foco regionalizado na Alta Mogiana paulista e no Sudoeste de Minas Gerais. TIRAGEM 3 mil exemplares EDITORA ATTALEA REVISTA DE AGRONEGÓCIOS LTDA. CNPJ nº 07.816.669/0001-03 Inscr. Municipal 44.024-8 Rua Eduardo Garcia, 1921, Resid. Baldassari Franca (SP) - Tel. (16) 3723-1830 revistadeagronegocios@netsite.com.br DIRETOR E EDITOR Eng. Agrº Carlos Arantes Corrêa cacoarantes@netsite.com.br DIRETORA COMERCIAL Adriana Silva Dias adrianadias@netsite.com.br JORNALISTA RESPONSÁVEL Rejane Alves MtB 42.081 - SP PUBLICIDADE Sérgio Berteli Garcia (16) 9965-1977 Adriana Silva Dias (16) 9967-2486 ASSESSORIA JURÍDICA Raquel Aparecida Marques OAB/SP 140.385 FOTOS e PROJETO GRÁFICO Ed. Attalea Revista de Agronegócios COLABORADORES Méd. Vet. Josiane Hernandes Ortolan Prof. Édson Ramos de Siqueira Dr. Paulo de Souza Gonçalves Drª Laura Maria Molina Melletti Drª Priscilla Andrade Cibele Aguiar CTP E IMPRESSÃO Gráfica Cristal Editora Rua Padre Anchieta, 1137, Centro Franca (SP) - Tel/Fax (16) 3722-0022 www.graficacristal.com.br CONTABILIDADE Escritório Contábil Labor Rua Campos Salles, 2385, Centro, Franca (SP) - Tel (16) 3722-3400 É PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL DE QUALQUER FORMA, INCLUINDO OS MEIOS ELETRÔNICOS, SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO EDITOR. Os artigos técnicos e as opiniões e conceitos emitidos em matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores, não traduzindo necessariamente a opinião da REVISTA ATTALEA AGRONEGÓCIOS.

Caro Sr. Mário, agradecemos a sugestão. Achamos muito importante a abertura deste espaço. Sua sugestão foi anotada.

Foto da Capa: Editora Attalea Parreiral de Hermes e Ana Tolói, em Patrocínio Paulista (SP) Cartas ou e-mails para a revista, com críticas, sugestões e agradecimentos devem ser enviados com: endereço, município, número de RG e telefone, para Editora Attalea Agronegócios:- Rua Eduardo Garcia, 1921, Residencial Baldassari. CEP 14.401-260 Franca (SP) ou através do email revistadeagronegocios@netsite.com.br


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- Pesquisador Científico. IEA Instituto de Economia Agrícola. São Paulo (SP). Email: storquato @iea. sp.gov.br.

São Paulo, que encontra espaço na renovação de canaviais. Quando da adoção do cultivar IAC Caiapó, a oferta de óleo alcançaria, em Tabela 11), a 2006, 1,1 bilhões de litros (Tabela partir da área plantada estimada em 550 mil hectares, que corresponderia a 15% da área plantada com cana-de-açúcar (3,69 milhões de hectares). Em 2008, a partir da projeção de 4,30 milhões de hectares destinados a produção paulista de cana-de-açúcar, seria possível renovar 0,64 milhões de hectares com lavouras de amendoim, resultando na produção de 1,27 bilhões de litros de óleo. Para 2010, as simulações apontam para uma produção de 1,62 bilhões de litros de óleo, a partir da produção de 3,70 milhões de toneladas de grãos de amendoim para 0,81 milhões de hectares de área plantada em renovação de canaviais de um total de 5,40 milhões/ ha para produção de cana-de-açúcar. Segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocom-

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A crescente preocupação mundial com os desdobramentos da geração de energia, não só por fatores ambientais como também por estar baseada em produtos não renováveis encontra nos biocombustíveis uma alternativa para geração de energia a partir de produtos renováveis e menos agressivos ao meio ambiente. Dessa forma, o biodiesel vem ganhando espaço na pauta de discussão e recentemente foi oficialmente inserido na matriz energética brasileira. O biodiesel pode ser obtido por diferentes processos tais como o craqueamento, a esterificação ou pela transesterificação. Pode ser produzido a partir de gorduras animais ou de óleos vegetais, existindo dezenas de espécies vegetais no Brasil que podem ser utilizadas, significando assim, uma estratégia para o setor agrícola brasileiro, geradora de emprego, renda e desenvolvimento. Também, uma alternativa econômica as flutuações de preços internacionais para a soja. Em estudo desenvolvido pelos pesquisadores científicos Sérgio Alves Torquato e Renata Martins, ambos do IEA - Instituto de Economia Agrícola, procurou-se avaliar as possibilidades de ampliação da produção paulista de amendoim visando incrementar a oferta de óleos vegetais para compor a mistura de biodiesel. A análise baseou-se nas características do cultivar IAC Caiapó, com alto teor de óleo e boa produtividade, e em projeções de área plantada com cana-de-açúcar considerando a atual dinâmica de produção do amendoim no estado de

bustíveis (ANP), o consumo de diesel no Brasil, em 2005, foi da ordem de 40 bilhões de litros. Para suprir a demanda de biodiesel na proporção de intermediária de 2% seriam necessários 800 milhões de litros e para a mistura de 5% esse volume aumenta para 2 bilhões de litros. Assim, a partir dos resultados obtidos neste estudo, acredita-se que a renovação dos canaviais paulistas com o amendoim poderá ser uma opção para o fornecimento de matériaprima ao biodiesel, não só por apresentar condições de logística pela proximidade com as usinas de álcool, mas também como uma forma de incrementar a produção do grão gerando emprego e renda para os pequenos produtores. Por outro lado para aprofundar o presente estudo, seria interessante considerar outras oleaginosas e alguns aspectos importantes para condução de uma futura análise. Alguns fatores determinarão quais as oleaginosas serão mais adequadas economicamente para produção de biodiesel, H-bio ou simplesmente biocombustíveis, dentre eles, podemos relacionar: localização da planta industrial para produção do biocombustível; logística de transporte e distribuição; custo de produção, produtividade e volume de produção das oleaginosas; instalações e localização da agroindústria esmagadora; escala de produção; utilização econômica dos subprodutos obtidos após a extração do óleo; e preço do óleo. De antemão podemos apontar a soja, como de maior potencial no curto prazo, devido aos fatores já mencionados. Mas no médio e longo prazo outras oleaginosas, poderão tomar a dianteira e também por preencher alguns fatores que foram mencionados anteriormente.

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Sérgio Alves Torquato1

FOTO: Editora Attalea

Renovação de Canaviais: Alternativa para o Biodiesel e a Produção de Amendoim no Estado de São Paulo.


Biodiesel: a próxima revolução no campo

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A febre da energia limpa é alimentada por três fatores: petróleo caro, temores em relação à segurança energética e preocupação com o aquecimento global. Aplicado a esse contexto atual surge a oportunidade de investimentos em biodiesel. O Biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis, que pode ser obtido por diferentes processos tais como o craqueamento, a esterificação ou pela transesterificação. Produzido a partir de fontes totalmente renováveis, especialmente quando tem como suas matériasprimas etanol (ao invés de metanol) e um óleo qualquer de origem vegetal (mamona, soja, girassol) ou animal (como sebo). Há dezenas de espécies vegetais no Brasil das quais se pode produzir o biodiesel, tais como mamona, dendê (palma), girassol, babaçu, amendoim, pinhão manso e soja, dentre outras. O biodiesel substitui total ou parcialmente o óleo diesel de petróleo em motores ciclodiesel automotivos (de caminhões, tratores, camionetas, automóveis, etc) ou estacionários (geradores de eletricidade, calor, etc). Pode ser usado puro ou misturado ao diesel em diversas proporções. A mistura de 2% de biodiesel ao diesel de petróleo é chamada de B2 e assim sucessivamente, até o biodiesel puro, denominado B100. Talvez, o fato mais relevante a respeito do biodiesel é que ele pode cooperar para o desenvolvimento econômico regional brasileiro, na medida em que se possa explorar a melhor alternativa de fonte de óleo vegetal específica de cada região. O consumo do biodiesel em lugar do óleo diesel

baseado no petróleo pode claramente diminuir a dependência ao petróleo, contribuir para a redução da poluição atmosférica, já que contém menores teores de enxofre e outros poluentes, além de gerar alternativas de empregos em áreas geográficas menos propícias para outras atividades econômicas e, desta forma, promover a inclusão social. A necessidade de reduzir a poluição ambiental deu outro impulso importante. Em 2005, os países da União Européia usaram pelo menos 2% de combustíveis renováveis. Em 2010, esse percentual será de 5% e crescerá gradativamente. A Alemanha é responsável por mais da metade da produção européia de combustíveis e já conta com centenas de postos que vendem o biodiesel puro (B100), com plena garantia dos fabricantes de veículos. O total produzido na Europa já ultrapassa 1 bilhão de litros por ano, tendo crescido à taxa anual de 30% entre 1998 e 2002. Essa tendência deverá continuar, mesmo que a taxas menores, o que poderá abrir um mercado importantíssimo para os produtores de biodiesel, como se busca iniciar e consolidar no Brasil. Já foi decidido que a partir de 2008 o diesel comercializado no Brasil terá em sua composição 2% de mistura do combustível vegetal. Após 2013, esse percentual deve passar para 5%. Estima-se que com a mistura em 2% o mercado de biodiesel atinja 1 bilhão de

litros, volume que deve ultrapassar 2.7 bilhões de litros por ano quando o percentual for elevado para 5%. Além disso, a produção de biodiesel possibilita pleitear financiamentos internacionais em condições favorecidas, no mercado de créditos de carbono, sob o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), previsto no Protocolo de Kyoto.A vantagem consiste, basicamente, em financiar empreendimentos que contribuam para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa tais como o gás carbônico e o enxofre, dentre outros. Assim, os empreendimentos são financiados em condições especiais, como estímulo à sua contribuição para a melhoria das condições ambientais do Planeta. Sem dúvida alguma, o biodiesel constitui numa excelente oportunidade de negócios porém, como diz o ditado popular, ‘quem chega primeiro bebe água limpa’. O pioneirismo poderá garantir uma vantagem competitiva sustentável e assegurar uma nova revolução no campo.

FOTOS: Editora Attalea

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Priscilla Andrade1 Maria de Fátima Malaspini Silveira2

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- Professora Mestre, pesquisadora e docente do curso de Agronegócios da Unifran - Universidade de Franca. Email: pri_andrade2000@yahoo. com.br . 2

- Aluna do curso de Agronegócios da Unifran Universidade de Franca.

Várias culturas estão sendo estudadas quanto à produtividade a campo e no processo de extração do óleo, como o Girassol (acima), Pinhão-Manso (ao alto) e a Mamona (ao lado).


Os cinco passos para a rentabilidade na produção leiteira 3º passo: Produção de Leite e de Sólidos (gorduras) PAÍS

Número

Número % Vacas Produção

%G

kg G

%P

kg P

Vacas Vacas Controle Leite (kg Nos três primeiros Controle Leiteiro 305 dias) Os cinco artigos da série “Os Leiteiro EUROPA passos para a rentabilidade 653.449 620.777 369 294 HOLANDA 95 8514 4.34 3.45 na produção leiteira leiteira”, Alemanha 2.250.000 2.049.263 91 8222 4.19 345 3.42 281 Itália 1.616.600 1.100.543 68 8592 3.71 319 3.32 285 discorremos sobre a filoEspanha 1.158.000 526.339 45 8721 3.67 320 3.15 274 sofia de melhoramento geInglaterra 1.967.450 532.332 27 8085 4.04 327 3.24 262 nético de bovinos leiteiros França 2.500.000 1.887.167 75 7397 3,96 293 3,31 244 desenvolvido pela nossa AMÉRICA DO NORTE matriz na Holanda, a Hol1.001.703 689.217 9721 355 311 Canadá 69 3.68 3.21 8.559.500 3.877.315 362 303 EUA 45 9861 3.65 3.06 land Genetics (HG), e traOCEANIA tamos, ainda, dos dois priAustrália 1.680.000 704.000 42 6418 3.88 249 3.25 209 meiros passos que influenNova Zelândia 1.285.855 89.259 7 4957 4.07 202 3.38 168 ciam no resultado técnico Fonte: World Holstein-Friesian Federation, 2006 (http://www.whff.info). e econômico das matrizes Onde: G = Gordura e P = Proteína. leiteiras, tais como a Durabilidade, Sanidade de Úbere e Fertilidade. Falaremos, nesta ediTrata-se, portanto, da produção de ção, do terceiro passo da rentabilidade: leite e de sólidos (gordura e proteína), o que determina a receita do fazendeiro. que exerce enorme influência genética no aumento do volume de leite produ1 - Engenheiro Agrônomo e Gerente do Produto zido e do seu respectivo nível e quantiLeite da Lagoa da Serra, Sertãozinho (SP). Email: dade de sólidos (gordura e proteína). wtabchoury@lagoa.com.br

kg G+P

Ano

663

2004/2005

626

2003/2004

604

2004

594

2005

589

2005

537

2005

666

2004

665

2004

458

2003/2004

370

2001/2002

Para tanto, as provas dos touros da HG exibem cinco parâmetros básicos relativos ao seu mérito genético para produção de leite e de sólidos, ou seja: a) - Quantidade de Leite (kg Leite); b) - Nível de Gordura (% de Gordura); c) - Nível de Proteína (% de Proteína); d) - Quantidade de Gordura (kg de Gordura); e) - Quantidade de Proteína (kg de Proteína).

Tais indicadores técnicos são calculados através da diferença obtida entre o desempenho produtivo médio das filhas de um touro num determinado país (produção de leite e nível de sólidos), quando comparado à média

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Tabela 1. Produção de Leite e de Sólidos de Vacas Holandesas Preto e Branco.

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Wiliam Tabchoury1


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Tabela 2. Produção das Vacas Holandesas Preto e Branco na Holanda (305 dias). de produção de todo e kg de P. Touro com o rebanho de vacas perfil para elevação da Ano Número Vacas kg Leite % Gordura % Proteína Kg G+P daquela mesma naprodução de leite e 2005 620.777 8.514 4,34 3,45 663 2000 761.035 8.222 4,30 3,43 635 ção onde este reproquantidade de sólidos; 1995 708.218 7.584 4,44 3,46 599 2) - Harry: medutor foi provado. 1990 739.220 7.122 4,42 3,43 559 Do ponto de diana produção leiteira Fonte: NRS, 2006 (http://www.nrs.nl). vista de foco de me(kg de leite), bastante lhoramento genético positivo para % G, % P, de bovinos leiteiros kg G e kg P. Touro com Tabela 3. Provas de Três Diferentes Touros da Holland Genetics. para produção, o mundo perfil para elevação da Touro kg % % kg kg atual se encontra dividido produção de sólidos. Leite Gordura Proteína Gordura Proteína 3)- Hokes: mediana em dois grandes blocos: a Addison 2.527 -0,83 -0,24 21 61 Harry 574 0,35 0,32 55 47 Europa, que busca o cresprodução leiteira (kg de Hokes 320 -0,48 -0,14 -26 -1 cimento simultâneo da leite), negativo para % G, % Fonte: Lagoa, 2006 (http://www.lagoa.com.br). produção e do nível de sóP, kg G e kg P. Touro com lidos do leite (gordura e perfil para redução no nível proteína), e a América do Norte (EUA 1) Positivos para kg de leite e e na quantidade de sólidos. e Canadá), que está trabalhando basi- positivos para % de gordura e % de De posse destas informações, camente no aumento do volume de lei- proteína ou; pode-se calcular os resultados advindos te, sem se importar tanto com a eleva2) Positivos para kg de leite e da utilização hipotética de um desses ção do nível de sólidos. positivos para kg de gordura e kg de touros em 100% do rebanho. Na tabela 11, podemos constatar proteína. Como era de se esperar, as filhas que a Holanda detém a liderança Desta forma, há como direcionar de Hokes vão apresentar um ligeiro européia na produção de sólidos: kg adequadamente o melhoramento gené- crescimento na produção de leite, com Gordura (G) mais kg Proteína (P). Por tico visando uma elevação da produção redução significativa no nível (% e/ou outro lado, Estados Unidos e Canadá de leite e de sólidos. Para melhor exem- kg) de sólidos (G e P). trabalham com elevadas produções de plificar os efeitos práticos da utilização Por outro lado, filhas do Addison leite, mas com baixo nível de sólidos. de touros com diferentes perfis de pro- vão produzir muito mais leite, com Finalmente, embora na Oceania dução de leite e de sólidos, apresen- ligeira redução no nível percentual de as produções leiteiras sejam bem mais tamos a seguir os resultados alcançados sólidos e aumento na quantidade de G baixas daquelas registradas nos demais com a utilização de três touros com e de P. Finalmente, filhas do Harry países, o nível de sólidos é ligeiramente características distintas em um re- mostrarão ligeiro aumento da produção superior aos encontrados nos EUA e banho de 100 vacas, com produção de leite, com significativa elevação no Canadá e bem abaixo da Holanda. Isto inicial média de 8.200 kg de Leite (em nível e na quantidade de sólidos (% ou prova que na Holanda atingiu-se 305 dias), com 3,70% de Gordura e kg G e de P). elevadas produções leiteiras e com altos 3,25% de Proteína. Como efeito comparativo, consiníveis de sólidos (gordura e proteína). A tabela 3 mostra as diferenças derou-se para o cálculo dos resultados Vale destacar que os touros da HG existentes nas provas de produção de contidos na tabela 5 dois mercados vêm das famílias de vacas mais produ- três touros distintos: distintos para a venda do leite: a) - Mercado de Leite Fluido: tivas e com mais elevado nível de sóliPelos resultados da tabela acima, dos do mundo. têm-se três touros com diferentes perfis pagando-se exclusivamente pelo voluNa tabela 22, pode-se comprovar a de produção: me de leite entregue, à proporção de 1) - Addison: elevada produção R$ 0,55/kg de leite; evolução da produção de leite e de b) - Mercado de Sólidos: sólidos das vacas holandesas na Holanda de leite (kg de leite) e negativo para % nos últimos 15 anos. de G e % de P. Entretanto, ele apre- remunerando-se pelo volume de leite Quando se busca o aumento do senta resultados positivos para kg de G (R$ 0,5206/kg de leite), acrescidos do diferencial do nível de potencial genético para sólidos. Para tanto, trabaprodução de leite, utilizaTabela 4. Efeito no Rebanho (usando em 100% mesmo). lhou-se com bonificação se predominantemente o acima de 3,09% para Proparâmetro kg de leite. Produção Média Filhas Filhas Filhas teína e maior que 3,29% para Entretanto, caso o objeRebanho Hokes Addison Harry % de Gordura, baseados no tivo seja a elevação simulkg Leite 8200 8360 9464 8487 Sistema de Valorização da tânea da produção de % Gordura (G) 3,70 3,46 3,29 3,88 Qualidade (SVQ) da DPA em leite e do nível e quanti% Proteína (P) 3,25 3,18 3,13 3,41 kg Gordura 303 289 311 329 vigor no Brasil (http://www. dade de sólidos do rebankg Proteína 267 266 296 289 dpam.com.br/produtor). ho, deve-se optar, prefekg G + P 570 555 607 618 Os resultados da tabela rencialmente, pela escoHokes = perfil mediano para produção leiteira e negativo para sólidos; 5 comprovam claramente os lha de touros com os Addison = perfil elevado para produção leiteira e kg de sólidos; seguintes fatos: perfis listados a seguir: Harry = perfil mediano para produção leiteira e elevado para sólidos.


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Tabela 5. Receitas Anuais no Rebanho de 100 Vacas (em R$). 1) Deve-se evitar conversão nas quais poa utilização de touros de-se estimar e compaProdução Média Filhas Filhas Filhas negativos para sólidos rar os valores destas Rebanho Hokes Addison Harry (nível e quantidade), inprovas de produção de Leite Fluido 451000 459800 520493 466785 dependentemente da leite, kg de gordura e kg Sólidos (G&P) 451000 447260 498348 485796 característica do merde proteína. Diferenças Mercado Fluido 0 8800 69493 15785 cado onde se esteja traO aumento da luMercado Sólidos 0,00 -3740 47348 34796 balhando, ou seja, hacratividade do processo Preços do Leite em R$/kg (PL): vendo ou não o difeprodutivo leiteiro está Leite Fluido: PL (R$/kg) = R$ 0,55 x kg leite rencial de recebimento condicionado à geração Sólidos: PL (R$/kg) = R$ 0,5206 + % G + % P pelo nível e quantidade de filhas mais produtiDiferencial de Sólidos: Gordura > 3,29% e Proteína > 3,09% (SVQ - DPA): Sistema de Valorização da Qualidade (SVQ) da DPA (www.dpam.com.br/produtor) de sólidos; vas, do ponto de vista de 0,0084 0,0000 0,0210 Gordura (R$/litro) 0,0175 2) Touros com volume de leite e prin0,0060 0,0060 0,0308 Proteína (R$/litro) 0,0119 elevado mérito genético cipalmente com um Leite Brasileiro: Média = 1.028 kg/litro e 3,70% G e 3,25% P para kg de leite, kg de maior nível e quangordura e kg de proteína tidade de sólidos. podem gerar resultados excelentes em função da diferença existente entre o A Holanda é, reconhecidamente, ambos os mercados que pagam ou não desempenho médio das suas filhas, o País que possui a melhor seleção o diferencial de qualidade de sólidos; quando comparado à média do rebanho genética do mundo para a produção de 3) Touros com elevados méritos do País onde ele foi testado. Desta for- sólidos e de leite de bovinos leiteiros genéticos para nível e quantidade de ma, os resultados obtidos nas provas de das raças holandesa preta e branca ou sólidos, mas com produções medianas touros testados no mundo são influen- vermelha e branca. O melhoramento de leite, são muito interessantes nos ciados pela média dos rebanhos onde genético buscando o aumento da lucramercados que buscam a elevação no estes touros foram testados. tividade deve buscar a geração de filhas nível e na quantidade de sólidos proPara facilitar a comparação entre mais produtivas dentro dos rebanhos. duzidos. Quando se fala em produtividade os resultados obtidos nas provas de Comentei no início que o mérito produção dos touros testados em diver- leiteira, deve-se atentar para o aumento genético de produção de um deter- sos países, o Departamento de Agri- do volume de leite, do nível e da minado touro provado é calculado em cultura dos EUA criou as tabelas de quantidade de sólidos produzidos.


Josiane Hernandes Ortolan1

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Concentrado

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FOTO: Editora Attalea

Alimentos para bovinos de leite fonte de fósforo e ajuda a regular a função intestinal. A casca de alguns cereais (cevada, aveia, arroz) contém somente 3 a 4% de proteína, mas 85 a 90% de fibra não digerível. • Sub-produtos de cervejaria originados de grãos cereais são uma boa fonte de carboidratos de degradação lenta e proteínas (20 a 30%). O malte (parte germinativa da cevada) tem um gosto amargo e são normalmente misturados com outros

A palavra “concentrado” é difícil de ser definida. Contudo, este termo pode ser descrito pelas suas características alimentares e pelos seus efeitos na função ruminal. Normalmente, os concentrados têm as seguintes características: • Eles têm baixa porcentagem de fibras e alta Normalmente, os concentrados são adicionados à dieta de vacas de leite para fornecer energia e proteína suplementar quantidade de energia. • Eles podem ter uma alta ou baixa para fornecer energia e proteína suple- alimentos. quantidade de proteína. Os cereais mentar e, desta maneira, preencher os • Raizes e tubérculos (cenoura, contém menos de 20% de proteína requerimentos nutricionais destes ani- beterraba, batata) são normalmente bruta (milho e sorgo) enquanto grãos mais. Portanto, os concentrados são ali- palatáveis, boa fonte de carboidratos de oleaginosas (soja, algodão, amen- mentos importantes que possibilitam a rapidamente fermentáveis (energia), doim), classificados como alimentos formulação de dietas que maximizam a mas com pouca proteína (menos de protéicos contém mais de 20% de pro- produção de leite. Em geral, a quanti- 10%). teína bruta. dade máxima de concentrado que uma • Sub-produtos da indústria açu• Eles têm uma alta palatabilidade vaca deve receber por dia não deve ser careira (melaço, polpa de beterraba) e normalmente são ingeridos rapida- maior que 12 a 14 kg. normalmente possuem altas porcentamente pelo animal. Ao contrário de vogens de fibras digestíveis (polpa de Exemplos de concentrados lumosos, os concentrados são alimentos beterraba) ou açucares simples (melaço) que normalmente têm um volume que podem torná-los alimentos bastanpequeno por unidade de peso (alta • Grãos (cevada, milho, sorgo, te palatáveis. densidade). arroz, trigo) são os típicos alimentos de • Algumas plantas possuem altas • Ao contrário de forragens, não alta energia para bovinos; contudo, concentrações de gordura em suas estimulam a ruminação. estes grãos possuem pouca proteína. sementes (oleaginosas). Muitas delas • Normalmente fermenta mais Grãos quebrados ou prensados são exce- crescem em regiões tropicais e subrapidamente que forragens no rúmen lentes fontes de carboidratos rapida- tropicais (soja, algodão), mas algumas e, deste modo, aumentam a acidez mente fermentáveis (amido), os quais crescem em regiões temperadas (linha(redução do pH) ruminal, o que pode aumentam a concentração de energia ça, canola, e girassol). As sementes impedir a fermentação ruminal normal. quando incluídos em uma dieta. podem ser utilizadas como um alimento • Dietas com mais de 60 % de Contudo, um excesso de grãos na de alta concentração energética, mas concentrado podem causar problemas dieta (mais de 10 a 12 kg/vaca/dia) reduz elas normalmente contêm fatores antide distúrbios metabólicos no animal. o tempo de mastigação, a função rumi- nutricionais. Os farelos de grãos, proVacas de leite de alto potencial nal e a porcentagem de gordura no leite duzidos depois da extração de óleo das genético para produção de leite neces- diminuem. Os vários sub-produtos ori- sementes, contém de 30 a 50% de prositam de altos requerimentos de proteí- ginados do processamento industrial de teína e são utilizadas como fontes prona e energia, sendo que o oferecimento grãos têm valores nutritivos variados: téicas para bovinos leiteiros (ex: farelo apenas de forragem não suprirá seus • A Protenose é obtida pela moa- de soja). requerimentos diários de proteína e gem úmida do grão de milho. É uma • Sementes de leguminosas (ex: energia. excelente fonte de proteína (60%) e feijão) contém substâncias antinuNormalmente, os concentrados energia. Glúten de milho, outro sub- tricionais, mas depois de corretamente são adicionados à dieta de vacas de leite produto da produção de milho, contém processadas, são boas fontes de energia menos proteína (21%) e mais fibra. e proteína. 1 - Médica Veterinária, mestre em Qualidade e Nas próximas edições continuareProdutividade Animal e Doutoranda em Alguns de grãos (arroz, trigo) aumenQualidade e Produtividade Animal FZEA-USP, tam a fibra de uma dieta e contém 11 a mos a discorrer sobre este assunto, Promotora de rações Premix. Patrocínio Paulista 20% de proteína. O trigo é uma boa alimentos para bovinos de leite. (SP). Email: josiortolan@hotmail.com


todos os bovinos e bubalinos da propriedade terão de ser incluídos conforme a nova Instrução Normativa, e não apenas os animais destinados à exportação”, explica. O que muda A Instrução Normativa 17 introduz no Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov) o conceito de ‘Estabelecimento Rural Aprovado no Sisbov’, que inclui uma série de requisitos. A adesão é voluntária, mas quem cria animais abatidos por frigoríficos que exportam são obrigados a rastrear. Além disso, todos os animais da propriedade terão de ser rastreados e não apenas aqueles destinados à exportação. A norma estabelece também prazos para a entrada dos animais no sistema, tanto os nascidos na propriedade quanto os adquiridos em outras fazendas. Rômulo Canhete explica que o criador tem prazo de até dez meses para incluir os bezerros após o nascimento, sempre antes da primeira movimentação.

Isso significa que, se um bezerro ainda ao pé da mãe for comercializado para outro criador, terá de ser identificado e inserido na Base Nacional de Dados. Segundo Canhete, atualmente o custo médio para rastreamento dos animais é de R$ 3,00 por cabeça, com pequenas variações. Contudo, no novo modelo, poderá haver algum aumento, porque será incluído o custo das visitas que a empresa certificadora terá de fazer à propriedade, já que o sistema exige inspeção a cada 180 dias na fazenda e a cada 60, em caso de confinamentos. Canhete argumenta que os criadores devem ficar atentos, comparando serviços e custo/benefício, além de observar as empresas certificadoras que tenham melhor estrutura para garantir a certificação.

11 Dezembro 2006

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A partir do início do mês de dezembro, a inclusão de novos animais no Sisbov - Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos somente poderá ser feita com base nas alterações introduzidas pela Instrução Normativa nº 17 17, que entrou em vigor em 13 de julho deste ano. A medida fixou a data de 30 de novembro para que os produtores que já contavam com animais cadastrados no Sisbov ainda fizessem a inclusão pelas normas anteriores. De acordo com o coordenador da Divisão de Controle Animal do Ministério da Agricultura, que inclui o Sisbov, Serguei Brener, todas as medidas já foram adotadas para que o novo processo flua normalmente, inclusive com o desenvolvimento e instalação dos novos sistemas eletrônicos que vão gerenciar o novo Sisbov daqui por diante. A Instrução Normativa 17 traz modificações importantes que precisam ser observadas pelas empresas de certificação, bem como pelos pecuaristas, especialmente no que diz respeito aos processos e prazos. Para o gerente da certificadora Oxxen Tecnologia em Rastreamento, Rômulo Rogério Canhete, o número de animais rastreados vem se mantendo nos mesmos índices até agora, com entrada média de 1,6 milhão de cabeças por mês em todo o Brasil, das quais 400 mil cabeças em Goiás. “Não houve redução do estoque e acreditamos que agora, com a nova norma, o número de animais rastreados vai crescer, porque

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Serviço de Rastreabilidade entra em nova fase


Cooxupé estima quebra mínima de 37% em sua área de ação

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O estado das lavouras cafeos resultados da exploração eiras na área de ação da Cooxupé mantêm uma dependência direta - Cooperativa Regional dos com fatores imprevisíveis e ineviCafeicultores em Guaxupé Ltda.,, táveis, como estiagem, excesso de que abrange 78 municípios (38 no chuva, geada etc. sul de Minas, 21 no Alto ParaA conjugação desses fatores naíba e 21 no Estado de São Paulo) imprevisíveis, aliada aos preços preocupa. Dos 354.301 hectares médios que não cobrem os custos produtivos, 25% dos pés de café de produção, faz com que a agriexibem apenas galhos e ramos cultura torne-se uma atividade secos; 35% das lavouras foram economicamente pouco atrativa. parcialmente atingidas pela seca e O ex-ministro João Sayad, apenas 32% estão em bom estado. quando professor da USP, disse aos Assim, a Cooxupé estima seus alunos “que dar crédito ao O clima interferiu na florada do café da região, que em 2007 o potencial de proagricultor, mesmo que subsidiado, comprometendo a safra 2007. dução de café, em sua área de ação, sem lhe propiciar preço remuserá no mínimo 37,3% inferior aos agravante de estiagem prolongada no nerador, equivale a convidar alguém a números registrados atualmente. Dados primeiro semestre. pular do alto de um edifício em troca coletados pela cooperativa estimaram Apesar dos bons números da safra do pagamento de seu enterro”. Esta o potencial de produção de café em 7,5 em andamento, os cafeicultores estão sábia lição é absolutamente atual. milhões de sacas em 2006; no próximo apreensivos com a desfolha constante Não bastassem todas as incertezas, ano, portanto, este número não deve de muitas lavouras, que atualmente a cafeicultura da nossa região passa por chegar a 4,8 milhões. (ver tabela). mostram sinais de depauperamento. um período de expectativas e aprePara que esta previsão inicial se Em muitos cafezais, a recepa ou es- ensão, em função das condições climáconcretize, não poderá haver mais ne- queletamento será a saída para um ticas atuais. A precipitação média anunhuma intempérie nas fases de flores- processo de recuperação, aponta o al, em nossa região, é superior a 1.500 mm. Essa média foi obtida segundo cimento e desenvolvimento dos grãos. departamento técnico da Cooxupé dados históricos de precipitação, de As causas deste declínio de produ1983 a 2005. ção são conhecidas. Prevenção O ano de 1984 foi considerado Houve um período prolongado de frio em junho e julho, intercalado por Esta é a palavra chave para que a anormal porque choveu apenas 1.142 altas temperaturas e baixa umidade cafeicultura tenha total assistência no mm no município de Guaxupé. A safra relativa do ar em agosto, frio intenso caso de sofrer com as intempéries 1985/86 foi sensivelmente prejudicada. na primeira semana de setembro, o que climáticas. A agricultura é uma ativi- Em 1985, choveu menos ainda: 1.103,0 não é normal para o período, com o dade econômica de alto risco, já que mm. A média de precipitação registrada nos últimos 23 anos, de abril a setembro, (período mais seco do ano), foi de 287,9 mm. Em 1985 choveu apenas 137 mm no período. Como conseqüência, as plantas não se desenvolveram como ocorreria em anos normais. Em 2006, a situação foi ainda mais crítica:de abril a setembro, choveu apenas 126,4 mm. O índice pluviométrico neste período foi de 33,40 mm em abril, caiu para 15,8 mm em maio, 9,4 mm em junho, 2,6 mm em julho; subiu para 11,4 mm em agosto e 41,40 mm em setembro último. Choveu pouco em meses importantes para as lavouras de café. A situação foi diferente em 2005: choveu 302,66 mm de abril a setembro. De 1984 para cá, o menor índice pluviométrico registrado no período foi em 2002, quando choveu 119,20 mm. Na safra seguinte, a produção brasileira 1 - Lavouras em BOM estado devem produzir 25 sacas por hectare, totalizando 2.808.857 sacas em 2007; de café foi de 28,82 milhões de sacas. 2 - Lavouras em que os estragos foram MÉDIOS devem produzir 12 sacas/hectare, totalizando 1.496.853 sacas; (www.cooxupe.com.br) 3 - Já as lavouras em PIOR estado devem produzir 5 sacas por hectare, perfazendo 443.507 sacas em 2007.

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Cafeicultor de Fortaleza de Minas vence o 12º Concurso Café de Qualidade Cooparaíso

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No último dia 23 de novembro, a Cooparaíso Cooperativa Regional dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso realizou a solenidade de premiação do 12º Concurso Café de Qualidade Cooparaíso Cooparaíso. O evento aconteceu na Fazenda Pé de Boi, em São Sebastião do Paraíso (MG) e contou com a participação de cerca de 3 mil pessoas, de autoridades locais, do deputado estadual Antônio Carlos Arantes e do deputado federal e presidente da Cooparaíso, Carlos Melles. O concurso contou com 350 amostras inscritas, sendo que 10 foram selecionadas de acordo com a qualidade. Os lotes foram a leilão e, de acordo com o valor obtido pela saca definiuse os cooperados vencedores.

Trator Valtra sorteado no evento

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Leilão foi o diferencial

Sebastião Curimbaba, de Fortaleza de Minas (MG), o grande vencedor da noite.

O cafeicultor Sebastião Pereira Sobrinho e o seu filho, Hélio Pimenta, de São Tomáz de Aquino (MG).conquistaram o terceiro lugar no concurso.

13 Dezembro 2006

O anfitrião da festa,Carlos Melles, Deputado Federal e presidente da Cooparaíso parabeniza os participantes do concurso.

O Engº Agrº Valter José da Silveira (gerente do Núcleo Cooparaíso de São Tomáz de Aquino) ao lado do 2º colocado, Juraci Alves de Lima Neto, do Sítio São Luiz, de São Tomáz de Aquino (MG).


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Cooparaíso premia a qualidade em superfesta

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O anfitrião Antônio Jacinto Caetano (proprietário da Fazenda Pé de Boi, onde foi realizada a premiação do 12º Concurso de Qualidade), sua esposa Maria Salete e seu pai José Caetano.

Mauro Lúcio da Cunha Zanin, prefeito de São Sebastião do Paraíso, e a esposa.

Marcelo de Figueiredo e Silva (presidente da UniataFranca), Luis Carlos Diogo (presidente do Sicoob Nosso Crédito) e Luis Sérgio Marques (diretor administrativo do Sicoob Nosso Crédito).

O Engº Agrº Albino João Rocchetti e seu filho Alberto Rocchetti Neto, da Crecicocapec, de Franca (SP).

Sebastião Curimbaba, após receber o prêmio de 1º colocado no 12º Concurso de Qualidade de Café, assina contrato de venda do seu lote.

Edgar Aparecido Santos, presidente da Coolapa, e a esposa, Vânia Aparecida Silva Santos.

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O Engº Agrº Cesar Augusto Corrêa Candiano, na apresentação do Programa de Georeferenciamento.

José Rodrigues de Souza, de S.Sebastião do Paraíso (MG) foi o sorteado com um Trator Valtra

Susana Souza (assessora de imprensa da Cooparaíso), orienta Carlos Melles, Deputado Federal e presidente da Cooparaíso, na entrega das premiações aos produtores classificados.

O Engenheiro Agrônomo Marcelo de Moura Almeida (gerente técnico da Cooparaíso), ao lado da ilustre presença de Antônio Carlos Arantes, Deputado Estadual .


Antonio Adolfo de Souza (ao centro) de S.Sebastião do Paraíso (MG),conquista o 6º lugar.

De Capetinga (MG), Oswaldo Chiovetto (à esquerda), recebe a premiação de 7º colocado.

José Renato Russo (ao centro), 8º colocado, recebe premiação dos representantes da Toyota e do deputado Carlos Melles.

Janete Gonçalves Gomes (ao centro), conquistou a 9ª colocação e fez de São Tomáz de Aquino o município com maior vencedores.

Divino Garcia Maia (à esquerda), de Altinópolis foi o único representante paulista na premiação, conquistando a 10ª colocação.

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José Manoel Vaz (ao centro), 5º colocado, recebe a premiação do deputado Carlos Melles.

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Os representantes da Louis Dreyfus

Nicchio Sobrinho

Os representantes da Toyota

Os representantes da Sumatra

MC Coffee

Café Toko e Cafecajuba

Os organizadores preparam o sorteio do trator


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Cibele Aguiar1

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A frustração das floradas e baixa frutificação causam apreensão entre técnicos e produtores nas principais regiões cafeeiras do Brasil. O assunto está em pauta em encontros técnicos e aqueceu o debate na Comunidade Manejo da Lavoura Cafeeira, na subrede do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café) coordenado pela Embrapa Café, na rede virtual Peabirus. Os depoimentos sugerem que o fenômeno de baixa frutificação está generalizado e deverá representar quebra ainda maior na próxima safra, reduzida naturalmente pela bienalidade de altas produções. Engenheiro agrônomo e consultor na região de Ribeirão Preto (SP), José Mário Jorge iniciou o debate sobre o tema no Peabirus, questionando principalmente as causas para o fenômeno e se há tempo e condições para futuras floradas. Ele ressalta o momento alinhamento entre custos e preços do café, em que uma quebra de safra trará ainda mais dificuldade e exigirá mais atenção do produtor. Apreensão em todas as regiões Engenheiro agrônomo e cafeicultor na região de Viçosa (MG), Antônio de Pádua Nacif, primeiro gerente geral da Embrapa Café, diz que em sua região o problema está generalizado, com floradas tímidas e pouca diferenciação de gemas. “Para minha lavoura, de potencial para 40 -50 sacas por hectare, 1

- Jornalista. Embrapa Café. Email: cibele@sapc.embrapa.br. Site: www.embrapa.br.

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Frustração de florada deve aumentar quebra de safra

Estimativas indicam quebra de até 40% na safra 2007, devido à frustração nas floradas.

formes. “Um fato atípico para o cerrado mineiro, onde comumente as floradas são concentradas devido ao estresse natural com a alta evapotranspiração nos meses de agosto e setembro”, afirma. Consultor na região de Araguari, Eduardo Mosca comenta que lavouras que produziram acima de 55 sacas não vão repetir a produtividade e acrescenta sua preocupação no aumento médio da temperatura, em alguns casos de até dois graus. Na região de Coromandel/ MG, o engenheiro agrônomo Luís Américo Paseto lembra da bienalidade natural da produção, quando já era esperada redução para próxima safra. Safra 2007 menor que o esperado

até agora não deu flor nem para 10%. Na esperança de não ficar no zero, estou rezando para uma florada tardia, mas está sem jeito”, desabafa. O pesquisador da Epamig, Antônio de Pádua Alvarenga reitera que casos semelhantes estão ocorrendo em lavouras na mesma região, a Zona da Mata Mineira. Em Caratinga (MG), o consultor Rodrigo Sobreira acredita que lavouras que tiveram baixa carga na safra passada estão respondendo melhor à florada. Ele comenta que lavouras em altitudes entre 600 e 800 metros já foram registradas três floradas, enquanto em altitudes mais elevadas a primeira florada foi fraca e os produtores aguardam outra maior. No Triângulo Mineiro, Ramon Olini Rocha, presidente da Associação dos Cafeicultores de Araguari, conta que mesmo com as chuvas de setembro, as floradas foram pequenas e desuni-

Gestor de negócios da maior cooperativa de café do mundo, a Cooxupé, Antônio Augusto Ribeiro de Magalhães Filho acrescenta que a frustração da florada também ocorreu de maneira generalizada no Sul de Minas e que a estimativa de quebra para a próxima safra em cerca de 37% deverá ser ainda maior, quando serão mensurados as floradas e seu pegamento, em avaliação no final de novembro. “As floradas têm sido expressiva apenas em lavouras submetidas a podas ou que estavam descansadas”. O representante da Cooxupé comenta que as lavouras mais novas, salvo as irrigadas, sofreram demais a seca em função do baixo volume radicular e apresentarão produtividade muito aquém de seu potencial (quebras superiores a 50% do que prometiam). Nas lavouras mais velhas, mesmo aquelas que saíram da safra em boas condições


Os pesquisadores do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Ecofisiologia e Biofísica do IAC - Instituto Agronômico, Joel Irineu Fahl, Marcelo Bento Paes de Camargo e Maria Luiza Carvalho Carelli, apresentam uma explicação para o fenômeno de baixa frutificação. Eles citam o fenômeno como ocorrência generalizada, abrangendo lavouras com alto e baixo potencial produtivo, com exceção das culturas novas e das que receberam, no ano anterior, podas de decote e esqueletamento (desponte). Eles observam que algumas variedades como a Obatã e a Mundo Novo apresentaram quebra na frutificação mais intensa do que outras, como a Catuaí. “A quebra na produção pode estar relacionada com as condições climáticas reinantes no período indutivo das gemas florais do cafeeiro, que abrange o período de fevereiro a meados de junho. A análise das temperaturas médias decendiais de algumas

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Explicação científica

das regiões cafeicultoras, mostra que no mês de janeiro até final de março ocorreram temperaturas médias bem superiores às médias históricas para as regiões de Campinas (SP) e Mococa (SP), que ilustram o que ocorreu nas demais regiões, em menor ou maior intensidade. Ainda no período indutivo, durante os meses abril/maio, foram observadas quedas acentuadas nas temperaturas médias, em relação à média histórica, fato este que também pode levar a redução na indução floral. Potencializando os prováveis efeitos das temperaturas extremas, também foi verificado a ocorrência de déficit hídrico no período indutivo, atípico nos meses de janeiro/fevereiro. Em adição, o período de deficiência hídrica foi antecipado, com inicio já no final de março, e mais prolongado em relação ao que ocorre normalmente”. Eles acrescentam que essas condições climáticas atípicas e adversas, para o processo de floração do cafeeiro, certamente foram as causas principais para a baixa indução floral. As plantas apresentam ramos plagiotrópicos vigorosos, com mais de 12 nós produtivos, mas com ausência de estruturas reprodutivas, mesmo após as chuvas que ocorreram a partir de agosto, com intensidade suficiente para causar a abertura dos botões florais. Em conseqüência da baixa indução de gemas florais, proporcionado pelas condições climáticas anteriormente descritas, tem-se observado uma intensificação do desenvolvimento de ramos plagiotrópicos de segunda ordem.

17 Dezembro 2006

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vegetativas, houve apenas duas floradas pequenas, sem sinais de que novos florescimentos acontecerão. Também no Sul de Minas, o gerente de comercialização da Cocatrel - Cooperativa de Cafeicultores de Três Pontas, Manoel Rabelo Piedade é enfático: “A florada não vingou. Cafeeiros que tiveram carga plena este ano devem produzir quase nada em 2007”, avalia. Na Alta Mogiana, o representante da Cocapec Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas, Ricardo Lima de Andrade, informa que na região de Franca (SP) o pegamento das floradas manifesta-se conforme as condições das lavouras. O grupo que tem despertado mais apreensão inclui as lavouras que vieram de baixa carga ou safra zero, onde a frustração da florada também se manifesta de forma acentuada, com ramos sem diferenciação floral ou rosetas com baixo pegamento. Coordenador do recém criado Grupo Técnico Café Cooperativas, da Syngenta, Marcos Roberto Dutra comenta que a situação é preocupante na avaliação de representantes de dez cooperativas de café (Capebe, Cocapec, Coocatrel, Coopama, Cooparaíso, Cooperrita, Coopinhal, Cooxupé, Minasul e Unicoop). “O baixo índice de floração deverá refletir em quebra na próxima safra na ordem de 50% em relação à safra anterior. Se as lavouras não estiverem apresentando novos botões florais já desenvolvidos, muito provavelmente não teremos uma nova florada, o que preocupa ainda mais os membros do grupo”, avalia.


Inicio da colheita de uva Niagara em Patrocínio Paulista

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A pesquisa agrícola dado das uvas finas de mejá comprovou que a região sa, ou seja, adubação adede Franca (SP) apresenta quada e uso intenso de uma excelente aptidão para matéria orgânica. a fruticultura. DiferenteA parreira foi condumente dos municípios pauzida respeitando todos os listas na Serra do Mar, a procedimentos recomenAlta Mogiana apresenta dados pelos extensionistas altitude e clima altamente da Casa da Agricultura, favoráveis à produção de inclusive a enxertia foi feifrutas, tanto na diversificata através de porta-enxerto ção, quanto na aparência, 577, proveniente de Jales, no sabor e no aroma. extremo oeste do Estado Várias são as pesquide São Paulo, com o acomsas sobre o assunto, tanto panhamento do Engº Agrº na CATI - Coordenadoria Alceu Tavares de Andrade Assistência Técnica Inde. “Essa é a terceira cotegral da Secretaria da lheita do parreiral, que Hermes e Ana Tolói estão satisfeitos com a produção do parreiral. Agricultura do Estado de deve produzir este ano ao São Paulo; quanto no IAC redor de 600 caixas de 5 - Instituto Agronômico de Campinas e na cendência européia -, receberam 40 mu- kgs, que é consumida parte em Patrocínio Unesp FCAVJ - Faculdade de Ciências das da Secretaria da Agricultura e, com Paulista e o restante em Franca, que Agronômicas e Veterinárias de Jaboti- o apoio dos extensionistas, adquiriram os absorve com facilidade por se tratar de cabal. Mas na prática muito poucas são conhecimentos necessários para ex- sabor diferenciado das uvas encontradas as propriedades que adotaram o cultivo pandir a produção. Assumiram o desa- no comércio”, afirma Andrade. de frutíferas. Para os proprietários, a atividade se fio e adquiriram mais 260 mudas de uva Em 2002, buscando diversificar as Niagara Rosada, no sistema de plantio em mostra muito prazerosa, mesmo que a atividades agrícolas e incentivar o cultivo “latada”. área ocupada seja pequena. “Primeiro, de frutíferas na região, os agrônomos da O sistema de plantio foi com espa- pelo cuidado dispensado às plantas duCATI distribuiram mudas de uva para çamento 3 x 2 metros. O dossel (copa) é rante o ano todo, o que muito nos satisfaz. cada produtor interessado do município horizontal e as varas são atadas horizon- Mas também pelo fato das plantas nos de Patrocínio Paulista (SP), criando um talmente aos fios de sustentação. As vi- presentear com frutas saborosas, coropequeno módulo de aprendizagem. deiras são alinhadas em fileiras cujas dis- ando-nos de êxito do ponto de vista Um desses produtores, o sr. Hermes tâncias entre plantas é de 2 metros. É de comercial”, complementam Hermes e Tolói e sua esposa Ana - ambos com as- fácil manejo, porém exige o mesmo cui- Ana Tolói. FOTOS: Editora Attalea

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Viticultura é estimulada na região

Além da variedade Niagara, a propriedade possui alguns pés da variedade Itália.

Não é apenas em Patrocínio Paulista (SP) que o cultivo da uva está sendo estimulado. Encontramos produtores de uva de mesa em praticamente toda a região da Alta Mogiana. Contando com o apoio da zootecnista Claudine Campanhol Milinski, agente de desenvolvimento do Programa SAI-Sebrae, produtores dos municípios de Franca (SP), Ribeirão Corrente(SP), São José da Bela Vista (SP) e Itirapuã (SP) estão interessados no cultivo de uva. Mudas da variedade Niagara, de alta qualidade genética e isentas de vírus, provenientes do Centro IAC/ APTA de Jundiaí (SP), já estão sendo aclimatadas no Horto Florestal de Cristais Paulista (SP). De acordo com o Engº Agrº Edilson Sunao Condo,

secretário de agricultura do município, o plantio deverá acontecer até no máximo dia 15 de dezembro próximo. No município de Ribeirão Corrente (SP), o prefeito Airton Montanher se destaca na fruticultura, cultivando 2,5 hectares da variedade Niagara Rosada. Em Pedregulho (SP), um grupo de fruticultores estão organizando um entreposto regional para a comercialização conjunta de frutas e, em especial, de uva. Há inclusive a possibilidade de se utilizar o Galpão de Agronegócios de Cristais Paulista (SP), para concentrar os produtos e viabilizar a sua distribuição para toda a região e, a longo prazo, para o Ceasa de Ribeirão Preto e de São Paulo.


Nutrição e alternância de safras nos citros

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TABELA 1 - Concentração de nitrogênio e potássio em folhas de laranjeira Valência sobre limoeiro Cravo, em ramos com e sem frutos.

2

TRATAMENTO

N

K

3

Ramos c/ frutos Ramos s/ frutos

22,9 26,3

6,2 10,8

- Engenheiro Agrônomo, presidente do GCONCI - Grupo de Consultores em Citros. - MsC Pós-Graduação. IAC - Instituto Agronômico de Campinas. - Departamento de Fisiologia e Biofísica. IAC - Instituto Agronômico de Campinas.

O florescimento de uma planta está intimamente ligado à capacidade de brotação no verão anterior.

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Em pomares bem nutridos, a alternância de safras tende a ser menos acentuado. Em São João da Boa A alternância de safra Vista (SP), pomares de lacaracteriza-se pela redução da ranjeiras Valência sobre produção de frutas num ano Swingle apresentam carga em decorrência da alta propendente de 68 toneladas de dução anterior, independente frutos por hectare (4 caixas do clima, ou seja, admitindo por planta, em 417 plantas/ que este seja semelhante de ha). Nestes mesmos pomaum ano para outro. Ela é freres, observa-se grande núquente em laranjeiras (Valênmero de brotações jovens e cia e Hamlin), em tangerinas emissão de novas infloresEm pomares bem nutridos, a alternância de safras tende a ser menos e em híbridos Murcott. Reducências nos ramos jovens. acentuada, como estes observados na região de Tambaú (SP). ções na produção de frutos Além da competição entre 20% e 80% dependem da varie- possuiam mais folhas, que possibilitam por nutrientes minerais entre diversos dade e das condições da própria árvore. maior fixação dos frutos. Por outro órgãos em crescimento há a competição São muitas as causas da alter- lado, flores originárias de ramos mais por nutrientes orgânicos, ou seja, pelos nância. O florescimento em laranjeiras velhos apresentaram menores números carboidratos formados fotossintetitardias ocorre quando ainda há frutos de folhas, com menor possibilidade de camente. As carências de substrato orem desenvolvimento e a presença deles desenvolvimento emitem poucas gânico e de energia limitam a construpode inibir o “pegamento” das flores brotações no verão e na primavera se- ção das novas brotações. Esse processo Guardiola, et al., 1992 (Guardiola, 1992). Contudo, a guinte, não produzem flores suficientes é fundamental, pois a participação dos redução da produção seguinte é causada para a boa produção seguinte. carboidratos na constituição da matéria A redução nas brotações no verão seca dos tecidos ou órgãos da planta é também pela redução do número de flores na primavera nas árvores que causa queda no potencial produtivo pa- de aproximadamente 95%. ra a primavera do ano seguinte e pode tiveram alta produção. A planta possui um limite para a A redução no número de flores ter várias origens. Entre elas, os frutos produção de carboidratos, relacionado pode estar relacionada a mudanças no podem exercer dominância apical e à capacidade de fotossíntese que depenteor de hormônios produzidas pela impedir que as gemas adjacentes bro- de da dimensão do seu sistema fotossinpresença dos frutos. Tais hormônios, tem. A dominância pode estar rela- tetizante, ou seja, do índice de área foprincipalmente giberelinas, inibem a cionada aos hormônios e à menor dis- liar. formação de flores na primavera se- ponibilidade de nutrientes para o deO aumento da produção de carDavenport, 1990 guinte (Davenport, 1990). Isso ocorre senvolvimento das novas gemas. boidratos ou frutos em função do índice A menor disponibilidade de de área foliar também possui limite que frequentemente em algumas variedades, como a Mexerica do Rio, com nutrientes decorre da maior extração está relacionado ao autosombreamenpromovida pelos frutos nas árvores com to que o excesso de folhas pode exercer, produções tipicamente bianuais. Contudo, estudo realizado em alta produção. Prado (2006) observou ou capacidade de interceptação da Prado, 2006 laranjeiras Valência (Prado, 2006) variação nos teores foliares de nutrien- energia luminosa. Medina & Ribeiro mostrou que o maior número de flores tes minerais entre ramos que contiTabela 11). de primavera se origina de ramos com nham ou não frutos (Tabela O fato dos nutrientes minerais seis a oito meses de idade, que tenham sido originados no verão anterior. Ra- estarem envolvidos explica porquê mos com frutos ou mais velhos (12 me- árvores bem nutridas, com fertilização ses ou mais) apresentaram número variável em função da produção pendente, apresentam alternância de safra reduzido de flores. Notou-se, também, que as inflo- menos intensa. rescências dos ramos mais novos

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Camilo Lázaro Medina1 Ana Karina de Souza Prado2 Eduardo Caruso Machado3


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FOTO: Editora Attalea

(2006) discutem com para a safra seguinte, ou seja, as reservas armazenadas. detalhes estes processos de Observamos, por exemplo, auto-sombreamento. que a própria curvatura dos Os carboidratos proramos devido ao peso dos duzidos fotossinteticamenfrutos na extremidade, fete são utilizados para o cha a copa e reduz a dispocrescimento dos frutos, ranibilidade de luz interna, mos, raízes e novas flores, onde muitos ramos ficam como também para a masem energia para fazer a nutenção, metabolismo e Pereifotossíntese e perdem a careserva das plantas (Pereira, et al., 2005 pacidade para a emissão de 2005). Se há novas brotações. muitos frutos em desenEsses fatos podem exvolvimento, exigindo a plicar porquê plantas jomaior parte dos carboivens bem conduzidas apredratos, a capacidade de O desbaste de frutos na Tangerineira Murcott com alta produção é sentam menor alternância emissão de novas folhas, importante, dada a porcentagem de frutos e a alta exigência de nutrientes, ramos, flores e fixação de de safra, pois, além de apreque podem exaurir os recursos minerais e orgânicos das plantas. novos frutos será limitada. sentarem maior vigor, posPor isso, alguns chamam a alternância crescimento das tangerinas é muito al- suem maior disponibilidade de nutride “descanso da árvore”, ou seja, o perí- to, levando a uma debilitação da planta entes minerais, haja vista a proporcioodo no qual a árvore produz pouco para de tal ordem que causa desfolha e morte nalidade entre o tamanho da planta e o recompor suas folhas e reservas, de ramos e a debilitação do sistema volume explorado de solo. Há mais luz disponível para os possibilitando o início de novo período radicular, conduzindo a planta ao produtivo. colapso. Como a energia para a manu- ramos, pois em plantas pequenas os A redução da produção pode não tenção da atividade de ramos e do siste- raios solares penetram facilmente. ocorrer em períodos anuais, pois ela é ma radicular tem origem na fotossíntese Assim, há a tendência de maior crescilimitada em função da disponibilidade realizada pelas folhas, o desbaste de mento da planta, da emissão de novas global de carboidratos (produção fotos- frutos é praticamente obrigatório para brotações, crescimento da área foliar e sintética e reservas de carboidratos, se manter a integridade de plantas como do aumento da produção ao longo dos anos, até que os processos de limitação produzidas em diferentes anos) e não a Murcott (figura acima). Essa prática traz a vantagem de da produção passem a existir. em função do ano. Assim, é possível que A necessidade de desbaste é maior tenhamos dois anos de grande produção permitir que a planta emita maior e um ano de “descanso”, manifestando número de brotações durante o verão, em algumas variedades que em outras, com maior ou menor intensidade a tenha maior energia disponível para pois a capacidade de fixação de frutos produzir mais flores e consiga ter boa diferencia-se nas variedades. Em algualternância. mas, o ‘pegamento’ é alto e ao desenTangerineiras são susceptíveis à produtividade ano após ano. Outros fatores podem estar envol- volver muitos frutos, há maior extração alternância de safra. Em anos de alta produção, o consumo de nutrientes mi- vidos na planta que contribuem para a de nutrientes minerais e orgânicos e a nerais e de carboidratos para manter o menor disponibilidade de carboidratos manifestação dos processos de alternância em maior intensidade. A poda em árvores adultas e grandes é outra prática que permite reduzir a alternância, pois além de reduzir flores ou frutos novos, o corte dos ramos promove a emissão de muitas brotações novas, que aumentam o número de folhas e capacidade fotossintética das plantas, o acúmulo de reservas e a formação de ramos produtivos para o ano seguinte. Porém, se feita após um ano de muita produção, ela pode cortar todos os ramos novos, brotados no verão anterior, localizados mais externamente e reduzir a safra com muita intensidade. Dessa forma, o controle das safras pela poda merece atenção especial. (Extraído da Revista Citricultura Atual, agosto 2006).

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Produção de mudas de maracujá Muitas espécies de maracujá são cultivadas pelas suas propriedades alimentícias, ornamentais ou medicinais, mas principalmente pela qualidade de seus frutos. O valor ornamental é conferido pelas belas flores, que exercem atração pelo seu tamanho, pela exuberância das cores e originalidade das formas. Os frutos, além de consumidos in natura, são usados comercialmente na confecção de sucos, doces, refrescos e sorvetes. O uso medicinal, já bastante difundido, baseia-se nas propriedades calmantes da PASSIFLORINA, um sedativo natural encontrado nos frutos e nas folhas. O que mais atrai, no entanto, o produtor, é o preço alcançado pela fruta no mercado interno. Em virtude dele, nos meses de agosto a novembro, que coincidem com a entressafra no centro-sul do país, todos os estados brasileiros ampliam a área cultivada ou fazem a renovação de parte dos pomares já existentes. Nesse contexto, informações sobre como formar mudas de alta qualidade são essenciais para o sucesso da atividade. Para a formação de mudas, o mais importante é ter em mente que nenhum pomar será melhor que a muda que lhe der origem. Por isso, obter mudas com desenvolvimento superior e garantia de sanidade é o melhor indicativo de que o pomar poderá ser igualmente saudável e vigoroso. Ao contrário, um pomar constituído a partir de mudas mal formadas, com sintomas de doenças ou com enovelamento de raízes, jamais será produtivo. 2. Propagação do maracujazeiro A multiplicação do maracujazeiro em escala comercial é feita quase 1

Pesquisador Científico. Drª, Instituto Agronômico (IAC). Coordenadora do Programa Maracujá. Campinas (SP). Tel. (19) 3242-4246. lmmm@iac.sp.gov.br

Obtenção das Sementes

exclusivamente por sementes, mas pode ser realizada também por enxertia e estaquia. Como as sementes conferem praticidade e economia em frete, são utilizadas em 98% dos casos. Devido a redução da vida útil das plantas em campos comerciais na maioria das regiões brasileiras, a renovação dos pomares tem se dado a cada dois anos, o que por si só torna anti-econômica a utilização de plantas enxertadas.

Quando o fruticultor opta pela aquisição da semente, deve procurar um fornecedor idôneo e se certificar de que o material atende a sua finalidade de comercialização. Há seleções com características próprias para cada segmento, conforme a produção seja destinada à indústria ou ao mercado de frutas frescas. Pode-se adquirir sementes das cultivares registradas no Ministério da Agricultura, que apresentam garantia de origem, ou seleções regionais, que apresentam um padrão mais definido em relação às sementes obtidas de frutos do mercado. A opção por retirar as sementes de plantas em produção é mais econômica, mas deve levar em conta a grande

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FOTO: Drª Laura Molina Meletti

1. Introdução

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Sendo um cultivo com pequeno número de mudas por hectare, de 500 a 800 plantas, dependendo do espaçamento, os produtores têm preferido adquirir sementes de instituições idôneas e formar suas próprias mudas. Alguns, por falta de prática ou condições de manter um viveiro, preferem adquirir mudas prontas de viveiristas, associações ou cooperativas, que as fornecem de acordo com a necessidade, qualidade e quantidade requeridas pelo produtor.

Laura Maria Molina Meletti1


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Produção de Mudas Uma vez adquirida a semente que atenda as suas necessidades, o fruticultor deverá identificar o método de produção de mudas compatível com a sua realidade. Atualmente, as mudas do maracujá-amarelo são formadas por dois processos: o tradicional, em sacos plásticos, ou em tubetes cônicos. Independentemente do método escolhido, o viveiro deve ficar sempre longe de pomares comerciais e plantas adultas, perto de água de boa qualidade, e em local levemente inclinado para evitar encharcamento. Sistema tradicional As mudas são formadas em sacos plásticos pretos, com furos, de dimensões de 14 x 28 cm. Recipientes menores não são indicados, apesar de serem mais baratos, porque limitam o desenvolvimento das raízes. Para enchimento dos saquinhos, utiliza-se um substrato à base de 2 partes de terra de barranco ou esterilizada, 2 partes de esterco de curral bem curtido e 1 parte de material volumoso curtido (bagaço de cana, serragem, palha de café). Acrescentar 1 parte de areia se o solo for muito argiloso. Adubar cada metro cúbico desta mistura com 2 kg de calcário dolomítico e 1 kg de superfosfato simples. Os componen-

FOTO: Drª Laura Molina Meletti

variabilidade do material resultante da utilização de sementes não selecionadas. Em qualquer situação, sempre é necessário utilizar sementes novas, com até seis meses de retiradas dos frutos, para o maracujá-amarelo e roxo, e com até quinze dias, para o maracujá-doce, quando a capacidade de germinação se encontra na faixa dos 90%. Após estes períodos, decai drasticamente. Quando o produtor opta por obter suas próprias sementes, é absolutamente necessário que faça uma criteriosa seleção de plantas matrizes, aquelas que fornecerão os frutos para sementes. O pomar de onde serão retiradas as sementes deve ser sadio e bem conduzido, isento de doenças, porque algumas delas são transmitidas pela semente.

tes dessa mistura deverão ser peneirados, dispostos em camadas e levemente umedecidos, homogeneizados e dispostos em canteiros com até 20 cm de altura. Submetê-los à esterilização, para destruição dos microorganismos nocivos, com Dazomet (Basamid), que é um produto fungicida, herbicida e nematicida microgranulado. A desinfecção do substrato pode ser conseguida também por solarização, através do uso de coletores solares, interessante somente para quem produz mudas periodicamente e em grande volume. Cada metro cúbico de substrato permite encher 580 saquinhos. Devem ser preparados pelo menos 10% a mais da necessidade de mudas, para cobrir eventuais falhas no canteiro e também replantios. O substrato deve ser levemente compactado dentro dos recipientes, para mantê-los em pé. Formar canteiros com largura máxima de um metro, protegidos lateralmente com suporte de madeira para que não caiam. Um metro quadrado de canteiro comporta 120 saquinhos, em média. Deixá-los em repouso por 30 dias, molhando-os regularmente, para compactação do substrato. Na semeadura, são utilizadas duas sementes por recipiente, colocadas até 0,5 cm de profundidade. Nessa proporção, 1 kg de sementes pode formar 15.000 mudas. Recomenda-se proteger os canteiros com uma cobertura de palha ou

sacos de pano, a 20 cm de altura. Retirá-la gradativamente, após a emissão do segundo par de folhas, deixando-as desenvolver a pleno sol. São necessários de 14 a 28 dias até a completa germinação das sementes, conforme a temperatura. Até esta fase, rega-se duas vezes ao dia, e depois, conforme a necessidade, normalmente uma vez por dia, sempre com cuidado para não encharcar o substrato. Quando as plântulas apresentarem duas folhas verdadeiras, realizase o desbaste, deixando-se apenas uma, a mais vigorosa. As excedentes são retiradas com tesoura, sempre após irrigação do canteiro, para não lesionar as remanescentes. No viveiro, é imprescindível prevenir doenças foliares com pulverizações de oxicloreto de cobre a 0,20,35%, a cada 15 dias, na estação seca, e a cada 7 dias, nos períodos úmidos. O controle de pragas é feito curativamente, após a constatação da sua presença, com fenthion a 0,05% ou cartap a 0,06%. As mudas podem ser levadas para o campo em 60-80 dias, a partir da formação do quarto par de folhas até a emissão da primeira gavinha. Reduzir as regas quando o plantio estiver próximo. As mudas do sistema tradicional proporcionam excelentes resultados, originando pomares de rápido crescimento, sem doenças no sistema radicular, entrando precocemente em produção.


Propagação Vegetativa A vida útil do maracujazeiro vemse reduzindo em decorrência de problemas fitossanitários. Plantas superiores podem ser reproduzidas através de estacas enraizadas e enxertia, possibilitando a obtenção de plantas filhas geneticamente iguais às boas matrizes que lhe deram origem.

Variedades Para o maracujá-amarelo, devido à sua evolução de cultivo, já estão disponíveis cultivares comerciais, como os híbridos IAC-275, para processamento industrial; IAC-273 e IAC-277 para mercado de frutas frescas. Há, também, algumas seleções regionais de importância localizada. No caso do maracujá doce, seleções regionais mais produtivas e com frutos oblongos são preferíveis. Sua disponibilidade é pequena, não havendo ainda comércio regular de material propagativo. As sementes deste tipo de maracujá apresentam problemas de germinação e curta viabilidade.

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conforme o desenvolvimento desejado das mudas. É necessário controlar o desenvolvimento das plantas, pois um crescimento exuberante, com internódio longo e folhas muito tenras compromete o pegamento em campo e é incompatível com o desenvolvimento radicular dentro do tubete. As mudas estão prontas para o plantio com 8 folhas e cerca de 20 cm de altura. Como as raízes estão limitadas a um pequeno volume de substrato, são mais susceptíveis à seca e devem ser irrigadas frequentemente até o total pegamento.

É tecnicamente possível multiplicar o maracujazeiro por estaquia ou enxertia, realizadas em agosto/setembro, no início da brotação primaveril. Há, porém, problemas na fase de coletas de garfos e de estacas e também na obtenção de porta-enxertos. Comercialmente, são processos que ainda apresentam restrições para uso generalizado. Embora a propagação do maracujazeiro seja predominantemente por via sexuada, o maracujádoce já apresentou um aumento significativo na propagação por estaquia. Portanto, atualmente, até que essas técnicas estejam adequadamente disseminadas e testadas em larga escala, o produtor deverá optar pelo processo sexuado, multiplicando as plantas através de sementes selecionadas, devido à algumas dúvidas que ainda persistem com relação ao desenvolvimento das plantas enxertadas.

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Este sistema é recomendado para quem produz mudas continuamente, por pelo menos três anos consecutivos. Para quem forma um número limitado de mudas, esporadicamente, é antieconômico. Assim, a formação de mudas em tubetes só é recomendada para viveiristas comerciais, porque é considerado um sistema mais prático. São utilizados tubetes de 14,5 cm por 3,5cm de diâmetro, capaz de conter cerca de 120 ml de substrato. Eles ficam alojados em telas de arame com tamanho suficiente para sustentá-los, suspensas a 1 m do solo. Uma cobertura plástica é instalada a cerca de 2 m de altura, para proteger da chuva, que desaloja sementes e substrato e provoca perda de nutrientes. O sistema de irrigação baseia-se em microaspersores. O substrato utilizado é encontrado pronto para uso, convenientemente adubado e desinfectado. Deve ser adquirido de fornecedores idôneos. Os tubetes estão adequadamente cheios e compactados quando não há perda de substrato pela abertura inferior. São semeadas 2 sementes por tubete, a 0,5 cm de profundidade máxima. São feitas 4-6 regas diárias até a completa emergência das plântulas, após o que irriga-se 2-3 vezes por dia, controlando-se a quantidade de água para evitar lavagem do substrato ou desenvolvimento vegetativo excessivo. O desbaste é feito como no sistema anterior. Após realizado, é feita a redistribuição dos tubetes, dispostos em malhas alternadas na tela de arame. Faz-se a uniformização dos lotes por tamanho da muda. Em vista da pequena quantidade de nutrientes que o substrato pode reter, são necessárias adubações de cobertura regulares, com uma solução de 0,05% de sulfato de amônia, 0,05% de cloreto de potássio e 0,01% de superfosfato simples. Aplicar esta solução à base de 2 a 3 litros por metro quadrado, em intervalos semanais ou quinzenais,

FOTO: Editora Attalea

Apesar disso, um grande número de produtores prefere adquirir mudas prontas, por comodidade. Os viveiristas, por sua vez, preferem utilizar os tubetes, devido à maior facilidade de manuseio e rotatividade. Produção em tubetes


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Em programas de plantio de seringueira [Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.], os clones são selecionados criteriosamente, porém os porta-enxertos são negligenciados. Considerando-se que o método de propagação vegetativa asseguraria que os enxertos de um bloco monoclonal fossem homogêneos, observa-se, no entanto, que na maioria dos plantios essa uniformidade esperada é apenas teórica. À campo, ocorrem altos coeficientes de variação para as variáveis Seringal adulto de RRIM 600 com deformação denominada “pata de elefante” devido à vigor e produção de borracha, causados incompatibilidade do enxerto vs. porta-enxerto. pela influência dos porta-enxertos utilizados. PB 235, RRIM 600, RRIM 701 e PR (d/4) com atividade de sangria em cinco Visando-se alto vigor, produti- 107). dias na semana (5d/7), durante 11 meses vidade e uniformidade, foram testadas As parcelas constaram de 20 no ano (11m/y); estimulação com 2,5% 36 combinações entre porta-enxertos e plantas (6 úteis), espaçadas em 7 m de etephon (ET 2,5%) na canaleta sem enxertos (clones) de seringueira, com a entre linhas x 3 m entre plantas na cernambi (Ga) oito vezes por ano (8/y). finalidade de recomendação para plan- linha. Os caracteres analisados foram o tio no Estado de São Paulo. O sistema de sangria adotado foi perímetro do caule em centímetros e a Um experimento em blocos ao ½ S d/4 5d/7.11m/y ET 2,5%Ga 8/y , produção, em gramas de borracha seca acaso com parcelas subdivididas com ou seja: sangria em meia espiral (½ S), por árvore por sangria (g/árvore/ quatro repetições foi instalado no Pólo realizada em intervalos de quatro dias sangria); média de 72 sangrias anuais. Regional do Centro Norte, em Pela análise de variância Pindorama (SP) (21º13’S, do vigor, observou-se que o 1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 5º Ano 6º Ano 7º Ano 8º Ano 80 48º56’W; alt. 560m), a fim de maior efeito é de clone, signi9º Ano 10º ano 11º ano 12º Ano 13º Ano 14º Ano 15º Ano testar as combinações entre seis ficativo tanto no período de 70 2,41 2,63 2,09 2,38 2,04 2,18 1,76 2,10 2,01 2,12 2,02 porta-enxertos (GT 1, IAN 873, 1,90 imaturidade quanto no perío3,08 2,89 2,86 2,87 2,8 2,89 3,16 3,27 3,23 3,13 3,02 60 3,13 PB 235, RRIM 600, RRIM 701 e do adulto. Já o efeito de porta4,17 4,36 4,25 4,22 4,44 4,24 2,88 2,82 SNS - sementes não-selecionaenxerto foi significativo sobre 3,19 2,95 3,17 2,69 50 5,53 6,11 5,66 5,85 6 5,99 das) e seis clones (GT 1, IAN 873, perímetro de caule apenas do 4,57 4,3 4,42 4,53 4,41 4,66 primeiro ao terceiro ano, mas 40 6,04 1 5,83 5,97 5,87 5,87 5,78 Engº. Agrº., MSc., Programa Seringueinão permitiu separar materiais ra, Bolsista FAPESP, Campinas, SP. E7,69 7,75 7,66 7,86 7,62 7,71 30 com desempenhos diferenciamail: atilacardinal@hotmail.com; 7,94 2 7,95 7,84 7,45 7,93 dos ao longo do período de 7,39 Engº. Agrº., Dr. Sc. , Pesquisador Cien20 tífico, Programa Seringueira do Instituto Figura 11). avaliação (Figura 9,31 9 9,21 9,19 9,06 8,85 Agronômico, Campinas, SP E-mails: Foi detectado efeito de 1,5 1,38 10 1,46 1,38 1,45 1,44 paulog@iac.sp.gov.br e aguiar@iac.sp. 2,66 2,59 2,53 2,47 2,5 2,7 porta-enxerto sobre a pro5,71 5,61 gov.br , 5,43 5,42 5,29 5,01 3 0 dução de borracha em todos os Engº. Agrº., Dr. S.c., Pesquisador APTA/ GT 1 IAN 873 PB 235 RRIM 600 RRIM 701 SNS DDD Pólo Regional Centro Norte, PinPorta-enxertos cinco anos de avaliação. O dorama, SP. E-mail: lmartins@iac.sp. melhor desempenho produFigura 1: Desempenho relativo ao perímetro do caule gov.br, de seis clones de seringueira em função de seis tivo foi alcançado pelo uso de 4 Pós-graduanda,Programa Seringueira, diferentes porta-enxertos, em relação aos períodos de porta-enxerto PB 235, que Instituto Agronômico, Campinas, SP. Eimaturidade (até o 7º ano) e adulto. mail: lgouvea@iac.sp.gov.br induziu uma produção média Perímetro do caule (cm)

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Átila Bento Beleti Cardinal1 Paulo de Souza Gonçalves2 Antônio Lúcio Mello Martins3 Adriano Tosoni da Eira Aguiar2 Ligia Regina Lima Gouvêa4

FOTOS: Paulo de Souza Gonçalves

Efeito do porta-enxerto no crescimento e produção de clones de seringueira


275 5º ano 250 225

4º ano 3º ano

80,4

2º ano 71,5

Produção (g /árvore /sangria)

200

69,3

1º ano

71,7 62,8

175 65,4

150

54,8

55,6

45,8

55,3 53,0

125 24,4

100

22,9

22,1

41,4

23,9 19,5

75

44,7

41,6

39,3

14,8

37,7

34,6 28,3

50 25

51,3

49,7

50,4

47,9

44,4

34,9

0 PB 235

IAN 873

RRIM 600

GT 1

RRIM 701

SNS

Porta-enxertos

Figura 2: Desempenho produtivo de seis clones de seringueira em função de seis diferentes porta-enxertos, em cinco anos de avaliação.

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dos clones nele enxertados de 53,25 g/ Figura 22). O portaárvore/sangria (Figura enxerto obtido de sementes não-selecionadas (SNS) proporcionou baixas produções à todos os clones testados, em comparação aos demais materiais. Os resultados obtidos para produção de borracha mediante as análises mostraram que o porta-enxerto obtido de semente do clone PB 235 apresentou os melhores resultados, ou seja, é o porta-enxerto que, em geral, mostra maior produção em qualquer um dos clones sob ele enxertado. Por outro lado, o porta-enxerto de sementes não selecionadas (SNS) mostrou-se bem inferior aos demais. Na prática isso representa seu efeito supressivo sobre a produção de todos os clones enxertados sobre esse material. Em relação ao perímetro do caule (vigor), os porta-enxertos não diferiram significativamente na fase adulta. Os porta-enxertos obtidos de sementes de PB 235 e IAN 873 deverão ser os mais recomendados para uso na região do Planalto do Estado de São Paulo, devido ao bom desempenho que proporcionaram aos clones, no que se refere à produção de borracha seca. Por outro lado, porta-enxertos obtidos de sementes não-selecionadas (SNS) foram os piores por proporcionarem baixa produção nos clones enxertados sobre eles.


Produção de carne de cordeiro 5ª PARTE extraído do jornal O (extraído OVELHEIRO OVELHEIRO, Informativo da ASPACO - Associação Paulista de Criadores de Ovinos)

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Na edição anterior, relacionamos os fatores que afetam o crescimento e o desenvolvimento dos cordeiros. A partir de agora, analisaremos cada fator distintamente.

FOTO: Cabanha Portão Vermelho

Dr. Édson Ramos de Siqueira1

Peso ao nascer É o reflexo dos aspectos genéticos e, sobretudo, das condições ambientais a que estiverem submetidas as ovelhas durante a gestação. O peso ao nascer correlaciona-se com os pesos posteriores, todavia, sua relação com a taxa de mortalidade dos cordeiros é significativa. Filhotes mais pesados estão dotados de reservas energéticas, o que os possibilitam a enfrentar eventuas situações climáticas (baixas temperaturas, chuvas e ventos frios) e que exijam o pleno funcionamento do sistema de termorregulação. Em trabalho científico apresentado no Chile, observou-se mortalidade de 34% para cordeiros na faixa de 2,6 a 3,0 kg e 11% para aqueles com peso ao nascer de 3,6 a 4,0 kg. Perfil hormonal Os diferentes hormônios produzidos pelo organismo ovino interagem resultando, em condições de perfeito equilíbrio, taxas de crescimento condizentes. Fatores ambientais, como o fotoperíodo, podem alterar de forma significativa o perfil hormonal. Já é por demais conhecido o efeito 1

- Prof. Titular do Departamento de Produção e Exploração Animal. FMVZ-UNESP. Botucatu (SP). Email ersiqueira@fca.unesp.br

dessa variável sobre as questões reprodutivas do ovino. Por outro lado, os estudos têm demonstrado que o fotoperíodo pode afetar o crescimento. Em pesquisa efetuada na Unesp, em Botucatu (SP), dois grupos de cordeiros foram mantidos sob distintos fotoperíodos: G1 G1:- 18 horas de luz + 6 horas de escuridão G2 G2:- 12 horas de luz + 12 horas de escuridão O G1 apresentou um ganho de peso médio diário de 0,275 kg, conversão alimentar de 4,88:1 e 77 dias para atingir o peso de abate. Já o G2 apresentou um ganho de peso médio diário de 0,233 kg, conversão de 5,51:1 e 84 dias de confinamento. Um outro efeito de hormônio pode ser ilustrado por pesquisa, na qual se comparam cordeiros inteiros com castrados, tendo os primeiros crescimento com maior rapidez e eficiência que os segundos, em função da testosterona. Logo, não se castra cordeiros em sistemas de produção de carne. Alimentação O bom desempenho dos cordeiros inicia-se com uma boa alimentação láctea, que está na dependência da potencial idade leiteira da ovelha e das condições ambientais que ela dispõe para exprimir sua potencialidade.

Os cordeiros únicos crescem mais rápido que os gêmeos, em função da maior disponibilidade de leite, tendo em vista que o acréscimo na produção das matrizes de partos múltiplos é, no máximo, de 30 a 50%. Após a desmama, é imprescindível a compatibilização dos níveis nutricionais das dietas com o potencial genético de crescimento dos animais, sempre visando a maximização da eficiência de produção com uma boa relação custo/benefício. Os ganhos de peso na fase de terminação variam de acordo com as dietas e com genótipo, havendo na literatura citações desde 181 até 485 gramas por dia. Idade da matriz As borregas apresentam menor eficiência reprodutiva que as ovelhas, originando, também, cordeiros mais leves ao nascer. A eficiência reprodutiva aumenta com a idade, até 6 a 7 anos, diminuindo a partir de então. São muito comuns os rebanhos envelhecidos, sem a devida reposição de fêmeas; fato que compromete substancialmente a viabilidade econômica das criações. Raça A principal influência da raça diz respeito ao peso, à maturidade e à velocidade com a qual ele é atingido, além das diferenças na deposição de gordura interna. Entretanto, os distintos sistemas de produção praticados no mundo são delineados, levando-se em consideração a interação genótipo-ambiente, já abordada anteriormente. Aproximadamente 70% da qualidade da carne é consequência da alimentação. Na próxima edição falaremos sobre o tema “Carcaças e Carnes de Alta Qualidade”.


PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU CURSO PROTEÇÃO DE PLANTAS a partir de janeiro. UFV e ABEAS. Curso à Distância. INF. (31) 38991094 ou 3349-0200 cursos@abeas.com.br. ou site www.ufv.br/dfp/laboprotecao/ abeas ou www.abeas.com.br

No último dia 06 de novembro, na Casa do Criador, do Parque de Exposições ‘Fernando Costa’, em Franca (SP), um grupo de ovinocultores se reuniram e criaram o Núcleo dos Produtores de Ovinos de Franca e Região, que passará a representar na região a Aspaco - Associação Paulista dos Criadores de Ovinos. Na foto, da esquerda para à direita:: Méd. Vet. Gabriel Villela Rosa ((agente de desenvolvimento do Programa SAISebrae);; Eduardo Alves e Marcos Antonio Carrijo Filho (sócios no Sítio Santa Rita, Franca/SP);; Luis Prior (representando o filho, Gabriel Prior, Sítio das Codornas, São José da Bela Vista/ SP);; Zootecnista Sérgio Bertelli Garcia (Sírio Irundi, Patrocínio Paulista/SP);; José Mário Marcolino Alves ((Fazenda Estrela, Patrocínio Paulista/SP);; Marcelo Lopes David (Recanto ML, Guaranésia/MG);; e Luis Henrique Neves Freitas ((Fazenda Nossa Senhora do Monte Serrat, Patrocínio Paulista/SP)..

CURSO: TRANSFORME A FAZENDA EM EMPRESA dias 22 a 26. Lagoa da Serra. Sertãozinho (SP). INF. (16) 21052299. www.lagoa.com.br

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO: INVESTIMENTO, PLANEJAMENTO E GESTÃO NO COMPLEXO SUCROALCOOLEIRO de 02 de março 2007 a 07 de março de 2009. Esalq/USP. Piracicaba (SP). INF. (19) 34298857. pecege@esalq.usp.br

1º Workshop “Leite Competitivo” Tema: Como Competir com a Cana-de-açúcar? 8 e 9 de fevereiro 2007 - São José do Rio Preto/SP

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08/02/07 - sexta-feira 9:00 – 10:00h – Provocação inicial: Cana x Leite – índices de rentabilidade e perspectivas Christiano Nascif – Educampo / UFV 10:00 – 12:30h – Casos de Sucesso e Debate 14:00 – 15:00h – Bases para a produção de leite sustentável em regiões com cana-de-açúcar André Luiz Novo – EMBRAPA Pecuária Sudeste 15:00 – 16:00h - A diversificação como forma de redução de riscos. Alexandre M. Barros – FGV 16:30 – 17:30h – Utilização da cana-de-açúcar em sistemas de produção de leite. Luiz Gustavo Nussio ESALQ 17:30 – 18:30h – debate 09/02/07 - sábado 8:00 – 12:00 h – visita a propriedades da região Sítio Boa Vista – Antônio Fernando Rodrigues, em Eliziário/SP. Produção de 500 a 600 litros diários, explorados em 6 hectares, com 33.000 litros/ha/ano. Nivaldo Figueiras Filho – propriedade com pastejo irrigado em Valentim Gentil, com produção de 34.826 litros/ha/ano, 81% de vacas em lactação, UFC média de 38.000/ml, CCS de 398.000/ml, gordura de 3,6%, proteína total de 3,1%.

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

14º CURSO TÉCNICAS CONTROLE DE BRUCELOSE E TUBERCULOSE dias 11 a 15. FCAVJ-Unesp. Jaboticabal (SP). INF. (16) 32091303. eventos@funep.fcav. unesp.br

CURSO: NUTRIÇÃO E FORMULAÇÃO DE RAÇÕES EM MICROCOMPUTADORES PARA BOVINOS DE CORTE dias 16 a 18. Centro de Treinamento Recursos Humanos Esalq/USP. Piracicaba (SP). INF. (19) 34176604 ou 3429-4428. cdt@fealq.org.br

Dezembro 2006

5º CURSO DE GPS NAVEGAÇÃO NA AGROPECUÁRIA dias 09 e 10. FCAVJ-Unesp. Jaboticabal (SP). INF. (16) 32091300. eventos@funep.fcav. unesp.br

CURSO: ATUALIZAÇÃO EM INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL DE BOVINOS dias 15 a 18. Instituto de Zootecnia. Nova Odessa(SP). INF. (19) 34669465 ou 3466-9400 helena@iz.sp.gov.br. www.iz.sp.gov.br

FOTO: Editora Attalea

CURSO DE HORTIFRUTI ORGÂNICOS dia 09. Sítio Cata-Vento. AAO. Indaiatuba (SP). INF. (11) 38752625. wwwv.aao.org.br

FOTO: Editora Attalea

Ovinocultores de Franca criam núcleo

Remanescentes Remanescentes.. Em Passos (MG), só restou a antiga estação ferroviária, hoje transformada em casa da cultura e museu.

Envie-nos fotos antigas para a Seção Nos Trilhos do Tempo, sob o tema “Estradas de Ferro” da região da Alta Mogiana e Sudoeste Mineiro. Favor incluir nome completo, data da foto e cidade para:- Email:revistadeagronegocios@netsite.com.br


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R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS


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