Edição 26 - Revista de Agronegócios - Setembro/2008

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1 Revista Attalea庐 Agroneg贸cios - Set 2008 -


BOILER E SERPENTINA PARA FOGÃO A LENHA 2 Revista Attalea® Agronegócios - Set 2008 -

INSUFLADOR, MANGUEIRA P/ LEITE, VÁCUO E PEÇAS DE REPOSIÇÃO DOS MODELOS EUROLATTE, WEST, BOSIO, HARMONY E ALFA.

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Attalea

Eleita a 1ª Faculdade Particular de Agronomia do Estado de SP no ENADE/2007 GEOPROCESSAMENTO e GEOREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS

3 Revista Attalea® Agronegócios

AGRONEGÓCIO e DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

- Set 2008 -

EDUCAÇÃO AMBIENTAL e RESPONSABILIDADE SOCIAL AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA AGROENERGIA e SUSTENTABILIDADE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA e COMERCIALIZAÇÃO

DURAÇÃO 12 MESES LETIVOS

AULAS QUINZENAIS

CERTIFICAÇÃO e RASTREABILIDADE DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

CORPO DOCENTE ESPECIALIZADO (IAC, ESALQ/USP, IEA, UNESP, FAFRAM/FE, FFLC/FE)

F U N D A Ç Ã O EDUCACIONAL


E D I T O R I A L

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A Expoverde e o agronegócio O mês de setembro de 2008 vai ficar marcado na história do Parque de Exposições “Fernando Costa”, em Franca (SP), como a ‘volta-por-cima’ do agronegócio na Alta Mogiana. A realização da 1ª EXPOVERDE Feira de Flores, Frutas, Hortaliças, Plantas Ornamentais, Medicinais, Nativas e Orgânicas de Franca mostrou a empresários e visitantes a importância que este setor tem no município e na região. Sabemos que erros ainda foram cometidos, mas para um primeiro evento é até compreensível. Foi um sucesso. 23 empresas expositoras e uma visitação de 15 mil pessoas nos três dias do evento. Parabéns a toda Comissão Orga, nizadora, formada por funcionários da Prefeitura de Franca e da UNIATAFRANCA - Cooperativa de Trabalho dos Profissionais do Setor Agropecuário de Franca e Região. Parabéns ao amigo Heitor de Lima, diretor da Divisão de Atividades Produtivas da Prefeitura de Franca. Parabéns à Fátima Carvalho, pelo empenho e dedicação na organização do evento; ao Marcos David, pela disposição e contato com as empresas expositoras; e aos demais membros da equipe: Júnior, Doroti, Celinho e Paulinho. Preparem-se. Novos eventos agropecuários estão sendo planejados. Além da Expoverde, reunimos nesta edição informações sobre os Concursos de Qualidade de Café da AMSC Associação de Cafés Especiais da Alta

Mogiana e também da COCAPEC. Aproveitando o tema “Cafés Especiais”, publicamos uma matéria importantíssima do colega Ensei Neto, de Patrocínio (MG), do qual aproveito aqui para agradecer-lhe. A Drª Josiane Ortolan publica nesta edição um artigo importante sobre o Manejo de Leite a Pasto. Com relação aos fertilizantes, apresentamos orientações sobre o uso de fertilizantes de liberação gradativa. No tema ‘cafeicultura’, publicamos três assuntos atuais e de muito interesse do cafeicultor. No primeiro, orientações a respeito do PEPRO-2008 - Prêmio Equalizador Pago ao Produtor de Café. No segundo tema, a Drª Flávia Patrício, do Instituto Biológico, orienta sobre a Mancha-Aureolada nos cafezais da Alta Mogiana. E para finalizar, o crescimento do interesse da cafeicultura paulista na produção de Café Robusta. Aproveitando a oportunidade, agradecemos a todas as empresas parceiras da Editora Attalea Revista de Agronegócios nestes dois anos de atividade. A confirmação de que estamos no caminho correto, desenvolvendo um ‘produto’ que interessa as empresas do agronegócio, bem como ao nosso público-leitor, está na ampliação de páginas nesta edição, que a partir de agora passa a ter 32 páginas. Obrigado e boa leitura! DIRETOR E EDITOR Eng. Agrº Carlos Arantes Corrêa cacoarantes@netsite.com.br

A Revista Attalea Agronegócios, registrada no Registro de Marcas e Patentes do INPI, é uma publicação mensal da Editora Attalea Revista de Agronegócios Ltda., com distribuição gratuita a produtores rurais, empresários e profissionais do setor de agronegócios, atingindo 85 municípios das regiões da Alta Mogiana, Sul e Sudoeste de Minas Gerais. TIRAGEM 5 mil exemplares EDITORA ATTALEA REVISTA DE AGRONEGÓCIOS LTDA. CNPJ nº 07.816.669/0001-03 Inscr. Municipal 44.024-8 Rua Professora Amália Pimentel, 2394, Bairro São José CEP: 14.403-440 - Franca (SP) Tel. (16) 3403-9442 revistadeagronegocios@netsite.com.br

DIRETORA COMERCIAL / PUBLICIDADE Adriana Dias - (16) 9967-2486 adrianadias@netsite.com.br JORNALISTA RESPONSÁVEL Rejane Alves - MtB 42.081 - SP ASSESSORIA JURÍDICA Raquel Aparecida Marques - OAB/SP 140.385 CTP E IMPRESSÃO Cristal Gráfica e Editora Rua Padre Anchieta, 1208, Centro Franca (SP) - Tel/Fax (16) 3711-0200 www.graficacristal.com.br

Novo Telefone (16) 3403-9442

FOTO - DESTAQUE

O agricultor José Murari mostra rabanetes produzidos na horta orgânica instalada no Parque de Exposições “Fernando Costa”, nas aulas práticas do curso de “Olericultura Orgânica” organizado pela Prefeitura e pelo Sindicato Rural de Franca (através do Senar-SP), cujo orientador é o biólogo Leandro Faleiros.

FOTO DE CAPA - Editora Attalea Mudas de Flores da Sapucaia Paisagismo, na 1ª EXPOVERDE Franca (SP) CONTABILIDADE Escritório Contábil Labor Rua Campos Salles, 2385, Centro, Franca (SP) Tel (16) 3722-3400 É PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL DE QUALQUER FORMA, INCLUINDO OS MEIOS ELETRÔNICOS, SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO EDITOR. Os artigos técnicos, as opiniões e os conceitos emitidos em matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores, não traduzindo necessariamente a opinião da REVISTA ATTALEA AGRONEGÓCIOS.

Cartas / Assinaturas Editora Attalea Revista de Agronegócios Rua Profª Amália Pimentel, 2394 CEP 14.403-440, Franca (SP) revistadeagronegocios@netsite.com.br.


Agritech conquista o Prêmio “Gerdau Melhores da Terra” na categoria Destaque A Agritech conquistou o Prêmio Terra na cate“Gerdau Gerdau Melhores da Terra” goria Destaque com o trator Yanmar Agritech 1155 Super-Estreito, sábado, dia 30 de agosto, no Pavilhão de Exposições Assis Brasil, em Esteio-RS, onde está sendo realizada a 31ª Expointer. Na categoria Destaque do Prêmio Gerdau Melhores da Terra “Gerdau Terra” concorrem máquinas, equipamentos e componentes que já estão no mercado há, pelo menos, 1 ano. Já que este é o tempo mínimo para que se possa avaliar o desempenho e a satisfação dos usuários. O trator Yanmar Agritech 1155 Super-Estreito foi lançado em 2006 especialmente para atender às necessidades específicas das culturas do café e das frutas adensadas, que exigem máquinas estreitas para percorrer os corredores das plantações. O modelo desenvolvido pela Agritech é inédito no mercado nacional e permite um ganho na produtividade dos

agricultores, segundo o gerente de pósvenda e marketing da empresa, Pedro Cazado Lima Filho. “Os agricultores não dispunham de tratores que atendessem as necessidades de ganho na produção de culturas adensadas. Com o 1155 SuperEstreito os produtores podem aumentar substancialmente suas plantações em uma mesma área, já que o trator consegue trabalhar em corredores estreitos e tem força suficiente para puxar implementos de maior porte na categoria de 55 cv”, explica. Diferente dos tratores adaptados, até então disponíveis no mercado, o Yanmar Agritech 1155 Super-Estreito possui 55 cavalos e uma reduzida largura de bitola externa, com 1180 mm.. Seu motor está apto para movimentar com combustível biodiesel B-5 e é compacto, leve, potente e com baixa emissão de poluentes. O 1155 Super-Estreito possui todas as características da linha de máquinas Yanmar

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Agritech, como design arrojado, baixa compactação do solo, baixo consumo de combustível, menor raio de giro e o melhor custo-benefício do mercado. O trator da Agritech Agritech, segundo a Gerdau MeComissão do Prêmio “Gerdau lhores da Terra”, Terra foi aprovado por todos os usuários entrevistados, em função de sua versatilidade, economia de combustível e conforto. Para eles o equipamento pode contribuir para elevar o índice de mecanização entre agricultores que ainda realizam o trabalho de forma manual e foi selecionado por representar uma boa solução para a mecanização de plantações com linhas estreitas de plantas ou em áreas de topografia acidentada. “Essa máquina possibilita a mecanização das culturas do café, frutas e

outras, também adensadas, e conseqüentemente proporciona maior rentabilidade. Mecanizar essas culturas com um trator próprio permite otimizar os ganhos”, afirma Pedro Cazado Lima Filho. “Buscamos trabalhar com tratores que se adequem as necessidades do agricultor. Nossa filosofia de trabalho presa por levar tecnologia para o campo, principalmente para o pequeno produtor”, completa o gerente de vendas da Agritech, Nelson Okuda Watanabe. Prêmio “Gerdau Melhores da Terra” GerCriado há 26 anos, o Prêmio “GerTerra acompanha dau Melhores da Terra”

a indústria de máquinas e equipamentos agrícolas e aponta os equipamentos mais modernos e eficientes do setor. Quem concorre a este prêmio na Categoria Destaque é avaliado por membros de instituições de ensino e pesquisa do Mercosul e do Chile. Segundo informações da organização do “Prêmio”, a Comissão Julgadora vai até os produtores rurais para ouvi-los sobre a qualidade e o desempenho do produto inscrito, tendo, assim, o seu produto analisado inclusive pelos usuários. Está é a terceira vez que a Agritech Gerdau Merecebe um prêmio da “Gerdau lhores da Terra Terra”. Em 2002 a empresa conquistou Prêmio, também na categoria “Destaque”, e em 2005, como “Novidade em Agricultura Familiar”

Expointer apresenta trator movido a etanol Um trator MF 275, de 75 cv de potência, movido a etanol e diesel foi uma das novidades tecnológicas em exposição na Casa Massey Ferguson na Expointer 2008, maior feira de agronegócio do sul do país. Em fase de desenvolvimento, o motor a etanol + diesel é resultado de uma parceria entre Massey Ferguson son, MWM International e a Delphi Delphi. Líderes em seus segmentos, as três empresas, que já possuem experiência e pesquisas com combustíveis alternativos, se uniram para promover o desenvolvimento da nova tecnologia. Participaram da apresentação Fábio Piltcher, diretor de marketing da Massey Ferguson, Luiz Ghiggi, vice –presidente da AGCO (fabricante da Massey Ferguson), Vicente Pimenta, FOTO: Divulgação

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gerente de projetos da Delphi e Guilherme Ebeling, gerente de desenvolvimento da MWM International. Segundo eles, os resultados iniciais indicam até 60% de substituição do diesel pelo etanol com mesmo desempenho do motor e economia de até 25% no combustível. O motor bicombustível etanol + diesel ainda não está em pro-

dução comercial. O projeto visa atender a segmentos espe-cíficos de mercado, como usinas e produtores de álcool, que já uti-lizam tratores a diesel. A utilização dessa tecnologia traz como vantagens custo operacional mais baixo e emissões mais limpas, já que o etanol não deixa resíduos. A pesquisa partiu de um motor a diesel, utilizando uma combinação de etanol e diesel como combustível, mantidos em dois tanques distintos. As proporções são variáveis conforme a exigência sobre o propulsor. Nos momentos de maior exigência de força, a proporção de etanol aumenta e a de diesel diminui, o que possibilita no trabalho mais forte atender o consumo com uma quantidade maior do combustível mais barato, o etanol.


Manejo de Leite a Pasto e Produção das Pastagens Josiane Hernandes Ortolan 1

FOTO: Editora Attalea

Sistema de produção de leite a pasto - Uma breve introdução O Brasil possui o maior rebanho bovino comercial do mundo, com cerca de 160 milhões de cabeça, sendo que deste efetivo, cerca de 34 milhões são de animais destinados à produção de leite (14,7 milhões de vacas em lactação e secas), que, por ano, produzem cerca de 19 bilhões de litros, com uma média de 4,9 kg/ vaca/dia, supondo uma lactação de 270 dias de duração (ANUALPEC, 1999/2001). As pastagens constituem-se no principal alimento da dieta dos ruminantes, em especial nas regiões tropicais. Pesquisas mostram que a aptidão leiteira da vaca, o valor nutritivo do pasto e o consumo de forragem, determina a 1- Médica Veterinária, meste em Qualidade e Produtividade Animal, doutoranda em Qualidade e Produtividade Animal pela FZEA - USP - josiortolan@hotmail.com.

produção de leite da vaca. Sob pastejo, o consumo de matéria seca verde é afetado principalmente pela disponibilidade de forragem, mas também pela estrutura da vegetação: densidade, altura, relação folha-colmo. A pressão de pastejo (PP) é o principal fator de manejo a determinar a produção de leite por vaca (kg de leite/vaca) e por hectare (kg de leite/ha).

A partir de diversos trabalhos de pesquisa publicados, observa-se que as condições ambientais brasileiras permitem a exploração de leite a pasto o ano inteiro, além de permitir a exploração de alto potencial de produção das plantas forrageiras quando manejadas corretamente, sendo que a utilização de pastagens tropicais manejadas intensivamente tem um potencial de fornecimento de nutrientes para produções próximas de 12 kg de leite/ vaca/dia sem o uso de rações concentradas, o que resulta em um baixo custo de produção e faz com que as pastagens tornem-se um recurso natural que possibilita alta competitividade no uso da terra. Considerando que o potencial médio das pastagens tropicais seja de apenas

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8 kg de leite/dia, observa-se que o manejo intensivo da pastagem pode aumentar em 50% a produção de leite/ vaca. Entretanto, são vários os fatores que condicionam a produção de leite em uma pastagem. Dentre eles podem se destacar a aptidão leiteira da vaca, a qualidade do pasto, a disponibilidade de pasto (oferta de forragem), o rendimento forrageiro da pastagem (capacidade de suporte), o sistema de pastejo e a suplementação da pastagem. Para a determinação do potencial das pastagens para a produção de leite é necessário definir os insumos envolvidos no processo de produção de leite na propriedade agrícola. Para isto pode-se estabelecer três insumos como responsáveis pela alteração no nível de produtividade de leite na propriedade: • A produção anual de forragem, • A lotação animal por hectare, • A quantidade de alimento adquirida fora da propriedade. A viabilidade de um sistema produtivo agropecuário econômico dáse pela análise de seus custos e benefícios, para tanto a viabilidade da produção leiteira em sistemas de pastagens.

Segundo pesquisas, um programa de produção de leite a pasto deve permitir que os produtores de leite passem a utilizar, com máxima eficiência, os recursos disponíveis da fazenda. Para tanto, deve-se levar em consideração a distinção de dois fatores no processo produtivo: os vitais e os importantes. Os vitais são aqueles que serão contemplados com a máxima prioridade e compreendem: • Locação e adequação de água de bebida; • Sub divisão das pastagens; • Manejo das pastagens; • Estratégias de reserva de alimentos para o período seco; • Controle sanitário do rebanho; • Registros e controles da atividade; • Manejo do esterco; • Sombreamento das pastagens. Os fatores importantes compreendem tecnologias que devem ser implantadas na propriedade após a contemplação integral dos fatores vitais. São eles: • Análise e correção do solo; • Adubação de pastagens com adubos solúveis e orgânicos; • Conservação do solo; • Escolha de forrageiras;

• Melhoramento animal – interação genótipo:ambiente; • Prática de irrigação em épocas estratégicas. A água representa o principal alimento para o rebanho leiteiro e sua importância está diretamente relacionada com o aproveitamento da pastagem oferecida, visto que quanto maior for a distância entre a pastagem e o bebedouro, menor será o aproveitamento da forragem. O desempenho de vacas leiteiras na pastagem é função da ingestão de forragem, do valor nutritivo da forrageira e do potencial genético do animal. Sob regime de pastejo, o consumo de forragem é afetado pela altura da forragem, pela relação folha-haste, pela densidade volumétrica da forragem, pela disponibilidade de pasto e pela ingestão de água. Com base nesta introdução, os próximos artigos ajudarão a embasar o produtor quanto á avaliação, manejo, potencial das pastagens para produção de leite a pasto. Duvidas e sugestões devem ser encaminhadas para o email: josiortolan@hotmail.com . Até a próxima!

Cooperado Coonai vence o Prêmio Produtividade com Qualidade O produtor Élcio Santucci, cooperado Coonai, da Fazenda Mangueiras, do município de Cristais Paulista (SP), foi o grande vencedor do Prêmio Produtividade com Qualidade, promovido pelo Sebrae-SP - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. A premiação aconteceu durante o I Encontro Estadual de Produtores de Leite que reuniu cerca de 800 pessoas dia 7 de agosto, no recinto Mello Moraes, em Bauru (SP). O evento foi promovido pelo Sebrae-SP em parceria com o Sistema Faesp/Senar, Sindicato Rural de Bauru, OCESP-Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo e SescoopServiço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo e teve como objetivo a troca de informações e integração de pequenos proprietários paulistas, visando a melhoria da produção e qualidade do leite no estado. Entre técnicos e produtores, a Coonai

FOTO: Coonai

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participou com 80 pessoas. O vicepresidente da cooperativa, Marcelo Barbosa Avelar, representou na abertura o sistema Ocesp/Sescoop-SP, do qual é conselheiro. Outro cooperado Coonai, Sr. Antônio Genésio Chinelatto,

de Jaboticabal (SP), ficou em terceiro lugar. Cada premiado recebeu uma cesta de produtos veterinários da Ceva Sante Animale, uma das maiores empresas do Brasil no ramo.


Cheminova realiza palestra em Franca (SP) apresentando nova linha produtos para café

Casa do Agricultor inaugura nova loja em Franca (SP) No próximo dia 26 de setembro, o produtor rural da região de Franca (SP) passará a contar com um novo espaço comercial. Trata-se da Casa do Agricultor Agricultor, que está sediada na Avenida Santos Dumont, 586, próximo da Padaria Pão Delícia. É a terceira loja da empresa, que também possui lojas em Ibiraci (MG) e Cássia (MG). De acordo com a empresa, os produtores terão condições especiais na compra de adubos foliares. A Casa do Agricultor representará as marcas Stoller, Bayer, Heringer e Adubos Trevo.

FOTO: Divulgação

Dia de Campo marca início das atividades do ParcIntec-Franca

A EMBRAPA iniciou suas atividades técnicas na região de Franca (SP). No dia 4 de setembro foi realizado o 1º Dia de Campo realizado pelo ParcIntec-Franca, com apoio da Prefeitura Municipal de Franca (SP), Cocapec, Coonai e Credicocapec. O assunto abordado foi a instalação de fossas sépticas biodigestoras e cloradores. O evento teve duas etapas: uma teórica, realizada no Parque de Exposições “Fernando Costa”, com palestra dr. Wilson Tadeu Lopes da Silva e dr. Antonio Pereira de Novaes. Posteriormente, na prática, os participantes visitaram o Sítio Santa Maria, de propriedade de José Amâncio de Castro, diretor-presidente da Credicocapec

FOTO: Editora Attalea

Um trabalho de autoria de Sérgio Ademir Calzavara, pesquisador da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que analisa laranjais infectados por nematóides (Pratylenchus jaehni), importante praga dos laranjais paulistas, foi considerado o melhor entre os apresentados no 5º Congresso Internacional de Nematologia, realizado em julho, na Austrália. O trabalho, um resumo da tese de doutorado defendida recentemente na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV) da Unesp, em Jaboticabal (SP), foi premiado no Best Student Poster Competition.

FOTO: Editora Attalea

Em palestra realizada no começo de setembro, na Churrascaria Minuano, em Franca (SP), a multinacional Cheminova apresentou a nova linha de produtos da empresa voltados para a cultura do café: Impact®, Riza® e Rubric®. O evento foi dirigido a engenheiros agrônomos que trabalham na região da Alta Mogiana, com destaque para o compromisso entre Cheminova e agrônomos para instalação de experimentos com os produtos em cafezais da região. De acordo com Claudio Alves, o melhor trabalho de pesquisa concorrerá a prêmios no final do ano.

Biosoja e Campagro apresentam produtos para nutrição de plantas

Nematóides em destaque

Em palestra realizada no Auditório “Fábio de Salles Meirelles”, no Parque de Exposições “Fernando Costa”, em Franca (SP), a Campagro e a Biosoja (São Joaquim da Barra/SP) apresentaram a nova linha de produtos para nutrição da empresa. O pesquisador Ronaldo Rodrigues mostrou resultados de pesquisas obitdos com o Fertium® e Fertium® Phós, o que muito agradou os produtores rurais e engenheiros agrônomos. Trata-se de condicionadores de solos proveniente de turfeiras, concentrados em substâncias húmicas, que confere aos solos um maior equilíbrio, aumentando o seu potencial produtivo. A Campagro Campagro, ‘capitaneado’ pelo gerente José Alencar, representará os produtos Biosoja na região. Nossa Caixa vai liberar R$ 940 milhões em crédito rural O banco Nossa Caixa prevê disponibilizar até R$ 940 milhões em crédito rural para aplicação principalmente no custeio da safra 2008/09. A Nossa Caixa estima que 10 mil produtores serão beneficiados com estes recursos, que são destinados a agricultores, agroindústrias, beneficiadoras e cooperativas agropecuárias. De acordo com a diretoria do banco, a taxa é de 6,75% ao ano e o valor mínimo para empréstimo é de R$ 5 mil.

Rua Campos Salles, 2385 Centro - Franca (SP) Tel. (16) 3722-3400 - Fax (16) 3722-4027

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ABERTURA DE FIRMAS, ESCRITAS FISCAIS E CONTABILIDADE EM GERAL

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E V E N T O

FOTOS: Editora Attalea

Parque Fernando Costa recebe 15 mil visitantes nos três dias de feira REALIZAÇÃO

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Coletiva da Imprensa: Marcelo de Figueiredo e Silva (presidente da UNIATAFRANCA), Heitor de Lima (Diretor da Divisão de Atividades Produtivas), Odair Tristão (Secretário de Governo) e Godói (gerente da Nossa Caixa, agência Centro)

Em sua primeira edição, a EXPOVERDE - Feira de Flores, Frutas, Hortaliças, Plantas Ornamentais, Medicinais, Nativas e Orgânicas, já se firmou no calendário de eventos agropecuários e de negócios de Franca (SP). O evento foi organizado pela UNIATA-FRANCA e pela Divisão de Atividades Produtivas, departamento da Prefeitura Municipal de Franca, tendo o banco Nossa Caixa como patrocinador oficial. A feira contou ainda com o apoio da FEAC - Fundação Esporte, Arte e Cultura, o Senar e o Sebrar-SP. A feira foi realizada no recinto do Parque de Exposições “Fernando Costa” e contou com a presença de 23 empresas expositoras, que além de promover as marcas de seus produtos, também contabilizaram negócios durante os três dias de evento. O público visitante foi superior a 15 mil pessoas. Nem bem acabou o evento, a comissão organizadora já começou o planejar o próximo. “Iniciamos a organização de um plano de mídia consistente, buscando atrair mais investimentos de patrocinadores e, assim, fortalecer ainda mais o evento”, afirma Heitor de Lima, da comissão organizadora.

No estande da Revista Attalea Agronegócios: Dr. Irineu de Andrade Monteiro, diretor da FAESP e presidente do Sindicato Rural de Patrocínio Paulista; Fátima Carvalho, Carlos Arantes Corrêa e Adriana Dias, da Comissão Organizadora da EXPOVERDE.

Implementos e Equipamentos Brudden -Shindaiwa (Cocapec - Franca/SP)

Colhedora de Forragem de Precisão (JF Máquinas - Itapira/SP)


FOTOS: Editora Attalea

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Trator New Holland (A.Alves - Orlândia/SP)

Trator Agritech-Yanmar (Sami Máquinas - Franca/SP)

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Recolhedora de Café Mogiana (Eclética - Batatais/SP)

Trator John Deere (Colorado - Ituverava/SP)

Trator Agrale (Cocapec - Franca/SP)

Carreta Minami (Cocapec - Franca/SP)

Trator Tramontini (Eclética / AgroPL - Franca/SP)

Carreta Jumil (Jumil - Batatais/SP)


FOTOS: Editora Attalea

O público visitante prestigiou a feira, lotando estandes como o da Prefeitura de Franca e também adquirindo produtos, equipamentos e alimentos, como no Estande da Associação de Produtores Orgânicos de Franca e Região.

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O Viveiro Santa Rita (Limeira/SP) foi o mais visitado de toda a feira, onde as pessoas “disputaram” mudas de frutas, flores e ornamentais, de qualidade e a um bom preço.

No estande do Jardim Zoobotânico (Franca/SP), os visitantes puderam conhecer e adquirir mudas de plantas medicinais.

Viveiro Monte Alegre/Cooperfran (Ribeirão Corrente/SP)

Hidromar

Teca / Dupau Madeiras (Cristais Paulista-Franca/SP)

Luffa Esponja Vegetal (Cristais Paulista/SP)

(Franca/SP)


FOTOS: Editora Attalea

O Pavilhão do Palácio das Ferramentas foi um dos mais visitados na feira. Contou com a exposição de máquinas e implementos de diversas marcas, como Sthil, Trapp, Karcher, Bosch, PaleTrans, Makita e Schulz.

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O Pavilhão da Sapucaia foi o que mais comercializou na feira. Tinha mudas de várias espécies de flores, orquídeas e antúrios, plantas ornamentais, vasos, substratos, húmus e acessórios. Tinham também espécies de gramas da Itograss.

Os estandes da Casa das Sementes (Franca/SP) apresentou inúmeras novidades, desde sementes de hortaliças de qualidade, como as da Seminis, como projetos de irrigação da Netafim, produtos recomendados para agricultura tradicional e a orgânica, tanto para fertilização (como os da Korin e da FertiFish) como para controle de pragas e doenças (como os da Tecsa-Clor).


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Emater de Claraval sedia evento sobre eucalipto Aconteceu no último dia 11 de setembro, no município de Claraval (MG), o “Dia Especial de Eucalipto”, evento organizado pelo Escritório da EMATER - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais, órgão da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do estado. “O evento faz parte do Projeto Eco-Social do Cerrado rado, em parceria com o Fundo Nacional do Meio Ambiente, onde o objetivo principal é a preservação do bioma cerrado através da implementação de políticas públicas voltadas às propriedades rurais, como a diversificação de atividades agrícolas visando o aumento da renda do agricultor, adoção de práticas de conservação do solo e das APP - Áreas de PreserFOTOS: Editora Attalea

S I L V I C U L T U R A

vação Permanente e Reservas Legais ”, afirma o extensionista da Emater Juliano Diogo Pereira. O evento contou com uma ampla programação, dividido em uma parte teórica (palestras técnicas) e uma prática (na Fazenda Tabocas). Com o auditório do Salão Paroquial

do município repleto de produtores e profissionais do setor, as empresas apresentaram orientações técnicas específicas sobre o cultivo do eucalipto. Destacamos o Viveiro Pavão (Franca/SP), que apresentou informações sobre mudas clonadas de eucalipto; a Agroceres, que apresentou orientações sobre o controle da formiga cortadeira; a Café Brasil e a Agrosin/Bayer, que respectivamente apresentaram suas linhas de fertilizantes Ciclus NS e Bayer Florestal; e o Banco co Brasil, que apresentou suas linhas de crédito para a atividade. Na parte técnica do evento, as empresas AgroPL e a Bolsa Agronegócios, ambas de Franca (SP), fizeram demonstrações de plantio mecanizado de mudas de eucalipto, inclusive com o uso do gel - produto desenvolvido para garantir umidade às mudas em um período maior. Os participantes também tiveram a oportunidade de conhecer mais sobre as formas de comercialização do eucalipto, em palestra proferida pela Teca Madeiras (Cristais Paulista/SP).

Fernando Pavão, proprietário Viveiro Pavão, apresentou informações sobre o plantio mudas clonadas de eucalipto.

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E V E N T O

12 de outubro é o dia do Engenheiro Agrônomo O data de 12 de outubro ficou estabelecida por lei como data comemorativa dos engenheiros agrônomos em todo o país. Em Franca (SP), a AERF (Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Franca e Região) e a Comissão Organizadora responsável pela comemoração do Dia do Engenheiro Agrônomo 2008 finalizaram as últimas pendências e está praticamente tudo acertado para o evento. Este ano será realizado um Jantar de Confraternização no dia 17 de outubro, numa sexta-feira, no Salão do Castelinho, em Franca (SP). “De 1º a 10 de outubro, convidamos todos os engenheiros agrônomos que residem e atuam na região de Franca para visitar a sede R. Jaime de Aguilar Barda AERF (R. bosa, 1270, Santa Rita Rita) , retirando os seus ingressos e obtendo maiores informações sobre o evento”, afirma Plaucius Seixas, engenheiro agrônomo da Cocapec e membro da comissão organizadora. Carlos Arantes Corrêa, diretor da Revista Attalea Agronegócios e membro

da comissão organizadora, destaca o profissionalismo do grupo de profissionais destacados para organizar o evento deste ano. “A criação de um plano de mídia consistente facilitou a participação de empresas patrocinadoras e, consequentemente, a organização do jantar de confraternização”, afirma. A comissão organizadora solicita que todos os engenheiros agrônomos interessados em participar do evento precisam retirar os ingressos com antecedência, não deixando para o dia do evento. Além da entidade anfitriã: a AERF, o evento conta ainda com o apoio de várias empresas: Sami Máquinas, Cocapec, Syngenta, Fênix, Bayer CropScience, Premix, Cenafer, Coonai, Revista Attalea Agronegócios, AgroPL, Teca Madeiras, Usina Cosan, Usina Batatais, Credicocapec, Serrana Fertilizantes, Dedeagro, Biolimp, Campagro, Viça-Café, RealPec, Pfizer, Bolsa Agronegócios, Pioneer , GecalCalcário e Roullier.

AERF busca ampliar cadastro de profissionais A AERF e a Comissão Organizadora do evento está convidando os engenheiros agrônomos que atuam na região de Franca a retirarem seus ingressos para o Jantar do Engenheiro Agrônomo 2008 entre os dias 1º e 10 de outubro e, ao mesmo tempo, atualizarem seus cadastros junto a entidade. A intenção é estreitar os caminhos entre a entidade e os profissionais, independente do interesse de se filiar ou não na entidade. “Lembramos que não será permitida a participação no jantar daquele profissional que não retirou ingressos até o dia 10 de outubro”, afirma Carlos Arantes Corrêa, membro da comissão organizadora e associado da AERF. Informações: (16) 3722-1827.

12 de Outubro Parabéns a todos Engenheiros Agrônomos

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Confraternização Dia 17/10 Retire Convites na AERF até 10/10

Seu trabalho gera bons frutos REALIZAÇÃO CREA-SP Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo

Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos da Região de Franca

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E S P E C I A I S

16 Revista Attalea® Agronegócios - Set 2008 -

AMSC realiza concurso buscando incentivar a produção de cafés especiais na Alta Mogiana Acontece no próximo dia 27 de setembro, no Clube de Campo de Franca (SP), as premiações do 6º Concurso de Qualidade do Café da Alta Mogiana Mogiana, safra 2008/2009. Ao entregar a sua amostra, cada produtor participante recebeu dois convites para o evento. Organizado pela AMSC - Associação de Cafés Especiais da Alta Mogiana Mogiana, o concurso tem por objetivo premiar cafeicultores que primam pela qualidade. “E produzir qualidade não está relacionada ao tamanho da propriedade. Temos na Alta Mogiana cafeicultores com grandes áreas de cultivo e cafeicultores com pequenas áreas de cultivo de café. Muitos pequenos produtores produzem cafés de qualidade superior, ou porque a colheita é feita no momento certo ou porque o processo de secagem é feito mais lentamente, o que garante qualidade aos grãos. Isto tudo faz com que estes pequenos produtores tenham um potencial enorme de ganhar este concurso, como foi o caso do Sr. Antônio Dalvo Campos, um pequeno cafeicultor da região de Pedregulho (SP), da Fazenda Alto Lageado, que ficou entre os dez primeiros colocados no 4º Concurso da AMSC, realizado em 2006”, afirma o

AMSC - ÁREA DE ABRANGÊNCIA Buritizal Pedregulho Jeriquara

Ribeirão Corrente

Cristais Paulista

FRANCA São José da Bela Vista Restinga

Itirapuã Patrocínio Paulista

Batatais

Altinópolis

Santo Antônio Alegria

Cajuru

FOTO: Editora Attalea

C A F É S

Milton Pucci, presidente da AMSC.

cafeicultor Gabriel Mei Alves de Oliveira. Para este ano, o concurso contará com uma novidade: o leilão dos 10 lotes premiados. “Convidamos empresas que trabalham com cafés especiais, que tem interesse em adquirir cafés gourmet, como a EISA, a Minas Export, Café Tiradentes, Mitsui Alimentos, Dreyffuss, Café Floresta, Octávio Café, Café Bom Dia, a Cocapec, Café Bravo e a Bourbon Specialty Coffee”, afirma Milton Pucci, presidente da AMSC. De acordo com Gabriel Mei, a organização do leilão e a presença destas empresas na festa de premiação fortalece e muito o concurso. “A participação dos cafeicultores é importante neste concurso. Estas empresas estão procurando fidelizar mais produtores, para ampliar seus clientes no exterior, principalmente Europa, EUA e Japão”, afirma Gabriel. Outra mudança para este ano será o local do júri e das provas, que acontecerão no Hotel Comfort Franca Hotel nos dias 25, 26 e 27 de setembro. Foram definidos como jurados: Jorge José Menezes de Assis (Fazenda Monte Alegre - Presidente do Juri); Calixto Jorge Peliciari (Fazenda Nossa Senhora Aparecida), Clenio Robson de Araujo (Origem Brazil), Clóvis Venancio de Jesus (Alfenas Café), Luciano Agostini (Coopinhal), Márcia Yoko Shimosaka (AMSH Consultoria) e Silvia Magalhães (Otávio Café). Podem participar do concurso cafeicultores que produzem café arábica e que tenham propriedade nos municípios da área de abrangência da AMSC, que engloba os municípios de Altinópolis, Batatais, Buritizal, Cajuru, Cristais

Paulista, Franca, Itirapuã, Jeriquara, Nuporanga, Patrocínio Paulista, Pedregulho, Restinga, Ribeirão Corrente, Santo Antônio da Alegria e São José da Bela Vista. Também é norma do concurso que as amostras de café precisam estar armazenadas em armazéns credenciados pelo governo federal. “Esta exigência demonstra, em primeiro lugar, a transparência e seriedade do concurso. Mas também dá a certeza de que aquele lote que o comprador está adquirindo no leilão estará à sua disposição no armazém”, explica Gabriel. Tradicionalmente, o Concurso de Qualidade da AMSC premia em duas categorias: café Natural e café Cereja Descascado. Os dez primeiros colocados de cada categoria receberão certificados de participação, sendo que os cinco primeiros receberão também premiação em dinheiro. De acordo com a AMSC, a entidade está trabalhando muito no sentido de enaltecer a qualidade do café. “O cafeicultor da Alta Mogiana precisa fazer um café de qualidade. Porque o mundo está à procura de qualidade. Só para se ter idéia, o consumo de cafés no mundo tem crescido na ordem de 1,5% ao ano. Já o café gourmet apresenta taxas de crescimento no consumo da ordem de 15% ao ano. Estamos numa região privilegiada na produção de café. Se o produtor se esforçar um pouco mais e fazer um café acima de 80 pontos, com certeza ele vai ter seu produto valorizado. As empresas pagam por qualidade, mas também procuram a fidelização dos produtores, já que também precisam honrar seus compromissos comerciais”, explica o cafeicultor. A AMSC está desenvolvendo um trabalho de delimitação da região da Alta Mogiana, para que os cafés produzidos aqui possam ser reconhecidos internacionalmente. “O café produzido na Alta Mogiana é diferente, em doçura, em corpo, em sabor. Queremos que as pessoas saibam que está bebendo um café daqui da nossa região. Queremos mostrar com isto que o café é muito parecido com o vinho. Assim como os bons vinhos são reconhecidos internacionalmente, queremos fazer isto com o café da Alta Mogiana”, afirma Pucci.


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Fertilizantes de liberação gradativa: alta eficiência e redução de custos Nas últimas décadas, o agronegócio mundial esteve focado na intensificação da produção agrícola. Um dos grandes desafios é buscar alternativas para produzir alimentos através da otimização do uso dos insumos agrícolas, possibilitando ganhos econômicos para o agricultor e reduzindo os impactos ambientais da atividade agrícola. “Perdas de até 70% do nitrogênio, 80% do fósforo e de 40% do potássio aplicados nas lavouras não são compatíveis com um sistema produtivo sustentável”, afirma o Dr. Guilherme Canella. A procura por soluções economicamente viáveis para aumentar a eficiência dos fertilizantes agrícolas iniciou-se a décadas atrás, principalmente nos Estados Unidos e na Europa. Uma das tecnologias desenvolvidas foi o revestimento dos grânulos de fertilizantes com polímeros biodegradáveis. No entanto, estas alternativas foram desenvolvidas para as condições de clima temperado, onde as condições ambientais e as características microbiológicas, químicas e físicas do solo são bem distintas das encontradas nas regiões tropicais. Este fato pode explicar a baixa eficiência agronômica de algumas “tecnologias importadas” quando utilizadas no Brasil. Buscando um revestimento adequado para as condições brasileiras de clima e de solo, a Agroplanta realizou um longo trabalho investigativo, em parceria com a

FOTO: FOCO Comunicação

T E C N O L O G I A

Figura 1 - Grânulo de uréia revestido com polímero Microscopia eletrônica de varredura, ESALQ – USP.

Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - ESALQ / USP, para desenvolver uma linha de fertilizantes nitrogenados, fosfatados e potássicos com liberação gradativa de nutrientes. Um fertilizante contendo NPK e micronutrientes no mesmo grânulo, também foi desenvolvido e recebeu o nome de Nutricote®. Esta linha de fertilizantes apresenta formulações com picos de liberações entre 3, 6, 9 e 12 meses, buscando atender principalmente as necessidades dos produtores de mudas e dos plantios de espécies perenes. A linha Greencote® disponibiliza para os agricultores fertilizantes nitrogenados (uréia) com liberação gradativa. Em função dos diferentes polímeros

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desenvolvidos pela Agroplanta para o revestimento da uréia, conseguese uma diferenciação nos picos de liberação (15 dias; 3, 6 e 9 meses) Figura 11). (Figura Greencote No solo, o nitrogênio sofre alterações muito rápidas, tendendo a evoluir da forma orgânica (caso dos fertilizantes orgânicos) a amônia e nitrato, com uma passagem de modo geral muito veloz, pela forma de nitrito. No caso da uréia, esta sofre a ação da urease, liberando amônia e gás carbônico. A amônia pode sofrer volatilização ou se transformar em íon amônio, que pode ser adsorvido pelos complexos coloidais do solo, ser absorvido por plantas e microorganismos, ou ainda ser oxidado a nitrato. O íon nitrato, por ter carga negativa, é muito pouco adsorvido pelo complexo coloidal do solo nas regiões tropicais e subtropicais, de tal modo que o risco de sua percolação pelo perfil do solo é grande, poluindo as águas subterrâneas. Desta forma, o manejo da uréia, de modo a evitar problemas ambientais e de saúde pública, é fato de grande importância, além do que o


FOTO: FOCO Comunicação

Figura 2 - KCl revestido com polímeros de liberação gradativa. Microscopia eletrônica de varredura, ESALQ – USP.

momentos de necessidade das plantas resolveria o problema da rápida imobilização dos fertilizantes solúveis adicionados ao solo”, afirma o Dr. Guilherme Canella. A linha Maxcote® da Agroplanta foi desenvolvida para reduzir a imobilização do fósforo e retardar a liberação dos fertilizantes potássicos. Com isso, os produtores poderão realizar a adubação fosfatada e potássica antes do plantio, reduzindo os custos operacionais. Com a liberação gradativa dos nutrientes, os efeitos maléficos da alta concentração de sais próximos às sementes deixam de existir, permitindo FOTO: FOCO Comunicação

manejo adequado implicará em diminuição da adubação e economia em divisas. O fósforo é um dos macronutrientes das plantas, participando na composição de biomoléculas essenciais como os fosfolipídeos, os ácidos nucléicos, transportadores de elétrons (NADP), armazenadores de energia (ATP), dentre outras, de tal modo que sua deficiência leva ao aparecimento de sintomas e de queda na produtividade. O fósforo adicionado ao solo pode ser imobilizado sob diferentes formas como fosfato de alumínio e cálcio, precipitação na superfície de óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio, absorção pelos organismos do solo, dentre outras, tornando-se indisponível para as plantas de modo que, mesmo presente no solo, as mesmas poderão apresentar sintomas de deficiência e queda na produtividade. A deficiência no aproveitamento do fertilizante fosfatado adicionado e a queda na produtividade representam grande prejuízo para o produtor. “A existência de uma fonte de fósforo com liberação gradativa, mas que liberasse o nutriente de acordo com os

uma melhor germinação e desenvolvimento inicial das culturas. A redução das perdas por lixiviação do potássio, principalmente em solos arenosos, também são obtidas com o revestimento dos grânulos de KCl com polímeros. Outra característica muito interessante dos fertilizantes de liberação gradativa da Agroplanta é o fato de que os polímeros utilizados são compatíveis com todos os micronutrientes. Desta forma, a Agroplanta também disponibilizará todos os seus fertilizantes especiais enriquecidos com micronutrientes, nas concentrações desejadas pelos seus clientes. Assim, podemos observar que a utilização de fertilizantes revestidos com polímeros traz inúmeras vantagens para os produtores e para o meio ambiente. Redução das doses aplicadas, melhor aproveitamento dos fertilizantes pelas plantas, redução dos custos operacionais, distribuição uniforme dos micronutrientes nas culturas, excelente custo benefício e a redução da contaminação do meio ambiente são alguns exemplos dos ganhos obtidos com as tecnologias Greencote®, Maxcote® e Nutricote®.

Figura 3 - MAP revestido com polímeros de liberação gradativa. Microscopia eletrônica de varredura, ESALQ – USP.

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- Set 2008 -

A Cocapec - Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas de Franca e Região, nome forte na cafeicultura da Alta Mogiana, investiu na construção de novas instalações de armazenamento e beneficiamento de café e inaugurou em setembro o décimo armazém. Com ele, a cooperativa ampliou a capacidade de armazenamento de 800 mil sacas para 1 milhão de sacas de café. O novo armazém tem capacidade para 140 mil sacas, ampliando para 420 mil a capacidade da matriz em Franca. Com mais de 75% do café colhido nesta safra, o armazém já está preparado para receber os grãos de toda a região. Com quase 2 mil cooperados, a Cocapec possui, além da matriz em Franca (SP), mais cinco filiais: em Claraval (MG), Ibiraci (MG), Capetinga (MG), Pedregulho (SP) e Serra Negra (SP). Somente este ano, a cooperativa investiu mais de R$ 6 milhões nas filiais. No município de Ibiraci - que é o maior produtor da região -, foram construídos três armazéns. A previsão é de que o município colha, neste ano, mais de 340 mil sacas de café. A diretoria da cooperativa aproveitou o evento de inauguração do armazém para comemorar os 23 anos de história da cooperativa. Num evento muito bem organizado e na presença

Ricardo Lima Andrade (diretorsecretário), Carlos Y. Sato (diretorvice-presidente) e Maurício Miarelli (diretor-presidente) homenageam José Carlos Jordão, primeiro presidente da Cocapec

Vista aérea da matriz da Cocapec, no Distrito Industrial de Franca (SP)

da atual diretoria - formada por Maurício Miarelli, Carlos Yoshiyuki Sato e Ricardo Andrade - foram homenageados todos os dretores de gestões anteriores.

FOTOS: Editora Attalea

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Cocapec amplia capacidade de armazenamento e realiza 5º Concurso de Qualidade de Café FOTO: Divulgação

C A F É

Concurso A diretoria da cooperativa informar que os cafeicultores interessados em participar do 5º Concurso de Qualidade de Café da Cocapec tem até o dia 30 de setembro para efetivar inscrição. Cada cooperado participa com uma única amostra de 1,5 quilo referente a um lote de 30 sacas. Serão escolhidas cinco amostras. Os melhores receberão prêmios como: pulverizador, moto, carreta com pneus, roçadeira e produtos suficientes para tratar de 5 hectares de plantação. Além disso, o primeiro colocado será inscrito no 7º Concurso Estadual de Qualidade de Café Café, que acontece em outubro, em Santos (SP).

Almoço de confraternização realizado no armazém recém-inaugurado da Cocapec

Autoridades visitam a Usina de Rebenefício, instalado na matriz da Cocapec.


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ESPECIAL Compreendendo os Cafés Especiais ENSEI UEJO NETO (The Coffee Traveler )

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O Início No final da década de 1970 e início da de 1980, o mercado norte-americano de café passava por um período muito crítico devido ao declínio de consumo, fechamento de indústrias e era o momento em que se fazia necessário algo novo para sacudir estruturas. Foi quando iniciou-se a cruzada dos Cafés Especiais, originalmente cunhada como Specialty Coffee pela iluminada Sra. Erna Knutsen, tradicional importadora de cafés finos da região de San Francisco, Califórnia. Com um bom nome e muitas idéias na cabeça, um grupo de industriais fundou a SCAA - Specialty Coffee Association of América , Associação Americana de Cafés Especiais, com a missão de “Estimular a Produção e Consumo de Cafés Especiais”. É, portanto, uma associação comercial que procura atender a cadeia do café e hoje é a maior entidade do gênero no mundo. De forma muito prática e objetiva, suas atividades foram estruturadas nos seguintes pilares: • Metodologia de Avaliação Sensorial consistente, • Difusão do Conhecimento e • Visão de Cadeia. Congregar todos os segmentos da cadeia do café é um dos grandes feitos da SCAA, pois entre os seus mais de 5.000 associados encontram-se produtores, indústrias de torrefação, exportadores e importadores, redes de cafeterias, baristas, juízes de cafés especiais e consumidores!

Essa visão de cadeia aproximou fortemente a SCAA ao segmento da produção, de forma que diversas entidades de produtores, cooperativas e até fazendas isoladamente a ela se associaram. Com o tempo, produtores e entidades de todos os países produtores passaram a se encontrar com regularidade nos eventos promovidos pela SCAA, que acabou criando um fórum denominado IRC – International Relantionship Council, Conselho de Relações Internacionais, onde diversos assuntos relativos ao maior entrosamento dos produtores de café, através de suas entidades representativas, e a indústria podem ser debatidos. Por exemplo, representam o Brasil nesse Conselho a BSCA – Associação Brasileira de Cafés Especiais e o CACCER – Conselho das Associações dos Cafeicultores do Cerrado, sendo que esta última entidade possui assento permanente no IRC. Quantificando a Qualidade Outro grande feito foi a criação de uma metodologia de avaliação sensorial objetiva, conhecida como SCAA Cupping Method. Este método baseia-se em expressar a qualidade da bebida do café através de uma escala numérica, desenvolvido pelo Comitê de Normas Técnicas. Em fins dos anos 90 foi criada a primeira tabela, que já avaliava oito atributos como acidez e corpo, porém com uma escala individual que ia de zero a oito pontos. Ao final, soma-se um coeficiente para que haja uma correlação com a escala decimal.

Elaborado por George Howell, que levou consigo ao deixar aquele Comitê, é o sistema que o Cup of Excellence utiliza em seus certames em diversos países produtores, sendo, também, o método adotado pela BSCA. Foi realizada uma profunda revisão na Metodologia da SCAA, sendo que daí surgiu uma metodologia mais elaborada, cuja plailha passou a avaliar dez diferentes atributos, sendo que cada um é pontuado numa escala entre zero e dez. Portanto, é uma planilha em escala decimal, que facilita sua utilização. E sofreu novo aprimoramento em 2005, quando seu lay-out foi alterado, passando para gráficos na posição vertical. A partir de sua visão de cadeia, a SCAA passou a estimular e apoiar diver-sos novos movimentos, como o Cam-peonato de Baristas. Esta atitude promoveu o surgimento do Barista Guild e do Roasters Guild, que são como “clubes” onde os participantes desses segmentos específicos se encontram e discutem temas de interesse. Finalmente, os programas educacionais oferecidos pela SCAA demonstram claramente sua forte inclinação para a difusão do conhecimento. Cursos, workshops e treinamentos em geral, além da criação de materiais didáticos, tornam a SCAA uma referência. Ação e Reação Com um grande conjunto de conceitos inovadores em seu bojo, que guindou o mercado de café para uma “nova onda”, a dos Cafés Especiais, rapidamente vários segmentos da cadeia acabaram por absorvê-los.


A primeira resposta brasileira foi a fundação da BSCA, que começou suas atividades congregando um pequeno grupo de grandes produtores que já possuíam cada qual sua exportadora, como as empresas Monte Alegre e Ipanema. Observe que no caso dos países produtores, o segmento da produção é o mais alinhado com as tendências e, por isso mesmo, mais ousado. Faz parte da sua natureza, uma vez que é o segmento que trabalha com visão de competidor global, pois os seus concorrentes são os produtores de outros países. É perfeitamente compreensível que muitos dos novos conceitos de mercado são absorvidos primeiramente pelo setor da produção, devido aos grupos de vanguarda que constantemente estão em viagens internacionais e recebem regularmente visitas de clientes de diversos países. Para se ter idéia sobre a caleidoscópica mudança que o mercado de café está passando, são dois elementos indicativos que cito em diferentes segmentos: 1. - Na produção, talvez a nota mais inusitada é a de que existe uma Associação de Produtores de Cafés Especiais da Austrália. Sim, da terra dos cangurus!

2. - Na ponta do consumo, há uma verdadeira febre de se fazer “harmonizações”, ou seja, combinações que funcionam bem, existindo no Estado do Oregon, USA, uma cervejaria que está produzindo uma cerveja com café. Detalhe, o café é brasileiro. E tudo isso é especial! Ser Specialty é... O conceito do que é especial é muito amplo e seu significado está relacionado com o segmento a que se aplica. A palavra specialty na língua inglesa pode significar “algo especial” ou “especialidade”. No caso específico do significado “especialidade”, sua conotação é de “superior, inusitado, de alta qualidade”. Assim, quando a Sra. Erna Knutsen cunhou a expressão que denomina a nova onda do mercado de café, foi com o intuito de mostrar essa ligação, principalmente porque sua empresa de importação é focada em cafés de alta qualidade e que têm uma origem definida. Foi a partir desse momento que se aflorou o conceito de Estate Coffee ou “café de fazenda conhecida”. Isto porque sua empresa importa cafés em

pequenos lotes, muitos deles frutos de um relacionamento construído ao longo dos anos, quando passam a conhecer os produtores, suas propriedades e lavouras. Finalmente, escolhem pessoalmente cada lote de café antes de sua compra. Foi este o conceito que os produtores de vanguarda dos diversos países começaram a trabalhar, criando, em seguida, suas entidades de representação. Assim, todos os países produtores possuem uma associação de cafés especiais, inclusive, como mencionei anteriomente, a Austrália. Em relação ao mercado brasileiro, é interessante observar como o conceito de “café especial” muda de segmento para segmento. Para o consumidor, até recentemente, café especial era uma bebida derivada de café, normalmente com coberturas, caldas e outros quesitos mais. Ou, um café aromatizado, com toques artificiais de vanila ou nozes. Este conceito foi introduzido pelas primeiras redes de cafeteria do Brasil, a do Café do Ponto e o Fran´s Café, ambas com base em São Paulo (SP), ainda na década de 80, o que por si só já era uma grande inovação.

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23 Revista Attalea® Agronegócios - Set 2008 -


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24 Revista Attalea® Agronegócios - Set 2008 -

Foi nesse mesmo momento que o consumidor também começou a ter a sua primeira percepção do que é “café especial”: o espresso simboliza essa transição, devido ao seu maior valor no serviço, quase 5 vezes o do cafezinho. Portanto, nesse primeiro momento, e ainda para boa parte dos brasileiros que não moram nas grandes capitais, o primeiro contato com o que seria um “café especial” é poder beber um espresso. Prosaicamente. É mais caro, é melhor. Este é um caso de posicionamento devido ao serviço e não ao produto em si. Identicamente, para boa parte da indústria do café, ainda em alguns lugares fora do circuito das capitais grandes brasileiras, o fato de introduzir em sua linha de produtos “grãos para espresso” denota que ele está entrando no segmento de cafés especiais. Essa percepção por parte da indústria de torrefação acontece porque há um conceito generalizado de que os grãos para o serviço de espresso precisam ser de peneiras maiores, como 17/18 ou 16/ 18. Isto também é um grande avanço, pois para os torrados e moídos, via de regra, são utilizados grãos de peneiras inferiores, quando não a fração denominada escolha. Observe que o posicionamento já se fez pelo produto, alterando-se dramaticamente a caracterização da matériaprima. No entanto, em determinados locais, mesmo vendo-se grãos de peneiras maiores no visor do moinho, pode-se ter a desagradável surpresa de ser servido de uma xícara com uma bebida ruim porque a qualidade sensorial da matéria-prima nem sempre é corretamente avaliada. FOTO: ABIC

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Neste ponto, em que há a interface entre a produção e a indústria, é que se torna fundamental uma metodologia de avaliação sensorial consistente e que facilite a comunicação entre as partes. Qualidade: Correlação entre os Métodos Pela Metodologia SCAA de Avaliação Sensorial, como visto na planilha apresentada anteriormente, são dez os atributos verificados: Fragrância/Aroma, Uniformidade (cada xícara representa estatisticamente 20% do lote avaliado), Ausência de Defeitos, Doçura, Sabor, Acidez, Corpo, Finalização, Harmonia e Conceito Final. É um Café Especial todo aquele que atingir no mínimo 80 (oitenta) pontos, identificados como pontos SCAA. Há uma correlação entre alguns antigos conceitos empregados pela COB – Classificação Oficial Brasileira e a Metodologia SCAA. Um café especial, sob a ótica da qualidade sensorial, deve corresponder a um café com Bebida Mole, que significa que é uma bebida adocicada, sem ocorrência de asperezas ou adstringência. Simples, não? Imediatamente abaixo da Bebida Mole, tem-se a Bebida Apenas Mole que é quando se admite de discreta a leve

aspereza na bebida, porém com predominância do sabor adocicado. Logo acima da Bebida Mole, apresenta-se a Bebida Estritamente Mole, que possui os atributos percebidos na Bebida Mole, só que de forma amplificada. Cafés excepcionais e de concurso situam-se nesta faixa. Dessa forma, fica assim a equivalência em pontos SCAA: • 85 pontos e acima: Bebida Estritamente Mole. • 80 a 84 pontos: Bebida Mole. • 75 a 79 pontos: Bebida Apenas Mole. • 71 a 75 pontos: Bebida Dura Limpa. Com uma classificação objetiva fica muito mais fácil e transparente a transação comercial, porque há uma clara identificação dos parâmetros envolvidos. A adoção de padrões é muito subjetiva e que pode ter grande flexibilidade, criando dificuldades na identificação de sua real qualidade. E para o Produtor: afinal, o que é Café Especial? Há uma seqüência de eventos muito interessantes demonstrando como esse conceito está se modificando rapidamente entre os produtores. Assim que as primeiras entidades representativas de produtores de café especial surgiram e iniciaram-se os trabalho de divulgação, a comunicação preponderante era a de que Estate Coffee era sinônimo de café especial. Isso fazia sentido no momento em que um trabalho pioneiro de entrosamento entre vendedores e compradores se fazia na fonte, ou mais precisamente, nas fazendas fornecedoras.


Com o advento do descascador de cerejas, que introduziu processo que nivelou por cima a produção de cafés de alta qualidade em todas as origens brasileiras, cujo produto resultante recebeu o carinhoso apelido de “CD” (Cereja Descascada), os produtores passaram a identificar o processo como um passo para produzir café especial. Ou seja, mais uma vez observa-se o posicionamento pelo processo. Obviamente, levou-se algum tempo para os produtores começarem a entender os pontos críticos de operação desses novos sistemas, que têm uma facilidade de ter fermentações indesejáveis muitas vezes em maior risco pela facilidade de contaminação do que quando o café é seco com casca. Atualmente, há uma outra percepção sobre café especial e esta está intimamente ligada à introdução dos processos de certificação de produção. Novas siglas ou sopa de letrinhas começaram a fazer parte do cotidiano do produtor, como Utz Kapeh, Rain Forest e EUREP GAP. Também, conceitos com nomes difíceis como Rastreabilidade, Cadeia de Custódia e Procedimento Padrão en-

traram no vocabulário dos produtores. E muitos passaram a entender que o fato de estar certificado quanto a um processo de produção significa produzir café especial. A certificação de processo de produção logo mais se tornará um item obrigatório, do qual alguns governos estaduais já tornaram pauta de trabalhos de suas empresas de extensão rural, como em Minas e no Espírito Santo. Portanto, não é o processo que o torna diferente, neste caso, uma vez que este se converterá em breve em prérequisito para comercialização. Em termos de certificação de processo, por ora, existem algumas que podem alçar o produtor à diferenciação, como a Rain Forest , que trata da conservação da vegetação nativa, e a Orgânica, que é de processo, porém com forte e evidente componente filosófico. Portanto, produzir um café especial não se consegue somente a partir de máquinas sofisticadas na propriedade ou pelo fato de ter esta ou aquela certificação. Caso emblemático em relação a isso é o vencedor do Concurso de Qualidade de Café de Minas Gerais, em

AgroP.

2006, que foi um meeiro de uma área de menos de 2 hectares de café. Originário da região de Araponga, Matas de Minas, era um lote de café de apenas dez sacas, produzido pelo processo natural, simples e despojado de qualquer tecnologia, mas com perícia suficiente por parte do produtor para obter grãos de bebida com um perfil sensorial simplesmente fantástico. Hoje os produtores estão compreendendo que, como pedras preciosas, são os pequenos lotes de áreas definidas que podem apresentar características sensoriais soberbas. Ao se fazer as ligas sempre os lotes com atributos inferiores, como adstringência ou uma fermentação indesejável, por exemplo, se sobrepõem aos lotes que possuem bebidas maravilhosas. É uma questão científica e absolutamente imutável. Na formação de preços, como comentado em artigo anterior, estes são os principais pilares: • Aplicação, • Qualidade e • Disponibilidade. Em qualquer tempo, a qualidade é componente decisivo na formação de

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preços e que pode tornar o café especial, ainda mais se houver o perfeito casamento entre o café com perfil sensorial desejado pelo cliente. Produto certo para o cliente certo tem muito valor. E o café sendo “especial” pela qua-lidade de sua bebida significa agregação de valor pelos atributos sensoriais. Há e sempre houve evidente correlação proporcional entre qualidade-preço, mesmo no mercado comoditizado. Caso a lavoura se localizar em local que possua algum diferencial no ambiente, como um micro-clima específico, ou uma varietal que tenha um excelente desempenho, estes elementos vão se somar ao conjunto Qualidade. São componentes extras e que podem promover efetiva diferenciação, como nos vinhos. Apenas para lembrar: originalmente a palavra café em árabe significa vinho. E como tal, hoje, seu mercado caminha para um refinamento como ocorreu com o do vinho há 25 anos atrás. FOTO: ABIC

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O Café e as Indicações Geográficas

Attalea

Vemos hoje uma clara preocupação em identificar as origens e suas características sensoriais, pois o café é influenciado diretamente pelas condições geográficas. A palavra Terroir que sabiamente os franceses entendem como “território com identidade própria”, já faz parte do linguajar dos consumidores e alguns produtores. É por isso que, nesta Segunda Onda do Café Especial há um forte enfoque nas Indicações Geográficas. O Cerrado Mineiro inaugurou este novo capítulo ao ter sua Indicação de

Procedência reconhecida pelo INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial, em 2005. Isto significa que é a ordem coletiva que ganha força através de suas entidades regionais. Esta nova tendência, que como nos vinhos está se estabelecendo definitivamente no café, fortalece o trabalho dessas entidades regionais, como o caso da SCAMG – Specialty Coffee Association of Minas Gerais, das Matas de Minas e junto à Serra do Caparaó, APROCAM – Associação dos Produtores de Café da Mantiqueira, que é a primeira micro-região demarcada de café do Brasil, e o CACCER – Conselho das Associações dos Cafeicultores do Cerrado, que é o pioneiro nesta ação. Porém, deve ser entendido como um elemento de agregação de valor coletivo, que pode beneficiar a todos os produtores das áreas circunscritas. Naturalmente, trata-se de um poderoso instrumento de marketing, tornando os cafés produzidos nas áreas com Indicação Geográfica “especiais” por acepção. Deve ser alertado, neste particular, que uma Indicação Geográfica não é obtida por todos os interessados. É muito mais uma questão de poder do que querer. Necessita de um com-

plexo rol de requisitos a serem satisfeitos, incluindo-se, por exemplo, a notoriedade do nome da região e seu produto. Para tanto, anos no mercado construindo conceito e imagem, despertando o reconhecimento dos atributos do produto e considerável investimento em marketing promocional se fazem obrigatórios. Sob a ótica do importador e distribuidor de café cru, isso nos países consumidores de café, o segmento Specialty Coffee se resume na palavra financiamento, pois como a esmagadora maioria das torrefações de cafés especiais são de pequeno a pequeníssimo porte têm uma capacidade de compra muito restrita, adquirindo poucas unidades de sacas de café de cada vez. Isto torna a estrutura de logística mais complexa e, portanto, mais cara. É esta a razão do porque que todas as grandes trading companies possuem um divisão de Cafés Especiais. Exatamente porque o controle tem de ser minucioso devido à pulverização de fornecimento de café cru e, naturalmente, o atendimento mais dirigido. Para a indústria de torrefação dos países consumidores oferecer cafés especiais é uma clara resposta à questão mercadológica, pois é o segmento que apresenta ainda crescimento dentro do mercado como um todo. No entanto, para a indústria de torrefação artesanal, o fato de desenvolver blends de riquíssimo sabor, muitas vezes oriundos de fazendas com as quais se estabeleceu um relacionamento direto, cria particular empatia com os consumidores, pois há uma magia que se cria. (Fonte: http://coffeetraveler.net)

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Setor define regras para o Pepro/Café 2008 O Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), que reúne integrantes do governo e do setor privado, chegou a um consenso sobre as regras que serão adotadas nos leilões de Pepro - Prêmio Equalizador Pago ao Produtor para a safra 2008/09. O mecanismo do governo apoiará a comercialização do café do maior produtor do mundo pelo segundo ano consecutivo, mas houve algumas alterações na fórmula do Pepro. As novas regras para os leilões receberam o aval dos exportadores, representados pelo Cecafé, que questionavam a forma como o mecanismo foi executado no ano passado. “Chegou-se a um consenso”, declarou o diretor- executivo do Cecafé, Guilherme Braga. O governo deverá destinar 300 milhões de reais para os leilões de Pepro, 100 milhões a mais do que na safra passada, considerando que a atual temporada é o ano de alta da colheita do arábica. Ao contrário do ano passado, quando foram realizados dois leilões, deverão ser feitas quatro operações, que

poderão apoiar a comercialização de 12 milhões de sacas de 60 kg. Esse volume representa mais de um quarto da safra 2008/09 oficialmente estimada em 45,5 milhões de sacas. Em 07/08, o governo apoiou com o Pepro a venda de 5 milhões de sacas de uma safra de 33,7 milhões de sacas. O preço referencial do Pepro será mantido em 300 reais por saca, mas o prêmio inicial disputado em leilão decrescente será de 25 reais, contra 40 reais nas operações do ano passado. Outra inovação do Pepro deste ano é a introdução de um prêmio variável, com base em cotações de mercado (índice Esalq). Pelas regras do Pepro do ano passado, o produtor só poderia receber o valor fixado no leilão se vendesse no mercado o produto por um valor superior à diferença entre preço referencial e o prêmio. Neste ano, também a pedido do Cecafé, se a cotação do café no mercado físico subir, a alta no valor será descontada do prêmio. “Digamos que

saia 20 reais no leilão, por hipótese. Enquanto não houver o escoamento, se o mercado tiver subido baseado no indicador Esalq, o prêmio pode sofrer redução. E fica um prazo máximo para o produtor escoar de 6 meses a partir do leilão, antes era um ano.” O produtor, assim, terá um prazo mais curto para escoar o seu café. O prêmio não varia se o preço de mercado cair, segundo o diretor do Cecafé. O primeiro leilão deve ser realizado no começo de outubro, uma vez que não haveria tempo suficiente para a realização da operação ainda em setembro. O último dos quatro leilões deverá ser realizado até 15 de dezembro, segundo nota do Ministério da Agricultura.“Para os produtores, o Pepro é fundamental porque garante um nível de preço que a gente considera o mínimo necessário para o cafeicultor brasileiro”, disse o secretário de Produção e Agroenergia, Manoel Bertone, de acordo com nota do ministério. Agência Estado (Agência Estado)

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Mancha Aureolada preocupa cafeicultura de altitude Cibele Aguiar

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A mancha aureolada, causada pela bactéria Pseudomonas syringae pv. garcae tem-se tornado uma preocupação em lavouras em formação ou podadas, especialmente as situadas em regiões cafeeiras mais frias, de altitude, em faces expostas a ventos. Pesquisadores do Instituto Biológico (IB) e do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), instituições participantes do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café), administrado pela Embrapa Café, alertam para a ocorrência da doença em importantes regiões produtoras e para as dificuldades em reconhecê-la. 1

- Embrapa Café. Email: cibele.aguiar @yahoo.com.br

De acordo com as pesquisadoras do IB, Flávia Patrício e Irene Gatti Almeida, no Estado de São Paulo, a doença tem sido constatada com relativa freqüência em amostras en-

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viadas ao Instituto. Nos últimos anos, amostras provenientes das regiões de Franca, Mococa, Serra Negra, Garça, assim como do sul do Estado, municípios de Piraju e Arandú, foram positivas com relação à presença da bactéria. Nessas três últimas regiões, a doença foi constatada em lavouras em formação, causando severos prejuízos. Amostras coletadas em lavouras no Sul de Minas e no Cerrado mineiro também apresentaram a doença com relativa freqüência e, em algumas situações, com gravidade. De acordo com o Engº Agrº Ricardo Lima Andrade, diretor da Cocapec - Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas de Franca (SP), o inverno mais seco evitou que a doença se proliferasse, mas a situação torna-se novamente preocupante com a chegada das chuvas nos meses de agosto e setembro, sobretudo em regiões de altitude acima de 1000 metros e em condições de temperaturas amenas. A condição verificada no campo é confirmada no laboratório. Flávia Patrício esclarece que a mancha aureolada é uma doença que ataca especialmente as lavouras em formação, sujeitas a ventos frios constantes, como as localizadas nas faces sul e sudeste e em regiões de elevada atitude. “É favorecida ainda por elevada umidade, mas no período mais seco do ano sobrevive nos ramos, sendo essa uma estratégia de sobrevivência da bactéria”, complementa. Como detectar

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Os sintomas são caracterizados por lesões foliares de coloração parda, que podem ser acompanhadas por um halo amarelado (que dá o nome à doença), mas a doença também incide sobre rosetas, frutos novos e ramos do cafeeiro. Quando a bactéria penetra na planta pode causar seca de ramos e desfolha. A mancha aureolada também incide sobre mudas em viveiros, causando lesões nas folhas e seca de hastes, ramos e até do ponteiro. A doença é


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mais importante em lavouras novas, com até três a quatro anos de idade. Sintomas causam confusão Como a doença pode causar seca de ramos e desfolha é, com relativa freqüência, confundida com mancha de phoma, causada por Phoma tarda, ou mesmo distúrbios nutricionais ou climáticos. Um sintoma característico da doença, especialmente no final do período das águas, é que os ramos secam e ficam inicialmente com as folhas murchas, que caem posteriormente. No caso da mancha de phoma, as folhas caem antes que ocorra a seca do ramo, ou na medida em que a seca de ramos ocorre. O inverso também pode acontecer, ou seja, lesões de cercosporiose, causada por Cercospora coffeicola ou até mesmo de mancha de phoma, especialmente as circundadas por halos amarelados, podem ser confundidas com lesões de mancha aureolada. Para dificultar ainda mais a identificação da bacteriose pelo cafeicultor, pesquisadores do IB e IAC muitas vezes têm verificado a ocorrência simultânea de mancha aureolada e mancha de phoma em uma mesma

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lavoura, justamente por serem doenças favorecidas por condições ambientais semelhantes. Medidas de controle È importante iniciar as medidas de controle ainda na fase de formação das mudas. Os viveiros devem ser instalados

em locais adequados e protegidos contra ventos frios. O sistema de irrigação dos viveiros deve ser monitorado, evitandose vazamentos nos aspersores. “Mudas com sintomas devem se isoladas das demais, para que a doença não se propague para as plântulas sadias. Caso a doença ocorra nos viveiros, as mudas podem ser protegidas com aplicações

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‘Doenças do cafeeiro’ foi tema de palestra da BASF em Pedregulho

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de fungicidas cúpricos ou de antibióticos, a cada 15 dias”, sugere a pesquisadora do IB. Para o consultor do CBP&D/Café, Roberto Antônio Tomaziello, as medidas culturais são fundamentais para o controle dessa bacteriose no campo. O controle deve ser principalmente preventivo, por meio da instalação de quebra-ventos, se possível, ainda durante a formação da lavoura. Entre as opções de quebra-ventos temporários sugere-se o milho, a crotalária, o feijão guandu e, entre as espécies permanentes, destacam-se as grevíleas e bananeiras. Quando o cafeicultor for instalar a lavoura em regiões de elevada altitude ou com incidência constante de ventos, é importante que faça com antecedência o planejamento do plantio de quebra-ventos temporários e permanentes. Se a doença estiver presente no campo, podem ser efetuadas pulverizações com cúpricos e antibióticos. Na busca por resistência Considerando a importância da mancha aureolada para a cultura do cafeeiro, o pesquisador do IAC, Marcos Rafael Petek está dando continuidade aos estudos iniciados no Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), com foco na seleção de progênies de Coffea arábica com resistência a essa doença. Estes estudos mostraram que a cultivar “IAPAR 59” tem resistência

suficiente para reduzir os danos causados pelo patótipo de Pseudomonas syringae pv. garcae presente no Paraná, em regiões de alta incidência do patógeno e que o material “IAPAR 96095”, derivado do cruzamento entre “Catuaí” x “Icatu”, embora tenha apresentado resistência simultânea à ferrugem alaranjada e à mancha aureolada, deverá ser testado em ensaios regionais, antes de dispo-nibilizado aos cafeicultores. De acordo com Petek, em estudos anteriores foram observados materiais com resistência à mancha aureolada em progênies derivadas do cruzamento entre “Caturra” e “Híbrido Timor” (fonte de resistência à ferrugem). A linha de estudo em andamento no IAC tem como objetivo selecionar genes que conferem resistência à bactéria, sobretudo em linhagens derivadas de germoplasmas “Icatu”, tolerantes à doença, e também a avaliação de outros cultivares comerciais de café, em experimentos realizados no IAC e em ensaios regionais. O projeto de pesquisa também inclui o estudo da variedade “Geisha”, originária da Etiópia, na qual foi identificada imunidade à bactéria causadora da mancha aureolada. Como esta cultivar apresenta bebida de excelente qualidade, será estudada como material alternativo ao plantio da cultivar “Bourbon” ou mesmo de outras cultivares suscetíveis, em locais em que a mancha aureolada pode ser limitante para a cafeicultura.

Buscando atender as necessidades de cafeicultores da região de Pedregulho (SP), foi realizada no último dia 8 de setembro uma palestra com a pesquisadora do Instituto Biológico, Drª Flávia Patrício. A pesquisadora abordou o tema Doenças que Afetam o Ciclo “Doenças Produtivo do Cafeeiro Cafeeiro”, intensificando orientações principalmente sobre a Cercosporiose, a Mancha Aureolada e a Mancha de Phoma, temas muito atuais e que tem preocupado tanto cafeicultores quanto profissionais que trabalham com a cultura. De acordo com a Drª Flávia Patrício, sintomas destas doenças tem sido comprovados constantemente por cafeicultores da Alta Mogiana. O evento foi organizado por Renato Pádua Duarte, responsável técnico de vendas da BASF, e pela equipe da Campagro de Franca (SP). Cerca de 35 cafeicultores da região estiveram presentes e após a palestra puderam tirar dúvidas diretamente com a pesquisadora.

José Alencar (gerente da revenda Campagro de Franca/SP), Renato Pádua Duarte (RTV BASF), Drª Flávia Patrício (pesquisdadora Instituto Biológico) e o Drº Pedro (pesquisador BASF).


Cresce o interesse por café robusta em São Paulo FOTO: Editora Attalea

Confirmando a tendência de crescimento da demanda por café robusta (Coffea canephora) em todo o mundo, um estudo feito por pesquisadores do Instituto de Economia Agrícola (IEA) e do Instituto Agronômico (IAC) concluiu que a agricultura paulista está prestes a criar um novo segmento: um aumento significativo do plantio da espécie está previsto para os próximos anos no interior do estado. O trabalho, publicado na edição de agosto da revista Informações Econômicas, mostra que esse aumento deverá ser estimulado pelo custo de produção mais baixo e pelo manejo agronômico mais simples do café robusta em relação ao café arábica (Coffea arabica). “Como o próprio nome diz, a planta do café robusta é mais vigorosa e produtiva, desde que adequadamente manejada do ponto de vista agronômico. Seu custo é inferior porque ela é tolerante a doenças fúngicas e a pragas às quais o arábica é extremamente sensível. A produtividade do robusta também é significativamente maior”, disse Celso Luis Vegro, pesquisador do IEA e um dos coordenadores do estudo. O trabalho é coordenado por Flávia Maria de Mello Bliska, do IAC. De acordo com o estudo, o custo para a safra 2005/2006 de produção do café robusta foi de R$ 114,79 por saca, enquanto o do café arábica foi de R$ 234,83 por saca. O Estado de São Paulo

é responsável pela industrialização (torra, moagem e solubilização) de aproximadamente 40% de todo o café produzido no território nacional. “Tradicionalmente em São Paulo se produz café arábica. Em uma média de duas safras, colhem-se no estado aproximadamente quatro milhões de sacas de café beneficiado, para um consumo que já se aproxima dos seis milhões de sacas. Por conta disso, o estado precisa comprar café de fora, principalmente de Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo e Rondônia”, explicou Vegro. O consumo brasileiro de café atinge hoje 17 milhões de sacas ao ano. Mas é justamente da demanda não atendida pela cafeicultura paulista, no entanto, que surge a possibilidade de sua diversificação com a cultura do café robusta, que tem ainda uma concentração de sólidos solúveis maior que o do arábica. “Enquanto no arábica o teor médio de cafeína é de 1,2%, no robusta essa

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concentração chega a 4%. Isso é apenas um exemplo entre as mais de 1,2 mil substâncias gustativas e aromáticas existentes em um grão de café”, disse o pesquisador. “No café robusta há um maior rendimento de sólidos solúveis por unidade de produto processado, o que torna o produto uma matéria-prima por excelência para a indústria. Não há dúvida de que o fortalecimento competitivo da indústria de solubilização no Brasil depende de uma oferta consistente de café robusta”, disse. Outro ponto importante é o fato de o porto de Santos embarcar cerca de 65% das exportações de café e o país ter uma carteira de pedidos de café robusta que não consegue ser atendida, devido à grande concorrência que existe por esse produto. “Ampliar a oferta paulista do produto dinamizaria tanto o mercado interno como o comércio exportador”, afirmou. -Vegro esclarece que, por ser um produto mais barato do que o arábica, a indústria tem usado a estratégia de adicionar um percentual crescente de café robusta no arábica, para manter a competitividade. A produção de café robusta no Brasil é da ordem de 11 milhões de sacas por ano, sendo que pelo menos 8 milhões delas são misturadas ao arábica para o suprimento interno. “Atualmente, as principais marcas de café comercializadas têm entre 40% e 60% de robusta na liga – e muitas vezes se trata de um café robusta mal preparado, o que acaba prejudicando o resultado final do produto”, apontou. O estudo mostra ainda que o plantio de café robusta pode ser indicado para áreas onde o cultivo de cana-de-açúcar tenha restrições ou que não reúnam condições adequadas para o café arábica. O pesquisador do IEA, órgão vinculado à Secretaria de Agricultura de São Paulo, ressaltou, no entanto, que a produção do café robusta ocorrerá de modo complementar à produção do café arábica no estado, uma vez que o arábica deverá continuar prevalecendo nos cinturões em que as condições de altitude e de temperatura são favoráveis a esse cultivo.

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