Edição 47 - Revista de Agronegócios - Junho/2010

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EDITORIAL

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arece que foi ontem. Mas já se vão 48 meses de trabalho exaustivo, mas prazeroso na divulgação de notícias e tecnologia sobre o agronegócio regional. Neste mês de junho a Revista Attalea Agronegócios comemora quatro anos de existência. Foram várias conquistas, novas parcerias comerciais e ainda muita energia para trilharmos juntos este ano que se inicia. Queremos agradecer às empresas parceiras pela participação em nossa revista, divulgando marcas e produtos. E também ao público leitor que, através de suas sugestões e críticas contribuiram para que façamos a melhor revista de informação agropecuária de toda a região. Nesta edição, temos a atividade leiteira como tema principal. Na matéria “A Importância da Alimentação no Pré-Parto gera até 1.500 litros de leite”, o criador percebe a importância dos cuidados nutricionais necessários à vaca no período de gestação. Já no preparo da silagem, mostramos a importância de uma silagem bem feita na matéria “A Importância do Dispositivo de Romper o Milho”. Na questão gerencial, o criador recebe orientações sobre o percentual de vacas necessários para manter os custos de produção. Na questão contabilidade rural, entrevista com o advogado Luiz Carlos Lanzoni Júnior orienta o agricultor

E-MAILS FERNANDO HERKER Cafeicultor. Franca (SP). “Trabalho no meio cafeicultor e estou me tornando este ano também cafeicultor. Tenho lido a revista todo mês e gosto muito. Gostaria de recebê-la em minha casa”. OSCAR KENJI TSUCHIDA FATEC. Guararema (SP). “Olá, gostei muito da revista publicada por vocês. Gostaria de recebê-la”.

sobre o resgate do valor pago para o FUNRURAL. Na cafeicultura, destaque para dois artigos. O Dr. Hélio Casale mostra o quanto de nutrientes são necessários para a produção de café e o quanto é retirado na colheita de grãos. Já Fernando Souza Barros Jr, diretor do SINCAL, mostra as discrepâncias de valores na Bolsa de Nova York com relação ao café brasileiro. Aguardado com ansiedade máxima por toda a classe agrícola nacional, a aprovação do Novo Código Florestal é abordado pelo deputado Aldo Rebelo, relator da nova lei. Em artigo de Sérgio Novita Esteves, pesquisador da Embrapa Sudeste, apresentamos os resultados obtidos com a raça Morada Nova na região de Franca (SP). Entre os eventos, destaque para os resultados da 41ª EXPOAGRO de Franca (SP). Boa leitura a todos...

A Revista Attalea Agronegócios, registrada no IPNI, é uma publicação mensal da Editora Attalea Revista de Agronegócios, com distribuição gratuita a produtores rurais, empresários e profissionais do setor de agronegócios, atingindo 85 municípios das regiões da Alta Mogiana, Triângulo e Sudoeste Mineiro

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4 Anos de Muita Informação P

EDITORA ATTALEA REVISTA DE AGRONEGÓCIOS LTDA. CNPJ nº 07.816.669/0001-03 Inscr. Municipal 44.024-8 www.revistadeagronegocios.com.br R. Profª Amália Pimentel, 2394, São José Tel. (16) 3025-2486 / (16) 3403-4992 CEP: 14.403-440 - FRANCA (SP) DIRETOR e EDITOR-CHEFE Engº Agrº Carlos Arantes Corrêa (16) 9126-4404 carlos@revistadeagronegocios.com.br cacoarantes@netsite.com.br DIRETORA COMERCIAL e PUBLICIDADE Adriana Dias Tel. (16) 3025-2486 / (16) 9967-2486 adriana@revistadeagronegocios.com.br adrianadias@netsite.com.br REDAÇÃO Tel. (16) 3025-2486 revista@revistadeagronegocios.com.br DIAGRAMAÇÃO e FOTOGRAFIA Equipe Editora Attalea

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JOSÉ HUMBERTO LOPES 3M BRASIL. Ribeirão Preto (SP). “Estive no estande da revista na Agrishow e gostei do trabalho de vocês. Trabalho com pesquisas e tenho projetos na área agrícola. Gostaria de assinar a revista”. JOÃO BATISTA DE OLIVEIRA PATRO-AGRO. Patrocínio (MG). “Gostei muito da revista. Gostaria de assinar a revista e, em especial, a edição de nº 40, de novembro de 2009”. LUCAS ANTONIO QUINTANILHA Empresários Máquinas Agrícolas. Varginha (MG). “Visitei a Agrishow e estive no estande da Revista Attalea Agronegócios. Gostaria de assinar a revista”. CARLOS BUENO Engº Agrônomo. Ituverava (SP). “Conheci a Revista Attalea Agronegócios através de um amigo. Gostaria de receber a revista em minha residência.”. ANDERSON RODRIGO DA SILVA Engº Agrônomo. Brodówski (SP). “Trabalho em duas empresas de defensivos agrícolas nas cidades de Altinópolis e Batatais, com vendas e assistência técnica, principalmente com a cultura do café. Gostaria de receber a revista.”

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MÁQUINAS

Cliente da Sami Máquinas recebe colhedeira de café Jacto na linha de montagem

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FOTO: Divulgação Sami Máquinas

o dia 07 de maio de 2010, a Jacto recebeu em sua matriz, na cidade de Pompéia (SP), o cliente José Lourenço Bolonha e sua esposa, dona Joana Bolonha, para fazer a entrega pessoal da chave da sua colhedeira de café K-3 Millenium 4x4, adquirida no revendedor exclusivo da região de Franca, Sami Máquinas Agrícolas Agrícolas. Para recebê-los, foi organizada uma visita às várias unidades fabris do grupo Jacto, em especial à linha de montagem das colhedeiras de café, onde ele recebeu, em solenidade preparada pela diretoria, a chave da máquina. Ali mesmo, teve a oportunidade de subir e testar o motor de sua mais nova aquisição. Por se tratar de um evento de grande importância, não apenas para o nosso cliente, mas principalmente para

toda a empresa, estavam presentes todos os funcionários envolvidos no processo de montagem da máquina, bem como os senhores o diretor presidente da empresa Máquinas Agrícolas Jacto, Martin Mundstock, o diretor comercial Robson Zofoli e o gerente regional de vendas, Armando Carlos Maran, além do diretor comercial da Sami Máquinas Agrícolas, Sami El Jurdi, e sua

esposa. Após a solenidade, o senhor José Bolonha e dona Joana tiveram ainda a oportunidade de conhecer a Fundação Shunji Nishimura, nacionamente conhecida pelos benefícios que traz à comunidade pela formação profissional de jovens, através das três escolas que congrega. Foi um grande prazer para toda a família Jacto receber nas dependências da fábrica mais um cafeicultor que acredita no país, tornando-se mais um parceiro no alcance dos ideais de nosso Fundador, Sr. Shunji Nishimura, que sempre acreditou, com muito entusiasmo, no estreito relacionamento com nossos AMIGOS. “Ninguém Cresce Sozinho” (Shunji Nishimura). A


EVENTOS

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ealizada pela Associação dos Produtores Rurais do Paiolzinho e com o apoio da Prefeitura de Franca (SP), através da Secretaria de Desenvolvimento, a 41ª edição da EXPOAGRO - Exposição Agropecuária de Franca foi um sucesso. Com mais de 1.200 animais em exposição, 8 raças em julgamentos oficializados pelas respectivas Associações Nacionais de Criadores, o evento superou todas as expectativas e colocou Franca no cenário brasileiro das maiores e melhores exposições de animais. O Parque de Exposições “Fernando Costa” foi pequeno para o número de animais e criadores participantes da edição deste ano. De acordo com Alexandre Ferreira, secretário municipal de Desenvolvimento, “o planejamento para a edição 2011 já foi iniciado, com a desejo de ampliação e reformas nos pavilhões e baias, necessários para melhor abrigar os animais, bem como recepcionar um número superior de animais do que temos atualmente”. No evento, merece destaque duas raças. Primeiro, com a raça Gir Leiteiro, pela participação dos melhores expoentes genéticos da raça no país e pela realização do 2º Torneio Leiteiro da raça no evento. Já a raça Girolando mereceu destaque pelo número de animais em julgamento (acima de 260), superando inclusive categorias e campeonatos de exposições nacionais, como Megaleite e Expozebu. Além disto, destaque para a vaca “Juma”, do criador João Roberto Boleli (Fazenda Gordura, em

FOTOS: Revista Attalea Agronegócios

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41ª EXPOAGRO supera expectativas e se torna uma das maiores feiras do país

Acima, a raça Gir Leiteiro foi o maior destaque da 41ª EXPOAGRO, segundo avaliação da ABCGIL. Já a raça Girolando o destaque ficou com a vaca “Juma”, campeã do 1º Torneio Leiteiro.

A PREMIX e a PEUGEOT foram as patrocinadoras de todas as exposições de animais, que contou pela primeira vez com uma Copa de Marcha de Muares e com a maior exposição de Girolando da história.

Rifaina/SP) e fornecedor exclusivo do Laticínios Jussara, que conquistou o 1º Torneio Leiteiro da raça com médias superiores a 70kg de leite/dia. Juma, inclusive, bateu o recorde de produção nacional no Torneio Leiteiro de Carmo do Rio Claro (MG), com média de 77,8 kg (o recorde anterior era de 76kg). Além das exposições de animais, julgamentos e torneios leiteiros, a 41ª EXPOAGRO realizou ainda o 3º Congresso Francano do Agronegócio Agronegócio, uma parceria com o Escritório Regional do SEBRAE de Franca. O congresso

abordou cinco temas específicos, com palestrantes de renome no cenário do agronegócio, contabilizando mais de 150 participantes. A EXPOAGRO 2010 contou com o patrocínio master do BANCO DO BRASIL e da PREMIX e com o apoio do SEBRAE, do SENAR, da PEUGEOT-Orleans (que apresentou a pick-up Hoggar, lançamento 2010 da montadora francesa no Brasil), do Shopping do Calçado de Franca, do Laticínios Jussara, da Lagoa da Serra, da LWS-Eurolatte e do Café La Santé. A


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LEITE

Thiago Fernandes Bernardes(1) Rafael Camargo do Amaral (2) Nesta sessão, que nos é dedicada mensalmente sobre o assunto conservação de forragens, muito já se foi discutido sobre a importância do tamanho de partícula da forragem na produção e utilização da silagem. Porém, recentemente tem havido grande interesse da classe produtora e do meio científico sobre a importância do rompimento dos grãos de milho no desempenho animal. A colhedora utilizada para captação das plantas no campo tem papel fundamental no processo de ensilagem, pois a sua função não é somente separar os seguimentos planta-solo, mas também o de promover a picagem da planta e o rompimento dos grãos num determinado tamanho que seja satisfatório para que haja fermenta(1) Engenheiro agrônomo, PhD, Professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém - PA. (2) - M.Sc., zootecnista e doutorando em Ciência Animal e Pastagens pela ESALQ/USP.

FOTO: Massey Ferguson - Nilson Konrad

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Silagem de milho: A importância do dispositivo para romper os grãos

ção de qualidade e posteriormente seja favorável ao consumo e desempenho animal. No Brasil, nós temos dois tipos básicos de máquinas para a colheita da planta de milho, as que são acopladas ao trator (colhem uma ou duas linhas) e as automotrizes (colhem de quatro a oito linhas), que vêm ganhando espaço no mercado nacional, por serem uti-

lizadas na terceirização de serviços. A regulagem “teórica” do tamanho de partícula da forragem nestes dois modelos de colhedoras pode variar de 0,8 a 3 cm. Porém, é importante ressaltar que em algumas fazendas o tamanho de partícula observado ultrapassa os 10 cm, devido a falta de manutenção (afiamento das facas e ajuste de facas e contra facas) nos equipamentos e

Rebanho produtor de leite ideal tem 55% das vacas prenhas

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m bom número de vacas em reprodução é a chave para uma boa quantidade na produção de leite. Isto porque a vaca tem o seu pico produtivo no período inicial da lactação, o que significa que quanto mais vezes a vaca parir maior será a quantidade de litros de leite produzidos por ela. Para chegar a um equilíbrio satisfatório dentro do rebanho, o ideal é que os produtores tenham 55% de vacas prenhas dentro o total de animais. O impacto da reprodução é direto porque vaca precisa reproduzir para depois começar a produzir, então se não houver a prenhez a produção de leite fica inexistente. A eficiência reprodutiva está ligada diretamente à quantidade de leite produzido. A prenhez afeta a produtividade de

leite porque a vaca tem o seu pico de produção no período inicial da lactação, então quanto mais vezes essa vaca parir na sua vida mais tempo ela vai passar no seu pico de produção. O ideal é ter entre 50% e 55% da população de vacas adultas prenhas — ensina o médico veterinário Hélio Vaz Rezende, gerente do departamento técnico de leite da ABS Pecplan. Hélio Rezende foi um dos palestrantes da Ma Shou Tao Pecuária 2010, realizado entre os dias 9 e 10 de 2010 junho, na Fazenda Boa Fé, município de Conquista (MG). No evento, Hélio falou sobre este balanço entre o número de vacas do rebanho e a porcentagem que deve estar prenha, explicando como é possível aproveitar ao máximo as oportunidades oferecidas pela vaca. Segundo ele, geralmente uma vaca tem

de 4 a 5 parições durante a sua vida, mas esse número pode variar de acordo com a raça e saúde do animal. A cada 21 dias uma vaca que não está prenha oferece uma oportunidade da gente produzir uma prenhez nela. A cada 21 dias temos que saber o quanto estamos aproveitando dessas oportunidades que as vacas estão nos oferecendo. Emprenhar uma vaca é simples, são dois aspectos básicos. O primeiro é inseminar essa vaca e o segundo é essa vaca conceber. Com algumas técnicas hormonais e medicamentosas a gente consegue alterar esse ciclo de 21 dias pra conseguir fazer essa vaca retornar mais rapidamente ao cio pra que possamos inseminar esse animal que não está prenha e atingir uma maior produção de leite — explica. A


LEITE

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FOTO: EMBRAPA Gado de Leite

também é muito comum a observação de grãos inteiros nas fezes de animais alimentados com silagem de milho, sendo que parte deste problema pode estar ligado ao estágio de maturação dos grãos, mas o tipo de colhedora e o cuidado que é dedicado a ela são os grandes responsáveis por este tipo de perda. As automotrizes, além de possuírem dispositivo para romper os grãos também apresentam um sistema de regulagem (grão mais ou menos quebrado), contudo, nas colhedoras nacionais de menor porte este dispositivo nem sempre está presente. Trabalhos americanos (Bal et al., 2000; Kuehn et al. 1997) mostraram que não houve efeito do tamanho de partícula entre 0,95 e 1,9 cm sobre a produção de leite. Esses estudos também indicaram que o tempo de ingestão, mastigação e ruminação não foi afetado pela diferença do tamanho de partícula quando a silagem de milho foi inserida como parte da dieta total. Contudo, é extremamente importante recordarmos que o tamanho de partícula influencia na compactação da silagem. Tamanhos superiores a 1,5 cm podem resultar em silagem com baixa densidade, sobretudo nas camadas periféricas do silo e quando a forragem apresenta concentração de matéria seca superior aos 35%. Em relação a ação do dispositivo para romper os grãos, os efeitos sobre a ingestão e produção de leite foram bastante evidentes. Bal et al. (2000) observaram efeito positivo sobre o consumo (25,9 vs. 25,3 kg de MS/dia) e sobre a produção das vacas (46,0 vs. 44,8 kg/ dia) quando estas foram alimentadas com silagem de milho (linha do leite a 50%) que apresentavam ou não os grãos quebrados. O efeito do rompimento dos grãos parece ser devido ao aumento na digestibilidade do amido que passou de 95,1 para 99,3% nas silagens com grãos quebrados. Johnson et al. (1999), confrontando diversos estudos sobre a presença de grãos quebrados, mostraram que o aumento na produção pode variar de 0,2 a 2,0 kg de leite/vaca/dia. Portanto, a aplicação de tratamentos à forragem no momento da ensilagem tem como objetivo melhorar as características do processo de conservação, visando não só diminuir as perdas, mas também obter um produto de valor nutritivo elevado que permita maior consumo e conseqüente desempenho animal favorável. A colhedora de forragem que está sendo utilizada e a manutenção que é direcionada a ela será essencial para o desempenho do rebanho. Lembre-se, que durante a ensilagem de milho, a maioria dos grãos deverá sofrer pelo menos uma fragmentação, decorrente da ação mecânica do equipamento e, que o ajuste de máquinas dentro da propriedade não custa dinheiro, apenas um pouco de tempo e paciência (FONTE: FONTE: MilkPoint) MilkPoint A

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O criador não pode esquecer que a silagem continua sendo uma das melhores opções em custobenefício na alimentação de vacas leiteiras


LEITE

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s vacas no período periparto são o segundo grupo mais importante das fazendas leiteiras, só perdem para as vacas em lactação. Muitos produtores não sabem, mas durante este período que vai do 1 mês antes até o mês após o parto as necessidades nutricionais da vaca são muito grandes e a alimentação que elas recebem neste período pode determinar a quantidade de leite que elas vão produzir durante toda a lactação. Uma vaca bem cuidada e que recebe dieta especial durante o periparto pode produzir até 1.500 litros de leite a mais do que uma vaca que tenha se alimentado normalmente. O problema é que a maioria das vacas de alta produção leiteira tem hipocalcemia subclínica no periparto o que faz com que ela produza menos leite durante a lactação. Para evitar que as vacas não sofram com a hipocalcemia, os produtores precisam dar o melhor alimento e acrescentar sais amiônicos na dieta delas. O período periparto hoje é o principal desafio para as propriedades leiteiras de alta produção. É quando a vaca está extremamente sensível, ela não consegue comer o que precisa, está imunologicamente debilitada e os avanços tecnológicos consistem na melhora da nutrição destes animais com estratégias de nutrição antes e após o parto. Antes do parto o principal avanço que nós temos disponível hoje são as dietas amiônicas, que são dietas para serem utilizadas somente um mês antes do parto. O objetivo dessa dieta é evitar a hipocalcemia subclínica. Praticamente toda vaca de alta produção tem esse problema no período periparto — explica Rodrigo de Souza Costa, gerente técnico da Tortuga e um dos palestrantes da Ma Shou Tao Pecuária 2010, que aconteceu no município de Conquista, em Minas Gerais, nos dias 9 e 10 de junho. A hipocalcemia subclínica faz com que a vaca consuma menos alimentos, com isso ela vai mobilizar FOTO: Revista Attalea Agronegócios

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Boa alimentação no pré-parto gera ganho de 1.500 litros de leite

mais gordura, provocar uma disfunção metabólica, diminuir o seu peso e com isso, produzir menos leite na fase de pico, que é a mais importante. Cada litro produzido durante a fase de pico significa que ela vai ter cerca de 200 a 250 litros durante toda a lactação. O que a dieta a base de sais amiônicos faz é impedir a hipocalcemia e garantir 5 litros de leite a mais durante a fase de pico, ou seja, até 1.500 litros durante a lactação. Além de reduzir a produção, a hipocalcemia também atrapalha a reprodução. Uma vaca com este problema fica muito debilitada, não come o que precisa e acaba perdendo muito peso. Dessa forma, ela demora mais tempo para voltar ao cio e para entrar em um cio fértil, com prenhez. Mesmo se a gente der o melhor alimento para ela, a gente não vai conseguir atingir as necessidades nutricionais dessa vaca, então ela vai acabar perdendo peso. Então, nós temos que dar para ela os melhores ingredientes e associado a isso, a gente coloca uma suplementação mineral específica para essa fase que são os sais amiônicos. Mas estes sais sozinhos não fazem milagre, precisam estar associados a uma dieta bem balanceada e como essa vaca está muito suscetível imunologicamente ela precisa estar em uma situação de conforto. Ela tem que ficar em um piquete sombreado, com espaço para que ela possa andar, com espaço para que ela não precise disputar alimento com outras vacas. Além dos sais amiônicos o produtor precisa prover

a essa vaca todo o conforto que é adequado nesse momento — alerta Rodrigo. O que os sais amiônicos fazem é mobilizar cálcio dos ossos nesta fase, eles garantem cálcio para a vaca nesta época complicada para o metabolismo do animal. O que ela estaria perdendo de cálcio pelo esforço que está fazendo e pelo que está sendo sugado pelo feto dentro da vaca é compensado pelos sais amiônicos, evitando a hipocalcemia subclínica. Além disso, essa dieta diferenciada vai promover uma melhor recuperação no pós-parto. A vaca vai comer melhor, não vai ter retenção de placenta que poderia levar a uma infecção e prejudicar a produção de leite. Por isso, os especialistas modernos chamam a atenção dos produtores e dizem que estas vacas precisam dos melhores cuidados que o produtor puder oferecer, por estarem em um período muito crítico e frágil que pode comprometer toda a produção. Uma coisa muito interessante nesse sentido é que nós temos que tratar a vaca no pré-parto como se ela tivesse em lactação. Muitos produtores colocam ela no pior lote, dão pra ela o pior alimento que está na fazenda e ela é uma vaca extremamente exigente porque ela está com um feto em crescimento exponencial praticamente levando todos os nutrientes que essa vaca ingere e por ter um animal comprimindo o intestino dela, ela não dá conta de comer o que precisa e chega ao que a gente chama de balança energética negativa. O grupo de animais mais importante da fazenda são os animais em lactação porque é o grupo responsável por toda a receita da propriedade. Em seguida, a gente pode colocar que o grupo pré-parto é o mais importante. O que eu vou falar para os produtores na minha palestra é 'cuidem bem das suas vacas no pré-parto porque elas vão retribuir muito bem durante a lactação' — ressalta. (FONTE: Portal Dia de Campo) A


CONTABILIDADE RURAL

Os caminhos jurídicos que o produtor deve fazer para reaver o Funrural

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que o produtor rural deve fazer para reaver os valores pagos ao Funrural? Muitos questionamentos ainda existem, mesmo encerrado o prazo para ajuizar ação solicitando restituição de tudo o que foi recolhido nos últimos 10 anos, que foi dia 09 de junho. A partir de agora, somente poderá ser solicitada devolução do que foi pago nos últimos cinco anos. Enumeramos, abaixo, uma série de orientações sobre o assunto, contando com a colaboração do advogado e especialista no assunto, Luiz Carlos Lanzoni Júnior, de Campo Grande (MS). 1) O que é aconselhável como prioridade: dar entrada com uma ação para a suspensão do pagamento do Funrural ou solicitar a restituição dos valores já pagos? Lanzoni - Existe a possibilidade de se requerer, em um mesmo processo, tanto a desobrigação do pagamento do FUNRURAL quanto à restituição dos valores pagos a título da contribuição social. Diferentemente, também há a possibilidade de se ajuizar uma ação para cada pedido, ou seja, uma para pleitear a suspensão do pagamento e outra para postular a indenização dos valores recolhidos aos cofres públicos. Contudo, se fosse necessário escolher entre uma ou outra ação a ajuizar, a prioridade recairia sobre o pedido de restituição dos valores, uma vez que o prazo prescricional decenal está prestes a se exaurir, o que não invalida a importância do pedido de suspensão dos pagamentos. 2) Como o produtor pode agilizar sua ação de restituição do Funrural? Quais os documentos ele deve separar? Lanzoni - O produtor deve procurar imediatamente um advogado especializado para suprimir suas dúvidas e ajuizar a ação pertinente. Os documentos imprescindíveis, além de procuração e documentos pessoais, são todas as notas fiscais com relação às quais se pretende reclamar a devolução dos valores. Nelas deverá estar especificado o valor pago a título de Funrural. 3) Caso o produtor não tenha

documentos que comprovem todos os seus recolhimentos, o que ele deve fazer? Lanzoni - Caso existam documentos onde o valor do recolhimento do imposto não esteja destacado, devese procurar o adquirente para que ele possa detalhar documentalmente ou mesmo informar se houve ou não o recolhimento da contribuição. Sem prova documental não há como ajuizar ação solicitando a restituição do tributo. 4) Para dar entrada com ação de restituição do Funrural, o produtor pode tomar esta iniciativa sozinho ou deve ter uma orientação jurídica? Lanzoni - Sem dúvidas, deve estar acompanhado de um advogado que entenda do assunto, não só porque o produtor não possui capacidade postulatória, ou seja, não pode ajuizar ação autonomamente (salvo em alguns casos excepcionais), mas também porque a matéria é bastante técnica e suplica o conhecimento de um profissional atento e atualizado. 5) Em caso de alguma divergência no cálculo, a ação para restituição fica emperrada? Lanzoni - Não. Os valores devidos ao produtor são calculados adotandose como parâmetro o montante efeti-

vamente recolhido ao Fisco (descontado do produtor pelo adquirente no momento da comercialização), devidamente atualizado pela SELIC. Ou seja, refere-se a 2,1% (e não a totalidade, de 2,3%) da cifra comercializada, com a atualização legal. Importante esclarecer que o Poder Judiciário não está adstrito ao reconhecimento dos valores apontados pelo autor na ação. Caso haja impugnação do Estado e/ou indícios de que o cálculo foi elaborado em desalinho com os parâmetros legais, o juiz determinará a liquidação dos valores, seja por cálculos particulares, seja por perícia. Contudo, uma base bastante confiável é atualizar os valores efetivamente recolhidos pela SELIC, cujo resultado será, senão idêntico, bem aproximado do montante devido. Por isso a necessidade da atuação de um profissional gabaritado. 6) Qual a melhor solução: uma ação individual ou coletiva? Lanzoni -Ao que parece, via de regra, a melhor solução é o ajuizamento de ações autônomas, principalmente se entre vários possíveis autores houver deficiência de documentos, como, por exemplo, se um possuir todas as notas fiscais com especificação das cifras recolhidas e outro não. Porém, mesmo não sendo a melhor alternativa, em tese nada impede

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CONTABILIDADE RURAL

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7) Quais são as chances de uma ação de restituição sair vitoriosa? Lanzoni - As chances são enormes, para não dizer que são certas. O STF já reconheceu a inconstitucionalidade da cobrança do Funrural, o que equivale a dizer que certamente este deverá ser o entendimento adotado país afora. Com isso, após a declaração de inconstitucionalidade, a restituição é mera conseqüência, até com o objetivo de evitar o enriquecimento ilícito do Fisco. 8) Caso a ação de restituição saia vitoriosa, a obrigatoriedade de recolhimento do Funrural é imediatamente suspensa? Lanzoni - Como já dito, a op-

ção adequada, por ser mais prática e abrangente, é o ajuizamento de ação judicial que contemple os dois pedidos: de restituição e de desobrigação do recolhimento. Contudo, considerando uma ação em que o produtor pretende apenas a repetição do indébito tributário, a procedência do pedido não implica em suspensão do recolhimento do Funrural, de modo que continuará sendo descontado o valor correspondente de 2,3% do total da comercialização de seus produtos. 9) O que o produtor pode perder se der entrada com a ação de pedido de restituição após o dia 09 de junho? Lanzoni - Até o dia 09 de julho pode-se cobrar a restituição dos valores pagos durante os últimos dez anos. Após esta data, apenas o período pretérito de cinco anos poderá ser objeto de ação judicial, o que significa que o produtor perderá o direito de receber

os valores pagos de cinco anos de recolhimento. 10) Há alguma possibilidade do produtor vislumbrar o valor que ele pode receber caso sua ação de restituição seja vitoriosa? Se existe, como calcular? Lanzoni - O mais seguro é procurar a orientação de um advogado da área, porque o profissional possui maiores elementos técnicos para calcular os valores devidos de acordo com as balizas legais. Caso o produtor queira mensurar superficialmente o montante a que tem direito de receber do Fisco, poderá somar os valores efetivamente descontados quando da comercialização dos seus produtos (descontado do produtor pelo adquirente no momento da venda) e atualizá-los pela taxa básica de juros, a SELIC, a partir das respectivas datas da emissão das notas fiscais. (FONTE: FONTE: Só Notícias). Notícias A

20º Encontro de Engenheiros Agrônomos será dia 23 de outubro

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Comissão Organizadora do 20º Encontro de Engenheiros Agrônomos da Região de Franca intensificou este mês as ações de organização para o evento 2010, que acontecerá este ano no dia 23 de outubro, sábado, mais uma vez no Salão do Agabê, em parceria com o Buffet Companhia da Folia. O evento acontece desde 1983, graças ao idealismo de vários agrônomos ilustres e ao apoio financeiro de empresas do setor do agronegócio, que trabalham e reconhecem o papel do agrônomo na sociedade francana e região. Segundo Carlos Arantes Corrêa, diretor da Revista Attalea Agronegócios e membro da Comissão Organizadora, várias empresas já confirmaram a partici-

FOTO: Revista Attalea Agronegócios

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o ajuizamento de uma só ação para reclamar a restituição dos tributos recolhidos por mais de um produtor rural.

Os engº agrônomos Saulo Faleiros (Cocapec), Iran Francisconi (homenageado 2009) e sua esposa Maria do Carmo, Ednéia Vieira Brentini (Credicocapec) e o esposo Antônio José de Almeida (Bunge-Serrana).

pação neste ano. “O Encontro de Engenheiros Agrônomos da Região de Franca é mais que um evento de confraternização entre os profissionais e empresas patrocinadoras. É um evento de reencontro, de lembranças, de apre-

sentações e, por que não falar, também de trabalho”, afirmou. Todos os anos, várias empresas do setor contribuem para a realização do evento. “Mesmo assim, gostaríamos de convidar outras empresas que ainda não foram contactadas para ser parceria do Eng. Agrônomo. Além de mostrar o nome da empresa a todos os leitores da revista, bem como no dia do jantar, a empresa ainda poderá participar de outras peças publicitárias, como outdoors espalhados pela cidade. Para isto, basta entrar em contato com a Revista Attalea Agronegócios ((revista@rerevista@revistadeagronegocios.com.br)) que é vistadeagronegocios.com.br patrocinadora master do evento há 5 anos. A empresa receberá uma visita e serão apresentadas as cotas de patrocínio”, finalizou. A


CAFEICULTURA

ARTIGO 13

“Café: quanto entra e quanto sai”

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Hélio Casale - Engenheiro Agrônomo

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FOTO: Revista Attalea Agronegócios

m ilustre professor da ESALQ - Escola de Agronomia de Piracicaba (SP), José de Mello Moraes, o Dr. Melinho como era mais conhecido, dizia a seus alunos mais dedicados: “café foi, é e sempre será uma das mais importantes culturas para o Brasil”. Dados oficiais sobre a participação do café nas exportações do agronegócio brasileiro revelam que, em apenas 12 anos, houve um decréscimo de 54% e nos últimos 4 anos, de 4,4%, conforme se pode ver na Tabela 11. A contribuição do cultivo do café para o País não fica apenas na sua participação nas pautas de exportação. Quantas pessoas empregadas para o cultivo, a colheita, no transporte, na armazenagem, na industrialização, na comercialização, nos bares, restaurantes e cafeterias, até chegar às mãos dos consumidores finais. É, inegavelmente, uma cultura grande distribuidora de renda. Outro lado positivo para a cultura do cafeeiro é que seus frutos podem ser guardados por muitos e muitos anos, com pequena perda na qualidade. O cafeeiro foi introduzido no Brasil pelo Pará e de lá foi seguindo em busca das terras ricas da Mata Atlânti(1) - Engenheiro Agrônomo pela ESALQ desde 1961

ca, andando de Estado por Estado, passando por Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, e nos últimos anos está amoitado nas Minas Gerais, sempre em busca de terras boas em fertilidade ou em topografia. Nesse trajeto, deixou um rastro de destruição e riqueza. A mata original foi suprimida e em seu lugar foram criadas áreas para o plantio de cereais,

pastagens, estradas de ferro, rodovias, casas para os colonos, escolas, cidades, portos, escolas, oficinas de marceneiro, ferreiro, eletricista, sem falar nos pedreiros de mão cheia que foram importados. Os imigrantes que vieram para cultivá-lo trouxeram uma cultura de amor ao trabalho, à educação, organização para o trabalho que não conhecíamos. Não há como apagar o rastro do café neste nosso País. Ainda somos os maiores produtores mundiais, com a média móvel de produção no período de 1998 a 2009, 12 anos se aproximando das 40 milhões de sacas como se pode ver na Tabela 22. Cafeeiro para produzir é cultivado a céu aberto e está ao sabor de cerca de 52 fatores de produção ligados à área física, química e biológica e não deixa por menos, precisa de solo fundo, fofo, fresco e fértil. Se lhe forem oferecidas essas características mínimas, se deixa cultivar nas mais remotas

Tabela 1 ANOS PART (%)

1998 12

1999 11,9

2000 8,6

2001 5,9

2002 2003 5,5 5,0

2004 5,2

2005 6,6

2006 6,8

2007 6,6

2008 6,6

FONTE: MAPA

Tabela 2 Período Média Móvel

98-01 30,9

99-02 34,5

FONTE: CONAB, ABIC, OIC, CEPEA/Esalq e BM&F

00-03 34,9

01-04 35,4

02-05 38,1

03-06 35,1

04-07 39,4

05-09 41,0

2009 6,5


CAFEICULTURA

14

Nutrientes

JUN 2010

nitrogênio - N fósforo - P fósforo - P2O5 potássio - K potássio - K2O cálcio - Ca cálcio - CaO magnésio - Mg magnésio - MgO enxofre - S boro - B cobre - Cu ferro - Fe manganês - Mn molibdênio - Mo zinco - Zn

quant. em quant. em gramas ton. contida contida nas 18,5 M em 1 saco sacas de 60kg consumidas no mercado interno em 2009 1026 60 137,4 918 1101,6 162 226,8 90 149,4 72 0,96 0,90 3,60 1,20 0,003 0,72

quant. em quant. toneladas equivacontida lente em nas 27,8 M produto sacas ex- que ficou portadas no mercano ano de do interno 2009 no ano de 2009

quant. equivalente em produto que foi exportado durante 2009

produtos

18.981 1.110 2.542 16.983 20.049 2.997 4.195 1.665 2.763 1.332 17,76 16,65 66,60

28.523 1.668 3.819 25.520 30.624 4.503 6.305 2.502 4.153 2.001 26,68 25,02 100,08

42.180

51.300

uréia

14.122

17.175

supersimples

33.415

41.310

cloreto potássio

16.780

20.412

calcário 25%CaO

23.025 9.514 104 128 350

28.012 11.571 127 156 426

22,20 0,055 13,32

33,36 0,083 20,02

85 0,141 63,4

calcário 12%MgO gesso ácido bórico 17% sulf. cobre 13% sulf. ferroso 19% 104 sulf. manganês 26% 0,172 molibdato sódio 39% sulf. zinco 22% 77

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq // 1 - Valores médios em R$/cx de 27,0kg, mercado interno, colhido.

áreas deste imenso País. Depois de colhido e seco, é levado ao benefício para tirar a casca que envolve os grãos. No final, praticamente metade é grão e metade é casca. Os grãos vão para o mercado interno ou para exportação, de onde entram as divisas. Nos grãos e na casca também são levados os nutrientes que o cafeeiro retirou do solo para crescer, se manter, desenvolver, reproduzir, produzir. O Prof. Malavolta, que Deus o tenha, analisou amostras de café Catuaí, Mundo Novo e Bourbon, mostrando o conteúdo de nutrientes na casca e nos grãos. Esses números permitem que se conheça o quanto de nutrientes está contido nas 18,5 milhões de sacas absorvidas pelo mercado interno e nas 27,8 milhões de sacas que foram exportadas em 2009.

Os números são em quilos de nutriente por toneladas de grãos verdes consumidos no mercado interno e na quantidade exportada. Com base nesses números é fácil estimarmos a quantidade de nutrientes contida na quantidade consumida no mercado interno e na exportada. Daí, quantificar em produto comercial foi o próximo passo. Indo em frente nesse exercício, pode-se multiplicar a quantidade de produtos pelos respectivos valores no comércio, quando se chega a valores de arrepiar – R$ 205.889 milhões de reais ou U$ 120.218 milhões de dólares. A exportação de 2009 deu 3,9 bilhões de dólares em divisas das quais devemos subtrair US$104.077 milhões referentes ao quanto de nutrientes foram exportados. Esses nutrientes serão ingeridos por consumidores de outros países, transformando-se em mais saúde para os bebedores contu-

mazes do cafezinho, mais fertilidade nas hortas onde for aplicada a borra ou, certamente, enriquecendo os lixões ricos que ficarão mais ricos ainda. Fertilidade transferida. A riqueza em nutrientes que ficou no País também servirá para dar mais saúde aos que bebem café regularmente. O pó residual bem que poderia ser desviados pelas donas de casa, donos de bares, restaurantes e cafeterias, para ser aplicado (como adubo, rico em potássio) em parques, jardins, canteiros espalhados pelas chácaras, sítios e fazendas. Certamente, pela quantidade de cafeína disponível no resíduo contribuiria para reduzir substancialmente os focos do mosquito da Dengue, por não tolerá-la, além de nutrir as plantas de mais folhas, de flores, frutas e árvores de sombra. É só enxergar esse lado bom para se dizer: que café abençoado! A


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CAFEICULTURA

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Especialistas de MG fazem mapeamento de nematóide na cafeicultura Atentos ao risco de disseminação do nematóide formador de galhas Meloidogyne paranaensis em lavouras cafeeiras do Estado de Minas Gerais, nematologistas e representantes de importantes instituições de pesquisa, ensino e extensão do Estado se reuniram, no final de maio, na sede do Polo de Excelência do Café (PEC/Café), no setor de Cafeicultura da Universidade Federal de Lavras (UFLA), para delineamento de ações de pesquisa em levantamento e distribuição de espécies de nematóides mais nocivas ao cafeeiro. O encontro ressaltou a importância de se iniciar um programa de cooperação técnica envolvendo instituições e profissionais de diferentes áreas para o levantamento dos focos de infestação visando subsidiar medidas de prevenção e controle da praga em todas as regiões produtoras do Estado. A proposta será encaminhada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais (SECTES), por meio do PEC/Café, sob a coordenação da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG). Na avaliação da pesquisadora da EPAMIG e coordenadora da proposta, Sônia Salgado, o levantamento conjunto e a busca por soluções são necessidades urgentes. O projeto deverá incluir o levantamento de todas as regiões cafeeiras para averiguar a extensão e distribuição dos focos, com o mapeamento de áreas de risco de disseminação, sobretudo da espécie M. paranaensis, por meio dos

sistemas de informações geográficas (SIG’s). O projeto também deverá englobar estratégias de conscientização dos produtores. “As informações deverão ser repassadas aos cafeicultores buscando nivelar os conhecimentos sobre a doença e os prejuízos advindos com o avanço da infestação”, destaca a pesquisadora. Atenção - A identificação da presença de nematóides no campo é dificultada pelo seu tamanho microscópio associado ao parasitismo interno nas raízes das plantas. O produtor deve ficar atento à presença de reboleiras de plantas com sintomas de deficiência mineral e desfolha, mesmo em condições adequadas de adubação, pois podem ser resultado do ataque de nematóides nas raízes. Em caso de suspeita, deve ser realizada amostragem periódica de solo e de raízes para exame em laboratório especializado. Devem ser coletadas amostras de raízes e solo na projeção da saia do cafeeiro. A amostra deve ser colocada em saco plástico, mantida à sombra e encaminhada o mais rápido possível para análise. Em Minas, esta análise pode ser feita no laboratório do Instituto Mineiro Agropecuário (IMA) e nos laboratórios das Universidades Federais de Lavras, Viçosa e Uberlândia (UFLA, UFV e UFU). A

Aprovado zoneamento agrícola em 8 estados

A

s condições mais favoráveis fa orá eis ao plantio d de café, safra 2010, estão expressas nos zoneamentos agrícolas de risco climático publicados no Diário Oficial da União. As Portarias nº 129 a 136 incluem Distrito Federal, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rondônia e São Paulo. O volume e chuvas e a temperatura são os fatores climáticos que mais impactam no desenvolvimento da planta. O intervalo entre 19ºC e 21ºC são os ideais para a cultura, mas o cafeeiro tolera temperaturas de 18ºC a 23ºC. A planta também necessita de umidade adequada durante os períodos de vegetação e frutificação. A falta de chuva pode causar ressecamento dos ramos, morte das raízes e deficiência de nutrientes no cafeeiro. Os melhores períodos para o plantio do café no caso de Goiás, Distrito Federal e Rondônia vai de 1º de outubro a 31 de dezembro. De 11 de setembro a 20 de novembro, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. De 11 de setembro a 31 de maio, no Paraná. De 1º de outubro a 31 de janeiro, em São Paulo. E de 1º de novembro a 31 de dezembro, no Espírito Santo. (FONTE: FONTE: Monitor Mercantil) Mercantil A


CAFEICULTURA

ARTIGO

“Não somos brasileiros insensatos” Fernando Souza Barros Jr. - Diretor do SINCAL

P

rezados Companheiros, é natural que alguns Brasileiros impatriotas sejam contra a transparência na venda de nossos cafés para o Mercado Externo. Quando alertamos que a cotação do café (Contrato “C”) de N.York não está refletindo a realidade não entendemos por que determinadas pessoas ainda insistem neste assunto. Mas para enriquecer o raciocínio vamos mais uma vez mostrar a forma como ela se dá! O nosso café natural é vendido antecipadamente por um diferencial que no ano passado, para a safra 2010/11 chegou até U$ 0,28 abaixo da cotação de NY senão mais! Para os leigos meus senhores, o derivativo (Contrato Futuro) é a cotação de uma mercadoria para um vencimento futuro que deriva da cotação a vista, ou seja, no presente. Ocorre que infelizmente este contrato “C” de NY não é de nosso café e sim de café colombiano lavado, que tem que ser consumido em um curto espaço de tempo se não perde as qualidades iniciais nele contidas, e por incrível que pareça os certificados (cafés classificados lá) estão sendo renovados sem deságio.

Na Cooxupé, Sincal tem aprovação de Planejamento Estratégico No final de maio, o SINCAL realizou reunião no auditório da Cooxupé em Guaxupé (MG) para apresentar o Planejamento Estratégico da Cafeicultura Brasileira às Cooperativas, representantes do Governo e produção. O Presidente do SINCAL, Sr. Lenilton Soares, fez a abertura da reunião, que contou com a presença de: Carlos Alberto Paulino da Costa (Pres. Cooxupé); Gilson Ximenes (Pres. CNC e representante das Cooperativas); Jerônimo Giacchetta (Representando Breno Mesquita [CNA e FAEMG]); Dimas Jacob (Representando a ASSUL); Armando Matielli (Pres. Executivo do SINCAL); João Abraão Filho (Assessor do Ministro Wagner Rossi); Fernando Camargo S. Barros Jr. (Diretor do SINCAL ); Antonio José Ernesto Coelho (Engº Agrônomo do MAPA); e Francisco Sergio Lange (Pres. Sindicato Rural de Divinolândia/SP, representando a FAESP). Armando Matielli apresentou o Planejamento Estratégico do SINCAL, sendo que várias colocações e sugestões foram feiras, ficando acordado que serão feitas algumas alterações. A

Ora meus amigos, vender nossos melhores cafés a preços inferiores só para ir atrás da cotação de NY não me parece uma atitude inteligente, pois a Colômbia está vendendo muito acima cerca de U$95 por saca!! Para ajudar a deteriorar mais a transparência usamos o PIS E COFINS (9,25%) que as Cooperativas não recolhem e repassam para os exportadores que recuperam este dinheiro em suas torrefações ou engavetam para receber do governo, criando esqueleto hoje de mais de 1 bilhão de reais. Um autêntico dumping, subsidiado pelo governo e de grande prejuízo para o contribuinte e para o produtor de café. Queremos sim dizer não a obscuridade e queremos a transparência em nossas vendas, levando o nosso contrato de café para ser negociado na CME (Chicago Mercantile Exchange) e aqui, onde ele não dependerá de concorrente para ter sua cotação (o que hoje é uma piada). Quando você tiver um ágio ou deságio sobre esta cotação será sobre o seu padrão. Finalmente com isto você poderá fazer o Marketing do café brasileiro e se desvincular de que o bom é o colombiano, pois o ótimo será o Café Natural Brasileiro. A

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CAFEICULTURA

JUN 2010

Fernando Jardine (1)

das desses nutrientes pelo cafeeiro são muito elevadas (Matieprática da adubação foliar é bem lo, Garcia e Almeida, 2008). difundida entre os produtores e a Casos como em plantas busca por produtos cada vez mais jovens, em plantios tardios, confiáveis e de boa aplicabilidade, ou em lavouras adultas em tornam esta modalidade de aplicação mais condições adversas, onde não promissora quanto aos resultados esperados. é efetiva a absorção radicular, Porém, o alinhamento de produto, pesquisa o suprimento de NPK via foliar acadêmica e recomendação técnica através de pode ser admitido. profissionais especializados são de fundamenSegundo os mesmos autal importância para a difusão da nutrição fotores, para os micronutrientes, liar. segundo a pesquisa, 2 a 4 apliSem uma boa orientação técnica podecações/ano, torna-se a adubase errar por excesso ou inanição de algum ção foliar viável economicanutriente, tendo como consequência quedas mente, pois as exigências do de produtividades e eventuais prejuízos. As cafeeiro são pequenas. Deste análises de solo e folhas, assim como a diagnose modo a aplicação foliar deve visual, são extremamente importantes quando ser encarada como uma prática da recomendação de adubações, sejam elas via Fernando Jardine (engº agrônomo Nutriplant) e auxiliar, complementando a Mateus F. Carreras (técnico administrativo). solo ou via foliar. Outra informação imporadubação via solo, só devendo tante quando do uso de adubos foliares é ater-se a compatibilidade ser empregada em condições específicas, como o com outros produtos e o pH da calda de pulverização. suprimento temporário em cafeeiros. A adubação É um erro usar adubações foliares NPK em substituição à foliar em associação com defensivos, torna-se mais adubação NPK via solo, pois é ineficiente, pois as quantidades exigi- econômica, obviamente respeitando as compatibilidades de misturas de cada produto. É comum o uso de formulações multi-nutrientes para aplicação foliar e destes com defensivos. Certos radicais químicos, como sulfatos e fosfatos podem prejudicar a compatibilidade destes produtos, pois certos compostos influem, uns sobre os outros, no processo de adubação foliar, o chamado efeito antagônico, onde um elemento inibe a absorção de outro. Como têm-se o contrário, o efeito sinérgico, onde a presença de um elemento favorece a absorção de outro. Atenta a estes fatores, a Nutriplant, empresa pioneira em micronutrientes, disponibiliza aos cafeicultores o seu fertilizante foliar FLASH, contendo macro (Mg e S) e micronutrientes (B, Zn, Fe, Mn e Mo). Para o cobre, as pulverizações normais com fungicidas cúpricos, usados contra ferrugem, controlam também eventuais carências desse micronutriente. No mercado, há formulações com altos teores de cobre, as chamadas caldas, que além de corrigir a deficiência deste nutriente, tem ainda, ação protetora fungicida/bactericida, auxiliando na proteção dos cafeeiros. Dentro dessa demanda de mercado a Nutriplant, apresenta o Original Café, que além de cobre, possui K e outros micronutrientes. O uso de fosfitos à base de cobre tem contribuído pela melhora fitossanitária da cultura do café. (FONTE: “Adubação Racional na Lavoura Cafeeira” [Matiello, Garcia e Almeida, 2008]). A

A

FOTO: Divulgação Nutriplant

20

Adubação foliar na lavoura cafeeira

(1) - Engenheiro Agrônomo, supervisor de Vendas da Nutriplant Ind. e Com. S/A. Tel. (19) 9842-6762. www.nutriplant.com.br


CAFEICULTURA

Associação de MG busca Indicação Geográfica

C

erca d de 160 pessoas, entre produtores, técnicos, lideranças e pesquisadores dos municípios de Campestre (MG), Machado (MG) e Poço Fundo (MG) participaram, no final do mês de maio, do Seminário sobre Indicação Geográfica (IG). O evento foi realizado pela Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna/ SP) no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas (IFSULDEMINAS), campus de Machado (MG). A segunda parte da programação foi dedicada para a criação de uma Associação dos Produtores de Café, com a formação de uma diretoria provisória, sob a presidência de Maria Selma Magalhães Paiva. A Assembléia constituída reconheceu que a integração dos produtores dos três municípios era requisito fundamental para a formulação do pedido de IG. O seminário foi motivo para exposição e ampliação do debate acerca dos desafios e oportunidades que envolvem o processo de reconhecimento de IG. Neste sentido, o pesquisador

Miguel Ângelo da Silveira enfatizou a existência nestes municípios de um território onde se manifesta uma identidade própria, fruto de uma construção social dinâmica e coletiva. “Por meio desta constatação, aliada aos estudos de geoprocessamento que identificaram similaridades ambientais, com notoriedade do café produzido e pelo histórico de sua tradição e saber fazer, é que foi detectado o potencial para o reconhecimento de Indicação de Procedência (IP) do café produzido neste território”, destaca. Detentor da única IP já concedida para o café brasileiro, o Café do Cerrado Mineiro (produção em torno de cinco milhões de sacas) é um caso de sucesso que exemplifica os benefícios que o reconhecimento pode gerar para o desenvolvimento da região. De maneira clara e transparente, o superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, José Augusto Rizental, apresentou a experiência de diferenciação do café e os benefícios que os cafeicultores já estão colhendo, como um preço superior em média de 30 a 50 reais por saca comercializada.

Em média a região comercializa 250 mil sacas de café com indicação de procedência. A mensagem deixada por ele foi otimista: “Não somos concorrentes. Não há Café do Cerrado, do Sul de Minas ou da Bahia. Nós somos todos brasileiros e devemos mostrar ao mundo nossas diversas regiões e características. Devemos nos unir para desenvolver um marketing conjunto, tendo a IG como garantia de que temos excelentes cafés puros de origem”, ressaltou ele. Rizental destacou também a vantagem do café do Sul de Minas já ter uma imagem de produtora de cafés de qualidade aliada ao predomínio do sistema familiar de produção, característica valorizada pelo comércio internacional. Os procedimentos de registro e o passo-a-passo para o encaminhamento do processo foram apresentados pela analista de IG do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), Lucia Regina Rangel de Moraes Valente FONTE: Embrapa Meio Fernandes. (FONTE: Ambiente, e CaféPoint CaféPoint). A

21 JUN 2010


MEIO AMBIENTE

22

ARTIGO “A Agricultura e o Código Florestal”

JUN 2010

Aldo Rebelo - Jornalista e Deputado Federal/SP

F

ormada por milhares de normas e decretos que modificam e mutilam o Código Florestal Brasileiro, a legislação ambiental e florestal tornou-se um pesadelo para milhões de agricultores. A barafunda de dispositivos afeta desde os assentados pela reforma agrária até os grandes empreendimentos da agricultura e da pecuária, vitais para o abastecimento da população, para as exportações e para a indústria. Nem o assentado nem o grande produtor agrícola conseguem cumprir as determinações do Código Florestal, uma boa lei que virou um labirinto normativo. Como exemplos absurdos, quase toda a produção de banana do Vale do Ribeira (SP) viola as leis ambientais vigentes, assim como todo o gado do Pantanal, que come apenas capim nativo e não provocou desmatamento, está classificado como agressor do bioma. Há, portanto, algo muito errado com a lei. A agricultura brasileira está numa encruzilhada: é competitiva internacionalmente, mas vive à mercê de normas e decretos que não se enquadram na realidade nacional, embora

expedidos sob o manto do Código Florestal. A maioria desses dispositivos não tem razoabilidade alguma, mesmo considerando que o Brasil precisa ter atividades agropecuárias ambientalmente sustentáveis. O pequeno agricultor é o mais vulnerável à legislação. A agricultura familiar cumpre função social relevante ? fixação do homem no campo e provimento local de alimentos de subsistência, entre outros aspectos ?, mesmo sem ser economicamente significativa. Principalmente no Nordeste, é semicapitalista ou pré-capitalista e não usa tecnologia intensiva. Mas tem outros valores fundamentais: quem vive ali fez uma clara opção existencial e espiritual, que surgiu ainda nas origens deste país, há 510 anos. Não tem sentido expulsá-lo de sua terra. Por sua vez, o grande produtor agrícola usa intensivamente o capital, a tecnologia e a infraestrutura viária e portuária. Tornou-se responsável pelo êxito do Brasil na oferta mundial de alimentos, fazendo os preços internacionais se tornarem menos proibitivos, até para os países mais pobres. Mas é acossado pelos falsos ecologistas. A pergunta é: a quem interessa agravar essa agricultura altamente competitiva, por meio da contenção a qualquer custo da fronteira agrícola? Os fatos respondem muito bem a essa questão. Com pouco mais de 30 mil habitantes, a cidade de Colíder, em Mato Grosso, é capaz de atrair 500 ONGs, muitas delas financiadas por produtores estrangeiros de grãos, concorrentes dos brasileiros, para obstruir a rodovia CuiabáSantarém. Simplesmente para impedir o transporte de grãos. A articulação ambientalista, em muitos casos, é só a face lamentável de práticas comerciais pouco recomendáveis, a serviço de interesses externos. A Comissão Especial de Reforma do Código Florestal Brasileiro, da qual sou relator, deteve-se demoradamente no exame dessas questões. Em mais de 60 audiências públicas, foram ouvidas quase 400 pessoas. Alguns depoimentos foram mesmo comoventes. Mas não foi isso que guiou os membros da comissão. Percebemos que o emaranhado normativo que envolve o velho Código Florestal inviabiliza atividades vitais para o Brasil: alimentação da população, controle dos preços internos de alimentos, geração de milhões de empregos e criação de renda de cerca de R$ 850 bilhões, considerando o PIB agrícola e das demais áreas interligadas. A agricultura é basilar para os setores secundário (indústria) e terciário (comércio) e deve ser vista como uma das prioridades nacionais. E apresenta como saudável característica a rapidez com que reage a preços e a mercados. Ajudou o País a sentir menos os efeitos da crise internacional e deu celeridade à saída da turbulência financeira, ainda que também tenha sido afetada


MEIO AMBIENTE

FOTO: Divulgação

com a depressão dos preços. Mas está aí, de novo liderando nossas exportações de mercadorias não industrializadas ou semi-industrializadas. Ao me debruçar na análise dos 11 projetos que tratam das modificações do Código Florestal, ponderei todas essas questões. É vital manter a competitividade da agricultura nacional sem ofender os pressupostos da sustentabilidade ambiental. O meio ambiente precisa ser protegido, mas sem o exagero e sem as paranóias que desfiguraram essa boa lei. O código editado durante o governo militar foi concebido por pessoas de elevada capacidade jurídica e intelectual, entre as quais o desembargador Osny Duarte Pereira. Ele era um estudioso das questões nacionais e relatou minuciosamente as preocupações com as florestas desde o tempo do Brasil colônia até o que havia de con-

temporâneo nas leis florestais de vários países. Malgrado o arsenal crítico contra as origens dessa legislação, o código está apoiado na melhor tradição jurídica nacional, inclusive do patriarca da Independência, José Bonifácio de Andrada, que criou o conceito de reserva legal - um sexto das propriedades destinado à preservação de florestas. A lei oferecerá aos Estados, respeitada a norma geral, a possibilidade de acomodar a reserva legal no âmbito da propriedade, nas bacias hidrográfi-

cas e nos biomas, mantendo a essência da proteção ao meio ambiente sem o desnecessário sacrifício de áreas aptas para a agricultura e o pastoreio. O recurso à reserva legal coletiva combinará a dupla proteção: a do meio ambiente e a do esforço pelo desenvolvimento e pela produção. Em todos os casos será possível enfrentar a ilegalidade de boa parte da atividade agrícola e da pecuária em razão das restrições impostas, com um mínimo de criatividade, que permita aos Estados, dentro das exigências atuais, preservar os porcentuais mínimos de cada bioma, adaptando-se às condições locais, ao modelo de ocupação do território e à estrutura da propriedade da terra. O objetivo central do novo Código Florestal é deixar o agricultor trabalhar em paz e em harmonia com o meio ambiente. O Brasil precisa muito disso. (FONTE: Portal do Agronegócio) A

23 JUN 2010


EVENTOS

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e 20 a 22 de maio último aconteceu a 8ª Roda de Agronegócios na cidade de Piumhi (MG) (MG). Realizado desde 2003, no Parque de Exposições “Tonico Gabriel”, pelo Sindicato Rural de Piumhi (MG), a Roda de Agronegócios se tornou mais do que um evento comercial. Já faz parte da cultura da região do Oeste de Minas Gerais. As maiores negociações giram em torno do café, grão e pecuária, tanto de corte quanto leite, produtos fortes na economia da região. De acordo com Rafael Alves Tomé (o Juninho Tomé), presidente do sindicato rural, “o principal objetivo da Roda de Agronegócios é o de fortalecer a agricultura regional, gerando oportunidades de compra e venda de produtos e o de relacionamento entre produtor e fornecedor”. Neste ano, da Roda de Agronegócios disponibilizou R$ 40 milhões para investimentos e custeio através dos parceiros financeiros: Banco do Brasil, Santander, Bradesco e Sicoob. Contou ainda com várias atividades importantes, como a 14ª Etapa do Circuito Mineiro de Cafeicultura, inúmeras rodadas de negócios e, em seu fechamento, do 9º Leilão de Gado Leiteiro, realizado no Tatersal “Nhô Carvalho”. A

Flávio Garbin (presidente da COOPIUMHI), Armando Matielli (presidente SINCAL) e Fernando Souza Barros Jr. (diretor SINCAL)

São José da Bela Vista (SP) premia os vencedores do 21º Torneio Leiteiro FOTOS: Revista Attalea Agronegócios

FOTOS: Revista Attalea Agronegócios

24 JUN 2010

Piumhi (MG) festeja o sucesso da 8ª Roda de Agronegócios

O prefeito Zé Dito premia o criador José Laércio Cavalheiro, ao lado de Carlos Roberto Lemes Costa (retireiro) e Aparecida de Fátima Cavalheiro (esposa do criador)

E

m noite de festa, a Comissão Organizadora do 21º Torneio Leiteiro de São José da Bela Vista (SP) “José Mauro da Silva Panício” premiou os seis vencedores nas categorias novilha e vaca. Participaram do torneio 25 criadores, num total de 25 vacas e 12 novilhas. Contando com os patrocínios da Prefeitura Municipal, da Lagoa da Serra, Agroserv, JA Medicamentos, CATI, Conselho de Desenvolvimento Rural e outras empresas, o Torneio Leiteiro de São José da Bela Vista vem se firmando como um dos principais da Alta Mogiana. Mais uma vez, o criador José Laércio Cavalheiro (Fazenda São José) conquistou o prêmio máximo na categoria vaca. Com uma média de 70,0 kg de leite/dia, a vaca “Gaivota” superou com folga suas oponentes. Nesta categoria, destacamos ainda os criadores Antônio Faciroli Caramori (2º colocado) e Oripes Gomes Prior (3º lugar). Já na categoria Novilha, Lair Bianco (Sítio Santa Tereza) faturou o primeiro lugar com a novilha “Marina”, com média diária de 30,5 kg. Destaque para Selma Caires Ribeiro (2ª colocada) e Antonio Faciroli Caramori (3º colocado). A

Lair Bianco (ao centro) conquistou o 1º Lugar na categoria Novilha.


EVENTOS

Produtores de peixes do Sul e Sudoeste Mineiro aumentam poder de venda

O

Sul e Sudoeste de Minas são considerados grandes regiões produtoras de peixes, principalmente nas cidades próximas ao Lago de Furnas. O SENAR MINAS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) tem atendido regularmente um público de criadores e piscicultores com cursos gratuitos de “Abate, Filetamento e Processamento da Tilápia”, melhorando seu poder de venda devido à maior variedade de produtos. Conforme Cyro Daniel de Campos, tecnólogo de alimentos e instrutor do curso, o SENAR já capacitou mais de 100 produtores e criadores de peixes desde o início deste ano, em municípios como Guapé (MG), Cássia (MG), Delfinópolis (MG), São José da Barra (MG) e Alpinópolis (MG). Os cursos são realizados pelos Sindicatos dos Produtores Rurais dos municípios, cooperativas ou associações. “A maioria já cria peixes e são donos de restaurantes ou pousadas na região”, disse. O gerente regional do escritório do SENAR em Passos (MG), Rodrigo de Castro Diniz, informou que a procura pelo treinamento vem crescendo nos últimos meses. “O criador faz o abate sem técnicas, o que

7º SIMCORTE reafirma sua importância para a pecuária nacional O 7º SIMCORTE - Simpósio de Produção de Gado de Corte e o 3º Simpósio Internacional de Produção de Gado de Corte aconteceu de 3 a 5 de junho, no campus da Universidade Federal de Viçosa (MG) e, mais uma vez, promoveu o encontro das diversas áreas da bovinocultura de corte nacional e internacional, tratando de assuntos como produção, melhoria da qualidade, desenvolvimento sustentável e legislação. A programação contou com 19 palestras, sendo cinco delas ministradas por especialistas estrangeiros. O evento recebeu participantes de Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Bahia, Pernambuco e Minas Gerais, além de representantes da Bolívia, Chile e Estados Unidos. Entre os participantes, haviam estudantes de Zootecnia, Medicina Veterinária e Agronomia, professores e produtores rurais. A importância do evento, reafirmada nesta edição, está no debate de temas atuais da pecuária de corte e na aproximação de estudantes, profissionais e empresas que atuam no setor, contribuindo para o seu desenvolvimento. A oitava edição do SIMCORTE acontecerá em 2012. A

FOTO: Divulgação SENAR-MG

Keuly Vianney - Especial para Revista Attalea Agronegócios

causa prejuízo. O curso vem contribuir para que ocorra um trabalho de qualidade com maior aproveitamento e higiene, até que se tenha frigorífico para se abater os animais dentro das normas sanitárias específicas”, afirmou. No início deste mês de junho, quem participou do curso foram 11 produtores de Delfinópolis (MG), com realização da Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Serviços do município. O instrutor Cyro contou que dentre os temas do treinamento estão a higiene na manipulação dos peixes, forma correta de abate, técnicas de filetagem, aproveitamento da carne da carcaça para fabricação de subprodutos como linguiças, nuggets e steaks. “A maioria dos produtores não têm técnicas de filetamento e vende o peixe inteiro, causando prejuízo final. Com o curso, eles chegam a tirar 10% a mais de carne que seria descartada. Isso aumentou o poder de venda do produtor que apresenta mais tipos de produtos e abrange maior mercado”, considerou Cyro. “São produtos 100% sem espinhos. É o que consumidor gosta por ser prático e embalado”, disse o tecnólogo. “É um curso considerado muito proveitoso e que atende às necessidades dos produtores de peixe”, completou. Informações - SENAR em Passos: (35) 3521-6695 / 35216695 e Cyro Daniel de Campos – (37) 9909-0600 / 9909-0600 A

25 JUN 2010


OVINOCULTURA

Sergio Novita Esteves¹ Sergio Berteli Garcia² Rui Machado¹ Manoel Jacinto¹

A

Raça Morada Nova é uma das principais raças nativas de ovinos deslanados do Nordeste do Brasil. Explorados para produção de carne e pele, os ovinos Morada Nova apresentam boa adaptação às condições climáticas adversas, como as de semi-árido, existentes no nordeste do Brasil. Além disso, a raça apresenta elevada prolificidade (nº de cordeiros por parto), pequeno porte à idade adulta e boa habilidade materna, constituindo-se em importante material genético para os sistemas de produção de carne ovina em todo o Brasil. O rebanho ovino na região Sudeste do Brasil cresceu cerca de 75% no período de 1995 a 2006, entretanto os rebanhos de ovinos da raça Morada Nova vêm reduzindo em número e em tamanho a cada ano, pois os criadores têm optado pela criação de outras raças de maior porte, inclusive conduzindo o cruzamento indiscriminado com animais de raças exóticas. Esse cenário põe em risco a existência e a preservação da raça Morada Nova. Cientes do risco de desaparecimento ou de descaracterização da raça, pesquisadores da Embrapa e de outras instituições de ensino e pesquisa articularam uma rede de ações em torno da raça ovina Morada Nova, que culminou com a implantação do projeto “Características Características e Bases para o Melhoramento Genético de Ovinos da Raça Morada Nova Nova”. Esse projeto conta com a participação da Embrapa Pecuária Sudeste, localizada em São Carlos (SP) e da Embrapa Caprinos e Ovinos localizada em Sobral/CE. Em 2009 o projeto foi 1 - Pesquisadores da Embrapa Pecuária Sudeste Cx.P.339, CEP: 13560-970 São Carlos – SP. 2 - Zootecnista, consultor do IBS, Franca – SP, sergiozootec@yahoo.com.br

FOTOS: Revista Attalea Agronegócios

26 JUN 2010

Participação do Grupo de Produtores de Ovinos da Raça Morada Nova da região de Franca (SP) em projeto da Embrapa

Fernando Farhat (Cajuru/SP), tradicional criador da raça Santa Inês, que se rendeu à raça Morada Nova.

iniciado com o auxílio do zootecnista Márcio Armando Gomes de Oliveira, Diretor Técnico da ASPACO (Associação Paulista dos Criadores de Ovinos) e do zootecnista Sérgio Berteli Garcia (consultor do IBS), da região de Franca (SP), que fizeram a aproximação entre os pesquisadores da Embrapa e os produtores de ovinos da raça Morada Nova da região, facilidando a sua interação.

Élbio Rodrigues Alves (Restinga/SP) conquista campeonato durante a EXPOAGRO de Franca das mãos de Sérgio Berteli Garcia.

O projeto está sendo conduzido com a participação dos produtores Élbio Rodrigues Alves Filho (Fazenda Monte Belo), Emílio Augusto Monteiro (Fazenda São Carlos), José Francisco Jacinto (Fazenda Santa Virgínia) e Roberto Franco (Fazenda Santa Luzia), bem como com os produtores recém ingressos: Sebastião Carlos de Figueiredo (Fazenda São Miguel) e Umberto Franklim de Figueiredo (Fazenda Alvorada). O projeto tem como objetivo promover ações de pesquisa e desenvolvimento de forma a melhor caracterizar a raça Morada Nova e seus produtos e fundar as bases para um amplo programa de conservação e melhoramento genético, dando valor de uso à raça e minimizando os riscos de desaparecimento e/ou descaracterização. Como a maior parte dos trabalhos será conduzida nos rebanhos comerciais, em cooperação com os produtores, foi realizado inicialmente um questionário para a caracterização do produtor e do rabanho e em seguida a implantação de rotina de escrituração zootécnica dos rebanhos, que é uma prática simples e de grande importância. A escrituração está relacionada à identificação dos animais através de brincos, colares, juntamente com anotações individuais de controle do rebanho de maneira a descrever todas as informações sobre a vida produtiva e sanitária da criação, como por exemplo: data de nascimento, pais, sexo, pesagem, cios, parto, alimentação, enfermidades, descarte, morte etc. Esses dados serão inseridos no Programa de Melhoramento Genético de Caprinos e Ovinos de Corte (GENECOC), da Embrapa Caprinos e Ovinos, e juntamente com os testes de desempenho (Provas de Ganho de Peso), que serão realizadas a partir do mês de julho/2010, os rebanhos poderão ser avaliados e identificados os reprodutores jovens, que serão então posteriormente avaliados.


FOTO: Revista Attalea Agronegócios

OVINOCULTURA

27 JUN 2010

Olivardo Facó (pesquisador EMBRAPA-Caprinos), Gustavo Rodrigues Alves (engº agrônomo), Élbio Rodrigues Alves Filho (engº agrônomo e criador), Emílio Augusto Monteiro e seu filho (criador), Márcio Beretta (criador), Sérgio Bertelli (zootecnista e consultor IBS), Sérgio Novita (pesquisador Embrapa-Sudeste), Márcio Armando Oliveira (ASPACO), Fernando Ubiali Jacintho (criador), Milton Eugênio Jorge Monteiro (criador) e Roberto Franco (criador).

A organização dos criadores da raça em torno das ações de melhoramento genético participativo e a divulgação dos resultados das pesquisas de caracterização zootécnica, genética e de produtos agregará valor à raça, promovendo maior interesse dos produtores em utilizá-la, minimizando os riscos de perda deste importante recurso genético para a produção de carne ovina no Brasil. No próximo artigo estaremos descrevendo o programa da Prova de Ganho de Peso que será executado com os ovinos dos produtores parceiros da Embrapa neste projeto de Conservação e Melhoramento Genético de Ovinos da Raça Morada Nova. Origem da raça Morada Nova - Os primeiros relatos sobre a caracterização da raça foram apresentados pelo zootecnista Otávio Domingues em 1941 em nota intitulada “Carneiro Carneiro Deslanado de Morada Nova Nova” como nesse trecho: “Viajando em 1937, em missão oficial do Departamento Nacional de Produção Animal/Ministério da Agricultura, verifiquei a ocorrência de um tipo étnico interessante, entre os ovinos nativos do Nordeste, e que se caracteriza pela ausência de lã, de modo que os animais, ao contrário dos de sua espécie, apresentam a pele coberta de pêlo cabrum – grosseiro e curto. Assim são criados para a produção de pele (exportada largamente) e para carne, in loco consumida”. Seguindo em sua descrição,

Otávio Domingues caracteriza os “Carneiros Deslanados de Morada Nova” como animais com peso médio de 30 kg, destacando que tal observação se dera na época seca, com 65-78 cm de perímetro torácico, altura de 60-65 cm e coloração predominantemente vermelha lisa, podendo ocorrer ainda a branca e a pintada, sendo as fêmeas mochas e os machos com ou sem chifres. Destacou ainda que, antes dele, os carneiros deslanados do Nordeste já haviam sido mencionados por H. Andrade e N. Athanassof em 1927, porém, sem maiores detalhes. Além do município de Morada Nova, Domingues (1941) também constatou a ocorrência de ovinos deslanados em vários pontos do Ceará, nos municípios de Quixadá, Quixeramobim, Sobral e Tauá e, no Piauí, no município de Castelo e Campos. Diante da “descoberta”, Domingues em 1950 passou a se questionar quanto à origem daquele tipo de ovino desprovido de lã. Nestes questionamentos, o zootecnista listou algumas possibilidades: Introdução de carneiros de fora, já deslanados? Mutação? Recombinação de fatores genéticos? Ou conseqüência de uma das mais felizes adaptações ao meio? O autor tinha conhecimento de ovinos deslanados na África. Todavia, a descrição que o mesmo tinha dos ovinos africanos indicava que estes teriam um perfil cefálico convexo e orelhas grandes, pendentes e caídas. A partir desta descrição, Domingues de-

sacreditou na origem africana dos ovinos deslanados de Morada Nova. Isto porque os Morada Nova têm perfil cefálico sub-convexo e orelhas pequenas. Assim, em 1954 o zootecnista Otávio Domingues relatou que a raça Morada Nova descenderia diretamente dos carneiros Bordaleiros de Portugal, trazidos para o Brasil na época da colonização e que, desde então, teriam passado por um processo de seleção natural que resultara na ausência de lã. Já Mason em 1979, acreditava que estes animais teriam vindo da África, provavelmente na época do tráfico de escravos, enquanto que Figueiredo em 1980, se baseava nas duas possibilidades, acreditava que a raça resultou do cruzamento de ovinos Bordaleiros, vindos de Portugal, com ovinos deslanados africanos, afirmando: “enquanto pode haver sangue Bordaleiro no Morada Nova, parece muito provável que o sangue africano seja predominante”. Portanto, a origem da raça Morada Nova permanece incerta até os dias atuais. Levando em consideração a ausência de qualquer maior controle sobre a importação de animais e sobre os acasalamentos/cruzamentos nos rebanhos ovinos do Brasil colonial, não parece prudente descartar qualquer das possibilidades já mencionadas. Desta forma, é muito provável que a raça Morada Nova tenha contribuições tanto de carneiros ibéricos quanto africanos, tendo os descendentes destes certamente sofrido a ação seletiva das forças da natureza. A


O MERCADO DO CAFÉ

28 JUN 2010

INDICADORES DE DESEMPENHO DA CAFEICULTURA BRASILEIRA MÊS

2010

1. Produção (milhões/saca) (1) 1.1. Área em produção (milhões/hectare) 1.2. Produtividade (sacas/hectare) 2. Exportação (verde, solúvel e torrado) (2) 2.1. Quantidade (milhões/saca) 2.2. Valor (vilhões/US$) 2.3. Preço Médio (US$/saca) 3. Consumo Interno (T, M e solúvel) 3.1 Consumo per capita (kg/hab.ano) 4. Estoques do Funcafé (milhões/sacas) 5. Orçamento aprovado Funcafé (milhões R$) 5.1. Financiamentos 5.2. Publicidade e Promoção do Cafés do Brasil 5.3. Pesquisa Cafeeira 6. Participação das exportações brasileiras em relação às exportações mundiais (em sc) (%) (4)

47,0 2,1 22,1

2009 39,5 2,1 18,9

2008 46,0 2,2 21,2

2007 36,1 2,2 21,2

2006 42,5 2,2 19,8

2005

2004

2003

2002

2001

2001

32,9 2,2 14,9

39,3 2,2 17,8

28,8 2,2 13,1

48,5 2,3 21,0

31,3 2,2 14,4

31,3 2,2 14,4

10,0 30,5 29,7 29,7 28,0 26,4 1,6 4,3 4,8 4,8 3,4 2,9 156,27 140,38 160,20 160,20 137,03 110,80

26,7 2,0 76,30

25,7 1,5 59,59

28,4 1,4 48,17

23,3 1,4 59,88

23,3 1,4 59,88

19,3 5,9 0,5

18,4 5,8 0,5

17,7 5,6 0,5

17,7 5,6 0,7

17,1 5,5 1,9

15,5 5,1 3,2

14,9 5,0 4,3

13,7 4,7 5,1

14,0 4,8 5,4

13,6 4,9 5,6

13,6 4,9 5,6

2.846 2.673 15,0 15,0

2.844 2.673 15,0 15,3

2.561 2.441 13,0 12,0

2.147 2.026 13,0 12,0

1.680 1.579 5,6 7,5

1.282 1.249 8,4 12,0

1.226 1.201 5,0 8,0

550 524 3,5 8,0

824 693 1,6 5,1

898 855 8,0 16,0

898 855 8,0 16,0

31,9

32,2

30,4

30,4

30,3

30,2

29,3

29,9

32,0

25,8

25,8

6,6

6,8

6,6

5,2

5,0

5,5

5,9

5,9

7. Participação do café nas exportações do agronegócio (em US$) (%) (5) 7,5 6,6 6,6 8. Preços do café tipo 6, bebida dura, recebidos pelos produtores, base CEPEA/Esalq (R$/sc) 280,33 263,20 263,20

252,43 250,13 281,13 217,13 173,84 129,88 117,97 117,97

FONTE: DCAF, CONAB, ABIC, MDIC/SECEX, OIC, CEPEA/Esalq/BM&F. // (1) - 2010, com base no 2º Levantamento de Safra da CONAB (maio/10); // (2) - 2010, de janeiro a abril; // (3) - 2010, estimativa; // (4) 2010 - de janeiro a março.

Cotação Café Fino/Extra - Mogiana e Minas 1

FONTE: Escritório Carvalhaes. (1) - Em R$/saca de 60kg. Café da safra 2009/2010, condição porta de armazém, com 7 dias para liquidação.

Cotação Café Boa Qualidade - Duros 1

FONTE: Escritório Carvalhaes. (1) - Em R$/saca de 60kg. Café da safra 2009/2010, condição porta de armazém, com 7 dias para liquidação.

Cotação Café Cereja Descascado - Fino 1

FONTE: Escritório Carvalhaes. (1) - Em R$/saca de 60kg. Café da safra 2009/2010, condição porta de armazém, com 7 dias para liquidação.

Fechamento - Bolsa de Nova York 1

FONTE: Escritório Carvalhaes. (1) - Em R$/saca de 60kg. Café da safra 2009/2010, condição porta de armazém, com 7 dias para liquidação.


O MERCADO DO CAFÉ Média Mensal dos Preços Recebidos pelos Produtores MÊS

1

Evolução do Consumo Interno

ARÁBICA

ARÁBICA

ARÁBICA

CONILLON

CONILLON

Tipo 6 BC-Duro (Base Cepea-Esalq)

Tipo C Int. 500 (Base Varginha-MG)

Tipo C Int. 500 (Base Vitória-ES)

Tipo 6-Pen.13 (Base Cepea-Esalq)

Tipo 7 BC (Base Vitória-ES)

2010

2009

2010

2009

2010

2009

2010

2009

2010

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

268,41 269,34 262,48 260,10 268,02 256,64 247,50 255,34 254,29 262,20 272,55 281,57

280,75 278,68 279,70 282,18

230,00 233,33 233,41 230,85 235,05

233,75 227,78 221,52 225,50

184,25 193,33 196,77 198,30 204,75

189,50 191,39 186,52 190,00

227,66 224,07 212,57 200,20 197,13 188,45 180,09 186,13 188,89 180,77 161,61 176,41

173,51 168,47 173,67 158,22

205,50 212,22 208,46 203,55 201,45 191,43 184,57 188,10 184,76 181,43 180,50 187,00

185,00 172,78 166,52 174,00

TOTAL

263,20

280,33

189,35

193,67

168,47

194,08

174,58

196,43 191,04 194,52 190,95 182,62 180,00 185,75

229,74

227,14

191,56

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq/BM&F e Boletim do Café - Centro do Comércio de Café do Rio de Janeiro -

1

- Em R$/saca de 60kg

2009 Brasil Vietnã Colômbia Indonésia Etiópia Índia México Guatemala Peru Honduras C. Marfim Nicarágua El Salvador Outros TOTAL

Prod

(%)

2008 Prod

(%)

2007 Prod

(%)

39.470 32,37 45,992 35,91 36.070 30,21 18.000 14,76 18.500 14,44 16.467 13,79 9.000 7,38 8.664 6,76 12.504 10,47 10.700 8,77 9.350 7,30 7.777 6,51 4.500 3,69 4.350 3,40 4.906 4,11 4.827 3,96 4.371 3,41 4.460 3,74 4.200 3,44 4.651 3,63 4.150 3,48 3.500 2,87 3.785 2,95 4.100 3,43 3.750 3,08 3.872 3,02 3.063 2,57 3.870 3,17 3.450 2,69 3.842 3,22 1.850 1,52 2.353 1,84 2.598 2,18 1.418 1,16 1.615 1,26 1.700 1,42 1.115 0,91 1.547 1,21 1.621 1,36 15.751 12,92 15.588 12,17 16.138 13,52 94.758 97.666 96.573

2006 Prod

(%)

42.512 32,92 19.340 14,98 12.541 9,71 7.483 5,79 4.636 3,59 5.158 3,99 4.200 3,25 3.950 3,06 4.319 3,34 3.461 2,68 2.847 2,20 1.300 1,01 1.371 1,06 16.020 12,41 92.279

2009 (%)

2008 Prod

(%)

2007 Prod

(%)

2009 PAÍS

Prod

11,0 11,5 12,2 12,7 13,2 13,6 14,0 13,7 14,9 15,5 16,3 17,1 17,7 18,4

2008

(%)

Prod

(%)

30.481 32,17 29.728 30,44 Brasil 17.090 18,04 16.101 16,49 Vietnã 7.894 8,33 11.085 11,35 Colômbia 6.519 6,88 5.741 5,88 Indonésia 1.851 1,95 2.852 2,92 Etiópia 3.108 3,28 3.378 3,46 Índia 2.838 2,99 2.448 2,51 México Guatemala 3.508 3,70 3.778 3,87 3.074 3,24 3.733 3,82 Peru 3.084 3,25 3.259 3,34 Honduras 1.884 1,99 1.585 1,62 C. Marfim 1.371 1,45 1.625 1,66 Nicarágua El Salvador 1.307 1,38 1.438 1,47 10.749 11,34 10.915 11,18 Outros TOTAL

121.951

2006 Prod

(%)

16.331 48,75 829 2,47 1.400 4,18 2.750 8,21 1.833 5,47 1.357 4,05 1.794 5,36 300 0,90 150 0,45 230 0,69 317 0,95 190 0,57 222 0,66 5.797 17,30

TOTAL

33.500

37.685

10,6 11,0 12,2 12,6 13,0 13,3 12,9 14,1 14,6 15,4 16,1 16,7 17,4

kg café torrado

4,16 4,30 4,51 4,67 4,76 4,88 4,83 4,65 5,01 5,14 5,34 5,53 5,64 5,81

3,33 3,44 3,61 3,73 3,81 3,91 3,86 3,72 4,01 4,11 4,27 4,42 4,51 4,65

128.088

2007

2006

Prod

(%)

Prod

(%)

28.398 17.936 11.557 2.945 3.073 2.718 1.950 3.800 2.843 3.382 1.833 1.510 1.396 13.232

29,41 18,57 11,97 3,05 3,18 2,81 2,02 3,93 2,94 3,50 1,90 1,56 1,45 13,70

27.978 13.904 10.936 4.117 2.803 3.742 2.200 3.650 4.099 3.231 2.531 1.110 1.149 10.829

30,32 15,07 11,85 4,46 3,04 4,06 2,38 3,96 4,44 3,50 2,74 1,20 1,25 11,74

119.396

129.138

BRASIL - 2º Levantamento de Safra 2010

18.390 48,80 17.660 48,12 17.125 48,42 Brasil 1.208 3,21 1.021 2,78 938 2,65 Vietnã 1.400 3,72 1.400 3,81 1.400 3,96 Colômbia 3.333 8,84 3.333 9,08 3.208 9,07 Indonésia 1.833 4,86 1.833 4,99 1.833 5,18 Etiópia 1.573 4,17 1.518 4,14 1.438 4,07 Índia 2.200 5,84 2.200 5,99 2.050 5,80 México 300 0,80 300 0,82 300 0,85 Guatemala 110 0,29 110 0,30 110 0,31 Peru 460 1,22 460 1,25 460 1,30 Honduras 317 0,84 317 0,86 317 0,90 C. Marfim 190 0,50 190 0,52 190 0,54 Nicarágua 230 0,61 230 0,63 230 0,65 El Salvador 6.141 16,30 6.131 16,70 5.768 16,31 Outros

FONTE: OIC

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

kg café verde

FONTE: MIDC / SECEX e OIC.

CONSUMO MUNDIAL Prod

torrado e inclusive moído solúvel

EXPORTAÇÃO MUNDIAL

FONTE: MAPA / SPAE / CONAB e OIC.

PAÍS

CONSUMO (kg/hab.ano)

FONTE: ABIC. Período = novembro a outubro, sacas de 60kg

PRODUÇÃO MUNDIAL PAÍS

CONSUMO (milhões sc)

A N O

2009

228,10 225,35 230,24 221,90 226,67 229,75 232,25

29

36.703

35.367

UF / REGIÃO

PARQUE CAFEEIRO em produção em formação pés área área pés (1)

(2)

(1)

(2)

PRODUÇÃO (mil sacas beneficiadas) arábica robusta

PRODUTIVIDADE (3)

128.835 460.803 1.007.400 3.103.308 23.690 254 23,77 MG 509.634 1.528.902 12.094 - 23,73 - Sul/Centro 73.804 258.312 162.217 567.759 5.064 19.761 79.045 - 31,22 - Cerrado 335.549 1.006.647 6.532 254 20,22 35.270 123.446 - Z.Mata 470.380 1.078.498 2.887 8.144 23,45 36.301 119.761 ES 208.012 462.827 4.356 15.975 61.472 - 20,94 SP 82.700 292.800 2.100 11.400 55.900 - 25,39 PR 139.550 320.188 1.823 499 16,63 10.464 38.220 BA 521 12.273 67.499 3.041 16.421 - 42,48 - Cerrado 103.344 201.521 1.301 4.246 14.542 - 12,59 - Planalto 23.933 51.168 3.177 7.257 499 20,83 - Atlântico 154.335 261.134 6.152 10.323 2.192 14,20 RO 451 647 16,91 62.553 144.050 3.804 9.398 Outros TOTAL

212.931 755.877 2.124.930 5.662.805 35.307 11.735 22,14

FONTE: MAPA - (1) Em hectares (2) Em mil covas (3) Em sacas/hectare

JUN 2010


CANA-DE-AÇÚCAR 1

30 JUN 2010

MÊS

MENSAL 2008 2009

2007

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

0,3152 0,3028 0,3089 0,3217 0,2632 0,2299 0,2243 0,2268 0,2261 0,2174 0,2370 0,2418

FONTE: UDOP -

1

0,2402 0,2529 0,2628 0,2538 0,2506 0,2385 0,2493 0,2498 0,2685 0,2920 0,3015 0,3116

- Em R$/kg ATR //

2

- 109,19 kg ATR //

BOI GORDO / SP MÊS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

2008

26,46 26,55 26,74 27,71 27,53 26,93 26,97 27,02 27,41 28,02 28,54 28,97

2010

2008 vist1

pes2

74,61 74,85 76,19 77,24 80,52 91,53 92,79 92,05 88,82 90,79 88,39 82,20

84,01 81,54 77,54 80,03 79,47 80,85 81,39 77,92 77,25 77,18 74,35 76,64

J F M A M J J A S O N D

493,19 504,14 517,13 551,69 623,64 712,18 751,18 740,16 726,05 716,86 702,55 659,71

186,40 186,20 187,01 187,22 187,11 187,44 187,03 185,83 185,61 185,55 185,28 186,17

85,35 82,54 78,51 80,93 80,32 81,68 82,28 78,98 78,58 78,61 75,71 75,66 1

2008 183,62 137,77 142,15 135,18 128,71 126,00 126,98 120,90 120,84 122,18 116,26 112,22

140,98 142,39 146,94 139,81 133,05 130,14 131,50 125,09 124,87 126,46 120,51 116,14

75,70 77,03 79,03 82,33 80,76

76,97 78,12 79,88 83,34 81,63

1

119,75 118,12 114,73 114,24 127,88 122,86 120,10 119,22 118,22 119,99 127,67 136,16

2010 141,27 141,72 148,62 160,56 155,96

144,95 145,42 152,50 164,74 160,04

FONTE: CEPEA/Esalq // 1 - Em centavos de rais por libra-peso algodão pluma

LARANJA POSTA INDÚSTRIA MÊS 2005 7,08 6,83 6,01 5,85 6,10 7,14 8,71 8,44 7,94 7,86 9,70 11,53

2006 12,13 9,90 8,66 7,58 7,21 8,10 10,06 10,76 11,04 11,52 12,51 14,26

2007 15,46 15,50 13,68 8,79 7,88 7,97 10,93 10,16 9,78 9,89 11,77 12,61

2009

2010

vist1 pes2

vist1 pes2

636,23 627,96 634,15 651,69 633,71 648,49 638,08 615,85 607,08 596,24 592,23 593,97

186,21 186,22 186,82 188,46 188,39 191,75 191,75 187,65 194,29 186,79 187,09 185,99

MILHO

vist1 praz2 vist1 praz2 116,56 115,17 111,87 111,39 124,70 119,79 117,10 116,21 115,22 116,94 124,43 132,71

36,91 38,02 38,13 42,45 40,36

2008 13,46 12,39 9,66 8,38 8,27 9,72 10,95 9,71 9,33 9,57 8,63 7,27

601,17 608,98 649,59 705,26 721,94

182,58 190,86 190,77 190,61 190,49

FONTE: CEPEA/Esalq. Para M. Grosso Sul - 1 - Em R$/cab - 2 - Em R$/kg

- Em R$/arroba (15kg)

2009

29,55 29,66 29,87 30,95 30,75 30,08 30,13 30,19 30,61 31,30 31,88 32,36

42,77 42,34 42,03 39,24 35,36 32,77 31,33 30,57 30,06 29,52 29,47 29,55

2010

32,88 33,49 33,93 36,32 35,18 34,49 34,99 35,53 36,54 37,83 38,85 39,85

41,22 42,47 42,59 47,42 45,08

LEITE C 1

BEZERRO / Mato Grosso Sul 1

2009

75,41 75,60 77,02 78,11 81,52 92,61 93,89 93,00 89,94 92,15 89,57 83,41

2007

2010

29,44 29,98 30,38 32,52 31,49 30,88 31,33 31,81 32,71 33,87 34,78 35,67

ESTEIRA 3 2008 2009

- 121,97 kg ATR

1

M Ê S

vist1 praz2

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

38,29 37,90 37,63 35,13 31,65 29,34 28,05 27,36 26,91 26,42 26,38 26,46

vist praz vist praz

ALGODÃO

J F M A M J J A S O N D

3

2007

0,4391 0,4726 0,4307 0,3888 0,3486

vist praz

FONTE: Indicador Esalq/BM&F Bovespa -

M Ê S

2010

0,3238 0,3394 0,3211 0,2978 0,2802 0,2749 0,2993 0,3084 0,3375 0,3676 0,3744 0,3886

CAMPO 2 2008 2009

MÊS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

6,80 5,92 4,95 4,50 4,05 3,68 3,65 5,04 5,66 5,86 6,41 6,95

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq // 1 - Valores médios em R$/cx de 40,8kg, a prazo, entregue no portão, sem contrato.

17,55 16,52 14,62 14,44 15,25 16,47 16,69 16,86 17,94 21,09 22,93 24,96

2007 25,02 22,02 20,20 19,20 18,93 19,58 18,97 22,13 26,95 27,36 31,72 33,80

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

9,13 9,78 12,64 11,66 9,36 8,79 8,97 9,13 9,73 11,04 12,51 13,85

2006 15,68 19,53 19,08 13,72 10,68 9,38 10,12 11,47 12,51 12,60 12,76 13,48

0,491 0,472 0,510 0,520 0,538 0,534 0,516 0,438 0,448 0,448 0,401 0,310

0,373 0,387 0,440 0,476 0,473 0,505 0,508 0,476 0,508 0,500 0,537

30,93 27,79 27,19 26,62 27,43 26,88 27,76 24,56 23,78 22,32 20,51 20,75 1

2009 23,67 22,26 20,62 21,29 22,25 22,24 20,55 19,42 19,13 20,60 20,41 20,02

2010 19,66 18,35 18,47 18,16 18,67

- Em R$/saca de 60kg

2007 15,08 17,10 19,02 16,60 13,82 11,28 10,98 11,06 10,48 11,48 13,45 14,10

0,535 0,535 0,560 0,535 0,589 0,580 0,650 0,780 0,775 0,775 0,655 0,640

FONTE: FAESP / AEX Consultoria -

1

0,635 0,615 0,585 0,670 0,760 0,739 0,733 0,703 0,696 0,606 0,577 0,588

0,599 0,550 0,553 0,562 0,600 0,641 0,683 0,689 0,672 0,635 0,602 0,532

0,524 0,523 0,519 0,655 0,734

- Em R$/litro.

SOJA 1

LARANJA PERA MÊS 2005

J F M A M J J A S O N D

ESTADO DE SP - REGIÃO DE FRANCA (SP)

2005 2006 2007 2008 2009 2010

1

2008

FONTE: Indicador Esalq/BM&F Bovespa -

1

2009

2006

M Ê S

MÊS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

2006 29,25 27,53 25,70 24,91 26,46 27,59 27,73 27,30 28,11 30,54 33,06 31,93

15,38 16,95 17,03 14,65 12,04 11,39 11,38 11,01 10,64 10,83 10,24 9,70

32,00 32,58 31,80 30,01 30,08 30,71 31,34 34,56 38,67 39,91 42,07 43,98

2008

2009

46,23 47,71 45,83 44,33 44,70 49,99 50,58 44,70 46,08 44,63 45,13 44,61

FONTE: Indicador Esalq/BM&F Bovespa -

1

2008

2007

1

49,21 47,56 45,35 47,95 50,39 49,89 47,83 48,20 46,07 44,67 46,07 42,87

2010 39,80 35,73 34,14 34,49 35,59

- Em R$/saca de 60kg

LIMA TAHITI 1 2009 10,00 9,82 11,13 10,46 9,13 7,66 6,48 6,47 7,04 7,58 8,48 8,94

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq // 1 - Valores médios em R$/cx de 40,8kg, mercado interno, na árvore.

MÊS

2005

2006

2007

2008

2009

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

4,76 2,71 2,37 2,15 3,81 8,36 17,64 21,95 16,86 11,87 9,98 6,41

3,09 2,18 2,28 2,82 5,52 6,50 11,38 28,87 35,76 44,60 26,58 5,78

2,92 2,34 3,87 10,70 16,49 18,85 17,97 14,82 19,03 20,99 14,92 10,16

4,74 5,15 7,84 5,24 4,77 5,97 9,61 20,10 38,95 51,78 46,64 16,26

6,19 5,03 4,94 4,22 4,79 4,89 6,62 26,52 31,47 22,28 21,53 9,83

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq // 1 - Valores médios em R$/cx de 27,0kg, mercado interno, colhido.


AGENDA DE EVENTOS JUNHO 16ª FEICORTE - Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne. Dias: 15 a 19/06. AGROCENTRO. Local: Centro de Exposições Imigrantes. São Paulo (SP). Tel: (11) 5067-6767 . Contato: www.feicorte.com.br. 17ª HORTITEC - Exposição Técnica em Horticultura, Cultivo Protegido e Culturas Intensivas. Dias: 16 a 18/06. RBB Feiras e Eventos. Local: Recinto de Exposições. Holambra (SP). Tel: (19) 3802-4195 . Contato: www.hortitec.com.br.

CURSO DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM OVINOS E CAPRINOS Dias: 07 a 09/07. TOP IN LIFE, CRVLAGOA e INTERVET. Local: TOP IN LIFE, Jaboticabal (SP). Tel: (16) 32037555. Contato: administracao@topinlife.com.br. 51ª EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA DE ARAÇATUBA Dias: 08 a 18/07. SAFRA EVENTOS. Local: Parque de Exposições, Araçatuba (SP). Tel: (18) 3624-9655. Contato: comercial@expoaracatuba.com.br. CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM CAFEICULTURA Dias: 13 a 15/07. FUNDAÇÃO PROCAFÉ. Local: Fazenda Experimental, Varginha (MG). Tel: (35) 3214-1411. thais@fundacaoprocafe. Contato: com.br.

13º EXPOCAFÉ – FEIRA NACIONAL DO CAFÉ – Mecanização e a Mudança no Processo Produtivo Dia: 16 a 18/06. EPAMIG. Local: Fazenda Experimental da EPAMIG, Três Pontas (MG). Tel: (31) 3489-5078. Contato: SIMTEC 2010 - Simpósio Internaciowww.expocafe.com.br nal e Mostra de Tecnologia da Agro1ª WORKSHOP DE GESTÃO AERO- indústria Sucroalcooleira Dias: 13 a 16/07. ACIPI, SIMESPI, COAGRICOLA Dias: 21 a 22/06. SINDAG. Local: Ri- PLANA, CIESP e PREFEITURA. Local: beirão Preto (SP). Tel: (51) 8182-1716. Engenho Central, Piracicaba (SP). Tel: Contato: www.congressosindag.com. (19) 3417-8604. Contato: simtec@simtec.com.br. br. 4º WORKSHOP AGROENERGIA - MATÉRIAS PRIMAS Dias: 29 a 30/06. IAC e APTA. Local: IAC Centro de Convenções da Canade-Açúcar, Ribeirão Preto (SP). Tel: (19) 3014-0148 . Contato: eabramides@ terra.com.br. CURSO DE CAPACITAÇÃO DE MANEJO DE PRAGAS NO TOMATEIRO Dia: 30/06. GRAVENA. Local: Gravena, Jaboticabal (SP). Tel: (16) 3203-2221 . Contato: sgravena@gravena.com.br.

JULHO 36ª EXPOAGRO - Exposição Agropecuária, Comercial e Industrial de Guaxupé. Dias: 02 a 11/07. SINDICATO RURAL. Local: Parque de Exposições, Guaxupé (MG). Tel: (35) 3551-1602. Contato: www.expoagroguaxupe.com.br. CURSO DE CAPACITAÇÃO DE INSPETORES DE PRAGAS PARA CITROS Dias: 05 a 07/07. GRAVENA. Local: Gravena, Jaboticabal (SP). Tel: (16) 3203-2221 . Contato: sgravena@gravena.com.br.

3º DIA DE MANEJO DE PRAGAS DE TOMATE Dia: 15/07. GRAVENA. Local: Hotel Premium Norte, Campinas (SP). Tel: (16) 3203-2221 . Contato: sgravena@ gravena.com.br. GARDEN FAIR 2010 e ENFLOR 2010 Encontro Nacional de Floristas Dias: 17 a 20/07. RBB FEIRAS E EVENTOS. Local: Recinto da Expoflora e Pavilhão de Exposições, Holambra (SP). Tel: (19) 3802-4196. Contato: enflor@rbbeventos.com.br.

27º CONGRESSO BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS Dias: 19 a 23/07. FUNEP. Local: Centro de Convenções, Jaboticabal (SP). Tel: (16) 3209-1303. Contato: eventos@funep.fcav.unesp.br.

AGOSTO FESTA DO PEÃO DE GUARÁ Dias: 04 a 08/08. PREFEITURA. Local: Recinto de Exposição, Guará (SP). Tel: (16) 3831-9800.

LIVROS MANEJO RACIONAL DA LAVOURA CAFEEIRA AUTOR C.A. Barbosa EDITORA Univ. Federal de Viçosa CONTATO www.portaldoagronegocio.com.br

O livro mostra o cultivo da cultura do café da espécie arábica, relatando de forma didática e conteúdo atualizado todas as fases desta cultura. É um livro prático e com excelente conteúdo técnico. Os assuntos abordados neste livro são: Introdução à Cafeicultura, Cultivares e Linhagens, Escolha do Local do Viveiro; Produção de Mudas em Saquinhos, Tipos de Mudas, Preparo do Substrato, Desinfecção do Substrato, Enchimento e Encanteiramento do Substrato, Semeadura, Condução do Viveiro, Coeficientes Técnicos e Custos de Produção, Produção de Mudas em Tubetes, Vantagens e Desvantagens desse Sistema, Substratos para Enchimento dos Tubetes, Construção do Viveiro para Produção de Mudas em Tubete, Enchimento dos Tubetes, Adubação das Mudas em Tubetes, Plantio nos Tubetes, Condução do Viveiro, Custo de Produção, Controle de Pragas e Doenças de Mudas em Viveiro, Aclimatação das Mudas, Produção de Mudas Podadas, Produção de Mudas Enxertadas, Produção de Mudas de Café a Pleno Sol, O Sistema é Viável e apresenta Vantagens e Desvantagens; Normas e Padrões para a Produção de Mudas Fiscalizadas de Café, Amostragem de Raízes e Índices de Qualidade, Procedimentos para as Avaliações, Comercialização e Transporte; Características Gerais do Solo e da Área, Topografia, Altitude; Amostragem de Solo, Análise Foliar/Diagnose Foliar, Calagem, Desequilíbrios Nutricionais, Benefícios e Recomendações da Calagem, Gessagem, Adubação Fosfatada; Plantio de Café, Espaçamentos, Abertura das Covas, Adubação das Covas, Adubação Orgânica do Cafeeiro, Vantagens da Adubação Orgânica, Tipos e Composição, Adubação Mineral do Cafeeiro, Adubação para a Formação do Cafezal, Adubações de 1º e 2º Anos Pós-Plantio, Adubação para Lavouras em Produção, Adubação para Lavoura Podada, Adubação de Lavoura Recepada, Adubação de Lavouras Atingidas por Geadas ou Granizo, etc.

31 JUN 2010


32 JUN 2010


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