Edição 32 - Revista de Agronegócios - Março/2009

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Attalea

OIMASA ENTREGA MAIS UM TRATOR DO PROGRAMA MAIS ALIMENTOS

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FOTO PRINCIPAL: Nilson Konrad

Revista Attalea® Agronegócios - Mar 2009 -

Paulo Eduardo Meletti Garcia (fruticultor) Juliano Pereira (Emater-Claraval/MG) Alexandre Hermógenes (Oimasa-Franca)

Oimasa Franca Av. Wilson Sábio de Mello, 1430 - Tel. (16) 3711-7900 37 ANOS EM FRANCA - HÁ 6 ANOS SOB NOVA DIREÇÃO


A representatividade política e o fortalecimento de setores produtivos

4 Revista Attalea® Agronegócios - Mar 2009 -

com prazo até o dia 30 de março para um posicionamento das soluções solicitadas. Trazemos, nesta edição, a íntegra da Carta de Varginha. Esta edição também mostra a importância que o café Conillon está recebendo de produtores, pesquisadores e a indústria do café no Estado de São Paulo. Também na cafeicultura, destacamos o manejo integrado da Phoma do Cafeeiro. Para os produtores de leite, a produção de uma silagem de qualidade é abordada em artigo da Embrapa Gado de Leite. O destaque da edição fica com a Arbara Produtos e Serviços Florestais, empresa sediada em São Tomás de Aquino (MG) e que se especializou em atender as necessidades ambientais e empresariais de proprietários rurais. A Arbara comercializa sementes e mudas de espécies florestais (nativas e exóticas), planeja e executa projetos de reflorestamento comercial e ambiental. André, Paulo e Aluísio - os sócios diretores da empresa - trabalham também em projetos de compensação de CO2, em parceria com instituições ambientais do país. Retratamos, também, os principais eventos da região, como a 12ª EXPOCAFÉ, que acontecerá em junho na cidade de Três Pontas (MG). Mostramos ainda a 40ª Expoagro, a 2ª Expoverde, o 2º Seminário da Cadeia Produtiva do Leite - todos em Franca (SP) -; o Dia do Agricultor de Cristais Paulista (SP) e a 15ª Agrishow, a última a ser IMAGENS realizada em Ribeirão Preto (SP). Boa leitura a todos.

A agropecuária é sempre a primeira a sentir quando algo ‘desestrutura’ a economia no país. É sempre o setor mais fragilizado, por muitas vezes não ter uma representatividade política que a ‘proteja’ nos governos estaduais e federal. Mas também pela dificuldade extrema de união entre os próprios agropecuaristas. Muito se vê hoje em dia das ações de grupos de ‘sem-terra’. Os agropecuaristas (proprietários rurais) os acusam de se utilizar de ações violentas e ilegais para obterem o que desejam: a terra e financiamentos apropriados. Mas o que ninguém admite é que a união entre os grupos de ‘sem-terra’ é a mola propulsora. Só assim eles são ouvidos. Só assim os governos tomam atitudes mais rápidas. Não estou querendo dizer aqui que os agropecuaristas deixam de se fazer ouvir. Já vimos muitas manifestações de produtores de leite, de batata, de cebolas, etc. Mas o que aconteceu neste mês de março, em Varginha (MG), foi a maior manifestação de um setor da agricultura de todo o país. Com mais de 25 mil pessoas, a Marcha pelo Café reuniu cerca de 120 comitivas de regiões produtoras do Sul de Minas, da Alta Mogiana, do Paraná e do Espírito Santo. Após uma passeata de mais de um quilômetro pelas avenidas da cidade mineira, os organizadores reuniram as reivindicações em um documento intitulado: “Carta de Varginha” e será entregue ao Governo Federal,

A REGIÃO EM FATOS E FOTO: Arquivo Pessoal - Carlos Antônio de Jesus

E D I T O R I A L

CAPA

A Revista Attalea Agronegócios, registrada no Registro de Marcas e Patentes do INPI, é uma publicação mensal da Editora Attalea Revista de Agronegócios Ltda., com distribuição gratuita a produtores rurais, empresários e profissionais do setor de agronegócios, atingindo 85 municípios das regiões da Alta Mogiana, Sul e Sudoeste de Minas Gerais. EDITORA ATTALEA REVISTA DE AGRONEGÓCIOS LTDA. CNPJ nº 07.816.669/0001-03 Inscr. Municipal 44.024-8 R. Profª Amália Pimentel, 2394, Tel. (16) 3403-4992 São José - Franca (SP) CEP: 14.403-440

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PORTAL PEABIRUS www.peabirus.com.br/redes/ form/comunidade?id=1470 DIRETOR E EDITOR Eng. Agrº Carlos Arantes Corrêa (16) 9126-4404 cacoarantes@netsite.com.br DIRETORA COMERCIAL e PUBLICIDADE Adriana Dias (16) 9967-2486 adrianadias@netsite.com.br CONTABILIDADE

Escritório Contábil Labor R. Campos Salles, nº 2385, Centro - Franca (SP) Tel (16) 3722-3400 CTP E IMPRESSÃO Cristal Gráfica e Editora R. Padre Anchieta, 1208, Centro Franca (SP) - Tel. (16) 3711-0200 www.graficacristal.com.br ASSESSORIA JURÍDICA Raquel Aparecida Marques OAB/SP 140.385 É PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL DE QUALQUER FORMA, INCLUINDO OS MEIOS ELETRÔNICOS, SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO EDITOR.

Em foto de 1999, o funcionário público Carlos Antônio de Jesus, o “Carlinho’, mostra o Jumento-Pêga do extinto Posto de Monta do Municipal, serviço que funcionou no recinto do Parque de Exposições “Fernando Costa”, em Franca (SP) por mais de 20 anos. ENVIEM-NOS FOTOS SOBRE O TEMA “AGRONEGÓCIOS”, DAS REGIÕES DA ALTA MOGIANA OU SUDOESTE MINEIRO, MANDE-NOS PARA PUBLICARMOS NESTA SEÇÃO.

Os artigos técnicos, as opiniões e os conceitos emitidos em matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores, não traduzindo necessariamente a opinião da REVISTA ATTALEA AGRONEGÓCIOS.

Cartas / Assinaturas Foto da Capa:- Editora Attalea Mudas de Pau-Mulato, planta nativa. (Viveiro Arbara, São Tomás de Aquino/MG)

Editora Attalea Revista de Agronegócios Rua Profª Amália Pimentel, 2394 São José - Franca (SP) CEP 14.403-440 revistadeagronegocios@netsite.com.br


Sami Máquinas entrega primeiro trator da região do Programa Pró-Trator

M Á Q U I N A S

FOTO: Editora Attalea

A Sami Máquinas, concessionária Yanmar-Agritech da região de Franca (SP) entregou, no último dia 16 de março, a primeira unidade da região pelo Programa Pró-Trator Pró-Trator. O beneficiado foi o cafeicultor José Osmar da Cunha Prado, do Sítio Salto Alegre, em Ribeirão Corrente (SP). De acordo com Sami El Jurdi, diretor da Sami Máquinas, o modelo adquirido foi um trator Yanmar 1155 superestreito. “Trata-se de um modelo top de linha entre todos os tratores existentes no mercado. É uma máquina diferenciada, com características que facilitam o trabalho em lavouras de café, como a largura de 1,17m e a distância curta de eixo, o que favorece as manobras entre as linhas da cultura”, explica Sami. Para o cafeicultor José Osmar, além destas, outras características fizeram com que fosse escolhido um trator da

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Sami El Jurdi entrega as chaves do trator ao cafeicultor José Osmar Cunha.

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marca Yanmar Agritech. “É um trator que supera os demais em desempenho, economia, eficiência, sem falar na adaptação à atividade cafeeira”, afirma José Osmar. Programa PróO Trator é uma linha de financiamento do governo do Estado de São Paulo que disponibiliza tratores novos, a juros zero, com até 5 anos para pagamento, incluindo 3 anos de carência. Podem participar do programa produtores rurais com renda bruta agropecuária de até R$ 400 mil /ano e que represente no mínimo 80% da sua renda bruta anual total.

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A CATI - Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, é a responsável pela habilitação inicial do produtor ao programa, através de suas unidades de atendimento (Escritórios Regionais e Casas da Agricultura). Caberá à Nossa

Oimasa entrega trator em Claraval (MG) pelo Programa Mais Alimentos No último dia 27 de fevereiro, o Programa Mais Alimentos beneficiou mais um agricultor da região. Trata-se do fruticultor Paulo Eduardo Meletti Garcia, de Claraval (MG), que adquiriu um trator Massey Ferguson 275, 4x4, da concessionária Oimasa Franca. De acordo com Juliano Diogo Pereira, extensionista da EMATER-MG Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais, o trator foi financiado através da linha Pronaf-Mais Alimentos Alimentos, pleiteado junto ao Banco do Brasil, agência de Ibiraci (MG). O Programa Mais Alimentos é uma linha especial de crédito que destina recursos para investimentos em infraestrutura da propriedade rural. A linha financia até R$ 100 mil que podem ser pagos em até dez anos, com juros anuais de 2% e três anos de carência. Para que o produtor participe do programa, o órgão estadual da agricultura (no caso de Minas Gerais é a EMATER; no caso de São Paulo, é a CATI) faz uma análise da capacidade de pagamento do produtor. “Se ele se enquadrar, elabora-se um projeto técnico e encaminha-se para um agente financeiro, que no nosso caso foi o Banco do Brasil. Após ser deferido pelo gerente da agência, autoriza-se a compra do bem”, esclarece Juliano.

FOTO: EMATER-MG e OIMASA

M Á Q U I N A S

Caixa a análise do crédito para aprovação do financiamento. Os tratores podem ter de 50 a 120cv. “Neste caso específico do modelo 1155, a Yanmar Agritech traz outro diferencial. Disponibiliza máquinas de 55cv pelo mesmo preço de tratores de 50cv. São 10% a mais de potência pelo mesmo preço”, orienta Sami. De acordo com o empresário, este é o primeiro de muitos tratores do Programa Pró-Trator Pró-Trator.“Temos mais 6 contratos já aprovados e 62 outros em estágio de aprovação. Deste total, 82% dos modelos solicitados são do modelo 1155 Superestreito”, finaliza.

À esquerda, Juliano Diogo Pereira (EMATER-MG), ao fundo o fruticultor Paulo Eduardo Meletti Garcia, e à direita, Alexandre Hermógenes (gerente de vendas da Oimasa Franca)

Há a expectativa de que outros dois tratores sejam entregues pelo programa a dois produtores do município, cujos processos já se encontram em análise pelo agente financeiro. Sucesso de Vendas - Mesmo num cenário de crise econômica mundial, os números do Mais Alimentos são positivos. De acordo com dados apresentados pela ANFAVEA - Associação

Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, o setor registrou no último ano um aumento de 45% nas vendas de tratores da linha da agricultura familiar (até 75 CV). “O Mais Alimentos é um sucesso e veio para ficar, já está consolidado e servindo de exemplo para outros programas”, avalia o vice-presidente da ANFAVEA, Mário Fioretti.


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A pecuária leiteira tem se desenvolvido muito no país. Esse desenvolvimento tem objetivo claro e definido, buscase a otimização da produtividade. Em se tratando da dinâmica biológica das vacas de leite, onde se pretende aumentar ou manter produção de leite, é preciso disponibilizar alimentação farta e de boa qualidade. No período de chuvas regulares isso não é problema, contudo, uma distribuição irregular combinada com a baixa precipitação pluvial são os fatores que afetam a produtividade das forrageiras anuais no cultivo de outonoinverno no Brasil. Se isto é fato, é preciso alternativas que atendam a demanda crescente de alimento volumoso para se ofertar ao rebanho em épocas secas. Neste sentido, a utilização de silagem tem aumentado, em razão dos índices de ganhos de produtividade animal, principalmente no confinamento. Quando o assunto é silagem para vacas de leite, melhor tratar a matéria baseando-se na alta qualidade da forragem a ser conservada. Assim sendo, o milho e o sorgo são o que apresentam melhores resultados. Outro ponto positivo é que a ensilagem, tanto de um quanto do outro, são bem semelhantes, diferem basicamente no ponto de colheita. Seus resultados também se assemelham. O fato é que o milho e o sorgo são culturas mais adaptadas ao processo de ensilagem, resultando geralmente em silagens de boa qualidade, usando pouco ou nenhum aditivo ou pré-murchamento.

FOTOS: Editora Attalea

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Produzindo silagem com técnica e qualidade

Matrizes holandesas do criador Moizés Lemos, em Carmo do Rio Claro (MG), alimentando-se de silagem de milho.

O milho é a cultura indicada para locais de solos mais férteis e clima mais favorável e com alguma tecnologia, enquanto que o sorgo, que contém 80% a 90% do valor energético do milho, tem sido indicado para locais de solos pobres, sujeitos a variações bruscas de tempo ou próximos de centros urbanos. Plantas de milho e de sorgo, quando adequadamente ensiladas, são boas fontes de energia (60% a 70% de NDT); mas são deficientes em proteína (7% a 9% de PB). Ensilando o Milho - Para se obter uma silagem de qualidade, os cuidados devem começar com o ponto de corte do material. No caso do milho, o recomendado é colher quando a lavoura estiver com teor de matéria seca (MS) entre 33 e 37%. Neste ponto os grãos estão farináceos. Uma técnica antiga de se determinar isto é quando só se consegue cortar o grão com a unha, ao esfregá-lo na palma da mão ele se desmancha. É bom lembrar que ensilar o milho abaixo do ponto ideal (33%), ou acima (37%), os resultados ficarão seriamente comprometidos. Melhor nem correr riscos. Por outro lado, ensilagem feita atendendo os preceitos técnicos traduz-se em maior consumo de matéria seca (MS) pelos animais; maior produção de MS por ha; maior percentual de grãos na MS; teor adequado de açúcares solúveis, para a fermentação no silo; maior digestibilidade da matéria seca total; facilidade de compactação no silo e o que mais agrada ao produtor: Maior produção de leite. Quanto ao tamanho das partículas, deve ser entre 8 e 15 mm para melhorar a compactação da massa verde no silo e facilitando uma boa fermentação. Assim, diminuem-se as perdas e aumenta-


ENSILAGEM É:

FOTO: Editora Attalea

se o consumo voluntário de silagem e o desempenho dos animais são maiores. Quando as plantas estiverem mais secas, deve-se regular o corte para cerca de 6 a 9 mm, tudo para facilitar a compactação e a retirada do ar da massa no silo. Menor tamanho da partícula, principalmente abaixo de 5 mm, prejudica a ruminação, reduz o consumo voluntário de silagem, a digestão da fibra é menor e a consequência é a diminuição da produção de leite. Existem 3 tipos de silagem de milho. A Silagem da Planta Inteira Inteira, mais usada, é cortada por máquina apropriada para posterior compactação. Existe outra bem similar, trata-se da Silagem da Parte Superior Superior. Nesta, a planta é cortada da espiga para cima. O processo é bem semelhante ao anterior, mas apresenta a vantagem de ter um percentual de fibra menor, o que favorece a uma melhor digestibilidade. E por último, a Silagem de Grão Úmido Úmido, realizada somente com os grãos da planta. Estes

Ensilagem é preservar forragens por meio de fermentação anaeróbica. Após o seu corte, se dá a picagem, compactação e vedação em silos. O produto final dessa fermentação, denominado silagem, é obtido pela ação de microrganismos sobre os açúcares presentes nas plantas. Com a produção de ácidos, resultando em queda do pH até valores aceitos, próximos de 4.

são colhidos quando a umidade está entre 35% a 40%, triturados, compactados e vedados em local coberto. Ensilando o Sorgo - Recomendase iniciar a colheita do sorgo quando os grãos estão no estágio pastoso, com 30 a 35% de matéria seca. Colheita antes deste estágio, acarreta perdas de produção de matéria seca total e grande lixiviação de nutrientes no silo. Cortes tardios por sua vez, implicam em risco

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O QUE ESPERAMOS DE UM SILO Esperamos de um silo que ele conserve o valor nutritivo da forrageira que deu origem à silagem. As técnicas de ensilagem são mais importantes que o tipo de silo e possíveis aditivos utilizados, ou seja, nenhum aditivo pode melhorar a silagem se o manejo da planta ou as técnicas de compactação forem deficientes.

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FOTOS: Divulgação

Possuí porte baixo (1,70m), e potencial de produção de grãos secos de 8,0t/ ha aproximadamente. Se sua produção de matéria verde é menor (28,0t/ha aproximadamente), devido ao seu pequeno porte, sua silagem é de boa qualidade, devido a grande quantidade de grãos na matéria seca. E por fim, o Sorgo de DuploPropósito , que é uma espécie híbrida interessante. Possuí tamanho de pouco mais de 2m de altura, com produção de matéria ver-de variando entre 40 a 55 t/ha no primeiro corte. Sua produção de grãos se situa entre 4 a 6 toneladas por hectare, o que propicia uma silagem de boa qualidade, comparável até a de milho.

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de acamamento das plantas; maior ataque de pássaros, perda de grãos; redução na rebrota; incidência de doenças nas folhas, perda na qualidade da silagem, causada por decréscimo do teor de proteína bruta do material. Sorgo - Há três cultivares de sorgo. Há o Forrageiro Tradicional, planta alta com 2,70 m aproximadamente. Produz forragem inferior á boa silagem de milho, pois produz menor quantidade de grãos. Produz alta quantidade de matéria verde. Se usada para vacas de alta lactação, há a necessidade de suplementação. Isso encarece o processo. Há ainda o Sorgo Granífero , desenvolvido para a produção de grãos.

Carregando o silo - Como diz o dito popular: “Muita calma nesta hora”. Desta operação, dependerá boa parte do valor nutritivo do material silagem. Alguns cuidados são de extrema importância. Picar do material de tamanho uniforme. Regular e dar manutenção nas máquinas. Comprimir bem o material para evitar bolhas de ar. Pode se usar o pisoteio de pessoas e animais, mas o mais usado é o uso de veículos e tratores. Neste caso, os pneus devem estar livres de lama ou resíduos de fezes dos animais. O silo deve ser carregado até que o material fique mais alto do que as suas bordas. Algo em torno de 1 m de altura na parte do centro, pois a silagem, por mais comprimida que esteja sempre “afunda”, formando uma “bacia” indesejável, pois pode reter água da chuva.

CÁLCULO DO GASTO ANUAL DE SILAGEM O calculado se dá de acordo com o número de animais, o período de alimentação e a quantidade fornecida diariamente por animal. Ex.: para alimentar 25 vacas em lactação, consumindo diariamente 25 kg/vaca, durante 180 dias, o cálculo é: 25 vacas x 25 kg silagem/ dia x 180 dias = 112,5 toneladas

DIMENSIONAMENTO DO SILO E ÁREA Para o cálculo do tamanho do silo e da área de plantio, devem-se considerar as perdas que ocorrem durante a colheita e armazenamento da forragem no silo. Essas perdas são influenciadas por vários fatores, e num sistema em que se utiliza silagem, deve-se considerar 15% de perda. Outro ponto importante para se acrescentar no cálculo do silo é o peso de silagem; que em 1 m³ é igual a 500 kg. Assim, o tamanho do silo deverá ser dimensionado para comportar um volume de 258,5 m³ de forragem (112,5 x 15% ÷ 500). Para alimentar as 25 vacas durante 180 dias á taxa de consumo de 25 kg de silagem/dia, deve-se plantar 3,3 ha de milho, considerando uma produtividade de 40 t/ha e 4,3 ha de milho se a produtividade for de 30 t/ha. Fechar a entrada do silo com madeira roliça, tábuas e pedras. As frestas devem ser calafetadas com barro ou outro material disponível. E por ultimo e não menos importante, cavar valetas bem dimensionadas em volta do silo para escoamento da água das chuvas. Descarregando o Silo - É bom ressaltar que a silagem pode ser guardada por vários meses ou mesmo por anos. Ao se abrir o silo, as vezes acontece que a silagem que está em contato com as paredes e com a cobertura esteja estragada. Esta parte não deve ser dispensada ao gado. Retirar a silagem em camadas, pela parte de baixo, e somente o necessário para o trato do dia. Silagem demais nos coxos estraga-se facilmente através da fermentação em contato com o ar. Assim as sobras devem


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Silagem: Vantagens e desvantagens - A confecção de ensilagem apresenta pontos positivos e também alguns negativos. Os positivos estão ligados á produção e a boa condição do rebanho. Já os negativos, são quase sempre operacionais e técnicos, o que deixa margem para diminuí-los ou mesmo extingui-los. Como pontos positivos, pode se destacar a manutenção do valor nutritivo do material, quando ensilado adequadamente. Requer menos espaço de armazenagem da matéria seca total, do que a fenação. Produção de 30% a 50% mais de nutrientes em comparação à produ-ção de grãos. Possui uma alta aceitabilidade por parte das vacas, o que se traduz em boa produção leiteira em meses menos favoráveis. Menor dependência das condições climáticas no trato do rebanho. Isso não é pouco.

Com silagem de boa qualidade, o produtor pode planejar sua produção futura. Através de um suporte alimentar aos animais, dá até para calcular a receita do leite antecipadamente. Com silagem bem feita e bem dimensionada, faça chuva ou sol, as vacas estarão nutridas e produção garantida satisfatoriamente.Há alguns pontos negativos na ensilagem. Bem trabalhados, dá para minimizar seus efeitos ou neutralizá-los. a) - Um deles trata-se da alta umidade, que significa uma quantidade

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de água transportada e armazenada juntamente com o material; b) - Redução da matéria orgânica e exposição do solo à erosão:- Esse problema pode ser resolvido com a adoção de técnica de plantio direto; c) - Preço elevado se comparado ao custo das pastagens:- um dos fatores que mais influem no valor final da silagem é a produção por hectare. Assim, o produtor deve cuidar muito bem de suas áreas de produção de forragem. Dicas de Qualidade da Silagem - Silagens ideais apresentam cheiro agradável, coloração clara, variando de verde-amarelo ao verde-oliva. Uma cor mais escura mostra excesso de umidade ou compactação e vedação deficientes, provocando fermentações indesejáveis e aparecimento de mofo. ( Adaptado do Jornal Holandês e Embrapa Gado de Leite Leite).

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ser descartadas. Se evitar desperdícios é fundamental.


Seminário da Cadeia Produtiva do Leite faz sucesso no Parque “Fernando Costa” O Auditório “Fábio de Salles Meirelles” ficou superlotado durante todo o dia 18 de março, quando da realização do 2º Seminário da Cadeia Produtiva do Leite da Região de Franca (SP), organizado pelo Escritório Regional do SEBRAE-SP, em parceria com a Prefeitura de Franca - através da Secretaria de Desenvolvimento -, a COONAI, os Laticínios Jussara e o Instituto Aequitas, de Araraquara (SP). Mais de 150 pessoas participaram do evento, que contou com palestrantes das principais entidades de pesquisa sobre a atividade leiteira do país.

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Sidnei Rocha, prefeito de Franca, discursa na abertura do evento. Ao fundo, Evernon Reigada, gestor de agronegócios do SEBRAE-SP Escritório Franca

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Dr. Sila Carneiro (Esalq/USP) em palestra sobre novas estratégias para o pastejo rotacionado.

Artur Chinelato (Embrapa-Sudeste) foi seminário, apresentando duas palestras.

Dr. José Abdo Hellu, projessor da Unifran e diretor da JA Produtos Veterinários, fala sobre manejo reprodutivo.

o

destaque

do


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Com sede em São Tomás de Aquino (MG), a Arbara Produtos e Serviços Florestais vem se destacando regionalmente em atividades relacionadas a reflorestamentos e questões ambientais. Dirigida pelos sócios André Luis Gouvêa de Figueiredo, Paulo César Gouvêa de Figueiredo e Aluísio Borges de Figueiredo, a empresa foi criada em 2006. Inicialmente projetada apenas para o desenvolvimento de projetos comerciais de reflorestamento com espécies nativas ou exóticas, a Arbara acabou se expandindo – em pouco tempo – para outros ramos. “Trabalhamos hoje em quatro frentes: em projetos comerciais de produção de madeira; em projetos de recomposição ambiental (nascentes, APP - Área de Preservação Permanente e Reservas Legais); e em projetos de compensação de CO2 (em parceria com a ONG Iniciativa Verde). Mas o nosso carro-chefe hoje é a produção de mudas nativas em nosso viveiro”, afirma Paulo Figueiredo, engenheiro agrônomo e responsável técnico da empresa. Buscando atender as necessidades de cada proprietário rural, a empresa propõe ainda três formas de acompanhamento de projetos comerciais ou ambientais. “Primeiramente, a empresa pode fornecer as mudas nativas orientando o proprietário como plantá-las. Uma outra opção é entregar as mudas plantadas, coroadas e estaqueadas e daí para a frente o proprietário se responsabiliza. E, finalmente, a Arbara pode ficar responsável por todas as atividades envolvidas no plantio, desde a prepa-ração das mudas até a manutenção pós plantio, entregando, ao término do contrato de, normalmente, 24 meses, uma floresta totalmente formada com o número de árvores contratado.” FOTOS: Editora Attalea

D E S T A Q U E

Arbara se destaca na produção de mudas de plantas nativas

Viveiro de Mudas - De acordo com o empresário, a idéia do viveiro de mudas surgiu com a produção de mudas de Guanandi (Calophyllum brasiliensis), espécie de fuste retilíneo, madeira fácil de trabalhar e moderadamente durável, características próprias para a constru-

A mudas são programadas para serem comercializadas entre novembro e fevereiro, época que coincide com o período de maior incidência pluviométrica, mas graças a modernas técnicas de plantio dominadas pela empresa, o plantio pode ser realizado em qualquer época do ano através do uso do hidrogel e de um programa de irrigação bem planejado e executado. SABÃO-DE-SOLDADO A produção das mudas pode ser feita de duas maneiras: no ção civil, marcenaria e carpintaria. “Em saquinho com terra ou no tubete com 2006, montamos um pequeno viveiro substrato. “Nas duas situações, o viveipara a produção de mudas de Guanandi, rista e o comprador das mudas devem visando atender os projetos comerciais. seguir à risca as recomendações técnicas, Muitas pessoas, porém, passaram a fazendo com que o plantio das mudas procurar a Arbara em busca de outras seja feito de tal forma a evitar problemas espécies de mudas para plantios comer- que interfiram diretamente na sobreciais ou recomposição ambiental. A vivência das mudas, seja por ataque de partir de então, passamos a coletar se- formigas, seja por falta de água, seja por mentes, montamos um viveiro florestal abafamento por concorrência com com cerca de 100 espécies nativas”, diz outras plantas por luz ou nutrientes”, Figueiredo. orienta Paulo Figueiredo. Assim, de “fase de projeto”, o viveiro de mudas passou para “frente de atiProjetos Comerciais – O comérvidade”. “Inicialmente, em 2007, o vi- cio de madeiras nobres sempre foi uma veiro produziu 30 mil mudas. Passamos atividade bastante rentável, afinal, para 70 mil no ano passado e, para o fi- trata-se de um recurso natural com denal deste ano, prevemos a produção de manda crescente e oferta cada vez me150 a 200 mil mudas”, comenta o nor. “Em tempos de crise financeira, empresário. reflorestamentos com espécies de grande valor comercial tornam-se uma André Figueiredo e opção de diversificação do portfólio uma muda de ainda mais atrativa já que o valor da Cedro Australiano madeira tem baixa correlação com os de 1 ano e meio principais produtos de investimento disponíveis no mercado financeiro. Ademais, as árvores continuam a crescer e a se valorizar independentemente do humor dos analistas e flutuações dos mercados”, afirma André Figueiredo. A Arbara é especializada em reflorestamentos comerciais, oferecendo uma miríade de opções, de acordo com as características das áreas a serem reflorestadas e do objetivo do investidor. “É possível obter bons lucros utilizando áreas da propriedade que não são utilizadas para outas culturas, como declives acentuados ou acompanhando as cercas de outras culturas”, analisa Figueiredo.


FOTOS: Editora Attalea

Dentre as opções de a implantação do projeto. projetos oferecidos pela “Graças a esta parceria empresa, destaca-se a pudemos tirar do papel iniciativa de segmentação nosso projeto de Recupeda área de plantio em reração Ribeirão Santa Bárflorestamentos indepenbara, principal recurso hídentes contendo espécies drico do município de São com características e ciTomaz de Aquino (MG). clos distintos. “O objetivo Neste ano, adquirimos foto é dar mais segurança ao aérea da região, fizemos o investimento e possibilitar georeferenciamento de o retorno em prazos me- O viveirista Deosdedit dos Santos (Déti), o proprietário Paulo áreas, montamos o projeto Figueiredo e o comprador João Paulo de Figueiredo. nores.” Um exemplo deste e apresentamos à Iniciativa tipo de plantio vem sendo desenvolvido prietário rural visto que é provável que Verde. O projeto foi aprovado e já desde 2007 em uma propriedade sedia- se possa fazer o uso sustentado destas efetuamos o plantio de cerca de 27 da entre os municípios de São Tomás de áreas”, orienta Figueiredo. hectares de área de APP envolvendo Aquino (MG) e São Sebastião do Paraíso De acordo com o empresário, a nascentes e afluen-tes do Santa (MG), onde foram plantados 9 hectares Arbara já efetuou diversos refloresta- Bárbara”, explica Paulo . sendo 6 de Cedro Australiano (Toona mentos ambientais na região somando André Figueiredo afirma que preciliata var. Australis), 1 de Guanandi e 2 cerca de 100 mil árvores plantadas. E a tende ampliar a participação da Arbara de Eucalipto. “O resultado está supe- expectativa é de crescimento ainda em projetos comerciais. Para isto, prorando nossas expectativas, sobretudo maior deste tipo de projeto, seja em jetam ‘formar’ uma floresta na região, pelo desenvolvimento do Cedro Austra- virtude de maior conscientização dos com três ou quatro espécies – divididas liano na região. Com pouco mais de 2 proprietários rurais, seja como decor- em ciclo curto, ciclo médio e ciclo longo anos de plantio, já temos árvores de rência de um maior rigor na fiscalização – e vender para investidores que Cedro com mais de 6 metros de altura e e cumprimento da legislação vigente. querem investir em madeira. desenvolvimento pouco inferior ao do “Pensamos em trabalhar com esEucalipto” conta Paulo Figueiredo. Projetos de Compensação de pécies como a Teca (Tectona grandis), CO2 –Em parceria com a Iniciativa o Cedro Australiano (Toona ciliata var. Projetos Ambientais – O reflores- Verde, ONG sediada em São Paulo, a Australis),que vem se desenvolvendo tamento de áreas degradas, sobretudo Arbara também desenvolve projetos de muito bem na nossa região, o Guanandi margens de cursos d’agua e nascentes, é compensação de emissão de CO2. A (Calophyllum brasiliensis) – em lugares outra especialidade da Arbara. “Temos ONG fica responsável pelo projeto bem específicos – o Eucalipto e algumas diversos projetos envolvendo a adequa- (desenvolvimento do inventário de nativas que estamos estudando, como o ção de propriedades à legislação vigen- emissões, determinação do total de Louro-Pardo (Cordia trichotoma) e o te, seja para o atendimento a TACs (Ter- árvores a serem plantadas, etc.) para Saguaraji-Vermelho ( Colubrina mos de Ajuste de Conduta) emitidos pe- compensar as emissões mapeadas e pela glandulosa)”, afirma André. “Trata-se de las autoridades competentes, seja na re- captação de recursos junto a pessoas e um investimento lucrativo, sustentável composição das Reservas Legais e Áreas empresas interessadas em neutralizar e ecologicamente correto na medida em de Preservação Permanente. Com rela- suas emissões. Outras fontes de recurso que reduz a pressão sobre nossas ção a projetos de recomposição de Re- para este tipo de projeto são os Bancos florestas nativas”, complementa Aluisio servas Legais, estamos aguardando as Mundial, Interamericano de Desen- Borges. A empresa ainda trabalha com definições do CONAMA - Conselho volvimento e também no PNUD Nacional do Meio Ambiente quanto as Programa de Desenvolvimento das venda de sementes florestais. Contatos:- (16) 9999-7196 ou alterações previstas e, assim, definirmos Nações Unidas. A Iniciativa Verde como atender as necessidades do pro- contrata empresas reflorestadoras para (35) 9978-5740, com Paulo.

ARAÇÁ

BÁLSAMO

D E S T A Q U E

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Marcha pelo Café mobiliza cafeicultores do Sul de Minas Gerais e da Alta Mogiana A cadeia produtiva do café fez um protesto inédito em Varginha (MG), na manhã do dia 16 de março, com a participação de 160 ônibus e mais de 20 mil manifestantes dos principais municípios produtores de café do Sul de Minas Gerais, da Alta Mogiana, Espírito Santo e Paraná. O objetivo foi mobilizar o meio rural e o urbano a fim de protestar a queda na arrecadação dos municípios e o desemprego que vem assustando as regiões produtoras. O local representa 25% da produção de café do país. A proposta do setor tem duas prioridades: quitar as dívidas, transformando em sacas de café com prazo de 20 anos, e garantir renda através de leiloes da Conab para formar um estoque regulador com preço mínimo de R$ 320 pela saca de 60 kg. Tratamse de saídas para a crise oficializadas na Carta de Varginha. A dívida está calculada em R$ 4,2 bilhões.

O pedido de socorro do campo mudou a rotina na cidade. O centro de Varginha aos poucos se transformou em palco de protesto. Tratores tomaram conta do estacionamento e, em menos de uma hora, milhares de manifestantes – entre representantes da cadeia produtiva do café e produtores de 500 municípios de pelo menos quatro Estados que se destacam na produção cafeeira – se reuniram em uma praça da cidade. O presidente da AMSC - Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana, Milton Cerqueira Pucci, sediada em Franca (SP), acredita que a solução para os cafeicultores é não depender de ninguém. “Precisamos de dinheiro para quitar nossas dívidas. O melhor seria não precisar do governo”, apontou Pucci. “Nós estamos atravessando uma crise nas nossas propriedades e tivemos

que demitir funcionários. Queremos um preço justo”, completou a cafeicultora Solange Ximenes Abreu, de Três Pontas (MG). Quando a conta da organização apontou a presença de mais de 20 mil pessoas, a marcha pelo café teve inicio. Em silêncio, muitas pessoas colaram um adesivo nos lábios com a frase “Eu quero o direito de pedir ajuda. Por você”. A caminhada avançou pelas ruas do centro até o encontro da multidão na concha acústica. Os manifestantes carregaram faixas e cartazes. O presidente do Conselho Nacional do Café, Gilson Ximenes, diz que é a sociedade brasileira que está em jogo. “Vamos levar a Carta de Varginha para a Presidência da República e para o Ministério da Agricultura. O objetivo é resolver o problema”, disse Ximenes. FONTE: modificado de Canal Rural )

“CARTA DE VARGINHA” As entidades organizadoras do “Movimento Movimento SOS Café Café” manifestam à sociedade brasileira, através da realização, em Varginha (MG), da “Marcha pelo Café”, com significativo apoio e participação de cafeicultores, trabalhadores, comerciantes, industriais, políticos e lideranças signatários desta “CARTA”, sua indignação para com o Governo Federal e seu descaso pela cafeicultura brasileira. Este não é um movimento de hoje, mas fruto amadurecido em razão do longo descaso com que estamos sendo tratados pelo Governo Federal, apesar de todo esforço que realizamos na busca por caminhos e soluções para os problemas do cafeicultor. Aqui expomos novamente nossas angústias e propostas no sentido de que a sociedade seja testemunha de nossos legítimos propósitos e, com seu fundamental apoio, temos a certeza de que este “Movimento” ganhará força e voz uníssona para sermos ouvidos pelo Governo Federal. Para sanar definitivamente os principais problemas dos 300 mil cafeicultores – como a falta de renda do setor, o endividamento passado e futuro e o alto custo da produção – e continuarmos a ser a maior fonte permanente de geração e manutenção de emprego (2,2 milhões de postos de trabalho diretos no campo e mais de 8 milhões indiretamente em toda a cadeia), produzindo para o Brasil, através de 1.800 municípios, propomos ao Governo Federal: 1 – Conversão de todas as dívidas financeiras da cafeicultura (Funcafé e demais fontes do Crédito Rural) em produto físico (saca de 60 kg de café) por um período de 20 anos: 1.1 – A um preço base de R$ 320,00/saca para o café tipo 7;

1.2 – Pagamento pelo sistema equivalência-produto (em sacas de café) correspondente a 5% da dívida financeira total ao ano, sem implantação de taxa de juros; 1.3 – Vencimento da 1ª parcela em novembro 2010; 1.4 – Caso o mercado apresente preços mais remuneradores que os R$ 320,00 de referência na data do pagamento da prestação, cabe ao produtor optar pela entrega do produto físico ou quitar os 5% em recurso financeiro (dinheiro); 1.5 – Em caso de adversidade climática (estiagem, geada, etc.), a parcela do ano em que a produção for comprometida fica automaticamente prorrogada para o ano seguinte. 2 – Implantação de um programa de Leilões de Opções Públicas de Venda de Café: 2.1 – Suporte orçamentário na ordem de R$ 1 bilhão, para a aquisição de 3 milhões de sacas. 3 – Apresentação dos resultados do Grupo de Trabalho – criado pelo Ministério da Agricultura para propor soluções ao setor cafeeiro – o mais urgente possível, no mais tardar, até o final de março deste ano. Varginha (MG), 16 de março de 2009. Atenciosamente, GILSON JOSÉ XIMENES ABREU Conselho Nacional do Café – CNC Presidente


Organismo internacional lança diretrizes para proteção de cultivares de café A primeira cultivar de café com certificado de proteção, concedido em julho de 2005, foi a IAPAR 98 98, do Iapar. Em abril de 2006, a Epamig recebeu o certificado de proteção das cultivares Araponga MG1 MG1, Catiguá MG2 e Sacramento MG1 MG1. Em maio de 2006, a Epamig tornou-se detentora de mais duas cultivares: Catiguá MG1 e Pau Brasil-MG1 Brasil-MG1.

FOTO: Editora Attalea

A UPOV - União Internacional para Proteção das Obtenções Vegetais disponibilizou as diretrizes internacionais para harmonizar a avaliação de distinção, uniformidade e estabilidade (DHE) para a proteção de novas cultivares de café. A elaboração do documento foi uma iniciativa brasileira, com a coordenação do Serviço Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Pesquisadores do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural (Incaper), instituições fundadoras do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, coordenado pela Embrapa Café, contribuíram para a formulação das diretrizes e definição das características padrões a serem avaliadas (descritor do café). O descritor do café representa um grande avanço para unificar as avaliações e ampliar as garantias contra violações da propriedade intelectual internacionalmente. O documento, construído com base nas diretrizes brasileiras publicadas pelo SNPC em 21 de novembro de 2000, vem sendo elaborado desde 2005 e inclui diretrizes para a avaliação de Coffea arabica, Coffea canephora e materiais híbridos. O teste para assegurar a distinção das cultivares é realizado durante duas safras, utilizando, no mínimo, cinco plantas de propagação vegetativa ou 20 plantas em variedades de propagação por sementes. Proteção Nacional - De acordo com Vera Lúcia dos Santos Machado, chefe da Divisão de Normatização e Cadastro do SNPC/ MAPA, a Lei de Proteção de Cultivares brasileira (LPC, 25 de abril de 1997) está sendo revisada para ampliar os direitos do obtentor, para evitar o abuso do uso próprio e utilização indevida de cultivares protegidas. Para Vera Machado, o

uso próprio indiscriminado põe em risco a sobrevivência da pesquisa em melhoramento vegetal, já que inviabiliza a cobrança de royalties pelas empresas de pesquisa. Outra alteração em análise se refere ao prazo de vigência do certificado de proteção, passando de 18 para 25 anos. Atualmente existem seis cultivares de café protegidos pelo SNPC, que podem receber royalties pela utilização pelos produtores. No Registro Nacional de Cultivares-RNC, estão registradas 103 cultivares de arábica e 10 cultivares de café robusta. Existe, portanto, um grande número de cultivares em domínio público comparado com as cultivares protegidas. Essas cultivares não puderam ser protegidas porque já estavam sendo comercializadas há mais de um ano quando foi iniciada a Lei de Proteção para o café no Brasil.

Vantagens da Proteção - O certificado de proteção de cultivar é considerado um bem móvel para todos os efeitos legais e a única forma de impedir a livre reprodução ou multiplicação de plantas ou de suas partes. A proteção internacional poderá incentivar investimentos em pesquisa agrícola no país, resultando na oferta de cultivares adaptadas às diferentes condições edafoclimáticas e voltadas ao atendimento das exigências do setor agroindustrial. Contudo, se a proteção proporciona mecanismos legais que possibilitam a recuperação de recursos financeiros na forma de cobrança de royalties, por outro lado, a proteção de uma cultivar envolve custo para que seja efetivada e mantida ao longo do tempo. O investimento para proteção em países da América Latina, por exemplo, deverá ser próximo dos praticados no Brasil, cerca de R$ 600,00 para o certificado e mais R$ 400,00 reais para sua manutenção anual.

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Produtores, pesquisadores e indústrias paulistas começam a se interessar pelo café conilon

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Dois milhões de sacas de café conilon/robusta. Esse é o volume necessário, por ano, para atender à indústria paulista de café solúvel. E detalhe: São Paulo não produz esse tipo de café. Para a indústria, o melhor seria comprar a matéria-prima paulista e não trazê-la do Espírito Santo, com elevados custos de transporte. Tradicional produtor de café arábica, São Paulo tem no robusta uma opção para o plantio em regiões de temperaturas elevadas e uma oportunidade para aproveitar o mercado da indústria de café solúvel. O Instituto Agronômico (IAC), em Campinas, está desenvolvendo pesquisas para avaliar a viabiliFOTO: Governo do ES

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dade do cultivo do conilon/robusta no Estado Paulo. O pesquisador do IAC, Luiz Carlos Fazuoli, afirmou ter ficado surpreso com a qualidade do café robusta que o IAC está selecionando.

Cerveja de Ribeirão Preto feita com grão de café é eleita a melhor do ano Pelo terceiro ano consecutivo, a revista Prazeres da Mesa publica seu ranking de melhores cervejas disponíveis no mercado nacional, e pelo segundo ano consecutivo, a Cervejaria Colorado conquista o título de “Cerveja do Ano”. A porter Demoiselle levou o título de campeã deste ano no concurso internacional Europeen Beer Star, realizado na Alemanha. Repetindo a dose de sucesso, a Cervejaria de Ribeirão Preto competiu com 50 rótulos de peso, entre produções nacionais e internacionais de grande conhecimento entre o público cervejeiro, como Chimay, Duvel, Eisenbahn , Guiness , Stella Artois e Weihenstephaner . Mais difícil foi conquistar o paladar exigente do júri de especialistas que participou desta seleção, formado pelos jornalistas Miguel Icassatti (revista Veja) e Roberto Fonseca (jornal O Estado de S. Paulo), do beersommelier Marcelo Moss, dos consultores Edu Passarelli e Sady Homrich, Greigor Caisley (Drake’s Bar), José Augusto

Silveira Jr. (Acerva MG) e da equipe de feras da própria revista, André Clemente, César Adames e Ricardo Castilho. Escura como a noite, a Demoiselle é uma cerveja que segue o estilo inglês porter, com o sábio diferencial da inserção do café brasileiro em sua formulação. Feita com maltes importados e os melhores grãos da região da Alta Mogiana, a cerveja apresenta um inusitado processo de maceração em água fria, preservando o sabor e o aroma do café no produto final. O nome, Demoiselle , é uma singela homenagem ao grande brasileiro Alberto Santos Dumont, cuja família era proprietária de fazendas de café na região de Ribeirão Preto. O aeroplano Demoiselle criado por Santos Dumont em 1907 é até hoje um ícone de estilo e simplicidade, assim como a Demoiselle Colorado, uma cerveja elegante e simples para ser degustada com pratos defumados e acompanhar inusitadamente sobremesas de chocolate.

Ele ressaltou que o Instituto está fazendo experimentação e campopiloto, incluindo estudos com condução da lavoura e custos de produção, mas não é possível ainda recomendar o robusta para São Paulo. É necessário seguir pesquisando. O IAC gerou em 2008 uma coleção de 300 plantas matrizes, que poderão gerar cultivares clonais de café robusta. Além da adaptação de cultivares, o estudo envolve as áreas de adequado manejo da lavoura, adubação, espaçamento, poda, irrigação, colheita e secagem. De acordo com Fazuoli, o IAC tem vários experimentos e campos de seleção do conilon/ robusta em Campinas, Mococa, Cássia dos Coqueiros, Pindorama, Herculândia e Adamantina, totalizando 15 hectares em estudo. Ele afirma que recentemente foi instalado um campo-piloto em Matão, em uma área de 10 hectares, com 18 clones de conilon do Espírito Santo e 2 hectares de ensaios com 45 clones do IAC e 18 clones do Espírito Santo. Outro campo-piloto está instalado em Adamantina, com 18 clones do Espírito Santo. Há também experimentos com 39 clones do IAC e 18 do Espírito Santo numa área 2 hectares. “O material do IAC tem plantas matrizes, mas não há quantidade suficiente para escala comercial”, diz o pesquisador. Já os materiais do Espírito Santo, disponíveis em grandes quantidades, ainda não foram experimentados em São Paulo o suficiente para serem indicados em escala comercial. Fazuoli ressalta que regiões com déficit hídrico o robusta tem que ser irrigado. A condução da lavoura é outro aspecto delicado desse café. Os estudos com os custos de produção do robusta caminham para a conclusão. Por hora, sabe-se que o mercado é amplo e tem forte demanda da indústria, que poderia se beneficiar inclusive com a isenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), já que desde 1995 o Governo do Estado isenta desse tributo as indústrias de café que compram matéria-prima em São Paulo. Durante a reunião da Câmara Setorial no começo do ano, em Campinas (SP), um produtor do robusta do extremo Sul da Bahia declarou que tem bons rendimentos, apesar de considerar trabalhoso o cultivo, por ser todo manual.


FOTO: Governo do ES

Qualidade passa pela Pesquisa e Organização de Produtores - Quando um apreciador de café tem aqueles minutos prazerosos de encontro com a xícara quente e cheirosa pouco se sabe sobre o quanto já foi feito para a existência da cena tão corriqueira. A verdade é que por trás de um bom café há muito trabalho, de uma longa cadeia produtiva, que tem início na pesquisa, passando pelos produtores e indústria até chegar ao consumidor. O Instituto Agronômico (IAC), referência nacional e internacional em pesquisa com cafeeiro, recebeu nesta segunda-feira, 16, representantes de todos os elos da cadeia do café para a primeira reunião de 2009 da Câmara Setorial de Café. A organização dos produtores com foco na qualidade do café foi o tema norteador da reunião. O grupo aprovou a geração de proposta para desenvolver o chamado Programa de Cafeicultura Sustentável Paulista, que deve ser encaminhada ao Governo do Estado.

De acordo com o presidente da Câmara Setorial do Café, Nathan Herszkowicz, o trabalho técnico está na base de toda a realização, que envolve a caracterização das regiões cafeeiras paulistas. O trabalho previsto é complexo, mas já há alicerces construídos. “Temos o melhor instituto de pesquisa do Brasil”, disse referindo-se ao IAC ao citar bases já existentes para a elaboração do Programa. O nicho de cafés especiais atrai a indústria e vem conquistando espaço. Segundo Herszkowicz, há oito anos o mercado de especiais era nulo e hoje representa 5% de uma grande rede de hipermercados no Brasil, que

movimenta R$ 270 milhões por ano em café. A organização dos produtores e o esforço pela qualidade devem ser direcionados à expansão dessa fatia. A pesquisa é fundamental para alcançar a meta de produto de qualidade e essa ação prevê a interação com os cafeicultores. O pesquisador do Instituto, Luiz Carlos Fazuoli, destacou a parceria com os produtores, trabalho que inclui, além da geração de tecnologias, visitas a lavouras de café e recepção de agricultores que vêm ao IAC para acessar o conhecimento que melhora o desempenho do cafezal. Herszkowicz ressaltou o apoio do governo paulista ao crescimento de cafés de alta qualidade. O incentivo significa disponibilizar suporte técnico, por meio dos institutos da Secretaria de Agricultura, e ainda o incremento financeiro. O presidente da Câmara Setorial lembrou que desde 1995 o Governo do Estado isenta do ICMS as indústrias de café que compram matéria-prima em São Paulo.

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Manejo integrado da mancha de phoma no cafeeiro Antônio Fernando de Souza 1

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A mancha de phoma do cafeeiro é uma doença fúngica que ocorre em vários países do mundo onde se cultiva café em áreas de altitudes mais elevadas, causando prejuízos inestimáveis. O gênero Phoma compreende mais de 2000 espécies que estão agrupadas em nove seções. Algumas espécies são relacionadas como importantes patógenos da parte aérea do cafeeiro. No Brasil já foram encontradas mais de cinco espécies desse fungo. Entretanto duas espécies são as mais conhecidas: Phoma costarricensis e Phoma sp. Independente da espécie envolvida, este fungo ataca folhas, flores, frutos e ramos do cafeeiro, produzindo lesões bem características. Os danos causados por essa doença se fazem refletir diretamente na produção, uma vez que ocorre a morte dos botões florais, das brotações novas, queda de frutinhos e má granação dos frutos devido à desfolha, comprometendo o desenvolvimento e a futura produção da planta. Os danos indiretos causados pela doença é a desfolha e a seca das extremidades dos ramos, que leva a uma redução na produção do ano e na produção do ano seguinte, além de produzir uma bebida de qualidade inferior.

• Os viveiros devem ser formados em locais bem drenados e protegidos contra ventos frios e dominantes. Devese também controlar a irrigação, evitando o excesso de umidade no viveiro. Recomenda-se ainda, aumentar o espaçamento das plantas no viveiro para permitir maior arejamento e, com isto, conseguir reduzir a severidade da doença.

FOTOS: Arquivo

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MEDIDAS PREVENTIVAS

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- Doutor em Fitopatologia, da Universidade Federal de Viçosa (MG).

Ataques sucessivos da doença acarretam intenso brotamento dos ramos laterais, reduzindo o arejamento e a penetração de luz no interior do cafeeiro. Surtos esporádicos também podem ocorrer em mudas nos viveiros ou no campo se as plantas forem expostas a ventos frios, mesmo em altitudes inferiores a 900 m. Ataque severo — A mancha de phoma vem aumentando sua importância econômica nos últimos anos em razão dos prejuízos que causa na produção. Tem sido grande problema para instalação de lavouras cafeeiras em regiões de altitude elevada ou nos topos dos morros, como ocorre no Estado do Espírito Santo e algumas localidades na Zona da Mata Mineira. As maiores perdas são verificadas em plantações sujeitas à ação de ventos frios, principalmente nos anos com excesso de chuvas no inverno. A doença pode limitar o plantio de café em regiões altas como nos chapadões do Triângulo Mineiro, sul de Minas e oeste da Bahia. Manejo da doença — O controle preventivo tem sido a principal medida recomendada para manejo da doença. Deve-se começar pela adoção de uma série de medidas culturais que têm como objetivo prevenir a instalação da doença e facilitar o controle químico, quando este for empregado. Sabemos que, em regiões muito favoráveis, o controle químico por si só não controla satisfatoriamente a doença.

• A escolha da área onde será implantada uma lavoura de café é de grande importância, por isso devem-se evitar áreas desprotegidas (como os topos dos morros), sujeitas aos ventos fortes e frios. A implantação adequada de quebravento é uma opção para as áreas em formação. Deve-se levar em consideração que a instalação de quebra vento segue critérios técnicos, porque, se for feita de forma inadequada, pode canalizar o vento para a lavoura e não interceptálo. Dessa forma, estaria favorecendo ao invés de controlar a doença. • Lavouras adultas, situadas em áreas onde a doença possa apresentar caráter epidêmico, devem também ser protegidas, iniciando-se pela instalação de quebra-ventos provisórios com plantas de crescimento mais rápido e promovendose, simultaneamente, o plantio de plantas arbóreas perenes recomendadas para esta finalidade. • Considerar sempre que, lavouras formadas em altitudes superiores a 900 m estão mais sujeitas ao ataque do patógeno, e nessas condições, a implantação de quebra ventos é de fundamental importância para o manejo integrado da doença. • A adubação equilibrada das plantas evita o desequilíbrio nutricional, diminuindo desta forma o esgotamento dos ramos produtivos, o que abriria a porta para entrada do fungo. A redução da adubação nitrogenada em lavouras muito enfolhadas e em áreas sujeita a neblina, ajuda a reduzir a incidência da doença. • A aplicação da calda viçosa após o florescimento protege os frutos novos contra a penetração do fungo, além de ajudar na nutrição da planta, fornecendo micronutrientes via foliar para o cafeeiro.


CONTABILIDADE RURAL

A contabilidade nas operações rurais Publicaremos, a partir desta edição, um artigo do contabilista Julio Zanluca, que retrata a im-portância da contabilidade nas operações rurais. Não se trata de nenhum ‘guia para proprietários rurais’, mas colabora com a sensi-bilização sobre a importância da escrituração rural. Como o texto é abrangente, dividimos o artigo em várias edições.

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Júlio César Zanluca

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Consideram-se como atividade rural a exploração das atividades agrícolas, pecuárias, a extração e a exploração vegetal e animal, a exploração da apicultura, avicultura, suinocultura, sericicultura, piscicultura (pesca artesanal de captura do pescado in natura) e outras de pequenos animais; a transformação de produtos agrícolas ou pecuários, sem que sejam alteradas a composição e as características do produto in natura, realizada pelo próprio agricultor ou criador, com equipamentos e utensílios usualmente empregados nas atividades rurais, utilizando-se exclusivamente matéria-prima produzida na área explorada, tais como: descasque de arroz, conserva de frutas, moagem de trigo e milho, pasteurização e o acondicionamento do leite, assim como o mel e o suco de laranja, acondicionados em embalagem de apresentação, produção de carvão vegetal, 1

produção de embriões de rebanho em geral (independentemente de sua destinação: comercial ou reprodução). Também é considerada atividade rural o cultivo de florestas que se destinem ao corte para comercialização, consumo ou industrialização (Lei nº 9.430/96, art. 59). Entidades rurais são aquelas que exploram a capacidade produtiva do solo ou da água, mediante extração vegetal, o cultivo da terra ou da água (hidroponia) e a criação de animais.

- Júlio César Zanluca é contabilista e autor do Manual Prático de Contabilidade Empresarial.

Atividades Agrícolas - As culturas agrícolas dividem-se em: a) temporárias: a que se extinguem pela colheita, sendo seguidas de um novo plantio; e b) permanentes: aquela de duração superior a um ano ou que proporcionam mais de uma colheita, sem a necessidade de novo plantio, recebendo somente tratos culturais no intervalo entre as colheitas. Cultura Temporária - São aquelas sujeitas ao replantio após a colheita, possuindo período de vida muito curto entre o plantio e a colheita, como por exemplo os cultivos de feijão, legumes, arroz, trigo, etc. Durante o ciclo produtivo, os custos pagos ou incorridos, nesta cultura, serão acumulados em conta específica que pode ser intitulada como “Cultura Temporária em Formação” Estoques - Ativo Circulante. Após a colheita, esta conta deverá ser baixada pelo seu valor de custo e transferida para uma nova conta, que poderá ser denominada “Produtos Agrícolas” - Estoques - Ativo Circulante, especificando-se o tipo de produto.

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Cultura Permanente - São aquelas não sujeitas ao replantio após a colheita, uma vez que propiciam mais de uma colheita ou produção, bem como apresentam prazo de vida útil superior a um ano, como por exemplo: la-ranjeira, macieiras, plantações de café, etc. Durante a formação dessa cultura, os gastos são acumulados na conta “Cultura Permanente em Formação” - Imobilizado. Quando atingir a sua maturidade e estiver em condições de produzir, o saldo da conta da cultura em formação será transferido para a conta “Cultura Permanente Formada” - Imobilizado, especificando-se o tipo de cultura. Esta conta está sujeita á contabilização de exaustão, a partir do mês em que começar a produzir. Produção da Cultura Permanente - Durante o período de formação do produto a ser colhido (maçã, uva, laranja, etc.) os custos pagos ou incorridos serão acumulados em conta específica, que poderá ser denominada de “Colheita em Andamento” - Estoques - Ativo Circulante, devendo-se especificar o tipo de produto que vai ser colhido. Após a colheita, esta conta deverá ser baixada pelo seu valor de custo e transferida para uma nova conta denominada “Produtos Agrícolas” Estoques, especificando-se o tipo de produto colhido. Fundamento Legal:- Resolu{Fundamento ção CFC 909, de 08.08.2001, que aprovou a NBC T-10, Atividades Agropecuárias.}

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12ª E X P O C A F É

22 Revista Attalea® Agronegócios - Mar 2009 -

A cadeia produtiva do café já tem data marcada para se encontrar. De 17 a 19 de junho, acontece a 12ª EXPOCAFÉ, maior feira de tecnologia do Agronegócio Café da América Latina. O evento será realizado, mais uma vez, na Fazenda Experimental da EPAMIG - Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, em Três Pontas (MG). A EXPOCAFÉ é organizada pela UFLA – Universidade Federal de Lavras e conta com o apoio da EPAMIG, da EMATER, do SEBRAE-MG, da COCATREL, da UNICOOP, do IMA, do FUNDECC e da Secretaria de Agricultura do Estado de MG. De acordo com Nilson Salvador, presidente do evento, a EXPOCAFÉ

FOTO: Editora Attalea

Estimativa de 45 mil visitantes na EXPOCAFÉ

vem se fortalecendo a cada ano. “O objetivo da feira é levar sempre mais oportunidades e tecnologia aos empresários, essenciais à competitividade e sustentabilidade do sistema produtivo, mostrando aos visitantes as diferentes oportunidades no agronegócio café”, afirma. Para esta edição, a EXPOCAFÉ abre o debate sobre “Responsabilidade Social”, valorizando também a produção familiar, concentrando o homem no campo, a mão-deobra, compatibilizando com máquinas e facilidades da produção. Rodadas de Negócios - Durante os três dias da feira, os empresários contarão com Rodadas de Negócios promovidas pelo SEBRAE-MG, parceiro definitivo da

ADUBOS, SEMENTES, DEFENSIVOS; ELABORAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS DE IRRIGAÇÃO; ASSISTÊNCIA TÉCNICA ESPECIALIZADA

EXPOCAFÉ, que proporciona agilidade e credibilidade aos negócios realizados durante o evento. No ano passado, além das Rodadas de Negócio, o SEBRAE-MG contribuiu com o evento na organização de clinícas tecnológicas sobre a cafeicultura, bem como o Encontro de Produtores Rurais no Comércio Justo (Fair Trade). Piscicultura e Exposição de Animais - A exemplo da feira anterior, os visitantes poderão conhecer técnicas para aproveitamento de água, como a piscicultura. Haverá um aumento da área de exposição de grandes animais e técnicas de manejo e reprodução. A feira não tem fins lucrativos, com entrada franca e conta com os serviços de telefonia móvel, bancários, alimentação e melhorias da infra-estrutura. Para saber mais sobre a EXPOCAFÉ 2009, visite o novo site www.expocafe. com.br ou faça contato pelo telefone: (35) 3829.1764 / 1466 com a secretaria da Expocafé. E-mail: expocafe@ufla.br

3720-2323 - 3720-2141 R. Elias Abrão, 110, São Joaquim - Franca (SP)


EXPOAGRO de Franca define turnos para exposição de animais FOTOS: Editora Attalea

Começam os preparativos para a 2ª EXPOVERDE

A Prefeitura de Franca (SP) - através da Secretaria de Desenvolvimento -, iniciou os preparativos para 40ª EXPOAGRO - Exposição Agropecuária de Franca, que acontecerá de 22 a 31 de maio de 2009, no recinto do Parque de Exposições “Fernando Costa”. De acordo com Alexandre Ferreira, Secretário de Desenvolvimento, a prefeitura pretente, para este ano, incrementar ainda mais o evento. “A fórmula estabelecida nos últimos quatro anos contribuiu para fortalecer o nome de Franca junto às principais associações de criadores. Hoje, as exposições de Gado Girolando, Gir Leiteiro e Nelore são reconhecidas pelos principais expositores. O mesmo se repete com as entidades representativas do Cavalo Árabe e Cavalo Mangalarga, bem como dos Ovinos Santa Inês, Morada Nova e Dorper, já tradicionais em nossa exposição”, explica Alexandre. A equipe de organização já iniciou os contatos com as entidades. No início do mês de março, o médico veterinário Paulo Roberto Ferreira Pinto visitou as sedes das Associações de criadores do Gir Leiteiro e do Girolando, ambas em Uberaba (MG). “Visitaremos agora as exposições de Altinópolis (SP), Passos (MG) e Araxá (MG), para fortalecer os contatos com os criadores e expositores”, diz.

Com data prevista para ser realizada entre os dias 10 a 13 de setembro de 2009, no Parque de Exposições “Fernando Costa”, a 2ª EXPOVERDE - Feira de Flores, Frutas, Hortaliças, Plantas Ornamentais, Medicinais, Nativas e Orgânicas, Máquinas e Implementos Agrícolas teve o pontapé inicial para a edição 2009. A realização é da UNIATA FRANCA - Cooperativa de Trabalho dos Profissionais do Setor Agropecuário e Afins da Região de Franca, tendo o apoio da Prefeitura de Franca, do SEBRAE-SP e do SENAR-SP, através do Sindicato Rural de Franca. Com entrada gratuita, o evento do ano passado contabilizou a presença de mais de 150 mil pessoas, que circularam nos estandes das empresas que expuseram plantas, produtos, insumos, serviços, máquinas e equipamentos para o cultivo dos mais diversos tipos de plantas. De acordo com Heitor de Lima, diretor da Divisão de Atividades Produtivas, da Secretaria de Desenvolvimento, algumas empresas já iniciaram contato para a aquisição de estandes e áreas de exposição. “Nossa expectativa é de ampliarmos o número de empresas expositoras, trazendo mais opções para os produtores rurais e para os visitantes”, afirma Heitor.

Rua Campos Salles, 2385 Centro - Franca (SP) Tel. (16) 3722-3400 - Fax (16) 3722-4027

Escritório Contábil

Rua José de Alencar, 1951 Estação - Franca (SP) Tel. (16) 3722-2125 - Fax (16) 3722-4938

ABERTURA DE FIRMAS, ESCRITAS FISCAIS E CONTABILIDADE EM GERAL

E V E N T O S

23 Revista Attalea® Agronegócios - Mar 2009 -


24 Revista Attalea® Agronegócios - Mar 2009 -

Celso Foelkel 1 FOTO: Bernard Thompson

E U C A L I P T O

Manejando as Florestas Plantadas de Eucalipto para Maior Sustentabilidade Nas três últimas décadas, conseguimos desenvolver no Brasil uma fantástica tecnologia para plantar e fazer crescer florestas produtivas. Aprendemos a fazê-las desenvolver bem e produzindo madeiras especializadas para utilizações finais específicas. Os saltos de produtividade foram igualmente fantásticos: de crescimentos abaixo de 20 metros cúbicos por hectare/ano para plantações de eucaliptos na década dos 60’s para cerca de 50 m³/ha.ano, nesse final da primeira década dos 2000’s. Conseguimos muitas respostas para a pergunta “como fazer uma plantação florestal crescer e produzir bem?” Entretanto, esse salto tecnológico está agora a demandar novas rupturas, algumas de cunho tipicamente ambiental focado na sustentabilidade, outras tipicamente tecnológicas, em um novo ciclo de agregação de novas tecnologias para maiores produtividades. Para que isso aconteça temos que entender mais de fisiologia e de ecologia dessas florestas e suas interrelações com o ambiente. Como a plantação florestal cresce? O que ela precisa para isso? Como a árvore cria suas células e órgãos? Como as árvores interagem entre si e com a ambiente? Quais seus reais efeitos nos ecossistemas? Quais os fatores 1 - Coordenador técnico do informativo Eucalyptus Newsletter (www.eucalyptus.com.br). Tel.(51) 3338-4809. Email: celso@celsofoelkel.com.br

críticos e restritivos? Como otimizá-los? Como melhorar a eficiência global e o balanço ambiental da floresta plantada, ou seja, a relação entre entradas e saídas do sistema florestal em questão? Por saídas no balanço ambiental devemos entender as quantidades de madeiras, de biomassas, de nutrientes, de água ou de biodiversidade, que são usadas, extraídas ou que simplesmente transitam e se acumulam no sistema. Por entradas no sistema, temos os fatores de produção que são adicionados por nós ou pela Natureza, como água, “comida nutricional”, insumos, sol, microbiologia do solo, etc. A otimização implica em avaliação de impactos, de oportunidades e de eficiências parciais e totais, desde a biologia e fisiologia até a produtividade expressa para um ou mais bens econômicos e comercializáveis. As implicações ambientais das florestas plantadas começaram a ser avaliadas muito tempo depois de começar-

mos as pesquisas para acelerar a produtividade. Até há uns 15 anos atrás, o solo era mais visto como um substrato para as árvores crescerem do que como um patrimônio, um legado da Natureza para ser gerenciado de forma sustentável. Faz pouco mais de uma década que o setor de florestas plantadas passou a entender e a admitir que a hidrologia das áreas plantadas é afetada, e por isso mesmo, a gestão dessas áreas precisa ser feita com base em monitoramentos das microbacias hidrográficas. No princípio, esses experimentos eram montados mais para provar que as florestas não afetavam o ecossistema. Agora, são montados para que forneçam subsídios para encontrar maneiras mais ecoeficientes e mais sustentáveis para o estabelecimento e manejo dessas plantações. Uma enorme evolução conceitual! Muitas técnicas ambientalmente corretas (e outras nem tanto !!) têm sido introduzidas para fazer crescer as plantações de florestas, tais como: • utilização de áreas já previamente desgastadas pela agricultura e pecuária (por razões de custos de aquisição e implantação, adaptabilidade das espécies florestais a essas condições, etc.); • planejamento agroecológico do horto florestal , em todas as suas fases, do berço ao túmulo; • planejamento adequado das operações de silvicultura e de colheita ; • maximizar a proteção do solo e a conservação da água;


FOTO: Bernard Thompson

• corretas operações florestais para evitar que uma operação prejudique as subseqüentes devido à sua má qualidade; • banimento do uso do fogo nas atividades florestais e combate efetivo aos incêndios florestais; • conservação e proteção do solo: de seus constituintes, estrutura, micro-vida, umidade, porosidade, etc.; • mínimo preparo do solo o que acarreta a diminuição da erosão do solo pela manutenção de resíduos florestais e da casca após colheita; • fertilização com adubos químicos, orgânicos e resíduos da colheita; • utilização de resíduos industriais e urbanos para fertilização química e orgânica do solo, combinando uma atividade produtiva (florestal) com uma atividade de saneamento (uso dos resíduos); • retenção e conservação dos recursos hídricos (solo, aqüíferos, nascentes, cursos d’água, etc.); • estabelecimento de sistemas de drenagem de água de escoamento superficial para evitar erosão do solo e para incorporação dessa água à área produtiva; • intenso combate à vegetação concorrente (mato-competição); • combate adequado de inimigos das plantações, como formigas e outras pragas e moléstias, preferencialmente por introdução de resistência nas plantas ou de métodos de controle biológico; • adequação do espaço para a árvore crescer, suas raízes, sua copa, etc.; • engenharia da forma e da arquitetura da árvore para maximização do crescimento aéreo; • engenharia da área e arquitetura foliar, para otimizar a relação fotossíntese e consumo de água; • monitoramento eco-fisiológico e nutricional; • utilização cada vez mais intensa de operações mecanizadas desde o preparo do solo até a colheita; • melhoria substancial na sobrevivência das mudas plantadas, no crescimento inicial das árvores, na unifor-midade entre elas, no controle do mato e dos outros inimigos, etc., etc.

• melhoria na qualidade genética das árvores através melhoramento florestal por seleção na população ou por clonagem de indivíduos superiores; • melhoria na efetividade de uso de nutrientes e água pelas florestas: aumento da produtividade pelo uso mais eficiente de água e “comida”; • melhoria da qualidade da madeira para usos específicos (celulose e papel, serraria, carvão, etc., etc.);

• diversificação do ambiente florestal por engenharia de ecomosaicos florestais envolvendo áreas de florestas produtivas, agricultura, pecuária e de vegetação nativa protegida; • uso de ferramentas da biotecnologia e da engenharia genética para acelerar a produtividade e melhorar algumas qualidades do processo ou dos produtos; • recuperação de áreas degradadas, restaurando-lhes a produtividade ou reabilitando-as e incorporando-as como áreas de preservação permanente; • formação de arranjos produtivos mais complexos, envolvendo outras atividades de interesse da sociedade (agricultores, usuários da madeira, desenvolvimento de outros usos e produtos florestais, etc.). (continua na próxima edição... )

E U C A L I P T O

25 Revista Attalea® Agronegócios - Mar 2009 -


Mercado Físico Café Arábica - Fonte Gazeta Mercantil e Café & Mercado. (Média mensal, R$ /sc 60kg) SÃO PAULO

MINAS GERAIS

C A F É

CAFÉ VERDE

242,50 259,46 255,53 257,15 258,14 219,65 224,45 216,99 205,15 201,54

• BICHO-MINEIRO Decis 25CE (1L) Polytrin 400/40 CE (1L)

Revista Attalea® Agronegócios - Mar 2009 -

EUA Rússia Ucrânia Reino Unido Japão soma 5 > TOTAL

TORRADO E MOÍDO EUA Itália Argentina Japão Paraguai soma 5 > TOTAL 1

1

Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Ajuste 1

volume

1

509.321 487.020 218.008 240.287 146.490 1.601.126 3.097.506

DEZ

73.048 18.182 4.865 4.207 1.290 101.592 109.182

38,49 36,84

432,14 251,03 367,13 28,86

453,56 253,61 378,54 29,76

476,54 243,23 364,21 30,31

37,92 37,11

39,03 37,59

40,44 38,71

127,06 81,77 84,26 54,97 77,53

127,83 83,36 83,91 55,32 75,79

21,28 50,82 80,68

23,00 49,95 85,76

• FERRUGEM, PHOMA e CERCOSPORA Priori Xtra (1L) 124,33 124,45 Opera (1L) 82,26 83,73 Alto 100 (1L) 92,58 92,09 Folicur 200CE (1L) 63,68 61,61 Opus (1L) 102,24 79,44 • HERBICIDAS Roundup (1L) 16,43 16,59 Goal BR (1L) 56,48 51,63 Trop (5L) 59,67 59,90

Principais Países Importadores - Fonte MIDC, ABIC e Café & Mercado 2007 2008 Variação 2007/2008 2 3 1 2 3 preço receita volume preço receita volume preço receita 136,73 687.052 5.182.150 131,13 589.888 4.564.905 140,28 375.638 2.882.898 139,67 178.554 2.280.184 145,59 272.772 1.770.387 138,68 2.103.904 16.680.524 136,20 3.378.317 26.114.856

159,47 826.409 154,51 705.327 165,56 477.300 159,68 364.089 168,04 297.503 161,45 2.670.628 158,21 4.131.580

2007 preço2 receita3

volume

2008 preço2 receita3

Variação 2007/2008 volume preço receita

109,45 171,33 175,52 165,55 172,84 158,94 145,64

563.312 372.249 209.586 201.088 195.109 1.541.344 3.238.389

143,90 192,86 204,04 186,44 196,45 184,73 174,68

10,60% -23,57% -3,86% -16,31% 33,19% 0,01% 4,55%

55.747 83.440 38.264 39.780 25.319 242.550 451.117

2007 volume1 preço2 receita3

-Volume em sacas de 60kg;

Mês

ANO 2008 OUT NOV

250,43 265,24 260,68 265,80 266,75 246,27 261,63 257,41 262,70 263,53 265,61 273,56 270,83 276,95 277,66

volume

CAFÉ SOLÚVEL

SET

DEZ

249,78 264,84 260,28 264,95 266,30 245,88 261,53 257,29 261,95 263,83 252,31 269,67 264,58 273,10 276,18

Alemanha 5.025.063 EUA 4.498.583 Itália 2.677.762 Bélgica 1.278.407 Japão 1.873.527 soma 5 > 15.353.342 TOTAL 24.804.301

26

Out/07 Jan/08 Ago/08 Out/08

249,83 254,94 260,58 265,80 266,65 245,70 261,63 257,44 262,65 263,32

AGO

• Sul/Sudoeste - Bica Fina - Bica Dura 6 - Cereja Desc. • Cerrado - Fino/Extra Fino - Bica Dura 6 - Cereja Desc.

Mês

• INSETICIDAS DE SOLO Verdadero 600WG (1kg) 424,31 Baysiston GR (20kg) 250,73 Temik 150 (20kg) 379,37 Actara 250WG (100g) 29,83

AGO

• Mogiana - Fino/Extra Fino - Bica Dura 6 • Marília/Garça - Bica Dura 6 - Bica Rio 7

M E R C A D O

ANO 2008 SET OUT NOV

Preços de Insumos Cafeicultura - Fonte IEA (Em R$)

254,50 207,66 289,92 224,69 156,35 226,62 244,57 2

1

81.063 71.791 42.763 37.491 38.328 271.436 565.667

2008 volume1 preço2 receita3

18.591 3.776 1.411 945 202 24.925 26.702

84.003 18.682 11.498 6.777 1.377 122.337 132.058

- Preços em US$/sc de 60kg;

287,00 228,72 218,30 251,10 191,75 235,37 269,79 3

24.109 4.273 2.510 1.702 264 32.858 35.627

3,13% 1,47% 7,66% 78,36% -5,51% 17,02% 5,28%

16,64% 20,28% 17,83% 19,57% 18,02% 27,06% 14,32% 103,91% 15,42% 9,07% 16,44% 35,98% 16,16% 22,30%

31,47% 45,41% 12,57% -13,96% 16,25% 11,76% 12,62% -5,75% 13,66% 51,38% 15,31% 17,77% 19,94% 25,39%

Variação 2007/2008 volume preço receita 15,00% 2,75% 136,33% 61,11% 6,72% 44,33% 20,95%

12,77% 10,14% -24,70% 11,75% 22,65% 6,52% 10,31%

29,68% 13,17% 77,95% 80,05% 30,89% 46,35% 33,42%

Particip. Volume 2008 2007 12 MÉDIA 20% 18% 11% 5% 8% 12,4% 100,0%

20% 17% 11% 9% 7% 12,8% 100,0%

Particip. Volume 2008 2007 12 MÉDIA 16% 16% 7% 8% 5% 10,4% 100,0%

17% 11% 6% 6% 6% 9,2% 100,0%

Particip. Volume 2008 2007 12 MÉDIA 67% 17% 4% 4% 1% 18,6% 100,0%

64% 14% 9% 5% 1% 18,6% 100,0%

- Receita em mil US$

Sistema de Remuneração da Cana-de-Açúcar - Fonte Consecana e UDOP 2005/2006 2006/2007 2007/2008 2008/2009 Cana Cana Cana Cana Cana Cana Mensal1 Mensal1 Mensal1 Mensal1 Cana 2 Cana 3 Campo2 Esteira3 Campo2 Esteira3 Campo2 Esteira3 Campo Esteira 0,2269 0,2238 0,2438 0,2488 0,2654 0,2870 0,2848 0,3179 0,3569 0,3743 0,4027 0,3083

- Em R$/kg ATR;

24,78 24,61 25,26 25,74 26,36 27,23 27,79 28,62 29,57 30,53 31,69 33,66 2

27,67 27,49 28,21 28,75 29,44 30,42 31,04 31,97 33,03 34,10 35,40 37,60

0,3830 0,3897 0,3920 0,3645 0,3350 0,3149 0,3124 0,3155 0,3152 0,3028 0,3089 0,3430

41,82 42,20 42,38 41,71 40,76 39,80 39,06 38,55 38,29 37,90 37,63 37,45

46,71 47,14 47,34 46,59 45,53 44,46 43,63 43,07 42,77 42,34 42,03 41,84

- Em R$/ton = 109,19 kg ATR (entregue no campo);

0,2632 0,2299 0,2243 0,2268 0,2261 0,2174 0,2370 0,2418 0,2402 0,2529 0,2628 0,2443 3

31,65 29,34 28,05 27,36 26,91 26,42 26,38 26,46 26,46 26,55 26,74 26,67

35,36 32,77 31,33 30,57 30,06 29,52 29,47 29,55 29,55 29,66 29,87 29,80

0,2506 0,2385 0,2493 0,2498 0,2685 0,2920 0,3015 0,3116 0,3238 0,3394

27,53 26,93 26,97 27,02 27,41 28,02 28,54 28,97 29,44 29,98

- Em R$/ton = 121,97 kg ATR (entregue na esteira)

30,75 30,08 30,13 30,19 30,61 31,30 31,88 32,36 32,88 33,49


AGENDA DE EVENTOS Dia do Agricultor de Cristais Paulista (SP) será em setembro FOTOS: Editora Attalea

Prefeitura incentiva a avicultura familiar em Franca (SP)

Pintainhos da linhagem Embrapa-51

Sami Máquinas sempre presente

A Prefeitura de Franca, através da Secretaria de Desenvolvimento, retomou no mês de março a distribuição de pintainhos a preço de custo aos produtores rurais de Franca (SP) e região. A atividade faz parte do Programa Municipal de Avicultura Familiar Familiar, que está sendo executado há mais de quatro anos e é responsável pelo incremento da avicultura no município e na região. Além da distribuição dos pintainhos, o programa consta ainda de treinamentos técnicos gratuitos.

Organizado pela Prefeitura de Cristais Paulista (SP), a 10ª edição do Dia do Agricultor - Feira de Tecnologia da Produção Agrícola e Pecuária acontecerá este ano no na primeira semana do mês de setembro. De acordo com Gerson Rubens Rocha, um dos organizadores do evento, ainda existem espaços a serem comercializados, mas a procura está sendo muito grande por parte das empresas. O evento acontecerá no Parque de Exposições “José Alexandre Junqueira Vilela”.

Agricultura Orgânica é tema de seminário em Franca (SP)

Expectativa para a última AGRISHOW em Ribeirão Preto

Hortaliças na feira semanal de Franca.

Estandes superlotados todos os dias

Acontece no próximo dia 26 de março, no Parque de Exposições “Fernando Costa”, em Franca (SP), o 3º Seminário de Agricultura Orgânica de Franca e Região. Região De acordo com Evernon Reingada, gestor de agronegócios do Escritório Franca do SEBRAE-SP, o evento já se tornou tradicional na região e tem por objetivo trazer novidades tecnológicas para a atividade, bem como promover discussões junto ao grupo de produtores.

Toda a região se prepara para a última edição da AGRISHOW - Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação a ser realizada em Ribeirão Preto (SP), já que a feira será realizada agora em São Carlos (SP). A 15ª edição da feira acontece de 27 de abril a 02 de maio. Em 2008, superou a meta dos negócios , contabilizando acima dos R$ 800 milhões. O público visitante foi de aproximadamente 140 mil pessoas, sendo 3 mil eram estrangeiros.

LIVROS CULTIVO DO MARACUJAZEIRO Autores: Eng. Agrônomos Ana Cristina Vello Loyola Dantas, Adelise de Almeida Lima e Hilton Ney Gaiva. Editora: LK Editora Contato: www. lkeditora.com.br Tel. (61)3349-5107

Este manual técnico apresenta um trabalho inédito - o único com metodologia passo a passo existente no mercado - que vai orientar os leitores sobre os processos para o cultivo do maracujá, desde a implantação do pomar, a realização de tratos culturais e fitossanitários, a colheita do fruto até a sua comercialização. DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA Autores: José Eli de Veiga Editora: Livraria EDUSP Contato: eduspvenda@usp.br. Tel. (11) 30914150. Este livro reúne um conjunto de informações fundamentais a todos os que desejam entender o papel da agricultura no desenvolvimento da sociedade capitalista. Fornece bases para a análise dos processos de modernização do setor agropecuário que prevaleceram nas principais economias do mundo contemporâneo, recorrendo à história, mais que às teorias. O autor beneficia-se de sua experiência docente e de trinta anos de pesquisas sobre o desenvolvimento sustentável, buscando preencher uma séria lacuna na atual formação dos nossos economistas, agrônomos e sociólogos.

27 Revista Attalea® Agronegócios - Mar 2009 -


Attalea

Proteja-se contra a crise. Invista em reflorestamento. Baixo risco e excelente rendimento. Seu investimento continua crescendo dia-a-dia, independente das variações dos mercados.

28 Revista Attalea® Agronegócios - Mar 2009 -

REFLORESTAMENTO AMBIENTAL

REFLORESTAMENTO COMERCIAL

VIVEIRO FLORESTAL

Reposição de APP’s e Reservas Legais, Conservação de Nascentes, TAC’s e Compensação Ambiental

Na foto, Cedro Australiano (Toona ciliata) com 1 ano e meio de idade

Grande variedade de mudas de espécies nativas e exóticas para reflorestamento, cerca-viva e arborização

Tel: (16) 9999-7196 - (35) 9978-5740 atendimento@arbara.com.br SÃO TOMÁS DE AQUINO (MG)

PAU-MULATO

Comércio de Sementes Florestais

IPÊ-AMARELO


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