Edição 20 - Revista de Agronegócios - Março/2008

Page 1

Marรงo de 2008

1

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGร CIOS


Marรงo de 2008

2

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGร CIOS


Marรงo de 2008

3

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGร CIOS


R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS Março de 2008

4

A recuperação do setor produtivo de grãos, de café e o avanço crescente da cana-de-açúcar refletiu diretamente em diversos setores da produção agrícola regional e brasileira. A consolidação da indústria de máquinas agrícolas, com previsão de vendas em torno de 15%, deve superar o melhor ano do setor, que foi 2004. Envolvidos diretamente neste processo de crescimento, já que são as vitrines das principais atividades agropecuárias da região e do país, as exposições tecnológicas e as agropecuárias vem se despontando. No começo de março, a FEINCO - Feira Internacional de Caprinos e Ovinos, realizada em São Paulo (SP), quebrou todos os recordes (em13 leilões movimentaram mais de R$ 10 milhões, superando em 145% a marca do ano anterior, que foi de R$ 4,2 milhões. Para o mês de maio, a comissão organizadora da 39ª Expoagro - Exposição Agropecuária de Franca (SP), teve que ampliar o período de exposição de animais, visto o interesse das associações e dos núcleos de criadores. O evento está resgatando, ainda, o Torneio Leiteiro de Gado Gir. Na cafeicultura, o maior destaque fica por conta da 11ª Expocafé, que será realizada de 18 a 20 de junho, em Três Pontas (MG). A UFLA - Universidade Federal de Lavras, promotora do evento, espera duplicar os negócios e o público visitante, que no ano passado alcançaram, respectivamente, R$ 112 milhões em negócios, com um público de 30 mil pessoas.

FOTO: Editora Attalea

Números estimulam produção agrícola A Revista Attalea Agronegócios, registrada no Registro de Marcas e Patentes do INPI, é uma publicação mensal da Editora Attalea Revista de Agronegócios Ltda., com distribuição gratuita, reportagens atualizadas e foco regionalizado na Alta Mogiana, Triângulo, Sul e Sudoeste de Minas Gerais. TIRAGEM 3 mil exemplares EDITORA ATTALEA REVISTA DE AGRONEGÓCIOS LTDA. CNPJ nº 07.816.669/0001-03 Inscr. Municipal 44.024-8 Rua Professora Amália Pimentel, 2394, São José CEP: 14.403-440 - Franca (SP) Tel. (16) 3723-1830 revistadeagronegocios@netsite.com.br

A Expocafé será ainda o primeiro evento em comemoração do centenário da UFLA. A tecnologia é o nosso assunto principal, destacando-se os números positivos de vendas na indústria, bem como os lançamentos de máquinas e implementos da Massey Ferguson e da Agritech-Yanmar. Na cadeia produtiva do leite, vários são os destaques: leilão de gado Gir Leiteiro na Fazenda Santa Gemma e Paraíso; a produção leiteira na região de Carmo do Rio Claro (MG); e o lançamento do produto BLOC - um eficiente anestésico pré e pós-operatório - da JA Produtos Veterinários, empresa sediada em Patrocínio Paulista (SP) Publicamos também um artigo sobre o controle biológico em cana-deaçúcar, mostrando a importância econômica do controle alternativo de pragas e doenças, bem como a importância de práticas naturais na agropecuária. Boa leitura a todos!

DIRETOR E EDITOR Eng. Agrº Carlos Arantes Corrêa cacoarantes@netsite.com.br DIRETORA COMERCIAL Adriana Silva Dias (16) 9967-2486 adrianadias@netsite.com.br JORNALISTA RESPONSÁVEL Rejane Alves MtB 42.081 - SP PUBLICIDADE Adriana Silva Dias (16) 9967-2486 ASSESSORIA JURÍDICA Raquel Aparecida Marques OAB/SP 140.385 CTP E IMPRESSÃO Cristal Gráfica e Editora Rua Padre Anchieta, 1208, Centro Franca (SP) - Tel/Fax (16) 3711-0200 www.graficacristal.com.br CONTABILIDADE Escritório Contábil Labor Rua Campos Salles, 2385, Centro, Franca (SP) - Tel (16) 3722-3400 É PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL DE QUALQUER FORMA, INCLUINDO OS MEIOS ELETRÔNICOS, SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO EDITOR. Os artigos técnicos e as opiniões e conceitos emitidos em matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores, não traduzindo necessariamente a opinião da REVISTA ATTALEA AGRONEGÓCIOS.

Foto da Capa: OIMASA FRANCA Trator MF 275 Franca (SP).

Cartas Editora Attalea Revista de Agronegócios Rua Profª Amália Pimentel, 2394. CEP 14.403-440, Franca (SP) ou revistadeagronegocios@netsite.com.br.


A EXPOCAFÉ é a única feira de exposição do Agronegócio Café, registrada no Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras - uma síntese das principais feiras e exposições do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do ano de 2008. Como nas edições anteriores, a feira conta com a parceria da Prefeitura Municipal de Três Pontas, Emater, Epamig, IMA, Sebrae e cooperativas como Cocatrel e Unicoop.

Durante esses três dias, as atenções dos mercados cafeeiros nacional e internacional se voltam para a EXPOCAFÉ EXPOCAFÉ, que vem obtendo recorde de público e negócios a cada ano. São esperadas várias autoridades para a abertura da feira que deverão também participar de palestras e debates junto aos

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

Café com ResCom o tema “Café Ambiental a UFLA ponsabilidade Ambiental”, Universidade Federal de Lavras estará promovendo de 18 a 20 de junho próximo, a 11ª EXPOCAFÉ. O evento será realizado na Fazenda Experimental da Epamig - Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, no município de Três Pontas (MG). Desde o final da Expocafé em 2007, já era anunciado o interesse dos expositores em garantir seu espaço para este ano, o que esgotou imediatamente a locação dos estandes e plots. Para garantir a permanência dos expositores e ampliar o número de parceiros na feira, foi preciso aumentar o espaço, ampliar a área de grandes animais, modificar o estacionamento e expandir o número de dinâmicas de campo.

Março de 2008

5

Attalea

R

FOTOS: Viveiro Monte Alegre

Mudas de café certificadas pelo Ministério da Agricultura

Mudas de café produzidas no sistema convencional (saquinhos), tubetões e mudões para replantio.

TEMOS TAMBÉM MUDAS DE EUCALIPTO SOB ENCOMENDA

Encomendas pelos Fones: Fazenda Monte Alegre: (16) 3723-5784 André Cunha: (16) 9967-0804 / Luis Cláudio: (16) 9965-2657


FOTOS: Divulgação

expositores e visitantes. A feira oferece a possibilidade de estreitar relacionamentos entre diversas cadeias do setor produtivo, troca de experiências, mostras de inovações tecnológicas e negócios.

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

Atividades

Garota EXPOCAFÉ

Negócios e palestras

Uma das novidades apresentadas durante a EXPOCAFÉ-2008 será a eleição da “Garota Expocafé”. Trata-se de um evento social que tem como objetivo maior integração entre os municípios participantes, que terão a oportunidade de divulgar seus costumes e negócios, em momento de entretenimento, beleza e descontração. Mais detalhes sobre o evento e o regulamento estarão disponíveis no site www.expocafe.com.br www.expocafe.com.br.

Uma grande promessa de bons negócios durante a EXPOCAFÉ EXPOCAFÉ, além da diversidade de produtos nos estandes, é a presença do Sebrae-MG que anuncia para este ano, a duplicação do estande para a Rodada de Negócios, que na edição anterior superou R$60 milhões durante os três dias. Como na edição anterior, a EXPOCAFÉ estará disponibilizando um circo/estande para palestras e debates, buscando maior integração e divulgação de idéias, propostas e apresentação de produtos. No ano de 2007, foram contabilizados cerca de R$112 milhões em negócios e um público de 30 mil pessoas. A feira, com entrada franca, não tem fins lucrativos. Para maior facilidade de escolha das últimas unidades de estandes, o interessado deve fazer contato pelo telefone: (35) 3829.1674, com a secretaria da EXPOCAFÉ, ou pelo e-mail expocafe @ufla.br @ufla.br. Mais informações no site www.expocafe.com.br www.expocafe.com.br.

Sabores e brindes Está sendo esperado um público superior a 40 mil pessoas. Quem visitar a EXPOCAFÉ estará concorrendo a sorteios de brindes além de poder degustar e aprender as deliciosas receitas produzidas pela Cozinha Experimental do Senac, do Centro de Formação Profissional de Varginha (MG) e experimentar a grande variedade de café servido com os mais diversos complementos em todos os estandes, como bolos, biscoitos, tortas.

Attalea

Março de 2008

6

A edição 2008 da EXPOCAFÉ faz parte do calendário de comemorações da UFLA, que este ano completa 100 anos de existência e de importante contribuição para o setor agropecuário nacional. Para este ano, a EXPOCAFÉ anuncia aumento das atividades de campo, com demonstrativos de defensivos e de fertilizantes, áreas de culturas, dinâmica de máquinas no campo que transportam para o cafezal da Fazenda da Epamig, estudantes, cafeicultores, profissionais interessados que aplicam os conhecimentos ali adquiridos em suas propriedades. O objetivo da feira é levar aos empresários rurais tecnologias disponíveis e essenciais à competitividade e sustentabilidade do sistema produtivo e mostrar aos visitantes e interessados, as diferentes oportunidades no agronegócio café. Ao visitar a EXPOCAFÉ EXPOCAFÉ, o produtor rural certamente encontrará a maior diversidade em produtos e serviços para sua propriedade e lavoura. Poderá conhecer técnicas e novidades para secagem do café, melhorias do solo, fungicidas, adubação. Encontrará trituradoras, arruadores de café, tratores, peças e implementos, sacarias e técnicas de produção, abanadores de café, lavadores mecânicos, despolpadores, além de vestuário, utensílios, veículos, produtos de construção civil, perfumaria e muito mais. O cafeicultor conhecerá as novidades para o controle de pragas e doenças do cafezal. Encontrará também soluções ecologicamente corretas como insumos orgânicos, biológicos e alternativos.

Tel. (16) 3701-3342 Av. Wilson Sábio de Mello, 1945 Distrito Industrial - Franca (SP)

“SOLUÇÕES INTELIGENTES PARA NOSSOS CLIENTES”


Cocapec divulga levantamento de safra Tabela 1. - Estimativa de Safra de Café nas áreas atendidas pela Cocapec. Produção Total (sacas) 2004

47.804 32.542 Capetinga 25.995 24.340 Claraval 52.330 100.529 Cristais Paulista 112.944 176.188 Franca 107.125 221.504 Ibiraci 87.589 22.041 Itirapuã 55.451 17.440 Jeriquara 69.592 30.690 Patrocínio Paulista 94.676 210.188 Pedregulho 59.627 28.303 Restinga 27.429 135.254 Ribeirão Corrente 2.449 2.060 Rifaina 17.569 9.534 S. José da Bela Vista TOTAL 562.489 1.209.744

2005

2006

2007

22.390 63.263 34.932 91.890 33.449 54.978 27.971 51.161 128.952 153.261 66.071 182.849 109.179 208.466 98.902 224.440 137.817 257.745 115.844 341.276 29.808 81.463 23.272 63.536 48.279 56.052 46.541 54.424 35.973 102.836 17.308 86.144 157.800 253.049 116.609 230.757 29.398 89.397 11.581 75.672 60.871 172.917 38.014 148.801 816 2.135 545 1.455 28.309 32.493 12.065 32.204 823.048 1.528.055 609.655 1.584.609

FONTE: GIS Cocapec

E

Tabela 2. - Levantamento de área de cultivo de café nas áreas atendidas pela Cocapec. Municípios

Área de Cultivo (ha) 04/05 05/06 06/07 07/08

Capetinga 2.488 2.638 2.745 3.015 Claraval 1.798 1.809 1.554 1.618 Cristais Pta. 4.783 4.907 4.798 4.798 Franca 6.350 6.414 6.201 6.480 Ibiraci 7.630 7.713 7.644 8.008 Itirapuã 1.945 1.957 1.963 2.006 Jeriquara 2.474 2.526 2.400 2.422 Patrocínio Pta. 2.794 2.826 2.174 2.249 Pedregulho 8.362 8.816 8.408 8.921 Restinga 1.653 1.653 1.645 1.708 Rib. Corrente 3.986 3.986 3.966 4.185 Rifaina 80 80 35 35 S. José B. Vista 1.113 1.113 939 1.046 TOTAL 45.456 46.437 44.471 46.490 FONTE: GIS Cocapec

2008*

SILVA & DINIZ COMÉRCIO E REPRESENTAÇÃO DE CAFÉ LTDA. Av. Wilson Sábio de Mello, 1490, São Joaquim

NOVOS TELEFONES Tel. (16) 3402-7026 / 3402-7027 3402-7028 / 3402-7029

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

2003

7 Março de 2008

Município

Attalea

A diretoria da Cocapec - Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas, sediada em Franca (SP), divulgou no final do mês de fevereiro a Estimativa de Safra de Café na região de atuação da cooperativa. A previsão é que os 13 municípios produzam Tabela 11). juntos mais de 1,5 milhão de sacas (Tabela “É uma safra grande, mas poderia ter sido maior se a região não tivesse sofrido com estiagens e altas temperaturas até novembro do ano passado, o que provocou queima do botão floral, resultando em queda acentuada de frutos no começo de 2008”, explica Engº Agrº Maurício Miarelli, diretor-presidente da Cocapec. Os municípios mais atingidos pela seca foram Pedregulho (SP), Jeriquara (SP) e Ribeirão Corrente (SP). Além de reduzir a safra, a seca também deverá atrasar a colheita, já que a florada ocorreu com pelo menos 35 dias de atraso. “Tradicionalmente, a colheita inicia a partir de maio, mas este ano a maioria iniciarão em junho e se estenderão até setembro”, afirma o Engº Agrº Roberto Maegawa, responsável pelo departamento técnico da cooperativa. Para o Engº Agrº Ricardo Lima de Andrade, diretor-secretário da Cocapec, “os fatores climáticos podem ter comprometido a safra de muitos produtores, o que é de se lastimar. Mas, de maneira global, como o Brasil é o maior produtor de café do mundo, uma super-safra poderia comprometer sobremaneira todo o mercado nacional e internacional”. A região de Franca (SP) é a maior produtora de café do Estado de São Paulo, representando 35% da produção estadual.


TECNOLOGIA

GPS e a agricultura

Março de 2008

8

O desenvolvimento e implementação do sistema de agricultura de precisão é possível a partir da combinação do Sistema de Posicionamento Global (GPS) com os sistemas de Informações geográficas (GIS). Essas tecnologias permitem a junção da coleta de dados em tempo real com informações precisas de posição, possibilitando uma eficiente manipulação e analise de grandes quantidades de dados geoespaciais. As aplicações baseadas no GPS de agricultura de precisão estão sendo usadas para o planejamento de plantio, mapeamento em campo, amostragem de solo, direcionamento do trator , inspeção da colheita, tempos variáveis de aplicação e o mapeamento da produção. O GPS permite aos agricultores trabalharem durante condições de baixa visibilidade do campo, como chuva, poeira, névoa, e escuridão. No passado, era difícil para os agricultores correlacionar técnicas de produção e os resultados da colheita com as variações da terra. Isso limitava suas habilidades para desenvolver estratégias mais efetivas de gerencia do solo/planta que pudesse aumentar suas produções. Hoje em dia, a aplicação mais precisa de pesticidas, herbicidas e fertilizantes e um melhor controle da dispersão destas substâncias químicas são possíveis através da agricultura de precisão, consequentemente reduzindo despesas, produzindo um rendimento mais alto e criando uma fazenda ambientalmente mais amigável. A agricultura de precisão está mudando o modo como os agricultores Vice-presidente da Fundação Serviços de Defesa e Tecnologias de Processos - SDTP. Email: sdtp@sdtp.org.br

e os empresários agrícolas estão visualizando a terra da qual retiram seus lucros. A agricultura de precisão consiste em coletar informações geoespaciais sobre requisitos relativos ao conjunto solo-planta-animal e prescrever e aplicar ações especificas e localizadas para aumentar a produção e proteger o meio ambiente. A agricultura de precisão está ganhando popularidade em grande escala devido à introdução de ferramentas tecnológicas resistentes na comunidade agrícola que são mais precisas, com custos adequados e fáceis de usar. Muitas das novas inovações contam com a integração de computadores de bordo, sensores coletores de dados, e sistemas de posicionamento e de contagem de tempo do GPS. Muitos acreditam que os benefícios da agricultura de precisão só podem ser obtidos em grandes propriedades agrícolas com tecnologias de informações. Isso não é verdadeiro. Existem métodos e técnicas de baixo custo e fáceis de usar e que podem ser desenvolvidos para serem usados por todos os agricultores. Por meio do uso do GPS, GIS e transmissão remota, podem ser coletadas as informações necessárias para o aperfeiçoamento do uso da terra e da água. Agricultores podem obter benefícios adicionais fazendo uma combinação do melhor do uso de fertilizantes e outras correções de solo, determinando os limites econômicos para o tratamento de infestações de pragas e erva daninhas, e assim protegendo os recursos naturais para uso futuro. Os fabricantes de equipamentos GPS desenvolveram várias ferramentas para ajudar os agricultores e empresários

agrícolas a se tornarem mais produtivos e eficientes nas suas atividades de agricultura de precisão. Hoje, muitos agricultores usam produtos derivados do GPS para melhorar seus negócios agrícolas. As informações de localização são coletadas por receptores do GPS para mapear limites da terra, estradas, sistemas de irrigação, e áreas de plantação com problemas, como ervas daninhas ou pragas. A acuracidade do GPS permite que os agricultores criem mapas do terreno de cultivo com medidas precisas de cada área, localização das estradas e distancias entre locais de interesse. O GPS permite ao agricultor navegar com precisão por locais específicos de sua terra, ano após ano, para coletar amostras do solo ou monitorar as condições de plantação. Os consultores agrícolas usam de equipamentos com grande capacidade de coleta de dados com GPS, para o posicionamento preciso para delimitar no campo as infestações de pragas, insetos e ervas daninhas. As áreas infestadas por pragas nas plantações podem ser delimitadas com precisão e mapeadas para futuras decisões gerenciais e formulação de recomendações. Os mesmos dados do campo podem ser usados por aeronaves agrícolas, permitindo a pulverização precisa da terra sem o uso de seres humanos para sinalizar e guiá-los. Os pulverizadores equipados com GPS podem fazer vôos precisos sobre o campo, aplicando substâncias químicas apenas onde é necessário, minimizando o derramamento de produtos químicos, reduzindo a necessidade de aplicação de produtos químicos e, assim, beneficiando o meio ambiente. (Publicado em www.comciência.br www.comciência.br)

Attalea

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

Rubens Ribeiro Cardoso Filho 1


Attalea

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

GEOPROCESSAMENTO e GEOREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS AGRONEGÓCIO e DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EDUCAÇÃO AMBIENTAL e RESPONSABILIDADE SOCIAL

9 Março de 2008

AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA AGROENERGIA e SUSTENTABILIDADE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA e COMERCIALIZAÇÃO

DURAÇÃO 12 MESES LETIVOS

CERTIFICAÇÃO e RASTREABILIDADE DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

AULAS QUINZENAIS

CORPO DOCENTE ESPECIALIZADO (IAC, ESALQ/USP, IEA, UNESP, FAFRAM/FE, FFLC/FE)

F U N D A Ç Ã O EDUCACIONAL


ABCGil e Prefeitura organizam Torneio Leiteiro de Gado Gir na Expoagro de Franca

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

FOTO: Editora Attalea

de maio, com apoio da ABCGil - AssoA Comissão Organizadora da ciação Brasileira dos Criadores de Gir Expoagro - Exposição Agropecuária Leiteiro. de Franca (SP) divulgou a programaPara o primeiro final de semana, ção de atividades para a 39ª edição da o recinto do parque abrigará a expofeira, que acontecerá de 16 a 25 de sição e o julgamento de Gado Nelore maio de 2008, no recinto do Parque e de Cavalo Mangalarga. A tradicional de Exposições “Fernando Costa”. prova de hipismo clássico, promoviCompetência e superação. Estas do pela Sociedade Hípica de Franca, são as qualidades da administração acontecerá no domingo, na gramado municipal que, ao lado de parceiros principal. Para o segundo turno, teredeterminados, como as associações de mos exposição e julgamento de Gado produtores, núcleos de criadores e o Brahman, Gado Girolando, Gado Gir Sindicato Rural de Franca, consee do Cavalo Árabe. guem a cada ano fortalecer este tradiA exposição de ovinos Santa Inês cional evento. e Morada Nova está novamente ranHeitor de Lima, diretor da Divisão de Atividades Produtivas, da Pre- Heitor de Lima, responsável pela organiza- queada pela Aspaco - Associação Paulista dos Criadores de Ovinos e feitura de Franca, ressalta que são vá- ção técnica da Expoagro Franca. acontecerá durante todo o período rias as atrações para este ano. “Teremos julgamentos de bovinos Nelore, de Gado Nelore e de Gado Brahman para da feira. A data de julgamento ainda está Brahman, Girolando e Gir Leiteiro; equi- a realização de leilões. Por outro lado, por ser definida, o mesmo acontece com nos Mangalarga e Árabe e os ovinos Santa confirmamos a realização do Torneio o nome do jurado. No último domingo será realizada a Inês e Morada Nova. Estamos ainda Leiteiro de Gado Gir”, afirma Heitor. negociando com o núcleo de criadores O torneio acontecerá do dia 22 a 24 tradicional exposição de cães.

Março de 2008

10

Attalea

77 anos de tradição, seleção e criação de Gir Leiteiro GIR LEITEIRO - FRANCA/SP

ARAPONGA (C.A. Sansão x Fabel Nobre Baleia)

FABEL NOBRE BALEIA (Nobre x Finesa de Brasília)

Proprietária:- MARIA TEREZA LEMOS (Tóla) Rodovia João Traficante (Franca/Ibiraci), km 3,5 - Franca (SP) - Tel (16) 8155-4444 Email:- mariatereza@fazendaparaiso.com.br - Site:- www.fazendaparaiso.com.br


TECNOLOGIA

agroenergia, com demanda maior para grãos, por conta do etanol produzido nos Estados Unidos e, em especial, pela expansão da cana-de-açúcar no Brasil. A Anfavea avalia que, mesmo com crescimento esperado em 2008, a indústria não deve ter necessidade de novos investimentos, já que a capacidade instalada é de produção de 98 mil máquinas. Zago estima que só o segmento agroenergia deve apresentar aumento de venda, que varia entre 10% e 15%, puxado pela demanda de cana e oleaginosas. “O melhor ano da indústria de máquinas foi

2004, em que tínhamos apenas a soja com bons preços. Mas o para este ano, justifica-se o otimismo, já que o cenário de bons preços se estende a todos os grãos”, afirma. O executivo observou ainda que há espaço para mecanização nas lavouras brasileiras. “O leque de mecanização está mais acessível aos produtores, graças aos programas estaduais e federais que tornam viáveis financiamentos para os pequenos produtores”. As vendas de colheitadeiras também cresceram em janeiro deste ano (126%), na comparação com janeiro do ano passado. “O mercado está aquecido, sobretudo os clientes produtores de grãos”, diz Zago. O empresário não acredita em inadimplência com este alto consumo e afirma que as renegociações das dívidas contribuíram muito para a retomada de crédito e o consequente crescimento das vendas no setor.

Novo equipamento torna trabalho de coleta de amostras de solo mais rápido e de maior qualidade O SACI – Sistema de Amostragem e Coleta de Informações é um novo equipamento que torna o trabalho de coleta de amostras de solo mais rápido e de maior qualidade. Desenvolvido pela empresa GeoTecno Soluções em Automação Agríwww.geotecno.com.br cola (www.geotecno.com.br www.geotecno.com.br), o SACI é um equipamento portátil e alimentado por bateria que realiza a coleta de amostras com velocidade até dez vezes maior que a do método convencional sem requerer grande esforço do operador. Alguns detalhes do equipamento asseguram a qualidade da amostragem:

a coleta é realizada sem contato manual com a amostra, evitando a contaminação, os volumes retirados são padronizados e o equipamento conta com um limitador de profundidade, que garante a retirada da amostra na profundidade certa. O corpo do amostrador do SACI é de alumínio, garantindo leveza e resistência, e seu torque permite o trabalho em todos os tipos de solo, inclusive os mais compactados. O sistema assegura a retirada de amostras em diferentes profundidades em um mesmo ponto de análise, contando com um protetor contra contaminações para evitar o risco de

mistura das amostras. Além do uso da bateria, a conexão de engate rápido permite a adaptação do sistema a carros, tratores e motocicletas. A utilização do SACI facilita e torna mais ágil a realização da amostragem de solo, além de garantir um trabalho de qualidade. Ao realizar uma coleta com critério e qualidade para análise de solo, o agricultor tem muito a ganhar. Ao conhecer com exatidão as carências do terreno e passar a aplicar a dosagem adequada de fertilizantes, ele deixa de gastar com a compra de produtos desnecessários e pode obter maior produtividade.

11 Março de 2008

FOTOS: Divulgação

As vendas de máquinas agrícolas podem alcançar a marca de 42,5 mil unidades em 2008, o que representaria um aumento de 14,9% sobre as cerca de 37 mil máquinas que devem ser comercializadas este ano. A produção está projetada em 69 mil unidades, com aumento de 9,5% ante as 63 mil unidades de 2007. A avaliação é da Anfavea Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. Somente no mês de janeiro deste ano, o setor comercializou 2.870 máquinas, representando 2,9% mais que em dezembro passado e 59% superior ao primeiro mês de 2007 - mesmo sendo um dos últimos meses do período de recessão que o mercado de máquinas passou. Segundo Gilberto Zago, vice-presidente da Anfavea para o setor máquinas agrícolas, o crescimento de cerca de 48% nas vendas internas em 2007 surpreendeu a indústria. O firme crescimento foi atribuído ao aumento dos preços de commodities agrícolas e ao segmento de

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

Venda de máquinas agrícolas segue em alta e projeta crescimento de 15% em 2008


TECNOLOGIA

Nova Série MF 200 Advanced, o trator do tamanho do Brasil

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

FOTOS: Divulgação

A família da Nova Série MF 200 Advanced compreende mais de 500 versões entre os 11 modelos de 50 a 130 cv, que permitem atender uma ampla gama de aplicações agrícolas, das operações mais comuns às especiais. A agricultura avançou em novas culturas e em novas práticas que requerem dos tratores um novo desempenho e características específicas para atender estas atividades, cada vez mais sofisticadas. A Nova Série MF 200 Advanced atende ainda a outra importante necessidade dos agricultores: a de utilizar uma configuração mais simples, que possa ser empregada de forma eficaz com baixo custo. Dessa forma, a Nova Série MF 200 Advanced atende às necessidades de todos os níveis tecnológicos com o melhor custo-benefício do mercado. A nova família de tratores Massey Ferguson é uma nova geração da Série MF 200 Advanced, que é líder absoluta de mercado há mais de 30 anos. Foram incorporados à nova série quatro novos modelos: MF 255, MF 291, MF 298 e MF 292 Carregador Cana.

Março de 2008

12

TECNOLOGIA ÚTIL Transmissão – Os diferentes tipos de transmissão que podem configurar os modelos da Nova Série MF 200 Advanced permitem a escolha adequada para as mais variadas aplicações dos tratores. São do tipo sincronizadas, engrenamento constante, engrenamento deslizante e reversão. Operações de pátio ou em áreas de dimensões restritas podem ser realizadas com ganho de tempo através de câmbios com reversão de qualquer marcha. Tomada De Força -TDFI – Projetada para transmitir toda a força disponível no motor o sistema é de fácil engate e preciso na transmissão da força. A opção entre 540 ou 1000 rpm permite escolher o modo mais econômico de operação. A indicação da velocidade no

painel de instrumentos facilita o ajuste das rotações no nível desejado. Acessos – O acesso aos pontos de verificação de rotina do trator é extremamente fácil e rápido de executar, não é necessário articular ou mover tampas, tudo está ao fácil alcance da mão e dos olhos. A lataria é firmemente fixada, protegendo de forma segura as partes em movimento do contato acidental. Adicionalmente o operador está protegido de

desconfortos que possam vir das rodas ou da natureza do trabalho. Filtragem do ar – O préfiltro de ar de admissão para o motor apresenta uma inovação adicional, além de eliminar as impurezas primárias ele faz isso sem nenhuma necessidade de manutenção rotineira. A sujeira é devolvida ao meio ambiente enquanto o ar está sendo filtrado, dispensando o coletor e o respectivo esvaziamento. Assim o motor ganha ar mais limpo e o tempo gasto para manutenção é menor. Motor – os motores que equipam os tratores da Nova Série MF 200 Advanced são genuinamente projetados para aplicação em tratores. Entre as características importantes desses motores estão a baixa rotação na potência máxima e elevado torque na rotação máxima. Essas duas características dão desempenho superior aos tratores com manutenção da velocidade de trabalho. Tanques de poliuretano dão excelente autonomia e conservam a qualidade de combustível, livre de oxidação e corrosão.

Plantadeiras, colheitadeiras e trator A Massey Ferguson promoveu também o lançamento de uma série completa de Plantadoras e Semeadoras de 2 a 30 linhas de plantio e dois modelos de Plataformas de Milho com variações de 4 a 12 linhas de colheita. São implementos desenvolvidos com características singulares, adequadas à topografia, solo e clima de cada região produtora. São quatro modelos de Plantadoras de Plantio Direto para as culturas de verão e inverno:- Série 200 para a agricultura familiar; Série 500 para médias propriedades; Série 600 voltada para cultivo de trigo e soja; e Série 700 para as grandes lavouras do Centro-Oeste. Ganha destaque ainda a nova colheitadeira axial MF 9790 ATR, uma máquina de grande porte, com grande capacidade de colheita e que representa

a entrada da Massey Ferguson no segmento de colheitadeiras axiais; a colheitadeira MF 32 Advanced, projetada para atender as lavouras de médio porte com alto nível tecnológico agregado e o trator MF 8480 CVT (290cv) o maior trator de pneus ofertado para o mercado agrícola. O grande diferencial do MF 8480 é sua transmissão exclusiva Dyna VT por variação contínua, que possibilita ao operador trabalhar de 0 a 40 km/hora, sem escala de marchas, nas mais diversas e àrduas tarefas. A nova linha expande nossa oferta de produtos, mantendo a tradição da Massey Ferguson de atender às mais diversas culturas e diferentes tamanhos de propriedades no Brasil e exterior”, diz Fábio Piltcher, diretor de marketing da Massey Ferguson.


TECNOLOGIA

Agritech lança trator equipado com motor de 16 válvulas a biodiesel Attalea

milhares de brasileiros”, afirma Watanabe. Mais informações no site: www.agritech.ind.br ou no Sami Máquinas Agrícolas (Franca/SP)

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

nacional vai gerar uma expressiva economia para o país. “Podemos reduzir as importações do diesel de petróleo, interferir menos no meio ambiente e ainda promover a inclusão social de

13 Março de 2008

A Agritech Lavrale, fabricante dos tratores Yanmar Agritech, apresentou na Expodireto Cotrijal 2008 (Não-MeToque/RS) as vantagens do seu mais recente lançamento: o modelo 1175, o primeiro trator brasileiro com motor de 16 válvulas. A máquina, que colocou a empresa no mercado de tratores com maior capacidade, tem potência de 70 cavalos, apesar de manter o tamanho compacto. “Ele foi inteiramente desenvolvido pela Agritech com a qualidade da tecnologia japonesa dos motores Yanmar. É uma opção mais acessível ao pequeno agricultor que precisa realizar trabalhos mais pesados no campo”, explica Manuel Martines Cano, gerente industrial da empresa. A novidade elevou de nove para 12 o número de marchas no câmbio do trator, o que adequa melhor a velocidade às necessidades do operador. O novo produto também tem maior capacidade para levantar implementos, que podem pesar até duas toneladas. “Esse aumento é um ganho para o agricultor, que economiza tempo na realização de serviços mais intensos”, acrescenta Nelson Okuda Watanabe, gerente de vendas da Agritech. Segundo ele, o trator também tem um motor econômico que, além de fazer um aproveitamento total do combustível, é apto para funcionar com biodiesel B5. “Acreditamos na sustentabilidade do projeto do biodiesel e ele se encaixa em nossa filosofia de trabalho em desenvolver produtos com baixa emissão de poluentes”, completa Watanabe, para quem a entrada do biodiesel no mercado


Anestesia epidural caudal com lidocaína, lidocaína associada à xilazina ou uma solução prédiluída de lidocaína e xilazina (Bloc®) em bovinos

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS Março de 2008

14

A anestesia epidural caudal em bovinos é utilizada para promover anestesia na cauda, períneo, pênis, anus, reto, vagina e vestíbulo, mantendo o animal em posição quadrupedal. Além disso, também é útil em manipulações obstétricas (SKARDA, 1996). Tradicionalmente, os anestésicos locais têm sido empregados, mas outros fármacos, como os agonistas de receptores adrenérgicos alfa-2, cetamina e opióides, podem oferecer algumas vantagens. Por exemplo, os agonistas dos receptores adrenérgicos alfa-2 produzem menos fraqueza nos membros pélvicos e analgesia mais abrangente e prolongada (SEGURA et al., 1998). Entretanto, foram relatados efeitos sistêmicos relacionados ao uso epidural desses fármacos em bovinos, entre eles, bradicardia, ligeira hipotensão, inibição da motilidade ruminal e timpanismo. Por esse motivo, o uso de doses baixas destas substâncias em associação com a lidocaína pode ser de maior utilidade, pois se prolonga e potencializa a anestesia cirúrgica com menor incidência de efeitos adversos (SKARDA, 1996). No estudo realizado foi avaliada a eficiência clínica e o possível aparecimento de quaisquer efeitos indesejáveis, após a injeção epidural caudal de lidocaína, lidocaína associada à xilazina ou de uma solução pré-diluída de lidocaína e xilazina (BLOC®) em bovinos. Material e Métodos Foram utilizados 12 bovinos, 7 fêmeas e 5 machos, da raça Holandesa, mantidos nos currais do Setor de Grandes Animais no Hospital Veterinário da Universidade de Franca – UNIFRAN. Os animais receberam, pela via epidural, através do espaço intercoccígeo C1-C2: lidocaína1 a 2% sem vasocons1

Cloridrato de lidocaína a 2% sem vasoconstritor. Hipolabor, Borges – MG, Brasil. 2 Rompun. Bayer, São Paulo – SP, Brasil.

FOTOS: Divulgação

Duque, J.C.M., Nishimori, C.T.D., Hellu, J.A.A., Horr, M.

Áreas de analgesia obtidas pela administração de lidocaína a 2% sem vasoconstritor, 1ml/100 kg.

Áreas de analgesia obtidas pela administração de BLOC ® (1ml/100 kg)

tritor (GL), na dose de 0,2 mg/kg (1 ml/ 100 kg); xilazina2 a 2%, 0,004 mg/kg, e lidocaína a 2% sem vasoconstritor, 0,2 mg/kg, (com volume final de 1 ml/100 kg) (GLX); ou a solução pré-diluída de lidocaína e xilaxina BLOC® (GB), no volume de 1 ml/100 kg (equivalente a 0,004 mg/kg de xilazina e 0,2 mg/kg de lidocaína).

no início das avaliações, mas se manteve dentro dos limites considerados normais para espécie em GLX e GB. Não houve alterações significativas na motilidade ruminal.

Resultados A duração da analgesia (maior grau de analgesia - 3) foi maior em GLX e em quadro 11). GB (quadro Os tratamentos não ocasionaram alterações significativas nos valores de freqüência cardíaca (FC). A pressão arterial sistólica diminuiu discretamente

Discussão O principal objetivo deste estudo foi comprovar a eficiência do BLOC® e prever seu possível comportamento na rotina clínica. Não foram observados os efeitos adversos (sedação, ataxia, decúbito, entre outros) comumente associados com o uso epidural da xilazina em GLX nem em GB. Provavelmente, isso se deva a que à dose utilizada (0,004 mg/kg) foi muito menor à empregada por outros autores

Quadro -1. Peso médio (kg), período de latência (minutos) e duração do efeito (minutos) em bovinos que receberam lidocaína a 2% sem vasoconstritor (0,2 mg/kg), grupo GL; lidocaína a 2% sem vasoconstritor (0,2 mg/kg) e xilazina a 2% (0,004 mg/kg), GLX; e a solução prédiluída de lidocaína e xilazina BLOC® (1 ml/100kg, equivalente a 0,2 mg/kg de lidocaína e 0,004 mg/kg de xilazina), pela via epidural. Universidade de Franca, Franca – SP, 2006. Grupo GL GLX GIM

Peso (kg) 357±75,71 302,25±41,83 373,25±60,38

Latência (min) 8,25±4,71 11,5±3 5,5±3,31

Duração (min) 75±51,96 285±90 210±60


Marรงo de 2008

15

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGร CIOS


R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS Março de 2008

16

(0,03-0,05 mg/kg) (SKARDA et al., 1990; ALMEIDA et al., 2004), fazendo com que a dispersão cranial no canal medular e a redistribuição do fármaco desde o espaço epidural para os sítios supra-espinhais fosse mínima. Este aspecto reforça a segurança do produto, quando utilizado nas doses recomendadas. A ausência de alterações na FC apoia esta hipótese, pois a bradicardia e os bloqueios atrio-ventriculares de I e II graus são efeitos comuns da xilazina (THURMON et al., 1996). Sem a mensuração das concentrações de xilazina no plasma ou no líquido cefalorraquidiano, talvez não seja apropriado afirmar que não houve efeitos sistêmicos. Apesar de não ter ocorrido sedação evidente, os animais se mostraram mais dóceis e fáceis de manipular na primeira hora de avaliação e foi observada ataxia num animal do GB. Isso sugere que, embora mínima, pode ter ocorrido absorção e redistribuição do fármaco desde o espaço epidural para os centros supra-espinhais. O uso da associação de lidocaína e xilazina e do BLOC® provocou analgesia mais consistente e duradoura, pois no GL dois animais mostraram analgesia assimétrica

desde o início das avaliações, o que não ocorreu em GLX nem em GB. Não se observaram diferenças significativas na qualidade nem na duração da analgesia fornecida pela solução prédiluída BLOC®, ao compará-la com o uso conjunto de xilazina e lidocaína em apresentações separadas. Neste ensaio decidiu-se comparar o BLOC® (GB) com a administração de lidocaína isoladamente (GL) para verificar que o bloqueio anestésico realmente é de maior duração e mais uniforme, permitindo procedimentos prolongados sem necessidade de reaplicação e fornecendo analgesia pós-operatória por períodos de até 6 horas. Ao comparar os efeitos clínicos produzidos pela associação de apresentações comerciais de xilazina e de lidocaína por separado (GLX), com aqueles observados após a administração da solução pré-diluída (GB), os autores quiseram verificar que a atividade farmacológica do BLOC® fosse similar e não estivesse influenciada por fatores como o pH, o tempo de armazenamento o uso do veículo e a estabilidade da solução, entre outros. A ausência de efeitos indesejáveis ou de quaisquer intercorrências após o uso

de BLOC® nos bovinos, sugere que esta substância pode ser utilizada com segurança, nas doses recomendadas, quando for necessária a realização de procedimentos que precisem de mais de 90 a 120 minutos de anestesia (tempo de duração do efeito da lidocaína). Também, pode-se indicar o uso do BLOC® nos casos em que se deseje fornecer analgesia no período pós-operatório imediato (duas a seis horas).

Nilza investirá R$ 25 milhões em unidade em Alfenas (MG) Até o final de 2009 a Nilza Alimentos terá uma unidade no município de Alfenas (MG). O investimento será de R$ 25 milhões e a fábrica produzirá 20 derivados de leite como queijo, manteiga, leite condensado e em pó. O presidente da Nilza, Adhemar de Barros Neto, informou que a nova unidade terá foco no mercado interno e atenderá, principalmente, os mercados mineiro e fluminense. Mas parte da produção também irá para o mercado externo, sobretudo para os países do Mercosul.

Balde Cheio: 54 fazendas assistidas em Uberlândia Tanto em Uberlândia (MG) como em outros municípios mineiros, o programa Balde Cheio está atingindo o objetivo de promover a melhoria da renda do produtor. No estado, são 40 municípios participantes, e está sendo articulada a participação de outros. Em Uberlândia, ele está sendo desenvolvido em parceria com a Faemg - Federação da Agricultura e Pecuária do de Minas Gerais, o Senar Minas e a CALU - Cooperativa dos Produtores de Leite de Uberlândia. Já são 54 fazendas assistidas, oito delas servindo como unidades demonstrativas do projeto. “O Balde Cheio tem tudo para ser bem-sucedido, pois é simples e sustentável. Além disso, tem grande alcance social, porque está atendendo basicamente a pequenos produtores rurais”, ressalta o presidente da Faemg, Roberto Simões. Os bons resultados são confirmados pelo pro-

dutor Roberto Pereira de Oliveira. A produção, que não passava de 70 litros diários no período das águas, aumentou 50% já no primeiro mês. Hoje a produção diária é de 200 litros de leite - sem ampliar o rebanho - com 16 vacas em lactação. “Antes, não anotávamos nada: não tínhamos noção de quanto ganhávamos e gastávamos ou de quanto uma vaca produzia. Agora, controlamos tudo”, disse o produtor.

Segundo o presidente da Calu, Eduardo Dessimoni, o sucesso do projeto é tanto que em breve deve dobrar o número de propriedades assistidas na região. Para o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA - Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Rodrigo Alvim, os resultados do Balde Cheio irão se refletir de maneira significativa na produção nacional, já que o projeto atende prioritariamente o produtor de pequeno porte, categoria que representa 75% do total de pecuaristas de leite do país. Em linhas gerais, o projeto consiste na adoção de técnicas de manejo de pastagem do gado, controle zootécnico e gestão da propriedade, com o acompanhamento minucioso das receitas e despesas, buscando a maior produção de leite na menor área possível e, conseqüentemente, gerando mais lucro para o produtor.


grandes exportadores em poucos anos, pois se descortina um cenário favorável na economia leiteira”, declarou. Segundo o diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Argileu Martins, mais de 60% da produção nacional de leite provém de 1,6 milhão de pequenas propriedades. A pesquisa “Cenários para o Leite em 2020” foi realizada pela consultoria AgriPoint, em parceria com a Embrapa Gado de Leite e o Instituto Ouro Verde. O trabalho, que teve consultoria da FIA/ USP, envolveu ampla pesquisa com pro-

dutores, laticínios, cooperativas e demais segmentos da cadeia produtiva. De acordo com expectativa da maioria dos mais de 100 entrevistados “o cenário mais provável é de crescimento continuado, pelo menos em taxas históricas, mas com possibilidade de crescimento mais acelerado devido à conjuntura favorável e investimentos públicos e privados no setor”, enfatizou o diretor da AgriPoint, Marcelo Pereira de Carvalho. Ele salientou que os preços internacionais dobraram nos últimos anos e a demanda cresceu, principalmente nos países emergentes, o que possibilita o aumento do consumo externo. Carvalho acredita que a exportação atual, de mais de 600 milhões de litros de leite por ano, deve aumentar para pelo menos cerca de 5 bilhões de litros em 2020. “No Brasil o setor mantém nível de inovação suficiente para garantir a competitividade e sustentação dos preços e não precisamos de área adicional para crescer, basta aumento de produtividade”, avaliou.

17 Março de 2008

FOTO: Embrapa CNPGL

Pesquisa contratada pela OCB - Organização das Cooperativas do Brasil, pela CBCL - Confederação Brasileira das Cooperativas de Laticinios, pelo Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e pelo MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário divulgada neste começo de ano, mostra que a produção nacional de leite, que atualmente supera 26 bilhões de litros por ano, tende a crescer continuamente nos próximos anos. O levantamento foi realizado em 2007. Segundo o vice-presidente da OCB, Ronaldo Ernesto Scucato, a perspectiva é que o país dobre a produção nos próximos 15 anos sem a necessidade de ampliar a área de exploração pecuária. De acordo com Scucato, a produção nacional cresceu 4,37% em média de 2002 para cá. Esse desempenho permitiu reverter a situação de importador para exportador de leite e derivados. “Ainda somos pequenos exportadores, mas a expectativa é de nos transformarmos em

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

Produção de leite deve crescer sem aumentar a área


R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

FOTOS: Editora Attalea

Aconteceu, no último dia 15 de março, o “Leilão Berço do Gir & Convidados”, organizado por Tóla Lemos, Orlandinho Olivieri e Gê Bittar. O evento foi um sucesso de público e de vendas.

Nilo Lemos

A família Lemos recebe os cumprimentos da platéia.

Tóla Lemos e o criador Terso Bernabé

Março de 2008

18

Reprodutor UNO DA SILVANIA. Filho de ‘Obelisco’ (campeão nacional Gir Leiteiro/99), irmão paterno de várias campeãs de leite e de pista (incluindo ‘Unção’, que atingiu 10.488 kg leite). Sua filha ‘Rumba’ foi campeã novilha (Expomilk/2005).

Alexandre e o criador Ênio Natal.

Garrote UNIÃO, filho de Uno da Silvania e Alvorada, de Tóla Lemos foi adquirido no leilão pelo criador Lucas Vieira (Juiz de Fora/MG). O garrote trouxe nas costas a “capa” utilizada antes pelos reprodutores da Santa Gemma, em especial, o “Guatambu (filho de Triunfo)”.

Mário Roberto, Silvio Queiroz (ABCGil) e Lauriston Fernandes (Premix).


Marรงo de 2008

19

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGร CIOS

FOTOS: Editora Attalea


R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS Março de 2008

20

Seja pequena, média ou grande produção, a atividade leiteira está presente em quase metade dos estabelecimentos existentes no município de Carmo do Rio Claro (MG), atualmente responsável pela produção de mais de 23 mil litros diários, de acordo com o Censo Agropecuário do IBGE de 2006. Banhado pelo lago de Furnas, o município possui uma pecuária forte e é reconhecida nacionalmente como uma grande bacia leiteira. A tradição é a principal responsável por esta característica nas propriedades do município. “A atividade leiteira está presente nesta região há muitas gerações. Começou com o avô do avô e permanece até hoje. A tradição é muito forte”, afirma Luis Antônio da Silva, proprietário da

FOTOS: Editora Attalea

Tradição e tecnologia estimulam a produção de leite em Carmo do Rio Claro

Romilton Francisco, o filho Rodrigo e a esposa Roseli. Ao fundo, o empresário Luiz Antonio da Silva (LWS). Em 7 alqueires, e atualmente com 6 vacas em lactação em duas ordenhas diárias, a propriedade tira hoje 100 litros/dia de leite.

LWS Equipamentos de Refrigeração. Luisinho, como é conhecido, possui uma ligação mais que empresarial com o município de Carmo do Rio Claro. Além de ser também produtor de leite no município (Estância 21, às margens do Lago de Furnas), Luisinho conhece como ninguém as dificuldades e as necessidades dos produtores de leite da região. Em cada propriedade em que visitamos encontramos uma relação mais que de ‘negócio’ entre o empresário e os produtores de leite. O Sr. Romilton e D. Roseli, pequeno proprietário do município e na atividade leiteira há mais de 30 anos, reconhecem a papel do empresário. “Ele foi muito importante para nós. E ainda é. E não estamos falando apenas do lado comercial, de máquinas e equipamentos. Estamos falando de conselhos, de amizade. Ele chegou num momento difícil para nossa família. O lucro era pouco com o leite e, para manter a casa, fomos obrigados a abandonar a atividade para trabalhar

como diaristas em lavouras de café. Com as suas orientações, voltamos à atividade leiteira e organizamos a nossa produção”, afirma Roseli. De acordo com Luisinho, mesmo com a atividade leiteira apresentando um baixo retorno financeiro, o produtor pode viver e muito bem do leite. “Não precisa investir alto demais para se produzir leite em quantidade e qualidade desejáveis. O que sobra da atividade leiteira é praticamente o que você gasta. Assim, o que o produtor precisa fazer é utilizar técnicas que facilitem o seu trabalho na propriedade e reduzam os custos de produção. Sobra mais dinheiro e o pro-


Bezerras sadias e mais resistentes a carrapatos e bernes.

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

21 Março de 2008

que são entregues para a cooperativa. A condição de pelagem dos animais nos surpreendeu. Em plena época de chuvas, com o barro até no meio das canelas dos animais, a vacas apresentavam pêlos com um preto e branco vivo, brilhante, praticamente sem sinais de carrapatos ou bernes. “Utilizamos há alguns anos produtos homeopáticos para o controle destes parasitos. Antes gastávamos muito com o controle químico. Reduziu

Attalea

FOTOS: Editora Attalea

dutor tem mais tempo para se dedicar à outras atividades. Como é o caso do Romilton e da Roseli, que além dos 22 mil pés de café da propriedade, ainda prestam serviços, na época de safra, para outros produtores”, explica Luisinho. A propriedade adotou um sistema de ordenha mecanizada produzido pela LWS Equipamentos e Refrigeração adaptado para pequenas propriedades, de baixo custo. “É o mesmo sistema de uma ordenhadeira canalizada convencional, com exceção da bomba de transferência de leite. A transferência é feita de forma manual: simples e por gravidade”, explica o empresário. Atualmente com um plantel de 15 vacas holandesas, sendo que apenas 6 estão em lactação, o Sr. Romilton produz diariamente cerca de 100 litros de leite,

bem o nosso custo de produção e já vemos reflexo nas crias, que já nascem mais resistentes”, afirma Rodrigo, filho do casal e um dos mais animados com a atividade leiteira. A propriedade paga pela assistência técnica em seus animais, mas recebe orientações sobre o uso da homeopatia de José Soté da Silva, da revenda Nafazenda Agronegócios, de Carmo do Rio Claro (MG). “Mas a inseminação artificial é feita pelo nosso próprio filho, que foi treinado num curso organizado pelo Senar aqui no município”, explica Romilton. No mercado desde 1978, a LWS Equipamentos de Refrigeração está sediada em Franca (SP), possui referência nacional de qualidade no setor de metalurgia, na área de equipamentos em aço inox, como ordenhadeiras canalizadas, resfriadores para leite, torres e centrais de refrigeração, aquecedores de água e peças de reposição. Nas próximas edições, a Revista Attalea Agronegócios estará retratando outras propriedades rurais no município de Carmo do Rio Claro (MG) produtoras de leite, como a do Sr. Renato e a D. Alessandra; e a do Sr. Ailton Freire (em torno de mil litros); e a do Sr. Moizés Lemos (acima de 8 mil litros).


SILVICULTURA

Agricultores apostam em clones de eucalipto

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

FOTOS: Editora Attalea

A crecente demanda por madeira vem promovendo profundas alterações no cenário agropecuário da Alta Mogiana, região no norte Estado de São Paulo. Mas, diferentemente de regiões onde grandes empresas de papel e celulose exploram extensivamente o plantio de eucalipto, a região vem se caracterizando pelo plantio em áreas marginais, divisas de propriedades e também como segunda ou terceira atividade na propriedade. De acordo com Álvaro Ricardo Cirilo, diretor da PauBrasil Consultoria - que presta A uniformidade nos talhões de eucaliptos é a Eduardo Rodrigues e Silva, técnico agrícola da AgroPL. serviços para a AgroPL e o característica que mais atrai os agricultores. Viveiro Pavão - o plantio de eucalipto tem se mostrado uma ex- - cerca de 600 mil mudas de eucalipto. celente fonte de renda para o agricultor. “Deste total, 70% foram plantadas meca“A procura tem sido tão grande, que nicamente”, ressalta Eduardo Rodrigues Inicialmente, quando a muda ainda várias empresas estão se especializando e Silva, técnico agrícola da AgroPL, emé pequena e pode ser abafada pelo em tecnologias e serviços para atender presa com sede em Ribeirão Preto (SP), mato, o controle é feito de forma esta demanda”, diz. especializada no plantio mecanizado de mecânica (coroamento). Para se ter idéia do mercado, apenas mudas. o Viveiro Pavão (Franca/SP) comerciaPara o ano agrícola 2008-2009, Cirilo lizou - de outubro/2007 a março de 2008 afirma que a procura é grande e a preferência agora são para os clones. “Em 2007, 80% do plantio da região foram de mudas originárias de sementes e apenas 20% de clones. Para este ano, mudou completamente. Foram encomendadas 1,2 milhão de mudas clonadas e apenas 500 mil de sementeiras”, afirma o consultor. A uniformidade dos talhões é a principal característica dos clones, além de possibilitar o corte rentável Com o passar do tempo, pode-se das plantas com apenas 5 anos. “As utilizar herbicidas no coroamento, mudas originárias de sementes redeixando cobertura verde nas querem no mínimo 7 anos para o entrelinhas e entre-plantas. corte”, explica Cirilo. E o agricultor ainda pode escolher, de acordo com o tipo de solo ou região de plantio. São 6 variedades de clones e 3 variedades de sementeiras. A preferência pelo clone esbarra, porém no custo da muda. O milheiro sai por R$ 200,00 no caso de sementeiras e R$ 300,00 no caso de clones. O plantio mecanizado de mudas Mas como o eucalipto é sensível ao herbicida, é necessário eliminar os de eucalipto vem acompanhando a Plantio mecanizado de mudas de eucalipramos inferiores. tecnologia empregada nos últimos to com equipamento da AgroPL.

Março de 2008

22

Controle do mato


SILVICULTURA

Notícias

O aumento da demanda mundial por celulose, aliado ao fechamento de unidades industriais no hemisfério norte, fizeram com que o preço internacional da celulose de Eucalipto em 2007 alcançasse as maiores cotações dos últimos 7 anos. Em trabalho desenvolvido pelos técnicos da Silviconsult, os resultados mostraram que a tendência de aumento dos preços continuará forte em 2008. Em relação a atratividade de plantios de Eucalipto no Brasil, é importante analisar detalhadamente os diversos fatores intervenientes ao negócio florestal. De acordo com estudos desenvolvidos pela Silviconsult em diversas regiões do país, a rentabilidade de projetos florestais de Eucalipto pode variar entre 6% e 21%. Dessa forma, a elaboração de Business Plan como base para a tomada de decisão de investimento é fundamental. Entre os principais fatores críticos para o sucesso de um empreendimento florestal destacam se: configuração do mercado regional, produtividades, modelo de negócio adotado, regime de manejo, regime tributário, receitais adicionais potenciais (créditos de carbono e de reposição florestal) e preço de terra.

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

Aumentam os preços internacionais da celulose

23 Março de 2008

FOTOS: Editora Attalea

meses para a cafeicultura. “É uma tecnologia fantástica. Além de agilizar o plantio, reduz o custo por exigir menos mão-de-obra”, afirma Eduardo. Em apenas um hectare, adotando-se um espaçamento de 3x2m, pode-se plantar até 1.600 mudas de eucalipto. “Adotando-se a mecanização e utilizando-se Álvaro Ricardo Cirilo mostra talhão uniforme com apenas 4 pessoas, po- clones de eucalipto. demos plantar de 12 a 15 mil plantas em um dia”, explica pelo plantio de mudas de eucalipto. Mas Cirilo. Cirilo ressalta que existe um diferencial O consultor afirma que a máquina importante na parceria entre a Pau-Brasil, possui adaptação para o plantio não o Viveiro Pavão e a AgroPL. “Estou no somente de eucalipto, mas também de mercado desde 1987, prestando assespinus, espécies nativas e também do pi- soria para grandes, médios e pequenos nhão-manso, muito utilizado ultima- produtores. Em todos os momentos semmente para a produção de biodiesel. pre segui três itens importantes: a qualidade no produto, a qualidade no atendiDiferencial mento e bons preços. Sem isto, nenhuma empresa se sobressai”, finaliza. A demanda por madeira tem sido o fator principal pela crescente procura


Controle biológico na cana-de-açúcar

Março de 2008

24

Franca sediou seminário de agricultura orgânica Aconteceu no último dia 06 de março, no Anfiteatro do SESI, em Franca (SP), o II Seminário de Agricultura Orgânica da Região de Franca. O evento foi organizado pelo Escritório Regional do Sebrae Franca, através do Programa SAI - Sistema Agroindustrial Integrado, com o apoio da Unifran -

Universidade de Franca e da AERF - Associação dos Engenheiros Arquitetos e Agrônomos de Franca e Região Cerca de 125 pessoas acompanharam com interesse as cinco palestras do programa, que abordaram, “Homeopatia Animal”, “Manejo de Pastagem em Sistema Orgânico”, “Fertilidade do Solo”, “Legislação Orgânica” e “Cafeicultura Orgânica”. O objetivo principal do seminário foi promover a agricultura orgânica na região, além de mostrar o trabalho já realizado pelo Sebrae com o grupo da Associação dos Produtores de Orgânicos FOTOS: Editora Attalea

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

FOTO: Divulgação

A cultura da cana-de-açúcar controle biológico diminuiu. Ressurexpandiu vertiginosamente em togiu nos anos 60, devido aos prodos os cantos do país, graças à cresblemas ocasionados pelo uso indiscente procura pelo etanol e, consecriminado de agrotóxicos, especialquentemente, pelos altos invesmente às intoxicações e à resistência timentos dos empresários em novas dos insetos aos inseticidas”, explica o usinas esmagadoras. empresário. Mesmo com a recuperação dos Atualmente estima-se que, para preços de grãos (milho e soja) e a o controle de pragas e doenças – em queda no valor pago pelas usinas por Vespa Cotesia flavipes predando broca-da-cana todo o mundo e em todas as ativitonelada de cana produzida, a dades agrícolas –, sejam consumidos atividade vai se mantendo forte em todo maneira as atividades, interferem dire- 6 bilhões de dólares em agrotóxicos e que o país. o retorno fica em torno de 3 a 5 dólares tamente no meio ambiente. Regiões tradicionais como o Nordeste, Uma boa alternativa neste caso é a para cada dólar gasto na compra de a região de Campos (RJ), Campinas (SP), adoção do controle alternativo de pragas produtos químicos. Segundo Castilho, o Piracicaba (SP) e Ribeirão Preto (SP), e doenças. De acordo com o biólogo retorno pelo uso do controle biológico agora dividem espaço com áreas onde Alzimiro Marcelo Conteiro Castilho, pode chegar a 25 dólares por dólar gasto, predominavam outras atividades agro- diretor da Divisão Técnica da Agribio em um período de 5 anos e até 30 pecuárias (pecuária de corte e grãos). É o Defensivos Alternativos todas as pragas e dólares, num período de 10 anos. “Além caso da Alta Mogiana (Guaira, Ituverava, doenças – inclusive da cana-de-açúcar – dos benefícios financeiros, devemos Igarapava, Batatais, Orlândia), Sudoeste podem ser tratados com o controle englobar os benefícios ambientais na Mineiro (Passos, Monte Santo de Minas), alternativo, isto é, utilizando produtos análise custo-benefício do controle Triângulo Mineiro (Uberaba, Uberlân- biológicos, rotação de cultura, inimigos biológico”, alerta Castilho. dia) e cerrado de Goiás. naturais, bem como mudas e variedades Conceito O crescimento da área plantada com resistentes à doenças. cana-de-açúcar arrasta para cima outros Segundo Castilho, o controle biológico setores da economia nacional, como a – principalmente o de insetos – vem Controle Biológico nada mais é do que produção de fertilizantes e de agrotóxi- sendo utilizado desde a Antiguidade. “Na o controle natural de organismos vivos cos. Mas o uso indiscriminado e excessivo década de 40, com a entrada dos com- utilizando-se de outros organismos vivos. destes insumos, além de encarecer sobre- postos químicos no mercado, o uso do “Todas as pragas tem um complexo de

Mariana Amaral e Mônica Souza, respectivamente representante e diretora da SIGO Homeopatia.

de Franca e Região. O grupo, que recentemente elegeu o Engº Agrº Fernando Sordi Taveira como presidente, organizou uma mesa com os principais produtos comercializados semanalmente (quartas e sábados), na feira de Produtos Orgânicos no Estacionamento da Farmácia Oficinal/Centro, em Franca (SP).


Attalea

Tel. (21) 3787-4886

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

FOTO: Divulgaççao

a Mosca-do-Amazonas (Metagonistylum minense), a Paratheresia claripalpis, a Lixophaga diatrae e a Cotesia flavipes. Até a década de 1950, a broca-dacana causava prejuízos consideráveis à atividade, atingindo frequentemente intensidade de infestação (relação entre número de colmos danificados e sadios) superior a 25%. Com a implantação de programas de controle biológico, utilizando-se de moscas nativas, a intensidade de infestação caiu e o índice se manteve ao redor de 10%, o que era considerado, na época, muito bom. Esporos do fungo Metharizium anisopliae Na década de 80, a vespinha Cotesia Já os danos indiretos são causados por flavipes (Apanteles flavipes) foi importada microrganismos que invadem o entrenó da Ásia para o Brasil e criada em grande através do orifício aberto na casca pela quantidade em laboratórios em todo o lagarta. Esses microrganismos geral- país. Após o início da liberação das vespas mente são os fungos (Fusarium e Colleto- em campo, o índice de intensidade de tricum), que invertem a sacarose arma- infestação caiu de 10% para 2%, ocasiozenada na planta, provocando perdas nando uma economia de mais de 80 pelo consumo de energia no metabolismo milhões de dólares por ano no setor canade inversão e pelo fato dos açúcares vieiro. resultantes desse desdobramento não se Esse foi considerado o maior progracristalizarem no processo industrial. ma de controle biológico do mundo. Cigarrinhas = A cigarrinha-dasEntretanto, quando a matéria-prima se destina à produção de álcool, o problema folhas (Mahanarva posticata) e a cigaré mais grave, pois os microrganismos que rinha-da-raiz (Mahanarva fimbriolata) Pragas da cana penetram no entrenó aberto contami- provocam problemas sérios na região de nam o caldo e concorrem com as leve- Ribeirão Preto (SP) e também de Campos Várias são as pragas que atacam a duras na fermentação alcoólica. As (RJ). Tem como agente biológico de concana-de-açúcar e que podem ser con- perdas podem chegar a 35Kg de açúcar/ trole, o fungo Metarhizium anisopliae, troladas com o uso do controle biológico. ha, e a 30 litros de álcool/ha com apenas muito utilizado em décadas anteriores B r o c a - d a - C a n a - d e - A ç ú c a r 1% de colmos broqueados. para a cigarrinha-das-pastagens. (Diatraea saccharalis e Diatraea spp.) é a Apesar de não ser tão extensamente A partir do momento que a broca principal praga da cana-de-açúcar em penetra no colmo da cana, o controle utilizado como a vespa, a cada ano mais todo o país e com o avanço da atividade, químico, com o uso de inseticidas, torna- agricultores tem vislumbrado as vantatem sido encontrado com grande fre- se inviável devido ao alto custo e baixa gens de utilizar o fungo no controle da qüência também em culturas de grãos, eficiência dos produtos que são incapazes cigarrinha. “A economia gerada pela uticomo o milho e sorgo. de atingir as lagartas no interior dos lização do fungo em relação aos inseUma mariposa adulta chega a botar colmos. O controle desta praga tem sido ticidas chega a ser maior do que a gerada até 50 ovos nas folhas onde. As larvas se feito utilizando inimigos naturais, como pela utilização das vespas. Entretanto, a alimentam de folhas até utilização do fungo requer maiores cuidaconseguirem penetrar no colmo, onde começam dos dos agricultores CONVÊNIO INEAGRO quanto ao manuseio, realmente a causar danos (Incubadora de Empresas conservação e aplipara a cultura, pois permanecem se alimentando por cação”, explica Casem Agronegócios) e cerca de 30 dias. Estes são tilho. UFRuralRJ Gorgulho-daos danos diretos do ataque cana (Sphenophorus da broca e caracterizam-se • Venda de Bioprodutos (Trichobio, Beauveriobio, Metabio, levis) é uma praga que por: perda de peso (aberCladosbio e Bacillusbio); tura de galerias no entreocorre predominan• Biofertilizantes Líquidos e Caldas; temente no Estado de nó), morte da gema apical • Assessoria Técnica; São Paulo e ataca as da planta (“coração mor• Conversão de Agricultura Convencional para Orgânica raízes e colmos, cauto”), encurtamento de ensando importância lotrenó, quebra da cana, cal e esporádica. Poenraizamento aéreo e Av. BR 465, km 47, Campus UFRuralRJ - Instituto de Tecnologia Seropédica dem ser controlados germinação das gemas CEP 23.890-000 - Email: agribio@globo.com pelos fungos Beauvelaterais.

25 Março de 2008

inimigos naturais que mantêm em equilíbrio o seu nível populacional. Todas as vezes que as pragas são favorecidas e que seus inimigos naturais são desfavorecidos, ocorre um desequilíbrio biológico, geralmente acarretando um aumento populacional da praga. O uso de inseticidas, de forma indiscriminada, é um desses fatores de desequilíbrio”, explica Castilho. No caso das doenças, o uso de variedades resistentes é o tipo de controle mais utilizado. “O Mosaico, o Raquitismo-da-Soqueira, o Carvão, a Podridão-Abacaxi, a Estria Vermelha, a Escaldadura, a Mancha-Ocular e a Podridão Vermelha são exemplos de doenças em cana-de-açúcar que são controladas com variedades resistentes”, diz o biólogo. No caso de nematóides – principalmente os dos gêneros Meloidogyne e Pratylenchus –, a Agribio indica o plantio de Mucuna-Preta (Stizolobium aterrimum ), leguminosa que, além de controlar as infestações do nematóide, também é muito importante na adubação verde.


FOTO: Divulgação

ria bassiana e Metarhizium anisopliae. Cupins = Especialmente o Heterotermes tenuis, também pode ser controlado pelos fungos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae.

Como implantar o controle biológico na propriedade rural?

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

Vantagens

Março de 2008

26

Pesquisas feitas no Centro de Tecnologia Canavieira comprovam as vantagens do controle biológico da brocada-cana com o parasitóide Cotesia flavipes. A cada 1% de infestação com a broca diminui-se a produção em 0,77%. Com o uso do parasitóide reduziu-se o nível de infestação de 3% para 2,6% na safra de 2005/2006, obtendo-se um benefício econômico de R$ 2,5 milhões. A grande vantagem de alguns agentes biológicos de controle está relacionada com a especificidade de atuação do agente biológico. Se forem aplicados em doses elevadas, não provocam alterações biológicas no agroecossistema, não afetam parasitos, predadores e polinizadores. Portanto, os defensivos biológicos apresentam uma grande vantagem quando comparados com os agrotóxicos de largo espectro, com relação aos inimigos naturais, parasitos e predadores de pragas. “Podemos citar como exemplo o fungo Metharizium anisopleae que, quando aplicado em cana-de-açúcar, demonstra seletividade aos inimigos naturais. Esta característica é de suma importância, uma vez que o controle de pragas se baseia nos conceitos de MIP – Manejo Integrado de Pragas”, afirma Castilho. Esse controle utiliza a ação benéfica de parasitas, predadores e de agentes biológicos associados a outras medidas de controle, inclusive aplicação de agrotóxicos. Estes produtos são aplicados sob populações de pragas que atingiram o nível de dano econômico, sob condições inadequadas aos inimigos naturais. Quando se emprega um agente biológico de controle específico para se controlar uma praga, o principal alvo atingido é o inseto praga e o controle natural é feito por parasitos, predadores e agentes biológicos, sem afetar o agroecossistema. Outras vantagens:

a) – Multiplicação e dispersão:- os agentes biológicos de controle possuem capacidade de multiplicação e dispersão no ambiente através dos indivíduos da população, isto é, os agentes biológicos podem permanecer na área, no solo; b) – Efeitos secundários:- além da mortalidade direta dos patógenos podem afetar as gerações seguintes diminuindo a oviposição, viabilidade dos ovos e aumentando a sensibilidade da população a outros agentes biológicos e químicos; c) – Controle mais duradouro:- após o estabelecimento do agente biológico de controle em uma determinada área, o inseto dificilmente atinge níveis de danos econômicos; d) – Controle associado:- os agentes biológicos de controle podem ser usados juntamente com inseticidas seletivos visando um controle mais rápido e eficaz da praga, sem os inconvenientes das superdosagens dos inseticidas químicos; e) – Aplicação:- os agentes biológicos de controle podem ser aplicados com máquinas convencionais, as mesmas empregadas para a aplicação de defensivos químicos; f) – Poluição e toxicidade:- os agentes biológicos de controle não poluem o ambiente, não são tóxicos para o homem e outros animais; g) – Resistência:- os insetos dificilmente poderão se tornar resistentes aos agentes biológicos de controle; h) – Produção mais econômica; i) – Aumento da segurança alimentar; j) – Menor exposição do trabalhador rural a substâncias tóxicas; k) – Reduz o impacto ambiental da agricultura ao meio ambiente, evitando o uso de agrotóxicos.

1 - Novos empreendedores, que pretendem adquirir uma propriedade:Para estes, o primeiro passo consiste em procurar empresas ou profissionais especializados em agroecologia e gestão agropecuária, a fim de obter orientação técnica sobre localização da propriedade, aptidão agrícola da área, planejamento da produção e outros aspectos fundamentais para se iniciar a atividade. 2 - Proprietários de áreas ainda não exploradas:Além de seguir os passos descritos acima (exceto a compra da área), estes produtores devem realizar um diagnóstico voltado para a produção agroecológica. Esse diagnóstico é feito através de métodos modernos de análise e avaliação da propriedade, comportando um grande número de informações que, devidamente interpretadas, levarão o produtor a tomar decisões bastante seguras. A vantagem desse instrumento é a rapidez e o baixo custo se comparado às vantagens que propicia para o agronegócio a ser iniciado. 3 - Proprietário de áreas agrícolas em sistema convencional:Para iniciar a conversão do sistema convencional para o orgânico, estes produtores, com o auxílio de empresas e técnicos especializados, devem realizar o já citado diagnóstico específico para propriedades agroecológicas. Concluindo o diagnóstico e respeitado o período de transição do sistema convencional para o orgânico, as áreas destinadas ao manejo orgânico deverão estar isentas de agrotóxicos e outra substância contaminantes (resíduos de indústrias, garimpos, por exemplo). Cabe ressaltar que, durante o período de transição o produtor também deverá procurar entidade certificadora para iniciar todo o procedimento necessário à obtenção do selo para produtos orgânicos.


CONTABILIDADE RURAL

Escritório de Contabilidade Rural

ALVORADA CADASTRO NO INCRA (C.C.I.R.), I.T.R., IMPOSTO DE RENDA, DEPARTAMENTO PESSOAL, CONTABILIDADE E OUTROS 33 ANOS PRESTANDO SERVIÇOS CONTÁBEIS AOS PROPRIETÁRIOS RURAIS Rua Gonçalves Dias, 2258, Vila Nicácio Franca (SP) - PABX (16) 3723-5022 Email: ruralalvorada@netsite.com.br

Três anos após a publicação da Portaria 86, do Ministério do Trabalho e Emprego, ainda há dúvidas sobre a sua aplicação. A portaria tem tudo a ver com as atividades rurais, pois aprova a norma regulamentadora (NR 31) de segurança e saúde no trabalho em agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aqüicultura. A NR 31 é dividida em 23 itens, que definem desde os campos de aplicação das normas, incluindo atividades industriais desenvolvidas em estabelecimentos agrários (como beneficiamento de hortaliças, frutas e legumes), até especificação de como devem ser os alojamentos de empregados (ter cama com colchões, armários individuais, portas e janelas, entre outros) e os locais para preparo de refeições. A norma é considerada histórica, pois concretiza a Lei 5.889, de 1973, que dispõe sobre saúde e segurança do trabalho rural. ‘Em 1988, 15 anos depois, surgiram as NRs 1, 2, 3, 4 e 5, que hoje estão revogadas. Agora, a NR 31 substitui as anteriores, prevendo todas as medidas de prevenção à saúde e à segurança do trabalhador rural’, explica o diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho do MTE, Rinaldo Marinho Costa Lima. A NR 31 atinge todos os empregadores e trabalhadores rurais, sem exceção. Mas existem faixas claras quanto às exigências. De acordo com a NR 31, todo estabelecimento rural deve ser equipado com material de primeiros socorros, mas, no caso de propriedades com dez ou mais funcionários, é necessário também ter uma pessoa treinada. Para propriedades com até nove empregados, é dispensada a obrigatoriedade do item que determina a criação de Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho Rural, (SESTR), que deve ser composto por engenheiro de segurança do trabalho, médico do trabalho, enfermeiro do trabalho, técnico de segurança e auxiliar de enfermagem.

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

importante, propiciando ao empregador uma nova modalidade de contratação, daquelas já conhecidas: contrato de experiência, contrato de safra, contrato por prazo determinado e contrato por prazo indeterminado”, explica Antenor Pelegrino Filho, diretor do Portal Nacional de Direitos do Trabalho. A CNA recomenda que produtores e trabalhadores rurais formalizem o contrato escrito, pois este documento facilitará a comprovação junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no momento da solicitação de benefício ou aposentadoria. “O contrato deve mencionar que é celebrado com base na MP nº 410 e, por cautela, deve ter a assinatura de duas testemunhas e reconhecimento de firma. Esses cuidados precisam ser tomados para que não existam dúvidas em relação à data do início do trabalho e a questões como salário e carga horária”, diz Rodolfo Tavares. Pelegrino Filho recomenda, ainda, que seja instituído um Regulamento Interno, para que ambas as partes tenham o devido conhecimento de seus direitos e deveres. A MP nº 410 equipara os benefícios da aposentadoria e pensões rurais do segurado individual (trabalhador sem vínculo empregatício) e do segurado obrigatório (trabalhador com vínculo empregatício) aos do segurado especial. Attalea

O esforço da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) para desburocratizar as relações de trabalho no campo obteve resultado positivo com a criação do contrato de trabalho rural por pequeno prazo, por meio da Medida Provisória (MP) nº 410, publicada no dia 28 de dezembro de 2007. Segundo as novas regras, as contratações de natureza temporária feita por pessoa física, com duração de até dois meses – poderão ser feitas por meio de um contrato escrito, sem necessidade de anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social ou em Livro de Registro de Empregados. A remuneração e os direitos devem ser calculados dia-a-dia e pagos diretamente ao trabalhador mediante recibo. Segundo o presidente da Comissão Nacional de Relações do Trabalho e Previdência Social da CNA, Rodolfo Tavares, a MP atende a um antigo pleito dos produtores rurais (pessoa física) e contribui para reduzir a informalidade no campo. “A medida possibilita a prestação de serviço sem burocracia, garantindo os direitos trabalhistas e previdenciários”, avalia Tavares. Caso o período de prestação de serviço se estenda além de dois meses, a relação temporária se converte em contrato de trabalho por prazo indeterminado. “Sem dúvida, trata-se de um avanço

NR 31 ainda suscita dúvidas

27 Março de 2008

Contrato de Pequeno Prazo


Marรงo de 2008

28

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGร CIOS


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.