Edição 54 - Revista de Agronegócios - Fevereiro/2011

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EDITORIAL

Triângulo: a nova fronteira

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niciamos 2011 com uma nova perspectiva: ampliar nossa área de atuação. E, decididamente, as ricas regiões de Araguari (MG), Patrocínio (MG) e Patos de Minas (MG) foram as escolhidas. Principalmente pelo potencial incrível na produção de café, de milho e soja, na pecuária de corte e de leite, na criação de frangos de corte e na suinocultura. Tudo isto nos fez acreditar que pode-mos ampliar nosso portifólio de notícias e de parceiros, apresentando a todos os nossos leitores a riqueza do agronegócio desta região. Nesta edição, destacamos a importância das análises de solo e de folhas na tomada de decisão do agricultor no momento de adubar a lavoura. No item tecnologia, apresentamos matéria da UFLA, que criou software específico para otimizar o uso de corretivos e fertilizantes nas lavouras. Na pecuária de leite, mostramos artigo importante sobre o Manejo de Sistemas de Produção de Leite a Pasto. Já na pecuária de corte, destaque para a Presence, que lançou duas novas soluções para a nutrição do gado. Na ovinocultura, publicamos artigo que mostram caracteristicas importantes das diferentes fases da

produção ovina, bem como suas estratégias de alimentação. Na silvicultura, destaque para o artigo: “O Eucalipto não é vilão”, desmantelando todos os estigmas existentes até então contra esta importante cultura. Na criação de equinos, publicamos artigo que orienta sobre a importância clínica de pequenos estrôngilos. Na citricultura, estudos da FAPESP informam que pode cair até 60% o uso da água no cultivo da laranja. Já na cafeicultura, em artigo de Celso Vegro publicado no INFOBIBOS, o pesquisador apresenta informações sobre a “Formação de Custos na Cafeicultura”. Também na produção de café, informações da EMBRAPA avalia a produção de mudas de café por clonagem em larga escala, com previsão de distribuição já para este ano. Em artigo importante de Cristiane Pires Sampaio, pesquisadora da EPAMIG, esta retrata os pormenores da Secagem de Café em Terreiros Convencionais. Destaque maior para o histório da AGRISHOW, que acontece em maio próximo, em Ribeirão Preto (SP). Boa leitura a todos.

E-MAILS COMERCIAL RODRIGUES & REIS Manutenção de Máquinas Agrícolas. Patrocínio (MG). “Gostaria de continuar recebendo novos exemplares da revista. Vários clientes de nossa empresa elogiaram o conteúdo da revista. Obrigado. Sebastião”. ELDER LUCAS CORRÊA Engenheiro Agrônomo e Produtor Rural. Patrocínio (MG). “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios.” NAILSON ALEXANDRE MARTINS Estudante de Agronomia. Passos (MG). “Parabéns pela revista. Gostaria de recebê-la em meu endereço.” JOÃO ANTONIO GIANNINI RAMOS Agricultor e Projetista de Máquinas. Matão (SP). “Achei muito interessante as reportagens de algumas edições que pude ler. Gostaria de assiná-la.” SÉRGIO NOVITA ESTEVES Pesquisador EMBRAPA Pecuária Sudeste. São Carlos (SP). “Solicito a efetivação do meu cadastro para o recebimento da Revista Attalea Agronegócios.” RONALLDO PEIXOTO CASTRO JR. Setor Sucroalcooleiro. Araguari (MG). “Gostaria de receber a revista mensalmente.” IANE T. GUIMARÃES CAPATO Cafeicultora. Ribeirão Preto (SP). “Agradeço pela disponibilização e pelo envio da Revista à minha residência. Traz um ótimo conteúdo para nós, produtores de café, nos orientando e enriquecendo nossos conhecimentos. Eu e meu esposo lemos todas.”

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TECNOLOGIA

Agricultor, faça da análise de solos sua primeira aliada no planejamento agrícola

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amostragem do solo é a primeira etapa de um programa de avaliação da fertilidade do solo, uma amostragem inadequada pode resultar em uma análise, interpretação e recomendação equivocadas, podendo causar graves prejuízos econômicos ao produtor. Os laboratórios, não conseguem minimizar ou corrigir os erros cometidos na amostragem. Como não é possível analisar o solo como um todo, analisa-se uma pequena parte (amostra) de solo que irá representar uma área muito grande. Uma boa amostragem inicia pela estratificação da área, com definição das unidades de amostragem. Unidade de amostragem ou gleba é uma área, independente do tamanho, mas uniforme quanto ao relevo, vegetação, características do solo (cor, textura, drenagem) e uso anterior e atual. As amostras simples são formadas pela porção de terra coletada em cada ponto do terreno e a amostra composta é a reunião das várias amostras simples coletadas. Para a maioria das culturas, as amostras simples são coletadas na camada de 0 a 20 cm (foto acima). Para pastagens já estabelecidas, 1 - Eng. Agrª, Drª em Ciência do Solo 2 - Eng. Agrº, Dr. em Fitotecnia

Porque adubar!

FOTO: IAPAR

Ecila Maria N. Giracca 1 José Luis da Silva Nunes 2

P

a amostragem deve ser na camada de 0 a 5 cm. Culturas em que o preparo do solo chega 30 cm de profundidade, a amostragem deve ser realizada na camada de 0 a 30 cm. Com a introdução dos conceitos e tecnologias da Agricultura de Precisão, a amostragem sistematizada das áreas é recomendada. O método mais comum para a amostragem sistemática de solos em uma área é o de sobrepor uma grade quadrada ou retangular em um mapa ou fotografia da área, identificar e ir ao local coletar amostras de solos em cada célula. Dentro de cada célula, a amostragem pode ser ao acaso,

ara que uma planta cresça e floresça, ela necessita de diversos elementos químicos diferentes. Os mais importantes são: a) - carbono, hidrogênio e oxigênio (disponíveis no ar e água); b) - nitrogênio, fósforo e potássio (comercializados); c) - enxofre, cálcio e magnésio (nutrientes secundários); d) - boro, cobalto, cobre, ferro, manganês, molibdênio e zinco (chamados micronutrientes). Desses elementos químicos, os que a planta necessita em maior quantidade são o nitrogênio, o fósforo e o potássio (macronutrientes). Eles são importantes porque são necessários para os blocos estruturais fundamentais. Por exemplo: 1) - todo aminoácido contém nitrogênio; 2) - todas as células precisam do fósforo para a membrana celular e como fonte de energia (ATP); 3) - o potássio constitui 1 a 2% do peso de qualquer planta e, em forma iônica nas células, é essencial para o metabolismo. 4) - sem nitrogênio, fósforo e potássio, a planta simplesmente não pode crescer porque é incapaz de produzir as partes, chamadas organelas, de que necessita. É como uma fábrica de carros que fica sem aço ou uma estrada sem asfalto. 5) - se qualquer um dos macronutrientes estiver faltando ou for difícil de obter do solo, isso limitará a taxa de crescimento da planta. A

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coletando-se várias sub-amostras, pontual na qual as sub-amostras são coletadas em um raio de 3 a 6 m de um ponto central. A recomendação do espaçamento das grades (malhas) para amostragens de solos varia de 60 x 60 m a 135 m x 135 m, em função da resolução desejada associada aos custos. A freqüência de amostragem depende do manejo da propriedade e, da intensidade da adubação aplicada. Após a retirada da amostra o material deve ser acondicionado em embalagens para o envio ao laboratório. Os laboratórios ou instituições como cooperativas e órgãos de assistência técnica, fornecem sacos plásticos e/ou caixas de papelão. Não deve ser utilizas embalagens de quaisquer produtos, pois os resíduos podem alterar os resultados. A

FOTO: UFRGS

TECNOLOGIA

CAFEICULTURA

Conhecer melhor o solo para planejar a adubação correta

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e acordo com o professor Carlos Alberto Silva, um dos coordenadores do Laboratório da UFLA - Universidade Federal de Lavras (MG), antecipar a análise do solo é importante para que os produtores possam planejar o plantio, garantindo uma colheita mais rica e, consequentemente, uma redução dos custos de produção. “Quando se planeja os trabalhos antes do plantio, o produtor vai detectar quais os produtos, nutrientes e fertilizantes necessários para serem aplicados na terra. Isso representa uma economia muito grande já que o produtor terá um tempo necessário de preparar o solo, pesquisar preços e negociar com fornecedores”. A compra de produtos para serem aplicados no solo consome boa parte dos recursos destinados à implantação e condução das lavouras. Por outro lado, em torno de 50% dos ganhos de produtividade obtidos através dos cuidados com a plantação são devidos ao uso de fertilizantes e corretivos, ficando o restante destinado a gastos com aquisição de sementes melhoradas, controle de pragas e doenças e outras práticas culturais. Em média, cada real investido corretamente com correção e adubação do solo garante um retorno de, em média, R$ 3,00. A época de coleta e envio das

amostras ao laboratório para análise é variável, mas o ideal para culturas anuais é no início da seca quando o solo ainda apresenta certa umidade, facilitando os procedimentos de amostragem, e com boa antecedência em relação ao plantio. Uma adubação correta só pode ser feita quando se conhece a fertilidade da terra. Já é de conhecimento da maioria dos agricultores que solos de diferentes locais numa mesma região apresentam uma grande variação em relação às condições necessárias para o crescimento das plantas. Ao mesmo tempo, quanto mais produtiva for uma cultura, mais ela esgota a terra. Somente a análise do solo realizada periodicamente pode indicar as necessidades de nutrientes e fertilizantes que devem ser fornecidas em cada cultivo. O professor Carlos Alberto explica que cada produto aplicado precisa de um tempo para reagir, por isso a importância de se planejar o plantio com antecedência. “Para aplicação do calcário, por exemplo, é preciso uma antecedência de três meses para ele reagir. Entre a análise e avaliação do material, divulgação dos resultados e repasse das informações para um técnico que vai aplicar os produtos necessários para preparar o solo e implantar a cultura demanda muito tempo”. A

Importância da Análise de Solos

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análise de solo estima a capacidade do solo de suprir determinados nutrientes às plantas, auxiliando no planejamento e programa de adubação e calagem. A análise química do solo será tanto mais útil quanto mais confiável forem os resultados. São vários os laboratórios que prestam este serviço, mas devese atentar se ele é ou não credenciado pelo Ministério da Agricultura. A análise química de solo para fins de avaliação da fertilidade é realizada em laboratórios de análise de rotina. Os resultados de pH, alumínio trocável, saturação por alumínio, sódio trocável, índice de saturação por sódio, são características do solo, indicadores de condições de estresse ou de impedimento químico. Os resultados de cálcio e magnésio trocáveis são utilizados principalmente para determinar doses de corretivos. Os teores de P, K, Ca+², Mg+² e micronutrientes são indicadores de disponibilidade destes, sendo usados para a definição de doses de adubação. Os resultados de acidez potencial, matéria orgânica, soma de bases, saturação por bases, capacidade de troca catiônica e fósforo remanescente dão informações complementares para a interpretação da análise de solo é verificar os métodos analíticos utilizados, os quais devem estar A descritos junto aos resultados.


LEITE

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Junio Cesar Martinez 2

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FOTO: Editora Attalea

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Manejo dos sistemas de produção de leite a pasto 1 lguns dos requisitos básicos para atingir eficiência elevada em sistemas de produção de leite são: a) explorar vacas especializadas; b) com um manejo sanitário adequado; c) ter bom manejo reprodutivo; d) ter bom manejo nutricional e; d) oferecer condições adequadas de conforto para os animais. Estes requisitos independem do sistema de produção adotado, seja ele baseado em pastejo ou em confinamento total, com alto ou baixo nível de concentrado, com vacas holandesas, Jerseys, Pardo Suíças ou mestiças, etc. Produtores de leite eficientes tanto dos Estados Unidos e Canadá como da Europa e Oceania têm em comum o fato de terem estes requisitos atendidos de forma satisfatória. Entretanto, a grande maioria do leite produzido no Brasil é proveniente de sistemas que exploram vacas não especializadas, mantidas em pastagens tropicais mal manejadas, ocorrendo severa restrição nutricional destes animais no período da seca. A suplementação com concentrados é muitas vezes feita de forma inadequada, tanto em termos quantitativos como qualitativos. O resultado é a pequena escala de produção, índices zootécnicos medianos e a baixa rentabilidade do setor. A necessidade premente de intensificação da pecuária leiteira nacional tem gerado discussões acaloradas quanto ao sistema ideal de produção de leite para as nossas condições. A discussão tem sido polarizada no sentido comparativo, entre a exploração de animais em sistemas intensivos a pasto ou em confinamento. Infelizmente, essa discussão tem 1 - Publicado no Portal Milkpoint (www.milkpoint.com.br) 2 - Doutor em Ciência Animal e Pastagens pela ESALQ-USP e pós doutor pela UNESP-Jaboticabal e Universidade da California-Estados Unidos.

sido desvirtuada, guiada por argumentações sem embasamento científico devido à falta de dados comparativos gerados dentro das condições brasileiras. Essa discussão se torna improdutiva à medida que pesquisadores, consultores e produtores polarizam a questão em torno da tentativa de se estabelecer para o país como um todo, um modelo ideal, único e padronizado de produção de leite. A grande diversidade das condições edafoclimáticas, sociais, culturais e econômicas vigentes no país, propiciam e justificam a presença de diferentes sistemas de produção de leite em nosso meio. O importante é que a tomada de decisão quanto ao sistema de produção a ser adotado, seja técnica e considere as condições particulares de cada propriedade rural. Infelizmente, tem sido difundido o conceito equivocado, de que sistemas tropicais de produção a pasto são ne-

cessariamente extensivos, capazes de explorar apenas gado mestiço, enquanto sistemas confinados são sinônimos de intensificação e a única maneira de se explorar vacas especializadas de alto mérito genético. A tendência de abandono de sistemas de produção de leite a pasto com o crescimento de sistemas confinados até meados da década de 90 parece estar sofrendo uma reversão significativa. A vocação natural de grande parte das nossas bacias leiteiras, para a produção a pasto, em função das condições favoráveis para o crescimento de gramíneas tropicais de alta produção, associada às condições impostas pela atual conjuntura do sistema agroindustrial do leite, têm levado um grande número de produtores que pretendem intensificar sua produção, a adotarem o uso de pastagens manejadas intensivamente. O estado de Ron-

Tabela 1. Dados de produção de leite em pastagens temperadas. Experimento 1 Experimento 2 Experimento 3 Experimento 4 Experimento 5

PRODUÇÃO DE LEITE

30,5 kg 29,1 kg 38,2 kg 30,0 kg 29,5 kg

Pasto

15,0 13,6 11,4 10,5 9,9

CONSUMO DE MS (kg/vaca por dia) Concentrado Total

7,3 7,7 8,6 8,2 9,1

22,3 (3,02) 21,3 (4,0) 20,0 (3,6) 18,7 (3,5) 19,0 (3,6)


FOTO:Assoc. Bras. Gado Jersey

LEITE

dônia é um grande exemplo disso na atualidade. A proposta básica desses sistemas é explorar o potencial elevado de produção das gramíneas tropicais, que permitem lotações entre 4 a 15 vacas por hectare durante o verão, dependendo da espécie utilizada, nível de adubação e disponibilidade hídrica. Com produções por vaca/ano entre 3 a 7000 kg de leite, em função do potencial genético do rebanho e do manejo adotado, principalmente no que diz respeito ao nível de fornecimento de concentrado e qualidade do volumoso suplementar de inverno, este sistema tem como atrativo, permitir elevada produção de leite por unidade de área a um custo inferior que o obtido no sistema de confinamento total. O menor custo de produção deve advir não apenas do menor custo de alimentação, mas também de uma estrutura mais simples em termos de máquinas, implementos e instalações. POTENCIAL DE PRODUÇÃO E QUALIDADE DA PLANTA TROPICAL - O grande potencial de produção das plantas forrageiras tropicais, entre 20 a até 60 toneladas de matéria seca (MS) por hectare/ano, permite explorar sistemas intensificados de produção com alta lotação animal, da ordem de 6 a 15 UA/ha durante 180 a 200 dias por ano, possibilitando produções de leite superiores a 10.000 kg/ha por ano. Pastagens temperadas manejadas intensivamente na Nova Zelândia produzem em média 8.300 kg de leite por hectare/ano. A superioridade das gramíneas tropicais, quando comparadas com as de clima temperado em termos de produção de forragem por área é inquestionável, permitindo lotações 2 a 6 vezes mais elevadas. Em contrapartida, a qualidade inferior das gramíneas tropicais tem sido apontada como um fator limitante a um elevado desempenho individual de vacas leiteiras mantidas nesses sistemas. Pastagens de clima temperado quando bem manejadas, apresentam valores de proteína bruta

(PB) entre 20 a 25% e FDN entre 40 a 50% indicativos de uma forragem de altíssima qualidade. Em contrapartida, os dados com plantas tropicais têm

mostrado valores bem mais modestos que os normalmente observados com plantas temperadas. Teores de PB entre 8 a 14% e 60 a 75% de FDN são valores normalmente relatados na literatura. Adubação, frequência de pastejo e resíduo pós pastejo, são alguns dos fatores de manejo que quando conduzidos de forma inadequada, concorrem de forma decisiva para um baixo valor nutritivo da forragem tropical e podem em parte explicar o conceito generalizado de que a planta tropical é de baixa qualidade. Entretanto, em condições de manejo adequado, diversos autores têm reportado resultados que de forma alguma permitem classificar a gramínea tropical como tendo baixo valor nutritivo, uma vez que teores de PB da ordem de 13 a 20% e FDN de 53 a 65% têm sido observados em trabalhos experimentais e em amostras feitas em propriedades comerciais. Esses dados indicam sem dúvida que estamos trabalhando com

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uma planta altamente exigente em manejo e que existe um campo ainda vasto a ser explorado pela pesquisa, no sentido de aprimorar as práticas de manejo para as diferentes gramíneas tropicais, com o objetivo de se maximizar a qualidade da forragem colhida pelo animal. POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE LEITE EM PASTAGENS TROPICAIS - O potencial de produção de leite de vacas pastejando exclusivamente gramíneas temperadas pode chegar a 30kg/d. A Tabela 1 mostra os dados de produção de vacas de alto mérito genético, mantidas em regime da pastejo com plantas temperadas e suplementadas com concentrado nos Estados Unidos. Os resultados obtidos em pastagens tropicais têm sido bem mais modestos. O potencial de produção individual de vacas mantidas nessas pastagens, sem suplementação com concentrado, tem se situado entre 8 a 15 kg de leite/dia. A Tabela 2 apresenta os dados de produção de leite de vacas mantidas em pastagens tropicais e suplementadas com concentrado no

Tabela 2. Dados de produção de leite em pastagens tropicais.

Experimento 1 Experimento 2 Experimento 3 Experimento 4 Experimento 5 Experimento 6 Experimento 7 Experimento 8

DIAS DE LACTAÇÃO

PRODUÇÃO DE LEITE (kg/vaca)

CONSUMO DE PASTO

CONSUMO DE CONCENTRADO

CONSUMO TOTAL

40 - 220 42 - 322 0 - 305 0 - 305 90 - 130 0 - 250 0 - 150 0 - 160

16,9 - 20,0 16,62 20,9 18,9 - 16,3 17,2 - 22,0 12,8 - 20,0 19,2 - 23,7 16,3

15,8 - 13,7 11,9 -

2,6 - 5,2 2,6 6,5 7,5 - 5,5 0 - 5,4 0 - 7,2 3,6 - 5,4 2,3

18,41 18,92 14,5 -

Brasil, Costa Rica e Austrália. Os dados da Tabela 1 com pastagens temperadas foram obtidos com vacas de alto mérito genético e o período de lactação médio analisado foi dos 80 aos 150 dias. A produção média observada de 30,46 kg de leite/ dia foi obtida com um consumo de 8,1 kg de MS de concentrado. Já os dados da Tabela 2, com pastagens tropicais, mostram para os experimentos conduzidos no Brasil e Austrália, um nível médio de produção de 19,35 kg de leite/vaca com 4,7 kg de MS de concentrado. Quando consideramos os trabalhos com produções acima de 20 kg de leite/vaca e fornecimento de concentrado parcelado em 2

vezes ao dia, a produção média observada é de 21,6 kg de leite com 5,6 kg de MS de concentrado por vaca/dia. A relação kg de leite/kg de MS de concentrado observado tanto para gramíneas temperadas como tropicais é idêntica, ao redor de 3,75:1. CONSIDERAÇÕES FINAIS - Um dos principais desafios que se apresenta aos pesquisadores e produtores de leite nas regiões tropicais, é dentre tantos, o de aprimorar as técnicas de manejo de pastagem e de conforto animal, visando maximizar o consumo de forragem de alta qualidade, uma vez que a obtenção de lotações elevadas já são uma realidade em diversos sistemas intensivos implantados no Brasil. A


PECUÁRIA DE CORTE

Presence lança duas novas soluções em nutrição para gado

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Presence, nova marca Evialis que traz toda tecnologia e presença de campo da marca Purina em um novo nome, acaba de lançar mais duas linhas de produtos: a Suplementa, para gado comercial, e a Confipeso, para confinamento. Segundo Emerson Botelho, gerente de produtos da Presence, as vantagens das novas linhas estão no balanceamento minucioso dos alimentos permitido pelas novas composições. Enquanto a linha Suplementa foi desenvolvida para animais criados a pasto, que necessitam um melhor ganho de peso ou preparação para eventos como reprodução, leilão ou venda para frigorífico, a Confipeso foca diretamente a melhoria no ganho de peso para que o retorno financeiro do produtor seja o melhor possível. “O investimento em tecnologia nos permitiu aprimorar as formulações e oferecer soluções que potencializem o crescimento dos animais. Pensamos sempre em uma maneira de ajudar o produtor nesse sentido, por isso estamos constantemente de olho em sua rentabilidade. Esta é a proposta da Presence”, afirma. Compõem a nova linha Suplementa: o Suplementa Reprodução, produto especialmente balanceado para bovinos reprodutores, vacas em reprodução e receptoras, que busca melhores índices reprodutivos e melhor qualidade de sêmen e/ou embrião; o Suplementa Export, desenvolvido para nutrir os bovinos em fase de terminação, sem uso de forragem ou pastagens; o Suplementa 14, ideal para os bovinos em fase de crescimento ou terminação; o Suplementa 16, e o Suplementa 18, ambos para bovinos nas fases de crescimento ou terminação, ou ainda animais em confinamentos e o Suplementa 20, que além de nutrir os bovinos nas fases de crescimento e termi-

nação, também pode ser usado em programas de desmame precoce. Já a linha Confipeso, voltada para animais em confinamento, engloba: o Confipeso 10 e o Confipeso 40, que são concentrados destinados à formulação de dietas para bovinos na fase de crescimento e engorda que permitem diferentes formulações com os ingredientes disponíveis na propriedade; e o Confipeso Alto Padrão, concentrado desenvolvido especialmente para a fase de engorda com milho grão inteiro e que dispensa o uso de volumoso. Desta forma, é possível fazer confinamento de poucos animais até grandes lotes com fácil manejo e previsão de 50 a 70 dias para ter os animais acabados. Com uma dieta altamente energética, há

um ganho evidente no que diz respeito ao acabamento e rendimento de carcaça dos animais confinados. A PRESENCE - A fim de reestruturar seu portfólio e implementar inovações em seus programas nutricionais, a Evialis, anunciou a marca Presence, que chega para substituir a Purina nos segmentos de ruminantes, eqüinos, peixes, camarões, aves e suínos. A marca Purina foi comercializada ao longo dos dois últimos anos, após aquisição da divisão de nutrição animal da Cargill. A Evialis utilizará a marca Purina até junho de 2011, promovendo uma substituição gradativa pela marca Presence. INF. www.evialis.com.br A

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CAFEICULTURA

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Celso Luis Rodrigues Vegro1

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FOTOS: Editora Attalea

Formação de Custos na Cafeicultura s preços são parâmetros que estruturam e condicionam o funcionamento do sistema econômico. Talvez, situem-se nos preços aquela variável menos considerada nas análises sobre os fenômenos econômicos sejam de caráter macro, meso ou microeconômicos. Dentre as possibilidades de organização dos fatores de produção (terra, trabalho e capital), a combinação de preços orienta pela seleção daquela de maior eficácia alocativa, ou seja, da maximização do lucro da empresa privada. Equivoco comum nas interpretações econômicas consiste em conferir aos preços uma condição absoluta. Os preços correlacionam-se uns para com os outros. No campo das commodities existe essa correlação, sendo o petróleo aquela que mais influencia o restante desse mercado. Por exemplo, é amplamente conhecida a relação de preços entre as cotações1 do petróleo e o custo dos fertilizantes nitrogenados. Assim, 1 - Publicado em INFOBIBOS (www.infobibos. com) em 15 de janeiro de 2011. 2 - Engº Agrônomo pela ESALQ/USP, com especialização em Sistemas Agrários pela PUC-São Paulo, mestre em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade pela UFR do Rio de Janeiro e Pesquisador Científico do IEA. Email: celvegro@iea. sp.gov.br

os preços são sempre relativos, essa característica pauta o funcionamento do sistema econômico. Compreender que os preços são relativos ajuda a melhor analisar os fenômenos que dinamizam o sistema econômico. Assim, não se pode

simplesmente anunciar que tal preço aumentou ou abaixou, pois as oscilações devem estar necessariamente referenciadas. O preço subiu ou diminuiu frente a quê? Não se deve nunca esquecer dessa condição relativa dos preços, caso contrário, as tentativas de interpretação dos movimentos da economia se tornam anacrônicas. Mesmo nas economias consideradas livres existe um grau de intervenção governamental na formação dos preços, pois se pressupõe que o mercado não provê de modo eficaz as necessidades da população (são as chamadas falhas do mercado). No Brasil, a correta decisão de recuperar o poder de compra do salário mínimo concedendo reajustes acima da inflação e do crescimento real da economia, exemplifica esse tipo de situação em que, de forma mandatória, um preço é posicionado para além de sua condição estabelecida pelo clássico mecanismo de oferta e demanda. A agropecuária por se tratar de uma atividade pulverizada, constitui um setor econômico com singularidades relevantes para a formação de preços, ou seja, com muitos ofertantes dispersos numa dada base territorial que pode ser desde uma região, um país ou o mundo. Raríssimas são as exceções em que existe uma capacidade formadora de preços (restrita a produtos artesanais e especialidades gourmet). Na comercialização de seus produtos, portanto, a produção agrícola é setor tomador de preços. Essa condição se reproduz ainda com maior vigor na aquisição dos materiais utilizados para viabilizar o sistema de produção, pois os segmentos fornecedores da agricultura (no jargão econômico: a montante), são altamente oligopolizados, com incipiente competição entre seus concorrentes. Essa situação conduz tais grupos econômicos a administrarem 1 - NOTA DO AUTOR - Preços e cotações não são sinônimos, embora a maior parte dos economistas não estabeleça distinções entre as duas terminologias. Devemos entender por cotação os valores de referência e sinalizadores de tendências. Já por preços, compreendem-se os valores ocorridos em negócios concretizados com transferência efetiva da propriedade dos bens e serviços produzidos.


FOTOS: Editora Attalea

CAFEICULTURA

seus mercados impondo preços aos seus clientes. Defensivamente a tais estruturas oligopolizadas, os produtores rurais esforçam-se por se organizar em torno de associações e cooperativas de produção. Algumas empresas cooperativas posicionam-se entre as maiores empresas do país. No agronegócio Cafés do Brasil, há inúmeros exemplos bem sucedidos desse tipo de organização dos produtores. O êxito dessas formas coletivas de organização econômica confere poder de barganha aos cafeicultores, permitindo-lhes a obtenção de vantagens que de outra maneira não teriam. Mais recentemente, o processo que converte todos os bens econômicos em ativos financeiros endossáveis, modificou a forma como são formados os preços. Fatores como a taxa de juros básicos e a paridade cambial passaram a preponderar na determinação dos preços das economias nacionais. A existência de mercados bursáteis para as commodities agrícolas e sua capacidade em transmitir suas cotações para as transações no mercado físico, constituem uma faceta bastante concreta dessa orientação financeira nas decisões produtivas. Por fim, ainda outros dois elementos cruciais para a formação dos preços são a estrutura tributária e a logística de armazenamento e escoamento dos produtos. Os tributos podem conferir importantes distorções na formação dos preços. Ademais, estimula, a depender do tamanho da alíquota, grau elevado de informalidade nas transações. Normalmente, os produtos agrícolas seguem calendários em que existem safras e entressafras, exigindo a intermediação de agentes que se responsabilizam pela regularização da oferta ao longo do ano. Ambos os fatores, ainda que externos à atividade produtiva também con-

tribuem na formação dos preços. As bases materiais e tecnológicas dos sistemas de produção formam outro conjunto de elementos que compõe a formação dos custos. Na lavoura do café, é possível pensar em aspectos como: o tipo de solo em termos de sua fertilidade intrínseca e condição topográfica; a escolha do porte das variedades a serem usadas; a adoção da irrigação ou o cultivo em sequeiro e o manejo agronômico com maior ou menor incidência de operações mecanizadas, representam fatores que promovem fortes variações na formação dos custos. Assim, o estudo e a elaboração de projetos de investimento na cafeicultura, constituem-se numa ferramenta ímpar no planejamento dos custos médios que o sistema produtivo imaginado possuirá. Efetuadas tais considerações pode-se então analisar a questão da formação dos custos de produção na cafeicultura. Com limitadíssimas ca-

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pacidades de formar preços e relacionando-se com segmentos oligopolizados, a formação de custos virá sempre de fora da atividade. Tal compreensão impõe, inapelavelmente, para a necessidade de gerir com a máxima eficiência as bases materiais e tecnológicas do sistema de produção, visando obter resultado econômico desse esforço. O cafeicultor precisa se capacitar (e nisso a extensão tem papel crucial) para acompanhar seus custos e promover mudanças de manejo agronômico capazes de melhorar a produtividade do trabalho e minimizar o emprego dos insumos adquiridos externamente à propriedade. A formação de custos na cafeicultura é o elemento pelo qual nós podemos avaliar a técnica de gestão empregada e as decisões agronômicas adotadas. Ser eficiente nas duas coisas não é das tarefas mais cômodas, mas é disso que será feita a cafeicultura capaz de manter-se competitiva frente ao ciclo de preços que historicamente atua sobre segmento. A


CAFEICULTURA

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pesquisador da Embrapa Café Carlos Henrique S. Carvalho está coordenando um estudo inédito na cafeicultura brasileira: o projeto produção de mudas clonais em larga escala de café arábica com resistência ao bicho-mineiro do cafeeiro (Leucoptera coffeella) e à ferrugem (Hemileia vastatrix), boa qualidade de bebida e alta produtividade. O objetivo é avaliar a viabilidade econômica da tecnologia medindo os custos de produção industrial em todo o processo de produção. A iniciativa é realizada em parceria com a Fundação Procafé. “A previsão é que, no final de 2011, se inicie a distribuição de mudas clonadas aos produtores e cooperativas de Minas Gerais e de outras regiões produtoras, que têm dado grande apoio aos estudos. Após o plantio, a pesquisa entra em outra etapa: a avaliação da adaptação e do comportamento agronômico das plantas selecionadas. A nossa expectativa é de que a produção em larga escala seja vantajosa economicamente para todos os envolvidos na cadeia produtiva, agregando ainda mais valor ao produto”, explica o pesquisador. FOTO: Editora Attalea

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Embrapa avalia produção de mudas de café por clonagem em larga escala

CLONAGEM E SUAS VANTAGENS - As mudas clonadas de plantas de café são produzidas por meio do uso de biorreatores semelhantes ao equipamento desenvolvido pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF), instituição participante

do Consórcio Pesquisa Café. O biorreator participa de uma etapa importante no processo de produção de mudas clonais reduzindo o custo de produção e otimizando o processo. “Um dos grandes benefícios dessa pesquisa é a garantia de produção de mudas de alto valor agronômico, conferindo mais competitividade para o café brasileiro no mercado nacional e internacional. Ao se produzir cafeeiros resistentes a pragas e doenças, o uso de agroquímicos diminui expressivamente, o que tem implicações positivas no equilíbrio do meio ambiente e na saúde do consumidor. Em um contexto de valorização dos preços da commodity e de aumento do consumo no Brasil e no exterior do produto, a produção industrial de mudas de forma sustentável - econômico social e ambientalmente - é promissora. Pode-se dizer que a produção de clones representa uma ferramenta muito valiosa para o processo de melhoramento genético

do café e mantém o Brasil na vanguarda das pesquisas cafeeiras”, completa Carlos Henrique. Segundo o pesquisador, outra vantagem da tecnologia de seleção de plantas matrizes de grande importância agronômica e produção de mudas clonadas é a redução para um terço do tempo convencional no processo de desenvolvimento de cultivares de café arábica, que por outras técnicas chega a atingir cerca de 30 anos para chegar ao campo. “A técnica de reprodução por clonagem é considerada a mais adequada alternativa para a multiplicação de plantas híbridas em larga escala. Em breve, com a validação em larga escala, a multiplicação do material poderá ser feita em biofábricas ou em cooperativas”. A FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais, por demanda do Polo de Excelência do Café (PEC/Café), é uma das instituições que apóiam financeiramente o projeto, além da Fundação PROCAFÉ - Fundação de Apoio à Tecnologia Cafeeira, do CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, por meio dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT), CIRAD e do Consórcio Pesquisa Café. A pesquisa também conta com o apoio imprescindível de cooperativas e de produtores de regiões produtoras. A (FONTE: Embrapa Café)


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Secagem em terreiros convencionais uso exclusivo do terreiro por muitos cafeicultores deve-se, à falta de informação tecnológica e, em muitas vezes, à não preocupação com as caracteristícas qualitativas do produto depois da secagem ou ao baixo poder aquisitivo e nível tecnológico da propriedade. No terreiro, o desenvolvimento de microorganismos na superficíe dos frutos e o aumento da respiração e da temperatura do produto são fatores que aceleram o processo de fermentação. Apesar destes riscos, pequenos e médios produtores utilizam intensivamente os terreiros como única etapa na secagem do café. No processo de secagem em terreiro, o café é secado pela ação dos raios solares. É aconselhável, durante o processo, trabalhar com lotes homôgeneos, considerando-se tanto a época de colheita quanto o estádio de maturação ou teor de umidade, para obtenção de um produto final uniforme e de boa qualidade. De modo geral, devido às caracteristícas da maioria dos secadores mecânicos comercializados, a secagem do café logo após a colheita, ou recém-saído do lavador (alto teor de umidade), é altamente prejudicada, em razão Da dificuldade de escoamento do produto dentro do secador. Portanto, para acelerar o processo de secagem,

1 - Publicado no Portal Cafepoint (www.cafepoint.com.br) 2 - Doutora em Pós-Colheita e Qualidade do Café, Pesquisadora PDJ EPAMIG/FAPEMIG

deve-se combinar a secagem artificial com a secagem do terreiro. Uma prática recomendada é secar o café em terreiros ou pré-secadores até o estado de meia-seca (35 a 40%), sendo a secagem continuada em secador mecânico até o ponto de tulha ou, ainda, até que a umidade caia para 22%, para que possa ser submetido a uma secagem complementar, em silos ventilados, durante o processo de armazenagem, até que atinja a umidade de comercialização. Terreiro convencional pode ser construído de cimento, tijolos, asfalto e chão batido, devendo o produto a ser secado ser distribuído em camada fina. O terreiro com piso de terra apresenta menor rendimento de secagem e pior aspecto visual do produto em relação àquele secado em terreiros com piso de outros materiais de construção.

Preferencialmente, a secagem deve ser feita em terreiros concretados, que são mais eficientes e apresentam menores riscos de comprometimento de qualidade. Alguns cuidados com o uso dos terreiros são recomendados: a) - Não misturar lotes diferentes de café b) - Esparramar o café, lavado ou não, no mesmo dia da colheita em camadas finas de 3 a 5 cm e proceder-se à formação de mini-leiras; c) - Revolver o café pelo menos 8 vezes ao dia, de acordo com a posição do sol; d) - Fazer com que o café, após o segundo dia de seca, pequenas leiras de 15 a 20 cm de altura, no final da tarde, e esparramar no dia seguinte bem cedo, o que acelerá a secagem e impedirá que o sereno umedeça muito o café; e) - Fazer leiras grandes com o café, no sentido da maior declividade do terreiro, em dias de chuva; f) - Nunca amontoar o café cereja antes do ponto de meia-seca, ponto em que ele não estará mais colando na mão quando apertado; g) - Amontoar o café por volta das 15 horase, se possível, deixá-lo coberto com lona até o dia seguinte; h) - Esparramar o café por volta das 9 horas, quando a umidade do ar é adequada e, movimentá-lo até as 15 horas, quando deve ser novamente amontoado; i) Continuar o processo até a secagem final, recolhendo o café frio pela manhã, para tulha, com 11 a 12% de umidade. A

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ontando com a participação do Drº Marcelo Melarato engenheiro agrônomo, especialista em Nutrição de Plantas, com doutorado pela Esalq/USP, consultor da Microquímica e consultor na área de nutrição -, foi realizado no último dia 10 de fevereiro, no Tower Franca Hotel, um treinamento com a equipe da Bolsa Agronegócios, revenda de produtos agrícolas sediada em Franca (SP). De acordo com Allan de Menezes Lima, diretor da Bolsa Agronegócios, o treinamento veio fortalecer ainda mais a sua equipe, acrescentando informações técnicas importantes sobre micronutrientes foliares e substâncias estimulares à cultura do café. Participaram da palestra engenheiros agrônomos, técnicos em agropecuária e alguns cafeicultores ligados à empresa, bem como dois profissionais da Microquímica: o engenheiro agrônomo Rodolfo da Silva Carvalho e o gerente distrital Roberto Reche Paro. Marcelo Melarato abordou o tema “Nutrição para Cafeicultura de Altas Produtividades”, mostrando tópicos sobre nutrição do cafeeiro, manejo da cultura em relação aos aspectos da adubação. Teve ainda um enfoque especial na aplicação de nutrientes foliares, micronutrientes e substâncias estimulantes (hormônios e aminoácidos). “É um tema em alta nos últimos meses e a minha proposta foi o de apresentar todas as informações im-

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Bolsa Agronegócios promove treinamento de equipe com especialista em nutrição

Ivanilson José Souza (gerente Bolsa Agronegócios), Allan de Menezes Lima (diretor Bolsa Agronegócios), Drº Marcelo Melarato (consultor), Rodolfo da Silva Carvalho (eng. agrônomo Microquimica) , Geraldo Augusto (gerente Bolsa Irriga) e Roberto Reche Paro (gerente distrital Microquimica).

portantes, como por exemplo: Quais os benefícios da aplicação de aminoácidos para a cultura do café? Qual a melhor maneira de se aplicar? Quais são as etapas ou fases em que você teria uma chance melhor de resposta? E, principalmente, abordar a nutrição correta da lavoura, para se obter um melhor resultado”, explicou Melarato. Segundo o consultor, o agricultor ainda carece de mais conhecimento sobre o assunto e o corpo de profissionais e técnicos também. Ele ainda tem muitas dúvidas sobre aminoácidos, como por exemplo: Qual produto é melhor? Qual a diferença entre um produto e outro? Porque este produto custa mais caro que o outro? RECEITAS - Um fator impor-

tantíssimo que o agricultor deve sempre levar em conta quando se fala em nutrição de plantas, seja foliar ou não, está na diversidade de tipos de solos que estão sendo cultivados com a cultura do café. Segundo Melarato, o agricultor precisa sempre utilizar-se das informações provenientes das análises de solo e análises de folhas. “Sem os resultados das análises, o agricultor vai dar tirono-escuro, vai desperdiçar dinheiro e correr o risco de ver diminuir a sua produção por causa do desbalanço nutricional (escassez ou excesso)”, disse. Como exemplo, o manganês é um nutriente importante na cultura do café. Mas o impacto da aplicação deste nutriente em lavouras das regiões tradicionais de café no Sul


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das por pragas ou doenças. de Minas Gerais é bem menor do Quando estas se alojam que nas regiões do Cerrado Mineino cafeeiro, o agricultor ro ou de áreas novas, como na Bapassa a se preocupar com a hia, cuja aplicação é praticamente aplicação de fitoquímicos. obrigatória. Não que os produtos não PRODUTIVIDADE E CUSsolucionem o problema, TO - Outro fator importantísmas ele esquece que na simo quando se fala em nutrição verdade se a planta estiver de plantas está na produção que bem nutrida, esta vai estar o cafeicultor deseja obter. “O pamais resistente às pragas e cote tecnológico para se produdoenças” orientou. zir 20 sacas por hectare de café O cultivo do café tem é muito menos sofisticado do que várias particularidades Mas para se produzir 60 sacas por hecMarcelo Melarato mostra a importância das análises de solo e folio cafeicultor precisa enxtare. Alguns nutrientes que não ares para a tomada de decisão visando a adubação. ergar quais são os itens que dariam resposta direta em baixas produções, vão ser mais imprescin- to), o impacto pode ser muito maior do vão impactar mais a sua lavoura. E desdíveis em grandes produções”, expli- que se deixar de aplicar 300 kg de clo- balanço nutricional é um dos princireto de potássio por hectare. pais gargalos na produção. Ele tem que cou o consultor. fazer periodicamente análises de solo Outro fator que o cafeicultor deve levar em consideração é o custo. SANIDADE E QUALIDADE - e folhas; tem que conhecer o produto “A nutrição correta da lavoura, levan- Além de atender as necessidades nutri- que está sendo aplicado; tem que saber do em conta todos os fatores, como re- cionais da planta, o manganês, o zinco qual a produção que você quer obter sultados das análises, época de aplica- e o cobre estão diretamente relaciona- na lavoura. Só assim terá condições de ção, região e balanço nutricional deve dos com a resistência do cafeeiro em tomar a decisão certa, na hora certa, na ser sempre a meta a ser alcançada pelo doenças e pragas. “Plantas desnutridas quantidade certa e com o produto/nucafeicultor. Muitas vezes ele acha que estão mais propensas a serem ataca- triente correto”, finalizou. A vai gastar mais se adotar um manejo de adubação foliar e então deixa de fazêla. Não necessariamente isto é verdade. E, ainda, por outro lado, não faz a adubação foliar com um nutriente essencial, que a planta está necessitando e aduba em excesso com outro nutriente. Eu tenho visto várias vezes análises de solo que mostram, em áreas tradicionais de cultivo de café, o excesso de alguns nutrientes. Muitas vezes provenientes de fontes bem mais caras. Segundo o consultor, como exemplo, se faltar boro em uma lavoura de café (que custa relativamente bara-

Rodolfo Carvalho apresenta os diferenciais dos produtos da Microquimica.

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Software otimiza uso de corretivos e fertilizantes na lavoura

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m novo software, desenvolvido pela Universidade Federal de Viçosa, calcula com exatidão quanto, como e sob que condições o produtor deve aplicar corretivos e fertilizantes no solo. O programa, que é dividido em dois módulos (Ferti UFV e Nutri UFV), determina o valor específico para cada cultura baseado, basicamente, em análises químicas do solo e a meta de produtividade do agricultor. Também são levadas em conta diversas variáveis como o tipo de manejo, solo, clima, culturas anteriores, nível de palhada e eficiência nutricional. O software foi lançado no ano passado e a Universidade Federal de Viçosa está preparando cursos presenciais e à distância para técnicos agrícolas, engenheiros e extensionistas. “Este software constitui uma alternativa mais flexível e poderosa que gera recomendações de correção e fertilização de solo mais exatas e criteriosas do que as tabelas que são utilizadas normalmente. Levamos em conta a eficiência nutricional daquele tipo de planta, ou seja, quanto do nutriente que ela absorve é convertido em produção. Também levamos em conta a camada de solo que é explorada pelas raízes absorventes da cultura, o tipo de substância química analisado na análise do solo, se o agricultor está plantando em uma área que já tem resíduos de culturas anteriores como palhada, se é um sistema de plantio tradicional ou Plantio Direto, se há o uso do chamado cultivo mínimo, em área florestal. Determinamos basicamente duas coisas: a demanda nu-

tricional daquela cultura e o suprimento do nutriente que aquele solo é capaz de fazer”, explica Júlio César Lima Neves, professor do Departamento de Solos da Universidade Federal de Viçosa e um dos criadores do novo sistema. Um sistema bem mais simplificado, mas similar a este, já é usado há 25 anos por diversas empresas e grandes produtores. Mas, agora, o cálculo é muito mais exato e vai evitar falta de adubação ou desperdício de nutrientes. A estimativa é de que a produtividade de algumas culturas aumente em mais de 50%, como no caso do eucalipto. O sistema é preparado para calcular as necessidades de cada cultivo em cada solo e região diferente e poderá ser usado também pelos pequenos produtores. A UFV já está elaborando cursos para que técnicos, engenheiros, extensionistas, profissionais de cooperativas e profissionais da área sejam capacitados para entender e aplicar a complexidade do sistema. Apesar de um custo relativamente elevado, os ganhos de produtividade e, principalmente, a redução no uso de insumos agrícolas vão cobrir os custos do produtor. “É um processo que envolve metodologias estatísticas muito complexas, então precisamos reforçar os profissionais do setor produtivo, eles precisam ser nossos parceiros. Vamos dar todo o treinamento na universidade porque podemos ter na, próxima década, uma agricultura diferenciada de tudo o que já vivemos”, diz Roberto de Aquino Leite, professor da Universidade Federal de Viçosa. Os softwares são compostos por dois módulos distintos que se complementam: o Ferti UFV e o Nutri UFV. O primeiro faz toda a base de cálculo, se baseia nas análises químicas e na meta de produtividade do produtor, leva em conta as variáveis explicadas pelo pesquisador Neves e indica a quantidade de fertilizantes e corretivos a serem aplicados. O sistema Nutri entra na segunda etapa para monitorar a nutrição da planta. Ele se baseia na análise química da folha da planta e não mais no solo, as indicações são refinadas e refeitas após cada nova safra. Além do aumento de produtividade e economia com os insumos, o pesquisador também chama a atenção para a vantagem ambiental. “A ideia é responder com exatidão às três grandes questões de um solo: que nutrientes devem ser aplicados, em que dose e em que épocas. É uma fertilização racional com otimização de produtividade e econômica, porque ele não vai gastar além do necessário. Nós aumentamos a eficiência econômica da fertilização e contribuímos para evitar contaminação do solo e da água. Uma vantagem também é a questão da sustentabilidade da produção. Não nos interessa apenas dispor de técnicas que elevem a produtividade por um curto espaço de tempo. Nós temos que ter técnicas que permitam elevar a produtividade se ela estiver baixa, mas fazendo com que ela se mantenha elevada por longos espaços de tempo através do sistema de monitoramento”, destaca. (FONTE: Portal Dia de Campo - www.diadecampo.com.br) A


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Excesso de chuva requer atenção do produtor com a lavoura

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COOPARAÍSO - Cooperativa Regional dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso (MG) alerta seus associados para o volume das chuvas. Enquanto na região de Cabo Verde, Sul de Minas, os cafeicultores estão comemorando o índice das chuvas, que vem ajudando na granação do cafezal, em Paraíso toda a atenção é pouca em relação ao volume das chuvas. De acordo com Lívia Colombaroli, engenheira agrônoma do departamento técnico da cooperativa, “o excesso de chuvas pode prejudicar, e muito, os cafezais. A tendência é de facilitar o aumento de doenças. Por exemplo, as águas facilitam o surgimento de alguns tipos de fungos, que necessitam para se proliferar do friozinho que tem feito pela manhã desses dias chuvosos e do calorzinho que acontece após a ocorrência da chuva”, explica Lívia. O diretor comercial da COO-

PARAÍSO, Rogério do Couto Rosa Araújo, diz que as chuvas em grande volume, como estão acontecendo agora, representa na verdade, um risco para a planta. “Um volume menor pode sim, ser benéfico ao cafezal. Porém, estamos no meio do mês e já choveu 280 milímetros, uma quantidade muito maior comparada com o mesmo período do ano

passado”, alerta Rogério. Lívia e Rogério ainda concordam que a ocorrência de doenças do café é muito maior com o grande volume de chuva. “Pode surgir ferrugem, cercosporiose, mancha aureolada, mancha de phoma, entre outras”. O diretor comercial ainda diz que os controles ficam atrasados. “Além disso, quando o produtor faz uma aplicação, corre o risco de perdê-la. Por exemplo, a planta precisa de cerca de 36 horas para absorver o produto de uma aplicação foliar. Caso chova, o produto é ‘lavado’, sem penetrar nas folhas, não fazendo efeito algum e provocando prejuízo no bolso do produtor”, diz. Lívia enumera ainda outros inconvenientes do excesso de chuvas: solo encharcado dificulta a absorção de adubos; provoca lixiviação de nutrientes; atrasa os tratos culturais; facilita o crescimento do mato; e dificulta o acesso do produtor ao cafezal. A

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consumo per capita de café torrado no Brasil atingiu marca histórica e quebrou o grande recorde registrado há 45 anos. Em 2010, o consumo foi de 4,81 kg por habitante, volume que supera os 4,72 kg registrados em 1965 pelo IBC - Instituto Brasileiro do Café, até então o maior índice. Esse resultado parte da avaliação anual realizado pela ABIC - Associação Brasileira da Indústria de

FOTO: ABIC

Consumo per capita de café no Brasil é recorde

Café, com o estudo “Indicadores da Indústria de Café no Brasil/2010 - Desempenho da Produção e Consumo Interno”, elaborado pela Área de Pesquisas da entidade e que analisa dados do setor no período compreendido entre Novembro/2009 a Outubro/2010. De acordo com Almir José da Silva Filho, presidente da ABIC, superar a marca histórica do consumo per capita era algo perseguido pela ABIC e pelas indústrias de café como “símbolo da melhoria da qualidade oferecida aos consumidores e como resultado das importantes iniciativas da nossa entidade, entre as quais sempre se destacou o Selo de Pureza, lançado em 1989”. O consumo per capita de 4,81 kg registrado em 2010, que equivale

a quase 81 litros de café por pessoa por ano, foi 3,5% maior ao registrado em 2009 (que ficou em 4,65 kg). Com isso, o consumo brasileiro se aproxima ao da Alemanha, que é de 5,86 kg por habitante/ano e já supera os índices da Itália e França, que são grandes consumidores de café. Os campeões de consumo, entretanto, ainda são os países nórdicos - Finlândia, Noruega, Dinamarca - com um volume próximo dos 13 kg por pessoa/ano. MERCADO INTERNO CRESCE - A pesquisa também mostra que o consumo interno ampliou em 740 mil sacas. No período de Novembro/2009 a Outubro/2010 foram industrializadas 19,13 milhões de sacas de 60 kg, o que

representa um crescimento de 4,03% em relação ao período Novembro/2008 e Outubro/2009, que havia sido de 18,39 milhões de sacas. Esta taxa é mais do que o dobro do aumento médio do consumo mundial de café. Por outro lado, de acordo com Natal Martins, diretor da área de Pesquisa, as empresas associadas à ABIC, que participam com 68,4% do total de café torrado e moído produzido, mostraram uma evolução mais significativa ainda, de 5,93% em relação a 2009. “Esse resultado confirma as expectativas iniciais da ABIC, que eram de um crescimento de 5%, levando em conta a recuperação da economia brasileira”. Para 2011, a ABIC projeta um crescimento de 5,0% em volume, o que elevaria o consumo para 20,27 milhões de sacas. As vendas do setor em 2010 podem ter atingido R$ 7,0 bilhões e a entidade estima que cheguem a R$ 7,5 bilhões em 2011. “Com a economia brasileira sendo impulsionada em 2011 e as boas previsões que se fazem para o crescimento do PIB, do consumo das classes C, D e E, mais a previsão de que as classes A e B poderão crescer 50% ate 2015, é natural que o consumo do café siga crescendo”, avalia Natal Martins. Dessa forma, a meta de se ter um consumo interno de 21 milhões de sacas poderá ser atingida em 2012, “desde que a evolução se mantenha em pelo menos 5% ao ano”, salienta.


FOTO: ABIC

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Com isso, o Brasil, que já é o maior produtor e exportador de café do mundo, passaria a ser o maior mercado consumidor, posição tradicionalmente ocupada pelos Estados Unidos. ESTRATÉGIAS DE MERCADO - Para a ABIC, os resultados favoráveis que vêm sendo obtidos decorrem da serie de estratégias adotadas pela entidade ao longo das últimas décadas, mais precisamente a partir de 1989 quando, em reação à queda do consumo per capita, que chegou a alarmantes 2,27 kg por habitante/ano, a entidade lançou o Programa do Selo de Pureza. Com esta iniciativa, a ABIC mostrava a firme decisão de reverter a queda no consumo de café por meio da oferta de melhor qualidade ao consumidor. “O Selo de Pureza foi o primeiro programa setorial de certificação de qualidade em alimentos no Brasil. Atualmente são 1.082 marcas de café certificadas”, diz Sydney Marques de Paiva, responsável pela área de Marketing da ABIC. Nesses 21 anos de existência do programa, já foram realizadas mais de 51.000 análises laboratoriais. Em 2004, a entidade lançou nova estratégia que impulsionaria mais ainda o mercado. Trata-se do Programa de Qualidade do Café - PQC, que hoje é o maior e mais abrangente programa de qualidade e certificação para café torrado e moído em todo o mundo. O PQC certifica e monitora 490 marcas de café, sendo que 105 são de cafés Gourmet, de alta qualidade. Ambos os programas têm servido como importante ferramenta para estimular a produção e a oferta de cafés de melhor qualidade para os consumidores. Para Sydney Marques de Paiva, o sucesso do Selo de Pureza e do PQC é comprovado pelos resultados da pesquisa anual do setor. “Os brasileiros estão efetivamente tomando mais xícaras de café e diversificando as formas da bebida durante o dia, adicionando ao café filtrado consumido nos lares, também os cafés expressos, cappuccinos e outras combinações com leite”. CATEGORIAS E PREÇOS - Todas as categorias de produtos apresentaram taxas de crescimento

positivas, desde o tipo Tradicional, predominante no consumo doméstico, até os tipos Superiores e Gourmet, que prevalecem no consumo fora do lar. De acordo com Nathan Herszkowicz, diretor executivo da ABIC, o segmento de cafés finos e diferenciados, embora represente a menor parte do consumo, continua apresentando taxas de crescimento de 15% a 20% ao ano. “Impulsionado principalmente pelas cafeterias e casas de café, o segmento Gourmet correspondeu a algo em torno de 4% do mercado em 2010, ou 800 mil sacas, com uma participação entre 6% a 7% na receita, o que significa R$ 380 milhões”, informa Herszkowicz. Com relação aos preços, pesquisas permanentes da entidade mostram que se mantiveram estáveis para os consumidores nos últimos 4 anos, com pequena

elevação no decorrer do ano passado. Em Janeiro/2010 o café custava, em média, R$ 10,39/kg nos supermercados, enquanto em Dezembro/2010, o preço era de R$ 11,12/kg - uma evolução de 7,0%, acima da inflação do período. “O café continua sendo um produto muito acessível aos consumidores, mesmo nas categorias de maior qualidade e maior valor agregado, como os cafés Superiores e Gourmet”, diz o presidente da ABIC, Almir José da Silva Filho. Ele lembra, porém, que apesar dos resultados positivos, o setor industrial, que é composto em sua maioria por pequenas e médias empresas, “passa por uma fase aguda de rentabilidade insuficiente, o que pode acelerar o processo de consolidação e concentração do setor”. O estudo completo poderá ser acessado no site da ABIC. A

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om apoio da FAPESP, uma pesquisa desenvolvida na ESALQ - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo de Piracicaba (SP), estudou o comportamento de plantas em diferentes níveis de déficit hídricos por três anos. Quando se trata de água, e particularmente de empresas que consomem grandes quantidades nos seus processos de produção, enxugar gastos significa reduzir consumo e ampliar o reuso. Mas a consciência em relação à sustentabilidade no uso do recurso é recente e tem pela frente um longo caminho. A última pesquisa feita pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), há quase dois anos a próxima só ocorrerá em 2010 -, revela que 80% das 68 indústrias sondadas adotam práticas de redução de consumo e reuso do líquido em suas plantas. Deste total, apenas 34% implementaram a medida há mais de três anos. Os outros 20%, revela o levantamento, desprezam tais práticas. A pesquisa aponta ainda que 15 desse grupo de 68 indústrias investiram R$ 5 milhões em projetos dessa natureza e a economia resultou em 6 milhões de metros cúbicos (m3), desde a implantação até o período analisado. “A demanda por projetos de reuso está em alta motivada pela redução de custos. Apenas a Bacia Hidrográfica do Alto Tietê ainda fornece água de graça, mas em breve deverá entrar em vigor a cobrança”, afirma Gilmar Altamiro, ambientalista e presidente da ONG Universidade da Água, que há dez anos segura a bandeira da preservação da água no Brasil. Se as indústrias não estão indo com tanta sede ao pote, os pesquisadores correm contra o tempo para estancar o problema e evitar a escassez crescente do produto. O engenheiro agrônomo Eduardo Girardi, que conduziu a pesquisa “Fisiologia da produção de mudas cítricas sob deficiência hídrica”, desenvolvida no doutorado na ESALQ estudou o comportamento das plantas em diferentes níveis

FOTO: Coopercitrus

Uso da água no cultivo de laranja pode cair 60%

de déficit hídricos por três anos. Girardi conseguiu provar que é possível produzir mudas de laranjeiras de alta qualidade usando 60% menos água. “O controle é feito por dispositivos colocados em sacolas plásticas - por amostragem - para monitorar a umidade do substrato de cultivo. Assim é possível saber o momento correto da irrigação e evitar o desperdício de água”, explica o professor Francisco de Assis Alves Mourão Filho, do Departamento de Produção Vegetal (LPV) e orientador do projeto.

A citricultura do Estado de São Paulo é a maior do mundo, com capacidade de produção ao redor de 30 milhões de mudas por ano em aproximadamente 550 viveiros. Os investimentos na pesquisa totalizaram R$ 50 mil e foram custeados pela FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. “O custo da irrigação, mão de obra, máquinas e energia corresponde a 20% no preço final da muda”, diz Mourão Filho. Ao longo dos 134 dias de avaliação, da enxertia até muda pronta, o manejo convencional demandou 114 irrigações, com consumo de 40 litros de água por planta. “No manejo controlado, caiu para 26 irrigações, resultando em um volume de apenas 16 litros”, conta o professor. A pesquisa avaliou o efeito de deficiência hídrica sobre o desenvolvimento de mudas de laranja ‘Valência’, principal variedade para suco no mercado brasileiro e mundial. O Brasil é líder em exportação de sucos de laranja congelado e concentrado, respondendo por 85% do volume de 1.436.100 toneladas embarcadas na safra 2008/2009, segundo dados do USDA - United States Department of Agriculture. A


EVENTOS

AGRISHOW: 17 anos de Sucesso! 14 de maio de 1994 - Primeira edição da Agrishow Ribeirão Preto, que mudaria o rumo do agronegócio brasileiro O principal fator do sucesso da Agrishow foi a adoção do conceito de feira agrícola dinâmica, isto é, uma feira que não fosse apenas uma exposição estática, mas com demons-trações de máquinas, equipamentos e implementos agrícolas em ação. Esse novo tipo de evento, em que o produtor rural tem a oportunidade de avaliar o desempenho dos equipamentos em condições reais de operação, era a principal característica do Farm Progress Show, nos Estados Unidos, e da Expochacra, na Argentina. No Brasil, a primeira experiência desse novo tipo de feira tinha sido feita pela Expodinâmica, um evento realizado em duas oportunidades – primeiro em Londrina (PR), e depois em Uberaba (MG) – organizado por iniciativa de Brasílio de Araújo Neto, proprietário rural e presidente da Sociedade Rural do Paraná, em parceria com a empresa responsável pela organização da feira argentina. “A Agrishow foi uma forma de repensar as feiras. Antes de sua criação, as feiras agrícolas eram realizadas junto com feiras de pecuária, e tinham shows de artistas, onde corria muita bebida”, recorda Shiro Nishimura, presidente da Máquinas Agrícolas Jacto. “Nós que vendemos bens de capital queríamos um ‘palco’ diferente. Até a Agrishow surgir, nós sentíamos falta de uma feira específica para o nosso segmento, porque não queríamos continuar vendendo máquinas até a meia noite. Queríamos uma feira que nos permitisse mostrar aos nossos clientes finais qual era a utilidade do nosso produto para eles. PROJETO AGRISHOW - A idéia da criação de uma feira dinâmica começou a ser formalmente tratada numa reunião realizada no dia 22 de maio de 1993. Isso acorreu na sede da Carborundum, em Vinhedo (SP), presidida por Ivan Pupo Lauandos, diretor dessa empresa e então presidente do DNMIA – Departamento Nacional de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, depois transformada na atual Câmara. Nessa reunião, que contou com a presença de representantes da Anfavea, Marchesan, Baldan

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e Jumil, tratou-se da Exposição Nacional Dinâmica de Máquinas e Insumos e ficou decidido que a Abimaq, Anfavea, Anda, Andef e Abrasem deveriam ser envolvidas no projeto, as quais seriam contatadas após a identificação de uma empresa organizadora. Na reunião realizada em 22 de junho, na sede da Abimaq, entre representantes das entidades e das empresas fabricantes, foram definidas as primeiras providências práticas. Havia um consenso quanto à idéia de que deveria ser uma feira menos política e mais técnica, e que em hipótese alguma poderia ter shows. Na reunião seguinte, realizada em 27 de julho, a Abag, a SRB, a Anfavea e a Abimaq confirmaram sua intenção de participação no evento que, naquele momento, ficou provisoriamente denominado 1ª Feira Dinâmica de Máquinas Agrícolas. Os representantes dessas entidades também decidiram reiterar o convite de participação à Anda, Andef e Abrasem. NOME E LOCAL - O nome Agrishow, sugerido por Celso Luís Casale, foi escolhido para denominar definitivamente o evento na reunião realizada em 3 de agosto, também na sede da Abimaq. Na ocasião também se tentou definir o local da feira, tendo sido sugeridas, por ordem de preferência, as cidades de Ribeirão Preto, São Carlos e Araras. A reunião realizada em 14 de setembro de 1993, na Estação Experi-

mental, pode então ser considerada como a data inicial para a implantação da feira em Ribeirão Preto. “A grande realização da Agrishow foi promover a primeira grande reunião de todos os elos da cadeia produtiva do agronegócio do Brasil”, declarou o ex-presidente da Abimaq, Luiz Carlos Delben Leite. “Nós começamos com 17 mil pessoas em 1994 e em 2008 atingimos 140 mil. Este sucesso foi alcançado pela utilidade que Agrishow representa para essas pessoas, porque nela se reúnem hoje em dia todos os principais lançamentos de máquinas, implementos, sementes, defensivos, fertilizantes, enfim de todas as tecnologias que estão sendo colocadas à disposição do agricultor e do pecuarista brasileiros. EVOLUÇÃO CONSTANTE - A Agrishow é tradicionalmente realizada na semana que compreende os últimos dias de abril e o início de maio, de segunda-feira a sábado. Ou seja, num período em que os agricultores estão terminando de colher a safra anterior e se preparam para a próxima. O momento mais indicado para a tomada de decisões sobre novas aquisições de máquinas, implementos e demais insumos. Na primeira edição (1994) participaram 86 empresas expositoras e um público de 17 mil visitantes. Em 2008, em sua 15ª edição, o evento reuniu 774 expositores nacionais e internacionais e atraiu 140 mil visitantes de diferentes A países.


OVINOCULTURA

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vinos são capazes de utilizar uma elevada proporção de forragens em sua dieta para a produção de carne e lã. Em determinados sistemas de produção, alta porcentagem de cordeiros pode ser terminada para abate diretamente de forragem. No entanto, a estacionalidade de produção de forragem gera a necessidade de conservação do excesso da produção para utilização na época de escassez. Com a maturação das forragens ocorre redução no teor de proteína bruta e aumento no teor de fibra e, devido a esta mudança, ocorre redução da digestibilidade e do consumo voluntário. As várias fases do processo produtivo apresentam características próprias, como serão descritas a seguir. A aplicação das sugestões aqui apresentadas vai depender dos objetivos do programa de produção, bem como da economicidade da estratégia proposta em face das respostas esperadas. FOTO: IZ Nova Odessa

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Características das diferentes fases da produção ovina e estratégias de alimentação

1- MANUTENÇÃO - Animais em manutenção devem receber alimento suficiente para manter os processos fisiológicos sem ganhar nem perder peso. Este período tem as suas exigências nutricionais facilmente atendidas, não necessitando de consumo alto ou qualidade elevada do alimento fornecido. Normalmente, dietas à base de volumosos de média qualidade são suficientes para satisfazer as necessidades dos animais nesta fase. 2- CRESCIMENTO - A fase de crescimento é caracterizada pelo rápido ganho de peso e elevadas exigências 1 - Publicado no Informativo O OVELHEIRO, nº 106, de mai/jun 2010. Baseado no artigo “Exigências nutricionais de ovinos e estratégias de alimentação” de Ivanete Susin, do livro Nutrição de Ovinos.

nutricionais, principalmente para animais desmamados precocemente. 3- GESTAÇÃO - Normalmente, as recomendações nutricionais para ovelhas não lactantes nas primeiras 15 semanas de gestação são calculadas para exceder ligeiramente as exigências de manutenção. Estas recomendações são baseadas no fato de que a ovelha com boa produção de leite irá perder peso durante a lactação e deve recuperar o peso no período seco e inicio da gestação. O uso de forragem de boa qualidade é suficiente para atender às exigências neste período. No terço final da gestação ocorre cerca de 70% do crescimento fetal e este é um período critico na nutrição da ovelha. Uma nutrição inadequada nesta fase resultará em toxemia da gestação, nascimento de cordeiros pequenos, aumento da mortalidade pósnatal, diminuição do instinto materno e diminuição da produção de leite. O aumento das exigências nesta fase pode ser atendido com concentrados, caso o volumoso seja de baixa qualidade. No sistema de uma parição anual, este período geralmente coincide com uma pequena disponibilidade de pastagens. Em determinados casos, se faz necessária a utilização de suplementação que pode ser obtida com o fornecimento de forragens conservadas (feno ou silagem) ou concentrado. O uso de silagem de milho deve

ser considerado para a produção intensiva de ovinos, sendo um alimento de excelente qualidade, desde que corrigidas suas deficiências. A silagem de milho pode ser suplementada durante a ensilagem para se obter uma dieta completa para ovelhas durante gestação e lactação. Recomendações de técnicos da Universidade de Ohio sugerem a adição de 9kg de uréia, 4,5 kg de calcário, 1,8kg de fosfato bicalcio e 0,5 kg de enxofre para cada tonelada de silagem produzida. Para ovelhas de alta produção leiteira com duas ou três crias no início da lactação se faz necessária uma suplementação protéica e energética adicional. 4- LACTAÇÃO - No início da lactação, as exigências nutricionais da ovelha aumentam dramaticamente, principalmente se ela estiver amamentando 2 ou 3 cor-deiros(as). As exigências de energia para ovelhas com dois cordeiros é cerca de 2 vezes maior do que durante o final da gestação (NRC, 1985). O pico de produção de leite em ovelhas ocorre por volta de 3-5 semanas pós-parto. Ovelhas amamentando gêmeos produzem cerca de 20-40% mais leite do que amamentando um só cordeiro. Muitas vezes é difícil fornecer nutrientes em quantidades suficientes para a ovelha lactante e como resultado ela é forçada a usar suas reservas corporais durante o inicio da lactação. Em ovelhas lactantes, assim como em vacas, o consumo de alimento aumentará gradativamente com a demanda de energia no decorrer da lactação; no entanto a demanda energética aumenta mais rapidamente do que o consumo de matéria seca no inicio da lactação. Por isso, as reservas corporais da ovelha são importantes para


OVINOCULTURA a produção de leite e o acúmulo se dará no final da lactação, quando o consumo supera a demanda energética. A figura a seguir ilustra as mudanças no peso vivo de uma ovelha de 73 kg nas diferentes fases do ciclo produtivo (SID, 1986). Ovelhas normalmente perdem peso durante o inicio da lactação. A magnitude desta perda varia, dependendo da qualidade e quantidade de alimento disponível, do número de cordeiros amamentados, de fatores ambientais e do potencial produtivo da ovelha. O balanço energético negativo que ocorre nesta fase pode afetar adversamente a produção de leite, o crescimento dos cordeiros e o subseqüente desempenho reprodutivo, especialmente se estamos trabalhando com programas reprodutivos visando mais de uma parição anual. TREACHER (1970) verificou que o pico de produção de leite foi diretamente influenciado pelo ganho de peso final da gestação. A eficiência de transformar EM (energia metabolizável) e energia corporal em energia do leite foi 69 e 70% respectivamente.

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Mudanças no peso vivo de uma ovelha de 73kg com parto duplo

Pesquisas têm demonstrado que a melhora na nutrição da ovelha durante o inicio da lactação afetará a sua produção de leite e também o peso à desmama do(s) cordeiro(s). GARDNER ET AL.(1964) alimentaram ovelhas em lactação com dois níveis de energia digestível (ED) (1 e 1,25 vezes as exigências recomendadas pelo NRC (1985)). Os cordeiros das ovelhas que receberam o plano mais elevado de nutrição

consumiram mais leite, resultando em cordeiros mais pesados aos 90 dias, se comparados com os cordeiros mamando nas ovelhas submetidas ao nível inferior de ED. No entanto, COFFEY ET AL. (1986) sugeriram que mesmo que a produção de leite seja maior, isto não resultará necessariamente em maior produção de cordeiros, principalmente se eles forem alimentados com “creep”. A


ARTIGO

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“Do estakhanovimo productivista... para uma sociedade de igualdade e fraternidade?”

Olivier Genevieve - presidente da ONG Sucre-Ethique e Professor na Escola de Comércio INSEEC. Lyon - Paris. [ ogenevieve@sucre-ethique.org / ogenevieve@acucar-etico.org ]

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ex presidente Lula costumava fazer um paralelo entre o corte de cana e o trabalho na mina a fim de explicar que hoje em dia não se trabalhava como antes e que precisará mecanizar o corte da cana. O 9 agosto de 2010 no Donbass, na Ucrânia pós soviética, o mineiro Serguei Chemouk bateu o recorde que o famoso Aleksei Stakhavov conseguiu na noite do 30 e 31 de agosto de 1935. Com 75 anos de diferença, o capitalista Serguei bateu com 170 toneladas em 8 horas, o socialista Aleksei, com 102 toneladas em 6 horas. O mais engraçado de tudo é que o Serguei não teve a ajuda de assistentes escondidos, a serviço da propaganda soviética, para manipular o povo, tanto da Rússia quanto os comunistas crédulos do mundo inteiro. Ele fez isso porque com temperaturas de até 45°, a vida dele… é a mina. Um salário de um mineiro na Ucrânia hoje em dia entre US$ 500 e 1000 (de RBL 850 a 1700) Segundo os historiadores brasileiros, o escravo cortava de 3 a 4 toneladas por dia porque, a não ser o chicote, não tinha muito interesse na produtividade. Esta quandide é o que um cortador faz hoje em dia em países como Moçambique porque basicamente o salário é tão fraco que não compensa por mais. Nos anos 80 do século passado, os cortadores brasileiros consiguiam fazer de 7 a 8 toneladas diárias. Hoje em dia, um cortador con-

segue ao redor de 12 toneladas, quantia necessária por manter-se “competitivo” e ganhar o suficiente por não trocar de ramo. O crescimento se explica por parte ao treinamento e, pelo outro, lado ao pagamento por tonelada e a pressão da mecanização. Segundo especialistas a vida “útil” ou seja produtiva de um cortador chega a 7 anos. Frente a um trabalho muito pesado, a mecanização parece uma res-posta óbvia aliviando assim de um dos trabalhos mais difíceis do mundo agrícola. Talvez, o cortador somente pode ser comparado ao mineiro. Todavia, isso terá impactos na sociedade por retirar emprego que passaram a ser subempregos. Uma máquina pode até retirar 100 cortadores dando um trabalho ao mesmo tempo mais qualificado a uns 12 trabalhadores (condutor, mecânico e eletricista) na medida que a máquina pode fazer os 3 x 8. Com o crescimento do setor segundo espectativas da UNICA – União

da Indústria de Cana-de-Açúcar, uns 30% dos cortadores poderão ser retomados pelo setor, internamente, como por exemplo, maquinistas. Fica assim uns 70 % fora do “sistema”. Ciente do impacto social, junto com a FETAESP Federação dos Empregados Rurais na Assalariados do Estado de São Paulo o programa ‘RenovAção’ pretende qualificar uns 7000 trabalhadores anualmente na melhor das hipóteses. Segundo o Professor Baccarin da UNESP, somente no Estado de São Paulo, em média, 24.000 trabalhadores perderão o emprego graças à mecanização. A saída ou fuga em frente será por parte ir em outros estados aonde o corte manual ainda existirá por mais alguns anos como o Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Já tem pressão em cima dos povos indígenas Guaranis frente a chegada de migrantes no Mato Grosso do Sul. No início da Revolução Industrial na Inglaterra, nos anos 1820, o movimento dos trabalhadores ingleses chamado Luddismo procurava destruir as máquinas e atacar as casas dos proprietários. O Movimento dos Sem-Terra terá, assim, mais seguidores se não fizer um esforço para accompanhar esta mecanização, o que poderia indiretamente afetar o Brasil. No século 19, a Europa ensinou ao mundo produzir; no século 20, os Estados Unidos, a consumir. Tomara que no século 21 o Brasil nos ensine a sobreviver frente os desafios populacionais e ambientais. A


CANA-DE-AÇÚCAR

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iabilizar a fabricação industrial de etanol celulósico não é uma tarefa trivial, mas é fundamental para aumentar a produção brasileira do combustível sem ampliar a área plantada de cana-de-açúcar. A chave para essa revolução tecnológica pode estar na imensa diversidade de microrganismos da Floresta Amazônica. Nos próximos quatro anos, um projeto de pesquisa que envolve cientistas de São Paulo e do Pará concentrará esforços para produzir, a partir de fungos e bactérias da selva, coquetéis enzimáticos capazes de degradar a celulose, viabilizando o chamado etanol de segunda geração. O projeto foi aprovado no âmbito do acordo de cooperação assinado em 2009 pelas Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) dos Estados de São Paulo (FAPESP), Minas Gerais (Fapemig) e do Pará (Fapesp) e pela Vale S.A. As pesquisas serão realizadas por cientistas do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), sediado em Campinas (SP), e da Universidade Federal do Pará (UFPA). O grupo prospectará microrganismos e coquetéis enzimáticos que possam ser aplicados na fabricação do etanol celulósico. De acordo com Carlos Eduardo Rossell, pesquisador do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) e coordenador da vertente paulista do projeto, atualmente a fabricação de etanol só é viável a partir da sacarose, que corresponde a um terço da biomassa da cana-de-açúcar. O etanol celulósico decorre do aproveitamento dos outros dois terços da biomassa da planta. Com a produção de etanol a partir do bagaço e da palha da cana-de-açúcar, será possível aumentar a produtividade sem alterar a área plantada. “O desafio para isso é a natureza recalcitrante da biomassa. O material lignocelulósico é muito resistente aos ataques enzimáticos”, disse Rossell.

FOTO: UNICA

Projeto brasileiro começa a trabalhar na produção de etanol celulósico

Usina de bioplástico, instalada em Piracicaba (SP)

Na Floresta Amazônica, no entanto, devido à presença de microrganismos específicos da região, a degradação natural de grandes quantidades de biomassa ocorre de forma contínua. “Esperamos encontrar ali linhagens especiais de fungos e bactérias que possam degradar a celulose da planta de forma mais eficiente. Vamos tentar fazer com o bagaço e a palha da cana-de-açúcar o que a floresta faz com a biomassa”, explicou. O projeto, segundo Rossell, integrará diversos grupos de pesquisa, promovendo intercâmbio entre os pesquisadores do CTBE e da UFPA em busca dos microrganismos degradadores da lignocelulose. Na primeira fase da pesquisa, os cientistas do Laboratório de Investigação Sistemática em Biotecnologia e Biodiversidade Molecular da UFPA, sob a liderança de Alberdan Silva Santos, farão a prospecção das linhagens de fungos e bactérias de interesse – tanto na floresta, como em resíduos agrícolas da região Norte, em culturas como as de mandioca e açaí.

“Os microrganismos serão cultivados e selecionados na presença de compostos enzimáticos com potencial biotecnológico na degradação da biomassa. A equipe utilizará técnicas de biologia molecular para identificar as linhagens produtoras dessas enzimas”, explicou Santos. Segundo o cientista, realizar a prospecção de microrganismos na floresta, em vez de fazê-lo nos canaviais, ampliará consideravelmente as chances de encontrar as enzimas ideais para o processo de produção do etanol celulósico. De acordo com estudos realizados por cientistas do Programa BiotaFAPESP, o número de bactérias nas plantas cultivadas pode ser 99% menor que o das plantas das florestas. “Serão feitos, também, testes com suplementação e sinergia entre enzimas. Eventualmente, um complexo enzimático produzido por um fungo ou bactéria pode vir a ser mais eficiente na degradação da celulose se forem acrescentadas outras enzimas a ele” afirmou Santos. (FONTE: FAPESP) A

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SILVICULTURA

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Marc Dourojeami 1

ara alguns ambientalistas o eucalipto é um dos piores inimigos da natureza. Querem que o eucalipto seja destruído, extirpado ou, pelo menos, banido da face do Brasil. O acusam dos crimes mais odiosos, desde ter destruído a Mata Atlântica, assassinar outras espécies e esterilizar as terras roubando sua água até de ser um agente do imperialismo (australiano, neste caso) disfarçado de verde. Não se sabe de onde vem esta raiva contra o eucalipto, cuja máxima expressão foi o intento, poucos anos atrás, de proibir seu cultivo no estado do Espírito Santo. Mas, na defesa de alguns ambientalistas que sofrem desse persistente trauma mental, deve-se reconhecer que existe um antigo debate entre os profissionais florestais sobre o comportamento do eucalipto em condições diversas de solo e de clima. O Departamento Florestal da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) tem dedicado muitos meses de consultoria de grandes especialistas mundiais - que produziram sisudos relatórios técnicos - e organizado vários eventos para analisar e debater os resultados. Nenhum dos profissionais consultados, em momento algum, achou que o eucalipto é uma planta maldita ou “antiecológica”. Apenas discutiram quais são as condições ecológicas onde essa árvore pode ser mais, ou menos, conveniente. Especialmente em termos de conservação de solos e de seu impacto sobre outras espécies. O eucalipto (Eucalyptus spp.) não é apenas uma espécie, e sim, cerca de 800 espécies. Todas originárias da Austrália, algumas extensamente cultivadas no mundo hoje, especialmente na América Latina, aonde chegaram no século XIX. Portanto, os riscos ambientais do eucalipto são, a priori, os mesmos que os que provocam qualquer outra planta exótica importada pelos colonizadores ou pelas nações da região. Por isso, chama a atenção o fato de que alguns ambientalistas se preo-

1 - Publicado no site www.mudasdeeucalipto. bio.br

FOTO: Divulgação

O Eucalipto não é vilão

cupem tanto com o eucalipto e não com os impactos de tantas outras plantas exóticas cultivadas, como o café, a cana-de-açúcar e também a soja, que ocupam espaços muitas vezes maiores que o eucalipto. São milhares as plantas exóticas introduzidas no Brasil ou transportadas de regiões diferentes do país para outras áreas, inclusive centenas de árvores madeireiras ou ornamentais. Por exemplo, não se explica o ódio contra o eucalipto e o amor pelos pinheiros do gênero Pinus, que são igualmente exóticos. Voltando ao eucalipto, foi constatado e confirmado que, quando cultivado em condições extremas, especialmente com largos períodos de déficit hídrico no solo, algumas espécies deste são extraordinariamente bem sucedidas na captação de água, reduzindo a dotação desta para outras plantas. Sabe-se, ainda, que outras espécies de eucalipto podem eliminar plantas competidoras por outros métodos. Essa capacidade faz com que o eucalipto, nessas condições de clima, não seja uma boa opção em pendentes ou outras situações onde existe a possibilidade de erosão dos solos. Porém, a única coisa que essas habilidades indicam é que o eucalipto é uma planta com boa capacidade de superar condições extremas do meio. Além disso, trata-se de uma planta muito resistente a pragas e enfermidades, de rápido crescimento e altamente produtiva. Ademais, o Brasil tem investido muito e realizado grandes progressos no melhoramento

genético do eucalipto e no que se refere às técnicas de cultivo desta árvore e de manejo das suas florestas. O eucalipto, como o café, a cana-de-açúcar e a soja, ou como as laranjeiras, mangueiras, parreiras e limoeiros, está no Brasil para ficar. Uma das acusações mais freqüentes dos ambientalistas contra o eucalipto é que “esteriliza” o ambiente. Bom, é óbvio que uma floresta cultivada de eucalipto, sendo uma monocultura, é biologicamente menos diversa que as florestas da Amazônia, ou da Mata Atlântica, ou que o Cerrado. Embora, outra vez, ela não seja pior que uma monocultura de soja ou de café (sem árvores para sombra). No entanto, diversos estudos recentes demonstraram que plantações de eucalipto que respeitam o código florestal, ou seja, que dispõem de reserva legal e cuidam das áreas de preservação permanente, podem manter grande parte da biodiversidade original. O maior espaçamento entre árvores é um fator que contribui para facilitar a conservação da biodiversidade. Um estudo de Paulo de Tarso Zuquim Antas e Auro Campi de Almeida (“Aves como Bioindicadores de Qualidade Ambiental. Aplicação em Áreas de Plantio de Eucalipto”, Aracruz/Funatura, Espírito Santo, 2003), com 10 anos de observações numa microbacia de 286 hectares (189 ha de eucalipto e 89 ha de floresta nativa), pertencente à Aracruz Celulose, demonstrou a ocorrência de


SILVICULTURA 204 espécies de aves. Destas, 85 usavam os recursos da floresta de eucalipto e os da mata nativa, existindo indivíduos que incluíam os talhões de eucalipto nos seus territórios. Mais importante ainda é o fato de que a curva de acumulação de espécies é igualável a de outras áreas de florestas tropicais da América do Sul e Central. O número de espécies encontradas nas redes foi de 75 por cada 550 capturas. Isto, para dar um exemplo, é mais do que se constata nas florestas naturais ao redor de Manaus. Evidentemente, a colheita da madeira ocasiona transtornos na população que, nesse lapso, retorna ao mato original ou a talhões de eucalipto em crescimento, ainda que o espaço aberto abrigue outro grupo de espécies. O que o estudo anterior demonstra é que o cultivo de eucalipto, quando é bem feito e respeitando a legislação florestal, está muito longe de ser um esterilizador biológico. Outros numerosos estudos provaram que, muito pelo contrário, os plantios de eucalipto corretamente manejados podem ser um bom aliado da conservação da natureza. Há poucas semanas, em outra empresa florestal, foi encontrada uma feliz família de Pumas (Suçuaranas), bem resguardada sob os eucaliptos. É muito duvidoso que fatos como esse se constatem nos milhões de hectares cultivados com soja, cana ou algodão no Brasil, inclusive na perspectiva de que se respeite a legislação, o que não é o caso. Com efeito, unicamente os pesticidas utilizados nestes cultivos já envenenariam as aves e demais animais. É possível que a confusão na cabeça desses ambientalistas venha do fato, bem conhecido, que no Chile a expansão do cultivo do eucalipto, mediante incentivos públicos, foi feita desmatando áreas de floresta nativa que previamente eram exploradas por corte raso. Isso foi um desastre ambiental de proporções continentais. Coisa semelhante, ainda que em escala menor, aconteceu no Brasil com o programa de incentivos para reflorestamento dos anos 1960s a 1980s. Maus “empresários” aproveitaramse da falta de controle para violar a lei e fazer um caixa dois com o dinheiro público. Isso não deveria ter acontecido, é verdade, mas isso agora é parte da história. Contrariamente, nos Andes tropicais da Bolívia, Peru, Equador e Colômbia, o eucalipto tem sido uma árvore milagrosa a quem seus habitantes devem muito do pouco que têm. Ali, também, foi introduzido pelo pessoal das empresas de mineração, mas rapidamente foi adotado pelas comunidades camponesas e hoje é dominante na paisagem. O mais curioso é que, nas extremas condições andinas, é comum que o eucalipto provoque exatamente o que se reprova no eucalipto no Brasil - onde isso acontece raramente - ou seja, erosão dos solos. Ainda assim, o eucalipto é uma árvore bendita e, nem os ambientalistas se atrevem a falar mal dela em voz alta, embora, em surdina, reclamam que, no lugar do eucalipto, deveria se promover o plantio de espécies nativas (Polylepis e Buddleia) e isso realmente está sendo feito. Só que, o eucalipto se desenvolve de três

a cinco vezes mais rápido e oferece toras retas ao invés de madeira retorta. E, nesses países, onde as condições de solo e clima são boas, o eucalipto é muito amável com as outras espécies de plantas e animais, que convivem bem com ele. O Brasil, como o resto da América Latina, dispõe de milhões de hectares dedicados a uma pecuária extensiva de baixo valor e de milhões de hectares de solos degradados que poderiam produzir muito mais e de forma ambientalmente muito mais adequada (por exemplo, controlando a erosão, fixando dióxido de carbono, regulando o fluxo hídrico) com plantios de eucalipto (ou de outras espécies florestais, nativas ou exóticas). Diga-se de passagem, nada é mais deprimente que sobrevoar de helicóptero o interior do norte do estado do Espírito Santo e observar tantas e magníficas lagoas rodeadas de terras desmatadas e semi-abandonadas a perder de vista. Seguramente, estariam muito melhor com florestas, ainda que fossem de eucaliptos. De outro lado, nada impede que sejam feitas plantações misturadas de maneira a evitar os riscos potenciais da monocultura. No entanto, isso é mais caro e complexo de se fazer. O argumento dos profissionais e empresários florestais de que a disponibilidade de madeira de plantios - mais barata e homogênea que a das florestas naturais - alivia a pressão sobre as florestas nativas é, sim, perfeitamente válida.O que não pode acontecer é a repetição do mau exemplo dado décadas atrás pelo Chile e o Brasil, derrubando mata natural para plantar Eucalipto e Pinheiro. A

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EQUINOS

A importância clínica dos pequenos estrôngilos FEV / 2011

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m todo o mundo, o eqüino é hospedeiro habitual de uma ampla gama de parasitos nematóides, entre outros, cuja maturação ocorre no intestino grosso, sendo os pequenos estrôngilos (Ciatostomíneos) os de maior importância econômica. As larvas dos pequenos estrôngilos são bastante resistentes e estão presentes no pasto por praticamente o ano todo e, mesmo com rigorosas medidas preventivas, muitos cavalos são infectados. Os sinais clínicos observados nos animais infectados por esses pequenos estrôngilos são caracterizados por mau aproveitamento nutricional (esses parasitos interferem com a digestibilidade da matéria seca), pêlos eriçados e sem brilho, podendo evoluir para quadros mais graves, como diarréia e, eventualmente, morte, principalmente nos casos de cistostomíase larval. O interesse nos pequenos estrôngilos vem crescendo dramaticamente nesses 10 a 15 anos; muitos estudos tem sido realizados a respeito da biologia e patologia desse parasito, bem como a epidemiologia do mesmo, e seu papel no parasitismo clínico, incluindo o seu controle (Reinemeyer, 1986). Lichtenfels (1975) simplificou a taxonomia dos pequenos estrôngilos, reclassificando-os na família Cyathostominae, descrevendo seis gêneros e 29 espécies na América do Norte. Hoje, existem mais de 40 espécies descritas em eqüinos domésticos, sendo morfologicamente similares, especialmente na fase larval. Todos tem ciclo direto, envolvendo um período de desenvolvimento externo, usualmente no pasto. Os ovos postos pelas fêmeas adultas, presentes no ceco e intestino grosso, são eliminados pelas fezes do cavalo (hospedeiro), e irão se desenvolver no ambiente, passando por dois estágios larvais intermediários até atingir a fase infectante, ou L3. Essa, ao ser ingerida, invade a parede do intestino alojandose na mucosa ou sub-mucosa, levando a um acúmulo de fibroblastos ao seu redor, tornando-se, portanto,encistadas. Esses cistos são tanto mais exuberantes quanto mais profundos estiverem FOTO: Editora Attalea

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na sub-mucosa. Uma vez encistada, a larva evoluirá, desenvolvendo-se em L4, também encistada, abandonando, posteriormente, o cisto e evoluindo a L5/ adultos machos e fêmeas no lúmen intestinal, acasalando-se e produzindo ovos, reiniciando assim o ciclo. Mais raramente, por um mecanismo ainda não bem explicado, essas larvas encistadas podem entrar em desenvolvimento retardado, ou hipobiose. A persistência da larva L3 por um longo estágio inibido foi inicialmente observada por Eysker (1984) e a fase L4, quando hipobiótica, pode durar de 2 a 30 meses. Convém lembrar que, em situações normais, o ciclo evolutivo desse parasito é de aproximadamente 60 dias. Existe correntemente alguma confusão quanto a terminologia atribuída aos diversos estágios larvais dos pequenos estrôngilos; assim, alguns autores denominam larvas encistadas somente aquelas hipobióticas, o que, em termos de relação parasito-hospedeiro, não é aplicável, mesmo porque, conforme visto no ciclo evolutivo do parasito, o encistamento é um fenômeno normal e, portanto, esperado. Evidentemente que, quando presentes encistadas na parede intestinal, as larvas determinam uma patologia irritativa que leva a alguns dos sintomas descritos anteriormente. Quando, eventualmente, entram em hipobiose ou desenvolvimento retardado, muito provavelmente são assintomáticas, exceto quando, por algum motivo (remoção dos adultos, por exemplo), reassumem o ciclo, abandonando os cistos e, aos milhares, atingem o lúmen intestinal, provocando uma enterite, não maturando a adultos, já que são eliminadas pelo aumento da motilidade in-

testinal, sendo, portanto, encontradas livres nas fezes. Trata-se, então, da temida ciatostomíase larval, muitas vezes, fatal, sobretudo em potros novos. Os adultos livres no lúmen determinam uma enterite moderada com diarréia, porém são facilmente removíveis pelo tratamento antihelmíntico. As formas larvares encistadas não hipobióticas ou requerem tratamentos durante vários dias de fármacos convencionais para serem eliminadas ou, então, requerem a adoção terapêutica de lactonas macrocíclicas, como as avermectinas/milbemicinas, compostos esses capazes de promover, com uma só dosagem, a eliminação dessas formas, sobretudo as fases L3 tardia e L4 subseqüente. Já quando se consideram as formas encistadas hipobióticas, essas tendem a não sofrer o efeito de nenhuma molécula, quer seja convencional ou sofisticada, mesmo que se utilizem as lactonas macrocíclicas citadas, uso padrão ou em dosagens maiores. Essa total refratariedade aos tratamentos é diretamente proporcional a precocidade do estágio larval hipobiótico, ou seja, uma L3 hipobiótica precoce é menos sensível que uma L3 hipobiótica tardia ou uma L4 hipobiótica. A pouca sensibilidade das formas hipobióticas aos tratamentos provavelmente deve-se ao fato que, nessa condição, o metabolismo do parasito está praticamente reduzido a sua mínima expressão, mantendo muito pouco contato com o ambiente tecidual que o alberga. Em suma, o controle parasitário em eqüinos deve contemplar a adoção de fármacos modernos, os quais preferencialmente devem ser utilizados parcimoniosamente, dentro da racionalidade e obedecendo ao padrão epidemiológico local. Um esquema apropriado de manejo dos animais, pastagem, remoção de fezes e manobras terapêuticas estratégicas objetivando a remoção global de parasitos, além dos pequenos estrôngilos, deve ser, portanto, priorizado. Deve-se evitar a confusão terminológica para que não sejam criadas expectativas de controle as quais, posteriormente, podem não se concretizar. A


FMC INVESTE US$ 10 MI EM UBERABA/MG

MONITORAMENTO AUMENTA PRODUTIVIDADE

A FMC anunciou investimentos da ordem de US$ 10 milhões em Uberaba (MG), para expandir sua capacidade de produção de defensivos agrícolas, dos atuais 35 milhões de litros por ano para 65 milhões até 2015. Dessa expansão, pelo menos 10 milhões de litros já serão adicionados à capacidade atual dentro de 18 meses. Além dessa expansão, a FMC também pretende transferir para o estado de SP parte de sua produção de defensivos destinada às plantações de cana-deaçúcar e, assim, reduzir custos logísticos e com ICMS. Em 2010, a norteamericana conquistou seu oitavo recorde consecutivo de receita no País, ao atingir US$ 500 milhões, superando em 21,6% as vendas de 2009. E sua meta é chegar a US$ 1 bilhão em 2015. Inf. www.fmcagricola.com.br

A DIGIBASE, líder no fornecimento de bases de dados geográficos do mercado nacional, lança no início de 2011 a Solução Verde, desenvolvida especificamente para o monitoramento de áreas agrícolas e gestão da produção de alimentos. Graças à nova solução, as imagens de satélite fornecidas pela DIGIBASE trarão, a partir de agora, informações que podem, até mesmo, aumentar a produtividade agrícola do usuário. A solução é pioneira no Brasil, por utilizar apenas imagens de alta resolução. Atualmente, a DIGIBASE é capaz de gerar mais de 650 mil km2 de imagens multiespectrais a cada dia, o equivalente a uma área do tamanho do estado de Minas Gerais. Inf. www.digibase.com.br

IRANIANOS INVESTEM R$ 15 MI NO BOIFRIG

PULSFOG LEVA NOVIDADES NA EXPOFOREST

Em Fernandópolis/SP, o antigo frigorífico “Mozaquatro” - depois de passar por várias crises desde 2006 - acaba de ser salvo por um grupo de investidores iranianos. Eles desembolsaram R$ 15 milhões no arrendamento da planta e na sua retomada de produção, que deve saltar, do atual abate diário de 200 cabeças, para 750 ainda este ano. A empresa foi agora rebatizada de BOIFRIG e, segundo o sócio Mohammad Ahmadi, metade dos animais será abatida segundo o ritual islâmico “halal” para que a carne possa ser enviada ao Irã (demanda estimada em 200 mil toneladas por ano) e para os clientes muçulmanos no Brasil. E o restante, abatido pelo sistema tradicional, vai para o mercado interno. O número de funcionários sube de 250 para 600 Inf. www.boifrig.com.br

A Pulsfog Pulverizadores, de Diadema (SP), especializada na produção de equipamentos fitossanitários, vai levar à área dinâmica de silvicultura da Expoforest 2011 - Feira Florestal Brasileira (de 13 a 15 de abril, em Mogi Guaçu/SP), o Agrofog 400, um pulverizador desenvolvido especialmente para trabalhar em áreas florestais que precisam de controle de pragas como lagartas, percevejos e ácaros. O Agrofog 400 é também muito útil para quem trabalha com adubação foliar. O evento, que será o primeiro em formato dinâmico do setor na América Latina e já conta com as principais marcas ligadas ao segmento, está atraindo também empresas estreantes, que enxergaram no evento e nesse nicho uma boa oportunidade de negócios. Inf. www.pulsfog.com.br

NOVOZYMES ADQUIRE EMD/MERCK NOVOZYMES, A líder mundial em bioinovação, anunciou hoje o fechamento da aquisição da EMD/ Merck Crop BioScience. Com o acordo de US$ 283 milhões, a Novozymes é agora um importante participante da área de soluções de biofertilidade para a agricultura. “Estamos empolgados em reunir estas duas empresas inovadoras para ajudar os agricultores a produzir mais alimentos, rações, combustíveis e fibra de melhor qualidade, minimizando, ao mesmo tempo, os efeitos nocivos ao meio ambiente”, afirma Thomas Videbæk, Vice-Presidente Executivo da Novozymes. Inf. www.novozymes.com.br

BASF LANÇA NOVOS FUNGICIDAS PARA GRÃOS O mercado de fungicidas brasileiros ganhou dois novos produtos este ano: Abacos e Opera Ultra. Os lançamentos da BASF foram apresentados no Show Rural Coopavel, feira realizada em Cascavel/PR. O Abacos é específico para a cultura do milho e combate principalmente a ferrugem e a mancha de phaeosphaeria. Já o Opera Ultra serve para diversas culturas como soja, trigo, feijão, amendoim e algodão. A novidade principal é uma mistura mais eficiente para combater as principais doenças que estas culturas apresentam. Outra boa novidade é que o Opera Ultra vai poder compor o Sistema AgCelence de Soja, que até então era composto por três produtos A dose recomendada para aplicação do Abacus é de 0,25 Lt por hectare. Esta característica foi acrescentada para que o produto se ajuste melhor às demandas específicas do milho e possa promover maior rentabilidade ao produtor. Inf. www.basf.com.br

CRV ANUNCIA AQUISIÇÃO DA XSEED GENETICS A CRV, cooperativa belgo-holandesa de melhoramento genético bovino e que detém o controle da CRV Lagoa no Brasil, acaba de adquirir a Xseed Genetics, empresa sul-africana de comercialização de sêmen. Com a aquisição efetivada no último dia 1° de fevereiro, a Central passa a se chamar CRV Xseed e incorpora ao seu portifólio um amplo leque de oportunidades de acasalamento, principalmente das raças Holandês e Jersey, além de fortalecer o posicionamento internacional da CRV.A Xseed Genetics é uma organização que detém um significativo market share no mercado sul-africano de comercialização de sêmen. Inf. www.lagoa.com.br

TRAMONTINI LANÇA TRATOR MAIS POTENTE A Tramontini Tratores, de Venâncio Aires/RS, lança este mês, em Porto Alegre/RS, um trator que colocará a empresa entre um grupo seleto de fabricantes de máquinas agrícolas no Brasil. A empresa gaúcha prepara o lançamento do trator T8075-4 Série Brasil, com 80 cavalos de potência, já aprovado para integrar a linha de financiamento do Programa Mais Alimentos, do governo federal. O novo trator será vendido pelo mesmo valor do modelo de 75cvs e sai de fábrica equipado com motor diesel de alta tecnologia Tramontini TR 480, de 4 cilindros, que garante rotação de trabalho baixa, curvas de potência e torque acima da média e com baixo nível de ruído. Mais desempenho com menor consumo de combustível. A transmissão tem comandos de câmbio com 24 marchas à frente e 8 para ré, com sistema de super reduzida. O teto traz sistema de evacuação da água da chuva. Inf. www.tramontini.com.br

31

FEV / 2011


O MERCADO DO CAFÉ

32 FEV / 2011

INDICADORES DE DESEMPENHO DA CAFEICULTURA BRASILEIRA 2010

ITEM 1. Produção (milhões/saca) (1) 1.1. Área em produção (milhões/hectare) 1.2. Produtividade (sacas/hectare) 2. Exportação (verde, solúvel e torrado) (2) 2.1. Quantidade (milhões/saca) 2.2. Valor (mlhões/US$) 2.3. Preço Médio (US$/saca) 3. Consumo Interno (T, M e solúvel) 3.1 Consumo per capita (kg/hab.ano) 4. Estoques do Funcafé (milhões/sacas) 5. Orçamento aprovado Funcafé (milhões R$) 5.1. Financiamentos 5.2. Publicidade e Promoção do Cafés do Brasil 5.3. Pesquisa Cafeeira 6. Participação das exportações brasileiras em relação às exportações mundiais (em sc) (%) (4) 7. Participação do café nas exportações do agronegócio (em US$) (%) (5

2009

2008

2007

2005

2006

2004

2003

2002

2001

39,5 2,1 18,9

46,0 2,2 21,2

36,1 2,2 21,2

42,5 2,2 19,8

32,9 2,2 14,9

39,3 2,2 17,8

28,8 2,2 13,1

48,5 2,3 21,0

31,3 2,2 14,4

33,5 30,5 5,8 4,3 172,11 140,38 19,3 18,4 5,9 5,8 0,5 0,5 2.846 2.844 2.673 2.673 15,0 15,0 15,0 15,3

29,7 4,8 160,20 17,7 5,6 0,5 2.561 2.441 13,0 12,0

29,7 4,8 160,20 17,7 5,6 0,7 2.147 2.026 13,0 12,0

28,0 3,4 137,03 17,1 5,5 1,9 1.680 1.579 5,6 7,5

26,4 2,9 110,80 15,5 5,1 3,2 1.282 1.249 8,4 12,0

26,7 2,0 76,30 14,9 5,0 4,3 1.226 1.201 5,0 8,0

25,7 1,5 59,59 13,7 4,7 5,1 550 524 3,5 8,0

28,4 1,4 48,17 14,0 4,8 5,4 824 693 1,6 5,1

23,3 1,4 59,88 13,6 4,9 5,6 898 855 8,0 16,0

48,1 2,1 23,2

35,2

32,2

30,4

30,4

30,3

30,2

29,3

29,9

32,0

25,8

7,5

6,6

6,6

6,6

6,8

6,6

5,2

5,0

5,5

5,9

FONTE: DCAF, CONAB, ABIC, MDIC/SECEX, OIC, CEPEA/Esalq/BM&F. // (1) - 2010, com base no 2º Levantamento de Safra da CONAB (maio/10); // (2) - 2010, de janeiro a abril; // (3) - 2010, estimativa; // (4) 2010 - de janeiro a março.

Média Mensal dos Preços Recebidos pelos Produtores 1 ARÁBICA

MÊS

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Tipo 6 BC-Duro (Base Cepea-Esalq)

ARÁBICA

Tipo C Int. 500 def (Base Varginha-MG)

ARÁBICA

Tipo C Int. 500 def (Base Vitória-ES)

CONILLON

Tipo 6-Pen.13 (Base Cepea-Esalq)

Evolução do Consumo Interno

CONILLON

Tipo 7 BC (Base Vitória-ES)

2011

2010

2011

2010

2011

2010

2011

2010

2011

2010

433,34

280,75 278,68 279,70 282,18 289,46 305,13 302,36 313,93 328,23 327,15 355,51 387,01

270,00

233,75 227,78 221,52 225,50 231,90 241,43 246,82 234,09 234,76 235,00 243,80 249,51

184,25

189,50 191,39 186,52 190,00 190,00 210,95 225,91 219,09 223,10 222,25 224,70 229,71

206,21

173,51 168,47 173,67 158,23 160,51 167,57 171,50 171,45 170,03 173,81 187,14 192,83

200,00

185,00 172,78 166,52 174,00 174,05 182,38 197,95 195,45 193,33 192,25 191,20 192,00

TOTAL

303,85

235,49

208,49

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq/BM&F e Boletim do Café - Centro do Comércio de Café do Rio de Janeiro

170,49 -

1

PRODUÇÃO MUNDIAL PAÍS Brasil Vietnã Colômbia Indonésia Etiópia Índia México Guatemala Peru Honduras C. Marfim Nicarágua El Salvador Outros TOTAL

2010 Prod

(%)

48.095 35,72 16.667 12,38 8.900 6,61 10.750 7,98 3.800 2,82 5.000 3,71 4.000 2,97 3.550 2,64 4.000 2,97 3.500 2,60 1.800 1,34 1.700 1,26 1.200 0,89 21.671 16,10 134.633

FONTE: MAPA / SPAE / CONAB e OIC.

2009 Prod

(%)

CONSUMO (milhões sc)

CONSUMO (kg/hab.ano)

torrado e inclusive solúvel moído

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

10,6 11,0 12,2 12,6 13,0 13,3 12,9 14,1 14,6 15,4 16,1 16,7 17,4

kg café verde

kg café torrado

4,16 4,30 4,51 4,67 4,76 4,88 4,83 4,65 5,01 5,14 5,34 5,53 5,64 5,81

3,33 3,44 3,61 3,73 3,81 3,91 3,86 3,72 4,01 4,11 4,27 4,42 4,51 4,65

11,0 11,5 12,2 12,7 13,2 13,6 14,0 13,7 14,9 15,5 16,3 17,1 17,7 18,4

FONTE: ABIC. Período = novembro a outubro, sacas de 60kg

EXPORTAÇÃO MUNDIAL

2008 Prod

184,74

- Em R$/saca de 60kg, posto, com Funrural e sem ICMS

A N O

(%)

39.470 32,37 45,992 35,91 18.000 14,76 18.500 14,44 9.000 7,38 8.664 6,76 10.700 8,77 9.350 7,30 4.500 3,69 4.350 3,40 4.827 3,96 4.371 3,41 4.200 3,44 4.651 3,63 3.500 2,87 3.785 2,95 3.750 3,08 3.872 3,02 3.870 3,17 3.450 2,69 1.850 1,52 2.353 1,84 1.418 1,16 1.615 1,26 1.115 0,91 1.547 1,21 15.751 12,92 15.588 12,17 122.855 128.587

2007 Prod

(%)

36.070 16.467 12.504 7.777 4.906 4.460 4.150 4.100 3.063 3.842 2.598 1.700 1.621 16.138 120.129

30,21 13,79 10,47 6,51 4,11 3,74 3,48 3,43 2,57 3,22 2,18 1,42 1,36 13,52

PAÍS

2010 Prod

(%)

2009 Prod

(%)

2008 (%)

Prod

(%)

30,44 16,49 11,35 5,88 2,92 3,46 2,51 3,87 3,82 3,34 1,62 1,66 1,47 11,18

28.398 17.936 11.557 2.945 3.073 2.718 1.950 3.800 2.843 3.382 1.833 1.510 1.396 13.232

29,41 18,57 11,97 3,05 3,18 2,81 2,02 3,93 2,94 3,50 1,90 1,56 1,45 13,70

Brasil Vietnã Colômbia Indonésia Etiópia Índia México Guatemala Peru Honduras C. Marfim Nicarágua El Salvador Outros

33.494 35,22 30.481 32,17 17.000 17,88 17.090 18,04 7.894 8,33 7.820 8,22 6.519 6,88 6.220 6,54 1.851 1,95 1.800 1,89 3.108 3,28 4.666 4,91 2.838 2,99 3.000 3,15 3.508 3,70 3.500 3,68 3.074 3,24 3.000 3,15 3.084 3,25 3.000 3,15 1.884 1,99 1.800 1,89 1.371 1,45 1.300 1,37 1.307 1,38 1.300 1,37 7.200 7,57 12.068 11,34

29.728 16.101 11.085 5.741 2.852 3.378 2.448 3.778 3.733 3.259 1.585 1.625 1.438 10.915

TOTAL

95.100

97.666

FONTE: MIDC / SECEX e OIC.

96.077

2007

Prod

96.573


O MERCADO DO LEITE

33

FEV / 2011

PREÇOS DO LEITE E DE DERIVADOS DE LEITE NO ATACADO 1 UF GO

MG

PR

RS

SP

PRODUTO Leite cru integral Leite pasteurizado Leite UHT Queijo prato Queijo mussarela Leite cru integral Leite pasteurizado Leite UHT Queijo prato Queijo mussarela Leite cru integral Leite pasteurizado Leite UHT Queijo prato Queijo mussarela Leite cru integral Leite pasteurizado Leite UHT Queijo prato Queijo mussarela Leite cru integral Leite pasteurizado Leite UHT Queijo prato Queijo mussarela

NOV

OUT

SET

AGO

JUL

0,77 1,17 1,59 10,83 10,43 0,81 1,24 1,53 11,85 11,04 0,77 1,26 1,60 11,77 10,55 0,00 1,18 1,43 10,91 10,56 0,79 1,30 1,65 13,06 11,28

0,77 1,15 1,66 10,38 10,58 0,81 1,23 1,57 11,85 10,86 0,75 1,22 1,54 11,12 10,05 0,00 1,15 1,37 11,00 10,80 0,80 1,31 1,64 13,27 11,33

0,71 1,18 1,55 9,72 10,09 0,74 1,20 1,48 11,59 10,64 0,74 1,20 1,50 10,07 9,42 0,57 1,13 1,37 11,00 11,00 0,76 1,30 1,65 12,49 10,99

0,68 1,19 1,45 9,68 9,46 0,73 1,23 1,46 11,12 10,10 0,74 1,24 1,47 9,24 8,70 0,49 1,16 1,33 11,00 11,00 0,75 1,24 1,57 12,08 10,26

0,69 1,20 1,54 9,39 9,28 0,76 1,24 1,49 10,52 10,00 0,77 1,27 1,48 9,57 9,16 0,52 1,14 1,35 10,50 10,50 0,74 1,28 1,55 12,60 10,10

ANO 2010 JUN MAI 0,71 1,21 1,59 9,38 9,29 0,75 1,28 1,58 10,96 10,28 0,77 1,31 1,52 9,28 9,12 0,00 1,20 1,40 10,59 10,52 0,75 1,28 1,59 12,29 10,45

0,82 1,19 1,58 9,17 9,19 0,83 1,28 1,70 11,17 10,30 0,83 1,31 1,68 9,32 9,80 0,00 1,35 1,43 10,70 10,69 0,85 1,30 1,64 12,05 10,29

ABR

MAR

FEV

JAN

ANO 2009 DEZ NOV

0,93 1,24 1,65 9,25 9,92 0,91 1,26 1,69 11,09 10,25 0,74 1,30 1,81 10,07 9,60 0,00 1,38 1,70 12,25 12,25 0,86 1,33 1,74 11,49 10,02

0,91 1,32 1,58 8,30 9,16 0,87 1,25 1,63 11,05 9,88 0,73 1,34 1,82 8,75 9,04 0,00 1,33 1,64 12,33 12,33 0,85 1,27 1,71 11,44 9,69

0,78 1,17 1,39 8,27 8,16 0,78 1,22 1,45 9,99 8,95 0,68 1,26 1,50 8,57 8,45 0,00 1,28 1,48 10,72 10,40 0,73 1,21 1,49 11,17 9,06

0,63 1,03 1,26 7,85 7,47 0,65 1,17 1,30 9,27 8,07 0,69 1,06 1,36 9,10 7,61 0,00 1,01 1,33 8,40 9,66 0,70 1,15 1,34 10,71 8,29

0,56 0,58 1,04 1,11 1,21 1,30 7,98 8,53 6,96 7,43 0,63 0,63 1,19 1,21 1,25 1,30 8,44 9,61 7,44 8,43 0,72 0,73 1,08 1,04 1,15 1,29 8,69 8,29 6,92 7,16 0,00 0,00 1,00 1,03 1,26 1,23 8,63 8,73 9,10 8,97 0,62 0,61 1,15 1,16 1,21 1,28 11,22 10,81 7,67 8,19

FONTE: CEPEA-Esalq/USP. - 1 - Os valores referem-se sempre ao preço de 1 quilo de cada produto ou de 1 litro

LITROS DE LEITE NECESSÁRIOS PARA COMPRAR INSUMOS E SERVIÇOS NA PECUÁRIA DE LEITE 1 Nov/10 Out/10 Set/10 Ago/10 Jul/10 Jun/10 Mai/10 Abr/10 Mar/10 Fev/10

INSUMO / SERVIÇOS

R$ 0,720 R$ 0,720 R$ 0,781 R$ 0,710 R$ 0,755 R$ 0,812a R$ 0,813 R$ 0,780 R$ 0,700 R$ 0,643

Vaca em Lactação (+ 12 litros) Diarista Ração para Vaca em Lactação (sc 50kg) Farelo de Algodão (sc 50kg) Sal Comum (sc 25kg) Neguvon Tintura de Iodo a 10% (litro) Remédio para Mastite (Mastilac) Vacina Aftosa (dose) Uréia Pecuária Sulfato de Amônia (sc 50kg) Detergente alcalino (limpeza ordenha) Óleo Diesel (litro)

3.169,0 42,0 55,0 53,0 16,0 50,0 38,0 7,9 1,9 52,0 52,0 35,0 2,7

3.028,0 2.915,0 3.079,0 40,0 39,0 42,0 53,0 55,0 58,0 52,0 53,0 53,0 16,0 16,0 17,0 51,0 48,0 73,0 37,0 37,0 40,0 8,0 8,0 7,9 1,8 1,8 1,8 52,0 50,0 50,0 51,0 47,0 49,0 37,0 36,0 37,0 2,7 2,7 2,8

2.819 2.795,6 38,0 35,5 51,0 49,2 49,0 44,7 16,0 14,7 62,0 55,4 34,0 31,5 8,3 7,8 1,7 1,6 48,0 45,9 48,0 43,6 35,0 31,6 2,6 2,4

2.937,0 2.950,0 3.044,0 2.960,0 35,0 35,0 39,0 44,0 49,0 51,0 61,0 68,0 46,0 49,0 54,0 62,0 15,0 15,0 17,0 18,0 55,0 58,0 67,0 74,0 32,0 33,0 37,0 41,0 8,1 8,2 9,4 10,2 1,6 1,6 1,8 1,9 45,0 48,0 54,0 60,0 44,0 49,0 54,0 56,0 32,0 35,0 41,0 44,0 2,4 2,5 2,8 3,0

FONTE: EMBRAPA / CNPGL - Alziro Vasconcelos Carneiro e Jacqueline Dias Alves. - a - Preço médio do leite tipo C, pago ao produtor.

LITROS DE LEITE NECESSÁRIOS PARA AQUISIÇÃO DE RAÇÃO e ICP LEITE/EMBRAPA INSUMOS 60 kg de Milho 60 kg de Farelo de Soja 60 kg de Mistura * ICP Leite/Embrapa **

Nov

Out

Set

Ago

Jul

39,10 61,62 45,85 148,49

36,75 60,76 43,95 145,93

35,06 57,53 41,80 144,24

30,06 57,01 38,14 142,73

25,74 47,62 32,31 142,08

ano 2010 Jun Mai 24,80 43,16 30,31 141,16

FONTE: EMBRAPA / CNPGL; CEPEA/Esalq; DERAL; Gazeta Mercantil - . - * - 70% milho e 30% farelo de soja; ** - Base Abril/2006 = 100.

23,21 39,94 28,23 140,48

Abr

Mar

Fev

Jan

2009 Dez

24,07 39,67 28,75 142,50

27,14 48,81 33,64 145,00

29,46 59,64 38,51 144,87

33,33 71,53 44,79 143,85

33,05 73,61 45,22 143,40


CANA-DE-AÇÚCAR MÊS

34 FEV / 2011

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

2008 0,2402 0,2529 0,2628 0,2538 0,2506 0,2385 0,2493 0,2498 0,2685 0,2920 0,3015 0,3116

FONTE: UDOP -

1

MENSAL 1 2009 2010 0,4391 0,4726 0,4307 0,3888 0,3486 0,3253 0,3374 0,3489 0,3760 0,4005 0,4236 0,4445

0,3238 0,3394 0,3211 0,2978 0,2802 0,2749 0,2993 0,3084 0,3375 0,3676 0,3744 0,3886

- Em R$/kg ATR //

- 109,19 kg ATR //

2

BOI GORDO / SP MÊS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

2009

2010

vist praz vist 84,01 81,54 77,54 80,03 79,47 80,85 81,39 77,92 77,25 77,18 74,35 76,64

praz

3

2011 0,4651

1

2011

vist praz

ESTEIRA 3 2009 2010

2011

41,22 42,47 42,59 47,42 45,08 43,03 42,41 42,38 42,98 43,87 44,85 45,93

32,88 33,49 33,93 36,32 35,18 34,49 34,99 35,53 36,54 37,83 38,85 39,85

46,86

BEZERRO / São Paulo 1

2009

M Ê S

vist1

J F M A M J J A S O N D

636,23 627,96 634,15 651,69 633,71 648,49 638,08 615,85 607,08 596,24 592,23 593,97

2011

J F M A M J J A S O N D

116,56 115,17 111,87 111,39 124,70 119,79 117,10 116,21 115,22 116,94 124,43 132,71

144,95 334,59 343,48 145,42 152,50 164,74 160,04 160,91 168,75 188,62 220,98 228,29 276,64 291,97

186,21 186,22 186,82 188,46 188,39 191,75 191,75 187,65 194,29 186,79 187,09 185,99

2011

pes2 vist1

601,17 608,98 649,59 705,26 722,07 722,78 679,96 666,82 695,40 719,19 719,51 707,30

pes2

182,58 698,86, 181,53 190,86 190,77 190,61 191,01 195,16 193,76 185,28 188,76 188,02 179,15 176,17

MÊS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

2008 30,93 27,79 27,19 26,62 27,43 26,88 27,76 24,56 23,78 22,32 20,51 20,75

2009 23,67 22,26 20,62 21,29 22,25 22,24 20,55 19,42 19,13 20,60 20,41 20,02

2010 19,66 18,35 18,47 18,16 18,67 19,43 18,74 20,42 24,36 25,15 28,29 28,36

FONTE: Indicador Esalq/BM&F Bovespa -

FONTE: Indicador Esalq/BM&F Bovespa - 1 - Em centavos R$/libra peso

LARANJA POSTA INDÚSTRIA

2010

pes2 vist1

MÊS

2007

2008

2009

2010

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

366,38 377,36 394,33 408,47 419,30 427,29 434,89 452,92 462,15 466,46 473,66 480,86

492,82 503,88 518,07 553,43 624,51 713,33 752,17 740,02 724,67 717,00 703,33 660,14

636,50 629,36 635,79 657,06 661,06 656,90 641,71 618,36 604,06 597,02 585,92 592,25

599,80 707,20 614,68 647,90 699,60 718,62 721,53 684,39 669,62 686,57 708,95 713,72 711,55

1

SOJA 1 2010 19,66 18,35 18,47 18,16 18,67 19,43 18,74 20,42 24,36 25,15 28,29 28,36

2011

MÊS

2007

30,35

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

32,00 32,58 31,80 30,01 30,08 30,71 31,34 34,56 38,67 39,91 42,07 43,98

- Em R$/saca de 60kg

LARANJA PERA

1

2011

FONTE: CEPEA - 1 Em R$/cabeça, descontado prazo de pagamento pela NPR

MILHO 1

vist1 praz2 vist1 praz2 vist1 praz2 141,27 141,72 148,62 160,56 155,96 156,80 164,49 183,80 215,34 222,48 269,55 284,48

29,55 29,66 29,87 30,95 30,75 30,08 30,13 30,19 30,61 31,30 31,88 32,36

41,95

36,91 38,02 38,13 42,45 40,36 38,52 37,96 37,94 38,48 39,28 40,15 41,12

FONTE: CEPEA/Esalq. Para M. Grosso Sul - 1 - Em R$/cab - 2 - Em R$/kg

M Ê S

119,75 118,12 114,73 114,24 127,88 122,86 120,10 119,22 118,22 119,99 127,67 136,16

2008

BEZERRO / Mato Grosso Sul 1

- Em R$/arroba (15kg)

2010

2011

- 121,97 kg ATR

ALGODÃO EM PLUMA1 2009

29,44 29,98 30,38 32,52 31,49 30,88 31,33 31,81 32,71 33,87 34,78 35,67

26,46 26,55 26,74 27,71 27,53 26,93 26,97 27,02 27,41 28,02 28,54 28,97

1

85,35 75,70 76,97 103,07 104,37 82,54 77,03 78,12 78,51 79,03 79,88 80,93 82,33 83,34 80,32 80,81 81,68 81,68 82,16 83,01 82,28 83,73 84,56 78,98 88,67 89,49 78,58 93,49 94,56 78,61 100,62 101,64 75,71 113,01 114,25 75,66 104,90 106,02

FONTE: Indicador Esalq/BM&F Bovespa -

CAMPO 2 2009 2010

2008

2008

2009

46,23 47,71 45,83 44,33 44,70 49,99 50,58 44,70 46,08 44,63 45,13 44,61

49,21 47,56 45,35 47,95 50,39 49,89 47,83 48,20 46,07 44,67 46,07 42,87

FONTE: Indicador Esalq/BM&F Bovespa -

1

2010

2011

39,80 35,73 34,14 34,49 35,59 36,09 38,58 41,32 42,59 44,88 48,97 48,52

49,63

- Em R$/saca de 60kg

LIMA TAHITI 1

1

MÊS 2006 2007 2008 2009 2010 2011

MÊS 2006 2007 2008 2009 2010 2011

MÊS 2006 2007 2008 2009 2010 2011

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

12,13 9,90 8,66 7,58 7,21 8,10 10,06 10,76 11,04 11,52 12,51 14,26

15,46 13,46 15,50 12,39 13,68 9,66 8,79 8,38 7,88 8,27 7,97 9,72 10,93 10,95 10,16 9,71 9,78 9,33 9,89 9,57 11,77 8,63 12,61 7,27

6,80 5,92 4,95 4,50 4,05 3,68 3,65 5,04 5,66 5,86 6,41 6,95

7,70 15,59 9,77 10,17 8,24 13,00 14,70 14,88 14,90 15,19 15,23 15,35 15,66

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq // 1 - Valores médios em R$/cx de 40,8kg, a prazo, entregue no portão, sem contrato.

15,68 19,53 19,08 13,72 10,68 9,38 10,12 11,47 12,51 12,60 12,76 13,48

15,08 17,10 19,02 16,60 13,82 11,28 10,98 11,06 10,48 11,48 13,45 14,10

15,38 10,00 10,89 22,86 16,95 9,82 17,22 17,03 11,13 19,17 14,65 10,46 16,50 12,04 9,13 14,49 11,39 7,66 15,13 11,38 6,48 14,90 11,01 6,47 14,94 10,64 7,04 16,83 10,83 7,58 19,17 10,24 8,48 19,93 9,70 8,94 20,15

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq // 1 - Valores médios em R$/cx de 40,8kg, mercado interno, na árvore.

3,09 2,18 2,28 2,82 5,52 6,50 11,38 28,87 35,76 44,60 26,58 5,78

2,92 2,34 3,87 10,70 16,49 18,85 17,97 14,82 19,03 20,99 14,92 10,16

4,74 5,15 7,84 5,24 4,77 5,97 9,61 20,10 38,95 51,78 46,64 16,26

6,19 5,03 4,94 4,22 4,79 4,89 6,62 26,52 31,47 22,28 21,53 9,83

7,02 10,39 8,82 9,53 11,12 14,25 18,96 21,49 22,63 31,75 25,42 30,74 18,08

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq // 1 - Valores médios em R$/cx de 27,0kg, mercado interno, colhido.


AGENDA DE EVENTOS Dias: 28 a 30/03. INFOBIBOS e AJBIAC. Local: Ubatuba (SP). Tel: (19) 3014-0148. Email:- eabramides@terra.com.br. Site:CURSO DE TRANSFERÊNCIA DE EMwww.avisite.com.br. BRIÕES EM EQUINOS Dias: 19 a 20/02. Universidade do Cavalo. 3º SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE Local: Universidade do Cavalo, Sorocaba EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE AVES E (SP). Tel: (15) 3292-6633. Email:- uc@uniSUÍNOS versidadedocavalo.com.br. Site:-www.uniDias: 29 a 31/03. UFV. Local: Universidade versidadedocavalo.com.br. Federal de Viçosa, Viçosa (MG). Tel: (31) 3899-2277. Email:- dzo@ufv.br. Site:-www. avisite.com.br.

FEVEREIRO 2011

MARÇO 2011

CURSO DE DIREITO AMBIENTAL Dias: 1º/03. FUNDAG e FAJ. Local: FAJ Unidade II (Rod. Gov. Adhemar de Barros, km FENICAFÉ 2011 127), Jaguariúna (SP). Tel: (19) 3233-8035. Dias: 06 a 08/04. Assoc. Cafeicultores de AraEmail:- dd@agrocentro.com.br. Site:-www. guari. Local: Pica-Pau Country Club, Araguari feinco.com.br. (MG). Tel: (34) 3242-8888. Email:- coordenação@fenicafe.com.br. Site:-www.fenicafe. PROJETOS DE LICENCIAMENTO AMBIENcom.br. TAL Dias: 11 a 15/03. INFOAGRO. Local: São EXPOFOREST 2011 Paulo (SP). Tel: (11) 5533-0330. Email:- inDias: 13 a 15/04. UFPR, FUPEF, UNESP. Lofoagrovendas@terra.com.br. Site:-www. cal: Horto Florestal, Mogi-Guaçu (SP). Tel: infoagro.com.br. (41) 3049-7888. Email:- contato@expoforest.com.br. Site:-www.expoforest.com.br. 11º CURSO DE CAPACITAÇÃO PARA MÉDICOS VETERINÁRIOS RESPON10º CURSO DE MANEJO EM CULTIVO SÁVEIS TÉCNICOS EM ESTABELECIMENPROTEGIDO TOS PRODUTORES DE ALIMENTOS DE Dias: 25 a 29/04. IAC, INFOBIBOS e CONORIGEM ANIMAL PLANT. Local: Instituto Agronômico, CampiDias: 11/03 a 02/07. FUNEP. Local: Sala de nas (SP). Tel: (19) 3014-0148. Email:Eventos FUNEP, Jaboticabal (SP). Tel: (16) eabramides@terra.com.br. Site:-www. 3209-1300. Email:- eventos@funep.fcav. conplant.com.br. unesp.br. Site:-www.funep.com.br.

ABRIL 2011

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MANEJO DO SOLO Dias: 11/03/2011 a 28/02/2013. FEALQ. Local: ESALQ, Piracicaba (SP). Tel: (19) 34176604. Email:- cdt@fealq.org.br. Site:-www. fealq.org.br. 12º AGROCAFÉ - Simpósio Nacional do Agronegócio Café Dias: 21 a 23/03. ASSOCAFÉ, AIBA e CCCB. Local: Bahia Othon Palace Hotel, Salvador (BA). Tel: (71) 2102-6600. Email:- inscricoes@gt5.com.br. Site:-www.agrocafe.br.

77ª EXPOZEBU Dias: 28/04 a 10/05. ABCZ. Local: Parque Fernando Costa, Uberaba (MG). Tel: (34) 3319-3900. Email:- abcz@abcz.org.br. Site:www.expozebu.com.br.

MAIO 2011

18ª AGRISHOW - Feira Internacional de Tecnologia em Ação Dias: 02 a 06/05. REED EXHIBITIONS e ALCANTARA MACHADO. Local: Polo Regional de Desenvolvimento Tecnológico - Centro Cana, Ribeirão Preto (SP). Tel: (11) 50678ª FEINCO - Feira Internacional de Capri6767. Site:-www.agrishow.com.br. nos e Ovinos Dias: 21 a 25/03. AGROCENTRO. Local: Centro de Exposição Imigrantes, São Paulo 42ª EXPOAGRO - Exposição Agropecuária (SP). Tel: (11) 5067-6767. Email:- extensde Franca (SP) ao@faj.br. Site:-www.fundag.br. Dias: 13 a 29/05. Local: Parque de Exposições “Fernando Costa”, Franca (SP). Tel: 9º CONGRESSO DE PRODUÇÃO E CO(16) 3724-7080. Email:- expoagro@franca. MERCIALIZAÇÃO DE OVOS sp.gov.br. Site:-www.franca.sp.gov.br/exDias: 22 a 24/03. APA. Local: Hotel JP, Ripoagro. beirão Preto (SP). Tel: (11) 3832-1422. Email:- congresso@apa.com.br. Site:-www. congressodeovos.com.br. 15º SIMPÓSIO DE CAFEICULTURA DE MONTANHA Dias: 23 a 25/03. ACIAM. Local: Pq. de Exposições “Ponte da Aldeia”, Manhuaçu (MG). Tel: (33) 3331-2829. Site:-www.simposiodecafeicultura.com.br.

SETEMBRO 2011

3ª EXPOVERDE - Feira de Flores, Frutas, Hortaliças, Plantas Nativas, Plantas Ornamentais, Plantas Medicinais, Agricultura Orgânica, Insumos, Máquinas e Implementos de Franca (SP) Dias: 22 a 25/09. Local: Parque de Exposições “Fernando Costa”, Franca (SP). Tel: CURSO DE FLORICULTURA TROPICAL (16) 3724-7080. Email:- expoverde@franca. (Gengibre Ornamental, Bastão do Imperasp.gov.br. dor, Costus, Helicônias e Alpinia)

LIVROS SÉRIE ABORDA CULTIVO DO MIRTILEIRO AUTOR Tatiana Cantuarias Avilés EDITORA Esalq/USP CONTATO site: www.esalq. usp.br/biblioteca. Tel. (19) 3429-4140 (r. 210). A edição aborda origem e distribuição geográfica, importância econômica, cultivares e ciclo biológico da planta. A cultura do mirtileiro tem se expandido nos estados do sul do Brasil, motivada pela crescente demanda mundial e os atrativos preços da fruta fresca exportada ao mercado europeu. Aborda informações técnicas e econômicas sobre a cultura e seu potencial de expansão no Brasil motivado pela recente introdução de novas variedades da Universidade da Florida. O plantio dessas novas variedades apresentam baixa exigência em frio, o que permitirá expandir a cultura para outras regiões do Brasil, de clima mais quente, constituindo uma alternativa rentável para os fruticultores.

MANUAL DE FRUTICULTURA ECOLÓGICA AUTOR Engº Agrº Silvio Roberto Penteado EDITORA Via Orgânica CONTATO site: www.viaorganica.com.br. Apresenta os itens importantes no planejamento, implantação e condução de pomares orgânicos comerciais, como: Escolha do terreno, exposição e pro fundidade. Levantamento dos fatores principais e Planejamento do pomar. Medidas de conservação do solo (plantio em faixa, cordões de retenção, etc). Medidas de conservação (terraços, etc). Preparo do solo e uso de máquinas. Adubação verde. Receitas de adubos orgânicos. Manejo da água e irrigação. Sistemas de plantio. Tipos de enxertia e formação de mudas. Condução do Pomar. Defensivos alternativos. Recomendação de controle natural de pragas e doenças. Principais espécies e cultivares. Colheita.

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