Edição 16 - Revista de Agronegócios - Novembro/2007

Page 1

Novembro de 2007

1

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS


Novembro de 2007

2

F U N D A Ç Ã O EDUCACIONAL

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS


Ninguém contesta a importância e o exuberante crescimento na área de cultivo de Eucalipto e de Pinus para a produção de madeira, papel e celulose no Brasil. Mesmo assim pesquisadores brasileiros consideram que o país é carente de opções de madeira. Assim, o Guanandi passou a ser uma excelente opção, por dois motivos principais. É uma madeira muito parecida ao mogno e, portanto, muito requisitada para a indústria moveleira. Além disto, a planta adaptase bem a áreas alagáveis, característica bem aceita pela indústria da construção. Vários produtores brasileiros já utilizam o Guanandi no aproveitamento de áreas ociosas, como reflorestamento solteiro ou consorciado com outras culturas. É o caso da família Figueiredo, em São Tomáz de Aquino (MG) que apostou no Guanandi, no Cedro Australiano e no Eucalipto.

resultados do desempenho em confinamento de bovinos de corte, com dietas de alto concentrado e bagaço de cana cru como volumoso. Com relação à safra 2007/2008, apresentamos o interesse dos exacionistas do Grupo Maeda (Ituverava/SP) em expandir o cultivo de algodão. O grupo está se preparando para criar um complexo de produção de pluma na região de Uberlândia (MG). Já os pesquisadores Rafael Pio e Edvan Alves Chagas publicam artigo muito interessante sobre o cultivo de framboesa em áreas serranas de São Paulo e Minas Gerais. Estréia nesta edição, uma coluna sobre economia. O Dr. Marcos Fava Neves, pesquisador do Pensa, de Ribeirão Preto (SP), publica artigo sobre a “Inserção do Pequeno Produtor no Agronegócio”. Boa leitura a todos.

Buscando apresentar alternativas na produção de leite e da pecuária de corte, publicamos dois artigos muito interessantes. O primeiro, de autoria dos pesquisadores da APTA Centro Leste, apresenta os resultados de uma pesquisa referente à produção e a composição do leite em vacas mantidas em piquetes rotacionados de Capim Elefante-Guaçu e de Capim Tanzânia. Já um estudo da Premix mostra os

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

Reflorestamento rentável com espécies nativas

Revista Attalea

ANUNCIE

R

Novembro de 2007

3

E tenha a sua marca reconhecida regionalmente

O agronegócio regional em suas mãos Venha ser nosso parceiro!

SACRAMENTO

Rifaina Igarapava Aramina Miguelópolis Buritizal

Colômbia

São Roque de Minas

Pedregulho Guaíra

ITUVERAVA Ipuã

Ribeirão Corrente

Guará BARRETOS

Jeriquara

Claraval

Pimenta

Capetinga

Restinga

São João Batista do Glória

Itirapuã

Nuporanga Patrocínio Paulista

Morro Agudo Terra Roxa

Piumhi

Cássia São José da Bela Vista

Jaborandi Orlândia

Vargem Bonita

Delfinópolis Ibiraci

FRANCA

São Joaquim da Barra

Colina

Cristais Paulista

Itaú de Minas São Tomás de Aquino

Sales Oliveira

Capitólio

São José da Barra

Guapé

Passos

Pratápolis

Batatais Viradouro Bebedouro

Pontal

São Sebastião do Paraíso

Altinópolis

Jardinópolis

Pitangueiras Brodóswski Sertãozinho RIBEIRÃO PRETO

Serrana Santa Cruz da Cajuru Esperança Serra Azul

Alpinópolis

Fortaleza de Minas

Carmo do Rio Claro

Bom Jesus da Penha Jacuí

Santo Antônio Alegria Cássia dos Coqueiros

Itamogi

Monte Santo de Minas Guaranésia

Arceburgo

São Pedro da União

Nova Resende

Conceição da Aparecida

Juruaia

Alterosa

GUAXUPÉ

Monte Belo Muzambinho

Areado

Cabo Verde

Área de Cobertura Rua Profª Amália Pimentel, 2394, São José. CEP: 14.403-440 - Franca (SP) Email: revistadeagronegocios@netsite.com.br - Cel (16) 9967-2486 - Adriana Dias


7 - CAFÉ = Cafeicultor de Ribeirão Corrente e da AMSC entre os melhores do Estado de São Paulo. 8 - CAFÉ = I Encontro de Inovações Tecnógicas sobre Viveiros de Café. 9 - CAFÉ = Seca deve comprometer o abastecimento mundial. 10 - LEITE = Artigo: Vacas leiteiras mantidas em rotacionados de capim Elefante-Guaçu e Tanzânia - produção e composição do leite. 16 - GADO DE CORTE = Artigo: Resultado do desempenho em confinamento, com dietas de alto concentrado e bagaço de cana cru como volumoso. 18 - SILVICULTURA = Guanandi: opção rentável para o reflorestamento. 20 - ALGODÃO = Ex-acionistas do Grupo Maeda apostam na criação de complexos de algodão. 23 - FRUTICULTURA = O cultivo de framboesa nas regiões serranas de São Paulo e Minas Gerais

A Revista Attalea Agronegócios, registrada no Registro de Marcas e Patentes do INPI, é uma publicação mensal, com distribuição gratuita, reportagens atualizadas e foco regionalizado na Alta Mogiana, Sul e Sudoeste de Minas Gerais. TIRAGEM 3 mil exemplares EDITORA ATTALEA REVISTA DE AGRONEGÓCIOS LTDA. CNPJ nº 07.816.669/0001-03 Inscr. Municipal 44.024-8 Rua Professora Amália Pimentel, 2394, São José CEP: 14.403-440 - Franca (SP) Tel. (16) 3723-1830 revistadeagronegocios@netsite.com.br DIRETOR E EDITOR Eng. Agrº Carlos Arantes Corrêa cacoarantes@netsite.com.br DIRETORA COMERCIAL Adriana Silva Dias (16) 9967-2486 adrianadias@netsite.com.br

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

JORNALISTA RESPONSÁVEL Rejane Alves MtB 42.081 - SP

Tecnologia da aplicação de defensivos agrícolas

PUBLICIDADE Sérgio Berteli Garcia (16) 9155-4845 Adriana Silva Dias (16) 9967-2486 ASSESSORIA JURÍDICA Raquel Aparecida Marques OAB/SP 140.385 FOTOS e PROJETO GRÁFICO Editora Attalea Revista de Agronegócios Ltda. COLABORADORES Engª Agrª Maria Lucia Pereira Lima Dr. Danilo Arelaro Engº Agrº Rafael Pio Dr. Marcos Fava Neves CTP E IMPRESSÃO Cristal Gráfica e Editora Rua Padre Anchieta, 1208, Centro Franca (SP) - Tel/Fax (16) 3711-0200 www.graficacristal.com.br

Novembro de 2007

4

CONTABILIDADE Escritório Contábil Labor Rua Campos Salles, 2385, Centro, Franca (SP) - Tel (16) 3722-3400 É PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL DE QUALQUER FORMA, INCLUINDO OS MEIOS ELETRÔNICOS, SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO EDITOR.

O pesquisador Dr. Júlio Roberto Fagliari publica artigo referente a importância e os cuidados a serem tomados no momento da aplicação de defensivos agrícolas.

Os artigos técnicos e as opiniões e conceitos emitidos em matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores, não traduzindo necessariamente a opinião da REVISTA ATTALEA AGRONEGÓCIOS.

Foto da Capa: Editora Attalea Agronegócios Flor de Algodão, Ituverava (SP)

Cartas ou e-mails para a revista, com críticas, sugestões e agradecimentos devem ser enviados com: endereço, município, número de RG e telefone, para Editora Attalea Revista de Agronegócios:- Rua Eduardo Garcia, 1921, Residencial Baldassari. CEP 14.401-260, Franca (SP) ou através do email revistadeagronegocios@netsite.com.br


ram chuvas de várias intensidades no mês de julho e também no final de setembro e de outubro, que provocaram floradas de diferentes intensidades. Por exemplo, em Campinas (SP), cafezais adultos floresceram no início de agosto, início de setembro e final de outubro, esta mais intensa”. “Porém, após as chuvas do final de setembro e outubro, a ocorrência de temperaturas máximas elevadas superiores a 34ºC, chegando a alcançar até 37ºC em algumas localidades, associadas

com déficit hídrico acentuado, ocasionou a presença de alta porcentagem de botões florais com má formação. Essa anomalia é caracterizada pelo desenvolvimento reduzido das pétalas, impossibilitando a proteção adequada dos estigmas das flores, o que provavelmente, compromete a fecundação dos óvulos, resultando posteriormente em queda dos ovários (chumbinhos) não fecundados. Observa-se, também, com freqüência nessa fase que os estiletes apresentam necrose, provavelmente provocada pelas altas temperaturas, associadas à acentuada deficiência hídrica. Contribuiu ainda para a ocorrência de botões com má formação as temperaturas mínimas elevadas, atingindo em alguns locais até 22ºC”. Em uma mesma planta podem ser encontradas flores com abertura prematura com diferentes graus de anormalidades: a)- estilete e estigma consideravelmente expostos – anomalias severas;

5 Novembro de 2007

FOTO: Editora Attalea

Basta chover para que cotações do café recuem devido a especulações de que o clima favorável no Brasil, o maior produtor mundial da commodity, poderá repercutir em aumento da previsão de safra. Entretanto, especialistas e produtores tem se deparado com a constatação de que as condições adversas de clima podem comprometer o pegamento das floradas, com reflexos na safra 2007/2008. Esta é a conclusão da análise técnica elaborada pelos pesquisadores do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Ecofisiologia e Biofísica, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Joel Irineu Fahl, Marcelo Bento Paes de Camargo e Maria Luiza Carvalho Carelli. Segundo o texto: “As condições climáticas do ano de 2007, desde o início de março até o final de outubro, têm sido atípicas, apresentando deficiência hídrica acentuada e prolongada e temperaturas médias superiores às normais históricas. Em muitas regiões cafeeiras do Sul de Minas Gerais e da Mogiana (SP) ocorre-

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

Distúrbios na florada confirmam redução de safra


R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

b)- parte do estigma e ponta das anteras salientes – anomalias menos severa; c)- flores com abertura da corola no ápice – anomalias fracamente severas.

Novembro de 2007

6

A ocorrência das duas primeiras anomalias pode ocasionar perdas variáveis na produção, enquanto no último grupo (c) as flores podem apresentar comportamento normal não alterando a produção. Ainda há casos extremos onde todas as partes da estrutura floral permanecem verdes e atrofiadas, com exposição total dos estiletes, dando formação às flores conhecidas como “estrelinhas”. Para os pesquisadores, de modo geral, as condições climáticas adversas, anteriormente descritas, favoreceram a evolução do ataque do bicho mineiro, causando em muitas culturas intensa queda de folhas, levando a baixa relação área foliar por botão floral e conseqüente comprometimento do desenvolvimento e abertura dos botões florais. “O baixo enfolhamento da planta provavelmente apresentará reflexos negativos, de diferentes intensidades, no pegamento e desenvolvimento dos frutos devido à baixa relação hídrica planta/botão-fruto e ao suprimento insuficiente de carboidratos principalmente na fase posterior à abertura das flores, período em que ocorre intensa divisão e diferenciação celular. Em uma mesma planta pode ser observada a presença de botões florais normais, nos ramos com folhas sadias, enquanto os ramos desfolhados apresentam alta incidência de flores mal formadas. No artigo, destaca-se ainda a amplitude dos efeitos das condições climáticas atípicas para o cafeeiro, uma vez que em uma mesma cultura observam-se três floradas de razoável

intensidade excessivamente espaçadas (floradas de início de agosto, início de setembro e início de novembro). Tal fato poderá depreciar a qualidade de bebida da próxima safra devido à falta de uniformidade na maturação dos frutos. “O quadro de anormalidades apresentado na última florada (início de novembro) evidencia a possibilidade de perdas na produção, em diferentes intensidades, podendo em algumas culturas atingir percentuais elevados. Apesar das evidências ainda é prematuro quantificar o porcentual na quebra da produtividade. Essa avaliação poderá ser feita com consistência apenas no final da estabilização do processo de frutificação, o que deverá ocorrer em meados de dezembro”, concluem. Zona da Mata Para o fisiologista Alemar Braga Rena, da UFV - Universidade Federal de Viçosa, muitos dos conceitos - quase dogmas - sobre a floração do cafeeiro, deverão ser revistos frente às mudanças de temperatura (valores absolutos e variações entre as máximas e mínimas) que vêem ocorrendo desde 1996. Em depoimento na Comunidade Manejo da Lavoura Cafeeira, da Rede Cafés do Brasil, no Peabirus, ele ressalta que a maioria das lavouras na Zona da Mata está em situação crítica de desfolhamento. Ele ressalta ainda que “na maioria das lavouras novas, com até 5 anos, os botões da parte superior da planta, que não abriram em flor, estão morrendo (o perianto fica com a cor creme), e se destacam com o mais leve toque, deixando exposto um ovário verde”. “Evidentemente que em biologia nada é linear, tudo depende do cultivar, estado nutricional orgânico/inorgânico da planta, extremos do ambiente etc. De qualquer forma, o enfolhamento da planta é

fundamental. Há um ditado que diz que o desastre está perto de uma lavoura que fica muito branca no dia da antese. As reservas de amido da planta esgotam-se muito rapidamente após o início da expansão, e a fotossíntese corrente passa a ser determinante para o fornecimento de energia”, declara. Sul de Minas O Sul de Minas Gerais é outro exemplo onde a florada preocupa os produtores. Segundo Joaquim Goulart de Andrade, gerente do Departamento de Desenvolvimento Técnico da Cooxupé Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé, a situação é mais crítica nos municípios de Alfenas, Campos Gerais, Campo do Meio e Carmo do Rio Claro, onde os cafezais se encontram abaixo de 900 metros de altitude e algumas áreas registram déficit hídrico de até 400 mm. Ele comenta que ao ver a florada de longe o produtor fica animado, mas, nos detalhes, percebe grande quantidade de flores queimadas ou com outros distúrbios. A análise criteriosa destas condições e a previsão da safra deverão ser divulgadas nos próximos 10 dias, com base em relatório técnico e experiência de campo da maior cooperativa de café do mundo. Joaquim Andrade destaca que em regiões de altitude superior a 900 m, mantidas em bom nível de fertilidade e enfolhamento, os distúrbios com a florada serão menores, mantendo boa capacidade produtiva. Entretanto, regiões com deficiência hídrica acentuada terão a próxima safra comprometida. Mais declara ser ainda cedo para prever o percentual desta quebra. “Depois desta seca, se a safra não for afetada, teremos que rever as indicações para o uso de irrigação”.


Café de Ribeirão Corrente entre os melhores do estado FINALISTAS NA CATEGORIA CAFÉ NATURAL: (por ordem alfabética) 1) - Lindolfo Carvalho Dias, de São Sebastião da Grama (Cooxupé); 2) - Luis Giovani Basso, de Ribeirão Corrente (AMSC - Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana); 3) - Luiz Candido Ribeiro, de Tapiratiba (Cooxupé); 4) Milton José Dognani, de Fartura (Proced); e 5) - Paulo César Auriglietti, de Divinolândia (Associação dos Produtores Rurais de Divinolândia). FINALISTAS NA CATEGORIA CAFÉ CEREJA DESCASCADO: (por ordem alfabética) 1) - Gertrudes dos Santos, de Divinolândia (Assoc. Prod. Rurais de Divinolândia); 2) - Ivan Aparecido dos Santos, de Divinolândia (Assoc. Prod. Rurais de Divinolândia); 3) - João Hamilton dos Santos, de Caconde (Associação Agropecuária Barra Grande); 4) - Maysa Dias Macedo Costa, de São Sebastião da Grama (Cooxupé); 5) - Pedro Bergamo Neto, de Taquarituba (Proced).

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

Dez indústrias participaram do leilão: Spress Café Imp e Exp. (Spress Café), Press Café, Café Floresta, Café Excelsior, Café Tiradentes, Bravo Café, Café Brasileiro, Café Marro Grande, Café Serra da Grama e Café Toledo. Os lotes foram arrematados individualmente e também em consórcio entre algumas empresas. A seleção dos lotes dos melhores cafés de São Paulo foi feita nos dias 21 e 22/10, na Associação Comercial de Santos, por um grupo de árbitros. Foram cinco lotes finalistas na categoria “Café Natural” (secagem com casca) e cinco na “Café Cereja Descascado”. Os cafés, com seus lotes numerados e sem identificação, passam pelo teste de classificação, com o café verde (grão) e pela prova cega de xícara (café torrado). Os torrefadores se reúnem com seus técnicos para experimentar e dar lance nos dez lotes classificados. Os dez melhores foram selecionados entre os 102 lotes vencedores dos concursos regionais realizados por 14 cooperativas e associações de produtores de São Paulo, num total de 751 amostras inscritas.

7 Novembro de 2007

O café de Lindolfo Carvalho Dias, da fazenda Cachoeira, de São Sebastião da Grama, é o melhor da safra pelo segundo ano consecutivo. Ele concorreu na categoria “Café Natural”; no 6º Concurso Estadual de Qualidade do Café, que anunciou seus resultados na tarde desta quinta-feira (8/11), durante evento no Museu do Café, em Santos/SP. A saca do produto vencedor foi comprada a R$ 1.716, preço seis vezes acima do que é pago atualmente no mercado de cafés finos. A segunda colocação ficou para Pedro Bergamo Neto, da fazenda Santa Alice, de Taquarituba, que participou na categoria “Café Cereja Descascado”. Foram pagos R$ 1.114 pela saca do vice-campeão. O grande destaque para a região ficou por conta de Luis Giovani Basso, cafeicultor de Ribeirão Corrente (SP), representando a AMSC - Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana. O evento reuniu membros de toda a cadeia, além do secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, João Sampaio, e do presidente da Câmara Setorial do Café, Nathan Herszkowicz.

► ► ► ► ► ► ► ► ►

► ►

► ►

► ► ► ► ►


R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

FOTOS: Editora Attalea

Viveiristas francanos se unem e realizam I Encontro de Inovações Tecnológicas sobre Viveiro e Plantio de Café

O evento nizadores das mudas de café a

foi dividido em estações, onde os orgademonstraram as tecnologias de plantio no viveiro, plantio mecanizado de mudas campo e técnicas de pulverização.

Fernando Pavão apresenta as tecnologias adotadas no Viveiro Pavão.

Novembro de 2007

8

O viveiro utiliza saquinhos de TNT nas mudas

Pavão explica aos produtores a forma de plantio das mudas no campo.

A uniformidade final das mudas requer trabalho constante de monitoramento.

um


1

- Presidente do Conselho Nacional do Café

inferior à perspectiva, confirmando os números supramencionados. Com esse cenário de pouco mais de 42 milhões de sacas na safra 2008/ 09, passamos a nos preocupar com a possibilidade de não termos volume de café suficiente para atender a demanda internacional.

E

SILVA & DINIZ COMÉRCIO E REPRESENTAÇÃO DE CAFÉ LTDA. Av. Wilson Sábio de Mello, 1490, São Joaquim - Franca (SP) Tel. (16) 3720-2311 e 3720-2239

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

Com a chegada das chuvas, ainda que de forma não satisfatória para reverter o déficit hídrico que assola as principais regiões produtoras de café no Brasil, podemos começar a calcular as perdas que o longo período de estiagem no cinturão cafeeiro nacional causou. Embasado em dados dos escritórios da Emater-MG e de cooperativas, fornecidos pela Universidade Federal de Lavras — UFLA, através de seu reitor, Dr. Antônio Nazareno Guimarães Mendes, assim como pelos números apresentados por nossos associados, temos ciência que o Sul de Minas Gerais, por exemplo, produzirá, no máximo, 10 milhões de sacas de 60 kg no ciclo 2008/2009. Outra entidade a confirmar uma quebra desse porte para o Sul mineiro foi o Pólo de Excelência do Café, criado pelo governo do Estado. De acordo com o gerente técnico Edinaldo Abraão, esse volume de 10 milhões de sacas representa uma quebra aproximada de 30% em relação à perspectiva inicial de colheita, que era de 14 milhões de sacas antes da seca. Levando em consideração a produção do de Minas Gerais como um todo, os números apresentados nos permitem projetar uma safra de, no máximo, 20 a 20,5 milhões de sacas. Já em termos nacionais, também com base em números fornecidos por nossos associados, teremos uma colheita similar à de 2006, quando o Brasil produziu pouco mais de 42 milhões de sacas. Além disso, essa estimativa nacional é válida somente se o clima se normalizar, se chover com regularidade, caso contrário, a possibilidade de quebra de 30% é grande e nossa safra poderá ser de apenas 40 milhões de sacas. Tal volume é bastante lógico porque possuímos o mesmo parque cafeeiro e, apesar das plantas estarem mais descansadas em função da pequena safra anterior, elas enfrentaram essa intempérie climática muito grande. As lavouras mais novas, de primeira para segunda carga, as com tratos culturais deficientes e as situadas abaixo de 900 metros de altitude foram as que mais sofreram com a estiagem que assolou nossas principais regiões produtoras por quase dois meses. Em algumas localidades, essas plantas devem apresentar quebra de até 50%. Já as lavouras mais velhas foram menos afetadas. Mas, no geral, calculando-se a quebra média, podemos apontar um volume de 20% a 30%

Isso porque o consumo interno está previsto em 17 milhões de sacas pela Abic - Associação Brasileira da Indústria de Café e, em 2006, nossas exportações ficaram em aproximadamente 29 milhões de sacas, de acordo com dados do Cecafé - Conselho dos Exportadores de Café do Brasil. Dessa forma, recomendamos aos nossos cafeicultores que administrem bem a venda de sua safra, de maneira que obtenham um preço médio que possibilite a geração de caixa necessária para revitalizar as suas lavouras.

9 Novembro de 2007

Gilson Ximenes 1

FOTO: Editora Attalea

Seca deve comprometer o abastecimento de café brasileiro no mercado mundial


Vacas leiteiras mantidas em rotacionado de Capim-Elefante Guaçu e Capim-Tanzânia: produção e composição do leite.

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

Maria Lúcia Pereira Lima 1 Maria da Graça Pinheiro 2 José Ramos Nogueira 2 Paulo Roberto Leme 3 Telma Teresinha Berchielli 4

Novembro de 2007

10

FOTOS: APTA Centro Leste

Os grupos dos animais avaliados foram: vacas no inicio da lactação (entre 20 e 90 dias pós parto) recebendo 4 kg de concentrado; vacas entre 91 e 180 dias de lactação recebendo 2 kg de As pastagens tropicais têm concentrado e vacas entre sido usadas no Brasil, para 181 e 270 dias de lactação produção de leite, principalsem receber concentrado. O mente devido aos baixos custos concentrado era composto de produção. A adubação das por uma mistura de 62% de pastagens e a melhoria do mamilho, 13% de soja em grão, nejo, utilizando-se o sistema de 22% de farelo de algodão lotação rotacionada, ou pastejo (38% de PB) e 3% de rotacionado, aumentam a lotaminerais. O concentrado Piquete de capim-elefante Guaçu no momento da entrada ção das pastagens e a eficiência apresentava 18% de PB e das vacas, em dezembro. de uso das mesmas. 72% de nutrientes digestíO capim-elefante Guaçu, uma varieveis totais (NDT). dade semelhante ao Camerum ou Napier, o objetivo de comparar a produção de A área do capim Guaçu tinha 7,8 ha, foi introduzido no Brasil em 1978, tra- leite de vacas mestiças mantidas em subdividida em 21 piquetes. O manejo zido da Venezuela por pesquisadores do pastos rotacionado de capim-elefante do Guaçu foi de 2 dias de ocupação com Instituto de Zootecnia (APTA). O refe- Guaçu e capim-Tanzânia. 40 dias de descanso. O local apresentava solos fér-teis, com rido capim é nativo da África e apresenta A área do capim-Tanzânia apresenaltas produções de massa de forragem, estação das águas e da seca, bem definidos, tava 13,2 ha, subdivididos em 11 piquetes ou seja, de 25 a 79 ton de MS/ha anual- e temperaturas altas durante o verão e o manejo do rotacionado de Tanzânia mente, dependendo da adubação, da chuvoso. A adubação de cobertura foi foi 3 dias de ocupação com 33 dias de freqüência de corte e demais condutas feita após a ocupação dos piquetes, na descanso. Para manter os grupos de fase base de 250 kg de N/ha. Foi avaliada a da lactação proposto, mensalmente de manejo (Pereira 1994). O capim-Tanzânia também é nativo produção de vacas mestiças (Holandês x algumas vacas eram introduzidas ou da África e foi selecionado e lançado pela Gir) entre a segunda e a quinta lactação. retiradas dos pastos onde ocorria o EMBRAPA em 1990. Sua principal As vacas eram ordenhadas duas vezes por experimento. característica é a alta proporção de folhas dia e o leite medido a cada ordenha. Na tabela 1 pode-se observar o que o mesmo apresenta durante a estação Amostras de leite foram enviadas para o resultado geral dos dois anos expedas águas no Brasil Central (de outubro a laboratório para verificar os teores de rimentais, referentes à média de quatro abril), com florescimento no final de abril, gordura, proteína, lactose e sólidos totais. ciclos de pastejo, quanto à lotação média, e maio. Foi observada produção de 33 A produção de leite corrigida para 3,5% produção de leite e número de dias do ton de MS/ha durante as águas, com 80% de gordura foi calculada a partir da ano em que os pastos foram utilizados. de folhas e 17,7% de proteína bruta (PB) fórmula (Sklan et al.,1992): LC 3,5% gor. No primeiro ano o desempenho dos nas folhas e 9% de PB nos caules (Jank et = (0,432 + 0,1625 x % de gordura) x kg animais foi semelhante e a lotação no al 1994). Foi desenvolvido um experi- de leite. capim-elefante Guaçu mento, com duração de dois anos, na foi maior, sendo a APTA Regional de Ribeirão Preto, com produção de leite, por ha, durante a época das 1 - Pesquisadora científica. Agência Paulista chuvas foi quase o dode Tecnologias dos Agronegócios - APTA, Pólo Regional do Centro Leste, vinculado à bro (11.685 kg/ha) do Secretaria de Agricultura e Abastecimento do que a suportada nos Estado de São Paulo. Email: marialucia@ aptaregional.sp.gov.br pastos de Tanzânia (6.739 kg/ha). 2 -Pesquisadores científicos. Agência Paulista Na tabela 2 são de Tecnologias dos Agronegócios - APTA, Pólo apresentados os dados Regional do Centro Leste, vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do de produção de massa Estado de São Paulo. de forragem (em ma3 téria seca), por espécie -Pesquisador científico. Faculdade de Zootecnia, USP, Pirassununga (SP). de capim e por ciclo de pastejo. Também é 4 -Pesquisador científico. Faculdade de Ciências apresentada a porCapim-elefante Guaçu durante o pastejo. Agrárias e Veterinárias da UNESP, Jaboticabal.


Novembro de 2007

11

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS


FOTOS: APTA Centro Leste

centagem de folhas e lotação conseguida a cada ciclo de pastejo. No segundo ano, houve um severo ataque de cigarrinhas no capim Guaçu, não sendo possível efetuar o controle desta praga. Muitas folhas secaram e a lotação do pasto caiu muito, pois no primeiro ano foi de 6 a 7 UA/ha nos melhores meses e no outro ano, ficou entre 2 a 3 UA/ha, na mesma época. Estudo da comparação da produção leiteira e sua composição foram feitos apenas três ciclos de pastejo. Comparando-se a produção de leite individual das vacas, verificou-se que não houve diferença estatística quando se comparou o capim utilizado para alimentar as vacas. Apenas a porcentagem de proteína do leite das vacas mantidas no Guaçu foi menor, mas mesmo assim, considerada normal. A porcentagem de gordura, entre 3,99% e

Piquete de capim-Tanzânia, antes da ocupação, em dezembro.

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

Tabela 1 – Média dos pesos vivos das vacas testadoras, lotação das pastagens, produção média diária de leite, número de dias de ocupação dos pastos e produção de leite/ha em cada ano experimental.

Vacas no rotacionado de Tanzânia.

Peso médio das vacas (kg) Lotação (UA/ha) Lotação (vacas em lactação/ha) Produção de leite/vaca (kg/dia) No de dias de pastejo Produção de leite diária (kg/ha) Prod.leite na estação das chuvas (kg/ha)

2º ANO Guaçu Tanz.

1º ANO Guaçu Tanz. 475 5,1 4,83 10,8 224 52,2 11.685

490 3,0 2,76 10,9 224 30,1 6.739

477 3,1 2,89 10,6 210 30,6 6.433

483 3,3 3,04 10,1 210 30,7 6.448

Novembro de 2007

12

Item

GIR LEITEIRO - FRANCA/SP


GUAÇU MF pré-pastejo (kg de MS/ha) Folha (%) Taxa de Lotação (UA/ha)

CICLOS DE PASTEJO Dez. e Jan. e Mar. e Abr. e Jan. Fev. Abr. Mai.

MÉDIA GERAL

MF pré-pastejo (kg de MS/ha) Folha (%) Taxa de Lotação (UA/ha)

1º ANO EXPERIMENTAL 7.678a 8.534a 7.510a 54,7a 45,9b 31,2c 7,02 4,33 3,12 2º ANO EXPERIMENTAL 6.358a 4.727ab 5.548a 4.133b 40,6a 33,4ab 34,5ab 18,4b 3,68 2,23 3,84 2,42

TANZÂNIA MF pré-pastejo (kg de MS/ha) Folha (%) Taxa de Lotação (UA/ha)

5.501a 60,0a 3,89

MF pré-pastejo (kg de MS/ha) Folha (%) Taxa de Lotação (UA/ha)

7.715a 46,0b 6,03

1º ANO EXPERIMENTAL 5.825a 5.631a 4.382b 70,0a 61,3a 30,9b 3,39 0,95 3,90 2º ANO EXPERIMENTAL 5.411a 6.000a 5.736a 4.068b 55,7a 39,1a 35,6a 17,2c 4,21 3,41 3,27 2,11

7.781 44,4 5,13 5.321 32,2 3,04

5.000 55,5 3,03 5.384 36,9 3,25

ab médias, na mesma linha, com letras iguais não diferem significativamente pelo teste de Tukey

Tabela 3 – Médias de produção de leite, produção de leite corrigido para 3,5% de gordura (LC 3,5% gord.) porcentagem de gordura, proteína, lactose e sólidos totais. Item

Leite (kg/vaca/dia) LC 3,5% gord, (kg/vaca/dia) Gordura, % Proteína, % Lactose, % Sólidos Totais, %

ESPÉCIE DE CAPIM Guaçu Tanz.

12,06a 12,71a 3,99a 3,00b 4,20a 11,91a

11,50a 11,80a 3,84a 3,18a 4,24a 12,01a

Prob.

0,224 0,152 0,489 0,009 0,704 0,667

ab médias, na mesma linha, com letras iguais não diferem significativamente pelo teste de Tukey.

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

ESPÉCIE DE CAPIM

3,84% foi considerada bastante adequada para vacas mestiças. Resultados muito similares aos encontrados na Tabela 3 encontrados foram relatados por Leal e Nascimento (2002), estudando a produção de leite de vacas mestiças mantidas em pastejo rotacionado, durante a época das águas, de capim-elefante Camerum, ou seja, 12,0kg de leite/vaca por dia. No capim Vencedor (BRA8826) a produção observada foi de 10,9 kg/vaca/dia e no capim BRA8761 (outra variedade de Panicum) a produção observada foi de 11,5 kg de leite/vaca/ dia. As vacas no inicio da lactação (20 a 90 dias pós parto), consumindo 4 kg de concentrado, apresentaram maior produção de leite mas com mais baixa porcentagem de gordura, quando comparado com as vacas no meio da lactação (81 a 180 dias pós parto) consumindo 2 kg de concentrado ou no final da lactação (181 a 270 dias pós parto), sem receber concentrado, conforme demonstrado na Tabela 44. Isto é considerado normal, pois há correlação inversa entre produção de leite e porcentagem de gordura em leite de vacas mestiças (Bath et al 1985) e a mais baixa produção de leite no final da lactação geralmente vem acompanha de mais alto teor de gordura. Juntando-se as informações de produção das vacas tanto do Guaçu, como do Tanzânia, e de todos os estágios de lactação, nos três ciclos de pastejo, no segundo ano, nota-se maior produção de leite por vaca em dezembro e janeiro, quando Tabela 55). a qualidade da forragem é mais alta (Tabela

13 Novembro de 2007

Tabela 2 – Massa de forragem (MF) antes da ocupação dos piquetes, porcentagem de folhas e taxa de lotação para cada espécie de capim, a cada ano de estudo.


Tabela 4 – Médias de produção de leite, produção de leite corrigido para 3,5% de gordura (LC 3,5% gord.) porcentagem de gordura, proteína, lactose e sólidos totais de acordo com a fase da lactação e suplementação com concentrado. 20-90 dias 4 kg de concentrado Leite (kg/vaca/dia) 16,12a LC 3,5% gord, (kg/vaca/dia) 16,00a Gordura, % 3,47b Proteína, % 2,92b Lactose, % 4,31a Sólidos Totais, % 11,45b

FASE DA LACTAÇÃO 91-180 dias 181-270 dias 2 kg de Sem concentrado concentrado 10,77b 8,42c 11,32b 9,45c 3,85ab 4,42a 3,20a 3,15a 4,23a 4,11a 12,05a 12,39a

Prob.

Bibliografia citada <0,001 <0,001 0,007 0,004 0,435 0,015

ab médias, na mesma linha, com letras iguais não diferem significativamente pelo teste de Tukey

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

Tabela 5 – Médias de produção de leite, produção de leite corrigido para 3,5% de gordura (LC 3,5% gord.) porcentagem de gordura, proteína, lactose e sólidos totais de acordo com os ciclos de pastejo, para as duas espécies de pasto juntos.

Novembro de 2007

14

CICLO DE PASTEJO Dezembro Janeiro Março Janeiro Fevereiro Abril Leite (kg/vaca/dia) LC 3,5% gord, (kg/vaca/dia) Gordura, % Proteína, % Lactose, % Sólidos Totais, %

12,60a 13,20a 3,81a 3,08a 4,18a 11,64a

11,10b 12,02a 4,18a 3,17a 4,19a 12,37a

11,61ab 11,56a 3,76a 3,02a 4,27a 11,87a

Desta forma conclui-se que vacas mantidas em pastagens bem manejadas de capim Guaçu ou Tanzânia apresentam produção de leite similar. A época do ano pode afetar a qualidade das pastagens alterando a proporção de folhas e com isso, influindo na produção de leite.

Prob 0,018 0,104 0,255 0,200 0,812 0,066

ab médias, na mesma linha, com letras iguais não diferem significativamente pelo teste de Tukey

Bath, D, L, 1985, Biological requirements for economic efficiency, Nutritional requirements and economics of lowering feed costs, Journal Dairy Science, 68:1579– 1584, Jank L, Salvidan Y N, Souza M T, Costa J C G 1994, Avaliação do germoplasma de Panicum maximum introduzidos da África, I produção forrageira, Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia 23(3) 433-440 Leal J A, Nascimento M P S C B 2002 Produção de leite em pastagem de capim-elefante e em duas variedades de Panicum maximum, Teresina, PI: Embrapa MeioNorte (Comunicado Técnico, 141), Pereira AV 1994 Escolha da variedade de capimelefante, In: Simpósio Sobre Manejo de Pastagem, Piracicaba, Anais,,, Piracicaba: FEALQ p,47-62 SKLAN, D.; R. ASHKENAZI, A; BRAUN, A. et al. Fatty acids, calcium soaps of fatty acids, and cottonseeds fed to high yielding cows. Journal of Dairy Science, v.75, n.9, p.2463–2472, 1992.


Novembro de 2007

15

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS


R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

D anilo Arelaro 1, Walquiria B. Clemente 2 Julio Giorgi 2 Mário Sérgio S. Passolo 3

Novembro de 2007

16

FOTO: Premix

Resultado de desempenho em confinamento, com dietas de alto concentrado e bagaço de cana cru como volumoso. matéria natural e, 10,43 kg matéria seca (2,22% PVM). Relação Benefício x Custo

O confinamento foi realizado A arroba desse lote foi na Fazenda Usina Paredão, de comercializada a R$ 63,50; propriedade da Agropecuária resultando em uma receita Santa Maria do Guataporanga, bruta por animal de R$ localizada no município de 1.208,40. Oriente (SP). Se esse boi fosse comerciaForam utilizados 160 bois lizado em 06/08 quando ininelores não castrados com idade ciou o confinamento deveria inicial entre 21 – 23 meses e idade valer em torno de R$ 860,00. final entre 24 – 26 meses. Dos Detalhe visual da dieta empregada no confinamento O custo diário da alimen160 bois na classificação por no experimento. tação foi de R$ 3,00, o que dá dente realizada no abate, apenas 30 tinham dois dentes e os demais O rendimento de carcaça foi de no período R$ 237,00, mais R$ 30,00 (operacional não tinham ainda trocado a dentição 54,14%, tomando como referencia + mão de obra), resultando em um gasto total de inicial. o peso vivo realizado na fazenda no R$ 267,00 por animal. A receita líquida por animal foi de R$ 1.208, O confinamento iniciou em 06/ dia 24/10/07 pela manhã (entre 08/07 e terminou em 23/10/07, 8:00 – 10:00 hs), em relação ao peso 40 – R$ 860,00 – R$ 267,00, o que dá R$ 81,40 dando um total de 79 dias de da carcaça no frigorífico no dia 25/ por animal ou R$ 13.024,00 para o lote todo. O grande benefício do confinamento não é tratamento. 10/07, sendo que o abate foi realiessa receita positiva alcançada nesse caso e sim a Os animais entraram com Peso zado na parte da manhã. Vivo Médio (PVM) de 411,23 kg A dieta consistiu de uma mistura antecipação de abate desses animais, que se não (13,71@) e terminaram com PVM de uma mistura contendo 20% da fossem confinados teriam dois destinos, que seria a de 527,24 kg (19,03@). Esses animais matéria seca de Bagaço de Cana Cru venda como boi magro com peso das arrobas tiveram um ganho em arroba no (volumoso) e 80% da matéria de período de 5,32, ganharam 116,01 concentrado (milho grão, polpa cíkg de PV, o que dá um ganho de trica, caroço de algodão, farelo de 1,47 kg PV por dia. algodão alta energia e núcleo protéico mineral aditivado da 1 - Premix (Técnica em Suplementação); PREMIX). 2 - FazendaUsina Paredão, Os animais consumiram em média 13,5 kg da mistura acima de 3 - Premix (Gerente Comercial).


FOTOS: Premix

rendimento de carcaça alcançado no confinamento. Outro grande benefício é o descanso da área de pastagem onde estavam esses animais, ou poderia estar sendo colocados animais mais novos no lugar que também estaríamos aliviando a lotação da pastagem, já pesando em preparar esses animais mais jovens para o confinamento do ano seguinte. Então o benefício maior do confinamento que nós vemos é

antecipação de receita, descanso da pastagem, redução da lotação e alocação de animais jovens na área onde estavam os bois, pois nem sempre somente o resultado do confinamento (ganho em arroba x despesas tem saldo positivo). Um outro benefício principalmente para nossa região e que tem grande valor é o esterco produzido durante o período de confinamento e que é muito utilizado nas lavouras de café.

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

iniciais e valor de arroba da data inicial, o que não é o objetivo desta fazenda. Esta propriedade cria, recria e engorda seus animais, sendo então seu destino final o abate. Então, se fossem terminados a pasto, que num sistema de engorda convencional levariam pelo menos mais 8 a 9 meses para tentar atingir o peso conseguido no confinamento e, certamente se fossem terminados a pasto não teriam o mesmo

Final do confinamento.

17 Novembro de 2007

Início do confinamento em 06/08/2007


R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS Novembro de 2007

18

Começam a surgir no Brasil os primeiros plantios comerciais do guanandi, árvore nativa, embora pouco conhecida, e que tem madeira semelhante à do mogno. A demanda, até a interna, é grande e o País ainda está longe de atendê-la. Mas estudos do agrônomo Lorisval Tenório de Vasconcelos podem mudar a situação. Desde que começou a divulgar a viabilidade do guanandi, há dois anos, Vasconcelos já assessorou cerca de 200 agricultores no plantio da árvore, em todo o País. Apesar de pouco conhecido, o guanandi - chamado de jacareúba, na Amazônia - tem uma longa história no País. Em 1835, foi decretado como a primeira madeira-de-lei do País. Por se desenvolver em áreas alagáveis, é mais resistente e não apodrece dentro da água. Na época, a madeira era usada pela indústria naval. Hoje, por sua semelhança com o mogno, o guanandi já começa a ser requisitado pela indústria moveleira. Há dez anos, quase por acaso, Vasconcelos começou a procurar uma planta nativa que se adaptasse bem a áreas alagáveis. ‘O Brasil está carente de opções de madeira. Temos o eucalipto e o pinho, que estão desvalorizados’, diz. ‘O guanandi é uma alternativa para fazer reflorestamento em áreas úmidas, como beira de rios.’ Na literatura, ele encontrou o guanandi. E decidiu desenvolver um projeto para difundir o plantio, procurando ajuda na Embrapa Florestas. ‘O pesquisador Paulo Ernani defendeu uma tese de doutorado sobre a árvore’, diz. ‘Depois, busquei informações no Departamento de Ciências Florestais da

FOTOS: Tropical Flora

Guanandi: uma opção mais rentável no reflorestamento

Viveiro de mudas nativas, com destaque para o Guanandi.

USP.’ Descobriu que a planta é viável comercialmente e que se adapta bem a todas as regiões do País, até em áreas mais secas. Outra vantagem é que o Código Florestal permite seu plantio e corte. ‘E a planta não é atacada pela broca Hypsipyla grandela, que ataca mogno e cedro, afetando seu desenvolvimento.’ Retorno a longo prazo Apesar das atrativas vantagens, o guanandi não é uma cultura indicada para quem pensa em retorno financeiro imediato. O tempo de corte é longo: cerca de 18 anos. ‘É como se fosse uma aposentadoria; um investimento a longo

prazo’, diz. Só é possível ter a primeira receita no décimo ano, quando pode ser feito o primeiro desbaste. Nesse caso, porém, o rendimento é baixo. Hoje, o mercado paga em torno de R$ 750 o metro cúbico. O corte principal é feito só após 18 anos. A cotação hoje é em torno de R$ 2 mil o metro cúbico. ‘O tempo de corte é o mesmo do eucalipto. Só que o guanandi vale cem vezes mais.’ O investimento, para quem já tem a terra, é apenas com as mudas e plantio. O gasto com manutenção, em 18 anos, é baixo, em torno de R$ 9 mil por hectare ou R$ 500 ao ano por hectare. Considerando que, ao fim dos 18 anos, o aproveitamento é de 300 árvores por hectare e que cada árvore


Como a produção leva tempo, ideal é reservar para o guanandi locais sem lavoura Logo que começou a pesquisar, há mais de dez anos, Vasconcelos fez plantios demonstrativos, em diversos tipos de solo. A partir do ano passado, após os primeiros resultados, ele começou a divulgar o estudo. Desde então, já prestou assessoria, vendeu mudas, sementes e tecnologia para mais de 200 produtores. ‘Com certeza o retorno financeiro é um incentivo muito forte. Vejo como se fosse uma aposentadoria’, diz o agricultor Luiz Marcelo Paranhos, que destinou 50 hectares em Paudalho (PE) para o guanandi. ‘Os tratos culturais são mínimos. Só no início é um pouco trabalhoso. Meu plantio tem um ano e meio e já noto mais facilidade na lida com a planta.’ Paranhos é fruticultor - tem 185 hectares plantados, irrigados, de coco verde - e o investimento no guanandi é uma forma de aproveitar melhor a propriedade. Ele não deixou de plantar coco e nem erradicou áreas com a fruta. ‘O guanandi vai ocupar uma antiga área de pastagem, onde não compensava mais manter o gado.’ Aposta no futuro O engenheiro agrônomo Paulo César Gouveia de Figueiredo, com propriedade em São Tomáz de Aquino (MG), foi um dos que apostaram no Guanandi. Há cerca de um ano atrás, em uma área de 5 hectares, a família plantou 3,5 hectares com Guanandi, 1 hectare com Eucalipto e 0,5 hectares com Cedro Australiano. De acordo com o produtor, o Eucalipto daria um retorno a curto prazo (por volta de 6-7 anos), enquanto o Cedro Austrialiano a médio prazo (12-15 anos) e o Guanandi a longo prazo (18-20 anos). ‘A propriedade hoje tem como carro-chefe o café e a pecuária de corte. Mas pretendemos destinar de 5 a 15% da área da propriedade para reflorestamento com Guanandi’, explica Figueiredo. ‘Para o Guanandi, adotamos o espaçamento 3x2m, o que dá 1.667 plantas por hectare. No sexto ano devemos ter o primeiro desbaste, em

torno de 1/3. Novamente aos 12 anos, desbaste de mais 1/3 e com 18 anos, o 1/3 final’, diz. Ele calcula que, sendo pessimista e contando perdas naturais, deve chegar ao fim dos 18 anos com 500 árvores por hectare. ‘Dá para ter 0,8 metro cúbico por árvore, o que daria 400 metros cúbicos por hectare. Contando as perdas, falamos em 200 metros cúbicos por hectare.’

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

Áreas ociosas passam a ser bem aproveitadas

Com cotação semelhante à do mogno (hoje estimado em R$ 4.500 o metro cúbico), daria um rendimento R$ 900 mil por hectare. Dividindo por 18 anos, em torno de R$ 50 mil por ano/hectare. ‘Nenhuma cultura dá um retorno financeiro desses’, ressalta Figueiredo. Buscando agregar ações no setor do reflorestamento, a família Figueiredo criou a Arbara Negócios Ambientais - empresa responsável pela realização de consultorias na implantação de reflorestamentos agropecuários e ambientais, bem como capacitada para a comercialização de mudas de Guanandi. Adaptado (Adaptado Adaptado: O Estado de São Paulo). Mais informações: -Arbara (www.arbara.com) e Reflorestar (www.reflorestar.com.br).

19 Novembro de 2007

FOTOS: Tropical Flora

rende cerca de 1 metro cúbico, é possível ter rendimento de até R$ 600 mil por hectare. Embora o retorno seja altíssimo, o perfil de quem tem investido no guanandi não é propriamente o do agricultor. ‘A maioria é de proprietários de terra que não vivem da agricultura, mas têm áreas ociosas.’


R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS Novembro de 2007

20

A TCMA Agropecuária, companhia formada por ex-acionistas e familiares do Grupo Maeda, um dos maiores em algodão no país, está se preparando para criar um complexo de produção de pluma na região de Uberlândia (MG) e outro do mesmo porte no oeste baiano, segunda principal região produtora do Brasil, atrás do Mato Grosso. “O Triângulo Mineiro mostrou-se uma área interessante para se investir em algodão. E conta a favor o fato de Minas Gerais ter de ‘importar’ o produto de outros Estados” , diz Takashi Murakami, diretor do grupo. Considerando que a região do Triângulo Mineiro atende nos últimos anos à vocação canavieira, os investimentos do TCMA são considerados audaciosos. Mas os Maeda não se intimidam pelo avanço da cana e já colocaram em prática a estratégia de expansão do grupo em algodão. Nesta primeira fase, o grupo já aportou R$ 5 milhões - boa parte na construção de uma fábrica de beneficiamento de algodão, que será inaugurada em agosto, e o restante em armazenagem para os fardos. A segunda fase, estimada em R$ 6 milhões, contempla a construção de silos de soja e milho para 2008 para atender aos produtores de algodão que fazem rotação de cultura com esses grãos. Parte desses recursos tambémserá destinada à ampliação da fábrica em construção. Para 2009, o grupo planeja construir armazéns para açúcar, o que atende à forte demanda da região, que tem seu crescimento sustentado pela cana. “Nosso foco continuará no algodão”, diz Edson

FOTO: Editora Attalea

Ex-acionistas do Grupo Maeda apostam na criação de ‘complexos’ de algodão

Maeda, presidente do TCMA, tentando desvincular a imagem do grupo da forte onda de investimentos em etanol. Para a safra 2007/08, o grupo estima que o faturamento fique em R$ 17 milhões, quase o triplo da safra anterior, de R$ 6,5 milhões, com crescimento justificado pela atual expansão. Formada no final de 2004, a TCMA é fruto da separação de acionistas do grupo Maeda, um dos maiores produtores de algodão do país, e que agora também tem usina de álcool. Os acionistas do novo grupo, liderados por Edson Maeda, são primos de primeiro grau de Jorge Maeda, controlador do grupo que leva o mesmo nome.

A família Maeda chegou ao Brasil em 1927. Jorge e Edson são netos de Tsunezaemon Maeda, que, em 1929, deu origem ao grupo. “Queremos manter a tradição da família, que sempre teve vocação agrícola”, diz Edson Maeda. A TCMA iniciou o plantio da pluma em Minas há três anos. Neste ano, o grupo deverá dobrar a área plantada, dos atuais 1,1 mil hectares, e introduzirá um modelo de produção do Texas, nos EUA, conhecido como ‘stripper’, cujo plantio e colheita ocorrem em lavouras adensadas, com custos até 25% mais baixos. A expectativa é de que o plantio na região atinja de 15 mil a 20 mil hectares em três anos e alcance 30 mil nos próximos cinco anos. Segundo Murakami, executivo pinçado do Grupo Maeda e que atuou por mais de 20 anos no mercado financeiro, a produção no Estado está estimada em 40 mil toneladas de pluma, para um consumo de 140 mil toneladas. “Temos grande potencial para avançar neste mercado”, diz. Como o Estado ‘importa’ o produto de outras regiões do país, os preços pagos pelo algodão do Estado tem um ágio de 9% sobre o indicador Cepea/Esalq. A expansão da pluma do Triângulo Mineiro ocorrerá não somente com o plantio do grupo TCMA, mas com produtores locais que já estão sendo arregimentados para fazer parte do complexo. “Nossa intenção é montar uma cooperativa”, diz Maeda. O empresário acredita que a cultura de algodão entrará em uma boa fase de preços, uma vez que o milho tem avançado sobre trigo e algodão por conta do etanol.


R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

243RR e BRS 255RR (transgênicas) chegam para a safra 2007. A BRS 232, conforme Lasaro, é moderamente resistente ao nematóide de galha (M. incognita), um problema corriqueiro e mais freqüente no Estado, e possui um excelente potencial produtivo nas regiões acima de 600 metros. Já as opções transgênicas possuem um ciclo total de 2 a 5 dias mais precoce que a BRS 232, sendo recomendadas, principalmente, em áreas com alta infestação de plantas invasoras. A BRS 255RR é menos exigente em fertilidade do que a BRS 243RR, podendo ser semeada em solos de média fertilidade. De acordo com os técnicos da Embrapa, a 245RR tem sido a cultivar transgênica mais plantada em Mato Grosso do Sul, devido a sua estabilidade produtiva. Os produtores que optam por cultivares semitardias, a Empresa dispõe da BRS Charrua RR e BRS Pampa RR, também transgênicas. O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Carlos Lasaro, explica que na hora de escolher a semente de soja é preciso levar em consideração, além da

sua inserção no zoneamento agrícola da região, características agronômicas desejáveis, tais como porte da planta, ciclo total, exigência de fertilidade, sensibilidade a veranicos e reação às principais doenças e nematóides. “Com esse levantamento em mãos, o agricultor poderá fazer um planejamento mais adequado da lavoura, de acordo com sua capacidade financeira, e escolher aquela semente que melhor atende sua realidade. Atualmente a demanda dos produtores é por cultivares de soja de ciclo precoce, adaptadas a semeaduras antecipadas, resistentes à ferrugem asiática e nematóides e com excelente estabilidade de produção de grãos, pois assim poderá plantar o milho safrinha já no início de fevereiro. Eles plantam soja já pensando em colher o milho. Porém, essa demanda não é atendida por completo pelas cultivares disponíveis no mercado. É um dos principais objetivos do programa de melhoramento de soja da Embrapa - atender os anseios do mercado consumidor”. Melhoramento – o programa de melhoramento de soja da Embrapa atua dentro de um contexto multidisciplinar e trabalha em um sistema de parcerias com fundações privadas em todo o Brasil. Em Mato Grosso do Sul, a Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados-MS) é parceira da Embrapa Soja, líder do programa nacional, trabalhando em conjunto com a Fundação Vegetal, no desenvolvimento de germoplasma mais adaptado às condições climáticas de MS, com o objetivo final de registrar e proteger Fonte novas cultivares para a região. (Fonte Fonte: Embrapa Agropecuária Oeste).

21 Novembro de 2007

Para quem ainda não começou o cultivo da soja, ainda há tempo para escolher a semente adequada, seguindo o zoneamento agrícola para a cultura no estado de Mato Grosso do Sul, safra 2007/2008, aprovado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As recomendações do zoneamento identificam as áreas aptas para cultivo e épocas adequadas para semeadura, permitindo a redução dos riscos climáticos, como déficit hídrico e temperaturas elevadas e ameniza as possíveis perdas com rendimento de grãos. Para o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Carlos Lasaro, “o zoneamento agrícola atualmente possui maior importância em função da nova dinâmica de normatização do crédito e seguro agrícola implementados pelo Banco Central do Brasil que restringe o enquadramento no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), a empreendimentos conduzidos na área de abrangência e sob as condições do zoneamento agrícola. Ou seja, para que os agricultores consigam recursos nos bancos para custear a safra e tenham direito ao seguro agrícola é necessário que as culturas estejam devidamente inseridas no zoneamento agrícola do ano correspondente ao início da safra agrícola. Quanto às cultivares indicadas para o Estado, a Embrapa coloca à disposição dos produtores novas referências. Com ciclo precoce e recomendadas à região sul de MS, BRS 232 (convencional), BRS

FOTO: Editora Attalea

Embrapa afirma que zoneamento agrícola é garantia para o produtor de soja


R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

FOTOS: Editora Attalea

José Amâncio é escolhido o agrônomo do ano

Edson do Couto Rosa entrega premiação de ‘Agrônomo do ano de 2007’ para José Amâncio (diretor presidente da Credicocapec), sob os olhares de Albino João Rocchetti, diretor da AERF e presidente da Comissão Organizadora da Semana do Engº Agrônomo 2007.

Prestigiando o homenageado da noite, a atual diretoria da Cocapec e Credicocapec esteve em peso no evento: Ednéia Aparecida Vieira Brentini Almeida, Carlos Yoshiyuki Sato, José Amâncio de Castro, Maurício Miarelli e Ricardo Lima de Andrade.

Novembro de 2007

22

David Sebastião Ferreira (cafeicultor e ex-presidente da Cocapec) e esposa

Alex Rodrigues Kobal (vice-presidente em agronomia da AERF) e esposa.

Djalma Celso Blésio (engº agrônomo da Casa da Agricultura de Ribeirão Corrente/SP) e esposa

A equipe da Bolsa Agronegócios (Franca/SP): Ivanilson (Bolsa Agronegócios), Wilson (Dipil), Manoeto (Yara), Allan de Menezes (diretor da Bolsa Agronegócios) e Éder (Bolsa Agronegócios).

Cristiane Mattos, Lucas, Francisca Braga e Edson Couto Rosa.

Benício Elias de Souza (ex-diretor do Colégio Agrícola de Franca) e esposa

César de Mello Barros, Carlos Girardi e Marcelo Avelar


1 - Engenheiro Agrônomo, D.Sc., Professor Adjunto da Universidade Estadual do Oeste do Paraná-UNIOESTE, Marechal Cândido Rondon (PR). rafaelpio@hotmail.com 2

- Engenheiro Agrônomo, D.Sc., Pesquisador Científico do Instituto Agronômico-IAC, Jundiaí (SP). echagas@iac.sp.gov.br

Framboesa cultivar ´Heritage´: conica e grande.

vetes e corantes naturais, geléias e doces cremosos. Pertencente a família Rosaceae, gênero Rubus, que possui aproximadamente 500 espécies, a framboesa caracteriza-se por ser uma espécie arbustiva de porte semi-ereto ou rasteiro, apresenta espinhos em menor grau nas hastes que a amora-preta, inflorescência terminal e frutos agregados (com cerca de 2 a 4 gramas) de coloração amarela, vermelha, púrpura ou negra, de sabor ácido à doceácido. O fruto da framboeseira é composto (75 a 85 drupéolos).

Fruta rica em fibra alimentar, em manganês, potássio e vitaminas A e C, caracteriza-se principalmente pela elevada quantidade de ácido elágico (C14H6O8) em sua constituição, que é um constituinte fenólico com funções anti-mutagênica, anticancerígena e potente inibidor da indução química do câncer; propriedades inibidoras contra replicação do vírus HIV, transmissor da Aids. Como indicações terapêuticas, é recomendada o seu consumo no combate a inflamações, doenças cardiovasculares, prisão de ventre e diabetes. Exigências Edafoclimáticas • Temperaturas amenas, com pelo menos 250 horas de frio • Altitude ideal acima de 600 m • Adapta-se a regiões serranas • Precipitação média anual acima de 700 mm • Alta luminosidade necessária para dar coloração aos frutos • Tolera baixas temperaturas e possui certa sensibilidade a geadas • Solos com boa capacidade de retenção de água e pH de 6,0 Cultivares ‘ Heritage Heritage’’ • Planta de hábito reflorescente e crescimento vigoroso

Framboesa cultivar ´Autumn Bliss´

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

A framboesa (Rubus ideaus) é uma frutífera delicada, atraente e de sabor único. Muito cultivada na Europa, principalmente na Escócia, Alemanha, Polônia, Espanha, Rússia, Bulgária e França, têm o Chile como o principal país produtor da América do Sul (área de 5.000 ha, com produção anual estimada de 30 mil ton). Introduzida no Brasil na Serra da Mantiqueira, especificamente em Campos do Jordão (SP), estima-se que há apenas 40 ha em cultivo no Brasil, principalmente na Serra da Mantiqueira do Estado de São Paulo, região nobre e pioneira no cultivo dessa frutífera. A produtividade pode alcançar até 8.000kg/ha/ano. As frutas podem ser usadas para consumo ao natural ou industrializados - sucos naturais e concentrados, fruta em calda, polpa para sor-

23 Novembro de 2007

Rafael Pio 1 Edvan Alves Chagas 2

FOTOS: Rafael Pio e Edvan A.Chagas

O cultivo de framboesa para regiões serranas em São Paulo e Minas Gerais


R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS Novembro de 2007

24

‘ Autumn Bliss Bliss’’ • Planta de hábito reflorescente e crescimento semi-vigoroso • Frutos oval-cônicos de tamanho grande (4g) • Firme, coloração vermelho escuro e sabor doce-ácido • Maturação uniforme e meiaestação • Destina-se ao processamento industrial e consumo ao natural • Recomendada para regiões com acúmulo de frio em torno de 300 horas ‘ Batum Batum’’ • Planta de hábito reflorescente e crescimento semi-vigoroso • Frutos oval de tamanho grande (4g) • Firme, coloração vermelho escuro e sabor doce • Maturação uniforme e meiaestação • Destina-se ao processamento industrial e consumo ao natural

FOTOS: Rafael Pio e Edvan A.Chagas

• Frutos cônicos de tamanho pequeno (2,5g) • Firme, coloração vermelho e sabor ácido • Maturação uniforme e tardia • Destina-se ao processamento industrial e consumo ao natural • Recomendada para regiões com acúmulo de frio em torno de 400 a 500 horas de frio (temperaturas durante o inverno abaixo de 7,2ºC)

Framboesa cultivar ´Batum´, proveniente de ambiente protegido.

• Recomendada para regiões com acúmulo de frio de 250 horas • Boa adaptação a Serra da Mantiqueira Produção de mudas e Plantio As mudas de framboeseira podem ser preparadas através de estacas retiradas das raízes, devendo-se padronizar as estacas com 8 a 10 cm de comprimento e enterrá-las na posição horizontal em leito de areia umedecido, que após 60 dias, deverão ser transferidas passar para sacos plásticos com capacidade de 500 mL de substrato, bem rico em matéria orgânica, para se fazer a terminação da muda. Após 90 dias, já podem ser plantadas no local definitivo.

Uma outra opção é a utilização de estacas caulinares, oriundas da poda e a coleta de rebentos que são emitidos entre as linhas das plantas no pomar. Os solos devem ser bem drenados e livre de invasoras. Como é uma frutífera que necessita de quantidades consideráveis de matéria orgânica, deve ser aplicado a razão d 20 ton/ha de esterco curral curtido. No plantio, devem ser requeridos os espaçamentos variando de 0,3-0,7m entre plantas e 2,1-3m entre filas, o que proporciona uma densidade que varia de 4.761 à 15.873 plantas/ha. No entanto, o espaçamento mais adotados pelos produtores da Serra da Mantiqueira é o 0,5 x 2,5m (8.000 plantas/ha). O plantio pode ser realizado no final dom inverno, preferencialmente nos meses de agosto e setembro. No preparo do terreno para o plantio, deve-se abrir valas de 20 cm de profundidade na linha de plantio, aplicar 45 a 90 Kg/ha de P2O5. As mudas devem ser tutoradas após o plantio, devido ao seu hábito de crescimento rasteiro. É recomendado o replantio a cada 4 anos, mas há registros de produtores em Campos do Jordão (SP) que cultivam a framboesa em sistema orgânico e fazem o replantio a cada 15 anos. Condução das plantas em palanques

Framboesa

cultivar

´Batum´.

• Implantar eucaliptos tratados de 0,15 x 2,4m a cada 8m • Enterrar o mourão ao solo a um metro de profundidade • Fixar dois fios de arame liso paralelos em duas alturas


FOTOS: Rafael Pio e Edvan A.Chagas

isso, deve-se cortar as hastes que produziram no outono a 5 cm do solo. Esse tipo de exploração é principalmente adotado no Rio Grande do Sul.

As plantas iniciam a produção 18 meses após o plantio e a frutificação ocorre nas extremidades dos ramos. Existem duas colheitas, a denominada colheita de verão (dezembro a janeiro) e a colheita de outono (para os cultivares remontantes - março a abril). Na poda, deve-se despontar as hastes que produziram no outono (poda seca), a 1,2-1,5 m; após a saída da dormência,

ou seja, quando as plantas começarem a brotar novamente ao final do inverno, ocorrerá a emissão de hastes 2º (hastes laterais, que são os ramos produtivos, em um total de 20 por planta). Paralelamente, ocorrerá a emissão de novas hastes do solo, na base da planta, que serão responsáveis pela safra da primavera. Após a colheita do verão, deve-se eliminar as hastes que produziram (poda verde) rente ao solo, conduzir as hastes que emergiram da base da planta sem poda, que serão responsáveis pela safra do outono (extremidade do ramo). No inverno seguinte, despontar as hastes que produziram (poda seca). Há a opção de explorar uma única safra, no caso, a safra da primavera; para

Flor da Framboesa cultivar ´Heritage´.

Cultivo protegido em Campos do Jordão.

Podas

Colheita e Comercialização Rendimento homem/dia – 25 a 30 Kg. Deve-se colher os frutos que apresentarem coloração intensa e evitar colher frutos muito maduros, pois são muito perecíveis. Devem-se colher os frutos diariamente, nas horas mais frescas do dia. O período pós-colheita é muito curto. Os frutos podem armazenados a 0º a 5ºC e UR 90% por até 7 dias. O preço pago ao produtor pode atingir R$6 a R$10 por Kg da fruta.

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

a)- 60 cm do solo e arames paralelos a 30 cm um do outro b) - 1,2 m do solo e arames a 30 cm • Conduzir 6 a 7 hastes por metro linear, de cada lado, entre os fios duplos

Framboesa: plantas durante a dormência.

25 Novembro de 2007

Condução em palanques 5 fios (30 cm de distância cada), 8 hastes por metro linear de cada lado.


MARCOS FAVA NEVES

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

Inserção do pequeno produtor no agronegócio

Novembro de 2007

26

Neste artigo buscamos mostrar como o confronto “agronegócio versus agricultura familiar” tem impedido o desenvolvimento de oportunidades, bloqueadas, muitas vezes, pela ideologia, para milhares de pequenos agricultores, principalmente nas regiões mais carentes do Brasil. Para desenvolver este raciocínio iremos abordar a definição de agronegócios, depois discutir as dificuldades do pequeno agricultor e finalmente apresentar um conceito denominado Projeto Integrado de Negócios Sustentáveis (PINS). Por fim, relataremos algumas reflexões para gestores privados e públicos. Agronegócios são “a soma total das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de produção nas unidades agrícolas, do armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles”. John Davis e Ray Goldberg assim os definiram em 1957. Em nenhum momento os autores diferenciam empresas pequenas de grandes, familiares ou empresariais. Basta estar integrado, está no agronegócio. O produtor precisa comprar insumos de forma competitiva, produzir e comercializar seguindo as tendências de mercado, com tecnologia e inovação. Há tempos, as atividades dos agronegócios “antes” e “depois” da fazenda ganham importância na definição do que é feito dentro da fazenda. Daí a dificuldade de um pequeno produtor conseguir acesso a crédito, tecnologia, volume e informações de mercado para se posicionar de forma competitiva. Por isso, de acordo com alguns críticos, a agricultura de pequeno porte estaria fadada ao extermínio, pois ela não suporta a “pressão concentradora”, necessitando de assistência governamental especial. Programas que confinam pequenos agricultores ao assistencialismo geram uma massa de produtores são visão, Marcos Fava Neves é coordenador do Pensa e professor de Marketing e Estratégia da Fearp/USP, Ribeirão Preto (SP). E-mail: mfaneves@usp.br. Site: www.fearp.usp.br/ fava. Clementino de Souza Coelho é diretor da Codevasf - Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba. Luciano Thomé e Castro é gestor de projetos do Pensa e doutorando da FEA/USP.

produzindo e buscando desesperadamente para quem vender aquilo que o mercado muitas vezes não precisa. Depois de um tempo, o produtor abandona a produção e parte para a subsistência e, por fim, abandona o próprio campo e migra. Infelizmente temos uma coleção de casos de insucesso, em especial quando o assistencialismo predomina, como pode ser visto em interessantes relatórios do Banco Mundial, sobre pequena agricultura irrigada no Vale do Rio São Francisco. Todos concordam com a importância da manutenção de pessoas no campo com vida digna e renda. A lógica da eficiência econômica e especialização desafia essa “boa vontade”. Mais recentemente, o Pensa - Programa de Agronegócios da USP, em parceria com a Codevasf - Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco tem tido a oportunidade de implementar estes conceitos através do PINS - Projeto Integrado de Negócios Sustentáveis. O desafio tem sido atrair empresas do setor de alimentos e fibras com forte inserção em mercados nacionais e internacionais para ter nos produtores de perímetros públicos irrigados uma de suas fontes de suprimentos em fruticultura, bioenergia, caprino e ovinocultura, cítricos, avicultura, frutas secas e desidratadas, vegetais minimamente processados e algodão, entre outros setores. Para isso, no “P” de projetos, análises técnicas e de viabilidade econômica e financeira são desenvolvidos para empresas candidatas; no “I” de integração, mecanismos privados de contratos e relacionamentos entre agroindústrias e pequenos produtores são sugeridos; no “N” de negócios, taxas interessantes de retorno às agroindústrias-âncoras são calculadas, bem como a necessária renda interessante ao pequeno produtor familiar; e, finalmente, no “S” de sustentáveis, uma proposta de sustentabilidade social, ambiental e econômica, caracterizada pela oportunidade de vinculação destes projetos a selos de fair trade (comércio justo), orgânicos e sustentabilidade econômica. Trata-se de fazer com que empresas consigam de forma lucrativa se relacionar com pequenos produtores, agregando crédito, assistência técnica, orientações e, principalmente, contratos de compra. Com os pequenos produtores, fazer com

que estes consigam comercializar sua produção de forma segura e fiquem menos sujeitos a variações bruscas do mercado, que não enfrentam na melhor posição. Não se ignoram as dificuldades de relacionamento, sobretudo quando investimentos específicos são disputados pelas duas partes, que têm de se proteger com alternativas. Casos nacionais mostram como a coordenação de sistemas agroindustriais, em especial a melhor relação entre pequenos produtores e agroindústria e/ou distribuidores, faz com que o desenvolvimento seja alcançado e os benefícios do agronegócio sentidos por mais gente. Temos aprendido com casos como a da Agropalma, no Pará que, sendo uma produtora de óleo de dendê, consegue desempenhar este papel para famílias de pequenos produtores com 10 hectares e renda entre R$ 15 mil a 20 mil anuais. Também com a Caliman, no Rio Grande do Norte, que tem sua base de fornecedores assentados com desenhos de contratos e coordenação. A Cooperativa de Pindorama, em Alagoas, consegue produzir açúcar e álcool, sucos de frutas e derivados de coco e leite envolvendo cerca de 22 mil colonos, produzindo em suas terras, um projeto de mais de 50 anos que vale a pena ser visitado. Sem falar na produção de fumo, aves e suínos nos estados do Sul do país que, com modelos de quase integração ou parcerias, mantêm a produção sustentável. Esses casos mostram que o desafio da pequena produção familiar não está em desenvolver programas artificiais de competitividade e sim na sua inteligente interligação com as empresas do setor de alimentos e fibras, que tem clientes e precisam encontrar produtos em sistemas de suprimentos globais, e na coordenação horizontal entre produtores, de forma a estimulá-los na formação de associações e cooperativas, para melhorar a relação com essas empresas jusante em sistemas agroindustriais. Para isso, produtores precisam de parcerias, constância, padrões, contratos e confiabilidade. Este sim é o verdadeiro desafio da agricultura familiar ou de pequeno porte: a integração sustentável.


Estande da Cachaça Elisa (Patrocínio Paulista/SP)

Drª Ana Vera Martins Franco (Premix)

Estande do Apiário Carvalho & Franco

O zootecnista Márcio Armando Oliveira (Aspaco)

- SENAR MINAS - SENAR MINAS Família de Cássia melhora produção de rapaduras com técnicas do SENAR A família Santos, que possui um engenho de canade-açúcar na Comunidade Rural de Itambé, em Cássia (MG), já consegue obter resultados da participação no curso gratuito de “Produção de Melado, Açúcar Mascavo e Rapadura”, ministrado pelo SENAR MINAS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Cássia. A fabricação aumentou em cerca de 25% nos últimos meses e o produto já apresenta melhorias devido a técnicas mais apuradas. Calimério Valério dos Santos, de 69 anos, trabalha em engenho desde os 8 anos de idade. O trabalho foi herdado do pai, que sempre

produzia rapaduras e melados em Cássia. Neste ano, resolveu participar do curso do SENAR, juntamente com a esposa e outros dois filhos, para atualizar seu conhecimento e melhorar a produção. “Meu pai sempre atuou em engenho e depois que ele faleceu continuei produzindo rapaduras”, disse Calimério. “E sempre produzi do jeito que aprendi com meu pai, por isso achei importante fazer o curso do SENAR”, complementou. Experiente no trabalho de engenho, Calimério já possui técnicas de fabricação de derivados da cana-de-açúcar. Mesmo assim, no treinamento aproveitou muitas informações que está pondo em prática na sua empresa

rural. Hoje, o engenho tem um alqueire de canavial próprio e produz cerca de 5 mil rapaduras ao ano. Antes, a produção era de 4 mil unidades. “Aprendi uma técnica de clarear a rapadura muito boa que não conhecia. Antes, a rapadura ficava escurinha e agora ficou uma beleza, clarinha e não vê um cisco. Meu produto melhorou a aparência e a venda”, contou Calimério. Outra vantagem percebida foi no uso correto dos EPIs (Equipamento de Proteção Individual), que não eram usados pela família. Atualmente, todos eles utilizam máscaras, luvas, botas, avental e gorro para fabricar as rapaduras. “Antes não

usava, dá mais segurança no engenho”, observou. Para Calimério, o curso do SENAR ofereceu crescimento na fabricação dos produtos aos filhos. “Meus filhos aprenderam muita coisa e melhoraram muito o serviço no engenho. A família está mais unida”, afirmou. O estoque é todo vendido no mercado interno de Cássia, sendo comercializado a R$ 2,50 a unidade. Com o dinheiro, a família paga as despesas do engenho e da casa. A produção de rapaduras ocorre somente entre julho e outubro, por causa da safra de cana. Por isso, Calimério também possui plantação de café, arroz e milho.

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS

Produtores prestigiaram os eventos.

27 Novembro de 2007

Buscando desenvolver as cadeias produtivas da ovinocultura, apicultura e da cachaça de alambique, foi firmado uma parceria entre o Escritório Regional do Sebrae e a Prefeitura Municipal de Franca (SP). Como fruto desta parceria, foram realizados nos ultimos dias o I Dia de Campo sobre Ovinocultura e o I Encontro de Produtores de Mel e Cachaça Cachaça, ambos no Parque de Exposições “Fernando Costa”. Produtores de toda a região da Alta Mogiana e Sudoeste Mineiro prestigiaram os eventos.

FOTOS: Editora Attalea

Sebrae e Prefeitura de Franca organizam Dia-de-Campo de Ovinocultura e Encontro de Produtores de Mel e Cachaça


Novembro de 2007

28

R E VI S TA ATTALEA AGRONEGÓCIOS


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.