Edição 55 - Revista de Agronegócios - Março/2011

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EDITORIAL

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Lavouras digitais

s Águas de Março caíram prá valer em praticamente toda a região sudeste do país neste mês. Expectativas sempre positivas em grande parte das atividades agropecuárias. Com exceção dos frequentes estragos nas estradas rurais, com o aumento da incidência de doenças e dificuldades em algumas culturas hortícias, as chuvas são sempre bem-vindas. Nesta edição, destaque principal para o plantio de eucalipto. Em artigo do professor da Universidade Federal de Viçosa (MG), Sebastião Renato Valverde, ressalta a preocupação atual com aqueles produtores rurais que plantaram eucalipto, sob os incentivos do governo mineiro, na intenção de comercialização para siderúrgicas. Com a queda dos preços internacionais do ferro-gusa, Valverde alerta para a importância de se criar alternativas para as plantações já efetivadas. Na pecuária leiteira, apresentamos artigo interessante sobre a “Importância do Período Seco para a Prevenção da Mastite”. Em artigos diferenciados, publicamos artigo do Engº Agrônomo Sérgio Parreiras Pereira, do IAC, que

apresenta o novo perfil do agronegócio brasileiro: as Lavouras Digitais. Na cultura do café, o produtor rural recebe orientações quanto aos “Cuidados com o Equilíbrio Nutricional do Cafeeiro” e informações importantes sobre o “Café Resitente ao Bicho Mineiro”. O agricultor recebe, ainda, informações detalhadas sobre a Importância da Análise de Solos - imprescindível para todas as atividades agropecuárias na propriedade. Dentre os eventos do mês, destaque para a Agrishow 2011, com informações sobre as principais novidades em tecnologias para o evento que acontece no início de maio, em Ribeirão Preto (SP). Já em Franca (SP), de 13 a 29 de maio, acontece a maior edição da EXPOAGRO - Exposição Agropecupária de Franca, com mais de 1.000 animais em exposição. Destacamos, também, o Dia de Campo em Pecuária, realizado pela Francal Feiras, Multividas e Via Verde em Patrocínio Paulista (SP). Na pauta, os resultados obtidos com a Transferência de Embrião e Fertilização in Vitro. Boa leitura e abraços a todos!

E-MAILS ALEXANDRE OLIVEIRA Cafeicultor. São Sebastião do Paraíso (MG). “Gostaria de parabenizá-los pela excelente publicação, que descreve o cenário do agronegócio brasileiro com clareza, eficiência e com uma linguagem simples a acessível a todos. Sou um pequeno produtor de café e, por intermédio de um amigo, tive acesso à Revista Attalea. Gostaria de assiná-la”. CARLOS ROBERTO MATIAS Produtor Rural. Nova Resende (MG). “Recebo a revista a cerca de dois anos e gosto muito do conteúdo das reportagens. Vocês estão de parabéns. Gostaria de atualizar o meu endereço.” EDUARDO MANOEL LEMOS Fazendeiro. Passos (MG). “Gostaria de alterar o meu endereço e continuar recebendo a revista.” MARCELINA ANTONIO Técnica em Cafeicultura. Pedregulho (SP). “Gostaria de receber a revista.” RONEY ARANTES ALVES Engenheiro Agrônomo. São Joaquim da Barra (SP). “Gostaria de receber a revista, que será de grande importância, pois sou professor de curso técnico.” MARCOS HENRIQUE DOS SANTOS Técnico em Agropecuária. Unaí (MG). “Gostaria de receber a revista.” JOÃO PIMENTA DE SOUZA NETO Fazenda São Geraldo. São Sebastião do Paraíso (MG). “Interessei-me pela revista e gostaria de recebê-la.” EDUARDO ALVES DA SILVA Estudante de Agronegócios. Palmas (TO). “Desejo receber a Revista Attalea Agronegócios.”

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MÁQUINAS

Agritech lança maior trator de sua linha FOTO: Divulgação

O 1175-4 AGRÍCOLA foi concebido com um design diferenciado, que resultou em um trator com linhas modernas e estilizadas, permitindo que o operador tenha total conforto e ampla visão da operação de dentro do seu habitáculo. A plataforma do trator é de livre acesso, que confere conforto ao operador, com banco ergonômico e alavancas laterais que facilitam o

manuseio. “O lançamento desse trator marca a nossa entrada no segmento de 75 cv, que representa hoje 37% do mercado. Usamos todo o nosso know how de tratores eficientes e econômicos para desenvolver o modelo 1175-4 AGRÍCOLA, uma opção aos produtores que querem um trator com grande capacidade, que possibilite o uso de implementos para tratos culturais, como plantadora semeadora, pulverizador, subsolador, arado, entre outros, que tenha boa manobrabilidade e seja econômico”, destaca o gerente de marketing e pós-venda da Agritech, Pedro Cazado Lima Filho. “Já somos a empresa recordista em vendas de tratores de até 59 cv no Programa Mais Alimentos e com o novo trator certamente serão abertas

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Agritech, fabricante dos tratores e microtratores Yanmar Agritech para agricultura familiar, lançou no mercado maior trator de sua linha. O modelo 1175-4 AGRÍCOLA atenderá lavouras de grãos e culturas que necessitem de tratores com maior poder de tração, graças à potência do motor Yanmar de 75 cv com 16 válvulas e os rodados agrícolas de diâmetro 12.4-24 (R1) na dianteira e 18.4-30 (R1) ou (R2) na traseira para arrozeiros. Mesmo com maior porte, o novo trator da Agritech possui menor raio de giro, devido ao sistema de tração dianteira que permite fazer toda e qualquer operação com a tração ligada, inclusive usando os freios. O motor é de alta performance com 16V, limpo e silencioso, obedece as normas ambientais européias de emissões e proporciona economia de combustível de 10% a 25%, dependendo da aplicação.


MÁQUINAS

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novas oportunidades de negócios. Agora, além da mais completa linha de tratores e microtratores para agricultura familiar, passaremos a atuar em um mercado mais amplo”, completa o gerente de vendas da Agritech, Nelson Watanabe. O novo trator começou a ser desenvolvido em 2007 em conjunto com a versão compacta e envolveu investimentos da ordem de R$ 10 milhões. A Agritech, que hoje atua em um mercado de 5 mil unidades de tratores por ano, com o novo trator de 75 cv pretende ampliar as oportunidades de vendas em um mercado total de 40 mil unidades por ano. “Um trator com as características do AGRÍCOLA era constantemente solicitado pela rede de concessionários da marca, que identificavam mercados potenciais em produtores de grãos em suas áreas de atuação, especialmente nas regiões Sul, Centro-Oeste e Nordeste. Nosso agricultor, que anos atrás usava o microtrator, cresceu, evoluiu e agora precisa de um trator maior”, analisa Watanabe. “Estamos apostando que esse novo trator permitirá um maior crescimento da empresa, poten-

Destaques técnicos do novo trator 1175-4 Agrícola Hidráulico • Uma das melhores capacidades de levante hidráulico de implementos da categoria, de 3.200 kg (rotula) e com a maior vazão do mercado de 80 litros por minuto, equipado com válvula de controle, como ítem de linha. • Sistema de ondulação preciso, que permite excelente desempenho acoplado a implementos para o preparo de solo. • Tomada de força independente e de fácil manuseio através de alavanca, com excelente reserva de torque que proporciona maior rendimento. • Transmissão com 12 velocidades avante e três a ré e melhor escalonamento de marchas do mercado cializando nossa trajetória de crescimento contínuo desde 2001. Em 2009, crescemos 28% em relação a 2008 e estamos buscando este mesmo crescimento também em 2010”, completa o gerente de vendas.

possibilitam o trabalho com uma ampla gama de implementos e velocidade adequada, permitindo ainda o engate e desengate preciso e sincronizados através do sistema collar shift. • Pode contar com super redutor para operações específicas que necessitam de baixa velocidade. • Redução final epiciclíca proporciona uma perfeita distribuição de esforços na redução final. • Eixo dianteiro exclusivo tecnologia japonesa, sem cruzeta totalmente através de engrenagens blindadas em banho de óleo, o que garante alta durabilidade e baixa manutenção. Estão em desenvolvimento outros tratores da Família 1175-4 AGRÍCOLA, com vão livre entre 50 a 60 cm, ideais para construir canteiros na horticultura e tratos culturais em grãos. A


EVENTOS

Sindicato Rural de Piumhi (MG) prepara 9ª Roda de Agronegócios FOTO: Sindicato Rural de Piumhi

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cultor adquira novas máquiregião de Piumhi nas e implementos”, explica (MG) é consiHelenice Miranda, secretária derada o 5º Polo do Sindicato Rural. Mineiro dos NeA Roda de Agronegógócios de Café e tem na força do agronegócio a mola cios conta ainda com o apoio propulsora que movimenta de diversas instituições. “Sem a economia de toda a região. dúvida esta é uma grande Tendo como base esta chance para que o produtor característica e tendo como rural possa adquirir produtos objetivo gerar oportunidacom melhores condições, podes de compra e venda de dendo acompanhar e conheprodutos, promover e amcer o que há de mais moderno pliar relacionamentos entre no agronegócio brasileiro”, produtores e fornecedores, Os agricultores poderão conferir, na 9ª Roda de Agronegócios, as novidades afirma Flávio Filho, presidende mais de 70 empresas. o Sindicato Rural de Piumhi te da Coopiumhi. e a Emater-MG criaram - há nove anos em busca de conhecimento e negócios, O evento acontecerá de 26 a 28 promovendo produtos e marcas junto de maio no Parque de Exposições “Toatrás - a Roda de Agronegócios. O evento tem reunido produtores aos diversos públicos, representados nico Gabriel”. São mais de 70 empree empresas fornecedoras de máquinas, por produtores, empresários rurais, sas em exposição, numa área de 66 mil equipamentos, insumos, serviços e criadores e profissionais do setor”, metros quadrados e um público espenovas tecnologias de apoio a diversas afirma Rafael Alves Tomé, o “Juninho rado superior a 10 mil visitantes. áreas do setor, visando sempre produ- Tomé”, presidente do Sindicato Rural. INFORMAÇÕES “Como as cotações do boi gordo, tos de bom preço e ótima qualidade. “É uma vitrine capaz de atrair os in- do café, do milho e do feijão estão em Sindicato Rural de Piumhi (MG) www.rodadeagronegociosdepiumhi.com.br teresses de todas as cadeias produtivas alta, o momento é ideal para que o agri-

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TECNOLOGIA

A importância da Análise de Solos

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Carlos Roberto D. Filho 1

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procedimento de amostragem de solos é uma prática de grande relevância a fim de determinar a fertilidade do solo, para que possamos corrigir de forma mais precisa as características produtivas do solo, que afetará o potencial de rendimento final da cultura a ser cultivada. A análise tem baixo custo operacional, comparado aos enormes benefícios que nos trás, além de nos informarmos sobre recomendações como calagem e/ou adubação a fim de aumentarmos a produtividade das glebas e por fim diminuir custo utilizado adubações corretas, diminuindo assim gastos por fórmulas desnecessárias, muitas vezes utilizamos formulações acima do recomendado ou contrário. Além disso, pode ser realizado em qualquer época do ano, mas recomenda-se que se faça em 3 meses antes do plantio para que se possa dar tempo para uma boa análise e posterior correções. Uma boa análise de solo depende da correta amostragem na área a ser plantada, por tanto uma amostra bem feita dará maior precisão, por isso devemos seguir al1 - Artigo publicado em WebArtigos (www. webartigos.com).

guns critérios importantes neste procedimento: 1º) - A melhor opção mais adequada para coletas de solo é a páde-corte, onde em plantio direto 15 sub-amostras da secção transversal são suficientes para a coleta de uma amostra representativa de solo, já com a utilização de trados caladores ou rosca recomenda-se mais sub-amostras podendo chegar a (>50) devido à pequena quantidade de solo amostrada em cada sub-amostra. 2°) - Separar a lavoura em áreas homogêneas lembre-se que cada amostragem feita irá representar uma área com características semelhantes, considerando-se: a) - Tipo de solo: Solos diferentes devem ser amostrados separadamente, onde podem ser diferenciada pela sua coloração, topografia do terreno... b) - Histórico e utilização da Lavoura: Áreas com adubações e calagem diferentes ou rotação de culturas diferentes necessitam ser amostrada separadamente. Importante: Cada amostra final não deve ultrapassar áreas superiores a 20 hectares, pois em áreas maiores a amostra ficará comprometida! 3°) - Qual a Profundidade de solo a coletar?

Principais funções dos Macros e Micronutrientes Aumenta a absorção de de K, Ca e Mg. Formação de Proteínas. Uniformiza a maturação dos fruNitrogênio tos.

N

P

Formação de ATP e ADP (energia). Componente estrutural de ácidos nucléicos.

K

Fotossíntese. Translocação dos carboidratos. Resistência das plantas à insetos e doenças.

Ca

Sustentação das plantas. Melhor absorção de água e nutrientes.

Mg

Clorofila e proteínas. Auxilia absorção e transcoloração de Fósforo e ativação enzimáticas.

S

Enxofre

Formação de aminoácidos. Ativador enzimático. Aumenta teor de óleos.

B

Transporte de carboidratos. Coordenação com fenóis.

Fósforo

Potássio

Cálcio

Magnésio

Boro

Co

Cobalto

Cu

Fixação do nitrogênio. Formação da Vitamina B12. Enzima, fotossíntese.

Cobre

Mn

Metabolismo de ácidos orgâniManganês cos. Fotossíntese.

Mn

Fixação do nitrogênio. Redução Molibdênio do nitrato.

Zn

Enzimas, crescimento.

Cl

Fotossíntese.

Zinco

Cloro

Fe

Ferro

Grupo ativo em enzimas e em transportadores de elétrons.


TECNOLOGIA FIGURA 1 - Sequência de operações na Coleta de Amostra de Solo

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a) - à 0–10 cm quando o sistema for de plantio direto, campo nativo e melhoramento de campo nativo. a) - à 0–20 cm quando o sistema for de plantio convencional, hortaliças ou frutíferas 4°) - Como percorrer as glebas? Uma forma muito utilizada é o caminhamento em zigue-zague pois atingimos mais sub-amostras em locais distintos abrangendo a maior parte da área, conforme figura. Cada ponto saíra uma sub amostra que deverá ser colocada em um balde após todos os pontos feitos, onde devemos misturar bem e posteriormente retirar as 500 gramas que irá para o laboratório, mas atenção o recomendado é fazer de 10 à 20 sub-amostras simples para cada área amostrada. 5°) - Procedimento de envio da amostra ao Laboratório de Solos: a) - Após a coleta da amostra composta devemos separar cerca de 500 gramas de solo e colocar em um saco plástico limpo sem resíduos, não utilizar sacos de adubo, pacote de sal, farinha, pois podem interferir na análise final do laboratório em virtude de possuir resíduos. b) - Não esquecer de identificar as amostras de solo, com etiquetas onde forneçam algumas informações como profundidade coletada, dados da localização da área amostrada, glebas, e dados padrões do cliente. c) - Enviar de forma imediata ao laboratório,

não expor o solo a altas temperaturas, pois pode interferir na amostra, podem ocorrer reações. Existem 2 tipos de análises feitas pelos laboratórios são elas: Análise Básica: São avaliados argila, pH em água, índice SMP, matéria orgânica, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e alumínio. Análise Completa análise básica + enxofre + micronutrientes (manganês, cobre e zinco); Para se ter uma maior qualidade sempre prefira laboratórios credenciados e que possuem um selo de qualidade. A interpretação da análise de solo deve ser feita por um Engenheiro agrônomo, para que possa orientar da forma mais correta possível. A


LEITE

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Maria Aparecida V. Paiva Brito1

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período seco é definido como o período de descanso, no qual as vacas em lactação deixam de ser ordenhadas antes de uma nova parição. De acordo com as alterações fisiológicas, bioquímicas e imunológicas que ocorrem na glândula nesse período, ele pode ser dividido em três fases. Destas, a primeira e a terceira são as mais importantes do ponto de vista de controle

1 - Pesquisadora da Embrapa Gado de Leite. Email: mavpaiva@cnpgl.embrapa.br. 2 - Publicado no Informativo Eletrônico Panorama do Leite nº 33.

e prevenção da mastite. A primeira fase corresponde às primeiras três semanas após a interrupção da ordenha. Nesse período ocorre a involução da glândula, ou seja, o estabelecimento das condições para cessar a produção de leite. Há acúmulo de leite no úbere, aumento da pressão na glândula e decréscimo da atividade secretória. As alterações bioquímicas, o aumento da pressão intramamária, que pode levar ao escape de leite pelos tetos, e o tempo requerido para alcançar o estado de completa involução da glândula, tornam essa fase muito susceptível às infecções.

A terceira fase é também de grande susceptibilidade às novas infecções, e corresponde ao período imediatamente antes do parto, quando o úbere se prepara para a síntese do leite. Nessa, que é também chamada de colostrogênese, ocorrem fenômenos opostos à involução. Há aumento de tecido mamário e da atividade secretória. O úbere acumula grande volume de secreções, aumentando a pressão na glândula, que pode levar ao escape de colostro pelos tetos. A fase intermediária (segunda) entre a involução e a colostrogênese é considerada de grande resistência

Abrigos móveis e adaptados oferecem proteção aos bezerros

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sistema de criação de bezerros leiteiros em abrigos móveis já é uma tecnologia difundida há mais de 15 anos e consolidada entre os produtores. Para aperfeiçoar essa ferramenta de manejo, a Embrapa Pecuária Sudeste investe na difusão da chamada ‘Casinha Tropical’, um aperfeiçoamento das técnicas conhecidas até então. Desenvolvida para oferecer mais conforto aos animais, a casa reduz a incidência de doenças e barateia os custos para o pecuarista. Geralmente criados em galpões, em esquemas de baias individuais elevadas ou alojamentos coletivos, os bezerros acabam sendo vulneráveis a doenças como pneumonia e diarréia devido ao excesso de umidade e pouca ventilação dos ambientes. O pesquisador André de Faria Pedroso ainda comenta que os gastos com as antigas estalagens eram bastante elevados, ao contrário da casinha tropical, que é construída com tábuas, ripas e caibros e telhado duplo de folhas de zinco que reduz a temperatura interna em cerca de 2°C. “De forma geral, a característica básica dela é ser um abrigo totalmente aberto, sem paredes laterais. O telhado oferece a sombra aos bezerros e aos FOTO: Revista Attalea Agronegócios

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Importância do período seco para a prevenção da mastite

cochos de fornecimento de alimento concentrado. A idéia foi construir o abrigo o mais arejado possível e que fosse bastante leve para ser deslocado frequentemente. O produtor não deve mudar o tipo de telhado recomendado, pois a camada de ar entre as lâminas torna-se isolante, impedindo a transmissão do calor do sol para os animais”, explica André Pedroso, ressaltando que a casinha de madeira deve ter dimensão aproximada a 1m de largura por 1,50m de altura e 1,40 de fundo. Outro aspecto importante da técnica é que os filhotes são presos através de coleira reforçada e fixada no solo por um grampo de metal. Com isso, aumenta-se a vida útil da casinha e o animal fica mais protegido. O bezerro não fica preso dentro da casa e pode explorar a área ao redor, o que per-

mite um ambiente com menos concentração de fezes e urina. O pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste também observa que esse tipo de alojamento é utilizado durante o período de aleitamento. O animal recebe o tratamento desde seu nascimento até os seus 45 a 60 dias idade, quando já é desmamado. Todo o leite será fornecida na própria casinha. “Esse tratamento facilita o manejo dos bovinos para pesagem e tratamentos veterinários, pois a coleira deixa-os mais dóceis. A criação de bezerros exige principalmente que os encarregados pelos cuidados dos filhotes tenham noções de higiene e muito cuidado na limpeza dos materiais utilizados, como mamadeiras e baldes. Devem ser pessoas pacientes com os animais e ter essa atividade como prioridade. Muitas vezes, o pecuarista coloca ordenhadores ou trabalhadores responsáveis pelo trato dos animais que não tem o tempo necessário. Uma recomendação bastante válida é que, se possível, a prática seja feita por mulheres nessa fase da criação”, exalta André.

INFORMAÇÕES Embrapa Pecuária Sudeste Tel. (16) 3411-5600 Email: sac@cppse.embrapa.br


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a novas infecções intramamárias. Porque controlar mastite no período seco: O objetivo do controle de mastite durante o período seco é ter o menor número possível de quartos mamários infectados na próxima lactação. Espera-se, assim, que o úbere livre de infecção após o parto esteja apto para produzir a máxima quantidade de leite, com baixa contagem de células somáticas (CCS). Na ausência de medidas de prevenção e controle efetivas, mais quartos mamários estarão infectados após o parto do que no início da secagem. De maneira semelhante ao controle da mastite em geral, as estratégias para fortalecer a saúde do úbere durante o período seco devem ser direcionadas para a eliminação das infecções presentes e prevenção de novas infecções. Causas de novas infecções no período seco: Os principais fatores que contribuem para o aumento das novas infecções intramamárias no período seco são: 1. - Interrupção da ordenha, que além do leite, retira bactérias que penetram pelo canal do teto; 2. - Interrupção da desinfecção dos tetos após a ordenha; 3. - Aumento da pressão intramamária, que pode levar ao escape de leite, no início, ou de colostro, no final do período seco; Não formação, ou formação incompleta do tampão de queratina. O tampão de queratina é um importante elemento protetor do úbere nesse período. Esse tampão vai se formar no canal do teto após a secagem do animal, e constitui uma barreira natural à penetração de bactérias na glândula. Os canais dos tetos protegidos pelo tampão de queratina têm 1,8 vezes menos probabilidade de desenvolver nova infecção intramamária no período seco.

Controle da mastite no período seco: a importância do controle da mastite durante o período seco foi reconhecida há mais de 30 anos atrás. Nessa ocasião, uma série de estudos mostrou que a taxa de novas infecções intramamárias era seis vezes maior nas primeiras três semanas após a secagem da vaca. A exposição aos microrganismos do ambiente pode ocorrer durante todo o período seco. O risco de novas infecções por patógenos ambientais (coliformes e estreptococos do ambiente) pode ser até 10 vezes maior do que durante a lactação, com a maioria das infecções ocorrendo na fase inicial (de involução) ou na final (colostrogênese). Em geral, a maioria das infecções intramamárias presentes no momento do parto são infecções novas, adquiridas durante o período seco. Raramente essas infecções causam mastite clínica no período seco, mas podem causar casos clínicos na próxima lactação ou persistir como infecções subclínicas, com aumento da contagem de células somáticas. Trabalho de pesquisa realizado no Reino Unido demonstrou que cerca de 50% de todos os casos clínicos de mastite que ocorrem no início da lactação (primeiros 100 dias no leite), causados por patógenos ambientais, resultaram de infecções adquiridas durante o período seco. A recomendação de tratamento com antibiótico de todos os quartos mamários de todas as vacas após a última ordenha (terapia da vaca seca, TVS) é uma das medidas efetivas para eliminar as infecções subclínicas existentes no rebanho e prevenir novas infecções no início do período seco. O uso de um produto efetivo contribui para eliminar de 70% a 90% das infecções existentes no rebanho. A eliminação das infecções causadas por Staphylococcus aureus tem menor sucesso. O tratamento à secagem também reduz a incidência de novas infecções em cerca de 80%. Preparações de antibióticos que duram por longos períodos no úbere foram formuladas para essa finalidade. É recomendado também, que o ambiente das vacas deve ser o mais limpo e seco quanto possível. Esse aspecto é importante para reduzir ao máximo a exposição aos patógenos do ambiente, em especial nas fases de maior susceptibilidade da glândula. Alguns autores também destacam a importância de uma alimentação balanceada nesse período para reforçar a resistência da vaca e melhorar a saúde de úbere. Por exemplo, níveis adequados de vitamina E e selênio parecem contribuir para potencializar os mecanismos de resistência às infecções no momento da parição e início da lactação. Em alguns países, a prevenção da entrada de microrganismos pelo canal do teto tem sido tentada com selantes de tetos, de uso interno ou externo. Conclusão: A aplicação do conhecimento da fisiologia da lactação durante o período seco e os resultados de pesquisas realizadas, indicam que esforços devem ser direcionados para o controle da mastite neste período, mais especificamente, para na prevenção de novas infecções, pois estas podem causar problemas na próxima lactação da vaca. A


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rincipal vitrine de tecnologia e novidades no setor de agribusiness, a Agrishow 2011 18ª Feira Internacional da Tecnologia Agrícola em Ação - ocorre de 2 a 6 de maio, no Polo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro-Leste, em Ribeirão Preto (SP). A área de comercialização está praticamente toda vendida. Depois de uma edição cheia de mudanças em sua infraestrutura, para melhor atender expositores e compradores, outras novidades vem por aí. Em 2010 foi dado início à regionalização do evento, para otimizar a visita do comprador. Neste ano o evento contará com mais setores regionalizados, como Irrigação, Armazenagem, Aviação, Automobilístico, Caminhões e Transbordos, Pneus, Pecuária e Ferramentas. Com uma área total de 360 mil m², organizada e promovida pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, a Agrishow 2011 deve reunir cerca de 730 marcas, de 45 países, incluindo as maiores indústrias de tratores e colheitadeiras do País, que participarão com áreas maiores. Mais de 800 demonstrações de campo deverão ocorrer durante o evento. Entre as novidades que estão sendo preparadas para este ano destaca-se a Oficina de Fazenda, situada dentro do Pavilhão Oeste. Empresas do setor de ferramentas irão montar uma oficina modelo, com tudo o que há de mais moderno no mercado.Outro destaque é que, pela primeira vez no evento, haverá a exposição de cavalos. Em um espaço de 900 m2, a Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Campolina irá demonstrar toda a genética desenvolvida nesses animais. Inf. www.agrishow.com.br A

Mangalarga Marchador é novidade na 42ª Expoagro

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Comissão Organizadora da 42ª EXPOAGRO - Exposição Agropecuária de Franca (SP) praticamente definiu a agenda de eventos técnicos que acontecerão no Parque de Exposições “Fernando Costa”. Com data extendida para três turnos neste ano, o evento acontecerá de 13 a 29 de maio e contará com grandes novidades. Os melhores criadores do país em bovinos, equinos, muares e ovinos desfilarão pela pista principal de julgamentos, que este ano apresentará uma grande novidade: um espaço para negócios, com o apoio do Escritório Regional do Sebrae e do Banco do Brasil. De 13 a 15 de maio acontecerão, simultaneamente, as exposições de Cavalo Árabe, a Copa de Marcha de Muares e um Encontro de Muladeiros. De 19 a 22 de maio teremos as exposições de Cavalo Mangalarga, Gado Nelore, Ovinos Santa Inês, Dorper e Morada Nova e a tradicional exposição de cães. Finalizando o evento, de 26 a 29 de maio teremos: a 1ª Exposição Regional do Cavalo Mangalarga Marchador (novidade); a 6ª Exposição Especializada de Gado Girolando; a 5ª Exposição Especializada de Gado Gir Leiteiro; os torneios leiteiros de Girolando e Gir Leiteiro. A Expoagro realizará, ainda, com o apoio do Sebrae e do Banco do Brasil, o 4º Congresso Francano de Agronegócios. Inf. www.franca.sp.gov.br/expoagro A

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Tecnologia e novidades na Agrishow 2011

EVENTOS


CAFEICULTURA

ARTIGO

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Estamos Bebendo “um Bagulho de Café” Armando Matielli - Engº Agrônomo, MBA na FGV, presidente Executivo da SINCAL, cafeicultor, Fazenda Jacutinga, Guapé (MG). [ www.sincal.org.br ]

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os últimos tempos estamos acompanhando o desenvolvimento do consumo Interno de café baseado nas estatísticas da ABIC - Associação Brasileira da Indústria de Café. Estatísticas essas que nos parece muito duvidosa. Calculando a evolução das exportações brasileiras, que são informados pelos Ministério da Agricultura e da Indústria e Comércio que realmente são precisos e somados aos números da ABIC e o balanço de 10 anos, baseado nas previsões da EMBRAPA e atualmente CONAB, chegamos a conclusão que existe um déficit ou um erro de 50 milhões de sacas. UM ABSURDO!!! Onde foram parar essas 50 milhões de sacas? A EMBRAPA e a CONAB erraram tanto assim? Ou a ABIC manipulou os números para dar uma conotação de crescimento do mercado interno de forma contínua, como vem ocorrendo, para beneficiar seus associados das políticas cafeeiras, do dinheiro do Funcafé, inclusive beneficiando multinacionais filiadas à ABIC. Dentro desse contexto estamos colocando em “check” os números da ABIC e com razão, pois, além disso, a ABIC confirma um consumo de 19,2 milhões de sacas em 2010. É duvidoso!!!! Pois, essa informação é incompleta e é omissa. Pois, colocar esse consumo não citando claramente a composição desse café é uma total omissão. Dentro do descrito podemos afirmar que os 19,2 milhões de sacas consumidas no mercado interno é composto aproximadamente de: a) - 9,5 milhões de sacas de Robusta (Conilon). b) - 5,0 milhões de sacas de P.V.A (preto,verde,ardido)

c) - 4,7 milhões de café (?) Arábica, na grande maioria de cafés ruins, pilhas batidas e outros não aceitos pelo mercado externo. Onde tiramos esses números: 1) Os 9,5 milhões de Robusta vem da diferença da produção (CONAB) subtraindo a exportação e o solúvel. 2) P.V.A (preto,verde e arábica) referente a aproximadamente 10% de produção brasileira. 3) 4,7 milhões de sacas de arábica vem de diferença para completar os 19,2 milhões de sacas. Senhores, o consumo do Robusta (Conilon) na proporção de 50% é um abuso ao paladar dos nossos pobres consumidores. Não somos contra o uso do Robusta. mas nessa proporção está, com certeza, inibindo o consumo e prejudicando o próprio Robusta. Esses 5 milhões de sacas de P.V.A, que é um resíduo dos cafés que quando maquinados nas cooperativas e comércio de modo geral, vão para as torrefações e deveriam retornar às lavouras cafeeiras como esterco ou para Biodiesel, como o projeto da UFU - Universidade Federal de Viçosa. O consumo do P.V.A é uma irresponsabilidade, pois esse café está contaminado de fungos cujos metabólitos poderão ser altamente prejudicais à saúde humana. Onde que está a ANVISA que não está vendo isso? Na semana passada, a ABIC reclamou dos preços do café como matéria prima. Reclamam do quê? Ainda citam que o preço de R$ 470,00 por saca do café é muito caro. Mas, lembramos mais uma vez que, infelizmente, a maioria dos sócios da ABIC utilizam uma porcentagem quase que desprezível ao café de qualidade. Portanto, achamos que pela qualidade do café oferecido pela grande maioria dos sócios da ABIC os preços

deveriam ser menores que os atuais, pois, são verdadeiros “Bagulhos” enfiados de “goela abaixo” nos consumidores. Pobres dos cafeicultores que cultivam o Conilon nos estados do Espírito Santo e Rondônia, pois, estão nas mãos dos sócios da ABIC, que utilizam 85% de produção nacional. Com a elevação dos preços da Arábica e, para manter as margens de lucro, os torrefadores locais estão abusando dos preços baixos do Conilon e como compram 85% do Conilon produzido no Brasil monopolizam o mercado e os preços. Portanto, os produtores de Conilon estão encurralados no mercado interno. Pensem!!! Partem para outras possibilidades do mercado extremo ou ficarão “ad eternum” nas garras dos sócios da ABIC recebendo o que eles querem pagar. Senhores cafeicultores e líderes dos Estados do Espírito Santo e de Rondônia, vocês precisam urgentemente de um PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO com gestões definidas para o agronegócio café Conilon. Outro ponto importante trata-se da NI-16 do MAPA para regulamentar (?) a qualidade (?) de café, onde está estipulado acréscimo de 5% de água. INACREDITÁVEL, pois temos o equivalente a 1.000.000 de sacas de café em forma de água. Podemos utilizar esses cafés de alguns sócios da ABIC como esterco, pois, o P.V.A não passa de resíduos/matérias orgânicas que acrescentado com água, torna-se um excelente composto para os vasos das donas de casas. GENTE JUÍZO!!! Dentro de toda essas explicações os mais prejudicados são os consumidores brasileiros (nosso povo) e os pobres cafeicultores que estão a mercê de sua política cafeeira sem gestão, amadora e aceitando essas barbaridades. A


TECNOLOGIA

Lavouras Digitais, o novo perfil do agronegócio brasileiro úmeros favoráveis fazem fazendeiros e empresários buscarem, cada vez mais, novas maneiras de enfrentar o mercado. O agronegócio é responsável por quase 25% do PIB - Produto Interno Bruto brasileiro e o cenário atual inspira confiança. Ao analisá-lo, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, confirma o que dizem especialistas: a perspectiva é favorável para o agricultor em 2011. De acordo com um levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em janeiro, mas só agora divulgado, a safra nacional de grãos no ciclo 2010/2011 deve atingir um recorde de 153 milhões de toneladas. Um aumento de 2,6% em relação à safra passada. Parece pouco, mas são cerca de 4 milhões de toneladas a mais que a última safra. Como os números são promissores, os produtores rurais entraram definitivamente na briga por fatias maiores de mercado, tanto nacional quanto internacional. Uma das alternativas encontradas foi o fortalecimento da marca de seus produtos. Com isso, outro mercado se aquece: o das agências de marketing. Ainda que forte na economia nacional, boa parte dos protagonistas do segmento permanecia anônima até bem pouco tempo. Com os novos rumos que o agronegócio parece seguir, empresários e produtores (re)descobriram o poder do marketing para alavancar preços e vendas. O setor vem amadurecendo desde a primeira metade da

1 - Engº Agrônomo, Mestre em Fitotecnia, Pesquisador Cientifico do IAC-Centro de Café ‘Alcides Carvalho’, Doutorando da Universidade Federal de Lavras, Coordenador do Núcleo de Manejo da Lavoura Cafeeira do CBP&D/Café

década de 80, quando o então ministro do Planejamento Antônio Delfim Neto anunciou uma série de cortes nos subsídios para o setor. Entretanto, onde muitos viram pedras, outros viram degraus. Para sobreviver ao novo cenário que despontava, era preciso buscar novas técnicas destinadas a elevar e garantir a rentabilidade dos empreendimentos. As mudanças de perfil do agronegócio e de seus produtores começavam aí e seguem positivas até os dias de hoje. De acordo com a Associação Brasileira de Marketing Rural e Negócio (ABMR&N), o objetivo agora é fortalecer as ações de marketing em toda a cadeia produtiva. Um esforço que já conseguiu reunir cooperativas, fabricantes de insumos, prestadores de serviços, veículos de comunicação, agências de publicidade, institutos de pesquisa e consultorias especializadas. Ainda segundo a Associação, o segmento evoluiu na geração de produtos, a nível quantitativo, mas ainda engatinha quando o assunto é agregação de valor. A saída encontrada pelos produtores veio com a utilização de outra ferramenta muito eficaz e, até então, pouco ou mal utilizada no campo: os recursos digitais. Um levantamento feito pela ABMR&N em parceria com o Instituto Ipson Marplan, divulgado em 2010, mapeou os hábitos de mídia do produtor rural brasileiro. A TV ainda é o meio mais bem visto para divulgação de mensagens sobre novos produtos, máquinas e equipamentos. No que tange aos veículos impressos (jornais e revistas) em 10 anos, os números caíram. Em 1999, 33% dos produtores liam revistas do

setor agrícola. Esse número caiu para 24% em 2009. O mesmo aconteceu com os jornais especializados. Em uma década, o número de leitores caiu de 58% para 32%, queda de mais de 25%. Mas os números mais expressivos são os relacionados à internet. No fim da década de 90, somente 3% dos empresários rurais e produtores acessavam a web. Em 10 anos, saltou para 30%, um aumento considerável de 27%. E a tendência é que esse número aumente cada vez mais. O homem do campo vive um momento de transição. Antigamente, a idéia da tecnologia do campo era sinônima de desemprego. Máquinas no lugar de trabalhadores. Hoje, sabe-se que tudo isso não passa de lenda rural. As tecnologias da informação são uma grande aliada: economizam tempo e dinheiro quando aplicada aos trabalhos na lavoura e podem ser úteis na administração e gerenciamento das fazendas. Como exemplo, cito o software desenvolvido pela empresa Agrogenius, de Três Pontas (MG), que auxilia o produtor em todo o gerenciamento da fazenda e também no processo de certificação do produto. Antes, era preciso que os auditores ficassem o dia todo na fazenda, conferindo folha por folha os dados para a certificação. Com o software, esse tempo caiu, de um dia todo, para apenas três horas. Vislumbrando um mercado promissor e pouco aproveitado, a empresa decidiu investir todas as fichas no software. O principal investimento foi a contratação de uma agência de comunicação para auxiliar nos trabalhos de divulgação do software. A

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Pesquisa revela quantidade de gás carbônico liberada na produção de café

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ma pesquisa inédita no Brasil revelou a quantidade de gás carbônico liberada na produção de café. Na Europa estes índices já aparecem nas embalagens dos produtos para atestar a preocupação com o meio ambiente. No Brasil, os cafeicultores já estão mais atentos à importância das práticas sustentáveis no campo. O estudo se propôs descobrir quanto cada pé de café gera de gases de efeito estufa. Durante cerca de um ano foram analisadas três propriedades rurais: no sul de Minas Gerais, no cerrado mineiro e na zona da mata de Minas. Foram considerados plantio, manejo, colheita, transporte e processamento. Foi contatado que são os fertilizantes nitrogenados são os maiores emissores de CO2 na cafeicultura. Mas as conclusões não param por aqui. O pesquisador Carlos Clemente

Cerri, professor do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da USP, afirma que o café está entre as culturas que menos emite gases de efeito estufa na atmosfera. “É um valor baixo e equivalente de um a três quilogramas de CO2 equivalente por cada quilo de café produzido. É um valor baixo se comparado a outros produtos”, explica. Mas não há consenso sobre isso. O pesquisador do IEA, Celso Vegro, avalia que não há como ter certeza se o café emite mesmo pouco gás carbônico. “Este tipo de comparação não é pertinente, não é científica e devemos nos afastar dela. Nós conhecemos quanto o café produz e em cima deste indicador nos temos que trabalhar visando mitigar este impacto”, ressalta. É justamente isso que o cafeicultor Sergio Bronzi está tentando fazer, em Araguari (MG). Ele vê na produção sustentável uma forma de permanecer

competitivo no mercado. “Eu consigo atingir mercados que o café comum não atingiria e consigo ter mais tempo de produção”, conta. “Nós precisamos nos anteceder às exigências do mercado. Na Europa já estão colocando no rótulo quanto que ele emite para produzir um determinado produto. Já começa a ter uma preocupação não só com a qualidade do café, mas como ele impacta este ambiente”, reforça Cerri. (FONTE: Canal Rural)

VOCÊ SABIA?

por Hélio Casale

# Que o café ao ser torrado, proteínas, aminoácidos, lipídios e açúcares originam quase mil compostos voláteis, responsáveis por seu aroma característico. # Que os cafés chamados de especiais são avaliados pelos atributos, ao contrário dos cafés comerciais que se observam defeitos nos grãos. O especial não pode apresentar nenhum defeito e precisa ter atributos bem definidos e especificados: aroma, corpo, sabor, acidez. De uma classificação por pontos que vai de 0 a 100, com mais de 80 pontos o café é considerado especial, bem como seu preço. # Que em 1822, surgiu na França o protótipo do que posteriormente seria a máquina de café espresso. Os italianos a aperfeiçoaram e, em 1905, comercializaram a primeira máquina. O sucesso foi imediato. No mundo todo, inclusive no Brasil, cresceu o consumo de café graças a essa nova forma de preparo. Já quase não se fala mais em café de coador. # Que a frutose é o açúcar presente nas frutas. Fornece a mesma quantidade de calorias que o açúcar de cana, mas seu poder adoçante é 33% maior que o do açúcar comum.


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Frutos de cafeeiro sob ataque da Cercosporiose

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Alysson Vilela Fagundes 1

hegamos à época de finalizar as adubações. Conforme o programado no início do período das águas, as adubações de NPK são divididas em três ou quatro parcelamentos, iniciando no final de outubro e encerrando no final de março. Por isso é de grande importância a avaliação do estado nutricional da lavoura e a verificação de possíveis desequilíbrios nutricionais, visto que o tempo hábil para correções é curto. A adubação e calagem devem suprir os nutrientes em quantidade suficiente sem esquecer do equilíbrio adequado entre os vários nutrientes, visando seu melhor aproveitamento. O excesso de alguns é prejudicial, tanto pelo maior investimento necessário, como pelos desequilíbrios e antagonismos causados. A falta, igualmente, leva ao desequilíbrio e a deficiências. É comum o produtor efetuar sua adubação sempre com uma fórmula padrão NPK e não prestar atenção nem na disponibilidade já existente no solo, que pode influir na dose e na relação entre esses 3 nutrientes, nem se preocupar com o suprimento de outros nutrientes importantes, como o Ca e Mg e os micronutrientes. Além disso, essas aplicações padronizadas de NPK podem levar a desequilíbrios prejudiciais, como a relação K/Mg, P/Zn etc. A correlação entre o estado nutricional do cafeeiro e a intensidade das pragas e doenças é bem nítida para algumas e pouco importantes para outras.Uma relação muito importante a ser observada é a relação Nitrogênio/Potássio (N/K); se tivermos um desbalanço favorável ao nitrogênio, teremos problemas com o complexo de doenças Phoma/Ascochita/ Pseudomonas, doenças essas favorecidas pelo excesso de nitrogênio em relação a potássio. Se tivermos um desbalanço favorável ao potássio, teremos problemas com a Cercosporiose. Portanto é de grande importân-

1 - Pesquisador da Fundação PROCAFÉ; Professor de Pós Graduação do UNIS-MG e Consultor Técnico

cia a manutenção dessa relação equilibrada para não haver além do desequilíbrio nutricional, ataques inoportunos dessas doenças, visto que os controles químicos de tais doenças são menos eficientes nessas situações de desequilíbrios nutricionais. A checagem do equilíbrio nutricional pode ser feito por meio de análises foliares, as quais trarão os resultados dos diversos macro e micronutrientes envolvidos na nutrição do cafeeiro. Caso o desequilíbrio seja constatado, a correção deverá ser realizada o quanto antes possível, visto que já estamos no final da estação chuvosa no sul de Minas. Se o problema for relacionado aos macronutrientes, a solução é a realização de adubações de solo, já se o caso for de micronutrientes, a solução é mais fácil, pois o reequilíbrio poderá ser estabelecido com aplicações foliares. Os principais desequilíbrios que podem ocorrer em lavouras de café são os seguintes: a)Excesso de calcário - deficiência de micronutrientes, Zn, B, Cu, Fe e Mn e provável desequilíbrio para K (pelo antagonismo com Mg e Ca do calcário). b)Excesso de nitrogênio - deficiência de B, Cu, Zn e Fe e maior susceptibilidade a Phoma e Pseudomonas. c)Excesso de P no plantio - deficiência de Zn e Cu. d)Excesso de K - deficiência de Mg e Ca e muitas vezes de B. e)Excesso de matéria orgânica - deficiência de cobre. A

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Fundação Procafé alerta para os cuidados com o equilíbrio nutricional do cafeeiro


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esquisadores da Embrapa e da Fundação Procafé, em Varginha, no sul de Minas Gerais, estão conseguindo clonar mudas de café arábica. Essas plantas são resistentes ao ataque do bicho mineiro, uma praga que pode devastar o cafezal. Nas lavouras de café ficam as marcas do bicho mineiro. As manchas claras nas folhas são os sinais de que a lagarta passou por ali. O ciclo da praga começa com uma mariposa que coloca os seus ovos na folha. Eles se desenvolvem dentro de uma espécie de casulo e dão origem à lagarta que se alimenta da folha. A lagarta pequena, com cerca de quatro milímetros, provoca grandes prejuízos. as folhas atacadas caem, o que acaba enfraquecendo o cafeeiro. O combate é feito com agrotóxicos. Na Fazenda Experimental da Fundação Procafé, em Varginha (MG), existem 400 pés de uma variedade de café arábica resistente à esta praga. Eles são clones resultantes de melhoramento genético. “As matrizes foram selecionadas em regiões onde há grande ataque de bicho mineiro, principalmente na região de Cerrado. As primeiras observações foram feitas pelo Instituto Agronômico de Campi-

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Pesquisadores clonam café arábica resistente ao bicho mineiro

nas (SP). Eles observaram que algumas plantas de café arábica cruzadas com outra espécie, produziam plantas resistentes ao bicho mineiro. No final da década de 70, essa plantas vieram com o antigo IBC e de lá para cá iniciou-se o trabalho de seleção de plantas matrizes visando a produção clonal”, explicou Carlos Henrique de Carvalho, agrônomo do Procafé. Mas até chegar às lavouras os clones são desenvolvidos em laboratório. O primeiro passo é a higienização das folhas de pés já existentes com álcool e hipoclorito de sódio para retirar fungos e bactérias. Depois, os vege-

tais são cortados em pequenos pedaços colocados em uma espécie de gelatina, rica em nutrientes. O material fica seis meses se desenvolvendo no escuro e se transforma em calos. Hormônios do crescimento ajudam na multiplicação do material genético. Cada folha é transformada em muda, levada à casa da vegetação - um lugar com o clima regulado entre 22º e 29º. Na última fase, a muda está pronta para ir para as lavouras. De acordo com a Embrapa, testes feitos em fazendas experimentais da Procafé no sul de Minas Gerais durante cinco anos já comprovaram que os clones são realmente resistentes ao bicho mineiro. Agora, a idéia é fazer com que as mudas sejam produzidas em larga escala. As pesquisas demonstram que uma infestação severa do bicho mineiro, com queda das folhas na época da florada, pode reduzir a produção do cafeeiro em até 50%. Essas plantas resistentes são a nova esperança de enfrentar a praga com menos gasto na A lavoura. (FONTE: Globo Rural)

Tanzânia descobre variedades de café resistentes à doenças

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Instituto de Pesquisa de Café da Tanzânia (TaCRI, na sigla em inglês), descobriu cinco novas variedades híbridas de grãos arábica e robusta resistentes à doenças e de maior produtividade, de acordo com o jornal “The Guardian”. Segundo oficiais do TaCRI, descobriu-se que as variedades tem uma tolerância maior a doenças como ferrugem, entre outras. O presidente da instituição, Vedastus Ngaiza, afirmou que as sementes híbridas têm um limiar mais elevado para infecções e oferecem maior produtividade do que as variedades existentes. (FONTE: Agência Safras) A


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Banco Ativo de Germoplasma de Café fortalece programa mineiro de melhoramento FOTO: Epamig

Pacamara, Cera e Guatenano e também alguns derivados dos materiais Dilla & Alghe, BE5 Wush-Wush, S12 Kaffa, S4 Agaro, DK1/6 e ou-tros acessos portadores do fator SH3. Esses acessos foram coletados pelo pesquisador Antonio Alves Pereira, conhecido como Tonico, nas regiões cafeeiras brasileiras e de outros países, em bancos de germoplasma e em outros locais que disponham de algum exemplar que inclua variabilidade genética de interesse. O pesquisador desenvolve amplo

Fazenda Experimental de Patrocínio, na região do Alto Paranaíba. O projeto, atualmente financiado pela FAPEMIG - Fundação de Apoio à Pesquisa de Minas Gerais, pelo CNPq e pelo Consórcio de Pesquisa Café, conta com a colaboração de uma equipe de pesquisadores de renomadas instituições de ensino e pesquisa, como EPAMIG, Embrapa Café, Universidade Federal de Lavras (UFLA) e Universidade Federal de Viçosa (UFV). Desde 2009, por meio da articulação do Polo de Excelência do Café, está em desenvolvimento o projeto para a caracterização morfo-agronômica do Banco de Germoplasma. O banco implantado conta com 1327 acessos e apresenta uma grande variabilidade genética constituída de fontes de resistência a pragas e doenças do cafeeiro. Existem acessos com diferentes portes e arquiteturas de plantas, que poderão ser úteis para o desenvolvimento de cultivares com características adequa-

das aos tipos de colheita mecânica e manual ou com características específicas de adaptação a novas fronteiras agrícolas ou de qualidade do produto. O Banco de Germoplasma representa o reservatório de variabilidade genética natural, potencial e indispensável para os programas de melhoramento das espécies cultivadas. Constitui uma coleção de recursos genéticos do gênero Coffea coletados em instituições públicas, empresas privadas e em lavouras particulares nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Espírito Santo. Os cafeeiros amostrados apresentavam idades variadas, merecendo destaque especial para as seleções de Bourbon, contando com exemplares coletados em lavouras centenárias. Dentre os acessos, além das seleções de Bourbon, destacam-se alguns materiais dos grupos Caturra, Híbrido de Timor, Mundo Novo, Catuaí, Catimor, Sarchimor, Sumatra,

projeto de melhoramento desses materiais. De acordo com a coordenadora do projeto de caracterização morfoagronômica, Juliana Costa de Rezende, pesquisadora da Unidade Regional da EPAMIG Sul de Minas, o conhecimento da variabilidade genética permite o desenvolvimento de cultivares com características agronômicas e tecnológicas de interesse para manutenção da permanente competitividade e sustentabilidade da cafeicultura brasileira, representando matéria prima imprescindível para os programas de melhoramento genético do cafeeiro. “Somente com a caracte-rização dos acessos disponíveis é que se pode conhecer suficientemente a diversidade genética preservada”, enfatiza a pesquisadora. A

INFORMAÇÕES Pólo de Excelência do Café www.excelencia.cafe.simi.org.br

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esponsável pela produção de metade da safra brasileira de café, Minas Gerais tem investido fortemente em pesquisa, difusão e conhecimento sobre a cultura. Desde maio de 2004, um projeto desenvolvido sob a coordenação de pesquisadores da EPAMIG - Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, organiza amplo Banco Ativo de Germoplasma de Café, instalado na

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Embrafós inova e apresenta linha de produtos na forma granulada

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Jamil Barbosa Neves 1

om o passar dos tempos, os produtores passaram a ser mais exigentes, deixando de acreditar em produtos milagrosos, normalmente aqueles vendidos a todo custo, onde o cliente acabava comprando devido à propaganda excessiva do produto ou pela insistência do vendedor. O triste dessa história é que a eficiência desses produtos não pode ser avaliada de um dia para o outro. Geralmente leva-se pelo menos um ciclo da cultura trabalhada e acaba prejudicando o produtor. É praxe comparar o FF Organic Power ou o FF Organic Plus com produtos tradicionais. O que é um 1 - Gerente comercial da Embrafós (www.embrafos.com.br)

grande erro, pois os produtos da Embrafós são fabricados seguindo rigoroso padrão de qualidade, tanto da matéria orgânica vegetal como também os demais componentes, resultando numa eficiência muito superior. Se os produtores analisarem a eficiência do produto e os resultados agronômicos obtidos na lavoura, logo vão perceber que o investimento realizado no momento da compra se torna insignificante diante dos benefícios obtidos. E passará, com certeza, a tomar maior cautela pois o “barato sai caro”. É muito importante que o produtor saiba que a Embrafós, preocupada em manter o padrão de qualidade nos seus produtos, fez grandes investimentos na montagem de um laboratório moderno, com equipamentos de última geração, resultando num melhor

controle tanto das matérias primas adquiridas, como do produto acabado. Outro investimento de grande valor foi o desenvolvimento e a montagem de novos equipamentos para granular a linha FF Organic. ADQUIRA A LINHA FF ORGANIC NA FORMA GRANULADA - Isto é uma inovação. Vem ao encontro das necessidades dos produtores, facilitando a aplicação do fertilizante, mantendo a excelência do produto, garantindo as mesmas qualidades e propriedades da linha FF Organic farelada. Este é o nosso compromisso com o produtor: oferecer alternativas e produtos diferenciados que possam atender e suprir as necessidades da sua lavoura, e por isso que a EMBRAFÓS TEM A NATUREZA AO SEU LADO! A

Análise sensorial do café é adiada para 2013

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exigência de análise sensorial para avaliar a fragrância, o aroma, a acidez, o sabor e a qualidade do café torrado em grão e do café torrado e moído foi adiada por dois anos, por meio da Instrução Normativa n° 6, publicada em fevereiro no Diário Oficial da União. O teste faz parte das normas estabelecidas no Padrão Oficial de Classificação do Café, que começou a vigorar em 23 de fevereiro. Para que um produto seja considerado de qualidade, é necessário apresentar o percentual máximo de 1% de impureza e de 5% de umidade. “Nesse período, vamos promover mais cursos para formação de classificadores. Hoje, temos 16 profissionais treinados nessa área. A expectativa é capacitar mais 340 técnicos, além de 500 industriais”, informa o coordenador-geral de Qualidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Fábio Fernandes. Nos próximos dois anos, as entidades que desejarem executar a classificação do café torrado em grão e do café torrado e moído deverão se adequar às exigências estabelecidas pelo Ministério da Agricultura. A


CAFEICULTURA

Cocapec realiza 3º Simcafé em abril FOTO: Divulgação Cocapec

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terceira edição do SIMCAFÉ Simpósio do Agronegócio Café da Alta Mogiana acontecerá nos dias 13 e 14 de abril, no salão de eventos Castelinho, em Franca (SP). O evento realizado pela COCAPEC – Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas receberá inscrições até o dia 8 de abril. “A cooperativa sempre buscou alternativas que contribuam para aumento da eficiência produtiva de seus cooperados e que atendam suas necessidades. É seguindo esta linha que realizaremos o 3º SIMCAFÉ, com temas atuais e de interesse dos cafeicultores, como qualidade da bebida, perspectivas para produção de café, manejo da adubação, boas práticas e sustentabilidade na lavoura”, explica o presidente João Alves de Toledo Filho. O evento também tem o objetivo de sinalizar aos participantes as tendências do mercado de máquinas e implementos, insumos e fertilizantes. Ao todo serão 40 empresas expositoras. A estimativa da organização é que o público supere os 800 visitantes do ano passado. A programação conta com a participação de renomados especialistas na área cafeeira.

No dia 13, as 10h, Antônio Eduardo Furtini (UFLA) abordará o tema “Manejo da Adubação para o Cafeeiro”. Às 13h30, Edson Ampélio Pozza (UFLA) abordará o tema “Boas Práticas e Sustentabilidade no Manejo de Doenças do Cafeeiro”. Às 16h, João Carlos Peres Romero apresenta a palestra “Perspectivas da Produção de Café e do Cafezinho”. No dia 14, às 10h, Flávio Meira Borém (UFLA) aborda o tema “Qualidade de Bebida”. Às 13h30, Joel Fahl (IAC) apresenta “A Fisiologia do Cafeeiro”. Às 16h, o consultor Milton Verdade aborda o tema “Gestão da Propriedade Agrícola”.


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Sebastião Renato Valverde1

FOTO: Divulgação

24 MAR / 2011

A febre das plantações florestais sob a letargia do ferro-gusa ndependentemente da crise, sempre defendi o investimento na eucaliptocultura em regiões de elevado potencial de demanda de madeira. Da mesma forma, sempre manifestei certa preocupação quando se trata de regiões onde a destinação mais viável para ela seria o carvão vegetal, transportável a maiores distâncias. Tanto é assim que, em 2008, antes da crise se emplacar no País, escrevi a matéria “Efeito Carvão Vegetal no Comportamento do Mercado da Madeira de Eucalipto no Brasil” expondo a importância do carvão para a viabilidade das plantações florestais que se alastravam em quase todos os estados. Preocupava-me o fato de muitos deles não apresentarem condições de sustentar este tipo de investimento, justamente por não haver indústria florestal que consumisse madeira em grande escala. Como se sabe, a característica deste produto é de não se viabilizar a longas distâncias. Sempre deixei claro esta limitação das commodities florestais em relação ao transporte mais que qualquer commodity agrícola dado 1 - Professor Associado do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa (MG). Email: valverde@ufv.br

o coeficiente preço - peso (madeira é pesada e barata). Dizia que o carvão vegetal, a não ser que fosse substituído pelo mineral, exerceria o papel de sustentar este mercado pela maior flexibilidade no transporte. Infelizmente, a realidade atual mostra que aquela preocupação está mais forte do que nunca, não pelo efeito substituição, mas pela perda de competitividade do ferro-gusa brasileiro frente ao internacional devida as questões cambiais, de custos e organizacionais. Para uma atividade complexa e de longo prazo o investimento em reflorestamento requer, no presente e no futuro,

garantias de bons preços e mercados. Sendo assim, preocupa-me o oportunismo de alguns em estimular o reflorestamento à revelia usando de artifícios irreais como preços exagerados da madeira e gêneros florestais sem lastro comercial. Não que ele seja um mau negócio, mas quando se trata de regiões sem demanda aparente o risco de insucesso é muito alto, o que é diferente de quem tem um grande consumidor por perto, por exemplo indústria de celulose, apesar do poder de player dela que lhe confere vantagem na formação do preço da madeira. Mesmo os produtores próximos de indústrias de celulose serão afetados pela crise de demanda do carvão por parte do ferro-gusa em razão do aumento da oferta de madeira que forçará queda generalizada no seu preço. Desta forma, sabendo que o consumo de madeira por parte das serrarias, usinas de tratamento, construção civil e lenha é insignificante à oferta de madeira de grandes plantios, minha maior preocupação com a expansão das plantações florestais é com a crise do ferro-gusa a carvão vegetal. Apesar do consumo interno de produtos siderúrgicos em alta em virtude das obras do PAC, da Copa e do crescimento econômico do País, as guseiras independentes estão em estágio terminal apesar de algumas reações súbitas. A dificuldade de recuperação econômica dos países do G8 reflete diretamente no gusa brasileiro. O espaço da lenta recuperação vem sendo ocupado pelo gusa dos países concorrentes. Perdemos nossos tradicionais consumidores para a Ucrânia e outros países do leste europeu. Pior que as perspectivas são desalentadoras. O mercado de carvão não pode ficar refém da instabilidade do ferro-gusa. Na competitividade desse mercado o que importa é o menor custo independentemente do processo produtivo. Nossos concorrentes não têm a menor preocupação com as questões ambientais, usam carvão mineral e não possuem uma política ambiental tão rigorosa quanto a nossa. Nem mesmo com as questões sociais, pois pagam salários de escravo sem compromissos traba-lhistas. Infelizmente, problemas culturais históricos levaram o segmento de gusa independente a uma certa desorganização. Hoje ele é refém dos fornecedores –


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as grandes mineradoras -, e de seus compradores – as grandes siderúrgicas – devido ao seu insignificante poder de barganha. É claro que não vamos defender o mesmo comportamento irresponsável adotado nos países concorrentes, mas temos gorduras burocráticas que podem ser queimadas. Apenas como exemplo podemos citar: os onerosos processos de licenciamento ambiental para as plantações florestais em áreas antro-pizadas, as exigências de Reserva Legal, os absurdos das APP em topos de morro e as altas cargas tributárias. Infelizmente o mundo não valoriza o fato de que o nosso gusa é o único feito com carvão vegetal ao contrário do restante com coque mineral mais impactante e mais injusto. O marketing sobre o nosso gusa verde é apenas uma retórica. O ambientalismo internacional - de via única e financiado pelas indústrias dos países ricos - não se interessa pelo gusa verde produzido num país pobre. Ao contrário da recíproca. Dado a falência do nosso ferro-gusa a carvão vegetal, o Brasil e Minas Gerais precisam adotar uma política urgente que contorne esta possibilidade de falta de demanda de madeira destes produtores que plantaram florestas incentivados pelo Poder Público. Uma das soluções passa pela organização da cadeia produtiva do gusa e pelo fortalecimento dos outros segmentos consumidores de carvão vegetal em grande escala. Entre estes estão as siderúrgicas que produzem as ferroligas, o silício-metálico e as ligas especiais (manganês, silício, cromo, nióbio, níquel, entre outros). Além disso, o Poder Público deve também estimular investimentos em novos projetos de biomassa (termoelétricas) e de produção de painéis de madeira. Falo nisto acreditando que o diferencial das nossas ligas seja o uso do carvão vegetal que confere qualidades a elas em relação ao carvão mineral proporcionando, assim, vantagens num mercado onde o Brasil tem o maior potencial do mundo. Lógico que essas alternativas muito dificilmente alcançariam o volume consumido pelas guseiras, mas amenizaria o vácuo causado por esse segmento. Cabe ao Poder Publico sair da retórica e incen-

tivar estes empresários que agregam valor ao minério e ao carvão vegetal. Minas não pode se omitir do papel de liderar uma cruzada a favor do carvão, pois do contrario, muitos dos produtores vão se frustrar com este investimento. Apesar do menor consumo de carvão em relação ao gusa, porém há muito onde crescer. Um estudo mostra que, sem a adoção de uma política especial, o consumo destas ligas tende a triplicar até 2030 quando simulado um aumento de 70% no mercado consumidor interno e 30% no externo. Com uma política especial, espera-se um aumento que garanta uma demanda de carvão próxima do que se consome atualmente. O carvão vegetal, ao contrário do estigma que sofre, é uma das principais commodities florestais do Brasil e a principal de Minas Gerais. O papel que ele desenvolve no meio rural é de extrema importância social, econômica e ambiental. Lamentavelmente a sua imagem foi prejudicada pela atitude desonesta de alguns. Embora tenha superado tantas adversidades, este principal vetor da viabilidade econômica das plantações florestais das regiões sudeste, nordeste e centro-oeste está na UTI. Desta forma, vemos hoje que produzir carvão não é pecado, mas sim solução, principalmente para a conservação das florestas nativas. Talvez este papel de salvador da lavoura incomode alguns céticos que tem declarado Guerra permanente contra ele. Eis que agora terão que se redimir, pois ao contrário de vilão, o carvão é, isto sim, um herói. Se ligas Brasil. A


ARTIGO

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Do campo à cidade, da produção ao consumo, a intermediação especulativa Olivier Genevieve - presidente da ONG Sucre-Ethique e Professor na Escola de Comércio INSEEC. Lyon - Paris. [ ogenevieve@sucre-ethique.org / ogenevieve@acucar-etico.org ]

N

um mundo globalizado, o mercado pode revelar surpresas. Após anos e anos aonde o mercado internacional ficava abaixo dos preços fixados pela Comunidade Européia, as empresas agroalimentícias internacionais reclamavam a “abertura” deste mercado, a fim de poder comprar a preços mais “justos”. A diferença podia chegar, a dez anos atrás, a quase 300 euros por toneladas ou seja uma perda para uma empresa como a Coca-Cola de mais ou menos 30 milhões de euros em um ano, somente na França. Todavia, desde o ano passado, os preços tabelados pela União Européia estão abaixo dos preços “livres”…. Tanto que o dogmatismo liberal não tinha incluído nas regras que um preço livre podia ser maior do que um tabelado e que a União Européia foi criou em 1963 em cima de uma política agrícola a fim de assegurar a “segurança alimentar” como ferramenta da acumulação do capital. Em 1952, o prêmio Nobel de Economia, W. Artur Lewis, tinha afirmado que o papel do mundo rural era o de assegurar uma mão de obra barata para as cidade. Não enxergava as consequências da favelização e a consequente insegurança. A novidade destes últimos anos, e sobretudo desde a crise dos subprimes, foi a chegada dos fundos especuladores no mercado. Em cima de um problema climático e de uma tendência de aumento demográfico (e de certa forma de aumento de poder aquisitivo) eles planificam a tarifação dos produtos para vender com lucro a consumidores “cativos”. É um fato que os chineses somente consomem 9 quilos de açúcar por ano. Com uma “simples” modificação do modo de consumo, passando de uma comida “caseira” à uma comida “industrializada”, o consumo poderia dobrar em alguns anos e, assim, criar

uma procura de uns 15 milhões de toneladas. E que o mercado não tem ainda. Comprar produtos no mercado a prazo em grandes quandidades faz automaticamente aumentar o preço no mercado “spot” (físico). Em cima de estimativas pessimistas, como uma seca ou um excesso de chuva, os fundos especulativos fazem aumentar os preços com volumes bem maiores de contratos criando assim uma raridade e um aumento de preço. Chegando no mercado spot o preço é maior para as empresas consumidoras e os especuladores recebem a renda do capital investido. O sistema bancário vive em cima do medo do futuro como ao mesmo tempo asegurá-lo. Segundo o consultor norte-americano Mike Masters, hoje em dia entre 70% e 80% dos contratos no mercado a prazo são de fato de especuladores. Em cima disso, a concentração dos atores do agrobusiness encarece os matérias primas de primeira necessidade por ser incluídas na produção como o açúcar, o óleo e o sal para as indústrias agroalimentícias colocando os agricultores num perigoso efeito de tesoura: de um lado uma volatidade dos preços e do outro pouca escolha de produtos necessários para o campo, como sementes ou fertilizantes nas mãos de alguns grupos multinacionais muito poderosos. Vladimir Ilitch Oulianov mais conhecido como o famoso “Lenin” (1870-1924) explicava que a agricultura promoveu a acumulação primitiva do capital; é verdade até hoje. Nunca a agricultura foi uma fonte tão lucrativa para pessoas que não cultivam a terra. O modelo europeu de subsídios é injusto sobretudo para o agricultor que, sem final de semana ou férias (isso explica em parte porque somente 4% da população é camponesa em países como a França) tem até 60% da renda dele assegurado por dinheiro do con-

tribuinte europeu. O modelo livre é um absurdo porque pode, do dia para um outro, colocar o agricultor na miséria com uma montanha de dívidas. Qual seria a solução para uma estabilização dos preços, ou seja, não deixar o agricultor como job: rico um dia, quando o preço está nas nuvens e pobre amanhã, quando o mercado é deprimido? Isso é o papel que gostaria tomar o presidente francês Nicolas Sarkozy, atualmente na presidência do G-20. A solução pode ser encontrada com uma famosa frase do economista Keynes “A Autaniacia dos Rendeiros”. Para o Keynes, pai da social-democracia, o rendeiro não traz valor agregado para o mercado físico Um “circuito curto”, seja do produtor ao consumidor, assegura um preço mais justo ou um preço estabelecido em cima de realidades económicas, ou seja, permitindo que os investimentos na agricultura ofereçam ganhos para ambas as partes: produtor e consumidor. Por parte, as revoluções da Tunísia e do Egito foram em cima dos preços altos da comida, como foi o caso, em 1789, quando o povo de Paris não tinha pão após vários invernos chuvosos e culturas de trigos mediocras. O povo francês fez a revolução com o grito “o povo quer pão” e não “o povo quer a cabeça do rei”. Com a alta do preço do açúcar é provavel que em agosto deste ano, período do ramadã, países pobres como o Senegal, que tem uma grande população muçulmana, faça a revolução deles porque o preço do açúcar será caro demais… O mercado tem que devolver ao campo o que tomou dele, no mínimo, por garantir uma renda justa e igualitária em cima do investimento de capital fisico e humano e não do capital financeiro fora do campo, mas dentro da “city” (apelido da bolsa de Londres). Hoje é mais o campo que é escravo do capital do que o oposto. Infelizmente.


CANA-DE-AÇÚCAR

FOTO: IAC - Centro Cana

P

ouco se aproveita do melhoramento genético das variedades de cana-de-açúcar se não houver manejo adequado no campo. Os pacotes tecnológicos desenvolvidos nos últimos 40 anos resultaram no dobro do número de rebrotas da cana, entretanto, o manejo inadequado pode jogar por terra essas conquistas. Um exemplo está na colheita mecanizada, que pode diminuir o potencial de rebrotas das soqueiras pelo forte impacto e por aumentar a ocorrência de fungos e doenças. Pesquisa desenvolvida pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) reduz de 3,4% para 0,2% a quantidade de soqueiras arrancadas que, portanto, não rebrotam mais. A pesquisa mostra que a mudança do sistema de corte de base da cana feito com lâminas retangulares e com corte por impacto — utilizado normalmente — para o sistema desenvolvido pelo IAC, com lâminas serrilhadas e corte por deslizamento, reduz também o ataque de fungos e doenças às soqueiras e diminui a deterioração da cana que chega para as usinas. Esse tipo de lâmina aliado com o corte é um estudo inédito no País. No estudo do IAC, depois de colher toda a cana, as soqueiras foram classificadas entre intactas, semiabaladas, abaladas e arrancadas. No modo convencional, apenas 54,3% das soqueiras se mantinham intactas, enquanto que pelo sistema IAC o índice chega a 71,5%, um ganho de 31,7%. Segundo o pesquisador do IAC, Roberto da Cunha Mello, os cortadores de base que vêm sendo utilizados, além de causar alto volume de perdas de cana, também provocam redução na produtividade potencial devido aos danos causados na soqueira. Atualmente, a cana-de-açúcar consegue ter entre cinco e seis rebrotas, graças às pesquisas com melhoramento genético. “Não adianta desenvolver uma variedade de cana perfeita se não gerarmos um ambiente externo adequado. O manejo equivocado reduz a expressão das características genéticas. A quantidade de rebrota da cana

dobrou nos últimos 40 anos por conta do uso de pacotes tecnológicos e a colheita é uma das características que influenciam no bom resultado de uma variedade”, explica o pesquisador do IAC, Marcos Guimarães de Andrade Landell, responsável pelo Programa Cana IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. A colheita mecanizada da canade-açúcar possui a vantagem de ser mais rápida e ter melhores condições de trabalho que a colheita manual, porém, as perdas causadas pela mecanização chegam a 15%, enquanto esse percentual é de apenas 5% no processo manual. “Com o sistema de corte de base feito com lâminas serrilhadas e por deslizamento desenvolvido pelo IAC, há uma sensível redução nas perdas totais”, diz Roberto da Cunha Mello, pesquisador do IAC. Segundo Landell, 70% dos canaviais paulistas são colhidos por máquinas e a tendência é que nos próximos anos o índice atinja 100%. Mello explica que as colhedoras cortam a cana em sua base pelo impacto, usando um disco rotativo com múltiplas lâminas. “O rolo defletor empurra a cana para frente antes de cortála para facilitar a alimentação pelos rolos alimentadores. A deflexão e o corte de base são responsáveis por danos na soqueira e na cana colhida”. O pesquisador faz uma analogia para facilitar

a compreensão do estrago causado na planta pela força do sistema anterior. “Se você pegar um tomate e cortá-lo com um único impacto da faca, vai espirrar tomate pela sua cozinha inteira, mas se você cortá-lo com uma faca de serrinha, não vai danificar tanto”, exemplifica Mello. Outra vantagem para os produtores de cana é a durabilidade das lâminas, que sofrem menor desgaste por ser possível colher a cana levemente acima da superfície do solo. Enquanto as lâminas convencionais têm que ser trocadas diariamente, as serrilhadas duram em média seis dias. No sistema estudado pelo IAC, o investimento na troca das lâminas é maior — cerca de quatro vezes mais que as em uso — mas o investimento é logo revertido em lucro, devido à durabilidade e também à quantidade de tempo gasto na troca das lâminas, que pode ser convertido em trabalho no campo. Segundo Mello, outro benefício para as usinas está na redução da deterioração da matéria-prima que chega para ser processada. Depois de cortada, a cana começa a se deteriorar (oxidar). Como nesse sistema ela não sofre tanto dano, há uma redução nesse processo. O sistema com lâminas serrilhadas e inclinadas e o corte por deslizamento ainda reduz a quantidade de terra na cana fornecida às usinas. A

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Tecnologia IAC reduz perdas na colheita da cana


PECUÁRIA DE CORTE

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principal empresa promotora de eventos da América Latina, a Francal Feiras - reconhecida pela qualidade dos serviços que deposita em seus empreendimentos - diversifica suas atividades e entra de vez no agronegócio. Além de realizar a BioBrazil Fair - 7ª Feira Internacional de Produtos Orgânicos e Agroecologia e 18 outras feiras e eventos de outros setores econômicos, a Francal Feiras agora investe e intensifica seu foco na pecuária bovina, especificamente na área de tecnologia de reprodução assistida. Em parceria com a empresa Multividas - Central de Transferência de Embriões, sediada em Franca (SP) e com a Via Verde - Consultoria Agropecuária em Sistemas Tropicais, com sede em Ribeirão Preto (SP), a Francal Feiras realizou, no último dia 19 de março, na Fazenda Rancho Alegre (propriedade da empresa), no município de Patrocínio Paulista (SP), um grande dia de campo. O evento contou com a participação de muitos criadores, pecuaristas e profissionais do setor de toda região. Participaram ainda do evento empresas como Jussara, Premix, Wolf Seeds, Vitrogen, Ourofino, Agronelli e Syngenta. De acordo com Miguel Heitor Bettarello, diretor da Francal Feiras e do Calçados Agabê, o objetivo principal do evento foi o de divulgar o trabalho que está sendo realizado na fazenda e promover a troca de experiências entre produtores rurais e profissionais do setor. O evento teve início com um excelente café da manhã oferecido pelo Laticínios Jussara, de Patrocínio Pau-

Miguel Bettarello, diretor da Francal Feiras e Calçados Agabê

FOTOS: Revista Attalea Agronegócios

Francal Feiras, Multividas e Via Verde promovem Dia de Campo em Patrocínio Paulista (SP)

lista (SP). Logo a seguir, os engenheiros agrônomos Carlos Alberto Ohara e Murilo Martins Ferreira Bettarello, consultores da Via Verde, fizeram a apresentação teórica do trabalho desenvolvido na propriedade. Posteriormente, os participantes foram divididos em cinco equipes, que participaram alternadamente das cinco estações de treinamento: pastejo com alta lotação rotacionada; adubação de pastagens; suplementação a pasto, produção eficiente de silagem, mostrando tendências e soluções para o dia-a-dia. Também foi demonstrado como é realizada a Fertilização “In Vitro” e a Transferência de Embriões. Para Luis Roberto Pena de Andrade, médico veterinário e diretor da Multividas, a parceria com a Francal Feiras ultrapassou as expectativas. “Inicialmente, a Fazenda Rancho Alegre adotava um sistema tradicional de criação de gado de corte. Por sugestão nossa, eles passaram utilizar o sistema de ‘barriga de aluguel’, com receptoras de embrião. Foi um negócio que deu

Carlos Alberto Ohara, engº agrônomo e diretor da Via Verde

certo. Começamos com 100 cabeças e hoje estamos com quase 700 novilhas”, diz Luiz Roberto. A parceria Multividas e Fazenda Rancho Alegre foi ampliada com a chegada da Via Verde. Para Carlos Alberto Ohara, diretor da Via Verde, a empresa veio viabilizar o processo para a Fazenda Rancho Alegre. “A parceria tem dois anos. A fazenda não é muito grande (tem 200 hectares) e se ela fosse trabalhada nos moldes tradicionais, dificilmente passaria de 200 a 300 novilhas anuais. O que nós estamos fazendo é otimizar o uso da terra – que é uma terra valorizada – e dando volume aos negócios da empresa”, diz Ohara. O trabalho de acompanhamento realizado na Fazenda Rancho Alegre é feito por Murilo Bettarello, engenheiro agrônomo da Via Verde. “Queremos provar realmente que a pecuária pode ser rentável assim como outras culturas. Basta aplicar tecnologia, planejamento e, como tudo, trabalho.”, fina-liza. (Fotos no site www.revistadeagronegocios.com.br) A

Luiz Roberto Pena de Andrade, dire- Murilo Bettarello, engº agrônomo e tor da Multividas. consultor da Via Verde.


PECUĂ RIA DE CORTE

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PECUÁRIA DE CORTE

Técnicas para melhorar o ganho de peso na desmama 30 www.revistadeagronegocios.com.br

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Tiago Neves P. Valente1

redução da idade ao abate tem sido foco de muitos estudos na bovinocultura de corte brasileira, por questões relacionadas a qualidade da carne (animais mais jovens tem a carne mais macia), quanto pelo aspecto econômico, se reduzir a idade ao abate pode-se criar um maior número de animais e produzir mais carne por hectare/ano. Porém, para que se consiga êxito, é necessário que os primeiros cuidados referentes ao manejo nutricional comecem com os bezerros de corte na fase de cria. Devemos então garantir que os bezerros mamem o colostro o mais cedo possível. Colostro é a secreção da glândula mamária no início da lactação. O bezerro deve mamar, no mínimo, 2 quilos de colostro logo após o nascimento. O colostro é muito rico em vitaminas e minerais. Os anticorpos, denominados imunoglobulinas, são transferidos da mãe ao recémnascido pela ingestão do colostro e a concentração de imunoglobulinas no colostro diminui no leite com o tempo. Sabe-se que o peso do bezerro ao desmame tem forte correlação com o peso ao abate, então podemos utilizar artifícios para que os bezerros possam ser desmamados mais pesados. Com o fornecimento de ração concentrada

1 - Zootecnista. Doutor em Nutrição de Ruminantes pela Universidade Federal de Viçosa - UFV e Pós-doutor pela UENF. Email: tiagozootecnista@yahoo.com.br

somente para os bezerros de corte, em um cocho privativo, técnica conhecida pelo nome em inglês de “creep feeding” ou pelo uso da técnica de pastejo em área de pasto de alta qualidade nutricional para uso exclusivo dos bezerros conhecida também com o nome em inglês de “creep grazing”. O fundamento destas duas técnicas consiste em prover nutrientes adicionais (proteína e energia) para que se possam desmamar os bezerros com mais peso do que se estivessem sendo alimentados somente com leite e pasto de qualidade inferior. Nos bezerros, o desenvolvimento pré-desmama é influenciado fundamentalmente pelo nível alimentar da vaca, durante a lactação. Vacas paridas no período chuvoso produzem mais leite que as paridas no período seco devido à maior disponibilidade de forragem, que melhora a produção de leite e a condição corporal. Estas técnicas podem ser vantajosas quando os animais são submetidos a sistemas mais intensivos de criação, como, por exemplo, o confinamento logo após a desmama. Quando a suplementação é feita em bezerros que serão recriados e engordados a pasto, os resultados não são favoráveis, sob o ponto de vista econômico. À medida que o período da recria se prolonga, o efeito da suplementação durante a fase lactente se dilui. O aumento no peso à desmama com a utilização da alimentação priva-

tiva “creep feeding” é variável. Os fatores que influenciam a resposta são a quantidade e a qualidade do pasto, a produção de leite das mães, o potencial genético do bezerro, o sexo, a idade dos bezerros à desmama, o tempo de administração, o consumo e o tipo de suplemento A adoção de qualquer prática de manejo ou alimentação deve ser analisada sob o ponto de vista econômico. A questão que frequentemente se apresenta é: qual é o custo do ganho adicional? Pois um eficiente programa de suplementação de forragem é aquele que resulta num grande aumento do ganho adicional por unidade de suplemento consumido. Muitos criadores e selecionadores de raças puras podem suplementar, arbitrariamente, a alimentação de seus bezerros, porque o tamanho e a aparência desses animais são importantes para a comercialização. Já os criadores comerciais devem analisar o “creep feeding” com base na avaliação de custos e retornos do incremento de peso dos bezerros à desmama. Os bezerros podem iniciar o pastejo no “creep grazing” desde duas semanas de idade. No primeiro mês de vida, eles não utilizam uma significante quantidade de forragem, que representará maior parcela da dieta a partir do segundo mês de idade (para animais exclusivamente a pasto). A quantidade consumida de forragem aumenta com o avanço da idade do animal. Para melhores ganhos de peso pode ser disponibilizado para o bezerro lactente um pasto de boa qualidade As gramíneas e/ou leguminosas indicadas para este sistema deverão ser de alta qualidade nutricional, alta densidade, tenras, altamente palatáveis, e de pequeno porte. Podem ser usadas gramíneas como: Panicum maximum; Cynodon dactylon – coast-cross, tifton; Brachiaria brizantha. Muitas vezes o efeito benéfico do “creep grazing” por bezerros está relacionado ao aumento da capacidade de suporte quando utilizada pastagens adubadas, este sistema pode ajudar no peso final de novilhos desmamados com menor uso de ração concentrada. A adoção de cada técnica irá depender dos recursos disponíveis em cada propriedade. A


SELGRON LANÇA ALPHASCAN II BEANS

LIRIA HOSOE, NOVA GERENTE DE REGISTRO Após uma gestão vitoriosa frente à área de Stewardship da Arysta LifeScience, maior empresa privada do mundo no mercado de proteção de plantas e ciências da vida, Liria Hosoe foi promovida a Gerente de Registro da empresa. Formada em Química na Unesp de Araraquara (SP), com especialização em Química dos Polímeros no Japão, na Kyushu University, Liria trabalhou na Arysta passando por diferente áreas como qualidade, meio ambiente, saúde e segurança. Ambos visando conscientizar os produtores rurais sobre os benefícios da utilização correta e racional dos agrotóxicos. Mais de R$ 2,5 milhões foram investidos em sustentabilidade. Inf. www.arystalifescience.com.br

MASTIJET FORTE RETORNA AO MERCADO O produto para tratamento de vacas em lactação, com mastite está de volta. Ele retorna ao mercado sendo o primeiro intramamário conservado em geladeira do país. Um dos grandes males que acometem o gado leiteiro são as mastites. As mastites são altamente contagiosas, com um índice baixo de cura espontânea. O intramamário Matijet Forte é efetivo contra os microorganismos causadores das infecções mamárias em vacas, tais como: Staphylococcus aureus, Streptococcus agalactiae, Streptococcus dysgalactiae, Streptococcus uberis, Actimomyces pyogenes e Escherichia coli. Inf. www.intervet.com e www.merck.com

VÍQUA LANÇA LINHA DE IRRIGAÇÃO MÓVEL Focada nas necessidades do mercado agrícola, a VÍQUA, fabricante de soluções hidráulicas, apresenta uma série completa para sistemas de irrigação móvel. Com o lançamento, a linha de conexões, registros e válvulas da empresa passa a ser ainda mais completa e oferecer produtos que, além de proporcionarem a irrigação programada, auxiliam na fertilização, economia de água e mobilidade à série. Totalmente produzida em PVC, a linha móvel fornecerá ao produtor novas opções de conexões de Engate Roscável, entre curvas, adaptadores, saídas de aspersor, derivadores, caps e pontas macho e fêmea, que são indicadas para sistemas de rega convencionais, portáteis e semifixos. As peças são de fácil instalação e montagem, pois dispensam o uso ferramentas. Os engates apresentam rosca de passo longo, batente antitravamento e vedação bilabial. Inf. www.viqua.com.br

A DOW AGROSCIENTES anuncia um novo sistema que abre perspectivas para um melhor controle das plantas daninhas, o Sistema de Controle de Plantas Daninhas Enlist™. O produto incorpora tolerância ao glifosato, baseado no comprovado 2,4-D, mas também busca atender a um problema sentido com frequência cada vez maior em diversos centros produtores agrícolas no mundo: o aumento da resistência das plantas daninhas aos herbicidas atuais. “Nosso compromisso é auxiliar os agricultores a continuar a enfrentar os desafios de controle de plantas daninhas e garantir a produtividade que se torna necessária diante da crescente população mundial”, declarou o, presidente e CEO da Dow AgroSciences, Antonio Galindez O lançamento comercial nos Estados Unidos do Enlist™ está previsto, no milho, para a safra de 2013. Inf. www.enlistweedcontrol.com

VACINAÇÃO NA PREVENÇÃO DA BRUCELOSE Além das perdas em produtividade ocasionadas ao sistema de produção pelo elevado número de abortos que causa nas fêmeas domésticas, a Brucelose é também tema de preocupação constante por parte das autoridades de saúde pública mundial, já que se trata de uma zoonose. Segundo Marcos Malacco, gerente técnico da Merial Saúde Animal, a brucelose bovina é causada por bactérias da espécie Brucella abortus e sua apresentação clínica no rebanho pode ser observada principalmente pela ocorrência de abortos. O aborto acontece no terço final da gestação, seguido por retenção de placenta, sendo esse o sinal mais evidente da contaminação do animal. Entretanto é preciso atenção, pois o aborto não costuma acontecer indefinidamente nas fêmeas afetadas. Inf. www.merial.com.br

CRV LAGOA REALIZA CONVENÇÃO ANUAL O evento foi realizado entre 5 e 9 de fevereiro e contou com programação de conteúdo técnico e atividades práticas. “Nós construímos o futuro”. Foi com esse tema que a CRV Lagoa realizou sua Convenção Anual de Vendas 2011, no Hotel JP, em Ribeirão Preto (SP), com a participação de 150 pessoas, entre consultores de campo de todo o Brasil, diretoria, gerentes e colaboradores da Central. A nova gerente de Marketing e Inovação da empresa, Luciana Affini Wilson, foi apresentada oficialmente aos consultores de campo e falou sobre as estratégias de marketing. Inf. www.lagoa.com.br

INCOTEC INVESTE EM TECNOLOGIA E PROJETOS Situada em Holambra (SP), a Incotec, empresa originária da Holanda especializada em tecnologia de sementes, tem crescido a uma média de 30% ao ano no Brasil. Mantendo a taxa de crescimento, inclusive em 2009, ano da crise mundial. Uma das principais responsáveis por este sucesso é a linha Disco: produtos utilizados no tratamento de sementes para fazer filmcoating, tecnologia que consiste no revestimento da semente com uma película protetora, sem interferir nas suas características originais, agregando vantagens ao seu desempenho. Outra razão para esse crescimento foi o desenvolvimento da linha Pastokote: incrustação para sementes de forrageiras, tecnologia que além de incrementar o tamanho, melhora o desempenho no campo. O crescimento aconteceu também na área de peletização de sementes, com taxas de 20% no segmento de alface e 30% em chicória, além das novas tecnologias para cenoura e cebola.Inf. www.incotec.com.br

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Já está no mercado a mais moderna selecionadora para o mercado de feijão. É a AlphaScan II Beans (AS II Beans) desenvolvida pela Selgron, de Blumenau (SC). A máquina é a top de linha da empresa e sua produção é de 12 mil quilos/hora. Projetada para operar 24 horas por dia, é ideal para empresas que precisam de produtividade e qualidade na seleção de todos os tipos de feijão, explica Rubens Schneider, gerente de Relacionamento da Selgron para o mercado de Selecionadoras. A AlphaScan usa tecnologia de câmeras de alta resolução (CCD). A máquina opera com cinco bandejas. E é possível ajustar a combinação ideal de bandejas de passe e repasse, conforme a necessidade do cliente. A Selgron é líder no fornecimento de Selecionadoras para o mercado de feijão no Brasil. Inf. www.selgron.com.br

NOVO SISTEMA DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS


O MERCADO DO CAFÉ

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INDICADORES DE DESEMPENHO DA CAFEICULTURA BRASILEIRA 2010

ITEM 1. Produção (milhões/saca) (1) 1.1. Área em produção (milhões/hectare) 1.2. Produtividade (sacas/hectare) 2. Exportação (verde, solúvel e torrado) (2) 2.1. Quantidade (milhões/saca) 2.2. Valor (mlhões/US$) 2.3. Preço Médio (US$/saca) 3. Consumo Interno (T, M e solúvel) 3.1 Consumo per capita (kg/hab.ano) 4. Estoques do Funcafé (milhões/sacas) 5. Orçamento aprovado Funcafé (milhões R$) 5.1. Financiamentos 5.2. Publicidade e Promoção do Cafés do Brasil 5.3. Pesquisa Cafeeira 6. Participação das exportações brasileiras em relação às exportações mundiais (em sc) (%) (4) 7. Participação do café nas exportações do agronegócio (em US$) (%) (5

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2008

2007

2005

2006

2004

2003

2002

2001

39,5 2,1 18,9

46,0 2,2 21,2

36,1 2,2 21,2

42,5 2,2 19,8

32,9 2,2 14,9

39,3 2,2 17,8

28,8 2,2 13,1

48,5 2,3 21,0

31,3 2,2 14,4

33,5 30,5 5,8 4,3 172,11 140,38 19,3 18,4 5,9 5,8 0,5 0,5 2.846 2.844 2.673 2.673 15,0 15,0 15,0 15,3

29,7 4,8 160,20 17,7 5,6 0,5 2.561 2.441 13,0 12,0

29,7 4,8 160,20 17,7 5,6 0,7 2.147 2.026 13,0 12,0

28,0 3,4 137,03 17,1 5,5 1,9 1.680 1.579 5,6 7,5

26,4 2,9 110,80 15,5 5,1 3,2 1.282 1.249 8,4 12,0

26,7 2,0 76,30 14,9 5,0 4,3 1.226 1.201 5,0 8,0

25,7 1,5 59,59 13,7 4,7 5,1 550 524 3,5 8,0

28,4 1,4 48,17 14,0 4,8 5,4 824 693 1,6 5,1

23,3 1,4 59,88 13,6 4,9 5,6 898 855 8,0 16,0

48,1 2,1 23,2

35,2

32,2

30,4

30,4

30,3

30,2

29,3

29,9

32,0

25,8

7,5

6,6

6,6

6,6

6,8

6,6

5,2

5,0

5,5

5,9

FONTE: DCAF, CONAB, ABIC, MDIC/SECEX, OIC, CEPEA/Esalq/BM&F. // (1) - 2010, com base no 2º Levantamento de Safra da CONAB (maio/10); // (2) - 2010, de janeiro a abril; // (3) - 2010, estimativa; // (4) 2010 - de janeiro a março.

Média Mensal dos Preços Recebidos pelos Produtores 1 ARÁBICA

MÊS

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Tipo 6 BC-Duro (Base Cepea-Esalq)

ARÁBICA

Tipo C Int. 600 def (Base Varginha-MG)

ARÁBICA

Tipo C Int. 500 def (Base Vitória-ES)

CONILLON

Tipo 6-Pen.13 (Base Cepea-Esalq)

Evolução do Consumo Interno

CONILLON

Tipo 7 BC (Base Vitória-ES)

2011

2010

2011

2010

2011

2010

2011

2010

2011

2010

433,34 495,98

280,75 278,68 279,70 282,18 289,46 305,13 302,36 313,93 328,23 327,15 355,51 387,01

270,00 320,00

233,75 227,78 221,52 225,50 231,90 241,43 246,82 234,09 234,76 235,00 243,80 249,51

184,25 260,00

189,50 191,39 186,52 190,00 190,00 210,95 225,91 219,09 223,10 222,25 224,70 229,71

206,21 214,33

173,51 168,47 173,67 158,23 160,51 167,57 171,50 171,45 170,03 173,81 187,14 192,83

200,00 230,00

185,00 172,78 166,52 174,00 174,05 182,38 197,95 195,45 193,33 192,25 191,20 192,00

TOTAL

303,85

235,49

208,49

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq/BM&F e Boletim do Café - Centro do Comércio de Café do Rio de Janeiro

170,49 -

1

PRODUÇÃO MUNDIAL PAÍS Brasil Vietnã Colômbia Indonésia Etiópia Índia México Guatemala Peru Honduras C. Marfim Nicarágua El Salvador Outros TOTAL

2010 Prod

(%)

48.095 35,72 16.667 12,38 8.900 6,61 10.750 7,98 3.800 2,82 5.000 3,71 4.000 2,97 3.550 2,64 4.000 2,97 3.500 2,60 1.800 1,34 1.700 1,26 1.200 0,89 21.671 16,10 134.633

2009 Prod

(%)

(%)

39.470 32,37 45,992 35,91 18.000 14,76 18.500 14,44 9.000 7,38 8.664 6,76 10.700 8,77 9.350 7,30 4.500 3,69 4.350 3,40 4.827 3,96 4.371 3,41 4.200 3,44 4.651 3,63 3.500 2,87 3.785 2,95 3.750 3,08 3.872 3,02 3.870 3,17 3.450 2,69 1.850 1,52 2.353 1,84 1.418 1,16 1.615 1,26 1.115 0,91 1.547 1,21 15.751 12,92 15.588 12,17 122.855 128.587

FONTE: MAPA / SPAE / CONAB e OIC. - Em mil sacas de 60kg

CONSUMO (milhões sc)

CONSUMO (kg/hab.ano)

torrado e inclusive solúvel moído

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

10,6 11,0 12,2 12,6 13,0 13,3 12,9 14,1 14,6 15,4 16,1 16,7 17,4 18,1

kg café verde

kg café torrado

4,30 4,51 4,67 4,76 4,88 4,83 4,65 5,01 5,14 5,34 5,53 5,64 5,81 6,02

3,44 3,61 3,73 3,81 3,91 3,86 3,72 4,01 4,11 4,27 4,42 4,51 4,65 4,81

11,5 12,2 12,7 13,2 13,6 14,0 13,7 14,9 15,5 16,3 17,1 17,7 18,4 19,1

FONTE: ABIC. Período = novembro a outubro, sacas de 60kg

EXPORTAÇÃO MUNDIAL

2008 Prod

184,74

- Em R$/saca de 60kg, posto, com Funrural e sem ICMS

A N O

2007 Prod

(%)

36.070 16.467 12.504 7.777 4.906 4.460 4.150 4.100 3.063 3.842 2.598 1.700 1.621 16.138 120.129

30,21 13,79 10,47 6,51 4,11 3,74 3,48 3,43 2,57 3,22 2,18 1,42 1,36 13,52

PAÍS

2010 Prod

(%)

2009 Prod

(%)

2008 (%)

Prod

(%)

30,44 16,49 11,35 5,88 2,92 3,46 2,51 3,87 3,82 3,34 1,62 1,66 1,47 11,18

28.398 17.936 11.557 2.945 3.073 2.718 1.950 3.800 2.843 3.382 1.833 1.510 1.396 13.232

29,41 18,57 11,97 3,05 3,18 2,81 2,02 3,93 2,94 3,50 1,90 1,56 1,45 13,70

Brasil Vietnã Colômbia Indonésia Etiópia Índia México Guatemala Peru Honduras C. Marfim Nicarágua El Salvador Outros

33.494 35,22 30.481 32,17 17.000 17,88 17.090 18,04 7.894 8,33 7.820 8,22 6.519 6,88 6.220 6,54 1.851 1,95 1.800 1,89 3.108 3,28 4.666 4,91 2.838 2,99 3.000 3,15 3.508 3,70 3.500 3,68 3.074 3,24 3.000 3,15 3.084 3,25 3.000 3,15 1.884 1,99 1.800 1,89 1.371 1,45 1.300 1,37 1.307 1,38 1.300 1,37 7.200 7,57 12.068 11,34

29.728 16.101 11.085 5.741 2.852 3.378 2.448 3.778 3.733 3.259 1.585 1.625 1.438 10.915

TOTAL

95.100

97.666

96.077

FONTE: MIDC / SECEX e OIC. - Em mil sacas de 60kg

2007

Prod

96.573


O MERCADO DO LEITE

33

MAR / 2011

UF GO

MG

PR

RS

SP

2011 jan

PRODUTO Leite cru integral Leite pasteurizado Leite UHT Queijo prato Queijo mussarela Leite cru integral Leite pasteurizado Leite UHT Queijo prato Queijo mussarela Leite cru integral Leite pasteurizado Leite UHT Queijo prato Queijo mussarela Leite cru integral Leite pasteurizado Leite UHT Queijo prato Queijo mussarela Leite cru integral Leite pasteurizado Leite UHT Queijo prato Queijo mussarela

0,77 1,23 1,55 9,16 9,30 0,79 1,23 1,54 11,68 10,79 0,76 1,23 1,57 10,49 9,38 0,70 1,25 1,48 11,50 11,50 0,82 1,29 1,66 12,85 10,43

ANO 2010 JUN MAI

NOV

OUT

SET

AGO

JUL

0,77 1,17 1,59 10,83 10,43 0,81 1,24 1,53 11,85 11,04 0,77 1,26 1,60 11,77 10,55 0,00 1,18 1,43 10,91 10,56 0,79 1,30 1,65 13,06 11,28

0,77 1,15 1,66 10,38 10,58 0,81 1,23 1,57 11,85 10,86 0,75 1,22 1,54 11,12 10,05 0,00 1,15 1,37 11,00 10,80 0,80 1,31 1,64 13,27 11,33

0,71 1,18 1,55 9,72 10,09 0,74 1,20 1,48 11,59 10,64 0,74 1,20 1,50 10,07 9,42 0,57 1,13 1,37 11,00 11,00 0,76 1,30 1,65 12,49 10,99

0,68 1,19 1,45 9,68 9,46 0,73 1,23 1,46 11,12 10,10 0,74 1,24 1,47 9,24 8,70 0,49 1,16 1,33 11,00 11,00 0,75 1,24 1,57 12,08 10,26

0,69 1,20 1,54 9,39 9,28 0,76 1,24 1,49 10,52 10,00 0,77 1,27 1,48 9,57 9,16 0,52 1,14 1,35 10,50 10,50 0,74 1,28 1,55 12,60 10,10

0,71 1,21 1,59 9,38 9,29 0,75 1,28 1,58 10,96 10,28 0,77 1,31 1,52 9,28 9,12 0,00 1,20 1,40 10,59 10,52 0,75 1,28 1,59 12,29 10,45

0,82 1,19 1,58 9,17 9,19 0,83 1,28 1,70 11,17 10,30 0,83 1,31 1,68 9,32 9,80 0,00 1,35 1,43 10,70 10,69 0,85 1,30 1,64 12,05 10,29

ABR

MAR

FEV

JAN

0,93 1,24 1,65 9,25 9,92 0,91 1,26 1,69 11,09 10,25 0,74 1,30 1,81 10,07 9,60 0,00 1,38 1,70 12,25 12,25 0,86 1,33 1,74 11,49 10,02

0,91 1,32 1,58 8,30 9,16 0,87 1,25 1,63 11,05 9,88 0,73 1,34 1,82 8,75 9,04 0,00 1,33 1,64 12,33 12,33 0,85 1,27 1,71 11,44 9,69

0,78 1,17 1,39 8,27 8,16 0,78 1,22 1,45 9,99 8,95 0,68 1,26 1,50 8,57 8,45 0,00 1,28 1,48 10,72 10,40 0,73 1,21 1,49 11,17 9,06

0,63 1,03 1,26 7,85 7,47 0,65 1,17 1,30 9,27 8,07 0,69 1,06 1,36 9,10 7,61 0,00 1,01 1,33 8,40 9,66 0,70 1,15 1,34 10,71 8,29

FONTE: CEPEA-Esalq/USP. - 1 - Os valores referem-se sempre ao preço de 1 quilo de cada produto ou de 1 litro

LITROS DE LEITE NECESSÁRIOS PARA COMPRAR INSUMOS E SERVIÇOS NA PECUÁRIA DE LEITE 1 Jan/11 Dez/10 Nov/10 Out/10 Set/10 Ago/10 Jul/10 Jun/10 Mai/10 Abr/10

INSUMO / SERVIÇOS

R$ 0,720 R$ 0,720 R$ 0,720 R$ 0,720 R$ 0,781 R$ 0,710 R$ 0,755 R$ 0,812a R$ 0,813 R$ 0,780

Vaca em Lactação (+ 12 litros) Diarista Ração para Vaca em Lactação (sc 50kg) Farelo de Algodão (sc 50kg) Sal Comum (sc 25kg) Neguvon Tintura de Iodo a 10% (litro) Remédio para Mastite (Mastilac) Vacina Aftosa (dose) Uréia Pecuária Sulfato de Amônia (sc 50kg) Detergente alcalino (limpeza ordenha) Óleo Diesel (litro)

3.392 41,0 58,0 55,0 15,0 53,0 34,0 7,2 2,0 53,0 60,0 39,0 2,7

3.404 3.169,0 41,0 42,0 56,0 55,0 54,0 53,0 16,0 16,0 49,0 50,0 36,0 38,0 7,4 7,9 1,9 1,9 52,0 52,0 54,0 52,0 35,0 35,0 2,7 2,7

3.028,0 2.915,0 3.079,0 40,0 39,0 42,0 53,0 55,0 58,0 52,0 53,0 53,0 16,0 16,0 17,0 51,0 48,0 73,0 37,0 37,0 40,0 8,0 8,0 7,9 1,8 1,8 1,8 52,0 50,0 50,0 51,0 47,0 49,0 37,0 36,0 37,0 2,7 2,7 2,8

2.819 2.795,6 38,0 35,5 51,0 49,2 49,0 44,7 16,0 14,7 62,0 55,4 34,0 31,5 8,3 7,8 1,7 1,6 48,0 45,9 48,0 43,6 35,0 31,6 2,6 2,4

2.937,0 2.950,0 35,0 35,0 49,0 51,0 46,0 49,0 15,0 15,0 55,0 58,0 32,0 33,0 8,1 8,2 1,6 1,6 45,0 48,0 44,0 49,0 32,0 35,0 2,4 2,5

FONTE: EMBRAPA / CNPGL - Alziro Vasconcelos Carneiro e Jacqueline Dias Alves. - a - Preço médio do leite tipo C, pago ao produtor.

LITROS DE LEITE NECESSÁRIOS PARA AQUISIÇÃO DE RAÇÃO e ICP LEITE/EMBRAPA INSUMOS 60 kg de Milho 60 kg de Farelo de Soja 60 kg de Mistura * ICP Leite/Embrapa **

Nov

Out

Set

Ago

Jul

39,10 61,62 45,85 148,49

36,75 60,76 43,95 145,93

35,06 57,53 41,80 144,24

30,06 57,01 38,14 142,73

25,74 47,62 32,31 142,08

ano 2010 Jun Mai 24,80 43,16 30,31 141,16

FONTE: EMBRAPA / CNPGL; CEPEA/Esalq; DERAL; Gazeta Mercantil - . - * - 70% milho e 30% farelo de soja; ** - Base Abril/2006 = 100.

23,21 39,94 28,23 140,48

Abr

Mar

Fev

Jan

2009 Dez

24,07 39,67 28,75 142,50

27,14 48,81 33,64 145,00

29,46 59,64 38,51 144,87

33,33 71,53 44,79 143,85

33,05 73,61 45,22 143,40

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PREÇOS DO LEITE E DE DERIVADOS DE LEITE NO ATACADO 1


CANA-DE-AÇÚCAR MÊS

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MAR / 2011

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

2008 0,2402 0,2529 0,2628 0,2538 0,2506 0,2385 0,2493 0,2498 0,2685 0,2920 0,3015 0,3116

FONTE: UDOP -

1

MENSAL 1 2009 2010 0,4391 0,4726 0,4307 0,3888 0,3486 0,3253 0,3374 0,3489 0,3760 0,4005 0,4236 0,4445

0,3238 0,3394 0,3211 0,2978 0,2802 0,2749 0,2993 0,3084 0,3375 0,3676 0,3744 0,3886

- Em R$/kg ATR //

- 109,19 kg ATR //

2

BOI GORDO / SP MÊS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

2009

2010

vist praz vist 84,01 81,54 77,54 80,03 79,47 80,85 81,39 77,92 77,25 77,18 74,35 76,64

praz

3

2011 0,4651 0,4749

1

2011

vist praz

2011

vist1 praz2 vist1 praz2 vist1 praz2

J F M A M J J A S O N D

116,56 115,17 111,87 111,39 124,70 119,79 117,10 116,21 115,22 116,94 124,43 132,71

141,27 141,72 148,62 160,56 155,96 156,80 164,49 183,80 215,34 222,48 269,55 284,48

29,55 29,66 29,87 30,95 30,75 30,08 30,13 30,19 30,61 31,30 31,88 32,36

41,95 42,72

36,91 38,02 38,13 42,45 40,36 38,52 37,96 37,94 38,48 39,28 40,15 41,12

ESTEIRA 3 2009 2010

2011

41,22 42,47 42,59 47,42 45,08 43,03 42,41 42,38 42,98 43,87 44,85 45,93

32,88 33,49 33,93 36,32 35,18 34,49 34,99 35,53 36,54 37,83 38,85 39,85

46,86 47,71

BEZERRO / São Paulo 1

2009

M Ê S

vist1

J F M A M J J A S O N D

636,23 627,96 634,15 651,69 633,71 648,49 638,08 615,85 607,08 596,24 592,23 593,97

144,95 334,59 343,48 145,42 382,60 392,79 152,50 164,74 160,04 160,91 168,75 188,62 220,98 228,29 276,64 291,97

FONTE: Esalq-ESALQ/USP, BM&F e Bovespa - 1 - Em centavos R$/libra peso

LARANJA POSTA INDÚSTRIA

2010

186,21 186,22 186,82 188,46 188,39 191,75 191,75 187,65 194,29 186,79 187,09 185,99

2011

pes2 vist1

pes2 vist1

601,17 608,98 649,59 705,26 722,07 722,78 679,96 666,82 695,40 719,19 719,51 707,30

pes2

182,58 698,86 181,53 190,86 715,20 179,31 190,77 190,61 191,01 195,16 193,76 185,28 188,76 188,02 179,15 176,17

FONTE: Esalq-ESALQ/USP. Para M.Grosso Sul - 1 - Em R$/cab - 2 - Em R$/kg

MÊS

2007

2008

2009

2010

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

366,38 377,36 394,33 408,47 419,30 427,29 434,89 452,92 462,15 466,46 473,66 480,86

492,82 503,88 518,07 553,43 624,51 713,33 752,17 740,02 724,67 717,00 703,33 660,14

636,50 629,36 635,79 657,06 661,06 656,90 641,71 618,36 604,06 597,02 585,92 592,25

599,80 707,20 614,68 722,78 647,90 699,60 718,62 721,53 684,39 669,62 686,57 708,95 713,72 711,55

MÊS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

2008 30,93 27,79 27,19 26,62 27,43 26,88 27,76 24,56 23,78 22,32 20,51 20,75

2009 23,67 22,26 20,62 21,29 22,25 22,24 20,55 19,42 19,13 20,60 20,41 20,02

SOJA 1

2010

2010

19,66 18,35 18,47 18,16 18,67 19,43 18,74 20,42 24,36 25,15 28,29 28,36

FONTE: Esalq-ESALQ/USP, BM&F e Bovespa -

19,66 18,35 18,47 18,16 18,67 19,43 18,74 20,42 24,36 25,15 28,29 28,36 1

2011

MÊS

2007

30,35 31,68

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

32,00 32,58 31,80 30,01 30,08 30,71 31,34 34,56 38,67 39,91 42,07 43,98

- Em R$/saca de 60kg

LARANJA PERA

1

2011

FONTE: Esalq-ESALQ/USP, BM&F e Bovespa- 1 Em R$/cab, desc prazo NPR

MILHO 1

M Ê S

119,75 118,12 114,73 114,24 127,88 122,86 120,10 119,22 118,22 119,99 127,67 136,16

2008

BEZERRO / Mato Grosso Sul 1

- Em R$/arroba (15kg)

2010

2011

- 121,97 kg ATR

ALGODÃO EM PLUMA1 2009

29,44 29,98 30,38 32,52 31,49 30,88 31,33 31,81 32,71 33,87 34,78 35,67

26,46 26,55 26,74 27,71 27,53 26,93 26,97 27,02 27,41 28,02 28,54 28,97

1

85,35 75,70 76,97 103,07 104,37 82,54 77,03 78,12 104,30 106,12 78,51 79,03 79,88 80,93 82,33 83,34 80,32 80,81 81,68 81,68 82,16 83,01 82,28 83,73 84,56 78,98 88,67 89,49 78,58 93,49 94,56 78,61 100,62 101,64 75,71 113,01 114,25 75,66 104,90 106,02

FONTE: Esalq-ESALQ/USP, BM&F e Bovespa -

CAMPO 2 2009 2010

2008

2008

2009

46,23 47,71 45,83 44,33 44,70 49,99 50,58 44,70 46,08 44,63 45,13 44,61

49,21 47,56 45,35 47,95 50,39 49,89 47,83 48,20 46,07 44,67 46,07 42,87

FONTE: Esalq-ESALQ/USP, BM&F e Bovespa -

1

2010

2011

39,80 35,73 34,14 34,49 35,59 36,09 38,58 41,32 42,59 44,88 48,97 48,52

49,63 51,19

- Em R$/saca de 60kg

LIMA TAHITI 1

1

MÊS 2006 2007 2008 2009 2010 2011

MÊS 2006 2007 2008 2009 2010 2011

MÊS 2006 2007 2008 2009 2010 2011

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

12,13 9,90 8,66 7,58 7,21 8,10 10,06 10,76 11,04 11,52 12,51 14,26

15,46 13,46 15,50 12,39 13,68 9,66 8,79 8,38 7,88 8,27 7,97 9,72 10,93 10,95 10,16 9,71 9,78 9,33 9,89 9,57 11,77 8,63 12,61 7,27

6,80 5,92 4,95 4,50 4,05 3,68 3,65 5,04 5,66 5,86 6,41 6,95

7,70 15,59 9,77 15,00 10,17 8,24 13,00 14,70 14,88 14,90 15,19 15,23 15,35 15,66

FONTE: Esalq-ESALQ/USP, BM&F e Bovespa // 1 - Valores médios em R$/cx de 40,8kg, a prazo, entregue no portão, sem contrato.

15,68 19,53 19,08 13,72 10,68 9,38 10,12 11,47 12,51 12,60 12,76 13,48

15,08 17,10 19,02 16,60 13,82 11,28 10,98 11,06 10,48 11,48 13,45 14,10

15,38 10,00 10,89 22,86 16,95 9,82 17,22 25,33 17,03 11,13 19,17 14,65 10,46 16,50 12,04 9,13 14,49 11,39 7,66 15,13 11,38 6,48 14,90 11,01 6,47 14,94 10,64 7,04 16,83 10,83 7,58 19,17 10,24 8,48 19,93 9,70 8,94 20,15

FONTE: Esalq-ESALQ/USP, BM&F e Bovespa // 1 - Valores médios em R$/cx de 40,8kg, mercado interno, na árvore.

3,09 2,18 2,28 2,82 5,52 6,50 11,38 28,87 35,76 44,60 26,58 5,78

2,92 2,34 3,87 10,70 16,49 18,85 17,97 14,82 19,03 20,99 14,92 10,16

4,74 5,15 7,84 5,24 4,77 5,97 9,61 20,10 38,95 51,78 46,64 16,26

6,19 5,03 4,94 4,22 4,79 4,89 6,62 26,52 31,47 22,28 21,53 9,83

7,02 10,39 8,82 10,40 9,53 11,12 14,25 18,96 21,49 22,63 31,75 25,42 30,74 18,08

FONTE: Esalq-ESALQ/USP, BM&F e Bovespa // 1 - Valores médios em R$/cx de 27,0kg, mercado interno, colhido.


AGENDA DE EVENTOS

3º SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE AVES E SUÍNOS Dias: 29 a 31/03. UFV. Local: Universidade Federal de Viçosa, Viçosa (MG). Tel: (31) 3899-2277. Email:- dzo@ufv.br. Site:-www. avisite.com.br.

ABRIL 2011

MAIO 2011

18ª AGRISHOW - Feira Internacional de Tecnologia em Ação Dias: 02 a 06/05. REED EXHIBITIONS e ALCANTARA MACHADO. Local: Polo Regional de Desenvolvimento Tecnológico - Centro Cana, Ribeirão Preto (SP). Tel: (11) 50676767. Site:-www.agrishow.com.br.

FENICAFÉ 2011 Dias: 06 a 08/04. Assoc. Cafeicultores de Araguari. Local: Pica-Pau Country Club, Araguari (MG). Tel: (34) 3242-8888. Email:- coordenação@fenicafe.com.br. Site:-www.fenicafe. com.br.

11º TREINAMENTO EM PASTAGENS SOB IRRIGAÇÃO Dias: 04 a 06/05. FEALQ. Local: ESALQ Centro de Treinamento, Piracicaba (SP). Tel: (19) 3417-6604. Email: cdt@fealq.org.br Site:-www.fealq.org.br.

PERÍCIAS E AVALIAÇÕES AMBIENTAIS (Pós-Graduação/MBA) Dias: 08/04 a 19/10. Instituto Vidrih. Local: Bauru (SP). Tel: (14) 3313-9664. Email:- contato@vidrih.com.br. Site:-www.vidrih.com. br.

CROP WORLD - SOUTH AMERICA 2011 Dias: 09 a 10/05. Local: Blue Tree Morumbi, São Paulo (SP). Tel: (11) 3524-8505. Email: luciana.souza@lstreinamentos.com.br Site:-www.fealq.org.br.

2º ENCONTRO BRASILEIRO DE SILVICULTURA Dias: 11 a 12/04. IPEF. Local: Royal Palm Plaza, Campinas (SP). Tel: (19) 2105-8608. Email:- ptsm@ipef.br. Site:-www.expoforest.com.br.

42ª EXPOAGRO - Exposição Agropecuária de Franca (SP) Dias: 13 a 29/05. Local: Parque de Exposições “Fernando Costa”, Franca (SP). Tel: (16) 3724-7080. Email:- expoagro@hotmail. com. Site:-www.franca.sp.gov.br/expoagro.

4º FORUM ABISOLO - Escassez Alimentos no Mundo: Soluções e Alternativas Dias: 11 a 13/04. ABISOLO. Local: Auditório 5º CONGRESSO BRASILEIRO DE DEFENDepto. Engenharia ESALQ/USP, Piracicaba SIVOS AGRÍCOLAS NATURAIS (SP). Tel: (11) 5081-7718. Email:- eventos@ Dias: 24 a 26/05. EMBRAPA MEIO AMBIENuol.br. TE. Local: Embrapa Meio Ambiente, Jaguariúna (SP). Tel: (19) 3311-2700. Email: sac@ cnpma.embrapa.br Site:- www.cnpma.em3º SIMCAFÉ - Simpósio do Agronegócio brapa.br. Café da Alta Mogiana Dias: 13 e 14/04. COCAPEC. Local: LuminiCentro de Eventos. Franca (SP). Tel: (16) 3711-6200. Email:- agronomo.saulofaleiros@cocapec.com.br. Site:-www.co3ª EXPOVERDE - Feira de Flores, Frutas, capec.com.br. Hortaliças, Plantas Nativas, Plantas Ornamentais, Plantas Medicinais, Agricultura Orgânica, Insumos, Máquinas e ImplemenEXPOFOREST 2011 tos de Franca (SP) Dias: 13 a 15/04. UFPR, FUPEF, UNESP. LoDias: 22 a 25/09. Local: Parque de Excal: Horto Florestal, Mogi-Guaçu (SP). Tel: posições “Fernando Costa”, Franca (SP). Tel: (41) 3049-7888. Email:- contato@expofor(16) 3724-7080. Email:- expoverde@franca. est.com.br. Site:-www.expoforest.com.br. sp.gov.br.

SETEMBRO 2011

FLORESTAS DO BRASIL EM RESUMO - 2010 AUTOR Serviço Florestal Brasileiro EDITORA Ministério do Meio Ambiente CONTATO site: www.mma. gov.br/estruturas/ sfb/_arquivos/livro_de_bolso_sfb_ mma_2010_web_95.pdf A publicação, de 152 páginas, aborda características dos seis biomas, avanços na gestão das florestas, aspectos socioeconômicos da área florestal e ensino e pesquisa relacionados ao tema. Neste minilivro, que atualiza informações presentes na primeira edição da obra, foram incluídas informações sobre crédito florestal, manejo florestal na Amazônia e na Caatinga, unidades de conservação estaduais e comparativo mundial do estoque de biomassa florestal viva. Esta é uma obra em movimento. As informações sobre floresta são dinâmicas e, portanto, as atualizações serão constantes.

ADUBAÇÃO NA AGRICULTURA ECOLÓGICA AUTOR Engº Agrº Silvio Roberto Penteado EDITORA Via Orgânica CONTATO site: www.viaoganica.com.br. Publicação prática para cálculo e recomendação de adubação. Apresenta tabelas para cálculo de adubação de adubos sólidos e líquidos. Explica com fazer o cálculo de adubação pelo Equilíbrio de Bases, com Programa Simplificado para computador, bastando colocar os resultados da análise de solo e terá a quantidade de cada nutriente por hectare. Traz capítulos de cálculo de adubação nutriente por nutriente. Traz tabelas para avaliar a análise de solo e foliar. Ensina de modo simples a preparar adubos orgânicos, como Composto Orgânico e Bokashi, utilizando todo material orgânico, como restos vegetais, estercos, palhas. Fontes de matéria orgânica.

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MAR / 2011 www.revistadeagronegocios.com.br

SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE IRRIGAÇÃO E FERTIRRIGAÇÃO EM CITROS Dias: 14 a 15/04. IAC. Local: Auditório Sede 11º CURSO DE CAPACITAÇÃO PARA IAC, Campinas (SP). Tel: (19) 2137-0662. MÉDICOS VETERINÁRIOS RESPONEmail:- teixeira@iac.sp.gov.br. Site:-www. SÁVEIS TÉCNICOS EM ESTABELECIMENiac.sp.gov.br. TOS PRODUTORES DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL 10º CURSO DE MANEJO DE NUTRIENTES Dias: 11/03 a 02/07. FUNEP. Local: Sala de EM CULTIVO PROTEGIDO Eventos FUNEP, Jaboticabal (SP). Tel: (16) Dias: 25 a 29/04. IAC, INFOBIBOS e CON3209-1300. Email:- eventos@funep.fcav. PLANT. Local: Instituto Agronômico, Campiunesp.br. Site:-www.funep.com.br. nas (SP). Tel: (19) 3014-0148. Email:eabramides@terra.com.br. Site:-www. CURSO DE FLORICULTURA TROPICAL conplant.com.br. (Gengibre Ornamental, Bastão do Imperador, Costus, Helicônias e Alpinia) 77ª EXPOZEBU Dias: 28 a 30/03. INFOBIBOS e AJBIAC. Dias: 28/04 a 10/05. ABCZ. Local: Parque Local: Ubatuba (SP). Tel: (19) 3014-0148. Fernando Costa, Uberaba (MG). Tel: (34) Email:- eabramides@terra.com.br. Site:3319-3900. Email:- abcz@abcz.org.br. Site:www.avisite.com.br. www.expozebu.com.br.

MARÇO 2011

LIVROS


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MAR / 2011

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