Edição 42 - Revista de Agronegócios - Janeiro/2010

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Planos de Financiamentos para 2010 FINAME - PSI

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PROGRAMA DE SUSTENTAÇÃO DO INVESTIMENTO

4,5% a.a. Carência de até 12 meses + 06 anos para pagar

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2% a.a. Carência de até 02 anos + 08 anos para pagar

0% a.a. Attalea

Carência de até 12 meses + 04 anos para pagar

Com estes planos de financiamentos, chegou a hora de adquirir o seu trator Massey Ferguson. Oimasa Franca Av. Wilson Sábio de Mello, 1430 - Tel. (16) 3711-7900


EDITORIAL

O Sol e a degradação dos solos 4

FOTO: EMBRAPA

FOTO: NASA / ESA / SOHO

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O ano de 2010 começa com muitas esperanças para a cadeia produtiva do agronegócio. Muitos querem esquecer o ano que passou, seja pelas consequências da Crise Econômica Mundial, seja pelos gargalos que ainda não foram superados em algumas cadeias produtivas. Desejamos a todos muitas conquistas. Nesta primeira edição do ano, iniciamos uma seção especial, buscando unicamente informar os leitores sobre Aquecimento Global Global, Camada de Gases Estufa e Legislação Ambiental Brasileira Brasileira. Queremos mostrar quem são os agentes causadores e o quanto isto interfere nas atividades econômicas (principalmente nas cadeias produtivas do agronegócio). Lembrando que o Universo (incluindo o Planeta Terra) é um ‘sistema vivo e cíclico’ - vejam os acidentes naturais no planeta (tsunamis, furacões e terremotos) e as forças do Universo que interagem com a vida no planeta (como a Lua, os meteoros e, principalmente, o Sol). E também que a preservação ambiental (matas ciliares, reserva legal, uso correto da água) é primordial para a manutenção da vida. Como tema de capa, publicamos matéria que mostra a importância da fruticultura na região da Alta Mogiana. Nesta edição mostramos o cultivo da Lichia, em Patrocínio Paulista (SP), pelo produtor José Milton Faleiros. Na cafeicultura, publicamos matéria sobre a Importância da Diagnose Foliar e também a posição da COOPARAÍSO e do CNC contestando a divulgação da CONAB de safra recorde de café para 2010. O consórcio na produção de madeira e grãos é destacado como alternativa de geração de renda nas propriedades. Na atividade leiteira, destacamos o artigo da EMBRAPA que orienta sobre os processos de regulamentação e de implementação do PILeite - Produção Integrada de Leite, que visa beneficiar o produtor e a qualidade do leite. Boa leitura a todos! A Revista Attalea Agronegócios, registrada no INPI, é uma publicação mensal da Editora Attalea Revista de Agronegócios, com distribuição gratuita a produtores rurais, empresários e profissionais do setor de agronegócios, atingindo 85 municípios das regiões da Alta Mogiana, Sul e Sudoeste de Minas Gerais. EDITORA ATTALEA REVISTA DE AGRONEGÓCIOS LTDA. CNPJ nº 07.816.669/0001-03 Inscr. Municipal 44.024-8 R. Profª Amália Pimentel, 2394, São José Tel. (16) 3403-4992 CEP: 14.403-440 - Franca (SP) DIRETOR E EDITOR-CHEFE Eng. Agrº Carlos Arantes Corrêa (16) 9126-4404 cacoarantes@netsite.com.br DIRETORA COMERCIAL e PUBLICIDADE Adriana Dias (16) 9967-2486 adrianadias@netsite.com.br

ASSESSORIA JURÍDICA Raquel Aparecida Marques OAB/SP 140.385 CONTABILIDADE Escritório Contábil Labor R. Maestro Tristão, nº 711, Higienópolis Franca (SP) - Tel (16) 3406-3256 CTP E IMPRESSÃO Cristal Gráfica e Editora R. Padre Anchieta, 1208, Centro, Franca (SP) - Tel. (16) 3711-0200 www.graficacristal.com.br É PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL DE QUALQUER FORMA, INCLUINDO OS MEIOS ELETRÔNICOS, SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO EDITOR.

Os artigos técnicos, as opiniões e os conceitos emitidos em matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores, não traduzindo necessariamente a opinião da REVISTA ATTALEA AGRONEGÓCIOS.

CARTAS JOSÉ LUIS GOMES Fazenda da Barra - Núcleo Manoel Gomes. Ribeirão Preto (SP) “Tenho uma lavoura com 4.500 pés de café, plantado em dezembro de 2008. Não tive recursos suficientes.(...) Quando vejo as lavouras de café da idade do meu, meus olhos ficam ‘cheios de água’ de ver a beleza. Meu café está ‘atrasado’. Não posso fazer nada. Não tenho recursos. (...) Mas não vou desistir. Peço ajuda para que me indiquem alguém que possa me orientar”. Caro Sr. José Luiz, recomendamos procurar a CATI EDR - Ribeirão Preto/SP [Av. Fábio Barreto, 41 - Tel (16) 3610-8228]. DELMA AZIS DE PAULA Sitio Tamboril. Cristais Pta. (SP) “Prezado editor, gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios. Li e achei superinteressante para o produtor rural”. PAULO VIEIRA DE CARVALHO Conceição da Aparecida (MG) “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios. Li a revista na loja Super Safra”.

E-MAILS ELBIO RODRIGUES ALVES FILHO Restinga (SP) “Gostaria de informar que em dezembro 2009 o Engº Agrº Márcio Figueiredo (foto ao lado), chefe da Casa da Agricultura de Restinga, recebeu o título de ‘Cidadão Restinguense’, em reconhecimento ao trabalho desenvolvido com a comunidade”. FERNANDO DA SILVA BARBOSA Mestrando em Irrigação e Drenagem pela ESALQ/USP. Cajuru (SP) “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios. MÔNICA R. RODRIGUES Agricultora. Ribeirão Corrente (SP) “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios.

CARTAS R. Profª Amália Pimentel, 2394, São José CEP: 14.403-440 - Franca (SP)

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MÁQUINAS

dezembro do ano E mpassado, o cafeicultor

FOTO: Divulgação Palini & Alves

Máquinas da Palini & Alves contribuem diretamente para a qualidade final do café mineiro Luiz Carlos Garcia, de Machado (MG), conquistou o 6º Concurso Nacional de Qualidade de Café ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café. Seu lote foi arrematado por R$ 3.001,00 a saca pelo Consórcio Viva Brasil. De acordo com o cafeicultor, a fórmula do sucesso está na visão empresarial adotada na Fazenda Santa Amália. “Além dos procedimentos técnicos exigidos pela cultura, o cafeicultor deve adotar tecnologia Secador Rotativo PA-SR adequada para o processamento do grão logo após a colheita”, afir- condução de secagem dos grãos. “Para ter um bom processo de secagem ma Garcia. A qualidade de bebida do pro- de café é preciso obedecer todas as duto final depende muito de uma boa etapas da colheita. Um das mais

importantes operações de qualidade dos grãos, é a secagem. Para uma boa qualidade deve se iniciar a secagem dos grãos o mais rápido possível após a colheita, pois a umidade da polpa e mucilagem provoca fermentações que prejudicam a bebida”, afirma João Lourenço Vieira, gerente da Fazenda Santa Amália e Tecnólogo em Cafeicultura Empresarial. Pensando neste processo de secagem e na qualidade de bebida, a Fazenda Santa Amália adquiriu máquinas e equipamentos desenvolvidos pela Equipe de Pesquisa e Desenvolvimento da Palini & Alves: Aerador Contínuo em Cascata PA-AC e Secador Rotativo PA-SR. Secador Rotativo - é o

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MÁQUINAS FOTO: Divulgação Palini & Alves

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secador ideal para o cafeicultor de pequeno, médio e grande porte. O equipamento recebe o café diretamente da roça ou do lavador, propiciando uma secagem rápida e uniforme. As portas para carga e descarga do produto proporcionam rapidez nestas operações. Seu melhor aproveitamento de calor, resulta em melhor desempenho de secagem, economia de combustível e o mais importante, secagem uniforme. Os Secadores Rotativos PA-SR, secam com eficiência, rapidez e uniformidade cafés em coco e pergaminho, Arábica e Robusta. Podem secar também outros grãos, como soja, feijão, milho, pimenta do reino e outros. Com o equipamento, o cafeicultor elimina parcial ou totalmente o uso de terreiro; reduz o custo de investimento e de mão-de-obra do manejo noterreiro; baixo custo operacional; agiliza o processo de secagem, reduzindo o tempo no

Aerador Contínuo em Cascata

secador; elimina o risco de fermentação, já que o café vai direto ao secador; garante uniformidade de secagem com a movimentacão constante dos grãos; independe de condições climáticas. A Palini & Alves dispõe de três modelos: 4.000, 8.000 e 12.000 litros/ hora e fornece ainda os seguintes opcionais: Fornalha de Fogo Indireto ou Direto, Elevador para carga e descarga, Tulha (silo) de espera para alimentação do Secador. Aerador Contínuo em Cascata - é um equipamento que injeta um fluxo de ar levemente aquecido, que faz a retirada do

excesso de água, possibilitando assim colocar os grãos diretamente no secador sem passar no terreiro, não contaminando assim a bebida. O Aerador Contínuo trabalha com grande volume de ar, aquecido por fornalha, gás ou vapor. Com a temperatura entre 50 e 60º C, o rendimento de evaporação PA-AC poderá chegar até 75%. O equipamento garante qualidade total do produto sem nenhum risco, pois é processado imediatamente após o benefício úmido (lavador/ descascador/desmucilador), diretamente para o término da secagem. O Aerador Contínuo em Cascata PA-AC dispõe de três tamanhos para atender qualquer conjunto de benefícios úmidos: 4.000 , 8.000 e A 12.000 litros/hora.

INFORMAÇÕES Pallini & Alves Tel. (19) 3661-9600 www.palinialves.com.br

BNDES prorroga prazo de vigência do Programa de Sustentação do Investimento até 30 de junho de 2010 o novo empréstimo do C om Tesouro Nacional no valor

de R$ 80 bilhões, para o financiamento de investimentos e do desenvolvimento produtivo em 2010 e 2011, o BNDES decidiu prorrogar o prazo de vigência do PSI - Programa de Sustentação do Investimento até 30 de junho de 2010. A linha de crédito que além de juros subsidiados oferece prazo de até 10 anos para pagamento e carência de 24 meses, é válida para a compra de todos os tipos de maquinários e implementos agrícolas, caminhões e carretas. A medida, anunciada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, permitirá ao BNDES atender à demanda projetada de desembolsos do próximo

ano, de cerca de R$ 126 bilhões, contribuindo para a retomada do crescimento sustentado do País. No início de 2009, o Banco havia recebido um empréstimo de R$ 100 bilhões, também de recursos do Tesouro.

No PSI, permanece em 4,5% ao ano a taxa para aquisição de máquinas e equipamentos nacionais. O Programa de Sustentação do Investimento foi criado pelo BNDES em junho de 2009 para combater os efeitos da crise financeira internacional, estimulando a antecipação de investimentos por parte das empresas. O Finame Agrícola PSI é operado pela AGCO Finance. Para se habilitar ao financiamento, o interessado deve procurar uma revenda de sua região, demonstrar interesse e encaminhar a proposta para o banco de seu relacionamento.

INFORMAÇÕES Concessionária Oimasa www.oimasa.com.br


MÁQUINAS

COOPARAÍSO e CNC contestam previsão de safra de café da CONAB O Brasil é o maior produtor mundial de café, à frente conilon) da safra 2010, divulgado Vietnã (16,5 milhões de da no início do ano pela CONAB sacas), da Indonésia (9,35 mi- Companhia Nacional de Abaslhões de sacas) e da Colômbia tecimento indica que o Brasil po(8,1 milhões de sacas). O estado derá colher entre 45,89 e 48,66 brasileiro de maior destaque, milhões de sacas de 60 quilos do em termos quantitativos, é Miproduto beneficiado. Se confirnas Gerais, que neste ano tem mado o intervalo superior, esta variação positiva entre 16,7% será a maior colheita da história, e 24,4% (de 3,32 a 4,85 misuperando em 0,37% a do ciclo lhões de sacas). Levando em Marcelo Almeida (COOPARAÌSO), José Braz Mati2002/03, que foi de 48,48 mi- ello (MAPA/Procafé) e Fábio Moreira (UFLA) conta o intervalo superior, a lhões de sacas. participação mineira represenA COOPARAISO contestou a de 61 municípios, sendo 37 em Minas ta 50,8% do total a ser produzido no previsão de safra da CONAB, cujo Gerais, sete em São Paulo e mais 17 país, ou seja, 24,73 milhões de sacas. ponto médio de sua previsão é de no Espírito Santo. O café arábica detém o maior volume Gilson Ximenes disse que o ano no estado (98,8%) e deve ficar entre 47.274 mil sacas. De acordo com o presidente do CNC - Conselho Nacio- político vem influenciando as opiniões 22,92 e 24,44 milhões de sacas. nal do Café, Gilson Ximenes, após um de órgãos governamentais e que as O segundo maior estado produlevantamento no setor, a safra deve divulgações têm supervalorizados os tor, o Espírito Santo, deve colher de ficar de 10% a 15% menor do que a números agrícolas. “Esse cenário é ir- 11,50 a 12,04 milhões de sacas, sendo colhida em 2008, que foi de 45.992. real. Atualmente o mercado agrícola 74,4% da espécie conilon (robusta). Isso significa que a colheita deste ano e, principalmente, de café está em Aumento de 12,7% a 17,9%. não deve ultrapassar 42 mil sacas, baixa, com preços aviltantes pagos ao Os cafezais devem ocupar uma número que a cooperativa concorda. produtor, que vive em extrema difi- área produtiva de 2.101,1 mil hectaSegundo o vice-presidente da culdade”, disse o presidente do CNC. res, com aumento de 3,9% sobre a COOPARAISO, José Fichina, as várias O gerente do departamento de safra de 2009, que foi de 2.092,9 mil floradas ocorridas na lavoura vão Gestão do Agronegócio da COOPA- ha. A expansão se deve ao acréscimo trazer quebra de produção e de quali- RAISO, Marcelo Almeida, disse que de 8,2 mil ha que estavam em formadade, pois a colheita trará café em di- o volume de chuvas de 518 milíme- ção no período anterior. Minas Gerais versas fases de maturação, prejudican- tros, ocorrido em dezembro, atrasou também concentra a maior plantado essa qualidade. “Esses fatores tra- os tratos culturais e foi uma “porta ção, com 1 milhão de ha (48% do total rão, uma safra muito menor daquele aberta” para as doenças nos cafezais. do país). colhido em 2008, quando tivemos “Além disso, as chuvas trouxeram a A pesquisa de campo foi uma safra muito alta”, disse o vice- queda dos frutos e queda de quali- realizada no período de 23 de presidente, José Fichina. dade, o que provocará uma safra me- novembro a 4 de dezembro do ano A previsão para a área de nor, e não maior como acredita o passado. (FONTE: adaptado das COOPARAÍSO, abrangência da COOPARAISO é uma governo”, finalizou o engº agrônomo agências CONAB e Agnocafé ) A colheita em torno de 4.200 sacas. Isso Marcelo Almeida. FOTO: Editora Attalea

estimativa da proA primeira dução de café (arábica e

Há mais de uma década em sintonia com o cafeicultor! Rua Padre Conrado, nº 730, Vila Nova PABX: (16) 3722-7977 - Franca (SP)

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CAFEICULTURA

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A importância da diagnose foliar na avaliação do estado nutricional do cafeeiro da fertilização na A utilização agricultura (seja orgânica ou

química) foi uma das principais lições adquiridas pelo ser humano. Foi necessário muita observação, tempo e pesquisa. Seja qual for a lavoura explorada, a necessidade de reposição de nutrientes no solo é imprescindível para a manutenção da produtividade com o decorrer das safras, visto que grande parte dos nutrientes do solo são “exportados” com os frutos, grãos, sementes, vagens ou folhas. A diagnose consiste na avaliação do estado nutricional de uma planta tomando uma amostra, seja de um tecido vegetal, seja do solo,

e comparando-a com seu padrão pré-estabelecido. Este padrão consiste em uma planta ou solo que apresenta todos os nutrientes e proporções adequadas capazes de proporcionar condições favoráveis para a planta expressar seu máximo potencial genético para a produção. Para avaliar o estado nutricional da planta, existem algumas ferramentas de diagnose que apresentam características específicas, a qual pode ser feita no tecido vegetal ou no solo. No tecido vegetal, normalmente, utilizam-se as folhas, através da análise química que, por sua vez, pode ser interpretada, tomando um único nutriente

através do método do nível crítico, da faixa de suficiência, ou alternativamente, tomando como base a relação dos nutrientes, feita pelo método denominado DRIS (Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação). Indiretamente, o solo, através da análise química, pode ser também utilizado para avaliar o estado nutricional da planta. Assim, existem várias ferramentas que podem ser utilizadas, preferencialmente de maneira integrada, para o conhecimento do sistema solo-planta, com subsídios suficientes para a interferência, se for o caso, na adoção de práticas de adubação mais eficientes. A diagnose visual permite avaliar os sintomas de deficiência com certas limitações, uma vez que, no campo, a planta é passível de sofrer interferências de pragas e patógenos que podem mascarar a exatidão da detecção do nutriente-problema. Além disto, a diagnose visual não quantifica o nível de deficiência ou de excesso do nutriente em estudo. Cabe salientar que somente quando a planta apresenta uma desordem nutricional aguda, é que ocorre claramente a manifestação dos sintomas visuais de deficiência ou excesso característicos, passíveis de diferenciação; entretanto, neste ponto, parte significativa da produção (cerca de 40-50%) está comprometida. Portanto, o uso da diagnose visual não deve ser a regra e, sim, como um complemento da diagnose. Os sintomas visuais de deficiência e excesso são apresentados no apêndice. A diagnose vegetal presta-se para identificar o estado nutricional da planta, através da análise química de um tecido vegetal que seja mais sensível em demonstrar as variações dos nutrientes e que seja o centro das atividades fisiológicas da planta, ou seja, na maioria das vezes, a folha. É necessário, ainda, que a planta esteja em uma época de máxima atividade fisiológica, como no florescimento ou início da frutificação. Em virtude desta última exigência da análise química das folhas no auge do desenvolvimento da planta, coloca-se a diagnose foliar com pouca ação na eventual correção da deficiência de nutrientes em plantas anuais no mesmo ciclo de produção da cultura. Entretanto, em culturas perenes como cafeeiro, a diagnose foliar apresenta potencial elevado no diagnóstico do estado nutricional da planta, possibilitando a


CAFEICULTURA folhas de ramos com frutos como em folhas de ramos sem frutos. Foi possível determinar-se que ocorreu redistribuição de nutrientes tanto em folhas de ramos com frutos quanto em folhas de ramos sem frutos. A redistribuição de N, P, K e Mn foi mais acentuada na época de maior desenvolvimento dos frutos e, para o N e P, ocorreu com maior intensidade nas folhas de ramos com frutos. Vale ressaltar alguns cuidados durante a coleta das folhas, como: evitar-se a amostragem logo após chuva intensa, aguardando pelo menos de três a sete dias, de forma que o estado nutricional da planta volte ao equilíbrio, especialmente para nutrientes mais sensíveis à “lavagem” das folhas, como N e K. Da mesma forma, é válido quando a planta se encontra com déficit hídrico. A coleta deve ser realizada, preferencialmente, nas primeiras

três horas de luz solar, dado o maior equilíbrio fisiológico da planta. Deve-se evitar a coleta de folhas em solo seco ou na fase de granação dos frutos. Após a coleta, as folhas devem ser transferidas para sacos de papel e levadas ao laboratório imediatamente, ou até 3 dias sob refrigeração a 4oC, e mantidas em caixa de isopor com gelo. Entre os critérios de interpretação normalmente usados, pode-se citar o baseado no nível crítico que exprime um único valor ou um intervalo de valores, ou seja, uma faixa com teor adequado. É comum, nas tabelas dos órgãos oficiais, o uso de faixas de teores adequados, visto que engloba maior número de condições edafoclimáticas ou cultivares distin-tas. Além disso, não existe um determinado ponto de ótima produção, mas sim uma determinada faixa, porque o aumento da

Attalea

correção no mesmo ano agrícola, com satisfatória eficiência. Portanto, a idéia de se usar conteúdo mineral como critério para se avaliar o estado nutricional de plantas perenes é bastante atraente, visto que a diagnose foliar tem como vantagem utilizar a própria planta como extrator. Para a amostragem correta da folhadiagnose própriamente dita, devem-se considerar a época de coleta, tipo de folha e o número suficiente, que garantirá validade do resultado da análise química foliar, sua interpretação e a correção das deficiências com as futuras adubações. É relevante salientar a importância dessa etapa de amostragem, visto que a maioria dos erros que podem ocorrer em um programa de adubação, advêm da amostragem mal feita e não por problemas analíticos de laboratório ou ainda do uso de tabelas de recomendação inadequadas. De acordo com o pesquisador Euripedes Malavolta, a amostragem de folhas do cafeeiro deve ser feita da seguinte forma: * Época de coleta: primaveraverão; * Tipo de folha: coleta-se o 3o ou o 4o par de folhas de ramos produtivos (Figura 3), no terço médio da planta; * Número de folhas: uma folha de cada ponto cardeal em 25 plantas de uma área homogênea, constituindo 100 folhas por amostra (talhão). O ramo a ser amostrado pode estar com fruto ou não. Essa informação foi obtida em um estudo que avaliou a ocilação da concentração de nutrientes nas folhas do cafeeiro durante um ciclo de produção. Pelos resultados, o autor observou que as concentrações de N, P, K, Ca, Mg, B, Cu, Mn e Zn foram elevadas nos frutos, em seus estádios iniciais de crescimento. O comportamento do K, Ca, Mg, S, Cu e Mn, ao longo do desenvolvimento dos frutos, foi semelhante quando se analisaram folhas de ramos com frutos e folhas de ramos sem frutos. As folhas de ramos com frutos apresentaram teores mais elevados de N, P, K, Mn e Zn nos estádios iniciais de crescimento dos frutos e concentrações mais baixas de Ca, Mg, S, B e Cu nessa mesma época. As folhas de ramos sem frutos apresentaram teores mais elevados de P, K e Mn no início da formação dos frutos e concentrações mais baixas de N, Ca, Mg, S, Cu e Zn nessa mesma época. Com isso, determinou-se que a avaliação do estado nutricional do cafeeiro em K, Ca, Mg, S, Cu e Mn pode ser feita tanto em

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produção obtido com doses Tabela 10 - Teor adequado de macro e micronutrientes nas valor superior ou igual o crescentes de nutrientes é folhas do cafeeiro (Malavolta, 1996). nível crítico, o procedisempre associado a um erro mento de adubação é: manNUTRIENTE BRASIL COLÔMBIA COSTA RICA estatítisco.Nos resultados de ter a adubação quando pesquisas locais,é comum análise fitotécnica estiver --------------------- g.Kg-1 --------------------expressar, como valor adeinadequada e não adubar N 27 - 32 25 - 30 23 - 28 quado de nutrientes, o nível ou reduzir a dose quando a P 1,5 - 2,0 1,1 - 1,5 1,2 - 2,0 crítico. análise fitotécnica for K 19 - 24 15 - 18 17 - 27 O cafeeiro nutrido é adequada. Ca 10 - 14 7 - 13 8 - 11 Mg 3,1 - 3,6 3,5 2,0 - 3,5 capaz de altas produções, O mesmo autor comS 1,5 - 2,0 2,0 uma vez que possui em suas plementa, que a combina-------------------- mg.Kg-1 -------------------folhas todos os macro e mição das análises fitotécnicas B 60 - 80 40 - 60 60 - 100 cronutrientes em concene foliar deveria ser também Cu 8 - 16 6 - 12 trações absolutas e em proconsiderada ao se estabeleFe 90 - 180 90 - 140 75 - 275 Tabeporções adequadas (Tabecer o nível crítico, devido Mn 120 - 210 50 - 220 50 - 150 las 10 e 11) 11). ao fato de a concentração Mo 0,15 - 0,20 Na literatura, existem do nutriente no tecido ser Zn 8 - 16 15 - 20 algumas diferenças na inexpresso em termos relatidicação da melhor relação vos, isto é, quantidade do O uso do nível crítico e da faixa nutriente/quantidade de matéria seca. de nutrientes para o cafeeiro, devido às condições edafoclimáticas e de adequada deve ser utilizada com cuiA nutrição equilibrada do cafecultivares distintas, a exemplo da dado especialmente para certos nutri- eiro confere maior produção por área, entes (N e P), os quais têm importante uma vez que os componentes de prorelação P/Zn. Normalmente, os experimentos influência no crescimento da planta. dução da cultura são beneficiados. de adubação, que definem os níveis Assim, a importância do diagnóstico Neste sentido, os pesquisadores lemcríticos ou faixas adequadas, como os combinando a análise fitotécnica (de- bram que a produção por área do caapresentados anteriormente, devem senvolvimento, aparência, diâmetro feeiro é obtida pela produção por seguir alguns procedimentos cha- de caule, no de folhas, altura) e a aná- planta multiplicado pelo número de lise foliar, que pode melhorar o diag- plantas na área. Para produção por mados padrões, como: 1) - Escolher uma área, com um nóstico e aprimorar a decisão de adu- planta os compontentes de produção grupo de solos representativos, que bar. Assim para uma análise química são: Número de ramos produtivos da predomine na região, e que apresente foliar, a exemplo do N, estiver abaixo planta; Número de nós produtivos em um teor de nutrientes baixo, para que do nível crítico, a decisão de adubação cada ramo; Número de frutos por nó; haja a resposta da planta. Os demais é: adubar ou aumentar a dose quando e Peso das sementes por frutos. nutrientes não estudados devem ser a análise fitotécnica estiver inadequaSistema Integrado de Diagfornecidos em quantidades ótimas da e manter os procedimentos de adupara o máximo desenvolvimento das bação, quando a análise fitotécnica nose e Recomendação (DRIS) estiver adequada. Por outro lado, Conforme comentado anteriormenplantas. 2) Utilizar técnicas de cultivo quando a análise foliar apresentar te, os dois critérios de interpretação das plantas de acordo com as reco(nível crítico e faixa adequada) discumendações locais e amplamante em- Tabela 11 - Relações entre nutrientes tidos baseiam-se no estabelecimento pregadas pelos produtores e, ainda, foliares considerados adequados para o de padrões para plantas produtivas e 1 usar fontes de fertilizantes normal- cafeeiro (Malavolta, 1996). na comparação das concentrações dos mente disponíveis e com custo por nutrientes das amostras com esses paRELAÇÃO FAIXAS unidade de nutriente satisfatório. drões. Nos dois procedimentos, utilizaN/P 16 - 18 3) Estabelecer as relações de se o teor absoluto de nutrientes. N/K 1,3 - 1,4 resposta, ou seja: Nestes dois critérios, tem-se a N/S 16 - 18 a) - Dose do nutriente aplicado x relação do nutriente na folha, obtida K/Ca 1,7 - 2,1 teor do nutriente no solo; em experimentação pelas curvas de K/Mg 6,1 - 6,6 b) - Teor do nutriente no solo x calibração, e a produtividade da planN/B 400 - 457 teor do nutriente na folha; ta. Assim, a comparação de uma N/Cu 2.000 - 3.375 c) - Teor do nutriente na folha x amostra qualquer com o padrão, deve P/Cu 125 - 187 produção, conhecida como curva de gerar indicação válida, somente quanP/Zn 125 - 187 calibração. do se tem as mesmas condições edafoCa/Mg 66 - 75 4) Repetir experimentos em climáticas (temperatura, disponibiB/Zn 5,0 - 7,3 diferentes condições edafoclimáticas, lidade de água e de outros nutrientes, Cu/Zn 1 a fim de que a informação seja válida e reação do solo, entre outras) em que Fe/Mn 0,73 - 0,85 para o maior número de propriedades foi ajustada a curva de calibração. rurais, e que sejam beneficiados mais (1) 3 o e 4 o pares de folhas de ramos proAssim, em condições de campo, dutivos amostrados no verão (fevereiro a produtores. em lavouras comerciais, poucas março).


CAFEICULTURA glebas reproduzem as mesmas condições de crescimento e desenvolvimento daquelas obtidas na curva de calibração. Nestas circunstâncias, há ressalvas ao método do nível crítico ou faixa adequada, em função de sua capacidade ser limitada em prognosticar o estado nutricional da cultura para determinado nutriente, comprometendo a precisão da futura recomendação de adubação. O DRIS foi idealizado como um processo de diagnóstico capaz de superar as limitações do método convencional (nível crítico ou faixa adequada ou de suficiência), discutido anteriormente e, principalmente por minimizar os efeitos de diluição ou de concentração dos nutrientes em relação às variações no acúmulo de matéria seca pelos tecidos vegetais. A concepção teórica do DRIS é interessante agronomicamente, pois permite trabalhar com relações de todos os nutrientes. Assim, pode existir uma situação em que a baixa produção da cultura se relacione com o desbalanço nutricional e, talvez, com um pequeno acréscimo daquele nutriente, o problema seja selecionado com reflexo significativo na produção e na relação benefício/custo. Na verdade, o DRIS é uma técnica baseada na comparação de índices, calculados através das relações entre nutrientes. O sistema baseia-se no cálculo de índices para cada nutriente, considerando a sua relação com os demais e comparando cada relação com as relações médias de uma população de referência (alta produção). Menezes determinou as normas DRIS para cafeeiro arábica cultivado nas regiões de Manhuaçu, Viçosa, Patrocínio, Guaxupé e São Sebastião do Paraíso e para o estado de Minas

Gerais como um todo. Os índices DRIS permitiram detectar os principais problemas nutricionais encontrados em cada lavoura amostrada. Foram também identificados os nutrientes mais limitantes nos cafeeiros, por região, por produtividade e de acordo com o ano amostrado. O estado nutricional dos cafeeiros diferiu em cada região, conforme a produtividade e em função do ciclo bianual de produção. Nas lavouras menos produtivas os problemas nutricionais detectados foram maiores. Nos cafeeiros da região de Manhuaçu destacaram-se Mn e Fe (por excesso), B (por excesso e por deficiência), e Cu (por deficiência), independentemente do ano amostrado e da produção das lavouras. Na região de Patrocínio, as lavouras de alta produtividade, em sua maioria, não apresentaram problemas nutricionais. Nas lavouras de média produtividade destacaramse B, por excesso e Cu, por estar em excesso em algumas lavouras e, deficientes em outras. Nas lavouras de baixa produtividade destacaram-se excesso de B, no ano de alta produtividade e tendência ao excesso de Mg, no ano de baixa produtividade. Na região de Guaxupé e São Sebastião do Paraíso, no ano de alta produtividade, na sua maioria, as lavouras não apresentavam problemas nutricionais relevantes, independentemente da faixa de produtividade. No ano de baixa produtividade, para as lavouras de média produtividade, os principais problemas foram excesso de S e deficiência de Zn. Nos cafeeiros da região de Viçosa, as lavouras de alta produtividade não apresentaram grandes problemas

nutricionais. As lavouras de média produtividade apresentaram excesso de Zn e Cu e deficiência de B. Nas lavouras de baixa produtividade da região de Viçosa, destacaram-se Zn, por tendência à deficiência, e Cu, pelo excesso. Reis Júnior estabeleceu normas DRIS para o cafeeiro no Sul de Minas Gerais, a partir de banco de dados com lavouras de baixa (<15 sacas ha1 ), de referência (15-40 sacas ha-1) e de alta produção (>40 sacas ha-1). É importante ressaltar que, apesar da importância da diagnose foliar em culturas perenes, ela não substitui a análise química do solo; assim sendo, as duas ferramentas devem ser utilizadas conjuntamente, possibilitando uma recomendação de adubação mais precisa. Entretanto, salienta-se que a diagnose pela análise química foliar, para determinados nutrientes, tem contribuído mais do que a análise química de solo, especialmente para o nitrogênio, enxofre e micronutrientes. Para os dois primeiros, é explicada pelas instabilidades que apresentam no solo em curto espaço de tempo, ou seja, são elementos altamente dependente da matéria orgânica e da atividade da microbiota do solo e não por falta de métodos laboratoriais adequados. Enquanto, para os micronutrientes, o maior problema é a pouca pesquisa de calibração da análise de solo. No caso do nitrogênio, ultimamente, está sendo muito discutido um método diagnóstico indireto através da leitura de clorofila. Estudos recentes têm evidenciado a possibilidade da detecção da deficiência de nitrogênio através da determinação do teor de clorofila em plantas de cafeeiro. A

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FRUTICULTURA

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FOTO: Editora Attalea

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LICHIA: opção de renda na propriedade rural conhecido no municíB astante pio de Patrocínio Paulista (SP), José Milton Faleiros já foi prefeito e atualmente é produtor e empresário rural. Idealista e com visão de futuro, Faleiros sempre defendeu a diversificação agrícola, principalmente nas pequenas e médias propriedades da região. Ainda como prefeito, organizou em 1991 um Seminário de Alternativas Agrícolas onde, com o apoio da CATI Regional Franca, trouxe profissionais especialistas nas áreas de fruticultura de clima tropical (manga, abacate, goiaba, citros, acerola, noz-macadâmia e lichia), fruticultura de clima temperado (uva, pêssego, figo, morango), palmito pupunha, apicultura e silvicultura (Eucalipto). Foi um sucesso de público e de inovação tecnológica na agricultura. Mas poucos foram os produtores da região que “abraçaram” as idéias e as transformaram em renda nas suas propriedades. Faleiros foi um deles. Plantou mudas de lichia, cultiva acerola para o processamento de polpas e produz hortaliças. “O produtor rural tem que procurar culturas alternativas, que não sofram as inconstâncias de mercado, como as commodities e que promovam a geração de renda mesmo em pequenas áreas”, diz.

O pequeno Sitio Jardim das Acácias, de propriedade de Faleiros, com área de 3,63 hectares, abriga atualmente 120 pés de lichia, com idade de 20 anos, que produziram no final do ano passado 35 kg por pé, em média. “Ainda é uma produção mediana, mas tenho plantas com produções elevadas. Adotei um espaçamento de 15x15m, um pouco maior do que se utiliza normalmente para a cultura. Mas como já estava pensando na produção de acerola – que produz regularmente, gerando renda praticamente durante o ano todo, enquanto que a lichieira produz apenas no final do ano – preferi adotar este espaçamento”, explica José Milton Faleiros. De acordo com o Engº Agrº Luis Fernando Paulino, consultor técnico da Casa das Sementes, revenda de produtos agrícolas de Franca (SP), e que presta assessoria técnica ao produtor, “a importância da lichieira para as pequenas propriedades é que ela ocupa pouca mão-de-obra durante o ano, produz um fruto diferenciado e muito procurado pelo consumidor brasileiro e estrangeiro, gera renda em uma época propícia , que é o Natal, e que ainda pode ser consorciada com outras culturas”, diz. No Sitio Jardim das Acácias, Faleiros possui apenas um empregado

durante o ano todo. “A cultura exige pouca mão-de-obra. Apenas nas podas de limpeza, durante o inverno e em pequenos tratos culturais. As plantas praticamente não dão doença ou praga. Somente no período de colheita e embalagem é que contrato diaristas”, afirma Faleiros. Toda a produção da propriedade é comercializada em São Paulo. “Em 2009, os 120 pés produziram cerca de 4.200 kg da fruta, o que gerou uma renda bruta estimada de R$ 4.700,00 por hectare, se levarmos em conta o preço de R$ 3,00/kg no meio da safra”, afirma Faleiros. Mas os dados do CEAGESP – São Paulo confirmam que no período de safra o preço da fruta estabiliza em torno de R$ 3 a 4,00/kg. Ganha que produz no início de novembro, podendo alcançar preços de até R$ 22,00/kg. Luis Fernando destaca ainda que uma das maiores preocupações da cultura está na adubação, mas como a propriedade de José Milton já apresenta uma fertilidade alta, foram feitas apenas uma leve aplicação de calcário para corrigir a acidez e adubação a base de fósforo e potássio. Mundo – A lichia ( Litchi chinensis Sonn.) é um impor-


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tante representante da família tipos de flores que se abrem, conSapindaceae, à qual pertence, secutivamente, na mesma panítambém o nosso conhecido guaracula: Flor tipo I: funcionalmente ná (Paulinia cupana). masculina; Flor tipo II: funcioA lichieira é cultivada conalmente feminina; e Flor tipo mercialmente na China, Taiwan, III: funcionalmente masculina. Tailândia, Vietnã, Indonésia, ÍnA propagação comercial da dia, Paquistão, Filipinas, EUA (Halichia é feita por processo vegetavaí e Flórida), Brasil e Israel, entre tivo, sendo mais comum a alporoutros países. quia. Entretanto, podem ser utiAs estatísticas de produção lizados outros métodos, tais cosão escassas. Há relatos que em mo: por semente, enxertia ou 1986 havia um total de 67.000 estaquia. hectares plantados, produzindo Clima e Solo – A lichia é 167.000 toneladas de frutos. Desse total, Índia e China produziram bastante exigente com relação ao 91%, que comercializavam localclima, desenvolve-se bem, mas mente. A globalização e a conse- O Engº Agrº Luis Fernando Carvalho Paulino não produz satisfatoriamente em qüente disseminação pelo mundo, (Casa das Sementes) e o produtor José Milton regiões tropicais, adaptando-se principalmente Europa e EUA fez F a l e i r o s . melhor em regiões onde o clima Segundo Donadio (l987), as é frio e seco antes do florescimento e, com que a produção aumentasse significativamente, fazendo com que a variedades mais plantadas são as chi- no resto do ano quente e úmido. A área plantada atualmente com lichia nesas, incluindo a mais conhecida planta resiste mais o frio do que a no mundo ampliasse para 530.000 ‘Brewster’ ‘Brewster’; mas também são utili- mangueira e menos do que a laranjeihectares, com uma produção zadas variedades selecionadas india- ra. A faixa de temperatura ideal, para 950.000 toneladas. nas, hawaianas e as da África do Sul. esta fruteira, situa-se entre 20 a 35ºC, As principais variedades cultivadas nas sendo que paralisa totalmente sua Espécie e Variedades – Exis- regiões subtropicais são: ‘Bengal’, atividade, vegetativa abaixo de 15 ou tem três subespécies de lichia: a chi- ‘Brewster’, ‘Mauritius’, ‘Sweet 16oC. ‘Groff’. nensis, phillippenis e javanensis, sendo Clift’, ‘Americana’ e ‘Groff’ As folhas novas são sensíveis a que a segunda produz frutos não coventos, necessitando, portanto, da Planta – A planta atinge 10 a instalação de quebra-ventos nas áreas mestíveis e a terceira, frutos de pequeno valor comercial e de interesse 12 metros de altura e tem tendência a onde eles ocorrem. Com relação à apenas na Indochina e em Java. Por- desenvolver ramos direcionados para precipitação, o ideal encontra-se entre tanto, somente a Litchi chinensis o solo. O sistema radicular das plantas, 1.250 e 1.700 mm anuais. chinensis é de interesse econômico. originadas de semente, apresenta uma Com relação ao solo, a lichia Podem-se citar inúmeras varie- grande raiz pivotante (praticamente não é muito exigente, apesar de prefedades de lichia, que são definidas ausente nas originadas por processos rir os solos leves, profundos e com alto observando as seguintes característi- vegetativos), sendo que as raízes teor de matéria orgânica, que pode cas: período de maturação, vigor da absorventes se distribuem no perfil do ser substituída por adubações adequaplanta, forma, tamanho e coloração solo até uma profundidade de 1.0 das. O pH deve estar entre 5,5 e 6,5, das folhas, produtividade, forma, metro. A inflorescência é em panícula, suportando solos mais ácidos que a tamanho, textura e coloração da casca produzida em ramo do ano e compos- mangueira e abacateiro; adapta-se a dos frutos, textura e aroma da polpa, ta de centenas de pequenas flores solos com pH até 8,5, desde que haja tamanho da semente e porcentagem brancas. Normalmente, a florada co- fornecimento de micronutrientes. A de ocorrência de semente abortada, meça em fins do inverno a início da maior exigência é nos primeiros anos conhecida como “lingua-de-galinha”. primavera, sendo que ocor-rem três da cultura, quando necessita de

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FRUTICULTURA

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Espaçamento – O espaçamento de plantio deve ser de l0 x l0m, resultando em 100 plantas por hectare. Entretanto, seria interessante uma melhor utilização da área, utilizando-se de espaçamento de 6 x 6m, fazendo-se um desbaste quando as plantas estiverem com cerca de 15 anos, deixando-as espaçadas de l2 x l2m. Este método permite-nos a colheita da produção de 134 plantas por hectare, por um período de cerca de 10 anos. O plantio deve ser realizado, preferencialmente, em dias nublados, e em covas previamente adubadas com 5kg de esterco de curral e 500g de superfosfato simples. Após o plantio deve-se promover irrigação sempre que for necessário e tutorar a planta, pelo menos no primeiro ano, a fim de se evitar danos no sistema radicular.

aplicado de uma só vez, após a colheita. O potássio é aplicado da mesma forma que o nitrogênio.

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alto teor de matéria orgânica para um bom desenvolvimento.

A produção de lichia em 2009 foi toda comercializada em São Paulo.

Produção e Comercialização – Os frutos da lichieira produzem em cachos, sendo que a casca é rugosa e de cor vermelha e fácil de ser destacada. A polpa é gelatinosa, translúcida sucosa e de excelente sabor, lembrando ao de uva itália e não é aderente ao caroço. Se presta para consumo ao natural, para a fabricação de sucos, compostas e ainda para a passa. A lichia apresenta problema qualitativo característico de seus frutos, tais como a fragilidade na colheita, rápida desidratação e escurecimento, o que pode comprometer sobremaneira a sua qualidade comercial. Os produtores ainda sofrem para adequar suas produções visando a exportação. Há a necessidade de um período mínimo de uma a duas semanas para este comércio, o que esbarra diretamente na curta vida útil das lichias sob condições de ambiente (de dois a sete dias a 25 0 C). A vida útil da lichia está limitada pelo escurecimento do pericarpo e aparecimento de doenças nos frutos já embalados.

Práticas Culturais – A cultura Na adubações devem ser feitas deve ser mantida no limpo, pois tem um sistema radicular superficial. com base no estádio e produção da Podem ser usados herbicidas de pós- planta. Sabe-se que exportam, na coemergência, evitando-se atingir as lheita, a cada 100 kg de frutos, cerca folhas, o que provocaria problemas de 90-250g de nitrogênio; 35-50g de de fitotoxicidade. Durante os primei- fósforo; 240-320g de potássio; 20-60g Orientação Técnica – De ros anos de cultivo da cultura, é inte- de cálcio; 2,0-2,5g de cloro; 1,0- 1,4g ressante que se faça cobertura morta de sódio; 0,6-1,3g de ferro; 0,4-0,7g acordo com Luis Fernando Paulino, sobre as plantas, o que auxilia no con- de man-ganês; 0,7-l,0g de zinco; 0,5- o sucesso de qualquer empreenditrole de mato, além de manter a l,0g de cobre e 0,3-0,7g de boro. En- mento agropecuário inicia com a tretanto, os pomares comerciais são assistência técnica. “Sem a correta oriumidade. A planta deve ser conduzida em adubados com base em recomenda- entação de uma empresa e de um proTabela 11). haste única até uma altura de, no ções pré-estabelecidas, (Tabela fissional habilitado, qualquer atividaDo primeiro ao quinto ano, o de corre risco de prejuízo. Para tanto, mínimo 50 cm, quando se deixam 3 a 4 ramos fortes e bem distribuídos que nitrogênio deve ser parcelado entre a recomendo procurar a Casa das Sedarão origem à copa. Na época da primavera e o verão. Do sexto ano mentes mentes, que se firmou como uma colheita, deve-se retirar, juntamente em diante, em duas parcelas, a pri- verdadeira mão-amiga do produtor com o cacho, cerca de 20 cm dos ra- meira antes da florada e a segunda logo rural nos últimos anos na região de mos, esta prática estimula a produção após a colheita. O fósforo deve ser Franca”, explica Paulino. de um maior número de Tabela 1 - Recomendações de adubação para lichia A Casa das Sementes ramos terminais, amplianatende pequenos, médios e IDADE DA NITRATO DE SUPERFOSKCl do o número de ramos do grandes produtores rurais em PLANTA NH e Ca (g) FATO (g) (g) ano e, conseqüentemente, diversos segmentos agrope4 aumentando a produção cuários: sementes, irrigação, 1 200 250 50 por planta. medicamentos veterinários, 2-3 500 250 100 Recomenda-se, ainrações, horticultura, cafeicul4-5 1.000 250 200 da, poda de limpeza e aeratura, milho e soja), buscando 6-7 1.500 500 300 ção, para uma melhor peobtenha o máximo de rendi8-9 2.000 500 400 A netração do sol. Nos pomento. 10-11 2.500 750 500 mares com plantio aden12-13 3.000 750 750 INFORMAÇÕES sado, devem-se podar os 14-15 3.500 1.000 1.000 ramos que se sobrepõem, José Milton Faleiros + 15 4.000 1.000 1.000 entre plantas vizinhas. Tel. (16) 8152-0333 FONTE: Site Toda Fruta / Antonio Baldo Geraldo Martins


EVENTOS

FAFRAM sedia em fevereiro 33º Congresso Paulista de Fitopatologia os dias 2 e 4 de fevereiro E ntre próximo, a FAFRAM - Faculda-

PROGRAMAÇÃO

de de Agronomia “Francisco Maeda”, de Ituverava (SP), sediará o 33º Congresso Paulista de Fitopatologia, realizado anualmente pelo Grupo Paulista de Fitopatologia. Os congressos do Grupo Paulista de Fitopatologia têm-se constituído em um importante foro de debates, discussão e apresentação de novas informações e técnicas, as quais têm sido de importância relevante para a área, no Brasil. Este evento tem importância nacional, haja vista a par-

ticipação de cientistas de praticamente todos os estados da Federação, bem como a participação de pesquisadores de diferentes países, especialmente os da América do Sul. Nos últimos anos, tal evento tem contado com a participação de um público superior a 450 pessoas ligadas a Instituição de Fomento à pesquisa, órgãos governamentais, produtores, técnicos, extensionistas e estudantes de graduação e pós-graduação. Muitos trabalhos vem sendo desenvolvidos com o objetivo de desenvolver novas tecnologias de controle

TERÇA-FEIRA (02/02) 10 -10:30 - ABERTURA 10:30-12:00 - Palestra: “Atuação Responsável do Profissional no Desenvolvimento do Agronegócio”. Eng. José Tadeu da Silva Presidente CREA-SP 12:00 -14:00 - ALMOÇO 14:00-14:50 - Palestra: “Principais viroses da cana de açúcar: Mosaico e Amarelinho”. Dr. Marcos C. Gonçalves - Instituto Biológico São Paulo (SP) 14:50-15:40 - Palestra: “ Mapeamento da favorabilidade e sistema de monitoramento, aviso e orientação para o controle integrado da Ferrugem Alaranjada (Puccinia Kuehnii) da cana de açúcar no Brasil.” Dr. Éder Antonio Giglioti ; FAI - Faculdades Adamantinenses Integradas. 15:40-16:40 - COFFEBREAK 16:45-ASSEMBLÉIA GERAL DA APF - Associação Paulista de Fitopatologia 19:00 - COQUETEL DE ABERTURA

de doenças das plantas, abrangendo todos os seus aspectos, desde a diagnose, sintomatologia, etiologia, epidemiologia, até o seu controle. Também, trabalhos envolvendo identificação, caracterização e quantificação de patógenos causadores de doenças pós-colheita em frutos, são escassos e A não sistemáticos.

QUARTA-FEIRA (03/02) 07:30-09:00 - MINICURSOS 09:00-10:00 - Palestra “A importância da soja na economia brasileira: o crescimento da produção e das suas doenças” Dr. Amélio Dall´Agnol - Embrapa Soja, Londrina (PR) 10:45-11:45 - Palestra: “Epidemiologia e controle do mofo branco na cultura da soja”. Dra. Silvânia Helena Furlan - Instituto Biológico Campinas 12:00-14:00 - ALMOÇO 14:00-14:30 - Palestra: “Murcha-de-Curtobacterium do feijoeiro”. Dr. Antônio Carlos Maringoni - Unesp Botucatu (SP) 14:30-15:00 - Palestra: “Manejo de Doenças no Tomateiro”. Dr. Modesto Barreto Unesp Campus de Jaboticabal (SP) 15:30-16:00 - Palestra: “Virose das hortaliças no Brasil - Alface e Alho: etiologia e controle”. Dr. Marcelo Agenor Pavan Unesp Campus de Botucatu (SP) 17:30-18:30 - Concurso de Slides em Clínica Fitopatológica. Prof. Dr. Hiroshi Kimati 20:00-23:00 - JANTAR DE CONFRATERNIZAÇÃO e PREMIAÇÃO DOS TRABALHOS

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LEITE

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Produção Integrada de Leite: um programa de certificação Nívea Maria Vicentini Roberta Zugue

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e a segurança do aliA qualidade mento são uma das maiores preocupações mundiais, tanto que países e blocos comerciais têm criado legislações especiais para proteger os consumidores, que, a cada dia, desejam saber o que compram e quem, onde e como se produziu. Também, buscam informações se o meio ambiente foi respeitado, se há ética na atividade geradora do produto e, sobretudo, se não há prejuízos à saúde. Essa tendência delineia um novo perfil de consumo, no qual as normas técnicas e outros mecanismos associados, como a certificação, passam a ser peça central das discussões de acesso a mercados. A partir de 2004 o Brasil passou de importador de lácteos a exportador. Com isso, a exportação de leite tem sido tema de discussões constantes no setor. O Brasil passou de importador de leite a exportador, ainda em valores não tão significativos como outras cadeias do agronegócio, mas 1 - Pequisadora Embrapa Gado de Leite nivea@cnpgl.embrapa.br 2 - Pesquisadora Instituto de Tecnologia do Paraná.

com perspectivas bastante promissoras de exportação principalmente com a produção de derivados com maior valor agregado. No entanto, com o aumento da competitividade no cenário internacional e o Brasil despontando com grande potencial de exportação, muitas barreiras deverão ser criadas. Antes que estas se tornem realidade, há necessidade de diversas melhorias no processo de produção e, paralelamente, da criação de mecanismos e ferramentas para evidenciar que o processo produtivo e o produto, neste caso o leite, atenda aos requisitos exigidos pelos mercados compradores. O Brasil deve evidenciar não somente a qualidade do produto leite em si, no que se refere à CCS, CTB, proteína e gordura, como exemplos, mas também o atendimento a requisitos de bem-estar animal, legislação trabalhista, ambiental e sanitária. Uma maneira de evidenciar o atendimento a esses requisitos seria através da certificação. A certificação é o modo pelo qual uma terceira parte (certificadora) dá garantia escrita de que um produto, o leite, está em conformidade com os requisitos técnicos especificados em Regulamentos Técnicos ou Normas

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Técnicas. Um dos principais objetivos da certificação é prover confiança. Dentre as novas tendências de mercado, a certificação de produtos agropecuários tem se tornado uma necessidade iminente, com especial destaque para a certificação da Produção Integrada. A PI - Produção Integrada constitui-se numa evolução dos regulamentos públicos tradicionais em direção a normalização e certificação de processos produtivos seguros e sustentáveis. A PI surgiu na Europa nos anos 70, visando reduzir o uso de agrotóxicos, diminuir as agressões ao meio ambiente e oferecer produtos de maior qualidade. A OICB - Organização Internacional para Controle Biológico e Integrado contra os Animais e Plantas Nocivas publicou as diretrizes gerais para a Europa a partir de 1993. No Brasil, a PI começou com a PIF - Produção Integrada de Frutas, em 2001, por exigência do mercado da Comunidade Européia. Esse foi o desafio colocado pelos mercados mais exigentes, condição para a continuidade das importações de frutas, principalmente de maçãs brasileiras, garantindo – uma certificação oficial – o cumprimento de todos os requisitos preestabelecidos, permitindo ao país conquistar novos mercados e, ao mesmo tempo, manter os clientes tradicionais. Após a bem sucedida experiência com a PIF, que já contemplou diversas espécies frutíferas, foi demandada a criação de um programa semelhante para o leite bovino. No final de 2005, o TECPAR - Instituto de Tecnologia do Paraná foi selecionado para coordenar a elaboração e validação das normas da Produção Integrada de Leite para animais de raças especializadas na produção leiteira. O processo de implementação da PILeite - Produção Integrada de Leite tem como pré-requisito a sua regulamentação, onde serão estabelecidas as diretrizes e normas a serem seguidas. As Normas


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LEITE FOTOS: Editora Attalea

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Técnicas da PILeite foram defiNormativa Nº 51 (IN-51) de nidas com a participação de repre18/09/2002, do MAPA, tem sido sentantes da cadeia do leite, por cons-tante. meio de um Comitê Gestor, visando A segregação de leite com assegurar uma produção de alta resíduos de antibióticos possui sistequalidade, o uso racional dos recurmáticas estabelecidas e cumpridas sos naturais e dos insumos agroem todas as propriedades. Por oupecuários, e conta com diversos tro lado, em outros tratamentos veitens divididos nas seguintes áreas: terinários não são cumpridos os peCapacitação de técnicos e pro- Produzir leite com qualidade independe do ríodos de carência. dutores; Organização de produ- tamanho das instalações: grandes (acima) Para a finalização das normas, tores; Recursos naturais; Requisitos ou pequenas (abaixo). algumas etapas ainda devem ser dos animais; Manejo sanitário; Siscumpridas: a edição do marco legal tema de rastreabilidade e cadernos da produção integrada da pecuária; de anotações; Assistência técnica; a definição de todos os ensaios Registros; Instalações, equipamennecessários para o leite; o grau de tos e manutenção; Gestão de resíatendimento da Produção Integraduos; Manejo alimentar; Sistema de da na alimentação animal, em espeprodução e manejo; Manejo sanitácial pela ausência desta em PI; defirio – sanidade animal; Higiene, limnição de requisitos ambientais de peza e desinfecção; Controle de destinos de resíduos veterinários, qualidade do leite; Legislação pertientre outras. nente (ambiental, trabalhista, sanitáApós a publicação das Norria); Equipamentos de ordenha, res- E também dos Sistemas de Produção e de mas Técnicas da Produção Intefriadores e manejo de ordenha. Manejo. Já a manutenção da higiene na grada de Leite pelo MAPA, os proAs Normas Técnicas estão ordenha, das máquinas e equipamentos.... dutores que aderirem a PILeite sesendo testadas e validadas em oito rão certificados com base em prinpropriedades rurais, na região de cípios de sustentabilidade, substituiCampos Gerais no Paraná (Castro, ção de insumos e métodos poluenCarambeí e Palmeiras). Para a seletes e rastreamento de todas as etapas ção das mesmas, foram visitadas 22 do processo de produção, sendo propriedades, que haviam sido indique, ao final do processo de certificadas pelos representantes do setor cação, receberão um selo com a produtivo que integram o Comitê chancela oficial do MAPA - MiGestor. nistério da Agricultura, Pecuária e Durante as visitas, foi preenAbastecimento e do INMETRO chido um questionário, em que, no comprovando o atendimento as item atendimento a requisitos legais, exigências da Produção Integrada. foi identificada a disponibilidade do ...e do controle de resíduos no leite é o A tendência é que os consuprodutor em participar do projeto. que mais importa no PILeite. midores se tornem mais exigentes a Do mesmo modo, a seleção das oito cada ano e que induzam o setor propropriedades, pelo Comitê Gestor, dutivo às adequações necessárias foi realizada verificando se os difepara se tornar mais competitivo. rentes sistemas produtivos estavam Para atender a esses cenários, atual contemplados: pasto, confinado e e futuro, é que a Produção Integrasemi-confinado bem como se havia da mostra-se cada vez mais presenpropriedades com diferentes raças te, ampliando seus horizontes e especializadas com tamanhos de proporcionando condições de rebanho e volumes de produção apoiar a transformação da produdistintos. ção convencional em tecnológica, Diversas dificuldades foram sustentável, rastreável e certificada encontradas na implementação dos – opções que propiciam maior requisitos. Dentre elas, podem-se agregação de valor ao produto final citar: realização de todos os controe que atendem as exigências de No entanto, itens como trata- mercados. A Produção Integrada, les e registros; descarte adequado de perfurocortantes, medicamentos ven- mento de dejetos, que, de modo geral, dessa forma, constitui-se numa evocidos e frascos vazios; área de descarte ocorrem em grandes quantidades nas lução dos regulamentos públicos de carcaças; comprovações de treina- propriedades de leite, não têm sido tradicionais em direção à normamentos dos colaboradores; e atendi- de difícil cumprimento. Do mesmo lização e certificação de processos modo, o cumprimento da Instrução produtivos seguros e sustentáveis. A mentos aos requisitos ambientais.


SILVICULTURA

Consorciação de madeira com grãos 1 2

cientistas, técnicos, políM uitos ticos, responsáveis por agências financiadoras e formadores de opinião acreditam que a única solução para alimentar a população mundial crescente é uma agricultura intensiva que use os insumos industriais, a mecanização e os recursos biotecnológicos. Este modelo, quando posto em prática em regiões e territórios onde os níveis educacionais e de poupança são baixos, a força da cultura local é intensa e as possibilidades de contato e uso das inovações biotecnológicas são reduzidas, ao invés de trazer os benefícios esperados, tem causado significativas perdas das florestas e dos solos, em virtude da derrubada e queima e da mecanização intensiva, que provoca erosão, desertificação, salinização e outros processos de degradação ambiental. No Brasil, esta situação agravouse com os problemas ocasionados pelos extrativismos mineral e vegetal e pela construção de hidrelétricas. De certa maneira, este agravamento ocorreu também pelo não reconhecimento da influência da agricultura familiar na produção agropecuária brasileira. A insensata devastação das florestas naturais para os mais diversos usos, em algumas regiões brasileiras, reduziu a oferta de madeira a ponto de não mais atender a demanda dessas regiões. Além disso, tem acentuado as secas, intensificado as erosões e aumentado o assoreamento de cursos d’água e a ocorrência das enchentes. Em muitos Estados brasileiros tem-se constatado uma deficiência de madeira, tanto para energia quanto para serrarias. São também inúmeras as áreas com o potencial para uso agrícola diminuído por mau uso, muitas 1 - Engenheiro agrônomo, Doutor em Agronomia, Especialista em Planejamento Agrícola e em Manejo de Agroecossistemas, e ex-pesquisador da Embrapa Florestas. 2 - Engenheiro agrônomo, Mestre em Agroecossistemas, Pesquisador em Sistemas Silvipastoris da Embrapa Florestas.

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FOTO: EMBRAPA

Moacir José Sales Medrado Vanderley Porfírio da Silva

delas em estado de degradação. Em função dessa situação, a defesa do meio ambiente tem sido um dos temas mais debatidos nas discussões que visam estabelecer um padrão de desenvolvimento agrícola para este milênio. A partir da busca atual de novos padrões de agricultura, o componente florestal tem adquirido substancial importância. Os esforços desenvolvidos para implementação de programas de reflorestamento e florestamento com perspectiva de desenvolvimento sustentado dos setores agrícola e florestal e de seus principais atores, os produtores rurais, têm sido grandes. Todavia, tem sido muito difí-

cil, para os profissionais das ciências agrárias, comprovar que os benefícios da floresta e das árvores são de importância imediata para aqueles que vivem nela ou em torno dela. Por isto, as atividades florestais têm sido forçadas a ocupar sítios cada vez mais marginais. Um dos principais entraves tem sido o fato de que a maioria dos produtores descarta o plantio de árvores em sua propriedade, pelo fato das mesmas lhes tirarem áreas destinadas à agricultura ou à pecuária. Em função disso, a agrofloresta, e dentro dela os sistemas agroflorestais , poderão ser de grande importância. Os SAFs, que são sistemas de manejo que


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aumentam o rendimento sustentado da terra por combinar de forma simultânea e deliberada a produção de espécies lenhosas com atividades agrícolas ou pastoris na mesma unidade de terreno, considerando a experiência e as necessidades da população local e do mercado, apresentam várias vantagens frente aos sistemas monoculturais. Dentre elas, destacam-se a utilização mais eficiente do espaço, a redução efetiva da erosão, a sustentabilidade da produção e o estímulo à economia de produção, com base participativa. Projetos agroflorestais, em terras hoje ocupadas com sistemas de monocultivo, poderão ser numa boa opção para a oferta simultânea de madeira, alimentos e outros bens. Eles poderão beneficiar empresários florestais, diminuindo os custos de implantação e de manutenção inicial de seus povoamentos, com a receita produzida pelo cultivo intercalar, bem como os agricultores, garantindo condições ambientais mais propícias para suas lavouras e um suprimento de madeira para uso próprio ou para comércio. Além disto, o plantio de árvores em lavouras constitui uma forma de reposição, embora diminuta, da cobertura florestal destruída durante o avanço da fronteira agrícola. Uma avaliação econômica do uso de SAFs no programa de plantio de eucalipto no Norte Pioneiro do Estado do Paraná mostrou resultados altamente favoráveis. Igualmente aos plantios florestais, os SAFs resultam em uma outra vantagem, que é a de resistir muito mais a alguns problemas climáticos. Produtores dos Estados do sul do Brasil com propriedades agroflorestais que planta-

ram culturas de ciclo curto e também erva-mate e/ou espécies florestais associadas a culturas agrícolas de ciclo curto, do ponto de vista econômico sofreram muito menos os problemas da última seca. Além disso, o componente florestal pode funcionar como uma poupança verde. Partindo-se deste conhecimento, pode-se afirmar que os sistemas agroflorestais se constituem numa alternativa interessante para implementação na região, embora sejam escassos os conhecimentos sobre sua utilização atual e potencial. Essa escassez de informações tem dificultado sua difusão pela extensão rural e pelas cooperativas existentes. As instituições de pesquisa, portanto, têm uma excelente oportunidade de contribuir com a melhoria do padrão ambiental da agricultura brasileira, organizando e divulgando os conhecimentos sobre tecnologias (espécies de uso múltiplo para plantios como componentes de SAFs, por exemplo), práticas (plantio em aléia, quebra-ventos, dentre outras) e sistemas agroflorestais silviagrícolas A (árvores e/ou arbustos com culturas agrícolas).

Campanha “1 Bilhão de Árvores” ultrapassa objetivos Iniciativa visa alertar para a destruição de florestas e ecossistemas no mundo. O PNUM- A Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente afirmou que a Um Bilhão de Árvores campanha “Um Árvores” ultrapassou o objetivo e alcançou 7 bilhões de árvores plantadas no mundo, uma para cada pessoa do planeta. Segundo o PNUMA, a campanha foi lançada em novembro de 2006 na Conferência sobre Mudanças Climáticas de Nairóbi, no Quênia. A agência da ONU ressalta que o sucesso do projeto, que teve balanço final de 7,4 bilhões de árvores plantadas, deve-se à participação coletiva de pessoas de várias partes do mundo, de diversas áreas e setores. O objetivo inicial era plantar 1 bilhão de árvores anualmente. Os países que mais plantaram árvores são Etiópia, Quênia, Turquia, México, Cuba, Indonésia FONTE: Rádio ONU e China. (FONTE: ONU). A

Governo investe R$ 800 milhões em reflorestamento no Paraná Produtores rurais do Paraná terão recursos do PRONAF - Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar para plantar pequenas florestas em suas propriedades. Destinado a áreas com até 10 hectares, o Programa Ouro Verde terá até R$ 800 milhões em oito anos para investir no reflorestamento de áreas degradadas. “O projeto servirá como poupança para quem tem propriedades, mas não tem recursos. Será garantida, rentável e poderá ser feita, inclusive, através de consórcios”, diz o secretario especial Nivaldo Krüger, coordenador de Reflorestamento no Paraná. O Banco do Brasil e o BRDE - Banco Regional de Desenvolvimento Extremo Sul firmaram convênio com o governo para repasse FONTE: DCI de verbas. (FONTE: DCI) A


ESPECIAL: “Agricultura e Meio Ambiente”

O poder da mídia e suas ligações com interesses políticos e econômicos Carlos Arantes Corrêa

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E

FOTO: EMBRAPA

dução de alimentos e para a preservação ambiental. m meus 43 anos de vida, Muito já foi falado sobre a lembro-me inúmeros fatos “responsabilidade do agricultor” que retratam o quanto os meios (principalmente o brasileiro) no de comunicação conduz a emissão de gases responsáveis opinião pública. Lembro-me de pelo Aquecimento Global. meu irmão citando Orson Várias são as pesquisas que Welles, retratado pelo poder da mostram a elevação da temperamídia através do filme “Cidadão tura no planeta, no derretimento Kane” e da simulação “da invasão das calotas polares, na alteração de marcianos nos EUA” , dudos regimes de chuvas em todo rante seu programa de rádio, em o mundo e na desertificação. 1939, e que causou grande A degradação dos solos é apontada como a prinE todas dirigem a culpa ao cipal responsável pelo Aquecimento Global pânico naquele país. Ser Humano, por promover a Numa pesquisa pela interderrubada de florestas para a net, encontrei um artigo do escritor “unanimidade de opinião” seguiram extração de madeiras ou para o Francisco Cesar Pinheiro Rodrigues, por caminhos sombrios e tortuosos. plantio agrícola ou criação de animais. que retrata claramente o poder da Porque estou citando todos estes Até que ponto estas pesquisas mídia, antes mesmo da mídia existir. fatos? Para pedir a licença e a gentileza comprovam realmente a responsabiFrancisco cita o chanceler alemão aos leitores para que estes não aceitem lidade única do setor produtivo agroOtto von Bismarck (“o Chanceler de de primeira-mão uma notícia como pecuário e do Ser Humano em geral Ferro”), que faleceu em 1898. verdade. Seja ela qual for. Os meios no Aquecimento Global? Até que Segundo Bismarck, a Guerra da de comunicação são extremamente ponto as sociedades estão sendo inforSecessão dos Estados Unidos - famosa importantes, mostram fatos atuais, madas (corretamente) sobre o que é carnificina entre o norte (anti-escra- encurtam distâncias. Mas publicar o Aquecimento Global ou Efeito Estuvista) e o sul (escravocrata) - foi, de uma “notícia incompleta como ver- fa, quem são os responsáveis e o que certa forma, “fabricada”, ou altamen- dade” é muito perigoso. deve ser feito para corrigir? te estimulada, por poderosos interesses Devemos todos nós saber que, Até que ponto os meios de coeconômicos europeus, preocupados na atualidade, a mídia possui profun- municação estão cumprindo a sua com o crescimento econômico da das ligações com interesses políticos e função de “apenas” transmitir conheAmérica do Norte. econômicos, independente do país. cimento, informação, entretenimenTemendo a concorrência ame- Essa tendência faz com que os meios to, opinião e publicidade? ricana, no século XIX, esse grupo de de comunicação sejam não apenas Reconhecemos que a liberdade altos financistas europeus decidiu transmissores de notícias e mensa- de expressão é um elemento condicioenviar à América do Norte seus gens, mas também fomentadores de nador da democracia e uma premissa inteligentes formadores de opinião crenças, culturas e valores destinados para o exercício de outros direitos pública para enfraquecer o “perigoso a sustentar os interesses econômicos e fundamentais. Porém, ela sofre limites concorrente”, dividindo-o em dois: políticos que representam. quando entra em choque com outros norte e sul. Dois países, talvez com A mídia possui características de direitos. Não há em qualquer ordenainteresses conflitantes. Se Lincoln não instantaneidade e simultaneidade que mento jurídico um direito que seja tivesse reagido, impedindo a separa- influenciam processos educativos, “absoluto”. Os direitos estão limitados ção do sul, os EUA não teriam se tor- percepções e vivências. Hoje, há o jor- por outros direitos ou estão limitados nado a grande potência que todos nalismo on-line, a televisão, a inter- por valores coletivos da sociedade, conhecemos. net, filmes, vídeos, rádios e tantos ou- igualmente amparados pelas legislaSe retornarmos no tempo, na tros meios que estão em todo lugar e ções internas e internacionais. Por história da humanidade, antes mesmo em qualquer tempo. Esses veículos de exemplo, não se pode infringir direitos da existência dos meios de comuni- comunicação são capazes de atingir individuais como a honra, a intimidacação atuais, são vários os exemplos praticamente todos os segmentos de, a vida privada e a imagem, os quais que comprovam o quanto o poder da sociais, tendo em vista os diversos tipos também são protegidos pela nossa de linguagem que adotam. Constituição Federal. 1 - Engenheiro Agrônomo, especialista em De posse destas informações, Porquê (e por quem?) a classe Gestão Ambiental de Florestas, editor-chefe gostaria de “convidar” o leitor a dirigir agropecuarista (principalmente a brada Revista Attalea Agronegócios. Email: cacoarantes@netsite.com.br o seu foco para a importância da pro- sileira e, em geral, a do Terceiro

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ESPECIAL: “Agricultura e Meio Ambiente”

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Mundo) está sendo “apontada” como responsável pelo Aquecimento Global? Quais os fundamentos científicos que comprovam esta “afirmação”? Estes fundamentos reconhecem dados estatísticos de todos os setores envolvidos (climatológicos, paleontológicos, humanísticos, históricos e geográficos)? Sabemos que a classe agropecuária - a nível de município, estado e nação -, não possui a representação política que realmente precisa. Associações, Sindicatos e Confederações. Nenhuma delas realmente tem o interesse de orientar, proteger e trabalhar pela classe agropecuarista. A culpa maior é da própria classe agropecuarista. Mesmo assim, levando em consideração as questões ambientais, será que todas as interferências humanas estão sendo esquecidas para poder “apontar” como culpados apenas os agropecuaristas? Será que todos aqueles que culmpam os agropecuaristas pelo Aquecimento Global deixam de: a) - utilizar transporte - avião, carro, ônibus, navio, trem (queimando combustíveis - gasolina, álcool ou diesel?); b) - utilizar energia elétrica para iluminar, gerenciar sistemas, acessar a internet, assistir televisão, etc, (sabendo que ela tem que ser gerada através de hidrelétricas, termelétricas e usinas atômicas?); c) - comprar roupas de grife (sabendo que muitas não são de fibras naturais e sim provenientes do petróleo?); d) - e, por fim, alimentar-se dos mais variados tipos de alimentos e bebidas, sem ao menos ter idéia de quem produziu, em que lugar, de que forma e qual o processo produtivo foi necessário para tanto. Por outro lado, levando em consideração os interesses econômicos internacionais, a quem interessa “afirmar” que a emissão de CO2 (gás carbônico) - seja da indústria ou da agropecuária - são os maiores responsáveis pelo Aquecimento Global? A quem interessa afirmar que o agronegócio brasileiro é “campeão em desmatamento, uso de agrotóxicos ou de trabalho escravo”? Ouvimos isto frequentemente nos meios de comunicação do mundo e até mesmo no Brasil.

Será que o fato de países do Terceiro Mundo (principalmente o Brasil) estarem se firmando como as principais potências econômicas do mundo (na indústria e no agronegócio) incomodaria tanto a Europa e EUA? Talvez. O que você diria se observasse os dados como os abaixo, que retrata a o comércio mundial de produtos do agronegócio brasileiro:a) - 86% do suco de laranja consumido no mundo é proveniente do Brasil (maior produtor e maior exportador); b) - 41% do frango consumido no mundo é proveniente do Brasil (segundo maior produtor e maior exportador); c) - 39% do açúcar consumido no mundo é proveniente do Brasil (maior produtor e maior exportador); d) - 32% do complexo soja consumido no mundo é proveniente do Brasil (segundo maior produtor e segundo maior exportador); e) - 27% do café consumido no mundo é proveniente do Brasil (maior produtor e maior exportador); f) - 25% da carne bovina consumida no mundo é proveniente do Brasil (maior produtor e maior exportador); g) - 11% da carne suína consumida no mundo é proveniente do Brasil (terceiro maior produtor e terceiro maior exportador); h) - 8% do milho consumido no mundo é proveniente do Brasil (segundo maior produtor e segundo maior exportador). Queremos ressaltar aqui que a proposta da Revista Attalea Agronegócios não é “proteger” o produtor rural, mas sim tentar levar ao leitor informações suficientes para que ele (produtor rural ou não), tenha condições de entender a questão. E com racionalidade. Os pouco mais de 100 mil anos de humanidade comprovam que toda vez que “Extremistas Apaixonados” tentaram impor a ‘sua’ verdade’, a humanidade entrou em períodos sombrios e desastrosos. Sabemos que a legislação ambiental também não é cumprida. O que é extremamente errado. A legislação ambiental brasileira é clara e o produtor rural deve respeitar e trabalhar para que o meio ambiente em sua propriedade seja preservado. Ele tem a responsabilidade de manter matas

ciliares e reserva legal, como também o de reduzir o assoreamento dos rios, não promover a drenagem de brejos, de controlar a erosão dos solos e a lixiviação de nutrientes. E não importa dizer que no passado o governo brasileiro estimulou a derrubada de matas e a drenagem de várzeas. Nem tão pouco dizer que na França, nos Estados Unidos ou na Malásia não existem legislação que exijam do produtor rural a preservação ambiental. Ele tem que fazer o que a legislação brasileira exige. Queremos propor aqui na revista a publicação regular de uma seção com artigos e matérias que abordam opiniões técnico-científicas sobre a importância da produção agropecuária (não somente para o setor, mas também para a manutenção da Raça Humana - afinal a população global cresce exponencialmente, a produção e alimentos precisa aumentar, pois já falta comida no mundo) e também sobre a importância da preservação ambiental (Reservas Legais, APPs, uso da água). Queremos mostrar, também, o porquê a mídia e alguns setores políticos e econômicos estão responsabilizando os agropecuaristas sobre o Aquecimento Global. Começamos já nesta edição. Com a contribuição do amigo Engº Agrº Iran Francisconi e com a devida autorização do amigo Engº Agrº Revista DBO Richard Jakubaszko (Revista Agrotecnologia Agrotecnologia), publico o artigo “CO2: a Unanimidade da Mídia é Burra”. De acordo com o artigo, a degradação dos solos é a principal responsável pelo Aquecimento Global. Recomendamos, ainda, aos leitores que procurem asssistir na internet 8 capítulos do documentário “A Grande Farsa do Aquecimento Global” Global”; que foi veiculado no Canal 4, da Inglaterra, e que aponta o Sol como responsável pelo Aquecimento Global. Ao lado segue o link http://www. do primeiro: (http://www. youtube.com/watch?v=RDzu XPM1W3k&feature= related related). De acordo com este documentário, as explosões ou manchas solares alternam períodos de maior intensidade (que provocaria o aumento da temperatura na Terra) e de menor intensidade (diminuição da tempetatura na Terra). A


FOTO: Divulgação NASA

ESPECIAL: “Agricultura e Meio Ambiente”

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CO22: a unanimidade 11 da mídia é burra Richard Jakubaszko

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de Nélson Rodrigues O aforismo tem se revelado verdadeiro

nessa questão que a mídia divulga de forma massiva e dogmaticamente, sem nenhum debate, sobre o CO2 (Dióxido de Carbono ou simplesmente Gás Carbônico) ser a principal causa do chamado aquecimento planetário. Às vésperas da conferência de Copenhague, em dezembro próximo [lembrando que esta matéria é de 2009 e a conferência já aconteceu], já se cunhou e consagrou a expressão “economia de baixo carbono”. Ora, nem a própria ciência tem essa certeza e unanimidade expressa pela mídia, pois vários cientistas registram que teremos resfriamento ao invés de aquecimento. Não pretendo escrever aqui nenhum tratado científico ou tese de 1

- O presente artigo teve a colaboração e participação do Engº Agr. Odo Primavesi, um dos 2.500 cientistas signatários do IPCC, em 2007 e foi publicado na Revista DBO Agrotecnologia em nov/2009. 2 - o autor é jornalista, escritor, e editor do blog: http://richardjakubaszko.blogspot. com.

doutoramento, mas um argumento fundamentado em uma série de questões lógicas que tenham premissas científicas inquestionáveis, e esse parece ser o problema, pois são raras essas unanimidades na ciência. A mídia, por simplificar a informação, juntamente com a publicidade comercial das empresas “verdes”, banaliza o assunto e confunde quem deseja conhecer a fundo as causas do problema. Pesquisei dados sobre a proporção de CO2 na chamada camada de gases de feito estufa (GEE) e na atmosfera, a conclusão a que cheguei é de que o que há de informação e desinformação na mídia e na internet é patético. Confunde-se atmosfera com camada de GEE... Os 6 elementos essenciais à vida - São eles, sem os quais a vida não existiria conforme a conhecemos: carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, enxofre, fósforo e energia solar (luz e calor, sem o qual não haveria fotossíntese). (A fórmula é CHONSP) O carbono é um elemento notável por várias razões. Suas formas

alotrópicas incluem, surpreendentemente, uma das substâncias mais frágeis e baratas (o grafite) e uma das mais duras e caras (o diamante). Mais: apresenta uma grande afinidade para combinar-se quimicamente com outros átomos pequenos, incluindo átomos de carbono que podem formar largas cadeias. O seu pequeno raio atômico permite-lhe formar cadeias múltiplas; assim, com o oxigênio forma o dióxido de carbono, vital para o crescimento das plantas (ciclo do carbono, a fotossíntese); com o hidrogênio forma numerosos compostos, denominados, genericamente, hidrocarbonetos, essenciais para a indústria e o transporte na forma de combustível derivados de petróleo e gás natural. Combinado com ambos forma uma grande variedade de compostos como, por exemplo, os ácidos graxos, essenciais para a vida, e os ésteres que dão sabor às frutas. Além disso, fornece, através do ciclo carbono-nitrogênio, parte da energia produzida pelo Sol. O carbono é a plataforma da vida sobre a Terra. Mas a mídia


ESPECIAL: “Agricultura e Meio Ambiente”

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parece não saber, e não dá bola para essas coisas. A Camada de GEE - Gases de Efeito Estufa - Se ela não existisse morreríamos fritos durante o dia (assim como os animais e plantas), pela ação dos raios solares, e à noite congelaríamos pelo frio, pois o calor se dissiparia na estratosfera. A camada de “GEE” é composta em 99% de nitrogênio e oxigênio, sendo que apenas 1% contém carbono, hidrogênio, metano e outros compostos químicos. Dessa ínfima parcela de 1% o carbono representa 0,035% hoje em dia, mas já foi de 0,029% há uns 2 séculos atrás, quando começou a era industrial. Ou seja, do total da camada de “GEE” o carbono representa somente 0,035%. De outro lado, verifica-se que a proporção de carbono na camada de GEE aumentou cerca de 20% nos últimos duzentos anos e seria responsável pelo futuro cataclisma que se anuncia para dentro em breve no planeta, ou seja, o apocalipse. “Verdades” Convenientes O documentário “ Uma Verdade Inconveniente Inconveniente”” , apresentada pelo político e hoje prêmio Nobel da Paz, Al Gore, faz sensacionalismo com a presença do carbono que teria subido de 278 ppm (partes por milhão) no início do século XX para 370 ppm no início do século XXI, e de que isso iria aquecer o planeta. Ora, esqueceu de esclarecer, nessa profecia apocalíptica, várias questões sobre o carbono: 1º – cerca de 60% do carbono que está na atmosfera é sequestrado pelas algas marinhas e 40% pelas florestas e árvores urbanas remanescentes, de outras vegetações naturais, e de atividades agrícolas. GASES DA CAMADA GEE ELEMENTOS DA CAMADA GEE

%

Nitrogênio (N) 78,09 Oxigênio (O) 20,95 Dióx. Carbono (CO2) 0,035 Hélio (He) 0,00052 Metano (CH4) 0,00015 Monóx. Carbono (CO) 0,00001 Óxido Nitroso (N2O) 0,000025 Ozônio (O3) 0,0013 1 Amônia (NH4) 6 ppb Dióx. Nitrogênio (NO2) 1 a 100 ppb

Outros em menores quantidades: Xenônio, Dióx. de Enxofre, Neônio, Criptônio, Argônio, Hidrogênio e Sulfeto de Hidrogênio.

ESTIMATIVA DOS MAIORES DEPÓSITOS DE CARBONO NA TERRA FONTES DE CARBONO

QUANTIDADE (bilhões de ton)

578 (ano 1.700) a 766 (ano 1999) Atmosfera 540 a 610 Plantas Terrestres 1.500 a 1.600 Matéria Orgânica do solo Depósitos de Combustíveis Fósseis 4.000 Oceanos 38.000 a 40.000 Sedimentos Marinhos e Rochas 600.000 a 100.000.000

% 0,00077 0,00061 0,00160 0,00400 0,03998 99,95305

Fonte: Pidwirny, M. (2006). “The Carbon Cycle”. Fundamentals of Physical Geography, 2nd Edition. Disponível em: http://www.physicalgeography.net/fundamentals/9r.html

2º – se não houvesse esse carbono na atmosfera não haveria fotossíntese, e sem essa não haveria agricultura, florestas, árvores; 3º – mais de 50% do carbono está fixado nas árvores (na madeira e raízes) e na agricultura (nas raízes) em forma de “carbono estocado”. 4º – outros 50% do carbono estão no solo (trazidos de volta pelas chuvas) e o sistema de plantio direto e pastagens bem manejadas são uma forma de conservar (sem liberar) este carbono. 5º – o carbono atmosférico (CO2 e CO = monóxido de carbono, tóxico) está concentrado sobre as áreas de queimada e nos grandes conglomerados urbanos participando da “aura” amarronzada sobre todas as grandes cidades quando as sobrevoamos nas aterrissagens e decolagens por avião. Esta concentração de poluentes de origem urbana tem duas formas de ser dissipada: ou pelos ventos ou por chuva, e neste último caso provoca o fenômeno da “chuva ácida”, muito comum em metrópoles gigantescas como Pequim, Nova York, São Paulo, Los Angeles etc. O CO 2 não Esquenta Nada - Mas alguns cientistas insistem em afirmar a necessidade de reduzir suas emissões, e a mídia repete de forma unânime a papagaiada proselitista. Se há algum fator que provoque o aquecimento planetário eles seriam dois, de evidência elementar, porém cientificamente ainda não provados: 1 – solos degradados, áridos, semi-áridos e desérticos. Estes, além de não conterem água atenuadora, nem água e vegetação vaporizadora para formarem nuvens refletoras e sombreadoras, emitem calor em excesso, que a tal camada de GEE (majoritariamente vapor de água, veja tabela ao lado) “segura”, por ser com-

posta de água na forma gasosa. A idéia é de Odo Primavesi, engenheiro agrônomo, ex-pesquisador da Embrapa Sudeste, São Carlos, SP, e um dos 17 cientistas brasileiros signatários do já famoso relatório do IPCC - International Panel Climatics Changes (sigla em inglês), e que juntamente com outros 2.500 cientistas do mundo inteiro, representando mais de 120 países, assinaram o documento. Muitos cientistas foram vozes e opiniões vencidas, apesar de contrários à tese do CO2 ser a causa única do aquecimento. É que venceu por votação, mas longe de haver unanimidade entre os participantes. De outro lado, nem todos eram exatamente cientistas, muitos eram apenas especialistas em diversas áreas do conhecimento humano, sendo funcionários de grandes empresas estatais ou privadas, mas com interesses na polêmica questão. Segundo Odo Primavesi, “ o foco para esse painel foram os gases, e não havia espaço para incluir outros fatores diferentes de gases (como tentou sugerir), que em realidade respondem por somente 30% das mudanças climáticas (correntes marinhas respondem por mais 10%, áreas degradadas geradoras de calor em excesso (acima de 300 W/m2) por mais 40% a % DE EFEITO ESTUFA EM FUNÇÃO DO GÁS GASES DE EFEITO ESTUFA

EFEITO %

Vapor de Água 36 a 66 Vapor de Água + 66 a 85 Gotas de Nuvem (nuvens 19 a 30) Dióxido Carbono 9 a 26 Metano 4a9 Ozônio 3a7 Fonte: Randy Russell (2007). Nuvens podem praticamente dobrar o albedo da Terra de 15% (sem nuvens) para 31%, e são responsáveis pela reflexão de 17% da energia solar incidente de volta para o espaço, evitando que gere calor.


ESPECIAL: “Agricultura e Meio Ambiente” ESTIMATIVA DE DESERTIFICAÇÃO (excluindo áreas hipersecas) TIPOS DE PAISAGEM DEGRADADA

ÁREA 1

Pastagens Naturais Lavouras Áreas Irrigadas Total

757 216 43 1.106

TIPOS DE DEGRADAÇÃO DE SOLO

ÁREA 2

Erosão Hídrica Erosão Eólica Química Física Total

478 513 111 35 1.137 2

EXTENSÃO CONTINENTE total

semiárido

bilidade, e pedem socorro aos cientistas. Os cientistas se fingem de mortos, o assunto parece que não é com eles. A mídia não deu bola para o pedido de SOS daquelas lideranças. Enquanto isso Copenhague vai se aproximando, sem definições prévias, sem acordos, sem ajustes, sem consenso. (Nota de Odo Primavesi: muitos cientistas, por serem especialistas, e por terem uma visão mais ampla e de conjunto global, estão desesperados em ver que seus clamores não são ouvidos, pois o que vale é a decisão política norteada por interesses econômicos de curto prazo, e que pouco ligam para o médio e longo prazo. O único segmento da sociedade que pode levar ao rumo certo é a iniciativa privada (empresários e financistas), devendo estar cientes de que mudanças são investimentos, e envolvem sacrifícios, mas que em mutirão, em rede integrada regional e global, levarão aos resultados esperados, com lucros sustentáveis). Corre-se o perigo, no pós Copenhague, da seguinte situação paradig-

- Oldeman &

50%, e outros, como a variação na intensidade do sol, por mais 10% a 20%). Somente 1/3 da Terra são ambientes terrestres, e 40% ou mais destes são áreas desérticas, semi-áridas, degradadas, gerando pulsos de calor em excesso. Mesmo áreas não consideradas degradadas, agrícolas, inclusive no Brasil, podem gerar calor em excesso no inverno seco, quando sem cobertura vegetal permanente vaporizando água”. Copenhague Vem Aí - Ou seja, depois desse encontro, se for confirmada a “culpabilidade” do CO2, mesmo que sem provas, apenas considerando os indícios e as suspeitas das provas ditas circunstanciais, já consagradas pela reunião de Kyioto, vamos tentar conquistar a “economia de baixo carbono”. A Europa já tem antológicos projetos de lei aprovados em alguns países, para multar pesadamente os emissores exagerados de CO2 e cobrar impostos adicionais dos tradicionais “criminosos ecológicos” que não reduzirem suas emissões. A ideia é acabar com os cassinos das bolsas onde se compra penitência por emissão de CO2. Entretanto, recentemente, num seminário em Brasília, que reuniu empresários agrícolas, ambientalistas e gente do governo, tive notícias de uma das conclusões do seminário, em alto e bom som, e de bom senso: “Ambientalistas e agricultores concordam que a ciência deve mediar o debate entre os dois setores”. Ou seja, os contendores, pelos menos os líderes, não aguentam mais tanto bate-boca inútil e publicitário sobre a sustenta-

árido

1

VALOR RELATIVO (%)

Ásia 1.657,78 704,3 727,97 África 1.298,11 467,6 611,35 Europa 218,03 0,3 94,26 América N+C 517,07 4,27 130,71 América Sul 378,61 5,97 122,43 Oceania 708,95 459,5 211,20 Global 4.778,55 1.641,94 1.897,92 Fonte: FAO (2002). Em milhões de hectares.

FOTO: EMBRAPA

FONTES: 1 - UNEP (1991), van Lynden (1998).

EXTENSÕES DE ÁREAS SECAS POR CONTINENTE

subúmido

árido

225,51 219,16 123,47 382,09 250,21 38,24 1.238,68

25,48 16,21 0,01 6,09 7,11 59,72 -

semi- subárido úmido 26,34 21,20 1,74 17,82 14,54 27,42 -

8,16 7,60 2,27 4,27 5,97 4,97 -

mática: toda atividade humana emissora de CO2 será coibida. É fácil imaginar multas e impostos a quem respirar (pois emite CO2), inclusive na prática da corrida matinal. Por enquanto, apenas os automóveis dos egoístas poderiam ser poupados, enquanto não chegam os combustíveis gasosos, à base de hidrogênio. Problema será quando alguns cientistas e jornalistas descobrirem que as árvores e plantas em geral, no período noturno, emitem parte do CO2, ao invés de resgatarem o mesmo como fazem durante o dia. Quem sabe alguém da grande mídia põe o problema em debate e acabe com essa unanimidade infantilizada que está se tornando uma verdadeira hipocrisia internacional. O carbono faz parte, a menor parte do problema. Boas práticas de manejo dos solos (urbano e rural) poderiam reduzir os maiores problemas. Enquanto isso, cresce de forma acelerada o aumento de áreas degradadas, geradoras de calor. As vilãs são as pastagens mantidas sob superpastoreio (foto abaixo). E a erosão hídrica e A eólica.

25 JAN/2010


PREÇOS AGRÍCOLAS

CAFÉ

26

1

CANA-DE-AÇÚCAR

JAN/2010

ARÁBICA MÊS 2008 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

2009

267,84 285,19 263,28 256,35 254,84 255,76 250,52 248,86 261,58 256,84 261,28 262,04

CONILON 2008 2009 2010

2010

268,41 278,21 269,58 262,60 260,10 268,02 256,64 247,50 255,34 254,29 262,20 262,20 281,57

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq

1

209,73 221,46 228,62 222,44 211,49 211,29 216,55 214,21 217,32 220,28 222,18 225,11

227,66 224,07 212,57 212,57 197,13 188,45 180,09 186,13 188,89 180,77 180,77 176,41

- Saca 60kg, em R$

BOI GORDO MÊS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

174,32

2009

vista prazo

74,61 74,85 76,19 77,24 80,52 91,53 92,79 92,05 88,82 90,79 88,39 82,20

84,01 81,54 77,54 80,03 79,47 80,85 81,39 77,92 77,25 77,18 74,35 74,64

76,03

1

2010

MÊS 2008 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

30,93 27,79 27,19 26,62 27,43 26,88 27,76 24,56 23,78 22,32 20,51 20,75

2009

2010

23,67 22,26 20,62 21,29 22,25 22,24 20,55 19,42 19,13 20,60 20,41 20,02

20,30

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq

77,08

- Arroba (15kg), em R$

MILHO e SOJA MILHO 1

1

49,21 42,36 47,56 45,35 47,95 50,39 49,89 47,83 48,20 46,07 44,67 46,07 42,87

- Saca de 15kg, em R$

2010

29,44 29,98 30,38 32,52 31,49 30,88 31,33 31,81 32,71 33,87 34,78 35,67 1

29,55 29,66 29,87 30,95 30,75 30,08 30,13 30,19 30,61 31,30 31,88 32,36

32,88 33,49 33,93 36,32 35,18 34,49 34,99 35,53 36,54 37,83 38,85 39,85

- 109,19 kg ATR; 2 - 121,97 kg ATR. Em R$/ton

MÊS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

2008 vista

1

493,19 504,14 517,13 551,69 623,64 712,18 751,58 740,16 726,05 716,86 702,55 659,71

2009

peso 2 vista 186,40 186,20 187,01 187,22 187,11 187,44 187,03 185,83 185,61 185,55 185,28 186,17

1

636,23 627,96 634,15 651,69 633,71 648,49 638,08 615,85 607,08 596,24 592,23 593,97

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq

1

1

SOJA 1 2008 2009 2010 46,23 47,71 45,83 44,33 44,70 49,99 50,58 44,70 46,08 44,63 45,13 44,61

26,46 26,55 26,74 27,71 27,53 26,93 26,97 27,02 27,41 28,02 28,54 28,97

ESTEIRA 2 2008 2009 2010

1 1 BEZERRO BEZERRO

vista prazo

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

2009

1

2008

85,35 82,54 78,51 80,93 80,32 81,68 82,28 78,98 78,58 78,61 75,71 75,66

MÊS 2008

FONTE: UDOP

vista prazo 75,41 75,60 77,02 78,11 81,52 92,61 93,89 93,00 89,94 92,15 89,57 83,41

CAMPO 1

2010

peso 2 vista 1 peso 2 186,21 186,22 186,82 188,46 188,39 191,75 191,75 187,65 194,29 186,79 187,09 185,99

584,58 183,72

- Cabeça, em R$; 2 - em kg

LEITE C

1

ESTADO DE SP - REGIÃO DE FRANCA 1 MÊS 2005 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

0,491 0,472 0,510 0,520 0,538 0,534 0,516 0,438 0,448 0,448 0,401 0,310

2006 0,373 0,387 0,440 0,476 0,473 0,505 0,508 0,476 0,508 0,500 0,537

2007

2008

2009

2010

0,535 0,535 0,560 0,535 0,589 0,580 0,650 0,780 0,775 0,775 0,655 0,640

0,635 0,615 0,585 0,670 0,760 0,739 0,733 0,703 0,696 0,606 0,577 0,588

0,599 0,550 0,553 0,562 0,600 0,641 0,683 0,689 0,672 0,635 0,602 0,532

000

FONTE: FAESP / AEX Consultoria

1

- Litro. Reg Franca, em R$


FIQUE DE OLHO

AGENDA DE EVENTOS FEVEREIRO XXXIII CONGRESSO PAULISTA DE FITOPATOLOGIA Dias: 02 a 04/02. ESALQ e Associação Paulista de Fitopatologia. Local: FAFRAM - Faculdade “Francisco Maeda”. Ituverava (SP). Tel: (16) 3729-9060. Contato: www.cpfito.com.br. CURSO DE FORMAÇÃO DE CLASSIFICADORES DE PRODUTOS VEGETAIS (MILHO, SOJA E SORGO) Dias: 22/02 a 06/03. CENTREINAR. Local: CENTREINAR. Viçosa (MG). Tel: (31) 3891-2270 / 3891-8380. Contato: www.centreinar.com.br. I SIMPOSIO BRAS SOBRE PALMEIRAS PRODUTORAS DE PALMITO Dias: 23/02 a 25/03. FUNEP. Local: Centro Convenções UNESP/FCAV. Jaboticabal (SP). Tel: (16) 3209-1303. Contato: www.funep.com.br. CURSO DE SUSTENTABILIDADE DO AGRONEGÓCIO CAFÉ Dias: 25/02. Universidade do Café. Local: Centro de Excelência do Café do Cerrado. Patrocínio (MG). Tel: (11) 37222034. Contato: www.unilly.com.br.

IV ENCONTRO REGIONAL DE PLANTIO DIRETO NA PALHA Dia: 25/02. APTA. Local: Campinas (SP). Tel: (15) 3251-4230. Contato: www.aptaregional.sp.gov.br. 44ª EMAPA - Exposição Agropecuária de Avaré Dia: 27/02 a 15/03. Prefeitura. Local: Parque de Exposições “Cruz Pimentel”, Avaré (SP). Tel: (14) 3732-1608. Contato: www.emapaavare.com.br.

MARÇO SIMCAFÉ - 2º Simpósio do Agronegócio Café da Alta Mogiana Dias: a definir. COCAPEC. Local: Franca (SP). Tel: (16) 3711-6233. Contato: www.cocapec.com.br. 11º AGROCAFÉ - SIMPÓSIO NACIONAL DO AGRONEGÓCIO CAFÉ Dias: 08 a 10/03. ASSOCAFÉ e AIBA. Local: Hotel Pestana. Salvador (BA). Tel: (71) 2102-6600. Contato: www. rdeventos.com.br/agrocafe. 7º FEINCO - Feira Internacional de Caprinos e Ovinos Dias: 09 a 13/03. Local: Centro de

Exposições Imigrantes. São Paulo (SP). Tel: (11) 5067-6767. Contato: www. feinco.com.br. FEICANA e FEIBIO - Feira de Negócios do Setor de Energia Dias: 09 a 11/03. Local: Recinto de Exposições “Clibas de Almeida Prado”. Araçatuba (SP). Tel: (18) 3624-9655. Contato: www.feicana.com.br. III DIA SOBRE GREENING Dia: 12/03. IAC. Local: Centro APTA de Citros Sylvio Moreira. Cordeirópolis (SP). Tel: (19) 3546-1399. Contato: www.iac.sp.gov.br. 47ª EXPASS - Exposição Agropecuária de Passos Dia: 17 a 20/03. Sindicato Rural. Local: Recinto de Exposições “Adolpho Coelho Lemos”. Passos (MG). Contato: www.sinruralpassos.com.br 11º CONGRESSO PANAMERICANO DO LEITE Dias: 22 a 25/03. FEPALE e FAEMG. Local: MinasCentro. Belo Horizonte (MG). Tel: (31) 2108-2121. Contato: www.congressofepale.com.

LIVROS, VÍDEOS, DOCUMENTÁRIOS CERTIFICAÇÃO AGRÍCOLA Autor: Engº Agrº Dr. Silvio Roberto Penteado Editora: Via Orgânica Contato: www. agrorganica.com.br Tel: (19) 32321562 Este livro apresenta todos os passos para proceder a certificação de uma propriedade e obter o selo orgânico. Traz informações completas sobre o processo e fases da certificação e inspeção orgânica. Os dados são completos, inclusive com endereço de certificadoras, custos de certificação, modelo de plano de certificação, etc. Atualizado em 2009, apresenta o novo regulamento e instrução normativa da lei orgânica. Apresenta os principais tipos de selos Eco-Sociais e Selos de Qualidade, como Eurep Gap, Aphi, Sio14001, HACCP, BRC Global Standart, PIF e outros. Saiba como funciona o Mercado Justo, a Certificação Florestal, a Certificação Animal Sisbov.

A GRANDE FARSA DO AQUECIMENTO GLOBAL Diretor: Martin Dunkin (Canal 4 Inglaterra) Este documentário foi lançado em março de 2009 defende que não é a emissão excessiva de carbono na atmosfera proveniente da queima de combustíveis fósseis a causa das mudanças climáticas. A atividade do Sol seria a maior responsável pelo aquecimento global. Conta com depoimentos de pessoas conhecidas no mundo científico e ambiental, como o editor chefe da revista inglesa New Scientist, Nigel Calder e Patrick Moore, ex-fundador do Greenpeace e Richard Lindzen, professor de meteorologia do Massachusetts Institute of Technology (MIT). O documentário defende que o consenso acerca das alterações climáticas é o produto de ”uma indústria de milhares de milhões de dólares, criada e financiada por políticos (Margaret Tatcher e George Bush “pai”) e apoiada pela mídia, ambientalistas e cientistas à procura de fundos de pesquisa”.

CERRADO - Corretivos e Fertilizantes em Pastagens Autor: Geraldo Martha e outros Editora: Embrapa Contato: www. agrolivros.com.br Tel: (51) 34023415 A publicação aborda a importância dos principais elementos minerais, e as recomendações de adubação de acordo com a intensidade de uso e tipo de solo. Da forma como estão descritas, as recomendações, se forem seguidas adequadamente, contribuirão para o melhoramento e a recuperação da capacidade produtiva das pastagens cultivadas, o que auxiliará não apenas o pecuarista, mas também produtores que necessitam restabelecer a capacidade produtiva das pastagens na forma direta ou pelo sistema de integração lavoura-pecuária. Aumentar a produtividade para reduzir os custos médios de produção é a escolha mais viável para o pecuarista manter a lucratividade da propriedade.

27 JAN/2010


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28 JAN/2010

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