Revista de Agronegócios Ed. 69

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notícias

e-mails

Cafeicultores aguardam a 15ª EXPOCAFÉ FOTOS: Editora Attalea

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RODRIGO HENRIQUE N. SANTOS (rodrigocooperjac@yahoo.com.br) Agricultor - Jacuí (MG). “Gostaria de solicitar a alteração no meu endereço, para eu poder continuar recebendo a Revista Attalea Agronegócios”. JOEL MOREIRA SIQUEIRA (adriana@bsca.com.br) Cafeicultor - Varginha (MG). “Solicito a alteração no meu endereço, para eu poder continuar recebendo a revista”. GABRIEL GARCIA LEITE (gabriel_cavalier@hotmail.com) Estudante - Curso de Agronegócios Franca (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”.

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onsiderada a maior feira nacional do agronegócio café, o evento chega à 15ª edição apostando na diversificação da programação. Além da exposição de máquinas, a EXPOCAFÉ contará com o 3º Simpósio de Mecanização da Lavoura; Dinâmicas de Campo; Audiência Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG); Encontro de Inovação realizado em parceria com o Sistema Mineiro de Inovação (SIMI/ Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior); e palestra sobre o projeto ExportaMinas do Governo Estadual. O 3º Simpósio da Mecanização da Lavoura Cafeeira, promovido pela EPAMIG em parceria com a Universidade Federal de Lavras, acontece no dia 19 de junho. O evento, que é exclusivo para participantes previamente inscritos, vai abordar temas, como: Manejo mecanizado; tecnologia de aplicação de defensivos na cafeicultura; certificação; cafeicultura de precisão e mecanização de lavouras. De 20 a 22 de junho, a EXPOCAFÉ será aberta ao público, que terá a oportunidade de conhecer e adquirir novidades em máquinas, equipamentos e insumos expostas por cerca de 130 empresas. Os produtores e operadores também poderão acompanhar em campo o funcionamento de máquinas e implementos agrícola em demonstrações feitas pelas empresas participantes das dinâmicas de máquinas.

Pelo segundo ano consecutivo será realizada durante a EXPOCAFÉ uma audiência pública da ALMG. No dia 21 de junho, lideranças políticas e cafeicultores vão discutir sobre o Código Florestal e impactos na cafeicultura. ”Este ano queremos intensificar os debates durante a Audiência Pública, por isso optamos por uma palestra sobre o tema central e abertura das discussões entre os participantes”, informa o coordenador-geral da feira, Mairon Mesquita. Outro destaque segundo Mairon, será a palestra “Central Exportaminas: O mercado externo ao alcance do produtor mineiro”, apresentada pela Coordenadoria de Comércio Exterior da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais. Em 2011, a EXPOCAFÉ recebeu mais de 22 mil visitantes e movimentou R$228 milhões em negócios. Com o intuito de ampliar a oferta de produtos alimentícios aos frequentadores da EXPOCAFÉ, os organizadores do evento viabilizaram a criação de uma praça de alimentação composta por um restaurante e quatro lanchonetes. “No ano passado tivemos um restaurante, mas vimos que há demanda para mais estabelecimentos”, afirma A Mairon Mesquita.

INFORMAÇÕES EXPOCAFE 2012 DATA: 19 a 22 de Junho de 2012 Faz. Experimental da EPAMIG - Três Pontas (MG) Tel. (31) 3489-5022 - www.expocafe.com.br Email: expocafe@epamig.br

ARISTOCLES T. SAKATA DE PAULA (ari.coffee@hotmail.com) Corretor de Café - Varginha (MG). “Solicito a assinatura da Revista Attalea Agronegócios”. MARCIA DOS SANTOS V. TRINDADE (marciasvtrindade@hotmail.com) Cafeicultora - Patrocínio (MG). “Gostaria de receber a revista”. HEBERT PEREIRA DE SOUZA (hebert@hpssistemas.com.br) Empresário e Cafeicultor - Três Pontas (MG). “Atuo na área de desenvolvimento de sistemas focado no agronegócio. Atendo várias distribuidoras de insumos, defensivos e equipamentos. Também sou pequeno produtor de café e estudante no curso Técnico em Cafeicultura no Instituto Federal Sul de Minas, através do pólo de Boa Esperança (MG). Gostaria de assinar a revista, porque tive contato com o seu conteúdo e achei extremamente enriquecedor”. TATIANE MORETTO (irmaos.moretto@hotmail.com) Agricultores - Sítio Brejão - São João da Boa Vista (SP). “Trabalhamos com café, milho e gado de corte. Gostaria de receber gratuitamente a Revista Attalea Agronegócios”. MATEUS MENDES VILANOVA SILVA (mateus.mvsilva@yahoo.com.br) Engº Agrônomo - Piracicaba (SP). “Sou graduando em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP e gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios. MAURI GASPAROTO (hsparoto@ig.com.br) Cafeicultor - Torrinha (SP). “Tenho propriedade no Sul de Minas e tive acesso à Revista Attalea Agronegócios. Gostaria de assiná-la.


EDITORIAL

Em época de preços oscilantes, COMEÇA COLHEITA DE CAFÉ

DESTAQUE

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SYNGENTA e NUTRIPLANT realizam dia de campo

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Realizado na propriedade do cafeicultor Antonio Carlos David, em Franca (SP), o dia de campo das empresas Syngenta e Nutriplant foi realizado conjuntamente e atraiu um grande número de visitantes da região de Franca (SP) e Altinópolis (SP).

CAFÉ

IAC lança cinco cultivares de café na AGRISHOW

DESTAQUE

EVENTOS

CAFÉ

SEBRAE realiza palestra sobre IG

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Hulda Giesbrecht, analista do SEBRAE, ministrou palestra sobre Indicação Geográfica, atendendo a uma solicitação da AMSC - Associação dos Produtores de Café da Alta Mogiana.

AGRISHOW: R$ 2,15 bilhões em negócios

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Cerca de 152 mil pessoas visitaram a feira em busca de produtos com mais tecnologia e soluções para pequenas, médias e grandes propriedades, além de linhas de crédito.

Fertec conquista certificação orgânica

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Empresa de Colina (SP) recebeu recentemente o certificado do IBD - Instituto Biodinâmico, entrando no mercado de insumos para grandes grupos e produtores da Agricultura Orgânica.

Manejo da nutrição do cafeeiro em produção

CAFÉ

pragas e doenças na cafeicultura, bem como os efeitos da correta nutrição do cafeeiro. Destaque, ainda, para a Fertec, empresa de nutrição vegetal sediada em Colina (SP), seguindo seu lema de inovar com sustentabilidade, conquistou recentemente uma das principais certificações para produtos orgânicos da América Latina, o selo do IBD. Publicamos, também, dois artigos importantes sobre o Novo Código Florestal. O primeiro, sobre as 8 principais dúvidas entre ambientalistas e agricultores. Já o Prof. Marcos Fava Neves escreve sobre a importância de ‘desenvolver preservando para... preservar o desenvolver!’ Boa leitura a todos!

AMBIENTE

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om o término das duas maiores feiras do setor agropecuário brasileiro, a AGRISHOW (Ribeirão Preto/SP) e a EXPOZEBU (Uberaba/MG), os produtores rurais voltam suas atenções para o início da colheita do café e para os preparativos para o período de inverno na pecuária de corte e de leite. Nesta edição apresentamos como destaque a realização do Dia de Campo de café das empresas Syngenta e Nutriplant. Realizado na propriedade do cafeicultor Toninho David, os participantes puderam conferir os benefícios do portifólio de ambas as empresas, altamente eficaz para o controle das principais

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Os visitantes da AGRISHOW conheceram as cultivares IAC 125 RN, Obatã IAC 1669-20, IAC Obatã Amarelo, Catuaí Vermelho IAC-144 e a IAC Ouro Verde; todas com alta produtividade.

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Artigo do Engº Agrº Renato Passos Brandão, Gestor Agronômico do Grupo Bio Soja, orienta o cafeicultor sobre a importância da nutrição em sistemas de alta produtividade.

Confira as 8 principais dúvidas do Código Florestal

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Artigo da equipe do Sou Agro orienta as dúvidas sobre o que realmente foi aprovado e sobre como isto ageta a produção rural e o meio ambiente, após a votação final do Novo Código Florestal.

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PECUÁRIA

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Viçosa (MG) abrigará o

8º SIMCORTE EM JUNHO Simpósio contará com pesquisadores internacionais

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á encontram-se abertas as inscrições para o 8º SIMCORTE – Simpósio de Produção de Gado de Corte e 4º Simpósio Internacional de Gado de Corte, que acontecerá nos dias 07, 08 e 09 de junho de 2012, na Universidade Federal de Viçosa (MG). O evento contará com os mais renomados pesquisadores da Austrália, Brasil, Estados Unidos e Europa. Serão 20 palestras abordando temas de grande relevância para o desenvolvimento da Pecuária Brasileira. As cinco primeiras edições do SIMCORTE contaram com programação temática abrangente, proporcionada pelos mais renomados palestrantes da área de Bovinocultura de Corte do país, que concederam a estudantes de ciências agrárias, profissionais e produtores rurais, a oportunidade de adquirir know how para incrementar a produção, a produtividade e a melhoria da qualidade da carne no Brasil, aumentando a competitividade no mercado nacional e internacional. Em sua primeira edição, o SIMCORTE, foi realizado em novembro de

1999 e contou com um público aproximado de 500 participantes. Na última edição, o simpósio contou com a participação de 650 pessoas. Os participantes do 8º SIMCORTE terão direito a tradução simultânea em todas as palestras. Confira algumas das principais palestras: • “Manejo Nutricional de Bovinos Confinados para Otimizar o Desempenho e Minimizar o Impacto Ambiental”, com o Dr. Noel Andy Cole – USDA-ARS CPRL, Bushland, TX • “Fibras Musculares e sua Relação com a Eficiência de Crescimento e a Qualidade da Carne Bovina”, com a Dra. Brigitte Picard – INRA, Clermont-Ferrand, França • “Desvendando a Microbiologia de Rúmen: Quais Ferramentas Práticas podem surgir a partir da Biologia Molecular?”, com o Prof. Bryan White – University of Illinois • “Aplicação de Sistemas de Exigências Nutricionais para Bovinos

em Pastejo, com ou sem Suplementação”, com o Dr. Stuart McLennan – Queensland Alliance for Agriculture & Food Innovation (QAAFI), University of Queensland. • “Programação Fetal em Bovinos de Corte: Otimizando Desempenho e Qualidade de Carcaça nos Primeiros Estágios de Vida”, com o Prof. Min Du, da Washington State University • “Bem Estar Animal e Manejo Pré-Abate a Nível de Indústria Frigorífica”, com a Profa. Janice Swanson – Michigan State University • “Gerência e Competitividade na Bovinocultura de Corte”, com Prof. Fabiano Alvim Barbosa – UFMG • “Gestão na Bovinocultura de Corte: a Experiência do Projeto em Tocantins”, com o Dr. José Daniel Tavares – SEBRAE / TO • “Instituições Inclusivas e Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável: o Caso do Agronegócio”, com o Dr. Alberto Duque Portugal – Fundação Dom Cabral / FDC • “Bovinocultura de Alto Desempenho com Sustentabilidade”, com o Prof. Mário Fonseca Paulino – UFV Confiram a programação completa e outras informações no site: www. simcorte.com A


DESTAQUE

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Medicina Veterinária da UNIFRAN,

UM DOS MELHORES DO PAÍS FOTO: UNIFRAN

Além da Graduação, destaque para a Pós-Graduação

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ecentemente foram divulgados os resultados do ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), que apontaram o curso de Medicina Veterinária da Unifran como o 6º melhor no ranking nacional das instituições particulares de todo o País e o 3º melhor do Estado de São Paulo. O Enade foi criado pelo Ministério da Educação como um instrumento de avaliação da qualidade do ensino de cursos superiores de todo o Brasil. Alunos de 162 escolas (públicas, particulares e fundações) participaram em 2010 e receberam notas de 1 a 5. Dentro dessa escala de avaliação, os alunos da Universidade de Franca receberam nota 4. “Essa nota representa uma vitória muito grande do esforço conjunto dos professores e profissionais

que participam da formação dos alunos. É um trabalho árduo, mas que nos recompensa com esses resultados”, diz a Prof.ª Dr.ª Antonella Cristina Bliska Jacintho, coordenadora do curso. O médico veterinário não é só aquele que cuida da saúde dos animais pets ou dos rebanhos de animais de criação ou dos animais silvestres. Ele é também um importante profissional nos setores de melhoria dos processos de produção de alimentos de origem animal e da saúde pública. Atua no controle de zoonoses, no controle de pragas urbanas e rurais e na preservação do ambiente; participa do desenvolvimento de pesquisas em várias áreas e atua no bem estar de humanos e animais. O campo de trabalho do médico veterinário é muito amplo. Além das

áreas tradicionais de clínica e cirurgia, cresce a importância da atuação na inspeção de produtos de origem animal (carnes, leite, queijos, embutidos, ovos, mel, pescados) e na reprodução animal e melhoramento genético, áreas que são cada vez mais rentáveis e demandam profissionais especializados em técnicas como as de inseminação artificial e transferência de embriões. O curso de Medicina Veterinária da Unifran conta com instalações, laboratórios e salas de aula modernas e adequadas aos estudos das diversas especialidades. O corpo docente é formado por mestres e doutores - um dos nossos maiores destaques. O curso conta ainda, com hospital veterinário de 3 mil m2 para todas as atividades de clínica, cirurgia, internação, laboratório clínico, radiologia, cardiologia, oncologia, reprodução, atendimento a animais silvestres, Programa de Posse Responsável (para animais “pets”) e Projeto Carroceiro. O Hospital Veterinário oferece anualmente concurso para Aprimoramento Veterinário (Residência), com 9 vagas. A Universidade de Franca disponibiliza aos interessados visitas gratuitas ao campus e Hospital Veterinário. Maiores Informações: (16) 3711.8775 ou 0800.341212 Pós-Graduação - Além do curso de graduação em Medicina Veterinária, a Unifran oferece ainda o Mestrado. O Mestrado é uma pós-graduação com 2 anos de duração em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais. Os alunos são preparados para as atividades de docência e pesquisa, desenvolvendo um experimento e preparando uma Monografia sobre o assunto. Os Veterinários que se interessam pela carreira acadêmica podem se inscrever também no Mestrado em Medicina Veterinária. Maiores informações pelo site: www.mestradoemcirurgiavet.unifran. br A

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CAFÉ

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Piumhi (MG) sedia em maio a 10ª RODA DE AGRONEGÓCIOS Profissionalismo e recordes marcam os dez anos do evento FOTO: Divulgação

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“Expectativa de grande público durante o evento”, diz Juninho Tomé.

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expectativa é de um grande número de visitantes durante os três dias da 10ª Roda de Agronegócios de Piumhi (MG). Organizada pela competente equipe do Sindicato dos Produtores Rurais, o evento será realizado no Parque de Exposições “Tonico Gabriel”. Já confirmaram a participação as principais empresas do setor de máquinas agrícolas, fertilizantes, revendas de produtos agropecuários, cooperativas e concessionárias de automóveis. “No ano passado, comprovando o potencial agrícola e agroindustrial de nossa região, a Roda de Agronegócios de Piumhi superou a marca de R$ 70 milhões em negócios e mais de 4

mil visitantes”, ressaltou Rafael Alves Tomé, o Juninho Tomé, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Piumhi. A comissão organizadora aponta ainda que os produtores rurais visitantes contarão com apoio e orientação na obtenção de linhas de crédito. “Cinco agentes financeiros já confirmaram presença: Banco do Brasil, Caixa Econômica, Bradesco, Sicoob Credialto e Sicoob Credifor”, afirmou Helenice Miranda, coordenadora do evento. A organização ressaltou, ainda, que as modificações propostas na planta da feira facilitarão a visita. Os estandes serão instalados e divididos por setores, sendo distribuídos em uma área superior a 60 mil metros quadrados. “Facilita a visualização e o acesso dos visitantes aos estandes”, finaliza. A

INFORMAÇÕES 10ª RODA DE AGRONEGÓCIOS Sindicato Rural de Piumhi (MG) Parque de Exposições “Tonico Gabriel” Cel.: (37) 9964-2478 – Helenice Miranda rodadeagronegociosdepiumhi@gmail.com helenicemiranda@yahoo.com.br www.rodadeagronegociosdepiumhi.com.br


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EVENTOS

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CAFÉ

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IAC lança 5 cultivares com alta produtividade E EXCELENTE BEBIDA NA AGRISHOW

maturação das cinco cultivares. A cultivar IAC 125 RN é a mais precoce de todas, seguidas da Catuaí Vermelho IAC 144 e IAC Ouro Verde, que têm maturação média e, por último, as IAC Obatã Amarelo e Obatã IAC 1669-20, que são de média a tardia. “Com essa diferença de maturação, o produtor pode colher o café em períodos diferentes. Dessa forma, é possível distribuir melhor a colheita e diminuir a quantidade de mão de obra empregada”, explica. A qualidade da bebida é outro ponto fundamental nas cultivares apresentadas pelo Instituto Agronômico na AGRISHOW. Se outro ranking fosse feito com as cultivares levadas pelo IAC, segundo Fazuoli, as cultivares IAC Ouro Verde e Catuaí Vermelho IAC 144 ficariam na primeira posição, com qualidade de bebida considerada excelente. Logo atrás viriam as cultivares IAC 125 RN, Obatã IAC 1669-20 e IAC Obatã Amarelo, classificadas com boa qualidade de bebida. As cultivares resistentes à principal doença do café, a ferrugem, Obatã IAC 1669-20, IAC Obatã Amarelo e IAC 125 RN, podem dispensar ou diminuir a aplicação de defensivos agrícolas destinados ao controle químico da doença. “Apesar de variável, do custo total de produção, cerca de 15% se relaciona ao controle fitossanitário. Reduzir o uso de defensivos é uma ótima contribuição para os produtores”, diz o pesquisador. Além disso, o uso de cultivares resistentes pode, em alguns casos, viabilizar o cultivo em regiões onde o índice de incidência da doença é muito elevado. No caso da IAC 125 RN, essa característica é ainda mais importante, já que a cultivar é resistente também ao nematóide Meloidogyne exigua que reduz sensivelmente a produção de cultivaA res suscetíveis em determinadas regiões produtoras.

Cultivares são resistentes à principal doença do café

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rês das cultivares expostas pelo IAC na Agrishow 2012, a IAC 125 RN, a Obatã IAC 1669-20 e a IAC Obatã Amarelo, são resistentes à principal doença do café, a ferrugem. A cultivar IAC 125 RN é ainda resistente a duas raças do nematóide Meloidogyne exigua, que permite que seja plantada em regiões onde há esses problemas. O IAC expôs ainda a cultivar de café já conhecida pelos produtores, a Catuaí Vermelho IAC 144, amplamente plantada nas áreas cafeeiras do país e a IAC Ouro Verde, cujo nome foi dado em virtude do que representa o café para o agronegócio brasileiro, verdadeiro ouro de coloração verde. As cinco cultivares têm produtividade média em torno de 40 a 60 sacas de café beneficiado em áreas irrigadas, o que é considerada alta. Nas regiões não irrigadas suas produtividades médias variam entre 30 e 45 sacas por hectare. A maturação dos frutos também é destaque nas cultivares IAC. De acordo com o pesquisador do IAC, Luiz Carlos Fazuoli, as diferenças na maturação dos frutos são devidas às características genéticas das plantas e às condições ambientais. Fazuoli explica que um ranking pode ser feito com a

FOTOS: Editora Attalea

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CAFÉ

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é valorizar o produto e aumentar o preço porque a produção tem um limite para crescer devido a delimitação do espaço geográfico”, afirma Hulda. No Brasil, 19 regiões possuem o selo de indicação geográfica registrado no INPI; destas, 16 são relacionadas ao agronegócio. A primeira indicação foi concedida em 2002. “Indicação Geográfica é um tema emergente no Brasil. Existe pouca oferta e o conhecimento é pouco disseminado, os consumidores ainda não estão familiarizados com o assunto. Na Europa já é uma prática realizada há muito tempo. É um conceito sedimentado, valorizado”, finaliza. Além dos membros do Conselho Regulador, o encontro contou com a presença de diversas lideranças do setor de agronegócios da região e representantes da ACIF e do SindiFranca. Milton Pucci, diretor de relações públicas da AMSC, destacou a importância do encontro e a presença de lideranças regionais. “Este é um momento muito importante. Precisamos trabalhar juntos para ganhar força e administrar essa marca de forma democrática”, disse. No período que estiveram na região de Franca, os representantes dos vários níveis do SEBRAE percorreram propriedades de todos os portes em municípios da região, visitaram a cooperativa, torrefadora onde se informaram sobre o potencial da Alta Mogiana. Em fevereiro, o INPI publicou parecer favorável para a criação do selo de Indicação de Procedência Alta Mogiana voltado para o reconhecimento da qualidade da cafeicultura de nossa região. O processo está em fase de finalização, dependendo apenas dos ajustes e entendimentos das lideranças do agronegócio local. Todos os municípios da Alta Mogiana serão beneficiados pela IG, que trará imensa projeção nacioA nal e internacional dessa região.

Conselho da Alta Mogiana participa de palestra SOBRE INDICAÇÃO GEOGRÁFICA FOTO: Divulgação AMSC

Analista do SEBRAE orientou os participantes sobre a IG

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s membros do Conselho Regulador do Uso da Marca Alta Mogiana voltaram a se reunir para discutir sobre a utilização do selo de Indicação de Procedência do café produzido na região. O encontro, mobilizado pela AMSC (Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana), com apoio e estrutura do Escritório Regional do SEBRAE em Franca (SP), contou com a participação de diversos profissionais do SEBRAE Nacional e Estadual responsáveis pela área de café e Indicações Geográficas (IG). Hulda Giesbrecht, analista da Unidade de Acesso à Inovação e Tecnologia do SEBRAE Nacional, ministrou uma palestra sobre IG como ferramenta para o aumento da competitividade dos produtores e da região. “A IG tem como característica diferenciar e singularizar produtos; proteger o saber fazer, a genuinidade e a qualidade. A lógica da IG

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EVENTOS

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AGRISHOW 2012 supera expectativas

E BATE R$ 2 BI EM NEGÓCIOS Juros mais atrativos e oferta de crédito motivaram visitantes FOTOS: Editora Attalea

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Atomizador Speed Jet Café, no estande da KO Máquinas Agrícolas.

nas tecnologias e soluções para pequenas, médias e grandes propriedades. Maior oferta de volume de crédito, com juros atraentes, compuseram os fatores finais para a equação do sucesso e superação de expectativas. Realizada anualmente, a AGRISHOW está entre as três maiores feiras do setor de agronegócios em todo Estande da Massey Ferguson durante a AGRISHOW: sempre lotado de agricultores fechando negócios o mundo, e já tem data definida para volume de negócios obtido na 19ª AGRISHOW (Feira In- 2013. O evento acontecerá de 29 de abril a 03 de ternacional da Tecnologia Agrícola em Ação) superou as maio, e os organizadores já estão trabalhando para expectativas dos organizadores, atingindo a casa dos 2,15 continuar implementando melhorias, agora com o bilhões de reais. positivo componente anunciado na AGRISHOW Cerca de 152.000 visitantes compradores estiveram na 2012, que trata da concessão da área de exposição AGRISHOW conferindo as ofertas de produtos com as mais moder- do evento por 30 anos. Segundos os organizadores, o fluxo de visitantes também foi uma agradável surpresa. “A feira já se consolidou como um evento fundamental na agenda dos profissionais, autoridades e empresários do setor, e este ano deve superar todos os recordes de público”, afirmou Maurílio Biagi, presidente da feira.

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Colheideira de Café F1, lançamento da Eclética Mogiana, de Batatais (SP)


EVENTOS

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Recolhedora para Café até 2,5m, lançamento da MIAC, de Pindorama (SP).

Transplantadeira FX, da Pivot Máquinas Hortifruti, de Goiânia (GO)

Allan Menezes Lima e equipe da Bolsa Agronegócios, representante Netafim na região de Franca.

Só na 13ª Rodada Internacional de Negócios as empresas brasileiras engatilharam mais de 80 negócios, num total superior a US$ 14 milhões, em mais de 400 contatos comerciais com compradores da Rússia, Turquia,

Tanzânia, Ucrânia, Nicarágua, Cazaquistão, Romênia e Zimbábue. Mas os negócios com estrangeiros foram fechados também fora da Rodada – um único produtor agrícola do Sudão, na África, comprou 100 toneladas de se-

mente de girassol da Atlântica Sementes, de Curitiba (PR). Os mais de 600 representantes da mídia brasileira e internacional que fizeram a cobertura jornalística do evento e os cerca de 20 mil profissio-


EVENTOS

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14 FOTOS: Editora Attalea

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Trator 6130 J, no estande da John Deere - Colorado.

Trator 1055 4x4, no estande da Yanmar Agritech - Sami Máquinas.

nais empregados nas mais diversas atividades são mostras da grandiosidade do evento, que essa edição chegou à 400 mil m2 ocupados e 780 marcas expositoras, ocupando assim o 3º lugar no ranking mundial das feiras do setor. Desde a edição passada, a feira está regionalizada por setores: aviação, irrigação, ferramentas, caminhões/ôni-

bus/transbordos, máquinas para construção, agricultura de precisão, armazenagem, pecuária, pneus e automobilístico. “Com a regionalização da planta em áreas que são de interesse do produtor, conseguimos encurtar as distâncias na feira e promover maior integração do comprador com os expositores. Este ano, incluímos as áreas de agricultura de pre-

Turbo Roda, no estande da Betta Hidroturbinas, de Franca (SP) Evernon Reigada e Simone Goldman, consultores de agronegócios do Escritório do SEBRAE de Franca (SP)

Colhedeira de café Case IH 200


EVENTOS

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15 MAI 2012

Colheideira de café Tornado Revolution, da Matão Equipamentos

Colheideira de café KTR Advance, da Jacto, de Pompéia (SP)

Colheideira, lançamento da New Holland na AGRISHOW para o café.

Colheideira de café Electron, da TDI Máquinas, de Três Pontas (MG)

cisão e ferramentas, trazendo para a AGRISHOW tudo que está presente no universo do agricultor. Nenhuma feira do setor tem este conceito”, explica Marilda Meleti, gerente comercial da feira. Durante todos os dias da feira, o estande do SEBRAE foi muito frequentado. Caravanas de agricultores de vários municípios do estado receberam orientações sobre gestão fi-

nanceira das propriedades, por meio de consultores especializados da instituição. participaram de uma palestra. Um grupo de agricultores de Cristais Paulista (SP), que trabalham com as culturas do café, cana de açúcar e pecuária de leite, participaram com entusiasmo da palestra, organizada pela equipe de Evernon Reigada, consultor do Escritório Regional do SEBRAE em Franca (SP). A


CAFÉ

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Dia de Campo da Syngenta atrai muitos

CAFEICULTORES EM FRANCA (SP) Empresa mostra benefícios da Proteção de Cultivos FOTOS: Editora Attalea

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om a participação de um grande número de cafeicultores de vários municípios da região de Franca (SP), foi realizado no último dia 9 de maio, o Dia de Campo da Syngenta. O evento foi realizado na propriedade do cafeicultor Antônio Carlos David. Em parceria com o cafeicultor, o trabalho foi organizado pelo Engº Agrº Edmilson Bezerra, da Casa das Sementes, uma das maiores revendas de produtos agropecuários da região -

e supervisionado pela equipe da Syngenta. A área do experimento foi em um talhão de Catuaí-99, com quatro anos de idade. No primeiro ano, esta lavoura produziu 24 sacas por hectare. No ano seguinte, produziu 92 sacas por

hectare. No terceiro, apenas 9 sacas por hectare. Para este ano, há uma expectativa de produção de até 120 sacas por hectare. “Estou satisfeito. Fazendo uma média deste talhão, a produção ultrapassa 80 sacas por hectare”, ressaltou Toninho David. Para o Engº Agrº Luis Gustavo de Andrade, supervisor técnico da Syngenta na região de Franca (SP), o portifólio de produtos da empresa contribuiu diretamente para o trabalho desenvolvido pelo cafeicultor Toninho David. “Ele usa produtos Syngenta porque ajuda a ter eficiência no campo e também ter tranquilidade para o aplicador e para o meio ambiente”, disse. A Syngenta investe hoje mais de US$ 1 bilhão por ano na agricultura; o que dá mais de US$ 2 milhões por dia em pesquisa em novas variedades, novas moléculas, novas sementes.

O Engº Agrº Luis Gustavo de Andrade, supervisor técnico da Syngenta na região de Franca, e o cafeicultor, Antônio Carlos David.


FOTOS: Editora Attalea

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São produtos de baixo impacto ambiental, que auxiliam ao máximo a produção de grãos. “O portifólio de produtos oferecidos pela Syngenta é altamente eficaz na cafeicultura, abrangendo o controle das principais doenças do cafeeiro (ferrugem, cercospora, ascochyta e phoma) e também das pragas (cigarras, bicho-mineiro, cochonilha, ácaros)”, disse Luis Gustavo. “E, em breve, teremos novidades muito importantes para o cafeicultor brasileiro”, ressaltou. De acordo com Toninho David, o uso do Verdadero e do Actara contribuiram diretamente para a melhoria do vigor das plantas, através do controle de pragas e doenças que interferiam diretamente na produção. “Com a proteção e manutenção de uma maior área foliar, a planta tem condição de produzir mais

CAFÉ energia, para produzir mais flores e, consequentemente, mais frutos. Além disto, com um sistema radicular mais desenvolvido, a planta tem condição de explorar uma maior superfície de solo, absorvendo mais nutrientes, bem como evitando problemas com estresse hídrico”, explicou o cafeicultor Outra dica extremamente importante, segundo Toninho David, está na utilização correta dos defensivos agrícolas. “O cafeicultor deve sim aplicar os produtos todos os anos; mas deve respeitar a dose indicada, as fases de aplicação. Não adianta aplicar doses maiores ou promover várias pulverizações. Você estará provocando desequilíbrios que colocarão em risco toda a lavoura. Sem falar no alto custo envolvido”, advertiu o cafeicultor. A

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CAFÉ

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Fertilizante Foliar foi o tema de

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DIA DE CAMPO DA NUTRIPLANT FOTOS: Editora Attalea

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José Mário Jorge (cafeicultor de Altinópolis/SP), Paulo Figueiredo (diretor Casa da Sementes), Toninho David (cafeicultor), Fernando Jardine (Nutriplant) e Marcos Silva (Nutriplant)

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afeicultores de vários municípios de São Paulo e Minas Gerais tiveram a oportunidade de conhecer, de perto, os efeitos do portifólio de produtos da Nutriplant Tecnologia e Nutrição. A empresa realizou um dia de campo no início de maio, na propriedade do cafeicultor Antonio Carlos David, contando com o apoio da equipe de campo da Casa das Sementes.

Os Engº Agrº Fernando Jardine (Supervisor de Vendas da Nutriplant) iniciou o evento mostrando a importância da nutrição correta do cafeeiro, contribuindo diretamente para uma melhor sanidade e proteção das plantas, no melhor metabolismo da planta, no aumento da produção final, bem como na manutenção da qualidade do café. Já o Engº Agrº Marcos Silva (Co-

ordenador de Produtos e Desenvolvimento Técnico da Nutriplant) apresentou informações técnicas sobre o portifólio de produtos da Nutriplant, indicados para a cafeicultura e várias outras culturas, com destaque para o Nutri-K-Star (melhor granação e maturação dos frutos), o Endurene (nitrogênio de liberação lenta), aminoácidos e cobre. Já o Engº Agrº Edmilson Bezerra (Casa das Sementes) apresentou informações técnicas importantes sobre o uso de fertilizantes foliares em pré e pós-florada, além da pulverização pós-colheita do café. “No Brasil inteiro tivemos problemas com a seca-de-ponteiro na cafeicultura, que é o ataque da bactéria Pseudomonas. Ressaltamos


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CAFÉ

19 FOTOS: Editora Attalea

MAI 2012

Um grande número de cafeicultores participaram do evento

porém, que aqui na região de Franca, devido ao uso do tratamento com cobre, isto não ocorreu”, disse Edmilson. O cafeicultor Toninho David ressaltou, ainda, que a pulverização pós-colheita é essencial para todos os tipos de colheita: a mecânica e a manual. “É imprescindível que o cafeicultor atue antes que a bactéria espalhe na lavoura”, alertou. Um alerta muito importante na pulverização de fertilizantes foliares foi feito pelo Engº Agrº Mar-

Fernando Jardine (Supervisor da Nutriplant), Edmilson Bezerra (Casa das Sementes), Marcos Silva (Coordenador de Produtos e Desenvolvimento Técnico da Nutriplant) e Toninho David (cafeicultor).

cos Silva. “O cafeicultor precisa saber bem mais do que apenas a dosagem recomendada de qualquer fertilizante. O pH da calda de pulverização tem que estar adequado para receber cada produto. Em alguns produtos tradicionalmente utilizados na lavoura cafeeira, em pH adequado de 5,5, o efeito dos produtos perduram por várias horas. Se o pH da calda estiver em 7,0, fora do adequado, o efeito destes mesmos produtos chega a 12 minutos. É um risco muito grande, desperdício de dinheiro. Por isso, recomendamos A muita atenção”, orientou.


FERTILIZANTES

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Formação de preços, oferta e demanda são

TEMAS DE SIMPÓSIO NA ESALQ

Simpósio sobre Micronutrientes e Magnésio acontecerá em julho

O

entendimento da dinâmica dos micronutrientes nos diferentes tipos de solo e do requerimento pelas culturas, definição de doses, fontes e estratégias de seu fornecimento, adequadas às condições locais, são passos fundamentais para maior produtividade das lavouras e uso eficiente de insumos. A partir dessa premissa, Franco Borsari, diretor da BBAgro, traçará um panorama dos principais consumidores dos micronutrientes abordando também o cenário de oferta e demanda nacional e internacional dos produtos, bem como a forFOTO: ESALQ / USP

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mação dos preços no mercado nacional e internacional dos micronutrientes. A palestra intitulada “Cenário Nacional e Internacional de Micronu-

trientes” acontece no dia 4 de julho, às 14h30, na Esalq, em Piracicaba (SP), integrando a programação do Simpósio sobre Micronutrientes e Magnésio, promovido em parceria pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ), Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiróz (FEALQ) e pelo Grupo de Apoio à Pesquisa e Extensão (GAPE). Palco para a difusão de conhecimento prático e técnico, aliando experiências de renomados profissionais no setor com as tendências desse campo e os rumos das mais novas e relevantes pesquisas da área, o Simpósio traz a tona importantes discussões sobre os micronutrientes e a necessidade de equilíbrio no setor, uma vez que a falta dos micronutrientes pode acarretar grandes perdas na produtividade. Inscrições e Informações:- FEALQ - Telefone: (19) 3417-6604 - Maria Eugênia www.fealq.org.br A


FERTILIZANTES

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Embrafós e Fertec: Tecnologia, Inovação e Sustentabilidade

CONTRIBUINDO COM A AGRICULTURA E O PLANETA

Produtos com alta eficiência em macro e micronutrientes que sua lavoura necessita

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Jamil Barbosa Neves 1

uando mencionamos a questão de tecnologia, inovação e sustentabilidade, a impressão que isso nos trás, é que virou “chavão”, visto que as empresas mencionam isso constantemente em suas divulgações. No entanto, existem algumas formas de realmente comprovar esta questão, que são através dos resultados em campo juntamente com os produtores; das pesquisas realizadas nas instituições renomadas como IAC, UNESP, PROCAFÉ, UNICAMP, ESALQ, FAFRAM,

1 - Depto de Marketing das empresas Embrafós e Fertec. Tel. (17) 3323-6201 / 3341-1817. Cel. (17) 8164-6461. Email: jamilneves@embrafer.com.br Site. www.embrafos.com.br e www.fertec.ind.br

como também do compromisso com o meio ambiente. E uma forma de evidenciarmos nosso compromisso com o meio ambiente, foi a participação do processo de Certificação junto ao IBD, uma das mais importantes certificadoras de produtos orgânicos. A EMBRAFÓS, por quatro anos possui este certificado do IBD e agora, a FERTEC também conta com esta importante certificação. Mas o que isso significa para agricultura? Este certificado do IBD favorece os grandes grupos e produtores orgânicos, os quais tem dificuldades em encontrar fertilizantes homologados como orgânicos, devido ao rigoroso controle e cumprimento das Leis relacionados a produtos orgânicos,

tanto a nível nacional como internacional. Quando falamos que a empresa trabalha com produtos orgânicos, isso significa que ela esta aproveitando os recursos disponíveis, sem ter que extrair do meio ambiente, evitando assim afetar a cadeia ambiental. Os produtores de produtos orgânicos agora podem contar com esta tecnologia, que nossas empresas lhe oferecem: fertilizantes farelados ou granulados que são produzidos pela EMBRAFÓS, como também fertilizantes líquidos com alta concentração e NANO PARTICULADOS, que são produzidos pela FERTEC. São produtos com alta eficiência de aproveitamento dos macro e micronutrientes que a sua lavoura necessita. A

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CAFÉ

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Bio Soja e Campagro organizam DIA DE CAMPO EM JERIQUARA (SP)

22 MAI 2012

FOTOS: Editora Attalea

Grande número de cafeicultores participaram do evento

Renato Passos Brandão (em pé, à direita), Gestor Agronômico do Grupo Bio Soja e José de Alencar (em pé, à esquerda), diretor da Campagro filiais de Franca (SP) e Ibiraci (MG), apresentam aos participantes os resultados do trabalho desenvolvido na propriedade do cafeicultor Rodrigo de Freitas Silva.

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ontando com a participação de um público excelente de cafeicultores de vários municípios da região de Franca (SP) e Ibiraci (MG), foi realizado no último dia 25 de abril, no Sítio Santa Rita, município de Jeriquara (SP), o Dia de Campo da Bio Soja e Campagro. O objetivo do trabalho desenvolvido na propriedade do cafeicultor Rodrigo de Freitas Silva foi o de promover uma nutrição equilibrada e balanceada para o cafeeiro. “Com isto, pretendemos mostrar aos cafeicultores que eles poderão obter produtividades sustentáveis, diminuindo as variações bruscas entre as safras de baixa e alta produção de café”, explicou o engenheiro agrônomo Renato Passos Brandão, Gestor Agronômico do Grupo Bio Soja. O trabalho foi desenvolvido em um talhão de Catuaí Amarelo-62, plantado em janeiro de 2007 com espaçamento de 3,5m x 0,6m com 4.760 plantas por hectare. De acordo com Rodrigo de Freitas, a expectativa de produtividade para a safra 2011/2012 é de 70 a 80 sacas

beneficiadas por hectare. “A primeira florada ocorreu em 10 de setembro de 2011, sendo que promovemos a indução da florada via irrigação em 30 de agosto, após um estresse hídrico”, explicou Rodrigo de Freitas. O evento foi dividido em três etapas. Na primeira, Renato Brandão ressaltou a importância da adubação

balanceada na cultura do cafeeiro desde o transplante das mudas. “A adubação de plantio com doses adequadas de fósforo e substâncias húmicas (Fertium® Phós) é extremamente importante para o desenvolvimento inicial das mudas e para a longevidade da lavoura cafeeira. O fósforo do Fertium® Phós é menos fixado nos solos devido aos altos teores de substâncias húmicas tornando-o muito mais adequado ao cafeeiro do que as fontes fosfatadas tradicionais”, afirmou o agrônomo Renato Brandão. Segundo o Gestor Agronômico do Grupo Bio Soja, na fase de formação e produção, recomenda-se adubações de solo e foliares conforme as ne-

O cafeicultor Rodrigo de Freitas Silva (em pé, à esquerda) e Romildo Garcia (em pé, à direita), responsável pelo Viveiro Bela Vista, orientam os participantes sobre a importância do plantio de café com mudas de boa qualidade no sucesso da lavoura.


FOTOS: Editora Attalea

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cessidades da lavoura. “Realizar anualmente duas análises foliares para o monitoramento do estádio nutricional do cafeeiro e fazer os ajustes necessários nas adubações de solo e foliares”, orientação repassada aos cafeicultores. Ressaltou também a importância do fornecimento de P, Mg e B no drench visando o equilíbrio nutricional do cafeeiro com os produtos da linha Irrigamax® e NHT® (nutrientes nanoparticulados). Em solos de textura média a arenosa, realizar também no drench, a aplicação do NHT® Zinco como fonte deste nutriente ao cafeeiro. Na segunda etapa, Romildo Garcia, responsável pelo Viveiro Bela Vista, enfatizou que uma lavoura de café produtiva tem início com a aquisição das mudas com qualidade comprovada. Mostrou todas as etapas na produção das mudas do café enfatizando os cuidados especiais no viveiro: localização, sementes certificadas, treinamento da equipe de colaboradores, preparo e tratamento do

CAFÉ substrato, manejo das mudas com irrigações, raleio, adubações e controles fitosanitários. Na terceira etapa, o proprietário do Sítio Santa Rita, Rodrigo de Freitas convidou os participantes a uma breve visita para conhecerem os demais talhões de café da sua propriedade. O talhão apresentado neste dia de campo apresenta um histórico de produtividade impressionante. Na catação realizada na safra 2007/08 (um ano após o plantio) obteve-se 4,5 sacas de café beneficiadas por hectare. Na primeira safra comercial (safra 2008/09), impressionantes 79 sacas beneficiadas por hectare. Na segunda safra comercial (2009/10), a produtividade alcançou 57 sacas beneficiadas por hectare; praticamente a mesma obtida na safra do ano passado, quando colheu 50 sacas por hectare. A média das três safras comerciais (2008/09 a 2010/11) é de 62 sacas beneficiadas por A hectare, bem acima da média regional.

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CAFÉ

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Manejo da nutrição do cafeeiro em produção

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EM SISTEMAS DE ALTA PRODUTIVIDADE FOTO: Editora Attalea

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Renato Passos Brandão1

tualmente, a cafeicultura nacional passa por uma verdadeira revolução tecnológica. Ao longo das últimas décadas com as baixas remunerações da saca de café, os cafeicultores tiveram que realizar adaptações no manejo das suas lavouras visando a otimização dos recursos financeiros. A área irrigada com cafeeiro vem aumentando gradativamente ao longo dos últimos anos propiciando aumentos significativos na produtividade da cultura. Atualmente, a maior parte das lavouras irrigadas possuem produtividades médias acima de 60 sacas beneficiadas/ha e há lavouras que em determinadas safras atingem até 100 a 110 sacas beneficiadas/ha. Custo de produção vs. produtividade do cafeeiro

O aumento na produtividade do cafeeiro via irrigação e um manejo adequado da nutrição otimiza os custos fixos, reduz o custo por saca de café e consequentemente aumenta a lucratividade da atividade cafeeira. Para aumentar a produtividade e a lucratividade do cafeeiro é necessário um manejo mais adequado da nutrição, pois o investimento na adubação representa cerca de 30% do custo de produção.

gessagem e adubações de solo e foliares. Entretanto, é insuficiente para garantir o monitoramento satisfatório do estado nutricional do cafeeiro e permitir ajustes finos nos programas nutricionais ao longo do ciclo da cultura. A segunda ferramenta que deve ser utilizada em complementação a análise de solo é a análise foliar. Através da análise foliar consegue-se detectar com mais precisão as deficiências e toxidez dos nutrientes antes que os sintomas fiquem visíveis nas folhas do cafeeiro. Realizar pelo menos 2 análises foliares sendo a primeira em novembro/dezembro de 2012 e a segunda em janeiro de 2013 Na atual situação da cafeicultura com custos cada vez maiores, os pequenos detalhes é que fazem a diferença. Por exemplo, uma deficiência de um determinado nutriente pode comprometer o desenvolvimento do cafeeiro e prejudicar os resultados agronômicos dos demais insumos agrícolas, dentre os quais, os defensivos agrícolas e os demais fertilizantes. Lei do Mínimo

Ferramentas para a avaliação da disponibilidade de nutrientes do solo ao cafeeiro Atualmente, a análise de solo é a ferramenta mais utilizada pelos cafeicultores para a avaliação da disponibilidade dos nutrientes do solo e para as recomendações de calagem, 1 – Engenheiro Agrônomo, M. Sc. em Solos e Nutrição de Plantas e Gestor Agronômico do Grupo Bio Soja. E-mail: renatobrandao@biosoja.com.br

Figura 1 - Lei do Mínimo

O enunciado da Lei do Mínimo (Figura 1) é auto-explicativo. “A produtividade das culturas é limitada pelo nutriente ou nutrientes que estiverem em menor disponibilidade nos solos mesmo que os demais estejam disponíveis em quantidades adequadas”. Portanto, para que o cafeicultor possa maximizar os investimentos realizados na sua cultura é


CAFÉ

necessário um manejo nutricional para evitar as deficiências ou toxicidade dos nutrientes. Manejo da nutrição do cafeeiro em produção

FOTO: Divulgação

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A partir deste momento, vamos abordar a nutrição do cafeeiro levando em consideração o fornecimento dos nutrientes no solo e via foliar. 1. Adubações de solo Inicialmente, verificar o teor dos nutrientes no solo e a expectativa de produtividade do cafeeiro. A partir destas informações, verificar a dose dos nutrientes a serem aplicados no solo na safra 2012/13. O manejo da adubação de solo do cafeeiro será dividido em adubação antes e depois do florescimento do cafeeiro. 1.1. Adubações antes do florescimento do cafeeiro É extremamente importante para o pegamento das flores e dos chumbinhos na fase inicial de desenvolvimento que o cafeeiro esteja bem nutrido e com uma área foliar expressiva antes do seu florescimento. Antes do florescimento do cafeeiro, se houver necessidade, realizar a aplicação do calcário e do gesso agrícola. A calagem deve ser realizada para a elevação da saturação de bases a 60%. Utilizar preferencialmente calcário dolomítico para manter a saturação do Mg na CTC do solo próxima de 15% e o teor de Mg igual ou acima de 10 mmolc/ dm3. O gesso agrícola pode ser utilizado com dois objetivos: fonte de enxofre ao cafeeiro ou como condicionador das camadas subsuperficiais do solo. No primeiro caso, a dosagem do gesso agrícola situa-se na faixa de 1.000 kg/ha aplicado a cada 2 anos. No segundo caso, como condicionador das camadas subsuperficiais do solo, a recomendação do gesso varia de acordo com o teor de argila do solo. Neste caso, a dosagem do gesso varia de 2 a 5 t/ha. O fósforo deve ser aplicado antes do florescimento do cafeeiro utilizando fertilizantes organominerais (Fertium® Phós). As substâncias húmicas do Fertium® Phós reduzem a

fixação do fósforo e aumentam a disponibilidade deste nutriente ao cafeeiro proporcionando maior desenvolvimento do sistema radicular e vegetativo. A dose do Fertium® Phós em cafeeiro em produção varia de 400 a 800 kg/ha. O fósforo proporciona maior pegamento da florada e permite uma maior frutificação do cafeeiro. Segundo Malavolta & Favarin (2002), a porcentagem de P contida pelas flores chega a 30% de todo o nutriente do cafeeiro. Portanto, a adubação fosfatada no café deve ser antecipada em relação a prática atual, ou seja, todo o fósforo deve ser aplicado antes do florescimento da cultura. Eventualmente, o fósforo necessário para o florescimento do café para a safra 2012/13 deveria ter sido aplicado em janeiro ou fevereiro de 2012. O primeiro parcelamento do nitrogênio e potássio deve ser realizado antes do florescimento do cafeeiro. A fonte de nitrogênio mais adequada é o nitrato de amônio. As perdas do N deste fertilizante nitrogenado por volatilização são insignificantes e pode ser aplicado em solos secos e sobre restos vegetais. 1.2. Adubações de solo pós-florescimento do cafeeiro Nesta fase da cultura, realizar as adubações com nitrogênio e potássio. Realizar também o fornecimento de

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CAFÉ

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TABELA 1 - Efeito de duas fontes de Mn nos teores deste nutriente nas folhas do cafeeiro em produção. Teor de Mn nas folhas do cafeeiro – mg/dm3 Tratamento

• Sulfato de manganês (1,33 kg/ha) • NHT Manganês + (1 L/ha)

Antes da Aplicação

Depois da Aplicação

Aumento no Teor Foliar

47

54

7

49

89

40

FONTE: Depto. Agronômico do Grupo Biosoja (2012).

B e Mg e em determinadas situações, aplicar também o P. O número de parcelamento do nitrogênio e potássio depende da dosagem dos nutrientes e da textura do solo. Para as maiores dosagens dos nutrientes (>300 kg/ha) e solos com textura média a arenosa, realizar de 4 a 6 parcelamentos. Conforme comentado anteriormente, se for possível, realizar o primeiro parcelamento NK antes do florescimento do cafeeiro. Em muitas situações, mesmo com aplicação de dosagens adequadas de P no solo, o teor foliar deste nutriente fica abaixo da faixa adequada ao cafeeiro e deve ser fornecido via drench. Além do P, realizar também a aplicação do Mg e B via drench, nas lavouras de café cultivadas em solos com baixo teor destes nutrientes. Fertilizantes Bio Soja fornecidos via drench: • Irrigamax® 13-40-13 na dosagem de 30 kg/ha • NHT® Magnésio na dosagem de 10 L/ha • Fertilis® Boro na dosagem de 10 L/ha As dosagens dos fertilizantes mencionados acima e aplicados no drench devem ser parceladas em duas aplicações.

utilização de corretivos agrícolas com a elevação do pH da camada superficial dos solos. Os sintomas da deficiência do Mn no cafeeiro ocorrem inicialmente nas folhas e órgãos mais novos. Estas folhas permanecem com tamanho normal e ocorre clorose internerval permanecendo as nervuras verdes (Figura 2). A fonte de Mn mais adequada para o fornecimento deste nutriente ao cafeeiro em solos com baixo teor de Mn é o NHT® Manganês + (carbonato de manganês) (Tabela 1). Aplicar de 3 a 5 L/ha do NHT® Manganês + parcelado em duas vezes, sendo a primeira logo após o florescimento do cafeeiro e a segunda, na granação (45 a 60 dias após). Para melhorar a eficiência das adubações nitrogenadas é importante o fornecimento do molibdênio nas pulverizações foliares. Aplicar 500 mL/ha do Fertilis® Mol parcelando a dosagem nas duas primeiras adubações foliares após o florescimento do cafeeiro. Em lavouras com grande carga pendente ou aquelas que tiveram desfolha muito grande causada por uma alta produtividade e/ou seca no inverno muito intensa, realizar a aplicação de 4 a 6 L/ha do Bioamino® Extra parcelando a dosagem do produto ao longo da estação das chuvas. A primeira adubação foliar com o Bioamino® Extra deve ser realizada antes do florescimento do cafeeiro na dosagem de 1 a 1,5 L/ha. A aplicação dos fosfitos via foliar estimula a síntese de fitoalexinas que são compostos que tornam o cafeeiro mais tolerante às doenças. Realizar a aplicação de 4,5 L/ha do Fertilis® Fosfito 00-30-20 parcelando a dosagem em 3 ou 4 vezes iniciando na fase dos chumbinhos. Em aplicações com os produtos da linha NHT®, utilizar o Fertilis® Fosfito 00-2826 na mesma dosagem. Na fase do chumbinho e da granação, realizar duas adubações foliares com o NHT® Mega K na dosagem de 1 L/ ha para a suplementação com o potássio.

2. Adubações foliares Considerações finais A adubação foliar é utilizada para o fornecimento de O processo produtivo na cafeicultura está cada vez nutrientes nas fases de maior demanda do cafeeiro. No pré-florescimento do cafeeiro, aplicar 1 L/ha do mais complexo. A cafeicultura irrigada é outra cafeicultura NHT® Cálcio e 1 L/ha do NHT® P-Boro-P para aumentar que exige do cafeicultor maior capacidade gerencial e conso pegamento das flores. Neste momento, também realizar a tante atualização dos seus conhecimentos técnicos. Nesta nova cafeicultura, é necessário um constante aplicação do Bioamino® Extra na dosagem de 1,0 a 1,5 L/ha. De maneira geral, nos solos argilosos, a forma mais efi- acompanhando da fertilidade do solo e do estado nutricional ciente para o fornecimento de Zn e Mn no cafeeiro é via das plantas para que o café possa expressar todo o potenfoliar. A adsorção do Zn nos solos cial produtivo. Realizar o monitoargilosos reduz a eficiência da abramento do estado nutricional do sorção deste nutriente pelo cafeecafeeiro com a diagnose foliar. iro. Dentro deste contexto, a Bio A dosagem do NHT® Zinco Soja e a Campagro através de seus via foliar no cafeeiro é 2 L/ha parprofissionais tem muito o colabocelado em 2 aplicações anuais. A rar com os cafeicultores de Franca, primeira aplicação deve ser reaIbiraci e região. lizada logo após o florescimento e a segunda, na granação (45 a 60 dias Maiores Informações: Enrar após). Em solos de textura média a em contato com a Bio Soja, via arenosa, o Zn pode ser fornecido representante comercial de Franca integralmente via drench (NHT® (SP), Rodrigo Chiarelli - (16) 8124Zinco = 2 a 4 L/ha). 5372 ou via email biosoja@biosoja. A deficiência de Mn no com.br e os consultores de vendas cafeeiro é generalizada em solos da Campagro em Franca (SP) - (16) sob vegetação de cerrado. A sua 3701-3342 e Ibiraci(MG) - (35) disponibilidade é reduzida pela Figura 2 - Deficiência de Mn na cultura do café 3544-2244. A FOTO: PROCAFÉ - 2011

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FERTILIZANTES

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MEIO AMBIENTE

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Confira as 8 principais dúvidas sobre o

NOVO CÓDIGO FLORESTAL

continua a mesma. Só foi reduzida a faixa que precisa ser recomposta nos casos em que o desmatamento ocorreu antes de julho de 2008. Ou seja: as matas ciliares que estão de pé continuam protegidas da mesma forma. No entanto, o método de medição da largura dos rios foi alterado, e é isso que define o tamanho da área de preservação permanente (APP) que precisa ser mantida em cada margem. Rios de até 10 metros de largura, por exemplo, precisam de 30 metros de APP de cada lado. A largura dos rios, que era medida pelo leito maior atingido durante a cheia, agora passa a ser medida pela calha regular. Mas atenção: isso não libera produtores a reduzir suas APPs já existentes. Caso a mudança de medição diminua o tamanho da APP exigida, o excedente de mata ciliar poderá ser usado para a compensação de déficits de reserva legal de outras propriedades, por exemplo, mas jamais poderá ser desmatado.

Ambientalistas e Agricultores divergem sobre os itens

A

votação final do novo Código Florestal, no último dia 25 de abril, deixou muita gente na dúvida sobre o que realmente foi aprovado e sobre como isso afeta a produção rural e o meio ambiente. Por isso, a equipe do Sou Agro (www.souagro.com.br) recuperou o texto-base e os destaques aprovados pela Câmara dos Deputados e ouviu uma das assessoras técnicas da Câmara que trabalharam no documento, a advogada Samanta Pineda, para responder as oito principais questões que geraram confusão na imprensa. 1. Há anistia a desmatadores? Não. Os produtores que desmataram acima do permitido por lei até julho de 2008 poderão regularizar sua situação ambiental caso se comprometam com um Programa de Regularização Ambiental e entrem para o Cadastro Ambiental Rural. Se o produtor não aderir a esses programas, ou descumprilos, voltam a valer todas as multas por descumprimento ao antigo Código Florestal.

2. A versão final da Câmara desobrigou os produtores de aderir ao Cadastro Ambiental Rural? Não. O trecho do texto do Senado que foi suprimido pelos deputados apenas diz respeito ao prazo para adesão. Pela versão do Senado, os proprietários que quisessem se regularizar teriam que aderir ao CAR em no máximo cinco anos. Mas como o governo pode demorar para oferecer não se sabe como o governo vai operacionalizar o sistema, o relator Paulo Piau sugeriu suprimir do texto esse prazo, pois a demora do sistema público poderia prejudicar os produtores. No entanto, continua valendo a obrigatoriedade de adesão ao CAR para poder regularizar desmatamentos anteriores a julho de 2008. A exigência também vale para os pequenos produtores, mas o CAR para esses agricultores será mais simples, sem exigir mapas detalhados, por exemplo. 3. As matas ciliares ficaram desprotegidas? Não. A faixa que os produtores precisam manter de mata ciliar para novos desmatamentos

4. O novo Código pode gerar mais desmatamento? Não, mas há quem afirme que ele pode desestimular o cumprimento da lei. As flexibilizações que o novo Código traz para o cumprimento de APPs e reservas legais só se referem a áreas que já foram desmatadas, e não a áreas que ainda estão preservadas. Ou seja, para novos desmatamentos, continuam valendo as regras do Código antigo e suas alterações. Um exemplo são as APPs nas margens dos rios. No caso das APPs em beira de rios com menos de 10 metros, por exemplo, as grandes propriedades só terão que recompor 15 metros de mata em cada margem. Mas para quem quiser desmatar hoje, será obrigatório que na mesma situação sejam mantidos 30 metros. Para alguns ambientalistas, essa medida vai premiar quem desmatou no passado e punir quem preservou, o que desestimularia o cumprimento da lei. Mas muitas áreas foram desmatadas antes de o conceito de APP aparecer na ciência ou na legislação, por isso os limites aplicados pelo Código Florestal não poderiam valer para o passado. A solução intermediária encontrada foi manter a rigidez sobre novos desmatamentos e reduzir apenas parcialmente a necessidade de recomposição de APPs. 5. Mas a soma de reserva legal e APP não vai resultar em novos desmatamentos? Não, porque as APPs e reservas legais preservadas hoje não podem mais ser derrubadas. O Código em vigor define que as pro-


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priedades mantenham todas as APPs (encostas íngremes, topos de morro, restingas, beiras de rio) mais um percentual de reserva legal (80% no bioma amazônico, 35% no Cerrado da Amazônia Legal e 20% no resto do País). Esses percentuais foram mantidos, mas os produtores agora poderão computar as APPs dentro dessas áreas. Mas o novo Código é claro: caso esse novo cálculo resulte em uma “sobra” de reserva legal na propriedade, essa área não poderá ser desmatada. O excedente de mata só poderá ser usado como servidão ambiental, para compensar a falta de reservas legais em outras propriedades do mesmo bioma. 6. Os pequenos produtores foram beneficiados? Sim. Em propriedades com menos de quatro módulos fiscais não haverá obrigatoriedade de recomposição de reservas legais, caso essas matas ainda não existam. No caso das APPs, os pequenos produtores terão que recompor 15 metros de faixa de APP para rios de até 10 metros de largura, mas as APPs a serem recompostas não podem superar a área de reserva legal. Em outras palavras, a recuperação de APPs ficará limitada a uma área igual a 20%, 35% ou 80% da fazenda, conforme a região do País. Mas sempre lembrando que isso vale apenas para a recuperação de áreas já desmatadas; APPs e reservas legais já existentes da agricultura familiar terão que ser mantidas. Além do custo de abrir mão de áreas já produtivas, o que afetaria a renda do pequeno agricultor, a recuperação de áreas florestais pode ser extremamente cara. Trata-se de um serviço tecnicamente complexo, que exige a contratação de especialistas e a compra de mudas nativas, de alto valor. 7. Que regras valem para a recuperação de APPs de rios com mais de 10 metros de largura? As faixas mínimas de APP serão determinadas pelos Programas de Regularização Ambiental (PRAs), a serem definidos por leis estaduais. Para os rios menores, o Código nacional definiu claramente um mínimo de 15 metros

MEIO AMBIENTE para rios de até 10 metros de largura, que precisa ser respeitado por todos os produtores. Acima disso, as assembleias legislativas deverão estipular as APPs mínimas a serem recuperadas, sempre lembrando que para novos desmatamentos continuam valendo as mesmas faixas de APP do antigo Código Florestal: de 30 a 100 metros em cada margem, dependendo da largura do rio. 8. As reservas legais na Amazônia foram reduzidas? Depende do estado. O novo Código manteve a reserva legal no bioma amazônico em 80% da área das propriedades. Mas criou um novo dispositivo, que reduz essa reserva pela metade caso o estado em que está a propriedade tenha mais de 60% de seu território protegido em unidades de conservação (UCs) e terras indígenas. Atualmente, o único estado que tem essa condição é o Amapá, com cerca de 70% de sua área em UCs e terras indígenas formais. O princípio dos legisladores neste caso foi estimular o desenvolvimento e a atividade econômica em estados que protejam integralmente a maior parte do seu território. A

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artigo

30 MAI 2012

Desenvolver preservando para.... preservar o desenvolver!

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Código Florestal vem sendo discutido em muitas audiências há anos e foi finalmente aprovado pela sociedade, representada por seu Congresso. Muitos brasileiros e parte da imprensa aproveitaram o momento para contrapor a agricultura com o ambiente, gerando um grave dano à imagem da agricultura e promovendo a discórdia. O mais recente caso, estimulador deste texto, é o debate editado pelo respeitável jornal Valor Econômico (04/05/12), consolidado por três jornalistas. Explicando ao leitor que não teve acesso ao conteúdo, é feita uma chamada na capa com o título “empresários defendem veto a Código Florestal” e a matéria é um debate de respeitáveis executivos e cientistas com trabalhos na área econômica, social e ambiental, advindos de uma Fundação de preservação de matas, uma empresa de cosméticos, de embalagens cartonadas, uma produtora de papel e uma telefônica, além de um cientista da USP. Sintetizo minha análise em 4 blocos: as principais proposições vindas deste debate; os principais aprimoramentos necessários às visões; as contribuições à imprensa e as considerações finais. Entre as principais proposições, temos interessantes ideias. Destacamse as oportunidades que se abrem ao Brasil de liderar uma nova pauta da economia verde, do menor carbono, de certificações e pagamentos por serviços ambientais. Levantam a idéia de que é necessário produzir mais com menos recursos, reduzir as perdas (estimadas em mais de 20% da produção) e acreditam que com gestão a produtividade pode aumentar. Temos que pensar 100 anos à frente. Também aparecem a importância de se recompor o orçamento da EM-

Marcos Fava Neves - Professor Titular de Planejamento e Estratégia na FEA/USP, Campus de Ribeirão Preto (SP) e Coordenador Científico do Markestrat. [mfaneves@usp.br / www.favaneves.org] BRAPA e de outros órgãos de pesquisa, sair da clivagem “desenvolvimento x sustentabilidade” e “natureza x urbano”. Chamam a atenção para os gargalos de infraestrutura, para a necessidade de incentivos na correção do que foi feito de errado em desmatamento. Utilizar a Amazônia como uma fonte de riquezas da biodiversidade lembrando do direito de pessoas que vivem nestas regiões terem atividades econômicas e desenvolvimento. Lembram também da necessidade de se votar medida provisória que dá acesso a patrimônio genético, a necessidade de se extrair mais renda da visitação das áreas preservadas, se recuperar mais as áreas degradadas e investir no turismo. Destacam-se também as iniciativas de criação dos corredores de biodiversidade entre áreas de reserva legal e APPs. A segunda parte deste meu texto são os aprimoramentos de visão necessários, por aparecer, em alguns momentos, um desconhecimento do que é o agro brasileiro. Serão apresentadas aqui as frases colocadas no debate, em itálico, sendo algumas agrupadas, e as minhas observações logo após. “...O código deixou o Brasil na era medieval...”, “...o texto que foi votado é terrível...”. Esta visão é parcial. Existem melhorias reconhecidas por cientistas no documento e ele tem benefícios de eliminar uma grave insegurança jurídica que assola as propriedades. “...A expansão da área agrícola é única solução proposta e não se fala uma palavra de produtividade...”; “...O Brasil vai perder o jogo da produtividade, da tecnologia e da inovação e aí vem a solução fácil: derruba mais um pouco de floresta e aumenta a área plantada...”; “...não precisa derrubar

mais nada... tem muita área já derrubada...”. Estas colocações não estão bem feitas. Os cientistas e agricultores brasileiros vêm lutando ferozmente pelo aumento da produtividade. Enquanto no mundo cai a produtividade, no Brasil ela cresce quase 4% ao ano e 50 milhões de hectares foram poupados graças a este esforço. Também é um equivoco achar que precisamos derrubar mais árvores para expansão da produção. Existe parte dos 200 milhões de hectares de pastagens que podem ser usados para futuras áreas agrícolas. “...A questão dos alimentos não é de produção, é de escoamento...”. Sem dúvida há muita perda na logística, mas aqui também existe um desconhecimento do que acontece no mundo asiático e africano que cresce a mais de 6% ao ano. A FAO estima que teremos que dobrar a produção em 30 anos, graças ao aumento da população, urbanização (90 milhões de pessoas por ano vão para as cidades), distribuição de renda, biocombustíveis (nos EUA usam 130 milhões de toneladas de milho) e outros fatores. O Brasil é primordial para isto, dito pela UNCTAD e FAO (ONU). “...Vamos para a Rio + 20 com cara de vergonha...”. Como já escrevi em outros textos, a vergonha dos cientistas e participantes brasileiros na Rio + 20 não será com o Código Florestal, mas sim em explicar ao mundo porque destruímos o combustível renovável mais respeitado, que é o etanol de cana, aqui dentro do Brasil. É a pergunta que me fazem cientistas internacionais. “...Estamos exportando commodities de baixíssimo valor agregado.


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Nesta colocação temos um grave equívoco, até uma ofensa aos produtores e industriais brasileiros. Existe enorme conteúdo tecnológico trazido pelos nossos cientistas dentro de um grão de soja, de café, de um litro de etanol, de suco de laranja, de celulose, de açúcar, de carne bovina. Fora isto, estamos cada vez mais exportando comidas prontas e embaladas. Os termos de troca são cada vez mais favoráveis as commodities. Vivemos a era das commodities, e chamar nossa pauta de baixo valor agregado chega a ser ingênuo. “...O projeto votado agora vai contra a maioria da população, que não quer hoje o desmatamento, não quer a redução da floresta nas margens dos rios...”; “...tem quatro brasileiros de cada cinco que estão a favor da Presidente para o veto...”. Eu desconheço estas pesquisas, e também não creio que foi aprovado um Código Florestal que estimula o desmatamento de novas áreas. É uma mensagem errada que está se passando a população. O agro para se desenvolver, não precisa desmatar. Na terceira parte deste meu texto tenho algumas contribuições a apontar à imprensa. A primeira vai no sentido de, em debates, equilibrar as opiniões. Neste caso, chamar pessoas que acham que o Código Florestal, com todos os seus problemas, representou avanços ao Brasil. Poderiam ter sido convidados representantes da ABAG, do ICONE, da Cooxupé, da Coamo, da Cosan, da Bunge, da BRF, do Congresso (Deputados Aldo Rebello ou Paulo Piau), de Sindicatos de Produtores, de Trabalhadores. A segunda é que a manchete dada reflete uma generalização de algo que não é generalizável. Uma pessoa que apenas lê “empresários defendem veto a código florestal”, e boa parte do Brasil lê apenas manchetes, é levada a pensar que houve ampla pesquisa quantitativa e que o setor empresarial brasileiro é contra o Código, quando na verdade isto é fruto do debate de apenas 6 pessoas. Isto as vezes acontece na imprensa, um título (manchete) que tenta generalizar algo que não é generalizável. É preciso cuidado nisto. A ilustração principal da matéria é uma árvore sendo cortada com uma motosserra. Para sermos mais equilibrados, melhor contribuição seria se a matéria tivesse o título de “sugestões de aprimoramentos ao có-

digo” e a imagem fosse propositiva, com equilíbrio de produção e lindas matas, e são inúmeras as imagens no Brasil de propriedades agrícolas certificadas internacionalmente. Apresentar uma mortal imagem de árvore com motosserra foi danoso ao agro. É necessário parar com o “ruralistas x ambientalistas”, esta contraposição é danosa ao desenvolvimento equilibrado do Brasil e é estimulada pela própria imprensa. Como conclusões, por mais que este processo seja criticado, o código foi democraticamente aprovado pela sociedade brasileira e seus representantes, no Senado e na Câmara. Na minha singela opinião, pressionar a Presidente para vetar este Código é uma afronta à sua pessoa e à democracia. Dizer que é a principal decisão de seu Governo, ou frases do tipo “vou cair da cadeira se a presidente Dilma não vetar” ou “Dilma escreve o nome dela na história de uma maneira ou de outra: com tintas vermelhas ou tintas azuis” não contribuem. Este código deve ser aprovado e iniciarmos já os debates para uma próxima versão mais moderna e contemporânea, para ser novamente aprovada daqui 5 ou 10 anos. É preciso avançar sempre, debater sempre e respeitar sempre. Finalizo dizendo que tenho oportunidade de viajar uma vez por semana e fazer pesquisa com produtores e industriais do setor agro em todos os cantos do Brasil. É necessário sairmos dos nossos escritórios seguros e refrigerados dos grandes centros urbanos, ir ao campo e ouvir esta gente. É destas viagens e pesquisas que vêm nossos textos e livros propositivos. Conversar, principalmente escutar e sentir a luta do nosso produtor contra o arcaico sistema trabalhista, tributário, logístico, ambiental, sua luta contra a taxa de juros, a falta de crédito, o câmbio, as intempéries climáticas, sua luta contra as pragas e doenças e ouvir atentamente os casos de assaltos e violência aterrorizando as famílias do campo. Lembrar que o jornal Valor do mesmo dia coloca em seu editorial a preocupação com a rápida deterioração da balança comercial brasileira. Vale ressaltar que esta gente da agricultura vai exportar, em 2012, US$ 100 bilhões e importar US$ 20 bilhões, deixando um saldo de US$ 80 bilhões ao Brasil. Em 2000 exportávamos US$ 20 bilhões no agro. A exportação cres-

ceu 5 vezes em 10 anos. Renomadas revistas mundiais com a Economist, a Time, Chicago Tribune, Le Monde deram enorme destaque e chamaram isto de silenciosa revolução do campo brasileiro. Quem viaja sabe que temos muito poucos setores admirados lá fora, e este é um setor que joga na primeira divisão mundial. Se o Brasil vai fechar 2012 com um saldo de apenas US$ 15 bilhões, uma conta simples mostra que sem esta gente do campo, a balança brasileira pularia do saldo de US$ 15 bilhões para um deficit de US$ 65 bilhões. Cairia por terra o Real, voltaria a inflação, cairia a arrecadação de impostos e desapareceriam milhares de postos de trabalho. E também precisaremos devolver nossos microcomputadores, tablets, carros, e todos os outros 25% dos produtos que consumimos, que são importados. Vai também faltar dinheiro para usar perfumes, telefones, cadernos, livros e produtos com embalagens cartonadas. É preciso respeitar quem traz o caixa do Brasil, quem traz a renda do Brasil, que depois é distribuída fartamente em todos os cantos. É injusto associar esta gente a desmatamento, a motosserra, a destruição, com opiniões dadas sem maior fundamento. O Brasil terá nos próximos 20 anos a maior e melhor agricultura do mundo, trabalhando dia e noite para ser a mais sustentável nos pilares econômico, ambiental e social. O mundo implora ao Brasil para atender à explosão de demanda por alimentos e bioenergia. Podemos tranquilamente exportar US$ 200 bilhões em 2020 e US$ 300 a 400 bilhões em 2030. Vamos deixar esta gente do campo trabalhar e tentar ajudar. Temos que aumentar a produtividade, plantar em novas áreas de maneira sustentável, investir em pesquisa, ciência e inovação e caminhar para construir esta agricultura, este “agroambiental”, com ideias, nos desenvolvendo com preservação e, com isto, preservando nosso desenvolvimento. O verdadeiro e mais forte “código” será cada vez mais dado pelo mercado consumidor, fortalecido pelas novas mídias sociais e que caminha rapidamente para não aceitar produtos que não obedeçam certificações respeitadas internacionalmente. Gerar a discórdia e desrespeitar o agricultor, que é quem coloca a comida na mesa e enche o nosso bolso de dinheiro não deve ser um objetivo dos A verdadeiros brasileiros.

31 MAI 2012


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32 MAI 2012


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