Edição 71 - Revista de Agronegócios

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Projeto do AGROSEBRAE beneficia

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s Sindicatos Rurais de Barretos (SP), Bebedouro (SP), Monte Azul Paulista (SP) e Olímpia (SP), em parceria com a CATI, Coopercitrus e SEBRAE-SP, criaram o Projeto de Citricultura Familiar do Noroeste Paulista para aumentar a competitividade da propriedade familiar citrícola. No projeto, o papel dos sindicatos rurais será o oferecer os cursos do SENAR. Para este segundo semestre, alguns temas estão previstos, como o de Normativa NR-31, referente às boas práticas e o curso Trabalhador na Fruticultura Básica”, afirma Livia Borges, assessora do SEBRAE-SP nas regiões de Ribeirão Preto (SP), Franca (SP), Barretos (SP), Araraquara (SP) e São João da Boa Vista (SP). A CATI será responsável pelo georeferenciamento dos talhões nas propriedades atendidas pelo projeto. A Coopercitrus vai ajudar no escoamento da produção a partir da criação de uma cooperativa familiar que vai fornecer citrus para programas do governo, como por exemplo, a merenda escolar. Já o SEBRAE coordenará o projeto, buscando os agrônomos especialistas em citrus, que farão consultorias técnicas nas propriedades. Além disto, este profissional vai organizar dias -de-campo, cursos específicos na área, promover reuniões regionais. “Deve ainda oferecer consultorias na área administrativa, para que os produtores melhorem seus controles e tenham um caderno de campo capaz de apontar resultados e promover análises da FOTOS: Editora Attalea

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PEQUENOS PRODUTORES RURAIS

e-mails ITAMAR JOSÉ ALVES AZEVEDO (eioli@hotmail.com) Cafeicultor - Ibitiúva (SP). “A revista traz informações importantes. Sou produtor rural e gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. ALEX ROBERTO DE OLIVEIRA (alexr_medvet@hotmail.com) Médico Veterinário - Franca (SP). “Tenho propriedade entre Claraval (MG) e Ibiraci (MG). Acompanho a revista, com artigos interessantes. Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. CARLOS ALBERTO OHARA (pedro@viaverde.agr.br) Consultor - São Sebastião do Paraíso (MG). “Solicito alteração de endereço para continuar recebendo a revista”.

produção”, explica Livia Borges. “Essa é uma oportunidade de ser mais competitivo, uma vez que a citricultura está passando por dificuldades. Nosso objetivo com este projeto é aumentar a rentabilidade nas propriedades”, afirma Tatiana Candeo, gestora de agronegócios do SEBRAE-SP em Barretos (SP). Até o momento, já foi feito um levantamento de toda a produção dos 100 primeiros produtores familiares que aderiram ao projeto. Entre os meses de junho e julho, será feito um trabalho de sensibilização nas prefeituras da região para destacar a importância da compra pública beneficiar produtores locais. Para participar, o produtor rural não precisa ser cooperado da COOPERCITRUS, mas sua propriedade não pode ultrapassar quatro módulos rurais. Os interessados devem procurar a COOPERCITRUS mais próxima ou o Escritório do SEBRAE em Barretos pelo telefone (17) 3323-2899. Estão envolvidos neste projeto os municípios de Taiaçu (SP), Taiúva (SP), Pirangi (SP), Bebedouro (SP), Embaúba (SP), Monte Azul Paulista (SP), Guaraci (SP), Olímpia (SP), Colômbia (SP), Barretos (SP) e Cajobi (SP). A

LUIS JUNIOR BRASILINO SILVA (loboa25@hotmail.com) Estudante - João Pinheiro (MG). “Sou estudante em Agronomia e Tecnologia em Agronegócios. Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”. EDSON DE TOLEDO OLIVEIRA (edson.t.oliveira@uol.com.br) Engenheiro Agrônomo - Varginha (MG). “Sou consultor de vendas da Cheminova Brasil. Gostaria de receber a revista e manter contato para futuras publicações”. THIAGO CABRINI (thiago.zootecnia@hotmail.com) Zootecnista - Batatais (SP). “Trabalho como representante comercial da Brasilquimica Nutrição Animal e gostaria de assinar a revista”. JOÃO FRANCISCO DA SILVA FILHO (joaofsf@hotmail.com) Técnico em Cafeicultura - Três Pontas (MG). “Também sou um pequeno produtor de café. Gostaria de receber a revista”. ASSOCIAÇÃO CENTRAL DE AGRONEGÓCIOS (redeagro@hotmail.com) Revenda - Alfenas (MG). “Gostaria de receber a revista Attalea Agronegócios”. PAULO ROBERTO FALAVIGNA (prfnogueira@rotam.com) Engenheiro Agrônomo - São João da Boa Vista (SP). “Gostaria de receber mensalmente esta conceituada revista”. RICARDO LUIS DURANTE (durantex@ig.com.br) Empresário - Limeira (SP). “Tenho uma empresa no ramo de artefatos de borracha para máquinas e implementos agrícolas”.


DESTAQUE: irrigação

A importância da irrigação na cultura do café

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Diante do cenário de disponibilidade e competição pelos recursos hídricos nos diferentes setores da sociedade, é fundamental a gestão de uso da água através de uma irrigação racional, econômica e ecologicamente sustentável. Para tanto, todas as etapas envolvidas no processo têm importância. Dentre elas: planejamento, projeto, seleção do método, instalação, operação e manutenção dos equipamentos no campo e o manejo da água.

HORTALIÇAS

LEITE

Holanda: longevidade e alta produtividade

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Excelente artigo da médica veterinária Maria Beatriz Ortolani, da equipe do MilkPoint, retratando a bovinocultura leiteira atual quando da visita técnica realizada na Holanda

Manejo do solo no cultivo de Berinjela

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Pesquisa do Departamento de Engenharia de Biossistemas da Esalq/USP retrara a utilização do manejo da Fertirrigação em cultivo de Berinjela em estufas plásticas

AMSC participa de feira de Cafés Especiais na Europa

CAFÉ

grãos colhidos que chegam nas cooperativas são de muito baixa qualidade. O próprio presidente do CNC, Silas Brasileiro, chegou a afirmar que as perdas com a safra, mesmo com as chuvas cessando, são irrecuperáveis. Esta situação é retratada, nesta edição, com o artigo do Engº Agrº Armando Matielli, presidente executivo do SINCAL e cafeicultor em Guapé (MG). Ainda na cafeicultura, ressaltamos dois artigos interessantíssimos relacionado à fertilização. No primeiro artigo, a segunda parte do artigo do Engº Agrº Renato Passos Brandão, Gestor Agronômico do Grupo Bio Soja, onde é retratada a Importância da Adubação com Fósforo, Boro e Magnésio em Cafeeiros em Produção. No segundo artigo, sob a supervisão do Engº Agrº Fernando Jardine, do Grupo Nutriplant, apresentamos a primeira parte do artigo sobre a Importância do Fósforo e Fosfitos para a Cafeicultura. Na silvicultura, apresentamos artigo sobre a importância dos Sistemas Agroflorestais como Opção de Renda e Recuperação de Áreas Degradadas. Boa Leitura!!!!

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Gabriel Afonso Oliveira, presidente da AMSC, e a esposa Flávia Lancha, diretora da Labareda Agropecuária participaram na Austria da maior feira em cafés especiais na Europa.

Adubação com P, B e Mg em Cafeeiro em Produção

CAFÉ

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excesso de umidade em decorrência das chuvas no cinturão produtor de café brasileiro deve comprometer a qualidade do produto no mercado nacional e internacional. Desde maio deste ano, mês em que normalmente se inicia a colheita de café no país, coincidia com o período de escassez de chuvas. O cafeicultor passava dia e noite colhendo os frutos e organizando os procedimentos de secagem nos terreirões. Com tranquilidade, já que as chuvas não vinham. Mas não foi o que se observou este ano. Chuvas frequentes, em grande volume, associadas a geadas em algumas regiões produtoras dificultaram sobremaneira a atividade de colheita do café. A umidade, além disto, pode comprometer muito a qualidade do café ofertado aos brasileiros e aos exigentes mercados norte-americano, asiático e europeu. De acordo com o CNC Conselho Nacional do Café, o café consumido pelos brasileiros neste ano está mais caro e de pior qualidade. O diagnóstico ruim mostra que de 30% a 40% dos

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O segundo artigo de Renato Brandão, da Bio Soja, aborda o manejo de três nutrientes: fósforo, magnésio e boro, responsáveis pelo desenvolvimento do sistema radicular do cafeeiro.

Importância do Fósforo e dos Fosfitos para o Café

CAFÉ

Chuvas dificultam colheita de café E PRODUTORES FICAM ALERTAS

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Primeira parte de uma série de artigos orientando, principalmente os cafeicultores, a respeito da importância da aplicação de fosfatos e fosfitos na lavoura de café.

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EVENTOS

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nir todos os elos da cadeia do agronegócio num espaço apropriado para estimular as atividades rurais e fazer o campo crescer e com ele, claro, o pequeno produtor ganhar mercado. Este é o principal objetivo da 4ª Sinagro - Feira de Agronegócios do Sindicato dos Produtores Rurais de Passos (MG), programada para o período de 7 a 10 de agosto, no Parque de Exposições “Adolfo Coelho Lemos”, em Passos (MG). Crescer com o agronegócio é a vocação da Sinagro que a cada ano vem superando as expectativas, tanto de público quanto de vendas. O nível de comercialização dos estandes, por exemplo, é superior a 100% ao ano passado, quando a Sinagro começou a ser negociada no início de julho. Neste ano, o volume negociado já garante pelo menos 5 mil pessoas no evento. O trabalho está sendo feito para chegar a um público que ultrapasse 20 mil visitantes. Para o presidente do SinRural, Leonardo Medeiros, a expectativa é de que esta quarta edição supere em negócios a do ano passado e se firme como o maior evento do agronegócio regional. “Prevíamos uma receptividade boa por parte dos produtores, mas confesso que nos surpreendemos com o engajamento dos empresários não só do setor, mas, de vários outros segmentos da sociedade”, afirmou Medeiros. A terceira edição da feira foi um sucesso de público e de negócios. De acordo com o presidente do SinRural, Leonardo Medeiros desde o início da 3ª Sinagro o sucesso já estava garantido, que contou na abertura com a participação do Secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Elmiro Alves Nascimento e do deputado federal Odair Cunha.“Com relação aos negócios a 3ª Sinagro ultrapassou os R$ 40 milhões, sendo que a expectativa dos organizadores era de R$15 milhões. Teve empresa que vendeu 33 tratores, outras 3 carros, 6 motos e a perspectiva de negócios futuros foi muito boa”, informaram Arnaldo Maia e Anselmo Figueiredo, organizadores da Sinagro. FOTOS: Divulgação

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4ª SINAGRO: crescendo COM O AGRONEGÓCIO

Leonardo Medeiros, presidente do Sinrural e organizador da Sinagro, ao lado, José Rogério Lara, EMATER

Para a 4ª Sinagro a expectativa é ampliar as negociações, mas o foco principal é atingir o pequeno e médio produtor com apresentação de novos produtos, insumos e tecnologias para o campo. A 4ª Sinagro teve seu lançamento oficial no dia 14 de junho no Parque de Exposições “Adolfo Coelho Lemos”. O evento foi realizado no Espaço Tropeiro, onde o presidente da entidade, Leonardo Medeiros, recebeu cerca de 200 convidados. A comissão organizadora da feira apresentou a estratégia para estimular a participação do público, o planejamento de comercialização e reserva de espaços, a campanha de publicitária e o plano de mídia da Sinagro. Arnaldo Maia observou que a 4ª Sinagro, como as anteriores, é um espaço para se ganhar dinheiro, tanto os produtores rurais, do pequeno ao grande, quanto as empresas que irão participar do evento. A feira será realizada em agosto e está sendo precedida de uma ampla campanha de divulgação, através da mídia (jornais, rádio, TV, sites, outdoors) e de outros meios que irão ajudar a promover o evento. Pavilhão Verde trará novidades Os organizadores já conseguiram articular com seis grandes empresas para apresentarem seus produtos e trabalhos durante a 4ª Sinagro dentro do Pavilhão Verde, área montada pelo ISEPEM. O Grupo Máris Célis trará para o Pavilhão Verde a parceria que fechou com a USP (Universidade de São Paulo) campus de Piracicaba-SP onde funciona a ESALQ - Escola Superior de Agricultura ‘‘Luiz de Queiroz’’. Os produtores rurais e visitantes da feira terão descontos especiais para as oficinas de Defesa Fitossanitária; Recomendação de Calagem, Gessagem e Adubação de Culturas e Mercados de Derivativos Financeiros e Agropecuários. As outras parcerias são com a Homeopassos que trará a experiência da Farmácia Viva; o Orquidário Flor do Lago, de Patos de Minas (MG); a Estação de Piscicultura de Furnas; a Fazenda de Peixe em parceria com a empresa Tanrede, de Passos (MG) e a AFAVALE - Associação dos Agricultores Familiares do Vale do Rio Grande, que apresentará seminário sobre agricultura sustentável e sua comercialização. Pavilhão de Negócios para diversificar a feira O Pavilhão de Negócios contará com estandes de empresas de vários setores, como planos de saúde, odontologia, refrigeração, calçados, prestação de serviços, telecomunicações, artesanato, ótica, entre outros. “Pelo menos 45 associações foram convidadas por meio da AFAVALE ”, salienta Arnaldo Maia, que acredita que a sustentabilidade do projeto AFAVALE seja “porta de entrada para que em breve a região possa comportar de fato um CEASA”, finaliza. Neste ano, o produtor irá preencher uma ficha de inscrição que lhe dará o direito de receber um cupom e participar de sorteios de vários brindes. A


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LEITE

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Maria Beatriz Tassinari Ortolani 1

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o final do mês junho, a equipe do MilkPoint (www. milkpoint.com.br) participou de uma viagem técnica a convite da CRV Lagoa para conhecer a pecuária leiteira da Holanda. O país é tido como o berço da produção de leite, sendo também o país de origem da raça Holandesa. Hoje, o rebanho bovino leiteiro da Holanda é de cerca de 1,5 milhão de cabeças, distribuídas em 20.746 fazendas leiteiras e com produção anual de 12 bilhões de litros de leite e 600 mil toneladas de queijo. São em média 73 vacas por propriedade e 580 mil kg de leite/ano/fazenda. O crescimento da produção tem sido de 2,2% por ano, acima da média da União Européia. O rebanho do país dos pôlders (os pôlders são áreas drenadas situadas abaixo do nível do mar, que constituem hoje, aproximadamente, 40% da área do país) busca as seguintes características genéticas: boa conformação funcional, longevidade e leite com alto teor de sólidos, fruto de anos de

1 - Médica Veterinária (UEL), Mestre em Medicina Veterinária (UFV), e coordenadora de conteúdo e analista de mercado do MilkPoint (www. milkpoint.com.br). Piracicaba (SP). Email: bia@ agripoint.com.br

FOTOS: Maria Beatriz Ortolani - MilkPoint

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Holanda: alta produtividade, LONGEVIDADE E AUTOMATIZAÇÃO

Sistema de produção free-stall

melhoramento genético e desenvolvimento de tecnologias. Para o produtor holandês é orgulho ter vacas que atingiram a marca de 100.000 kg e não são poucos que possuem tal mérito. No entanto, os holandeses reconhecem que 70% do resultado vem do manejo, com a nutrição representando aproximadamente mais da metade do sucesso. O país possui 1.204 mil hectares

destinados ao leite e a maior parte das fazendas adota o sistema de produção em free stall, ou semi-confinado com pastagens de azevém. O gado é predominantemente Holandês Preto e Branco e Vermelho e Branco. Para podermos fazer qualquer tipo de comparação com o Brasil é preciso conhecer melhor a pecuária leiteira e o mercado local. Então vamos lá! O primeiro ponto que chama atenção é o sistema de cotas de produção. No pós-guerra, a necessidade de garantir alimentação estimulou a política de subsídios agrícolas que por sua vez resultaram em superprodução de leite. A solução que já perdura por décadas foi a aplicação de cotas de produção. A cota é a maneira do governo controlar a oferta e assim evitar a superprodução, de forma que os preços mantém-se, em tese, menos voláteis e remuneradores. O produtor pode comprar uma cota compatível com a sua produção, o que não é barato e lhe custará em seu custo de produção em torno de €$ 0,03 (R$ 0,075) por kg ainda que tenha subsídios de aproximadamente €$ 0,05 (R$ 0,125) por kg. Caso a produção


MUNDO PET

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FOTOS: Maria Beatriz Ortolani - MilkPoint

LEITE

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Ordenhadeira-robô

Robô raspador

seja maior que a cota, o produtor terá que pagar altas multas pelo excedente. Mas se por algum acaso a produção não atingir o valor da cota, ele pode vender essa diferença para outro produtor. Em 2015 as cotas deixarão de existir e os produtores já estão se preparando para esse novo momento. Ainda é incerto o que vai acontecer, mas os holandeses acreditam que sem as cotas eles poderão vender seu leite de forma mais competitiva e o país poderá ampliar o seu mercado. Há variações no preço base entre o inverno e o verão e o valor médio gira em torno 30 centavos de euro (R$ 0,75/ kg). Segundo o site da Royal FrieslandCampina, principal laticínio do país, hoje o preço ao produtor é 32 euros para 100 kg de leite (cerca de R$ 0,80/kg) com 4,41% de gordura e 3,47% de proteína, níveis bem acima dos nacionais. Quando se fala em Holanda, se fala na Royal FrieslandCampina, cooperativa resultante da fusão da Friesland Foods e Campina

em 2008. Só a mega-cooperativa holandesa é responsável por cerca de 74% da captação do leite do país. Para atingir a excelência, os produtores holandeses trabalham duro, como é de praxe na atividade. Investem pesado em tecnologia e eficiência. A produção inicia-se com a escolha de uma boa genética, adequada para o sistema de produção e objetivo do produtor, e muitas fazendas acabam utilizando programas de acasalamento para corrigirem e otimizarem as características requeridas. As vacas são assistidas em todas as fases de vida. Durante as primeiras semanas, os animais são mantidos em baias individuais, onde fazem a colostragem e a ingestão de sucedâneo. Após esse período, as fêmeas vão para baias coletivas, iniciam a ingestão de ração e volumoso e interagem com outras bezerras de sua categoria. Já os machos são vendidos. Quando os produtores veêm que uma vaca está abaixo do padrão médio de leite, eles a cruzam com raça de corte, como por exemplo Belgian Blue, e vendem o animal a um preço bem mais alto para a produção de vitelo. A tecnologia a favor da produção A maioria das fazendas holandesas conta com mão de obra familiar, em que as funções são divididas igualmente. Aliado ao baixo número de pessoas que trabalham na fazenda e ao sistema de produção, muitas tarefas foram mecanizadas, como é o caso do uso das ordenhadeiras-robôs, presentes em 15% da propriedades. A ordenhadeira-robô fica dentro do estábulo com livre acesso às vacas. Assim que a vaca entra no robô é reconhecida através de um chip e a ordenha é feita de forma “personalizada”. Dessa forma o robô sabe quanto deve fornecer de ração, se a vaca está com algum acometimento de algum teto (o colostro ou o leite condenado é separado e não vai para o tanque), qual é a média de produção, quantas vezes a vaca pode ser ordenhada por dia e etc. O robô faz a limpeza dos tetos antes de iniciar a ordenha e as teteiras são acopladas por meio de localização dos tetos por luz infravermelha.


LEITE

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Escova para o animal se coçar

Alimentador automático de bezerras

Todos os dados como número de ordenhas e passagens, dados de qualidade por teto (condutividade, cor, CCS), volume ordenhado e outros ficam armazenados em uma central, os quais são base importante para decisões no gerenciamento. Outra tecnologia muito utilizada é o detector de cio. O animal usa um aparelho na perna (pedômetro) que mede a intensidade da movimentação física dos animais, avaliando o aumento do número de passos dados pelo animal. Quando entra no cio o produtor é avisado via sms no celular que é hora de inseminar. A automatização também está prePedômetro avisa via mensagem de celular que o animal entrou no cio sente no manejo na hora da alimentação, desde alimentadores automáticos (vacas e bezerras) a vagões misturadores autocarregáveis. A limpeza sobre a utilização dessa cama de esterco em clima tropical, dos estábulos é feita com raspadores puxados com corrente mas já é realidade em alguns países do Hemisfério Norte. Chamada de Bedded-Pack, a cama é uma alternativa susou robôs raspadores. O bem-estar também conta com o auxílio da tecnolo- tentável para quem quer investir em conforto e redução de gia, como cortinas que se fecham automaticamente e prote- custos. Em um primeiro momento tantos equipamentos e tanta gem os estábulos caso ventos fortes aconteçam ou caso aumente a umidade ambiente, a fim de proteger os animais e as automatização podem soar distantes da realidade brasileira, camas. E todos os estábulos visitados apresentavam sistemas mas todos esses aparatos tecnológicos são necessários para suprir o déficit de mão-de-obra e responder com eficiência de ventilação e escovas para os animais se coçarem. Ainda que a maior parte da produção seja confinada, o ao alto custo da terra de um país que precisou conquistá-la governo paga uma bonificação para os produtores que criam drenando o mar. Até aqui, a pecuária holandesa passou no teste de deseus animais a pasto, isso por pressão da própria sociedade a senvolver animais de alta qualidade, longevos e criados em fim de promover uma melhor imagem para o país. A preocupação com o meio ambiente não é assunto um sistema de produção eficiente para os padrões do Conrecente; muitas fazendas trabalham fazendo a separação do tinente. Resta saber como as modificações que afetarão a esterco para aplicações como fertilizantes, cama (utilizado União Europeia após 2015 serão assimiladas pelos produjunto com areia e palha) e energia. Ainda há poucos estudos tores do país que é sinônimo de leite. A


HORTICULTURA

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atores como redução do nível de colesterol e boa fonte de sais minerais e vitaminas tornam a berinjela uma hortaliça com demanda crescente no Brasil. “Atualmente, essa cultura ocupa mais de 1500 hectares (ha), sendo mantida em condições de cultivo protegido, o que possibilita um abastecimento contínuo e colheitas e períodos de baixa oferta do produto no mercado, alcançando assim preços mais competitivos”, afirma o agrônomo Everaldo Moreira da Silva, que desenvolveu, na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), um estudo sobre o controle da salinidade do solo para a cultura de berinjela. O que motivou a pesquisa, orientada pelo professor Sérgio Nascimento Duarte, do Departamento de Engenharia de Biossistemas (LEB), foi que, tradicionalmente, o manejo da fertirrigação em cultivos de berinjela (Solanum melongena L.) em estufas plásticas vem sendo realizado ministrando-se quantidades preestabelecidas de fertilizantes, parceladas de acordo com a marcha de absorção da cultura. “Não existe, normalmente, monitoramento da concentração de íons na solução do solo, nem do estado nutricional da planta. Porém, existem muitos problemas relacionados à adubação excessiva, levando na maioria dos casos a salinização desses solos”, aponta o pesquisador. A pesquisa teve como objetivo avaliar o efeito de diferentes níveis iniciais de salinidade do solo, causados por excesso de fertilizantes, sobre as variáveis fenológicas e de produção da berinjela em ambiente protegido. Além disso, analisou o uso de cápsulas porosas, funcionando como ex-

FOTOS: ESAQLQ/USP

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Manejo do solo com fertirrigação NO CULTIVO DE BERINJELA

tratores de solução do solo, no auxílio ao manejo da fertirrigação em berinjela, visando o controle da salinização do solo. “O propósito ainda foi averiguar se a manutenção da condutividade elétrica em um determinado nível promove incremento da produção, quando contrastada com o manejo tradicional da fertirrigação”, conta o autor do estudo. O experimento foi conduzido em uma estufa plástica do LEB. Os tratamentos, ministrados à cultura da berinjela, foram compostos pela combinação de dois fatores: salinidade inicial do solo, com seis níveis diferentes e dois tipos de manejo de fertirrigação, um com controle da condutividade elétrica da solução do solo e outro tradicional, aplicando os fertilizantes seguindo a curva de absorção de nutrientes da cultura. Everaldo explica que os diferentes níveis de salinidade inicial do solo visaram simular diversos estágios de salinização em ambiente protegido, possivelmente encontrados quando detectado o problema pelos agricultores. “O estudo com estes níveis possibilitou verificar os efeitos da salinização na redução do crescimento, do desenvolvimento, da produção de frutos de berinjela, além de comprovar a eficiência do extrator de solução, quando associado ao


HORTICULTURA

FOTOS: ESAQLQ/USP

tipo de manejo de fertirrigação, visando o controle da salinização do solo”. Por estar entre os mais cultivados, o hibrido Ciça, foi o escolhido já que possui resistência à Antracnose (causada por Colletotrichum gloeosporioides) e à Podridão-deFomopsis (causada por Phomopsis vexans), doenças que causam severos danos à cultura. Foi desenvolvido pelo Centro Nacional de Pesquisa de Hortaliças - Embrapa, a partir de 1986, como parte do programa de pesquisa de melhoramento da unidade e possui como características o grande vigor, a formação de frutos alongados de coloração vinho escura brilhante e a lenta formação de sementes. Com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o estudo mostrou que o efeito do excesso de fertilizantes afeta as variáveis fenológicas e de produção da berinjela, em ambiente pro-

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tegido, e que pode-se controlar o manejo da fertirrigação com auxílio da técnica de monitoramento da condutividade elétrica da solução do solo, com emprego de extratores de cápsula porosa, evitando com isso desperdício de fertilizantes e a possível salinização do solo por excesso de fertilizantes. Os níveis iniciais de salinidade do solo, provocados pela aplicação excessiva de adubos em cultivos anteriores, afetaram a produção e os componentes da produção para a cultura da berinjela. “É possível, com auxílio dos extratores de solução de cápsulas porosas, monitorar a concentração total e especifica de íons na solução do solo, ao longo do tempo e manter a salinidade em nível desejado, por meio do controle da condutividade elétrica dessa solução. Além disso, os níveis mais elevados de salinidade do solo, proporcionados pela adição de sais fertilizantes afetaram o índice de área foliar e as massas secas de hastes, folhas e raízes bem como o consumo hídrico da cultura da berinjela. Em relação ao consumo de nutrientes, observou-se que os menores níveis de salinidade do solo do manejo com controle da condutividade elétrica, proporcionaram uma economia de nutrientes em torno de 80%, em relação ao consumo do manejo tradicional”, conclui Everaldo. (Fonte: Esalq/USP) A


IRRIGAÇÃO

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iante do cenário de disponibilidade e competição pelos recursos hídricos nos diferentes setores da sociedade, é fundamental a gestão de uso da água através de uma irrigação racional, econômica e ecologicamente sustentável. Para tanto, todas as etapas envolvidas no processo têm importância. Dentre elas: planejamento, projeto, seleção do método, instalação, operação e manutenção dos equipamentos no campo e o manejo da água. Apesar da grande quantidade de água demandada pela agricultura irrigada, há que se considerar que mais de 90% retorna ao ciclo hidrológico por transpiração. O uso da água pelas plantas se faz necessário para que estas realizem metabolismo para resultar em produção. Nas plantas, a grande dependência da disponibilidade de água nos processos fisiológicos e produtivos, aliada ao dinamismo na movimentação da água no sistema solo-planta-atmosfera, bem como ao caráter incerto de chuvas e de perda de água para a atmosfera, fazem com que seja necessário um monitoramento diário da disponibilidade hídrica. O uso da água na irrigação deve atender à demanda das

FOTOS: Irrigare

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A importância da IRRIGAÇÃO NA CULTURA DO CAFÉ

culturas de forma sustentável e, nas regiões onde ocorrem chuvas significativas, estas devem ser consideradas no processo de planejamento, gestão e manejo da água. No Brasil, a cafeicultura desenvolveu-se em regiões onde praticamente não ocorria deficiência hídrica nos períodos críticos da cultura. No entanto, a agricultura moderna dispõe de tecnologia apropriada para tornar aptas para a cafeicultura regiões com períodos de deficiência hídrica. Segundo Wesley do Carmo Araújo, diretor da Irrigare Sistemas de Irrigação, empresa sediada em Franca (SP) e especializada em sistemas de irrigação, é normal falar que o café necessita de água em setembro/outubro para ‘segurar’ a florada e também em janeiro, para que haja boa granação. “Esta afirmação é perfeitamente válida se pensarmos apenas na safra atual. Porém, a falta de água em outras épocas do ciclo do café - o que é muito comum -, impede o crescimento da planta, o que afeta a safra futura. Quando o café é irrigado, a planta não só consegue ‘segurar’ uma boa produção, como também melhora o

seu desenvolvimento vegetativo, radicular e produtivo, mostrando que há espaço para uma boa florada para o ano seguinte. Em nossa região, o sistema mais utilizado é o de gotejamento, pois proporciona segurança na produção, pequena oscilação de produção ao longo dos anos e redução de custos, o que favorece a rentabilidade da cafeicultura. Pode ser instalado em qualquer topografia ou formato da área de plantio. Se comparado a outros métodos de irrigação, é o que utiliza a menor quantidade de água. Outra observação importante é a baixa necessidade de mão-de-obra para o sistema ser operacionalizado, podendo ainda ser utilizado na fertirrigação. Para finalizar, o sistema não impede com que a colheita seja mecanizada ou efetuada de forma manual, sem problemas com as linhas de gotejadores instaladas no campo”, explicou Wesley. Para o produtor que almeja aumentar sua produtividade, reduzir seus custos e garantir uma boa qualidade em seu produto final, recomenda-se investimentos em sistemas de irrigação localizada. A


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Armando Matielli - Engº Agrônomo com MBA na UFV, Presidente Executivo da SINCAL [www.sincal.org.br] e cafeicultor em Guapé (MG)

pós um índice pluviométrico totalmente anormal no mês de junho passado, onde em algumas regiões cafeeiras choveu até 200 milímetros correspondendo de 4 a 10 vezes mais que a média histórica, as condições climáticas acabam sendo altamente comprometedoras para a qualidade da bebida e tipo do café. Alto volume de café caído no solo e atacado por diversos fungos que provocam malefícios na qualidade dos grãos. Agora, no mês de julho as chuvas voltaram acompanhadas de verdadeiros vendavais, aumentando a umidade e agravando ainda mais a qualidade. A umidade é o principal catalisador das ações dos fungos que prejudicam o bom desenvolvimento das plantas. Além disso, a ventania provoca uma queda ainda mais acentuada de café no solo.

COCAPEC: 27 anos de uma HISTÓRIA DE SUCESSO

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COCAPEC - Cooperativa dos Cafeicultores e Agropecuaristas comemorou neste mês 27 anos de trabalho e dedicação à cafeicultura. Inserida em uma das principais regiões produtoras do país na Alta Mogiana, Estado de São Paulo e parte de Minas Gerais, a cooperativa escreve uma história de sucesso todos os dias. Fundada em 11 de julho de 1985, em Franca (SP), a COCAPEC se concretizou após dois anos da instalação do núcleo da COCAP - Cooperativa Central Agropecuária do Paraná. O que antes era um núcleo da COCAP foi transformado na estrutura da COCAPEC, devido à iniciativa dos sócios-fundadores que decidiram assumir as instalações que compunham um armazém de café com capacidade para 150 sacas, uma usina de rebenefício e o prédio administrativo da antiga COCAP. A COCAPEC, apesar de ter iniciado suas atividades com quase 300 associados em seu primeiro ano de funcionamento, hoje conta com mais de 2 mil cooperados, 5 núcleos (incluído a matriz), 200 colaboradores, é referência no setor e respeitada em todo o País pela competência e por defender sempre os interesses de seus cooperados. A cooperativa transformou o cenário da cafeicultura da região, motivou o desenvolvimento tecnológico no campo, criou condições melhores na aquisição de produtos, dinamizou a compra e venda de café e trabalhou com seus cooperados a melhoria da qualidade de um produto que tem grande importância no cenário econômico munA dial.

FOTOS: ESAQLQ/USP

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ARTIGO

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Mais Chuvas e Menos Café de Qualidade

Coincidentemente, no dia 12 de julho, eu estava viajando pelo cinturão cafeeiro do sul de minas, no sentido do estado de São Paulo e, “boca da noite” iniciou o temporal, chuvas acompanhadas de fortes vendavais, levando a paradas sucessivas pela baixa visibilidade provocada pela tormenta. Chegando em Guaxupé (MG) fui informado de que até o show do famoso cantor Luan Santana tinha sido cancelado naquela noite, pois a ventania com chuvas havia desestruturado toda a logística do evento com sérios prejuízos no palco e outros. AS chuvas continuam. Os cafeicultores e o mercado que estão posicionados na venda de café com entregas futuras terão seríssimos problemas, pois vejo como um dos piores anos que teremos em termos de qualidade. A situação será muito crítica, além do atraso na colheita em pelo menos 20 a 40 dias, dependendo da região/altitude, ainda entraremos setembro e outubro colhendo café e recebendo mais chuvas na entrada da primavera. Outro ponto relevante será a queda na produção de 2013/2014, pois essa chuvarada totalmente atípica descaracterizou o ciclo fisiológico do cafeeiro descodificando a florada por inexistência do stress hídrico e a grande quantidade de possíveis botões florais que serão extirpados no contado físico pela ação da colheita que, com o atraso, adentrará a primavera. Recomendamos ao comércio o máximo de paciência com os cafeicultores, principalmente no item qualidade, pois a ocorrência de chuvas totalmente atípica é comandada pela ação de Deus. Aos cafeicultores, recomendamos o máximo de cautela, vender extremamente o necessário, pois teremos surpresas desagradáveis em termos de qualidade e mais a insegurança quanto a produção para a colheita do ano vindouro. A


EXPOCACCER recebe visita DE TORREFADORES INGLESES

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Expocaccer recebeu entre os dias 11 e 12 de julho a visita de três compradores de café da Inglaterra. Os visitantes são representantes de uma empresa torrefadora, cliente da cooperativa há mais de dois anos. O objetivo da visita foi conhecer as fases de cultivo e processamento dos grãos até chegar ao seu país. O roteiro contemplou visita a fazendas de médio e grande porte, certificadas com o selo Rainforest Alliance, nas quais os visitantes puderam acompanhar o processo de colheita que está em plena atividade. Eles também acompanharam o mesmo processo em pequenas propriedades de agricultura familiar, pertencentes à APPCER - Associação dos Pequenos Produtores do Cerrado, certificadas com o selo Fairtrade, “Os selos Rainforest e Fairtrade são muito solicitados por esta torrefadora, uma vez que já adquiriram vários lotes das fazendas da APPCER e do GRAE – Grupo Rainforest Alliance Expocaccer, logo, o fato de poderem acompa-

CAFÉ

nhar a produção torna o produto mais atrativo, valorizando a origem e a qualidade dos cafés da nossa Região”, avalia João Ferreira Junior, gerente de cafés especiais da Expocaccer. Além das fazendas, a comitiva visitou a sede da APPCER e da Federação dos Cafeicultores do Cerrado para conhecerem mais sobre a Região do Cerrado Mineiro. Na Expocaccer visitaram a estrutura e participaram de uma rodada de prova e degustação de café. Para o superintendente da Expocaccer, Sérgio Geraldo Dornelas, estas visitas são extremamente positivas, pois “é o momento de estreitarmos o nosso contato, que geralmente é feito pela internet e por telefone, aproximando os nossos clientes da realidade da cooperativa e dos produtores. Mostrando a eles todo o cuidado e dedicação existentes para que o produto, ao chegar até eles, atenda os requisitos das boas práticas agrícolas e ainda ofereça toda a qualidade do café da Região do Cerrado Mineiro”, finaliza Dornelas. A

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FERTILIZANTES

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busca pela eficiência no uso dos adubos - mais conhecidos do mercado como NPK - é uma excelente opção principalmente em solos tropicais. As novas tecnologias tais como biotecnologia e o uso da agricultura de precisão, faz com que as culturas atingam um novo patamar de produtividade, necessitando de maiores doses destes fertilizantes para um maior aumento de produtividade. O grupo EMBRAFER desenvolve tecnologias visando aumento de eficiência na área de nutrição vegetal. Uma de suas empresas, a FERTEC, desenvolveu recentemente a tecnologia revolucionária do calcário líquido. Fertilizante mineral misto, com alto teor de corretivo de acidez dos solos (carbonatos e óxidos), para uso nas mais diversas culturas, que necessitem de calagem. O Calcário Líquido Fertec foi desenvolvido com fontes de cálcio e magnésio em um único produto, para facilitar sua aplicação. Produto revolucionário que conta com nano partículas de cálcio e magnésio, reagindo com maior rapidez no solo. Em parceria com o Instituto Agronômico de Campinas – IAC, junto ao Centro de Cana instalado em Ribeirão Preto – SP, foi desenvolvido pelo pesquisador Dr. Sandro Roberto Brancalião, um trabalho científico para “Avaliação em area total, ou sob sistemas de irrigação. da reatividade, da neutralização, e da disponibilização de Seus maiores beneficios são: facilidade e manuseio de cálcio e magnesio, através de um calcario liquido, sobre dois aplicação, neutraliza efeito fitotôxico do alumínio, potentipos de solos, em ambiente controlado”. Segundo o diretor cializa efeito dos fertilizantes, aumenta o teor de cálcio e de P & D da Fertec, Fernando Paiva, “com a conclusão deste magnésio no solo, aumentando a saturação de bases. A experimento, podemos avaliar e comprovar a eficiência e INFORMAÇÕES equivalência no uso de 5 litros do Calcário Líquido Fertec substituindo 1 tonelada de calcário convencional”. Visite o site e conheça a maior revolução e eficiência em nutrição vegetal: www.calcarioliquido.com.br / fertec@embrafer.com.br Por estar em formulação fluida, sua aplicação é facilitaBarretos (SP) - Tel. (17) 3325-0449 da, em pulverização no sulco de plantio ou covas, ou ainda TABELA 1 - Resultados Obtidos em Campo - Análises realizadas antes e após aplicação do produto NYon Solocal. FOTOS: Editora Attalea

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Grupo Embrafer apresenta o Calcário Líquido FERTEC: REVOLUÇÃO E EFICIÊNCIA


GESTテグ

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ARTIGO

CAFÉ

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ESTÚPIDA MOLEZA Celso Luis Rodrigues Vegro - Engenheiro Agrônomo, M.S. De-

senvolvimento Agrícola. Pesquisador Científico do IEA - Instituto de Economia Agrícola - SP. [ celvegro@iea.sp.gov.br ]

cada safra que se passa os Cafés do Brasil, conquistam maior e mais vibrante destaque pela excelência em qualidade a preços competitivos. O mérito desse fenômeno pertence a todos os agentes econômicos atuantes nesse agronegócio, cada um se empenhando numa tarefa específica que conjuntamente incrementam a tenacidade à trajetória exitosa que vivencia a cadeia produtiva. Na porteira para dentro, observa-se crescente adesão à tecnologia de descascamento; o resgate de variedades reconhecidamente de alta qualidade (bourbon, caturra), o avanço das unidades certificadas (100.000ha UTZ, 60.000ha Rainforest, exemplificando apenas os dois mais destacados certificadores de arábica). Esse esforço em requalificar café brasileiro já se pode detectar pelo movimento de exportações, conforme atestam informações recém divulgadas. Em 2011 foram exportadas mais de 8 milhões de sacas de arábicas diferenciados, ao preço médio de U$339,60/sc que geraram receita cambial de US$2,7 bilhões. Tais cafés, quando comparados ao seu congênere commodity, exibem prêmio de 33,54% acima o preço médio obtido pelo produto comum. Tem mais, esse fenômeno não é exclusividade da última safra, ao contrário, evolui continuamente independendo de se estar percorrendo ciclo de alta ou de baixa. O mais que decantado discurso pelo incremento da qualidade, enfim, evidenciou seu acerto. Ainda que tal diferencial de preços não tenha sido transferido parcialmente ou integralmente aos cafeicultores, criou-se a possibilidade de se avançar na cadeia de valor e tal repasse acabará inapelavelmente por acontecer. É nesse contexto de celebração por êxitos alcançados que aparecem obstáculos interposto geralmente por aqueles que não suportam o sucesso alheio! Refiro-me aqui à problemática envolvendo o concentrado emulsionável utilizado para controle da broca do café (Hypothenemus hampei), cujo princípio ativo é o Endossulfam (molécula com componente organoclorado, de Classe Toxicológica II). Para o controle da broca do café já se experimentaram o controle biológico envolvendo desde a soltura de vespinhas predadoras criadas em laboratório até, mais recentemente, pulverizações com o fungo Beauveria bassiana, obtendo em ambos os casos um ganho marginal no controle da praga. Eficaz com apenas uma pulverização é o Endossul-

Quantidade e valor das exportações brasileiras de café, 2007 a 2011. (Fonte: Jornal Valor Econômico)

fam, defensivo é considerado um produto commodity, uma vez que o litro era comercializado, em 2011, nas revendas do Estado de São Paulo, entre R$14,90/L e R$16,65/L1. A recomendação agronômica preconiza o emprego de 1,5 L a 2 L por hectare na preparação de caldas entre 100 e 250 L, a serem aplicadas quando a amostragem indicar 3% a 5% de frutos perfurados. A ANVISA, agência com poder mandatório sobre o assunto, após efetuar reavaliação de toxidez, reclassificando o defensivo na Classe I de toxicológica, determinou que o Endossulfam fosse banido do mercado brasileiro no prazo de três anos a contar de 31/07/2010. Tal orientação se alinha com as diretivas de outros países em que o produto foi banido. Fator que aparentemente foi desconsiderados pelos policy makers da ANVISA, consiste no pós-colheita do café ser bastante alongado, com exposição ao sol por cerca de 20 dias, descanso em tulha por meses até o beneficiamento (descascamento) para comercialização do produto. Ao ser processado os grãos são torrados à 220 ºC por 18 a 22 minutos, seguindo-se a moagem e o envasamento. ILLY& VIANI (1995)2, afirmam que as quantidades de resíduos de defensivos em café verde são da ordem de apenas traços até 300 ng g-1(nanogramas). Os autores, citando McCarthy et al., destacam ainda que ocorre substancial redução de resíduos após a torra e moagem, não tendo sido observado qual-


DESTAQUE

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quer tipo de resíduo após monitoramento por dois anos consecutivos do mercado estadunidense de café. Outro fator desconsiderado na tomada de decisão é a inexistência de defensivos de classe toxicológica menor de eficácia comprovada contra a broca do café. Os produtos disponíveis, além de não garantirem um satisfatório controle, exibem preços ao redor de R$120,00/L. Tal política de preços evidencia que há interesse da indústria química no banimento do Edossulfam, em substituição por outros produtos menos eficazes e muitíssimo mais caros. Como de praxe no Brasil, a parte mais fraca fica com a fatura e sobra uma conta alta para o cafeicultor pagar. Já se enfatizou por demais que os produtos alternativos ao Endossulfam não tem eficácia pelo menos similar a aquele que será banido. Que cenário se pode imaginar a partir dessa condição? Aumento da incidência da broca nos grãos colhidos. Para aqueles que ainda não se deram conta, um dos fatores que contribuiu para a queda persistente da safra colombiana que exibia de 11-12 milhões de sacas de média nos anos 2000, para 7-8 colhidas atualmente, foi justamente a incidência de broca do café! Da forma como as decisões são tomadas no Brasil, até parece que existem interesses em se produzir artificialmente uma descontinuidade na trajetória de êxito que nossa cafeicultura vem traçando. Analisando o contexto mais geral do assunto, parece que há sim uma orquestração contra o café brasileiro. As autoridades sanitárias japonesas se insurgiram contra o

produto, exigindo teores de resíduos muito abaixo do preconizado pelo Codex Alimentarius, protocolo internacional sobre o assunto. Era o caso das autoridades daqui estipular limites ainda mais baixos para as importações brasileiras de shoyu, saque, lamen e tudo quanto for alimento da terra do sol nascente. Mais ainda, interromper os embarques de café brasileiro para o país até que uma revisão nessa norma fosse implantada. Quem não participa do negócio café não pode imaginar o estrago que faz à imagem do produto brasileiro, afora todos os custos financeiros, toda vez que os japoneses impedem um contêiner de desembarcar e o mandam de volta ao Brasil. As lideranças da cafeicultura precisam sair da habitual pasmaceira e realmente exigir da ANVISA, dos fabricantes de defensivos, dos governos hostis ao café brasileiro, explicações e se forem verdadeiramente satisfatórias sobre suas precárias decisões. Não se sentindo satisfeitos, partir para a impetração de mandatos de segurança, levando os problemas criados por quem não entende do assunto ao poder judiciário daqui e de alhures. Basta de ESTÚPIDA MOLEZA!!! 1 - Informação disponível em: http://ciagri.iea.sp.gov. br/nia1/defensivos.aspx 2 - ILLY, A. & VIANI, Rinantonio. Espresso Coffee – the chemistry of quality. Academic Press, 1995. 255p. A


MERCADO

Pesquisadores indicam Alternativas Naturais de CONTROLE DAS PRAGAS QUE ATACAM O REPOLHO

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CAFÉ

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Indicação Geográfica: caminho para a QUALIDADE E VALORIZAÇÃO DO CAFÉ BRASILEIRO

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busca por cafés de qualidade é uma tendência crescente na produção e no mercado cafeeiro mundial. No Brasil, além das pesquisas, os processos de Indicação Geográfica (IG), que ganham força nas regiões produtoras, são fatores que tem contribuído para a qualidade do café. A Embrapa Informação Tecnológica em parceria com Embrapa Café, trabalha para tratar esta nova filosofia de produção que agrega valor ao produto agropecuário pela sua qualidade, especialidade e tipicidade, respeitando a origem e os processos humanos envolvidos na produção. O que é Indicação Geográfica? – Segundo o INPI - Instituto Nacional da Propriedade Intelectual, órgão do Governo Federal responsável por emitir os registros, as Indicações Geográficas se referem a produtos ou serviços que tenham uma origem geográfica específica. Seu registro reconhece reputação, qualidades e características que estão vinculadas ao local. Elas comunicam ao mundo que uma região se especializou e tem capacidade de produzir um artigo diferenciado e de excelência. As Indicações Geográficas no Brasil podem assumir duas modalidades: Indicação de Procedência (IP) e Denominação de Origem (DO). São dois registros diferentes, que não possuem uma hierarquia ou ordem de solicitação, e que geralmente são representados nos produtos por um selo. O registro de Indicação de Procedência garante a tradição histórica da produção do café em certa região. Já a Denominação de Origem indica que as características de qualidade e sabor do café se devem exclusivamente ao ambiente onde é produzido e aos processos e tecnologias utilizados naquele território. Para a utilização de um desses registros, ou dos dois, o produtor precisa estar inserido dentro da região demarcada e atender ao regulamento de uso estabelecido pela Associação detentora da IG. Grande parte do sucesso da IG está na organização e na união dos produtores rurais, uma vez que a IG é um bem coletivo. O Embrapa possui todas as informações necessárias para os interessados em solicitar os registros, exemplos de associações que já conquistaram o registro de IP no Brasil, assim como a experiência do projeto de pesquisa que envolve instituições como Universidade Federal de Lavras (UFLA), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), Instituto Agronômico (IAC), Universidade de Brasília (UnB), Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) “O Selo de Indicação de Procedência traz várias van-

tagens, tais como proteção e reconhecimento do território, agregação de valor ao produto e desenvolvimento sustentável. Um ganho para todos os envolvidos. Além disso, mostra que o Brasil e o setor cafeeiro estão despertando cada vez mais para a importância de demarcar suas origens e agregar valor ao trabalho de milhões de pessoas que vivem no campo”, diz Helena Maria Ramos Alves, pesquisadora da Embrapa Café. Mais indicações a caminho A Região do Cerrado Mineiro foi a primeira região produtora de café com Indicação Geográfica. A segunda é a Serra da Mantiqueira, também de Minas Gerais. Quatro outras regiões: Alto Paraíso e Terras Altas, no sul de Minas, Norte Pioneiro do Paraná e Alta Mogiana, em São Paulo, figuram na lista de pedidos no INPI para concessão de algum registro de Indicação Geográfica. Tanto na modalidade de Indicação de Procedência, quanto na de Denominação de Origem, associações se organizam para o registro e elaboram planos de divulgação da imagem de seu território dentre as origens produtoras de cafés diferenciados. Com isso, o café brasileiro continua crescendo no mercado nacional e internacional não só pela quantidade, mas A ganhando cada vez mais destaque na qualidade.


CAFÉ

Brasil tem mais de 35 mil FAZENDAS DE CAFÉ COM CERTIFICAÇÃO

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número de propriedades de café certificadas saltou de cerca de 400, há dez anos, para mais de 35 mil, de acordo com levantamento realizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, na sigla em inglês). Pelos cálculos da entidade, cerca de 10% das 350 mil fazendas que produzem café no Brasil têm algum tipo de certificação ou participam de programas de sustentabilidade instituídos por grupos, como o da Fundação Neumann e o programa Nucoffee, da Syngenta. Vanúsia Nogueira, diretora-executiva da entidade, diz que a certificação da produção cafeeira é um caminho sem volta e está crescendo cada vez mais, principalmente diante da necessidade de se produzir cafés de boa qualidade. Normalmente, os produtores de cafés especiais têm algum tipo de certificação. Vanúsia calcula que cerca de 2.250 propriedades têm certificação UTZ, Rainforest e Certifica Minas. Aproximadamente 4.500 fazendas participam de programas de sus-

tentabilidade, que não exigem um selo de organização auditora. Seis mil famílias são beneficiadas pelo Fair Trade, 13 mil fazendas são reconhecidas pela plataforma 4C e quase 16 mil propriedades possuem outro processo de certificação - a Indicação Geográfica, que delimita uma microrregião com clima e fatores característicos e referenciados internacionalmente. No país, são duas indicações - Cerrado Mineiro e Serra da Mantiqueira e duas solicitações de pedidos: Alta Mogiana (região paulista de Franca) e Norte Pioneiro (no Paraná). De acordo com a diretora-executiva da BSCA, há dez anos não havia nenhum programa de sustentabilidade e a maior parte das certificações não existia. O Brasil também é o país com maior número de propriedades “chanceladas” na maioria das certificações do segmento. Os preços pagos por produtos certificados são, em média, de 20% a 30% mais altos, mas dependendo da qualidade o prêmio pode chegar a 100% da cotação produto. (FONTE: A Valor Econômico)

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om o objetivo de fortalecer a imagem dos cafés produzidos na região da Alta Mogiana, o presidente da AMSC - Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana, Gabriel Afonso Oliveira, participou no último mês, da maior feira de cafés especiais da Europa. O evento, promovido pela SCAE - Associação Européia de Cafés Especiais, foi realizado em Viena, na Áustria, entre os dias 12 e 15 de junho. “Além de promover o nome da região no exterior, participar de feiras internacionais como essa, é importante para estreitar a relação com parceiros e fazer novos contatos em outros países”, comentou Gabriel Afonso Oliveira. Com foco na exportação de cafés especiais, a AMSC também buscou contatos no estande da Fairtrade, importante certificação que está ganhando cada vez mais espaço no mercado externo.

FOTOS: Thaici Martins - Comunicação AMSC

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AMSC participa de feira de CAFÉS ESPECIAIS NA EUROPA

Os diretores da Labareda Agropecuária, Flávia Lancha Oliveira e Gabriel Afonso Oliveira prestigiaram a feira. A empresa participou do estande da Origem Brasil

Criada na década de 60, a Fairtrade tem como característica a união de responsabilidade social, sustentabilidade e competitividade para pequenos e médios produtores. “Essa certificação une todas as cadeias do café nas regras do comércio justo, o que facilita a exportação. Pode ser uma sugestão muito interessante para os produtores da Alta Mogiana”, explicou Oliveira. Atualmente a AMSC tem mais de 30 associados, destes a maior parte são de pequenos e médios produtores, que poderiam ser beneficiados com esta certificação. A

O presidente da AMSC, com diversos parceiros, no estande da Fairtrade International


CAFÉ

Provadora da Lucca Cafés Especiais VISITA A ALTA MOGIANA

Carolina conheceu fazendas da região...

FOTOS: Thaici Martins - Comunicação AMSC

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arolina Franco, barista, mestre torradora e provadora de cafés da Lucca Cafés Especiais, de Curitiba (PR), conheceu a região da Alta Mogiana na primeira quinzena de julho. Carolina visitou diversas propriedades associadas à AMSC - Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana e provou cafés produzidos nestas fazendas. Experiente degustadora, Carolina já conquistou diversos prêmios na área e é juíza de competições nacionais e internacionais. Ela elogiou a qualidade dos grãos produzidos na região e a dedicação dos produtores. “Fiquei impressionada pela infra-estrutura e a organização do pessoal. É tudo muito bem feito. As fazendas que eu visitei são muito caprichosas, tem um super potencial e o trabalho que o pessoal tem feito em busca de melhorar a qualidade é muito importante para o mercado e para o crescimento da região”, disse. Para o presidente da AMSC, Gabriel Afonso Oliveira, essa visita vem para fortalecer ainda mais a parceria entre a associação e a Lucca Cafés Especiais. “Já somos parceiros há alguns anos. A Lucca prestigia nossos concursos de qualidade e o leilão da AMSC. Essa visita da Carolina vem para fortalecer a relação e ampliar o nosso mercado no sul do país”, afirma. A

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Em pé: os diretores da Mogina Cafés Especiais, Calixto Peliciari e Julio Ferreira; Sentados: o presidente da AMSC, Gabriel Oliveira; Carolina Franco, da Lucca Cafés Especiais; a proprietária do Olinto Café, Bruna Malta; e a diretora da Labareda Agropecuaria, Flávia Oliveira.

E provou os cafés produzidos nas propriedades


CAFÉ

30 JUL 2012

Nutrição do Cafeeiro (parte 2) - Adubações com P, B e Mg EM CAFEEIRO EM PRODUÇÃO Renato Passos Brandão 1

dos solúveis em água. A irrigação melhora a segundo artigo Bio eficiência agronômica das Soja sobre nutrição adubações fosfatadas no do cafeeiro aborcafeeiro. Para que ocorra a dará o manejo de difusão, processo na qual o três nutrientes, fósforo, magfósforo chega as raízes e é nésio e boro, responsáveis pelo absorvido pelo cafeeiro, é desenvolvimento do sistema necessário teor de umidade aradicular do cafeeiro (Figura dequado nos solos. 1) e com atuação direta no floA temperatura também rescimento desta cultura. influência a absorção do fósAlém destes nutrientes, o foro pelo cafeeiro. Para que cálcio também é essencial para ocorra absorção do fósforo o desenvolvimento do sistema pelo cafeeiro há um gasto radicular e florescimento do de energia que é produzido Figura 1. Sistema radicular do cafeeiro bem desenvolvido. Fonte: Procafeeiro e foi um dos assuntos pela respiração, processo decafé (2011). abordados no primeiro artigo pendente da temperatura. publicado na edição anterior (junho de do nutriente para proporcionar um a- Em regiões com temperaturas abaixo dequado desenvolvimento da cultura e de 20º C ocorre uma redução muito 2012). altas produtividades. acentuada na absorção do fósforo pelo Estes solos também possuem cafeeiro. (Tabela 1). 1. Manejo da adubação fosfatada grande capacidade de fixação do fósAlém dos métodos citados aciem cafeeiro em produção O fósforo é um dos nutrientes foro reduzindo a eficiência das aduba- ma, a utilização de fertilizantes orresponsáveis pelo enraizamento do ções fosfatadas a curto prazo. De ma- ganominerais com altos teores de subscafeeiro. Este nutriente atua no arma- neira geral, para cada 100 kg de fósforo tâncias húmicas, reduzem a fixação do zenamento e transferência de energia. aplicado no solo apenas de 10 a 20 kg fósforo e aumentam a disponibilidade Proporciona maior pegamento da flo- são absorvidos pelo cafeeiro no pri- deste nutriente ao cafeeiro (Figura 3). Com o intuito de melhorar a rada. É fundamental na frutificação do meiro ano após a sua aplicação. Existem várias práticas que de- eficiência da adubação fosfatada no cafeeiro e melhora a maturação dos vem ser utilizadas para a minimização cafeeiro, a Bio Soja desenvolveu o grãos do cafeeiro. Os sintomas de deficiência do da fixação do fósforo nos solos, dentre Fertium® Phós. É um fertilizante orfósforo ocorrem inicialmente nas fo- as quais, calagem e a aplicação localiza- ganomineral fosfatado diferenciado lhas mais velhas do cafeeiro. As folhas da dos fertilizantes fosfatados granula- com altos teores de substâncias húmiadquirem coloração verde-azulada e cas (ácidos fúlvicos e húmicom o agravamento da deficiência do cos) e enriquecido com fósfósforo pode ocorrer tonalidades verforo proveniente de uma melho-arroxeados (Figura 2). fonte solúvel em água. A deficiência de fósforo reduz As substâncias húmio pegamento da florada do cafeeiro e cas do Fertium® Phós reatrasa a maturação dos frutos. O cresduzem a fixação do fósforo cimento do cafeeiro e das raízes é mais e aumentam a disponibilento e os grãos são menores devido a lidade deste nutriente ao menor produção de fotoassimilados. cafeeiro proporcionando A maioria dos solos cultivados maior desenvolvimento do com cafeeiro possui baixos teores de sistema radicular e vegetafósforo e necessitam de altas dosagens tivo. Qual é a época mais 1 – Engenheiro Agrônomo, Mestre em Solos e Nuadequada para a aplicação trição de Plantas e Gestor Agronômico do Grupo Figura 2. Sintomas de deficiência do fósforo nas folhas do ® do Fertium Phós no Bio Soja. E-mail: renatobrandao@biosoja.com.br cafeeiro. Fonte: www.cccmg.com.br/materiais.asp

O


CAFÉ Tabela 1: Teores foliares de fósforo no segundo, terceiro e sexto pares de folhas do cafeeiro em quatro épocas. ÉPOCA DE AMOSTRAGEM

FÓSFORO FOLIAR (g/kg) 2º PAR

3º PAR

Novembro

1,83

1,61

Janeiro

1,59

1,22

Março

1,35

1,23

Agosto

1,16

1,04

Fonte: Baseada em Bataglia (2004).

Figura 3. Dinâmica do fósforo nos solos tropicais. Fonte: Vitti.

cafeeiro em produção? Segundo Malavolta & Favarin (2002), a porcentagem do fósforo nas flores equivale a 30% de todo o nutriente contido no cafeeiro. Portanto, a aplicação do Fertium® Phós deve ser antecipada em relação a prática atual, ou seja, todo o fósforo deve ser aplicado antes do florescimento do cafeeiro. Eventualmente, o fósforo necessário para o florescimento do café para a safra 2012/13 deveria ter sido aplicado em janeiro ou fevereiro de 2012. 1.1. Recomendações de uso Dentro deste contexto, realizar a aplicação do Ferti-

6º PAR 0,95 1,27 1,19 1,06

um® Phós no solo antes do florescimento do cafeeiro na dosagem de 400 a 800 kg/ha. Aplicar a maior dosagem do produto em solos com baixo teor de P (Presina < 13 mg/dm3) e com alta expectativa de produtividade (> 50 sacas beneficiadas/ha). A partir do final da estação das chuvas (fevereiro/ março), realizar de duas a três adubações foliares com o Fertilis® P30 na dosagem de 3 L/ha. 2. Manejo da adubação com magnésio em cafeeiro em produção Normalmente, o magnésio é um nutriente esquecido nos programas de adubação do cafeeiro. O magnésio tem funções-chave no cafeeiro. É o nutriente que ativa o maior número de enzimas nas plantas. No processo de formação da clorofila, o magnésio confere estabilidade a sua estrutura química e a absorção do fósforo é máxima na presença do magnésio. A deficiência do magnésio é generalizada na maioria das lavouras de café com destaque naquelas cultivadas em solos ácidos com baixo teor deste nutriente e alto teor

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JUL 2012


CAFÉ 30% de Mg, 2% B, 2% Mn e 2% Zn. O Mg, Zn e Mn são provenientes dos óxidos e a fonte de B é a ulexita. O NHT® Blend Mg é um fertilizante fluido fornecedor de magnésio, zinco e boro e é constituído por nanopartículas. As nanopartículas são partículas extremamente pequenas e são 1 bilhão de vezes menor que uma bola de futebol. Segundo Matiello & Krohling (2010), o óxido de magnésio aplicado no solo possui a mesma eficiência agronômica do sulfato de magnésio no cafeeiro (Tabela 2).

32 JUL 2012

Tabela 2: Efeito do óxido de magnésio e sulfato de magnésio mono na cultura do cafeeiro. TRATAMENTO

DOSES DE Mg

de potássio. A absorção do magnésio pelo cafeeiro é prejudicada pelo cálcio mas muito mais pelo potássio. A saturação de magnésio na CTC do solo mais adequada ao cafeeiro situa-se entre 12 e 15% e a do K na faixa de 4 a 5%. Os sintomas de deficiência do magnésio ocorrem inicialmente nas folhas velhas do cafeeiro. Ocorre um amarelecimento generalizado nas folhas sendo que as nervuras permanecem verdes (Figura 4). Os sintomas da deficiência do magnésio ficam mais evidentes quando da formação dos grãos do cafeeiro. Nesta fase do cafeeiro ocorre translocação de grande quantidade de magnésio para os grãos em desenvolvimento. A deficiência do magnésio afeta inicialmente o crescimento das raízes, antes mesmo de qualquer alteração na parte aérea do cafeeiro. Segundo Cakman & Yazici (2010), a manutenção da nutrição com magnésio na fase reprodutiva também é essencial para minimizar a deficiência no cafeeiro. Portanto, pulverizações foliares com magnésio na granação do cafeeiro devem ser realizadas para manter o potencial produtivo das plantas. 2.1. Recomendações de uso De forma similar ao fósforo, a época mais adequada ao fornecimento do magnésio é antes do florescimento do cafeeiro e realizar complementações na granação do cafeeiro. A principal fonte de magnésio ao cafeeiro é o calcário dolomítico (MgO > 6%). Entretanto, em muitas situações, mesmo com a aplicação do calcário dolomítico é necessário uma suplementação de magnésio ao cafeeiro. Se a saturação do magnésio for menor que 12%, realizar a aplicação do Gran Mix Visão antes do florescimento do cafeeiro na dosagem de 200 kg/ha. Posteriormente, realizar a aplicação de 10 L/ha do NHT® Blend Magnésio no drench parcelando a dosagem do produto em duas vezes. Em solos com saturação de magnésio entre 12% e 15%, realizar a aplicação do NHT® Blend Magnésio no drench na dosagem de 10 L/ha parcelado em 2 aplicações. O Gran Mix Visão é um fertilizante granulado com

Óxido de Magnésio

118

Sulfato de Magnésio Mono

151

AUMENTO DA PRODUTIVIDADE

sc beneficiadas/ha

kg/ha -

Testemunha

Figura 4. Deficiência do magnésio no cafeeiro. Fonte: Procafé (2011).

PRODUTIVIDADE 46,3

-

69,3

23,0

64,2

17,9

Fonte: Adaptado de Matiello & Krohling (2010).

Ensaio de campo realizado pela Bio Soja verificou que a aplicação de 200 kg/ha do Gran Mix Visão é suficiente para a elevação e manutenção dos teores foliares do magnésio e boro na faixa adequada ao cafeeiro (Tabela 3). Tabela 3: Efeito da aplicação do Gran Mix Visão nos teores foliares de magnésio e boro no cafeeiro em produção. TEOR DO NUTRIENTE NAS FOLHAS DE CAFÉ 10/12/2011 12/02/2012

NUTRIENTE

UNIDADE

Magnésio (Mg)

g/kg

2,5

3,6

mg/kg

31

71

Boro (B)

FAIXA ADEQUADA 1 3,1 a 3,6 60 a 80

O Gran Mix Visão foi aplicado em 17 de dezembro de 2011 na dosagem de 200 kg/ha. 1/ Fonte: Ribeiro et. al. (1999). Fonte: Deptº Agronômico da Bio Soja (2012).

De forma similar ao que ocorreu com o Gran Mix Visão, o NHT® Blend Magnésio aplicado no drench aumenta o teor de magnésio nas folhas do cafeeiro. O teor de magnésio nas folhas do cafeeiro antes da aplicação do produto era de 2,5 e 60 dias após a aplicacao do produto, o teor aumentou para 3,6 g/kg. Realizar também aplicações foliares com o magnésio. As primeiras aplicações foliares do NHT® Blend Magnésio na dosagem de 1 L/ha devem ser realizadas logo após a colheita do cafeeiro e antes do florescimento do cafeeiro. As demais adubações foliares com o NHT® Blend Magnésio devem ser realizadas na granação do cafeeiro. 3. Manejo da adubação com boro em cafeeiro em produção Os solos cultivados com cafeeiro possuem baixos teores de boro e o seu fornecimento em dosagens adequadas aumenta a produtividade da cultura e melhora a qualidade dos grãos do café. O boro aumenta o pegamento da florada melhorando a germinação do grão de polén e o crescimento do tubo polínico. A formação dos grãos do cafeeiro é beneficiada com suprimento adequado de boro. Este nutriente também estimula o desenvolvimento do sistema radicular do cafeeiro minimizando os impactos dos veranicos e das secas


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Figura 5. Deficiência de boro no cafeeiro.

que ocorrem no inverno na região Centro-Sul. Os sintomas de deficiência do boro ocorrem inicialmente nas folhas e órgãos novos (Figura 5). As folhas do cafeeiro tornam-se pequenas com amarelecimento irregular tornando-se deformadas e quebradiças. Com o agravamento da deficiência do boro, pode ocorrer a morte do meristema apical do caule e as raízes tornam-se escuras com as pontas engrossadas e depois necróticas. Os grãos do cafeeiro ficam chochos ou mais leves. 3.1. Recomendações de uso A forma mais eficiente para o fornecimento de boro ao cafeeiro é a sua aplicação no solo e complementações em pulverizações foliares. A aplicação do boro no solo deve ser realizada antes do florescimento do cafeeiro utilizando o Gran Mix Visão na dosagem de 200 kg/ha. Em solos arenosos, reduzir a dosagem para 150 kg/ha. Além do fornecimento do boro no solo, realizar também a aplicação do nutriente via foliar. A primeira aplicação foliar do NHT® P-Boro-P deve ser realizada antes do florescimento do cafeeiro na dosagem de 1 L/ha. Repetir a aplicação do NHT® P-Boro-P na mesma dosagem cerca de 30 a 45 dias após. Posteriormente, realizar uma ou duas adubações foliares com o NHT® P-Boro-P a partir da granação do cafeeiro na dosagem de 500 mL a 1 L/ha. O NHT® P-Boro-P é um fertilizante foliar fluido fornecedor de boro formulado com polióis que são compostos orgânicos que melhoram a mobilidade do boro no floema do cafeeiro. Eventualmente, se o boro não foi aplicado no solo antes do florescimento do cafeeiro (Gran Mix Visão), realizar a aplicação de 10 L/ha do Fertilis® Boro no drench parcelando a dosagem do produto em duas aplicações. 4. Considerações finais Uma das formas mais eficientes para aumentar a rentabilidade da cafeicultura é o manejo adequado da nutrição do cafeeiro.

O fósforo, boro, magnésio e as substâncias húmicas devem ser fornecidos antes do florescimento do cafeeiro para otimizar os seus benefícios e proporcionar altas produtividades. Estes nutrientes também devem ser fornecidos em pulverizações foliares e no drench. Nos solos tropicais com alta capacidade de fixação do fósforo, os fertilizantes fosfatados mais adequados ao cafeeiro são os organominerais com altos teores de substâncias húmicas (Fertium® Phós). Aplicá-lo antes do florescimento do cafeeiro e realizar a aplicação do Fertilis® P30 via foliar a partir do final da estação das chuvas (fevereiro/março). O magnésio deve ser aplicado no solo antes do florescimento do cafeeiro (Gran Mix Visão), no drench (NHT® Blend Magnésio) e nas adubações foliares (NHT® Blend Magnésio). O boro deve ser fornecido no solo também antes do florescimento do cafeeiro e em adubações foliares desde o florescimento a granação da cultura (NHT® P-Boro-P). Eventualmente, se o boro não foi fornecido no solo, aplicar o Fertilis® Boro no drench. Para um melhor monitoramento da nutrição do cafeeiro, recomenda-se anualmente a análise de solo e foliares. A análise foliar, quando associada com as informações da análise de solo, é uma ferramenta imprescindível na recomendação e ajustes da adubação para o cafeeiro. Maiores informações sobre os produtos Bio Soja, entrar em contato com a Bio Soja via representante comercial (verificar o telefone de contato – www.biosoja.com.br) ou via e-mail - biosoja@biosoja.com.br. A

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A importância do Fósforo e dos Fosfitos NA CULTURA DO CAFÉ (parte 1)

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Fernando Jardine 1

sucesso e a difusão dos fertilizantes foliares devem-se à tentativa dos produtores de conseguir benefícios agronômicos como incremento da produção. Os fertilizantes foliares contendo fósforo estão entre os muitos citados na literatura como indutores de resistência e estão ganhando importância no controle de patógenos. A partir desta edição, iniciamos uma série de artigos orientando, principalmente, os cafeicultores a respeito da importância da aplicação de fosfatos e fosfitos na lavoura. Neste contexto, a Casa das Sementes - revenda de produtos agropecuários para Franca (SP) e região - indica a linha de produtos Nutriplant. Mais especificamente o Flash, o Aminonutri, o Foskalium Cooper e o Foskalium Manganese. Na cafeicultura, indicamos os fertilizantes foliares da Nutriplant buscando promover: maior uniformidade de plantas; maior número de ramos plagiotrópicos; maior área foliar; maior diâmetro de caule; melhor vigor de plantas; residual longo; arranque inicial; maior tempo de nutrição; maior controle sobre situações adversas; diminuição da lixiviação de nitrogênio; e menor mão de obra. 1 - Engº Agrônomo, Supervisor de Vendas da Nutriplant na Alta Mogiana, Triângulo Mineiro, Sul e Sudoeste Mineiro. www.nutriplant.com.br. Email: fernando.jardine@nutriplant.com.br

Figura 1: Efeito residual de fosfato solúvel em água sobre as culturas após a sua aplicação no primeiro plantio. Fonte: Kochhann et ali., 1982.

A Importância do Fósforo O fósforo é um dos elementos mais exigidos pelas plantas para crescer e se desenvolver. O fósforo não ocorre naturalmente como elemento livre, pois é bastante reativo, ou seja, combina-se rapidamente com outros elementos como oxigênio e hidrogênio. O fósforo está envolvido intimamente com bioenergéticos celulares e reguladores de metabolismo, e é também um importante componente estrutural de macromoléculas como acido nucléicos e fosfolipídeos; Tem um papel crítico em praticamente todo metabolismo importante que se processa nas plantas, incluindo a fotossíntese e a respiração. Apesar de sua importância para o metabolismo da planta, o fósforo é um dos nutrientes menos disponíveis no ecossistemas terrestre e aquático. A maior parte do fósforo da crosta terrestre se encontra na forma mineral insolúvel, e grande parte é indisponível para a planta. O fósforo tem papel fundamental no metabolismo de todos os sistemas vivos, já


CAFÉ que esta intimamente envolvido nas reações de energia do ATP. Os derivados do fósforo também são importantes componentes estruturais de ácidos nucleicos, coenzimas e fosfolipídios, assim, como se envolve em quase todo processo do metabolismo pertinente a vida. O fósforo tem sido, ao longo da evolução das técnicas de adubação, um dos nutrientes de mais difícil fornecimento às plantas. Aproximadamente todos os solos tem fósforo disponível naturalmente, mas esse reservatório natural pode não estar prontamente disponível para as funções das plantas no nível ótimo que elas exigem. Por essa razão, níveis naturais de fósforo são, geralmente, insuficientes para suportar as necessidades das culturas modernas, de alta produtividade, sem adubação suplementar. A dimensão do problema do fornecimento de fósforo é composta por: a) - Valor limitado de fósforo disponível por causa da fixação no solo b) - Absorção ineficiente da aplicação foliar de fósforo. Para que o nível de fósforo do solo possa ser elevado para a aumentar absorção das plantas, ele deve ser dissolvido na solução do solo que entra em contato com as raízes. Isso promove a conexão solo-planta, fazendo com que o nutriente seja absorvido e utilizado pela cultura. Entretanto, o fósforo é, relativamente, insolúvel em água. Devido a esta insolubilidade em água e de outros fatores de “fixação”, tais com temperatura, pH, teores de umidade, suprimento de oxigênio e reações químicas com outros

minerais que formam precipitados insolúveis, o fósforo da solução do solo pode ser deslocado de posição várias vezes a cada dia. Sabendo-se que o sistemas radicular da cultura entra em contato somente com aproximadamente 1% do volume do solo, muito do fósforo do solo também está fora do alcance das plantas. O mesmo tipo de interação de fixação ocorre na matriz da superfície foliar, quando considera a aplicação foliar dos fósforo.Grandes quantidades de fosfatos, tanto na aplicação foliar quanto no solo, tem sido utilizadas para corrigir as deficiências de fósforo e fornecer os níveis suficientes. Essa prática tem contribuído para aumentar os custos dos cultivos e para contaminar o ambiente através de outros problemas associados com o uso excessivo de fosfatos. Comportamento do Fósforo no Solo O fósforo constitui cerca de 0,12% da crosta terrestre. Está presente em todas as rochas, solos, resíduos de vegetais e na água, formando complexos com vários elementos. O suprimento de fósforo para o mundo provém de depósitos minerais, sendo a apatita, o mineral predominante. A quantidade total de fósforo nos solos é relativamente alta, da ordem de 100 a 2000 ppm e varia em função do material de origem, do grau de intemperismo, do teor de matéria orgânica e da reação do solo. Em compensação, a quantidade do elemento disponíveis à planta é extremamente baixa. Isso pode ser confirmado pelo fato de que o fósforo é o macronutriente, em geral, menos exigido pelas plantas, mas ao mesmo tempo é aquele que é aplicado em maiores quantidade na adubação.

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A explicação para isso, está no fato de que a maior parte do fósforo aplicado ao solo reage com o ferro, com o alumínio, manganês (solos ácidos) e com o cálcio (solos alcalinos), formando compostos insolúveis. Pode reagir também com os minerais de argila, particularmente a caolinita, formando ligações de alta energia. Estes processos são conhecidos por “FIXAÇÃO”. Vale frisar que esse fósforo fixado, com o passar do tempo poderá ser aproveitado pela cultura. A quantidade de fósforo fixado, é governada basicamente por dois fatores: 1) - Tempo de contato do fósforo com o solo Quanto maior o tempo de contato do fósforo com o solo, maior a possibilidade de formação de compostos de baixa solubilidade (Figura 1). 2) - Condições existente no solo Os principais fatores do solo que afetam a disponibilidade do fósforo são: a) - Teor de argila quanto maior o teor de argila, maior a quantidade de fósforo fixada; b) - Tipo de argila : quanto maior o grau de intemperismo da argila, maior a quantidade de fósforo fixada; c) - pH do solo : a solubilidade de vários compostos de fósforo é influenciada pelo pH do solo, sendo que a maior disponibilidade ocorre na faixa de pH entre 5,7 e 6,5. Em solos ácidos o fósforo reage com o ferro e com o alumínio, formando compostos insolúveis. Já em solos alcalinos, o fósforo reage com o cálcio, formando fosfatos bicálcicos e tricálcicos, de menor disponibilidade; d) - Umidade do solo: a umidade do solo influencia na movimentação dos íons fosfatos em direção à superfície das raízes; e) - Nível de fósforo no solo: em adubações sucessivas com fertilizantes fosfatados grande parte dos pontos de fixação vão sendo supridos e consequentemente maiores teores de fósforo ficam disponíveis às plantas. Na natureza, o fósforo sofre uma série de transformações resultantes das interações entre a biosfera e a litosfera. Uma das perdas de fósforo ocorre através da ação da água da chuva, que caminha para a hidrosfera carregando o fósforo solúvel e o particulado, ou seja, o adsorvido às partículas de solo e matéria orgânica erodidas. As quantidades de fósforo solúvel perdidas dessa forma variam de 0,01 a 4,3 kg/ha/ano enquanto que no caso do fósforo particulado essas quantidades variam de 0,02 a 33,2 kg/ha/ano. O fósforo solúvel, adicionado ao solo através da adubação, pode ser retido pela fração sólida da litosfera ou absorvido pelas plantas e microorganismos, sendo que essas vias de retenção do fósforo solúvel competem entre si. Esse fósforo absorvido pelos seres vivos retorna ao solo ou como esterco ou, após sua morte, como restos de matéria vegetal e animal, compondo a fração fósforo orgânico insolúvel. O fósforo considerado insolúvel, é constituído por duas frações, não assimiláveis pelas plantas, uma orgânica e outra inorgânica, sendo que o conteúdo da primeira varia de 30 a 85% do total de fósforo. As proporções relativas das formas orgânicas e inorgânicas, variam em função de fatores físicos, químicos e biológicos do sistema solo.

Figura 2: Formas de fósforo no sistema solo-planta; interdependência e equilíbrios

O fósforo orgânico ocorre em teores proporcionais à matéria orgânica. Vários compostos de fósforo fazem parte da matéria orgânica do solo, como por exemplo o fosfatos de inositol, fosfolipídeos e ácidos nucleicos. Os compostos de fósforo, são hirolisados por enzimas denominadas de fosfatases. Sendo este um processo biológico, está sujeito às condições do ambiente que favorecem o crescimento e atividade dos microrganismos. Dessa forma, fatores como tipo da fonte de fósforo, tipo de microrganismos predominantes, umidade, pH, aeração, temperatura, nutrientes inorgânicos e conteúdo de fósforo influenciam diretamente esse processo. Vale frisar que ao mesmo tempo em que ocorre a mineralização da matéria orgânica, ocorre também a imobilização dos nutrientes, inclusive do fósforo, que nada mais é que o consumo dos nutrientes, originados pela mineralização e pelos microrganismos competindo com a absorção das plantas. Já o P inorgânico, proveniente principalmente da intemperização de rochas contendo apatita, pode ocorrer no solo fortemente fixado (ligado ao alumínio ou ferro, ou na rede cristalina dos minerais), como P fracamente fixado, ou então na solução do solo. A solubilização dos fosfatos inorgânicos pode ocorrer devido à ação de microrganismos do solo, e também pela ação de exsudatos radiculares de plantas. Na Figura 2, é possível visualizar o comportamento do fósforo no solo em suas diferentes frações. Mineralização e Imobilização de fósforo orgânico A renovação do fósforo via mineralização e reações de imobilização são semelhante ao nitrogênio, com o qual ambos os processos ocorrem simultaneamente. Quando resíduos de colheita retornam ao solo, se a relação carbono orgânico/fósforo orgânico for 300 ou mais, poderá ocorrer imobilização. A mineralização ocorrerá se a mesma relação for 200 ou menos. Quando a relação carbono/ fósforo orgânico estiver entre 200 e 300, não ocorrerá nem ganho e nem perda de fosfato inorgânico. A renovação do fósforo é um processo biológico, portanto, fatores que afetam a atividade biológica tal como umidade do solo, pH, e estoque de energia, também afeta-


CAFÉ ram a mineralização e as reações de imobilização. Papéis do fósforo na planta A principal função do fósforo nas plantas está relacionada com o armazenamento e utilização de energia captada da luz solar através da fotossíntese, via síntese de ATP. Todos os processos metabólicos das plantas relacionados com os gastos de energia possuem participação direta ou indireta do fósforo. Além disso, podemos destacar que o fósforo também está relacionado com o crescimento das raízes, maturação dos frutos, formação de grãos, frutos e fibras e com o vigor das plantas. Este é um elemento constituinte das plantas, pois esta presente na formação de enzimas e proteínas; é um componente estrutural de fosfo-proteínas, fosfolipídeos e ácidos nucléicos. O fósforo desempenha um papel vital no ciclo de vida das plantas e é importante no desenvolvimento de fase reprodutiva. Esse elemento também desempenha um papel regulador na formação e na translocação de açúcares e amidos; dessa forma, promove maturidade e qualidade precoces. Realmente o fósforo é o nutriente “potencializador” da produção vegetal. O fósforo é um nutriente onipresente nas plantas, exigido em praticamente todos os processos metabólicos e que, freqüentemente, influencia a utilização dos outros nutrientes. Deficiências de fósforo durante o ciclo da cultura causam redução no tamanho das sementes e prejudicam sua qualidade fisiológica. O fósforo leva ao aumento de produtividade e ante-

cipação de colheita. Aumenta a performance no florescimento e abaixa a incidência de enfermidades. O fosfato absorvido pelas células das plantas é rapidamente envolvido em processos metabólicos; 10 minutos após a absorção deste, 80% do total absorvido é incorporado a compostos orgânicos, formando basicamente fosfo-hexases e difosfato de uridina. Pode-se afirmar que o fósforo está presente em todas as células, fazendo parte de fosfolipídeos, ácidos nucleicos, carboidratos, coenzimas e compostos relacionados a uma série de atividades. O fosfato é bastante móvel na planta sendo redistribuído com facilidade pelo floema, onde o elemento aparece principalmente como fosforil colina. Quando as plantas estão adequadamente nutridas, de 85 a 95% do P orgânico se encontra nos vacúolos . Ocorrendo deficiência, o P não metabolizado sai do vacúolo e é redistribuído para os órgão mais novos cujo o crescimento cessa quando acaba tal reserva. Devido a fácil redistribuição do P na planta, os sintomas de deficiência aparecem primeiramente nas folhas mais velhas. De forma geral, podemos afirmar que os sintomas de deficiência de fósforo são os seguintes: poder germinativo das sementes é reduzido e lento; folhas velhas com coloração verde-azulada; menor perfilhamento, gemas laterais dormentes, atraso no florescimento, folhas estreitas estreitas, colmos finos, maturação atrasada e grãos leves ou vazios, redução da produção e da qualidade do produto. Na próxima edição, falaremos sobre os Fosfitos e a sua importância na agricultura. A

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Sistemas agroflorestais: opção para geração de renda e RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

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istemas agroflorestais diversificados (SAFs) são formas de uso da terra que envolvem exploração de plantas, combinando o plantio de árvores e arbustos com cultivos agrícolas e/ou criação de animais, ao mesmo tempo ou ao longo do tempo, seguindo prioritariamente princípios agroecológicos. 1. Sistemas agroflorestais de base agrícola Nesses sistemas podem ser utilizadas diferentes espécies de árvores, preferencialmente nativas da região, incluindo: frutíferas, madeireiras, oleaginosas, medicinais, entre outras, para atender diferentes finalidades. Quanto às culturas, há diferentes opções, como: feijão-comum, milho, feijão-caupi (catador), arroz, mandioca, abacaxi, hortaliças, banana, entre muitas outras. Não há um modelo de SAF considerado ideal. A composição desses sistemas é baseada nos interesses de cada agricultor, seus objetivos, disponibilidade de mão-de-obra, bem como das características de cada região. Para cada situação deve ser encontrado um arranjo específico e, preferencialmente, baseado em princípios agroecológicos, buscando obter produção de alimentos de alta qualidade biológica, aliada à melhoria ambiental e socioeconômica das famílias ao longo do tempo. Esses sistemas aumentam as alternativas alimentares das famílias e as possibilidades de renda, além de favorecer o equilíbrio ambiental, despontando como alternativa promissora aos agricultores. Os SAFs também produzem grande quantidade de resíduos vegetais que são importantes à cobertura do solo, bem como na manutenção e melhoria da matéria orgânica, além de servirem de alimento para organismos trituradores e decompositores de materiais orgânicos que realizam vários serviços ecológicos no solo, possibilitando a melhoria de atributos físicos, químicos e biológicos, com potencial para recuperar solos degradados e torná-los mais produtivos. Esses sistemas também são importantes na recuperação de áreas degradadas, como “reserva legal”, e podem auxiliar na recuperação de áreas de reserva permanente. Sistemas silvipastoris sob bases agroecológicas e a produção animal É um tipo de sistema agroflorestal diversificado, nos quais implanta-se a pastagem, utilizando-se diferentes espécies de gramíneas nativas ou exóticas, que podem ser consorciadas com leguminosas rasteiras ou arbustivas, juntamente com árvores, preferencialmente espécies nativas da região. As árvores podem ser plantadas em fileiras para facilitar o manejo, mas é importante que estejam bem distribuídas 1 - Pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Rodovia BR 163, km 253,6, Caixa Postal 661, CEP 79 804-970, Dourados-MS. Endereço Eletrônico: padovan@cpao.embrapa.br.

nas áreas de pastagens. É uma boa opção para melhorar as condições das pastagens, além de proporcionar maior conforto aos animais, aumentando sua resistência às adversidades climáticas e eventuais enfermidades, possibilitando a obtenção de maiores produtividades de leite ou carne. A escolha das espécies de árvores é muito importante, pois pode render lucros com a venda de frutas nativas ou outros produtos com valor agregado (exemplo: jatobá, jenipapo, pequi, baru, bocaiúva, entre outras), da madeira (cedro, canafístola, ipê, peroba, angico, guatambu, etc), além de outras possibilidades de geração de renda. No planejamento do sistema silvipastoril deve-se escolher árvores que possibilitem o bom desenvolvimento das pastagens, evitando o excesso de sombreamento. Árvores exploram camadas de solo de um a mais de cinco metros abaixo do sistema de raízes de culturas anuais e de forrageiras. As raízes trazem nutrientes e os depositam na superfície do solo como liteira, que se decompõe formando a matéria orgânica do solo. A dispersão desses nutrientes para longe das árvores pode ser alcançada pela rotação de longo prazo entre árvores e culturas/pastagens, pela alimentação dos animais com a forragem oriunda das árvores, e pelo plantio das árvores junto com as culturas/pastagens. As raízes, ao penetrarem o solo, formam poros, que com a decomposição das raízes, auxiliam a infiltração de água. No ambiente mais ameno sob as árvores, a macrofauna contribui também para aumentar a permeabilidade do solo. A taxa de decomposição da liteira em matéria orgânica é afetada pela relação carbono:nitrogênio no solo. O maior teor de nitrogênio, como é encontrado de modo geral nas leguminosas, acelera a conversão em matéria orgânica. Além disso, o nitrogênio incorporado a partir das leguminosas é menos propenso a sofrer lixiviação que o de fertilizantes comerciais. Algumas espécies de árvores, como Eucalyptus gummifera, aumentam a disponibilidade de fósforo pela secreção de exsudados da raiz. Árvores que se associam a micorrizas (como Pinus radiata, Eucalyptus marginata) também aumentam o aproveitamento dos nutrientes. Se as árvores são raleadas ou colhidas como madeira, há exportação de nutrientes, que costuma ser menor que as perdas em culturas de cereais. A exportação de nutrientes pode ser reduzida ao se deixar raízes, folhas e casca no local, reduzindo a necessidade de fertilizante para o próximo ciclo de plantio das árvores. O uso de espécies forrageiras para a conservação de solo é uma boa maneira de obtenção de retorno econômico de áreas que estão sendo degradadas sob manejo convencional. Alguns passos importantes para começar um SAF de base agrícola 1º ano – Faz-se plantio de culturas anuais (pastagens, mandioca, milho, feijão-comum, soja, feijão-catador,


SILVICULTURA entre outras, dependendo das condições de solo e clima da localidade, bem como da preferência de cada agricultor) intercaladas com mudas de árvores nativas da região (sangra d’água, candiúva, embaúba, capixingui, mutambo, amendoim, leiteira, alecrim, tucaneiro, tarumã, guapuruvu, pimenta-de-macaco, açoita-cavalo e ingá, por exemplo). É importante plantar a maior variedade possível de árvores. 2º e 3º ano - Faz-se uma rotação de culturas agrícolas anuais, realizam-se as colheitas e as vendas de produtos para gerar renda, enquanto as árvores crescem. Outras culturas de interesse econômico que se desenvolvem bem em condições de semi-sombreamento podem ser introduzidas, como abacaxizeiro, cafeeiro, maracujazeiro, urucum, bananeira, entre outras. 3º ano em diante - Forma-se um bosque jovem, o agricultor pode plantar outras espécies de árvores que crescem bem na sombra deste bosque (árvores de madeira de lei, por exemplo: ipês, cedro, aroeira, canafístola, peroba, guatambu, entre outras), ou apenas aguardar o crescimento das árvores. Estas árvores (madeiras de lei) também podem ser plantadas junto com as pioneiras, no início do sistema agroflorestal. Cuidados na composição e condução de sistemas agroflorestais diversificados As mudas a serem plantadas nos SAFs devem ser produzidas, preferencialmente, a partir de sementes coletadas de árvores existentes em fragmentos de vegetação nativa na região, porque são mais adaptadas às condições ambientais locais, atentando para colher as sementes de diferentes matrizes. O plantio de árvores produtoras de frutos comestíveis pelos pássaros, morcegos e outros animais para atrair esses animais ao sistema também é uma estratégia recomendada para melhorar a diversidade vegetal nos SAFs, contribuindo para a dispersão de sementes de várias espécies trazidas de outras localidades na região. O uso de espécies melíferas nos SAFs reveste-se de grande importância, pois atrairão abelhas e outros insetos polinizadores. Na composição de SAFs diversificados recomenda-se o plantio de espécies arbóreas pioneiras, secundárias e clímax, favorecendo a sucessão ecológica. As árvores pioneiras também são conhecidas como primárias, tem crescimento rápido, se desenvolvem bem a céu aberto e possuem tempo de vida curto (em geral, entre 6 a 15 anos). As pioneiras normalmente são árvores de porte médio a alto, chegando até cerca de 18 m e sua madeira é considerada leve. Como as pioneiras se desenvolvem rapidamente, elas formam um sombreamento que servirá como proteção (microclima), favorecendo o crescimento das árvores secundárias. Exemplos de espécies pioneiras: sangra d’água, candiúva, embaúba, capixingui, mutambo, amendoim, leiteira, alecrim, tucaneiro, guapuruvu, pimenta-de-macaco, açoita-cavalo, ingá, entre outras. As espécies arbóreas secundárias iniciais têm crescimento um pouco mais lento que as pioneiras e necessitam de sombreamento parcial para o melhor desenvolvimento

inicial, mas seu tempo de vida útil na floresta gira de 15 a 20 anos. Eis alguns exemplos de árvores com essas características: cedro, ipês, angico, aroeira e jenipapo. Por outro lado, as árvores caracterizadas como clímax (também conhecidas como secundárias tardias) são de crescimento lento, necessitam de sombreamento para seu bom desenvolvimento e possuem ciclo de vida longo. Nos sistemas naturais, são as plantas que se desenvolvem quando a floresta primária já está formada. Peroba, guatambu, erva-mate, jequitibá, jatobá, faveiro e canjerana, são alguns exemplos. Outro aspecto a considerar é que a implantação de sistemas agroflorestais visando à recuperação de áreas degradadas deve ser orientado para a utilização, preferencialmente, de sistemas de baixo uso de insumos, seguindo princípios agroecológicos. Após a implantação de SAFs, é importante acompanhar no dia-a-dia a evolução do sistema; monitorar a ocorrência de formigas cortadeiras de folhas e controlá-las, se necessário, preferencialmente com produtos não agressivos ou de baixo impacto ao meio ambiente. Deve-se, ainda, manter a área sem concorrência com plantas espontâneas agressivas (plantas daninhas), especialmente as gramíneas, pois dificultam e até impedem o estabelecimento das mudas e a emergência de sementes de espécies arbustivas e arbóreas trazidas por pássaros e outros agentes de disseminação, que são estratégicas para a aceleração da recuperação da área degradada. Outra prática importante refere-se à necessidade de podas em árvores que estejam promovendo excesso de sombreamento nas culturas agrícolas. (FONTE: Embrapa) A

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