Decorar - Edição 136

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www.cidad3.com.br

INAUGURADO EM 2017, NO DIA DA ARQUITETURA, COM EVENTOS DE CONTEÚDO E RELACIONAMENTO DESDE MARÇO DE 2018, O CIDAD3 JÁ RECEBEU MAIS DE 1300 PESSOAS, 200 PESSOAS POR MÊS ENTREARQUITETOS, DESIGNERS, PROFISSIONAIS DA ÁREADE COMUNICAÇÃO, GASTRONOMIA, LIDERANÇAS EMPRESARIAIS,ENTRE OUTROS.

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Foto: Leonardo Finotti

MOSTRA EXPERIENCE CIDAD3 B2B Vinte e um espaços apresentados por renomados escritórios de arquitetura. ADRIANA FIALI E ROSE CORSINI • ADRIANA SPEYER E ANA SYLVIA BARDINI • ANA LÚCIA SALAMA E GERSON DUTRA DE SÁ ANA RITA SOUSA E SILVA • ANGELA TASCA • CLARIÇA LIMA • CRISTIANE SCHIAVONI • DANIELA COLNAGHI • DÉBORA NEMER E MELISSA BÉBER EDUARDO MANZANO • THIAGO PASSOS • FERNANDO PAAL E FREDERICO CONCILIO • GUSTAVO PENNA • HELOISA REZENDE E RENATA ZANOLLI • JAIME HOMEM DE MELLO E ANA CRUZ • JULIO CESAR DANTÈS E FÁBIO RODRIGO DE MELO • KIKO SOBRINO LÉO SHEHTMAN • LEONICE ALVES • SILVIA BITELLI • SPADONI AA (FRANCISCO SPADONI, MAYRA SANTOS E TIAGO ANDRADE)


SÃO PAULO | RIO D E J A NEIR O | SA LVA DOR | C AM PI N A S | SÃO J OSÉ DOS C AMP O S BR E TON COR P O R ATIV O


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FOTOS WELLINGTON TESSARO

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Sumário design de interiores | 44

Patricia Marinho

18 | design de produto Khaya Woods, Mogno Africano

design de produto | 49

Maximiliano Crovato

26 | design Suzana Schermann 54 | exterior

exterior | 36

Renata Tilli

René Fernandes coluna | 43

48 | coluna

por Marcelo Gama

por Raquel Silveira 60 | calendário

20 | casa

coluna | 14

Karim Akl

por Victor Megido

16 | ontem

por Sergio Zobaran recicle | 42

Elias Lanzarini arte | 50

Oskar Metsavaht

32 | arte Tatiana Coutinho

recomendações| 58

por Mariana Bacci

Renata Tilli | 54

8

René Fernandes | 36

Studio OM.art | 50



Expediente

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direção geral

direção de arte (convidado)

Renato Marin de Oliveira

Daniel Maioli

renato.marin@cidad3.com.br Sandra Leise Minchillo sandra@cidad3.com.br

@maiolidaniel redação

publisher

Marcela Millan

Sandra Leise Minchillo sandra@cidad3.com.br

editorialjornalismo@gmail.com

editor (convidado) Sergio Zobaran @sergiozobaran szobaran@gmail.com MTb 17.288 consultoria de conteúdo e comunicação (convidada) Mariana Bacci @marianabacci mariana.bacci@me.com

Victor Hugo Felix redacao2@cidad3.com.br

produção gráfica e diagramação Ivan Basten (designer) arte@cidad3.com.br

administração | financeiro criação e conceito Vladi Iglésias @vladiglesias Daniel Maioli @maiolidaniel

Cristiane Silva Ribeiro financeiro@cidad3.com.br Luciana Campos financeiro2@cidad3.com.br

colaboração Ancar Barcalla Daniel Poliello Davide Filia Gustavo Xavier Hitoshi Yoda Jomar Bragança Livio Rizzo Marco Antônio Matthias Scheiber MCA Estudio / Denilson Machado Paula Constante Phillip Rittmann Renata Schermann Renato Navarro Renato Parada Rômulo Fialdini Salvador Cordaro Valentim Studio Valentino Fialdini Wagner Valim

de•cor•ar é uma publicação de Editorial Magazine Publicações e Publicidade. Av. Pacaembú, 774 - 01234-000 - São Paulo - SP Tel.: (11) 3587-0000 Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista sem a expressa autorização da Editorial Magazina Publicações e Publicidade.

Verão pé no chão Novos tempos, muitas ideias e um foco: colocar em prática os ensinamentos da nova era. Organicidade, praticidade, objetividade, leveza, simplicidade. Marcela, Victor e Mariana, nosso jovem time de jornalistas, foi a campo atrás de novidades em projetos inéditos: uma fazenda chic-simples, uma cobertura despojada, um mini-apartamento de praia, um jardim lindo e fácil de

manter. Nossos colunistas viajaram: da resiliência ao Rio e até à Sicília. Nossos diretores de arte Daniel e Ivan embalaram tudo em papel kraft e criatividade neste verão pé no chão da de•cor•ar – cheio de arquitetura, décor, design e arte. Estamos no impresso e na internet, em nosso app, porque a vida em altas temperaturas é real e virtual ao mesmo tempo. Aproveite! SERGIO

www.revistadecorar.com.br facebook.com/revistadecorar @revistadecorar Revista Decorar

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Foto: Salvador Cordaro


Você Arquiteto ou Designer de Interiores! Participe e concorra a uma viagem para Índia.

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Colaboradores

Raquel Silveira

@raqsilveira

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Victor Falasca Megido

@_acaminhada_

Arquiteta e interior designer, vive entre o Brasil e os Estados Unidos, de onde escreve sua coluna sobre lifestyle para a De.co.rar com seu apurado olhar.

Consultor e organizador do livro “A Revolução do Design – conexões para o século XXI” (Editora Gente), e escreve sobre design sob a ótica do mercado.

Sergio Zobaran

Marcelo Cardoso Gama

@sergiozobaran

@vienna.gamanacasa

Além de editor da De.co.rar, o jornalista Sergio Zobaran é RP, autor de livros de decoração e comunicação e curador de mostras como Modernos Eternos, SP - da qual é sócio-fundador .

O instagramer Marcelo Cardoso Gama é diretor cênico de óperas e artista-curador. Brasileiro de São Paulo, radicou-se em Viena há 30 anos, onde começou carreira como músico e ator. Realizou obras ligadas à cultura brasileira na Finlândia, Suíça, Luxemburgo, Polônia, África do Sul e Brasil, além da Áustria, onde um dos maiores in uencers em interior design e arquitetura, viagens, vinhos e cultura.


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coluna | Victor Falasca Megido | @a_caminhada_

“A criatividade é uma característica da resiliência”

O poder da resiliência viva PROJETOS FEITOS COM O CORAÇÃO

T

odo mundo fala, mas o que é de verdade a resiliência? Ser resiliente “é a capacidade que temos de enfrentar as adversidades, os percalços da vida, e enxergá-los de uma maneira diferente, acreditando que pode surgir uma solução criativa a partir deles” (Lisete Barlach, doutora em psicologia social pela USP). Resiliência é como o fogo que arde em nós e se alimenta de obstáculos, pensava assim o imperador filósofo romano Marco Aurélio. A criatividade é uma característica da resiliência. Ela não serve só para que a pessoa pense em saídas fora da caixa, mas também para que possa ver o próprio problema de outros ângulos. Como fazem os artistas, arquitetos e cineastas quando brincam com a perspectiva. Mas por que essa virtude é difícil de vestir? Porque não dá para percorrer caminhos novos e difíceis sem, antes, olhar para dentro,

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enfrentar os próprios medos, dogmas e crenças limitantes. Um jeito para sair desse labirinto é usar o incômodo como um poderoso aliado para aprender a lidar melhor com as próprias emoções e assim ser menos vulnerável às turbulências. Esse processo nos leva diretamente à fonte dos amores e desamores, nos permite desenvolver compaixão, e a partir desse turning point, ter consciência dos problemas alheios. Ouvir de verdade o outro. Pois o maior inimigo de um projetista é o próprio paradigma de referência que o leva à miopia de ver o mundo segundo os próprios padrões estético e ético, esquecendo-se de sua missão, que é servir ao outro. Falamos tanto de design thinking e empatia. Eu digo que o projetista do século 21 precisa de compaixão para tornarse um criativo solucionador de problemas reais para uma sociedade menos desigual

que hoje conta com 54,8 milhões de pobres, 13 milhões de desempregados e 11,46 milhões de analfabetos (IBGE). Onde, nos últimos 50 anos, 20% da vegetação da Amazônia já desapareceu e populações globais de animais selvagens diminuíram em média 60% em pouco mais de 40 anos (WWF). Se design em 2019 é projeto sustentável não somente economicamente mas também socialmente e ambientalmente, então de verdade precisamos implantar novas habilidades nos ambientes corporativos ancorados em uma cultura de pura eficiência e competição “vencedorperdedor”. Educar ao novo olhar pede um coletivo corajoso atuante com o coração. E pede uma nova disposição das lideranças a abrirem-se ao novo mundo das inteligências criativas. Ilustração: Daniel Maioli | @maiolidaniel



ontem | por Sergio Zobaran | @sergiozobaran

Aqui e além-mar O VINTAGE BRASILEIRO FAZ SUCESSO LÁ E CÁ

O

starchitect argentino Luis Laplace, radicado na França desde 2004, já descobriu –em Portugal – onde encontrar peças de design vintage brasileiro original como mesas e estantes assinadas por Geraldo de Barros, cadeiras de Carlo Hauner e Martin Eisler, espelhos e mesas de Sergio Rodrigues, ou uma poltrona tripé de Lina Bo Bardi: o espaço de 140m ² que Thomaz Saavedra inaugurou em junho de 2018 no antigo Consulado do Brasil em Lisboa. O prédio de arquitetura Pombalina no Bairro Alto, que hoje abriga em seus dois primeiros andares o hotel-boutique Le Consulat, foi o ponto de partida deste primeiro brasileiro a comercializar, na terrinha, o nosso mobiliário modernista de época tão valorizado em todo o mundo. E virou referência para marchands, donos de outros antiquários (ou ‘modernarios’, como dizem os espanhóis), arquitetos e colecionadores do Velho Continente, especialmente franceses, italianos e alemães, além de portugueses, naturalmente. “Foi ótimo para conhecer

o mercado”, afirma o homem à frente do Thomaz Saavedra Arte e Decoração, que mantém, ainda, um depósito aberto ao público com hora marcada, à beira-mar na zona portuária chamada Cruz Quebrada, entre Cascais e Estoril. Alternando sua vida profissional entre dois meses em Lisboa e um em São Paulo, onde tem seu grande showroom em um prédio de três andares no Alto da Lapa, o carioca agora procura um lugar maior na capital lusitana para expor suas preciosidades: “quero uma loja ao rés do chão, preciso expandir os horizontes!”. Afinal, apenas dois meses depois da inauguração de seu primeiro espaço alémmar, teve que levar para lá correndo, de avião, uma nova leva de peças, pois o sucesso inicial de vendas foi grande. Enquanto isso, durante este verão, Thomaz ambientou um novo multi-espaço pop up, com direito a galeria de arte e restaurante, na Rua Oscar Freire, nos Jardins, em São Paulo. onde todos os seu móveis estão à venda. Vale a visita. ■

Pedacinho da exposição ‘Posteridade II uma se eção de a fic es d cada a d cada pelo século XX’

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Foto: divulgação


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design de produto

Viva o mogno africano MADEIRA NOBRE E SUSTENTÁVEL

E

squeça aquele mogno avermelhado que se associava aos índios brasileiros e, infelizmente, a móveis de gosto duvidoso – essa madeira está em extinção e não pode mais ser extraída no Brasil. Viva o Khaya Ivorensis, o mogno africano, ameaçado em seu continente de origem, e que começou a ser plantado há 11 anos no Brasil por um grupo de dez empresários mineiros ao norte do seu estado, a partir de mudas da Embrapa. Hoje já são 1.400 ha crescendo em fazendas destes investidores e em outras compradas por eles justamente para este plantio que visa sua extração após 18 anos. Acontece que, aos 10 anos de idade, é necessário abrir espaço e fazer um desbaste na mata para que algumas árvores maiores desta madeira nobre e macia

consigam receber o sol e se alimentar dos nutrientes do solo, subindo sem disputas até 17 m. Faz-se então um inventário das que não irão crescer tanto... E estas já vêm sendo cortadas por um de seus produtores, Raphael Valle Cruz, através de sua empresa, a Khaya Woods: “Estamos desenvolvendo um painel maciço formado por várias ripas que são secadas em estufas, coladas e depois prensadas, resultando em um revestimento excelente para interiores, bancadas e móveis”, ele diz, acrescentando que não se trata de madeira boa para piso ou peças de área externa. A beleza do mogno chamou a atenção de diversos designers procurados pela marca, e as peças que eles vêm criando têm sido expostas em inúmeras mostras e feiras como a High Design, realizada em São Paulo, a Semana Criativa de Tiradentes e a Modernos Eternos de Minas Gerais, e a Mostra + Sustentável de Campinas, SP, entre outras. “Os campos onde plantamos eram antigos pastos degradados, e o que extraímos tem manejo sustentável, na terra que cumpre seu ciclo de regeneração da floresta”. ■ Texto: Sergio Zobaran | @sergiozobaran

Para expor e organizar, a estante compôs um ambiente da Casa Cor Minas de 2018

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Foto: Jomar Bragança


Sergio Zobaran | design de produto

A estante se destaca no delicioso ambiente de Bruna Figueiredo na mostra Modernos e Eternos de BH, em 2018

Bar no ambiente de Márcia Carvalhaes na terceira edição da mostra Modernos e Eternos de BH

Fotos: Gustavo Xavier

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casa | Karim Akl

Refrescante! CONFORTO E SIMPLICIDADE ANDAM JUNTOS NO APARTAMENTO DO GUARUJÁ

G

ostoso, funcional e com um toque Saint Tropez no décor. Assim o arquiteto Karim Akl

resume seu projeto para o apartamento de veraneio localizado no Guarujá, litoral paulista. São 110 m² divididos em ambientes fluidos, idealizados para um casal sofisticado de meia idade que ama viajar e desejava aproveitar ao máximo o clima praiano.

Integrado com jantar e cozinha, o living tem vista da varanda, separada por portas de correr envidraçadas. Seus tons de branco e azul evocam o mar, tanto nos revestimentos quanto no mobiliário – como sofá de linha da Clami ou poltrona Charles Eames, que repousam sobre uma composição de tapetes da by Kamy

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casa | Karim Akl

Ao lado, a varanda de 4,5 x 11 m é composta com mobiliário da família. As almofadas fazem parte da coleção Corais, da Cecília Dale

No detalhe, os objetos decorativos, obras de arte e artefatos do casal compõem uma decoração afetiva

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O imóvel passou por algumas importantes mudanças estruturais, como a eliminação da parede entre estar e cozinha, garantindo maior integração e melhor circulação, ou o extreme makeover de um banheiro que virou bar, para os momentos de confraternização. Três quartos se transformaram em dois – para os anfitriões e seus possíveis hóspedes – maiores e mais confortáveis. E para evidenciar a sensação de amplitude, Akl pensou também em um revestimento único de piso, escolhendo o porcelanato branco para todos os ambientes. Neutro e prático. Mesmo toda a madeira foi pintada de branco, solução

que, segundo ele, preza a leveza. Para contrapor e evocar o mar, o projeto trouxe muitos detalhes marcantes em azul, como na lareira restaurada, nos tapetes, nas almofadas e nos objetos. Iluminado e leve – como todo espaço de veraneio deve ser – o apartamento ganhou assim um décor na imbatível combinação do azul com o branco, e que une mobiliário clássico a outras peças que, garimpadas de viagens dos moradores, trazem um peso histórico. “Destaque para os pendentes dos quartos, vindos do Marrocos, e a

escultura de sereia da suíte do casal. Cada canto da casa tem algo literalmente trazido de memória da família”, aponta Akl, que se especializou em design na escola Parsons de Nova York. “Tudo ali foi arrematado com peças aconchegantes e também de design importante, como a Lounge Chair de Charles Eames”, ele completa. Sem esquecer de falar do indispensável: “Em uma casa de veraneio, é fundamental pensar nos condicionadores de ar. Por isso, todos os ambientes desse apartamento podem ser refrigerados, inclusive a varanda!”. A lareira aparece para aquecer os dias mais frios... ■

Texto: Marcela Millan

Acima, a suíte do casal tem cortinas de linho e persianas rolô da Shadow Persianas e cabeceira de madeira pintada de branco. Os detalhes em azul trazem o ar praiano para dentro de casa

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Fotos: Marco Antônio


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design | Suzana Schermann | @suzanaschermann

Sobre mesas de verão FOOD DESIGN REÚNE AMBIENTE, SABOR E EXPERIÊNCIA EM MESAS DECORADAS PARA SOBREMESAS

O

verão da simplicidade pede leveza nas produções, além da combinação de estilos. MarieAntoine Carême, chamado de ‘o chef dos reis e o rei dos chefs’, já mostrava no século 18 que arquitetura e mesa se relacionam muito bem. As sobremesas que ele fazia eram consideradas pelos especialistas verdadeiras ‘obras arquitetônicas’. Para dar vida a este conceito, a designer de interiores Suzana Schermann recebeu, com exclusividade para a de.cor.ar, os renomados chefes de

cozinha Talitha Barros, Rodrigo Albano e Rodrigo Ribeiro. Eles tiveram a missão de dar forma e sabor às espetaculares criações sobre ‘mesas de verão’. Em um cenário perfeito para a ocasião, criados por nossa designer-anfitriã, tivemos o privilégio de saborear três incríveis sobremesas em ambientes diferentes, em uma proposta de Food Design que proporciona uma experiência que vai além do prato. Ingredientes frescos saúdam o verão com sugestões levíssimas e saudáveis.

Ao ar livre, Suzana dá vida aos pratos em sua produção

Suzana Schermann Publicitária de uma vida inteira na TV e na Rádio Antena 1, a carioca radicada em São Paulo aposentou-se e, anos atrás, se instalou na Ilhabela, onde assinou o décor do hotel TW Guaimbê, entre outros projetos. Porque seu hobby, a decoração, virou profissão. De volta a São Paulo, onde vive e trabalha, Suzana participa de mostras de marcas como Quartos&Etc. e Artefacto B&C – nelas

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fez vitrines, como também para a Regatta e a Utilplast, esta premiada no Shopping Iguatemi. E comanda workshops e produção em lojas ao lado de seus projetos residenciais e comerciais em SP, Rio de Janeiro e Brasília. Escreveu o livro “Como decorei minha vida”, e é (re)conhecida pelo seu mix de cores e estampas.


@suzanaschermann | Suzana Schermann | design

Leve Ao som da cascata à beira da piscina, a alegria da estação vem por meio de cores vivas e de estampas alegres. No ambiente, uma mesa ao ar livre traz a inspiração ‘navy’ em bandejas, bowls e pratos. Para compor este cenário, a chefe de cozinha Talitha Barros apresenta a leveza do bolo Chiffon de limão servido com um refrescante sorbet de pitanga. Ingredientes frescos e leves insinuam doçura e praticidade, o ideal para curtir o calor de pernas para o ar. Esta tendência segue por outras estações, como bem diz o chef três estrelas francês Alain Ducasse: “Um prato correto deve ter no máximo cinco ingredientes”. Simples assim.

O vermelho predomina na mesa de Suzana para Talitha, com louças da Souq

Talitha Barros Cozinheira há 20 anos, Talitha Barros hoje é proprietária do restaurante Conceição Discos & Comes no bairro paulistano Santa Cecília. Os discos long play à venda entoam não só o clima da casa, mas os momentos em que ela cozinha atrás de um balcão, em frente aos clientes. Ela passou por casas como La Casserole e Mangiare. @talithabarros

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design | Suzana Schermann | @suzanaschermann

Simples Em sua sala de jantar, Suzana apresenta uma mesa composta por elementos tropicais. A mesa tem folhas de costelade-adão, sousplats transparentes e louças trazendo estampas de peixes e desenhos florais. O dourado nos talheres e nas taças enriquecem os detalhes. Tudo isto valoriza a criação do chefe Rodrigo Ribeiro, que transcende a estampa da louça em todas as suas nuances. O traço delicado compõe o food styling desconstruído, em uma combinação que une clássicos da confeitaria com um toque de ingredientes cítricos e aromáticos. Inspirado em uma pavlova, o chefe Rodrigo utilizou kiwi, marshmellow de limão e creme de capim santo como base para sua receita. Suzana deu toque especial à criação de Rodrigo na escolha das louças. “Optei por uma mesa bem de verão com um toque tropical, e uma louça delicada como esta sobremesa. Os talheres dourados são uma tendência que gosto muito também. Uma mesa, sem sofisticação – é o simples chic”, destaca.

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A costela-de-adão serve como jogo americano para as louças e talheres da Doural

Rodrigo Ribeiro O chefe tem 26 anos e formou-se em gastronomia em 2011. Em 7 anos, passou por 10 restaurantes atuando na elaboração, produção, criação, montagem e finalização das sobremesas. Trabalhou em casas como D.O.M., Maní e Oro, onde teve muito contato com gastronomia molecular, contemporânea e ingredientes brasileiros. Atualmente é o chefe de confeitaria do restaurante Peti. @rodrigoribeirogourmet



@suzanaschermann | Suzana Schermann | design

Natural O ambiente de descontração da cozinha traz o tom natural que compõe esta sobremesa. É uma aposta na diversidade de estilos, abrangendo materiais naturais no décor e nos ingredientes. A composição tem bowls e pratos de cerâmica orgânica customizada pintados à mão, com talheres rosé e guardanapos de linho envoltos, em que um delicado laço de sisal traz a delicadeza por meio de um arranjo de suculentas. Para este momento saudável, Rodrigo Albano, chefe de cozinha especializado em gastronomia funcional, apresenta uma torta vegana de chocolate com granola e frutas da estação. “Esta receita é composta por ingredientes funcionais e frescos, sem glúten e lactose. Ela é feita para comer sem culpa e a qualquer momento”, ele conta. A composição do ambiente segue a tendência de alimentação saudável. ■ Texto e Food Design: Mariana Bacci | @marianabacci Produção: Roberta Schermann | @robertaschermann Fotos: Wagner Valim | @wagnervalimphoto

A cerâmica orgânica da JRJ recebe e abraça a torta de chocolate e frutas frescas

Rodrigo Albano Chefe de cozinha especializado em alimentação saudável, funcional e vegana, é também private chefe. Além de cozinheiro, Rodrigo Albano é criador de conteúdo de lifestyle em plataformas digitais e ministra cursos. @rodrigoalbanod

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DE

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arte | Tatiana Coutinho | @tatianacoutinho_arq

Ela é particular

T

atiana Coutinho é ousada. Poucos meses depois de comemorar com uma exposição, em São Paulo, a

abertura de sua galeria virtual de arte e design chamada Particular.art.br, a

ARQUITETA VENDE HIGH DESIGN

capixaba acaba de fechar sua primeira

INÉDITO E ÚNICO PELA INTERNET

participação internacional: no Fuori Salone de Milão, em paralelo ao Salão do Móvel de Milão. Tatiana, que é a primeira galerista primordialmente on line do Brasil no setor, está feliz

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em patrocinar a edição de algumas peças de seu artista chileno Rodrigo Pinto para o evento, mais um degrau importante na nova carreira que acontece em paralelo ao seu trabalho na arquitetura de bom gosto. Para Flávia Dalla Bernardina, advogada, escritora, e mestranda em Artes Visuais (UFES), “o projeto de Tatiana tem o intuito primeiro de compartilhar seu olhar, construído ao longo de uma trajetória de aperfeiçoamento e pesquisa


@tatianacoutinho_arq | Tatiana Coutinho | arte

no Brasil e no exterior, para satisfação de um desejo, por assim dizer, particular”. E Tatiana completa, justificando sua opção primeira pela internet: “A Particular é um sonho se materializando. Ao compartilhar meus sonhos, a galeria de arte e design em plataforma digital se propõe a abrigar artistas e designers de relevância nacional e internacional, e ainda, descobrir e oportunizar espaço para novos talentos, em projetos sempre inéditos”.

Na pág. ao lado, obra de Camilla Roberta D’anunnziata com presença de Tatiana Coutinho. Acima, Contorcionista 18, de Gustavo Prado

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arte | Tatiana Coutinho | @tatianacoutinho_arq

Apaixonada por arte contemporânea e mobiliário moderno brasileiro, a colecionadora Tatiana possui, em seu acervo pessoal, artistas e designers de relevância no contexto nacional e internacional. Sua curadoria e seu olhar particular “traduzem a atemporalidade e ineditismo das peças e dos artistas selecionados para compor o acervo, com o propósito de conduzir ao incomum todos aqueles interessados em experimentar as sensações provocadas pela expressão da criação, seja pela arte ou pelo design, ou quando eles interagem”. O pontapé inicial da particular.art.br se materializou literalmente com a apresentação física de suas primeiras peças na Galeria Aura Arte Contemporânea, em novembro de 2018. E contou/conta com artistas brasileiros como Antonio Bokel; Alva Design; Camilla Roberta D’anunziata; Ricardo Innecco e

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Mariana Ramos; Guilherme Wentz;

Ghost, aparador de aço Mekal, assinado por

Gustavo Neves; Juliana Vasconcellos;

Juliana Vasconcellos

Leo Capote; Rodrigo Almeida e Vilar (José Carlos Vilar), ao lado do chileno Pinto. As peças foram desenvolvidas especialmente para a ocasião, ou chegaram com exclusividade para venda através do site, em sua maioria. Outros nomes irão compor o acervo artístico da galeria e as obras estão à venda pelo site www.particular.art.br. E também, em breve, em feiras de design e arte, em lojas selecionadas ou nos eventos temporários que a Particular participar. E, depois de Milão, o próximo passo que está sendo planejado é a chegada ao Rio de Janeiro, com seu acervo prá lá de singular, pois ela é Particular.■ Texto: Sergio Zobaran | @sergiozobaran


@tatianacoutinho_arq | Tatiana Coutinho | arte

Território Instável do artista chileno Rodrigo Pinto

Ao lado, a poltrona Ferro, de Léo Capote

Fotos: Rômulo Fialdim

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René Fernandes | exterior

Acima das nuvens TERRAS ALTAS TRAZEM UMA FAZENDA DOS SONHOS

S

ão 30 alqueires de terra mineira, a três horas de carro de São Paulo, em Gonçalves, município que atinge 2.100 m de altitude na Serra da Mantiqueira, em plena Mata Atlântica preservada. Lá está a fazenda do jovem casal paulista, com dois filhos. E sua sede “é uma casa brasileira, com certa nostalgia europeia”, define René Fernandes, autor do projeto, ao lado da sócia Adriana Rossi. O arquiteto explica: “o ar propositalmente ‘caipirachic’ reflete em seu despojamento – por dentro e por fora – os desejos dos donos, filhos de fazendeiros pelos dois lados”. Acompanhando a topografia local, o único platô existente (“no limite do limite”) foi o lugar escolhido para implantar a construção de alvenaria de 600 m ² dividida em dois andares, enfiada na terra e aberta em forma de U para a vista espetacular – e tão do alto que chega a ficar acima das nuvens.

A casa foi construída respeitando o relevo montanhoso e, para ressaltar a vegetação nativa, a área foi adornada com plantas de diferentes espécies

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exterior | René Fernandes

A terra da região, tão utilizada quanto as pedras locais, deu textura e cor à fachada que abriga interiores brancos como na grande sala e em mais duas áreas sociais. E muita cor nas quatro suítes que surgem em rosa, verde e azul. A cozinha com seu fogão à lenha foi integrada à sala de jantar, e ainda tem as demais áreas de serviço, e um solarium. No piso, tijolos à exceção dos banheiros, que receberam ladrilhos hidráulicos ou cimento queimado. E todas as janelas foram feitas com madeira de demolição. Vigas roliças e de seção retangular, também de madeira, dão um belo movimento visual e o suporte interno necessário ao telhado.O lugar paradisíaco com clima temperado de altitude – lareiras foram distribuídas lareiras pela casa – é perfeito para quem ama estar junto no meio do mato, como essa família, para quem o lazer é a caminhada pelas trilhas, já que são andarilhos contumazes.

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As sacadas dos pavimentos superiores permitem a integração dos ambientes internos e externos. A fachada com tons terrosos traz rusticidade ao projeto

O estilo de vida do campo é caracterizado por diferentes elementos: o teto com vigas de madeira aparentes e a coifa acobreada sobre o fogão à lenha


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exterior | René Fernandes

Com toques modernos mais evidentes, o sofá foi reformado e recebeu tecido de veludo do Empório Beraldin e couro da Novitá. Os pufes são também da o itá. randes ane as intensificam a iluminação natural

A piscina (nossa foto de capa) está ali meio disfarçada com seu trampolim de pedra, e a diversão maior é aproveitar as diversas cachoeiras que o terreno possui. René pontua: “Neste caso sou um ‘arquiteto de família’, pois já fiz algumas casas para eles em uma década, e durante um ano inteiro ia toda semana até a fazenda para acompanhar a obra – foi um grande prazer”. Note as árvores do paisagismo de Laila Fernandes, entre algumas espécies plantadas, como os álamos, plátanos e os lindos liquidâmbares. Acompanhe pelas legendas das fotos

O banheiro ganhou peças antigas: o lustre e a mesa de cabeceira herdada da mãe do proprietário. Décor que dialoga com a madeira de demolição que reveste o piso

o mobiliário mix&match de colonial brasileiro com móveis do século 18 que vieram de outras fazendas da família, além de móveis rústicos assinados e peças garimpadas por aí.■ Texto: Sergio Zobaran | @sergiozobaran

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Fotos: Valentino Fialdini


sideraquartz.com +55 11 4301 2382 | contato@sideraquartz.com Avenida das Nações Unidas | Torre Tarumã cj. 316 | São Paulo | SP | 04730-090 sideraquartz sideraquartz

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recicle | Elias Lanzarini | @elayawoodworks

Elias agora é Elaya O DESIGNER MORA NA PRAIA E CRIA PEÇAS SUSTENTÁVEIS PARA A ELAYA WOODWORKS

A

primeira San Diego a gente nunca esquece. Assinada pelo artesão/ artista/designer catarinense Elias Lanzarini, a poltrona (foto) é feita de madeira, cordas náuticas e metais retirados de barcos que já não podem navegar. E quem a apresentou a mim foi a fotógrafa baiana Flávia K., na mostra de inauguração do novo showroom da Toque da Casa, em Salvador. Depois revi a SD no simpático Garimpório, no Rio. E eis que um dia Elias veio me visitar em São Paulo. Que figura! Filho de um comerciante de ferro-velho, Elias mora na Praia do Estaleiro, em Balneário Camboriú, SC, mas desde de 2015 passa temporadas de seis meses por ano em São Francisco, na Califórnia, onde aprendeu muito e colocou em prática suas habilidades: “Faço parte de um projeto sem fins lucrativos na construção de um navio de madeira de 132 pés; trata-se de um trabalho voluntário e lá

aprendi muito sobre processo construtivo, tanto de barcos como de mobiliários”. Elias Lanzarini, que por força da língua inglesa teve seu nome alterado na pronúncia e na grafia, hoje tem a empresa Elaya Woodworks. Ele explica: “Minhas peças são numeradas, exclusiva e assinadas e, para fazê-las à mão, resgato e reutilizo madeiras de embarcações abandonadas, naufragadas ou que sofrem manutenção. Redes de pesca e cordas eu busco em estaleiros de pesca em cidades vizinhas ou com pescadores locais”. Ao lado da SD, sua poltrona Calypso – o nome vem de uma embarcação que desmontou –, Elias (ou Elaya), também cria mesas, cadeiras, bancos e até bandejas com seu mesmo visual natural, a partir de seu desejo de fazer um design correto e sustentável. Hoje seus produtos também podem ser encontrados no super site boobam.com.br. ■

Poltrona San Diego: a primeira criação de Elias Lanzarini

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Fotos: divulgação


@vienna.gamanacasa | por Marcelo Gama | coluna

Sob o sol da Sicília CRITA CERAMICHE, DESIGN CONTEMPORÂNEO E TRADIÇÃO DA FAIANÇA ITALIANA Produção: @da ide.fi ia @matt ia.s e @liviogiudici

A

qui em Viena, em plena Europa central, a cada ano que passa sentese mais e mais calor: enquanto a primavera há muito deixou de ser amena, o próprio verão se tornou mais intenso, o outono sempre atrasa e o White Christmas, aquele Natal todinho coberto de neve, ficou pra trás nos sonhos de Irving Berlin, autor da famosa canção natalina. O mês de dezembro, que sem a neve não passa de um cinza pra lá de desbotado, perdeu seu antigo charme, acentuando a saudade do sol e o desejo de viver eternamente um verão caloroso e iluminado. Se alguma referência aos trópicos pode parecer distante demais para aquecer esse inverno vienense... o Mediterrâneo está logo ali! A Sicília, sua maior ilha, é famosa não só por algumas das praias mais belas da Europa, pelas frequentes erupções do vulcão Etna e por seu limão perfumado e amarelinho, mas também pelo solo riquíssimo em argila,

matéria prima de uma tradição ceramista milenar, reverenciada mundialmente. Multicolorida e brilhante pelo esmalte da faiança – ou majólica –, a cerâmica siciliana é produzida principalmente na pequena cidade de Caltagirone. Foi lá que também nasceu Crita, a mais elegante interpretação dessa verdadeira paixão local, trazida recentemente para Viena por seu trio de jovens empreendedores. No dialeto siciliano, a palavra crita quer dizer simplesmente argila, e é exatamente essa pureza de estilo que o design escultural de Crita representa. Suas peças únicas e inteiramente hand-made dão ênfase à forma, à cor e à essência de objetos originalmente luxuriantes e muito mais ornamentados. Segundo seus criadores, é como se o espírito barroco siciliano e a inquieta alma sulina quisessem se fundir com a linearidade e simplicidade do norte num grande abraço coletivo da Europa, sua história e seus povos. ■

Sicília é famosa também pelo solo riquíssimo em argila, matéria prima da cerâmica

Fotos: divulgação

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Sem excessos NO PROJETO DA COBERTURA EM SÃO PAULO, MENOS PÉ-DIREITO (ALGO RARO!) E ESQUADRIAS PARA UM RESULTADO MAIS ACONCHEGANTE

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O apartamento era daqueles bem paulistas, sabe?”, brinca Patricia Marinho ao descrever seu projeto de reforma para um duplex na Vila Nova Conceição. A família proprietária deixou o Rio de Janeiro, onde vivia em uma casa que incluía até um pomar, e veio para o espaço urbano de São Paulo. “Tinha pé-direito

duplo, laje curva, esquadria arredondada, o que deixava a sala meio estranha, sem privacidade”, conta Patricia. Para lidar com os pontos ‘desagradáveis’ do imóvel, os clientes a chamaram e confiaram nela justamente por conta sua origem também carioca. Eles disseram: “Você vai entender o que a gente quer”. Foi o que aconteceu.


@patricia_marinho_arq | Patricia Marinho | design de interiores

Logo de início, Patricia Marinho preparou

exemplo: Patricia decidiu remover a piscina

soluções para o apartamento como se fosse,

do terraço e substituí-la por um espelho

segundo ela, um projeto para uma mostra

d´água, enquanto os proprietários pediram

de decoração, ou seja, com total liberdade

a instalação de um deck deslizante sobre

para criar aquilo que julgasse necessário.

sua superfície. “A confiança deles em mim

Dialogando posteriormente com os clientes,

e no projeto foi muito importante. Eles

foram feitos ajustes para que a obra

ouviram as propostas e fizeram sugestões”,

ficasse a cara dos futuros moradores. Por

lembra Patricia em tom de satisfação.

À esquerda, poltronas de Jader Almeida e Sérgio Rodrigues na Arquivo Contemporâneo e na Dpot. Na parede, obra de Macaparana, da Dan Galeria. Acima, o espelho d’água à frente do mural de Noel Marinho, com espreguiçadeira da Dedon, na Collectania

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design de interiores | Patricia Marinho | @patricia_marinho_arq

O terraço de 72 m² recebeu atenção especial. Ao espelho d´água, onde as crianças podem brincar em segurança, e os adultos descansar em espreguiçadeiras, foi incorporado um mural de azulejos assinado por Noel Marinho (1927-2018), grande arquiteto e pai de Patricia – uma obra de arte para ser contemplada também da área interna. Para ampliar a utilização do espaço, foi instalada uma cobertura

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de aço e vidro, onde se acomodam um balanço e sofás. A equipe de engenharia MpH foi designada para reduzir as esquadrias e modificar o pé-direito, pois suas proporções exageradas prejudicavam a obra. “A reforma foi radical mas, por conta do trabalho sutil da engenharia, quase não se percebe”, afirma Patricia Marinho. A escada de acesso ao pavimento superior, local

As cortinas de linho são do Empório era din e os ro s da u a e . o do da Arq Design Rio sobre a estrutura da MPH Engenharia que acolhe o balanço da Tidelli. O piso da área externa tem cerâmica Lepri


@patricia_marinho_arq | Patricia Marinho | design de interiores

O projeto de iluminação é da Lumini. O sofá e a mesa de centro de Jader Almeida são da Arquivo Contemporâneo, e a poltrona azul é assinada por Sérgio Rodrigues, na Dpot

onde está a área íntima e o family room, também foi reformada, retirando-se uma estrutura metálica pré-existente e uma das paredes ao lado para redistribuir os degraus e proporcionar mais comodidade. Na decoração, o apartamento contou com objetos e mobiliário novos, adquiridos em sua maioria especialmente para a nova residência. Toques de sofisticação como esse não fazem o projeto perder a sua essência prática, sem excessos. “Acho que acertei a mão na mescla entre os estilos carioca e paulista”, comemora a arquiteta. ■

Texto: Victor Hugo Felix | @vhbfelix Todo o trabalho em madeira da escada foi desenvolvido pela Marcenaria Trindade. O piso é de mármore e as paredes são revestidas com papeis da Orlean.

Fotos: MCA Estudio / Denilson Machado e Renato Navarro

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coluna | Raquel Silveira | @raqsilveira

Experiência mexicana O QUE RAQUEL SILVEIRA VIU E SENTIU EM TULUM

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D

epois dos furacões do ano retrasado no Caribe, o turismo no México deu uma acelerada com a construção de novos hotéis e a chegada de turistas mais exigentes, especialmente em Tulum. Fui para um casamento de amigos brasileiros (e no mesmo fim de semana aconteceram mais dois por lá - Tulum é um dos destinos turísticos da moda). O mais badalado dos hotéis é o Azulik, com seus restaurantes sofisticados, como o Kin Toh’s Mayan, que tem um mix de comida japonesa com temperos maias, e um de comida mexicana chamado Tseen Ja’s. Nele não se usa energia elétrica, e essa experiência provoca uma desconexão total e o contato direto com a natureza, um verdadeiro detox. É pra quem ama o estilo... A arquitetura é de matar, todos os materiais da construção são orgânicos, e o pôr-do-sol é o mais lindo do mundo. Os demais hotéis são pé na areia,

e tem um cinco estrelas no fim da praia, na antiga casa do traficante colombiano Pablo Escobar, o Casa Malca, do marchand Lio Malca, que tem um bar com obras do Keith Haring. Vale a visita para tomar uma tequila em seu bar. Me hospedei no Nômade Tulum, onde fiquei com certo receio numa tenda, mas ao mesmo tempo tinha internet, ar condicionado, todas as facilidades. Tulum tem um jeitão assim de Trancoso, com bares, lojinhas, muito charme para quem quer entrar no clima. É diferente das ilhas do Caribe, e virou um paraíso para sul-americanos abonados, que chegam lá de Miami com apenas 1h30 de voo confortabilíssimo nos quais você viaja deitado, com todo o conforto. E lá se encontram uma cultura muito forte, uma praia maravilhosa, e um serviço excelente nestes hotéis da praia, com um outro know que nós não temos... ■

Ilustração: Daniel Maioli | @maiolidaniel


@maximilianocrovatogallery | Maximiliano Crovato | design de produto

O pulo do gato MAXIMILIANO CROVATO COMPLETA COLEÇÃO COM INSPIRAÇÃO MEMPHIS

N

o ano passado, o designer Maximiliano Crovato apresentou na feira M.A.D.E., de Waldick Jatobá, no Pavilhão da Bienal (Ibirapuera, SP), a linha de móveis que chamou de Geometria, por causa de suas linhas retas e curvas. Com inspiração no movimento Memphis – nascido pela mão de alguns arquitetos italianos geniais liderados por Sotssass, em 1980 – Max buscou o uso das mesmas cores primárias, mas também em suas variações na laca sobre madeira. E deu muito certo: sucesso de mídia aqui e fora do Brasil, e também de vendas. Agora, o até então apaixonado pelos acrílicos, metais e brilhos dos anos 1970 virou a chave e, com olhar fresco e contemporâneo sobre a base europeia de uma década depois, completa sua linha formada em cilindros, pirâmides e prismas por um sofá, duas poltronas, cinco cadeiras,

dois taburets, um console, e seis mesas – de jantar, de centro e laterais, além de um móvel-bar. São verdadeiras esculturas a serem admiradas e utilizadas, produzidas artesanalmente em madeira (complementada por acrílico, vidro e metal), na total contramão da enxurrada de móveis com estrutura de ferro e aço. O lançamento desta nova fase da Geometria, que se soma a algumas peças da anterior, acontece em data única, fechado apenas para lojistas e arquitetos, no dia 6 de fevereiro, das 10h30 às 16h, no Jardim de Lina (Bo Bardi), instalação de arquitetura efêmera onde acontecem poucos e bons eventos, na emblemática Casa de Vidro do casal Bardi, no Morumbi, em SP. ■

Texto: Sergio Zobaran | @sergiozobaran

Mesa lateral Giuseppe e mesa lateral Franca

Cadeira Luca, cadeira Elio e cadeira Paolo

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Bunker cultural

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N

o início do verão carioca, Oskar Metsavaht abriu as portas de seu studio OM.Art para receber

a revista de.cor.ar por uma tarde

NO RIO, O JOVEM STUDIO OM.ART

inteira de bate-papo. Instituição cultural

AMADURECE COMO RESIDÊNCIA E

contemporânea, o local envolve o estúdio

RESISTÊNCIA DA ARTE BRASILEIRA

do artista Oskar e sua equipe 100% voltada

para a arte, e abriga exposições, além de residências culturais e outras experiências artísticas – um verdadeiro foco de resistência que pretende dar espaço à classe em suas mais diversas expressões. Leia aqui um pouco do que ele nos contou e corra para o nosso aplicativo, onde muito mais do estúdio espera por você. Fala, Oskar!


Studio OM.Art | arte

Se o studio OM.art não é uma galeria, embora já tenha realizado três mostras, qual é exatamente a sua proposta? O OM.art é o meu estúdio de arte. Conceitualmente, um espaço multidisciplinar que abriga conteúdos de reflexão contemporânea sobre arte, ciência e filosofia, por meio do olhar de curadores e intelectuais convidados. E também tem um espaço que pode ser aberto ao público e abrigar exposições de arte em geral, viodeoinstalações, residências artísticas. É meu espaço, independentemente de qualquer outra atividade criativa minha que não seja arte. É onde tenho a liberdade de tempo, de expressão e de uso. Onde realizo meus ensaios em desenho, pintura, filmagens, performances, esculturas. Obras que não tenham um pensamento estratégico como no design e no branding. Não é uma galeria, é um espaço meu de trabalho artístico que abro e compartilho com outras instituições, curadores e artistas para exposições individuais ou coletivas em que eu possa ou não participar -- às vezes, quando preciso usar todo o meu estúdio, não há exposições. Quando acontecem, elas são parte do meu trabalho como artista, e servem como residência artística onde o conceito e espírito de cada uma, dentro do meu estúdio durante 60 dias, me fazem mergulhar nelas e delas me inspirar diariamente. Como as exposições Rhodislandia, do Helio Oiticica, e Dialética, por exemplo.

Ao chamar a arquiteta Bel Lobo para o projeto, qual foi o briefing? Eu procurava um galpão ao redor do Jardim Botânico e do Horto, para ter um espaço separado do meu estúdio de design na Osklen. Durante três anos, até meados de 2018, meu estúdio de arte era em uma casa na Gávea. E eu precisava de um espaço maior, para projetos meus de videoinstalações, e que fosse perto da minha casa, para eu poder ir de bicicleta. Quando eu soube da

Vila Portugal, no Jockey, a Bel Lobo estava começando um projeto aqui – já havia projetado a forma de galpão combinando com as casas do lado, para que tivesse sentido. Porém, eu precisava de um lugar mais amplo, e veio a ideia de fazer um subsolo e outro andar meu, para ter duas partes de estúdio, para que a fotografia e a pintura ficassem em uma área, e as videoinstalações em outra. Eu precisava que a parte de baixo fosse um

cubo branco e a parte de cima um espelhado com luz natural. Queria um lugar em que pudesse ter conforto e receber amigos. E ela uniu tudo isso. Pensei no verde-oliva da fachada por duas razões: uma, para que ele não sobressaísse e ocupasse visualmente todo o espaço. Em segundo lugar, porque a forma de contêiner verde significa para mim uma certa ‘guerrilha’: é um dos bunkers de resistência cultural no Rio de Janeiro.

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arte | Studio OM.art

E como seu Brazilian Soul impacta na contemporaneidade? Esta minha expressão é do final dos anos 1990. Com ela assino conceitos e elementos universais de nossa cultura, os quais identifico naquele momento. O BS é o imaginário do que somos, o resultado da mistura étnica e cultural que temos: africana, indígena e europeia. Essa coleção de valores intangíveis que criou e cria quem somos, e nosso sentimento único e universal. O espírito do brasileiro, o que nos torna originais.

Como foi a sua jornada da moda em direção à arte? Da mesma forma como da minha carreira de médico para a de designer, de designer para estilista e agora para a de artista. Como tal, não considero a plataforma em si do trabalho, mas seu espírito. Onde a criação vem de um desejo, de uma necessidade e de uma forma de ver a vida e de se expressar -- e assim me considero artista desde jovem. Arte e ciência sempre fizeram parte de minha formação, porém a acadêmica foi em medicina, onde a filosofia, a arte e as ciências se encontram. Medicina nos faz compreender o ser humano: o biológico, e o espiritual e psicológico. A arte vem da cultura da minha família, de várias gerações, e desde jovem já fotografava, filmava e editava, além de fazer pequenos desenhos e pinturas. Minha cultura estética é rica de história da arte e filosofia, pois sou filho e irmão de professores das duas áreas, que não estudei -- e de pai e irmãos médicos acadêmicos. Se se observar no meu trabalho de maior dedicação até agora, a Osklen, percebe-se uma riqueza estética e conceitual bastante consistente. A arte sempre fez parte do meu

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processo criativo, na moda e em todos os projetos em que me envolvi. Então não houve exatamente uma passagem. A arte é uma extensão natural na minha trajetória. Qual a conexão entre todos os seus diferentes negócios: marca, estúdio e também o hotel Janeiro? São somente diferentes plataformas onde posso expressar meu estilo e criatividade. Moda é percepção de comportamento da sociedade, e como me incluo nela e as pessoas também, ali é onde essas percepções são decodificadas em design. No Janeiro acho que é a de receber, de ter pessoas em um espaço onde a cenografia é que seduz e envolve. Onde eu talvez expresse melhor o meu amor pelo Rio, com visão da cidade de forma minimalista, fazendo com que as pessoas se sintam dentro desta experiência. O Janeiro é a minha percepção estética, que não tem diferença da que tenho em relação à moda e ao studio OM.art. Tudo é uma expressão do que sou. O studio OM.art é o ambiente onde tudo começa, antes do que acontece na Osklen e no

Janeiro. O que sai de dentro do estúdio talvez possa inspirar a mim e as minhas equipes lá fora em outros projetos. É uma troca de liberdade que tenho com outros artistas. O trabalho que sai daqui é algo que não codifico em moda, arquitetura ou decoração. Uma das últimas coleções da Osklen, tendo Tarsila do Amaral como tema, levou a arte brasileira das vitrines para o mundo. Como foi? Na coleção que fiz para a Osklen, inspirada na obra e vida de Tarsila, minha equipe do studio OM.art realizou um projeto de co-branding Tarsila/Osklen/MoMa. E eu e minha equipe de design na Osklen criamos a coleção. Tarsila é um dos elementos do nosso ‘Brazilian Soul’, tanto quanto o Samba, a Capoeira, a Amazônia, e outros. Comparo conceitualmente o meu ‘Cool and Brazilian’ dos anos 90 ao ‘Tupy or not Tupy’ do Oswald de Andrade no manifesto antropofágico nos anos 1920. Cada um, em suas épocas, nos fazem refletir de uma forma ‘estrangeira’ nossa própria cultura. Olharmos para nós mesmos.


Studio OM.Art | arte

Oskar Metsavaht, empreendedor da criatividade O ARTISTA, DESIGNER E DIRETOR DE CRIAÇÃO APRESENTA SEU BUNKER CULTURAL, NO RIO

“Não me considero um empresário. Sou um artista que empreendeu sua criatividade, seus elementos de estilo e conceitos através do design”, diz Oskar Metsavaht com sua fala mansa e leve sotaque gaúcho de origem. Cool e cult como ele só, e super jovial, ele é médico, mora no Arpoador, no Rio, é casado e pai de três filhos, e veste literalmente os próprios conceitos. Despojadamente carioca em sua T-shirt e jeans pretos – e um tênis bege velho da Osklen, marca que fundou –, ele começa explicando tudo com calma, segurança e uma simplicidade que embute timidez. Muita, aliás, para quem já fez e faz tanto: “Criei uma das marcas mais importantes do Brasil, que com certeza faz parte dessa cultura nossa, brasileira, representada mundo afora. Empreendi minha criatividade em um momento da minha vida por uma oportunidade com aquele primeiro casaco de neve (refere-se às surpreendentes vitrines e araras com suas criações para a neve expostas em um espaço pioneiro, Fotos: divulgação

em 1986, no calor à beira-mar de Búzios, RJ), em que usei meus conhecimentos científicos de anatomia, biofísica e ergonomia para eu mesmo usar em uma expedição nos Andes. E alguns anos após (1989), criei a Osklen não pensando comercialmente, mas sim com o desejo de mostrar o que eu havia feito, os casacos e as minhas fotos nas expedições dos Andes aos Alpes. Sempre faço assim minhas coleções, gosto de expressar o que vivi ou imaginei, e toda vez é isso. É o que me move. Minha inquietude não vem do empreender, vem do artista, vem do conhecer o mundo, viver experiências e compartilhar com os outros o que sinto, vejo e percebo”. Com esta etapa consolidada no brand consagrado, com lojas próprias e franquias no Brasil e no exterior, vieram outras oportunidades ao longo dos 30 anos de carreira -- o exercício da medicina só foi abandonado em 1996. De novo: “O hotel Janeiro (inaugurado no fim do ano passado no Leblon, Rio

de Janeiro) e a própria Osklen não vieram para mim como uma pretensão de negócios. Ambos começaram pelo meu interesse em expressar em alguma plataforma os meus elementos de estilo. Os negócios vêm depois para manter os meus projetos e poder crescer. Eu não desenvolvo o business, tenho uma equipe para isso. A minha criatividade e a minha arte vêm daí. O que eu empreendo é a minha criatividade e a minha vontade de fazer. A minha inquietude vem da alma de artista, de sentir, compartilhar, aprender e criar”. E o artista pop, como ele se considera, ergueu desta mesma forma, no ano passado, um de seus atuais xodós: o studio OM.Art, que você pode conhecer mais pelas fotos e em sua entrevista nas outras páginas desta matéria, ou visitando o local: Rua Jardim Botânico, 997 - em terreno localizado no Jockey Club do Brasil, no Rio. E, ainda, baixando no nosso aplicativo da revista de.cor.ar.

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É tudo tão simples

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CHARME TOTAL COM ESPÉCIES

S

seus filhos, que adquiriram um terreno de

a paisagista Renata Tilli. Seu projeto

DE MONTANHA EM UM JARDIM

4 mil m² em um condomínio no interior do

de paisagismo buscou praticidade, com

DE FÁCIL MANUTENÇÃO

estado de São Paulo para ter como segunda

espécies que pedissem pouca manutenção.

casa. “O lugar deveria ser o mais despojado

“Elas se adaptam a um clima de montanha,

entir o ar de campo, desacelerar, deixar as preocupações de lado. Esses eram os desejos desse casal e

possível, para se desfrutar os finais de semana com o mínimo de trabalho. Portanto o conceito rondou a simplicidade”, comenta


Renata Tilli | exterior

seco, com noites frias e dias quentes”.

explica. Assim, ela adotou espécies como o

Segundo Renata, essa é sempre uma escolha

Jacarandá Mimoso, Liquidâmbar, Nandinas,

científica: primeiro tem que se observar o

Neomáricas, Jasmins, Agapanthus. “Quando

clima e tipo de solo, para permitir que as

se tem uma planta, você tem um ser vivo a

plantas se desenvolvam em sua plenitude.

ser cuidado para sempre. Por isso optei por

Depois vem a estética. “O estilo é imposto

aquelas que dariam menos trabalho de se

pelo lugar e para quem ele é feito”,

manter”.

Ao lado, espécies de cuidado simples foram adotadas por Renata Tilli nesse paisagismo – como dietes, capins, jasmins, agapanthus. Acima, para relaxar, nada melhor do que um balanço, que acolhe quase como um ninho e proporciona os momentos leves que o casal tanto desejava

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Renata Tilli | exterior

O projeto ainda foi feito em harmonia com a arquitetura – que ficou a cargo de Fernanda Abs e Fred Benedetti. Toda a casa foi planejada para que fosse possível admirar o exterior, abrindo-se para ele. “Essa conversa entre arquitetura e paisagem acontece o tempo todo. Em qualquer cômodo que se está, é possível se sentir dialogando com o campo”, diz Tilli. Os arquitetos ainda planejaram uma piscina de pedras naturais da indonésia, um revestimento térmico que mantém a água em temperatura sempre agradável.

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Ao lado da piscina revestida de pedra da indon sia um pergo ado fi tra os raios solares e traz ainda mais conforto


Renata Tilli | exterior

As plantas foram escolhidas de acordo com o clima da região: muito seco, com manhãs quentes e noites frias. Assim, as espécies conseguem se desenvolver, orescer e tra er toda e uber ncia.

Seguindo uma linguagem rústica, o mobiliário que compõe a área externa é predominantemente de materiais naturais, com muito despojamento e simplicidade.“Tudo o que eu faço é cuidar da natureza e acrescentar ao mundo, construindo a paisagem. Já plantei um bocado de árvores e pretendo continuar plantando muitas mais, para construir uma atmosfera melhor para o mundo em que vivemos”, ela diz sorrindo. ■

Texto: Marcela Millan

Fotos: Ancar Barcalla e Paula Constante

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por Mariana Bacci

Recomendamos O VERÃO É TEMPO DE RENOVAÇÃO: DO SEU CORPO E DA SUA CASA

Toalhas e bolsa

Cuba

Para aquele charme a mais à beira da piscina, a Casa Almeida apresenta a toalha de praia Marrocos, 100% algodão, com dupla face e franjas. A bolsa de praia em tricô se chama Barcelona

A cuba Marrakesh, da linha Artist Editions da Kohler Brasil, pintada à mão, é uma homenagem à antiga capital do Marrocos inspirada pela arquitetura mourisca encontrada nesta cidade mágica

@casaa meidaoficia

@kohlerbrasil

Espreguiçadeira

Linho

A chaise Vincy é assinada pelo designer e fundador da Mac, Marcio Cecilio. Em cumaru maciço, ela é revestida em tela sling

O minimalismo da basico.com traz o linho em uma coleção repleta de modelos leves e frescos, perfeitos para compor o clima do verão em qualquer ambiente

@macmoveissaopaulo

@soubasico

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por Victor Hugo Felix

Calendário

60

5 a 26 de fevereiro

Até 10 de Fevereiro

18 a 20 de fevereiro

32ª edição do Prêmio de Design MCB

Paralela

Desde 1986 o Museu da Casa Brasileira premia peças de design inovadoras e instigantes. As 50 peças premiadas de 2018 estão expostas juntamente com outras 70 selecionadas pela comissão julgadora. Dezenas de cartazes selecionados pelo Concurso do Cartaz também estão à mostra, valorizando o design presente nas artes gráficas.

Em sua primeira edição de 2019, a feira reúne 30 nomes do design brasileiro, como Ana Penso, Célia Canosa, Somasse Pottery, Lu Barros, Estudio Dentro e A | Mobiliário. A proposta é reunir projetos que introduzam na indústria o design autoral. A programação inclui talks e ações para empreendedorismo.

mcb.org.br

parqueibirapuera.org

Escola de Artes Visuais do Parque Lage, RJ eavparquelage.rj.gov.br

Até 28 de fevereiro

Até 7 de abril

Até 14 de abril

Ateliê Aberto

Architecture for Dogs:

Aranha, de Louise Bourgeois

Promovendo um espaço seguro para o desenvolvimento de ideias, o Sesc Interlagos oferecerá maquinário para conceber rea i ar e fina i ar pro etos de marcenaria e costura. Educadores estarão disponíveis para auxiliar nos

Sob a curadoria do designer japonês Kenya Hara, a exposição na Japan House apresenta casas de cachorro assinadas por nomes como Kazuo Sejima, Kengo Kumo e Sou Fujimoto. Criativas e contemporâneas, as casas e am re e ão sobre as re aç es da sociedade com os bichos. Para a

Uma das mais importantes obras contemporâneas internacionais, a Spider de Louise Bourgeois chegou ao Instituto Inhotim (MG) após 20 anos sendo exposta pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/ SP). Pertencente ao Itaú Cultural, a obra de arte continuará em Minas Gerais ao longo do verão e de lá

Sesc Interlagos, SP sesc.com.br

Japan House, SP japanhouse.jp/saopaulo

Instituto Inhotim, Brumadinho (MG) inhotim.org.br

Poética expositiva: desenvolvimento e acompanhamento de projetos

Sonia Salcedo, arquiteta, urbanista, cenógrafa e doutora em artes visuais, ministra curso para estimular a criatividade de designers, artistas, produtores, curadores, pesquisadores e profissionais das áreas corre atas. Tendo as mostras de arte como campo central do processo criativo, os

Fotos: Daniel Paoliello, Hiroshi Yoda, Phillip Rittmann, Renato Parada, Valentim Studio e divulgação


Contatos

Conheça OS AUTORES DOS 4 PROJETOS Renata Tilli

Patricia Marinho Formada em arquitetura pela Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e com formação na faculdade UP7, na França, e no Politecnico di Milano, na Itália, Patricia Marinho tem dedicado seu escritório ao planejamento individualizado, garantindo que a participação ativa dos clientes garanta resultados mais satisfatórios.

Renata Tilli é a terceira geração de uma família dedicada ao cultivo de plantas, à reconstituição e à preservação da Mata Atlântica e ao paisagismo. Com conhecimentos em artes plásticas, arquitetura e especialização em botânica e horticultura, Renata sempre se pautou no respeito à essência da paisagem e das plantas. Ao longo dos anos trabalhou com vários arquitetos renomados como Marcio Kogan, Isay Weinfeld, Paulo Jacobsen e Arthur Casas, entre outros.

Basico.com basico.com by Kamy bykamy.com.br Casa Almeida casaalmeida.com.br Cecília Dale ceciliadale.com.br Clami clami.com.br Doural doural.com.br Dpot dpot.com.br Empório Beraldin emporioberaldin.com.br Etel etel.design Interni interni.com.br JRJ Tecidos jrj.com.br Khaya Woods khayawoods.comn Kohler kohler.com.br Lepri lepriceramicas.com.br Lumini lumini.com.br Mac macdesign.com.br

René Fernandes

Karim Akl

Há 30 anos no mercado, René Fernandes, em parceria com Adriana Rossi, executou mais de 500 projetos. A dupla atua em residências, empreendimentos comerciais, escritórios, clínicas, hotéis, a m de cenografia estandes de endas e design de móveis.

Formado em Arquitetura e Urbanismo pela Belas Artes de São Paulo, com especialização em Design de Interiores na Parson School de Nova Iorque, Karim Akl tem um olhar cuidadoso em seus projetos. É especializado na renovação de mobiliário vintage, que em muito faz parte do seu estilo.

Orlean orlean.com.br Shadow Persianas shadowpersianas.com.br Souq souqstore.com.br

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A Artbel convidou grandes nomes da arquitetura e design tendências internacionais mais desejadas pelos profissiona

Centopeia, por Ana Lucia Salama e Gerson Dutra de Sá

Silvia, por Silvia Bitelli

Patricia, por Patricia Duarte

Byblos, por Cristina Barbara

Doralice, por Jú

Enrico, por S


n para assinar uma coleção de estofados, alinhada com as ais brasileiros. Abaixo, os sofás assinados pelos artistas:

úlio Cesar Dantès

Silvia Grilli

MON, por Eduardo Manzano

Nina, por Samia Sarayedine Testa

Raia, por Ivan Moreira Pinto

Riachuelo, por Mi_estúdio


Uma verdadeira obra de design assinada por quem mais entende de tecnologia.

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