Acendendo Chamas 2010

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Copyright 2010 by Poetas e Cronistas Maristas Coleção Acendendo Chamas Volume XVI

Programação Visual: Jackson Willians Ilustração de Capa: Elza Heloisa Filgueiras Formigoni Fotos: Maria Helena Barbieri / Renato Cabrini Amaral Revisão: Professores da Equipe de Língua Portuguesa Diagramação: Thiago Vinícios Capa: Jackson Willians

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Província Marista do Brasil Centro-Norte União brasileira de Educação e Ensino Colégio Marista Nossa Senhora da Penha Tânia Amélia Guimarães de Assis-Diretora Márcio Laureth Faquinote – Vice-Diretor Administrativo Eveline Morelli Lima – Vice-Diretora Educacional Alba Valéria Freitas – Coordenadora Pedagógica Cristina Márcia Vargas de Andrade – Coordenadora Pedagógica Jorge Luis Vargas dos Santos – Coordenador de Pastoral Lucio Cesar Loyola – Coordenador de Comunicação e Cultura Professores de Língua Portuguesa Aleidiane Aparecida Braga Caio Monteiro de Barros e Couto Gláucia Loss Alves Jean Carlos Pereira – Coordenador de Área Joelson de Maria Rocha Valéria de Assis Soares

Ficha catalográfica preparada pela Biblioteca Marista Irmão José Siqueira A 173

Acendendo Chamas, Poetas e Cronistas Maristas: Espelho, esplêndida metáfora que esparge em verso e prosa as faces da alma humana / Col. Marista Nossa Senhora da Penha (org.) – Vila Velha, 2010. 16v.

109p. 1- Poesia Capixaba

2- Crônica Capixaba

3- Título CDD 869.9 CDU 869 (81)

Bibliotecária: Rosana Mariano Chagas CRB517 - n. 404

Direitos desta edição reservados ao Colégio Marista Nossa Senhora da Penha Av. Champagnat, 925. Centro. 29101-012. Vila Velha/ES Telefone: (27) 4009-4200. E-mail: nspenha@marista.edu.br


Dedicatória Que pode uma criatura senão entre criaturas no espelho mirar-se e amar, amar o que os olhos não veem e esconde-se em estado natural nesse mágico objeto. Ah, espelho! — esplêndida metáfora da alma humana — Defrontar-se contigo é cárcere e redenção. Pobre Medusa, antes cega ficasse que, num átimo, clareasse-lhe a visão do quão distanciara-se do físico e da alma humana. Conheceu-se a si mesma — diria Sócrates, que pregava que não devemos nos preocupar com fama, riqueza e poder. Conhecer a verdade de si próprio promove a autotranscêndencia que permite mudar a relação consigo, com o outro e com o mundo. Espelho, espelho meu, refletes a BE-LE-ZA, essas três sílabas em equilíbrio, do átono ao átono, passando por uma explosão de tonicidade, deslizando macia pelo céu da boca, relaxando sibilina pela língua, para reboar desejo nos ouvidos humanos. Beleza, tão sonhada, muitas vezes inatingível, habita os recônditos recantos da alma humana. És, para os poetas, a expressão da dor e da alegria na busca do verso de ouro. Camaleoa do cerne humano, assumes várias faces : vaidade, luxúria, cobiça, luxo, poder e até simplicidade, haja vista que, às vezes, menos vale mais, muito luxo vira lixo. No século XIX, na aurora negra dos princípios do capitalismo ascendente, reluz, como halo dourado, o Dantismo, filosofia que teve como preceito a arte pela arte, em oposição aos valores, aos costumes e às mazelas advindos da industrialização das cidades, subtraindo a poesia e a beleza do espaço citatino. Muitos escritores do porte de Oscar Wilde dedicaram-se ao culto do belo, a fim de contrapor a futilidade, feiura e vulgaridade provocadas pelas paixões cunhadas pelo desenvolvimento e pelo dinheiro. Charles Baudelaire, em O Pintor da Vida Moderna, postula que a verdadeira manifestação do Dantismo está no “prazer de provocar admiração e ter a satisfação de jamais ficar envaidecido por isso”. Aos homens que por meio da literatura, ao longo dos tempos, ergueram o espelho à frente da sociedade para que outros homens, diante da visão de beleza, enternecessem seus corações, dedicamos as preciosidades desta seara, aspirações regadas com sensibilidade e sonhos de um mundo melhor, colhidas do despertar da primavera de nossos jovens poetas e cronistas. A vocês, nossa coroa de louros — ACENDENDO CHAMAS.

Equipe de Língua Portuguesa


Sumário

Poemas 6º ano

Voar Livremente Amizade Minha solução Meu Brasil Saudade O Horizonte O Valor da Amizade O Poeta Amigas para sempre Mundo Maravilhoso Planeta Vida Amizade Algo em Comum Vida de Adolescente Caminho a seguir

Poemas 7º ano

Estrelas me Fazem Brilhar Vida Bela Atravessar Espelho Espelho Espelho Espelho O Mistério dos Espelhos Através do Espelho Olho no Espelho e... Espelhos

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 27 28 29 30 31 32 33 35 37 38 39

Adoro Você! Espelho Pessoas Espelho

Poemas 8º ano

Sonho e Vida Vida Em Busca da Felicidade Orquestra As Montanhas da Vida Amor Perdido Amor Platônico Sensações Amizade Inspiração imprevisível A gente era feliz A Criança Agora é Um Adulto

Poemas 9º ano

Você Divergência Sentimental Amar Tarde demais Caminhando O último desejo Tristeza em Flor Sem Controle Solitário

40 41 43 44 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 59 60 61 62 63 64 65 66 67


Felicidade Janelas No Arco-Íris

Crônicas 1º ano

Classificados Café e Chuva A Fome Ônibus: Problema Coletivo king Kong Jovens Tempestades A Pomba e a Bomba Qual o Fim do Tarado? Desejo de Grávida

Crônicas 2º ano

Manhã Incomum Tempestades de Incerteza Espelho, Espelho Meu O Pequeno Monstro Almoço ou Sufoco? No Salão de Beleza Ida ao Consultório Domínio da Violência Aperto na Viagem

Crônicas 3º ano

Eterna Criança O Mundo Que Voce Vê

68 69 70

Essência Comum Criança Diferente Qual o Preço de Um Milagre? A Nova Infância

72 73 74 75 76 77 78 79 80

Tributos

82 83 84 85 87 88 89 90 91 93 94

95 96 97 98

Bolo da Felicidade Poetizando Vidas Verdadeira Felicidade Contraste Mentalidade do Adolescente Cifras Dominantes Verdadeira Felicidade

100 101 102 103 104 105 106

Equipe de Língua Portuguesa Coleçåo Acendendo Chamas

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Na verdade, não há Beleza mais autêntica do que a sabedoria que encontramos e amamos em algum indivíduo quando, prescindindo de seu rosto, que pode ser feio, e sem atentar de fato para a sua aparência, buscamos sua beleza interior. Plontino Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou conhecido. Coríntios (13, 11-12)


Apresentação Para acender uma lâmpada, basta um toque no interruptor. Mas, para acender uma chama, é necessária uma dança mágica entre o calor, o comburente e o combustível, conhecida como Triângulo do Fogo. Se um desses elementos não estiver presente, não há que se falar mais em chama. E é nesse acender da chama que surgem os belíssimos trabalhos literários do Colégio Marista, para os quais também são necessários três elementos – os professores, os alunos e a inspiração. Os professores ensinam, apoiam, incentivam, revisam... junto aos alunos, que pensam, rascunham, escrevem, apagam, reescrevem... em uma dança majestosa em torno da inspiração, em que todos os elementos são mais do que indispensáveis. Essa dança é conhecida como Triângulo das Palavras. Palavras que brotam dos olhos do poeta. Palavras que surgem da mente do cronista. Palavras que inquietam a mão. Palavras que engrandecem o aluno Marista. E mais uma vez viemos despertar essa chama no coração dos alunos, através da troca de experiências, de conhecimentos e de muita inspiração! É a décima sexta vez que nos orgulhamos de noticiar que a chama será acesa, abrilhantando a cultura Marista, a cultura jovem e, sobretudo, a cultura capixaba. É uma honra apresentar esta coletânea, da qual já fiz parte, na certeza de que a chama do fogo e da inspiração irão resplandecer no coração de cada um de vocês leitores. Thalita Alves Ex-aluna


Poemas

6ยบ Ano


Voar Livremente Lucas Castello Agrizzi - 1º LUGAR

Pai: Antônio Daniel Agrizzi Mãe: Patrícia Cunha Castello Agrizzi 6º A

Meu sonho era voar Voar, voar, voar Voar como um passarinho Planar como colibri Meu sonho era voar Voar livremente Voar das noites frias Aos dias quentes. Quem me dera voar, Poderia ser amigo dos pardais Cantar com sabiás Brincar com os canários E fazer belos corais. Mas esse desejo não é possível Só sonhando mesmo Para eu conseguir voar Deitado na minha cama Somente a imaginar.

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Amizade Sara Silveira de Miranda - 2º LUGAR Pai: Antonio de Pádua Aquino Miranda Mãe: Nádia Silveira 6º A

Amigo é uma música que você não se cansa de escutar É um quadro que você não se cansa de olhar Alguém com quem você pode sempre contar Alguém que vai sempre o acompanhar. Alguém que sempre vai escutar você Alguém que sempre o ajudará Amigo, vamos admitir, Nosso desejo é de sempre estarmos juntos Ainda que nossos caminhos sejam diferentes Nossa amizade continuará eternamente. Porque nossa amizade não tem tempo Não tem barreiras nem explicação Verdadeira amizade é assim Como se você, meu amigo, fosse meu irmão.

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Minha solução Renata Braga Tinoco - 3º LUGAR

PAI: Renato Rangel Tinoco MÃE: Sonete da Silva Braga Tinoco 6º A

Fico no meu canto Sem me importar Pois muitos passam por mim Sem nem me olhar Fico no meu canto Segurando o coração Para não afundar em tristeza e depressão. Achava que não tinha solução Mas chegou um novo amigo Me indicando a solução. Ele me mostrou a beleza da amizade E amigos nos tornamos na sinceridade Mas ele teve que partir E me deixar aqui. Antes de ir disse para mim Confie no seu coração Pois ele mostrará a melhor direção. Disse também que iria voltar Que eu não deixasse a tristeza me abalar Fiz o que ele aconselhou Arrumei outros amigos para comigo estar. Sei que ele não voltará Mas sempre guardarei lembranças Do garoto que quis me alegrar.

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Meu Brasil Vitória Fink Omura - 1º LUGAR Pai: Victor Gaspar Dutra Mãe: Andréia Fink Bringuente 6º B

Minha terra tem lixões Onde não canta nenhum ser Vivem aqui políticos corruptos Que só gostam de ter. Meu país é desprovido De boa alimentação A prova disso tudo É criança se vendendo por pão. Na minha terra, sabiá não há Porém gostaria de poder reflorestar Com sabiá cantando voltaria o meu bem-estar. Gostaria de que minha terra, Meu Brasil, meu terreno, Voltasse ao tempo de glória Ao tempo sem tormento Ah...Brasil imaginário Hoje você perdeu o tom De ser um excelente cenário.

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Saudade Fernanda Lima Fassarella - 2º LUGAR

Pai: José Fernando Varejão Fassarella Mãe: Débora Milena B. L. Fassarella 6º B

É bom conhecer Uma pessoa especial Mas quando ela parte Nada fica igual. Parece que você está Numa estrada sem fim À procura de alguém. Por que nos faz ficar assim? Ao querer ver aquele alguém tão querido Você se sente acuado Pois se lembra que aquele alguém Não está ao seu lado. O nome desse sentimento é saudade Ela é um frio no coração Mesmo estando em dias de verão. Sentir saudade é fazer lembrar De momentos vividos Com um sorriso no olhar De alguém insubstituível.

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O Horizonte Matheus Borlot Nascimento - 3º LUGAR Pai: Sávio Valério P. Nascimento Mãe: Flávia Borlot Nascimento 6º B

Quando abria meus olhos O sol batia em meu rosto A leve brisa, o céu azul, Isso sim me dava gosto. Olhando para o horizonte Via uma linda paisagem O sol brilhando no mar E as aves formando uma linda imagem. O verde de uma ilha distante Também se iluminava ao sol Ouvia belos pássaros cantando: Melro, pardal e rouxinol. Lá longe, no horizonte, Via nuvens de tempestade... Quando penso em tudo isso, Me dá uma saudade...

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O Valor da Amizade Natália Zerboni Malva Rodrigues - 1º LUGAR

Pai: Hércules Cordeiro Rodrigues Mãe: Eloísa Zerboni Correa Malva 6º C

A amizade é um tesouro Ela vale tanto como o ouro Devemos preservar Para nunca acabar. Bons momentos que vou viver Bons momentos que já vivi Dos amigos nunca vou esquecer Por toda a minha vida, longe ou aqui. Amizade não se compra Amizade não se vende É apenas um jeito De mostrar o que sente.

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O Poeta Pedro Henrique de Souza Abreu - 2º LUGAR Pai: Helson do Vale Abreu Mãe: Maria Inês Souza Abreu 6º C

Eu quero ser poeta, Um poeta sonhador, Que sonha no futuro Ser um grande escritor. Pensei que fosse fácil, Mas escrever é um pouco difícil. Complicada é essa tarefa Para o poeta no início. Depois me acostumei, Escrevo para valer, Agora faço poema Para todo mundo ler. A esperança entrou em cena, Eu iria me formar, Meu coração batia forte E eu começava a rezar. Finalmente me formei, Agora sou escritor, Eu escrevo vários poemas, Meu sonho se realizou.

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Amigas Para Sempre Júlia Fonseca de Carvalho - 3º LUGAR

Pai: Eduardo Sousa de Carvalho Mãe: Ana Paula Fonseca de Carvalho 6º C

Amizade é um poder Que incentiva a vontade de viver. Na vida tenho amigas Que não são escolhidas. Elas aparecem E as amizades crescem. Juntas na escola Correndo e conversando A saudade não vai embora Quando nos separamos. Elas vão a minha casa E eu vou à casa delas O tempo vai passando Um novo dia esperando. Certo dia chego à escola: Mas cadê uma delas? Minha grande amiga está doente Vou rezar por ela. Passo em um jardim Vejo uma florzinha amarela Arranco-a, pego-a pra mim Mas, na verdade, vou oferecer a ela.

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Mundo maravilhoso Mariana Palauro Alves - 1º LUGAR Pai: Sílvio Magno da Silva Alves Mãe: Ivonete Palauro Alves 6º D

Tenho um mundo maravilhoso Na minha imaginação Não tem lutas nem guerras Apenas carinho e união. No mundo maravilhoso Não há corrupção Os políticos são bem justos O que é muito bom e causa satisfação. No mundo maravilhoso Não há poluição É um mundo com preservação. No mundo maravilhoso Os animais não estão extinção e o ser humano valoriza a vegetação. No mundo maravilhoso As pessoas são conscientes O que me deixa muito contente. Esse mundo é muito bom Pena que é da imaginação Mas podemos torná-lo real Cada um fazendo a sua parte Para esse mundo sensacional.

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Planeta Vida Henrique Leal Reis Morello - 2º LUGAR Pai: Juarides Afonso Morello Mãe: Letícia Leal Reis Morello 6º D

Eu sou um planeta, Nem tão quente nem tão frio, Nem tão longe nem tão perto Mas com certeza muito belo. Sou cheio de riqueza Vida em abundância. Água e oxigênio Tudo em grande exuberância. Apesar de tudo que sou Sofro com a ignorância De um ser que diz ser racional E ter muita inteligência Mas muito me destrói Por falta de competência. Hoje sofro com problemas, Estão destruindo minhas florestas Poluindo o meu ar Matando meus animais Vão chegar ao ponto de me matar! Não dá para viver assim, Mas se eles chegarem de ideia mudar Tenho certeza de que irão me salvar.

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Amizade Ana Luiza Roubach Rodrigues de Souza - 3º LUGAR Pai: Anderson Djar de S. Silva Mãe: Luciana Roubach Rodrigues de Souza 6º D

Amizade é um sentimento Que não tem explicação Ter amigos de verdade Dentro do seu coração. Nos momentos mais difíceis Eles sempre estão lá Sempre ajudando Você a se superar. Conselhos são muitos... Lembranças são eternas... Brigas, inesquecíveis... Amizades, fraternas. Ao final das discussões Sempre há o perdão Porque amigos não se separam Estão sempre no coração.

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Algo em Comum Maria Carolina Marinho Mota - 1º LUGAR

Pai: William Ribeiro Mota Mãe: Maria Vitória Zema M. Mota 6º E

O poeta é como um passarinho Em busca do melhor lugar Para construir seu ninho E com sua família morar. Com um pouco de palha e galho O ninho ele vai formando E há várias gotas de orvalho Para que tudo vá se encaixando. Brincando com as palavras O poeta consegue formar Uma linda poesia Para que todos possam se maravilhar. Passarinho e poeta Voam, voam sempre em frente Usando a imaginação Novos poemas, abrindo sua mente.

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Vida de Adolescente Amanda Pereira Quintaes - 2º LUGAR Pai: Marcos Lyra Quintaes Mãe: Isabela Passos Pereira Quintaes 6º E

Menina descolada Não sabe o que quer Sempre agitada Vive onde der. Cabelo só solto Blusa decotada Unha pintada De calça colada Escuta a mesma música Quantas vezes puder Vive na internet Masca muito chiclete Passa o dia inteiro ao telefone Falando com as amigas Praia, cinema, shopping Tudo de que precisa Dorme tarde Acorda tarde Sempre sorridente Essa é a vida de uma adolescente.

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Caminho a Seguir Rafael Abaurre Paes - 3º LUGAR

Pai: Rafael Abaurre Paes Mãe: Adriana Abaurre Paes 6º E

Procure ter confiança Para mais tarde Não perder a esperança

Se agirmos dessa maneira Ótimas coisas receberemos E uma vida sempre boa teremos.

É preciso ter determinação E evitar a ambição O melhor caminho É escutar a voz do coração. Na dúvida entre o bem e o mal Optar pelo melhor caminho é fundamental. As melhores escolhas fazem nossa vida sem igual. Muitas vezes temos impulsos de raiva e ignorância Mas de sentimentos como esses Temos que manter distância. Para vencermos na vida Temos que nos esforçar Nas diárias corridas. Ao nos entregarmos aos problemas Estamos agindo como fracassados Os méritos que adquirimos Não vêm por acaso. Devemos escolher bem nossas amizades Elas trazem as nossas vidas Muita paz e felicidade.

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Poemas

7ยบ Ano


Estrelas me fazem brilhar Eduarda Tolomei do Nascimento - 1º LUGAR

Pai: Jorge Alberto Braga do Nascimento Mãe: Cláudia Rezende Tolomei 7º A

Olho para o céu, algo me diz para brilhar, uma estrela para amar. Uma luz radiante, brilhando meu olhar, uma estrela cadente a passar. Um pedido para amar, para ver o seu sorriso no olhar. Uma estrela da constelação passando pelo meu coração.

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Vida Bela Rodrigo Barbosa Sena - 2º LUGAR Pai: Marco Antônio Barbosa Sena Mãe: Cláudia Torres Rocha 7º A

A vida é bela. A infância é uma via, um broto de imaginação que cresce junto com a forte determinação. Sempre que estiver triste, procure o véu das ilusões, o céu sagrado e infinito que nos banha de alegria. A mensagem que a vida nos passa é viver sempre alegre com a criatividade, com a imaginação, fazendo uma caridade para o seu próprio coração.

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Atravessar Melina de Souza Passamani - 3º LUGAR

Pai: Orlando Bastos Mãe: Cristiane Onofre 7º A

Atravessar o infinito sem fronteiras dentro da alma. Dentro de si se libertar. Só assim para se chegar bem mais perto de alguma razão e salvar-se de si e dar sentido ao coração perdido nessa imensidão. Pois o futuro sempre desconhecido se aproxima de forma triste dos corações endurecidos que a Deus hão de encontrar. O Pai sempre renova as forças, vai me fazer aprender que o Cristo está de braços abertos. Tento aprender e aceitar. A tudo e a todas as coisas reaprender a amar é libertar-se, despertar-se. Dê-se a Chance de melhorar-se.

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Espelho Amanda Cabral Schultz - 1º LUGAR Pai: Hilton Patrício Schultz Mãe: Geiselene Cabral 7º B

Espelho, alma e corpo do reflexo. Espelho, o cristal mágico do conhecimento. A aparência do ego e a face da ilusão. Espelho, a metáfora a qual todos nos redemos, E por fim conhecemos. O retrato da beleza ou da feiura, O azar de um espelho quebrado, A cor de um olho azulado, O espelho é enfim uma mentira Refletida em corpo alma e coração.

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Espelho Mariana Guimarães Mello Tinti - 2º LUGAR

Pai: João Paulo Mendonça Tinti Mãe: Regina Célia Guimarães Mello Tinti 7º B

Olhar para o espelho não pode ser com julgamento e sim com o conhecimento de seu próprio sentimento. É o jeito de olhar sem nem julgar. Olhar para o próprio interior para enxergar com muito amor. É como estar passeando e conhecer um novo amor, você acaba se levando pelo seu interior. Espelho é o cristal da vida, aquilo com o qual tem que ter cuidado. Não vai achando que é somente um vidro e um quadrado.

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Espelho Rafaela Gonçalves Frizzera Barbosa - 3º LUGAR Pai: Carlos Roberto Frizzera Barbosa Mãe: Cláudia Gonçalves Pereira 7º B

Me olho no espelho, mas não me vejo. Vejo uma senhora, uma senhora triste e rabugenta. Pergunto a ela: O que houve? Então, ela me responde: Eu não sou uma senhora rabugenta e triste, sou uma criança brincando feliz, sou uma jovem saindo nas noitadas, sou uma mulher cuidando de um filho. Sou uma senhora que já passou por muitas dificuldades. Sou só você no futuro de verdade.

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Espelho David Rodrigues Lorencini - 1º LUGAR Pai: Carlos Helliomar Lorencini Mãe: Izaltina Barcellos Rodrigues 7º C

Espelho, espelho meu, existe alguém mais feio do que eu? Respondeis agora! Não vou mentir, meu mestre, mas Beranir é mais feia e silvestre. Silvestre? Como assim? Ela é muito feia e malvada sem fim. Ora, bolas! Procurai-a agora, Pois eu preciso me deparar Com minha alma gêmea. Estás louco? Tens certeza de que é ela? Pois essa aí parece uma velha! Perdoa-me, mestre, mas essa aqui é Beranir, A mais feia e silvestre do reino.

Eu vou te demitir se não trouxer Feranir, a mulher Mais meiga e bela, Esposa do meu chofer. Opa!!! Tu não não estás percebendo?! Beranir e Feranir rimam entre si. Isso quer dizer que irmãs elas podem ser. Por isso, então, destrua o coração das duas com muita fúria. Mas por que, mestre? O que elas fizeram-te? Bom, espelho, se existir feiura e beleza, meiguice e aspereza em uma família, pode haver muitos conflitos.

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Mas, mestre, sou só um espelho. O que queres que eu faça? Chame os guardas, pois preciso deles aqui, porque Beranir e Feranir não podem existir, antítese em uma família. Tudo bem, mestre. Mas fostes tu quem mandastes. Depois não vás reclamar, chorar e me culpar por um trágico acidente que vai comover muita gente. Tudo bem, espelho, então deixe-as ir, Porque ficarei muito triste. Muito obrigado, senhor, pois tu soubestes perdoar.

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Graças a ti, irei me libertar, pois tu sabes perdoar. Triiimmmmmmmmm!!!! Muito obrigado, senhor, estou livre. Poderei viver em paz com minhas amadas filhas. Podes ir, estou feliz também, pois eu soube perdoar todas as pessoas que felizes irão ficar.


O Mistério dos Espelhos Bruna Aranha Henrique - 2º LUGAR

Pai: José Silva Henrique Mâe: Eliane Aranha Henrique 7º C

Minha alma ferida continua partida. Com uma sensação boa, quero elevar-me, soltar-me no ar à toa e poder sonhar. Sou muito diferente do que costumo ver, não sou quem pensei ser. Pelo vidro do espelho posso me ver, observar meu reflexo, perceber que a orientação está no coração, na percepção do meu ser. Quem sou eu? Não sei dizer. Só sei que é de mim, de mim vem a paz, vem a harmonia. Não sei se estou louca. Não sei se estou bem, pois consigo voar e ir além.

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Percebo que por dentro do espelho outro alguém esconde-se. Serei eu? Será você? É um mistério profundo e benigno que nos faz enxergar e constatar que não somos apenas um, somos muitos.

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Através do Espelho Júlia Cera Scotá Moreira - 3º LUGAR

Pai: Eliana Natal Cera Scotá MãeE: Anderson Scotá Moreira 7º C

O espelho é o encontro de emoções, o encontro com o outro ser desconhecido; é a mistura de sentimentos e sensações; é a magia que torna tudo com um sentido. É a necessidade de encontrar o inesperado; é a necessidade de reencontrar-se; é a necessidade de sentir que tudo está errado; é a necessidade que o homem encontrou para inspirar-se. O espelho é como a poesia, a linguagem carregada de sentido; é a descoberta do mundo da magia; é um jeito diferente de tudo ser entendido. Cada um carrega seu espelho, ou pelo menos algum para inspirar-se. Os olhos são o espelho do meu corpo, pois só com eles eu posso admirar-me.

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Olho no Espelho e... Rafael Silva Mattos - 1º LUGAR Pai: Augusto Freire Mattos Mãe: Maria José Silveira da Silva 7º D

Quando olho no espelho vejo: Alma, semelhança, beleza? Um mundo com perfeição? Acho que só depende da imaginação! Vejo tantas coisas, mas não sei o que dizer. Acho que o melhor é não saber! Muitas pessoas julgam as outras, talvez por não se ver. Se olhassem direito veriam o imperfeito. Como é bom olhar no espelho e se ver do jeito que se é: humano, feliz e quem sabe um dia dono do próprio nariz.

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Espelhos Rodrigo Favoreto Braga - 2º LUGAR

Pai: Paulo Roberto Pastore Braga Mãe: Giovana Favoreto Rosa Braga 7º D

Ele reflete a tua alma, leva-te ao infinito, um mundo mágico, um mundo esquisito. Talvez no qual deveríamos acreditar. Um mundo em que o otimista não se deixa inferiorizar. O positivo e o negativo descrevendo o abstrato, a cópia e a fantasia tudo atrás de um retrato.

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Adoro Você! Amanda Gonsalves Martins da Cunha - 3º LUGAR Pai: Gustavo Modenesi Martins da Cunha Mãe: Suzana Gonsalves Martins da Cunha 7º D

Espelho meu, o seu reflexo reflete em mim e diz o quanto gosto de você em meu camarim. Você me inspira, traz alegria, me enche de vida, com qualquer fantasia. Eu te vejo e dou logo uma olhadinha. Se estou triste, você me pede uma risadinha. Você está de braços abertos para todos que quiserem se ver. Emoldurados ou não, mas sempre sinceros os reflexos que buscamos ser. Ah! Espelho meu, como adoro você!

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Espelho Martha Tironi Bachour - 1º LUGAR

Pai: Agliberto Bachour Mãe:Fabiana Martins da Costa Tironi 7º E

O espelho não é mentira. O espelho mostra a verdade. é pura sinceridade e realidade, na verdade mostra personalidade. Às vezes, olhamos e temos uma decepção. Às vezes queremos uma comparação. O sentimento vem do coração. Espelho amigo, Espelho inimigo é pura tentação. Branca de Neve a mais pura e bela como uma flor amarela. Medusa ficou confusa coma sua feiura. Um espelho sincero, petrificada Medusa ficou porque para o espelho ela olhou.

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Espelho companheiro? Ou verdadeiro? VocĂŞ quem decide. Narciso era desejado, era amado. E por ter seu reflexo olhado, no espelho do rio, por si acabou apaixonado. O espelho quebrou e com sete anos de azar ele ficou.

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Pessoas Nicole Felix Moreira - 2º LUGAR Pai: Luiz Afonso Guimarães Moreira Mãe: Neide Aparecida Felix 7º E

Pessoas próximas, pessoas verdadeiras, alma iluminada, pensamento puro, coração aberto, sorriso citilante que cativa e acalma. Mas não são apenas pessoas, são anjos. Enviados pela maior autoridade, vindos do berço do mundo, anjos divinos. Quando eles se vão, a dor, insuportável, se torna e nossa vida que era um mar de rosas sombria se transforma. E nós não sabemos lidar com a perda de nossos anjos e pelo resto da vida vamos lembrando de como era bom ter nossos arcanjos.

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Espelho Mateus Daróz Gonçalves - 3º LUGAR Pai: José Carlos Viana Gonçalves Mãe:Sônia Maria Daróz 7º E

O espelho é beleza. O espelho é verdade. O espelho é, na verdade, sua personalidade. Mas se não aceitar e então o quebrar, terá de lidar com sete anos de azar. Para entendê-lo e compreendê-lo, terá de parar, observá-lo e aceitar-se.

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Poemas

8ยบ Ano

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Sonho e Vida Luiza Lima Martins Abrahão - 1º LUGAR Pai: Gilberto Santos Abrahão Mãe: Ana Lúcia Lima Martins 8º A

A vida é como um trem, Um vagão atrás do outro, Alguns vazios, completamente sem, Outros cheios até o topo.

Alguns sonham com a vida, Outros vivem em um sonho, Uma estrada bem seguida, Onde as regras eu imponho.

Sonhos são como desertos, Todos seguem a miragem, Mas, quando chegam bem perto, É só areia a paisagem.

No sonho sigo o roteiro, Na vida eu atuo. Melhor um sonho inteiro Que uma vida no “imaturo”.

Sonho meu simulador, Vida minha prática. No sonho, indolor Na vida é só tática.

Seja sonho ou seja vida, Os vagões ainda vão chegar, No deserto chegarei bem perto, Porque a miragem não vai me enganar.

Os dois bem distantes, Mas seguem a mesma estrada: Duas portas de saída, Mas apenas uma entrada.

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Vida Alexia Ribeiro Guerra - 2º LUGAR

Pai: Cláudio Antônio Guerra Mãe: Rosilene Simoneli R. Guerra 8º A

Viver intensamente É o meu desejo, É querer seguir em frente, É amar e ser valente. Não ter medo de errar, Arriscar, sempre levantar, Porque o desistir Eu não vou praticar. Valorizar o passado, Mas viver o presente, Pois o futuro a Deus pertence. Não se esquecer de viver “E não ter vergonha de ser feliz”, Sempre vou querer ser Uma verdadeira aprendiz.

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Em Busca da Felicidade Kamilla Bourguignon Rossato - 3º LUGAR Pai: Rogério Rossato Ferreira Mãe: Karla Reis Bourguignon 8º A

Quando vier um problema, Não tente esconder, Pois um dia você vai conseguir resolver. Quando vier um problema, Se não souber o que fazer, Peça ajuda para ele desaparecer. Quando viver um problema, Não desanime, Pois vale a pena viver, Para a busca da felicidade, Confie em você. Quando vier um problema, Não reclame, enfrente-o, No futuro, ficará tão feliz Que a Deus agradecerá. Quando resolver o problema, Apenas pense: Isso serviu para eu aprender E a vida continuar a viver.

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Orquestra Carolina Fassarella Abreu - 1º LUGAR

Pai: Carlos Alberto Valadão de Abreu Mãe: Karina Dezan Fassarella 8º B

Num quarto quieto, Ouve-se um som, Deslizam-se dedos pelo violão, Dedilham-se as notas, Modelando a canção. Compõe-se a adolescência Sonora, em evidência. Cada novo acorde tocado Revela um coração Em seu mais livre estado.

Unem-se novos mundos, Colegas, escola, paqueras, Começa, então, o espetáculo: A mais linda orquestra. A melodia atinge os ouvidos, Emociona e desperta. E ao final de todo esse momento Restam apenas as lembranças E os aplausos da plateia.

Notas vêm e vão, A música se solta, Vive-se cada momento, Pois a adolescência não volta. Cada segundo sonoro que passa Modela o corpo e a mente, Enquanto a infância se embaça. Tempo de alegria, Mas também de tormento. Fazem da família e amigos Principais instrumentos.

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As Montanhas da Vida Fernanda Tessarolo Silva- 2º LUGAR Pai: Hamilton Caputo D. Silva Mãe: Rita de Cássia Tessarolo Silva 8ºB

A cada degrau que subo Vejo as trovoadas por que passei A minha escada sou eu que construo Aliás, só eu sei de tudo pelo que lutei. Aprendi que para cada machucado Gera uma nova cicatriz Mais esperança e amor também foram criados Para minha alma, uma eterna aprendiz. Cada montanha pela qual passo Na minha vida é uma nova cor. Hoje já tenho um arco-íris Que não me deixa sentir dor. Já não tenho mais pressa, Pois o tempo é a maior lição; Para mim mesma já fiz uma promessa: Não vou viver em vão.

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Amor Perdido Thainá Oliveira Onofre - 3º LUGAR

Pai: Rogério Elias Ribeiro Onofre Mãe: Liliana Bernardo de O. Onofre 8º B

A minha vida está de ponta a cabeça Meu destino de pernas para o ar E o que sinto neste momento Ninguém pode tirar. Com a mesma loucura Em meus pensamentos E a mesma dor Em meus sentimentos Vejo que estou sem esperança Perdi você, de vez, E agora choro como criança.

Só você me faz rir, Quando quero chorar. Só você me anima, Quando estou triste. Só você me entende, Quando ninguém mais me compreende. Agora me arrependo, O que fiz foi errado. E vejo que você Sempre foi meu bem-amado.

Peço perdão agora. Você, não consigo esquecer. Repenso meus erros, Para nunca mais perder você. Meu amor é infinito. E o que sinto por você É inexplicável.

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Amor Platônico Maria Victória Rezende de Souza Oliveira - 1º LUGAR Pai: Marcos Antônio de Oliveira Mãe: Sônia do Carmo de Souza Oliveira 8ºC

Não sei o que pode ser, só sei que não paro de te querer e já não consigo controlar. Viver só faz sentido se eu te amar. Todo dia eu procuro entender o porquê de viver assim, mas a única coisa que encontro é que preciso de você perto de mim. Quando estou sem te ver, fico atônito, um amor tão grande, um amor platônico. Será que sabe o que eu sinto? Seria capaz de me amar? Eu não minto, Com você para sempre quero estar. E, no dia em que eu te vir, meus olhos vão brilhar e viveremos eternamente até o mundo acabar.

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Sensações Diandra Miranda - 2º LUGAR

Pai: Antonio Carlos Galvêas Miranda Mãe:Dina Marta Zapata Miranda 8º C

Voar... é uma sensação impossível de se descrever. Sentir... é não ter pressa de fazer as coisas e aproveitar mais a vida. Chorar... é simplesmente ter dúvidas. Sorrir... é o ato mais sincero que uma pessoa poderia demonstrar. Viver... é não ter medo nem receio de se arriscar, é dizer a verdade mesmo que isso te faça sofrer, é não saber o que é certo e errado, pois a vida é o maior presente que alguém poderia te dar e a única coisa que você deve fazer é APRENDER e AMAR!

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Amizade Jéssica Martins - 3º LUGAR

Pai: José Nilton do Amaral Torres Mãe: Zenilda da Penha Vieira Martins 8ºC

Quando estou na escuridão, logo sua imagem vem à minha memória. Então você me estende a mão e marca minha história. Quando precisar de ajuda, basta me chamar, eu farei o máximo para te alegrar, saiba que comigo pode contar. Eu posso passar noites em claro e dias te apoiando. Eu sempre estarei ao seu lado e, se preciso, com meus braços te carregando. Eu não posso fazer as ondas pararem, não posso impedir a chuva cair, mas posso te prometer que amor eterno irei te dar.

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Inspiração Imprevisível Camila Esperidon Villela Pedras - 1º LUGAR

Pai:Joaquim Algusto Junqueira Villela Pedras Mãe:Kleysiana de Assis Esperidon Villela Pedras 8º D

Sempre que eu escrevo, Várias ideias me aparecem. Minha inspiração corre solta E minha mente as reconhece. Mas minha inspiração É como peixes a serem pescados, Você os pega na mão E eles rapidamente escapam. É como o mar, Vai e vem Num só momento a bobear. São como ondas a quebrar. De repente ela volta Como um mero reflexo, Mas o vento a leva embora E fica tudo sem nexo. Depois escrevo meu poema Com as partes que restaram Fico entre a cruz e a espada E o resto me escapa.

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A gente era feliz João Paulo Moulin Auad- 2º LUGAR Pai: Paulo de Tarso Auad Mãe: Silvana Cheim Moulin Auad 8ºD

A gente era feliz e não sabia. Nos momentos tristes, ainda assim havia alegria. Sinto saudades dos amigos, das paqueras, dos que marcam nossas vidas. A gente era feliz e não sabia. Até nas aulas de matemática, Pois hoje meus problemas são maiores. A gente era feliz e não sabia. Antigas baladas e festas de 15 anos Se tornaram despedidas de solteiros e formaturas. Quando se é adolescente, Sonhamos em nos tornar adultos, Em ser o dono do próprio nariz E ter o próprio dinheiro. Quando se é adulto, Passamos noites lembrando dos bons e velhos tempos, De quando éramos adolescentes, das paqueras, dos rocks, das verdadeiras amizades!

A gente era feliz e não sabia.

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A Criança Agora É um Adulto João Paulo de Souza Abreu - 3º LUGAR

Pai: Helson do Vale de Abreu Mãe: Maria Inês de Souza 8º D

Meu querido filho agora está um homem, sai todo dia de casa para namorar. Não fica para estudar, não quer falar com os pais, só com os amigos, já tem até os dentes sisos. Eu espero ele voltar para poder me abraçar, pois meu filho é muito importante ter para mim ainda ontem ele tinha oito anos e agora já tem dezoito anos. Meu filho, por favor, Me dê o seu amor! Mas depois de um tempo Eu penso que consegui: Meu filho agora sabe se cuidar. Depois de um tempo, ele terá vinte e oito anos E eu direi adeus, Pois meu filho já terá se tornado um homem de quem eu nunca vou esquecer. Meu filho amado, você é meu bem querer.

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Poemas

9ยบ Ano


Você Anna Paula Passarelli Claro Tostes - 1º LUGAR

Pai: Luis Fernando Tostes Mãe: Paloma Bonjardim Claro Tostes 9º A

Me apaixonei pelo seu olhar, pela delicadeza de seu falar. Me apaixonei por esse alguém que observa muito além do que eu possa imaginar. Me apaixonei por esse som, esse belo e terno tom que sai da sua voz e que faz o meu dia ficar muito bom. Me apaixonei por essa pessoa que fica em meu pensamento, que deixa a minha vida muito boa e que não sai de mim em nenhum momento. Você!

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Divergência Sentimental Suellen Bonomo Nunes - 2º LUGAR Pai: José Roberto Nunes Mãe: Delza Bonomo Nunes 9ºA

Esta confusão de sentimentos que insiste em me habitar atrapalha meus pensamentos e cala o meu falar. Esta confusão de sentimentos que abafam minhas atitudes e aguçam meu olhar não hesita em chegar. Diariamente e intensamente meu pensar se perde em seu olhar. Como em um sonho, involuntariamente me perco e me encontro inconscientemente. Coisa da idade ou crise de identidade? Eis uma pergunta sem resposta, pois essa confusão de sentimentos não permite meu entendimento.

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Amar Gilliane Alves - 3º LUGAR

Pai: Joaquim Corrêa Bravim Mãe: Nadina Solange Alves 9ºA

As pessoas sempre me dizem Que sou muito nova para saber O significado de um lindo amor E o sentido do querer. Mas eles nem sequer imaginam Que dentro de mim o sentimento já se manifestou, Que as borboletas do meu estômago já alçaram voo E que meu coração já se encantou. E que por mais que eu tente Me sucumbir e parar, O meu coração me vence E em você começo a pensar. Então escrevo estes versos para me expressar ou simplesmente te dizer que eu amo te amar.

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Tarde demais Winter Oliveira de Lima - 1º LUGAR Pai: Jorge de Lima Mãe: Lucinéa Barbosa de Oliveira 9ºB

Antes de dormir, procuro refletir sobre todos os momentos que deixei de sorrir. Foram belos os momentos que passei ao seu lado hoje venho a perceber que estava apaixonado. Não pensei que seria assim, éramos apenas amigos, não cheguei a perceber que você foi feita para mim. Entre tantos carinhos nem cheguei a cogitar que você, que tanto me aconselhava, também pudesse me amar. Mas é inútil me declarar, você se foi e não irá mais voltar.

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Caminhando Karina Agatti Pacheco - 2º LUGAR

Pai: Ivo Rodrigues Pacheco Júnior Mãe: Maria Aparecida Agatti Pacheco 9º B

Caminhando pelo verde Na umidade da floresta Ouço a suave melodia De uma bela árvore mestra Caminhando pelo branco No ar seco das geleiras Na neve meus pés afundam Enquanto sonho com macieiras Caminhando pelo ar Numa bela asa-delta Sinto-me livre ao costurar Nuvens nas quais quero deitar Mas como posso decidir Para onde quero ir Se por todo e qualquer lugar Quero caminhar?

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O último desejo André Santos Andrade - 3º LUGAR Pai: Antônio Claudio Silva Andrade Mãe: Valdicéia Maria dos Santos Andrade 9ºB

Ah, este amor que sinto por ti que mesmo fugindo me confronta como prova lhe darei uma rosa sem pétalas apenas o cabo e o meu coração na ponta Arranca-me deste corpo e me junte ao seu quero viver assim para sempre seus olhos fixados nos meus Na minha bússola, seu nome está no norte por toda minha vida te seguirei sei que te amarei até a morte E se por inconveniência a morte vir o último desejo desta minha vida será ver você sorrir.

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Tristeza em Flor Luana Paiva - 1º LUGAR

Pai: Dahilto Moraes Paiva Mãe: Isa de Oliveira Ferreira 9º C

Sento-me só no vazio coração triste, apertado o corpo reflete o frio do céu cinza, nublado. Crepúsculo some no horizonte como o amor se extinguiu, a Morte apresenta a ponte da vida que não existiu. Alma sopra, delicada, a neblina que cobre o chão de lágrimas da menina sentada. Sonho lembra a canção, chuva cai doce, gelada, flor feliz cai da mão.

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Sem Controle Paloma Siqueira Meinicke - 2º LUGAR Pai: Paulo Ricardo Torres Meinicke Mãe: Selma Maria Siqueira Meinicke 9ºC

Algo tão real, mas fora do normal. Não consigo descrever o que eu sinto por você. Seu sorriso me alegra, seu choro me entristece. Você diz que me ama, mas não é o que parece. Meu amor por você é um sentimento muito forte. Vai além da vida. Vai além da morte. Não dá para controlar o meu amor por você. Essa vontade de te amar me fará enlouquecer. Se pedir uma estrela, eu dou um jeito de buscar, Pois qualquer coisa é mais fácil do que deixar de te amar.

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Solitário Laura Pereira de Oliveira - 3º LUGAR

Pai: Mário Figueiredo de Oliveira Mãe: Eleonora Pessanha Pereira de Oliveira 9º C

Na clareira, sozinho fico a pensar se sigo o meu caminho ou se nele vou parar. Só o que queria era uma companhia para me trazer alegria e me tirar da monotonia. Enquanto não o busco, fico aqui só sentado, observando o crepúsculo e sonhando acordado.

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Felicidade Marilha Andrade Vieira - 1º LUGAR Pai: Moacyr Alves Vieira Junior Mãe: Christina Clara Andrade Vieira 9ºD

Era uma manhã chuvosa onde nas nuvens estava o Sol, estava na janela a gata dengosa enquanto dormia o girassol. Cada gota caía molhando o quintal e as crianças riam se divertindo em alto astral. Estava o homem tocando violão e até os pássaros dançavam ao som da bela canção. Estava eu ali, naquele lugar de imensa simplicidade, vivendo a mais pura e real felicidade.

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Janelas Victor Hugo Machado Silveira - 2º LUGAR

Pai: José Antônio Silveira Silva Mãe: Rogéria Jardim Machado 9º D

Do lado de dentro, por trás da janela, Me protejo da violência de fora. Vejo o mundo que fora seguro outrora. Quero poder sair um dia. Do lado de dentro, por trás da janela, Vejo um mundo poluído. Rios imundos, tudo destruído. O verde me dá tanta saudade. Do lado de dentro, por trás da janela, Vejo um mundo corrupto, Vejo pessoas ruins. Quero um dia poder Ir para fora, sair de trás de minha janela E ver sorrisos. Quero um dia poder Sentir o prazer de viver e voltar a ser feliz. Enquanto não acontece, Contentar-me-ei com meu mundo Do lado de dentro, por trás da janela.

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No Arco-íris Jamile Viana Zacca - 3º LUGAR Pai: José Jorge Silveira Zacca Mãe:Tânia Maria Almeida Viana 9ºD

Olhando o mar começo a pensar quantos dariam tudo para estar em meu lugar. A brisa do meu amor veio me acalentar, mas tudo que pude foi na desigualdade pensar. Após a chuva, o arco-íris se formará. Quem sabe em seu fim, o Bem eu possa encontrar.

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Cr么nicas

1潞 Ano


Classificados Isadora Zanotelli Lemos - 1º LUGAR Pai: Cláudio José Ribeiro Lemos Mãe: Regina Goreth Zanotelli Lemos 1º ano A

Já pegou os classificados para ler, assim, de bobeira? É cada coisa que você encontra que eu vou te contar, heim! Anuncia-se de tudo naquelas páginas de jornal. De tudo mesmo. E o mais engraçado são as propagandas. Os donos daqueles produtos têm uma visão de marketing que realmente impressiona. “Vendo um Fusca 71, com tanque de gasolina novinho” – Uau! Realmente um tanque de gasolina novo faz toda a diferença! – ou “vendo um Corcel 69 novinho, único dono” – vamos combinar que pode até não ser velho, mas 1969 é novinho? E esse dono único aí ganhou o carro quando fez 18 anos, é claro. A coisa começa a piorar quando chega a seção de artigos para a casa. Até vaso sanitário eu já vi venderem (ou pelo menos tentarem vender). Lembrome bem: “Vendo vaso sanitário. Lindo e confortável”. Ri durante horas. Pois é. Classificados têm de TUDO mesmo. Inclusive relacionamentos. De todos os tipos: homem que procura mulher, mulher que procura homem, homem que quer homem, mulher a fim de mulher... e as coisas não param por aqui. Essas pessoas definitivamente não levam jeito para a publicidade. “Sou solteira, três filhos, 1,70 cm, 89 Kg. Técnica em enfermagem. Quero conhecer homem do mar, da marinha ou da Petrobrás. Com você quero viver um sonho sem fim e conhecer o amor verdadeiro. 5249-6975.” Agora me diz quem é o homem que vai ligar para uma mulher dessas? Só sendo completamente maluco. As loucuras não têm fim. Nem vou entrar em detalhes sobre as acompanhantes e as massagens eróticas. Então, qualquer dia desses, quando estiver à toa e quiser se divertir, vá ler os classificados, pois uma coisa eu lhe garanto: você vai rir à beça!

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Café e Chuva Bruna Fontana Frappa - 2º LUGAR

Pai: Alexandre Frappa Mãe: Denise Fontana Frappa 1º ano A

Corri. A chuva caindo no caderno que trazia sobre a cabeça. Ouvia os pingos grossos tocarem músicas na capa dura que, por sinal, já deveria estar ensopada. Mas o que me importava aquele simples bloco de papel agora? Toda a tinta gasta naquelas folhas já não me valia mais para nada. Soltei as folhas e elas se espalharam pelo chão, previsivelmente. Que toda aquela tinta escorresse, que a chuva lavasse aquelas lembranças! Durante anos dediquei-me ao que elas significaram, mas só nas últimas horas daquela tarde eu percebi. Percebi que a minha felicidade nunca esteve ali. Olhei para trás, pela primeira vez apreciando a chuva gelada no meu corpo, pela primeira vez vivo! Não era naquele soberano prédio industrial que o meu coração batia mais forte. Na verdade, sempre soube o que faria dali para frente. Talvez usasse o tempo para me descobrir. Como posso saber o que eu quero se eu nem sei quem eu sou? Do meu lado esquerdo havia um mendigo que me estendia uma xícara de café e me observava com generosidade. Eu, o retrato do homem em seu fim. Não pensei duas vezes. Dispensei o ônibus que chegava e fiquei refletindo. Esse não é o meu fim! É o meu recomeço! Então, entrei de baixo do toldo, com o café já frio, olhando a chuva cair. Intensamente agradecido, completo e vazio ao mesmo tempo. Simples assim: com o café já frio, olhando a chuva cair.

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A Fome Camila Graça Camatta - 3º LUGAR Pai: Braz Antonio Camatta Mãe: Rosangela dos Santos Graça 1º ano A

Estava andando no centro da cidade, quando uma cena me chamou a atenção. Entre as ruas sujas e as paredes pinchadas, uma criança de poucas roupas brincava com as pedrinhas que tinha achado no chão. Comecei a observála: seus olhos traziam uma tristeza incomum para os olhos de uma criança. Seus braços e suas finas pernas mostravam alguns machucados, herança das ruas. Seus olhos a todo o momento procuravam algo. Já se passava muito da hora do almoço, mas pelo jeito como se movimentava, a todo o momento passando a mão na magra barriga e procurando o que comer, percebi que ela estava com fome. Parecia que sua última refeição fora feita há muito tempo. De repente uma mulata. Mulher de cabelos bagunçados aproximou-se do menino. Quando ele percebeu a sua presença, seus olhos se encheram de vida, e correndo foi ao encontro dela, não para abraçá-la, e sim para pegar um pequeno embrulho em sua mão. Era um pequeno marmitex. Ele percebeu que estava um pouco vazio. Mesmo assim, comeu com tanta felicidade, que o pouco ali presente lhe parecia muito. Depois de acabar a refeição, seus olhos, agora com uma feliz expressão, param nos olhos de sua mãe. Ela deu um sorriso, e ele pareceu retribuir. Levantaram e saíram andando: o menino, agora saciado, feliz, e a mãe com um olhar preocupado. Afinal, não sabia a hora da próxima refeição.

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Ônibus: Problema Coletivo Gabriella Hertel Grillo - 1º LUGAR

Pai: Edilson Grillo Mãe:Fernanda Horácio Hertel Grillo 1º ano B

Quando eu era pequena, eu amava andar de ônibus. Sim, achava super chique. Hoje em dia já se tornou algo de rotina às vezes até insuportável. Eu não tenho outra opção, até tirar minha carteira, o que vai demorar muito. E muitas vezes acontecem coisas engraçadas dentro de um ônibus. Uma vez eu estava saindo da escola, depois de uma prova enorme, fui pegar o ônibus. Subi e reparei em um rapaz, acompanhado por uma moça, que entrou logo depois de mim. Ela, através de um sinal, pediu que ele se sentasse lá na frente já que ela pagaria a passagem. Não sei por que, mas aquilo me chamou a atenção: por que ele se sentou em um lugar para pessoas especiais? O ônibus estava lotado. Dirigi-me para perto do rapaz e fiquei em pé, próxima a ele. Fez alguns gestos que eu não entendi. Eu pedia para ele falar, repetir, mas parecia que era ele quem não me entendia. Pelo pacotinho de amendoim em sua mão, pensei o pior: estava engasgado! Fiquei desesperada. Segurei-o e comecei a bater em suas costas para que ele colocasse para fora a partícula que causara seu engasgo. Comecei a gritar e a pedir ajuda. A moça, percebendo o que acontecia,correu para frente do ônibus e lançou as moedas para o trocador, disse-me, assustada: — Calma, calma! O que você está fazendo? Ele está bem, menina! Ele é deficiente auditivo, não fala nem escuta desde os doze anos. Tive vontade de me esconder no saquinho de amendoim.

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King Kong Carolina Magri Ferraz - 2º LUGAR Pai: Antônio de Paula Simões Ferraz Mãe: Cristiane Caliman Magri Ferraz 1º ano B

Não saber falar outra língua é o bicho. Para quem acha que o inglês não é fundamental, está muito enganado. Em janeiro, eu e meus pais fomos aos Estados Unidos, país cuja língua oficial é o inglês. A viagem estava super legal, mas a saudade dos parentes era grande, pelo menos de alguns. Minha mãe estava meio estressada de tanto ligar para o Brasil e não ter nenhum sinal. Para ligar para cá, precisa discar 9011 e depois o número, mas, já estressada, minha mãe pensou: “tem número demais aqui”. Resolveu tirar o zero, discando na frente apenas 911. Era sempre uma mulher que atendia, mas minha mãe, sem entender inglês, desligava na cara dela. Para quem não sabe, 911 é o número da polícia de lá. Sem esperança de falar com alguém, mamãe botou o telefone no gancho e foi arrumar as malas. Estava uma bagunça o quarto! Dez minutos depois, batem à porta, eu fui abrir. Quando olhei para quem estava do outro lado da porta, eram dois policiais. Eu fiquei desesperada, pensei que fossem nos prender. Os dois viram que nós éramos brasileiros e começaram a rir. Nós rimos de vergonha. Pedimos desculpas e eles foram embora. Olhei pela janela e vi que havia uma viatura na portaria do hotel com aquelas luzinhas acesas, que mico! No dia seguinte, quando acordamos, havia uma carta debaixo da porta. O que vocês acham que a gente pensou? Pensamos que fosse uma intimação da polícia para nos prender. Mas não era, ufa, era só um bilhete falando do café da Manhã. E assim termina o maior King Kong da minha vida.

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Jovens Tempestades Arthur Alexandre Gancedo Júnior - 3º LUGAR

Pai:Arthur Alexandre Gancedo Mãe: Silene de Lima Gancedo 1º ano B

Lembro-me bem da minha quarta série. Era pequeno, indefeso e inocente. Sim, inocente! Naquela época ainda era. Hoje, quem não conhece a malandragem que a vida nos traz? Bom, naquela época eu ainda não a conhecia. Eu vivia bem, mas na hora de ir para a escola, me desanimava. Meu colégio era ótimo, tinha muitos amigos, tinha aquela turminha especial, que todo dia no recreio estava comigo. Ficávamos no “nosso canto” do pátio, com nossos videogames portáteis, jogando Pokémon, vício que tenho até hoje. Então, gostaria de saber o motivo que me desanimava de ir à escola? Era um garoto gordo, repetente, chamado Rafael. Ele inventava apelidos para os garotos, todos desprovidos de uma força física superior à dele. Claro que eu era um desses oprimidos. No fim do ano, já não aguentava mais. Muito me perturbava. Até ele sabia que estava indo longe demais. Um dia, foi a gota d’água: aproveitei que o professor demorava a chegar à sala e saí. Para onde eu não lembro. O valentão foi atrás de mim. É como dizem: “quem semeia vento, colhe tempestade”. O diretor nos achou. Fomos para a sala dele. Eu não demorei a sair, pois revelei o que houve naquele dia e o que houvera o ano inteiro. Fui liberado. Já o meu algoz ficou lá. Só o vi na hora da saída, ainda na sala da direção, com seus pais. Rafael repetiu o ano novamente. Como eu passei, ele se distanciou de mim. Mas continuou daquele jeito, zombando dos garotos de sua série: era o que aprendera a fazer. Foi nesse tempo que minha mente se abriu, e a inocência foi ficando para trás. Aquele joguinho de Pokémon é a única coisa que me restou daquele tempo.

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A Pomba e a Bomba Gabriel da Costa Leite - 1º LUGAR Pai: Francisco das Chagas Leite Mãe: Glaucikelly da Costa Leite 1º ano C

O curioso fato que vou narrar chegou-me através de uma amiga policial do 190. Ela presenciou um atendimento que poderia ser cômico se não fosse trágico. Em seu último plantão, uma companheira apresentou sinais de desespero por causa da ligação que atendia. Preocupada, todas pararam seus atendimentos para ajudar a colega que, a toda hora, repetia as perguntas: Bomba ou pomba? Mando um perito antibomba ou um veterinário? ― Gente, me ajudem, acho que vou enlouquecer! Não sei se o caso dessa senhora é um trote, um mal-entendido ou um caso sério. Minha amiga tomou o telefone da outra policial e, ao atender à solicitante, descobriu que a mesma sofria de disfonia e falava ‘’pomba’’ em vez de ‘’bomba’’. Estava pronta a confusão, que foi desfeita com o envio de policias à casa da solicitante e,lá chegando, descobriram que o caso era sério: a ‘’pomba’’ era uma bomba caseira montada pelo filho da senhora, para assustar os amigos da escola. Dessa história tiro uma lição: tomar cuidado para não confundir ‘’catraca de canhão’’ com ‘’conhaque de alcatrão’’.

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Qual o Fim do Tarado? Mara Nascimento Oliveira - 2º LUGAR Mãe: Gilmaria Nascimento Oliveira

1º ano C

Quando eu era criança, o terror do mundo era o “tarado”, esse estranho, incompreensível ser que habitava os romances. As pessoas usam a palavra como se fosse um codinome do capeta: “fulano é um tarado” era uma ofensa pior do que dizer que era comunista. Aliás, os comunistas eram vistos como demônios exatamente por serem tarados (“comem criançinha”, “o amor é livre”). Quando alguém mencionava a palavra, instintivamente punha as mãos para trás num singelo gesto de proteção. Hoje a palavra está meio esquecida, ninguém tem medo de tarados. Eu mesma já ouvi mulheres dizerem que preferem um tarado a um assassino pela frente. Na minha época era ao contrário, todo mundo jurava que preferia morrer a perder alguma coisa da qual não se devia falar. O tarado ficou até romantizado: não foi uma louca, mas uma psicóloga que se apaixonou pelo maníaco do parque e casou com ele dentro da cadeia. No Pará, um desses grupos tecnobregas decretou: “Sou um psicopata, mas tenho muito amor para dar”. Desde que o tarado não desfigure, nem mate, ele é visto como um pobre ser carente que busca afogar seus dramas existentes e seus traumas de infância. Na verdade ficou até desejável ser tarado. Quantas moças não matam de inveja as amigas dizendo: “meu namorado é um tarado”! Nos anos setenta, até as prostitutas tinham medo dos tarados. Hoje, as moças de família sonham com um, de preferência com emprego estável e cara de ator da Globo. É uma era de extremos: a mesma juventude que gosta de tarados exige um cervejão geladão e vai descendo até o chão na rebolação exagerada do último ritmo do verão. Ser tarado deixou de ser caso de polícia e virou uma obrigação. Seja você também um tarado ou vão achar que você é gay.

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Desejo de Grávida Pedro Henrique Capetini Gomes - 3º LUGAR Pai: Pedro Gilberto de Souza Gomes Mãe: Wanderléia Klabunde Capetini 1º ano C

Felizes eram aqueles dias. Iam ter um filho! Mas como já era comum na família Barros, tinha sempre um problema. Mas dessa vez o problema não era o bebê. E sim Dona Rosalinda Barros, a mãe do bebê: — Amor! Acorda! Acorda! Cloves se vira espreguiçando e diz: — Que foi, meu chuchuzinho? — Tô com um desejo. — Desejo? Mas você nunca teve isso! — Mas agora eu tenho, ué! — E pra que que serve esse trem de desejo? — Sei lá! É um desejo e pronto! Vai lá e compra um churros pra mim. — Não! Isso vai prejudicar o bebê! Lembra que o médico disse que você não pode comer doce? Cloves volta a dormir, mas: — Acorda! O desejo mudou. Agora eu quero um macarrão à bolonhesa! Sorvete de pistache! ... Bolo de fubá! ... Batata frita! — Não! Não e não! Agora me dê licença que eu vou dormir! — Tá bom! Mas fique sabendo que você é um pai muito ruim! Depois de uns cinco minutos em silêncio, Cloves diz: — Rosa, agora eu tô com um desejo. — É? Agora é você? Eu é que não vou fazer nada pra você... — Eu quero que nosso filho nasça logo!

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Cr么nicas

2潞 Ano


Manhã Incomum Gabriel Pereira de Oliveira - 1º LUGAR Pai: Mario Figueiredo de Oliveira Mãe: Eleonora Pessanha Pereira de Oliveira 2º ano A

Peguei um ônibus rumo ao colégio para mais um dia de aula. O mauhumor era terrível, tudo graças à noite mal dormida. Já a caminho do colégio, entra no ônibus uma figura digna de uma crônica. Camisa pólo surrada abotoada até o pescoço, bíblia debaixo do braço, calça social marrom, o que não combinava nem um pouco com a camisa bege: a clássica figura do elemento que te aborda em uma esquina qualquer fazendo convites para uma vida nova com Jesus. Até então nada de estranho, só mais um evangélico, mas não se passaram dois minutos até que ele ligasse o celular no volume máximo com músicas gospel. Graças ao engarrafamento, tive tempo de ouvir mais músicas gospel do que pensei que existissem. Estava distraído lendo, por isso não prestei muita atenção na situação que se passava ali. Mas, passados alguns minutos, não pude deixar de notar a empolgação que se dava ao ouvir a voz do sujeito cantando simultaneamente as músicas. Decidi dar uma olhadinha, só por curiosidade, e encontro aquele homem já todo envolvido em tocar uma bateria imaginária e louvar o Senhor (como cantor se saía um ótimo mímico), e mais: havia contagiado o homem que estava ao seu lado, que de início não estava muito satisfeito com aquela situação, ou seja, agora formavam um dueto. Assim como eu, se nem todos aderiram à cantoria, ao menos gargalhavam da situação. Aquele homem conseguiu espantar em instantes não só o meu mau-humor, mas também o de todos no ônibus. Não reparei no preço da passagem aquele dia, mas acho que o couvert artístico foi de graça.

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Tempestades de Incerteza Muriell Camara Lombardi - 2º LUGAR

Pai: Mario Paulo Lobos Lombardi Mãe: Cynthia Camara Lombardi 2º ano A

Um dos momentos mais incertos do meu dia é a escolha do que vou vestir. Não que eu ligue muito para esses assuntos de moda, mas sempre escolho algo ‘’funcional’’. Estava comendo meu variado pão com manteiga, quando abri a janela da cozinha. O tempo estava preto e ameaçava cair um pé d’água. Me vesti de acordo com as nuvens: coloquei uma calça jeans com uma blusa de manga comprida e o gorro colorido que vovó havia feito. Saí de casa. Quando estava chegando ao ponto de ônibus, um sol fulminante apareceu. Do nada, simplesmente brotou! Me senti uma maldita idiota usando aquele gorro que, por acaso, estava combinando com o arco-íris que acabara de surgir no céu. No outro dia, no jornal das 6h30, o repórter anunciava um calor de 32°C, um dos dias mais tórridos do ano. Para não cometer o mesmo erro, me vesti com uma bermudinha e regata, bem verão. Estava cursando o mesmo trajeto, quando de repente uma chuva fortíssima juntamente com ventos congelantes me atingiram em cheio. Fiquei banhada de raiva, mas... segui até o trabalho. No dia seguinte, revoltada, não queria saber de televisão ou previsões precipitadas. Coloquei uma calça jeans, uma regata com cachecol, passei filtro solar, coloquei um boné e me armei com um guarda-chuva. Chegando ao ponto de ônibus, acredita que nevou?

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Espelho, Espelho Meu Isabela Missias Marchezi dos Reis - 3º LUGAR Pai: Cícero Marchezi dos Reis Mãe:Nadia Missias Marchezi dos Reis 2º ano A

Sentada estou, frente a um antigo espelho, fitando minha imagem. Pele macia, nariz delicado, cabelos longos, seios fartos, pernas compridas. Resolvo cair na real, já que o que vejo é apenas eu mesma, com minha pele coberta por acne e um nariz que pode ser considerado tudo o que você quiser, menos delicado. A mídia está sempre tentando nos passar aquela mensagem: “ Cabelo loiro é melhor que castanho! ” “Pele branca não está com nada, utilize o bronzeador da marca tal...” “Dê um fim aos seus cachos com o nosso novo alisador...” Caminhando pelas ruas, numa tarde de verão, relembro que avistei um outdoor que trazia o seguinte recado: “Utilize base e garanta uma maquiagem especial, mas parecendo bem natural.” (dá para acreditar?) Depois de toda essa reflexão, resolvi voltar a fitar minha imagem no espelho. Assim, comecei a sorrir. Sorrir deixa qualquer pessoa mais bonita. E revela nossa beleza natural. Logo um pensamento vem à minha mente: “O ser transcende a aparência”.

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O Pequeno Monstro Gabriela Seabra - 1º LUGAR

Pai: Armando de Oliveira Seabra Mãe: Christinna Guerra Seabra 2º ano B

Quando estamos apaixonados, somos capazes de nos submeter a situações ridículas e até mesmo desesperadoras para conquistar a pessoa amada. Como você sabe, grande parte das mulheres admira homens capazes de aturar, quer dizer, amar aquelas pestinhas chamadas “crianças”. E, por sorte ou azar, Carolina era apaixonada por essas criaturas. Foi por isso que me comprometi a cuidar de seu sobrinho de apenas seis anos. Inicialmente, o menino parecia um anjo, mas, assim que Carol nos deixou sozinhos, seu sorriso meigo e simpático transformou-se em uma expressão travessa e, de certa forma, cruel. Eu já sabia. Como diz minha mãe, os meninos de nomes bíblicos são os piores. E o menino chamava João Lucas. — Posso usar o banheiro? — precisava respirar um pouco diante da ameaça do “anjinho”. — Claro! Primeira porta à direita. Entrei no banheiro, lavei o rosto, respirei fundo. Repeti a tão famosa frase: “Eu vou conseguir!”. Abri a porta determinado. A casa estava silenciosa, como naqueles filmes de terror, em que o protagonista é surpreendido quando menos espera. — Eu não consigo achar Nêmesis... — Quem? — disse, disfarçando o susto. — Minha aranha de estimação. Ela fugiu e, mesmo sendo peluda e incrivelmente grande, eu não consigo encontrá-la! — Sua voz era triste e forçada. Foi então que eu senti, vagarosamente, uma coisa subindo em minha perna... sabe aqueles momentos em que dá um frio na espinha, um medo repentino, momentos em que correr parece a melhor opção? Estava em um desses. Todos temos um medo que podemos explicar, um trauma. O meu era de aranhas.

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— Tira! Mata! — gritava desesperada e tudo o que o pestinha fazia era rir descontroladamente. Não imaginava que era apenas o começo da pior noite da minha vida. Aquela pequena criatura tinha um alto poder destrutivo. Era simplesmente incontrolável: riscou paredes, me ameaçou com Nêmesis, quebrou pratos, virou pirata, me fez prisioneiro. Passou trotes para todos do bairro e ligou para todos os números de emergência possíveis, alegando uma invasão extraterrestre. Tudo parecia perdido. Foi então que ouvimos um barulho de chaves abrindo a porta. Mais rápido que a luz, a criatura feroz encobriu as evidências de seus crimes, libertoume, deitou no sofá e fingiu dormir como um anjo. Carol entrou na companhia de um homem alto, forte e de intensos olhos azuis. E para transformar a minha fúria e horror em uma enorme frustração: — Este é Ricardo, meu novo namorado!

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Almoço ou Sufoco? Lucas Cavalcante da Conceição - 2º LUGAR

Pai: José Lucio da Conceição Mãe:Gladys Rejane Cavalcante Conceição 2º ano B

O momento mais irritante do dia é, sem dúvidas, a hora do almoço. Apesar de ser o momento em que se sai da escola, do escritório ou até de casa para relaxar, todos sabemos que não é tão prazeroso assim. Na realidade, é o instante em que nos comportamos como animais, caçando o restaurante mais próximo a fim de saciar a fome. A churrascaria é o ponto principal do almoço. Nela, todos são iguais. Quando se entra, já tem aqueles centenários cheios de cordões, no estilo bicheiro, cantando a moça do balcão. Do outro lado, aqueles garotos enjoados, obrigando seus pais a comprarem aquele novo sorvete. É nessa hora que passamos espremidos por aquelas senhoras, já estufadas, que nos impedem de finalizar a iminência de pegar um prato. Depois dessa luta, é aquela história de self service! Esse sistema é a mesmice de sempre: todos, um do lado do outro, sempre com um imbecil empacotando o feijão tropeiro, forçando as senhoras afoitas a pularem a fila e dar início ao engarrafamento. Após driblar garçons e senhoras alvoroçadas, finalmente, é possível chegar ao apocalipse dos restaurantes: a fila do churrasco. A maior atração do lugar mostra-se como terror. Todo mundo quer um pedaço de carne, e, quando o churrasqueiro não é lerdo, ele é rápido demais. Depois, para causar raiva a qualquer cristão, após todo esse percurso, que é verdadeiramente uma odisseia, ainda há o fato de se procurar um lugar. É nessa parte que surge a necessidade das mais precavidas escolhas: não sentar perto de canhoto, ou não ocupar, inadvertidamente, um lugar entre membros de alguma família. Já terminando seu almoço, suado, no fim ainda há uma fila onde a maior parte dos componentes não paga nada, apenas acompanha o pagante. E você lá, com aquela cara de idiota, esperando desembolar para pagar a sua conta. Agora me diga: almoço é ou não é um sufoco?

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No Salão de Beleza Daniella Camilo Silva de Souza - 3º LUGAR Pai: Cleber de Souza Mãe: Neuza Helena Camilo Silva de Souza 2º ano B

Sempre que vou ao salão de beleza, assisto às mesmas cenas: mulheres rindo, outras fazendo o cabelo e as unhas, porém sempre me deparo com uma sensação de “Déjà vu”. As revistas são sempre as mesmas, vão de “Minha novela” a “Caras”, com uma pessoa famosa que passou um fim de semana na tal ilha. “Luana Piovani na praia de Ipanema e Fátima Bernardes dando Frozemyogurt para um de seus trigêmeos no Leblon.” Os assuntos são sempre os mesmos: quem saiu do Big Brother, se “aquela menina” da novela das oito ainda namora “aquele menino” da novela das sete, como o vestido da Patrícia Poeta usou no domingo passado é bonito, e entre outros assuntos. Para fugir de tudo isso, levo minhas próprias revistas ou um dos meus livros, enquanto meus pés ficam mergulhados em uma bacia quente e mulheres ao meu redor falam sem parar. Quando chega a minha vez, a cabeleireira, mexendo no meu cabelo, começa a puxar assunto: — Sua tia está bem? E seu irmão, como está? Para não dar muita corda, respondo apenas balançando a cabeça. Ainda quer saber como ia a escola, e eu digo que vai bem; quer saber em que ano estou na escola, e eu respondo que no segundo ano. Já cansada de tudo isso, me levanto e vou para casa. Chegando lá, ao passar pelo espelho, percebo que tinha alguma coisa errada: minha escova está inacabada; minha cabeça, metade lisa, metade cacheada.

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Ida ao Consultório Camila de Barros Flex Cunha - 1º LUGAR

Pai: Haroldo José Flex Cunha Mãe:Cláudia de Barros Carvalho Cunha 2º ano C

A mãe leva a filha ao ginecologista, supondo que seria apenas uma consulta de rotina. — Mãe, acho melhor a gente não ir, não estou me sentindo bem! — Deixe de bobagem, a consulta já está marcada há dois meses. — Mas, mãe... — Nada de “mases”! Na recepção do consultório: — Oi, eu sou a Margareth, essa é a minha filha que tem consulta marcada agora pa... — Sim, Dona Margareth, pode entrar, o doutor as aguarda. — Obrigada. Venha, minha filha. Já no consultório, após as apresentações, o doutor diz: ― Vou encaminhar você para fazer um ultrassom pélvico, para ver como andam as coisas aí! E daqui a pouco vocês voltam com os resultados, ok? — Sim, muito obrigada, até logo. — Obrigada ― disse a filha. Depois de duas horas, estavam de volta, mãe e filha ao consultório com o exame nas mãos, que entregaram à secretaria após os ter requisitado. — Podem entrar agora. — Parabéns, mamãe. Disse ele ao entrarem Margareth e sua filha. Ambas ficaram pasmas, não falaram nada e nem saíam do lugar. — O quê? Olha aqui, mocinha, pode me explicar direitinho o que é isso! — Mas, mãe eu não entendo... — Calma, calma ... Vou deixá-las conversarem um pouco a sós. O doutor saiu da sala e as deixou. Bem, conversar não é o termo certo, gritar sim, as deixou gritando uma com a outra. Após muita gritaria, a filha disse: — Mãe, eu realmente não entendo, é que... nós usamos camisinha, todas as vezes... Entra o doutor apressadíssimo e, com um sorriso estampado em seu semblante, diz: — Você não está grávida! Troquei os exames!

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Domínio da Violência Ana Paula Bernardo - 2º LUGAR Pai: Celso Bernardo Mãe: Salete Regina Ferreira 2º ano C

Meu namorado me contava o que tinha acontecido naquela tarde de domingo. Ele estava no ponto de ônibus, após sair da minha casa, e um garoto apareceu, meio neurótico, perguntando onde ele próprio morava e dizendo que estava em guerra. De repente chega outro rapaz, pula da bicicleta e começa a bater no garoto. Meu namorado, sem entender nada e assustado, correu para o posto mais próximo. Um acontecimento sem sentido e de pessoas ignorantes: era uma guerra entre bairros, a legítima violência urbana, que só atrasa essa nossa atrasada civilização. Eles não se intimidam, parece que já dominam mesmo: porrada, tiro, drogas em qualquer lugar, até no ponto de ônibus. E o policiamento adequado, onde se encontra? E a educação de qualidade? E toda a população se tranca dentro de casa, fecha os olhos, como se não participasse desse meio. Precisamos continuar desse jeito mesmo, não é? Claro que não. O fim dessa violência é fato essencial para uma sociedade melhor.

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Aperto na Viagem Daniel Garcia Rosa Lemos - 3º LUGAR

Pai: Antonio Carlos Canez Lemos Mãe: Leila Garcia Rosa Lemos 2º ano C

Fui passar as férias em Salvador e voltaria com meu primo para Vila Velha. Na chegada ao aeroporto, já foi um sufoco: chegamos atrasados e a atendente da Gol ainda ficou nos cobrando identidade, CPF, a permissão, pois somos menor, só faltou pedir a conta e a senha do banco. Quando conseguimos entrar no avião, que já estava cheio, procuramos nossos acentos e nos sentamos. Como nesses aviões há três cadeiras de cada lado, à minha direita havia meu primo e à esquerda não havia ninguém. Agradecia até então por ter mais espaço, mas a felicidade acabou rápido. Já a pouco tempo de o avião decolar, uma senhora gorda sentou ao meu lado e agarrou minha mão, dizendo que estava com medo. Tentei acalmá-la, mas foi difícil. O avião acelerou e ela começou a perguntar se aquilo era normal, por que o avião fazia tal barulho. Depois de já estar no ar, ela se acalmou. Foi o que eu pensei, mas foi apenas o avião balançar um pouco que ela agarrou minha mão novamente e mais forte ainda do que da primeira vez. Na hora de comer, foi pior: quando ia levar o copo para beber, ela agarrou minha outra mão, fazendo o refrigerante cair. Foi tenso. Certamente, foi uma das minhas piores viagens de avião, mas, no final, ela me agradeceu a ajuda e pediu desculpas por ter agarrado minha mão com muita força a viagem inteira.

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Cr么nicas

3潞 Ano


Eterna Criança Júlia Vieira Moyzés - 1º LUGAR

Pai: Robson Ribeiro Moyzés Mãe: Bettina Maria Vieira Moyzés 3º ano A

De dentro da minha casa escuto os gritos e as risadas das crianças da vizinhança. Meninos se reúnem para andar de skate enquanto as meninas vêm só para olhar. Vendo a cena, o que me entristece é que essas crianças são uma exceção. Não porque não é comum vê-las brincando nas ruas, pois na minha época também não era, mas são exceção porque estão brincando juntas, interagindo fisicamente. Com toda tecnologia disponível, não é estranho que as crianças troquem o carrinho de brinquedo pelo carrinho virtual ou as conversas presenciais pelas de bate-papos. Não as culpo. No meu tempo também já deixei de ir brincar para ir jogar videogame ou usar o computador. Mas ainda assim, ia brincar. Hoje, as crianças não conseguem largar o vício se os pais não derem limites. E mal sabem elas que estão perdendo uma fase maravilhosa da vida. Se há uma oportunidade de falar sobre minha infância, passo horas relembrando-me e, no final, sempre me lembro que me descreviam como “moleque”. No masculino mesmo. Aproveitei muito! E sinto pena daqueles que não fizeram o mesmo. Outra coisa que parte das crianças de hoje fazem e eu não fiz, graças a Deus, foi adiantar o tempo. Não tem por que viver em uma fase à frente da que se está. Isso as torna crianças “pra frente”. Deixam de viver como deveriam e fazem o que ainda terão a oportunidade de fazer muito. Independente de como é vivida, a infância é uma fase memorável e o que foi feito nela terá reflexos no resto da nossa vida. Afinal, no fundo, ninguém deixa a criança interior partir.

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O Mundo Que Você Vê Juliana Thomazini Nader Simões - 2º LUGAR Pai: Marcel Nader Simões Mãe:Ana Beatriz Thomazini Nader Simões 3º ano A

Enquanto esperava por um ônibus na rodoviária, vi um menino maltrapilho, sujo, de no máximo 11 anos. Ele chegou perto de onde eu estava e começou a pedir comida a algumas pessoas por ali. Cada um reagiu de uma forma, uns apenas negaram, outros fingiram não ver, alguns até mesmo saíram do lugar. Comecei a pensar sobre a situação daquele garoto, provavelmente sem família, sem onde morar além das ruas. Pensei em como havia sido a vida dele até aquele momento e no que o futuro reservava-lhe. Sem educação, sem oportunidades, restaria para ele roubar, ou, talvez, se envolver no mundo das drogas? O menino chegou perto de mim e pediu-me um salgado. Fui com ele até a lanchonete e comprei-lhe dois salgados e um refrigerante. Ele devorou tudo como se não comesse há anos. Agradeceu baixinho olhando para o chão e saiu. Entrei no meu ônibus e passei a viagem pensando naquele menino. Fiquei triste por sua situação e, ao mesmo tempo, me senti impotente por não poder fazer mais por ele. Além dele, muitos outros sofrem na mesma situação, vivendo num mundo para o qual fechamos os olhos.

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Essência Comum Marina Amaral - 3º LUGAR

Pai: Sergio Fernado Ewald Mãe: Maria Lucia Amaral 3º ano A

Ainda me lembro bem da felicidade espontânea, da inocência e da sinceridade tão natural de minha infância. Que tempo bom, que tempo importante, que tempo que traz saudade a todos que dessa fase já passaram. Nossa maior preocupação era a diversão, e nossa maior arma era o choro. Não nos importávamos com o tempo, bastava podermos pular, correr, gritar. Às meninas eram dadas bonecas e aos meninos, carrinhos. Observo as crianças de hoje. Preocupam-se ainda com a diversão, utilizam ainda do choro. Porém o modo como brincam já não é o mesmo. Embora bonecas e carrinhos continuem nas prateleiras dos quartos, a tecnologia cada vez mais os prende. As brincadeiras de rua passam a ser trocadas por dias dentro de casa jogando videogame, as bonecas agora são virtuais e oferecem um guarda-roupa sem fim, e os carrinhos são comandados por um controle. Talvez essa geração seja marcada por certa precocidade em relação à minha. As meninas espelham-se tanto em suas mães que pintam as unhas, usam maquiagem e ganham o primeiro sutiã com uma idade em que não precisam disso, mas querem. Porém, percebo como a percepção infantil permanece semelhante, aquele modo único de ver as coisas que consegue captar informações imperceptíveis aos adultos. Derivando aqueles comentários que sempre surpreendem os ouvintes. E diante de tantas diferenças, é impossível não enxergar que apesar das mudanças que acompanham a evolução do tempo, há uma essência comum. A mesma alegria, a mesma disposição, a mesma espontaneidade. Reservando as particularidades das gerações, o que podemos dizer é que uma criança conserva sempre o espírito de uma criança.

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Criança Diferente Lara Gomes Suhett - 1º LUGAR Pai: Jocemar Suhett da Silva Mãe: Mariana Gomes Suhett da Silva 3º ano B

As crianças de hoje só querem saber de jogar videogame, usar o computador durante horas sem ao menos perceber o tempo passar. Elas possuem os hábitos alimentares mais restritos possíveis, adoram McDonald’s e não ligam para os legumes e frutas como antigamente. Afinal, de onde saíram essas crianças tão diferentes que não gostam da roça, das histórias do vovô e de jogos de tabuleiro? Quando eu era criança eu adorava ir ao sítio do meu avô, subir no pé de jabuticaba e comer todas aquelas frutinhas pretas deliciosas. Ou seja, eu preferia mil vezes viver, brincar, sentir a realidade na pele a ficar em casa pensando: o que será que tem lá fora? O problema das crianças de hoje é que elas vivem em um mundo virtual, imaginário, ligadas a diversas informações, boas e ruins, que a internet concede-lhes. Os pais ficam cada vez mais preocupados em deixar seus filhos saírem para a rua. Os índices de violência e criminalidade também aumentaram, fazendo disso motivo para as crianças tentarem se divertir em casa.

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Qual o Preço de Um Milagre? João Victor Ribeiro Madeira - 2º LUGAR

Pai: Luciano Rocha Madeira Mãe: Adriana Ribeiro Madeira 3º ano B

Muito me impressiona o poder da fé. Poder que cura, mas, ao mesmo tempo, por outro lado, cega os fiéis que em “pequenos” dízimos ficam mais pobres. Será que Deus é feito de dinheiro como alguns, suponho, pensam? Ou será que é invenção do homem para se aproveitar das “mentes fracas”, alheias? Não entendeu? Explico: de vez em quando, acompanho pela televisão alguns cultos religiosos, nos quais há, pelo menos, um bloco destinado à venda. Sem falar nas vezes em que o missionário para a fim de dizer aos fiéis que deveriam fazer mais “doações espontâneas” e aprender a colocar valores mais justos para as graças alcançadas. Será que existe uma tabela que discrimina o preço de cada milagre? “Câncer curado: R$500,00, o dinheiro será destinado inteiramente para a obra de Deus”. Isso não seria muito contraditório a uma ideologia que surgiu a partir do protesto contra as indulgências cristãs? Entendo isso não como uma igreja, mas como uma espécie de lavagem cerebral que a lei não pode repreender, justamente devido a essa “força da fé”, afinal, os fiéis doam porque querem e acreditam cada vez mais que estão comprando, hoje, um lote melhor no céu. De forma alguma questiono a existência de Deus ou algo do tipo, apenas não concordo com a igreja que julga as pessoas de acordo com seu poder aquisitivo. Afinal de contas, foi o próprio Jesus quem disse “Deem a Cesar o que é de Cesar e deem a Deus o que é de Deus”, provavelmente não entenderam isso.

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A Nova Infância Letícia Penna Felisberto - 3º LUGAR Pai: Gilberto Felisberto Coimbra Mãe: Ilna Penna Felisberto 3º ano B

Brincávamos de pique, de casinha, de boneca, de mãe e filha, e hoje são poucos que brincam disso. As crianças atuais são movidas à tecnologia. Elas sempre estão diante do computador, dos videogames e da própria televisão. Não faz muito tempo entre a minha infância e a de hoje, mas já é possível notar uma grande diferença no comportamento e nas ações que envolvem a maioria delas. As crianças têm pressa de crescer. Elas não aproveitam a infância. Procuram sempre imitar os adultos à sua volta, pensando em ser isso ou aquilo. Por isso transformam-se em pequenos moldes dos adultos que querem ser. Mas, por outro lado, não podemos dizer que a felicidade, o ar de pureza e sonhos mudaram. É possível observar isso em todas elas, pois são sempre risonhas, alegres e cheias de fantasia. A infância será sempre infância, não importa em que época, se ela tiver mudado ou não. E sempre vamos lembrá-la como uma etapa da vida que passou e que queremos que retorne, pois é um período em que regras viram fantasias e sonhos, realidade, mesmo sendo o mais impossível deles. Por isso, a nova infância pode ser chamada de velha, porque pequenas mudanças não querem dizer que ela deixará de ser especial, ou deixará de ser infância para alguém.

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Tributos


Bolo da Felicidade Pedro Henrique de Souza Abreu Pai: Helson do Vale Abreu Mãe: Maria Inês Souza Abreu 6º ano C

Eduardo Rangel Simões

Pai: Eduardo Simões Gonçalves Mãe: Simone Calmon Rangel 6º ano C

Quero lhe dar uma receita A receita da felicidade Ponha na sua vida Uma pitada de solidariedade.

Para o toque final Um pouco de dinheiro é bom colocar Ele é útil e necessário Você pode precisar.

Não se esqueça do principal Ao outro não faça mal. Misture a verdade E junte tudo à igualdade.

Para ficar mais fácil Dou-lhe uma sugestão, Siga a Campanha da Fraternidade E seja um feliz e virtuoso cidadão.

Agora pronta a massa Espere para ver Acrescente o amor Que o bolo vai crescer. Ponha na cobertura Muita amizade E para completá-la Ponha um pouco de saudade.

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Poetizando Vidas Fernada Dias Furieri

Pai: Fernado Antônio Furieri Mãe: Marlene Aparecida Dias Furieri 7º ano A

Suellen Helena Pessotti Delevedove

Pai: Edson Delevedove

Mãe: Soraya Suilan Pessotti Delevedove 7º ano A

Frente a uma página em branco tudo é poesia. Nela, até a pedra ganha vida, vira fantasia. Como na poesia, a nossa vida é feita de sentimentos, amor, paz e alegria.

Nossa vida tem que ser como a alma de uma criança: pura e alegre. Como uma criança, temos que aproveitar cada segundo da vida. Sem esquecer, que dinheiro é feito de papel e sentimento é um presente do céu.

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Verdadeira Felicidade Roberta Caetano Lopes Pai: Edmar Cristo Lopes Mãe:Tatiana Silva Costa 8º ano B

Luísa Bongiovani Soares

Pai: Leonildo Soares Júnior Mãe: Tereza Bongiovani Soares 8º ano B

O dinheiro não traz amor. O dinheiro não traz amizade. Tenha bons amigos E vá em busca da felicidade. Prefiro a arte de ser feliz, Ela me traz verdadeiras amizades Que me ajudam nas dificuldades. O ser me traz alegria De ter boas companhias E ter o prazer De ajudá-las todos os dias.

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O ter é uma armadilha Em que caímos diariamente E paramos de pensar No valor que temos de compartilhar. Compartilhar verdadeiras alegrias É o que temos que fazer Para pensarmos no ser Ao invés de pensarmos no ter.


Contraste Joelma de Jesus Miranda

Pai: José Ricardino de Miranda Mãe: Elenice Bispo de Jesus 9º ano A

Tanta desigualdade na nossa sociedade. Enquanto uns tanto têm, outros vivem com menos do que convém. Por que valorizamos o ter apenas para chorar, se nem tudo o dinheiro pode comprar? Muitos rasgam dinheiro comprando coisas desnecessárias. Será verdadeiro que o dinheiro traz felicidade? Pessoas revirando lixo, vivendo como bicho. Por que, meu Deus, tanta desigualdade?! Ponha a mão na consciência, acabe com esse consumo excessivo, porque, enquanto você tanto gasta, muitos choram.

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Mentalidade do Adolescente Milena de Pinho Moraes Alves Pai: Orlandir Soares Alves Mãe: Maria Bernadete de Pinho Moraes 1º ano C

A sociedade atual é como o adolescente. Direciona os seus valores com o seu interesse, Dá mais atenção ao que lhe faz bem agora Esquece que o verdadeiro bem está próximo. Se tem carinho e o amor da família, Procura fora de casa a companhia perfeita; Se tem a oportunidade de ter um bom estudo, Procura nas noites uma ocupação que lhe satisfaça. Com as pessoas da atualidade ocorre o mesmo: O dinheiro é o centro de todas as atenções. A ganância e a inveja prevalecem em cada um, Quando não temos dinheiro, somos um qualquer. Assim como o adolescente amadurece E se torna um adulto mais completo, Espero que aconteça o mesmo com a sociedade: Cresça nos valores e no pensamento.

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Cifras Dominantes Lívia Pacheco Ignacio

Pai: Hugo Victor Ignacio Mãe: Lucilia Trindade Pacheco Ignacio 2º A

Consumismo, Capitalismo, Materialismo. Infinitas rimas não seriam capazes de demonstrar as cifras que inundam o mundo cada vez mais. O dinheiro não é inútil, mas está nos tornando. O dinheiro serve para consumir, mas está nos consumindo. Nosso caráter não é mais humano, é monetário. O planeta azul está virando O planeta verde. Não verde da mata, Mas sim do dinheiro, do dólar, do euro, do real, deixando o mundo mais superficial. Por isso vamos aprender a utilizá-lo e parar de idolatrá-lo. O dinheiro não pode nos dominar, e sim nos ajudar a construir um mundo mais humano e real.

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Verdadeira Felicidade Camila Silveira Bergantini

Pai: Sérgio Lucio Bergantini Mãe:Arlinda Thomazia Silveira Bergantini 3º ano A

Clarissa Pimentel Vargas

Pai: Marco Antônio Vargas Mãe: Maria Aparecida Borges Pimentel Vargas 3º ano A

não sou mais do que sirvo não vejo além do que é mostrado cego estou não tenho direito ao que sinto meu mundo virtual... minha fortaleza é a ilusão plácida fonte de prazer prossigo domado pela alienação força é ignorância liberdade é escravidão submerso na ganância abandonei minha salvação...

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FIAT LUX sou aquilo que sou enxergo além dos meus olhos domino meus sentimentos dentro do meu mundo real fortalecido em minha decisão livre de minha ignorância DESPERTO! Encontrei-me em meu coração.

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Equipe de LĂ­ngua Portuguesa

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Coleção Acendendo Chamas

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