Ano XXXV - nº 394 - Setembro/2015
Distribuição Gratuita. Venda proibida.
A serviço da Igreja de Dourados, a Diocese do Coração
Índice
Apresentação Caros amigos leitores saúde e paz! Setembro, que belo mês! E com sua chegada, de modo especial, vivenciamos a rica experiência de mergulharmos mais afundo na Palavra de Deus. Por isso, na Igreja do Brasil este é o mês da Bíblia. Neste ano de 2015 somos motivados a sermos: Discípulos e Missionários a partir do Evangelho de João, com o lema “Permanecei no meu amor para dar muitos frutos” (cf. Jo 15,8-9). O que apresentar nesta edição? Comecemos pela Palavra de nosso Pastor, Dom Redovino Rizzardo, ele apresenta um dia de crise na vida de um bispo, nos mostrando com clareza também as dificuldades encontradas em seu ministério episcopal a frente da Igreja diocesana Dourados. “Amarás o teu próximo como a ti mesmo!” (Mc 12,31), este é o desafio lançado a nós na palavra de vida deste mês, e com ele abraçaremos a sua aplicação imediata, clara, límpida e exigente como bem lembra Pe. Fábio Ciardi. No testemunho de vida temos a bela história de Madre Teresa de Calcutá, e com ela podemos ver que é possível, com nossa vida e doação, levar a misericórdia aos nossos irmãos. Temos a bela oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o que pensa o Papa Francisco, por isso na Palavra do Papa apresentamos um trecho de suas respostas aos jornalistas, durante a viagem de volta da América Latina, no dia 12 de julho. Também nesta edição você pode ficar por dentro daquilo que é noticia na Igreja, vale a pena se informar! Dom Luiz Demétrio, bispo da Diocese de Jales – SP, faz pertinentes “Reflexões à margem de uma crise...”. Da mesma forma, no mês da bíblia somos convidados a vivenciarmos, com maior zelo, os círculos bíblicos. Porque a Igreja católica não ordena mulheres para o sacerdócio? Interessante a pergunta não é? Quem nos responde nesta edição é o Seminarista Linniker Matheus da Arquidiocese de Campo Grande, não deixe de ler. Aprecie a pagina “A diocese em revista” ficando a par do belo trabalho realizado pelas Irmãs Missionárias da Consolata e Pe. Jorge Dal Ben, na Reserva Indígena de Dourados. Ainda temos: “A vida em família” apontando a realidade dos adolescentes e papagaios; “A Igreja em serviço” conta a bela história da Rádio Comunitária Boa Nova; “Fatos em Foco” apresenta alguns eventos de nossa Igreja particular; nossa agenda diocesana e datas relevantes para todo o nosso mês, não deixe de conferir! Uma boa leitura e Deus os abençoe! Pe. Marcos Roberto P. Silva
padremarcosrobertop.silva@gmail.com
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03
A Palavra do Pastor
04
Palavra de vida
05
Testemunho de vida
06
A Palavra do Papa
08
Opiniões que fazem opinião
09
Círculos bíblicos
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Pergunte e responderemos
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A Diocese em revista
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Vida em Família
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Obras em Destaque
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Fatos em foco
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Fique por Dentro!
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Patrocinadores
Um dia de crise na vida de um bispo
“Amarás o teu próximo como a ti mesmo!” (Mc 12,31)
Teresa de Calcutá
Para saber um pouco mais o que o Papa pensa...
Reflexões à margem de uma crise...
Porque a Igreja Católica não ordena mulheres para o sacerdócio?
Adolescentes e papagaios
Rádio Comunitária Boa Nova
Expediente Revista Elo - Setembro/2015 - Ano XXXV - nº 394 Diretor: Pe. Marcos Roberto P. Silva Equipe Revista Elo: Dom Redovino Rizzardo; Padre Jander da Silva Santos; Seminarista Éverton F. S. Manari; Estanislau N. Sanabria; Adriana dos Santos Gonçalves; Maria Giovanna Maran; Suzana Sotolani; Ozair Sanabria; Solenyr Araújo. Diagramação e Projeto Gráfico: Michelle Picolo Caparróz Propriedade: Mitra Diocesana de Dourados Telefone: (67) 3422-6910 / 3422-6911 Site: www.diocesededourados.com.br Contatos e sugestões: elo@diocesededourados.com.br Impressão: Gráfica Infante Tiragem: 18.280 exemplares
A Palavra do Pastor
Um dia de crise na vida de um bispo P
ode ser que alguns leitores da revista ELO, ao terminar a leitura de “A Palavra do Pastor” do mês de agosto, tenham ficado com a impressão de que o bispo de Dourados flutue num mar de rosas. De fato, depois de enumerar alguns eventos ocorridos ao longo do meu serviço episcopal, finalizo afirmando: «Posso garantir que, para mim, o episcopado se converteu numa graça extraordinária, que me ajuda a viver numa atitude de gratidão e de alegria». A sabedoria popular cunhou um provérbio muito conhecido e bastante pessimista: «Não há rosas sem espinhos», provérbio que os santos preferem transformar em «Não há espinhos sem rosas». Como todos sabem, eu não sou santo... Mas, para não cansar o leitor com o elenco das crises que, como todo mundo, preciso enfrentar, vou me deter em apenas três delas, que me “visitaram” no dia 22 de junho. Ao meio-dia, durante um almoço com um grupo de padres, em dado momento, um deles me perguntou à queima-roupa: «O sr. acha que o Papa Francisco já chegou a Dourados?»... Jamais teria imaginado ouvir uma pergunta tão estranha. Só entendi o seu significado quando os presentes aprofundaram a questão. Francisco é o papa da simplicidade e da humildade, que não gosta do aparato e da complexidade na liturgia. E, na opinião desses padres, o que se vê em Dourados, em certas ocasiões, é uma celebração pomposa e sofisticada, mais propensa a favorecer a vaidade de quem preside e a emoção de quem assiste do que aprofundar a fé e a piedade do povo. O certo, porém, é que, para o Papa Francisco, «a Igreja evangeliza e se evangeliza com a beleza da liturgia, que é fonte de um renovado impulso de doação». A liturgia bem preparada e melhor ainda vivenciada é o primeiro passo para se chegar à “Igreja em saída”, sustentada por “pastores com cheiro das ovelhas”, que “caminham à frente, no meio e atrás do rebanho que lhes é confiado”: três exigências fundamentais, solicitadas dezenas de vezes pelo Papa, para que se possa responder afirmativamente à pergunta do padre. Um exemplo apontado pelo Pontífice deste respeito e carinho pelo povo é Oscar Romero, o profeta e mártir beatificado no dia 23 de maio. A quem lhe perguntava se não exagerava em sua “obsessão” de, antes de agir, pedir conselhos não somente aos padres e às religiosas, mas até mesmo a humildes “campesinos”, ele respondia: «Esta é a acusação mais bela que me fazem, e o pior é que não pretendo me corrigir!».
Voltando às crises que me afetaram no dia 22 de junho, a segunda veio à noite, quando assisti, pela TV, à sessão em que a Câmara Municipal de Dourados aprovou o Plano Municipal de Educação. Dada a importância do assunto para o futuro da juventude e das famílias, eu imaginava que o auditório ficasse lotado de católicos, sobretudo aqueles ligados aos Movimentos Eclesiais. Mas a realidade não correspondeu à expectativa. Os que se fizeram presentes – dentre eles, alguns padres e religiosos – precisaram enfrentar o tumulto e a concorrência de um aguerrido grupo de universitários e professores, que buscavam seus direitos numa forma nem sempre harmoniosa... Foi então que passei pela terceira crise: percebi que, em Dourados, a Igreja Católica está distante do mundo universitário. Sem querer, lembrei-me do que disse o Papa Francisco, no dia 12 de junho, dirigindo-se a mais de mil sacerdotes que participavam de um retiro mundial, em Roma. Parafraseando a parábola da ovelha perdida, ele comentou que, não poucas vezes, nós – bispos, padres, diáconos e religiosos – somos tentados a “escovar” a ovelha que nos agrada ou lisonjeia do que buscar as 99 que se afastaram... A grande maioria dos universitários nasce em famílias cristãs, mas um número cada vez maior deles acaba se tornando agnóstico ou ateu. E são eles que, amanhã, dirigirão a sociedade, como professores, advogados, juízes, políticos e pais de família... «Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé!» (1Jo 5,4). Mas, se não for alimentada pela oração e pelas obras, ela definha e morre. Não será este o motivo por que muitos católicos, que se sentem “inflamados” e “convertidos” no final de um encontro de espiritualidade ou de formação, em pouco tempo perdem o ânimo e voltam à mediocridade de antes? Aquilo de que não se faz uso, se atrofia! Se, no Oriente, os cristãos enfrentam a morte para não renegar a fé, no Ocidente os cristãos precisam ter a mesma coragem. Talvez aqui não haja extremistas muçulmanos que os matem... Mas o ambiente que os cerca – e o Estado que se ufana em se definir laico – os obrigam a lembrar que, se não agirmos nós, agirão outras pessoas, sem nós e contra nós. Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo Diocesano
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Palavra de Vida
“Amarás o teu próximo como a ti mesmo!” (Mc 12,31) Essa frase do Evangelho é que significa: “Misericórdia eu quero, de aplicação imediata, clara, límpida – e exigente. Vejamos o seu contexto. Jesus responde a um escriba, um estudioso da Bíblia, que lhe pergunta qual é o maior dos mandamentos dentre os 613 preceitos da Sagrada Escritura a serem observados. Um dos grandes mestres, o rabi Shamai, tinha-se recusado a dar a sua opinião. Outros, como o rabi Hilel, já consideravam que o centro de tudo é o amor: «Não façais aos outros aquilo que não gostaria que fizessem a ti. Essa é toda a lei. O resto é comentário». Jesus não só afirma a centralidade do amor, mas reúne em um único mandamento o amor a Deus e o amor ao próximo. Basta ver a resposta dada ao escriba: «O primeiro mandamento é este: “Ouve, Israel! O Senhor nosso Deus é um só. Amarás o Senhor teu Deus, de todo o seu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com toda a tua força!”. E o segundo mandamento é: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo!”. Não existe outro mandamento maior do que estes». A segunda parte do único mandamento – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo!» – é expressão da primeira parte, o amor a Deus. A melhor maneira de demonstrar o nosso amor a Deus é amarmos os outros de tal modo que eles encontrem em nós a expressão do amor de Deus para com eles. Assim como os pais ficam felizes vendo seus filhos em harmonia, ajudando-se, estando unidos, Deus – que para nós é como um pai e uma mãe – se alegra em ver que amamos o próximo como a nós mesmos, contribuindo, assim, à unidade da família humana. Há séculos os profetas explicavam ao povo de Israel que Deus quer o amor e não sacrifícios e holocaustos. O próprio Jesus o relembra quando diz: «Aprendei o
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não sacrifícios”» (Mt 9,13). De fato, «como se pode amar Deus que não se vê, quando não se ama o irmão que se vê?» (1Jo 4,20). Nós o amamos, servimos, honramos na medida em que amamos, servimos, honramos qualquer pessoa, amiga ou desconhecida, da nossa raça ou de outra e, de modo especial, os “pequenos”, os mais necessitados. É o convite a transformarmos o culto em vida: ao sairmos das igrejas onde adoramos, amamos, louvamos a Deus, vamos ao encontro dos outros, para atuar o que compreendemos na oração. «Amarás o teu próximo como a ti mesmo!». Para viver essa frase, lembremo-nos de que ela é a segunda parte de um mandamento duplo, cuja primeira parte, inseparável, é o amor a Deus. Daí a necessidade da oração, do diálogo com Ele. Deus é Amor. É Ele quem nos ensina o que é o amor e como devemos amar. Quando estamos com Deus, não estamos roubando tempo ao próximo; pelo contrário, estamos nos preparando para amar de modo cada vez mais generoso. E quando nos recolhemos com Deus depois de amar os outros, a nossa oração é mais autêntica, mais verdadeira, mais universal. Mais ainda: para amar o próximo como a nós mesmos, precisamos conhecê-lo como a nós mesmo e amá-lo como ele quer ser amado, não só como nós gostaríamos de amá-lo. As diversidades existem na família, no trabalho, na vizinhança. Assim como gostaríamos de encontrar alguém disposto a nos escutar, a nos ajudar na preparação de uma prova, na procura de um emprego, na arrumação da casa, também devemos intuir as exigências do outro, dando-lhe atenção, permanecendo em sincera escuta, colocando-nos no lugar dele.
Importante é também a qualidade do amor. O apóstolo Paulo, no hino ao amor-caridade, enumera algumas dessas qualidades: o amor é paciente, é benfazejo; não é invejoso, não é presunçoso nem se incha de orgulho; não faz nada de vergonhoso, não é interesseiro, não se encoleriza, não leva em conta o mal sofrido. Desculpa tudo, crê tudo, espera tudo, suporta tudo (1Cor 13, 4-7). Quantas chances e quantos detalhes para viver esta Palavra! Enfim, podemos lembrar que essa norma da existência humana é a base da famosa “regra de ouro” que encontramos em todas as religiões e até nos grandes mestres da cultura leiga. Podemos encontrar, na nossa cultura ou religião, convites semelhantes a amar o próximo; e podemos ajudar-nos a vivê-lo juntos: cristãos, hinduístas, muçulmanos, budistas, membros de religiões tradicionais e pessoas de boa vontade sem um referencial religioso. Se amássemos o próximo como a nós mesmos, chegando a não fazer ao outro o que não gostaríamos que fosse feito a nós... acabariam as guerras, a corrupção desapareceria, a fraternidade universal não seria mais uma utopia e a civilização do amor se tornaria em pouco tempo uma realidade.
Pe. Fábio Ciardi
Testemunho de Vida
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Teresa de Calcutá
Papa Francisco poderá canonizar a Madre Teresa de Calcutá durante o “Jubileu da Misericórdia”, talvez no dia 5 de setembro de 2016, 19º aniversário de sua morte. Foi o que disse, no dia 5 de maio, Dom Rino Fisichella, Presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização: «Quem, atualmente, poderia ser mais reconhecido do que a Madre Teresa como alguém que viveu as obras de misericórdia? Quem seria mais capaz do que ela de sustentar o compromisso de milhões de pessoas – homens, mulheres e jovens – que, nas diversas formas de voluntariado, expressam a misericórdia da Igreja? Quantas associações vivem esta missão! Por que não escolher o dia 5 de setembro como uma oportunidade de encontro entre elas? Não vejo dificuldade para que isso aconteça». Registrada e batizada com o nome de Agnes Gouxha Bojaxhiu, Teresa nasceu no dia 27 de agosto de 1910, em Escópia, hoje capital da Macedônia. Seus pais, Nicolau e Rosa, eram albaneses, e tiveram três filhos. Ao chegar à adolescência, ela fez parte da “Congregação Mariana”, onde, amadurecendo em sua identidade cristã, se sentiu atraída para a vida religiosa. Ingressou na Congregação das Irmãs de Loreto, que se dedi-
cavam à educação da juventude. Desejando ser missionária na Índia, foi enviada para um convento da Irlanda, a fim de aprender o inglês. Em seguida, partiu para a Índia, onde fez o noviciado e professou os votos religiosos, tomando o nome de Teresa, em homenagem a Santa Teresa do Menino Jesus, padroeira dos missionários. Por 17 anos, ensinou história e geografia no colégio da Congregação, em Calcutá. Cercada por alunos das famílias mais ricas da sociedade, ela ficava chocada e com um peso na consciência toda vez que saía às ruas da cidade e se deparava com crianças maltrapilhas, velhos moribundos e doentes abandonados, sem terem a quem recorrer. O dia 10 de setembro de 1946, quando Teresa completava 36 anos de idade, ficou marcado em sua vida como o “dia da inspiração”. Numa viagem de trem a uma casa de retiros do Himalaia, ela compreendeu que Deus lhe pedia que deixasse o conforto do colégio e se dedicasse à multidão de pobres, doentes e excluídos, cuja “residência” eram as ruas e becos de Calcutá. Começou por fazer um breve curso de enfermagem, indispensável para a nova missão que iniciava. Às cinco crianças que logo recolheu de um dos bairros mais pobres da cidade, em dez dias se somaram outras cinquenta. Graças à adesão e colaboração de outras pessoas, que se sentiram atraídas por seu exemplo, sua atividade se ampliou e ela passou a se dedicar sobretudo aos doentes e moribundos que jaziam pelas ruas da cidade. Aos poucos, a Irmã Teresa compreendeu que, apesar de importantes, a presença e o trabalho dos voluntários não eram
suficientes. Ela precisava de companheiros e companheiras que, fortalecidos pela vida consagrada, assumissem como ideal de vida a radicalidade da caridade. Foi assim que, em 1950, nasceu a Congregação das Missionárias da Caridade, e, em 1963, a Congregação dos Missionários da Caridade. Convencida de que «a pobreza não foi criada por Deus. Nós é que a causamos – você e eu – devido ao nosso egoísmo», em poucos anos Teresa tornou-se a pessoa mais conhecida e amada da cidade, graças ao amor com que se aproximava de quantos estavam doentes, famintos, deficientes e desesperados. As missionárias e, mais tarde, os missionários saíam às ruas e recolhiam todos os doentes e moribundos que encontrassem. Para elas e eles, cada corpo chagado representava a figura de Cristo, o mesmo Deus que adoravam nas longas horas de oração silenciosa. Os méritos de Madre Teresa foram reconhecidos universalmente, tanto que, em 1979, recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Faleceu em Calcutá, no dia 5 de setembro de 1997, aos 87 anos de idade. Foi beatificada a 19 de outubro de 2003, por São João Paulo II, seu amigo pessoal, numa celebração que reuniu, em Roma, mais de 300.000 pessoas. Emocionado, o Sumo Pontífice recordou em sua homilia: «Continua viva em minha memória a sua diminuta figura, dobrada por uma existência transcorrida a serviço dos mais pobres entre os mais pobres, porém sempre carregada de uma inesgotável energia interior: a energia do amor de Cristo». Sua festa litúrgica ocorre no dia 5 de setembro, data de sua morte.
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A Palavra do Papa
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Para saber um pouco mais o que o Papa pensa...
antidade, o que sentiu quando viu a escultura da foice e o martelo com Cristo, oferecida pelo presidente Morales? Eu não conhecia este objeto, nem sequer sabia que o Padre Espinal era escultor e poeta. Soube durante estes dias. Vi o objeto e para mim foi uma surpresa. Em segundo lugar, tal objeto pode ser qualificado como do gênero da arte de protesto. Por exemplo, em Buenos Aires, há alguns anos, foi realizada uma exposição de um bom escultor. Lembro-me de uma obra que representava Cristo crucificado ao lado de um bombardeiro que se aproximava. Era uma crítica ao cristianismo, que teria se aliado ao imperialismo, representado pelo bombardeiro. Assim, eu o qualifico como a arte de protesto que, em alguns casos, pode ser ofensiva. Em terceiro lugar, neste caso concreto, o Padre Espinal foi morto em 1980. Era uma época em que a teologia da libertação tinha vertentes diversas, entre as quais estava a que usava a análise marxista da realidade. O Padre Espinal pertencia a esta vertente. Naquela época eu era reitor da Faculdade de Teologia e se falava muito sobre isso. Foi então que o Pe. Arrupe, Superior Geral da Companhia de Jesus, escreveu uma carta a toda a Companhia sobre a análise marxista da realidade, detendo um pouco este processo ao afirmar que: «Não, são coisas diferentes, não pode ser, não está certo!». Espinal era um entusiasta desta análise marxista da realidade, mas também da teologia, usando o marxismo. Esta foi a inspiração de sua obra. Os poemas de Espinal pertencem a este gênero de protesto: era a sua vida, era o seu pensamento; ele foi um homem especial, com tanta genialidade humana, e que lutava de boa fé. Fazendo esta hermenêutica, eu entendo esta obra. Para mim, não foi uma ofensa. Santo Padre, nesta viagem, ouvimos muitas mensagens para os pobres, mas uma coisa que pouco ouvimos foram mensagens para a classe média. Por que em seu magistério há tão pouco lugar para a classe média? Muito obrigado, é uma bela correção! Você está certo, é um erro da minha parte. Tenho de pensar sobre isso. Vou fazer algumas observações, mas não para me justificar. O mundo está polarizado. A classe média fica menor. A polarização entre ricos e pobres é grande. Isso é verdadeiro e, talvez, isso tenha me levado a não ter considerado a classe média. Falo no mundo em geral. Há alguns países que estão bem sob este aspecto. Mas no mundo em geral, pode-se observar esta polarização, e o número dos pobres é grande. E por que eu falo dos pobres? Porque isto é o coração do Evangelho. Sempre falo da pobreza à luz do Evangelho, embora também seja uma realidade sociológi-
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ca. Mas as pessoas comuns, os trabalhadores... Trata-se de algo de grande valor. Mas eu acho que você disse algo que tenho que fazer; devo aprofundar o meu magistério sobre este tema. Santo Padre, que mensagem o senhor quis dar à Igreja na América Latina durante estes dias? E que papel esta Igreja pode ter como sinal no mundo? A Igreja latino-americana tem uma grande riqueza. É uma Igreja jovem, e isso é importante. Eu quis encorajar esta Igreja jovem, e acredito que ela pode dar-nos muito. Comento algo que me impressionou. Em todos os três Países, havia nas ruas pais e mães com crianças; faziam-me ver as crianças. Nunca tinha visto tantas crianças. É um povo – também a Igreja é assim – que é uma lição para nós, para a Europa, onde a diminuição dos nascimentos nos deixa espantados. E as políticas para ajudar as famílias numerosas são poucas. Penso na França que tem uma boa política para auxiliar as famílias numerosas, onde a taxa de natalidade chega – creio – a mais de dois por cento, enquanto outros países estão perto de zero. A riqueza deste povo e desta Igreja é que ela é uma Igreja viva. Isso é importante. Acho que devemos aprender com isso e corrigir-nos, porque, caso contrário, se não há filhos... Isso é o que me incomoda tanto quando falo de “descarte”: descartam-se as crianças, descartam-se os idosos e, com a falta de trabalho, descartam-se os jovens. Por isso, os povos jovens nos dão mais força. Para a Igreja, que eu chamaria de Igreja jovem – com muitos problemas, pois ela tem também problemas! – creio que seja esta a mensagem que tenho a dar: não tenha medo desta juventude e deste frescor da Igreja. Pode ser que também seja uma Igreja um tanto indisciplinada, mas com o tempo se disciplinará, e nos dará muitas coisas boas... (Respostas do Papa aos jornalistas durante a viagem de volta da América Latina, 12 de julho)
A Igreja é Notícia
Viver a fé no pódio «A minha vitória vem de Deus e da minha entrega ao Senhor». Assim se expressou, em entrevista à ACI Digital no dia 3 de agosto, a atleta brasileira Juliana Gomes dos Santos, após conquistar a medalha de ouro nos 5.000 m, nos Jogos Pan-Americanos, no Canadá, e subir ao pódio erguendo um terço. A atleta já havia sido ouro nos 1.500 m no Pan-Americano do Rio, em 2007, quando também carregou um terço ao subir ao pódio. Em sua entrevista, Juliana narrou que vem de uma família católica e tem grande devoção por Nossa Senhora. Casada com o maratonista Marilson Gomes dos Santos e mãe de Miguel, Juliana teve que deixar pela primeira vez a família no Brasil, quando seguiu para a competição no Canadá: «Quando deixei o Miguel, pensei: “Mãe não foi feita para se separar do filho”. Por isso, me apeguei ainda mais a Nossa Senhora. Algumas semanas antes, ganhei uma oração que dizia “Maria, nossa Mãe, passa na frente”. Comecei a rezá-la todas as noites». Chegando em primeiro lugar na competição, Juliana não hesitou em erguer o seu terço e expressar sua fé: «A gente precisa ter fé e proclamar. Alguns ficaram surpresos e questionando como tive coragem. Mas é a bandeira que carrego, que trago da minha família. Se estou aqui hoje, é porque Deus permitiu. Vou continuar se Ele permitir, se não, serei apenas mãe». A fé é vivida por Juliana em seu dia-a-dia: «Se você é evangélico e vai falar de Deus, parece que te dão mais espaço. Mas, quando você diz que é católico, causa mais espanto, porque parece que o católico é mais reservado. De minha parte, procuro demonstrar a fé não só nas tribulações, mas também nas vitórias».
Protestantes arrependidos pela destruição de imagens na Reforma A comunidade protestante alemã apresentou suas desculpas pela vasta destruição de imagens religiosas realizada durante o período da Reforma. Em uma declaração da Evangelische Kirche in Deutschland (EKD) divulgada pelo semanário católico “The Tablet”, os responsáveis religiosos sublinharam que a comunidade protestante condena com firmeza esta prática de destruição. Assim informou a imprensa vaticana, L’Osservatore Romano.
Quando os animais valem mais que os bebês... Cristãos norte-americanos recorreram às redes sociais para criticar a diferente cobertura dos meios de comunicação social relacionada com a morte de um leão, na África, e os abortos e tráfico de órgãos de bebês executados pela multinacional Planned Parenthood. A morte do leão “Cecil”, no sul da África, despertou uma onda de indignação na imprensa mundial, já que se tratava de uma importante atração para os turistas no Parque Nacional Hwange. Walter Palmer, um dentista americano, caçou o leão depois de pagar 50 mil dólares para “garantir uma caça legal”... De outro lado, as atividades da Planned Parenthood – a maior multinacional abortista do mundo – vieram à tona graças a uma câmera escondida, negociando valores entre 30 e 100 dólares, pela venda de órgãos e tecidos de bebês, abortados em suas instalações. «O fato de que muitas pessoas na imprensa nacional e internacional estejam mais preocupadas com o leão Cecil do que com a Planned Parenthood matando bebês e recolhendo seus órgãos é inadmissível», declarou o ex-governador do Estado de Arkansas, Mike Huckabee.
Mais uma do Papa Francisco... Um pedido diferente partiu do Papa Francisco à cidade italiana de Prato, conhecida como uma das capitais têxteis da Europa. Ele sugeriu que os empresários, que queriam lhe oferecer tecidos para preparar novos paramentos por ocasião da sua visita no dia 10 de novembro, dessem nova destinação aos presentes: fossem destinados a confeccionar roupas para os pobres... O bispo local, Dom Franco Agostinelli, anunciou que a ideia de Francisco foi acolhida com entusiasmo. Inclusive as 270 empresas chinesas associadas aderiram à iniciativa e contribuirão, não somente com tecidos, mas também com roupas já prontas. E acrescentou: «Toda a diocese está em festa pelo evento que vai marcar a nossa história: realmente Pedro visitará a nossa Igreja e nos confirmará na fé». E, como faz praticamente em todas as suas “visitas pastorais”, na agenda de Francisco também consta um encontro com os doentes e o almoço com os pobres.
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Opiniões que fazem opinião
Reflexões à margem de uma crise... N
estes dias, o contato direto com as famílias colocou às claras a real situação que o povo está vivendo, com o agravamento da crise econômica. O fantasma do desemprego vai tomando forma bem concreta, com a demissão de funcionários, na tentativa de diminuir os custos e, assim, manter viáveis as empresas. Dada a importância estratégica da mão de obra, o bom senso sugere, sempre que possível, manter o quadro de funcionários, mesmo que isto implique diminuição de salários, com entendimento prévio, feito de acordo com a legislação em vigor. Manter os postos de trabalho é uma boa tentativa para segurar o alastramento da crise. Ao mesmo tempo, há situações limites em que as demissões se tornam inevitáveis. Neste caso, é admirável conferir, como nestes dias eu pude observar, a seriedade e o empenho com que pessoas desempregadas buscam outro serviço, mesmo recebendo menos, mas garantindo uma entrada mensal conseguida por seu trabalho, sem logo buscar os benefícios decorrentes do seguro desemprego. Dada a forte interação, no Brasil, entre economia e esfera estatal, nestes momentos aumenta a responsabilidade dos agentes públicos, cuja ação tem repercussões diretas na ordem econômica. Mas, para que possam exercer suas funções, eles precisam de espaço para as providências que acharem necessárias ao momento em que o país vive. O governo, sobretudo em nível federal, onde se tomam as decisões macroeconômicas, não pode ser sistematicamente obstruído, como vem acontecendo pela ação estabanada de alguns políticos que querem tirar proveito
dos problemas enfrentados pelo governo, para faturarem em benefício pessoal as dificuldades em que se encontra o país. Diante da crise, aumentam as responsabilidades dos políticos. Nesta hora, eles podem comprovar sua competência e honestidade ou se encaminhar para serem rejeitados pelos eleitores. Como sempre, os momentos de crise são propícios para tirar lições importantes, e descortinar novos horizontes. Neste contexto, se faz necessária uma reflexão sobre a importância do trabalho, e sobre a urgência de corrigir desvios que possam estar acontecendo. É preciso ter a coragem de colocar o dedo na ferida, e constatar que vai se criando uma sub cultura de aversão ao trabalho, e de acomodação na dependência dos benefícios que os programas governamentais providenciam para os mais necessitados. Há gente que, simplesmente, não quer trabalhar. Isto coloca um verdadeiro desafio, não só para o governo, mas para o país. Este desafio, é preciso reconhecer, já vem sendo enfrentado pelos agentes que coordenam os programas assistenciais do governo. Mas se requer uma ação mais ampla, de reeducação para o trabalho, e de claras providências para desencorajar os que se imaginam com direito de viver na ociosidade, beneficiando-se dos frutos do trabalho alheio. Sempre é possível tirar lições positivas dos momentos de dificuldade pelos quais se passa. O governo deve ser cobrado pelo que é de sua competência realizar. Mas ele tem o direito de contar com as prerrogativas que a constituição lhe garante. E cada cidadão é chamado a dar sua contribuição pessoal para a superação das dificuldades em que o país se encontra.
Dom Luiz Demétrio Valentini Bispo de Jales - SP
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1º Encontro
Círculos Bíblicos
A Palavra gera salvação: “Uma só coisa te falta”! Acolhida: Preparar um lugar de destaque para a Bíblia, usar globo terrestre ou mapa, indicando a Evangelização feita pela Palavra. Animador/a: Queridos irmãos e irmãs sejam bem vindos! Jesus Cristo é a Palavra Viva do Pai, no meio de nós. Neste mês, dedicado à Bíblia, queremos fazer uma autoanálise, a fim de identificarmos onde falhamos na prática da Palavra e no seguimento a Jesus. Atentemo-nos em descobrir o quê, de fato, precisamos fazer para alcançar a vida eterna. Peçamos a presença da Santíssima Trindade, para bem iniciarmos este nosso encontro! Em nome do Pai... Canto: Toda Bíblia é comunicação/ de um Deus amor/ de um Deus irmão/ É feliz quem crê na revelação/ Quem tem Deus no coração. Jesus Cristo é a Palavra/ Pura imagem de Deus Pai. Ele é vida e verdade/ a suprema caridade. ABRINDO OS OLHOS PARA VER
Animador/a: A observância dos mandamentos é apenas o primeiro degrau de uma escada que nos leva para o alto, para junto de Deus. A Lei Divina nos capacita para a doação plena, ao Pai e ao próximo. Portanto, não nos enganemos, o caminho à plenitude da vida era e continua sendo para todo cristão: fazer a vontade de Deus, expressa nos mandamentos. ORAÇÃO INICIAL
Leitor/a 1: Dirijamos nossas preces a Deus rezando (em dois coros) com o salmo 118 Bem-aventurados os irrepreensíveis no seu caminho, e que andam conforme a lei do Senhor. Bem-aventurados os que guardam as suas prescrições e O bus-
cam de todo coração; Não praticam a iniquidade e andam em seus caminhos. Tu ordenaste os teus mandamentos, para que os cumpramos à risca. Tomara sejam firmes os meus passos, para que eu observe tua Lei, Senhor. Render-te-ei graças com integridade de coração, quando tiver aprendido os teus retos juízos. Cumprirei os teus decretos; não me desampares jamais. De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Caminhando segundo a sua Palavra. De todo coração Te busquei; não me deixes fugir dos teus mandamentos. Bendito és tu, Senhor; ensina-me os teus preceitos. ESCUTANDO A PALAVRA
Animador/a: Somente em Cristo, conseguimos igualar nossa vontade à vontade de Deus, que isso aconteça, recorramos a Ele, pela Palavra, que nos ensina e nos conduz! Canto de aclamação: É como a chuva que lava/ é como o fogo que arrasa/ Tua palavra é assim/ não passa por mim sem deixar um sinal. Leitor/a 2: Evangelho de Jesus Cristo segundo Mc 10,17-22 PARTILHANDO A PALAVRA
Leitor/a 3: Uma pessoa rica pode sentir-se protegida pela segurança que a riqueza lhe dá. Pode acomodar-se ou ser indiferente ao próximo, em virtude do que o dinheiro pode lhe proporcionar. Por outro lado, infelizmente, uma pessoa pobre, às vezes, tem apegos e preocupações
que a impede de seguir Jesus e de colocar Nele sua confiança. a) Comentemos sobre estas afirmativas. b) O que significa, hoje: “Vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu”? REZANDO A PALAVRA
Leitor/a 4: Após cada invocação, rezemos juntos: LIVRAI-NOS, SENHOR! - Do apego exagerado que nos paralisa; - Da indiferença às necessidades do próximo; - De colocarmos empecilhos ao seguimento de Jesus; - Da possibilidade de sermos excluídos da vida eterna; - Do comodismo que nos impede de dar passos na fé e em direção aos irmãos; - Da insegurança e do medo em anunciar o Evangelho; (Outras preces espontâneas) ASSUMINDO A PALAVRA
c) Tenho vivido os mandamentos, no que se referem a Deus e também ao próximo? Animador/a: Peçamos a Nossa Senhora, que em tudo viveu a Palavra de Deus, que nos ajude a vivê-la plenamente. (1 dezena do terço). BÊNÇÃO FINAL
Animador/a: O Senhor nos abençoe e nos guarde! O Senhor nos mostre a sua face e nos conceda a sua graça! O Senhor volva para nós o seu rosto e nos dê a paz. Em nome do Pai... Canto: Maria, minha mãe, Maria/ Queria te falar de amor...
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Círculos Bíblicos
2º Encontro Palavra que esclarece
Acolhida: Colocar no altar o Crucifixo, a Bíblia lembrando o mês dedicado à Palavra, a bandeira do Brasil para rezar pela Pátria e outras imagens, se for possível.
Animador/a: Queridos irmãos e irmãs, sejam todos bem vindos! Estamos iniciando mais um encontro em família. O encontro que fazemos a cada semana é um modo de vida em comunidade, é uma forma de evangelizar e deixar-se ser evangelizado. A Bíblia Sagrada, lida e refletida na vida da comunidade e nos encontros, nos ilumina para não nos perder do caminho que aponta para Deus. Iniciemos cantando o sinal da Cruz: Em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo. Canto: Toda a Bíblia é comunicação de um Deus amor, de um Deus irmão. É feliz quem crê na revelação, quem tem Deus no coração. 1. Jesus Cristo é a Palavra, pura imagem de Deus Pai. Ele é vida e verdade, a suprema caridade. ABRINDO OS OLHOS PARA VER
Animador/a: A experiência nos diz que, quando conseguimos um tesouro, tudo o mais perde seu valor, isto é, fica relativo. Só este tesouro passa-a nos fazer felizes. Jesus é nosso tesouro, quando para nós se torna impossível nos separar dele, e quando sua presença ilumina constantemente nosso rosto. Com Jesus não vale a simples adesão, uma emoção momentânea, ou a disponibilidade ao trabalho, Ele quer a nossa intimidade. ORAÇÃO INICIAL
Lado A: Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso
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amor, enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovarei a face da terra. Lado B: Ó Deus que instruís os corações dos vossos fieis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre de sua consolação. Por Cristo, Senhor Nosso. Amém! ESCUTANDO A PALAVRA
Animador/a: Provavelmente, todos nós temos experimentado a Jesus em nossa vida, no mínimo, através de alguns encontros, acontecimentos ou celebrações. Mas segui-lo diretamente é percorrer um caminho, participar de um processo, um andamento, só assim a nossa intimidade com Ele vai crescendo, dia após dia. Leitor/a 1: Existem àqueles que decidem desprender-se de tudo radicalmente, para responder bem de perto ao chamado de Jesus. Portanto, não se renuncia aos bens, simplesmente por renunciar, mas em vista de algo muito maior, a salvação, o maior dom que nos é apresentado pelo próprio Jesus. Canto: Tua Palavra é lâmpada para os meus pés, Senhor. Lâmpada para os meus pés, Senhor, Luz para o meu caminho. (2X) Leitor/a 2: Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mc 10, 28-31. PARTILHANDO A PALAVRA
Leitor/a 3: Tendo ouvido o Evangelho procuremos descobrir
nele o recado que Jesus nos quer transmitir, seja no contexto de sua época, como também, em nossos dias. a) Qual foi a descoberta de Pedro a ponto de renunciar tudo para seguir Jesus? b) Que recompensa Jesus promete a Pedro, ela é apenas em função de si mesmo? REZANDO A PALAVRA
Animador/a: Quando nos desapegamos dos bens privados, saímos da redoma do isolamento pessoal ou doméstico e, temos mais condições de gozar dos bens partilhados e comunitários, que geram a fraternidade. Este é o caminho do seguimento de Jesus, na construção de um mundo novo de justiça e paz. c) O que Jesus quer dizer quando fala em receber cem vezes mais agora, mas com perseguições e, no futuro, a vida eterna? ORAÇÃO E BÊNÇÃO FINAL
Animador/a: Dando-nos as mãos, em sinal de nossa fraternidade, rezemos o Pai Nosso, uma Ave Maria e o Glória por todas as pessoas que, escutando a Palavra de Deus, decidiram seguir a Jesus mais de perto. Vamos lembrar também aqueles que estão distantes ou ainda desconhecem a mensagem do Reino de Deus. Todos: Que o Senhor nos abençoe e nos guarde, que Ele mostre sua face e tenha compaixão, que Ele volva o seu rosto e nos dê a Paz. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Círculos Bíblicos
3º Encontro A Palavra tem poder para curar
Acolhida: Preparar mesa com Bíblia, vela e jarro com flores.
Animador/a: Amados irmãos e irmãs, sejam todos bem vindos. O Senhor nos reúne hoje para nos dirigir sua Palavra de amor e, através dela revelar o seu Poder e a sua Misericórdia. Sintamo-nos, pois, acolhidos e inseridos nesse lindo projeto de salvação, que Cristo nos veio anunciar. Em nome do Pai... (pode ser cantado) ABRINDO OS OLHOS PARA VER
Animador/a: A nossa caminhada não é solitária, temos como companhia, a assembleia dos irmãos e o próprio Jesus, que nos mostra o caminho e nos alivia o cansaço da estrada, curando-nos dos nossos males. Leitor/a 1: Jesus ouve nossos lamentos e prontamente nos atende. A vontade dele, ao caminhar conosco, é nos curar das nossas cegueiras. Por isso ao encontrar à beira do caminho um cego, chamando-o, devolve-lhe a visão. Leitor/a 2: Mas para ser atendido pelo Mestre, o cego Bartimeu, precisou gritar bastante. E mesmo sendo intimado a se calar, gritava ainda mais alto. Nesse grito, o cego, colocou toda a sua esperança e sua fé. Algo lhe dizia, no íntimo, que era a sua única chance de recuperar a visão. Canto: Estaremos aqui reunidos, como estavam em Jerusalém... ORAÇÃO INICIAL Animador/a: Com a mesma esperança e confiança do cego Bartimeu, clamemos:
Leitor/a 1: Senhor, chegue aos vossos ouvidos o clamor do teu povo, para que a tua misericórdia e a tua graça sejam derramadas em nosso favor.
formou-se em uma oração cheia de fé. Até que ponto colaboramos com a graça que o Senhor nos oferece? Leitor/a 3: Jogar a capa representa a decisão de se desfazer das amarras e opressões do mundo. Quais pesos e prisões ao longo da vida fomos assimilando e aceitando?
Todos: Jesus, Filho de Davi, tem piedade de nós! Leitor/a 2: Senhor, por causa dos nossos pecados, continuamos caminhando nas trevas. Te pedimos, cura-nos de todas as nossas cegueiras da alma, afasta as trevas da nossa vida e ilumina o nosso caminhar. Leitor 3: A tua Palavra reconforta a nossa alma, alimenta o nosso espírito e consola o nosso coração. Te pedimos, usa de misericórdia conosco, para que permaneçamos unidos e obedientes ao teu chamado de Amor. ESCUTANDO A PALAVRA
Animador/a: A Palavra de Deus ilumina o nosso coração e afasta toda situação de trevas. Para que possamos permitir essa ação iluminadora em nossas vidas, preparemos o nosso coração para acolher a Santa Palavra, cantando. Canto: Fala Senhor, Fala Senhor... Leitor/a 1: Evangelho segundo Marcos (10, 46-52) Animador/a: Observemos as atitudes do cego: Primeiro ele grita, insistentemente, até ser ouvido. Depois, ao ser chamado, ela dá um pulo e lança fora o manto. Não ficou preso em lamentações, foi até a presença de Jesus, demonstrando vontade de colaborar com a graça que o Senhor lhe oferecia. PARTILHANDO A PALAVRA
Leitor/a 2: O clamor do cego trans-
Animador/a: Partilhemos as nossas experiências de vida. Em quais circunstâncias nos assemelhamos ao cego Bartimeu? Salmo: 118, 97-106 Em dois coros: Homens e Mulheres REZANDO A PALAVRA Animador/a: A nossa caminhada deve ser fortalecida pela oração, por isso, rezemos clamando a luz divina em todas as nossas ações, dizendo juntos a cada invocação espontânea: Senhor, cura-nos das nossas cegueiras espirituais! ASSUMINDO A PALAVRA Animador/a: Como assumir na nossa vida as mesmas atitudes do cego? (Gritar insistentemente, dar um pulo, jogar a capa, livrar-se de todas as amarras).
Leitor 1: A Palavra ilumina nossos passos, quando nos colocamos a caminho. Por isso clamemos: Todos: Senhor, hoje queremos dizer como aquele cego: que possamos ver de novo, pois o pecado nos cegou. Que possamos caminhar contigo, pois a escuridão não nos permite caminhar em liberdade. Que a tua Palavra nos ilumine os passos, para que não tropecemos em nossos erros. Que o teu Espírito ilumine as nossas almas, para que estejamos sempre em tua presença. Amém. BÊNÇÃO FINAL Canto Final e abraço da paz.
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Círculos Bíblicos
4º Encontro
A Palavra nos teuconduz a Deus e ao próximo entendimento e com todas as grupo privilegiado.
Acolhida: Preparar a mesa com Bíblia, flores, velas.
Animador/a: Caros irmãos e irmãs sejam todos bem-vindos! Queremos partilhar este último encontro do mês dedicado à Palavra de Deus. Começemos juntos, nós que estamos reunidos Em nome do Pai... (cantado). ABRINDO OS OLHOS PARA VER
Animador/a: A Palavra de Deus ilumina nossa vida de cristãos. No encontro de hoje, Jesus nos exorta a viver o primeiro de todos os mandamentos: “Amar a Deus com todo o coração, com todo o pensamento, com toda a alma e com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo”. Cantemos juntos. Canto: O Deus que me criou, me quis me consagrou para anunciar o seu amor ( 2x). Eu sou como chuva em terra seca. Pra saciar, fazer brotar, eu vivo para amar e pra servir! É missão de todos nós. Deus chama, eu quero ouvir a sua voz. (2x) ORAÇÃO INICIAL
Animador/a: As páginas da Sagrada Escritura estão cheias de exortações, preceitos e mandamentos. Mas essas diversas “leis” não possuem igualmente o mesmo valor. Precisamos levar em conta a hierarquia entre os preceitos e mandamentos. É disto que vem tratar o Evangelho de hoje, quando Jesus aponta como alicerce do Decálogo o “direito” do Deus único a um amor absoluto, sem limitações nem cláusulas condicionantes: “Ama o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o
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tuas forças”. Canto: É como a chuva que lava, é como fogo que arrasa. Tua Palavra é assim, Não passa por mim sem deixar um sinal. (2x) ESCUTANDO A PALAVRA
Animador/a: O texto nos mostra o Primeiro Mandamento, acima de tudo.
Animador/a: Jesus desbloqueia a mentalidade que o acesso ao Reino seja reservado aos “sábios e inteligentes”, mas sim a quem ama a Deus e ao próximo como a si mesmo! PARTILHANDO A PALAVRA
Leitor/a 1: Evangelho de Jesus Cristo segundo Mc (12,28b-34)
a) Qual é o primeiro mandamento na minha vida de cristão? b) “Se alguém diz: ‘Eu amo a Deus’ e no entanto odeia seu irmão a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê” (1 Jo 4,20). Comentem em pequenos grupos este texto.
Leitor/a 2: Jesus reduz a hierarquia dos mandamentos ao núcleo de amor a Deus a ao próximo, relativizando a esse centro todas as outras leis e tradições. Sem o amor a Deus que se concretiza no amor ao próximo, as leis e tradições se tornam traições do projeto de Deus.
Animador/a: No desejo de aderir totalmente ao Amor de Deus e dos irmãos, rezemos espontaneamente, em particular pelos irmãos que mais precisam: Todos: Tua Palavra Senhor ilumine nossas vidas. (preces)
Aclamação: Tua Palavra é luz no meu caminho, luz no meu caminho, meu Deus, tua Palavra é (2x).
Leitor/a 1: Jesus nos mostra que este mandamento é o centro da Aliança, não é uma opinião, mas é o único e o primeiro, o fundamental para sermos homens e mulheres de fé, que pertencem ao Reino de Deus. Leitor/a 3: O Reino de Deus se torna acessível para o povo simples, pois o importante para entrar nele pode ser reconhecido e cumprido por todos, sem necessidade de grandes estudos e sem precisar pertencer a um
REZANDO A PALAVRA
ASSUMINDO A PALAVRA
c) Qual aspecto da minha vida deve mudar para eu amar a Deus com todas minhas forças e meu ser? d) O que me falta para amar os irmãos, como a mim mesmo? BÊNÇÃO FINAL
Animador/a: Peçamos a Nossa Senhora, modelo de obediência à Palavra, que nos ajude a viver segundo a vontade de Deus. (rezemos uma dezena do Terço) Todos: Ó Pai, fortalece nossa fé e nosso desejo de te amar sobre todas as coisas. Enviai o vosso Espírito e abençoai-nos, Pai, Filho e Espírito Santo. Canto final: Pelas estradas da vida
Pergunte e Responderemos
Q
Porque a Igreja católica não ordena mulheres para o sacerdócio?
uerida Edimarcia, muito obrigado pela pergunta, tão presente em nossas comunidades e famílias. Gostaria aqui de apresentar alguns motivos pelos quais a Igreja não ordena mulheres para o sacerdócio. De fato, atualmente, as mulheres vêm ocupando cada vez mais espaço na sociedade e, apesar de tantos esforços e benefícios, muito se mantém de um modelo patriarcal e machista. No entanto, a ideia de que a Igreja assim o seja, não admitindo as mulheres ao sacerdócio e, por isso, as desvalorize, não dando a legítima atenção que elas merecem, não condiz com a realidade. Seria, na verdade, uma fuga da verdadeira imagem da Igreja, que é Mãe e Mestra. Para explicar um pouco melhor, gostaria de partir de um ponto fundamental: as mulheres na Sagrada Escritura. Já o Antigo Testamento é repleto daquelas que são exemplos de fidelidade a Deus e ao seu projeto de salvação. Sara, que pela fé deu à luz a Isaac; Raquel, cujos 12 filhos são as sementes das 12 tribos de Israel; Rute, cuja fidelidade é tão estimada e tantas outras! Muito maior é a presença feminina no Novo Testamento! Maria, a mãe de Jesus, a quem Ele amava sem medidas! Jesus ainda era amigo de Marta e Maria e frequentemente as visitava; conversou longamente com a Samaritana no poço de Jacó; consolou as mulheres que choravam no momento da Cruz; chamou Maria Madalena pelo próprio nome, logo após a Ressurreição! Tantos são os testemunhos de mulheres que fazem parte da Sagrada Escritura! Por isso, jamais a Igreja as rejeitariam! Pelo contrário, essas mulheres precisamente foram grandes líderes nas primeiras comunidades, na Igreja nascente. São preciosas para a Igreja desde seu início! No entanto, um segundo ponto é o exemplo de Cristo, também registrado nas Escrituras: Jesus escolheu os seus Apóstolos dentre os homens (viri) para formar o Colégio dos Doze! E “assim também fizeram os Apóstolos, escolhendo seus colaboradores que seriam seus sucessores na missão. E por isso a Igreja se reconhece vinculada por essa escolha do próprio Senhor”, de acordo com o Catecismo da Igreja Católica (n. 1577). Jesus escolheu doze homens para consti-
tuir como Apóstolos e a Igreja mantém essa prática constante desde sua fundação, portanto. Seguindo o exemplo do próprio Cristo Sacerdote, a Igreja escolhe estes homens para a função ministerial. É o mandato do Senhor! Em terceiro lugar, nem mesmo Maria Santíssima assumiu o ministério sacerdotal ou a missão própria dos Apóstolos! Será que Jesus discriminava sua mãe? Não queria vê-la consagrando Seu Corpo Sagrado? Não, com certeza, não! Qual foi, então, a missão de Maria após a Ressurreição de Jesus? Não nos conta os Atos dos Apóstolos que eles perseveravam na vida comum e na fração do pão, unânimes com Maria (cf. At 1, 14)? Eis aí a tarefa de Nossa Senhora: animar, conduzir, acolher, ensinar! Era um ponto de referência para as primeiras comunidades! Contudo, compreendia bem sua missão. Finalmente, compreendemos então o papel e importância da mulher na Igreja, hoje! São João Paulo II, na Ordinatio sacerdotalis, ao declarar que “a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva”, não o faz antes de exortar as mulheres para que tomem plena consciência da grandeza da sua missão! Mulheres que dedicam seu tempo e suas vidas nas mais variadas atividades da ação da Igreja, seja na preparação para o culto sagrado, no cuidado com os materiais litúrgicos, por exemplo; seja no ministério da visitação, ao levar a Sagrada Comunhão aos enfermos; seja como catequistas, que dedicam-se incansavelmente na formação e instrução das crianças e dos jovens pela catequese! De fato, a grande maioria dos trabalhos realizados na Igreja - e muito bem realizados! - são desempenhados pelas mulheres. Colaboram, assim, para assegurar a maternidade da Igreja no mundo, pelos homens. Que Maria, a Mãe da Igreja, conserve-as sempre mais no serviço do Evangelho. Pergunta enviada via e-mail por Edimarcia B. Moura, Paróquia Jesus Misericordioso e Santa Faustina - Assentamento Itamarati, Ponta Porã-MS
Seminarista Linniker Matheus M. dos Santos 3º Ano de Teologia Arquidiocese de Campo Grande - MS
Envie sua pergunta para: pergunteeresponderemoselo@hotmail.com
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A Diocese em Revista
Caminhando lado a lado com nossos irmãos indígenas 1- Irmãs Missionárias da Consolata: Reserva Indígena de Dourados
Visita à aldeia
Artes Cênicas
Encontro de psicóloga com mães
Pastoral da Acolhida
Corte e costura
Informática
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Aula de violão
Formação de jovens
Alfabetização de adultos e reforço escolar
Futebol
Capela Nossa Senhora de Guadalupe
Discutindo a perfuração de um poço artesiano
Capoeira
Celebração do lava-pés
Administração dos Sacramentos
Artesanato
Atividades Educativas
Ir. Aurora, Dom Redovino e Prof. Cassio (Capoeira)
Celebração da vida
A Diocese em Revista
Caminhando lado a lado com nossos irmãos indígenas 2- Pe. Jorge Dal Ben - Agricultura Familiar: Reserva Indígena de Dourados
3- Irmãs Franciscanas de Dilligen: Amambai
4- Irmãs de São José: Caarapó
5- Irmãs Catequistas Franciscanas/CIMI: Diocese de Dourados
6- Mutirão dos universitários de Jales (13/18 de julho): Reserva Indígena de Dourados
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Vida em família
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Adolescentes e papagaios
“ espeitar a intimidade dos filhos, sua maneira de pensar e se comportar, é uma maneira civilizada de entender que eles agora são quase adultos” Filhos precisam de, basicamente, cinco apoios que os pais, quando presentes, devem se esforçar em dar: amor, estímulo, atenção, orientação e correção. Acompanhados por adultos firmes e seguros que se empenham em seguir integralmente o desenvolvimento, eu diria com quase 100% de certeza que os filhos têm tudo para se dar bem na vida. No sentido mais positivo e humano: tornarem-se seres honrados, solidários e responsáveis. Mas essa missão exige algo mais do que simples atenção por parte dos pais: exige vigilância. Ser vigilante, no caso, não é ser xereta, bisbilhoteiro e ter o hábito de invadir sistematicamente a privacidade dos filhos para virar a vida deles pelo avesso. E vou explicar por quê. Todos nós precisamos de um espaço para chamar de nosso. De um canto onde nos recolhemos quando queremos ficar sozinhos. Tal espaço é necessário para podermos refletir sobre, por exemplo, as decisões que precisamos tomar na vida. E para os adolescentes esse espaço é ainda mais sagrado e necessário. O quarto, às vezes, passa a ser mais importante que o mundo, porque é ali que eles se encontram consigo mesmos. A mochila, então, pode guardar tudo, menos algo que interesse aos pais. Aos pais resta a sabedoria de compreender e saber respeitar isso, pois a idade em que seus filhos vinham chorar no colo ficou no passado. Como nós, nossos filhos adolescentes também têm coisas que dizem respeito exclusivamente a eles. Respeitar a intimidade dos filhos, sua maneira de pensar e se comportar, é uma maneira civilizada de entender que eles agora são quase adultos. Visão de raio X – Isso quer dizer que você, agora, vai ignorar tudo o que seu filho faz? Não. Sem simplificar demais a questão, comparo a educação que se dá a um filho ao ato de empinar papagaio: se o céu está limpo, o vento está bom e o papagaio estiver voando bem, damos linha. Mas caso contrário, se tiver
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algum problema, é melhor tomar cuidado, recolher a linha e ter o papagaio mais à mão para não correr o risco de estragá-lo ou perdê-lo. E, assim como você não precisa estar lá em cima, no céu, para saber que o papagaio está correndo algum risco – você percebe o risco pela vibração da linha, pelas condições do tempo e pelo que está vendo –, não é necessário estar dentro da mochila ou do quarto do seu filho para saber que algo não anda bem. Pais e – mais ainda – mães atentos que criaram bem seus filhos os conhecem a ponto de desconfiarem, através de um simples olhar, que algo não anda bem. Quando era pequeno, meu filho até dizia que as mães viam através das paredes. E é verdade, desde que as mães e os pais tenham tempo e disposição para olhar através das paredes. No sentido figurado, claro. Às vezes, basta um rubor, uma hesitação na fala, uma pequena mentira para saber que algo está errado com o filho. Que é hora de recolher um pouco a linha para não haver embaraço ou perda. Algumas perguntas discretas, e não um interrogatório acompanhado de uma blitz geral pelo quarto ou pela mochila, podem ser suficientes para se amainar as dúvidas e resolver o problema. Afinal, se os pais têm consciência de que criaram bem seus filhos, precisam ter confiança neles! Ou seja: o bom e velho diálogo entre pais e filhos é sempre preferível a qualquer atitude repressora. Outra qualidade indispensável aos pais é a tolerância: um cabelo à moda punk, a música ouvida em um volume mais alto, a bagunça do quarto e alguma rebeldia, aparentemente sem causa, são coisas passageiras. Mais importante que tudo isso é saber que aquele ser, feito à nossa semelhança, é honesto, tem caráter e está bem encaminhado. Publicado em 12/12/2014
Maria Helena Brito Izzo
Terapeuta Familiar
A Igreja em serviço
Rádio Comunitária Boa Nova
H
á cerca de onze anos, diante da necessidade de realizar um trabalho de evangelização mais abrangente, algumas pessoas lideradas pelo Padre Manuel, decidiram começar o trabalho na Rádio. Inicialmente colocando no ar uma rádio sem licença. Nosso objetivo principal era fazer uma rádio com uma programação evangelizadora, seja através da música, de pregações e até de shows. Primeiro tivemos que aguardar, com bastante luta, a aprovação no Congresso a Lei das Rádios Comunitárias, que aconteceu no ano de 1998, com a Lei 9.612. Com esta lei fomos em busca da licença, encontramos muita dificuldade, pois era tudo muito novo, tivemos que superar muitos obstáculos, aprendendo a cada passo. Apenas em 2003 conseguimos a licença provisória e em 2005 a licença definitiva. Portanto da criação da Lei até a licença transcorreram 5 anos de luta. A primeira transmissão da rádio foi a Missa de inauguração, que aconteceu no dia 14 de março de 2004. As grandes dificuldades foram e ainda são financeiras. Como não podemos veicular propagandas, temos como meio de sobrevivência o “Apoio Cultural”, que além de depender da sensibilidade das pessoas e empresas, os valores não cobrem as despesas fixas de funcionamento. Desde o início, até hoje, nossa programação foi sempre de 18 horas diárias no ar, das 06 da manhã à meia noite. Temos uma programação bastante diversificada e de bom nível cultural, e moral, temos um público fiel. A cada dia
sentimos a nossa audiência aumentar. Tentamos primar pela qualidade nos programas. Hoje o nosso carro chefe é a transmissão direta de Curitiba a programação do padre Reginaldo Manzotti. Desde o início utilizamos programa de computador, que continua sendo a nossa forma de transmissão até hoje. Para a compra dos equipamentos, tivemos ajuda da Paróquia São João Batista, que nos emprestou o dinheiro necessário. A instalação foi feita pelo Sr. Wilson Gomes. Atualmente o voluntário Mário Junior, faz a manutenção preventiva e corretiva em nossos equipamentos. No início as falhas aconteceram em função da inexperiência, regulagem dos equipamentos, produzindo um som distorcido, que aos poucos foram sanadas, em poucos dias tudo estava normalizado. Hoje dispomos de uma boa aparelhagem e uma qualidade muito boa, diante também do avanço da tecnologia. Contamos com dois estúdios, a recepção e secretaria. Sala da diretoria e tesouraria, todos estes espaços cedidos pela Paróquia São João Batista. Nossa linha é educativa, utilizamos as músicas, notícias e programas para levar algum tipo de formação aos ouvintes. Com entrevistas e flashes procuramos colocar o público a par das orientações de saúde pública ou acontecimentos nas diversas áreas. Com o Programa economia solidária atendemos várias famílias carentes e necessitadas com cesta básica e em alguns casos com medicamentos. Nossa fonte de receita é o associado. Por isso contamos com você!
Alcides Pereira de Souza
Presidente
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Fatos em foco Campo Grande, 12 de julho: Catequistas da Diocese de Dourados no II Congresso BíblicoCatequético Regional.
Dourados, 11 de julho: Missa de Ação de graças pelos 25 anos da Comunidade Cristo Redentor.
Dourados, 19 de julho: Primeira missa da nova casa do MCC (Movimento de de Cursilhos de Cristandade), presidida pelo Pe. Rubens.
Campo Grande, 18 de julho: Assembleia Regional dos Diáconos.
Dourados, 31 de julho a 2 de agosto: 2º Acampamento de jovens do Grupo Samuel, na Paróquia Rainha dos Apóstolos.
Dourados, 31 de julho: Formação na Forania Leste sobre a Pastoral Familiar.
Dourados, 1º de agosto: Catedral homenageia pais e sacerdotes com jantar dançante na Unigran.
Dourados, 1º de agosto: Arraiá do Seminário Sagrado Coração de Jesus.
Vicentina, 2 de agosto: Crismas.
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Dourados, 3 de agosto: Missa no shopping Avenida Center.
Fique por dentro!
Agenda Diocesana 05/07 – Mariápolis, no IPAD 05/06 – Crismas em Dourados (Paróquia São José Operário) 06 – Repasse “Pastorais Sociais e Cáritas” para as lideranças paroquiais da Forania de Rio Brilhante 11/13 – Encontro de Liturgia, no IPAD 12 – Crismas em Dourados (Paróquia São Carlos) 14 – Encontro fraterno dos padres e diáconos na Chácara São João Maria Vianney 18/19 – Assembleia Diocesana de Catequese, no IPAD 19 – Repasse “Pastorais Sociais e Cáritas” para as lideranças paroquiais da Forania de Ponta
Porã – Missa do bispo diocesano na novena em honra de Santa Terezinha, em Vicentina 20 – Formação para Ministros atuantes em Dourados (Forania Leste), no IPAD – Ordenação presbiteral de Frei João Francisco Neto, OFM, na Catedral – Crismas em Dourados (Paróquia São Francisco) 25/26 – Encontro da Pastoral da Pessoa Idosa, no IPAD 26 – Crismas em Amambai 27 – Crismas em Aral Moreira
Datas Significativas 04 – Primeira sexta-feira do mês: dia de oração pela Diocese 05 – Bem-aventurada Madre Teresa de Calcutá 06 – 23º Domingo do Tempo Comum 07 – Dia da Pátria – Grito dos Excluídos 08 – Natividade de Nossa Senhora 12 – Santíssimo Nome de Maria 13 – 24º Domingo do Tempo Comum
Religiosos/as Nascimento 03. Ir. Maria Chiara da Santa Mãe de Deus, ocs 03. Madre Maria dos Anjos, ssvm 05. Ir. Maria Inês de Jesus Misericordioso, ocs 05. Ir. Rosângela da Silva Pinheiro, sjs 06. Ir. Neusabete Freitas, isj 16. Ir. Lisadele Mantoet, imc 20. Ir. Anete Sens, cifsj 26. Ir. Maria Kathamokya, ufcc Profissão Religiosa 06. Ir. Laiza Rocha do Amaral, icmes 06. Ir. Elisa Maria Bisol, sts 08. Ir. Aurora Cossu, imc 25. Ir. Rosângela da Silva Pinheiro, sjs
14 – Exaltação da Santa Cruz 15 – Nossa Senhora das Dores 20 – 25º Domingo do Tempo Comum 21 – São Mateus, apóstolo e evangelista 23 – São Pio de Pietrelcina 27 – 26º Domingo do Tempo Comum – Dia da Bíblia 29 – Santos Miguel, Gabriel e Rafael 30 – São Jerônimo
Aniversariantes Padres e Diáconos
Nascimento 01. Pe. John Hennessy, cssr 04. Pe. José Luiz Tomio, sac 10. Pe. Paulino C. de Oliveira 15. Pe. Aroldo Mendes dos Santos, svd 18. Pe. José Nílson de Souza Santos, podp 21. Pe. Alvino Francisco de Souza 22. Pe. Josué Ruivo, mps 24. Pe. Wilbert M. da Silva 28. Pe. Pietro Peruzzo 30. Pe. Wilson Cardoso de Sá Ordenação 02. Pe. Miguel Nascimento, cssr 04. Frei Aguinaldo Santana Pereira, ofm 08. Pe. Wilibrodus Wedho, svd 17. Pe. Leão Pedro Kolbe de Lima 29. Pe. Gregório Wuwur, svd 29. Pe. Thiago Ongirwalu, svd Setembro de 2015 19