2º Semestre • 2013 | 12ª edição
ENTREVISTA
Hélio Mattar fala sobre a urgência da mudança para um mundo sustentável
COMO FAZER
Férias: bom momento para os filhos aprenderem o valor do dinheiro
O exemplo vem de casa
Atitudes diárias praticadas pelos pais contribuem para a formação dos filhos sobre o consumo consciente
Um amplo conceito de educação para alunos, famílias, professores e escolas crescerem juntos.
AMPLIANDO FUTUROS O FTD Sistema de Ensino trabalha para ampliar as perspectivas do futuro para todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem, oferecendo soluções educacionais inovadoras e diferenciadas: • Plano de ação em gestão escolar. • Avaliação e diagnóstico educacional e institucional. • Consultoria educacional e formação continuada – PUC. • Conteúdo impresso e digital integrado e disponível em multiplataforma (PC, notebook, tablet etc.). • Material didático com abordagem metodológica totalmente alinhada – da Educação Infantil ao Ensino Médio. • Plataforma digital que integra usuários e disponibiliza ferramentas e conteúdos específicos para alunos, família, professores, coordenadores e direção. Para conhecer os diferenciais e soluções do FTD Sistema de Ensino, solicite a visita de um consultor comercial:
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Ampliando Futuros
Combinação única de bons valores e excelência.
O Grupo Marista conta com milhares de pessoas que, diariamente, vivenciam e disseminam importantes valores humanos e cristãos com o compromisso de promover e defender os direitos das crianças e dos jovens. Faz parte do jeito Marista a busca constante por excelência. Na área da
Presidente do grupo marista Ir. Délcio Afonso Balestrin Superior Provincial Ir. Joaquim Sperandio Superintendente Executivo do grupo marista Marco Antônio B. Cândido Superintendente Executivo da Área de Educação Paulo Serino Diretor-executivo da Rede de Colégios Ir. Paulinho Vogel Assessoria de Comunicação Camila Matta, Danielle Sasaki, Fabiana Ferreira, Fernanda Jacometti, Irene Simões, Karen Fukushima, Leandro Martins e Vivian Lemos Comunicação e Marketing Colégios Ana Carolina J. Ranocchi, Camilla Stivelberg, Carlos Eduardo Cruz, Elaine dos Santos Cezaro, Eziquiel M. Ramos, Fábio S. Aparício, Fernando C. Domanski, Guilherme F. Neto, Keila R. D. de Castro, Kely C. de Souza, Luiza B. Fleury, Mayara A. Haudicho, Mayara Gutjahr, Natália S. C. Raso, Natália V. de Souza, Raquel A. Bortoloso, Tamiris Domingos, Tatiane Pereira, Yolanda Drumon, Washington M. Silva. Rua Imaculada Conceição, 1155, Prado Velho Curitiba-PR | Prédio Administrativo PUCPR 8º andar - CEP: 80215-901 | Tel.: (41)3271-6500
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educação, da escola à universidade, formamos pessoas e trazemos resultados comprovados. Em atividades nas áreas de saúde e comunicação, levamos sempre a melhor qualidade para públicos de diferentes condições e necessidades. Em todas essas áreas, a ação social está presente
BRASÍLIA Colégio Marista de Brasília - Ensino Fundamental SGAS 609 CONJ A - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-690 | (61) 3442-9400 Colégio Marista de Brasília - Ensino Médio SGAS 615 CONJ C - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-750 | (61) 3445-6900 Colégio Maristinha Pio XII - Educação Infantil e 1º Ano do Ensino Fundamental SGAS 609, Módulo C - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-690 | (61) 3442-9400 SÃO PAULO Colégio Marista de Ribeirão Preto Rua Bernardino de Campos, 550 - Higienopólis Ribeirão Preto-SP - CEP 14015-130 | (16) 3977-1400 Colégio Marista Arquidiocesano Rua Domingos de Moraes, 2565 - Vila Mariana São Paulo-SP - CEP 04035-000 | (11) 5081-8444 Colégio Marista Nossa Senhora da Glória Rua Justo Azambuja, 267 - Cambuci - São Paulo-SP CEP 01518-000 | (11) 3207-5866 PARANÁ Colégio Marista Paranaense Rua Bispo Dom José, 2674 - Seminário - Curitiba-PR (41) 3016-2552 Colégio Marista Santa Maria Rua Prof. Joaquim de M. Barreto, 98 - São Lourenço Curitiba-PR CEP 82200-210 | (41) 3074-2500
com iniciativas alinhadas ao posicionamento institucional, mas também atuamos diretamente, por meio de uma ampla rede de solidariedade. Bons valores e excelência. Nossa missão é proporcionar essa combinação única para a construção de um mundo melhor.
Colégio Marista de Cascavel Rua Paraná, 2680 - Centro - Cascavel-PR CEP 85812-011 | (45) 3036-6000 Colégio Marista de Londrina Rua Maringá, 78 - Jardim dos Bancários - Londrina-PR CEP 86060-000 | (43) 3374-3600 Colégio Marista de Maringá Rua São Marcelino Champagnat, 130 - Centro Maringá-PR - CEP 87010-430 | (44) 3220-4224 Colégio Marista Pio XII Rua Rodrigues Alves, 701 - Jardim Carvalho Ponta Grossa-PR - CEP 84015-440 | (42) 3224-0374 SANTA CATARINA Colégio Marista São Francisco Rua Marechal F. Peixoto, 550L - Chapecó- SC CEP 89801-500 | (49) 3322-3332 Colégio Marista de Criciúma Rua Antonio de Lucca, 334 - Criciúma-SC CEP 88811-503 | (48) 3437-9122 Colégio Marista São Luís Rua Mal. Deodoro da Fonseca, 520 - Centro Jaraguá do Sul-SC - CEP 89251-700 | (47) 3371-0313 Colégio Marista Frei Rogério Rua Frei Rogério, 596 - Joaçaba-SC - CEP 89600-000 (49) 3522-1144 GOIÂNIA Colégio Marista de Goiânia Avenida Oitenta e Cinco, 1440 - Santa Marista Goiânia-GO - CEP 74.160-010 | (62) 4009-5875
Projeto gráfico Estúdio Sem Dublê DIAGRAMAÇÃO Julyana Werneck Foto DE CAPA Letícia Akemi 12ª Edição | 2º Semestre 2013 Periodicidade Semestral
Revisão Lumos | Bureau de Traduções
Jornalista Responsável Rulian Maftum / DRT Nº 4646 Supervisão Danielle Sasaki (Grupo Marista) e Maria Fernanda Rocha (Lumen Comunicação) Redação rede Michele Bravos, Julio Cesar Glodzienski, Elizangela Jubanski Redação Local Aline Andres (Joaçaba), Andressa Ferreira (Goiânia), Camilla Stivelberg (Brasília), Daniela Nogueira (São Paulo e Ribeirão Preto), Erika Gonçalves (Cascavel, Londrina e Maringá), Janaína Mônego (Chapecó), Kelly Erdmann (Jaraguá do Sul e Criciúma), Mahani Siqueira (Curitiba e Ponta Grossa), Yolanda Drumon (Colégio Marista Arquidiocesano).
R. Amauri Lange Silvério, 270 Pilarzinho Curitiba-PR – CEP: 82120-000 Tel.: (41) 3271-4700
Capa Márcia Yamada e Camila
Ayumi Honda do Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre (RS)
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Locação Hotel Deville
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© Todos os direitos reservados. Todas as opiniões são de responsabilidade dos respectivos autores.
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índice
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Educação vem de casa. Quando o assunto é consumismo, os pequenos seguem os passos dos pais.
1ª impressão
dia a dia
entrevista
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Baseada nos princípios e valores herdados por Marcelino Champagnat, a Rede Marista de Colégios propõe aos seus alunos uma existência que não seja pautada pelo ritmo ou poder de consumo.
Afim de evitar o desperdício de alimentos, Colégios Maristas investem na formação dos pequenos como agentes disseminadores do consumo consciente.
essência
solidariedade
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Irmãos Maristas falam sobre o voto de pobreza e a presença Marista entre os indígenas.
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Saiba como as Unidades Sociais Maristas aderem a práticas mais conscientes de consumo.
índice
como fazer
compartilhar
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diversão
olhar
curiosidade
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Férias é sinônimo de lazer e experiências de valor. Com uma programação bem feita, é possível fazer sobrar diversão e não faltar dinheiro.
Reúna toda a família e relembrem antigas brincadeiras. Para se divertir, basta imaginação!
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A preocupação com o futuro do planeta começa agora. Em entrevista, Hélio Mattar, diretorpresidente do Instituto Akatu, fala sobre as mudanças necessárias no modo de vida das pessoas.
Alunos e professores dão dicas de livros, músicas, sites, programas de TV, entre outros, relacionada ao tema central desta edição.
Ademar Batista Pereira traz uma reflexão sobre hábitos consumistas que vão contra a sustentabilidade.
seu colégio
Confira as matérias elaboradas exclusivamente para o seu Colégio.
Mito ou verdade? Descubra se comprar alivia ou não o estresse do dia a dia.
Consumo,
1ª impressão
logo existo! A edição da Em Família deste semestre aborda o tema do consumismo – aquele ato desenfreado que, sem necessidade, nos leva a querer cada vez mais e cada vez melhor, em busca do preenchimento de uma lacuna. Sabemos quão difícil é a tarefa de saciar essa sede. Somemos a isso os milhões de seres que compõem o planeta. Quanto isso representa em termos de meio ambiente, da destruição que causa, do insuficiente poder de reposição da natureza frente ao ritmo, quase que incontrolável, de retirada de recursos do seu meio?! A educação, segundo os princípios e valores Maristas, herdados de Champagnat, que compõem a proposta pedagógica e educacional dos Colégios Maristas, assim como das demais instituições que fazem parte do Grupo Marista, propõe que a existência das pessoas não está pautada pelo ritmo ou pelo poder com que consomem. Fazemos, portanto, o possível para que os alunos Maristas e suas famílias encontrem em nossos espaços educativos as condições e os princípios que os fazem “existir”, não a partir do que consomem, mas a partir de valores sólidos, capazes de lhes preencher as lacunas existenciais inerentes a todos os seres humanos. Oxalá tenhamos em nossa sociedade, em nosso país, em nossa cidade pessoas cada vez mais livres e conscientes de sua cidadania, pautadas por valores humanos e cristãos para respaldar suas ações e preencher a lacuna de seus corações. Quem sabe não venhamos a ter uma sociedade constituída de pessoas que trabalham, amam, sejam felizes e, logo, existam.
Deixo ao leitor, na liberdade de sua consciência e de sua cidadania, a tarefa de concluir a frase: só faço parte da existência pelo fato de estar...
A educação, segundo os princípios e valores Maristas, herdados de Champagnat, que compõem a proposta pedagógica e educacional dos Colégios Maristas, assim como das demais instituições que fazem parte do Grupo Marista, propõe que a existência das pessoas não está pautada pelo ritmo ou pelo poder com que consomem.
Ir. Paulinho Vogel Diretor-Executivo da Rede Marista de Colégios
© Foto: João Borges
Quem ler o título acima certamente se lembrará da célebre frase “penso, logo existo”, do filósofo francês René Descartes (1569-1650), ao estabelecer o primeiro princípio de sua filosofia. Descartes cunhou sua curta oração quando, ao imaginar que tudo era ilusão e, ao mesmo tempo, perceber que ele próprio existia enquanto matéria, então ele mesmo não era ilusão e, uma vez que estava pensando em tudo isso, concluiu que existia, daí: penso, logo existo. Para Descartes, pensar é condição para existir. Fazer parte da existência material é consequência da sua faculdade humana de pensar, estar incluído, sentir-se membro de uma comunidade de seres pensantes. Assim, conclui-se: só faço parte da existência pelo fato de estar pensando. Outro dia, andando pelo shopping center, vi quantas coisas existem das quais não preciso para ser feliz. Fiquei contente por isso. Ainda andando pelo mesmo espaço, vi como foi difícil para uma mãe convencer o filho sobre algo de que ele não precisava. Mas me assustei também quando percebi o quanto nos identificamos com os outros a partir daquilo que consumimos. Parece que se não o fizermos, não nos sentiremos incluídos. Vestir a marca X, Y ou Z nos permite sentir que existimos. Talvez seja isso. O ato de consumir nos preenche uma lacuna importante da vida, fazendo-nos sentir pertencentes, incluídos, membros, enfim, existentes. É um círculo vicioso ao qual nos prendemos. Assim, conclui-se: só faço parte da existência pelo fato de estar consumindo.
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© Foto: Sxc.hu
dia a dia
Muito além do
prato de
comida Preocupados com o desperdício de alimentos e cientes da necessidade de desenvolver ações para a conscientização do consumo adequado de alimentos, os Colégios Maristas desenvolvem várias ações para trabalhar com os pequenos Por Julio Glodzienski
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Um rejeito no café da manhã ou no almoço, no lanche ou no jantar e o desperdício de alimentos acaba se tornando uma rotina no dia a dia. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), um terço dos alimentos produzidos é desperdiçado por ano no mundo todo. Isso significa que 1,3 bilhão de toneladas de comida têm como destino a lixeira. Pode-se dizer que esse comportamento tornou-se um hábito que passa despercebido aos nossos olhos. Peguemos como exemplo um pacote de bolacha. Por qual motivo você jogaria um terço desse pacote no lixo? A coordenadora psicopedagógica da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I do Colégio Marista Cascavel (PR), Marcia Ionara Eichstadt Piovezani, explica que o desperdício “é questão de educação alimentar, tem a ver com excesso de compra, má gestão dos alimentos em casa e não aproveitamento integral de talos, cascas, entre outros”. Desenvolver com as crianças uma cultura de reaproveitamento as torna professores e agentes de incentivo à importância do melhor aproveitamento de alimentos. Ações que representam um mundo saudável e mais comprometido. “É através de atitudes como essas que elas passam a orientar suas famílias sobre os cuidados para um consumo consciente”, explica Ana Paula Teixeira da Rosa, educadora de culinária e de letramento do Centro Social Marista (Cesmar) do Rio Grande do Sul. É pensando nesse mundo mais consciente que os Colégios Maristas estão comprometidos e preocupados com o desenvolvimento desse pensamento nos seus alunos. Para isso, promovem, com as crianças e os adolescentes, atividades capazes de desenvolver a consciência dos alunos em relação ao consumo.
© Fotos: Acervo dos Colégios
De olho no cardápio
Cultivando o próprio alimento
Pequenos cozinheiros
Um exemplo das ações dos Colégios Maristas é o trabalho desenvolvido no Colégio Maristinha Pio XII, de Brasília (DF), como conta a assistente psicopedagógica Sara Cristina da Costa: “Temos trabalhado a consciência no momento do lanche e estimulado o consumo de frutas, além de repassar mensalmente às famílias um cardápio com sugestão de lanches saudáveis elaborados por uma nutricionista.” No Ateliê do Gosto, um espaço dentro do Colégio, as crianças, juntamente com os professores, criam receitas saudáveis que incluem o reaproveitamento de folhas e cascas dos alimentos – muitos produzidos na própria horta. Depois, os alunos são convidados a experimentar a receita, comprovando essa divertida experiência. “Entendemos que, quando a criança faz parte e se sente inserida no processo, ela demonstra facilidade para provar o que elabora junto com os colegas”, completa Sara. São nessas pequenas ações que as crianças começam a perceber que existem outras soluções para aqueles alimentos que não agradam tanto e também aprendem a utilizar o que tem disponível nos armários de casa. Esse é um trabalho contínuo. “Quando falamos da formação das crianças, entendemos que, a cada dia, temos que fortalecer os conceitos que queremos que levem como aprendizado. Eles são a ponte entre escola e família. Por meio do que aprendem aqui, entendemos que relatam e cobram posturas de seus pais e familiares”, analisa a assistente.
O Colégio Marista de Cascavel (PR) promove atividades de culinária em que trabalham com as crianças os processos de produção dos alimentos, bem como o uso de alimentos naturais e industrializados. As crianças cultivam nos canteiros, participando desde a preparação do solo, semeadura, transplantes das mudas e colheita até a utilização dos alimentos ali cultivados na realização de receitas. “Os alunos podem perceber, mediante essas atividades, a importância de consumir alimentos nutritivos e naturais, em detrimento dos industrializados”, conta Marcia Ionara, coordenadora psicopedagógica. É por meio dessas ações que as crianças percebem todo o processo de cultivo do alimento até que ele chegue à mesa ou às prateleiras dos supermercados. “Os alunos passam a relacionar um planeta sustentável com a diminuição do consumo de alimentos industrializados, que possuem embalagens que irão poluir o meio ambiente”, completa a coordenadora. Os projetos pedagógicos, destinados a cada faixa etária, buscam estimular o consumo adequado. “Sempre que possível, as crianças são incentivadas a consumir alimentos nutritivos essenciais para manter a saúde do corpo”, diz Marcia.
Com a ideia de estimular o consumo consciente e fomentar uma mudança na postura das pessoas, ainda que por pequenos gestos, o Centro Social Marista (Cesmar), do Rio Grande do Sul, desenvolve um projeto de culinária. Para Ana Paula Teixeira da Rosa, educadora de culinária e de letramento, as pessoas, por vezes, não se dão conta do desperdício que realizam. “Acredito no efeito multiplicador. Se cada um dos receptores adotar uma pequena mudança em seu cotidiano para reduzir o desperdício ou estimular sua família e seus amigos nessa linha, haverá uma grande diferença”, explica. Na cozinha, eles aprendem a ser criativos e a buscar alternativas alimentares, além de aprender inúmeras formas para preparar e consumir um mesmo alimento. “Esse projeto tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância do reaproveitamento de alimentos que geralmente são descartados – e, junto a eles, vários nutrientes essenciais para o bom desenvolvimento do organismo humano”, completa Ana. As hortas, de onde os alunos colhem os alimentos para a produção das receitas, também foram criadas para promover qualidade de vida. O foco está em estimular boas práticas ambientais e mostrar aos alunos algo muito além de valores nutricionais.
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Pais que dão
exemplo responsável
Atitudes diárias podem auxiliar os filhos na prática do consumo consciente. São exemplos corriqueiros que tornam o ‘ter’ uma atitude responsável
© Foto: Letícia Akemi
Por Elizangela Jubanski
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A rotina da casa é naturalmente absorvida pelas crianças. O que os pais consomem, como gastam e de que forma descartam são ações que integram o dia a dia da família. Essas atitudes acabam se tornando perceptíveis aos pequenos, que incorporam cada detalhe e costume da família. Nessa perspectiva, é cada vez mais importante discutir a real necessidade do consumo e, além disso, como fazê-lo de forma consciente. Em época de tecnologia de ponta e acesso ao crédito fácil, consumir demasiadamente é quase um convite irrecusável. Saber mediar e decidir o que realmente se embrulha para levar para casa é o mais sensato quando se tem crianças observando toda atitude dos pais. A educadora e professora Ana Cristina Malacrida, do Colégio Marista Maringá (PR), acredita que a prática do bom exemplo é o método mais eficaz para orientar os filhos. “Levar os filhos, quando crianças, para comprar roupas e permitir que participem de todo o processo de procurar pelo artigo de melhor qualidade, antes de simplesmente sair comprando, cria a cultura de consumo responsável. Não ceder a todo e qualquer desejo material dos filhos também contribui para essa mesma formação, contrariando o consumo impulsivo”, descreve a educadora, que ainda defende que o valor dos brinquedos e de qualquer objeto devem ser colocado em xeque a cada oportunidade. “Não se deve repor, de pronto, artigos estragados por falta de zelo dos filhos. Isso reforça a importância de valorizar e cuidar do que se tem, já que a tendência entre as crianças e os jovens é de descaso com suas posses, justamente por não as terem adquirido com o salário do próprio trabalho”, reforça.
Exemplos, sim Camila Ayumi Honda, 7 anos, estuda no Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre (RS), e sabe bem o que são exemplos do dia a dia. A família mora em uma casa com regras de consumo responsável e reaproveitamento de recursos. Os pais da estudante acreditam que a forma de-
sencanada que Camila tem com relação às compras é reflexo da educação com limites financeiros. “Ela tem consciência do que é esbanjar alguma coisa. Não pode ver uma torneira pingando que sai correndo para fechar. Ela não se interessa pelas roupas e calçados da moda, ela é muito tranquila quanto a isso”, revela a mãe, Márcia Yamada, 37 anos, que é engenheira agrônoma. Sem problemas com pedidos de "eu quero" em passeios, a mãe recorda um episódio na aula de patinação em que outras garotas estavam com calças e blusas especiais para o momento. “Não vi problema algum em levar Camila com uniforme e camiseta da escola. Não acredito que esse consumismo seja essencial durante essa fase da vida”, completa. No entanto, a mãe enxerga que na adolescência a filha pode querer desfrutar de algum tipo de exagero. “Pode até ser normal nessa fase. Ir a uma festa e querer um vestido novo, por exemplo. Não vejo problemas, mas aí entra a questão da política. Você está merecendo? Está tendo um bom comportamento? Espero que ela continue aceitando essa forma que nossa família tem e valorize cada conquista”, aponta Márcia.
Não ceder a todo e qualquer desejo material dos filhos também contribui para essa mesma formação, contrariando o consumo impulsivo. Ana Cristina Malacrida, professora do Colégio Marista Maringá (PR)
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© Foto: Arquivo pessoal
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Família Grochowicz: quatro filhos e muito diálogo.
Família Honda na prática As lâmpadas da casa foram totalmente substituídas por fluorescentes. “Duram mais e consomem menos”, defende a mãe. Três recipientes de lixo fazem a separação: o reciclável, o convencional e os restos de comida. O último vai para as galinhas. “Temos cachorros, galinhas, árvores e muito verde. Pensamos que estar próximo à natureza é dar qualidade de vida à família”, conta Márcia. Outro recurso importante para a consciência do que se consome é a cisterna construída no terraço da casa. “Toda a água da chuva vai para essa cisterna. A gente usa a água para molhar a horta e as outras árvores frutíferas”, finaliza.
Participantes do processo Para criar o vínculo sobre a importância do que se compra, o médico veterinário Eduardo Grochowicz, pai de quatro alunos do Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR), acostumou a prole a participar do processo de compra. “Nas compras do dia a dia, em supermercados e shoppings, eles sempre estão presentes e são muito conscientes
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com aquilo que nos pedem. Aqueles itens que nós consideramos supérfluos, deixamos que eles comprem com seu próprio dinheiro, ganhado com afazeres domésticos ou de presentes dos tios e avós”. Os trigêmeos Guilherme, Giovana e Gabriela têm 10 anos e, segundo o pai, acostumaram-se com o revezamento de brinquedos, roupas e até mesmo com o tempo que os pais se dedicam a eles. Já a mais nova, Luiza, que está com 6 anos, precisa de um "empurrãozinho" dos pais na hora da partilha. “Por ter nascido anos depois, tivemos que trabalhar mais nessas questões de ter e compartilhar. Mas sempre procuramos dar aos quatro aquilo que é razoável, sem exageros e sempre de maneira equilibrada para todos”, conta Eduardo.
A família Grochowicz na prática Mesmo com muito diálogo, Eduardo e a esposa Fernanda sabem que, o que vale mesmo são exemplos práticos dentro de casa. “Valorizamos as coisas, não deixamos nada pelo chão e, depois de usar, guardamos. Com os brinquedos,
pedimos que façam igual. Quando estamos com roupas novas, procuramos não nos sujar, para que percebam o cuidado com objetos que acabaram de ser comprados. Também ensinamos o valor do trabalho e de quanto dinheiro é necessário para termos aquilo de que precisamos”, detalha Eduardo. Para os pais, o conceito mais importante é que eles valorizem as pessoas pelo que são e nunca pelo que possuem.
Ensinamos o valor do trabalho e de quanto dinheiro é necessário para termos aquilo que precisamos. Eduardo Grochowicz, pai de Guilherme, Giovana, Gabriela e Luiza.
O papel da escola
A prática do consumo consciente é um assunto sempre em pauta dentro das salas de aula. O diretor-educacional da Rede de Colégios Maristas, Flávio Sandi, alerta para as inúmeras frentes em que esse tema pode ser trabalhado. “Podem ser realizadas oficinas para reflexão e prática do reaproveitamento de materiais para criação de brinquedos, fantasias e produções artísticas. Também há possibilidade de os alunos calcularem a quantidade de folhas que gastam por dia e criação de soluções para combater o uso excessivo de papéis; medição da água utilizada nos banheiros e proposição de estratégias para evitar desperdício da água; comemoração dos aniversários com simplicidade, substituindo presentes de pela presença significativa na vida do aniversariante; debates em aula a respeito de propagandas que veiculadas na mídia; além de projetos que nascem dos próprios estudantes, imprimindo o sentido de buscar nos caminhos da ação, a criação da cultura do consumo consciente”. O diretor-educacional também evidencia que essa educação deve acontecer em parceria entre escola e família. “A relação entre escola e família é importante para práticas educativas de qualquer natureza. Exemplos que testemunhem consciência planetária, provenientes tanto da escola como da família, correspondem ao modo mais coerente de educar”, finaliza Sandi.
Abastecer a despensa está mais caro, este ano, no Brasil. Com a alta da inflação, os brasileiros estão mais responsáveis na hora de consumir. É o que aponta a pesquisa nacional Consumo Consciente, elaborada pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) em parceria com o Instituto Ipsos, em junho desse ano. Na maioria das questões levantadas pela pesquisa – preservação do meio ambiente, uso de sobras nas refeições, análise do produto antes de comprar e uso de sacolas plásticas –, o percentual de importância desses aspectos cresceu, pelo menos, 2%. Ainda que historicamente privados de uma série de bens de consumo, produtos de ponta e supérfluos, os brasileiros estão se tornando cada vez mais responsáveis na hora de adquirir.
Sumaya viveu no país do consumo e soube administrar a compra consciente.
É o caso de Sumaya Costa, 40 anos, fonoaudióloga e mãe das alunas Laura e Ana Luiza, do Colégio Marista Santa Maria, em Curitiba (PR), que morou durante cinco anos nos Estados Unidos para acompanhar o doutorado do marido. Ela não se deixou levar pelo consumo desenfreado dos norte-americanos e aproveitou a estadia na terra do Tio Sam para descobrir a importância do consumo consciente. “Lá, eles induzem a compra em quantidade, nos dando a falsa impressão de que quanto mais você comprasse daquele produto, mais você economizaria. Mas, na prática, isso não era verdade. Quanto mais você tinha em casa, mais rapidamente você consumia o produto e logo precisava comprá-lo novamente”, lembra.
© Foto: Arquivo pessoal
© Foto: Sxc.hu
A gente consome?
capa A família Costa na prática “Em casa, nós só descartamos produtos como eletrodomésticos e móveis se não existir conserto ou se for muito ultrapassado. Quanto a brinquedos e roupas, tudo que não é usado é doado. Se for necessário reutilizar ou reaproveitar alguma coisa, isso é feito sem dificuldades. Nós sempre primamos por qualidade, entendendo que o mais caro não é sempre o melhor ou o necessário”, descreve Sumaya.
A influência da propaganda
das, de uma maneira geral, refletem um cenário de magia, felicidade e prazer que nem sempre se torna real após a aquisição dos produtos que foram anunciados. As crianças esperam ter o que viram no comercial. Por sua vez, brinquedos que se movem sozinhos inibem o jogo simbólico, tão importante para as crianças”, acredita Sabrina. Pensar sobre o consumo é pensar sobre os valores que organizam a família e a sociedade em que se vive. “Podemos refletir acerca do tema, concluir que o consumo exacerbado é prejudicial para a formação de indivíduos mais solidários e fraternos, mas se não praticarmos o exercício da escolha e da necessidade, não teremos argumentos e exemplos para que as crianças se inspirem e possam replicar”, finaliza a educadora.
© Fotos: Letícia Akemi
Até mesmo em canais direcionados às crianças, com programação especial e infantil, as propagandas fazem parte da grade de exibição. Sempre muito coloridas, elas soam como um convite irrecusável à compra. O que acontece é que os pequenos ainda não possuem discernimento
com atos de manipulação e, principalmente, midiática. Eles acabam seduzidos pelo consumo, sem fazer ideia de como avaliar a informação recebida por meio da propaganda. Para a pedagoga Sabrina Souza, professora do Colégio Marista Rosário, de Porto Alegre (RS), os pais devem auxiliar a criança a ter discernimento sobre propagandas e mensagens publicitárias. “Não há como promover uma reflexão sem o diálogo e o acompanhamento dos responsáveis, principalmente se esse for um fator de preocupação. É necessário coerência entre o discurso e a prática de consumo da família”, explica. Outro fator que a pedagoga aponta é justamente a magia que esses anúncios publicitários levam aos olhos dos pequenos. “As propagan-
A vida de publicitário e o exemplo como pai: Guilherme e Betina.
Em casa, é outra coisa O publicitário Guilherme Gomide é um dos fundadores da Agência Casa, uma das maiores agências de publicidade de Curitiba (PR). Responsável por traçar boas estratégias para que propagandas ganhem destaques nas programações, Gomide é pai de duas crianças e se vê entre dois fatores importantes: a influência capitalista que a profissão traz e a responsabilidade de ensinar o consumo consciente. Com 3 anos de idade, Betina – a primogênita do publicitário – passa mais tempo vendo vídeos direcionados em canais na internet do que na televisão. “Ironicamente, ela passa mais tempo no You Tube. Mas quando está na sala ou em qualquer ambiente que tenha televisão, me preocupo com o que está vendo e que programação é aquela”, afirma
Gomide. O mais novo, Lorenzo, com três meses, ainda é isento do mundo da publicidade. Apesar disso, Betina adora um vestido novo. “Ela é extremamente vaidosa, gosta de maquiagem e quando vamos ao shopping é um terror. Tenho um lado consumista pelo meio em que vivo e quando saímos acabo extrapolando. Ainda bem que minha esposa faz um ótimo contrapeso”, explica.
não é consumista e é adepta ao "viver mais e comprar menos". “Pouco antes do nascimento de Lorenzo, comprei uma fantasia e um daqueles estojos enormes de lápis de cor, giz de cera, canetinhas e tudo mais. Ela me fez guardar o kit de cores para entregá-lo somente quando comemorássemos outra coisa. Está guardado ainda. Ela põe o freio lá em casa”, conta.
A família Gomide na prática Para que exista equilíbrio na família Gomide o papel da mãe é fundamental, segundo o publicitário. “Esse gosto por compras que a Betina tem é impacto da minha profissão e do ambiente, porque o exemplo da mãe é bastante consciente”. De acordo com Gomide, a esposa
Comece hoje mesmo
Atitudes simples e responsáveis podem ajudar as crianças a ter uma visão mais reaproveitável dos objetos e menos deslumbrada do mundo consumista. Reutilize Nem sempre aquilo que quebrou ou estragou deve ser jogado fora. Explique que há outras funcionalidades e até mesmo o conserto para determinados objetos. Desperdício Comidas, água, luz, entre outros. Esbanjar alguns recursos faz com que a criança não dê valor às facilidades que tem em casa. Mostre o quanto são importantes e o porquê de não desperdiçá-los.
As propagandas, de uma maneira geral, refletem um cenário de magia, felicidade e prazer que nem sempre se torna real após a aquisição dos produtos que foram anunciados. Sabrina Souza, professora do Colégio Marista Rosário, em Porto Alegre (RS)
Preço No mercado, no shopping, na feira. Pesquise preço e pergunte quanto custa. É importante a criança ter a noção do dinheiro e quanto determinadas coisas custam. Roupas Não ceda de imediato a um pedido de roupa nova. Argumente e pergunte a necessidade daquela peça para o momento. Doe roupas antigas e evite o acúmulo desnecessário. Lixo A separação do lixo reciclável é uma das formas mais importantes de mostrar à criança para onde vão os descartes de casa, o que pode ser reaproveitado e o que farão com o lixo convencional. Planejamento É importante que as crianças entendam que há um planejamento financeiro com os gastos da família. Qualquer aquisição de bens materiais deve ser explicada à criança com justificativas orçamentárias.
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© Fotos: Bio Barreira
entrevista
Por uma sociedade do
bem-estar Menos trabalho e mais tempo com a família. Celulares atualizados, mas sem ser preciso adquirir um novo aparelho. As medidas podem parecer utópicas, mas fazem parte de um novo modelo de civilização – o nosso, em breve. Confira o que Hélio Mattar, diretorpresidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, tem a dizer sobre esse futuro
Por Michele Bravos
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Para que daqui a 40 anos exista um planeta Terra que supra as necessidades dos seus futuros 9 bilhões de habitantes, é preciso que as mudanças comecem já. Em entrevista à revista Em Família, o diretor-presidente do
O que o brasileiro faz que, na sua opinião, figura na lista de práticas de consumo irresponsáveis?
Levantar a bandeira do anti-consumismo não é a saída. Como encontrar o equilíbrio adequado para quem produz e para quem consome?
Os brasileiros não são diferentes de outras populações deste mundo fortemente consumista. Genericamente, o brasileiro peca no desperdício: de alimentos, de roupas e de tecnologia. Desperdiçamos cerca de 50% dos alimentos perecíveis e parte disso se dá porque se uma fruta ou verdura está um pouco machucada, a gente não considera alimento. Se há uma pequena sobra de um almoço ou de um jantar, ela não é utilizada em outra refeição. Não usamos os talos, as cascas e as sementes como parte das nossas receitas. As pessoas tendem a ter mais roupas do que elas precisam, subutilizando-as. No Brasil, há também um grande descarte de telefones celulares. Esses rejeitos vão para o lixão, causando poluição. Mais importante do que isso é as pessoas se perguntarem se precisam de todas as funcionalidades de um novo aparelho.
Em primeiro lugar, é importante dizer que consumo consciente não é deixar de consumir. A causa do consumo consciente é a favor de um consumo diferente, em que os impactos sociais, ambientais, econômicos e individuais sejam menores. Hoje, se todos os habitantes do planeta viessem a consumir dentro do modelo de produção e consumo atual, precisaríamos de cinco planetas Terra. É preciso sair de um modelo de produção de alta obsolescência e ir na direção de produtos mais duráveis. Aí entra a questão econômica. É preciso passar de uma economia fortemente industrial para uma de serviços. Desmaterializar é central em um novo modelo de consumo.
Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, Hélio Mattar, fala sobre medidas necessárias para a conscientização da população, a urgência da mudança e como seria esse novo modo de viver.
Que medidas são necessárias para que a prática do consumo consciente seja implantada em um Brasil em que “poder comprar” está associado ao desenvolvimento econômico do país?
Precisamos de uma educação que forme crianças e jovens dentro de valores civilizacionais diferentes dos de hoje. Os impactos gerados pelo consumo precisam ser colocados como um elemento importante na tomada de decisão sobre o que comprar, como usar e como descartar. Nessa formação de novos hábitos, as empresas desempenham papel importante. Se a empresa não oferecer outro conjunto de produtos e serviços menos demandantes de recursos naturais, não teremos a possibilidade de seguir na direção de uma sociedade do bem-estar – mesmo que os consumidores tenham consciência de que isso é preciso. Mas as empresas não farão isso sozinhas. Aí é essencial que o governo tenha uma atuação forte, na direção de campanhas de conscientização para os consumidores (crianças e adultos).
Por vezes, o processo de conscientização ocorre lentamente. Quando falamos em consumismo e suas interferências globais, há tempo hábil para essa mudança gradativa?
A nova sociedade precisará mais de cooperação que de competição para atender ao tempo curto que temos pela frente para mudar de um sistema insustentável para um sustentável. Se começássemos hoje, precisaríamos de uma geração para fazer essa mudança completamente. Mas mais importante que fazer a mudança rapidamente é fazer a mudança seguramente. É mudar a tendência do sistema, fazer com que consumidores e produtores passem a trabalhar para essa sociedade sustentável.
Precisamos de uma educação que forme crianças e jovens dentro de valores civilizacionais diferentes dos de hoje.
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entrevista Para acelerar esse processo, algumas condições são essenciais. A principal condição é que os formadores de opinião passem a mostrar, publicamente, qual é esse novo modelo de consumo e de produção. Temos também que sair de uma publicidade consumista e ir para uma publicidade mais sustentável. Nesse processo de mudança de consciência, é importante que todas as mídias sejam intensamente utilizadas. Aí vem o otimismo do Akatu com relação às mudanças que vão acontecer. Nunca, em nenhum outro momento da história, as pessoas tiveram tanta possibilidade de se comunicar e de serem impactadas pela mídia. Quando falo em mídia, falo em televisão, rádio, jornal, revista e redes sociais.
De que forma o Akatu pretende superar esse desafio?
Nas redes sociais, podemos ganhar maior velocidade para essa mudança. Os grupos que se formam nas redes sociais podem não apenas criar novos valores, mas criar referências para as pessoas. Essas referências podem fortalecer novos valores, que passarão a ser reconhecidos pela sociedade. As pessoas só vão manter os novos hábitos se eles forem reconhecidos pela sociedade como um modelo que todos valorizam e reconhecem. O ser humano é suscetível a esse reconhecimento, especialmente porque o consumo faz parte da forma como as pessoas estabelecem a sua identidade. Isso desde sempre. A mídia tem o papel de fortalecer esse novo modelo de consumo a tal ponto que todos queiram fazer e se sentir parte da nova sociedade.
Falamos aqui de uma mudança na forma como consumimos, o que geraria uma mudança na civilização. Na prática, como seria essa nova civilização?
Os grupos que se formam nas redes sociais podem não apenas criar novos valores, mas criar referências para as pessoas.
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As pessoas pensam que, nesse novo modelo, serão chamadas a se sacrificar. Elas precisam entender que, na nova sociedade, as pessoas não vivem para trabalhar, mas trabalham para viver. As relações, os afetos, as amizades e os amores são centrais na vida de cada um. Atualmente, dos 25 aos 65 anos, as pessoas estão integralmente devotadas ao trabalho. Trabalhando menos, haveria mais empregos, por exemplo. No novo modelo, saímos da sociedade do desperdício, do descartável e de uma produção fortemente globalizada e vamos para a sociedade do aproveitamento integral, do durável e de uma produção mais local. Os produtos serão totalmente diferentes. O produto material passa a ser virtual, como já tem acontecido com a música e a literatura, que chegam sem o uso de recursos naturais. O foco sai do tangível e vai para a experiência, para a emoção. O produto durável é um produto que vai precisar de assistência técnica, no caso de um eletroeletrônico ou automóvel, para funcionar durante anos e ser atualizado seguindo as últimas tecnologias disponíveis. Na sociedade sustentável, o uso de costureiras e brechós vai se multiplicar, assim como a doação e as trocas de roupas, em que eu disponibilizo o que não estou mais usando e recebo aquilo que está mais de acordo com o que quero no momento. Medidas que promovem bem-estar sem desperdício de recursos naturais.
© Foto: Bio Barreira
De que forma essa conscientização pode ser mais acelerada, com mais impacto na população e repercussão efetiva?
índice
destaque
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Conheça o projeto Sebinho, que há seis anos realiza “troca-troca” de livros usados.
com a palavra
ed. infantil
ens. fundamental
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O que pensa a Diretoria-Geral.
Os desafios de educar as crianças dentro de uma sociedade de consumo de modo que prevaleçam valores, companheirismo e olhar crítico.
Mesmo com a padronização dos uniformes, alunos não deixam de imprimir sua personalidade com acessórios da moda.
ens. médio
diz aí
caleidoscópio
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Projeto implantado este ano que trabalha com tablets e celulares em sala de aula visa orientar alunos e oportunizar crescimento digital.
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Um motivo para não ser consumista? Veja o que pensam os alunos e o educador.
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você sabia?
gente nossa
ser melhor
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Conheça algumas curiosidades a respeito do Colégio.
Conheça a trajetória de dois ex-alunos, casados há cinco anos e que, hoje, acompanham atentamente os primeiros passos do filho de três anos na vida escolar.
Relembre os principais acontecimentos do Colégio.
Conheça algumas ações da Pastoral.
com a palavra
Pobreza ou consumo?
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pessoas. "Ainda te falta uma coisa; vende tudo o que tens, dá aos pobres, e terás um tesouro no céu; depois vem e segue-me." O ideal cristão não é a pobreza em si, mas a liberdade interior para escolher o que é melhor. Acolher o reinado de Deus comporta abrir mão dos nossos desejos e aplicar nosso esforço em fazer a vontade de Deus, como Jesus. Seguir Jesus é assumir suas atitudes, viver e morrer como ele para também ressuscitar como ele. O consumo fica restrito ao nosso tempo. O seguimento de Jesus abre uma janela para além desta vida, para a eternidade, pois “na casa do meu Pai há muitas moradas... Pois vou preparar-vos um lugar” (Jo 14,2). O fato de possuir bens e consumir não é um mal, mas condiciona a pessoa e limita-lhe a liberdade interior. Quem possui muitos bens precisa cuidar deles. Isso o impede de fazer outras opções, como foi o caso do jovem rico. “Como é difícil aos ricos entrar no Reino de Deus! É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que o rico entrar no Reino de Deus” (Lc 18,25). Ao termos acesso aos bens de consumo que a sociedade atual nos possibilita, precisamos estar conscientes de que, em nosso tempo, a fome cedeu seu lugar ao exagero no consumo e isso terá consequências.
Colégio Marista Frei Rogério
O ideal cristão não é a pobreza em si, mas a liberdade interior para escolher o que é melhor.
Ir. Roque Brugnara Diretor-Geral
© Foto: Acervo do Colégio
O conceito de “consumo” é recente, da segunda metade do século XX. Antes, uma das dificuldades era conseguir alimentos. A produção de bens de consumo foi resolvida com o emprego de técnicas agrícolas, fertilizantes, defensivos e mecanização, que aumentaram a produtividade, bem como a ampliação dos sistemas de transporte, que permitiu deslocar alimentos de uma região para outra e prover trocas entre países. A produção industrial colocou à disposição da população produtos que, em séculos anteriores, eram privilégios das classes abastadas. Em alguns países, a pobreza já não é problema, mas apareceram outros. Um deles é a obesidade, consequência do consumo exagerado de alimentos, mal que atinge percentual considerável da população. Perante a disponibilidade de bens de consumo, as pessoas tomam posturas distintas: consumir, acumular, usufruir... Por satisfação ou prazer, bem típicas dos que possuem mais do que necessitariam para viver dignamente. Um número menor de pessoas privilegia a cultura e investe em capacitação pessoal. A postura cristã, colocada claramente no Evangelho (Lc 12,13-21; 18,18-30) coloca em primeiro lugar a relação com Deus e com as demais
© Fotos: Acervo do Colégio
ed. infantil
O que precisa mudar é o conceito de
“presente”
A preocupação também reside em mostrar que mesmo tendo nascido em uma estrutura de vida mais beneficiada, é preciso valorizar as conquistas Cada vez mais os pequeninos estão ditando as relações de consumo. Crianças nunca estiveram tão bem informadas quanto a lançamentos e tendências de brinquedos, roupas, tênis e acessórios. Focar a garotada é importante porque, impactadas precocemente, as crianças tendem a ser, no futuro, mais fiéis às marcas e ao próprio hábito consumista que lhes é imposto.
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Para a Coordenadora Psicopedagógica da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I do Colégio Marista Frei Rogério, Elisete Marisa Peruzzo, o que a sociedade está vivendo é um fenômeno chamado “brinquedo que se brinca sozinho”, que não estimula a criatividade e nem a imaginação. “É a mutilação, o encurtamento da infância. Por isso é que precisamos ficar atentos
Colégio Marista Frei Rogério
aos valores que estamos passando às crianças. Ninguém nasce consumista. Nenhuma criança nasce se preocupando com a marca dos sapatos ou do tênis que está usando. Por isso, pensemos na pessoa que queremos que elas, as crianças, se tornem no futuro”, afirmou. A infância é uma fase de vulnerabilidade, mas também e sobretudo de formação de hábitos e identidade.
Por isso, pais e escola devem estar atentos para esse fato e mediar a relação que as crianças têm estabelecido com o consumo para que formem sua identidade baseadas no que são e não no que têm. Nesse processo, pais e educadores precisam mostrar que todos têm algo de interessante em sua personalidade que não passa por objetos. “Na verdade, precisamos transgredir a normose, a grande patologia do nosso tempo – a doença do não se importar, denunciada através da falta de visão, da falta de escuta e de presença que vivenciamos hoje. Nesse contexto, a influência dos adultos sobre as crianças contribuiu de forma direta, seja para a cultura de consumo, do tornar descartáveis relações e valores e do apego aos estereótipos, que gerou costume, que virou hábito, e esse se transformou em comportamento”, ressaltou Elisete. Então, a pergunta é: é errado presentear? Ter um produto de marca? E aquele material ou mochila que tem estampado o herói do momento? Um presente é algo que oferecemos a alguém por quem temos consideração e apreço. É uma das formas
de demonstrar afeto e carinho. E as mensagens publicitárias sabem dos fenômenos de venda e repetem exaustivamente tal discurso, não importando o gênero, a faixa etária, a nacionalidade, a crença ou o poder aquisitivo. Todos são impactados pelas mídias de massa, estimulados a consumir de modo inconsequente. Elisete explica que, no parâmetro educacional do Colégio Marista Frei Rogério, existe o entendimento de que o que é preciso mudar é o conceito do que é um presente. Diferentemente do que o mercado nos coloca, ele não precisa ser comprado, não precisa ser caro, não precisa ser novo, não precisa ser concreto, não precisa de embrulho e não precisa de etiqueta. “Presente pode ser presença, ou seja, estarmos presentes na relação de amizade, de amor, de afeto. Pode ser um abraço apertado, uma cartinha emocionada, um bilhete, um cartão. Assim, o presente pode ser o símbolo de um amor, de uma amizade, de uma gratidão, e esses sentimentos não podem ser medidos por números, nem por nenhuma moeda, nem por nenhuma marca. A partir dessa visão humani-
zadora é que o Colégio oportuniza os momentos de confraternização entre as crianças, disponibilizando o espaço de sala de aula para comemorar o grande presente, a vida, com o tradicional bolo de aniversário. Quando a comemoração é realizada em outro espaço, fora do ambiente escolar, por opção da família, o Colégio autoriza a distribuição dos convites, desde que seja estendido a todas as crianças da turma do aniversariante”, esclareceu. Outra abordagem que merece destaque está relacionada aos materiais escolares. Embora o colégio disponibilize uma lista de materiais no início do ano letivo, há o consentimento e a recomendação do aproveitamento de material e da reposição somente do necessário. “A preocupação também reside em mostrar que, mesmo tendo nascido em uma estrutura de vida mais beneficiada, é preciso valorizar as conquistas e despertar nas crianças o sentimento da solidariedade, da responsabilidade, do cuidar, do valor dos pertences, do economizar e otimizar recursos, pois consumir com consciência precisa ser ensinado”, concluiu ela.
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© Fotos: Acervo do Colégio
Acessórios são usados para conferir ao uniforme a identidade própria do aluno Escola não proíbe pequenos detalhes, mas aconselha pais e mães sobre possíveis abusos
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Ao contrário do que muitos pensam, o uso obrigatório do uniforme não impede os adolescentes de imprimirem identidade própria à vestimenta – até porque os jovens usam da criatividade e de pequenos artifícios para demonstrarem o “gosto” próprio de cada um. Essas reflexões individuais de cada aluno sobre quem são e onde se encaixam na pequena comunidade escolar está expressa nos detalhes da vestimenta. Através deles é possível distinguir as “tribos” das quais participam, as músicas ou ídolos que “curtem”. Observando a entrada e
a saída das crianças e dos jovens do Colégio Marista Frei Rogério, é possível colher essa observação. É o uso de um penteado diferente, um prendedor de cabelo cor-de-rosa ou preto, óculos modernos e chamativos... Nas mochilas, também há distinção: alguns usam modelos de cor única ou de marcas esportivas; outros, coloridas; e até mesmo dos times de futebol do coração. Vera Lúcia Polato Argenton, Diretora Educacional do Marista Frei Rogério, compartilha dessa observação e acrescenta que os acessórios são muito mais marcantes no sexo feminino, principalmente nas meninas da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I. “A variedade é percebida através dos coloridos enfeites de cabelo, meias e joias. Já os educandos do Fundamental II e do Médio abusam de tênis com design chamativo e de grifes famosas e do uso de celulares e tablets de última geração. Porém, o que mais chama a nossa atenção hoje são os aros dos óculos de grau. É neles que a maioria dos adolescentes com problemas visuais se destaca em modernidade.” A educadora ressalta que como a presença de acessórios é mais evidente nas crianças e, consequentemente, são suas mães a enfeitá-las, a equipe pedagógica busca sempre dialogar com os pais e inibir o uso abusivo de joias ou objetos que possam tirar a concentração dos alunos. Já com os adolescentes, o Colégio toma algumas medidas mais sérias, como a proibição do uso do celular e do tablet para assuntos que não sejam de aula. “Muitas vezes parecemos severos, mas a experiência já mostrou que esse é o caminho. Somos todos consumidores, os motivos que nos levam a consumir são por vaidade, prazer ou necessidade. O marketing, o comércio repleto de facilidades, as longas prestações, os
bons descontos, os créditos ilimitados, tudo isso aguça mais ainda o consumidor." Para estar sempre conectado com pais e alunos a respeito desse assunto e buscar um consumo consciente, o Colégio possui atividades direcionadas aos pais e aos educandos como o projeto Sebinho, que é a venda de livros didáticos usados entre alunos pela metade do valor do novo, e a venda de jalecos entre alunos do Fundamental II e do Médio. Toda essa comercialização é efetuada entre pais e alunos. Os alunos também participam das aulas de orientação profissional, empregabilidade e empreendedorismo, o que lhes dá uma visão de economia. Praticidade e economia A uniformização proporciona economia aos bolsos dos pais e praticidade. O uso de peças de vestuários diferentes a cada dia encarece o guarda roupa e o uniforme, por sua vez, diminui custos e ameniza o consumismo entre os jovens.
O uso do uniforme possui sua origem no exército, uma das primeiras instituições a adotar uma vestimenta única para todos os integrantes. Os uniformes escolares começaram a ser utilizados por volta de 1890 pelos estudantes da Escola Normal, responsável pela formação de professores. As escolas mais tradicionais passaram a adotar o uniforme somente na década de 1920. Já as demais, na década de 1930. Os uniformes foram criados para simbolizar as cores, o nome, a tradição e o símbolo da escola. Dessa forma, os alunos uniformizados deveriam manter um comportamento exemplar e zelar pela imagem das instituições, mesmo fora delas. Entre as décadas de 1940 e 1970, o uniforme de uma instituição conceituada era um símbolo de aceitação social, sendo o sonho de muitos alunos e pais. A partir da década de 1990, as escolas, principalmente privadas, mudaram bastante os modelos de seus uniformes, fazendo roupas mais confortáveis e descoladas.
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Uso consciente da
Tecnologia
Projeto implantado este ano que trabalha com tablets e celulares em sala de aula visa orientar alunos e oportunizar crescimento digital aula se dá através das lousas e da sala de tecnologia. Ivete explica que nesse trabalho é enfatizada a utilização da tecnologia, explorando ao máximo cada função do aparelho e não a marca ou o modelo. A educadora deixa claro que é preciso sempre destacar os dois lados da tecnologia. “O bom uso torna nossos estudantes mais capazes, curiosos e inovadores, porém o mau uso da tecnologia traz consequências sérias. Ela deixa os jovens passivos demais. Quanto aos conhecimentos, não há uma seleção criteriosa na hora da pesquisa e há um perigo muito sério quando tudo o que está na internet passa a ser verdade absoluta. O cyberbullying também é extremamente perigoso, pois quando o aluno está fazendo isso, está ‘assinando’ sua participação nesse tipo de crime,
que pode ter consequências devastadoras tanto na vítima quanto no autor.” Ela reforça que o momento atual é de interagir com os alunos através das ferramentas que hoje despertam o seu interesse, não deixando de lado a socialização e a comunicação. Uma pesquisa feita no mês de dezembro de 2012 pelo Ibope tendo como tema “Gerações Interativas Brasil – Crianças e Jovens diante das Telas” coletou dados junto a 18 mil crianças e jovens, com idade entre seis e 18 anos, sobre as formas de uso e acesso diante de quatro telas: TV, celular, internet e videogames. De acordo com a pesquisa, o celular representa a tela de convergência por excelência. Pela ordem, os entrevistados declararam que utilizam o aparelho para: falar
© Foto: Acervo do Colégio
O uso responsável das novas tecnologias em sala de aula é uma das preocupações da direção e dos educadores do Colégio Marista Frei Rogério. O uso controlado e com fundo educacional é a base de uma proposta pedagógica iniciada neste ano sob a coordenação do Núcleo Psicopedagógico. “O uso consciente da tecnologia é uma das principais metas do Educandário para este ano. Vamos usar de forma correta tablets e celulares em sala de aula. Somos educadores de jovens digitais e, por esse motivo, estamos procurando entender melhor a forma como eles aprendem. Nosso projeto, iniciado com os professores, visa orientar e dar aos jovens a oportunidade do crescimento digital consciente”, destacou Ivete Inês Durigon Rosso. Atualmente, a utilização da tecnologia em sala de
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(89,5% dos jovens); mandar mensagens (60,8%); ouvir música ou rádio (60,6%); como relógio e despertador (57,2%); jogar (49,2%); como calculadora (45%); para fazer fotos (42,9%); gravar vídeos (40,9%); ver fotos e vídeos (40,3%); usar a agenda (38,4%); baixar arquivos (22,5%); assistir TV (22,1%); bater papo (20,8%); e navegar na internet (19%). Em contrapartida, a internet é usada para tarefas escolares, compartilhar músicas, vídeos, fotos, ver páginas na web, utilizar redes sociais, bater papo e usar e-mail. Um total de 11,1% dos jovens relatam que aprenderam a navegar na rede com um professor.
a recomendação fundamental é que você fique junto com ele durante o uso da rede até a idade de 10 anos.
A American Academy of Pediatricis (AAP) ajudou a Microsoft a desenvolver orientações por faixa etária para o uso da internet.
Os adolescentes devem ter acesso quase ilimitado a conteúdo, websites ou atividades. Já são experientes no uso da internet, mas ainda precisam dos pais para lembrá-los das orientações de segurança apropriadas. Os pais devem estar prontos para ajudá-los a compreender mensagens inapropriadas e evitar situações inseguras. É recomendável que os pais lembrem aos adolescentes que não devem fornecer dados pessoais.
Segurança na internet
Até 10 anos
Supervisione seus filhos até completarem 10 anos. Você pode usar ferramentas de segurança na internet para restringir o acesso a conteúdo, websites e atividades e participar ativamente do uso por seu filho, mas
11 a 14 anos
As crianças nesta idade são mais experientes no uso da internet, mas ainda é recomendável supervisionar e monitorar seu uso para que elas não sejam expostas a materiais inapropriados. Você pode usar as ferramentas de segurança na internet para restringir o acesso a conteúdo e websites e criar um relatório das atividades on-line. Assegure-se de que seus filhos nessa faixa etária compreendam quais dados pessoais não devem fornecer na rede.
15 a 18 anos
Dicas comuns a todas as faixas etárias: - Estabeleça regras claras para uso da internet. - Relembre sempre seus filhos de não compartilhar dados pessoais, como nome, endereço, telefone ou senhas com pessoas que encontram on-line. - É saudável incentivar uma comunicação aberta e positiva com seu filho. Converse com ele sobre computadores e esteja pronto para perguntas e curiosidades. - Mantenha os computadores conectados à internet em um espaço aberto, onde você possa facilmente supervisionar as atividades de seu filho. - Incentive seu filho a conversar com você se algo ou alguém on-line fizer com que ele se sinta incomodado ou ameaçado. Permaneça calmo e lembre seu filho de que não haverá problemas se quiser contar algo. Elogie seu comportamento e incentive-o a recorrer a você se isso acontecer novamente.
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© Fotos: Acervo do Colégio
diz aí
André Vítor de Oliveira 5º EF I
Elisa Mercado Spielmann 5º EF I
Humberto Brambilla de Salles 3ª EM
“Um grande motivo para eu não ser consumista é que tudo que compramos produz, de alguma maneira, o aumento do volume de lixo no meio ambiente. Por isso, devemos ser consumidores conscientes, comprando apenas o necessário para viver com dignidade. Essa consciência venho adquirindo por meio da minha família, que me ajuda dando exemplos e criando hábitos de consumo sustentável.”
“É não viver no mundo da imaginação. Não é porque você recebeu sua mesada que pode gastar tudo, mas, sim, guardar seu dinheiro no cofrinho. Mas minha grande inspiração para não ser consumista é o meu pai, ele economiza em tudo, menos no amor que ele tem por mim e minha família!”
“Devemos aprender a dar valor às pequenas coisas. Quando buscamos apenas o ‘ter’ e nos esquecemos de usufruir o que possuímos, nos tornamos seres vazios e frustrados por sempre estarmos desejando uma meta inatingível, pois está em constante mudança. Temos que lembrar que o ‘ter’ não compensa o ‘ser’.”
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Colégio Marista Frei Rogério
Ticiana Guimarães Gruber 2ª EM
“Uma forma de evitar o consumismo é pensar se realmente necessitamos daquilo. Além disso, existem outras formas de diminuir o consumismo, como fazer uma lista de compras e pesquisa de preços. Por isso, acho muito importante que seja trabalhado tanto em casa como na escola o consumo consciente.”
Opinião da Educadora “As propagandas, o modismo, a vaidade e o impulso nos induzem ao consumo, ao ato de gastar... Sendo assim, o consumismo não se trata apenas de um problema psicológico, mas de um estado social. Uma vez infectado pelo vírus da compra compulsiva, qual o tratamento? A receita clássica é distinguir o essencial do necessário e o necessário do supérfluo. Não ser consumista implica ter autocontrole e plena consciência de que as coisas mudam e que nem sempre o nosso dinheiro poderá pagar tudo que queremos comprar. Além disso, o lixo e outros resíduos gerados pelas embalagens e produtos descartados estão causando sérios danos ao meio ambiente. Outra razão para sermos consumidores e não consumistas é apreciar o que o dinheiro não compra, uma vez que a felicidade não está somente nos bens materiais, mas em um abraço, um sorriso, um carinho, nas amizades, nos amores, enfim, nos gestos que não custam nada, mas valem muito.”
Professora Lucila Brinkmann
4º e 5º anos EF I – Colégio Marista Frei Rogério
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caleidoscópio Encontro das Escolinhas de Futsal – Educação Infantil e Ensino Fundamental I.
Momento de oração no Campeonato de Pais e Funcionários.
2013
© Fotos: Acervo do Colégio
Gincafrei sempre deixa um gostinho de “quero mais”.
ESPORTE
HORA DE BRINCAR Diversão no corredor lúdico da Educação Infantil.
Hora da Diversão – 1º ano EF I.
Dia do Brinquedo na Escola.
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Colégio Marista Frei Rogério
Encontro da saudade. Alunos do Terceirão de 1998 reencontram-se no Colégio.
Acolhida aos alunos do Ensino Fundamental I.
EVENTOS
JUVENTUDE
Galera da PJM – Ensino Médio.
Colégio Marista Frei Rogério
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© Foto: Acervo do Colégio
destaque
Projeto Sebinho: economia, consciência ecológica e atitude empreendedora Há seis anos o projeto Sebinho foi implantado no Colégio Marista Frei Rogério com a intenção de realizar um “troca-troca” de livros usados. Esse “troca-troca” é concretizado até hoje e tem como objetivo principal a economia para os pais na hora da compra dos livros que serão utilizados ao longo do ano letivo, além do fator ecológico – afinal, com o reaproveitamento, a tiragem daquele material é diminuída. Para a Assistente Psicopedagógica do Educandário, Ivete Rosso, a economia na hora da troca é de até 50% em relação ao livro novo. No projeto, segundo ela, estão envolvidos não apenas os pais, mas também alunos e coordenação. Ivete destaca, por exemplo, que todo o processo é encaminhado pelos estudantes. São eles que separam os livros, entregam a listagem, buscam compradores e efetuam a troca. “No início, não havia uma conotação ecológica, apenas financeira. Com o tempo, observamos a importância ambiental que o projeto tinha e observamos também com grande entusiasmo o empreendedorismo dos alunos envolvidos nessa troca. Esse é um projeto que teve boa aceitação e a cada final de ano as pessoas passam pelas salas da assistência ou telefonam demonstrando o interesse em participar da troca de livros para o ano seguinte. Os contatos são estabelecidos des-
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de dezembro até o início do ano escolar seguinte”, explica. O processo de negociação do Sebinho é realizado em dois momentos distintos. O primeiro, quando há contato telefônico ou pessoa para negociarem, sem estabelecer um local próprio. No segundo momento, ocorre o encontro – em data estabelecida no calendário escolar, geralmente um sábado no período matutino. A direção do colégio disponibiliza uma sala com a lista de livros com seus respectivos preços e descontos de 25% a 50% do valor total, além de placas indicativas das séries ou dos anos. “É muito gratificante ver os alunos se envolvendo com o material que eles mesmos manusearão durante o ano letivo, apagando as respostas, encapando e arrumando de forma geral. Os pais também participam e demonstram muita alegria em saber que seus filhos estão aliando economia à consciência ecológica”, destaca Ivete. Outro projeto interessante desenvolvido pelo Colégio Marista Frei Rogério, foi o “Convite a leitura”, a iniciativa do projeto surgiu da responsável pela biblioteca do Colégio, Márcia Azzolini. O projeto incentiva a doação de livros e consequentemente, o hábito da leitura. A arrecadação dos livros aconteceu durante a Olimpíada Champagnat (Olichamp). Entre as tarefas da Olimpíada, uma era específica nesse sentido e tinha
Colégio Marista Frei Rogério
como intuito a arrecadação de livros para que estes fossem doados posteriormente à comunidade por meio de sacolas expositoras colocadas em lojas, supermercados e bancos.
Dicas de conservação
Dicas simples podem ajudar a manter os livros em bom estado por muito mais tempo, auxiliando na sua reutilização, promovendo economia e uma atitude ambientalmente correta. A primeira delas é encaderná-los. Caso algum livro venha com a capa mole, ao encapar, coloque um pedaço do mesmo tamanho de papel panamá para que a capa fique dura e aplique o adesivo-plástico. O adesivo-plástico, além de ser usado como decoração de livros e cadernos, ainda tem uma vantagem: evitar que o material seja molhado. O efeito provocado pela água em capas e folhas de papel muitas vezes traz problemas irreversíveis. Evite guardar o lanche no mesmo compartimento dos cadernos. Um vazamento ou até mesmo o “suor” de uma garrafa gelada pode estragar os cadernos e livros. Outro detalhe que pode ajudar na manutenção desses materiais é a limpeza periódica de mochilas e lancheiras. Para materiais que já estão um pouco desgastados, podem-se utilizar adesivos, recortes e desenhos para personalizar e dar uma cara nova aos produtos.
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O computador não é o
© Fotos: Acervo do Colégio
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Analista de TI implantou um programa que diminui o consumo de luz na sala de informática e nos computadores administrativos do Colégio Mesmo não gastando tanta energia como outros aparelhos eletrônicos que mantemos em casa como refrigeradores ou micro-ondas, o computador não deixa de ter sua contribuição mensal na conta de luz. O consumo de energia do computador não é tão considerável, porém nos dias de hoje qualquer dica pra economizar é bem vinda. Nas aulas no laboratório de informática do Colégio Marista Frei Rogério, os alunos buscam perguntar e descobrir mais sobre o assunto. Entre os diversos questionamentos sobre o uso correto e econômico dos computadores, uma das perguntas mais frequentes é se desligar e ligar o computador toda vez que for utilizar o equipamento realmente economiza. Jean que é analista de suporte ressalta que além de demorar alguns minutos para verificação da “bios” (programa de computador pré-gravado em memória permanente executado por um computador quando ligado), depois fazer o login e, esperar carregar a área de trabalho, você precisa retomar seu trabalho localizando seus arquivos e iniciando programas toda vez que desligar o computador. “Além do tempo que se leva para ligar e desligar, existe um desgaste físico dos circuitos provocado pela dilatação e contração ocasionada pelo calor, sem falar das possíveis falhas de hardwares ou softwares que o processo pode ocasionar. Portanto, desligar e ligar o computador não é a melhor alternativa”, afirmou ele.
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Para realmente economizar energia sem perder tempo ligando e desligando o computador, o usuário pode seguir algumas dicas, que já são repassadas aos alunos do Frei Rogério e colocadas em prática nas aulas de computação. O analista explica, por exemplo, que sempre que você não for utilizar o computador por mais de 15 minutos, é interessante desligar o monitor e ajustar o brilho da tela. Além disso, nos sistemas operacionais mais modernos existe a opção “Suspender” (ou “Repouso”). Essa opção faz com que o sistema operacional desative alguns componentes que não são vitais para o funcionamento do computador. Assim a memória RAM fica acionada com todos os programas que você deixou ativos até então, permitindo que você retome suas atividades instantaneamente. Caso você precise ficar um tempo mais longo sem utilizar o computador, o professor explica que existe uma opção chamada “Hibernar”, que faz com que tudo que esteja salvo na memória RAM seja armazenado no HD. “Essa ação permite que você retome seu trabalho o mais rápido possível, mesmo que a energia seja cortada. Este método com certeza é bem mais seguro”, ressalta ele. Porém vale lembrar que caso você se esqueça de fazer tudo isso, existe ainda uma maneira de programar o computador para que ele faça tudo isso automaticamente. Nas opções de energia do painel de controle você pode criar um plano de energia, “di-
Colégio Marista Frei Rogério
zendo” ao computador o que ele deve fazer se ficar ocioso. Entre as opções você pode programá-lo para desligar o monitor, discos rígidos, e até hibernar se ficar um longo tempo sem uso. Jean explica que, para o laboratório de informática do Colégio Marista Frei Rogério, ele criou um plano de energia. “Deixo sempre algumas máquinas ligadas, caso algum aluno ou professor precise utilizar o equipamento rapidamente sem perder tempo. No final do dia executo um comando via rede que faz uma varredura nos computadores da rede do laboratório e salas de aula verificando se algum está ligado, desligando-o caso esteja. Assim eu evito que alguma máquina fique ligada durante a noite”. Ao todo o Colégio dispõe de 60 computadores, sendo que 20 estão no laboratório de informática, 4 na biblioteca e 12 estão dispostos em salas de aula para uso dos alunos, os quais são monitorados. Nas demais máquinas do Colégio, de uso administrativo, também é efetuado um plano de energia programada. Normalmente os colaboradores ligam seus computadores de manhã, no início do expediente, e os desligam no final da tarde, quando estão indo embora. No horário de almoço normalmente é desligado apenas o monitor. Equipamentos como projetores, impressoras, escâneres e caixas de som são ligados somente quando solicitados.
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© Foto: Arquivo pessoal
Ex-alunos relembram suas atividades favoritas no Marista Casal destaca a vivência que teve para optar pela escolha do Educandário Josiane Camarotto D'Agostini e Dante Francisco D'Agostini são dois ex-alunos Maristas do Colégio Frei Rogério, casados há cinco anos, que hoje acompanham atentamente os primeiros passos do filho de três na vida escolar. Josiane é médica pediatra com especialização em cardiologia pediátrica, trabalha no Hospital Universitário Santa Teresinha (HUST) em Joaçaba, é professora da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) e, apesar de não ser filiada a nenhum partido, é engajada na vida política da cidade. Já Dante é economista pós-graduado com certificações no mercado financeiro e internacional, ao contrário da esposa, já é filiado a um partido e exerce o cargo de Diretor de Desenvolvimento do município de Joaçaba, além de trabalhar como consultor financeiro. “Gosto muito do que faço”, ressalta ele. Os dois possuem ótimas lembranças do período em que estudaram no Colégio Frei Rogério. Josiane iniciou em 1991, na 6ª série do Ensino Fundamental e ficou até o término do Terceirão, em 1996. “Nunca fui muito de atividades esportivas (as
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bolas têm uma tendência perversa de acertar minha cabeça!), mas o Colégio tinha tantas outras atividades e oportunidades que eram interessantes. A vida de um nerd era mais difícil nos anos 90. Meu lugar favorito sempre foi a biblioteca, que era muito melhor do que a do colégio onde eu estudava antes. Li muitos livros, principalmente nos três primeiros anos em que estava no Colégio Marista. Além disso, existiam periódicos que eu costumava ler na hora do intervalo (porque não podiam ser retirados da biblioteca). Até a mudança para o Colégio Frei Rogério, eu não era uma aluna particularmente estudiosa. Contudo, o Colégio tinha uma postura mais exigente com as tarefas e essa mudança de ambiente fez aumentar muito minha dedicação às atividades escolares”, destaca ela. Ambos participaram de atividades extracurriculares enquanto estudaram no Frei Rogério. “Logo em 1991, o professor Davi Ceron tinha uma turma de desenho técnico com atividades práticas na antiga oficina do Colégio. Adorava essa atividade e algumas habilidades que adquiri nessas aulas são úteis até hoje. Além disso, participei do movimento RE-
Colégio Marista Frei Rogério
MAR, a partir dos 14 anos, e do grupo de teatro dos 15 aos 17 anos. O grupo de teatro também foi muito importante, pois eu era uma garota bastante quieta e tímida e a participação no grupo de teatro ajudou a superar em parte essa dificuldade”, conta Josiane. Para Dante, a lembrança está nas aulas dos Irmãos Angelo e Henrique, nas visitas empresariais que fizeram às empresas Perdigão – atualmente BRFoods e Bitter Aguia de Capinzal. “Lembro-me dos eventos que realizamos na Chácara Marista, de um evento de que participei em Pouso Redondo, ficando dois dias em uma casa de família, e das aulas do professor Davi Ceron na marcenaria. Joguei muito tênis de mesa e basquete. Lembro-me também de ter tido a experiência de ser coelho da Páscoa no período vespertino para crianças menores”, relembra ele com saudades. Questionados sobre a escolha do colégio para o filho, ambos falaram sobre a ótima estrutura física, mas destacaram as próprias experiências pessoais positivas como ex-alunos. “Apesar de ser a maior escola da cidade, o Colégio tem valores sólidos que são perpetuados de geração em geração”, ressaltam.
© Foto: Acervo do Colégio
ser melhor
Projetos vocacionais,
uma missão
Marista Mesmo antes da fundação do Colégio Marista Frei Rogério, há 70 anos, as ações e abordagens dos Irmãos Maristas, pautadas na filosofia do fundador da congregação, Marcelino Champagnat, aconteciam na região através de palestras vocacionais, que tinham como intuito convidar jovens para serem sacerdotes, Irmãos Maristas e irmãs religiosas. O grande impulso nesse caso aconteceu em dezembro de 1994, quando foi inaugurada uma nova estrutura, denominada Cemafrei, para fomentar os encontros de formação, com refeitório, sala de palestras, dois dormitórios, capela e sala de jogos. Dessa forma, foi possível iniciar os encontros de formação e de cunho vocacional aos finais de semana. Na mesma época, foi implantado pelo Irmão João Carlos do Prado o programa Vida Feliz.
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Com a unificação das Províncias de São Paulo e Santa Catarina, em 2004, o Cemafrei mudou a nomenclatura para Cesmar e, atualmente, chama-se Centro Social Marista Joaçaba. Fruto desse trabalho, somam-se hoje 19 Irmãos Maristas, alguns sacerdotes e irmãs religiosas. “Além desses, muitos jovens que estudaram em nossas Casas de Formação receberam formação humana e cristã que com certeza foi de grande proveito para suas vidas”, destacou o Irmão Vanderlei Antonio Kuhn. Entre os projetos em destaque hoje, o Irmão Vanderlei cita o Conexão +:) e o Conexão Marista. O Conexão +:) tem como interlocutores meninos e meninas de 13 a 18 anos de idade que estejam matriculados no ensino regular e está estruturado em três processos
Colégio Marista Frei Rogério
fundamentais para a construção do projeto de vida: autoconhecimento, construção das relações e conhecimento inicial do carisma Marista. Os educandos que frequentam o projeto são oriundos de 59 instituições educativas municipais e estaduais parceiras do programa Vida Feliz. Esse programa consiste em projetos desenvolvidos nas escolas parceiras através de palestras ou encontros formativos anuais para os educandos do 8º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio. Além disso, existem as ações eclesiais, que consistem em encontros de crismandos, que são realizadas nos finais de semana. Os encontros do Conexão +:) acontecem bimestralmente, sempre de sexta-feira a domingo, no Centro Social Marista Joaçaba. Os jovens recebem visitas em suas famílias e têm conversas individuais com irmãos e educadores, além de apoio didático como diários, agenda Marista, almanaque vocacional e livros da história dos Irmãos Maristas e do fundador, São Marcelino Champagnat. Irmão Vanderlei explica que “depois que o jovem participar de alguns encontros do Conexão +:), se desejar continuar a caminhada vocacional, ele será convidado a participar do Conexão Marista. Esses encontros são semestrais, duram uma semana e acontecem em nível provincial”. No Conexão Marista, o jovem é inserido no contexto mais profundo da animação vocacional. É a etapa do discernimento, do processo de amadurecimento das intenções do jovem em relação ao seu projeto de vida, especificamente à vida religiosa Marista. Significa que já ocorreu o despertar da vocação.
© Fotos: Arquivo pessoal
essência
Ir. Nilvo Luiz Favretto Irmão Marista da Província Rio Grande do Sul e pedagogo
Missão Marista
entre os indígenas Ao fundar o Instituto Marista, São Marcelino Champagnat deu prioridade à educação como espaço privilegiado de evangelização no ambiente escolar, fazendo a catequese e despertando a devoção à Maria e o amor a Jesus. Os povos indígenas também merecem a nossa atenção. Desde 2002, marcamos presença significativa entre os indígenas na tríplice fronteira Brasil, Colômbia e Peru. A educação escolar indígena tem um caráter peculiar e específico: deve valorizar sua cultura, seus mitos, suas crenças, sua tradição e sua língua – o que está garantido na Constituição Federal, no artigo 210. Por isso, catequizar esse povo passa a ser um desafio muito grande, pois devemos respeitar as suas peculiaridades. Em nossa região, existem muitos povos indígenas com diferentes línguas e costumes. Podemos citar Ticunas, Matis, Matsés, Marubo, Kanamary, Kulina, entre outros. A partir do contato com pessoas de fora, esses povos passaram a sentir a necessidade de ter acesso à educação para poder se relacionar com a sociedade, estabelecer um mínimo de igualdade de condições e não serem “enrolados” ou “enganados” pelos “brancos”. Atualmente, a nossa presença se dá no Vale do Javari por meio do acompanhamento pedagógico de professores indígenas, com visitas às
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comunidades-escolas. Acompanhamos de perto e in loco o trabalho educativo de cada professor, ajudando-os em suas dúvidas, necessidades e sua metodologia a fim de garantir uma educação diferenciada e de qualidade. Assim, surgiu a necessidade da construção do Projeto Político Pedagógico (PPP) de cada povo. A Secretaria Municipal criou uma Coordenação Pedagógica, da qual faço parte. O trabalho é desafiador. Considero que o mais difícil é “respeitar” a diversidade sem ferir os seus costumes. O tempo desses povos é bem diferente do nosso. Tem outra lógica, outro tempo.
Há etnias que já elaboraram o seu PPP com a assessoria de ONGs. Apesar de nem sempre se levar em conta a qualidade, as diferenças e as especificidades de cada povo e sua cultura são respeitadas – e muito. Acreditamos que para esse trabalho há sempre espaço para algum voluntário que se sinta chamado a colaborar conosco, tais como profissionais da área da Pedagogia, linguistas para estruturação da língua materna, elaboração de gramáticas, cartilhas, livros de literatura e dicionários. Juntos, podemos continuar o sonho de Champagnat e partir para a construção do bem-viver.
O voto de pobreza perante o
do mundo atual
A vida religiosa tem seu sentido profundo no seguimento de Cristo: pobre, casto e obediente. Ele nasceu pobre, em um presépio. Morreu na cruz, despojado de tudo. Recebeu sepultura em uma tumba emprestada por um amigo. Tendo essa história como exemplo, os Irmãos fazem o voto de pobreza, depois de 6 a 8 anos de formação, e se empenham em ter o coração desapegado dos bens deste mundo e entregá-lo unicamente a Deus e a serviço do próximo. Nosso espelho fundamental é Cristo, em sua pobreza e em sua confiança no Pai do Céu. Depois, Nossa Senhora, Champagnat e os primeiros Irmãos. A vivência de cada um se traduz em diversas manifestações que vão nos fazendo entender o que é ser "pobre", no sentido evangélico do termo. Não é um voto fácil de viver e, muitas vezes, ele corre o risco de ser tratado como um conjunto de palavras que traduzem uma mentira. Por isso mesmo, nós, Irmãos Maristas, estamos continuamente nos examinando a respeito das exigências desse voto. Todos esses e outros pensamentos vêm traduzidos para nós em nossas Constituições. O número 29 das Constituições do Instituto reza: “O conselho evangélico de pobreza implica uma vida pobre de fato e de espírito1. Renunciamos a dispor de qualquer dinheiro ou outro bem material de algum valor2, sem autorização. Para usar dinheiro, o Irmão age sob a dependência de seu superior imediato. Presta-lhe contas
regularmente das quantias postas a seu dispor. Tudo quanto o Irmão adquirir por seu trabalho ou por ser membro do Instituto, e o que receber a título de aposentadoria, subvenções, seguros, salários ou benefícios sociais, pertence ao Instituto” (C. 668, c).
Nosso modo de vida, nosso voto de pobreza Uma das características da vida religiosa é a comunidade, na qual colocamos em comum tudo o que temos. Tudo o que existe na comunidade – moradia, móveis, bibliotecas, conduções, dinheiro, pertence à comunidade e está apenas a serviço dos Irmãos. Assim, podemos cumprir nossa missão: a santificação pessoal, da comunidade, e levar o bem ao povo de Deus – de modo especial às crianças e aos jovens menos favorecidos. Pessoalmente, cada Irmão não é dono de nada. Ao falecer, um Irmão pode deixar uma grande herança espiritual, mas nenhuma herança material para distribuir entre seus parentes.
Como se vive o voto de pobreza? Há muitas demonstrações da vivência do voto: vestir-se bem, mas sem exibicionismo; alimentar-se bem, mas sem excessos; ter uma moradia simples da qual se cuida como se fosse sua; ter o necessário para bem cumprir a missão; ter um grande espírito de família; dar a contribuição do próprio trabalho, sem perder tempo. Os superiores
têm a obrigação de cuidar para que nada falte aos Irmãos de sua comunidade, como alojamento, alimentação, cuidados com a saúde, roupas, livros, meios didáticos, estudos, viagens, férias, e o que mais signifique de gastos indispensáveis. Nossa pobreza se reflete também nas nossas obras. Nelas nada deve faltar do que é necessário ao seu bom funcionamento. Essa é uma lição que aprendemos com Champagnat e os primeiros Irmãos: “Melhor não construir do que construir mal”. Naturalmente, quando nos encontramos com este nosso mundo do consumismo, nosso voto de pobreza e, sobretudo, o “espírito de pobreza” sofre sérios desafios. Por isso mesmo, somos chamados a prestar atenção sobre como viver a pobreza religiosa neste mundo. Todos os bens de que dispomos têm um modo de serem usados e têm uma finalidade: levar os ensinamentos de Deus para todo o mundo.
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“Perfectae Caritatis”= “A caridade perfeita”
(Documento do Concílio Vaticano II), 13, 2 2
c. 600
© Foto: Divulgação
consumismo
Ir. Cláudio Girardi Irmão Marista do Grupo Marista
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© Fotos: Letícia Akemi
solidariedade
Dois pesos, duas medidas,
um mundo É dever de todos aderir a práticas mais conscientes de consumo, independentemente da classe social. Unidades Sociais Maristas também contribuem no diálogo por um mundo mais sustentável Por Michele Bravos
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As consequências negativas de um consumo desenfreado não escolhem classe social. No entanto, são as atitudes do coletivo – independente de sua condição social – que têm interferido no planeta e interferirão no futuro. Para a construção de um modelo civilizacional diferente do atual, em que as pessoas consumirão o necessário e valorizarão mais as relações interpessoais, é necessário que as transformações se iniciem nos níveis básicos da educação – tanto pública quanto particular. A coordenadora pedagógica Gillys Vieira da Silva, do Centro Social Marista Ecológica, localizado em Almirante Tamandaré (região metropolitana de Curitiba), afirma que “se os alunos aprendem boas práticas dentro da escola, eles levarão esses ensinamentos para a vida lá fora”. Práticas de consumo consciente estão no escopo da educação Marista, sendo aplicadas tanto nos Colégios como nas Unidades Sociais, espaços educativos que atendem
comunidades menos favorecidas socioeconomicamente. No Centro Social Marista Ecológica (PR), inúmeras ações são desempenhadas junto aos alunos, de modo a incentivá-los a práticas conscientes de consumo. Entre elas: assembleias, para discutir temas relacionados à cidadania: aulas de robótica, com reutilização de materiais eletrônicos e conscientização alimentar para uma alimentação saudável e evitar desperdícios. A aluna Dayane Choinski Nascimento, 13 anos, do 8º ano do Centro Social Marista Ecológica, afirma que a educação que tem recebido tem lhe ajudado a construir novos hábitos – mais sustentáveis. “O ensino aqui mudou a minha vida, a minha forma de pensar. Tenho mais consciência sobre o mundo.” Ela ainda conta que tem aderido a práticas que representam economias para o bolso dos pais. “Sou preocupada com o desperdício de água e de dinheiro. Tento reaproveitar o material escolar, pois é uma economia para a minha família e, assim, também ajudo a não gerar tanto lixo para o mundo.” No Centro-Oeste do país, os esforços também caminham na direção de um mundo mais consciente. É no Mato Grosso do Sul que o Centro Social de Dourados realiza o projeto Maristeca. “O projeto é desenvolvido junto aos educandos nas oficinas de educomunicação e educação ambiental e visa a abordagem do consumo consciente, trocas solidárias e criação de uma moeda social: a Maristeca”, explica Roselâine Godinho, assistente social da Unidade. A ideia tem como inspiração um modelo bem-sucedido da região, a moeda social Pira-Pirê, a qual tem contribuído para o fortalecimento da economia na comunidade.
BOAS IDEIAS Conheça mais sobre as práticas desenvolvidas no Centro Social Marista Ecológica Exercendo cidadania São momentos que ocorrem periodicamente, dentro da sala de aula e intermediados por um professor, em que os alunos são instruídos sobre algum tema relacionado à cidadania. Nessa ocasião, eles também são convidados a dialogar sobre os assuntos apresentados e buscar soluções viáveis para a realidade da comunidade. Consumismo já foi tema de conversa. Agora, estão na fase de sugerir o que fazer com os excessos. Peças antigas, novas funções É na aula de robótica que os alunos colocam a criatividade para funcionar e descobrem novas funções para chips, monitores de computador, placas de memórias e tantas outras peças. “Eu acho bom aprender a reutilizar esses materiais. Faço coisas que nem imaginava”, diz o aluno Paulo Henrique Assis, 13 anos, do 8º ano do Centro Social Marista Ecológica. O que nós queremos Para evitar o desperdício de alimentos, algumas práticas foram adotadas pelo Centro Social. A primeira foi realizar um diálogo sobre o cardápio disponível e as possibilidades de alteração, tendo em vista o custo e a questão nutricional. Paralelo a isso, também foi feito um trabalho de conscientização sobre o senso de coletivo, “assim prevalece um olhar do grupo e não para as necessidades individuais, fortalecendo a construção coletiva, explica Gillys. Ovelhas bem alimentadas Outra ação implantada foi a destinação das sobras de frutas, verduras e legumes para as ovelhas que fazem parte do espaçotempo da Unidade. Os alimentos deixaram de ser temperados na hora do preparo, pois, assim, suas sobras poderiam complementar a alimentação dos animais. Os alunos participam efetivamente, ajudando na pesagem dos restos e alimentando as ovelhas. Vale destacar que este ano houve uma redução no orçamento para compra de ração, sendo o recurso utilizado para o desenvolvimento de outras ações.
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© Foto: Divulgação - Turismo e Negócios
como fazer
Sobra
diversão e não falta dinheiro Vai chegando o período de férias e a criançada só pensa em uma coisa: qual será a programação? Por eles, não passam nem um dia em casa. A tarefa a ser empreendida pelos pais é conciliar lazer com gastos conscientes e experiências de valor. Para que o discurso do consumo sem exageros não vá embora no primeiro dia de férias, a psicóloga Renata Kreutz, mãe de Maria Eduarda, 11 anos, aluna do Colégio Marista Rosário, do Rio Grande do Sul (RS), conta que a conversa com os filhos é muito clara. “Férias é momento de curtir em família, de descobertas. Não significa poder gastar mais. Afinal, os compromissos financeiros continuam os mesmos na volta.” Explicar aos filhos o propósito do passeio ou viagem previamente também é eficaz. A psicopedagoga Adriana Torres, assessora pedagógica da agência de viagens Meeting Way, especializada em viagens focadas no enriquecimento cultural e nas experiências diferenciadas, explica que o segredo está muito mais na frequência com que essas práticas são vivenciadas pela família do que propriamente em uma organização pontual. “Uma simples saída para
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São Paulo guarda passeios enriquecedores, dentre eles: o Museu da Língua Portuguesa, o planetário do Parque Ibirapuera, o Aquário de São Paulo e o local onde Dom Pedro I deu o grito da independência.
Férias é sinônimo de lazer e experiências de valor. Deixe as compras para outra hora e aproveite o tempo em família Por Michele Bravos
um cinema tende a ser um sucesso, desde que planejada de uma forma calma e amistosa com foco no tema tratado e não na aquisição de brinquedos e pipoca.” A advogada Eliane Massari, mãe de Victoria, 15 anos, e Igor, 11, ambos alunos do Colégio Marista Nossa Senhora da Glória, de São Paulo (SP), exemplifica que se os pais focam a viagem para o consumo, as crianças, naturalmente, já saem de casa com a proposta clara de que “vamos viajar para comprar e gastar”. Além disso, ela reforça que a conduta dos pais precisa ser condizente com o que pregam. “Tudo depende do planejamento inicial da viagem. É preciso mostrar que a viagem por si trará valor ao conhecimento deles, pois cada local tem características valiosas que podem ficar esquecidas se a finalidade for só comprar.”
Decisões conjuntas O planejamento da viagem pode e deve ser compartilhado com os filhos. Aos pais cabem as escolhas de período, local e realização da viagem, já os filhos podem decidir algumas opções do roteiro, como lugares para visitar ou almoçar. “Es-
sas decisões dentro do percurso são essenciais para que os filhos se sintam atuantes e participantes no contexto familiar”, diz Adriana. A psicopedagoga orienta que o diálogo com os filhos deve ser bem aberto, informando, inclusive quanto poderão gastar por dia. “O hábito do planejamento financeiro é uma dificuldade para muitos pais, mas compartilhá-lo com as crianças traz segurança, domínio e comprometimento com a situação.”
Mesada para viagem Se a mesada já faz parte da rotina dos filhos, essa é uma prática que pode ser mantida para a viagem. A quantia dada ao filho não deve ser muito além do que se dá normalmente e, em uma viagem, esse valor deve estar de acordo com o planejamento da família. Mas se a mesada não faz parte do dia a dia dos filhos, as férias não são um bom momento para iniciar essa ação. Pensando no consumo consciente nesse período, uma possibilidade é incentivar os pequenos a economizar para a viagem, por exemplo: “Em vez de comprar isto hoje, vamos guardar este tanto para você usar na viagem”, diz Adriana. Essa regra vale para viagens nacionais e internacionais. “Em uma viagem para o exterior, procuramos mos-
trar aos nossos filhos o valor da nossa moeda em relação à moeda de outros países. Eles entendem muito bem e fazem suas próprias conversões, porque também economizam as mesadas para comprar lembrancinhas”, conta Renata.
Compras que cabem na mala Viajar e não trazer nenhum souvenir do lugar visitado é quase impossível. “Sempre compramos algo que represente e simbolize nossa passagem pelo local. Algo que dure a vida toda, servindo de ícone e símbolo: toda vez que olharmos, vamos nos lembrar dos momentos vividos”, diz Eliane. E não há problema nisso. É importante que mesmo na hora das lembrancinhas os pais prefiram optar por presentes que valorizem os momentos vividos. O ponto chave é: atribuir significado à determinada compra. Eliane conta que, certa vez em uma viagem, uma colega, que vivia em um momento de economias apertadas, tirava fotos de tudo, até de objetos que não ia comprar. “Ela dizia: ‘Não comprei, mas estou levando a recordação de outro jeito. E esse jeito que levo vai ficar para sempre, pois vai ficar na minha lembrança’. Achei show o que ela falou e fez sentido para mim. São lembranças que não se estragam com o tempo.”
Dicas
Idade certa para viajar A partir de 3 anos Nessa fase, as crianças já adquirem um aproveitamento maior das aprendizagens. Começa a fazer sentido para elas a construção entre o pessoal e o meio, que deve ser valorizada. São indicadas atividades de percepções permanentes e descobertas enriquecedoras, em contato com a natureza, por exemplo. Vale ressaltar que a saída antes dos 3 anos também é funcional e possível, mas nem sempre adequada pela logística das necessidades desta faixa etária. A partir dos 5 anos A criança já tem certa autonomia. A proposta estende-se para locais que valorizem o desdobramento da ação individual em valorização das percepções do meio. As opções já são bem maiores, bem como o tempo e as intenções de cada proposta.
Em Minas Gerais, as crianças podem se encantar ao conhecer de perto as histórias aprendidas na escola, passeando pelas cidades de Tiradentes, Ouro Preto e Diamantina. O complexo Inhotim também pode fazer parte do roteiro, com mais de 500 obras de artes (na foto, a obra Troca-Troca, de Jarbas Borges), algumas expostas a céu aberto, envoltas por um Jardim Botânico de 97 hectares. Não vai faltar espaço para a criançada se divertir!
Pais, sejam menos ansiosos! Muitas vezes os pais querem rodar horas no shopping, ir ao cinema, fazer compras. Tudo no mesmo dia. Excesso de propostas desfoca o aproveitamento e a criança não consegue dar o devido valor ao passeio.
l Programa cultural na rotina das crianças. Uma boa opção é idealizar um teatro ou uma ida ao museu com uma conversação anterior sobre o tema da peça ou da exposição escolhida, seguida de um lanche posterior, em que todos se dispõem a verbalizar o que acharam e sentiram. É uma atitude que valoriza a saída, de forma focada e não consumista.
Mesada para as férias. Incentive os filhos a direcionarem as economias da mesada para as férias.
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l Lembrancinhas que cabem no bolso. Opte por lembranças que realmente tenham relação com a experiência vivida na viagem. Não precisam ser presentes caros. Fotos são sempre boas opções!
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l Viagem programada em conjunto. Exponha para os filhos o propósito e o orçamento da viagem. Convide-os para tomar algumas decisões sobre as férias.
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compartilhar
Moda Para as meninas, a dica vai para a página do Facebook Cabide Novo. Lá, elas podem fazer trocas de peças de roupas que não usam mais ou até mesmo vender. Vale a pena, pois o preço é bem mais em conta. Na página, as pessoas combinam os valores, o que trocar, e depois compartilham para mostrar que deu certo. O grupo funciona bem e é importante contra o consumismo exagerado e o apego às coisas materiais. Isadora Iladi de Liz, 10 anos, 6º ano do Ensino Fundamental do Colégio Marista Criciúma (SC)
Você já ouviu falar de consumo consciente? Nos tempos atuais, a humanidade sente na pele as consequências de centenas de anos de consumo desenfreado e irresponsável. Assim, é necessário pensar em uma nova forma de consumo, que não ignore o impacto ambiental e que tenha como objetivo o bem-estar social. Esses e outros aspectos são abordados no livro Inteligência Ecológica, de Daniel Goleman, lançado em 2009. Michel Goulart, professor de História e Filosofia no Colégio Marista Criciúma (SC)
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LIVRO
Leitura Você sabia que o consumo exagerado acarreta em uma demanda muito grande de energia, minérios e água? Por isso, necessitamos de um modelo de desenvolvimento econômico, que não comprometa o meio ambiente e a sociedade. É como relata o pesquisador austríaco Gerard Gilnreiner, da Universidade de Cracóvia, em seu texto Estratégias de minimização de lixo e reciclagem e suas chances de sucesso, publicado em 1992. A leitura vale a pena para despertar a reflexão. Beatriz Santana, professora de Geografia no Colégio Marista de Goiânia (GO)
internet
Livro O livro que indico é intitulado Vida para consumo – A transformação das pessoas em mercadoria (2008), de Zygmunt Bauman. Neste livro, o sociólogo polonês analisa como a sociedade moderna de produtores foi gradualmente se transformando em uma sociedade de consumidores. Na nova organização social, os indivíduos se tornam, ao mesmo tempo, promotores de mercadorias e também as próprias mercadorias que promovem. Bauman examina o impacto das atitudes e dos padrões consumistas em diversos aspectos aparentemente desconexos da vida social, política e democrática, como estratificação e divisão social, comunidades e parcerias, construção de identidade, produção e uso de conhecimento, adoção e propagação de valores.
Uma boa dica para não exagerar no consumo de jogos eletrônicos, mas se divertir com algo novo, é a troca de games. No Facebook, há um grupo criado pela loja Oops Store para promover a troca de jogos que não são mais usados. A ideia funciona. Lá, o pessoal pode postar o que não quer mais. Quem se interessar, precisa ter algo em troca para dar. Então, é só combinar o escambo. Além disso, há também o Dia da Troca, que acontece na própria loja. Fica a dica para um reaproveitamento mais divertido. Acesse: www.facebook.com/oopsstorecco João Victor Santin Carraro, 15 anos, 1ª série do Ensino Médio do Colégio Marista São Francisco (SC)
Liane Pascoali Danieli, Diretora Educacional no Colégio Marista São Francisco (SC)
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diversão
Nada além da imaginação
Depois de reservar uma brecha diária para curtir os filhos em casa, é hora de aprender a brincar apenas com um elemento essencial: a família! Tão importante quanto compreender o que é ter responsabilidade de consumo é saber driblar os diversos brinquedos nada sustentáveis, coloridos, que piscam o todo tempo e deixam a garotada extasiada. Para isso, apresentamos (ou melhor, relembramos) brincadeiras muito divertidas que unem oportunidades
Por Elizangela Jubanski
importantes: a percepção de que, na verdade, para brincar, a criança só precisa de imaginação. Para o filósofo francês Gilles Brougére, especialista em Educação Infantil, “a criança não brinca em uma ilha deserta, ela brinca com as substâncias materiais e imateriais que lhe são propostas. Ela brinca com o que tem na mão e com o que tem na cabeça”. Diante disso, prepare-se para uma imersão nas brincadeiras que nunca se desgastam.
Pedra, papel ou tesoura Pedra: mão fechada. Papel: mãe aberta. Tesoura: dedo indicador e médio. Os participantes escondem as mãos atrás das costas e escolhem um deles. Ao dizer "pedra, papel ou tesoura", todos mostram a mão. Pedra ganha da tesoura; tesoura ganha do papel e papel ganha de pedra.
Todos formam um círculo. Na brincadeira, um escolhido para começar o "telefone sem fio" diz uma frase com pelo menos cinco palavras no ouvido de quem estiver sentado à sua direita. Esse que ouviu a frase deve repassar àquele ao lado, que deve dizer ao próximo e assim sucessivamente. O último conta, em voz alta, a frase que ouviu e todos comparam se ela chegou em sua forma original ao participante. Sai cada coisa, acredite!
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© Fotos: Letícia Akemi
Telefone sem fio
Sombras chinesas
Essa brincadeira é imaginação pura. Consiste em compor figuras com as mãos diante de uma lâmpada, projetando a sombra na parede de forma que sejamos capazes de imitar os movimentos do animal ou do que quisermos.
Pique-esconde Uma pessoa é escolhida para vendar os olhos ou fechá-los para que não veja o restante das pessoas se esconder. Ela conta até o número 31 e depois sai pela casa ou quintal à procura dos que estão camuflados pelos esconderijos do local. Na medida em que encontra os participantes, aquele que está à procura de todos corre para o ponto inicial para "bater" a descoberta do participante. Não esqueça que o último participante que consegue se manter escondido pode apelar para o clássico: "31 salva todos".
Adoleta
Nessa brincadeira, a criatividade é a cantoria, já que nada, além das mãos, será preciso. Os participantes recitam ou cantam versos e seguem o que está proposto na letra: mãos para cima, mãos ao lado, tocam o amigo, imitam bichos, viram de costas e tudo mais o que o verso mandar. Para brincar, é preciso ao menos dois participantes, mas é possível bater palmas em grupo ou em rodas.
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O desperdício e a
sustentabilidade Por Ademar Batista Pereira, presidente da Federação dos Estabelecimentos Particulares de Ensino da Região Sul (Fepesul)
É preciso políticas concretas que levem a sociedade a repensar sobre o desperdício.
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O mundo em que vivemos está focado na produção e no comércio de produtos cada vez mais descartáveis e mais baratos, fabricados em maior escala – visando baixar o custo unitário. Com isso, acontece um consumo desenfreado de coisas supérfluas, como flores, perfumes, presentes e brinquedos – em sua maioria, pequenas coisas bem embaladas em frascos ou caixas bonitas e coloridas. Na hora da compra, o comércio também dá a "pitada" no pacote de presente com outra embalagem, que, para finalizar, coloca em outra bela sacola. Ou seja, compramos uma coisa supérflua para presentear, gastamos três ou quatros embalagens para embelezar ainda mais o presente ou apenas para mostrar que aquilo foi comprado na loja tal. Essas embalagens serão jogadas no lixo, em sua grande maioria. Algumas pessoas podem até amenizar e separar como resíduos sólidos para reciclagem na ideia de proteger o meio ambiente. No entanto, essa consciência também deveria ser ativada antes, já que para produzir essas embalagens são necessários muitos recursos naturais e químicos. Além de gerar uma grande quantidade de poluição no
seu processo de fabricação, quando separamos para reciclagem são necessários novos recursos para reciclar, como combustível, água, energia e mais poluição no processo de reciclagem. Em Curitiba (PR), o projeto Lixo Que Não É Lixo, que existe há mais de 20 anos com cooperativas de reciclados, separa apenas 20% dos resíduos sólidos. No Brasil, menos de 10% são reaproveitados. Mesmo que separássemos tudo e reciclássemos estaríamos fazendo pouco para a sustentabilidade. Precisamos urgentemente rever nossos hábitos, evitar comprar tantos supérfluos e, ao comprar, procurar adquirir coisas mais úteis e, principalmente, não utilizar tantas embalagens. É preciso políticas concretas que levem a sociedade a repensar sobre o desperdício. No Brasil, temos uma noção de que devemos taxar ou penalizar a indústria ou quem produz o resíduo, mas enquanto o consumidor não for levado a essa consciência do consumo exacerbado e de compras que destroem o mundo, penas também deveriam ser estudadas. Não teremos sustentabilidade e, sem uma vida mais sustentável os problemas que enfrentaremos serão imprevisíveis. Vale a reflexão.
© Foto: Arquivo pessoal
olhar
A história do seu filho merece cuidado.
Alunos do Colégio Marista Pio XII.
Atual desde sempre. Marista. Desde o início nos dedicamos a uma formação de valores. Ser ético, por exemplo, é algo fundamental ontem, hoje, amanhã e sempre. Nada mais atual do que ser tradicional. Assim pretendemos dar continuidade à formação integral do seu filho. Afinal, os valores que passamos aqui possuem propósitos. O que ele aprende no Marista interfere em sua vida e na sociedade.
Programe-se para o período de rematrículas dos Colégios Maristas.
curiosidade
Comprar
alivia o estresse?
Mito ou verdade? Será que as pessoas fazem compras como uma forma de aliviar o estresse? Por que ele pode ser um incentivador do consumismo? Diante das várias cobranças que recebemos de todos os lados, por vezes criamos mecanismos para aliviar a tensão, como comprar. O problema é que esse alívio imediato pode se tornar mais um motivo estressante.
Sim, comprar alivia mesmo o estresse! Segundo a professora da PUCPR Fernanda Renata Mendonça, também consultora em psicologia organizacional e do trabalho, indo ao shopping ou ao mercado, a pessoa sai do ambiente e da situação que a estressa e distrai a mente com estímulos atrativos.
É nessa frustração que o consumidor compulsivo não se satisfaz com a compra de um objeto (bem ou serviço). Para a consultora, “ele tem um alívio pequeno na tensão, mas esta logo se eleva novamente, pois o estímulo não é percebido como suficiente. Assim, a pessoa volta a comprar um produto mais inovador ou outro produto, pois emerge uma nova necessidade.”
Outra questão que pode se apresentar é o sentimento de culpa que surge após adquirir algo. Isso ocorre porque a pessoa, ao realizar a comprar, sai da situação estressante e passa a analisar os fatos mais racionalmente, identificando que, por vezes, não havia necessidade de adquirir determinando produto/serviço. Além disso, há, ainda, a possibilidade de a pessoa se transformar em um consumidor compulsivo, comprando por impulso e deixando a razão de lado.
Comprar é bom. Quem não gosta de adquirir novidades que atire a primeira pedra! Mas consumir em excesso tem seus aspectos negativos. Quando as compras começam a exceder o orçamento financeiro pessoal, é hora de se monitorar, pois um novo estresse pode ser desenvolvido diante de resultados negativos no saldo bancário.
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O consumismo acaba se tornando uma “válvula de escape” para aliviar o estresse. O que se passa é que, ao consumir, tira-se o foco do problema e da tensão. A energia psíquica é deslocada para objetos de consumo, visando a uma satisfação imediata.
Por Julio Glodzienski
Mas, afinal, o que é estresse? Do inglês stress, o termo significa pressão, influência ou tensão. No dicionário, encontra-se a seguinte definição: “conjunto de reações do organismo a agressões de ordem física, psíquica e outras capazes de perturbar-lhe a homeostase (equilíbrio)”. Suas manifestações variam positiva ou negativamente de pessoa para pessoa.
Mas cuidado! Algumas vezes sua tensão pode não ser totalmente suprida após algumas compras, como afirma a professora Fernanda. Se o desejo continua não satisfeito, o indivíduo volta a consumir ou se frustra.
Busque outras formas de aliviar as tensões causadas pelo dia a dia. Praticar esportes, fazer massagens, ler, manter uma vida organizada e dormir bem são formas que podem melhorar a qualidade de vida. Dessa forma, você não estará sendo um consumista desenfreado, e, sim, consciente de suas necessidades. O planeta agradece!
Encontre a MPB na internet.
Acesse o novo site:
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0800 772 2300 www.ftd.com.br
© Fotos: Arquivo pessoal
essência
Ir. Nilvo Luiz Favretto Irmão Marista da Província Rio Grande do Sul e pedagogo
Missão Marista
entre os indígenas Ao fundar o Instituto Marista, São Marcelino Champagnat deu prioridade à educação como espaço privilegiado de evangelização no ambiente escolar, fazendo a catequese e despertando a devoção à Maria e o amor a Jesus. Os povos indígenas também merecem a nossa atenção. Desde 2002, marcamos presença significativa entre os indígenas na tríplice fronteira Brasil, Colômbia e Peru. A educação escolar indígena tem um caráter peculiar e específico: deve valorizar sua cultura, seus mitos, suas crenças, sua tradição e sua língua – o que está garantido na Constituição Federal, no artigo 210. Por isso, catequizar esse povo passa a ser um desafio muito grande, pois devemos respeitar as suas peculiaridades. Em nossa região, existem muitos povos indígenas com diferentes línguas e costumes. Podemos citar Ticunas, Matis, Matsés, Marubo, Kanamary, Kulina, entre outros. A partir do contato com pessoas de fora, esses povos passaram a sentir a necessidade de ter acesso à educação para poder se relacionar com a sociedade, estabelecer um mínimo de igualdade de condições e não serem “enrolados” ou “enganados” pelos “brancos”. Atualmente, a nossa presença se dá no Vale do Javari por meio do acompanhamento pedagógico de professores indígenas, com visitas às
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comunidades-escolas. Acompanhamos de perto e in loco o trabalho educativo de cada professor, ajudando-os em suas dúvidas, necessidades e sua metodologia a fim de garantir uma educação diferenciada e de qualidade. Assim, surgiu a necessidade da construção do Projeto Político Pedagógico (PPP) de cada povo. A Secretaria Municipal criou uma Coordenação Pedagógica, da qual faço parte. O trabalho é desafiador. Considero que o mais difícil é “respeitar” a diversidade sem ferir os seus costumes. O tempo desses povos é bem diferente do nosso. Tem outra lógica, outro tempo.
Há etnias que já elaboraram o seu PPP com a assessoria de ONGs. Apesar de nem sempre se levar em conta a qualidade, as diferenças e as especificidades de cada povo e sua cultura são respeitadas – e muito. Acreditamos que para esse trabalho há sempre espaço para algum voluntário que se sinta chamado a colaborar conosco, tais como profissionais da área da Pedagogia, linguistas para estruturação da língua materna, elaboração de gramáticas, cartilhas, livros de literatura e dicionários. Juntos, podemos continuar o sonho de Champagnat e partir para a construção do bem-viver.
O voto de pobreza perante o
do mundo atual
A vida religiosa tem seu sentido profundo no seguimento de Cristo: pobre, casto e obediente. Ele nasceu pobre, em um presépio. Morreu na cruz, despojado de tudo. Recebeu sepultura em uma tumba emprestada por um amigo. Tendo essa história como exemplo, os Irmãos fazem o voto de pobreza, depois de 6 a 8 anos de formação, e se empenham em ter o coração desapegado dos bens deste mundo e entregá-lo unicamente a Deus e a serviço do próximo. Nosso espelho fundamental é Cristo, em sua pobreza e em sua confiança no Pai do Céu. Depois, Nossa Senhora, Champagnat e os primeiros Irmãos. A vivência de cada um se traduz em diversas manifestações que vão nos fazendo entender o que é ser "pobre", no sentido evangélico do termo. Não é um voto fácil de viver e, muitas vezes, ele corre o risco de ser tratado como um conjunto de palavras que traduzem uma mentira. Por isso mesmo, nós, Irmãos Maristas, estamos continuamente nos examinando a respeito das exigências desse voto. Todos esses e outros pensamentos vêm traduzidos para nós em nossas Constituições. O número 29 das Constituições do Instituto reza: “O conselho evangélico de pobreza implica uma vida pobre de fato e de espírito1. Renunciamos a dispor de qualquer dinheiro ou outro bem material de algum valor2, sem autorização. Para usar dinheiro, o Irmão age sob a dependência de seu superior imediato. Presta-lhe contas
regularmente das quantias postas a seu dispor. Tudo quanto o Irmão adquirir por seu trabalho ou por ser membro do Instituto, e o que receber a título de aposentadoria, subvenções, seguros, salários ou benefícios sociais, pertence ao Instituto” (C. 668, c).
Nosso modo de vida, nosso voto de pobreza Uma das características da vida religiosa é a comunidade, na qual colocamos em comum tudo o que temos. Tudo o que existe na comunidade – moradia, móveis, bibliotecas, conduções, dinheiro, pertence à comunidade e está apenas a serviço dos Irmãos. Assim, podemos cumprir nossa missão: a santificação pessoal, da comunidade, e levar o bem ao povo de Deus – de modo especial às crianças e aos jovens menos favorecidos. Pessoalmente, cada Irmão não é dono de nada. Ao falecer, um Irmão pode deixar uma grande herança espiritual, mas nenhuma herança material para distribuir entre seus parentes.
Como se vive o voto de pobreza? Há muitas demonstrações da vivência do voto: vestir-se bem, mas sem exibicionismo; alimentar-se bem, mas sem excessos; ter uma moradia simples da qual se cuida como se fosse sua; ter o necessário para bem cumprir a missão; ter um grande espírito de família; dar a contribuição do próprio trabalho, sem perder tempo. Os superiores
têm a obrigação de cuidar para que nada falte aos Irmãos de sua comunidade, como alojamento, alimentação, cuidados com a saúde, roupas, livros, meios didáticos, estudos, viagens, férias, e o que mais signifique de gastos indispensáveis. Nossa pobreza se reflete também nas nossas obras. Nelas nada deve faltar do que é necessário ao seu bom funcionamento. Essa é uma lição que aprendemos com Champagnat e os primeiros Irmãos: “Melhor não construir do que construir mal”. Naturalmente, quando nos encontramos com este nosso mundo do consumismo, nosso voto de pobreza e, sobretudo, o “espírito de pobreza” sofre sérios desafios. Por isso mesmo, somos chamados a prestar atenção sobre como viver a pobreza religiosa neste mundo. Todos os bens de que dispomos têm um modo de serem usados e têm uma finalidade: levar os ensinamentos de Deus para todo o mundo.
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“Perfectae Caritatis”= “A caridade perfeita”
(Documento do Concílio Vaticano II), 13, 2 2
c. 600
© Foto: Divulgação
consumismo
Ir. Cláudio Girardi Irmão Marista do Grupo Marista
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© Fotos: Letícia Akemi
solidariedade
Dois pesos, duas medidas,
um mundo É dever de todos aderir a práticas mais conscientes de consumo, independentemente da classe social. Unidades Sociais Maristas também contribuem no diálogo por um mundo mais sustentável Por Michele Bravos
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As consequências negativas de um consumo desenfreado não escolhem classe social. No entanto, são as atitudes do coletivo – independente de sua condição social – que têm interferido no planeta e interferirão no futuro. Para a construção de um modelo civilizacional diferente do atual, em que as pessoas consumirão o necessário e valorizarão mais as relações interpessoais, é necessário que as transformações se iniciem nos níveis básicos da educação – tanto pública quanto particular. A coordenadora pedagógica Gillys Vieira da Silva, do Centro Social Marista Ecológica, localizado em Almirante Tamandaré (região metropolitana de Curitiba), afirma que “se os alunos aprendem boas práticas dentro da escola, eles levarão esses ensinamentos para a vida lá fora”. Práticas de consumo consciente estão no escopo da educação Marista, sendo aplicadas tanto nos Colégios como nas Unidades Sociais, espaços educativos que atendem
comunidades menos favorecidas socioeconomicamente. No Centro Social Marista Ecológica (PR), inúmeras ações são desempenhadas junto aos alunos, de modo a incentivá-los a práticas conscientes de consumo. Entre elas: assembleias, para discutir temas relacionados à cidadania: aulas de robótica, com reutilização de materiais eletrônicos e conscientização alimentar para uma alimentação saudável e evitar desperdícios. A aluna Dayane Choinski Nascimento, 13 anos, do 8º ano do Centro Social Marista Ecológica, afirma que a educação que tem recebido tem lhe ajudado a construir novos hábitos – mais sustentáveis. “O ensino aqui mudou a minha vida, a minha forma de pensar. Tenho mais consciência sobre o mundo.” Ela ainda conta que tem aderido a práticas que representam economias para o bolso dos pais. “Sou preocupada com o desperdício de água e de dinheiro. Tento reaproveitar o material escolar, pois é uma economia para a minha família e, assim, também ajudo a não gerar tanto lixo para o mundo.” No Centro-Oeste do país, os esforços também caminham na direção de um mundo mais consciente. É no Mato Grosso do Sul que o Centro Social de Dourados realiza o projeto Maristeca. “O projeto é desenvolvido junto aos educandos nas oficinas de educomunicação e educação ambiental e visa a abordagem do consumo consciente, trocas solidárias e criação de uma moeda social: a Maristeca”, explica Roselâine Godinho, assistente social da Unidade. A ideia tem como inspiração um modelo bem-sucedido da região, a moeda social Pira-Pirê, a qual tem contribuído para o fortalecimento da economia na comunidade.
BOAS IDEIAS Conheça mais sobre as práticas desenvolvidas no Centro Social Marista Ecológica Exercendo cidadania São momentos que ocorrem periodicamente, dentro da sala de aula e intermediados por um professor, em que os alunos são instruídos sobre algum tema relacionado à cidadania. Nessa ocasião, eles também são convidados a dialogar sobre os assuntos apresentados e buscar soluções viáveis para a realidade da comunidade. Consumismo já foi tema de conversa. Agora, estão na fase de sugerir o que fazer com os excessos. Peças antigas, novas funções É na aula de robótica que os alunos colocam a criatividade para funcionar e descobrem novas funções para chips, monitores de computador, placas de memórias e tantas outras peças. “Eu acho bom aprender a reutilizar esses materiais. Faço coisas que nem imaginava”, diz o aluno Paulo Henrique Assis, 13 anos, do 8º ano do Centro Social Marista Ecológica. O que nós queremos Para evitar o desperdício de alimentos, algumas práticas foram adotadas pelo Centro Social. A primeira foi realizar um diálogo sobre o cardápio disponível e as possibilidades de alteração, tendo em vista o custo e a questão nutricional. Paralelo a isso, também foi feito um trabalho de conscientização sobre o senso de coletivo, “assim prevalece um olhar do grupo e não para as necessidades individuais, fortalecendo a construção coletiva, explica Gillys. Ovelhas bem alimentadas Outra ação implantada foi a destinação das sobras de frutas, verduras e legumes para as ovelhas que fazem parte do espaçotempo da Unidade. Os alimentos deixaram de ser temperados na hora do preparo, pois, assim, suas sobras poderiam complementar a alimentação dos animais. Os alunos participam efetivamente, ajudando na pesagem dos restos e alimentando as ovelhas. Vale destacar que este ano houve uma redução no orçamento para compra de ração, sendo o recurso utilizado para o desenvolvimento de outras ações.
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© Foto: Divulgação - Turismo e Negócios
como fazer
Sobra
diversão e não falta dinheiro Vai chegando o período de férias e a criançada só pensa em uma coisa: qual será a programação? Por eles, não passam nem um dia em casa. A tarefa a ser empreendida pelos pais é conciliar lazer com gastos conscientes e experiências de valor. Para que o discurso do consumo sem exageros não vá embora no primeiro dia de férias, a psicóloga Renata Kreutz, mãe de Maria Eduarda, 11 anos, aluna do Colégio Marista Rosário, do Rio Grande do Sul (RS), conta que a conversa com os filhos é muito clara. “Férias é momento de curtir em família, de descobertas. Não significa poder gastar mais. Afinal, os compromissos financeiros continuam os mesmos na volta.” Explicar aos filhos o propósito do passeio ou viagem previamente também é eficaz. A psicopedagoga Adriana Torres, assessora pedagógica da agência de viagens Meeting Way, especializada em viagens focadas no enriquecimento cultural e nas experiências diferenciadas, explica que o segredo está muito mais na frequência com que essas práticas são vivenciadas pela família do que propriamente em uma organização pontual. “Uma simples saída para
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São Paulo guarda passeios enriquecedores, dentre eles: o Museu da Língua Portuguesa, o planetário do Parque Ibirapuera, o Aquário de São Paulo e o local onde Dom Pedro I deu o grito da independência.
Férias é sinônimo de lazer e experiências de valor. Deixe as compras para outra hora e aproveite o tempo em família Por Michele Bravos
um cinema tende a ser um sucesso, desde que planejada de uma forma calma e amistosa com foco no tema tratado e não na aquisição de brinquedos e pipoca.” A advogada Eliane Massari, mãe de Victoria, 15 anos, e Igor, 11, ambos alunos do Colégio Marista Nossa Senhora da Glória, de São Paulo (SP), exemplifica que se os pais focam a viagem para o consumo, as crianças, naturalmente, já saem de casa com a proposta clara de que “vamos viajar para comprar e gastar”. Além disso, ela reforça que a conduta dos pais precisa ser condizente com o que pregam. “Tudo depende do planejamento inicial da viagem. É preciso mostrar que a viagem por si trará valor ao conhecimento deles, pois cada local tem características valiosas que podem ficar esquecidas se a finalidade for só comprar.”
Decisões conjuntas O planejamento da viagem pode e deve ser compartilhado com os filhos. Aos pais cabem as escolhas de período, local e realização da viagem, já os filhos podem decidir algumas opções do roteiro, como lugares para visitar ou almoçar. “Es-
sas decisões dentro do percurso são essenciais para que os filhos se sintam atuantes e participantes no contexto familiar”, diz Adriana. A psicopedagoga orienta que o diálogo com os filhos deve ser bem aberto, informando, inclusive quanto poderão gastar por dia. “O hábito do planejamento financeiro é uma dificuldade para muitos pais, mas compartilhá-lo com as crianças traz segurança, domínio e comprometimento com a situação.”
Mesada para viagem Se a mesada já faz parte da rotina dos filhos, essa é uma prática que pode ser mantida para a viagem. A quantia dada ao filho não deve ser muito além do que se dá normalmente e, em uma viagem, esse valor deve estar de acordo com o planejamento da família. Mas se a mesada não faz parte do dia a dia dos filhos, as férias não são um bom momento para iniciar essa ação. Pensando no consumo consciente nesse período, uma possibilidade é incentivar os pequenos a economizar para a viagem, por exemplo: “Em vez de comprar isto hoje, vamos guardar este tanto para você usar na viagem”, diz Adriana. Essa regra vale para viagens nacionais e internacionais. “Em uma viagem para o exterior, procuramos mos-
trar aos nossos filhos o valor da nossa moeda em relação à moeda de outros países. Eles entendem muito bem e fazem suas próprias conversões, porque também economizam as mesadas para comprar lembrancinhas”, conta Renata.
Compras que cabem na mala Viajar e não trazer nenhum souvenir do lugar visitado é quase impossível. “Sempre compramos algo que represente e simbolize nossa passagem pelo local. Algo que dure a vida toda, servindo de ícone e símbolo: toda vez que olharmos, vamos nos lembrar dos momentos vividos”, diz Eliane. E não há problema nisso. É importante que mesmo na hora das lembrancinhas os pais prefiram optar por presentes que valorizem os momentos vividos. O ponto chave é: atribuir significado à determinada compra. Eliane conta que, certa vez em uma viagem, uma colega, que vivia em um momento de economias apertadas, tirava fotos de tudo, até de objetos que não ia comprar. “Ela dizia: ‘Não comprei, mas estou levando a recordação de outro jeito. E esse jeito que levo vai ficar para sempre, pois vai ficar na minha lembrança’. Achei show o que ela falou e fez sentido para mim. São lembranças que não se estragam com o tempo.”
Dicas
Idade certa para viajar A partir de 3 anos Nessa fase, as crianças já adquirem um aproveitamento maior das aprendizagens. Começa a fazer sentido para elas a construção entre o pessoal e o meio, que deve ser valorizada. São indicadas atividades de percepções permanentes e descobertas enriquecedoras, em contato com a natureza, por exemplo. Vale ressaltar que a saída antes dos 3 anos também é funcional e possível, mas nem sempre adequada pela logística das necessidades desta faixa etária. A partir dos 5 anos A criança já tem certa autonomia. A proposta estende-se para locais que valorizem o desdobramento da ação individual em valorização das percepções do meio. As opções já são bem maiores, bem como o tempo e as intenções de cada proposta.
Em Minas Gerais, as crianças podem se encantar ao conhecer de perto as histórias aprendidas na escola, passeando pelas cidades de Tiradentes, Ouro Preto e Diamantina. O complexo Inhotim também pode fazer parte do roteiro, com mais de 500 obras de artes (na foto, a obra Troca-Troca, de Jarbas Borges), algumas expostas a céu aberto, envoltas por um Jardim Botânico de 97 hectares. Não vai faltar espaço para a criançada se divertir!
Pais, sejam menos ansiosos! Muitas vezes os pais querem rodar horas no shopping, ir ao cinema, fazer compras. Tudo no mesmo dia. Excesso de propostas desfoca o aproveitamento e a criança não consegue dar o devido valor ao passeio.
l Programa cultural na rotina das crianças. Uma boa opção é idealizar um teatro ou uma ida ao museu com uma conversação anterior sobre o tema da peça ou da exposição escolhida, seguida de um lanche posterior, em que todos se dispõem a verbalizar o que acharam e sentiram. É uma atitude que valoriza a saída, de forma focada e não consumista.
Mesada para as férias. Incentive os filhos a direcionarem as economias da mesada para as férias.
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l Lembrancinhas que cabem no bolso. Opte por lembranças que realmente tenham relação com a experiência vivida na viagem. Não precisam ser presentes caros. Fotos são sempre boas opções!
© Fotos: Divulgação
l Viagem programada em conjunto. Exponha para os filhos o propósito e o orçamento da viagem. Convide-os para tomar algumas decisões sobre as férias.
© Fotos: Divulgação
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compartilhar
Moda Para as meninas, a dica vai para a página do Facebook Cabide Novo. Lá, elas podem fazer trocas de peças de roupas que não usam mais ou até mesmo vender. Vale a pena, pois o preço é bem mais em conta. Na página, as pessoas combinam os valores, o que trocar, e depois compartilham para mostrar que deu certo. O grupo funciona bem e é importante contra o consumismo exagerado e o apego às coisas materiais. Isadora Iladi de Liz, 10 anos, 6º ano do Ensino Fundamental do Colégio Marista Criciúma (SC)
Você já ouviu falar de consumo consciente? Nos tempos atuais, a humanidade sente na pele as consequências de centenas de anos de consumo desenfreado e irresponsável. Assim, é necessário pensar em uma nova forma de consumo, que não ignore o impacto ambiental e que tenha como objetivo o bem-estar social. Esses e outros aspectos são abordados no livro Inteligência Ecológica, de Daniel Goleman, lançado em 2009. Michel Goulart, professor de História e Filosofia no Colégio Marista Criciúma (SC)
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© Fotos: Divulgação
LIVRO
Leitura Você sabia que o consumo exagerado acarreta em uma demanda muito grande de energia, minérios e água? Por isso, necessitamos de um modelo de desenvolvimento econômico, que não comprometa o meio ambiente e a sociedade. É como relata o pesquisador austríaco Gerard Gilnreiner, da Universidade de Cracóvia, em seu texto Estratégias de minimização de lixo e reciclagem e suas chances de sucesso, publicado em 1992. A leitura vale a pena para despertar a reflexão. Beatriz Santana, professora de Geografia no Colégio Marista de Goiânia (GO)
internet
Livro O livro que indico é intitulado Vida para consumo – A transformação das pessoas em mercadoria (2008), de Zygmunt Bauman. Neste livro, o sociólogo polonês analisa como a sociedade moderna de produtores foi gradualmente se transformando em uma sociedade de consumidores. Na nova organização social, os indivíduos se tornam, ao mesmo tempo, promotores de mercadorias e também as próprias mercadorias que promovem. Bauman examina o impacto das atitudes e dos padrões consumistas em diversos aspectos aparentemente desconexos da vida social, política e democrática, como estratificação e divisão social, comunidades e parcerias, construção de identidade, produção e uso de conhecimento, adoção e propagação de valores.
Uma boa dica para não exagerar no consumo de jogos eletrônicos, mas se divertir com algo novo, é a troca de games. No Facebook, há um grupo criado pela loja Oops Store para promover a troca de jogos que não são mais usados. A ideia funciona. Lá, o pessoal pode postar o que não quer mais. Quem se interessar, precisa ter algo em troca para dar. Então, é só combinar o escambo. Além disso, há também o Dia da Troca, que acontece na própria loja. Fica a dica para um reaproveitamento mais divertido. Acesse: www.facebook.com/oopsstorecco João Victor Santin Carraro, 15 anos, 1ª série do Ensino Médio do Colégio Marista São Francisco (SC)
Liane Pascoali Danieli, Diretora Educacional no Colégio Marista São Francisco (SC)
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diversão
Nada além da imaginação
Depois de reservar uma brecha diária para curtir os filhos em casa, é hora de aprender a brincar apenas com um elemento essencial: a família! Tão importante quanto compreender o que é ter responsabilidade de consumo é saber driblar os diversos brinquedos nada sustentáveis, coloridos, que piscam o todo tempo e deixam a garotada extasiada. Para isso, apresentamos (ou melhor, relembramos) brincadeiras muito divertidas que unem oportunidades
Por Elizangela Jubanski
importantes: a percepção de que, na verdade, para brincar, a criança só precisa de imaginação. Para o filósofo francês Gilles Brougére, especialista em Educação Infantil, “a criança não brinca em uma ilha deserta, ela brinca com as substâncias materiais e imateriais que lhe são propostas. Ela brinca com o que tem na mão e com o que tem na cabeça”. Diante disso, prepare-se para uma imersão nas brincadeiras que nunca se desgastam.
Pedra, papel ou tesoura Pedra: mão fechada. Papel: mãe aberta. Tesoura: dedo indicador e médio. Os participantes escondem as mãos atrás das costas e escolhem um deles. Ao dizer "pedra, papel ou tesoura", todos mostram a mão. Pedra ganha da tesoura; tesoura ganha do papel e papel ganha de pedra.
Todos formam um círculo. Na brincadeira, um escolhido para começar o "telefone sem fio" diz uma frase com pelo menos cinco palavras no ouvido de quem estiver sentado à sua direita. Esse que ouviu a frase deve repassar àquele ao lado, que deve dizer ao próximo e assim sucessivamente. O último conta, em voz alta, a frase que ouviu e todos comparam se ela chegou em sua forma original ao participante. Sai cada coisa, acredite!
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© Fotos: Letícia Akemi
Telefone sem fio
Sombras chinesas
Essa brincadeira é imaginação pura. Consiste em compor figuras com as mãos diante de uma lâmpada, projetando a sombra na parede de forma que sejamos capazes de imitar os movimentos do animal ou do que quisermos.
Pique-esconde Uma pessoa é escolhida para vendar os olhos ou fechá-los para que não veja o restante das pessoas se esconder. Ela conta até o número 31 e depois sai pela casa ou quintal à procura dos que estão camuflados pelos esconderijos do local. Na medida em que encontra os participantes, aquele que está à procura de todos corre para o ponto inicial para "bater" a descoberta do participante. Não esqueça que o último participante que consegue se manter escondido pode apelar para o clássico: "31 salva todos".
Adoleta
Nessa brincadeira, a criatividade é a cantoria, já que nada, além das mãos, será preciso. Os participantes recitam ou cantam versos e seguem o que está proposto na letra: mãos para cima, mãos ao lado, tocam o amigo, imitam bichos, viram de costas e tudo mais o que o verso mandar. Para brincar, é preciso ao menos dois participantes, mas é possível bater palmas em grupo ou em rodas.
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O desperdício e a
sustentabilidade Por Ademar Batista Pereira, presidente da Federação dos Estabelecimentos Particulares de Ensino da Região Sul (Fepesul)
É preciso políticas concretas que levem a sociedade a repensar sobre o desperdício.
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O mundo em que vivemos está focado na produção e no comércio de produtos cada vez mais descartáveis e mais baratos, fabricados em maior escala – visando baixar o custo unitário. Com isso, acontece um consumo desenfreado de coisas supérfluas, como flores, perfumes, presentes e brinquedos – em sua maioria, pequenas coisas bem embaladas em frascos ou caixas bonitas e coloridas. Na hora da compra, o comércio também dá a "pitada" no pacote de presente com outra embalagem, que, para finalizar, coloca em outra bela sacola. Ou seja, compramos uma coisa supérflua para presentear, gastamos três ou quatros embalagens para embelezar ainda mais o presente ou apenas para mostrar que aquilo foi comprado na loja tal. Essas embalagens serão jogadas no lixo, em sua grande maioria. Algumas pessoas podem até amenizar e separar como resíduos sólidos para reciclagem na ideia de proteger o meio ambiente. No entanto, essa consciência também deveria ser ativada antes, já que para produzir essas embalagens são necessários muitos recursos naturais e químicos. Além de gerar uma grande quantidade de poluição no
seu processo de fabricação, quando separamos para reciclagem são necessários novos recursos para reciclar, como combustível, água, energia e mais poluição no processo de reciclagem. Em Curitiba (PR), o projeto Lixo Que Não É Lixo, que existe há mais de 20 anos com cooperativas de reciclados, separa apenas 20% dos resíduos sólidos. No Brasil, menos de 10% são reaproveitados. Mesmo que separássemos tudo e reciclássemos estaríamos fazendo pouco para a sustentabilidade. Precisamos urgentemente rever nossos hábitos, evitar comprar tantos supérfluos e, ao comprar, procurar adquirir coisas mais úteis e, principalmente, não utilizar tantas embalagens. É preciso políticas concretas que levem a sociedade a repensar sobre o desperdício. No Brasil, temos uma noção de que devemos taxar ou penalizar a indústria ou quem produz o resíduo, mas enquanto o consumidor não for levado a essa consciência do consumo exacerbado e de compras que destroem o mundo, penas também deveriam ser estudadas. Não teremos sustentabilidade e, sem uma vida mais sustentável os problemas que enfrentaremos serão imprevisíveis. Vale a reflexão.
© Foto: Arquivo pessoal
olhar
A história do seu filho merece cuidado.
Alunos do Colégio Marista Pio XII.
Atual desde sempre. Marista. Desde o início nos dedicamos a uma formação de valores. Ser ético, por exemplo, é algo fundamental ontem, hoje, amanhã e sempre. Nada mais atual do que ser tradicional. Assim pretendemos dar continuidade à formação integral do seu filho. Afinal, os valores que passamos aqui possuem propósitos. O que ele aprende no Marista interfere em sua vida e na sociedade.
Programe-se para o período de rematrículas dos Colégios Maristas.
curiosidade
Comprar
alivia o estresse?
Mito ou verdade? Será que as pessoas fazem compras como uma forma de aliviar o estresse? Por que ele pode ser um incentivador do consumismo? Diante das várias cobranças que recebemos de todos os lados, por vezes criamos mecanismos para aliviar a tensão, como comprar. O problema é que esse alívio imediato pode se tornar mais um motivo estressante.
Sim, comprar alivia mesmo o estresse! Segundo a professora da PUCPR Fernanda Renata Mendonça, também consultora em psicologia organizacional e do trabalho, indo ao shopping ou ao mercado, a pessoa sai do ambiente e da situação que a estressa e distrai a mente com estímulos atrativos.
É nessa frustração que o consumidor compulsivo não se satisfaz com a compra de um objeto (bem ou serviço). Para a consultora, “ele tem um alívio pequeno na tensão, mas esta logo se eleva novamente, pois o estímulo não é percebido como suficiente. Assim, a pessoa volta a comprar um produto mais inovador ou outro produto, pois emerge uma nova necessidade.”
Outra questão que pode se apresentar é o sentimento de culpa que surge após adquirir algo. Isso ocorre porque a pessoa, ao realizar a comprar, sai da situação estressante e passa a analisar os fatos mais racionalmente, identificando que, por vezes, não havia necessidade de adquirir determinando produto/serviço. Além disso, há, ainda, a possibilidade de a pessoa se transformar em um consumidor compulsivo, comprando por impulso e deixando a razão de lado.
Comprar é bom. Quem não gosta de adquirir novidades que atire a primeira pedra! Mas consumir em excesso tem seus aspectos negativos. Quando as compras começam a exceder o orçamento financeiro pessoal, é hora de se monitorar, pois um novo estresse pode ser desenvolvido diante de resultados negativos no saldo bancário.
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O consumismo acaba se tornando uma “válvula de escape” para aliviar o estresse. O que se passa é que, ao consumir, tira-se o foco do problema e da tensão. A energia psíquica é deslocada para objetos de consumo, visando a uma satisfação imediata.
Por Julio Glodzienski
Mas, afinal, o que é estresse? Do inglês stress, o termo significa pressão, influência ou tensão. No dicionário, encontra-se a seguinte definição: “conjunto de reações do organismo a agressões de ordem física, psíquica e outras capazes de perturbar-lhe a homeostase (equilíbrio)”. Suas manifestações variam positiva ou negativamente de pessoa para pessoa.
Mas cuidado! Algumas vezes sua tensão pode não ser totalmente suprida após algumas compras, como afirma a professora Fernanda. Se o desejo continua não satisfeito, o indivíduo volta a consumir ou se frustra.
Busque outras formas de aliviar as tensões causadas pelo dia a dia. Praticar esportes, fazer massagens, ler, manter uma vida organizada e dormir bem são formas que podem melhorar a qualidade de vida. Dessa forma, você não estará sendo um consumista desenfreado, e, sim, consciente de suas necessidades. O planeta agradece!
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