2o Semestre • 2013 | 12a edição
ENTREVISTA Pág.14
Hélio Mattar fala sobre a urgência da mudança para um mundo sustentável
COMO FAZER Pág.40
Férias: bom momento para os filhos aprenderem o valor do dinheiro
o exemplo vem de casa
Atitudes diárias praticadas pelos pais contribuem para a formação dos filhos sobre o consumo consciente Pág.8
Um amplo conceito de educação, para alunos, famílias, professores e escolas crescerem juntos.
AMPLIANDO
FUTUROS
O FTD Sistema de Ensino trabalha para ampliar as perspectivas de futuro para todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem, oferecendo soluções educacionais inovadoras e diferenciadas: • Plano de ação em gestão escolar. • Avaliação e diagnóstico educacional e institucional. • Consultoria educacional e formação continuada – PUCPR. • Conteúdo impresso e digital integrado e disponível em multiplataforma (PC, notebook, tablet etc.). • Material didático com abordagem metodológica totalmente alinhada – da Educação Infantil ao Ensino Médio. • Plataforma digital que integra usuários e disponibiliza ferramentas e conteúdos específicos para alunos, família, professores, coordenadores e direção. Para conhecer os diferenciais e as soluções do FTD Sistema de Ensino, solicite a visita de um consultor comercial:
0800 729 3232 ATENDIMENTO@FTDSISTEMADEENSINO.COM.BR WWW.FTDSISTEMADEENSINO.COM.BR
Ampliando Futuros
Às vésperas de completar 200 anos de presença mundial e há mais de 110 anos presente no Rio Grande do Sul, a atuação dos Colégios e Unidades Sociais da Rede Marista se dá, atualmente,
Presidente das Mantenedoras Ir. Inácio Nestor Etges
em 13 cidades gaúchas e em Brasília. São 26 colégios e 10 centros sociais, que atendem 19 mil estudantes na Educação Básica e 30 mil pessoas nos projetos e Unidades Sociais.
Vice-Presidente das Mantenedoras Ir. Deivis Fischer
COLÉGIOS Colégio Marista Aparecida colegiomarista.org.br/aparecida | 54 3449 2600
Colégio Marista São Luís colegiomarista.org.br/saoluis | 51 3713 8500
COLÉGIOS E UNIDADES SOCIAIS
Colégio Marista Assunção colegiomarista.org.br/assuncao | 51 3086 2100
Colégio Marista São Marcelino Champagnat colegiomarista.org.br/ejachampagnat | 51 3584 8000
Superintendente Executivo Rogério Anele
Colégio Marista Champagnat colegiomarista.org.br/champagnat | 51 3320 6200
Colégio Marista São Pedro colegiomarista.org.br/saopedro | 51 3290 8500
Coordenador Jurídico Ir. Rosmar Rissi
Colégio Marista Conceição colegiomarista.org.br/conceicao | 54 3316 2700
Colégio Marista Vettorello colegiomarista.org.br/ejavettorello | 51 3086 2100
Coordenador de Comunicação e Marketing Alexander Goulart
Colégio Marista Graças colegiomarista.org.br/gracas | 51 3492 5500
Escola Marista Santa Marta colegiomarista.org.br/santamarta | 55 3211 5200
Gerente Educacional Ir. Gilberto Zimmermann Costa Gerente Social Ir. Ivonir Imperatori Gerente Operacional Luis Otávio Silva Supervisão editorial e redação de conteúdo local da revista Em Família Katiana Ribeiro, Pamela Zottis e Tiago Rigo
Colégio Marista Ipanema colegiomarista.org.br/ipanema | 51 3086 2200 Colégio Marista Irmão Jaime Biazus colegiomarista.org.br/jaimebiazus | 51 3086 2300 Colégio Marista João Paulo II colegiomarista.org.br/joaopauloii | 61 3426 4600 Colégio Marista Maria Imaculada colegiomarista.org.br/imaculada | 54 3282 1151 Colégio Marista Medianeira colegiomarista.org.br/medianeira| 54 3520 2400
EscolaS de Educação Infantil Marista Aparecida das Águas Marista Menino Jesus Marista Renascer Marista Tia Jussara colegiomarista.org.br
Centros Sociais Marista Aparecida das Águas Marista Boa Esperança Marista da Juventude Marista de Formação Tecnológica Marista de Inclusão Digital (Cmid) Marista Ir. Antônio Bortolini Marista Mario Quintana Marista de Porto Alegre (Cesmar) Marista Santa Isabel Marista Santa Marta socialmarista.org.br
Redação de conteúdo local – Comunicação e Marketing dos Colégios e Unidades Sociais
Colégio Marista Pio XII colegiomarista.org.br/pioxii | 51 3584 8000
Aline Diedrich, Aline de Castro, Aline Trindade, Andressa Lemes, Anna Catarina da Fonseca, Caroline dos Anjos, Catia Brunetto, Eduarda Alcatraz, Emilin Silva, Eriel Brixner, Ester Ellwanger, Ir. Fabricio Basso, Juliana Oliveira, Juliana de Matos, Kaetlyn Fockink, Kamila Baidek, Lara Lima, Lívia Luz, Mauren Favero, Milene de Bom, Natalia Giovanaz, Nélson Vidal, Patrícia dos Santos, Renata Fagundes, Rozecler Bugs, Sendi Spiazzi, Silvia Medeiros, Tiéle Abreu e Virgínia Reginatto
Colégio Marista Roque colegiomarista.org.br/roque | 51 3724 8100
Sede Marista Rua. Ir. José Otão, 11 - Bonfim - Porto Alegre/RS cep: 90-035-060 Tel.: (51) 3314-0300 / 0800 541 1200
Colégio Marista Santo Ângelo colegiomarista.org.br/santoangelo| 55 3931 3000
Polo Marista
Colégio Marista São Francisco colegiomarista.org.br/saofrancisco | 53 3234 4100
Polo Marista de Formação Tecnológica socialmarista.org.br
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Colégio Marista Rosário colegiomarista.org.br/rosario | 51 3284 1200 Colégio Marista Sant’Ana colegiomarista.org.br/santana | 55 3412 4288 Colégio Marista Santa Maria colegiomarista.org.br/santamaria | 55 3222 2232
Foto DE CAPA Letícia Akemi Revisão Lumos | Bureau de Traduções 12 Edição | 2 Semestre 2013 a
o
Periodicidade Semestral Jornalista Responsável Supervisão Maria Fernanda Rocha
R. Amauri Lange Silvério, 270 Pilarzinho Curitiba/PR – CEP: 82120-000 Tel.: (41) 3271-4700
Redação rede Michele Bravos, Julio Glodzienski, Elizangela Jubanski
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Projeto gráfico Estúdio Sem Dublê
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Rulian Maftum / DRT No 4646
DIAGRAMAÇÃO Julyana Werneck
Capa Márcia Yamada e Camila
Ayumi Honda do Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre (RS) LOCAÇÃO Hotel Deville © Todos os direitos reservados. Todas as opiniões são de responsabilidade dos respectivos autores.
índice
capa
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© Foto: Letícia RenataAkemi Duda
educação vem de casa. Quando o assunto é consumismo, os pequenos seguem os passos dos pais.
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dia a dia
entrevista
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A educação deve acontecer de forma conjunta. Fortalecer a parceria entre família e escola faz parte do fazer diário dos maristas, valorizando o empreendedorismo, a criatividade e as descobertas.
A fim de evitar o desperdício de alimentos, Colégios Maristas investem na formação dos pequenos como agentes disseminadores do consumo consciente.
A preocupação com o futuro do planeta começa agora. Em entrevista, Hélio Mattar, diretorpresidente do Instituto Akatu, fala sobre as mudanças necessárias no modo de vida das pessoas.
educar
giro
essência
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solidariedade
como fazer
compartilhar
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Colégios e Unidades Sociais oferecem projetos educacionais que visam despertar o espírito empreendedor nos jovens. Conheça alguns deles.
Confira os projetos e as atividades que marcaram o segundo semestre do ano letivo.
Irmãos Maristas falam sobre o voto de pobreza e a presença Marista entre os indígenas.
Nos Centros de Recondicionamento de Computadores, da Rede Marista, jovens realizam o sonho da formação profissional.
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Férias é sinônimo de lazer e experiências de valor. Com uma programação bem feita, é possível fazer sobrar diversão e não faltar dinheiro.
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diversão
olhar
curiosidade
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Reúna toda a família e relembrem antigas brincadeiras. Para se divertir, basta imaginação!
Ademar Batista Pereira traz uma reflexão sobre hábitos consumistas que vão contra a sustentabilidade.
Estudantes e professores dão dicas de livros, músicas, sites, programas de TV, entre outros, relacionadas ao tema central desta edição.
Mito ou verdade? Descubra se comprar alivia ou não o estresse do dia a dia.
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Aprendemos
juntos
é um desafio. Assumimos essa causa à medida que os currículos são revistos, novas propostas pedagógicas são apresentadas e a liderança e o protagonismo estão presentes a cada nova aula ou atividade. Os Colégios e Unidades Sociais da Rede Marista olham para o futuro apostando em jovens protagonistas. Nesta edição, apresentamos histórias de educandos que encontraram em nossos cursos de formação tecnológica, oportunidades de transformação social. Nos Centros de Recondicionamento de Computadores, a sucata eletrônica transforma-se em conhecimento e oportunidades pelas mãos dos jovens que participam das oficinas e treinamentos oferecidos. Mais do que sustentabilidade, são aulas diárias de cidadania. Nas próximas páginas, conheça outras iniciativas sustentáveis, sob o ponto de vista ambiental. São pequenas práticas, inseridas no dia a dia, que fazem a diferença para a redução no consumo de energia, descarte correto de resíduos visando à reciclagem, entre outras. Em Família também abre espaço para valorizar as conquistas e os principais acontecimentos de nossos colégios e unidades sociais. Boa leitura!
Os Colégios e Unidades Sociais da Rede Marista olham para o futuro apostando em jovens protagonistas.
© Foto: Divulgação/Comunicação e Marketing
A educação em que acreditamos acontece de forma conjunta, numa preciosa relação entre família e escola. Fortalecer esta parceria está em nossa essência, faz parte do nosso fazer diário. O estudante, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, deve ser protagonista do seu saber, pesquisador, criativo, crítico, empreendedor, solidário, ético, capaz de identificar e solucionar problemas e de trabalhar em equipe. Essas características não são construídas apenas no ambiente escolar, são resultados do todo, das relações, das vivências, do convívio familiar e das oportunidades. Entre os assuntos abordados nesta edição da revista Em Família está o empreendedorismo, num diálogo aberto entre pais, educadores e estudantes. O perfil do empreendedor está diretamente ligado ao jeito marista, que valoriza a criatividade e as descobertas. O empreendedor é aquele sujeito disposto a fazer diferente, que consegue olhar para o futuro e encontrar oportunidades. No atual cenário econômico e social, o Brasil deve apostar nos jovens empreendedores para despontar em âmbito internacional. Criar espaço para o desenvolvimento de talentos
Por rogério anele Superintendente dos Colégios e Unidades Sociais da Rede Marista
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© Foto: Sxc.hu
dia a dia
Muito além do
prato de
comida Preocupados com o desperdício de alimentos e cientes da necessidade de desenvolver ações para a conscientização do consumo adequado de alimentos, os Colégios Maristas propõem várias ações para trabalhar com os pequenos Por Julio Glodzienski
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Um rejeito no café da manhã ou no almoço, no lanche ou no jantar e o desperdício de alimentos acaba se tornando uma rotina no dia a dia. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), um terço dos alimentos produzidos é desperdiçado por ano no mundo todo. Isso significa que 1,3 bilhão de toneladas de comida têm como destino a lixeira. Pode-se dizer que esse comportamento tornou-se um hábito que passa despercebido aos nossos olhos. Peguemos como exemplo um pacote de bolacha. Por qual motivo você jogaria um terço desse pacote no lixo? A coordenadora psicopedagógica da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I do Colégio Marista Cascavel (PR), Marcia Ionara Eichstadt Piovezani, explica que o desperdício “é questão de educação alimentar, tem a ver com excesso de compra, má gestão dos alimentos em casa e não aproveitamento integral de talos, cascas, entre outros”. Desenvolver com as crianças uma cultura de reaproveitamento as torna professores e agentes de incentivo à importância do melhor aproveitamento de alimentos. Ações que representam um mundo saudável e mais comprometido. “É através de atitudes como essas que elas passam a orientar suas famílias sobre os cuidados para um consumo consciente”, explica Ana Paula Teixeira da Rosa, educadora de culinária e de letramento do Centro Social Marista (Cesmar) de Porto Alegre(RS). É visando um mundo mais consciente que os Colégios Maristas estão comprometidos e preocupados com o desenvolvimento destas atitudes nos seus estudantes.
© Fotos: Acervo dos Colégios
De olho no cardápio
Cultivando o próprio alimento
Pequenos cozinheiros
Um exemplo das ações dos Colégios Maristas é o trabalho desenvolvido no Colégio Maristinha Pio XII, de Brasília (DF), como conta a assistente psicopedagógica Sara Cristina da Costa: “Temos trabalhado a consciência no momento do lanche e estimulado o consumo de frutas, além de repassar mensalmente às famílias um cardápio com sugestão de lanches saudáveis elaborados por uma nutricionista.” No Ateliê do Gosto, um espaço dentro do colégio, as crianças, juntamente com os professores, criam receitas saudáveis que incluem o reaproveitamento de folhas e cascas dos alimentos – muitos produzidos na própria horta. Depois, os alunos são convidados a experimentar a receita, comprovando essa divertida experiência. “Entendemos que, quando a criança faz parte e se sente inserida no processo, ela demonstra facilidade para provar o que elabora junto com os colegas”, completa Sara. São nessas pequenas ações que as crianças começam a perceber que existem outras soluções para aqueles alimentos que não agradam tanto e também aprendem a utilizar o que tem disponível nos armários de casa. Esse é um trabalho contínuo. “Quando falamos da formação das crianças, entendemos que, a cada dia, temos que fortalecer os conceitos que queremos que levem como aprendizado. Eles são a ponte entre escola e família. Por meio do que aprendem aqui, entendemos que relatam e cobram posturas de seus pais e familiares”, analisa a assistente.
O Colégio Marista de Cascavel (PR) promove atividades de culinária em que trabalham com as crianças os processos de produção dos alimentos, bem como o uso de alimentos naturais e industrializados. As crianças cultivam nos canteiros, participando desde a preparação do solo, semeadura, transplantes das mudas e colheita até a utilização dos alimentos ali cultivados na realização de receitas. “Os alunos podem perceber, mediante essas atividades, a importância de consumir alimentos nutritivos e naturais, em detrimento dos industrializados”, conta Marcia Ionara, coordenadora psicopedagógica. É por meio dessas ações que as crianças percebem todo o processo de cultivo do alimento até que ele chegue à mesa ou às prateleiras dos supermercados. “Os alunos passam a relacionar um planeta sustentável com a diminuição do consumo de alimentos industrializados, que possuem embalagens que irão poluir o meio ambiente”, completa a coordenadora. Os projetos pedagógicos, destinados a cada faixa etária, buscam estimular o consumo adequado. “Sempre que possível, as crianças são incentivadas a consumir alimentos nutritivos essenciais para manter a saúde do corpo”, diz Marcia.
Com a ideia de estimular o consumo consciente e fomentar uma mudança na postura das pessoas, ainda que por pequenos gestos, o Centro Social Marista (Cesmar), de Porto Alegre (RS), desenvolve um projeto de culinária. Para Ana Paula Teixeira da Rosa, educadora de culinária e de letramento, as pessoas, por vezes, não se dão conta do desperdício que realizam. “Acredito no efeito multiplicador. Se cada um dos receptores adotar uma pequena mudança em seu cotidiano para reduzir o desperdício ou estimular sua família e seus amigos nessa linha, haverá uma grande diferença”, explica. Na cozinha, eles aprendem a ser criativos e a buscar alternativas alimentares, além de inúmeras formas para preparar e consumir um mesmo alimento. “Esse projeto tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância do reaproveitamento de alimentos que geralmente são descartados – e, junto a eles, vários nutrientes essenciais para o bom desenvolvimento do organismo humano”, completa Ana. As hortas, de onde as crianças e jovens colhem os alimentos para a produção das receitas, também foram criadas para promover qualidade de vida. O foco está em estimular boas práticas ambientais e mostrar aos alunos algo muito além de valores nutricionais.
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capa
Pais que dão
exemplo responsável
Atitudes diárias podem auxiliar os filhos na prática do consumo consciente. São exemplos corriqueiros que tornam o ‘ter’ uma atitude responsável.
© Foto: Letícia Akemi
Por Elizangela Jubanski
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A rotina da casa é naturalmente absorvida pelas crianças. O que os pais consomem, como gastam e de que forma descartam são ações que integram o dia a dia da família. Essas atitudes acabam se tornando perceptíveis aos pequenos, que incorporam cada detalhe e costume da família. Nessa perspectiva, é cada vez mais importante discutir a real necessidade do consumo e, além disso, como fazê-lo de forma consciente. Em época de tecnologia de ponta e acesso ao crédito fácil, consumir demasiadamente é quase um convite irrecusável. Saber mediar e decidir o que realmente se embrulha para levar para casa é o mais sensato quando se tem crianças observando toda atitude dos pais. A professora Ana Cristina Malacrida, do Colégio Marista Maringá (PR), acredita que a prática do bom exemplo é o método mais eficaz para orientar os filhos. “Levar os filhos, quando crianças, para comprar roupas e permitir que participem de todo o processo de procurar pelo artigo de melhor qualidade, antes de simplesmente sair comprando, cria a cultura de consumo responsável. Não ceder a todo e qualquer desejo material dos filhos também contribui para essa mesma formação, contrariando o consumo impulsivo”, descreve a educadora, que ainda defende que o valor dos brinquedos e de qualquer objeto devem ser colocado em xeque a cada oportunidade. “Não se deve repor, de pronto, artigos estragados por falta de zelo dos filhos. Isso reforça a importância de valorizar e cuidar do que se tem, já que a tendência entre as crianças e os jovens é de descaso com suas posses, justamente por não as terem adquirido com o salário do próprio trabalho”, reforça.
Exemplos, sim Camila Ayumi Honda, 7 anos, estuda no Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre (RS), e sabe bem o que são exemplos do dia a dia. A família mora em uma casa com regras de consumo responsável e reaproveitamento de recursos. Os pais da estudante acreditam que a forma
tranquila que Camila tem com relação às compras é reflexo da educação com limites financeiros. “Ela tem consciência do que é esbanjar alguma coisa. Não pode ver uma torneira pingando que sai correndo para fechar. Ela não se interessa pelas roupas e calçados da moda, é muito tranquila quanto a isso”, revela a mãe, Márcia Yamada, 37 anos, que é engenheira agrônoma. Sem problemas com pedidos de "eu quero" em passeios, a mãe recorda um episódio na aula de patinação em que outras garotas estavam com calças e blusas especiais para o momento. “Não vi problema algum em levar Camila com uniforme e camiseta da escola. Não acredito que esse consumismo seja essencial durante essa fase da vida”, completa. No entanto, a mãe enxerga que na adolescência a filha pode querer desfrutar de algum tipo de exagero. “Pode até ser normal nessa fase. Ir a uma festa e querer um vestido novo, por exemplo. Não vejo problemas, mas aí entra a questão da política. Você está merecendo? Está tendo um bom comportamento? Espero que ela continue aceitando essa forma que nossa família tem e valorize cada conquista”, aponta Márcia.
Não ceder a todo e qualquer desejo material dos filhos também contribui para essa mesma formação, contrariando o consumo impulsivo. Ana Cristina Malacrida, professora do Colégio Marista Maringá (PR)
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© Foto: Arquivo pessoal
capa
família grochowicz: quatro filhos e muito diálogo.
a faMília honda na Prática As lâmpadas da casa foram totalmente substituídas por fluorescentes. “Duram mais e consomem menos”, defende a mãe. Três recipientes de lixo fazem a separação: o reciclável, o convencional e os restos de comida. O último vai para as galinhas. “Temos cachorros, galinhas, árvores e muito verde. Pensamos que estar próximo à natureza é dar qualidade de vida à família”, conta Márcia. Outro recurso importante para a consciência do que se consome é a cisterna construída no terraço da casa. “Toda a água da chuva vai para essa cisterna. A gente usa a água para molhar a horta e as outras árvores frutíferas”, finaliza.
ParticiPantes do Processo Para criar o vínculo sobre a importância do que se compra, o médico veterinário Eduardo Grochowicz, pai de quatro alunos do Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR), acostumou a família a participar do processo de compra. “Nas compras do dia a dia, em supermercados e shoppings, eles sempre estão presentes e são muito conscientes
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com aquilo que nos pedem. Aqueles itens que nós consideramos supérfluos, deixamos que eles comprem com seu próprio dinheiro, ganhado com afazeres domésticos ou de presentes dos tios e avós”. Os trigêmeos Guilherme, Giovana e Gabriela têm 10 anos e, segundo o pai, acostumaram-se com o revezamento de brinquedos, roupas e até mesmo com o tempo que os pais se dedicam a eles. Já a mais nova, Luiza, que está com 6 anos, precisa de um "empurrãozinho" dos pais na hora da partilha. “Por ter nascido anos depois, tivemos que trabalhar mais nessas questões de ter e compartilhar. Mas sempre procuramos dar aos quatro aquilo que é razoável, sem exageros e sempre de maneira equilibrada para todos”, conta Eduardo.
a faMília grochoWicz na Prática Mesmo com muito diálogo, Eduardo e a esposa Fernanda sabem que, o que vale mesmo são exemplos práticos dentro de casa. “Valorizamos as coisas, não deixamos nada pelo chão e, depois de usar, guardamos. Com os brinquedos,
pedimos que façam igual. Quando estamos com roupas novas, procuramos não nos sujar, para que percebam o cuidado com objetos que acabaram de ser comprados. Também ensinamos o valor do trabalho e de quanto dinheiro é necessário para termos aquilo de que precisamos”, detalha Eduardo. Para os pais, o conceito mais importante é que eles valorizem as pessoas pelo que são e nunca pelo que possuem.
Ensinamos o valor do trabalho e de quanto dinheiro é necessário para termos aquilo que precisamos. Eduardo Grochowicz, pai de Guilherme, Giovana, Gabriela e Luiza.
o papel da escola
A prática do consumo consciente é um assunto sempre em pauta dentro das salas de aula. O diretor-educacional da Rede de Colégios Maristas, de Curitiba (PR), Flávio Sandi, alerta para as inúmeras frentes em que esse tema pode ser trabalhado. “Podem ser realizadas oficinas para reflexão e prática do reaproveitamento de materiais para criação de brinquedos, fantasias e produções artísticas. Também há possibilidade de os alunos calcularem a quantidade de folhas que gastam por dia e criação de soluções para combater o uso excessivo de papéis; medição da água utilizada nos banheiros e proposição de estratégias para evitar desperdício da água; comemoração dos aniversários com simplicidade, substituindo presentes pela presença significativa na vida do aniversariante; debates em aula a respeito de propagandas veiculadas na mídia; além de projetos que nascem dos próprios estudantes, imprimindo o sentido de buscar nos caminhos da ação, a criação da cultura do consumo consciente”. O diretor-educacional também evidencia que essa educação deve acontecer em parceria entre escola e família. “A relação entre escola e família é importante para práticas educativas de qualquer natureza. Exemplos que testemunhem consciência planetária, provenientes tanto da escola como da família, correspondem ao modo mais coerente de educar”, finaliza Sandi.
Abastecer a despensa está mais caro, este ano, no Brasil. Com a alta da inflação, os brasileiros estão mais responsáveis na hora de consumir. É o que aponta a pesquisa nacional Consumo Consciente, elaborada pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) em parceria com o Instituto Ipsos, em junho desse ano. Na maioria das questões levantadas pela pesquisa – preservação do meio ambiente, uso de sobras nas refeições, análise do produto antes de comprar e uso de sacolas plásticas –, o percentual de importância desses aspectos cresceu, pelo menos, 2%. Ainda que historicamente privados de uma série de bens de consumo, produtos de ponta e supérfluos, os brasileiros estão se tornando cada vez mais responsáveis na hora de adquirir.
sumaya viveu nos estados unidos e soube administrar a compra consciente.
É o caso de Sumaya Costa, 40 anos, fonoaudióloga e mãe das alunas Laura e Ana Luiza, do Colégio Marista Santa Maria, em Curitiba (PR), que morou durante cinco anos nos Estados Unidos para acompanhar o doutorado do marido. Ela não se deixou levar pelo consumo desenfreado dos norte-americanos e aproveitou a estada na terra do Tio Sam para descobrir a importância do consumo consciente. “Lá, eles induzem a compra em quantidade, nos dando a falsa impressão de que quanto mais você comprasse daquele produto, mais você economizaria. Mas, na prática, isso não era verdade. Quanto mais você tinha em casa, mais rapidamente você consumia o produto e logo precisava comprá-lo novamente”, lembra.
© Foto: Arquivo pessoal
© Foto: Sxc.hu
a gente consoMe?
capa a faMília costa na Prática “Em casa, nós só descartamos produtos como eletrodomésticos e móveis se não existir conserto ou se for muito ultrapassado. Quanto a brinquedos e roupas, tudo que não é usado é doado. Se for necessário reutilizar ou reaproveitar alguma coisa, isso é feito sem dificuldades. Nós sempre primamos por qualidade, entendendo que o mais caro não é sempre o melhor ou o necessário”, descreve Sumaya.
a influÊncia da ProPaganda
das, de uma maneira geral, refletem um cenário de magia, felicidade e prazer que nem sempre se torna real após a aquisição dos produtos que foram anunciados. As crianças esperam ter o que viram no comercial. Por sua vez, brinquedos que se movem sozinhos inibem o jogo simbólico, tão importante para as crianças”, acredita Sabrina. Pensar sobre o consumo é pensar sobre os valores que organizam a família e a sociedade em que se vive. “Podemos refletir acerca do tema, concluir que o consumo exacerbado é prejudicial para a formação de indivíduos mais solidários e fraternos, mas se não praticarmos o exercício da escolha e da necessidade, não teremos argumentos e exemplos para que as crianças se inspirem e possam replicar”, finaliza a educadora.
© Fotos: Letícia Akemi
Até mesmo em canais direcionados às crianças, com programação especial, as propagandas fazem parte da grade de exibição. Sempre muito coloridas, elas soam como um convite irrecusável à compra. O que acontece é que os pequenos ainda não possuem clareza com atos de
manipulação e, principalmente, midiática. Eles acabam seduzidos pelo consumo, sem fazer ideia de como avaliar a informação recebida por meio da propaganda. Para a pedagoga Sabrina Souza, professora do Colégio Marista Rosário, de Porto Alegre (RS), os pais devem auxiliar a criança a ter discernimento sobre propagandas e mensagens publicitárias. “Não há como promover uma reflexão sem o diálogo e o acompanhamento dos responsáveis, principalmente se esse for um fator de preocupação. É necessário coerência entre o discurso e a prática de consumo da família”, explica. Outro fator que a pedagoga aponta é justamente a magia que esses anúncios publicitários levam aos olhos dos pequenos. “As propagan-
A vida de publicitário e o exemplo como pai: guilherme e Betina.
eM casa, É outra coisa O publicitário Guilherme Gomide é um dos fundadores da Agência Casa, uma das maiores agências de publicidade de Curitiba (PR). Responsável por traçar boas estratégias para que propagandas ganhem destaques nas programações, Gomide é pai de duas crianças e se vê entre dois fatores importantes: a influência capitalista que a profissão traz e a responsabilidade de ensinar o consumo consciente. Com 3 anos de idade, Betina – a primogênita do publicitário – passa mais tempo vendo vídeos direcionados em canais na internet do que na televisão. “Ironicamente, ela passa mais tempo no YouTube. Mas quando está na sala ou em qualquer ambiente que tenha televisão, me preocupo com o que está vendo e que programação é aquela”, afir-
ma Gomide. O mais novo, Lorenzo, com três meses, ainda é isento do mundo da publicidade. Apesar disso, Betina adora um vestido novo. “Ela é extremamente vaidosa, gosta de maquiagem e quando vamos ao shopping é um terror. Tenho um lado consumista pelo meio em que vivo e quando saímos acabo extrapolando. Ainda bem que minha esposa faz um ótimo contrapeso”, explica.
não é consumista e é adepta ao "viver mais e comprar menos". “Pouco antes do nascimento de Lorenzo, comprei uma fantasia e um daqueles estojos enormes de lápis de cor, giz de cera, canetinhas e tudo mais. Ela me fez guardar o presente para entregá-lo somente quando comemorássemos outra coisa. Está guardado ainda. Ela põe o freio lá em casa”, conta.
a faMília goMide na Prática Para que exista equilíbrio na família Gomide o papel da mãe é fundamental, segundo o publicitário. “Esse gosto por compras que a Betina tem é impacto da minha profissão e do ambiente, porque o exemplo da mãe é bastante consciente”. De acordo com Gomide, a esposa
coMece hoJe MesMo
Atitudes simples e responsáveis podem ajudar as crianças a terem uma visão mais reaproveitável dos objetos e menos deslumbrada do mundo consumista. reutilize Nem sempre aquilo que quebrou ou estragou deve ser jogado fora. Explique que há outras funcionalidades e, até mesmo, o conserto para determinados objetos. desperdício Comidas, água, luz, entre outros. Esbanjar alguns recursos faz com que a criança não dê valor às facilidades que tem em casa. Mostre o quanto são importantes e o porquê de não desperdiçá-los.
As propagandas, de uma maneira geral, refletem um cenário de magia, felicidade e prazer que nem sempre se torna real após a aquisição dos produtos que foram anunciados. Sabrina Souza, professora do Colégio Marista Rosário, em Porto Alegre (RS)
Preço No mercado, no shopping, na feira. Pesquise preço e pergunte quanto custa. É importante a criança ter a noção do dinheiro e quanto determinadas coisas custam. roupas Não ceda de imediato a um pedido de roupa nova. Argumente e pergunte a necessidade daquela peça para o momento. Doe roupas antigas e evite o acúmulo desnecessário. lixo A separação do lixo reciclável é uma das formas mais importantes de mostrar à criança para onde vão os descartes de casa, o que pode ser reaproveitado e o que farão com o lixo convencional. Planejamento É importante que as crianças entendam que há um planejamento financeiro com os gastos da família. qualquer aquisição de bens materiais deve ser explicada à criança com justificativas orçamentárias.
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© Fotos: Bio Barreira
entrevista
por uma sociedade do
bem-estar Menos trabalho e mais tempo com a família. Celulares atualizados, mas sem ser preciso adquirir um novo aparelho. As medidas podem parecer utópicas, porém fazem parte de um novo modelo de civilização – o nosso, em breve. Confira o que Hélio Mattar, diretorpresidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, tem a dizer sobre esse futuro Por Michele Bravos
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Para que daqui a 40 anos exista um planeta Terra que supra as necessidades dos seus futuros 9 bilhões de habitantes, é preciso que as mudanças comecem já. Em entrevista à revista Em Família, o diretor-presidente do
O que o brasileiro faz que, na sua opinião, figura na lista de práticas de consumo irresponsáveis?
Levantar a bandeira do anti-consumismo não é a saída. Como encontrar o equilíbrio adequado para quem produz e para quem consome?
Os brasileiros não são diferentes de outras populações deste mundo fortemente consumista. Genericamente, o brasileiro peca no desperdício: de alimentos, de roupas e de tecnologia. Desperdiçamos cerca de 50% dos alimentos perecíveis e parte disso se dá porque se uma fruta ou verdura está um pouco machucada, a gente não considera alimento. Se há uma pequena sobra de um almoço ou de um jantar, ela não é utilizada em outra refeição. Não usamos os talos, as cascas e as sementes como parte das nossas receitas. As pessoas tendem a ter mais roupas do que elas precisam, subutilizando-as. No Brasil, há também um grande descarte de telefones celulares. Esses rejeitos vão para o lixão, causando poluição. Mais importante do que isso é as pessoas se perguntarem se precisam de todas as funcionalidades de um novo aparelho.
Em primeiro lugar, é importante dizer que consumo consciente não é deixar de consumir. Esta causa é a favor de um consumo diferente, em que os impactos sociais, ambientais, econômicos e individuais sejam menores. Hoje, se todos os habitantes do planeta viessem a consumir dentro do modelo de produção e consumo atual, precisaríamos de cinco planetas Terra. É preciso sair de um modelo de produção de alta obsolescência e ir na direção de produtos mais duráveis. Aí entra a questão econômica. É preciso passar de uma economia fortemente industrial para uma de serviços. Desmaterializar é central em um novo modelo de consumo.
Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, Hélio Mattar, fala sobre medidas necessárias para a conscientização da população, a urgência da mudança e como seria esse novo modo de viver.
Que medidas são necessárias para que a prática do consumo consciente seja implantada em um Brasil em que “poder comprar” está associado ao desenvolvimento econômico do país?
Precisamos de uma educação que forme crianças e jovens dentro de valores civilizacionais diferentes dos de hoje. Os impactos gerados pelo consumo precisam ser colocados como um elemento importante na tomada de decisão sobre o que comprar, como usar e como descartar. Nessa formação de novos hábitos, as empresas desempenham papel importante. Se a empresa não oferecer outro conjunto de produtos e serviços menos demandantes de recursos naturais, não teremos a possibilidade de seguir na direção de uma sociedade do bem-estar – mesmo que os consumidores tenham consciência de que isso é preciso. Mas as empresas não farão isso sozinhas. Aí é essencial que o governo tenha uma atuação forte, na direção de campanhas de conscientização para os consumidores (crianças e adultos).
Por vezes, o processo de conscientização ocorre lentamente. Quando falamos em consumismo e suas interferências globais, há tempo hábil para essa mudança gradativa?
A nova sociedade precisará mais de cooperação do que competição para atender ao tempo curto que temos pela frente para mudar de um sistema insustentável para um sustentável. Se começássemos hoje, precisaríamos de uma geração para fazer essa mudança completamente. Contudo, mais importante que fazer a mudança rapidamente é fazer a mudança seguramente. É mudar a tendência do sistema, fazer com que consumidores e produtores passem a trabalhar para essa sociedade sustentável.
Precisamos de uma educação que forme crianças e jovens dentro de valores civilizacionais diferentes dos de hoje.
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entrevista Para acelerar esse processo, algumas condições são essenciais. A principal condição é que os formadores de opinião passem a mostrar, publicamente, qual é esse novo modelo de consumo e de produção. Temos também que sair de uma publicidade consumista e ir para uma publicidade mais sustentável. Nesse processo de mudança de consciência, é importante que todas as mídias sejam intensamente utilizadas. Aí vem o otimismo do Akatu com relação às mudanças que vão acontecer. Nunca, em nenhum outro momento da história, as pessoas tiveram tanta possibilidade de se comunicar e de serem impactadas pela mídia. Quando falo em mídia, falo em televisão, rádio, jornal, revista e redes sociais.
De que forma o Akatu pretende superar esse desafio?
Nas redes sociais, podemos ganhar maior velocidade para essa mudança. Os grupos que se formam nas redes sociais podem não apenas criar novos valores, mas criar referências para as pessoas. Essas referências podem fortalecer novos valores, que passarão a ser reconhecidos pela sociedade. As pessoas só vão manter os novos hábitos se eles forem reconhecidos pela sociedade como um modelo que todos valorizam e reconhecem. O ser humano é suscetível a esse reconhecimento, especialmente porque o consumo faz parte da forma como as pessoas estabelecem a sua identidade. Isso desde sempre. A mídia tem o papel de fortalecer esse novo modelo de consumo a tal ponto que todos queiram fazer e se sentir parte da nova sociedade.
Falamos aqui de uma mudança na forma como consumimos, o que geraria uma mudança na civilização. Na prática, como seria essa nova civilização?
Os grupos que se formam nas redes sociais podem não apenas criar novos valores, mas criar referências para as pessoas.
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As pessoas pensam que, nesse novo modelo, serão chamadas a se sacrificar. Elas precisam entender que, na nova sociedade, as pessoas não vivem para trabalhar, mas trabalham para viver. As relações, os afetos, as amizades e os amores são centrais na vida de cada um. Atualmente, dos 25 aos 65 anos, as pessoas estão integralmente devotadas ao trabalho. Trabalhando menos, haveria mais empregos, por exemplo. No novo modelo, saímos da sociedade do desperdício, do descartável e de uma produção fortemente globalizada e vamos para a sociedade do aproveitamento integral, do durável e de uma produção mais local. Os produtos serão totalmente diferentes. O produto material passa a ser virtual, como já tem acontecido com a música e a literatura, que chegam sem o uso de recursos naturais. O foco sai do tangível e vai para a experiência, para a emoção. O produto durável é um produto que vai precisar de assistência técnica, no caso de um eletroeletrônico ou automóvel, para funcionar durante anos e ser atualizado seguindo as últimas tecnologias disponíveis. Na sociedade sustentável, o uso de costureiras e brechós vai se multiplicar, assim como a doação e as trocas de roupas, em que eu disponibilizo o que não estou mais usando e recebo aquilo que está mais de acordo com o que quero no momento. Medidas que promovem bem-estar sem desperdício de recursos naturais.
© Foto: Bio Barreira
De que forma essa conscientização pode ser mais acelerada, com mais impacto na população e repercussão efetiva?
marista em rede
aprendemos de
todos os jeitos
Em 2013, os Colégios da Rede Marista convidaram a sociedade ao diálogo. Afinal, de quais formas é possível aprender? Lendo, ouvindo música, participando de oficinas ou fazendo anotações? Sozinho, em grupo, usando tablets ou escrevendo com papel e caneta? No ambiente escolar, mais do que nunca, oferecer diferentes formas de ensinar e aprender é um desafio e uma necessidade constantes. Há quase 200 anos, São Marcelino Champagnat iniciou um trabalho voltado a crianças, adolescentes e jovens por meio da educação, considerando a identidade e a individualidade de cada um. Ele propôs uma pedagogia muito prática, focada na presença, no amor à natureza, na solidariedade e no aprender fazendo. Assim é o jeito marista de educar, que alia excelência educacional, fé, cultura e vida, contemplando variados modos de aprendizagem. Para a Campanha de Fidelização e Captação de Estudantes 20132014, optou-se em disseminar o conceito 'Aprendemos de todos os jeitos", que sintetiza esta educação integral e como forma de concretizá-lo, convidamos estudantes e famílias de nossos colégios para contarem as suas histórias. O jeito marista de educar se traduz na construção de novos
conhecimentos, na prática de valores, na solidariedade, nas vivências, no cuidado com a vida e em atividades que possibilitam o desenvolvimento de talentos, tendo o estudante como centro da aprendizagem. Os Colégios da Rede Marista oportunizam espaços de múltiplas aprendizagens, permitindo que nossos estudantes aprendam de todos os jeitos, não só no espaço escolar, mas valorizando experiências que trazem de casa, da rua e de outros tantos ambientes. Mais do que uma campanha publicitária, os materiais apre-
sentados na campanha revelam a razão de ser e fazer da instituição. Acreditamos num trabalho que envolve o estudante, a família e os educadores, em uma relação de parceria e confiança. Sendo estudante, família ou escola, sempre temos algo a aprender. Cada um do seu jeito, todos maristas. Unindo tradição ao compromisso de sempre inovar, queremos revelar diversas formas de construir conhecimento e descobrir outras tantas. Um dos objetivos desta campanha é promover a troca de ideias, refletir o presente e o futuro da educação.
participe compartilhando nas redes sociais os seus jeitos de aprender utilizando a hashtag
#meujeitodeaprender 17
ponto de vista
A bela parceria entre o
cidadão e o dinheiro alfredo Meneghetti neto Economista da FEE e Professor da PUCRS
O ambiente econômico atual, com a crise na Europa e nos Estados Unidos, exige um elevado nível de consumo consciente, empreendedorismo e educação financeira, garantindo uma postura adequada ao cidadão brasileiro. Entretanto, isso não acontece na realidade, pois muitas pessoas, ao terem conhecimento limitado sobre economia, agem de forma despreparada, sem o mínimo cuidado com o seu futuro. As evidências disso são claras. Em primeiro lugar, existe um uso exagerado dos cartões de plástico. No ano de 2012, chegou-se a 748 milhões de cartões, segundo a Associação Brasileira de Cartões de Crédito e Serviços. Nesse total, estão incluídos 284 milhões de cartões de débito, 203 milhões de cartões de crédito e 261 milhões de cartões de redes de loja. Juntando tudo, isso representa quase quatro cartões de plástico por cidadão, o que é um perigo para todos, pois as altas taxas de juros provocam mais inadimplência, afetando o consumo das empresas e provocando perda de arrecadação para o Governo.
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Em segundo lugar, todo o salário é gasto antes do final do mês, e o cheque especial ou o cartão são usados para cobrir os dias que restam! É sabido que, no Brasil, quase 60% das pessoas têm alguma espécie de dívida; além disso, apenas 21% da população brasileira tem o hábito de poupar, o que é atestado pelo baixo nível de depósitos feitos em cadernetas de poupança, de acordo com o Banco Central. A poupança continua sendo a favorita, mesmo com um rendimento muito baixo, e as contas distribuem-se em mais de um banco, o que acaba gerando mais gastos, mais pagamentos de juros e taxas administrativas. Um absurdo! Em terceiro lugar, o adolescente é muito otimista em relação ao seu futuro e imagina que poderá ter, no futuro, uma vida mansa. Dinheiro no bolso, família, casa própria, carro e lazer! Mas não é o que acontece. A realidade é outra, pois a taxa de desemprego dos jovens entre 18 e 24 anos, no Brasil, tem sido, invariavelmente, quase o dobro da média nacional. Além disso, para a metade
daqueles que já estão no mercado de trabalho, o rendimento médio mensal não passa de um salário mínimo. Diante de todas essas evidências de despreparo financeiro dos cidadãos, cinco atividades podem ajudar no seu dia a dia. A primeira seria controlar as despesas com a elaboração de um orçamento doméstico, que é uma anotação simples das despesas da família. Juntamente, é importante elegerem-se algumas prioridades, como, por exemplo, as compras que se quer fazer no futuro. Assim, um orçamento pode ajudar o cidadão a entender os seus hábitos de consumo. A segunda atividade seria dar mais importância à poupança. Ele deve transformar uma parte do seu consumo em poupança. É sabido que se for colocado na poupança R$ 1,00 por dia, ao final de 10 anos, haverá R$ 4,6 mil. Certamente, isso vale para todos, adultos, idosos e, principalmente, jovens. Essas duas ações devem acontecer todos os dias, para mudar os hábitos de grande parte da população que não pensa no seu futuro. A terceira atividade seria procurar evitar ter contas múltiplas em bancos variados, porque facilita as decisões de gastar. Já uma única conta impede justificativas para tanto. Mais uma ideia é envolver outra pessoa na gestão de sua conta (o con-
juge, por exemplo), dificultando o gasto supérfluo, pelo parecer racional ao outro. A quarta atividade seria diversificar a carteira de ativos, com outras aplicações, até mesmo com alguma espécie de risco, como Certificados de Depósitos Bancários, Bolsa de Valores e Títulos Públicos. A última atividade seria dar mais atenção às lições de finanças pessoais participando de palestras, assistindo a vídeos, navegando em sites e lendo livros que informem sobre como cortar custos e viver com menos dívidas, justamente para enfrentar melhor os desafios do futuro. Assim, o cidadão estará melhorando suas habilidades para lidar com dinheiro, ajudando a si próprio e à sua família, podendo, inclusive, defender essa postura moderna perante os seus amigos e conhecidos.
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diz aí
Um motivo para NÃO ser
? © Fotos: Acervo dos Colégios
consumista
Mariana castelan 6o ano do Ensino Fundamental Escola Marista Santa Marta Santa Maria/RS
gaBriel alves Marconi 1o ano do Ensino Médio Colégio Marista Aparecida Bento Gonçalves/RS
luisa tischler Machado 1o ano do Ensino Médio Colégio Marista Sant’Ana Uruguaiana/RS
"Na hora da compra consigo diferenciar o necessário do supérfluo. Procuro sempre escolher algo que não poluirá tanto o meio ambiente. quando vejo propagandas chamativas analiso se o produto é realmente algo útil e se de fato irei usar."
"Sei bem escolher as minhas prioridades. A pessoa tem que saber o que é prioritário, as suas condições reais, distinguindo artigos necessários de coisas supérfluas. É importante também não se deixar levar por tendências ou modismos, e tomar suas decisões baseando-se em suas próprias opiniões."
"O consumismo faz parte da natureza do ser humano. Sempre procuro lembrar as regras mais básicas: separar o que preciso do que quero. Também procuro comparar preços antes de uma compra. Isso já é um começo!"
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Luiza Braun 1o ano do Ensino Médio Colégio Marista Santo Ângelo Santo Ângelo/RS
Nicolas Mattei 2o ano do Ensino Médio Colégio Marista Conceição Passo Fundo/RS
Isabele Giordani Wenzel 3o ano do Ensino Médio Colégio Marista São Luís Santa Cruz do Sul/RS
"Penso e me questiono sobre minhas necessidades e prioridades para uma vida de qualidade, mas sem exageros. Outra maneira é administrar nosso próprio dinheiro com o controle dos gastos e assim criar o hábito de consumir com limites e dentro de nossas condições."
"Compro somente o necessário. Não preciso estar na moda para ser alguém. Importante é o que você é, e não o que você tem. Sempre que possível, guardo dinheiro, para melhor usufruí-lo em coisas duradouras. Hoje em dia tem muita variedade e as pessoas não sabem se controlar."
"A minha principal atitude não consumista é sempre ter em mente se possuo uma coisa que ainda funciona, não há motivos para trocá-la por um modelo mais novo, apenas porque a propaganda nos faz crer que o anterior está ultrapassado."
Opinião dO EducadoR “Não há vida sem consumo”. Uma frase dessas, dita por um educador, pode parecer um tanto quanto fora de propósito. Mas se formos entender o conceito em questão, ela passa a ter significado. Em nosso tempo o consumo ficou muito próximo de seu “primo feio” o consumismo e sofre as consequências dessa aproximação e confusão. Numa sociedade em que a economia gira em torno do consumismo, aliando a propaganda e as obsolescências planejadas e percebidas, a sensação de que “devemos ter” naturalizou-se entre as pessoas. O papel da educação é orientar para uma reflexão crítica acerca de todos os atos e tornar o consumo consciente. Antes de comprar qualquer coisa refletir sobre a real necessidade disso para sua existência. Espere antes de comprar. Verifi-
que como era sua vida antes desse bem e projete como será depois. Será que essa necessidade é real? Se depois de tudo você achar que ainda precisa, olhe se você não tem outro bem que realize a mesma função ainda em bom estado. Se depois disso você ainda resolver comprar, faça algo com seus bens antigos, repasse a outra pessoa, dê outro destino que não o lixo ou o esquecimento numa gaveta ou armário de sua casa. Partilhe suas reflexões com outros e assim, teremos uma geração de consumidores conscientes e não consumistas.
Anderson Roberto dos Santos Graduado em Estudos Sociais/História e Mestre em Educação. Coordenador Pedagógico e da Pastoral do Colégio Marista São Luís
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educar
Aprender a
Tendência no mundo contemporâneo, o empreendedorismo envolve iniciativa, autoconfiança, liderança, audácia, responsabilidade, otimismo e persistência. Não é à toa que sua definição costuma estar associada a exemplos famosos de sucesso e inovação, como Bill Gates ou Mark Zuckerberg. Inspirações à parte, uma coisa é certa: ser empreendedor remete à busca por novos desafios, deixando de lado a passividade frente aos acontecimentos. Aliando tradição ao compromisso de sempre inovar, o jeito marista de aprender e ensinar se traduz na vivência de valores e na construção de conhecimentos que vai além da sala de aula, tendo o estudante como centro da aprendizagem. Foi com base nessa proposta pedagógica que o Colégio Marista Pio XII, de Novo Hamburgo, implantou em 2007 o componente curricular Empreendedorismo, voltado para a 8a série do Ensino Fundamental. Segundo a professora Marta Farofa, o objetivo da disciplina é estudar as características e o desenvolvimento de competências de um empreendedor. “Durante todo o ano são abordados temas como liderança, responsabilidade, comprometimento, postura e oratória, entre outros, tudo para preparar os estudantes a planejar uma empresa e definir o perfil de empreendedores”. As aulas giram em torno de assuntos como carga tributária, notas fiscais e Previdência Social. Os estudantes também têm a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a realidade do mercado de trabalho por meio de palestras com profissionais de diversas áreas.
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© Fotos: Acervo dos Colégios
planejar o futuro de forma consciente e responsável começa desde cedo.
Nas aulas de Empreendedorismo do Marista Pio XII, são abordados diversos temas atuais
De acordo com Patrick Troes, a aprendizagem é mais dinâmica e atrativa. “Nunca tinha estudado nada nesse sentido, estou gostando bastante.” O colega Felipe Peixoto Molinos concorda: “As aulas são bem diferentes e nos dão uma ideia do que podemos fazer no futuro. Além disso, aprendemos mais sobre os impostos. Sabia que tínhamos muitos para pagar, mas não imaginava que eram tantos”. Ao final do ano, as turmas realizam a Feira de Empreendedorismo, onde apresentam as empresas que eles criaram e vendem os produtos que fabricaram. As estudantes Emily Fernandes da Luz e Emily Atz, de 14 anos, já sabem o que irão fazer na feira deste ano. “Vamos montar uma empresa de espetinhos de frutas com chocolate. Já estamos trabalhando no nosso Plano de Negócios.”
empreender Olhar para o mundo dos negócios A essência de empreender faz parte da natureza humana. É o que diz o Diretor da Junior Achievement no Rio Grande do Sul, Daniel Fernandes. “Desde o berço, temos a capacidade de surpreender e fazer mais do que esperam que a gente faça”, ressalta. A associação sem fins lucrativos, mantida pela iniciativa privada, oferece projetos educacionais que visam despertar o espírito empreendedor nos jovens. Dentre as iniciativas realizadas em parceria com Colégios da Rede Marista está o programa Miniempresa, que ensina conceitos de livre iniciativa, mercado, comercialização e produção. Por 15 semanas, estudantes do 2o ano do Ensino Médio planejam e desenvolvem uma pequena empresa, tendo grupos responsáveis por cada área, como financeiro, recursos humanos e direção. Na edição deste ano, 28 estudantes do Colégio Marista Champagnat, de Porto Alegre, montaram a miniempresa Customicase S.A/E, que produziu capas para celular com tecido neoprene. Os participantes foram assessorados por empresários renomados do mercado, tiveram aulas e receberam dicas dos profissionais. Os modelos produzidos que alcançaram maior número de votos na fanpage do empreendimento foram comercializados na Feira de Miniempresas, no Shopping Iguatemi, em Porto Alegre. Conforme a Orientadora Educacional Ana Paula Bottin, o programa estimula a formação pessoal e o amadurecimento. “Os jovens vivenciam situações em que desenvolvem o respeito mútuo, pensamento coletivo, rotinas e organizações”, esclarece. Para a estudante Gabriela Zorzo, eleita a presidente da miniempresa, a experiência adquirida fará a diferença no seu dia a dia e em seu futuro profissional. “Conheci pessoas diferentes em suas formas de trabalho e pensamentos. O grupo trabalhou em conjunto levando em conta a opinião de todos”, reconhece. Além do cultivo de valores e aprendizagens sobre como gerir uma empresa, os estudantes também conquistam o reconhecimento. No final do primeiro semestre, a Customicase foi escolhida a miniempresa mais popular de Porto Alegre, por meio de um concurso no Facebook. O destaque se deu, ainda, na Social Innovation Relay, competição virtual promovida pela Junior Achievement em parceria com a HP, com foco na inovação social e no desenvolvimento de soluções para desafios. O projeto do Marista Champagnat alcançou o terceiro lugar, entre as 102 equipes inscritas.
Estudantes do Marista Champagnat demonstram o produto criado por eles na Feira de Miniempresas
Os jovens vivenciam situações em que desenvolvem o respeito mútuo, pensamento coletivo, rotinas e organizações. Ana Paula Bottin, Orientadora Educacional do Colégio Marista Champagnat - Porto Alegre/RS
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educar foco na sustentaBilidade financiamento para produção e implementação. Em seguida, defenderam a proposta por videoconferência aos empresários da HP em São Paulo. “Acredito que nosso conceito ficou muito bom e poderia ser aplicado em algumas cidades, como experiência”, afirma Ramoses. A ideia foi reconhecida e pelos responsáveis do projeto que definiram como uma das melhores do país. Os estudantes do Marista São Marcelino Champagnat (EJA), de Novo Hamburgo, também estão atentos à sustentabilidade. Na Feira Empreendedora, organizada a cada semestre pelo 3o ano EM, são apresentados protótipos de produtos ou serviços sustentáveis e inovadores, como pufes e vassouras de garrafas pet. O evento integra as ações da disciplina de Empreendedorismo Social, voltada para o 6o ano EF ao EM. “As aulas possibilitam que os estudantes conheçam os seus direitos e deveres, além de desenvolver o exercício da cidadania, autonomia e educação financeira”, comenta a educadora Daniela Erhart Loeblein. A estudante da turma 231 Lucia Elena de Azevedo, revela que a matéria fortalece bastante o sonho de tentar ser empresário. “Ela ajuda a organizar as nossas ideias para que possamos um dia montar uma empresa. É muito importante para nosso crescimento.” Equipe de empreendedores do Marista Rosário desenvolveu iniciativas sustentáveis
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© Fotos: Acervo dos Colégios
Além de produtos úteis e inovadores, as empresas sabem que hoje em dia precisam ter cuidado com as finanças e com o impacto no meio ambiente. Partindo dessa premissa, o grupo do 2o ano EM do Colégio Marista Rosário, de Porto Alegre, desenvolveu um porta-celular feito a partir de embalagens de shampoo usadas. A Coordenadora de Turno Vera Villanova acredita que o olhar consciente para os produtos ajuda a formar gerações conscientes no futuro. “É um processo educativo. Estes são os jovens que não irão aceitar a quantidade enorme de lixo produzida no Brasil e no mundo”. Outra iniciativa sustentável do Marista Rosário foi a criação do conceito de uma lixeira responsável, a TechGarbage. Ao jogar os dejetos do lixo, ela detecta se o material é ou não adequado. Rafaella Toimil, Ramoses Ferreira, Thiago Linn e Cristine Diedrich tiveram seu projeto classificado entre os dez melhores do Social Innovation Relay. “Muitas vezes as pessoas ficam em dúvida sobre onde colocar o lixo, por isso pensamos em uma lixeira que identifica se o material é seco ou orgânico e orienta o descarte”, explica a Rafaella. Após explicarem seu projeto, os jovens empreendedores desenvolveram o produto e sua aplicação em sociedade, desde os detalhes técnicos até a forma de
Iniciação científica Com o propósito de despertar o espírito criativo e pesquisador, o projeto de Iniciação Científica do Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre, instiga as crianças e os jovens a encontrarem soluções para as questões do dia a dia. Cerca de 500 estudantes dos Anos Iniciais EF ao Ensino Médio compartilham seus conhecimentos na Mostra de Trabalhos, promovida todos os anos. Quais são as energias mais e menos poluentes? Essa foi a pergunta que motivou a pesquisa de Maria Eduarda Bonatto, Gabrielle Baunhardt, Matheus Rosa, Mariana Guedes e Luiza Lovatto, do 6o ano EF. “Queríamos saber qual energia ajudava o nosso planeta, pois acreditamos que a mudança tem que partir de nós”, explica Gabrielle. Para a Orientadora Educacional, Luciane Bernardes, o projeto faz com que os estudantes reflitam sobre seus hábitos e posturas. “A partir das questões do cotidiano, eles estudam e propõem alternativas para problemas reais”. Painel solar, lâmpadas fluorescentes e separação do lixo foram algumas das outras alternativas encontradas que refletiram na rotina familiar. Para Aline Menegazzo, mãe de Maria Eduarda, a motivação da estudante reflete nas atitudes da família. “Na nossa geração não havia essa preocupação, por isso, hoje, aprendemos muito com ela. É um aprendizado contínuo”, aponta. Também pensando na economia e nas ações sustentáveis, os estudantes Pedro Tibiriçá, Bruna Wortmann, Maria Engelmann, Barbara Tonin e Nathália Figueiro, da 8a série EF, pesquisaram alternativas para o descarte do óleo de cozinha. “Conhecíamos a opção do sabão, mas queríamos saber se realmente era uma boa alternativa”, esclarece Nathália. O grupo descobriu que o sabão, além de ser sustentável, também é uma opção econômica para as famílias. Por isso, distribuíram a receita e também amostras do sabão sustentável na Mostra de Iniciação Científica.
Na Mostra de Trabalhos de Iniciação Científica do Marista Assunção, grupo de estudantes revelou quais são as energias menos poluentes
Em visita ao Museu de Valores do Banco Central de Brasília, estudantes do Marista João Paulo II receberam informações sobre a história da moeda nacional
Gestão financeira em sala de aula Temas econômicos estão cada vez mais presentes no dia a dia, seja nas páginas dos jornais, seja em situações que envolvem organizar, poupar, investir e gerir o orçamento doméstico. Em sintonia com o cenário atual, as turmas do 6o ano EF do Colégio Marista Pio XII, de Novo Hamburgo, aprendem mais sobre o planejamento e o uso consciente do dinheiro durante as aulas de Educação Financeira. O objetivo é relacionar a educação financeira com o cotidiano dos estudantes, abordando temas que vão de aplicações financeiras à discussão sobre o tema “consumos que temos versus consumos que precisamos” e levantamento dos gastos pessoais de cada um. Ao longo do ano, os estudantes aprendem a depositar, efetuar saques, pagar boletos e emitir cheques. “Fizemos uma tabela para anotar os nossos gastos diários e me surpreendi com o resultado. Eu comprava chicletes todos os dias e, quando vi quanto gastava por mês, decidi diminuir esse custo. Agora só compro uma vez por semana”, conta a estudante Vitória Yasmin Bohn. No Colégio Marista João Paulo II, em Brasília, o projeto Educação Financeira é realizado com estudantes do 1o ao 9o ano do EF, e tem o objetivo de incentivar a reflexão sobre o uso consciente e responsável do dinheiro. Dentre as atividades organizadas, os estudantes assistiram a palestras informativas, visitaram o Museu de Valores do Banco Central da cidade, onde receberam informações sobre o dinheiro e a história do meio circulante nacional, bem como sobre o papel do Banco na sociedade brasileira. Eles também tiveram acesso ao acervo de moedas, cédulas e outros valores impressos, barras de ouro e medalhas. Nos momentos da Hora do Conto, os estudantes montaram um minimercado e aprenderam, na prática, o processo de compra e venda de produtos. “O colégio abraça o desafio de integrar esse tema transversal ao cotidiano da escola por acreditar na sua importância para a formação dos estudantes”, destaca a Vice-diretora Educacional, Clotilde Campos.
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anĂšncio
exemplos que
você sabia?
vem da
escola © Fotos: Acervo dos Colégios
Atentos ao consumo consciente, os estudantes e educadores maristas adotam iniciativas sustentáveis que contribuem para diminuir a poluição da natureza. Todos os dias, são colocadas em prática pequenas ações que colaboram para um mundo melhor.
Na horta ecológica da Educação Infantil e do Turno Integral do Colégio Marista Graças, em Viamão, a colheita é um momento de alegria para os estudantes. Durante o ano, as turmas aprendem o processo de desenvolvimento dos vegetais, desde a escolha do solo, passando pelo cultivo, até a degustação. O objetivo é incentivar os estudantes desde cedo a adquirirem bons hábitos alimentares. Os legumes colhidos são consumidos nas oficinas de culinária saudável e, também, levados para partilhar com a família.
pensando na qualidade de vida de todos que atuam na Sede da Rede Marista, em Porto Alegre, foi instalado um bicicletário na área externa do prédio. Para utilizar esse espaço basta trazer cadeado e corrente para a sua bicicleta. para contribuir com a preservação do meio ambiente, a Sede da Rede Marista adotou em seu cotidiano canecas de cerâmica para consumo de água, chá e café. A iniciativa também ocorre em várias unidades. Além do desperdício, cada copo de plástico descartado na natureza leva mais de cem anos para ser absorvido.
Desde 1985, quando o Centro Esportivo do Marista Rosário, de Porto Alegre, foi construído, a água dos chuveiros é aquecida por placas de energia solar, posicionadas no teto do prédio. Isso gera economia de energia, uma vez que os vestiários são utilizados durante o dia pelos estudantes e, durante noite ou nos finais de semana, por terceiros que locam as quadras para práticas esportivas.
participante da etapa estadual da IV Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente do RS, o projeto Lixo: problema ou solução é realizado pelos estudantes da 8a série do Ensino Fundamental do Colégio Marista São Pedro, de Porto Alegre. O trabalho tem como objetivo elaborar iniciativas para a redução da produção de resíduos na escola, como oficinas de papel e brinquedos reciclados e horta orgânica.
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destaque
Compartilhar valores no dia a dia
Isabella é voluntária do projeto de solidariedade Oficina de Brinquedos.
Desde os três anos de idade, Isabella Decezaro estuda no Colégio Marista Santa Maria, em Santa Maria (RS), Além das atividades escolares e das aulas de Balé, Basquete e Piano, ela também encontra tempo para praticar a solidariedade na Oficina de Brinquedos. O projeto foi lançado em 2012, a partir da iniciativa de um grupo de estudantes interessados em consertar e reciclar brinquedos usados para doação. Atualmente na 7a série do Ensino Fundamental, Isabella, de 12 anos, conta que a vontade em fazer algo para ajudar o próximo surgiu durante as Vivências Solidárias, iniciativa de formação humana desenvolvida pela Pastoral, na qual estudantes vivenciam a realidade de instituições que atendem crianças carentes. As ações despertam sentimentos de fraternidade, de amizade, de compaixão, de cidadania e de valorização da vida. “Os momentos de convivência e integração fizeram com que eu percebesse a importância do amor e do cuidado com as pessoas”, ressalta.
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Ao saber da Oficina de Brinquedos pelos seus colegas, a estudante partilhou com sua mãe, Maria do Horto Decezaro, a decisão de integrar o grupo e, juntas, começaram a participar das atividades. “A doação do tempo e do trabalho dos voluntários na restauração dos brinquedos os tornam únicos, com o jeito de cada um”, afirma. Após a confecção de uma quantidade significativa de brinquedos, os participantes do projeto visitam as entidades para entregar os presentes às crianças. Para Isabella, as entregas são os momentos mais marcantes, pois cada brinquedo pronto é fruto de muita dedicação, carinho e trabalho em equipe. Por meio da Oficina de Brinquedos, ela descobriu uma forma de compartilhar valores que sempre foram incentivados pela minha família e pelo colégio. “Ver os sorrisos das crianças quando recebem os presentes é gratificante. É muito bom saber que um ato simples de solidariedade faz a alegria de quem doa e de quem recebe”.
Mais perto
da vida
universitária Vivenciar a universidade antes de concluir o Ensino Médio é uma oportunidade para os jovens construírem novos conhecimentos e se sentirem mais seguros em relação à etapa que terão pela frente. Essa foi a experiência que a Laura Motta Bellan, do 2o ano do Ensino Médio, do Colégio Marista Rosário (RS), teve ao participar do Programa de Pré-Graduação – Introdução às Ciências Biológicas (Pré-Grad), realizado em parceria com a PUCRS. Durante três meses, Laura conheceu os laboratórios da faculdade e aprendeu sobre cada linha de pesquisa. Também participou de dois cursos de extensão, além de uma saída de campo para explorar as terras virgens do Pró Mata, em São Francisco de Paula. Ao todo, 25 estudantes foram selecionados para integrar o projeto. “Lá, estudamos diferentes tipos de plantas e analisamos pegadas de animais em seu próprio habitat”, destaca. Para encerrar, o grupo realizou o Minuto da Ciência,, um Trabalho de Conclusão de Curso, no qual explicam sobre um dos conhecimentos adquiridos. Laura conta que uma das primeiras aulas do Pré-Grad a inspirou a fazer o trabalho sobre pupilas. Com este material, ela e dois colegas produziram um vídeo que recebeu segundo lugar no concurso Meu Vídeo no Museu, promovido pelo Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS. O novo desafio da jovem é a bolsa de Iniciação Científica. Dos laboratórios conhecidos, ela escolheu o de Imunologia do Estresse. Por três meses, ela trabalhará ao lado de graduandos, mestrandos e doutorandos em pesquisas da área. “O laboratório permite o estudo e conhecimento de muitas áreas diferentes.”
Laura participa do programa de pré-Graduação – Introdução às Ciências Biológicas (Pré-Grad).
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giro consciÊncia aMBiental Realizado semanalmente no Marista Irmão Jaime Biazus, de Porto Alegre, o projeto Promobio é promovido pela PUCRS, com o objetivo de aproximar a universidade das escolas de Ensino Médio e Técnico. A iniciativa multidisciplinar envolve ações de ensino, pesquisa científica e extensão na área de biocombustíveis. Além dos estudantes, o Promobio tem alcançado a comunidade no entorno da escola. As recicladoras que trabalham na Associação de Reciclagem Ecológica Rubem Berta foram até o colégio e promoveram uma oficina sobre a coleta de resíduos sólidos e como é possível reaproveitar esses materiais através de uma reciclagem criativa.
cultura da solidariedade Estudantes do Ensino Médio do Colégio Marista Graças, de Viamão, estão mobilizados e comprometidos com o projeto de Voluntariado, coordenado pela Pastoral. O objetivo é oferecer aos jovens a oportunidade de realizar essa experiência, promovendo a cultura da solidariedade. O trabalho vem sendo desenvolvido com as crianças da Associação Tia Lolô. Os educadores e estudantes participam de rodas de bate-papo, brincadeiras, entre outras atividades. As ações de integração e convivência buscam transformar o dia a dia da comunidade.
15 anos dedicados À educação Para comemorar seu 15o aniversário e agradecer a todos que fazem parte dessa história, o Colégio Marista Vettorello (EJA), em Porto Alegre, preparou uma programação especial. Ao longo do segundo semestre, educadores, estudantes e seus familiares vivenciaram momentos de confraternização e participaram de uma missa. Também foi lançado o livro 15 anos: fazendo e contando sua história, que relaciona a trajetória da instituição com a obra de Champagnat, fundador do Instituto Marista. A publicação reúne relatos de educadores, constituindo um registro para as próximas gerações que passarem pela escola.
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vocal Juvenil Presente eM festival internacional No Colégio Marista Roque, em Cachoeira do Sul, uma das maneiras de desenvolver talentos é por meio da música. Desde 2003, existe na escola o Vocal Juvenil. Com repertório variado composto por músicas gaúchas e populares brasileiras, o grupo de estudantes faz apresentações no colégio e no município. Em setembro, os jovens artistas tiveram a oportunidade de representar o Rio Grande do Sul no Festival Internacional de Corais (FIC), realizado em Minas Gerais. O Vocal Juvenil era o único participante do Rio Grande do Sul no evento.
© Fotos: Acervo dos Colégios
Meta alcançada coM sucesso A primeira etapa anual do projeto Doe Vida, do Colégio Marista Maria Imaculada, de Canela, superou todas as expectativas da comunidade educativa e do Hemocentro de Caxias do Sul. Ao todo, 102 pessoas atenderam ao chamado para a ação solidária e 82 estiveram aptas à doação. Para mobilizar os doadores, a escola contou com o apoio de educadores e estudantes responsáveis pela organização, além dos familiares que prepararam lanches para os voluntários. Interessados em participar de campanhas futuras podem entrar em contato pelo telefone 54 3278 6100.
conheciMento Que atravessa fronteiras Desde 2011, os Colégios da Rede Marista desenvolvem o projeto Intercâmbio Marista: novas culturas, novos saberes. A iniciativa possibilita aos estudantes do Ensino Médio viver experiências multiculturais e ter contato com a Língua Inglesa no exterior. Na edição deste ano, mais de 100 jovens do 1o e 2o anos EM passaram as férias de inverno no Canadá e na Inglaterra. Além dos conhecimentos acadêmicos e da convivência com estudantes de outras escolas, o programa contempla atividades culturais, esportivas, passeios pelas cidades, entre outras ações que estimulam a liderança e a autonomia. As vagas para 2014 já estão abertas.
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© Fotos: Acervo dos Colégios e da Comunicação e Marketing
caleidoscópio
Estudantes do Marista São Francisco têm aulas mais dinâmicas e interativas com o uso de tablets. A nova tecnologia permite a utilização de aplicativos educacionais, leituras, além de outras ferramentas e acesso à internet. (rio grande)
2013
Uma preparação intensiva para o Enem marcou o segundo semestre no Marista São Pedro, que realizou aulas por área do conhecimento, palestras, entre outras ações com a turma do 3o ano do Ensino Médio. (Porto alegre)
ENCONTROS
TECNOLOGIA
SOLIDARIEDADE
Exemplo de solidariedade: Em seu aniversário, Carlos Aleixo de Lima Domingues, do 5o ano EF do Marista Ipanema, pediu aos colegas que, ao invés de presentes, levassem alimentos, agasalhos ou brinquedos para doarem a instituições beneficentes. (Porto alegre)
No mês de setembro, os estudantes do Marista Medianeira participaram de um encontro de formação que trabalhou a importância do autoconhecimento e do protagonismo juvenil. (erechim)
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O projeto Incentivando e Valorizando o Educador e o Grupo de Voluntariado do Marista Rosário receberam os selos Top Ser Humano e Top Cidadania, respectivamente, da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH). (Porto Alegre)
PREMIAÇÕES
Mais de 100 pessoas participaram da cerimônia de lançamento do Centro Esportivo Marista Jovens Talentos. O novo espaço é voltado para todos os atendidos do Centro Social e da Escola de Educação Infantil Marista das Águas, na Ilha Grande dos Marinheiros. (Porto Alegre)
A inauguração da rampa de acessibilidade, construída no pátio interno do Marista João Paulo II, foi comemorada no Dia do Estudante, 11 de agosto, com uma programação repleta de atrações, como o show da banda Surf Sessions. (Brasília)
destaques No segundo semestre, nove colégios da Rede Marista RS | DF | Amazônia lançaram seu Planejamento Estratégico 2012-2022, que reúne uma série de iniciativas e projetos com foco na inovação e qualificação da educação oferecida.
A Irmã Genoveva Guidolin teve sua atuação reconhecida com o Prêmio Educação RS 2013, concedido pelo Sindicato dos Professores do Ensino Privado do RS (Sinpro). Primeira professora mulher do Marista Rosário, a educadora trabalha há 44 anos na instituição. (Porto Alegre)
"Aprendemos de todos os jeitos" é o mote da Campanha de Fidelização e Captação de Estudantes 2013/2014, vivenciada nos colégios e estampada em anúncios, comercial na TV, outdoors, entre outras mídias externas, e materiais de divulgação.
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gente nossa
Profissional
multitarefa Natural de Cachoeira do Sul, alexandre garcia tem uma longa trajetória no telejornalismo nacional Conhecido por seus comentários políticos na TV, Alexandre Eggers Garcia tem uma carreira consolidada no jornalismo brasileiro. Ao longo de sua trajetória, acompanhou fatos importantes, como o processo de impeachment do presidente Collor, a implementação do Plano Real e as eleições de Fernando Henrique Cardoso. Há 25 anos, ele integra o time de apresentadores da Globo. “Tenho meu programa semanal na GloboNews e sou comentarista do Bom Dia Brasil e do DFTV. Além disso, faço comentários diários em 230 emissoras de rádio, talvez isso seja recorde mundial, e escrevo semanalmente para 34 jornais”, relata enquanto se prepara para substituir o apresentador Willian Bonner na bancada do Jornal Nacional. Com tantas atribuições, ele conta que nem sempre consegue priorizar todas as suas atividades. “Estou cada vez aceitando menos contratações para palestras, por falta de tempo”.
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Nascido em 11 de novembro de 1940 em Cachoeira do Sul, no Vale do Rio Jacuí, Garcia teve sua vida escolar marcada, principalmente, pela educação marista. Entre 1951 a 1955, estudou no Ginásio Cristo Rei, instituição fundada por Irmãos Maristas no município de Estrela. Foi nessa época que surgiu o interesse pela arte de contar histórias. “Na segunda série do ginásio, o professor de Português me disse que eu havia conseguido fazer uma reportagem. Desde então, a tendência era escrever”, ressalta. Durante o ano de 1960, chegou frequentar a Escola Técnica de Comércio Roque Gonçalves, em Cachoeira do Sul, onde atualmente funciona o Colégio Marista Roque. A graduação em Jornalismo ocorreu de 1968 a 1971, na Faculdade de Comunicação Social da PUCRS, em Porto Alegre. Os tempos de escola são relembrados com saudosismo. “Dois ex-professores maristas são meus amigos até hoje. Às vezes, os formandos de 1955 se reúnem. O diretor da época, Irmão Valério, foi um feliz reencontro que tive, quando me mudei para Brasília, onde ele construía a Universidade Católica”, revela. Além dos laços de amizade, a disciplina e os valores compartilhados contribuíram para a sua formação pessoal. “O exemplo de vida ascética dos maristas, a humildade, simplicidade e a lição de que quando mais sacrifício na jornada, maior o prazer na chegada, foram os principais ensinamentos que tive naquela época.” Aos 73 anos de idade, o pai da Denise, da Júlia e do Gustavo também encontra tempo para cuidar de si mesmo, mantendo uma rotina regrada de atividades físicas. “Minha semana tem um dia para nadar, outro para caminhar, outro para pedalar, entre outras atividades”, afirma. A paixão pela leitura também tem espaço cativo no seu dia a dia. “Como estou em aviões algumas vezes por mês, sempre escolho um livro como companheiro de viagem. À medida em que se lê, mais se constata o pouco que se sabe”, reflete.
© Fotos: Arquivo pessoal
essência
ir. nilvo luiz favretto Irmão Marista da Rede Marista RS | DF | Amazônia
Missão Marista
entre os indígenas Ao fundar o Instituto Marista, São Marcelino Champagnat deu prioridade à educação como espaço privilegiado de evangelização no ambiente escolar, fazendo a catequese e despertando a devoção à Maria e o amor a Jesus. Os povos indígenas também merecem a nossa atenção. Desde 2002, marcamos presença significativa entre os indígenas na tríplice fronteira Brasil, Colômbia e Peru. A educação escolar indígena tem um caráter peculiar e específico: deve valorizar sua cultura, seus mitos, suas crenças, sua tradição e sua língua – o que está garantido na Constituição Federal, no artigo 210. Por isso, catequizar esse povo passa a ser um desafio muito grande, pois devemos respeitar as suas peculiaridades. Em nossa região, existem muitos povos indígenas com diferentes línguas e costumes. Podemos citar Ticunas, Matis, Matsés, Marubo, Kanamary, Kulina, entre outros. A partir do contato com pessoas de fora, esses povos passaram a sentir a necessidade de ter acesso à educação para poder se relacionar com a sociedade, estabelecer um mínimo de igualdade de condições e não serem “enrolados” ou “enganados” pelos “brancos”. Atualmente, a nossa presença se dá no Vale do Javari, no Amapá, por meio do acompanhamento pedagógico de professores indígenas, com visitas às
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comunidades-escolas. Acompanhamos de perto e in loco o trabalho educativo de cada professor, ajudando-os em suas dúvidas, necessidades e sua metodologia a fim de garantir uma educação diferenciada e de qualidade. Assim, surgiu a necessidade da construção do Projeto Político Pedagógico (PPP) de cada povo. A Secretaria Municipal criou uma Coordenação Pedagógica, da qual faço parte. O trabalho é desafiador. Considero que o mais difícil é “respeitar” a diversidade sem ferir os seus costumes. O tempo desses povos é bem diferente do nosso. Tem outra lógica, outro tempo.
Há etnias que já elaboraram o seu PPP com a assessoria de ONGs. Apesar de nem sempre se levar em conta a qualidade, as diferenças e as especificidades de cada povo e sua cultura são respeitadas – e muito. Acreditamos que para esse trabalho há sempre espaço para algum voluntário que se sinta chamado a colaborar conosco, tais como profissionais da área da Pedagogia, linguistas para estruturação da língua materna, elaboração de gramáticas, cartilhas, livros de literatura e dicionários. Juntos, podemos continuar o sonho de Champagnat e partir para a construção do bem-viver.
O voto de pobreza perante o
consumismo
do mundo atual larmente das quantias postas a seu dispor. Tudo quanto o Irmão adquirir por seu trabalho ou por ser membro do Instituto, e o que receber a título de aposentadoria, subvenções, seguros, salários ou benefícios sociais, pertence ao Instituto” (C. 668, c).
nosso Modo de vida, nosso voto de PoBreza Uma das características da vida religiosa é a comunidade, na qual colocamos em comum tudo o que temos. Tudo o que existe na comunidade – moradia, móveis, bibliotecas, conduções, dinheiro, pertence à comunidade e está apenas a serviço dos Irmãos. Assim, podemos cumprir nossa missão: a santificação pessoal, da comunidade, e levar o bem ao povo de Deus – de modo especial às crianças e aos jovens menos favorecidos. Pessoalmente, cada Irmão não é dono de nada. Ao falecer, um Irmão pode deixar uma grande herança espiritual, mas nenhuma herança material para distribuir entre seus parentes.
coMo se vive o voto de PoBreza? Há muitas demonstrações da vivência do voto: vestir-se bem, mas sem exibicionismo; alimentar-se bem, mas sem excessos; ter uma moradia simples da qual se cuida como se fosse sua; ter o necessário para bem cumprir a missão; ter um grande espírito de família; dar a contribuição do próprio trabalho, sem perder tempo. Os superiores têm a obrigação de cuidar para que
nada falte aos Irmãos de sua comunidade, como alojamento, alimentação, cuidados com a saúde, roupas, livros, meios didáticos, estudos, viagens, férias, e o que mais signifique de gastos indispensáveis. Nossa pobreza se reflete também nas nossas obras. Nelas nada deve faltar do que é necessário ao seu bom funcionamento. Essa é uma lição que aprendemos com Champagnat e os primeiros Irmãos: “Melhor não construir do que construir mal”. Naturalmente, quando nos encontramos com este nosso mundo do consumismo, nosso voto de pobreza e, sobretudo, o “espírito de pobreza” sofre sérios desafios. Por isso mesmo, somos chamados a prestar atenção sobre como viver a pobreza religiosa neste mundo. Todos os bens de que dispomos têm um modo de serem usados e têm uma finalidade: levar os ensinamentos de Deus para todo o mundo.
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“Perfectae Caritatis”= “A caridade perfeita”
(Documento do Concílio Vaticano II), 13, 2 2
c. 600
© Foto: Divulgação
A vida religiosa tem seu sentido profundo no seguimento de Cristo: pobre, casto e obediente. Ele nasceu pobre, em um presépio. Morreu na cruz, despojado de tudo. Recebeu sepultura em uma tumba emprestada por um amigo. Tendo essa história como exemplo, os Irmãos fazem o voto de pobreza, depois de 6 a 8 anos de formação, e se empenham em ter o coração desapegado dos bens deste mundo e entregá-lo unicamente a Deus e a serviço do próximo. Nosso espelho fundamental é Cristo, em sua pobreza e em sua confiança no Pai do Céu. Depois, Nossa Senhora, Champagnat e os primeiros Irmãos. A vivência de cada um se traduz em diversas manifestações que vão nos fazendo entender o que é ser "pobre", no sentido evangélico do termo. Não é um voto fácil de viver e, muitas vezes, ele corre o risco de ser tratado como um conjunto de palavras que traduzem uma mentira. Por isso mesmo, nós, Irmãos Maristas, estamos continuamente nos examinando a respeito das exigências desse voto. Todos esses e outros pensamentos vêm traduzidos para nós em nossas Constituições. O número 29 das Constituições do Instituto reza: “O conselho evangélico de pobreza implica uma vida pobre de fato e de espírito1. Renunciamos a dispor de qualquer dinheiro ou outro bem material de algum valor2, sem autorização. Para usar dinheiro, o Irmão age sob a dependência de seu superior imediato. Presta-lhe contas regu-
ir. cláudio girardi Irmão Marista do Grupo Marista
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solidariedade
De educando
a educador
social Nos Centros de Recondicionamento de Computadores (CRCs), a vida de muitos jovens se transforma. Desenvolvido em três Unidades Sociais Tecnológicas da Rede Marista, o projeto não só recondiciona equipamentos, aumentando o tempo de uso dessas máquinas, como também oferece oportunidade profissional a centenas de jovens. Por meio da inclusão digital, muitos educandos se tornam educadores sociais. À frente de suas turmas, esses jovens educadores levam adiante todos os ensinamentos adquiridos nas unidades. Ao mesmo tempo em que aprendem sobre hardware, software, lixo eletrônico, desmonte e recondicionamento de equipamentos de informática, os educandos também compartilham valores maristas. Para Cristiane de Aguiar Silva, 24 anos, ex-educanda do CRC Cesmar e educadora social do Polo Marista de Formação
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Cristiane de Aguiar Silva dá aulas de Informática no Cesmar.
Nos Centros de Recondicionamento de Computadores (CRCs) das Unidades Sociais Tecnológicas da Rede Marista, jovens realizam o sonho da formação profissional
Tecnológica, em Porto Alegre, as experiências que acumulou são verdadeiras lições de vida. “Mudei meu jeito de pensar e meu comportamento. Aprendi que pessoas não são iguais a máquinas”, diz Cristiane. Criado em 2006, o CRC Cesmar foi o primeiro a ser inaugurado no Brasil dentro do Programa Computadores para Inclusão, do Governo Federal. O segundo CRC Marista está localizado em Santa Maria, no Centro Social Marista Santa Marta. O mais recente é o CRC do Centro Social Marista de Formação Tecnológica, em Viamão. Juntos, eles atendem a mais de mil jovens por ano e, para a maioria, representam uma oportunidade de ingressar no mercado de trabalho. Vindos de comunidades em situação de vulnerabilidade social, os educandos que agora atuam como educadores sociais são mais do que instrutores: eles são exemplos de vida em suas comunidades.
da PriMeira turMa do crc cesMar Antes mesmo de inaugurar o CRC no Cesmar, Cristiane de Aguiar Silva já tinha feito o curso de informática básica oferecido pela unidade. Na sequência, começou a fazer outro – o de manutenção de máquinas. Em 2006, quando tinha 17 anos, tornou-se educadora social do CRC, assumindo a sua primeira turma. “Havia educandos com mais de 20 anos de idade no grupo, e eu só tinha 17. Mesmo assim, mostrei os meus conhecimentos e conquistei o respeito de todos”, comenta Cristiane. Natural de São Gabriel, a educadora se mudou para Porto Alegre há 12 anos, deixando na Região da Campanha o seu sotaque e a sua timidez. No início, a adaptação foi complicada, mas nem por isso ela desperdiçou as chances que apareceram em seu caminho. “Uso sempre o meu exemplo
ch, que estava oferecendo um curso de informática básica. Foi assim que começou a história de Gleen com a inclusão digital. “Em 2006, eu monitorava o grupo de moradores no projeto Internet para a comunidade. As pessoas acordavam muito cedo para ter acesso à internet, pegavam a ficha na secretaria da escola e esperavam em frente ao laboratório de informática. Eu sempre ficava impressionado com a quantidade de gente que procurava o serviço na época”, ressalta Gleen. Do período em que esteve no CRC, ele conta que foi uma das melhores épocas de sua vida. “Tudo o que sei sobre informática, som e software livre eu devo ao CRC”, reconhece o atual educador social do Centro Marista de Inclusão Digital (Cmid), um dos projetos do Centro Social Marista Santa Marta. E completa: “Estar comprometido com o conhecimento a fim de evoluir a consciência do educando é um trabalho fantástico, e hoje não me vejo fazendo outra coisa”.
Gleen Soares trabalha no Centro Marista de Inclusão Digital (Cmid).
Da janela de casa, o começo de tudo Em 1995, Gleen Eduards Menezes Soares, 23 anos, assistiu ao início da construção da Escola Marista Santa Marta da janela de sua casa. Como estudava em uma escola longe do bairro onde morava, ele criou uma grande expectativa em relação à unidade Marista. Afinal, bastaria atravessar a rua para chegar até a escola. Depois de estudar durante três anos no Marista Santa Marta e se dedicar à horta comunitária no turno inverso ao da escola, Gleen não abandonou o ambiente escolar nem mesmo quando deixou de ser estudante. Ele se envolveu com eventos, ações e com a Pastoral Juvenil Marista (PJM), até que, em 2005, foi abordado pelo atual articulador das Unidades Sociais de Tecnologia, Eloir Rockenba-
Jonata Nunes atua há seis anos na Rede Marista.
Centro Social novo, educador experiente Primeiro projeto do Centro Social Marista de Formação Tecnológica, o CRC Viamão integra o Programa RS Mais Digital, do Governo do Estado, e é patrocinado pelo Banrisul. A unidade foi inaugurada em abril deste ano, mas o educador social Jonata Figueiró Nunes, 22 anos, trouxe para o Centro Social toda a bagagem que adquiriu na área de tecnologia no Cesmar. Lá, fez o curso de manutenção e configuração de computadores, tornando-se
instrutor de hardware. “Com o dinheiro que comecei a ganhar, tive condições de investir ainda mais na minha formação”. Por isso, Jonata também procurou cursos externos para aperfeiçoar o seu conhecimento e participou de diversos eventos de tecnologia, como o Fórum Internacional de Software Livre (Fisl). Há quase seis anos na Rede Marista, ele também encontra tempo para estudar: está cursando a distância o curso de Gestão e Tecnologia da Informação na Universidade Paulista (Unip). “A Rede Marista transformou a minha vida. Hoje, com 22 anos, eu estou casado, tenho uma casa própria e moro em Viamão. Quero ver o mesmo acontecer com os meus educandos”, finaliza Jonata.
O que é um CRC? Projeto vinculado ao Programa Computadores para Inclusão, do Ministério das Comunicações, os Centros de Recondicionamento de Computadores (CRCs) são espaços estruturados para realizar, em larga escala, a recepção, recuperação e destinação de computadores usados, descartados por órgãos públicos, empresas privadas e cidadãos. Os processos foram estabelecidos de modo a promover a qualificação profissional de jovens de baixa renda, moradores das periferias de grandes metrópoles, onde, em geral, existem poucas oportunidades de formação técnica e profissional. Sob essas diretrizes, foram implantados Centros de Recondicionamento de Computadores em Porto Alegre (RS), Gama-Brasília (DF), Guarulhos (SP), Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Lauro de Freitas (BA) e Belém (PA). Esses CRCs foram montados para reaproveitar equipamentos usados em larga escala, apoiando a disseminação de espaços públicos gratuitos de acesso às Tecnologias da Informação e Comunicação e, ao mesmo tempo, a formação de jovens de baixa renda em situação de vulnerabilidade social. Fonte: Secretaria de Inclusão Digital do Ministério das Comunicações
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© Fotos: Divulgação
em sala de aula. Tem muita coisa que nos faz querer desistir, mas nós temos que agarrar as oportunidades”, afirma. A educadora social ajudou a formar muitos educandos que agora são seus colegas no Polo Marista de Formação Tecnológica. Como trabalha em uma área que está sempre apresentando novidades e mudanças, Cristiane nunca deixou de estudar. Atualmente, faz um curso técnico em informática e já está decidindo que faculdade quer fazer nos próximos anos. “Sempre morei com meus pais na comunidade, e eles se preocupavam com a violência local. Hoje, vejo que eles têm orgulho por eu ter escolhido outro caminho.”
© Foto: Divulgação - Turismo e Negócios
como fazer
Sobra
diversão e não falta dinheiro Vai chegando o período de férias e a criançada só pensa em uma coisa: qual será a programação? Por eles, não passam nem um dia em casa. A tarefa a ser empreendida pelos pais é conciliar lazer com gastos conscientes e experiências de valor. Para que o discurso do consumo sem exageros não vá embora no primeiro dia de férias, a psicóloga Renata Kreutz, mãe de Maria Eduarda, 11 anos, aluna do Colégio Marista Rosário, do Rio Grande do Sul (RS), conta que a conversa com os filhos é muito clara. “Férias é momento de curtir em família, de descobertas. Não significa poder gastar mais. Afinal, os compromissos financeiros continuam os mesmos na volta.” Explicar aos filhos o propósito do passeio ou viagem previamente também é eficaz. A psicopedagoga Adriana Torres, assessora pedagógica da agência de viagens Meeting Way, especializada em viagens focadas no enriquecimento cultural e nas experiências diferenciadas, explica que o segredo está muito mais na frequência com que essas práticas são vivenciadas pela família do que propriamente em uma organização pontual. “Uma simples saída para
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São Paulo guarda passeios enriquecedores, dentre eles: o Museu da Língua Portuguesa, o planetário do Parque Ibirapuera, o Aquário de São Paulo e o local onde Dom Pedro I deu o grito da independência.
Férias é sinônimo de lazer e experiências de valor. Deixe as compras para outra hora e aproveite o tempo em família Por Michele Bravos
um cinema tende a ser um sucesso, desde que planejada de uma forma calma e amistosa com foco no tema tratado e não na aquisição de brinquedos e pipoca.” A advogada Eliane Massari, mãe de Victoria, 15 anos, e Igor, 11, ambos alunos do Colégio Marista Nossa Senhora da Glória, de São Paulo (SP), exemplifica que se os pais focam a viagem para o consumo, as crianças, naturalmente, já saem de casa com a proposta clara de que “vamos viajar para comprar e gastar”. Além disso, ela reforça que a conduta dos pais precisa ser condizente com o que pregam. “Tudo depende do planejamento inicial da viagem. É preciso mostrar que a viagem por si trará valor ao conhecimento deles, pois cada local tem características valiosas que podem ficar esquecidas se a finalidade for só comprar.”
decisÕes conJuntas O planejamento da viagem pode e deve ser compartilhado com os filhos. Aos pais cabem as escolhas de período, local e realização da viagem, já os filhos podem decidir algumas opções do roteiro, como lugares para visitar ou almoçar. “Es-
sas decisões dentro do percurso são essenciais para que os filhos se sintam atuantes e participantes no contexto familiar”, diz Adriana. A psicopedagoga orienta que o diálogo com os filhos deve ser bem aberto, informando, inclusive, quanto poderão gastar por dia. “O hábito do planejamento financeiro é uma dificuldade para muitos pais, mas compartilhá-lo com as crianças traz segurança, domínio e comprometimento com a situação.”
Mesada para viagem Se a mesada já faz parte da rotina dos filhos, essa é uma prática que pode ser mantida para a viagem. A quantia dada ao filho não deve ser muito além do que se dá normalmente e, em uma viagem, esse valor deve estar de acordo com o planejamento da família. Mas se a mesada não faz parte do dia a dia dos filhos, as férias não são um bom momento para iniciar essa ação. Pensando no consumo consciente nesse período, uma possibilidade é incentivar os pequenos a economizar para a viagem, por exemplo: “Em vez de comprar isto hoje, vamos guardar este tanto para você usar na viagem”, diz Adriana. Essa regra vale para viagens nacionais e internacionais. “Em uma viagem para o exterior, procuramos
mostrar aos nossos filhos o valor da nossa moeda em relação à moeda de outros países. Eles entendem muito bem e fazem suas próprias conversões, porque também economizam as mesadas para comprar lembrancinhas”, conta Renata.
Compras que cabem na mala Viajar e não trazer nenhum souvenir do lugar visitado é quase impossível. “Sempre compramos algo que represente e simbolize nossa passagem pelo local. Algo que dure a vida toda, servindo de ícone e símbolo: toda vez que olharmos, vamos nos lembrar dos momentos vividos”, diz Eliane. E não há problema nisso. É importante que mesmo na hora das lembrancinhas os pais prefiram optar por presentes que valorizem os momentos vividos. O ponto chave é atribuir significado à determinada compra. Eliane conta que, certa vez em uma viagem, uma colega, que vivia em um momento de economias apertadas, tirava fotos de tudo, até de objetos que não ia comprar. “Ela dizia: ‘Não comprei, mas estou levando a recordação de outro jeito. E esse jeito que levo vai ficar para sempre, pois vai ficar na minha lembrança’. Achei show o que ela falou e fez sentido para mim. São lembranças que não se estragam com o tempo.”
Dicas
Idade certa para viajar A partir de 3 anos Nessa fase, as crianças já adquirem um aproveitamento maior das aprendizagens. Começa a fazer sentido para elas a construção entre o pessoal e o meio, que deve ser valorizada. São indicadas atividades de percepções permanentes e descobertas enriquecedoras, em contato com a natureza, por exemplo. Vale ressaltar que a saída antes dos 3 anos também é funcional e possível, mas nem sempre adequada pela logística das necessidades desta faixa etária. A partir dos 5 anos A criança já tem certa autonomia. A proposta estende-se para locais que valorizem o desdobramento da ação individual em valorização das percepções do meio. As opções já são bem maiores, bem como o tempo e as intenções de cada proposta.
Em Minas Gerais, as crianças podem se encantar ao conhecer de perto as histórias aprendidas na escola, passeando pelas cidades de Tiradentes, Ouro Preto e Diamantina. O complexo Inhotim também pode fazer parte do roteiro, com mais de 500 obras de artes (na foto, a obra Troca-Troca, de Jarbas Borges), algumas expostas a céu aberto, envoltas por um Jardim Botânico de 97 hectares. Não vai faltar espaço para a criançada se divertir! © Fotos: Divulgação
l Planejamento. Muitas vezes os pais querem rodar horas no shopping, ir ao cinema, fazer compras. Tudo no mesmo dia. Excesso de propostas desfoca o aproveitamento e a criança não consegue dar o devido valor ao passeio. l Viagem programada em conjunto. Exponha para os filhos o propósito e o orçamento da viagem. Convide-os para tomar algumas decisões sobre as férias. l Programa cultural na rotina das crianças. Uma boa opção é idealizar um teatro ou uma ida ao museu com uma conversação anterior sobre o tema da peça ou da exposição escolhida, seguida de um lanche posterior, em que todos se dispõem a verbalizar o que acharam e sentiram. É uma atitude que valoriza a saída, de forma focada e não consumista.
Mesada para as férias. Incentive os filhos a direcionarem as economias da mesada para as férias.
l
l Lembrancinhas que cabem no bolso. Opte por lembranças que realmente tenham relação com a experiência vivida na viagem. Não precisam ser presentes caros. Fotos são sempre boas opções!
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suPerMercado virtual siaiacad17.univali.br/supermercadovirtual
O supermercado virtual é um jogo educacional em que a Matemática é aplicada no cotidiano. Dessa maneira, possibilita que o estudante se sinta motivado a relacionar os conceitos da disciplina com o mundo real, tendo mais facilidade na aprendizagem. alessandra Padilha, assistente de Tecnologias Educacionais do Colégio Marista Ipanema, Porto Alegre/RS
uM País chaMado infÂncia
O dia a dia de pais e filhos é marcado por momentos inesquecíveis. Inspirado nesse cotidiano, com humor e leveza, Moacyr Scliar fala sobre as relações entre pais e filhos durante a infância. Com uma linguagem divertida, a obra se divide em três seções: Travessuras, Momentos Inesquecíveis e Pais e Filhos. um País chamado infância é um livro sobre crianças para nos identificarmos e aprendermos com elas. luciana Modica, professora do Colégio Marista Assunção, Porto Alegre/RS
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© Fotos: Divulgação
Moacyr Scliar, Ática, 2002
doMínio PÚBlico www.dominiopublico.gov.br
O portal domínio Público é um acervo digital com variadas obras e sugere o compartilhamento de conhecimentos, bem como o acesso a pesquisas para educadores, estudantes e toda população em geral. De forma gratuita, os usuários têm acesso, pois são disponibilizadas informações que incentivam o aprendizado. No portal é possível consultar publicações referentes à educação, como teses, dissertações, músicas, vídeos. dione feltrin, bibliotecária do Colégio Marista Conceição, Passo Fundo/RS
desafiando gigantes Alex Kendrick, 2006
O filme conta a história de um treinador de futebol americano chamado Grant Taylor que se vê diante de vários problemas em sua vida pessoal e profissional. Sem forças para dar a volta por cima, ele deposita toda a sua fé em Deus, confiando verdadeiramente mesmo quando as circunstâncias apontam o contrário. Essa história de fé e superação mostra que tudo depende da maneira como encaramos as situações. renata Xavier, professora de Língua Portuguesa, Redação e Língua Espanhola do Colégio Marista São Francisco, Rio Grande/RS
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O desperdício e a
sustentabilidade Por Ademar Batista Pereira, presidente da Federação dos Estabelecimentos Particulares de Ensino da Região Sul (Fepesul)
É preciso políticas concretas que levem a sociedade a repensar sobre o desperdício.
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O mundo em que vivemos está focado na produção e no comércio de produtos cada vez mais descartáveis e mais baratos, fabricados em maior escala – visando baixar o custo unitário. Com isso, acontece um consumo desenfreado de coisas supérfluas, como flores, perfumes, presentes e brinquedos – em sua maioria, pequenas coisas bem embaladas em frascos ou caixas bonitas e coloridas. Na hora da compra, o comércio também dá a "pitada" no pacote de presente com outra embalagem, que, para finalizar, coloca em outra bela sacola. Ou seja, compramos uma coisa supérflua para presentear, gastamos três ou quatros embalagens para embelezar ainda mais o presente ou apenas para mostrar que aquilo foi comprado na loja tal. Essas embalagens serão jogadas no lixo, em sua grande maioria. Algumas pessoas podem até amenizar e separar como resíduos sólidos para reciclagem na ideia de proteger o meio ambiente. No entanto, essa consciência também deveria ser ativada antes, já que para produzir essas embalagens são necessários muitos recursos naturais e químicos. Além de gerar uma grande quantidade de poluição no
seu processo de fabricação, quando separamos para reciclagem são necessários novos recursos para reciclar, como combustível, água, energia e mais poluição no processo de reciclagem. Em Curitiba (PR), o projeto Lixo Que Não É Lixo, que existe há mais de 20 anos com cooperativas de reciclados, separa apenas 20% dos resíduos sólidos. No Brasil, menos de 10% são reaproveitados. Mesmo que separássemos tudo e reciclássemos estaríamos fazendo pouco para a sustentabilidade. Precisamos urgentemente rever nossos hábitos, evitar comprar tantos supérfluos e, ao comprar, procurar adquirir coisas mais úteis e, principalmente, não utilizar tantas embalagens. É preciso políticas concretas que levem a sociedade a repensar sobre o desperdício. No Brasil, temos uma noção de que devemos taxar ou penalizar a indústria ou quem produz o resíduo, mas enquanto o consumidor não for levado a essa consciência do consumo exacerbado e de compras que destroem o mundo, penas também deveriam ser estudadas. Não teremos sustentabilidade e, sem uma vida mais sustentável os problemas que enfrentaremos serão imprevisíveis. Vale a reflexão.
© Foto: Arquivo pessoal
olhar
comprar
curiosidade
alivia o estresse?
Mito ou verdade? Será que as pessoas fazem compras como uma forma de aliviar o estresse? Por que ele pode ser um incentivador do consumismo? Diante das várias cobranças que recebemos de todos os lados, por vezes criamos mecanismos para aliviar a tensão, como comprar. o problema é que esse alívio imediato pode se tornar mais um motivo estressante. Por Julio Glodzienski
Sim, comprar alivia mesmo o estresse! Segundo a professora da PUCPR Fernanda Renata Mendonça, também consultora em psicologia organizacional e do trabalho, indo ao shopping ou ao mercado, a pessoa sai do ambiente e da situação que a estressa e distrai a mente com estímulos atrativos.
É nessa frustração que o consumidor compulsivo não se satisfaz com a compra de um objeto (bem ou serviço). Para a consultora, “ele tem um alívio pequeno na tensão, mas esta logo se eleva novamente, uma vez que o estímulo não é percebido como suficiente. Assim, a pessoa volta a comprar um produto mais inovador ou outro produto, pois emerge uma nova necessidade.”
O consumismo acaba se tornando uma “válvula de escape” para aliviar o estresse. O que se passa é que, ao consumir, tira-se o foco do problema e da tensão. A energia psíquica é deslocada para objetos de consumo, visando a uma satisfação imediata.
Outra questão que pode se apresentar é o sentimento de culpa que surge após adquirir algo. Isso ocorre porque a pessoa, ao realizar a compra, sai da situação estressante e passa a analisar os fatos mais racionalmente, identificando que, por vezes, não havia necessidade de adquirir determinando produto/serviço. Além disso, há, ainda, a possibilidade de a pessoa se transformar em um consumidor compulsivo, comprando por impulso e deixando a razão de lado.
Comprar é bom. Quem não gosta de adquirir novidades que atire a primeira pedra! Mas consumir em excesso tem seus aspectos negativos. Quando as compras começam a exceder o orçamento financeiro pessoal, é hora de se monitorar, pois um novo estresse pode ser desenvolvido diante de resultados negativos no saldo bancário.
Mas, afinal, o que é estresse? Do inglês stress, o termo significa pressão, influência ou tensão. No dicionário, encontra-se a seguinte definição: “conjunto de reações do organismo a agressões de ordem física, psíquica e outras capazes de perturbar-lhe a homeostase (equilíbrio)”. Suas manifestações variam positiva ou negativamente de pessoa para pessoa.
Mas, cuidado! Algumas vezes sua tensão pode não ser totalmente suprida após algumas compras, como afirma a professora Fernanda. Se o desejo continua não satisfeito, o indivíduo volta a consumir ou se frustra.
Busque outras formas de aliviar as tensões causadas pelo dia a dia. Praticar esportes, fazer massagens, ler, manter uma vida organizada e dormir bem são formas que podem melhorar a qualidade de vida. Desse jeito, você não estará sendo um consumista desenfreado, e, sim, consciente de suas necessidades. O planeta agradece!
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diversão
NADA além da imaginação Por Elizangela Jubanski
Depois de reservar uma brecha diária para curtir os filhos em casa, é hora de aprender a brincar apenas com um elemento essencial: a família! Tão importante quanto compreender o que é ter responsabilidade de consumo é saber driblar os diversos brinquedos nada sustentáveis, coloridos, que piscam o todo tempo e deixam a garotada extasiada. Para isso, apresentamos (ou melhor, relembramos) brincadeiras muito divertidas que unem oportunidades
importantes: a percepção de que, na verdade, para brincar, a criança só precisa de imaginação. Para o filósofo francês Gilles Brougére, especialista em Educação Infantil, “a criança não brinca em uma ilha deserta, ela brinca com as substâncias materiais e imateriais que lhe são propostas. Brinca com o que tem na mão e com o que tem na cabeça”. Diante disso, prepare-se para uma imersão nas brincadeiras que nunca se desgastam.
Pedra, PaPel ou tesoura Pedra: mão fechada. Papel: mãe aberta. tesoura: dedo indicador e médio. Os participantes escondem as mãos atrás das costas e escolhem um deles. Ao dizer "pedra, papel ou tesoura", todos mostram a mão. Pedra ganha da tesoura; tesoura ganha do papel e papel ganha de pedra.
Todos formam um círculo. Na brincadeira, um escolhido para começar o "telefone sem fio" diz uma frase com pelo menos cinco palavras no ouvido de quem estiver sentado à sua direita. Esse que ouviu a frase deve repassar àquele ao lado, que deve dizer ao próximo e assim sucessivamente. O último conta, em voz alta, a frase que ouviu e todos comparam se ela chegou em sua forma original ao participante. Sai cada coisa, acredite!
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© Fotos: Letícia Akemi
telefone seM fio
Sombras chinesas
Essa brincadeira é imaginação pura. Consiste em compor figuras com as mãos diante de uma lâmpada, projetando a sombra na parede de forma que sejamos capazes de imitar os movimentos do animal ou do que quisermos.
Pique-esconde Uma pessoa é escolhida para vendar os olhos ou fechá-los para que não veja o restante das pessoas se esconder. Ela conta até o número 31 e depois sai pela casa ou quintal à procura dos que estão camuflados pelos esconderijos do local. Na medida em que encontra os participantes, aquele que está à procura de todos corre para o ponto inicial para "bater" a descoberta do participante. Não esqueça que o último participante que consegue se manter escondido pode apelar para o clássico: "31 salva todos".
Adoleta
Nessa brincadeira, a criatividade é a cantoria, já que nada, além das mãos, será preciso. Os participantes recitam ou cantam versos e seguem o que está proposto na letra: mãos para cima, mãos ao lado, tocam o amigo, imitam bichos, viram de costas e tudo mais o que o verso mandar. Para brincar, é preciso ao menos dois participantes, mas é possível bater palmas em grupo ou em rodas.
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