Anual 2019 N º 3
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Aconteceu no Newton
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Mulheres de VOZ
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Newton Por Aí
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Fica a Dica
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Ensaio Fotográfico Diversidade Religiosa na Escola Pública 1
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Revista Empoderar N° 03 [livro eletrônico] : discutindo a diversidade e as relações étnico-raciais / -- 1. ed. -- Osasco : Escola Estadual Newton Espírito Santo Ayres, 2020. PDF Vários colaboradores. ISBN 978-65-992130-0-7 1. Aspectos socioculturais e educacionais 2. Educação 3. Diversidade cultural 4. Religião Aspectos culturais 5. Gênero e sexualidade.
20-42734
CDD-370.1934 Índices para catálogo sistemático:
1. Educação : Aspectos socioculturais : Sociologia educacional 370.1934 Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129
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Sumário Pág.
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Aconteceu no Newton 05 .... Tintas Naturais EscadArte 06 .... MMR Setembro amarelo 08 .... Arte Contemporânea 09 .... Rádio Newton 10 .... Mercadinho do G 11 .... Usp - Lab Oficina: Canto, Movimento e Percussão 12 .... Flexões performáticas Desfile Consciência Negra 13 ... Sarau Noturno
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Mulheres de VOZ
14 .... Talicia Venâncio Pereira Venâncio 15 .... Régia Gomes da Silva
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Ensaio Fotográfico Diversidade Religiosa na Escola Pública Newton Por Aí
28 .... CUCo Competição USP de Conhecimento Visita ao Museu MAC - USP 29 .... Videoconferência “Valorização da Estética e Tecnologia Africana e Afro-brasileira”
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Fica a Dica
30 .... Emicida - Album Amarelo Artistas - Dingos Del Barco - Hebert Filme - O ódio que você semeia Revista - Tia Concha Site - Arquivos de Okan
Com imenso orgulho apresento a 3ª Edição da Revista Empoderar, fruto do trabalho idealizado e concretizado por professores e estudantes da Escola Estadual Professor Newton Espírito Santo Ayres. Este número da revista apresenta as atividades que aconteceram no Newton, realizadas no decorrer do ano letivo através dos inúmeros projetos interdisciplinares cujos diversos temas desenvolvidos procuram sempre trazer à tona discussões e reflexões sobre a diversidade, seja de raça, gênero, religiosa ou cultural. Por toda a revista podemos encontrar artigos e poesias fascinantes que revelam o dom e a arte dos nossos alunos escritores. A seção de fotos desta edição retrata a Diversidade Religiosa na escola pública, não apenas na vestimenta, mas também abordada por meio de diferentes prismas em atividades executadas na escola. Textos escritos por mulheres Empoderadas que relatam os desafios que enfrentaram durante suas trajetórias de vida. O que mais impressiona quando a revista fica pronta é perceber que a Escola Newton conseguiu promover um ambiente participativo, aberto e integrado propiciando condições para uma aprendizagem significativa, atualizada e de excelência. Esperamos que todo esse trabalho magnífico feito dentro de uma Escola Pública possa contribuir para a reflexão dos alunos, professores e demais leitores. Maria de Fátima Cardoso Ramires Diretora de Escola
Novidade
Tag Beba poesia - encontre em diversos pontos desta edição um espaço para relaxar e beber poesias. Diretora Executiva Maria de Fátima Cardoso Ramires
Direção editorial e criação Vânia Santos e Rafael N Figueiredo Edição de texto Isabela Pacheco Revisão de texto Leonardo Borgo Agradecimento Ivo Dias e Renato Silva Lima
Colaboradores Professores e professoras: Márcia V. M. Urban, Lucas, Siomara, Rose Cristina, Saulo, Agnes, Dulce, Carol e Daniela.
Revista anual sem fins lucrativos sobre a Diversidade e as Relações Étnico Raciais, editada por professores, estudantes e comunidade da E. E. Newton Espírito Santo Ayres. Realização:
Fale com a Redação revistaempoderar@gmail.com fb.com/revistaempoderar (11) 3609 2377 | (11) 9 8145 6240
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Desde 2015, junto com os professores Ivo e Renato, me envolvi no trabalho e desenvolvimento das ações do ERER+, e foi a partir de uma proposta dos professores que a Revista Empoderar foi pensada. Eu sou Gilvânia Santos Silva (Vânia Santos) mãe, mulher negra, professora de arte, dançarina, nordestina e periférica. Essa terceira edição é muito especial para mim, pois além de estar à frente da organização da revista – com toda equipe gestora, docente (em especial o professor Rafael) e discente componho a gestão escolar na função de coordenadora pedagógica ao lado de Paulo Cézar Buzon. São imprescindíveis as ações desenvolvidas por meio do ERER+, pois são a partir delas que garantiremos a equidade, a igualdade e a certeza de que todas, todos e todes possam viver livremente. Não posso deixar de falar também que
Com alegria e satisfação que participo desta edição da Revista Empoderar, para a qual não haveria título melhor, pois o que não falta na escola pública é o poder, principalmente o poder de transformar a vida de nossos alunos. A cada ano a escola Newton tem se superado em ralação ao trabalho da Equipe Gestora, projetos e atividades interdisciplinares desenvolvidos por professoras e professores, juntamente com nossos queridos alunos e alunas. Muitos destes projetos terão destaque nesta edição. Para mim é motivo de muito orgulho estar à frente da Coordenação Pedagógica desta escola junto com a Gilvânia, e tendo como parceiros ilustres professores que não medem esforços para desenvolver seu trabalho e sempre abraçam as propostas da Coordenação, tendo como exemplo aulas diversificadas e grandes projetos que culminaram na segunda edição da grandiosa Expo Newton. Dentro da escola pública, to4
eu, mulher negra, ocupar um lugar de liderança, faz com que alunos e alunas sintam-se representados (as) e se fortaleçam ainda mais para combater o racismo, o preconceito, a intolerância e a desigualdade. Precisamos de fato assegurar as aprendizagens pautadas numa educação libertadora e igualitária. Para isso, precisamos estar atentos e atentas, com as discriminações, o racismo e todas as formas de preconceitos no ambiente escolar e não diminuí-las e/ou ignorá-las, pois o aprendizado fica comprometido diante dessas agressões e violências. Os trabalhos encontrados nesta edição estão lindos e intensos e a cada ano a Revista Empoderar se fortalece com um envolvimento potente da comunidade. Aproveite a leitura! Professora Coordenadora
dos os dias, são dias de aprendizado para todos nós. Citando Esopo, que diz: “Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar. ” – entendo esta colocação como uma escola com equidade e justa, onde todos são iguais e têm o poder de Empoderar o próximo. Juntos na busca de uma Educação de qualidade, digna para todos e transformadora de vidas.
Paulo César Buzon Professor Coordenador
Tintas Naturais
Aconteceu no Newton
A iniciativa de Tintas Naturais que foi desenvolvida na Escola Estadual Professor Newton Espírito Santos Ayres foi um sucesso. Trabalhar com algo cultural que vem sendo retratado há muito tempo foi realmente proveitoso dado que a experiência adquirida com esse programa pedagógico revelou resultados muito produtivos entre os alunos e os professores participantes. Na prática, a proposta teve como objetivo ensinar os estudantes que as tintas nem sempre são compradas em lojas, e sim que podem ser confeccionadas com materiais que são usados em nosso dia a dia e que não prejudicam o meio-ambiente. Como um participante do projeto, posso afirmar que sua decorrência foi excelente, a forma de trabalho em grupo entre nós, alunos, foi surpreendente, a empolgação de todos que escreveram sobre nossa iniciativa e manusearam os produtos, foi diferente dos dias que temos a rotina básica e “chata“ que todos normalmente vivemos. Nosso propósito em si planejado para mudar a normalidade
Flávio Arlindo Pedroso dos Santos - 9 º E
das aulas. Com a formulação dos materiais escolhidos, obtivemos muitas informações, então começamos a pesquisar o principal, o que são tintas naturas? Bom, um assunto que abre várias possibilidades, mas que vem somente de uma origem: tintas naturais ou pigmentos naturais são substâncias químicas que vêm de origem natural ou que não sofreram modificações humanas. Mas quem os usavam? Eram materiais muitos usados em povos indígenas, quilombolas e outras populações como misturas em alimentos, como pintura corporal para um evento especifico de luta, para guerras e passagem, e claro que também para tingimento de roupas e outros diversos materiais. Com o projeto feito, aprendemos e redescobrimos a importância dos pigmentos naturais, causas novas, lugares, misturas, formulas e como tudo isso pode ajudar a criar uma fonte de renda alternativas para comunidades carentes, para um futuro ecológico e sustentável e que resgate o conhecimento que pode colaborar para uma melhora do desenvolvimento social.
Escadarte O projeto EscadArte tem como objetivo ampliar o diálogo e visibilidade da escola com a comunidade ao entorno, modificando e revitalizando uma via pública próxima a escola. Com a turma do 2º Ano A, foram desenvolvidos conteúdos de arte contemporânea e grafite a fim de realizar uma atividade com embasamento curricular, atribuindo maior valor a ação. Todo o mérito da obra artística vai à turma que abraçou a causa e surpreendeu com o compromisso e comprometimento para limpar e devolver a vida e beleza ao escadão. O trabalho não terminou, ainda falta muita coisa a ser feita, como solicitações de iluminação e acessibilidades com a prefeitura e finalizar a pintura e performances, muitas atividades que ficam como tarefas para o próximo ano e continuar nosso desempenho com foco e engajamento.
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Reunião de Planejamento
Capacitar os professores da área de matemática com ênfase em sequências didáticas e metodológicas.
Estabelecer uma aula de matemática na semana para recuperação contínua com base em exercícios estruturais e de fixação
Faltam desenvolver ações que estabeleçam relação entre matemática e as profissões.
Falta formação contínua específica da área de Matemática
Relacionar o uso dos conteúdos matemáticos com as diversas profissões existentes no mercado de trabalho
Baixo Desempenho em Matemática no Ensino Médio
MMR
Promover Em 2017, a Secretaria da Eduem ATPC (reucação implantou o programa Gesnião pedagógica) oficinas que visem tão em Foco em 1.082 escolas eso aperfeiçoamento taduais, de 13 diretorias de ensino técnico no uso das TDICS da cidade de São Paulo. O programa utiliza o Método de Melhoria de ReMétodo de Melhoria de Resultado sultados para que as escolas conquisNão houve recutem avanços educacionais, pedagógicos e de peração contínua adequada para sagestão. nar as defasagens O objetivo do Gestão em Foco é melhorar o aprendizado de 1 milhão de estudantes do Baixo Ensino Fundamental e Médio com a forDesempenho Utilizar plamulação de planos de trabalho persoem Matemática taformas digitais nos Anos Finais nalizados e monitorados pela própria que favoreçam a Ensino Fundacomunidade escolar. O método é uti- contextualização de mental II matemálizado desde o planejamento estra- conteúdos ticos e estimulem tégico para o ano letivo e passa por o raciocínio Falta desenvollógico etapas como identificar os desafios, ver atividades lúdiFalta a percepção de cas que estimulem o planejar formas de superá-los e implanprofessores e aluraciocínio lógico nos, que a leitura tar as soluções elaboradas. e a escrita não são atribuições apenas O MMR se consolida com a execução de 8 passos: da disciplina de línConhecer o problema – Quebrar o problema – Identificar gua portuguesa a causa – Elaborar um plano de melhoria – Implementar – Acompanhar os resultados – Corrigir os momento rumos – Registrar e disseminar boas práticas. deFalta socialização das TDICS que favoreNesta edição você pode conferir os problemas cem o processo de Apresentar ensino e aprendizadetectados em 2019, assim como as ações polítiaos professogem . co-pedagógicas que visam a melhoria dos resulres estratégias de ensino que envoltados nas avaliações e na qualidade da aprendizavam obras literárias e suas releituras em gem.
https://www.educacao.sp.gov.br/gestaoemfoco/ (adaptado) 6
Realização da Feira de Troca de Livros
diferentes formas de expressão artística
Café Família Enviar atividades aos alunos par que seja realizada em casa com o auxilio dos responsáveis
Faltam atividades escolares que envolvam a família
Apresentar aos pais e familiares peça teatral que envolvam discussões e pesquisas realizadas nas aulas no âmbito familiar sobre a lei Maria da Penha.
Feira de Troca de livros
Faltam momentos de estudos com o corpo docente que promovam aproximação do vocabulário entre avaliações internas e externas
Baixo Desempenho em língua Portuguesa no Ensino Médio.
Falta a estimulo á criatividade do professor para o desenvolvimento de atividades diversificadas
Realizar formação pedagógica continuada sobre a tematica da avaliação, a fim de aproximar o vocabulatio dos enunciados das questões de avaliações internas com as externas
Formação de Professores e professoras
Palestras
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Setembro Amarelo É de fundamental importância falar sobre o Setembro amarelo principalmente nas escolas onde, infelizmente, bullying e preconceito entre nós, estudantes, é frequente. Para tentar diminuir essa distância entre os alunos, os professores, a direção e os demais funcionários da escola se juntaram e organizaram o dia do “Setembro Amarelo no Newton”, em que os participantes decoraram as salas com frases motivacionais, flores e balões. Houve várias dinâmicas com os alunos, como por exemplo: A caixa com o espelho elaborada com a professora Valentina: você abre a caixa e diz o que sente sobre essa pessoa aos demais alunos (sem que eles saibam que estão falando sobre você). Houve também a dinâmica com a professora Margareth a qual levou os alunos até o estacionamento e mostrou uma orquídea em uma árvore para que nós fizéssemos uma reflexão sobre ter um olhar mais amplo dos nossos problemas, pois podemos estar sofrendo antecipadamente por uma coisa
que fácil se resolve. Ocorreram outras dinâmicas incríveis com os demais profissionais na escola e também tivemos uma palestra fantástica sobre o assunto abordado. Muitos alunos abraçaram a causa e foram de amarelo, fizeram cartazes com frases de amor, força, superação e resiliência, e eu, falando como aluna do Newton, me senti extremamente acolhida nesse dia.
Nicole Pereira silva - 1 ºD
Arte Contemporânea Projeto desenvolvido com os alunos e alunas do primeiro ano do ensino médio com foco na apropriação do conteúdo e desenvolvimento prático para a aplicação de conceitos. Todos os trabalhos são de criações independentes dos estudantes, com o professor apenas como mediador de conteúdo, tendo como resultado, diversos temas como feminicídio, gravidez na adolescência, homofobia no ambiente escolar, suicídio e depressão.
Gravidez na Adolescência
Diversidade Cultural
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Identidade
Rádio Newton
Papai bebia as vezes, Mamãe chorava, Papai gritava, Mamãe sangrava.
A Rádio Newton foi um projeto proposto pelo Professor Rafael, por volta do meio do ano passado Ás vezes papai nem voltava... (2019), em que alunos de todos os períodos colaboMamãe ficava preocupada, rariam para a realização dessa iniciativa nos deiMas quando papai chegava xando cada vez mais próximos da nossa escola. Era Era ela quem apanhava. um trabalho totalmente voluntário, todos perguntavam se ganhávamos alguma coisa com isso, como notas na E eu, média ou até dinheiro; mas tudo era feito por livre e espontânea Escondida, vontade. Embaixo da cama A rádio não era só um trabalho, era algo que eu senMe perguntava, tia que era meu também, que eu tinha que ir fazer meu dever mesmo que ninguém pedisse, não ligava de ir três vezes ao dia Por que papai bebia ? na escola, baixar dezenas de músicas, participar das reuniões, Qual era a graça? porque tudo isso sempre foi muito prazeroso para mim, mesTomar cerveja com os caras, mo que às vezes fosse cansativo. Já fizemos parte de vários Pra bater na mamãe em casa eventos da escola deixando tudo mais dinâmico e animado. Tivemos problemas com nossos equipamentos, com a diretoria Isabela Correa, 1ºB reclamando do volume e também com nossos companheiros de equipe desistindo, mas tudo sempre foi superado, porque realmente gostávamos da rádio e queríamos fazer com que ela funcionasse, esse era o nosso dever. E se algo falhasse no decorrer da música, sentia uma vergonha e uma decepção tão grande que parecia que eu tinha escorregado em público ou algo do tipo, porque eu realmente queria que os alunos gostassem do que estavam ouvindo. Os alunos aparentemente gostavam, nunca deixavam de pedir músicas, era um pouco maçante às vezes, porém significava que estávamos atingindo nosso objetivo. Esse projeto melhorou meu senso de responsabilidade, me mostrou que sou capaz de fazer algo sozinho e que a escola é e sempre foi do aluno, e é aluno quem deve fazer a escola funcionar. Foi uma das experiências mais divertidas que já participei, passei a amar o lugar em que estudo, tudo isso graças ao professor Rafael que nos proporcionou tanto aprendizado e que reconheceu nosso valor. Mal posso esperar para voltar ao quartinho apertado, ligar o computador e colocar música para meus colegas. Caio Santos - 1 º B
Empoderamento Feminino
Homofobia na Escola
youtu.be/G6zVaCvAsR4
Relacionamentos Abusivos 9
Mercadinho do G As professoras Dulce e Siomara das disciplinas Matemática e Artes, desenvolveram com a turma do 9º ano G o projeto “Mercadinho do G”, esse que tem como objetivo apresentar conceitos relacionados aos números decimais que trabalham as habilidades verbais, como: contar, conceitos básicos de equivalência, ordenação e transformação quantitativa a socialização. Com auxílio do Professor Rafael, desenvolvendo moedas com gravuras que trabalham o tema etnias. Com notas apresentando números inteiros e decimais, trabalhando o conceito das quatro operações.
EU SOU UMA OBRA DE ARTE Sou uma obra de arte Uma criatura única Sou cheia de defeitos Mas com tantas qualidades Eu sou do Santo Do Orixá Sou filha de Zambi E junto Dele, meus Guias hão de me ajudar Eu sou preta Sou da arte Sou da dança Sou da luta Sou capoeira Sou pretegida de Oyá Tenho o amor de Oxum A fartura de Oxóssi E a benção de Olorum Sou meu livros Minhas músicas Meus estudos Minhas escolhas Criadora do meu próprio destino Não sou de desistir Posso bambear Mas nunca realmente cair Coloco os cachos para cima Olho pro alto Respiro fundo E sigo em frente Sou criada no dendê De dia, tenho a proteção dos Caboclos De noite, danço com Malandros Sou uma obra de arte Sou rodeada de axé Sou grata por todos os meus dias Tenho minha própria energia E peço que nunca me falte Força e Fé Sarah Antunes Santiago Coelho 3ºC
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USP - Lab No laboratório da escola foram instalados 10 microscópios e seis diferentes kits para o desenvolvimento de aulas práticas, todo esse material foi fornecido pelo instituto de biociências da USP. O material permaneceu na escola durante três semanas. Nesse período, foram realizadas aulas práticas com alunos dos sextos anos (A,B,C,D e E) no período da tarde, dentre essas atividades podemos citar: 1 – Microscopia: Nessa aula os alunos aprenderam a Conhecer o microscópio, seu funcionamento, como usá-lo e como preparar laminas. Esse foi o primeiro passo para descobrir o mundo microscópico. A vista humana não é capaz de perceber objetos com diâmetros inferiores a um décimo do milímetro (0,1mm ou 100µm). Com o microscópio você pode observar células vivas ou mortas cujas medidas encontram-se abaixo de 0,1mm. 2 - Eucariotos microscópicos: Durante essa aula, os alunos puderam conhecer um pouco do mundo microscópico por meio da montagem de laminas e visualização de seres vivos microscópicos (rotífero, paramécio e Euglena). 3 - Observação da estrutura interna dos vegetais: Nessa aula os alunos puderam fazer um micrótomo manual e a utilizá-lo para obter cortes finos de tecidos vegetais (tomate e cebola ) e também corar os tecidos obtidos nos cortes para poder visualizar algumas estruturas internas da célula. 4 - Observação de células humanas: Nessa aula os alunos realizaram a técnica do esfregaço para observar células de mucosa bucal, as células de sua bochecha, fixadas e coradas, são usadas para visualizar células humanas.
Oficina: Canto, Movimento e Percussão
Aula prática voltada para o público em geral sobre o universo das tradições populares brasileiras. Apresentou as canções, movimentos, toques (percussão) e personagens de alguns gêneros como Bumba Boi, Jongo, Coco, Cacuriá, Carimbó e Ciranda, a oficina trabalhou com os alunos elementos musicais, coreográficos e dramáticos que se entrelaçam como um jogo, em uma Vicência dinâmica que se aproxima do ensaio e das brincadeiras populares. A atividade foi realizada pela mestra Graça Reis e por Renata Amaral e contou ainda com a participação da jornalista Christiane Rocha. Oficina realizada com estudantes de 6º ano do ensino fundamental.
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Eleição Grêmio Flexões Performáticas O projeto atua em três eixos conceituais – Gênero, Número e Grau que caracteriza o tipo de trabalhos apresentados a cada mês. O eixo Gênero vai reunir trabalhos que problematizam as noções de gênero na atualidade: o feminino, o masculino, o LGBTQ+. O eixo Número pretende falar sobre as noções de corpo individual e corpo coletivo, trazendo à tona as ideias de público e privado, singular e plural. Já o eixo Grau tratará da noção de intensidade na performance, ou seja, pretende fazer um contraponto entre trabalhos sutis ou aqueles mais radicais. Por meio de bate-papo e oficinas, o projeto também vai abrir espaço para interação e experimentação do público. Por meio de trabalhos de artistas da performance tratamos de padrões sociais estéticos e de comportamento. De uma forma leve falamos, por exemplo, da ditadura da beleza feminina, sovacos cabeludos (a parte mais engraçada), aceitação social, amor próprio, aceitação das diferenças, racismo. Esse mundo escolar me encanta e comove e a cada dia cresce ainda mais minha admiração por esses heróis anônimos chamados professores”. Luana Aguiar – Artista e Curadora do Flexões Performáticas.
Desfile Consciência Negra MURAL DISCUSSÃO/REFLEXÃO DO EMPODERAMENTO FEMININO. Professora Rose Cris
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Sarau Noturno
No 3º bimestre de 2019, os alunos dos 3º anos A, B, C, D, E, de acordo com o planejamento anual, desenvolveram o Projeto Sarau. O objetivo da proposta foi organizar temas diversificados e desafiar os estudantes a ampliar seu repertório literário e cultural. Sendo um projeto interdisciplinar, foi um evento cultural onde os alunos se encontraram para se expressarem artisticamente usando a música, a literatura, a poesia, a dança e o teatro. Essas linguagens artísticas tiveram os temas escolhidos pelos alunos que, em grupos, decidiram pesquisar os mais variados assuntos. As questões abordadas foram Violência, Meio Ambiente, Preconceito, Política, Esporte, Depressão e Arteterapia. No primeiro momento, os alunos junto a professora, fizeram uma roda de conversa interativa sobre o tema Sarau e suas diversas compreensões. Em seguida, os alunos usaram a sala do Acessa para pesquisas, a sala de vídeo, livros de vários autores, sites, youtube e outras fontes, para desenvolverem o trabalho. Depois de tudo organizado, os participantes se reuniram no pátio da escola, divididos por temas, unindo as cinco salas de aula. Neste momento, houve interação e troca de experiências levando a ampliação do conhecimento. As apresentações do evento foram relevantes para toda comunidade escolar. Para o sucesso desse projeto, contamos com a participação da equipe de gestores, professores e funcionários da unidade escolar. Professora Sirene Scorsi
Lei Maria da Penha Ações pedagógicas de conscientização sobre a lei 11.340/2006
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Mulheres
!
! de Voz
Minha vinda ao mundo aconteceu em uma casa de Pau a Pique, pelos braços da Minha avó, Maria Julia, conhecida como ¬Thinha. Meus pais se casaram muito jovens, devido a pneumonia minha mãe teve que partir e deixou três filhas lindas; eu fui a última baby de Maria Clara. Como a história de todo Nordestino, meu pai veio para São Paulo e deixou eu e minhas duas irmãs no Piauí. Mas, passados alguns anos, ele cumpriu a promessa que fez para minha mãe em seu leito de morte: levou as três filhas para São Paulo pra morar e viver ao lado dele. Sou grata ao meu pai por tudo que vivo, pois ele poderia ter nos abandonado ou deixado com minha avó, mas nós sempre fomos o primeiro plano em sua vida. Quando novamente casou, em vários momentos deixou nítido que antes de qualquer relacionamento, éramos prioridade. Cheguei em São Paulo e logo fui para escola, no Piauí não conhecia o racismo, talvez por morar somente com pessoas negras, porém, em escolas públicas da cidade grande, várias situações tentaram me colocar pra baixo, mas meu pai sempre dizia: “a educação pode te levar para vários lugares, o problema não é seu, é deles”. Frases como essa e outras, como: “onde entra um sapato de mil, entra um de 10” me faziam continuar sonhando e seguindo meu foco. Na minha casa não falávamos sobre racismo, talvez por meu pai e minha mãe (sim, chamo minha madastra de mãe), quererem apenas a proteção dos filhos. Meu olhar crítico sobre a vida ficou mais evidente quando conheci a Associação Eremim, projeto responsável por grandes conquistas na área audiovisual. Foi por meio dos cursos do Joventude Cidadã no Eremim que conheci pessoas especiais que foram me informando sobre os locais onde teria maior conhecimento e outras oportunidades na vida. Foi durante esse processo de troca com educadores e colegas de sala, que entrei no Instituto Criar de TV, Cinema e Novas Mídias. Entrar no Criar foi um divisor de águas, eu não sabia os motivos, mas sentia um desejo enorme de trabalhar com o próprio negócio. Quando concluí o curso no Criar, fui convidada pela Associação Eremim e Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, para fundar uma Cooperativa de jovens. O plano não deu certo, mas eu e mais alguns amigos, entre eles Jonas Alves e Vagner do Nascimento Catão, atualmente meus sócios na NP, continuamos com a ideia na cabeça de mudar o projeto para uma Produtora audiovisual, foi então que surgiu a Novo Parafuso Produções, atualmente com 10 anos de existência. Eu sou muito grata a todo processo da Novo Parafuso Produções, essa empresa me desafia todo dia. A partir da experiência adquirida na NP, estou trilhando outros caminhos. Ainda não produzimos um grande filme, mas estamos produzindo nossas próprias narrativas, para alguns pode ser somente o Glamour do Cinema ou de apenas ser dono ou dona do próprio negócio, mas pra mim é transformação social; é saber que depois da ponte devo cuidar da minha saúde mental, pois é sempre necessário refletir de onde veio e para aonde vai. Faz pouco tempo que conheci o Cinema Negro, ainda bem que estou viva para escrever sobre essa fase. No Cinema Negro, é muito gostoso perceber que estamos produzindo as nossas narrativas, do nosso jeito, não deixando o sistema limitar a ideia do ser pessoa negra em sociedade. Por outro lado, é doloroso saber que a comunicação ainda peca quando retrata de nossa imagem, da nossa história. Hoje reflito e escrevo os novos projetos que desejo atuar na NP e muito é resultado desse encontro com outros corpos negros. A Web serie Crespow_ Transição Capilar do Homem Negro, é fruto desses encontros em minha vida. Hoje não me sinto sozinha, sei de onde saí e continuo apostando nos lugares para onde vou. Atualmente recebo alguns convites para bate-papo sobre minha experiência enquanto jovem empreendedora no cinema, ainda me deparo com o fato de ser a única mulher Piauense na mesa, porém acredito que esse é o primeiro passo, logo preencherei esse outro lado também. Assim como também ainda verei uma diretora negra reconhecida no Brasil por produzir grandes filmes e séries.
Talicia Venâncio Pereira Venâncio, da minha mãe ,Maria Clara Venâncio e Pereira do meu Pai Raimundo Nonato Pereira. Nasci em São João do Piauí.
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Em mulher não se bate nem com uma flor
Na leveza de um poema, Hoje cobro consciência Que meus versos sejam fortes contra qualquer violência.”
dor. Um soco, Um tapa, Ela já não é mais amada.
O machismo se perpetua em cada fala, A violência não é só tapas, As palavras doem até na alma.
Ela já não sai mais de casa, O marido se tornou, o seu Ela carrega em seu olhar Esta toda marcada, maior inimigo sofrimento, Submissa ao se opressor, O medo dorme ao seu lado, junto contigo. Em seu peito a dor, A sua vida se torna um mar Mas ainda insiste em acrede lágrimas e dor. ditar no amor. Ela sempre doce, Ela se tornou um fantoche Ele a matou sem pudores Mulher guerreira que sofre em suas mãos, E lhe mandou flores. calada, Não tem opinião, Já não se tem mais cores É amedrontada, Nem controle de sua vida, Nem amores, O seu silêncio grita, Ela é a mulher oprimida. Nem dores! Uma mente aprisionada. Aonde deveria ser uma Em versos tão singelos Mulher que é forte, bela convivência, Peço respeito vida Mas que a julgam fraca Se torna uma grande Que nesses casos do dia Ela é como a rosa, toda penitência. a dia delicada. A morte não seja a única Entre homem e mulher, saída. O covarde se aproveita O que deve bater forte é o Que sejamos iguais, E a maltrata, coração, Que sejamos bem mais, Quem deveria proteja-la Não a palma de sua mão. Que sejamos mais respeito. Se torna a principal ameTira essa roupa, Afinal, nós somos tantas, aça. Limpa essa cara, E tantas são uma só. No começo juras de amor, Lugar de mulher é em Somos sua irmã, Depois pontapés e grande casa,
Sua mãe, Sua esposa, Sua avó.
Somos o que quisermos ser! Sou dona de mim! A nossa luta é por uma, E uma por todas. E o que somos? Mulher! Mulher guerreira, Mulher forte, Mulher de luta. “Não esqueça que, Seu nascimento, Sua primeira acolhida, Foi ela, a mulher Quem lhe deu a vida.”
Agatha Cristye - 1º A
Gestora de Recursos Humanos e atuo na área de analista de departa- Olá eu sou a Régia, tenho mento pessoal. A função que exerço me proporciona um relacionamento 28 anos, mulher negra, nasdireto com todos os funcionários, que por muitas vezes demonstram seu cida no interior de Minas preconceito enraizado por eu ser mulher, por ser negra e desempenhar Gerais uma função na qual é necessário o uso do intelecto e do conhecimento diverso e atualizado, visto que muitas pessoas são fechadas para o novo, e acreditam que o que sabem é o suficiente e uma verdade absoluta. Por outro lado, possuo uma bela relação de confiança e engajamento com os sócios e gerentes que em sua grande maioria são mulheres extremamente empoderadas e preparadas academicamente para suas funções. O ambiente de trabalho onde atuo é bem diverso e aberto para a força e o empoderamento feminino fator este que me dá um prazer e vigor para exercer a função, essa cheia de desafios e aprendizados constantes. Essa é uma realidade ímpar, pois em outras experiências em empresas, não tive tais privilégios porque o mais comum é que o espaço para nós mulheres é extremante pequeno e desafiador, buscamos cada dia mais conhecimento acadêmico e por muitas vezes temos as mesmas responsabilidades que alguns homens e ganhamos salários menores, trabalhamos muito mais horas e ocasionalmente exercemos mais de um encargo. Independentemente do que aconteça aprendi a executar meu papel com extrema empatia, pois acredito que o ser humano é muito mais do que um número e sua função, é um ser pensante e cheio de histórias que me inspiram. “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humana.” Carl G. Jung
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João Silvério - 14 anos
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Diversidade Religiosa na Escola Pública
A Umbanda está no meu sangue, minha mãe diz que quando eu escutava o tambor eu pulava na barriga dela e meu pai dizia que o barulho estava me incomodando, mas não, eu estava feliz de escutar aquele barulho todo, ele comando as batidas do meu coração, eu sempre fui feliz na Umbanda porque ela é isso, né? É felicidade, é amor, é respeito, é tolerância, é humildade e muito mais. Hoje eu sou grato por poder louvar os orixás com o som do tambor, estou sempre procurando aprender coisas novas e eu agradeço a Umbanda por guiar minha vida e fazer dela um completo mar de alegrias.
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A minha busca constante enquanto professor é a de exercer o papel de ponte entre o aluno e o conhecimento transformador, e é necessário que seja transformador. Se a minha prática não colaborar para um mundo onde todos possam viver com dignidade, independentemente do que sejam ou das opções que façam, não terá valido a pena. A Expo Newton 2019 foi a finalização de um processo que fez valer a pena cada minuto de sono perdido, cada momento de angústia e incerteza que são naturais nos seres humanos, mas vêm com doses gigantescas neste professor de História. Estudamos o processo que gerou uma das maiores monstruosidades da História, o nazismo alemão. Depois partimos para o planejamento do que seria a sala, Campo de Conscientização, fazendo uma alusão aos campos de concentração nazistas, só que com objetivos totalmente contrários a eles. A sala foi pensada de forma coletiva, cada ideia foi discutida e avaliada democraticamente, algumas foram descartadas e, no final, a nossa sala conseguiu passar a mensagem aos visitantes de que a irracionalidade desumana pode nos levar a manipulação, ao preconceito e à morte.
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Como aconteceu na Alemanha nazista e em outras realidades mais próximas de nós. Aqui eu faço a conexão entre o trabalho na Expo Newton e a revista Empoderar, ambos estão a serviço da luta contra qualquer forma de preconceito. Ao montarem a sala, os alunos mergulharam naquela realidade pesada em que os prisioneiros viveram. A construção da câmara de gás, do forno crematório, das maquetes, dos locais de trabalho, de refeição e a entrada do campo de Auschwitz, as crianças sentiram um pouco do drama causado pelo preconceito na sua forma mais cruel, irracional, desumana… Outra importante etapa do trabalho foi a de “ressuscitar” a Anne Frank. A aluna Mayara Ferraz, representou a menina que morreu aos quinze anos, vítima do grau supremo da insensatez humana, mas que não perdeu a chance de escrever em seu diário, mensagens de esperança e de otimismo para todas as gerações, foi sensacional. Tenho certeza de que a Anne Frank teria muito orgulho se soubesse que foi representada pela aluna do Newton. Em resumo, esse projeto foi a realização de um sonho, por isso agradeço aos
professores que ajudaram a realizá-lo. Esse sonho transformou para melhor todos os envolvidos no projeto. Tudo valeu a pena! Eu aprendi e continuarei a aprender muito com essas crianças incríveis. Finalizo com as sábias palavras do mestre Paulo Freire: “Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre”. Professor Maurício da Silva Araújo
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Empoderamento Feminino Professora Daniela Carnauba Benedito
Depoimentos Minha av� Empoderada
Em 08 de março, comemoramos o Dia Internacional da Mulher, ocasião para lembrarmos de todas as mulheres que dedicaram suas vidas por uma sociedade mais justa e igualitária. Nesse contexto, sendo a escola um espaço democrático, múltiplo e heterogêneo, não podemos deixar de abordar os temas que envolvem as mulheres e fomentam tantas discussões na sociedade: a Lei Maria da Penha, Lei do Feminicídio, Feminismo, Empoderamento Feminino e Mercado de Trabalho. Assim, a fim de conscientizarmos os estudantes do 7º ano sobre o impacto feminino nos espaços sociais, tivemos como foco o Empoderamento Feminino, já que este abrange questões tão amplas, como: religião, raça, cor, sexualidade e educação. Os estudos pautaram-se em pesquisas para que os educandos se familiarizassem com o tema, sendo o resultado socializado em uma roda de conversa. Nessa roda, os alunos puderam expor suas impressões pessoais, as descobertas e depoimentos pessoais de situações em que perceberam a discriminação social ou a importância da mulher conhecer seus direitos e ser reconhecida, não como “sexo frágil”, mas como aquela que tem escolhas e é dona de seu destino. Para finalizar a atividade, os alunos buscaram em mulheres próximas de sua vivência, depoimentos que relatassem acontecimentos ou situações de empoderamento. O resultado são relatos que revelam uma mídia que dita regras de beleza e comportamento; um desejo de liberdade, respeito e reconhecimento; a necessidade de se investir em educação para reduzir o machismo e o preconceito.
“Dona Genice, minha avó, veio para SP muito jovem, quando tinha 18 anos, aqui começou a batalhar sozinha. Ela conheceu uma pessoa e pensou que seria o homem da vida dela, aos 22 anos ela engravidou, só que a pessoa não assumiu a paternidade. Quando viu que tinha que batalhar para cuidar de sua filha, ela entrou em uma empresa e foi lá que disputou a um cargo com um rapaz e acabou ganhando, minha avó trabalhou por 5 anos nessa empresa, depois de achar que a ferida estava cicatrizada, ela encontrou outra pessoa e teve 3 filhos, novamente estava enganada, e teve que criá-los sozinha, desde então, percebeu que deveria lutar sempre. Depois continuou batalhando por igualdade e hoje aos 66 anos ela perdeu a visão, e mesmo assim continuou cuidando de mim e dos meus primos. Eu tenho muito orgulho dela!” Carla Cristina – 7º ano C
Mulher n�o � escrava “O nome da minha mãe é Carina Soto, ela tem 39 anos é casada e tem três filhos, meus dois irmãos e eu. Eu e meus irmãos sempre ajudamos nas tarefas de casa, como: lavar louça, lavar roupa etc. Ela nos ensinou que a mulher não é escrava do lar e que as tarefas domésticas cabem a todos que residem numa casa, que contribuem para cuidar daquele espaço que é coletivo e que isso não é um fardo, mas faz parte da vida. Por isso, os serviços de casa são divididos, cada um faz uma parte, para que quando meus irmãos crescerem sempre ajudarem suas futuras esposas, para que não fique todo o serviço para elas. E ensinou também que eles não devem bater nas mulheres e que eles não devem ser machistas”. MARIA CLARA SOTO – 7º ano C
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Ela precisava se empoderar!
“Para mim, minha avó sempre foi um bom exemplo. Minha vó era uma faxineira, mas depois se tornou dona de casa. Ela fazia de tudo e meu avô, nada. Ele só ficava no quarto, qualquer coisa que pedisse ela fazia. Minha mãe fazia compras para eles, o máximo que ele fazia era ir ao mercado de vez em quando. Meu depoimento não é exatamente uma situação de empoderamento feminino, mas sim uma situação em que precisava dele.
Eles brigavam muito, meu avô gritava com ela e não tinha motivo algum, mas mesmo assim ela continuava a fazer tudo que ele pedia, como se ela fosse menos que um homem. Sempre a vi como uma mulher muito forte, mas infelizmente ela se foi sem se empoderar. Vendo tudo isso, eu aprendi que não posso ser rebaixada por um homem, somos todos iguais e devemos ter os mesmos direitos”.
Professora Daniela
Coletivo feminista na escola sim! A escola sempre foi um dos pilares de sustentação do Estado patriarcal e do sistema capitalista. Cada vez mais se educa para o mercado de trabalho e cada vez menos educamos para o pensamento crítico. Basta lembrar da retirada dos temas de diversidade sexual dos planos nacionais, estaduais e municipais de educação. As relações escolares estão repletas por conceitos e atitudes machistas que são replicadas diariamente, assim como em qualquer relação cotidiana. Pode se manifestar na relação entre colegas de classe, entre o corpo docente ou entre alunos e professores, o patriarcado se manifesta de várias formas e desde muito cedo as meninas percebem certos privilégios dados aos meninos e passam a se sentirem incomodadas, isso tudo muito antes de se intitularem feministas ou de reconhecerem o sexismo de certas atitudes. Em maior ou menor grau todas as mulheres, já foram objetos do machismo, ou, pelo menos, já presenciamos: assédio, discriminação, silenciamento e tantas outras situações pelo fato de sermos mulheres. Por esse motivo, precisamos ocupar o espaço acadêmico. Uma das formas de ocupação desse espaço é com coletivos feministas nas escolas como meio de organização política e de acolhimento.
O coletivo gera um espaço de empoderamento e fortalecimento das mulheres. As Mulheres encontram um lugar de fala onde podem ter voz política, tomando decisões referentes às demandas por igualdade, especialmente de gênero e raça. O ideal é que na escola meninos e meninas aprendessem sobre igualdade e representações de gênero, soubessem lidar com as estatísticas de violência doméstica e refletissem sobre a visibilidade feminina nas mais diversas áreas. As reais mudanças sociais só acontecem através da educação, seja em casa ou dentro das escolas, transmitir esses ideais para crianças seria extremamente benéfico para todos. Às meninas seria passada a segurança e o conforto que residem nesse movimento e conceitos como ”sororidade”: o pacto entre todas as mulheres que se reconhecem como irmãs no âmbito político e social. Aos meninos seriam transmitidas formas de apoiarem essa causa, sem fazerem do apoio uma busca por assumir o protagonismo. Todos seriam ensinados lutarem por um mundo melhor, além de entenderem a urgência da mudança de seus comportamentos. Professora Márcia Mendes
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Newton Por Aí
CUCo - Competição USP de Conhecimento Minha experiência com a CUCo. Fazer a prova da CUCo foi uma grande experiência, pois pude ver como é o nível de dificuldade de uma prova; parecida com o vestibular. Essa grande oportunidade deveria ter sido aproveitada por toda a escola, porém poucos se inscreveram. A prova é constituída pela primei-
ra fase e a segunda fase. A primeira fase foi online com 18 questões as quais foram complexas, já a segunda, foi presencial com 45 questões. Tive grande dificuldade na maioria delas, pois alguns conteúdos não são vistos no segundo ano do ensino médio. Ter experiência em fazer essa prova me trouxe bons resultados. Verônica Alquino Rabelo - 2 º A
Visita ao Museu MAC - USP Minha primeira vez no museu foi o seguinte. No começo quando cheguei no museu, estava achando muito entediante, queria ir embora urgentemente daquele lugar (eu paguei só pra sair da escola). Mas algum amigo me chamou a atenção por que queria presta a atenção na explicação. A partir daí, eu fiquei mais atenta à excursão, até que chegamos numa bandeira do Brasil, em formato de bala usadas para assassinar mulheres e sobre esse assunto eu gosto de aprender, para ter conhecimento a respeito do assunto, depois de lá, vimos muitas obras de arte e o que mais me chamou a aten28
ção foram as histórias por trás da arte, as histórias me prenderam muita a atenção e aprendi muita coisa, um “rolê” que era só pra eu sair da escola, acabou que virou um aprendizado muito bom, se pudesse voltaria lá e prestaria a atenção nas partes que não ouvi. Nicole Silva dos Santos - 1 º D
Idas ao Teatro
VIDEOCONFERÊNCIA “Valorização da Estética e Tecnologia Africana e Afro-brasileira” Participação Professora Coordenadora Gilvânia
Com muita alegria recebi o convite da Diretoria de Ensino de Osasco por meio da PCNP, Carolina Ribeiro para participar da videoconferência “Valorização da Estética e Tecnologia Africana e Afro-brasileira”. Falar sempre será um desafio necessário para mim, afinal de contas, sempre nos silenciam e nos impedem de falar. E não é só falar, é falar sobre si e toda memória que meu corpo preto carrega, que meu cabelo crespo tem. Nesta videoconferência, pude refletir um pouco sobre as primeiras experiências racistas que pessoas pretas passam, sendo grande parte, por conta do cabelo: E como eu alisei meu cabelo, quanto produto químico meu couro cabeludo recebeu. Mas, a gente sempre se liberta e só conseguimos fazer isso, tendo as referências, podendo nos ver em outras pessoas com a mesma cor da nossa pele, com a mesma textura do nosso cabelo ocupando lugares que antes não ocupávamos ou que diziam que não podíamos ocupar. Na educação, professoras e professores tem papel fundamental nessa reflexão e principalmente na luta contra o racismo e toda forma de preconceito e intolerância.
Mulher é igual uma rosa É linda e cheirosa Com um aroma difícil de esquecer E com um toque delicado Tão delicada Que suas pétalas ao serem tocadas Parecem ser mais macias que algodão
No entanto ela contém espinhos Que ao tentá-la ferir Ela crava em ti Sem nenhuma delicadeza. Camily Savagin, 1ºB
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Fica a Dica Conheça Assista
Leia
Album - Amarelo Emicida @emicida Youtube Spotify
Ouça
Dingos Del Barco arte educador, ativista cultural e artista urbano
hebert artista urbano
@dingosdelbarco1
@hebert_arte
o encontro dos pássaros - Mural produzido pelos artistas localizado na Escola Newton
O ódio que você semeia
2018 | Drama | 2h 13min | Direção George Tillman Jr. Starr Carter é uma adolescente negra que presencia o assassinato de Khalil, seu melhor amigo, por um policial branco. Ela é forçada a testemunhar no tribunal por ser a única pessoa presente na cena do crime. Mesmo sofrendo uma série de chantagens, ela está disposta a dizer a verdade pela honra de seu amigo, custe o que custar. Assista ao trailer https://qrgo.page.link/faABp
Leia Online https://qrgo.page.link/iacY5
A Revista Tia Concha busca preencher de pegadas dos espaços vazios da existência sapatã: lésbicas fazendo coisas lésbicas: existindo, indo ao mercado e escrevendo teatro. Quem somos? Quantas e quão plurais nós somos? O que comemos? Onde dormimos? Como vivemos? A Revista não busca esgotar as respostas para essas perguntas, até mesmo porque isso seria impossível, pelo contrário, Tia concha busca ser um ponto de encontro, de trânsito para algumas respostas possíveis. Texto editorial Revista Tia Concha #1 - Você conhece sua tia?
Arquivos de Okan Olá, sou Deise de Brito: artista, pesquisadora e idealizadora do “Arquivos de Okan”. Este site intui reunir registros a respeito de artistas negrxs e/ou grupos das artes cênicas vivxs que movem meu coração com seus deslocamentos poéticos. A lista é grande e transcende fronteiras, por isso a proposta é contínua, sendo minha companheira em qualquer lugar onde eu estiver. O desejo é apresentar um texto-registro a cada mês o qual poderá ser encontrado na aba “EscritasdeOkan”. Texto editorial Arquivos de Okan 30
Acesse o Site arquivosdeokan.com.br
Também participaram desta edição
João Silvério - 9º
Agatha Cristy - 1º A
Veronica Alquino Rabelo - 2º A
Sarah Antunes Santiago Coelho 3º C
Camily Savagin - 1º B
Nicole Pereira Silva - 1º D
Prof. Rafael N Figueiredo
Prof. Dulce
Nicole Silva - 1º D
Prof. Elias Soares
Bianca Paiva - 9º
Prof. Sirene Scorsi
Caio Santos - 1º B
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Na foto: João Silvério
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