Pense grande e Não durma no ponto: 2013, feliz novo empreendedorismo!
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Negócios criativos, inovadores e rentáveis
ANO 19 No 219 JANEIRO 2013 R$ 9,90
empreendedor –BERÇO DA ELITE – ANO 19 N o 219 JANEIRO 2013 IS SN 1414-0 152
Incubadoras e parques tecnológicos abrigam e apoiam as empresas mais inovadoras do País
Berço da elite
Guilherme Stark Bernard, fundador e presidente da Reason
Energia pequenas centrais perdem terreno
perfil o inventor empreendedor Gabriel Domingos
FRANQUIAS o modelo de conversão de negócios
Se a sua empresa tem
de 2 anos de 9 funcionários
Estas soluções são para você:
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nes ta ed iç ã o
22 | HABITAT IDEAL
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Em meio a um mar de impostos, taxas e contribuições infindáveis e multi-incidentes, juros elevados e burocracia, parques e incubadoras de empresas são verdadeiras ilhas de segurança para o empreendedor brasileiro atracar seus negócios. Nelas, além de receber apoio administrativo e comercial, o empresário encontra tranquilidade para desenvolver seus produtos e processos até que eles estejam maduros o suficiente para singrar o mercado. Conheça mais vantagens e saiba como entrar no mundo das incubadoras, préincubadoras e parques tecnológicos – solo sagrado do empreendedorismo.
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30 | Tamoios Incubada busca se tornar referência com o desenvolvimento de tecnologias alinhadas ao beneficiamento de materiais naturais
32 | Reason Graduada encontrou na incubadora o apoio ideal para sobreviver aos obstáculos iniciais e hoje estar presente mundo afora
34 | D’GAYA Fabricante de pães artesanais firmou série de parcerias que substituem o papel do ambiente de apoio e sinergia de uma incubadora
50 | Perfil Gabriel Estevam Domingos, da GED
12 | Entrevista Luís Felipe Cota
36 | Panorama Rios de energia
O cofundador e diretor de marketing da Goomark fala sobre a importância de estar nas redes sociais e como tirar proveito do potencial do Facebook em benefício dos negócios.
As usinas hidrelétricas são responsáveis pela geração de mais de 75% da eletricidade do País. E é a água dos rios que pode atender o aumento da demanda, pois apenas um terço do potencial hidráulico nacional é utilizado. Entre os possíveis projetos, destacam-se as pequenas centrais hidrelétricas, uma alternativa de geração local.
leia mais 10
NÃO DURMA NO PONTO
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banho de loja
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empreendedorismojá.com
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megafone
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pense grande
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análise econômica
42 | Franquia Negócio turbinado A busca de bons parceiros capazes de se adaptar ao negócio com bom conhecimento na praça faz com que muitas franqueadoras façam sua expansão por meio da conversão de empresas. Saiba como isso funciona.
Não pense organização, pense comunidade. A palavra “comunidade” significa “mudança compartilhada por todos”. Inclui, portanto, investidores, fornecedores, clientes e colaboradores.
O importante é conseguir a concentração do público necessária em torno da instalação e cumprir o propósito da ação que deve ser temporária, sem cair na tentação de repetir à exaustão. Procuro separar pressa versus prioridades, correria versus responsabilidade, decisão versus precipitação – interpretar os momentos em que realmente é necessário tempo para pensar.
Não temos em nosso perfil todas as características empresariais que o mercado atual exige. É muito importante quando os diferentes perfis se completam e somam para o sucesso da sociedade.
O novo empreendedorismo reconhece que não existe negócio certo. Reconhece um novo modelo onde convivem simultaneamente três áreas distintas. Saiba quais são.
Caso realmente ocorra uma recessão americana, devemos ter um efeito cascata, gerando um efeito multiplicador que leva efeitos negativos do abismo fiscal para patamares superiores.
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Inventor com veia empreendedora, Gabriel Domingos coleciona prêmios de inovação e vem conquistando parceiros de negócios antes mesmo de concluir a graduação.
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m meio a um mar de impostos, taxas e contribuições infindáveis e multi-incidentes, juros elevados e burocracia, as incubadoras de empresas são verdadeiras ilhas de segurança para o empreendedor brasileiro atracar seus negócios. Nelas, além de receber apoio administrativo e comercial, o empresário encontra tranquilidade para desenvolver seus produtos e processos até que eles estejam maduros o suficiente para singrar o mercado. É justamente esse ambiente sinérgico que abriga a elite do empreendedorismo inovador do Brasil. Um levantamento realizado pela Anprotec, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, apontou que 98% das empresas incubadas inovam. São 2.640 empresas em processo de incubação em 384 incubadoras no Brasil, gerando 16.394 postos de trabalho. A pesquisa revelou, também, que as incubadoras já graduaram 2.509 empreendimentos, que juntas faturam R$ 4,1 bilhões e empregam 29.205 pessoas. Além disso, somente 20% das empresas que passaram por um período de incubação faliram, um número bem inferior à taxa de mortalidade registrada por micro e pequenas empresas em geral, conforme resultados de estudos divulgados pelo Sebrae – 30% nos primeiros dois anos. As primeiras incubadoras surgiram no Brasil na metade dos anos 1980. Ao longo dos anos, o cenário econômico se alterou muito, mas as incubadoras se adaptaram às necessidades das empresas e continuam sendo tão importantes quanto antes. Mais do que infraestrutura física e apoio gerencial, as incubadoras propiciam o contato direto com outros empreendedores, a formação empresarial e o apoio na captação de recursos para investimentos na empresa, seja por meio de linhas de fomento ou de fundos de investimento. Mas estar presente em uma incubadora não é sinônimo de sucesso se o empreendedor não fizer seu dever de casa. Além de aproveitar ao máximo as facilidades oferecidas por essas instituições, ele deve investir em pesquisa – independente de sua área de atuação – e fortalecer a rede de relacionamento com outros empresários incubados, profissionais e instituições que contribuam para o processo de inovação. Incubadoras, pré-incubadoras e parques tecnológicos formam um sistema que deveria estar presente em todas as cidades do País, com recursos assegurados para as empresas abrigadas. Ampliar e fortalecer essas entidades e os empreendimentos gerados nelas são uma rota segura para aumentar a competitividade nacional e colocar o Brasil na rota do crescimento sustentável. Claro, é preciso melhorar a qualidade do ensino, especialmente do básico, e intensificar o estímulo ao empreendedorismo nas escolas e faculdades, além de continuar a fomentar a formalização e abertura de empresas. Mas continuaremos perdendo competitividade se não diminuirmos o “custo Brasil”. Alexsandro Vanin
A Revista Empreendedor é uma publicação da Editora Empreendedor Diretor-Editor: Acari Amorim [acari@empreendedor.com.br] Diretor de Comercialização e Marketing: Geraldo Nilson de Azevedo [comercial@centralcomunicacao.com.br] Redação Editor-Executivo: Alexsandro Vanin [vanin@ empreendedor.com.br] – Repórteres: Ana Paula Meurer, Cléia Schmitz, Mônica Pupo, Raquel Rezende – Edição de Arte: Andrey Freitas – Projeto Gráfico: Oscar Rivas – Fotografia: Arquivo Empreendedor, Carlos Pereira e Shutterstock – Foto da capa: Shutterstock – Revisão: Lu Coelho Sede Florianópolis Coordenador: Paulo Henrique Martins [anuncios@empreendedor.com.br] – Executiva de Contas: Joana Amorim [joana@empreendedor.com.br] – Rua Padre Lourenço Rodrigues de Andrade, 496 – Santo Antônio de Lisboa – 88050-400 – Florianópolis – SC – Fone: (48) 3371-8666 Central de Comunicação – Rua Anita Garibaldi, nº 79 – sala 601 – Centro – Florianópolis – SC – Fone (48) 3216-0600 [comercial@centralcomunicacao.com.br] Escritórios Regionais Rio de Janeiro Triunvirato Empresarial – Milla de Souza [milla@triunvirato.com.br] – Caixa Postal nº 105.051 – 24230970 – Niterói – RJ – Fones: (21) 2611-7996 / 9607-7910 Brasília Ulysses Comunicação Ltda. [ulyssescava@ gmail.com] – Fones: (61) 3367-0180/9975-6660 – condomínio Ville de Montagne, Q.01 – CS 81 – Lago Sul – 71680-357 – Brasília – Distrito Federal Paraná Merconeti Representação de Veículos de Comunicação Ltda – Ricardo Takiguti [ricardo@merconeti.com.br] – Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 – conjunto 3 – Boa Vista – 82560-460 – Curitiba – PR – Fone: (41) 3079-4666 Rio Grande do Sul Nenê Zimmermann [nene@starteronline.com.br] – Floresta – 90440-051 – Porto Alegre – RS – Fone: (51) 3327-3700 Pernambuco HM Consultoria em Varejo Ltda – Hamilton Marcondes [hmconsultoria@hmconsultoria.com.br] – Rua Ribeiro de Brito, 1111 – conjunto 605 – Boa Viagem – 51021310 – Recife – PE – Fone: (81) 3327-3384 Minas Gerais SBF Representações – Sérgio Bernardes de Faria [sbfaria@sbfpublicidade.com.br] – Av. Getúlio Vargas, 1300 – 17º andar – conjunto 1704 – 30112-021 – Belo Horizonte – MG – Fones: (31) 2125-2900 / 2125-2927 Departamento Financeiro Gerente: Claudia C. C. do Prado [financeiro@empreendedor.com.br] – Fone: (48) 3371-8666 Assinaturas Serviço de Atendimento ao Assinante – [assine@empreendedor.com.br] – O valor da assinatura anual (12 edições mensais) é de R$ 118,80 à vista. Renovação de Assinatura R$ 112,86 à vista. Produção Gráfica Impressão e Acabamento: Coan Gráfica Editora Ctp – Distribuição: Dinap – Distribuidora Nacional de Publicações Empreendedor.com http://www.empreendedor.com.br Editora: Carla Kempinski
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NÃO DURMA NO P ONTO
PROVOCAÇÕES PARA O NOVO ANO Dizem os neurologistas que a maior parte do que pensamos é mera repetição do dia anterior, da semana anterior, do mês anterior, do ano anterior... Se for isso mesmo, nada mais fazemos do que nos repetir, indefinidamente. Com o intuito de alterar, nem que seja um pouco, essa tese fatídica, vamos a algumas provocações.
Sobre a riqueza
Negócios, empreendimentos e empresas existem para gerar riquezas. Nem todos conseguem. Alguns sucumbem antes do tempo e desistem da empreitada. Outros persistem, mas seguem cambaleantes. Há quem conquiste riquezas à custa da saúde física, mental e espiritual. Longe, portanto, da plenitude. E há quem conte histórias e deixe pegadas. Esses constroem a verdadeira riqueza. O objetivo de todos é o mesmo, mas tanto o resultado como o processo são diferentes em cada caso. Podemos elencar uma série de razões e culpar as condições externas, quando o que se consegue é pífio, mas existe algo irrefutável: o mundo externo é e sempre será uma projeção do mundo interno. Para conquistar riqueza nos negócios, antes devemos averiguar o significado que tem essa palavra em nosso interior.
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Sobre o significado
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Palavras têm poder! Não as palavras em si, ou seja, enquanto junção fonética de vogais e consoantes, mas o que elas significam a partir das imagens geradas em nossa mente. Essas imagens compõem a percepção que temos de um conjunto de letras, algo, portanto, que delineia nossa estrutura de pensamento ou modelo mental.
A partir daí decidimos e agimos. E a riqueza gerada é o resultado da estrutura mental que inclui significado, percepção e ação. Por isso, se desejamos mudar a qualidade da riqueza que produzimos, devemos antes mudar o significado que essa palavra tem para nós e para aqueles que colaboram conosco nessa busca. Tal exercício poderá fazer uma grande diferença na construção de futuras riquezas a partir de uma visão sistêmica.
Sobre visão sistêmica
O significado nunca está nas partes, sempre no todo. Fatiar uma empresa como uma pizza – feita de finanças, marketing, produção, logística, recursos humanos, etc. – é fazer com que as partes prevaleçam sobre o todo. O máximo que se consegue com isso é aumentar ainda mais a fragmentação por meio de departamentos, cargos e funções. É como tratar o corpo humano como se seus sistemas digestivo, respiratório ou circulatório fossem separados, estanques. O mesmo raciocínio vale para fragmentar o ser humano entre o corporal, o mental e o espiritual. Uma empresa também é constituída de corpo, mente e alma, com um único propósito e o mesmo conjunto de valores.
Sobre os valores
Há valores decorrentes do mundo exterior e que servem, a priori, a todas as empresas: competitividade, agilidade, objetividade, lucratividade, retorno aos acionistas, etc. Tais valores organizacionais não constroem uma identidade de empresa, nem possuem força de mudan-
Não pense organização, pense comunidade. A palavra “comunidade” significa “mudança compartilhada por todos”. Inclui, portanto, investidores, fornecedores, clientes e colaboradores
ça ou alavancam resultados. Os valores que verdadeiramente fazem a diferença positiva são aqueles que vêm de dentro das pessoas e representam suas melhores virtudes, tais como a verdade, o respeito, a dignidade, a bondade. Há quem não consiga ver esses valores reverberando no mundo árido das organizações. Mas não pense organização, pense comunidade.
Sobre comunidade
A organização tradicional tem cerca de 100 anos e a comunidade no sentido histórico existe desde que o ser humano se tornou gregário. São as comunidades, então, que atravessam os séculos e muito por conta dos valores virtuosos que as governam, muito distintos dos organizacionais, pasteurizados, comuns a todos os empreendimentos. A palavra “comunidade” significa “mudança compartilhada por todos”. Inclui, portanto, investidores, fornecedores, clientes e colaboradores. Um líder de organização atua de modo diferente de um líder de comunidade.
Sobre liderança
O principal desafio do líder é trazer a realidade para a empresa. Isso porque agimos e reagimos a partir das nossas imagens da realidade, não da realidade. Nossos desacertos decorrem mais das deformações das imagens que fazemos da realidade do que de todo o resto. Por isso, o líder é, antes de tudo, um gestor de percepções.
por Roberto Adami Tranjan
Educador da Cempre Conhecimento & Educação Empresarial (11) 3873-1953/www.cempre.net roberto.tranjan@cempre.net
Existem miragens e existem imagens. São coisas distintas, não sinônimos. Olhe ao seu redor e verifique as miragens materializadas nos controles e seus mecanismos, nas formas de poder e de comando. A origem dessas distorções está nas crenças, aquelas “verdades” absolutas que influenciam decisões e ações. Em geral, miragens decorrem dos preconceitos, dos pressupostos, das desconfianças. Imagens, por sua vez, são exercícios de criatividade. A imaginação é um ato de fé, a capacidade de apostar no que ainda não existe.
Sobre a imaginação
Imaginação tem a ver com imagens e imagens não são aquilo que vemos, mas sim o que percebemos. Existe aí uma sutil diferença e esta diferença está na fé. Pois as coisas estão no mundo, mas nem todos enxergam. Modificar nossa imagem de mundo é muito útil. Considerar o mundo como um lugar próspero e trabalhar para for-
Sobre o medo
É o medo que nos faz reduzir a riqueza a algo meramente relacionado à dimensão econômica. “Afinal, precisamos sobreviver”, ele justificaria. É o medo que nos impede de buscar um significado maior àquilo que fazemos. “Afinal, não temos tempo a perder com questões filosóficas”, ele diria com objetividade. É o medo que gera a fragmentação da empresa. “Afinal, é ameaçador alguém com a visão do todo”, ele desconfiaria. É o medo que prefere o pragmatismo dos valores organizacionais à força moral e espiritual dos valores virtuosos. “Afinal, isso aqui é negócio, não religião”, ele diria, contrariado. É o medo que prefere a ditadura das organizações à democracia das comunidades. “Afinal, aqui não é a Casa da Mãe Joana”, ele diria, certo de
estar certo. É o medo que prefere um chefe que dita as regras a um líder que ajusta percepções. “Afinal, são as regras que asseguram o controle, não um conjunto de percepções duvidosas”, ele diria, com argumentação lógica. É o medo que produz as miragens que deturpam a realidade. “Afinal, esse é o meu papel”, ele diria, com o seu sorriso maroto.
Sobre o amor
Somente o amor é capaz de vencer o medo. Para isso, devemos transformar nossas empresas e negócios em projetos em que o amor esteja no comando. Implica trocar o eu pelo nós e considerar a coletividade; a parte pelo todo, e pensar em uma empresa como um organismo vivo; as miragens pelas imagens, e colocar em cheque os velhos preconceitos; a crença pela fé, e deixar que a vida faça a sua parte; a sobrevivência pela prosperidade, pois é uma evolução natural; a escassez pela abundância, pois essa é a realidade; a mera riqueza pela riqueza plena, pois para isso existem os negócios e empresas. Parece complicado? Pois, acredite, é mais simples do que se deixar levar pelas miragens. E é o único caminho que realmente abre perspectivas. Embora não seja fácil, em frente!
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Sobre percepções
talecer essa imagem de modo que ela se torne uma realidade é um dos grandes ganhos do exercício de imaginação e criatividade. O que nos impede de imaginar é o medo. Quanto mais vivemos sob uma ameaça constante, seja física, emocional ou psicológica, mais a imaginação se paralisa.
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e NTREVISTA
CAIA
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Luís Felipe Cota
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Mas, para tirar proveito do potencial do Facebook em benefício dos negócios, é preciso muito mais do que simplesmente criar uma página no site
por Mônica Pupo
monica@empreendedor.com.br
Não importa o porte ou segmento da sua empresa, hoje em dia é impossível ficar alheio às redes sociais, sobretudo o cada vez mais onipresente Facebook. Para se ter uma ideia da dimensão do império criado por Mark Zuckerberg, basta lembrar que o site recentemente ultrapassou a marca de 1 bilhão de usuários em todo o mundo. Destes, aproximadamente 60 milhões estão no Brasil, o que nos coloca em segundo lugar no ranking de países que mais acessam a rede, atrás apenas dos Estados Unidos. Com tanto público à disposição, o Facebook não só alterou a forma como as pessoas se relacionam, mas também se transformou numa poderosa ferramenta publicitária, muito mais democrática e acessível do que os meios de comunicação tradicionais, como jornais, revistas e televisão. Mas, para tirar proveito desse potencial em benefício dos negócios, é preciso muito mais do que simplesmente criar uma página no site. “Qualquer estratégia de rede social deve estar alinhada à cultura e visão da empresa, mas não deve focar somente no lado comercial e, sim, priorizar conteúdos relacionados a informação, serviços e entretenimento”, aponta Luís Felipe Cota, cofundador e diretor de marketing da Goomark, companhia especializada em marketing digital para pequenas e médias empresas. Com sede em São Paulo, a agência possui 150 clientes em sua carteira, incluindo marcas como Polishop, Lexmark e Artwalk. Na entrevista a seguir, Cota fala sobre a importância do marketing digital para as MPEs, explicando o que fazer – e, principalmente, o que não fazer – ao administrar um perfil corporativo. Ele ensina também a lidar com possíveis comentários negativos que possam surgir e a monitorar as publicações, além de apresentar os segredos para conquistar seguidores e lucrar com as redes sociais. Por que os micro e pequenos empresários devem investir em redes sociais? Luís Felipe Cota – Além de serem ambientes ideais para se relacionar com clientes, parceiros e fornecedores, as redes sociais também permitem conhecer e monitorar os gostos, necessidades e desejos desses diferentes públicos. Sites como Facebook e Twitter são fundamentais para trabalhar conceitos de marketing e branding, pois ajudam a criar uma base de clientes muito sólida e interessada na marca. Especialmente para as MPEs, trata-se ainda de uma excelente forma de divulgar produtos e serviços a um custo muito baixo, principalmente se comparado aos altos preços de publicidade na mídia convencional, como
televisão, rádio e veículos impressos. Com as redes sociais é possível aproximar-se do público-alvo, conquistar novos mercados e trabalhar a consciência de marca de forma barata e extremamente eficaz nos dias de hoje, onde estamos todos cada vez mais conectados à internet. Quais tipos de empresa não podem mais ficar de fora das redes sociais? Cota – Atuar nas redes sociais deve fazer parte das prioridades de todas as empresas de varejo e serviços, sobretudo aquelas direcionadas aos públicos feminino e jovem e ligadas aos ramos de turismo, moda, entretenimento e comunicação, entre outros. Por outro lado, para alguns nichos
De que modo as redes sociais estão modificando a relação entre consumidores e empresas? Cota – As redes sociais podem tanto servir como uma bomba-relógio para as marcas ou então se transformar numa ferramenta muito eficiente para aumentar a clientela, conquistar novos mercados e aprimorar produtos e serviços. É preciso entender que o modelo de comunicação tradicional mudou. Agora os consumidores têm nas mãos uma arma poderosa para reclamar e opinar a qualquer tempo, com grande alcance e poder de repercussão. Graças ao poder de “viralização” das redes sociais, qualquer reclamação, se não for atendida a tempo, pode ameaçar seriamente a imagem da empresa. Portanto, não existe mais a possibilidade de ignorar o cliente e sair ileso. Se a companhia não estiver presente nos sites de relacionamento pode ser ainda pior, pois não há nem a chance de se defender. De modo geral, as redes sociais separaram as empresas que não priorizam o atendimento ao cliente daquelas que o fazem, melhorando cada vez mais esse relacionamento. A longo prazo, isso também significa o aprimoramento dos produtos e serviços, pois é possível coletar dados e informações que possibilitam detectar os desejos da clientela. Como lidar com comentários negativos? Cota – Vale lembrar que os clientes geralmente não são extremistas e toleram uma ou outra falha das empresas. O que eles não toleram é não ter uma resposta e um direcionamento. Em 90% dos casos, antes de partir para uma reclamação pública na rede social, eles já tentaram contato por telefone ou e-mail. Sendo assim, cabe à empresa ser ágil no atendimento para evitar que esses comentários públicos ganhem repercussão. Para lidar com isso, a saída está no planejamento. Costumamos elaborar um documento com perguntas e respostas adaptado à realidade de cada empresa. Ali estão previstas as principais questões que podem surgir ao longo do tra-
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NA REDE
de negócio – como, por exemplo, setores muito segmentados da indústria – podem ocorrer dificuldades em atuar nestes canais simplesmente porque o consumidor nem sempre reconhece ou está familiarizado com as marcas.
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e NTREVISTA balho nas redes sociais, com as respectivas atitudes e prazos para resolver cada problema. É muito importante designar também qual setor ou profissional será responsável por atender às reclamações. É fundamental respeitar os prazos e passar informações transparentes e honestas para o cliente. Se por acaso surgir algum conflito que não seja possível solucionar como previsto, sugerimos que a empresa assuma o prejuízo e faça o que for preciso para satisfazer o consumidor, assumindo os possíveis ônus dessa transação como se fosse uma verba de marketing – afinal, se o cliente for bem atendido e ficar satisfeito, a chance de recompra é quase certeira. Qual a melhor forma de monitorar as publicações relacionadas à empresa? Cota – O monitoramento depende do volume de publicações que a companhia tem na internet. No caso de micro e pequenas empresas, muitas vezes a saída é fazer isso de forma manual através do Google, simplesmente jogando o nome da empresa na ferramenta de busca. Há também aplicativos gratuitos como o Google Alerts, que permite cadastrar o nome da empresa, e toda vez que surgir uma menção a ele, você receberá um aviso com o link da publicação.
Mas caso a companhia passe a registrar mais de 100 citações por mês, fica difícil fazer essa varredura manual. Então vale a pena investir em algum software específico para o monitoramento e análise de redes sociais, como, por exemplo, o Scup, que utilizamos na agência e pode ser adquirido a partir de R$ 500, em média. O gerenciamento das mídias sociais deve ser realizado exclusivamente por um profissional da área de comunicação? Ou é possível “treinar” alguém dentro da própria empresa para desempenhar esta função? Cota – Para ser realmente bem-feito, o trabalho nas redes sociais requer mais de um profissional. Por exemplo, a geração de conteúdo deveria ser única e exclusivamente feita por jornalistas, já que estes profissionais são os mais capacitados a produzir conteúdos bem escritos e de relevância. Além disso, pode haver também a necessidade de um designer. Mas, considerando-se as MPEs, isso pode ser uma realidade distante. Se não puder contratar estes especialistas ou uma agência do ramo, a saída é treinar alguém da empresa para desempenhar a função, desde que seja uma pessoa alinhada à cultura da empresa e o mais capacitada possível para desempenhar a função. Só não vale escalar um estagiário ou aquele seu sobrinho que não sai do Facebook para assumir o cargo, pois é garantia de tiro no pé.
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Quais os cuidados que as MPEs devem ter nas mídias sociais? Cota – É importante seguir o conceito da marca, tanto no design como no conteúdo, alinhando os posts à cultura corporativa. Mas o mais importante é observar a função das redes sociais, que é a de promover o relacionamento entre pessoas de maneira que não seja comercial. A ideia é oferecer informações, serviços ou entretenimento. A partir do momento que
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ingressa numa rede social, a empresa deve assumir essa postura, evitando publicações meramente promocionais e priorizando aquelas que realmente sejam relevantes para o público-alvo. Promoções e sorteios ainda são a melhor forma de atrair seguidores para as contas do Facebook e Twitter? Ou essa estratégia está ultrapassada? Cota – Conteúdo relevante é a melhor forma de tornar os perfis corporativos atrativos. Fazer promoções sem critério agrega pouco à marca e costuma gerar pouca interação. Há três momentos em que devemos lançar uma promoção ou concurso cultural. O primeiro deles é no início do trabalho em rede social, quando precisamos criar uma motivação para que o público conheça a empresa e seus produtos/serviços. Depois, quando já possuímos uma base de clientes estabelecida – acima de 20 mil fãs, por exemplo –, é possível lançar promoções com o objetivo de aumentar as vendas. E, por último, durante datas sazonais. Se bem administradas, as contas do Twitter e Facebook podem substituir um site corporativo? Ou o website continua sendo fundamental para as empresas? Cota – Tudo indica que a internet caminha nessa direção. Algumas agências e empresas, inclusive, já aboliram os sites tradicionais e usam exclusivamente a fanpage do Facebook como canal de divulgação na web. No entanto, acho que para fazer negócio esse modelo ainda não é o mais indicado, pelo menos por enquanto. Mas creio que em breve veremos essa transformação, até porque o Facebook está se preparando para isso – o objetivo deles é que aquela barra onde hoje você procura seus amigos transforme-se em uma grande ferramenta de busca, o que pode ameaçar seriamente o Google, pois a frequência com que as pessoas utilizam a rede social é muito grande.
Caso a companhia passe a registrar mais de 100 citações por mês, vale a pena investir em algum software específico para o monitoramento e análise de redes sociais
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em p ree nd ed o r es
Luis Meyer Just Fly Aeronáutica
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Nas alturas
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Aviões sempre exerceram uma fascinação no engenheiro mecânico Luis Meyer. Filho de piloto, desde criança ele tinha acesso e contato fácil com o mundo das aeronaves. Tanto que logo cedo decidiu seguir carreira nesta área e, aos 32 anos, comprou seu primeiro avião. Foi na busca por um modelo que aliasse desempenho, segurança, tecnologia e economia que ele se deparou com uma oportunidade de negócio: ser distribuidor de aeronaves no Brasil. Tudo começou em 2011, quando Meyer viajou à Alemanha e descobriu a aeronave CTLS, produzida pela empresa alemã Flight Design, líder mundial de vendas na categoria Aeronave Leve Esportiva (LSA). O empresário se identificou
com a novidade e vislumbrou o CTLS como a alternativa ideal para pilotos que desejam ter uma aeronave para uso particular, seja para lazer ou locomoção, unindo o que há de mais moderno com um baixo custo operacional. Além de adquirir um avião CTLS para uso próprio, tornou-se o distribuidor exclusivo da marca no Brasil e criou a empresa Just Fly Aeronáutica. Segundo o empresário, a aeronave CTLS se tornou referência nos setores de luxo e agribusiness no Brasil. Confeccionada em fibra de carbono e kevlar, ela oferece um paraquedas balístico BRS standard de fábrica.
www.justflyaero.com.br
Gilmar Edson Nogueira Repor Brasil
Na década de 1980, Gilmar Edson Nogueira era dono de uma empacotadora e repositora de sacos para lixo que ia de mal a pior devido à instabilidade econômica do País. Deu a volta por cima ao perceber que podia fazer muito mais do que fazia. Em 1987, ele fundou com o colega Moacir Alegria a Repor Brasil, especializada na organização dos produtos em gôndolas e estoques de estabelecimentos varejistas. Aos 15 anos de idade, a empresa tem 1,3 mil colaboradores e atuação nacional, com sede em Cuiabá e escritórios regionais em São Paulo, Bahia e Campo Grande. Entre os clientes, grandes marcas como Quero, Nita Alimentos, Camil, Ambev, Tampico, Panasonic, Copacol, Mika, Bel Chocolates, Palmali e Vitalmar. A reviravolta começou num dia em que Moacir Alegria, que na época exercia a função de comprador em supermercado em Cuiabá, lhe pediu para abastecer mais seis itens de produtos de um fornecedor dele, a Bayer. “Topei logo de cara e, dias depois, os compradores começaram a me indicar mais empresas para negociarmos e assim começou a Repor, com apenas os dois promotores e eu”, lembra Nogueira. “Até que um dia o pessoal do supermercado ligou dizendo que precisava que eu apresentasse o serviço de reposição de mercadorias a um fornecedor, que para a minha surpresa era a Havaianas. Fechamos negócio.” O detalhe é que a empacotadora não era formalizada. A Repor foi aberta com urgência para não perder o contrato com a Havaianas. Moacir Alegria ajudou tanto nesse processo que acabou virando sócio, mas dois anos depois faleceu. “Ele me dizia: ‘Gilmar, nada de interior, vamos partir para as capitais e grandes cidades do Brasil’”, lembra Nogueira, que seguiu à risca os conselhos do sócio. Hoje, a Repor atende 24 estados da Federação com promotores, carga, descarga, demonstradoras e inventário.
www.reporbrasil.com.br
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Gôndolas cheias
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em p ree nd ed o r es
Monica Ribeiro, Renata Tavora, Erika Costa, Juliana Kawada e Luciene Giorgio Coloricos
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Decoração exclusiva
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Lojas de decoração não são uma novidade na internet. Mas as sócias da recém-lançada Coloricos decidiram apostar numa nova concepção de ecommerce no segmento, com foco em exclusividade. Conhecedoras de tendências internacionais e também regionais, as fundadoras Monica Ribeiro e Renata Tavora, especialistas em operações de importação e exportação; Erika Costa, estilista com forte experiência em criação de produtos; Juliana Kawada, especialista em comércio exterior; e Luciene Giorgio, economista também com especialidade em comércio exterior, dedicaram os últimos dez meses na curadoria de objetos para despertar o desejo de consumidores mais exigentes. A escolha dos produtos se deve à intensa pesquisa de mercado, seleção de fornecedores e acompanhamento de feiras direcionadas. As coleções serão renovadas duas vezes por ano para garantir a proposta de exclusividade nas peças e também por ofertas de produtos em quantidades limitadas. “Para lançar a Coloricos no mercado brasileiro trabalhamos o conceito do contemporâneo até mesmo no desenvolvimento da marca que dá nome ao portal, com o modelo crowdsourcing”, explica Renata, que com aprovação de todas as sócias acatou a sugestão de um designer alemão na criação do logo e da identidade da marca. Segundo ela, esse foi um trabalho paralelo ao de curadoria dos produtos, o que reforça o conceito da marca. “Nós cinco sempre fomos muito atentas em decoração e nos movimentos do mercado e isso reflete desde a concepção da Coloricos. Almejamos tornar a marca em um e-commerce referência em produtos de decoração modernos, descontraídos e diferenciados com atendimento de primeira qualidade”, ressalta Monica Ribeiro.
www.coloricos.com
Pedro Cavalcanti, Vinicius Moreira, Renan Alves e Pedro de Cicco Donde Voy
O que você sugere?
Estar numa cidade com boas opções de restaurantes não garante que você encontre o lugar ideal para entrar e sair satisfeito. Muitas vezes falta aquele amigo aficionado em gastronomia com uma dica saborosa na ponta da língua. E se, nessas horas, você pudesse contar com milhares de amigos prontos a ajudar? Foi com esta ideia que quatro jovens empreendedores de São Paulo criaram o Donde Voy, site colaborativo em que frequentadores de restaurantes ajudam uns aos outros a saciar a fome com prazer. Os administradores Pedro Cavalcanti, 25, Vinícius Moreira, 23, o estudante de administração Pedro de Cicco, 23, e o fotógrafo, músico e designer Renan Alves, 23, investiram R$ 100 mil na plataforma, que estreou a versão beta em 1º de junho de 2012. Com 3
mil restaurantes já cadastrados nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, o serviço acaba de entrar em Belo Horizonte. Os planos são de ampliar a cobertura para o Nordeste em 2013, com expectativa de alcançar até julho a marca de 683 mil visitas únicas ao site. A inovação apresentada pela startup é trazer a lógica colaborativa da wikipedia e dos rankings dos motores de busca para um guia de restaurantes. O usuário pode avaliar e buscar os estabelecimentos por região e tipo de culinária. “A ideia é criar um ambiente colaborativo e confiável, pelo qual o próprio cliente, não um crítico, avalie um serviço gastronômico e busque restaurantes de acordo com seu gosto pessoal”, explica Pedro Cavalcanti.
www.dondevoy.com.br
Walmir Scaravelli Mega Sistemas Corporativos
O paulista Walmir Scaravelli, 49 anos, era um estudante de matemática cheio de planos quando fundou a Mega Sistemas Corporativos, na cidade de Itu, no interior de São Paulo, com o amigo Paulo Bittencourt. Era 1985, uma época em que o setor de tecnologia da informação ainda engatinhava no Brasil. Vinte e sete anos se passaram, mas Scaravelli continua com o mesmo espírito empreendedor daqueles tempos. Nem dá para ser diferente. Como diretor comercial da Mega, ele está na linha de frente de uma empresa que tem cerca de 700 funcionários, mais de 2 mil clientes e 50 mil usuários de suas solu-
ções em todo o Brasil. A Mega Sistemas oferece soluções de gestão empresarial para os mercados de Construção, Logística, Combustíveis, Manufatura, Agrobusiness e Serviços. O faturamento supera a casa dos R$ 50 milhões. Para Scaravelli, a empresa foi sua maior escola. Mesmo assim, o empresário nunca deixou de buscar conhecimento formal. Depois de largar a faculdade de Matemática na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para fundar a Mega, ele retomou os estudos em 1993 e há dois anos concluiu um curso na Westminster College, em Utah, nos Estados Unidos. www.mega.com.br
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Empreendedor desbravador
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em p ree nd ed o r es
Isabel Muxfeldt e Verhuska Pereira Joias do Pantanal
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Arte sustentável
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Isabel Muxfeldt trabalhava no segmento da construção civil quando decidiu mudar radicalmente sua trajetória profissional. Em 2003, com a amiga artesã Verhuska Pereira, montou a Joias do Pantanal. A empresa vem se destacando nacionalmente por transformar em joias o chifre de boi, até então usado apenas para fazer berrantes, instrumentos utilizados pelos boiadeiros para comandar o gado. Muito comum na região de Campo Grande, onde a empresa está instalada, o material é lapidado sem nenhum processo químico. Artesãos locais foram recrutados para cortar as peças desenhadas por Verhuska. Mas as coleções da marca não chamam atenção apenas pela sustentabilidade. Segundo Isabel, muitos clientes – inclusive de outros países – chegaram à marca procurando por biojoias no Google, mas se encantam pelo design das peças. “É claro que ser sustentável pesa bastante. Mas depois que
descobrem nossa coleção, esses clientes ficam encantados com os tons do chifre bovino. Cada peça é única. Não adianta ser sustentável se o produto não tiver beleza”, afirma Isabel. A meta da empreendedora é desenvolver coleções exclusivas para marcas que também tenham a sustentabilidade como princípio. “Temos certeza que temos potencial para alcançar voos ainda maiores.” Em quase dez anos de história, a empresa foi destaque em prêmios importantes: terceiro lugar do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, em 2007; finalista do Empretec Women in Business Award (Prêmio para Mulheres de Negócios do Empretec), organizado pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), em 2010. As coleções Joias do Pantanal são vendidas na loja virtual da marca.
www.joiasdopantanal.com.br
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Habitat
As incubadoras são ambientes perfeitos para começar negócios inovadores, porém sem a veia empreendedora inerente ao empresário não é possível avançar
A vida real para o empreendedor brasileiro não é nada fácil. Para abrir as portas de qualquer negócio, o microempresário se vê em um emaranhado de impostos, taxas, contribuições, juros elevados e burocracia. Sem falar no desconhecimento de muitos aspirantes a empresários diante das práticas de gestão, entre elas o dia a dia das áreas financeira, contábil e de marketing. Diante desse cenário desanimador, o ambiente de uma incubadora se mostra muito mais tranquilo e seguro para quem está começando a dar seus primeiros passos empresariais. Geralmente, as empresas apoiadas por programas de incubação apresentam taxas de sobrevivência mais altas. De acordo com pesquisas realizadas, há alguns anos, pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), somente 20% das empresas que passaram por um período de incubação faliram, um número bem inferior à taxa de mortalidade registrada por micro e pequenas empresas em geral, conforme resultados de estudos divulgados pelo Sebrae – 30% nos primeiros dois anos Hoje existem 384 incubadoras atuando no Brasil. Essas instituições apoiam 2.640 empresas em processo de incubação e geram 16.394 postos de trabalho, conforme dados apurados em um estudo sobre incubadoras, lançado no ano passado, pela Anprotec, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A pesquisa revelou, também, que as incubadoras já graduaram 2.509 empreendimentos, que faturam R$ 4,1 bilhões e empregam 29.205 pessoas. “Esses números mostram o impacto que as incubadoras exercem na economia. Outra informação importante, revelada por este estudo, que também é um indicador de como as incubadoras têm impacto no desenvolvimento, é o fato de que 98% das empresas incubadas inovam. Isso significa que os empreendimentos incubados estão gerando inovações e possibilitando que a economia do País se torne cada vez mais competitiva”, avalia Francilene Procópio Garcia, presidente da Anprotec. Francilene observa que, no Brasil, em quase meio século de operação, é visível a melhoria da competitividade nos territórios
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ideal
por Raquel Rezende
raquel@empreendedor.com.br
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“Os mecanismos de apoio à inovação contribuem de forma relevante para consolidar a formação de uma forte e competitiva indústria baseada no conhecimento”, diz Francilene, da Anprotec
que se movimentam com a parceria de incubadoras de empresas, aceleradoras de negócios, parques ou polos científicos e tecnológicos. Ela destaca ainda que o empreendedorismo inovador é reconhecido como um importante instrumento para o desenvolvimento sustentável do País. “Os mecanismos de apoio à inovação contribuem de forma relevante para consolidar a formação de uma forte e competitiva indústria baseada no conhecimento, bem como criar condições mais favoráveis à agregação de tecnologia e inovação ao setor industrial, agrícola e de serviços já estabelecidos no Brasil”, comenta. “As incubadoras são uma janela por onde empreendedores, inventores e estudiosos conseguem colocar suas ideias e projetos em prática.” O conceito explicitado por Ga-
briel Sant’Ana Palma Santos, coordenador da incubadora Midi Tecnológico, localizada em Florianópolis, define bem o papel dessas entidades no incentivo aos negócios inovadores. “Não é necessário ter CNPJ. Se o empreendedor tem uma ideia, ele, simplesmente, pode preencher o plano de negócios disponível no site do Midi e passar pela banca selecionadora para saber qual potencial tem a sua ideia. Ao ser selecionado, além de networking, ele terá acesso a consultorias nas áreas de recursos humanos, marketing, financeira e jurídica”, afirma. Outra vantagem de submeter a proposta do negócio ao crivo de uma incubadora, segundo Santos, é que a banca vai avaliar as projeções econômicas e o potencial inovador da atividade. “Os empreendedores serão questionados, eles passam por uma banca oral e diferentes questões serão levantadas. Somente passar pelo processo seletivo já vai ajudar na identificação de problemas e na colocação mais adequada da empresa ao mercado”, explica. Se a proposta de negócio for aprovada pela banca selecionadora da incubadora, o empreendimento começa a ser criado e, nessa trajetória, recebe orientações de consultores que ficam à disposição da empresa. A possibilidade de participação em cursos, eventos e palestras também é maior. Com todo esse apoio, a facilidade de contatos com investidores nacionais e internacionais e o acesso ao mercado também são facilitados. “Para que a travessia dos principais pontos críticos enfrentados por uma empresa seja mais fácil, barata e com muito mais sucesso, as incubadoras são a solução. Grandes empresas de Santa Catarina e do Brasil começaram em incubadoras”, diz o coordenador do Midi. Ele comenta ainda que a maior parte dos empreendedores sai da universidade com uma ideia ou projeto e eles são bons na área tecnológica, mas falta saber de gestão. “É difícil a transformação de técnico para empresário”, avalia. A incubadora Midi Tecnológico, que é mantida pelo Sebrae de Santa Catarina e gerenciada pela Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate), foi criada em agosto de 1998. Desde então já graduou 66 empresas. Atualmente, tem 12 empresas incubadas na modalidade de residente e 11 empresas incubadas virtualmente. A incubadora tem capacidade para abrigar, via processo seletivo público e periódico, 15 empresas
uma incubadora é excelente para começar uma empresa, Raposo observa que o processo de incubação não garante que uma empresa vá crescer. “O empreendedor costuma ser cego, acha que o negócio dele é o melhor do mundo; então é bom ele ver bem o que está fazendo, elaborar um plano de negócios, ir atrás de uma incubadora para ver se sua ideia é viável.” O dono da empresa Brasil Ozônio, graduada pelo Cietec – incubadora de empresas de base tecnológica de São Paulo –, Samy Menasce, também concorda com Raposo, da Arvus. Para ele, somente a incubadora não é a solução. “O empreendedor tem que ter coragem e ser atrevido no mercado. A incubadora é facilitadora e não executora, por isso é preciso ter veia empreendedora”, destaca. E esse instinto para o empreendedoris-
“As incubadoras são uma janela por onde empreendedores, inventores e estudiosos conseguem colocar suas ideias e projetos em prática”, diz Santos, coordenador do Midi Tecnológico
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incubadas na modalidade de residentes, que, depois de passarem pelo processo de incubação, em média de dois a quatro anos, são denominadas empresas graduadas. O Midi oferece ainda uma modalidade para incubação virtual, pela qual os empreendimentos não ficam instalados fisicamente na incubadora, mas recebem consultorias e têm acesso aos benefícios oferecidos. O Midi Tecnológico foi eleito em 2008 e 2012, na categoria de “Desenvolvimento local e setorial”, a melhor incubadora de base tecnológica do Brasil pelo Prêmio Nacional de Empreendedorismo Inovador, promovido pela Anprotec. Reconhecida e premiada, a incubadora Midi prepara “suas filhas” para o sucesso. Uma delas é a empresa Arvus, que conquistou o segundo lugar na categoria “Melhor empresa graduada”, do Prêmio Nacional de Empreendedorismo Inovador 2011. A empresa é especializada no desenvolvimento de tecnologias para agricultura e silvicultura de precisão. Com sede em Florianópolis, foi fundada em 2004 e atua nas principais fronteiras agrícolas do Brasil. O diretor da Arvus, Gustavo Raposo, diz que o processo de incubação no Midi fez a Arvus buscar de forma mais rápida o seu espaço no mercado. “O Midi tem regras bem definidas e o fato de ter uma data limite para sair da incubadora auxiliou na aceleração do crescimento da empresa”, afirma. Para Raposo, as incubadoras ajudam a olhar o negócio como um todo, fornecendo um panorama administrativo e comercial importante. Outra faceta que envolve o mundo das incubadoras, citada por Raposo, é o fato de a empresa ter mais visibilidade e credibilidade diante de possíveis investidores. “Além da incubadora te apoiar financeiramente e oferecer consultoria subsidiada, estar incubado te permite um acesso muito maior ao mercado de captação a fundo perdido, recebendo recursos dos órgãos de investimento como Finep, CNPq e investidores privados”, destaca. Raposo diz que tudo está resumido ao dinheiro que a empresa tem para colocar seu negócio em prática, aliado a mão de obra qualificada. “Sem capital não tem como uma empresa ir para frente. E se você tem acesso ao capital, você consegue. A incubadora acaba propiciando-lhe o acesso aos recursos e, assim, você consegue mais rápido”, opina. Apesar de afirmar que o ambiente de
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mo inovador persegue Menasce. Um dos resultados disso foi a criação do Sistema BRO3, espécie de gerador de ozônio utilizado para o tratamento da água, pela empresa dele. O Sistema BRO3 apresenta eficiência certificada na remoção da carga microbiana, do nível tóxico de compostos orgânicos e de metais pesados. As aplicações vão desde sanitização de hortaliças, na agricultura, até higienização de ambientes. Após dois anos na incubadora da Universidade de São Paulo (USP), a Brasil Ozônio entrou no mercado atuando na pesquisa e desenvolvimento de soluções em processos de tratamento de água. Hoje, com mais de 1 mil instalações, é reconhecida no mundo inteiro e atende grandes clientes institucionais como empresas alimentícias (Bunge, Unilever e Matte Leão) até grandes redes de hotéis (Renaissance, Hilton) e indústrias (3M, Eurofarma e Dow Química). Segundo Menasce, o fato da Brasil Ozônio estar incubada no Cietec e, por isso, ter o carimbo da USP, foi essencial para entrar no mercado com credibilidade. “Eu tinha para vender um novo produto e uma nova tecnologia, e entrar no mercado com duas inovações era muito difícil. Em uma situação dessas ou você tem muito dinheiro ou tem que ter um selo de qualidade”, comenta. Além disso, ofereceu troca de informação com pesquisadores e professores da USP, quando foi necessário, e proporcionou acesso a linhas de fomento. Para Menasce, começar qualquer empresa hoje no Brasil é dificultoso e investir em uma nova tecnologia é mais ainda, porque necessita de capital humano e de recursos. “O governo tem que apoiar mais as incubadoras, disponibilizando recursos. Em países como Israel – cito pois conheço – a empresa entra na incubadora já recebendo um montante e isso facilita muito o início do negócio”, afirma. “Os recursos que conquistamos, porque estamos na incubadora, foram fundamentais para nosso crescimento”, complementa. Continuar elaborando projetos para inovar com foco no tratamento de gases, água e alimentos faz parte dos planos da empresa para o futuro. E com a crescente exigência dos órgãos ambientais, Menasce já vislumbra as corporações necessitando de novas soluções que a tecnologia da Brasil Ozônio pode atender. “Estamos no olho do furacão na questão ambiental.”
“Estar incubado permite um acesso maior ao mercado de captação a fundo perdido, recebendo recursos dos órgãos de investimento como Finep, CNPq e investidores privados”, diz Raposo
Cabrera: A vivência e a troca de experiência com diferentes empresários é muito rápida
Outra empresa incubada no Cietec que tem uma trajetória de sucesso é a Bioactive, comandada pelo dentista Israel Cabrera. A ideia de desenvolver produtos para enxertos, misturando polímeros e cerâmica, que ajudam na reconstrução óssea, foi apresentada por ele no processo seletivo da incubadora. Uma vez aprovada a proposta, Cabrera teve ajuda para procurar investidores e recebeu dois importantes aportes. No primeiro, a fundo perdido da Finep, foram R$ 3 milhões. Depois, com a apresentação no 10º Seed Fórum Cietec/Finep, em 2011, conheceu seu atual sócio, que comprou uma participação minoritária da startup. Os planos, agora, são instalar a empresa em uma cidade próxima de São Paulo e conseguir aprovação na Anvisa para o produto. “Foram quatro anos e meio na incubadora. A vivência e a troca de experiência com diferentes empresários acontecem muito rápido, a informação circula de forma dinâmica e isso ajuda no desenvolvimento do negócio”, avalia. Na visão de Cabrera, a probabilidade de insucesso de um negócio é muito maior estando fora do processo de incubação. Estar mais próximo de editais, de informações sobre possíveis investidores e ter a oportunidade de participar de missões internacionais que possibilitam comparar seu negócio com outros é uma das maiores vantagens de estar incubado, na opinião dele. O convívio diário no ambiente de incubação do Cietec fez Cabrera observar o comportamento de diversos empreendedores. E ele percebe que existe um excesso de paternalismo do dono da ideia pelo seu produto. “Ninguém pode mexer, se intrometer, e qualquer opinião o dono da ideia bloqueia. Por isso, penso que o empresário teria que ser mais aberto às opiniões e ousar, abrindo seu plano de negócios para ser avaliado pela incubadora mais próxima da sua casa”, aconselha. Além disso, Cabrera considera muito importante o apoio das áreas jurídica e financeira nas incubadoras. “Empresa incubada não tem a mínima noção sobre quais impostos pagar e como fazer contratos”, afirma. Cabrera acha que o Brasil tem pouquíssimas incubadoras, se for pensar no tamanho do País. “Muitas pessoas têm a inovação nas mãos e não sabem como fazer. O governo deveria ajudar muito mais e tentar orientar essas pessoas em como agir”, defende. Athos Vinícius Valladares Ribeiro, analista técnico
Samy Menasce, da Brasil Ozônio: Sistema BRO3 apresenta eficiência certificada na remoção da carga microbiana, do nível tóxico de compostos orgânicos e de metais pesados
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da Unidade de Acesso à Inovação e Tecnologia do Sebrae (Uait), constata que, em um cenário em que empresas competem acirradamente para conquistar clientes cada vez mais exigentes e informados, as iniciativas inovadoras se sobressaem. O analista acredita que somente incentivando a criação e o fortalecimento de empreendimentos inovadores é possível contribuir para o aumento da competitividade nacional. “Por meio da consolidação da agenda da inovação e do conhecimento alcançaremos patamares cada vez mais altos e sólidos em relação à participação dos negócios nacionais na riqueza gerada pela nação, produzindo produtos e serviços de alto valor agregado”, resume. Francilene alerta os interessados no processo de incubação para prestarem atenção ao perfil de cada instituição. As incubadoras de base tecnológica, por exemplo, são voltadas para estudantes, cientistas, empreendedores e empresas que desejam desenvolver novos projetos, produtos e serviços baseados em tecnologia inovadora. Mas existem as incubadoras tradicionais, que aceitam empresas de setores tradicionais e as incubadoras mistas, que abrigam empresas de base tecnológica e de setores tradicionais. E ainda há, no Brasil, as chamadas incubadoras sociais, responsáveis por apoiar programas e projetos sociais; e as incubadoras culturais, que auxiliam no crescimento de projetos que envolvem a cultura. “O público-alvo atingido pela incubadora, portanto, é bem amplo. O empreendedor pode ser desde um artista ou um líder comunitário até um pesquisador”, diz a presidente da Anprotec. E para alcançar o sucesso ao ingressar em uma incubadora, além da disposição para enfrentar desafios – que deve ser inerente a todo empreendedor –, o negócio tem que ter a inovação como um de seus principais diferenciais competitivos. Investir em pesquisa e fortalecer a rede de relacionamento com profissionais e instituições que contribuam para o processo de inovação devem ser metas constantes para empreendimen-
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“A grande proposta é facilitar e acelerar o crescimento das empresas”, diz Chierighini, da incubadora Celta tos incubados, pois garantem o crescimento sustentável. Um dos pioneiros nacionais na atividade de incubação de empresas foi o Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas (Celta), localizado em Florianópolis. Com início das atividades em 1986, tem o propósito de aproveitar o conhecimento gerado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para auxiliar os talentos que saem formados. Desde então, o Celta colocou no mercado 70 novas empresas, com faturamento anual estimado em R$ 1,5 bilhão. Considerado o maior volume de empreendimentos nascidos em incubadoras no País, é a maior incubadora da América Latina. Em tamanho físico também é referência: são 10,5 mil metros quadrados voltados para abrigar empresas inovadoras. O modelo da incubadora serviu de exemplo para implantação de outras similares em todo o Brasil. O Celta foi ainda a primeira a receber o prêmio de melhor do ano, em 1997, conferido pela Anprotec. Atualmente, com 32 empresas incubadas que faturam aproximadamente R$ 40 milhões ao ano e geram cerca de 800 empregos diretos, o Celta é administrado por Tony Chierighini. Ele explica que os custos para uma empresa ser incubada no Celta são pequenos: cerca de R$ 15 o metro quadrado com todos os serviços incluídos. “A grande proposta aqui é facilitar e acelerar o crescimento das empresas que são a maioria da área tecnológica. Ajudamos muito na gestão. Elas já entram com um plano de negócios e nós fornecemos acesso a consultorias para implementar ainda mais o plano e, se precisar, muda-se a ideia para ser adaptada ao mercado”, ressalta. Assim, o empreendedor tem um acompanhamento completo que diminui muito a chance de erros e ainda ajuda a profissionalizar o negócio.
Chierighini diz que a grande importância do Celta é o desenvolvimento regional de Florianópolis. “Além do turismo, a capital catarinense se transformou em referência de inovação e isso contribuiu para o crescimento regional, geração de emprego e renda.” Segundo ele, a inovação pode ser no produto, processo ou serviço. Entre as 250 pequenas e médias empresas que mais crescem no Brasil está a Cianet, incubada e agora já graduada pelo Celta. Fabricante de equipamentos triple-play (dados, TV e telefonia) e provedora de soluções em comunicação de dados, a empresa ficou incubada por oito anos. Fundada em 1994 por três estudantes de engenharia que conquistaram duas patentes de privilégio de invenção na área de redes de comunicação de dados, a Cianet nasceu com alma inovadora. Ao longo dos anos, a constante inovação dos produtos, a utilização da tecnologia de ponta e a contribuição de profissionais qualificados fizeram a empresa crescer, em média, 50%
Incubadoras em números 304 em atuação 2.640 empresas em incubação 16.394 postos de trabalho*
2.509 empresas graduadas
29.205 postos de trabalho**
R$ 4,1 bilhões de faturamento**
98% dessas empresas inovam * em empresas incubadas ** em empresas graduadas
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Fonte: Anprotec/MCT
para a empresa evoluir. Quando saímos, conseguimos atingir um nível muito maior, com crescimento de 66% em 2012”, revela. Todos os incentivos da incubadora, segundo João Francisco, como ambiente para reuniões, cursos e acesso a palestras, acesso ao contador, por exemplo, são essenciais. “Esses detalhes tiram muito o foco do negócio e vejo como é fundamental o apoio ao empreendedor, através das incubadoras.” A visão de João Bernartt, sócio-fundador da Chaordic Systems, focada no desenvolvimento de soluções de personalização em massa para o segmento de comércio eletrônico, não é diferente. Para ele, a incubadora é um lugar construído para dar suporte a empresas nascentes. Por este motivo oferece vantagens importantes para um recém-empresário. “Estar incubado facilita a obtenção de incentivos tributários que auxiliam uma empresa em seu período inicial de desenvolvimento”, avalia Bernartt, que também tem a
empresa incubada no Celta. “Existem fatores no chamado Custo Brasil, que é o conjunto de dificuldades encontradas para o crescimento da indústria nacional, que, muitas vezes, impedem o aumento da competitividade do produto brasileiro”, analisa Bernartt. As nações que colocaram a ciência e a tecnologia como matriz do seu desenvolvimento representam hoje as mais ricas economicamente, destaca. “Por isso, é fundamental que o País tenha políticas e ações de fomento que possam ampliar o desenvolvimento do setor tecnológico. E isto deve vir desde a educação básica, no ensino das disciplinas de matemática, física e lógica.” Um dos grandes desafios, comenta Ribeiro, é desmitificar o conceito de inovação e que sua ação não é mérito exclusivo de grandes corporações. Ele cita o livro Inovatrix, do professor Clemente Nóbrega, especialista no tema, que defende o conceito de que inovação é “ganhar dinheiro novo”. E relaciona a inovação diretamente com o mercado. “É preciso criar um ambiente favorável para que haja mais iniciativas empreendedoras motivadas por oportunidades de mercado e inovações do que por necessidade”, afirma. Para ele, a resposta está na integração de poder público, que deve assumir o protagonismo do processo de desenvolvimento dos territórios legitimando políticas de fomento, incentivo fiscal e apoio à pesquisa com o capital privado – enquanto beneficiário e interessado nos efetivos resultados destas iniciativas. “Portanto, o empreendedorismo inovador deve ser priorizado como estratégia de desenvolvimento. Neste contexto, os habitats de inovação devem ser um dos expoentes do desenvolvimento socioeconômico, enquanto atores do processo de criação de inovações”, afirma Ribeiro.
“Quando se está com uma ideia brilhante, não há espaço para pensar em tudo o que isso envolve”, diz Santos
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ao ano. Para João Francisco dos Santos, presidente da Cianet, o período que a empresa esteve incubada no Celta foi muito bom por vários aspectos. “Quando se está com uma ideia fantástica, brilhante, não há espaço para pensar em tudo o que isso envolve. E esse apoio inicial ajuda a ter mais sucesso do que começar sozinho”, declara. No Celta, o aluguel da sala inclui serviços de condomínio, garagem e telefonia. O apoio de infraestrutura vai reduzindo ao longo do tempo gradativamente. “Lá tivemos troca de experiência e cultura diferentes. O ambiente também é próprio para contratar. Tem um cadastro de possíveis colaboradores, então é uma sinergia muito grande”, comenta João Francisco. Ele percebe que a empresa passa por patamares de evolução, estágios de vida, como uma pessoa. “A fase incubada foi muito importante e todos esses aspectos facilitaram
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Empresa de fibra Tamoios busca se tornar referência no mercado de embalagens e produtos sustentáveis com o desenvolvimento de tecnologias alinhadas ao beneficiamento de materiais naturais por Ana Paula Meurer
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anapaula@empreendedor.com.br
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Inicialmente residente e agora incubada não residente do Centro de Inovação Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), a Tamoios Tecnologia e Consultoria (TTC) nasceu com a proposta de ofertar ao mercado produtos sustentáveis a partir do beneficiamento de resíduos agrícolas e urbanos. Desde 2009 a empresa trabalha na pesquisa e efetivação de alternativas para a criação de um material que tenha desempenho semelhante àqueles que contêm petroquímicos. Aposta, no entanto, em um grande diferencial: a sustentabilidade. A gestora financeira Carolina Guimarães conta que tudo deslanchou no final de 2008, quando o sócio-diretor Rafael Tannus, até então único funcionário e representante da empresa, teve o seu plano de negócios aprovado pelo Cietec. “Por um ano a Tamoios operou em uma sala restrita de 9 metros quadrados até que seu primeiro edital, Subvenção Econômica da Finep, fosse contemplado e o primeiro projeto fosse fechado”, relembra. Desde então, o número de parcerias
de diferentes linhas de produção – compressão, extrusão e polpa moldada – a Tamoios mantém sua amplitude produtiva atuando em diferentes segmentos de mercado, como o de decoração, paisagismo, embalagens, isolamento acústico e calços técnicos.
Material feito a partir de fibras naturais substitui produtos à base de petroquímicos, com desempenho semelhante e a vantagem de beneficiar comunidades carentes de zonas rurais
Vantagens Na opinião de Carolina, a Tamoios teve o seu crescimento potencializado graças à proximidade proporcionada pelo Cietec/ USP com os alunos, professores e laboratórios de pesquisa. “Além do ambiente propício para geração de ideias, ser uma empresa incubada soma-se outras vantagens ao currículo, como estrutura física de baixo custo, disponibilização de consultorias sobre gestão da inovação, negócios e pessoas, parcerias com entidades vinculadas ao Centro, credibilidade externa e aceitabilidade em eventos e congressos e troca de experiências com outros empreendedores e outras empresas startup”, cita. Com uma equipe extremamente qualificada e arrojada, somada aos recursos concedidos via editais de instituições como Finep e CNPq , a TTC tem investido e dedicado fortemente seu capital físico, financeiro e humano na pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e processos. Até o momento, já foi contemplada com quase R$ 1 milhão em editais para o desenvolvimento de tecnologias alinhadas ao beneficiamento de fibras naturais, sendo que, destes, aproximadamente R$ 800 mil são não reembolsáveis. “Durante o caminho percorrido acreditamos que o grande motor para o crescimento da empresa foi e tem sido a forma multidisciplinar e o caráter inovador com que lidamos com as informações e incertezas inerentes ao negócio.” Com a vitalidade pulsante de uma jovem empresa, somada a um leque de colaboradores experientes e com a inquietude por novas descobertas, a Tamoios Tecnologia tem a intenção de se tornar referência no mercado de embalagens e produtos sustentáveis. Além da visibilidade e benchmarking como empresa sustentável, pretende desenvolver e trazer melhores perspectivas para a população local do Vale do Ribeira, assim como estender o impacto positivo do negócio a toda a cadeia produtiva formada em torno da indústria. “Com o apoio político e da comunidade local, pretendemos transformar o Vale do Ribeira em um polo de referência no beneficiamento de fibras naturais do Brasil.”
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só ampliou, de acordo com Carolina. Além do centro de desenvolvimento de produtos na cidade de Itariri, no Vale do Ribeira, em São Paulo, a TTC possui convênio com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/USP para aprimoramento e desenvolvimento de pesquisas na área biotecnológica. A proximidade com a universidade sempre foi algo marcante na sua história e na de seus funcionários. Com a grande maioria dos integrantes graduados e pósgraduados em universidades conceituadas como USP, Unicamp e UnB, a empresa potencializou o vínculo com as entidades acadêmicas de apoio ao empreendedorismo, como as incubadoras. O constante crescimento faz com que a Tamoios invista e aposte ainda mais em sua equipe, ampliando o seu quadro de funcionários e pesquisadores ano a ano. Atualmente conta com o trabalho e colaboração de 30 profissionais, entre eles celetistas, prestadores de serviço, estagiários, bolsistas e consultores. Por meio
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PORTO SEGURO A Reason encontrou na incubadora o apoio ideal para sobreviver aos obstáculos iniciais e hoje estar presente mundo afora por Cléia Schmitz
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cleia@empreendedor.com.br
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Desde o final dos anos 1980, incubadoras de empresas na área de tecnologia têm tornado possível o surgimento e desenvolvimento de negócios que, de outra maneira, dificilmente teriam realizado seu potencial. São boas ideias que só precisam de um bom barco para atravessar as águas turbulentas do mercado e se firmar no rumo certo. E continua sendo assim, mesmo quando as ondas mudam de direção. Ao longo dos anos, o cenário econômico se alterou muito, mas as incubadoras se adaptaram às necessidades das empresas e continuam sendo tão importantes quanto antes. A história da Reason Tecnologia ilustra bem essa capacidade de adaptação. A empresa nasceu em 1991, de uma das incubadoras pioneiras no Brasil, o Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas (Celta), vinculado à Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (Certi), em Florianópolis. Na época, o kit de sobrevivência de uma novata no mercado de tecnologia tinha como itens principais computadores e capacidade de atração de mão de obra qualificada. A reserva de mercado de informática tornava os equipamentos importados caros e os pesquisadores só encontravam laboratórios e remuneração por
três empreendimentos, todos no segmento de energia: AQX Instrumentação, Link Precision e PowerOpticks.
Liderança Líder absoluta com 90% do mercado brasileiro em sua área de atuação, a Reason desenvolve soluções de alto valor agregado para o setor elétrico e industrial. Seu portfólio de produtos inclui, por exemplo, registradores digitais de
Líder absoluta com 90% do mercado nacional, a Reason desenvolve soluções para o setor elétrico
perturbações que ajudam a aumentar a confiabilidade do sistema elétrico. “Quando entramos no mercado, essa perturbação era registrada num papel por uma espécie de sismógrafo”, lembra Bernard. A grande façanha da Reason foi ter conseguido entrar num mercado até então dominado por grandes multinacionais como Siemens e Schneider Electric. E essa façanha não se restringe ao Brasil. Há quatro anos, a empresa começou um processo de internacionalização e abriu uma filial na Alemanha, onde mantém uma unidade produtiva, e um escritório nos Estados Unidos. Em pouco tempo conquistou clientes importantes mundo afora. Recentemente, venceu uma licitação para fornecer equipamentos para o sistema elétrico de Israel. “Esse contrato é muito re-
presentativo não só pelo volume de equipamentos – equivalente a um ano de produção da Reason –, mas porque Israel é um polo de tecnologia em segurança”, afirma Bernard. Os mesmos equipamentos também são usados em Taiwan. Mas um dos maiores orgulhos de Bernard – e um grande cartão de visitas para a Reason – é o fato de a empresa constar na lista de fornecedores do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern). A entidade anunciou em julho do ano passado a descoberta da suposta “partícula de deus”. “O controle absoluto do tempo é uma das principais funções nessa pesquisa e a solução fornecida pela Reason faz o sincronismo deste equipamento”, explica o empresário. Em 2011, a empresa faturou só no Brasil R$ 22 milhões e a expectativa era fechar 2012 com R$ 25 milhões.
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seus estudos nas universidades. Fundador e presidente da Reason, o engenheiro Guilherme Stark Bernard conta que as incubadoras ajudaram as empresas nascentes a ultrapassar esses obstáculos. “Um dos principais atrativos (das incubadoras) eram as bolsas do CNPq (o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que pagavam os pesquisadores responsáveis pelo desenvolvimento de nossos produtos”, explica o empresário. A outra vantagem de iniciar o negócio numa incubadora era a infraestrutura que esses centros colocavam à disposição das empresas, com laboratórios e computadores. Hoje, esses atrativos provavelmente não seriam suficientes para convencer empreendedores a chocar seus negócios de tecnologia em incubadoras. Com a inflação sob controle há quase duas décadas e a abertura do mercado, o custo dos equipamentos já não assusta. E o cenário também mudou em relação à disponibilidade de recursos para investimentos em inovação, incluindo a capacidade de remunerar bem os desenvolvedores. Há agências governamentais de fomento – como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) – e fundos privados bancando a aposta, o que não existia em 1991. Mas isso não quer dizer que as incubadoras perderam o apelo. Elas continuam sendo um porto seguro para a inovação em estágio embrionário, só que por razões diferentes. Bernard aponta três atrativos de uma incubadora no momento: o contato direto com outros empreendedores, a formação empresarial e o apoio na captação de recursos para investimentos na empresa, seja por meio de linhas de fomento ou de fundos de investimento. “A cooperação e a troca de experiência entre todos os empreendedores sempre foram e continuam sendo o mais importante em uma incubadora”, afirma o empresário. Bernard assimilou tão bem essa lição que desde o ano passado ele é o presidente da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate), que responde pela incubadora Midi Tecnológico. A entidade tem mais de 600 empresas associadas em todo o estado, divididas em verticais de negócio, entre elas a Vertical de Energia, onde está a Reason. “É quase uma incubadora, que permite a criação de novos negócios”, destaca Bernard. Nesse espaço, a Reason é sócia de
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C A PA
Rede de sustentação D’Gaya firmou série de parcerias que substitui o papel do ambiente de apoio e sinergia de uma incubadora por Cléia Schmitz
cleia@empreendedor.com.br
Não há dúvida de que as incubadoras de empresas reúnem condições extremamente favoráveis para o desenvolvimento de um negócio, mas esse cenário pode ser parcialmente reproduzido fora desses ambientes. Quem garante é a empresária carioca Cristina Dias, que fundou em julho de 2011 a D’Gaya, indústria de pães integrais, com sede na cidade do Rio de Janeiro. Para garantir o sucesso de seu negócio, ela se cercou de parcerias que dispensam qualquer apresentação: Sebrae, Serviço Nacional de Apoio à Indústria (Senai), Empresa de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). “De certa forma, é como se estivéssemos incubados porque estamos sempre trocando ideias com esses parceiros e utilizando tecnologias desenvolvidas por eles”, destaca Cristina. Filha de comerciante e com experiência no mundo do empreendedorismo,
a empresária procurou o Sebrae assim que teve a ideia de investir na panificação de produtos integrais. “Fui procurar a instituição porque não tinha sido muito feliz em minha experiência anterior. Disseram-me que eu teria mais chances de dar certo porque não cometeria os mesmos erros. Com a ajuda do Sebrae fiquei 60 dias só desenvolvendo o plano de negócios da D’Gaya”, conta Cristina. A proposta da empresa é fabricar produtos integrais que sejam ao mesmo tempo saudáveis e saborosos. “Percebemos uma lacuna neste mercado. De um lado, temos os pães industrializados, que usam muita química e poucos ingredientes integrais. De outro, pães integrais que não são macios e desagradam a muitos consumidores”, explica Laurett Castro, que junto a Hugo Meyer e Roberto Romero completa o quadro de sócios da D’Gaya. “Nós conseguimos desenvolver um pão artesanal e macio que usa ingredientes de primeira linha, com valores nutricionais que agregam benefícios à saúde”, completa a empresária.
Além de pães e minipães, a D’Gaya produz muffins, biscoitos, quiches de creme de soja e geleias de frutas 100% naturais, sem adição de açúcar. Para desenvolver seus produtos, a D’Gaya contou com o apoio inicial do Senai e, posteriormente, do Centro de Tecnologia Agroindustrial de Alimentos da Embrapa, cujos laboratórios certificam a validade de tudo o que é fabricado pela marca. São laboratórios que empregam alta tecnologia e investem fortemente em pesquisas, um ambiente impossível de ser replicado por conta própria em pequenos negócios como a D’Gaya, cujo investimento inicial não passou de R$ 25 mil. Em pouco mais de um ano, a D’Gaya já distribui seus produtos em 100 pontos de venda na capital Rio de Janeiro e em Niterói. Grande parte é de lojas de produtos naturais. Entre seus clientes estão as lojas da rede de franquias Mundo Verde. Laurett conta que a marca já recebeu muitos pedidos para distribuir seus produtos em outros estados, mas a ideia é consolidar a atuação
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D’Gaya buscou a ajuda de laboratórios do Senai e da Embrapa para desenvolver seus produtos
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Apesar de recente, D’Gaya deixa a lição: nunca se isole, procure parceiros, crie sua própria incubadora
lição de casa”, afirma Cristina. A ideia de bater na porta da ESPM foi da empresária. Com os sócios, Cristina sentia necessidade de conhecer o perfil de seus clientes e, principalmente, de ter um retorno sobre os produtos, se estavam realmente agradando e quais eram as expectativas dos consumidores. Sem condições de arcar com os custos de um serviço especializado, a D’Gaya foi buscar ajuda de novo. “Queríamos saber como nos comunicar diretamente com os clientes, já que somos uma indústria e temos as lojas como intermediárias”, explica Laurett. “Se tínhamos alguma dúvida da aceitação do produto, agora não temos mais.” Em sua curta trajetória, a D’Gaya deixa uma lição para outros empreendedores: nunca se isole, procure parceiros, crie sua própria incubadora.
Laurett, ao lado de Hugo: produtos integrais ao mesmo tempo saudáveis e saborosos são uma lacuna de mercado
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no Rio de Janeiro antes de partir para novos mercados. “Mas é claro que é um sonho expandir o negócio”, admite a empresária. Segundo ela, a meta para 2013 é aumentar o faturamento em pelo menos 30% em relação a 2012. Para alcançá-la, os sócios da D’Gaya vão contar com uma ferramenta importante, advinda de outra parceria gratuita: um plano de comunicação e marketing desenvolvido pela Empresa Júnior da ESPM. Durante 90 dias, um grupo de estudantes da instituição, coordenado por renomados professores, realizou uma pesquisa completa para a empresa, incluindo estudo de mercado, aplicação da marca, perfil dos clientes e dos concorrentes. “O plano deu mais clareza acerca do negócio e das nossas ações. Por isso dizemos que 2012 foi um ano em que aprendemos muito e que 2013 será a hora de fazermos a
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pa nor a m a por Cléia Schmitz
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As usinas hidrelétricas respondem pela geração de mais de 75% da energia que consumimos no Brasil – e aproveitamos apenas um terço do potencial hidráulico do País. No entanto, a construção de novos empreendimentos de fonte hidráulica tem sido fortemente questionada por movimentos sociais. A usina de Belo Monte, em construção no Rio Xingu, é o exemplo mais emblemático da crítica à concentração da matriz energética brasileira na fonte hídrica. Os inevitáveis impactos socioambientais estão no centro da questão, mas o coro ganha força com o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas, ameaçando o suprimento de energia no País. A crítica tem respingado nas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), empreendimentos com capacidade instalada entre 1 e 30 megawatts. “A sociedade transferiu seu preconceito às grandes usinas hidráulicas para as PCHs. Enquanto no mundo inteiro as PCHs são consideradas empreendimentos de baixo impacto, no Brasil elas são colocadas ao lado de empreendimentos como Belo Monte”, observa o professor Geraldo Lúcio Tiago Filho, diretor do Instituto de Recursos Naturais da Universidade Federal de Itajubá (Unifei). A consequência é o aumento no tempo de construção dessas usinas e, logo, em seus custos também. Mas o “preconceito” às hidrelétricas está longe de ser o único e principal obstáculo ao crescimento do setor de PCHs. “O cenário é o pior possível, as pequenas centrais estão deslocadas do mercado”, avalia Tiago Filho. A questão primordial é que as pequenas hidrelétricas perderam competitividade ante outras fontes, especialmente a eólica. “Nos últimos leilões, praticamente não se vendeu energia de PCHs porque a metodologia de cálculo do preço não leva em conta o custo global da fonte”, afirma Charles Lenzi, presidente-executivo da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel). Para o dirigente, a política de modicidade tarifária do Ministério de Minas e Energia (MME) não considera fatores im-
Rios de energia Apesar do baixo impacto, pequenas centrais hidrelétricas perderam competitividade ante outras fontes, especialmente a eólica
portantes que implicam maiores custos para as PCHs em comparação a outras fontes. Entre eles o ciclo de desenvolvimento e o processo de licenciamento ambiental, muito mais longo e complexo no caso do aproveitamento energético de rios; o custo da construção civil, que responde por 50% dos custos de uma PCH, inflacionado por conta de obras da Copa do Mundo e de programas como Minha Casa, Minha Vida; e a inexistência de incentivos fiscais como os concedidos Segmento de PCHs pede mudanças nas regras e estímulos como incentivos fiscais e linhas específicas de financiamentos
aos equipamentos eólicos. “Os resultados dos leilões de energia do governo mostram que as PCHs estão fora da disputa. As principais dificuldades estão associadas às liberações ambientais e impostos sob a cadeia de insumos. Caso o setor tivesse acesso aos mesmos subsídios dados a outras fontes de energia, tal como para as eólicas, o volume de novos projetos empreendidos seria muito maior do que o observado atualmente”, explica Marco Aurélio Quadros,
diretor-presidente da Cia Energética Rio das Flores. A empresa, com sede em Santa Catarina, tem três PCHs construídas e em operação comercial desde o ano passado – Prata, Bandeirante e Belmonte. Existem 436 PCHs em operação no Brasil, mais do que o dobro do que havia em 2001. Em dez anos, foram R$ 16 bilhões em investimentos neste tipo de usina. Atualmente, as PCHs respondem por 3,51% da potência instalada no País (4.250 MW ). Outras 47 estão em construção e 126 em fase de projeto já outorgado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O incentivo às PCHs faz parte do Plano Decenal de Expansão de Energia, do MME. A expectativa é de que até 2020 o volume de energia gerada por pequenas hidrelétricas chegue a 6,5 mil MW, um incremento de mais de 60% em relação aos volumes atuais. Para que essa meta se concretize, o segmento de PCHs pede mudanças nas regras atuais e estímulos como incentivos fiscais e linhas específicas de financiamentos. “Novos investimentos estão cada vez mais difíceis. A atual evolução no número de PCHs é resultado de um
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A expectativa é de que até 2020 o volume de energia gerada por pequenas hidrelétricas chegue a 6,5 mil MW, um incremento de mais de 60% em relação aos volumes atuais
“A sociedade transferiu seu preconceito às grandes usinas hidráulicas para as PCHs, enquanto no restante do mundo são consideradas de baixo impacto”, diz o professor Geraldo
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pa nor a m a
Pequenas centrais hidrelétricas
Fonte: Aneel
O que são? - De acordo com a Resolução nº 394 da Aneel, PCH é toda usina hidrelétrica de pequeno porte cuja capacidade instalada é superior a 1 MW e inferior a 30 MW. Além disso, a área do reservatório deve ser inferior a três quilômetros quadrados. Este tipo de usina aproveita as quedas d’água encontradas nos percursos de rios de pequeno e médio portes.
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Vantagens - Estão próximas aos centros de consumo, por isso, evitam custos adicionais de transmissão; - Colaboram com a geração de energia elétrica nos horários de ponta (maior consumo); - Geram energia renovável e limpa, sem emissão de gases de efeito estufa; - Utilizam equipamentos e serviços de engenharia e construção totalmente nacionais; - Operam a fio d’água, ou seja, aproveitam a vazão natural dos rios sem a necessidade de estocar água, impactando menos no ecossistema.
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crescimento vegetativo decorrente de projetos concedidos antes da crise do segmento, há cinco anos”, afirma o professor Tiago Filho. Segundo Quadros, o momento no setor é de espera. “Os acionistas da Cia Rio das Flores têm diversos projetos de PCHs esperando a melhoria do cenário atual para iniciar sua construção.” A Medida Provisória 579, editada pela Presidência em setembro do ano passado e já transformada em lei, acentua ainda mais esse clima de incerteza. Com a queda dos preços das tarifas no mercado regulado (leilões), as PCHs têm buscado o retorno necessário ao investimento no mercado livre. Mas como as novas regras impõem redução ainda maior de tarifas, o momento é de aguardar os impactos das novas medidas. “É importante dizer
que de forma alguma somos contrários ao desenvolvimento de outras fontes. Apenas queremos igualdade de condições para que as PCHs possam dar sua contribuição ao setor elétrico brasileiro”, ressalta Lenzi.
Números Situação
% de potência instalada Em operação 436 3,51 Em construção 47 1,99 Em projeto 126* 9,48 (*) Empreendimentos outorgados entre 1998 e 2012
PCHs têm buscado o retorno necessário ao investimento no mercado livre
A sustentabilidade do agro é uma mentira! Você acredita? Tenho visto diversas pessoas que, acredito, nunca visitaram uma fazenda, um campo, uma horta, mas vivem falando que a agricultura brasileira não é sustentável e que tudo o que falamos é mentira. Eu não acredito nisso. E você? Pois é, infelizmente essas pessoas não sabem que muitos de nós (produtores) colocamos alimentos nas suas mesas todos os dias, que somos responsáveis por milhares de empregos, quando as atividades agrícolas não estão bem todos sofrem, a circulação de recursos ficam escassos. Será que
vocês acreditam que estamos mentindo? Ou estamos dizendo a verdade de uma forma simples, com humildade de um camponês, que o agro sustenta o Brasil. Perguntas pairam sobre minha mente: se falamos a verdade, por que e até quando o governo brasileiro, na
liderança da senhora Dilma, vai desprezar o agro? Quando muitos produtores entrarem em crise? Ou quando não conseguirmos manter os preços dos alimentos em patamares baixos? Ou até mesmo quando o agro não conseguir manter a balança comercial no superávit? Ou quando nosso custo de produção for tão alto que será difícil produzir? São perguntas que eu faço todos os dias: até quando vamos implorar benefícios, vendo a burocracia estampada em alguns órgãos públicos que demoram mais de dois anos para aprovar o CCIR, requisito básico para obtenção de financiamento? Que bancos privados e públicos dizem ter milhares de reais para que os investimentos no campo sejam cada vez maiores? No entanto, esses mesmos grupos esqueceram de dizer aos seus funcionários que podem emprestar esses recursos aos produtores. O ano de 2012 chegou ao fim e nele tivemos muitas alegrias! A alegria de estarmos próximo aos amigos, familiares, de ter conseguido melhores resultados nas atividades realizadas nas fazendas, na mensagem de seu funcionário que agradece a você por ter lhe dado mais qualidade e oportunidade para sua vida e família. É isso o que importa. Mesmo com todos os problemas do campo, somos felizes. Quem sabe agora em 2013 as mensagens que trarei a vocês sejam mais animadoras, que as atitudes desses líderes sejam verdadeiras, que as mentiras advindas de quem não conhece o agro se tornem verdadeiras histórias de um agro cada vez mais sustentável. Um ótimo ano e não esqueçam: há esperança! O melhor está por vir. Sucesso.
por José Annes Marinho
Engenheiro agrônomo, gerente de Educação da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef )
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ARTIGO
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ARTIGO
O aplicativo que não pode faltar na bolsa… nem no bolso! Se, no melhor estilo Super-Homem, pudéssemos ver com raios X dentro da bolsa das mulheres ou nos bolsos dos homens, entre muitas coisas de uso cotidiano, hoje, sem dúvida, encontraríamos um smartphone ou outro dispositivo móvel.
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Esta realidade corresponde às tendências que se refletem nos meios de comunicação com manchetes como: “Até o fim do ano haverá mais celulares conectados que pessoas no mundo”, ou “O número de aparelhos móveis é maior que o de computadores de mesa”, para citar apenas alguns. Como todos sabemos, esses dispositivos inteligentes são diferentes entre si, tanto em suas características – se têm câmera fotográfica, filmadora, GPS, ser-
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viços de nuvem integrados, etc. – como em suas marcas e nos sistemas com os quais operam. Mas existem algumas verdades que podem não estar tão claras e que é muito importante levá-las em conta, especialmente os desenvolvedores que se dedicam a fazer apps para esses dispositivos: 1. São artigos pessoais. Hoje, ninguém que eu conheço gosta de emprestar seu smartphone a alguém – ainda que seja a um amigo –, porque considera seu aparelho pessoal, que já está adaptado aos seus gostos e que tem suas informações. 2. São objetos de admiração. Hoje todos desejam ter o último dispositivo
lançado e uma mostra disso são as filas com centenas de pessoas que se formam nas lojas quando um novo dispositivo é lançado. 3. Estão ligados noite e dia. Durante o dia, o dispositivo – especialmente os smartphones – vai com a gente a todos os lugares; à noite, descansa ao nosso lado no criado-mudo. Aliás, a primeira coisa que muita gente faz assim que desperta é conferir seu smartphone. 4. São objetos de diversão. Não só pela grande variedade de jogos que existem para as plataformas móveis, mas também por outros apps – como os leitores de livros eletrônicos, por exemplo – que nos permitem aproveitá-lo em momentos de ócio ou de espera. 5. São objetos de quase culto. Há um claro enfrentamento entre usuários
guiar apenas pela fachada, pode encontrar dados do restaurante e até ver os comentários de outros clientes para decidir se vale ou não a pena comer no local. Outro exemplo é a empresa sul-coreana Tesco, que encheu as paredes do metrô de Seul com instalações que se pareciam com estantes de supermercado e que tinham os códigos QR dos produtos para que os que passassem por ali pudessem fazer suas compras do seu celular e receber o pedido em casa. Só para se ter uma ideia dos dados, hoje são feitos downloads de 1,4 milhão de aplicativos diariamente em cada loja, o que fez com que em 2012 chegasse aos 25 bilhões de downloads de apps para iOS e Android. Quais são as possibilidades que um desenvolvedor tem para estar no mercado crescente? Criar aplicativos gratuitos: São usados para difundir nossa marca e/ou prestar algum serviço, como onde podemos encontrar um caixa automático de banco. Esses aplicativos podem ganhar dinheiro com publicidade, dependendo de sua popularidade. Criar aplicativos pagos: Podem oferecer serviços ou informação, mas são um pouco mais exclusivos, o que faz com que um usuário esteja dispos-
to a pagar. Um guia em muitos idiomas da Cidade do México para turistas, por exemplo. Criar aplicativos “Freemium”: São os que têm uma versão light gratuita e uma versão profissional paga. Não podemos nos esquecer de que, fundamentalmente, a forma de marcar presença no mercado móvel é ser original, criar uma solução para um problema pontual, não nos limitarmos a apenas uma plataforma, manter a qualidade de nosso desenvolvimento e ter sempre em mente que nossos usuários são pessoas em movimento. Com isso em mente: que aplicativo você vai desenvolver para a bolsa ou o bolso de seus usuários?
por Aníbal Gonda
Divulgador GeneXus – ferramenta de desenvolvimento de sistemas que permite criar aplicativos para as linguagens e plataformas mais populares do mercado, sem necessidade de programar
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de uma plataforma versus os de outra, cada qual alardeando as vantagens de seu dispositivo. Cada um deles mantém uma fidelidade a “sua” marca que só se compara ao que vemos com times de futebol. As pessoas também utilizam seus dispositivos móveis em quase todos os lugares, inclusive enquanto assistem TV, e o usam para resolver qualquer problema que surgir. Esse é, em linhas gerais, o panorama dos dispositivos para os quais temos que desenvolver aplicativos. Em muitos casos, porém, quando este cenário não é bem compreendido, empresas e técnicos deixam passar esta grande onda ao reproduzirem seus aplicativos corporativos de ERP, CRM, HRM, etc., nos dispositivos móveis. Faz sentido esperar que um usuário use ERP enquanto dirige, espera o metrô ou caminha pela rua? Eu acho que não! O planejamento, portanto, deve ser “pensar fora da caixa” no que diz respeito a esta nova realidade e às possibilidades que são oferecidas. Vejamos um exemplo: um turista chega a uma cidade que não conhece e quer ir a um restaurante. Pode parar no centro da praça principal, procurar as alternativas que se encontram próximas ou usar seu smart device, entrar em um aplicativo de geolocalização e buscar mais e melhores opções. A vantagem é que com o app você não precisa se
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Negócio
aditivado Conversão em franquias dá a empreendimentos já existentes a força de uma rede, que por sua vez ganha amplitude por Ana Paula Meurer
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anapaula@empreendedor.com.br
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Em 2011, a rede de franquias Ortodontic Center decidiu revolucionar e implantar novo modelo de negócio que, desde então, tem trazido resultados significativos. Denominado Projeto Presence, consiste na conversão de consultórios para clínicas da rede, oferecendo oportunidade para pequenos empreendedores terem seu próprio negócio com mais padrão de qualidade e investimentos a partir de R$ 15 mil. As clínicas passam, então, a ter treinamentos, manuais de procedimentos, campanhas de mar-
keting, auxílio de software, assessoria on-line e jurídica, controle de resultados, padronização, além de ferramentas de prospecção ativa de clientes. “Os investimentos limitam muito uma clínica ou consultório a obterem resultados de alta performance. Quando se unem à nossa rede, de um dia para o outro já contam com um know-how testado e aprovado de mais de 10 anos de funcionamento, onde milhões de reais foram investidos. Esse conhecimento e experiência proporcionam menores riscos e lucratividade muito acima da média do setor”, explica o sócio-fundador Fernando Massi.
Projeto Presence, da Ortodontic Center, converte consultórios em operação em unidades da rede
Com sistema de conversão, Leardi quer chegar a 18 unidades, entre próprias e franqueadas, até junho
“O franqueado se expande no mercado, e o franqueador potencializa sua marca e obtém um maior crescimento da rede”, diz Ricardo Camargo, diretorexecutivo da ABF Leardi, a decisão de implantar o modelo de conversão foi tomada após 12 anos de amadurecimento da ideia. “Quando pensamos em entrar no sistema de franquias, investimos em tecnologia para que a operação fosse transparente e com uma gestão eficiente. E para isso apostamos em compor a rede com empresas já atuantes no mercado, fazendo conversões de bandeira, além dos novos investidores. Este equilíbrio traz um amadurecimento mais rápido para as franqueadoras”, afirma o diretor Germando Leardi. O plano de expansão prevê que a rede chegue a 18 unidades, entre pró-
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Tantas vantagens parecem estar de fato atraindo os empresários do setor. Somente em 2012 foram inauguradas 25 novas unidades de conversão da Ortodontic. De acordo com Massi, os resultados são surpreendentes e acima do esperado. O plano da rede é de mais 50 conversões para este ano. “Temos, porém, muito cuidado com a seleção desses novos parceiros, pois toda a rede depende do pensamento coletivo, e não mais de forma individualizada. Isso tem que estar bem claro para todos que formam esse grupo, pois nossa força e resultados dependem dessa união”, reforça. Com esse modelo, a rede cresceu 45% em 2012. A conversão de negócios, nos quais o estabelecimento já independente entra para uma rede de franquias adotando sua cultura e sua marca, tem crescido a cada ano. Ricardo Camargo, diretor-executivo da Associação Brasileira de Franchising (ABF), explica que esta é uma tendência principalmente da área de serviços, como supermercados e informática. “O negócio traz inúmeras vantagens para as duas partes. O franqueado, que se expande no mercado, e o franqueador, que potencializa sua marca e obtém um maior crescimento da rede”, resume. No caso da Imobiliária Paulo Roberto
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fr a nq ui a prias e franqueadas, até junho de 2013. Mas para que a conversão seja concretizada, uma rigorosa análise da região de atuação da unidade, bem como uma avaliação do perfil profissional do empresário, é realizada. “Para investidores que queiram entrar para o segmento, a visão empreendedora e a capacidade de gerir pessoas são os atributos principais, além da capacidade financeira”, complementa. Seja qual for o segmento, antes de finalizar a conversão é importante tomar alguns cuidados para não correr riscos. O candidato deve conhecer bem o negócio pelo qual está interessado, da mesma forma que a franqueadora deve conhecer bem o candidato. Luis Henrique Stockler, sócio-diretor da ba} Stockler, também recomenda que as duas partes envolvidas estejam cientes de como ocorrerá o processo de transição, que sempre é feito de dentro para fora. “Em primeiro lugar, as lojas independentes que quiserem se tornar parte de uma rede já consolidada devem estar atentas ao choque cultural, pois é o franqueado que deve se adaptar ao
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franqueador, e não o contrário. Esse empresário deve estudar a cultura da rede, para saber se está em harmonia com o que ele pensa”, enfatiza. Stockler indica ainda que primeiro sejam alinhados os aspectos internos, de processos, pessoas, entre outros fatores. De acordo com ele, a mudança na fachada da loja, ou seja, a comunicação desta conversão ao mercado é o último passo, quando todo o resto já tiver sido feito.
“Para investidores que queiram entrar para o segmento, a visão empreendedora e a capacidade de gerir pessoas são os atributos principais, além da capacidade financeira”, diz Leardi
f ranquia
Vivência gastronômica A Rede Mousse Cake apresenta um diferenciado projeto de alta gastronomia. Em suas lojas é possível encontrar o tradicional café extraído em máquinas importadas da Itália, além de doces, saladas, quiches, bruschettas, caldos, risotos e outras especialidades gastronômicas. A rede Mousse Cake nasceu em Ribeirão Preto (SP) e foi registrada oficialmente em 2000. Porém, desde 1990 o empresário Osvaldo Amaral já apresentava sinais de seu interesse pela produção gastronômica, com a ajuda de sua mãe, dona Nana, e suas irmãs. De lá para cá, o conceito e a qualidade da marca Mousse Cake só cresceram. A primeira filial da rede nasceu em 2005
e nos anos seguintes a marca já se consolidava com a abertura de mais três lojas na cidade. Nos últimos dois anos, a Mousse Cake abriu franquias nas cidades de São José do Rio Preto, Uberlândia e Campinas. O segredo do sucesso da Mousse Cake é ter um estilo próprio e prezar pela qualidade de seus produtos, que são servidos seguindo rigorosamente o padrão gastronômico proposto pela marca. Ter disponibilidade e liderança para conduzir o negócio, experiência e habilidade comercial, conhecimento sobre varejo, entre outras características profissionais que podem tornar o novo empreendimento bem-sucedido, são alguns pré-requisitos
para investir em uma franquia da rede. A marca oferece duas opções de franquia, entre elas a loja pequena, tipo quiosque, e a loja grande. A rede dá preferência para cidades que ficam até 300 quilômetros de uma loja Mousse Cake já existente. Todas as lojas seguem um cardápio padrão e a produção dos alimentos é feita por uma cozinha piloto, que entrega os alimentos em todas as lojas da rede. www.moussecakecafe.com.br
A Dr. Jardim é a primeira microfranquia brasileira de manutenção de jardins e piscinas. Projetos paisagísticos, execução de jardins e gramados, lagos e espelhos d’água, controle de pragas, desenvolvimento e manutenção de campos de futebol, haras, entre outros, são alguns dos serviços oferecidos pela franquia. A taxa de franquia da Dr. Jardim varia entre R$ 10 mil e R$ 15 mil, dependendo do número de habitantes da cidade. Para
instalar a franquia são necessários R$ 3 mil e mais R$ 2 mil para capital de giro. O prazo de contrato é de quatro anos renováveis por igual período e o retorno de investimento gira em torno de seis a 12 meses. O início da operação, que pode ser home based mas deverá ter uma sala comercial até um ano da assinatura do contrato adequada às necessidades do negócio, geralmente acontece até 90 dias após a assinatura do contrato.
“Em todo o Brasil, os novos empreendimentos imobiliários têm dado mais destaque para a área de lazer e convívio social – o grande problema é a manutenção. Por esse motivo criamos a Dr. Jardim, que possui em seu quadro de colaboradores profissionais especializados e de confiança”, afirma o presidente do Grupo Zaiom, administrador da microfranquia Dr. Jardim, Artur Hipólito.
www.drjardim.com.br
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Manutenção do lazer
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Oportunidade fitness A rede de academias Fórmula, lançada pelo Grupo Bodytech em 2011, que tem à frente os empresários Alexandre Accioly, Luiz Urquiza, João Paulo Diniz, Bernardo Rezende e Luciano Huck, continua a expansão nacional e conta com a parceria em Santa Catarina da Multione, que tem como sócios os empresários Wilfredo Gomes, José Netto, Rafael Kuerten e o tenista Gustavo Kuerten, que já virou garoto-propaganda oficial da rede no estado. A rede de academias entra na contagem regressiva para a abertura das suas franquias em Santa Catarina. A marca estará presente em Florianópolis, no Shopping Iguatemi; em São José, no Continente Park Shopping; no Vale do Itajaí, no Shopping Neumarkt, em Blumenau; e no norte do estado, no Joinville Garten Shopping. A rede valoriza a qualidade de vida alinhada a um excelente custo-benefício, com uma proposta inovadora, simples e padronizada. Equipamentos de última geração, variedade de atividades e profissionais qualificados por um preço acessível e estacionamento gratuito fazem parte do conceito da Fórmula. A estrutura padronizada das academias inclui sala de musculação, espaço cárdio, sala de indoor cycle e sala para aulas coletivas. “Trazer a rede Fórmula para Santa Catarina é promover um avanço na área de fitness em um estado que tem a qualidade de vida como marca registrada e que merecia uma operação diferenciada com o que há de mais atual na área”, destaca o empresário Wilfredo Gomes.
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formulaacademia.com.br
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Wilfredo Gomes e Guga Kuerten, sócios locais da Fórmula, lançada pelo Grupo Bodytech, e Mário Esses, diretor-executivo
Tênis para todos A proposta da Tennis Express é democratizar o acesso aos tênis de marcas famosas. Há pouco mais de um ano no mercado, é sucesso em vendas tanto em lojas de rua quanto nos recém-batizados CCS (Centros de Comércio e Serviço), instalados nos centros urbanos e avenidas movimentadas de São Paulo. Criada em julho de 2011, a Tennis Express nasceu para atender as classes C e D com lojas de rua especializadas em tênis. Marca mais popular do Grupo Afeet, que tem mais de 17 anos de experiência em franquia e agrega marcas como Authentic Feet, Artwalk e Magic Feet, a Tennis Express pertence aos empresários Salomão Salum e Adriano Obeid, que carregam o know-how familiar de mais de seis décadas no varejo. A Tennis Express possui sete franqueados e outros quatro já estão em negociação final. O valor do investimento parte de R$ 395 mil, já incluindo a taxa de franquia. “Diferentemente das lojas de shopping, que requerem um investimento mais alto, nosso modelo de
franquia vem oferecer aos empreendedores uma nova e ampla possibilidade de negócio, em que a fidelização do cliente é maior, o investimento inicial é menor e com horário de trabalho inferior ao dos shoppings, permitindo uma economia em mão de obra, cada vez mais escassa e cara”, detalha o sócio-diretor da Tennis Express, Adriano Obeid. O executivo explica ainda que o retorno do investimento, quando bem dimensionado no plano de negócios, tende a ser mais rápido numa operação de loja de rua, e outra vantagem é a liberdade de mudança e criação nas vitrines. www.tennisexpress.com.br
Negócio enxuto Lançada em 2008, a Evolute Cursos Profissionalizantes migrou para o franchising no início de 2012 e, desde então, passou de 10 para 52 unidades. A maioria das novas unidades já foi inaugurada e 15 delas serão lançadas até o primeiro trimestre de 2013. Projetando a abertura de mais 100 unidades em 2013, a Evolute é parte do Grupo VA, que em 2010 lançou também a Pop Idiomas, que oferece curso de inglês a preços populares. Segundo os empresários, o objetivo das duas escolas é oferecer às pessoas a possibilidade de se capacitarem para o mercado de trabalho através de um sistema individualizado, interativo e acessível. Para investir na franquia é necessário dispor de recursos que variam entre R$ 18 mil e R$ 50 mil. O capital de giro sugerido para administrar o negócio fica entre R$ 9 mil e R$ 24 mil. A taxa de franquia gira em torno de R$ 9 mil a R$ 21 mil. A taxa de royalties é de R$ 120 por computador com sistema de ensino instalado. A taxa de publicidade não é cobrada. O faturamento
mensal é de R$ 50 mil e o lucro médio mensal é de 30%. O prazo de retorno é de 12 a 24 meses. Administrada pelos sócios Vinícius Almeida e Alexandre Loudrade, a Evolute aposta em diferenciais como estrutura de negócio enxuta e proximidade com o franqueado. “Ao fazer sua primeira campanha de captação de alunos, disponibilizamos um profissional experiente para garantir que uma quantidade mínima de matrículas seja efetivada para dar sustentabilidade ao negócio o mais rápido possível”, afirma Loudrade, diretorexecutivo. www.evolutecursos.com.br
Adriano Obeid, da Tennis Express: modelo exige investimento menor
A partir de janeiro de 2013, Cristina Franco assume a presidência da Associação Brasileira de Franchising (ABF), entidade que congrega franqueadores, franqueados e fornecedores do sistema no Brasil há 25 anos. Cristina foi eleita para comandar a entidade nos próximos dois anos. A empreendedora assume a entidade num momento ímpar para o sistema no Brasil. O setor deve fechar o ano de 2012 com faturamento de R$ 105 bilhões, 15% a mais do que foi registrado no ano anterior. O franchising no Brasil conta com 2.213 marcas e gera 936 mil empregos. Cristina Franco é formada pela PUCSP, cursou Gestão de Recursos Humanos pela Faculdade Getulio Vargas e tem o título de MBA em Varejo e Franchising pela Fundação Instituto de Administração (FIA) da USP-SP. Foi sócia-fundadora da BIT Company, empresa que adquirida pelo Grupo Multi em 2010. Desde então, é diretora de Relações Governamentais do grupo.
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ABF anuncia nova presidente
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Lavanderia self-service
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A Laundromat, maior rede de lavanderias self-services da América Latina, inaugurou seu novo modelo de franquias em sistema modular. A rede quer crescer junto com a classe média, reforçando as vantagens do sistema self-service de lavagem de roupa fora de casa. A expectativa é que, em 2013, 50 novas lojas em sistema modular, entre próprias e franqueadas, sejam abertas no Brasil, o que vai demandar um investimento de R$ 10 milhões. O novo formato de loja, em sistema modular, inaugurada no Carrefour da Barra, no Rio de Janeiro, facilita a instalação em locais de grande circulação de pessoas como hipermercados e postos de gasolina. A unidade tem 54 metros quadrados e conta com uma equipe de seis funcionários que se revezam em dois turnos de seis horas por dia. A Laundromat oferece ainda o formato Express, preparado para se encaixar em lugares menores, a partir de 9 metros quadrados, e sem necessidade de funcionários. O investimento
neste novo modelo de franquia gira em torno de R$ 350 mil. A previsão de retorno do investimento no modelo Integral e Express é de 24 a 36 meses. “Nosso formato dispensa preocupações com obras. A unidade já chega pronta, precisando apenas de pequenos ajustes”, afirma Juan Carlos Lopez, presidente da Laundromat Brasil. Fundada em 1981, na Argentina, atualmente opera 60 novas unidades espalhadas por 15 estados brasileiros. A Laundromat oferece modelos customizados de franquias, entre eles, a Laundromat Integral, que conta com atendimento self-service, passadoria profissional, lavagem a água, wet cleaning; e a Laundromat Express, um modelo de negócio de rápida instalação que é preparado para ser integrado a locais de grande circulação de pessoas, como postos de gasolina e supermercados. Atua, ainda, com a instalação de lavanderias em condomínios residenciais e hotéis.
www.laundromat-master.com.br
Pizzas tecnológicas A Red Sun Pizzas propõe um conceito diferenciado em um segmento cada vez mais saturado e vai além dos sabores exclusivos e do uso de produtos premium para seduzir o consumidor e conquistar novos franqueados. A rede aposta no treinamento de seus colaboradores e no atendimento digital aliando variedade, novidade e tecnologia em seus serviços. Fundada em 2011, seguindo a visão empreendedora do engenheiro Luis Roberto Pereira Leite, a Red Sun Pizzas nasceu do sonho de abrir um negócio próprio no ramo da gastronomia. O segundo passo do empresário foi amadurecer a ideia e o conceito da rede, oferecendo pizzas gourmet por meio de um sofisticado serviço que utiliza a mais avançada tecnologia. A implantação de plataformas digitais agiliza e simplifica o processo de compra do pedido. Os tradicionais cardápios de papel foram substituídos por iPads. Assim, os clientes podem escolher o que vão consumir, consultar a conta ou
mesmo navegar pela internet através dos “garçons digitais”. A rede oferece, ainda, o serviço de eticket para usuários do iPhone e por meio do próprio celular ou tablet é possível fazer o pedido combinando os sabores de uma das metades das pizzas. Já o serviço de entrega é feito pela Hot Box, uma pequena caixa que pode ser recarregada na energia e a cada três minutos dispara um choque a uma temperatura de 80ºC. Este sistema mantém os pedidos quentes como se tivessem acabado de sair do forno para os clientes que optarem pela entrega em domicílio. A marca, que surgiu em Santos, no litoral paulista, tem uma estrutura física planejada para oferecer maior controle microbiológico dos ambientes. As paredes de vidro da cozinha permitem acompanhar todas as etapas de produção e manuseio dos alimentos. Além disso, há aparelhos de TVs espalhados pelo restaurante que transmitem em tempo real tudo o que acontece durante a fabricação
das pizzas. O investimento inicial para abrir a franquia é de R$ 375 mil e inclui a taxa de franquia de R$ 40 mil com todo o suporte inicial. Também estão inclusos neste valor os equipamentos e maquinários. A expectativa de recuperação do capital investido é de dois anos e meio. Mensalmente, o franqueado paga o valor de 8% de royalties sobre a receita bruta. E a taxa de propaganda é de 2% sobre o faturamento bruto mensal. www.redsun.com.br
A Five Star Pinturas – braço brasileiro da Five Star Painting, franquia norteamericana – chegou ao País em 2010 e já conta com mais de 25 unidades franqueadas em mais de 20 cidades brasileiras. Em 2013 a perspectiva é crescer 60%, em números de unidades franqueadas, e faturar mais de R$ 10 milhões no Brasil. “Esse faturamento corresponde a um aumento de 400% em relação a 2012. O grande crescimento de nosso negócio é fruto do aquecimento do setor imobiliário no Brasil, aliado à qualidade e agilidade dos serviços que prestamos”, avalia Felipe Cruz, VP e diretor comercial da Five Star Brasil. A Five Star trabalha com equipamentos de projeção de massa e tinta – lixadeiras de alta performance com aspiração – e conta com mão de obra especializada, que realiza a limpeza do local a ser pintado diariamente, garantindo a ordem durante a execução dos serviços. Todos
os serviços da Five Star têm garantia de 24 meses. Os profissionais contratados pela Five Star são uniformizados, treinados, certificados e possuem atestado de antecedentes criminais. A empresa mantém um call center para atender os clientes e
realiza seus orçamentos por meio de um software especializado, que detalha todos os custos, evitando surpresas desagradáveis e aumento de preços durante a obra. Além disso, a empresa tem o compromisso de cumprir os prazos estabelecidos, sem atrasos. fivestarpinturas.com.br
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Aquecimento imobiliário
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Gabriel Estevam Domingos
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Empresa: GED Inovação Formação: cursando o 5º período de Engenharia Ambiental na Unimonte Idade: 25 anos Local de nascimento: São Paulo Empresa: GED Inovação, Tecnologia e Engenharia Cidade-sede: Cubatão (SP) Número de funcionários: 5
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por Mônica Pupo
monica@empreendedor.com.br
De inventor a empresário, a trajetória de Gabriel Estevam Domingos é daquelas que não passa despercebida por aí. Afinal, ele nem sequer acabou a faculdade de Engenharia Ambiental, mas já acumula 19 prêmios – todos ligados à área de inovação – capazes de fazer inveja a muito pósgraduado. Empreendedor precoce, com apenas 23 anos abriu seu próprio negócio com sede na cidade de Cubatão, litoral de São Paulo. Hoje, aos 25, comemora o sucesso da GED Inovação, Engenharia e Tecnologia, empresa focada no desenvolvimento de produtos sustentáveis que a cada dia conquista novos e mais importantes parceiros, incluindo diversas companhias multinacionais que se rendem aos projetos criativos e audaciosos do futuro engenheiro. Entre os produtos mais recentes criados por Gabriel está uma tinta ecológica para uso na construção civil. A chamada Ecotinta utiliza resíduo proveniente das indústrias de fertilizantes, como o fosfogesso, transformando-o em tinta acrílica para pintar parede. “De cada tonelada de ácido fosfórico produzido por essas indústrias, gera-se quase 6 toneladas de gesso químico, sendo que apenas 15% é reutilizado. O restante, que hoje utilizamos como matéria-prima para a fabricação da Ecotinta, antes era descartado no meio ambiente”, explica. De tão inovadora, a invenção garantiu a Gabriel o título de embaixador ambiental oferecido pela Bayer em parceria com a Organização das Nações Unidas, em 2012. De olho na demanda por soluções alternativas para o tratamento de esgoto doméstico, Gabriel criou um reator capaz
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Aluno
Inventor com veia empreendedora, Gabriel Domingos conquista prêmios de inovação e parceiros de negócios antes mesmo de concluir a graduação
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de de Engenharia Ambiental, ele passou a se dedicar à invenção de projetos alinhados aos conceitos de sustentabilidade, ou seja, soluções ecologicamente corretas, socialmente justas e economicamente viáveis. “Gosto de pensar em soluções para questões que se tornaram críticas para a preservação do meio ambiente, como o tratamento e reutilização de resíduos”, diz Gabriel. Um dos primeiros projetos criados na universidade foi o de um fertilizante orgânico produzido com restos de alimentos. Antes de se transformar em fertilizante, o
LINHA DO TEMPO
de tratar e reutilizar efluentes líquidos para fins não potáveis, como para a lavagem de carros, calçadas, roupas e irrigação de plantas. “Enquanto a maioria dos demais sistemas semelhantes exige uma estrutura complexa para tratar o esgoto, incluindo vários tanques, o que criei é bastante simples e utiliza energia elétrica”, destaca. Outro projeto desenvolvido pela GED é uma ração para cães e gatos fabricada a partir do subproduto gerado pela pesca, atividade abundante na região da Baixada Santista, onde a empresa está instalada. “A casca do camarão e algumas partes comumente descartadas dos peixes são muito ricas em nutrientes, garantindo um alimento com maior valor nutricional em relação às rações convencionais, além do custo mais baixo, pois o insumo é gratuito, sem falar na questão ecológica, pois mais uma vez os resíduos seriam descartados na natureza”, aponta Gabriel. Segundo ele, as rações comuns chegam a ter um valor 300% maior do que esse produto. O empresário já repassou alguns dos projetos para empresas, enquanto outros aguardam parceiros para que sejam viabilizados em escala comercial. Produzida atualmente em escala piloto, por exemplo, a ração ecológica é vendida a granel para companhias do ramo. Consciente da necessidade de novas parcerias, o jovem conta com a ajuda de uma empresa que faz o contato entre a GED e possíveis investidores. “Faz parte da nossa visão buscar parcerias com players já estabelecidos no mercado, até porque as tecnologias que desenvolvemos geralmente se aplicam a mercados muito competitivos, como o de tinta acrílica e alimento animal”, conta. A notoriedade conquistada pelo jovem empreendedor é fruto de muito estudo e, principalmente, de uma vocação inegável surgida na infância. Quando criança, uma das brincadeiras favoritas de Gabriel era produzir seus próprios produtos de higiene, como sabonete, xampu e creme dental. “Eu lia as fórmulas contidas nos rótulos e tentava reproduzir, tudo de forma caseira e com os elementos que tinha à disposição”, relembra. Já na fase adulta, após ingressar na faculda-
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Gabriel Estevam Domingos GED Inovação
No primeiro ano da faculdade, Gabriel conquista o primeiro de seus 19 prêmios na área de inovação, fornecido pela empresa Vopak. Conquista do Prêmio EDP 2020. Abertura da GED Inovação, Tecnologia e Engenharia, com sede em Cubatão (SP). Gabriel conquista o título de embaixador do meio ambiente concedido durante a nona edição do Programa Bayer Jovens Embaixadores Ambientais.
material passa por uma série de etapas. Após serem triturados, os resíduos são depositados em tanques e, na sequência, são adicionados água e micro-organismos que se encarregam de acelerar o processo de decomposição. “Em vez de serem depositados no aterro sanitário, os restos de alimentos são reciclados e retornam para o solo como fertilizantes orgânicos, obedecendo a um ciclo que beneficia tanto o homem quanto a terra”, reflete. Os prêmios conquistados por Gabriel incluem um concedido pelo governo do Estado de São Paulo, em 2010, como um dos três melhores projetos de Economia Verde, reconhecido na Bolsa Internacional de Negócios de Economia Verde; o “Prêmio EDP 2020”, também em 2010 – considerado o maior prêmio de inovação e empreendedorismo do Brasil. Foi com o dinheiro adquirido nessa premiação, algo em torno de R$ 100 mil, que Gabriel iniciou a operação da GED. Além disso, o estudante empresário já conquistou dezenas de outros prêmios e concursos dedicados à inovação e sustentabilidade ligados a grandes empresas como Whirlpool, Mineradora Samarco e Vopak, com as quais a GED mantém parcerias até os dias de hoje. Para a Whirlpool, por exemplo, a empresa desenvolveu um projeto de um reator para ser acoplado às lavadoras de roupa, com o objetivo de tratar a água gerada no processo de lavagem. Já para a Mineradora Samarco foi criada uma tecnologia capaz de reutilizar a lama proveniente da extração do minério de ferro para a produção de vidros e pneus. Para 2013 os planos da GED incluem a abertura de uma filial em São Paulo e a participação em projetos e editais, como o Edital Inovapetro e Projeto Agro Energia Goiás, entre outros, além da contratação de novos colaboradores. Quando terminar a faculdade, no ano que vem, Gabriel pretende seguir com suas invenções sustentáveis. “Quero continuar conciliando as carreiras de inventor, pesquisador e empreendedor, colocando em prática projetos que podem alavancar o fomento e cultura pela sustentabilidade, inovação e ciência em jovens como eu, pois creio que essa também seja uma de minhas parcelas de contribuição para o desenvolvimento de um mundo melhor.”
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PRODUTOS E SERVIÇOS
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Segurança customizada
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No mercado de segurança existe uma demanda por projetos que atendam as particularidades de cada cliente. Pensando nisso, a Vault, especializada em blindagem arquitetônica e sistemas integrados de segurança (controle de acesso, CFTV e alarmes), colocou em prática a estratégia da personalização, criando projetos de segurança customizados que atendam a demandas específicas de segurança. Um destes projetos exclusivos foi planejado para o prédio da Petrobras, no Rio de Janeiro, e resultou em uma das maiores blindagens feitas no Brasil (Nível III contra fuzil), totalizando mais de 1 mil metros quadrados de área protegida com vidros blindados. Outro projeto customizado foi a proteção do prédio da Sulamérica, também no Rio de Janeiro. “O trabalho consistiu na blindagem de equipamentos
como condicionador de ar, trafos e geradores, localizados na cobertura do edifício da seguradora. Como o prédio se encontra em área de risco, o investimento tornou-se mais barato do que o eventual conserto de um desses equipamentos”, afirma Cristiano Vargas, diretor da Vault. Todas as etapas da elaboração e do desenvolvimento do projeto de segurança são acompanhadas pelo cliente, que tem a tranquilidade de opinar e sugerir alterações, certificando-se que o projeto atenderá a todas as especificações propostas por ele. Além disso, a empresa consegue integrar a parte mecânica à eletrônica, preservando a integridade arquitetônica da estrutura, caso o projeto de segurança precise ser implantado em uma construção já existente.
www.vaultbr.com
A maioria das micro e pequenas empresas pode se enquadrar no regime tributário conhecido como Simples Nacional, previsto na Lei Complementar n° 123, de 14 de dezembro de 2006, que contempla microempresas com receita bruta anual de até R$ 360 mil e empresas de pequeno porte com receita bruta anual de até R$ 3,6 milhões. Porém, devido à grande variedade de atividades e de formas de tributação há a necessidade de uma análise específica considerando-se o perfil de cada empresa. Com foco nesta proposta, a Moore Stephens, rede de auditoria, consultoria e outsourcing contábil, auxilia empresas cuja receita bruta esteja dentro do limite previsto pelo regime, a optarem ou não por ele. O Simples Nacional permite o não-recolhimento direto do INSS que, conforme a atividade, pode representar até 40% da folha de pagamento. “Por isso, a primeira recomendação é que adotem o Simples Nacional apenas as empresas que tenham gastos altos com salários, rendimentos do pró-labore e remuneração de autônomos”, aconselha Edison Lima, diretor da Moore Stephens Auditores e Consultores. http://brazil.moorestephens.com
Criar sem programa Totalmente desenvolvida no Brasil e lançada há pouco mais de um ano, a plataforma de criação de apps Universo.mobi já conta com mais 27 mil aplicativos, desenvolvidos por appers em cinco continentes. A Universo.mobi (http://universo.mobi) é uma plataforma para criação de apps, na qual qualquer pessoa pode criar instantaneamente aplicativos para as principais plataformas móveis (iPhone, Android e Java) de uma vez só, de maneira fácil, rápida e intuitiva. O Universo. mobi permite integrar o conteúdo das redes sociais, como o Facebook, Twitter, RSS, Flickr e YouTube, além de fazer o upload de conteúdos como vídeos, músicas, imagens e textos. Aberto a qualquer usuário que deseje se inscrever gratuitamente, ela torna acessível um tipo de conteúdo para divulgação que pode chegar a custar milhares de dólares, dependendo da sua complexidade. Um dos diferenciais é que a plataforma foi criada para ter a maior compatibilidade possível: são mais de 5 mil modelos de celulares, incluindo iPhones, dispositivos Android e Java. Os appers interessados ainda podem fazer o upgrade do serviço por apenas R$ 9,99 ao mês. Há também o Plano Pro, que inclui a disponibilização dos apps na Apple App Store e no Google Play. A start-up brasileira conquistou o segundo lugar na “Batalha das Start-Ups”, concurso
idealizado pela MEF Americas: Mobile Content & Commerce com o intuito de premiar os melhores projetos de inovação no universo da mobilidade. A Universo.mobi foi a única representante brasileira entre os finalistas do evento, e foi reconhecida pela criação desta plataforma gratuita, na qual usuários sem qualquer conhecimento em programação são capazes de desenvolver aplicativos de acordo com a sua criatividade e necessidade.
http://universo.mobi
A M2Sys Tecnologia e Serviços, especializada em soluções e serviços de conversão, captura, tratamento e controle de transações por imagem, lança uma nova solução de software e serviços voltada para ancorar a migração dos documentos físicos para a lógica das novas aplicações digitais de workflow. Denominada “Imaxes Multilayer Document Service”, a solução é escalável, atendendo a qualquer demanda de volume, atingindo até a escala de milhões de documentos. Entre suas funcionalidades está a capacidade de capturar diferentes tipos de documentos, em sequência de pacotes e lotes, com total garantia de reconhecimento automático por parte da aplicação. A M2Sys pode entregar a solução ao cliente ou atuar como um parceiro na implantação e operacionalização do projeto. O sistema Imaxes dispensa a aquisição de novos hardwares de captura, por se adaptar a qualquer scanner disponível no usuário, permitindo que os documentos possam ser capturados no local ou importados da rede de servidores da empresa. O Imaxes Multilayer permite ainda que diversos pontos de captura instalados possam trabalhar em conjunto. Cada documento, para o Imaxes Multilayer, tem uma identidade única e certificada, sendo também inviolável em suas características, já que a solução dispõe de criptografia para o controle de acesso, histórico e conteúdo de cada documento. Após capturar os documentos na origem, a solução Imaxes Multilayer transporta-os eletronicamente com segurança e acreditação jurídica até os pontos de processamento, conferência e storage. Com isso, o sistema cria um ambiente de negócios compatível com as exigências legais de documentação e dispensa o transporte de papéis, transformando o fluxo de trabalho da empresa em um ambiente 100% digitalizado. A solução identifica, classifica e trata os documentos da empresa, gerando uma metodologia clara e sustentável para o armazenamento e recuperação dos mesmos. Suas ferramentas leem e entendem caracteres escritos à mão, através da tecnologia Midware Connect Direct, e permitem a exportação P2P, que garante gestão de imagens e conteúdos empresariais de forma integrada
www.m2sys.com.br
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Recolhimento tributário
Imagem inteligente
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PRODUTOS E SERVIÇOS
Governança corporativa Acompanhar a evolução tecnológica se tornou uma necessidade para se manter competitivo no mercado. E para potencializar os negócios e superar os inúmeros desafios corporativos, alcançando um patamar de excelência na organização, as empresas precisam de um modelo de governança corporativa eficiente, em que os executivos se orientem de forma correta, para evitar eventuais erros durante as tomadas de decisões. Pensando em proporcionar às companhias – de pequeno, médio ou grande porte – a integração e o entendimento de importantes aspectos, a StarSoft, fornecedora de tecnologia de sistemas integrados para gestão corporativa, anuncia parceria com a PLL Consultoria Empresarial, especializada no gerenciamento de pessoas e processos administrativos financeiros. Através da implantação de uma solução de ERP, tecnologia proporcionada pela StarSoft, e os serviços de Outsourcing da PLL, as empresas oferecem o Back Office, com a incorporação de sua governança corporativa, e passam a focar exclusivamente na sua atividade fim. O sistema é implantado em até 120 dias e o cliente não precisa arcar com custos de licença e manutenção. O valor mensal é cobrado sobre os serviços de outsourcing prestados – assim o investimento só será aplicado após 30 dias, a partir do funcionamento do processo. Além disso, a hospedagem está inclusa neste pacote e o cliente só precisa de um servidor de dados e ter acesso à internet. Este modelo único de serviço conta com três pilares: tecnologia de dados do sistema em um servidor; serviços de outsourcing que realizam os processos contábeis, fiscais e de folha de pagamento; e a implantação de governança corporativa, por meio de uma consultoria em gestão. “Hoje, o empresário brasileiro não tem noção de quanto vale o seu negócio. Assim, com os nossos serviços integrados, ele pode ter uma visão real qualitativa e quantitativa de sua empresa, como podem crescer, onde investir, qual o valor de venda da companhia, por exemplo. Disponibilizamos uma solução que o auxilia a entender seu posicionamento no setor em que atua, capacitando o gestor, tanto com uma ferramenta inovadora quanto com governança em processos administrativos. A parceria propicia ao empresário novas bases para a tomada de decisões”, destaca Pedro Lotti, sócio-diretor da PLL.
www.starsoft.com.br / www.pllconsultoria.com.br
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Força de vendas
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A SalesWays é uma empresa voltada para potencializar a sinergia existente entre tecnologia e metodologias que apoiam as estratégias e os processos de vendas. Seus produtos foram desenhados para aumentar a capacidade dos profissionais de venda em prever e realizar receitas com precisão, criando sinergia entre metodologia e tecnologia. Foi com o Sales Cycle Manager On Demand, solução de suporte aos vendedores autônomos, representantes comerciais ou equipes comerciais de pequeno e grande porte no gerenciamento das oportunidades de venda, que a empresa de origem canadense começou a atuar no Brasil. A partir de 2010, com a entrada em operação, a SalesWays do Brasil teve como principal objetivo entrar no competitivo mercado brasileiro de automação de vendas, que hoje é dominado pelas empresas fornecedoras de CRM. No final de 2012 a empresa lançou a Aspec Experience, um conceito integrado de mobilidade, computação em nuvem e rede social. Este conceito amplia as fronteiras originais da sua metodologia de automação de vendas e será oferecido nas modalidades Aspec Solo (vendedores individuais que utilizam somente seus smartphones como ferramenta), Aspec Team Edition (pequenas estruturas com poucos vendedores), Aspec Enterprise Edition (corporações com centenas de vendedores, representantes e distribuidores), Aspec Cloud (integração em uma plataforma computacional na nuvem) e Aspec Hub (integração através de uma rede social que trará as melhores práticas de vendas a todos os profissionais cadastrados). www.salesways.com.br
Mais comunicação
A empresa MapMkt traz com exclusividade para o Brasil uma solução inovadora em geolocalização indoor. A tecnologia usada pelo aplicativo, que opera em Android e Iphone, não disponível em outros serviços de mapas, permite aos frequentadores dos shoppings a visualização 3D de ambientes internos de lojas, seção de produtos, a saída mais próxima do estacionamento ou da escada rolante. O sistema consiste em um mapeamento do interior dos diversos espaços físicos, feito a partir da planta de qualquer empreendimento, que apresenta os mínimos detalhes da estrutura do local. Dessa forma a empresa passa a existir no mundo virtual exatamente como é vista na realidade, possibilitando a seus consumidores e visitantes realizar uma visita prévia do lugar, e também representa uma maior facilidade para encontrar o destino desejado de acordo com as necessidades de busca. A utilização do geolocalizador não depende de rede wi-fi, sinal de operadora de telefonia ou sinal de GPS. “O único momento em que o usuário deverá estar conectado na internet é para fazer o download do aplicativo da empresa em que o mapa de geolocalização estará operando. A atualização inicia automaticamente e tem duração de segundos”, explica Paulo Hartmann, diretor-executivo da MapMkt. http://mapmkt.com.br
www.targetsis.com.br
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Mapeamento para shoppings
A Target Sistemas, empresa de tecnologia com foco específico no setor de distribuição, leva ao mercado a nova versão do Catálogo Eletrônico para tablet. A solução oferece ferramentas que possibilitam maior agilidade, interação e compartilhamento de informações entre indústria e distribuidor. Um dos diferenciais da nova versão é a utilização compartilhada com a indústria, principal geradora de conteúdo visual e de informações sobre os produtos comercializados pelo distribuidor. Outra novidade é que a nova versão do Catálogo Eletrônico permite trabalhar com outras mídias, como vídeos e banners, apresentar e destacar campanhas, promoções e informações institucionais da distribuidora, dar agilidade e flexibilidade na navegação dos produtos e permitir informações, imagens e vídeos genéricos de linhas ou categorias de produtos. “Por meio de um novo módulo do software a própria indústria poderá alimentar as imagens, vídeos e informações consideradas importantes para a apresentação dos produtos ao varejista no ponto de venda. A partir disso, os recursos do software farão automaticamente a replicação das informações aos distribuidores e, em questão de minutos, todos os seus vendedores estarão com o catálogo atualizado”, afirma Rafael Rojas Filho, diretor da Target Sistemas. Além da indústria, o varejista ganha muito com o uso da ferramenta. De acordo com o diretor da empresa, a versão atualizada do Catálogo Eletrônico aumenta a qualidade e melhora a apresentação dos produtos, a possibilidade de ver vídeos e banners e ter acesso às campanhas promocionais. O varejista passa a ter ainda maior conhecimento dos produtos, marcas, ações comerciais e iniciativas de marketing da indústria.
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Seja precavido Conrado Adolpho mostra como montar um “plano B” para não depender exclusivamente do seu emprego como fonte de renda Especialista em Economia Digital e autor de 8 Ps do marketing digital, Conrado Adolpho também é empreendedor no segmento e consultor empresarial. Em seu novo livro, disponível gratuitamente para download, ele mostra como montar um “plano B” para não depender exclusivamente do seu emprego como fonte de renda. Segundo a obra, é possível utilizar a internet para aumentar a renda mensal de maneira sustentável e contínua, gerando
receita através das mais diversas maneiras: montar um pequeno e-commerce no sistema dropshipping (sem ter estoque), vender conhecimento através de serviços digitais, ministrar aulas via Skype, vender videoaulas, participar de programas de afiliação, montar um site, entre outras dicas. “Pretendo mostrar que nessa nova economia a geração de receita pode acontecer a partir de qualquer lugar, inclusive da sua própria casa, aproveitando-se das vantagens que a
internet traz. Já há milhares de profissionais fazendo isso, inclusive eu. Quero ensinar o passo a passo de como isso pode ser feito por qualquer pessoa”, afirma Conrado.
Você já tem um plano B?
Conrado Adolpho – Disponível para download gratuito em www.conrado.com.br “Desenvolver um Plano B significa criar um sistema para, dentro de alguns meses ou poucos anos – dependendo de sua dedicação –, ficar totalmente independente do seu emprego atual (que hoje é o seu Plano A e a sua única alternativa viável). Isso quer dizer que vai aprender a construir a segurança de que precisa para que, se perder o emprego ou precisar de uma quantia extra para uma viagem ou para algum imprevisto, você esteja preparado. Ao longo do tempo, o seu Plano B poderá se transformar no seu
Plano A. Daí terá chegado a uma vida muito mais completa, em que terá a liberdade para fazer suas próprias escolhas.” “A vantagem que a empresa tinha de organizar o processo de transformação do seu tempo em produtos ou serviços, agora, você também tem. A internet lhe fornece todas as ferramentas de organização de um processo de vendas para que se torne tão eficiente em transformação de tempo em dinheiro quanto uma empresa é.”
Frases perfeitas para avaliar seu desempenho e o de sua equipe
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Robert Bacal e Douglas Max – Editora Saraiva – R$ 24,90
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A habilidade de fazer uma avaliação de desempenho adequada e guiada para a mudança é o que separa os chefes medianos dos bons. Porém, apenas quem está na liderança sabe a dificuldade de encontrar as palavras mais adequadas às suas necessidades. Pensando nisso, os autores reuniram frases que podem ser usadas em situações relacionadas à avaliação de desempenho, seja qual for a profissão e o cargo. A obra mostra, por exemplo, como documentar acidentes críticos, avaliar comportamentos, conduzir entrevistas, identificar os erros mais comuns ligados ao tema e como fazer a reunião ser leve e produtiva.
Os números falam
Stephen Baker – Editora Saraiva – R$ 34,90 Deixamos uma série de pistas de informações pessoais pela internet. Acessamos páginas da web, zapeamos canais da TV, passamos por cabines de pedágio automáticas, utilizamos cartões de crédito e ligamos celulares. Empresas como Yahoo! e Google coletam em média 2,5 mil detalhes pessoa/mês. Esse trabalho de rastreamento é feito pelos numerati, membros de uma elite da Ciência da Computação focados em vasculhar todos os nossos passos buscando padrões de comportamento que possam prever o que queremos comprar, dentre outras coisas. Para decifrar esses dados e informações, a obra apresenta a função dos numerati e como eles utilizam códigos binários para monitorar e manipular nosso comportamento sem percebermos.
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Pop up stores não ter o lucro como objetivo. A montagem da loja pode ter outras funções como testar a aceitação de um determinado mix de produtos ou inovação, pois sua proposta não exige continuidade mínima de reposição. O argumento temporário permite um tipo de operação diferente e parametriza as expectativas dos clientes. Imagine-se entrando numa loja tradicional de sapatos e escutando do vendedor que os cinco modelos que você escolheu não estão disponíveis no seu número. Existe uma grande chance de você avaliar mal essa loja e sair com a impressão de que a operação não é suficientemente eficiente para manter a grade necessária. Agora imagine a mesma situação ocorrendo numa pop up: existe grande chance de passar pela sua cabeça que você deveria ter ido antes ou que o produto deve ter vendido muito, já acabou, enfim, o conceito de “aproveite enquanto tem” é muito forte. O sucesso da pop up também está diretamente ligado à sua atratividade. A comunicação tem que ser muito eficiente para fazer o público-alvo agir rápido. Pensando nisso algumas pop ups escolhem um tema específico ou acontecem num espaço que contemple também apresentações musicais ou ex-
Por Kátia Bello
Kátia Bello é arquiteta, especialista em comunicação estratégica de varejo e sócia-diretora da Opus Design. katia@opusdesign.com.br
posições de arte. Este conceito pode ser pensado para vários segmentos, com inúmeras aplicações como bares e restaurantes. Enfim, o importante é conseguir a concentração do público necessária em torno da instalação e cumprir o propósito da ação que deve ser temporária, não caindo na tentação de repetir à exaustão. Assim, as ações não se tornarão repetitivas, rotineiras e previsíveis, o que destruiria completamente o conceito pop up.
O importante é conseguir a concentração do público necessária em torno da instalação e cumprir o propósito da ação que deve ser temporária, sem cair na tentação de repetir à exaustão
empreendedor | janeiro 2013
Para quem ainda não ouviu falar em pop up stores, este termo em inglês foi incorporado em nosso vocabulário para designação de algumas lojas temporárias. Antes da difusão deste conceito, quando se pensava em loja temporária, a associação recorrente era com sazonalidade, ou seja, nada mais natural do que encontrar uma loja especializada em enfeites de Natal que só funcione próximo à data, ou ainda lojas temporárias de ovos de chocolate focando a Páscoa. A diferença deste conceito para as lojas pop up é que a temporalidade não está necessariamente ligada à sazonalidade – são lojas que abrem em determinados dias para vender, por exemplo, roupas ou sapatos ou qualquer outro item durante um período determinado de tempo. Essa dinâmica da novidade por tempo limitado gera no consumidor uma sensação que se ele não aproveitar para comprar aqueles produtos naquele momento, enquanto a loja está aberta, pode não ter mais no futuro. A data definida para começar e acabar gera um senso de urgência em aproveitar para conhecer o que está sendo apresentado. A pop up é uma ação que pode ou
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em p ree nd ed o r is mo já . c o m
TEM PO
Tempo versus tempo Parar de vez em quando para pensar que o seu tempo em equipe pode não ser o tempo do outro, deve ser uma tarefa realmente árdua! Porque calcular o tempo, até onde entendi, é tarefa para físico, não para seres comuns. Esta pode ser uma das explicações para o baixo entendimento desse enigma. Desde cedo percebi que, quanto mais rápido decidisse algo, maior velocidade eu teria na corrida pelo aproveitamento do tempo, e, quanto antes pedisse algo para alguém me ajudar, mais tempo eu estaria dando para aquela pessoa desenvolver o trabalho para mim.
empreendedor | janeiro 2013
Procuro separar pressa versus prioridades, correria versus responsabilidade, decisão versus precipitação. Procurei com o tempo interpretar com maior percepção os momentos em que é necessário correr e os momentos em que realmente é necessário tempo para pensar
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Este pensamento de que tudo poderia ser resolvido “rapidinho” me levou a algumas falhas graves, atropelos, decisões precipitadas, desesperos desnecessários, afobação, ansiedade e diversos outros defeitos que assumo ter. Por outro lado, criei em minha vida dinâmicas aceleradas que trouxeram, ao longo do tempo, alguns bons resultados. Por muitos anos, por mais que eu corresse, os resultados não pareciam suficientes. Eu precisava de 30 horas por dia. Minha ânsia para que tudo ocorresse em tempo recorde me fez sofrer com duas úlceras no duodeno aos 24 anos. Na época era muito difícil alguém conseguir fazer com que me acalmasse. Estava sempre ligado no 220 V. Somente os anos, o amadurecimento e muita autocrítica me fizeram diminuir um pouco a ansiedade. Pouco, porque a velocidade ainda faz parte da minha vida! Hoje faço um constante exercício: procuro separar pressa versus prioridades, correria versus responsabilidade, decisão versus precipitação. Procurei com o tempo interpretar com maior percepção os momentos em que é necessário correr e os momentos em que realmente é necessário tempo para pensar. Acho que, intuitivamente, aprendi física, pois nos negócios necessariamente precisamos trabalhar em equipe e, muitas vezes, o tempo que se demora para passar um trabalho, discuti-lo, é exatamente o mesmo tempo que se tem para fazer o trabalho. Gosto de fazer analogia com carros e futebol. No carro as marchas são trocadas no momento da subida de giro. Quem as troca com mais eficácia acaba ganhando, seja na velocidade, seja na economia. No futebol, é preciso que o meio-campo coloque a bola imediatamente aos pés do centroavante quando ele sai correndo… Ela deve estar no ponto certo para o chute, a sincronia entre os dois deve ser perfeita para o
por Marcelo Ponzoni
Publicitário e diretor-executivo da agência Rae,MP, que atua há 23 anos no mercado; e autor do livro Eu só queria uma mesa, da Editora Saraiva. (11) 5070-1294 – marcelo@raemp.com.br www.raemp.com.br
bom rendimento da partida… Nas empresas as coisas não são assim tão visíveis nem tão sentidas. Quando a bola para, muitas vezes ninguém percebe. O motor já está quase explodindo e o motorista nem se preocupa em trocar a marcha. Hoje, mais do que nunca, precisamos estar ligados, atentos, perceptivos aos movimentos. Somos elos em diversos processos, e a capacidade de decisão e a velocidade de cada um interferem totalmente no resultado final. Quando se trabalha em equipe é necessário que todos estejam em perfeita sincronia: cada pessoa deve estar totalmente atenta ao tempo do jogo ou ao ruído do motor, se for o caso. Muitas vezes criticamos os pernas de pau e os braços duros sem antes avaliarmos como estamos diante dos movimentos conjuntos. É importante não correr muito, para que os outros possam ter fôlego para ir no mesmo ritmo, mas também não se deve demorar muito, a ponto de emperrar a fila. Tempo é tudo. Ou nada. Depende de quanto e como é utilizado.
megafone
A importância da
sociedade
ta forma, conseguimos realizar projetos diferenciados neste atual mercado de grande concorrência. Outro ponto importante após a escolha do seu sócio é estabelecer as regras. Gosto muito do slogan do Arnaldo Cesar Coelho, que diz: “A regra é clara!” Essa prática é fundamental na sociedade! Ser transparente em relação aos objetivos de cada um, criar conceitos de interdependências e, acima de tudo, respeitar as áreas de cada um – são essenciais. Quando a sociedade é familiar, estabelecer as regras é extremamente fundamental. Uma sugestão, nesse caso, é saber administrar para separar o lado pessoal do profissional, e não levar problema ou mesmo tratar de assuntos de trabalho em casa. Também vale manter o alto respeito com seu sócio nas pequenas comunicações como, por exemplo, escrever da mesma forma que você escreve para um cliente. A manutenção do respeito é um exercício diário e realizado nas pequenas atitudes. E, por fim, saber ouvir as ideias do seu sócio e respeitá-las é outro desafio importante. O diálogo é fundamental para encontrarmos as melhores soluções para a empresa e não para os desejos pessoais. A sociedade pode ser maravilhosa e fundamental para o negócio, mas também pode ser um pesadelo. Nem sempre a história pode ter um final feliz. Nesse sentido, pense muito bem na escolha, pois você pode terminar uma amizade de anos, um casamento e até mesmo um sonho por uma sociedade
por Rodrigo Geammal
Fundador e diretor-executivo da Elos Cross Marketing – agência brasileira pioneira no marketing de resultados de vendas, que tem o esporte e o entretenimento como conteúdo estratégico. rodrigo@eloscrossmarketing.com.br www.eloscrossmarketing.com.br (11) 3432-2028
mal escolhida. Saiba que ter sócio é ter chefe, ter responsabilidade e, principalmente, cumplicidade por tudo o que é combinado. Às vezes uma sociedade pode representar injeção de investimentos, mas também aumento de responsabilidades. Quando a eleição do sócio para o negócio é feita da maneira certa, vale a pena – afinal, a vida só tem graça quando conseguimos compartilhar nossos sonhos e desejos. De qualquer maneira, é necessário estar atento nos detalhes para conseguir ter uma sociedade de sucesso.
Não temos em nosso perfil todas as características empresariais que o mercado atual exige dos seus líderes. Nesse sentido, é muito importante quando os diferentes perfis se completam e somam para o sucesso da sociedade
empreendedor | janeiro 2013
Na vida de um empreendedor, a sociedade é um fator importante para atingir – ou não – o sucesso com relação aos seus objetivos. Uma das tarefas mais difíceis e delicadas é a escolha do sócio. Ultimamente vejo pouco material de apoio para ajuda nesta etapa da vida empresarial. A escolha de um sócio com toda certeza é uma das atividades mais importantes do negócio. Não temos em nosso perfil todas as características empresariais que o mercado atual exige dos seus líderes. Nesse sentido, é muito importante quando os diferentes perfis se completam e somam para o sucesso da sociedade. É justamente neste ponto que surge a primeira pergunta básica: quais são as melhores características do meu perfil empresarial? Esta é uma questão simples, mas, muitas vezes, difícil de ser respondida. Muitas pessoas não sabem o que fazem de melhor na vida profissional. Um ditado pessoal e que ajuda muito nesta etapa e que brinco com meus colaboradores é: “Quem vende não entrega e quem entrega não vende!” Esta brincadeira pode ajudar você a identificar se o seu perfil é de um profissional que vai desempenhar um papel estratégico da porta para fora da empresa ou da porta para dentro. Este pode ser um bom ponto de partida! Se a sua resposta for que o perfil de um dos sócios tem expertise da “porta para fora”, comece a refletir que uma sociedade possível do seu negócio é escolher alguém com perfil da porta para dentro e vice-versa. Sempre o oposto. No meu caso, sou um profissional da porta para fora e, na minha empresa, minha missão vital é manter o relacionamento com os clientes, entender seus desafios e desenvolver ideias inovadoras. Já a minha sócia tem a capacidade de extrair as minhas ideias do papel e entregar com uma alta qualidade. E, des-
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p e ns e g r a nd e
EMPRESÁRIO RIC O e fel i z
2013,
empreendedor | janeiro 2013
Acompanhe o desafio de Luís, dono de uma empresa produtora de tortas que está no mercado há 17 anos, tem uma dívida acumulada de R$ 350 mil e precisa descobrir onde está o problema de sua empresa. Luís entra num ambiente de hall circular com várias portas onde se lê em cada uma delas as seguintes designações: consultor de planejamento estratégico, consultor de finanças, consultor de marketing, consultor de recursos humanos, consultor de processos. Ele entrou na primeira porta e foi recebido pelo consultor de planejamento com um forte aperto de mão e um sorriso leve, oferecido quase por obrigação. Após ouvir o relato do cliente o consultor afirmou de forma categórica que sua empresa está em situação difícil devido à falta de visão e de missão empresarial, as quais nunca foram definidas e por isso sua empresa ficou estagnada ao longo do tempo enquanto concorrentes mais modernos apareceram e tomaram boa parte de seu negócio. Recomendou a busca de um empréstimo de R$ 500 mil a juros menores que os atuais, quitando a dívida e disponibilizando R$ 150 mil para capital de giro para sustentar a operação. Luís arqueou a sobrancelha direita, agradeceu, levantou-se e se dirigiu à próxima porta. O consultor de finanças recebeu o cliente com um abraço aberto, porém formal. Após ouvir a história de Luís e verificar os números da empresa, con-
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feliz novo empreendedorismo
cluiu que a operação era lucrativa; entretanto, as margens de contribuição eram muito pequenas. Constatou que as prestações pagas às dívidas acumuladas ao longo dos anos drenavam todo o saldo operacional e punham em risco a operação, pois a empresa tinha dificuldade de pagar os seus fornecedores. Recomendou uma forte alta dos preços para buscar um fôlego na operação. Luís arqueou a sobrancelha esquerda, agradeceu sem sorrir e buscou a nova porta. Foi recebido pelo consultor de mar-keting com um largo sorriso no semblante e um forte abraço. Luís retribuiu a efusiva recepção com cautela. O profissional de marketing, após avaliar o contexto da situação, recomendou com entusiasmo que a empresa incrementasse suas tortas com muita inovação, baixasse os preços e fizesse uma promoção num dos sites de compras coletivas, pois a solução era triplicar as vendas. Luís arqueou as duas sobrancelhas simultaneamente e saiu com um sentimento indefinido em seu coração. Ao entrar na consultoria de recursos humanos já estava meio tonto. A consultora, uma bela morena, vestida de amarelo-ouro, vaticinou que a chave de sucesso nas empresas eram as pessoas. Recomendou um treinamento de desenvolvimento de equipes e um bom plano de cargos e salários, pois pessoas motivadas e bem remuneradas fariam a empresa avançar para um ponto de
O novo empreendedorismo reconhece que não existe negócio certo. Reconhece um novo modelo onde convivem simultaneamente três áreas distintas: o empreendedorismo (33%), a linguagem empresarial (33%), o capital (33%) e a aleatoriedade (1%), na forma de sorte ou azar
virada. Quem avançou foi Luís para a próxima porta. Ao entrar na última consultoria, a de processos, seus neurônios já estavam querendo recuar, mas como bom empreendedor ele não desistiu. A moça alta e magra de óculos finos e vermelhos que o atendeu diagnosticou que o que faltava para a empresa era a definição dos processos, a padronização de procedimentos e o estabelecimento de indicadores, pois com isto reduziria o desperdício e tornaria a produção muito eficiente, podendo a empresa manter os preços atuais, pois eram supercompetitivos. Luís saiu da última consultoria rodopiando como um pião lançado por uma corda – aqui cabe uma observação: esta história não é uma ficção, qualquer semelhança não é mera coincidência. O desafio dele era saber que consultoria contratar. E você, leitor, qual contrataria? Para Luís é quase impossível chegar à resposta certa sem ter alguém para ajudá-lo. Ele está preso na crença de um empreendedorismo ultrapassado que sempre martelou em sua cabeça, que o importante era botar a mão na massa, fazer acontecer e trabalhar. O dinheiro vinha como consequência. Luís jamais teve noção e ninguém jamais lhe disse que tinha tanta coisa envolvida no simples ato de fazer torta e vender. O novo empreendedorismo reconhece o alto grau de complexidade do ato de empreender, por mais simples que seja o empreendimento empresarial. Reconhece que tocar uma empresa da maneira certa exige o domínio do empreendimento em si (fazer a torta), o domínio da linguagem empresarial e a acumulação de reservas financeiras para sustentar o crescimento sadio do empreendimento. Reconhece que o
suas recomendações, ou quase certos. O novo empreendedorismo reconhece que não existe negócio certo. Reconhece um novo modelo onde convivem simultaneamente três áreas distintas: o empreendedorismo (33%), a linguagem empresarial (33%), o capital (33%) e a aleatoriedade (1%), na forma de sorte ou azar. Reconhece que o empreendedor típico brasileiro não tem conhecimento, nem condições e nem disciplina para gerir as três referidas áreas. Na maioria dos casos dispõem de estimados 41% de possibilidade de êxito (20% empreendedorismo + 10% da linguagem empresarial + 10% do capital necessário + 1% de aleatoriedade), o que significa que pode dar sorte no início do empreendimento, mas no médio e longo prazo a probabilidade se impõe e mais de 50% das empresas ficam na estrada, endividadas como Luís. O novo empreendedorismo propõe um modelo de gestão em que o empreendedor deixa de ser dono absoluto de sua empresa e se torna o seu executivo. Propõe a instalação de uma governança corporativa intencional na forma de um conselho de investidores, formado pelos sócios proprietários, o seu contador, ou-
Por Joel Fernandes
Autor, entre outros, do livro “Os segredos do Método do Presidente” e do site wwww.metododopresidente.com.br
tros amigos empresários e consultores especialistas, para os quais o empresário apresenta mensalmente um relatório de resultados e recebe apontamentos de distorções, de rumos e melhorias e definição de estratégias e metas. O título desta coluna “Pense grande, empresário rico e feliz” é uma forma de mostrar a você leitor a proposta deste novo empreendedorismo. A palavra ‘empresário’ deve lembrá-lo da necessidade de dominar a linguagem empresarial ou se cercar de gente capaz de ajudá-lo nesta disciplina. A palavra ‘rico’ é para lembrar que um investimento foi realizado e precisa retornar, multiplicado, o mais rápido possível. A palavra ‘feliz’ significa que o empreendedor está empreendendo algo que ama e que está acumulando reservas financeiras, pois dívidas só trazem tormentos. E a expressão ‘pense grande’ é a semente da prosperidade até o limite da riqueza. Portanto, caro leitor, em 2013 desejo que você (e todos os empreendedores brasileiros), que tem um potencial extraordinário de realização, supere o empreendedorismo ultrapassado e adote este novo empreendedorismo. Para se lembrar disso o ano inteiro tenha em mente tornar-se um ‘empresário rico e feliz’. Pense grande. 2013, feliz novo empreendedorismo.
empreendedor | janeiro 2013
empresário tem que aprender e querer crescer continuamente até o limite da riqueza. Reconhece que todas as funções empresariais estão entrelaçadas e todos os consultores estavam certos em
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ANÁLISE E C ONÔMI C A
O risco fiscal americano e suas consequências A eterna guerra travada entre republicanos e democratas para decidir em que direção o governo deve caminhar aumenta as incertezas
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Com a eterna guerra travada entre republicanos e democratas para decidir em que direção o governo deve caminhar, está difícil encontrar uma saída ou uma medida definitiva para combater o fantasma chamado “abismo fiscal” que vem assombrando a economia norteamericana nos últimos anos. Com um caminhão repleto de incertezas, a preocupação de um cenário catastrófico com uma possível recessão dos Estados Unidos em 2013, somado ao desenrolar da crise nos países periféricos da zona do euro, está dificultando cada vez mais a vida dos investidores e profissionais do mercado financeiro que correm atrás do prejuízo para fechar o ano no positivo. Mesmo os Estados Unidos estando no “olho do furacão”, investidores mais conservadores ainda consideram o dólar um investimento seguro – sendo assim, mesmo que ocorra uma contração da economia americana, em determinado momento os investidores acabarão recorrendo novamente ao dólar por sua liquidez e “segurança”. Essa procura pelo dólar valoriza ainda mais a moeda americana, tornando-a mais forte diante de outras moedas, o que inclui o real. Com a nossa moeda enfraquecida, acentua a nossa perda de
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competitividade ante o comércio exterior, a inflação acaba rompendo o teto da meta, o que por sua vez leva o Banco Central brasileiro a rever sua estratégia em segurar a taxa básica de juros (Selic) no seu patamar atual, afetando diretamente nosso mercado interno e dificultando, por exemplo, na tomada de crédito para novos investimentos, o que desacelera a economia nacional. À espera do dia 31 de dezembro, data marcada para o fim do prazo de negociação entre o presidente americano Barack Obama e o Congresso para tentar um reajuste no teto da dívida dos Estados Unidos, o mercado financeiro mundial aguarda apreensivo para ver se a negociação terá sucesso ou se em janeiro de 2013 entrarão em vigor os aumentos de impostos e os cortes automáticos de custos dentro do território norte-americano. Caso a segunda opção venha a se concretizar, ocorreria um aumento nas taxas de desemprego do país, o que levaria a uma queda de produção, retraindo o PIB dos Estados Unidos. Hoje, os Estados Unidos são os maiores importadores do mundo, o que nos leva a crer que caso realmente ocorra uma recessão americana, vários
Caso realmente ocorra uma recessão americana, devemos ter um efeito cascata, onde os problemas da economia americana acabariam impactando nas demais, gerando um efeito multiplicador que leva efeitos negativos do abismo fiscal para patamares superiores
países, incluindo o Brasil – que exporta commodities como café e soja, além de uma grande quantidade de suco de laranja –, terão a sua economia afetada. Porém, não é só isso. Se olharmos mais a fundo, veremos que países como a China, que tem grande influência nas importações de minério do Brasil, também tem grande parte do seu mercado movido pela economia americana; logo, devemos ter um efeito cascata, onde os problemas da economia americana acabariam impactando nas demais, gerando um efeito multiplicador que leva efeitos negativos do abismo fiscal para patamares superiores.
por Makian Costa Pereira Leme Investimentos
Nome Classe Participação Tipo de Ação Bovespa Ativo All Amer Lat ON Ambev PN B2W Varejo ON BMF Bovespa ON Bradesco PN Bradespar PN Brasil ON Brasil Telec PN Braskem PNA BRF Foods ON Brookfield ON CCR Rodovias ON Cemig PN Cesp PNB Cielo ON Copel PNB Cosan ON CPFL Energia ON Cyrela Realty ON Duratex ON Ecodiesel ON Eletrobras ON Eletrobras PNB Eletropaulo PNB Embraer ON Fibria ON Gafisa ON Gerdau PN Gerdau Met PN Gol PN Ibovespa Itausa PN ItauUnibanco PN JBS ON Klabin S/A PN Light S/A ON Llx Log ON Lojas Americ PN Lojas Renner ON Marfrig ON MMX Miner ON MRV ON Natura ON OGX Petroleo ON P.Açúcar-Cbd PNA PDG Realt ON Petrobras PN Petrobras ON Redecard ON Rossi Resid ON Sabesp ON Santander BR UNT N2 Sid Nacional ON Souza Cruz ON Tam S/A PN Telemar PN Telemar ON Telemar N L PNA Telesp PN Tim Part S/A PN Tim Part S/A ON Tim Part S/A ON Tran Paulist PN Ultrapar PN Usiminas PNA Usiminas ON Vale PNA Vale ON Vivo PN
1,104 0,979 0,701 3,902 3,130 0,993 2,726 0,390 0,596 1,341 0,622 0,802 1,134 0,685 1,539 0,598 0,784 0,441 1,866 0,589 1,311 0,890 0,743 0,530 0,755 1,498 1,648 2,574 0,660 1,211 100,000 2,315 4,015 0,934 0,404 0,541 0,914 1,207 1,098 0,546 1,440 1,233 0,845 3,773 0,808 2,745 8,517 2,206 1,283 1,163 0,352 1,097 2,359 0,443 1,041 0,923 0,268 0,225 0,155 0,840 0,125 0,170 0,229 0,486 2,462 0,592 11,956 2,925 0,793
Inflação (%)
Até 31/12/2012
Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação 9 Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação
Índice
31/Dezembro
Ano
0,68 0,77* 0,69* 0,60*
7,81 8,23 5,73 4,92
IGP-M IGP-DI IPCA IPC - Fipe
* Os índices do IGP-DI, IPCA e IPC-Fipe do mês de Dezembro de 2012 foram obtidos através de estimativas do Banco Central do Brasil, disponíveis na página oficial da instituição.
Juros/Aplicação (%) 31/Dezembro CDI Selic Poupança Ouro BM&F
0,53 0,55 0,50 -6,41
Ano 8,40 8,48 6,45 15,27
Indicadores Imobiliários (%) 31/Dezembro CUB SP
0,04
TR
0,00
Juros/Crédito (%) CDI Selic Poupança Ouro BM&F
31/Dezembro
Ano
0,53 0,55 0,50 -6,41
8,40 8,48 6,45 15,27
Câmbio
Até 31/12/2012
Cotação Dólar Comercial Ptax R$ 2,0435 Euro US$ 1,3198 Iene (US$ 1,00) $ 86,1600
Mercados Futuros
Até 31/12/2012
Fevereiro/2013 Março/2013 Dólar Juros DI
R$ 2,061 7,08%
Contratos mais líquidos Ibovespa Futuro
R$ 2,011 7,12%
28/12/2012 61.220
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Carteira Teórica Ibovespa
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agenda De 25/03/2013 a 27/03/2013
1ª Feira de Tecnologia do Sono e Conforto
Transamerica Expo Center São Paulo – SP www.feirasonotec.com.br
Com o objetivo de fomentar o mercado colchoeiro, de travesseiros e roupas de cama, o evento será distinto e exclusivo a este setor, promovendo a capacidade industrial e comercial das empresas fabricantes e participantes e incrementando o conhecimento técnico e desenvolvimento do mercado nacional. De 26/03/2013 a 27/03/2013
Vitafoods South America
Transamerica Expo Center São Paulo – SP www.vitafoodssouthamerica.com.br
O Vitafoods South America é o único evento focado no setor de funcionais e nutracêuticos da América do Sul. A conferência chega à sua segunda edição com o propósito de ser o principal ponto de atualização do mercado, com a presença de especialistas que vão compartilhar os resultados de suas pesquisas. Serão dois dias de congresso divididos em duas salas: Fórum de Marketing, Tendências e Regulação em Alimentos Funcionais e o Congresso Científico. De 12/04/2013 a 18/04/2013
12ª Feira Internacional de Beleza, Cabelos e Estética
empreendedor | janeiro 2013
Expo Center Norte – São Paulo – SP www.hairbrasil.com
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A Hair Brasil é uma feira que lança novos produtos, sinaliza tendências e promove negócios na área de beleza. O evento une informação, gestão, moda e negócios num formato único, que rapidamente se transformou em referência para todo o setor, no Brasil e na América Latina. A feira traz novidades de 882 marcas de produtos para cabelos, estética e spas, oferecendo aos profissionais a chance de conhecer o melhor da técnica mundial e conferir as novidades da indústria.
De 16/04/2013 a 18/04/2013
Feira e Conferência Internacional de Segurança
Expo Center Norte – São Paulo – SP www.iscexpo.com.br
A ISC Brasil é considerada a mais importante feira e conferência de toda a indústria de segurança. Focada nos últimos avanços de produtos, tendências e soluções de segurança, a ISC Brasil trará para os expositores e visitantes um evento dedicado a um dos mercados com mais rápido crescimento no mundo. O evento reunirá compradores de alto nível do Brasil com fornecedores e fabricantes internacionais de segurança, criando o maior e mais produtivo encontro da indústria de segurança no Brasil. De 18/04/2013 a 21/04/2013
Feira Internacional de Tecnologias em Fisioterapia
Centro de Exposições Imigrantes São Paulo – SP www.fisiotech.tmp.br
A Fisiotech acontecerá simultaneamente à 12ª edição da Feira Internacional de Tecnologias de Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade, cujos visitantes se utilizam muito da fisioterapia em todas as suas variáveis, e os que aplicam visitam a feira e também buscam soluções em equipamentos e técnicas que poderão melhorar sua performance profissional. Os participantes sairão mais preparados, mais integrados e atualizados com relação ao mundo da fisioterapia. A intenção é apresentar soluções para quem visita a feira, para quem participa do seminário e para as empresas que expõem. De 19/04/2013 a 21/04/2013
2º Salão Internacional Gospel
Centro de Exposição Imigrantes São Paulo – SP www.salaointernacionalgospel.com.br
O evento representa um mercado que movimenta anualmente mais de
País em construção De 12/03/2013 a 16/03/2013 19º Salão Internacional da Construção
Anhembi Parque – São Paulo – SP www.feicon.com.br
O Feicon Batimat é considerado o maior e mais conceituado salão da construção da América Latina. Com 21 anos de existência, o evento surpreende a cada ano seus milhares de visitantes, apresentando em primeira mão os principais lançamentos e tendências para todo o setor da construção civil. O local reúne todos os grandes líderes do segmento em uma exclusiva exposição de produtos e serviços para todos os setores do ramo. Além disso, a feira conta com a conferência Núcleo de Conteúdo Feicon Batimat, que possui ótimas palestras e debates, trazendo fortes tendências do mercado e renomados profissionais nacionais e internacionais.
R$ 1,5 bilhão e um público estimado de 55 milhões de pessoas. Acompanhando o ritmo de sucesso e expansão, a segunda edição do Salão Internacional Gospel em São Paulo agrupará em um mesmo espaço empresas fornecedoras, formadores de opinião, lojistas, músicos, membros de igrejas e o público em geral. O evento é uma ótima oportunidade para quem quer se comunicar de forma eficaz com este promissor segmento.
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2a Feira Internacional de Edificações & Obras de Infraestrutura Serviços, Materiais e Equipamentos.
empreendedor | janeiro 2013
A INTEGRAÇÃO DA CADEIA DA CONSTRUÇÃO A Construction Expo 2013 é apoiada pelas principais entidades, construtoras e fornecedores do setor, por reunir, em um único local, serviços, materiais e equipamentos para obras e o Sobratema Congresso – Edificações e Infraestrutura. Se a sua empresa faz ou quer fazer negócios no mercado brasileiro da construção, esta é a oportunidade. Participe da Construction Expo 2013. Informações e reservas de áreas: contato@constructionexpo.com.br | 11 3662-4159
Construction Expo 2013 - De 5 a 8 de Junho de 2013 Centro de Exposições Imigrantes | São Paulo | Brasil
6 www.constructionexpo.com.br 8
REALIZAÇÃO:
LOCAL: