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ÍNDICE
EMPREENDEDORISMO
12.
O que é EEOC? TURISMO
16.
Descobrindo Trinidad e Tobago POLÍTICA
22.
A escalada do STF: Origem, causas e o que poderia evitá-la INVESTIMENTOS
30.
Como um iniciante pode ter sucesso na bolsa de valores? TECNOLOGIA
46.
36. 4
Trabalhar e estudar remotamente
CAPA
Kelmer Neves: Documentário narra os 15 anos de luta de brasileiro para obter o Green Card
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COLABORADORES
Daniel Rohde CEO da revista EXATO, designer gráfico, 30 anos, catarinense, casado, formado em Administração pela Universidade Católica de Brasília. Gosta de ouvir música e tecnologia. @danielwrohde
Simone Rohde Comercial da revista EXATO, paranaense, casada, formada em Administração pela Universidade Católica de Brasília, e pós-graduada em Administração com Ênfase em RH pela Unigran. Gosta de viajar, ler e escrever nas horas vagas. @simonewrohde
Thaís P. Victorello Jornalista, assessora de imprensa, colunista social, produtora e editora chefe da revista EXATO; Paulistana, formada em jornalismo pela Universidade Cidade de São Paulo; cristã, casada e mãe de três filhos. Gosta de viajar e de estar com a família.
@thaisvictorello
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Samuel Andrade Fotógrafo de casamentos, lifestyle e retrato. Com mais de 15 anos no mercado, venho buscando constantemente trazer para as pessoas uma experiência incrível, eternizando momentos através da arte da fotografia. @ samuel.stp
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EXPEDIENTE
REVISTA MENSAL ANO 2 | EDIÇÃO 18 OUTUBRO DE 2020 CEO/FOUNDER: COMERCIAL:
Daniel Rohde Simone Rohde
EDIÇÃO/DIAGRAMAÇÃO:
Daniel Rohde
DESIGNER GRÁFICO:
Daniel Rohde
AGÊNCIA DE PUBLICIDADE:
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JORNALISTA E EDITORA-CHEFE:
Thaís Partamian Victorello
FOTÓGRAFO: COLUNISTAS E ARTIGOS:
Samuel Andrade Thaís P. Victorello . Antônio J. Fonseca Rafaela S. Fonseca . Investidores na América Fernanda Melo . Renato Gomes A REVISTA EXATO é uma publicação mensal. O conteúdo da revista, bem como artigos e anúncios são de inteira responsabilidade de seus autores e anunciantes. Pessoas sem registro em nosso expediente, não estão autorizadas a falar em nome da Revista. Na dúvida, entre em contato conosco. CAPA: Kelmer Neves FOTO CAPA: Samuel Andrade
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EDITORIAL
TEMPO DE AGRADECER POR SIMONE ROHDE
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stamos novamente na época mais colorida do ano (minha favorita!) e relembrando que precisamos ser gratos. Thanksgiving é um dia especial para pararmos e agradecer por todas as bençãos - não que não devamos fazer isso todos os dias, mas com a vida corrida que temos, os dias passam batidos e remoemos mais as dificuldades que as vitórias, não é? Já sabemos que o Dia de Ações de Graças americano foi celebrado pela primeira vez em 1621 em Plymouth, Massachusetts pelos colonos que fundaram a vila, com o intento de agradecer a Deus pela ótima colheita que tiveram depois das más colheitas e inverno rigoroso de 1620. Apesar de diversos países terem celebrações idênticas (no Canadá, por exemplo, o feriado é comemorado em outubro), vemos que aqui nos Estados Unidos a data tem uma importância muito relevante, mas e como não ter? Não nos faltam motivos para dar um break na rotina e agradecermos a Deus e aos amigos por tudo de bom
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que diariamente nos acontece. Portanto, mesmo ainda em meio a pandemia e restrições (diferentes em cada estado e/ou canto desse mundo), nesse dia vamos parar e lembrar das bençãos recebidas, independente das adversidades que sem alternativa enfrentamos. Desejamos o melhor Thanksgiving a todos os nossos leitores.
Simone Rohde
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EMPREENDEDORISMO
O QUE É EEOC? Vc conhece as leis contra discriminação de candidato ou funcionário?
POR FERNANDA MELO
FERNANDA MELO Consultora de Empresas @femelo.co
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iante da visível crise que os EUA enfrenta na esfera social, que se pode constatar com os recentes protestos e demonstrações de tensões raciais, é de suma importância que um empresário que contrata pessoas nos EUA esteja a par das regras estabelecidas pelo EEOC. Equal Employment Opportunity Commission (EEOC) é o órgão responsável por fazer cumprir as leis federais, que tornam ilegal discriminar um candidato a emprego ou um funcionário devido à raça, cor, religião, sexo da pessoa (incluindo gravidez, status de transgênero e orientação sexual), nacionalidade, idade (40 ou mais) ou deficiência. A maioria dos empregadores com pelo menos 15 funcionários é coberta pelas leis EEOC (20 funcionários em casos de discriminação por idade). A maioria dos sindicatos e agências de emprego também estão cobertos. As leis se aplicam a todos os tipos de situações de trabalho, incluindo contratação, demissão, promoção, assédio, treinamento, salários e benefícios. Além
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disso, antes mesmo de contratar uma pessoa, durante a entrevista de trabalho é proibido que sejam feitas perguntas sobre raça, cor, religião, sexo da pessoa (incluindo gravidez, status de transgênero e orientação sexual), nacionalidade, idade (40 ou mais) ou deficiência. Existem multas e conseqüências graves para um empregador que descumpre as leis de prevenção à discriminação e assédio no ambiente de trabalho. Prevenir a discriminação alem de uma obrigação ética de um empregador é um bom negócio. Cumprir a lei pode ajudar manter o respeito e harmonia no ambiente de trabalho o que pode colaborar para produtividade e retenção dos funcionários de uma empresa. Um empregador pode até ter direito a benefícios fiscais para facilitar a contratação de pessoas com deficiência, saiba mais informações a respeito dos benefícios no site: www.eeoc.gov. Além de aplicar as leis contra a discriminação no ambiente de trabalho a EEOC também enforça as leis que proíbem retaliação (pu-
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nição) contra qualquer pessoa que denunciar discriminação ou que estiver participando de uma investigação ou processo de discriminação. A EEOC auxilia empregadores de forma gratuita da seguinte forma: • Tirando dúvidas acerca das leis no ambiente de trabalho. • Fornecendo sugestões para ajudá-lo a prevenir assédio, retaliação e outras formas de discriminação ilegal. • Treinando empresários e seus funcionários sobre direitos e responsabilidades no local de trabalho. A EEOC também fornece ajuda
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e auxilia com mediações no caso de queixas de discriminação. A mediação é um processo grátis, informal e confidencial para resolver disputas que podem economizar seu tempo e dinheiro. Todo empregador nos EUA deve estar cientes de suas responsabilidades para prevenir queixas ou problemas com as leis aplicadas pela EEOC. É do empregador a responsabilidade de garantir que as decisões de emprego não sejam baseadas em raça, cor, religião, sexo, nacionalidade, idade ou deficiência. Políticas e regras de trabalho devem ser criadas para prevenir
discriminação e assédio para evitar problemas. Queixas e problemas com EEOC podem se tornar um pesadelo legal para um empresário, por isso um empresário nunca pode ignorar e precisa responder prontamente e adequadamente a qualquer queixa de discriminação feita pela sua equipe de trabalho. Além disso precisa prevenir o assédio e a discriminação e garantir que os funcionários não sejam punidos por reclamar. Para maiores informações entre em contato com os atendentes da EEOC: Ligue para 1-800669-4000 (TTY: 1-800-669-6820)
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TURISMO
DESCOBRINDO TRINIDAD E TOBAGO Praias paradisíacas, cachoeiras, pontos de mergulhos e muita aventura você encontra nessas ilhas
POR RAFAELA FONSECA
RAFAELA FONSECA Turismóloga @consultrosadosventos
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ilha de Trindad foi colônia espanhola desde a chegada de Cristóvão Colombo em 1498 até 1797. Ao longo do século XVI, a Espanha demonstrava pouco interesse por essa região uma vez que, sua prioridade nesse momento era a extração de minerais preciosos. Até o século XVIII a economia de Trinidad foi marcada pelo cultivo de tabaco, cacau, e mão de obra indígena. Com o decreto em 1780 pelo rei espanhol a configuração de Trinidad começa a mudar. Nesse momento é aberta a imigração para as nações amigas, que é marcada pela intensa chegada de fazendeiros franceses. Entretanto, por conta da sua localização, Trinidad despertava o interesse Inglês, dada sua proximidade com as demais colônias espanholas com a qual o império mantinha comércio. Em fevereiro de 1797 o império inglês apodera-
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-se de Trinidad e somente em 1962 o país obtem a sua independência, tornando-se posteriormente uma república em 1976. Além da história deste rico país, aqui vão mais alguns dados que vocês precisam saber! A capital é Port of Spain, possuiu dois idiomas oficiais (espanhol e o inglês) e a moeda do país é o dólar de Trinidad e Tobago, que equivale a R$ 0,82 ou US$ 0,15. Apesar de Trinidad ser a maior ilha e “a mais importante”, que representa 94% da área total do país e 96% do total de habitantes, e onde fica a capital, Port of Spain, Tobago é a ilha mais turística. A distância entre as duas ilhas é de 33km e é possível ir de uma a outra de avião ou de balsa. E a melhor notícias de todas é como estão bem ao sul do Mar do Caribe, ambas ilhas estão fora da “zona de furacão” do Caribe. Ah! E a melhor época para conhecer
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as ilhas é entre os meses de novembro a maio, quando a estação é mais seca e abrange eventos memoráveis como a observação das tartarugas marinhas e o carnaval. E agora vamos ao que todos querem saber. O que tem pra fazer em Trinidad e Tobago? Sem mais delongas, vamos começar por Argyle Falls, que fica em uma reserva florestal (Main Ridge Forest Reserve). Ela tem 137m (a mais alta de Tobago) e há várias opções de passeios/tours que vão de curtir suas três piscinas ou até fazer escalada (há guias disponíveis). Em seguida temos Speyside, essa região é muito famosa pela prática do mergulho. Dizem que Tobago tem alguns dos melhores diving sites do Caribe além do maior coral cérebro do
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mundo (que fica em Keleston Drain) e de dezembro a maio há maior probabilidade de avistar tubarões-baleia. Seguindo pelas praias encantadoras temos Parlatuvier Bay, Englishman’s Bay e Castara Bay, essas três praias ficam lado a lado, na costa caribenha da ilha de Tobago. Mas atenção: quando dizemos “caribenha”, não significa “turquesa” como estamos acostumados a associar ao nome Caribe. Essas praias têm um visual mais selvagem, com muito verde e areia mais escura. De Pigeon Point partem os mais famosos passeios de barco para Buccoo Reef, arrecife de corais, e para a Nylon Pool, que é um banco de areia lindísisimo, cercado de água turquesa. Esse nome foi dado por cau-
sa da Princesa Margaret, do Reino Unido, que disse que o local era tão transparente quanto suas meias de nylon. Diz a lenda que a areia dessa “piscina”, pode ser usada para esfoliar o corpo e rejuvenesce 10 anos! E temos ainda, deixando o melhor para o final, a Pigeon Point. Essa é a praia mais linda de Tobago, essa sim tem aquela água bem turquesa e areia mais clara. A água é assim calminha e azul porque está protegida pelo Buccoo Reef, o arrecife. Pigeon Point é uma área protegida e por isso é preciso pagar 20TT (Trinidad and Tobago Dollars) por pessoa para entrar (cerca de US$3). Dentro dessa reserva não há hotéis, mas há vários restaurantes bem simples, mesinhas, árvores, lojas de souvenirs, etc. Mas muito além de vi-
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sitar as praias, Tobago ainda oferece uma atmosfera ideal para a prática de esportes radicais e um incrível passeio noturno para observar o fenômeno de bioluminescência (Produção de luz por organismos vivos. É uma característica homoplástica, isto é, surgiu independentemente diversas vezes na história evolutiva da vida. É um caráter que ocorre com frequência em vertebrados e invertebrados marinhos). E se você, assim como nós, também acha que a culinária local também é um verdadeiro atrativo,
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espera só para conhecer os pratos tradicionais de Trinidad e Tobago! Os pratos tobaguenses se dividem em frutos do mar, parecidos com o que fazemos no Brasil, com muito peixe, lagostas, e outras iguarias, e o tempero créole, forte e apimentado. Mas se você não curte os frutos do mar, é possível sempre encontrar opções de carne e frango. Quanto a bebida, não é muito diferente de países como o Brasil com diversos refrigerantes, cervejas e os mais variados drinks tropicais. E quando o assunto é sobremesa contamos
com mousses, tortas, pudins, sorvetes, chocolates e frutas, mas vale um destaque especial para o bolo de banana, que é servido em muitos restaurantes como sobremesa, e até mesmo no café da manhã do hotel. Outro doce comum, mas que vale a pena conhecer, é o chocolate. Vários deles são produzidos localmente e estão nos sonhos de quem já conhece Trinidad e Tobago. E com esse sabor todo doce a Rosa dos Ventos diz até logo! Esperamos vocês na próxima viagem sem sair de casa.
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POLÍTICA
A ESCALADA DO STF:
ORIGEM, CAUSAS, E O QUE PODERIA EVITÁ-LA O politicamente correto é cruel. Sobretudo, quando é imposto pela toga. Pior ainda, quando generalizado pela toga suprema.
POR RENATO R. GOMES
RENATO R. GOMES Natural de Niterói - RJ Mestre em Direito Público (UERJ05-07) Ex-oficial da Marinha do Brasil (EN9093) e Escritor. @aunidadedodireitoemfoco
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ase um. Quando tudo começou. Se tivesse que apontar qual foi o início do avanço inconsequente do hoje notório ativismo judicial insano, diria que o marco zero se deu na “interpretação” constitucional que Ricardo Lewandowski fez, na posição de presidente do STF, enquanto condutor do impeachment da Dilma. Deixou evidente, nas entrelinhas, a mensagem abaixo que mais ou menos intuí: “Nós, supremos ministros, quando manifestamos nossas vontades, estejam ou não fundamentadas nos fatos, nos textos e na lógica, dizemos ou mesmo fazemos o “direito”. Porque a Constituição é o que nós, supremos, quisermos que seja.
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E ai dos que discordarem: serão tachados de “antidemocráticos”, de “desrespeitosos” para com as “minorias” e a “Carta Magna”, e não escaparão de nossos veredictos persecutórios ideológico-justiceiros!” A sinalização do supremo Ricardo foi dada em 2016. Durante os dois anos seguintes, o presidente Temer foi um dos que sentiram a implícita ira ativista judicialesca suprema. Talvez, por ter assumido o posto da “presidenta impeachimada” pelo “golpe”, tal como enxergaram o processo “juristas” esquerdistas, “jornalistas” fanáticos socialistas e certas autoridades autocratas (dentre elas, companheiros de toga), desde sempre, imunes criminalmente. No biênio 2016-2018, desta-
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Fachada do Supremo Tribunal Federal - Foto: Internet
ques para a PEC do teto de gastos e reforma trabalhista, ambas concretizadas e patrocinadas politicamente por Michel Temer. Supostamente, foram os mais significantes atos políticos positivos do governo Temer. Se em 2016 houve “golpe” conforme a crença de “especialistas” e de ministros militantes dissimulados, conotativa e ironicamente, de fato o foi: foi um divino golpe de sorte, ao bem da população e do Brasil. Chamo a ferramenta hermenêutica do Fux de “negociação de (in)constitucionalidade farinha pouca, meu pirão imoral primeiro”. Ou seja: “Ajude os meus e a mim, concedendo o reajuste do subsídio de juízes, que eu ajudo o povo-gado e o Brasil, anulando o modesto pen-
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duricalho financeiro que vem suprindo o não aumento legal.” Surpreendente, não? Pois é: mas ainda não sabíamos, da missa, a metade. Fase dois. Ativismo judicial com novo foco: Bolsonaro e os seus. Ainda em 2018, as orelhas ministeriais presumivelmente ficaram sensíveis. O candidato Bolsonaro, autêntico, empático, impulsivo e verdadeiro, já assustava. Mas havia um sério empecilho para o ativismo supremo inviabilizar o à época deputado federal: era ficha limpíssima. Absolutamente nada o desabonava. E com um agravante: o apoio popular e militar maciço se prestava a uma intimidação velada dos manipuladores-mor do “direito” e da
Constituição. Daí, a atenção redobrada para captar qualquer oportunidade de obstruir a candidatura Bolsonaro virara obsessão inconfessável de “progressistas”, comunistas, feministas, pseudojornalistas e afins. Paremos em meados de 2018. Acontece episódio teoricamente irrelevante. Contudo, provável que tenha simbolizado o que seria o governo Bolsonaro do dia da posse (01/01/2019) até então (01/10/2020). Surpreendentemente, vem sendo um governo integralmente pautado pelo politicamente correto e, nitidamente, transparece não ter a percepção disso. E, sem aperceber-se, foi se tornando paulatinamente refém do Supremo Tribunal Federal e
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do Congresso Nacional, ambos, poderes do Estado que, em dobradinha macabra, vêm institucionalizando a desonestidade intelectual na essência de suas “interpretações” e decisões – caso do supremo – e dos discursos parlamentares – caso de congressistas. Manipulações semânticas da linguagem dos textos de lei e da Constituição, a cargo da toga; e erística, sob incumbência de políticos e – pasmem – também de ministros. A garantia da imunidade parlamentar por opiniões (CF,53) não foi suficiente para que conseguisse sustentar sua autenticidade, sua verdade. Desculpou-se, sabendo que estava traindo sua própria consciência. Porque, efetivamente, a cassação da chapa caracterizaria golpe judiciário, como igualmente o será, caso o TSE ouse levar essa farsa atual adiante, continuando a subestimar Bolsonaro e Mourão e, “corajosamente”, pagando para ver. O politicamente correto é cruel. Sobretudo, quando é imposto pela toga. Pior ainda, quando generalizado pela toga suprema, em parceria com diversos agentes difusos, que a tudo distorcem, problematizam e judicializam. A razão é simples: se a crença de que “o STF tem a última palavra sempre” virou dogma irrefutável, logicamente, o ativismo judicial transformou-se em instrumento de garantia de manutenção do poder de fato dos rechaçados popularmente nas urnas, apesar do poder de direito pertencer ao presidente da República Jair Bolsonaro, vencedor do pleito eleitoral e mandatário máximo da soberania popular. O método é dissimulado de lícito e intelectualmente pérfido: defraudamento das leis e da Cons-
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Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro - Foto: Internet
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tituição, manipulando-se o conteúdo de princípios e o significado da linguagem pela seleção arbitrária do contexto, além de habitualmente desprezar as regras de conduta expressas, sempre que conveniente à causa democrático-totalitária do esquerdismo. 06/09/2018: atentado contra Jair Bolsonaro e ao nosso pretenso regime democrático. As Forças Armadas foram testadas de fato pela primeira vez, desde 1988. Tentativa acintosa de golpe de estado, pela mudança forçada e criminosa do rumo eleitoral. O que efetivamente se fez? Afora conversas de bastidores, absolutamente nada. Devido à omissão do presidente Temer, seria caso evidente de atuação de ofício das Forças Armadas, nos termos do art.142, da CF, para garantir a lei, a ordem, a própria Constituição e, sobretudo, a defesa da pátria, em vista da ameaça grosseira de ruptura constitucional, sob a tutela de sociopatas, psicopatas e cleptocratas prestes a serem desalojados do poder. Todos já em polvorosa, em início de abstinência de poder e dinheiro, devido à iminência de serem defenestrados do comando da chefia do Estado, do governo e do orçamento público federal. Afinal, a derrota eleitoral para um mero deputado estigmatizado do baixo clero era premente. Mas deputado federal que, demonstrando mais caráter, inteligência e sensibilidade do que todos os adversários em conjunto, absorveu e traduziu como ninguém os anseios de uma gigantesca população conservadora, há décadas maltratada, reprimida e desrespeitada pelo status quo. Vitória de Bolsonaro ratificada. Fraude nas urnas presumida. Não
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só pelas discrepâncias entre manifestações populares de apoio nas ruas aos candidatos e o percentual final da apuração do TSE atribuído ao vencedor e o derrotado. Mas, principalmente, frente à convicta declaração do já presidente Bolsonaro, de ter provas da fraude eleitoral e que comprovariam sua vitória no primeiro turno. Fase três. O ativismo judicial implacável, incontido e escancarado. Veio a posse, e tudo começou à vera. Milhões de brasileiros, cheios de esperança e expectativas com o que prometia ser a Nova Política, tão frisada pelo novo presidente. Mas a esperança foi aos poucos se transformando em desencanto que, atualmente, possivelmente se converteu em angústia ou sofrimento por opressão. Selecionei três fatos que considerei marcantes, por terem imperceptivelmente fragilizado o Poder Executivo, fortalecido a dobradinha Congresso-STF ou alimentado o ativismo judicial criminoso. Marcantes sob pelo menos um de três aspectos: jurídico, político ou moral. Moral, no sentido imposto pela ditadura do politicamente correto. Fato um. Bolsonaro no exterior. O presidente em exercício, Hamilton Mourão, edita decreto 9690/19, que autorizava funcionários comissionados e de segundo escalão a classificar o grau de sigilo de documentos públicos. Congresso aprova decreto legislativo para sustar o decreto presidencial. Por razões inconcebíveis, o presidente da República silenciou, não sabendo lidar com a primeira violência institucional contra as suas prerrogativas. E, o mais incrível: decreto presidencial, absoluta-
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mente válido, ficou sem defesa. E o decreto legislativo, absurdamente nulo, porque fundado em achismos e especulações, prevaleceu. No grito; na erística. Esse fato específico não tem relação direta com o ativismo judicial. Todavia, implicitamente, demonstrou enorme e infantil fragilidade, por parte do governo federal mais popularmente legítimo e juridicamente poderoso de todo o período pós-1988. Fato dois. A decisão bizarra de Lewandowski de 2016 foi superada. Surgiu um absurdo maior: o STF resolveu criar tipo penal por decisão judicial, valendo-se de analogia. Tudo, para agradar grupo ideológico e socialmente minoritário que não conseguia fazer valer sua vontade no Congresso Nacional. Foi supremamente parido o “crime” de homofobia, após feita uma comparação esdrúxula com o racismo. A competência do congresso para legislar sobre direito penal (CF,22,I;48) e a garantia individual de que jamais haverá regra penal senão se criada por lei (CF,5.º,XXXIX) foram atropeladas. Agora, a violência institucional foi materializada pelo ativismo supremo. O congresso chorou. E a vontade da representação da maioria popular foi ignorada. Com um agravante: criação de tipo penal, por si, não significa proteção efetiva de minorias. O próprio STF mostra isso ora sim, outra também: regras existem em abstrato, mas, na hora de serem aplicadas, rotineiramente têm sido vilipendiadas. Neste caso, o tribunal fingiu inexistirem a competência legislativa do congresso e a garantia individual de todo brasileiro de não ser surpreendido por arbítrios judiciais em matéria crimi-
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nal.
O que poderia ter sido feito? Politicamente, o Senado Federal ter aberto processo de impeachment em face dos ministros responsáveis pela aberração jurídica. Juridicamente, o chefe de Estado ter invocado os art.2.º e art.142, da CF, para garantir a prerrogativa do Congresso Nacional e um dos pilares do regime democrático: a separação de poderes (CF,2.º). Fato três. Abertura do inquérito 4781 por Dias Toffoli, conhecido como inquérito do fim do mundo. Numa só canetada, o STF usurpou atribuições da polícia e do MP; acabou com a garantia do juiz natural, da imparcialidade do juiz e da ampla defesa dos acusados; infringiu a inviolabilidade domiciliar e o direito de propriedade; e atacou dois dos pilares essenciais e conexos do regime democrático: as garantias fundamentais da liberdade de expressão e da vedação da censura. Censura da revista eletrônica Crusoé por reportagem sobre o ex-presidente do STF, Dias Toffoli, e busca e apreensão na casa do general da reserva, Paulo Chagas, por críticas contundentes a atuações de ministros, foram ocorrências emblemáticas. Marco zero da criminalização de reportagens e opiniões críticas. Os cidadãos e democratas verdadeiros, indignados, batiam (e continuam batendo) sempre nas mesmas teclas: ou se protocolava pedidos de impeachment no senado, ou se recorria ao próprio STF para rever o posicionamento. Tribunal onde existem 10 ministros suspeitos (exceção do Marco Aurélio, único que votou contra o monstro ilícito, como soubemos mais à frente). Ou seja: receitas de manuais, na prática, mostra(ra)m-se inúteis.
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Nada obriga o presidente do senado a prosseguir com os processos de impedimento. E, sendo os ministros suspeitos, suas decisões seriam nulas e crimes de responsabilidade, tornando ações e recursos ao STF atos ilógicos e típicos de desespero por carências estratégicas. Se ninguém está acima das leis (CF,1.º;5.º,I); se ninguém – quanto mais os juízes – pode alegar desconhecer as regras para justificar ilícitos (LINDB,3.º; CP,21); se o aparato policial obedece cegamente a ordens judiciais espúrias, por presumido temor reverencial, fundado sobretudo em crenças dogmáticas, e o Ministério Público Federal se mostra incapaz de inibir aberrações da lavra do tribunal de cúpula (CF,142); se violências institucionais abalam alicerces do regime vigente, configurando crimes contra a segurança nacional (lei 7170/83,17) e agressões à ordem pública, sendo, por isso, causas concretas e irrefutáveis para a conversão sucessiva de prisões em flagrante em prisões preventivas inafiançáveis (CPP,312); e se o Brasil atual pode ser qualquer coisa, menos um estado democrático de direito, com segurança jurídica, independência entre os poderes e respeito às liberdades individuais fundamentais dos brasileiros responsáveis, ordeiros, trabalhadores e de bem, por parte do sistema disfuncional de “justiça”, uma pergunta carece de resposta oficial: O que tem de absurdo o chefe de Estado, de modo planejado e fundamentado no direito, nos fatos e na lógica, fazer ou determinar que se faça o necessário para o resgate de suas prerrogativas usurpadas e da proteção indispensável das liberdades individuais, paradoxalmente desonradas por ministros
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que deveriam, de fato, defendê-las? Não houve e nem haverá resposta. A ditadura do politicamente correto nos impõe o silêncio. A prisão jurídico-cognitiva, lastreada em crenças doutrinárias insustentáveis, mas intocáveis, a todos cognitivamente enclausura e racionalmente inibe. No máximo, o que apoiadores do presidente (tal como este escritor se autodeclara) replicam são chavões permitidos pelos ditadores “progressistas” do politicamente correto e a eles convenientes. “É isso que a esquerda quer.” “O presidente será chamado de ditador.” “O STF tem a última palavra sempre; não tem o que fazer.” “Se o presidente fizer isso, sofrerá impeachment.” “O presidente não tem aval dos militares.” “O presidente está sozinho; não pode mudar em 4 anos o que existe há três décadas.” Etc. Palavras finais Infelizmente, maus exemplos são inesgotáveis. Sim, porque, para um bom leitor, ou uma boa leitora, presumo que as razões da escalada do ativismo judicial do Supremo Tribunal Federal tenham sido apreendidas: captura do presidente e de seu governo pela ditadura do politicamente correto. Captura no aspecto moral, pela imposição institucional do falso moralismo progressista e intolerante, via corrupções da língua portuguesa e distorções intencionais de contextos. E captura no âmbito jurídico, pela doutrinação acadêmica e banalização dos fatos, da semântica e da lógica, fazendo com que dogmas falaciosos tenham se tornado espécies de mantras sagrados, e palavras e vontades de “especialistas”, adquirido força supraconstitucional.
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INVESTIMENTOS
COMO UM INICIANTE PODE TER SUCESSO NA BOLSA DE VALORES? Trading ou Investimento de longo prazo?
POR INVESTIDORES NA AMÉRICA
INVESTIDORES NA AMÉRICA Investidor @investidoresnaamerica
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nvestir no mercado de ações é o sonho de muitas pessoas que querem ganhar dinheiro rápido. Mas, isso exige muito cuidado e atenção. Aliás, será que a bolsa de valores para iniciantes pode ser uma boa opção de investimento financeiro? Quem entra na bolsa de valores sem conhecimento nenhum, na grande maioria das vezes termina se frustrando e perdendo dinheiro. Por isso criamos esse canal pra levar conhecimento ao maior número de pessoas e que essas pessoas possam aproveitar a grande oportunidade de ganhar em dólar trabalhando aqui nos EUA e investir na maior bolsa de valores do mundo. É necessário entender que o
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mercado de ações é lucrativo, mas é preciso paciência para se segurar durante as oscilações que sempre ocorrem no mercado – para isso, é preciso saber a hora certa de vender e comprar ações. Mas se não é para começar entrando com tudo, e nem arriscar direto, qual é a forma correta de iniciar o investimento em ações? A grande realidade é que, ao contrário do que muitos fazem parecer, a bolsa de valores não é um paraíso. Muito importante você ter uma reserva de emergencia antes de começar a investir na bolsa de valores. O seu aporte mensal vai fazer parte dos seus gastos mensais O metódo que utilizamos é
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o Buy and Hold (Investimento de Longo Prazo) pensando no futuro e focando em nossa independencia financeira. Fique claro que cada pessoa tem seus objetivos e metas, pode ser comprar uma casa, uma viagem ou a própria independência financeira. Quem não sonha em poder viver dos rendimentos dos seus investimentos? Não achamos que o investi-
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mento com o método trading possa enriquecer, isso é uma opinião pessoal, por isso focamos nossos investimentos no longo prazo. Na nossa opinião e por escolha própria investimos com o longo prazo e focamos em mostrar pros nossos seguidores o melhor caminho pra ter sucesso na bolsa de valores. Nós buscamos acumular patrimônio até alcançarmos nossa
liberdade financeira, que será atingida quando os frutos dos nossos investimentos custearem o padrão de vida que desejamos ter. Se você tem interesse em saber mais sobre investimentos em ações acompanhe nosso canal no Youtube (Investidores na América). Um forte abraço e até a próxima edição.
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KELMER NEVES:
DOCUMENTÁRIO NARRA OS 15 ANOS DE LUTA DE BRASILEIRO PARA OBTER O GREEN CARD POR THAÍS PARTAMIAN VICTORELLO
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onhecido entre a comunidade brasileira nos EUA por sua trajetória de determinação e superação, o assessor jurídico Kelmer Neves nasceu na cidade de Cabo Frio (Rio de Janeiro) e iniciou sua história nos Estados Unidos em South Yarmouth (Massachusetts), no ano de 1999. Sem ter muitos contatos na “Terra do Tio Sam” (apenas uma amiga de sua mãe), Kelmer chegou ao país trazendo na mala sonhos de um futuro brilhante, mas assim como muitos imigrantes, levou muito tempo até que pudesse conquistar o seu “lugar ao sol”. Trabalhando como eletrotécnico no Brasil, a primeira oportunidade profissional que Kelmer teve ao chegar nos EUA foi em uma das unidades da rede de fast food, MC Donalds. No mesmo ano em que chegou, Kelmer deu entra-
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@thaisvictorello
da no processo para receber o Green Card por oferta de trabalho, mas o que parecia ser o início de um sonho, tornou-se um verdadeiro pesadelo. Foram 15 anos de luta, com direito a carta de deportação, que só teve um “final feliz” por que o brasileiro usou das suas frustrações com os advogados que contratou ao longo dos anos, para se inteirar e estudar sobre as leis americanas, buscando informações que pudessem ajudá-lo no decorrer da sua luta pelos seus direitos. Hoje Kelmer é assessor jurídico, especialista em imigração, já foi tema de diversas reportagens e acaba de lançar o documentário “Kelmer Neves: Impossível é uma opinião”, que narra toda a sua luta por justiça ao longo dos anos em que esperou, pacientemente, pela realização do sonho de não só receber o Green Card, como também de se tornar um cidadão americano.
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Fotos: Samuel Andrade
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Confira a entrevista: EXATO: Em qual ano você se mudou do Brasil para os EUA e qual era o seu objetivo principal? Kelmer Neves: Eu cheguei nos Estados Unidos no ano de 1999. Eu queria estudar. EXATO: Com quem você morou assim que chegou? Kelmer Neves: Eu fui morar com uma família amiga da minha mãe. Eles moravam em South Yarmouth (Massachusetts). EXATO: Com base em qual lei você deu entrada no seu primeiro pedido de residência nos EUA? Em qual ano isso ocorreu? Kelmer Neves: Eu apliquei para o Green Card através de uma oferta de trabalho. Isso ocorreu no ano de 1999. EXATO: Quantos advogados você consultou para tentar resolver a questão da sua documentação para legalização no país? Kelmer Neves: Até eu conseguir alguém que realmente estivesse disposto a me ajudar, foram 15 advogados. EXATO: Quando você decidiu que era preciso estudar as leis americanas para tentar se ajudar no processo? Kelmer Neves: Foi quando três advogados me disseram que o meu caso não tinha solução e eu deveria sair do país. À partir daí fui estudar as leis americanas para buscar quais eram os meus direitos. EXATO: Qual curso você fez e em qual universidade? Kelmer Neves: Estudei Assessoria Jurídica, na Ashworth College;
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Leis de imigração, no Washington Institute; Economia, na Universidade de Columbia; Negócios Internacionais e Gestão Global, na Universidade de Nova York e Direito, na Universidade da Califórnia. Me formei nos anos de 2003, 2006 e 2016. EXATO: Você chegou a receber uma carta de deportação. Como foi esse período? Kelmer Neves: Foi um período turbulento e de muitas incertezas para o futuro... Foi um verdadeiro desafio, mas que valeu muito a pena perseverar. EXATO: Em algum momento você desanimou, pensou em desistir e voltar para o Brasil? Kelmer Neves: Sim, várias vezes durante todos esses longos 15 anos de espera, mas nunca tive coragem de desistir. Sempre tive o apoio da minha família no Brasil e isso foi fundamental para mim.
ATÉ EU CONSEGUIR ALGUÉM QUE REALMENTE ESTIVESSE DISPOSTO A ME AJUDAR, FORAM 15 ADVOGADOS.
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EXATO: Como se deu a aprovação da sua documentação? Kelmer Neves: O juiz revogou a minha deportação em 2014 e eu recebi o Green Card por uma oferta de trabalho de um escritório de advocacia de imigração. EXATO: Como surgiu a ideia de fazer um documentário narrando toda essa trajetória? Kelmer Neves: Desde quando eu recebi uma ordem de deportação eu pensei em fazer um documentário se eu conseguisse o Green Card. Aí em 2018 o diretor e produtor Tiago Lopes propôs em fazer. Eu topei por que sei que irá servir para encorajar as pessoas a não desistirem dos seus sonhos, por mais impossíveis que eles possam parecer. EXATO: Quando e por qual plataforma o documentário está disponível? Kelmer Neves: Ele já está disponível pelo site kelmerneves.com nos Estados Unidos e em outros territórios internacionais. No Brasil e na América Latina pode ser assistido pelo site kelmerneves.com.br, com legendas em português e inglês. EXATO: O que o público pode esperar do conteúdo deste documentário? Kelmer Neves: Uma história de vida real, que incentivará o público a não desistir dos seus sonhos e a lutarem pelo que realmente acreditam. EXATO: Você pensa em um dia escrever um livro? Kelmer Neves: Sim, em breve será lançado um livro narrando toda a minha trajetória.
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EXATO: Qual foi o seu pior momento aqui nos EUA? Kelmer Neves: Quando os advogados me disseram que o meu caso não tinha solução e que eu teria que sair do país... Tive também outros momentos muito difíceis que são revelados no filme. EXATO: Como você usa a sua experiência para ajudar imigrantes em situações semelhantes às que você já enfrentou? Kelmer Neves: Eu me coloco no lugar deles... Como eu já estive do “outro lado da moeda”, eu conheço as dificuldades pelas quais eles passam.
FOI UM PERÍODO TURBULENTO E DE MUITAS INCERTEZAS PARA O FUTURO... FOI UM VERDADEIRO DESAFIO, MAS QUE VALEU MUITO A PENA PERSEVERAR.
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TECNOLOGIA
TRABALHAR E ESTUDAR REMOTAMENTE Um sonho que pode virar um pesadelo
POR ANTÓNIO J. FONSECA
ANTÓNIO J. FONSECA Arquiteto, Analista de Sistemas, Auditor de Sistemas da Qualidade e Segurança da Informação, Consultor de Empresas, criador do treinamento Empreenda-se™ e CEO da bITs Tech Solutions. @antoniojfonseca
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uem nunca sonhou estudar ou trabalhar sem sair de casa? Sem a necessidade de enfrentar trânsito, tranporte público cheio, ineficiente, demorado... Poder acordar mais tarde e “chegar” ao trabalho ou à escola mais cedo, sem estresse... Talvez você tenha visto o desenho animado “Os Jetsons” e tenha sonhado com seus carros voadores, ou com a Rose, a “empregada doméstica” robô. Mas nem os Jetsons ousaram pensar no trabalho ou estudo remotos. Mas trabalhar sem sair de casa não é novidade para muitas pessoas. Empresas pelo mundo vem experimetando esse modelo para algumas atividades e profissionais há mais de 20 anos, em diversos países. Em especial em cidades com grandes problemas de trânsito, ou que tem custo imobiliário muito alto para manter grandes escritórios ou dificuldades de estacionamento. Empresas como Hewllet-
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-Packard (HP), IBM e Microsoft, desde a década de 1990 vem adotando este modelo para algumas atividades em cidades como Nova Iorque, Londres, Paris, Los Angeles, São Paulo, Rio de Janeiro, entre outras. E isso só se tornpu possível graças à evolução das tecnologias, assunto do nosso artigo anterior, que peritiram a comunicação mais eficiente e ofereceram ferramentas adequadas para que profissionais possom desenvolver suas atividades de forma remota e colaborativa, como se seu chefe ou colega estivesse na sala ao lado. O desenvolvimento de uma internet mais rápida e confiável permitiu que hoje nós possamos, de qualquer lugar, nos conectar à rede de computadores das empresas através de um sistema chamado VPN, ou Virtual Private Network (rede virtual privada). Ou seja, através de uma VPN, você pode se conectar à rede de computradores da sua empresa como se estivesse no prédio da empresa. E isto só é pos-
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sível graças a uma internet rápida e estável, além de aplicações seguras que permitem que esse acesso seja criptografado, fazendo com que as informações que trafegam na rede não possam ser roubadas por hackers. Essa tecnologia foi criada há muitos anos com o simples objetivo de conectar diversas filiais, ou escritórios de empresas sem a necessidade da utilização de canais dedicados e caros, como por exemplo, canais de comunicação por satélite, ou canais X-25, que dependiam de equipamentos especiais e usavam basicamente, a rede de telefonia convencional e que se tornaram muito lentas para a realidade das aplicações de hoje em dia, além de não suportarem o volume
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de dados que hoje trafegam pela internet. Mas vale lembrar aqui, que esses sistemas ainda são utilizados para situações específicas, como por exemplo, o uso do padrão X.25 pelas companhias aéreas, em especial na Ásia, mesmo com a transição para um padrão mais moderno, o X.400, devido ao fato de que os equipamentos para X.25 estão cada vez mais raros de serem encontrados e seus preços são altíssimos. Além disso, a tecnologia também desenvolveu o telefone via internet, conhecido com VoIP, ou Voice over IP. Com isso, tendo uma conexão de internet banda larga, é possível conectar um aparelho de telefone VoIP à sua rede sem a necessidade de ter que contratar o serviço de uma operadora de tele-
fonia e podendo, até mesmo, usar o seu computador como “telefone”. Sem falar nos vários aplicativos de comunição para realização de “reuniões” ou “aulas” virtuais, tais como Skype, Zoom, WebEx, Google Meetings, Google HangOut, Google ClassRooms e tantos outros. Nos primeiros anos da século 21, lá pelos idos de 2002, 2003, enquanto trabalhava para uma multinacional da tecnologia, eu tive essa experiência, que se tornou uma realidade corriqueira. Por fazer um trabalho de auditorias, nas diversas filiais da empresa e viajar por todo o Brasil e, eventualmente, para o exterior, com grande frequência eu tinha a necessidae de estar em contato com os demais colegas e com os gerentes, mesmo estando
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em hotéis ou em outras filiais. E, seguidamente, tendo assumido uma posição para atuar num time de desenvolvimento e suporte a uma aplicação global, coordenando a região das Américas e tendo a minha gerência distribuída entre Europa (Eslováquia) e Estados Unidos. Durante este período, atuei 100% do tempo em home office, tendo à minha disposição um computador da empresa e um telefone virtual via internet, através do qual me comunicava por voz e vídeo, em reuiões, com os outros membros do time ao redor do mundo. Bem, a tecnologia, os recursos físicos já estavam desenvolvidos e sendo aplicados para inúmeros profissionais, numa grande variedade de empresas ao redor do mundo, permitindo o trabalho e a colaboração remota, embora a grande maioria da população mundial nunca se tivesse dado conta disso. Foi quando, no início deste
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ano de 2020, em virtude da decretação da pendemia de COVID-19, um ‘‘sem número’’ de empresas tiveram que fechar seus escritórios para atender ao lockdown. E não só empresas, mas as escolas também tiveram que fechar... E o que fazer com atividades que não podiam parar? O que fazer com o sistema de ensino? O lockdown poderia durar uma, duas semanas. Ou meses, como tem sido a realidade. E mais uma vez a tecnologia veio em nosso socorro. A tecnologia já estava desenvolvia de em uso, mas adaptações foram necessária, permitindo que um volume, agora muito maior de pessoas pudessem estar conectadas às redes de suas empresas de forma eficiente. Permitindo que um volume inimaginável de tele e videoconferências pudessem ser realizadas de maneira satisfatória e segura. E permitindo que milhões de empregos fossem mantidos, empresas continuassem
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a funcionar e prestar seus serviços e que estudantes pudessem continuar seus estudos. Mas onde estão sonho e pesadelo dessa história? É claro que de cara, muitas pessoas que foram colocadas em home office ficaram empolgadas. Poderiam trabalhar sem saír do conforto de suas casas, economizando horas de trânsito, em ônibus, trens ou metrô, economizando gasolina e alimentação. Um sonho! Muitas crianças e jovens, que passaram a ter aulas virtuais logo imaginaram que era tudo o que elas queriam: ir pra escola sem ter que sair de casa, sem ter que acordar, às vezes, horas mais cedo. Sem terem que enfrentar aquele colega chato, ou agressivo, talvez. Que sonho! Mas a realidade, às vezes pode transformar sonhos em pesadelos. O acesso à internet de alta velocidade e qualidade, para muitas pessoas ao redor do mundo, ainda
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é inacessível, o que torna o seu uso para aplicações de videoconferência, ou colaboração com certos aplicativos, um tormento... Vídeo que trava toda a hora, aplicação que demora para atualizar, aquela explicação super importante do gerente ou do professor e o vídeo travado... Sem falar nas questões psicológicas e organizacionais. Muitas pessoas necessitam do contato humano com seus colegas de trabalho ou de escola. E o confinamento gera ansiedade, depressão, entre outros males. Também o sonho pode ser tornar um pesadelo, se você não consegue organizar as atividades da casa e convencer a todos que embora você esteja ali, ao alcance de todos, você não está disponível para preparar um lanche para as crianças, ou consertar aquela torneira que começou a pingar ou cortar a grama, brincar ou procurar onde foi guardada uma determinada roupa ou brinquedo.
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Por isso, cuidado! Se você está trabalhando em casa e seus filhos estão, também, estudando em casa, faça uma reunião com todos e explique de forma clara, a importância deste momento e defina uma logística, uma organização de horários e tarefas, de maneira que todos tenham suas atividades de trabalho, estudo e família sem estresse. Determine que no momento de estudar, as crianças se vistam como se estivessem indo para a escola física. Você, vista-se como se estivesse indo para o seu escritório. Limite o horário e o tempo de uso de videogames e televisão. Crie uma rotina de atividades caseiras em combinação com as atividades laborais ou educacionais. Tudo isso irá ajudar no melhor entendimento, em especial, das crianças, de que podemos viver de forma “futurista” hoje, mesmo sem os carros voadores ou a “Rose” da família Jetson. E que este tempo a mais, que deixa-
mos de gastar em transporte, indo e vindo, seja usado para aumentar a qualidade de vida das nossas famílias. As tecnologias estão à nossa disposição para que possamos continuar a trabalhar e estudar, mas em especial, que possamos fazer o melhor uso da tecnologia em proveito da nossa qualidade de vida. Ah, muito importante: se você está trabalhando de casa e seus filhos também estão estudando em casa, não deixe de verificar se a sua internet tem capacidade para suportar esse volume de dispositivos conectados e não se esqueça de manter o antivirus de todos os computadores atualizado. Bom trabalho e estudo e até o nosso próximo encontro.
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