Revista EXATO - Edição 44 - Abril 2023

06.

Conheça os qualificadores para se legalizar nos EUA através do EB-3

14.

Ditadura nas Redes Sociais no Brasil

10. 20.

A direita entre a cruz e a espada: Alckmin ou Lula, qual é o menos ruim?

Expectativas para os juros e inflação nos EUA

24.

Booster

Silicon Valley Bank e a crise dos Bancos Americanos 28. 30.

Empreendedor: Evento reunirá empreendedores brasileiros de sucesso nos EUA

Empresária brasileira participa de evento em Dubai

DR. ADAM ELMAN

CAPA

ÍNDICE REDES SOCIAIS

RICARDO DIAS MUNIZ

VERNAN W. AURÉLIO

THAÍS VICTORELLO

THAÍS VICTORELLO

FERNANDA MELO

EXPEDIENTE

REVISTA MENSAL ANO 4 | EDIÇÃO 44

ABRIL DE 2023

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Daniel Rohde

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Daniel Rohde

Daniel Rohde

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Thaís Partamian Victorello / MTB: 45.072/SP

Samuel Andrade

Thaís P. Victorello . Dr. Adam Elman

Fernanda Melo . Soraia Pereira . Aline Souza

Vernan Wolf . Ricardo Ventura . Ricardo Dias

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CONHEÇA OS QUALIFICADORES PARA SE LEGALIZAR NOS EUA ATRAVÉS DO EB-3

CONHEÇA O PROCESSO EM QUE O TRABALHADOR ESTRANGEIRO PRECISA DE UMA OFERTA DE TRABALHO PERMANENTE E EM TEMPO INTEGRAL

Instagram: @adam_elman_law

Quem sonha em imigrar para os Estados Unidos, tem diversas dúvidas, mas a mais comum entre elas é: “Como me manter legal e poder trabalhar para construir um futuro próspero como imigrante?”. Realmente essa deve ser uma das principais preocupações para quem planeja um futuro próspero na “Terra do Tio Sam”. O que muitas pessoas não sabem é que existe um processo que, caso a pessoa se qualifique, é uma excelente opção para quem almeja

conquistar a sua residência permanente, através do Green Card. Nesta edição vamos falar um pouco sobre o EB-3, através da oferta de trabalho de um empregador com sede nos Estados Unidos. O processo de Green Card pelo chamado EB-3 requer o patrocínio de um empregador, ou seja, para um cargo no qual não haja mão de obra qualificada disponível.

Você pode ser elegível para esta categoria preferencial de visto de imigrante se for um traba-

POR DR. ADAM ELMAN FOTO: FREEPIK

DR. ADAM ELMAN Advogado Americano

lhador qualificado, profissional ou outro trabalhador. Entre eles:

• Trabalhadores qualificados: são pessoas cujos empregos exigem um mínimo de 2 anos de treinamento ou experiência, não de natureza temporária ou sazonal. O trabalhador qualificado deve atender aos requisitos educacionais, de treinamento ou experiência da oportunidade de trabalho. O ensino pós-secundário relevante pode ser considerado como formação.

• Trabalhadores profissionais: são pessoas cujo trabalho exige pelo menos um bacharelado nos Estados Unidos ou diplo-

ma estrangeiro equivalente e são membros das profissões liberais.

• A subcategoria “outros trabalhadores” destina-se a pessoas que executam trabalho não-qualificado que requer menos de 2 anos de treinamento ou experiência, não de natureza temporária ou sazonal.

A aplicação para esse tipo de processo envolve três etapas principais:

• 1ª Etapa: Processo de certificação de trabalho “PERM”;

• 2ª Etapa: Petição I-140 de imigrantes para trabalhadores estrangeiros;

• 3ª Etapa: Pedido de Ajuste de Status ou, alternativamente, o pedido de visto de imigrante em um Consulado dos EUA no exterior.

Se você se qualificar e tiver interesse para este tipo de processo imigratório nos Estados Unidos, irá precisar de um advogado experiente em imigração para que o seu processo obtenha êxito. Juntamente à minha equipe de profissionais brasileiros, terei prazer em lhe auxiliar nessa jornada de sucesso. Até a próxima edição.

A DIREITA ENTRE A CRUZ E A ESPADA: ALCKMIN OU LULA, QUAL É O MENOS RUIM?

O QUE O LENDÁRIO CERCO DE ALÉSIA TEM A ENSINAR À DIREITA BRASILEIRA DEPOIS DE 2073 ANOS

RICARDO DIAS MUNIZ

Consultor Empresarial e Político

Instagram: @ricardodiasgv

Júlio César, imperador romano, em 52 a.C. cercou o exército gaulês na cidade de Alésia (França). O general romano queria que os inimigos se rendessem por falta de comida, porém um exército maior cercou o cerco na tentativa de socorrer os gauleses. Júlio César estava preso entre dois exércitos inimigos mais numerosos que ele. Essa batalha foi fundamental para história e cultura latina. Algo parecido ocorre na polí-

tica do Brasil. Desde a posse de Lula, nesse janeiro de 2023, sua fragilidade política é evidente. É um fato real como os olhos que você usa aqui para ler. Algo latente inclusive nos protestos de 8 de janeiro e na seguinte impopularidade dele: tanto na sociedade, como no mercado. Lula está cercado. Os representantes do povo planejam uma investigação que tem grande chance de derrubá-lo. A direita aproveitando do momento, mina as forças dele. A

POR RICARDO DIAS FOTO: GOOGLE

queda parece ser apenas questão de tempo. O governo não tem capacidade de aprovar medidas provisórias ou quaisquer leis. Tenta desesperadamente sobreviver governando com decretos e manipulação de massas na mídia.

Porém, essa direita não percebe a aproximação de uma força ainda mais poderosa que o governo Lula. Tanto a direita, como Júlio César em Alésia, quanto o governo Lula em Brasília, está cercada. Com a queda de Lula, quem terá o governo será o estamento político

brasileiro. Estamento político ou stablisment, são forças políticas que sempre dominaram setores estratégicos da política, economia e comunicação de massa.

Esse mesmo estamento já atuou no impeachment de dois presidentes desde 1988, quando eles saíram da linha dos interesses dominantes. A direita que luta contra o radicalismo do marxismo cultural, incorporado pelo governo do PT perderá este posto de salvadora da pátria para o estamento.

É até previsível a narrativa que o stablisment vitorioso usará para eliminar esses dois adversários: tanto a esquerda quanto a direita. Dirão que a polarização não levou o Brasil a lugar nenhum. A partir daí, serão absolutos, poderão eliminar qualquer um que seja o que eles consideram “radicais”.

Em Alésia, Júlio César, milagrosamente saiu vitorioso derrotando tanto o inimigo interno quanto os exércitos externos. A história se repetirá?

O ex-presidiário e atual presidente da república do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin - Foto: Google

DITADURA NAS REDES SOCIAIS NO BRASIL

O CONTROLE ESTATAL SOBRE O QUE PODE OU NÃO SER DISCUTIDO NAS REDES SOCIAIS ESTÁ AVANÇANDO DURANTE O GOVERNO LULA (PT), COMO

POR THAÍS PARTAMIAN VICTORELLO Instagram: @thaisvictorello

Quem pensou que o cerceamento da liberdade de expressão ficaria apenas nas políticas das próprias plataformas digitais, que impõem certas restrições para alguns tipos de conteúdo, se enganou. Mas não foi por falta de aviso, já que a promessa da “regulamentação das redes sociais” foi feita abertamente durante toda a campanha presidencial de Luís Inácio Lula da Silva.

Com pressa em estabelecer tais regras, atores dos poderes Judiciário, Executivo e Legislativo avançam na tentativa de criar mecanismos para monitorar, proibir e até mesmo criminalizar determinados conteúdos digitais, criando um verdadeiro controle do que pode ou não ser debatido ou mesmo publicado nas redes sociais.

O curioso é que, até o mo-

mento, apenas figuras que defendem abertamente ideais da direita conservadora, como Rodrigo Constantino, Paulo Figueiredo, Canal Hipócritas e Guilherme Fiuza, já tiveram suas contas suspensas nas redes sociais por ordem judicial, sem terem o direito à defesa.

Quem acompanhou com afinco o período eleitoral das eleições de 2022, se recorda do caso de

censura prévia sofrida pela Brasil Paralelo, ao divulgar uma semana antes do segundo turno, o lançamento do documentário “Quem mandou matar Jair Bolsonaro?”. A medida valeu até o fim das eleições, em 31 de outubro e a multa fixada em caso de descumprimento da decisão era de R$ 500 mil por dia. Obviamente que a ordem foi acatada e o documentário foi lançado somente em 11 de novembro daquele ano, e curiosamente teve seu título alterado para “A facada em Jair Bolsonaro”.

Foi também em outubro de 2022 que a Brasil Paralelo divulgou em seu site oficial a notícia de que o PT havia entrado com uma ação no TSE para o fechamento da empresa conservadora de streaming. A ação, com cerca de 150 páginas, pedia o “imediato bloqueio dos perfis/páginas/canais/ contas destacados”, presumindo-se um suposto “ecossistema de desinformação”. Os pedidos ainda incluíam a remoção de todas as contas e canais dos maiores influenciadores conservadores do país, além de investigações de pessoas físicas, com quebras de sigilo bancário e telefônico, dentre outras medidas de intimidação pessoal.

Ainda no final de 2022 a imposição da censura chegou a um patamar assustador — com a perseguição clara à Rede Jovem Pan, à Revista Oeste e a Gazeta do Povo, ações que nem no “temido” regime militar aconteciam, mas que seriam comuns em países como Cuba, Coreia do Norte, China e Venezuela, não por acaso todos eles sob ditaduras socialistas, “coincidentemente” aplaudidas pelo atual governo.

Voltando à 2023, no início de

março, o ministro STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, defendeu que as empresas de mídias digitais sejam classificadas como empreendimentos de comunicação, e não de tecnologia. “Temos que mudar a forma jurídica de responsabilização de quem é o detentor das redes. Não é possível ainda hoje que as grandes plataformas sejam consideradas empresas de tecnologia. Elas são também empresas de comunicação, empresas de publicidade. O maior volume de publicidade no mundo quem ganha são essas plataformas”, afirmou Moraes durante fala no seminário intitulado como “Liberdade de Expressão, Redes Sociais e Democracia”, em evento ocorrido na sede da FGV (Fundação Getúlio Vargas), no Rio

de Janeiro (RJ).

Recentemente o governo federal anunciou que prepara o envio de uma proposta para regulamentação das redes sociais no Brasil. Esse projeto vai se juntar a outro, que já está em discussão no Congresso. Também serão levadas aos parlamentares sugestões a serem apresentadas pelo Supremo Tribunal Federal e Tribunal Superior Eleitoral. O argumento do governo é o de “impedir a propagação de conteúdos considerados radicais e responsabilizar empresas de redes sociais”. A regulamentação das redes sociais parece ser uma das prioridades do governo Lula, tanto que cúpula petista já estudava emplacar uma regulamentação por Medida Provisória, isto é, sem a necessidade de aprovação de lei

no Congresso. A insistência no tema ganhou ainda mais força após os atos de vandalismo e destruição ocorridos em Brasília em 8 de janeiro, sob a alegação que a mobilização para tais atos teriam ocorrido exclusivamente nas redes sociais.

Em menos de 60 dias de governo, Lula enviou uma carta à UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) onde defendeu a urgência da regulamentação internacional das redes. O conteúdo da carta foi lido na conferência mundial Internet for Trust, em Paris.

Nessa mesma linha de “defesa da verdade”, o atual ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que o governo prepara uma discussão com o Congresso Nacional para regular as redes sociais e evitar o que ele chamou de “discursos de ódio” na internet.

Como há resistência no Legislativo, parlamentares governistas se articulam para avançar rapidamente com o projeto de lei (PL) 2.630/20, popularmente conhecido como “PL das fake news”, que cria regras para a moderação de conteúdo nas plataformas, sob o argumento de cercear a disseminação de conteúdos que eles considerem que possam representar algum tipo de “ameaça às instituições democráticas”.

É interessante refletirmos como esse tipo de “controle” irá afetar a comunicação da sociedade e restringir a liberdade de expressão. A quem interessa o controle do que pode ou não ser publicado e debatido nas redes sociais? A definição do que pode ou não ser considerado fake News não seria subjetiva? Como definir “conteúdos antidemocráticos”

sem beirar a censura? As leis já existentes, bem como os sistemas de controle das próprias plataformas, já não fazem esse papel de controle? Tentativas de controle de discursos são uma “porta aberta para a censura”?

De acordo com o dicionário brasileiro, a palavra censura significa: análise, feita por censor, de trabalhos artísticos, informativos etc., gerenciamento com base em critérios morais ou políticos, para julgar a conveniência de sua

liberação à exibição pública, publicação ou divulgação; ação ou efeito de censurar.

Impor qualquer tipo de impedimento ou mesmo limitação, como a censura prévia ou a possibilidade de um juiz interferir no direito de livre expressão de forma geral e abstrata, poderá gerar no Brasil um estado ditatorial, o que diverge dos reais interesses de um país que presa e defende a liberdade e a democracia de seu povo.

EXPECTATIVAS PARA OS JUROS E INFLAÇÃO NOS EUA

POR VERNAN W. AURÉLIO FOTO: GOOGLE

Instagram: @vernanjonas

Apresidente da distrital do Federal Reserve (FED, o banco central norte-americano) em Cleveland, Loretta Mester, afirmou que ainda é muito cedo para definir a dimensão do aumento de juros na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), em março. Mas ela disse que o banco central ainda não está decidido a aumentar as taxas em 25 pontos-base nas próximas reuniões de política monetária. “Nem sempre será 25 pontos-base”, disse Loretta, durante uma sessão de perguntas e respostas em uma conferência em Sarasota, Flórida. “Como mostramos, quando a economia pede,

podemos mover mais rápido. E podemos fazer aumentos maiores em qualquer reunião específica.” Ela comentou ainda que a demanda não está enfraquecendo no ritmo esperado. Segundo ela, na reunião de fevereiro, havia argumento forte suficiente para subir juros em 50 pontos-base. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, definiu como “boa notícia” a desaceleração da inflação norte-americana na base anual em janeiro, mas reconheceu que “há mais trabalho a ser feito” para que o país alcance a estabilidade de preços.

Em comunicado, Biden reiterou que, à medida que a maior economia do planeta atravessa

VERNAN W. AURÉLIO Economista

“HÁ MAIS TRABALHO A SER FEITO” PARA QUE O PAÍS ALCANCE A ESTABILIDADE DE PREÇOS.

uma transição em direção a um crescimento econômico mais estável, contratempos podem ocorrer. “É por isso que meu foco inabalável é continuar reduzindo os custos para as famílias, reconstruir nossas cadeias de suprimentos e investir na América”, afirmou.

O democrata aproveitou a oportunidade para criticar a oposição republicana, a quem acusa de estar agindo para reverter os progressos econômicos. “Os dados de hoje reforçam que fizemos avanços históricos e estamos no caminho certo, e agora precisamos terminar o trabalho”, destacou.

O presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams, afirmou que o FED precisará manter a política monetária

suficientemente restritiva por “alguns anos” para reduzir a inflação e realinhar a oferta e a demanda na economia dos Estados Unidos, durante o CFO Network Summit, do The Wall Street Journal, em Nova York. “Para mim, o importante é que precisamos de uma postura suficientemente restritiva, vamos precisar manter isso por alguns anos para garantir que a inflação chegue a 2%, então eventualmente, teremos as taxas de juros presumivelmente de volta a níveis mais normais”, comentou Williams.

O presidente da distrital do Federal Reserve em Minneapolis, Neel Kashkari, afirmou que os juros básicos nos Estados Unidos devem atingir 5% este ano e podem “certamente” subir ainda mais, a depender da evolução dos

indicadores de atividade e inflação. Atualmente, a taxa dos Fed Funds está entre 4,50% e 4,75%.

Em evento no Clube Econômico de Boston, o dirigente reforçou o compromisso do FED em retornar a inflação à meta de 2%, mas explicou que as visões sobre o caminho variam dentro do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC).

Kashkari acrescentou que está “no lado mais hawkish” do espectro, o que indica maior disposição por um aperto monetário agressivo. O dirigente disse ainda que o mercado financeiro tem demonstrado expectativa de que a inflação cairá rapidamente e voltará a meta do ano que vem, em uma confiança mais firme que a do própria FED, na visão dele.

A presidente da distrital do FED em Cleveland, Loretta Mester - Foto: Google

SILICON VALLEY BANK E A CRISE DOS BANCOS AMERICANOS

DEPOIS

DE

15 ANOS DA CRISE

AMERICANA,

2023 COMEÇA COM QUEBRA DE BANCOS

POR FERNANDA MELO

FOTO: GOOGLE

FERNANDA MELO

Consultora de Empresas

Instagram: @femelo.co

Desde a crise dos bancos em 2008, os Estados Unidos não haviam enfrentado uma crise tão significativa quanto a que ocorreu no primeiro semestre de 2023, com a queda do Silicon Valley Bank. Essa crise representa um duro golpe para o setor financeiro e tecnológico do país, e seus efeitos serão provavelmente sentidos em toda a economia. O que aconteceu foi que o SVB Financial Group, a antiga empresa controladora do

Silicon Valley Bank, foi apreendida pelos reguladores do governo no mês de Março de 2023 após uma devastadora retirada de depósitos pelos clientes. O Silicon Valley Bank é um dos principais e mais influentes bancos para os setores de capital de risco (Venture Capital) e tecnologia dos EUA. Só para ter uma ideia do tamanho do desastre, a empresa de tecnologia Roku, tinha quase $500 milhões com o banco, Buzzfeed tinha 56 milhões e Roblox

tinha cerca de $150 milhões. Para entender o que ocorreu, primeiro precisamos voltar no tempo e entender um pouco do que estava acontecendo com o setor bancário antes do ocorrido. Durante e após a pandemia, empresas de capital de risco (Venture Capital) e tecnologia levantaram uma quantia extraordinária de dinheiro para investir e administrar startups de tecnologia, porque a

pandemia apresentou uma demanda gigante de serviços e produtos tecnológicos. A maior parte desse dinheiro acabou no Silicon Valley Bank.

O banco cresceu muito nesse período, e precisava nesse momento agir de forma estratégica para administrar bem suas novas entradas. Bancos nos EUA ganham dinheiro investindo o dinheiro dos depósitos. Esse in-

vestimento pode acontecer de diversas maneiras, como, por exemplo, em:

Empréstimos: Os bancos emprestam o dinheiro dos depósitos para pessoas e empresas que precisam de financiamento. Eles cobram juros sobre esses empréstimos, que é a principal fonte de receita dos bancos.

Investimentos: Os bancos também investem o

Um funcionário avisa aos clientes que a sede do SVB está fechada em 10 de março de 2023 em Santa Clara, Califórnia - Foto: Justin Sullivan

ARTIGO NEGÓCIOS

dinheiro dos depósitos em diferentes ativos financeiros, como títulos governamentais, ações e outros instrumentos financeiros. Eles ganham dinheiro com a valorização desses ativos e também por dividendos e juros sobre esses investimentos.

Taxas de serviço: Os bancos também ganham dinheiro com taxas de serviço, como tarifas bancárias, taxas de conta-corrente, taxas de cartão de crédito, entre outras.

Spread de juros: Os bancos também ganham dinheiro com o spread de juros, que é a diferença entre a taxa de juros que eles pagam aos clientes e a taxa de juros que eles cobram dos mutuários.

O Silicon Valley Bank cometeu um erro crucial ao administrar o dinheiro que recebeu. Em vez de assumir maiores riscos com chances de maiores retornos, o banco optou por uma estratégia conservadora e surpreendente: comprou títulos tradicionalmente garantidos pelo Tesouro dos EUA e títulos garantidos por hipotecas do governo (MBS). Essa estratégia foi considerada pouco ousada pelo mercado americano, especialmente porque o banco administrava capital de empresas inovadoras. Embora segura, a estratégia não gerou o retorno necessário para a sobrevivência do banco.

A situação ficou ainda pior quando o Federal Reserve, em uma tentativa de reanimar a economia, começou a aumentar as taxas de juros. Ao mesmo tempo, o setor de tecnologia, que havia crescido exponencialmente durante a pandemia, começou a voltar à realidade à medida que as pessoas e empresas retornaram

à normalidade e passaram a precisar menos de seus produtos e serviços. Essas empresas enfrentaram dificuldades para levantar dinheiro em um cenário de taxas de juros mais altas e demanda em queda, o que levou algumas a gastar os fundos depositados no Silicon Valley Bank. Além disso, o pior de tudo, foi o impacto das taxas de juros elevadas sobre os investimentos em títulos do Tesouro dos EUA e MBS feitos pelo Silicon Valley Bank. Por exemplo, em 10 de março de 2021, um título do Tesouro dos EUA com vencimento em 10 anos pagou a taxa de juros vigente de 1,75%. O preço desses títulos era $104. O que significa que para um título de $1.000, você pagaria $1.040 e receberia pagamentos de juros de 1,75% a cada ano (equivalente a $17,50 para cada título de $1.000) e então receberia $1.000 no vencimento. As taxas de juros eram muito, muito baixas naquela época, mas quando as taxas sobem, o preço dos títulos cai. Exatamente aqui está o problema, visto que as taxas de juros atuais são muito mais altas: se você tivesse comprado aquele título 2 anos atrás e agora precisava vendê-lo, você só conseguiria cerca de $880 por ele - uma perda significativa. Mas, o Silicon Valley Bank não teve escolha, porque eles precisavam do dinheiro para pagar seus clientes que estavam sacando dinheiro.

Alguns clientes começaram a ficar preocupados com esse problema no Silicon Valley Bank e temeram que o banco pudesse ter problemas, então sacaram todo o dinheiro. Além disso, alguns clientes perceberam que, com taxas de juros mais altas, poderiam obter um retorno muito melhor retirando

seu dinheiro e comprando títulos do tesouro. Não demorou muito para que a notícia se espalhasse; O Silicon Valley Bank precisava desesperadamente levantar dinheiro para preencher os buracos deixados quando vendeu seus títulos com prejuízo.

O banco tentou uma grande venda de ações para fortalecer seu balanço, mas a essa altura um clássico pânico bancário estava em andamento. O colapso era inevitável... E o colapso do SVB foi seguido pelo colapso do Signature Bank e de mais 20 bancos nos EUA. O que foi desastre para alguns foi grande vantagem para outros. Quem lucrou muito com essa retirada foram os grandes bancos, como o JP Morgan. O JP Morgan (Chase) é o maior e mais seguro banco dos EUA. Existem 8 bancos nos EUA identificados como SIBs (Bancos Sistemicamente Importantes). São bancos considerados “grandes demais para falir”. O JPM é o maior deles e considerado a instituição bancária mais segura dos EUA.

A FDIC, a Corporação Federal de Seguro de Depósitos, que garante aos clientes em bancos americanos até US$ 250.000 de seguro em seus depósitos, interveio e assumiu o controle do Silicon Valley Bank e do Signature Bank. Por um tempo, não ficou claro se os clientes com saldos acima do valor segurado pelo FDIC conseguiriam reaver seu dinheiro. Mas, felizmente, os clientes do Silicon Valley Bank e do Signature Bank foram apoiados pelo governo e não perderão nada.

O Federal Reserve disponibilizou fundos para outros bancos em um esforço para evitar outro colapso no setor financeiro - Foto: Alex Wong

BOOSTER EMPREENDEDOR: EVENTO REUNIRÁ

EMPREENDEDORES BRASILEIROS DE SUCESSO NOS EUA

FIVE RING FINANCIAL PREPARA A SEGUNDA EDIÇÃO DO EVENTO QUE TEM COMO PÚBLICO ALVO BRASILEIROS QUE BUSCAM NOVOS NEGÓCIOS NA AMÉRICA

POR THAÍS PARTAMIAN VICTORELLO

Instagram: @thaisvictorello

Uma das carreiras mais bemsucedidas, seja no Brasil ou no exterior, é no setor financeiro. Pensando nisso, um grupo de executivos brasileiros deste setor, que reside nos Estados Unidos, idealizou uma imersão para quem mora em New England e deseja ingressar em uma carreira promissora nos Estados Unidos.

A segunda edição do evento

“Booster Empreendedor”, acontece dia 8 de abril, no Double Tree

By Hilton Hotel Boston, localizado na cidade de Westborough (Massachusetts).

Jaime e Bianca Zimmer e

Sieder e Andrea Madrona, estão à frente dessa imersão, que será presencial e em português e que tem como objetivo atrair um público que almeja ampliar ou mesmo criar negócios com propósito e prosperidade. A programação conta com a participação de renomados palestrantes com incríveis trajetórias de sucesso no empreendedorismo na Amárica, tais como: Marina e Gustavo Couto, fundadores da agência que mais enriquece brasileiros nos Estados Unidos; Mike Wilk, fundador e CEO de uma empresa multimilionária; Verônica Oliveira, fundadora

de uma empresa de tapioca milionária e um restaurante brasileiro e Mariana Lacombe, master coach internacional e estrategista de negócios, que irão ministrar temas de relevância para a comunidade, como oportunidades de negócios nos EUA, finanças e liderança. As inscrições estão abertas e podem ser garantidas através do link: eventbrite.com/e/booster-massachusetts-2023-tickets-570240724357.

EMPRESÁRIA BRASILEIRA PARTICIPA DE EVENTO EM DUBAI

A MASTER COACH E DIRETORA DA FEBRACIS BOSTON, FERNANDA MORAIS, TEM IMPACTADO A VIDA DE MILHARES DE BRASILEIROS NO EXTERIOR

A empresária, master coach e diretora da Febracis Boston, Fernanda Morais, esteve em Dubai entre os dias 20 e 25 de março, especialmente para palestrar no evento promovido pela empresária e estrategista de negócios, Mayara Marinov, CEO da DTL GROUP, com sede em Portugal. Residindo há anos nos Estados Unidos com o marido e os dois filhos do casal, Fernanda Morais tornou-se referência para a comunidade brasileira quando o assunto é capacitação em

inteligência emocional e empreendedorismo brasileiro em New England. Através de ferramentas do coach promovidas pela empresa que dirige, ao longo dos anos Fernanda tem impactado milhares de famílias.

O badalado evento anual de business, networking e mentoria, “Dubai Experience” realizado em Emirado de Dubai, tem como objetivo levar mulheres empresárias para vivenciarem uma experiência na prática, promovendo ambientes favoráveis para encontrar as me-

lhores parcerias, networking com mentores e outras empresárias de variados setores de negócios de várias partes do mundo.

Dubai é conhecido por ser o lugar ideal para inspirar e transformar empreendedores. É uma cidade projetada no futuro das inovações, que está sempre à frente das tendências, além de ter sido eleita como o destino global número 1 no Traveler’s Choice Awards 2023, a premiação anual da plataforma Tripadvisor.

POR THAÍS PARTAMIAN VICTORELLO Instagram: @thaisvictorello