Revista EXATO - Ed 23 - Março 2021

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ÍNDICE

POLÍTICA

14.

Brasil: o que esperar de 2021? EMPREENDEDOR DO MÊS

22.

Brasileira faz sucesso com produtos naturais da multinacional americana Young Living TECNOLOGIA

28.

Windows 7 EMPREENDEDORISMO

32.

A hora para atualizar sua empresa é agora ECONOMIA

46.

A postura do banco central americano no início do governo Biden LINGUAGEM SILENCIOSA

36. 4

50. CAPA

Luís Ernesto Lacombe: Na contramão da grande mídia

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A linguagem silenciosa das negociações

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COLABORADORES

Daniel Rohde CEO da revista EXATO, designer de marcas, catarinense, casado, formado em Administração pela Universidade Católica de Brasília. Gosta de ouvir música e tecnologia. @danielwrohde

Simone Rohde Comercial da revista EXATO, paranaense, casada, formada em Administração pela Universidade Católica de Brasília, e pós-graduada em Administração com Ênfase em RH pela Unigran. Gosta de viajar, ler e escrever nas horas vagas. @simonewrohde

Thaís P. Victorello Jornalista, assessora de imprensa, colunista social, produtora e editora chefe da revista EXATO; Paulistana, formada em jornalismo pela Universidade Cidade de São Paulo; cristã, casada e mãe de três filhos. Gosta de viajar e de estar com a família. @thaisvictorello

Samuel Andrade Fotógrafo de casamentos, lifestyle e retrato. Com mais de 15 anos no mercado, venho buscando constantemente trazer para as pessoas uma experiência incrível, eternizando momentos através da arte da fotografia. @samuel.stp

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EXPEDIENTE

REVISTA MENSAL ANO 2 | EDIÇÃO 23 MARÇO DE 2021 CEO/FOUNDER: COMERCIAL:

Daniel Rohde Simone Rohde

EDIÇÃO/DIAGRAMAÇÃO:

Daniel Rohde

DESIGNER GRÁFICO:

Daniel Rohde

AGÊNCIA DE PUBLICIDADE:

BRAUS Marketing Agency

JORNALISTA E EDITORA-CHEFE:

Thaís Partamian Victorello

FOTÓGRAFO: COLUNISTAS E ARTIGOS:

Samuel Andrade Thaís P. Victorello . Antônio J. Fonseca Fernanda Melo . Renato Gomes . Vernan Wolf Ricardo Ventura

A REVISTA EXATO é uma publicação mensal. O conteúdo da revista, bem como artigos e anúncios são de inteira responsabilidade de seus autores e anunciantes. Pessoas sem registro em nosso expediente, não estão autorizadas a falar em nome da Revista. Na dúvida, entre em contato conosco.

CAPA: Luis Ernesto Lacombe FOTO CAPA: Divulgação

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EDITORIAL

CRIANDO SOLUÇÕES POR SIMONE ROHDE

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ocê já percebeu que, assim como algumas ideias não colam, alguns negócios ou estratégias também não decolam? O livro que trazemos como sugestão de leitura para esse mês (pág. 5) discorre sobre essa temática, mas o artigo de tecnologia (pág. 28) também mostra como alguns produtos e/ou serviços também saem de mercado por não conseguirem solucionar um problema e assim conquistar o reconhecimento e respeito do público. E para oferecer soluções aos consumidores, as empresas, mais do que nunca, precisam se atualizar (pág. 32). As tecnologias sobre as quais ouviremos muito este ano provavelmente não serão aparelhos sofisticados, como smartphones ou TVs de tela grande, mas coisas como software de trabalho e produtos de internet. A tecnologia já está substituindo lojas, por exemplo, com o crescimento do e-commerce e até mesmo lojas em redes sociais, como Facebook e Instagram. A ordem do ano é se atualizar para continuar - principalmente! - no mercado e com um modelo de negócio competitivo. E no meio das soluções que, como cidadãos, buscamos diariamente, está a reforma política. Um modelo de altos impostos ou no caminho da inflação, não agrada a ninguém. Aí veio a pandemia para “ajudar” e se soma a isso governantes com interesses próprios que deixam a população em segundo (ou terceiro, quarto?) plano. Como podemos conviver com esse sistema ou então contribuir para mudar o cenário? Na página 14, o artigo sobre Política traz uma reflexão sobre o cenário brasilei-

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ro e na coluna de Economia (pág. 46) o parecer dos economistas sobre o governo americano frente a medidas de recuperação da atual crise. E como já foi bem comprovado que as grandes e tradicionais mídias militam a favor de suas ideias ao invés de fazer um jornalismo sério e imparcial, trazemos uma figura que se destaca dentre esse meio como capa do mês: Luís Ernesto Lacombe. A entrevista ficou incrível, confira na página 36! Por último, trouxemos a história de uma brasileira que se destaca no empreendedorismo nos Estados Unidos (pág. 20) num dos setores que mais cresce atualmente: produtos naturais. Nunca sabemos de onde surgirá a próxima grande ideia empreendedora, o importante é ficar ligado nas tendencias, saber como negociar para fazer o empreendimento acontecer (pág. 50), se atualizando e estudando o mercado, solucionando a dor do consumidor, que a recompensa financeira é consequência garantida! Boa leitura,

Simone Rohde

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POLÍTICA

BRASIL: O QUE ESPERAR DE 2021? Uma democracia não pode ser instaurada por meios democráticos: para isso, ela teria de existir antes de existir. POR RENATO R. GOMES

RENATO R. GOMES Mestre em Direito Público (UERJ05-07) Ex-oficial da Marinha do Brasil (EN9093) e Escritor. @renatorgomesoficial

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remissa elementar e geopoliticamente irrefutável: estamos numa guerra de quinta geração, pouco importando o achismo de cada um a seu respeito. Só não percebem os anestesiados ou hipnotizados: há dois lados nitidamente em combate. Apesar de se desenrolar em âmbito mundial, limitemo-nos ao território brasileiro. Quem seriam os contendores? O primeiro lado é denotado pelos defensores do globalismo: sujeitos difusos, provocadores, criminosos, inescrupulosos, maquiavélicos, psicopáticos, amorais, “espertos”, materialistas, ateístas. Tem-se por intocável e dono real do pedaço, controlador do governo, das instituições, do politicamente correto, das mentes alheias. Quem são seus componentes? Sem pretensão taxativa, destacam-se: i) Um sistema de justiça disfuncional, totalitário, ilegítimo, instrumento maior para o fomento, a manutenção e o agravamento da desordem pública, da insegurança jurídica e do caos socioeconômico.

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ii) Uma gama de políticos com mandato, que atua legislativamente em conluio com comparsas e companheiros das instituições de “justiça”. iii) Uma nata de advogados vexaminosos, gananciosos, antipatriotas, que, com a falsa máscara da legalidade encobrindo-lhes a cara de pau da desfaçatez, age temerariamente, em detrimento do respeito às regras de direito, das liberdades mais elementares, da vontade popular majoritária ora depositada no governo legitimamente constituído, do desenvolvimento do Brasil. iv) Uma imprensa sórdida, moralmente corrompida, ideologicamente doentia, partidária, militante, desinformativa, mentirosa, alienadora, meliante. v) Grande parcela de agentes públicos doutrinados, selecionados a dedo – por concurso ou indicação política – e que se apossou do Estado, incapaz de separar o público do privado; “progressista” amoral e intolerante com ideias e pensamentos contrários; pseudodemocrata,

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abusadora da autoridade inerente ao cargo; dissimulada, intelectualmente desonesta, construtora da novilíngua politicamente correta, manipuladora das leis e da constituição. vi) Pequena parcela de “policiais” que, “esquecendo-se” do seu papel de força auxiliar das Forças Armadas e de garantidora da ordem pública e das liberdades essenciais, implementa as ordens criminosas da chefia da ocasião, seja por medo, comodidade, covardia ou interesse inconfessável. A falta de sangue nas veias gera presumidamente amnésia: dever legal de jamais cumprir ordens ilícitas ou criminosas – como se diz na linguagem popular – “passa batido”. vii) Demais idiotas úteis (esquerdistas imbuídos, lutadores pela “causa”) e inúteis (“Maria vai com as

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outras”) de cabeças lavadas, espalhados por essas terras de Malboro, que aplaudem as idiossincrasias da trupe institucional, de “especialistas” integrantes de entidades privadas, ou de anônimos ainda camuflados numa coletividade sem rosto. Em comum a essa gente: todos absolutamente certos de que estão livres, leves e soltos para atacarem orquestrada, impunemente e com quaisquer meios imagináveis, o chefe do Poder Executivo, de governo e de Estado, seus ministros, seus apoiadores – pessoas físicas ou jurídicas – e, inclusive, as Forças Armadas, únicas e últimas bastiães de nossas liberdades; liberdades ora sob intensa opressão e agressão sem freios. Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio, Sara Winter e Roberto Jefferson, o general Pazuello e, inacreditavelmente, o

próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, chefe da Polícia Federal, já foram vítimas da banda podre policial. Banda podre que sequer processo administrativo responde pelos ilícitos que concretizam! Por quê? Essa massa de incontestes inimigos da nação atua como bem lhe convém, à margem ou não da lei. No fim das contas, o tal “ativismo judicial” segura as pontas soltas, valendo-se de sua pura vontade de poder, imposta e autocraticamente validada por uma doutrina ilógica, que idiotiza e aprisiona cognitivamente “99,99%” da população. Do outro lado da guerra, está aquele que maximamente representa a soberania popular: o presidente da República que, não por acaso, é o chefe supremo das Forças Armadas. Supostamente, já deu

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POLÍTICA

a entender que conhece bem o modus operandi pilantra dos inimigos do Brasil e saberá o que fazer, acaso o avanço ousado e abusado aproxime-se da trincheira presidencial e popular. Junto ao Bolsonaro, encontram-se em torno de 70% do povo brasileiro, trabalhador, conservador, teísta. Povo este que lhe assegura o poder constituinte originário, de direito ou de fato, para fazer o que tiver que ser feito, sempre e quando entender oportuno à garantia de suas prerrogativas e competências legais e constitucionais, e, sobretudo, das liberdades individuais. Mas povo desarmado, passivo, assustado, acostumado a ser docilmente subjugado à força por ilicitudes diversas, reiteradamente patrocinadas por agentes públicos e, em especial, da “justiça”. Compreensível: se “99,99%” dizem “amém” para qualquer espirro togado e mesmo que aberrante, por estarem cognitivamente encarcerados e mentalmente tolhidos, fácil, por exemplo, para agentes inimigos que “governam” estados e municípios, também se autocolocarem acima da lei e, por decretos, partirem para cima do povo “irresponsável” que insista em trabalhar ou empreender para garantir o autossustento ou o sustento de sua família. Se o trabalho e a livre iniciativa são fundamentos da República, isto é um “detalhe” de somenos importância constitucional. Associados à capa preta e aos policiais carecedores de transfusão sanguínea, e confiantes na paralisia cognitiva do povo de bem e dos que democrática e legitimamente o representam, esses “governantes” ficam imbatíveis. Ao menos enquanto o

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imponderável não der o ar de sua graça, fazendo valer a lei universal “as ações são opcionais; as consequências, compulsórias”. Expostos resumidamente o cenário e os agentes da guerra não convencional em pleno vapor, não declarada, tida por muitos como “teoria da conspiração”, e que infelizmente pouquíssimos enxergam, volto à pergunta do título: o que esperar de 2021? Obviedades, a depender de quem vencer a guerra. E nem se venha com a extrema alegação utópica, inocente e inconscientemente embasada no politicamente correto (“democracia”, “democracia”, “democracia”…), de acreditar que o Brasil encerrará o período mais tenebroso de sua história e passará a prosperar, devido a novos ares produzidos em razão da vitória do Rodrigo Pacheco e do Arthur Lira para a presidência do senado e da câmara, da potencial indicação da Bia Kicis para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça da câmara, da aprovação de um ou outro projeto de lei ou proposta de emenda constitucional, dentre outros eventos políticos meramente secundários, ilusórios e desviantes da causa da distopia Brasil. A causa, amigo leitor, amiga leitora, talvez esteja passando despercebida. Explicável: o aprisionamento cognitivo praticamente nos impede de desvelá-la. Eis o cancro: o golpe de estado consumado e dissimulado por defraudamento constitucional, via manipulação semântica da linguagem e do conteúdo de princípios, e a imanente ruptura do estado de direito, via ativismo judicial atentatório à independência entre os Poderes, ao regime com pretensão democrática, à federa-

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ção, às liberdades fundamentais, à segurança nacional. A banalização generalizada do ilícito, a certeza psicológica e jurídica da impunidade, e o que se vem fazendo com a pessoa do chefe de Estado, com a instituição Presidência da República e com as mais básicas das liberdades individuais – tais como as de se expressar e se autossustentar -, falam por si. Sem adentrar mais a fundo no bombardeado chiqueiro tupiniquim, especificando ou apontando coisas que poderiam ser efetivadas para retirar o país das garras do arbítrio de gente que, numa democracia de verdade, deveria estar vendo o “sol nascer quadrado”, fecho com as palavras do professor Olavo de Carvalho. Para um bom entendedor, são mais do que suficientes para o despertar da consciência política e para um senso de realidade. “Uma democracia não pode ser instaurada por meios democráticos: para isso, ela teria de existir antes de existir. Nem pode, quando moribunda, ser salva por meios democráticos: para isso, teria de continuar saudável enquanto vai morrendo. O assassino da democracia leva sempre vantagem sobre os defensores dela. Ele vai suprimindo os meios de ação democráticos e, quando alguém tenta salvar a democracia por outros meios – os únicos possíveis-, ele o acusa de antidemocrático. É assim que os mais pérfidos inimigos da democracia posam de supremos heróis da vida democrática.”

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EMPREENDEDOR DO MÊS

BRASILEIRA FAZ SUCESSO COM PRODUTOS NATURAIS DA MULTINACIONAL AMERICANA YOUNG LIVING Com mestrado, doutorado e pós-doutorado, Larissa largou o consultório dentário e hoje se dedica a empresa da família e a multinacional de produtos naturais

POR THAÍS PARTAMIAN VICTORELLO

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ascida na cidade do Rio de Janeiro, a cirurgiã dentista e empreendedora Larissa Durão Duarte Vilela, cresceu no Espírito Santo e reside nos Estados Unidos desde 2012, mas sua trajetória como imigrante teve início no Canadá, onde morou por 11 anos e se dedicou aos estudos, fazendo mestrado, doutorado e pós-doutorado em Montreal, maior cidade da província de Quebec. Mesmo com uma carreira promissora na área odontológica, Larissa decidiu investir também em seu lado empreendedor. Já residindo no estado americano de Connecticut, Vilela assumiu o comando de uma escola de paraquedismo juntamente com o marido, o empresário brasileiro Mauricio Galante. Oriunda de uma família com histórico bem sucedido na área de empreendedorismo, essa foi apenas a primeira oportunidade de empreender na “Terra do Tio Sam”.

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@thaisvictorello

Tempos depois o casal vendeu a escola de paraquedismo e mudou-se para o Texas, onde adquiriam um centro de golfe, o Golf Center of Arlington. Realizada na vida pessoal e profissional, ao buscar qualidade de vida e melhora na saúde dos dois filhos do casal, Larissa conheceu uma empresa de óleos essenciais e produtos naturais, da qual se tornou cliente. E ao ficar impressionada com os resultados obtidos na saúde e bem estar de toda a família, decidiu investir e se tornar parceira da empresa Young Living, uma multinacional fundada no estado americano de Utah, em 1993, com uma linha completa com mais de 600 produtos, desde óleos essenciais até produtos de higiene e cuidados pessoais, para adultos e crianças. A empresa está presente em mais de 150 países, inclusive no Brasil, sendo referência no mercado de produtos naturais, a base de plantas e sem aditivos químicos. Hoje Larissa lidera uma equipe de consultores no Brasil e nos EUA.

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PERFIL NOME: Larissa Durão Duarte Vilela NATURALIDADE: Rio de Janeiro (RJ) RESIDENTE: Arlington, Texas - USA RAMO DE ATIVIDADE: Produtos naturais REDES SOCIAIS: @divasdosoleos WEBSITE: www.tinyurl.com/yllarissa FRASE DE SUCESSO: “Sucesso é fazer bem feito e com amor o que te faz feliz, independente do que seja! E pode ser que o que te faça feliz hoje não é o mesmo que te fazia feliz há 10 anos atrás, e está tudo bem!”

Nascida no Rio de Janeiro e morando no Texas, Larissa Vilela lidera uma equipe de consultores no Brasil e nos EUA. Foto: Divulgação

Larissa D. Vilela Empresária

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EMPREENDEDOR DO MÊS

Na entrevista a seguir você vai conhecer um pouco mais da trajetória bem sucedida da empresária carioca, que abriu mão da odontologia para trilhar uma história de sucesso como empresária, investindo em um ramo em que ela se apaixonou e que, devido a flexibilidade de tempo, consegue conciliar com os afazeres de casa e a empresa da família. EXATO: Qual foi a sua primeira oportunidade profissional nos EUA? Larissa Vilela: Foi em uma escola de paraquedismo (sim, eu saltava de paraquedas). Meu marido era instrutor de paraquedismo e tínhamos a escola há alguns anos, mas só pude me dedicar 100% quando me mudei definitivamente para os Estados Unidos após finalizar o pós-doutorado e nosso primeiro filho ter nascido. EXATO: Na sua família existem outros empreendedores? Larissa Vilela: Meus avô paterno e materno foram, na minha opinião, grandes empreendedores. Um possuía o mercado popular numa cidadezinha do interior, e o outro empreendeu na área de pecuária, começou comprando e vendendo gado. EXATO: Como surgiu a ideia de se tornar uma empreendedora? Larissa Vilela: Teve um período na minha adolescência que minha mãe fazia pães para fora e eu e meus irmãos vendíamos na escola. Na época de faculdade também me aventurei vendendo produtos de beleza para ajudar com minhas despesas pessoais. Acho que todas essas experiências foram válidas para o que sou hoje. EXATO: Para você qual é a maior

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Larissa é casada com o também empresário Mauricio Galante - Foto: Arquivo pessoal

dificuldade em ser um imigrante e empreender nos EUA? Larissa Vilela: Creio que a maior dificuldade é a adaptação ao modelo de negócio americano. Não que seja um modelo difícil, mas é bem diferente do modelo brasileiro, afinal são culturas e leis bem dife-

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rentes. As oportunidades para empreender aqui no EUA são incríveis, o sistema na minha opinião é muito menos burocrático, mais rápido e mais transparente que no Brasil. EXATO: Qual foi a sua primeira oportunidade de empreender nos EUA?

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Larissa Vilela: A primeira grande oportunidade foi a aquisição de um centro de golf no Texas. Foi um salto bem grande que dei na vida empreendedora e uma grande aventura. Eu e meu marido vendemos a escola de paraquedismo em Connecticut e resolvemos mudar de ramo. Encontramos esse centro de golf que já estava à venda há quase 2 anos, um lugar largado e sem manutenção nenhuma, mas o dono queria uma “fortuna” aos olhos dos outros. Nós vimos além, e vimos o potencial daquele lugar e sem pensar muito, nos mudamos para o Texas e compramos o Golf Center of Arlington (a história da compra daria uma outra entrevista). EXATO: Atualmente uma das suas áreas de atuação é produtos voltados para a saúde e o bem estar. Quais os produtos dessa linha? Larissa Vilela: Além de proprietária do Golf Center of Arlington, também sou uma parceira da marca (brand parter) da Young Living. Essa empresa possui mais de 600 produtos, desde óleos essenciais a produtos de beleza, produtos para crianças e bebês, para animais de estimação, uso pessoal, e produtos de limpeza, entre outros. EXATO: Como surgiu o interesse e a oportunidade de trabalhar com a Young Living? Larissa Vilela: O interesse pelo uso dos óleos essenciais veio quando eu procurava por meios de melhorar a saúde dos meus filhos. Ouvi falar dos óleos através de uma amiga, e após um ano de muita leitura e busca por informações, resolvi adquirir os óleos para ajudar a melhorar a saúde do meu filho que já frequentava escola e minha filha que na época tinha 1 ano e tinha asma. Os resultados foram tão impressio-

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Atualmente a Young Living está presente em mais de 150 países - Foto: Divulgação

nantes que com o tempo passei a usá-los não apenas nos meus filhos mas em mim, em parentes e amigos.

a possibilidade de me tornar um parceiro da marca e fazer o negócio resolvi tentar.

EXATO: Qual o diferencial dela para as demais que atuam no mesmo ramo?

EXATO: Quais os principais benefícios dos produtos?

Larissa Vilela: O grande diferencial na minha opinião é a seriedade e excelência em tudo que a empresa faz. Gary Young, o fundador da empresa (já falecido), sempre estudou muito sobre as plantas e os óleos essenciais, foi sua grande paixão, e ele passou isso para a empresa. E é visível a todos que se juntam a Young Living. EXATO: Há quanto tempo você trabalha com essa empresa e qual é o seu atual cargo nela? Larissa Vilela: Estou com a Young Living há 4 anos. Nos dois primeiros anos eu apenas consumia o produto, mas após ser apresentada

Larissa Vilela: Os benefícios são inúmeros que fica até difícil de citá-los, mas são todos voltados para o bem-estar, uma vida mais saudável com produtos naturais, mais qualidade de vida e consequentemente uma melhor saúde. EXATO: Você já fazia uso de óleos essenciais ou passou a conhecer a partir dessa empresa? Larissa Vilela: Eu já havia ouvido falar dos óleos essenciais mas nunca havia usado. Desde pequena fui tratada com homeopatia e fitoterápicos, então cresci sabendo da importância de tratamentos naturais. Também cuidava dos meus filhos por meios naturais. Ao ouvir falar

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EMPREENDEDOR DO MÊS

pressionada com os resultados e já comentava com várias pessoas. Então fiquei sabendo da possibilidade de fazer uma renda extra apenas compartilhando os benefícios que eu obtive usando os óleos essenciais. EXATO: Onde o consumidor pode encontrar os produtos para compra? Larissa Vilela: A Young Living é uma empresa de marketing multinível, e os produtos podem ser adquiridos online no próprio site da empresa. O ideal é usar o link de referência ou número da pessoa que te indicou os produtos, pois dessa maneira a pessoa poderá sempre te auxiliar. Estou à disposição para ajudar quem tiver interesse em saber mais ou adquirir os produtos da Young Living.

Apaixonada por produtos naturais, Vilela escolheu a Young Living pela excelência nos produtos e a possibilidade de flexibilidade no trabalho - Foto: Priscila Vilela

sobre os óleos, por ser pesquisadora, comecei a ler bastante sobre o assunto, sobre a procedência dos óleos, sobre as diferentes marcas, e acabei optando pela Young Living. EXATO: Qual produto é considerado atualmente o “carro chefe” da marca? Larissa Vilela: Eu pessoalmente acho que é a linha Thieves. O thieves é uma mistura dos óleos essenciais de cravo, canela, eucalipto, limão siciliano e alecrim. Por ser tão popular, há uma linha de produtos totalmente naturais para uso pessoal como pasta de dente, fio dental, sabonete, bem como uma linha de produtos para limpeza, como sabão para lavar louça, roupas, e limpeza em geral. É realmente uma linha in-

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crível e ideal para quem procura se livrar de substâncias químicas e tóxicas no dia-a-dia. EXATO: Qual é o público alvo da marca? Larissa Vilela: Pessoas que buscam um estilo de vida mais saudável com menos remédios farmacêuticos e mais produtos naturais. Pessoas que reconhecem os malefícios dos produtos químicos presentes na maioria dos produtos pessoais e de limpeza que se consomem atualmente. EXATO: Como surgiu a ideia em trabalhar nesse ramo? Larissa Vilela: A ideia surgiu após quase 2 anos usando os óleos essenciais. Estava realmente im-

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EXATO: Quais são seus projetos profissionais para o decorrer de 2021? Larissa Vilela: No Golf Center of Arlington estamos planejando dar início a construção de um hotel temático estilo resort, e será o primeiro hotel nos Estados Unidos com sua própria driving range. O projeto é único e está incrível! Na Young Living os planos são de expandir minha equipe nos Estados Unidos e nos países onde tenho parceiros. Principalmente no Brasil, onde a empresa chegou a pouco tempo, mas tem crescido rapidamente. EXATO: Para você o que é o sucesso? Larissa Vilela: Sucesso e fazer bem feito e com amor o que te faz feliz, independente do que seja! E pode ser que o que te faça feliz hoje não é o mesmo que te fazia feliz há 10 anos atrás, e está tudo bem!

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TECNOLOGIA

WINDOWS 7 O fim de uma era!

POR ANTÓNIO J. FONSECA

ANTÓNIO J. FONSECA Arquiteto, Analista de Sistemas, Auditor de Sistemas da Qualidade e Segurança da Informação, Consultor de Empresas, criador do treinamento Empreenda-se™ e CEO da bITs Tech Solutions. @antoniojfonseca

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epois de quase 12 anos (lançado em julho de 2009), a Microsoft decretou o fim do Windows 7. Aliás, os usuários, ou boa parte deles, também. O suporte ao sistema já tinha sido encerrado em 2014, mas muita gente continuava, ou continua a usá-lo, por vários motivos: parque tecnológico ultrapassado, com máquinas mais antigas, com processadores lentos e pouca memória, sistemas e aplicativos desenvolvidos especificamente nesse sistema e com alto custo de adequação às novas versões... Os motivos variam. Mas o fato é que o Windows, desde sua criação, no final dos anos 1970, sempre apresentou falhas de segurança e problemas de estabilidade. E na versão 7, não foi diferente, apesar de muitas melhorias terem sido feitas pela Microsoft. Ainda assim, o sistema continuava a usar um modo de funcionamento muito “promiscuo”, permitindo a execução de tarefas importantes sem a verificação de identidade e permissão do usuário. Já escrevi aqui nesta coluna sobre os modos de operação dos sistemas operacionais Windows,

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MacOS e Linux, sendo que o Windows é o único que funciona em modo desprotegido, onde qualquer usuário (e o usuário padrão da instalação) é administrador do sistema, a menos que seja alterado manualmente. A Microsoft, depois de muito tempo, resolveu alterar isso um pouco, passando a exigir que os usuários entrem a confirmação de execução de algumas tarefas. Ainda assim, esta alteração não resolveu a principal questão de segurança, que é o acesso de vírus e programas maliciosos ao núcleo do sistema. Além disso, a criptografia de senhas do Windows é fraca, permitindo a fácil quebra por ataque de força bruta. E foi isso que aconteceu recentemente aqui nos Estado Unidos, numa cidade de cerca de 15 mil habitantes, Oldsmar. Um hacker conseguiu acessar um computador que executava Windows 7 e, além dos problemas intrínsecos ao Windows e já mencionados, o computador não estava atrás de nenhum firewall. Acontece que esse computador era de uma estação de tratamento de água da cidade.

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Nós já vimos esse filme. Mesmo! Numa das aventuras do policial John McLane, vivido por Bruce Willis no cinema, em Die Hard (ou Duro de Matar, em Português), ele tem que lidar com um grupo terrorista liderado por um genial e genioso criminoso cibernético que invade o sistema de controle da energia elétrica, água, sinais de trânsito etc e exige resgate... Bem, o nosso hacker de Oldsmar não pediu resgate. Nem tinha uma estruturada organização criminosa por trás, mas poderia ter causado graves problemas aos moradores da cidade. Depois de conseguir invadir o computador com Windows 7, ele iniciou uma sessão do TeamViewer, software utilizado por profissionais de TI para acesso e controle remoto da computadores, para manutenção ou execução de tarefas sem terem que ir ao local físico daquele equipamento. A partir desse acesso e com o TeamViewer, o hacker teve aces-

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so a um segundo computador, que tinha como função controlar a dispensação de químicos na água durante o tratamento, para purificá-la e torná-la potável. Um desse químicos é o NaOH, ou hidróxido de sódio. Você não sabe o que é? Soda cáustica! É verdade. Nós bebemos soda cáustica na água que ingerimos. Ela é usada para eliminar metais pesados da água e ajustar a alcalinidade. Mas isso em doses “homeopáticas”, como se diz. A concentração normal de NaOH na água é de 100 partes de NaOH por 1.000.000 de partes de água. Em quantidades elevadas, o NaOH (soda cáustica) provoca diversos problemas, podendo até matar. E o nosso hacker em questão, ficou com acesso livre ao computador durante 5 minutos, tempo mais do que suficiente para alterar a concentração de soda cáustica de 100 para 11.100 partes por milão. Mil e cem vezes mais do que o adequado. Felizmente, o sistema, ao contrário do Windows, tinha (e tem) algumas

proteções. Uma delas é um retardo, fazendo que qualquer mudança nas concentrações de químicos para o tratamento da água só ocorra 24 horas após a alteração. Outra proteção é que qualquer alteração emite um e-mail para o supervisor da estação. Neste caso, por sorte maior ainda, um funcionário estava em outro computador e percebeu quando o TeamViewer foi ativado para controle do computador dosador. Ao perceber isso, ele avisou o supervisor da estação e ambos verificaram o alteração, revertendo o processo e evitando que uma tragédia pudesse acontecer. E deixe eu te dizer uma coisa: esse ataque não foi um caso isolado. Casos semelhantes de invação a computadores de empresas com segurança fraca e sem proteções físicas/lógicas, como um firewall bem configurado, são frequentes. E após a reveleção dessa tentativa de envenenamento da água, expondo a

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TECNOLOGIA

fragilidade do Windows 7 (ok, a falta do firewall ajudou bastante) acarretou um grande movimento de usuários em busca de atualizarem seus computadores para o Windows 10. A Microsoft também publicou uma nota em que pede aos usuários que descontinuem o uso do W7 e migrem o mais rápido possível para o Win10. Mais um exemplo de ataques com consequências bem perigosas fou um ataque realizado contra um hospital de Worcester, MA no final de 2019. Hackers conseguiram acesso aos computadores do hospital e tiveram acesso a informa-

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ções confidenciais de saúde de milhares de pacientes, além de terem implantado um ransomware, tipo de vírus que “sequestra” o computador para obrigar os proprietários a pagarem resgate para liberação do acesso. No caso do hospital, o acesso só foi restaurado cerca de um mês após o início do ataque. A informação é de que não houve pagamento de resgate, mas que a equipe de TI conseguiu isolar a rede do hospital e formatar os computadores infectados (inclusive servidores), usando um backup. No entanto descobriram que o backup não estava

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sendo executado de forma correta e muitas innformações foram perdidas, obrigando muitos pacientes a retornarem para refazer exames. Então não deixe seu computador e suas informações “nas mãos da sorte”. Proteja-se, mantendo seu computador atualizado e com anti virus, além de usar senhas fortes. E se você tem empresa e depende do usol de computadores, invista em segurança e proteção. Lembre-se: “Gasto com proteção de dados é sempre visto como excessivo. Até o dia em não é suficiente.” Um grande abraço e até à próxima edição.

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EMPREENDEDORISMO

A HORA PARA ATUALIZAR SUA EMPRESA É AGORA Existem atualizações e tendências que podem fazer a diferença e impulsionar sua empresa em 2021.

POR FERNANDA MELO

FERNANDA MELO Consultora de Empresas @femelo.co

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e já existiam razões para uma empresa se atualizar no início de 2020, em 2021 elas se multiplicaram. Pelo menos é o que diz Bernard Marr, da Enterprise Tech, uma empresa que ajuda as empresas a entender as últimas tendências e tecnologias e oferece orientação sobre como preparar seus negócios para elas. De acordo com ele, existem atualizações e tendências que podem fazer a diferença e impulsionar uma empresa em 2021. Muitas delas já estavam em evidência antes da pandemia, mas a crise gerada pelos lockdowns deu o empurrão para que as mudanças fossem quase imediatas. A primeira possível atualização que Bernard cita é a mais famosa

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tendência do período dos lockdowns: Trabalhar em casa. Embora essa mudança fosse inicialmente forçada pela pandemia para milhões de empresas, esse experimento inicial acabou ensinando para os empreendedores as vantagens de um modelo de negócio remoto. Será que ainda vale a pena investir todo o tempo, capital e energia com o antigo modelo dos escritórios? A maior lição da mudança foi que algumas empresas experimentaram um aumento na produtividade quando sua força de trabalho se distanciou. A alta produtividade surpreendeu alguns empresários que antes da pandemia, tinham receio de um modelo de negócio a distância. Portanto, em 2021, as empresas precisam

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reimaginar seu modelo de negócio, a partir, obviamente, de todos os números e dados extraídos do tempo de trabalho remoto. Por falar em números e dados extraídos, uma segunda atualização recomendada é justamente aprimorar e valorizar ainda mais os dados. Google, Facebook e Instagram estão aí para provar que os dados de um cliente são o maior ativo de uma empresa. Essas empresas aproveitaram esses dados para entender melhor seus clientes e melhorar sua tomada de decisão e é exatamente por isso que elas estão claramente superando todas as outras. Duas questões devem ser consideradas quando o assunto é atualizar a forma como uma empresa cuida dos dados dos seus clientes. A primeira questão é a segurança, esses dados precisam da mais alta segurança. Na maioria das vezes esses dados estão arquiva-

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dos em “cloud” ou armazenamento remoto como Google Drive, por exemplo. Isso facilita o acesso para hackers, por isso a recomendação é que os dados de clientes sejam protegidos por sistemas de segurança como múltiplas senhas e a autenticação de dois fatores. A segunda questão é organizar esse emaranhado de dados, de modo a obter a informação necessária para tomada de decisão a partir deles. Isso também requer um investimento em sistemas que possam processar, analisar e armazenar de forma eficiente e eficaz o fluxo de dados. Por último, mas não menos importante, é a automação. Automação é uma das principais recomendações de consultores de empresas para 2021. Ela tem o potencial de reduzir custos, aumentar a produtividade e melhorar o atendimento ao cliente.

Já houve algumas mudanças nessa direção de armazéns, cadeias de suprimentos, veículos autônomos, caminhões e navios, bem como chatbots que estão dominando em alguns segmentos o atendimento ao cliente. A tendência é que a automação seja ampliada em quantos sistemas operacionais forem possíveis. Além dessas tendências de atualizações na área tecnológica, existem novas tendências de mercado que estão mudando a forma como as empresas se relacionam com seus clientes. Existem atualizações recomendadas e necessárias para 2021, na forma como as empresas interagem com seus clientes na esfera social e emocional. Essas novas tendências serão o tema abordado por essa coluna no próximo mês.

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LUÍS ERNESTO LACOMBE:

NA CONTRAMÃO DA GRANDE MÍDIA Prestes a estrear dois novos projetos na Rede TV, Lacombe comemora sucesso do programa “Opinião no Ar”

POR THAÍS PARTAMIAN VICTORELLO

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om uma respeitada trajetória no jornalismo brasileiro, Luís Ernesto Lacombe já passou pelas principais emissoras de televisão do Brasil. Atualmente contratado pela Rede TV!, onde de segunda à sexta-feira comanda o programa “Opinião no ar”, ao lado dos comentaristas Silvio Navarro, Amanda Klein e Rodrigo Constantino, que participa diretamente da Flórida, além da presença de convidados, Lacombe tem conquistado cada vez mais a audiência do público na TV e a preferência também pela internet, alcançando com frequência a marca de uma das transmissões ao vivo mais assistidas pelo YouTube. No ar desde setembro de 2020, com pautas inerentes aos acontecimentos mais relevantes do país, o “Opinião no ar” já é considerado pelo público, principalmente conservador, como um dos melhores programas da atualidade da televisão brasileira. Satisfeito com a atual fase profissional, o jornalista carioca se prepara para dois novos projetos dentro da emissora paulista. Ele bateu um papo com a Revista Exato, onde fala sobre jornalismo, esporte, pandemia, política, internet e os novos projetos profissionais. Confira a seguir:

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@thaisvictorello

EXATO: Qual a profissão dos seus pais? Lacombe: Meu pai era administrador de empresas, formado pela Fundação Getúlio Vargas, do Rio de Janeiro, com pós-graduação em Paris, na ENA, École Nationale d’Administration. Foi executivo de grandes empresas. Minha mãe estudou Literatura Francesa na Sorbonne, também em Paris. Trabalhou por um período como tradutora-intérprete de francês, mas se aposentou como arquivista, especializada em iconografia, no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. EXATO: Em qual bairro do Rio de janeiro você foi criado? Lacombe: Nasci em Botafogo, na zona sul do Rio, onde morei até os nove anos, quando nos mudamos para o Flamengo. Já casado, morei por alguns anos no Leblon, até me mudar para a Barra da Tijuca, na zona oeste, em 2005. EXATO: Qual é o seu esporte favorito e com qual frequência pratica? Lacombe: Comecei a nadar muito novo, aos quatro anos, e pratiquei, ao longo da vida, inúmeras modali-

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Atualmente Lacombe comanda o programa “Opinião no Ar”, de segunda a sexta-feira, na Rede TV - Foto: Divulgação

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AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES SERÃO FUNDAMENTAIS PARA QUE AS IDEIAS LIBERAIS E CONSERVADORAS SE ESTABELEÇAM, GANHEM ESPAÇO. dades: judô, jiu-jitsu, vôlei, vôlei de praia, basquete, tênis e vela. Depois de muito tempo parado, voltei ao jiu-jitsu há cerca de um ano, mas as medidas restritivas por conta do coronavírus acabaram me impedindo de treinar. Normalmente, faço treinos de musculação e aeróbios cinco vezes por semana e jiu-jitsu de duas a três vezes. EXATO: Como e quando você decidiu pelo jornalismo como profissão? Lacombe: Eu não decidi pelo jornalismo... Meu pai me levou a cursar faculdades das quais eu não gostava: dois anos do que hoje chamam de Tecnologia da Informação e um ano de Estatística. Eu abandonei os dois cursos e fui estudar Psicologia. Durou um ano. O que eu queria, desde o início, era me dedicar a Letras, Literatura Brasileira... Quando tive coragem de dizer isso ao meu pai, ele respondeu assim: “Se você quer escrever, vai fazer jornalismo”. Prestei um novo vestibular, fui aprovado

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O jornalista optou pelo jornalismo por incentivo do pai - Foto: Divulgação

em segundo lugar e, por conta das outras faculdades que já tinha cursado, com todas equivalências, me formei em dois anos e meio. EXATO: Você acredita que na sua época de estudante de jornalismo já havia influência esquerdista na faculdade por parte dos professores? Lacombe: Sempre houve. Infelizmente, grande parte dos professores se esforça para formar militantes de esquerda, e não profissionais da comunicação. EXATO: Como começou a sua trajetória no jornalismo televisivo?

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Lacombe: Como eu sonhava fazer Letras, meu desejo no jornalismo era trabalhar em veículos impressos: jornais e revistas (não havia internet na época). Um professor e um colega de faculdade acabaram me incentivando a fazer inscrição para seleção de estágio na TV Bandeirantes do Rio. Achavam que eu tinha um tipo físico e uma voz que funcionariam em tevê. Aceitei que, até surgir a chance de um estágio num veículo impresso, não havia problema em experimentar o telejornalismo. Fiz a inscrição na Bandeirantes e fui selecionado. Isso foi em 1988. Estou em televisão até hoje. EXATO: Em tempos de internet e

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INFELIZMENTE GRANDE PARTE DOS PROFESSORES SE ESFORÇA PARA FORMAR MILITANTES DE ESQUERDA, E NÃO PROFISSIONAIS DA COMUNICAÇÃO. redes sociais, qual é o maior desafio da profissão? Lacombe: É não se entregar ao desejo de “ser o primeiro a chegar com as últimas” e, com isso, resumir a apuração de uma história jornalística. É entender que as fontes primárias ainda são as principais, que pesquisa em internet não aponta sempre a verdade, não esgota todas as dúvidas, não responde todas as perguntas. É não se render à informação fácil, pasteurizada, manter a curiosidade e a desconfiança, seja qual for a pauta, o assunto, o tema. EXATO: Como surgiu a oportunidade de trabalhar com jornalismo esportivo? Lacombe: Eu era apresentador da GloboNews quando um amigo meu, Emanuel Castro, assumiu a direção do SporTV. Sabendo da

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No ar desde setembro de 2020, o “Opinião no ar” tem conquistado cada vez mais o público - Foto: Divulgação

minha ligação com esporte, ele me convidou para apresentar o “Supervolley”, programa que estava sendo todo modificado. Depois, foi também o Emanuel que me indicou para apresentar o “Esporte Espetacular” como stand-by, na ausência do titular, que era o Tino Marcos. Em pouco tempo, fui efetivado como apresentador do programa esportivo dominical. EXATO: Como foi a experiência de apresentar o reality show Exathlon Brasil? Lacombe: Tinha tudo para ser uma experiência incrível e vitoriosa. Era um reality show ligado ao mundo do esporte, no qual eu tinha já 14 anos de experiência. O elenco era maravilhoso, não famosos e famosos, como Giba, Mauren Maggi, Daniele Hypólito, Pedro Scooby... Infelizmente, havia erros editoriais, as competições entre os participantes eram repetitivas... E enfrentei muitos problemas com os produtores turcos, na tentativa de melhorar o

formato, que eles detinham. Fora questões éticas, das quais jamais abro mão. EXATO: Você chegou a sofrer algum tipo de censura ou boicote por parte de colegas de trabalho ou de empresas por sua posição política? Lacombe: Nenhum governo é 100% defensável. Sou um jornalista posicionado, não um militante. Defendo as pautas liberais do ministro Paulo Guedes, a diminuição do Estado. Sou contra o aborto, a liberação das drogas, sou a favor da posse e do porte de armas. Quando o governo tomar medidas que eu considere boas para o Brasil, qualquer governo, vou apoiá-las. Quando eu considerar que há equívocos, há erros, eu os apontarei, como já fiz. Essa é a diferença entre um jornalista posicionado e um jornalista militante, esse que abre mão do senso crítico, que é partidário, que tem políticos de estimação, que faz parte de patotas, que é passional.

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políticas e é predominantemente conservador. Você acredita que ainda vai demorar para o país deixar de ser refém de pensamentos provindos da esquerda?

NENHUM GOVERNO É 100% DEFENSÁVEL. SOU UM JORNALISTA POSICIONADO, NÃO UM MILITANTE. Capa do livro “Cartas de Elise”, escrito por Lacombe - Foto: Divulgação

Alguns colegas se afastaram de mim, aqueles que acham que democrata é quem pensa como eles e que autoritário é quem pensa de forma diferente. EXATO: Você acredita que nos últimos anos o jornalismo ficou mais tendencioso ou já existia essa militância e hoje é só mais notória essa questão partidária? Lacombe: Quando comecei minha carreira, trabalhávamos com fatos. Opiniões não eram permitidas. Nem expressões faciais, como reação a uma reportagem, podíamos fazer. Nada de sorriso irônico, um olhar de reprovação. Esse comportamento, buscando isenção total, de certa forma, afastava o jornalista dos espectadores. Então, vieram os comentaristas. De economia, primeiro. Depois, os analistas políticos. Hoje, há mais opinião, mais posicionamento. O problema é ignorar os fatos, é não ter argumentação e aproveitar esse espaço para militância. Infelizmente, como nunca tinha acontecido, temos grande parte da imprensa

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agindo como um partido político derrotado na eleição, numa guerra particular contra o governo. EXATO: Você vem de uma família judaica. Qual é a sua opinião quando parte da esquerda acusa o presidente Jair Bolsonaro de nazista? Lacombe: O presidente quer desarmar a população? Quer mais Estado? Acredita em supremacia racial? Quem faz esse tipo de acusação é ignorante ou desonesto. Já fui chamado também de nazista... Mais de uma vez. A resposta costuma ser a mesma. Digo à pessoa que eu poderia indicar a ela dezenas de livros sobre o assunto, mas que indicaria apenas um: “Cartas de Elise – uma história brasileira sobre o nazismo”, que lancei em 2016. O livro conta a história da parte judia alemã da minha família, que foi devastada pelos nazistas. EXATO: As eleições de 2018 demonstraram que o eleitor está mais antenado com as questões

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Lacombe: As próximas eleições serão fundamentais para que as ideias liberais e conservadoras se estabeleçam, ganhem espaço. Tenho esperança de que a politização dos brasileiros seja capaz de guiá-los por esse caminho. Quem tem acesso a informações verdadeiras não engole utopias, ideias que não deram e não darão certo em nenhum lugar, em época nenhuma. De qualquer maneira, o processo político é constante e sem fim, ninguém pode jamais esmorecer. EXATO: Você parece ter feito uma escolha muito assertiva ao ir para a Rede TV!, onde está à frente do “Opinião no Ar”, que tem tido um enorme alcance, tanto na TV quanto na internet. Você participa das reuniões de pauta e da produção do programa? Lacombe: O apresentador não é um ser que se materializa no estúdio e sai falando. Desde o início da minha carreira, sempre abracei todas as funções do jornalismo, como produtor, editor, repórter, editor-executivo... Não abro mão de participar de tudo. EXATO: Como é a reação do público quando o encontram nas ruas? Lacombe: A reação é a melhor possível. Mesmo tendo trabalhado 25 anos na Rede Globo, contando os cinco na afiliada em Santa Catarina, nunca tive o reconhecimento de hoje. E as mensagens que recebo em todo canto são de apoio, de encorajamento, do tipo: “Você é a nossa voz”, “Continue brigando pela

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TEMOS GRANDE PARTE DA IMPRENSA AGINDO COMO UM PARTIDO POLÍTICO DERROTADO NA ELEIÇÃO, NUMA GUERRA PARTICULAR CONTRA O GOVERNO. No ar desde setembro de 2020, o “Opinião no ar” tem conquistado cada vez mais o público - Foto: Divulgação

verdade”, “Siga firme na luta”. Isso, claro, me deixa muito feliz, honrado e ciente da enorme responsabilidade que tenho. EXATO: Qual é a sua opinião sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras, lockdown e distanciamento social? Lacombe: O lockdown nos foi vendido como uma medida para impedir que muita gente se infectasse ao mesmo tempo, para “achatar a curva”, para permitir que o sistema de saúde se preparasse. Não tem relação com o número total de mortes. As pessoas se contaminam www.revistaexato.com

mesmo em casa, cumprindo quarentena. Muitas vidas se perderam e se perderão por conta do lockdown: pessoas que abandonaram tratamentos, que não fizeram exames para detecção precoce de doenças, pessoas que não puderam fazer transplantes de órgãos, pessoas que foram atiradas à depressão, à miséria, que ficaram sem dinheiro para comprar comida, remédios... Desde o início, deveríamos ter apostado na quarentena dos doentes, de quem teve contato com eles, das pessoas dos grupos de risco. As máscaras, parece, ajudam um pouco em ambientes fechados e com

maior concentração de pessoas, mas usá-las em ambientes abertos é bobagem. A contaminação ao ar livre é raríssima. Sobre o distanciamento social, em certo grau, ainda é necessário. A questão é que o convívio social é fundamental para a saúde mental. Por isso, não embarco em paranoias. Quem só pensa em sobreviver esquece de viver. EXATO: Você acredita que a pandemia tornou-se uma guerra política em boa parte do mundo? Lacombe: Não tenho a menor dúvida disso. Os adoradores do Estado enorme estão se aproveitando. E ainda se vendem como salvadores da humanidade... É aquela velha promessa de proteção e segurança

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Silvio Navarro e Amanda Klein compõe a bancada do programa, juntamente com Rodrigo Constantino, que participa diretamente da Flórida - Foto: Internet

que precede toda ditadura. EXATO: Qual aprendizado podemos tirar desse período de pandemia? Lacombe: Não podemos nunca abrir mão de questionar, indagar, ser desconfiados e curiosos. Não podemos permitir que neguem o debate e ainda nos chamem de negacionistas... EXATO: A esquerda mundial se mostra muito unida em seus propósitos, tanto que voltou ao

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poder nos EUA. Na sua opinião, como a direita poderia se unir para obter mais força e êxito em sua principais pautas?

cada dia.

Lacombe: Eu acredito que as mudanças vêm dos indivíduos, dos núcleos familiares, das associações de bairro. As soluções começam de forma local e ganham corpo. Achar que a sociedade vai se modificar como um corpo único, que o coletivismo é o caminho me parece uma bobagem. É um trabalho de formiguinha e depende da tentativa de cada um de nós de ser melhor a

Lacombe: Em alguns meses, terei mais dois projetos na Rede TV!, um diário e outro semanal. Quero escrever para mais jornais (hoje tenho colunas em dois importantes veículos), lançar meu curso on-line de jornalismo e um projeto incrível que Ana Paula Henkel, Guilherme Fiuza, Rodrigo Constantino e eu estamos preparando.

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EXATO: Quais são os seus projetos para o decorrer de 2021?

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Em breve Lacombe deve estrear outros dois projetos na emissora paulista - Foto: Divulgação BATE-BOLA:

Um filme: “Feitiço do Tempo” (“Groundhog Day”).

O que mais gosta de fazer nos momentos de lazer: Gosto de ler, de fazer churrasco em casa com minha mulher e meus filhos, de ficar estirado ao sol.

Deus: Que nos proteja e guarde!

Livro de cabeceira: Um só? “Quase Memória”, de Carlos Heitor Cony, e “Hora Aberta”, de Gilberto Mendonça Teles.

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Família: Por ela e com ela sempre. Greta Thunberg: Marionete. Movimentos ensaiados, frases de efeito, discurso alarmista. Não tem chances contra climatologistas que não se rendem às mentiras do globalismo.

Vacina: Quer tomar? Tome, sabendo que são experimentais e que você será cobaia. Não pode ser obrigatória. Não pretendo tomar. Bolsonaro: Fazer oposição sistemática a ele é um crime contra o Brasil, contra a população do país. Lula: Preso! Escolas fechadas: Um crime.

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ECONOMIA

A POSTURA DO BANCO CENTRAL AMERICANO NO INÍCIO DO GOVERNO BIDEN Recuperação desigual e longe de ser completa.

POR VERNAN W. AURÉLIO

VERNAN W. AURÉLIO Economista @vernanjonas

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recuperação econômica dos EUA continua “desigual e longe de ser completa” e levará “algum tempo” antes que o Federal Reserve considere mudar as políticas que adotou para ajudar o país a voltar ao pleno emprego, disse o presidente do Fed, Jerome Powell, no último dia 23. Os cortes das taxas de juros do banco central dos EUA e compras de US$ 120 bilhões em títulos do governo mensais “aliviaram substancialmente as condições financeiras e estão fornecendo apoio substancial à economia”, disse Powell em comentários preparados para entrega a uma audiência do Comitê Bancário do Senado sobre o estado de economia. “A economia está muito longe de nossas metas de emprego e inflação, e é provável que leve algum tempo para que um progresso

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substancial seja alcançado”, o obstáculo que o Fed estabeleceu para discutir quando seria apropriado reduzir o apoio. Enquanto a crise de saúde no país está melhorando e as vacinações em curso oferecem esperança de um retorno às condições mais normais ainda este ano, a trajetória da economia continua a depender significativamente do curso do vírus e das medidas tomadas para controlar sua propagação. A ida de Powell no Congresso chega em um momento significativo para a economia dos Estados Unidos, que ainda está se recuperando da pandemia, mas talvez esteja pronta para decolar no final deste ano se o programa de vacinação for implementado com sucesso. A audiência perante o Comitê Bancário do Senado, uma das aparições do chefe do Fed duas vezes

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por ano no Capitólio, é a primeira de Powell desde que os democratas conquistaram a Casa Branca e o controle de ambas as câmaras do Congresso. Após seus comentários iniciais, Powell responderá a perguntas de senadores que provavelmente se concentrarão na tensão entre uma pandemia que ceifou mais de meio milhão de vidas nos EUA e deixou milhões de desempregados e uma economia repleta de poupanças e apoio do banco central. A crescente probabilidade de o Congresso aprovar o plano de estímulo de US$ 1,9 trilhão do presidente Joe Biden levantou preocupações sobre um possível aumento da inflação e superaquecimento nos mercados de ativos, mas a mensagem de Powell para os legisladores provavelmente será familiar: não solte o gás.

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Mesmo com os americanos sendo vacinados a uma taxa de mais de 1,5 milhão por dia e o número de casos de coronavírus caindo, Powell e seus colegas legisladores do Fed estão focados nos quase 10 milhões de empregos perdidos na economia em comparação a um ano atrás, e os potentes riscos ainda colocado pelo vírus. Eles se comprometeram a manter as taxas de juros baixas e usar outras ferramentas de política monetária para acelerar a recuperação do mercado de trabalho. Duas semanas atrás, Powell pressionou por um “compromisso de toda a sociedade” com esse objetivo – um empurrãozinho para os legisladores que debatiam o plano de estímulo de Biden. A escala do estímulo proposto, vindo na esteira de cerca de US$ 4 trilhões em ajuda federal e com-

pras pesadas de títulos pelo Fed no ano passado, agitou as penas dos falcões da inflação e gerou críticas de que o banco central dos EUA aumentou os preços de ações e outros ativos a níveis insustentáveis. As autoridades do Fed estão unidas nessa frente, e eles não acham que a inflação é um risco e consideram grande parte da recente alta nos preços das ações, por exemplo, um sinal da confiança dos mercados em uma recuperação econômica pós-pandemia, não uma aceleração artificial alimentada por dinheiro barato. Biden terá que decidir nos próximos meses se irá renomear Powell, que foi escolhido para o cargo pelo ex-presidente Donald Trump. A nomeação está sujeita à ratificação do congresso americano, que é hoje controlado pelos democratas.

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LINGUAGEM SILENCIOSA

A LINGUAGEM SILENCIOSA DAS NEGOCIAÇÕES É preciso ser um bom negociador em qualquer momento da vida POR RICARDO VENTURA

N RICARDO VENTURA Cientista comportamental, psicanalista, escritor e especialista em Linguagem Silenciosa @naomintapramimoficial

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ão há como perder um bom negócio, por exemplo, se você tiver todas as ferramentas necessárias para conseguir avaliar claramente a oportunidade. Se tornar alguém capaz de lidar com qualquer relacionamento ou transação é algo que você pode aprender, principalmente porque existem vários cursos de técnica nesse sentido. Exatamente, ninguém nasce sabendo e nem abre os olhos negociando nada, portanto, não tenha medo de aprender. Por mais que muita gente tenha uma certa facilidade na hora de convencer ou enxergar as técnicas que constroem uma negociação, ainda assim é preciso adquirir experiência e se aprofundar no assunto. Não existe um “passe de mágica” que te transforma em um grande negociador, tudo é aprendizado e desenvolvimento. E não se engane, tudo envolve uma negociação, portanto, não fuja dessa possibilidade

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de se tornar um negociador melhor. Na vida profissional, você pode ter que vender um produto ou um serviço, mas também terá que convencer parceiros de equipe, levar as melhores ideias para seu chefe e conseguir aprovação de projetos. Tudo isso sem levar em conta pequenas negociações do dia a dia. Já no lado pessoal, convencer seu filho ou filha a qualquer coisa é algo comum, sem esquecer que a vida amorosa simplesmente não existe sem uma boa dose de negociação e convencimento e treinar a percepção é fundamental para ter sucesso. É preciso ser um bom negociador em qualquer momento da vida e você não pode se permitir deixar essas oportunidades passar por suas mãos. Por que aprender as técnicas de percepção e negociação? O primeiro ponto que você nunca pode esquecer é estar pre-

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parado. Não existe a possibilidade de entrar em uma situação onde você deve negociar algo sem estar preparado. Do contrário, você já entra nessa negociação perdendo. Primeiro você descobre realmente o que irá discutir ou apresentar, depois estrutura isso de um jeito que você consiga estudar todo o assunto e não ter surpresas. Melhor ainda, tente entender o que seu público quer, no que ele está interessado, perceba quais são as necessidades por trás de seus comportamentos e ataque essas necessidades. Geralmente seus pontos francos são essas vontades, portanto, faça disso o seu ponto forte. Aos poucos, crie uma lista de interesses e dicas que cobrirão todas possibilidades e adapte isso em cada público diferente. O assunto pode mudar, o serviço ou produto pode até ser outro, mas você será capaz de adaptar suas experiências. O segundo passo é ter em mente que toda negociação de sucesso depende de muito timming. Por mais que você saiba o que fazer

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na hora, o que perguntar e o que a pessoa te responderá, sem entender o momento certo que fará isso, não conseguirá ir além da proposta, quando eu falo de timming estou me referindo também à percepção, isso envolve a “escuta consciente”. Existe um tempo para tudo, seja para perguntar, seja para escutar. A proposta precisa entrar no momento certo, assim como uma contraproposta tem que se encaixar no espaço que seu interlocutor lhe dá. Estudar o assunto é tão importante quanto analisar esses momentos e criar uma espécie de roteiro onde você poderá se sentir seguro diante de qualquer caminho que a negociação seguir. Analise o seu interlocutor, perceba o que ele expressa através do comportamento, das roupas, do olhar, não se prenda apenas ao que ele diz, repare na entonação de voz, sinta o que ele enfatiza enquanto fala. Entretanto, tenha cuidado na hora de experimentar as possibilidades, errar o timming pode colocar em jogo todo sucesso de sua

negociação. E deixe seu ego de lado. Um grande negociador não quer ser lembrado por isso, mas por ter o sucesso de seus esforços. Se os créditos ficarem com outras pessoas ou seu interlocutor jurar que a ideia foi dele, tudo bem, o importante é fazer com que seu objetivo seja alcançado. Não importa de quem seja a ideia, o que importa é que ela exista e leve ao sucesso de sua negociação. No final das contas, não se preocupe, o resumo que fica é a quantidade de “sim” não quem levou àquilo. Essa parte do ego ainda te leva a um passo importante: escutar. Um bom negociador nunca fala mais que seu alvo. Escute e crie uma estrutura de argumentos através da análise daquilo que está sendo falado por seu interlocutor. Portanto, o ponto mais importante é, nunca interrompa ninguém. Mais importante ainda, faça com que a pessoa fale antes, deixe ela à vontade com suas próprias ideias. E nunca esqueça aquela ve-

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PSICOLOGIA

lha máxima entre os vendedores, quem colocar primeiro as cartas na mesa, perde. É melhor escutar e ser quem encaixará seus argumentos dentro dos argumentos dos outros, do que o contrário. Quanto melhor você fizer isso, mais deixará a impressão de que você sabe o que a outra pessoa está pensando. Mas não deixe nunca que isso te impeça de ir para cima. O céu é sempre o limite, portanto, não tenha medo de negociar e testar o topo. Coloque o preço mais alto e não tenha medo de ver uma contraproposta. Ser convincente é um segredo importante, mas convencer alguém a fazer só o mínimo é um desperdício de energia. Por isso mesmo é tão importante antecipar essas concessões. Uma negociação é sempre um lugar onde dois pontos de vista irão querer defender seus interesses. Quando você joga o valor para o alto, tem espaço de sobra para a diminuição. Entretanto, aprenda a dizer “não”. Na verdade, treine isso. Exercite o olhar sincero e educado de uma negação, mas permaneça firme em seus limites. Você pode até se decepcionar com a perda da negociação, mas isso não deve nunca ser algo claro, afinal essas portas não devem se fechar, seja persistente mas aprenda a praticar o desapego. Se não der tudo certo, tudo bem, deixe bem claro que existirão outras oportunidades e que você irá tratá-las com a mesma importância. É o compromisso de não se desligar ou desistir que faz com que se mantenha uma relação duradora e mais um monte de possibilidades. Por fim, nunca se permita levar pelos problemas dos outros. É normal um dos lados dar as razões de negar a negociação ou baixar a pro-

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posta diante de alguma dificuldade ou problema, mas isso não deve ser problema seu. Não deixe isso influenciar suas convicções. E, logicamente, se mantenha dentro de seus princípios. Não existe negociação que seja mais importante que sua consciência. Seus valores devem permanecer firmes e isso deve ficar claro na negociação, já que permanecer em seus princípios lhe dará uma importante sensação de confiança. Portanto, por mais que você consiga ganhar isso com experiência, o preço pago acaba sendo tempo demais e um desgaste ainda maior de tempo e energia. Obter experiência demora anos, mas treinar isso, entrar em um curso de técnica de negociação pode ser uma alternativa certeira e interessante. Vale a pena fazer curso de técnicas de negociação? Um bom curso te disponibilizará exemplos de soluções e produtos que ajudarão enquanto você estuda o assunto. Uma experiência que fará com que seu jogo mude, principalmente, porque entenderá o quanto poderá reorganizar seu negócio e conseguir se posicionar diante de uma eficácia maior. Para muita gente, um curso de técnica de negociação ainda será a oportunidade de descobrir seu próprio produto, criar seu próprio mercado e não depender mais das pressões do próprio mercado. Um curso ainda te ajudará a se tornar irresistível, único e entender como deverá construir uma narrativa que coloca você como única opção para seu cliente. Empacotar sua expertise e agregar valor a seus esforços. Mas principalmente, entenderá que um mestre da negociação é um

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mestre da comunicação. Entenderá que é a capacidade de entregar uma ideia que fará com você seja entendido e conseguirá convencer qualquer um ao seu redor. Um grande negociador irá sempre saber que pode usar essas capacidades na vida pessoal ou na profissional, mas principalmente entenderá o quanto é importante não perder qualquer tipo de oportunidade quando ela bater à sua porta. Eu já ensinei a muitas pessoas a arte da negociação e hoje tenho membros de minha equipe que assumiram o meu papel porque eu notei que existe algo que vem antes disso. Existe uma arte que facilita muito a absorção e a aplicação de qualquer outro tipo de conhecimento e se chama “arte da percepção”. Quando falamos em interação a ferramenta da percepção é fundamental para que tomemos decisões mais assertivas. Por isso hoje eu me dedico principalmente a trazer as pessoas de volta à realidade, a enxergar o mundo como ele realmente é. Quando estamos envolvidos em um emaranhado de informações que são entregues a nós de maneira truncada e parcial se torna fundamental saber interpretar entender e se posicionar frente ao que somos expostos. Somente a partir daí conseguiremos desenvolver as demais habilidades de forma mais simples e clara. Dominar a arte da percepção faz tudo fica mais fácil, e nos proporciona uma visão muito mais clara em nossas negociações e relacionamentos.

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