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Arte & Cultura
Por Roberta Monteiro - Fotos: Editora Record / e-mail: robertamonteirojornalista@gmail.com
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As obras são inspiradas nas histórias de 25 pacientes com câncer de mama, marcam intervenção urbana em oito cidades. No Recife, obras das artistas Erika Xk9 e Stefany Lima ficarão expostas no Shopping Tacaruna.
Em 2010 quando a odontopediatra Louise Liu Rigo Vargas de Oliveira ficou sabendo do diagnóstico de câncer de mama, não acreditava que 10 anos depois ainda estaria com a doença. Sua história de superação e a de outras pacientes, serão exibidas na exposiçãoInspiração Pinkem parceria com o projetoArtemisa, ambos executados através da Lei de Incentivo à Cultura.
Oito cidades do país recebem as 25 esculturas de torsos que representam mulheres e um homem em tratamento. A mostra faz parte da programação do Coletivo Pink, com a curadoria de Didu Losso e Camila Alves, tem peças criadas por artistas como Nina Pandolfo, Rizza, Ju Violeta, Patrícia Carparelli, Clara Leff, Minhau e pelo próprio Didu.
O projeto tem a iniciativa da Pfizer junto com as principais associações de pacientes no país. A ideia é levar informação de qualidade sobre câncer de mama para a população, romper paradigmas e acolher pacientes que vivem com metástase.
“A pandemia nos trouxe a oportunidade de inovar, por isso escolhemos os projetos que nos possibilitaram realizar, sem aglomeração, intervenções urbanas e conexões virtuais. Unimos na exposição vozes e histórias de mulheres, e de um homem, e ampliamos o alcance do Coletivo Pink no Brasil. Neste formato, também asseguramos a divulgação de informação de qualidade, em especial, sobre o câncer de mama metastático, além de sensibilizar-
mos a sociedade para a importância da prevenção e da vida”, declara Cristina Santos, diretora de comunicação da Pfizer. Com 1,70 m de altura, as esculturas se destacarão nas ruas, em estações de trem e metrô das cidades de São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto, Porto Alegre, Recife, Belém e Brasília, onde serão instaladas e ficarão expostas no mês de outubro. As intervenções artísticas nos torsos foram feiras por 15 artistas plásticos que se inspiraram em cada paciente, de acordo com suas particularidades e histórias. São elas: Nina
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Pandolfo, Rizza, Ju Violeta, Patrícia Carparelli, Clara Leff, Minhau, Stella Nanni, Linoca, Pri Barbosa, Rafa Mon, Stefany Lima, Leticia Maia, Erika Chichkanoff, Associação Laramara, coletivo de artistas com deficiência visual, e Didu Losso, curador da exposição, ao lado de Camila Alves, que também assina a mostra.
Uma das peças foi feita com borboletas, pois simbolizam o processo de transformação que a paciente vivencia. Em outra, a paciente se reconhece como um girassol, sua flor favorita, a flor do sol, que simboliza energia e vitalidade. Já no caso do paciente Paracelso Alves Vieira Júnior,a escultura ganhou tons “palmeirenses” em razão de sua predileção pelo time paulista. Para conhecer a história de cada paciente, basta que o celular seja direcionado para o QR Code disposto nas esculturas ou acessar o sitewww.coletivopink.com.br.
“Os torsos são esculturas clássicas eternas e se conectam com vida e longevidade. A arte ajuda a criar empatia e mobilizar as pessoas”, conta Didu. Ele sabe o quanto a empatia é necessária quando se tem a doença porque já foi diagnosticado com câncer de pele. Quem anda conectado com ele nesta missão é o produtor cultural Igor Cayres que traz a segunda edição do projeto Artemisa. No ano passado, criou a exposição de fotos artísticas de mulheres em tratamento, realizada na Casa das Rosas, em São Paulo. Neste ano, em parceria com o Inspiração, Igor é o responsável por levar o Coletivo Pink mundo afora por meio de canais virtuais, como mídias sociais, website e pelo Google Arts & Culture, plataforma que reúne as grandes exposições do planeta. Igor é o primeiro produtor cultural brasileiro a conseguir este espaço na concorrida plataforma do Google.
O Artemisa é uma homenagem à mãe, Beth Cayres, conhecida produtora cultural, que faleceu no ano passado, após quatro meses de receber o diagnóstico. “Minha mãe continuou trabalhando e demonstrando sua força e é inspiração para mim e um compromisso que assumi com a causa; levar por meio da cultura a beleza e a transformação das pacientes para sensibilizar a sociedade”, revela.
Quem estiver observando qualquer um dos 25 torsos poderá
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visualizar as outras esculturas no mesmo momento, bastando direcionar seu celular para o QR Code que o levará à exposição virtual completa.
Em Recife, duasobras ocuparão o shopping Tacaruna, criadas pelas artistasErika Xk9 e Stefany Lima.
Ana Maria Batista Peixoto, policial militar e enfermeira, foi a inspiração de Stefany Lima para a obra.
“Até os 34 anos nunca tive nada. Fui fazer um ultrassom, apareceu um nódulo, fiz biópsia, pensei: vamos fazer cirurgia e pronto. E depois quimio, radio. Eu tinha casado há três anos, passei uma semana chorando. Em 2016 apareceu de novo, fiz outra quimio, e agora em julho uma terceira vê, contou.
A advogada e professora na faculdade de direito, Maria Paula Bandeira, de 34 anos, foi quem inspirou Erika na obra.
“Viver o hoje era uma teoria. Mas aprendi a dar a ele a sua importância e o meu melhor. Eu planejava ser uma mulher diferente, mas passei a ser generosa comigo mesma, adaptar os meus planos à vida que é possível. O meu melhor é o meu vivido. Eu tinha uma certa dificuldade de perceber o que ia me fazer bem e o que era egoísmo. Mas vi que, quando eu quero o melhor para mim, isso cuida de quem me ver feliz. Aprendi que não basta amar, tem que se deixar ser amada também”, revela.
Na terceira edição, a programação do Coletivo Pink apresenta dez atividades ao longo do mês, no que foi chamado de Sofá Pink. Os encontros serão online com reunirão de especialistas e pacientes.
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Totalmente gratuito, trarão temas diferentes a cada semana de outubro. Entre eles, a importância da vacinação para pacientes com câncer, sexualidade, empreendedorismo, maternidade e o papel da família na rede de apoio à mulher com câncer. O Sofá Pink trará histórias inspiradoras e informações de qualidade sobre a doença, visando o fortalecimento do feminino.
As associações de pacientes oncológicos parceiras do projeto são: InstitutoOncoguia,Instituto Vencer o Câncer(IVOC), Amor e União Contra o Câncer (AMUCC), Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (Imama), Todos Juntos contra o Câncer (TJCC) eAlém da curae a Casa Paliativa.