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BRINDE PORTUGUÊS

BRINDE PORTUGUÊS

Aberta a transformações, Larissa Proença reflete sobre o equilíbrio entre preservar a própria essência e agregar o novo

Transformações sempre permearam a vida de Larissa Proença, 32. A mudança do Rio de Janeiro para Fortaleza, na adolescência; e a migração da Arquitetura para o trabalho com redes sociais, em 2020; são dois momentos-chave que ela destaca, mas que estão longe de serem os únicos com impactos significativos na forma como ela encara o cotidiano. Definí-la pode incluir os termos criadora de conteúdo digital, arquiteta, inquieta, fashionista, curiosa e sempre aberta ao novo. “Mas o ‘estar aberta’ não é querer tudo, é você estar aberta na sua verdade”, pondera.

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Hoje, profissionalmente inserida no contexto volátil do online, Larissa percebe com ainda mais cuidado a importância de não se afastar da própria essência, e principalmente, ter responsabilidade com aquilo que compartilha. “Eu tive, sim, um preconceito em assumir essa profissão, mas foi algo muito interno, meu, porque eu não conheço a pessoa que está do outro lado. A internet é um mundo maravilhoso, mas ninguém sabe como está a vida do outro. Sempre que tenho a oportunidade, falo para as pessoas que não é sobre ‘agora eu quero’, mas sobre se perguntar ‘isso me representa?’ na hora de elas consumirem algo”, argumenta. No Instagram - plataforma em que se comunica com quase 16 mil seguidores -, a influencer transforma o trabalho em uma espécie de curadoria de marcas alinhadas com o lifestyle minimalista, artístico, praiano e de senso estético apurado. “Eu não consigo falar de um produto se aquilo não faz parte da minha realidade”, reforça, citando como exemplo uma parceria recente firmada com uma marca que ela usou quando era adolescente.

Agregar E Mudar

Para o futuro próximo, Larissa planeja agregar mais camadas ao conteúdo que produz e compartilha, abordando assuntos de arquitetura e decoração. “Na pandemia, experi- mentei isso. Fiz consultorias online, de pequenos reparos, transformações em ambientes com baixo orçamento, e foi muito legal porque eu vi que conseguia fazer a diferença na realidade daquelas pessoas. Foi, também, uma reconstrução da minha visão da Arquitetura”, resume, dando abertura para mais movimento de transformação. “Tudo na vida é ciclo, mas acho que em nós, mulheres, isso é mais aflorado”, conclui.

Para dar conta de tantas metamorfoses, ela precisaria de um universo inteiro para abrigar todas as facetas que compõem a própria identidade. Na verdade, esse lugar até existe, e ela costuma brincar definindo-o como a Larislândia. “É o mundo das diversas Larissas que me habitam: a de casa, a arrumada, que ama os vinis, a moda, os livros, a pintura, tanta coisa…”.

Em meio a tantos fluxos, morar na capital cearense proporciona momentos de pausa e respiro, quando ela senta de frente para o mar e contempla a vida enquanto bebe uma cerveja. “Fortaleza é agregadora, uma cidade que abriga e que abraça”, define Larissa, que certamente encontra esse aconchego na cidade por compartilhar, com a terra da luz, as mesmas características afetivas.

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