Gerindo seu negócio com a contabilidade

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GERINDO SEU NEGÓCIO COM A CONTABILIDADE

Orientações práticas para o empresário GERINDO SEU NEGÓCIO COM A CONTABILIDADE

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Realização: Conselho Regional de Contabilidade de Goiás - CRC-GO Contatos: Conselho Regional de Contabilidade de Goiás - CRC-GO Rua 107 nº. 151 - Setor Sul - Goiânia - GO Fone/Fax: 62 3240-2211 Site: www.crcgo.org.br Coordenador da Edição: Roberto Martins Alves

Revisão e acompanhamento da edição: Hélia Maria Ramos Domingues Diagramação e ilustração: Varal de Cores

Esta obra é uma compilação de conceitos feita a pedido do CRC-GO, �icando sua reprodução, cópia e comunicação ao público sujeitos à autorização prévia.

1ª edição – Tiragem: 2.500 exemplares Distribuição gratuita. PROIBIDA A VENDA

G321 Conselho Regional de Contabilidade de Goiás.

Gerindo seu negócio com a contabilidade: orientações práticas para o empresário / coordenador, Roberto Martins ; colaboradores, Deise Rodrigues Silva Souza...[et al.]. Goiânia: Conselho Regional de Contabilidade de Goiás, 2013. 32 p. il. 1. Tributos. 2. Métodos contábeis. 3. Contabilidade gerencial. I. Souza, Deise Rodrigues Silva. II. Martins, Roberto. III. Título. CDU: 658.1511

Bibliotecária Responsável: Ana Maria Ribeiro CRB1/2338

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Colaboradores Deise Rodrigues Silva Souza Douglas de Freitas Dornelas Hélia Maria Ramos Domingues Ingryd Gonçalves Leiliany Barros Facundes Marco Antônio Garcia Marcus Vinícius Cardoso Silva Roberto Martins (Coordenador) Rosana Machado da Silva Moura

GERINDO SEU NEGÓCIO COM A CONTABILIDADE Orientações práticas para o empresário

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Apresentação Empresários e contadores lutam juntos na mesma trincheira para gerar empregos e crescimento para nosso Estado. Em tempos de redes sociais e da informação em tempo real, as empresas precisam de informação rápida e o novo desa�io é ajustar processos que foram criados há décadas aos paradigmas do mundo on-line. Empresários e contabilistas tomam cada vez mais consciência de precisam juntar forças para trabalhar unidos em um mundo informatizado, onde as informações são cruzadas em poderosos computadores e as multas por descumprimento de obrigações acessórias tornaram-se mais preocupantes que o próprio recolhimento dos impostos. O empresário organizado, informado sobre os números de seu empreendimento, sabe que o seu contador escreve a história de sua empresa, mas a sua importância vai além. Ele tem ainda uma função terapêutica dentro do processo produtivo, pois pela análise das demonstrações contábeis ele pode diagnosticar problemas, da mesma forma que o clínico consegue ver nos exames laboratoriais, a presença de doenças. Reconhecer a importância deste pro�issional é con�irmar uma certeza que se consolida a cada dia no segmento empresarial: a Ciência Contábil é essencial para o bom andamento dos negócios. “Gerindo o Negócio com a Contabilidade” é uma excelente iniciativa para incentivar empresários e contabilistas a usarem mais a contabilidade nos processos de gestão, trazendo claros bene�ícios para as empresas e para a economia. Para a Acieg, é motivo de muito orgulho a parceria de décadas com o CRCGO e uma alegria participar de tão importante lançamento. A�inal, temos todos o mesmo objetivo e lutamos juntos pela mesma nobre causa. Helenir Queiroz Empresária e presidente da Acieg

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Apresentação Para gerir um negócio, independente de seu porte, é fundamental que o empresário conheça bem seu produto e/ou serviço, o mercado, as preferências do consumidor e também todo o funcionamento do mesmo. Com esta pequena obra ensejamos contribuir para que não falte também o conhecimento desta que é uma importante ferramenta de gestão: a Contabilidade. Além de ser indispensável para cumprir as vastas exigências legais, através dela o empresário pode ter o diagnóstico exato da saúde �inanceira de sua organização, decidir a melhor hora para comprar, vender e investir e, ainda, mensurar a lucratividade que o negócio é capaz de gerar. Ressalto duas importantes ações para o empresário ser bem sucedido em sua gestão: Conhecer, ainda que de forma super�icial, os principais relatórios contábeis torna-se um grande facilitador para a tomada de decisões acertadas; Manter um estreito relacionamento com o Pro�issional da Contabilidade responsável por sua empresa, cuidando para escolher aquele que tiver maior conhecimento na área de atuação de seu negócio e garantir que não falte a ele as informações necessárias para a realização do seu trabalho com excelência. Bons negócios e Boa leitura! Henrique Ricardo Batista Presidente do CRC-GO

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Sumário Parte 1 - Entendendo os Aspectos Tributários......................................................................................... 8 Obrigação Tributária Principal e Acessória............................................................................................ 11 Formas de Tributação dos Lucros............................................................................................................... 12 Outra forma de Lucro Presumido ............................................................................................................... 12 Lucro Real ............................................................................................................................................................. 13 Super Simples ...................................................................................................................................................... 14 Confronto Eletrônico das Informações Fiscais...................................................................................... 15 Incentivos Fiscais ............................................................................................................................................... 16 Dicas para Reduzir a Carga Tributária ...................................................................................................... 17 Parte 2 - Conhecendo os Métodos contábeis ......................................................................................... 18 Conceito de Contabilidade ............................................................................................................................. 19 Ciclo Econômico ................................................................................................................................................. 20 Representação grá�ica do Patrimônio ...................................................................................................... 21 Patrimônio Líquido ........................................................................................................................................... 21 Origens e aplicações dos recursos .............................................................................................................. 22 Passivo: Origem dos recursos ....................................................................................................................... 22 Ativo: Aplicação dos recursos ....................................................................................................................... 22 Contas Patrimoniais.......................................................................................................................................... 23 Balanço Patrimonial ......................................................................................................................................... 23 Balancete de Veri�icação ................................................................................................................................. 23 Resultado do Exercício .................................................................................................................................... 23 Função e funcionamento das contas.......................................................................................................... 24 Fatos administrativos ....................................................................................................................................... 24 Método das Partidas Dobradas .................................................................................................................... 24 Fundamento Geral do Método Contábil ................................................................................................... 25 Entendendo o Débito e o Crédito ............................................................................................................... 25 Parte 3 - Aplicando as Informações Contábeis no Controle e Gestão do seu Negócio ......... 26 Um exemplo: O Fluxo de Caixa ..................................................................................................................... 29 Conclusão .............................................................................................................................................................. 30 6

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PARTE 1 Entendendo os Aspectos Tributรกrios

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Entendendo os Aspectos Tributários Tributos são Impostos, Taxas e Contribuições e podem ser Federais, Estaduais e Municipais. Assim, a União, Estados e Municípios são os responsáveis pela cobrança dos tributos que lhes couber. Nenhum tributo pode ser cobrado sem lei que o estabeleça e esta lei, tem que estar em conformidade com a Constituição Federal. Dessa forma, temos de um lado o �isco, sujeito ativo que desenvolve a atividade de tributação e o contribuinte, sujeito passivo, indivíduo sujeito a tributação, ou aquele que tem a obrigação de pagar tributos. A escrituração contábil é importante, independente do regime de apuração do tributo, até para dar suporte �iscal a outras operações, além de gerar as informações para a administração e os usuários externos destas informações, por exemplo, os bancos.

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Os tributos são apurados através da escrituração contábil. Os tributos mais comuns são: IRRF - Imposto de Renda Retido na Fonte IPI-Imposto sobre Produtos Industrializadoss PIS-Programa de Integração Social COFINS – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social Federais IRPJ - Imposto de Renda sobre o Lucro CSLL- Contribuição Social sobre o Lucro Líquido INSS-Contribuição Social Previdenciária ITR-Imposto Territorial Rural IOF-Imposto sobre Operações Financeiras ICMS-Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Prestação de Serviços de Transporte e de Comunicação Estaduais IPVA-Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores ITCD- Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos ISS-Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza IPTU-Imposto Predial e Territorial Urbano Municipais ITU-Imposto Territorial Urbano ITBI- Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis

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SPED Como resultado da o�icialização do Sistema Público de Escrituração Digital - SPED, as empresas brasileiras estão passando por um uma mudança de procedimento em seu relacionamento com o �isco, devendo informatizar ainda mais seus processos de escriturações contábil e �iscal. Os elementos mais visíveis neste momento são: a Nota Fiscal Eletrônica – NF-e, a Escrita Fiscal Digital do ICMS – EFD-ICMS, Escrita Fiscal Digital do PIS e COFINS – EFD-Contribuições, que já estão sendo exigidas as transmissões mensais e a Escrita Contábil Digital – ECD, de obrigação anual para as empresas tributadas pelo Lucro Real. Outras exigências já existem relacionadas ao SPED e outras estão em fase de estudo. O Sistema Público de Escrituração Digital - SPED mudou a forma de relacionamento entre as empresas brasileiras e o �isco, sobretudo quanto aos processos de escrituração contábil e �iscal que passam a ser informatizados. A Nota Fiscal eletrônica (NF-e), a Escrituração Fiscal Digital do ICMS - EFA - ICMS, Escrita Fiscal O SPED é um ambiente Digital do PIS e Co�ins - EFD contribuições. Já são eletrônico, sobre o qual exigidos mensalmente e a Escrita Contábil Digitêm acesso a Receita Fedetal - ECD, que é entregue todos os anos peral, Secretarias de Fazenlas empresas tributdas pelo Lucro Real. da Estaduais e algumas Secretarias de Fazenda Municipais. O acesso destes órgãos é irrestrito às informações transmitidas ao SPED.

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Obrigação Tributária Principal e Acessória A obrigação tributária pode ser principal ou acessória. A obrigação principal é aquela que surge com a ocorrência do fato gerador, tem por propósito o pagamento e o tributo. A obrigação acessória são aquelas exigência que o �isco faz ao contribuinte, com o objetivo de controlar as operações sujeitas a incidência dos tributos. Exemplo: DCTF, DIPJ, EFD-ICMS, EFD-Contribuições, DACON, ECD, DECRED, entre outras. Atualmente, todas as ObrigaNormalmente estão relacioções Acessórias estão sendo nadas com a prática de alguns canalizadas para transmisatos ou apresentação de insão ao ambiente do SPED, formações (cadastros, emisfato que aumenta a necessisão de documentos, declaradade de cuidado com as mesções, escriturações, etc.). mas, principalmente quanto É responsabilidade da emà exatidão e prazos.

presa, enviar informações relacionadas à obrigação acessória ao �isco. Normalmente as multas pela falta ou apresentação incorreta, são muito altas. É comum as empresas estarem com todos os seus tributos corretamente pagos, mas com autos de infração volumosos por descumprimento de uma determinada obrigação acessória. GERINDO SEU NEGÓCIO COM A CONTABILIDADE

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Formas de Tributação dos Lucros Os lucros podem ser tributados com base em dois regimes: Lucro Presumido e Lucro Real. Os tributos sobre o lucro são dois: IRPJ e CSLL.

Outra forma de Lucro Presumido

O lucro presumido, é o lucro estabelecido com base em um percentual de�inido pela Receita Federal, conforme a atividade da empresa. Os tributos são apurados a cada trimestre. Os percentuais são aplicados sobre a receita da atividade para apurar a “base de cálculo”. Em regra geral, a opção pelo Lucro Presumido está condicionada a um limiUma grande vantagem do Lute máximo de receita bruta no ano cro Presumido é que os tributos anterior. Para o ano de 2013, este (IRPJ, CSLL, PIS e COFINS), polimite é de R$ 48 milhões, já para dem ser recolhidos conforme a o ano de 2014 este limite foi eleempresa receber do cliente, este vado para R$ 78 milhões (Lei nº critério é denominado de “regi12.814/2013). me de caixa”. Esta opção é excePara a empresa optante pelo lente para a empresa, pois, não Lucro Presumido, a alíquota do PIS tem que pagar o imposto antes é de 0,65% e da COFINS de 3%. de receber do cliente, nem paga imposto sobre os “calotes”.

O lucro presumido deve ser apurado ao �inal de cada trimestre civil, devendo o tributo ser pago até o mês seguinte ao término do trimestre, podendo ser parcelado.

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Lucro Real O Lucro Real é obtido a partir do lucro apurado na escrita contábil, do qual são “excluídas as receitas não tributáveis” e “adicionadas as despesas indedutíveis”. Ao contrário do Lucro Presumido, que as bases de cálculo dos tributos são apuradas, pela aplicação de percentuais pré-estabelecidos. No Lucro Real, a base de cálculo é o resultado da operação explicada no parágrafo anterior, podendo até gerar prejuízo que poderá ser compensado nos períodos seguintes. A empresa deve, a cada ano, reA base de cálculo é o resultado da operaalizar um estudo para veri�icar ção que exclui as receitas não tributávéis e qual a melhor opção de tributaadiciona as despesas indedutívéis. ção para o ano seguinte, se LuO Lucro Real pode ser apurado trimescro Real ou Presumido. tralmente ou anualmente. Porém, se a empresa optar pela apuração anual, ela terá que efetuar recolhimentos mensais do IRPJ e da CSLL, seguindo regras especí�icas. A maioria das empresas optantes pelo Lucro Real estão sujeitas ao cálculo do PIS, alíquotas de 1,65%, e da COFINS, alíquota de 7,6%. Todavia, neste caso, a empresa tem direito a abater os PIS e a COFINS incidentes sobre compras e algumas despesas. Este é denominado de regime “não cumulativo”.

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Super Simples O Super Simples ou Simples Nacional é uma Lei Complementar que institui, a partir de 01/07/2007, o Estatuto Nacional das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte. Isso possibilita às empresas referidas, a opção As microempresas e empresas de pepelo “Regime Especial Uni�icado de queno porte optantes pelo Simples NaArrecadação de Tributos e Contribuicional �icam dispensadas do pagamenções”. to das demais contribuições instituídas Consideram-se microempresas pela União, inclusive as contribuições (ME) ou empresas de pequeno porte para as entidades privadas de serviço (EPP) a sociedade empresária, a sosocial e de formação pro�issional vincuciedade simples e o empresário a que ladas ao sistema sindical se refere o art. 966 da Lei nº 10.406, de janeiro de 2002. No caso das ME, a receita bruta anual não poderá ser superior a R$ 360.000,00. (Lei Complementar 139/11). No caso das EPP, a receita bruta anual terá de ser superior a R$ 360.000,00 e inferior a R$ 3.600.000,00. (Lei Complementar 139/11). O Super Simples uni�ica vários impostos e os reduz na maioria dos casos. São uni�icados os seguintes impostos e contribuições: IRPJ, IPI, CSLL, COFINS, PIS, INSS, ICMS e ISS.

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É contudo, evidente que, devido à grande variedade de ramos de atividade e às diversas formas de tributação, cada caso acaba sendo um caso diferente e, é necessária uma veri�icação analítica especí�ica do objeto social a que se propõe a empresa, para saber se a mesma poderá efetivamente enquadrar-se aos sistemas reduzidos de tributação propiciados pelo Super Simples.

Confronto Eletrônico das Informações Fiscais A modernização constante do sistema tributário brasileiro, através da adoção de instrumentos eletrônicos de aperfeiçoamento das obrigações acessórias e �iscalização, que visam o cerco cada vez mais intenso à sonegação �iscal, está cada vez mais di�icultando a ação das empresas que vendem produtos e ou serviços sem a emissão de nota �iscal. Ou seja, a formação do “caixa dois” está com seus dias contados. Com base nas informações prestadas pelos diversos setores da economia (Instituições Financeiras, Administradoras de cartões de crédito, cartórios, imobiliárias, notas Fiscais Eletrônicas - NF-e, SPED etc.) o �isco realiza os cruzamentos com as declarações e escriturações entregues pelas empresas e pessoas �ísicas, com o “supercomputador” da Receita, conhecido como “T-Rex”. Estas, ações são chamadas de “inteligência �iscal”, que nada mais é do que o cruzamento de milhares de informações.

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É possível pagar menos tributos legalmente, basta planejar! Fale com seu contador. Planejamento Tributário, o caminho para redução de tributos.

Um planejamento tributário preventivo, elaborado antes que ocorra o fato gerador dos tributos e de forma lícita pode reduzir os tributos. Trata-se de um ato jurídico real, autêntico e admitido por lei, conhecido como elisão �iscal. Em contrapartida, um mau planejamento pode levar à prática de atos lícitios, que descumprem as obrigações �iscais, levando à sonegação �iscal ou evasão �iscal.

Incentivos Fiscais

O Estado institui impostos com o intuito de arrecadar valores monetários, porém, ele pode se privar de receber certos valores a �im de incentivar algum desenvolvimento regional ou algumas atividades, como por exemplo: agropecuária, cultura, indústria, entre outras. Esta ação é conhecida pela destinação de alguns impostos para outros �ins que não seja apenas o de arrecadação. É de competência do Poder Executivo, mediante lei, decidir deixar de arrecadar determinado imposto com esta �inalidade. Sendo assim a atitude do Executivo, constitui um bene�ício �iscal para o contribuinte, que deverá observar com atenção os requisitos que a lei determina para poder utilizar-se do direito ao bene�ício.

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Dicas para Reduzir a Carga Tributária 1. Se a empresa é tributada pelo Lucro Real: fazer um estudo detalhado para veri�icar se está aproveitando todos os créditos de PIS, COFINS, ICMS e IPI. 2. Apurar corretamente o IRRF sobre aplicações �inanceiras e compensá-los direto no IRPJ a pagar. 3. Se tiver duas atividades distintas dentro da mesma empresa, fazer um estudo para veri�icar se é viável uma separação em duas empresas (cisão), a �im de reduzir a carga tributária. 4. Calcular adequadamente as depreciações do Imobilizado. Empresas que tem mais de um turno de oito horas pode acelerar a depreciação 5. Manter um rigoroso controle sobre os ativos, para aproveitar ao máximo a dedutibilidade das perdas. 6. Apesar de não ser uma redução de carga tributária, o pagamento do IRPJ, CSLL, PIS e COFINS pelo regime de caixa no lucro presumido, pode gerar um bom capital de giro para a empresa, pois, neste caso, não há o risco de pagar o tributo antes de receber do cliente. 7. Aproveitar corretamente os créditos Há uma in�inidade de made ICMS, PIS e COFINS gerados sobre as neiras de reduzir a carga compras de Ativo Imobilizado. Em muitos tributária da empresa, casos as empresas não aproveitam o crésem incorrer em riscos �isdito do ICMS contido nas compras para cais, ou seja, a redução é o Imobilizado e, se tributada pelo Lucro sempre com base na lei. Real, também não aproveitam os créditos do PIS e da COFINS.

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PARTE 2 Conhecendo os Métodos Contábeis

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Conceito de Contabilidade De maneira geral, a contabilidade está pautada entre os recursos da empresa, investidores, sócios e terceiros. Os recursos da empresa dizem respeito aos seus disponíveis, bens e direitos. Os investidores são quem injeta dinheiro na empresa. Já os terceiros são outros meios que a empresa utiliza para captação de recursos, como os bancos. A empresa precisa de recursos para gerir seu negócio, como dinheiro, bens e pessoas. Através da movimentação organizada desses recursos, a empresa exerce uma atividade econômica, que gera resultado. Esses resultados são revertidos aos seus investidores, a terceiros e em bene�ício a própria empresa. E assim funciona o seu ciclo econômico de uma empresa. Dessa forma, entende-se Escrituração é uma das técnicas utique tudo o que a empresa possui aplicado lizadas pela Contabilidade; consiste em recursos (Bens e Direitos), foi oriundo em registrar, nos livros próprios, os de investidores (Patrimônio Líquido) ou acontecimentos que provocam modi�icações no patrimônio da empresa. de terceiros (Obrigações a Pagar). O patrimônio é um conjunto de Bens, A técnica contábil consiste em regisDireitos e Obrigações avaliado em trar as origens dos recursos econômicos moeda. utilizados pela empresa em contrapartida às suas aplicações. Assim, na prática há simultaneamente o registro “de onde veio e para onde foi o recurso”. Este conceito tem o nome técnico de registro a “débito (aplicações)” e registro a “crédito (origens)” ou partidas dobradas. A principal �inalidade da Contabilidade é fornecer informações sobre o patrimônio de ordem econômica e �inanceira. Informações de ordem econômica: movimentação das compras e vendas, despesas e receitas, evidenciando os lucros ou os prejuízos. Informações de ordem �inanceira: referem-se ao Fluxo de Caixa. GERINDO SEU NEGÓCIO COM A CONTABILIDADE

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- Distribuição aos Sócios - Reaplicação na atividade

Recursos dos Terceiros

Recursos dos Sócios

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a prazo

Aplicação do Lucro

-Empréstimos - Compras

- Lucros não Distribuidos

aumento

do Capital Social

- Adiantº para futuro

- Integralização e Aumento

3 Resultado da aplicação dos recursos

Aplicação dos recursos na compra de bens para estoque; Imobilizados; Aumento no prazo de contas a receber; Pagamentos de salários; Impostos; Serviços; Juros, Etc.

(+) Receitas (-) Custos (-) Despesas (=) Lucro

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Ciclo Econômico


Representação grá�ica do Patrimônio Na representação grá�ica temos, de um lado, os Bens e os Direitos, que formam o grupo dos elementos positivos (Ativo); de outro lado, as Obrigações, que formam o grupo dos elementos negativos (Passivo). PATRIMÔNIO Elementos Positivos (Ativo) Elementos Negativos (Passivo) Bens Obrigações Caixa (dinheiro) Duplicatas a pagar Estoque de Mercadorias Aluguéis a Pagar Móveis e Utensílios Impostos a Pagar Direitos Salários a Pagar Duplicatas a Receber Promissórias a Receber

Patrimônio Líquido

É o quarto grupo de elementos patrimoniais que, juntamente com os Bens, os Direitos e as Obrigações, completará a demonstração contábil denominada Balanço Patrimonial. É composto pelo capital que os sócios investem na empresa (Capital Social), reservas de lucros e lucros acumulados. Assim como o Passivo, o Patrimônio Líquido também é uma origem de recursos para a empresa. Este grupo é denominado de Capital Próprio, pois, ao contrário do Passivo, ele não é exigível.

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Origens e aplicações dos recursos Capital Total: representa os recursos que a empresa possui. Contabilmente falando é o total do Ativo (bens e direitos).

Passivo e Patrimônio Líquido Origem dos recursos Ativo Aplicação dos recursos

Passivo: Origem dos recursos

Compõe o grupo de elementos patrimoniais e representam as Obrigações, ou seja, os montantes que a empresa tem a pagar. É denominado de Capital de Terceiros à disposição da empresa. É subdividido em dois grupos: Circulante e Não Circulante. Passivo Circulante É composto pelas obrigações vencíveis nos próximos doze meses (tomando por base inicial a data do balanço patrimonial que está sendo apresentado). Passivo Não Circulante É composto pelas obrigações vencíveis após doze meses.

Ativo: Aplicação dos recursos

É composto pelos Bens e os Direitos. Entende-se por bens os recursos que estão à disposição da empresa e por direitos, todos os recursos que a empresa possui e não estão sob seu domínio. É o capital total à disposição da empresa, ou seja, é uma contrapartida dos elementos do Passivo e do Patrimônio Líquido. Como o Passivo, também se subdivide em Circulante e Não Circulante. Ativo Circulante É composto pelos bens e os direitos que serão realizados nos próximos doze meses (tomando por base inicial a data do balanço patrimonial que está sendo apresentado). Ativo Não Circulante É composto pelos bens e os direitos que serão realizados após os próximos doze meses. 22

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Contas Patrimoniais Representam os Bens, os Direitos, as Obrigações e o Patrimônio Líquido.

Balanço Patrimonial

Objetivamente o Balanço Patrimonial é uma demonstração das contas patrimoniais em uma data especí�ica, que compõem os saldos das contas do passivo e patrimônio líquido (origens de recursos) da empresa, comparativamente, com os saldos das contas de Ativo (aplicações dos recursos).

Balancete de Veri�icação

O balanço patrimonial é formado pela totalidade das contas do balancete de veri�icação do razão contábil. O balancete é uma relação analítica dos saldos de todas as contas, extraída dos registros contábeis em determinada data.

Resultado do Exercício

Os elementos diretamente relacionados com a mensuração do desempenho na demonstração do resultado são as receitas e as despesas. As contas de resultado dividem-se em: Contas de Despesas: decorrem do consumo de Bens e da utilização de serviços. Contas de Receitas: decorrem da venda de Bens e da prestação de serviços.

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Função e funcionamento das contas As contas tem por função possibilitar que a Contabilidade registre e controle as operações que modi�iquem ou possam modi�icar a situação patrimonial da empresa. As contas patrimoniais possuem saldos cumulativos no tempo, ou seja, pelo re�lexo dos aumentos e baixas ocorridos no período sobre o saldo inicial, é determinado o montante do saldo �inal na data do Balanço. Já as contas de resultados acumulam saldos apenas no decorrer do exercício (período de 12 meses). Os saldos destas contas são zerados no �inal de cada exercício para aferição de�initiva do lucro ou prejuízo daquele período.

Fatos administrativos São os acontecimentos que provocam variações nos valores patrimoniais, podendo ou não alterar o Patrimônio Líquido.

Método das Partidas Dobradas

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Não há devedor sem que haja credor e não há credor sem que haja devedor, sendo que a cada débito correspondente um crédito de igual valor. É o registro simultâneo da origem e da aplicação do recurso econômico. O “débito” representa a aplicação do recurso, enquanto que o “crédito” registra a origem do recurso. Pelo entendimento do método das Partidas Dobradas, conclui-se que a “escrituração da aplicação do recurso” exige que, a “origem deste recurso” seja identi�icada e simultaneamente escriturada. O comportamento das variações das contas Patrimoniais e de Resultado pode ser objetivamente explicado pelo seguinte resumo:

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Fundamento Geral do Método Contábil Variações Aumento Redução Natureza dos Saldos

Ativo Débito Crédito Devedora

Passivo Crédito Débito Credora

Receita Crédito Débito Credora

Despesa Débito Crédito Devedora

Entendendo o Débito e o Crédito

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PARTE 3 Aplicando as Informações Contábeis no Controle e Gestão do seu Negócio

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Aplicando as Informações Contábeis no Controle e Gestão do seu Negócio 1. Qual a utilidade da contabilidade na gestão da empresa? A contabilidade é uma ferramenta muito e�icaz para o planejamento e controle dos seus negócios. É através das informações geradas pela contabilidade que um gestor consegue avaliar onde ele está, qual seu volume de vendas, as margens de lucro, planejar um lucro esperado em determinado período de tempo e ainda controlar se a empresa está atingindo suas metas conforme esperado. Os registros contábeis são essenciais para que a administração alcance seus objetivos, pois a exatidão e e�iciência dos mesmos servem como ferramenta gerencial para a tomada de decisões. A contabilidade deve possuir relatórios simples, nítidos e atualizados para que o administrador possa analisar e gerir seu negócio de maneira e�icaz. A contabilidade também é útil na orientação das transações da empresa o que ela gasta, compra e utiliza na fabricação, comercialização ou da prestação de serviços, o que a empresa vende para o mercado, estoca nos seus estabelecimentos, o que paga a seus fornecedores e empregados, o que distribui de lucros para seus sócios. 2. Que informações contábeis são mais utéis?

A contabilidade disponibiliza uma série de informações capazes de ajudar na tomada de decisão e no controle de gestão do negócio. As demonstrações contábeis como o Balanço Patrimonial, a Demonstração de Resultado do Exercício e a Demonstração do Fluxo de Caixa, trazem informações fundamentais para o gestor, pois mostram de forma clara e objetiva a real situação da empresa. As informações geradas pela contabilidade auxiliam também em análises internas e departamentais, demonstrado o desempenho de cada gestor. Outra análise despertada pela contabilidade é a de mercado, veri�icando através de demonstrações contábeis a situação atual da economia do setor. GERINDO SEU NEGÓCIO COM A CONTABILIDADE

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3. Qual a diferença para o gestor que utiliza as informações contábeis? O gestor quando utiliza as informações contábeis para analisar o desempenho do seu negócio, tem uma importante ferramenta em suas mãos para decidir o futuro da empresa, visualizando sua real situação �inanceira, no curto e longo prazos, o ganho verdadeiro e principalmente, o seu potencial de crescimento. 4. Qual a vantagem na utilização dos informações contábeis no planejamento e tomada de decisão?

A utilização das informações contábeis e �iscais no planejamento, gestão dos negócios, de seus custos, despesas, obtidas das compras de matéria-prima, compras de embalagens, gastos com pessoal, gastos com tributos, são importantes sobre o negócio, pois proporciona redução dos riscos e auxilia na elaboração do �luxo de caixa, previsão das despesas e receitas com segurança. 5. Qual o nível de con�iabilidade das informações contábeis?

A contabilidade possibilita a identi�icação do lucro contábil com segurança para ser distribuído aos sócios ou empregados que participam dos lucros. A contabilidade con�irma com segurança os diversos controles da empresa, tais como: a. Controles �inanceiros (bancos, aplicações �inanceiras, empréstimos); b. Controle dos estoques de matéria prima, embalagens e outros custos; c. Estoques do almoxarifado, produtos, mercadorias etc.; d. Con�irmação dos valores da composição na formação dos preços e margem dos produtos e mercadorias; e. Controle dos bens do patrimônio; f. Auxílio nas informações tributárias.

A contabilidade ainda é utilizada para dar garantia do conjunto de dados gerados pelas diversas declarações, escriturações e demais informações prestadas aos �iscos Federal, Estadual e Municipal. 28

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Um exemplo: O Fluxo de Caixa O �luxo de caixa é um demonstrativo que destaca de onde originaram os recursos �inanceiros utilizados pela empresa no período e onde estes recursos que não �icaram no Banco, nem no Caixa, foram aplicados. Ou seja, é onde se analisa as entradas e saídas de caixa. Através da projeção do �luxo de caixa a empresa será capaz de veri�icar a capacidade de pagamento por determinado período, se há possibilidade de investimentos, em qual data será melhor para se programar determinada compra, en�im é o orientador �inanceiro de curto prazo para suas tomada de decisão. Na Demostração de �luxo de caixa (DFC) os recebimentos e pagamentos são classi�icados por grupo de atividade: a) Atividade Operacional; b) Atividade de Investimento; c) Atividade de Financiamento.

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Conclusão De posse destas orientações, o empresário tem condições de compreender a gama de exigências que lhe são feitas pelo pro�issional contábil para que este possa produzir as informações que visam atender as obrigações legais, bem como gerar relatórios que vão embasar a tomada de decisão. É preciso que haja sintonia entre o trabalho do empresário e o do pro�issional da contabilidade para assegurar o êxito de ambos. Portanto, é importante que o pro�issional se inteire do negócio de seu cliente, assim como é fundamental que o empresário conheça e valorize o trabalho realizado por seu contador. Deve-se procurar por pro�issionais devidamente habilitados, com comprovado conhecimento do assunto, procurando manter uma relação de con�iança mútua. Devido à importância da prestação deste serviço, convém evitar o critério do menor preço como decisivo na hora de escolher o pro�issional que cuidará da saúde �inanceira de seu negócio.

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