Revista Giropop - Edição 24

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EDITORIAL Quando o sol começa a brilhar mais forte é sinal de que o movimento está chegando: as casas são arrumadas, os carros aumentam nas ruas e a pegadas na areia marcam o caminho de mais uma temporada. Todos os anos a cena se repete nos municípios de Itapoá e Guaratuba, não há como deixarmos isso de fora. As duas cidades contam com grandes potenciais turísticos, envolvem e sintonizam atrações para todos os gostos: das tranquilas águas das baías às boas ondas para o surfe, das praias desertas ao agito noturno, do verde nativo à tecnologia. Nos mais variados cenários pessoas de diferentes idades e culturas se divertem, diferentes histórias marcam o verão daqueles que apenas passam e dos que por aqui moram. Além do que é visto, muito é registrado em lembranças, histórias e lendas que ultrapassam a estação mais quente. Assim, foi atrás de boas histórias e novidades que seguimos nesta edição. Arrumamos as malas cheias de curiosidade para redescobrir os pontos turísticos, como uma viagem de férias. Percorremos os pontos, conhecemos visitantes e moradores da região. Ao final, retornamos do passeio sem afirmar que vimos tudo, mas com a certeza que conhecemos novas cidades. Sob o olhar de cada entrevistado, Itapoá e Guaratuba ganharam um novo brilho turístico. Dessa forma, mais do que uma edição especial de final de ano, esta é uma edição especial de dois anos: nada melhor do que conhecer com novos olhares as principais atrações das duas cidades. Uma edição para colocar em baixo do braço como guia para novos roteiros na região!

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Família é a base de tudo, é a base do Giropop também! Com certeza, foi graças a esse incentivo e suporte que conseguimos chegar até aqui, 24 edições. Edição especial tem agradecimento especial, e este ano vai para os vovôs do Joaquim, Ana Maria Kowaleski Ramos e Alcides Egidio Ramos e Cláudio Kessler e Odila Kessler. Obrigado por toda ajuda, amor e carinho dedicados a nossa equipe, nossa família Giropop!

Agradecimentos Aos fotógrafos Djavan Marciel Zig Koch Alexandre Grose Edson Ferreira da Veiga Priscila Pohl Gilson César Abraão



TURISMO

Pontos turísticos de Itapoá

A cidade é marcada pela sintonia entre a natureza e o desenvolvimento, o tradicional e o crescimento. Nos últimos anos ganhou novos potenciais, mas o turístico ainda é marca registrada. Quando os ventos sopram mais quentes e o sol brilha mais forte é hora de se preparar, pois pouca gente é que não vai chegar. Além dos pontos tradicionais, revisitamos algumas paisagens pouco exploradas que não deixam, de forma alguma, a desejar. Tem para todos os gostos, confira.

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Augusta Gern

Barra do Saí

Esta é a primeira praia de Santa Catarina. Com uma beleza única, a Barra do Saí faz divisa com o município de Guaratuba e dá boas vindas ao estado catarinense. Do outro lado do rio o litoral paranaense continua com o mesmo nome, mas cada praia tem sua particularidade. Sem dúvida esta é uma praia eclética: reúne as tradicionais canoas de pescadores com embarcações de esportes náuticos, reúne o verde da mata nativa com a areia branca, a água doce do rio com a salgada do mar. É neste balneário

que o rio Saí Mirim, que percorre toda a cidade, desemboca na imensidão azul. Assim, tem lugar para todas as atividades: banho, surfe, jet-ski, barcos, pesca, caiaque ou qualquer outra coisa que se possa imaginar. Em virtude disso, este é um dos destinos para aulas práticas de arrais amador, mestre amador e motonauta (jet-ski) da Navegar Cursos Náuticos de Curitiba. Conforme os instrutores, Nelson Cavalaro e Moisés Carvalho de Paiva, este é um ótimo local para ministrar as aulas, especialmente pela versatilidade. “Às vezes subimos o rio, às vezes vamos para alto mar”, conta Nelson, aposentado da marinha. Para tirar carteira de arrais são


necessárias aulas teóricas e 6h de aulas práticas. Os amigos de infância da capital paranaense já conheciam Itapoá, mas no curso conseguiram perceber ainda mais as belezas naturais que os encantam. A Barra do Saí, segundo eles, tem grandes peculiaridades. Além dos novos encantos, saíram daqui com novos conhecimentos: no rio só se pode andar em baixa velocidade e, para fazer manobras, é preciso estar a 200 m da praia. Só que a Barra vai além do encontro do rio com o mar. Na praia, por exemplo, as boas ondas para surfe são cartão postal. Por ser mais distante da área central do município, esta praia é mais procurada por veranistas que tem casa

ou surfistas. Também, diferente da região central, os pontos de comércio não são tão frequentes. Uma boa dica é o açaí na tigela que pode ser apreciado em dois pontos diferentes: na beira da praia ou na beira do rio, na reserva de manguezal. Depois do rio Saí Mirim, onde as embarcações de pescadores seguem para o mar, uma praia deserta ainda faz parte do município itapoaense. Conforme Carlos José Semtome, presidente da APREMAI e proprietário do Barra do Açaí, muitos surfistas vão até esta praia para aproveitar as boas ondas e, entre as dunas dessa área, visitantes andam de caiaque ou stand up entre a natureza intacta.

Balneário Rainha

Seguindo para o sul, o balneário Rainha é o primeiro com maior infraestrutura aos visitantes. Calçadão, chuveiros, quadras para a prática de vôlei e futebol, iluminação e até cancha de bocha fazem parte da praça Vilma Kohler, inaugurada pela Prefeitura neste ano. O nome da praça é uma homenagem a um dos pioneiros da cidade que sempre cuidou da região. Conforme sua filha, Viviana Costa Kohler, responsável hoje pelo tradicional Hotel Rainha, o balneário mudou muito desde que sua família chegou. “Antigamente não se via o mar daqui, tinha uma duna na frente e o mar era lá em baixo”, conta. Com o desenvolvimento da cidade e de infraestrutura, a praia foi ficando

mais conhecida e o balneário mais procurado. “Antes só vinha aquelas pessoas que realmente gostavam, depois que saiu o asfalto é que o movimento começou a aumentar”, afirma Viviana. Porém, algumas atividades são marcas registradas no balneário desde o tempo em que os grandes sombreiros eram apenas mudas: os jogos de bocha da mulherada, as gincanas de pesca de arremesso e encontros para oferendas à Rainha do Mar Iemanjá. Hoje as caminhadas no calçadão são um chamariz, além da facilidade de qualquer pessoa ficar próximo à praia: “Com as rampas de acesso todos podem chegar pertinho do mar, principalmente os cadeirantes, que antes olhavam de longe ou dependiam de tábuas no chão”, fala.

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As três pedras

Sem dúvida este é o ponto mais cobiçado e disputado das areias itapoaenses. Com as três pedras, marcos naturais, a região envolve diferentes culturas, esportes e pessoas. Neste ano a região ganhou novidades turísticas e promete um número ainda maior de visitantes. Entre as três pedras tudo pode ser encontrado: pescadores, surfistas, banhistas, moradores, turistas, idosos, adultos, jovens e crianças. Há lugar para todos, e o melhor, a paisagem é muito bonita. Para o artista Davi Aires, este é um cenário espetacular. Inspirado na diversidade dos frequentadores dali criou um personagem para charges: Sr. Nado. Nas tirinhas ele demonstra as mudanças da região e as diferentes opiniões entre os pescadores, surfistas e veranistas. O cenário com ângulo aberto é espetacular, mas cada praia tem as suas peculiaridades. Nesta região também é que sai o passeio de banana boat, tão esperado por banhistas. Conforme Leila Cristina de Mira Kruger, responsável pela banana, o passeio tem o percurso até a Ilha de Itapeva, passa pela primeira pedra, dá a volta no meio da segunda e retorna ao ponto de partida, entre as duas pedras. Neste verão os passeios iniciam no dia 23 de dezembro e seguem diariamente até o carnaval. As saídas iniciam às 8h30 e vão até 19h30. O valor por pessoa é de R$ 15.

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Os passeios de banana boat iniciam no dia 23 de dezembro e seguem diariamente até o carnaval


A Primeira Pedra

A primeira pedra, que fica ao lado sul do cenário, é marcada pelo maior número de banhistas. Conforme Alexandra Cristine Carrer, proprietária do tradicional Bar do Pedro, pelo mar calmo, o espaço atrai principalmente famílias: “aqui os pais podem ficar mais

a vontade na praia, sem tanta preocupação em relação ao mar”. Esta é a área com maior estrutura comercial, onde não é preciso dar muitos passos para garantir uma boa comida ou bebida. No Bar do Pedro, por exemplo, o atendimento no verão é o dia inteiro, até meia noite.

Além do comércio, novidades estão em vista por ali: um calçadão está sendo construído com ciclovias, decks de madeira e até uma academia para a melhor idade. Para os próximos anos está previsto a construção de um deck em cima da Primeira Pedra para facilidade e conforto no acesso ao marco natural.

Segunda Pedra

Para o artista Davi Aires, este é um cenário espetacular.

A segunda pedra é marcada pelos pescadores. Com o Mercado do Peixe em frente, é ao seu lado que as embarcações entram e deixam o mar. Conforme o pescador Gilmar do Rosário, este sempre foi o porto das canoas da região e um grande ponto turístico. Segundo ele, as entradas e saídas de barco por ali nem sempre são fáceis, dependem muito das condições do mar, principalmente na temporada.

Este é o ponto central das três pedras e, por este motivo, conta com um dos principais postos de guarda vidas. Conforme Éder Soares Gomes e Miguel Gomes Crisanto, guarda vidas em Itapoá, sem dúvida a região é de muito movimento e é preciso cuidado ao entrar no mar. Éder explica que geralmente o lado norte da pedra tem o mar mais perigoso e por isso é importante prestar atenção na sinalização, tanto do posto como da praia. “A bandeira do posto sinaliza a condição geral do mar e a da praia daquela região específica”, fala. Apesar de trabalharem com a prevenção e indicação das condições do mar, Éder afirma que 94% das ocorrências acontecem em frente à bandeira vermelha, a qual indica que o mar está perigoso. A grande maioria ocorre com jovens de 16 a 24 anos.

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Terceira pedra

Depois dos banhistas e pescadores, a terceira pedra é marcada pelos surfistas. Eles afirmam: este é um dos principais picos para a prática do esporte. Conforme Gabriel Castigliola, surfista profissional, ela tem potencial de ondas internacionais, pois é longa e possibilita diferentes manobras. Tubo, manobras áreas e de base são vistas sem dificuldade quando a ondulação está boa. Segundo Gabriel, as melhores ondulações para este pico são a leste e sudeste. Apesar de ter espaço do profissional ao iniciante, são precisos alguns cuidados. Para pular da pedra, por exemplo, é preciso experiência e, principalmente conhecimento do local. Cortar o pé nos mariscos e bater o corpo nas pedras podem ser evitados. Para os iniciantes, a principal dica é procurar um profissional para ensinar, pois muitas condições do mar devem ser observadas antes de se pegar uma onda, alerta Gabriel. Além dos surfistas, que são locais e de outras cidades da região, a terceira pedra também reúne banhistas e apreciadores da natureza. Agora com o deck de madeira, tornou-se paisagem cobiçada pelas as lentes fotográficas.

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Djavan Marciel

Ilha de Itapeva

Logo depois das três pedras, em frente à Avenida André Rodrigues de Freitas, a Ilha de Itapeva embeleza o cenário da imensidão azul. Mas ela não é só paisagem, também é roteiro de passeios. Conforme os irmãos Adriano e Cláudio Negosseque, alguns moradores e turistas já se aventuraram a conhecê-la de perto, eles foram um desses. Da primeira pedra são 800 m e, do calçadão em frente à Avenida, é cerca de 1 km. O percurso já foi feito de barco, caiaque e até à nado. Conforme Cláudio, o sombreiro que pode ser visto daqui foi plantado pelos pescadores e, além da árvore, há ostra e muita pedra. “Dizem que tem até água doce lá”, conta. O primeiro passeio aconteceu há anos e, de lá pra cá o que mudou foi a faixa de areia que aumentou. Adriano fala que muitos turistas procuram os pescadores para leva-los até a Ilha, pois a curiosidade em saber o que tem lá não é pouca. Adriano Negosseque

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Com as três pedras, este ponto disputa o prêmio de praia mais cobiçada. Balneário Pérola

Com uma boa estrutura à beira mar, reúne moradores e turistas de diferentes idades. Ali o movimento não para: no amanhecer já tem gente caminhando, durante o dia é praia e a noite se transformou ponto de encontro dos jovens. É neste mesmo calçadão que acontece a feirinha de artesanato e tem a pista de skate. Conforme Marcos Mertens, morador de Itapoá há 44 anos, a região mudou bastante. Proprietário do hotel e restaurante Pérola, ele conta que viu o desenvolvimento chegar e prosperar. As coisas nem sempre foram dessa maneira: a faixa de areia era mais extensa e, entre a rua e a areia havia até uma lanchonete. Turistas sempre tive-

ram, principalmente aqueles que vinham passar o dia, mas o número era bem reduzido. Para Marcos os melhores anos em Itapoá foram na década de 70. Foi neste período que o movimento aumentou com a vinda de corretores imobiliários: “foi quando Itapoá se abriu para o mundo”. Ainda com outra denominação, os corretores vinham de outras cidades de Kombi lotadas para negociar lotes. Há cerca de 35 anos atrás, quando a Petrobras construiu o oleoduto, conheceu o aquecedor a gás. “Eles queriam um hotel que tivesse água quente, mas aqui não tínhamos nem luz e nem água encanada, foi então que me apresentaram o aquecedor”, lembra. Depois, na década de 80

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a energia chegou e, em seguida, a água. Segundo Marcos o movimento nunca parou, mas sempre foi lento, o que impactava o crescimento era o asfalto. Hoje, para ele, a mudança foi violenta graças ao Porto, pois o movimento deixou de ser apenas em algumas épocas do ano. Uma mudança foi a diminuição de turistas estrangeiros. Ele conta que há 30 anos era mais comum encontrar paraguaios, alemães, americanos e holandeses que tinham casa em Itapoá. Fora os turistas, aumento da população e infraestrutura, pouca coisa mudou na paisagem: as belezas naturais continuam da mesma forma, só os sombreiros plantados pelas próprias mãos de Marcos cresceram bastante.

As histórias também continuam sendo contadas. Entre o Hotel Pérola e a pista de skate há um barco naufragado. Marcos não sabe a data, mas afirma que é história antiga, soube quando chegou à cidade. Parece que era uma espécie de barcaça, sem motor, que estava carregada de madeira e era puxada por um rebocador. Por uma mudança de maré acabou virando e hoje está praticamente toda enterrada. Os vestígios, segundo Marcos, estão na casa de muitos pescadores, que na época utilizaram a madeira que sobrou para fazer as casas. Além disso, segundo relatos, quem conhece consegue perceber a movimentação diferente da maré no local.


Continental

Seguindo para o sul são mais alguns balneários até se chegar ao tradicional Continental. O nome do hotel branco e azul à beira mar é conhecido como ponto de praia e, principalmente, de surfe. Conforme Cristiano Rissi, morador da região há mais de 20 anos, este é um dos principais picos para a prática do esporte, junto com a terceira pedra e a Barra do Saí. Em circuitos municipais uma etapa sempre movimenta a região. A posição da praia é o segredo das boas ondas que, segundo Cristiano, geralmente são melhores no final do inverno com as famosas ressacas. Porém, o Continental não é apenas surfe, tem bastante história. Há cerca de 15 anos atrás ali era o ponto de encontro dos jovens, era onde aconteciam os “esquentas”, muitas vezes prolongados. Cristiano lembra que a praia era bem diferente: além de uma faixa de areia maior, a rua era mais larga e um gramado recepcionava até a areia.

Balneário Palmeiras

Em seguida vem o balneário Palmeiras. Apesar de não contar com nenhum ponto turístico específico, o balneário também tem suas particularidades. A praia limpa e sem grandes badalações no verão permitem um bom descanso à beira mar. Com a vegetação na beira mar preservada ali você até encontra gente colhendo planta medicinal. Sidney Ricardo Zampieri, de Araucária, colhe, desidrata e encaminha para laboratórios qualquer planta medicinal e acredite, na beira da praia dá e sobra. Uma das mais comuns é a baleeira, planta indicada para tratamentos de artrite, artrose e reumatismo. Ele garante que resolve, mas é preciso fazer um tratamento certinho. “Diferente dos remédios convencionais, as plantas medicinais demoram um pouco mais para fazer efeito, mas não naturais e resolvem sim”. Segundo Sidney, esta e outras plantas são como praga em Itapoá: você corta um dia e na outra semana já está crescendo novamente. Para ele Itapoá tem uma quantidade e variedade muito maior do que o litoral paranaense.

Balneário Rosa dos Ventos

São mais alguns quilômetros sentido sul para se chegar no balneário Rosa dos Ventos. Como o Palmeiras, não há nada de especial além da encantadora e paradisíaca paisagem. No verão, este é o refúgio de muitos moradores que buscam o sossego: deixam as regiões mais badaladas para curtir a tranquilidade. Porém, visitantes de primeira viagem também são atraídos por este motivo. Elvis Cândido e Silvania Neves, de Joinville, ainda não conheciam Itapoá, mas pararam no balneário Rosa dos Ventos assim que o viram. “Estávamos em busca de um lugar para ter este contato com a natureza”, afirma Elvis. Para quem quer curtir esta praia uma dica é carregar mantimentos, principalmente se for com toda a família. Na região é difícil encontrar comércio ou vendedores ambulantes.

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Balneário Pontal

Com águas tranquilas a região do Pontal encerra o percurso da costa do município itapoaense. O balneário é envolvente: sintoniza o contraste das pequenas embarcações pesqueiras com os grandes navios do Porto em um cenário que define o atual momento de Itapoá.

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O

Janete Nunes de Jesus

primeiro ponto turístico é o farol. Com as cores branca e vermelha ele sempre teve as mesmas características, o que mudou foi seu entorno. Janete Nunes de Jesus lembra bem como a paisagem mudou ao longo dos anos. Natural do balneário, ela presenciou bons anos desse marco. Conforme Janete, o farol foi construído em 1951 como marco para a entrada dos navios na Baía, ao invés das boias luminosas de atualmente. Sua primeira casa era ao lado dele e ainda hoje ele faz parte da paisagem de sua janela. Segundo ela, as principais mudanças foram em relação à faixa de areia. Primeiro o farol ficava lon-

ge do mar, com alguns metros de distância; depois a maré formou um rio que separava o farol do restante do terreno: “Era como se ele estivesse no meio do mar”. Janete lembra que isso foi há 38 anos e, depois de algum tempo a maré retornou. Hoje, com iluminação e trapiche no entorno, este é um ponto muito procurado. “Tem movimento todos os dias, não há quem passe e não faça fotos por aqui”, afirma Janete. Alguns metros a frente outra parada obrigatória no percurso é o píer de observação de porto. Marcado diariamente pela visita de pescadores, dali é possível ver de camarote a movimentação dos navios e chegadas e partidas de contêineres. Durante o dia a paisagem

Matheus Cit é bonita, mas a noite ganha um brilho especial das luzes do desenvolvimento. Não há dúvidas de que o Porto Itapoá mudou a cidade como um grande impulsionador da economia, atraindo diferentes empresas do setor. Com três anos de operação é o segundo maior do estado e o único apto a receber os navios de contêineres em operações na América do Sul. Mas não para por aí: o terminal será ampliado e a movimentação de 500 mil TEUs/ ano (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés) pode chegar a 2 milhões de TEUs/ano. E depois de tanto desenvolvimento e promessas de crescimento, o passeio se encerra no Trapiche do Pontal, sem dúvida o

espaço mais cobiçado por pescadores, principalmente os aposentados. Ali eles se divertem sem nem perceber o dia passar; com sardinha pela manhã e peixe espada pela noite, os baldes saem cheios e a refeição é garantida. Matheus Cit é um dos apreciadores do trapiche. Morador de Guaratuba, ele visita o local pelo menos duas vezes por semana para “passar o melhor tempo da vida”. O gosto pela pesca vem da infância e foi passado para as outras gerações: sua filha e netos são companheiros na atividade. O trapiche é escolhido pelas belezas naturais, ele afirma: “tem melhor coisa do que passar o dia em um lugar desses?”. Assim hoje se define metade paranaense, metade catarinense.

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TURISMO

Pontos turísticos de Guaratuba Augusta Gern Diversão para todos os gostos. O município de Guaratuba, no litoral sul do Paraná não deixa a desejar quando o assunto é variedade turística, há atrações para todos os gostos: da tranquilidade ao agito, das ondas à baía, do histórico ao moderno, do verde ao cinza. Curiosas histórias, lendas e muitas belezas naturais encantam moradores e turistas, que na maioria são do próprio estado paranaense. Como as outras praias da região, Guaratuba se transforma no verão: é tanta gente que os próprios pontos turísticos são ofuscados pelo movimento que não dá descanso. Assim, reunimos algumas informações das paradas obrigatórias no roteiro turístico dessa cidade. Conheça melhor alguns dos cenários de Guaratuba.

Barra do Saí

Se o acesso for pelo estado catarinense, esta é a primeira praia da cidade. Localizada na região sul, faz divisa com o município de Itapoá, com o balneário que leva o mesmo nome. O marco está na Ilha do Saí, que faz divisa dos estados e pode ser contemplada de perto dessa praia. Conforme Maria Helena Marinho, proprietária do restaurante a beira mar do balneário, quando a maré está baixa é possível ir caminhando até a ilha. “Nos meses de julho e agosto bancos de areia são formados e a caminhada é bem tranquila, sem nem molhar o pé”, conta. Conforme ela, a ilha conta com uma piscina natural onde pescadores tiram marisco, alguns pés de banana e o marco da divisa dos estados. A principal atração dessa praia é o en-

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contro do rio com o mar: cria um cenário exuberante e reúne diferentes públicos. Surfistas atrás de boas ondas se unem à comunidade pesqueira e às famílias que buscam sossego. Segundo Maria Helena, como o acesso não é tão rápido como as outras praias da cidade, a Barra do Saí é mais tranquila e procurada por famílias durante o dia. O acesso a essa praia é pelo trevo de Coroados, seguindo a avenida Minas Gerais até o final. O destino vale a pena. Além da natureza e da tranquilidade, Maria Helena garante que a paisagem muda todos os dias com o sol, revoada de aves e o balançar da maré. Para quem gosta de passear de barco, pescadores também fazem passeios na região durante a temporada.


Coroados

Localizada na entrada da cidade, esta praia concentra um grande número de moradores de Guaratuba. Do sul para o centro, vem logo após a Barra do Saí. Apesar do bom número de moradores, esta região tem a praia bem mais tranquila, principalmente na temporada de verão. Diferente das praias mais cobiçadas da cidade, ali é difícil encontrar comércio ou vendedores ambulantes. E toda essa tranquilidade é que cativa a visita de Glória da Silva, de Mato Grosso, todos os

anos. De Cuiabá, ela demora cerca de 2h30 de avião até Curitiba e depois segue o trajeto de carro até chegar à calmaria de Coroados. Há alguns anos atrás visitou, gostou e comprou uma casa para temporada. O gosto pela região é tanto que ela afirma nem conhecer direito as outras praias da cidade: “Se eu me sinto bem aqui, porque vou lá onde tem tanta gente?”. Ali seu espaço é garantido com muito conforto e privacidade: há dias em que apenas ela, seu filho e a nora aproveitam a paisagem.

Balneário Brejatuba

Seguindo para o centro da cidade chegamos ao balneário Brejatuba, que está localizado ao sul do Morro do Cristo. A região é de mar aberto e cobiçada principalmente para a prática de surfe. Vários nomes de praias são dados aos diferentes espaços do balneário. A Praia de Paraguaios, por exemplo, é conhecida como um dos melhores picos para a prática de surfe. Conforme os jovens Maria Nóbrega, Julia Nóbrega e Erick Bertolini este é o destino preferido dos surfistas. De Curitiba, esta é a praia preferida sempre que visitam Guaratuba. Esta região fica encostada ao Morro do Cristo, no lado sul. Outro ponto do balneário é conhecido como Curação, pois fica em frente à casa noturna de festas. Conforme os guarda-vidas soldado Tozi e soldado Ferraz, este ponto é mais frequentado por moradores ou turistas que tem casa na região. Segundo eles, apesar de contar com alguns picos, o litoral paranaense não é muito influenciado por correntes marinhas e assim não

ganha tanto destaque no surfe como outros estados. Em relação aos cuidados no mar, alertam: toda a faixa de praia apresenta algum risco, por isso é preciso alguns cuidados. É muito importante respeitar a sinalização e sempre que tiver dúvidas procurar um posto na praia para orientação, afinal, “água no umbigo, sinal de perigo”, afirmam. Em Guaratuba

existem as bandeiras com as cores de sinalização do mar e bandeiras pretas representam o início da área sem guarda-vidas. Conforme eles, o maior número de ocorrências acontece com jovens de 10 a 19 anos que gostam de se aventurar.

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Avenida Beira Mar: a região mais cobiçada

D

epois do Brejatuba vem, sem dúvida, a região mais cobiçada de Guaratuba. Com alguns km extensão, este cenário abriga diferentes praias, cada uma com sua particularidade. Se seguirmos o sentido dos veículos, do norte para o sul, o percurso começa na Praia das Pedras, ou também chamada de

Praia dos Magistrados. Localizada no início da Avenida Atlântica, conta com formações rochosas que fazem fronteira com a Praia de Caieiras. Conforme Rose Schultz, moradora de Guaratuba há 10 anos, este é o melhor ponto para se ficar tranquilo na praia. De acordo com ela, neste local o movimento é menor e a família aproveita mais. “Se a maré estiver bem baixa

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você até consegue ir caminhando pelas pedras até a praia de Caieiras”, conta. Ela afirma que o percurso não é muito fácil, mas com a escalada em algumas pedras isso é possível. Seguindo o calçadão chega-se à Praia Central. O surfista Carlos Renato Martins Miranda, mais conhecido como Yko e natural de Guaratuba, afirma que este é o ponto mais procurado no verão. Apesar de não ser o melhor para a prática de surfe, há dias em que o mar colabora e alguns arriscam cair nas ondas. Mas independente

das condições do mar, ele afirma que a região fica lotada no verão, principalmente pela infraestrutura que oferece. É nesta região que a banana boat diverte moradores e turistas. Com um passeio de 15 a 20 minutos, os banhistas dão a volta em toda a orla e tem parada para banho. Com o tempo bom os passeios iniciam por volta das 8h e não param até às 20h. A banana boat tem capacidade para 26 pessoas, a idade mínima para o passeio é 7 anos e é obrigatório o uso de colete e capacete.


Também nesta região uma praça é ponto de encontro da criançada. Denominada Largo João Brasílio Dibas, proporciona divertimento às crianças com a brisa do mar. Conforme Vanessa Moraes Oliveira Prendim, de São José e frequentadora de Guaratuba, é um ótimo destino para quem tem crianças. Na sombra de árvores e com vista para o mar, ela garante que as pequenas filhas aprovaram o parque. Andando mais um pouco para o sul está a Praia das Canoas. Não é nem preciso dizer que o cenário ali é marcado pelo colorido das canoas de pescadores artesanais. A região conta com um mar tranquilo e bom para banho. Conforme o pescador Eloir Rosa, natural da cidade, este é o ponto de entrada e saída de todas as embarcações da região. “Antes havia dois portos, um na praia Central e ou-

tro aqui, mas agora temos apenas um”, conta. Segundo ele, durante o verão são colocadas faixas de sinalização para que possam entrar com as embarcações na praia com

segurança e garantir o bem estar dos banhistas. Nesta praia está o Mercado do Peixe que comercializa o pescado que chega do mar fresquinho todos os dias.

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Vanessa Moraes Oliveira Prendim. Ao final está uma das praias mais concorridas do verão, a Praia do Cristo. Nela se encontra o Morro do Brejatuba, também chamado de Morro do Cristo, onde em 1953 foi colocada uma imagem do Cristo Redentor. Conforme Elisa Gutierrez, há dez anos em Guaratuba e proprietária de um restaurante nos pés do Morro, este é um dos principais

Surfista Carlos Renato Martins Miranda, mais conhecido como Yko

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Elisa Gutierrez. pontos turísticos da cidade, daqueles em que se pode “bater cartão”. “A vista lá de cima é linda e quando o tempo está aberto você consegue ver até São Francisco do Sul e os vestígios do vapor São Paulo, na praia de Caieiras”, conta. Segundo Elisa, o sobe e desce não para no verão, todos querem visitar o Morro. “Este é um passeio muito gostoso para se fazer durante o dia”, afirma. E junto com todas as praias e suas particularidades, todo o percurso da Avenida conta com

um confortável calçadão que está recebendo melhorias pelo poder público. O calçadão é democrático: diferentes atividades podem ser realizadas por lá, desde caminhadas e pedaladas até beber uma cerveja gelada com vista para o mar. Há uma boa estrutura: banheiros públicos são disponibilizados no valor de R$ 2,00 e nove quiosques abrigam 18 pontos de vendas. Alguns funcionam o ano inteiro e proporcionam mais do que a venda de bebida e comida, são um verdadeiro convite para apreciar a praia. É o caso de um dos quios-


Nilsa Borges. ques da Praia Central. Com o objetivo de disponibilizar um espaço agradável e seguro para todos, Nilsa Borges, administradora geral de um dos quiosques, optou pela boa infraestrutura do espaço: mesas na sombra, atendimento na praia e um parquinho garantem o dia de muita gente. “Não é preciso sair da praia para ter diversão garantida, bom atendimento e segurança para as crianças”, afirma. Neste ponto, um espaço dedicado inteiramente às crianças é o diferencial. Além de apreciar a paisagem parado, o calçadão também permite vê-la em movimento. Bicicletas, tricicletas, quadricicletas e carrinhos chamam a atenção e estão à disposição para passeios na região. O idealizador da novida-

de, Milton Gonçalves, conta que já está há 10 anos com os carrinhos em Guaratuba e a procura é muito grande. Os meios de transporte são alugados para passeios de 30 minutos e garantem sempre muitos sorrisos e olhares curiosos.

Morro do Cristo

Este mirante natural é um dos principais pontos turísticos da cidade, oferece aos visitantes uma vista admirável. Para facilitar o acesso ao morro, em 1953 foi construída a escadaria e instalada a imagem do Cristo Redentor, um dos símbolos de Guaratuba. Conforme Rocio Bevervanso, moradora de Guaratuba e conhecedora da cultura local, durante

Milton Gonçalves a 2ª Guerra Mundial os soldados do 20º Batalhão de Infantaria de Curitiba utilizaram o morro como posto de observação. A imagem do Cristo foi levada até o pico do morro em anéis ocos confeccionados com arame, barro e cimento, transportados por uma caneleta puxada por cordas. Conforme Rocio, a primeira imagem foi construída com os braços apontados para a Barra para proteger os pescadores. Em 2000 a imagem foi revitalizada e passou a ter os braços abençoando a população central.

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Praça dos Namorados

O próprio nome já mostra o encanto desse ponto turístico: com o visual da Baía de Guaratuba, cria um cenário perfeito para encontros apaixonados. De um lado estão as águas calmas da baía, do outro as construções antigas. Este é o marco zero da cidade. Conforme Rocio Bevervanso, moradora de Guaratuba, foi ali que em 1771 a vila se transformou em cidade. Hoje faz parte do centro histórico e reserva grandes histórias. Segundo Rocio, ali era o porto dos barcos que vinham da área rural para trocar mantimentos do sítio com utensílios dos armazéns. Naquela área houve a primeira fábrica de tamancos, que dava oportunidade de empregos, e o primeiro cinema, que alegrava as noites. “As sessões terminavam antes da meia noite, quando então todas

as luzes da rua, que eram em lampião, se apagavam”, conta. Foi ali que surgiu a primeira escola e a primeira cadeia. “A cadeia velha foi um monumento construído em 1839. De estilo colonial, sua construção foi inspirada nos edifícios da cidade de Ouro Preto”, fala. Segundo a moradora, os paredões eram de pedra e cal, sem cobertura e cheios de vegetação. Em 1950 a construção foi restaurada e transformada na sede da Prefeitura, porém, em setembro de 1968 foi engolida pelo mar na famosa catástrofe que arrasou a Baía de Guaratuba. “Os antigos moradores contam que em frente à cadeia velha existia um pelourinho e, segundo a lenda das lamúrias dos escravos, eles joga-

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ram uma maldição na cidade, que desaparecia nas águas”, conta Rocio. Segundo ela, os mais antigos lembram-se da história com pavor, pois associam a lenda à catástrofe de 1968. Independente das histórias é um lugar rico em belezas naturais e encanta os olhos até dos que não estão apaixonados. Neste ponto ocorre a saída de embarcações de passeio na baía.

Praia de Caieiras

Esta é a praia que reúne as águas calmas da Baía de Guaratuba com o mar aberto. Com uma comunidade residente marcada principalmente pela pesca artesanal, atrai visitantes de todos os lugares, afinal, suas belezas naturais e calmaria são aliadas a curiosidades históricas. É nesta praia que se pode encontrar vestígios do vapor São Paulo que encalhou próximo à costa em novembro de 1968. Conta a história que o vapor pertencia ao marido da compositora brasileira Chiquinha Gonzaga e servia para a marinha brasileira. Quando a maré está baixa ainda possível vê-lo na ponta da praia. Conforme Rosane Maria Aguiar, 44 anos, natural da praia de Caieiras, o vapor São Paulo sempre foi uma grande atração turística, “porém só pode ser observado com a


maré baixa, com a maré alta não há nem sombra dele”, afirma. Mas a praia não é só isso: com a maré alta, outros belos atrativos não fazem com que se perca a viagem. Rosane conta que há dois anos a comunidade construiu um trapiche para descarga das embarcações dos pescadores. “Estima-se que cerca de 200 famílias pesqueiras ainda vivem por aqui”, fala. Além do uso dos pescadores, o trapiche também se tornou ponto turístico, atraindo muitos passeios, principalmente no final da tarde. Atraídos pela beleza do início da Baía é que os turistas Alex Fernandes e Emanuele Mainart Ildefonso visitam o trapiche. De Curitiba, eles afirmam que sempre frequentaram o município de Guaratuba e sempre que podem dão uma passadinha neste ponto turístico: “temos casa na cidade e somos atraídos mesmo pe-

las belezas naturais dessa praia”. Porém, o fato mais curioso dessa comunidade é o chamado “minhocão”, fato onde a maré come a areia. Sim, é estranho imaginar, mas Rosane afirma que a praia sempre teve isso, pelo menos uma vez por ano. “De um dia para outro a areia vai caindo em barrancos”, conta. Segundo ela, não é a maré que sobe, mas a terra que desce mesmo. Marcas em construções registram o fato curioso, o qual já permitiu diferentes faixas de areia nesta praia. Independente das curiosidades, este é o cenário indicado para quem gosta de sossego e uma ótima vista: da praia é possível observar a travessia das balsas e outras embarcações pela Baía de Guaratuba. O acesso à praia é pelo morro das Balsas, está localizada ao lado norte do Morro do Espia Barco.

Prainha

Apesar de muitos acharem que não, esta praia ainda faz parte de Guaratuba. Localizada na parte norte, depois do ferry boat, a Prainha faz divisa com o município de Matinhos. Marcada pela tranquilidade, fica em frente à Praia de Caieiras e acompanha todas as entradas e saídas da Baía de Guaratuba. Conforme Cássius Lobo, morador de Curitiba e frequentador da

praia desde criança, este é o ponto ideal para relaxar e descansar. “Mesmo na alta temporada aqui é bem tranquilo, pois muita gente não conhece”, afirma. Segundo ele, antigamente a região pertencia a Matinhos, tornou-se de Guaratuba apenas em 1994. Cássius conta que no início da manhã um grande banco de areia sempre é formado em frente à praia e é possível ir longe caminhando nas águas.

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Marcelo Ferraz Monteiro, proprietário do restaurante Vivere Parvo

Hamilton de Moura Kirchner, proprietário do restaurante Ostra Viva.

Nereu de Oliveira, Restaurante Sambaqui, organiza passeios de standup pela baía.

Cabaraquara Esta comunidade é marcada principalmente pela gastronomia. Do outro lado da baía, depois de atravessar o ferry boat, Cabaraquara tornou-se o roteiro ideal para conhecer e degustar ostras. Restaurantes de diferentes estilos se especializaram no prato que é cultivado ali, em frente ao quintal.

C

onforme Marcelo Ferraz Monteiro, proprietário do restaurante Vivere Parvo, a comunidade conta com seis restaurantes especializados em ostras, alguns tem cultivo próprio, outros compram de cultivos vizinhos. A Baía de Guaratuba tem as condições ambientais apropriadas para o cultivo das iguarias e já chegou a ser destacada a nível mundial. Diferentes publicações e os próprios cultivadores contam que especialistas do Japão avaliaram ostras produzidas em várias regiões do mundo, inclusive de Guaratuba, e afirmaram que a ostra nativa da região tem um dos melhores sabores do mundo. O resultado é uma resposta a todo cuidado e conservação da comunidade local com os recursos naturais, aliado à boa qualidade da água para o cultivo. Além da boa gastronomia, que é aliada à originalidade dos restaurantes, Cabaraquara

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Morro do Cabaraquara, Restaurante Vivere Parvo. também é um paraíso natural, cercado por manguezais e pela Mata Atlântica. Ali é possível fazer passeios de stand up e caiaque pela baía ou trilhas pela mata nativa. Segundo Marcelo, há duas trilhas principais: uma que sobe o Morro e outra

Comunidade conta com seis restaurantes especializados em ostras. que vai até a comunidade rural Salto Parati. A trilha do Morro é uma subida de duas horas e do cume a vista é fantástica: além de toda a cidade é possível ver o Oceano Atlântico, ilhas de Santa Catarina e a Serra do Mar.



Fontes Fonte Itororó – Largo Nossa Senhora de Lourdes A fé é o principal chamariz neste ponto turístico. Com a imagem de Nossa Senhora de Lourdes e uma fonte de água, a fonte Itororó ou também chamada de Largo Nossa Senhora de Lourdes é outro ponto turístico da cidade. Conforme relatos históricos, até 1974 esta fonte servia de abastecimento de água potável para o município. Assim, a água e a santa tornam o local um recanto espiritual: a visitação de devotos é frequente em todas as épocas do ano para agradecimento ou para levar esta água considerada benta para casa. O casal Magali Leles e José Carlos Leles, moradores de Curitiba, afirmam que este ponto é parada obrigatória em todas as visitas à Guaratuba. Conforme eles, este é um local muito gostoso para sentar, além de ser uma excelente fonte de água: “sempre nos abastecemos

de água daqui”. No verão o casal afirma que há até fila para garantir este bem precioso. Além da água, os turistas sempre param no ponto antes de seguir viagem à cidade natal, como uma promessa. “Sempre passamos aqui para agradecer e pedir um bom retorno”, contam.

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Formas de agradecimento não faltam: placas de diferentes locais do país são fixadas ao redor da capela por pessoas agraciadas pela fé da água. Conta uma lenda que foi neste local que a imagem do Divino Espírito Santo foi lavada, antes de ser

levada à igreja. Dessa forma, uma das procissões da festa começa neste local. Também há uma crença que sua água é benta, utilizada antigamente por benzedeiras para curar diferentes doenças e combater problemas de saúde, principalmente como artrite e artrose.


Outras fontes

Além das duas mais conhecidas, Guaratuba também conta com outras fontes que circundam os morros da cidade.

Fonte carioca

Com um antigo portão na recepção, a Fonte Carioca desperta a curiosidade de muitos visitantes da cidade, pois está localizada no início da Rua Vieira dos Santos, próxima a comércio e prédios públicos. Sua recepção é tímida, mas o espaço retrata momentos marcantes da história de Guaratuba. Com sua primeira caixa de água construída em 1858, esta foi a fonte de água potável que abasteceu a comunidade por muitas décadas. Conforme lembranças de Elizabeth Guiraud, moradora de Guaratuba desde menina, este era o ponto de abastecimento de todos da região. Com baldes, as pessoas criavam filas para pegar

a água e um riacho fazia do local uma grande lavanderia: mulheres esfregavam suas roupas e até deixavam corando por ali. “Lembro que tinha uma tarefa diária de vir buscar água aqui para o consumo de minha casa”, conta Elizabeth. Hoje, segundo ela, esta água não é mais própria para o consumo, mas muitos visitantes ainda a utilizam. O espaço é mantido pela panificadora da região, que abre o portão às 6h e fecha às 18h. Durante o dia o espaço está aberto para visitação. Além da fonte de água, o local também conta com a estátua do padroeiro da cidade São Luiz de França e a Escola de Samba do município utiliza o espaço para os ensaios.

A Fonte dos Leões, por exemplo, está localizada na Av. Airton Cornelsen e, conforme relatos, neste local foi construído o primeiro sistema de abastecimento da antiga vila, substituído mais tarde pela água da fonte Carioca.

Já a fonte São João está localizada no final da rua Vieira dos Santos e foi construída no centenário da República em homenagem ao então chefe da Profilaxia Federal no Paraná Dr. João de Barros Barreto.

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TURISMO ITAPOÁ

Baía da Babitonga: Refúgio de lazer e biodiversidade Augusta Gern

A maior baía navegável de Santa Catarina também beija as terras de Itapoá. Sim, a Baía da Babitonga marca presença no município itapoaense e tem grandes potenciais turísticos, econômicos e ambientais. Ali a biodiversidade

e o desenvolvimento estão em um só lugar. O estuário tem cerca de 160 km² e envolve os municípios catarinenses de Itapoá, São Francisco do Sul, Araquari, Barra do Sul, Garuva e Joinville. Já considerada como a Baía dos Portos por muitas pessoas, pelos grandes empreen-

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dimentos portuários instalados e projetos em desenvolvimento, este ainda é um estuário de referência ambiental, que deve ser preservado: abriga um conjunto de 24 ilhas e é cercada de manguezais e grandes áreas de Mata Atlântica. A Baía também é um grande criador de aves aquáticas e espécies marinhas, além de abrigar animais em extinção. Conforme o livro “Aves do estuário da Baía da Babitonga e litoral de São Francisco do Sul”, dos pesquisadores Marta Cremer e Alexandre Grose, o estuário é envolto por um mosaico de ecossistemas associados ao bioma mata atlântica, possibilitando assim que diferentes espécies de aves sejam encontradas. No livro de 2010, foram registradas 68 espécies diferentes, mas novas aves já estão ocupando o estuário. Um bom exemplo é o guará, que voltou a ser encontrado na Babitonga em 2011. Além das aves, a diversidade de ambientes e ecossistemas também é destaque na Baía. Conforme

o Diagnóstico ambiental da Baía da Babitonga, publicado em 2006, o local comporta a última formação de manguezal do hemisfério sul, constituindo o mais importante estuário do Estado. O manguezal é o ecossistema mais importante da Babitonga, pois atua diretamente nas funções biológicas e mantém o equilíbrio: “desempenham funções como o controle do nível das marés e o armazenamento de carbono, e servem como berçário para várias espécies marinhas, cujos filhotes e/ou larvas se desenvolvem entre as suas raízes”, conforme livro das aves do estuário.

Baía das toninhas

Porém, o maior destaque para a Baía são as toninhas. Esta é a única baía do mundo que abriga uma população residente da espécie de golfinhos. Conforme o Projeto Toninhas, vinculado a Univille – Universidade da Região de Joinville, a toninha é o golfinho mais ameaçado de todo o Atlântico Sul


Ocidental e atualmente é a única espécie de pequeno cetáceo ameaçada de extinção no Brasil. De acordo com informações do projeto, as toninhas são animais costeiros e podem ser encontradas em regiões com até 50m de profundidade. Vivem apenas na costa leste da América do Sul, entre o Espírito Santo, no Brasil, e o Golfo San Matias, na Argentina. Com exceção da Baía da Babitonga, não

é comum a ocorrência de toninhas em estuários. Atualmente estudos do projeto indicam uma população de 50 toninhas na Babitonga, que utilizam a área para alimentação, descanso, reprodução e crescimento dos filhotes. Em passeios de barco não é muito difícil encontra-las, principalmente quando o passeio é realizado por guias que conhecem a região.

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Babitonga: Baía do lazer Além da diversidade ambiental, a Babitonga também é um ótimo destino para lazer, o que não faltam são opções: seja nas margens ou no mar. Para os mais calmos aos que gostam de mais emoção, para homens, mulheres, crianças e idosos. Sim, na Baía não há restrições para se divertir. Em Itapoá a Baía margeia o balneário Pontal onde, além dos pontos turísticos já citados, tem o belo cenário do encontro entre a areia branca, o ritmo tranquilo do mar e os coloridos barcos de pesca. Com o mar lisinho e pouco vento o caiaque e stand-up são boas

pedidas, pois proporcionam ótimos exercícios com um cenário exuberante: pode-se acompanhar a costa para ver a praia de outro ângulo, ou seguir pelo mar. Jetski, lanchas e veleiros também sempre marcam presença na paisagem. Uma boa opção para conhecer o estuário de perto são os barcos de passeio, como o Pérola Negra. Operando desde 2002, garantem um animado e confortável passeio que pode ser com a família e amigos durante o ano inteiro. Conforme Leila Cristina de Mira Kruger, responsável pela embarcação, de março a início de dezembro os pas-

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seios são realizados com grupos fechados, já do dia 20 de dezembro ao carnaval trabalham diariamente. A saída do passeio é no Trapiche do Pontal e tem duração de 4 horas. Ao sair do município itapoaense ele passa próximo à Vila da Glória (comunidade que fica na

parte continental de São Francisco do Sul) e nas 14 ilhas, com parada em uma delas para banho e caminhada. Após a parada, seguem para o centro histórico de São Francisco do Sul, terceira região mais antiga do Brasil, onde param por cerca de 1h30 para passeio. Neste momento os visitantes podem

apreciar parte do município descoberto em 1504 e o encantamento dos 150 casarões tombados pelo Patrimônio Histórico Nacional. Seguindo o passeio, o barco passa em frente ao Museu Nacional do Mar, Porto de São Francisco do Sul e a Baía dos Golfinhos. Durante o verão as saídas do barco são às

10h e 15h. A embarcação têm capacidade para 168 passageiros e o valor é R$ 35 por pessoa, criança acompanhada de responsável com até sete anos não paga. A única restrição é levar animais. Em todo o percurso um guia explica informações sobre o estuário e piratas divertem a todos.

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TURISMO GUARATUBA

Uma baía e muitas opções

Augusta Gern

E

sta é uma das paisagens ecléticas de Guaratuba: reúne diferentes atividades, atrativos e pessoas. A Baía de Guaratuba é a segunda maior do estado paranaense, com 48,7 km² e não deixa a desejar quando o assunto é beleza. Vista em fotos aéreas, da Praça dos Namorados ou mesmo na travessia do ferry boat, há belezas em todos os ângulos. É pela Baía que se dá o acesso entre os municípios de Matinhos e Guaratuba, em um vai e vem de ferry boat 24 horas por dia. Conforme a empresa que realiza a travessia, são três balsas (maiores) e dois ferrys que fazem o trajeto. Durante o ano o máximo que você pode esperar são 20 minutos, mas no verão, quando o movimento é mais intenso, é bate e volta, não tem espera. A travessia leva em torno de 10 minutos. Fora o movimento do ferry boat, a circulação de embarcações

também não para. Como Guaratuba é um polo da pesca no Paraná, embarcações pesqueiras de todas as cores percorrem o estuário: alguns pescam dentro da baía, outros vão e voltam no mesmo dia e há aqueles que ficam semanas em alta mar. Os barcos de passeio também marcam presença e são uma ótima opção para conhecer melhor a Baía, entrar em contato com a natureza e se divertir. O barco Marlin, de Oséias Rodrigo da Silva, realiza passeios durante o ano todo e na temporada não descansa um minuto. Os passeios iniciam às 9h e ocorrem de hora em hora até o final do dia, com saída da Praça dos Namorados. Da Praça, passa pelo ferry boat, praia de Caieiras, Ilha do Rato, Ilha da Pescaria, Ilha da Sepultura e, por fim, em frente ao bairro Piçarras, conhecido como a parte das “marinas e mansões”. Durante o trajeto para 30 minutos para banho e, depois de 1h30 na baía, não há quem não volte com as energias renovadas.

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O barco conta uma boa estrutura: barzinho a bordo, sombra e até tobogã para os 30 minutos de parada. A lotação é de 60 passageiros e faz o percurso com no mínimo 10. O valor do passeio é R$ 20, crianças até cinco anos não pagam e até dez anos pagam meia entrada. Além da estrutura a bordo, a empresa conta com um ônibus próprio para buscar em hotéis e pousadas, caso seja necessário. Conforme Rodrigo, não há restrições: o passeio é para todas as idades e pessoas.

Fora este percurso de 1h30 de duração, há outras opções. O roteiro do Salto Parati, por exemplo, dura o dia inteiro. Às 8h30 a embarcação deixa a Praça dos Namorados e segue diretamente para a comunidade rural Salto Parati, em cerca de 1h30 de navegação. Durante este percurso há baldeação para um barco menor, pois passa por rios da baía. Na comunidade são cerca de 30 minutos de trilha na Mata até chegar à cristalina cachoeira. “Sempre sugiro que o pessoal leve uma fruta ou sanduíche natural porque a trilha e a cachoeira cansam”, fala Rodrigo. Depois de algumas horas de diversão e refresco, é servido o almoço em um estabelecimento da região e no meio da tarde retornam. Este passeio só acontece com reservas, o mínimo são cinco passageiros e o máximo 25. O valor por pessoa é R$ 70 com almoço incluso. Além desses, Rodrigo também tem roteiros de pescaria ou até o restaurante que fica na Ilha do Mole, em meio à Baía.


A Baía dos Guarás

É na Baía de Guaratuba que os Guarás podem ser observados. Com sua exuberante plumagem vermelha e considerada uma das aves brasileiras mais belas, é a ave símbolo da cidade. Típico de manguezais, ele é um grande representante da diversidade de aves na região e tem grande importância à preservação, assim, tornou-se alvo de pesquisas e monitoramentos na Baía. Porém,

este é um fato recente: o Guará ficou desaparecido durante décadas e há poucos anos foi avistado novamente. A ave mede entre 50 e 60 cm, possui bico fino, longo e levemente curvado para baixo. Sua plumagem é inconfundível: um colorido vermelho muito forte. Esta coloração está muito ligada à sua alimentação, que prioriza os caranguejos. Conforme o livro de Olmos e Silva e Silva (2003), “o vermelho das penas dos guarás se deve a um pigmento chamado cataxantina, que é um derivado do caroteno. O caroteno é o responsável pela cor da cenoura e da casca dos caranguejos e camarões, evidenciada quando são cozidos”. Segundo o livro, os guarás são capazes de absorver o pigmento de suas presas e acumulá-lo em suas penas, tornando-as assim vermelhas.

Pertinho da Baía

Para quem prefere conhecer a Baía com um contato ainda mais próximo e individual com a natureza, uma boa dica são as expedições com caiaque realizadas pela Kaiak Safari. Com saídas programadas ou grupos fechados, a empresa proporciona passeios de caiaque com guias para conhecer o que há de mais notável no bioma da região, a Mata Atlântica. Há roteiros para todos os gostos e fôlegos. Conforme João Camargo, responsável pela Kaiak Safari, as três rotas mais procuradas são da Ilha da Sepultura / Ilha da Pescaria, de Cabaraquara / Sítio Sambaqui e o Roteiro dos Guarás. O primeiro roteiro é de curta duração, mas proporciona lazer, contemplação da bela paisagem do entorno da Baía, os belos morros, o perfil da Serra do Mar, alguns conhecimentos ambientais e a permanência por alguns minutos na Ilha da Pescaria. Segundo a empresa, é um roteiro básico para se conhecer a importância do manguezal e suas belezas. O tempo estimado é de três horas.

A segunda opção, para Cabaraquara, é um roteiro de média duração, com tempo estimado de 4 a 5 horas. Este proporciona a contemplação de uma das mais belas paisagens da Mata Atlântica no entorno da Baía onde se encontra o Morro do Cabaraquara. O trajeto prevê o almoço no restaurante especialista em ostras do Morro, mas que não é obrigatório. Já a terceira opção, o Roteiro dos Guarás, proporciona além do lazer e da contemplação da bela vista, o avistamento do Guará, ave símbolo de Guaratuba. Este percurso também é de média duração e com dificuldade moderada. Além desses há outros roteiros e todos contam caiaque ou barco de apoio.

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ECOTURISMO ITAPOÁ

Entre o verde e as aves Augusta Gern

A

s riquezas turísticas de Itapoá vão muito além dos 32 km de belas praias: a biodiversidade e espécies ameaçadas tem tornado a cidade referência no turismo ecológico. O principal ponto é a observação de aves, chamariz de observadores, pesquisadores e fotógrafos do mundo inteiro. Para observar aves ou ao menos estar próximo a natureza não é preciso ir longe por aqui, na maioria das vezes basta abrir a janela e prestar atenção no verde logo a frente. Porém, para quem prefere algo mais garantido e quem sabe mais proveitoso, a cidade conta com um diferencial, um presente para os amantes da natureza: A RPPN Fazenda Palmital - Reserva Volta Velha. O local possui cerca de 1100 ha. e está inserida em uma extensa área remanescente da Floresta Atlântica, um dos biomas mais ameaçados em todo o país. Sem dúvida, este é um dos principais locais para a prática de observação de aves no sul do Brasil e todos os anos atrai pessoas do

mundo inteiro à cidade. Conforme Ana Maria Machado, responsável pela Reserva, a observação iniciou depois da divulgação do primeiro inventário de aves realizado em 1992 pelo ornitólogo Celso Seger. Neste inventário preliminar foram registradas 250 espécies diferentes, sendo acrescidas depois pelo mesmo e outros pesquisadores com mais cerca de 50 espécies. Entre as 300, há ameaçadas de extinção e endêmicas. Dessa forma, Ana Maria explica que a Reserva recebe observadores dos mais variados países, como Inglaterra, Estados Unidos, Alemanha, Argentina e Peru. O grupo de mais longe foi da Finlândia e visitou a Reserva no ano passado. A melhor época para observação é nos meses de outubro e novembro. “Esta é uma modalidade de baixo impacto que ajuda a manter espécies preservadas”, afirma Ana Maria. Para a observação, a Reserva oferece três trilhas principais: Casa de Vidro, do Sambaqui e Apecatu. A Trilha Casa de Vidro é muito recomendada para observa-

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ção das aves pelo início da manhã, pois a trilha cruza mata fechada em diferentes ambientes, onde bandos mistos são mais frequentes. A Trilha do Sambaqui é considerada por muitos como a melhor para a observação: pois explora ao máximo diferentes ambientes em uma caminhada longa e terreno plano. Já a Trilha Apecatu é uma ramificação que sai da trilha Sambaqui, com predomínio de matas mais altas e fechadas. Além das trilhas, outra opção é a canoagem no rio Saí-Mirim, recomendada para observação das aves de hábitos aquáticos que habitam as


margens do rio. Porém, a Reserva vai além da observação de aves. A conservação e diversidade de fauna e flora possibilitam o desenvolvimento de diferentes atividades relacionadas à natureza, como pesquisa científica, projetos de conservação, educação ambiental, vivências de resgate e difusão da cultura indígena e ecoturismo. Um dos principais atrativos turísticos é a canoagem: com quase duas horas de remada pelo rio Saí Mirim, além do verde nativo e das diferentes espécies de aves, se der sorte ainda encontra uma lontra no caminho. Na questão cultural, a vivência indígena é ótima programação. A rotina da comunidade indígena brasileira, as danças, pinturas e histórias são vivenciadas e contadas por Yawaritsawa Trumai Wuará, representante legítimo do Parque Indígena do Alto Xingu – MT, dentro de uma oca original xinguana.

O índio da praia

Yawaritsawa, mais conhecido como Yawa, nasceu e foi criado na tribo Trumai Waurá, no Alto Xingu, no Mato Grosso. Em Itapoá há cerca de oito anos, tem uma rotina adaptada à cidade e é conhecido pelas grandes histórias de seu povo, contadas e recontadas no aconchego da oca erguida na Reserva Volta Velha. Nesta oca, diferente de sua roupa do dia-a-dia, quando veste calça, camiseta e sapatos, Yawa faz apresentações sobre a sua cultura. Com o corpo pintado e um cocar, o índio apresenta a pintura de sua tribo no rosto, explica sobre a

construção da oca, os rituais, dança, costumes, lendas, alimentação e objetos do seu povo. “Lá a base da alimentação é peixe e biju, massa de farinha de mandioca úmida e não seca como a tapioca”, explica. Diferente de seus irmãos, Yawa conta que sempre quis ir “além da mata”, e um dia, quando realizava suas tarefas diárias, a oportunidade apareceu. Um grupo de empresários de ecoturismo estava à procura de um nativo para ajudar a levar os turistas para conhecer a mata e, aos 19 anos, Yawa foi trabalhar em uma pousada da região como guia de expedições. Depois, seguiu para uma pou-

sada indígena na região Centro-Oeste do País, mas que não deu certo. Lá, conheceu Ana Maria Machado, assistente social e uma das donas da Reserva Volta Velha, que apaixonada pela cultura indígena, trouxe Yawa para trabalhar por aqui. O trabalho acabou virando romance, e hoje os dois vivem juntos com o trabalho de educação ambiental ao ar livre para as crianças e turistas. Apesar da saudade de seu povo, Yawa conta que a vinda não planejada foi muito boa e fica contente em ver que ajuda crianças e até adultos a conhecerem uma parte da história do Brasil de forma viva.

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DOM BROT

O toque gourmet ao estilo americano ria já é um sucesso e mais do que respondeu às expectativas do jovem: “é muito bom ver as pessoas elogiando os pratos e voltando”. O resultado não poderia ser diferente depois de tanta dedicação. Dhiego conta que em 2013 abriu uma lanchonete próximo à praia e não imaginou o sucesso que daria; com molhos especiais e lanches da casa, ele percebeu que o negócio era promissor. Com a experiência surgiu a ideia de algo mais sofisticado e gourmet. Assim, os trabalhos começaram muito antes de a Dom Brot abrir as portas. O jovem empreendedor iniciou com pesquisas

Augusta Gern

G

uaratuba conta hoje com uma ótima opção quando o pedido é comer bem. Com espaço aconchegante, boa música e cardápio sofisticado, a hamburgueria Dom Brot é uma ótima opção. Os hambúrgueres são caseiros, todos os ingredientes selecionados com cuidado e o bar vai de vinhos importados a cervejas artesanais. Tudo é original e muito bem pensado por Dhiego Henrique Telles. Inspirado e incentivado pela mãe Sandra Mara Kessin, ele herdou o bom gosto e sucesso. Há menos de dois meses da inauguração, a hamburgue-

na internet e em hamburguerias de diferentes regiões do país, montou o cardápio e colocou a mão na massa. A experiência de cozinha vem de berço, mas nunca tinha feito hambúrgueres. Fez uma, duas e até três vezes cada prato; fez diferentes degustações entre familiares e amigos, inseriu ingredientes de sua imaginação e deu certo. Pimentões, anéis de cebola e até cebola caramelizada são alguns atrativos de seus lanches. O resultado é um cardápio de dar água na boca. São dez lanches diferentes, com opção para crianças e vegetarianos, porções e sobremesas. Para o almoço também é oferecido um prato feito, que carrega o mesmo charme dos lanches. A casa com estilo americano abre todos os dias e, sextas e sábados conta com música ao vivo durante a noite.

BROTPÃO

Entre as melhores panificadoras do Brasil

C

om uma caminhada de quase 30 anos e reconhecimentos nacionais, a Confeitaria e Panificadora Brot Pão é referência quando o assunto é qualidade e bom gosto. Por cinco anos consecutivos é considerada uma das 100 melhores padarias do Brasil e já ganhou em segundo lugar com a melhor torta do sul do país; o nome da delícia premiada não poderia ser outro: torta Kessin. Foi a partir de muita pesquisa, imaginação e a “mão boa” de Sandra Mara Kessin que tudo começou e chegou onde está. No forno de sua casa é que saíram os primeiros bolos, vendidos de porta em porta na cidade de Monte Castelo – SC. As receitas eram boas, fizeram sucesso e

a produção teve que aumentar. Já em Jaraguá do Sul nasceu então a Brot Pão, onde ficou por 15 anos. De lá seguiram para o litoral paranaense e, na rua onde havia pouco

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comércio, já se foram mais de 12 anos. “Em Guaratuba começamos com uma casinha bem pequena, mas sempre foi no mesmo local”, lembra Sandra.

Hoje a estrutura é ótima e chama atenção com tanta variedade. São mais de 40 tipos de bolos e tortas, pães sofisticados e diferentes delícias: buscam agradar todos os públicos. Com frequência surgem receitas novas, ainda planejadas por Sandra. Ela também é responsável por todas as tortas com pasta americana: bolos infantis, decorados e até de casamentos brilham os olhos e dão água na boca. Porém, a Brot Pão vai além de pães e doces. Há cinco anos conta também com um restaurante e salão de eventos. O restaurante é aberto diariamente no horário do almoço e oferece um cardápio gostoso e variado. O salão de eventos, aliado às delícias da cozinha, garante tudo em um só lugar, e o melhor, com qualidade.



TURISMO RURAL

A Itapoá que você quase não vê Augusta Gern

Além dos belíssimos quilômetros de praias, da Baía da Babitonga e dos potenciais para a observação de aves, Itapoá reserva mais surpresas. Não tão aparente e cobiçada, a região rural também tem boas programações e paisagens para oferecer. O degrade de tons esverdeados que se inicia próximo à praia vai se acentuando e ganhando mais forma à medida que caminha para o lado continental, até chegar às comunidades que não ficam à beira mar.

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Braço do Norte

ara quem chega à cidade via Garuva, esta é a primeira comunidade da cidade. O acesso é um pouco tímido, uma pequena placa branca na beira do da estrada SC 416 busca sinalizar a entrada para a comunidade rural Braço do Norte. O resultado não poderia ser diferente: lá vivem cerca de 50 famílias em sintonia com o meio ambiente, produtos coloniais e muita hospitalidade. Um bom dia aqui, uma boa tarde ali e, sem nem conhecer muito bem a estrada, é fácil você ganhar novos amigos. A localidade faz divisa com o município de Garuva e, mesmo dentro de cidade litorânea, a maresia passa longe. Do Braço do Norte até o centro de Itapoá são cerca de 15 quilômetros e algumas dificuldades de acesso, é preciso estar atento para não perder a pequena

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Sítio do Seo Zé Gomes


Chácara Jacaré placa de sinalização. Porém, o percurso vale a pena. Entre tanto verde, algumas porteiras de madeiras, casas, animais e plantações, também há programação turística. O Sítio do Zé Gomes é um exemplo que de como a natureza tem as suas peculiaridades; entre o cenário colonial e pés de banana há muito que aproveitar. A trilha utilizada para a roça nos leva a um santuário de energia: uma linda cachoeira. As grandes pedras, água límpida e uma queda de água reafirmam todo o potencial da cidade para o ecoturismo. O rio acompanha a propriedade. Para os que preferem águas mais tranquilas, outra trilha chega até pequenas “piscinas” naturais, rodeadas de pedra e muito verde. Não há olhos que não se encantem. Para aproveitar tudo isso a

residência está aberta para bons apreciadores. O casal mantém uma casa para alugar aos visitantes, montada para cerca de seis pessoas.

Saí Mirim

Logo ao lado está a comunidade Saí Mirim, sem dúvida é a mais conhecida de Itapoá. Lar de famílias tradicionais no município, esta comunidade acompanha o crescimento da cidade pela janela: pela beira do asfalto da SC 416 moradores são os primeiros a ver tudo que chega ao município. A localidade abriga deliciosos quitutes coloniais, belas paisagens naturais e, claro, muita história. Ali os serviços públicos são encontrados com facilidade, como se o Saí Mirim fosse o “centro” de todas as comunidades rurais. Em

alguns metros de caminhada podemos encontrar o Posto de Saúde da Família, a Escola Municipal Alberto Speck, mercado, pequenas lojinhas e o Sindicato dos Produtores Rurais. Diferente da cachoeira do Braço do Norte, as principais programações de lazer são os pesque-pague. Com tanques que espelham a clássica paisagem rural,

são dois os principais pontos para a atividade em família: Pesque-pague Ledoux e Chácara Jacaré. Os dois são próximos, estão localizados à beira da Estrada Geral do Saí Mirim, principal rua da localidade. Ficam ao lado sul da região central em que se encontra o posto de saúde e a escola municipal.

Pesque-pague Ledoux

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TURISMO RURAL

A Guaratuba que você quase não vê Augusta Gern

Salto Parati

Além da grande produção de banana, que leva o título de maior do Paraná, a área rural de Guaratuba também abriga verdadeiros paraísos para quem prefere o verde à praia. Rios e cachoeiras de águas cristalinas espantam o calor e garantem um bom contato com a natureza.

A mais procurada das comunidades é a Salto Parati. Localizada no fundo da Baía, ao pé da Serra do Mar, o percurso mais fácil para se chegar são os rios. Depois do barco o trajeto segue em trilhas, onde podem ser encontradas algumas casas, principalmente de nativos da região, além de várias espécies de flores, pássaros e, se der sorte, até animais silvrestres. Dentro da Mata Atlântica e muito preservada, a comunidade está inserida no Parque Nacional Saint-Hilare/Lange. Mas entre toda essa beleza rara, o grande atrativo é uma cachoeira. Com os pés na terra e alguns quilômetros de subida, a sintonia das grandes rochas com

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Salto Parati


Pedra Branca a água límpida formam um santuário que renova qualquer energia. Além de abençoar os poucos moradores que ainda continuam na comunidade, a cachoeira é o grande chamariz para o turismo, principalmente na temporada. Conforme Oseias Rodrigo da Silva, proprietário de uma empresa náutica que realiza passeios pela Baía de Guaratuba, a procura pela cachoeira é muito grande, principalmente no verão. Pela estrutura que o local e a embarcação oferecem, em média 20 pessoas visitam a comunidade por dia no verão, mas se pudesse teriam mais 100, afirma Oseias.

Segundo ele, o passeio só é realizado com sol e tem suas dificuldades: “Dependemos dos horários da maré para entrar no rio, se não ficamos pelo caminho. Não é um passeio muito fácil, às vezes todos precisam sair e até ajudar a empurrar o barco”, conta. Mas todas as dificuldades são compensadas e até ganham um toque de aventura.

mo rural da cidade, a comunidade conta com pontes pênsil, uma ponte molhada onde o veículo passa por dentro da água, pousadas, local para piqueniques e trilhas. Nesta comunidade passa o Rio São João, onde é fácil pescar lambari e não há desculpas para se refrescar nas geladas e cristalinas águas.

Pedra Branca

Outra comunidade é a Pedra Branca do Araraquara. Para se chegar até lá, saindo do centro da cidade, é preciso deixar o estado paranaense e passar por Garuva (SC). Conforme o vereador Almir Troyner, que está desenvolvendo um projeto de divulgação do turis-

*Há mais comunidades rurais em Guaratuba que serão visitadas ao longo de 2015. Acompanhe a revista e descubra a cada edição novos paraísos.

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TEMPORADA

O que te espera neste verão Augusta Gern

A estação mais quente do ano chegou e junto o movimento que não deixa negar o potencial turístico dos municípios de Itapoá e Guaratuba. Com as malas prontas e o carro cheio, milhares de turistas escolhem uma das cidades para relaxar e aproveitar o descanso antes do início de mais um ano. Ao mesmo tempo, moradores também descansam ou buscam aproveitar o movimento para dar um gás no comércio. Não importa como: esta é a época em que todos querem aproveitar.

A

s belezas naturais e pontos turísticos são garantidos, mas o que mais os moradores e turistas esperam? Conforme uma pesquisa online realizada pela revista durante o mês de novembro, o maior desejo é infraestrutura. Em Itapoá, 90% dos 96 questionários respondidos apontam a falta de infraestrutura como o principal problema da temporada, principalmente a falta de água. Infelizmente, a concessionária responsável pelo abasteci-

traçar um panorama do que pode ser melhorado nas praias para as próximas temporadas. Para este ano, algumas novidades são garantidas por parte do poder público.

Novidades em Itapoá

Deck da 3ª pedra. mento no município informou que o problema pode se repetir, uma vez que as licenças necessárias para a construção da nova Estação de Tratamento de Água não foram emitidas pelo órgão responsável. Além de infraestrutura, a falta de eventos e atrações turísticas também são sinalizadas no questionário. Em relação às regiões mais cobiçadas, o balneário Itapema do Norte ganhou em Itapoá com 38%,

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seguido do centro – balneário Itapoá, com 35%. Em Guaratuba a região central é a favorita, com 50%. Sobre o que mais atrai, as duas cidades tem a família como principal resposta. Em Itapoá a tranquilidade também é citada, já em Guaratuba a segunda opções são as festas. Apesar de atingir uma pequena parcela de quem aproveita os municípios, a pesquisa já consegue

Para quem ficou alguns meses sem visitar Itapoá terá boas surpresas. Novos pontos turísticos e mais infraestrutura podem ser observados em diferentes balneários. A principal novidade, segundo a Secretaria Municipal de Turismo, Meio Ambiente e Cultura é o deck da 3ª pedra. Construído de madeira, a obra conta com três decks e um mirante em cima da pedra que já é atração turística. De acordo com a secretaria, além da beleza, este espaço garante acesso a todos, tornando-se um bom ponto para apreciar o movimento turístico entre as pedras. Para o ano que vem o deck ganhará iluminação sustentável: “Usaremos energia eólica e solar para ter mais integração com o meio ambiente”, afirma Waldemar Vieira dos Santos Filhos, diretor de turismo. Outro ponto é a praça Vilmar Kohler, no balneário Rainha. A praça fica à beira mar e conta com


Brejatuba rampas de acesso à praia, chuveiros, quiosques, quadra de futebol, de vôlei e cancha de bocha. Neste mês foi inaugurada com nova iluminação para garantir mais conforto e segurança na prática de atividades durante a noite. Outra obra que está sendo realizada é o calçadão entre a primeira e segunda pedra e o calçamento da Avenida Bento Francisco da Silva. Com ciclovia, decks de madeira e uma academia para a melhor idade o espaço promete mudar o cenário na região. Porém, não há garantia de que a obra seja concluída antes da alta temporada. A Secretaria ainda informa que está instalando placas de sinalização dos pontos turísticos e de conscientização ambiental e reformando os chuveiros da beira mar. “O chuveiro em frente ao Hotel Pérola, na Avenida Beira Mar, funcionará este ano com temporizador a título de experiência”, fala Waldemar. Na questão de infraestrutura, oito ruas estão recebendo pavimentação, entre elas a Avenida Ana Maria Rodrigues de Freitas.

Calçadão da Praia Central

Programação de eventos

Em relação aos eventos para o verão, a programação será parecida com a dos anos anteriores com o Projeto Verão. Conforme José Maria Caldeira, secretário municipal de esporte e juventude, o evento inicia no dia 26 de dezembro e vai até o dia 2 de fevereiro, com atividades diariamente. Ginástica na praia, recreação infantil, empréstimo de materiais esportivos e torneios de vôlei e futebol de areia são garantidos. Para a virada do ano o secretário promete atrações no palco do projeto. O evento é realizado pela Prefeitura em parceria com o SESC e, neste ano, contará com atividades em parceria com o parque temático Beto Carrero World. O Carnaval também pode ser marcado na agenda. A programação ainda será definida pela Secretaria de Turismo, mas está garantida.

Novidades em Guaratuba

No município do litoral paranaense a maior novidade é a re-

Calçadão da Praia Central

vitalização da orla na região de Brejatuba e Praia Central, que vai do Morro do Cristo até o Morro de Caieiras. A prefeitura afirma: os visitantes que chegarem à cidade nesta temporada serão recebidos por uma cidade redesenhada. O balneário Brejatuba ganhou vias asfaltadas, calçadas e ciclofaixa, além de rampas de acesso para a praia. Já na Praia Central o calçadão será ampliado e ganhará ciclofaixa, playground, novas academias, bicicletários e chuveiros. Conforme a prefeitura, todo o projeto tem preocupação com a acessibilidade para idosos e pessoas com deficiência, além da integração com o meio ambiente. A obra não será finalizada antes da alta temporada, mas o poder público assegura que os trabalhos no local não trarão inconveniências à circulação do público.

Programação de eventos

Como no município de Itapoá, a programação em Guaratuba deve ser parecida com os anos anteriores. Conforme Debura Carvalho de Aquino, da Secretaria Municipal de Turismo, a virada de

ano será realizada na Praia Central com queima de fogos do Morro do Cristo. A programação musical ainda será confirmada, mas a festa é garantida. Na praia, ginástica e outras atividades recreativas devem animar os pontos mais badalados na cidade e dois eventos esportivos estão confirmados: 50ª Travessia a Nado de Guaratuba e a 10ª Sprint Triathlon de Guaratuba. A Travessia a nado é uma das mais tradicionais provas da modalidade do litoral do Paraná e ocorrerá dia 25 de janeiro. A largada acontece nas proximidades do Morro do Cristo e a chegada é na Praia das Caieiras. Segundo informações disponibilizadas pela secretaria de turismo, maiores de 12 anos podem participar da competição, desde que estejam em boas condições de saúde e saibam nadar em mar aberto. Por questões de segurança, no máximo 500 pessoas poderão participar da travessia. Já a 10ª Sprint Triathlon de Guaratuba ocorrerá no dia 8 de fevereiro na Praia Central. A competição inicia com natação, depois será a vez do ciclismo e, por último, a corrida.

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ESPECIAL VILA DA GLÓRIA

Vila da Glória e seus encantos

O

cenário é exuberante e convidativo. Com uma tranquilidade que imita o balançar da maré, a Vila da Glória é o destino perfeito para um bom passeio e descanso. A famosa gastronomia de frutos do mar, os passeios de barco na Baía e o refrescante contato com a natureza na cachoeira estão tornando a comunidade roteiro turístico. A comunidade não pertence ao município de Itapoá, mas o acesso é fácil e rápido. A Vila da Glória fica na parte continental de São Francisco do Sul, no Distrito do Saí. Para se chegar até lá o percurso é

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variado. De Itapoá é possível ir de carro pela estrada da Jaca, o caminho ainda não é das melhores, mas logo receberá asfalto. Conforme a Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) de Joinville estão sendo investidos R$ 21,8 milhões na pavimentação de 15 km entre São Francisco do Sul e Itapoá. Na Vila da Glória já foram realizados serviços de drenagem e terraplenagem e, atualmente, está sendo aplicada a sub-base do asfalto. Já nos nove quilômetros de estrada rural que vão até a Jaca, em Itapoá, a fase é de drenagem e terraplenagem. A obra está prevista para terminar apenas em ou-

tubro de 2015, mas mesmo assim o caminho proporciona um ótimo contato com a natureza e leva menos do que 30 minutos. O percurso pela ilha de São Francisco do Sul pode ser feito através de ferry-boat ou barco, mas a primeira alternativa permite levar o automóvel a tira colo. O trajeto dura aproximadamente 30 minutos e nos mais de 3.500 metros de travessia é possível apreciar o belo cenário da baía, repleto de ilhas e até com possibilidades de se encontrar golfinhos. De Joinville o percurso pode ser feito da mesma forma, de barco ou ferry-boat. Neste caso a embarcação que pos-

sibilita a travessia de diferentes veículos sai da praia do Vigorelli, em Joinville, e chega à comunidade de Frias, no distrito do Saí. Esta travessia é rápida: são cerca de 10 minutos na baía. Para quem prefere chegar de barco, trapiches para o desembarque não faltam. O mais conhecido é o trapiche governador Pedro Ivo Campos, com uma plataforma de mais de 300 metros, mas diferentes restaurantes também proporcionam um bom local para parada. Além disso, diariamente outras embarcações fazem a rota da Vila ao centro histórico de São Francisco do Sul para pedestres.


Helias Barros Correia Independente da escolha de transporte e trajeto, todas as rotas são recompensadas pela tradição, belezas naturais, simpatia e boa gastronomia da comunidade.

Gastronomia

Falar da Vila sem lembrar-se da boa gastronomia não é possível. Diferentes e tradicionais restaurantes reúnem uma culinária peculiar: famosa pelos pratos e rodízios

Jaci de Borba Batista de frutos do mar. Já imaginou um almoço com camarão ao bafo, camarão a milanesa, camarão a grega, camarão ao molho, marisco a vinagrete, berbigão, casquinha de siri, bolinho de siri, peixe, salada, maionese e arroz? Pois esta lista que da água na boca pode ser degustada em uma das sequências de frutos do mar oferecidas na região. O

nome Zinho Batista é famoso pelos três restaurantes da família, um deles é Jaci-Zinho Batista, de Jaci de Borba Batista. Conforme o proprietário, este restaurante já existe há 35 anos na Vila, que atrai visitantes o ano inteiro, tanto de carro como de barco. Natural da comunidade, Jaci afirma que não há lugar melhor para se viver, é tanta beleza que nem pode ser descrita. Além de todas as opções de frutos do mar oferecidas nas sequências, outro atrativo gastronômico da Vila é o cultivo de ostras, carro chefe do restaurante do Helias. O cultivo das ostras e mariscos começou em 1993 e, na mesma época, o antigo barzinho transformou-se em restaurante.

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Helias Barros Correia sempre viveu na região e lembra como o turismo cresceu por ali: “Em 1978 ganhamos uma rua e a energia elétrica, antes tudo era feito de barco. Aí começou a se desenvolver a região e atrair mais gente”. Hoje o movimento não para: restaurante, venda de frutos do mar e a beleza exuberante garantem o movimento. Conforme Helias, hoje a comunidade já conta também com boas opções de pousadas e hotéis. “O turismo é um jogo de quebra-cabeça, é preciso saber trabalhar com diferentes públicos”, afirma.

Passeios de barco

Nos finais de semana ou na

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temporada de verão não há como recusar um passeio de barco pelas ilhas da Baía Babitonga, às margens da Vila da Glória. A escuna Vô Preto, por exemplo, possibilita o passeio nas belezas das águas calmas, com parada no centro histórico de São Francisco do Sul para passeio e na Ilha das Flores para um refrescante mergulho.

Do dia 26 de dezembro ao Carnaval os passeios são diários, com saída às 9h e retorno às 14h30, no valor de 30 reais por pessoa. A escuna tem capacidade para 120 pessoas.

Contato com a natureza

André com sua mãe dona Ana Z. Backmeyer.

Além das belezas da Baía, nas proximidades da Vila da Glória também podemos encontrar cachoeiras, em meio à mata nativa. A cachoeira Casarão, por exemplo, recebe dezenas de visitantes, principal-


centro itapoaense, não chega a 20 quilômetros do Corpo de Bombeiros.

Horários de ferry boat

•Joinville – Vila da Glória De Joinville, a travessia inicia às 6h sentido Vila da Glória. Durante todo o dia a embarcação faz o percurso e não é preciso esperar muito: em cerca de uma hora ela está de volta e, durante a temporada de verão, pelo aumento de fluxo de veículos, a travessia é constante, bate-volta. O último horário é às 21h40, sentido Joinville.

mente no verão. Para recarregar as energias, a catraca gira com o pagamento de 5 reais e, em meio à natureza, são no máximo 10 minutos em um trilha com alguns degraus para se chegar ao santuário de água cristalina. De Itapoá, dois caminhos nos levam até lá: pela Vila da Glória e pela rota rural de Itapoá, seguindo a estrada geral do Saí Mirim. Esta segunda opção, mais próxima do

•São Francisco do Sul – Vila da Glória Para São Francisco do Sul a travessia inicia às 8h na Vila da Glória, mas os horários são mais espaçados. Além das 8h, sai às 10h, às 13h e às 15h para São Francisco. Já sentido Vila da Glória os horários são 9h, 11h, 14h e 16h. Mais informações pelos 47 3473-1223.

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ESPECIAL VILA DA GLÓRIA

A herança da colonização francesa Augusta Gern

A

lém do atrativo turístico e belezas naturais, a Vila da Glória também possui atrações históricas. Uma capela erguida em meados do século 19, construções antigas e histórias do Falanstério são algumas memórias que fazem parte da pacata rotina da comunidade, só que mais do que isso: a história está viva nas lembranças de Arthur Alves Ledoux, mais conhecido como Sr. Tusa. Ele nasceu, se criou e há 87 anos vive na Vila da Glória. Viu a energia elétrica chegar, os primeiros carros passarem e reserva uma tradição familiar curiosa. Seus bisavôs vieram da França por volta de 1842, chegaram à Vila por volta de 1850 e aqui criaram a família Ledoux: seu avô, pai, filhos e netos cresceram na comunidade. Conforme Arthur, a história da vinda dos seus bisavôs se perdeu com o tempo, o que sabe aprendeu com o primo interessado no assunto. Em 1842 um grupo de franceses veio para o Brasil com o objetivo de criar uma comunidade socialista, o conhecido Falanstério do Saí. Na época seu bisavô queria fugir com a bisavó e entraram na onda dessa viagem de navio, sem imaginar o que os esperava por aqui. A vinda não ocorreu por promessas por um futuro melhor,

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Arthur Alves Ledoux, mais conhecido como sr. Tusa. mas sim por amor: queriam se ca- conta. Naquele tempo a região sar mesmo sem a aprovação das era marcada por lavouras de café famílias. Arthur conta que os ante- e arroz. O que colhiam era para passados pararam no Rio de Janei- o próprio sustento e para vender ro e por volta de 1850 é que vieram em São Francisco do Sul, onde para a Vila, então surgiu a família. atravessavam com canoa a remo. “Conta a história que ele era um A comunidade tinha apenas cerca ótimo violinista e não tinha muito de 30 famílias, não existiam ruas, jeito para mexer na roça, então teve apenas caminhos. Arthur lembra que aprender muito por aqui”, fala que seu pai ajudou a construir o Arthur. primeiro campo de futebol e os baiE o trabalho na roça percorreu linhos aconteciam até nas próprias várias gerações. Depois do bisavô, residências. avô e pai, Arthur também foi criado Toda essa calmaria permanena roça. “Trabalhei um pouco com ceu por anos. Entre 1970 e 1980 pesca e depois fui embora por um é que foi construída a estrada entempo trabalhar em empresas, mas tre Itapoá e Vila da Glória, e água a roça sempre esteve presente”, e energia elétrica só chegaram em

1982. Arthur teve 11 filhos, a primeira faleceu com 20 dias, todos os outros cresceram nesta comunidade. Maria Izabel Ledoux, uma de suas filhas, lembra bem como era a infância: buscar água no poço, esquentar a água no fogão a lenha para tomar banho, as principais refeições eram com carne seca e peixe defumado, o leite vinha da vaca e picolé não tinha nem em pensamento. “A primeira televisão que tivemos eu tinha 15 anos, era a bateria e então o pai só ligava para assistir o jornal”, conta Maria Izabel. Porém, algumas coisas são marcas registradas na história: a Igreja, construída antes de Arthur nascer, e a atração pela boa culinária. Ele lembra que em 1970 já existia um restaurante de frutos do mar e quando a estrada foi aberta o movimento turístico começou lentamente. Segundo ele, a Vila como conhecemos hoje, com bom movimento turístico, só começou há oito anos. “Antes as coisas eram bem devagar por aqui”, afirma. Muitos dos filhos e netos não moram mais na comunidade, mas sempre que podem passam para dar um oi e matar a saudade da santa terra que os criou. De lá senhor Tusa não sai mais: com uma memória afiada e uma simpatia contagiante, ele afirma o seu amor pela Vila da Glória.



FELIZ NATAL

Por onde anda o bom velhinho Ele é a pessoa mais procurada nesta época. Com roupa vermelha, barba branca, um saco de presentes e muita simpatia o Papai Noel encanta o Natal de todos, mas você sabe por onde ele anda durante o resto do ano? Augusta Gern

O bom velhinho de Guaratuba

H

á 45 anos alegrando os natais de crianças e outras famílias, ele é famoso em Guaratuba. De forma voluntária, todos os anos sua rotina muda a partir do dia 5 de dezembro, quando deixa de ser Jorge Carlos Frogues e passa a ser o Papai Noel. Tudo é feito por ele: a arrecadação de balas, a organização das cinco roupas e o trajeto de visitas. Simpatia e muita disposição não faltam. O personagem surgiu em sua vida como uma herança. Na comunidade que vivia em Curitiba era comum a vizinhança se reunir para festejar o Natal e seu primo era o bom velhinho. Quando ele faleceu Jorge tinha 17 anos e, mesmo sem a barba branca, assumiu a ideia. “Eu fazia a barba com aquelas barbas que parecem dar em árvore e passava vagalume para deixa-la brilhante”, conta. O vagalume, que brilha no escuro, além de ser usado na barba era colocado em potes de vidro e servia de luminária. Nesta época o trenó era uma carroça com

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seis cavalos e a alegria reinava nas famílias da região. De Curitiba Jorge adotou Guaratuba como cidade do coração e o Papai Noel foi junto, já são 38 anos, sem falhar sequer um. Ele conta que sempre enfeitou o carro vermelho, mas neste ano está montando um trenó. Com a estrutura de um fusca, ele está reformando o veículo com as próprias mãos para deixar o Natal ainda mais mágico. Durante o ano ele trabalha na área de construção civil e é conhecido como o “rei da costela fogo de chão”. O Papai Noel, segundo ele, surge para

ajudar e alegrar a data de outras famílias. A preparação começa oito meses antes, quando deixa a barba crescer e, no mês das comemorações a descolore. Todo o mês de dezembro é corrido, mas na noite de Natal não para. Além de visitas voluntárias, muitos o chamam para a entrega de presentes nas residências. Neste ano já tem mais de dez casas fechadas, fora a visita aos hospitais. É tanta gente que é difícil a agenda acabar antes das 5 horas da manhã. E entre tantas visitas e sorrisos, também recebe muitos pe-

didos e cartinhas. A maioria das crianças pede brinquedos, mas muitos também emocionam: “tem criança que pede para o pai parar de brigar com a mãe, para os irmãos voltarem para a casa ou até para a saúde de pessoas desconhecidas”. Jorge se emociona ao se lembrar do bom coração dos meninos e meninas. Outra história que o faz brilhar os olhos aconteceu há três anos. “Eu estava passando em frente à capela mortuária e uma mulher me chamou chorando muito. Ela disse que sua mãe tinha falecido e tinha o sonho de conhecer o Papai Noel”, lembra. Sem negar um pedido, Jorge ficou cerca de uma hora ao lado da senhora e agradece por ter conseguido realizar um sonho, mesmo que depois da morte. Há muitos anos atrás também vivenciou o encontro de mãe e filho que não se viam há 20 anos. Histórias que só poderiam mesmo ser de Natal. Assim, aos 63 anos seu objetivo é continuar como o bom velhinho por muitos e muitos anos. Ele conta que na cidade existiam cinco deles, quatro já faleceram. “Preciso de um substituto, não para ser Papai Noel, mas para morrer no meu lugar quando chegar a hora”, brinca.


Noel de Itapoá estará todos os sábados do mês de dezembro na farmácia Farma Total.

Noel também está em Itapoá

Em Itapoá o bom velhinho também marca presença. A caracterização que há décadas era brincadeira se tornou rotina desde 2006 para Tadeu Alexandre. Ele já viajou para diferentes estados e trabalhou em shoppings centers e eventos como Noel e, como em 2004, neste ano estará em Itapoá. “Há dez anos eu fui Papai Noel pela primeira vez aqui na cidade, viajei bastante e hoje estou de volta”, conta. Segundo ele, é uma rotina cansativa. Quando viajava ficava até 52 dias longe de casa e o calor era grande com a roupa e a barba. Por falar em barba, ela é natural. Há

dez anos, depois de um problema de saúde, ele deixou de cortá-la e hoje só a mantêm. “Não é barato cuidar dela o ano inteiro para chegar bonita assim no Natal”, brinca. Para ele, ser Papai Noel é mágico: “É impressionante e não mexe só com as crianças, mas com jovens, adultos e até idosos”, afirma. Um momento marcante de sua história foi quando uma senhora de 94 anos correu para abraça-lo em Vitória, no Espírito Santo. “Ela disse que o sonho de toda a sua vida era abraçar o Papai Noel e fiquei muito feliz de encontra-la”, conta. Com 69 anos e muitas histórias de Natal, ele afirma que o pro-

blema de toda a história é apenas um: o comércio. “Se tirassem toda essa história de comércio e presentes do Papai Noel seria muito bom”. Segundo ele, muitas crianças acham que o bom velhinho só existe para dar presente, mas ele não dá e sim entrega. Ele já recebeu críticas de crianças e famílias por não ter levado o presente prometido pelos pais, então nunca se compromete, diz que “se Deus quiser ele vai ganhar”. Afinal, para ele, quem tem o Papai Noel no coração tem bondade e tem paz.

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Nivaldo Braga Filho, responsável pela empresa Sul Internet em Itapoá.

CÂMERAS NA CIDADE

A paisagem ao vivo dentro de casa Augusta Gern

N

ão é preciso mais sair de casa para ver como está a praia, pegar o noticiário para saber do movimento ou ligar para um conhecido para descobrir como está a estrada, tudo isso está disponível online e em tempo real. A empresa sul ao Vivo conta atualmente com 96 câmeras localizadas em pontos estratégicos e espalhados por 20 cidades dos estados do Paraná e Santa Catarina. Sete delas estão em Itapoá, uma em Guaratuba e quatro em Garuva. Conforme a empresa, este serviço de streaming online tem o objetivo de trazer informação de qualidade em tempo real para todos que quiserem acessar. “Permite que o internauta fique atualizado sobre o que acontece em sua cidade, na sua rua ou nas estradas, por

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exemplo. É possível saber como está o clima, o trânsito, qual a movimentação em determinado horário e local e tudo o que acontece em uma das 96 câmeras”, afirma a sul ao vivo. Em Itapoá as câmeras estão localizadas nos seguintes pontos: na Torre Itapoá, com vista para a Serra do Mar, na primeira, segunda e terceira pedra, na Avenida André Rodrigues de Freitas, na pista de skate e na Barra do Saí. Em Guaratuba o único ponto fica na Avenida Beira Mar. Já em Garuva, os quatro pontos mostram o percurso para as praias: o km 16 da BR 101, a Avenida Paraná no ponto do semáforo, o centro do município e o km 8 da rodovia SC 415. Conforme a empresa, as câmeras das três cidades juntas somam mais de 900 mil acessos. “Este número reflete bem a importância das imagens e o quanto a fa-

cilidade no acesso da informação pode ajudar as pessoas”, ressalta. Entre todas essas câmeras a de maior destaque no momento é a de Guaratuba, com mais de 130 mil acessos. Todas elas têm muito mais audiência no verão do que no inverno, não apenas pelas praias, mas também pelo movimento nas estradas de acesso. Conforme Nivaldo Braga Filho, responsável pela empresa em Itapoá, as câmeras no município estão instaladas há um pouco mais de um ano e já mostraram sua importância. “Fomos informados que as câmeras das três pedras, principalmente, estão auxiliando bastante o trabalho do Corpo de Bombeiros, que pode acompanhar o movimento dos banhistas e a atividade dos guarda-vidas de longe”, conta Nivaldo. A empresa também afirma

que recebe muitos comentários, elogios e sugestões no site e nas redes sociais. “A interação é muito importante para que possamos melhorar ainda mais o serviço. Além disso, em cada câmera há um texto descritivo falando sobre o local das imagens e trazendo informação de qualidade para os internautas”, ressalta. Além de acompanhar o movimento, com as câmeras também é possível fiscalizar ruas e espaços públicos em casa, tornando a informação muito mais fácil e próxima. De acordo com a Sul ao vivo, desta forma é possível que o usuário evite problemas com trânsito e tempo e, ainda, possa denunciar casos de crimes e violência que eventualmente encontre ao acompanhar as câmeras. Para ficar por dentro acesse: www.sulaovivo.com.br



FOTOGRAFIA

Itapoá no foco das lentes

Augusta Gern

Que Itapoá tem seus encantos não é segredo para ninguém. O misto de cores e formas naturais inspiram qualquer olhar nas suas paisagens e, mais do que isso, convidam diferentes lentes para registrar a beleza de cada segundo. Um amanhecer, uma onda, uma ave, um momento, não importa o que for: são esses registros que ficam marcados na história e compartilham o segundo a quem mais apreciar. Os grandes protagonistas aqui são os fotógrafos. São eles que captam o momento e o transformam em memória, são eles que ajudam a divulgar os municípios, mesmo sem querer, e principalmente que encantam outros olhares.

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C

De cima

omo se estivéssemos entre as nuvens é que apreciamos as imagens de Gilson César Abraão. Conhecido pelas fotos aéreas, suas imagens retratam mais do que a beleza da cidade, também suas mudanças e crescimento. Em diferentes ângulos e alturas, esta é uma ótima forma de conhecer Itapoá e outras cidades da região. Em Itapoá desde 2006, Gilson trabalha com fotos aéreas há qua-

se 20 anos. Tudo começou pelo interesse em fotos de natureza e, em Uberlândia iniciou os voos. Como nunca se deu bem com altura, no início tinha um fotógrafo contratado, mas na “marra” teve que conhecer como são as coisas lá em cima. “Eu tinha que entregar algumas fotos e meu fotógrafo não podia ir, então subi no avião e tomei gosto”, conta. Hoje são nove anos voando. Além de Itapoá, Gilson trabalha para toda a região de Paranaguá e Guaratuba, a região do Vale do

Itajaí e norte catarinense. Suas paisagens preferidas são as baías, tanto a Babitonga como a de Guaratuba. Em Itapoá, ao invés dos quilômetros de praia prefere o vale das cachoeiras, na parte interior do município. “Você consegue ver o degrade de tons dos morros e campos e logo em seguida está o mar”, conta. E lá do alto ele consegue observar o crescimento como ninguém. Conforme Gilson, é possível perceber a evolução a cada seis meses, principalmente na região do balneário Itapema do Norte. “Quem mora aqui não consegue imaginar o quanto está crescendo”, afirma. Segundo ele, a região entre o balneário Rainha e o loteamento Príncipe explodiu nos últimos anos. “Dizem que Itapoá será outra cidade daqui há 10 anos, mas eu aposto isso para cinco anos”, fala. Também é com suas fotos que conseguimos ter ideia do movimento na temporada. O colorido dos guarda-sóis preenchem as praias e afirmam a preferência dos turistas por algumas regiões. Quando o tempo está bom, são garantidos voos todos os dias entre o Natal e o dia 5 de janeiro.


Fotos mágicas

Outro estilo tem as fotos de Walter Mário Magno. Com o mesmo ângulo que temos ao passear na praia, ele capta momentos e detalhes de paisagens que fazem parte do nosso dia a dia, porém com um toque especial. Conforme ele, suas fotos são mágicas, contam com uma sensibilidade que só ele percebe. “O mágico na fotografia é olhar no momento certo e com a mente aberta”, afirma. Walter mora em Curitiba, mas desde 1986 frequenta Itapoá. É conhecido pelas antigas fotos nos shows do Mareia e hoje, pelas pa-

norâmicas. De um determinado ponto ele capta a paisagem aberta e, ao vê-la, nos sentimos no local registrado. As imagens são divulgadas em folders produzidos pelo próprio Walter, que também trabalha com comunicação visual. Para ele Itapoá tem um potencial fantástico para fotografia, pois a cada dia o visual ganha um brilho diferente e novo. “Sempre que eu caminho na praia com a câmera consigo perceber imagens diferentes”, afirma. Gosta de todos os cenários, mas é apaixonado pela terceira pedra, no balneário Itapema do Norte.

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Entre as ondas

A terceira pedra também é a paisagem preferida em Itapoá para Djavan Marcel Piscini, só que de um ponto diferente: dentro da água, entre as ondas é que ele faz os seus registros. Fotógrafo de surfe há oito anos, ele sempre gostou do esporte e de imagens, assim uniu o útil ao agradável. Tudo começou quando conheceu um fotógrafo em um dos campeonatos na Ilha do Mel – PR. Se

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interessou pelos aparelhos, buscou conhecimento e fez alguns cursos. Hoje é especializado em fotos aquáticas e trabalha profissionalmente para marcas de surfe. Para ele, os melhores pontos em Itapoá para este tipo de fotografia são a terceira pedra, a Barra do Saí e o Continental, picos de surfe. Na cidade ele fotografa campeonatos e amigos, mas geralmente está em outras praias da região. E mais do que a técnica e o olhar de fotógrafo, para esta atividade é preciso muita disposição: Djavan afirma que não é nada fácil passar a arrebentação à nado e com todos os equipamentos. Além da câmera, o pé de pato e um capacete para proteger a cabeça de batidas em pedras ou pranchas são peças fundamentais.

Entre os cantos

Além das belas paisagens ou esporte, outra área da fotografia que também tem destaque em Itapoá é a de aves. Com uma variedade de espécies que podem ser observadas no próprio quintal, algumas endêmicas e ameaçadas de extinção, a observação e fotografia de aves atrai gente do mundo inteiro. Reinaldo Sampaio Bexiga, morador de Itapoá, foi um dos atraídos. Como sempre gostou da natureza e tem muita afinidade com microscópio, foco e luminosidade, uniu o útil ao agradável. Em 2006 comprou uma câmera e começou a fotografar nas redondezas de sua casa. Hoje já são mais de 125 espécies de aves fotografadas. O conhecimento das espécies veio da observação e pura curiosidade, antes de começar a registrá-

-las não sabia muito sobre o assunto. Também não foi preciso muito esforço para garantir as imagens, com um baquete de frutas e pão molhado servido todos os dias, as aves o visitam sem cerimônia. Já registrou espécies até mais raras no quintal da própria casa: em uma noite uma coruja-orelhuda ficou intacta no alto da palmeira esperando as fotos enquanto segurava um rato, outro dia uma gralha-picaça passou o dia em sua janela. Reinaldo afirma que o potencial para esta área da fotografia é imenso, é só estar atento à natureza em sua volta. Ele sempre está com a câmera próxima e, qualquer novidade, registra. A sua foto preferida é da saíra-sapucaia, ave endêmica na região e com uma plumagem que sintoniza diferentes cores como uma pintura.


Entre os passeios

E todas as belezas de Itapoá também atraem fotógrafos de fora. Alfabile Santana, de Itajaí, é mais um exemplo da potencialidade e exuberância da cidade. Há três anos ele visita Itapoá afirma que o visual se destaca pela beleza das praias e variedade de aves que por aqui vivem: “tem tudo que você precisa para relaxar, contemplar e fotografar”. A fotografia sempre foi uma paixão e há um ano se tornou profissão. Seu trabalho é totalmente focado em paisagens e natureza, em Itapoá o ponto preferido é o balneário Itapema do Norte, na região

das três pedras. “Tenho um carinho profundo pelas fotos de longa exposição onde a câmera fica por segundos ou minutos registrando a cena e tudo o que se move na imagem é esmaecido”. Segundo ele, assim suas fotos em um efeito de movimento natural aplicado. Suas imagens já foram cobiçadas até fora do Brasil, e Itapoá entra na onda. Alfabile tem um bom acervo de belas imagens na cidade. O que mais gosta é acordar na madrugada, pegar a câmera e lentes, tripé e escolher um cenário para captar a hora em que o sol dá bom dia.

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APAIXONADOS POR ANIMAIS

No verão o cuidado deve ser dobrado Augusta Gern

A estação mais quente do ano chegou e trouxe junto um alerta: os cuidados com os cães e gatos devem ser dobrados nesta época. Diferente de nós, que controlamos a temperatura do nosso corpo através do suor, os cães só conseguem fazer isso através da respiração, assim, se forem submetidos a altas temperaturas poderão ter mais dificuldade para resfriar o corpo. Conforme as veterinárias Angela Gomes e Ivanilze Mesquita, ambas de Itapoá, as atitudes são simples e farão toda a diferença para o bem estar do seu companheiro. “Os animais precisam se adaptar com a nossa ajuda e pequenas alterações na rotina já garantem a saúde dos cães e gatos”, afirma Angela. Adote atitudes como:

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Cuide com o sol

Deixe seu animal em um local com sombra e arejado. Evite passear em horários em que a temperatura está elevada. Segundo Angela, nos últimos anos aumentou o número de casos de câncer de pele em cães e gatos, principalmente os de pele clara, albinos e aqueles com focinho e entorno dos olhos despigmentados. “A simples atitude de evitar o sol em horas mais quentes do dia e a aplicação de protetor solar favorece nosso bichinho”, afirma a veterinária. Além disso, é preciso ter cuidado com a areia e o asfalto quente, pois pode causar graves queimaduras nas patinhas dos animais.

Cuide com a água e comida

Não é indicado deixar a comida no pote o dia inteiro, dê apenas nas horas da refeição. Também, caso sobre comida ou ração em seu pote, jogue fora, não acumule para o próximo cardápio. Já a água, é necessário que seja trocada várias vezes ao dia, pelo menos de três a quatro vezes. Uma dica é colocar cubos de gelo no pote que vão derretendo ao longo do dia e deixando a água sempre fresca. Porém, Ivanilze ressalta: não é bom dar muito gelo diretamente ao animal pois, como nós, eles são sensíveis a infecções na garganta. Da mesma forma é importante tomar cuidado com o choque térmico do ar condicionado.

Cuide com banho e tosa

É fundamental tosar os peludos no verão e os banhos podem ser mais frequentes. Angela indica que esta é uma boa hora para avaliar o seu bichinho de estimação, observando se há picadas de mosquitos e pernilongos, geralmente em regiões sem pelo como a ponta do focinho, orelhas, ao redor dos olhos e abdômen. Também procure por ectoparasitas (pulgas e carrapatos) e note se há algum problema de pele. “Se houver ferimentos não deixa-lo exposto, pois atrai moscas que depositam suas larvas, levando ao quadro de miíase cutânea (bicheira) ou quando depositam em pele íntegra (berne)”, explica.


Quando for viajar

Quando for viajar não esqueça da hidratação e do alongamento tanto para o cão como para o dono, assim ele aproveita para urinar, defecar e já se hidrata. Angela aconselha uma parada a cada duas horas de viagem. “Uma boa dica é não alimentar demais um dia antes e no dia da viagem para evitar vômitos no carro”, acrescenta. Não esqueça o documento do animal, que é a carteirinha de vacinação em dia e o atestado médico do veterinário confirmando a saúde em ordem. Também não saia sem colocar o animalzinho no cinto de segurança apropriado ou a caixinha de transporte. Também nunca deixe o animal

dentro do carro parado ou em viagens longas, pois eles podem entrar em quadro de hipertermia (aumento da temperatura corpórea). Segundo Angela os sintomas de hipertemia são: boa aberta, inquietação, respiração ofegante e pode evoluir para vomito, edema pulmonar e até parada cardíaca. Agora, se você optar por deixar seu animal em casa não esqueça de chamar um cuidador de confiança que o alimente e troque água. Deixe-o em um ambiente seguro e agradável. “Uma dica é deixar brinquedos e ossinhos para cães. Lembre que o seu cão tem a mentalidade de uma criança de 4 anos e por esse motivo se comporta como tal”, fala Angela.

Nas festas de final de ano

Outro cuidado importante é em relação aos fogos de artifício das festas de final de ano. O barulho dos fogos desorienta e assusta os cães, por isso mantenha seu bichinho protegido nos momentos de fogos mais intensos. Ivanilze fala que o ideal seria ficar perto deles, mas coloca-lo em um ambiente aconchegante e deixar a televisão ligada já ajuda bastante. Segundo ela, existem medicamentos tranquilizantes, mas que só devem ser utilizados em casos extremos, pois podem dar efeito contrário ao desejado.

Adote um amigo

Que tal passar o Natal com um novo amigo? O Centro de Bem Estar Animal de Itapoá realizará feiras quinzenais durante o verão. Entre adultos e filhotes, todos estão vacinados e castrados! A próxima feira será no dia 27 de dezembro, das 10 às 17h, na Agropecuária Spezim. Depois ocorrerá a cada 15 dias, com local a confirmar.Nunca foi tão fácil encontrar um amigo! Acompanhe o facebook Centro de Bem Estar Animal de Itapoá e fique por dentro de todas as informações!

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‘‘Nossa Senhora do Bom Sucesso’’ A Imagem original de Nossa Senhora do Bom Sucesso foi introduzida no Altar Mor da Igreja Matriz Bicentenária de Guaratuba, Litoral do Paraná em 29 de abril de 1771 – data da fundação da cidade, trazida nos braços de seu fundador o Coronel Afonso Botelho de São Payo e Souza. Permaneceu no local até a data de 11 de abril de 1994, quando a Igreja foi arrombada durante a madrugada, e mãos sacrílegas surrupiaram-na de seu nicho, provocando nos devotos da Santa uma lamentável tristeza. A Imagem além de representar a veneração popular de Guaratuba à Mãe de Nosso Senhor Je-

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sus Cristo, é dotada de grande importância histórica, podendo-se afirmar que a mesma tenha sido um dos poucos e valiosos monumentos de nossa história que tenha resistido , até então a ação do tempo, a depredação ou a ganância de alguns. A Imagem não é apenas um patrimônio da Igreja Católica, mas de todos os cidadãos, independentes de seus credos ou posições sociais que ocupam. A pergunta que se fazia era: “Quem poderia ter cometido tal crime?” A resposta não foi com certeza alcançada até hoje, fato que levou um bom número de fiéis buscarem solução, procurando o Diretor da Revista Paraná em Página, Candido Chagas já falecido para interceder junto do Arcebispo de Curitiba Dom Pedro Fedalto , que imediatamente fez a indicação do artista e escultor Werner Thaler, residente na cidade catarinense de Treze Tilias para confeccionar uma nova imagem. O mesmo sob a orientação do avô austríaco esculpiu-a com

base em ampliações detalhadas das fotos que lhe foram entregues. A obra de arte foi então esculpida em madeira maciça, possuindo 1,40 metros de altura até sua coroa e pesando 70 quilos, segurando em um de seus braços o Menino Jesus, sobre um céu rodeado de seis Anjos Celestiais que se encontram a seus pés. A nova imagem chegou a Guaratuba no dia 22 de julho de 1995 e uma multidão a aguardava na travessia do Ferry Boat sendo levada em procissão até a Igreja Matriz e introduzida em seu nicho, aplaudida pelos fiéis devotos que emocionavam-se até as lágrimas. A Mãe do Bom Sucesso é festejada no dia 02 de fevereiro de cada ano. Em 2015 a festa da Padroeira tem início em 23 de janeiro no pátio da nova Igreja construída, reunindo turistas, moradores locais e ofertando atrações alusivas as festividades, tendo como ponto alto as novenas ,com a participação de toda comunidade da União Paroquial. Salve Nossa Senhora do Bom Sucesso!


DETECTORES DE METAL

Caçadores de tesouro em Itapoá Augusta Gern

S

ol, areia, ondas do mar e tesouro, sim, tesouro. Além do belo cenário das praias itapoaenses, a busca por tesouros também motiva a visita de algumas pessoas à praia. Se der sorte você encontra detectoristas de metais caminhando pela areia com um aparelho curioso em busca de objetos perdidos. O que parece tecnologia de países avançados também marca presença por aqui. A novidade chegou à cidade em 2012, junto com o empresário do ramo Denison Dutra Chaves. O que para ele era sonho e curiosidade de criança, tornou-se hobby e também profissão. Atualmente é o único revendedor dos aparelhos no sul do Brasil e tudo começou em Itapoá. Hoje já são alguns detectoristas na cidade. O objetivo de todo esse hobby é a aventura em buscar coisas perdidas e enterradas. Pode ser feito em qualquer lugar, basta ter metais para o aparelho sinalizar. Conforme Denison, geralmente percorre alguns trechos da praia e o que mais encontra são lacres de latinhas e

Denison Dutra Chaves moedas. De valioso, já encontrou um anel de ouro, mas os objetos mais curiosos foram ferramentas, talheres, cadeados e até uma roda de carro enterrada próximo à primeira pedra, no balneário Itapema do Norte. Mas como surgiu essa curiosidade? Denison conta que há 20 anos estava na casa de um amigo e viu o aparelho em uma revista de mecânica, ficou fascinado. “Sempre fiquei pensando no assunto, mas era muito inacessível”, conta. Em 2006 comprou um importado, mas no dia da retirada o dólar subiu consideravelmente e a mercadoria teve que voltar. Ele não desistiu e

em 2009 fez uma parceria com um amigo, compraram um usado dos Estados Unidos. A decepção foi quando perceberam o problema de logística para seu uso: não tinham carro e sempre dependiam de caronas para usá-lo. Assim, venderam no mesmo ano. O sonho só se tornou realidade realmente quando Itapoá se tornou o novo lar. Ao passar em um concurso público e com estabilidade financeira, o detector foi lembrado. Não satisfeito do hobby, tornou-se revendedor e hoje é sua principal profissão. Conforme ele há uma rede grande de detectoristas, que aumenta a cada ano. Fóruns em

redes sociais e até encontros. No último dia 23 de novembro Itapoá sediou o II Encontro de Detectoristas do Sul do Brasil. Além de Itapoá, Denison já garimpou em regiões de Guaratuba, Garuva, Balneário Camboriú e Florianópolis. Para auxiliar na busca, conta com mapas antigos, livros e até pesquisas em centros históricos. Mas tudo que encontra vira apenas recordação: nada é comercializado, Denison guarda todos os objetos. Leandro Halaiko Carvalho também é detectorista em Itapoá e guarda tudo que é encontra, o máximo é presentar amigos ou familiares com alguma lembrança encontrada. Há dois anos com o aparelho, ele afirma que comprou assim que viu a loja em Itapoá, afinal, era sonho de infância: “quando era pequeno vi um filme e me interessei, sempre tive vontade de ter um desses”. Conforme ele, a grande motivação é encontrar alguma coisa, ficar na curiosidade de saber o que é e cavar para encontrar. Os objetos de mais valor encontrados foram uma aliança e um relógio, mas nenhum passeio passa sem encontrar lacres de latinhas. “Aí já aproveitamos para juntar e dar o descarte correto”, afirma.

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Caminho do Peabiru

Documentos comprovam seu início na Babitonga. (parte II)

Dando seguimento aos pormenores sobre o fantástico Caminho de oito palmos de largura e cerca de cinco mil quilometros de extensão ligando a Baía de Babitonga ao Paraguai e Macchu Picchu no Peru, vale lembrar que o seu descobridor foi o ibero-catarinense Aleixo Garcia. Aleixo era marinheiro e participava da expedição comandada por Juan Dias de Solis em 1516. Após o desastre ocorrido na margem do Rio da Prata quando Solis e mais sete espanhóis foram mortos pelos índios Charruas, os remanescentes decidiram retornar à Espanha. Durante a viagem de volta, uma das caravelas com Aleixo Garcia a bordo naufragou ao tentar adentrar a baía da Ilha de Santa Catarina. (Florianópolis) Os sobreviventes do naufrágio se abrigaramentre os pacíficos índios Carijós da etnia Guarani aos quais interessava a proximidade com os espanhóis que tinham ferramentas para facilitar o plantioo e armas de fogo que os protegiam dos

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Trecho de acesso ao planalto. Ramal do Caminho do Peabiru. inimigos. A convivência harmoniosa cativou os indígenas a ponto de revelarem para Aleixo onde começava o ramal do Caminho do Peabiru e ainda o levaram até os contrafortes do Andes na região fronteiriça ao império Inca em 1524. Essa longa trilha, Imagem capa calçada em alguns tredo livro A saga de Aleixo Garcia. chos e margeada por uma grama preta especial que permitia a continuidade da caminhada mesmo sob forte cerração ou chuva, sem o risco

de perder-se, teve o seu início intencionalmente confundido. De acordo com o professor Raul O. Quandt, o livro Comentários de Pedro Hernandez mostra claramente a estratégia da Coroa espanhola em não revelar o local onde começava o ramal do Peabiru. Para tanto a Baía de São Francisco teve o seu nome alterado pelo autor para rio Itabocu. Acrescente-se ainda o fato de no passado denominarem de rio as baías. A estratégia era reforçada pela Lei do Sigilo. Assim para livrar-se da severa censura e ver a sua obra publicada, Hernandez atendeu ás exigências da Lei. Dessa forma os espanhóis garantiam a exclusividade da descoberta, pois sabiam que essa grande “avenida” conduzia a riquezas inexploradas, particularmente ouro e prata, decobertos com relatva facilidade pelos indígenas em razão da sua familiaridade com a natureza. Outro motivo que os levaram a dissimular está ligado ao fato de que o Caminho também conduzia à mina de prata de Potosi, na atual Bolivia. Pedro Hernandez foi o escrivão que em 1543 passou para o papel o relatório ditado pelo Adelantado Álvar Nunes Cabeza de Vaca, a conclusão da caminhada de 130 dias da Babitonga a Assunción e endereçado ao Rei de Espanha. Consta em algumas obras editadas no Brasil que Cabeza de Vaca teria iniciado sua longa caminhada pelo Peabiru rumo ao Paraguai, no ano de 1541, pela foz do Rio Itapocu, no município de Barra Velha, em Santa Catarina. Mostra o professor Raul, através de cálculos e com sua formação Geógrafo que os autores foram induzidos ao erro porque interpretaram apenas a primeira parte da frase contida no livro Comentários de Pedro Hernandez onde está escrito: “Por um rio arriba que dice Itabocu” e


Ramal do Caminho do Peabiru. Trecho não deram valor ao rest da frase que inclue a distância “que está em la punta da islã, a diciocho o vinte léguas del porto”. Essa segunda parte da frase derime toda e qualquer dúvida, pois na foz do rio Itapocu não existe ilha. E ainda, a distância entre a foz desse rio e a ponta Norte da Ilha de Santa Catarina (Florianópolis) é absolutamente inferior a dezoito láguas, e é claro muito menor que vinte láguas. (Uma légua=6.000m). Na análise completa do texto a conclusão é de que o “Rio Itabucu” a que se referiu Pedro Hernandez no seu livro Comentários é, na realidade, a Baía de Babitonga (nome atual). A ilha mencionada na mesma frase é, e só pode ser, a Ilha de São Francisco, cujas duas pontas, a do sul e a do norte se acha, aproximadamente, a dezoito e vinte láguas, respetivamente, da ponta norte da Ilha de Santa Catarina (Florianópolis). Outrossim o Documento intitulado Informacón, isto é, o Relatório de 1543 ditado pelo

próprio Álvar Nunes Cabeza de Vaca acabou por se constituir na principal fonte para elucidação do roteiro seguido por aquela expedição, na caminhada entre o litoral catarinense e as barrancas do Rio Paraguai. Nele, em momento algum, é citado o Rio Itabocu. Nesse documento oficial, o Adenlantando menciona sim, a Baía de Yatabuan como sendo o porto onde foram desembarcados da nau Santa Postinho - Garuva Luzia, os homens, cavalos, armas, munições, mantimentos e bagagens. Todas as indicações contidas no Informacion apontam para a baía de São Francisco que ele chamou de Ytabuan, nome repetido por seis vezes no relatório como porto de desembarque, não deixando nenhuma margem para dúvidas. Ytabuan é um topônimo preservado até os nossos dias em sua variante Itapoá, que é o atual nome do município situado no setor norte da terra firme. O manuscrito (relatório) intitulado Informacion hecha por el Gobernador del Rio de la Plata é um precioso documento de época que se encontra no Archivo General de Índias, em Sevilha, na Espanha. Associando o exaustivo trabalho de pesquisa do professor Raul O. Quandt aos relatos que ouvimos da Senhora Tereza Rosa do Nascimento, filha de escravos, na dácada de 70, acentuam-se as evidências do que a margem direita ou Norte da Baía da Babitonga, nela inclusa Itapoá, foi de grande valia para a América, pois

nela começava o importante ramal do Caminho do Peabiru conhecido em seu trecho inicial por Caminho de Ambrósios, Caminho de Três Barras, CAminho de Monte Crista e Caminho dos Jesuítas. Através dele foi introduzido o cavalo na América trazidos pelo grande veleiro transoceânico Santa Luzia na épica expedição de Cabeza de Vaca. Foram ao todo vinte e seis, e todos chegaram a Assunción. Em resumo, cabe ressaltar nessas incursões espanholas para tomar posse das terras e riqueza nelas existentes os pontos, a seguir: O estratégico cuidado para não revelar onde começava o ramal do Peabiru no lado Norte da Baía da Babitonga. A astúcia em cativar a confiança dos índios para obter informações importantes e a preciosa ajuda ds mulheres índias na produção de viveres e outras tarefas. A logísticaempregada por Cabeza de Vaca para garantir o êxito da expedição encaminhando uma parte por via terrestre, comandada por ele, e outr por mar. Os caminhantes, após 130 dias, chegaram a Assunción bem antes dos que foram navegando. Se você não leu e quer acompanhar o início dessa História acesse a página da revistagiropop no facebook, nos albums você encontra todas as edições na versão digital, escolha a edição 23, página 45.

Caminho do Peabiru

Ligação Terrestre da Babitonga com Paraguai (parte I)

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ARTESANATO

Feiras de artesanato aguardam você Dizem que a alma de uma cidade está em sua cultura, se for mesmo dessa forma, Itapoá e Guaratuba estão de parabéns quando o quesito é artesanato. É difícil listar a variedade de técnicas e materiais utilizados pelas diferentes mãos, que carregam histórias e muito amor pela arte. São centenas de artesãos que dedicam o seu dia a dia pela cultura local. Alguns expõem e comercializam nas próprias residências, outros participam das feiras ou casas de artesanato. Não importa onde e como: todos esbanjam criatividade. Tecido, madeira, conchas, couro de peixe, crochê, tear, feltro, EVA, MDF, penas e até reciclagem são apenas algumas das matérias primas utilizadas por esses artistas. Na hora de comprar um presente ou uma lembrança, procure e valorize a cultura local! Confira onde você pode encontrar o trabalho de alguns artesãos.

Em Itapoá

Além das próprias residências e bazar realizados por alguns artesãos, haverá feirinha de artesanato durante todo o verão! Conforme o Departamento Municipal de Cultura haverá feira na Avenida Beira Mar, no balneário Itapema do Norte, feira na Acopof, no balneário Pontal e estandes nos shoppings de verão.

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Feirinha da beira mar – balneário Itapema do Norte Inicia no dia 20 de dezembro e vai até o dia 4 de janeiro, diariamente. No dia 25 de dezembro não deve acontecer. Depois do dia 4, será realizada em todos os finais de semana, até o Carnaval, quando será realizada em todo o feriado: de 13 a 17 de fevereiro. As barraquinhas das feiras estarão dispostas ao longo do calçadão, nas proximidades do Hotel e Restaurante Pérola. Feirinha da Acopof – balneário Pontal A feirinha da Acopof conta com o apoio do Porto Itapoá e será realizada do dia 18 de dezembro a 1º de fevereiro, todos os dias. A feira abrirá às 9h e ficará aberta ao público até às 19h.

Em Guaratuba

Em Guaratuba o artesanato também marca presença. Serão duas feiras municipais e dois pontos da Casa do Artesão, da Associação de Artesãos de Guaratuba. Além disso, também é possível encontrar em shoppings de verão e nas residências de alguns artesãos.

Feirinha na Praça Central Na Praça Central, em frente à Igreja Matriz, a feira inicia no dia 13 de dezembro e acontece diariamente até o Carnaval. A exposição abre às 16h e segue até a meia noite. Conforme a organização, haverá mesmo com chuva: pirâmides foram locadas para proteger do sol e da chuva. Feirinha na beira da praia Próximo ao Morro do Cristo, a feirinha da praia também inicia no dia 13 de dezembro e vai até o Carnaval. Casa do Artesão – região central A Casa do Artesão, que também reúne diferentes artesanatos locais, está aberta o ano inteiro, das 9h às 12h e das 13h às 18h. No verão o horário poderá ser prolongado conforme o movimento. Caso do Artesão – Morro do Cristo Este ponto também está aberto o ano inteiro, no mesmo horário. No alto do morro, aos pés do Cristo, este ponto só comercializa materiais confeccionados com conchas, conforme a organização. Augusta Gern


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EMPREENDEDOR ITAPOÁ

Receitas de Dona Elza e o sucesso do restaurante Augusta Gern

A

s receitas são de família, os temperos todos escolhidos e feitos à mão e o sucesso já se tornou rotina. Com a casa cheia todos os dias é fácil descobrir o segredo do restaurante Dona Elza: qualidade. Tudo começou com Elza Marina Teixeira Machado e hoje é mantido por Claudio Luis Machado e Ana Paula Machado. Conforme Ana Paula, há 20 anos existe um restaurante no local e, desde 2007, tornou-se Dona Elza. Com a administração de sua sogra, não foi preciso muito tempo para o reconhecimento aparecer com clientes fiéis e o prato limpo. Ana afirma que Dona Elza sempre foi uma cozinheira de mão cheia e quem ensinou todos na cozinha do restaurante. “No início eu não sabia fazer nada, hoje é difícil fazer comida para poucas pessoas”, afirma Ana que, além do restaurante, trabalha como técnica de enfermagem no Pronto Atendimento 24 horas.

redes sociais contava que ela estava visitando Itapoá. Todo o cardápio servido no bufê vem de família. Dona Elza aprendeu a cozinhar com seus pais que tinham origem portuguesa. Assim, com gosto pela pimenta e outros temperos, teve que adequar as receitas para o gosto de todos. Na segunda-feira o cardápio varia, na terça é dia de massas, na quarta é feijoada, na quinta dobradinha, na sexta rabada e no sábado, feijoada mais uma vez. “Tivemos que repetir a feijoada porque a procura é muito grande”, afirma Ana. Além dos pratos prinO casal Claudio Luiz Machado e Ana Paula Machado e Dona Elza. cipais, o bufê sempre conta com três tipos de carne, vários O restaurante abre de segun- Conforme Ana, até a atriz Poliana acompanhamentos, salada fresda a sábado e tem uma freguesia Aleixo já passou por ali. “Ela pas- quinha e sobremesa. bem variada: moradores de dife- sou no caixa e não reconheci, mas Durante o ano é servido uma rentes balneários, de diferentes disse que ela tinha um rosto co- média de 150 almoços no restauidades e classes sociais batem nhecido. Ela foi simpática e sorriu, rante, fora as cerca de 100 marmio ponto para garantir o almoço mas não disse nada”, lembra. De- tas. Nas sextas e sábados o moviquentinho. Turistas e visitantes pois que a atriz saiu, funcionárias mento aumenta e, na temporada também sempre estão por ali. a identificaram na internet e, nas deve ser ainda maior.

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Ensaio Sabrina Speck.

Ensaio Paula Flores.

Casamento Angélica e Alan.

Casamento Bianca e Six E-session Sabrina e Saulo.

Casamento Simone e André

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Acompanhamento de Gestação Priscila - 4º mês

Acompanhamento de gestação 4º Mês Jéssica e Rogério



EMPREENDEDOR GUARATUBA

Saúde exige qualidadee confiança Augusta Gern

A

quela velha desculpa que é longe ou custa caro não pode ser dada quando o assunto é saúde, principalmente na realização de exames médicos em Guaratuba. Com imagens digitais, o Laboratório de Diagnóstico por Imagem – LAD é referência quando o assunto é qualidade e confiança. Com diferentes exames, está ampliando os serviços oferecidos com exclusividade na cidade. Tudo começou em 2011 com a radiologia odontológica. Conforme a Dra. Carolina M. Solak Rosa, formada em odontologia e especialista na área de radiologia, o laboratório surgiu pela necessidade do raio-X odontológico, ainda inexistente em Guaratuba. Assim, os primeiros procedimentos oferecidos foram a panorâmica e toda a documentação exigida para colocação de aparelho dentário. Carolina conta que com o tempo foi observado a demanda e necessidade por

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Dra. Carolina M. Solak Rosa imagens podem ser enviados tamoutros exames por imagem, assim bém de forma eletrônica. iniciou a área médica com raio-X e Para Carolina, a melhor notímamografia. A novidade agora é o cia ao longo dos três anos do lalaboratório de análises clínicas e boratório é a maior preocupação o eletrocardiograma, que também da própria comunidade à saúde. estarão acessíveis na cidade. Segundo ela, a cada ano as pesAté então todos esses exames soas estão procurando se cuidar tinham que ser realizados em oumais, principalmente as mulheres tros municípios, a maioria na cidaquanto ao exame de mamografia. de de Paranaguá – PR. Hoje, além Este exame serve para visualizar a da comodidade e praticidade, o laregião interna das mamas e deve boratório garante qualidade como ser realizado em todas as mulheo único da região com imagem res com idade igual ou superior a digital. Todos os resultados ficam 40 anos, todos os anos. Conforme prontos em poucos dias e o laudo e

a doutora, não há dúvidas de que a prevenção e o diagnóstico precoce são as melhores saídas para o câncer de mama. Uma pesquisa divulgada no início de dezembro confirma: o Brasil aumentou a sobrevida de pacientes diagnosticadas com a doença e o diagnóstico precoce e tratamento eficaz são os principais avanços do país. Para os próximos anos novos exames devem ser incluídos. Para 2015 está previsto a inserção da ultrassonografia e, mais para frente, também a tomografia. Além disso, Carolina fala que convênios com planos de saúde estão sendo estudados.


Jamaica, a charmosa ilha caribenha

A

referência reggae é inevitável. Difícil mesmo é desembarcar na Jamaica sem o ritmo e os trejeitos provocados pelo tom e pelo som reggae de Bob Marley. Muito rum e rastafári também fazem parte deste contexto. O reggae é um capítulo à parte. Ritmo conhecido pelo mundo todo, sinônimo de paz, uma síntese melódica e rítmica, poema simples mistura ideias de liberdade, romance e certa religiosidade. Portanto, por entre os sons de “ I wanna love you” e “ A lalala long” de Bob Marley vai-se admirando o que a Jamaica tem e posso dizer, tem tudo e mais um

pouco! São belas construções, cuja arquitetura remonta o período da colonização inglesa. Localizado bem no meio do mar caribenho, onde o mar é mais turquesa e as areias muito mais brancas. Vale muito a pena conhecer a Jamaica e ficar deslizando pela brisa agradável e convivendo com aquele povo alegre, que transmite paz e muito reggae por todos os lados. A Jamaica já foi uma das grandes exportadoras de açúcar e rum para o continente europeu e palco de uma história dolorosa, de movimentos violentos, como também,de intensa vida cultural. Foi na

Jamaica que surgiu o movimento rastafári e o reggae, que se espalhou pelo mundo todo. Apesar de tantas transformações, a herança inglesa e espanhola se encontram no humor do povo jamaicano, sob o ditado “ Jamaica, no problem”. Toda a costa jamaicana é pontuada por praias de areia branca, águas azuis esverdeadas e muitos recifes de corais entremeados por mega resorts que acolhem turistas do mundo todo, principalmente americanos. A praia de Montego Bay é a mais procurada pelos americanos. Ocho Rios é outra praia muito visitada, principalmente para quem tem crianças e pode curtir mergulhos em mar calmo. Na capital, Kingston, conheça a casa de Bob Marley e o Museu Bob Marley, com certeza, um grande ponto histórico e se tiver tempo de sobra visite as famosas Blue Mountains, onde é produzido um dos cafés mais saborosos do mundo. Passeie por entre palmeiras em Treasure Beach, aprecie o artesanato típico e colorido da localidade. Como a Jamaica oferece muitas e variadas opções de passeios, quer seja, a beira mar ou nas florestas é interessante desfrutar esse paraíso por mais tempo, ou seja, ficar num belo resort por uma semana para que se possa admirar todas as belezas naturais e o fantástico pôr do sol.

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Fabiane Brisola da Mota e Gilmar Braga Crepaldi

Oscar Cassarotti Neto e César Correa.

A cegonha está quase chegando. Que o digam os papais, Binho e Rosangela. A ansiedade é muita...

O arquiteto Fabiano Lima com sua esposa, Rafaela da Besen imóveis também estiveram presentes na noite portuguesa do Rotary Clube de Itapoá...

Sergio e sua esposa, Anne Mary Nichele durante a Bacalhausada do Rotary Clube de Itapoá.

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Amarildo e Luciana Zagonel com o casal de amigos, Jaqueline e Marcelo e a pequena Mariani curtindo uns fados e umas danças folcóricas portuguesas na noite portuguesa do Rotary.

Andre Gomes, Jessica Lemonie, Manu Silva, Karina Cristina, Andressa Correa e Daruis Henrique, turma do terceiro ano do Nereu Ramos, decidiram vender mudas de árvores para poderem pagar as despesas de uma viagem.

As três mosqueteiras sempre juntas. Nilceia, Cleide, da Cleide Imóveis e Bia da Bia Imóveis no Rancho da Tia Cida.

Marilene Cruz e João Francisco, donos de Sabores Únicos, o tradicional sabor português em Curitiba.

Alexandre Kunz Júnior com a tia Clara, na Escola Novo Espaço em Guaratuba, desejam a todos um Feliz Natal e um ano Novo repleto de realizações.

Parceria que deu certo, Sedenir Kaufmann, Edson Luis Broenstrup, ‘Casca’, Selvenir Kaufmann e Claudio Kessler Junior.




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