EDITORIAL Neste mês as cidades estão em festa. Por coincidência ou não, Itapoá e Guaratuba comemoram aniversário com poucos dias de diferença. Do lado catarinense do Rio Saí-Guaçu são 27 anos de emancipação política no dia 26, já do lado paranaense, são 245 anos no dia 29. A diferença de idade não é pouca, mas as afinidades dos dois municípios vão além de boas histórias ou praias com o mesmo nome. No coração das cidades, onde estão os moradores que vivem e escrevem suas histórias, o que não faltam são boas ações. Sozinhos ou por meio de associações, itapoaenses e guaratubanos mostram como é fácil, positivo e gratificante colaborar para o desenvolvimento das cidades. Assim, neste ano, nossa festa é diferente: conhecemos pequenas causas e grandes projetos que contribuem com a educação, cultura, esporte, desenvolvimento e meio ambiente durante o ano inteiro, não apenas em datas festivas. Ao longo dos 12 meses do ano, pessoas, projetos e associações fazem a diferença e não poderiam passar despercebidos. Neste ano, neste mês festivo, convidamos você para entrar nesta festa de boas ações. Conheça e comece a fazer sua parte. Pequenas ações podem fazer grandes diferenças, principalmente quando o objetivo é o bem de toda a cidade. Além de parabenizar a todos que fazem a diferença, aproveitamos para agradecer a confiança e colaboração ao nosso trabalho, afinal, é sempre bom comemorar em grande estilo. Que venham novas comemorações, novas histórias e novas boas ações. Sejam bem-vindos à nossa festa!
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Índice
Esporte - Corredoras se unem para dividir idéias e passos 10 Esporte - O surfe como instrumento da educação 12 Giropop na Escola - Projeto ensina Libras para todos 16 Internet - Portal Itapoá, a primeira mídia online do município 20 Giroteca - A importância da biblioteca na formação cidadã e cultural 24 Esporte - Amanda Paes representa Guaratuba 26 em evento-teste para as Olimpíadas Rio 2016 Empreendedor - Veterinária São Camilo 30 Cultura - Desperte o talento que há dentro de você 32 Apaixonados por animais - Do abandono à adoção: 34 Uma família que faz a diferença Empreendedor - Maringá 1,99 37 Arte - Cores, linhas e ondas: A paixão pelo surfe em obras de arte 38 Músico - O homem-banda e seus amigos imaginários 40
ITAPOÁ | Esporte
Corredores se unem para dividir ideias e passos Ana Beatriz
No mês de aniversário de Itapoá e Guaratuba, a Revista Giropop enaltece projetos, ideias e iniciativas que fazem a diferença e que contribuem para a construção da cidadania e de oportunidades nos municípios, criando assim, uma perspectiva de futuro melhor. Neste contexto, a prática esportiva produz uma série de valores na cidade de Itapoá, como acredita a Associação de Corredores de Itapoá – ACORI.
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uem ouve falar da ACORI e da mudança significativa do esporte na vida de seus integrantes não imagina que a associação existe há menos de um ano. Tudo começou em julho de 2015, através de três amigos, mas foi no
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Daniel Weber, presidente da Câmara de Vereadores de Itapoá Daniel Weber, entrega homenagem ao presidente da Acori Carlos Roberto Coelho, acompanhado de outros membros da Associação, Mahara, Telma, Ketllin, Oneide, José Bernardo e João Teta.
mês de setembro que o grupo se oficializou como associação. De acordo com o presidente Carlos Roberto Coelho, a ideia surgiu da necessidade de uma associação para representar e apoiar os corredores do município. “Notamos que algumas pessoas corriam sozinhas pelas
ruas de Itapoá. Então, nos unimos para disseminar a corrida no município, apoiando os atletas que já têm a prática de correr, além das pessoas que querem começar a praticar”, explica. A principal dificuldade enfrentada pelos corredores foi a burocracia necessária para que
o grupo se tornasse uma associação. A secretária Ketllin Zeni conta que essa formalização foi cansativa, mas vencida através da união entre os participantes. “A maioria de nós tinha pouca ou nenhuma experiência de quais eram os deveres de uma associação. Muitas informações tiveram
Vereadores sugeriram incluir a Runfolia no calendário oficial de eventos do município. que ser pesquisadas na internet e, juntos, aprendemos”, conta a secretária. Atualmente, a diretoria da ACORI é formada por dez integrantes, entre eles, presidente, secretária, tesoureira, diretor esportivo, diretor de marketing, conselheiros fiscais e suplentes do conselho fiscal. Com todos os requisitos legais, as reuniões da equipe passaram a ser registradas em ata, além de serem realizados ofícios, projetos, croquis e afins. Foi através da divulgação nas redes sociais que muitos corredores do município tiveram conhecimento da associação, como
aconteceu com Mahara Hermógenes. “Soube da associação através do Facebook e resolvi ir a uma de suas reuniões. Foi uma experiência muito bacana, porque a maioria das pessoas não se conhecia e hoje somos grandes amigos”, diz Mahara. Além das redes sociais para divulgação externa, os associados à ACORI também foram inseridos em um grupo no WhatsApp, onde passou a acontecer a troca de informações entre os companheiros de exercício, como uma sugestão para a compra de um tênis, uma dica para melhorar o desempenho ou a melhor corrida para se inscrever. No entan-
to, além do benefício próprio, os “acorianos” – como são chamados os integrantes da associação – pensaram uma forma de ajudar a comunidade, inspirando saúde e qualidade de vida, e disseminando a prática da corrida entre os moradores de Itapoá. Em menos de um ano, a Associação dos Corredores de Itapoá já realizou dois eventos, contribuindo para a adesão da cidade ao esporte. A primeira corrida aconteceu em parceria com a Prefeitura Municipal de Itapoá, no feriado de 7 de setembro de 2015. Já no dia 6 de março deste ano, a associação organizou seu primeiro evento independente, a
1ª Runfolia – Corrida de Rua de Carnaval, evento que superou as expectativas dos atletas e dos prestigiantes. Como reconhecimento do trabalho realizado, a associação recebeu Moção de Aplausos da Câmara dos Vereadores de Itapoá, e os vereadores também sugeriram incluir a Runfolia no calendário oficial de eventos do município. Os trabalhos realizados pela ACORI também foram fundamentais para que o município de Itapoá fosse incluído no Circuito Catarinense de Corridas de Rua. Para Oneide Urso, conselheira fiscal da associação, a cidade
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vive um momento de mudança cultural. “Apesar de ainda haver certa resistência, a corrida vem ganhando visibilidade em Itapoá. A população está cada vez mais habituada a ver pessoas correndo, caminhando e praticando outras atividades físicas regularmente, o que traz inúmeros benefícios para a sociedade, como disciplina, respeito ao próximo, ética e inclusão social”, explica Oneide. Visando a integração, os corredores também se envolvem em causas além do esporte, como mutirões de limpeza das praias, campanhas Outubro Rosa, Novembro Azul e Contra a Dengue, do Posto de Saúde de Itapoá, e o Natal Solidário, em parceria com a Rádio Itapoá FM 87,9. Durante a Runfolia, os acorianos também trabalharam em parceria com a Associação dos Artesões de Itapoá, que expuseram seus artesanatos no evento. Além dos associados, a ACORI possui amigos e simpatizantes, corredores que residem em outras cidades ou não têm tempo disponível, mas participam e colaboram esporadicamente com a associação. Atualmente, são cerca de 30 associados e 50 amigos da associação. Entre eles, estão homens e mulheres, de faixa etária diversificada: Larissa Crisanto Benkendorf, de 13 anos, é a acoriana mais jovem, e o senhor João Tetar, de 61, o mais velho.
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O radialista Marcelinho Mardegan com integrantes da Acori.
Mais que um esporte entre amigos, a corrida também é um hábito comum entre familiares. O suplente de conselho fiscal da associação, Erivelton Crisanto Benkendorf, corre e participa de eventos junto de sua esposa e dos três filhos adolescentes. “Acredito que incentivar os jovens a praticar um esporte é muito importante, pois ele atua como solução para pequenos problemas da sociedade, como combate às drogas, à violência, prevenção de doenças, fuga do sedentarismo e ociosidade”, explica Erivelton. Cada um dos membros da associação teve sua história de vida mudada após o hábito de correr, e José Bernardo de Camargo, mais conhecido por Seu
Zé, de 60 anos, é um deles. Ele corre há quatro anos e já possui mais de 30 troféus entre o 1º e o 5º lugar de participações em corridas, maratonas e desafios pelo Brasil afora. Para Seu Zé, o esporte também foi um grande aliado para largar o vício do cigarro. “Notei que minha performance com a corrida melhorava à medida em que reduzia o consumo de cigarro. Hoje, substitui o prazer em fumar pelo prazer em correr”, afirma. O acoriano Carlos também renovou seus hábitos através da corrida. “Eu costumava beber e fumar com frequência, era totalmente sedentário e nunca havia praticado um esporte. Comecei a correr há cinco anos com o intuito de perder peso. Desde então,
além de emagrecer, passei a ter mais disposição, dormir melhor, ter sensação de bem-estar e adotar hábitos mais saudáveis”, conta. Em grupo, os corredores contam que o principal ganho é a amizade. “Através da atividade física, conhecemos pessoas diferentes e com o mesmo estilo de vida, com quem podemos dividir nossas ideias e nossos passos”, diz Oneide. Motivação para treinar, flexibilidade dos horários, comprometimento para aderir e permanecer na atividade, companhia e segurança são outras vantagens apontadas pelos acorianos. “Acompanhados, podemos aprender mais sobre como os outros treinam, sermos fontes de inspiração para fazermos algo de diferente a arriscarmos ir mais longe”, comenta Ketllin. E, assim como os perfis e as histórias dos acorianos, suas preferências também são distintas. Quando a pergunta é qual o melhor lugar para correr, Oneide prefere a praia, Seu Zé prefere o asfalto e, Ketllin, o mato. A acoriana Mahara gosta de intercalar as opções, já Carlos, tem o costume de dar um mergulho ao fim de suas corridas. Porém, independente disso, todos têm um pensamento em comum: Praticar esporte ao ar livre é uma opção saudável, econômica e, especialmente em Itapoá, é também compensadora, graças às
A 1ª Runfolia – Corrida de Rua de Carnaval, superou as expectativas dos atletas e dos prestigiantes.
belezas naturais do município. A ACORI é aberta a qualquer itapoaense que compartilhe a paixão pela corrida. A inscrição é gratuita e para se tornar um associado basta preencher a ficha de inscrição disponibilizada pelos membros da diretoria, munido de cópias do comprovante de residência, CPF, identidade, foto 3x4 e atestado médico de saúde, autorizando a participação em corridas. Ao contrário do que muitos pensam, a associação não é restrita aos corredores. “Muitos têm receio de participar porque ainda não correm, apenas caminham, mas nós também iniciamos desta forma. Intercalar caminhada
e corrida, de forma gradativa, é ideal para quem está começando”, explica Mahara, que corre há um ano e já se diz contaminada por este “vício do bem”. Na associação, existem corredores de todos os gostos e níveis, dispostos a ajudar e acompanhar aqueles que desejam iniciar na corrida. O diretor esportivo da ACORI Alan Rezende da Silva, profissional formado em Educação Física, ressalta que, antes de colocar os pés na estrada, é necessário passar por uma avaliação médica – esta pode ser realizada gratuitamente nos postos de saúde. Ele conta que também é muito importante respeitar seus limites, prestar
atenção no seu corpo e executar a atividade física de maneira consciente. Em breve, a ACORI deseja criar a Maratoninha, evento de corrida voltado ao público infantil, e desenvolver o projeto Medida Certa, conciliando o esporte com o acompanhamento de profissionais, objetivando melhores resultados. “Para por em prática este projeto, estamos à procura de profissionais das áreas de nutrição, fisioterapia e educação física, dispostos a formar uma assessoria esportiva”, diz Ketllin. Além de profissionais, os acorianos também buscam empresas patrocinadoras, que venham apoiar os trabalhos rea-
lizados no município. Os planos futuros da Associação de Corredores de Itapoá incluem inserir, cada vez mais, a comunidade no esporte, através de ações, projetos, eventos e parcerias. “Ajudar um companheiro, desafiar nossos limites e superar obstáculos são alguns dos acontecimentos vivenciados durante a prática esportiva em grupo. E, nós, da associação, convidamos todos os munícipes para correr com a gente”, diz Carlos, presidente da associação. Para os acorianos, a sociabilidade da corrida, ou seja, a troca de vivências, é capaz de enriquecer nossas vidas e nos fazer enxergar para além de nós mesmos.
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GUARATUBA | Esporte
O surfe como instrumento da educação: Uma experiência que vai além das ondas
Ana Beatriz
No mês de abril, dia 29, Guaratuba também está em festa. Para comemorar, a Revista Giropop conta histórias diferentes, que carregam um objetivo em comum: A perspectiva de um futuro melhor. Através do projeto social da escolinha de surfe, a Associação de Surf de Guaratuba (ASG) busca promover a integração comunitária de crianças e adolescentes, despertando sua consciência social e ecológica. O presidente da associação, Marcio Odevagen, ressalta que o esporte vai muito além das ondas e oferece inúmeras contribuições como instrumento da educação.
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Membros da Associação de Surf de Guaratuba: O professor Alexandre Queiroz, o presidente Marcio Odevagen e o vice-presidente Carlos Eduardo Nascimento.
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atural de Joinville-SC, Marcio reside no litoral paranaense desde os seis anos de idade. Fazendo da praia o seu quintal, a paixão pelo surfe começou cedo: “Sempre achei um esporte incrível, principalmente porque se pratica junto à nature-
za”. Aos nove anos, aprendeu a surfar sozinho com uma prancha de isopor e, logo aos 12 anos, foi campeão na categoria iniciantes. A partir daí, competiu e obteve bons resultados em diversas categorias, como mirim, junior, open, longboard e profissional. Hoje, aos 41 anos, Marcio é pentacampeão paranaense de surfe
e acredita no esporte como uma filosofia de vida. O pontapé inicial para as ações realizadas se deu em 2000, quando ele e os amigos Paulo Reis “Dodô” e Rosani Kruger notaram que, em outras cidades, crianças e adolescentes já estavam inseridos no esporte, e decidiram fazer o mesmo em Guaratuba. “Sentimos a necessidade de trazer a criançada para o surfe e deixar o esporte como um legado para as gerações futuras e, então, criamos a Escolinha de Surf de Guaratuba”, conta Marcio. O trabalho entre amigos durou cerca de dois anos, até que Dodô e Rosani se engajaram em outros projetos. No começo, a escolinha funcionava durante os três meses de temporada, oferecendo apenas aulas particulares de surfe. Anos depois, ele notou que crianças da cidade também demonstravam interesse pelas aulas. “Nosso trabalho passou a ganhar visibilidade entre os turistas, durante a temporada, e com os guaratu-
A escolinha de surfe além de aulas particulares, oferece aulas gratuitas em um projeto social para as crianças da cidade. banos não foi diferente. Crianças de todas as idades, classes sociais e regiões passaram a nos procurar, desejando aprender a surfar”, recorda. Em 2006, foi criada a Associação de Surf de Guaratuba (ASG), onde Marcio se mantém como presidente desde sua fundação. A escolinha de surfe passou, então, a fazer parte dos programas realizados pela associação, oferecendo, além de aulas particulares, aulas gratuitas em um projeto social para as crianças da cidade. A primeira parceria surgiu entre a associação e a Unidade Social Marcílio Dias, com apoio da Prefeitura Municipal de Guaratuba. Na unidade, são atendidas crianças e adolescentes ca-
rentes de 7 a 15 anos de idade, no contra turno da escola. Em 2008, além de atividades como futebol, pintura, coral e dança, os alunos da unidade tiveram a oportunidade de realizar também aulas de surfe. De acordo com o presidente da ASG, as crianças demonstraram interesse pelo esporte e um bom desempenho sobre a prancha. “Eles gostaram bastante e foram muito bem nas aulas, alguns até pareciam que nasceram para isso. Foi muito importante tirá-los um pouco daquela realidade em que vivem, fazendo uma coisa diferente”, diz. As aulas de surfe foram sucesso entre as crianças da Unidade Social Marcílio Dias e, aproveitando a oportunidade, a equipe pedagó-
gica passou a oferecer a atividade através do merecimento, estimulando disciplina e boas notas dos alunos. A ideia foi boa e os resultados foram positivos. “Toda a equipe constatou evoluções no comportamento e no boletim das crianças, que se dedicaram ao máximo e passaram a obter notas máximas, empolgadas e ansiosas para surfar”, fala Marcio. Dentro de cinco meses, todas as crianças da unidade se mostraram aptas e participaram das aulas de surfe. A parceria entre a unidade e a associação durou cerca de cinco anos, mas a os instrutores de surfe ressaltam que os resultados são cada vez mais visíveis, pois muitas crianças que passaram pela escolinha
continuam surfando, e muitas se revelaram como talentos no esporte. Atualmente, a escola de surfe se divide entre os projetos sociais e as aulas particulares. “Durante o verão, trabalhamos simultaneamente, destinando as segundas e terças-feiras para os projetos, e o restante da semana para as aulas particulares. Já durante o inverno, conduzimos apenas os trabalhos voluntários, em parceria com escolas e instituições da cidade”, explica Marcio. Formando a equipe da ASG e Escolinha de Surf de Guaratuba, estão instrutores, atletas profissionais e um profissional formado em Educação Física, o professor Alexandre Queiroz.
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A Escolinha de Surf de Guaratuba é um dos projetos da Associação de Surf de Guaratuba (ASG).
“O surfe tem contribuído para o desenvolvimento de crianças e adolescentes, agregando aspectos físicos, motores, psíquicos e sociais”, explica o professor. De acordo com Alexandre, estimular esta faixa etária a um estilo de vida ativo ajuda a prevenir doenças, promove o bem-estar e melhora a qualidade de vida. No contexto de aprendizagem, o surfe ainda se revela como um esporte para todas as idades. O instrutor de surfe e vice-presidente da ASG Carlos Eduardo Nascimento conta que crianças de três anos até idosos de 80 desejam aprender o esporte, e o melhor: Todos conseguem. “A cada verão, a escolinha de surfe está mais cheia e procurada, não só pelos pequenos, mas por pessoas mais velhas que não tiveram oportunidade de apro-
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veitar na juventude e hoje têm condição e tempo para realizar o sonho de surfar”, explica Carlos Eduardo. Neste mês de abril, a escolinha de surfe da ASG realizará seu próximo trabalho voluntário. Desta vez, a parceria será com a Creche Recanto Paulo VI, e o projeto contará com o apoio da Prefeitura Municipal de Guaratuba e da Loja Sea Spy. Os instrutores atenderão 102 crianças da creche, na faixa etária de dois a quatro anos de idade. Quando a aula é direcionada para os menores, Marcio explica que o foco é que a criança perceba o quanto pode ser divertido se exercitar na praia, aprenda a respeitar o mar e ainda tenha algumas lições sobre educação ecológica. “Durante a aula conversamos com os alunos sobre a
importância de preservar a natureza e também damos noções de segurança no mar, explicando o que é uma correnteza, por exemplo, e porque não devemos ficar perto delas”, conta o presidente da associação. Desde sua fundação, a escola de surfe está localizada em frente à Amapar (Associação dos Magistrados do Paraná), na Praia Central de Guaratuba. As aulas duram cerca de uma hora e são divididas em duas partes: Primeiro, a parte teórica, onde são passadas orientações e é realizado o aquecimento; em seguida, a aula prática, onde o aluno desenvolve o equilíbrio e treina sobre uma prancha de softboard – especial para aprendizagem com segurança, pois é feita com material macio e quilhas flexíveis. Com 16 anos de existência,
a Escolinha de Surf de Guaratuba formou mais de dez mil alunos, de várias idades e regiões. Quatro ações norteiam a participação da ASG na comunidade, são elas: A escolinha de surfe, os campeonatos de surfe, a limpeza das praias e da baía de Guaratuba, e a campanha para a preservação da restinga. “Nossa proposta é repensar a prática do surfe, não só como simples equilíbrio em uma prancha. E sim, transformá-lo em uma atividade de lazer, formadora de campeões, atletas e pessoas conscientes da importância de ajudar a sociedade, com grande consciência ecológica”, explica Marcio. Além dos inúmeros benefícios, os instrutores acreditam no surfe como promotor de preservação ambiental. “Este é um esporte capaz de dar um pouco
O surfe como consciência ecológica: A ASG também realiza mutirões de limpeza das praias e uma campanha de preservação da restinga.
mais de consciência, de se sentir mais responsável e ajudar na formação de uma sociedade mais conectada à natureza e, assim, servir como exemplo aos demais”, diz Carlos Eduardo. Compartilhando dessa mesma linha de pensamento, membros da associação desenvolvem projetos para preservar as praias, a restinga (vegetação rasteira típica da orla marítima) e a baía de Guaratuba. O projeto Restinga e Dunas, idealizado pela associação com apoio da prefeitura, prevê o isolamento e a proteção das áreas de restinga do litoral paranaense. “Nossa função enquanto associação é a recuperação, preservação, orientação às pessoas e fiscalização da área em que cuidamos”, diz Marcio. Este trabalho voluntário é desenvolvido
pela ASG desde 2007 e a ação tem obtido resultados positivos, tanto para o esporte, como para a causa ambiental. Segundo Marcio, a ideia é evitar que os carros utilizem a Área de Preservação Permanente como estacionamento e que as pessoas danifiquem a vegetação fixadora de dunas. A ação já garantiu o isolamento do trecho desde a Praia de Caieiras até a Barra do Saí, feito por meio de postes de madeira, incluindo a colocação de lixeiras e cerca de 300 placas informativas que explicam o que é restinga e qual a sua importância. A ASG organiza, ainda, dois mutirões para a limpeza das praias e da baía de Guaratuba, por ano. Durante esta ação, mais de 200 pessoas percorrem quilômetros para recolher diversos tipos de resíduos, com garrafas
pet, sacolas plásticas e bitucas de cigarro. Ao fim da coleta de lixo, os voluntários recebem kits com materiais alusivos à conscientização ambiental. O presidente da associação enfatiza que, além dos próprios surfistas, moradores e veranistas também abraçam a causa e participam das ações ambientais, provando que todos podem ser fiscalizadores e fazer sua parte por Guaratuba. Os planos futuros da associação incluem reestruturar novos e antigos projetos, além de fortalecer a importância do esporte para a sociedade. “É gratificante ver o sorriso no rosto das crianças quando ficam em cima de uma prancha. Mostramos a elas que o sonho pode ser realizado, sim. Mas ainda temos muito a fazer”, diz Marcio.
A equipe da Associação de Surf de Guaratuba deseja que o projeto social da escola de surfe se torne municipal, atuando em todas as instituições de Guaratuba. Para Marcio, Carlos Eduardo, Alexandre e toda a ASG, a experiência do surfe vai muito além das ondas e da visão do mar para a terra, mas pode servir como instrumento de educação, atuando favoravelmente na integração comunitária de crianças e adolescentes, despertando sua responsabilidade com a ecologia e influenciando na sua saúde física, mental, espiritual e emocional. No surfe, os guaratubanos encontram a perspectiva de um futuro melhor e filosofias que vão desde o respeito com a natureza até o respeito ao próximo.
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giropop na escola
Projeto ensina Libras para todos Ana Beatriz
A necessidade de promover uma comunicação eficaz entre estudantes com deficiência auditiva e ouvintes fez com que a Escola Municipal Governador Moisés Lupion, em Guaratuba, abrisse suas portas para ensinar a Língua Brasileira de Sinais (Libras) a estudantes, professores, funcionários da unidade de educação, pais e comunidade. Com a utilização de diversas atividades, a equipe pedagógica, alunos e demais participantes do projeto “Libras Para Todos” afirmam que os resultados positivos já podem ser sentidos dentro e fora da sala de aula.
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udo começou em 2005, através de Adriana Gisele Rosalinski, professora da escola. Por conta própria, ela foi a primeira professora do ensino regular a dominar a Língua de Sinais. Um ano depois, em 2006, surgiu a inclusão de surdos com alunos matriculados na Pré-Escola, com auxílio da professora de apoio para surdo. Já em 2009, com base na Sala de Recurso Multifuncional Surdez - ambiente regulamentado, voltado ao atendimento de alunos surdos e deficientes auditivos - a equipe pedagógica da escola criou o projeto “Libra Para Todos”, com cursos internos entre instrutoras e professores de apoio, a fim de que todas as crianças ouvintes da escola aprendessem Libras e pudessem se comunicar com os colegas surdos. De acordo com Adriana, a ideia surgiu ao perceber a dificuldade que os alunos que não ouviam tinham para estabelecer contato com as demais pessoas. “Percebi que as famílias não sabiam Libras para se comunicar
Diretora da Escola Solange Triunfo Kehl.
com as crianças em casa, e não adianta só o aluno aprender na escola. Então nós estamos disseminando a Libras para facilitar essa comunicação”, conta. A ação ganhou apoio e integrantes, incluindo a diretora da escola, Solange Triunfo Kehl. Ela é uma das profissionais que decidiu aprender a linguagem de sinais para melhor entender as prioridades de cada estudante. “Quando essas crianças começaram a chegar, nós começa-
mos a sentir esta necessidade. Antigamente não tínhamos intérprete, elas chegavam perto querendo dizer algo e muitos de nós não entendíamos”, relembra a educadora. A diretora também explica a necessidade de abrir a atividade para os pais. “Porque eles ensinaram o que eles entendiam ser certo, mas hoje eles já não entendiam mais. Hoje todos nós viemos para o projeto, porque os professores, as crianças e os
Professoras Liliane, Adriana, aluno João Vitor, professora Cleia (em pé ), instutoras Monica e Ligia, professoras Clery (em pé) e Mari, aluno Luiz Otavio, professora Gislaine (em pé), e a diretora da Escola Solange na Sala de Recurso Multifuncional Surdez
moradores sentem esta necessidade”, diz. Em 2014 o projeto foi expandido a outras escolas de Guaratuba. Neste ano de 2016, o “Libra Para Todos” está presente em três escolas e um CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil). Com apoio da Secretaria de Educação, que disponibiliza transporte público aos estudantes interessados, o projeto é realizado de segunda a quinta nas escolas, com atendimento básico de qua-
tro horas semanais. O projeto conta com o auxílio de duas instrutoras surdas, que têm como função primordial o ensino da Língua Brasileira de Sinais no contexto escolar, tanto a alunos surdos, quanto a ouvintes e a professores da Rede Pública de Ensino. São elas Mônica do Rocio Mathoso, formada em Pedagogia e estudante de Pós-Graduação em Educação Especial, e Ligia Claudia Kruger, também formada em Pedagogia.
Já o professor de apoio, que acompanha o aluno durante todas as aulas, pressupõe uma ação integrada com o professor regente na sala, visando favorecer o acesso do aluno ao currículo, à comunicação, por meio de adequação de material didático e pedagógico, utilizando estratégias e recursos. Além de Adriana, o “Libra Para Todos” conta com mais três professoras de apoio, Clery Aparecida Catro, Gislaine Portes e Marilene Motta
Barbosa. Atualmente, a Escola Moisés Lupion, localizada no centro da cidade, possui dois alunos deficientes auditivos. “Nossa escola possui mais de 300 alunos, mas mesmo que apenas um deles apresente a deficiência, todos devem trabalhar para que ele se sinta amparado e incluso, pois o aluno é nosso, de toda a escola”, explica a instrutora Ligia. Hoje, para estes alunos, é normal ter um colega de classe que não
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ouve, e todos o respeitam. Apesar de se tratar de uma novidade no ensino, os alunos apresentam facilidade para aprendizagem da Língua de Sinais. “Crianças nos surpreendem todos os dias, e nas Libras não é diferente. Elas têm boa coordenação motora para falar através das mãos e boa memorização para repetir os gestos ensinados”, conta a professora de apoio Marilene. Sendo um meio de comunicação, a Linguagem de Sinais permeia diversas formas de sociabilização. Os indivíduos que não possuem nenhuma deficiência auditiva, os chamados ouvintes, aprendem Libras por sílabas; já os deficientes auditivos aprendem de uma maneira diferente, a palavra toda. Promovendo as condições para a inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais em todas as atividades de apoio, a professora Adriana adapta todo o material pedagógico para a Língua de Sinais, como apostilas inteiras. Em seu blog (www.adriana-rosalinski. blogspot.com.br) a professora disponibiliza inúmeras atividades adaptadas, a fim de auxiliar os professores, pais e pessoas interessadas na formação e educação das crianças portadoras
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Instrutoras Ligia e Monica (a frente da sala ), e as professoras Gislaine, Cheila e Adriana (ao fundo).
de necessidades especiais. Segundo ela, no ensino de libras o aprendizado é constante: “Devemos estar atentas e trabalhar esta aprendizagem dentro das descobertas realizadas pela neurociência”. Atualmente os alunos continuam sendo atendidos na classe regular em que estão matriculados, cada um com seu professor de apoio. No período contrário, também continuam tendo o mesmo atendimento na Sala de Recurso Multifuncional Surdez. No atendimento é trabalhada a am-
pliação de vocabulário da Língua Portuguesa e da Língua Brasileira de Sinais, através do método de ensino “objeto, sinal e escrita”. E a Língua de Sinais não se limita apenas aos deficientes auditivos. “Muitos alunos que são apenas ouvintes conseguiram superar dificuldades de comunicação através do ensino de Libras”, ressalta Clery, também professora de apoio no projeto.
Para as professoras, quanto mais unida for a escola, a família e a comunidade, maiores serão os resultados. “Libra Para Todos” trabalha noções de preconceito através de inclusão e respeito. “O intuito do projeto é beneficiar os alunos surdos, mas automaticamente todos nós somos beneficiados, pois estamos inclusos na escola e na sociedade”, afirma a professora Adriana. Segundo ela, este é um ganho para toda a comunidade
As alunas Alice e Analine com a professora Adriana, e as instrutoras Ligia e Monica e Analine em mais uma atividade.
de Guaratuba, já que uma vez aprendida a Língua de Sinais, a comunidade se encontra mais preparada para interagir com o surdo, mesmo fora dos portões da escola.
Conheça um pouco mais sobre este universo:
A inclusão de alunos surdos iniciou no estado do Paraná em 1980 e na cidade de Guaratuba em 1986, através do CAES (Centro de Atendimento Especializado ao Surdo), no contra turno
do ensino regular. Atualmente, a nomenclatura do CAES mudou para Sala de Recurso Multifuncional Surdez, um ambiente regulamentado, voltado ao atendimento de alunos surdos e deficientes auditivos. Em 2002 a língua de sinais adquiriu status linguístico de direito, com a sanção da lei nº. 10436, que a reconhece legalmente como forma de expressão, com sistema linguístico visual-motor próprio para exercer comunicação. A partir daí, pais
Sendo um meio de comunicação, a Linguagem de Sinais permeia diversas formas de sociabilização.
e familiares passaram a buscar a inclusão de suas crianças surdas também no ensino regular. Um ponto ressaltado pela equipe é a apropriação do termo “surdo-mudo”, a mais antiga e incorreta denominação atribuída ao surdo, e ainda utilizada em certas áreas, como saúde e comunicação, por pessoas leigas. “O fato de uma pessoa ser surda não significa que ela seja muda, pois a mudez é outra deficiência, sem conexão com a surdez”, explica a professora Gis-
laine. Considerando que mudo é aquele que não faz uso de seu aparelho fonador para a fala ou qualquer outra manifestação vocal, o surdo que se comunica pela língua de sinais, apresenta vocalizações e emite sons não deve ser chamado de “surdo-mudo”. De acordo com Adriana, o surdo será também mudo somente se for constatada clinicamente deficiência na sua oralização, impedindo-o de emitir sons.
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INTERNET
Portal Itapoá, a primeira mídia online do município Ana Beatriz
Atualmente, a internet é um dos meios de comunicação que mais cresce entre os brasileiros. Esse fenômeno, que revoluciona o mundo, tem o poder de potencializar desde pequenas cidades até nações. Em Itapoá, Peter Zoch Sprengel contribuiu para tal potencialização criando o primeiro portal do município (www.itapoa. com.br). O site, registrado em 1998, lidera os resultados de busca até hoje e vem se adaptando com novos conteúdos e serviços, reflexo do desenvolvimento da cidade.
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udo começou há cerca de 20 anos, por intermédio de amigos que tinham conhecimento sobre informática. Autodidata, curioso e sempre motivado por novas experiências, Peter passou a dominar o sistema de computadores e internet. No ano de 1997, criou seu primeiro site, o portal da cidade de Matinhos-PR, onde residia até então. “Naquele tempo, a criação de um site exigia muito mais tempo e os softwares eram disponibilizados apenas em inglês”, recorda. A experiência agradou e Peter passou a criar e fomentar outros domínios, como o portal das cidades de Guaratuba e de Caiobá. Notando que ainda não existia uma fonte na internet sobre o município de Itapoá, ele criou e registrou o Portal em 1998. “Quando criei este site, eu ainda residia em Matinhos e costumava pescar em Itapoá durante a época das tainhas, quando as ruas ainda eram todas de chão.
Peter Zoch Sprengel registrou o portal em 1998.
Não imaginava que um dia viesse morar aqui”, comenta Peter. Inicialmente, o conteúdo do Portal Itapoá contava apenas com algumas fotografias, histórico do município e calendário de eventos. A maior dificuldade enfrentada na criação deste site foi, para Peter, encontrar fontes de informações sobre o
município. Em 2003, ele, a esposa Ivania Ruaro e a filha Erika Sprengel passaram a residir em Itapoá. Ainda assim, Peter deu continuidade à criação e fomentação de novos sites. “Com uma boa internet é possível administrar os conteúdos de qualquer lugar do mundo”, afirma. Reflexo da própria cidade,
aos poucos, o portal de Itapoá foi se desenvolvendo e ganhando visibilidade, e o que começou como um passatempo se tornou o primeiro e principal resultado de busca do município na internet. Desde sua criação, Peter conta que o site teve boa aceitação e, atualmente, contém até dez mil acessos por dia. De acordo com os registros, internautas de 142 países já visitaram o Portal Itapoá, sendo os principais, respectivamente: Brasil, Estados Unidos, Argentina e China. Segundo Peter, o portal é forte em interatividade com os visitantes. Muitas pessoas costumam interagir, enviar mensagens e demonstrar interesse e curiosidade pelo município, especialmente no período que antecede a temporada. “Através do site, pude constatar que os mais interessados em conhecer o município são moradores do norte do Paraná, como Londrina e Maringá, e do Mato Grosso do Sul”, conta. Reconhecido como um site de referência da cidade, hoje o portal possui empresas patrocinadoras e oferece diversos serviços aos internautas, como: Meios de hospedagem; imobiliárias em Itapoá; guia do comércio, onde o visitante encontra empresas e prestadores de serviços no município; conteúdos
relacionados à cidade, como histórico, pontos turísticos, calendário de eventos, telefones úteis e webcam online do Porto de Itapoá; informações sobre os órgãos públicos; principais notícias da cidade; classificados e redes sociais. Além de criar a primeira mídia online, Peter também trouxe a primeira lan house ao município e instalou a primeira webcam com transmissão ao vivo da praia de Itapoá, no ano de 2004. “Nessa época, ainda usávamos a internet discada, que era muito mais cara do que as opções oferecidas atualmente, mas apesar da dificuldade, foi um período bom”, recorda. A lan house de Peter foi febre no município durante anos e a chegada da internet em Itapoá serviu de marco para um novo período de desenvolvimento e tecnologia na região. Atualmente, ele possui mais de 500 sites criados e administra a maioria deles, com conteúdos e serviços. “Alguns sites chegam a ter até duas ou três matérias postadas ao dia”, conta Peter. Dentre os inúmeros domínios criados por ele, o de maior acesso na região é o Paraná Turismo (www.paranaturismo.com.br), portal que reúne informações e direciona o internauta aos sites de cada cidade do estado. “A internet é um universo in-
finito e em constante evolução, por isso o trabalho de um site precisa acompanhar essas mudanças, incluindo novas linguagens, serviços, conteúdos, etc.”, explica o criador do Portal. No entanto, a atividade exige cautela e pesquisa, pois o conteúdo precisa ser adaptado às necessidades locais. Inovar – esta é a ideia de Peter, tanto para o Portal Itapoá, quanto para seus demais domínios na internet. “Acredito no desenvolvimento deste município
que escolhi para viver. Apesar das dificuldades enfrentadas, Itapoá tem grande potencial e pode ser bem explorada no turismo, que é sua vocação natural”, diz o morador. Muito além dos computadores, ele também é comerciante, radioamador e fala inglês, alemão e espanhol. Munido apenas de força de vontade, Peter criou a primeira plataforma online do município e, indiretamente, apresentou Itapoá para o mundo, assim como o mundo para Itapoá.
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LEITURA | BIBLIOTECA DE ITAPOÁ
A importância da biblioteca na formação cidadã e cultural Ana Beatriz
Os livros são totalmente importantes na formação cidadã e cultural das pessoas, mas nem todos lembram que a biblioteca possui as ferramentas necessárias para este meio. A Revista Giropop, idealizadora do Projeto Giroteca, de incentivo à leitura, defende as bibliotecas e acredita que seu lema seja a liberdade: Liberdade de ler, liberdade de ideias e liberdade de comunicação. Nesta linha de pensamento, é ressaltada a importância da Biblioteca Pública Municipal de Itapoá. Um ambiente voltado à educação, entretenimento e informação que, infelizmente, é utilizado e respeitado por poucos.
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É
impossível contar a história da Biblioteca Pública Municipal de Itapoá sem mencionar Arlete Simas Canellas Adamovski. Responsável pela implantação e manutenção da biblioteca até se aposentar, dona Arlete passou anos se dedicando e zelando às obras literárias que conquistava em doações, além de lutar pelo ideal do conhecimento através da leitura e do estudo. Ela faleceu em 2013, mas deixou marcas positivas na Cultura e Educação de Itapoá. Ao final de 2008, a biblioteca passou para os cuidados de Ivone Josefina Bogo. “Não tive muito contato com livros durante minha infância, mas sempre fui atraída pelo conhecimento”, conta Ivone. Para dar continuidade às atividades bibliotecárias, ela buscou informações com pessoas que haviam trabalhado com dona Arlete. “Ela foi uma profissional muito caprichosa e dedicada e, hoje, ao invés de or-
ganizarmos os livros por ordem alfabética, estamos organizando pela classificação de literatura, exatamente como dona Arlete fazia”, comenta. Diferente do que muitos imaginam, trabalhar em uma biblioteca implica na elaboração de um conjunto de normas, rotinas, procedimentos e técnicas operacionais quanto ao uso, organização, controle, catalogação, classificação, informatização, empréstimo, consulta do acervo, etc. Atualmente, Ivone e seu colega de trabalho se dividem nas tarefas diárias: Enquanto ele fica na recepção para atender e orientar os leitores, Ivone realiza o trabalho de classificação de livros, a catalogação. Existem diferentes formas de catalogação, mas a utilizada na biblioteca de Itapoá é a Classificação Decimal de Dewey – comum na maioria das bibliotecas. Ela divide o conhecimento humano em dez grandes classes e atribui um número para cada uma; depois, define números para as subclasses. Além da ta-
bela de Dewey, Ivone conta com a pesquisa online em bibliotecas nacionais como do Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina para realizar o serviço de catalogação dos livros. Para auxiliar neste processo de organização, os apaixonados por livros podem trabalhar voluntariamente na biblioteca. “Algumas pessoas entraram em contato conosco, demonstraram interesse e se propuseram ao
serviço voluntário, mas ninguém realmente o fez”, diz Ivone. As principais atividades realizadas por um possível voluntário na biblioteca seriam: Ajudar a organizar o acervo de fotografias, e contribuir na limpeza e restauração dos livros, a fim de oportunizar novos leitores.
A Biblioteca Pública Municipal de Itapoá está aos cuidados de Ivone Josefina Bogo. Desde novembro de 2015 a Biblioteca está instalada na Casa da Cultura do município. O endereço da Casa da Cultura – Rua VII, sem número, no Loteamento Príncipe
Na Biblioteca Pública Municipal de Itapoá a pessoa não paga nada para pegar um livro emprestado e levar para casa. O único preço é o compromisso em devolver o exemplar até o prazo de, no máximo, 15 dias – exceto os livros de pesquisa, que devem ser devolvidos até sete dias. Porém, infelizmente, nem sempre isso acontece e o resultado é uma pilha de fichas de devedores. Hoje, a biblioteca possui inúmeros cadastros de leitores que desapareceram com os livros. “É preciso conscientização e reconhecimento por parte dos leitores”, diz Ivone. Afinal, a biblioteca pública, com o nome já diz, é um direito de todos. Atualmente, a Biblioteca Pública Municipal de Itapoá recebe verba do governo cerca de uma vez ao ano para a compra de obras listadas, mas se mantém especialmente de doações. Entre as inúmeras obras encontradas na biblioteca, Ivone chama atenção para aquelas que carregam a história do município de Itapoá. Estas são arquivadas separadamente. “Prezo muito pela história do município. Separo todas as obras, artigos e fotografias relacionadas a este tema com a pretensão de que um historiador reúna todas estas informações minuciosas e as publique em um único livro”, diz Ivone. Além das obras históricas, a responsável pela biblio-
teca se assume fã de autores como Machado de Assis e Júlio Verne. Desde novembro de 2015 a Biblioteca está instalada na Casa da Cultura do município. Os exemplares estão dispostos em estantes e mesas das salas, ainda assim, boa parte do acervo está armazenada em um depósito, pois são muitos. Atualmente, em sua nova instalação, a biblioteca não possui computador para o cadastramento e linha telefônica para contato. Entretanto, a principal dificuldadeW se encontra na localização. O endereço da Casa da Cultura – Rua VII, sem número, no Loteamento Príncipe – não está incluso no trajeto do ônibus de linha e o ponto de parada mais próximo ainda é consideravelmente distante. Com isso, profissionais e amigos da biblioteca organizaram um abaixo-assinado, reivindicando a inclusão do endereço na rota do ônibus. De acordo com Ivone, a instalação da Biblioteca Pública Municipal de Itapoá na Casa da Cultura é temporária, até que um novo espaço, adequado para o bom uso do acervo, seja disponibilizado exclusivamente à biblioteca. Em uma era digital, de computadores e celulares, a responsável afirma que ainda existem leitores assíduos que frequentam a biblioteca, mas que estes são poucos. Para Ivone, enquan-
to alguns professores do município exigirem que os trabalhos escolares tenham, no mínimo, uma referência bibliográfica, a biblioteca será frequentada por estudantes. “Apesar de algumas escolas possuírem suas bibliotecas escolares, aqui se encontra o maior número de exemplares”, afirma. Além de estudantes, o espaço também é frequentado por alguns idosos, apreciadores de uma boa leitura. Para fazer a carteira de sócio basta comparecer ao local com número do RG, número do CPF, foto 3x4, comprovante de residência (água, luz ou telefone) e número de telefone para contato. O horário de atendimento é de segunda a sexta, das 8h às 14h. “Acredito que somos filhos da nossa própria história e por isso a biblioteca é tão importante”, afirma Ivone. Em um país onde a falta de hábito de leitura é um grave problema, fazer com que a Biblioteca Pública Municipal de Itapoá tenha maior alcance é um desafio e tanto. Tornar o espaço agradável, facilitar o contato com os livros, valorizar, cuidar e investir no acervo, envolver a comunidade na criação e manutenção e usar diferentes abordagens para estimular a leitura são algumas das possíveis soluções para unir a população aos livros, e contribuir para a formação cidadã e cultural de muitos itapoaenses.
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copa do mundo de saltos ornamentais 2016
Amanda Paes representa Guaratuba em evento-teste para as Olimpíadas Rio 2016
Ana Beatriz
Os Jogos Rio 2016 estão a um pulo de acontecer, ou melhor, a um salto. A Copa do Mundo de Saltos Ornamentais engloba um dos esportes mais tradicionais do programa olímpico e foi também o 24º evento-teste para os Jogos Olímpicos. Amanda Paes e ao fundo os chineses na premiação da Plataforma 10 metros Sincronizado Masculino.
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A
professora de natação Amanda Carvalho Paes, de Guaratuba, foi convocada para prestar seus serviços no evento-teste, sendo a única representante de todo o Paraná. Lá, realizou diversas tarefas ao lado de grandes nomes dos saltos orna-
mentais. Após a experiência, os conhecimentos adquiridos vêm sendo aplicados na sua escola de natação; um ganho, também, para a cidade de Guaratuba. O primeiro contato de Amanda com os saltos ornamentais foi durante o curso de Educação Física, onde estudou o esporte e realizou algumas aulas prá-
Final da Plataforma de 10 metros Masculino Individual.
ticas. “Foi um desafio, pois esta não é uma modalidade fácil. É preciso encarar a altura, a água e, ao mesmo tempo, desenvolver uma performance. Mas os saltos oferecem diversos benefícios, como equilíbrio e concentração”, explica a professora. Durante o período de trabalho na Federação de Desportos Aquáticos do Paraná (FDAP), ela voltou a se envolver com este esporte, contribuindo para a realização de um curso de saltos ornamentais em Curitiba. Amanda, que já havia tido uma carreira como atleta na natação e depois no triátlon, passou a residir em Guaratuba em 2002, onde concretizou o sonho de implantar uma escola de natação – hoje, referência em toda a região. Já em outubro de 2015, recebeu um convite que viria mudar positivamente seu olhar enquanto apreciadora de esportes e sua postura enquanto profissional. Foi convidada pelo Comitê Olímpico Internacional através da Organização Rio 2016 para prestar seus serviços na Copa do Mundo de Saltos Ornamentais, um dos eventos mais importantes antes das Olimpíadas. A preparação contou com uma entrevista e dois testes, onde Amanda respondeu perguntas comportamentais relacionadas a situações olímpicas e participou de dinâmicas. “De-
sejei ir como voluntária e tive o prazer e a honra de ser convocada. Até então, havia ajudado na organização de alguns eventos esportivos, como no Mercosul, onde trabalhei como árbitra na natação, mas ainda assim foram experiências relativamente pequenas se comparadas a esta”, conta. A Copa do Mundo de Saltos Ornamentais aconteceu no Centro Aquático Maria Lenk, dentro do Parque Olímpico, no Rio de Janeiro, de 19 a 24 de fevereiro desse ano. O evento serviu como teste para os Jogos Olímpicos do Rio, com destaque para questões como funcionamento de equipamentos, instalações, equipes, logísticas, etc. Foram, ao todo, 217 atletas participantes, de 46 países, disputando 88 vagas olímpicas. Na Copa, foram disputadas as provas em trampolim de três metros – masculino e feminino, individual e sincronizado; e na plataforma de dez metros – masculino e feminino, individual e sincronizado. Assim que chegou ao evento, Amanda foi apresentada a todo o complexo esportivo e, durante os seis dias de realização, trabalhou em diversas situações. Entre as principais atividades realizadas pela profissional estão o credenciamento, a segurança do evento, o controle de entrada e saída de técnicos e atletas,
e a montagem de competições. “Cada uma destas tarefas envolvia muita responsabilidade e comprometimento. Tentei oferecer todo o meu profissionalismo e contribuir até o último momento”, diz Amanda. Como país-sede, o Brasil garantiu três vagas nos saltos ornamentais para as Olimpíadas 2016, com participação dos atletas veteranos de maior destaque da seleção: César Castro, Hugo Parisi e Juliana Veloso. “César Castro foi o melhor entre os brasileiros, ficando na 5ª colocação no trampolim de três metros, retornando à elite dos saltos. Já o brasileiro Hugo Parisi competiu na plataforma de dez metros e, com muita garra, garantiu uma das vagas nas Olimpíadas para o Brasil”, conta Amanda. A hegemonia dos saltos ornamentais permaneceu com os chineses, que conquistaram seis medalhas de ouro e quatro de prata, totalizando dez medalhas das 24 em disputa na competição. “Tive o privilégio de assistir a um salto nota dez de uma atleta chinesa. Fiquei encantada com a simpatia e humildade dos atletas da China, eles mostraram como deve ser a postura de verdadeiros campeões”, diz a profissional. Em um dia, vibrar e torcer através da televisão por técnicos e atletas renomados nos saltos ornamentais e, no outro,
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trabalhar ao lado destes ídolos e de grandes profissionais foi, para Amanda, uma experiência única. “Como anfitriões deste grande evento, nós, brasileiros, trabalhamos para oferecer todo o suporte necessário, consertando pequenos erros para que não tomassem proporções maiores e aplicando os recursos necessários dentro do seu tempo”, conta. Apesar de realizar inúmeras tarefas em diferentes segmentos, a maior surpresa para Amanda foi ser convidada pelo mestre de cerimônia da FINA (Federação Internacional de Natação) para hastear a bandeira da federação na abertura do evento. “Foi a maior honra de toda a minha vida e a ficha demorou para cair.
Somente no último dia do evento, do lado de fora, pude compreender a grandeza e a seriedade da situação em que estive envolvida”, fala Amanda. Para os seis dias de trabalho na Copa do Mundo de Saltos Ornamentais no Rio de Janeiro, ela contou com a companhia do esposo e parceiro de profissão Fabio Luiz Schemiko e da filha Marina, que, longe dos bastidores, fizeram parte do público que ocupou as arquibancadas do Centro Aquático Maria Lenk. “Enquanto ela esteve trabalhando como integrante da equipe, eu estive como espectador e pude acompanhar todas as provas da elite mundial dos saltos ornamentais. Depois, juntos, troca-
Amanda e o atleta Olímpico Cassius Duran, coordenador da área da piscina.
Amanda com o marido e a filha Marina. Vista da arquibancada, ao fundo a Torre de Saltos.
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mos nossas visões, observações e conhecimentos. Foi uma experiência enriquecedora”, afirma Fabio. “Ao fim, os atletas brasileiros destacaram como positivo os novos equipamentos das instalações dos Jogos Olímpicos, assim como a pressão em relação aos árbitros.” “Nosso trabalho fez as falas dos saltadores correrem o
mundo todo. Foi uma responsabilidade gigante, mas fez com que nos sentíssemos muito importantes e satisfeitos”, conta Amanda. Os erros e acertos do evento-teste servem de experiência para o bom desempenho dos Jogos Olímpicos do Rio, disputados de 5 a 21 de agosto. A família de Amanda já garantiu seus ingressos para os
Amanda Paes e os técnicos e atletas Jairo, Cassius Duran, Henrique Farias, Érica Duarte. Com os Campeões Mundiais Chen Aisen e Yeu Lin. E as canadenses vice campeãs do trampolim de 3 metros sincronizado, Jennifer Abel e Pamela Ware.
Amanda no hasteamento da bandeira da FINA, na cerimônia de abertura do Campeonato Mundial.
Jogos Rio, para prestigiar, em especial, as provas do nadador brasileiro Henrique Rodrigues. “Esperamos que os Jogos sejam tão incríveis quanto o evento teste”, diz a profissional. Para ela, trabalhar na Copa do Mundo de Saltos Ornamentais foi muito significante, pois lidar com as fortes emoções do esporte lhe proporcionou crescimento profissional e, inclusive, espiritual. A professora de natação também conta que voltou renovada, disposta a aplicar todos os conhecimentos adquiridos no evento em sua escola de natação. “Aprendi com os melhores a aperfeiçoar minha postura, seriedade, comprometimento, motivação e responsabilidade perante o esporte e nas tomadas de decisões”, diz. Assim sendo, a experiência foi também um ganho para os alunos,
colaboradores e para a equipe da Escola de Natação Amanda Paes, bem como para a cidade de Guaratuba. O casal Fabio e Amanda deseja que os saltos ornamentais ganhem mais visibilidade no estado do Paraná, e que o esporte se revele cada vez mais como formador de caráter. De volta a Guaratuba, a professora conclui: “Além dos aprendizados, a oportunidade na Copa do Mundo de Saltos Ornamentais serviu para reafirmar minha paixão por esportes, pelo meu trabalho e pelo lugar onde escolhi para viver e representar. Tivemos contato com profissionais do mundo todo e descobrimos que Guaratuba é, para nós, o melhor lugar do mundo. Aqui se encontra a nossa identidade e é onde desejamos plantar e colher os frutos de um bom trabalho”.
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Empreendedor de Guaratuba - veterinária são camilo
O encantador mundo dos bichinhos Ana Beatriz
Tratar bem o seu bichinho de estimação não se limita apenas às atividades realizadas dentro do lar. As idas periódicas ao veterinário, o banho, a tosa, a vacinação regular (anual), a vermifugação, o controle de pulgas e carrapatos, a castração de machos e fêmeas e os demais cuidados com a higiene e saúde do animal também são muito importantes.
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P
or isso, a Veterinária São Camilo, referência em Guaratuba e região, garante a segurança e o bem estar dos animais e de seus donos. A proprietária e médica veterinária do estabelecimento, Roberta Maria Malucelli Moro, garante: “O sucesso de um pet shop está intimamente ligado à equipe envolvida no dia a dia de sua operação”. Com o slogan “Seu pet tratado com carinho” é possível visualizar a qualidade e excelência dos serviços prestados, presentes desde o início do estabelecimento. Natural de Ponta Grossa-PR, Roberta já frequentava a cidade de Guaratuba desde criança, durante suas férias e feriados. Em Curitiba-PR, ela se formou em medicina veterinária até que, em 2004, abraçou a oportunidade de trabalho no consultório de um
Equipe de trabalho da Veterinária São Camilo
pet shop de Guaratuba. O sucesso da experiência e o amor à profissão fizeram com que, pouco tempo depois, a doutora abrisse seu próprio consultório: em 2005 abriu as portas do São Camilo. O nome, sugestão de sua avó, faz
referência ao santo protetor dos enfermos e dos hospitais. No início, o consultório realizava apenas a parte de clínica veterinária, como consultas e vacinas importadas. Em seguida, ampliou o quadro de serviços
com banho e tosa profissional, e hospedagem e creche para os pets. Além de cães e gatos, também oferece novidades em produtos de qualidade para aves, peixes e outros. Novidade em Guaratuba, o
o ano, de forma profissional e harmoniosa, pois isso reflete em nosso trabalho”, diz a doutora. Afinal de contas, com uma equipe fechada, os bichinhos se sentem familiarizados, confiantes e à vontade. Conforme Roberta, a área veterinária exige muito mais que amor aos animais: “É claro que o amor pelo bicho é primordial, mas atualmente quase todos possuem Proprietária e médica veterinária um animal de estimaRoberta Maria Malucelli Moro ção e investem na sua saúde, por isso é preciso ética, serviço de hospedagem ou cre- profissionalismo e honestidade”. che para cães permite que o Diferente do que muitos animal interaja brincando, gas- imaginam, o trabalho não lida tando energia, aprendendo a somente com a parte fofa e prarespeitar e conviver com seus zerosa dos bichinhos, mas tamamigos da mesma espécie. O bém com nervosismo, doenças e ambiente consiste em uma área traumas. Para certos tratamenplanejada, com espaço coberto tos, Roberta utiliza e recomenda e ao ar livre. “O objetivo desta o uso de BioFlorais, produtos modalidade de creche é de so- que trabalham os problemas ciabilizar o cão com outros cães, psicológicos, ou seja, as “doipois muitos deles não têm essa deiras” do pet. Entretanto, ela oportunidade de convívio”, ex- afirma o sucesso do tratamento plica Roberta. se dá na parceria e colaboração No São Camilo, outro ponto entre profissionais e donos. importante é a harmonia entre a Repleto de novidades voltaequipe de trabalho. “Somos nove das ao cuidado animal, o mercafuncionários, e procuro manter do pet cresce a cada ano, inclua mesma equipe durante todo sive na área da estética, como
hidratação e tonalização de fios para os pets. Para um trabalho eficiente e visando a satisfação dos clientes e seus bichinhos, a equipe São Camilo busca se atualizar, agregando novos produtos e qualidade nos serviços. “No dia a dia, a internet contribui com notícias e informações, além disso, costumo participar de palestras, workshops e congressos, inclusive internacionais”, conta Roberta. No São Camilo, além de muitas novidades, frequentemente também são realizadas promoções, que podem ser conferidas na loja, de segunda a sábado, das 9h às 18h. Além de pet shop, consultório, exames laboratoriais, farmácia, hotel/creche e estética, os planos futuros de Roberta incluem na São Camilo um centro cirúrgico completo e regulamentado, ainda este ano. E assim, com profissionalismo e anos de experiência no mercado pet, a proprietária e médica veterinária afirma: “É um trabalho gratificante, surpreendente e encantador. Todos os dias os animais nos dão lições de amor e valores, cabe a nós aprendermos”.
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Cultura
Desperte o talento que há dentro de você Ana Beatriz
As pessoas costumam dizer que o lugar faz o povo, mas há quem acredite que o povo também faz o lugar, como Paulo Abud, de 52 anos, morador de Itapoá. Residindo há apenas 11 meses no município, Paulo veio com a missão de lhe oferecer o que tem de melhor: A paixão por arte, cultura e lazer.
M
úsico, fomentador de ideias e organizador de eventos abertos à comunidade, ele afirma que entre os moradores de Itapoá estão pessoas muito talentosas, de diversas áreas, e que qualquer um destes talentos, se despertado, contribui para disseminar a cultura no município. Paulo é natural de Blumenau-SC. Filho de militar, já morou em diversas cidades, mas teve sua vida mudada aos 14 anos, quando teve seu primeiro contato com a música. “Minha vida
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mudou quando aprendi a tocar meu primeiro instrumento, o trombone. A partir daí, passei a desenvolver sensibilidade, criatividade, imaginação e prazer nas artes”, afirma. Entre a década de 70 e 80, ele recorda que ações voltadas à cultura e lazer eram mais difíceis de acontecer. Mas, ao invés de se queixar, passou a organizar os próprios eventos. “Sempre fui uma criança desinibida, curiosa e comunicativa, o que contribuiu para que tomasse a iniciativa de organizar ações voltadas à comunidade”, conta. Logo cedo, aos 16 anos, quando residia em
Balneário Camboriú – SC, organizou seu primeiro evento, chamado “Rua de Lazer”, onde cada bairro escolhia uma rua a ser fechada para a realização de atividades lúdicas, como pau de sebo, corrida do saco e corrida do ovo. Esta primeira experiência foi sucesso absoluto, o que proporcionou outras edições do evento. A partir de então, Paulo conta que se aventurou viajando, explorando novas culturas e realizando diversos eventos. “Morei em Portugal e na Espanha, e lá me encantei com a variedade de museus, casas de espetácu-
los, teatros e galerias de arte. Na Europa todos têm valor e reconhecimento, desde os artistas de rua às grandes celebridades”, conta. E foi exatamente este o conceito por trás de todos os seus eventos realizados: Valorizar o talento que todos têm. Autodidata, ele nunca fez curso na área de eventos, mas costuma dizer que sua principal instrução veio das ruas. “Eu não gosto apenas de organizar as ações, também gosto de participar, visitar e conhecer. Durante toda a minha vida tive contato com organizadores de grandes eventos, pessoas com mais experiência que eu e, aos poucos, aprendi com meus erros e com os erros delas, até acertar”, explica Paulo. Para organizar um evento, ele possui apenas uma regra: O evento deve ser gratuito. Através de voluntariados e parcerias, o músico obtém produtos e serviços, fazendo eventos sociais, ou seja, abertos à comunidade, e sem fins lucrativos. Atraído por tudo o que lhe é novo e diferente, os temas de seu interesse surpreendem pela versatilidade. Paulo já promoveu diversos eventos no Brasil e alguns no exterior, como festival de poema, o encontro de ciclistas, corrida para mulheres, festival de bandas de fanfarra e
Paulo Abud transformou a sua paixão pelas artes em ações voltadas a comunidades aonde residiu e hoje realizadas em Itapoá.
até mesmo o encontro regional de gêmeos – evento que reuniu diversos irmãos gêmeos da região de Santa Catarina e contou com a palestra de um médico sobre suas coincidências e semelhanças. No ano de 2011, Paulo conheceu Itapoá e, em 2015, deixou a cidade de Ilhota-SC para residir no município litorâneo. Quando chegou à cidade, um fato curioso lhe chamou a atenção: “Fiquei impressionado com a quantidade de gente talentosa neste lugar. Aqui em Itapoá, temos grandes artistas plásticos, designers, poetas, escultores, pintores, músicos... mas muitos desses talentos ainda estão adormecidos”. Desde então, ele faz das ruas o seu escritório, percorrendo o município de bicicleta ou a pé, com a missão de descobrir e despertar o talento de muitos moradores. Apesar de residir na cidade há menos de um ano, Paulo se deixou cativar pelos itapoaenses, transferiu seu título de eleitor e já se considera um deles. “Foi fácil fazer amizades e conhecer pessoas aqui, pois o povo de Itapoá é hospitaleiro e trata as pessoas como se fossem
seus filhos”, diz o músico. Sempre que chega a um ambiente novo, Paulo tem o costume de sondar, explorar e pesquisar para saber que ações, eventos e projetos ainda não foram realizados na região. “Descobri que Itapoá e seus moradores têm um potencial grande, mas ouvi muito frases como ‘isso não dá’ ou ‘isso nunca teve’, e com apenas duas palavras consegui reverter isso dentro de muitas pessoas”, explica. “Você pode” – estas são as duas palavras mágicas utilizadas para revelar talentos nunca antes despertados. Com o intuito de promover e fabricar cultura na cidade, ele trabalha em parceria com mais de 30 empresas do município – a ideia é unir pessoas ligadas ao meio artístico, através de ações, atividades, eventos e projetos voltados às famílias das comunidades. Em Itapoá, Paulo realizou o 1º Encontro de Colecionadores. Com duração de três dias, a exposição contou com 13 coleções, desde figurinhas e brinquedos até materiais raros da Segunda Guerra Mundial. A exposição foi itinerante, visando disseminar
cultura em todos os bairros do município e, assim como todos os seus eventos, foi gratuito. Ele também criou o 1º Festival de Xadrez na cidade. “Gosto de assuntos diferentes, de inovar e abrir novos caminhos. O futebol, por exemplo, é um esporte de grande visibilidade, mas o xadrez não. Senti que o xadrez precisava de mim, e então realizei este evento”, conta Paulo. Ele ainda explica que incentivar o xadrez é importante, pois é um jogo de baixo custo, que traz inúmeros benefícios ao cérebro e que pode ser usufruído por toda a família. No campo das artes, sua verdadeira paixão é a música. Paulo domina 44 instrumentos musicais e já desenvolveu trabalhos com orquestras, bandas e corais. Atualmente, aos 52 anos, realiza apresentações em restaurantes e festas, e também ministra palestras sobre autoestima, qualidade de vida e superação, baseadas em sua história de vida. “Eu era uma pessoa totalmente sedentária e hoje sou um atleta amador. Depois que conheci o poder da caminhada, da corrida e da bicicleta, minha vida mudou
positivamente”, conta. Para Paulo, desenvolver o olhar artístico e disseminá-lo no município é uma tarefa difícil, que exige tomada de decisões de segunda a segunda, e que seu trabalho é baseado na regra dos três F’s: Foco, fé e força. Partindo do princípio do novo, inusitado e artístico, ele pretende somar, compartilhar seu conhecimento e deixar um legado cultural ao município que lhe acolheu com carinho, através da organização de eventos ligados à música, esporte, arte e afins. Em breve, Paulo realizará em Itapoá o 2º Encontro de Colecionadores. Seus planos também incluem criar um festival de esculturas de areia e desenvolver um projeto com foco na arte urbana, dando mais cores e vida às ruas itapoaenses. O músico acredita que é tempo de despertar, e conclui: “Durante a minha vida, tive contato com arte e provei de todos os seus benefícios e, por isso, sonho em fazer de Itapoá a capital de várias modalidades artísticas, fazendo com que os moradores despertem suas habilidades e reconheçam o poder de seus talentos”.
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Apaixonados por animais
Do abandono à adoção:
Uma família que faz a diferença Os verdadeiros apaixonados por animais não medem amor, atenção e cuidados a eles, assim como fez Sônia Regina Videira da Cruz durante boa parte de sua vida. Hoje, em sua memória, o viúvo Antônio Carlos Canetti da Cruz e os filhos Lígia Mara da Cruz, Siomara Lucia da Cruz e Marcelo Antônio da Cruz dão continuidade à missão de Sônia, cuidando dos 13 cães e cerca de 40 gatos que vivem em sua casa e nas redondezas, em Itapoá. Além do bom exemplo de amor incondicional pelos bichinhos, a história é uma reflexão sobre o abandono de cães e gatos, uma prática que, infelizmente, vem se tornando cada vez mais comum no município.
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Sônia Regina Videira da Cruz cuidou de seus animais boa parte de sua vida, hoje o viúvo Antônio Carlos Canetti da Cruz divide com os filhos a tarefa de dar continuidade à missão da esposa.
A
família de Sônia veio de Pinhais, região metropolitana de Curitiba-PR, e foi lá que tudo começou. Eles contam que, nessa região, o abandono de animais é um problema frequente há muito tempo. “As pessoas começaram a abandonar cachorros em nosso terreno ou em frente dele, chega-
vam a jogar os animais por cima do portão, como se fossem lixos. Nós passamos a alimentar todos que apareciam e, aos poucos, eles foram ficando”, conta Lígia. Quando se deu conta, a família estava cuidando de 22 cachorros ao mesmo tempo. Todos são castrados e, com o tempo, esse número reduziu para 13. Em 2005, Sônia se mudou
para Itapoá com os 13 cães e tudo que queria era um lugar calmo para ela e seus bichinhos. Mas, infelizmente, no litoral norte catarinense o abandono de animais também se tornou uma prática corriqueira, especialmente durante o verão. Ao perceberem os cuidados de Sônia com os bichos, pessoas foram abandonando gatos em sua casa e no terreno
baldio ao lado, exatamente como havia acontecido com os cães em Pinhais. Além dos cachorros, cerca de 40 gatos passaram a ser tratados pela família e, assim, os animais se revezam nos canis do quintal da casa. “Alguns gatos permanecem em casa, outros vão e voltam, mas todos recebem os devidos cuidados, como alimentação e medicamentos”, conta Lígia. Em janeiro deste ano, uma triste notícia interferiu a rotina de amor e cuidados: Sônia faleceu, o que foi crucial para agravar a situação dos bichos. Apesar de a paixão por animais ser uma característica de toda a família, Sônia era a principal protagonista dessa história de amor. Criada desde cedo com cachorros, gatos e galinhas, ela acreditava que os animais retribuem os cuidados de seus donos, e que pressentem quem realmente gosta deles. Sônia também tinha boas histórias com os bichos e adorava conta-las para a família. “Minha mãe brincava dizendo que os vizinhos achavam que ela era louca ou que recebia muitas visitas em casa, pois gostava de conversar com os bichos o dia todo”, recorda Lígia, que herdou da mãe a paixão por animais e hoje é veterinária. Os familiares também ressaltam que Sônia era uma mulher de pouca vaidade e corajosa, e que salvou muitos cães e gatos de brigas, afogamentos e vene-
Antônio e a filha Lígia e um dos seus 13 cachorros.
Deseja adotar um dos gatos de Seu Antônio ou realizar uma doação? A arrecadação está sendo feita nos estabelecimentos: Agrocomercial Spezim – (47) 3443-7112 Pet Shop Toca do Cão – (47) 3443-2892 Casa Sônia – (Página no Facebook)
nos. Alguns julgavam ser loucura, outros defendiam que era amor, mas este fato era incontestável: Ela era uma verdadeira apaixonada por animais. Também era sua a função de nomear cada um dos gatinhos. O primeiro gato a ser abandonado recebeu o nome de ‘Sivuca’, em homenagem ao artista brasileiro que, assim como o gato, era muito claro. ‘Tripé’ foi o nome dado ao gato que possui apenas três pernas, já o ‘Moisés’ recebeu este nome porque foi salvo em uma área alagada, e por aí vai. Com a ausência de Sônia, o marido Antônio, de 69 anos, e a filha Lígia assumiram a função de cuidar de todos os bichinhos, além de Siomara e Marcelo, nas visitas a Itapoá. “Ela cuidou muito bem de mim, então devo isso a ela”, diz Antônio, que completaria 50 anos de casado neste ano.
Atualmente, entre os 40 gatos tratados pela família, apenas sete machos foram castrados. Lígia explica que o custo da castração não permite que o façam com todos os bichos, e que a recuperação das fêmeas exige muito mais cautela e cuidados. A rotina da família também exige inúmeras tarefas e gastos. Além dos cuidados, o falecimento de Sônia também agravou a situação financeira, já que boa parte de sua aposentadoria era destinada aos gastos com os bichinhos. Na geladeira da casa, há uma lista de afazeres e cuidados voltados à saúde dos animais, com horário para ração, vacina e medicamentos, como antibióticos, anti-inflamatório e antipulgas. No topo da lista, Lígia fez uma observação para Antônio também não se esquecer de tomar
seu remédio. “Ele tem que estar em boas condições, para depois cuidar de todos os cães e gatos”, diz a filha. Por conta do trabalho, a família irá se mudar para Curitiba até julho deste ano, mas antes, pretende castrar e doar todos os gatos, adultos e filhotes. “Gostaríamos de tratar estes gatos em melhores condições, mas, infelizmente, somos apenas dois, enquanto eles são cerca de 40”, diz Antônio. Àqueles que não puderem adotar e simpatizam com a causa, ele e a filha pedem ajuda para castração, ração, medicamento, vacina ou qualquer outra contribuição. Vale ressaltar que a castração é uma medida importante para controlar o número de cães e gatos nas ruas e que, ao contrário do que muitos pensam, não prejudica os animais. Dar menos importância à raça, adotar um bichinho e dar a ele uma família e um lar cheio de amor são práticas que fazem a diferença, e que sempre foram incentivadas por Sônia e sua família. “Acredito que ela ainda cuida desses animais e, quem sabe, está cuidando de animais que já se foram. Sempre que olho para um deles a lembrança é muito forte”, conta Antônio. Assumir a tarefa de oferecer carinho e cuidados para mais de 50 pets não é fácil, mas como Sônia costumava dizer, o amor e companheirismo dos animais é compensador.
Revista Giropop | Abril 2016 | 35
U
ma vez na França não deixe de visitar a região chamada Provence. Interessante é passar alguns dias e fazer de uma das pequenas cidades seu porto seguro. Instale-se num hotel ou pousada e dali parta para conhecer toda a região, você pode ir e vir sem qualquer problema, desde que esteja de carro.Aliás, alugar um carro é a melhor opção para quem quer conhecer bem uma região. A primeira cidade que visitei foi Aix en Provence. Estradas maravilhosas enfeitadas com árvores chamadas de plátanos de ambos os lados das estradas dão um ar muito especial e pitoresco para a região. Cidade de médio porte ligada às artes e cultura. Estudantes universitários por todos os lados, isso porque é também uma cidade universitária importante. Campos e mais campos de alfazema, casas de pedra, extensas plantações de flores e trigais nos levam ao coração de Provence. Cidades pequenas e aldeias maravilhosas oferecem restaurantes característicos, pequenos e decorados de forma aconchegante. Lojinhas, uma mais bonita que a outra, muito artesanato de bom gosto por todos os lados. Tudo regado à alfazema! Se você esfrega a flor de alfazema nas mãos o cheiro do perfume fica impregnado por horas. Fiz meu porto seguro na cidade de Apt num hotel chamado L’aptois em frente a uma bela praça. Nessa praça começa a ser montada uma feira livre às 6 horas da manhã. Produtos variados são vendidos, desde roupas, salames, verduras, flores, comida e queijos franceses dos mais saborosos da região.Muito interessante porque franceses gostam de feiras livres passando a ser, além das vendas, um ponto de encontro dos moradores das diversas regiões. Do mercado matinal dos sábados rumamos para Roussilon, aldeia com suas casas pintadas em tons ocre, pigmento encontrado nas rochas da região e você pode visitar canaletas de onde exploram o pigmento característico da cor das casas, igrejas e demais construções. Passear pela região de Luberon, Provence e conhecer rios, vales rochosos chamados também de canyon francês, as imensas plantações de cor lilás de alfazema a perder
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Viajando por entre o aroma das lavandas em Provence, França
Museu do Perfume em Coustellet restaurante típico - Gordes
Lavanda
Campos de Canola
de vista entremeada por casas em estilo regional. Estradinhas muito românticas fazem parte desse ambiente bucólico. Para quem adora natureza, o local é próprio para curtir uma viagem maravilhosa.
Existem cidades por onde quase não passam carros, você é obrigado a deixar seu carro e conhecer a cidade a pé. Continue viajando por entre vinhedos, oliveiras, papoulas e mais alfazema sentindo o odor dessas últimas e siga pelas diversas cidades - aldeias. Usufrua das comidas regionais. Se tiver tempo e disposição não deixe de visitar Gordes, Loumarin, Ménerbes, Gignac, Rustrel, Villars, Gargas. Atravesse o Pequeno e Grande Luberon com sua floresta de cedros. Vá até Lacoste, cidade onde viveu Pierre Cardin e onde existem diversas galerias de arte e escolas de alta costura. No alto dessa pequena cidade existe um castelo muito bonito e famoso por ter sido a residência do Marquês de Sade. Podemos dizer que toda a cidade é dedicada à arte e às galerias. Saindo de Gordes visite a famosa Abadia de Senanche. Do alto da estrada, por entre o silêncio da montanha avista-se um mar de alfazemas e dentre as alfazemas está a encantadora abadia, moradia dos monges cistercienses, ordem monástica católica. Esses monges pregam, entre outros valores, a renúncia ao prazer. Vivem basicamente dos produtos derivados da lavanda. Uma vez em Provence visite as famosas fábricas de perfumes franceses e museus do perfume. Visitei um museu muito bonito em Coustellet. Sem dúvida, a região de Provence possui as mais belas aldeias da França. Vale a pena visitar a região!!
Empreendedor de Itapoá | maringá 1,99
Esforço e dedicação, o segredo do sucesso Ana Beatriz
Muitos empreendedores iniciam a carreira de forma planejada, estudada e minuciosa. Já outros, se aventuram em um ramo desconhecido, de forma inesperada, como fez Ana Maria Tramontina Gravena, proprietária da loja Maringá 1,99, em Itapoá. No entanto, a falta de planejamento foi suprida pelo profissionalismo, esforço e dedicação, e Ana obteve experiência, tornando-se uma comerciante de sucesso. Hoje, sua loja é referência do segmento no município.
A
loja Maringá 1,99 foi inaugurada em Itapoá em 2001, tendo como proprietário o tio de Ana. Ela, nesta época, morava em Maringá-PR e trabalhava como vendedora em uma loja de calçados; durante as férias costumava trabalhar em Pontal do Paraná, na loja de 1,99 de sua tia. Em 2004, quando o tio
adoeceu, foi que ela conheceu o município litorâneo e, mesmo sem muito planejamento, comprou o empreendimento. “Na época, não imaginava que esta visita seria crucial para o rumo de minha vida”, conta Ana. Assim, assumiu a loja em abril de 2004. As primeiras experiências enquanto proprietária foram, para ela, muito difíceis. “Eu, que não conhecia o município, o comércio local, o segmento e que nunca havia tido meu próprio negócio, me deparei com uma agenda atarefada, cheia de obrigações e responsabilidades”, lembra. Em sua opinião, antes mesmo de administração, funcionários e espaço, a principal dificuldade foi explorar o universo das mercadorias. Assim, viagens frequentes a lugares como São Paulo e Paraguai passaram a marcar a rotina da proprietária. “Depois de comparar, experimentar e conhecer produtos e fornecedores, descobri que o ganho está no momento de compra da mercadoria, e não no momento de venda, como pensava”, explica. Para seguir no mercado, Ana contou com o apoio de outros empreendedores do segmen-
to de lojas de 1,99. “Mesmo à distância, minha tia pôde auxiliar com instruções de como atuar neste ramo e com o passar dos anos fui fazendo amizade e trocando informações com os comerciantes da cidade”, diz. Além da ajuda de comerciantes experientes, ela aprimorou seus conhecimentos através de cursos realizados pelo SEBRAE, como empreendedorismo, financeiro e recursos humanos. Localizada no centro do bairro Itapema do Norte, durante dez anos a loja Maringá 1,99 se instalou em um espaço alugado. Em 2010 é que foi construída a loja própria, ao lado da alugada. “Passamos três anos mantendo duas lojas nos espaços vizinhos, um próprio e outro alugado, até que toda a mudança e a organização fossem concluídas”, conta Ana. Para ela, a experiência de duas lojas foi cansativa, uma vez que o proprietário deve se fazer presente em qualquer momento. Atualmente, a loja funciona apenas no espaço próprio, e a proprietária afirma: “Não pretendo abrir uma filial, e sim, investir na qualidade, crescendo de forma consciente e planejada”. A loja, que iniciou com média de 6 mil itens, conta hoje com cerca de 18 mil – entre eles, produtos de utilidade doméstica, material escolar, brinquedos, cama, mesa e banho, artigos de praia, ferramentas, cosméticos e bijuterias. As novidades costumam chegar a cada duas semanas e também próximo às datas festivas, como Páscoa e Natal.
Ana Maria Tramontina Gravena, proprietária da loja Maringá 1,99, em Itapoá. Visando o melhor para seus clientes, a loja abre de segunda a sábado, das 8h30 às 20h, e aos domingos, das 8h30 às 14h. A equipe conta com sete funcionários, entre eles a irmã de Ana. “Juntos, buscamos excelência no atendimento e qualidade nos produtos, sempre procurando a satisfação de nossos clientes”, afirma a proprietária. A história da loja Maringá 1,99 foi, para Ana, uma grande aventura. Sua experiência é fruto de muitas tentativas e, hoje, ela afirma adorar o que faz, o comércio e o município. “Apesar de ser muito diferente da cidade de onde vim, fui cativada por Itapoá, e me sinto parte daqui”, afirma a comerciante. Comprovando que sem esforço e dedicação não há recompensa, Ana e a equipe da loja Maringá somam positivamente para o comércio do município, caminhando junto ao seu desenvolvimento.
Revista Giropop | Abril 2016 | 37
arte
Cores, linhas e ondas: A paixão pelo surfe em obras de arte
Ana Beatriz
Turistas ou moradores, muitos são os apaixonados pelas praias de Guaratuba e seus cenários ideais para a prática do surfe. Unindo o amor pelo esporte, pela arte e pela cidade, o casal Edgard Navarro Junior e Surie Miranda realiza fotografias e filmagens do esporte e telas que têm como principal característica a inspiração na magia do oceano e nas ondas de Guaratuba. Com mais de 400 obras de arte concluídas, os artistas plásticos criaram o Mahara Surf Art, identidade que fez de suas telas uma referência em surf art no estado do Paraná.
A
história do casal nasceu há 12 anos na beira do mar, e ali continuou. De Curitiba-PR, eles contam que sempre tiveram uma forte relação com o mar e costumavam passar os finais de semana em Guaratuba. “Eu vinha para surfar, enquanto a Surie me esperava na areia.
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Edgard Navarro Junior. e sua esposa e também artista Surie Miranda. Surie costuma pintar temas de arte oriental, como deuses e paisagens.
Para que ela também aproveitasse o momento e se conectasse com o esporte, compramos uma máquina fotográfica e depois uma filmadora. Aos poucos, passamos a fotografar, filmar e editar vídeos de surfe”, conta Edgard. Com o alcance dos registros, os dois criaram o Mahara Surf Art –espaço que leva o nome havaiano que significa “anjo do
campo”. Além das fotografias e filmagens, o sucesso da marca se dá através de telas que retratam ondas e cenários propícios para o surfe. Apesar de a paixão por arte existir antes mesmo de se conhecerem, foi em 2008 que o casal realizou o curso de pintura, quando Surie se machucou em um treino, tendo que ficar de repouso durante alguns meses.
Então, ao invés de pegar a estrada, ela e o parceiro preenchiam os finais de semana pintando telas. Do esporte, filmagens e fotografias, nasceu a inspiração de pintar e, com a técnica e talento, não pararam mais. Em 2009 Surie e Edgard passaram a morar em Guaratuba, onde a arte acontece dentro de casa, em seu ateliê. Apesar da
afinidade em comum pela pintura, ambos seguiram estilos diferentes: Enquanto Edgard costuma pintar o surf art, estilo que retrata ondas e cenários de surfe, Surie verte mais para o oriental, com deuses, paisagens, mandalas e flores. Para eles, praticar essa atividade em casal tem muitos benefícios. “Encontrar um parceiro artista foi surpreendente, porque gostamos dos mesmos tipos de arte e temos muitas afinidades. Estamos sempre trocando opiniões, dicas e ajudando um ao outro”, explica Surie. Seja fotografar ou pintar o surfe, as duas especialidades do Mahara Surf Art são formas de eternizar um momento, como a onda ou a manobra perfeita. A atividade favorita de Surie são os registros em fotografias e filmagens. “Acredito que por estar vivendo aquilo, registrar as ondas me entusiasma mais. Adoro passar horas em frente ao mar à procura do clique perfeito”, conta. Já Edgard prefere o universo de tintas e pincéis. A principal fonte de inspiração do artista plástico é a natureza. Baseado em registros de fotógrafos renomados no esporte, Edgard pinta ondas famosas e cobiçadas mundo afora, como Hawaii e Indonésia. “Revistas de surfe, sites, portfólios de fotógrafos são as principais referências para os trabalhos. Hoje, tenho facilidade para olhar a fotografia de uma onda
Paisagens de Guaratuba pintadas pelo artista Edgard. Na primeira imagem, a Praia dos Paraguaios
qualquer e reconhecer onde fica aquele pico”, conta o artista. Entretanto, os trabalhos mais cobiçados são suas telas inspiradas nas ondas de Guaratuba. Na cidade, o lugar favorito do casal para pintar ou fotografar é a Praia Brava, onde acontecem as ondas de direitas. “Muitas vezes essas ondas passam despercebidas. A maioria dos turistas não imagina que atrás do Morro do Cristo tenha uma onda pesada e intensa como essa”, comenta Edgard. A maioria dos trabalhos é feita com tinta óleo sobre tela, com o auxílio de um secante de cobalto, para acelerar o tempo de secagem. Os dois também utilizam tinta acrílica e, além das telas, outros materiais ganham vida e são transformados em arte, como madeira, casca de coqueiros, caixas de MDF, shapes de skate, paredes, vasos e afins. Algumas das molduras utilizadas nas telas do casal também são madeiras ou materiais encontra-
dos no lixo e reaproveitados, ressaltando a sustentabilidade – um dos pilares do surfe. Normalmente, as produções são realizadas por encomendas através da internet. “Todo surfista tem sua onda dos sonhos e deseja eternizar isso. Muitos clientes não moram na praia, mas eles encontram na arte uma reaproximação com o esporte e a natureza”, explica Edgard. Com mais de 400 obras concluídas, parte do acervo do Mahara Surf Art já esteve em exposição em um bar de Matinhos e em uma loja de surfe de Guaratuba. Para conciliar o trabalho com as artes, Surie conta que costumam pintar em suas folgas, quando estão mais relaxados e deixam a inspiração fluir. Edgard divide o dia livre com o surfe, praticando o esporte pela manhã e pintando pela tarde. Para ele, estar dentro da água serve como estudo de observação para a arte, já que muitos detalhes,
como as linhas e os movimentos das ondas, são melhores compreendidos por quem desliza sobre elas. O estilo de vida do esporte está inserido na essência do casal e presente até mesmo no nome de seus cachorros, chamados Swell e Marola. Eternizar as ondas de Guaratuba e de outras praias é, para os artistas, um eterno aprendizado, uma vez que a natureza sempre surpreende com sua infinidade de cores e formas. Os planos do casal são produzir novas obras e evoluir cada vez mais, cumprindo a missão de disseminar a força da natureza, o espírito do surfe e as belezas naturais de Guaratuba. Quer conhecer um pouco mais sobre o trabalho dos artistas? Entre em contato com eles: (41) 9716-3453 (Edgard) (41) 8871-9859 (Surie) Mahara Surf Art (Facebook)
Revista Giropop | Abril 2016 | 39
Músico
O homem-banda e seus amigos imaginários
Ana Beatriz
Mais que entreter, o músico tem o poder de ser o que quiser através de suas criações, como faz Thiago Avelino, professor de inglês e músico de Itapoá. Em suas apresentações, Thiago se apresenta como “one man band”, ou seja, a banda de um homem onde, sozinho, canta e toca diversos instrumentos. Este projeto musical, intitulado “Thiago Avelino e seus amigos imaginários”, vem encantando desde o público jovem ao idoso, todos apaixonados pelo bom e velho rock and roll.
A
infância de Thiago, em Curitiba-PR, foi marcada por bandas e artistas como Beatles, Creedence e Raul Seixas, escutadas por seu pai no vinil, rádio e televisão. “Aos sete anos ganhei meu primeiro disco de vinil, da banda Guns N’ Roses”, conta. Mas foi assistindo a um show da banda Rolling Stones que Thiago despertou interesse pelo seu primeiro instrumento, a guitarra. “Fiquei fascinado observando o guitarrista e a posição dos dedos”, lembra. Assim, a primeira guitarra - que funciona até hoje e é a sua favorita – ganhou de sua mãe quando tinha 14 anos. Para aprender a tocar, Thiago foi autodidata. Aprendeu observando outros músicos e, dessa forma, criou seu próprio estilo. “Depois de certo tempo, fiz dois meses de aula de guitarra. Acredito que um pouco de aula foi fundamental para conhecer melhor o instrumento”, fala. Tempo depois, ganhou um baixo de seu primo, instrumento que também aprendeu a tocar sozinho. Com guitarra, baixo e balde
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diversos instrumentos, como violão, guitarra, bateria e gaita. “Costumo brincar que eu apenas canto, enquanto meus amigos imaginários tocam”, explica, daí o nome do projeto musical “Thiago Avelino e seus amigos imaginários”. Para esta prática é necessário muita coordenação. A bateria é tocada pelos pés, enquanto boca e mãos se revezam entre a voz e os demais instrumentos. O projeto musical tem rendido inúmeros elogios e conquistado moradores e turistas, especialmente por conta do repertório, baseado no rock Thiago Avelino, é autodidata, aprendeu observando outros músicos, clássico, country rock, e dessa forma criou seu próprio estilo. pop rock e rock nacional e regador para simular a bate- antes o recebia em shows, so- dos anos 80. “Pessoas de 70 anos ria, nasceu a primeira banda de mente foi agraciada novamente pedem clássicos do rock e ficam Thiago, um quarteto. “Nós en- com seu talento em 2013, quando felizes em serem atendidas”, saiávamos na garagem de casa se apresentou em um bar da ci- conta o homem-banda. e alugávamos estúdios, mas não dade no formato de voz e violão. Atualmente, ele se considepassava de brincadeira e sonho Porém, a música sempre este- ra eclético. “Ouço samba, pop entre meninos”, diz. ve presente e, em sua casa, ele rock e outros gêneros musicais, A brincadeira acabou e vol- criou uma espécie de estúdio, mas minha alma é do bom e vetou um pouco mais séria quan- onde ensaia e experimenta novos lho rock’n’roll”, diz Thiago, que do Thiago passou a atuar como instrumentos e técnicas. Com iniciou inspirado pelas bandas guitarrista e vocalista da banda sua música ganhando visibili- Ramones e Guns N’ Roses, e hoje Sinfonia Urbana, formada por dade e elogios na cidade, Thia- tem como principais influências colegas de classe do primeiro go passou a se apresentar com as bandas Oasis e Rolling Stones. período do curso de Letras. Com mais frequência no Nosso Bar e, Assim como entre os gênea banda curitibana, ele se apre- principalmente, no Beer Box Pub. ros musicais, Thiago também sentou em casas noturnas e baA experiência no município tem um instrumento favorito, a res de diversas regiões, inclusive também ajudou para a desenvol- guitarra – e futuramente deseja em Itapoá, na Muvee Music Box e tura do músico curitibano. “No aprender a tocar piano. “Acreno Maresia Música Bar. início, era muito envergonhado, dito que novos instrumentos, O músico, com experiência e acredito que as pessoas de arranjos e sons tornam o trabana guitarra, baixo e vocal, com o Itapoá são abertas e receptivas, lho mais rico e prazeroso”, diz. tempo passou a dominar outros contribuindo para que eu traba- Atualmente, para ele, a música instrumentos, como violão, ba- lhasse e superasse isso”, conta significa renda extra e especialteria e gaita, também de forma Thiago, que diz assumir um per- mente prazer. Mas, seu principal autodidata. “Primeiro comprei sonagem durante suas apresen- objetivo é um dia viver apenas da o instrumento, depois aprendi a tações. música e disseminar seu trabatocar. Vi um pouco de teoria na Recentemente, o músico tem lho, caracterizado pelo formato internet e pratiquei até apren- se engajado no projeto de “one de homem-banda, seus amigos der”, lembra. man band”, uma prática comum imaginários e muito rock. Em 2007, Thiago passou a re- entre músicos americanos e que Quer conhecer mais sobre o sidir em Itapoá para assumir a significa, basicamente, a banda trabalho de Thiago Avelino? profissão de professor de inglês de um homem só. Em suas apreEntre em contato com o músico: em uma escola. E a cidade que sentações, Thiago canta e toca (47) 8915-3415 ou 3443-3924
Itapoá e sua história (parte VI)
História não é o que passou, mas o que ficou do que passou.
A
lguns dias depois de ver aceito o seu inovador projeto colonizatório parte para o sul a bordo de um navio a vela da marinha para escolher uma área destinada a implantação da Colônia Industrial. Em 27 de fevereiro de 1841 escreve ao imperador dizendo que dos locais visitados o ponto escolhido foi a península situada em frente a ilha de São Francisco. Descreve que a referida área, hoje integrada aos municípios de São Francisco, Garuva e Itapoá era de todo favorável, pois continha limites naturais a defini-la, isto é, mar, rios e baía, tornando desnecessárias as despesas com demarcação. Cita a existência de moradores na área e a concessão de grande parte da mesma ao Cel. Francisco D’ Oliveira Camacho e que o mesmo e bem da Fundação do empreendimento dela abria mão. Encerra solicitando de sua majestade a concessão da península inteira para facilidade da obra, bem como a maior brevidade possível na conclusão do negócio. O contrato para execução do empreendimento foi aprovado por D. Pedro II em 11 de
dezembro de 1841. Dentre as cláusulas nele constantes destacamos a obrigatoriedade do Dr. Mure contratar na França e transportadora a península do Saí na Província de Santa Catarina, cerca de 500 pessoas. Para tanto foram disponibilizados 30 contos de reis em moeda corrente do império destinados ao pagamento do frete das embarcações para o transporte dos colonos desde o Havre de Grace ao destino estabelecido. Vale esclarecer que reis era o plural de real e que conto significava dez vezes cem mil reis, ou seja, um milhão de réis. Outra preocupação expressa de forma tácita no contrato estava voltada para a não aquisição de escravos, bem como o emprego de seus serviços nas terras e oficinas do empreendimento. Na defesa da liberação dos recursos destaque-se o pronunciamento do deputado Andrada Machado. “ Voto pela emenda da comissão do comércio, industria e artes, para que se dêem 64:000$000 - sessenta e quatro contos para o estabelecimento de uma colônia industrial ‘‘
‘‘É um ensaio que desejo ver no Brasil; ele não vai tocar nem com a religião, nem com o governo. Caso não prospere ganha o Brasil 500 ou 600 homens hábeis artífices’’ ‘‘Não são destes colonos que nos têm trazido a sociedade de colonização, que nos tem enchido de ladrões e de mulheres más, de que não temos precisão’’. O recrutamento dos profissionais era realizado pelo Sr. Joly que morava em Paris, enquanto o ‘‘Conseil du Brésil’’, estabelecido na mesma cidade, consegui os passaportes. Assim, os primeiros profissionais contratados pela associação em Paris, foram: Loiseil, Jamars, Leclerc, Rouffinel, Vanaigre, Lefebre e Champanard. Esclarecimento Era nossa intenção concluirmos nesta edição o assunto ligado ao empreendimento socialista que abrangeu também o território de Itapoá, todavia a riqueza de detalhes leva-nos a mais um número da revista. Outrossim, o livro Memórias Históricas de Itapoá e Garuva encontra-se a venda na Livraria Oceano.
Revista Giropop | Abril 2016 | 41
Equipe Sicredi e Coordenadores de Núcleo na Assembleia 2016
Família Casagrande sendo recepcionados pela colaboradora Daiara na Assembleia Sicredi.
Hério, da Lanave com sua esposa, Mara. Hério vai estar de aniversário dia 9 de Abril. Os nossos parabéns. Muitas felicidades.
Anderson com Tailine, a pequena Sara e Mikaella, da Farmácia Paese recentemente inaugurada no bairro.
João Emilio Speck da Cunha todo cheio de estilo se preparando para a segunda parte da cavalgada. Yasmin com o seu pai, Ezequiel Andrads durante a cavalgada de integração da semana Farroupilha.
Lindas a Giovanna Speck da Cunha e a Ana Carolina Alves durante a cavalgada de integração da semana Farroupilha.
Depois de um bom almoço na chacara do Rogério os integrantes da cavalgada de integração da semana Farroupilha se preparam para irem até ao sítio do nosso amigo Celso, lá na Vila da Glória.
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