REVISTA HOJE ED_61

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Editorial

Ao leitor A Rio+20 reúne representantes de 193 países no Rio de Janeiro para tratar de tema crucial para a humanidade: Meio Ambiente. Se não forem adotadas posições claras e, sendo tomadas, não forem obedecidas, o Planeta estará em perigo. Em meio a tudo isso, que lugar ocupará o Cerrado, terceiro maior bioma brasileiro? Este é o questionamento que faz HOJE, em sua matéria de capa. Outros temas desta edição, a CPMI do Cachoeira e o papel do PSD, o redivivo Partido Social Democrático, incluindo uma entrevista de seu presidente regional, o deputado federal e secretário chefe da Casa Civil do governo de Goiás, Vilmar Rocha, são destacados e, como sempre, várias outras matérias e colunas cobrindo temas diversos, o que faz de HOJE uma Revista cada vez mais interessante para um maior número de leitores. O Editor

A revista do Centro-Oeste e Tocantins

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Correspondente em Palmas Roberta Tum Sucursal de Brasília Adriana Ferraz (adriana@juridiconet.com.br) Sucursal de São Paulo (Capital) Maria de Fátima Vital (fatvital@gmail.com) Impressão

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Índice Rio+20 Apesar de sua importância, Cerrado ocupa pouco espaço na Conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável

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Pesquisa O que pensa o brasileiro

Caso Cachoeira Crônica de um fracasso anunciado

Entrevista Antônio Faleiros, Secretário da Saúde

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COLUNISTAS

Tocantins Os dilemas de Siqueira Campos

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MAIS Cenários Vila Nova Homenagem

Caiu na Rede Pedro Guedes

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Palmas Online Roberta Tum

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bsbhoje Andréa Fassina Adriana Ferraz

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Ofurô, banheira japonesa, ganha cada vez mais desataque nos projetos

Em 2012, mostra aposta nas facetas da moda

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40 Karla Rady

Arquitetura e decoração

Casa Cor

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Estética As novas técnicas de rejuvenescimento

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38 Folia do Divino Comunidade jaraguense em Goiânia mantém a tradição herdada de Portugal

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Pedro Guedes | @guedzin

Caiu na Rede

Querem a minha cabeça e o mandato de deputado federal do povo brasileiro, mas Deus é maior. Vamos revelar os ladrões da República.

Deus não deixa cair uma folha sem ter um objetivo. Obrigado à minha família e aos amigos e amigas. Vou seguir firme trabalhando por Goiás.

Protógenes Queiroz, preocupado com o mandato do povo. Mais um que recorre à ajuda Divina. @ProtogenesQ

Marconi Perillo, após excelente discurso na CPMI do Cachoeira, segue firme no governo. @marconiperillo

Estamos na porta do Palácio das Esmeraldas; ele disse que é democrático, por que não atende o Sindsaúde?

Eu também adoro camisa branca e vocês?

Ana Beatriz Barros, modelo top brasileira colorindo nossa página. @Ana_B_B

Mauro Rubem, deputado estadual (PT-GO), em busca de Marconi. @depmaurorubem

Se os Professores e servidores das universidades federais convencerem operários das obras da Copa a pararem por 2 dias, a greve se resolve.

Oscar Filho, humortista do CQC, nem Freud explica. @oscarfilho

Hoje eu sonhei com o dr. Dráuzio Varela descendo um rio numa tirolesa. Ele tava usando uma sunga bem larga. Freud explica isso?

Cristovam Buarque, senador por Brasília, solução a curto prazo. @Sen_Cristovam Fotos: Divulgação

Está passando meu programa na RedeTV. Mas como meu salário não caiu, por favor, não assistam!

Hebe Camargo, recebendo o mesmo tratamento que o programa Pânico na TV recebia. @hebecamargo

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Eu, eu, eu, o lula se lascou! No depoimento de ontem na CPMI do Cachoeira, Marconi Perillo mostrou que andar com a verdade é a melhor arma política contra toda maldade.

Politicamente falando, o governador Marconi Perillo é hoje o ator principal em relação às eleições municipais em todo o Estado de Goiás.

Luiz Gama, radialista goiano e ator coadjuvante visando papel principal de puxa saquismo. @luizgama

Roberto Justus, empresário, apresentador de TV e marido de Ticiane Pinheiro (foto), demitindo seu lado frio e insensível por justa causa. @RobertoLJustus

Vi coisas que se me contassem, não acreditaria. Vi jornalistas muito chateados com o baile que Marconi Perillo deu na CPMI.

Para quem namora ou é casado, um grande dia! Para quem ainda não tem um grande amor, boa sorte! O importante é viver intensamente!

Segundo amigo meu, o silêncio de Dona Iris (Deputada federal PMDB-GO), foi ensurdecedor.

O sofrimento provocado pelos seguidos ataques a minha honra é difícil de suportar, mas me amparo em Deus e na certeza de minha inocência.

Jardel Sebba, presidente da Assembléia Legislativa (PSDB-GO), falando sobre o que viu e a quem não ouviu na CPMI do Cachoeira. @jardelsebba45

Demostenes Torres, recorreu ao Único que pode salvar seu mandato. @demostenes_go

Gente, meu joelho vai muito bem, obrigado! Fiquem tranquilos dia 7 de Julho estarei cumprindo meu trabalho.

O bom para o povo de Goiás é que hoje temos Marconi Perillo como um governador muito mais forte para conduzir o nosso Estado.

Anderson Silva, campeão dos médios no UFC confirmando a revanche do século contra Chael Sonnen, após rumores de que tinha se machucado. @SpiderAnderson

To bem, fazendo disco novo, meus shows lotados e você falando que estou assediando mulher casada, usar meu nome para vender mentiras? Você é um ser infeliz!

Marcelo Falcão, vocalista do grupo musical Rappa, supostamente caluniado sobre suposto assédio à mulher casada, Débora Secco, supostamente. @marcelo_falcao

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Entrevista I Antônio Faleiros Filho

Desatando o nó da Saúde Pública Foto: Valterli Filho

Valterli Guedes

O

médico Antônio Faleiros Filho, 62 anos, é um administrador e político com vasta experiência. Há mais de 20 anos ele ocupou, durante o governo Henrique Santillo, o posto que hoje ocupa e passou a ser considerado por muitos “o melhor secretário de Saúde da História de Goiás”. Foi deputado – estadual e federal –, primeiro suplente de senador, diretor da CELG, presidente da Metrobus e presidente o diretório regional do PSDB por cinco mandatos. Agora, convocado pelo governador Marconi Perillo, outra vez está à frente dos intrincados negócios da Saúde Pública, para a qual, segundo disse nesta entrevista a HOJE, não falta dinheiro. Sobra, contudo, burocracia. A tal ponto que, segundo afirmou,” quem menos manda na Secretaria da Saúde é o secretário.” Seguem os principais trechos da entrevista:

Em Goiás, como em todo o Brasil, a Saúde vive em crise. O que está acontecendo? Primeiro porque o SUS não foi implantado de maneira igualitária em todos os estados. Cada cidade, apesar da responsabilidade constitucional, tem uma estrutura de saúde e uma aplicação variável de município para município – e também de estado para estado – e cada um deles se sacrifica até mais do que o governo federal. O governo federal, hoje, acredito, aplica de 6 a 7% do PIB. Já os estados, constitucionalmente, têm que aplicar 12% e os municípios 15%.

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Acho que a demora em qualquer outra área não traz consequências graves, mas no caso da Saúde sim. Porque não tem como fazer funcionar. Por mais planejamento que se tenha, você não tem como fazer uma compra emergencial para os hospitais da maneira como a burocracia exige. Daí, em alguns casos, como é em Goiás, o processo é tão moroso que, infelizmente, não tem como fazer os hospitais funcionarem. Não seria o caso de fazer um pregão eletrônico nacional permanente? Nunca imaginei uma situação como essa. O que sei dizer é que a saúde compra mais de quatro mil itens e é muito difícil porque você não tem como fazer uma licitação para cada item. Você tem que agrupar esses itens e quando faz isso corre o risco de fazer com que a licitação seja deserta porque pode ser que para dois ou três itens ou 50% dos itens podem não ter empresas que façam o provisionamento da totalidade. Exemplificando, se você tem um pregão pra 30 itens, pode ser que a ganhadora apresente somente 15 itens e as outras não apresentem nenhum. Mesmo com o melhor planejamento possível, acho muito difícil fazer uma administração ágil e que supra todos os hospitais públicos a tempo e a hora.Um exemplo típico é que todos os estados e a própria União estão transferindo a gestão dos hospitais – no caso dos estados as OS – ou no caso da União para uma empresa que foi criada agora no governo Lula. Os recursos para a Saúde, considerados poucos, já foram muito menos, mesmo assim as reclamações aumentam. Quais sugestões o senhor oferece para a resolver esse impasse? Você colocou um ponto importante. Eram menos recursos, mas em compensação, a população tinha menos conhecimento de seus direitos. Antigamente, você tinha Inamps que prestava serviço de saúde para 30% da população, somente aquela que tinha carteira assinada. O restante não tinha direito e nem acesso ao serviço de saúde. Isso foi conquistado na Constituinte de 1988, quando foi criado o SUS e aí a porta se abriu e a população toda começou a tomar conhecimento

dos direitos que ela tinha, de acesso universal à Saúde. E com isso, cada vez mais está aumentando não só os usuários do SUS, mas também a tecnologia médica. Antigamente nós nos primávamos em fazer o diagnóstico clínico. Hoje, praticamente, médico nenhum faz o diagnóstico clínico, ele faz o diagnóstico com exames. Ele faz é comprovação de exame de sangue, de tomografia, de ressonância... A medicina está caríssima. Por isso, os poucos recursos, por maiores que sejam, são ainda insuficientes para ofertar saúde para a população. E mais um detalhe:

“E mais um detalhe: não existe no mundo nenhum país que tenha um sistema de saúde universal como tem o Brasil. Só o Brasil tem um sistema como esse” não existe no mundo nenhum país que tenha um sistema de saúde universal como tem o Brasil. Só o Brasil tem um sistema como esse. É um bom programa de saúde então? Não tenho dúvida disso. Claro que precisa de muitas alterações e aprimoramentos, mas é o melhor plano de saúde do mundo. Não tem nenhum país que tenha um plano de saúde público universal como o SUS. Os poderes executivos dos três níveis têm responsabilidades quanto à Saúde. Os recursos disponibilizados estão na proporção das responsabilidades de cada um? Qual seria a distribuição justa desses recursos, percentualmente? Lutamos muito para que a regulamentação da emenda 29 obrigasse o go-

verno federal a aplicar um percentual maior do que ele aplica hoje. A nossa recomendação foi de colocar pelo menos 10% dos recursos arrecadados pela União na saúde. No entanto, isso não foi possível. Proporcionalmente, os estados e os municípios gastam muito mais do que o Ministério da Saúde, do que a União. Esperamos que a União reconheça isso e aumente o seu percentual. O senhor acha que uma boa solução seria a União aplicar mais em Saúde? A solução não é só aplicar em saúde também não. É importante fazer uma séria estruturação administrativa. Por exemplo, o cartão universal SUS já devia ter sido implantado em todo o País. É importante você fazer esse tipo de participação. Hoje, alguns municípios, para fugir da responsabilidade de pagar serviços de saúde para seus munícipes, fazem casas de apoio e colocam o endereço desses pacientes como se fossem daquela cidade e com isso fogem da responsabilidade de ter de pagar pelo tratamento deles. Com o cartão, dá pra fazer o cruzamento de dados e isso não acontece. Há mais de vinte anos, na condição de secretário da Saúde do governo Henrique Santillo, o senhor desenvolveu um trabalho muito elogiado. Qual a diferença entre aquela época e agora? Por que os elogios de ontem se transformaram nas críticas de hoje? O Estado mudou muito. Pra você ter uma ideia, não me faltou recurso naquela época e nem agora me falta recurso. O problema maior é a estrutura administrativa do estado que não deixa você ter autonomia. Por isso que sempre denunciei essa falta de autonomia da Saúde. Aqui na Secretaria da Saúde, te digo com toda segurança, quem menos manda é o secretário da Saúde. Mandam muito mais os controles internos de governo (Procuradoria Geral do Estado e Segplan) e os externos (Tribunal de Contas e Ministério Público). Enfim, o secretário perdeu o poder, autonomia de fazer. A Medicina, por causa da complexidade dela, quem entende dos processos são os profissionais da saúde e não os técnicos, que entendem apenas da Junho de 2012 - Hoje | 9


Entrevista I Antônio Faleiros Filho tecnicidade e não da especificidade da Medicina. Para você ter ideia, já disse que compramos mais de 4 mil itens, dentre eles, o fio de sutura. Um simples fio de sutura tem mais de 40 tipos, cada um com sua especificidade, para atender a uma determinada necessidade. Então é muito complexo e as pessoas não entendem isso. Estão sempre procurando especificações que comprometem as licitações. Quais são os pontos críticos para a Secretaria da Saúde? Aonde estão as maiores dificuldades. Nos hospitais, porque lá estão as emergências. Tem urgência toda hora

Acho que o ministro Padilha está fazendo um bom trabalho; tem políticas desenvolvidas que eu aplaudo. É um governo que avançou

e nós não temos a rapidez para poder contrapor a isso. Segundo, a Secretaria de Saúde de Goiás se localiza em, no mínimo, sete locais. Tem a sede, quatro superintendências fora da sede e as gerências em locais distantes. Nós não temos um local para concentrar todas as áreas e facilitar o mecanismo administrativo. Estivemos nos últimos anos, práticos aqui, que foram do esvaziamento do nível central através de gratificações que eram dadas apenas para as unidades hospitalares e, com isso, esvaziou o nível central, e chegou-se até o ponto de dizer que perdemos a expertise de fazer certo tipo de ação porque, ao longo dos anos, todos os ex-secretários delegaram aos hospitais, através de fundo rotativo, o suprimento das unidades.

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Que sugestões o senhor, com sua longa experiência, oferece em termos de Saúde Pública? Primeiro, quero deixar bem claro essa diferença: nós temos a área de saúde pública – de prevenção e promoção de saúde – e a área hospitalar, que é muito mais complexa. De qualquer forma, como administramos as duas áreas e elas se confundem, a maior dificuldade que a gente tem é essa falta de autonomia. A sugestão que dei ao governador foi da gente criar o Fundo Estadual de Saúde com independência. Sem controle prévio; com fiscalização rigorosa, mas a posteriori. Deixe nós, que entendemos de saúde, fazer saúde pública; e deixe os técnicos para nos fiscalizar quando a gente prestar as contas da secretaria. Não dá pra ser diferente. Para você ter uma ideia, o Tribunal de Contas do Estado há 22 anos aboliu esta prática. Antigamente, o TCE fazia controle prévio. Hoje, presta conta a posteriori. Você precisa ter autonomia para poder adminsitrar. Depois você presta conta. Que avaliação o senhor faz da política atual do Ministério da Saúde? Acha que pode existir alguma má vontade da área federal em relação à Goiás? Não. Acho que o ministro Padilha está fazendo um bom trabalho; tem políticas desenvolvidas que eu aplaudo. É um governo que avançou. Regulamentou a lei 8080 (Lei do SUS) e a emenda 29, que não era regulamenta há vários anos; criou o atendimento através de redes, que eu acho um avanço muito grande: Rede Cegonha, Rede Urgência/ Emergência, Anti-Drogas, Atendimento Psiquiátrico, de Doenças Mentais... Enfim, criou uma série de redes -- e vai criar outras --, para fazer esse atendimento o mais rápido possível; e tudo dentro de uma lógica: de porta de entrada, de atendimento primário, secundário e de portas de saída em todos os hospitais. A transferência da gestão de hospitais do governo estadual para organizações sociais tem apresentado resultado? Onde está a diferença? Até agora, posso lhe dizer que 100 % das nossas unidades transferidas para organizações sociais deram resultado

extremamente satisfatório. Todas elas -- o Hospital Henrique Santillo, em Anápolis; o Crer, em Goiânia; o Urso, em Santa Helena; e, agora mais recentemente, o HGG e o Hugo -- estão 100% satisfeitas, funcionando bem. A diferença é que nós fazemos a política de saúde e eles fazem a gerência, a administração dos hospitais. Isso funciona bem porque, primeiro, você diminui os custos. O Hugo, por exemplo, está nos dando uma econo-

“Que autonomia nossos diretores tem? Nenhuma! Eles não podem contratar, não podem remanejar pessoal, fazer compras diretas. Então, a gente tem que entender que é muito mais ágil uma organização social do que as amarras que o governo dá”

mia de R$ 12 milhões por ano; são R$ 1milhão por mês que podemos aplicar em outras áreas porque eles estão fazendo por um preço menor. Segundo, agilidade. Eles têm condições de fazer compras mais ágil e com menor custo e fazendo com que não haja nenhum desabastecimento. Terceiro, eles têm condições de fazer muito mais rápido pequenas reformas e pequenas adaptações. Eles têm condições de, na falta de um profissional, substituir um pelo outro, sem nenhum tipo de

problema legal, já nós não. Vou dar um exemplo: no final do ano, tínhamos no Hugo 14 fraturas expostas e nenhum ortopedista de plantão. Porque os dois entraram com atestado médico e não foram. Como se resolve uma situação desta? Você não pode mandar para outro hospital porque não tem quem faça aqui em Goiânia. Você não pode contratar um profissional para dar um plantão lá. Você não tem a menor condição de uma solução pelo poder público. O que nós fizemos para solucionar e que é muito mais oneroso: tivemos que mandar quatro desses pacientes para serem operados no Urso, em Santa Helena; tivemos que mandar alguns outros para Anápolis; e solicitar um amigo nosso ortopedista, que por amizade, foi lá resolver o problema dos outros pacientes. Se fosse uma organização social, ela pagaria um plantonista, convidava qualquer especialista que iria lá fazer a cirurgia sem nenhum problema. Esta é a diferença: agilidade. Existe um impasse na administração da saúde que precisa ser resolvido?’ Existe um impasse na administração do hospital. Vou voltar a repetir uma coisa aqui: não existe nenhuma empresa mais complexa para ser administrada do que hospital. Hospital você tem que ter, primeiro, atendimento 24 horas por dia; segundo, tem que ter equipes multiprofissionais a postos para atender a todo tipo de demanda (tem que ter uma equipe de neurocirurgia, de cirurgia geral, de cirurgia ortopédica, clínica; cirurgião buco-maxilo...). Você não sabe o que vai chegar no seu hospital. Você tem que ter todo esse preparo e todo suprimento de material e medicamento para fazer qualquer tipo de atendimento a toda e qualquer hora. É uma empresa muito difícil de administrar. Já é difícil particular, imagina você ter uma administração que não tem autonomia. Que autonomia nossos diretores tem? Nenhuma! Eles não podem contratar, não podem remanejar pessoal, fazer compras diretas. Então, a gente tem que entender que é muito mais ágil uma organização social do que as amarras que o governo dá. Junho de 2012 - Hoje | 11


PRIMEIRO PLANO

Rodovias, a marca A recuperação, a pavimentação e a duplicação de rodovias serão a marca principal da atual administração do governador Marconi Perillo (PSDB), segundo analistas antenados. Cerca de quatro mil quilômetros de rodovias estaduais serão recuperados. A pavimentação poderá ultrapassar os mil quilômetros. Quanto à duplicação, o compromisso público mais efetivo assumido pelo governador refere-se à rodovia ligando Inhumas à cidade de Goiás, antiga capital (o trecho Goiânia-Inhumas já está duplicado). Porque já tem data, ano e até horário para a inauguração. Os próximos quatro ou cinco meses, de pouca ou nenhuma chuva, serão decisivos, assim como o período de estiagem de 2013. Daí prá frente será a super campanha de 2014.

Cota de Marconi A queda de Nilson Freire, que presidia a Saneago desde o início do atual governo, foi exigência do prefeito de Itumbiara, José Gomes da Rocha, que o indicou. Um desentendimento entre os dois levou o prefeito, a quem coube a Saneago na partilha dos cargos, substituí-lo pelo atual presidente, Roberto Ferreira Marques. Como o governador gostava do trabalho de Freire, convidou-o para ocupar uma diretoria do Ipasgo. Mas, aí, na cota de Marconi e até a contra-gosto do prefeito de Itumbiara. 12 | Hoje - Junho de 2012

Zé Gomes equilibrista Aos poucos vão se tornando conhecidas as manobras do prefeito Zé Gomes, de Itumbiara. Primeiro, ele decidiu renunciar ao mandato em meados deste ano. Colocaria no lugar o vice Chico Bala, seu preferido à sucessão. Assim, talvez ficasse facilitada a reeleição de Bala. Enquanto isso, Gomes assumiria a presidência da Saneago, estatal de água e esgoto do Estado. Reeleito neste ano, em 2016 Chico Bala não poderia voltar a disputar, e Gomes teria chance de voltar à prefeitura, função por ele preferida,

Posição de Caiado O presidente regional do DEM, deputado Ronaldo Caiado, não se manifestou ainda sobre o caso Cachoeira. Não se sabe, por isso, se ele torce contra ou a favor do governador Marconi Perillo, ou mesmo do senador Demóstenes Torres. Em todo esse contexto, só existe uma certeza: Caiado continua ardoroso torcedor do vice-governador José Eliton, por ele indicado para ser o vice de Marconi.

entre tantas já exercidas. Aí apareceu o primeiro obstáculo: como Zé Gomes tem pendências na Justiça, tendo sido condenado por tribunal e sendo assim um “ficha suja” à luz de legislação adotada pelo próprio governador Marconi, ficou inviabilizada sua ascensão à presidência da Saneago. Aí, o jeito foi permanecer prefeito. De qualquer modo, como os ventos em Itumbiara não parecem favoráveis à candidatura Bala, livrando-se da Justiça Zé Gomes poderá voltar à disputa em 2016.

Doença em Paris Há alguns dias, a imprensa registrou que o presidente da Agetop, Jaime Rincon, estaria se transferindo para Paris, a capital francesa, em busca de tratamento para um mal que o acometia, certamente uma doença grave, alem de rara. Rincon deixaria, por isso, a presidência da poderosa estatal. A mudança, contudo, não se concretizou, e talvez não aconteça. Rumores insistentes ligam a propalada doença à CPMI do Cachoeira. Pode parecer inacreditável, mas a verdade, conforme esses rumores, é que a doença de Rincon piora na medida em que a CPMI se interessa por informações a serem dadas por ele. Caso contrário, pode ficar 100% curado sem arredar o pé de Goiás.

O ovinho Observadores atentos e de faro apurado detectam os movimentos de pelo menos um integrante do Ministério Público de Goiás para ocupar os espaços políticos deixados pelo senador Demóstenes Torres (sem partido). Talvez existam outros, mas o mais saliente de todos não perde tempo e é facilmente identificável. Distribui denúncias aos quatros ventos, requer inquéritos civis públicos, gestiona junto aos jornais, estações de rádio e de TV em busca de transformar sua atuação em notícias, de preferência destacadas, e por aí vai. Pode ser o ovo da serpente.


Curiosa estratégia Em Palmas, corre nos bastidores a informação de que o prefeito Raul Filho (PT), no final de seu segundo mandato, está mirando a sucessão de 2014, quando pensa desbancar seu antigo chefe Siqueira Campos (PSDB). O prefeito, dizem, tem várias estratégias para alcançar seu objetivo. Uma delas seria não eleger o seu próprio sucessor. Por esse raciocínio, seria melhor

para o prefeito a eleição de Marcelo Lelis, um siqueirista, ou qualquer outro, que fracassaria e a população passaria a se lembrar de Raul. Aí, como o atual governo de Siqueira, ao que tudo indica, não chegará bem das pernas ao final, haveria uma espécie de vazio e, então, seria a vez de Raul eleger-se governador. Uma estratégia tão complicada quanto arriscada.

A força de Izaura Segunda colocada em recente pesquisa (séria) sobre intenção de votos (o primeiro é o prefeito Paulo Garcia, do PT), a deputada estadual Izaura Lemos (PC do B), busca fechar alianças na certeza de que o prefeito tem baixo índice de vocação política e pode ser derrotado. Essa avaliação sobre o prefeito passou a ser feita depois de forte discussão com Paulo Garcia, de que resultou o rompimento do PC do B com a adminis-

Daniel de novo Ex-vereador, ex-deputado estadual bem votado e ex-prefeito de Goiânia por duas vezes (uma delas, durante o governo Ary Valadão, na condição de presidente da Câmara de Vereadores), o advogado Daniel Antônio de Oliveira está colocando o nome à disposição de seu atual partido, o PSDB,

Goianésia Otávio Lage de Siqueira Filho, o Otavinho, ex-prefeito (PSDB), tem 72% das intenções de votos em Goianésia, onde já foi prefeito. Mas a tendência é não entrar na disputa, devido pressões de seus sócios em diversos empreendimentos. Aí o campo fica aberto para a reeleição do prefeito Gilberto Naves (PMDB) que, ainda assim, por razões que caberia a ele explicitar, reluta em aceitar a disputa. O poderoso grupo político de Otavinho tende a lançar para prefeito o professor José Mateus dos Santos, diretor da UNI-Evangélica, que já foi vereador, vice-prefeito, prefeito interino e secretário Municipal de Administração.

para mais uma vez disputar a Prefeitura de Goiânia. “Se ninguém no PSDB tiver coragem, eu topo”, disse-me Daniel, num encontro casual. Mas se aparecer outro com coragem, Daniel Antônio ficará satisfeito com um lugar na chapa de candidatos a vereador.

Negócio da Delta Um autêntico negócio da China, ou melhor, da Delta (habituada em fazer negócios bons), acabou frustrado: a absorção da construtora pelo grupo JBS, versado na industrialização e comércio de carnes. Ninguém sabe ao certo o que estava por trás da engenharia desse fracassado negócio, que em princípio salvaria milhares de empregos. Talvez estivesse em andamento monstruosa negociata. A Encol, por exemplo, segundo disse-me seu fundador, Pedro Paulo de Souza, poderia ter sido salva com recursos de bancos oficiais. Mas o figurão do governo FHC que viabilizaria a operação queria, em troca, passar a ser dono de nada menos que 50% da empresa. Quanto ao JBS, já é movido por grosso dinheiro do BNDES. Aí, então, o governo passaria a ser sócio de uma empreiteira alvo, no momento, de denúncias.

Inferno astral Marconi Perillo vive, sem dúvidas, um período de dificuldades sem precedentes em sua carreira política. Os prejuízos atingem a imagem do político e, com certeza, o emocional do cidadão. Demitir um auxiliar que o acompanha desde os tempos de deputado, como Lúcio Goutier Fiúza, não terá sido fácil. Seus fiéis escudeiros acreditam, contudo, que haverá recuperação a tempo de disputar com chance de vitória a reeleição de 2014, o que, hoje, reconhecem, seria impossível.

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Pesquisa nacional

O que pensa o Levantamento mostra rejeição às privatizações, apoio à pena de morte e defesa dos direitos dos homossexuais

O

brasileiro não quer privatizações de empresas públicas, defende o direito de greve, até no serviço público, e aprova a reforma agrária em terras improdutivas. Mais: abençoa a união homoafetiva e a adoção de crianças por casais do mesmo sexo, além de exorcizar a censura aos veículos de comunicação. É o que aponta pesquisa realizada em 18 estados do País e no Distrito Federal, com 3.000 entrevistas telefônicas e 180 entrevistas em profundidade em 46 cidades. O levantamento estatístico a que a Revista Hoje teve acesso foi encomendado pelo PSD, partido criado em 2011. Os entrevistados [69%] apontam que a vida financeira do cidadão melhorou. Já 27% registraram que ela continua como antes. Para 2% da população, piorou. Não manifestaram

opinião, 1%. Otimistas, 69% acreditam que a economia irá melhorar. Continuará igual, 24%. Vai piorar, 3%. Sem opinião, 4%. O levantamento estatístico publicado nesta edição pela Revista Hoje revela também um inusitado espírito empreendedor do brasileiro: 62% sonham em montar negócio próprio. Preferem um emprego público, 26%. Emprego privado é o objetivo de 7%. Não emitiram opinião 5% dos entrevistados.

Mídia

O levantamento mostra recusa da população em aceitar a censura à imprensa: 86%. Os brasileiros acham ainda que os partidos políticos existentes no País não são coerentes: 57%. Mas os entrevistados consideram importante a criação de uma legenda que faça a defesa da lei e da ordem: 81%.

Foto: Divulgação

Renato Dias

Linha dura Pena de morte para bandidos. É o que defendem 52% dos brasileiros. Rejeitam a adoção da pena capital, 44%. A pesquisa mostra também que 34% dos brasileiros apóiam a redução da maioridade penal para 16 anos. Para 14 anos, 21%. Para 12 anos, 32%. Dos entrevistados, 11% querem a manutenção em 18 anos. Depois de oito anos de gestão de um ex-sindicalista [o petista


o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva] no Palácio do Planalto, o cidadão aprova o direito de greve: 62%. Condenam, 32%. Já em relação ao direito de greve do funcionalismo público, ele é aprovado por 55% dos entrevistados e rejeitado por 41%. A reforma agrária é bem vista por 50% e rejeitada por 38%. Detalhe:65% são favoráveis à reforma agrária em terras improdutivas. Contrários, 26%. Menos conservador que décadas atrás, o brasilei-

ro aprova a a união homoafetiva por 55% a 42%, assim como a adoção de crianças por casais do mesmo sexo: 60% a 38%. As políticas sociais que buscam retirar setores da população da situação de vulnerabilidade social têm a aprovação de 71%. Condenam as privatizações de estatais, 53%. Defendem a desestatização, 33%. Preto no branco:o brasileiro acredita que o setor privado administra melhor que o setor público: 50% a 32%.

Protecionistas, 64% dos entrevistados crêem que o governo federal deveria restringir a entrada de produtos importados no mercado nacional. Condenam essa 31%. O porcentual de cidadãos que defendem a restrição à entrada de estrangeiros para trabalhar no País é de 56%. Rejeitam a proposta, 39%.


Vilmar Rocha

“O PSD quer fazer a diferença” Um veterano na política (exerceu dois mandatos na Assembléia Legislativa e está no exercício do sexto mandato de deputado federal), Vilmar Rocha, professor de direito constitucional da UFG e atual secretário chefe do Gabinete Civil do governo de Goiás, é agora presidente do Diretório Regional do PSD, novo partido liderado nacionalmente pelo prefeito Gilberto Kassab, de São Paulo. Seu objetivo é trabalhar pela construção de um partido diferente das dezenas de outros existentes. Um partido que lute por bandeiras definidas nitidamente e que seja comprometido com a manutenção da coerência. Quer fazer a diferença mas, contrito, diz reconhecer que só o tempo dirá se isso vai acontecer. Seguem os principais trechos de sua entrevista: Há tantos partidos políticos no Brasil que talvez seja difícil, do ponto de vista ideológico, apresentar mais um. Ainda assim, o que o senhor diz do PSD? A que vem esse partido?

Foto: Valterli Filho

Vilmar Rocha: No espaço político dos últimos anos, durante um longo período vivemos uma época de uma polarização ideológica entre comunismo e capitalismo. Esta polarização ideológica dominou os demais partidos durante uma grande parte do século. Depois, nós fizemos ainda os partidos mais radicais em um período na partidarização, ou seja, era uma visão de que o partido era um fim em si mesmo e isso é muito comum nos partidos radicais. Vamos entrar numa outra fase, que eu chamaria de convergência. Não vai ter oposição; não vai haver a favor e nem contra, mas uma agenda comum. Seria um estágio de um amadurecimento democrático no Brasil, sem ideologização que impeça essa convergência. Acho que o PSD ou qualquer novo partido poderia ser um instrumento a mais, que poderia ocupar os espaços políticos. Se você fala isso, espíritos que não estão preparados para refletir e ter coragem de assumir essa posição, vão dizer que é uma posição de quem quer aderir para o governo. Se você adere ao governo para obter determinadas vantagens, privilégios políticos, você perde autoridade para defender esta bandeira. Você perde um partido independente, que pode adotar uma política de convergência. Quais são as possibilidades objetivas para que o PSD cumpra esse papel? Não tenho a menor ideia. O tempo é que vai dizer. Como o senhor colocou a questão de uma agenda, seria esta uma agenda mínima ou uma agenda que fizesse com que a convergência pudesse acontecer? Hoje, você tem uma agenda universal, indiferente de ideologia de partidos e de tendências. Quais são os pontos dessa agenda universal? Direito Humanos, Meio Ambiente, Democracia etc... Todo mundo com quem você fala hoje tem uma consciência de que a Educação é uma prioridade central para o futuro do Brasil. Mas grande parte da socieda-

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de não coloca ainda a Educação como central, por quê? Nas pesquisas que você faz, Saúde, Emprego, Segurança e a Educação está la em 4° ou 5° lugar. Mas todos sabemos, há um consenso no País de quem reflete, de que a falta de Educação é tema central. Estamos melhorando a Educação, mas muito aquém do necessário. Precisávamos de fazer uma intervenção muito mais forte na Educação e não é só para preparar para o trabalho; é uma Educação muito mais integral. O Brasil carece de uma intervenção forte na Educação. Em relação à Educação, o Brasil é carente no que se chama de capital humano. Como resolver isso? Somos carentes no que se chama capital humano. E não é só. Na minha visão, a educação para o trabalho é necessária, mas educar é mais do que isso. É imaginário que uma sociedade como a nossa tem um futuro com um índice de violência como o atual. No Brasil a violência é primitiva; é primária. Nos países que já estão em um nível civilizacional e cultural mais alto, há violência. Mas ela é periférica; aqui a violência é uma coisa muito primária. Você não vê isso nas nações civilizadas. Nas nações civilizadas você vê crimes, furtos, roubos, fraudes... Aqui, não: os índices estão alarmantes em uma sociedade que ataca, que elimina o outro; isso é uma coisa animal, primária de pessoas que não estão preparadas para uma convivência civilizada. Outro exemplo é o combate às drogas. Esse tema é muito falado mas não há ainda uma política nacional consistente, um projeto para enfrentar isto. Nós, políticos, temos uma sensibilidade para sentir o que está acontecendo na cidade mais do que outros. Nas eleições de 2010, eu sabia que o problema das drogas era grave, mas percebi a profundidade disso porque em todas as reuniões que eu ia, sempre havia alguém que tinha na família pessoa envolvida com drogas em vários estágios, então esse assunto é um assunto que fere.


Não é simplesmente um assunto policial? Claro que não é, de jeito nenhum. Pode ter uma repressão, sim. Pode ter um aspecto médico? Sim. Mas é mais do que isso; se você me perguntar a receita, eu não tenho. Tem que refletir sobre isso, ter um projeto de enfrentamento, preparar, encontrar formas pra enfrentarmos isso porque esse assunto é grave e está se agravando. Hoje, qualquer um de nós, que tem esse problema, sabe o quanto isso fere profundamente a alma da família e da sociedade. O que pode diferenciar o PSD das dezenas de outros partidos existentes no Brasil hoje? Fidelidade é um programa, todos os partidos têm muitas bandeiras, mas não são fiéis a elas, não lutam efetivamente por elas. Um exemplo é o PSDB, que sempre teve o Parlamentarismo como uma das suas bandeiras centrais e no entanto nunca se viu uma ação política e parlamentar forte a favor do parlamentarismo. No PSD, defendemos três bandeiras: a reforma constitucional, por meio de uma assembleia exclusiva; o voto distrital e uma reforma tributária, com um novo pacto federativo. O partido vai ser diferente se for fiel a isso. Os primeiros passos tem sido positivos nessa direção? Sim, acho que tem sido positivos. Claro que estamos numa fase embrionária, de reorganização e de estruturação. O tempo é que vai dizer se nós vamos ser ou não diferente. O certo é que nós vamos lutar por isso. Estou fazendo uma experiência aqui de reunir com pequenos grupos pra ter um papo político, pra discutir política onde a gente apresenta essa tese de maneira mais organizada. Isso talvez possa ser um diferencial e com todos os segmentos da sociedade. Outra coisa que pode ser diferente no partido é estruturar uma competente rede de ação e de pesquisas via internet. Quando fui deputado federal, assuntos polêmicos no Congresso geravam dezenas de e-mails, manifestações etc... Temos que exercitar muito isso, sempre ouvindo a população e o que

ela pensa sobre esses assuntos.Estamos montando uma forte estrutura em pesquisas via celular.

“Estamos em fase embrionária, de reorganização e estruturação. O tempo é que vai dizer se nós vamos ser ou não diferentes”

E em relação aos seus projetos pessoais na política? Pretendo e vou trabalhar para ser candidato a senador porque já fui 8 vezes eleito deputado, 2 vezes estadual e 6 federal. Temos que avivar, deixar mais claro pela ação o papel do Senado. O papel do Senado não é igual ao papel da Câmara. O Senado representa o Estado e a Câmara a população. Por exemplo, a resolução 72 a ser aprovada pelo Senado atinge alguns estados, inclusive Goiás. A contestação do Governo Federal está oferecendo empréstimo para esses estados que vão perder em função da resolução 72. Está errado porque empréstimo você tem que pagar; empréstimo é empréstimo. Os estados vão perder, tinha que ter uma compensação diferente, então isso vem sendo levantado com muita força pelo Senado. Outra coisa, reforma tributaria é um pacto federativo que o Senado tem que olhar. Em 1988, na época da promulgação da nova Constituição, 80% da arrecadação federal eram impostos e 20% de contribuições e taxas. Sabemos que os impostos são divididos entre estados e municípios como um fundo de participação. De lá pra cá, a União aumentou a carga tributaria para quase 40%, mas aumentou, também, as contribuições e taxas de certa forma que, hoje, em média, 53% são impostos e 47% são taxas. A União aumentou, inclusive, a dependência política dos estados e municípios em relação a ela.

isso, os filiados têm que deixar de ser apenas cartoriais para ser ativos na vida do partido. Especificamente em relação às eleições, estamos animados. Conseguimos um número grande de prefeitos e de vereadores. São 40 prefeitos, 18 vice prefeitos, 360 vereadores, 7 deputados estaduais e 4 federais – é uma estrutura boa. Nossa expectativa é de repetir isso. O importante é ter uma boa base. O grande momento de definição do partido vai ser em 2014, na eleição nacional e na eleição geral. Daí vamos ter que fazer opções e o partido vai começar a se definir politicamente, regional e nacionalmente.

O PSD, em Goiás, vai entrar para concorrer mesmo? Vai entrar para concorrer e ainda com duas características que acho que diferenciam o PSD dos outros. Primeiro, vamos respeitar a decisão local, ou seja, não vai ter intervenção, não vai ter autoritarismo, não vai ter imposição. O que o partido decidir vai ser respeitado. Poderá aconselhar, sugerir, não impor. É muito comum nos partidos, quando a base discorda da cúpula, a cúpula fazer uma intervenção. Segundo, não vamos ter restrições a nenhuma coligação. Entendemos que a realidade local é muito forte e vamos respeitar, tanto que o PSD vai coligar com o com PTB, com o PT e outros mais. Vamos respeitar as decisões locais sem intervenção e não vamos fazer restrições.

Estamos em ano de eleições; quais são suas expectativas em relação a participação do PSD? Acho que todos os partidos deveriam ter isso, filiação partidária aqui no Brasil é liberalmente formal, cartorial. No dia em que fizemos o seminário, colocamos 15 moças para cadastrar e pegar o e-mail de todos os presentes e conseguimos 600 endereços. Após o evento, enviamos uma mensagem de agradecimento pela presença delas. Vocês precisavam ver a repercussão disso. Muitas pessoas me disseram que foi a primeira vez que o partido reconheceu a participação delas. Por

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Resenha

Renato Dias | renatodias67@gmail.com

“Maguito Vilela é candidato e vai ganhar as eleições” (De Lafaiete de Campos Filho)

Esquerdas

Elias Vaz e Gilberto Ricardi postulam, no PSOL, a vaga para a disputa ao Paço.

Preto no branco

Gilberto Ricardi, funcionário público da CGU, é ligado à esquerda do PSOL.

C´est fini

Francisco Júnior: esse deve ser o nome do PSD na corrida à Prefeitura de Goiânia.

1º Tempo

Não há fato novo a revelar sobre suposto envolvimento do Governo de Goiás no Caso Cachoeira, diz Vilmar Rocha.

2º tempo De Kakay, advogado:- Não há mais novidades.

Outro lado

No PSD, Armando Vergílio não estaria empolgado com a possibilidade de concorrer ao Paço.

3º tempo De Vilmar Rocha: - A crise está perto do fim.

Café da manhã

Miguel Tiago, ex-presidente da AMT, é um dos puxadores de votos da chapa do PT à Câmara Municipal.

Sem acordo

Djalma Araújo bate na tecla: aliança com PMDB proporcional é suicídio.

Vermelhou geral

Fábio Tokarski garante que Isaura Lemos irá manter candidatura até o fim.

Eleições Vilmar Rocha diz que a tática é lançar dois ou três nomes da base ao Paço.

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O que é isso, companheiro?

Elias Vaz terá de prestar esclarecimentos à CPMI do Cachoeira, informa Fernando Leite.

Caras

Sumiu dos holofotes da mídia. Quem? Andressa Morais.


Dica de leitura

Será?

4 de julho: essa seria a data da votação da cassação de Demóstenes Torres.

Veneno news

Elias Vaz seria um tigrão contra Paulo Garcia e uma tchutchuca com Carlinhos Cachoeira.

Perseguição política É o que Marconi Perillo alegou à CPMI.

1 - Mata! (2012), Companhia das Letras, de Leonencio Nossa, jornalista do Estado de S. Paulo. 2 - Tema: as guerrilhas de Curió. No Araguaia.

Bastidores

Isaura Lemos cobra a instalação da Comissão da Verdasde no Palácio Alfredo Nasser.

Hard

Tulio Isac, líder do PSDB, quer Maguito Vilela, Paulo Garcia e Antonnio Roberto na CPI.

Terceira via

Tanner de Melo diz ser candidato em Aparecida.

Martelo batido

Veter Martins (PSDB) será o vice de Ademir Menezes (PSD).

Engraçado

Fio direto Anote aí: vice? O nome dele é Wagner Siqueira Júnior.

Ronaldo Caiado vetou aliança entre DEM e PSD, em Goiás.

É cada uma

Nilo Resende é a opção do DEM em Goiânia.

Socialismo

O PSB quer, em Goiânia, pelo menos manter a atual bancada: dois vereadores.

OAB Goiás

Henrique Tiburcio e Leon Deniz se preparam para novo embate nas urnas.

Trabalhismo Jovair Arantes mantém pré-candidatura ao Paço.

OAB Goiás

As eleições ocorrerão em novembro deste ano.

Meio ambiente

Lafaiete de Campos, secretário de Meio Ambiente de Aparecida de Goiânia, já arregaçou as mangas da camisa e quer revolucionar o setor na cidade.

28 de junho

É a data da convenção do PMDB, em Goiânia.

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Tocantins

Os dilemas de Siqueira

Dívidas, baixa capacidade de investimento e comprometimento com a folha levam o governo a uma semi-paralização Roberta Tum, de Palmas

A

s reclamações são grandes. O sentimento de incompreensão e frustração de expectativas também. Um ano e meio depois de assumir o Palácio Araguaia, Siqueira Campos(PSDB) enfrenta os dilemas que qualquer governador teria pela frente se administrasse o Tocantins em seu lugar: arrecadação inferior aos custos da máquina, redução da capacidade de investimento, comprometimento

alto com a folha de pagamento. A resposta que tem dado é austeridade e cortes. O que desagrada companheiros e alimenta o discurso dos adversários. Se tivesse vencido as eleições em outubro de 2010, Carlos Gaguim (PMDB) estaria enfrentando dias de impopularidade. Se tivesse sido candidato, e passasse pelo crivo popular, Raul Filho, do PT, estaria submetido à mesma resposta negativa da população, diante de expectativas frustradas. Mas é Siqueira Campos – que carrega nos ombros o ônus do mito e da lenda viva de ter simbolizado o desejo de criação do Tocantins como ninguém - aquele que se senta diariamente no gabinete do governador no Palácio Araguaia para atender as demandas. E respondê-las como puder. As pesquisas mostram que sua gestão é vista entre regular e boa pela população do Estado. Ele está longe de viver os dias áureos de glória, e sabe disso. Os dias do quarto mandato do governador são dias de muitas dificuldades a administrar, e de decisões impopulares a serem tomadas.

Para dívida herdada, suspensão de pagamentos

Das medidas recentes tomadas pelo governo, a mais impopular entre empresários e fornecedores do Estado foi a suspensão do pagamento das dívidas contraídas antes de 2011, chamado nas ruas de “calote oficial”. Para receber, o credor precisa acionar individualmente o Estado, comprovar a dívida e justificar os valores. Para só então entrar numa lista de reconhecimento de dívidas. Um secretário, que preferiu não se identificar, argumentou em favor da suspensão: “Tem dívidas de milhões na minha secretaria que nunca apareceu ninguém Siqueira Campos

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Fotos: Divulgação

João Ribeiro

para cobrar. Ora, como é que o sujeito presta um serviço de milhões e não cobra? Tem processo sem nota fiscal. Tem processo com nota que nunca foi atestada. Como é que podemos pagar?”, questionou. Com os recursos de repasses federais, constitucionais, oscilando para baixo, e o caixa próprio do Estado insuficiente para o custeio da máquina e mais investimentos - afirma a assessoria do governador - a solução foi administrar o presente. E deixar o passado em suspense. Pelo menos por hora.

Progressões, aumentos, indenizações: o caos da folha de pagamento

Desde que assumiu o governo no ano que passou, o governo assumiu também os compromissos feitos através de lei, ou em negociações com diversos sindicatos, deixados pelo antecessor Carlos Henrique Gaguim. A este respeito, o então secretario de Planejamento, Eduardo Siqueira (PSDB) foi taxativo à época: “sem negociação, é impossível pagar”. Resultado: parcelamento de progressões vencidas, e abertura de uma temporada de renegociação da tabela de progressões traçada ainda no governo Marcelo Miranda (PMDB), fruto de uma consultoria prestada pela Fundação Getúlio Vargas.


Campos Atualmente, segundo dados da Secad, os efetivos, com todos os diretos e benefícios, respondem por 85% do custo da folha. Comissionados e contratos temporários respondem pelos outros 15%, e estão no limite do corte.

Cortes no orçamento e busca de parcerias internacionais

Com uma projeção de fechar o ano no vermelho, caso as receitas se comportem como tem sido a média dos últimos três meses, a ordem geral dentro do governo é cortar despesas. A redução orçamentária atinge todas as pastas e afeta diretamente a capacidade de investimento do governo com recursos próprios. A área de Infra Estrutura, por exemplo, tem trabalhado de olho nos recursos de convênios internacionais. Além do pagamento do custo da dívida já existente com bancos, o governo trabalha os recursos que tem apenas para dar contrapartida a empréstimos que possam gerar desenvolvimento nas regiões com aptidão para o agronegócio. Se permanecer como estão, receita e despesas, o Estado pode chegar ao final do ano com um furo orçamentário – e por consequência financeiro – de mais de R$ 200 milhões.

Aparando arestas políticas e administrativas

Passando dos 500 dias do governo – um marco que não foi bem explorado por falta de previsão e planejamento das áreas que poderiam dar uma satisfação à população em números e metas atingidas – o que se percebe é uma gestão tentando corrigir erros. Um deles, a falta de diálogo com a classe política e com os partidos, sentido fortemente ao final do primeiro ano, foi revertido com a mudança de pasta de Eduardo Siqueira, do Planejamento para as Relações Institucionais. Uma grande movimentação levou para os partidos aliados, como o PSD, antigos adversários. É o caso

do ex-peemedebista Sandoval Cardoso, atual Secretário das Cidades. O PMDB perdeu também o primeiro suplente de sua coligaçãoo, Jorge Frederico, de Araguaína. Na mudança feita na Assembléia, o governo fortaleceu-se e chegou à maioria. Acertou também um valor mais baixo do que o esperado para emendas parlamentares dos deputados estaduais, mas com o compromisso de pagar R$ 1 milhão de emendas para cada. Caminhando para o processo eleitoral, as últimas farpas parecem aparadas também no campo político com os principais aliados. A senadora Kátia Abreu (PSD) está com a relação pacificada com o governo desde o final do ano que passou. E teve total apoio para vencer as eleições da Faet - Federação da Agricultura do Estado do Tocantins. O senador João Ribeiro (PR), que marchava para um rompimento – devido à aliança em Palmas com o prefeito Raul Filho (PT) e o lançamento da candidatura da filha, deputada Luana Ribeiro, à prefeitura de Palmas, dividindo a preferencia da base com Marcelo Lélis (PV), que tem o apoio do governo – vive tempos de relação mais amena com o secretario Eduardo Siqueira, e consequentemente com seu pai. O PR vai tratar Palmas de uma maneira, e os 138 municípios do Estado de outra. Pelo menos é o que foi acordado entre João Ribeiro e Eduardo.

Segundo ano marca correção de rumos

Num segundo ano repleto de dificuldades, o governo tenta acertar. Lança programas para combater a fome, e aperta o passo para melhorar os índices de avaliação da Educação. A maior crise vivida, sem dúvida no campo da Saúde, dá mostras de que pode passar, diante do rompimento do contrato com a Pró Saúde, e fim da terceirização. Ao assumir novamente o comando dos hospitais do Estado, e marcar um cronograma para retirada da OS de campo, o secretario Nicolau Esteves determinou a construção de novos leitos em dois hospitais: HGPP e a Maternidade Dona Regina. Os tempos neste junho de 2012, são de trégua no Tocantins. Até os

Luana Ribeiro

adversários ensaiam alianças para buscar soluções administrativas para municípios grandes e com problemas complexos, como é o caso de Araguaína, onde o vice de Ronaldo Dimas, do PR, será Elenil da Penha, do PMDB. Já em Dianópolis, cidade histórica, um peemedebista das antigas, Hercy Filho, recebe na vice uma indicação do PSDB de Siqueira. Corrigindo erros administrativos e criando pontes políticas, um Siqueira Campos vivido e amadurecido pelos tempos que passou longe do poder, chega aos 84 anos aplicando remédios amargos mas necessários na gestão do Estado que sonhou ver criado e próspero. Está longe de agradar a todos e certamente não vive seus tempos áureos de outros dias em que era temido pelo poder que emana. Apenas segue com a autoridade que o povo lhe deu, fazendo o que é possível diante das circunstâncias.

Kátia Abreu Junho de 2012 - Hoje | 21


PALMAS

On Line

“Meu pai está respondendo processo atrás, no governo Siqueira. Agora is Ex-governador Marcelo Miranda(PMDB), defendendo o pai, responde processo por ações à frente da Secretaria

Sob cuidados médicos O Senador João Ribeiro (PR) retorna às suas atividades políticas em ritmo de cuidados médicos, após permanecer internado por mais de 40 dias no Hospital Sírio Libanês em São Paulo. O presidente do PR foi diagnosticado com uma doença pouco conhecida no Brasil, a Síndrome Mielocisplástica, que tem reduzido suas plaquetas a índices bem abaixo dos recomendáveis. O tratamento já foi iniciado, e Ribeiro fará o acompanhamento na unidade do Sírio Libanês em Brasília.

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Aeroporto O imbróglio do Aeroporto de Araguaína, que está há meses fechado para pousos e decolagens, está com os dias contados para terminar. O governo do Estado e o MPE entraram em entendimento para assinar Termo de Ajuste de Conduta. Uma

das exigências, a instalação de um Pluviógrafo, foi atendida em dobro: o Estado mandou instalar uma estação metereológica. As obras de balizamento da pista, no valor de R$ 1,4 milhão, também foram autorizadas pelo governador Siqueira Campos.

Mexendo o doce Afastado nos primeiros meses da pré-campanha dos principais municípios, o deputado federal Eduardo Gomes, primeiro secretario da mesa diretora da Câmara Federal, estará dedicado a visitar os municípios de sua base para ajudar os companheiros. Depois de dar palpite na sucessão de Araguaína, onde antecipou anúncio de apoio a Ronaldo Dimas(PR), deve mexer o doce mesmo é em Palmas, seu domicílio eleitoral.

Dimas e Elenil A aliança que mais provoca buxixos nas rodas políticas do Estado é a do PR, de Ronaldo Dimas (suplente de deputado federal) e Elenil da Penha, do PMDB, presidente da Câmara de Araguaína. Peemedebista a vida inteira, Elenil vai para um palanque que tem o apoio do governo. Sinal dos tempos para uns, a aliança causou arrepios no ex-governador Marcelo Miranda, que manifestou seu descontentamento: “respeito os companheiros do diretório, mas sou contra”.

Mais dois O pré-candidato do PV já tem pelo menos mais dois importantes partidos na capital com data marcada para anunciar apoio à sua candidatura: o PSD, da senadora Kátia Abreu e do vice, João Oliveira, e o PTB do deputado José Geraldo. No namoro, ainda sem data para noivar, está o Democratas, que havia pedido a vice, mas parece não ter conseguido emplacar a expectativa.


Roberta Tum / editoria@robertatum.com.br

Drops

do MPF, de ações lá so ninguém fala”

Segue firme em sua pré-candidatura à vereança em Palmas, Iratã Abreu, filho da senadora Kátia Abreu, do PSD. No PMDB quem vai adiar o sonho de disputar vaga na Câmara da Capital é o pedagogo e ex-líder de movimento estudantil, Luciano Coelho. Deve apoiar Emerson Coimbra. O deputado José Augusto Pugliese (PMDB) colocou seu nome à disposição para disputar a presidência da Assembléia Legislativa. Na oposição, enfrenta dificuldades. Da base do governo na Casa de Leis pelo menos três almejam o cargo: Amélio Cayres (PR), Osires Damaso (DEM) e José Bonifácio (PR). Isso sem contar Raimundo Moreira(PSDB), presidente e candidato natural à reeleição.

Brito Miranda(PMDB), que de Infra Estrutura

Com Lélis

Stival e Goiaciara ‘Em Gurupi dois partidos importantes da base do governo parecem caminhar sem dificuldades para uma composição: o PR de Goiaciara Cruz e o PSDB de Oswaldo Stival. Ela viúva de João Cruz, e ele empresário conhecido na região, podem compor chapa. Falta decidir quem é cabeça e quem é vice. Com todas as condições de fazer sua campanha, Stival pode levar vantagem e disputar a prefeitura.

Sem União 2 Foto Lourenço Bonifacio

Aumenta o número de partidos com apoio declarado a Marcelo Lélis (PV) – foto – pré-candidato que levará consigo a maioria dos partidos da base do governo na disputa pela prefeitura de Palmas. Lélis já contava com seis partidos na primeira semana do mês de junho: PSL, PMN, PRB, PTC, PSDB e PHS. Os dois últimos foram significativos, por serem, o PSDB o partido do governador Siqueira Campos, que declarou seu apoio a Marcelo, e o PHS por ter deixado a base do prefeito Raul Filho.

Sem união 1

O grupo de oito partidos que começou o mês batendo o pé e tentando excluir a deputada do PR, filha do senador João Ribeiro, começou a se esfacelar com a saída do PHS, do Pastor Claudemir, ex-secretário de Raul, que anunciou apoio a Marcelo Lélis. Em outra frente, PMDB, sob o comando do deputado Eli Borges na capital, pré-candidato, tenta fechar aliança com o PP de Carlos Amashta e com o PSB de Alan Barbiero. O PT de Raul deve marchar com Luana Ribeiro, e indicar a vice.

Uma reunião a portas fechadas no gabinete do prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), despertou a atenção de quem aguardava de fora pelo tom alterado das vozes, e da discussão. Lá dentro, os pré-candidatos a prefeito, Vanderlei Barbosa (PSB), que perdeu o comando do seu partido para o ex-reitor da UFT Alan Barbiero (PSB), a vice prefeita Edna Agnolin (PDT), e os vereadores Milton Néris (PR), Lúcio Campelo (PR) e José do Lago Folha Filho (PTN). Os vereadores inconformados com anúncio dos dois companheiros de que não aceitam a deputada Luana Ribeiro, pré-candidata do PR, no grupo das oposições.

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O caso Cachoeira

Crônica de um O caso do bicheiro Cachoeira é mais um escândalo do qual não se extrai nenhuma lição. Afinal, mais do que CPMIs, o legislativo precisa criar e votar medidas que levem o Brasil a um avanço e livrem a sociedade desse eterno replay de mau gosto

Fim de jogo para Carlos Cachoeira, mas não para centenas de outros contraventores que vêem nisso a possibilidade de melhorarem seus negócios ilícitos Fotos: Divulgação

Valterli Guedes

A

Delta Construções, uma das maiores empreiteiras do Brasil, marcha inexoravelmente para a derrocada. Os negócios, legais ou ilícitos, do empresário e contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, também. O mais, e entenda-se por isso o Brasil inteiro, a começar pelas suas instituições, continuará o mesmo. Não existe qualquer vislumbre de avanço à vista; nenhuma luz no fim do túnel. É mais um mega-escândalo como tantos outros já vividos, capaz de deixar brasileiros e mesmo os habitantes de outras plagas boquiabertos e nenhum sinal de que se extraia daí uma lição. Uma pena, porque tudo isso, esses fatos lamentáveis porque prejudiciais ao País, poderia ser recolhido senão como lição, pelos menos como exemplo do indesejável, partindo-se daí para a adoção de medidas, no campo político-institucion��������������������� al, buscando um avanço positivo, na direção de arrancar o Brasil da posição de um dos mais corruptos do mundo,

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nas listas de países elaboradas por instituições internacionais especializadas. Se isso não acontece é sinal de que o Brasil não conseguiu sair da situação de país dominado pelo mal, com suas instituições, a começar pelo Congresso Nacional (onde são elaboradas as principais leis a serem observadas e cumpridas pela população), com maioria descomprometida com a construção de um país civilizado. Extrai-se daí que aquela situação denunciada pelo ex-presidente Lula nos tempos em que era um impetuoso militante da Oposição, a da existência de um Parlamento no qual pululam pelo menos 300 picaretas (número suficiente para garantir à malandragem a maioria), permanece incólume. Nesse quadro, qualquer punição à Delta ou a Cachoeira, ou mesmo ao ex-paladino da moralidade, o ainda senador Demóstenes Torres, será medida inócua. Se a Sociedade tem aspirações por moralidade, terá sido feito nada. Não haverá o que aplaudir. Os aplausos só se justificam se partirem, e com certeza estão partindo, das demais grandes empreiteiras, as concorrentes da Delta, todas elas enciumadas. Tudo teria corrido naturalmente, como é tradição entre elas, se a Delta não tivesse ido com tanta sede ao pote. A malandragem de sempre: umas “cobrem” outras e assim distribuem as licitações, ou melhor, as obras. Mas a Delta foi atrevida, audaz, ambiciosa; quis comer sozinha. Virou inimiga de

congêneres que fazem exatamente o mesmo que ela, a começar por alimentarem os caixas dois de partidos e de candidatos. Quanto a Carlinhos Cachoeira, no que concerne aos jogos considerados ilícitos, o raciocínio é o mesmo: centenas de outros contraventores aplaudem as agruras por ele vividas tão somente pela perspectiva de terem ampliados seus próprios espaços na contravenção. Em relação a Demóstenes, só um dedinho de prosa: que moral tem para punilo um Senado presidido por Zé Sarney, ainda há pouco flagrado com a boca na botija, acobertando centenas de cargos comissionados secretos, todos remunerados pelo contribuinte mas não submetidos ao crivo da publicidade, um requisito constitucional obrigatório? Um Senado que, além disso, sequer conseguiu sair da discussão em torno dos votos dos senadores, se secretos ou abertos, como se eles não tivessem a obrigação de prestar contas ao eleitor?

Discutir para mudar e avançar

O Caso Cachoeira, nos termos em que vem sendo tratado, é o protótipo do fracasso. Um fracasso previamente anunciado. Porque, simplesmente, virou atração de TV igual a uma novela, e não na forma de discussão visando prevenir outros escândalos. Vamos por partes. Quanto às empreiteiras: seria a hora de realizar o que foi proposto há mais de dez anos por uns raros políticos, que propuseram uma CPI para


fracasso anunciado apurar a relação não apenas da Delta, mas das empreiteiras em geral com o mundo político-administrativo. Chegar-se-ia então à raiz do problema, não o da corrupção patrocinada pela Delta, nem mesmo de todas as empreiteiras, mas do problema gerado a partir do patrocínio de gastos políticos por pessoas jurídicas, as empresas em geral com interesse de transacionar, fazer negócios com o poder público em qualquer nível (municipais, estaduais e federal). Como é sabido, uma empresa, grande ou pequena, não é dotada de ideologia. Não é de esquerda, de centro, nem de direita. Não é liberal, social democrata ou socialista. Com que interesse, então, uma empresa financia uma campanha política? Por que razão gasta milhões de reais numa campanha? A explicação pode ser extraída de uma frase do empresário Fernando Cavendish, que no sufoco acaba de afastar-se da direção da Delta: “Doando 30 milhões de reais, ganho a intimidade de qualquer autoridade”. Se houve algum exagero, foi só no montante, pois muitas portas são abertas com gasto bem mais modesto. Então, o Congresso Nacional, que no momento patrocina o espetáculo, faria melhor se conduzisse as discussões e os projetos na direção de eliminar esse

tipo de patrocínio de campanhas, torno crime essa prática. Financiamento privado de campanha, só por pessoa física, limitado a 10% dos rendimentos declarados à Receita Federal. Isso já seria um avanço, que poderia ser complementado com a instituição do voto distrital.Muitas outras medidas podem e devem ser adotadas, mas estas já seriam um bom começo. No que se refere aos jogos, é mais que passada a hora de discuti-los, analisar a questão no seu conjunto, não visando pessoas, mas mirando o bem do País. Iriam descobrir que o jogo existe e sua eliminação é praticamente impossível. Talvez descobrissem também que, como está, o maior contraventor é o próprio governo, que banca a loto, a lotomania, a super-sena, a sena, a loteria federal e que a própria vida é um jogo. E que os jogos estão em toda parte, desde as lojas de eletrodomésticos que prometem premiar seus compradores até às festinhas de porta de igrejas. E mais: a esmagadora maioria dos países, ricos ou pobres, mais os ricos que os pobres, tem nos jogos, devidamente legalizados, uma boa fonte de renda para garantir gastos com Educação, Saúde, Infra-Estrutura e Segurança. Empresários

como Cachoeira praticam no Brasil o que é legal nos vizinhos Uruguay e Argentina, bem como no Panamá e nos Estados Unidos. Se estão na ilegalidade, não chegam a praticar crimes. São, a contra-gosto (todos eles defendem a legalização dos jogos), contraventores. Por tudo isso, é pobre, destituída de objetivos nobres, o tratamento ora dispensado ao assunto desde que o general Eurico Dutra, um conservador, achou de decretar a eliminação dos jogos no Brasil nos anos 40 do século passado. Desde então a roda girou muito, mas nuca houve, entre nós, uma discussão esclarecedora e ampla sobre este assunto. Se é para proibir, que se mostre, em lei, os meios para se chegar à eliminação dessa prática, começando pelo governo dar o próprio exemplo, encerrando a jogatina que ele banca. Sem que nada disso aconteça e apenas com uma CPMI na qual os interesses políticos, a maioria deles mesquinhos, são postos às claras, o Caso Cachoeira é tão somente a crônica de mais um fracasso brasileiro.

Nada vai mudar. Afinal, que moral tem um Senado presidido por Zé Sarney, ainda há pouco flagrado com a boca na botija em ações criminosas, para punir infratores como Demóstenes Torres?

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bsbhoje Policial de antigamente Um policial de bairro que conhece as pessoas pelo nome: crianças, idosos, comerciantes. Assim é o sargento Vilanova, que trabalha na Asa Sul, no plano piloto de Brasília. Homenageado pelos cidadãos que gostam do seu trabalho, foi fotografado e seu exemplo ganhou projeção no Facebook. A autora da fotografia agradeceu pela rede social com a seguinte mensagem: "Isso é para aqueles que adoram falar mal da polícia. Lembre-se que em todo lugar existe gente sem caráter, mas existe gente como esse sargento que faz muito mais que o trabalho dele. Ele realmente cuida daqueles que precisam!" Ponto para o Vilanova.

Brasília sem imposto No dia de protestos contra impostos quem comemorou foi o brasiliense. O Dia da Liberdade de Impostos fez com que donos de postos de combustíveis oferecessem gasolina a R$ 1,77 (o preço é 2,82). E não foram só os postos, mas os restaurantes também. 22 deles ofereceram pratos no almoço e jantar com 32 de desconto. Ponto para os comerciantes!

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Transparência Nem bem a Lei de Acesso à Informações públicas passou a vigorar e a Ministra do Supremo (STF), Carmem Lúcia, tratou de divulgar o próprio salário no site do TSE, onde também atua na presidência. Ela recebe R$ 26.723,13 do Supremo e R$ 6.413,52 do TSE. Ponto para Ministra.

Hip Hop contra o Crack Os hip hoppers de Brasília ocuparam o pátio da Câmara Legislativa do DF como forma de alertar contra o crack. Eles levaram aos distritais o programa de enfrentamento ao crack – Hip Hop contra o Crack. As ações do programa prevêem o combate ao consumo da droga, além de alertar a comunidade sobre o avanço do crack.


Andrea Fassina e Adriana Ferraz andreafassina@revistahoje.com.br

Livros

“Oração da propina” Acusado de desviar dinheiro público, que seria investido em projetos sociais, o ex-deputado distrital Junior Brunelli (sem partido) passou 9 dias preso e vai responder em liberdade pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e formação de quadrilha. A quantia desviada? 1,7 milhão de reais. Brunelli ficou conhecido no episódio da "oração da propina", onde aparece num dos vídeos divulgados do escândalo que ficou conhecido como "mensalão do DEM".

Mensalão tem data marcada

Novo comando E por falar em justiça, o Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal tem nova diretoria. Os desembargadores Mário Machado e Romão Cícero assumiram os cargos de presidente e vicepresidente do tribunal para o período de 2012 a 2014.

1º de agosto. Esta é a data para o início de um dos mais importantes julgamentos já realizados pelo Supremo Tribunal Federal: o mensalão, um dos maiores escândalos de compra de apoio político no governo Lula, terá reflexos políticos, já que vai acontecer a poucos dias das eleições. Entre os réus estão: o ex-ministro José Dirceu, o presidente do PTB, Roberto Jefferson; o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares; e os deputados federais João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT). Ao todo são 38 réus.

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Rio+20

O cerrado mere

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Apesar de sua importância e biodiversidade, o segundo bioma da América Latina e seus problemas ocupam pouco espaço nas discussões da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável que acontece neste mês no Brasil Mirelle Irene Especial para HOJE

N

este mês de junho, os olhos do mundo se voltam para o Brasil, que sedia dos dias 13 a 22, no Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. O evento marca duas décadas de realização de outro fórum importante, a Rio-92, e recoloca a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas no centro das discussões. A Rio+20 recebe representantes dos 193 Estados-membros da ONU, chefes de Estado e de Governo, além de milhares de participantes dos mais variados setores da sociedade civil, que discutirão dois principais macro-temas do evento: a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável. Outros sete subtemas também estarão em foco na Conferência, de acordo com a ONU: água, alimentos,energia,des astres,empregos,cidades e oceanos. As discussões da Rio+20 devem gerar um documento final, votado pelos delegados da Conferência. Dentro deste contexto - e aproveitando a visibilidade do evento - ambientalistas, entidades e representantes de governos estaduais, porém, buscam

inserir nas discussões outros temas, que não foram especialmente contemplados na programação oficial da Rio+20. O cerrado, segundo maior bioma da América do Sul, é um deles. Estará em foco apenas em eventos paralelos durante a Conferência, apesar de sua importância na preservação, por exemplo, dos recursos hídricos do Brasil. No dia 18, o Fórum dos Secretários Estaduais do Bioma Cerrado vai apresentar um documento, a Carta do Cerrado, dentro da Rio+20, em solenidade no auditório do Pavilhão do Rio de Janeiro, no Parque dos Atletas. O documento contém diretrizes e prioridades para a conservação e o desenvolvimento sustentável do Cerrado, e vem sendo elaborado pelo Fórum desde que ele foi criado, no ano passado. Segundo a Carta do Cerrado, no continente sul americano o bioma destaca-se como imensa área de recarga captando águas pluviais que abastecem nascentes formadoras de várias bacias, sendo fundamental para a manutenção do equilíbrio hidrológico. “Biodiversidade, água e solos caracterizam a heterogeneidade e importância do Bioma, além disso, inúmeras populações humanas dele dependem para a sua sobrevivência”, diz o texto da Carta a ser apresentada na Rio+20.

ce uma chance

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Rio+20 Marco

“A Carta será lançada com a presença de todos nós, e será um marco. Essa interlocução é importante para a valorização do nosso bioma”, acredita Jacqueline Vieira, secretária interina de Meio Ambiente do Estado de Goiás. Ela disse também que os secretários cobrarão da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, compromisso do governo federal com a preservação do bioma. “A ministra se comprometeu em setembro passado aqui mesmo em Goiás em priorizar o Cerrado”, lembra a secretária interina. Para Jacqueline Vieira, a Rio+20 é uma oportunidade importante justamente porque pode gerar documentos que ajudarão na construção de um novo modo de compreender a biodiversidade. “Apesar de todas as críticas, com a Rio-92 aconteceu isso. E a nossa expectativa é muito grande de que alguns processos iniciados lá se consolidem na Rio+20. O nosso papel é no sentido de reabrir este diálogo de convergência de todos os segmentos que trabalham pela preservação do Cerrado”, acredita.

Colchetes

O jornalista, escritor e ambientalista Washington Novaes, que realiza

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há muitos anos um trabalho focado na preservação do Meio Ambiente, reconhece que o Cerrado não foi mesmo contemplado nas discussões oficiais da Rio+20, e lamenta o fato. “O Cerrado não vai ser discutido diretamente, e sim dentro das discussões gerais da Conferência”, acredita. Segundo Novaes, o Cerrado e sua imensa biodiversidade ainda não são suficientemente valorizados em relação a oportunidades potenciais para o desenvolvimento sustentável. Para o jornalista, o bioma enfrenta uma ação predatória contra seus recursos. “Ele já perdeu 50% de sua área. São 15 mil km2 por ano eliminados pelo desmatamento”, afirma. Sobre a Conferência, Novaes acredita que as discussões da Rio+20 serão difíceis e os consensos podem não acontecer. Segundo ele, há muitos “colchetes” a superar, termo que em diplomacia é usado para assinalar discordâncias de palavras ou termos em um documento final de Conferência. “Praticamente dois terços da declaração inicial que já existe está assim. Os interesses em jogo são muito contraditórios”, revela.

Cerrado

Diversidade Biológica e Recursos Hídricos

Fotos: Divulgação

Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, o Cerrado abrange 13 estados brasileiros mais o Distrito Federal. Permeia Goiás, Tocantins, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, São Paulo e Paraná de forma contínua, e ocorre também em áreas esparsas dos estados do Amapá, Rondônia e Roraima. É o segundo maior bioma do país – e da América Latina - com uma área de 2.036.448,0km2, representando 24% do seu território aqui do Brasil. Neste espaço territorial encontram-se as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata), o que resulta numa grande disponibilidade de recursos hídricos. Há imensa diversidade biológica,e abriga nos diversos ecossistemas uma flora com mais de 11.000 espécies de plantas nativas.


Presidenta Dilma Rousseff com autoridades na abertura da Rio+20

Siron Franco usa sensações para conscientizar em sua obra “Brasil Cerrado” O Cerrado também está presente na Rio+20 em um dos eventos da programação cultural da Conferência. O artista plástico goiano Siron Franco mostra no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio a obra multisensorial “Brasil Cerrado”, criada especialmente para a Rio+20, a pedido da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e com o apoio do Comitê Nacional Organizador da Conferência. A vernissage aconteceu no dia 11, e a mostra vai até o dia 23. A videoinstalação ocupa 600 m2 distribuídos em vários ambientes e usa diversos recursos para despertar a consciência ambiental em relação a problemas como o desmatamento. Segundo o artista, o objetivo é despertar no visitante a sensação física de se estar no Cerrado, ao mesmo tempo que se mostra as ameaças a ele. Siron conseguiu inserir até os aromas do Cerrado na obra, além dos recursos visuais e sonoros. Dentre outras interações,

é possível acompanhar um painel do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com imagens do monitoramento das queimadas em tempo real mostradas em televisões de 50 polegadas, com som e cheiro das queimadas.

Siron Franco mesclou a tecnologia e elementos orgânicos em sua criação. Em um dos ambientes, trabalha a bioluminescência, em esculturas em terra e fibra de vidro, cuja iluminação decorrede LEDs (diodos emissores de luz).(M.I.)

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Rio+20

A “Carta do Cerrado”, a ser lançada na Rio+20, recomenda ações para preservar o Bioma Ampliar os recursos de diferentes fontes a serem investidos na região, de forma integrada e descentralizada, priorizando a captação e destinação de recursos para investimentos no Bioma e efetiva participação dos estados no planejamento, negociação e aplicação. Promover a conservação e o uso sustentável da biodiversidade e a proteção dos ecossistemas do Cerrado, valorizando sua importância social, ambiental e econômica desenvolvendo atividades produtivas, de educação ambiental e de pesquisa. Aproveitar o potencial de energias limpas, a partir da exploração sustentável das áreas produtivas, de forma a gerar mais emprego e renda, reduzindo as desigualdades sociais e econômicas no Cerrado brasileiro. Desenvolver e implementar mecanismos efetivos de estímulo e apoio à recuperação e conservação das áreas com solos agrícolas degradados, assim como ao seu mapeamento e monitoramento. Desenvolver e incentivar programas de pagamento por serviços ambientais e instrumentos econômicos como estratégia para a conservação e recuperação dos ecossistemas. Fortalecer os instrumentos da Política de Gestão dos Recursos Hídricos. Promover o agro-extrativismo, bem como a agregação de valor e desenvolvimento de novos produtos e usos comerciais de produtos da biodiversidade – economia verde. Promover e viabilizar a elaboração dos Planos Diretores Municipais, de forma integrada aos demais instrumentos de planejamento e visando o desenvolvimento urbano sustentável.

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Aplicar, efetivamente, os recursos da compensação ambiental dos licencimentos federais no estado impactado, preferencialmente nas UCs Estaduais e Federais diretamente afetadas. Disponibilizar recursos financeiros e apoio técnico para a implantação, no Cerrado, do Cadastro Ambiental Rural – CAR. Atualizar, com a devida participação dos estados, o mapeamento das Áreas Prioritárias para a Conservação, Recuperação e Uso Sustentável da Biodiversidade. Fomentar e apoiar Inventários da Flora e da Fauna em todos os estados do bioma do Cerrado. Fomentar e apoiar os Estados do Bioma Cerrado a elaborar o Zoneamento Ecológico Econômico, seguindo a metodologia e diretrizes do ZEE Brasil.

Apoiar a elaboração e implementação das políticas estaduais de resíduos sólidos, de forma a incentivar e subsidiar os municípios no planejamento da gestão destes resíduos, incluindo a formação de consórcios entre pequenos municípios na construção de aterros sanitários e o apoio às cooperativas de catadores de material reciclável. Fomentar o desenvolvimento e a implementação de iniciativas da Economia Verde. Desenvolver o turismo sustentável que valorize o Bioma e os seus serviços ecossistêmicos. Desenvolver o turismo sustentável que valorize o Bioma e os seus serviços ecossistêmicos.





Cenários

Negócios, Empreendedorismo e Agronegócio

Especial para mulher

Novo site no ar Moderno, prático e inovador, o portal AjudaemCasa.com reúne uma ampla variedade de serviços voltados para o mercado residencial. Acesse www. ajudaemcasa.com e encontre profissionais e serviços prontos para lhe ajudar, tais como: diaristas, garçons, pet shops, tudo para sua festa e muito mais. Vale conferir!

História em livro A Saccaro comemora oito anos de história em Goiânia com uma série de ações. No próximo dia 20, lança o livro Não conte a ninguém, tem que viver, de Tânia e Charles Tonet, alusivo aos 65 anos da marca. Contará com a presença de João Saccaro.

UFG cria curso de Medicina em Jataí O Ministério da Educação (MEC) divulgou no início de junho o Programa de Expansão das vagas dos Cursos de Medicina. Entre as diversas instituições de ensino superior do País contempladas pelo programa, destaca-se o Campus Jataí/UFG, que foi agraciado com 60 vagas que deverão ser implantadas até o final de 2013. Esta conquista foi possível graças ao esforço conjunto da Direção do Campus Jataí, da Reitoria da UFG e de forças políticas da cidade (Prefeitura e Câmara Municipal). Fotos: Divulgação

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A Rival Calçados apresenta mais uma novidade exclusiva para você! A empresa escolheu o bairro de Campinas para receber a sua primeira “concept store”, a Rival Mulher. Com um conceito inovador, a loja reúne tudo que a mulher busca na hora das compras: bom atendimento, sapatos e acessórios para todos os estilos, do básico ao chique e moderno.Opções não vão faltar.

Nos mínimos detalhes

Pensada para atender às necessidades da mulher contemporânea, em especial da goiana, a Rival Mulher nasceu de um estudo minucioso, que resultou em um conceito revolucionário e em um alto grau de investimento. A nova loja foi concebida para estabelecer e comunicar a posição de liderança e força da mulher, apresentando características inovadoras, evidenciando o momento e a cultura da marca RivalCalçados no mercado. O objetivo da loja é reunir as melhores e mais estilosas marcas de moda do Brasil. Para isso, conta com uma equipe de colaboradoras capacitadas para atender as mulheres que procuram estar sempre antenadas com a moda. Mas não é só isso. Para as mamães, a Rival Mulher conta com espaço kids, um cantinho para diversão infantil que reúne jogos, brinquedos educativos, móveis e iluminação diferenciados, proporcionando uma experiência de compra que vai além do convencional. Não perca tempo, visite agora mesmo a loja conceito. A Rival Mulher fica localizada na Avenida 24 de Outubro nº 1195, Campinas - Goiânia. Foto: Eudenes Romão


Desafios do jornalismo

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) realiza, em novembro, seu 35º Congresso dos Jornalistas, que terá como tema central Os desafios do jornalismo e sua contribuição para o desenvolvimento sustentável. Paralelamente ao congresso, promove também o 5º Encontro Nacional de Jornalistas de Imagem, em Rio Branco, capital do Acre. Como parte da programação do Encontro de Jornalistas de Imagem, será realizada Mostra de Cartuns e Fotografias sobre o Meio Ambiente. A mostra vai ser aberta dia 7 de novembro e ficará em exposição no Memorial dos Automistas, no Centro de Rio Branco.

Seleção

Repórteres fotográficos e ilustradores/ chargistas de Goiás podem participar da mostra. O Sindicato dos Jornalistas de Goiás vai selecionar duas fotografias e duas charges relacionadas ao meio ambiente, que vão integrar a exposição. Os interessados em expor seus trabalhos devem enviá-los ao Sindicato dos Jornalistas até o próximo dia 18 de junho. As fotos deverão ser digitalizadas com resolução de 300 dpi, no formato 30 x 40 cm, enviadas com dados do autor e descrição. As charges também devem ser digitalizadas. Os trabalhos devem ser enviados para o endereço eletrônico do Sindicato (jornalistasgo@jornalistasgo.org.br) ou entregues em formato digital na sede da entidade. Para os participantes da Mostra, será emitido Certificado de Participação, assinado pelos promotores do evento.

Indústria goiana recua em abril, aponta pesquisa da Fieg Dados da pesquisa Indicadores Industriais, realizada pela Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), referente ao mês de abril/2012, apontam comportamento típico da indústria goiana para o período, levando em consideração as características regionais do setor e o efeito calendário, menos dias úteis. Apesar do recuo nas vendas, o emprego e a utilização da capacidade instalada apresentaram comportamento positivo, o que, de acordo com o economista da Fieg responsável pela pesquisa, Cláudio Henrique de Oliveira, sinaliza estabilidade no período. Vendas As vendas industriais, ao contrário do que foi registrado em março/2012, tiveram retração em abril/2012 – queda de 5,14%. Trata-se do terceiro resultado negativo no ano, podendo ser atribuído à contração ocorrida no período, tendo em vista o efeito calendário e as características da produção local, que é influenciada pela sazonalidade de alguns produtos ou lavoura. Em relação a abril do ano passado, as vendas industriais apresentaram comportamento mais favorável – avanço de 5,10%. Emprego Já o emprego industrial apresentou, em abril/2012, o terceiro resultado positivo do ano e o segundo consecutivo. No período, houve crescimento de 2,18% em relação a março/2012. “O emprego industrial vem se mostrando, novamente, a variável mais dinâmica da pesquisa. Situação interessante, que sinaliza entendimento de estabilidade e elevada confiança no mercado”, reforça o econo-

mista da Fieg. Ele explica que o desempenho favorável do emprego industrial pode ser validado quando da comparação com abril do ano passado - crescimento de 2,46%. O bom comportamento, no quadrimestre, do emprego industrial em 2012 garantiu expansão de 1,41%, em relação a igual período do ano passado. Massa salarial Apresentando recuperação em relação a março, quando registrou queda, a massa salarial industrial, em abril/2012, teve avanço de 5,88%. “Boa parte desse crescimento está relacionada ao incremento no emprego industrial, principalmente considerando setores que estão sujeitos aos efeitos da sazonalidade de produção e que retomam em abril suas atividades, de maneira plena”, justifica Cláudio Henrique de Oliveira. Os resultados do primeiro quadrimestre do ano, em comparação com igual período do ano passado, revelam aumento da utilização da capacidade instalada em 3,22%. Cláudio afirma que, atualmente, o nível de utilização da indústria está em 80,04%, com ampla margem para ampliação, com vistas a atender um possível aumento do consumo sem aparente risco de estrangulamento da produção diante dos investimentos realizados ao longo dos anos. “Investimentos estes que vêm sendo direcionados para melhoria da qualidade do produto goiano, redução de custo de produção e, acima de tudo, primando pelo ganho de competitividade em relação ao mercado externo”, diz Cláudio, que completa ressaltando que investimentos também têm sido feitos com foco a ampliar a capacidade de produção e troca de tecnologia.


Arquitetura e decoração

O furor do ofurô

Relaxante e linda, a banheira japonesa ganha cada vez mais espaços nos projetos arquitetônicos. Todo mundo quer ter uma em casa; e isto está ficando cada vez mais fácil e barato

H

oje, além da informação que chega muito facilmente até nós, os produtos importados – e porque não dizer, “exóticos”–também nos rodeiam e fascinam pela facilidade em que os encontramos no mercado. O Ofurô, banheira japonesa de madeira, é um desses produtos. Mas onde você colocaria o seu, dentro ou fora de casa? Na verdade, as duas opções podem ser muito práticas. O lance é estar atento aos gostos e saber como decorar o ambiente. O Ofurô, além de ser bastante imponente é um móvel decorativo muito bonito. Seja ele dentro do quarto ou no quintal da casa.

Quais são os benefícios terapêuticos do ofurô?

Mas o ofurô não oferece só beleza; também é fonte de relaxamento. A terapia é tanto física quanto mental. Uma série de problemas musculares, ósseos e contusões podem ser tratados, incluindo as contusões esportivas. Dores musculares são normalmente causadas pelo estresse do dia-a-dia e podem ser reduzidas com um banho de água quente em uma banheira japonesa. O cedro rosa, no qual é montado o ofurô, é madeira aromática e de propriedades terapêuticas comprovadas: associado à água quente, tem seus benefícios potencializados, proporcionando relaxamento muscular e atacando diretamente a raiz do problema, o estresse.

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Hidromassagem

A hidromassagem é uma forma terapêutica de utilização da água, que baseia os seus benefícios na ação dinâmica e térmica que a água, sob pressão ou em movimento, exerce sobre a pele e os tecidos. Durante uma sessão de hidromassagem, a temperatura e a pressão da água incidem de forma variável sobre o corpo. Ambas, temperatura e energia dinâmica da água, produzem efeitos determinados sobre a pele, tecidos e articulações que podemos resumir, basicamente, em um aumento da circu-

lação sanguínea superficial, com maior oxigenação da pele, relaxamento muscular e diminuição do tecido adiposo subcutâneo. Acrescenta-se a isso, o importante relaxamento físico e psíquico que uma sessão de hidromassagem proporciona – uma grande sensação de bem estar. Muitas autoridades médicas apontam o uso da hidromassagem como uma forma de medicina preventiva, já que é um tratamento livre do uso de drogas. Uma maneira de evitar uma série de males, aumentando sensivelmente a circulação sanguínea e ativando veias e artérias. Fotos: Alessandro Ferro


Como conservar seu ofurô Feito de madeira, o ofurô requer certos cuidados. Quem dá a dica de como conservar a peça em ótimo estado por muito tempo é o proprietário da Ofurô House, loja especializada na fabricação e manutenção da banheira japonesa, Alessandro Ferro. “Para começar, é preciso manter o ofurô sempre com água para evitar que a madeira empene e resseque. Dessa forma, evita-se que seja necessário inchar novamente a madeira para que ela retenha a água”, aconselha. Quando o ofurô fica sem água por um período prolongado, corre risco de empenar. O processo de inchar a madeira novamente é um pouco demorado e gera desperdício de água. Além disso, é importante manter a água sempre limpa e tratada para evitar larvas de mosquitos, mosquitos da dengue e outros insetos. Para tanto,é aconselhável manter o ofurô sempre tampado. Deixá-lo protegido do sol é outra boa dica dada por Alessandro: “O ofurô pode ficar ao

tempo. Água e vento não prejudicam a madeira. Entretanto, quanto menos o ofurô ficar diretamente exposto ao sol, mais tempo a madeira permanecerá saudável. Recomendamos a utilização de pergolados, gazebos, quiosques, ombrelones ou, ao menos, capa e tampa para proteger a madeira do sol”. Para finalizar, o especialista reco-

menda uma manutenção a cada dois ou três anos (o que depende do nível de exposição da peça), quando deve ser feita uma aplicação de Stain (tipo de verniz utilizado na fabricação do ofurô). “Esta manutenção, entretanto, deve ser feita com pessoal altamente especializado. Se mal feita, pode trazer danos irreversíveis”, observa.

Quentinho bom Medições de temperatura na superfície da pele humana ajudaram a ilustrar as qualidades da água quente como relaxante. A pele na temperatura de 30 graus centígrados até 31 indica estresse; de 34 a 35 graus indica relaxamento profundo. Uma imersão quente reduz a

tensão, que é um fator contribuinte para a alta pressão sanguínea, doenças do coração, úlceras e outras doenças relacionadas com o stress. Hidromassagens são benéficas para pessoas que sofrem de artrite, bursite e outros problemas ósseos e musculares.

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Urubuservando Fotos: Divulgação

Carlos Brandão | carlosbrandao7@gmail.com

Falta de assunto Como tem gente que parece que não tem assunto nunca, inclusive este colunista, até hoje se discute um polêmico beijo que rolou entre dois jogadores da seleção francesa. Tudo começou quando o atacante Oliver Giroud marcou um gol contra a equipe alemã, e saiu para a comemoração. Animado, o rapaz ficou de frente para seu colega de time, Mathieu Debuchy, segurou sua cabeça com as duas mãos, e lhe deu um beijão. A impressão é a de que Oliver, por alguns minutos, esqueceu que estava em campo e demonstrou todo seu afeto ao companheiro de equipe. Mas, logo depois, caiu em si e beijou uma aliança, como se dedicasse o gol para a namorada. A mídia doida por temas “polêmicos” e o público ávido por “exotismos” não se esquecem.

Deus não é brazuca

O deputado federal Marco Feliciano (PSC/SP) escreveu um texto em seu site intitulado “Querem expulsar Deus do Brasil”. No texto ele diz que grupos homossexuais estão armando uma verdadeira “ditadura gay”. Segundo o deputado, os gays são um grupo pequeno, mas muito bem organizado, que conta com o apoio da mídia e de favores do governo. “Tal grupo representa uma

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minoria, não destas que sofrem de verdade, mas que sob uma camuflagem de perseguição, tenta e consegue impor seu modo de vida promíscuo, seus pensamentos anti-família e anti-bons-costumes”, afirmou o deputado anti-gays. Ele vai além e diz que a homofobia no Brasil consiste em focos pequenos e isolados, quando comparados a outras minorias que sofrem de fato com o preconceito. Para encerrar com chave de ouro, ele teme que os gays, a quem chama de fascistas, consigam expulsar Deus do Brasil. “O que virá a seguir? Que Deus nos ajude! E nos ajude logo, antes que esses fascistas expulsem de uma vez Deus da nação brasileira, como buscam exterminar programações religosas na TV”, apela Feliciano.

A arte de não desencarnar A boa banda Los Hermanos parece que se especializou na arte de morrer e ressuscitar. Vira e mexe os rapazes comandados por Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante se separam para, logo depois, voltarem às boas. Agora, o grupo faz turnê pelo País, após separação que aconteceu depois de apresentaram no SWU de 2010. A atual turnê comemora os 15 anos da grife Los Hermanos. Aviso: Goiânia não está na programaçâo dos shows. Falar nisso, Goiânia só está no roteiro dos shows sertanejos e bregas afins. Os bons shows da música feita no Brasil pouco abanam seu rabo para nós.


Lembrança ruim Esse negócio de fazer tatuagem do atual amor é uma fria. Porque depois que acaba o relacionamento fica a desagradável lembrança na pele. A “bailarina” Viviane Araújo que o diga. Quando era casada com o pagodeiro Belo, tacou lá no braço, o nome do rapaz. Agora, confinada na A Fazenda, da Record, ela confidenciou aos amigos que está há cinco anos tentando apagar a tal tattoo. Belo não gostou do comentário e foi pra Justiça, na tentativa de impedir que Viviane, enquanto estiver no reality show, faça comentários que violem sua “intimidade, honra e dignidade.” Jesus!

Facilita, gente! A AMMA criou, há tempos, um telefone para reclamações de infrações ambientais, o 161. Tente, oh bravo leitor, reclamar de algum barulhão e vai encontrar pela frente uma burocracia que deixa claro que o telefone não serve pra nada. Você liga, reclama um barulho e a atendente pede que você informe rua, número, quadra e lote do barulhão. Como você não vai ter nunca, essas informações em

Sucesso sertanejo

Será que ele é? Vira e mexe, público e imprensa cismam de falar que o enjoado cantante Luan Santana é gay. Já virou folclore. Agora uma mulheraça sai em defesa da masculinidade do rapaz. Cacau Colucci, mais uma exBBB que dá pinta de famosa, deixou claro que “Luan é macho”. A moça teve um ligeiro caso com o sertanejo. E emendou, numa entrevista

mãos, resta ao contribuinte enfiar o rabo no meio das pernas e falar amém. Conheço gente que saiu de casa e foi pra rua tentar encontrar as informações solicitadas, mas não encontrouas em placas ou coisa assim. O zeloso pessoal da Amma deveria facilitar a vida do cidadão. As exigências das atendentes do 161 não facilitam nada. Irritam.

ao jornal Extra: “ As pessoas gostam de falar da sexualidade dele, mas isso é pura inveja!” E fechou o assunto, lá do jeito dela: “Não vou ficar fazendo propaganda. Deixo para o imaginário das pessoas, mas posso garantir que ele é macho mesmo”.

O jovem cantor goianiense Saulo Pupak começou sua carreira aos seis anos, ao lado dos irmãos Samuel e Márcio. Depois se aventurou numa carreira solo que começa a render bons frutos. Saulo ficou 12 anos em São Paulo, buscando realizar seus sonhos de artista e, segundo ele, “fazendo shows em diversos eventos e casas noturnas renomadas, interpretando artistas de sucesso e também composições próprias”. De volta a Goiânia, o cantor já é um dos mais requisitados pelas casas notunas locais especializadas em música sertaneja. Conheço Saulo desde garoto e já produzi um show seu, em 1999, no Martim Cererê. Se liguem nesse cara.

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Arquitetura e decoração

Casa Cor Goiás 2012

Moda, estilo e t Importantes nomes do mundo da moda têm lançado produtos e coleções que incluem artigos para cama, mesa e banho; objetos de decoração, eletrodomésticos e até revestimentos. Em parceria com grandes marcas, estas criações tornam-se obras únicas, de valor inestimável

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egue até o dia 26 de junho uma das mostras de decoração mais esperadas em todo o País, a Casa Cor. Em Goiás, a mostra está em sua 16ª edição, trazendo o tema Moda. Estilo. Tecnologia. Após 7 anos, a Casa Cor Goiás tem como cenário uma residência e não um prédio institucional. A mansão está localizada em uma área privilegiada do Setor Bueno, na Rua T-34 com a Praça T-23. A proposta este ano é de intensificar o diálogo entre a moda e o cotidiano das pessoas. A temática retrata o novo momento da economia brasileira e do

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mercado de arquitetura e decoração, afinal, o universo fashion está cada vez mais presente na vida de homens e mulheres. Estampas, materiais, elementos, texturas e cores que servem de referência para os estilistas estão sendo rapidamente absorvidos e ganham novas interpretações nos projetos de arquitetura, design de interiores e nos itens de construção. Nos últimos anos, importantes nomes do mundo da moda têm lançado produtos e coleções que incluem artigos para cama, mesa e banho, objetos de decoração, eletrodomésticos e até revestimentos. Em parceria com grandes marcas, tornam-se obras únicas e de valor inestimável. Reconhecida como o maior evento de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas, e o segundo maior do mundo, a Casa Cor tem o poder de renovar a percepção do morar bem de seus visitantes. Varanda Color

Studio Elle

Fotos: Ricardo Lima

Varanda Color


ecnologia

Soluções criativas

Quem visita a Casa Cor confere de perto os 41 ambientes projetados por 59 renomados arquitetos, decoradores, designers e paisagistas de Goiás, os quais tiveram o desafio de materializar tendências em ambientes reais e, principalmente, funcionais, mostrando que criatividade e boas ideias cabem em qualquer lugar. A novidade fica por conta dos espaços Studio Elle, Studio Tecnológico, Varanda Color, Sala da Família, Quarto e Banho do Estudante de Arquitetura, Sala Secreta, Recanto, Praça dos Tablados e Espaço de Convivência. O charme dos lofts, escritórios e ambientes projetados para a família continuam em cena.

Sustentabilidade

A sustentabilidade é outra vertente cada vez mais presente na Casa Cor Goiás. “Esse é um grande desafio, pois os profissionais participantes estão buscando aliar a utilização de materiais sustentáveis ao conforto e à beleza. Ambientes ecologicamente corretos, com redução de consumo de água e resíduos, jardins verticais, além de móveis e revestimentos com madeira de demolição têm se tornado itens de desejo de quem aprecia arquitetura e decoração”, argumenta Eliane Martins, uma das organizadoras do evento. Junho de 2012 - Hoje | 43


Arquitetura e decoração

Cenários imortalizados A mansão de 2,7 mil m² que abriga a 16ª edição da exposição foi concebida em 1986 pela arquiteta Thaís Assunção. O projeto arquitetônico propôs a conciliação entre os estilos moderno e colonial brasileiro. Com quatro pavimentos, a residência possui circulação vertical confortável e uma excelente área de lazer, além de jardins que foram originalmente executados pela paisagista Neusa Baiocchi. Construída inicialmente para o médico oftalmologista Dr. Marcos Ávila, a casa foi logo adquirida pelo empresário Paulo Quinan e pela psicóloga Mônica Quinan. Neste período, o imóvel passou por uma completa reforma interior – sob a responsabilidade dos arquitetos Leonel Spencieri e Meire Santos – para atender as necessidades da família. Além de ter sido palco de festas memoráveis da sociedade goiana, a mansão foi exibida em vários anuários de decoração e numa edição especial da revista Casa Vogue, que a elegeu como referência da arquitetura goiana. Após a realização da Casa Cor Goiás, a casa dará espaço a um luxuoso empreendimento vertical. A Casa Cor já passou por 15 imóveis da capital, experimentando variados estilos de construção. Já foram explorados o glamour de mansões, a amplitude dos condomínios horizontais e a praticidade dos verticais; o charme dos edifícios históricos do centro da cidade e a contemporaneidade dos espaços empresariais. Socialites, empresários, políticos, artistas e gente do povo passaram pelas Casas tanto nas visitas diárias quanto nas glamorosas noites de festa, colocando a mostra de decoração no calendário dos grandes eventos da cidade. Em todas as edições realizadas não faltou o toque característico do regional em perfeita convivência com a globalização, reafirmando os conceitos de criatividade, bom gosto e sofisticação dos profissionais que participam das exibições. Veja, abaixo, os locais que já sediaram o evento.

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Decoração fashionista “Como criador, poder estender um trabalho para além do vestuário é extraordinário e totalmente contemporâneo; trata-se de vestir a vida das pessoas”. Esta frase, declarada pelo estilista brasileiro Jum Nakao, resume o conceito que inspira os ambientes da Casa Cor Goiás 2012. Assim como Nakao, estilistas internacionais e nacionais – dentre eles Ralph Lauren, Giorgio Armani, Christian Dior, Versace, Alexandre Herchcovitch e Ronaldo Fraga – têm transportado seu DNA para a criação de móveis, tapetes, revestimentos, louças, acessórios e peças decorativas. Por isso, a fusão entre o décor e a moda é cada vez mais cobiçada no mercado da arquitetura e decoração. Na Casa Cor Goiás, todos os ambientes exploram, de forma implícita ou explícita, a temática proposta para edição. O Ponto de Encontro, por exemplo, foi inspirado na grife italiana Missoni, conhecida por sua incrível mistura de cores, estampas e tramas. A ten-

dência Color Block, termo fashion que denomina o uso de diferentes e contrastantes cores num mesmo cenário, aparece no Studio Elle e na Varanda Color. A célebre estilista francesa Coco Chanel é reverenciada na Sala de Jantar e no Bar. A über model Gisele Bündchen, sucesso internacional no mundo da moda e também da publicidade, é homenageada na Varanda Jeans, Bilheteria e também no Quarto do Estudante de Arquitetura.

Sala Secreta

A casas: 1997 – Residência do Dr. Nabyh Salum - Setor Marista 1998 – Mansão deTerezinha Oriente - Setor Marista 1999 – Casa do Sr. Jadyr Montes Ferreira - Setor Bueno 2000 – Antigo Quartel da Força Pública do Estado, de propriedade do Sr. Pedro Abrão 2001 – Edifício Flexible New Home - Toctao Engenharia 2002 – Mansão Rua 9 n°1155 - Setor Oeste 2003 – Condomínio Horizontal Jardim Paris - FGR Urbanismo S.A. 2004 – Edifício Grande Hotel - O primeiro edifício da cidade 2005 – Residência da Família Abraão - Setor Sul 2006 – Mercado Popular da Rua 74 – Bairro Popular 2007 – Condomínio Horizontal Jardins Milão – FGR Urbanismo S.A. 2008 – Colégio Estadual Ruy Brasil - Setor Sul 2009 – Colégio Estadual Lyceu de Goiania - Setor Central 2010 – Espaço EBM - Setor Marista 2011 – Espaço Merzian - Setor Bueno


Culturamix Fotos: Divulgação

XII Encontro de Culturas São Jorge recebe entre os dias 15 e 28 de julho mais uma edição do Encontro de Culturas. O evento promove o intercâmbio entre as mais diversas manifestações culturais. Na programação apresentações, oficinas, capoeira, folia, Sussa, Caçada da Rainha e até mesmo uma Aldeia Multiétnica, que reúne povos indígenas de várias localidades.

Karla Rady – karlarady@gmail.com

Música no Campus O cantor, compositor, instrumentista, poeta (e secretário de Cultura da Paraíba) Chico César é a próxima atração do Festival Música no Campus, dia 19 de junho, no Centro de Evento da UFG. A abertura fica por conta da bela Grace Carvalho. Os ingressos, que custam R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia) estão sendo vendidos na Livraria UFG e na Tribo do Açaí.

Artista e ambientalista Um dos homenageados desta edição do FICA é o ambientalista e pesquisador Paulo Bertran. Nascido em outubro de 1948, em Anápolis, Bertran é goiano de grande destaque, tendo ganhado de Veja o prêmio Brasileiro Imortal, por seu trabalho em defesa do meio ambiente junto a Unesco. Bertran foi responsável por inúmeros feitos em Goiás, tais como a identificação das pinturas ruprestes de Serranópolis e da Cidade das Pedras de Pirenópolis – a maior do País. Além disso, Bertran escreveu vários livros, muitos deles adotados em universidades do Brasil.

No comando Gisela Vaz, proprietária do Studio Dançarte, é a nova presidente do Conselho Brasileiro da Dança (CBD). O anúncio foi feito durante a programação do Festival In-

São de sua autoria: Formação Econômica de Goiás (1979); Memória de Niquelância (1985); Uma Introdução à História Econômica do Centro-Oeste do Brasil (1988); História da Terra e do Homem no Planalto Central (1994). Notícia Geral da Capitania de Goiás (1997); História de Niquelância – 2ª edição revista e ampliada (1998); Cerratenses (poesia – 1998), Cidade de Goiás (2002) com fotos de Rui Faquini, Memorial das Idades do Brasil (2004) Sertão do Campo Aberto (2007), Palmeiras de Goiás, primeiro século (2006). Estes dois últimos livros foram finalizados pela viúva de Bertran, Graça Fleury, depois de

sua morte, em 2005. Uma programação com sarau e exposição de quadros será realizada paralelamente à homenagem oficial do FICA. Amante das artes plásticas, música e poesia, Bertran foi retratado por grandes artistas de Goiás, como Amaury Menezes.

ternacional da Dança de Goiás, organizado pela bailarina. O Conselho se reuniu em Goiânia e, por unanimidade, votou em Gisela para substituir a então presidente Mariza Estrela. A coreógrafa e diretora do Balé do Estado de Goiás recebeu o

anúncio com muita alegria e surpresa. Felicidade dupla para ela e a irmã, Ariadna Vaz, também organizadora do Festival, já que o evento foi sucesso de público e crítica. Ano que vem tem mais!

Paulo Bertran com a mãe Maria Helena Chaibub

Tattoo Rock Fest Dias 6,7 e 8 de julho Goiânia recebe uma das maiores convenções de tatuagem do País. A Tattoo Rock Fest será realizada no Sol Music Hall e terá entre as atrações exposição fotográfica, de shapes, clube do escambo, brechó musical, fliperama, pista de skate, dança do ventre, freak show, suspensão e shows do Matanza, B-Negão e os Seletores de Frequência, Motorocker, Garotos Podres e Pavilhão 9. No evento, também será transmitida a revanche entre Anderson Silva e Chael Sonnen, luta do UFC que promete ser histórica. Além disso, a convenção realiza o I Seminário Educativo para Piercers, com Ronaldo Sampaio (Brasil), Compadrito Anibal (Peru) e Luciano Iritsu (Brasil); e workshop de biossegurança com o badalado Snoopy. Compadrito Anibal

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Turismo

Riga: Paris dos bálticos

Dona do maior conjunto arquitetônico Art Nouveau germânico do mundo e também de um centro histórico gótico e barroco de 800 anos, a capital letã é uma cidade linda, de encher os olhos Izabel Todeschini izabelace@yahoo.com.br Fotos: Arquivo de família

House of Blackheads, erguida em 1334, abriga, hoje, um museu

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Capital revela prédio medieval, art nouveau, soviético e gótico stalinista

R

iga, capital de um pequeno país do Norte da Europa, a Letônia, nunca viveu dias de tranquilidade como agora. Desde o seu nascimento, em 1201, foi governada por vikings, cavaleiros teutônicos, dominada pelos czares da Rússia, invadida pelo Exército Vermelho. Sofreu os baques da Segunda Guerra Mundial, caiu nas mãos das forças nazistas, virou uma república da União Soviética, viveu sob a cortina de ferro, até finalmente tornar-se independente, em 1990. Respirando aliviada desde então, com fôlego dobrado e muita vivacidade, tornou-se a cidade mais cosmopolita de toda a região e, hoje, é chamada de “Paris dos Bálticos”. E não é para menos. Cheia de estilo e charme, com uma intensa vida cultural e social, Riga é uma bela combinação de história, modernidade e natureza. As cicatrizes históricas ocupam toda a capital do país. Nos primeiros 15 minutos a pé, o viajante circula por castelos medievais, vê os sóbrios e horrorosos prédios soviéticos – no tradicional formato caixote com janelas –, museus sobre o Holocausto e o edifício da Academia de Ciências, raro exemplar do gótico stalinista. Caminhando, aliás, é a melhor forma de descobrir e tentar entender melhor a cidade. Conhecida pelas suas impressionantes construções de arquitetura art nouveau, gótica, barroca e clássica, Riga teve seu conjunto de ruas – conhecido como distrito art nouveau – tombado como Patrimônio Mundial pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação e Cultura). Andando pelas ruas pavimentadas com paralelepípedos, você

Em Riga, o cenário é de conto de fadas

se depara com verdadeiras joias, como a catedral da Natividade, do século XIII; a igreja de São Pedro, a Torre de Pólvora, do século XIV; o arco de pedra da Porta Sueca. Dar uma parada na praça Ratslaukums, sempre cheia de animados turistas, é obrigatório. Ali está a mais bela construção de Riga: a casa Blackheads, erguida no ano de 1334 e transformada em museu. Seguindo pelas ruelas estreitas, são inúmeras as surpresas, como as casinhas medievais em pedra chamadas Three Brothers. Ao lado e em frente à catedral, dois parques oferecem sombra, descanso e uma vista espetacular da vegetação e da arquitetura do centro, com seus cafés e lojinhas que ocupam lugares cheios de vida e história para contar. Continuando o passeio, das muralhas do castelo medieval vê-se o pitoresco rio Daugava, que congela no inverno e onde os letões pescam, passeiam e patinam. Você pode até ficar meio zonzo com tantas línguas diferentes faladas por ali – além do letão, ouve-se o russo, ucraniano e alemão – mas vai sentir-se enfeitiçado pela profusão de vasos de flores, pela arte moderna pintada nas fachadas externas de edifícios históricos, pelo ar de conto de fadas do lugar e pelo mix urbano. Nas ruas mais agitadas, como a Meistaruiela, estão velhinhas de lenço na cabeça com jeito de babushkas russas, jovens rappers e roqueiros, colecionadores de piercings e gente que parece normal vinda de várias partes do mundo. É que Riga é tudo isso mesmo: uma metrópole moderna que preza sua herança cultural, proteje seus tesouros históricos e acolhe de braços abertos o futuro.

Centro antigo de Riga. Na foto, a Torre de Pólvora

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Estética

Muito além da beleza ext Novas descobertas na medicina vem ajudando profissionais a tratar pacientes como um todo. Desde a utilização de células-tronco até a utilização de plantas chinesas milenares Andrea Fassina

A

estética é muito mais que cuidar da aparência. Pra estar realmente belo não vale maquiar o exterior. É preciso cuidar do nosso organismo, estar bem de dentro pra fora. Uma pele feia é sinal de que algo não vai bem com a nossa saúde. O mercado da estética vem ganhando cada vez mais força com a evolução da medicina. A medicina holística, por exemplo, se preocupa com o todo, e olha o paciente de dentro pra fora. Em Brasília, existem especialistas cada vez mais antenados nas novas descobertas. A médica estéta Mai Akaishi, da Clínica

Mai Akaishi, médica especialista em anti-aging

LaserCare, vem fazendo essa composição entre Medicina e Estética com algumas técnicas revolucionárias como tratamento anti-aging, que promete reverter o envelhecimento e os novos procedimentos com células-tronco, fazendo com que o organismo volte a produzir colágeno. Pra cuidar da beleza de seus pacientes, a médica paulista, graduada pela Universidade de São Paulo, tem uma equipe de profissionais que faz uma investigação minuciosa de cada paciente, tentando colocar corpo e mente em equilíbrio. Para saber mais em como conseguir a beleza de dentro para fora e a plenitude de uma vida saudável, entrevistamos a doutora Mai Akaishi. Confira!

Por que as pessoas, de um modo geral, vem se preocupando cada vez mais com a estética no Brasil? Mai – Não é só no nosso País. Mas, começou, basicamente, em Hollywood, quando as atrizes começaram a se preocupar com a beleza. Daí também veio o mundo da moda e essa tendência pra buscar o que é belo, perfeito. Em Brasília, a gente tem a sensação de que a preocupação é muito maior. Isso é verdade? Mai – Acho que é porque aqui tem muita mulher. É o que dizem: a mulher não se arruma pro homem, mas para outra mulher. Tem uma parcela de mulheres, as funcionárias públicas, por exemplo, que se cuidam porque lidam com o público. Por estarem ao lado de senadores e ministros, acabam aparecendo em televisão e têm que se cuidar. Tem

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aquela que vê a amiga se cuidando e não quer ficar pra trás. Tem também as esposas de políticos e diplomatas, que precisam acompanhar os maridos. Mas, em geral, em Brasília a procura é grande porque tem muita mulher mesmo. Como é o mercado da estética em Brasília? Mai – Tem público, um público bom. Como a grande maioria da população em Brasília se baseia no funcionalismo público, o pessoal tem um poder aquisitivo mais uniforme. Na busca pela beleza, as pessoas podem correr o risco de cair nas mãos de um profissional que não seja tão qualificado. Qual sua opinião? Mai – Antes de escolher uma clínica tem que procurar saber se esta tem um responsável, um profissional habilitado. Não precisa ser necessariamente um médico, a não ser, claro, que seja um procedimento médico. Existe clínica de esteticista que faz curso de um fim de semana e aplica botox. É muito preocupante. Qual o diferencial nos tratamentos oferecidos na LaserCare? Mai – Aqui, a gente trabalha com toda a parte de estética que inclui o botox, preenchimento e peeling; também tem a parte corporal, para a qual contamos com vários equipamentos, os mais modernos: a nova geração de laser, uma plataforma onde consigo trabalhar quase tudo, tanto a parte dermatológica, lesões, rejuvenescimento facial e corporal. Também trabalhamos com a estética íntima a laser. A estética íntima inclui o tratamento para incontinência urinária, aquele alargamento vaginal que as mulheres com o tempo vão tendo e que há pouco tempo atrás era cirúrgico. Hoje é tratada a laser e em 10 minutos. É uma estética sem cortes para ambos os sexos. E o que é o tratamento “anti-aging”? Mai – É a medicina regenerativa. A


erior

Fotos: Divulgação

gente checa a pessoa e detecta a idade biológica da pessoa, independente da idade cronológica. Tenho pacientes de 30 anos cronológicos que tem idade biológica de 80 anos. Lógico que isso não é o mais comum. Ao detectar sua idade biológica, a gente vê como está seu processo de envelhecimento. A gente começa a envelhecer a partir dos 30 anos. Existem fatores que aceleram esse processo de envelhecimento ou não. Detectada a idade biológica, a gente consegue fazer o seu corpo biológico voltar a funcionar no auge do seu desenvolvimento. Independentemente da idade cronológica, – seja 50, 60, 70 – consigo fazer o corpo biológico voltar a funcionar perto dos 30, fisicamente e metabolicamente falando. Quais os procedimentos? Mai – O protocolo inclui quatro procedimentos. Um é a atividade física e outro a alimentação adequada pra cada organismo. Por exemplo, cenoura é um alimento saudável, mas se você for diabético, ela não é um alimento ideal porque tem um alto índice glicêmico. O terceiro ponto é a parte emocional. Essa integração de corpo e mente é importante. Não adianta você estar se alimentando bem e fazendo uma atividade física se você está extremamente estressado ou deprimido. Exemplo, uma pessoa com vitiligo. O vitiligo é puramente emocional. O paciente com vitiligo, acabo encaminhando pra psicoterapia. E o quarto procedimento inclui a medicina ortomolecular. Já existe uma medicação dependendo da idade biológica. Hoje, a teoria do envelhecimento se dá porque o finalzinho do nosso cromossomo, chamado de telômero, vai encurtando ao longo da vida. A descoberta foi prêmio Nobel de medicina de 2009. Um bioquímico americano desenvolveu, a partir de uma planta chinesa, um fitoterápico que interfere na telomerase, que é a enzima que determina esse encurtamento. Ele testou mais de 200 mil substâncias para achar o “astragalus”, planta que levou

Euipe da Clínica LaserCare, que tem a frente a médica Mai Akaishi

para um centro de estudos nos Estados Unidos, onde cultiva e produz um extrato superconcentrado dessa raiz, chamado TA-65 – Telomerase Activator 65. Esse extrato reativa a telomerase, fazendo o telômero voltar a alongar. Trabalhamos com este produto, que é importado, em nossa clínica. Também o comercializamos pela internet, via e-commerce. Existe uma resolução da Anvisa que diz que é permitido importar individualmente. Acabo de voltar de um Congresso anti-aging e é o assunto mais comentado. O segredo da juventude é a telomerase. A estética ajuda a pessoa a aumentar sua expectativa de vida? Qual o futuro desse tipo de tratamento? Mai – Hoje, não concebo mais tratar um paciente só olhando a pele, a ruga. O tratamento é holístico, tem que ser por inteiro. Não adianta eu cuidar da pele se por dentro ela estiver totalmente desequilibrada, com falta de proteínas e aminoácidos, por exemplo.

Esta pele não vai produzir colágeno nunca. Por isso que o que estamos fazendo hoje é a medicina do futuro. Tratamos a pessoa como um todo. Para isso, utilizamos o PRP – Plasma Rico em Plaquetas. É um procedimento com células-tronco. Explique mais sobre o PRP? Mai – Todo ser humano tem vários sítios de células-tronco. Tem alguns lugares mais ricos que outros. Os principais são as gorduras, que hoje são reimplantadas em outro lugar; e o sangue. Os mais ricos são medula óssea e cordão umbilical, com células-tronco embrionárias. Pra rejuvenescimento nem tem tanta necessidade da gordura, só se for para preenchimento. Basicamente, a gente tira o sangue da pessoa, processa-o, separa a parte vermelha da branca – por isso o nome plasma – que é rica em plaquetas e tem a maior concentração de células-tronco. Aí reinjetamos esta parte para estimular a produção de colágeno. Junho de 2010 - Hoje | 49


Estética

Mitos da balança

Alimentação saudável e exercícios físicos são parte integrante do processo de rejuvenecimento dentro da perspectiva das téncinas de anti-aging utilizadas na clínia da doutora Mai Akaishi. A nutricionista Sandra Lohmann, integrante da equipe LaserCare, dá dicas para manter a saúde Qual a importância da nutrição no Brasil, já que a população vem engordando? Sandra – A nutrição tem papel preventivo. A nutricionista tem que convencer o indivíduo que ele tem que se alimentar bem. E não seguir a mídia, a propaganda. O nosso maior trabalho é convencêlo a não usar os refrigerantes, fazê-lo entender que a bebida não deve fazer parte da alimentação. Esse é o nosso principal papel hoje, o de reeducar o paciente, fazer com que ele entenda que a alimentação é importante pra manter a vida; que se ele não seguir uma alimentação saudável, vai ter uma doença. A mudança desse paradigma de que nutricionista só serve pra fazer dieta de emagrecimento é outro ponto. Aqui na clínica, a gente fala pouco em calorias. Falamos em qualidade alimentar, em trazer de volta aquela alimentação original: o pão, o café, o leite. Usamos alimentos que são protetores das células, curativos. A gente tem que comer de tudo? Sandra – Tem que comer de tudo. A gente tem que tirar essa palavra de restrição, de passar fome. Alguns alimentos não são bem-vindos porque eles têm uma alta concentração de gordura e de sódio. A gente pede pro paciente diminuir a oferta. Ele não precisa cortar da dieta dele. O que a gente combina é que o maior número de dias possível da semana ele faça uma dieta saudável. E as disfunções hormonais? Sandra – A gente tem sempre que estar preconizando a dieta personalizada. Cada paciente tem uma história. Tem

aquele paciente que começa muito bem no café da manhã, faz os lanches, faz o almoço, faz o lanche da tarde, e tem uma alimentação fracionada e toda certinha. Daí tem um pico de ansiedade no final do dia e começa a errar na dieta a partir das 6 horas. Nesses casos, tenho que investigar o paciente pra ver se as deficiências nutricionais estão por trás desse desequilíbrio. Se houver desequilíbrio, encaminhamos pro médico. Qual o conselho para as pessoas fazerem uma alimentação saudável e ter uma boa saúde? Sandra – Fazer uma dieta rotativa, não comer os mesmos alimentos sempre; e trocar o carboidrato da manhã, o pão, pelo cuscuz de milho. Infelizmente a dieta é muito carregada por trigo. Há o risco das pessoas desenvolverem intolerância alimentar pela repetição de alguns alimentos. Você sempre comeu glúten e não teve problemas, mas passa a desenvolver. O que seria isso? Digestão errada, digestibilidade deficiente por falta de enzimas pra quebrar aquele alimento. Leva a vários sintomas: inchaço, sensação de peso enorme depois que se alimenta, abdômen globoso, excesso de gases, vários sintomas digestivos. E o sintoma a longo prazo: o indíviduo não sabe porque tá engordando. Mas se faz a dieta rotativa passa a evitar esses problemas. Quais as dicas para um cardápio ideal? Sandra – Não comer todo dia banana, banana e banana, por exemplo. Segunda, como banana; terça, como pêra; quarta-feira, maçã; quinta, fatias de abacaxi picado. O prato do almoço deve ser bem variado; lembre-se da salada que comeu

ontem e tente mudar um pouco a cor dela. Se ontem comeu cenoura, hoje coloca um pimentão amarelo ou abóbora. O que acha das dietas que restringem alimentos, como a da proteína, por exemplo? Sandra – Não gosto de usar. Só uso pra curtos períodos: 7 dias, 15 dias, onde você vai fazer uma modificação abrangente na qualidade do alimento. Você tem um emagrecimento rápido por isso, mas depois tem que voltar à alimentação normal. O corpo tem que entender que ele modificou o peso, mas continua recebendo todos os nutrientes. O que acontece? Dietas restritivas a longo prazo interferem na taxa metabólica do individuo, que passa a queimar menos calorias do que antes. Ele não emagrece mais e cria uma resistência. A orientação é comer de tudo – não tudo de uma vez – e de uma forma rotativa. Quando a gente come alimentos diferentes, a gente interfere no efeito termogênico, que é quanto de energia o corpo tem que gastar pra digerir a dieta. E qual o papel das atividades físicas na dieta? Sandra – Atividade física pesa mais no quesito emagrecimento do que a próprio alimento por tudo que já é conhecido: queima calórica, produção de massa magra, redução da massa gordurosa. Só fazendo atividade física e modificando o percentual da gordura sem alterar o peso da balança ele já está emagrecido porque retirou gordura e produziu massa muscular. Nem sempre a balança é um bom parâmetro pro tratamento nutricional. Junho de 2010 - Hoje | 50


Futebol

Voltar à Série B Foto: André Saddi

É o que quer o novo presidente do Vila Nova F.C., Marcos Martinez, que sucede Eduardo Barbosa Renato Dias

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quilibrar receita e despesa, obter o acesso para a Série B, lapidar os talentos revelados nas categorias de base, vendê-los nos mercados nacional e mundial da bola e abrir as portas do clube para o torcedor. É o que quer o empresário Marcos Martinez, novo presidente-executivo do Vila Nova para 2012-2013. Marcão, como é chamado, pretende administrar o clube compartilhando sua gestão com o Conselho Deliberativo e sob a supervisão do Conselho de Orientação e Fiscalização (COF). As portas de sua sala estarão sempre abertas para a torcida. A maior paixão do Centro-Oeste brasileiro, diz animado o dirigente. Ele informa à Revista Hoje que as supostas irregularidades detectadas pelo COF foram enviadas para a Delegacia de Polícia. O ex-presidente da agremiação esportiva Eduardo Barbosa acabou destituído do cargo. O Vila Nova teria sido lesado em centenas de milhares de reais, aponta. Em apenas quatro meses de gestão.

Duas estrelas do mundo político institucional lhe darão suporte: o trabalhista Misael Oliveira, com cadeira na Assembleia Legislativa, e o amigo da gente, Sandes Júnior, deputado federal e com livre trânsito no Palácio das Esmeraldas e na Esplanada dos Ministérios, em Brasília,capital da República

História

Ex-mascote do Tigrão, ele ampliará os investimentos nas categorias de base. A estratégia é revelar talentos, vendê-los no mercado, capitalizar os cofres do clube e montar um elenco forte para chegar ao quadrangular final da Série C de 2012 e retornar ao Campeonato Brasileiro da Série B em 2013. Para cuidar do futebol, ele montou um conselho: Paulo Diniz, Misael Oliveira, Urildo Campos, José Martinez, Sebastião Carlos e Walter Massi. “Não posso errar”, explica. O cartola quer a bênção do inquilino da Casa Verde, Marconi Perillo, aguarda a água benta do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, espera o sinal verde do mercado e o apoio do torcedor. Oxalá consiga! Junho de 2010 - Hoje | 51


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Folia do Divino

Tradição e religiosi Jaraguenses radicados em Goiânia organizam, todos os anos, a Festa do Divino, tradição herdada dos colonizadores portugueses Letícia Marina

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Folia do Divino de Jaraguá (GO) é uma comemoração bastante conhecida na região. O que muitos talvez não saibam é que os jaraguenses que moram em Goiânia fazem questão de manter essa tradição viva, mesmo que há muitos quilômetros de distância. A manifestação popular alia aspectos espirituais e folclóricos, buscando, acima de tudo, expressar a gratidão ao Espírito Santo pelos dons e bênçãos recebidas. “A tradição nasceu com nossos colonizadores, os portugueses. É a devoção pelo Espírito Santo e, também, festeja a Nossa Senhora do Rosário e São Benedito”, diz Maria Augusta, organizadora da folia. Ela explica que a folia é uma junção da crença dos ricos e dos escravos do período da colonização. A tradição já ocorre há 26 anos e o principal objetivo é a renovação e o resgate da goianidade

e do caráter religioso e cultural da Folia do Divino Espírito Santo. “O nosso objetivo maior é a confraternização com os jaraguenses residentes em Goiânia e a preservação da nossa fé”, pontua. Um elemento importante para a festa é a Banda de Música Santa Cecília, de Jaraguá, que acompanha a Festa do Divino e é uma das mais antigas do Estado de Goiás. Segundo Maria Augusta a banda tem papel essencial pois anuncia a chegada da Folia às casas. “A banda também é uma forma de manter a nossa cultura e tradição”, diz Paulo Antônio, organizador da folia e, às vezes, maestro da banda. Apesar da importância da banda para a tradição, ela quase desapareceu“Acompanho a banda desde que era pequeno. Mas, tínhamos um problema, os músicos não se renovavam. Quando fui eleito

A procuradora Antônia de Paula Rocha (centro) recebe familiares e amigos em sua casa, para a festa do Divino

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Fotos: Arquivo de Família

Antônia de Paula Rocha recebe a coroa do Divino


dade prefeito de Jaraguá, incentivei a reestruturação da banda e comprei novos instrumentos. E, até hoje estamos muito fortes”, compartilha a experiência.

Como antigamente

A cerimônia é bastante tradicional e mantém muitas características da folia que era realizada antigamente. As famílias jaraguenses, que moram em Goiânia, recebem a visita dos foliões, liderados pelo Imperador do Divino e pela banda Santa Cecília. As famílias

aguardam a visita e, quando a banda chega, executa músicas tradicionais que são cantadas por todos. O imperador carrega, em uma bandeja, a coroa de prata com o símbolo do Divino e os grupos uniformizados portam estandartes de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. A drª Antônia de Paula Rocha, procuradora de Justiça aposentada e que foi promotora em Jaraguá, hoje dedicada a trabalhos humanitários, recebe, anualmetne, a visita dos foliões. Ela trabalhou por muito tempo em

Jaraguá e foi “adotada” pelas famílias jaraguenses. Ela recebe os foliões em sua casa desde 1995, mas explica que participa da tradição desde quando era criança. “Meus bisavós eram portugueses, então, conheço a tradição desde que nasci. Fui festeira pela primeira vez aos 6 anos e foi uma experiência muito linda”, relembra. Ela também conta que a preparação para receber a folia em sua casa é grande e dura cerca de um mês para selecionar a decoração e as lembranças distribuídas aos presentes.

Sete séculos de história A Folia do Divino Espírito Santo, ou de Pentecostes, é realizada sete semanas depois do domingo de Páscoa, como uma forma de comemorar a descida do Espírito Santo sobre os doze apóstolos. A tradição remonta às celebrações realizadas pelos portugueses no século XIV. Segundo Maria Augusta, organizadora da Folia do Divino de Jaraguá, o município recebeu muitas influências dos portugueses, e este fato é um dos principais motivos de se manter essa tradição viva. Originalmente, a tradição foi estabelecida pela Rainha Isabel (1271-1336), na ocasião em que era construída a Igreja do Espírito Santo, na cidade de Alenquer. Como já era de se esperar, a devoção se espalhou por todo território de Portugal. Pouco tempo depois, foi difundida para as colônias do País, dentre elas, o Brasil. Atualmente, a festa do Divino Espírito Santo pode ser encontrada em praticamente todas as regiões do Brasil. Em Goiás, a tradição é nacionalmente conhecida nas cidades de: Corumbá de Goiás, Jaraguá, Formosa e Pirenópolis.

Em Pirenópolis, a festa se transforma em um recorte de outras várias manifestações folclóricas. Além das cavalhadas, representando as batalhas entre mouros e cristãos, há a alvorada, com os mascarados. A programação também conta com novenas, missas e procissões.

Coroação

A Festa do Divino é dividida em três partes. A primeira é a coroação do imperador. Durante as celebrações da Folia do Divino, as cidades que não

contavam com a presença da corte imperial, faziam seus devotos se fantasiarem de cortesões. Esse fato acabou se tornando uma característica da tradição. A cada ano, um novo imperador é escolhido. A segunda parte é composta pelos rituais de homenagem ao Divino Espírito Santo e, por fim, há a distribuição de alimentos. A bandeira vermelha e a pomba branca são os principais símbolos da Folia.

“Os devotos do Divino vão abrir sua morada pra bandeira do menino ser bem-vinda; Ser louvada, ai, ai.” – Bandeira do Divino, Ivan Lins.

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Registro

Maria Paula Bueno / marpaulabueno@hotmail.com

Exposição agropecuária

Relançamentos

A Polícia Civil e a Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA) fizeram a apresentação da Cartilha de Prevenção a Crimes Rurais. A cartilha foi distribuída na 66ª Exposição Agropecuária de Goiânia.

Com a presença de escritores, poetas e amigos, foram relançados os romances Elos da mesma Corrente e Sombras em Marcha, da saudosa escritora Rosarita Fleury. O evento foi organizado por Elizabeth e João Luciano, filhos da autora, e realizado no Palácio das Esmeraldas.

Ricardo Yano, João Furtado, Edemundo Dias e Pedro Alves (diretor administrativo da SGPA) durante o lançamento da cartilha

Maria Elizabeth, com amigos, fala das obras de sua mãe

Fotos: Divulgação

Participação de Goiás na Rio+20 Os integrantes do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Cemam), que tem na presidência Valterli Guedes, aprovaram processos apresentados por instituições interessadas e que se referem à participação de Goiás na convenção das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável, a Rio+20. Formado por representantes de instituições públicas, privadas e do terceiro setor, o Conselho se reuniu com o secretário do Meio Ambiente, Umberto Oliveira, que apresentou os processos referentes às ações da Semarh na Conferência.

Solenidade de posse da UBE–Goiás A União Brasileira dos Escritores apresenta a sua nova diretoria da entidade. Faz parte da nova gestão: Edival Lourenço de Oliveira (presidente), Brasigóis Fellício Carneiro (vice-presidente), Valdivino Braz Ferreira (secretário geral), Cecília Mello (1ª secretária), Ana Luiza Serra Ferreira (2ª secretária), Waldomiro Bariani Ortêncio (1º tesoureiro) e Carlos Willian Leite (2º tesoureiro).

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Silvana Filha do diretor geral da Revista Hoje, Tarzan de Castro, Silvana Iara Saltonelli de Castro na foto retratada na tela pintada pelo tio Darlan de Castro. Aos setenta anos, Darlan abandonou a vida de fazendeiro e abraçou as Artes Plásticas, uma paixão que nutre desde a juventude. Excelente retratista, Darlan tem colecionado elgoios.


Internacional

Fotos: Nelson Santos

Gisela Vaz e o poeta Luiz Aquino

Haroldo e Nilzete Um sucesso! Assim pode ser definida a realização do primeiro Festival Internacional de Dança de Goiás, organizado pelo Estúdio Dançarte (das irmãs Gisela e Ariadna Vaz) e realizado pelo governo de Goiás.

Compositor goiano faz sucesso no Rio de Janeiro

Geraldo Azevedo e Vavá Cunha no show Salve São Francisco, no Teatro Rival, no Rio de Janeiro. O evento faz parte do Projeto Salve São Francisco, desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente.

O casal Haroldo Pereira Guimarães e Nilzete Oliveira Rêgo Guimarães, em recente acontecimento social.

Felicidade em família Foto: Arquivo de família

Lígia e Leonardo Machado com os filhos Ana Flávia e Caio Cezar, felizes no dia do aniversário de seis anos do primogênito.

Hélio Junqueira Hélio Junqueira (foto) está de volta ao Diário da Manhã. Ele assumiu a Diretoria Comercial e de Marketing do jornal, com plenos poderes para fazer as mudanças que julgar necessárias. Hélio Junqueira é profissional reconhecido no mercado da mídia e vem somar esforços na estratégia de fortalecimento do DM como um dos mais importantes produtos do segmento em Goiás. Sua experiência nas áreas comer-

ciais e de marketing é grande. Hélio Junqueira já atuou nos jornais Folha de Goyaz, Correio Brasiliense, Diário da Manhã (onde, por três vezes, chegou a dirigir a departamento comercial). O novo diretor Comercial e de Marketing do DM também trabalhou na TV Goiânia, Rádio Clube, TV Cultura (de Palmas), onde ajudou a fundar o jornal Folha Popular. Por ultimo, Hélio estava no jornal O Hoje, onde era responsável, também, pela área comercial.

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Homenagem

In memoriam

Um fusqueiro

no Twitter

JJúnior, também conhecido nas redes sociais como o Fusqueiro, não está mais entre nós. Mas sua arte e crítica, sim. Ulisses Aesse

A

ntes JJúnior, depois Fusqueiro. Antes Fusqueiro, mas, também, Prefeito TAMPAX. Na verdade, o artista plástico, tuiteiro e blogueiroJJúnior era tudo isso numa mesma pessoa. Artista das telas e da rede virtual, passava a justa ideia de alguém atuante e sempre em atividade com seu tempo. JJúnior começou a usar as redes sociais e se ocupava basicamente do Twitter. O começo de tudo: maio de 2009. Depois disso, nunca mais deixou aquilo que ele considerava como a mais importante ferramenta de sua vida. Diga-se de passagem: ferramenta de comunicação. Na época, em vida, com mais de 39.742 twettes e com 1.492 seguidores, JJúnior ou o ‘Fusqueiro’, como era conhecido no Twitter, começou com

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o microblog para divulgar seus trabalhos, seus quadros. Com o tempo, se apaixonou pela política, o grosso dos seus posts. — No início, saímos em grupo e nos reuníamos em locais como o Café Bandeira, o Frans Café e outros points. Ficávamos tuitando e conversando sobre vários assuntos. A política sempre dominava. Com isso tomei gosto por ela. Posto mais sobre política do que sobre artes.

Os precursores do microblog

Entre os pioneiros da ‘tuitação’, JJúnior citava alguns como Rogério Lucas, Jailton Marques, Ulisses Aesse, Welliton Carlos, Elaino Garcia, Rodrigo Zani e vários amigos da rede social. JJunior criou algumas expressões antológicas que chegaram, inclusive, a provocar a ira de alguns de seus desafetos. Para o prefeito Paulo Garcia (do PT), criou um perfil, devidamente feito por ele e de conhecimento de todos: o PrefeitoTAMPAX. No perfil, JJúnior criticava as ações, para ele danosas, da Prefeitura de Goiânia. JJúnior não parava por aí nas suas críticas às administrações públicas de Gyn. Para criticar, também, na época, as ações do ex-prefeito Iris Rezende, então candidato ao governo, cunhou a expressão ‘Mentiris’ e ‘Via-

duto Sonrisal’, uma referência a uma das principais obras construídas na gestão do então prefeito, que começou a ‘desmanchar’ com o tempo (a ponte sobre o viaduto da avenida 85 com a T-63). Uma obra cara e com o vício das grandes obras problemáticas. JJúnior era, também, uma apaixonado por carros antigos. Ainda vivo, restava-lhe apenas um deles: um Fusca, daí o apelido de Fusqueiro. O artista mantinha em sua garagem uma raridade de 1966, um raro fusca azul que o caracterizou e o transformou em um puro personagem em Goiânia.

A preferência pelo Twitter

JJúnior tinha Facebook, mas, como dizia, não era a sua praia. Preferia o Twitter, a que se dedicava pelo menos cinco horas por dia. Tanto que mantinha seu Blackberry e seu tablet Sansung, Galax, 24 horas por dia ligados. JJúnior chegou a confidenciar a colunista Maria Paula que dormia, inclusive, com o celular ao lado do travesseiro. Impreterivelmente não o deixava por nada nesse mundo. Por onde ia, ia com ele. Quando era citado em alguma mensagem ou tweets era logo avisado por um bip. JJúnior lembrava que chegou a acordar de madrugada para responder as referências feitas a ele.




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