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R$ 14,90 / ED. 343 / JULHO 2014

@_INFO

INFORMAÇÃO | TENDÊNCIAS | INOVAÇÃO | CULTURA DIGITAL SEU TRABALHO AQUI / CELULAR VERSUS ANALFABETISMO / O PINTEREST BRASILEIRO / SMARTPHONES A PARTIR DE R$ 549

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info.abril.com.br


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SUMÁRIO 6.EXPEDIENTE 7. CARTA DO EDITOR 10. INBOX 12. APPS

inovação 40. BEM NA FOTO O brasileiro Fabio Giolito fundou a rede social de compartilhamento de imagens We Heart It, hoje com 30 milhões de usuários no mundo, sede na Califórnia e potencial para atrair investidores

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44. O GOOGLE DAS DROGAS

58. QUER TRABALHAR AQUI?

Uma ferramenta de busca capaz de encontrar substâncias ilegais em diferentes mercados é o mais claro exemplo de que o submundo da web está mais vivo do que nunca

Sempre sonhou em trabalhar no Google, no Facebook ou na Microsoft? Conheça os bastidores dos processos seletivos de oito das empresas de tecnologia mais desejadas do país

48. O CELULAR PODE ACABAR COM O ANALFABETISMO?

70. FILHO DE PEIXE...

O celular conquistou um papel importante ao se tornar uma ferramenta que leva a educação a locais remotos e com pouca infraestrutura, como os países da África

Saíram do Peixe Urbano 18 novas empresas, criadas por ex-funcionários do site de compras coletivas. Eles viveram na prática uma cultura empreendedora em que falhar faz parte do negócio

enter 16. A FORÇA ESTÁ COM ELES Os criadores do site Omelete organizam o ComicCon, evento que espera reunir em São Paulo cerca de 80 000 pessoas

18. UM NOVO iOS Testamos a versão beta do iOS 8, que chegará no próximo trimestre e trará mudanças muito bem-vindas para quem tem iPhone e iPad — mas antigas no Android

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19. POR DENTRO DO TREM DE HARRY POTTER Parque temático em Orlando aposta em tecnologia 3D de ponta para levar visitantes ao universo do bruxo

20. TIRA TEIMA DOS MOTOBOYS Depois da onda dos apps de táxi, empresas criam serviços para chamar motoboy pelo celular ou pelo computador. INFO testou as quatro principais startups em São Paulo

22. IMPRESSÃO 3D CHEGA ÀS RUAS Jovens austríacos abrem loja especializada para vender acessórios e oferecer serviços de modelagem 3D

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24. APPS DO MÊS Uma seleção de aplicativos para iOS, Android, Windows Phone e BlackBerry

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25. A PRÓXIMA FASE

28. DE IGUAL PARA IGUAL

Uma enxurrada de lançamentos para os videogames da nova geração vem aí. Veja os jogos que foram destaque na maior feira de games do mundo

O Watson, da IBM, representa o início de uma era em que será possível conversar naturalmente com uma máquina. Logo você falará com sites de e-commerce, call centers e até com bichos de pelúcia

26. KICKSTARTER MILIONÁRIO Até junho, 14 campanhas no Kickstarter lançadas neste ano tinham superado a marca de 1 milhão de dólares de arrecadação. Conheça três desses projetos

29. O QUE VEM POR AÍ Conheça três novas startups brasileiras que levam tecnologia para áreas sem tradição online

30. UMA OBRA VIRTUAL QUE GERA EFICIÊNCIA Tecnologia de modelagem avançada pode evitar atrasos e orçamentos estourados em projetos de engenharia no Brasil

27. FÁBRICA DE INSETOS 23. A COPA DOS MEMES Montagens engraçadas viram febre nas redes sociais durante os jogos. Veja como fazer a sua

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Depois de criar mosquito da dengue geneticamente modificado, a startup inglesa Oxitec abre sua primeira planta no Brasil e planeja ajudar a erradicar outras pragas

ideias

infolab 78. O QUE O INFOLAB ANALISOU NESTE MÊS TV UN65HU9000 / Samsung TV 55LB7000 / LG Fone Synchros S500 / JBL Filmadora XS100 Extreme Edition / Polaroid Smartphone Galaxy Gran 2 Duos TV / Samsung Smartphone L50 / LG Smartphone Xperia E1 / Sony Smartphone Lumia 630 / Nokia Tablet Venue 8 / Dell Notebook G1743 Max / Avell

startup-se 32. ALESSANDRA LARIU Seu rosto caiu na rede

34. MANOEL LEMOS Efeitos colaterais

36. DAGOMIR MARQUEZI A gente está se achando

38. EMPREENDER SEM FRONTEIRA

90. AUTORRETRATO Ricardo Lebre transformou a moda de tirar selfies em negócio. Ele é um dos fundadores do Festagram, serviço que imprime imagens postadas no Instagram durante eventos

Aluno do Ciência sem Fronteiras que estuda na Califórnia quer trazer para o país o modelo vencedor das startups americanas

FOTOGRAFIA GUI MORELLI

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LETTERING TIRAGEM DA EDIÇÃO UIBIRÁ BARELLI 106 489 EXEMPLARES

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Fundada em 1950

VICTOR CIVITA (1907-1990)

ROBERTO CIVITA (1936-2013)

Conselho Editorial: Victor Civita Neto (Presidente), Thomaz Souto Corrêa (Vice-Presidente), Elda Müller, Fábio Colletti Barbosa, José Roberto Guzzo

Presidente: Fábio Colletti Barbosa Vice-Presidente de Operações e Gestão: Marcelo Vaz Bonini Diretor-Superintendente de Assinaturas: Fernando Costa Diretora de Recursos Humanos: Cibele Castro Diretora-Superintendente: Cláudia Vassallo

Diretora de Redação: Katia

Militello

Editores: Airton Lopes, Filipe Serrano, Maria Isabel Moreira, Rodrigo Brancatelli Editora Assistente: Paula Rothman Repórteres: Adeline Daniele, Thiago Tanji INFOlab: Luiz Cruz (engenheiro-chefe), Leonardo Veras (analista de qualidade) INFO Online Editor-chefe: Rafael Kato Editor: Marcus Vinícius Brasil Repórteres: Gustavo Gusmão, Lucas Agrela, Monica Campi, Vanessa Daraya Desenvolvedores Web: Octavio Fernandes, Silvio Donegá Produtor Multimídia: Cadu Silva Núcleo de Revisão: Ivana Traversim (chefe), Eduardo Teixeira Gonzaga (coordenador), Gilberto Nunes, Maurício José de Oliveira, Raquel Siqueira, Regina Pereira, Rosana Tanus Diretor de Arte: Rafael Costa Editor de Arte: Fernando Saraiva Designers: Luana Graciano, Wagner Rodrigues www.info.abril.com.br PUBLICIDADE EXAME – Diretor de Publicidade UN EXAME: Marcos Gomez Diretoras: Ana Paula Teixeira, Eliani Prado Gerentes: Leda Costa, Marcio Bezerra, Renata Carvalho Executivos de Negócios: Adriana Mendes, Amanda Lima, André Bortolai, Andrea Balsi, Beatriz Ottino, Caio Souza, Danilo Lima, Edvaldo Silva, Elaine Marini, Felipe Maia, Gabriela Duarte, Henri Marques, Júlio Tortorello, Marcelo Cavalheiro, Marcello Almeida, Marlene Torres MARKETING – Diretora: Viviane Palladino Gerentes: Andreia Coelho, Alexander Ivonika, Cleber Adolfo de Souza, Elaine Campos, Luis Felipe Borsoi Sansone, Maria Luiza Galvão, Rafael Abicair, Tiemy Akamine EVENTOS – Gerente: Shirley Nakasone PUBLICIDADE REGIONAL – Diretor: Jacques Ricardo Gerentes: Adriano Freire, Grasiele Pantuzo, Ivan Rizental, João Paulo Pizarro, Kiko Neto, Mauro Sannazzaro, Sonia Paula, Vania Passalongo PUBLICIDADE INTERNACIONAL: Alex Stevens ASSINATURAS – ATENDIMENTO AO LEITOR – Diretora: Daniela Vada CIRCULAÇÃO AVULSAS – Gerente: Paula Fernandes

APOIO – PLANEJAMENTO, CONTROLE e OPERAÇÕES: Anderson Portela DEDOC e ABRIL PRESS: Elenice Ferrari PESQUISA e INTELIGÊNCIA DE MERCADO: Andrea Costa RECURSOS HUMANOS – Consultor: Fernando Gil Lopes TREINAMENTO EDITORIAL: Edward Pimenta

Redação e Correspondência: Av. das Nações Unidas, 7221, 20 o andar, Pinheiros, São Paulo, SP, CEP 05425-902, tel. (11) 3037-2000, Publicidade São Paulo e informações sobre representantes de publicidade no Brasil e no exterior: www.publiabril.com.br

PUBLICAÇÕES DA EDITORA ABRIL: Almanaque Abril, AnaMaria, Arquitetura & Construção, Aventuras na História, Boa Forma, Bons Fluidos, Capricho, Casa Claudia, Claudia, Contigo!, Elle, Estilo,

Exame, Exame PME, Guia do Estudante, Guias Quatro Rodas, Info, Info Dicas, Manequim, Máxima, Men’s Health, Minha Casa, Minha Novela, Mundo Estranho, National Geographic, Nova, Placar, Playboy, Publicações Disney, Quatro Rodas, Recreio, Runner’s World, Saúde, Sou Mais Eu!, Superinteressante, Tititi, Veja, Veja BH, Veja Brasília, Veja Rio, Veja São Paulo, Vejas Regionais, Viagem e Turismo, Vida Simples, Vip, Viva!Mais, Você RH, Você S/A, Women’s Health Fundação Victor Civita: Gestão Escolar, Nova Escola

INFO EXAME 343 (ISSN 1415-3270), ano 29, é uma publicação mensal da Editora Abril S.A. Edições anteriores: venda exclusiva em banca, pelo preço da última edição mais despesa de remessa. Solicite a seu jornaleiro. Distribuída em todo o país pela Dinap S.A. Distribuidora Nacional de Publicações, São Paulo. INFO EXAME não admite publicidade redacional.

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Conselho de Administração: Giancarlo Civita (Presidente), Esmaré Weideman, Hein Brand, Roberta Anamaria Civita, Victor Civita Neto www.abril.com.br

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CARTA DO EDITOR

BELEZA É FUNDAMENTAL MUITOS LEITORES NOS ESCREVEM para elogiar o design da INFO (há também os que reclamam, mas em número infinitamente menor ;-). Uma página criada com elegância e clareza envolve o leitor na história contada, expressa de forma lúdica as ideias do texto e torna a leitura muito mais prazerosa. É isso o que buscamos. Parece fácil, mas não é. Exige técnica, um olhar apurado, bom gosto e criatividade. Nossa jovem equipe de arte tem tudo isso. Os designers se envolvem em todas as etapas do processo de criação das reportagens. Conversam o tempo todo com os editores e os repórteres para entender o que é mais importante na matéria, estudam os entrevistados e sempre acham uma forma de retratá-los bem. O capitão da equipe, Rafael Costa, está sempre correndo atrás de boas referências, formatos diferenciados e excelentes fotógrafos e ilustradores. Esta edição é um exemplo dessa busca pelo rigor no design. Para a matéria sobre as startups fundadas por ex-funcionários do Peixe Urbano, Rafael convidou o celebrado fotógrafo de moda Klaus Mitteldorf. Ele clicou debaixo d’água — literalmente — os três empreendedores que ilustram o texto Filho de Peixe... Veja o resultado da superprodução, que exigiu piscina aquecida e equipamento fotográfico especial, na

página 70. Em nosso site, você pode ainda navegar por uma galeria com mais fotos e assistir ao vídeo dessa produção. Quer outro exemplo do trabalho criativo da equipe de arte? Confira o formato da reportagem sobre celular e analfabetismo, que começa na página 48. Elaborada pelo designer Fernando Saraiva, ela usa a tela de um celular para contar como ONGs e instituições estão trabalhando em países subdesenvolvidos, como os da África, para minimizar o problema do analfabetismo usando SMS, livros digitais e conteúdo mobile para ensinar adultos e crianças a ler e escrever. Muitas vezes o design determina o rumo dos textos e dos títulos, como na reportagem de capa desta edição, ilustrada pelas belas imagens do fotógrafo de arquitetura e decoração Gui Morelli. É claro que o visual moderno de empresas como Google, Facebook e Buscapé ajudou, mas o olhar e a técnica de Morelli geraram fotos tão interessantes que inspiraram os títulos da capa e do utilíssimo guia para quem deseja trabalhar em oito das mais desejadas empresas de tecnologia. Espero que goste! Boa leitura e escreva para dizer o que achou!

katiam@abril.com.br

MAKING OF

O fotógrafo Klaus Mi�eldorf clica na piscina os empreendedores que saíram do Peixe Urbano para montar seus negócios

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INBOX

Oculus Rift já era. Foi comprado pelo Facebook.

ARISTON CORDEIRO / RECIFE (PE) Com cara de bobo e certamente mais pobre! Hehehe

ALEXANDRE MAGALHÃES / BRASÍLIA (DF) Perda de tempo os aliens fazerem o primeiro contato aqui na Terra.

DE VOLTA PARA O FUTURO MUITO INTERESSANTE A MATÉRIA SOBRE O OCULUS RIFT E AS EXPERIÊNCIAS QUE ELE PROPORCIONA. MAS UMA PENA A EMPRESA TER SIDO COMPRADA PELO FACEBOOK, QUE PODE ENGAVETAR O PROJETO. MÁRIO SOUSA / CURITIBA (PR)

JOÃO ARTUR LOPES FREIRE / MACEIÓ (AL)

Sensacional a @_INFO na versão digital. É possível ouvir a matéria completa em áudio. É como se alguém “lesse” pra você enquanto dirige.

@FERNANDOTORRESS

Realmente é de ficar bobo mesmo: que coisa monstruosa! Parece desconfortável! Espero que alguém esteja trabalhando para melhorar esse design do Oculus Rift. SPICA CERES / SÃO PAULO (SP) Excelente a edição digital da INFO, que permite ouvir as reportagens. Vou para o trabalho escutando as matérias. Sensacional! OTÁVIO MULLIN / SÃO PAULO (SP)

CONTATOS IMEDIATOS Achei equivocada a matéria da INFO Contatos Imediatos, que aborda a pseudociência da ufologia. Faltou o contraditório: essas pessoas, que alegam ter sido contatadas por ETs, não necessariamente são mentirosas ou aproveitadoras, mas podem ter criado essas imagens e vivências dentro de sua consciência, numa

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espécie de alucinação, causada pelos mais diversos motivos: cansaço, carência emocional e até mesmo danos cerebrais. Essa hipótese (aí sim científica) está mais bem explicada no livro A Mente Assombrada, do neurocientista americano Oliver Sacks. SÉRGIO B. FALASQUI / CAMPINAS (SP)

Lembro de ler na @_INFO quando era mais novo que veríamos as próximas Copas no celular. Achei um absurdo e que nunca ia acontecer. @LHOM Alguns prazeres da vida: #sol #piscina #beer #revistaINFO @EDSONSARCERO Revista INFO com material interessante, falando sobre o #OculusRift. Vale a pena conferir. @BLACKHATBR

QUER UMA CARONA? Aplicativos de carona vão substituir os taxistas no futuro? Acho que não, mas que vão fazê-los melhorar, isso vão.

ANA CL ÁUDIA MACEDO / RIO DE JANEIRO (RJ)

UMA REDE SOCIAL PARA VIAGENS Estudei na França e usei o BlaBlaCar em várias viagens pelo país. O sistema funciona mesmo, como mostra a reportagem da INFO. Economizei muito com as caronas. CLÁUDIO ASSIS PEDRO / SÃO PAULO (SP)

ET vence a distância dos planetas — até agora não há possibilidade de vida no planeta mais distante analisado pela Nasa. Seu conhecimento científico seria compartilhado com os humanos por quê? A ciência tem o meu respeito, mas há limite para viagens astrais.

MONICA MENDES / RIO DE JANEIRO (RJ)

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BRONCAS DO MÊS

FALE COM A INFO REDAÇÃO

Comentários sobre o conteúdo editorial da INFO e reclamações para Broncas do Mês:

MOTO G COM VONTADE PRÓPRIA

SEM MACBOOK E SEM REEMBOLSO

Comprei um smartphone Moto G, da Motorola, em março. Ao ligá-lo, notei que alguns recursos eram acionados sem que a tela fosse tocada. Em seguida, o display travava. Enviei o aparelho para o conserto e o recebi um mês depois. Percebi que o defeito não havia sido sanado. Ao falar com a Motorola, fui informado que teria de enviá-lo para nova avaliação. Ou seja, um mês sem o aparelho. Quero a troca por um novo.

Por meio do MercadoPago, f iz o pagamento de 2 599 reais por um MacBook Pro, da Apple, anunciado no MercadoLivre, e não recebi o notebook. Sem retorno do vendedor, reclamei com o MercadoPago, mas a queixa foi encerrada, sob o argumento de que não há cobertura de prejuízos quando a compra não é feita dentro do MercadoLivre.

FABRICIO COSTA SANTANA / ITABUNA (BA)

RESPOSTA DA MOTOROLA A Motorola lamenta o ocorrido e informa que está em contato com o consumidor para solucionar a questão dentro do prazo acordado.

COMENTÁRIO DO LEITOR Um representante da Motorola entrou em contato e afirmou que o meu aparelho seria substituído por um novo, fornecendo um código de postagem para o envio do Moto G defeituoso.

DIMITRIUS CARNEIRO PIMENTEL / SÃO LUÍS (MA)

RESPOSTA DO MERCADOLIVRE O cliente não finalizou a compra pelo MercadoLivre, descumprindo os termos de uso. Ele usou o MercadoPago para o envio de dinheiro, como se fosse um DOC ou depósito. Nesse caso, não há cobertura do Programa de Proteção ao Consumidor do MercadoLivre. O vendedor foi bloqueado.

COMENTÁRIO DO LEITOR O MercadoPago dá a entender no site que existem garantias para o vendedor e o comprador.

contateinfo@abril.com.br. A mensagem pode ser publicada de forma reduzida. Envie seu nome completo e a cidade onde mora. COMUNIDADES Facebook / facebook.com/revistainfo Twitter / twitter.com/_INFO Google+/ google.com/+info Pinterest/ pinterest.com/revistainfo Instagram/ @revista_info

ASSINATURAS assineabril.com (11) 3347-2121 Grande São Paulo 0800-775-2828 Demais localidades SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CLIENTE abrilsac.com (11) 5087-2112 Grande São Paulo 0800-775-2112 Demais localidades LOJA INFO info.abril.com.br/loja / (11) 4003-8877 lojaabril@vendapontocom.com.br PUBLICIDADE Para anunciar na INFO, ligue: (11) 3037-2302 São Paulo (21) 2546-8100 Rio de Janeiro (11) 3037-5759 Outras praças (11) 3037-5679 Internacional (11) 3037-2300 Fax publiabril.com.br PERMISSÕES DA INFO Para usar selos, logos e citar qualquer avaliação editorial da INFO, envie um e-mail para permissoesinfo@abril.com.br. Nenhum material pode ser reproduzido sem autorização por escrito. VENDA DE CONTEÚDO Para licenciar o conteúdo editorial da INFO em qualquer mídia: atendimento@ conteudoexpresso.com.br / Para solicitar reprints das páginas: reprint.info@abril.com.br SAIBA QUE / A INFO não aceita doações de hardware e software nem viagens patrocinadas por fornecedores de tecnologia. Todos os produtos testados no INFOlab são devolvidos aos fabricantes. / Os artigos dos colunistas não expressam necessariamente a opinião da INFO.

POR QUE LEIO INFO ”Leio INFO porque ela sempre traz os assuntos mais pertinentes do mundo da tecnologia, ajudando tanto o consumidor a estar por dentro das novidades quanto os empresários a melhorar seus negócios.”

JOE TAKATA / GERENTE DE PRODUTO DA SONY MOBILE NO BRASIL FOTO NATASHA IOTTI

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E N T E R // A P P S

SUA INFO NO SMARTPHONE Baixe o novo aplicativo da INFO e acompanhe notícias de tecnologia, games, vídeos e podcasts. Com design e conteúdo renovados, o app permite personalizar a tela inicial PARA A DIREITA Arraste a tela para a direita e toque para selecionar os canais de notícias que lhe interessam

RADAR Toque no ícone para escolher quais canais deseja ver na tela inicial

DESTAQUE As principais notícias de tecnologia do dia são identificadas por uma barra verde

PARA A ESQUERDA Deslize o dedo para a esquerda e navegue pelos canais da INFO: notícias, games, gadgets, reviews, multimídia e revista

EXIBIÇÃO Clique neste ícone para mudar o modo de visualização das notícias, em listas ou com imagens maiores

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ANDROID

A VERSÃO PARA iPHONE TEM ELEMENTOS QUE CONVERSAM COM O SISTEMA DA APPLE

A VERSÃO PARA ANDROID FOI PENSADA ESPECIALMENTE PARA TELAS MAIORES

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O NETFLIX DAS REVISTAS IBA CLUBE DÁ ACESSO ILIMITADO A PUBLICAÇÕES DIGITAIS O mercado de revistas ganhou um clube de compras online ao estilo Netflix e Spotify. O iba clube é o primeiro serviço brasileiro a oferecer acesso a todas as edições digitais de quatro revistas mensais por um valor fixo por mês. É possível escolher os títulos e ler diversos exemplares, novos ou antigos, usando iPad, tablets Android, Windows PC e Mac OS. No caso da INFO, a revista também pode ser lida no iPhone. As edições são interativas, com vídeos, links para sites e infográficos. Elas ficam disponíveis em uma biblioteca digital dentro do app iba revistas. No acervo estão mais de 40 edições da INFO e, no total, existem cerca de 700 exemplares de 28 revistas. “O iba clube entrega ao leitor o conteúdo que ele gosta dentro de um novo modelo, com acesso irrestrito às revistas, que podem ser lidas pelo aplicativo”, afirma Ricardo Garrido, diretorgeral do iba, loja online de publicações digitais do Grupo Abril, que edita a INFO, e a responsável pelo serviço. Como no Netflix, o primeiro mês no iba clube é grátis. Depois o leitor paga um valor fixo de 19,90 reais por mês. O usuário tem até 66% de desconto em relação ao preço de capa das revistas. Ele pode ainda trocar a seleção de títulos escolhidos uma vez por mês.

PERSONALIZE Toque no menu superior para escolher quais editorias exibir na tela inicial do aplicativo

USABILIDADE Para facilitar a leitura, é possível trocar a cor do plano de fundo do app para preto ou branco

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ESCOLHA QUATRO REVISTAS E PAGUE R$ 19,90 A PARTIR DO SEGUNDO MÊS

MESMO COM O APP FECHADO, VEJA AS NOTÍCIAS DA INFO POR MEIO DO LIVE TILES INFO

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ENTER CULTURA GEEK // iOS 8 // HARRY POTTER // MOTOBOY NO SMARTPHONE // A COPA DOS MEMES // FUTURO DA COMPUTAÇÃO

A FORÇA ESTÁ COM ELES Após transformar o hobby em um site de entretenimento, os criadores do Omelete organizam a ComicCon, evento de cultura geek que espera reunir 80 000 pessoas em São Paulo // POR PAULA ROTHMAN

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UM HAN SOLO congelado em um bloco de carbonita está parado ao pé da escada. A peça de quase 2 metros de altura do personagem de Star Wars divide espaço na casa com canecas do Homem-Aranha, pinturas do Super Mario nas portas dos banheiros e pôsteres de Star Trek nas paredes. É desse quartel-general geek, em um antigo sobrado em São Paulo, que os três rapazes da foto ao lado se preparam para a ComicCon Experience, feira que será realizada de 4 a 7 de dezembro na capital paulista. O evento deverá reunir estúdios de Hollywood, produtores de quadrinhos, artistas e um público estimado por eles em 80 000 pessoas. Com o lote inicial de ingressos esgotado, esse será o primeiro grande evento organizado pelos fundadores do Omelete, site com 25 milhões de visualizações mensais focado em filmes, séries, quadrinhos, games e músicas. Com o novo braço para eventos, o Omelete, que estreou há 14 anos como um hobby de amigos geeks, está se transformando em uma empresa com faturamento estimado em 6 milhões de reais. “Desde 2011 dobramos de tamanho a cada ano”, diz Pierre Mantovani, 41 anos, um dos sócios do Omelete. “Formamos uma equipe de especialistas para cada assunto. Se eu sou fã de Star Wars, há pessoas que entendem mais de Harry Potter”, afirma Erico Borgo, 38 anos, coordenador editorial do Omelete. Formado em design, Borgo é um dos fundadores do site, ao lado do amigo de infância e publicitário Marcelo Forlani, 39 anos. Ambos trabalhavam na agência de QG NERD Pierre Mantovani (centro), Marcelo Forlani (à esq.) e Erico Borgo comandam a equipe do site de entretenimento Omelete

Mantovani quando decidiram criar uma página online sobre quadrinhos. Hoje, além de produzir conteúdo, o Omelete tem um departamento que oferece soluções para anunciantes. “Quando o game GTA 5 saiu, por exemplo, fizemos uma maratona ao vivo de 100 horas de jogo”, afirma Forlani. A ComicCon Experience segue os moldes da conferência anual de San Diego, na Califórnia, que reúne mais de 130 000 pessoas. “ComicCon é um nome genérico. Existem mais de 50 nos Estados Unidos, feitas por empresas diferentes. Não estamos trazendo a San Diego ComicCon ao Brasil. Estamos criando algo aqui como é visto lá fora”, afirma Mantovani. Entre as atrações confirmadas estão o ator Sean Astin, que interpretou o hobbit Sam Gamgee nos filmes da trilogia O Senhor dos Anéis (2001-2003), e Kirk Hammit, baterista da banda Metallica e colecionador de artigos relacionados a filmes de terror. Além dos artistas e dos estandes de estúdios, o evento terá uma arena com telão e capacidade para 1 000 pessoas. O espaço vai abrigar campeonatos de games, como League of Legends. Outra área será para o Artist Alley, mesa ocupada por 150 ilustradores que poderão mostrar o trabalho e dar autógrafos. “Se tudo der certo, vamos continuar fazendo eventos, mas sem perder a essência. Os fãs já confiam na marca, e isso é o mais importante que podemos ter”, afirma Mantovani. Afinal, ninguém melhor do que o Omelete para conhecer bem o clássico ditado do Homem-Aranha: com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades.

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E N T E R // A P P L E

CONHEÇA O NOVO iOS RESPONDA SEM ABRIR O APLICATIVO Recebeu e-mail, SMS, tuíte, recado no Facebook ou no WhatsApp? No iOS 8 dá para responder na tela de notificação, facilidade que faz muita diferença na prática. Não é preciso nem abrir o app

Testamos a versão beta do iOS 8, que chegará no próximo trimestre e trará mudanças muito bem-vindas para quem tem iPhone e iPad — mas antigas no Android. Veja o que muda // POR LUCAS AGRELA

CONVERSAS COM JEITÃO DE WHATSAPP O aplicativo de mensagens poderá enviar recados de voz. E também será possível criar grupos para trocar mensagens. O recurso funcionou bem nos testes

TIME LAPSE A câmera do iOS 8 grava vídeos em time lapse, depois de tirar fotos em um intervalo de tempo. Na versão beta, ainda não é possível regular o intervalo, e o uso é um pouco estranho

PASTA DA FAMÍLIA Dá para criar grupos de até seis pessoas para trocar fotos e calendários. Os pais ainda podem controlar as compras na App Store

TOUCH ID PARA OS APPS O leitor biométrico do iPhone 5S poderá ser usado nos apps para autenticar o usuário. Mas ainda não há apps que incluíram o recurso

CENTRAL DE SAÚDE O app Health reúne dados como ritmo cardíaco, nível de gordura e passos, captados por aparelhos de monitoramento. Mas é preciso esperar a chegada de dispositivos compatíveis

TECLADO INTELIGENTE O teclado vai sugerir palavras enquanto você digitar. E será possível baixar teclados com modos de escrita diferentes. Por enquanto, não há nenhum disponível para a versão beta

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E N T E R // F É R I A S ⁄

PAISAGEM EM 3D No lugar de janelas, vagões do Hogwarts Express, em Orlando, têm telas que simulam cenário do filme

POR DENTRO DO TREM DE HARRY POTTER Parque temático em Orlando aposta em tecnologia 3D de ponta para levar visitantes ao universo do bruxo // POR RENATA PRIMAVERA

UMA TECNOLOGIA de projeção 3D que dispensa o uso de óculos especiais vai ser utilizada pela primeira vez em um parque de diversões. No dia 8 de julho, começará a funcionar uma nova atração no Universal Studios, em Orlando, nos Estados Unidos, que simula a viagem de trem do bruxo Harry Potter até a Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts. Os turistas entrarão num vagão do Hogwarts Express, que percorrerá o caminho entre dois parques da Universal: o Island of Adventures e o Universal Studios Florida. No lugar de janelas, os vagões têm telas digitais 3D para convencer os visitantes de que estão viajando entre a Inglaterra

e a Escócia, com a mesma paisagem mágica descrita nos livros de J.K. Rowling e vista nos filmes da saga. O efeito 3D se ajusta ao ângulo de visão dos passageiros, independentemente do lugar em que estão sentados nos vagões. Uma das duas estações fica em uma nova área temática do Universal Studios, decorada como se fosse o Beco Diagonal. Na história de Harry Potter, o Beco Diagonal é uma rua de comércio dos bruxos, em Londres. Outra atração da nova área é uma montanha-russa fechada que atravessa o interior do Gringotes, o banco no mundo dos bruxos de Harry Potter. Segundo Thierry Coup, vice-presidente sênior do Universal Creative, o novo brinquedo usa uma tecnologia de projeção, em uma tela em 360 graus em volta dos trilhos, para simular a aventura dentro do banco. “É uma viagem mais visual do que física, tentando encontrar o equilíbrio entre os dois”, diz Coup. O sistema de projeção foi criado pela Infitec, uma empresa de efeitos visuais da Alemanha, e exibe cenas com definição 4K filmadas com os mesmos atores dos filmes. A tecnologia já era usada pela Universal, mas é a primeira vez que estará numa tela de 360 graus e ao redor de uma montanha-russa, simulando encontros com um dragão que cospe fogo, com a vilã Bellatrix e com Voldemort, o bruxo do mal.

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E N T E R // C O R R I D A

TIRA TEIMA DOS MOTOBOYS Depois da onda dos apps de táxi, surgem serviços para chamar motoboy pelo celular ou pelo computador para fazer entregas e retiradas. INFO testou os serviços oferecidos por quatro startups que operam em São Paulo. Veja o resultado // POR THIAGO TANJI // ILUSTRAÇÃO UIBIRÁ BARELLI

RAPIDDO O MAIS LENTO E CARO (4º LUGAR) TEMPO DAS ENTREGAS: 3h33 (1h58 ida / 1h35 volta) PREÇO: 80,56 reais (36,67 ida / 43,79 volta) O serviço foi o mais caro do teste. Custou 60% mais do que a entrega mais barata. Foi também o que levou mais tempo para completar o trajeto. O pagamento com cartão de crédito ocorreu de maneira simples, e uma mensagem foi enviada após a conclusão. Só web / Apenas cartão de crédito / Atende Grande São Paulo, Campinas (SP), Rio de Janeiro e Curitiba / rapiddo.com.br

2 0 IN343_ENTER_Motoboy.indd 20

VAI MOTO PEDIDO RASTREADO (3º LUGAR) TEMPO DAS ENTREGAS: 2h32 (1h31 ida / 1h01 volta) PREÇO: 50 reais (25 reais cada trecho) Após informar o endereço de entrega, é possível escolher o motoboy que fará o serviço de acordo com o preço ou o número de corridas já feitas. Nos dois testes os entregadores atenderam rapidamente e foi possível rastrear o pedido online. Para Android, iOS ou web / Apenas dinheiro / Atende Grande São Paulo / Tem entrega por bicicleta / vaimoto.com.br

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ATÉ 20 QUILOS

LOGGI A MELHOR EXPERIÊNCIA (2º LUGAR) TEMPO DAS ENTREGAS: 2h24 (1h15 ida / 1h09 volta) PREÇO: 66,96 reais (33,51 ida / 33,45 volta)

99 MOTOS O MAIS RÁPIDO (1º LUGAR) TEMPO DAS ENTREGAS: 2h02 (1h ida / 1h01 volta) PREÇO: 72 reais (36 reais cada trecho)

O site tem a melhor interface entre os quatro. No primeiro teste, foram confirmadas, por acidente, duas solicitações, e uma teve de ser cancelada. Após entrar em contato pelo site, uma atendente ligou e fez o cancelamento. Nos dois testes foi possível seguir a localização do entregador com precisão. Os horários estimados foram cumpridos. Para iOS ou web / Apenas cartão de crédito / Atende Grande São Paulo / Tem entrega por bicicleta / loggi.com

Apesar de ter uma interface mais simples, a empresa foi a que atendeu mais rapidamente aos pedidos nos dois dias de teste. Os pagamentos foram feitos em dinheiro e calculados de acordo com o trajeto entre os dois endereços. O acompanhamento em tempo real da encomenda não funcionou com precisão, mas um e-mail foi recebido assim que o motoboy chegou ao local. Para Android ou web / Apenas dinheiro / Atende em São Paulo / 99motos.com.br

2h0 2 4 3h3 3

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COMO FOI FEITO O TESTE Para avaliar os serviços, INFO fez os pedidos das entregas no mesmo horário, em duas datas diferentes: 13 e 18 de junho, às 17h e às 12h30, respectivamente. O trajeto foi o mesmo nas duas ocasiões, entre os bairros de Pinheiros e do Ipiranga, uma distância de cerca de 12 quilômetros. No primeiro dia, os motoboys pegaram pacotes na sede da Editora Abril e entregaram no Ipiranga. No segundo momento, os entregadores fizeram o trajeto inverso.

2

2h2

TRAJETO

12 km

2h3

RAÇÃO DU

Pela lei, os baús para transporte em motos só podem carregar volumes de até 20 quilos, com uma dimensão que não ultrapasse 45 centímetros de cada lado.

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E N T E R // N E G Ó C I O ⁄

IMPRESSÃO NA HORA Lojas como a 3dee, na Áustria, já começam a surgir na Europa e nos Estados Unidos

IMPRESSÃO 3D CHEGA ÀS RUAS Jovens austríacos abrem loja especializada para vender acessórios e oferecer serviços de modelagem 3D // POR JULIANA ROCHA, DE VIENA

OS IRMÃOS Marton e Gabor Klauser, de 19 e 23 anos, decidiram apostar na onda das impressoras 3D. Num espaço de 50 metros quadrados, em uma das ruas mais movimentadas do centro de Viena, na Áustria, eles fundaram a 3dee, uma das primeiras lojas de impressão 3D que

ONDE ENCONTRAR PRODUTOS 3D

começaram a surgir recentemente na Europa e nos Estados Unidos. De olho no crescimento desse mercado, desde outubro os jovens austríacos vendem acessórios e impressoras, além de oferecer serviço para criar protótipos, maquetes e miniaturas por encomenda, usando as máquinas do local.

“Impressoras 3D ainda são pouco conhecidas, e é importante que as pessoas possam olhar e testar o produto em uma loja”, disse Marton a INFO. Segundo ele, muitos clientes descobrem o local por acaso, ao passar na frente. Os consumidores são, na maioria, homens na faixa dos 30 anos que querem fazer modelos 3D para uso profissional. “São pessoas que não pretendem gastar 500 euros em um kit amador. Outros precisam de uma máquina avançada para projetos complexos”, afirma Marton. Uma das encomendas mais curiosas, segundo ele, foi um modelo 3D de um osso de morcego. Marton diz que deve demorar para as máquinas se tornarem produtos de massa. “Ninguém nessa área acredita que todos terão uma impressora 3D em casa tão rapidamente.” Uma loja para oferecer o serviço pode fazer sentido. E inspirar empreendedores brasileiros em busca de negócios inovadores.

AMAZON Tem espaço dedicado a impressoras e produtos 3D // SHAPEWAYS Revende objetos decorativos em 3D feitos por usuários // ROBTEC Revendedora das impressoras Cube no Brasil FOTO DIVULGAÇÃO

JULHO 2014 | INFO

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E N T E R // V I R A L

� c�pa d�s �e�es Montagens engraçadas viram febre nas redes sociais durante os jogos. Veja uma maneira simples para também criar sua brincadeira

quem faz DESIMPEDIDOS_ Surgiu como canal do 1 _ESCOLHA UMA IMAGEM Pode ser a tela congelada da transmissão da partida ou uma foto que você viu na internet, retratando uma situação curiosa

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2_ENTRE EM UM GERADOR DE MEMES E FAÇA UMA LEGENDA ENGRAÇADA Há sites como Quickmeme, Livememe ou Imgur. E apps como Memedroid e Meme Factory

3_DIVULGUE NAS REDES SOCIAIS Você pode mandar o link da montagem ou o arquivo da imagem. Salve no celular para enviar por aplicativos como o WhatsApp

YouTube em 2013, com narrações engraçadas. Na Copa, publica montagens divertidas no Facebook FUTEBOL DA DEPRESSÃO_ Com mais de 200 000 seguidores no Facebook, o perfil compartilha fotos engraçadas HUMOR ESPORTIVO_ Site que publica gifs, vídeos e fotomontagens relacionados à competição

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E N T E R // A P P S

aplicativ�s do mês // POR GUSTAVO GUSMÃO

iPHONE

dragon quest viii O clássico RPG japonês traz

ANDROID / TABLET hitman go Bem diferente da ação de outros games do Agente 47, o Hitman Go põe o assassino de aluguel em tabuleiros. Ele deve cumprir os objetivos em turnos. Para Android 2.3.3 ou mais novo / 9 reais

dinnertime Voltado para os pais, o app

swarm

aos tablets belos gráficos e personagens

ajuda a monitorar por quanto tempo as

Criado pelo Foursquare, o app

feitos pelo mesmo artista de Dragon Ball.

crianças usam smartphones ou tablets.

Para iOS 6.0 ou posterior / 45 reais

Para Android 4.0 ou superior / Grátis

tem as funções de check-in e localização de amigos do aplicativo original. Permite enviar mensagens para os contatos que estão por

ANDROID / SMARTPHONE

WINDOWS PHONE

perto. Para iOS 7.0 ou superior / Grátis

secret É uma rede social anônima em

perguntados Cheio de perguntas sobre

cloud raiders Parecido com o popular

que é possível compartilhar segredos com

Clash of Clans, o game de estratégia

conhecimentos gerais, este quiz o coloca

amigos da lista de contatos e pessoas

põe jogadores no comando de uma

para jogar contra seus amigos do Facebook.

ao redor sem revelar a identidade.

base e de soldados prontos para a guerra.

Para iOS 6.0 ou mais recente / Grátis

Para Android 4.1 ou posterior / Grátis

Para WP 8.1 ou superior / Grátis

wise drinking

trials frontier

Apesar de não ser tão preciso, o

Com nove motos disponíveis, o

pinterest Demorou, mas a rede social de

app ajuda a beber com responsabilidade. Ele

game desafia o jogador a realizar manobras

imagens e pins chegou ao Windows Phone.

mostra a quantidade de álcool que a pessoa

ousadas em circuitos quase impossíveis.

Mesmo em fase beta, os recursos principais

ingeriu com base no volume de bebida

Para Android 2.3.3 ou superior / Grátis

estão lá. Para WP 8 ou mais novo / Grátis

informado. Para iOS 6.0 ou posterior / Grátis

freedome

iPAD

BLACKBERRY

Fácil de usar, o app cria uma rede privada (VPN), impedindo que o tráfego seja

what's up

carousel

monitorado. O download é gratuito, mas o

O app serve de organizador de

período de teste dura uma semana. Depois,

dispositivo num mapa estelar, mostrando os

O app transforma a tela do

fotos. Ele sincroniza as imagens tiradas no

custa 3 dólares por mês. Para Android 4.0.3

corpos celestes que estão na direção apon-

aparelho com o Dropbox. Lançado em abril,

ou mais recente / Grátis

tada. Para BB 10 ou posterior / 2,20 reais

agora ganhou versão em português. Para iOS 7 ou superior / Grátis

angry birds epic Os Angry Birds chegaram ao mundo dos

adobe voice

RPGs. Em Epic, as aves visitam a Piggy

Útil para criar apresentações

Island, onde enfrentam os suínos em lutas

simples, mas com apelo visual. A ideia é

divididas por turnos. Personagens e armas

usá-las para contar histórias – e o usuário

são customizáveis. Para Android 2.3.3, iOS

pode incluir narração com a própria voz.

6.0 e WP 8.1 ou versões posteriores / Grátis

Para iOS 7.0 ou mais recente / Grátis

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|

INFO


E N T E R // G A M E S

PRÓXIMA FASE Uma enxurrada de jogos para os videogames da nova geração será lançada. Veja títulos que foram destaque na E3, a maior feira de games do mundo // POR THIAGO TANJI

1

2

3 2 MORTAL KOMBAT X O momento mais sangrento da E3 foi a apresentação do novo Mortal Kombat. O jogo traz personagens novos, como Cassie Cage (filha de JoÚny Cage e Sonya Blade), e será possível escolher as técnicas do lutador. / Para PS4, PS3, Xbox One, Xbox 360 e PC / Lançamento_2015

6

4

1 THE SIMS 4 Na continuação de uma das mais celebradas franquias para PC, será possível personalizar as características físicas e psicológicas dos personagens para criar diferentes interações e histórias. / Para PC / Lançamento_4 de setembro / 99,90 reais

5

3 DESTINY Depois do sucesso de Halo, a produtora Bungie traz outro jogo de tiro ambientado no futuro e com modo multiplayer. Os jogadores escolhem classes diferentes de guerreiros, que evoluem com as batalhas. / Para PS4, PS3, Xbox One e Xbox 360 / Lançamento_9 de setembro

4 ASSASSIN’S CREED UNITY A Revolução Francesa, de 1789, é o cenário do novo capítulo da saga dos assassinos criada pela Ubisoft. O game ainda terá um novo modo multiplayer, que permite

até quatro jogadores para completar as missões. / Para PS4, Xbox One e PC / Lançamento_28 de outubro

5 SUNSET OVERDRIVE O game de tiro em terceira pessoa foi o principal lançamento da Microsoft. O jogo tem um visual caótico e divertido, explorando um cenário aberto de um mundo pós-apocalíptico. / Para Xbox One / Lançamento_28 de outubro

6 BATMAN ARKHAM KNIGHT Os produtores da série de Batman revelaram que a próxima sequência vai incluir o Batmóvel. O veículo será peça importante na trama. A má notícia é que o lançamento dele foi adiado para o ano que vem. / Para PS4, Xbox One e PC / Lançamento_24 de fevereiro de 2015

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E N T E R // C R O W D F U N D I N G

kickstarter milionário Até junho, 14 campanhas no Kickstarter lançadas neste ano tinham superado a marca de 1 milhão de dólares de arrecadação. Conheça três desses projetos // POR FILIPE SERRANO

PONO MUSIC A ideia é do cantor Neil Young, e o plano é lançar um tocador de música de 128 GB (399 dólares) e uma loja online apenas para arquivos de áudio de altíssima qualidade, até 30 vezes mais do que o MP3 comum. O tocador HD atraiu o interesse de milhares de doadores, mesmo que o auge da música portátil tenha sido com o iPod, na década passada. O projeto arrecadou sete vezes mais do que a meta, de 800 000 dólares, e se tornou a terceira maior campanha já lançada no Kickstarter. A previsão é que as primeiras unidades sejam entregues em outubro. “Vamos distribuir música de uma maneira que nunca foi feita”, disse Young em carta de agradecimento. // US$ 6,2 milhões // 18 220 doadores // ponomusic.com

ANOVA PRECISION COOKER No mês passado, a campanha deste aparelho bateu mais de 18 vezes a meta de 100 000 dólares. Ele é um aquecedor elétrico de precisão com Bluetooth que a empresa Anova pretende lançar. O aquecedor é usado para cozinhar alimentos a vácuo na temperatura ideal, com técnica chamada sous-vide. // US$ 1,8 milhão // 10 508 doadores // anovaculinary.com

BLUE MOUNTAIN STATE: O FILME A série de comédia Blue Mountain State durou dois anos até ser cancelada, em 2012. Os criadores pediram ajuda para fazer um filme e dar um fim à história. Deu certo, e a estreia está prevista para 2015. // US$ 1,9 milhão // 23 999 doadores // bluemountainstatethemovie.com

JULHO 2014 | INFO

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E N T E R // B I O T E C N O L O G I A

fábrica de insetos Depois de criar mosquito da dengue geneticamente modificado, a startup inglesa Oxitec abre sua primeira planta no Brasil e planeja ajudar a erradicar outras pragas // POR PAULA ROTHMAN

EM JULHO, a startup inglesa Oxitec vai inaugurar uma fábrica em Campinas, no interior de São Paulo. Mas, no lugar de peças, produtos ou processadores, a unidade deverá produzir por semana 2 milhões de mosquitos machos da espécie Aedes aegypti, aquele que transmite a dengue. Com uma pequena alteração genética, esses mosquitos só conseguem se reproduzir quando alimentados com um medicamento específico. Soltos na natureza, eles são estéreis e se acasalam com as fêmeas, o que impede a reprodução delas com os machos férteis. “Os testes mostraram uma eficácia de 79% a 93% na erradicação de mosquitos adultos com esse método”, diz Glen Slade, diretor-geral de desenvolvimento de negócios da Oxitec.

Em abril, a startup obteve aprovação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança para comercializar os mosquitos, mas ainda aguarda o parecer da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A ideia é fazer parcerias com municípios e, futuramente, ampliar o número de instalações no Brasil. O país é o primeiro a receber um centro de produção fora da Inglaterra. Além da dengue, a Oxitec trabalha com modificações em pragas agrícolas. Uma delas é a mosca do Mediterrâneo, que ataca frutas como laranja, uva e goiaba. “Já recebemos aprovação para começar testes na Bahia nos próximos meses”, afirma Slade. “O princípio é o mesmo do mosquito. Não mexemos na planta, apenas combatemos o inseto. No futuro, poderemos focar pestes que atacam cana-de-açúcar e algodão.”

ILUSTRAÇÃO DAVI AUGUSTO

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E N T E R // F U T U R O

DE IGUAL PARA IGUAL O Watson, da IBM, representa o início de uma era em que será possível conversar naturalmente com uma máquina. Logo você falará com sites de e-commerce, call centers e até com bichos de pelúcia // POR FILIPE SERRANO

JULHO 2014 | INFO

O SISTEMA Watson, da IBM, ficou conhecido em 2011 ao derrotar humanos em uma competição de conhecimentos gerais na televisão americana. Agora a IBM quer levar esse mesmo poder de processamento às empresas. Em janeiro, a companhia criou o Watson Group, divisão que recebeu investimento de 1 bilhão de dólares para comercializar o sistema. À frente do grupo está o cientista da computação americano Michael Rhodin, que conversou com a INFO sobre o projeto. Para Rhodin, o Watson representa o início de uma era em que será possível falar naturalmente com as máquinas. “É o começo de um novo ciclo, que vai durar 50 anos”, diz Rhodin. O que o Watson é capaz de fazer hoje? Ele entende uma pergunta feita com linguagem natural e, com base em um grande banco de dados, gera hipóteses para respondê-la. Agora trabalhamos com empresas para descobrir como essa capacidade pode ser aplicada na saúde, no setor financeiro ou no varejo. Como essa capacidade tem sido usada? O Watson pode buscar soluções que ainda não foram descobertas. Por exemplo: é possível perguntar a ele quais elementos químicos ainda não foram testados em remédios ou quais combinações químicas não foram patenteadas. Estamos trabalhando nisso com a indústria farmacêutica. Temos ainda um projeto com a Genesys, empresa de call center, para integrar o Watson a seu sistema. O objetivo é que o próprio computador faça o atendimento. E, quando houver a necessidade de falar com uma pessoa, o sistema transfere a ligação.

ILUSTRAÇÃO OTACOIZA

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E N T E R // N O V A S I D E I A S Qual será o papel das pessoas nesse tipo de indústria quando isso se tornar comum? O julgamento cabe às pessoas. O Watson pode encontrar as respostas, mas ele não entende o significado delas. Podemos usar o exemplo de um cozinheiro. O Watson pode encontrar quais são os ingredientes que nunca foram usados juntos numa receita, mas é o chef quem sabe como combiná-los. Juntos, o chef e o computador podem chegar a um resultado que nenhum dos dois conseguiria sozinho. A mesma tecnologia pode ser usada em outras áreas, como a medicina, para entender quais são os melhores tratamentos. Esse poder de processamento estará disponível para todos no futuro, como um Google que conversa com você e responde qualquer coisa? Acredito que desenvolvedores vão criar serviços que serão acessíveis a todos. Mas nossos clientes serão os responsáveis por fazer isso, não nós. Nunca diga nunca, mas esse não é nosso modelo de negócios. O senhor disse em uma palestra que a IBM fez dois investimentos em startups que usam o Watson. Quais são elas? A Fluid é uma delas. Ela tem um projeto para criar um assistente virtual para lojas online que conversa com os clientes da mesma maneira que um vendedor especializado. Assim a experiência de compra online fica mais humanizada. A outra startup é a Welltok. Ela tem um aplicativo que monitora hábitos diários e ajuda a tomar decisões saudáveis sobre alimentação e exercícios físicos. Há projetos em áreas bem diversas. A Majestyk Apps, uma das vencedoras de um concurso de aplicativos que fizemos, criou um bicho de pelúcia que responde perguntas de crianças em voz alta. Com isso, o programa identifica padrões de aprendizado e reúne informações para ensinar cada aluno da melhor forma. É um futuro bem provocador. Vai ser interessante. Estamos ainda no início. Todo mundo espera um progresso imediato, mas esse é o começo de um novo ciclo que vai durar 50 anos. Não é uma novidade que se esgota em dois anos. É uma nova era, em que os computadores vão nos entender e vão compreender a linguagem natural. Muitas aplicações que nunca imaginamos vão surgir. Espero que sim.

O QUE VEM POR AÍ Conheça três novas startups brasileiras que levam tecnologia para áreas sem tradição online

IMOBILIÁRIA SOCIAL O MooveIn ajuda a encontrar alguém para dividir o aluguel. Usuários se logam com o Facebook e indicam o nível de organização (de bagunçado a metódico) e de estilo (de sossegado a festeiro). Depois é só definir o tipo de pessoa e o de imóvel buscados. Em três meses no ar, 5 300 usuários e 470 imóveis foram registrados.

TRANSPARÊNCIA NA MECÂNICA A conta do mecânico provavelmente já fez você se perguntar algo assim: 250 reais é muito pela pastilha do freio? Criado em 2013, o Canal da Peça tira essas dúvidas. O site é tanto uma loja de autopeças quanto um comparador de preços. O mais canaldapeca.com.br legal é que dá para buscar peças pelo modelo do carro. São mais de 320 000 itens, de 250 fornecedores.

BUSCAPÉ DA CONSTRUÇÃO Ir de loja em loja fazendo orçamentos para a reforma da casa é um tédio. O Zaboo surgiu em 2013 para ajudar nessa tarefa e serve como um comparador de preços para materiais de construção. São 50 000 itens, de cinco lojas especializadas. Usuários cadastrados podem fazer listas e acompanhar variações nos preços.

INFO | JULHO 2014

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zaboo.com.br

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E N T E R // C O N S T R U Ç Ã O

UMA OBRA VIRTUAL QUE GERA EFICIÊNCIA Tecnologia de modelagem avançada pode evitar atrasos e orçamentos estourados em projetos de engenharia no Brasil // POR FILIPE SERRANO

O RIGOR para cumprir prazos e manter o custo inicial previsto não é exatamente uma característica dos grandes projetos de engenharia no Brasil, como mostram as obras públicas prometidas para a Copa do Mundo. Mas existe uma tecnologia que prevê os gastos da construção com precisão e pode ajudar a evitar problemas durante a execução. Conhecido como BIM (sigla em inglês para modelagem da informação da construção), o sistema usa softwares de modelagem que simulam no computador não só detalhes da planta mas também o material a ser usado, a quantidade necessária e em qual fase da construção ele será aplicado. Oferece uma visão virtual completa do projeto e da execução da obra. “O modelo reúne uma série de dados: quantidade de tijolo, massa, acabamento, tipo de encanamento. É possível simular o que deve ser construído primeiro e evitar imprevistos”, diz

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PLANTA 4D Tecnologia simula os detalhes da estrutura física dos prédios e também cada etapa da construção

Guilherme de Brito Neves, gerente de tecnologia da MHA Engenharia, uma das empresas que têm usado o sistema BIM. Países desenvolvidos, como Finlândia e Noruega, já obrigam o uso da tecnologia na fase de contratação de obras públicas. No Reino Unido, há a meta de adotar o BIM até 2016. A expectativa é que isso comece a ocorrer por aqui. “No Brasil, os atrasos e, principalmente, o aumento do custo nas obras ocorrem em grande parte por falta de um projeto completo detalhado. Quando se tem o projeto em BIM, todos os detalhes precisam estar lá”, diz Eduardo Toledo Santos, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e um dos principais pesquisadores da tecnologia. O modelo tem sido mais usado em projetos de prédios, hospitais e shoppings e já começa a ser aplicado em obras de infraestrutura. “É possível gerar uma animação de cada etapa do andamento da obra, de forma muito mais fácil e segura.”


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I D E I A S // V I V E N D O E M B E T A

SEU ROSTO CAIU NA REDE Aplicativos de reconhecimento facial ganham cada vez mais espaço. Mas é correto identificar pessoas sem permissão?

O APLICATIVO

NameTag (nametag.ws) tem causado uma senhora polêmica. Funciona assim: se você tirar uma foto de alguém que não conhece, consegue o nome e links para todas as redes sociais da pessoa apenas fazendo o upload da foto para o aplicativo, que usa um programa preciso de reconhecimento facial para comparar a imagem em um banco de dados com mais de 2 milhões de pessoas e, assim, achar aquela que corresponde à foto. Mas, até agora, o app só existe para o Google Glass, e as únicas pessoas que podem usá-lo são os beta testers do Glass. Aparentemente, o Google não permite o uso do NameTag pelo público em geral, porque o aplicativo contraria as regras de privacidade da empresa. Mesmo sabendo disso, f ui ao site da NameTag para remover meu nome da “oportunidade” de ser escaneada pelo sistema da empresa. Tentei três vezes, apenas na quarta finalmente recebi a confirmação de que os meus dados não serão vistos por alguém usando a tecnologia da startup.

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O incrível é que, sem saber, fomos adicionados ao NameTag. Arrepiante é a única palavra para descrever o futuro dos programas de reconhecimento facial. Um de seus inventores, o físico Joseph J. Atick, concorda. E alerta que está na hora de regular essa área, que tem evoluído em ritmo acelerado. Até agora, câmeras e algoritmos que olham para a gente são geralmente usados para reconhecer expressões faciais, como feliz, triste, irritado, ou ainda dados simples, como se é mulher ou jovem. Esses fatores são usados com frequência no marketing para saber, por exemplo, se a pessoa está gostando de um produto, um comercial ou um programa de televisão. Há dois anos, empresas como a Affectiva (affdex.com), de Massachusetts, e a Emotient (emotient.com), de San Diego, vêm usando webcams para classificar 1,5 bilhão de emoções faciais. Mas as pessoas convidadas pelas companhias sabem que estão sendo filmadas e que sua identidade não será usada por mais ninguém. Além disso, reconhecer expressões não é a mesma coisa que reconhecer cada detalhe do rosto para formar uma imagem precisa de sua identidade. O mais tenebroso, portanto, é ter seu rosto

registrado sem sua permissão. Mas não são apenas companhias pequenas, como a NameTag, que estão investindo em reconhecimento facial. Em 2011, o Google comprou uma empresa que faz isso. Em 2012, foi a vez de o Facebook entrar nessa área, com a aquisição da israelense Face.com. Para mim, o único uso em que o facial recognition poderia ser justificado seria na área criminal. Fora isso, é uma invasão de privacidade ter o rosto gravado em um banco de dados sem permissão. O problema é que, na maioria dos países, ainda não existem leis para regularizar o uso da tecnologia de face printing. Como a chamada indústria biométrica, que usa características fisiológicas (retina, polegar, rosto) como forma de identificação, é avaliada em 7,2 bilhões de dólares, de acordo com um relatório da consultoria Frost&Sullivan, regular essa mina de ouro vai ficar cada vez mais difícil. Aqueles a favor do reconhecimento facial argumentam que capturar um rosto é tão inofensivo quanto tirar uma fotografia. Mas nenhuma foto normal vem acompanhada de dados pessoais adquiridos sem permissão. O argumento acaba aqui. Ponto. �

Alessandra Lariu, 41 anos, é publicitária e cofundadora do site SheSays, que ajuda mulheres a entrar na carreira de criação digital. Empresária, ela mora em Nova York. ILUSTRAÇÃO EVANDRO BERTOL

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I D E I A S // B I Z T E C H

EFEITOS COLATERAIS Que a tecnologia nos faz evoluir já sabemos, mas será que estamos cientes do que essa evolução pode trazer de ruim?

COMO AMANTE da tecnologia, sempre falo sobre os benefícios que a evolução tecnológica traz para nossa vida e empresa. Mas se existirem efeitos colaterais nessas ondas de evolução é de esperar que também cresçam de maneira exponencial e, consequentemente, sejam dignos de nossa atenção. Caso existam, quais serão os caminhos para combatê-los? Os efeitos positivos da tecnologia podem ser vistos em toda a história da humanidade. Desde a criação das primeiras ferramentas pelos homens das cavernas até o surgimento de robôs cirurgiões. É inegável o papel da tecnologia na Revolução Industrial. Sem ela não teríamos vacinas produzidas em massa, exames médicos precisos e acessíveis, abundância de informações, entretenimento e educação de ponta em escala massiva. Mas estudos têm mostrado que essa crescente abundância de tecnologia tem um efeito irmão na direção oposta. A tecnologia, especialmente as digitais, tem sido responsável, nas últi-

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JULHO 2014

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mas décadas, por grande geração de riqueza e por uma melhoria enorme nos padrões de vida no mundo todo. O PIB per capita mundial vem aumentando, em grande parte, graças ao aumento da produtividade conseguido por meio da automação e da informatização. Na média, temos trabalhado menos e produzido mais. Ou temos produzido mais em relação a quanto trabalhamos. Mas é na palavra “média” que o problema aparece. Apesar de, na média, os padrões estarem evoluindo, a realidade é que eles crescem de maneira desproporcional. Quem já tinha os melhores padrões de vida acaba capturando a maior parte das melhorias. E muitas vezes quem estava na base acaba não vendo uma melhoria tão significativa. Veja a evolução dos salários. Dados dos Estados Unidos mostram que, de 1963 até mais ou menos 1980, os salários evoluíam de maneira muito similar. Nos tempos prósperos, todos cresciam e, nas crises, todos caíam. Claro que os grupos com mais educação tinham salários maiores. Porém, de 1980 em diante, a distância entre os salários dos grupos com mais educação começou a aumentar de maneira acentuada, rompendo o padrão anterior. Em 1980, chega-

ram com força a computação e as tecnologias da informação. Quem já tinha boas condições passou a ter ainda melhores e de forma desproporcional. O benefício da tecnologia foi capturado de maneira desigual. Mas por quê? E como lidar com isso? Vemos também nas empresas o mesmo tipo de captura desigual da recompensa gerada pela tecnologia. As que já tinham operações modernas melhoraram de maneira desproporcional em comparação às outras. Isso porque, para se beneficiar das novas tecnologias, é preciso ter conhecimento e capital. Assim, criamos uma distribuição adversa, da qual empresas e indivíduos mais bem preparados se beneficiam mais. Podemos pensar em várias maneiras de atacar o problema, mas vou me ater à que julgo mais sustentável e transformadora: a educação. Precisamos ficar atentos a esses efeitos e às consequências que nossas atuais deficiências educacionais gerarão num futuro que chegará muito rápido, com ondas de evolução tecnológica. Será que o remédio virá do próprio veneno, com uma disrupção tecnológica da educação? Como bom tecno-otimista, espero sinceramente que sim! �

Manoel Lemos, 39 anos, é engenheiro da computação, especialista em supercomputação, empreendedor, investidor em tech startups e diretorgeral digital da Abril Mídia. É apaixonado por mergulho com tubarões. ILUSTRAÇÃO EVANDRO BERTOL

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I D E I A S // C É R E B R O E L E T R Ô N I C O

A GENTE ESTÁ SE ACHANDO A geolocalização vai pôr fim à dobradinha rua-número para encontrar um endereço? Tudo indica que sim

ONDE VOCÊ mora? Na rua Conselheiro Professor Engenheiro Adalberto Aureliano de Oliveira Junior, no 211. E, quando você vai visitar seu amigo em Berlim, é fácil encontrar a Schwartzkopffstraße com a Chausseestraße? Há séculos os homens usam a combinação rua-número para se localizar. E, quando nos acostumamos a um sistema que nasceu no Império Romano, passamos a achar que seria para sempre. Mas não precisa ser eterno. Tenho me divertido com as possibilidades da geolocalização (GeoLoc para os íntimos). Após experimentar vários apps, adotei o GeoLocation, versão Pro. Criado pela Internetik, empresa da Flórida, ele registra latitude, longitude, altitude, dia e hora. Depois coloco as coordenadas de latitude e longitude numa planilha e crio um caderninho de endereços da era digital. (Ou dois: essa planilha faz companhia a um Google Map onde todos os pontos que frequentei estão assinalados e listados). Acho que aí está a base de uma nova relação com

o modo como nos localizamos no planeta. Afinal, todo mundo hoje tem um celular, e quase todo celular tem um sensor de GPS. As condições técnicas para que o cidadão comum mude seus hábitos de localização estão no bolso. Mas será que vamos trocar já o velho rua-número pela nova coordenada latitude e longitude? Acho que não. Os dois se complementam. (O GPS não localiza um apartamento, por exemplo.) Mas com o tempo a segunda opção só tende a crescer. Algumas empresas, eventos e pessoas já colocam os dados de geolocalização em seu site e cartão de visita como parte do endereço. Um dos segredos para se familiarizar com a linguagem da geolocalização é abandonar a notação em graus, muito difícil de decifrar. Tudo fica mais fácil com a notação decimal (por exemplo, 27.175, 78.041944). Esses dois números, que definem a latitude e a longitude, separados por uma vírgula, são a representação de qualquer ponto na superfície terrestre. (Nesse caso, o Taj Mahal, na Índia.) Qualquer mapa da internet (Google, Bing, Apple...) lê esses números com exatidão. Basta colocá-los na janela de pesquisa. Mas quais são as vantagens da geolocalização?

1 // O sistema tradicional precisa de referenciais (uma rua, um marco). A geolocalização dispensa isso. É uma informação absoluta. Pode localizar alguém no meio do Oceano Pacífico. 2 // Uma combinação de números é mais exata do que uma vaga referência, como “estrada X, à altura do km Y”. E números, diferentemente de letras, podem ser entendidos por todos. 3 // Permite a identificação imediata e automática em qualquer situação de necessidade, como em uma comunicação de enchente ou de incêndio. 4 // Empresas e serviços seriam encontrados mais facilmente se divulgassem as coordenadas com o endereço. Se você procurar qualquer coisa “física” na Wikipédia (uma cidade, um monumento, um vulcão), vai encontrar no canto direito superior um link com as coordenadas. É só clicar para ver um pouco da complexidade de serviços, parâmetros e sistemas usados hoje em geolocalização. São siglas, serviços e uma série de mapas online que eu nem sabia que existiam: Nokia, MapQuest, Nasa, Norkart, SkyVector (este para pilotos), TerraServer, WikiMini. Até outro dia, esse papo de geolocalização era para geógrafos e cartógrafos. Acho que está deixando de ser. �

Dagomir Marquezi, 60 anos, dividiu sua vida entre o jornalismo e a ficção. Escreveu novelas, musicais e roteiros de cinema. Há 16 anos acompanha a tecnologia em sua coluna na INFO.

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I D E I A S // I N S I D E I N F O R M A T I O N

EMPREENDER SEM FRONTEIRA Aluno do Ciência sem Fronteiras que estuda na Califórnia quer trazer para o país o modelo vencedor das startups americanas

HÁ TRÊS anos, tive meu primeiro contato com o empreendedorismo. Ao assistir à palestra de um empreendedor na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), fiquei impressionado com a energia e a paixão com que ele falava. Desde então mergulhei no universo das startups. Li livros, fiz cursos, fui a eventos, participei de competições. Em 2013, decidi me aplicar para o programa do governo federal Ciência sem Fronteiras, que concede aos alunos do ensino superior a oportunidade de estudar nas melhores universidades do mundo. Escolhi a Califórnia e fui selecionado pela University of Southern California (USC), localizada na cidade de Los Angeles e detentora do segundo melhor programa de empreendedorismo dos Estados Unidos, de acordo com o ranking U.S. News & World Report's 2014. Mesmo fora do Vale do Silício, a cidade de Los Angeles tem um vibrante ecossistema empreendedor, com eventos semanais e oportunidades de conexão. É também a sede de startups de renome, como o Snapchat.

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Há seis meses em intercâmbio, tive a oportunidade de praticar inglês, cursar aulas de engenharia e, claro, participar de diversas experiências relacionadas ao empreendedorismo digital. Na primeira semana nos Estados Unidos, conheci Alexandre Muller, estudante de engenharia civil na Universidade Federal de Santa Catarina e também aluno da USC, em intercâmbio pelo Ciência sem Fronteiras. Ele também escolheu a Califórnia por suas belas praias, excelentes universidades e por seu ecossistema empreendedor. Conciliamos os estudos com a participação ativa na rede empreendedora de Los Angeles. Participamos de eventos e competições, fomos a palestras com grandes empreendedores, como Josh Berman, cofundador do MySpace que, em sua fala, reconheceu os erros cometidos por seu time que implicaram a decadência do MySpace e a ascensão do Facebook, como a lentidão na tomada de decisão e a não observação das necessidades de seus usuários. O maior aprendizado foi observar a resiliência de Berman, que, mesmo após um fracasso, deu a volta por cima e hoje é CEO do BeachMint, um e-commerce em grande ascensão situado em Los Angeles.

Alexandre e eu decidimos fundar a Ideation Brasil, organização com o objetivo de estimular o empreendedorismo universitário. No segundo semestre, faremos uma competição criada com base no modelo das melhores universidades da Califórnia, que acontecerá de modo presencial em cinco cidades (Brasília, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e Florianópolis), envolvendo alunos de mais de 20 universidades. A competição terá cinco etapas, sendo as duas primeiras focadas na identificação e na compreensão de um problema e das necessidades dos consumidores. Em seguida, com base nisso, a equipe desenvolverá um modelo de negócios. Por fim, na última etapa, a equipe apresentará sua evolução a uma banca de jurados composta de empreendedores locais. Também serão realizados encontros entre os participantes para que se conectem, aumentem seu network e colaborem entre si. Para participar, os jovens devem ficar ligados no site ideationbrasil.com.br, que terá em breve o cronograma de cada cidade. Esperamos que a competição Ideation — Sua Ideia na Prática seja o começo de uma jornada empreendedora para centenas de universitários brasileiros. �

Danilo Roselli, 22 anos, é estudante de engenharia de produção na UFSCar, aluno em intercâmbio pelo programa Ciência sem Fronteiras na University of Southern California e cofundador da Ideation Brasil. ILUSTRAÇÃO EVANDRO BERTOL

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BEM NA FOTO O BRASILEIRO FABIO GIOLITO FUNDOU A REDE SOCIAL DE COMPARTILHAMENTO DE IMAGENS WE HEART IT, HOJE COM 30 MILHÕES DE USUÁRIOS NO MUNDO, SEDE NA CALIFÓRNIA E POTENCIAL PARA ATRAIR INVESTIDORES // POR PAULA ROTHMAN // FOTOS LUIZ MAXIMIANO

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ELE É CARIOCA. TEM 28 ANOS. DIVIDE O APARTAMENTO

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com a namorada. Sai à noite com os amigos e vai à praia de vez em quando. Passa boa parte do dia trabalhando em seu McBook Pro na sala de casa, no Rio de Janeiro. Não há nada de estranho na rotina do designer Fabio Giolito se não fosse por um detalhe: ele é fundador da We Heart It, rede social para compartilhamento de imagens com cerca de de 30 milhões de usuários no mundo. Disponível em 19 idiomas, recebeu, no ano passado, investimento de 8 milhões de dólares. Números impressionantes para um

jovem empreendedor brasileiro cujo negócio compete com gigantes como o Pinterest. Impressionante também é o fato de a rede social ter sido criada em 2008 e, a partir daí, ter crescido sem chamar a atenção no Brasil. “Até agora passamos meio despercebidos, porque escolhemos ficar longe dos holofotes”, afirma Giolito. Com 25 funcionários em sua sede, em São Francisco, na Califórnia, a startup registra 1 milhão de novos usuários por mês, a maioria adolescentes americanos. Com essa audiência e potencial para crescer, a We Heart It coloca seu fundador no seleto grupo de empreendedores brasileiros que criaram um negócio digital com escala global. Os mais conhecidos membros desse time

são Eduardo Saverin, cofundador do Facebook, e Michel “Mike” Krieger, cofundador do Instagram. Ambos conheceram seus sócios americanos, Mark Zuckerberg e Kevin Systrom, respectivamente, quando frequentavam renomadas universidades dos Estados Unidos. Mas, diferentemente deles, a história de Giolito não começou no exterior. O garoto que usava piercing no lábio e cursou desenho industrial na PUC do Rio de Janeiro iniciou sua empresa no Brasil, quando ainda era estagiário de um portal de notícias. “Em dezembro de 2007, criei uma área dentro do meu site pessoal para mostrar referências do que gostava, quase como um portfólio de ideias”, diz Giolito. O diferencial era uma ferramenta que permitia a ele marcar imagens da internet que automaticamente apareciam indexadas na área que chamou de I Heart It, uma brincadeira

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EM CASA Do Rio de Janeiro, Fabio Giolito comanda o time da We Heart It, startup que fundou em 2008 e hoje tem sede na Califórnia

em inglês com as palavras “eu isto”. “Meus amigos começaram a se interessar e a querer usar, então criei uma página para que as pessoas pudessem ver o que as outras estavam postando.” Em um ano, os acessos cresceram tanto que foi preciso buscar ajuda. O primeiro sócio do We Heart It foi o colega programador Bruno Zanchet. Na época, ambos trabalhavam no Yahoo!, em São Paulo. Em 2010, os amigos largaram o emprego para se dedicar à plataforma e saíram em busca de um parceiro que entendesse de negócios. “Conversamos com muita gente no Brasil, mas foi difícil. A cultura de startup ainda não estava tão desenvolvida no país como hoje”, afirma Giolito. Os garotos encontraram o apoio de que precisavam em mentores internacionais e, em 2011, decidiram abrir o escritório da empresa na Califórnia. O We Heart It é uma plataforma de visual simples e fácil funcionamento, para usuários compartilharem

imagens e criarem pastas com as fotos de que mais gostam ou com as quais se identificam. Com plugin para os principais navegadores, basta clicar sobre uma foto em qualquer site para tê-la adicionada ao perfil. O conceito é similar ao de outras redes baseadas em imagens, especialmente o Pinterest, seu principal concorrente, com 70 milhões de usuários e mais de 760 milhões de dólares em investimentos. “O Pinterest se transformou em uma rede voltada mais para objetos. No We Heart It, as pessoas expressam ideias e sentimentos”, diz Fabio Giolito. Essa não é a única diferença.

CRIADO EM 2010, O PINTEREST atraiu desde o início o interesse do público e dos investidores. Em um ano e meio, bateu a marca de 5 milhões de usuários e recebeu o primeiro grande aporte, de 22 milhões de dólares. Na mesma época, o We Heart It tinha o dobro de usuários, segundo dados da Comscore, mas nem cogitava levantar essa quantia em investimentos. “Desde o início acreditávamos na empresa e sabíamos que ela geraria mais valor no futuro”, afirma o ucraniano Gary Sheynkman, um dos primeiros investidores na plataforma. Radicado nos Estados Unidos, Sheynkman administra um fundo de investimentos recém-adquirido pelo grupo Vice. “No We Heart It, a ideia era trabalhar da forma mais eficiente possível, para não diluir os fundadores e os investidores iniciais”, afirma Sheynkman. Essa “diluição” a que ele se refere acontece toda vez que um novo grupo coloca dinheiro em um negócio e, em troca, fica com uma

porcentagem da empresa. Quando o Facebook comprou o Instagram, em 2012, por 1 bilhão de dólares, estimase que 50% do valor tenha ido para os fundos que apostaram na startup. Vale lembrar que o We Heart It tem hoje 30 milhões de usuários, o mesmo número que o Instagram tinha quando foi comprado. Curiosamente, a rede social adquirida por Mark Zuckerberg não tinha nenhuma fonte de renda, enquanto a plataforma de Fabio Giolito tem um modelo de publicidade que atrai grandes marcas, especialmente as dos Estados Unidos. Os americanos são também os maiores usuários do We Heart It. “A maioria do nosso público tem de 16 a 24 anos, 75% são mulheres e 80% dos acessos vêm de dispositivos móveis”, afirma Dave Williams, atual presidente do We Heart It. Com passagens por empresas como DoubleClick, de anúncios online, e MTV, o americano juntou-se ao time no ano passado para estruturar o modelo de publicidade e o crescimento da empresa. Para Williams, um dos diferenciais da plataforma é o fato de não ter espaço para comentários, o que evita bullying e um ambiente negativo. “Isso foi uma das criações do Fabio no início da rede social. Ele tem um senso incrível de design e experiência do usuário. É a alma do negócio”, afirma Williams. Fabio Giolito não tem planos de sair do Rio de Janeiro. Com Skype, WhatsApp e muitas trocas de e-mails, ele comanda o time de design de sua startup a distância, usando chinelos e a alguns metros da praia. “Muitas pessoas que conhecem a empresa ficam surpresas quando descobrem que sou brasileiro”, diz Giolito. Provavelmente, essas pessoas só acham toda essa história ainda muito incomum. �

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O GOOGLE DAS DROGAS Uma ferramenta de busca capaz de encontrar substâncias ilegais em diferentes mercados é o mais claro exemplo de que o submundo da web está mais vivo e maduro do que nunca

MARCUS VINÍCIUS BRASIL * ILUSTRAÇÃO UIBIRÁ BARELLI * FOTO RAFAEL EVANGELISTA

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Um usuário desavisado que acesse o site pela primeira vez pode até pensar que está utilizando algum novo produto do Google. Afinal, a paleta de cores do logo é a mesma, assim como o design minimalista, com a caixa de busca no centro e dois botões, um de busca e o famoso “estou com sorte”. Mas as semelhanças acabam por aí. Qualquer busca no Grams, o Google das drogas, abre as portas para um universo de substâncias ilegais, armas, documentos falsos e até veneno. O Grams (bit.ly/info-grams) foi lançado em abril passado com um objetivo simples, mas ousado: unificar a busca por produtos nos diversos mercados negros que operam na Deep Web, a rede de servidores não indexada pelo Google e acessível apenas pelo navegador Tor. “Eu queria ajudar as pessoas a encontrar o que elas desejavam na darknet e descobrir quais vendedores são confiáveis”, diz Gramsadmin, pseudônimo do fundador do Grams, em uma de suas publicações no fórum

do site. Contatado pela reportagem da INFO, ele se recusou a dar entrevista. Antes, com o monopólio do Silk Road, o maior marketplace ilegal até então, que chegou a movimentar 1,2 bilhão de dólares, os usuários sabiam onde buscar esses itens proibidos. Mas depois do fechamento do site pelo FBI, em outubro de 2013, as coisas mudaram. “Hoje há mais mercados ativos do que antes da queda do Silk Road”, disse a INFO o professor Nicolas Christin, especialista em crimes cibernéticos da Universidade Carnegie Mellon, dos Estados Unidos. “Não sabemos se a razão foi o fim do site ou o fato de as pessoas perceberem que é possível ganhar muito dinheiro com isso.” Apesar de não revelar sua identidade, Gramsadmin possui ótimo conhecimento técnico e de programação, como mostram os sistemas que implementou no site. Começando pelo motor de busca em si, que reúne uma dezena de marketplaces ilegais, como o Agora, o 1776 e o Andromeda, todos com centenas de drogas ilegais em suas listagens, como cocaína, ecstasy e maconha. Quando o usuário busca por alguma

dessas drogas, recebe de volta uma lista de resultados com o item procurado e sua disponibilidade em cada mercado. “Estou trabalhando no algoritmo, que funciona como o do Google, com um sistema de pontuação baseado no tempo que o item se tornou disponível, nas vendas que foram feitas e nas avaliações positivas que o vendedor possui. Assim, os melhores resultados aparecem primeiro”, diz Gramsadmin, que trabalha sozinho no código, até 14 horas diárias. As listagens têm uma breve descrição do produto, foto, nome do vendedor, seu país de origem e também o valor do item em bitcoin, moeda criptográfica usada nesse tipo de transação. Para fechar o negócio, é necessário que o usuário acesse o endereço original da oferta. A partir desse ponto, o processo segue o padrão do mercado negro online e ocorre entre o comprador e seu fornecedor. O próprio traficante faz o envio pelo correio em pacotes disfarçados e protegidos por embalagens isolantes. Com o mercado mais pulverizado, aumentou a quantidade de vendedores falsos, os chamados scammers. “Motores de busca são bons para achar informações difíceis”, diz Christin. “Mas as pessoas querem mais. Querem saber quem vende qual produto e quais vendedores têm boa reputação.” Para dar essas respostas, o Grams estreou um sistema de avaliação de traficantes. Quando um vendedor aparece nas listas, é possível acessar seu perfil. Ali são mostradas resenhas de usuários feitas no sistema do buscador. Há também integração com o popular fórum Reddit, em que consumidores escrevem críticas e denunciam golpistas.

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O QUE O USUÁRIO ENCONTRA NO GRAMS Veja alguns dos itens mais populares nas listas do buscador

DROGAS Busca mais popular dentro do Grams, oferece um amplo catálogo de substâncias ilegais disponíveis na Deep Web, como cocaína, haxixe, heroína, MDMA e LSD

ARMAS Também popular, a busca oferece entre os resultados pistolas, munição, mira laser, coletes blindados e até uma arma de choque disfarçada de pacote de cigarros

PASSAPORTE FALSO Documentos falsos também são itens de destaque nas listas do Grams. É possível encontrar até um anúncio de passaporte falso brasileiro entre as ofertas do site

PORNOGRAFIA CDs, revistas, filmes... Mas, de longe, os itens pornográficos mais populares são pacotes de senhas que garantem acesso a portais de conteúdo pornô pago

REMÉDIOS CONTROLADOS É possível encontrar o que nas farmácias é vendido apenas com receita médica. Remédios controlados, como o tranquilizante Rivotril, são populares nas buscas

Existem outras inovações na busca do Grams. Uma das ferramentas permite, por exemplo, filtrar a busca por país. A oferta no Brasil ainda é limitada, mas mostra alguns resultados perturbadores. São vendidos remédios controlados, como o tranquilizante Rivotril, e até Ricina, substância tóxica derivada da mamona e bem conhecida pelos fãs do seriado Breaking Bad como o veneno mortal usado pelo protagonista, Walter White. Passaportes brasileiros falsos também podem ser encontrados. Mas, se a busca não aponta resultados para determinado país, o Grams é inteligente o bastante para mostrar alternativas geográficas próximas, como um vendedor argentino de LSD. O botão “estou com sorte” apresenta aleatoriamente os resultados das 100 buscas mais populares dentro do Grams. Muitos apontam para material pornográfico, vídeos e coleções digitais, mas há também pistolas automáticas e armas de choque não letais. Apesar de não revelar quantas pessoas usam o Grams, seu criador já trabalha em formas de ganhar dinheiro com o serviço, uma vez que a comissão pelas transações fica apenas com os mercados onde elas ocorrem. Novamente, ele recorreu ao modelo do Google para se inspirar. Assim como o sistema de publicidade AdWords do gigante das buscas, o Grams Word permite que um vendedor pague para ter destaque na listagem de determinada palavra-chave. Um traficante de ecstasy, por exemplo, pode aparecer primeiro quando um usuário busca por essa droga no Grams. “Parece funcionar

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bem, e eu já recebi um bom número de acessos”, escreveu o vendedor Dr-Oz no mesmo post em que o administrador do site anunciou o novo programa. Se o sistema vai garantir o sucesso financeiro do Grams ainda é uma incógnita. Um dos principais problemas é a instabilidade desse mercado. Durante a apuração desta reportagem, várias dessas páginas passaram períodos fora do ar, e o próprio buscador foi alvo de ataques DDoS depois de sua inauguração, uma constante na Deep Web. “É preciso esperar para saber”, diz o professor Christin. “Se em alguns meses o Grams ainda estiver funcionando e crescendo, significa que ele poderá ser economicamente viável. Dada a demanda que existe por drogas, seu modelo de negócios parece razoável à primeira vista.” Se razoável quer dizer viável, essa é uma questão que ainda não foi respondida.�

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Levantamento da Unesco, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, mostra que existem 774 milhões de analfabetos no mundo. No Brasil, são 13,2 milhões. Para transformar essa realidade, o celular conquistou um papel importante ao se tornar uma ferramenta que leva a educação a locais remotos e com pouca infraestrutura, como os países da África. Conheça aqui projetos que usam mensagens de voz, SMS e livros digitais para mudar a educação no mundo *

POR

THIAGO TANJI

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FOTOS WORLDREADER/DIVULGAÇÃO

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ILUSTRAÇÃO FULANO

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EM PAÍSES COM SÉRIOS PROBLEMAS de infraestrutura, organizações independentes apostam cada vez mais na tecnologia para impulsionar a educação e minimizar o problema do analfabetismo. O celular está no centro de boa parte desses projetos e vem se tornando um aliado importante no ensino e na difusão da leitura. Por que o celular? Uma comparação ajuda a entender a larga penetração dos aparelhos móveis entre a população mundial: segundo um relatório das Nações Unidas, quase 6 bilhões de pessoas possuem celular hoje, enquanto 4,5 bilhões de cidadãos têm acesso a banheiro ou a saneamento básico. Por meio de mensagens de voz, SMS e livros digitalizados, o ensino começa a ser levado a diferentes regiões do planeta e adaptado à realidade local. Veja o exemplo do projeto MobiLiteracy, programa piloto com 180 mães da cidade africana de Kampala, capital de Uganda. Com o apoio da Usaid, agência dos Estados Unidos para o desenvolvimento internacional, a organização Urban Planet Mobile criou um

ABISMO CULTURAL NIGÉRIA

JAPÃO

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60% DE ANALFABETOS

Uma biblioteca para cada grupo de 1,35 milhão de habitantes

DE ANALFABETOS

Uma biblioteca para cada grupo de 47 000 habitantes

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UM BOM ALIADO

Aluna africana usa o celular como plataforma de educação criada por ONGs contra o analfabetismo

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plano de alfabetização para crianças por meio do envio de um SMS com um link que habilita uma mensagem de voz de 1 minuto e meio. “Desenvolvemos o programa em áudio, já que o nível de alfabetização dessas mães é muito baixo”, disse a INFO a americana Catherine Oliver Smith, cofundadora do Urban Planet Mobile. As 91 lições diárias estão disponíveis na língua luganda, a mais falada em Kampala, e ensinam as letras do alfabeto e a formação das palavras, além de reunir histórias curtas. “Encorajamos a criança a identificar as letras no teclado do celular”, diz Catherine. Terminado o projeto piloto, os organizadores pretendem fechar uma parceria com uma operadora de telecomunicações de Uganda para oferecer o serviço de maneira gratuita e expandir o número de usuários. Outro projeto que tem despertado interesse é a publicação de livros pelo celular, uma iniciativa do americano David Richer. Depois de trabalhar como executivo na Microsoft

LEITURA EM DESNÍVEL A média de livros disponíveis em um bairro de classe média nos Estados Unidos é de

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e na Amazon, Richer usou sua experiência em tecnologia e em plataformas móveis para criar a ONG Worldreader. Trata-se de uma organização fundada em 2010 que conta com um acervo digital de mais de 6 000 livros para quase 335 000 pessoas espalhadas em países como Índia, Gana, Nigéria e Etiópia. A ONG criou um aplicativo em parceria com o biNu, serviço que fornece conexão de melhor qualidade para celulares básicos, permitindo aos donos de feature phones fazer o download das publicações, na maioria gratuitas. Em áreas onde não existe conexão com a internet, a Worldreader distribui Kindles com quase 50 000 títulos diferentes. Em parceria com a Fundação Bill e Melinda Gates, a organização inaugurou, no ano passado, oito livrarias no Quênia equipadas com 250 leitores digitais. Painéis solares foram instalados em regiões onde ainda não há eletricidade. Outra plataforma para a divulgação digital de livros é a ONG FunDza Literacy Trust,

Em países subdesenvolvidos, a média é de

1 LIVRO PARA 300 CRIANÇAS

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DIFERENÇA A SER SUPERADA

No Paquistão, garotas e famílias usam o celular em programa da Unesco de combate ao analfabetismo

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criada em abril de 2011 na África do Sul. Apesar de ser uma nação com um dos melhores índices socioeconômicos da África Subsaariana, apenas 20% das escolas sul-africanas têm uma biblioteca minimamente equipada. Focada na população jovem, a FunDza desenvolveu uma plataforma móvel por meio do MXit, um aplicativo de mensagens que pode ser usado em feature phones e que permite a leitura de textos multimídia. Em março deste ano, o serviço registrou quase 40 000 usuários. Com um novo capítulo divulgado a cada semana, a FunDza publica livros que abordam questões relacionadas aos jovens, como gravidez na adolescência e namoros. “A democracia sul-africana foi conquistada há apenas 20 anos, e acreditamos que essas histórias sejam ferramentas de mudança social”, afirmou a INFO a sul-africana Nicci Giles, uma das coordenadoras do projeto FunDza. Um dos países com maior população islâmica no mundo, o Paquistão convive com um

DESAFIO MUNDIAL A Unesco calcula que haja no mundo

774 MILHÕES DE ANALFABETOS 64% DESSE TOTAL são mulheres

123 MILHÕES

têm de 14 a 24 anos

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EDUCAÇÃO DIGITAL

Com o apoio da Fundação Bill e Melinda Gates, estudantes do Quênia recebem Kindles com mais de 50 000 livros digitalizados

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grave desequilíbrio: 67% dos homens do país são alfabetizados, enquanto apenas 42% das mulheres sabem ler e escrever. Para enfrentar essa questão, a Unesco criou um programa de alfabetização por meio de celulares distribuídos para as jovens que vivem em áreas rurais. O programa envia aproximadamente 800 mensagens por SMS, com temas que incluem direitos das mulheres, higiene pessoal, conhecimentos gerais e poesias. Disponível na língua urdu, idioma oficial do Paquistão, o conteúdo dos textos é discutido em centros de estudo criados pela Unesco. “As pessoas mais velhas não gostam de ver as meninas utilizando celulares. Para elas, os aparelhos são só para uso dos homens. Mas, com mobilização social, fazemos a orientação necessária”, afirmou a INFO o paquistanês Fakhar Uddin, um dos coordenadores do projeto. Projetos como esses mostram que uma grande transformação está em curso na educação e, desta vez, ela vem na forma móvel. �

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MAIS EDUCAÇÃO Nos últimos dez anos, o ensino primário cresceu 42% no mundo. Na África Subsaariana, o índice registrou um salto de 74%

MÉDIA MUNDIAL

MÉDIA DA ÁFRICA SUBSAARIANA

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segurar aquela pontinha de inveja quando aparecem fotos e vídeos dos escritórios mais descolados do Vale do Silício, de empresas coloridas e sem baias, apinhadas de mesas de jogos, fliperamas, guloseimas e profissionais jovens com camiseta de bandas. Para quem trabalha ou simplesmente ama tecnologia, parece quase um sonho distante conseguir uma vaga em empresas como Google, Facebook, Microsoft, Amazon, Apple, Twitter e outras que hoje povoam a imaginação geek. Um sonho que, ao contrário do que se imagina, pode estar a apenas um currículo de distância. Atualmente, todas essas empresas estão contratando profissionais para seus escritórios no Brasil, que são igualmente despojados e com ambientes desenhados para incentivar a inovação, como acontece lá fora. Para mapear essas oportunidades e entender que tipo de profissional essas companhias buscam, INFO conversou com 25 profissionais de recursos humanos e diretores de várias áreas distintas, além de ex-funcionários que já passaram pelos processos seletivos.

RODRIGO BRANCATELLI * FOTOS GUI MORELLI * LETTERING UIBIRÁ BARELLI

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EXISTIAM PELO MENOS 177 VAGAS disponíveis nessas empresas em junho, e até o fim do ano outra centena deve ser aberta. Marketing e vendas são os departamentos que mais contratam, mas há também entre as empresas uma disputa pelos melhores desenvolvedores e programadores. “A gente está sempre contratando engenheiro de software”, diz Monica Santos, chefe de RH para América Latina do Google. “Estamos vendo um mercado altamente em expansão, com muitas empresas abrindo ou fortalecendo suas equipes”, diz Daniela Sicoli, gerente de RH da Microsoft. “A busca está cada vez mais acirrada.” Apesar de as empresas não revelarem os salários, INFO apurou que os engenheiros de computação em início de carreira estão sendo contratados por cerca de 5 000 reais mensais, enquanto os mais experientes ganham de 9 000 a 13 000 reais. Muitas dessas empresas pagam bônus que podem aumentar de 25% a 40% o salário, dependendo da área. Como são na maioria multinacionais, há também a possibilidade de o funcionário migrar para cargos no exterior. Nos Estados Unidos, segundo um levantamento da comunidade de empregos Glassdoor, um engenheiro de software do Google ganha, em média, 23 700 reais por mês, enquanto no Facebook a remuneração mensal média é de 22 600 reais. Interessado? Então confira, a seguir, como se transformar em um candidato ideal. E boa sorte!

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// Head of Enterprise // Product Marketing Manager // Large Advertiser and Agency Marketing // Software Engineer // Music Partner Manager, Google Play // Veja todas as vagas em google.com.br/jobs

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O QUE VOCÊ VAI JANTAR HOJE? É isso mesmo, você leu certo: o que terá para o jantar? Se a sua resposta é algo como “ah, qualquer coisa está ótimo” ou “não sei”, pode pular de página e procurar outra reportagem, a da página 70 está ótima, por sinal. Infelizmente, você não vai ter chance de conseguir um emprego no Google, atualmente a melhor empresa para trabalhar no Brasil, segundo ranking da revista VOCÊ S/A. Para preencher um dos 24 cargos disponíveis nos escritórios de São Paulo e Belo Horizonte, o gigante das buscas procura profissionais que demonstrem iniciativa e liderança, que respondam diretamente às perguntas e solucionem os problemas sem fugir da responsabilidade. “Tanto faz” nunca vai ser uma resposta válida. Segundo o jornal The New York Times, a empresa recebe em todo o mundo 20 000 currículos por mês, quase 1 milhão por ano, o que significa dois novos candidatos a cada minuto. Apesar de parecer impossível, no entanto, existe, sim, um caminho das pedras para chamar a atenção do Google. “Como a gente sempre fala em contratar os melhores, cria-se uma ideia de que o Google é um lugar muito competitivo. Mas não é”, diz Monica Santos, diretora de recursos humanos para América Latina do Google. “Estamos atrás de pessoas inovadoras, mas que colaborem. Ninguém vai sentar e desenvolver o Gmail sozinho. Queremos contratar pessoas com quem a gente tenha prazer em bater um papo. A gente brinca que tem o teste de aeroporto: como você vai se sentir se ficar preso no aeroporto com essa pessoa durante horas?

Você gostaria? Se sim, essa é uma pessoa que a gente quer contratar, pessoas que sejam interessantes, agradáveis, colaborativas e legais.” O primeiro passo para demonstrar essas características é fazer um currículo breve e eficiente. Leia com a máxima atenção os requisitos da vaga e tente usar seu currículo para respondê-los. Relate brevemente suas realizações notáveis, mesmo que seja ter liderado projetos na faculdade, além de experiências relevantes, empresas que trabalhou e escolas pelas quais passou. “Um bom currículo é aquele feito sob medida para o cargo”, diz Monica Santos. Se você passar na primeira etapa e chegar à fase de entrevistas presenciais, estude o perfil do Google. Por que você seria bom para aquela vaga? Quais experiências teve que podem ajudar? Nas perguntas mais cabeludas, os entrevistadores querem entender mais sua linha de raciocínio do que só ouvir uma resposta correta. Tudo bem mostrar que você não sabe tudo. Mas que pode aprender o que for necessário.

POR DENTRO DO GOOGLE BRASIL FUNCIONÁRIOS // 600 IDADE MÉDIA // 31 ANOS DIVISÃO POR ÁREA // 70% TRABALHAM EM VENDAS E MARKETING, 20% EM ENGENHARIA, 10% EM ÁREAS ADMINISTRATIVAS PRINCIPAIS BENEFÍCIOS // PLANO DE SAÚDE IGUAL PARA TODOS OS FUNCIONÁRIOS, ACADEMIA, VERBA PARA EDUCAÇÃO, REFEIÇÕES SEM CUSTOS, MASSAGEM NO ESCRITÓRIO

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PASSO A PASSO DO PROCESSO SELETIVO

A pessoa se candidata pelo site ou é indicada por um funcionário, que recebe um bônus de 5 000 reais se ela for contratada

Um recrutador faz a avaliação de todos os currículos. Os candidatos selecionados recebem um telefonema do RH

As entrevistas são agendadas. Serão quatro entrevistas, no máximo, com quatro funcionários do Google

Os entrevistadores fazem um relatório, que é enviado ao recrutador. Um comitê composto de executivos seniores faz a avaliação final

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“A MAIOR BESTEIRA É MENTIR” MONICA SANTOS, DIRETORA DE RH PARA AMÉRICA LATINA DO GOOGLE

POR DENTRO DO BUSCAPÉ

QUAIS SÃO AS CARREIRAS MAIS PROCURADAS PELO GOOGLE? En-

FUNCIONÁRIOS // 337 IDADE MÉDIA // 29 ANOS PRINCIPAIS BENEFÍCIOS // VALE-ALIMENTAÇÃO, ESTACIONAMENTO NO LOCAL OU VALE-TRANSPORTE, CONVÊNIO COM ACADEMIA, AULAS DE IOGA, GRUPO DE CORRIDA, GINÁSTICA LABORAL, MANICURE E CONVÊNIO COM UNIVERSIDADES

genheiro de software a gente está sempre contratando. Surgiu um profissional bom, contratamos.

QUE TIPO DE QUESTIONAMENTO É FEITO NO PROCESSO SELETIVO? Na engenharia, as perguntas são muito focadas nas habilidades dos candidatos. Nas outras áreas, a gente tem de fazer perguntas para saber o histórico das pessoas. Vamos falar: “Me conte uma ideia diferente que o desafiou”. Procuro pessoas com capacidade de liderança. Exemplos de liderança podem estar em vários momentos da vida. Se o candidato montou uma banda com colegas na escola, se era o capitão do time, se fez algo na igreja do bairro, em uma ONG.

QUAL A MAIOR BESTEIRA QUE UM CANDIDATO PODE FAZER? A maior besteira é mentir. Tem gente que faz currículo falando mais do que tem, e na entrevista a gente vai pegar. DÁ PARA SE PREPARAR PARA AS ENTREVISTAS? Tem de fazer o dever de casa, conhecer o Google, estar bem informado sobre a área. Além disso, é preciso fazer uma análise pessoal. Quais são os pontos fortes? As necessidades de desenvolvimento? Uma pergunta que gosto é: o que você fez que não deu certo? Como lida com as frustrações? Ter exemplos pensados é ótimo.

PERGUNTAS JÁ FEITAS NO PROCESSO SELETIVO PELO MUNDO

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// “Qual a equação mais bonita que você já viu?” // “Imagine um país no qual todas as pessoas querem ter filhos homens. Todas as famílias tentam ter filhos até nascer um menino, e aí param. Qual a proporção de meninos e meninas nesse país?” // ”Use linguagem de programação para descrever uma galinha”

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// Analistas e Programadores Java // Executivos de Contas // Envie seu currículo pelo e-mail carreira@buscapecompany.com

NO 16o ANDAR DE UM PRÉDIO espelhado e elegantemente desenhado pelo arquiteto Ruy Ohtake, a palavra mais ouvida pelos corredores é colaboração. Funciona quase como uma chave para entender o sucesso do Buscapé, o maior site de comparação de preços e produtos da América Latina. “Queremos sempre pessoas que saibam trabalhar em equipe e pensem com a cabeça coletiva, a cabeça do consumidor”, diz Claudia Palaikis, gerente de gestão de pessoas da empresa. “É mais fácil contratarmos funcionários que não são tão competitivos, mas, sim, colaborativos.” Nem sempre foi assim, vale dizer. Em 2009, quando o engenheiro e fundador Romero Rodrigues negociava a venda da companhia para o grupo de mídia sul-africano Naspers, ele percebeu que o Buscapé tinha um pequeno problema de gestão: as áreas não se falavam. “A empresa parecia o seriado Game of Thrones, cheio de reis lutando para ver quem tinha mais poder”, diz Romero. Desde então, o Buscapé transformou-se em um local muito mais aberto, onde “o estagiário está a poucos metros de distância do chefe”, como conta Sandoval Martins Pereira, diretor financeiro global do Buscapé Company. “Estamos todos próximos uns dos outros, e isso fortalece os valores”, afirma Pereira.

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O escritório na avenida Paulista, em São Paulo, com poucas divisórias, redes para descanso e mesas de pebolim, ajuda a manter o clima despretensioso e inovador. “Temos perfis muito diferentes de pessoas, mas todas são ágeis e empreendedoras”, diz Pereira. Com um crescimento forte em aplicações ligadas a tablets e smartphones, o Buscapé faz cerca de dez contratações por mês. “Recebemos quase 300 currículos por mês, então a melhor dica que podemos dar é que menos é mais. Seja direto”, afirma Claudia Palaikis. “Para cada vaga, temos cerca de 30 candidatos, que passam, sem exceção, por uma triagem. Desses, ligamos para cerca de seis ou sete, que são chamados para entrevistas e testes técnicos. E vamos escolher aqueles que conhecem nossos valores, que são proativos e também criativos.”

“NÃO QUEREMOS QUE ELE SENTE NO iMAC E COMECE A PROGRAMAR SOZINHO” SANDOVAL PEREIRA, CFO GLOBAL DO BUSCAPÉ COMO É POSSÍVEL IDENTIFICAR A CAPACIDADE DE INO VAÇÃO E LIDERANÇA DOS CANDIDATOS? As ações passadas predizem o futuro. Então queremos ouvir as experiências que o candidato já teve, entender em qual parte da vida foi líder, mesmo que seja na época da escola.

QUAL É O PERFIL IDEAL DE PROFISSIONAL? Não queremos que ele sente no iMac e comece a programar sozinho. Queremos quem trabalha em equipe, inova, aprende e troca experiências dentro da companhia.

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// Gerente de Negócios // Líder de Recursos Humanos // Gerente de Marketing do iTunes // Gerente de Produtos iOS // Veja todas as vagas em apple.com/jobs/br/

// Sales Operations Associate // Sales Development Latin America // Até o fim do ano, outras 30 vagas devem ser abertas. // Veja todas as vagas em linkedin.com/company/linkedin

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“NOSSO BANCO DE CURRÍCULOS é do tamanho do mundo”, brinca

A APPLE TEM DOIS TIPOS de vaga: para a Apple Store, loja própria lo-

Alexandre Ullmann, líder de RH do LinkedIn, a rede de contatos profissionais mais popular da internet. Pode parecer exagero, mas a empresa tem quase a população inteira de Portugal ou da Grécia para escolher seus melhores funcionários. São exatos 11,8 milhões os usuários brasileiros. “Temos filtros muito bons para encontrar os candidatos certos para nossas vagas e sabemos como ninguém como usar o LinkedIn, então fica um pouco mais fácil escolher”, afirma Ullmann. Para cada posição aberta, o LinkedIn analisa cerca de 180 candidatos e entrevista por volta de 30. “Estamos atrás de pessoas colaborativas que se identifiquem com a empresa”, diz Ullmann.

calizada no Rio de Janeiro, e para a área corporativa, que engloba desde hardware e software até experiência do cliente. Procurada pela reportagem, a empresa não quis comentar seu processo seletivo, mas candidatos que já passaram pelas entrevistas relatam que o procedimento tem três fases. Primeiramente, os currículos enviados pelo site são analisados por um recrutador, que seleciona os melhores candidatos para ser entrevistados por telefone. Após essa etapa, há uma espécie de dinâmica de grupo, com cerca de 20 pessoas, reunidas em um hotel no Rio de Janeiro. Vídeos institucionais são apresentados e os candidatos têm de responder a perguntas como: “Qual foi seu maior mico?” ou “O que você faria para não ser contratado?” Quem se sair bem nas dinâmicas é então convidado para uma entrevista individual em português e possivelmente em inglês.

3 DICAS PARA SE DESTACAR NO LINKEDIN

Personalize sua URL. Veja em linkd.in/1bumfA9 como fazer e coloque sua palavra-chave lá

Escolha uma palavra-chave para descrever o histórico profissional e espalhe a palavra pelo perfil

Otimize sua participação social. Tenha pelo menos 50 conexões e cinco recomendações

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PERGUNTAS JÁ FEITAS PELA APPLE NO PROCESSO SELETIVO // ”Se você fosse um entregador de pizza, como uma tesoura facilitaria seu trabalho?“ // ”Diga algo que você fez que o deixou orgulhoso“ // ”Explique a uma criança de 8 anos o que é um modem e quais suas funções“ // ”O que você quer fazer daqui a cinco anos?” // ”Como você testaria uma torradeira?“ // ”Em qual momento de sua vida você foi criativo? E quando você queria ter sido, mas não foi?“


// Head of Marketing // Software Development Manager // Head of Mobile Business Development // Veja todas as vagas em amazon.com/gp/jobs

MUITO SE ESPECULA sobre quando a Amazon vai trazer para o Brasil sua experiência de vender na internet até 400 itens diferentes por segundo. A expectativa é que a filial brasileira comece a entregar livros físicos nos próximos dois meses, já que contratos com as principais editoras do país estão sendo concluídos e o depósito em São Paulo recebe atualmente seu estoque. Mas, enquanto isso não acontece, a Amazon funciona plenamente por aqui com duas áreas importantes: a de web services, que gerencia os serviços na nuvem, e a de mídia digital, que engloba o Kindle. E essas duas áreas estão em expansão.

“COLOQUE NA PRIMEIRA LINHA DO CURRÍCULO A SUA MARCA” JOSÉ NILO, GERENTE-GERAL DA AMAZON WEB SERVICES

// Brazil Revenue Operations // Content Marketing Manager // HR Business Partner // Product Specialist // Sales Marketing Manager // Veja todas as vagas em twitter.com/jobs/international

ELEITO PELO GRUPO DE ANÁLISE econômica Bloomberg a melhor empresa do mundo para trabalhar em 2013, o Twitter está à procura de profissionais parecidos com suas mensagens de no máximo 140 caracteres: extremamente rápidos. “Como somos um produto em tempo real, a velocidade na atuação é essencial”, afirma Francine Graci, diretora de aquisição de talentos para América Latina do Twitter. “Queremos pessoas que saibam reagir rapidamente. Não é simplesmente correr, mas ter jogo de cintura para lidar com as diversas situações que surgem no trabalho.” Para ser contratado, um candidato passa por até dez entrevistas. Apesar das incertezas lá fora (os últimos resultados do Twitter, divulgados em abril, mostraram um momento de desaceleração da companhia), a diretora de RH para América Latina, Mariabrisa Olivares, afirma que a empresa está atrás de novos talentos. “Estamos passando por um crescimento muito rápido no Brasil”, diz Mariabrisa. “Queremos pessoas que possam aprender a ter nossos valores e, acima de tudo, que demonstrem paixão.”

O QUE É UM BOM CURRÍCULO PARA CHAMAR A ATENÇÃO DA AMAZON? A gente sempre pensa: “Vale a pena falar com esse candidato?” Então o currículo não pode ser nem genérico nem muito detalhado. Duas páginas são suficientes. Coloque na primeira linha sua marca, para o recrutador entender logo quem é você e qual a carreira que teve até aqui.

FRANCINE GRACI, DIRETORA DE AQUISIÇÃO DE TALENTOS DO TWITTER

O QUE PROCURAM NAS ENTREVISTAS? Queremos pessoas que te-

QUANTOS CURRÍCULOS O TWITTER RECEBE? As vagas mais procura-

nham a ver com nossos princípios de liderança. Um deles é a obsessão pelo cliente. Pedimos ao candidato que faça a lição de casa, estude os valores e reflita sobre quais as histórias pessoais que podem ajudar na entrevista.

das são para vendas, marketing e desenvolvimento de projetos. Recebemos de 50 a 70 currículos por dia para uma vaga.

“RECEBEMOS DE 50 A 70 CURRÍCULOS POR DIA”

QUE DICA DARIA PARA UM CANDIDATO? Tente fazer a conexão com a empresa e pensar como poderia ajudar o Twitter a crescer. Por que a empresa o contrataria? Quem ligar esses pontos terá uma vantagem.

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que passarão por uma entrevista por telefone com um recrutador. “Não subestime essa conversa, que dura cerca de 30 minutos, porque ela é muito importante para entender se a pessoa se adequa ao perfil da vaga e ao Facebook”, afirma Carolina. Se tudo correr bem, o candidato é convocado para uma série de entrevistas pessoais. Os desenvolvedores passam por testes de codificação e por provas técnicas, enquanto para as outras áreas as entrevistas são focadas em negócios e no perfil psicológico do concorrente.

// Business Development Manager // Head of Communications - Latin America // Global Sales – International // Marketing Analytics Associate // Team Lead, SMB Client Services // Veja todas as vagas em facebook.com/careers/locations/saopaulo

TRAZEMOS NOTÍCIAS BOAS E RUINS. Vamos lá, primeiro as ruins: é dificílimo trabalhar no Facebook. No Brasil, de acordo com dados da própria empresa, são cerca de 400 candidatos por vaga, um processo quase seis vezes mais árduo do que conseguir um lugar no Instituto Tecnológico de Aeronáutica ou na Universidade de São Paulo. É mais provável ganhar uma vez na vida em alguma raspadinha ou loteria do que trabalhar para Mark Zuckerberg. Nem mesmo ter estudado na melhor faculdade do mundo vai ajudar. “Se nem mesmo nosso fundador concluiu a faculdade, por que isso vai ser tão importante?”, diz Carolina Verdelho, gerente de recrutamento para América Latina do Facebook. “Há outras coisas que podem revelar um grande talento.” A parte boa dessa história é que, por não existirem fórmulas para passar no processo seletivo, os candidatos que são mais transparentes, diretos e destemidos são os que mais chamam a atenção dos recrutadores do Facebook. “Primeiro, a pessoa tem de entender muito bem a estrutura da empresa, saber os valores e atender a todos os requisitos que estão descritos na vaga”, afirma Célia Goldstein, gerente de negócios do Facebook. “Se você for chamado para entrevistas, tente ser você mesmo. Os entrevistadores vão perguntar como reagiria a uma determinada situação. Vão perguntar algo como ‘o que faria se não tivesse medo’, para encontrar pessoas que se arriscam, que são intensas, que sempre vão tentar alcançar as coisas.” Em sua página de “oportunidades de trabalho”, o Facebook mostra todas as vagas existentes, especificando os requisitos e as características da vaga. Para cada uma, a empresa seleciona oito candidatos,

“TENTAMOS ENTENDER SE O CANDIDATO É FLEXÍVEL E SE TEM OS VALORES DO FACEBOOK” CAROLINA VERDELHO, GERENTE DE RECRUTAMENTO DO FACEBOOK QUAL O MAIOR ERRO QUE UM CANDIDATO PODE COMETER? Não ser quem ele é de verdade. E não atender aos requisitos da vaga. O recrutador só vai entrar em contato com os candidatos que realmente atendem aos nossos pedidos. QUE TIPO DE PERGUNTA É FEITA NO PROCESSO SELETIVO? Tentamos entender o perfil da pessoa, se ela é flexível e se tem os valores do Facebook. Isso é importante porque, como somos uma empresa muito aberta, os funcionários fazem um autogerenciamento muito grande. Se for para a área comercial, teremos entrevistas focadas em negócios. Já para os engenheiros temos uma prova técnica, na qual eles precisam resolver alguns problemas.

PERGUNTAS JÁ FEITAS PELO FACEBOOK NO PROCESSO SELETIVO PELO MUNDO // “O que você faria no primeiro dia de trabalho aqui no Facebook? E do que você sente orgulho?” // “Crie um algoritmo capaz de imprimir uma árvore nível por nível, sendo cada nível em uma linha de programação” // “Por que você quer deixar seu emprego atual?”

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POR DENTRO DO FACEBOOK BRASIL FUNCIONÁRIOS // 120 IDADE MÉDIA // 33 ANOS DIVISÃO POR ÁREA // 79% DOS FUNCIONÁRIOS TRABALHAM EM NEGÓCIOS, ADMINISTRAÇÃO E JURÍDICO, 9% EM MARKETING, 6% EM ENGENHARIA, 6% EM RECRUTAMENTO/RH PRINCIPAIS BENEFÍCIOS // BABY CASH (AUXÍLIO-NASCIMENTO COMPLEMENTAR À LICENÇAMATERNIDADE), REEMBOLSO PARA ACADEMIA E ALIMENTAÇÃO GRATUITA

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PASSO A PASSO DO PROCESSO SELETIVO

As vagas são divulgadas pelo site da empresa, e é por lá que os candidatos enviam o currículo. São cerca de 300 candidatos por vaga

Recrutadores também procuram indicações pelo LinkedIn. 40% das contratações na Microsoft começaram nessa rede social

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O RH da Microsoft analisa todos os possíveis candidatos e indica cerca de 15 nomes para o gerente responsável pela vaga

Cerca de cinco candidatos são entrevistados por cinco pessoas diferentes, uma delas pode ser um executivo americano


// Principal Solution Spec Azure // Sales Excellence Manager // Premier Field Engineer // Software Engineer // Veja todas as vagas em careers.microsoft.com

QUANDO A MICROSOFT DESEMBARCOU por aqui, em 1989, uma linha

POR DENTRO DA MICROSOFT BRASIL FUNCIONÁRIOS // 1 200 IDADE MÉDIA // 36 ANOS DIVISÃO POR ÁREA // 33% ATUAM EM VENDAS, 30% EM SERVIÇOS, 8% EM MARKETING, 7% EM VENDAS TÉCNICAS, 6% EM ENGENHARIA, 4% EM CUSTOMER SERVICE E SUPORTE PRINCIPAIS BENEFÍCIOS // OS BENEFÍCIOS SÃO IGUAIS PARA TODOS E INCLUEM PLANO DE SAÚDE E ODONTOLÓGICO, CHECK-UP ANUAL, SEGURO DE VIDA, MEIO DIA PARA DESCANSO NO MÊS DO ANIVERSÁRIO

de telefone fixo custava absurdos 5 000 reais, o walkman era o objeto de desejo dos jovens e o Windows 3.0 era o carro-chefe da empresa de Bill Gates. Desde então, foram duas décadas de domínio absoluto do mercado de PCs, algo que continua até hoje: ainda líder em vendas, a Microsoft coloca o Windows em nove de cada dez máquinas vendidas no mundo. O problema é que a companhia tem de encarar agora um mundo pós-PC, no qual conceitos e investimentos precisam ser virados de cabeça para baixo. “Estamos mudando o foco do software para dispositivos e serviços”, diz Daniela Sicoli, gerente de RH da Microsoft. Para quem sempre sonhou em trabalhar na empresa, essa diversificação é uma ótima notícia. Desde o início do ano, por exemplo, a Microsoft investe na infraestrutura do Azure, plataforma em nuvem que permite criar, implantar e gerenciar aplicativos. Um data center exclusivo foi montado no interior paulista para melhorar de dez a 20 vezes a questão da latência — só para o Azure, há seis cargos esperando por seu currículo.

“PROCURAMOS GENTE QUE DEMONSTRE INTERESSE” DANIELA SICOLI, GERENTE DE RH DA MICROSOFT ESTUDAR NUMA FACULDADE RENOMADA CONTA MUITO PARA A MICROSOFT? Às vezes a experiência pode contar até mais do que a formação profissional. Estamos atrás de mentes brilhantes e que tenham potencial. O QUE O CANDIDATO DEVE COLOCAR NO CURRÍCULO PARA CHAMAR A ATENÇÃO? É importante ter logo no início a marca profissional, características que fazem dele um bom candidato. Nas entrevistas, a gente procura gente com brilho nos olhos, que ocupe a sala e que demonstre interesse.

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INOVAÇÃO

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FILHO DE PEIXE... SAÍRAM DE DENTRO DO PEIXE URBANO PELO MENOS 18 NOVAS EMPRESAS, CRIADAS POR EX-FUNCIONÁRIOS DO SITE DE COMPRAS COLETIVAS. ELES VIVERAM NA PRÁTICA UMA CULTURA EMPREENDEDORA EM QUE FALHAR FAZ PARTE DO NEGÓCIO // POR PAULA ROTHMAN // FOTOS KLAUS MITTELDORF

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SOCIAL MINER PARA ENTENDER O USUÁRIO Foi nos corredores do Peixe Urbano que o engenheiro Ricardo Rodrigues (foto), 28 anos, conheceu seu atual sócio, Roger Mattos, 29. No ano passado, eles fundaram a Social Miner, ferramenta que ajuda empresas a identificar quem são e do que gostam os usuários que acessam seu site. Com os dados, é possível enviar alertas de conteúdo personalizado por e-mail ou Facebook. “O usuário aceita fazer login com seu perfil e, em troca, a experiência de navegação fica melhor”, diz Rodrigues. Entre os clientes da Social Miner estão os sites Catraca Livre e Submarino Viagens.

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UM PACOTE de sessões de massagem com 70% de desconto. Um jantar em um restaurante do outro lado da cidade pela metade do preço. Um novo conjunto de pneus por 25% do valor original. Houve uma época, em meados de 2011, em que era quase impossível escapar das tentadoras ofertas das compras coletivas. No auge desse mercado, surgiram mais de 1 200 sites especializados, frequentados por praticamente metade dos brasileiros conectados à internet. Um dos serviços de maior destaque foi o Peixe Urbano. Fundada em 2010, no Rio de Janeiro, a startup chegou a ter mais de 1 000 funcionários, escritórios espalhados pela América Latina e faturamento de 350 milhões de reais. Tudo ia bem, até que a maré virou. Da mesma forma meteórica que surgiu, o mercado de compras coletivas naufragou e, em 2012, o Peixe

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Urbano sentiu o baque. Cortou pelo menos 200 funcionários, vendeu as operações fora do Brasil e teve de se reposicionar como uma plataforma de produtos e serviços. Muitos acreditaram que seria o fim de uma história de sucesso, mas, independentemente dos resultados de sua reestruturação, a empresa já deixou um legado maior do que seus cupons de desconto. Nos últimos dois anos, saíram do Peixe Urbano pelo menos 18 novas empresas, criadas por ex-funcionários, sendo 13 de origem digital. De aplicativos a ferramentas de inteligência, os novos negócios nascem com uma grande vantagem: as lições de quem viveu de perto uma verdadeira cultura empreendedora. “No Peixe Urbano, pude participar de um processo de estruturação e ver como o serviço estava sendo criado”, diz o engenheiro de computação Ricardo Rodrigues, que fundou, no ano passado, a Social Miner. Nascido em Mato Grosso, Rodrigues trabalhava em um instituto de pesquisas na França quando, em 2011, aceitou um convite para voltar ao Brasil e atuar com compras coletivas. Um ano depois, ele e três colegas criaram o Partyu, aplicativo que usa geolocalização para encontrar eventos próximos e permite a compra de ingressos. O negócio foi

tocado por mais de um ano em paralelo com o trabalho no Peixe Urbano, e de lá surgiu o embrião da Social Miner. “Havia algumas iniciativas muito legais no Peixe que foram fundamentais para fundarmos a empresa. Uma delas era o talk-show, bate-papo no escritório com pessoas de empresas como Google, Facebook e SurveyMonkey. Também gostava quando investidores iam ouvir as ideias dos funcionários”, diz Rodrigues. O Peixe Urbano organizava ainda a Innovation Week, semana de inovação em que os times de engenharia podiam trabalhar em diferentes projetos, à sua escolha. Nessa experiência, Rodrigues, que atuava no escritório do Rio de Janeiro, conheceu seu atual sócio, Roger Mattos, que trabalhava no escritório paulista. Foi também nos corredores do Peixe Urbano que o designer Eduardo Wexler encontrou seu atual sócio, o publicitário Eduardo Grinberg. No fim de 2012, após pouco mais de um

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ZASE PROGRAMA DE FIDELIDADE Após pouco mais de um ano no Peixe Urbano, o mineiro Leandro Morais, 31 (foto), criou, em 2013, a Zase, uma plataforma de inteligência para estabelecimentos comerciais atrelada a um aplicativo para clientes receberem alertas e promoções. Com foco em bares e restaurantes, o Zase é uma espécie de programa de fidelidade aliado a banco de dados. “O cliente usa o app para dar check-in”, diz Morais. “Com isso, ele acumula pontos e ganha prêmios e, em troca, o restaurante entende melhor o perfil do consumidor e pode mandar alertas diversos.”

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LOGGI MOTOBOY RASTREADO Antes de trabalhar no Peixe Urbano, o designer Eduardo Wexler, 40 anos (foto), não sabia o que era uma startup digital. Hoje, está no segundo empreendimento, a Loggi, serviço de motofrete online que atua em São Paulo. Na plataforma, é possível saber o valor da corrida antes de fechar o pedido e acompanhar em tempo real onde está a encomenda. Tudo graças a um aplicativo baixado pelos motoboys que usa o GPS como rastreador. O negócio recebeu 2 milhões de reais de investidores-anjo. “Aprendi muito no Peixe Urbano. A informação estava sempre circulando”, diz Wexler.

ano trabalhando na empresa, eles fundaram a Pinion, plataforma mobile que usa recursos de gameficação para coletar e analisar dados a pedido de empresas. A ideia é fazer pesquisas qualitativas de produtos com clientes. “Antes de trabalhar no Peixe Urbano, meu contato era restrito à área de design e às agências. Quando entrei, me envolvi em uma série de projetos que abriram meus olhos para o universo das startups”, diz Wexler. Hoje, ele é também sócio e cofundador do Loggi, serviço online de entrega expressa por motoboy que atua em São Paulo. O negócio tem pouco mais de um ano e já conseguiu mais de 2 milhões de reais de investidores-anjo. O Peixe Urbano foi criado em 2010, no Rio de Janeiro, por Julio Vasconcellos, Emerson Andrade e Alex Tabor, depois do período em que viveram nos Estados Unidos. Andrade trabalhou na sede da Microsoft, Tabor veio de

AGRADECIMENTOS CLUBE ATLÉTICO SÃO PAULO (SPAC)

uma startup chamada Power.com, e Julio Vasconcellos, ex-aluno da Universidade Stanford, foi o primeiro executivo brasileiro do Facebook. “Não temos um programa específico que estimule a criação de novas empresas por funcionários, mas criamos um ambiente com muita troca de ideias”, afirma Vasconcellos, presidente do Peixe Urbano. Mais do que a cultura corporativa, o que a empresa ofereceu a seus funcionários foi a possibilidade de participar de um processo de crescimento acelerado e em constante mudança. Além de rodadas de investimento, o Peixe Urbano também passou por processos de aquisição de possíveis concorrentes e de outras startups para diversificar os negócios. Foi assim que o mineiro Leandro Morais, 31 anos, passou a integrar o grupo. For m ado e m e n ge n h a r i a d a computação, Morais foi um dos fundadores do site de delivery de comidas Entregador. Em 2012, quando

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a plataforma foi adquirida e transformada no Peixe Urbano Delivery, toda a equipe mineira se mudou para a sede da empresa, no Rio de Janeiro. “Chegamos em um momento de crescimento e pudemos ver de perto desafios como o relacionamento com o investidor, algo que não tínhamos antes”, diz Morais, que ficou no Peixe Urbano até setembro do ano passado, quando a unidade de delivery foi vendida para a startup HelloFood, como parte da reestruturação dos negócios. Na época, o engenheiro já trabalhava na criação de seu próximo negócio, a Zase, uma plataforma para estabelecimentos comerciais se relacionarem com os clientes. A ideia foi aprovada para o Seed, o programa de aceleração do governo de Minas Gerais, e foi também uma das quatro selecionadas no programa da Abril Plug&Play, parceria entre a aceleradora Plug&Play, do Vale do Silício, e o Grupo Abril, que publica INFO. “A cultura do Peixe Urbano é algo que vou levar para qualquer negócio. Os valores da empresa são muito fortes, e o Julio (Vasconcellos) sempre foi muito transparente, sempre trouxe as pessoas para perto dele”, afirma Morais. “O movimento de funcionários de startups que fundam o próprio negócio é um sinal de amadurecimento do mercado no Brasil”, diz a americana Pamela Granoff, criadora do Brazil Founders, grupo de investidores e empresários que atua no mercado nacional. “No Vale do Silício, é impossível

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O CARDUME COMPLETO CONHEÇA 18 EMPRESAS CRIADAS POR EX FUNCIONÁRIOS DO PEIXE URBANO

MADAME TUTU Organiza eventos com decoração e enredo personalizados

NIBO Ferramenta de gestão financeira para pequenas e médias empresas

+ASAS

PAULISTA COM FAROFA

Vende roteiros exclusivos no Rio de Janeiro, como os de aventura

Projeto que realiza encontros em espaços públicos de São Paulo

BONUZ

PINION

App que funciona como um cartão de fidelidade para lojistas conhecerem clientes

Plataforma mobile para coleta e análise de dados

BÚSSOLA DE NEGÓCIOS Assessoria para empresários e investidores interessados no Brasil

COOKAPP Plataforma argentina que organiza encontros para amantes da culinária

EU ME CHAMO ANTÔNIO Marca de estampas com ilustrações feitas pelo ex-redator Pedro Gabriel

FLERT App de relacionamento que usa o Facebook para selecionar paqueras

LOGGI Serviço online de entregas por motoboys em São Paulo

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PLANEDIA Site e rede social de planejamento de viagens

REBOLÔ Produção artesanal de bolos

SALÃO VIP Sistema de agendamento na nuvem para salões de beleza

SOCIAL MINER Ferramenta que ajuda empresas a identificar usuários de seu site

VITAMINASA E-commerce argentino para a venda de produtos de beleza

WINGGO Rede social para conhecer pessoas por localização e atividades postadas

ZASE Plataforma que ajuda restaurantes e lojas a conhecer melhor seus clientes

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saber quem trabalhou onde.” Exemplos não faltam. O criador do Instagram, Kevin Systrom, começou como estagiário em uma empresa chamada Odeo, de onde sairia o Twitter. Depois, trabalhou no Google por três anos, antes de lançar a própria startup, comprada em 2012 pelo Facebook. Dennis Crowley, criador do Foursquare, também é ex-Google. Já o fundador da rede social Quora, de perguntas e respostas, veio do Facebook, enquanto Chad Hurley, Steve Chen e Jawed Karim, criadores do YouTube, são todos ex-funcionários do PayPal. Essa história é também parecida com a dos próprios fundadores do Peixe Urbano. Mesmo com as dificuldades e as mudanças dos últimos anos, o trabalho dos empreendedores do Peixe Urbano é reconhecido como inovador. Especialmente se considerarmos que, em 2010, quando o termo startup começava a se popularizar no Brasil, esse tipo de comportamento era raro por aqui. “O que eles fizeram no Peixe Urbano foi espetacular”, diz Luiz Manzano, gestor da área de apoio a empreendedores da rede Endeavor. Para Manzano, o fato de cada vez mais brasileiros terem experiência no Vale do Silício está ajudando a transformar o cenário nacional. “Nos Estados Unidos, há uma cultura forte de educação. Os líderes têm visão de longo prazo para formar as melhores pessoas para seus negócios”, afirma Manzano. Julio Vasconcellos fundou o Peixe Urbano com essa visão e, ao que tudo indica, deu um bom fôlego para as próximas gerações de empreendedores seguirem seu caminho. �


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Com o sistema WebOS, alternar entre aplicativos nas TVs da LG ficou simples como trocar de canal ≥ POR AIRTON LOPES NOTAS

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/ R$ 6 299 76,7 cm

tv mais esperta

55LB7000 / LG A grande novidade das smartTVs da LG, como esta full HD de LCD com LED de 55 polegadas e 3D, é a adoção do WebOS, sistema que se destaca pela beleza, fluidez e facilidade de uso. O menu principal, o Launcher, reúne os apps e as opções de conectividade em uma fileira de cards no rodapé da tela. A exploração é feita movendo o Smart Magic, controle remoto do tipo apontador. Na LG Store, filmes e seriados são exibidos como em uma locadora. Ao clicar para assistir ao título, surgem os atalhos para os apps onde ele está disponível. A proposta é bacana, mas, por enquanto, a integração ainda não é perfeita. Mesmo tendo Netflix e Crackle na TV, os conteúdos desses serviços não aparecem na vitrine da LG Store.

123 cm

Médio

5,0 a 5,9

24,7 cm

Regular

Veja os critérios de avaliação em: info.abril.com.br/reviews/notas/

FOTOS RAFAEL EVANGELISTA EDIÇÃO DE IMAGENS EDSON MINORU ILUSTRAÇÕES EVANDRO BERTOL

78

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INFO


FORA DO CORPO O processador e todas as conexões ficam numa caixa ligada à TV por um único fio

curva com 4k A TV com resolução Ultra HD e tela curva também dá show com vídeo em Full HD e canais abertos ≥ POR AIRTON LOPES

curva desta Samsung faz dela uma TV interessante mesmo quando está desligada. Mas o principal espetáculo ocorre quando suas 65 polegadas de LCD com LED e resolução 4K são preenchidas com vídeos em Ultra HD. A riqueza de detalhes da imagem é impressionante. Nos testes do INFOlab com filmes em 1 080p e sinal de TV aberta, o resultado também foi muito bom, melhor que o observado na geração anterior de TVs 4K. No modo Futebol, a TV eleva o som ambiente do estádio, grava o jogo em um HD externo e insere marcadores nos momentos em que a torcida grita mais alto, como nos gols. O ruim é que satura as cores a ponto de deixar o gramado com um aspecto verde-limão.

Tela de 65" / 4K (Ultra HD) / LCD com LED / 3D ativo, vem com 4 óculos / Entradas: 4 HDMI, 1 vídeo componente, 2 composto / 3 USB / Ethernet e Wi-Fi AVALIAÇÃO TÉCNICA: 9,2 CUSTO/BENEFÍCIO: 6,4

/ R$ 17 499 89,2 cm

UN65HU9000 / SAMSUNG O design com tela

145 cm

INFO

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32,6 cm

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som realçado O processador de áudio deste fone da JBL acentua a percepção da posição dos instrumentos no ambiente acústico ≥ POR AIRTON LOPES 80

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INFO

bem acolchoadas deste fone da JBL, dois drivers de 50 milímetros produzem um som rico em detalhes e sem distorção mesmo no volume máximo. Os graves são intensos e com ótima definição. O fone possui um processador de áudio alimentado por duas pilhas palito inseridas na concha direita. Nos testes, o recurso realçou a nitidez do som, que já é muito boa com o efeito desativado, e a percepção da posição dos instrumentos no ambiente acústico. O design acerta no conforto e na construção. As conchas giram para os lados e podem ser recolhidas. Além desta edição limitada nas cores do Brasil, o modelo é vendido em versões branco e preto. Ele vem com dois cabos com microfone e controles, um para iGadgets e outro para dispositivos com sistemas Android e Windows Phone.

Formato over-the-ear / Drivers de 50 mm / Resposta em frequência: 10-22 000 Hz / Headset / Conexão P2 / 2 cabos de 1,2 m / 346 g AVALIAÇÃO TÉCNICA: 8,1 CUSTO/BENEFÍCIO: 6,7

/ R$ 899

17,8 cm

Synchros S500 / JBL Dentro das conchas

13,7 cm

9 cm


ação instantânea A filmadora da Polaroid facilita a captação de imagens até de ponta-cabeça e a publicação dos vídeos nas redes sociais ≥ POR AIRTON LOPES E LEONARDO VERAS

XS1 00 Ex treme Ed ition

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POLAROID A facilidade de operação que con-

sagrou a Polaroid com suas icônicas câmeras fotográficas com revelação instantânea é um dos pontos fortes desta filmadora de ação. Ela tem a melhor autonomia (2h54min) entre os modelos avaliados pelo INFOlab que trabalham com uma única bateria e, sem depender de caixa estanque, mergulha na água a até 10 metros. Se for necessário filmar de ponta-cabeça, um sensor fará a inversão da imagem. Outra boa sacada para livrar o usuário da edição do material é a geração de dois arquivos. O principal registra as cenas em 1 080p ou em 720p. O outro é uma versão em 240p e com tamanho menor para publicar em redes sociais. Nos testes, a qualidade de imagem da câmera não encantou. As filmagens em 1 080p saíram tremidas e exibiram poucos detalhes. Os vídeos em 720p feitos com uma taxa de 60 quadros por segundo ficaram mais estáveis, mas com contornos ainda menos definidos.

1 080p / 16 MP / Não possui zoom / 32 MB + microSD / MiniHDMI / 133 g / 2h54min de bateria AVALIAÇÃO TÉCNICA: 7,7 CUSTO/BENEFÍCIO: 7,7

4 cm

/ R$ 799

4 cm

10 cm

INFO

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VEJA MAIS EM

IL.CO .BR / EX M

T

Galaxy Gran 2 Duos TV / SAMSUNG TV no

zapeando no celular O INFOlab testou quatro smartphones com preços a partir de 549 reais para levar a TV para o bolso, inclusive em alta definição ≥ POR AIRTON LOPES 82

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INFO

celular sempre foi algo extraordinário pela comodidade, mas nunca pela qualidade da imagem. Com este smartphone, a história é outra. Ele é o primeiro a receber o sinal de TV no padrão HDTV (1 080i ou 720p), em vez do 1Seg (240p) transmitido para os outros celulares com TV. Com isso, os canais abertos ficam com uma ótima qualidade de imagem em seu display HD de 5,2 polegadas, mas não é possível gravar o conteúdo. Além de curtir os programas em tela cheia, dá para colocar a TV em uma janela flutuante sobre outros aplicativos do smartphone. Nos testes, o chip de quatro núcleos e o 1,5 GB de memória RAM fizeram o Gran 2 Duos TV lidar com o sinal de HDTV e com jogos sem engasgos. Possui entrada para dois SIM cards e câmera acima da média para um Android intermediário.

Android 4.3 / Tela de 5,2" / 3,5G (HSPA+) / Dual SIM / Snapdragon 400 Krait 300 1,2 GHz quad-core / 8 GB + microSD / Câmeras de 8 MP (1 080p) e 2 MP (1 080p) / TV Full Seg / 163 g / 6h15min de bateria(1) AVALIAÇÃO TÉCNICA: 8,0 CUSTO/BENEFÍCIO: 7,0

/ R$ 1 299 14,5 cm

O

BR

RA

S

INF

.A

7,5 cm

0,9 cm

(1) Duração medida com o aparelho exibindo vídeo em 720p com Wi-Fi e Bluetooth ativados


Lumia 630 / NOKIA Para um modelo de entrada, o chip quad-core e os 8 GB de memória são itens acima da média neste Lumia dual SIM com TV digital. A troca de canais é feita deslizando o dedo sobre a tela, e a antena é interna. Ele agrada pela boa construção, mas desaponta na autonomia. Vem com o sistema Windows Phone novo e mapas para navegação offline.

Android 4.4 / Tela de 4" / 3G / MediaTek MT6572 Cortex A7 1,3 GHz dual-core / 4 GB + microSD / Câmeras de 5 MP (480p) e 1,3 MP (480p) / TV 1Seg / 140 g / 5h06min de bateria(1)

Android 4.3 / Tela de 4" / 3,5G (HSPA+) / Dual SIM / Snapdragon 200 Cortex A7 1,2 GHz dual-core / 4 GB + microSD / Câmera de 3 MP (600p) / TV 1Seg / 120 g / 10h02min de bateria(1)

Windows Phone 8.1 / Tela de 4,5" / 3,5G (HSPA+) / Dual SIM / Snapdragon 400 Krait 300 1,2 GHz quad-core / 8 GB + microSD / Câmera de 5 MP (720p) / TV 1Seg / 137 g / 4h45min de bateria(1)

AVALIAÇÃO TÉCNICA: 7,4 CUSTO/BENEFÍCIO: 7,6

AVALIAÇÃO TÉCNICA: 7,4 CUSTO/BENEFÍCIO: 7,7

AVALIAÇÃO TÉCNICA: 7,6 CUSTO/BENEFÍCIO: 7,7

/ R$ 599

/ R$ 549

/ R$ 699

11,7 cm

12,9 cm

Xperia E1 / SONY Possuir 512 MB de memória RAM e 4 GB de espaço para arquivos, sendo apenas metade livre para o usuário, é uma limitação e tanto para o uso de apps. Mas, se o foco for telefonar, ver TV com som alto e não se preocupar com bateria, este Sony tem atrativos. Ele gerencia muito bem duas linhas e resistiu a mais de 10 horas exibindo vídeo, uma autonomia espetacular para um Android básico.

10,9 cm

L50 / LG Um dos atrativos deste Android básico com TV é sair da caixa com a versão mais recente do sistema. Sua tela de 4 polegadas possui tecnologia IPS e resolução de 480p. Por padrão, o app da TV mantém o brilho no mínimo para poupar a bateria. Dessa forma, a autonomia ao assistir TV foi 2 horas maior que a obtida nos testes com a exibição de vídeo com o brilho no máximo.

5,9 cm

1,2 cm

6,4 cm

1,2 cm

0,9 cm

6,7 cm

INFO

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básico caprichado O tablet de 799 reais da Dell com chip Intel tem acabamento e tela de 8 polegadas com qualidade acima da média para modelos simples ≥ POR AIRTON LOPES Venue 8 / DELL Parceiras de sucesso no mundo dos PCs, Dell e Intel também estão juntas nos tablets com Android, um mercado em que ambas ainda lutam para ganhar mais relevância. Com o Venue 8, a proposta é oferecer um tablet com tela HD de 8 polegadas com brilho e cores acima da média, bom desempenho, preço atraente e design superior ao encontrado nos similares de marcas menos (ou nada) reluzentes. No INFOlab, o modelo correspondeu a quase todas as expectativas. Com 2 GB de memória RAM auxiliando o chip Atom, o desempenho com aplicativos e a maioria dos games foi muito bom. Porém, assim como em outros tablets com processador Intel, em alguns jogos, como Asphalt 8, os gráficos apresentaram anomalias. O formato retangular e o acabamento emborrachado do tablet permitem uma pegada firme e agradável com uma mão. A autonomia da bateria (5h32min) é satisfatória para um Android de sua faixa de preço. Câmeras? Sem surpresas. São fracas.

Android 4.2 / Tela de 8" / Intel Atom Z2580 2 GHz dual-core / 16 GB + microSD / Câmeras de 5 MP (720p) e 2 MP (720p) / 363 g / 5h32min de bateria(1) AVALIAÇÃO TÉCNICA: 8,0 CUSTO/BENEFÍCIO: 7,5

21 cm

/ R$ 799

13 cm

84

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JULHO 2014

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INFO

0,9 cm

(1) Duração medida com o aparelho exibindo vídeo em 720p com Wi-Fi e Bluetooth ativados


≥ POR AIRTON LOPES

(1) Duração de bateria medida com o software Battery Eater e o notebook com o Wi-Fi ligado, tela com o máximo de brilho e perfil de alto desempenho no Windows, sem permitir o desligamento de componentes

AVALIAÇÃO TÉCNICA: 8,8 CUSTO/BENEFÍCIO: 6,1

/ R$ 10 740

3 cm

Com duas placas de vídeo e uma configuração exuberante, o notebook para gamers da Avell é a máquina mais forte que já passou pelo INFOlab

Tela de 17,3" / Intel Core i7-4810QM 2,8 GHz (Haswell) / 16 GB / SSD de 240 GB + HD de 1 TB / 2 GeForce GTX 880M 8 GB / DVD-RW / 4,4 kg / Windows 8.1 / 1h45min de bateria(1)

20 cm

velocidade total

FullRange G1743 Max / AVELL Mesmo entre os poderosos notebooks para gamers, este modelo da Avell com tela full HD de 17,3 polegadas impressiona. A combinação de um processador Core i7 de última geração, 16 GB de memória, SSD de 240 GB exclusivo para a aceleração do sistema e duas placas de vídeo Nvidia GeForce GTX 880M fez este notebook ultrapassar com larga vantagem todos os recordes registrados nas ferramentas de medição de desempenho adotadas no INFOlab. No jogo Watch Dogs, a taxa média de quadros exibidos por segundo (FPS) foi de 94, com picos de 160. Também é fora do comum a presença de duas webcams e de uma conexão Thunderbolt, que compõe um cardápio com quatro USB 3.0, uma híbrida USB 2.0/eSata e uma HDMI. Os problemas são o preço, o teclado fora dos padrões brasileiros, o peso exagerado e a pouca duração da bateria.

28 cm

INFO

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1083126-TELETRONIC COMERCIO DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANCA E DE INFORM-1_1-1.indd 86

26/06/2014 15:22:46


1 PROELB TECNO.indd 87

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1083123-PARCUS INDUSTRIA E COMERCIO DE PERFIS PLASTICOS-1_1-1.indd 88

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1083153-SMALLSOFT TECNOLOGIA EM INFORMATICA EIRELI-1_1-1.indd 89

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STARTUP SE

AUTORRETRATO / O publicitário Ricardo Lebre, 32 anos, transformou a moda de tirar selfies em negócio. Ele é um dos fundadores do Festagram, serviço que imprime imagens postadas no Instagram durante casamentos, eventos corporativos ou shows. “São lembranças para os convidados”, diz Lebre. O sistema é simples. Um software seleciona as fotos publicadas no Instagram com hashtags específicas, criadas para os eventos, enquadra as imagens em molduras personalizadas e envia para impressão. Para festas com até 2 000 pessoas, o sistema dá conta de 300 fotos por hora. No ano passado, o Festagram realizou cerca de 300 eventos, e agora estuda como expandir a equipe. “Até agora quisemos fazer tudo sem investidor, para manter o controle do negócio”, diz Lebre. �

0 9 0

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FOTO NATASHA IOTTI

INFO


1081280-COMPUFOUR SOFTWARE LTDA-1_1-1.indd 91

25/06/2014 18:37:49


1083876-LOCAWEB SERVICOS DE INTERNET S.A.-1_1-1.indd 92

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