Revista Interação - Edição Especial - Ano 8 2/2016

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UFPI em números: Entre as do país;

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universidades

107 cursos de graduação, entre eles 15 do Ensino a Distância; Em 2002 eram oferecidos nove cursos de mestrado, hoje são 45 mestrados e 10 doutorados; Comunidade acadêmica com cerca de 47.000 pessoas , sendo 1.858 professores, 720 doutores, 771 mestres, 1.086 servidores técnicos, 41.452 alunos de graduação e 1.590 de programas de pós-graduação; Em 10 anos, o número de vagas para estudantes passou de 2.345 presenciais para mais de 6.304; O CEAD possui mais de 10 mil alunos matriculados, distribuídos em 40 polos no Piauí e dois na Bahia.

Universidade Federal do Piauí


Expediente Editorial INTERAÇÃO - EDIÇÃO ESPECIAL ANO 9 - N.2016.1 Edição Especial produzida pela Assessoria de Comunicação e pelo Setor de Produção de Material Didático do Centro de Educação Aberta e a Distância CEAD/UFPI Reitor da UFPI Prof. Dr. José Arimatéia Dantas Lopes Vice-reitora da UFPI Prof.ª Dr.ª Nadir do Nascimento Nogueira Diretor do Centro de Educação Aberta e a Distância/Coordenador da UAB na UFPI Prof. Dr. Gildásio Guedes Fernandes Vice-diretor do CEAD/UFPI Prof. Dr. Milton Batista da Silva Coordenadora Adjunta da UAB na UFPI Liana Rosa Brito Coordenadoras da Revista Fernanda Ito Ota da Purificação Indira Ilana Vanderlei do Vale Equipe Responsável Fernanda Ito Ota da Purificação Indira Ilana Vanderlei do Vale Nalton Luiz Silva Parente de Pinho Projeto Gráfico e Diagramação Nalton Luiz Silva Parente de Pinho Fotografias Fernanda Ito Ota da Purificação Indira Ilana Vanderlei do Vale Arte e Capa Nalton Luiz Silva Parente de Pinho Revisão Maria da Conceição de Souza Santos Conselho Editorial Arnaldo Oliveira Souza Junior Gildásio Guedes Fernandes José Vanderlei Carneiro Leila Lima de Sousa Lívia Fernanda Nery da Silva

Há dez anos, o Sistema Universidade Aberta do Brasil surgiu com o intuito de desenvolver projetos de pesquisas e metodologias inovadoras de ensino, preferencialmente para a área de formação inicial e continuada de professores da educação básica. Com muito esforço, a Universidade Federal do Piauí (UFPI) participa desse sistema por meio do Centro de Educação Aberta e a Distância (CEAD), desde seus primeiros passos, ainda como Projeto Piloto. É com essa perspectiva, que o CEAD lança a edição Especial da Revista Interação, n° 2016.1, em comemoração aos 10 anos do Sistema UAB. Nesta edição, você confere a linha do tempo da educação a distância; a implantação da UAB nas universidades públicas do Piauí; entrevista exclusiva com a presidente nacional do Fórum de Coordenadores UAB, Nara Pimentel; além de dicas de livros que foram produzidos por professores da UFPI e do CEAD. São anos de participação fortalecendo a modalidade EaD no Piauí. Ao longo desta jornada, o CEAD aumentou a quantidade de profissionais, de polos e de alunos, expandindo sua atuação para 38 municípios piauienses e dois na Bahia, totalizando mais de 10 mil alunos. Como forma de homenagear nossos colaboradores, que juntos fazem do CEAD um lugar ainda melhor, você irá conferir uma galeria de fotos com esses agentes EaD. Afinal, são eles que contribuem diretamente para a educação e o futuro dos nossos alunos. Esperamos que esses 10 anos sirvam de impulso para o fortalecimento deste Sistema. Que a concretização da EaD em nosso estado possa mudar o conceito daqueles que não acreditavam no sucesso desta modalidade. Desejamos uma ótima leitura!


SUMÁRIO 08 APRESENTAÇÃO

05

COORDENAÇÕES DE POLOS

06

COODENAÇÕES DE POLOS

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LINHA DO TEMPO

12 DICAS DE LIVROS

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ESTUDAR MATEMÁTICA

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IMPLANTAÇÃO DA UAB

24 CEAD EM DADOS

COORDENAÇÕES

18 28

ENTEVISTA

20 LICENCIATURA EM QUÍMICA EAD

COORDENAÇÕES

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á dez anos, quando o Ministério da Educação lançou o Sistema Universidade Aberta do Brasil, muitos, possivelmente, não acreditaram na sua ambição. Democratizar, expandir e interiorizar a educação da oferta de ensino superior público e gratuito não foi e nem continua sendo uma tarefa fácil. Para ofertar um curso, por exemplo, são necessárias várias etapas: apresentar propostas de município polo; equipar o polo de apoio presencial; submeter propostas de cursos para ofertas nos polos; selecionar coordenadores de polo, coordenadores de curso, tutores; capacitar tutores. E, em meio a algumas dessas etapas, o Ministério da Educação entende que é necessário reformular, reorganizar, refazer, reabastecer, adaptar ao ponto de

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a universidade receber um “Apto a funcionar” ou “Aprovado pelo MEC”. São essas pequenas batalhas que desbravam grandes conquistas. A Universidade Aberta do Brasil, ao longo dos seus dez anos, ajudou e continua auxiliando vários brasileiros, em especial os piauienses, a obter ensino superior público, qualificando-os não só para o mercado de trabalho, mas para a vida. E os objetivos da UAB não seriam possíveis se não fossem a disposição, a excelência e a eficácia de nossos colaboradores e agentes EaD. O resultado é que, hoje, o Centro de Educação Aberta e a Distância da Universidade Federal do Piauí conta com 15 cursos de graduação e 15 cursos de pós-graduação distribuídos em 42 polos de apoio presencial, sendo 40 no Piauí e dois na Bahia.

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>> Coordenações de Polos << >> Buriti dos Lopes “Iniciamos o polo de Buriti dos Lopes com três cursos e apenas 150 alunos. Hoje, somamos 16 cursos e quase 1000 alunos. O polo transformou a realidade do ensino superior na região, atendendo pessoas de quase todas as cidades vizinhas, permitindo que elas tenham a oportunidade de continuar seus estudos.” Francisco Gildazio da Silva, coordenador do polo de Buriti dos Lopes desde 2008

>> Luís Correia “Com o surgimento do polo UAB de Luís Correia, a região norte – seja do Piauí, do Ceará ou do Maranhão – veio em busca de novos conhecimentos. O polo vem desenvolvendo educação de qualidade. Isso é demonstrado na procura intensa de alunos tanto para graduação quanto para especialização.” Israel Portela, coordenador do polo de Luís Correia desde 2013

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>> Castelo do Piauí

“O Polo UAB de Castelo do Piauí veio oportunizar ensino superior público de qualidade a muitos que já não tinham perspectiva da realização deste grande sonho.” Francisco Antônio Matos, coordenador do polo de Castelo do Piauí desde 2007

>> Canto do Buriti

“A educação a distância universaliza o direito de estudar, principalmente para as pessoas que não têm como conciliar tempo e recurso em educação presencial tradicional. Testemunhei vidas sendo transformadas pela EaD.” Paulo Henrique Fontenele, coordenador do polo de Canto do Buriti desde 2007 Revista Interação ● Edição Especial

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>> Coordenações de Polos << >> Gilbués “A Universidade Aberta do Brasil é uma porta que abre para um futuro de oportunidades pra milhares de pessoas que jamais teriam a chance de fazer uma graduação em um grande centro, democratizando o acesso à educação superior.” Maria de Fátima Lustosa, coordenadora do Polo de Gilbués desde 2007

>> Oeiras “A EaD tem sua importância no direito universal de estudar, pois dá a oportunidade àqueles a quem foi negada a chance de aprender. E esta é a realidade dos alunos que frequentam os cursos ofertados pelas IES no Polo da UAB de Oeiras.” Neide Rosangela Costa, coordenadora do Polo de Oeiras há três anos.

>> Campo Alegre de Lourdes “Nossa cidade vive um momento histórico e privilegiado com o andamento dos quatro primeiros cursos superiores públicos implantados no polo em 2014.”

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Deusvaldo Almeida, coordenador do polo de Campo Alegre de Lourdes (BA).

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>> Jaicós “A Universidade Aberta é uma grande oportunidade de formação intelectual para os jovens do município, trouxe perspectiva e desenvolvimento à comunidade, a flexão da EaD foi fundamental para a continuidade dos estudos de muitos.” Rosenilda Teixeira, coordenadora do polo de Jaicós

Portal UAB www.uab.capes.gov.br Universidade Federal do Piauí www.ufpi.br CAPES www.capes.gov.br

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Implantação da UAB nas universidades públicas do Piauí Por Indira do Vale

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Foto: Francisvaldo da Silva Sousa

o dia 20 de dezembro de 2005, o Ministério da Educação, por intermédio da Secretaria de Ensino a Distância, lança o edital número um, uma chamada pública para a seleção de polos municipais de apoio presencial e de cursos superiores de instituições federais de ensino superior, na modalidade a distância, para o Sistema Universidade Aberta do Brasil. Esse edital representa o início do processo de implantação da modalidade de ensino a distância nas universidades públicas no Piauí. O edital seria um modelo experimental da articulação e de integração de instituições de

ensino superior, com municípios e estados, visando à democratização, à expansão e à interiorização da oferta do ensino superior público e gratuito no País, bem como ao desenvolvimento de projetos de pesquisa e de metodologias inovadoras de ensino, preferencialmente para a área de formação inicial e continuada de professores da educação básica. A Universidade Federal do Piauí (UFPI) procurou a Universidade Estadual do Piauí (UESPI), o Centro Federal de Educação Tecnológica do Piauí (CEFET-PI) - hoje Instituto Federal do Piauí (IFPI), e o governo do Estado para a realização de uma parceria. Assim, as IES entrariam

Prof. Dr. Luiz de Sousa Santos Júnior

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com a parte pedagógica e o governo do Estado cuidaria da infraestrutura e da manutenção dos polos educacionais. “Nós tivemos a iniciativa de procurar o governador Wellington Dias, nossa equipe foi bem recebida por ele, mostramos para o governador a importância de implantar um consórcio. Ele ficou atento e surpreso com o tamanho do nosso projeto”, explica o professor doutor Luiz de Sousa Santos Júnior, na época, reitor da UFPI. A professora mestra Maria de Lourdes Salmito era uma das colaboradoras da UESPI, responsável por gerir o projetopiloto, ela conta como o tratado de cooperação entre as IES e o governo do Estado funcionava. “O governo federal estimulou a educação a distância. Então, firmamos esse acordo de cooperação com a Universidade Federal, o Instituto Federal e com o governo do Estado. Também tivemos a parceria do Banco do Brasil. Assim, o governo do Estado ficou responsável por estruturar os polos, e realizar a compra de livros e, nós, instituições de ensino superior, ficamos responsáveis pela parte pedagógica. Demos início ao plano-piloto, que era justamente voltado para a qualificação dos servidores públicos do Banco do Brasil”.

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Foto: Francisvaldo da Silva Sousa Prof.ª Ma. Maria de Lourdes Salmito

pais tinham que dispor de recursos financeiros para mandar seus filhos para Teresina, para terem um diploma de nível superior e o custo era muito alto”, acrescenta. O diretor do Centro de Educação Aberta e a Distância da Universidade Federal do Piauí (CEAD/UFPI), professor doutor Gildásio Guedes, um dos pioneiros na implantação da Universidade Aberta no Piauí, considera a EaD

o maior programa de alcance social instalado nas instituições de ensino superior públicas do estado. “Nós alcançamos o principal objetivo da UAB, que é de interiorizar e dar oportunidade de a juventude, dos municípios que não têm ensino superior presencial, fazer seus cursos.”

Foto: Francisvaldo da Silva Sousa

O curso escolhido para esse período experimental – projeto-piloto – foi o curso de bacharelado em Administração, para o qual foram ofertadas 500 vagas distribuídas em oito polos: Teresina, Parnaíba, Picos, Floriano, Bom Jesus, Esperantina, Piripiri e São Raimundo Nonato. Nessa primeira fase, o Banco do Brasil S/A destinou total apoio ao projeto, custeando um valor de R$ 1.800,00 por cada funcionário aprovado no primeiro vestibular de 2006. Naquele ano, funcionando a todo vapor, o projeto-piloto em Administração estava sob os cuidados do professor mestre Raimundo José Cunha. Para ele, a modalidade de educação a distância representava a oportunidade de inclusão educacional e, consequentemente, a inclusão social. “Quando tínhamos reuniões nos polos, os pais dos estudantes daquela região agradeciam a oportunidade de ter seus filhos fazendo um curso superior sem precisar se deslocar para a capital”, explica ele. “Na minha época, os

Prof. Me. Raimundo José Cunha

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Nós alcançamos o principal objetivo da UAB

A participação do CEFET, hoje IFPI, foi de fundamental importância para o desenvolvimento dessa modalidade de ensino. “A participação do IFPI no consórcio, é, especificamente, na atuação dos professores. Na época, nós tivemos muitos professores

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Foto: Francisvaldo da Silva Sousa Prof.ª Ma. Elanne Cristina Oliveira dos Santos

um vestibular de 500 vagas. De lá para cá, aumentamos o nosso capital de ofertas, e nós temos hoje 15 cursos de graduação e 15 cursos de especialização presentes em 33 cidades no estado do Piauí e duas no estado da Bahia (Campo Alegre de Lurdes e Juazeiro). Em 2014, ofertamos 6.825 vagas no vestibular, estamos crescendo. Somos a maior universidade de ensino a distância, ultrapassando um total de 10 mil alunos matriculados entre graduações e

pós-graduações. Temos alunos que terminaram a graduação e passaram em concursos, temos muitos resultados positivos, a avaliação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) avaliou os cursos da EaD, tal como o presencial, e os resultados são muito semelhantes, o que mostra que a qualidade de ensino independe da modalidade, mas, sim, depende da dedicação e da competência daqueles que o fazem”. Foto: Francisvaldo da Silva Sousa

trabalhando como tutor, e também na administração pedagógica do curso-piloto de administração”, explica a professora mestra Elanne Cristina, coordenadora do E-TEC do Instituto Federal. “Nossa segunda experiência em EaD no IFPI se deu em meados de 2008, quando o MEC lançou o edital com ofertas exclusivas para cursos técnicos. Era o projeto E-TEC que estava começando a ser trabalhado no País”, conclui. Assim como o Instituto Federal, a UESPI também buscou sua autonomia. “Elaboramos e fundamos o curso de Letras Espanhol na modalidade EaD, inicialmente em quatro polos (Piripiri, Campo Maior, Oeiras, e Picos), somente depois que entraram mais polos e as 15 primeiras turmas foram formadas em 15 municípios. Ao final, formamos 587 alunos. A EaD mudou a vida dessas pessoas, das suas famílias, que, consequentemente, mudam a ‘cara’ do seu município. O que cada cidadão brasileiro precisa é de educação. E a EaD tem uma importância imensurável nesse aspecto”, declara a professora doutora Margarethe Torres de Alencar Costa, coordenadora do curso de Letras Espanhol do Núcleo de Ensino a Distância da Universidade Estadual do Piauí (NEAD/UESPI). Quase dez anos depois, do Edital n°1/2005 MEC, o professor doutor Gildásio Guedes avalia a EaD na UFPI. “No início, nós funcionávamos numa pequena sala, trabalhávamos apenas com oito polos, com o projeto-piloto de Administração, que ofertou

Prof. Dr. Gildásio Guedes Fernandes

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DICAS DE LIVROS

Educação a Distância: Midiatização, Formação e Saberes Arnaldo Souza, Naziozênio Lacerda e Sandra Suely Oliveira

A EaD oferta variedade de cursos de formação inicial, contínua e continuada de indivíduos que, normalmente, estão dispersos geograficamente, contribuindo, assim, para a formação profissional da pessoa humana, crítica e consciente de seu papel diante da sociedade neste século. Reunindo 10 textos, o livro aborda temas voltados à midiatização da educação a distância, a experiências de gestão de cursos no âmbito da EaD e a vivências de estudantes e de professores em cursos dessa modalidade de educação.

Gestão de Redes Educacionais na Cibercultura Lívia Fernanda Nery, Gustavo Said, Leila Sousa, Thamirys Viana

O livro debate sobre o uso das tecnologias no processo ensino-aprendizagem, por meio da reunião de 12 artigos produzidos por professores e pesquisadores que participaram do curso de Especialização em Gestão Educacional em Rede, ofertado pelo Centro de Educação Aberta e a Distância da Universidade Federal do Piauí, entre os anos de 2015 e 2016. Pensada de maneira continuada e interdependente, a relação entre docentes, discentes e os inúmeros ambientes de aprendizagem ─ físicos e/ou virtuais ─, gera um desconcertante número de opções individuais concernentes aos modelos pedagógicos, à formação profissional, ao trabalho, à sexualidade e, de maneira geral, aos modos de ser. A obra tem lançamento no I Simpósio Internacional de Comunicação, Educação e Tecnologias, realizado no mês de junho, em Parnaíba.

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Por uma Pedagogia do Ensino de Filosofia Maria da Conceição Carvalho e Carmen Lúcia Cabral A obra, publicada pela Editora da Universidade Federal do Piauí (EDUFPI), foi lançada no dia 24 de fevereiro de 2016 e conta com a organização da professora doutora Maria da Conceição Carvalho, e também da professora doutora Carmen Lúcia de Oliveira Cabral. Desde 2008, o ensino de Filosofia foi incluído como disciplina obrigatória no currículo das escolas do ensino médio. Esse fato impõe aos professores a difícil tarefa de tornar a Filosofia uma realidade nas salas de aula, para que ela não fique apenas como “Letra da Lei” e, ainda mais, de se ter estudo da Filosofia com qualidade. Dessa forma, tornase urgente pensar o ensino de Filosofia, produzir estratégias e materiais didáticopedagógicos que transformem em realidade aquilo que está definido legalmente. Nessa perspectiva, o livro conta com artigos de diversos pesquisadores da área do Ensino de Filosofia, de reconhecimento nacional e internacional, como Walter Kohan e Sílvio Gallo, além de professores da UFPI.

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Estudar Matemática por meio da pesquisa: nova vocação de estudantes

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presente ensaio busca apresentar discussões i nt rodutór ia s a cerca de processos de pesquisas, especificamente na ambiência de fontes digitais na Internet. Convém ressaltar que os estudos realizados por alunos de um Curso de Matemática, na modalidade EaD/UAB/UFPI, tem acontecido, predominantemente, por meio de acesso a informações, conteúdos, conhecimentos por meio de buscadores, repositórios, vídeos, textos, bibliotecas digitais e dentre outros dispositivos da Internet; apesar de haver bibliotecas nos Polos de Apoio Presencial. Nessa perspectiva, será que a prática de pesquisa em fontes digitais dos alunos do Curso de Matemática tem possibilitado novas Prof. Dr. vinculado ao Curso de Matemática do Centro de Educação Aberta e a Distância – CEAD/UFPI. Ministra disciplina Educação a Distância. E-mail: arnaldo@ufpi.edu.br 2 Prof. Dr. Coordenador Acadêmico do Curso de Matemática do Centro de Educação Aberta e a Distância – CEAD/ UFPI. Ministra disciplinas no âmbito da Matemática. E-mail: jbenicio@ufpi.edu.br 1

Prof. Me. Coordenador de professores tutores do Curso de Matemática do Centro de Educação Aberta e a Distância – CEAD/UFPI. Ministra disciplinas no âmbito da Matemática. E-mail: vplima@ufpi.edu.br 3

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Arnaldo Oliveira Souza Junior1 João Benicio de Melo Neto2 Vicente de Paulo Lima3 estratégias e perícias na aquisição de conhecimentos? Esta questão parece fundante para pensar ações e práticas de pesquisa de alunos voltados para o estudar Matemática por meio do emprego de tecnologias digitais. Primeiramente, concordamos com Demo (2006), para quem a pesquisa deve ser princípio científico e educativo e que deve nortear toda atividade pedagógica, seja de professores ou de alunos. Pesquisar é descoberta, é invenção cujo processo de prática exige ações metodológicas que culminam em aquisição do conhecimento, por meio da vocação da curiosidade, do espirito investigativo e do ato de desprender-se para ir à busca de novos conhecimentos. Mas como isso acontece no cenário de um Curso de Matemática EaD? Como essas práticas e estratégias de pesquisa ocorrem? Para entender como se dá à prática de pesquisa e as estratégias de aquisição de conhecimento, convém dizer que o Curso de matemática, na modalidade EaD, ofertado pelo Sistema Universidade Aberta do Brasil a partir do consorciado Universidade Federal do Piauí, funciona por meio de encontros em salas de aula presenciais e por plataforma digital. Nesses encontros, são trabalhados

conteúdos das disciplinas pelos professores t utores e pelos professores de disciplinas cujos assuntos são organizados por meio de atividades que são trabalhados em sala de aula e/ou desenvolvidos via plataforma digital e outros ambientes digitais. Na seara do desenvolvimento dessas, atividades os professores tutores e os professores de disciplinas incentivam os alunos a pesquisarem assuntos além do material digital que é disponibilizado pelo Curso. É nesse cenário que as experiências e as práticas diante da cultura digital, ou seja, as estratégias e as formas de estudo se manifestam. Temos evidências de circulação de conteúdos – a partir de marcas e de registros deixados na plataforma e outros ambientes digitais – que são provenientes de estudos de conteúdos além do material (módulos) das disciplinas. Muitos assuntos que são abordados em sala de aula são discutidos nas plataformas e outros dispositivos de comunicação ocorrem por meio da oferta de links, repositórios, e-books e vídeos por parte de alunos e dos professores tutores. A quantidade de materiais de qualidade adquiridos nos repositórios de áudio, vídeo e textos e que são disponibilizados oferecem pistas evidentes de que os alunos, por força de uma nova Revista Interação ● Edição Especial


vocação de aprender pela pesquisa, utilizam novas formas, novos modos, inteligibilidade no processo de aprendizagem. É importante frisar que essa postura de atorização e de vocação dos alunos diante das novas possibilidades de aquisição do conhecimento tem sido afetada pelo fenômeno da midiatização da sociedade, pelo qual os novos modos de funcionamento social ocorrem por meio de ações e de práticas sociotécnicas. A midiatização se instaura na sociedade como u m ve t or i m p or t a nt e n a s transformações do tecido social, afetando campos sociais, a exemplo dos âmbitos Educação e EaD. Nestes cenários assinalados, a midiatização possibilita novas práticas sociotécnicas educativas, formas novas de aquisição de conhecimento a partir do estudo e da pesquisa na ambiência digital, contribuindo, assim, para formas de ensinar e de aprender com uso de tecnologias, bem como para cultura digital. Diante de disso, as práticas e as estratégias de pesquisas desenvolvidas pelos alunos no contexto do Curso de Matemática se constituem, especificamente, por meio de acesso a informações de repositórios de textos, vídeos, áudios, livros que são estudados e compartilhados por meio da plataforma e dos grupos do WhatsApp. As estratégias que os alunos utilizam para acessar materiais de qualidade são constituídas essencialmente pela visita aos grandes repositórios digitais junto às universidades, às instituições de pesquisas e outros Revista Interação ● Edição Especial

ambientes que disponibilizam vídeos, livros, textos e hipertextos. Os indícios mostram, a partir de uma pesquisa de iniciação científica de um aluno do Polo de Monsenhor Gil, que há uma mobilização de conteúdos diversos e de saberes disciplinares (Matemática) que são acionados junto a Internet e que circulam por diversos espaços de conversação – Facebook, WhatsApp, plataformas digitais . Há convicção de que a postura de investigação por meio das práticas de pesquisas e das estratégias de aquisição de conhecimento, tornase prática importante no cenário de estudar Matemática a partir do exercício do pesquisar, descobrir, procurar entender esse ou aquele assunto. Por tanto, estudar Matemática a partir do ato de pesquisar tem sido fundamental dentro do cenário do curso, na medida em que institui formas de aquisição de conhecimento e saberes disciplinares importantes à formação do estudante – f ut u ro profe s sor. Pesquisar é condição “sine qua non” para uma formação sólida de princípios científico e educativo. Pesquisar é desprender-se, e ir além do que já se sabe... é percorrer por outros caminhos em busca de

con hecimentos e de novas descobertas e/ou redescobertas que contribuirão para o processo de aprendizagem. Referências DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. São Paulo: Cortez, 2006. FAUSTO N ETO, A nt on io. Midiatização, prática social: prática de sentido. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GR ADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO (COMPÓS), 15, 2006, Baur u /SP. Anais eletrônicos... Bauru-SP: 2006. 01 CD- ROM. SOUZA JUNIOR, Arnaldo O.; LACER DA, Naziozencio A; OLIVEIRA, Sandra S. Educação a Distância: Midiatização, Formação e Saberes. Curitiba: Editora CRV, 2016.

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Coordenações

Equipe de Bacharelado em Administração

Apoio Acadêmico: Ana Francisca Silva Apoio de Rede: Miquéias da Silva Coord.do Curso: Antonella Chagas

Equipe de Bacharelado em Adm. Pública

Apoio Academico: Karoline de Sousa Auxiliar Adm.: Jairton de Sousa Coord. de Tutoria: Elvia Florencio Torres Coord. do Curso: Fabiana Rodrigues

Equipes de Especialização em Ecologia e das Licenciaturas em Biologia e Ciências da Natureza

Apoio Logístico: Aline Alves e Jéssica Maranhão Apoio Acadêmico: Eduardo Araújo Coord. da Esp. em Ecologia: Cledinaldo Borges Coord. de TCC: Ana Paula Correia Coord. do Curso de Ciências Biologicas, Conceição Prado Coord. do Curso de Ciências da Natureza, Leomá Matos

Equipe de Licenciatura em Computação e Bacharelado em Sistemas de Informação

Apoio Acadêmico: Tiago Marinho e Francisca Abrão Técnica 18 em Assuntos Educacionais: Djane Brito Coord. de Tutoria: Aline Montenegro

Equipe de Licenciatura em Filosofia

Apoio Administrativo: Kelly Caetano, Revista Interação Layne Dantas e Mara Andrade Coord. do curso: Elnora Gondim

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Equipe de Especialização em Alfabetização e Letramento

Equipe da Especialização Gestão em Saúde

Coor. do curso: Geania Lima Apoio Acadêmico: Francisco José Silva Coord. de Tutoria: Jéssica Pereira

Coord. do Curso: Maria das Graças Targino Coord. de Tutoria: Evana Pereira

Equipes de Especialização

Apoio Acadêmico: Ana Christina Soares, Nara Leyla Soares, Jéssica Sousa, Paulo Rogério Monteiro Coord. de Tutoria do curso de Esp. em Matemática: Maycon Silva Apoio Logístico do curso de Esp. em Saúde da Família: Cibele Tôrres Coord. Acadêmica do curso de Esp. em Ensino de Matemática: Keliny Martins

Equipe de Especialização em Gestão Pública

Apoio Acadêmico: Rita de Cássia Duarte Coord. da Especialização: Isidro Bezerra Maicel Revista Interação ● Edição Especial Coord. de Tutoria: Mariane Goretti de Sá Apoio de Rede: Maciel Silva

Equipe de Especialização em Gestão pública Municipal

Coord. do Curso: Francisco Tavares Técnica em Assuntos Educacionais: Zilda Vieira Apoio de Rede: Maciel Silva

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Entrevista

Educação a distância e Universidade Aberta do Brasil Nara Maria Pimentel Diretora de Ensino de Graduação a Distância (DEGD) junto ao Decanato de Ensino de Graduação a Distância (DEG) da Universidade de Brasília (UnB); coordenadora Geral do Sistema Universidade Aberta do Brasil na UnB (UAB/ UnB); coordenadora do Fórum Institucional de Formação Inicial e Continuada dos Profissionais da Educação Básica (ComFor/UnB).

Para falar sobre a Educação a distância e a Universidade Aberta do Brasil, a 12ª edição da Revista Interação entrevista a presidente do Fórum Nacional de Coordenadores UAB/DED/ CAPES, Nara Pimentel. Revista Interação - Você já trabalhou muito em coordenações relacionadas à educação a distância. Como vê o cenário atual dessa modalidade no Brasil? Nara Pimentel - Vejo como muito promissora. Hoje, os cenários político, econômico e social, nacional e internacional demandam outros modos de ensinar e de aprender. Isso envolve diretamente as instituições de ensino superior. No cenário educativo atual, a modalidade a distância e o uso das TICs [Tecnologias de Informação e Comunicação] na educação são soluções interessantes. No Brasil, tivemos a aprovação das diretrizes e normas para a oferta da EaD no ensino superior aprovada recentemente, o que aponta a perspectiva de evolução para que

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tenhamos projetos institucionais que contemplem o uso das TICs no ensino presencial e a distância. No entanto, esse é um processo que exigirá mudanças nos currículos e no planejamento educacional, o que demandará formação adequada de professores e usuários a fim de que o uso das TICs possa contribuir para a melhoria da qualidade da educação e da vida das pessoas. Mas, para isso, é preciso que a EaD e o uso pedagógico das TICs estejam inseridas nas políticas de educação como políticas de Estado e não de governo. RI - A educação a distância é

um processo anterior ao Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), pois já era realizada em outros formatos, seja pelo rádio ou pela televisão. Qual a responsabilidade e a importância da UAB no sistema de educação brasileiro? NP - Acredito que se não fosse pela UAB não teríamos a inserção das universidades públicas em ofertas de cursos a distância no Brasil. Além disso, não teríamos o alcance das políticas de formação docente materializadas em mais de 1000 ofertas de cursos com mais de 320 mil professores cursando-os, sendo que, em 2016, temos 160 mil professores ativos fazendo cursos

de formação inicial e continuada cer tif icados pelas melhores universidades públicas a distância do Brasil. Atualmente, a UAB contribui com 80% da pesquisa em EaD, o que tem elevado a qualidade das ofertas que, em muitos casos, já superam os cursos presenciais na mesma área. Portanto, isso eleva a qualidade e a importância desse sistema que deve ser fortalecido pelo MEC [Ministério da Educação], tendo em vista os excelentes resultados demonstrados no ENADE [Exame Nacional de Desempenho de Estudantes] e no INEP [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira], por exemplo. RI - Dez anos de existência da UAB significa que o Programa deu certo? Quais os erros e os acertos durante esse período? NP - Sim. Deu muito certo e deve ser ampliado e incluído nas políticas de formação docente do MEC. Mas, como toda a ação, é necessário acompanhamento e monitoramento, o que implica uma avaliação não só por parte das IES [Instituições de Ensino Superior] que integram o sistema, mas, principalmente, pelos órgãos de fomento. Hoje, somos conscientes de que o “modelo UAB” precisa de revisão, pois na aplicação do Revista Interação ● Edição Especial


dia a dia, em função de nossas especificidades, nem tudo pode ser continuado e os critérios e padrões de financiamento precisam contemplar nossas especificidades enquanto instituições. Nesse sentido, é preciso revisar os parâmetros de qualidade e legislação pertinentes para a EaD e UAB no Brasil. É necessário melhorar o acesso à banda larga de toda a população para que ela, de fato, possa usufruir o melhor projeto a distância que pudermos lançar como professores e pesquisadores que atuam na EaD. Também é chegado o momento de reavaliar e regular a oferta de mestrados e doutorados a distância no Brasil, pois após 10 anos de práticas em IES renomadas, mostrase viável e necessária. RI - A modalidade a distância

ainda é vista como inferior se comparada ao ensino presencial. Como mudar esse conceito? NP - Oferecendo a melhor educação, o melhor curso, com os melhores professores, usando da melhor forma as TIC, revisando os currículos e os conteúdos. Enfim, oferendo educação de melhor qualidade. É necessário também parar de comparar com o presencial, pois há muita coisa ruim no presencial. Há evasão alta em muitos cursos, o que significa que não são apenas os cursos a distância que possuem este problema. Também temos, infelizmente, maus professores, tanto no presencial quanto nos cursos a distância. Temos que mostrar, com resultados, que podemos fazer educação presencial ou a distância de ótima qualidade. Assim, conquistamos docentes e alunos, bem como a comunidade Revista Interação ● Edição Especial

em geral, para aderir e considerar a EaD como um processo educativo, o que independe da modalidade. Porém, para ofertarmos com qualidade, precisamos de condições humanas, tecnológicas e físicas adequadas. Precisamos estar inseridos nas políticas de ensino superior do Brasil, para podermos usufruir de tudo o que o ensino presencial já dispõe, a fim de que ocorra de forma satisfatória. Essa ainda é uma luta! RI - Entre 1994 e 1995 você

fez Especialização em Educação Continuada e a Distância. Para você, o que mudou na modalidade a distância da década de 1990 até hoje? NP - Nossa! Muita coisa mudou, principalmente em relação à evolução das TICs. Hoje, temos muito mais possibilidades com seu uso adequado na educação. Também há maior integração entre as IES que ofertam EaD, o que significa mais possibilidades de otimização e de uso dos conteúdos educacionais produzidos em rede nacional. Esse curso de especialização agregou fundamentos educacionais para o uso das TICs que fizeram e fazem a diferença na minha formação. Isso, no meu entendimento, faz falta atualmente. Há, em muitos casos, um foco muito tecnológico nas ofertas a distância, o que se sobrepõe aos aspectos pedagógicos. Acho que a grande “sacada” é conciliar as TICs com um projeto pedagógico inovador e revolucionário, no sentido de, efetivamente, ensinar e promover cidadania aos usuários. RI - Como Presidente do Fórum Nacional de Coordenadores

UAB, quais os principais obstáculos que os gestores deverão superar nos próximos anos? NP - Acho que rever o “modelo UAB”, que deve ser pensado em outras bases, não somente pedagógicas, como de financiamento, é, atualmente, o grande desafio a ser superado. Enquanto nos basearmos no modelo UAB em vigência, não vamos avançar. Infelizmente, tivemos a implementação de um modelo induzido pelo financiamento, que se configurou como frágil, pois bastou termos cortes orçamentários para que a gestão dos cursos apresentasse problemas na continuidade e na qualidade. Isso terá que ser repensado no interior de cada IES, que deverá encontrar seu próprio modelo e se perguntar como pode ofertar cursos a distância e/ ou disciplinas semipresenciais ou a distância? Com quais recursos humanos, físicos, tecnológicos? Como superar e discutir o esforço docente? Como superar a falta de profissionais para atuar na EaD, cujo quadro de servidores das nossas IES não contempla? Como financiar projetos pedagógicos inovadores? Quanto custará esse aluno para IES? Além disso, como podemos mudar o cenário educacional brasileiro incluindo o acesso, a permanência e o sucesso de estudantes, de modo a apoiar e a ampliar a educação superior inicial e continuada no Brasil? Acho que os desafios para a EaD e a UAB são os mesmos postos aos educadores de todo o Brasil, ou seja, oferecer educação com condições de melhorar nossa condição social, econômica e política para termos um país melhor e mais humano.

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Coordenações

Equipe de Licenciatura em Geografia

Equipe de Licenciatura em História

Coord. de Tutoria: Luciana Pereira Coord. do Curso: Nilzângela Cardoso Apoio Logístico: Cinthia Ferreira

Coord. de Tutoria: Cícero Rodrigues Apoio acadêmico: Eurípedes Ciqueira Neto Coord. do curso: Wilson Pereira

Equipe de Licenciatura em Química

Coord. de Tutoria: Marinaldo Sousa Professor: Milton Batista Ex-coodenadora do curso: Rosa Lina Gomes Apoio Acadêmico: Samara Dias Araújo Técnico de Laboratório: Ricardo Barbosa Coord. do Curso: Davi da Silva

Equipe de Licenciatura em Letras Português

Apoio de rede: Acelino Galvão Apoio logístico: Renata Mendes Técninca Adm.: Lúcia de Fátima Costa 22 Coord. do Curso: Milton Batista

Equipe de Produção de Material Didático e Comunicação

Revista

Téc. em Assuntos Edu.: Ubirajara Santana Apoio Adm.: Francinaldo Soares Diagramador de Texto: Especial Nalton Parente ● Edição Interação Assessoras de Com.: Fernanda Ito Ota e Indira do Vale


Coordenação Adjunta

Equipe de Licenciatura em Letras Inglês e Especialização Gestão Educacional em Rede

Tutora: Domingas Cantuario Coord. do Curso de Inglês: Lívia Nery Coord. de Tutoria: Virgínia Muniz Secretários: Vilmara Silva e Hélio Lustosa Coord. de Tutoria: Evana Pereira

Assistente Adm.: Ana Caroline Rodrigues, Cristhian Passos e Leda Mara Barreto Coordenadora Adjunta: Liana Rosa

Equipe de Licenciatura em Pedagogia

Técnica Adm.: Francisca Pinheiro Coord. de Estágio: Moema Ferreira Apoio Pedagógico: Francisca Sousa Tutora: Marta Carvalho e Lidiane Santiago Coord. de Tutoria: Amada Reis Coord. do Curso: Baltazar Cortez

Equipe de Licenciatura em Matemática e Especialização em Informática na Educação

Coord. do curso: João Benício Apoio Administrativo: Waldecy Rejane Araújo e Ana Karoline Araújo ● Edição Especial Revista Coord.de Tutoria:Interação Vicente de Paulo Coord. da Esp. em Informática na Educação: Arnaldo Oliveira

Recepção

Rosilene Alves Marlívia Borges Lindomar Pereira

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CEAD em dados E

m dezembro de 2005 foi dada a largada para a seleção de polos municipais de apoio presencial, e de cursos superiores de instituições federais de ensino superior, na modalidade de educação a distância, para o sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB). A UA B p r o p u n h a democratização, expansão e interiorização da oferta de ensino superior público e gratuito no país, bem como o desenvolvimento de projetos de pesquisa e de metodologias inovadoras de ensino, preferencialmente para a área de formação inicial e continuada de professores da educação básica. Pensando nisso, a Universidade Federal do Piauí propôs o consórcio Universidade Aberta do Piauí à Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e ao Instituto Federal de Educação e Tecnologia (IFPI), na época (Centro de Ensino Federal de Tecnologia – CEFET), para a oferta do curso de Bacharelado em Administração – Piloto. O processo seletivo para o Projeto Piloto foi realizado por meio de vestibular, que preencheu 408 vagas, das 500 oferecidas para o curso, distribuídos entre os polos de Teresina, Parnaíba, Picos, Floriano, Bom Jesus, Esperantina, Piripiri e São Raimundo Nonato. 24

Com o fomento do Governo Federal, a UFPI criou o Centro de Educação Aberta e a Distância (CEAD/UFPI), em 24 de outubro de 2006, como os objetivos de oferecer educação gratuita e de qualidade à população piauiense, e de criar cursos que atendam às necessidades socioeconômicas de cada região. Em 2007, o CEAD/UFPI ofertou 2.550 vagas no vestibular específico, no qual foram inscritos 15.891 candidatos para oito cursos: Bacharelado em Administração, Bacharelado em Sistemas de Informação, Licenciatura em Filosof ia, Licenciat u ra em Pedagogia, Licenciatura em Física, Licenciatura em Ciências Biológicas, Licenciatura em Química e Licenciatura em Matemática. Os cursos tiveram ofertas em 15 polos de apoio

presencial: Água Branca, Alegrete do Piauí, Buriti dos Lopes, Canto do Buriti, Castelo do Piauí, Elesbão Veloso, Esperantina, Floriano, Gilbués, Inhuma, Piracuruca, São João do Piauí, Simões, Simplício Mendes e Uruçuí. O resultado do edital nº2 da UAB, em 2008, contemplou a Universidade Federal com 11 novos polos no Estado: Bom Jesus, Campo Maior, Corrente, Luzilândia, Marcos Parente, Monsenhor Gil, Oeiras, Picos, Piripiri, União e Valença do Piauí, além desses foram aprovados os polos de Avelino Lopes, Jaicós, Pio IX e Redenção de Gurguéia, no ano seguinte, totalizando 15 novos polos. Em 2009, foi realizado o segundo vestibular do CEAD, nele foram ofertadas um total de 2.681 vagas, sendo 1.641 para o Gráfico: ASCOM

Por Indira do Vale

Revista Interação ● Edição Especial


Inglês, Matemática, Sistemas de Informação, Química, LetrasPortuguês, Pedagogia, Ciências Biológicas, Física e Administração Pública, distribuídos entre os 16 polos de apoio presencial no Estado do Piauí (Água Branca, Buriti dos Lopes, Canto do Buriti, Castelo do Piauí, Elesbão Veloso, Floriano, Gilbués, Inhuma, Monsenhor Gil, Oeiras, Piracuruca, São João do Piauí, Simões, Simplício Mendes, Uruçuí e Valença). A lém do vest ibula r tradicional, o Programa Nacional de Administração Pública realizou a segunda oferta para cursos de especialização, contemplando 600 vagas para os cursos de Gestão Pública, Gestão Pública Municipal, Gestão em Saúde, sendo 200 vagas para cada especialização. Anísio de Abreu, Luís Correia, Paes Landim, Regeneração e Teresina ganharam polos de apoio presencial em 2014, juntamente aos municípios baianos de Juazeiro e Campo Alegre de Lourdes. O CEAD/UFPI trabalha em conjunto com a Secretaria da Educação do Estado da Bahia na oferta de cursos Gráfico: ASCOM

provimento dos 15 novos polos conquistados no ano anterior, e 1.040 vagas para abastecer os polos adquiridos em 2007. Com a adesão da UFPI ao P rog r a ma Na cional de Administração Pública (PNAP), vinculado à Universidade Aberta, em 2009, o CEAD passa a ofertar o curso de Bacharelado em Administração Pública, e as especializações em Gestão Pública, Gestão Pública Municipal e Gestão em Saúde. Com isso, o Centro de Educação Aberta e a Distância realizou um vestibular especifico para o PNAP, sendo destinadas 490 vagas para o curso de Bacharelado em Administração Pública e 230 vagas distribuídas entre as especializações, com um total de 720 vagas destinadas ao programa. Todos os cursos do PNAP foram atribuídos em cinco polos já existentes (Floriano, Picos, Simplício Mendes, Bom Jesus e Água Branca). O terceiro vestibular realizado para cursos do CEAD aconteceu em 2012, com oferta de 3.125 vagas para os seguintes cursos de graduação: Administração, Filosofia, Letras-

Revista Interação ● Edição Especial

nos polos de Juazeiro e Campo Alegre de Lourdes, valendo-se da premissa da democratização do acesso à educação superior pública, dando aos moradores do sertão da Bahia o acesso a cursos superiores gratuitos e de qualidade. Em março de 2014, foi lançado o Processo Seletivo Específico para o preenchimento de 6.825 vagas oferecidas em 15 cursos da Universidade Federal do Piauí, por meio do CEAD, em 33 polos da UAB, situados em 31 municípios do estado do Piauí e dois municípios do estado da Bahia. Os cursos de Bacharelado em Administração, Bacharelado em Administ ração Pública, Bacharelado em Sistemas de Informação, Licenciatura em Ciências Biológicas, Licenciatura em Ciências d a Nat u reza , Licenciatura em Computação, Licenciatura em Física, Licenciatura em Filosofia, Licenciatura em Geografia, Licenciatura em História, Licenciatura em Letras-Inglês, Licenciatura em Letras-Português, Licenciatura em Matemática, Licenciatura em Pedagogia e Licenciatura em Química foram distribuídos pelos polos de Água Branca, Anísio de Abreu, Barras, Bom Jesus, Buriti dos Lopes, Campo Maior, Canto do Buriti, Campo Alegre de Lourdes (BA), Castelo do Piauí, Corrente, Esperantina, Gilbués, Inhuma, Jaicós, Juazeiro (BA), Luiz Correia, Luzilândia, Marcos Parente, Monsenhor Gil, Oeiras, Paes Landim, Picos, Pio IX, Piracuruca, Piripiri, Regeneração, São João do Piauí, Simões, Simplício Mendes, Teresina, União, Uruçuí e Valença.

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Convênio com o México Em novembro de 2014, a UFPI firmou um convênio com a Universidade Autónoma de Guerrero (UAGro), do México, com o objetivo de promover a cooperação cient íf ica , tecnológica e cultural por meio de intercâmbios. Essa cooperação só foi possível graças ao Hugo Andrade, egresso do curso de Administração da UFPI na modalidade a distância, que em 2013.2 realizou um intercâmbio na UAGro, por meio do Programa de Bolsas universitárias do Banco Santanter. Além das 6.825 vagas em cursos de graduação, o CEAD/ UFPI também realizou a oferta de 15 cursos de pós-graduação lato sensu: Alfabetização e Letramento, Ecologia, Educação Permanente para Estratégia Saúde da Família, Ensino de Química, Física, Gênero e Diversidade na Escola, Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça, Gestão Educacional em Rede, Gestão em Saúde, Gestão Pública, Gestão Pública Municipal, História Social da Cultura, Informática na Educação, Língua Brasileira de Sinais e Política de Promoção da Igualdade Racial na Escola. No ano

seguinte, 2015, houve a oferta para mais três especializações, a saber: Ensino de Filosofia no Ensino Médio, Ensino de Matemática no Ensino Médio e Ensino de Sociologia no Ensino Médio. Cajazeiras, São José do Peixe ,Santa Cruz do Piauí e Itainópolis Em 2016, os polos de apoio p r e s e n c i a l UA B d e s t e s municípios foram aprovados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O Ministério da Educação, por intermédio do Programa Universidade Aberta, assegura, de maneira concisa, o art. 205 da Constituição Federal, que diz: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. A UFPI, como instituição pública que visa a promoção da educação do ensino superior, dá ao CEAD todo o suporte para o empenho das atividades da modalidade a distância. Hoje, o Centro possui 40 polos ativos de apoio presencial em todo o

2010

2012

Gestão Pública

Gestão Pública

estado do Piauí e dois na Bahia, isso significa que já não se faz necessário o aluno do interior se deslocar para a capital para conseguir o 3º grau, e, consequentemente, qualificar-se para obter melhores oportunidades no mercado de trabalho. Assim como as graduações, o CEAD ainda dispõe de cursos de especialização gratuitos, o que gera benefício ainda maior a quem procura qualificação profissional por meio da UAB. Somente entre os anos de 2010 e 2015 o Centro de Educação Aberta e a Distância formou mais de 2.000 alunos nos cursos de graduação, promovendo aos egressos uma melhor qualidade de vida por meio da educação. 2014 Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça Gênero e Diversidade na Escola Política de Promoção da Igualdade Racial na Escola Gestão Pública Gestão em Saúde Gestão Pública Municipal Alfabetização e Letramento Ecologia Educação Permanente para Estratégia em Saúde da Família Ensino de Química Física Gestão Eduacional em Rede

2015

Ensino de Matemática Ensino de Informática na Educação Filosofia no Ensino Médio Ensino de Língua Brasileira de Sociologia no Sinais Ensino Médio História Social da Cultura

2008

2009

Gestão em Saúde

2011

Gestão em Saúde

2013

Docência do Ensino Superior

Mídias na Educação

Gestão Pública Municipal

Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça

Gestão Pública Municipal

Gestão Escolar

Especializações ofertadas pelo CEAD/UFPI

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Revista Interação ● Edição Especial


A EaD é uma modalidade de amplo alcance social, de mudanças de paradigmas no ensino e de bons resultados comprovados.

Prof. Dr. Gildásio Guedes Fernandes, diretor do CEAD.

Temos resultados bem significativos das avaliações realizadas pelo MEC, nos quais os cursos superiores em EaD têm recebido notas iguais aos cursos presenciais. Isso mostra que a qualidade do ensino não depende da modalidade, mas da competência, da dedicação e do comprometimento daqueles que o fazem.

Prof. Dr. José Arimatéia Dantas Lopes, Reitor da UFPI. Revista Interação ● Edição Especial

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Licenciatura em Química EaD

O

Por Indira do Vale

curso de Licenciatura em Química surgiu em 2007, no primeiro vestibular do Centro de Educação Aberta e a Distância. Naquele ano, foram ofertados 2550 vagas para oito cursos que seriam distribuídos em 15 polos. Sob os cu id a dos do Chefe do Departamento de Química, Francisco Carlos, o curso ficou sob encargo da professora doutora Rosa Lina Gomes que cuidou desde o projeto pedagógico até a formatura da primeira turma. "Na época a educação a distância era uma novidade, então, foi todo um aprendizado, oportunidade de inclusão e chance para aquelas pessoas que não poderiam vir para os grandes centros, onde há universidade pública. Foi um grande desafio! A educação a distância, para mim, foi uma coisa muito nova. Eu aprendi muito, mas eu saí com o dever cumprido", revela a Rosa Lina. A professora doutora Rosa Lina Gomes conta à equipe da revista Interação que o curso de Química foi o primeiro curso do CEAD avaliado pelo INEP: “Foram sorteados os polos que iriam ser avaliados e nosso curso teve aprovação na época. Por ser o primeiro, ficou com nota 3", afirma. Hoje, o atual coordenador do curso de Química, professor doutor Davi Silva, exalta o quão positivo são os frutos dos egressos do curso. “Podemos falar que, no mínimo, 98% dos ex-alunos estão trabalhando na área de licenciatura”, garante o coordenador. O professor relata que grande parte dos alunos licenciados em Química pela modalidade EaD da UFPI atuam nos Ensinos Fundamental e no Ensino Médio, tanto na

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rede privada quanto na rede pública (seja como professor substituto ou como professor efetivo). O coordenador cita o aluno Adelino Quaresma Amorim: “ele se formou em 2012 e hoje é professor da rede Estadual de Ensino, na região de Castelo do Piauí”. Outra aluna de destaque foi Tayna de Paula Bryto. Sobre ela, o professor David Silva relata: “mesmo antes de terminar o Curso, Tayna já trabalhava na rede estadual de ensino (SEDUC-PI), fez seleção para o mestrado, passou! Atualmente, está concluindo o mestrado e também atuou como tutora a distância no curso de Química aqui na EaD”. Por meio do referido Curso, foram promovidos trabalhos de iniciação científica, dentre os quais, “Introdução das Tecnologias Educacionais no processo de ensino e aprendizagem no Ensino Médio em uma escola na rede estadual da Educação”, desenvolvido entre os anos de 2013 e 2014 pela aluna Antônia Maria Alves, como expôs Silva. O curso de Licenciatura em Química está presente em dez polos de apoio presencial UAB: Bom Jesus, Castelo do Piauí, Floriano, Luzilândia, Oeiras, Pio IX, Piracuruca, Redenção de Gurgueia, Simplício Mendes, União e Uruçuí.

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