Revista InterBuss - Edição 233 - 01/03/2015

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REVISTA

INTERBUSS ANO 5 • Nº 233

1 de Março de 2015

LEIA TAMBÉM ARTIGOS E EDITORIAL SOBRE A GREVE DOS CAMINHONEIROS

A GREVE DOS CAMINHONEIROS

MESMO COM PAÍS QUASE PARANDO, GOVERNO CONTINUA INTRANSIGENTE

Paralisação continua ganhando força, sobretudo no sul, e já causa desabastecimento; Movimento começou com churrasco no MT


A REVISTA INTERBUSS QUER LHE OUVIR! ENVIE UM E-MAIL PARA revista@portalinterbuss.com.br E DÊ SUA OPINIÃO SOBRE NOSSAS MATÉRIAS, COLUNISTAS, REPORTAGENS. FAÇA SUGESTÕES E CRÍTICAS. SUA PARTICIPAÇÃO NO NOSSO DIA-A-DIA É MUITO IMPORTANTE PARA NÓS! PARTICIPE CONOSCO E FAÇA UMA REVISTA CADA VEZ MELHOR! AFINAL, ELA É FEITA PARA VOCÊ! REVISTA

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NESTA EDIÇÃO: 28 PÁGINAS

BEM-VINDOS À REVISTA INTERBUSS

GREVE DOS CAMINHONEIROS QU PARALISA O PAÍS, MAS DILMA NÃ

Paralisação continua ganhando força pelo país | A Semana em Revista

| As Fotos da Semana

As melhores fotos de ônibus da Jacob Barata teria sonegado semana nos sites especializados impostos com dinheiro no HSBC Empresário do Rio de Janeiro teria guardado dinheiro no banco denunciado

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| A Semana em Revista

Acidente com ônibus da Viação Cometa deixa 3 mortos em MG Veículo caiu em barranco na altura de Pouso Alegre e ainda deixou diversos outros feridos

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Confira as doze fotos mais interessantes de sites especializados e nas redes sociais. Sua foto pode sair aqui! Publique-a e iremos buscá-la!

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ANO 5 • Nº 233 • DOMINGO, 1 DE MARÇO DE 2015 • 1ª EDIÇÃO - 14h51 (S)

UASE ÃO CEDE

EDITORIAL

A greve dos caminhoneiros

A SEMANA REVISTA

As notícias da semana no setor de transportes

GREVE DOS CAMINHONEIROS

Tudo começou durante churrasco

PÔSTER Fábio Tanniguchi

Marcopolo Viale BRT

Página 12

DEU NA IMPRENSA

As notícias da imprensa especializada

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| Deu na Imprensa

Modernização da Ferrovia CentroAtlântica vai até 2024 Ferrovia centenária está passando por renovação bancada pela VLI

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REDE SOCIAL

O seu espaço na Revista InterBuss

COLUNISTAS Adamo Bazani Ônibus elétricos chineses no Japão

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| Deu na Imprensa

Hidrovia TietêParaná está paralisada há quase um ano Falta de chuva no estado de São Paulo prejudica o escoamento de produtos pela hidrovia

AS FOTOS DA SEMANA As fotos que foram destaque na semana

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COLUNISTAS Marisa Vanessa N. Cruz A maior linha noturna de São Paulo

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A NOSSA OPINIÃO | Editorial

A greve dos caminhoneiros e a paralisação do governo A paralisação dos caminhoneiros em diversas partes do país mostra muito mais do que reivindicações pela redução dos custos de transporte, mas também a insatisfação da maioria dos brasileiros com a atual situação do seu dia-a-dia, com tudo muito mais caro e com qualidade cada vez mais baixa. A alta dos combustíveis foi o estopim para a eclosão de uma revolta popular que por enquanto ainda está concentrada nas redes sociais e nas conversas informais, mas já está marcado para o dia 15 de março uma grande manifestação a nível nacional para a reivindicação de melhorias. O que mais revoltou a população foi o fato dela ser a principal vítima dos apertos promovidos pelo governo federal para evitar que a situação da economia piore ainda mais, e os reflexos de tudo isso já pode ser visto em vários setores. No mercado do transporte público, os problemas começam desde a produção dos ônibus. A maioria dos fabricantes de carrocerias e de chassis para ônibus estão neste momento em férias cole-

tivas, situação que se perdura desde o carnaval em virtude da drástica queda na compra de veículos. Há também problemas em relação ao abastecimento de ônibus, pois após a alta dos derivados do petróleo, houve um consequente e óbvio aumento nos custos. O problema é que a alta da tarifa do transporte, de forma generalizada, aconteceu antes do aumento do combustível, e isso acabou onerando ainda mais o setor, que está prejudicando várias empresas, sobretudo as de menor porte. Por enquanto não houve nada prejudicial ao passageiro final, mas a médio prazo poderemos visualizar alguns problemas. As ações do governo federal para cortar custos estão caindo sobre o contribuinte final, principalmente o mais pobre. O aumento de impostos e de custos em geral está prejudicando a população. Para atender às expectativas dos caminhoneiros, que estão paralisados, o governo federal fez algumas propostas, meio descabidas, mas as fez. Uma das que mais chamou a

REVISTAINTERBUSS Uma publicação da InterBuss Comunicação Ltda. DIRETOR-PRESIDENTE / EDITOR-CHEFE Luciano de Angelo Roncolato JORNALISTA RESPONSÁVEL Anderson Rogério Botan (MTB) EQUIPE DE REPORTAGEM Felipe de Souza Pereira, Tiago de Grande, Luciano de Angelo Roncolato, Chailander de Souza Borges, Anderson Rogério Botan, Guilherme Rafael EQUIPE FIXA DE COLUNISTAS Marisa Vanessa Norberto da Cruz, José Euvilásio Sales Bezerra, Adamo Bazani, Luciano de Angelo Roncolato e Fábio Takahashi Tanniguchi REVISÃO Felipe Pereira e Luciano de Angelo Roncolato ARTE E DIAGRAMAÇÃO Luciano de Angelo Roncolato AGRADECIMENTOS DESTA EDIÇÃO Agradecemos à Adriano Minervino, Márcio Spósito, Ailton Florêncio e Douglas de Cézare pelas fotos enviadas esta semana para capa, matérias e pôster. SOBRE A REVISTA INTERBUSS A Revista InterBuss é uma publicação semanal do site Portal InterBuss com distribuição on-line livre para todo o mundo. Seu público-alvo são frotistas, empresários do setor

de transportes, gerenciadores de trânsito e sistemas de transporte, poder público em geral e admiradores e entusiastas de ônibus de todo o Brasil e outros países. Todo o conteúdo da Revista InterBuss provenientes de fontes terceiras tem seu crédito dado sempre ao final de cada material. O material produzido pela nossa equipe é protegido pela lei de direitos autorais e sua reprodução é autorizada após um pedido feito por escrito, e enviado para o e-mail revista@portalinterbuss. com.br. As fotos que ilustram todo o material da revista são de autoria própria e a reprodução também é autorizada apenas após um pedido formal via e-mail. As imagens de autoria terceira têm seu crédito disponibilizado na lateral da mesma e sua autorização de reprodução deve ser solicitada diretamente ao autor da foto, sem interferência da Revista InterBuss. A impressão da revista para fins particulares é previamente autorizada, sem necessidade de pedido. PARA ANUNCIAR Envie um e-mail para contato@portalinterbuss.com. br ou ligue para (19) 9483-2186 e converse com nosso setor de publicidade. Você poderá anunciar na Revista InterBuss, ou em qualquer um dos sites parceiros do grupo InterBuss, ou até em nosso site principal. Temos diversos planos e com certeza um deles se encaixa em seu orçamento. Consulte-nos! PARA ASSINAR Por enquanto, a Revista InterBuss está sendo disponibilizada livremente apenas pela internet, através do site www.portalinterbuss.com.br/revista. Por esse motivo, não é possível fazer uma assinatura da mesma. Porém, você pode se inscrever para receber um alerta assim que a próxima edição sair. Basta enviar uma mensagem

atenção foi a liberação dos caminhões sem carga do pagamento de pedágio nas rodovias federais, já que boa parte está pedagiada em virtude do programa de “concessões” (neste governo, privatização tem um novo nome, para não dizer que faz o mesmo que os antecessores). O problema é que esse custo deverá ser passado para alguém, e caso a proposta seja aprovada, com certeza os demais contribuintes e pagantes dos pedágios arcarão com isso, passando a pagar uma tarifa ainda mais alta, que já é bastante cara, e isso já foi informada pela associação das concessionárias de rodovias brasileiras. O grande problema no Brasil é que tudo o que beneficia uma pequena parte, acaba caindo como ônus pesado para toda a maioria que não é beneficiada. Isso podemos ver, por exemplo, nos largos benefícios concedidos aos idosos: tarifa gratuita de transporte, redução nos preços de medicamentos, etc, porém alguém paga por essas benesses, e são todos os demais contribuintes, pois na verdade quem deveria fazer esse pagamento era o próprio governo mas no final acaba sendo rateado entre todos, onerando ainda mais a população. Não podemos mais conviver com tanto desmando e tantas benesses para poucos e ônus para muitos. A situação é crítica e cabe apenas à população mudar esse cenário.

Expediente para revista@portalinterbuss.com.br e faremos o cadastro de seu e-mail ou telefone e você será avisado. CONTATO A Revista InterBuss é um espaço democrático onde todos têm voz ativa. Você pode enviar sua sugestão de pauta, ou até uma matéria completa, pode enviar também sua crítica, elogio, ou simplesmente conversar com qualquer pessoa de nossa equipe de colunistas ou de repórteres. Envie seu e-mail para revista@portalinterbuss.com.br ou contato@portalinterbuss.com. br. Procuramos atender a todos o mais rápido possível. A EQUIPE INTERBUSS A equipe do Portal InterBuss existe há nove anos, desde quando o primeiro site foi ao ar. De lá pra cá, tivemos grandes conquistas e conseguimos contatos com os mais importantes setores do transporte nacional, sempre para trazer tudo para você em primeira mão com responsabilidade e qualidade. Por conta disso, algumas pessoas usam de má fé, tentando ter acesso a pessoas e lugares utilizando o nome do Portal InterBuss, falando que é de nossa equipe. Por conta disso, instruímos a todos que os integrantes oficiais do Portal e Revista InterBuss são devidamente identificados com um crachá oficial, que informa o nome completo do integrante, mais o seu cargo dentro do site e da revista. Qualquer pessoa que disser ser da nossa equipe e não estiver devidamente identificada, não tem autorização para falar em nosso nome, e não nos responsabilizamos por informações passadas ou autorização de entradas dadas a essas pessoas. Qualquer dúvida, por favor entre em contato pelo email contato@portalinterbuss.com.br ou pelo telefone (19) 9483.2186, sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia.


DE 22 A 28 DE FEVEREIRO DE 2015

A SEMANA REVISTA Destaque

Jacob Barata tem seu nome citado no escândalo do HSBC O Globo

Empresário do transporte do Rio de Janeiro teria dinheiro no banco inglês, que ajudou a sonegar bilhões em impostos • Carta Capital

ntato@j.com.br

Parte dos documentos vazados da filial suíça do banco inglês HSBC mostram que empresários de ônibus do Rio de Janeiro também se beneficiavam do esquema de contas secretas no País. No total, brasileiros ligados a empresas de transportes possuíam 38,2 milhões de dólares (109,5 milhões de reais) entre 2006 e 2007 na instituição. As informações fazem parte da investigação contra o banco inglês, que ajudou 106 mil clientes a sonegar impostos no valor de 120 bilhões de dólares (334 bilhões de reais) entre 1988 e 2007 no mundo. De acordo com o blog do jornalista Fernando Rodrigues, o empresário mais conhecido citado na lista é Jacob Barata, de 83 anos, conhecido como o “Rei do Ônibus” no Rio de Janeiro. A família Barata tem participação em 16 empresas de ônibus municipais do Estado fluminense e, segundo os documentos, manteve 17,6 milhões de dólares (50,5 milhões de reais) em conta conjunta entre Jacob, a mulher Glória e seus filhos Jacob, David e Rosane. A conta existia há 25 anos, sendo que Glória e Rosane foram agregadas em 2004. A partir de 2004, de acordo com as informações contidas nos documentos, o dinheiro passou a ser movimentado por uma empresa offshore autorizada a fazer depósitos e retiradas: a Bacchus Assets Limited, com sede em Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas, um território ultramarino do Reino Unido que funciona como paraíso fiscal por ter impostos muito baixos ou inexistentes. A família nega a existência das contas. O caso do HSBC veio à tona quando um ex-funcionário, chamado Hervé Falciani, vazou os documentos que revelam o esquema. Segundo esses dados, o banco orientava seus clientes a fugir de impostos e permitia

REVISTAINTERBUSS • 01/03/15

JACOB BARATA • Um dos empresários citados no escândalo de sonegação do HSBC que sacassem grandes quantias em dinheiro, respeitando a lei e pagando impostos”. Ainda o que sugere que o HSBC ajudava essas pes- segundo o blog, informações sobre alguns dos soas a transportar quantias sem declará-las, correntistas foram passadas em sigilo para a facilitando crimes como a lavagem de dinhei- Receita Federal e o Conselho de Controle ro. Além disso, ajudou a manter contas secre- de Atividades Financeiras (Coaf), órgão do tas, para evitar que clientes ricos tivessem de Ministério da Fazenda responsável por emitir pagar imposto de renda. E ainda abriu contas alertas de fraudes para a Polícia Federal e outpara criminosos e corruptos. ras instituições brasileiras. A Receita, afirma No Brasil, o “SwissLeaks” foi reve- o jornalista, “nunca demonstrou interesse em lado pelo blog do jornalista Fernando Ro- investigar ou analisar os dados”, enquanto drigues no portal UOL. Segundo o blog, con- o Coaf disse não ter visto novos crimes na stam na lista 6.606 contas bancárias de 8.667 amostra de cerca de 400 nomes enviados pelo clientes brasileiros, com um valor movimen- blog ao órgão. tado de cerca de 20 bilhões de reais. A lista Contrariando sua própria lógica, completa não será divulgada, afirmou o jor- contudo, Fernando Rodrigues divulgou os nalista, pois se trataria “de uma invasão de nomes de envolvidos na Operação Lava-Jato privacidade indevida no caso de pessoas que que têm conta no banco antes que eles sofrespodem ter aberto contas no exterior de boa fé, sem alguma condenação.

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A SEMANA REVISTA Minas Gerais

Acidente com ônibus da V. Cometa mata 3 na Fernão • G1 Sul de Minas @terra. com.br

Pelo menos seis passageiros do ônibus que caiu em um barranco na manhã desta quarta-feira (25) na Rodovia Fernão Dias, permanecem em observação no Hospital das Clínicas Samuel Libânio, em Pouso Alegre (MG). O acidente aconteceu por volta das 4h30 no km 838, em São Sebastião da Bela Vista (MG), e deixou três pessoas mortas. Segundo um dos sobreviventes, sair do veículo foi uma das principais dificuldades. “Nenhuma saída de emergência funcionou”, relatou o padeiro Alan Douglas. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, o ônibus da Viação Cometa havia saído de Belo Horizonte (MG) às 22h45 com 34 pessoas e seguia em direção a São Paulo (SP), quando o motorista perdeu o controle do veículo e caiu em um barranco. “Como o ônibus estava em uma reta ou o motorista dormiu ou passou mal”, observou o inspetor Emílson Loures da Silva. Passageiros disseram à reportagem que o veículo estava em alta velocidade no momento do acidente. Para sair do ônibus, que tombou de lado em meio a um bambuzal, foi preciso quebrar vidros e quebrar portas. Algumas vítimas ficaram presas em meio às ferragens e uma equipe do Corpo de Bombeiros teve que usar cordas e um desencarcerador para chegar até elas. O motorista Paulo Sérgio Peixoto, José Geraldo Tomaz, de 51 anos, e Antônia Maria Costa, de 63 anos, morreram no local. Os corpos foram encaminhados para o IML

ACIDENTE • Ônibus da Viação Cometa caiu em barranco na Rodovia Fernão Dias de Pouso Alegre. mas e familiares. A empresa informou tam Segundo a assessoria de imprensa bém que vai averiguar as causas do acidente. do Hospital das Clínicas Samuel Libânio, até Leia a nota na íntegra: o início da noite desta quarta-feira (25), duas A Viação Cometa lamenta profunpessoas estavam na UTI: Zenilton Pereira dos damente o acidente ocorrido nesta QuartaSantos e Evaldo Pereira dos Santos. Além Feira, dia 25 de fevereiro, na rodovia Fernão deles, outras seis pessoas permanecem em Dias (sentido São Paulo, altura do KM 838, observação no pronto-socorro do hospital. na cidade de São Sebastião de Bela Vista), Os funcionários da concessionária envolvendo um ônibus da empresa. que administra a rodovia e a empresa de Todas as providências no sentido transporte rodoviário tiveram trabalho para de oferecer assistência médica e apoio psiretirar o ônibus, que ficou totalmente destruí- cológico para as vítimas e/ou seus familiares do. Segundo trabalhadores da empresa, que já estão em andamento. não quiseram dar entrevista, o veículo será A empresa informa ainda que vai levado para São Paulo (SP). averiguar as causas do acidente junto aos Em nota, a empresa Cometa lamen- órgãos responsáveis. A Viação Cometa reitou o acidente e informou que tomará todas as tera o zelo pelo cumprimento da legislação de providências no sentido de oferecer assistên- trânsito e pela vida dos passageiros e populacia médica e apoio psicológico para as víti- ção.

Motoristas de ônibus abusam da alta velocidade na via MG-030

• O Tempo

@terra.com.br

A ausência de radares também tem provocado medo nos usuários dos ônibus que passam pela MG–030. Eles alegam que os motoristas já não respeitam o limite de velocidade de 60 km/h e colocam em risco passageiros e pedestres. Na última terça-feira, uma batida entre um ônibus e um caminhão deixou um morto e outras 30 pessoas feridas, no trevo

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de Nova Lima. A recepcionista Alice Regina Silva, 27, pega ônibus na estrada todos os dias e diz que o comportamento dos motoristas piorou bastante nos últimos meses, coincidentemente, desde o desligamento dos radares. “Grande parte dos motorista não respeita os limites de velocidade e, se nada for feito, outros acidentes vão acontecer aqui, com mais gente morta”, critica.

O maior fluxo de caminhões também tem gerado preocupação em Alice. Ela alerta que os pontos de ônibus ficam na rodovia e que por vários momentos quase presenciou batidas com as carretas que estão em alta velocidade e se deparam com os coletivos parados nos pontos de embarque. “Você pode olhar que está cheio de marca de freada. É tudo de caminhão que quase bateu em ônibus. Isso logo depois de um radar, desligado”.

01/03/15 • REVISTAINTERBUSS


Goiás

Adolescente é apreendido após pular em ônibus durante protesto • G1 Goiás

com.br @terra. Um adolescente de 17 anos foi apreendido, na tarde desta quinta-feira (26), após subir em cima de um ônibus durante o protesto contra reajuste da passagem, em Goiânia. O movimento fecha o Terminal Praça A, no Setor Campinas, desde às 8h30. O menor foi flagrado pulando no teto e depredando o veículo (assita ao vídeo acima). Além dele, dois homens, de 34 e 25 anos, também foram presos por incitar a violência, segundo a Polícia Militar. Nas imagens é possível ver o adolescente sendo imobilizado por policiais militares logo após descer do ônibus. Ele e os outros dois detidos foram levados para a Delegacia Estadual de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), onde devem ser autuados. De acordo com a PM, cerca de 200 pessoas participam do movimento, que questiona o reajuste da passagem para R$ 3,30. Alguns dos manifestantes sentaram em frente ao ônibus para impedir a passagem e fecharam o terminal. Em nota, a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) informou que encaminhou representantes para

APREENDIDO • Menor pulou em cima de ônibus da Metrobus durante protesto em Goiânia dialogar com os manifestantes, mas alega que e vandalismo. a proposta foi recusada. A passagem de ônibus passou de R$ Ainda de acordo com o comuni- 2,80 para R$ 3,30, no último dia 16 de fecado, os ônibus que passam pelo terminal vereiro. A CMTC alegou que o governo não estão realizando o embarque e desembarque cumpriu com o acordo acertado no ano pasdos passageiros em pontos externos ao ter- sado de pagar a metade dos custos das passaminal. gens gratuitas. O anúncio foi feito na véspera Por fim, a CMTC diz que defende o do recesso de carnaval e a medida já motivou direito de ir e vir do cidadão, mas que repudia outro protesto na capital, quando dois hoo fechamento do terminal e atos de violência mens foram presos.

Pará

Ataque incendiários a ônibus em Belém deixa cinco veículos destruídos • G1 Pará

@terra. com.br

A Polícia Civil e a Secretaria de Segurança Pública do Pará investigam o ataque a pelo menos cinco ônibus durante a noite de quinta (26) e madrugada de sexta-feira (27) em Belém. Os veículos foram incendiados por criminosos. Não há informações sobre feridos. De acordo com a Polícia Civil, até o momento tem o registro de cinco situações que ocorreram entre as 22h30 de quinta (26) a 2h30 da madrugada desta sexta-feira (27). Por volta das 22h30, um grupo de criminosos invadiu um ônibus, mandou os passageiros e rodoviários descerem e tentou incendiar o veículo. Com a intervenção da Polícia Militar, os homens fugiram e o fogo

REVISTAINTERBUSS • 01/03/15

foi controlado. Por volta de meia noite houve outra tentativa de incêndio a um ônibus na Estrada do Curuçambá. Quase que simultaneamente,

na travessa Pirajá com a Pedro Miranda, houve o ataque a outro ônibus, que não chegou a pegar fogo completamente. No início da madrugada, dois coletivos ficaram destruídos com o incêndio. Um dos casos ocorreu no Paar, em Ananindeua e outro em Marituba, na região metropolitana. A Polícia Civil informou que os casos estão sendo investigados pela inteligência do órgão de segurança pública e não descarta a possibilidade das ocorrências terem sido planejadas. Por causa dos ataques, rodoviários decidiram paralisar as atividades na madrugada desta sexta-feira (27) com medo da violência. Eles só começaram a circular às 6h. Muitas pessoas ficaram esperando nas paradas de ônibus.

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A SEMANA REVISTA Santa Catarina

Dois ônibus são queimados por criminosos em Criciúma • Diário Catarinense @terra. com.br

Um ônibus foi incendiado por volta das 20h40min da noite desta sexta-feira no Bairro Paraíso, em Criciúma. Segundo informações do Coronel Márcio Cabral, do 9º Batalhão da Polícia Militar, um grupo de cerca de 10 pessoas parou o ônibus na Rua Silvino Rovaris, pediu para todos os ocupantes descerem e ateou fogo no automóvel. Depois, ainda atirou contra o ônibus em chamas. De acordo com o relatório do Corpo de Bombeiros, ao chegar ao local do incêndio, a viatura foi apedrejada por moradores da região. Pela insegurança, os Bombeiros fizeram um combate rápido ao fogo e logo retornaram ao quartel, já que não havia feridos ou residências próximas em risco. O ônibus era da empresa Expresso Forquilhinhas. A PM desconfia que o ato tenha sido uma retaliação à morte de dois homens em trocas de tiro com a polícia na quinta-feira. Ainda não se sabe quantas pessoas estão envolvidas no crime, mas ninguém foi preso. O caso será encaminhado à polícia civil para investigações. As linhas de ônibus que passam pela Rua Silvino Rovaris serão desviadas para ruas próximas pelo menos até a manhã de sábado. O local do crime é o mesmo em que foi realizado o primeiro ataque a ônibus da onda de atentados comandada por facções criminosas em 2012.

CRIME • Ônibus ficou totalmente destruída após ser incendiado em Criciúma Mais um ônibus incendiado veículo. Pouco mais tarde, às 23h40min, o Cabral diz que os dois casos ocorreCorpo de Bombeiros de Santa Catarina publi- ram longe um do outro, há cerca de 25km de cou nas redes sociais que mais um ônibus ha- distância. Contudo, ele afirma que é possível via sido incendiado, desta vez no bairro Linha que os dois casos estejam relacionados pois a Batista, no trajeto entre Criciúma e Morro da forma de agir foi a mesma. Fumaça. De acordo com o Coronel Márcio Segundo o delegado Jorge Koch, a Cabral, da PM, duas pessoas em uma moto polícia civil e militar de Criciúma vai se repararam o ônibus, pediram para as pessoas unir durante a tarde para discutir os incidendescerem e atearam fogo. Por ser próximo ao tes e pensar em estratégias que possam coibir ponto final da linha, havia poucas pesssoas no outras ações semelhantes.

Alagoas

Veleiro assumirá linhas da Tropical

• G1 Alagoas @terra. com.br

A empresa Veleiro foi autorizada pela Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas (Arsal) a assumir, por um prazo de 180 dias, as linhas intermunicipais Maceió/Rio Largo, via Mata do Rolo e Gustavo Paiva, Maceió/Cruzeiro do Sul e Maceió/Aeroporto Zumbi dos Palmares, via Ponta Verde e Terminal Rodoviário João Paulo II. A empresa que atendia essas linhas anteriormente, a Transportes Tropical, foi impedida de continuar a operá-las, por determinação da Arsal. O motivo foi a inadequação da frota da empresa em relação à idade e a acessibilidade.

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O acordo entre a Arsal e a empresa foi assinado na quarta-feira (25). A partir de então, a Veleiro tem 45 dias para apresentar uma frota devidamente vistoriada por órgão credenciado junto à Agência, para então começar a funcionar. O extrato do acordo será publicado na edição de sexta-feira (27) do Diário Oficial do Estado (DOE). Como condições para o início das operações, os 34 veículos estimados pela empresa para atenderem as linhas não podem estar rodando há mais de 10 anos, devem estar em bom estado de conservação e contar com acessibilidade. “Com esse contrato, buscamos corrigir as deficiências existentes nas linhas opera-

das hoje e, dessa forma, beneficiar os passageiros da região com um transporte rodoviário intermunicipal convencional de maior qualidade”, explica o presidente da Arsal, Waldo Wanderley. Contudo, a agência determinou que a Tropical continue a operar durante o período de transição, para que os cerca de 20 mil passageiros diários, atendidos pelas linhas que operam na região de Rio Largo, não fossem prejudicados. Ao todo, são mais de 180 viagens ao dia. O perído de operação de 180 dias pode ser renovado. Durante esse tempo, a Transporte Tropical, detentora das linhas, pode solucionar as irregularidades apontadas pela Arsal.

01/03/15 • REVISTAINTERBUSS


Sergipe

BRT de Aracaju terá dez faixas e atenderá 4 cidades

• G1 Sergipe @terra. com.br

Os prefeitos de Aracaju, Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão se reuniram nesta quinta-feira (26) para finalizar os ajustes do projeto de mobilidade urbana que integra as cidades através do sistema BRT (Bus Rapid Transit), conhecido como transporte rápido por ônibus. O BRT é um sistema que prevê corredores e canaletas exclusivas para a circulação de ônibus, a adaptação e modernização dos terminais, sinalização adequada com semáforos sincronizados que abrem com a aproximação dos ônibus. “A gente vem discutindo sobre a mobilidade entre a capital e a área metropolitana há cerca de dois anos. O projeto feito na gestão anterior só previa o BRT em Aracaju, mas nós não poderíamos retroceder um ganho da população que já tem décadas que é a integração dessas quatro cidades. Por isso demorou até acertarmos os detalhes de um novo projeto, agora acredito que já esteja tudo bem encaminhado porque temos pressa em resolver o caos no trânsito de Aracaju”, afirma João Alves Filho, prefeito da capital. Segundo a arquiteta e urbanista Anive Alcântara Soares, o BRT é um transporte integrado com uma hierarquia de linhas troncais que serão a estrutura básica do sistema e

REVISTAINTERBUSS • 01/03/15

PROJETO • Prefeitos das quatro cidades a serem atendidas pelo BRT conhecem o projeto que trafegarão em faixas exclusivas parando de livre circulação de ônibus. Os gestores dos nos terminais para absorver as demandas das municípios vão analisar o projeto detalhadademais linhas alimentadoras que vão transitar mente e na próxima semana vão até Curitiba entre os bairros. para conhecer o BRT em pleno funcionamen “As linhas troncais terão ônibus com to. Após isso, cada um deles deverá assinar capacidade maior, paradas em estações tubo um termo de intenção de cooperação para que permitem o pagamento antecipado da fazer parte de um consórcio responsável pelo tarifa, o embarque e o desembarque em nível. transporte público. Isso acarreta a redução do tempo de viagem “Depois de formado o consórcio decom a mesma frota e levando uma quantidade verá ser aberto o processo licitatório para a maior de gente”, detalha Anive, consultora de implantação do BRT. Precisamos que o Esmobilidade urbana e uma das elaboradoras do tado e os quatro prefeitos estejam em acordo projeto. para dar continuidade ao projeto”, destaca O investimento inicial é de R$ 137 Georlize Teles, gestora da Secretaria Municimilhões para a construção de dez corredores pal da Defesa Social e da Cidadania (Semdec).

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GREVE DOS CAMINHONEIROS

TUDO COMEÇOU DURA NO CARNAVAL DE LUCA

Paralisação começou a ser discutida durante o feriado de carnaval em

• Época / Mídia News @terra. com.br

A greve dos caminhoneiros autônomos que atormenta a população e o governo federal começou num churrasco na cidade de Lucas do Rio Verde (MT), a 360 quilômetros de Cuiabá, um dos principais polos agrícolas do país. Revoltados com o aumento de seus custos – e do preço do diesel, em especial –, caminhoneiros autônomos, pequenos e médios empresários do ramo do transporte de carga passaram o Carnaval discutindo, em churrascos, o que fazer para reverter a situação de crise no setor. Após dias de conversa, decidiram que a melhor forma de chamar a atenção do governo era paralisar rodovias do Estado. Como um rastilho de pólvora, o movimento se espalhou pelo Brasil. Nos dias seguintes, caminhoneiros de cidades vizinhas e de Estados como Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul entraram em contato com os colegas de Lucas do Rio Verde para saber como eles estavam atuando. “A ideia foi nossa, dos empresários do transporte aqui da cidade, devido ao alto custo operacional. Não há nenhum sindicato. Chegamos a um ponto em que estava todo mundo morto, ninguém conseguia salvar ninguém. Fizemos uma reunião e começamos a colocar caminhão na pista e paralisar”, diz Gilson Baitaca, empresário do ramo de transporte em Lucas do Rio Verde. A expansão de um movimento que começou despretensioso e tomou conta do país, causando milhões de reais em prejuízos e deixando diversas cidades do interior do país sem abastecimento de gasolina por alguns dias, fez com que o governo federal tivesse de chamar representantes do setor para negociar. Como o movimento havia se espalhado por diversos Estados e não havia lideranças específicas com quem o Palácio do Planalto pudesse dialogar, o governo optou por convocar para uma reunião, na última quarta-feira, representantes de alguns sindicatos. “Nós sentamos com o governo para achar uma solução de um pacote. Conversamos muito com os ministros pra ver se conseguíamos abaixar o preço do diesel. Só essa discussão do

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GREVE NAS ESTRADAS • Paralisação dos caminhoneiros já começa a trazer reflexos para a ec preço do óleo levou quase cinco horas dentro da junto pelas entidades dos caminhoneiros e sala. O governo não queria ceder”, diz Everaldo das transportadoras com os embarcadores. Bastos, presidente do Sindicato dos Trabalha- A negociação será mediada pelo dores Autônomos de Carga do Vale do Paraíba, Ministério dos Transportes no próximo dia um dos chamados ao Planalto. 10 de março. No entanto, o ministro dos Após mais dez horas de negociação, Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, decomandada por Miguel Rosseto, ministro da ixou clara a condição básica para que tudo Secretaria Geral da Presidência, governo e isso ocorra. “Só vai ser cumprido o que nós sindicatos anunciaram um acordo, na madru- combinamos na hora que as estradas forem gada de quinta-feira. Na teoria, o acerto sig- liberadas”, disse Antônio Carlos Rodrigues. nificaria o fim das paralisações pelo país. Como o movimento é autônomo e No pacote de medidas oferecido sem liderança hierarquizadas, caminhoneiros pelo governo estavam a renegociação de dív- de diversos Estados do país estão mantendo a idas do setor, a garantia de que o preço do paralisação das estradas, mesmo após o anúndiesel não subirá pelos próximos seis meses cio do acordo e do pacote de medidas proe a elaboração de uma tabela referencial para posto pelo governo. o preço dos fretes. A tabela será feita em con- ”Essas medidas do governo são

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ANTE UM CHURRASCO AS DO RIO VERDE/MT

m um churrasco no Mato Grosso, por conta da alta do preço do diesel

conomia, com a paralisação de fábricas e perda de carga parada. Foto: Blog do Caminhoneiro reivindicações que estão na pauta, mas não honeiros e com visível dificuldade para neatendem as nossas necessidades. Estamos gociar com o movimento, o governo fedaguardando e não retornaremos ao trabalho eral anunciou na última quinta-feira que os sem a tabela de fretes mínimos. Esse é o fator caminhoneiros que insistirem nos bloqueios principal”, diz Gilson Baitaca. passarão a ser multados. Ele afirma que tudo continuará O ministro da Justiça, José Eduardo parado no Mato Grosso enquanto a princi- Cardozo, afirmou que a Polícia Rodoviária pal reivindicação não for atendida, mesmo o Federal passará a multá-los com valores que governo já tendo marcado um encontro para variam entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. resolver a questão dos preços dos fretes para “A decisão do valor não é do govo início de março. erno, é da Justiça. Estamos cumprindo or “Se não tiver nenhuma solução até dens judiciais”, disse Cardozo. A Associação dia 10, vamos ficar parados até lá. Acho que Brasileira de Logística e Transporte de Carga o governo não vai esperar tanto porque vai avalia que o prejuízo à economia causado comprometer a safra da soja e a plantação do pelas paralisações supere o valor de R$ 20 milho”, diz Baitaca. milhões por dia. Irritado com a postura dos camin- Precursores do movimento que as-

REVISTAINTERBUSS • 01/03/15

susta e causas sérios problemas para o governo federal, os mato-grossenses não parecem satisfeitos com o fato de nenhum líder local ter sido convocado para a reunião em Brasília, que reuniu presidentes e diretores de sindicatos de todo o Brasil. “Não havia representante do Mato Grosso nas negociações com o governo. Esse pessoal que foi negociar não tinha competência para estar negociando”, disse Miguel Mendes, diretor-executivo da Associação dos Transportadores de Carga do Mato Grosso. Mesmo após ter enfrentado grandes manifestações de rua, desde junho de 2013, o governo parece ainda não ter encontrado a melhor forma de negociar com movimentos horizontais, órfãos de grandes líderes.

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REVISTAINTERBUSS FÁBIO TANNIGUCHI ITAJAÍ TRANSPORTES COLETIVOS • CAMPINAS/SP



DEU NA IMPRENSA Transpo Online - A Greve dos Caminhoneiros

• Do Site da Transpo Online jsalto@portalcopa2014.com.br por Mauro Roberto Schlüter

Mais uma vez o país enfrenta uma paralisação dos caminhoneiros autônomos. Uma categoria profissional que não possui capacidade articulação suficiente para organização com tal magnitude de impacto realiza bloqueios em diversas rodovias e fornece a evidência do caráter de espontaneidade do movimento. As consequências começam a ser percebidas através do desabastecimento de bens em centros urbanos onde os bloqueios são mais intensos. De certo modo, o cenário que a categoria vivencia atualmente pouco difere do cenário que desencadeou paralisações anteriores e sugere a necessidade de melhor conhecimento acerca do funcionamento do sistema logístico de transportes do país. O Brasil possui a sua matriz de transportes concentrada no modal rodoviário, que representa mais de 60% do total de cargas transportadas. Esta representatividade se deve em parte a boa versatilidade do transporte rodoviário (boa acessibilidade e disponibilidade de veículos), auxiliado pelo baixo investimento em infraestrutura nos demais modais e baixa competição entre os operadores de cada modal (manutenção de monopólios e oligopólios). Seria correto presumir que tal domínio poderia colocar as empresas de transporte rodoviário em relação de supremacia perante os demais modais, mas não é o que ocorre. O setor de transporte rodoviário de cargas é formado por mais de 170.000 empresas transportadoras e 857.000 autônomos, com um total geral de mais de 2.250.000 de veículos, segundo a ANTT. Além desses números, o setor ainda conta com pouquíssimas barreiras regulamentares de entrada de novas empresas e uma tecnologia de operação conhecida pela sua baixa exigência de conhecimento. O contexto induz elevada competição e baixa diferenciação dos serviços prestados pelas transportadoras e neste sentido, pratica-se a menor tarifa possível como forma de captação de serviços. Trata-se na prática de um mercado que tende a concorrência perfeita (competição plena com menor valor de tarifa).

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O caminhoneiro autônomo é fornecedor de serviços de transporte, mas não oferece os seus serviços diretamente às indústrias e comércio, e sim às transportadoras organizadas. Estas por sua vez, contam com os caminhoneiros como uma “frota flutuante”, que pode ser utilizada como regulador do ajuste entre oferta e demanda por serviços de transporte. Se a quantidade de cargas for superior à frota da transportadora, contratase o caminhoneiro autônomo. Ocorre que a remuneração recebida pelo autônomo, conhecida como “frete carreteiro”, não é calculada com base na distância percorrida e tempo de viagem, mas sim pelas leis de mercado (oferta e demanda). Se existe uma quantidade de carga maior do que a oferta de veículos para o transporte, o valor do frete carreteiro aumenta e o inverso é verdadeiro. A recente ausência de crescimento econômico repercutiu na demanda e por consequência nas cadeias produtivas que extraem e beneficiam as matérias primas, partes e conjuntos dos produtos de consumo final. Estão todos abastecidos e com baixa perspectiva de novas movimentações de produtos ao longo das empresas das cadeias produtivas, o que

impacta diretamente no valor do frete carreteiro. Neste contexto, as despesas tornam-se mais significativas e comprometem a rentabilidade do serviço prestado pelos caminhoneiros autônomos. A prova do baixo valor pago pelo frete carreteiro pode ser constatada através da idade média da frota dos veículos simples e veículos tratores pertencentes aos caminhoneiros autônomos (que representam aproximadamente 625.000 veículos, ou 60% da frota dos caminhoneiros autônomos), que são de 24 anos e 18 anos respectivamente. Isto significa que o valor recebido pelo frete carreteiro não é suficiente para financiar a troca do veículo. Diante disso é possível concluir que o recente aumento do óleo diesel autorizado pelo governo, é tão somente a ponta conjuntural de um iceberg que possui uma parte estrutural submersa muito maior e mais complexa. A solução para este problema não é impossível, mas certamente será de difícil implementação em razão das forças que atuam sobre este cenário. *Mauro Roberto Schlüter é professor de Logística da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas.

01/03/15 • REVISTAINTERBUSS

Divulgação

Artigo: O aumento do diesel é só o princípio


RESUMO DAS PRINCIPAIS NOTÍCIAS DA IMPRENSA ESPECIALIZADA

Transpo Online - A Greve dos Caminhoneiros

Artigo: A crise no transporte é um caos já anunciado • Do Site da Transpo Online jsalto@portalcopa2014.com.br por Milton Favaro Junior*

Uma crise anunciada. É dessa forma que a Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Pneus (ABIDIP), analisa os eventos que paralisam o tráfego nas estradas de diversos estados, em um movimento que une motoristas autônomos, empresas de transporte e logística e entidades representativas do setor transportador – que questionam o impacto do alto preço dos combustíveis e dos pedágios no custo do frete, além da total falta de infraestrutura logística. Os custos sobem, mas os preços dos fretes continuam os mesmos. A ABIDIP alertou e vem alertando a sociedade acerca das ações que vêm sendo orquestradas nos bastidores de Brasília e que se refletem no que estamos assistindo hoje: greves, movimentos paradistas, empresas desativando o chão de fábrica, cidades inteiras com risco de desabastecimento de gêneros de primeira necessidade. E porque tudo isso? Por que o preço do diesel subiu? Mas não é só o preço do diesel que subiu, mas também o dos pedágios, e, principalmente, dos pneus. Combustível e pneus são dois insumos que definem a saúde financeira, o lucro ou o prejuízo de uma empresa de transportes. Mas só o diesel subiu? Dados do Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos da NTC& Logística (Decope), mostram que entre janeiro e julho de 2014, os preços dos pneus praticados pela indústria nacional subiram quase o dobro dos preços do diesel, dos aumentos de salários dos motoristas, do óleo de câmbio e do óleo de cárter. Sim, os pneus, que são ao lado dos combustíveis os maiores custos do frete subiram mais que a inflação e mais do que o diesel, o óleo, o Arla 32 e os salários pagos aos motoristas. A ABIDIP tem mostrado isso à sociedade paulatinamente e a crise que toma conta do Brasil hoje foi mais do que anunciada. E o que vem pela frente? Infelizmente o atual cenário tende a piorar, pois como já tínhamos anunciado no final do ano passado, o custo do pneu de carga – usado em caminhões – terá novos aumentos e muito significativos neste ano, uma vez que

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a indústria nacional, que na verdade é uma indústria multinacional, não tem produção suficiente para atender a demanda interna. Um exemplo claro disso é que em 2014 de cada 10 pneus importados para uso em caminhões no Brasil, cinco foram importados pela “indústria nacional”. Mas o agravante em tudo isso é que no final do ano passado, o governo brasileiro aplicou taxas de antidumping sobre cinco países que exportavam esse tipo de pneus para o Brasil -, além da China, que já tinha essa medida protecionista e está prestes a ser renovada por mais cinco anos. O que isso pode acarretar no cenário atual? Mais aumento de preços dos pneus e maior pressão sobre o custo dos fretes, que tende a ficar ainda mais defasado. Assim como a Petrobras usa o aumento do preço do combustível para suprir o rombo em suas contas, a indústria nacional de pneus aumenta as importações e os preços dos pneus de carga para suprir a sua ineficiência. Estoques sem reposição – O aumento continuado do dólar, por um lado, e a proteção garantida pelo governo à indústria, através de políticas antidumping, por outro, gerarão a partir de abril um processo de desabastecimento do mercado de pneus de carga no Brasil. Os estoques dos importadores independentes vão acabar e, devido a estas medidas por antidumping eles não vão mais importar os pneus de utilização em caminhões. O impacto será sentido dentro de 60 dias, com o abastecimento do mercado sendo afetado e, sem concorrência, a indústria nacional encontrará um ambiente propício para aumentar os preços de seus pneus mais e mais. Vale lembrar que a borracha usada na construção de pneus é cotada em bolsa in-

ternacional e seu preço é regido no mesmo patamar, no mundo todo, da mesma forma que o petróleo e seus derivados e o aço também. Todos esses insumos estão envolvidos na fabricação de um pneu e no mundo os preços dos pneus estão baixando e dos insumos também. No Brasil, pelo contrário, estão aumentando, em total contrassenso, causando um colapso sobre o setor de transportes que representa um dos pilares que sustenta a cadeia de distribuição e produção do Brasil. A ABIDIP avisou: junto com o diesel, o aumento dos preços dos pneus afeta a inflação, corrói o preço do frete, gera danos ao setor de transportes. O negócio de pneus no Brasil virou um negócio da China para a indústria multinacional que conta com parques fabris arcaicos, processos de produção inseguros e oferta de produtos defasados ao consumidor. Erros estratégicos – Adoção de medidas antidumping adotadas pelo governo brasileiro sobre pneus de cargas importados da África do Sul, Rússia, Coreia do Sul, Taiwan, Japão e Tailândia; .Favorecimento de medida protecionista para a Sumitomo/Dunlop poder importar, a preços da China, pneus oriundos do Japão, País punido pela prática por antidumping nas importações feitas pela própria Sumitomo/Dunlop. A empresa, mais nova associada da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), conseguiu um acordo para não sofrer punição e seu preço de importação de pneus oriundos do Japão é igual ao que vem da China, porém, sem taxa antidumping. Ou seja, ao invés de ser punida, a empresa ganhou um subsídio; .Está em curso a renovação da medida por antidumping nas importações de pneus de carga oriundos da China, por mais cinco anos; Os reflexos dessas ações gerarão o desabastecimento do mercado de reposição de pneus de cargas, novos aumentos de preços e surgimento de um oligopólio formado pelas indústrias nacionais que hoje já são os maiores importadores de pneus do mercado brasileiro. *Milton Favaro Junior é diretor-executivo da Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Pneus (ABIDIP).

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DEU NA IMPRENSA Transpo Online

Modernização da Ferrovia Centro-Atlântica vai até 2024 Divulgação

• Do Site da Transpo Online jsalto@portalcopa2014.com.br

Desde 2010, a VLI já investiu cerca de R$ 400 milhões na modernização da centenária linha da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), considerando os trabalhos de remodelação e renovação por mais de 530 km da via. A modernização da FCA inclui a substituição dos dormentes e dos trilhos, renovação de lastro e correção geométrica da via, que representam um reforço nas frentes de atuação quanto à segurança operacional. A renovação de via da FCA permite a execução de todos os trabalhos de modernização em um trecho de aproximadamente 400 metros durante um período de apenas oito horas. A equipe responsável pela realização desse serviço conta com cerca de 90 pessoas e recebe o auxílio de cinco equipamentos de grande porte. Sendo assim, a VLI desenvolveu um processo diferenciado de manutenção que utiliza um pórtico para transportar dormentes. Os trabalhos estão sendo realizados no corredor Centro-Sudeste, que liga Goiás ao Porto de Santos, passando pelo Triângulo Mineiro e interior de São Paulo. “Iniciamos as atividades de renovação de via no último ano. Trata-se de um processo ainda mais seguro e eficiente em função do uso intensivo de equipamentos de grande porte, possibilitando a diminuição do

tempo de interdição da linha para a realização desses trabalhos. Sendo assim, optamos por desenvolvê-lo em um corredor no qual existe a previsão de um aumento significativo de produtividade nos próximos anos, com investimentos em terminais e chegada de novas locomotivas e vagões”, explica João Silva Júnior, gerente de Engenharia Ferroviária da VLI. A remodelação de via contempla serviços realizados de forma segregada,

seguindo um cronograma estabelecido pela área que coordena o projeto. Trechos dos outros quatros corredores da empresa, especialmente, o Centro-Leste, que cruza o Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais, já passaram por esse processo nos últimos quatro anos. O projeto de modernização da malha da FCA tem etapas previstas até 2024. A ferrovia passa pelos Estados de Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Sergipe, além do Distrito Federal.

Transpo Online

Coopercitrus vai representar a JCB • Do Site da Transpo Online jsalto@portalcopa2014.com.br

O primeiro distribuidor do segmento agrícola no brasil e concessionária exclusiva da JCB para este mercado no Estado de São Paulo será a Coopercitrus (Cooperativa de Produtores Rurais), que atua na comercialização de insumos, máquinas e implementos agrícolas. Com a nova parceria, a JCB passará a ter dois distribuidores oficiais em São Paulo: a Auxter, que opera desde 2006, e a Coopercitrus, que passa a representar a JCB no mercado agrícola paulista imediatamente. “Com mais de 20 anos no mercado agrícola mundial, e há três anos com maior presença no segmento agrícola nacional, nosso objetivo é estabelecer parcerias com empresas que se dediquem ao agronegócio, onde pretendemos atuar de forma mais ativa dentro de todas as regiões

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com potencial agrícola no Brasil. A Coopercitrus preenche esse quesito de cobertura e atuação plena dentro do Estado de São Paulo, onde seu perfil de comercialização e pós-venda em máquinas e implementos agrícolas caminha totalmente alinhado com as nossas estratégias e objetivos”, comenta Michael Steenmeijer, gerente Nacional de Vendas Agrícolas da JCB. Para Fernando Degobbi, diretor de marketing da Coopercitrus, o contrato de parceria

complementa o portfólio do setor de máquinas da cooperativa e oferece mais uma opção de produtos de qualidade e tecnologia aos agricultores cooperados. “A JCB é uma empresa com bastante representatividade mundial no setor de máquinas de construção e equipamentos também voltados para uso da agroindústria e agrícola. Com toda a certeza, vai agregar aos negócios da Coopercitrus e trazer vantagens para os nossos cooperados”, afirma.

01/03/15 • REVISTAINTERBUSS


Transpo Online

Hidrovia Tietê-Paraná está paralisada há um ano • Do Site da Transpo Online jsalto@portalcopa2014.com.br

A crise hídrica não é só um problema que tem afetado a torneira dos paulistas, que há cerca de um ano já enfrentam grave situação. A estiagem na região Sudeste do Brasil também está comprometendo a navegação na hidrovia Tietê-Paraná há dez meses. A previsão é de que se as chuvas não melhorarem as condições de navegabilidade, em abril a suspensão do transporte aquaviário no trecho fará o seu primeiro aniversário “graças ao mau humor do São Pedro”, que parece estar castigando a região de propósito por causa da negligência do poder público com o tema ao longo de tanto e tanto tempo. A importância da hidrovia se dá, justamente, para o escoamento da produção agrícola nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia, Tocantins e Minas Gerais, o que provocaria um importante alívio na saturada logística agrícola brasileira, que convive com déficit da capacidade de armazenagem e se vê obrigada a desovar imediatamente os grãos, afetando a competitividade do setor. A CNT (Confederação Nacional do Transporte), estima que sete milhões de toneladas de grãos deixaram de ser movimentados em embarcações pela hidrovia. Para a Antaq (Agência Nacional de Transporte Aquaviário), a situação sobrecarrega os outros modais, já que o uso de trens passa a ser preterido, pois as linhas férreas levam, essencialmente, aos terminais portuários, forçando o transporte rodoviário, sobrecarregando o fluxo nas rodovias brasileiras. Além de esperar a bondade de “São Pedro” em fazer chover para normalizar o

fluxo de água necessário para a atividade, obras que aumentem a capacidade da hidrovia também se fazem necessárias. Dessa, forma, R$ 1,5 bilhão já estão autorizados para investimentos no trecho, sendo R$ 900

mi da União e R$ 600 mi do estado de São Paulo. Como resultado da crise hídrica, o transporte de soja pela hidrovia caiu 53% e, o de milho 73% pela Tietê-Paraná durante o ano passado.

Transpo Online

MWM International entra para a AEA • Do Site da Transpo Online jsalto@portalcopa2014.com.br

A MWM International filiou-se à Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) e, portanto, passa a integrar os grupos de comissões técnicas e eventos da entidade. Ou seja, a fabricante de propulsores também terá acesso aos bancos de estudos, conteúdo de palestras e trabalhos apresentados nos eventos.

REVISTAINTERBUSS • 01/03/15

“Estamos buscando melhoria contínua em todos os nossos processos. A filiação a uma entidade relevante como a AEA intensifica o esforço no aprimoramento de nossa tecnologia. Além disso, certamente a MWM International, contribuirá para o avanço da indústria automotiva no Brasil e no Mundo”, diz Cristian Prates Malevic, gerente de Divisão de Engenharia de Motores da fabricante.

Dessa forma, a MWM International poderá divulgar e acessar trabalhos técnicos, maior facilidade e envolvimento com profissionais e formadores de opinião oriundos das montadoras, sistemistas, autopeças, representantes de entidades governamentais parceiras da AEA, associações, academias e centros de pesquisa por meio das atividades proporcionadas pela associação.

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REDE SOCIAL Top 3 do OCD Holding no Facebook - Tôni Cristian

Nesta semana as fotos escolhidas na página do OCD Holding no Facebook são de autoria do colecionador acreano Tô empresa Rodovel, de um Caio Apache Vip dela. A segunda é de um Urbanus da Paulotur, e a terceira é de um Svelto d

A Foto da Semana

AQUI PUBLICAMOS A FOTO MAIS BONITA DA SEMANA, PUBLICADA NAS REDES SOCIAIS. A FOTO COLHIDA PODE SER PUBLICADA EM GRUPOS ABERTOS, EM PERFIS PESSOAIS OU EM PÁGINAS OFICIAIS. LINKS PARA OUTRAS PÁGINAS EXTERNAS NÃO SÃO CONSIDERADAS PARA ESTA SONDAGEM

MICHEL APARECIDO DA SILVA Caio Apache S121 MBB OH-1621 - VB Transportes Publicada no perfil pessoal do autor

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O SEU ESPAÇO NA REVISTA INTERBUSS

ôni Cristian, que periodicamente viaja pelo país afora e faz excelentes fotos dos ônibus locais. A primeira foto é da da Expressul. Parabéns pelo exelente acervo compartilhado com todos!

Deu o Que Falar OS ASSUNTOS SOBRE TRANSPORTE MAIS COMENTADOS NAS REDES SOCIAIS NA ÚLTIMA SEMANA

1º• Greve dos

caminhoneiros

Assim como muitos colecionadores e admiradores de ônibus gostam também de outros modais, boa parte deles têm admiração pelos caminhões, e por conta disso houve grandes comentários nas redes sociais acerca da greve dos caminhoneiros, que bloquearam várias rodovias pelo pais em protesto contra diversos assuntos, mas principalmente em virtude da alta exacerbada do óleo diesel na bomba. Quase a totalidade dos comentários foram a favor da paralisação da categoria.

Foto da Galera

BUSOLOGIA INTERNACIONAL: REUNIÃO DE ANTIGOS MOTORISTAS DA EMPRESA TUR-BUS, NO CHILE, NA CIDADE DE LA LIGUA, EM 2006

2º• Novos ônibus

da Reunidas Paulista Ainda está dando o que falar os novos ônibus da empresa Reunidas Paulista. Apesar da maioria deles ainda não ter sequer chegado na sede dela, a possível troca de ônibus de motor traseiro por modelos mais simples com motor dianteiro está gerando muitas discussões nas redes sociais e nos sites especializados. O assunto ainda deverá render bastante.

REVISTAINTERBUSS • 01/03/15

Na foto acima, reunião do Círculo de Motoristas “Jesús Diaz Martinez”, que reúne motoristas antigos da empresa chilena Tur-Bus. O encontro aconteceu no ano de 2006 e teve cobertura do site Chilebuses. 21


NOSSO TRANSPORTE Adamo Bazani adamobus@gmail.com

Gastos com vandalismo em ônibus sobem 35% em 2014 Mais de 1100 coletivos foram danificados, gerando prejuízo de R$ 280 mil em Curitiba e Região Ninguém gosta de tarifa alta de ônibus. Nem o poder público, já que politicamente há desgaste na imagem, tão pouco o empresário de transportes que tem a visão de que valores muito altos podem afugentar a demanda para outros meios de deslocamento e muito menos a população que vê parte de sua renda sendo comprometida. No entanto tudo tem um custo. Além de medidas que se espera das diversas esferas de governo para incentivar e baratear o transporte coletivo, como desoneração de impostos das empresas para a prestação de um serviço essencial e mais prioridade aos ônibus no espaço urbano, a população pode contribuir para que a tarifa não suba tanto ou para que, pelo menos, o transporte seja de mais qualidade. E uma das atitudes para isso é cuidar bem dos ônibus, estações, pontos e terminais. Levantamento do Setransp - Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana, divulgado nesta quartafeira, dia 25 de fevereiro de 2015, mostra que o custo do vandalismo contra ônibus na capital paranaense e nos municípios vizinhos subiu em 2014, 35% em relação ao ano de 2013. No total, foram gastos R$ 279 mil 803 e 21 centavos só para consertar os 1 mil 153 ônibus avariados no ano passado. Em 2013, foram danificados 916 ônibus, totalizando um custo de R$ 207 mil 640 reais e 69 centavos. O custo do vandalismo em 2014 foi o terceiro maior da série histórica, que começou em 2004. No ano passado, os meses que mais registram prejuízos por causa das depredações foram fevereiro, de R$ 42.300,94, seguido por outubro, com gastos de R$ 35.226,90 e julho,

CRIME • No ano passado, custos com vandalismo em ônibus de Curitiba e região metropolitana subiram 35%, chegando a R$ 280 mil. Em dias de jogos de futebol, situação é pior. Foto: Gazeta do Povo quando as empresas tiveram de desembolsar portes “O vandalismo assusta quem está R$ 31.488,63 para consertar os ônibus. Os ônibus alimentadores foram os dentro dos ônibus e cria um clima de pânico que pode terminar com alguém ferido graveprincipais alvos dos vândalos. Dos 1 mil 153 veículos danificados mente.” Além disso, ele lembra que os atos de em 2014, 430 prestavam estes serviços. Em seguida, aparecem os expressos, com 270 ôni- vandalismo contra os coletivos prejudicam a bus vandalizados e em terceiro, 116 conven- própria sociedade “O veículo precisa ficar parado para cionais. Em nota divulgada pelo Setransp, o conserto e as pessoas que dependem do ônibus diretor da Empresa Transporte Coletivo Glória, ficam sem transporte para ir ao trabalho ou à Gelson Frolin, diz que além dos prejuízos fi- consulta médica, por exemplo.” Períodos de festas e dias de jogos de nanceiros, uma das piores consequencias do vandalismo é a sensação de insegurança vivida futebol são quando é registrada a maior quanpelos passageiros e trabalhadores dos trans- tidade de depredações.

Crise e Petrobrás fazem Rio cogitar substituir metrô por BRT

Governador disse que corredores de ônibus são opções e que ainda não foi tomada nenhuma decisão O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, admitiu nesta segunda-feira que o estado estuda a possibilidade de substituir a linha 3 do metrô por corredores de ônibus rápidos BRT. Os serviços devem ligar Itaboraí, São Gonçalo e Niterói. Pezão disse que nenhuma decisão está tomada, mas que a possibilidade é real pelo fato de o quilômetro do metrô ser de cinco a dez vezes mais caro que do BRT, apesar de a capacidade de passageiros também ser proporcionalmente maior. “Não falei que vou substituir, coloquei em discussão. Vivemos

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um momento de crise econômica grande no estado e no país ... Vamos discutir com a comunidade. Se for o caso de dizerem ‘não queremos’, a gente espera ter recursos para fazer [as obas do metrô].” – disse Pezão, segundo a Agência Brasil.O metrô no Rio não contaria com recursos federais. Além da desaceleração econômica vivida pelo País, os escândalos de corrupção da Petrobras, que afetaram a credibilidade e o caixa da empresa, também contribuem para que o governo do Rio pense em substituir o meio de transporte ou postergar as estimativas de con-

clusão de obras, de acordo com Pezão. O governador lamentou que o estado do Rio de Janeiro seja tão dependente da Petrobras e calcula que, por causa da crise envolvendo a empresa, as perdas de arrecadação estadual podem acumular R$ 5 bilhões entre 2014 e 2015. Ainda de acordo com a Agência, Pezão apresentou como argumentos a favor do BRT o fato de a obra demorar um ano e três meses para ficar pronta e custar um quinto do projeto original: “se pode na Barra e na Transcarioca, por que não poderia lá?”, questionou.

01/03/15 • REVISTAINTERBUSS


Pela primeira vez, ônibus chineses elétricos vão operar no Japão Veículos movidos por baterias são da BYD, empresa que vai iniciar fabricação de baterias e chassis no Brasil Os ônibus elétricos chineses romperam mais uma barreira. Desta vez na própria Ásia: pela primeira vez, este tipo de ônibus feito na China vai circular no Japão. A BYD - Build Your Dream Company Limited anunciou nesta semana que cinco unidades de um modelo de ônibus elétrico chinês foram adquiridas para o serviço de transportes urbanos de Kyoto, antiga capital japonesa. Os ônibus são 100% elétricos e dependem apenas de baterias que armazenam a energia para se mover. As emissões de gases poluentes na operação são zero e o nível de ruído é bem abaixo dos ônibus convencionais ou mesmo dos elétricos híbridos. Os veículos vão operar pela Kyotokyukou Bus Inc. Gerente geral do segmento de automóveis da BYD para a Ásia e Pacífico, Liu Xueliang, disse, em nota da fabricante, que a venda significa avanços tanto para Kyoto como para a própria empresa. “O mercado japonês tem exigências rigorosas para a tecnologia e qualidade, a entrega dos ônibus BYD significa um grande reconhecimento para BYD, bem como para a tecnologia e qualidade da China. Acreditamos que a BYD ônibus elétrico poderia proporcionar experiências mais confortáveis ​​e de transporte mais ecológico para os cidadãos

ENTREGA • Cerimônia de entrega dos primeiros ônibus elétricos fabricados na China que vão operar no Japão. BYD deve inaugurar fábrica no Brasil ainda neste ano. Foto: Divulgação em Kyoto. “ – disse Xueliang. Com baterias de fosfato de ferro, o ônibus tem conceito de frenagem regenerativa, que aproveita a energia que seria desperdiçada quando o veículo freia, e a autonomia pode ser de em torno de 250 quilômetros com uma única carga completa. No Brasil, a empresa deve inaugu-

rar ainda neste ano uma fábrica de baterias e chassis de ônibus em Campinas, no interior Paulista. A chinesa busca mercado no País e já testou o ônibus em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Palmas, Curitiba, Distrito Federal, Goiânia, Campinas, Sorocaba e Piracicaba.

Em um ano, Santos tem um milhão de registros de embarques a mais no transporte municipal Segundo prefeitura, quase 3 mil pessoas aderiram ao transporte coletivo

Na contramão do que ocorre na maior parte das cidades brasileiras, com os ônibus perdendo demanda ano após ano, em Santos, no Litoral de São Paulo, houve um crescimento no número de pessoas que optam pelo transporte coletivo municipal. De acordo com a CET – Companhia de Engenharia de Tráfego, de Santos, em 2014 foram registrados 1 milhão 38 mil 120 embarques a mais na comparação com o ano de 2013. No ano passado, foram 54 milhões 458 mil 879 registros de passagens ante 53 milhões 420 mil 759 de 2013. Na prática, ainda de acordo com o órgão da prefeitura de Santos, estes números significam 2 mil 840 pessoas a mais no sistema, que antes não usavam ônibus. Segundo o poder público, a receita para esta maior procura pelo transporte público, o que traz benefícios como a redução

REVISTAINTERBUSS • 01/03/15

ÔNIBUS EM SANTOS • Número de passageiros cresceu com mais de um milhão de registros de embarques em 2014 na comparação com 2013. Prefeitura atribui à melhoria na prestação de serviços. do trânsito e da poluição, é a melhoria na prestação de serviços. Atualmente, a média de idade da frota da Viação Piracicabana, operadora da cidade, é de 2,6 anos.

Itens de conforto também são fundamentais para atrair passageiros, de acordo com a prefeitura. Há no sistema aproximadamente 300 ônibus. Cem deles possuem ar condicionado, item que está cada vez mais presente entre as expectativas dos passageiros. A meta é de que todos os cerca de 300 veículos na cidade tenham o equipamento de refrigeração. Toda a frota também possui wi-fi, acesso grátis a internet. A CET ainda diz que aumentou a fiscalização sobre eventuais irregularidades na prestação de serviços, como não parada em pontos, descumprimento de horários e itinerários e alta velocidade, além de má conduta dos motoristas. As multas passaram nos últimos dois anos de R$ 14 mil e 500 para R$ 87 mil. O crescimento no número de passageiros foi o maior nos últimos oito anos.

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AS FOTOS DA SEMANA Sem Fronteiras • www.semfronteirasfotos.com

RAYLLANDER ALMEIDA Marcopolo Paradiso G7 1800DD MBB O-500RSD • Util

JOÃO VICTOR Caio Giro 3200 VW 17 230 EOD • Rainha Nordeste

RAFAEL CALDAS Mascarello Roma 370 MBB O-500RSD • Helios

JOÃO VICTOR Marcopolo Paradiso G7 1200 MBB O-500RSD • Central Bahia

RAYLLANDER ALMEIDA Ciferal GLS Bus Scania F113HL • Grande Brasília

WEILLER ALVES Marcopolo Viaggio G6 1050 VW 17 240OT • Bomfim

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SELEÇÃO DAS MELHORES FOTOS PUBLICADAS EM SITES ESPECIALIZADOS NA SEMANA

OCD Holding • www.ocdholding.com

RODRIGO GOMES Marcopolo Torino MBB OF-1721 E5 • Rio Minho

RODRIGO GOMES Marcopolo Torino MBB OF-1721 E5 • Rio Minho

RODRIGO GOMES Marcopolo Torino MBB OF-1721 E5 • Rio Minho

RODRIGO GOMES Marcopolo Audace MBB OF-1721 E5 • Rio Minho

RODRIGO GOMES Marcopolo Audace MBB OF-1721 E5 • Rio Minho

RODRIGO GOMES Marcopolo Audace MBB OF-1721 E5 • Rio Minho

DIVULGUE SUA GALERIA E/OU SITE AQUI! Envie o endereço da sua galeria, juntamente com uma ou duas fotos com a descrição do ônibus fotografado e fazemos a divulgação neste espaço, sem custo algum! Mande um e-mail para revista@portalinterbuss.com.br com os dados e aguarde! Toda edição, são 12 fotos!

REVISTAINTERBUSS • 01/03/15

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VIAGENS & MEMÓRIA Marisa Vanessa N. Cruz ideiaselembrancas@gmail.com

Andando na maior linha noturna em extensão de São Paulo Na madrugada de 17 de fevereiro último, eu cheguei ao Terminal Amaral Gurgel, localizado ao lado da estação Santa Cecília do metrô, no centro de São Paulo. Ali sai diversos ônibus que fazem linhas exclusivas no período da madrugada. Foi a primeira vez que observei o movimento naquela madrugada. Ali habitam dezenas de mendigos, sentados em cadeiras, dormindo a madrugada toda. E há um quiosque de salgados aberto durante 24 horas. Quase todas as linhas noturnas que partem do terminal não tem o que eu chamo “indicador de ponto final”, ou seja, temos de adivinhar qual ponto do terminal partem as linhas 3310 (Cidade Tiradentes), 393C (Cohab’s), 393H (Jardim Santo André), 6312 (Jardim Luso), 1177/51 e 2435/10 (ambos Terminal A.E. Carvalho), 5290/51 (Divisa de Diadema), entre outros. Isso deveria ter algum indicador, ou um totem, coisa assim. Somente as linhas 1743/51 (Jardim Pery Alto), 1758/51 (Jd. Antártica) e 971X/51 (Terminal Cachoeirinha) têm pontos sinalizados. Mas vamos à linha 3310. A linha 3310 é a maior linha noturna em extensão da cidade de São Paulo. Seu trajeto é o entorno do centro de São Paulo, o Terminal Parque D. Pedro II, Radial Leste até Arthur Alvim, Av. Campanella, Centro de Itaquera, Guaianazes, Jardim São Paulo, Cohab Juscelino, Inácio Monteiro, Cohab Prestes Maia, Santa Etelvina e Cidade Tiradentes. O primeiro ônibus, um Caio Millennium II sobre chassi Mercedes-Benz O-500U Piso Baixo Central da VIP Imperador, prefixo 3 3709, partiu às 0h59, pegando cerca de 15 passageiros próximo ao estacionamento do ponto final da linha 7550 (Terminal Santo Amaro). Após sair do terminal, mais passageiros entraram no ônibus. E no Terminal D. Pedro II, em torno de trinta, inclusive houve até correria até para pegar esse ônibus. Observando o trajeto, eu olhava pela janela e eu quase não via automóveis passando, eram muito poucos. Ônibus no contra fluxo, só de outras linhas noturnas, como a 2435/51 Terminal A.E. Carvalho – Terminal Amaral Gurgel, fazendo sua primeira viagem. Até a hora de chegar em Guaianazes foi super tranquilo. Depois, começamos a entrar nas ruas do Jardim São Paulo. Ninguém nas ruas, nenhum veículo em trânsito, é só o ônibus na direção. Após entrar no Juscelino, e passando perto do Inácio Monteiro, vi várias turmas nas ruas, de dezenas de pessoas, ouvindo funk em som alto, e consumindo entorpecentes ao ar

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A MAIOR • Ônibus da Vip Imperador que faz a maior linha noturna em extensão de São Paulo: 3310 (Terminal Amaral Gurgel - Cidade Tiradentes) livre. Central, 2h05 e 3h15 com Mondego O-500 Passando pelo Cohab Prestes Maia, UA e 4h30 com o mesmo Millennium II Piso entramos finalmente na Estrada do Iguatemi, Baixo Central da primeira partida. conhecida por ligar os bairros de Guaianazes Até o dia 21, não recebi algum coa São Mateus. Em seguida, entramos numa municado determinando a substituição dessa rua, a Márcio Beck Machado, que dá entrada linha por outras mais racionais, que deverão até o bairro Cidade Tiradentes. ser inauguradas no próximo dia 28 compon O bairro é bem extenso, ocupado do a nova rede noturna com 151 linhas que predominantemente por casas populares. atenderão toda a madrugada. Paramos em um local do bairro às 2h52 para Na nova rede, essa linha será dium descanso de cinco minutos do motorista. vidida por quatro: N106/11 (Term. Barra Depois, iniciamos o retorno para a o centro, Funda – Term. Pq. D. Pedro II) a confirmar, de uma velocidade bem mais rápida, e com N308/11 (Term. Pq. D. Pedro II – Metrô Itapoucos passageiros no percurso de volta, che- quera), N403/11 (Metrô Itaquera – Terminal gando no Terminal Amaral Gurgel às 4h09. Cidade Tiradentes) e no Terminal, o passage Esta linha recebe quatro partidas iro optará por uma das duas linhas: N435/11 diárias: 0h50 com o Millennium II Piso Baixo (Metalúrgicos) ou N436/11 (Barro Branco).

01/03/15 • REVISTAINTERBUSS


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