Revista InterBuss | Edição 493 | 10.05.2020

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Deu na imprensa

POLÍTICA ATRAPALHA RETOMADA

Falta de sintonia entre os políticos atrapalha retomada da economia no país • Do Automotive Business <automotivebusiness.com.br> O presidente da Anfavea, associação que reúne os fabricantes de veículos instalados no País, não poupou críticas ao governo e aos políticos durante a divulgação do mais recente balanço de desempenho do setor, na sexta-feira, 8. Luiz Carlos Moraes culpa a instabilidade política, “que gera mais de uma crise por dia”, pelo agravamento da crise econômica que torna mais dramática e difícil a superação de todas as dificuldades trazidas pela pandemia de coronavírus. Moraes reconhece que a Covid-19, doença causada pelo coronavírus, e a paralisia da economia que ela provoca é a causa no momento da maior crise econômica contemporânea global que se tem notícia, mas pondera que no Brasil a situação é pior por causa da “falta de sensibilidade dos políticos para a gravidade do problema” e “falta de agilidade e coordenação” dos poderes em “tomar medidas para mitigar os efeitos da pandemia”. “A situação se deteriorou muito rapidamente no Brasil. O dólar já passou de R$ 5,80 apesar de

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o Banco Central já ter queimado US$ 50 bilhões para conter a desvalorização, isso é uma das discrepâncias causadas pela instabilidade política do País, todos dia acontece uma crise política. Então o problema não é econômico, mas político, institucional, que gera descoordenação para enfrentar a pandemia. Infelizmente temos políticos que ainda não perceberam a gravidade dessa crise”, afirmou Luiz Carlos Moraes. O presidente da Anfavea destacou a deterioração dos indicadores econômicos. “Inflação e juros são os únicos números bons, mas por maus motivos, porque o desemprego é elevado e os índices de confiança não param de cair”, apontou. “Já se fala em queda do PIB de mais de 4% este ano. Isso poderia ser menos grave se houvesse mais sensibilidade dos políticos na condução da crise. Não tenho dúvidas de que haverá recessão, mas o tamanho dela está diretamente ligado à agilidade em tomar medidas para mitigar os graves problemas financeiros que as empresas estão enfrentando com a pandemia”, alertou. Moraes defende que sejam tomadas medidas urgentes para atenuar a curva

da recessão que virá. Segundo ele, a Anfavea já levou propostas ao governo, algumas acatadas como a flexibilização de jornada de trabalho e redução de salários incluídas na Medida Provisória 936, outras em análise como o uso de créditos tributários para dar garantia a empréstimos bancários com juros reduzidos, e deverá encaminhar outras demandas. Foi para defender essas posições, segundo Moraes, que havia representante da Anfavea em reunião com ministros no Planalto, na quinta, 7, que culminou na inesperada marcha liderada pelo intempestivo mandatário da República que atravessou a Praça dos Três Poderes até o Supremo. “Defendemos conceitos e não discutimos política”, justificou o presidente da Anfavea. “Temos de trabalhar junto com o poder público para achatar a recessão. Legislativo e Executivo precisam entender isso. Mas infelizmente vemos políticos propondo aumento de salários a servidores públicos; não entendo como alguém pode discutir isso nesse momento em que empresas estão reduzindo salários e podem demitir”, critica Moraes.


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