REVISTA
INTERBUSS ANO 2 • Nº 57
14 de Agosto de 2011
PELA FRANÇA E INGLATERRA Fábio Tanniguchi encerra seu grande relato de viagem pela Europa
Viajarテ。 el TransMilenio
REVISTA INTERBUSS ESPECIAL TR
DIA 4 DE SETEMBRO. Nテグ
Você vai conhecer o sistema de transporte rápido que é orgulho nacional colombiano
RANSMILENIO
PERCAM!
NESTA EDIÇÃO: 36 PÁGINAS
BEM-VINDOS À REVISTA INTERBUSS | A Grande Matéria - Parte 2
Passando pela França e Inglaterra Colunista Fábio Tanniguchi conta em grande matéria como foi a sua passagem pela França e pela Inglaterra e relata o que viu por lá com várias imagens.
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| A Semana Revista
Tarifas de linhas interestaduais deverá ficar menor com licitação
| Especial Caio 65 Anos
Valor por quilômetro ficou abaixo da tarifa média atual; Governo federal aposta na queda do valor geral após a licitação
07
| A Semana Revista
Campo Grande vai rescindir contrato com empresas
Os articulados e biarticulados de 14 09 sucesso da encarroçadora
Capital do Mato Grosso do Sul diz que empresas de ônibus não atendem mais as necessidades
ANO 2 • Nº 57 • DOMINGO,14 DE AGOSTO DE 2011 • 1ª EDIÇÃO - 12:58 (2ª)
EDITORIAL
6
Sequestro a ônibus no RJ
A SEMANA REVISTA
7
As notícias da semana no setor de transportes
DEU NA IMPRENSA
As notícias da imprensa especializada
SEU MURAL
A seção especial do leitor
COLUNISTAS Marisa Vanessa N. Cruz O fim das pinturas no Rio de Janeiro
ESPECIAL CAIO
Articulados e Biarticulados de sucesso
COLUNISTAS Luciano Roncolato O pedestal dos busólogos e o encontro da Garcia
PÔSTER Isaac Matos Preizner
| Deu na Imprensa
Caio Millennium
Daniel faz compra de Paradiso G7 1800DD
A GRANDE MATÉRIA
Segunda parte do relato de viagem à Europa
Cantor esteve na Marcopolo na semana passada para conhecer o novo modelo
| Viagens & Memória
11
AS FOTOS DA SEMANA As fotos que foram destaque na semana
11 12 13 14 16 18 20 30
José Euvilásio Sales Bezerra Últimos dias de COLUNISTAS Com a câmera na mão... 33 pintura antiga no Rio de Janeiro COLUNISTAS Adamo Bazani Colunista Marisa Vanessa N. Cruz comenta sobre o prazo final da pintura da frota da cidade do Rio de Janeiro. A maioria dos carros já estão pintados.
13
Queda no número de passageiros em linha do RJ
34
Obs: Excepcionalmente, o Diário de Bordo e as colunas de Fábio Tanniguchi e William Gimenes não são publicados nesta edição
A NOSSA OPINIÃO | Editorial
sensacionalistas de TV da época. Depois
O sequestro ao ônibus no Rio de Janeiro
de horas de intensas negociações e amea-
baleados, sendo uma em estado grave.
passageira, que morreu na hora. O bandido
ônibus sendo sequestrado por bandidos na
foi morto a caminho da delegacia.
última terça-feira. Um veículo da Viação
vez que o Rio vê uma ação do tipo. Todos
Após a tragédia, as empresas começaram
Jurema, que faz a linha Praça XV (RJ) /
se lembram do caso do “sequestro do ôni-
a instalar câmeras de segurança, os siste-
Duque de Caxias, com ar-condicionado e
bus 147”, em 2000, que terminou com a
mas de bilhetes eletrônicos ganharam de-
vidros colados, foi abordado por bandidos,
morte da passageira refém e do bandido.
staque, e a segurança era palavra-chave
que se passaram por passageiros, e logo
Isso por que falamos apenas do
nas administrações. É bem verdade que os
em seguida anunciaram o sequestro.
Rio de Janeiro. Mas em grandes cidades
índices reduziram, mas não acabaram to-
O motorista percebeu a intenção dos bandi-
como São Paulo, Campinas, Belo Horizon-
talmente com a violência.
dos, na Praça da Bandeira, altura do Sam-
te, o número de assaltos aos ônibus urba-
Não bastasse, parece que a preocupação
bódromo, parou no ponto seguinte, pediu
nos é assustador.
com a segurança diminuiu. Em algumas
ajuda a policiais e fugiu. Um passageiro
Caso não se lembre, em 2000, um
cidades, as câmeras foram retiradas, ou ai-
dirigiu o ônibus até a Prefeitura carioca.
assaltante sequestrou um ônibus que fazia
nda estão lá, mas como enfeite. A grande
No fim das contas, dois presos, um solto
a linha 147, e fez uma passageira refém. O
questão é: o que mudou em 11 anos? Pou-
pela Justiça, e um quarto foragido. Cinco
caso foi mostrado ao vivo pelos programas
co, quase nada.
O Rio de Janeiro viu mais um
A questão é que não é a primeira
REVISTAINTERBUSS Uma publicação da InterBuss Comunicação Ltda. DIRETOR-PRESIDENTE / EDITOR-CHEFE Luciano de Angelo Roncolato JORNALISTA RESPONSÁVEL Anderson Rogério Botan (MTB) EQUIPE DE REPORTAGEM Felipe de Souza Pereira, Tiago de Grande, Luciano de Angelo Roncolato, Chailander de Souza Borges, Anderson Rogério Botan, Guilherme Rafael EQUIPE FIXA DE COLUNISTAS Marisa Vanessa Norberto da Cruz, José Euvilásio Sales Bezerra, William Gimenes, Adamo Bazani, Thiago Bonome, Luciano de Angelo Roncolato e Fábio Takahashi Tanniguchi REVISÃO Anderson Rogério Botan e Luciano de Angelo Roncolato ARTE E DIAGRAMAÇÃO Luciano de Angelo Roncolato AGRADECIMENTOS DESTA EDIÇÃO Agradecemos por ter colaborado com esta edição: Franz Hecher e Museu da Imagem e do Som de Campinas/SP SOBRE A REVISTA INTERBUSS A Revista InterBuss é uma publicação semanal do site Portal InterBuss com distribuição on-line livre para todo o mundo. Seu público-alvo são frotistas, empresários do setor
de transportes, gerenciadores de trânsito e sistemas de transporte, poder público em geral e admiradores e entusiastas de ônibus de todo o Brasil e outros países. Todo o conteúdo da Revista InterBuss provenientes de fontes terceiras tem seu crédito dado sempre ao final de cada material. O material produzido pela nossa equipe é protegido pela lei de direitos autorais e sua reprodução é autorizada após um pedido feito por escrito, e enviado para o e-mail revista@portalinterbuss. com.br. As fotos que ilustram todo o material da revista são de autoria própria e a reprodução também é autorizada apenas após um pedido formal via e-mail. As imagens de autoria terceira têm seu crédito disponibilizado na lateral da mesma e sua autorização de reprodução deve ser solicitada diretamente ao autor da foto, sem interferência da Revista InterBuss. A impressão da revista para fins particulares é previamente autorizada, sem necessidade de pedido. PARA ANUNCIAR Envie um e-mail para revista@portalinterbuss.com. br ou ligue para (19) 9636.1087 e converse com nosso setor de publicidade. Você poderá anunciar na Revista InterBuss, ou em qualquer um dos sites parceiros do grupo InterBuss, ou até em nosso site principal. Temos diversos planos e com certeza um deles se encaixa em seu orçamento. Consulte-nos! PARA ASSINAR Por enquanto, a Revista InterBuss está sendo disponibilizada livremente apenas pela internet, através do site www.portalinterbuss.com.br/revista. Por esse motivo, não é possível fazer uma assinatura da mesma. Porém, você pode se inscrever para receber um alerta assim que a próxima edição sair. Basta enviar uma mensagem
ças, o bandido desceu do ônibus com a refém. Aí, uma ação desastrosa da polícia, um atirador de elite acabou atingindo a
Expediente para revista@portalinterbuss.com.br e faremos o cadastro de seu e-mail ou telefone e você será avisado. CONTATO A Revista InterBuss é um espaço democrático onde todos têm voz ativa. Você pode enviar sua sugestão de pauta, ou até uma matéria completa, pode enviar também sua crítica, elogio, ou simplesmente conversar com qualquer pessoa de nossa equipe de colunistas ou de repórteres. Envie seu e-mail para revista@portalinterbuss.com.br ou contato@portalinterbuss.com. br. Procuramos atender a todos o mais rápido possível. A EQUIPE INTERBUSS A equipe do Portal InterBuss existe há nove anos, desde quando o primeiro site foi ao ar. De lá pra cá, tivemos grandes conquistas e conseguimos contatos com os mais importantes setores do transporte nacional, sempre para trazer tudo para você em primeira mão com responsabilidade e qualidade. Por conta disso, algumas pessoas usam de má fé, tentando ter acesso a pessoas e lugares utilizando o nome do Portal InterBuss, falando que é de nossa equipe. Por conta disso, instruímos a todos que os integrantes oficiais do Portal e Revista InterBuss são devidamente identificados com um crachá oficial, que informa o nome completo do integrante, mais o seu cargo dentro do site e da revista. Qualquer pessoa que disser ser da nossa equipe e não estiver devidamente identificada, não tem autorização para falar em nosso nome, e não nos responsabilizamos por informações passadas ou autorização de entradas dadas a essas pessoas. Qualquer dúvida, por favor entre em contato pelo email contato@portalinterbuss.com.br ou pelo telefone (19) 9636.1087, sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia.
DE 8 A 14 DE AGOSTO DE 2011
A SEMANA REVISTA Licitação das linhas interestaduais
Tarifas de ônibus interestaduais devem ficar mais baratas em 2012 Luciano Roncolato
Valor por quilômetro vai cair inclusive para o teto; Estimativa é de 85% de linhas beneficiadas
• Paraná Online / Agência Estado contato@j.com.br
As tarifas de ônibus interestaduais devem ficar mais baratas a partir do ano que vem. É o que prevê o novo modelo de licitação da malha rodoviária interestadual que o governo quer licitar em janeiro de 2012. A redução tarifária será consequência da fixação de indexadores com valores mais baixos pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para o cálculo do preço da passagem, que variarão de R$ 0,096 a R$ 0,1225 por quilômetro. O coeficiente tarifário atual é de R$ 0,1228. O preço da passagem é obtido multiplicando-se esse valor pela extensão da linha, acrescido da taxa de embarque, que varia de terminal para terminal, e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado pelos Estados. “Com base nisso, podemos dizer que 85% da população vai ter redução tarifária”, afirmou Sônia Haddad, superintendente de serviços de transporte de passageiros da ANTT. O processo de audiência pública do novo plano geral de outorgas do setor teve início terça-feira e estará aberto até 12 de setembro. A previsão da agência é que o edital de licitação seja lançado em outubro. Serão submetidos à concorrência pública 60 lotes de 1.967 linhas. É a primeira vez que o serviço de transporte terrestre de passageiros será submetido a um processo de licitação. “É um sistema que nunca foi licitado, nunca foi re-
LICITAÇÃO • Empresas que operam com liminares deverão encerrar atividades gulado. Foi construído a partir do empreendedorismo dos operadores. Pelo fato de ter sido construído pelas livres forças do mercado, é um sistema que tem que ser respeitado, o que não quer dizer que não tenha aperfeiçoamentos a fazer”, observou Bernardo Figueiredo, diretor-geral da ANTT. Ele ponderou que o processo de licitação é uma oportunidade de trazer “modernidade” para o setor, em um cenário de movimento agressivo do setor aéreo, que tem tomado o mercado de muitas linhas de ônibus, sobretudo nas longas distâncias. Figueiredo admitiu, porém, que em alguns trechos “talvez sejam perdas irrecuperáveis”, pois à medida que a população ganha mais poder aquisitivo, ela opta por um sistema de
transporte mais rápido e mais confortável. “Nós queremos ter um sistema que se assemelhe e até supere o que o aéreo oferece”, enfatizou o diretor-geral. A ANTT criou um site que permitirá ao usuário ter acesso a informações, como horários de chegada e saída dos ônibus e preços das passagens. Outra inovação será a exigência dos operadores de ônibus mais novos para prestar o serviço. Inicialmente, a idade máxima permitida para a frota será de 10 anos, idade que será reduzida gradativamente até alcançar o patamar de cinco anos de uso, em média. Hoje a frota dos ônibus interestaduais tem 14 anos de idade média. Atualmente, a frota cadastrada na ANTT é de 16.325 ônibus, dos quais 60% têm idade abaixo de 10 anos.
De novo
Terminal de ônibus é atacado a tiros em Piracicaba • G1 - SP
jornaldor7@r7.com
O terminal de ônibus de Piracicaba, no interior paulista, sofreu um novo ataque na noite desta terça-feira (9). Os tiros foram disparados por um motoqueiro. Foi o terceiro ataque em menos de 20 dias.
REVISTAINTERBUSS • 14/08/11
Neste último ataque, os tiros acertaram a base da Guarda Municipal que fica dentro do terminal. Na segunda-feira (8), três bananas de dinamite em gel e quatro metros de cordões detonadores foram encontrados no mesmo lugar. No fim do no mês passado, assal-
tantes pularam as catracas do terminal - um deles estava armado. O funcionário da bilheteria foi rendido e entregou todo o dinheiro do caixa – cerca de R$ 400. Os outros criminosos foram até a base da Guarda Municipal e roubaram uma arma. Pelo menos seis pessoas participaram da ação.
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A SEMANA REVISTA Erro de sistema
Ponta Grossa
Procon considera ilegal dupla Prefeitura vai cobrança em Campo Grande asfaltar sete Luciano Roncolato
itinerários de ônibus • Jornal da Manhã
180graus@180graus.com.br
ERRO • Cobrança a menor na segunda-feira teria causado o desconto maior no dia seguinte
• Correio do Estado terra@terra.com.br
O Procon e o Ministério Público Estadual (MPE) consideram ilegal a cobrança dupla da passagem de ônibus, denunciada na quinta-feira (11) ao jornal Correio do Estado por usuários do transporte coletivo Campo Grande. O órgão de defesa do consumidor ainda ameaça aplicar multa de até R$ 3,5 milhões às empresas de ônibus, caso seja comprovada cobrança abusiva. O caso envolve passageiros que tiveram de passar o cartão eletrônico por duas vezes para liberar a catraca. A alegação da Associação de Empresas do Transporte Coletivo (Assetur) foi a de que está sendo feita a cobrança de R$ 4,40 de alguns usuários porque na segunda-feira (8), devido a um erro no sistema, foi descontado apenas R$ 1 por pessoa. Agora está sendo cobrada a diferença. A cobrança de mais de um crédito por viagem pegou os usuários de surpresa, pois a Assetur não fez nenhum tipo de comunicado avisando que adotaria esse procedimento. Para o diretor-presidente do Procon, Lamartine Ribeiro, a atitude das empresas de ônibus fere o Código de Defesa do Consumidor e pode ser enquadrada como prática abusiva. “Vamos fazer um despacho instaurador, pedindo para as empresas explicarem o procedimento. E a partir disso, vamos julgar”, explicou. Se for constatada a cobrança abusiva, as empresas poderão pagar multa, que varia de
08
R$ 400 a R$ 3,5 milhões. Também podem ser obrigadas a ressarcir os usuários prejudicados. O MPE informou que vai investigar o caso. Por meio da assessoria de imprensa, o promotor Luiz Eduardo de Almeida, da Promotoria de Justiça do Consumidor, adiantou que o prejuízo deveria ser assumido pelas empresas de transporte coletivo, porque o consumidor não teve culpa da cobrança indevida. Reincidência A dupla cobrança se repetiu anteontem. A vendedora Lidiane Ribas de Souza, 33 anos, contou que pegou o ônibus Buriti-Terminal Bandeirantes e teve de passar duas vezes o cartão no leitor para a catraca ser liberada. “Foram descontados duas passagens”, reclamou. “Meus passes estavam contadinhos”. O mesmo aconteceu com o industriário Marcos Figueiredo, de 34 anos, que também usou a linha Buriti. “Na hora que eu coloquei o cartão, travou a catraca e tive de passar de novo. Reclamei na Assetur e eles disseram que a empresa estava fazendo essa cobrança por causa de uma eventual cobrança errada na segunda-feira”, relatou. A Assetur informou que vai continuar cobrando o valor superior a R$ 2,70 por bilhete até as empresas serem ressarcidas das passagens cobradas a R$ 1 no dia 8 de agosto. Apenas os passageiros que usaram o ônibus na segunda-feira estão pagando a diferença, segundo a entidade.
Dentro de seis meses, Ponta Grossa terá mais sete linhas de ônibus pavimentadas, somando 69.200 metros quadrados de asfalto. O contrato da liberação das obras foi assinado nesta sexta-feira (12) pelo prefeito Pedro Wosgrau Filho e os trabalhos serão iniciados na segunda-feira. Os prazos estabelecidos serão respeitados, levando-se em consideração as condições climáticas. A informação foi divulgada anteontem à coluna Fala Cidadão pela Prefeitura. Serão investidos nestas obras R$ 7,9 milhões, que beneficiarão diversas pessoas que vivem nos locais que serão pavimentados, como a dona Branislada Maletv. Ela mora há seis anos no Portal do Norte e vê com bons olhos a pavimentação da linha de ônibus, que passa em frente a casa dela. “Eu ouvi mesmo esses tempos atrás que iam asfaltar a rua e eu fiquei feliz com a notícia, porque quando o prefeito diz que vai fazer alguma coisa, eu sei que ele faz”, diz. Para as obras, a prefeitura conta com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), conseguidos devido aos bons projetos desenvolvidos pelo município. Técnicos especialmente designados para avaliar os projetos das obras de Ponta Grossa e do programa em si estiveram na cidade no final de 2010, quando o município já tinha garantido a contrapartida para a obra. Para o prefeito, a pavimentação de linhas de ônibus representa grandes avanços nas obras programadas para Ponta Grossa. “Mais importante do que para a prefeitura, essas obras são de grande valor para a população, que terá o benefício da rua asfaltada, do ônibus mais rápido e muito mais segurança, despendendo menos tempo em seus trajetos, e com muito mais comodidade”, destaca o prefeito. Serão pavimentadas as linhas de ônibus do Parque dos Pinheiros (Cara-Cará), Jardim São Gabriel (Olarias), Jardim Ouro Verde (Colônia Dona Luíza), Jardim Nova Vila Velha (Cara-Cará), Portal do Norte (Chapada), Vila Mezzono e Jardim Aroeiras I/Aroeiras II/Jardim Giana. A Secretaria de Planejamento informa ainda que esta é a primeira fase do projeto. Ao término desta, a prefeitura inicia a segunda etapa, que prevê a pavimentação de mais cinco linhas de ônibus.
14/08/11 • REVISTAINTERBUSS
Campo Grande
Contratos de ônibus serão rescindidos Luciano Roncolato
• Correio do Estado dgabc@dgabc.com.br
A Prefeitura de Campo Grande vai acionar a Justiça para rescindir os contratos de concessão com as empresas do transporte coletivo da Capital. As cinco viações — Cidade Morena, Jaguar, São Francisco, Campo Grande e Serrana — teriam direito de explorar o serviço até 2014, mas a postura das empresas, de condicionar os investimentos exigidos pela administração municipal para a modernização da frota a um novo aumento na tarifa desagradou o prefeito Nelsinho Trad (PMDB). Semana passada, ele determinou que a Procuradoria Geral do Município (PGM) tomasse as medidas necessárias para antecipar o fim dos contratos com as concessionárias. De acordo com o procurador-geral, Ernesto Borges Neto, a PGM, junto com a Agência de Regulação dos Serviços Públicos e a Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) já iniciou os procedimentos para que seja aberto o processo licitatório assim que ocorrer a rescisão dos contratos. “Já definimos a nossa estratégia administrativa e jurídica e a partir de agora nós vamos colocá-las em prática”. O procurador afirma que todas as possibilidades de negociação foram esgotadas. “É preciso ficar claro que a prefeitura não estava pedindo para as empresas assinarem um cheque de R$ 40 milhões. Estava sendo exigido um planejamento para que, em determinado prazo, fossem feitos alguns investimentos que vão repercutir numa melhoria do sistema e vão atender as determinações do Plano Diretor de Transporte Coletivo. Isso tudo é preciso para a gente fazer a captação de recursos muito importantes para a Capital”. A negativa da Associação das Empresas do Transporte Coletivo (Assetur) de elaborar o plano de modernização, fez com que a prefeitura entendesse que o serviço que as empresas prestam não atende mais as necessidades da Capital. “A partir de agora nos iniciamos um processo contencioso. Brigar nunca é bom, mas garanto que vai ser muito ruim para eles lá (Asse-
FIM • Empresas da cidade não querem renovar, por isso a Prefeitura deve romper contratos tur), porque a força do poder concedente é muito grande”, ameaçou o procurador. Concessão Para Borges e o diretor-presidente da Agência de Regulação, Marcelo Amaral, o modelo atual de concessão para o transporte público do município está “falido” e este é justamente o ponto de conflito entre prefeitura e Assetur. “Hoje nós temos uma série de novas obrigações que não estavam contidas originalmente naquele momento quando o contrato foi assinado, há 13 anos”, explica Amaral. Borges acredita, entretanto, que o impasse acaba por ser “o ponta-pé para a criação de novo modelo de concessão que atenda as necessidades da cidades pelos próximos dez anos”. Acima de R$ 3 Caso a prefeitura aceitasse o pedido de revisão tarifária da Associação das Empresas do Transporte Coletivo (Assetur), segundo o diretorpresidente da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), Rudel Trindade Junior, a passagem de ônibus passaria a custar mais do que
R$ 3. “Teríamos de dar reajuste acima da inflação. É inviável” Nesta terça-feira, prazo final que a Assetur tinha para apresentar à prefeitura o plano de melhorias do transporte coletivo, a entidade protocolou ofício propondo “tarifaço” para atender aos requisitos. A “promessa” de modernização do setor tornaria o município mais competitivo no pleito pelos R$ 280 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Urbana, recursos que seriam investidos na melhorias no sistema viário de transporte da Capital. O anúncio oficial das cidades contempladas será no dia 26 de agosto e sem este plano nas mãos, o município corre o risco de perder boa parte dos investimentos do PAC - Mobilidade. De acordo com o diretor da Agetran, a administração municipal exigia das empresas mudanças no perfil da frota, investimentos em tecnologia, e adequações à legislação ambiental. Dentre os pedidos estavam a compra de mais ônibus articulados, renovação e compra de mais carros, informatização do sistema de controle dos trajetos, melhorias nos serviços de informação aos usuários, entre outros.
Ribeirão Preto
Estudantes fazem apitaço por passe livre • Jornal A Cidade
revista@portalinterbuss.com.br
Um grupo de quase 60 estudantes fez um “apitaço”, na manhã deste sábado (13), no calçadão do Centro de Ribeirão Preto. Os jovens pediam passe livre nos ônibus urbanos.
REVISTAINTERBUSS • 14/08/11
Segundo André Dunque, de 26 anos, a manifestação seria para “abrir o olho” da classe estudante com relação à legislação. “Está na Constituição o direito dos estudantes ao transporte. Então é preciso avisar a população”. Ainda segundo ele, um dos orga-
nizadores do “apitaço”, os estudantes teriam direito a 54 viagens no mês, e que cidades em outros Estados já disponibilizam os passes. “A única exigência é de que o estudante more a uma distância superior a um quilômetro. Isso já funciona em Brasília, Rio de Janeiro, Maringá e Cuiabá”, completou o estudante.
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A SEMANA REVISTA Salvador
Empresas não querem BRT + Metrô Felipe Pessoa de Albuquerque
• Tô Sabendo
terra@terra.com.br
A declaração do superintendente do Sindicato das Empresas de Transporte Público de Salvador (Setps), Horácio Brasil, de que não haveria espaço para integração entre metrô e BRT - como foi definido pelo governo do Estado e prefeitura de Salvador -, na visão do vereador Gilmar Santiago (PT), é um indicativo de que os empresários tentarão colocar ônibus comum na alimentação do sistema. Presidente da Comissão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente da Câmara Municipal, o petista contesta a visão do Setps de que a cidade só poderia ter um ou outro modelo. “Quer dizer que a população não tem o direito a ter um transporte de qualidade, com os dois modais integrados? Na visão dele, então, Salvador - a terceira maior capital do Brasil - terá os mesmo ônibus precários nas vias”, protestou Gilmar, em entrevista ao Bahia Notícias. Para o vereador, Horácio Brasil tenta pressionar as administrações de forma equivocada. “É chantagem, mas, ao mesmo tempo, é a expressão da visão atrasada que predomina no Setps. No fundo, no fundo, é isso”, avaliou. Após perder a possibilidade de instalar o “busu moderno” na Paralela e ter que se contentar com as vias alimentadoras
BIARTICULADOS • Limitação de velocidade visa reduzir número de acidentes
DIVERGÊNCIA • Enquanto não se decide o que fazer, transporte em Salvador segue precário do metrô, o Setps iniciou uma campanha com milhões para executar o projeto. Enquanto dezenas de vereadores aliados para tentar re- isso, os soteropolitanos sofrem com estações verter a situação e ameaça de acionar o Es- entupidas, tarifação elevada e veículos sujos, tado na Justiça. Diz até que dispõe de R$ 600 velhos e caindo aos pedaços.
Piracicabana e Breda
EMTU apresenta 60 novos ônibus em Santos • Diário do Grande ABC terra@terra.com.br
O governador Geraldo Alckmin entregou, ontem, mais 60 veículos para o sistema de Transporte Metropolitano da Baixada Santista, completando um total de 201 novos ônibus que foram entregues entre janeiro e agosto deste ano. O sistema é gerenciado pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU/SP). Os veículos substituirão parte da frota das empresas Piracicabana e Breda. Do total de 201 carros, as empresas
permissionárias que atuam na Região Metropolitana da Baixada Santista já entregaram, nos últimos meses, 141 ônibus zero-quilômetro. A nova frota inclui micro-ônibus e ônibus rodoviários para operação de linhas seletivas e ônibus urbanos, para circular nas linhas comuns. O investimento total das empresas na aquisição dos 201 veículos é de R$ 66,4 milhões. Segundo o governo paulista, 73% do sistema será composto por ônibus totalmente acessíveis às pessoas com deficiência, que contarão com elevador para cadeira de ro-
das e espaço reservado no interior. Também há uma área especial para pessoas com deficiência visual e seus cães-guia. Os bancos reservados aos passageiros especiais serão diferenciados pela cor amarela. Uma das novidades, segundo o governo, é o maior conforto para todos os passageiros. Os bancos terão assentos e encosto estofados, os vidros serão climatizados de forma que a temperatura ambiente poderá ser regulada, além de diminuírem o volume de ruídos. Outro item são os ventiladores de teto.
Turismo
Governo de SP lança projeto de ônibus turístico • Veja
terra@terra.com.br
O governador Geraldo Alckmin apresentou nesta quinta-feira o Roda SP, projeto desenvolvido pela Secretaria de Turismo para levar linhas turísticas de ônibus, com veículos de dois andares (conhecidos como double-deckers), para diversas
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regiões do estado em diferentes períodos do ano. Para participar do programa, o turista teria de comprar um ingresso no valor de 10 reais, válido por todo o dia para embarque e desembarque nos pontos de parada do ônibus. Durante a viagem, os passageiros poderiam ouvir áudios em português, inglês e espanhol sobre a história e os atrativos da
região. Os primeiros roteiros experimentais do Roda SP começaram no dia 20 de julho, na Serra da Mantiqueira. Os ônibus levaram os turistas de Campos do Jordão gratuitamente para conhecer os principais pontos turísticos do município e de cidades vizinhas.
14/08/11 • REVISTAINTERBUSS
RESUMO DAS PRINCIPAIS NOTÍCIAS DA IMPRENSA ESPECIALIZADA
DEU NA IMPRENSA Transpo Online
Cantor Daniel compra Paradiso G7 DD Divulgação
• Do Site da Transpo Online jsalto@portalcopa2014.com.br
Nos Estados Unidos, a utilização de ônibus para transportar os atletas das equipes de competição da Nascar, ou de basquete, ou de baseball, é uma ação muito difundida nos filmes produzidos para o cinema e TV. No Brasil, um dos segmentos que mais se utilizam dos ônibus são as bandas do estilo sertanejo, que cruzam o País para levar seus show. Um dos artistas mais assíduos nesta prática é o cantor Daniel, que acaba de adquirir duas novas unidades da Marcopolo, construídos especialmente para atender às necessidades do artista. Um deles é o novíssimo modelo Paradiso 1800 Double Decker, da Geração 7, que a encarroçadora acabou de lançar no mercado. “Este é o primeiro Double Decker adquirido pelo Daniel e um dos primeiros do novo modelo a serem produzidos e entregues. Estamos muito felizes pela sua escolha, o que demonstra a satisfação com os nossos veículos. Por possuir dois pisos e poder receber
LANÇAMENTO • Cantor fez compra de modelo recém-lançado pela Marcopolo configuração especial, quase como uma casa, em suas viagens”, explica Paulo Corso, diretor o Paradiso 1800 DD será utilizado pelo cantor da Marcopolo
Transpo Online
Transpo Online
Curitiba flexibiliza restrição CSN firma 1ºs de circulação na Linha Verde contratos da Luciano Roncolato
Transnordestina
• Do site da Transpo Online
jsalto@portalcopa2014.com.br Embora o início parcial das opera-
• Do site da Transpo Online jsalto@portalcopa2014.com.br
A prefeitura de Curitiba flexibilizou as medidas de restrição quanto à circulação de caminhões pela Linha Verde. O anúncio foi feito na terça-feira (9), pelo prefeito Luciano Ducci, após ter se encontrado com representantes da Setcepar, ACP e Fenabre-PR. As proibições foram redefinidas e, a partir do próximo dia 1º, os caminhões com carga superior a sete toneladas estarão proibidos de circular pela Linha Verde, nos dias úteis, somente durante os horários de pico: das 7h às 10h e das 17h às 20h. Também foi anunciado que um trabalho de conscientização será feito com os mo-
REVISTAINTERBUSS • 14/08/11
toristas, para que evitem circular na região. “Pelo fato deste contorno ter muito trânsito e representar um trajeto mais longo, muitos optam pela Linha Verde. Nesta campanha iremos também incentivar os caminhoneiros a utilizarem a faixa direita da Linha Verde nos horários permitidos”, diz Gilberto Antonio Cantu, Presidente da Setcepar. Se as medidas de proibição total da circulação de caminhões pelo trecho não fossem revisadas, além de prejudicar as transportadoras, também prejudicaria as 7 concessionárias instaladas na Linha Verde e seus respectivos clientes. As novas medidas são mais ponderadas e levam o comércio em consideração, sem deixar de fora a fiscalização e os problemas de trânsito.
ções só esteja previsto para o fim do ano que vem, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) firmou os primeiros contratos de transporte de carga na ferrovia. Até agora, já é esperada a movimentação anual de granéis líquidos de 16 milhões de toneladas por ano. O principal acordo foi firmado com a Bemisa, do grupo Opportunity, que possui os direitos de exploração de uma área no Piauí, que só foi viabilizada com a construção da ferrovia. Outros acordos também já estão sendo consolidados com fabricantes da região. Os memorandos assinados nos acordos de carga através da Transnordestina, preveem 2 milhões de toneladas por ano no início de sua utilização, podendo chegar em até 30 milhões em sua capacidade máxima. A Bemisa informou que sua produção de minério de ferro no Piauí deverá ter início em 2015, com 5 milhões de toneladas por ano e previsão para dobrar o número da produção até 2017.
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FOTOS, EVENTOS, OPINIÃO E CARTAS
SEU MURAL Pesquisa da Semana
Momento de diversão
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EM RIBEIRÃO PIRES Dia 14 de fevereiro de 2009 os amigos Tiago de Grande, Sérgio Carvalho e Rafael Cuesta em momento de descontração tomando uma cerveja com caldo em um bar de Ribeirão Pires, na Grande São Paulo.
Encontro de Busólogos em Londrina/PR Sucesso
1º Encontro de Busólogos na Viação Garcia, em Londrina Presentes no evento, Luciano Roncolato, Tiago de Grande, Gabriel Dias, Sérgio Carvalho, Anderson Ribeiro e Cicero Junior. O evento aconteceu anteontem e ontem e contou com a presença de mais de 50 colecionadores previamente selecionados. Na próxima edição, cobertura completa! 12
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VIAGENS & MEMÓRIA Marisa Vanessa N. Cruz ideiaselembrancas@gmail.com
Os últimos meses das pinturas tradicionais dos ônibus do RJ
Micrões Algumas empresas do RJ, como Ideal e Paranapuan, aderiram a onda dos micrões, deixando os convencionais de lado. Primeiro, porque o custo é menor que um ônibus convencional. E segundo, comprando um lote desses micrões ajuda a economizar o caixa da empresa. A desvantagem, é claro, existe para linhas de alta demanda. Se colocar esses micrões, requer ampliar a quantidade desses na frota do que o número de ônibus convencionais. Primeiro, para retirar os convencionais para colocar micrões, é preciso uma análise de demanda. Como anda a lotação
REVISTAINTERBUSS • 14/08/11
Google Street View e LitoralBus - Ricardo Oliveira
Falta pouco, muito pouco para que todas as viações cariocas pintarem todos os ônibus com a nova padronização. Ainda é possível observar pinturas antigas, aquelas tradicionais e criativas em algumas empresas. A cada tempo que passa, diminui ainda mais a quantidade de ônibus com a pintura antiga. Outras como a Santa Maria e Rio Rotas já pintaram 100% da frota. O que o passageiro observava antes sua linha identificando com a pintura da empresa, agora verá dezenas de linhas com a mesma pintura nova, confundindo ainda mais o passageiro. A confusão não remete apenas à troca de pintura, mas o que inclui também é a mudança de numeração em algumas linhas de ônibus. Veja um exemplo da primeira foto: A linha 260 hoje é a linha 363, e está escrito “antiga linha 260” no painel inferior e no adesivo do lado do motorista. E para completar, aparece também no itinerário principal alternando com ‘363 V. Valqueire’. A quantidade de informações em vários pontos estratégicos do ônibus, seja em cima, em baixo ou do lado, é para o passageiro visualizar rápido em qualquer ponto estratégico do ônibus antes de dar o sinal. Atualmente, tenho-me de contentar com as fotos de rua encontrados no Google Earth e no Google Maps. Por enquanto, as fotos foram tiradas antes de vir aquela padronização que descaracteriza a imagem e a identidade própria da empresa, e daí posso ver belas pinturas da Braso Lisboa, Ideal, Bangu, Tijuquinha, etc. Isto me traz saudades, não só em mim mas como todo entusiasta que adora os ônibus do Rio. Uma pena que alguns colecionadores não continuaram a atualizar sites históricos que mostram a evolução (e pintura) dos ônibus cariocas, mas também, não há o por quê de comemorar.
MUDANÇA • Está cada vez mais raro ver as pinturas tradicionais do Rio de Janeiro nas ruas. A maioria já está no novo padrão. dos ônibus? Se a lotação for média, é possível trocar por micrões? Se a lotação for alta, a quantidade de micrões será maior do que a quantidade de convencionais, e o custo diesel e mão de obra do motorista será maior. E por último, maioria dos micrões não vem com o banco do cobrador, fazendo com que o tempo do percurso seja maior, e que o motorista tenha também função dupla de motorista/cobrador, passando até uma péssima imagem para a empresa. É como se a viação estivesse à beira da falência. Na figura, tirada do Google Earth: no ponto final no bairro do Ribeira, na Ilha do Governador, vejam a quantidade de mi-
crões no local. E uma curiosidade da Ilha que não está na figura: a garagem da Ideal fica exatamente do lado da garagem da Paranapuan, separados por uma rua. E lá no site da Paranapuan só existe um simples aviso com um e-mail de serviço de atendimento ao cliente (só para dizer que a empresa tem site). O futuro Após o prazo de um ano de padronizar as pinturas dos ônibus cariocas, é bem provável que haverá mudança até nos prefixos de ônibus, como fizeram em São Paulo há oito anos. Vamos aguardar.
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ESPECIAL CAIO 65 ANOS Quarta parte
Articulados e biarticulados marcam sucesso da encarroçadora
Recentes lançamentos chamam a atenção pelos belos desenhos , qualidade e durabilidade • Thiago Bonome thamco@limao.com.br
Em continuação ao especial dos 65 anos da Caio, mostraremos nessa edição a evolução dos Articulados retratada pelo lançamento do campeão de vendas em São Paulo. O Caio Mondego. Falaremos também das novas versões lançadas do Apache Vip e do Apache S21. Recorde de vendas em todo seu período de fabricação, o Apache Vip ganhou uma roupa nova em meados de 2007 com linhas mais arrojadas e seguindo a tendência do século XXI de fabricação de carroceria para ônibus. Sendo essa também um sucesso de vendas, a Caio divide sua fabricação com o Apache S22, sucessor do Apache S21. Pensando no maior conforto dos passageiros, a Caio aliou o espaço à acessibilidade, com design atual e atendendo de forma plena o transporte dos passageiros no novo conceito de ônibus. O Articulado piso baixo Mondego,
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inicialmente encarroçado apenas sobre chassi Mercedes-Benz, tem presença maciça em São Paulo, sendo essa a capital com maior frota desse modelo. Hoje em dia o Caio Mondego é visto também sobre chassi Volvo B9Salf, um inovador conceito de mecânica, que anula totalmente o uso de escadas para o embarque no ônibus, tornando assim o único chassi com acessibilidade 100%. O Mondego de chassi Volvo B9Salf tem seu modelo de carroceria diferenciado daqueles encarroçados sobre Mercedes, com leves mudanças na mascara dianteira. O Mondego BiArticulado, lançado também sobre chassi Volvo, vem incrementar e inovar no conceito de transporte. Com 27 metros de comprimento e nenhum degrau de acessibilidade, ele é 100% piso baixo facilitando a locomoção interna nos ônibus. Atualmente, o Mondego Bi-Articulado pode ser visto em circulação na cidade de Campinas/SP, pela Itajaí Transportes Coletivos. É a Caio, mais uma vez pensando na frente com o melhor no conceito de transporte de passageiros!
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RETROSPECTIVA DAS CARROCERIAS DE MAIOR SUCESSO DA ENCARROÇADORA DE BOTUCATU/SP
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HOBBY & DIVERSÃO Luciano Roncolato roncolato@portalinterbuss.com.br
Os busólogos que não descem do pedestal e o encontro de Londrina
A coluna desta edição poderá parecer um pouco estranha para algumas pessoas, porém não posso deixar de comentar um fenômeno que está ocorrendo dentro do hobby e que está sendo deveras desagradável. Com o aumento das ocorrências negativas dentro do hobby, sobretudo por conta de algumas pessoas que ingressaram mais recentemente, começou-se a fazer uma espécie de “separação” dos colecionadores, dividindo-os em “busólogos” e em “colecionadores/admiradores”. Já comentei aqui em outra oportunidade sobre o detrimento do termo “busólogo” principalmente por parte de alguns colecionadores mais antigos e sobre essa separação das pessoas, porém isso tem se intensificado cada vez mais. O mais curioso de todo esse processo é como se busca um “glamour” que não existe, fazendo-se essa separação. Alguns mais antigos começaram a fazer o detrimento do termo “busólogo” para se separarem dos colecionadores mais novos, que comumente erram em algumas afirmações,
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etc, assim como todos que um dia já foram novos no hobby também erraram. Indo nessa onda, alguns colecionadores mais novos passaram a rejeitar o uso desse termo também, dizendo ser um “termo pejorativo que identifica colecionadores bagunceiros”. Na verdade, colecionadores mais novos que estão rejeitando esse termo na verdade estão querendo entrar para um “seleto grupo de colecionadores mais inteligentes” que não existe! Não existe colecionadores seletos! Todos estão no mesmo barco! Não consigo compreender essa busca pela “fama” e “glamour” do hobby até hoje... Mas enfim, continuando com o que está ocorrendo no hobby, é lamentável. Nos últimos dias têm ocorrido uma onda de ataques aos “busólogos” em redes sociais, listas de e-mail, é praticamente um “apartheid” dentro do hobby. As críticas estão se acentuando e partindo para o lado pessoal em alguns casos. Até nota-se uma pequena ponta de inveja entre algumas pessoas. Qual a diferença de ser chamado de “busólogo” e de “colecionador de fotos de ônibus” ou de “buseiro”? Absolutamente
nenhuma, pois o gosto é o mesmo. É o mesmo que chamar mexerica de bergamota, o mesmo que chamar mandioca de aipim, e assim por diante. Estão criando um clima pesadíssimo em cima do termo “busólogo” sem necessidade, além do que na grande imprensa o termo é corrente e usado todas as vezes que se fala de colecionadores. Ontem, durante os primeiros comentários acerca do evento realizado na Viação Garcia em Londrina (sobre o qual comentarei mais adiante), nas listas de discussões, houve uma enxurrada de críticas aos “busólogos” e algumas poucas à empresa. Mas aí que tá: qual o problema em uma empresa de ônibus oferecer dois dias de diversão aos colecionadores? Isso é um grande avanço e deveria ser elogiado por todos pois está inserida no mercado do transporte uma nova legião de comandantes com uma nova filosofia, mais moderna e que visa a integração com a comunidade. Alguns comentários tratavam os “busólogos” como doentes mentais ou desocupados, só porque estiveram no evento. Das duas, uma: ou é inveja, porque nem
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PIONEIRISMO • Encontro na garagem da Viação Garcia foi o primeiro no ramo pela sua magnitude, tempo e eventos envolvidos todos puderam ir, ou é prazer em discordar mentando novidades, etc. Mas não, alguns verdadeiro circo dos horrores. de tudo e de todos, se tornar polêmico e fi- listeiros continuam se achando acima de car “famoso” pelas críticas. tudo e de todos, e ainda por cima reclamam *** As listas de discussão estão se quando são corrigidos. Eles podem corrigir colocando em um pedestal alto demais, mas não podem ser corrigidos? Ontem pela manhã cheguei à cidade achando que estão livres dos “busólo- Não posso discordar de que há al- de Londrina para participar do desfile da nova gos” só porque têm mais tempo de hobby guns colecionadores, sobretudo com contas frota da Viação Garcia durante o primeiro ene, talvez por isso, mais conhecimento que no site Ônibus Brasil, que extrapolam o contro de busólogos da empresa. Na semana os novatos. O proble-ma é que a grande limite do bom senso, fazendo comentários que vem faremos uma matéria completa a resmaioria que se mantém em listas até hoje descabidos, especulações ridículas e fazen- peito do evento, trazendo todos os detalhes para já passaram por situações parecidas no pas- do tumulto. Para variar, ontem já teve outro você, leitor. Mas hoje vou apenas me limitar a sado. Há alguns dias estive pesquisando um tumulto, onde um colecionador comentou agradecer a recepção feita pelo sr. Mário Luft histórico de mensagens no Grupos.com.br em uma foto que a Viação Garcia ia pro- e por sua filha, Andrea Luft. São dois exempara escrever sobre a venda da Viação Co- mover o concurso de “melhor busólogo do plos de simplicidade e humildade que contameta neste espaço e achei mensagens de Brasil”. De onde a pessoa tirou essa ideia giaram a todos os visitantes. A integração entre vários colecionadores hoje muito respeita- insana? A informação foi rapidamente des- a cúpula da empresa com os busólogos foi algo dos falando um monte de baboseiras na mentida pela Andrea Luft, para o bem do assim ainda sem precedentes tanto na história época. Alguns que hoje criticam os novos hobby e para o alívio dos colecionadores do hobby quanto na história das empresas de colecionadores, falando que eles não sabem mais sensatos. Já imaginaram se aconte- ônibus no Brasil. Geralmente visitas e eventos o que falam e ficam duvidando de informa- cesse um concurso desse nível no Brasil? ocorrem de forma mais engessada, com forções e fontes oficiais ou então criticam por Se o hobby já está em pé de guerra, imagine malidades, limitações e sempre alguém acaba confiarem em fontes tidas como duvidosas, se sair um concurso assim? Como sempre reclamando de comportamentos, de ambos os estiveram comentando em dezembro de há busólogos querendo tumultuar as coi- lados. Não foi o que ocorreu nesse evento in2001 num tópico que já comentava a venda sas, a exemplo da postagem de um Micruss édito. Todos muito à vontade, descontraídos da Viação Cometa S.A. que duvidavam de da Busscar e o primeiro comentário do ci- e muito bem atendidos por todos na empresa. tal informação, que se fosse verdade fariam dadão foi: “fight”, já esperando briga e que Todos saíram muito satisfeitos. Estive presente tal coisa, etc., e logo depois já apareceram sua foto fosse muito bem vista e comenta- apenas no sábado, pois na sexta ainda eu estava os primeiros Marcopolo Paradiso G6 com da. Ridículo isso. voltando de outra viagem, mas os comentários uma nova pintura da empresa. Se todos se ajudassem para escla- eram todos positivos, e o desfile também foi O pedestal em que as listas de dis- recer dúvidas, um ensinar o outro, o hobby excelente. Deixo os parabéns pela iniciativa e cussão estão se colocando é muito perigo- com certeza seria muito mais aprazível, que futuramente outros eventos possam aconso. O ideal seria que todos trabalhassem de mas aqui prefere-se a rejeição a termos, bri- tecer e que mais busólogos sejam contemplaforma integrada, trocando experiências, co- gas, pedestais elevados, e muito mais. Um dos com dias tão marcantes.
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REVISTAINTERBUSS ISAAC
MATOS
PREIZNER
C U R I T I B A / P R • R E D E N T O R
A GRANDE MATÉRIA-PARTE 2
Continuando o passeio pela Europa
Segunda parte do relato de viagem do nosso colunista de tecnologia Fábio Tanniguchi traz todos os detalhes de diversos trechos entre a França e a Inglaterra • Fábio Takahashi Tanniguchi
fabiotanniguchi@portalinterbuss.com.br
Paris (França) Paris, na França, é a maior cidade do país, com mais de 2 milhões de habitantes. Seu sistema de transporte é composto por uma vasta rede de metrô (214 km), uma rede de trens de subúrbio metropolitanosRER (587 km), três linhas de tramway e um emaranhado de serviços operados por ônibus (351 linhas com 4300 veículos). Todo o metrô, todas as linhas de tramway e ônibus são operados e administrados pela RATP. Algumas linhas de RER são operadas pela SNCF e outras pela RATP. A Cidade-Luz recebe milhões de turistas anualmente e tem vários pontos
turísticos. Vamos abordar aqui o essencial e um pouco do que nem todos os guias indicam. Como não poderia faltar, o Museu do Louvre é um local que dizem ser de passagem obrigatória. Vale a pena passar para ter uma ideia da quantidade de coisas que tem ali. É impossível prestar atenção em tudo em apenas um dia. A quantidade de pessoas é enorme. A sala onde fica a Monalisa é um local onde as pessoas se apertam para tentar ver o pequeno quadro de Da Vinci. Porém, a construção que abriga o museu já é em si uma obra de arte. E o museu em si é muito rico em obras. Há desde vasos do Egito Antigo até a Monalisa. E tudo é muito bem apresentado ao público. Dica: vale a pena pedir um mapa do
museu e preparar o seu trajeto para ver apenas o essencial, se você não for fanático por arte e/ou tiver pouco tempo. Ver apenas aquilo que você quer economiza bastante tempo e evita que o passeio acabe virando um desespero para achar o quadro da Monalisa para tirar foto e ir embora. Saindo do Museu do Louvre dá para passear pela rue Fauborg de Saint-Honoré, onde há grifes famosas e gente rica passeando. Mesmo que seu objetivo não seja comprar, é um passeio interessante que te leva até Madeleine, sem precisar gastar o passe de metrô e ficar embaixo da terra. Ao cruzar com a rue Royale, vire à direita. Você verá a Igreja de Madeleine. Atrás de você estará a Place de la Concorde. Em direção à Madeleine, você verá
PRESSÃO Convergência do mercado para a compra de chassis desse porte foi decisiva para a entrada da Volvo nesse filão
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uma simpática loja de macarons, um doce francês que ganhou o mundo e a alta cozinha. É a loja da Ladurée, que se orgulha de dizer que tem os melhores macarons do mundo, os verdadeiros macarons. Obviamente, não dá para comprar dezenas de macarons, mas vale a pena comprar pelo menos um para experimentar. De fato, o macaron do Ladurée é o melhor macaron do mundo. A Igreja de Madeleine vale uma visita do lado de fora, tirando fotos. É uma bela igreja, com uma arquitetura bastante interessante. Do lado de dentro, não é permitido tirar fotos. O Palácio de Versalhes, símbolo da monarquia absolutista que foi deposta pela Revolução Francesa, fica na cidade de Versailles, na região metropolitana de Paris. Para
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chegar lá, é necessário pegar um RER (trem de subúrbio), nesse caso, operado pela SNCF. A bifurcação que vai até a estação Versailles - Rive Gauche é cheia de turistas que vão ao palácio. A visita ao palácio vale a pena para comprovar o que o seu professor de História falou sobre a monarquia absolutista. Já do lado de fora do palácio dá para sentir a imponência e o poder imposto pelos reis, e o exagero nas exuberâncias e no esbanjo de riqueza. Como no Louvre, o palácio recebe muita gente e fica até difícil andar nos corredores. A situação se agrava quando turistas em grupo ficam seguindo o guia. Vem a boiada toda. Quando o guia para, os turistas que estão atrás e nem são do grupo ficam encalhados porque o povo todo entupiu o corredor. Vale a pena chegar lá com muita paciência na cabeça, inclusive para enfrentar filas na entrada. Após passar no Palácio de Versalhes e ver o luxo exagerado, porque não ver o povão no shopping center de Les Halles? O Forum des Halles é um shopping subterrâneo (em cima será uma enorme praça, o “Central Park de Paris”), frequentado por gente do povo e com saída direta no complexo metroviário Chatelet/Les Halles, que é a maior estação de metrô do mundo (integra as estações de metrô Chatelet e Les Halles e a estação subterrânea de RER chamada Chatelet/Les Halles). Lá, existem diversas lojas, inclusive uma Fnac (de eletrônicos). Dois lugares merecem uma visita obrigatória e nem sempre aparecem nos guias de turismo: Cité des Sciences e Musée de l’Air et de l’Espace (Museu Aeroespacial). O primeiro é um museu que está longe do conceito clássico de museu. É um museu interativo, carregado de tecnologia e inovação para ensinar de uma forma fácil e interessante. Com exposições temporárias, dá para levar as crianças todos os anos, e dá para o turista passar lá sempre que for a Paris. Separado em setores, dá para aprender um pouco desde Matemática até controle do espaço aéreo e sobre as mudanças climáticas. Desde o final de julho está em cartaz uma exposição sobre os desafios de Paris em promover mobilidade a sua população. Infelizmente, passei por Paris antes dessa exposição. Já o Museu Aeroespacial, é um paraíso para apaixonados pela aviação, e um lugar interessante para quem apenas admira o simples, mas mágico, ato de voar. Há um excelente acervo, preparado com muito capricho. Lá, é possível entrar no Boeing 747100 com pintura da Air France que foi pre-
parado especialmente para o museu. Assim, é possível ver a cabine dos pilotos, um pouco da cabine de passageiros, a estrutura da aeronave e o porão de cargas. Também estão por lá duas unidades do Concorde: o protótipo 001 e uma unidade que voou comercialmente pela Air France. É possível entrar no Concorde e sentir um pouco da sensação de quem teve a honra de voar nele. Caixas de som tocam a orquestra dos motores Rolls-Royce Snecma, dando uma agradável e emocionante sensação. No protótipo 001, o interior tem todos os equipamentos usados para os testes do modelo, quando ainda não estava voando comercialmente. Fotos espalhadas pelo avião em quadros mostram o quão o Concorde foi um mito para a aviação, e o quanto ele simboliza para a humanidade. Há ainda um rico acervo de equipamentos aéreos da 2ª Guerra Mundial, além de helicópteros, aviões esportivos, caças mais atuais e um excelente material para mostrar a corrida espacial e como funcionavam os foguetes e aparelhos que iam junto nas explorações. Na saída, há uma loja de variedades sobre aviação, de miniaturas a livros e boxes de Flight Simulator. Vamos encerrar Paris com os clássicos: Torre Eiffel e Arco do Triunfo. A Torre Eiffel é um símbolo de Paris. Projetada por Gustave Eiffel, tem 324 metros de altura, e foi inaugurada em 1889 para receber a Exposição Universal do mesmo ano, que exibia avanços tecnológicos recentes. Bem, a Torre Eiffel com certeza tem longas filas para entrada. Frequentemente, o topo da torre fica lotado de gente e só abrem ingressos para o 2º andar. É uma questão de sorte. Enquanto ficam na fila, turistas precisam aturar os ambulantes que vendem miniaturas da Torre Eiffel a 1 euro. Esses ambulantes ficam lá até a hora que passam os policiais de bicicleta, que só dão aquela “espantada de 1 minuto” nos ambulantes. Depois que o policial passa, o ambulante volta. Se conseguir comprar ingresso para o topo da torre, vá. É uma experiência maravilhosa. A vista de Paris é belíssima, inigualável e inesquecível. E ainda rende ótimas fotos. Lógico que depende de um dia de Sol, o que não é tão difícil assim. O Arco do Triunfo chama bastante a atenção. Qualquer que seja a saída da estação de metrô Charles de Gaulle/Etoile que você utilize, o arco estará visível. É possível visitar o topo do arco, pagando ingresso. Porém, depois do topo da Torre Eiffel, não deve ser tão animador ir no topo do Arco do Triunfo. Mas
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A GRANDE MATÉRIA-PARTE 2 vale a visita. Comer de forma barata em Paris é sinal de fast food. Porém, caso haja enorme vontade de comer bem em Paris para não sair da viagem frustrado por não ter comido em nenhum restaurante francês, há duas dicas: o Bistrot d’Eustache (37 ,rue Berger, região de Les Halles) e a cadeia de restaurantes Hippopotamus. No primeiro, a dica são os pratos com carne ou peixe (os franceses costumam apresentar carnes sempre com molhos, e os peixes são preparados de uma forma especial, que valoriza bastante o sabor). No segundo, a dica são as carnes em geral, que é a especialidade da casa. Há hambúrgueres muitíssimo bem servidos a preços menores. E, quem tiver coragem, pode experimentar o tartar (carne crua com muito tempero e ovo cru por cima). Andando tanto pelas cidades, a sede aparece rapidamente. E não é em todo lugar que a água é barata. Aliás, é mais fácil achar água cara que água barata. Portanto, a dica (para qualquer lugar da Europa) e achar lugares com água barata. Em Paris, o supermercado Monoprix vende o pacote de 6 garrafas de 0,5 L de água por 0,96 euro. Dá para dizer com facilidade que é uma das águas mais baratas de toda a Europa. Em minha viagem, foi, disparada, a água mais barata. De Paris a Londres Uma moderna, rápida e eficiente maneira de ir de Paris a Londres é pelo Eurostar, o trem de alta velocidade que utiliza o Eurotunnel, construído sob o Canal da Mancha, entre a França e a Inglaterra. O Eurostar sai de Gare du Nord, em Paris, e vai até a estação internacional St. Pancras, em Londres. Ambas as estações estão bem integradas ao transporte público. Para ir até a Gare du Nord, utilizamos o RER, fazendo baldeação em St. Michel/Notre Dame. Saiu mais barato que ir de táxi, e sem correr o risco de pegar um motorista fumo-de-corda. Ao desembarcar do RER, já está dentro da estação. Vários trens partem dali para outras regiões da França e para outros países. É dali também que partem os trens da Thalys, que opera linhas internacionais com trens de alta velocidade. O famoso TGV (trem de alta velocidade francês), da SNCF, também sai dali, além de outros serviços da SNCF com trens de média velocidade. A ala do Eurostar é separada, e é necessário realizar check-in. Depois, há todo um controle de fronteira. Residentes da UE passam com mais facilidade no controle, mas pessoas que não moram em países da UE precisam preencher uma ficha. Há controle com raio-X, detector de metais e controle de passaportes. No caso dos não-residentes da UE, é carimbada a saída da Europa e logo na fr-
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PARIS • O Arco do Triunfo e o Museu do Louvre ente um agente inglês carimba a entrada na Inglaterra após fazer algumas perguntas. Só aí o passageiro pode se acomodar na sala de embarque e ficar esperando. Na sala de embarque, há um Duty Free, por se tratar de uma ala internacional. Cerca de 30 minutos antes do trem partir, é anunciado o embarque. Como os bilhetes do Eurostar são eletrônicos, basta passar o código no leitor. Todos vão se dirigindo aos seus respectivos vagões, onde funcionários da estação e comissários auxiliam os passageiros. No meu caso, viajando de Standard
Premier, o atendimento foi impecável, com uma das comissárias proveniente do Brasil. As poltronas da Standard Premier são mais largas, possuem mesinha retrátil (igual dos aviões) e tomada no padrão britânico (ainda bem que estava na minha mochila o adaptador). Além disso, há um serviço de bordo durante a viagem. Pontualmente, o trem saiu de Paris. Ele começa com velocidade mais baixa dentro de Paris e vai ganhando velocidade assim que sai da área. Em poucos minutos, o trem já está correndo nos trilhos a mais de 300 km/h. Todo o trajeto dentro da França é por áreas
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rurais. Por isso, não há casas ao lado da ferrovia nem nenhum outro tipo de construção. Isso evita acidentes e aumenta a segurança dos passageiros. Uma curiosidade é que, nos norte da França, o trem passou perto da fábrica da Irisbus. Porém, me pegou de surpresa e não deu para tirar foto. O serviço de bordo foi bastante satisfatório e surpreendentemente requintado. Foi servida uma bandeja com salada de macarrão ao pesto, patê de coelho e torta de damasco. Tudo na medida certa. Quando o trem passa pelo Canal da Mancha, a viagem já está quase terminando. A passagem pelo Eurotunnel dura cerca de 20 minutos e, quando sai do túnel, já está perto de Londres. Começa então a redução de velocidade para entrar na área urbana. Em menos de 15 minutos o trem já está parando na estação St. Pancras. A saída da estação é bastante fácil. O único problema foi a fila dos táxis. Ficamos uns bons minutos na fila. Porém, a fila andou relativamente rápido, e ela é bem organizada por um funcionário da estação. A viagem no famoso táxi londrino foi rápida. O detalhe é que as malas vão com os passageiros, pois o táxi não tem porta-malas. Todo o piso do táxi é plano e permite a entrada de cadeira de rodas, com o auxílio de uma rampa de acesso igual a dos ônibus de piso baixo. Os taxistas marcam o destino no GPS para mostrar aos passageiros que estão fazendo o menor caminho. Além disso, a educação e polidez dos taxistas é algo exemplar. Londres (Inglaterra) Londres é a capital e a maior cidade da Inglaterra. Com mais de 7 milhões de habitantes dentro do perímetro (e mais de 12 milhões na região metropolitana), é uma cidade que superou historicamente vários desafios para oferecer um transporte público rápido e eficiente à população, e teve que adotar medidas radicais, como o pedágio urbano, devido às estreitas vias na área central que rapidamente ficam estranguladas. Hoje, tem a segunda maior rede de metrô do mundo e a mais antiga (o famoso Underground tem 402 quilômetros de extensão e foi fundado em 1863). A cidade também é caracterizada pelos ônibus de dois andares no serviço urbano. O que poucos sabem é que nos últimos anos foi investido um bom dinheiro para instalação de tramway, DLR (uma espécie de VLT) e trens de superfície (serviço Overground). Todo o sistema é administrado pela Transport for London, uma instituição fundada pela Prefeitura (Mayor of London). Folheando um guia de Londres, achei um Museu dos Transportes (London’s Transport Museum), que fica na região do Covent Garden. É um museu surpreendente,
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MAIS FRANÇA • Acima, duas visões de Versailles, e abaixo, avião no Museu Aeroespacial
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A GRANDE MATÉRIA-PARTE 2 que vale a pena até para quem não se interessa pelo assunto. Basicamente, o museu mostra como Londres avançou no transporte público para oferecer mais qualidade de vida à população. Quem mora em Londres passa a ter orgulho de seu sistema de transportes após uma visita ao museu. As crianças, através dos computadores com jogos de perguntas e respostas, descobrem que o transporte público é a maneira mais rápida de se deslocar pela cidade. Mas todos também descobrem que toda a qualidade que existe veio de muito desconforto e desafio no século passado, quando o metrô ainda tinha trens a vapor, sufocando os usuários do sistema. Descobrem que Londres já teve ônibus piratas, mas enfrentou e, em menos de 10 anos, conseguiu levar os clandestinos à falência. E vão descobrindo muitas outras coisas, como a coragem dos motoristas de ônibus que dirigiam enquanto as bombas de Hitler caíam sobre Londres, durante a 2ª Guerra Mundial. Ao lado de dois Routemasters (clássicos ônibus de dois andares londrinos), está o protótipo do novo Routemaster, um projeto da Wright especialmente para a Transport for London, que entrará em operação em 2012 pela concessionária Arriva. Ao final da visita, há uma lojinha, com vários produtos licenciados pela Transport for London. Há vários produtos com a marca Underground: chaveiros, camisetas, cuecas (!), jogos americanos, canecas, borrachas escolares, carteiras, cadernos, e muito mais. Tem também uma infinidade de miniaturas de marcas locais (inclusive edições limitadas), revistas de transporte e ferromodelismo e pôsteres com anúncios antigos do transporte londrino. Saindo do museu, um pequeno passeio pelo Covent Garden vale a pena. Há todo um comércio na região, especialmente no calçadão que começa no mercado do Covent Garden. Recomendado almoço no The Stockpot (18, Old Compton Street), um restaurante relativamente barato (para os padrões britânicos) e com comida local muito bem feita. No caminho entre o The Stockpot e o London Eye, dá para passar na Trafalgar Square. É uma praça onde está a contagem regressiva para as Olimpíadas de 2012 (lá, tudo está pronto para as Olimpíadas em termos de estádios e outras construções para realização de esportes, e as obras do Underground estão a todo vapor no sentido de modernizar todas as linhas). Chegando na região de Westminster, há a Abadia de Westminster, o London Eye e o Big Ben. Passei apenas nos dois últimos.
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TORRE EIFFEL • Duas vistas do topo da Torre: visão panorâmica da cidade de Paris
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MUSEU DE CERA •Várias personalidades podem ser encontradas lá, como: Rainha Elizabeth II,The Beatles, Princesa Diana, Michael Jackson e Lewis Hamilton
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A GRANDE MATÉRIA-PARTE 2
MUSEU DO TRANSPORTE DE LONDRES • A entrada, um dos primeiros ônibus da cidade, o novo modelo que começará a rodar e garagem em 1940 O Big Ben é belíssimo e rende ótimas fotos. Sob o clássico tempo londrino (nublado com chuvas ocasionais a qualquer hora do dia), dá para fazer fotos muito interessantes. O London Eye (aquela grande roda gigante) estava muito cheio. Como o dia estava bem nublado, também não valeria muito a pena. Mas o turista que insistir deve estar preparado para enfrentar filas. Todos os dias, por volta das 11h, ocorre a troca da guarda no Palácio de Buckingham. O grande barato é ver os tradicionais guardas, que só se vê na televisão, em filmes ou em comerciais. Há toda uma cerimônia ensaiada, e os turistas se amontoam na grade para tirar fotos, filmar ou simplesmente ver a troca da guarda. Um lugar interessante que eu, particularmente, só conhecia por um episódio do Mr. Bean na Band, era o Museu de Cera da Madame Tussauds. Lá, são expostas réplicas de cera de centenas de celebridades interna-
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cionais. Há personalidades da política (como Obama, Fidel Castro e o prefeito de Londres), dos esportes (como Louis Hamilton, Pelé e Tiger Woods), do cinema (como Morgan Freeman, Angelina Jolie e Bruce Willys), da música (como Justin Timberlake, Beyonce e os Beatles) e das ciências (como Einstein e Isaac Newton). As réplicas são bem fiéis. Uma dica é tirar fotos com as celebridades como se elas tivessem olhando para a câmera. Fica mais real. Atualmente, o Museu de Cera tem uma área dedicada aos heróis da Marvel. Quem paga pela entrada na área da Marvel tem direito a uma seção de cerca de 15 minutos no cinema 4D instalado ali. Incrivelmente, o cinema 4D vai além do 3D para uma quase realidade. Quando os heróis espirram água no desenho, jatos de água são jogados nos espectadores, por exemplo. Há ainda outros efeitos nas poltronas. Vale a pena pagar pela entrada na seção da Marvel.
Na saída, há uma lojinha de souvenires. Um dos destaques é um cubo de vidro com imagem 3D dentro. É um presente que pode parecer caro, mas é o tipo de lembrancinha que não tem qualquer lugar. O que é indispensável de comer na Inglaterra é o tradicional “fish & chips” (peixe e batatas fritas), vendido em qualquer pub e restaurante verdadeiramente britânico. Uma dica de local para comer o fish & chips é o Coach & Horses (esquina da Poland Street com Great Marlborough Street). Outra comida indispensável é o café-da-manhã britânico, com salsicha, bacon, cogumelos, feijões com molho de tomate, batata e ovos. De Londres a Colônia Vide a ótima experiência usando o transporte público em Paris mesmo com malas grandes, resolvemos repetir em Londres. O Aeroporto de Heathrow é atendido
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por uma linha chamada Heathrow Express, uma linha de trem que chega ao aeroporto em 15 minutos. Porém, a passagem é de 15 libras esterlinas por pessoa. Sendo assim, optamos pelo Underground, mesmo sendo numa plena manhã de segunda-feira. A estação de Tower Hill estava cheia de gente, pois ali termina uma linha do DLR (o VLT), alimentando a District Line a Circle Line, as duas linhas de metrô da estação. Os trens da District Line passavam cheios a todo momento, com intervalos de menos de 5 minutos. Esperamos por volta de 15 minutos até aparecer um trem com ocupação melhor. A viagem até a estação Hammersmith foi relativamente rápida e foi tranquila, pois deu para ir sentado do Centro até o desembarque, além de ler o grosso jornal Metro, de como aqui é de distribuição gratuita. Em Hammersmith, a baldeação foi rápida. Na plataforma, descemos do lado esquerdo do trem da District Line e logo chegou do outro lado o trem da Piccadily Line em direção a Heathrow. Como embarcamos com pressa, escolhemos qualquer vagão, e por “sorte”, justo o mais cheio. Acabamos indo em pé por todo o trajeto, que vai até Heathrow quase totalmente pela superfície e alcançando altas velocidades. No mesmo horário previsto pelo planejador de viagens do site da Transport for London, chegamos a Heathrow. O despacho de malas na Lufthansa foi rápido e eficiente, já que induzem o passageiro a imprimir o e-ticket em casa, no hotel, ou no totem de auto-atendimento antes do início da fila de despacho. As verificações de segurança novamente são feitas. Raio-X, detector de metais e revista. Sim, novamente me “escolheram” para revista. Porém, em Londres a revista também não foi incômoda. Tudo foi feito dentro dos padrões e das regras. Ao entrar na ala de embarque, um problema: e o portão de embarque? A administração de Heathrow, por motivos de segurança e de operacionalidade, só anuncia o portão de embarque 15 minutos antes do início do embarque. Ótimo. Ao invés do passageiro poder ficar sentado tranquilo, precisa ficar olhando no relógio e no telão a todo momento. O anúncio, quando foi feito, ocorreu com atraso. Atraso que continuou no embarque, devido ao atraso do aeroporto para liberar o portão para a tripulação. Assim, o vôo também atrasou porque a tripulação tem que preparar tudo correndo, já que eles não puderam entrar antes na aeronave. Por um momento, achei que estava em Israel, com tanto procedimento de segurança. Finalmente entrávamos no Boeing 737-500 da Lufthansa, este, já reformado
REVISTAINTERBUSS • 14/08/11
DE LONDRES A COLÔNIA • Boeing 737-500 da Lufthansa. Fotos de Airliners.Net pelo projeto Europakomfort, com as confor- Londres, usamos o transporte público. Então, tabilíssimas poltronas da Recaro. seguimos para Colônia de trem. Bem, o vôo partiu com certo atraso. O Aeroporto de Dusseldorf é ligado Na fila para decolagem, a torre deu prefer- à estação de trem do aeroporto pelo Skytrain ência para um A320 da British Airways que (um monotrilho panorâmico de trilhos aéretinha chegado depois na fila. Pelo jeito a os). pontualidade britânica é só para os aviões A estação é bem organizada e tem até britânicos. A pontualidade de um depende do um centro de informações da Deutsche Bahn. atraso do outro, segundo deve pensar a ca- Como as máquinas de compra automática não beça do controlador de vôo. funcionavam bem com a inserção de cédulas Pois bem, o serviço de bordo não de euro, a compra foi feita no próprio guichê. foi muito generoso, servindo apenas um san- Pelo mesmo preço de três tickets para Colôduíche frio em plena hora do almoço num vôo nia, o funcionário vendeu o ticket de grupo de mais de uma hora de duração. Mas estava de 5 pessoas com direito a viagens ilimitadas bom. até o final do dia no transporte municipal de Com um pequeno atraso, desem- Colônia. Foi um ótimo negócio, graças à boa barcamos no Aeroporto de Dusseldorf. Foi vontade e conhecimento do funcionário da carimbado o passaporte novamente, regist- Deutsche Bahn, que falava inglês. rando nova entrada na União Europeia. Desta Na plataforma havia o aviso do vez, o aeroporto estava mais movimentado, próximo trem. Porém, como o posicionamenespecialmente graças às companhias low- to do trem informado estava errado (ele iria fare. Seguindo o que foi feito em Paris e parar no final da plataforma, e não no início),
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A GRANDE MATÉRIA-PARTE 2 um funcionário foi passando avisando em alemão e em inglês. O trem regional da Deutsche Bahn veio cheio. Fomos em pé com as malas. Havia um grande tráfego de trabalhadores voltando para suas casas em cidades vizinhas. Em Colônia, muita gente desceu e havia ainda muita gente para subir. Com fome, resolvemos parar para comer no Meister Bock da Hauptbahnhof, e pedimos um currywurst. Simplesmente delicioso. Fica a dica para o empresário criativo que quiser criar tendência aqui no Brasil. O único problema é achar salsicha de boa qualidade. Da Hauptbahnhof, seguimos de táxi. A viagem foi tranquila, sem problemas. Havia apenas uma pequena lentidão no túnel entre a Hauptbahnhof e a Bayenstrasse. Viagem de volta Dois dias depois de chegar em Colônia proveniente de Londres, começou a viagem de volta. Para ir ao Aeroporto de Dusseldorf, optamos novamente pelo transporte público. Porém, ao invés de usar uma linha da RegioDB, utilizamos um S-Bahn, a linha S11, que para dentro do Aeroporto de Dusseldorf, sem necessidade de usar o Skytrain. Além disso, a S11, por levar cerca de meia hora a mais para chegar no aeroporto, tem menor demanda. Dito e feito. O trem foi vazio até Dusseldorf, onde ficou com ocupação média a partir da Hauptbahnhof. O atendimento na Lufthansa foi novamente rápido, pois o check-in tem que ser feito antes do despacho, seja imprimindo o e-ticket em casa, seja usando o totem de autoatendimento. Nas verificações de segurança, novamente fui revistado. Desta vez, com um detector de metais portátil, o que evitou que tivesse que me apalpar. Ponto para os alemães de Dusseldorf. Na ala de embarque havia um restaurante, onde almoçamos uma deliciosa pizza. Ao contrário de Guarulhos, Dusseldorf tem lugar decente para comer. Por volta das 17h chegava no portão A02 o Airbus A320 da Lufthansa que nos levaria a Munique, onde seria feita a conexão para Guarulhos. O embarque foi iniciado com pequeno atraso. A aeronave também já estava equipada com o interior Europakomfort. Portanto, certeza de conforto nas ótimas poltronas de couro da Recaro. Por ser um vôo dentro da Alemanha, foi servido apenas um Milka redondo com bolacha dentro, muito gostoso. Foi ótimo, já que havia almoçado no aeroporto. O vôo estava lotado de pessoas a trabalho, por ser um final de tarde de dia útil. O embarque foi encerrado com pequeno atraso, que se estendeu por todo o vôo. Apenas che-
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INÍCIO DA VOLTA • Airbus A320 da Lufthansa que foi até Munique. Fotos de Airliners.Net gamos com um atraso menor, já de cerca de 5 minutos apenas. A passagem no controle de passaportes foi rápida, apenas para registrar saída e carimbar. O aeroporto de Munique é bastante amplo e bem estruturado. O vôo 504 para Guarulhos iria partir do último portão da ala, numa parte bem vazia. Próximo do portão, vários brasileiros sentados falando português. Sim, era o portão correto. Por volta das 21h30 foi iniciado o embarque. O Airbus A340-300, de prefixo DAIGM e apelido Gorlitz, estava esperando os passageiros. No banco, travesseiro, manta e fone de ouvido. O embarque foi encerrado em cima da hora, e o A340 começou a se mexer já com atraso de 20 minutos. O comandante pediu desculpas e logo avisou que chegaríamos em Guarulhos dentro do horário previsto.
Novamente, haveria um sistema de entretenimento on-demand a disposição. Fui logo explorando o sistema. Senti falta da câmera do bico da aeronave, que não tem exatamente porque o sistema de entretenimento não é de fábrica, e sim, foi instalado posteriormente. Mas há o AirShow, mostrando a localização da aeronave, velocidade e altitude. O conteúdo da Lufthansa me pareceu mais variado, porém com menos opções para cada tipo de música. Ouvi um CD do ABBA (ABBA Gold), assisti a um documentário sobre o Google e vi o filme “Esposa de Mentirinha”, porém só até a metade pois parei no jantar e acabei desistindo de ver o resto. No jantar, havia opção de frango ou massa. Optei pelo frango. Veio um frango com legumes e batatas, com mini-salada, pãozinho, queijo e um doce de sobremesa.
14/08/11 • REVISTAINTERBUSS
Dormi e acordei quase já sobre o espaço aéreo brasileiro. A tripulação começou a preparar o café-da-manhã. As luzes foram acesas e começaram a distribuir copos de suco aos passageiros. Depois, foi servido um omelete com queijo, que estava delicioso, e passou a trolley de bebidas. O omelete veio acompanhado de pão, manteiga e mais alguma coisa. Após o café-da-manhã, muita gente aproveitou para preencher a declaração de bagagem da Receita Federal, que foi distribuída ainda depois do jantar. Rapidamente, a aeronave já sobrevoava Minas Gerais e logo começaria a descida, que foi rápida. Em poucos minutos, iniciamos aproximação e a aeronave já sobrevoava São Paulo. Adiantados cerca de 20 minutos, pousamos em Guarulhos. Graças a esse adiantamento, chegamos com o terminal ainda vazio. Com isso, a passagem pela Polícia Federal e pela Receita Federal foi rápida, sem muita fila, ao contrário do que iria acontecer apenas uma hora depois. As bagagens estavam sendo colocadas ainda depois de quase 20 minutos desde o desembarque. A esteira pequena e a ala de esteiras apertada prejudicavam bastante o local, que parecia uma enorme bagunça. Aliás, esse é um problema crônico dos aeroportos brasileiros. Colocam duas esteiras e está tudo certo. Se aparecerem 4 vôos ao mesmo tempo, o povo se amontoa em cima da esteira, cheia de malas amontoadas e, para a Infraero, parece que está tudo bem. Retiradas as malas, fomos direto ao setor de ônibus da Caprioli/VB, que já fica próximo ao desembarque internacional. Perguntando ao motorista do Viaggio O-500R que estava ali, ele nos informou que aquele
REVISTAINTERBUSS • 14/08/11
RETA FINAL • Airbus A340 da Lufthansa que chegou até Guarulhos. Fotos de Airliners.Net carro não iria para Campinas e o guichê, lá pro lado do Airport Bus Service, só abria às 6h (eram ainda 5h25). O Viaggio era destinado à tripulação da Lufthansa que estava no vôo 504 vindo de Munique, no qual estávamos. Logo apareceu outro Viaggio, destinado à tripulação da Swiss. Por volta das 6h05, o guichê foi aberto já com fila de passageiros. Por apenas dois lugares o carro não conseguiu ser fechado até as 6h45. O Elegance K340 de prefixo 1200 encostou às 6h15. Antes de sair, o motorista conferiu o número de assentos vagos. Assim, ele poderia parar na Marginal para embarque. Com boa pontualidade, o motorista partiu. A Marginal estava fluindo ainda bem, e uma mulher embarcou num posto da PM onde
param também Cometa e Cristália. O motorista chegou a entrar na Bandeirantes, mas como estava congestionada por obras nos primeiros quilômetros, fez primeiro retorno que viu e disse que iria pela Anhanguera. Porém, quem vem da Bandeirantes já perdeu a entrada da Marginal para a Anhanguera. Assim, o motorista foi até a Castelo Branco, pegou o Rodoanel e entrou na Bandeirantes. Mesmo com toda a confusão, chegamos na Rodoviária de Campinas ainda por volta das 8h50. Da Rodoviária, embarcamos num táxi (um Fiat Siena) para encerrar a viagem, quase 17 dias depois. FOTOS: FÁBIO TANNIGUCHI E AIRLINERS.NET
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AS FOTOS DA SEMANA Ônibus Brasil • www.onibusbrasil.com
ELIZIAR MACIEL SOARES Ciferal Líder MBB LP-1113 • Real Ita
SÉRGIO AUGUSTO BRAGA CANUTO Busscar Jum Buss 360 Scania K124 • Gontijo
DOUGLAS ANDREZ Marcopolo Paradiso G7 1200 Scania K340 • Goianésia
GUSTAVO DE ALBUQUERQUE BAYDE Marcopolo Senior Midi MBB OF-1418 • Estrela
TIAGO DE GRANDE Busscar Urbanuss Pluss Volvo B58 • Ouro Branco
ROBERTO MARINHO Caio Alpha V0lksbus 16 210CO • Viação Falcão
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14/08/11 • REVISTAINTERBUSS
SELEÇÃO DAS MELHORES FOTOS PUBLICADAS EM SITES ESPECIALIZADOS NA SEMANA
Portal InterBuss - Fotos Aleatórias • www.portalinterbuss.com.br
MARCIO BRUXEL Marcopolo Paradiso G7 1600LD MBB O-500RSD • Brasil Sul
DIEGO ALMEIDA ARAPUJO Marcopolo Paradiso G7 1050 MBB O-500R
LUCIANO RONCOLATO Marcopolo Paradiso G7 1200 MBB O-500RS • Bortolotto
RODRIGO GOMES Modego L MBB O-500U • 1001
Expressobus • expressobus.blogspot.com
CÉSAR CASTRO Marcopolo Paradiso G7 1200 MBB O-500RSD • Eucatur
REVISTAINTERBUSS • 14/08/11
Rodrigo Gomes • fotosrgomes.blogspot.com
RODRIGO GOMES Caio Apache Vip II MBB OF-1722 • Normandy
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Operadora interestadua amplia sua aquisição de
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07/08/11 • REVISTAINTERBUSS
CIRCULANDO José Euvilásio Sales Bezerra je.sales@revista.portalinterbuss.com.br
...saí pra fotografar os novos Caio Millennium II, chassi Mercedes Benz O500U, da Expandir Empreendimentos e Participações, domingo passado. Começo a “caçada” no Terminal Princesa Isabel. Cheguei lá em um Millennium II MBB O500U da própria Expandir, só que de uma versão mais antiga. Faço uma boquinha na lanchonete e logo vou à plataforma 1, onde um dos novos Millennium II, prefixo 39897, está pronto pra sair. Ele está na linha 805L/10 Terminal Princesa Isabel – Aclimação (Circular). Era por volta das 10h50 quando o ônibus deixa o Terminal. Essa linha é uma das mais tradicionais da cidade. Na verdade são duas linhas, ambas com o mesmo nome (Terminal Princesa Isabel – Aclimação): 805L/10 e 508L/10. A 805L/10 circula o centro no sentido horário e a 508L/10 no anti-horário, em uma volta única, onde cada uma faz um trajeto, pelas mesmas vias, mas em sentidos opostos. O veículo é uma beleza. Cheirava a novo. Rodava macio e era silencioso. Um detalhe curioso é a existência de um indicador, no painel superior, que mostra ao passageiro a velocidade em que o ônibus trafega em tempo real. Aliás, equipamento obrigatório nos novos ônibus da cidade de São Paulo. Além disso, ele é movido com cerca de 20% de biodiesel acrescido ao diesel comum. Na região da Aclimação, o veículo pega um pouco de tráfego: a Sabesp, que cuida do fornecimento de água e esgotos na cidade, estava fazendo obras de manutenção na Rua Topázio, o que gerou trânsito na região, já que os dois sentidos compartilhariam uma faixa só, alternadamente. Passado esse ponto, a viagem segue... Logo o ônibus chega na Avenida Paulista. Eu desci na altura da Rua Augusta. Iria ficar na própria Rua Augusta, onde iria fotografar mais alguns dos novos Millennium II, que estavam rodando em outras duas linhas da Expandir que passam por aquela via. Enquanto esperava, aparece um rapaz dizendo-se ator de teatro. Teatro de rua, pra ser mais específico, pedindo uma ajuda. Como argumento, ele diz: - Como você sabe, amigo, no Teatro de Rua não tem nenhum Miguel Falabella. Enquanto ele falava, eu, com meus botões, pensei: “Não tem nenhum Falabella, mas João Canabrava...” O rapaz, enquanto falava, exalava um forte cheiro de álcool. E esse argumento foi forte suficiente para que eu me convencesse a não contribuir. Ele, educadamente, agradeceu, e seguiu seu
Divulgação / Luciano Roncolato
Com a câmera em mãos...
a de linhas intermunicipais e ais do Norte de Minas Gerais frota de ôniBus Volvo com a e mais 20 unidades de B380R
REVISTAINTERBUSS • 14/08/11
NOVIDADES • Os novos Millennium II da Expandir: o 39897 na Av. Paulista e o 39896 descendo a Rua Augusta caminho. - Se você tirar uma foto do ônibus A região da Paulista é uma região vou cobrar direitos autorais sobre a minha pitoresca. Você acha todo o tipo de gente lá. imagem. E eu, representando a ala dos “Admiradores Inusitada a situação. Fiquei tão de Ônibus”, estava lá comprovando a teoria. surpreso com a reação que nem tirei a foto. Certamente é esse lado cosmopolita que fas- Não sabia se ficava indignado pela gracinha cina tanto os paulistanos. fora de hora ou se ria da inusitada situação. Fiquei mais um tempo na Rua Au- Enquanto isso, no ônibus, o motorista, que gusta. Logo vem o primeiro Millennium da via tudo, caia na risada. Logo o farol abre série 39900. Eu me posicionei para foto- e o ônibus seguiu sua viagem. E o comegrafá-lo. Mas as pessoas que desceram dele diante, vendo que fiquei indignado, passou atrapalharam a foto. Pra minha sorte, o farol dizendo: do cruzamento entre a Paulista e a Augusta - Foi uma brincadeira, cara. – e fechou. Como o farol desse cruzamento é seguiu seu caminho... um pouco demorado, fui tentar fotografá-lo No final das contas me arrependi de na esquina das duas vias, enquanto ele es- não ter tirado essa foto. Ela poderia, hoje, perava a abertura do farol. Enquanto isso, estar ilustrando esta coluna. Fotos limpas vinha chegando outra dupla de teatrólogos, daquele ônibus eu poderia tirar um outro que faziam gracinha com algumas pessoas dia. Agora daquela situação, nunca mais. que passavam, para tentar conseguir um “in- Essas situações que vivenciamos em nossas centivo”. Um deles, me vendo com a câmera jornadas são únicas. E acho que são momenapontada para o ônibus, encosta do lado do tos bem humorados da vida cotidiana muito carro e diz: maiores que uma simples foto de ônibus...
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NOSSO TRANSPORTE Adamo Bazani adamobus@gmail.com
Cai número de passageiros em linha que ocorreu sequestro no Rio de Janeiro
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Divulgação
Medo. Esta é a única explicação razoável para a queda do número de passageiros da noite para o dia da linha de ônibus seletivos Praça XV – Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, da Viação Jurema. A diminuição de pessoas da linha do ônibus que foi seqüestrado no último dia 09 de agosto por um bando de criminosos foi constatada pelos próprios funcionários da empresa. Pelo menos 150 pessoas por dia deixaram de usar a linha. Na terça-feira, o ônibus seguia no sentido Duque de Caxias quando foi invadido pelo grupo de assaltantes. Ao avistar policiais militares, o motorista conseguiu avisá-los, na Avenida Presidente Vargas, região Central do Rio de Janeiro. Um policial entrou no ônibus e o motorista fugiu. O policial militar foi rendido pelos assaltantes que o expulsaram do ônibus. O policial Marco Antônio Blanco antes de ser retirado do ônibus foi ferido. Começou então uma perseguição de dezenas de viaturas ao veículo de transporte público. O ônibus foi dirigido a mando dos assaltantes por um passageiro. Enquanto isso, o veículo foi alvejado pelos policiais. Foram 14 tiros. O objetivo era atingir os pneus do ônibus para que ele parasse. Mas além de isso não ter sido suficiente para conter o ônibus, vários tiros perfuraram a lataria. Ao menos cinco pessoas foram feridas: o policial militar e outros quatro passageiros. O caso mais grave foi de Liza Mônica Pereira, atingida no tórax, sendo ferida na costela, clavícula e no pulmão. Após a chegada do Bope – Batalhão de Operações Especiais e de negociação de 35 minutos, os assaltantes deixaram o ônibus. Foram presos em flagrante Renato da Costa Júnior, de 21 anos, e Bruno Silva Lima, de 19 anos. Um criminoso fugiu momentos antes da negociação e outro na hora de se entregar. Este seria Jean Júnior da Costa Oliveira, sobrinho do traficante Fernandinho Beira Mar. Por falta de provas mais concretas da participação dele no assalto, Jean acabou sendo liberado pela justiça, mas continua sendo investigado. A polícia admitiu erros na tentativa de impedir o avanço do ônibus com disparos e dois policiais militares que admitiram ter atirado foram indiciados, porém, outros agentes também dispararam contra o veículo. A violência nos ônibus do Rio de Janeiro tem assustado cada vez mais os profissionais dos transportes e os passageiros. No dia 05 de abril deste ano, o motorista de ônibus Ernesto Branco da Silva, de 49 anos, foi baleado por um passageiro quando se
MEDO • Sequestro afastou passageiros da linha que foi sequestrada recusou a parar para ele descer fora do ponto, cêndio a veículos não são exclusividades do na Avenida Brasil, também no Rio. Rio de Janeiro. O ônibus onde ocorreu este crime fa- Cidades grandes, médias e pequenas zia a linha 342 Castelo – Jardim América, que registram risco aos passageiros e profissionais serve uma série de favelas que ainda sofrem de transporte público. Para amenizar a situacom a atuação de traficantes de drogas, como ção, as viações investem em tecnologia. São Funquim Mendes, Vigário Geral, Complexo câmeras cada vez mais numerosas no interior da Maré e Jardim Alegria. dos ônibus, bilhetagem eletrônica para elimi Há menos de um mês de o motorista nar o dinheiro de dentro dos veículos, como ter sido baleado na linha 342, do Rio de Janei- propôs Campo Grande, no Mato Grosso do ro, outro profissional do transporte foi assas- Sul ao sugerir a proibição do pagamento de sinado no Ponto final da linha que trabalhava. passagens com dinheiro, GPS e outras formas Daniel Ribeiro Oliveira foi motor no bairro de monitoramento. Laranjeiras, na zona Sul do Rio de Janeiro. O Campanhas orientando motoristas e medo expressado por motoristas, cobradores e passageiros a não serem alvos do ataque de passageiros de ônibus no Rio de Janeiro não criminosos, que vão desde batedores de caré apenas uma sensação de insegurança. Ele é teiras até chefes de comunidades do tráfico provado por números. De acordo com o In- também são ações que parecem não ter o restituto de Segurança Pública, em 2010 foram torno esperado, mas que são necessárias. registrados 7 mil 486 assaltos a ônibus no Rio O combate à violência passa por edude Janeiro. Só no primeiro semestre deste ano, cação e melhores condições de vida à popula3 mil 498 ônibus foram assaltados. A média ção em geral. Mas isso demanda tempo e está diária do Rio de Janeiro é de 19 assaltos a ôni- muito longe de ser feito adequadamente. bus. São necessárias medidas urgentes en Não bastassem os assaltos, rixas pes- quanto a raiz do problema é atingida. Como soais contra motoristas que colocam em risco não é possível colocar um policial em cada a vida de uma coletividade e até brigas de ônibus, o que nem isso talvez resolveria, o trânsito que terminam em morte, os ônibus no combate à violência em geral, inclusive nos Rio de Janeiro também acabam sendo alvos do veículos, passa pela inteligência policial. Evimais descabido tipo de protesto. Os veículos tar ao máximo o que for possível de evitar, são incendiados por ordem de traficantes prin- apesar de a criminalidade agir com o elemento cipalmente quando seus comparsas são feridos surpresa. ou mortos em combate com a polícia, numa Assim, pelos número do Rio de Jamedíocre demonstração de poder. Isso sem neiro, a sensação de insegurança nos ônibus contar com incêndios por puro ato vandalismo não se limita apenas a um sentimento. É algo Assaltos, violência nos ônibus e in- numericamente comprovado.
14/08/11 • REVISTAINTERBUSS
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