REVISTA
INTERBUSS ANO 2 • Nº 60
4 de Setembro de 2011
EDIÇÃO ESPECIAL
SISTEMA TRANSMILENIO Conheça o sistema de transporte rápido que é orgulho do povo colombiano. Reportagem especial com 20 páginas
A GALERIA DE PORTAL IN SOFRERÁ AL
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m está com as atualizações rminado pois sofrerá alterações ém está em estudo alguns novos sma. Fiquem ligados!
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NESTA EDIÇÃO: 44 PÁGINAS
BEM-VINDOS À REVISTA INTERBUSS | Especial Transmilenio - Bogotá
Sistema de transporte orgulho do povo colombiano Sistema BRT de Bogotá é orgulho do povo. Nesta reportagem especial de 20 páginas a Revista InterBuss mostra como funciona o eficiente sistema de transporte rápido e seguro. Conheça também um pouco da cultura local e um diário de bordo bem descontraído.
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Como era antes A implantação do sistema O Transmilenio O SITP A Superpolo | A Semana Revista
Empresas e ANTT divergem de modelo para a licitação
Agência Nacional de Transportes Terrestres concordou em adiar em um mês o início do leilão. Nesse tempo, haverá 3 reuniões
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Pôster Transmilenio em números Mapa do Transmilenio Cultura colombiana Diário de Bordo
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| Especial Caio 65 Anos
Na última parte da série, Top Bus, Top Bus PB e o todos os Giro.
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ANO 2 • Nº 60 • DOMINGO,4 DE SETEMBRO DE 2011 • 1ª EDIÇÃO - 02h19 (2ª)
EDITORIAL
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Amizade e Ônibus
A SEMANA REVISTA
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As notícias da semana no setor de transportes
DEU NA IMPRENSA
As notícias da imprensa especializada
ESPECIAL TRANSMILENIO BOGOTÁ
Sejam bem-vindos!
PÔSTER Luciano Roncolato
Especial Transmilenio
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ESPECIAL TRANSMILENIO - CULTURA
Os costumes colombianos
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TRANSMILENIO - DIÁRIO DE BORDO
Conheça o Restaurante Andrés Carne de Res
ESPECIAL CAIO
Biarticulado de piso baixo e Rodoviário
COLUNISTAS Luciano Roncolato O hobby na lama
COLUNISTAS William Gimenes Baixada Santista - Pt. 2
SEU MURAL
A seção especial do leitor
COLUNISTAS Marisa Vanessa N. Cruz A padronização de pintura na EMTU
| Deu na Imprensa
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Volvo lança seu COLUNISTAS José Euvilásio Sales Bezerra 39 novo caminhão VM; Pela Zona Leste de São Paulo B270F também AS FOTOS DA SEMANA muda painel As fotos que foram destaque na semana 40
Apresentação aconteceu na semana passada; agora veículo já está enquadrado nas novas normas do Euro V
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COLUNISTAS Adamo Bazani Leilão da Busscar é um fiasco
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A NOSSA OPINIÃO | Editorial
Quando a busologia ultrapassa o limite do hobby É visível, é notório, que a busologia vem se firmando cada vez mais como um hobby “normal”, não mais aquele estigma de frases-feitas como “é coisa de maluco”, “é coisa de gente desocupada”, ou, ainda mais grave, “é coisa de gente que não anda de ônibus todo dia”. Mas também é bem notório o rumo que o hobby está indo. Brigas, picuinhas, discussões, grupinhos, panelas, até facções. Sempre no sentido negativo, de avacalhar outros, humilhar outros, xingar outros. É uma espécie de câncer, uma laranja podre no meio de uma cesta frondosa. Fora isso, existem aqueles que “fazem tudo pelo hobby”. Correm sério perigo. De vida mesmo. Algumas pessoas chegam a se jogar em frente de ônibus para conseguir “a” foto. Ficam em lugares reconhecidamente perigosos para ter a foto de um determinado veículo. Jogamse no chão, em bueiros, latas de lixo, sarjetas, para “pegar o melhor ângulo”, como se o ônibus fosse uma pessoa que faz pose. E quando o carro em questão é “inédito”, só faltam correr a São Silvestre para chegar primeiro em casa e
publicar “o furo de reportagem”. Isso porque nem reportagem fazem. Isso não é motivo para congratulação. Ao contrário. É motivo de preocupação. E se acontece um acidente grave, envolvendo um ônibus cheio de passageiros e um busólogo que “só quer tirar a melhor foto”? A inconsequência é um fato grave. Pior ainda é a “competição” criada dentro do hobby. Um sempre quer ser melhor que outro, sempre quer ter a foto dele no primeiro lugar de rankings que não levam a absolutamente nada. Ou levam a alguma coisa? E quanto à amizade... Colocamos em questão “a amizade”. Existem 3 tipos de amizade neste hobby: a amizade busóloga, a amizade interesseira, e a amizade que sai dos limites do ônibus. A amizade busóloga é auto-explicativa: tudo gira em torno do ônibus. Sai para tirar fotos, para conversar sobre ônibus, viajar para ver ônibus. A amizade interesseira também é auto-explicativa, e geralmente está associada única e exclusivamente à busologia. Pessoa se
REVISTAINTERBUSS
Uma publicação da InterBuss Comunicação Ltda. DIRETOR-PRESIDENTE / EDITOR-CHEFE Luciano de Angelo Roncolato JORNALISTA RESPONSÁVEL Anderson Rogério Botan (MTB) EQUIPE DE REPORTAGEM Felipe de Souza Pereira, Tiago de Grande, Luciano de Angelo Roncolato, Chailander de Souza Borges, Anderson Rogério Botan, Guilherme Rafael EQUIPE FIXA DE COLUNISTAS Marisa Vanessa Norberto da Cruz, José Euvilásio Sales Bezerra, William Gimenes, Adamo Bazani, Thiago Bonome, Luciano de Angelo Roncolato e Fábio Takahashi Tanniguchi REVISÃO Anderson Rogério Botan e Luciano de Angelo Roncolato ARTE E DIAGRAMAÇÃO Luciano de Angelo Roncolato AGRADECIMENTOS DESTA EDIÇÃO Agradecemos à Marcopolo do Brasil pelo convite da viagem à Bogotá e a Felipe Pereira (MTb 61.169/SP) pelo editorial. SOBRE A REVISTA INTERBUSS A Revista InterBuss é uma publicação semanal do site Portal InterBuss com distribuição on-line livre para todo o mundo. Seu público-alvo são frotistas, empresários do setor
de transportes, gerenciadores de trânsito e sistemas de transporte, poder público em geral e admiradores e entusiastas de ônibus de todo o Brasil e outros países. Todo o conteúdo da Revista InterBuss provenientes de fontes terceiras tem seu crédito dado sempre ao final de cada material. O material produzido pela nossa equipe é protegido pela lei de direitos autorais e sua reprodução é autorizada após um pedido feito por escrito, e enviado para o e-mail revista@portalinterbuss. com.br. As fotos que ilustram todo o material da revista são de autoria própria e a reprodução também é autorizada apenas após um pedido formal via e-mail. As imagens de autoria terceira têm seu crédito disponibilizado na lateral da mesma e sua autorização de reprodução deve ser solicitada diretamente ao autor da foto, sem interferência da Revista InterBuss. A impressão da revista para fins particulares é previamente autorizada, sem necessidade de pedido. PARA ANUNCIAR Envie um e-mail para revista@portalinterbuss.com. br ou ligue para (19) 9636.1087 e converse com nosso setor de publicidade. Você poderá anunciar na Revista InterBuss, ou em qualquer um dos sites parceiros do grupo InterBuss, ou até em nosso site principal. Temos diversos planos e com certeza um deles se encaixa em seu orçamento. Consulte-nos! PARA ASSINAR Por enquanto, a Revista InterBuss está sendo disponibilizada livremente apenas pela internet, através do site www.portalinterbuss.com.br/revista. Por esse motivo, não é possível fazer uma assinatura da mesma. Porém, você pode se inscrever para receber um alerta assim que a próxima edição sair. Basta enviar uma mensagem
aproxima de outra que tem mais fama, para conseguir “crescer” no hobby, ter mais reconhecimento, etc. Também tudo gira em torno da busologia, única e exclusivamente. Mas aí vem a amizade que sai dos limites do ônibus. São casos raros, difíceis de acontecer, em que uma amizade que começa na busologia “termina” como uma amizade verdadeira. É bem verdade que “amigos verdadeiros” é uma expressão e uma situação que não existem mais nos tempos de hoje. São ainda mais raros exemplos de amizades verdadeiras. A palavra “amigo” banalizou-se, tomou outros significados. Mas, voltando ao tema. O amigofora-da-busologia é aquele que o principal motivo de encontro, seja numa saída ou encontro casual, é algo que não o ônibus. O ônibus, no caso, é apenas um mero coadjuvante. A vida pessoal, assuntos genéricos, são mais importantes, e merecem mais destaque nestes casos. E o quê acontece? Por ser raro, esse tipo de amizade é visto como algo interesseiro. Mas existe, e temos aí alguns exemplos. Mesmo com os tempos atuais, onde todo mundo é individual, só pensa em si, é possível encontrar resquícios de amizade. Pessoas que compartilham suas particularidades, que não têm preconceitos, que descem do “pedestal da individualidade” para ouvir uma palavra de carinho, conforto. Agora, reflita: a sua amizade é busóloga, interesseira, ou você tem um amigo?
Expediente para revista@portalinterbuss.com.br e faremos o cadastro de seu e-mail ou telefone e você será avisado. CONTATO A Revista InterBuss é um espaço democrático onde todos têm voz ativa. Você pode enviar sua sugestão de pauta, ou até uma matéria completa, pode enviar também sua crítica, elogio, ou simplesmente conversar com qualquer pessoa de nossa equipe de colunistas ou de repórteres. Envie seu e-mail para revista@portalinterbuss.com.br ou contato@portalinterbuss.com. br. Procuramos atender a todos o mais rápido possível. A EQUIPE INTERBUSS A equipe do Portal InterBuss existe há nove anos, desde quando o primeiro site foi ao ar. De lá pra cá, tivemos grandes conquistas e conseguimos contatos com os mais importantes setores do transporte nacional, sempre para trazer tudo para você em primeira mão com responsabilidade e qualidade. Por conta disso, algumas pessoas usam de má fé, tentando ter acesso a pessoas e lugares utilizando o nome do Portal InterBuss, falando que é de nossa equipe. Por conta disso, instruímos a todos que os integrantes oficiais do Portal e Revista InterBuss são devidamente identificados com um crachá oficial, que informa o nome completo do integrante, mais o seu cargo dentro do site e da revista. Qualquer pessoa que disser ser da nossa equipe e não estiver devidamente identificada, não tem autorização para falar em nosso nome, e não nos responsabilizamos por informações passadas ou autorização de entradas dadas a essas pessoas. Qualquer dúvida, por favor entre em contato pelo email contato@portalinterbuss.com.br ou pelo telefone (19) 9636.1087, sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia.
DE 29 DE AGOSTO A 4 DE SETEMBRO DE 2011
A SEMANA REVISTA Licitação
Empresas e governo não entram em acordo sobre ProPass Brasil Luciano Roncolato
Empresários acreditam que haverá um estrangulamento do setor. ANTT prorrogou prazo por mais um mês • IG Economia contato@j.com.br
Empresas e governo estão longe de um entendimento sobre os rumos que serão dados à concessão do transporte de ônibus interestadual no país. Semana passada, após audiência pública realizada em Brasília, o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati), Renan Chieppe, afirmou que a proposta apresentada pelo governo contém “uma série de erros” e que o modelo irá estrangular o setor. O principal desentendimento diz respeito à frota referencial usada pelo governo para calcular o preço das passagens que será proposto. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) fez seus cálculos de serviços com base em 6,1 mil ônibus em circulação no país, enquanto o mercado afirma que são necessários entre 10 mil e 12 mil carros para prestar serviços no país. Pelos cálculos da ANTT, o preço da passagem deverá cair cerca de 10%. Serão exigidos índices de qualidade na prestação dos serviços. O setor não vê margem para reduzir a tarifa e fala em demissões em massa. “Há um risco enorme de demissões,
IMPASSE • Enquanto isso linhas interestaduais continuam com contratos precários estamos falando de dispensar cerca de 40 porte, segmentadas em 18 grupos e 60 lotes. mil pessoas”, comentou Chieppe. Segundo a Esses números compõem os serviços Abrati, há 70 mil trabalhadores no setor. Esse interestaduais operados por ônibus rodoviárinúmero também é questionado pela ANTT, os, transportando, aproximadamente, 50,2 mique estima 38 mil funcionários.O Projeto da lhões de passageiros por ano. A expectativa é Rede Nacional de Transporte Rodoviário In- que todas as linhas sejam licitadas no primeiro terestadual de Passageiros (ProPass Brasil) semestre de 2012. contempla ligações entre 1.932 municípios A pedido de empresários do setor, a distribuídos por todas as regiões do país, que ANTT concordou em prorrogar por mais um resultam em mais de 19 mil pares de locali- mês a conclusão do processo de audiência dades de viagens interestaduais, atendidos por pública. Haverá mais três reuniões nas cidades meio de um conjunto de 1.967 linhas de trans- do Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte.
Segurança
Curitiba testa câmeras em ônibus e tubos • Bonde
jornaldor7@r7.com
A Urbs está iniciando testes para implantação de câmeras de segurança em estações-tubo, terminais e ônibus do transporte coletivo de Curitiba. As câmeras serão instaladas ainda neste mês nos terminais Cabral e Capão da Imbuia, nas estações-tubo Rodoferroviária e Central e em dois ônibus biarticulados. A instalação das câmeras de CFTV (Circuito Fechado de Televisão) está prevista em projetos piloto apresen-
REVISTAINTERBUSS • 04/09/11
tados pelas empresas Conexão Total e J. Oliveira. Empresas interessadas podem apresentar projetos para avaliação da Urbs, de acordo com norma disponível na página inicial do site da Urbs (www.urbs. curitiba.pr.gov.br). Os projetos apresentados à Urbs são publicados na Internet. A avaliação da Urbs para definir a melhor tecnologia é feita no prazo de 60 dias a partir da instalação dos equipamentos. A implantação de câmeras de monitoramento faz parte de um amplo projeto
de melhoria do transporte coletivo de Curitiba, que inclui o Sistema Integrado de Mobilidade (SIM). O SIM permitirá a gestão integrada de trânsito e transporte. A instalação de câmeras vai representar mais segurança para usuários e operadores do transporte coletivo. A Rede Integrada de Transporte de Curitiba transporta, por dia, 2,3 milhões passageiros. A Rede tem 355 linhas, frota operante de 1.915 ônibus, 31 terminais urbanos e 364 estações tubo.
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A SEMANA REVISTA Renovação
Divulgação
Campo Grande/MS recebe 25 novos ônibus urbanos
Teresina
Após protestos, reajuste de tarifa é suspenso pela prefeitura • Rede Brasil Atual
180graus@180graus.com.br
NOVA FROTA • Apresentação dos novos veículos aconteceu na última terça-feira viabiliza o transporte para o aluno ir à escola. • Correio do Estado A partir deste ano, milhares de estudantes pasterra@terra.com.br A Associação das Empresas de Trans- sarão a fazer o cadastro do passe por meio da porte Coletivo (Assetur) e a Prefeitura fizeram internet. Terão mais agilidade no cadastro. na semana passada a entrega de 25 ônibus, to- Trazer o atendimento a estes usuários para esta dos adaptados, que passarão a compor a frota Central, localizada na região central, é sem em Campo Grande. Hoje, 545 veículos aten- dúvida um ganho para a população”. dem aos usuários, sendo 85% destes adaptados para pessoas com deficiência. Durante soleni- Mobilidade dade realizada na nova Central de Atendimen- Existem atualmente em Campo to ao Cliente da Assetur, a Agência Municipal Grande 420 mil veículos circulando pelas de Transporte e Trânsito (Agetran) deu posse a ruas. O número corresponde aos dados do sete agentes de trânsito que passaram por todas Departamento do Transporte e Trânsito (Deas etapas do concurso público. tran), atualizado na última segunda-feira (29 O prefeito Nelson Trad Filho, acom- 08). Para garantir a fluidez no trânsito e agipanhado do diretor-presidente da Assetur, João lidade tanto para pedestres e motoristas, seja Rezende e do diretor-presidente da Agetran, de automóveis ou motocicletas, a Prefeitura Rudel Trindade Júnior, conferiu as novas ins- investe em ações de prevenção e de organizatalações. No local também funciona o serviço ção do trânsito. de atendimento ao passe do estudante. Com a frota sendo gradativamente Durante a solenidade, Rudel lembrou substituída por veículos com ar condicionado, que atualmente 70 mil estudantes fazem o uso câmeras de segurança e outros equipamentos do passe gratuito. “É um número expressivo. modernos, o usuário tem a garantia de um serCampo Grande se destaca nesta ação, em que viço de qualidade.
Placas
SP deverá colocar placas em corredores • Jornal Floriparevista@portalinterbuss. com.br
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta semana um projeto de lei que obriga a prefeitura a instalar placas ao longo dos corredores de ônibus informando os horários em que os carros podem circular por essas faixas. O prefeito agora pode sancionar ou vetar. Hoje, a circulação nos corredores já é permitida diaria-
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mente, das 23h às 4h; nos fins de semana, das 15h do sábado às 4h da segunda-feira, e nos feriados, da 0h às 4h do dia seguinte. Os corredores onde a circulação é permitida são Pirituba/Lapa/Centro, Inajar/R.Branco/Centro, Cp.Limpo/Rebouças/ Centro, S.Amaro/9 de Julho/Centro, Jd.Ângela/ Guarapiranga/S.Amaro, Capelinha/Ibirapuera/ Centro, Parelheiros/Rio Bonito/S.Amaro, Itapecerica/JDias/Centro e Paes de Barros.
O prefeito de Teresina, Elmano Férrer (PTB), tomou uma decisão inesperada na última sexta-feira (2), ao suspender temporariamente o decreto que reajustava as passagens de ônibus da capital piauiense de R$ 1,90 para R$ 2,10. A suspensão vigorar por 30 dias, período em que uma auditoria irá avaliar os critérios para que as tarifas fossem reajustadas. Férrer se reuniu com secretários municipais durante toda a manhã antes de anunciar a medida. Estudantes e usuários insatisfeitos com o novo valor da passagem protestavam há cinco dias pelas ruas da cidade. Na quinta, segundo a prefeitura, dois ônibus foram depredados pelos manifestantes, o que levou as empresas concessionárias a suspender a circulação dos ônibus. Coletivo No início do ano, estudantes e movimentos sociais colocaram em pauta a qualidade e o preço dos ônibus em São Paulo, Salvador, Recife, Vitória, entre outras cidades. Essas manifestações também trouxeram à tona outros problemas, como a intransigência do poder público em negociar com os manifestantes e a violência policial, principalmente na falta de regras para uso das chamadas armas não-letais. Ao levar milhares de pessoas as ruas, em 2003, a “Revolta do Busú” conseguiu congelar o preço das passagens em Salvador. Em Florianópolis, capital de Santa Catarina, movimento popular conseguiu por dois anos seguidos barrar o aumento da passagem (2004 e 2005). Em São Paulo, além de realizar mais de 10 manifestações neste ano, o Movimento do Passe Livre, reformulou uma projeto da época da gestão Erundina (1989-1993) intitulado Tarifa Zero e pretende apresentá-lo como uma lei de iniciativa popular. O movimento está na fase de recolhimento de assinaturas. O projeto defende que a tarifa de ônibus seja paga de forma indireta, por meio de impostos e não na catraca como ocorre hoje.
04/09/11 • REVISTAINTERBUSS
Manaus
Novos ônibus em circulação já estão apresentando diversos problemas A Crítica
• A Crítica
dgabc@dgabc.com.br
Menos de duas semanas depois da chegada de 315 ônibus novos, um deles deixou os passageiros a pé, na rua São Pedro, bairro Compensa 2, Zona Oeste, por causa de uma pane mecânica no elevador de acessibilidade, que simplesmente parou de funcionar no final da manhã de anteontem. De acordo com relato do motorista do coletivo, que não quis ser identificado, o problema aconteceu quando ele parou para a entrada de um portador de deficiência física. O rodoviário contou que, ao abaixar a plataforma de embarque de cadeirantes, o equipamento “travou” e não subiu mais, impossibilitando o ônibus de seguir viagem e obrigando os passageiros a descer e esperar outro coletivo. Usuários do transporte coletivo na capital relataram que esta não foi a primeira pane sofrida por um dos ônibus novos. Entretanto, a informação não é confirmada pelo Instituto Municipal de Transportes Urbanos (IMTU). “Terça-feira vi um ônibus novo parado em plena Constantino Nery, com sinal de alerta ligado. Se foi mesmo fabricado em 2011, devia estar circulando”, disse a estudante Carem Souza, 25. A assessoria do órgão não foi localizada, anteontem, para informar quantos veículos com data de fabricação de 2011 já sofreram pane. Na última quarta-feira, a reportagem do jornal A Crítica flagrou ônibus
PROBLEMAS • Elevadores travados são alguns dos problemas apresentados parados nas garagens de quatro das nove los seguranças. “Acho que estão ‘maquiempresas durante o horário de pico, no ando’ os ônibus velhos para parecerem fim da tarde. Parte deles era novo. A situa- novos”, disparou o vereador, que prepara ção foi constatada nas empresas São José, denúncia para encaminhar ao Ministério Transamazônia, Via Verde e Açaí Trans- Público Estadual (MPE). portes, que recebeu a concessão da City Anteontem, o Sindicato das EmTransportes. No dia seguinte, o vereador presas em Transporte de Passageiros do Waldemir José (PT) disse ter sido coagido Amazonas (Sinetram) divulgou nota inao entrar na garagem da empresa Transam- formando que o ônibus que aparece na azônia e fotografar a montagem e pintura foto publicada na página C1 do jornal A de ônibus antigos e novos. Critica, de anteontem, de prefixo 0411640, Ele chegou a registrar um Boletim é novo (ano 2011) e estava tendo as rode Ocorrência no 6º Distrito Integrado de das de ferro pintadas, o que não significa Polícia (DIP), alegando que foi ameaçado qualquer infração ao regulamento municie teve a máquina fotográfica quebrada pe- pal de transportes.
Mato Grosso
Gangue incendeia ônibus em Várzea Grande • Mídia News
revista@portalinterbuss.com.br
Uma gangue invadiu e ateou fogo num ônibus da empresa União Transportes na noite de sábado (3), no Jardim Imperial, em Várzea Grande. Segundo informações da Polícia Militar, um grupo de seis jovens, alguns armados com revolveres, renderam o motorista José Francisco Alves, 33, em seguida, jogaram uma bomba caseira dentro do coletivo, ateando fogo. O ônibus trafegava com apenas
REVISTAINTERBUSS • 04/09/11
dois passageiros, uma mulher e uma criança. As chamas começaram a se espalhar rapidamente e o motorista conseguiu retirar os pinos de segurança de uma janela, por onde a mulher e criança conseguiram escapar. A ação criminosa ocorreu ontem, por volta das 20h30. Segundo o motorista, os integrantes da gangue não roubaram dinheiro algum. Foram logo incendiando o veículo. Ele havia acabado de iniciar uma linha, saindo do ponto final e, após alguns quarteirões, houve
a invasão do coletivo. As chamas chamaram a atenção de moradores que até então, não sabiam do motivo do incêndio no ônibus. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas não conseguiu evitar que o veículo fosse destruído. Policiais militares que atenderam a ocorrência ainda não sabem o motivo do ato de vandalismo. “Assalto, não foi porque foram logo ateando fogo”, avaliou um policial. O caso será investigado pela Delegacia Distrital do Jardim Glória.
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A SEMANA REVISTA Futebol
Bahia apresenta seu novo ônibus Divulgação
• Lindomar Assis / Terra terra@terra.com.br
O Bahia apresentou na manhã da última quinta-feira o ônibus do clube. O veículo foi inaugurado pelos jogadores antes da partida da quinta-feira à noite, contra o América-MG, em Salvador. O presidente da equipe tricolor, Marcelo Guimarães Filho, disse estar muito feliz com a entrega da novidade e desejou ao clube uma trajetória de sucesso com o veículo, no restante do Campeonato Brasileiro e em outros certames. Para Guimarães, a aquisição do ônibus é parte de um projeto que busca uma visão mais futurística ao Bahia, e não apenas com aquilo que acontece no presente do time. O ônibus possui 46 lugares, arcondicionado e frigobar. Na parte externa do veículo aparece o escudo do time em tamanho grande, em ambos os lados, e a frase “Ninguém nos vence em vibração”. O texto é parte do hino do Bahia e foi escolhido por meio de uma enquete com os torcedores.
NOVO ÔNIBUS • Bahia fez apresentação do veículo na última quinta-feira A entrega do ônibus faz parte das mingo, e só terminará hoje à noite com o comemorações dos 80 anos do time baiano. lançamento do terceiro uniforme do clube, As festividades começaram no último do- em homenagem à seleção da França.
Nova frota
Parque em Ponta Grossa/PR ganha novos ônibus • Agência de Notícias do Governo do Estado do Paraná O Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa, recebeu nesta semana dois novos ônibus para atender os turistas e alunos do projeto Parque Escola. A entrega foi feita pelo presidente do Instituto Ambiental do Paraná, Luiz Tarcísio Mossato Pinto, e pelo diretor de biodiversidade e áreas protegidas do IAP, Guilherme Vasconcellos. Os veículos têm capacidade para 46 pessoas, o dobro da dos ônibus usados atualmente no parque, e são adaptados para atender pessoas com necessidades especiais. Eles foram adquiridos por R$ 495 mil, por meio de pregão eletrônico e com recursos de multa paga pela Refinaria Presidente Getúlio Vargas. “Esses ônibus vão dar mais estrutura para Vila Velha receber não só os turistas, mas os alunos da rede pública de ensino que participam do projeto Parque Escola, principalmente no fim do ano, período de maior visitação”, explica o presidente do IAP. PARQUE ESCOLA – Vila Velha foi a primeira Unidade de Conservação escolhida para receber o projeto Parque Escola, lançado em junho desse ano pelo governador Beto Ri-
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DUAS UNIDADES • Entrega aconteceu semana passada
cha. O projeto foi desenvolvido pela Secretaria da Educação e Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. A execução é do IAP. O objetivo é promover visitas monitoradas aos parques estaduais, tendo como público-alvo crianças de 1ª a 8ª séries do ensino fundamental. Vila Velha é o parque estadual mais antigo e um dos mais visitados do estado. Os arenitos são as principais atrações. O local pos-
sui toda estrutura necessária para atendimento ao visitante, sem causar impactos negativos sobre o importante patrimônio geológico do Paraná. Também possui como atrativos as Furnas e a Lagoa Dourada. “O trajeto dos ônibus é longo e demorado. Os veículos novos vão atender principalmente essa necessidade, tornando o atendimento aos turistas mais eficiente e confortável”, explica o diretor Guilherme Vasconcellos.
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RESUMO DAS PRINCIPAIS NOTÍCIAS DA IMPRENSA ESPECIALIZADA
DEU NA IMPRENSA Transpo Online
Volvo apresenta sua nova linha VM Divulgação
• Do Site da Transpo Online jsalto@portalcopa2014.com.br
A linha de caminhões VM da Volvo chega à sua terceira geração reunindo uma série de atualizações. Os modelos pesados e semipesados, que começam a ser oferecidos em todo o Brasil a partir de hoje (02.09) já esta equipada com novos motores Euro V oferecidos em três novas potências - 220cv, 270cv e 330cv, todos com seis cilindros. A evolução técnica proporciona maior rendimento e, consequentemente, maior produtividade. Uma das alterações ocorreu na pressão de injeção do propulsor, que passou de 1400 para 1800 bar, resultando em maior economia de combustível. O VM com 220 cv, bastante usado em áreas urbanas e em trajetos regionais, ganhou um motor de 6 cilindros, 2 cilindros a mais que na versão anterior (antes tinha 2310 cv). Já o motor do modelo rígido, que antes tinha 260 cv, chega agora a 270cv. Bastante versátil, é um modelo bastante utilizado para cargas mais elevadas e distâncias maiores. Na configuração cavalo mecânico, o motor saltou de 310 cv para 330 cv, o maior aumento de potência da linha. Na configuração 6x4, as mudanças proporcionam mais potência e torque, fundamentais para operações em canteiros de obras. VM rígido 330cv Uma das novidades é o VM 330 cv nas versões rígidas 6x2 e 4x2. Até então, os caminhões da linha VM nesta faixa de potência eram oferecidos somente na opção de cavalo mecânico. Com esta nova configuração de VM rígido com motor 330cv passa a atender as operações de logística de distribuição com redução no tempo de viagem
NOVOS PRODUTOS • Nova caixa de transmissão automática Ecolife, concebida para ônibus de sistemas BRT e o eixo dianteiro direcional ZF AV 132
A partir de 2012, todos os modelos VM passam a contar com um dispositivo chamado OBD (On Board Diagnosis), que monitorar constantemente sinais importantes relacionados às emissões. Se houver falhas, o sistema indica ao motorista e reduz gradativamente o torque do motor. O sistema OBD faz o monitoramento dos sistemas de injeção, admissão de
ar e gases de escape e do nível do tanque de ARLA 32. Feito a base de ureia, se transforma em amônia quando injetado no sistema de escape em altas temperaturas, ele reage com o óxido de nitrogênio emitido durante a combustão do motor. Se o nível de NOx (óxidos de nitrogênio) estiver acima de 3,5g/kWh, o motorista será alertado por um sinal luminoso no painel.
Transpo Online
TAM revê seu plano de renovação de frota
• Do site da Transpo Online jsalto@portalcopa2014.com.br
Um bom comandante de voo sabe que é necessário estar sempre à frente da aeronave para ampliar o nível de segurança. E pelo visto as companhias aéreas se baseiam nesse conceito quando elaboram suas estratégias. A TAM Linhas Aéreas, por exemplo, divulgou esta semana que seu plano de frota, anteriormente planejada para ter 163 aeronaves em operação em 2012, foi reduzido para 159 em nome da maior rentabilidade. Pelo cronograma da empresa, em 2015 a companhia aérea terá um total
REVISTAINTERBUSS • 04/09/11
de 179 aviões. Segundo o presidente da TAM, Líbano Barroso, esse ajuste foi necessário em virtude das incertezas que cercam a economia mundial. Na projeção da empresa, o crescimento do setor para 2012 ficará abaixo do que está previsto para este ano, que é da ordem de 15% a 18%. “Precisamos assegurar a rentabilidade do negócio, num contexto de maior racionalidade do mercado”, analisa. A empresa concentrará atenção especial no controle de custos. Em 2012, a TAM substituirá 13 aviões da família Airbus A320 e não optará pela renovação de leasings de quatro aeronaves como no
plano original, ou seja, não haverá crescimento líquido da frota. A frota de aeronaves com apenas um corredor de circulação também não será aumentada em quatro unidades no próximo ano, como estava previsto. Mesmo assim, a empresa afirma que a oferta de assentos crescerá 4% em 2012 na comparação com 2011. Outra medida será a substituição das aeronaves Airbus A340 por Airbus A330, com maior eficiência energética por voarem com dois motores (o A340 tem quatro). Com o conjunto de ações, a TAM estima reduzir os custos em aproximadamente US$ 50 milhões por ano.
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ESPECIAL TRANSMILENIO-BOGOTÁ
BIENVENIDOS A
Estivemos por três dias na capital colombiana para conhecer in loco a operação de um dos sistemas de transporte mais eficientes da América Latina. Nesta edição, conheça todos os detalhes do BRT Transmilenio 12
04/09/11 • REVISTAINTERBUSS
A TRANSMILENIO
Corredor da Avenida Caracas, que liga os eixos norte e sul do sistema Transmilenio. Exemplo de eficiência em transporte coletivo rápido REVISTAINTERBUSS • 04/09/11
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ESPECIAL TRANSMILENIO-BOGOTÁ • Luciano Roncolato
roncolato@portalinterbuss.com.br
• Fotos de Luciano Roncolato roncolato@portalinterbuss.com.br
Estava eu me acomodando em um dos flats do complexo La Fontana na Calle 127 assim que cheguei em Bogotá, e liguei a TV para ver o que tinha de bom. No Canal Caracol, uma das principais emissoras do país estava sendo transmitido um jogo da Copa do Mundo Sub-20, cuja sede era justamente na Colômbia. No intervalo, uma propaganda local me chamou a atenção. Não me recordo qual era o produto que estava sendo apresentado, mas falava sobre os orgulhos do povo colombiano, e um dos orgulhos era o Transmilenio. Quando vi, fiquei abismado pois até então nunca vi alguém ter orgulho de algo relacionado a transportes. Andando por Bogotá, não é difícil visualizar menções ao Transmilenio e demonstrações de devoção ao sistema de transporte. A convite da caxiense Marcopolo, estive visitando Bogotá por três dias e conheci de perto a operação do Sistema de Transporte do Terceiro Milênio, o Transmilenio. Nesta reportagem especial vocês irão conhecer todos os detalhes, a operação, a lógica dos corredores e muito mais.
• Como era e os estudos
Não havia um sistema de transporte lógico na cidade. Cerca de 7 mil ônibus saíam de bairros periféricos e iam até o Centro, parando em qualquer lugar e travando o trânsito. Os veículos eram muito ruins e não havia uma gerência operacional do sistema. A prioridade era ganhar dinheiro, independente da forma como o passageiro era transportada. Os operadores eram informais e os contratos não tinham validade. Com a rede de tráfego praticamente saturada, em 1993 surgiu a ideia de fazer uma rede de transporte troncalizada, tendo como base o sistema de Curitiba/PR. Nesse mesmo ano foram dados inícios aos estudos de um projeto de viabilização, projeto este feito pelo setor público em conjunto com o setor privado. No ano seguinte, esse projeto foi paralisado e retomado apenas cinco anos depois, em 1999. A encarroçadora brasileira Marcopolo participou desses estudos. Em 2001 a Marcopolo levou os primeiros ônibus articulados quase todos em CKD (Complete Knock-Down, que são peças prontas fabricadas na sede, no caso, no Brasil). O modelo apresentado foi o Torino GV. Esses carros tinham a máscara dianteira do brasileiro Viale (leia mais a respeito adiante). Pelo projeto inicial, a troca da frota deveria ocorrer a cada dez anos. Dessa forma, no mesmo ano entrou em operação a primeira fase do Transmilenio.
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AVENIDA CARACAS • Eixo-base do Transmilenio foi alargado e ganhou nova configuração com Na época, ninguém acreditava que o projeto Multimobilidade, que integra vários modais ia pra frente. Menos de 30% da população como bicicletas, carros, ônibus e BRTs. As usava o sistema e a prioridade de circulação políticas de mobilidade colombianas tem como mote o desenvolvimento sustentável, dos corredores era pequena. dando direito para melhor qualidade de vida + com tarifa acessível e critérios para a saúde e bem-estar da população. • Todas as principais vias da cidade A capital colombiana é a 7º eco- nomia da América Latina por PIB (Produto convergem para o Aeroporto Internacional Interno Bruto), sendo assim um dos 50 maio- Eldorado, o principal da cidade e que está res mercados do mundo. Sua área agrícola é sendo ampliado. Logo à frente há um outro muito grande. Para se ter uma ideia, a área aeroporto, para vôos domésticos. Na princirural da cidade é de 122.256 Ha, enquanto a pal via de acesso está sendo construído mais urbana é de apenas 38.430 Ha. A cidade fica um corredor da terceira fase do Transmilenio, a 2600m de altura do nível do mar e é cer- com grandes e espaçosas estações de parada. Entre as políticas de mobilidade o cada por diversas montanhas. Bogotá tem um plano de ordenamento estratégico com vários pedestre é colocado como primeiro nível de pólos: ecológicos, econômicos, fazendo tudo prioridade na circulação, integrando uma ser setorizado e organizado. O Transmilenio rede de mobilidade inteligente e de transporte faz parte do Plano Mestre de Mobilidade, estruturador, que agrega ao transporte público vários modais, tendo-o como base tudo, rafeito para 25 anos à frente. O conceito de mobilidade para Bo- cionalizando o uso do carro particular. É tamgotá faz um grande relacionamento entre bém levado em consideração o princípio de desenvolvimento social, urbano e turísticos, eficiência para garantir a circulação. Bogotá hoje conta com um trânsito todos integrados. Esse conceito é chamado de
Bogotá
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m a chegada dos corredores exclusivos caótico. Os congestionamentos são chamados de “trancóns”. São cerca de 1,1 milhão de carros nas ruas todos os dias. A cidade dispõe de um rígido sistema de rodízio de veículos, com restrição a quatro finais de placas diariamente, além de uma forte campanha para incentivar o cidadão a deixar seu carro em casa e usar o transporte público, porém isso ainda não foi o suficiente para resolver o problema dos congestionamentos nas vias principais da cidade. Em qualquer hora do dia é comum pegar trânsito pesado. Com os veículos do Transmilenio passando rapidamente pelas vias exclusivas, ao lado dos congestionamentos, a ideia é também estimular o uso do BRT. A cidade não conta com uma região metropolitana pois está localizada sozinha em sua região, sem cidades próximas à sua volta. Por esse motivo, Bogotá não tem linhas metropolitanas, semi-urbanas ou suburbanas.
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• O sistema Transmilenio
O Sistema de Transporte do Terceiro Milênio (Transmilenio) tem como base
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SERVICIO CORRIENTE • 16 mil desses veículos antigos ainda estão em operação na cidade os seguintes princípios: • Massivo • Tronco-alimentador • Baseado em ônibus • Com sistema de controle via satélite • Vias exclusivas troncais de alta velocidade • Operado por ônibus articulados e biarticulados • Alimentados por ônibus que vem de bairros da região O sistema é gerenciado por uma empresa de economia mista, denonimada Empresa de Transporte del Tercer Milenio (também Transmilenio). Sua sede está localizada no prédio da Alcadia de Bogotá (prefeitura), junto com outras autarquias. Ela é responsável por todo o gerenciamento estrutural do
sistema, cuidando da parte financeira, obras, implantação das etapas, compras e cumprimento de metas. A primeira fase do Transmilenio foi implantada em 2000 e contemplou 42km. de vias exclusivas. A segunda fase, concluída em 2006, contemplou mais 42km. de vias e a terceira fase, que está prevista para ser concluída no final deste ano com início de operação em janeiro próximo, terá 32km. de vias exclusivas, totalizando 116km. Atualmente (até a segunda fase), o sistema Transmilenio opera com 107 estações de paradas, 7 terminais (chamados de Portais), 7 pátios, dois estacionamentos (localizados no Centro da cidade) e 1094 vagas de parada para ônibus.
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ESPECIAL TRANSMILENIO-BOGOTÁ A média de passageiros do sistema é medida por passageiros por hora pico, e não por km., como ocorre em diversos países. É também na hora pico que se determina a capacidade total do Transmilenio. A hora pico de maior movimento é entre 6h45 e 7h45. No entrepico, os ônibus ficam estacionados nos pátios. O principal eixo do sistema é a Avenida Caracas, que liga os extremos Norte e Sul da cidade. Nessa via a demanda é de 47.000 passageiros/hora pico, enquanto nas outras vias a média é de 27.000 passageiros/ hora pico. No entrepico, 40% da frota fica parada. As estações são todas em canteiros centrais de vias, com embarques em nível pela esquerda. Essas estações são monitoradas por uma central de controle integrada à Guarda Nacional, contém portas automáticas, pagamento na própria parada, painéis informativos e passarelas para transposição das vias. As canaletas do sistema têm 24 metros de largura, vias duplas para ultrapassagem e túneis e viadutos de transposição de cruzamentos, garantindo a passagem dos ônibus sem interrupção. Em alguns raríssimos trechos há a transposição com sistemas semafóricos, porém sempre com prioridade ao transporte coletivo. Os portais (terminais) estão estrategicamente localizados nos extremos de cada corredor. Eles são compostos por plataformas super compridas para facilitar a transferência de passageiros sem transposição de via. Os ônibus do sistema troncal param de um lado da plataforma, e os alimentadores param do outro. Assim, basta desembarcar de um ônibus e já embarcar no outro, sem ter que ficar trocando de plataforma, atravessando vias, etc. Em anexo a cada terminal existem os chamados “pátios”. Nesses pátios há toda a estrutura de uma garagem que pode ser usada por qualquer empresa do sistema Transmilenio. Há uma central de controle do terminal, onde os operadores têm contato direto via rádio com o operacional do terminal em anexo e com toda a rede. Esses pátios têm várias vagas para parada de ônibus, posto de abastecimento de combustíveis, diversas baias de manutenção, troca de pneus, estrutura para pequenos reparos, prédio administrativo, refeitório, lavadores, sala de jogos, campo de futebol, forte segurança e área para descanso de motoristas. Isso evita que o veículo tenha que se deslocar por quilômetros até a garagem da sua empresa para fazer serviços de reparos ou simplesmente esperar a hora de pico. Em caso de depredação, quebra ou ato de vandalismo, o veículo é imediatamente recolhido ao pátio mais próximo e o reparo é feito na hora para que esses veículos não andem em mau
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CONGESTIONAMENTOS • Os “trancóns” são comuns na cidade a qualquer hora do dia estado pelas ruas. Isso faz com que os ônibus espalhados pela cidade (cartão TISC - Taraparentem bom cuidado e asseamento. Por jeta Inteligente Sin Contato). Há também lá, os ônibus não fazem mais de uma viagem funcionários que orientam os usuários dentro com vidros riscados ou qualquer outra ava- das estações. Nos terminais também há esse ria. Em caso de quebra, um outro veículo já é apoio. acionado para o lugar, assim evita anormali- O sistema Transmilenio conta atualdades na circulação. mente com 765 ônibus articulados, 10 biar Ao longo dos corredores existem ticulados e 520 convencionais de motoriza16 parques, todos equipados com sanitários, ção dianteira e/ou traseira, que fazem parte do além de 1643 pontos para estacionamento de sitema alimentador. A velocidade controlada bicicletas, todos integrados à ciclovias. do sistema é 60 km/h. Todo o sistema é gerenciado por Em dez anos o Transmilenio transum Centro de Controle, localizado junto à portou 3 bilhões de passageiros. Por dia são sede da empresa Transmilenio, na Alcadia transportados 1.745.492 passageiros em todo de Bogotá. Um grande painel mostra todos o sistema. os corredores e a operação de cada um deles, O Transmilenio tem três tipos de indicando onde está cada veículo em opera- serviços. São eles: Ruta Facil, Expreso e Corção naquele momento. Três gerenciadores riente. estão conectados a todo momento com as re- O Corriente é o conhecido parador: des para informar qualquer anormalidade no faz parada em todos os pontos, como uma sistema. A todo momento eles são informados linha comum. Esse serviço tem intervalo mévia rádio de tudo o que acontece. Eles tam- dio de 1 minuto. bém têm acesso a todas as 333 câmeras insta- O Ruta Facil funciona como o conladas pelos corredores e terminais e têm uma hecido semi-expresso: para nos pontos inicivasta visão da rotina de todo o sistema. Em ais e finais, e nos principais pontos com mais caso de alguma alteração, eles já informam demanda pelo caminho. Tem intervalo médio as paradas mais próximas para solução dos de 3 minutos. problemas. Junto ao Centro de Controle há O Expreso é o nosso conhecido exum balcão da Guarda Nacional. Caso ocorra presso: vai direto de terminal a terminal, sem algum distúrbio eles são imediatamente acio- parar em nenhum ponto pelo caminho. Tem nados, que por sua vez comunicam as autori- intervalo de 7 minutos. dades mais próximas do local para chegarem A jornada de trabalho dos motorismais rapidamente. tas é de 8 horas. A remuneração é igual para As estações de parada contam cada todos os motoristas de todas as empresas do uma delas com dois guardas. Nas estações sistema. Antes do Transmilenio, essa jornada não há recebimento de dinheiro. Cada usuário de trabalho variava entre 12 e 14 horas por do sistema possui um cartão magnético que dia. deve ser carregado em centenas de pontos O sistema é licitado por linha. Por
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MONITORAMENTO • Central de Controle da Empresa de Transporte do Tercero Milenio (Transmilenio S/A), localizado na prefeitura de Bogotá
CONTROLE • Inspetores do sistema têm acesso a todas as câmeras instaladas em rede; painel mostra o andamento dos ônibus nos corredores
ORGANIZAÇÃO • Ocorrências com veículos são anotados em paineis distintos; balcão da Guarda Nacional que comanda a segurança local
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PORTAL DEL SUR • Os terminais do sistema são com longas plataformas para facilitar a transferência entre as linhas troncais e alimentadoras
PARADAS • Todas são muito bem informadas e as linhas são informadas de acordo com a cor do setor operacional, facilitando a identificação conta disso, quase todas as linhas são opera- 71,9% - Operação do sistema troncal milhões. das por mais de uma empresa. 13,9% - Operação do sistema alimentador A segunda fase foi a mais cara por A eficiência do sistema pode ser me- 9,1% - Vendedores de passagens (Recaudos) conta do alto número de desapropriações nedida e comparada com as áreas que não são 5% - Gerenciadora Empresa de Transporte cessárias para a abertura dos corredores. atendidas pela rede. Atualmente com 84km. del Tercer Milenio S/A Os valores da outorga da conde vias e com 1295 ônibus em operação, o 0,038% - Bancos receptores do dinheiro pro- cessão mais impostos já geraram cerca de $ Transmilenio consegue atender 1.745.000 veniente de passagens 54 bilhões de pesos colombianos em receita passageiros, enquanto as áreas não atendi- Todo o sistema é implantado com para o poder público. Foram construídos das são servidas por ônibus pequenos, num dinheiro público, sendo 70% de verbas do 2.032.840m² de espaços públicos em todas as total de 16.000 unidades, andando cerca de governo federal e 30% de verbas do governo fases do Transmilenio. 3.000km, porém atendendo apenas 2.500.000 municipal. A infraestrutura, os portais, cor- A Transmilenio S/A usa as redes de passageiros, mesmo com uma tarifa mais redores, paradas e inclusive os ônibus são sociais mais conhecidas no mundo para se baixa, de $ 1300 pesos colombianos. Lem- custeados totalmente com verbas públicas, e aproximar do usuário, entre elas estão o Facebrando que antes do Transmilenio eram cerca depois são concedidos por meio de licitações book e o Twitter. Há também um sistema de de 7 mil ônibus em operação, todos eles ra- para a iniciativa privada operar. comunicação via SMS de celular, com divulcionalizados em apenas 1295. Os custos de implantação do Trans- gação de mensagens relacionadas ao sistema. milenio foram os seguintes: Várias campanhas permanentes estão em A tarifa do sistema é de $ 1700 pe- Em dólares (US$): ação para culturizar o uso do Transmilenio e sos colombianos, que equivalem a US$ 0.96 Primeira fase - 2001 - Total: 684 milhões - sua conservação. (cerca de R$ 1,67). A remuneração do sistema Custo por Km.: 16,2 milhões O Transmilenio hoje conta com 14 é sempre por passagem vendida. Segunda fase - 2006 - Total: 1 bilhão, 431 empresas operando as linhas das fases 1 e 2. No Transmilenio não há subsídios milhões e 100 mil - Custo por Km.: 34 mil- A fase 3 contará com 9 empresas mais as do nem gratuidades. As duas horas-pico prin- hões SITP. Atualmente a idade máxima para ônicipais diárias são suficientes para sustentar Terceira fase - 2011 - Total: 966,2 milhões - bus comuns são 10 anos. A partir do próximo todo o sistema. A composição da tarifa téc- Custo por Km.: 32 milhões contrato, essa idade passará para 12 anos. nica é a seguinte: Total: 3085,1 milhões - Custo por Km.: 26 Na terceira fase serão colocados em
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PATIO SUR • Nesses pátios os ônibus ficam parados aguardando a hora de pico. Isso evita que os veículos tenham que voltar a garagens
PATIO SUR • A entrada dos pátios são bastante protegidas; há também espaço para abastecimento dos veículos
PATIO SUR • Uma pequena central de controle faz o monitoramento no terminal em anexo; prédio administrativo tem sala de jogos
PATIO SUR • Baias de manutenção fazem reparos na hora; os carros também podem ser lavados no mesmo espaço
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CORES E CARROS • O sistema têm três cores: o vermelho, que representa as linhas troncais, e o verde e o azul, das linhas alimentadoras circulação pelas nove empresas vencedoras nas cooperativas que circulam com seus 16000 entr o grupo Fanalca e a Marcopolo do Bra360 novos ônibus, sendo 260 biarticulados e veículos por diversas partes da cidade em inú- sil. O grupo Fanalca é dona da fábrica de 100 articulados. meros itinerários. Eles não têm pontos de para- carrocerias Superior, que foi líder de venda O sistema paralisa suas atividades às da (param em qualquer lugar), os veículos em no mercado colombiano até 1998. Em 2001 23h e volta às 5h. sua maioria são antigos e precários e acabam foi fechada a joint-venture, cabendo 50% a Apenas 2 das 14 atuais operadoras travando o já complicado trânsito de Bogotá. cada um. Nesse mesmo ano, a marca Supedo Transmilenio são antigas. Todas as outras Para colocar ordem nessa operação, rior foi retirada do mercado e passou-se a usar são novas empresas formadas especialmente foi criado o SITP - Sistema Integrado de Trans- o nome Marcopolo. No começo os ônibus para a licitação. porte Público. Com ele, o número de operador- saíam com chapa indicando “montado sob li Cerca de 15% a 18% dos veículos do es deverá cair para 11000 por conta da raciona- cença da Marcopolo”. A Superpolo nasceu já Transmilenio são dotados de chassis Mercedes- lização dos itinerários e reorganização de toda com 50% do mercado colombiano. A fábrica Benz, pois apenas um cliente faz compras de a rede. Todos os veículos deverão ser trocados atende todos os países andinos. chassis da marca. Uma pequenina parcela é por carros novos. A Superpolo já apresentou o A cada dois anos, o gerente geral dotada de chassis Scania, comprados apenas modelo a ser adotado. É o Marcopolo Senior, da Superpolo é trocado, sempre havendo um pela operadora Trans Masivo, e todas as demais com portas largas e configuração interna dife- revezamento entre colombianos e brasileiros. empresas do sistema utilizam-se de chassis da renciada com maior capacidade. Porém, pode ocorrer dos gerentes ficarem sueca Volvo. No SITP esses veículos aceitarão a- mais tempo. Em 2011 o primeiro ônibus do Trans- penas cartões (não será mais permitido o uso Atualmente a Superpolo produz milenio foi aberto para uma vistoria e foi cons- de dinheiro). As rotas deixarão de sobrepostas e apenas produtos Marcopolo. Na linha de tatado que o mesmo encontra-se em excelente poderão circular apenas onde não tem o Trans- rodoviários ela produz o Paradiso G6 1200 estado. Por conta disso, a administradora do milenio. Esses veículos também não poderão e o Ideale 770. Entre os urbanos há o Gran sistema deu uma sobrevida de dois anos ao car- rodar nas vias exclusivas. Viale, Senior e Minibus. ro, podendo ser prorrogado depois desse perío- Os contratos já foram assinados e Quase todos os produtos têm adapdo. Ao fim da vida útil dos carros, caso eles não a implantação deverá começar entre dezem- tações à cultura local. Um exemplo disso são consigam ser vendidos para outras cidades ou bro/2011 e fevereiro/2012. A implantação total os primeiros Viale com traseira de Torino GV países, os mesmos são destruídos, já que estão do sistema deverá ser concluída em até dois ou Torino GV-2. O articulado levado como pagos (o pagamento ocorre cerca de dentro dos anos. modelo para apresentação ao Transmilenio três primeiros anos após a compra). As tarifas do SITP e do Transmile- era um Torino. Em conjunto foi levado um nio serão diferentes. Apesar disso, os sistemas Viale. O presidente do grupo Fanalca ficou + serão integrados. Será possível por exemplo tão fascinado pela frente do Viale que pediu pegar um ônibus do SITP e depois um do ao pessoal da Marcopolo que fosse aplicado O Transmilenio não atinge toda Bo- Transmilenio pagando-se apenas a diferença no articulado. Assim foi retirada a frente do gotá. Sua área de abrangência é ainda relativa- da passagem entre um e outro. Torino e aplicada a do Viale. Nascia assim mente pequena. As áreas que não contam com + o “Torale”, que era o nome interno usado na o sistema são atendidas por miniônibus de um Superpolo. Com o tempo, o veículo passou a sistema chamando “servicio corriente”. São ser o Viale mesmo, apenas com a traseira do operadores autônomos organizados em peque- A Superpolo é uma joint-venture Torino.
• O SITP
• A Superpolo
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SITP • Os veículos antigos do Servicio Corriente serão substituídos por esses Senior produzidos pela Superpolo. Serão o novo padrão
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REVISTAINTERBUSS L U C I A N O
R O N C O L A T O
BOGOTÁ/COLÔMBIA•CONNEXIÓN MOVIL
ESPECIAL TRANSMILENIO-BOGOTÁ
GRUPOS FANALCA E MARCOPOLO • As duas foram a joint-venture Superpolo S/A. Na foto, um dos 1200 Gran Viales B7R do Panamá
O SISTEMA TRANSMILENIO EM NÚMEROS • CUSTOS DE IMPLANTAÇÃO Em dólares (US$): Primeira fase 2001 Segunda fase 2006 Terceira fase 2011
Total: 684 milhões Total: 1,431 bilhão e 100 mil Total: 966,2 milhões Total: 3,085 bilhões e 100 mil
• TAMANHO Custo por Km.: 16,2 milhões Custo por Km.: 34 milhões Custo por Km.: 32 milhões Custo por Km.: 26 milhões
Em quilômetros: Primeira fase 2001 Segunda fase 2006 Terceira fase 2011 Total do sistema
• COMPOSIÇÃO DA TARIFA TÉCNICA
• A FROTA DO TRANSMILENIO
71,9% - Operação do sistema troncal 13,9% - Operação do sistema alimentador 9,1% - Vendedores de passagens (Recaudos) 5% - Gerenciadora Empresa de Transporte del Tercer Milenio S/A 0,038% - Bancos receptores do dinheiro proveniente de passagens Valor da Tarifa: $ 1700 pesos colombianos (US$ 0,96 ou R$ 1,67) Gratuidades e subsídios: não há. Todos pagam passagem
Até a segunda fase: 765 articulados (exclusivos do sistema troncal) 10 biarticulados (exclusivos do sistema tronca 520 convencionais de motorização dianteira e (exclusivos do sistema alimentador) Total: 1295 ônibus
• COMPOSIÇÃO DOS CUSTOS 70% da verba é proveniente do Governo Federal 30% da verba é proveniente da Alcadia de Bogotá (Prefeitura Municipal) 24
Para a terceira fase: 260 biarticulados (exclusivos para o sistema tr 100 articulados (exclusivos para o sistema tron Total: 360 ônibus Obs: Não temos nºs dos alimentadores da 3ª 04/09/11 • REVISTAINTERBUSS
LINHA DE PRODUÇÃO • Duas linhas fazem a montagem dos carros urbanos e rodoviários. Em pátio externo é dado o acabamento final
ECOLOGICAMENTE CORRETA • A casa de veraneio construída pela direção da Marcopolo foi toda feita com madeiras das caixas de importação
AGRADECIMENTOS • INFRA-ESTRUTURA 42km. 42km. 36 km. 116km.
) al) e/ou traseira
roncal) ncal) fase
333 câmeras instaladas em terminais, paradas e corredores 60 km/h é a velocidade controlada do sistema 8 horas é a carga horária de um motorista do sistema 1.745.000 é o número de passageiros transportados por dia 16.000 é o número de veículos do Servicio Corriente 14 empresas operam no sistema atualmente 9 empresas entrarão na terceira fase do sistema 15% a 18% dos chassis usados são Mercedes-Benz 80% é a média de uso de chassis Volvo 3 bilhões de passageiros foram transportados em dez anos 1643 é o número de pontos para parada de bicicletas 47.000 é a média/pico horária de passageiros na Av. Caracas 24 metros de largura tem os corredores 2.032.840 m² de espaços públicos foram construídos 10 anos é a idade máxima atual para ônibus do sistema 12 anos será a nova idade máxima, a partir de novos contratos 11.000 será o número de veículos do Servicio Corriente no SITP 2001 foi criada a joint-venture entre a Superior e a Marcopolo 54 bilhões de pesos colombianos foram captados em impostos
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A equipe da Revista InterBuss e do Portal InterBuss agradece à Marcopolo pelo convite para conhecer Bogotá, seu sistema de transporte coletivo integrado e a fábrica da Superpolo, na mesma cidade. Graças a visita conseguimos fazer esta vasta matéria, com muitas ilustrações, mapas, números e detalhes. Luciano Roncolato esteve no país entre os dias 9 e 11 de agosto juntamente com outros jornalistas de diversas partes do país que também foram conhecer o sistema Transmilenio. Em caso de qualquer alguma dúvida em relação ao sistema Transmilenio, consulte o site oficial: www.transmilenio.gov.co 25
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ESPECIAL TRANSMILENIO-CULTURA C Costumes
Segurança reforçada e rígido controle do álcool • Luciano Roncolato
roncolato@portalinterbuss.com.br
A Colômbia é muito conhecida mundialmente por seus cartéis do tráfico de drogas (sobretudo os de Medellín e de Cali) e por atentados praticados pelas FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Por conta disso, criou-se uma cultura da segurança em todas as partes, sobretudo na capital Bogotá. Andando pela cidade é muito fácil encontrar grandes grupos de policiais e de soldados do Exército fazendo o patrulhamento das ruas. O que chama a atenção às vezes é a quantidade em que eles se encontram aglomerados e o armamento que ostentam, geralmente muito pesado. O acesso a repartições públicas e a simples estabelecimentos comerciais é bastante restrito. Na prefeitura de Bogotá, todos os convidados para conhecer o Centro de Controle do Transmilenio, antes de entrarem no prédio, tiveram que cadastrar suas câmeras fotográficas e laptops com número de série na portaria. Na saída, tiveram que assinar para dar baixa no registro. Logo depois, um guarda local passa o detector de metais em todos, e assim é liberado o acesso. A funcionária da recepção, ao ser questionada pelo motivo da necessidade do cadastramento dos equipamentos eletrônicos, se limitou a dizer que são ‘regulamentos internos’. É comum em estabelecimentos comerciais, sobretudo shoppings, os clientes passarem por detectores de metais antes de entrarem. Já é uma rotina entre os colombia-
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nos. Assim que o cliente acessa o estacionamento já há um segurança com um detector de mão para passar em torno de você. Também é obrigatória a abertura de bolsas, mochilas e malas para acessar lugares assim. Após a revista, o acesso é liberado. O que também chamou a atenção é o estacionamento dos shoppings. Há várias guaritas elevadas com guardas vigiando tudo o tempo todo. Não é permitido entrar com equipamentos fotográficos ou de filmagem em alguns estabelecimentos. Para eles, uma simples fotografia pode indicar o registro de um possível alvo de atentado. O trânsito em toda a cidade é extremamente caótico o tempo todo. Não há respeito entre os motoristas. Táxis têm o costume de parar em qualquer lugar e ficarem estacionados por longos minutos em plena hora de pico, atrapalhando o trânsito. Não há gritaria para o famoso “sai da frente”, porém os motoristas de lá abusam no uso da buzina. Alguns cruzamentos são bastante caóticos e os semáforos nem sempre são respeitados. Apesar de haver pontos de parada em diversos locais na cidade, os miniônibus do “servicio corriente” costumam parar em qualquer lugar. Basta dar o sinal de onde você estiver que eles param e fazem o embarque rapidamente. Para desembarque o procedimento é o mesmo: avise onde quer descer que ele para pra você. Esses mesmos miniônibus fazem também o chamado “servicio noturno”, cobrando $ 50 pesos colombianos a mais que o preço diurno, e circulam até um pouco mais tarde, já que o Transmilenio encerra suas atividades às 23h.
TRÂNSITO CAÓTICO • Cruzamentos em Bogo O horário de funcionamento de shoppings em Bogotá costuma ser entre 9h e 20h, apesar de haver lojas que fucionam em horários diferentes, como supermercados 24h e outras lojas menores que iniciam a operação às 8h. Estivemos em um dos supermercados da rede Èxito logo por volta das 7h e o estabelecimento já contava com vários clientes fazendo suas compras. Falando em supermercados, é muito comum encontrar produtos importados nas prateleiras, sobretudo brasileiros. Na seção de doces, os
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COLOMBIANA
otá é um convite à bagunça: fechamentos são comuns entre os mini-ônibus e os carros, com muito buzinaço, apesar dos semáforos primeiros produtos que você vé são caixas de bombom da Garoto. Os colombianos cumprem as leis do país à risca. Na seção de bebidas há um explícito comunicado informando que por força de uma lei temporária municipal é proibida a comercialização de bebidas alcoólicas entre as 23h de um dia até às 10h do outro dia. No mesmo comunicado, é reforçado que só é permitida a venda de bebidas alcoólicas entre 10h e 23h, todos os dias. A lei temporária é de junho deste ano
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e tem como objetivo reduzir os índices de violência na cidade. Eram cerca de 9h da manhã e tentamos passar no caixa com duas garrafas que continham bebida alcoólica. O operador de caixa ficou com dúvida sobre o conteúdo e perguntou para uma colega ao lado se aquelas garrafas eram recipientes de bebida alcoólica. Com a confirmação, o operador simplesmente tirou os produtos da esteira, sem comunicar. Ou seja, cumpriu a lei à risca. A exemplo do Brasil, as ruas ficam
desertas à noite. Eram cerca de 23h quando passamos por algumas ruas da região central e quase não havia ninguém transitando. É na noite que é possível notar algumas belezas estruturais de Bogotá, como uma ponte estaiada feita para transpor uma via larga e garantir a livre circulação do Transmilenio. O povo colombiano é muito educado e receptivo. Está sempre disposto a ajudar, fornece informações corretamente e agradece quando necessário. Por lá, os brasileiros são muito queridos.
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ESPECIAL TRANSMILENIO-DIÁRIO DE Andrés Carne de Res
Cultura e costumes num bar super concorrido • Luciano Roncolato
roncolato@portalinterbuss.com.br
Na programação da visita à Bogotá, para a quarta-feira à noite estava programado um jantar no restaurante Andrés Carne de Res, localizada na Calle 82, número 1221. Como todo bom curioso, antes de viajar fui pesquisar a respeito e encontrei largos elogios ao estabelecimento e achei um tanto curiosas as fotos do local. Chegamos por volta das 18h50 e logo na entrada, como não poderia faltar, teve o já acostumado detector de metais e foi aplicada em nosso pulso uma pequena pulseira de identificação. Subimos uma escada de acesso e lá estávamos. É um lugar espetacular. Tudo é muito rústico e simples, porém fascina pelo seu estilo. O salão é “setorizado” entre céu e inferno, com várias placas luminosas indicativas. A localização do DJ é a mais curiosa: em um container suspenso no ar. Quando chegamos ainda estava tendo música ao vivo. O grupo executava músicas típicas colombianas, bastante agradáveis. Os atendentes são magníficos. Todos muito alegres, pareciam que já nos conhecia há muitos anos. Todos eles têm seus nomes gravados na parte traseira de seus aventais, facilitando a identificação. Ao visitar o local, não deixe de pedir uma simples garrafa de água. A mesma é servida em uma garrafa de plástico toda decorada e personalizada para o Andrés Carne de Res. Chamada “água virgem”, vem presa a uma peça de metal com alça para se auto-servir. No gargalo vem amarrada uma
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pequena corda com duas imagens de santos em veludo. Algo que nunca vi até então, muito interessante. No decorrer da noite são servidas várias iguarias locais como pequenas frutas, bebidas regionais (a nossa cachaça é melhor!), antepastos e pequenos pães. O que me chamou bastante a atenção foi uma iguaria preparada com milho recheada de queijo. Muito saborosa, se assemelha bastante à nossa pamonha, bem cremosa e quente. Coca-cola lá é servida apenas em pequenas garrafas de vidro. Apesar que por Bogotá eu vi apenas Coca-cola em garrafas de vidro, não achei nenhum lugar que tivesse o refrigerante em garrafas de plástico. Diz-se que lá há várias outras bebidas locais mais baratas e que acabou colocando a Coca-cola num patamar mais elevado, encarecendo-a e não acessível à todos. Após uma certa hora foi servido o jantar. Tábuas com chapas de metal fervendo traziam quatro tipos de carnes fatiadas em diversos estados, acompanhadas com belas cestas de mandioca frita e outros antepastos. Muito saborosos. A diferença é que por lá os alimentos preparados aparentam não ser muito bem temperados. Ao menos para o meu paladar, foi necessário salpicar um pouco de sal, mas nada tira a maestria do que foi servido a todo momento. Ainda antes do jantar todos nós na mesa já tínhamos notado que havia um grupo que transitava entre as mesmas e jogava pétalas de flores de papel, fazia uma pequena cantarola, e depois iam para outras. Durante o jantar foi a nossa vez. Até cheguei a assustar com a primeira jogada de pé-
CULTURA E NATUREZA • A cidade de Embu, ta
talas, dei um pulo no banco onde eu estava. O grupo chegou agradecendo a visita dos brasileiros à Colômbia e disseram que éramos muito bem-vindos. Logo em seguida, foi nos colocada uma faixa, nas cores vermelha e amarela, com a inscrição “Visitante Ilustre”, a qual obviamente trouxe para casa, junto com a garrafinha de água. O Andrés Carne de Res é um dos restaurantes mais concorridos de Bogotá. Por conta disso, fomos informados de que era imprescindível a chegada no local na hora da reserva, às 19h, pois em caso de atraso o restaurante já cancela as reservas e libera para as pessoas que ficam na fila no aguardo de um lugar. Ao sair de lá, entendi o porque é tão concorrido. Vale a pena conhecer!
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BORDO
ambém conhecida como Embu das Artes, tem muitos atrativos para os seus visitantes, desde belos trabalhos artísticos até natureza
IGUARIAS • Os tira-gostos servidos no Andrés Carne de Res são de sabores únicos. As carnes servidas também são espetaculares, bem como as bebidas
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ESPECIAL CAIO 65 ANOS Quinta parte
Primeiros biarticulados LE do Brasil e nova linha de rodoviários Encarroçadora inovou ao lançar o primeiro modelo de biarticulado com piso baixo • Thiago Bonome thamco@limao.com.br
Fechando o especial Caio 65 anos, mostramos alguns dos últimos produtos da encarroçadora paulista que fazem sucesso pelas ruas do Brasil. A Caio, com sua tecnologia avançada, lança o 1° bi-articulado do Brasil com o piso totalmente baixo, sendo esses em 2 versões. O TopBus PB, carroceria remodelada para atender a dinâmica do chassi, e o Mondego Bi-articulado. Esse conceito de transporte é um dos mais utilizados principalmente na capital paulista, rodando apenas em corredores, transporta maior numero de passageiros com mais segurança e conforto, tornando 100% acessível e anulando qualquer tipo de degrau. A Induscar Caio, depois de muitos anos, retornou o seu projeto com conceito rodoviário, lançando o modelo Giro em 3 versões: Giro 3200, Giro 3400 e Giro 3600; Fei-
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tos para atender distancias mais longas, o Giro veio para incrementar sua gama de produtos e atender de forma completa todos os segmentos de transporte de passageiros. A Induscar Caio alem de carrocerias para ônibus, também destina sua produção veículos especiais de transporte de cargas. Produz os VUC’s (Veiculos Urbano de Carga), perfeito para atender as exigências no transito das grandes cidades, sendo esses compactos e de fácil dirigibilidade. Em todos esses anos, a Caio (Companhia Americana Industrial de Ônibus) e a Induscar (Grupo que assumiu os controles da Caio), vem desenvolvendo produtos na medida certa para atender as grandes exigências do mercado, não poupando esforços para proporcionar o que é de mais moderno no conceito de fabricação dos seus produtos. A Induscar Caio completa 65 anos de história junto com você, passageiro, nossa maior inspiração! O Nosso Muito Obrigado!!
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RETROSPECTIVA DAS CARROCERIAS DE MAIOR SUCESSO DA ENCARROÇADORA DE BOTUCATU/SP
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HOBBY & DIVERSÃO Luciano Roncolato roncolato@portalinterbuss.com.br
O hobby se transformou numa grande praça de guerra e arena de disputa
Gostaria de começar a coluna desta semana agradecendo a presença dos amigos do Portal InterBuss no almoço ontem em São Paulo para o esclarecimento de alguns pontos que estavam pendentes. Creio que eu tenha tirado as dúvidas de todos e que tenham compreendido as novas diretrizes para o site nos próximos meses. Estaremos apresentando novidades muito em breve, fiquem ligados! Nesta edição vou fazer alguns comentários que podem soar como muito ácidos ou ofensivos. Por conta disso, peço que em caso de alguém tiver algo a comentar, acrescentar, criticar, elogiar ou reclamar, por favor envie um e-mail para revista@portalinterbuss.com.br, deixe um recado no Twitter para @roncolato ou comente no Facebook. Não quero que fiquem me procurando no MSN (exceto os amigos, claro) pois ele é pessoal e para distração, e não pra eu ficar ouvindo comentários sobre o que escrevo ou deixo de escrever. Para isso há o e-mail da Revista. Agradeço de antemão! *** Essa semana que passou foi mais uma com muita confusão. Uma pessoa printou uma tela do meu Twitter onde comento sobre grupos e ainda chamei uma delas de
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“facção”. Na história ainda foram envolvidos os amigos Gustavo Bayde e Ravanelly Souza e também tiveram seus tweets printados e publicados no site Ônibus Brasil. Rapidamente, a moderação agiu, apagou o post ofensivo e bloqueou o cidadão que fez isso, identificado com o nome de Elder. Por sinal, foi esse mesmo cidadão que me enviou um email no dia seguinte me ameaçando por tê-los chamado de “facção” também. Eu não tenho nada contra nenhuma equipe. Disse até aqui em uma das colunas que acho desnecessária a formação de equipes apenas com o fim de fazer fotos, pois há outras equipes sérias formadas que fazem um trabalho que vai muito além do hobby. Até tem uma equipe que até há alguns dias eu admirava muito pelo excelente trabalho mas que entendeu muito mal o que eu disse na coluna sobre equipes, e passou a fazer comentários insanos e desvairados no Facebook, além de me excluir. O mais curioso é que essa mesma pessoa que falou um monte de barbáries e fez assimilações completamente débeis ainda disse que concordava com a opinião de um certo cidadão que mora em uma cidade localizada entre Louveira e Várzea Paulista, mais queimado que fundo de panela, que foi expulso da Rodoviária de Maringá/PR por duas vezes, queimou-se em diversas garagens
com suas atitudes retardatárias, é odiado pela maioria dos colecionadores e por fim ainda foi expulso pela segurança na Feira Transpúblico. O que falar de uma pessoa que se dizia séria e que acredita e dá fé o que fala uma pessoa dessas? Mais uma vez os ataques são velados e nunca diretos. Está mais do que provado que a covardia impera no hobby. Não só a covardia, mas como a canalhice e a falta de caráter. Mas enfim, voltando à questão das equipes, gostaria de falar um pouco da chamada R4Bus. Ontem, durante um trabalho de garimpo de vídeos, achei algumas imagens e descobri que quem está à frente dela é o Ronaldo, também conhecido como Rody, ou Rony. Conversei com ele um bom tempo na VVR do ano passado, falamos sobre garagens, visitas, ônibus, fotos, sobre muitas coisas, até ficamos de marcar um dia para fazermos fotos juntos pelo Estado de São Paulo. Até então, não sabia que ele fazia parte de equipe, eu também não tinha conta no Ônibus Brasil, etc. Depois nos encontramos em outra oportunidade, onde conversamos mais um pouco e achei ele uma pessoa muito agradável e que tinha muito a colaborar com o hobby. Após essa confusão toda que deu é que fui descobrir que o Ronaldo estava à frente dessa equipe. É aí que está um ponto central que
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muitas vezes prejudica pessoas sérias e comprometidas. Como todos sabemos, o hobby está cheio de pessoas interesseiras e que se dizem amigos apenas para obter vantagens. Não duvido que no caso do Ronaldo seja a mesma coisa. Apesar de tudo, gosto muito do trabalho dele porém creio que ele esteja sendo mal assessorado. Lembram de uma foto publicada pelo maringaense Victor Hugo Guedes Pereira de uma fileira de Paradisos GV da Empresa Andorinha de Transportes? Essa foto rendeu longos debates até que em um determinado momento um integrante da R4Bus insultou a empresária Andréa Luft. Pouco tempo depois o próprio Ronaldo foi lá colocar panos quentes e se desculpou em nome de todos. Não creio que todos os integrantes da equipe sejam assim encrenqueiros e creio que o Ronaldo tem ciência das pessoas que insere em sua equipe. Tanto isso é verdade que o Ronaldo me deixou um recado no Orkut, em privado, perguntando o que estava acontecendo, porque eu teria falado de “facção”, mas na maior educação e sensatez, ao contrário do Elder que além de ter mandado recados por outras pessoas ainda mandou um e-mail me ameaçando. Tudo isso mostra a que pontos chegamos no hobby. Foram deixados de lado princípios, valores, educação, respeito, auxílios, tudo em nome do ego, da fama que não existe, de querer ser o primeiro em tudo. O mais curioso em tudo isso é a tática usada por algumas pessoas que adoram uma intriga para me atacar: falar que eu não tenho moral para comentar certos assuntos pois eu ajo justamente como as pessoas que mais critico. E tudo isso sempre em anônimo, em off, com um temor imenso. Se eu não tenho moral, porque quem me ataca não chega e fale diretamente à minha pessoa, ao invés de usar intermediários ou fazer comentários débeis nas redes sociais sem dar nome aos bois? Será que eu causo tanto temor assim? Já disse isso aqui e vou repetir para os que ainda não leram. Quando comecei a fazer fotos de ônibus em 2001, fazia os registros junto com amigos da rua onde eu morava pois não conhecia outras pessoas que faziam o mesmo por aqui. Em 2003 conheci o Leandro, um garoto de Campinas que também gostava de ônibus e fui fazer foto com eles algumas vezes. Em 2005 ampliquei o leque e conheci mais pessoas daqui da região, algumas delas que estão juntas até hoje. Durante muito tempo enfrentei dificuldades para fazer fotos em alguns lugares, garagens eram extremamente restritas, fotos em terminais somente com autorização por escrito, muito bate-boca em rodoviárias, várias negativas, até que o reconhecimento começou a vir em 2006, com empresas começando a abrir portas, o respeito chegando e o tra-
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balho reconhecido. Nessa mesma época, muitas pessoas se aproximaram de mim e do Portal InterCamp (antigo nome do Portal InterBuss) para obter vantagem, inclusive o cidadão que citei algumas linhas. Depois de conseguirem o que queriam simplesmente viraram as costas e começaram a fazer ataques que em nada abalaram as estruturas do site nem do respeito e da confiança conquistadas com muito trabalho e esforço, até ajudaram a fortalecer, em alguns casos. Durante todo esse tempo não vou negar que agi como muitos que hoje critico: passei dias inteiros em portas de rodoviárias, virei madrugadas fazendo fotos, deixei de fazer muita coisa pra fazer fotos de ônibus, organizei eventos, fiz vários comentários ácidos em diversos sites especializados, critiquei fotos de colegas, já publiquei muita foto ruim minha, porém jamais deixei de ajudar um colega, dar dicas, orientações, nunca deixei de passar contatos, sempre procurei aprimorar minhas fotos, procurei fazer eventos que agradassem a todos e mesmo assim havia quem saísse criticando, sem saber o esforço que foi necessário para tal. Nunca quis ser “famoso” como muita gente aí almeja no hobby, tanto que em eventos eu me apresento apenas como Luciano, nada mais. Se eu quisesse aparecer falaria também meu sobrenome, que é mais conhecido no meio. Muita gente em eventos cumprimenta e já fala nome e sobrenome, numa ânsia de ser reconhecido e elogiado. Eu nunca fiz isso e nunca farei. Também não faço o trabalho “duas caras” como o cidadão que tirou a semana passada para me criticar, que em 2009 chorava de amores por uma empresa de ônibus que faliu e criticava veementemente a que ia entrar no lugar. Não passou um ano essa mesma pessoa já estava na garagem da outra empresa, rasgando elogios e dizendo que era o melhor pra cidade. E cadê os princípios deixados na empresa falida um ano antes? Princípios usados para conseguir fotos raras com os antigos donos? E depois uma pessoa dessa quer vir falar de moral e que eu quero me aparecer? Com certeza falta um espelho na casa dele. Sempre estive convicto com meus princípios, faço críticas mesmo quando necessário, não volto atrás no que digo, reforço quando necessário e não tenho o porque querer me aparecer no hobby. Se eu tivesse que querer me aparecer para alguma coisa, com certeza NÃO seria no hobby, que é (ou era) uma atividade para distração e cuidar do que gostamos, no nosso caso, ônibus. Por que uma pessoa iria querer se aparecer no hobby? Ela vai ganhar dinheiro com isso? Com a palavra, os que lutam para se aparecer. Mas voltando a falar sobre as equipes. Da forma como alguns estão agindo no
hobby, infantilmente, causando intrigas, falando o que não sabe, atacando outros para se vangloriarem e passarem por coitados, o que estão se formando são verdadeiras facções. Particularmente, para mim existe hoje apenas uma “equipe” que usa tática de facção para estar sempre em evidência. O mais curioso é que o chamado “líder” dessa “equipe” sempre teve a ânsia de querer estar na frente de tudo. Lembro-me uma vez quando essa mesma pessoa, ainda no alto de sua humildade (pois pode não parecer mas ele já foi humilde um dia, já o recebi em minha casa por duas vezes e também o levei em garagens aqui) disse no MSN que estava fundando uma “associação” de nome CBIP (Comunidade de Busólogos do Interior Paulista), com objetivo de congregar os colecionadores do interior de São Paulo. Como qualquer outra tentativa de associação, essa também não vingou. Cedi espaço no Portal InterBuss, montei barra de créditos e fiz um rearranjo do logotipo do site dele uma vez, dei todo o apoio. Mas aí vem o pedestal mais alto, a humildade cai por terra e o ego infla. É assim que nasceu o “líder” de uma “equipe” que visa apenas a “fama”, usando táticas agressivas com críticas infundadas e tentando influenciar outros coitados que nem sabem porque estão no hobby até hoje. Lamento apenas pelos integrantes da “equipe”, que estão indo para o buraco junto com seu “líder”, que acha que está por cima da carne seca, mas na verdade está numa lama sem fim. Os reais colecionadores de longa data, que ele critica tanto falando que querem ser “dono do hobby” (como se hobby tivesse dono), já captaram essa tática infame e sabe quem está no caminho certo. O tempo dirá tudo. São pessoas pobres de espírito, com vazios internos que tentam preencher com uma “fama” falsa no hobby, tentando pisar em cima dos outros e cuspindo no prato que comeu. Os mais experientes sabem que isso nunca acaba bem. Mas enfim, peço desculpas pela acidez em alguns momentos em meus comentários, mas era necessário que eu fizesse tais comentários para deixar bem claro algumas coisas. E deixo um recado aos que falam de mim pelas costas: se ainda resta algum caráter em vocês, me procurem e me falem o que acham das coisas, não fiquem fazendo comentários ridículos e infantis através de comentários no Ônibus Brasil, indiretas no Facebook ou fica falando para pessoas que nada têm a ver com a história, no MSN. Continuo no hobby firme e forte, com meu trabalho sendo reconhecido. Façam o mesmo, trabalhem para um reconhecimento de seus trabalhos. Ou querem continuar sendo conhecidos como “facções”, crianças ou encrenqueiros? Pensem nisso.
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COLUNISTAS William Gimenes williamcptm@gmail.com
Baixada Santista – Parte 2
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Luciano Roncolato
Nessa semana vamos falar aqui na Revista Interbuss sobre a ligação entre as principais cidades da Baixada Santista e a cidade de São Paulo. Depois das recentes mudanças, com a entrada da Viação Cometa no lugar da Expresso Brasileiro, há muito o que falar. Historicamente (falando em década de 90, pois anteriormente haviam outras empresas como a Rápido São Paulo e a Zefir) quem operava as linhas de São Paulo (Jabaquara) para a cidade de Santos, para a Ponta da Praia e para São Vicente era a Expresso Brasileiro, em conjunto com a dupla Ultra/Rápido Brasil, conhecida no meio por ser uma das únicas a ter carrocerias rodoviárias da Caio. Havia, e isto continua, uma alternância entre as empresas: hora cheia e 15 minutos na Expresso Brasileiro (sendo hora cheia para a Ponta da Praia, via Santos; 15 minutos para São Vicente, via Santos) e meia-hora e 45 minutos para a Rápido Brasil (sendo a meia-hora para a Ponta da Praia, via Santos; 45 minutos para São Vicente, via Santos). Isto continuou com a transferência das linhas para a Cometa. Além das duas, a Expresso Luxo, que operava com carros de passeio desde a década de 40, passou a operar com ônibus a linha para a Ponta da Praia, via Santos, nos horários “xx:10”. Isso aconteceu em 1 de dezembro de 2007, em um primeiro momento apenas até a Rodoviária de Santos, depois é que houve o prolongamento. A empresa se caracteriza por disponibilizar água e DVD nos veículos, coisa que todas as outras não fazem. Mesmo assim não houve tanta perda de passageiros nas demais empresas. Tanto que eu andei na primeira viagem no sentido Santos e na sexta sentido Capital, e só havia eu de passageiro em ambos os sentidos. Para a cidade de Praia Grande, a Breda opera de forma direta mas apenas para a Rodoviária do Tático, na Vila Mirim, pois os carros da empresa seguem para cidades mais distantes como Itanhaém, Mongaguá e Peruíbe. Para a Rodoviária de Tude Bastos, mais próxima do Centro e do Litoral Plaza Shopping, só há a opção da Cometa (linha também herdada da Expresso Brasileiro). A linha dela passa nas duas rodoviárias da cidade e também em São Vicente (incluindo uma volta no Centro daquela cidade, para atender aos consumidores do Brisamar Shopping e do comércio de rua da XV de Novembro), e mesmo sendo mais demorado e caro para chegar a São Paulo, muita gente a usa. A Cometa herdou os carros e tam-
NA BAIXADA • Viação Cometa e Expresso Luxo fazem ligação entre São Paulo e Santos bém a prática da Expresso Brasileiro de colocar carros de 52 lugares e sem banheiro nessas linhas. Apenas a dupla de linhas que passa na cidade de Santos recebeu carros novos (Paradisos G7). Pelo menos para isso serviu a existência da eficiente, porém ainda desconhecida, Expresso Luxo: se não roubou passageiros da Cometa/Ultra/ Rápido Brasil, fez a Cometa colocar carros melhores na linha. No domingo (28) tive a oportunidade de andar na Cometa de Praia Grande a São Paulo, depois de dois anos sem utilizar a linha (a última foi em 23 de fevereiro de 2009). O serviço, em vez de melhorar, piorou: os carros são os mesmos da Expresso
Brasileiro, venderam 62 passagens em um carro de 52 lugares e o mesmo quebrou na subida da serra, no km 48 da Via Anchieta. Também descobri que a Ultra/Rápido Brasil faz linhas para o bairro de José Menino (é a linha para São Vicente, que passa também na Rodoviária de Santos) e para o bairro de Vicente de Carvalho. No segundo caso os horários são bem espaçados, é mais compensável ir até o Guarujá ou até Santos e de lá seguir para V.C. de barco ou de ônibus urbano da Translitoral. Na próxima coluna vou falar das linhas que ligam o Vale do Paraíba, a região do Alto Tietê e a Baixada Santista, passando pelas cidades do ABC Paulista.
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FOTOS, EVENTOS, OPINIÃO E CARTAS
SEU MURAL Pesquisa da Semana
Momentos
ATÉ ONTEM ESTAVA NO AR A SEGUINTE ENQUETE:
Você trocaria o ônibus de linha regular de seu bairro para andar em um veículo do transporte alternativo se esse fosse mais caro que o ônibus?
83,3% Sim 16,6% Não •
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EM CAMPINAS Observado por Felipe Pereira, Emerson Henrique Silvério, o Emerson “Kbbssa” ostenta um quadro do Caio Millennium com a pintura padrão de Campinas ainda pela Viação Morumbi. Na ocasião, ocorria mais uma visita à garagem da empresa Itajaí Transportes Coletivos.
Só saudades
Bons tempos
Os CMAs estão dando adeus REVISTAINTERBUSS • 04/09/11
Na foto de Chailander Borges, vemos um CMA Flecha Azul da Viação Cometa ainda em sua pintura original. Eles se foram primeiro. Agora chegou a vez dos sobreviventes darem adeus. Ainda é possível encontrar alguns em Sorocaba. 37
VIAGENS & MEMÓRIA Marisa Vanessa N. Cruz ideiaselembrancas@gmail.com
O desafio de manter as pinturas tradicionais nos ônibus Marisa Vanessa N. Cruz
PRÓPRIA • Caio Vitória da Viação ABC ainda com pintura própria. Em 1998 começou a padronização da pintura em todo sistema EMTU Em 1998, foi instituído o lay-out padrão para todos os ônibus intermunicipais que circulam na Grande São Paulo, de cor azul escuro. Não demorou muito para que todas as empresas que circulam naquela região adotasse aquela única pintura. É evidente que com aquele novo lay-out descaracterizou a identidade visual de cada empresa, identificando o seu perfil, portanto o passageiro ao sinalizar o veículo que está chegando à parada de ônibus, antes o cidadão olhava primeiro para a cor do ônibus e depois o itinerário, agora olha somente o itinerário e, se der tempo, o nome da empresa escrito em algum adesivo vermelho. Veja o caso do Torino da Parque das Nações, publicado como pôster na edição 58 da Revista Interbuss: Além de ser um caso à parte, aquele único ônibus ano 1988 junto com sua pintura tradicional traz lembranças iguais de como pegar o mesmo ônibus nos anos 90. Isso não quer dizer que a empresa mantém a frota totalmente antiga, e sim faz preservar sua identidade e características originais, mostrando suas cores através do ônibus, mesmo durando anos. Até o ano passado, a Expresso São
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Bernardo do Campo recentemente manteve alguns Vitórias com a sua pintura antiga, cujo lay-out era dos meados dos anos 90. Já a Auto Viação ABC mantém até hoje inúmeros Vitórias com a antiga pintura, mantendo sua identidade visual em alguns ônibus mais antigos, como o da foto anexa. Agora, o que traz suas pinturas tradicionais em alguns pouquíssimos ônibus do sistema EMTU? Sua própria tradição!! Pois é importante manter pelo menos 10% da frota resgatando um pouco o seu passado, e isso a própria EMTU tem que realmente entender para não multar as empresas que não pintarem toda a frota para o seu padrão. Portanto, não sou a favor da padronização de dezenas ou centenas de empresas adotando uma pintura única. É como dizer que a empresa que regula todas as linhas municipais fosse da EMTU por causa das mesmas cores, mas não é. Cada empresa realmente adotou o mesmo padrão, e infelizmente será assim para sempre. Se puderem, visitem a cidade de São Bernardo do Campo nos dias úteis e fiquem esperando próximo ao Terminal
Ferrazópolis, onde todas as linhas da Auto Viação ABC se cruzam lá. De lá, você pode esperar um tempo até aparecer algum Vitória da pintura original – e bom divertimento! Superpolo Quando uma empresa como a Marcopolo exporta para diversos países e tem uma carteira diferenciada voltada ao mercado externo, ela pode criar outras empresas fora do Brasil, como a Superpolo, localizado na Colômbia, e a Polomex, no México, entre outros. A vantagem é que, além de contratar uma mão de obra local, barateia o custo do frete entre a origem e o destino, ou seja, em vez de um produto acabado da empresa partir de Caxias do Sul em direção à Colômbia, acaba partindo a partir da própria filial reduzindo ainda mais o trajeto. No caso do Transmilenio, praticamente toda a frota (ou quase) veio do know-how da Marcopolo, e na maioria delas, da fábrica Superpolo, na Colômbia. Recomendo ler todo o artigo da Transmilênio e se puder, faça a comparação com outros sistemas implantados no Brasil.
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CIRCULANDO José Euvilásio Sales Bezerra je.sales@revista.portalinterbuss.com.br
Jornada na 309T...
REVISTAINTERBUSS • 04/09/11
Divulgação / Luciano Roncolato
Há algumas semanas, aproveitei o dia frio de domingo e dei uma volta na linha 309T/10 Cidade Tiradentes - Terminal Princesa Isabel. Era uma viagem que há muito tempo queria fazer. Aliás, a 309T/10 e, principalmente, a 374T/10, Cidade Tiradentes – Metrô Vergueiro, são duas linhas que sempre tive vontade de conhecer. O ônibus partiu do Terminal às 10h10 e cheguei na Cidade Tiradentes às 11h40. Uma hora e meia cravadas. Isso porque o motorista foi bem ágil na condução do 44609, um Mascarello Gran Via 2011, chassi Volvo B270R. O trânsito também ajudou, já que estava tudo livre, em especial na Avenida Aricanduva. Não fossem essas condições, a viagem teria sido um inferno. Por quê? O trajeto da linha é muuuuito longo. A Cidade Tiradentes é muito distante do centro de São Paulo. Imagino a penitência que é para os passageiros linha, uma vez que uma viagem, em dias úteis, bate fácil mais de 2h30, devido à enorme distância entre os pontos terminais, aliado ao transito das vias por onde o ônibus passa. Algo que tem solução. Mas só falta um pouco de vontade por parte dos governantes da cidade. Agora vamos ao ônibus. O Mascarello Gran Via, chassi Volvo B290R, é um belo ônibus. Por dentro um bom acabamento. Mostrouse um veículo muito silencioso. O trajeto e a extensão da linha em muito contribuem para que os carros se desgastem rápido. Por isso, pode-se ouvir alguns poucos rangidos da carroceria. Em matéria de conservação interna, o veículo estava limpo. Ao chegar no ponto final, em Cidade Tiradentes, a zelosa cobradora fez uma limpeza por dentro do carro. A viagem não teve grandes ocorrências. No trajeto, algo curioso: as linhas que se-guem para a Cidade Tiradentes fazem ponto final no bairro, mesmo tendo um terminal bem próximo, o Terminal Cidade Tiradentes. Tanto na ida quanto na volta, linhas como a própria 309T/10 e a 374T/10, passam pelo terminal para pegar/deixar passageiros, e, depois, seguem viagem. A distância entre o Terminal Cidade Tiradentes e o ponto final da linha, na Avenida dos Metalurgicos, é curta. Não leva nem cinco minutos de viagem. A região da Cidade Tiradentes, que fica no extremo leste da cidade de São Paulo, mais parece uma cidade do interior. Um local muito pacato. Ainda vi uma charrete puxada a cavalo. Aliás, no trajeto de volta, essa charrete ficou presa no congestionamento na Avenida dos Metalurgicos. A volta fiz em um Apache Vip da Novo Horizonte. O carro era modelo convencional três portas, sem elevador na porta do meio. Era bem conservado. Não anotei o pre-
VOLTA • Um dos Mascarello Gran Via da ETC Novo Horizonte; abaixo, o “Terminal Metalurgicos” fixo do mesmo. Logo o veículo partiu do “Terminal Metalurgicos” – como é chamado o local onde fica o pequeno conjunto de pontos finais das linhas do bairro – e passa novamente pelo Terminal Cidade Tiradentes. Essa passagem de volta tem um grande problema. Ao sair do terminal, o ônibus pega um enorme congestionamento, já que a via que margeia o terminal e leva o ônibus de volta a Avenida dos Metalurgicos, por onde o ônibus segue viagem, é estreita e o tempo do farol é bem curto. Passado esse pequeno trecho, a viagem seguiu com tranquilidade até chegar nas proximidades do centro velho de São Paulo. Em um dos pontos próximos ao centro velho, dentre outros passageiros, uma moça, acompanhada de um cadeirante, fez sinal de parada. Como o ônibus não tinha elevador, para subir o rapaz com a cadeira, a moça precisava de uma ajuda. O motorista abriu a porta mas o cobrador estava enrolado com o pessoal que estava entrando no carro pela porta dianteira. A irmã do cadeirante, com “polidez”, mandou
o cobrador ir ajudar a colocar o irmão dela no ônibus. Não escrevi errado, ela mandou mesmo. Tratou-o como seu empregado, sem atentar que o cobrador estava atendendo outras pessoas. Eu e outras pessoas ajudamos a colocar o cadeirante pra dentro do ônibus. Lá dentro, a senhora, de novo, mandou o cobrador, que continuava atendendo a fila, a colocar o cinto de segurança em seu irmão, dizendo que, se algo acontecesse com ele, iria procurar seus direitos. O cobrador pediu paciência e mais um pouco de educação à moça. A partir daí, a moça se irritou e começou uma discussão que durou até o final da viagem. E, pra piorar, se espalhou pelo ônibus inteiro. Quase saiu briga entre dois homens que nada tinham a ver com a história mas que tomaram posições diferentes. Mesmo com esse clima hostil, logo o ônibus chega ao Terminal Princesa Isabel. O cadeirante desce do ônibus e, junto com sua malhumorada irmã, segue seu caminho. A dupla do Apache Vip, seguem com o ônibus para o ponto final da linha, para recomeçar a viagem de volta.
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AS FOTOS DA SEMANA Ônibus Brasil • www.onibusbrasil.com
LEANDRO DE SOUSA BARBOSA Marcopolo Senior Midi MBB OF-1418 • Estrela
GUSTAVO CARMONA Busscar Panorâmico DD Volvo B12R • Linatal
GABRIEL GUACHINESKI Marcopolo Paradiso G7 1600LD Volvo B12R • Garcia
GUILHERME RAFAEL Marcopolo Torino LS Volvo B10M • Cristo Rei
FABRÍCIO GOMES Marcopolo Viale MBB O-500U • Transppass
RAFAEL SILVA Marcopolo Viale Volksbus 16 210 CO • Oeste
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SELEÇÃO DAS MELHORES FOTOS PUBLICADAS EM SITES ESPECIALIZADOS NA SEMANA
CÉSAR ÔNIBUS Caio Apache Vip II MBB OF-1722 • Autotrans
MARCIO BRUXEL Marcopolo Paradiso G7 1600LD Volvo B12R • Charllestur
RAFAEL CALDAS Busscar Jum Buss 380 Volvo B12R • Itapemirim
FRANCISCO IVANO Caio Solar Foz Volksbus 17 230 EOD • AVOA
OCD Holding • ocdholding.fotopages.com
Busologando Fotos • busologarfotos.blogspot.com
GUSTAVO DE ALBUQUERQUE BAYDE Neobus Mega MBB OF-1722 • Campo Grande
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THIAGO SIONE SILVA Caio Apache Vip II Volksbus 17 230 EOD • Estrela Azul
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NOSSO TRANSPORTE Adamo Bazani adamobus@gmail.com
Primeiro Leilão da Busscar rende muito abaixo do esperado Depois de muita luta na Justiça para a garantia do pagamento de parte dos direitos trabalhistas dos funcionários da encarroçadora Busscar, em Joinville, um sinal de vitória. Nesta quarta-feira, dia 31 de agosto foi realizado o primeiro leilão de bens da Companhia, depois de esforços do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e do Ministério Público. No entanto, a decepção. Estavam para ser vendidos vários bens imóveis: quatro garagens e uma sala comercial, no bairro Estreito. A previsão era de arrecadar no mínimo R$ 1,58 milhão. Mas o leilão não teve praticamente interessados e só resultou na venda de duas vagas de estacionamento, totalizando R$ 21 mil ambas. Pouco mais da metade do preço que valiam, já que cada vaga estava prevista para ser leiloada por R$ 20 mil. Apesar de todas as garantias judiciais em tono dos imóveis, a situação da Busscar assombra investidores que temem arrematar seus bens pelo histórico da empresa nos dois momentos de grande crise que enfrentou, em 2002/2003 e a recente a partir de 2008. Salários sem serem pagãos desde abril de 2010 e direitos como metade do décimo terceiro salário de 2009 e o integral de 2010 sem depósito, além de calotes em bancos, fornecedores e compradores têm tirado a credibilidade da empresa. Fora isso, neste caso específico, há a questão da especulação imobiliária. Outros imóveis da Busscar devem ser comercializados, mas não por leilão, e sim por venda direta. São outras duas garagens, que valem em torno de R$ 20 mil cada, e um mezanino, de 865 metros quadrados, avaliado em R$ 1,5 milhão. As vendas estão sendo negociadas pela Centro Sul Imóveis que assim que receber a proposta formal dos interessados vai encaminhar à 6ª Vara da Justiça do Trabalho de Florianópolis que cuida destes imóveis para a garantia de pagamentos. Já o dinheiro obtido pelo leilão é depositado numa conta da Quarta Vara do Trabalho de Joinville. Nesta conta também são depositados os valores obtidos por aluguéis de imóveis do grupo da Busscar e serão usados para pagamento de salários atrasados e acordos trabalhistas. NOVOS LEILÕES Já nesta próxima semana devem ser marcados os próximos leilões destes imóveis que não foram arrematados, embora haja um interessado em venda direta, e de
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outros bens bloqueados pela Justiça a pedido do Sindicato dos Mecânicos de Joinville, que representa a maior parte dos mais de 3 mil trabalhadores da Busscar. Segundo o Sindicato, boa parte dos funcionários, mesmo buscando outras ocupações no mercado, ainda enfrenta dificuldades financeiras. Alguns são submetidos a fazer “bicos” e trabalhar sem registro em outros lugares, já que nem todas as empresas assinam carteira por causa das pendências da Busscar com estes trabalhadores. As empresas que assinam carteira, deixam em aberto as questões de direitos de responsabilidade da encarroçadora. Os profissionais de chefia de produção, de qualidade e criação de design, soluções e modelos foram absorvidos, em sua maioria, por concorrentes, em especial, Mascarello, Caio e Marcopolo. OS VENTOS NÃO ESTÃO TÃO BONS Engana-se quem pensa que a situação da linha da produção da Busscar tenha melhorado de maneira significativa nos últimos meses. Os trabalhos não são diários. O Sindicato não sabe precisar um número exato, mas estima que entre 100 e 200 trabalhadores são chamados esporadicamente para atenderem a um ou outro pedido atrasado. A linha de produção não parou completamente, como chegou a ocorrer no início do ano, por alguns acordos de necessidade de pagamento com bancos e entregas prometidas há tempos para alguns clientes. Mesmo assim, estes funcionários não estariam recebendo legalmente. Por fora, eles ganham por volta de R$ 80,00 por dia trabalhado, sem nenhuma espécie de registro, o que deve ser investigado e comprovado. A atual crise da Busscar começou em 2008, quando todo o sistema financeiro mundial enfrentou dificuldades de créditos pela administração de financiamentos imobiliários de alto risco destinados às classes mais baixas que tiveram grande índice de inadimplência. A gota d´água para a crise financeira mundial foi o fechamento do banco de investimentos Lehman Brothers, um dos mais tradicionais dos Estados Unidos. Em pânico, o mercado financeiro em todo o mundo restringiu as linhas de crédito. A Busscar alegou que tinha a sua disposição R$ 140 milhões de financiamentos privados, que foram cortados para R$ 75 milhões. A empresa alega que todos os seus planos para compra de materiais e desen-
volvimento de novos modelos estavam baseados nestes investimentos. A Busscar chegou a afirmar que conseguiu carência de 2 meses para renegociar toda a sua dívida, na época, e de mais 4 meses sobre 50% do devido. No entanto, esta crise de 2008 é considerada um desdobramento da crise de 2002 e 2003, quando a empresa também esteve prestes a fechar às portas. Na época, a Busscar atribuiu sua situação financeira precária ao câmbio valorizado, que prejudicou as exportações em contratos internacionais de alto valor. Diferentemente de hoje, a Busscar conseguiu ajuda do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – e financiamentos de outras instituições particulares. A análise de mercado é que pelo não aproveitamento da ajuda de 2002/2003. A Busscar continuou fragilizada e não administrando adequadamente seus recursos, acabou dependendo apenas de novos financiamentos que, quando cortados por conta da crise global, abalaram a empresa. Passada a crise mundial, a Busscar ficou estagnada e numa situação ainda incerta para os trabalhadores, apesar dos avanços. A empresa hoje perde o melhor momento da indústria de ônibus da história do Brasil. Segundo a Fabus, a Associação Nacional das Fabricantes de ônibus, que reúne as principais encarroçadoras do país, só neste primeiro semestre foram produzidas 15 mil 847 carrocerias de ônibus e a expectativa é de que neste ano sejam totalizados 32 mil veículos. A Licitação de ônibus rodoviários que deve abranger cerca de 2 mil linhas geridas pela ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres, a antecipação da renovação das frotas pelos empresários para se livrarem dos veículos mais caros que obedecem as normas de redução de emissão de poluentes do Proconve P 7 (Euro V), que entram em vigor em janeiro de 2012, a proximidade das eleições municipais, quando o poder público exige renovações de frotas para a melhoria de sua imagem, as modernizações para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 e a própria renovação já programada de ônibus são alguns dos motivos para o bom momento do setor que a Busscar perde por sua situação finaceira. Estimativas dão conta que pelo acumulado de salários que ainda não foram pagos no decorrer dos meses e de juros, a dívida da empresa que era de pouco mais de R$ 600 milhões, já tenha ultrapassado R$ 800 milhões.
04/09/11 • REVISTAINTERBUSS
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