REVISTA
INTERBUSS ANO 2 • Nº 63
25 de Setembro de 2011
200 SCANIAS PARA O GRUPO BREDA RIO Todos os chassis são K230 e parte já está em operação
VEM AÍ: GRANDES EMBATES.VEJA COMO SERÁ
EMBATE:
s.m.: Choque, Encontro, Pancada. Fig. Resistência, Oposição EM OUTUBRO, AQUI NA REVISTA INTERBUSS
GRANDES EMBA
As mais tradicionais mon defendidas por fãs e estudio
Pela primeira vez na imprensa especializada, estudiosos e fãs das montadoras de chassis para ônibus mais tradicionais do país (Mercedes-Benz, Scania e Volvo) vão relatar suas experiências e defender um chassi da sua marca preferida, que será escolhido por sorteio. Serão quatro semanas, com um defensor diferente em cada uma delas, falando sobre um chassi diferente por edição. Após os embates, três grandes conhecedores das marcas publicarão artigos históricos e técnicos mostrando os prós de cada uma delas. É a primeira vez que são colocados em discussão assuntos relacionados a chassis de ônibus em um debate sério, responsável e esclarecedor.
ATES INTERBUSS
ntadoras do Brasil sendo osos em um debate inédito NA PRÓXIMA SEMANA, NÃO PERCAM A DIVULGAÇÃO DO PRIMEIRO EMBATE, QUE SERÁ PUBLICADO NA EDIÇÃO SEGUINTE (9 DE OUTUBRO). EMBATES SEGUINTES: 16, 23 E 30 DE OUTUBRO.
ENCERRAMENTO COM ARTIGOS TÉCNICOS E HISTÓRICOS: 6 DE NOVEMBRO
REVISTA
INTERBUSS
Informação com responsabilidade
NESTA EDIÇÃO: 32 PÁGINAS
BEM-VINDOS À REVISTA INTERBUSS | Scanias para o RJ
200 unidades para a Breda Rio Venda de duzentas unidades de K230 para o grupo Breda Rio será para implantação do sistema BRS no Rio de Janeiro
23
| Diário de Bordo
| A Semana Revista
Ônibus da Brasil Sul tomba na Via Dutra após deslizar em óleo Veículo levava 44 pessoas para o Rock In Rio quando foi fechado por um carro
09
| A Semana Revista
SP não investe em transporte público e entope vias com carros Se capital paulista não priorizar o transporte público e continuar fazendo vias para carros, logo haverá um colapso
11
Faça uma viagem à bucólica Aldeia de Carapicuíba, um canto histórico e relaxante localizado na região Oeste da Grande São Paulo, na cidade de mesmo nome
24
ANO 2 • Nº 63 • DOMINGO,25 DE SETEMBRO DE 2011 • 1ª EDIÇÃO - 00h02 (2ª)
EDITORIAL
8
O avanço do Rio de Janeiro
A SEMANA REVISTA
9
As notícias da semana no setor de transportes
DEU NA IMPRENSA
As notícias da imprensa especializada
COLUNISTAS Luciano Roncolato A falta de bom senso nas fotos
PÔSTER Tiago de Grande
Comil Svelto
ESPECIAL CAMPINAS O problema das linhas sobrepostas
13 14 16 18
COLUNISTAS Fábio Takahashi Tanniguchi Problemas?
SEU MURAL
A seção especial do leitor
| Circulando
NOVOS PRAIA GRANDE
Seletivos da EMTU em São Paulo vive dois extremos
45 novos ônibus para a Bahia
SCANIAS PARA O RJ
200 unidades para a Breda Rio
O colunista José Euvilásio comenta sobre a diferença no serviço de duas empresas
30
| Deu na Imprensa
DIÁRIO DE BORDO Tiago de Grande
Aldeia de Carapicuíba
COLUNISTAS Adamo Bazani Auto Sueco vende para São Paulo
20 21
22 23 24 26
Mercedes-Benz lança no Brasil a AS FOTOS DA SEMANA As fotos que foram destaque na semana 28 mesma Sprinter lançada na Europa COLUNISTAS José Euvilásio Sales Bezerra Lançamento simultâneo é inédito e coloca o país na rota da alta tecnologia automotiva alemã
13
Seletivos distintos 30 Obs: Excepcionalmente, as colunas de William Gimenes e Marisa Vanessa N. Cruz não são publicadas nesta edição
A NOSSA OPINIÃO | Editorial
Rio de Janeiro dá exemplo nas obras de mobilidade O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, inaugurou na semana passada a primeira estação do BRT Transoeste. Esse é um marco histórico que não pode deixar de ser registrado. Durante muitos anos a capital carioca foi muito mal atendida por empresas que faziam o que queriam em regime de permissões precárias, assim como em diversas cidades brasileiras. Enfrentando muita gente poderosa, Eduardo Paes licitou todo o sistema, implantou uma pintura padronizada em toda a frota, reorganizou as linhas e está implantando corredores exclusivos em diversas regiões. Muita gente não botou fé que os corredores BRT iriam sair do papel, ainda mais com o histórico de pressão que as empresas operadoras possuíam. A padronização da frota local em ônibus de motorização dianteira e em midibus fez aumentar esse descrédito. Por conta de tudo isso, a inaugura-
ção da primeira estação do Transoeste é um fato de extrema importância. As obras continuam em andamento e até meados do ano que vem todo o corredor deverá ser inaugurado para ser operado com ônibus modernos, articulados, transportando milhares de pessoas diariamente com muito mais conforto e qualidade. Isso reforça a confiança na inauguração dos outros corredores BRT que estão programados para a cidade, cujas obras também estão em andamento ou vão começar muito em breve. Outra importância enorme que essa inauguração teve foi o fato de ser uma obra ligada à rede de transporte para a Copa do Mundo de 2014 e para os Jogos Olímpicos de 2016. É um passo enorme, enquanto outras cidades, como Salvador e Cuiabá por exemplo, ainda estão discutindo qual modal será utilizado, faltando menos de 1000 dias para o
REVISTAINTERBUSS Uma publicação da InterBuss Comunicação Ltda. DIRETOR-PRESIDENTE / EDITOR-CHEFE Luciano de Angelo Roncolato JORNALISTA RESPONSÁVEL Anderson Rogério Botan (MTB) EQUIPE DE REPORTAGEM Felipe de Souza Pereira, Tiago de Grande, Luciano de Angelo Roncolato, Chailander de Souza Borges, Anderson Rogério Botan, Guilherme Rafael EQUIPE FIXA DE COLUNISTAS Marisa Vanessa Norberto da Cruz, José Euvilásio Sales Bezerra, William Gimenes, Adamo Bazani, Thiago Bonome, Luciano de Angelo Roncolato e Fábio Takahashi Tanniguchi REVISÃO Anderson Rogério Botan e Luciano de Angelo Roncolato ARTE E DIAGRAMAÇÃO Luciano de Angelo Roncolato AGRADECIMENTOS DESTA EDIÇÃO Agradecemos à Franz Hecher pela colaboração e à Scania do Brasil com as informações sobre os chassis para o Rio de Janeiro. SOBRE A REVISTA INTERBUSS A Revista InterBuss é uma publicação semanal do site Portal InterBuss com distribuição on-line livre para todo o mundo. Seu público-alvo são frotistas, empresários do setor
de transportes, gerenciadores de trânsito e sistemas de transporte, poder público em geral e admiradores e entusiastas de ônibus de todo o Brasil e outros países. Todo o conteúdo da Revista InterBuss provenientes de fontes terceiras tem seu crédito dado sempre ao final de cada material. O material produzido pela nossa equipe é protegido pela lei de direitos autorais e sua reprodução é autorizada após um pedido feito por escrito, e enviado para o e-mail revista@portalinterbuss. com.br. As fotos que ilustram todo o material da revista são de autoria própria e a reprodução também é autorizada apenas após um pedido formal via e-mail. As imagens de autoria terceira têm seu crédito disponibilizado na lateral da mesma e sua autorização de reprodução deve ser solicitada diretamente ao autor da foto, sem interferência da Revista InterBuss. A impressão da revista para fins particulares é previamente autorizada, sem necessidade de pedido. PARA ANUNCIAR Envie um e-mail para revista@portalinterbuss.com. br ou ligue para (19) 9636.1087 e converse com nosso setor de publicidade. Você poderá anunciar na Revista InterBuss, ou em qualquer um dos sites parceiros do grupo InterBuss, ou até em nosso site principal. Temos diversos planos e com certeza um deles se encaixa em seu orçamento. Consulte-nos! PARA ASSINAR Por enquanto, a Revista InterBuss está sendo disponibilizada livremente apenas pela internet, através do site www.portalinterbuss.com.br/revista. Por esse motivo, não é possível fazer uma assinatura da mesma. Porém, você pode se inscrever para receber um alerta assim que a próxima edição sair. Basta enviar uma mensagem
primeiro evento. Belo Horizonte também está fazendo muito pouco pela mobilidade, mas o anúncio feito pela presidente Dilma Rousseff há alguns dias, da liberação de R$ 3 bilhões para as obras de corredores na capital mineira deverá dar uma alavancada. O que mais estranhou nos últimos dias foi uma declaração da cúpula política paulista, onde foi dito que São Paulo é a única cidade do Brasil que tem metrô, trem e ônibus na porta do estádio onde será realizado o jogo da Copa do Mundo. Se o Governo do Estado for deixar como está, apostando nessa questão, os torcedores terão grandes problemas de deslocamento pois tanto a linha 3 do Metrô quanto a linha da CPTM que atende a região estão saturadas há algum tempo. A superlotação é constante. Para completar, os ônibus que atendem a região são insuficientes e operados por uma empresa que está sendo investigada por má prestação de serviço público. As reclamações são frequentes. Deixamos aqui nossos parabéns para o Rio de Janeiro e o avanço nas obras de mobilidade urbana. Para quem não acreditava nas palavras dos governantes cariocas, fica o exemplo para todo o país.
Expediente para revista@portalinterbuss.com.br e faremos o cadastro de seu e-mail ou telefone e você será avisado. CONTATO A Revista InterBuss é um espaço democrático onde todos têm voz ativa. Você pode enviar sua sugestão de pauta, ou até uma matéria completa, pode enviar também sua crítica, elogio, ou simplesmente conversar com qualquer pessoa de nossa equipe de colunistas ou de repórteres. Envie seu e-mail para revista@portalinterbuss.com.br ou contato@portalinterbuss.com. br. Procuramos atender a todos o mais rápido possível. A EQUIPE INTERBUSS A equipe do Portal InterBuss existe há nove anos, desde quando o primeiro site foi ao ar. De lá pra cá, tivemos grandes conquistas e conseguimos contatos com os mais importantes setores do transporte nacional, sempre para trazer tudo para você em primeira mão com responsabilidade e qualidade. Por conta disso, algumas pessoas usam de má fé, tentando ter acesso a pessoas e lugares utilizando o nome do Portal InterBuss, falando que é de nossa equipe. Por conta disso, instruímos a todos que os integrantes oficiais do Portal e Revista InterBuss são devidamente identificados com um crachá oficial, que informa o nome completo do integrante, mais o seu cargo dentro do site e da revista. Qualquer pessoa que disser ser da nossa equipe e não estiver devidamente identificada, não tem autorização para falar em nosso nome, e não nos responsabilizamos por informações passadas ou autorização de entradas dadas a essas pessoas. Qualquer dúvida, por favor entre em contato pelo email contato@portalinterbuss.com.br ou pelo telefone (19) 9636.1087, sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia.
DE 19 A 25 DE SETEMBRO DE 2011
A SEMANA REVISTA Acidente
Veículo estava fretado e levava 44 pessoas para o Rock In Rio. Óleo na pista auxiliou no tombamento • O Diário do Norte do Paraná contato@j.com.br
Um ônibus que seguia em excursão para o Rock In Rio tombou na manhã deste sábado (24) na Via Dutra, em Barra Mansa (RJ). A informação chegou até a redação por meio de um leitor de odiario.com, que relatou que a esposa dele, de Maringá, estava no ônibus. O veículo havia saído da Cidade Canção às 17 horas de sexta-feira (23), fez uma parada em Londrina para pegar o restante dos passageiros e seguia para o evento, com as 44 poltronas ocupadas. As informações preliminares da Polícia Rodoviária Federal (PRF) dão conta de que o acidente ocorreu porvolta das 10 horas, no km 262 da BR-116, em Barra Mansa. O ônibus era da empresa Brasil Sul Linhas Rodoviárias, que já foi notificada do acidente, e confirmou que 14 pessoas ficaram levemente feridas. “Havia óleo na pista. Um carro pequeno seguia à frente do nosso ônibus e derrapou. Para não bater, o motorista freou e acabou tombando na rodovia. Foram 14 feridos, mas tiveram apenas ferimentos
ÓLEO NA PISTA • Carro 2335 da Brasil Sul tombou ao desviar de um carro na Via Dutra leves. A cerca de 4 km antes, também tinha aos hospitais São João Batista, em Volta acontecido um acidente fatal, também com Redonda (RJ) e Santa Casa em Barra Manóleo na pista. Nós não sabemos de onde era sa. Há vítimas com ferimentos leves até o óleo, o porquê dele ainda não ter sidoreti- graves, segundo a concessionária. A pista rado da pista”, contou o diretor operacional ficou interditada, de acordo com a CCR, na da Brasil Sul Linhas Rodoviárias, Dirceu faixa direita,entre as 10 e as 11h48. Sarábia. Os outros 30 passageiros que não O ônibus era conduzido pelo mo- ficaram machucados seguem para o Rock torista José Tadeu Santana, que também se in Rio. A empresa Brasil Sul fretou um feriu. Conforme informações da conces- novo ônibus que continua a viagem até o sionária CCR Nova Dutra, que administra evento. A lista com os nomes dos feridos o trecho, os feridos foram encaminhados ainda não foi divulgada.
Dia Mundial Sem Carro
Lentidão ficou abaixo da média em São Paulo • Destak Jornal jornaldor7@r7.com
O índice de lentidão registrado na última quinta-feira na capital ficou abaixo da média no horário da manhã e da tarde. Foram 76km de vias congestionadas às 9h, um quarto abaixo dos 100km anotados como média pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Às 18h, chegou a 96km, 6% inferior à média de 103km para o horário. Não há como mensurar porém se houve de fato redução na quantidade de veículos circulando. Entretanto, foram promovidas várias ações para estimular a carona solidária, o uso do transporte público e alternativos,
REVISTAINTERBUSS • 25/09/11
como a bicicleta. As nove faixas reversíveis -montadas para aumentar o fluxo de veículos em circulação-receberam faixas e banners para incentivar a carona solidária. As faixas indicavam que a prioridade de uso era para veículos com mais de um passageiro. No Butantã, foi inaugurada a ciclorrota que liga a estação de metrô da Linha 4/ Amarela até a Cidade Universitária. Um bicicletário com capacidade para 54 bicicletas e dez magrelas para locação também foi inaugurado no local. A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e SPTrans (São Paulo
Transportes) ampliaram o chamado horário de pico da manhã. Com isso, a oferta de trens e ônibus foi ampliada em 33% e 22%, respectivamente. Entre as várias autoridades que usaram transporte público estavam o prefeito Gilberto Kassab, que disse nunca ter usado o metrô para ir trabalhar. (leia ao lado). Vaga viva - Uma ação que chamou a atenção das pessoas foi a feita na rua Padre João Manoel, perto da avenida Paulista. Das 7h às 19h, algumas pessoas ocuparam vagas destinadas originalmente a carros e montaram “um jardim”, onde simularam uma sala de estar e nela fizeram atividades lúdicas, tais como brincar e ler.
09
Reprodução TV Rio Sul
Ônibus da Brasil Sul desliza e tomba na Via Dutra com 44
A SEMANA REVISTA São Paulo
História
SPTrans distribui guia visando Ônibus Expresso completa 37 facilitar viagens de ônibus Luciano Roncolato
anos de serviços em Curitiba/PR • Paraná Online
180graus@180graus.com.br
ÔNIBUS EM SÃO PAULO • Guia de Mobilidade busca auxiliar nos deslocamentos de ônibus nos possíveis, e verifica as principais vias do • R7terra@terra.com.br itinerário. Uma segunda opção é o usuário Desde a última quinta-feira (22), os procurar diretamente a via em que pretende usuários de ônibus passaram a receber o Guia chegar e verificar em quais terminais existem de Mobilidade - São Paulo aos Seus Pés. Se- linhas que servem ao seu destino. gundo a SPTrans, o guia apresenta uma ta- Inicialmente, a distribuição começa bela as principais vias e destinos na cidade nos terminais integrados Bandeira, Amaral de São Paulo, e em quais terminais o usuário Gurgel, Princesa Isabel, Mercado e P.Dom pode encontrar linhas de interesse nas regiões Pedro II. norte, sul, leste e oeste. O objetivo da ação é facilitar o deslocamento dos usuários de ôni- Bilhete Único bus dentro da cidade. Com o Bilhete Único o passageiro A busca de informações no livrinho pode fazer até quatro viagens pelo custo de pode ser feita de duas maneiras. Na primeira uma única tarifa (R$ 3) em um período de três delas, o usuário escolhe a tabela referente ao horas. O usuário também pode fazer a inteterminal desejado e seleciona um dos desti- gração entre trem e o metrô.
O ônibus Expresso de Curitiba completou 37 anos de operação na última quintafeira (22), como sistema pioneiro no tráfego de coletivos em vias exclusivas e modelo para experiências mundiais que resultaram no chamado Bus Rapid Transit (BRT), o trânsito rápido de ônibus. Implantado em 22 de setembro de 1974, o novo sistema então rompia com a tradicional fórmula do transporte urbano servido por linhas radiais, com todas as linhas procedentes da periferia se dirigindo ao centro da cidade e obrigando os usuários a novo desembolso tarifário em caso de reembarque rumo à outra região. O sistema Expresso estreou com 20 ônibus, com design revolucionário, capacidade para 90 passageiros e 12 metros de comprimento, nos dois eixos então instalados, em 20 km de canaletas: eram duas linhas semi-diametrais que se cruzavam no centro. Os 13 mil passageiros/dia do eixo Norte, na frota de 12 ônibus, seguiam do Terminal Santa Cândida até a praça Rui Barbosa. Nos 20 coletivos do eixo Sul, 18 mil pessoas seguiam do Terminal Capão Raso até a praça Dezenove de Dezembro. Hoje, o sistema Expresso conta com 185 ônibus articulados e biarticulados, transportando, apenas nas canaletas exclusivas dos seis eixos hoje instalados, 600 mil passageiros por dia.
Campo Grande
Ônibus joga pedra e quebra vidraça de loja • Midiamaxrevista@portalinterbuss. com.br
No início da manhã deste sábado (24) uma movimentação diferente chamou a atenção de quem passava pela Avenida Bandeirantes, em Campo Grande. Próximo à avenida Salgado Filho, numa loja de aviamentos, várias pessoas se aglomeraram para ver o trabalho dos policiais. Num primeiro momento, os comentários eram de que o estabelecimento havia sido assaltado, mas, na verdade, foi registrado um fato curioso. De acordo com o proprietário da loja, Cleverson Mateus Pereira, de 48 anos,
10
anteontem, por volta das 18h, um ônibus do transporte coletivo passou em um buraco na Bandeirantes e uma pedra foi jogada contra o vidro do estabelecimento. “Nossa, foi um susto enorme. E se tivesse crianças próximo ao vidro, seria muito perigoso”, comentou.
O estabelecimento fica a cerca de 50 metros do 10 Batalhão da Polícia Militar. Ontem, o dia foi de limpeza no local e de dúvidas também. “E agora, quem vai se responsabilizar, vai quem arcar com o prejuízo? Provavelmente, eu terei que pagar essa conta”, lamentou o comerciante, mesmo sem revelar o valor do estrago. Por enquanto, o dono da loja ainda não sabe se coloca novamente uma porta do mesmo tipo, blindex, ou se troca por uma de ferro ou madeira, já que ali é um local de grande movimentação de veículos, principalmente de grande porte, como os ônibus.
25/09/11 • REVISTAINTERBUSS
Trânsito
• Rede Brasil Atual dgabc@dgabc.com.br
Longe de resolver deficiências na mobilidade urbana da capital paulista, investimentos em obras viárias ampliam o espaço destinado a automóveis e aumentam os congestionamentos, apontam especialistas ouvidos pela Rede Brasil Atual. Depois do investimento de R$ 9,7 bilhões no Rodoanel – trechos oeste e sul -, na Nova Marginal Tietê e no Complexo Jacu Pêssego, a situação do trânsito já é a mesma de antes das obras, descreve o consultor de engenharia de tráfego e transporte Horácio Figueira. “Pode-se dizer que foi dinheiro jogado fora”, resume. Novo trecho do Rodoanel – agora na área norte, passando por São Paulo, Guarulhos e Itaquaquecetuba - está orçado em R$ 6,51 bilhões, com entrega prometida para novembro de 2014. Termo de compromisso entre governos federal e estadual foi assinado em 13 de setembro. “Investir nessas obras é um grande desperdício”, avalia Marco Nordi, um dos coordenadores do grupo de trabalho sobre mobilidade urbana da Rede Nossa São Paulo. As obras viárias são discutíveis, aponta, porque cada novo empreendimento abre mais espaço para os automóveis trafegarem, enquanto os problemas de mobilidade permanecem. “Todo espaço liberado é tomado pelos automóveis”, diz Nordi. “A frota de São Paulo não cabe nas ruas”, confirma Figueira. Na avaliação do consultor, a Prefeitura paulistana tem “paúra” de incomodar os carros. Em consequência, deixa de investir em transporte público. “Os R$ 6,51 bilhões do trecho norte do Rodoanel dariam para construir 35 quilômetros de metrô”, argumenta. “Priorizar o automóvel é priorizar a minoria: um terço da população usa carro, em detrimento de todas as outras pessoas”, critica Nordi. Alternativa Na contramão das grandes obras viárias, Figueira sugere medidas simples para melhorar a mobilidade na capital paulista. A alternativa seria investir em corredores de ônibus, que são mais baratos e rápidos de construir do que linhas de metrô. “Enquanto uma faixa de carros comporta 800 veículos que transportam em média 1,4 pessoas no
REVISTAINTERBUSS • 25/09/11
Divulgação
Medo de mexer com carros leva São Paulo a caminho “suicida”
CONGESTIONAMENTO EM SÃO PAULO • Obras beneficiam apenas carros particulares horário de pico, que é igual a 1.200 pessoas, por possam fazer ultrapassagens. Também seria hora faixa, um corredor de ônibus transporta 10 possível a criação de serviços diferenciados a 12 mil pessoas. É uma média de 1 por 10”, com ônibus fretados e diretos. informa. “Nas dez faixas da marginal caberiam “Não há mais o que fazer para obo mesmo que em uma faixa de ônibus.” ter fluidez, a não ser investir em transporte O especialista considera “uma in- público”, defende Nordi, da Rede Nossa coerência” obrigar o usuário de ônibus a São Paulo. Questionado sobre a previsão arcar com o congestionamento causado por de São Paulo ficar travada por inteiro em automóveis. “É no mínimo criminoso, am- 2012, ele provoca: “Será que a cidade já bientalmente e economicamente”. “A César não parou?”. o que é de César. Quem causa o congestio- Caso a política urbana dê namento do automóvel é ele mesmo. Então, prosseguimento a investimentos maciços o congestionamento a quem o causa”, fi- em vias para automóveis, a previsão é de losofa. mais problemas nos deslocamentos por São A proposta do consultor é estender Paulo. “Pior do que está fica sim. A cidade os corredores de ônibus por 400 quilômet- está na descendente”, acredita Nordi. Na ros de vias. Além da ampliação das faixas mesma linha, Figueira prevê que o medo exclusivas, as principais rotas teriam duas da prefeitura incomodar os automóveis vai faixas para ônibus, para que os veículos levar a cidade a uma “situação suicida”.
11
A SEMANA REVISTA Futuro
Alemães desenvolvem trem sem trilhos Divulgação
• Tech Tudo
terra@terra.com.br
Pesquisadores alemães do Instituto Fraunhofer criaram um novo conceito para o transporte público: um trem que anda na rua. Sem trilhos, o AutoTram roda com pneus de borracha no asfalto e utiliza um sistema de energia que é capaz de armazenar e liberar carga elétrica pelos trajetos. O AutoTram tem autonomia de cerca de 2 km, o que representa de três a quatro estações de ônibus. No entanto, o veículo conta com uma espécie de “combustíveis up”: a cada vez que atinge um dos locais de carregamento, as baterias recarregam com tensão de até 700 volts e correntes de até 1000 amperes. O impressionante é que o tempo estimado para a recarga é de 30 segundos. Para isso, o AutoTram contém um “supercapacitor” que armazena a energia e, em seguida, passa para a bateria que, na sequência, abastece o motor. Entre as vantagens estão não precisar parar para abastecer e não poluir como um ônibus, além de não exigir uma infraestrutura cara, já que sua tecnologia
AUTO TRAM • Veículo se locomove por rodovias sem a necessidade de trilhos descarta fios aéreos ou trilhos de bonde ou de Eles estão calculando que linhas aéreas e intrem. fraestrutura são muito caras comparadas ao “Acho que o AutoTram é mais útil nosso sistema”, disse Ulrich Potthoff, chefe em países em que só exitem ônibus a die- de departamento da Fraunhofer Institute, ao sel. Quero fazer algo novo com o transporte. site Fast Company.
Criciúma
Rio de Janeiro
Campanha visa respeito a Inaugurada 1ª lugares reservados em ônibus estação de BRT • Engeplus
terra@terra.com.br
Mais uma atividade que integra a Semana Nacional de Trânsito foi promovida pela Autarquia de Segurança, Trânsito e Transportes de Criciúma (ASTC). Na última sexta-feira, durante a campanha Assento Reservado. Eu respeito e Você?, o casal de mascotes idosos do da Associação Feminina de Assistência Social de Criciúma (Afasc), acompanhado dos agentes de trânsito, esteve nos terminais de ônibus para conscientizar a população sobre o uso dos assentos reservados para idosos, gestantes, portadores de necessidades especiais e pessoas com criança de colo.
Conforme consta no Estatuto do Idoso, 10% das vagas no transporte público devem ser destinadas aos idosos, que têm gratuidade no transporte garantida a partir dos 65 anos. Foram desenvolvidas mais ações voltadas a terceira idade. Aconteceram a apresentação de Teatro Grupo de Idosos, do Projeto Vida, do bairro Tereza Cristina, dança de hip-hop do Grupo de Idosos, Projeto Vida, do bairro Demboski, mesa redonda sobre saúde e trânsito, com a professora Mariza, da Unesc, e logo após foi oferecido café em seguida uma confraternização, com sorteio de brindes e dança. A programação da Semana Nacional de Trânsito encerrou ontem, com um passeio ciclístico.
• R7
salto@portalcopa2014.com.br O prefeito Eduardo Paes apresentou na última terça-feira (20) a primeira estação de BRT (Bus Rapit Transit) da Transoeste, corredor de ônibus expresso que Vai ligar a Barra da Tijuca a Campo Grande e Santa Cruz. O projeto deve ser concluído até junho de 2012. O ponto, destinado a embarque e desembarque, fica na Avenida das Américas, na altura do condomínio Novo Leblon, na Barra, zona oeste, e ficará disponível, segundo a prefeitura, para que a população possa se familiarizar com a “novidade”. A estação tem 250 metros quadrados e poderá atender até 5.000 passageiros por hora. A obra faz parte do pacote visando a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016.
Londrina
Deficientes visuais receberão sinalizadores para ônibus • Bonde
terra@terra.com.br
Os deficientes visuais de Londrina passam a contar com sinalizadores de itinerário para facilitar o uso do transporte coletivo urbano. O novo recurso trata-se de uma placa que identifica o nome e o número da linha de ônibus que o passageiro necessita pegar. Com ele, o usuário deficiente visual
12
não precisará parar todos os ônibus que passam no ponto para perguntar se a linha é a que pretende pegar. O sinalizador possui três espaços para que o usuário possa escolher os números e as letras que formam a linha que vai pegar. O inventor do sinalizador é presidente da Associação dos Deficientes Visuais de Londrina (Adevilon), Antônio Carlos Ferreira.
Inicialmente, serão distribuidos 100 sinalizadores no setor de passe livre do Terminal Urbano Central. A distribuição começa na segunda-feira (26) e visa identificar a real necessidade de produção dos sinalizadores. A produção conta com o apoio financeiro das empresas TIL, Grande Londrina e Viação Garcia. Segundo a Adevilon, Londrina tem cerca de 500 deficientes visuais
25/09/11 • REVISTAINTERBUSS
RESUMO DAS PRINCIPAIS NOTÍCIAS DA IMPRENSA ESPECIALIZADA
DEU NA IMPRENSA Transpo Online
Mercedes lança nova Sprinter Divulgação
• Do Site da Transpo Online jsalto@portalcopa2014.com.br
A nova Sprinter preparada para o Proconve P7 atualiza o cliente da marca com o que há de mais moderno, já que se trata exatamente da mesma versão comercializada na Europa. Portanto, com design mais moderno e melhor desempenho em relação à atual geração dos furgões Mercedes-Benz. Conforme noticiado em 15 de setembro pelo portal de notícias Transpoonline, o modelo, que será montado na Argentina, chega equipada com os motores OM 651 LA, dotados com a tecnologia BlueEFFICIENCY, que utiliza o sistema EGR de recirculação de gases de escape. “A nova geração irá proporcionar muito mais vantagens aos clientes, contribuindo para maior produtividade em suas atividades de transporte de carga ou de passageiros, resultando em maior rentabilidade”, afirma afirma Joachim Maier, vice-presidente de Vendas da Mercedes-Benz do Brasil. Agora, a família Sprinter passa ser comercializada em 48 versões, na faixa de 3,5 a 5 toneladas de PBT. Propulsores – Os novos motores OM 651 LA biturbo de 4 cilindros equipam as duas versões. A 312 CDI Street conta com motor de 116 cv (aproximadamente 6% mais potente), com torque de 28 kgfm (de 1.200 a 2.400 rpm). Já as versões 415 CDI e 515 CDI recebem motorização de 146 cv, com torque de 33 kgfm (de 1.200 a 2.400 rpm), o que significa um incremento de cerca de 13% na potência e 6,5% no torque. A nova transmissão manual ZF ECO Gear 6S-450 de 6 velocidades confere em melhor desempenho a Sprinter. A relação da sexta marcha, 15% mais alta, contribui para manter a rotação do motor mais baixa. Transporte – A versão passageiros da nova Sprinter pode ser adquirida nas seguintes
NOVA SPRINTER 2012 • Utilitário já está pronto para o Proconve 7 e iguala-se à Europa configurações: 17+1 (17 assentos para os pas- maior segurança ao veículo. sageiros e mais o assento do motorista) e 20+1. O BAS reconhece a velocidade de Para o transporte de mercadorias, o acionamento do freio e reduz a distância de furgão pode ser adquirido em várias opções de frenagem de acordo com a reação do motorista capacidade volumétrica de carga, que vão de sobre o pedal de freio. Já o EBV reconhece o 7,5 m³ a 15 m³. A porta lateral corrediça, com efeito no centro de gravidade do conjunto car182 cm de altura e 130 cm de largura, está 24% ga e veículo e ajusta a força de frenagem sobre maior em relação à versão atual, permitindo o as rodas de acordo com esse efeito. Portanto, o carregamento de um palet pela lateral do veí- ESP Adaptativo® integra os quatros sistemas. culo. O família Sprinter também receberá Segurança – O novo Sprinter é equi- um airbag maior para os acompanhantes do pada com ESP (programa de controle da es- motorista (furgão e chassi) ou para os passagetabilidade Adaptativo®, que consiste na inte- iros da primeira fila de assentos (van). Sendo gração dos já conhecidos ASR e ABS ao BAS que o tensionador do cinto de segurança fune EBV), assegurando melhor dirigibilidade e ciona de forma associada com o airbag.
Transpo Online
Transporte aéreo alemão completa 100 anos
• Do site da Transpo Online jsalto@portalcopa2014.com.br
Em 19 de agosto de 1911, um avião que transportava exclusivamente carga decolou de uma pista de grama em Berlim-Johannisthal com destino a Frankfurt. A bordo do modelo Harlan, de apenas um motor, estavam exemplares recém-impressos do jornal “Berliner Morgenpost”. Nesse período, o transporte aéreo de mercadorias tornou-se indispensável
REVISTAINTERBUSS • 25/09/11
para as operações de transporte, especialmente para a Alemanha, hoje o segundo maior exportador mundial em especial. Após a primeira viagem área, o setor pegou o vetor do crescimento na Alemanha e em 1926 nascia a Luft Hansa, antecessora da atual Deutsche Lufthansa AG que em 1956 já realizava voos cargueiros domésticos. Em 1972, a Lufthansa foi a primeira empresa aérea a operar o então maior avião cargueiro
do mundo, o Boeing 747F, também conhecido como Jumbo cargueiro. A Lufthansa Cargo, maior empresa de carga aérea da Alemanha, tem cerca de 4.500 empregados e programou uma série de ações. Uma delas foi a “nomeação” de um dos cargueiros da empresa, um modelo MD-11F que ganhou um visual bem chamativo, para fazer o papel de embaixador voador deste jubileu de 100 anos.
13
HOBBY & DIVERSÃO Luciano Roncolato roncolato@portalinterbuss.com.br
A falta de bom senso nas fotografias e notas dos últimos eventos
A falta de bom senso no hobby continua agindo de forma efetiva. Nessa semana que passou a publicação de uma foto no site Ônibus Brasil chamou bastante a atenção pela infâmia das condições da mesma. Todos fazem todos ruins. Não existe um colecionador que não erre em alguma foto. Sempre acaba desfocando alguma, corta-se o plano principal, ou fica muito escura, ou muito clara, ou o ângulo ficou estranho. Os colecionadores de bom senso nunca publicam essas fotos e ainda procuram melhorar essas imagens, voltando a um mesmo local para refazer a foto do mesmo carro e melhorar seu acervo. Atualmente sabemos que isso não acontece mais com tanta frequência já que publica-se muita foto ruim e ainda
14
recebe comentários do tipo: “fotãããõoooo”, “belíssima foto”, “fotassa”, “humilhante, shooooooooow”. Creio que nesses casos o “humilhante” até tenha alguma valia pois a foto acaba sendo uma humilhação ao hobby, mas tudo bem. Isso vai da consciência de cada um e do nível de politicagem da boa vizinhança que cada comentarista quer promover. Mas voltando à foto estranha, um membro do site publicou a foto de um Marcopolo Paradiso G6 Volvo B10M do Expresso Gardenia refletida num espelho retrovisor. Obviamente a foto saiu invertida e foi publicada dessa maneira. Alguns membros do site visitaram a imagem e deixaram comentários pedindo para que a foto fosse
apagada pelo próprio autor e que ele fizesse o tratamento da mesma em algum programa editor de imagens, invertendo-a e depois republicando-a. O autor da foto, surpreendentemente (ao meu ver), respondeu que não ia fazer isso pois a foto estava publicada em seu “contexto original” e que não havia o porque “tratar” a imagem. Depois desse comentário eu quis crer que o autor não tinha entendido o recado, pois apesar do péssimo ângulo, a foto não estava em má qualidade. Para mim, ele tinha entendido que não havia necessidade de “tratar” a imagem. Foi quando surgiram novos comentários dizendo para que ele apenas invertesse a foto, que não havia necessidade do tratamento da imagem. É aí que “caiu a ficha” pra mim e vi que o
25/09/11 • REVISTAINTERBUSS
autor realmente estava agindo de forma no mínimo absurda. Ele respondeu aos comentários educadamente, dizendo que não faria a inversão da foto pois a foto foi tirada assim e dessa forma ela continuaria, e que iria do bom senso da moderação manter a foto no ar ou não. A cada minuto que passava e a foto continuava no ar, o descrédito na moderação ia crescendo, pois não era possível que uma foto como essa continuasse no ar por tanto tempo, levando em consideração o histórico de outras imagens que foram apagadas poucos minutos após irem ao ar. Os comentários foram surgindo até que na madrugada daquele mesmo dia, por volta das 3h, a mesma foi apagada. Ou seja, prevaleceu o bom senso da moderação do site, a qual cumprimento pelo feito. Nota-se claramente que falta a alguns colecionadores o conhecimento do real conceito de “acervo”. O site Ônibus Brasil é um conceito que visa criar um grande acervo de fotos de ônibus, tanto que as seções de desenhos e vans já foram extintas. Se houvesse bom senso de todos os membros, com certeza não haveria a necessidade da criação de mecanismos de “punição”, como abertura de tickets de correção (para apagar fotos com baixa qualidade), bloqueio de usuários e muitos outros. Algumas fotos publicadas ali são verdadeiras aberrações e que nunca deveriam estar no ar. A impressão que dá é que se publica apenas por publicar. Como não se conseguia emplacar fotos em outros sites que tinham o conceito de avaliar antes de publicar, o Ônibus Brasil acabou sendo a redenção dessas pessoas, pois nele se publica pra depois avaliar, e ainda com o direito de receber “elogios” de outros colecionadores. É tudo o que os maus fotógrafos queriam! O bom é que ainda há uma moderação eficiente que consegue apagar boa parte dessas imagens. O problema é quando há denúncia de certas fotos e as mesmas não são apagadas com justificativas do tipo “Único Registro”, “Dentro dos Padrões”, “Foto Aceitável”, entre outras. O problema é considerar como “dentro dos padrões” fotos distorcidas ou simplesmente borradas, mas enfim, isso cabe à cada site avaliar o que é melhor manter no ar ou não. *** Vocês conhecem a “Máfia dos Zerados”? Pois é, como se não faltasse mais nada a aparecer no hobby, agora criam mais esse sub-grupo. Eu nem tinha visto tal título, quem me relatou isso foi o amigo Matheus Novacki, de Curitiba, ontem à noite. Um colecionador paranaense disse esse “termo” a um outro que havia publicado uma foto de
REVISTAINTERBUSS • 25/09/11
um ônibus sem placa e que estava indo para entrega à empresa compradora. A coisa hoje está tão bagunçada e banalizada que certos valores foram perdidos ao longo do tempo. Hoje em dia, muita gente tem foto de monoblocos da Viação Itapemirim, vários ainda em circulação pelas rodovias brasileiras. Agora, quem tem foto desses ônibus sem placa? São raríssimos os registros desses ônibus ainda zerados. Hoje em dia, publica-se tanta foto de ônibus zero km. ainda na fábrica ou no caminho dela pra empresa que quando o veículo entra em operação, já até perdeu-se aquela sensação que se tinha antigamente de ver um ônibus novo rodando. Há alguns dias estive visitando o site Airliners.net (www.airliners.net) e comecei a acompanhar o belo acervo que está no ar. As fotos ali postadas são umas mais espetaculares que as outras, com uma qualidade incrível. Depois de umas três horas visualizando imagens de diversas empresas, encontrei UMA de uma aeronave em fase de acabamento em uma fábrica europeia. Pelo que notei, a foto estava ali apenas a título de curiosidade e com uma qualidade impressionante. A vista panorâmica do alto mostrava a aeronave inteira já praticamente pronta. Essa imagem recebeu dois comentários. Para quem não conhece, o Airliners é um site internacional especializado em fotos e informações sobre aviões. Recebe informações e fotos vindas de spotters de diversos lugares do mundo. Só para se ter uma ideia da grandiosidade do site, ali há milhares de fotos da VARIG, registradas em diversas partes do mundo por spotters (fotógrafos de aviões). Ali vale a qualidade, o registro e o empenho do fotógrafo. Não se agradece comentários, não se agradece visitas e não há rios de comentários nas fotos muito menos debates. Obviamente que comparar o Airliners com sites aqui do Brasil seria o mesmo que tentar igualar nosso país à Suíça, mas boas ideias é o que não falta. Infelizmente, no nosso país, sobretudo no nosso hobby, o que não falta são boas ideias que com certeza iriam nos fazer avançar muito. O problema mesmo está na falta de bom senso de alguns hobbystas. Isso podemos notar no “crédito” de algumas fotos que estão no ar em diversos sites e fotologs. Um crédito de foto é a marca do seu autor, e não uma barra de propaganda para se escrever asneiras ou anunciar coisas que não interessam a ninguém. Quando haviam as atualizações semanais no site Portal InterBuss, procurávamos colocar o nome do fotógrafo com o seu sobrenome, porém acontecia do autor pedir que se colocasse um apelido à frente do seu nome. Isso in-
terrompemos na IGP (InterBuss Galeria Premium), onde colocávamos o nome do autor com sobrenome, sem apelido. Em outros sites o padrão era mais ou menos o mesmo. Atualmente, é cada crédito que se vê que dói nos olhos: “Joãozinho No Evento da Viação Tal”, “Carlinhos Rei Da Estrada”, “Globetrotter Das Rodovias”, “Amante da Viação Tal”. O que essas pessoas acham que os diretores de grandes empresas vão pensar ao ler créditos como esses? Custa colocar lá: João da Silva, Mariano das Candongas, Roberto Massa, que seja? Tudo isso prejudica o conceito de acervo e acaba gerando até confusão, dependendo do caso. Se o objetivo é chamar a atenção, que se chame com fotos de boa qualidade, melhorando o trabalho cada vez mais e assim ser reconhecido pelos outros hobbystas como um ótimo fotógrafo. Agora querer chamar a atenção com nomes bizarros, é complicado. *** Ontem foi realizado o terceiro encontro de busólogos em Fortaleza/CE, na garagem do Expresso Guanabara. De acordo com o colecionador Flávio Eduardo, estiveram presentes cerca de 115 colecionadores vindos de todo o Brasil. Gostaria de deixar registrado esse acontecimento e parabenizar a equipe FortalBus pela organização. Que venham outros eventos com a mesma qualidade e seriedade! *** Também gostaria de deixar registrado as datas dos próximos eventos com ônibus. A Exponi 100, organizada pelo grupo Omnibus do Brasil, do Paraná, acontecerá no sábado, dia 19 de novembro. A Viver, Ver e Rever, mais conhecida como VVR, organizada pelo Primeiro Clube do Ônibus Antigo, será realizada na semana seguinte, nos dias 26 e 27 de novembro. São eventos muito bons e que vale a pena visitá-los, além de ser uma ótima oportunidade para rever os amigos! *** Anuncio neste espaço, em primeira mão, a confirmação da realização do 7ª InterBuss City Tour, em Campinas, em data a ser confirmada. A certeza é que será ou na última semana de outubro, ou na primeira semana de novembro. A confirmação deverá ocorrer nos próximos dias e na próxima semana farei a divulgação para vocês. É uma oportunidade para conhecer os ônibus biarticulados da cidade e passear pela cidade. Compareçam!
Corredor da Avenida Caracas, que liga os eixos norte e sul do sistema Transmilenio. Exemplo de eficiência em transporte coletivo rápido
15
REVISTAINTERBUSS T I A G O
D E
G R A N D E
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP•JULIO SIMÕES
ESPECIAL CAMPINAS Sistema InterCamp
Linhas sobrepostas que prejudicam
Sistema mal implantado não elimina linhas sobrepostas • Luciano Roncolato
roncolato@portalinterbuss.com.br
As decisões políticas e a falta de experiência dos gerenciadores de transporte trazem muitos malefícios à população brasileira. Poucas pessoas estão habilitadas e preparadas a fazer estudos, criar sistemas eficientes e soluções que melhorem a qualidade de vida do usuário do transporte coletivo. Temos grandes exemplos em diversas cidades onde secretários de transporte não têm experiência nenhuma no setor e são muitas vezes mal assessorados por funcionários concursados que vêm de outras áreas e acabam transformando tudo numa grande bagunça. Um grande exemplo que vamos expor nesta matéria é o da cidade de Campinas, no interior de São Paulo. Em 2005 foi anunciado pelo governo recém-empossado o novo sistema de transporte integrado, o InterCamp, uma clara alusão ao sistema Interligado, parcialmente implantado na cidade de São Paulo anos antes. Na época do Interligado, o presidente da SPTrans era o atual deputado estadual Gerson Luis Bittencourt (PT), engenheiro agrônomo por formação. Quando o ex-prefeito Hélio de Oliveira Santos assumiu a prefeitura campineira colocou Bittencourt como secretário de transportes. O sistema InterCamp previa a reorganização de diversas linhas de ônibus facilitando a troncalização e a integração temporal através do Bilhete Único, cartão que possibilita o usuário a utilizar até três ônibus dentro do período de 1h30 (antes era 1h) pagando apenas uma passagem. A implantação do novo sistema começou bem, houve mudança e reagrupamento das linhas em novas áreas operacionais, novo layout de frota e implantação de pontos de integração, chamadas Estações de Transferência (assunto abordado pela Revista InterBuss no mês passado). Porém, duas semanas depois começou o desmonte. A população começou a reclamar e a prefeitura cedeu, fazendo com que linhas troncais e alimentadoras voltassem a ser radiais. Atualmente, o InterCamp tem poucas linhas da época da implantação do sistema efetivamente. A grande maioria das “no-
18
vas” linhas já voltaram para seus itinerários antigos. Outra promessa que não aconteceu foi a extinção das linhas diametrais (bairro a bairro via Centro), linhas essas que em sua maioria foram criadas pela CCTC (Companhia Campineira de Transportes Coletivos), do grupo da Viação Cometa, ainda nos anos 70. Esses formatos possibilitavam atendimentos mais abrangentes porém menos eficientes pois as linhas eram muito longas. Essas mesmas linhas recentemente foram esticadas, fazendo com que seus trajetos sejam ainda mais longos, demorados e cansativos. Um grande problema da cidade e que ainda não foi resolvido (apesar da promessa, de acordo com a apresentação do sistema em 2005) é a sobreposição de linhas. A cidade está com muitas linhas sobrepostas e sobrecarregadas sem necessidade. Uma das linhas mais absurdas do sistema é, por coincidência, uma das que tem maior demanda. A 1.17, operada pela concessionária VB Transportes da área operacional 1, liga o DIC 6 ao Corredor Central, passando por diversos bairros e pela Rodovia Santos Dumont. Essa linha, ainda com o prefixo 5.75, foi criada no governo Francisco Amaral na gestão do desastroso secretário Eng. Amando de Queiroz Telles Coelho. A linha é desestruturadora no sentido da troncalização do Terminal Ouro Verde, o maior terminal de bairro da cidade, inaugurado no final dos anos 80 como ponto final do Corredor Trólebus e que seccionou todas as linhas da região e troncalizou o sistema. A linha 1.17 é direta e atende bairros que também são atendidos por trajetos alimentadores. A demanda é tão grande que essa linha é operada por veículos articulados em praticamente todos os horários. O correto para garantir a eficiência do sistema integrado da região é que essa linha fosse extinta e que os passageiros fossem transportados em veículos maiores até o Terminal Ouro Verde, de onde saem linhas troncais. O problema é que o terminal está sobrecarregado e a criação dessa linha foi um paliativo para distribuir a demanda. Recentemente uma outra linha direta foi criada na região. Trata-se da 1.15, que
SOBREPOSTA • Linha 1.17 (antiga 5.75) é uma d liga o bairro Adhemar de Barros ao Terminal Central, sem passar pelo Terminal Ouro Verde. A criação dessa linha foi meramente política. Em período eleitoral, candidatos da região se mobilizaram para a implantação desse trajeto direto pois a população local reclamava da necessidade de ter que fazer a integração física no terminal local. Essa é outra linha que deveria ser extinta e manter a integração, pois ainda há um trajeto alimentador por lá. A prefeitura campineira acabou desestruturando todo o InterCamp utilizandose de mecanismos políticos. A não-extinção das linhas diametrais é um grande exemplo disso. No projeto original, todas as linhas diametrais são partidas em duas, com ponto final ou itinerário circular no Centro. Até a longa Interbairros 2 chegou a ser desmembrada. Tudo isso no papel. A prefeitura desistiu do desmembramento das linhas ao tomar conhecimento que a população poderia rejeitar es-
25/09/11 • REVISTAINTERBUSS
Luciano Roncolato
das sobrepostas mais absurdas do sistema sas mudanças, já que haviam linhas com mais de 40 anos em circulação. O temor era por perda de votos numa eventual campanha de reeleição, que realmente aconteceu em 2008. Hoje o InterCamp é um sistema com bastante deficiências. Houve avanços, sem dúvida, como o aumento considerável da frota, o fim da concorrência entre perueiros e empresas de ônibus, a implantação do bilhete único, entre outros, porém ainda há muito o que melhorar. Se o sistema continuar da forma que está, as deficiências vão continuar. A frota poderia estar melhor, novos investimentos poderiam ser realizados se houvesse uma racionalização e uma organização decente das linhas. Enquanto as decisões políticas continuarem, a sobreposição de linhas vai continuar e continuará a criar linhas “fantasmas” e deficitárias. Campinas tem uma boa estrutura para a troncalização em diversas regiões, mas subutiliza todo o equipamento. Uma pena.
REVISTAINTERBUSS • 25/09/11
Campinas já teve bons secretários de transporte nos últimos 25 anos Campinas já teve um histórico de altos e baixos na secretaria de transportes. Os secretários que mais fizeram pelo transporte da cidade (também pelo fato de entenderem do assunto) foram Jurandir Fernandes, atual secretário de transportes metropolitanos do Governo do Estado de São Paulo e Marcos Pimentel Bicalho, atualmente na ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos). Jurandir foi secretário por duas vezes. Em 1989, quando ainda era filiado ao PT, assumiu a pasta no governo Jacó Bittar. Em outubro daquele ano enfrentou uma prova de fogo que lhe custou o cargo. As empresas que operavam na cidade na época (Bortolotto, Viação Campos Gerais, TUCA, URCA, Rápido Luxo Campinas, VBTU e Viação Santa Catarina) pediram um reajuste da tarifa, que foi negado. Os empresários ameaçaram deixar a cidade por falta de condições de operar. A prefeitura não acreditou na ameaça e a resposta veio dias depois. Em novembro, as empresas levaram seus ônibus embora, deixando as garagens às moscas. A URCA mesmo escondeu toda a sua frota em Contagem/MG, em uma garagem do mesmo grupo. Houve carros levados até para Salvador/BA. A prefeitura foi pega de surpresa ao invadir as garagens para fazer valer a determinação de intervenção e requisitar toda a frota para ser colocada nas ruas. Com uma campanha de multivacinação batendo às portas, Jurandir Fernandes pediu à então prefeita de São Paulo, Luiza Erundina, do mesmo partido dele, alguns ônibus emprestados para circularem ao menos nesse dia. Erundina atendeu ao pedido enviando 100 ônibus da extinta CMTC (Companhia Municipal de Transporte Coletivo) para Campinas. Os ônibus foram conduzidos por fiscais, mecânicos e outros funcionários da prefeitura. Também foram enviados 100 ônibus da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), cedidos pelo então governador Orestes Quércia, que circularam por cerca de dez dias. Os poucos ônibus deixados nas garagens pelas empresas circularam em caráter emergencial espalhados pelas linhas mais críticas. Vendo que não haveria saída, o prefeito Bittar resolveu atender ao pedido
das empresas e reajustou a tarifa. Com a volta dos ônibus escondidos, a queda de braço estava perdida e Jurandir foi exonerado. Voltou em 1993 como secretário de transportes do governo José Roberto Ma-galhães Teixeira. Mudou a pintura da frota (aplicou as cores do seu novo partido, o PSDB) e criou o SIT (Sistema Integrado de Transporte), que foi o embrião do Bilhete Único. Em 1994 iniciou os testes com a bilhetagem eletrônica, sistema até então inédito no Brasil e deixou tudo pronto para a implantação da integração temporal. A frota era relativamente nova e em bom estado. Novas linhas foram criadas para atender bairros mais distantes e a oferta também cresceu. Tudo estava tão no caminho certo que em 1997, primeiro ano do desastroso governo Francisco Amaral foi feita a implantação do bilhete Integração. As linhas da cidade foram divididas em 16 grupos e era possível integrar com linhas de grupos diferentes dentro de 70 minutos. Esses grupos eram identificados por um número em vermelho, colado no pára-brisa dos ônibus. Com a chegada dos perueiros, em novembro do mesmo ano, as empresas optaram por reduzir a tarifa (de R$ 1,15 para R$ 1,00) e acabarem com a integração. Bicalho assumiu o posto em 2001, com a missão de reestruturar o transporte na cidade, que enfrentava uma grave crise. A frota estava velha e reduzida, empresas estavam quebrando e a tarifa, defasada. Uma das primeiras determinações foi reajustar a tarifa para R$ 1,30 com a condição de que fossem entregues 100 ônibus zero quilômetro até o final do ano. A meta foi até superada e a frota começava a ser renovada. Os perueiros foram chamados para escolherem operar no sistema alimentador ou seletivo. 511 escolheram operar no seletivo e 2 no alimentador. Com isso, Bicalho colocou todos no seletivo, com tarifa diferenciada e operando nas mesmas linhas que os ônibus. Não conseguiu acabar com a concorrência, mas diminuiu bastante. Foi um grande avanço para a época. A frota continuou a ser renovada e Bicalho acompanhava tudo de perto. Também criou novas linhas, reorganizou alguns setores e deixou a cidade com um sistema razoável.
19
PARADA DIGITAL Fábio T. Tanniguchi fabiott@revista.portalinterbuss.com.br
Algum problema comigo? Não entendo até hoje o método de cadastramento de usuários para criar uma galeria para colocar fotos no Ônibus Brasil. Com a descontinuação temporária da galeria do Portal InterBuss, resolvi tentar criar uma galeria no famoso site. Pois bem. Fiz os procedimentos indicados no site: pré-cadastro no site e todo o ritual de conclusão de cadastro (redação, mínimo de 5 fotos, etc.) por e-mail. Não recebo resposta há quase duas semanas. Enviei o primeiro e-mail de conclusão de cadastro no dia 14 de setembro. Fiz outros envios nos dias 16, 18, 19 e 25 do mesmo mês. Desde o dia 19,
envio tanto para membro@onibusbrasil.com como para contato@onibusbrasil.com. Mas nada funciona. Nenhuma resposta. Já vi relatos de outras pessoas que também não conseguiram concluir cadastro. Será um problema “seletivo”, que seleciona exatamente algumas pessoas do hobby? Acho que não. Nunca ataquei o site Ônibus Brasil e elogio até hoje a ideia de criar a plataforma. Não estou criando uma conta para escrever todas as semanas os pontos negativos da plataforma. Quero apenas e simplesmente compartilhar fotos. É muito difícil entender? Continuo sem saber onde que houve problema.
Li novamente as regras e o ritual/burocracia para criação de uma conta de galeria. Fiz exatamente como pedido. Com certeza houve problema no Ônibus Brasil. Espero que a administração do Ônibus Brasil esteja atenta a esse problema, e mostre que a equipe do site tem porte e eficiência o bastante para fazer jus ao tamanho do site. Ou a reclamação se repetirá por mais semanas, até que alguém da administração venha a se pronunciar definitivamente explicando os motivos da falta de consideração. Acho inaceitável que cinco e-mails sejam ignorados num período de quase duas semanas.
DICA DE SOFTWARE
Bus -Cable Car Simulator: San Francisco Como já havia sido previsto no 1º semestre deste ano, o jogo Bus Cable Car Simulator foi finalmente lançado. É uma continuação do City Bus Simulator 2010, também desenvolvido pela TML Studios, com gráficos melhores e um enredo mais completo. Sua versão em alemão chegou às prateleiras das lojas de eletrônicos da Alemanha ainda em julho. Já a versão em inglês só foi lançada há cerca de duas semanas, com distribuição de boxes por lojas da Europa e venda de downloads para o mundo todo, sob responsabilidade da Astragon. De uma maneira inovadora, o jogo trata-se de um dos poucos no mundo que contempla apenas veículos de transporte urbano de passageiros, integrando ônibus, trólebus e bondes. O cenário é o da cidade de San Francisco, na California, Estados Unidos. Inicialmente, o jogador começa na sua casa, um apartamento muito pequeno, apertado e mal acabado. Saindo do apartamento para a rua, está uma picape, que é do jogador. O jogo recomenda ao usuário por meio de dicas na tela que ele deve ir a um centro de exibições, onde há um exemplar de cada veículo disponível para dirigir. Infelizmente, não dá para fazer mais do que olhar e entrar nos veículos. Tudo o que resta a fazer, e é orientado ao jogador, é que ele siga até a garagem de ônibus que preferir. Na garagem, há a opção de fazer uma linha de ônibus com o único veículo disponível, o Diesel Bus (ônibus a diesel convencional com 2 portas e todo quadradão). Ou então, o jogador pode começar a fazer trabalhos (jobs) disponíveis na garagem, como troca de tabelas horárias nos pontos de ônibus, resgate de ônibus quebrado e outros. Logicamente, dirigir o ônibus é a função mais dinâmica e compatível com os desejos de quem comprou o jogo. Escolhida a linha, o
20
ônibus estará posicionado em frente ao prédio principal da garagem. Como já havia sido anunciado pela TML Studios, toda a parte de som melhorou bastante, agora com suporte aos home theaters 5.1, bem como o tráfego AI foi totalmente reprogramado, sem dar mais “soquinhos” nas curvas. Além disso, agora o jogador pode interagir de verdade com a unidade de controle do itinerário eletrônico e com o painel de cobrança de tarifas (comum nos Estados Unidos). Ao final de cada viagem é dada uma pontuação em relação a como o jogador cumpriu todas as metas (se pegou todos os passageiros nos pontos, se parou em todos os pontos, se esteve no horário, etc.), e isso determina o quanto ele vai ganhar pela tarefa cumprida. Os jobs existentes nas garagens costumam ser pagos com um valor fixo, já que não há meio termo. Assim, o jogador vai juntando dinheiro para conseguir comprar a permissão de dirigir outro veículo, como um ônibus
articulado, um trólebus, um DD turístico ou um bonde (são 3 tipos). E aí o jogador vai juntando novamente dinheiro para comprar permissão de condução em outro veículo, e assim por diante. Portanto, o jogo não fica facilmente tedioso e “dura” bastante tempo, pois raramente o jogador irá fechar o game em apenas um mês. O cenário de San Francisco está bastante detalhado e realista. Todos os gráficos melhoraram bastante em relação ao City Bus Simulator 2010, o que de certa forma influenciou no baixo desempenho em computadores de uso mais comum. As configurações mínimas já indicam que o jogo é recomendado para quem tem hardware para jogos. Mais informações sobre o jogo podem ser encontradas em http://www.buscablecarsimulator.com/index.php?id=572&L=1, e ele pode ser comprado na Aerosoft por apenas 19,99 euros. Após a compra, é dado um link de download de um executável sem nenhuma restrição de serial.
25/09/11 • REVISTAINTERBUSS
FOTOS, EVENTOS, OPINIÃO E CARTAS
SEU MURAL Pesquisa da Semana
Em Campinas
EXCEPCIONALMENTE ATÉ ONTEM ESTAVA NO AR A SEGUINTE ENQUETE:
Você trocaria o ônibus de linha regular de seu bairro para andar em um veículo do transporte alternativo se esse fosse mais caro que o ônibus?
93,3% Sim 6,7% Não •
•
A PARTIR DE HOJE, VISITE NOSSO SITE E RESPONDA:
A sua cidade, se foi escolhida sede, já deu início às obras de mobilidade para a Copa 2014?
VISITE: www.portalinterbuss.com.br/revista E VOTE!
ENTREGA DE NOVOS ÔNIBUS Presentes na entrega de 81 novos ônibus para a cidade de Campinas em evento realizado no Jardim Campo Belo (da esquerda para a direita): Gabriel Dias, Alex Fiori e Emil Junior.
Bons tempos...
TEMPOS ÁUREOS DA TUT TRANSPORTES
No clássico registro do historiador Mário Custódio, um Diplomata da TUT Transportes no desembarque da Rodoviária de Cuiabá, capital do Mato Grosso. Atualmente atolada em dívidas e com uma frota sofrível, a TUT já operou inclusive linhas interestaduais em seus bons tempos. Hoje opera apenas linhas dentro do Mato Grosso e ainda teve as linhas cassadas recentemente, mas ainda opera até que as novas sejam escolhidas.
REVISTAINTERBUSS •25/09/11
21
NOVOS PRAIA GRANDE Renovação Franz Hecher
45 novos ônibus nas ruas Novos veículos vão substituir carros mais antigos dos anos de 2002 e 2004; Acessibilidade cresce • Franz Hecher
fhecher@gmail.com
A empresa Praia Grande Transportes, de Salvador-BA, recebeu essa semana as primeiras unidades dentre as 45 carrocerias encomendadas à Marcopolo para sua renovação anual de frota. Os veículos do modelo Torino, sobre chassi 17-230EOD, da Volkswagen, possuem 12,6 metros de comprimento, vidros fumê, piso taraflex e serão escalados para as principais linhas da empresa na região A, subúrbio da capital baiana, onde a empresa está sediada e opera a maioria de suas linhas. Com a chegada deste lote, a Praia Grande pretende retirar das ruas os últimos VW16210 que ainda circulam, além dos Volvo B7R ano 2002 e 2004, que não possuem elevador para acesso de cadeirantes.
22
NOVOS VEÍCULOS • Além do elevador para cadeirantes, os ônibus tem piso Taraflex
25/09/11 • REVISTAINTERBUSS
SCANIA PARA O RJ
200 K230 para os BRS Venda foi feita para o Grupo Breda Rio, que já tem unidades em operação na capital carioca
BRS • Uma das unidades de K230 já em circulação nos novos corredores do Rio
• Da Scaniamatheus.novacki@hotmail.com A Scania, empresa sueca pioneira na fabricação de veículos pesados, acaba de fechar um acordo para fornecer 200 novos ônibus para o Rio de Janeiro. Os veículos vão integrar o sistema BRS (Bus Rapid Service), em implantação na zona sul da cidade, além de circular em outras regiões. As primeiras unidades do novo conceito de ônibus da Scania já estão em operação na cidade. Os ônibus, que serão operados pelo Grupo Breda Rio, foram projetados com o objetivo de melhorar a mobilidade urbana no município. “Esses veículos trazem um conceito inédito no Rio de Janeiro para o transporte urbano de passageiros, focado na maximização do conforto e da acessibilidade”, afirma Wilson Pereira, gerente executivo de vendas de ônibus da Scania Brasil.
REVISTAINTERBUSS •25/09/11
As unidades que serão incorporadas ao BRS são do modelo K 230 4x2, com 12,5 metros de comprimento e piso baixo, utilizado para facilitar a entrada e saída dos usuários. O veículo possui 35 assentos, além de espaço dedicado para transporte de cadeirantes, e pode comportar até 47 passageiros em pé. O conforto do novo modelo também se deve à ampliação do espaço interno, viabilizado pela instalação do motor traseiro e de uma carroceria mais larga, além da suspensão pneumática, que torna a viagem mais confortável e silenciosa em relação aos outros ônibus urbanos. O veículo também possui iluminação de LED. Sistema – O BRS consiste em uma solução inteligente para o transporte urbano de grandes e médias cidades ao utilizar faixas exclusivas para circulação de veículos e conectar passageiros com outros modais
de forma ágil e facilitada. O sistema inclui melhor organização das paradas de ônibus, adequação do tamanho dos veículos em operação, entre outros itens. Hoje, o Rio já conta com três linhas de transporte rápido em circulação na zona sul da cidade, que garantem a economia de até 40% no tempo dos trajetos. Após a implantação, a velocidade média nos deslocamentos da região subiu de 13 km/h para 24 km/h. Segundo a prefeitura, o Rio receberá mais de 20 corredores de BRS nos próximos anos. Scania também promove melhoria da mobilidade urbana em SP A Scania sempre foi destaque no desenvolvimento de novas tecnologias para melhorar a mobilidade urbana e oferecer maior qualidade de vida aos usuários do transporte público.
23
DIÁRIO DE BORDO Aldeia de Carapicuíba
Calmaria e história na região Oeste de São Paulo • Tiago de Grande
thiago.eths.9815@gmail.com
ligação com a fundação da pequena cidade de Carapicuíba, na Grande São Paulo.
Situado na região Oeste da Grande São Paulo, no município de Carapicuíba, bem próximo a divisa com os municípios de Cotia e Osasco, está a Aldeia de Carapicuíba, fundada em 1580, com a missão de catequizar e proteger os índios da escravidão, o padre José de Anchieta mandou construir doze aldeias em torno do centro de São Paulo e enviou os índios refugiados para elas. Como a Aldeia de Carapicuíba era muito distante do centro de São Paulo, os índios de tribos como os Tupi-Guarani e os Guarulhos refugiaram-se, junto com o Padre Belchior Pontes, na Aldeia de Carapicuíba, onde conviviam os índios da tribo Guaianases, os primeiros habitantes da Aldeia. Antônio Raposo Tavares, famoso bandeirante da época e principal desbravador do caminho até a Aldeia de Carapicuíba começou a escravizar os índios de lá, que atrás de alimentos se embrenhavam na mata. Percebendo essa aproximação, o Padre Belchior Pontes levou os índios para a Aldeia de Itapecerica, ainda mais distante do centro de São Paulo. Muitos índios da tribo Guaianases voltaram para a Aldeia de Carapicuíba e foram cruelmente assassinados servindo de exemplo para que outros índios não tivessem que voltar. A Aldeia de Carapicuíba é um monumento que representa a força dos jesuítas no Brasil, é a única que conserva-se integralmente em seu aspecto urbano. A Aldeia também possui uma forte
A História do Município de Carapicuíba Carapicuíba foi muito citada na história por ser o caminho utilizado pelos bandeirantes. Localizada perto das terras doadas pelo rei de Portugal à Afonso Sardinha e próximo às reservas indígenas. Com o objetivo de aproveitar a mãode-obra indígena, Afonso Sardinha, em 1590, instalou um posto na Aldeia de Carapicuíba, dando início à construção de uma capela, porém, Afonso Sardinha retornou para a Europa e lá ficou até sua morte. Em 1610, a Aldeia começou a sofrer os impactos da batalha entre as autoridades e os índios que reagiram violentamente aos propósitos, fazendo com que a tribo embrenhasse cada vez mais pela mata fechada. Desse período até meados de 1670 a Aldeia serviu de ponto de encontro entre clero e as autoridades, juntos traçavam manobras de ocupação da Aldeia e exploração do trabalho indígena. Em 1770 o progresso começou a se fazer sentir, mudando a paisagem que permanecia bela e inalterada durante séculos. Os caminhos se alargavam entre as cidades, já haviam pequenas cidades no caminhos de São Paulo à Carapicuíba. Em torno da Aldeia foram sendo erguidas construções que abrigaram a família Camargo, conhecidos como os “donos das festas”, ou seja, os organizadores das Festas de Santa Cruz e Santa Cruzinha, família essa que organiza as festas até hoje. Em 10 de agosto de 1875, com a chegada da linha férrea que ligava Sorocaba
24
HISTÓRIA • A Aldeia foi fundada em 1580 e está a São Paulo, Carapicuíba, não tinha se desenvolvido ainda. Em novembro de 1921 a vila Sylviania (antigo nome de Carapicuíba) ganhou um desembarcadouro, logo depois, perto da estação Sylviania, surgiu um outro desembarcadouro, o Km 21, que foi destinado para a embarcação de gado, uma vez que ali, onde hoje está a Cohab, funcionava um grande matadouro. Após a construção dos matadouros, olarias e desembarcadouros, alguns compradores dos lotes da Vila Sylviania começaram a construção de suas casas, surgindo a Igreja Nossa Senhora Aparecida, conhecida hoje como Igreja Amarela. Muitos funcionários da linha férrea fixaram residência em Carapicuíba e ajudaram no desenvolvimento da cidade. Com o falecimento do Barão de Iguape, a fazenda Carapicuíba passou por vários proprietários, até que em 1903 foi vendida à Delfino Cerqueira que contratou a Companhia Construtora Paulista, responsável pelo loteamento e arruamento de parte da fazenda. Anos mais tarde Delfino Cerqueira contratou a Wainsten & Cia para lotear e arruar a outra parte da fazenda. Os dias de hoje Carapicuíba apesar de ser um território pequeno é bem populoso, as COHAB’s e bairros como a Vila Dirce (importante centro comercial na região), Novo Horizonte e a Cidade Ariston concentram a maior parte dos habitantes da cidade, e a proximidade da cidade com a região de Alphaville também atrai
25/09/11 • REVISTAINTERBUSS
DICAS DE VIAGEM • TURISMO NACIONAL • GASTRONOMIA • TRECHOS E ROTAS
Tiago de Grande
á localizada na região Oeste da Grande S. Paulo mais moradores e serviços para a cidade que é facilmente interligada com São Paulo por várias linhas de ônibus e pelos trens da Linha 8 da CPTM. Como opções de lazer na cidade estão o Parque dos Paturis, situado na entrada da cidade, próximo a Estação do antigo Km. 21 (General Miguel Costa), e o Parque da Aldeia, localizado no outro extremo da cidade, próximo a divisa com Cotia. O Parque da Aldeia é pequeno, conta com o Largo da Aldeia e suas construções históricas, um Lago com patos, e gansos, campos de futebol e pista de Cooper ao redor do lago, além do Teatro de Arena ao ar livre. No Largo da Aldeia no mês de maio é realizada a festa de Santa Cruz, além de apresentações musicais nos finais de semana, e também é possível saborear uma ótima comida caseira no restaurante da Aldeia, além de visitar a Oca. Na Aldeia há uma oca que, segundo o jornal D’aqui da primeira quinzena de outubro de 2002, foi construída pelo índio Jeruza Wautumo Weijaara, terceira geração dos Xavantes, do estado do Mato Grosso. Com a implantação do programa Aldeia Cultural, projeto da prefeitura de Carapicuíba que consiste na preservação da Aldeia de Carapicuíba, Jeruza teve a oportunidade de realizar um sonho antigo, o de construir uma oca na Aldeia de Carapicuíba. Ele e cinco outros indígenas construíram a oca,que foi feita com palmeira de indaiá e em menos de um mês ficou pronta. A Oca foi aberta para visitação em 28 de fevereiro de 2001.
REVISTAINTERBUSS • 25/09/11
Como chegar A Aldeia e o Parque da Aldeia são bem atendidos por linhas de ônibus municipais e intermunicipais, e também possuem uma ligação direta com o bairro de Pinheiros em São Paulo através de ônibus, é fácil de chegar devido a uma boa localização, seguem boas opções de transporte público. Para quem utiliza os trens da Linha 8 da CPTM: Há linhas para a região saindo das Estações Carapicuíba e General Miguel Costa. Na Estação Carapicuíba: Linhas Aldeia ou Vila Helena. Na Estação General Miguel Costa: Vila Helena *Todas as linhas
são operadas pela ETT Carapicuíba. Para quem vem direto de São Paulo pelo bairro de Pinheiros: Linha 488 – Carapicuíba/Vila Menck, descer no Largo da Aldeia.*Linha operada pela Viação Raposo Tavares. Ainda há também a linha 260: Alphaville x Cotia/Raposo Tavares Km. 30, que faz a ligação da Aldeia com Alphaville e com a Rodovia Raposo Tavares. Para quem vai de carro, a melhor alternativa é pelo Rodoanel, e pegar a saída para Carapicuíba e Osasco, de lá pegar a Avenida Marginal do Ribeirão Carapicuíba até o final.
25
NOSSO TRANSPORTE Adamo Bazani adamobus@gmail.com
Volvo comercializa para empresas de São Paulo cerca de 100 chassis que obedecem às novas normas de controle à poluição Venda foi para empresas da Capital Paulista pela Auto Sueco, uma das maiores concessionárias da marca do País. Mário Oliveira, diretor superintende da autorizada, fala sobre a necessidade de capacitação de funcionários do setor Alguns empresários de ônibus têm agilizado a renovação da frota para evitarem a compra dos veículos que a partir de janeiro de 2012 vão seguir novas normas de controle de emissão de poluentes e que tendem a ser mais caros, por empregarem tecnologia mais avançada, além de exigirem, para reduzir a poluição, a compra de um fluido que ficará num outro tanque no chassi, o ARLA – Agente Redutor Líquido Automotivo, o ARLA 32, com 32% de uréia. O valor dos ônibus deve ser entre 8% e 15% maior. As montadoras garantem que o investimento maior vai valer a pena, mesmo com o uso do ARLA, pois o consumo de combustível deve ser menor assim como o desgaste de algumas peças pelo melhor desempenho dos novos modelos. Mas se alguns frotistas querem ficar ainda por um bom tempo com veículos na tecnologia atual, já que se comprados agora, os ônibus Euro III terão em média vida útil de 10 anos, outros, estimulados pelo poder público já estão indo às compras e adquirindo os ônibus menos poluentes. Em comparação às normas atuais de emissão de poluentes, o Euro V pode permitir as seguintes reduções: MONÓXIDO DE CARBONO: Redução de 29% HIDROCARBONETOS TOTAIS: Redução de 23% ÓXIDO DE NITROGÊNIO: Redução de 60% MATERIAL PARTICULADO: Redução de 80% A Auto Sueco, uma das maiores concessionárias e autorizadas da Volvo no País, já comercializou cerca de 100 ônibus padrão Euro V, Proconve P 7, para empresas que prestam serviços na Capital Paulista. E antes mesmo da entrada das normas em vigor, a cidade já terá ônibus diesel menos poluente, Euro V. “As primeiras unidades já devem ser entregues na segunda quinzena de dezembro deste ano, As outras já em janeiro” – declarou o diretor – superintendente da Auto Sueco, Mario Oliveira. Alegando respeito à privacidade dos clientes, o executivo não quis revelar o nome das empresas compradoras. Mas serão veículos de grande porte, em sua maioria.
26
AUTO SUECO • Sala de treinamento e capacitação de mecânicos e profissionais de manutenção, na Auto Sueco que simula problemas corriqueiros e a solução mais adequada. Faltam especialistas em ônibus no mercado Na Transpúblico 2011, evento que já atendam as novas normas de redução de reuniu montadoras, encarroçadoras e empre- emissão devem ser as marcas da edição 2011. sas de peças e serviços de transportes públi- Com experiência desde 1980 no setor de ônicos, em 24 de agosto de 2011, a Mercedes bus e caminhões, diretor superintendente da Benz revelou a venda de 200 ônibus também Auto Sueco, Mário Oliveira, analisou o merno Padrão Euro V para o grupo do empresário cado de veículos de transportes coletivos e o José Ruas Vaz. São 160 ônibus articulados e definiu como muito complexo. Isso porque, 40 convencionais de piso baixo para as em- segundo ele, ao contrário de outros mercados, presas Viação Campo Belo, Gatusa, Viasul e como os de carro, o de ônibus não é regido Cidade Dutra. apenas por questões econômicas. Mario Oliveira confessa que espe- Mas há políticas públicas envolvirava maior movimentação por parte dos em- das, momentos em que o País vive anos de presários de ônibus em relação a antecipação eleições ou não, maiores exigências ambide renovação da frota diante das mudanças entais, a questão dos apelos pela mobilidade das exigências de emissão de poluentes a par- urbana e as respostas a eles, entre outros fatir de 2012. “A reação está ainda sendo um tores que influenciam num mercado que conpouco tardia e muitos ainda não se definiram. sidera “muito sazonal”. No caso brasileiro, No caso de transportadores de carga, acredito as dimensões territoriais e do próprio merque depois da Fenatran, os donos de veículos cado também exigem esforços estratégicos e a diesel devem ficar mais informados sobre logísticos de encarroçadoras e montadoras. as mudanças do Proconve para a fase P 7 “. Mario Oliveira, português, esteve A Fenatran – 18º Salão Internacio- em seu país natal na semana passada e enfatinal do Transporte – vai ser realizada entre os zou as diferenças. “A Volvo é líder no merdias 24 e 28 de outubro no Pavilhão de Ex- cado português de ônibus. E sabe o que isso posições do Anhembi, em São Paulo. Meio significou? A venda este ano de uns 50 ôniAmbiente e lançamentos de produtos que bus” – salientou. Só neste primeiro semestre,
25/09/11 • REVISTAINTERBUSS
foram comercializados mais de 15 mil ônibus no Brasil e a indústria tem uma estimativa de 32 mil unidades para este ano, o que pode configurar 2011 como o melhor da história do setor. “Em Lisboa tem umas 3 ou 4 empresas grandes urbanas, entre elas a Arriva, que é inglesa. Mas ela tem se concentrado em comprar outras companhias menores e aproveitar suas frotas. No turismo, rodoviário, há sim algumas ligações, mas não são muitas. Paris – Porto e Paris Lisboa são as de maior destaque” – conta o executivo. Só para licitar apenas as linhas interestaduais e internacionais, a ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres, estima 1967 linhas com pouco mais de 6 mil ônibus. E mesmo assim, as empresas de ônibus dizem que a frota é insuficiente e que o ideal seria uma quantidade de pelo menos 10 mil ônibus. Isso sem contar os ônibus rodoviários que circulam apenas dentro de seus estados. A frota urbana da Capital Paulista, só de ônibus municipais, é de aproximadamente 15 mil veículos, entre ônibus e micro-ônibus. SER MAIOR NUM MERCADO TÃO GRANDE E de acordo com que revelou Mario Oliveira, a Volvo tem ambição de ser maior num mercado que já é grande. A expectativa da Auto Sueco é crescer 130% neste ano. No segmento de ônibus, um dos grandes entusiasmos do grupo é o chassi de motor dianteiro, B 270 F. É a primeira vez na história que a Volvo, tradicional em veículos pesados, urbanos ou rodoviários, faz um ônibus com motor dianteiro, desde 1978 quando começou a produzir no Brasil. O Grupo Auto Sueco foi fundado em 1933 por Luiz Oscar Jervell e Yngvar Poppe Jensen. A empresa inicialmente representava a Volvo no norte de Portugal. Três anos depois da fundação da Volvo no Brasil, era criada em Campinas a Vocal, da família Feffer, que começou a comercializar ônibus e caminhões da marca de origem sueca. Em 1º de julho de 2011, a Vocal começou a fazer parte do Grupo Auto Sueco. Além da Auto Sueco em São Paulo, há unidades no Mato Grosso, no Acre e em Rondônia. O faturamento mundial da Auto Sueco em 2010, vendendo veículos Volvo e prestando serviços de manutenção e assistência, foi de 1 bilhão de Euros. No Brasil, em 2010, o grupo teve faturamento de R$ 900 milhões, o que corresponde a 35% do volume mundial. Até 2014, a perspectiva do grupo é que o Brasil responda por 50% do faturamento da Auto Sueco em todo o mundo. O caminhão VM e o ônibus de motor dianteiro B 270 F devem ajudar em muito a conquista desta meta. B 270 F e VM compartilham várias peças, o que pode representar,
REVISTAINTERBUSS • 25/09/11
segundo a Volvo, disponibilidade de produtos em necessidades de trocas e manutenção, além do barateamento dos serviços. “O B 270 F coloca a Volvo num segmento maior de ônibus, o de motores dianteiros, que são maioria. Assim, vamos atuar numa área mais ampla, o que nos vai representar mais oportunidades. Sobre o veículo, ele conta com as tecnologias mais modernas que podem ser implementadas num ônibus deste segmento e possui materiais mais leves. Isso reduz o peso do ônibus em até 500 quilos, mais ou menos, o que representa maior capacidade de transporte, menos gasto de combustível e menor desgaste das peças. É menos peso não útil para o ônibus levar” – resume Mario Oliveira. PÓS VENDA É UM ESPÍRITO DE MISSÃO O executivo afirmou que os planos de crescimento do Grupo Auto Sueco não estão baseados apenas na venda de veículos, mas na conquista e fidelização inicialmente de clientes, que depois se tornam parceiros de negócios. Para isso, um bom “Pós Venda”, atendendo às necessidades técnicas, com manutenções adequadas, atendimento cortês e funcionários especializados, é essencial. “Não existe venda sem pós venda e nem pós venda sem venda. Para nós, o pós venda está no espírito, é uma missão e procuramos aperfeiçoá-lo a cada dia” – explica. No segmento de ônibus, há a figura do Mr. Bus, um profissional altamente especializado em ônibus e que pode dialogar e entender o dia a dia do frotista e dos responsáveis pelos setores de manutenção das garagens. “O pós venda é a área mais importante para o cliente” - diz UMA DURA REALIDADE DE MERCADO O Mr. Bus, segundo Mario Oliveira, surgiu por conta de uma lacuna ainda grande de mercado: Praticamente não há profissionais da área de mecânica e manutenção com especialização em ônibus. As evoluções tecnológicas em ônibus foram grandes dos anos de 1980 para cá e os cursos profissionalizantes não acompanharam esta realidade. Apesar de ainda compartilharem algumas peças, ônibus e caminhões têm concepções e conseqüentemente formas de manutenção muito diferentes. E Mário Oliveira é bem realista em relação a este fato. “Tem se investido pouco em formação de técnicos especializados em ônibus. Além disso, normalmente o mecânico de ônibus é autodidata. Ele é um mecânico comum, que aprende a mexer com o ônibus no dia a dia da garagem. São profissionais esforçados, que merecem reconhecimento, mas nem sempre o aprendizado no dia a dia da garagem é o ideal e consegue aproveitar todas as inova-
ções tecnológicas dos ônibus mais novos. As empresas de ônibus não querem ficar com os veículos parados e resolvem de maneira improvisada alguns problemas mais sérios”. Esta característica da operação de ônibus acaba desestimulando muitos jovens profissionais a trabalharem com manutenção de veículos de transportes coletivos. “Há uma classe de formandos em mecânica. Aí é perguntado quem é que quer ser mecânico de automóveis de passeio: a maioria levanta a mão. Depois quem quer ser mecânico de motos, bastante gente se habilita. Quem quer ser de caminhões, o número reduz, mas há interessados. Quando é questionado quem quer ser mecânico de ônibus, quase ninguém levanta a mão” Mario Oliveira acredita que o profissional que trabalha com manutenção de ônibus deve ser melhor valorizado. “Não é só questão de vencimentos (salários), mas de dignificar a profissão. Os horários são ruins, com jornadas longas e tabelas que começam no meio da noite e na madrugada, o esforço físico é maior, já que no caminhão, em muitos casos basta levantar a cabine enquanto que no ônibus é necessário entrar embaixo dele para qualquer coisa, e a pressa exigida é muito maior” – explica Mario Oliveria. Um ônibus fica operando cerca de 20 horas por dia. Veículo parado para as empresas é prejuízo. Além disso, com quebras por conta do mau viário de cidades e estradas e trânsito complicado, que prende ônibus em congestionamento, exigindo as empresas colocarem mais veículos para compensarem a viagem que o ônibus parado no trânsito não fez, praticamente os veículos reservas trabalham o mesmo tempo que os da escala. Mas como equacionar a correria dos transportes com a necessidade de criar um ambiente melhor para o mecânico? “Com metodologia, planejamento, o que exige investimento por parte do empresário, mas que vale a pena. Manutenções preventivas mais rigorosas, ônibus mais novos e escalas de trabalho melhores” – completa Mário Oliveira. Ele também fala sobre a necessidade de melhor preparar os motoristas. Muitos sabem operar uma máquina, o que é diferente de dirigir um ônibus. “Os motoristas não sabem aproveitar 60% do que o ônibus tem a oferecer. Isso causa mais desgaste, mais consumo, menor conforto ao passageiro e muitos problemas que eles param o ônibus e chamam o guincho, poderiam ser resolvidos pelos próprios motoristas, se entendessem os sinais do painel” afirma Mario Oliveira. A Auto Sueco oferece cursos para motoristas e mecânicos e possui salas de capacitação e simulações de problemas onde os funcionários dos clientes são treinados.
27
AS FOTOS DA SEMANA Ônibus Brasil • www.onibusbrasil.com
TIAGO DE GRANDE Caio Apache Vip Volksbus 17.240 OT • Rápido Campinas
GABRIEL DIAS Caio Apache Vip MBB OF-1722 • Boa Vista
LUIZ CARLOS Marcopolo Torino GV2 Volksbus 17.210 • Metropolitana
LEANDRO DE SOUSA BARBOSA Marcopolo Torino 2007 MBB OF-1722 • N. S. Penha
DIEGO ALMEIDA ARAÚJO Irizar PB MBB O-500RSD • Santana
DIEGO LEÃO Marcopolo Viale Scania K94 • Prata
28
25/09/11 • REVISTAINTERBUSS
SELEÇÃO DAS MELHORES FOTOS PUBLICADAS EM SITES ESPECIALIZADOS NA SEMANA
GUILHERME RAFAEL Caio Apache S21 Scania F94 • Guerino Seiscento
EDSON ALVARES JUNIOR Caio Apache Vip Volksbus 17.230 • Caieiras
JOSENILTON CAVALCANTE DA CRUZ Marcopolo Torino 2007 MBB OF-1722 • São Bento
CLEBIO JUNIOR Caio Vitória MBB OF-1318 • Viplan
Expresso Bus • expressobus.blogspot.com
VITOR MELLO Marcopolo Paradiso G7 1600LD Scania K380 • Catarinense
REVISTAINTERBUSS • 25/09/11
ÔnibusMaringá•portalinterbuss.com.br/onibusmaringa
MATHEUS NOVACKI Marcopolo Paradiso G6 1800DD • Esmeralda
29
CIRCULANDO José Euvilásio Sales Bezerra je.sales@revista.portalinterbuss.com.br
Os veículos do transporte seletivo
30
José Euvilásio Sales Bezerra
O transporte seletivo de passageiros – linhas de ônibus urbanos com veículos e passagens diferenciados – na Grande São Paulo, hoje, está restrita às linhas metropolitanas. Apesar do valor diferenciado da passagem, o serviço, em muitos casos, ainda se assemelha ao transporte coletivo comum. Os veículos que realizam esse transporte, em sua maioria, são ônibus rodoviários com chassi com motorização dianteira. Há poucas empresas que operam com chassis com motor traseiro e um número menor ainda que opera com ônibus “Intercity” – ônibus com carroceria urbana adaptada para transporte rodoviário. Seguem-se dois exemplos de veículos que operam esse serviço na Grande São Paulo: um Viaggio G7, da Publix, e um Apache Vip II da Viação Miracatiba. Viaggio G7 – Há alguns dias entraram em circulação cinco novos Marcopolo Viaggio 900 G7, da Publix Transportes, nova operadora metropolitana, da região do ABC, que substitui as empresas Interbus, Utinga e Humaitá. Esses veículos, ainda que fabricados sobre chassi Mercedes Benz OF1722M, podem ser considerados como referência nesse tipo de transporte. Possuem monitores de TV, som ambiente, uma mesinha nas costas dos bancos, onde podem ser apoiados notebooks, bagageiros internos, tomadas para carregar celulares e notebooks e internet wireless. O veículo possui ainda ar-condicionado, com saídas próprias para cada banco, como em um rodoviário. Detalhe é que as janelas não são seladas e sim corrediças. E, por fim, bagageiro externo, onde podem ser acondicionados as malas dos passageiros. O veículo tem bom desempenho e é bem confortável. Um convite e tanto para que os trabalhadores deixem seus carros em casa. Esses novos Viaggio G7 rodam na linha 470TRO São Paulo/Aeroporto de Congonhas – Santo André/Jardim São Jorge e possui tarifa de R$ 6,50. Apache Vip II – Agora, apresentamos um outro exemplo de linha com ônibus seletivo. Desta vez o veículo é um Caio Apache Vip II Intercity, montado sobre chassi VolksBus 17-230EOD, da Viação Miracatiba, de Itapecerica da Serra. Embora seja utilizado em linhas seletivas, esse veículo lembra mais seus irmãos das linhas urbanas. A começar pela entrada: porta de folha dupla, tal qual seus irmãos urbanos. As janelas são o diferencial no desenho exterior: padrão rodoviário, corrediça. Internamente, impossível deixar de notar os bancos altos sobre as caixas de rodas,
PUBLIX • Marcopolo Viaggio 900 G7, da Publix: padrão de conforto que pode atrair novos passageiros
MIRACATIBA • Caio Apache Vip Intercity: a mesma simplicidade de um urbano comum característica marcante da simplicidade das Uma maneira eficiente de tirar carrocerias urbanas. Os bancos são estofa- veículos das ruas é oferecer ao cidadão uma dos e reclináveis, tipo rodoviário. O desenho alternativa que seja capaz de fazê-lo trocar o do tecido que reveste o banco é igual ao dos conforto de seu veículo pelo transporte púurbanos da Caio. Possui bagageiros internos blico. No entanto, falta às gerenciadoras e a para o acondicionamento de bolsas e pacotes. algumas empresas sensibilidade para dar essa O veículo nem de longe tem o con- opção. Se as empresas querem aumentar seu forto dos Marcopolo G7 ou, pra ficarmos na número de passageiros, tem de aprender a tiprópria Caio, do Giro, modelo rodoviário da rar o motorista de trás do volante. É isso o que encarroçadora. Muito pouco para compensar a Publix está fazendo. E é isso o que outras os R$ 5,95 da tarifa. empresas precisam começar a fazer...
25/09/11 • REVISTAINTERBUSS
MUDAMOS HÁ POUCO TEMPO, MAS AINDA ESTAMOS PREPARANDO MAIS NOVIDADES PARA VOCÊ. FIQUEM LIGADOS! EM BREVE, NOVAS SEÇÕES NA REVISTA INTERBUSS! REVISTA
INTERBUSS 1 ano informando com qualidade
ESTE ESPAÇO ESTÁ RESERVADO PARA VOCÊ E PARA O SEU PRODUTO! ANUNCIE NA REVISTA INTERBUSS E ENTRE NA CASA DE MILHARES DE PESSOAS DIARIAMENTE! ENVIE SEU E-MAIL PARA revista@portalinterbuss.com.br
E SAIBA COMO ANUNCIAR! É RETORNO GARANTIDO! REVISTA
INTERBUSS 1 ano informando com qualidade