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EVA ANDRADE - Pindamonhangaba, SP

TRABALHO NÃO É TRABALHO

Ele adentrou rapidamente na loja. Era um senhor grisalho, usava óculos, calça jeans, sapatos polidos e camisa alaranjada. Eis uma descrição externa daquela alma.... Também rapidamente fez contato com um vendedor. Suas mãos levavam um cesto com doces caseiros! Mas, o que um aposentado fazia nas lojas do comércio central?

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Pelas manhãs, ele costumava sair de loja em loja apenas para se divertir! Na verdade, ao analisarmos um pouco a história desse senhor, ficamos sabendo que ele trabalhou muito e não trabalhou. Foi gerente de loja por anos. Dava-se muito bem com os números, com os produtos, com as vendas. A rede de lojas para a qual se dedicou era próspera no país e ele ganhou, por três anos consecutivos, o prêmio de gerente número um em nível nacional! Mas, que história é esta de trabalhar e não trabalhar? Esta era a sua máxima, a sua motivação. Trabalho, para ele, não era fardo, era dever sacratíssimo. E foi cultivando tal grande verdade que ele cuidou de sua família, criou seus filhos e amou e enterrou sua esposa. Agora, aposentado e viúvo, ele dedicava seus dias a entrar nas lojas do centro carregando seu cesto de doces e uma boa conversa. De fato, ele possuía uma conversa muito doce, a qual dificilmente alguém não cedia! Primeiro, chegava e sorria; depois, cumprimentava o vendedor já curioso com sua presença; em seguida, iniciava e consolidava diálogo até, em alguns minutos, ele contar com pelo menos quatro vendedores orbitando ao seu redor, totalmente envolvidos.

No final, todos acabavam comprando os doces caseiros do cesto. E, ao experimentarem-nos, exclamavam um “oh” de satisfação. A satisfação aumentava ainda mais quando os compradores conheciam o destino daquela singela arrecadação: um projeto de cuidados a crianças com deficiência. Assim, o sabor da caridade, que pode engrandecer até mesmo as grandes almas, aumentava sem precedentes!

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