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Cizina Célia Fernandes Pereira Resstel
Cizina Célia Fernandes Pereira Resstel Marília/SP
Sozinho no amor
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Oh alma simbiótica! Não consegues enxergar a mulher real? Tens sentimento adesivo, Teu coração está grudado no dela, Sofres pela doença do amor, Somente tu amas, Um amar sozinho, Em silêncio, Não correspondido, Vives o ócio da dor, Ela não se importa com teu amor e nem com tua dor, Ela viveu abusivamente, o não bem-querer do bom homem, Fizeste mau uso de ti, Tu a cobriste de flores, Tu deste o amor, Mas não te deu valor, E encontraste o vazio, O não lugar, marcado pela tua inexistência, Mas em ti, tens o outro idealizado, De supetão, levaste um empurrão, Vives dores e horrores, Tua alma ficaste ferida, Entorpecido pelo trauma, Perdeste a lucidez, Agora, vives sem dignidade, Humilhado pela traição e maldade, Por uma ilusão, Surgem sentimentos amalgamados, Presos na dor, Ficaste quase sem vida, Desabrigado de potência e de desesperança, Oh separação! Que poder tens de sugar a libido da vida!? Viste desesperado,
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Um alucinado, Empobrecido, tornaste mendigo da vida, Sem chão, Sem lar, Sem direção, E sem nada mais, Tens sede de ser amado, Mas a priori, terás que renascer do luto inflamado, Não recebeste, nem mesmo uma migalha de amor, Essa mulher adúltera, nunca esteve ao teu lado, Não viste isso? Descobriste agora o abismo, Criaste outro mundo, O faz de conta, o mundo de Emília em tuas fantasias, Navegaste em águas traiçoeiras, Quantos balanços! As turbulências de uma vida inteira! Vejas quantas feridas! Espinhos cravados em tua alma, Furaste tua pele psíquica, Quantos barulhos mentais! São sons de teus sentimentos, A linguagem da dor, Que desgosto! Ingrata, não sabe o que é o amor! Confiaste teu mundo a ela, mas não te respeitou, A realidade apareceu e deu fim aos anos de ilusão, Agora, o que te resta, é viver a dor do luto e da separação.