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Geraldo Portela
Geraldo Portela Salvador/BA
Reverso XXVIII
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quem é aquela mulher que chega na segunda vigília senta-se na última mesa de onde se avista o cais no cais os barcos lembranças ancoradas no silêncio dos sonhos
quem é aquela mulher misteriosa talvez louca que mora n’água-furtada a escada sinuosa leva ao abismo estrelado ponte que cruza sem pressa evocando aurora e ocaso na trajetória de um tempo sem réplica para Regina Lúcia quem é aquela mulher quem sabe poeta tem uma máquina de escrever um gramofone um celular um gato de porcelana um relógio de parede sem tempo para medir ouve liszt tchaikovsky mahler lê verlaine rimbaud baudelaire e purga feridas relembradas como histórias de roda que tocam na memória fragmentada
quem é aquela mulher misteriosa poeta louca