
1 minute read
Adilson Fernandes
Adilson Fernandes
O Pó das Sílabas
Advertisement
a Eugénio de Andrade
Desmalho os vocábulos, fio a fio, Neste gesto de mãos que se demoram A reconstruir o mundo: Os flancos, as asas, o sol, a neve, Não são palavras interditas para ti, Antes caminhos... E na sua esteira de pedras As sílabas Lira cantando.
Tenho o ritmo: a cadência íntima Do corpo Que repercute na alma E ritma os seus movimentos Mas onde a estão os pilares, Onde o peso da sombra, A branca raiz?
Onde o desdobrar da língua Rente à fonte?
7
