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Jeovânia P

Jeovânia P. Bayeux/PB

As Vestes de Eva

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Só quando se banha No mar de palavras douradas Como se fossem areia É que podemos ver O tornear de suas pernas

Quando a água de palavras Vai caindo de seu corpo Ela vai ficando transparente

Quando não há mais nenhuma gota de palavra Em seu corpo Só vemos à paisagem

A poética está ali Mas não é visível Aos nossos olhos

Só o artista a vê Traduz ela Em tantos modos de ser Que leigos não notamos A dama no quadro No canto da tela Sua sombra Formando a beleza da obra

Nem uns tantos impuros Saberiam Que no caminho do poeta Ao céu Ela é madre E rainha

Existem alguns Que quando a garota de Ipanema Ou a vizinha de Caymim Passam Sabem Que há aí uma deusa Uma Eva Vestida para matar

É com essa condição De poucos De parcos homens Que não andam

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Por raras estradas Que encontramos Algum Perdido Quase louco Percebendo A poética

Essa dama incompreendida Que quantas vezes Não consegue ser vista Por aqueles que dizem amá-la E que nem Se dão conta dela

Ela pode passar nua Fazer striper Que o pau da ciência Não vai levantar Nem o dos cegos

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